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DESTINATÁRIO
A carta é endereçada aos cristãos “no Ponto, na Galácia, na Capadócia, na província da Ásia e na Bitínia” (1.1). Isso parece incluir a maior
parte da Ásia Menor (a moderna Turquia), mas Pedro pode ter usado os termos num sentido mais restrito. Os cristãos dessas regiões
estavam sofrendo perseguição por causa de sua fé (1.6; 4.12-19; 5.9,10), e Pedro descreve seus destinatários como “eleitos de Deus” na
Diáspora (1.1), termos relacionados aos judeus. No entanto, ele afirma que seus destinatários antes seguiam a maneira vazia de viver
herdada de seus antepassados (1.18; cf. 4.3-5). Diante disso, parece que os leitores originais de Pedro eram gentios que se tornaram
cristãos e, portanto, eram como estrangeiros e peregrinos (2.11) neste mundo.
LINHA DO T E M P O
10 B.C. A.D.1 10 20 30 40 50 60 70
ENQUANTO VOCÊ LÊ
Atente para os princípios gerais a respeito de assuntos problemáticos como a dor, o sofrimento e a perseguição, e descubra o motivo de
Pedro para se ter esperança. Observe o estilo de Pedro e sua harmonização de diretrizes doutrinárias e práticas para a vida cristã. Estude
sua doutrina sobre a submissão às autoridades e suas ramificações.
IN T R O D U Ç Ã O A 1PEDRO 2009
VOCÊ SABIA?
• Na linguagem do século I, “preparar para agir” literalmente sugere que os leitores arregacem as vestes longas e flutuantes e se prepa
rem para alguma atividade física (1.13).
• No mundo grego, o escravo podia ser resgatado por meio de um pagamento em dinheiro, feito por um terceiro ou pelo próprio escravo
(1.18).
• Os “escravos” são servos domésticos, sem importar qual seja seu treinamento ou função (2.18).
TEMAS
A primeira carta de Pedro contém os seguintes temas:
1. A nova identidade dos crentes. 0 objetivo de Pedro é encorajar os cristãos diante da perseguição. Por causa da grande misericórdia de
Deus, foi dada nova vida aos crentes, uma “esperança viva” (1.3; ver também 1.13,21; 3.15) e uma herança etem a (1.4). Eles são agora
“o povo de Deus" (2.10). Como tal, devem se alegrar (1.6,8; 4.13) e ser corajosos em meio ao sofrimento.
2. Sofrer p or fazer o bem. Embora os crentes possam experimentar “todo tipo de provação ” (1.6), eles deve permanecer firmes na fé (5.9).
0 sofrimento age como fogo purificador para provar a genuinidade da fé (1.7) e dá aos cristãos a oportunidade de testemunhar acerca de
sua esperança (3.15). Quando o crente sofre injustamente, está seguindo o exemplo de Cristo (2.21).
3. Vida cristã. Os cristãos devem viver uma vida compatível com sua conversão. Pedro descreve a salvação como um processo (1.9; 2.2),
no qual o crente se desenvolve a partir de sua fidelidade pressionada no dia a dia. Eles devem se esforçar em busca de santidade pessoal
(1.13-21) por meio do temor reverente a Deus (1.17-21) e demonstrar sua fé amando os outros (1.22).
