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Apostila de Administração
Assunto:
Autor:
Gustavo Arruda
e-mail: galves@intermega.com.br
Fone: (0xx81) 3428-2486
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Apostila: Processo Grupal nas Organizações – por Gustavo Arruda
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Apostila: Processo Grupal nas Organizações – por Gustavo Arruda
Além das palavras, existe um mundo infinito de nuances e prismas diferentes que geram
energias ou estímulos que são percebidos e recebidos pelo outro, através dos quais a
comunicação se processa. Um olhar, um tom de voz um pouco diferente, um franzir de
cenho, um levantar de sobrancelhas, podem comunicar muito mais do que está contido em
uma mensagem manifestada através das palavras. Em 15 anos atuando como professor de
Comunicações Verbais, tendo treinado mais de 13.000 pessoas, tenho observado algumas
curiosidades que creio interessantes para que cada um possa refletir e tirar algum proveito.
PROBLEMAS DA COMUNICAÇÃO
O somatório desses pequenos problemas impede que uma pessoa se comunique com
fluidez e naturalidade. É o mesmo princípio de que: "A união faz a força", ou seja, o conjunto
dessas dificuldades neutraliza o efeito que a comunicação poderia provocar, impedindo-a de
mostrar o seu potencial e a sua competência, gerando frustrações na vida pessoal e
profissional:
a) Timidez: Há pessoas que possuem muito conhecimento e muito talento mas na hora de
falar em público, em uma reunião ou quando convidadas para proferir uma palestra, ficam
totalmente apavoradas e preferem fugir do que enfrentar. Se observarmos bem, uma
pessoa não é valorizada por aquilo que sabe ou conhece, mas por aquilo que faz com
aquilo que sabe. Por isso, a timidez tem impedido muitas pessoas de conseguirem galgar
melhores possibilidades de sucesso na vida. Basicamente, os problemas de timidez
manifestam-se por medos, tais como de não ser bem sucedido, de errar, de ter o famoso
"branco". Outra evidência é a baixa auto-estima, ou a sensação de incapacidade para se
expressar diante de situações desafiadoras. Além disso, há o excesso de manifestações
no próprio corpo, tais como tremedeira, gagueira, sudorese, taquicardia, chegando, em
alguns casos até a desmaios;
b) Saber Ouvir: Saber ouvir é muito mais do que escutar e darmos a nossa interpretação
conforme desejarmos ou baseada nas nossas próprias limitações. Saber ouvir é cultivar a
difícil arte da empatia que é a habilidade de se colocar no lugar do outro e prestar muita
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Este mesmo princípio de empatia se processa para quem deseja se comunicar. Para
conseguir um ótimo resultado, basta colocar-se no lugar do outro e gerar estímulos
adequados conforme o jeito do outro funcionar, de processar informações, de entender
conforme o seu nível cultural ou limitações de vocabulário, conceitos e experiências
pessoais. A pergunta ideal para termos a evidência se, de fato, o outro entendeu o que
dissemos é "O que você entendeu do que eu disse?". O mundo seria, certamente, bem
melhor e as pessoas conseguissem relacionar-se melhor se pudessem fazer e responder
a essa pergunta;
d) Voz: Outra grande dificuldade para muitos (e o problema é que desses, poucos sabem) é
sobre a utilização adequada da voz. Há pessoas que falam muito devagar, outras ainda
que tem dicção ruim ou falam de forma linear ou ainda com volume muito baixo. A questão
é simples: Como posso esperar, de fato, que alguém me compreenda ou preste atenção
no que digo se nem sequer consigo entender o que estou dizendo?
e) Corpo: Curiosamente, a expressão corporal assume até mais importância do que a voz e,
em alguns casos, do que o próprio conteúdo. Medo de olhar nos olhos, expressão facial
incongruente com o conteúdo, aparência mal cuidada, ausência de gestos ou excessiva
gesticulação, bem como posturas inadequadas são suficientes para tirarem o brilho de um
processo de comunicação;
f) Vícios: Quantas vezes ouvimos, ou melhor, tentamos ouvir pessoas, acompanhar seu
raciocínio, mas fica difícil pois ouvimos alguns ruídos, tais como "aaaa...", "éééé....", "tá",
"né", "certo", "percebe" repetidos inúmeras vezes. Deixamos de prestar atenção no
conteúdo e ficamos incomodados com esses sons que dificultam a compreensão;
g) Prolixidade: Por acaso, você conhece pessoas que dão várias voltas, entram em paralelas
ou transversais, fazem retornos, dão marcha ré, engatam novamente a primeira marcha...
Já deu para perceber que estamos falando de pessoas prolixas, ou seja: Ninguém
agüenta por muito tempo ouvir aquelas pessoas que falam demais e desnecessariamente,
principalmente sobre assuntos sem interesse;
h) Controle emocional: Você já ficou magoado e ficou chateado um dia inteiro por um simples
fato ocorrido no trânsito ou um tom de voz mais elevado em um momento de discussão ou
um "bom dia" que não lhe disseram? Você já imaginou o poder que você mesmo dá,
assim, de presente a uma pessoa que você nem conhece, talvez nunca mais a veja na
vida, ou mesmo que seja alguém conhecido, que é a capacidade de tirar o seu bom
humor, seu otimismo, ou a sua motivação? Esteja atento para essas armadilhas da
comunicação e previna-se. Conheço uma frase de um filme de treinamento chamado "O
Homem Milagre", que diz o seguinte: "SNIOP", ou seja: "Salve-se das Nefastas Influências
de Outras Pessoas". De qualquer modo é importante que você mesmo mantenha o devido
controle emocional e saiba proteger-se dessas negatividades;
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Apostila: Processo Grupal nas Organizações – por Gustavo Arruda
Para concluir, cabe ressaltar a sutileza da comunicação das pessoas que tem bondade no
coração, a gentileza nos gestos, beleza e doçura nas palavras. "Sensualidade,
alinhamento e graça permeiam seus movimentos. Uma nobreza natural flui silenciosa e
discretamente em suas ações; há uma segurança pessoal apoiada na humildade; uma
reverência, um senso de humor mesclado com a consciência do sagrado". Essas são as
pessoas que fazem mais do que se comunicar, irradiam luz e brilho pessoal.
Diversos sentimentos negativos podem surgir dentro da organização quando essa não se
preocupa em criar um eficiente processo permanente de comunicação com os empregados.
