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DESTINATÁRIO
Tudo que se sabe dos destinatários originais é que eram cristãos (v. 1). 0 versículo 3 pode indicar que Judas os conhecia pessoalmente
e disso alguns concluem que a carta era mais que um simples panfleto endereçado a um número de igrejas ou aos cristãos de todos
os lugares.
0 tom da carta sugere que seu autor estava assustado, e o versículo 3 indica que a epístola foi escrita com alguma pressa. Sem dúvida.
Judas quer alertar seus leitores acerca dos falsos irmãos que estão se infiltrando nas igrejas. Eles criam uma atmosfera irreverente, que
resulta em divisões e na disseminação de dúvidas e cinismo. A motivação deles é a avareza e cobiça.
Os intérpretes tentam, naturalmente, identificar esses falsos irmãos, porém Judas não os descreve com clareza. Talvez ele esteja conster
nado por causa da crescente onda de mundanismo e da presença de um número significativo de pessoas não convertidas dentro da igreja.
ENQUANTO VOCÊ LÊ
Note as similaridades entre Judas e 2Pedro. Observe as referências a obras não canônicas, como o Testamento de Moisés (tam bér
chamado Ascensão de Moisés; v. 9) e o livro de Enoque (v. 14; para entender melhor esses textos, ver “A Bíblia e a literatura pseudepi-
gráfica", em Jd).
VOCÊ SABIA?
• O livro de Judas foi considerado por Orígenes, pai da Igreja do século II, um livro “de apenas alguns versos, mas repletos de poderosas
palavras de sabedoria celestial” (v. 1-12).
• Judas, à semelhança de seus irmãos, não acreditou em Jesus durante seu ministério terreno, mas se tornou seu seguidor após a
ressurreição (v. 1).
• Tiago e Judas, na abertura de suas cartas, apresentam-se como servos de Jesus Cristo, não como seus irmãos na carne (v. 1).
• Dois netos de Judas foram levados diante do imperador Domiciano, por serem descendentes de Davi, mas ambos foram dispensados
após a conclusão de que eram camponeses inofensivos.
I N T R O D U Ç Ã O A J UDAS 2039
TEMAS
A carta de Judas contém os seguintes temas:
1. Advertência contra os falsos mestres. O primeiro enfoque de Judas incide sobre os perigos éticos representados pelos falsos mestres,
que negam o senhorio de Cristo e usam a liberdade cristã e a graça de Deus como licença para a “libertinagem” (v. 4). Eles “vivem se
queixando, descontentes com a sua sorte” (v.16) e não passam de escarnecedores orientados pelos próprios desejos pecaminosos e
instintos naturais (v, 18,19),
2, O comportamento cristão. A carta de Judas enfatiza o senhorio de Cristo (v. 4,9,14,15,25), A liberdade cristã não é uma licença para se
fazer o que quiser. Os cristãos devem edificar-se nos ensinos fundamentais da fé, da oração, permanecendo fiéis a Deus e sendo miseri
cordiosos com os demais.
SUMÁRIO
I. Introdução (1,2)
II. Ocasião da Carta (3,4)
III. Advertência contra os falsos mestres (5-16)
IV. Exortação aos cristãos (17-23)
V. Doxologia de encerramento (24,25)
2040 JUDAS 1
1 - 1 2 O livro de Judas foi considerado por Orígenes, pai da Igreja do a literatura pseudepigráfica”, em Jd). Uma vez que Judas cita esse livro
século II, um livro “de apenas alguns versos, mas repletos de poderosas nos versículos 14 e 15, talvez o versículo 6 seja mais bem interpretado à
palavras de sabedoria celestial”. luz dessa passagem.
1 H á seis pessoas diferentes com o nome de Judas (a forma grega do O fato de Judas apoiar-se em fontes judaicas fora do AT tem sido causa
nome hebraico Judá) no N T , mas o autor da carta era sem dúvida o ir de controvérsias. Além de citar lEnoque nos versículos 14 e 15, no
mão de Jesus (ver M c 6.3; ver também “A família de José, Maria e Jesus”, versículo 9 ele relata uma história de outro livro não canônico (Testamento
em Mt 12). Tiago e Judas, na abertura de suas cartas, demonstram hu de Moisés ou Ascensão de Moisés-, ver nota no v. 9). Contudo, Judas tal
mildade cristã e fé na divindade de Jesus ao se apresentarem como servos vez considerasse a história uma lenda e a tenha usado como ilustração.