SUMÁRIO
I. Saudação (1.1-12)
II. Exortações à vida santa (1.13— 5.11)
A. Domínio próprio e santidade (1.13— 2.3)
B. A conduta do povo de Deus (2.4-12)
C. Submissão à autoridade (2.13— 3.7)
D. Sofrer por fazer o bem (3.8-17)
E. Armados com a atitude de Cristo (3.18— 4.6)
F. Conduta na iminência do fim de todas as coisas (4.7-11)
G. Sofrer por ser cristão (4.12-19)
H. Exortações aos anciãos (5.1 -4)
I. Exortações aos jovens (5.5-11)
III. A proposta da carta (5.12)
IV. Saudação final (5.13,14)
2010 1 P E D R O 1.1
fogo,0 é genuínaP e resultará em louvor, glória e honra, quando Jesus Cristo for revelado.^8 Mesmo 1.8'Jo 20.29
não o tendo visto, vocês o amam; e, apesar de não o verem agora, creem nele' e exultam com alegria
indizível e gloriosa,9 pois vocês estão alcançando o alvo da sua fé, a salvação das suas almas.s
10 Foi a respeito dessa salvação que os profetas que falaram1 da graça destinada a vocês investi1.10 «Mt 26.24;
uMt 13.17
garam e examinaram,u 11 procurando saber o tempo e as circunstâncias para os quais apontava o 1.11 v2Pe 1.21
Espírito de Cristovque neles estava, quando predisse a vocês os sofrimentos de Cristo e as glórias que
se seguiriam àqueles sofrimentos.12 A eles foi revelado que estavam ministrando, não para si próprios,
mas para vocês, quando falaram das coisas que agora lhes são anunciadas por meio daqueles que
pregaram o evangelhowpelo Espírito Santo enviado dos céus; coisas que até os anjos anseiam observar.
Exortação à Santidade
13 Portanto, estejam com a mente preparada, prontos para agir; estejam alertas e ponham toda a
esperança na graça que será dada a vocês quando Jesus Cristo for revelado.14 Como filhos obedientes, 1.14 *Rm 12.2;
»Ef 4.18
não se deixem amoldarx pelos maus desejos de outrora, quando viviam na ignorância.v15 Mas, assim 1.15 z2Co 7.1;
1Ts 4.7
como é santo aquele que os chamou, sejam santos vocês também em tudo o que fizerem,2 16 pois está 1.16 *Lv 11.44,45
escrito: “Sejam santos, porque eu sou santo”fl.a
17 Uma vez que vocês chamam Pai àquele que julga imparcialmenteb as obras de cada um, portem-1.17 bAt 10.34;
<flb 12.28
-se com temor durante a jornada terrena de vocês.c 18 Pois vocês sabem que não foi por meio de coisas 1.18 dMt 20.28;
perecíveis como prata ou ouro que vocês foram redimidos0 da sua maneira vazia de viver, transmitida 1Co 6.20
por seus antepassados,19 mas pelo precioso sangue de Cristo, como de um cordeiroe sem mancha e 1.19 ®Jo 1.29;
sem defeito,f 20 conhecido*7antes da criação do mundo,9 revelado nestes últimos temposh em favor de <Êx12.5
1.20901.4;
vocês.21 Por meio dele vocês creem em Deus,' que o ressuscitou dentre os mortos e o glorificou, »Hb9.26
1.21 iRm 4.24
de modo que a fé e a esperança de vocês estão em Deus.
1 . 1 0 termo “peregrinos” nesse contexto indica as pessoas de baixas con 1.13 N a linguagem do século I, “preparar para agir” literalmente sugere
dições, que residiam numa área sem proteçáo legal e sem os direitos que os leitores arregacem as vestes longas e flutuantes e se preparem para
concedidos aos cidadãos ou que permaneciam num lugar por pouco tempo. alguma atividade física.
Os cristãos da Ásia Menor eram considerados peregrinos porque 1) já 1.14 Os cristãos, nascidos na família de Deus, são filhos do Pai celestial,
eram de castas sociais marginalizadas ou porque, 2) ao se tornar cristãos, também se diz que os crentes foram adotados na família de Deus (ver
se juntaram a um grupo privado de direitos. Rm 8.15 e nota).
Muitos cristãos judeus e gentios viviam dispersos por grande parte da 1.18 N a Bíblia, “redimir” significa livrar alguém de uma situação ruim
Ásia Menor. Muita gente dessa região estava em Jerusalém no dia de pagando multa ou resgate. De igual modo, no mundo grego, o escravo
Pentecoste (ver nota em At 2.9-11), e Paulo pregou e ensinou em algu podia ser resgatado por meio de um pagamento em dinheiro, feito por
mas dessas províncias. um terceiro ou pelo próprio escravo.