Um sistema ineficiente de comunicação pode causar nos funcionários frustração por se
sentirem de certa forma menosprezados, e ansiedade por se verem diante do desconhecido,
o que acaba provocando medos e incertezas quanto à segurança no emprego. Em um
ambiente fechado de trabalho, no qual centenas de pessoas dependem da confiança que
depositam umas nas outras para o cumprimento de suas tarefas, a existência de um quadro
psicológico negativo, inseguro, diminui a concentração no trabalho, a motivação e pode
provocar irritação e muito estresse em quem deve atender a programas rígidos de
produtividade.
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Hoje, a importância estratégica da comunicação nos negócios tornou-se tão grande que é
impossível uma organização manter seus níveis de produtividade e lucratividade sem que
institua internamente excelente processo de informação, de diálogo com seus funcionários. A
existência de boa comunicação na empresa motiva a boa execução das tarefas, elimina as
incertezas, as ambigüidades e produz confiança e segurança. Para ser eficaz, o processo de
comunicação não pode ser tratado como algo sazonal. Ao contrário, precisará ser
permanente, acurado, adequado ao contexto em que vivem os empregados. Ou seja, os
empregados necessitam de uma comunicação just-in-time, isto é, a informação certa, na
medida certa e no tempo certo para executarem com êxito suas tarefas.
A propósito, é bom lembrar o que diz Levine and Wright Kozoles que, “quando os
empregados são mantidos informados, tendem a se sentir mais satisfeitos com seus
trabalhos, apresentam um moral de nível mais alto e são motivados a serem empregados
produtivos”. Continua sendo verdadeiro afirmar que a existência de um processo de
comunicação bem planejado e executado provoca impacto positivo no desempenho
individual dos empregados. Como se vê, o impacto da comunicação sobre os empregados
deve ser avaliado de maneira muito mais profunda e crítica para que as empresas atinjam
suas metas em parceria com seus funcionários.
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O QUE É EQUIPE
Há alguns anos atrás, não falavam em equipe, elas existiam mais eram convencionais,
orientadas para a função, compostas de especialistas nessas funções. O mundo está cheio
de equipes, e existem muitos tipos, e cada uma possui seu próprio potencial que se
desmorona à sua frente. Elas tem sido um componente-chave da realidade organizacional
desde que existem as organizações, digamos que, é a unidade natural para atividades de
pequena escala, desde o início da Revolução Industrial, iniciada no século XVIII.
O mundo, após o final da II Guerra Mundial, estava em ruínas, tinha recém se reconstruído e
tornara-se altamente competitivo. Em outros países, estavam-se experimentando novos
modelos para grandes organizações. O sucesso desses países deve-se a custa dos norte-
americanos. O entusiasmo da prosperidade norte-americana estava parada, e o novo
entusiasmo viraria a velha pirâmide de ponta-cabeça e iria devolver o foco à esquecida e
básica unidade de operações: o grupo de trabalho ou equipe. Mas o que é uma equipe? O
Japão após a II Guerra estava sem infra-estrutura, mas possuía pessoas motivadas, com
disposição cultural para trabalharem juntas e a visão e paciência para traçar estratégias e
praticá-las. Alguns anos mais tarde os japoneses estavam exigindo o máximo, para todos os
trabalhadores de todas as funções, e a missão de cada equipe era a melhoria contínua dos
processos. Nenhuma idéia era pequena demais e nenhum trabalhador insignificante. Todos
participavam.
São pessoas fazendo algo juntas. O algo que uma equipe faz não é o que a torna uma
equipe, é o juntos que interessa. Por várias vantagens as organizações estão mudando de
grupos para equipes, em resumo:
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NECESSIDADES HUMANAS
O ser humano, como ser social, necessita de interação com outras pessoas, da mesma
forma que necessitamos da água, ar, etc. Uns mais ou menos do que outros. Mas o que
obtemos uns dos outros?
Alguns tipos de cultura, não só antigamente, mas ainda hoje, fazem ao contrário para punir
alguém, excluem-no, não o deixando relacionar-se com outros membros. Nós ainda
queremos que gostem de nós, ainda usamos uns aos outros para aprender, realizar tarefas
complexas e enfatizar nosso valor individual como colaboradores. A afiliação existe em
diversas gradações de intensidade e acontece por diferentes razões, uma delas, é a fim de
sobreviver. O indivíduo isolado é solitário; ele também é ineficaz e vive pouco. Para muitos
membros de equipe, sua equipe é sua passagem para a sobrevivência. A equipe fornece a
força dos números que serve, muitas vezes, de camuflagem para esconder seus fracassos
ou mediocridade. Eles farão o que for necessário, incluindo juntar-se a uma equipe, para
sobreviver.
Formar equipes não é uma idéia inovadora, isto está em nosso sangue, queremos fazê-lo e
bem, mas temos essa tendência de estragar tudo na execução. Quando as coisas estiverem
difíceis, ajuda lembrar que nossas intenções são sempre boas no fundo, e muito naturais.
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Mesmo com a tendência do ser humano pertencer a uma equipe, não queremos desenraizar
nossas vidas e prioridades individuais pelo bem de um grupo de trabalho desprezível
qualquer. Se os membros de uma equipe não tiverem suas necessidades individuais
satisfeitas ou pelo menos direcionadas para um mesmo objetivo, dificilmente serão uma
grande equipe; e não conseguirão atingir suas metas de forma oportuna, porque as metas de
sua equipe estão sendo sutilmente enfraquecidas por uma grande quantidade de metas
pessoais insatisfeitas.
Uma das condições essenciais nas organizações é o trabalho em grupo. Parece bastante
simples, visto que as necessidades e os resultados alcançados são de longe muito mais
significativo do que o trabalho separado. Então o desafio resume-se somente em colocar as
pessoas ao lado das outras e explicar bem os desafios e dar condições para a realização das
tarefas, certo? Errado, o que parece extremamente fácil, pode ser algo de extrema
dificuldade, quando se tenta colocar em prática.
Outro fator importante registrado, é que mestres de grupos de trabalho de elevada produção
reportam, com muito mais freqüência do que mestres de grupos de baixa produção, que seus
grupos de trabalho apresentam bom desempenho quando os mestres estão ausentes.
