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Foucault e a Psicologia no Brasil: interlocuções e novas perspectivas

Foucault and Psychology in Brazil: Interlocutions and New Perspectives


Foucault y la psicología en Brasil: interlocuciones y nuevas perspectivas

Larissa de Moura Cavalcante


Universidade Federal do Alagoas (UFAL), Palmeira dos Índios, AL, Brasil.
Aline Kelly da Silva
Universidade Federal do Alagoas (UFAL), Palmeira dos Índios, AL, Brasil.
Carlysson Alexandre Rangel Gomes
Universidade Federal do Alagoas (UFAL), Palmeira dos Índios, AL, Brasil.
Simone Huning
Universidade Federal do Alagoas (UFAL), Palmeira dos Índios, AL, Brasil.

Resumo
Este artigo analisa como a Psicologia no Brasil tem se aproximado do pensamento de Michel
Foucault em produções acadêmicas publicadas em periódicos eletrônicos indexados. É o
resultado de uma pesquisa de levantamento bibliográfico no sítio eletrônico da Biblioteca
Virtual em Saúde (BVS-Psi) que incluiu artigos publicados até o ano de 2013. Inicialmente,
identifica as produções acadêmicas que articulam o pensamento foucaultiano com a
psicologia, considerando o período histórico das produções, as fontes de publicação e as
instituições de produção. Em seguida, discute os campos temáticos das produções que
dialogam com a teorização foucaultiana. Conclui apontando para (a) a ampliação e
aprofundamento das interlocuções dessa disciplina com o autor, em trabalhos que se afirmam
simultaneamente nos campos teórico e político; (b) a emergência de novos objetos e
perspectivas teórico metodológicas para a Psicologia; e (c) o empenho em construir novas
visões de sujeito e, consequentemente, novas práticas da Psicologia.
Palavras-chave: Psicologia; Michel Foucault; Subjetividade.

Abstract
This article analyzes how psychology in Brazil has approached the thought of Michel
Foucault in academic works published in indexed electronic journals. It is the result of a
bibliographic survey on the website of the Virtual Health Library (Biblioteca Virtual em
Saúde, BVS-Psi) that included articles published until the year 2013. To begin with, it

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identifies academic works that associate Foucault's thought with psychology, taking into
account the historical period of the works, the sources of the publications, and the institutions
from which they arise. Later, it discusses the thematic fields of the texts that dialogue with
Foucault's theorizations. In the end, the work points to: (a) the expansion and deepening of the
interlocutions between the discipline with the author in works that become established
simultaneously in theoretical and political fields; (B) the emergence of new objects and new
theoretical and methodological perspectives for psychology; and (c) the effort to build new
visions of subject and, consequently, new practices for the field of psychology.
Keywords: Psychology; Michel Foucault; Subjectivity.

Resumen
Este artículo analiza cómo la psicología en Brasil se ha acercado al pensamiento de Michel
Foucault en las producciones académicas publicadas en periódicos electrónicos indexados. Es
el resultado de una investigación de revisión bibliográfica en el sitio web de la Biblioteca
Virtual en Salud (Biblioteca Virtual em Saúde, BVS-Psi) que incluyó artículos publicados
hasta el año 2013. Previamente, identifica las producciones académicas que articulan el
pensamiento foucaultiano con la psicología, tomando en cuenta el período histórico de las
producciones, las fuentes de las publicaciones y las instituciones de producción. Más
adelante, discute los campos temáticos de los textos que dialogan con la teoría foucaultiana.
Al final, el trabajo apunta hacia: (a) la ampliación y la profundización de las interlocuciones
entre la disciplina con el autor en trabajos desarrollados simultáneamente en campos teóricos
y políticos; (b) la emergencia de nuevos objetos y de nuevas perspectivas teórico-
metodológicas para la psicología; y (c) el esfuerzo para construir nuevas visiones de sujeto y,
consecuentemente, nuevas prácticas para el campo de la Psicología.
Palabras clave: Psicología; Michel Foucault; Subjetividad.

pesquisadores têm desenvolvido trabalhos


Aproximações
dialogando com a produção teórica de
Michel Foucault, produzindo assim novas
Os diálogos da Psicologia com o
perspectivas teóricas para esse campo
trabalho de Michel Foucault têm se
disciplinar. Além de uma aproximação
tornado cada vez mais frequentes na
problematizadora de temas e objetos que a
produção acadêmica brasileira.
Psicologia toma para análise, esses
Atualmente, grande número de
diálogos têm produzido reflexões