O nome Galácia também ocorre em At 16.6 e 18.23, lC o 16.1, G1 Alguns acreditam que a expressão “seus antepassados” implica que os
1.2 e 2Tm 4.10. Em At 16.6 e 18.23, o nome é um adjetivo do país destinatários haviam sido pagãos, porque o N T ressalta o vazio do paga
ou da região gálata. Lucas, aparentemente, refere-se à região, não à nismo (Rm 1.21; E f 4.17). Outros pensam que eram judeus, por serem
província, uma vez que em Atos, ao falar da Ásia Menor, ele usa as antigas tradicionalistas e valorizarem a influência do pai como mestre no lar. À
designações etnográficas. O contexto em lPe 1.1 parece indicar a pro luz do contexto da carta inteira, os destinatários eram provavelmente
víncia. À prática paulina de usar designações políticas aponta para essa judeus e gentios.
aplicação também em lC o 16.1 e G 1 1.2. 1.19 Os sacrifícios do AT eram tipos (prefigurações) de Cristo (ver
1.10-12 Ver “Escatologia judaica no século I d.C.”, em Rm 6. “Sacrifícios e ofertas na Bíblia e no antigo Oriente Médio”, em Lv 2).
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A C R E D I B I L I D A D E DA
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A
A U T O R I A DAS
E P Í S T O L A S DE P E D R O
1P E D R 01 Em 1 e 2Pedro, é invocada a autoria de Pedro, apóstolo assim não exige uma datação subsequente ao reinado de Nero. 0
de Jesus Cristo (1Pe 1.1; 2Pe 1.1,17,18) e "presbítero como eles e sofrimento a que Pedro se refere era local e esporádico, não universal
fc ttru
testemunha dos sofrimentos de Cristo, como alguém que participará ou decretado pelo império. De feto, Pedro ressalta mais os abusos ver
da glória a ser revelada" (1 Pe 5.1). A igreja primitiva não hesitou em bais e o ostracismo social experimentados pelos cristãos que o martírio.
receber 1Pedro como autêntica. Alguns exemplos: ♦ A enorme região geográfica representada pelos destinatários
identificados em IPe 1.1 (i.e., os cristãos do Ponto, da Galácia, da
♦ Papias (60-135 d.C.) observa que "Marcos á mencionado por Capadócia, da Ásia e da Bitínia) sugere a muitos estudiosos que as duas
Pedro em sua primeira epístola" (Eusébio, História eclesiástica, 2.15). cartas foram escritas bem depois do ano 60. Eles argumentam que
♦ Clemente de Roma (30-101 d.C.); A Didaquê (obra anônima do muito tempo deve ter passado desde as viagens missionárias de Paulo
início do séc. II d.C., que contempla uma variedade de assuntos dou para tal crescimento do cristianismo nessas áreas, especialmente por
trinários e práticos de importância para a igreja primitiva); Policarpo não termos relatos de que o apóstolo visitou o Ponto, a Capadócia ou
(69-156 d.C.)— todos fizeram citações de 1Pedro. a Bitínia). Entretanto, como registram o livro de Atos e as cartas de
♦ Ireneu (130-200 d.C.) cita 1Pedro, usando o nome do apóstolo Paulo, as igrejas cristãs eram muitas vezes fundadas num curto
(Contra heresias, 4.9.2; 4.16.5). período de tempo, e Pedro deve ter se encontrado pela primeira vez
♦ Eusébio resume a discussão canônica 1classificando as cartas em com alguns de seus leitores em Jerusalém, no Pentecoste (At 2.9,10).
