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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL


DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS

EC604 ESTÁTICA DAS ESTRUTURAS I


Prof. Francisco Antonio Menezes

ASSUNTO: O PROCESSO DOS ESFORÇOS APLICADO À ESTRUTURAS RETICULADAS

1 Estrutura 1 x hiperestática
Seja uma estrutura uma vez hiperestática. Vamos tomar como exemplo a viga engastada apoiada mos-
trada na figura.

Para resolvermos pelo Processo dos Esforços devemos liberar um vı́nculo (externo ou interno) recaindo
numa estrutura isostática. A força X (externa ou interna), correspondente ao vı́nculo retirado, é aplicada
na estrutura isostática como uma incógnita à determinar. A estrutura isostática é denominada estrutura
isostática fundamental. A tı́tulo de exemplo adotemos o momento do engastamento como incógnita
hiperestática, tendo então como estrutura isostática fundamental a viga simplesmente apoiada.

1.1 Superposição de efeitos


O esquema de superposição de efeitos adotado é do seguinte tipo:

(r) = (0) + X(1) (1)

1
onde:
(r): Problema hiperestático real
X incógnita à determinar
(0): Problema isostático, correspondente à estrutura isostática fundamental
sob a ação do carregamento externo
(1): Problema isostático, correspondente à estrutura isostática fundamental
sob a ação de uma carga unitária de mesma natureza que X

1.2 Equação de compatibilidade


Para encontrarmos a incógnita X devemos escrever uma equação de compatibilidade do deslocamento
correspondente à incógnita.

∆0 + Xδ1 = ∆real (2)


onde:
∆real deslocamento na direção da incógnita X no problema real;
∆0 deslocamento na direção de X no Prob. (0) – estrutura
isostática fundamental sob ação da carga externa;
δ1 deslocamento na direção de X no Prob. (1) – estrutura
isostática fundamental sob a ação de uma força unitária na
posição de X;
Passando o coeficiente ∆0 para o segundo membro, o sistema de equação pode ser escrito como:

Xδ1 = ∆real − ∆0 (3)


Na maioria dos problemas ∆real = 0. Isso só não acontece em estrutura hiperestática onde existe um
recalque correspondente à posição da incógnita.
Assim a incógnita X pode ser determinada como:
∆0
X=− (4)
δ1
Na equação acima os deslocamentos ∆0 e δ1 podem ser determinados pelo PTV de corpos deformáveis
com a seguinte estratégia:

1. Cálculo de ∆0
Para calcularmos ∆0 devemos escrever dois problemas:

Estado de deslocamento: Problema (0)
Estado de carregamento: Problema (1)

τext =τint R R R R (5)


1×∆1o = est N1 duo + est V1 dvo + est M1 dϕo + est T1 dφo

2. Cálculo de δ1
Para calcularmos δ1 devemos escrever dois problemas:

Estado de deslocamento: Problema (1)
Estado de carregamento: Problema (1)

τext =τintR R R R (6)


1×δ1 = est N1 du1 + est V1 dv1 + est M1 dϕ1 + est T1 dφ1

Desprezando as demais parcelas em presença da parcela da flexão, simplificadamente podemos levar


em conta a contribuição dos momentos fletores. No caso em que o estado de deslocamento é causado por
carga externa a deformação especı́fica de flexão pode ser calculada pela lei de Hooke com a expressão:
M1
dϕ1 = ds (7)
EJ

2
Os deslocamentos ∆o e δ1 podem então ser calculados com as seguintes expressões:

M1 M
R
∆0 = est EI ds
0

(8)
M1 M
R
δ1 = est EI ds
1

1.3 Forças na estrutura (r’)


Uma vez determinada a incógnita hiperestática X devemos resolver o problema (r0) cujas reações, esforços
e diagramas são idênticos aos do problema real.

2 Estrutura 2 x hiperestática
Seja uma estrutura duas vezes hiperestática. A tı́tulo de exemplo seja o pórtico plano indicado na figura.

A solução desse problema pelo Processo dos Esforços requer a liberação de dois vı́nculos (internos
e/ou externos), adotando-se os esforços e/ou forças X1 e X2 associados a esses vı́nculos liberados como
incógnitas a determinar. É imprescindı́vel que a estrutura com os vı́nculos liberados seja uma estrutura
isostática, recebendo inclusive o nome de estrutura isostática fundamental.

O problema hiperestático pode então ser desmembrado na soma de três problemas isostáticos, ficando
com as duas incógnitas X1 e X2 a determinar.

2.1 Esquema de superposição de efeitos


O esquema de superposição de efeitos adotado é do seguinte tipo:

(r) = (0) + X1 (1) + X2 (2) (9)

3
onde:
(r): Problema hiperestático real
X1 incógnita à determinar
X2 incógnita à determinar
(0): Problema isostático, correspondente à estrutura isostática fundamental
sob a ação do carregamento externo
(1): Problema isostático, correspondente à estrutura isostática fundamental
sob a ação de uma carga unitária de mesma natureza que X1
(2) Problema isostático, correspondente à estrutura isostática fundamental
sob a ação de uma carga unitária de mesma natureza que X2

2.2 Sistema 2 × 2 de equações de compatibilidade


Para encontrarmos as duas incógnitas X1 e X2 devemos escrever um sistema de duas equações de com-
patibilidade dos deslocamentos correspondentes às incógnitas.

