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LITERATURA

AS GERAÇÕES ROMÂNTICAS
1. PRIMEIRA GERAÇÃO ROMÂNTICA dos trovadores medievais e estão sob o títu-
Primeira Geração romântica: os indianistas, lo de Sextilhas de Frei Antão.
ou nacionalistas. % Poesia nacionalista: ora exalta a pátria dis-
No período regencial, houve rebeliões de gran- tante, ora idealiza a figura do índio. Os
de participação popular em oposição declarada aos chamados poemas saudosistas são marca-
antigos colonizadores. O povo brasileiro, embora dos pelo exílio e desembocam numa exalta-
constituído de diferentes etnias, buscava identidade ção da natureza brasileira. Na “Canção do
como nação. Exílio”, o poeta nunca se refere ao elemen-
Na Europa, o inglês Walter Scott, com “Iva- to humano, mas apenas aos elementos natu-
nhoé” e o português Alexandre Herculano, com “Eu- rais, pois a tendência era exaltar a nação
rico, o presbítero,” têm na idade feudo-clerical a recém-independente.
trama de seus romances históricos. No Brasil, ao Mas é no indianismo que o poeta consagra-se.
tempo da Idade Média, fizeram história as culturas Apesar de idealizado, o índio de Gonçalves Dias está
indígenas. Assim, os cavaleiros, heróis e castelos eu- mais próximo à realidade do que o índio enfocado
ropeus foram substituídos por aborígenes e matas por José de Alencar, por ter o primeiro profundo co-
tropicais. A primeira geração da poesia romântica i- nhecimento sobre a tradição, os costumes e a língua
dealizou o índio, por isso denomina-se, também, ge- dos nativos. Continua, entretanto, o índio dotado de
ração indianista. sentimentos e atitudes artificiais europeizadas. Entre
Os caracteres românticos europeus, transplan- os poemas indianistas destacam-se “I-Juca Pirama”,
tados para o Brasil, fizeram surgir orgulho pela vari- “Marabá”, “O canto do piaga”, “Canção do Tamoi-
ante brasileira da língua portuguesa. Com a poética o”, “Leito de folhas verdes”, além do poema épico
romântica, nasceu o desejo de nacionalizar as artes, a inacabado “Os timbiras”. Também consta de sua obra
literatura em especial, pretendendo que à indepen- um dicionário da língua tupi.
dência política se seguisse a independência cultural. Quanto aos aspectos formais, a poesia da pri-
Destacam-se, nesta geração, dois poetas india- meira geração apresenta-se ainda atrelada a modelos
nistas: anteriores. Gonçalves Dias, na “Canção do Exílio”,
a) Domingos José Gonçalves de Magalhães utiliza a redondilha maior e a rima oxítona marcada,
(1811 – 1882) teve o grande mérito de ser o introdu- obtendo, assim, ritmo e musicalidade. Em “I-Juca Pi-
tor do Romantismo no Brasil com a obra Suspiros rama”, utilizam-se recursos da métrica e a redondilha
poéticos e saudades, que possui traços de religiosida- menor.
de e têm em seu prefácio as características do Ro- 2. POESIA 2ª GERAÇÃO - MAL DO SÉCULO
mantismo. O poema indianista épico A confederação
O segundo momento da poesia romântica bra-
dos tamoios apresenta o caráter nacionalista e inicia
sileira inspira-se em Byron e Musset. Lord Byron,
uma polêmica com José de Alencar, relativa à visão
nobre inglês e aventureiro, identificava-se com suas
de cada autor sobre o índio.
personagens; era boêmio, idealista, extravagante e
b) Antônio Gonçalves Dias (1823 - 1864) con-
rebelde; deixou obras impetuosas, de espírito satírico.
solidou o Romantismo no Brasil. O poeta maranhen-
Alfred de Musset, francês de gênio romântico, her-
se trabalhou todos os temas iniciais: o indianismo, a
deiro imediato de futuro incerto (a França arrasada
natureza pátria, a religiosidade, o sentimentalismo, o
pela Revolução Francesa), pregava o ceticismo e cer-
espírito de brasilidade. Considerava-se uma espécie
to ar de deboche.
