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interpretação de textos
Material do Aluno
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Exercícios para o desenvolvimento de habilidades de raciocínio lógico e de leitura e
interpretação de textos.
Questão 1.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
Analise o anúncio divulgado pela WWF, ONG dedicada à conservação da natureza, há alguns anos.
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Questão 2.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
O Pisa, exame internacional desenvolvido e aplicado pela Organização para a Cooperação Econômica e
Desenvolvimento (OCDE), avalia o letramento dos estudantes na faixa dos 15 anos nas áreas de
Matemática, Ciências e Leitura. Os resultados do Pisa são apresentados de acordo com a escala de
desempenho da tabela a seguir, que mostra seis níveis de proficiência em função da pontuação obtida.
Alunos com menos de 358 pontos são classificados como “abaixo do nível 1”, pois não conseguem
compreender nem os enunciados mais simples do exame.
A periodicidade do Pisa é trienal e ele já foi aplicado em 2000, 2003, 2006, 2009, 2012 e 2015. No
gráfico a seguir, estão indicadas as pontuações em Matemática de alguns países que participaram de
todas as edições do Pisa, incluindo o Brasil.
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III. A Polônia apresentou significativo crescimento de pontuações em Matemática no Pisa de 2009
para 2012, mas, ainda assim, nunca superou o desempenho da China (Hong Kong).
Está correto o que se afirma em
A. I, II e III. B. II e III, apenas. C. I e III, apenas. D. I, apenas E. III, apenas
Justificativa.
Questão 3.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
Leia a charge a seguir.
A charge
A. retrata um jogo infantil semelhante à “amarelinha”, mas adaptado aos adultos.
B. ilustra o isolamento em que as pessoas vivem atualmente.
C. faz uma crítica à falta de convergência de opiniões entre as pessoas.
D. apresenta uma situação em que o correto e o incorreto dependem do ponto de vista.
E. defende a livre manifestação de ideias ideologicamente distintas.
Justificativa.
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Questão 4.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
Leia o anúncio a seguir.
Questão 5.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
Clara, que estuda em um colégio localizado na região Nordeste, participou de um concurso nacional de
redação, em que as notas poderiam variar de 0 a 1.000 pontos. Terminada a competição, o instituto
organizador enviou a todos os participantes seus boletins de desempenho e Clara recebeu a tabela a
seguir.
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I. Clara foi a participante mais bem classificada na região Nordeste e foi a única nessa condição.
II. A nota média no país não poderia ter sido 513 pontos, pois a média da nota mínima (327
pontos) e da nota máxima (879 pontos) é 603 pontos.
III. Houve alguma região em que a nota máxima superou 862 pontos.
Está correto o que se afirma em
A. I, apenas. B. II, apenas. C. III, apenas. D. II e III, apenas. E. I, II e III.
Justificativa.
Questão 6.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
Considere a charge a seguir e assinale a alternativa que melhor a interpreta.
A. Hoje em dia, as pessoas não querem ler, gostam apenas de aparelhos eletrônicos.
B. Na vida, a pessoa precisa ter luz própria para achar seu caminho.
C. A leitura transforma o modo como vemos as coisas.
D. O livro impresso é um objeto arcaico, que oferece um modo de leitura pouco atraente.
E. As pessoas andam nas trevas até absorverem mensagens de caráter religioso, que iluminam seus
caminhos.
Justificativa.
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Questão 7.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
Leia a charge e o texto a seguir.
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IV. A charge e o texto não se inter-relacionam porque tratam de temas distintos.
Assinale a alternativa certa.
A. As afirmativas I, II, III e IV estão corretas.
B. Apenas as afirmativas I e II estão corretas.
C. Apenas as afirmativas III e IV estão corretas.
D. Apenas as afirmativas I, II e III estão corretas.
E. Apenas a afirmativa II está correta.
Justificativa.
Questão 8.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
Leia o artigo de Leão Serva e a charge.
No Dia do Índio, nada a comemorar, só razões para protestar
Índios brasileiros e apoiadores britânicos fazem protesto diante da Embaixada do Brasil em Londres em
19 de abril, Dia do Índio. Vão dizer que as populações tradicionais não têm nada que comemorar no
dia consagrado a elas. E tentarão atrair a atenção de quem compra produtos brasileiros no exterior
para o sangue indígena que mancha nossas commodities agropecuárias e minerais.
É irônico que, em um regime democrático, protestos desse tipo aconteçam na capital britânica como
ocorriam antes, durante a Ditadura Militar, a cada visita de presidente ou representantes do regime. No
entanto, chamar a atenção dos países que podem influenciar o Brasil, sempre tão cioso de sua imagem
externa, é a única ação que restou diante dos ataques à proteção ambiental e aos direitos
indígenas pela atual administração federal com amplo apoio no Congresso.
(...) O protesto na sede da representação diplomática brasileira tem o apoio, em Londres, da
organização Survival International. Na semana passada, outra entidade, o Observatório do Clima, que
reúne cerca de 40 organizações ambientalistas, criticou as medidas do Executivo Federal que apressam
a desmontagem dos dispositivos consagrados na Constituição de 1988. Chama atenção para a
coincidência entre esses ataques às leis de proteção ambiental no momento em que cresce a
desmoralização da elite política do país, sob acusações de corrupção.
(...) Entre as medidas tomadas pelo Congresso, exatamente quando crescem as denúncias contra
legisladores, estão leis que reduzem as áreas de preservação ambiental: "Na última terça-feira (11/4),
uma comissão do Congresso Nacional retalhou um conjunto de unidades de conservação na Amazônia
e na Mata Atlântica, liberando para grilagem 660 mil hectares de terras públicas que haviam sido
ilegalmente ocupadas e vêm sendo desmatadas (...). Na quarta-feira (12/4), em sete minutos, outra
comissão especial do Congresso aprovou a Medida Provisória 758, que reduz outros 442 mil hectares
de unidades de conservação na Amazônia – em dois dias, 1,1 milhão de hectares".
Os ataques à legislação de proteção dos índios e do ambiente coincidem também com o aumento
vertiginoso na devastação das florestas: a devastação cresceu 60% nos últimos dois anos, pondo em
risco a meta brasileira de chegar a 2020 com redução de 80% na taxa, lançando dúvidas sobre a
seriedade do compromisso do governo brasileiro com o Acordo de Paris.
Disponível em <http://www1.folha.uol.com.br/colunas/leaoserva/2017/04/1876433-no-dia-do-indio-nada-a-comemorar-so-razoes-para-protestar.shtml >. Acesso
em 19 abr. 2017 (com adaptações).
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Disponível em <http://www.diariodecanoas.com.br/_conteudo/2015/04/noticias/regiao/152582-sustentando-partidos-e-os-indios-de-ontem-e-de-hoje-nas-
charges-dos-jornais-de-quarta-feira.html>. Acesso em 19 abr. 2017.
Questão 9.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
(Enade 2016) A Lei Nº 8.213/1991 assegura a contratação de pessoas com deficiência tanto no serviço
público quanto em empresas privadas que empreguem cem trabalhadores ou mais. Todavia, ainda não
é tão simples a inserção dessas pessoas no mercado de trabalho, como ilustra a figura.
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Disponível em <www.multiplicandocidadania.com.br>. Acesso em 30 jul. 2016.
Questão 10.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
(Enade 2016) Leia o texto a seguir.