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Os grupos de trabalho com maior orgulho de sua capacidade de produzir ou com maior
lealdade pelo grupo tendem a ser grupos de altos índices de produtividade. O alto índice de
lealdade em um grupo, não está necessariamente relacionada com produtividade. Existem
consideráveis indícios que grupos de trabalho podem ter objetivos que influenciarão a
produtividade e custo tanto favorável como desfavoravelmente. A capacidade e tendência de
grupos de trabalho para restringir a produção foram encontradas em muitos estudos. As
organizações informais que se compõe quase na totalidade ou da maioria dos membros dos
grupos de trabalho podem restringir ou aumentar a produção, aumentar as faltas e, de outras
maneiras, influir nos objetivos da empresa. Portanto já se verificou que aumentos
substanciais de produtividade e reciprocamente diminuição do desperdício, quando os
objetivos grupais são alterados de forma a se tornarem compatíveis com os da organização.
Razões diversas parecem concorrer para maior produtividade dos grupos de trabalho com
elevado índice de orgulho e lealdade entre os colegas. Uma delas é que os trabalhadores
nesses grupos revelam mais cooperação para realizar as tarefas.
O propósito da equipe é reunir pessoas e fazer coisas juntas, e o propósito da agenda social
é satisfazer suas necessidades pessoais de afiliação ao estar envolvido em um grupo. Um
deles diz respeito a trabalho, o outro não. Se conhecermos os detalhes uns dos outros logo
no início, poderemos resolver ansiedades e expectativas antes que elas arrastem a equipe
para baixo. Algumas vezes a definição de trabalho em equipe e agenda social torna-se um
pouco indefinida. Pesquisadores afirmam que a agenda social é um componente necessário
para manter a sanidade durante o trabalho, aliviar o estresse.
a) O estabelecimento de metas em grupo oferece vantagens que não podem ser obtidas pelo
estabelecimento de metas por um indivíduo;
b) Um grupo gerencial eficiente proporciona o melhor ambiente possível para o
desenvolvimento individual;
c) Muitos objetivos importantes e muitas medidas de desempenho podem ser criadas para
serem aplicadas ao grupo, o que não acontece no plano individual;
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MITOS DA EQUIPE
- De alto risco: São os de maior aventura, há um certo grau de perigo físico real nos
exercícios desse tipo;
- De Baixo risco: Implicam um risco real muito pequeno. É o aprendizado através da
aventura de forma barata, geralmente uma série de exercícios físicos ao ar livre, que
podem ser realizados em um parque ou num quintal.
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4. O mito de que o trabalho em equipe é mais produtivo do que o individual: A verdade é que
as equipes são inerentemente inferiores a indivíduos, em termos de eficiência. Se uma
única pessoa tiver informações suficientes para completar uma tarefa, ela sobrepujará
uma equipe incumbida da mesma tarefa. Não há interfaces, repasses de serviços
intermediários entre indivíduos. Não há mal-entendidos nem culturas conflitantes. Nenhum
conflito de personalidade ou algo assim.
5. O mito do “quanto mais, melhor” nas equipes: Há uma tendência em algumas empresas
de pensar sua organização inteira como uma equipe. Esta é uma expressão interessante
mas sem utilidade. Equipes, por sua própria natureza, não podem ser grandes. Em algum
ponto elas deixam de ser equipes e tornam-se multidões. O tamanho da equipe é
importante. Pequeno é melhor que grande. Uma equipe pode ser conduzida, dirigida por
um líder, instituída formalmente.
REVIRANDO AS EQUIPES
Há quatro estágios no desenvolvimento de equipes que almejam ser bem sucedidas: Todas
as equipes bem sucedidas passam por todos estes quatro estágios:
a) Formação: Quando os membros do grupo está ainda aprendendo a lidar uns com os
outros. A formação é aquele estágio do desenvolvimento de equipe em que tudo está para
se iniciado, quando a equipe é ainda somente uma equipe no sentido mais solto da
palavra. Um dos sinais de uma equipe no estágio de formação é a extrema delicadeza, um
esforço enorme para não ofender e para não provocar animosidades. Isso é
compreensível quando se considera que as boas maneiras são instituídas de uma forma
global para evitar que as pessoas que não se conhecem não ameacem umas às outras.
Essa ânsia de se apresentar como não ameaçador é realmente a chave para quão
ameaçador o estágio de formação realmente é. As pessoas que se reúnem pela primeira
vez tem consigo todos os tipos de pergunta acerca de quais membros tem poder e se eles
compartilharão este poder e com quem, dúvidas a respeito de suas próprias capacidades
e a dos demais, e preconceitos sobre os tipos de pessoas com que terão que se ombrear
dentro na equipe. Em meio a tais sentimentos conflitantes, as pessoas se agarram
ansiosamente em alguma coisa para formar alianças temporárias.
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b) Tormenta: Uma época de difícil negociação das condições sob as quais a equipe deverá
trabalhar juntas. Estima-se que três quintos da extensão de um projeto de equipe, do
começo ao fim, sejam constituídos com os dois primeiros estágios, formação e tormenta.
Nunca houve uma equipe que não tenha sido testada na fase de tormenta. E a tormenta
sempre vem como uma surpresa, independentemente de como se tenha preparado para
ela. Esta é a hora de entrar, de explicar limites, de oferecer sugestões, de manter um
controle sobre a anarquia inevitável. A tarefa de treinar é crítica, porque a tormenta é onde
mais importantes dimensões da equipe são delineadas. Juntamente com suas metas, as
quais a equipe começou a estabelecer durante a formação, esclarecer e implementar
estes quatro elementos compreende a agenda inteira da equipe. O treinador está ali para
ajudar, não para interferir. É tão delicado como andar na corda bamba, porque o moral
pode cair a níveis baixos e as hostilidades emergirão e exigirão alguma espécie de
reação. De qualquer modo, estas coisas acontecem na tormenta. A única reação errada
em tal circunstância é a de tornar-se realmente defensivo. Não houve intenção de ofensa.