de síntese do brasileiro, pois era filho de português e
Características como: o individualismo, a sub-
cafuza (*mistura de negro e índio). Didaticamente,
jetividade, o pessimismo, o ceticismo e temas como:
sua obra pode ser dividida em:
o amor, a morte, a dúvida, o tédio, a tristeza, a angús-
% Poesia lírica: nela, os textos possuem tra-
tia diante da vida norteavam os poetas brasileiros di-
ços de subjetivismo, marcados pela dor e
tos ultra-românticos ou byronianos, da segunda
pelo sofrimento de amores frustrados. Os
geração. Esse conjunto de comportamento ficou co-
poemas líricos mais famosos são. “Se mor-
nhecido como “mal do século”, escritores jovens e-
re de amor”, “Ainda uma vez - adeus!”,
ram excessivamente boêmios e morriam cedo por
“Como, és tu?” e “Não me deixes”.
tuberculose ou pelas conseqüências da bebida.
% Poesia medieval: reúne uma série de poe-
Merecem destaque os seguintes poetas:
mas escritos em português arcaico, à moda
a) Manuel Antônio Álvares de Azevedo
(1831-1852): foi responsável pelos contornos defini-
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tivos do “mal do século”; tinha a obra influenciada 3. POESIA 3ª GERAÇÃO – CONDOREIRA,
por Lord Byron, de quem era leitor e tradutor, e por OU HUGOANA
Musset, de quem herdou as características do “sple-
en”- do inglês, baço, órgão ao qual era atribuído o es- Caracterizada pela poesia social e libertária,
tado melancólico ou depressivo, originando o essa geração reflete as lutas internas da segunda me-
sarcasmo, a ironia e a autodestruição. Suas poesias tade do reinado de Dom Pedro II: principalmente, a
falam de um amor idealizado, irreal, povoado de favor dos movimentos abolicionista e republicano.
donzelas ingênuas, virgens sonhadas, mulheres mis- Os escritores sofrem intensa influência de Victor Hu-
teriosas que habitam sonhos adolescentes nunca ma- go, poeta francês, daí o nome “hugoana”. O termo
terializados. Daí, a frustração, a dor, o sofrimento “condoreirismo” é conseqüência do símbolo de liber-
acalmados pelas figuras da mãe e da irmã. A morte dade refletido pelo condor, águia da cordilheira dos
física foi presença marcante e dolorosa em sua vida: Andes que voa livre e alto. Castro Alves, Tobias Bar-
a morte prematura do irmão, de seus colegas de fa- reto e Sousândrade são expoentes desta época.
culdade e a “dor no peito” que cedo o levaria. Tam- a) Antônio Frederico de Castro Alves (1847-
bém a morte, em sentido conotativo, como fuga, foi 1871) condensa, em sua produção literária, as carac-
abordada por fruto de sensação de impotência diante terísticas principais do Romantismo, acrescidas da
das adversidades. universalização, isto é, amplia os horizontes a novas
Na poesia, destacam-se: “Lira dos vinte anos”: tendências. A temática de sua obra envolve o amor, a
e “Poema do frade”; para o teatro, escreveu: “Macá- mulher, a morte, o sonho, o “eu”, e também a Repú-
rio,” e, em prosa, “Noite na taverna”, livro de contos blica, o abolicionismo, a igualdade, as lutas de clas-
fantásticos narrados por jovens em uma taverna. Le- ses, os oprimidos. Quanto à forma, apresenta traços
vados pelo delírio, provocado por excesso de bebida, marcadamente românticos, como os exageros na me-
os jovens contam histórias que giram em torno de in- táfora, comparações grandiosas, antíteses, hipérboles
cestos, bacanais, necrofilia, assassinatos hediondos, e apóstrofes.