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importantes para as próprias práticas e material. No primeiro procedimento de
saberes psicológicos. Nesse artigo, organização e análise do material
apresentamos o resultado de uma pesquisa realizamos a organização cronológica das
que buscou conhecer e analisar o publicações, bem como a identificação das
desenvolvimento das produções brasileiras revistas onde o artigo foi publicado e das
da psicologia que se articulam com o instituições de origem dos autores à época
pensamento foucaultiano. da publicação. O segundo passo foi a
Para alcançarmos o objetivo identificação e análise das temáticas às
proposto, analisamos como a Psicologia quais se vinculam tais produções, seguida
tem se aproximado do pensamento de da análise dos conceitos foucaultianos
Michel Foucault, a partir das produções trazidos para o campo da Psicologia, esta
acadêmicas publicadas em periódicos última discutida em outro trabalho.
eletrônicos indexados na Biblioteca Virtual Foram analisados cinquenta e oito
em Saúde (BVS-Psi). O material analisado artigos; destes, nove artigos foram
nessa base de dados foi acessado por meio excluídos da pesquisa, pois, embora
dos seguintes descritores: “Psicologia” + possuíssem os descritores utilizados na
“Foucault”. Não foi feita delimitação busca, não propunham um diálogo entre as
temporal em relação ao período inicial das teorizações de Foucault e a Psicologia.
publicações, na medida em que nos Justificamos essa exclusão, pois esses
interessou identificar quando essas artigos falam de questões mais amplas,
produções começam a aparecer. Assim, como as ciências humanas em geral e sua
foram considerados todos os materiais que metodologia ou de questões/
corresponderam aos critérios de busca acontecimentos específicos. É importante
disponíveis online. Estabelecemos como destacarmos que a delimitação disciplinar
limite temporal final os materiais utilizada pode ser alvo de críticas,
publicados até 2013, a fim de viabilizar a inclusive a partir de uma perspectiva
análise. Após a identificação inicial do foucaultiana, já que limites disciplinares
material pela correspondência dos são sempre produções arbitrárias. Ainda
descritores utilizados na busca, os resumos assim, optamos por correr esse risco, pois
foram lidos para análise dos aspectos nosso interesse em realizar essa análise
relativos aos objetivos específicos dessa demarcando a relação da Psicologia com o
pesquisa. Nos casos em que o resumo não trabalho de Foucault é também dar
permitiu a decisão a partir dos critérios visibilidade a uma nova produção nesse
adotados, realizamos a leitura na íntegra do campo, que, ao mesmo tempo em que

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questiona muitas perspectivas já Encontros e interlocuções
consagradas, legitima novas Psicologias
possíveis a partir da interlocução com O material encontrado nos permite
outros autores não consagrados no afirmar que a articulação das teorizações
território psi. de Michel Foucault com o campo da
A seguir, construímos uma breve Psicologia no Brasil aconteceu
revisão do desenvolvimento das produções recentemente, sendo que as primeiras
acadêmicas que articulam o pensamento publicações identificadas nas bases da
foucaultiano com a Psicologia, levando em BVS-Psi datam do ano de 2001. A partir
consideração o período das produções, as desse ano, essas teorizações e elementos
fontes de publicação e instituições de conceituais e metodológicos começam a
produção e discutimos os campos ser empregados de forma crescente pela
temáticos nos quais situamos as Psicologia.
publicações analisadas. Para concluir, Inicialmente, apresentamos as
discutimos os desafios que se colocam à principais fontes de publicação, as filiações
produção nacional que articula o institucionais dos autores, as localizações
pensamento de Michel Foucault e o campo das instituições e o período dessas
da ciência psicológica. publicações, procurando construir um
A fim de delimitar nosso foco de panorama dessas publicações que nos
análise e organizar a discussão sobre as permita visualizar as relações institucionais
questões que emergem nesses trabalhos, e cronológicas dessa produção.
elaboramos quatro grupos de análise: Na Tabela 1 (Apêndice 1),
processos de subjetivação; psicanálise, apresentamos a distribuição dos artigos a
psicologia clínica e psicologia da saúde; partir dos anos de publicação e regiões do
produção de conhecimento; corpo. A Brasil onde se localizam as instituições de
inclusão dos artigos nos grupos foi baseada filiação de seus autores, no material
nas contribuições mais relevantes de cada examinado.
trabalho, ainda que em alguns momentos No que se refere à distribuição
elas trouxessem questões de mais de um geográfica dos autores, destacou-se o
deles. É importante assinalar ainda que em predomínio da região sudeste (vinte e três
cada grupo os temas não se encontram artigos), seguida pela região sul (quatorze
isolados um do outro, mas relacionam-se artigos), centro-oeste (seis artigos), região
entre si. nordeste (cinco artigos) e norte (um
artigo). Quarenta e nove artigos foram