c) Aquiescência: Uma época na qual os papéis são aceitos. Com o passar da tormenta
chega-se a um novo alinhamento e aceitação dos papéis na equipe. O sucesso
experimentado durante o estágio de aquiescência é um sucesso marcado por
contradições, de que o grupo se torna mais forte à medida que os indivíduos cedem em
suas defesas-chave, reconhecem pontos fracos e pedem a ajuda das pessoas como
formas de compensação. O estágio de aquiescência é definido pela aceitação dos
mesmos papéis que a tormenta renegou. Os relacionamentos que começaram no estágio
da formação, tem a oportunidade de se aprofundarem durante a aquiescência. Durante a
aquiescência as arestas não tratadas do conflito começam a ceder. O que aconteceu é
que as agendas ocultas pelos membros durante a tormenta foram desmascaradas ou
diminuíram de importância. A necessidade das pessoas de avaliar seus domínios sobre o
grupo, sejam eles ativos ou passivos, reduziu-se na medida em que aumentou a
intimidade do grupo;
d) Realização: Quando níveis ótimos são finalmente alcançados. Realização não é ser
viciado em trabalho. De certa forma é o contrário, porque é admissão por cada membro da
equipe de que ele não pode fazer o trabalho sozinho. Trata-se de um nível de
compromisso genuíno com as metas e objetivos da empresa que pode ser novidade para
os membros de equipe individualmente. Os realizadores sabem o valor real de todos com
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2. Equipes E Tecnologia
Tendo-se conseguido uma boa trilha para a equipe, tem-se que achar formas de conservá-
las e evitar que ela se desgaste, transformando-se em um beco sem saída. A equipe
sobrevive ao sucesso lutando para manter o mesmo nível de atenção a seus próprios
processos como ela mantinha quando começou a ter êxito. O ponto de referência é a
melhoria contínua, a idéia de que o processo pode ser melhorado indefinidamente. A clareza
contínua significa que deve-se estar constantemente esclarecendo a clareza já alcançada
durante a formação inicial da equipe. Não basta que os membros de equipe se reunam e
discutam com detalhes suas metas e visões em um determinado dia. Eles tem que continuar
mantendo aquele entendimento novo e claro no dia seguinte, um dia após o outro.
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A razão para se ter uma equipe hoje é explorar o conhecimento e a inteligência das pessoas.
A razão para se tê-la ao longo do tempo é fazer com que o conhecimento e a inteligência
cresçam, se disseminem e se multipliquem. As pessoas às vezes confundem informações
com conhecimento:
- Conhecimento: É um ponto de vista sobre a informação, uma teoria que lhe dá um contorno
e um significado, acontece dentro de nós e somente dentro de nós, é esta transformação
mágica que nos faz humanos, que nos permite mudar. Ao respirarmos, inspiramos
informação e expiramos conhecimento.
1. Fracasso Da Liderança
Quando uma equipe se vê com dificuldades o problema normalmente está na liderança. Uma
das melhores formas de se entender liderança é ver o que acontece quando ela não existe.
As coisas não acontecem. Os gerentes recorrem à abordagem mecânica para que o trabalho
saia. Os membros da equipe se antagonizam, no final das contas, ou eles explodem de raiva
ou implodem em desespero, ou pior do isso, caem no marasmo. O compromisso e a energia
se desvanecem. Lentamente os indivíduos começam a se afastar da equipe.
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A liderança em um ambiente de equipe pode aparentar qualquer coisa. Pode aparentar uma
equipe chefiada por um líder bom, mas antiquado, de estilo hierárquico e atuando de cima
para baixo. O líder é o chefe e todos os demais devem fazer o que o chefe manda. Ou, no
lado oposto do espectro, podem ocorrer as chamadas equipes sem líder, ultra-horizontais,
viradas pelo avesso e moleculares (liderança compartilhada). Nenhum indivíduo está acima
de qualquer outro, mas todos atuam visando mantê-la focalizada e no caminho certo.
Nenhum modelo único de liderança está absolutamente errado, e nenhum outro estará
absolutamente certo. Em cada um dos extremos do espectro, encontramos líderes bons e
ruins.
O líder deve seguir sabendo das necessidades das pessoas e ajudando-as a conseguir
satisfazê-la. Uma força de trabalho frustrada não consegue competir. Líderes de equipe
agregam valor alavancando os recursos e resultados de uma organização além das
expectativas. O resultado desta liderança que agrega valor é um desempenho melhorado em
quatro dimensões distintas:
1.1. Os líderes de equipe alavancam a si mesmos e aos outros: Para isso, os líderes de
equipe:
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• Apoiam a criatividade: Eles apresentam aos membros de equipe o desafio para que
invistam tempo, talento e recursos na empreitada;
• Tomam iniciativa: Os líderes de equipe em todos os níveis tomarão a iniciativa. Grandes
líderes são ótimos executores, catalisadores que sabem pegar hipótese e transformá-la
em ação;
• Esquivam-se da negatividade: Eles acentuam o que é positivo. Os líderes de equipe
continuamente desafiam a si mesmos e aos membros de suas equipes a manter um
ambiente de trabalho do qual as pessoas estão contentes em participar;
• Nunca se acomodam: O espírito de liderança de equipe é o de melhoria contínua. Um
bom líder não pode jamais estar convencido de que as estruturas, os processos e os
resultados existentes sejam tão bons como deveriam ser.
2. Visão Falha
A visão é aquilo que existe para ser feito e deve ser definida de forma ambiciosa. É tudo o
que a liderança faz acontecer. Sem visão de equipe, a equipe não tem razão de ser. O
problema de visão que mais afeta as equipes é aquele que está fundamentalmente fora de
seu controle, a equipe tem uma visão, mas o empreendimento não tem. Ter uma visão
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claramente comunicada, por outro lado, permite aos funcionários e membros de equipe
medirem seus valores e comportamentos em comparação com o padrão da empresa. É
papel da liderança empresarial empolgar a alta gerência com a visão da empresa. É papel do
líder, ou líderes de equipe, manter a visão acesa no nível de equipe. Os líderes de equipe
podem facilmente fracassar nesta tarefa. Aqui estão algumas das armadilhas padrão:
As equipes se fazem com o tempo. Uma equipe não é uma equipe até que a equipe se
considere uma equipe. Mesmo assim, nenhuma equipe pode vicejar em um ambiente hostil
ao trabalho em equipe. Os principais poluentes da atmosfera de equipe são:
b) A tirania: É a mão pesada da organização em geral, forçando todo o mundo a fazer tudo
baseado em equipes. A tirania da formação de equipes soa irônico e pouco provável. Mas
acontece o tempo todo.
Consultoria de equipes é um dos setores que mais cresceram nos anos 90. Os consultores
quase sempre são parte-membro do ímpeto inicial para adotar trabalho baseado em equipes.