enfim, tudo ao gosto de Satan, já que a “moda” era o Distinguem-se, na sua obra, dois aspectos te-
satanismo. máticos importantes. A poesia lírico-amorosa evolui
b) Luís Nicolau Fagundes Varela (1841- da idealização para a concretização das virgens so-
1875): influenciado por Byron, teve o pessimismo e a nhadas pelos românticos da 2ª geração, o amor não é
fuga reforçados pela morte do filho, golpe do qual mais tão inatingível ou inacessível; a mulher é indi-
nunca se recuperaria, entregando-se ao alcoolismo. vidualizada, de carne e osso, sensível e voluptuosa,
Deste fato, surgiu o “Cântico do calvário”, do “Livro não mais um “anjo de candura”. A poesia social sofre
das sombras”. Sua religiosidade é notória e também a influência das mudanças internacionais: a Questão
escravidão entra como tema de sua obra, assim como Coimbrã, em Portugal; o positivismo de Comte; o so-
a natureza, escolhida para evasão. Produziu ainda: cialismo científico de Marx e Engels; o evolucionis-
“Noturnas”, “Cantos religiosos”, “Diário de Lázaro”, mo de Darwin, e das mudanças nacionais: a
“O estandarte auriverde”, “Cantos meridionais” e decadência da Monarquia; a luta abolicionista; a
outros. Guerra do Paraguai, o pensamento republicano.
c) Casimiro José Marques de Abreu (1839- Espumas flutuantes e Hinos do Equador são
1860): apresenta o amor totalmente idealizado e o li- coletâneas nascidas de amores vividos e não apenas
rismo saudosista. Em seus textos, há predomínio da sonhados. Os escravos reúnem os poemas abolicio-
simplicidade e da fluência; os versos, em seu poema nistas de maior divulgação: “Vozes d’África” e “O
mais famoso, “Meus oito anos”, caracterizam-se pelo navio negreiro”. Também publicou a peça Gonzaga
aspecto direto, sem abstrações ou segundas intenções. ou A Revolução de Minas.
Sua obra principal é “Primaveras”. b) Joaquim de Sousa Andrade (1833-1902)
A esta segunda geração pertenceram também Sousândrade como ele próprio apelidou-se. Canta o
Junqueira Freire (1832-1855), monge beneditino, que nativo americano como herói sacrificado pelos con-
manifestava em seus textos a religiosidade, o pessi- quistadores. Seus escritos propunham uma crítica so-
mismo, o desejo de morrer, revelados em “Inspira- cial, revelando simpatia às lutas anticolonialistas, em
ções do Claustro”. Há, ainda, Laurindo Rabelo tom de denúncia às contradições do capitalismo, lan-
(1826-1864) e José Bonifácio, o moço (1827-1886). çou-se à problemática internacional, engajando-se
A produção literária desta geração apresenta-se des- nos grandes temas político-sociais da época.
vinculada de rígidos modelos quanto à métrica e à Harpas Selvagens, A casca da caneleira,
rima. São, portanto, predominantes os versos livres e Obras poéticas, entre outras, figuram como suas o-
brancos, a estrofação livre ou inexistente, simetria e bras; a mais representativa delas é Guesa Errante, po-
paralelismo não recorrentes. ema épico, de treze cantos, quatro deles inacabados.
Nele, o autor narra uma lenda do povo Inca, em que
um índio é predestinado a peregrinar, reproduzindo
na terra a trajetória do deus-sol dos Incas, por isso,
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aos quinze anos, deve ser sacrificado. Sua obra traz a Vejamos alguns autores que se dedicaram à
contribuição de neologismos em que mistura línguas prosa urbana:
nativas ao inglês americano. a) Joaquim Manuel de Macedo (1820-1882):
Mais de meio século depois de criada, sua obra foi o escritor da classe média carioca em oposição à
foi redescoberta pelos irmãos Augusto e Haroldo de aristocracia rural. Seus romances retrataram os cos-
Campos, que escreveram Revisão de Sousândrade. tumes da sociedade, suas festas e tradições, com cará-
Este fato vem a confirmar uma previsão do próprio ter documental, estilo fluente e leve, em linguagem
Sousândrade, que comentou: “Ouvi dizer já por vezes simples; as tramas envolviam intrigas de amor e mis-
que o Guesa Errante será lido cinqüenta anos depois; tério em final vitorioso e feliz, os personagens eram
entristeci - decepção de quem escreve cinqüenta anos jovens estudantes idealizados, moçoilas casadoiras,
antes”. ingênuas e puras. Além de A moreninha, destacam-se
também O moço loiro, A luneta Mágica, Os dois a-
4. PROSA URBANA
mores, O cego, O forasteiro, O fantasma branco e ou-
Após a independência e em meio a tantos con- tros.