de Jesus Cristo, não como seus irmãos na carne. Além disso, sabemos 7 Deus destruiu Sodoma e Gomorra ao derramar enxofre incandescente
pelas Escrituras que Judas, à semelhança de seus irmãos, não creu em sobre essas cidades (Gn 19.24; veja “A destruição de Sodoma e Gomorra”,
Jesus durante seu ministério terreno (Jo 7.5), mas se tornou seu seguidor em Gn 19) — uma antecipação do fogo eterno que está por vir.
após a ressurreição (At 1.14). O historiador Hegésipo (ca. 110-ca. 180 8 A frase “contaminam o próprio corpo” pode ser uma referência às
d.C.) afirma que dois netos de Judas foram levados diante do imperador práticas homossexuais de Sodoma e de Gomorra (cf. v. 4,7; ver nota no
Domiciano, por serem descendentes de Davi, mas ambos foram dispen v. 7; ver também “Homossexualidade no mundo antigo”, em Rm 1).
sados após a conclusão de que eram camponeses inofensivos. 9 De acordo com vários pais da Igreja, esse versículo está baseado numa
4 Judas indica que os falsos mestres proclamavam ser cristãos, mas ob obra não canônica intitulada Ascensão de Moisés ou Testamento de Moisés
serva que eles, de alguma forma, ofendem a graça de Deus em Cristo. (ca. séc. I d.C.; ver nota no v. 6; ver também “A Bíblia e a literatura pseu
Acusações contra o estilo de vida imoral desses mestres constituem o depigráfica”, em Jd). Entre outras citações de obras não bíblicas (ou alu
cerne de sua crítica. sões a elas) no N T, estão as de Arato (At 17.28), Menandro (lC o 15.33)
6 Uma tradição popular acerca dos anjos que pecaram estava associada e Epimênides (Tt 1.12 e nota), feitas por Paulo. Isso não implica, de
a Gn 6.1-4 — os “filhos de Deus” que haviam descido à terra e coabi- modo algum, que as citações ou os livros de que foram extraídas sejam
tado com as “filhas dos homens” (ver nota em 2Pe 2.4). Os intérpretes de inspiração divina. Significa apenas que o autor bíblico considerava
judeus elaboraram um histórico extenso sobre o episódio. Identificaram as citações apropriadas para confirmar, esclarecer ou ilustrar um ponto.
os “filhos de Deus” como anjos e atribuíam a muita maldade em nosso 1 2 Sobre as “festas de fraternidade”, ver “A festa do amor”, em lC o 11.
mundo à influência deles. As histórias foram elaboradas em lEnoque, Sobre os “pastores”, ver nota em lPe 2.25. Aqui a referência é aos
livro pseudepigráfico (ver nota nos v. 14,15; ver também “A Bíblia e falsos mestres.
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A C R E D I B I L I D A D E DA
A BIBLIA
E A LITERATURA
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PSEUDEPIGRÁFICA
1Ver o Glossário na p. 2080 para as definições das palavras em negrito. 2Ver "0 período intertestam ental", em Ml 3. 3Ver "As escolas filosóficas gregas", em
Cl 2. 4Ver "A magia no mundo greco-romano", em Gl 5. 5Ver "0 exército romano e a ocupação da Terra Santa", em At 27. 6Ver também "Escatologia judaica no
século I d.C.", em Rm 6.
2042 JUDAS 12
Doxologia
24 Àquele que é poderoso0 para impedi-los de cair e para apresentá-los diante da sua glóriaP sem24 "Rm 16.25;
"2Co 4.14;'Cl 1.22
mácula'! e com grande alegria, 25 ao único Deus/ nosso Salvador, sejam glória, majestade, poder e 2 5 'Jo 5.44;
1Tm1.17;
autoridade, mediante Jesus Cristo, nosso Senhor, antes de todos os tempos, agora e para todo o sempre!s sHb 13.8;
Amém.* flm 11.36
“ 12 Ou são manchas.
1 3 Os antigos hebreus não eram um povo marítimo. O mar, na Bíblia, 1 4 , 1 5 Essa citação foi extraída do livro de Enoque, que se acredita ter
é imagem simbólica de inquietação, instabilidade e morte (ver Is 57.20; sido escrito pelo Enoque de Gn 5, mas que só veio a ser conhecida no
Jr 49.23; Tg 1.6; Ap 13.1). século I a.C. (ver “A Bíblia e a literatura pseudepigráfica”, em J d ).