O desafio dos consultores é conseguir para você uma relação custo/benefício positiva. A
seguir, relacionamos algumas medidas que as equipes poderão tomar para manter vivas as
boas idéias:
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• Fale sobre a idéia: Líderes de equipe não devem se encontrar com o consultor “a frio”. Dê
conhecimento prévio à equipe de que o tópico é importante, que não será arquivado
como tantas boas idéias o são;
• Resuma os pontos-chave e afixe-os conspicuamente: Quadro de avisos são uma boa
idéia;
• Planeje reuniões de acompanhamento para discutir a implementação;
• Seja paciente: Admita passos em falso e confusão;
• Retorne à fonte: Não há regra que diga para não chamar o consultor de volta para uma
explicação;
• Preveja resistência: Pessoas de mentalidade negativa ficam aliviadas quando as
iniciativas se desintegram. Em contraposição, pessoas de mentalidade positiva devem
desviar-se do negativismo alheio para conseguirem avançar;
• Mude a mentalidade: Líderes de equipe devem cultivar um ambiente de trabalho de
mente aberta, onde as novas idéias não são rejeitadas automaticamente, onde umas
poucas personalidades negativas efetivamente censuram os eventos antes que tenham
chance de ocorrer;
• Mantenha o equilíbrio: Se melhorar o tempo do ciclo tornar-se uma obsessão, os
membros de equipe se desligarão do líder e do seu entusiasmo.
4. Deficiência De Comunicação
Sua empresa insiste em querer um ótimo trabalho em equipe. Para todo lugar que você olha
é equipe disso, equipe daquilo. Os funcionários recebem a mensagem em alto e bom som.
Mas essa é a única mensagem que recebem. Equipes que no passado lutaram com objetivos
ambíguos devem ter aprendido como identificar um objetivo pouco definido no presente e
foram capazes de discutir entre eles como fazer com que esses objetivos tivessem um foco
mais bem definido. Se não estivermos aprendendo com a experiência passada, é
provavelmente porque não estamos compartilhando o que aprendemos uns com os outros.
Este é o paradoxo da comunicação: Freqüentemente todos nós sabemos a resposta certa a
uma pergunta, mas, por uma série de razões, decidimos manter a boca fechada sobre o
assunto.
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Apostila: Processo Grupal nas Organizações – por Gustavo Arruda
como elas estão se saindo. É uma espécie de fome, um apetite voraz para medir o que estão
fazendo de todas as formas possíveis. O feedback deve ser contínuo, de tal modo que cada
membro de equipe tenha um canal vivo de informação acerca de como está se saindo, o qual
pode usar para moldar um estilo de trabalho que contribua para a eficácia máxima da equipe.
5. Recompensas E Reconhecimento
Os livros relatam inúmeros casos de equipes felizes, parecendo às vezes estarem sugerindo
que é tão bom fazer parte de uma equipe que as pessoas o fazem de graça. Não, a questão
não é pagar ou deixar de pagar. A questão é como e a quem se paga. As equipes são uma
idéia nova, mas excetuando em alguns aspectos, não se tem aplicado muito o raciocínio de
Newton a questões de remuneração, recompensas e reconhecimento, no que diz respeito a
equipes. A respeito de certas histórias sobre recompensas a esquipes, a maioria dos
membros são remunerados, hoje, exatamente da mesma forma que nos dias antecedentes à
existência das equipes. Isto é, em uma base estritamente individual. Nós estamos
recompensando indivíduos quando deveríamos estar recompensando equipes ou forças de
trabalho como um todo.
O desafio para nós é o de achar mecanismos que possam ajudar a influenciar o desempenho
da equipe e que sejam coerentes com a direção estratégicas e com as prioridades da
organização como um todo. Nós temos flexibilidade para alterar nosso sistema de
recompensas e nem damos conta disso. A remuneração em dinheiro é ainda muito
importante para a maioria das pessoas. Três opções financeiras tem tido sucesso:
A idéia subjacente a cada uma delas é a de recompensar as equipes quando elas tem um
bom desempenho. Cada método tem a virtude adicional de proporcionar aos membros de
equipes um forte senso de propriedade em relação à organização e um sentido de
verdadeira participação na estratégia global da empresa. Cada uma delas é também falha na
meta estabelecida de motivar as pessoas a comprometer-se com os objetivos
organizacionais. Os membros de equipe não deveriam estabelecer seus níveis de
remuneração, por exemplo, mas eles podem trazer contribuições valiosas para definir as
escolhas de benefícios e para o projeto dos programas de reconhecimento.
Trata-se de uma idéia bem simples: Alinhar a recompensa e o desempenho de sua equipe
com os objetivos do negócio. Tudo que é necessário é um pensamento claro, um pouco de
estudo cuidadoso e honestidade para ver o que sua empresa está realmente dizendo às
suas equipes.
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6. Confiança Desgastada
Um único ato de traição, e um líder bem intencionado é afastado como se fosse um cadáver
em decomposição. Um fio tênue liga pessoas diferentes em uma equipe. Não é preciso muito
para se cometer uma traição que corte esse fio. A confiança é alvo verdadeiramente racional.
Pode ser descrita como a dinâmica psicológica do que chamamos de closure, ou seja, a
complementação da informação com fatos negativos. Em uma situação de equipe, a perda
de confiança significa ostracismo instantâneo para uma região para fora do círculo mais
interno da equipe, onde ninguém presta atenção a você. E pior, quando o que nos dizem
entra em conflito com o que vemos, nossa crença morre.
a) Ter metas claras e consistentes: Uma noção clara e consistente de aonde a equipe quer
chegar é essencial não apenas para dar um senso de direção claro, mas também como
base para o estabelecimento da confiança;
b) Ser aberto, justo e estar disposto a escutar: Quanto mais abertos, justos e dispostos a
ouvir forem os indivíduos, mais provavelmente receberão a confiança dos outros.
Demonstre um interesse genuíno no que a outra pessoa está falando, através do
aprendizado e prática, das habilidades de escutar ativa e empaticamente;
c) Ser decisivo: Algumas vezes, a confiança se dissolve não por causa de negligência nas
decisões, mas porque a equipe se opõe à forma pela qual foi tomada a decisão;
d) Apoiar todos os outros membros da equipe: Brigas acontecem, mas você as mantém
dentro da equipe. Você protege os membros da equipe, evitando que sejam vítimas de
maus-tratos de não-membros. Se lhe for dada a oportunidade de concordar com alguém
de fora sobre os defeitos de um membro da equipe, em vez disso você protege esse
membro;
e) Assumir responsabilidade pelas ações da equipe: Se algo der errado, você não aponta o
dedo, você assume responsabilidade pessoal pelas ações da equipe como um todo. Isso
vale seja um líder ou não.
f) Dar crédito aos membros da equipe: No sentido de que, se o que você deseja é o
reconhecimento, seja generoso em relação ao que você realizou;
g) Ser receptivo às necessidades dos membros da equipe: Mostrar a companheiros de
trabalho que você está verdadeiramente interessado em suas dificuldades permite a eles
que se sintam tranqüilos em relação a você e aumenta as possibilidades de compreensão
recíproca;
h) Respeitar as opiniões dos outros: Nem todos vêem o mundo da mesma forma, cada
opinião baseia-se em um ponto de vista individual. Isso não os torna malucos ou
merecedores de desrespeito;
i) Investir os membros da equipe em empowerment para agir: Os membros da equipe não
podem ser investidos de empowerment para agir, eles devem investir a si mesmos.