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analisados, porém foram verificadas quatro acompanhar a relevância que vai
parcerias inter-regionais: em três artigos as assumindo ao se tornar cada vez mais
parcerias foram entre as regiões sul e frequente nas publicações acadêmicas da
sudeste e em um artigo a parceria foi entre área. Isso nos permite afirmar uma maior
a região nordeste e sul. Nesses casos, interferência do autor no campo,
contabilizamos o vínculo institucional pela repercutindo sobretudo em novos modos
informação do primeiro autor. Acreditamos de se produzir e legitimar o conhecimento
que esses dados relacionam-se ao fato de em Psicologia.
que o maior número de centros de pós- Outra informação que
graduação stricto senso em Psicologia no consideramos importante é a identificação
Brasil e, consequentemente, o número de e distribuição dos artigos por periódicos
pesquisadores concentram-se nas regiões onde foram publicados. A Tabela 2
sul e sudeste do país. Ainda sobre essa (Apêndice 2) traz essa distribuição
dimensão institucional, destacamos, no que juntamente com o ano de publicação.
tange à afiliação institucional desses Os artigos analisados foram
autores, que a maioria provinha de encontrados em dezenove diferentes
instituições públicas federais ou estaduais. revistas acadêmicas, indicando a amplitude
Quando atentamos ao número de das interlocuções estabelecidas, já que
produções ao longo dos anos, podemos diferentes periódicos significam diferentes
observar seu crescimento. Até 2006, perspectivas editoriais, focos específicos
encontramos entre um e três artigos a cada de interesse na produção do conhecimento
ano, sendo apenas um nos anos de 2003 e e até mesmo diferentes perspectivas da
2006; dois para cada ano, em 2001, 2004 e Psicologia, como, por exemplo, a ênfase na
2005; e 3 artigos publicados em 2002. A Psicologia Social ou Clínica. Observamos
partir de 2007, identificamos que esses maior número de artigos no periódico
números aumentam significativamente: nos Psicologia e Sociedade (oito artigos);
anos de 2007 e 2008 são publicados seis seguido do periódico Psicologia em Estudo
artigos por ano; nos ano de 2009 e 2011 (sete artigos); Fractal: Revista de
foram registrados cinco artigos por ano; Psicologia (cinco artigos); Psicologia
em 2010, sete artigos; e, finalmente, em Teoria e Pesquisa, Psicologia USP e
2012, nove artigos. Psicologia: ciência e profissão (quatro
Assim, embora o diálogo da artigos em cada periódico); Revista mal-
Psicologia com o trabalho foucaultiano estar e subjetividade (três artigos); Revista
possa ser considerado recente, podemos do Departamento de Psicologia da UFF e

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Interface-comunicação, saúde e educação Reunimos nesse grupo os artigos
(dois em cada periódico); e Psicologia: que promovem a discussão da noção de
reflexão e crítica; Estudo e pesquisa em sujeito e processos de subjetivação em
psicologia; Jornal de Psicanálise; Physis: Foucault, mostrando as divergências do
Revista de Saúde Coletiva; Revista pensamento foucaultiano com o de outros
Psicologia e Política; Temas em autores, inclusive autores clássicos da
psicologia; Revista Estudos Feministas; Psicologia. São trabalhos que enfatizam a
Tempo Psicanalítico; Trans/form/ação; importância do pensamento de Foucault
Revista Brasileira de Educação (um artigo para este campo de conhecimento,
em cada periódico). trazendo para a Psicologia a noção de
Prosseguindo a análise na busca por subjetividade da obra desse autor. Os focos
uma organização didática, que nos das pesquisas reunidas nesse grupo de
permitisse melhor visualizar o que essas análise são: subjetividade; processos de
publicações abordavam ao estabelecerem a subjetivação; subjetivações e práticas
interlocução da Psicologia com o discursivas; subjetivação e saúde mental;
pensamento foucaultiano, organizamos subjetividade e trabalho; relações étnico-
esses trabalhos em quatro grupos raciais; subjetivação e
temáticos, quais sejam: processos de governamentalidade.
subjetivação; psicanálise, psicologia Podemos afirmar que, nesses
clínica e psicologia da saúde; produção de trabalhos, a temática da
conhecimento; e corpo. Embora aqui subjetividade/subjetivação é o ponto chave
apresentados em grupos distintos, muitas na articulação entre a obra de Michel
das temáticas se articulam e não são Foucault e a ciência psicológica. Uma das
excludentes e sua inclusão em um ou outro principais contribuições das teorizações
grupo foi decidida em função daquilo que foucaultianas para a Psicologia,
definiam como temática central. Passamos identificada nesse grupo de artigos, é
agora a apresentar e discutir as principais pensar a subjetividade como múltipla,
questões desses trabalhos no que concerne processual, produtiva e construída
aos diálogos estabelecidos entre a historicamente permitindo novas formas de
Psicologia e o pensamento de Michel ser/existir e indissociável dos objetos de
Foucault. conhecimento.
Retoma-se, como no trabalho de
Processos de subjetivação Soler (2008), o modo como a produção de
subjetividades aparece nos escritos