flitos sociais, houve a urbanização do Rio de Janeiro, b) Manuel Antônio de Almeida (1831-1861):
transformado em Corte, criando, assim, uma socieda- abandona a visão da burguesia urbana para retratar o
de consumidora representada pela aristocracia rural, povo em toda a sua simplicidade. Publica as Memó-
profissionais liberais, jovens estudantes, todos em rias de um Sargento de Milícias, que é o documento
busca de entretenimento. O jornalismo toma impulso da época de D. João VI no Brasil, em que surgiram as
e promove a divulgação em massa de folhetins em transformações da mentalidade colonial para a vida
que se publicaram muitos dos romances românticos. da Corte. Nesta obra, não há somente relato de cos-
A propósito, o romance foi a grande inovação tumes, mas juízo de valor sobre eles, percebe-se do
deste período. Antes dele, já existia a narrativa, cuja autor uma preocupação em datar e localizar os acon-
mais rica representação era a epopéia, que tratava de tecimentos. O personagem principal pode ser encara-
um mundo heróico e sublime. Também havia a nove- do como herói picaresco que foge ao padrão
la, que era uma série de episódios, quase sempre, a romântico de bom moço, já que é oriundo da classe
respeito dos grandes feitos dos cavaleiros. popular. Por essas características, alguns estudiosos
O romance do século XIX idealizava o mundo consideram-no pré-realista, mas apresenta aspectos
e a sociedade e assim a espelhava; respondia, na mai- marcantes do romantismo, como o estilo folhetinesco
oria das vezes, às exigências do público leitor da é- e a linguagem frouxa, por vezes descuidada, além do
poca. Os enredos giravam em torno da descrição dos final feliz tipicamente romântico.
costumes urbanos, ou de amenidades das zonas ru- c) José Martiniano de Alencar (1829-1877):
rais, ou de imponentes selvagens, apresentando per- aparece na literatura brasileira como o consolidador
sonagens idealizados pela imaginação romântica com do romance. Sua obra retrata suas posições políticas e
os quais o leitor se identificava, vivendo a realidade sociais; era conservador, monarquista, escravocrata,
que lhes convinha. proprietário rural, nacionalista. Transparece, em seus
Cronologicamente, o primeiro romance brasi- livros, a tentativa de fazer um painel do Brasil, co-
leiro foi O filho do pescador, publicado em 1843, cu- brindo-o de Norte a Sul, o litoral e o sertão, o presen-
jo autor é Teixeira e Sousa (1812-1881). te e o passado, o urbano e o rural, numa linguagem
Sua trama é confusa e há sentimentalismo exa- “brasileira”. Por essa diversidade temática, pode-se
cerbado. Em 1844, publicou-se A moreninha, de Joa- dividir sua obra em cinco categorias: romances urba-
quim Manuel de Macedo, e, pela aceitação obtida nos ou de costumes, romances históricos; romances
junto ao público, convencionou-se adotar esse ro- regionais; romances rurais; romances indianistas.
mance como o primeiro representativo da prosa bra- Em seus romances urbanos, ou de costumes,
sileira. além de retratar a sociedade carioca na época do rei-
Feições gerais da prosa romântica: nado de D. Pedro II, Alencar aponta alguns aspectos
% História de amor ligado a casamento; negativos da vida urbana e dos costumes burgueses.
% Pintura dos caracteres e costumes da socie- As tramas giram em torno de intrigas de amor e desi-
dade (normalmente a burguesia carioca); gualdade econômico-social entre os amantes, em que
% Tensão dramática baseada no choque de até pode-se encontrar certa crítica a respeito dos valo-
classes sociais; res burgueses; porém a mensagem final é a mesma: o
% Tentativa de fusão da fantasia com a reali- amor sempre triunfa e, de preferência, a felicidade
dade; vem associada ao poder econômico. São exemplos de
romances urbanos, ou de costumes, de José de Alen-
% Presença idealizada da mulher, quase sem- car: Cinco minutos, A viuvinha, Sonhos d’ouro, En-
pre intocável e pura; carnação e os três perfis de mulher: Lucíola, Diva e
% Tendência para o romance histórico.

