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1) O documento descreve o desenvolvimento histórico das Escalas de Inteligência de Wechsler, começando com a Escala de Inteligência Wechsler-Bellevue para adultos em 1939.
2) As escalas posteriores mantiveram características como medição de aptidões globais e específicas, resultados compósitos e administração dos mesmos subtestes para todos.
3) A Forma II de Wechsler-Bellevue de 1946 influenciou a WISC e WPPSI, fornecendo muitos itens e subtestes
1) O documento descreve o desenvolvimento histórico das Escalas de Inteligência de Wechsler, começando com a Escala de Inteligência Wechsler-Bellevue para adultos em 1939.
2) As escalas posteriores mantiveram características como medição de aptidões globais e específicas, resultados compósitos e administração dos mesmos subtestes para todos.
3) A Forma II de Wechsler-Bellevue de 1946 influenciou a WISC e WPPSI, fornecendo muitos itens e subtestes
1) O documento descreve o desenvolvimento histórico das Escalas de Inteligência de Wechsler, começando com a Escala de Inteligência Wechsler-Bellevue para adultos em 1939.
2) As escalas posteriores mantiveram características como medição de aptidões globais e específicas, resultados compósitos e administração dos mesmos subtestes para todos.
3) A Forma II de Wechsler-Bellevue de 1946 influenciou a WISC e WPPSI, fornecendo muitos itens e subtestes
O desenvolvimento das escalas de Inteligência de Wechsler teve início com a
publicação da Escala de Inteligência Wechsler-Bellevue para adultos (Wechsler, 1939). Esta escala apresentava um conjunto de características que a tornavam uma alternativa atraente relativamente às restantes provas de inteligência disponíveis na altura, designadamente por permitir:
Obtenção de uma medida global de aptidões e de duas medidas de aptidões
específicas, identificadas a partir das subescalas verbal e de realização; Resultados compósitos ou QIs. Estes resultados, que derivam de um processo de conversão idêntico ao que é utilizado para o cálculo dos resultados padronizados, apresentam o mesmo tipo de distribuição em todas as idades; Administração do mesmo conjunto de subtestes a todos os indivíduos avaliados com uma determinada escala (como por exemplo as subescalas verbal e de realização); Cada subteste contribuía da mesma maneira para o cálculo dos QIs, independentemente do grupo etário a analisar.
As escalas de inteligência de Wechsler, que surgiram após a Escala de Inteligência de
Wechsler-Bellevue para adultos, mantiveram estas características essenciais até à actualidade.
Durante a Segunda guerra mundial, Wechsler desenvolveu a Forma II da Wechsler-
Bellevue, que se destinava à utilização exclusiva das forças armadas americanas. Em 1946, esta Forma foi publicada e disponibilizada a outros utilizadores. É de salientar que a Forma II da Wechsler-Bellevue tinha bastantes aspectos em comum com a forma I e, como tal, foi considerada como particularmente adequada para a situação de reteste.
A Forma II da Wechsler-Bellevue (1946) é vista como a antecessora da WISC (assim
como da WPPSI). Com efeito, esta Forma facultou a maior parte dos subtestes, assim como dos itens, que viriam a constituir a WISC (1949). A única excepção diz respeito ao subteste Labirintos, que foi desenvolvido especificamente para a WISC. Desde a primeira publicação da WISC foram realizadas várias revisões desta escala, que deram origem à WISC-R (1974), à WISC-III (1991) e por fim, à WISC-IV (2003). Quanto às escalas destinadas a crianças em idade pré-escolar - a WPPSI - foi publicada originalmente em 1967, a sua revisão, a WPPSI-R, surgiu em 1989, e por fim a WPPSI- III aparece em 2002.
Alguns dos itens elaborados para a Forma II da Wechsler-Bellevue ainda hoje se
mantém relativamente actuais, sendo possível encontrá-los na WISC-III. Para além desta continuidade em termos dos itens-estimulo, são ainda de destacar as semelhanças partilhadas entre todas as escalas de inteligência de Wechsler, em termos de domínios de aptidões avaliadas, da estrutura das escalas e do método de obtenção dos resultados, sob a forma de QIs. Há ainda que referir que foram desenvolvidas várias Escalas de Inteligência de Wechsler para Adultos: a WAIS (1955), a WAIS-R (1981) e a WAIS-III (1997).