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Apostila: Processo Grupal nas Organizações – por Gustavo Arruda
Diferenças de percepção entre membros de equipes são uma causa importante da quebra de
confiança. Para reverter essa quebra, devemos inicialmente entender que nossas
percepções do mundo diferem por bons motivos. Todos nós selecionamos, organizamos e
interpretamos informações de formas diferentes. Nós selecionamos os estímulo que
desejamos perceber, baseados em nossas expectativas, necessidades e desejos. Se nossa
primeira impressão de alguém é negativa, nós tendemos a escolher as ações que dêem
suporte a essas primeiras impressões.
Uma vez selecionada a informação, nós a organizamos através de dois métodos bem
interessante: Um deles é chamado de “figura e fundo”. Ou seja, um conjunto de informações
torna-se a figura ou foco de atenção de atenção e todo o resto torna-se o fundo ignorado.
Figura e fundo acontecem quando duas pessoas pensam que falam da mesma coisa, mas
estão na verdade falando de duas coisas diferentes. Muitas vezes vemos apenas uma parte
do que está acontecendo, mas a organizamos quando completamos com o que está
faltando. As partes que completamos são para nós tão reais quanto o que realmente
observamos. É por isso que boatos são tão fáceis de se começar, poderosos uma vez
iniciados e difíceis de serem extintos.
7. Questões De Mudança
Por visarem a flexibilidade, as equipes devem ser mais capazes de lidar com as dificuldades
da mudança do que os grupos de trabalho convencionais. Ao passar por uma mudança:
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Apostila: Processo Grupal nas Organizações – por Gustavo Arruda
As metas geralmente são expressas de uma maneira complicada e ambígua, e com isso os
membros da equipe podem não entender e culpar o líder por um fracasso da equipe. Um
líder cujas metas estão constantemente mudando não é líder. Se a meta for suficientemente
clara e engajar o espírito das pessoas além de suas mentes, a meta em si assumiu boa parte
do fardo da liderança. Transforma-se em um antídoto contra a dispersão, confusão e o
desgaste. Exceto se for a equipe executiva da empresa, uma meta de equipe não é o mesmo
que meta estratégica, que certamente pedem realizações ambiciosas, abrangente e de longo
alcance, ao contrário, metas de equipe geralmente tem um cunho mais modesto.
Um dos problemas que podem ocorrem em uma organização que trabalha com várias
equipes, é a “guerra entre equipes”. As equipes não se comunicam entre si quando
deveriam. Ter uma comunicação mais ágil de como cada uma melhor poderá ajudar na
execução de tal projeto. Outro excesso praticado por equipes contra o qual deve-se precaver
é o sadismo de equipe. Existem vários graus de rigor que a equipe pode-se expor. Em uma
ponta do espectro, tornar a vida da equipe aconchegante demais, não serve. Equipes
florescem quando há um certo grau de ansiedade. O outro extremo, no entanto, pode ser
horroroso, seria como infligir dor à equipe.
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Apostila: Processo Grupal nas Organizações – por Gustavo Arruda
A fixação de metas muitas vezes fracassa porque as pessoas empacam no aspecto de longo
prazo da meta principal. A fixação adequada de metas é fixar uma meta grande e mostrar um
caminho para atingi-la, determinando aos membros uma série de etapas realizáveis a curto
prazo, que é onde esta ação e a inteligência é posta a funcionar. O curto prazo é onde está o
possível imediato. Focalizar o factível permite a uma equipe atingir compreensão perfeita e
instantânea, e agir com golpes rápidos. Classifica-se todos os objetivos e metas por períodos
de tempo de prazos curto (tipo semana que vem), médio (1 a 3 meses) e longo prazo (3 a 6
meses). Se tiver uma meta que ultrapasse o limite de seis meses, desmembre-a em tarefas
de prazos mais curtos que se encaixem nestes limites de tempo. Uma vez que a equipe lista
suas metas e objetivos e os classifica de acordo com os respectivos prazos, deverá então
priorizar a lista de curto prazo. O mundo está cheio de visões maçantes. Organizações
inteiras se arrastam de relatório trimestral a relatório trimestral buscando-as. Pelo fato de as
pessoas quererem sentir entusiasmo pelo seu trabalho, uma boa meta lhes dá algo pelo que
se motivar e responder. Algo pelo qual sentem-se responsáveis.
Problemas também ocorrem quando mais de um membro de uma equipe é responsável por
uma única tarefa, geralmente atraente. Um exemplo clássico disto é a equipe de gerência
sênior, que nem equipe é, devido às ambições dos integrantes individuais que se sobrepõem
à missão da equipe. Ambas as partes percebem uma tarefa como sendo parte de seu
território e estão preparadas para violar o espírito de colaboração para assegurar que o
território permaneça delas. É a disputa territorial.
Tanto “abacaxis” quanto disputas territoriais significam desastres para o sucesso da equipe.
Equipes eficazes reconhecem o potencial dessas situações, fazem um plano para enfrentá-
las e se comunicam com mais freqüência quando se deparam com elas.
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Apostila: Processo Grupal nas Organizações – por Gustavo Arruda
As equipes iniciam pelo aprendizado e atingem seu ritmo quando agem. A maneira pela qual
a ação é detonada varia conforme a ação em questão. Decisões certas são decididas do
modo certo. Ainda mais perigoso a longo prazo é confiar constantemente no processo errado
para chegar a decisões. A seguir, relacionamos sete opções de como tomar decisão, cada
uma adequada a uma situação específica:
• Minoria: Geralmente tem a forma de um subcomitê de uma equipe maior que investiga
informações e apresenta recomendações para ação. Como vantagem, pode ser usado
quando nem todos podem se reunir para uma tomada de decisão. A desvantagem, é que
não utiliza o talento de todos os membros da equipe;
• Por mediação: É a epítome da conciliação. Uma das vantagens é que os erros individuais
e opiniões extremadas tendem a se anular. Mas como desvantagem as opiniões dos
membros menos experientes podem anular as dos mais experientes;
• Por especialista: É ouvir o que um especialista tem a dizer. Como vantagem é útil quando
o conhecimento específico de uma pessoa é tão maior que os dos demais membros da
equipe. Como principal desvantagem existe a dificuldade como determinar qual é o
melhor especialista;
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Apostila: Processo Grupal nas Organizações – por Gustavo Arruda
Embora a moda ocasionalmente privilegie uma ou outra dessas abordagens, não existe um
processo certo ou errado de decidir-se uma questão.