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Senhora. Romances Indianistas: O guarani, Iracema e nagens, que são moldados sob o conceito do “bom
Ubirajara. selvagem”.
Romances Regionalistas: O sertanejo e O gaú- A categoria dos romances rurais não dispensa
cho. o caráter regionalista, mas são obras voltadas para o
Romances Rurais: “Til” e O tronco do Ipê. meio rural, ambientadas em fazendas do interior de
São Paulo e norte do Rio de Janeiro. Til e O tronco
5. PROSA REGIONALISTA E INDIANISTA
do Ipê encaixam-se nesta classificação.
O romance brasileiro do século XIX também ex- Mas foram os romances indianistas que trouxe-
plorou a temática regionalista e indianista. Abai- ram maior popularidade a Alencar: O guarani, Irace-
xo, citamos alguns autores dedicados ao romance ma e Ubirajara. Neles, o autor defende a troca de
regionalista e voltamos a José de Alencar que ex- favores entre o nativo e o europeu colonizador: o
plorou, além do regionalismo, o indianismo. primeiro oferecia a natureza virgem, o solo esplêndi-
a) Joaquim da Silva Bernardo Guimarães do, o segundo, a cultura. Da soma desses fatores, re-
(1825-1884): participou do grupo “mal do século” a sultaria o Brasil independente, novo povo, fruto da
que pertencia Álvares de Azevedo, mas, depois, reti- convivência entre colonizadores e colonizados. Po-
rou-se para o interior e produziu obras enfocando a rém, nesta relação, Alencar deixa transparecer as re-
natureza e os conflitos sociais. Seus personagens esti- lações medievais entre o branco e o índio,
lizados representam a própria temática de seus livros; respectivamente, senhor e vassalo.
eram eles o sertanejo, o mestiço, o garimpeiro, o pa- Além do indianismo, que reflete o nacionalis-
dre do interior, o estudante de seminário, o índio e a mo e a exaltação da natureza pátria, há a preocupação
escrava, todos contextualizados na região de que pro- histórica, pois percebe-se a pesquisa do autor em do-
vinham. São suas obras: A escrava Isaura, O garim- cumentos quinhentistas e sobre costumes e lendas in-
peiro, O seminarista, O ermitão de Munquém, dígenas. Os personagens indígenas são idealizados,
Maurício e Jupira. como nos romances europeus: Peri é civilizado, tido
b) João Franklin da Silveira Távora (1842- como super-herói de romances europeus medievais
1888) retratou figuras típicas do nordeste, como o de cavalaria; Iracema é o símbolo do primeiro nativo
vaqueiro, o matuto, o cangaceiro, seu modo de vida, em contato com o branco colonizador e dela nasce o
sua psicologia e a paisagem em que se inseriam. Tem primeiro brasileiro fruto desse amor, de acordo com a
sua importância confirmada por criar o romance re- lenda do surgimento do Ceará. Ubirajara é o índio em
gionalista nordestino, em busca de uma literatura na- seu estado mais puro e idealizado.
cional com feitos heróicos, tradição e poesia
próprios. Seus títulos são: O cabeleira, Lourenço, O ESTUDO DIRIGIDO
matuto e Um casamento no Arrabalde (novela).
1 Leia o texto para responder aos itens.
c) Alfred d’Escragnolle Taunay - Visconde
de Taunay (1843-1899) foi militar, participou da
Soneto
Guerra do Paraguai. Com Inocência, marca o limite
Perdoa-me, visão dos meus amores.
entre Romantismo e Realismo, pois, apesar de sua
Se a ti ergui meus olhos suspirando!..
concepção do amor ser romântica, percebe-se, já, a
Se eu pensava num beijo desmaiando
profundidade psicológica e proximidade com o real
Gozar contigo a estação das flores!
em suas descrições; a heroína sofre por amor e morre,
sem concretizá-lo, o que destoa dos finais românticos
De minhas faces os mortais palores.
tradicionais, desta feita, alguns estudiosos julgam-no
Minha febre noturna delirando.
pré-realista. Também escreveu: Manuscrito de uma
Meus ais, meus tristes ais vão revelando
mulher, Ouro sobre azul, A mocidade de Trajans,
Que peno e morro de amorosas dores..