Em Portugal, a WISC foi a primeira escala de inteligência de Wechsler a ser adaptada e
aferida para a população portuguesa (Marques, 1969/1970). E apenas em 2003 surgiram adaptações/aferições para a população portuguesa da WISC-III e da WPPSI-R, permitindo aos utilizadores avaliar sujeitos com idades compreendidas entre os 3 anos e os 16 anos e 11 meses.
Fontes:
manual da WISC-III (2003)
Essentials on WISC-III e WPPSI-R assessment (Kaufman, 2000)
Algumas particularidades das Escalas de Inteligência de Wechsler
A Noção de Inteligência Geral
A inteligência geral e sua medição:
- Wechsler definiu a inteligência como “a capacidade complexa ou global do
indivíduo para agir com um determinado propósito (objectivo/intenção), de pensar racionalmente e de ter repertórios eficazes com o seu meio ambiente”.
- A inteligência é complexa, porque “ela é composta de elementos ou aptidões que,
embora não totalmente independentes, são diferenciáveis do ponto de vista qualitativo”. - A inteligência é global, pois “ela caracteriza o comportamento do indivíduo como um todo”; neste sentido, para Wechsler, a inteligência é uma qualidade de conjunto, que resulta da organização das aptidões, e não sendo a sua simples soma. - “O produto final do comportamento inteligente não é somente função do número de aptidões ou da sua qualidade, mas igualmente do modo como estas são combinadas, da sua configuração”. Esta ideia é semelhante ao princípio da totalidade gestáltica. A configuração harmoniosa das aptidões permite uma relação eficaz do sujeito com o seu meio. - Um teste de inteligência geral deve assim incluir uma grande diversidade de operações, mas igualmente uma grande variedade de conteúdos, sobre os quais se procedem essas operações. É então necessário incluir nos testes de inteligência geral, as provas que reflitam a variedade das aptidões e de conteúdos existentes nos comportamentos inteligentes da vida quotidiana. - No entanto, “os testes de inteligência não podem medir totalmente a inteligência”. A inteligência geral é pois o resultado de interacções de um número teoricamente infinito de aptidões diferentes. - A construção de um teste de inteligência geral implica então, uma escolha de tarefas intelectuais, daí a necessidade de interpretar os resultados do teste e nunca se basear nestes para qualificar uma pessoa de génio ou débil. - Neste sentido, Wechsler é incontestavelmente o herdeiro das concepções de Binet, relativamente à medição da inteligência; Binet dizia que “um teste particular, isolado do resto, não vale grande coisa (...); o que dá uma força demonstrativa é um conjunto de testes (...); um teste não significa nada, mas 5 ou 6, já significam qualquer coisa”. - É por esta concepção global da avaliação da inteligência que Binet é inovador. Wechsler vai, também ele, avaliar a inteligência globalmente, utilizando uma grande variedade de provas, em que cada uma faz apelo aos processos complexos. - Wechsler distancia-se no entanto de Binet ao insistir no que ele chama de “factores não intelectuais da inteligência”. Wechsler sublinha que “os traços de personalidade intervém na eficácia do comportamento inteligente e por consequência, em toda a concepção global da inteligência ela mesma” (1950). - Ele sublinha que a personalidade joga inevitavelmente um papel em todas as performances nos testes de inteligência, como em todas as acções inteligentes da vida quotidiana. - Tendo isto em vista, ele incluíu no seu teste as provas onde a atenção, a perseverança e outros factores não intelectuais jogam um certo papel para o sucesso. - As análises factoriais realizadas a partir dos resultados nas diferentes escalas de Wechsler puseram em evidência factores que podemos chamar de não intelectuais: “independência face às distracções”, que está particularmente presente nas provas de Aritmética e memória. - Wechsler incluiu assim as aptidões não intelectuais que também são necessárias à realização de um acto inteligente. - E no conjunto sublinhou que estas escalas são antes de mais provas clínicas, que não têm real valor se não incluídas num quadro de uma avaliação global do sujeito.
Inteligência geral e factor G:
- Wechsler encontrou um importante apoio teórico na teoria bi-factorial de Spearman.