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foucaultianos: na arqueologia, onde Michel viver e deixar morrer do Estado,
Foucault mostra que a partir dos discursos reafirmando a noção de critérios das vidas
houve a produção de verdades e de que devem ser investidas ou não.
sujeitos; associada ao desenvolvimento do Um dos artigos que exemplifica a
biopoder; como prática de assujeitamento, articulação entre dois grupos temáticos
entendida enquanto potência tanto da aborda a relação entre os processos de
disciplinarização quanto de resistências; subjetivação e o nascimento da medicina,
enquanto história política, produzindo a com um novo discurso que aparece para o
ética do cuidado de si; como forma de sujeito, onde o corpo pode ser descoberto
resistir aos modos de subjetivação da pelo olhar, produzindo um discurso
sociedade contemporânea; presente nos racional sobre o indivíduo e alterando a
jogos de enunciação, associada a um poder relação do sujeito consigo (Baroni &
que incide sobre a vida e relacionando a Toneli, 2012). Já a relação entre
história política da subjetividade com a subjetividade e governamentalidade é vista
trajetória ética do cuidado de si. através dos modos de domínio político que
Essa visão de subjetividade vai encontram na subjetividade um campo de
dialogar com outros temas na Psicologia. atuação e nos outros modos de pensar o
É, por exemplo, usada para pensar as sujeito, que permitem fugir do saberes
relações de trabalho no artigo de inerentes a esse processo (Silva & Méllo,
Ramminger e Nardi (2008), no qual, pela 2011).
análise da concepção de Os artigos desse eixo temático
poder/saber/subjetivação, os autores destacam que na obra de Foucault há uma
propõem uma problematização do governo proposta de desnaturalização do sujeito, ou
contemporâneo, produzindo sujeitos, seja, uma perspectiva que o considera
práticas e saberes no trabalho (Ramminger como historicamente construído e não
& Nardi, 2008). A produção da como universal. Sendo esse produzido
subjetividade passa a ser compreendida historicamente, cabe à Psicologia
como construção e o sujeito como produto considerar os processos de subjetivação
das relações entre saber e poder, sempre para analisar como este é capturado nas
situadas em contextos históricos e relações de poder/saber, das quais ela
políticos. mesma faz parte, sempre evidenciando as
No trabalho de Zamora (2012), a formas de resistência aos aprisionamentos
leitura de Foucault é usada para pensar o pelas normas, que possibilitam a
racismo ancorado nas práticas de fazer