Amélia Smith.
Como já ressalvamos, analisaremos as outras
Morro, morro por ti! na minha aurora
categorias do romance de José de Alencar, além do
A dor do coração, a dor mais forte.
romance urbano ou de costumes.
A dor de um desengano me devora.
As obras regionalistas de Alencar: O sertanejo
e O gaúcho mostram o relacionamento entre o ho-
Sem que última esperança me conforte.
mem e o meio físico. Na paisagem nordestina, nota-
Eu - que outrora vivia! - eu sinto agora
se o autor mais desenvolto e próximo ao real, conhe-
Morte no coração, nos olhos morte!
cedor da região e do homem. Já na região sul, há ide-
alização e falhas na descrição do ambiente, fruto do
a) Podemos afirmar que, nesse soneto, reconhe-
desconhecimento. A sua tentativa de fazer um “pai-
cemos duas constantes da obra de Álvares de
nel” do Brasil não o desvia da idealização dos perso-
Azevedo: a idealização da mulher, sempre ina-
cessível ao poeta, e a angústia da morte.
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Transcreva passagens do texto que justifiquem b) sátira, com o propósito de reformar determina-
essa afirmação. da situação.
c) humor colérico, aplicado com o intuito de iro-
nizar, castigar.
d) espírito de troça, pilhéria para divertir e provo-
car riso nos leitores.
e) oposição entre o racional e o irracional, a pon-
b) Que passagem do texto especifica a causa da to de deturpar as formas naturais.
morte do poeta?
3 (CESUPA) O assunto desta questão é o Roman-
tismo em terras brasileiras. Leia as alternativas
com atenção e assinale a correta:
Gonçalves Dias e Castro Alves viveram, respec-
c) Em uma das estrofes, ocorre uma figura de es- tivamente, a experiência romântica, nas fases in-
tilo chamada antítese que consiste na aproxi- dianista e condoreira. O primeiro, envolvido por
mação de idéias contrárias com o objetivo de um sentimento apaixonado, amou o Brasil e a na-
destacar essa oposição ou contraste. Transcre- tureza de sua terra. O segundo lutou pelas causas
va essa passagem. sociais que lhe pareceram mais justas e, em al-
guns momentos, aproximou-se da estética parna-
siana. Os dois, contudo, igualam-se no instante
em que abrem o coração e deixam a emoção falar
mais alto. Mesmo que Gonçalves dias tenha, nes-
se aspecto, sonhado situações que Castro Alves
d) Por que esse soneto pode ser considerado um colocou em prática.
exemplo da tendência ultra-romântica? a) O comentário sobre os dois poetas é absoluta-
mente correto e não há reparos de caráter lite-
rário a serem feitos.
b) No que diz respeito a Castro Alves está tudo
certo. O problema é que as afirmativas sobre
Gonçalves Dias são incorretas.
EXERCÍCIOS c) Sobre Castro Alves, há imprecisões, que dei-
xam de existir quando o assunto é Gonçalves
1 Leia as seguintes afirmações e julgue os itens: Dias.
1 A segunda geração romântica cultivou uma d) O texto é impreciso e ambíguo, não deixando
poesia acentuadamente sentimental e egocên- ao leitor possibilidade de exercer juízo crítico.
trica. e) O texto comete dois erros graves: o primeiro,
2 O livro Primeiros Cantos, de Gonçalves Dias, quando afirma que ambos foram românticos: o
é considerado o marco inicial do Romantismo segundo, quando afirma que Castro Alves teria
brasileiro. se aproximado do Parnasianismo.
3 O Romantismo surgiu inicialmente na Alema-
nha e na Inglaterra por volta de 1836.
4 Álvares de Azevedo e Junqueira Freire são po- 4 Tomadas em conjunto, as obras de Gonçalves
etas ultra-românticos. Dias, Álvares de Azevedo e Castro Alves de-
5 O Indianismo é a única linha temática que foi monstram que, no Brasil, a poesia romântica
bastante explorada por todas as gerações ro- a) pouco deveu às literaturas estrangeiras, conso-
mânticas. lidando de forma homogênea a inclinação sen-
timental e o anseio nacionalista dos escritores
da época.