∆10 + X1 δ11 + X2 δ12 = ∆1real


(10)
∆20 + X1 δ21 + X2 δ22 = ∆2real
onde:
∆1real deslocamento na direção da incógnita X1 no problema real;
∆2real deslocamento na direção da incógnita X2 no problema real;
∆10 deslocamento na direção de X1 no Prob. (0) – estrutura
isostática fundamental sob ação da carga externa;
∆20 deslocamento na direção de X2 no Prob. (0) – estrutura
isostática fundamental sob ação da carga externa;
δ11 deslocamento na direção de X1 no Prob. (1) – estrutura
isostática fundamental sob a ação de uma força unitária na
posição de X1 ;
δ12 deslocamento na direção de X1 no Prob. (2) – estrutura
isostática fundamental sob a ação de uma força unitária na
posição de X2 ;
δ21 deslocamento na direção de X2 no Prob. (1) – estrutura
isostática fundamental sob a ação de uma força unitária na
posição de X1 ;
δ22 deslocamento na direção de X2 no Prob. (2) – estrutura
isostática fundamental sob a ação de uma força unitária na
posição de X2 ;
Vê-se que na notação utilizada os coeficientes possuem dois ı́ndices: o primeiro ı́ndice refere-se à
posição do deslocamento à determinar e o segundo ı́ndice refere-se ao carregamento aplicado.
Passando os coeficientes relativos aos deslocamentos no problema (0) para o segundo membro o sistema
de equação pode ser escrito como:

X1 δ11 + X2 δ12 = ∆1real − ∆10


(11)
X1 δ21 + X2 δ22 = ∆2real − ∆20
No sistema de equações (10) os valores de ∆1real e ∆2real para o exemplo em análise são nulos. Usando
essa informação o sistema 2 × 2 escrito em forma matricial toma a seguinte seguinte forma:

4
    
δ11 δ12 X1 −∆10
= (12)
δ21 δ22 X2 −∆20
Como pode ser visto o sistema de equações 2 × 2 em que recaiu esse problema é linear, isto é, não
possui produto de incógnitas e nem incógnitas elevadas à potência maior que 1. A matriz dos coeficientes
δij (i, j = 1, 2) é chamada matriz de flexibilidade. Por isso o processo dos esforços também é conhecido
como o nome de ”Método da Flexibilidade”.
Os coeficientes δij e ∆i0 podem ser obtidos pelo PTV de corpo deformável.
Resolvido o sistema linear de 2 equações a 2 incógnitas indicado na equação matricial (12) em que
recaiu o problema, os valores de X1 e X2 ficam determinados.

2.3 Resultados finais


Uma vez encontrados os valores das incógnitas X1 e X2 temos duas maneiras de determinar as grandezas
do problema hiperestático:

1. Por superposição de efeitos: Por este caminho qualquer grandeza G pode ser determinada
usando-se a superposiçào de efeitos indicadas na equação (9). Assim temos:

Gr = G0 + X1 G1 + X2 G2 (13)

onde:
Gr : grandeza a determinar no problema real
Gi : valor da grandeza G no problema i(i = 1, 2)
Desse modo temos:

Força Normal: N r = N0 + X1 N1 + X2 N2
Força Cortante: Vr = V0 + X1 V1 + X2 V2 (14)
Momento Fletor M r = M 0 + X1 M 1 + X2 M 2

2. Resolvendo o problema (r0) : Estrutura isostática fundamental submetida à ação conjunta da


carga externa, X1 e X2 .
As reações de apoio, esforços e diagramas correspondentes ao problema (r0) são idênticos aos mesmos
valores do problema real.

3 Generalização para um problema n vezes hiperestático


Sejam um problema com grau de hiperestacidade n.
Em primeiro lugar devemos eleger uma estrutura isostática fundamental, retirando n vı́nculos externos
e/ou internos do problema hiperestático. As forças externos e ou esforços correspondentes aos vı́nculos
liberados serão as incógnitas do processo dos esforços.

3.1 Superposição de efeitos:


(r) = (r0 ) = (0) + X1 (1) + X2 (2) + X3 (3) + · · · + · · · + Xi (i) + · · · + · · · + Xn (n) (15)
onde:
(r) problema real – n vezes hiperestático
(r0) problema equivalente ao real
(0) estrutura isostática fundamental sujeita ao carregamento externo
(i)i = 1, 2...n estrutura isostática fundamental sujeita a uma carga unitária
aplicada na posição de Xi
X1 , X2 , ..., Xi , ..., Xn incógnitas à determinar

5
3.2 Sistema de equações de compatibilidade
    
δ11 δ12 ··· δ1i ··· δ1n 
 X1 
 
 ∆1real − ∆10 

 δ21 δ22 ··· δ2i ··· δ2n 

 X2 




 ∆2real − ∆20 


.. .. .. .. .. ..
    