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construção de indivíduos múltiplos, com Em relação ao tema da Psicologia
várias possibilidades de existência. Clínica, os autores dos artigos analisados
colocam-no em diálogo com o que Michel
Psicologia clínica, Psicanálise e Foucault entende por desnaturalização do
Psicologia da saúde sujeito e por ética. Assinalam que o
cuidado de si em Foucault necessita de
Nesse grupo inserimos trabalhos uma ética; além disso, as práticas
que trazem discussões sobre a Psicologia discursivas muitas vezes perpassam o
Clínica, a Psicanálise e a Psicologia da âmbito da moralização e, por isso, devem
Saúde. Nele há um predomínio da temática ser constantemente problematizadas e
da saúde, seguida pela psicologia clínica e reinventadas. A ampliação da clínica é
psicanálise, grandes temas que fazem tomada como um processo de criação de si,
interface com questões como processos de e intervir no plano ético é resistir a todas as
subjetivação; gênero; saúde mental; formas naturalizadas de existência
loucura; sexualidade na adolescência; (Machado & Lavrador, 2009). A psicologia
reforma psiquiátrica; biotecnologias e clínica possibilita o lugar do sujeito. No
práticas de saúde. entanto, produz e reproduz práticas de
Optamos por colocá-los em um disciplinarização das normas (Machado &
mesmo grupo, pois os autores usam Lavrador, 2009).
contribuições foucaultianas semelhantes Nesse sentido, o trabalho de Peres
para abordá-las. Esses trabalhos colocam a (2010), sobre cartografias dos discursos
Psicologia em diálogo com o pensamento imperativos na clínica, também permite
foucaultiano questionando práticas de problematizar os estados existenciais e
normalização e governo das condutas do serve como ferramenta de uma clínica
sujeito, problematizando as estruturas crítica e ampliada que possibilita o diálogo
clínicas, a relação da psicanálise com o com os saberes e os modos de
contexto histórico, retomando a discussão subjetivação, promovendo assim uma
entre normal e patológico, e analisando a Psicologia mais comprometida com a
relação do sujeito com a doença e a saúde mudança social (Peres, 2010).
como prática biopolítica a serviço do Muitos trabalhos colocam a
governo dos corpos, visando à prevenção psicanálise em interlocução com o trabalho
de ricos e desvios. São discutidas as de Foucault, seja para tecer críticas ou
práticas, as teorizações e a epistemologia discutir suas potencialidades (Almeida &
no campo da clínica e da saúde. Atallah, 2009; Bastos, 2001; Birman,

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2010; Ferreira Neto, 2007). Por um lado, a governo sobre o outro (Pinto & Ferreira,
clínica psicanalítica é abordada como um 2010).
dispositivo de enunciação, produzindo De um modo geral, esses trabalhos
diversos discursos e, consequentemente, utilizam-se de noções como arqueologia,
uma multiplicidade de sujeitos; a teoria genealogia, dispositivo, linhas de
psicanalítica é tida então como condição de subjetivação e singularização em Foucault
possibilidade da descentralização do para problematizar a Psicologia e as
indivíduo, do corpo, do eu e da consciência práticas em saúde e saúde mental (Nalli,
(Bastos, 2001). Por outro lado, também em 2011; Pinto & Ferreira, 2010; Santos &
diálogo com Foucault, o artigo de Ferreira Nechio, 2010). Abordam questões como as
Neto (2007), por exemplo, aponta para a práticas asilares, o isolamento e a
relação hierarquizada de poder que naturalização da loucura (Santos &
considera constitutiva da clínica Nechio, 2010); práticas de reabilitação
psicanalítica e, trazendo a interface dessa psicossocial e o avanço da medicalização e
prática no âmbito da saúde pública, das neurociências (Pinto & Ferreira, 2010);
questiona a necessidade da “mediação além do próprio questionamento sobre a
técnica de um profissional ‘psi’” na patologia mental (Nalli, 2011).
“produção de processos de subjetivação
autônomos” (p. 182). Produção de conhecimentos
No que se refere à Psicologia da
Saúde, os autores dos artigos analisados Reunimos aqui os artigos que
tomam a perspectiva foucaultiana que discutem a crítica foucaultiana aos modos
considera a saúde e o corpo como alvos do de produção de conhecimentos e aos
poder, além da noção de ordem discursiva, dispositivos técnico-científicos modernos,
biopoder, biopolítica, população, a partir dos quais se definem as regras dos
governamentalidade, autogoverno e jogos de verdade nas ciências humanas, de
dispositivos de segurança como modo de modo amplo, e especificamente na
problematizar os atendimentos Psicologia. São trabalhos que englobam
psicossociais e os discursos dos também a relação entre ciência e política,
funcionários da área da saúde (Pinto & bem como a discussão sobre a utilização de
Ferreira, 2010). Foucault é utilizado como pistas metodológicas presentes no trabalho
instrumento para desnaturalizar o que esta de Foucault para fazer pesquisa em
socialmente instituído. A atenção em saúde Psicologia (Prado Filho, 2012; Rodrigues
é considerada uma prática biopolítica de