2 Entre as alternativas a seguir, marque a que me- b) repercutiu, com efeitos locais, diferentes valo-
lhor define o tipo de humor explorado pelo poeta res e tonalidades da literatura européia: a dig-
na estrofe aqui transcrita. nidade do homem natural, a exacerbação das
“Coração, por que tremes? Vejo a morte, paixões e a crença em lutas libertárias.
Ali vem lazarenta e desdentada... c) constituiu um painel de estilos diversificados,
Que noiva! ... E devo então dormir com ela? cada um dos poetas criando livremente sua lin-
Se ela ao menos dormisse mascarada!” guagem, mas preocupados todos com a afirma-
a) humor negro, cético, em que zomba de sua ção dos ideais abolicionistas e republicanos.
própria dor.
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d) refletiu as tendências ao intimismo e à morbi- 7 (FATEC) Assinale a alternativa INCORRETA.
dez de alguns poetas europeus, evitando ocu- a) O que se conhece como condoreirismo é poe-
par-se com temas sociais e históricos, tidos sia de vertente social, defendendo ideais em
como prosaicos. favor de fatos históricos como a Proclamação
e) cultuou, sobretudo, o satanismo, inspirado no da República, a industrialização e abolição da
poeta inglês Byron, e a memória nostálgica das escravatura, entre outros.
civilizações da Antigüidade clássica, represen- b) “Metamos o martelo nas teorias, nas poéticas e
tadas por suas ruínas. nos sistemas. Abaixo este velho reboco que
mascara a fachada da arte! Nada de regras nem
de modelos!” (Victor Hugo). As palavras do
5 Com relação ao Romantismo e seus autores, jul- poeta caracterizam a postura romântica de
gue os itens: rompimento dos princípios e regras clássicas
1 O índio, presente na literatura romântica, não é no nível estético, principalmente.
um ser idealizado. c) O sertanismo representa, no quadro do movi-
2 “Lira dos vinte Anos” reúne grande parte da mento romântico, a mais alta expressão da bra-
melhor poesia lírica de Casimiro de Abreu. silidade, abolindo o artificialismo das
3 “Harpas Selvagens” nos mostra expressivos personagens e do próprio conteúdo romântico.
momentos da poesia indianista de Gonçalves d) Destacado como responsável pela ampliação
Dias. da faixa de público no período romântico, o
4 Os poetas do ultra-romantismo desenvolveram romance incorporou ao universo literário situ-
várias características, exceto a obsessão pela ações e personagens até então distanciadas
morte. desse universo.
5 Álvares de Azevedo encarna a melhor poesia e) “Verdes mares bravios da minha terra natal,
ultra-romântica exercitada no Brasil. onde canta a jandaia nas frondes de carnaúba.”
6 “Senhora” e “Lucíola” são obras em que José O parágrafo inicial de Iracema, de José de A-
de Alencar estudou os chamados “perfis femi- lencar, mostra uma atitude romântica marcante
ninos”. nesse romance; a valorização do elemento na-
7 Servindo-se do romance histórico, José de A- cional, do colorido local.
lencar recriou, literariamente, alguns fatos de
relevância nacional.
8 Castro Alves faz da poesia um grito de protes- 8 (CEAP)
to ou de reivindicação. “Ela embebeu os olhos do seu amigo e lânguida
reclinou a loura fronte. O hálito ardente de Peri
bafejou-lhe a face.
