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A raposa e o bode

Um dia, a raposa Rosinha viu a sua vida muito mal parada.


Tinha chegado o pino do verão, um verão seco e tórrido como nunca se vira. As
nascentes tinham secado, os animais morriam de sede. Só os homens conseguiam resistir,
tirando água dos poços e das cisternas.
5 Certo dia, em que a sede a atormentava ainda mais do que o costume, Rosinha,
desesperada, aproximou-se da casa de um camponês e rastejou sorrateiramente até à
abertura do poço. Uma vez aí, começou a andar às voltas a ver se conseguia arranjar
maneira de entrar com segurança.
Enquanto procurava uma solução para aquele problema, pôs uma pata em falso e,
10 num instante, deu consigo dentro do poço. Rosinha bebeu as melhores goladas alguma
vez bebidas por uma raposa. Durante muitos minutos, as paredes do poço ecoaram com o
gluglu sôfrego.
Quando se sentiu satisfeita, a raposa parou para pensar:
«E se vem o camponês? Tenho de me ir já embora!»
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No entanto, se fora fácil entrar, a saída mostrou ser um problema, pois as paredes
afunilavam em direção à boca do poço e não havia possibilidade de as trepar. Rosinha
estava já quase a entrar em pânico, quando no redondo do céu emoldurado pela abertura
apareceu uma coisa. O quê? Era a cabeça com chifres de Gedeão, o bode selvagem.
Olhava para baixo com aqueles seus olhos doces e emocionado com a descoberta, até a
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sua barbicha esbranquiçada lhe tremia.
- Água… água – disse, com voz rouca.
- É água, é, querido Gedeão! – concordou suavemente Rosinha. – É água e como tu
nunca provaste na tua vida. Água fresca e doce, um consolo, a melhor coisa que existe!
- Es - espera por - por mim que eu - que eu também vou des - descer… - respondeu
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o bode, gaguejando, tão sedento estava.
Pouco depois, o corpo atarracado de Gedeão aterrava junto à superfície escura e
brilhante da água. Os seus goles foram ainda mais formidáveis do que os de Rosinha. Por
fim, levantou a cabeça, olhou para a sua companheira e disse-lhe:
- E agora?
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- E agora o quê?
- Como é que saímos daqui?
- É muito simples. Tu apoias-te na parede com as patas dianteiras. Eu subo para as
tuas costas e, hop, em dois saltos estou fora do poço – explicou-lhe a raposa.
- Então… e eu?
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- Isso é ainda mais simples. Quando estiver lá fora, debruço-me sobre a entrada,
pego-te pelos chifres e puxo-te para cima.
Gedeão não levantou qualquer dificuldade. Fincou os cascos no chão húmido e
ergueu-se a toda a altura. Rosinha foi para trás dele, deu um salto e fez como tinha dito:
hop, hop, dois saltos e ei-la do lado de fora, à luz deslumbrante do dia.
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- Então adeus, Gedeão, e muito obrigada!
- Que queres dizer com isso? Chegou o momento de me tirares daqui, não?
- Tirar-te daí? És mesmo idiota! Como queres que te puxe pelos chifres? E, mesmo
admitindo que consiga pegar neles, quem me dará depois a força para te tirar daí?
- Mas… Tu prometeste!... Enganaste-me!
45 Esta pequena história tem uma dupla moral. Em primeiro lugar, temos de distinguir
os bons dos falsos amigos, cujos conselhos só aparentemente são desinteressados. A
segunda moral é que, antes de se fazer qualquer coisa, é importante avaliar
cuidadosamente todas as consequências possíveis.

AS MAIS BELAS FÁBULAS DE ESOPO

1
Após uma leitura atenta do texto, responde com frases completas às questões que te são
postas.

Grupo I

1. Assinala com X as afirmações abaixo, conforme te pareçam verdadeiras (V) ou falsas (F).

V F
1. A raposa andava desesperada por não ter água para beber.
2. Certo dia, Rosinha entrou num pomar.
3. Encontrou, então, um poço.
4. Sequiosa, ao aproximar-se da abertura do poço, pôs uma pata em falso e caiu lá dentro.
5. Na abertura do poço, surgiu um bode que também estava sequioso.
6. Rosinha puxou-o para dentro do poço.
7. A raposa serviu-se do bode para sair daquele local.
8. Após ter saído do poço, a raposa cumpriu o trato que fizera com o bode.

1.1 De acordo com o texto, corrige as respostas falsas.

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2. Localiza a ação no espaço e no tempo.


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3. Identifica as personagens presentes nesta fábula.


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4. Rosinha andava desesperada.


4.1 O que a atormentava?
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4.2 De que forma conseguiu resolver o seu problema?


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2
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5. «Gluglu» foi o som que ecoou no poço enquanto a raposa bebeu a água.
Que nome se dá ao recurso expressivo que reproduz os sons emitidos?
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6. Depois de saciar a sede, com que problemas se deparou a raposa?
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7. De repente, na abertura do poço, surgiu um bode.
7.1 Como se sentiu este animal ao ver a água? Justifica a resposta com três expressões do texto.
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8. «É água, é, querido Gedeão! – concordou suavemente Rosinha. – É água e como tu nunca


provaste na tua vida. Água fresca e doce, um consolo, a melhor coisa que existe!» – Linhas 22 e 23

8.1 Qual a intenção da raposa ao falar assim a Gedeão?


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8.2 Como reage o bode a estas palavras?


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9. A raposa aponta ao bode uma estratégia para saírem do poço.
9.1 Conta-a por palavras tuas.
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9.2 Assinala com X os adjetivos que melhor caracterizam a maneira de ser da raposa, justificando a
tua escolha.

esperta ingénua matreira valente inocente


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9.3 E que adjetivo atribuirias a Gedeão?
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10. Lê a seguinte frase: «Certo dia, em que a sede a atormentava ainda mais do que o costume,
Rosinha, desesperada, aproximou-se da casa de um camponês e rastejou sorrateiramente até à
abertura do poço.»

10.1 Reescreve a frase alterando o tipo de narrador.


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11. No final da fábula, são apresentadas duas lições de moral:

3
«Temos de distinguir os bons dos falsos amigos.»
«Antes de se fazer qualquer coisa, é importante avaliar cuidadosamente todas as consequências
possíveis.»

11.1 Nesta fábula, quem é o falso amigo?


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11.2 Que personagem não avaliou as consequências do seu ato?
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12. Por que razão esta história se pode classificar como fábula?
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