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& Mattar, 2012; Scisleski & Guareschi, caráter histórico, provisório e vinculado às
2011; Silveira & Simanke, 2010). relações de saber/poder (Silveira &
Nesses trabalhos, a produção de Simanke, 2010; Rodrigues & Mattar, 2012;
verdades é abordada na interface com Scisleski & Guareschi, 2011; Prado Filho,
outros temas, tais como o sistema 2012).
prisional, a formação em Psicologia Social, Trazidas para o diálogo com a
a produção de fenômenos psicológicos, os Psicologia, as teorizações foucaultianas
efeitos das práticas jurídicas, parecer levam a questionamentos sobre o espaço
psicológico, ética e formação em ocupado pelos objetos de estudo; o lugar
psicologia, intervenção psicossocial, do sujeito para falar dos objetos de
paternidade e o discurso jurídico brasileiro, conhecimento; o campo dos enunciados; o
juventude, psicologia humanista, uso dos discursos; e as práticas que
psicologia jurídica, psicologia e filosofia promovem a individualização,
(Coimbra & Nascimento, 2001; Coimbra, possibilitando a promoção da
2004; Ferreira Neto, 2008a; Ferreira Neto, multiplicidade na psicologia (Silveira &
2008b; Ferreira, Curvello & Monteiro, Simanke, 2010). Além disso, a contribuem
2009; Frezza, Maraschin & Santos, 2009; para pensar a ligação entre a Psicologia e a
Prado Filho, 2011; Perucchi & Toneli, Filosofia desde a Modernidade (Rodrigues
2008; Rodrigues & Mattar, 2012; Scisleski & Mattar, 2012).
& Guareschi, 2011). Se, por um lado, tais análises
Os artigos trazem um cenário de apontam para a produção de regimes de
luta política, onde os jogos de verdade e as verdade vinculados à normalização,
produções de saberes disputam espaços em encontramos também nesses trabalhos
um campo de correlação de força. A autores que sugerem, a partir de uma
problematização dos saberes da Psicologia leitura da genealogia foucaultiana, linhas
a partir das teorizações foucaultianas, de fuga para a experiência da
nesses trabalhos, busca a desnaturalização judicialização e as ligações do saberes e
de suas práticas ao mesmo tempo em que práticas psicológicos com esse processo,
afirma que a produção do conhecimento que aproximam contextos jurídicos e
psicológico não é neutra; pelo contrário, científicos, com o objetivo de buscar a
produz verdades e potencializa formas de verdade (Scisleski & Guareschi, 2011), e
ser/estar no mundo. São enfatizadas, nesses abertura para críticas ao nosso contexto
artigos, a dimensão política do processo de sociocultural (Prado Filho, 2012).
pesquisa e a produção de verdades, seu

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Nesse grupo temático a Colaco, 2012; Camargos & Belo, 2010;
contribuição foucaultiana para a Psicologia Frezza, Maraschin & Santos, 2009;
é, predominantemente, a proposta de Perucchi & Toneli, 2008; Santos, 2011;
desnaturalização do dispositivo da ciência Silveira, 2009).
moderna, por meio do qual as regras dos O trabalho de Santos (2011) ilustra
jogos de verdade são definidas, colocando essa abordagem do sujeito que se produz
em questão, portanto, a relação entre como efeito das produções discursivas e
subjetividades e verdade. Considera-se das relações de saber/poder que investem
também a produção dos saberes científicos sobre o corpo. Faz isso a partir da análise
perpassados por poderes, e evidencia-se a de como a noção de corpo foi tomada no
imbricação da psicologia com a política. campo de pesquisa da Psicologia do
Desenvolvimento pelo uso dos manuais de
puericultura. Os manuais constituem-se em
Corpo estratégias de governo dos corpos das
crianças, por meio de relações de
Contemplamos aqui os trabalhos saber/poder que têm como foco mães e
que analisam a problemática do corpo na pais.
Psicologia, a partir das teorizações Discutindo a noção de corpo
foucaultianas. Corpo como objeto atravessado pela história, esses trabalhos
privilegiado das relações de poder e de instigam a problematização da ciência
saber, onde se inscrevem os processos de psicológica como instrumento para formas
subjetivação e as formas de resistir dos de intervir na sociedade e promover
indivíduos. São artigos que abordam as mudanças. Se, por um lado, abordam o
relações entre corpo e alma; corpo e corpo como alvo das investidas de saber e
processos de subjetivação e infâncias de poder, portanto, alvos do assujeitamento
saudáveis, situando o corpo e a alma como às normas, por outro lado afirmam que
instrumentos para formas de investimento estes possuem a capacidade de resistência
do poder. Além disso, consideram que ao que está instituído em nossa sociedade,
falar sobre o corpo do sujeito é considerar e tornam-se, assim, meios pelos quais se
as práticas de saberes e poderes que têm pode problematizar os processos de
legitimidade ou não no âmbito social, subjetivação.
problematizando o governo do corpo, o
gerenciamento de condutas e a disposição
das coisas para dirigi-las (Barros &