Inúmeras empresas e equipes costumam ter uma vida dupla: A vida conforme as regras e a
vida real. Quando as regras e a realidade começam a apresentar divergências profundas,
elas passam a viver uma vida separada. Pessoas com bom desempenho na organização real
são levadas pelo fluxo da organização, pessoas que tem melhor desempenho ao agirem
conforme os regulamentos se agarrarão a eles, sufocando seu próprio crescimento e
criatividade. Os que debocham dos manuais de políticas e procedimentos estão, na
realidade, debochando da sua própria cultura empresarial.
5. O Problema “Pessoas”
As equipes ideais são compostas de pessoas perfeitas, cujos egos e individualidade foram
subordinados ao objetivo maior da equipe. Equipes reais são formadas por pessoas vivas,
que respiram e são muito imperfeitas. Para impedir que as equipes autodestruam-se com
base em diferenças de personalidade, conflitos, e mal-entendidos, temos que ir além das
primeiras impressões, além das expectativas de perfeição das propagandas de vestuário e
colocar o pé na lama do que significa ser um ser humano e tolerar os que não são tão
maravilhosos como nós. Mesmos as melhores equipes sofrem reveses contínuos em razão
de pequenos mal-entendidos. O que transmitimos raramente é exatamente o que a outra
pessoa recebe. Quando a mensagem transmitida não é a mensagem recebida, o resultado
não é, usualmente, uma catástrofe óbvia. Assemelha-se mais a um avião sutilmente fora de
controle. Não cairá e permanecerá no ar. As pessoas a bordo pensarão que estão tendo
sucesso, pois quilômetros estão passando pelo hodômetro. Passageiros olham fixamente
pelas janelas, talvez até acenando, confiantes de que estão a caminho de seu destino,
enquanto voam cada vez mais fora do rumo. Mal-entendidos muitas vezes ocorrem pela
simples razão de que os indivíduos envolvidos estão se comunicando em duas freqüências
diferentes.
A equipe perfeita dos artigos de revistas não existe. Na verdade, a atitude feliz que tipifica
livros, artigos e palestras sobre equipes é enganosa. As equipes não podem resolver todos
os problemas de sua organização.
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Apostila: Processo Grupal nas Organizações – por Gustavo Arruda
Você terá membros de equipe que podem ter sido colaboradores fantásticos mas cujos
cérebros simplesmente perderam a eficiência. Seus neurotransmissores não disparam mais
com a mesma rapidez ou regularidade de há quinze anos ou como faziam antes de serem
danificados pelo álcool ou por um acidente. As pessoas não são iguais. São tão díspares
quanto impressões digitais. As pessoas são diferentes de cima até embaixo, em seus gostos,
sua forma de trabalhar e comunicar, etc. Equipes são bem sucedidas quando reconhecem
essa diversidade natural, se esforçam para reconhecer e valorizar os seus integrantes. No
mundo do trabalho, geralmente não daríamos qualquer importância ao interior das pessoas.
Mas, como agem é essencial ao seu valor para o empreendimento. Vocês não precisam
gostar uns dos outros para produzirem em conjunto. Tem apenas que se relacionar bem:
• Analítico: São essencialmente perfeccionistas. Pessoas que não servem vinho, não
tomam qualquer medida precipitada, antes de seu tempo;
• Afáveis: São essencialmente aquelas pessoas que são “gente”, atenciosos com terceiros
e dotados de muita empatia. Sua orientação é o passado, o presente, o futuro. São os
melhores coordenadores do mundo, precisamente por tomarem o tempo para ouvir todas
as partes;
• Impulsionadores: São essencialmente pessoas do tipo “deixa-que-eu-faço”. Firmemente
enraizados no momento presente, são amantes da ação;
• Entusiastas: São essencialmente pessoas ligadas ao quadro global, procurando sempre
uma nova perspectiva do mundo que as cerca.
Nas equipes, é provável que encontraremos todos estes tipos comportamentais reunidos, e é
esperado que nos comuniquemos com eles. Esta não é uma expectativa irracional. Não se
pode solucionar todas as confusões de comunicação pelas quais a equipe inteira esteja
passando, mas pode-se ajudar a desenrolar a própria comunicação com os demais. É crítico
que as pessoas que demonstram pontos fracos em uma determinada área ou deleguem
autoridade ou redobrem seus esforços em pensar de forma prática. É igualmente crítico, na
comunicação normal, para um tipo saber o que outro tipo espera ouvir.
• Os idiotas das equipes: O idiota é uma pessoa grosseira que não se importa com os
efeitos de suas ações, geralmente é o membro mais talentoso. Sua especialidade são as
idéias. Extraordinariamente inteligente e criativo é, quando motivado, um dínamo
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Apostila: Processo Grupal nas Organizações – por Gustavo Arruda
buscando altas realizações. O idiota muitas vezes é abençoado com grande criatividade
mas amaldiçoado com uma personalidade horrorosa. São duas as grandes forças
opostas na pessoa criativa. Uma são os parâmetros internos daquela pessoa, que são
preciosos e, de várias maneiras, são o segredo do sucesso. Outra força é uma com a
qual temos mais familiaridade, o desejo que temos pelo reconhecimento dos outros. O
problema é que as duas forças não se conciliam tão facilmente;
• Os exibidos da equipe: Quase toda equipe tem um membro, ou um líder ou um par, que
não consegue evitar dominar as atividades da equipe. Mesmo quando o tempo é curto e a
agenda lotada, esses exibidos acham que merecem sua quota da atenção geral. Exibidos
na equipe falam demais, são impossíveis de calar, tem diversões irritantes e, de modo
geral, dominam o curso de ação em equipe. Existem soluções sociais para o problema
dos exibidos, as pessoas que querem chamar a atenção às vezes podem ser satisfeitas,
contentadas, e afugentadas, com um pouco do que desejam, mas nunca apazigúe um
exibido com lisonjas. Reforços positivos apenas leva a uma dose maior do
comportamento reforçado. Líderes de equipe precisam planejar soluções para esses
problemas antecipadamente. Estruture as informações de modo que as pessoas saibam,
quando a reunião de equipe começar, o que se espera delas, o que é permitido e o que
está fora do esquema;
• Anjos das trevas (“almas sebosas”): Existem pessoas por aí que jamais deveriam fazer
parte de qualquer equipe em lugar algum, estamos falando do equivalente organizacional
aos mortos-vivos ou sociopatas, chamaremos de “anjos das trevas”. Um membro de
equipe com personalidade de viciado poderá desabar sob o peso de seus problemas. Um
membro com personalidade de ogro, impulsionado por uma raiva recalcada, pode ainda
se um bom produtor. Um membro de equipe que é inescrupuloso ou supercompetitivo ou
exageradamente zeloso, está fazendo exatamente aquilo que ele acha que foi contratado
para fazer.