quatro categorias (História eclesiástica, 3.25): ♦ Percebe-se em 1 e 2Pedro um vocabulário refinado e um estilo
literário rico. Uma vez que Pedro e João são chamados "homens co
a) as reconhecidas como autênticas por todos os cristãos (e.g., muns e sem instrução" (At 4.13), muitos acham improvável que Pedro
1Pe); tenha sido capaz de escrever essas epístolas. Entretanto, a palavra
b) as que, apesar de contestadas, foram ainda assim reconhe grega usada em Atos 4.13 (agrammatos) significa mais propriamente
cidas como autênticas pela Igreja e eram conhecidas pela algo como "sem uma educação avançada", não "iletrado". Os judeus
maioria dos cristãos (e.g., 2Pe); orgulhavam-se da educação dos filhos (cf. Josefo, Contra Ápion, 1.12;
c) obras espúrias, não canônicas que, apesar disso, eram conhe 2.26). Pedro, evidentemente, não tinha familiaridade com o Talmude
cidas; nem chegara à "faculdade". Entretanto, como negociante da indústria
d) as que eram, de modo geral, reconhecidas como heréticas. pesqueira, teria de ser alfabetizado e provavelmente era fluente no
grego, a língua comum na época. A imagem de Pedro apresenta
Apesar da forte evidência histórica de que Pedro é o autor das da nas exposições populares das Escrituras— a ideia de que ele tinha
duas cartas que levam seu nome, alguns comentaristas hesitam em algo de grosseiro — é sem dúvida equivocada. Além do mais,
aceitar a autoria petrina por várias razões: 1 Pedro 5.12 relata que Silas ajudou a escrever a carta, indicação de
que Pedro se importava em garantir que sua carta fosse interpreta
♦ A perseguição aos cristãos promovida por Nero, em Roma da corretamente.
(Tácito, Anais, 15.44), estabeleceu um precedente para que os oficiais
romanos de todas as províncias considerassem criminosos todos os 0 peso das evidências, portanto, é favorável à autenticidade
cristãos.2 Há em 1Pedro várias referências à perseguição aos cristãos de ambas as cartas. Além do mais, a igreja primitiva não aprovava,
fora de Roma (1.6; 2.15; 3.15,16; 4.12,13; 5.8,9). Uma vez que todos em princípio, livros escritos sob nomes falsos. Por exemplo, o pai da
os especialistas concordam em que Pedro morreu durante o reinado igreja, Tertuliano (Sobre o batismo, 17), informa que o ancião que
de Nero (64-68 d.C.; cf. Eusébio, História eclesiástica, 2.25) e que a escreveu a obra pseudônima Atos de Paulo a fim de aumentar
perseguição fora de Roma teve início após a morte desse imperador,3 "a fama de Paulo" foi exonerado, e o chamado Evangelho de Pedro foi
muitos comentaristas do NT sustentam que 1 e 2Pedro são obras criticado por ser falso (Eusébio, História eclesiástica, 6.12). Além dis
pseudônimas (falsamente atribuídas a Pedro). 0 texto, entretanto, so, os materiais pseudônimos tendem a ser drasticamente diferentes
não faz referência a nenhuma perseguição oficial em larga escala, de 1 e 2Pedro.
'Ver o Glossário na p. 2080 para as definições das palavras em negrito. 2Ver "Nero, o perseguidor dos cristãos", em Fp 4. 3Ver "Primeiras perseguições à Igreja", em
; Ap17.
2012 1 P E D R O 1.22
22 Agora que vocês purificarami a sua vida pela obediência à verdade, visando ao amor fraternal1-22iTg4.8;
KJo 13.34; Hb 13.1
e sincero, amem sinceramente uns aos outrosk e de todo o coração.23 Vocês foram regenerados,1não 1.23 'Jo 1.13;
de uma semente perecível, mas imperecível, por meio da palavra de Deus,mviva e permanente.24 Pois mHb4.12
“toda a humanidade*
é como a relva e toda a sua glória
como a flor da relva; a relva murcha e cai a sua flor,
25 mas a palavra do Senhor permanece para sempre”fc.n
Essa é a palavra que foi anunciada a vocês.
2 Portanto, livrem-se0 de toda maldade e de todo engano, hipocrisia, inveja e toda espécie de
maledicência^ 2 Como crianças recém-nascidas, desejem de coração o leite espiritual^ puro, para
que por meio dele cresçamr para a salvação,3 agora que provaram que o Senhor é bom.s
2.1 °Ef 4.22;
pTg411
22 Q1Co 3.2;
«4.15,16
2^*Hb6.5
a 1 .2 4 Grego: carne.