  
 
 

. . . .  . .
  
 ··· ···
  = (16)

 δi1 δi2 ··· δii ··· δin  Xi   ∆ireal − ∆i0 
.. .. .. ..

..
 
..

  
 
 

. . . .  . .
  
 ··· ··· 











δn1 δn2 δni δnn Xn ∆nreal − ∆n0
   
··· ···
onde:
∆ireal deslocamento no problema real na posição da incógnita i(i = 1, 2, ..., n)
∆i0 deslocamento no problema (0) na posição da incógnita i(i = 1, 2, ..., n)
δij deslocamento na posição da incógnita i no problema j
X1 , · · · , Xi , · · · , Xn incógnitas à determinar

3.2.1 Determinação dos coeficientes ∆io


Os deslocamentos ∆io podem ser determinados pelo PTV de corpo deformável.
Para isso é necessário escrever uma equação de trabalho entre dois estados independentes:

Estado de Deslocamento: Problema (0)
Estado de Carregamento: Problema (i), i = 1, 2

τext =τint R R R R (17)


1×∆io = est Ni duo + est Vi dvo + est Mi dϕo + est Ti dφo
onde:
Ni , Vi , Mi e Ti : esforços solicitantes no estado de carregamento
duo , dvo , dϕo e dφo : deformações especı́ficas no estado de deslocamento

3.2.2 Determinação dos coeficientes δij


Os deslocamentos δij que constituem a matriz de flexibilidade podem ser determinados pelo PTV de
corpo deformável, bastanto para isso escrever a equação de trabalho entre dois estados independentes
como segue:

Estado de Deslocamento: Problema (i), i = 1, 2..., n
Estado de Carregamento: Problema (j), j = 1, 2..., n

τext =τintR R R R (18)


1×δij = est Nj dui + est Vj dvi + est Mj dϕi + est Tj dφi
onde:
Nj , Vj , Mj e Tj : esforços solicitantes no estado de carregamento
dui , dvi , dϕi e dφi : deformações especı́ficas no estado de deslocamento

No cálculo dos deslocamentos ∆io e δij , na maioria dos problemas tem-se que o estado de deslocamento
é causado por forças externas. Nesses casos as deformações especı́ficas dos ”estados de deslocamentos”
a serem utilizados podem ser obtidos pela lei de Hooke. Nestes casos, e só nestes casos, as expressões
do PTV se transformam em:
N0 V0
ds + est Mi M T0
R R R R
1×∆i0 = est Ni EA ds + c est Vi GA EI ds + est Ti GIt ds
0

(19)
Ni Vi
ds + est Mj M Ti
R R R R
1×δij = est Nj EA ds + c est Vj GA i
EI ds + est
T j GIt ds
onde:
c: coeficiente que depende da forma da seção transversal (c=1,2 para seções retangulares)
Observações:

• Na maioria do problemas temos que ∆ireal = 0. Isso só não ocorrerá em problemas onde houver
recalque na direção da incógnita Xi .

6
• Nos problemas de estruturas reticulares (formados por barras, isto é, elementos onde o comprimento
longitudinal é predominante em relação às dimensões da seção transversal), se houver flexão, haverá
predominância da terceira parcela. Nestes casos, e só nestes casos, é praxe desprezar as demais
parcelas. Assim, para esse tipo de estrutura, podemos fazer um cálculo simplificado calculando os
deslocamentos como segue:

Mi M
R
1×∆i0 = est EI ds
0

(20)
Mj M
R
1×δij = est EI ds
i

• No caso de treliças as equações (19) só terão a integral envolvendo forças normais. Para este tipo
de problemas, quando o estado de deslocamento for causado por cargas, as equações para o cálculo
dos deslocamentos serão as seguintes:

N0 P Ni N0 L
R
1×∆i0 = est Ni EA ds = EA
barras
R Ni P Nj Ni L (21)
1×δij = est Nj EA ds = EA
barras

• A matriz do sistema linear de equações em que recai o problema, chamada de matriz de flexibi-
lidade, possui algumas propriedades interessantes: pelo teorema de Maxwell-Betti os coeficientes
fora da diagonal principal possuem simetria (isto é, δij = δji ). Os termos da diagonal principal são
positivos e todos os determinantes são maiores que zero. Isto confere à matriz de flexibilidade uma
propriedade de matematica: ela é definida positiva.
• Resolvido o sistema linear de equações mostrado em (16) obtemos as incógnitas X 1 , X2 , ..., Xi , ..., Xn

3.3 Forças na estrutura (r0) : reações de apoio e diagramas finais


Depois de encontradas as incógnitas podemos voltar ao problema (r0), que nestas condições, passa a ser
um problema isostático. Resolvido o problema (r0) obtemos as suas reações de apoio e diagramas de
esforços solicitantes, que coincidem com esses valores na estrutura hiperestática.

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