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Apostila: Processo Grupal nas Organizações – por Gustavo Arruda
• Líderes burros: A conclusão de que um líder é burro é um insulto, mas pior ainda é que se
trata de uma realidade que estatisticamente tem uma probalidade de ocorrência muito
grande;
• Líderes ignorantes: Na vida real, perdoamos a burrice e condenamos a ignorância. Nas
equipes, a ignorância é preferível. Um dos motivos para isso é que a ignorância não tem
que perdurar para sempre, a burrice sim;
• Líderes supertreinados: Há um subgênero de líderes de equipe que freqüentam
seminários demais, lêem artigos de revistas em demasia e estão constantemente em
ebulição, pretendendo afastar as atuais iniciativas, substituindo-as por outras, mais novas
e melhoradas;
• Líderes talentosos demais: Trata-se de um problema que algumas equipes não deveriam
preocupar-se muito em enfrentar. É a síndrome do “inteligente demais para seu próprio
bem”, onde o líder é tão brilhante que a equipe não consegue alcançá-lo;
• Líderes muito bondosos: Alguns líderes começam a sentir-se como guardiões dos
membros da equipe como se tivessem responsabilidade sobre eles;
• Líderes que se fecham às novas idéias: Trata-se de um dos aspectos da ignorância. Em
nosso meio gerencial, todos os líderes têm ferramentas com as quais desfrutamos de
sucessos consistentes. Isso é uma questão de aprendizado. A liderança deve tratar de
aprendizado, de abertura para o conhecimento, venha de onde vier;
• Líderes com estilos inapropriados: Um líder do tipo que pratique o empowerment espera
que os membros de equipe funcionem de maneira autônoma, com um mínimo de
supervisão;
• Líderes que se colocam adiante da equipe: Esta talvez seja a acusação mais pesada
contra um líder. O líder que não assume riscos pessoais pela equipe é o oposto de um
líder. É duvidoso que qualquer iniciativa possa alterar sua natureza egoísta ou
egocêntrica;
• Líderes que não conhecem realmente a equipe: As pessoas da equipe devem estar
comprometidas umas com as outras não simplesmente como membros de equipe, mas
como pessoas;
• Líderes inconstantes: Ao dizermos que a liderança deve mostrar humanidade, abrimos a
liderança para todas as fraquezas da natureza humana;
• Líderes que não conseguem ser seguidores: Muitas pessoas são membros de mais de
uma equipe. Assim é inevitável que o líder de uma equipe seja um seguidor ou um par em
muitas coisas;
• Líderes que se recusam a reconhecer os membros da equipe : Uma das primeiras tarefas
do líder é a de incentivar os demais a segui-lo. Sem a adesão de seguidores, a liderança
é um pomo de discórdia;
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Apostila: Processo Grupal nas Organizações – por Gustavo Arruda
• Líderes que tem “peixinhos”: Os líderes de equipe tem que andar por uma corda bamba,
entre conhecer cada membro da equipe individualmente, saber o que faz com que cada
um se motive e atue, saber quais as necessidades e anseios dos membros da equipe, e
deixar que se torne aparente que um grupo de membros de equipe sejam mais
valorizados do que qualquer outro;
• Líderes que não permitem o fracasso: As equipes são fornalhas de conhecimento e
criatividade. O trabalho do líder é duplo: Desempenhar as tarefas que lhe são designadas
e estar continuamente melhorando a forma como a tarefa é desempenhada;
• Líderes que protegem e culpam: A questão vai tão fundo no coração do caráter da
organização, que não há muito o que os membros da equipe possam fazer quando seu
líder os trai. Mas os líderes de equipe deveriam lembrar-se a cada dia da situação em que
se encontram. Eles foram designados para uma tarefa difícil por uma organização que
somente permitirá uma espécie de relatório;
• Líderes sem ética: Um líder não pode dizer a um membro de equipe uma coisa e algo
totalmente diferente a um outro. Um líder nunca pode enganar a equipe. Os líderes não
podem colocar-se acima da equipe, seja por que razão for, ou pelo período de tempo que
seja. Ao líder foi dado um grau de confiança que é facilmente violado;
• Líderes distantes: Os líderes convencionais põem uma distância entre eles e os que
lideram. A distância deliberadamente limita as informações que os seguidores obtêm;
• Líderes que deixam de servir como modelos para o comportamento da equipe : A
liderança requer respeito mútuo entre os membros de equipe e os líderes. Se a equipe o
vê se comportando contrariamente aos padrões, você ainda é visto como líder, mas perde
o respeito, a confiança e a propensão a segui-lo;
• Líderes negligentes quanto às necessidades profissionais dos membros da equipe : Para
a equipe inteira ser eficaz, as necessidades individuais dos membros devem ser
reconhecidas e, quando possível, atendidas;
• Líderes que não estão dispostos a lutar pela equipe;
• Líderes que não estão dispostos a assumir riscos. Aqueles que seguem as rotas seguras
tendem a obter resultados medíocres. Os bons líderes encorajam a assunção calculada
de riscos;
• Líderes que não permitem o conflito: As equipes cujos líderes são muito sensíveis ou
muito fracos ou que procuram reprimir o direito de expressão têm um problema. As
equipes devem indicar para o líder que dar e receber é valioso demais para se tentar
“controlar”;
• Líderes que não valorizam a diversidade: No sentido das oportunidades iguais para
pessoas de diferentes raças, grupos religiosos, origens étnicas, sexo, estilos de vida,
condições clínicas e assim por diante. Para ter valor para a organização, a diversidade
tem que ir além das implicações legais, passando para a escolha oportunista de membros
especiais de equipe com diferentes perfis que cada membro possa trazer à mesa;
• Líderes passivos: Onde os líderes são apropriadamente reativos, respondendo com o
conhecimento existente às circunstâncias existentes, eles devem ser proativos,
adquirindo e ensinado novos conhecimentos para continuamente mudar as
circunstâncias.
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