» 1 .2 4 ,2 5 Is 40.6-8.
c 2 .6 Is 28.16.
d 2 .7 SI 118.22.
* 2 .8 Is 8.14.
f 2 .1 2 Grego: visitação.
9 2 .1 6 Isto é, escravos.
1.22 Sobre os “irmãos”, ver nota em Rm 1.13. mental”. Aqui, sem dúvida, a noção de submissão ao governo é secun
2.6 A pedra angular, que determinava o projeto e a orientação do edi dária à de obediência a Deus (1.2,14,22) e de fàzer sua vontade (2.15).
fício, era a pedra mais importante da estrutura. Aqui é uma referência Quando Pedro escreveu a carta, o imperador (“rei”) era o brutal Nero,
óbvia a Cristo. que governou de 54 a 68 d.C. (ver “Nero, o perseguidor dos cristãos”,
2.13 O sentido de “submeter” no grego é “pôr alguém sob/ de acordo em Fp 4).
com um relacionamento” ou “viver de acordo com a ordem governa 2.16 Sobre os vários nomes pelos quais os cristãos eram conhecidos, ver
nota em 4.16.
1 P E D R O 3. 2 20 1 3
2.18 vEf 6.5; 18 Escravos, sujeitem-se a seus senhores com todo o respeito,v não apenas aos bons e amáveis,w
wTg3.17
2.19 *1Pe 3.14,17 mas também aos m au s.19 Porque é louvável que, por motivo de sua consciência para com Deus,x
alguém suporte aflições sofrendo injustamente.20 Pois que vantagem há em suportar açoites recebidos
por terem cometido o mal? Mas, se vocês suportam o sofrimento por terem feito o bem, isso é louvável
2.21 zAt 14.22; diante de Deus.y21 Para issoz vocês foram chamados, pois também Cristo sofreu no lugar de vocês,
■Mt 16.24
deixando exemplo,3 para que sigam os seus passos.
22 “Ele não cometeu pecado algum,
e nenhum engano foi encontrado em sua boca.”'lb
2.23 cls 53.7; 23 Quando insultado, não revidava; quando sofria, não fazia ameaças,c mas entregava-sed àquele
dLc 23.46
2.24 eHb 9.28; que julga com justiça.24 Ele mesmo levou em seu corpo os nossos pecadose sobre o madeiro, a fim de que
fRm 6.2; 9ls 53.5;
Hb 12.13; Tg 5.16 morrêssemos para os pecados* e vivêssemos para a justiça; por suas feridas vocês foram curados.s25 Pois
2.25 "Is 53.6; vocês eram como ovelhas desgarradas,h mas agora se converteram ao Pastor1e Bispo de suas almas.
iJo 10.11
Deveres Conjugais
3.1 i1Pe 2.18;
• íf 5.22;
'1Co 7.16; 9.19 3 Do mesmo modo, mulheres, sujeite-sei cada uma a seu marido,k a fim de que, se ele não obedece
à palavra, seja ganho1 sem palavras, pelo procedimento de sua mulher, 2 observando a conduta
« 2 .2 2 Is 53.9.
2 .1 8 Os “escravos” são servos domésticos, sem importar qual seja seu 3.1 Sem dúvida, Pedro encontrou um grande número de mulheres cujos
treinamento ou função (ver “Trabalho e bem-estar no mundo antigo”, maridos não eram cristãos ainda. Seu apelo à submissão é seguido pelo
em 2Ts 3, e “Escravidão no mundo greco-romano”, em Fm). O contex motivo: ganhar os maridos para a fé, tendo como base o comportamento
to mostra que Pedro se dirige aos escravos cristãos. cristão. O mesmo verbo grego traduzido por “sujeitar-se” é usado em
2.25 Por todo o AT e no antigo Oriente Médio, o termo “pastor” era 2.13,18 como chamado à submissão a uma autoridade oficial. Aqui
muitas vezes aplicado aos governantes (2Sm 5.2; Jr 23.2; ver nota em SI o contexto é a estrutura hierárquica do lar na Antiguidade. Quando a
23.1; ver também “Pastoreio de ovelhas no mundo antigo”, em Ez 34). mulher abraçava uma religião que não era a de seu marido, a atitude
Aqui é uma referência a Cristo. podia ser entendida como insubordinação (ver “Maridos e esposas: vida
Sobre o Bispo (novamente Cristo), ver nota em lT m 3.1-7. Os anciãos familiar no mundo greco-romano” , em E f 6, e “A conduta das esposas”,
devem ser pastores e bispos. em lPe 3).