Ele tem consciência que “a combinação de uma variedade de testes numa medida única de inteligência pressupõe uma certa unidade ou equivalência funcional entre elas” (1944) - A teoria de Spearman permite não só explicar essa unidade fundamental, mas também de a pôr à prova. Spearman é o criador da análise factorial. Graças a esse método, ele explica as correlações entre diferentes provas intelectuais por intervenção de um factor comum ao conjunto das provas – o Factor G. - Ele fala de um modelo bi-factorial do funcionamento cognitivo, segundo o qual toda a performance intelectual é determinada por seu turno pelo Factor G, e por um factor especifico (que intervém unicamente na performance em questão). - Spearman abandona entretanto o termo “inteligência”, o qual ele julga demasiado conotado, e utiliza apenas o termo Factor G. - Wechsler não põe em causa a existência de um Factor G, que legitíma o cálculo de um resultado global no seu teste. Portanto, ele não identifica Factor G e quociente de inteligência (Q.I.). - Podemos dizer que o QI total é uma avaliação (um tanto) grosseira de G; devemos então admitir que a inteligência geral e o factor G são duas noções bem distintas. A inteligência geral é o resultado de interacções de um grande número de factores, enquanto o factor G não é mais que um deles, o mais importante sem dúvida, mas não só. - Wechsler afasta-se no entanto de Spearman ao assinalar que outros factores marcantes estão implicados nos nossos actos intelectuais, e que esses factores devem entrar em toda a medição de inteligência. Spearman é para Wechsler uma fonte de argumentos para a organização da sua escala, e não um modelo.
As Noções de Inteligência Verbal e Não Verbal
- Wechsler divide a escala global em duas sub-escalas: uma verbal e outra de
realização. - História: Quando era jovem ele fez parte das equipas que testaram cerca de 1.750.000 homens em 1917 para irem para a I Guerra mundial na Europa. Os testes eram compostos de 2 partes: o exército Alpha (para aqueles que sabiam ler e escrever) o exército beta (apresentado aos analfabetos e àqueles que falhavam no alpha). E foi aqui que Wechsler indubitavelmente se inspirou, pois na sua 1ª versão (escala inteligência de Wechsler-Bellevue), 4 das 6 provas verbais provinham do alpha, e 2 das 5 de realização do Beta. - Só mais tarde é que Wechsler encontra, nos trabalhos de Alexander, um fundamento teórico e experimental das escalas verbais e de realização. Alexander foi no entanto o primeiro a aplicar às aptidões o método multi-factorial criado por Thurstone; demonstrando que o modelo bi-factorial de Spearman não dá conta correctamente de todos os fenómenos cognitivos. - Além do factor G e de factores especificos, existem outros factores que intervém em diferentes sub-grupos de capacidades. Factores que constituem, para Alexander, verdadeiras unidades funcionais; ele põe em evidência os dois principais: o factor V (que intervém nos testes verbais) e o factor F (que intervém nos testes de realização, os mais complexos). - Vernon (1952) integrou esses dois factores num célebre modelo hierárquico das capacidades humanas. - Pesquisas recentes validam os modelos tipo hierarquico e rejeitam os modelos de factores indepententes (thurstone);
O Quociente Intelectual Standard
Abandono da noção de Idade Mental
- Em 1932 Wechsler deu-se conta rapidamente da inadequação das escalas de
desenvolvimento, tal como a Standford-Binet, para avaliar a inteligência dos adultos, pois estavam adaptados sim para crianças; - A idade mental representa o nível de idade correspondente aos itens conseguidos por esse individuo num teste aferido. - Depois de Stern em 1912, essa idade mental é comparada com a sua idade cronológica, e o quociente daí obtido é multiplicado por 100, surgindo o famoso Q.I.; O objectivo desse cálculo é relativizar as diferenças entre idade mental e idade cronológica. - A utilização de idade mental não põe problemas enquanto a realidade que nós medimos está em desenvolvimento. Terman propõe então a utilização da idade de 16 anos como denominador comum para todos os adultos, o que se revelou inadequado. - Para Wechsler, a única forma de solucionar este problema era abandonar a noção de idade mental; a hipótese de uma idade mental constante ao longo da vida é falsa. - Wechsler utiliza um método transversal, isto é, comparar as performances de diferentes grupos de idade, recolhidos num mesmo momento. Os seus resultados obtidos são um argumento contra a utilização de uma idade mental fixa na idade adulta.