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Caminhos possíveis entre a ciência científicos, essa instância de inscrição dos
psicológica e as teorizações ‘conhecimentos válidos’ em uma ciência.
Foucaultianas Não se trata, portanto, de buscar instituir
uma nova ‘psicologia foucaultiana’, mas
O interesse pela realização do de destacar a potência do pensamento
levantamento e análise dos trabalhos desse autor para nosso campo, assinalando
proposto por nosso estudo relaciona-se, aquilo que esse diálogo desestabiliza,
por um lado, à crescente influência do interroga e produz de novo em nossas
trabalho de Foucault para a Psicologia na certezas.
atualidade e, por outro lado, pela Entendemos que essa potência é
consideração de que ainda que essa sinalizada nos trabalhos analisados pela
influência tenha se ampliado, amplitude de alcance na abordagem de
acompanhamos, em nosso cotidiano junto diferentes questões que são tomadas pela
a instituições de pesquisa em Psicologia, o Psicologia, e pelo aumento crescente dos
modo como frequentemente essas diálogos com o autor. Esses aspectos
abordagens são consideradas marginais e tornam-se ainda mais significativos quando
ilegítimas no campo psi, por posturas mais consideramos que, com o passar dos anos,
conservadoras que acusam tais trabalhos de esses artigos trazem mais complexidade e
se afastarem da especificidade de ‘teorias usam de forma mais aprofundada maior
psicológicas’. número de conceitos-ferramentas oriundos
Evidentemente, não esperamos que da obra de Foucault, conforme analisamos
o trabalho aqui realizado por si só em outro trabalho.
transforme essa posição. No entanto, O que podemos concluir, a partir
entendemos que, tanto do ponto de vista desse estudo, é que essas interlocuções da
teórico como político, demarcar e dar Psicologia com o trabalho de Michel
visibilidade a novas perspectivas da Foucault têm possibilitado a emergência de
Psicologia que se produzem pelo contato novos objetos e alvos de interesse para a
com esse autor – ainda que consideradas Psicologia, bem como de transformações
marginais (o que se pode inclusive nos sujeitos e nesse campo de
considerar desejável) –, assumem, pelas conhecimento. A significativa produção
próprias regras de formação e legitimação que coloca em discussão os modos de
acadêmica, reconhecimento ao tornarem-se construção de conhecimento na Psicologia
também parte de um corpo de é um desses importantes elementos que
conhecimentos legitimado pelos periódicos vem contribuindo para o questionamento

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da ciência psicológica e seu estatuto de Referências
verdade, colaborando com uma ampliação
da reflexão crítica e ética. É nesse sentido Almeida, L. P., & Atallah, R. M. F. (2009).
que compreendemos o empenho desses Clínica, a interpretação psicanalítica
trabalhos em construir novas visões de e o campo de
sujeito e, consequentemente, novas experimentação. Psicologia em
práticas da Psicologia. Estudo, 14(1), 149-157. DOI:
São estudos que se afirmam 10.1590/S1413-73722009000100
simultaneamente nos campos teóricos e 018.
políticos, os quais, mesmo quando não Ballestê, R. M. S, & Cabral, R. B. (2012).
oferecem respostas às questões que Crítica ao postulado positivista da
problematizam, produzem abertura para psicologia: de Heidegger a Foucault.
uma Psicologia transformadora do Fractal: Revista de Psicologia,
presente. Essa relação com o presente pode 24(3), 639-654. DOI:
inclusive ser destacada como marca desses 10.1590/S1984-0292201200030
trabalhos, que colocam em discussão 0013.
principalmente as novas dinâmicas e Baroni, D. P. M, & Toneli, M. J. F. (2012).
questões do campo social contemporâneo, Produção de si na depressão.
tornando predominantes, embora não Psicologia em Estudo, 17(1), 27-36.
exclusivos, os diálogos com o autor em DOI: 10.1590/S1413-
abordagens vinculadas à Psicologia Social, 73722012000100004.
nos artigos analisados. Barros, J. P. P, & Colaço, V. F. R. (2013).
Nossa análise limitou-se aos artigos "Meu prazer agora é risco": sentidos
publicados em periódicos acessíveis sobre sexualidade entre jovens de um
através da ferramenta de busca da BVS- grupo sobre saúde. Fractal: Revista
Psi, excluindo, portanto, outros de Psicologia, 25(1), 59-80. DOI:
importantes trabalhos, como teses, 10.1590/S1984-029220130001000
dissertações e livros. Nessa análise não se 05.
fez qualquer avaliação sobre a qualidade, Bastos, R. L. (2001). Psicanálise e o
cientificidade, ou validade dos artigos pensamento científico: entre o
incluídos, apenas buscamos mapear e fisicalismo e/ou a contraciência em
discutir essas produções a partir de sua diferentes modos de
relação com o pensamento foucaultiano. subjetividade. Psicologia SP, 12(1),