honesta e respeitosa de vocês.3 A beleza de vocês não deve estar nos enfeites exteriores, como cabelos 3.3 mls 3.18-23;
1Tm2.9
trançados e joias de ouro ou roupas finas.1114 Ao contrário, esteja no ser interior0,11 que não perece, 3.4 "Rm 7.22
beleza demonstrada num espírito dócil e tranqüilo, o que é de grande valor para Deus.5 Pois era assim
que também costumavam adornar-se as santas mulheres do passado, cuja esperança estava em Deus.0
Elas se sujeitavam cada uma a seu m arido,6 como Sara, que obedecia a Abraão e o chamava senhor.P
Dela vocês serão filhas, se praticarem o bem e não derem lugar ao medo.
7 Do mesmo modo vocês, maridos,1Qsejam sábios no convívio com suas mulheres e tratem-nas 3.7 « f 5.25-33
com honra, como parte mais frágil e co-herdeiras do dom da graça da vida, de forma que não sejam
interrompidas as suas orações.
Vivendo p a ra Deus
4 Portanto, uma vez que Cristo sofreu corporalmente*, armem-se também do mesmo pensamento,
pois aquele que sofreu em seu corpo' rompeu com o pecado,2 para que, no tempo que lhe resta,
não viva mais para satisfazer os maus desejos h u m an o s,m as sim para fazer a vontade de Deus.
0 a3 .4 Grego: no homem oculto do coração,
b 3 .1 0 - 1 2 SI 34.12-16.
c 3 .1 4 Ou Não temam as ameaças deles.
d 3 .1 4 Is 8.12.
e 3 .1 8 Grego: carne; também no versículo 21.
f 3 .1 8 Ou no espírito; também em 4.6.
9 3 .2 1 Ou a indagação de; ou ainda a súplica por, ou ainda o resultado de.
h 4 .1 Grego: na carne; também em 4.6.
1 4 .1 Grego: em sua carne.
3.3 A mulher cristá, afirma Pedro, não deve permitir que sua beleza de de João ao “Primeiro e o Último”, que tem “as chaves da morte e do
penda dos adornos ou da exibição de joias e roupas caras (ver “Vestuário Hades” (Ap 1.17,18). As regiões inferiores eram conhecidas como a ha
e moda no mundo greco-romano”, em Tg 3). bitação dos espíritos desencarnados, mas 1Pe 4.6 pode estar se referindo
3.5-7 Ver “Maridos e esposas: vida familiar no mundo greco-romano”, aos anjos caídos (cf. Jd 6; ver “Sheol, Hades, Geena, Abismo e Tártaro:
em E f 6. imagens do inferno”, em SI 139).
3.19 A afirmação do Credo apostólico de que Jesus desceu ao inferno está 3.21 Ver “Batismo no mundo antigo”, em Mt 3.
baseada principalmente em duas referências de 1Pedro, uma das quais 3.22 Ver “A ‘mão direita’ no pensamento antigo” , em Hb 1.
(3.19) é mais direta do que a outra (4.6), apoiada por implicações ex 4.3 Os termos “pagãos” (lit. “os gentios”) e “idolatria” sugerem que pelo
traídas de dois outros versículos do N T (At 2.27; Rm 10.7). O termo menos alguns dos leitores de Pedro eram gentios convertidos de um es
também está em harmonia com a linguagem de Paulo, quando ele diz tilo de vida pagão (ver “Os prosélitos no judaísmo do segundo templo”,
que Cristo desceu “às profundezas da terra” (Ef 4.9), e com a menção em At 6).