A articulação indígena e quilombola vem-se consolidando em Oriximiná, no Pará, desde 2012, com o
objetivo de incentivar a parceria entre índios e quilombolas frente a novos desafios comuns. A aliança
possibilitou, em 2015, a reaproximação entre índios da Terra Indígena Kaxuyana - Tunayana e os
quilombolas da Terra Quilombola Cachoeira Porteira, cujas relações, no processo de regularização de
suas terras, haviam assumido ares de conflito. Reunidos no Quilombo Abuí, escolhido como local
neutro e livre de influências externas, em maio de 2015, lideranças indígenas e quilombolas de ambas
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as terras, com a mediação de lideranças quilombolas de outras comunidades, acordaram os limites
territoriais para fins de regularização fundiária. O acordo foi oficializado junto ao Ministério Público
Federal e ao Ministério Público Estadual.
Disponível em <www.quilombo.com.br>. Acesso em 29 ago. 2016 (com adaptações).
Questão 11.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
Considere o gráfico e analise as afirmativas a seguir.
ONU, International Migration Report 2015. Disponível em <http://www.un.org>. Acesso em 20 jun. 2016 (com adaptações).
I. A Ásia é o lugar de destino que, em 2015, apresentou a maior diferença entre o número de
homens e o de mulheres imigrantes.
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II. O número de mulheres com destino à Europa cresceu mais no período de 2000 a 2010 do que
no período de 2010 a 2015.
III. O número de imigrantes que chegaram à Europa em 2015 foi de 35 milhões.
É correto o que se afirma em
A. I, II e III.
B. I e II, apenas.
C. II e III, apenas.
D. I e III, apenas.
E. I, apenas.
Justificativa.
Questão 12.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
Leia a charge e o texto a seguir.
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manto da desigualdade. A existência de uma consciência empresarial responsável é fundamental para
que haja possibilidade de engajamento de todos no processo de desenvolvimento, objetivando a
preservação do meio ambiente, do patrimônio cultural, a promoção dos direitos humanos e a
construção de uma sociedade economicamente próspera e socialmente justa”.
REIS, C. N. dos; MEDEIROS, L. E. Responsabilidade social das empresas e balanço social: meios propulsores do desenvolvimento econômico e social. São Paulo:
Atlas, 2009.
Disponível em <http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=8909>. Acesso em 09 jan. 2016 (com adaptações).
Com base na leitura e nos seus conhecimentos, analise as asserções e assinale a alternativa correta.
A charge critica a hipocrisia de empresas que adotam discursos que disfarçam seu real objetivo de
obter lucro.
PORQUE
De acordo com o texto, a atuação empresarial socialmente responsável é peça fundamental para o
desenvolvimento, para a solução de problemas sociais e para a preservação do meio ambiente.
A. As duas asserções são verdadeiras e a segunda justifica a primeira.
B. As duas asserções são verdadeiras e a segunda não justifica a primeira.
C. A primeira asserção é verdadeira e a segunda é falsa.
D. A primeira asserção é falsa e a segunda é verdadeira.
E. As duas asserções são falsas.
Justificativa.
Questão 13.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
Leia a charge a seguir.
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I. A charge é uma crítica ao programa “Mais Médicos”, do governo federal.
II. O médico da charge representa um profissional que não adota procedimentos adequados para
chegar a um diagnóstico.
III. A charge sugere que os erros de diagnóstico são comumente realizados pelos médicos em
nosso país, mas culpa os pacientes por esse problema, pois eles não sabem relatar com
exatidão o que estão sentindo.
Está correto o que se afirma somente em
A. II. B. II e III. C. I e II. D. I e III. E. I.
Justificativa.
Questão 14.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
Leia o texto e a charge a seguir.
ONU diz que polícia brasileira mata 5 por dia; maioria é afrodescendente
Genebra (10/03/2016)
Segundo a ONU, a polícia brasileira matou 2.000 pessoas em 2015
A Organização das Nações Unidas (ONU) acusa a polícia brasileira de ser a responsável por cinco
mortes a cada dia no país, totalizando apenas em 2015 cerca de 2.000 casos. O alerta foi feito nesta
quinta-feira (10) pelo Alto Comissário da ONU para Direitos Humanos, Zeid Bin Hussein.
Essa é a segunda denúncia que as Nações Unidas apresentam sobre a violência policial no Brasil em
apenas uma semana.
Nesta quinta-feira, Zeid fez seu balanço anual sobre a situação dos direitos humanos no mundo. Entre
os cerca de 30 países citados pelo alto comissário, a situação brasileira teve seu destaque ao tratar do
racismo contra pessoas afrodescendentes.
"No Brasil, o governo tomou ações para lidar com os direitos sociais de pessoas afrodescendentes,
especialmente no campo da educação", reconheceu Zeid.
"Apesar disso, foi amplamente informado sobre a insegurança que muitos jovens afro-brasileiros
sentem diante da violência policial e da impunidade", disse.
"Mais de 2.000 pessoas foram mortas pela polícia no Brasil no ano passado e eles eram, de forma
desproporcional, de afrodescendência", acusou Zeid.
Segundo o relator, outra constatação preocupante também é a morte de jovens afro-americanos nos
Estados Unidos, com 300 casos em 2015.
"Mais ações são necessárias em países onde esses casos são registrados, incluindo medidas para levar
os autores à Justiça e garantir um remédio para as vítimas", defendeu Zeid.
Na última terça-feira (8), o relator da ONU para a prevenção da Tortura, Juan Mendez, também atacou
o Brasil por não dar respostas à violência policial. Para ele, os homicídios cometidos por policiais não
são a exceção, mas, sim, "a regra".
Rogério Sottili, secretário de Direitos Humanos, viajou até Genebra, na Suíça, para dar uma resposta
ao informe. "Existe um problema de impunidade muito grave no país", admitiu.
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"Há tortura no Brasil. Somos um país formado por violações de direitos humanos. Temos uma cultura
de violência. Como mudar? Com um novo processo histórico com formação em direitos humanos",
disse.
Para ele, parte da explicação é a construção histórica do Brasil. "É evidente que não mudaremos uma
cultura de violência de pelo menos 500 anos de uma hora para outra. Mas tenho a convicção de que
recentemente começamos a transformar essa cultura de discriminação e de violência em favor de uma
cultura de direitos", disse.
Como tem feito nos últimos dez anos em reuniões da ONU, o governo listou os diversos programas e
iniciativas que adotou, "indicando o caminho para a ruptura do ciclo de impunidade e violência no
país".
Entre os programas e instituições, estão o Sistema Nacional de Prevenção e Combate à Tortura e a
criação de um Mecanismo Nacional de Combate à Tortura.
Disponível em <http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2016/03/10/policia-brasileira-mata-5-pessoas-por-dia-diz-onu.htm>. Acesso em 22 mar.
2016.
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Justificativa.
Questão 15.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
Leia os quadrinhos a seguir.
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II. Os quadrinhos enaltecem a sociedade contemporânea, na qual problemas são resolvidos
rapidamente com a substituição de produtos.
III. A crítica dos quadrinhos concentra-se no machismo, uma vez que os homens esperam que as
mulheres resolvam seus problemas cotidianos.
A. Apenas as afirmativas I e II são corretas. B. Apenas as afirmativas I e III são corretas.
C. Apenas a afirmativa I é correta. D. Apenas a afirmativa II é correta.
E. Nenhuma afirmativa é correta.
Justificativa.
Questão 16.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
Analise a ilustração e as afirmativas a seguir.
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Justificativa.
Questão 17.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
Leia a charge e a crônica a seguir.
