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1 Estrutura 1 x hiperestática
Seja uma estrutura uma vez hiperestática. Vamos tomar como exemplo a viga engastada apoiada mos-
trada na figura.
Para resolvermos pelo Processo dos Esforços devemos liberar um vı́nculo (externo ou interno) recaindo
numa estrutura isostática. A força X (externa ou interna), correspondente ao vı́nculo retirado, é aplicada
na estrutura isostática como uma incógnita à determinar. A estrutura isostática é denominada estrutura
isostática fundamental. A tı́tulo de exemplo adotemos o momento do engastamento como incógnita
hiperestática, tendo então como estrutura isostática fundamental a viga simplesmente apoiada.
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onde:
(r): Problema hiperestático real
X incógnita à determinar
(0): Problema isostático, correspondente à estrutura isostática fundamental
sob a ação do carregamento externo
(1): Problema isostático, correspondente à estrutura isostática fundamental
sob a ação de uma carga unitária de mesma natureza que X
1. Cálculo de ∆0
Para calcularmos ∆0 devemos escrever dois problemas:
Estado de deslocamento: Problema (0)
Estado de carregamento: Problema (1)
2. Cálculo de δ1
Para calcularmos δ1 devemos escrever dois problemas:
Estado de deslocamento: Problema (1)
Estado de carregamento: Problema (1)
2
Os deslocamentos ∆o e δ1 podem então ser calculados com as seguintes expressões:
M1 M
R
∆0 = est EI ds
0
(8)
M1 M
R
δ1 = est EI ds
1
2 Estrutura 2 x hiperestática
Seja uma estrutura duas vezes hiperestática. A tı́tulo de exemplo seja o pórtico plano indicado na figura.
A solução desse problema pelo Processo dos Esforços requer a liberação de dois vı́nculos (internos
e/ou externos), adotando-se os esforços e/ou forças X1 e X2 associados a esses vı́nculos liberados como
incógnitas a determinar. É imprescindı́vel que a estrutura com os vı́nculos liberados seja uma estrutura
isostática, recebendo inclusive o nome de estrutura isostática fundamental.
O problema hiperestático pode então ser desmembrado na soma de três problemas isostáticos, ficando
com as duas incógnitas X1 e X2 a determinar.
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onde:
(r): Problema hiperestático real
X1 incógnita à determinar
X2 incógnita à determinar
(0): Problema isostático, correspondente à estrutura isostática fundamental
sob a ação do carregamento externo
(1): Problema isostático, correspondente à estrutura isostática fundamental
sob a ação de uma carga unitária de mesma natureza que X1
(2) Problema isostático, correspondente à estrutura isostática fundamental
sob a ação de uma carga unitária de mesma natureza que X2
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δ11 δ12 X1 −∆10
= (12)
δ21 δ22 X2 −∆20
Como pode ser visto o sistema de equações 2 × 2 em que recaiu esse problema é linear, isto é, não
possui produto de incógnitas e nem incógnitas elevadas à potência maior que 1. A matriz dos coeficientes
δij (i, j = 1, 2) é chamada matriz de flexibilidade. Por isso o processo dos esforços também é conhecido
como o nome de ”Método da Flexibilidade”.
Os coeficientes δij e ∆i0 podem ser obtidos pelo PTV de corpo deformável.
Resolvido o sistema linear de 2 equações a 2 incógnitas indicado na equação matricial (12) em que
recaiu o problema, os valores de X1 e X2 ficam determinados.
1. Por superposição de efeitos: Por este caminho qualquer grandeza G pode ser determinada
usando-se a superposiçào de efeitos indicadas na equação (9). Assim temos:
Gr = G0 + X1 G1 + X2 G2 (13)
onde:
Gr : grandeza a determinar no problema real
Gi : valor da grandeza G no problema i(i = 1, 2)
Desse modo temos:
Força Normal: N r = N0 + X1 N1 + X2 N2
Força Cortante: Vr = V0 + X1 V1 + X2 V2 (14)
Momento Fletor M r = M 0 + X1 M 1 + X2 M 2
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3.2 Sistema de equações de compatibilidade
δ11 δ12 ··· δ1i ··· δ1n
X1
∆1real − ∆10
δ21 δ22 ··· δ2i ··· δ2n
X2
∆2real − ∆20
.. .. .. .. .. ..
. . . . . .
··· ···
= (16)
δi1 δi2 ··· δii ··· δin Xi ∆ireal − ∆i0
.. .. .. ..
..
..
. . . . . .
··· ···
δn1 δn2 δni δnn Xn ∆nreal − ∆n0
··· ···
onde:
∆ireal deslocamento no problema real na posição da incógnita i(i = 1, 2, ..., n)
∆i0 deslocamento no problema (0) na posição da incógnita i(i = 1, 2, ..., n)
δij deslocamento na posição da incógnita i no problema j
X1 , · · · , Xi , · · · , Xn incógnitas à determinar
No cálculo dos deslocamentos ∆io e δij , na maioria dos problemas tem-se que o estado de deslocamento
é causado por forças externas. Nesses casos as deformações especı́ficas dos ”estados de deslocamentos”
a serem utilizados podem ser obtidos pela lei de Hooke. Nestes casos, e só nestes casos, as expressões
do PTV se transformam em:
N0 V0
ds + est Mi M T0
R R R R
1×∆i0 = est Ni EA ds + c est Vi GA EI ds + est Ti GIt ds
0
(19)
Ni Vi
ds + est Mj M Ti
R R R R
1×δij = est Nj EA ds + c est Vj GA i
EI ds + est
T j GIt ds
onde:
c: coeficiente que depende da forma da seção transversal (c=1,2 para seções retangulares)
Observações:
• Na maioria do problemas temos que ∆ireal = 0. Isso só não ocorrerá em problemas onde houver
recalque na direção da incógnita Xi .
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• Nos problemas de estruturas reticulares (formados por barras, isto é, elementos onde o comprimento
longitudinal é predominante em relação às dimensões da seção transversal), se houver flexão, haverá
predominância da terceira parcela. Nestes casos, e só nestes casos, é praxe desprezar as demais
parcelas. Assim, para esse tipo de estrutura, podemos fazer um cálculo simplificado calculando os
deslocamentos como segue:
Mi M
R
1×∆i0 = est EI ds
0
(20)
Mj M
R
1×δij = est EI ds
i
• No caso de treliças as equações (19) só terão a integral envolvendo forças normais. Para este tipo
de problemas, quando o estado de deslocamento for causado por cargas, as equações para o cálculo
dos deslocamentos serão as seguintes:
N0 P Ni N0 L
R
1×∆i0 = est Ni EA ds = EA
barras
R Ni P Nj Ni L (21)
1×δij = est Nj EA ds = EA
barras
• A matriz do sistema linear de equações em que recai o problema, chamada de matriz de flexibi-
lidade, possui algumas propriedades interessantes: pelo teorema de Maxwell-Betti os coeficientes
fora da diagonal principal possuem simetria (isto é, δij = δji ). Os termos da diagonal principal são
positivos e todos os determinantes são maiores que zero. Isto confere à matriz de flexibilidade uma
propriedade de matematica: ela é definida positiva.
• Resolvido o sistema linear de equações mostrado em (16) obtemos as incógnitas X 1 , X2 , ..., Xi , ..., Xn