1 P E D R O 4.7 2015
4.3 € f 2.23 No passador vocês já gastaram tempo suficiente fazendo o que agrada aos pagãos. Naquele tempo
vocês viviam em libertinagem, na sensualidade, nas bebedeiras, orgias e farras, e na idolatria repug-
4.4siPe 3.16nante.4 Eles acham estranho que vocês não se lancem com eles na mesma torrente de imoralidade e
4.5 'At 10.42; por isso os insultam.s 5 Contudo, eles terão que prestar contas àquele que está pronto para julgar os
4.6 “1Pe 3.19 vivos e os mortos.16 Por isso mesmo o evangelho foi pregado também a mortos,upara que eles, mesmo
julgados no corpo segundo os homens, vivam pelo Espírito segundo Deus.
4.7 vRm 13.11 7 o fim de todas as coisas está próximo.1' Portanto, sejam criteriosos e estejam alertas; dedi-
4.8 wiPe 1. 22; quem-se à oração. 8 Sobretudo, amem-se sinceramente uns aos outros,w porque o amor perdoa
muitíssimos pecados/ 9 Sejam mutuamente hospitaleiros, sem reclamação.y10 Cada um exerça o dom *Pv 10.12
4.9 yFp2.14
que recebeu para servir os outros,2 administrando fielmente3 a graça de Deus em suas múltiplas for 4.10 zRm 12.6,7;
*10)4.2
mas. 11 Se alguém fala, faça-o como quem transmite a palavra de Deus. Se alguém serve, faça-o com a 4.11 bEf 6.10;
força que Deus provê,b de forma que em todas as coisas Deus seja glorificadoc mediante Jesus Cristo, ‘ 1Co 10.31
5
Portanto, apelo para os presbíteros que há entre vocês e o faço na qualidade de presbíterok como 5.1 m 11.30;
'Lc 24.48;
eles e testemunha1dos sofrimentos de Cristo como alguém que participará da glória a ser revelada:"1 m1Pe 1.5,7; 4.13;
Ap 1.9
2 pastoreiem o rebanho de Deusn que está aos seus cuidados. Olhem por ele, não por obrigação, mas de 5.2 nJo 21.16;
livre vontade, como Deus quer. Não façam isso por ganância,0 mas com o desejo de servir.3 Não ajam °1Tm 3.3
5.3 pEz 34.4;
como dominadoresP dos que foram confiados a vocês, mas como exemplos^ para o rebanho.4 Quando iFp 3.17
5 .4 1 Co 9.25
se manifestar o Supremo Pastor, vocês receberão a imperecível coroa da glória/
5 Da mesma forma, jovens, sujeitem-se8 aos mais velhos^. Sejam todos humildesc uns para com 5.5 € f 5.21;
tPv 3.34; Tg 4.6
os outros, porque
“Deus se opõe aos orgulhosos,
mas concede graça
aos humildes”4*.1
6 Portanto, humilhem-se debaixo da poderosa mão de Deus, para que ele os exalte no tempo 5.6 “Tg 4.10
devido.u 7 Lancem sobre ele toda a sua ansiedade/ porque ele tem cuidado de vocês.w 5.7 vSI 37.5;
Mt 6.25; «Hb 13.5
8 Estejam alertas e vigiem. O Diabo, o inimigo de vocês, anda ao redorx como leão, rugindo e pro5.8 XJÓ1.7
curando a quem possa devorar.9 Resistam-lhe,y permanecendo firmes na fé,z sabendo que os irmãos 5.9 vTg 4.7; ^ 2.5;
aAt 14.22
que vocês têm em todo o mundo estão passando pelos mesmos sofrimentos.3
0 4 .1 8 Pv 11.31.
b 5 .5 Ou aos presbíteros.
c 5 .5 Grego: Vistam todos o avental da humildade,
d 5 .5 Pv 3.34.