A Foto
Luís Fernando Veríssimo
Foi numa festa de família, dessas de fim de ano. Já que o bisavô estava morre não morre, decidiram
tirar uma fotografia de toda a família reunida, talvez pela última vez. A bisa e o bisa sentados, filhos,
filhas, noras, genros e netos em volta, bisnetos na frente, esparramados pelo chão. Castelo, o dono da
câmera, comandou a pose, depois tirou o olho do visor e ofereceu a câmera a quem ia tirar a
fotografia. Mas quem ia tirar a fotografia?
— Tira você mesmo, ué.
— Ah, é? E eu não saio na foto?
O Castelo era o genro mais velho. O primeiro genro. O que sustentava os velhos. Tinha que estar na
fotografia.
— Tiro eu — disse o marido da Bitinha.
— Você fica aqui — comandou a Bitinha.
Havia certa resistência ao marido da Bitinha na família. A Bitinha, orgulhosa, insistia para que o marido
reagisse. “Não deixa eles te humilharem, Mário Cesar”, dizia sempre. O Mário Cesar ficou firme onde
estava, do lado da mulher. A própria Bitinha fez a sugestão maldosa:
— Acho que quem deve tirar é o Dudu…
O Dudu era o filho mais novo de Andradina, uma das noras, casada com o Luiz Olavo. Havia a suspeita,
nunca claramente anunciada, de que não fosse o filho do Luiz Olavo.
O Dudu se prontificou a tirar a fotografia, mas Andradina segurou o filho.
— Só faltava essa, o Dudu não sair.
E agora?
— Pô, Castelo. Você disse que essa câmera só faltava falar. E não tem nem timer!
O Castelo impávido. Tinham ciúmes dele. Porque ele tinha um Santana do ano. Porque comprara a
câmera num duty free da Europa. Aliás, o apelido dele entre os outros era “Dutifri”, mas ele não sabia.
— Revezamento — sugeriu alguém — Cada genro bate uma foto em que ele não aparece, e…
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A ideia foi sepultada em protestos. Tinha que ser toda a família reunida em volta da bisa.
Foi quando o próprio bisa se ergueu, caminhou decididamente até o Castelo e arrancou a câmera da
sua mão.
— Dá aqui.
— Mas seu Domício…
— Vai pra lá e fica quieto.
— Papai, o senhor tem que sair na foto. Senão não tem sentido!
— Eu fico implícito — disse o velho, já com o olho no visor.
E antes que houvesse mais protestos, acionou a câmera, tirou a foto e foi dormir.
VERISSIMO, L. F. Comédias para se Ler na Escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
Questão 18.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
(Enade 2014). Pegada ecológica é um indicador que estima a demanda ou a exigência humana sobre
o meio ambiente considerando-se o nível de atividade para atender ao padrão de consumo atual (com
a tecnologia atual). É, de certa forma, uma maneira de medir o fluxo de ativos ambientais de que
necessitaríamos para sustentar nosso padrão de consumo. Esse indicador é medido em hectare global,
medida de área equivalente a 10.000m2. Na medida hectare global, são consideradas apenas as áreas
produtivas do planeta. A biocapacidade do planeta, indicador que reflete a regeneração (natural) do
meio ambiente, é medida também em hectare global. Uma razão entre pegada ecológica e
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biocapacidade do planeta igual a 1 indica que a exigência humana sobre os recursos do meio ambiente
é reposta na sua totalidade pelo planeta, devido à capacidade de regeneração. Se for maior que 1, a
razão indica que a demanda humana é superior à capacidade do planeta de se recuperar e, se for
menor que 1, indica que o planeta se recupera mais rapidamente.
Questão 19.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
Observe o gráfico sobre a taxa de homicídios de mulheres nos estados brasileiros.
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Taxa de homicídios de mulheres (por 100 mil) por estado. Brasil, 2006 e 2013.
Mapa da Violência 2015. Homicídios de Mulheres no Brasil. Disponível em <http://www.mapadaviolencia.org.br>. Acesso em 15 jun. 2016.
Analise as afirmativas, de acordo com os dados do gráfico.
I. As taxas de homicídios de mulheres em São Paulo, em 2006 e em 2013, foram menores do que
a taxa brasileira.
II. O aumento da taxa de homicídios de mulheres em estados brasileiros, no período de 2006 a
2013, deve-se principalmente ao crescimento da população brasileira.
III. O estado que teve mais mulheres assassinadas em 2013 foi Roraima.
IV. Em 2006, houve mais mulheres assassinadas no Espírito Santo do que no Rio de Janeiro.
Está correto o que se afirma somente em
A. I. B. II e IV. C. III e IV. D. I e IV. E. I, III e IV.
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Justificativa.
Questão 20.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
(Enade 2014). O quadro a seguir apresenta a proporção (%) de trabalhadores por faixa de tempo
gasto no deslocamento casa-trabalho, no Brasil e em três cidades brasileiras.
Tempo de deslocamento Brasil Rio de Janeiro São Paulo Curitiba
Até cinco minutos 12,70 5,80 5,10 7,80
De seis minutos até meia hora 52,20 32,10 31,60 45,88
Mais de meia hora até uma hora 23,60 33,50 34,60 32,40
Mais de uma hora até duas horas 9,80 23,20 23,30 12,90
Mais de duas horas 1,80 5,50 5,30 1,20
Com base nos dados apresentados e considerando a distribuição da população trabalhadora nas
cidades e as políticas públicas direcionadas à mobilidade urbana, avalie as afirmativas a seguir.
I. A distribuição das pessoas por faixa de tempo de deslocamento casa-trabalho na região
metropolitana do Rio de Janeiro é próxima à que se verifica em São Paulo, mas não em Curitiba
ou na média brasileira.
II. Nas metrópoles, em geral, a maioria dos postos de trabalho está localizada nas áreas urbanas
centrais, e as residências da população de baixa renda estão concentradas em áreas irregulares
ou na periferia, o que aumenta o tempo gasto por essa população no deslocamento casa-
trabalho e o custo do transporte.
III. As políticas públicas referentes a transportes urbanos, como, por exemplo, Bilhete Único e
Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), ao serem implementadas, contribuem para redução do tempo
gasto no deslocamento casa-trabalho e do custo do transporte.
É correto o que se afirma em
A. I, apenas. B. III, apenas. C. I e II, apenas.
D. II e III, apenas. E. I, II e III.
Justificativa.
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Questão 21.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
(Enade 2014). Leia o texto e o gráfico a seguir.
As mulheres frequentam mais os bancos escolares que os homens, dividem seu tempo entre o trabalho
e os cuidados com a casa, geram renda familiar, porém continuam ganhando menos e trabalhando
mais que os homens. As políticas de benefícios implementadas por empresas preocupadas em facilitar
a vida das funcionárias que têm criança pequena em casa já estão chegando ao Brasil. Acordos de
horários flexíveis, programas como auxílio-creche, auxílio-babá e auxílio-amamentação são alguns dos
benefícios oferecidos.
Disponível em <http://www1.folha.uol.com.br>. Acesso em 30 jul. 2013 (com adaptações).
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Questão 22.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
(Enade 2015 – com adaptações). Leia o texto a seguir.
A alfabetização midiática e informacional tem como proposta desenvolver a capacidade dos cidadãos de
utilizar mídias, bibliotecas, arquivos e outros provedores de informação como ferramentas para a
liberdade de expressão, o pluralismo, o diálogo e a tolerância intercultural, que contribuem para o
debate democrático e a boa governança. Nos últimos anos, uma ferramenta de grande valia para o
aprendizado, dentro e fora da sala de aula, têm sido os dispositivos móveis. Como principal meio de
acesso à internet e, por conseguinte, às redes sociais, o telefone celular tem sido a ferramenta mais
importante de utilização social das diferentes mídias, com apropriação de seu uso e significado, sendo,
assim, uma das principais formas para o letramento digital da população. Esse letramento desenvolve-
se em vários níveis, desde a simples utilização de um aplicativo de conversação com colegas até a
utilização em transações financeiras nacionais e internacionais.