Uma Escala de Pontos:
- Como avaliar então a inteligência se abandonarmos a Idade mental (I.M.) que é o
componente aparentemente indispensável do Q.I.? - Wechsler encontra a solução com Yerkes, que em 1915 publica a primeira escala de inteligência em pontos (“point scale”). Numa escala em pontos a equivalência dos itens com os níveis de idade desaparece, aparecendo sim os pontos que são atribuidos em cada êxito; o número de pontos pode eventualmente ser modulado segundo a quantidade e rapidez da resposta. - Numa escala de pontos, os itens não estão mais relacionados em função da sua sensibilidade genética, mas da sua dificuldade. Não visam discriminar os níveis de desenvolvimento, mas os níveis de aptidões/competências. - Para construir o seu teste, Wechsler seguiu os princípios definidos por Yerkes. Para cada prova, os pontos obtidos nos itens são somados, e essa soma constitui a nota bruta da prova; esta é depois transformada em nota standard. A soma das 10 notas standard permite obter a nota total, a qual é por seu turno transformada em QI standard. - O método de transformação das notas apresenta muitas vantagens; permite a comparação entre as diferentes provas, assim como entre os Qis. Todas as provas têm uma mesma média e um mesmo desvio-padrão. Outra vantagem é que o QI define simplesmente a posição relativa do sujeito em relação ao seu grupo de idade. A estabilidade do QI deriva da manutenção dessa posição relativa ao longo do tempo. - As escalas de Wechsler são escalas ordinais que nos informam unicamente do lugar do sujeito no seio da sua distribuição. Não derivam de um Zero absoluto. É assim incorrecto afirmarmos que uma pessoa com QI de 140 tenha o dobro da inteligência de uma pessoa com um QI de 70.
Fonte:
Grégoire, Jacques (2000). L´evalution clinique de l´intelligence de l´enfant:
thèorie et prátique du WISC-III. Liège: Pierre Mardaga AS DIFERENTES ESCALAS
WPPSI-R
A WPPSI-R é uma medida do funcionamento cognitivo de crianças com idades entre os
3 anos e os 6 anos e 6 meses (versão portuguesa). A WPPSI-R compreende duas subescalas: verbal e de realização. Cada uma delas permite calcular notas standard com uma média de 100 e um desvio-padrão de 15 pontos. Na subescala de realização são sobretudo respostas motoras que são pedidas (apontar, colocar, desenhar, etc) e na subescala verbal são respostas verbais. As duas subescalas têm cada uma 5 subtestes, mais um opcional. Cada um dos subtestes permite calcular notas standard com média de 10 pontos e desvio padrão de 3.
Os subtestes verbais são: Informação, Compreensão, Aritmética, Vocabulário,
Semelhanças e Frases memorizadas (opcional). Os subtestes de realização são: Puzzles, Cubos, Lacunas, Labirintos, figuras geométricas e tabuleiro de animais (opcional).
Duração da aplicação: +/- 90 minutos
WISC-III
A WISC-III é um instrumento para avaliar as competências cognitivas das crianças e
adolescentes com idades entre os 6 anos e os 16 anos e 11 meses. A WISC-III compreende duas subescalas: verbal e de realização. Cada uma delas permite calcular notas standard com uma média de 100 e um desvio-padrão de 15 pontos. As duas subescalas têm cada uma 5 subtestes obrigatórios, acrescidos de mais um opcional. Cada um dos subtestes permite calcular notas standard com média de 10 pontos e desvio padrão de 3. É possível ainda calcular-se três índices factoriais: Compreensão verbal, Organização perceptiva e Velocidade de processamento.
Os subtestes verbais são: Informação, Compreensão, Aritmética, Vocabulário,
Semelhanças e memória de Dígitos (opcional). Os subtestes de realização são: Puzzles, Cubos, Lacunas, Sequências, Código e Pesquisa de símbolos (opcional).
Duração da aplicação: +/- 90 minutos
WAIS-III
A WAIS-III é um instrumento para avaliar o funcionamento intelectual de adolescentes
e adultos com idades entre os 16 anos e os 89 anos. A WAIS-III compreende duas subescalas: verbal e de realização. Cada uma delas permite calcular notas standard com uma média de 100 e um desvio-padrão de 15 pontos. A subescala verbal tem 6 subtestes obrigatórios, acrescidos de mais um opcional. A subescala de realização tem 5 subtestes obrigatórios mais dois opcionais. Cada um dos subtestes permite calcular notas standard com média de 10 pontos e desvio padrão de 3. É possível ainda calcular-se quatro índices factoriais: Compreensão verbal, Organização perceptiva, Velocidade de processamento e Memória de trabalho. Os subtestes verbais são: Informação, Compreensão, Aritmética, Vocabulário, Semelhanças, memória de Dígitos e Sequência de números e letras (opcional). Os subtestes de realização são: Cubos, Lacunas, Matrizes, Código, Sequências, Puzzles (opcional) e Pesquisa de símbolos (opcional).
Funções Executivas (Frontal Assessment Battery), Capacidade Visuo Construtiva e Memória (Rey Complex Figure Test) Numa Amostra de Idosos Sob Resposta Social - Dissertação de Mestrado - Sara Moitinho(Continuação)