6 (UFPR) Qual das informações sobre José de A- Fez-se no semblante da virgem um ninho de cas-
lencar é correta? tos rubores e lânguidos sorrisos: os lábios abriram
a) Alencar inaugurou a ficção brasileira com a como as asas púrpuras de um beijo saltando o vôo.
publicação de sua obra Cinco Minutos. A palmeira arrastada pela torrente impetuosa fu-
b) Alencar foi um cronista que soube conciliar um gia...
romantismo exacerbado com certas reminis- E sumiu-se no horizonte...”
cências do Arcadismo, manifestas, principal- O Guarani – José de Alencar
mente, na linguagem clássica. Qual das afirmações seguintes não encontra cor-
c) Alencar, apesar de todo o idealismo romântico, respondência no trecho final do romance “O Gua-
conseguiu, nas obras Lucíola e Senhora, captar rani”, acima transcrito?
e denunciar certos aspectos profundos, recal- a) “Extinto pelo dilúvio (a tempestade) o passado
cados da realidade social e individual, onde dos dois jovens (Peri e Cecília), superam-se as
podemos detectar um pré-realismo ainda inse- relações de vassalagem que havia entre ambos.
guro. Bem como se superam as diferenças sociais e
d) A obra de Alencar, objetivando atingir a Histó- culturais”.
ria do Brasil e a síntese de suas origens, volta- b) No final do romance, o amor de Peri por Cecí-
se exclusivamente para assuntos indígenas e lia permanece vassalo, fraterno, platônico.
regionalistas, sem incursões pelo romance ur- c) A bela união amorosa entre Peri e Cecília, su-
bano. gerida por Alencar, simboliza a origem da raça
e) O indianismo de José de Alencar baseou-se em brasileira.
dados reais e pesquisa antropológica, apresen- d) A rica adjetivação, a comparação, a metáfora e
tando, por isso, uma imagem do índio brasilei- a prosopopéia são traços estilísticos da prosa
ro sem deformações ou idealismo. alencarina, presentes no texto.

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e) O heroísmo do índio Peri salvando Cecília re- Exercícios
flete, no romance, a teoria do “bom selvagem”.
1 C, E, E, C, E

9 (UFAL) Assinale C ou E: 2 E/D/B/C/A


1 Dos mais ricos, esse período literário floresceu 3 A
no século das Luzes, impulsionado pelos sen-
4 B
timentos nativistas e pela indignação dos brasi-
leiros contra o domínio português. 5 E, E, C, E, C, C, E, C
2 A prova maior de que a literatura desse perío- 6 C
do foi marcada pelo forte sentimento naciona-
lista é a obra daquele grande escritor, na qual 7 C
os temas indianistas e regionalistas alternam-se
com os retratos urbanos, tudo configurando um 8 B
projeto estético a serviço da representação de 9 E, C, C, C, E
nossas múltiplas realidades.
3 Gonçalves Dias e seu indianismo; Álvares de
Azevedo e seu intimismo; Castro Alves e seu
abolicionismo: eis, pela ordem de aparição, as
três poesias representativas do esforço máximo
dos poetas do período em explorar as ricas ver-
tentes da arte romântica.
4 Esses novos escritores serão, na sua obra, me-
nos atormentados que seus antecessores barro-
cos; sem perder a impregnação religiosa nem o
respeito à monarquia, vão-se preocupar com
assuntos mais imediatos e concretos, como a
prática da virtude civil, a busca da harmonia
social pela obediência às leis da natureza, a
procura da felicidade na terra.
5 Os traços de relevo dessa escola literária são o
gosto da descrição nítida, as concepções tradi-
cionalistas sobre metro, ritmo e rima e, no fun-
do, o ideal de impessoalidade que
compartilhavam com os realistas do tempo.

GABARITO

Estudo Dirigido
a) Espera-se que os alunos percebam que a mu-
lher é descrita como uma “visão”, como um ser
superior a quem o poeta “ergue” os olhos sus-
pirando. E o poeta morre “de amorosas dores”
porque não consegue realizar o desejo expres-
so na primeira estrofe: “Se eu pensava num
beijo desmaiando / Gozar contigo a estação das
flores!”.
b) A morte provocada por um desengano amoro-
so aparece claramente expressa no verso: “Que
peno e morro de amorosas dores...” e em toda
a terceira estrofe.
c) “Eu – que outrora vivia! – eu sinto agora /
Morte no coração, nos olhos morte!”.
d) Porque nele transparece a poesia emotiva e
sentimental, típica dessa tendência, com o poe-
ta fechado em seu mundo interior, lamentando
a impossibilidade de realização amorosa.
Editora Exato 11

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