WILSON, C. et al. Alfabetização midiática e informacional: currículo para formação de professores. Brasília: UNESCO, 2013 (com adaptações).
Questão 23.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
Leia o texto e analise as afirmativas que seguem.
A selva amazônica alimenta as torneiras em São Paulo
Desmatamento da Amazônia reduz chuvas até em Buenos Aires.
Nos últimos dois anos, muitos dos habitantes da Grande São Paulo (20 milhões de pessoas)
começaram a se acostumar a captar água da chuva com baldes, a esfregar o chão com água da
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máquina de lavar roupas e a se levantar de madrugada, antes que as torneiras ficassem secas
novamente, para encher as bacias e ter água para o dia seguinte.
O estado mais rico do Brasil ficou imerso por uma crise hídrica que não previu ou não soube prevenir e
observou como suas reservas foram secando paulatina e perigosamente diante de uma queda
inesperada de precipitações. Os estados próximos, como Rio de Janeiro e Minas Gerais, seguiram os
passos do vizinho e muitos de seus habitantes também sofreram com o desabastecimento de água
durante dias.
No Nordeste do país, uma região maior, embora menos populosa, a seca não é nenhuma novidade, e,
em épocas mais severas, multiplicam-se as imagens de famílias inteiras percorrendo dezenas de
quilômetros em busca de algum poço de qualidade questionável ou esperando com a vista voltada às
ruas, completamente dependentes da chegada de um caminhão-pipa. O problema explica-se pela falta
de infraestrutura, de previsão e de uma cultura de consumo responsável. E, também, claro, pela falta
de chuvas, um fenômeno que os especialistas associam ao desmatamento do maior tesouro do Brasil
(e do Planeta): a selva amazônica.
As mordidas constantes do homem sobre a selva amazônica, um ecossistema único que mantém o ar
úmido por até 3.000km continente adentro, podem equiparar-se, em termos ambientais, a acabar com
a nascente de um gigantesco rio. Calcula-se que 19% das chuvas da Bacia da Prata têm sua origem na
umidade que a selva amazônica gera, e que voa para o sul. As secas foram acompanhadas nos últimos
anos de outros fenômenos climáticos extremos, como inundações, especialmente no sul do país, o que
reforça a teoria dos especialistas sobre o papel da selva no equilíbrio climático da região.
Com esse panorama, em que até o Rio de Janeiro terá de investir em obras que garantam o
abastecimento, o Brasil tem uma má notícia: o desmatamento na Amazônia aumentou 16% este ano
(2015) e chegou a 5.841km2, uma área equivalente à metade do território de Porto Rico.
Por outro lado, a boa notícia é que o Brasil já esteve pior: em 2004, foram destruídos 27.772
quilômetros quadrados. O objetivo para 2020 é não superar os 4.000km².
O desafio é enorme. Contra ele, estão principalmente os interesses da pecuária e dos agricultores. Os
estados que concentram os maiores aumentos do desmatamento (Amazonas, Rondônia e Mato Grosso)
beneficiaram-se, paradoxalmente, de recursos do Fundo Amazônia, nutrido pelo investimento
estrangeiro e idealizado, precisamente, para reduzi-lo.
Disponível em <http://brasil.elpais.com/brasil/2015/11/29/politica/>. Acesso em 30 nov. 2015 (com adaptações).
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Questão 24.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
Considere a figura e o texto a seguir.
Se pensarmos nas características que dão identidade ao ato de pichar e de grafitar, veremos que
ambos os segmentos se comunicam muito mais do que se imagina ou que, intencionalmente, por meio
de alguns veículos de comunicação e poder (parte da mídia e Estado), se faz acreditar. A prática de
pintar e escrever em paredes está presente na história da humanidade desde a chamada pré-história.
De lá para cá, essa prática esteve inserida e foi influenciada por diferentes contextos históricos,
culturais e geográficos. Vivemos ainda hoje num contexto de uma sociedade capitalista que impõe a
uma grande parcela da população a situação de carência em diferentes aspectos. Muito nos chama a
atenção a carência de recursos econômicos, mas, atrelada a ela, está a carência de bens simbólicos, de
produção de representações e cultura. Os grafites e as pichações atuais nascem da necessidade
humana da produção de representações que lhes é negada. Essa é uma característica comum a ambos
e que leva a outras inevitáveis. São elas a transgressão - o grafite e as pichações devem transgredir o
espaço urbano em sua estética e forma de organização e, assim, devem ser realizados sem
autorização. Serem públicos - as pichações e os grafites têm que estar em público, por isso são feitos
nas ruas, apropriando-se de qualquer suporte que a cidade ofereça. Isso ocorre pelo objetivo de
proporcionar o acesso à arte ao maior número de pessoas, independentemente de etnia, gênero ou
classe social. Também pela necessidade que os pichadores e os grafiteiros têm de serem vistos, serem
reconhecidos pelo seu meio social e pela sociedade como um todo, ainda que, em alguns casos, de
forma negativa, sanando assim, em parte, a invisibilidade a que muitas vezes estão submetidos por
pertencerem, em geral, às camadas economicamente mais pobres da sociedade. Efemeridade - grafite
e pichações, por ocuparem as ruas, os muros, estão sujeitos a todos os tipos de intervenção que se
faça no mesmo espaço. Assim, são manifestações que tendem a permanecer pouco tempo onde estão.
Thiago Santa Rosa, pesquisador da Universidade Federal de Pernambuco, em entrevista ao Diário de
Pernambuco.
Disponível em <http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/vida-urbana/2015/10/19/interna_vidaurbana,604348/pesquisador-estuda-o-universo-da-
pichacao-e-da-grafitagem-no-recife.shtml>. Acesso em 15 mar. 2016.
I. A figura sugere que a pichação é uma forma de expressão popular, que dá voz àqueles que não
dispõem dos meios de comunicação socialmente legitimados, o que também se confirma no
texto.
II. De acordo com o texto, pichação e grafite são manifestações transgressoras, realizadas em
lugares proibidos, e, por isso, degradam o patrimônio público.
III. Segundo o texto, os pichadores buscam reconhecimento, na tentativa de compensar a
invisibilidade social a que estão submetidos.
26
Está correto o que se afirma somente em
A. I.
B. II.
C. III.
D. I e III.
E. I e II.
Justificativa.
Questão 25.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
Leia o texto e analise as afirmativas a seguir.
Brasil tem mais de 202 milhões de habitantes, diz IBGE
O Brasil ganhou no último ano 1.735.562 habitantes, média de 4,7 mil novos brasileiros por dia. Após
romper a barreira de 200 milhões de pessoas em 2013, o país teve crescimento populacional de 0,86%
em 12 meses e atingiu a marca de 202,7 milhões – mantendo-se como a 5º nação mais populosa do
mundo, atrás de China, Índia, Estados Unidos e Indonésia.
Os dados foram divulgados pelo IBGE e são referentes a 1º de julho de 2014. Os números apontam
para um crescimento mais expressivo da população nos municípios de médio porte, que têm entre 100
mil e 500 mil habitantes (1,12%). Em contrapartida, as capitais apresentaram estabilidade.