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Cavalcante, L.; Silva, A.; Gomes, C.; Huning, S.
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Carlysson Alexandre Rangel Gomes:
Graduando em psicologia pela UFAL.
E-mail: carlysson_al@hotmail.com

Simone Huning: Docente e Pesquisadora


dos Cursos de Graduação e Pós-Graduação
em Psicologia da Universidade Federal de
Alagoas. Líder do Grupo de Pesquisa
Processos Culturais, Políticas e Modos de
Subjetivação
E-mail: simonehuning@yahoo.com.br

Enviado em: 15/03/2016 - Aceito em: 15/06/2016

Rev. Polis e Psique, 2016; 6(2): 146 – 165 | 162


Cavalcante, L.; Silva, A.; Gomes, C.; Huning, S.
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Apêndices

Apêndice 1 - Tabela de Distribuição das Publicações por Região e Ano

Regiões 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Total
(Instituições)
Norte 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1
Nordeste 0 1 0 0 1 0 0 0 1 0 0 2 5
Centro- 0 0 0 0 0 1 3 1 0 1 0 0 6
Oeste
Sudeste 2 1 1 1 1 0 0 2 4 5 1 5 23
Sul 0 1 0 1 0 0 2 3 0 1 4 2 14
Total 2 3 1 2 2 1 6 6 5 7 5 9 49

Instituições: Região Norte- Universidade Federal do Pará. Região Nordeste-


Universidade Federal do Rio Grande do Norte; Universidade Federal de Sergipe;
Universidade Federal da Bahia. Região Centro-Oeste - Pontifícia Universidade Católica de
Minas Gerais; Fundação Municipal para Educação Comunitária; Tribunal de Justiça de Minas
Gerais; Faculdade de Direito Milton Campos. Região Sudeste- Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo; Centro Universitário Paulistano; Universidade Federal Fluminense;
Universidade Federal de Juiz de Fora; Universidade de São Paulo; Universidade Federal do
Rio de Janeiro; Universidade Metodista de São Paulo; Universidade Estadual do Rio de
Janeiro; Universidade Federal de São Paulo; Pontifícia Universidade Católica do Rio de
Janeiro; Universidade de Santa Úrsula; Universidade Federal do Espírito Santo; Universidade
Estadual Paulista; Universidade Federal de São Carlos; Centro Universitário Hermínio
Ometto; Secretário Municipal de Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro e Fundação Oswaldo
Cruz. Região Sul- Secretária da Saúde do Estado do Rio Grande do Sul; Universidade
Federal de Santa Catarina; Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Universidade
Comunitária da Região de Chapecó; Universidade Estadual de Londrina.

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Cavalcante, L.; Silva, A.; Gomes, C.; Huning, S.
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Apêndice 2 - Tabela de Periódicos e Anos de Publicação

Periódicos 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Total
Psicologia 1 0 0 0 0 0 1 0 0 2 0 0 4
Teoria e
Pesquisa
Psicologia 1 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 1 4
USP
Psicologia: 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1
Reflexão e
Crítica
Revista Mal- 0 1 0 0 0 0 1 0 0 1 0 0 3
Estar e
Subjetividade
Psicologia: 0 1 0 1 0 0 0 1 0 0 0 1 4
Ciência e
Profissão
Psicologia e 0 0 0 1 0 0 1 1 1 0 2 2 8
Sociedade
Revista do 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 2
Departamento
de Psicologia
da UFF
Psicologia em 0 0 0 0 0 1 0 1 1 1 0 3 7
Estudo
Estudos e 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1
Pesquisa em
Psicologia
Jornal de 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1
Psicanálise
Physis: 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1
Revista de
Saúde
Coletiva
Revista 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1
Psicologia e
Política
Fractal 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 1 2 5
Revista de
psicologia

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Cavalcante, L.; Silva, A.; Gomes, C.; Huning, S.
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Interface- 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 2
Comunicação,
Saúde e
Educação
Temas em 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1
Psicologia
Revista 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
Estudos
Feministas
Tempo 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
Psicanalítico
Trans/form/ 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
ação
Revista 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
Brasileira de
Educação
Total 2 3 1 2 2 1 6 6 5 7 5 9 49

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