4.16 O sentido bíblico do título “cristão” é “adepto de Cristo”. Os dis seguidores de Cristo: “irmãos” (At 14.2); “discípulos” (At 6.1,2); “santos”
cípulos foram formalmente chamados “cristãos” pela primeira vez em (At 9.13; Rm 1.7; 2Co 1.1); “crentes” (lT m 4.12; “fiéis”, NVT); “a igre
Antioquia (At 11.26). Mais tarde, Agripa reconheceu que acreditar no ja de Deus” (At 20.28); “todos os que invocam o nome [do Senhor]”
que Paulo pregava iria fàzer dele um cristão (At 26.28). Pedro aceita (At 9.14; ver Rm 10.12,13). Ver nota sobre os cristãos em At 11.26.
va o título assim como a perseguição que vinha com ele. Desse modo, 5.1 Ao usar a expressão “presbítero como eles”, Pedro se identifica com
aos poucos um título imposto pelos gentios foi adotado pelos próprios os presbíteros das igrejas. Isso deve tê-los animado, tendo em vista a
discípulos de Jesus. Alguns judeus identificavam os seguidores de Jesus grande responsabilidade deles e a situação difícil em que as igrejas se
como “a seita dos nazarenos” (At 24.5), e Paulo, quando ainda era per encontravam. Essas igrejas, pelas quais esses presbíteros eram responsá
seguidor, designava-os como aqueles “que pertenciam ao Caminho” (At veis, estavam espalhadas por boa parte da Ásia Menor, de modo que, se
9.2). O sufixo latino -iano era usado muitas vezes com o nome do dono Pedro fosse líder de uma igreja local, deveria ter relacionamento formal
do escravo (e.g., um escravo de Julio devia ser chamado “juliano”). Essa com uma delas.
noção ocorre no N T (e.g., Rm 6.22; lPe 2.16). Os apóstolos, ao es 5.2 Sobre os que pastoreiam, ver nota em 2.25. Aqui o verbo se aplica
crever suas cartas, identificavam-se como “servos” (escravos) de Cristo aos anciãos da igreja.
(Rm 1.1; T g 1.1; 2Pe 1.1; Jd 1; Ap 1.1), e o N T assim denomina os
1 P E D R O 5.14 2017
5.10 b2Co 4.17; 10 O Deus de toda a graça, que os chamou para a sua glória eternabem Cristo Jesus, depois de terem
«2TS2.17
sofrido por pouco tempo, os restaurará, os confirmará, os fortalecerá0 e os porá sobre firmes alicerces.
5.11 dRm 11.36 11A ele seja o poder para todo o sempre. Amém.d
Saudações Finais
5.12 <2Co 1.19; 12 Com a ajuda de Silvano°,e a quem considero irmão fiel, eu escrevi resumidamente,f encorajando-
Hb 13.22
-os e testemunhando que esta é a verdadeira graça de Deus. Mantenham-se firmes na graça de Deus.
13 Aquela que está em Babilônia1’, também eleita, envia saudações, e também Marcos,s meu filho.
5.14 “Rm 16.16; 14 Saúdem uns aos outros com beijo de santo amor.h
06.23
Paz' a todos vocês que estão em Cristo.
0 5 .1 2 Ou Silas, variante de Silvano.
b 5 .1 3 Muito provavelmente Roma.
5.12 Silas (ver nota em At 15.22) pode ter sido o portador da carta. Pode de sua terra natal, a Judeia. Em todo caso, a descrição encaixa-se com
também ter atuado como escriba, registrando o que era ditado por Pedro Roma, e a tradição cristã primitiva indica que Pedro escreveu quando
e ajudando, como secretário bem-informado e inteligente, na fraseologia estava nessa cidade.
dos pensamentos do apóstolo. Pedro trata Marcos (ver nota em Cl 4.10) com extrema cordialidade
5.13 Por ser a Babilônia do A T um lugar notório de pecado, o nome da e tem por ele tanta afeição que o considera um filho. É possível que
cidade tornou-se a expressão abreviada para identificar qualquer outro Pedro tenha conduzido Marcos a Cristo (cf. lT m 1.2). De qualquer
lugar conhecido por sua impiedade. Pedro pode também ter usado o modo, a tradição cristã primitiva associa intimamente os dois.
nome aqui para descrever o lugar para o qual os cristãos foram deportados