Na avaliação da demógrafa Leila Eravatti, os municípios que compõem as regiões metropolitanas
atraíram mais moradores por conta do elevado custo de vida nas capitais, principalmente a alta
expressiva do valor do metro quadrado. São Paulo é o Estado mais populoso do país, com 44 milhões
de habitantes – 88 vezes o número de pessoas que vivem em Roraima, o Estado menos populoso, com
496.936.
Entre as capitais, São Paulo também lidera, com 11.895.593 pessoas (leia mais abaixo), à frente do Rio
de Janeiro (6.453.682), Salvador (2.902,927), Brasília (2.852.372) e Fortaleza (2.571.896). O município
que mais cresceu foi Nova Redenção (BA). A cidade registrou um avanço populacional de 10,87% (de
8.527 para 9.453 habitantes). Serra da Saudade (MG), com só 822 habitantes, é o município menos
populoso do país. O menor crescimento foi registrado em Satuba (AL) taxa de -15,87%, passando de
15.737 para 13.241 pessoas.
Quando o recorte é feito por região, o Sudeste aparece à frente com 85,1 milhões, seguido por
Nordeste, 56,1 milhões; Sul, 29 milhões; Norte, 17,2 milhões; e Centro-Oeste, com 15,1 milhões.
27
Disponível em <http://www.metrojornal.com.br/nacional/brasil>. Acesso em 29 ago. 2014.
28
Questão 26.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
Leia o artigo de Mônica Sousa, filha do desenhista Mauricio de Sousa e inspiradora da personagem
Mônica das histórias em quadrinhos. Em seguida, observe a tirinha.
Somos todas donas da rua
08/03/2016
No começo, a Turminha era formada só de meninos: Franjinha, Cebolinha, Chico Bento. Até que
começaram a perguntar para o meu pai: "Cadê as meninas?". Mauricio conhecia mais o universo dos
garotos. Foi aí que ele começou a olhar em volta e percebeu que poderia se inspirar nas filhas.
Em 1963, Mônica estreou na tirinha do Cebolinha e encantou todo mundo com um jeito que não era
considerado exatamente feminino para a época. Ela era forte, decidida, dona da rua. Eu era também.
Meu pai sempre me deixou ser do meu jeito, sem me limitar por ser menina. Para ele, minha
autenticidade (e de todos nós, seus dez filhos) sempre foi importante. É só ver, nos gibis, as
peculiaridades de cada personagem baseado em nós.
Quando uma menina ou mulher é mais, digamos, assertiva, logo leva a fama de mandona. Mas, para
mim, o que a Mônica sempre teve foi uma autoconfiança enorme, além de um grande sentimento de
responsabilidade em relação a seus amigos.
Meninas em todo o Brasil e em vários países do mundo se identificam com a dentucinha, cuja força
maior não é a física: é a força de quem acredita em seus sonhos e capacidades.
Na época em que a personagem nasceu, os anos 1960, as mulheres começavam a ganhar mais espaço
no mercado de trabalho. No ano de publicação da primeira tirinha em que a Mônica aparece, a russa
Valentina Tereshkova foi a primeira mulher a viajar ao espaço. Mas o caminho foi longo. Fazia pouco
menos de três décadas que as brasileiras haviam conquistado o direito ao voto.
Em 1964, foi criada a Magali, mais delicada, conciliadora (além de comilona, claro!). Mais alguns anos e
chegou a Rosinha e tantas outras. Cada uma com seu jeito. Os meninos e meninas da Turma são
diferentes?
Com certeza. Mas brincam de casinha, de futebol, de viagem espacial, do que quiserem brincar. Juntos.
E, como a Mônica nunca foi limitada pelo fato de ser menina, elas e eles também não são. Têm os
mesmos direitos e oportunidades. São iguais na diferença. Como são, naturalmente, as crianças. Ou
como deveriam ser. Mas as crianças, também naturalmente, seguem os exemplos dos adultos, não é?
Por isso precisamos ser bons exemplos para eles.
Pois é, em pleno século 21, ainda há muito a conquistar. Como diretora executiva de uma grande
empresa, sou, do mesmo modo que a Mônica das historinhas, uma exceção. No Brasil, as mulheres
ocupam apenas 5% das vagas nos conselhos das empresas e entre 8% e 16% dos cargos de alta
liderança.
Já temos uma mulher na Presidência, mas, no Congresso, são apenas 13 senadoras para um total de
81 vagas e 51 deputadas para 513 cadeiras na Câmara Federal.
A nova geração tem a oportunidade de mudar esse quadro, com a nossa ajuda. A violência contra
mulheres e meninas tem raízes na discriminação e na desigualdade e começa cedo, portanto, a
prevenção precisa acompanhar esse fator desde a educação de meninos e meninas, a fim de promover
relações de gênero mais respeitosas.
Desde 2007, a Mônica é embaixadora do Unicef (Fundo das Nações Unidas pela Infância), emprestando
sua força para defender os direitos das crianças e adolescentes.
Neste ano de 2016, a Mauricio de Sousa Produções tem o orgulho de se tornar signatária dos princípios
do ONU Mulheres.
Fundamentada na visão de igualdade consagrada na Carta das Nações Unidas, a ONU Mulheres, entre
outras questões, trabalha para a eliminação da discriminação contra as mulheres e meninas e a
realização da igualdade entre mulheres e homens como parceiros e beneficiários do desenvolvimento,
direitos humanos, ação humanitária e paz e segurança.
Neste dia 8 de março, queremos mais que homenagens. Queremos respeito. Como a Mônica, as
meninas podem ser as donas da rua e do mundo.
Disponível em <http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2016/03/1747369-somos-todas-donas-da-rua.shtml>. Acesso em 17 mar. 2016.
29
Disponível em <http://www.jornalopcao.com.br/posts/ultimas-noticias/a-menininha-do-vestido-vermelho-e-do-coelhinho-de-pelucia-conquistou-o-seu-lugar>.
Acesso em 17 mar. 2016.
Questão 27.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
Analise o gráfico, com o levantamento da renda familiar no Brasil em 2013, e as afirmativas a seguir.
Considere que o salário mínimo na época da pesquisa era de R$678.
30
Disponível em <http://www1.folha.uol.com.br/colunas/fernandocanzian/2014/01/1398643-o-role-do-brasil.shtml>. Acesso em 22 mar. 2016.
Questão 28.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
(Enade 2015). Leia o texto a seguir.
31
A partir dessas informações, redija um texto dissertativo sobre o significado da premiação de Malala
Yousafzai, na luta pela igualdade de gêneros. Em seu texto, aborde os seguintes aspectos:
A. direito das jovens à educação formal;
B. relações de poder entre homens e mulheres no mundo.
Resposta.
Questão 29.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
(Enade 2016 – com adaptações). Analise o gráfico a seguir.
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais, Pesquisa de Entidades de Assistência Social Privadas sem Fins Lucrativos
2014-2015. Nota: Uma mesma unidade pode declarar mais de uma forma de chegada do usuário em um ou mais serviços prestados.
Disponível em <http://biblioteca.ibge.gov.br>. Acesso em 10 jun. 2016.
32
I. 51,9% das unidades privadas prestadoras do serviço de proteção social básica no domicílio para
pessoas com deficiência e idosas relatam chegada de usuários de forma ativa.
II. 81,6% das entidades privadas, sem fins lucrativos executoras do serviço de proteção social
especial para pessoas com deficiência, idosas e suas famílias relatam acesso por demanda
espontânea.
III. 40,1% das entidades privadas que atuam no serviço especializado para pessoas em situação de
rua indicam busca ativa como modalidade de acesso.
IV. 82,4% das unidades privadas que desenvolvem serviço de convivência e fortalecimento de
vínculos indicam que usuários buscam o serviço de forma espontânea.
V. Em 81,6% das unidades da rede privada que realizam acolhimento institucional, a chegada de
usuários deu-se por encaminhamento.
É correto apenas o que se afirma em
A. I, II e III. B. I, II e V. C. II, IV e V. D. I, III e IV. E. III, IV e V.
Justificativa.
Questão 30.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
(Enade 2015 – com adaptações) Com base na leitura da letra da canção Guerra Santa, de Gilberto Gil,
analise as afirmativas.
33
I. Com as metáforas “barraqueiro” (v.3) e “limões”, o autor procura situar, respectivamente,
religiosos e produtos religiosos, em contexto de pluralidade, tolerância e cidadania.
II. Infere-se do trecho “só que o bom barraqueiro que quer vender seu peixe em paz/deixa o outro
vender limões” (v,3-4) que a paz entre as religiões depende da não concorrência econômica
pela venda de produtos religiosos.
III. A despeito de o autor da canção utilizar nomes de divindades e personagens divinizadas mais
conhecidas, a expressão “e tantos mais” (v.10) evidencia a referência a qualquer representação
do divino em qualquer religião.
É correto apenas o que se afirma em
A. I. B. II e III. C. II. D. I e II. E. I e III.
Justificativa.
Questão 31.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
(Enade 2016) Leia a charge a seguir.
34
A partir das ideias sugeridas pela charge, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas.
I. A adoção de posturas de consumo sustentável, com descarte correto dos resíduos gerados, favorece
a preservação da diversidade biológica.
PORQUE
II. Refletir sobre os problemas socioambientais resulta em melhoria da qualidade de vida.
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.
A. As asserções I e II são proposições verdadeiras e a II é uma justificativa correta da I.
B. As asserções I e II são proposições verdadeiras e a II não é uma justificativa correta da I.
C. A asserção I é uma proposição verdadeira e a II é uma proposição falsa.
D. A asserção I é uma proposição falsa e a II é uma proposição verdadeira.
E. As asserções I e II são proposições falsas.
Justificativa.
Questão 32.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
Leia o texto a seguir.
O que Portugal tem a ver com o Brasil
Alexandra Lucas Coelho
Os portugueses não parecem ter uma boa relação com os brasileiros, disse-me uma alemã,
conhecedora profissional de Portugal e Brasil. Estávamos na Alemanha, o Brasil temia uma guerra civil,
foi há dez dias. Agora, de volta a casa, continuo a pensar na observação desta veterana, que nada
tinha de provocadora, era só vontade de entender. Mas é impossível ignorar o que se tem manifestado
em Portugal de equívoco face ao Brasil ao longo destes dias.
Segundo um desses equívocos, provável pai dos outros, o tema da colonização encerrou-se, chega de
falar dele, é passado. Penso o contrário, que mal começamos, que é presente, e a atual crise brasileira
acentua isso. Não só pelo que expõe das estruturas brasileiras, como pelo que revelou do olhar de
Portugal sobre o Brasil, e sobre si mesmo.
Com esse nome, o Brasil viveu 322 anos de ocupação portuguesa e 194 de independência. Se alguém
acredita que o tempo da independência poderia já ter curado o tempo da ocupação, precisa de voltar à
história luso-brasileira, porque o alcance da violência vai longe, e em muitas direções. Esses 322 anos
atuam diariamente naquilo que é hoje o Brasil, na clivagem entre São Paulo e o Nordeste, nos milhões
que ainda moram em favelas, na relação Casa-Grande & Senzala das elites com os empregados, na
violência da polícia que continua a ser militar, no desmando oligárquico dos que controlam aparelhos e
estados, no saque catastrófico da natureza, na traição aos grupos indígenas, na evangelização dos
pobres, radicalizando o conservadorismo num país onde se morre de aborto. Não é elenco para uma
crônica, tem sido e será para muitas, livros, bibliotecas.
O lulismo fez coisas importantes contra parte dessa herança (nas desigualdades mais urgentes, na
cultura), não fez o suficiente contra boa parte disto (na educação, na saúde, na polícia), fez coisas que
pioraram isto (um capitalismo com consequências devastadoras no ambiente e nas questões indígenas)
35
e historicamente produziu uma geração que o critica e supera pela esquerda, num caldo inédito de
periferias politicamente empoderadas e uma nova faixa politizada vinda da elite.
A violência sistêmica brasileira tem raízes nas duas violências fundadoras da colonização portuguesa,
extermínio indígena e escravatura africana.
Os portugueses não inventaram a escravatura, mas inauguraram o tráfico em grande escala. Dos 12
milhões de indivíduos que as potências europeias deportaram de África até ao século XVIII, 5,8 milhões
foram traficados por Portugal. Isto significa 47 por cento, ou seja, quase metade do tráfico foi
assegurado por Portugal, e a maioria destinava-se a sustentar a colonização do Brasil.
A escravatura é um horror antiquíssimo, sim, e entre os séculos XV e XVIII a forma portuguesa de a
praticar foi secundada por ingleses, espanhóis, franceses, holandeses, sim.
Mas a Portugal coube esta iniciativa: deportação em massa, para nela assentar a exploração brutal de
um território gigante, à custa do qual um território minúsculo viveu, como toda uma bibliografia tem
mostrado de forma cada vez mais desassombrada.
Não aprendi isto na escola, e tenho sérias dúvidas de que a maior parte dos portugueses faça ideia de
que Portugal, sozinho, deportou tantos africanos como os judeus mortos no Holocausto, com a ajuda
teológica e logística da Igreja Católica, depois de ter levado ao extermínio de ninguém sabe quantos
índios, provavelmente não menos de um milhão.
Disponível em <https://www.publico.pt/mundo/noticia/o-que-portugal-tem-a-ver-com-o-brasil-1727252>. Acesso em 29 jun. 2016 (com adaptações).
Questão 33.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
Leia o texto e a charge a seguir.
Níveis de poluição do ar estão crescendo em muitas das cidades mais pobres do mundo.
OPAS/OMS Brasil – Trecho (12 de maio de 2016)
Mais de 80% das pessoas vivendo em áreas urbanas que monitoram a poluição do ar estão expostas a
níveis de qualidade do ar que excedem os limites da Organização Mundial de Saúde (OMS). Embora
todas as regiões do mundo sejam afetadas, populações de baixa renda são as que mais sofrem
impacto. De acordo com o último banco de dados sobre a qualidade do ar em áreas urbanas, 98% das
36
cidades em países de baixa e média renda com mais de 100 mil habitantes não atendem às diretrizes
de qualidade do ar da OMS. Em países de alta renda, no entanto, esse percentual cai para 56%.
Nos dois últimos anos, o banco de dados – que agora abrange 3 mil cidades em 103 países – quase
dobrou, com mais cidades medindo os níveis de poluição de ar e reconhecendo os impactos associados
à saúde.
Enquanto a qualidade do ar em áreas urbanas cai, o risco de acidentes vasculares cerebrais, doenças
cardíacas, câncer de pulmão e doenças respiratórias crônicas e agudas (incluindo asma) aumenta para
as pessoas que vivem nesses locais.
“A poluição do ar é uma das principais causas de doenças e mortes. A notícia de que mais cidades
estão intensificando o monitoramento da qualidade do ar é positiva, então quando tomam medidas
para melhorá-lo passam a ter um ponto de referência”, afirmou Flavia Bustreo, diretora-geral assistente
do programa da OMS sobre Saúde das Crianças, Mulheres e Família. “Quando o ar poluído toma nossas
cidades, as populações urbanas mais vulneráveis – mais jovens, mais velhos e mais pobres – são as
mais afetadas”.
Disponível em <http://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5096&Itemid=839>. Acesso em 28 jun. 2016
37
Justificativa.
Questão 34.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
Leia o texto a seguir.
São Paulo, a capital mundial do grafite
A cidade mais populosa da América Latina concentra um dos mais grandiosos museus a céu
aberto de arte urbana do mundo
Quando estiver andando por São Paulo, olhe para cima. Ou para os lados. Não importa muito se está
caminhando por um bairro de classe média ou pela periferia. Há uma característica comum às
diferentes regiões da maior cidade mais populosa da América Latina: os grafites e pichações, que vêm
tomando conta dos muros nos mais de 1.500km2 da área de extensão, estão transformando São Paulo
na capital mundial do grafite.
De maneira geral, a arte urbana não agrada a todos os gostos. Mas é unânime a opinião de que São
Paulo é uma cidade cinza, e o grafite insere cor a esse cenário. "O grafite é uma manifestação artística
que faz parte do cotidiano de todos, quer você goste ou não. Ele se impõe", dizem os irmãos Otávio
e Gustavo Pandolfo, mais conhecidos como Os Gêmeos.
A dupla de artistas é conhecida, ao redor do mundo, pelos trabalhos que misturam certo realismo
fantástico com personagens bem característicos, sempre com cores e figuras geométricas parecidas. Os
irmãos começaram a grafitar em 1987 no bairro onde cresceram, o Cambuci, na zona sul da capital
paulista. "A arte não é para você gostar, é para você refletir e pensar", completa Thiago Mundano, 27
anos, que se autointitula “artivista”, por atrelar o grafite a ações sociais.
Na Avenida Cruzeiro do Sul, na zona norte da capital, bem próximo a uma das duas rodoviárias da
cidade, um grupo de 58 artistas fez 66 painéis, criando, em 2011, o primeiro Museu Aberto de Arte
Urbana de São Paulo (MAAU). Eles levaram para as ruas uma das maiores características dessa arte: a
acessibilidade. "O fato de a arte estar na rua já é muito mais democrático. A pessoa não precisa entrar
numa galeria fechada para ver", diz a artista e grafiteira Prila Paiva, 35 anos.
Organizado com autorização da Prefeitura, esse museu é uma exceção. Como o grande negócio do
grafite é ocupar a cidade, os artistas nem sempre pintam em muros autorizados. Existe um aspecto de
subversão, que envolve, entre outras coisas, "a adrenalina de pichar", segundo Mundano. Para ele,
tudo é relativo. “Um outdoor é tão agressivo quanto um grafite. Eu posso achar ruim, para a minha
filha, por exemplo, abrir a janela de casa e dar de cara com uma mulher de calcinha e sutiã numa
propaganda para vender lingerie”.
São Paulo adotou, em janeiro de 2007, a Lei Cidade Limpa, durante a gestão do ex-prefeito Gilberto
Kassab, proibindo a propaganda em outdoors e em imóveis públicos e privados. Já em relação aos
grafites, ainda não houve um acordo entre artistas e o poder público. Por isso, de um lado, a Prefeitura
apaga, cobrindo com tinta cinza, muitos dos muros grafitados. De outro, grafiteiros
e pichadores pintam os locais apagados novamente. "Nunca sentimos, por parte da prefeitura,
interesse de entender e respeitar a cultura do grafite", contam Os Gêmeos. "Existem problemas sérios
em São Paulo que precisam desse dinheiro do contribuinte, em vez de ser investido em tinta cinza para
apagar trabalhos de arte".
Mesmo assim, no final da gestão de Kassab, a Prefeitura publicou um guia bilíngue de lugares para ver
os grafites na cidade, com uma pequena ficha de alguns artistas.
Por tratar-se de uma arte muito efêmera, um dia a obra está lá e no outro pode já ter sido apagada, o
consultor financeiro Ricardo Czapski e a produtora cultural Marina Gonzalez tiveram a ideia de eternizar
38
algumas pinturas. Eles acabam de lançar o livro Graffiti em São Paulo, que nasceu de um acervo de
mais de dez mil fotos que Czapski tirou, por 5 anos, de muros grafitados. "O grafite tem uma recepção
muito boa em todos os níveis. Não tem mais aquela má impressão da arte marginal", diz Gonzalez.
Com o passar dos anos, além do reconhecimento do público, o grafite foi se tornando um negócio mais
rentável. Hoje, a arte urbana está presente em galerias e exposições pelo Brasil e pelo mundo. "Depois
que fizemos a exposição dos Gêmeos, ganhamos outro público na galeria. Esses artistas têm um apelo
que outros não têm", diz Alexandre Gabriel, diretor da galeria que representa Os Gêmeos.
Neste momento, a cidade abriga a 14ª edição da Graffiti Fine Art, um projeto com curadoria do artista
Binho Ribeiro, que expõe grafites no Museu Brasileiro da Escultura (MuBE). A exibição é gratuita. O
museu fica em um bairro nobre da capital, no Jardim Europa, uma prova de que essa arte marginal
anda mais ao centro do que à margem da cidade. "Não existe preconceito do mercado, o que existe
são pessoas preconceituosas", conclui Ribeiro.
Pimp My Carroça
Exemplo do cunho social que o grafite pode desenvolver, em 2007, Thiago Mundano começou a pintar
as carroças dos mais de 20.000 catadores de lixo reciclável de São Paulo, que transportam, em um
carrinho improvisado, toneladas de papelão, vidro e alumínio para os centros de reciclagem. "Percebi
que essas pessoas são invisíveis, ninguém olha para elas", diz Mundano.
A meta, na época, era pintar 100 carroças, mas, com o tempo, Mundano viu que apenas pintar não
bastava. As carroças precisavam de itens de segurança, como tintas refletoras para a noite, espelhos
retrovisores, luvas e cordas para os catadores. Assim, nasceu o projeto Pimp My Carroça.
Por meio do site de crowdfunding Catarse, Mundano arrecadou 64.000 reais (27,8 mil dólares), de 792
apoiadores. O projeto cresceu, se transformou em um evento no centro de São Paulo, onde as carroças
foram pintadas e os catadores ganharam camisetas, alimentos e uma consulta com um clínico geral.
De lá pra cá, o Rio de Janeiro e Curitiba, a capital do Paraná, no Sul do país, receberam uma edição do
projeto, contabilizando mais de 120 voluntários e um número já incontável de carroças pintadas. O
próximo passo é desenvolver um aplicativo para que qualquer um possa localizar os catadores que
estiverem mais próximos e entregar a eles o lixo reciclável.
Disponível em <http://brasil.elpais.com/brasil/2013/11/23/cultura/1385165447_940154.html>. Acesso em 05 jun. 2016 (com adaptações).
39
Questão 35.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
Leia o texto a seguir.
Obesidade, consumo e política: uma conversa sobre as mudanças mundiais na alimentação
Por que estamos engordando? O que a política tem a ver com os alimentos? Por que não vemos
publicidade de legumes na TV? Essas e outras questões relacionadas às transformações na alimentação
e suas consequências no cenário internacional foram abordadas por Pedro Graça, diretor do Programa
Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável do Ministério da Saúde de Portugal e doutor em
Nutrição Humana pela Universidade do Porto. Em visita ao Brasil, ele participou do Seminário
Internacional: Escolhas Alimentares e seus Impactos, no Sesc Santos.
Confira algumas questões levantadas.
Estamos engordando
Ao comparar gráficos da presença da obesidade nas populações dos Estados Unidos e da área rural de
Bangladesh, por exemplo, o professor Pedro Graça conclui: essa é uma epidemia global. A obesidade
cresceu nos últimos 20 anos não só em países industrializados, com ampla oferta de alimentos, mas
chegou até áreas rurais da Ásia.
Os mais pobres engordam mais
Até recentemente, acreditava-se que essa era uma epidemia que atingia principalmente as populações
que estavam melhorando economicamente, associada ao acesso à alimentação, ao acesso à caloria, à
gordura, à proteína. Mas não é bem assim: “O que nós estamos a viver é não só o aumento da doença
no mundo inteiro, mas, ao contrário do que se esperava, quem é mais afetada é a população mais
carente, mais vulnerável. Pobreza e obesidade se aproximam de tal maneira que a pessoa pode ter
fome e ser obesa ao mesmo tempo. Coisa que para nós da biologia é um paradoxo”, afirma.
Somos treinados para engordar
“Nós somos uma máquina de engordar”. Isso porque a capacidade de acumular reservas de energia na
forma de gordura foi essencial para a sobrevivência do ser humano, diante da escassez de alimentos.
“O ser humano está preparado para lidar com a fome há dois milhões de anos. E começou a lidar com
excesso de calorias há 50 anos. Não estamos preparados biologicamente para isso”, afirma Pedro.
O que mudou?
Diversas alterações demográficas causaram mudanças na alimentação: a entrada da mulher no
mercado de trabalho e na vida acadêmica, o envelhecimento da população e a necessidade de se
trabalhar mais horas são alguns exemplos. E, se aumenta o tempo do trabalho, o que fica para trás é o
tempo de cozinhar e de ficar com os filhos. Os alimentos que já vêm prontos têm, portanto, muito mais
apelo do que aqueles que exigem tempo e conhecimentos culinários para o preparo. Além disso, em
muitos lugares é mais fácil e barato encontrar produtos ultraprocessados e calóricos - ricos em açúcar,
sal e gordura - em vez de alimentos frescos.
Você já viu propaganda de alface na TV?
Provavelmente não. Mas vemos diariamente publicidade de produtos ultraprocessados e super
calóricos, não é mesmo?
Pedro Graça chama atenção para o fato de que grandes indústrias alimentícias lucram muito, enquanto
quem trabalha no campo com frutas e legumes, em geral, tem ganhos pequenos e são os que mais
sofrem com oscilações na economia e nos preços dos alimentos. Assim fica fácil entender como um
lado tem muito mais capacidade de investir e produzir comunicação do que o outro.
É preciso reconhecer o ambiente
De acordo com o pesquisador Philip James, durante décadas pensou-se que a atenção e o esforço
individual fossem suficientes para prevenir a obesidade, porém depois de décadas desse esforço, as
taxas de ganho de peso continuaram a subir. Essa epidemia reflete a presença de um ambiente tóxico
ou obesogênico. Isso significa que não adianta ensinar as pessoas sobre alimentação saudável, se não
há um ambiente favorável a isso, ou seja, se não há oferta de alimentos saudáveis em local próximo, a
preços acessíveis. “Eu tenho primeiro que me preocupar com as condições que existem ou que eu
posso criar para que o suco de laranja apareça, para em seguida dizer como é importante consumir
suco de laranja”, exemplifica Pedro Graça.
Disponível em <http://www.sescsp.org.br/online/artigo>. Acesso em 08 jun 2016 (com adaptações).
40
I. De acordo com o texto, o cuidado com o peso é uma questão de educação individual e a
obesidade aumenta entre os mais pobres por falta de instrução.
II. As alterações no modo de vida têm responsabilidade pelo aumento da obesidade, uma vez que
há incentivo ao consumo de produtos ultraprocessados, mais práticos do que os alimentos
frescos.
III. A melhora econômica facilita o acesso da população aos alimentos e, consequentemente,
aumenta a prevalência de obesidade.
IV. A propaganda e o marketing têm influência sobre a venda de produtos industrializados e
atingem apenas as regiões urbanas.
A. Nenhuma afirmativa está correta. B. Apenas as afirmativas I e II estão corretas.
C. Apenas a afirmativa II está correta. D. Apenas as afirmativas III e IV estão corretas.
E. Apenas as afirmativas II e III estão corretas.
Justificativa.
Questão 36.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
Leia o texto e a charge e analise as afirmativas a seguir.
Pokémon GO no Brasil: como foi o primeiro dia do jogo no país
Jogo dos monstrinhos leva pessoas à rua e faz estranhos se socializarem
Bruno Silva - 04/08/2016
A febre de Pokémon GO no Brasil já era mais do que esperada. Desde os pedidos desesperados nas
redes sociais, os protestos que levaram à invasão da conta do criador do game no Twitter ao
lançamento oficial do jogo no país, na última quarta-feira (3), alcançando o topo da AppStore em
menos de um dia, era de se imaginar que o jogo teria, aqui, o mesmo sucesso encontrado lá fora. E
nas ruas do país, como seria a recepção? Para responder a essa pergunta, aguardamos, como muitos,
o raiar do sol (o jogo chegou aqui às 18h da quarta) para embarcar na nossa própria jornada Pokémon.
Andei pelas ruas de São Paulo e a resposta é: sim, Pokémon GO é uma febre. Em toda a capital
paulista, vários grupos se juntaram espontaneamente para jogar. Foi muito fácil encontrar pessoas de
todos os gêneros, idades e estilos nas ruas, com um comportamento aparentemente duvidoso frente à
tela do celular, procurando seus monstros.
Nossa jornada começou por volta das 9h30. Como a Niantic já afirmou que os monstros têm mais
possibilidade de serem encontrados em parques e em pontos turísticos, fui ao local que junta as duas
características: o Parque do Ibirapuera. No caminho, dentro de um Uber (nunca jogue ao volante!)
liguei o aplicativo na esperança de achar mais monstros, aproveitando o movimento do carro, mas só
encontrei Pidgeys e Zubats - os tipos mais comuns na rua.
A aposta no Ibirapuera deu certo: logo na entrada do portão 9 do parque encontrei um Eevee, um
Goldeen e um Paras. A janelinha de monstros próximos acusava a presença de mais monstros que
ainda não havia encontrado até então: Geodude, Staryu e um Bulbasaur. Procurei um bocado, mas o
inicial de grama não deu as caras.
41
Observando o parque, era fácil observar que algo estava diferente. Além dos habituais corredores e
ciclistas, um terceiro tipo de pessoa era bem comum nas pistas e gramados do parque: pessoas
andando com a cabeça baixa, olhando para a tela do celular. Olhei de relance para a tela quando pude;
em quase todos os casos, era Pokémon GO. Na maioria das vezes, nem era necessário bisbilhotar:
quando duas pessoas ou mais estava com o celular na mão, a conversa invariavelmente era algo como
“capturei um Zubat com 150 CP” ou “tô quase evoluindo meu Pidgey”.
O mais surpreendente veio quando me aproximei do Planetário do Ibirapuera, que no game, é um
ponto com quatro pokéstops adjacentes. Nas quatro, foram colocados Lure Modules - itens que servem
para atrair monstros para a pokéstop - e, com isso, cerca de 15 pessoas estavam por ali, sentadas ou
andando em círculos, olho fixo no smartphone, o polegar se arrastando de baixo para cima da tela.
O problema de Pokémon GO
No meio do caminho, deparei com o principal problema que aflige o jogador de Pokémon GO: a bateria
do celular. O uso do jogo no carro a caminho do parque e no local fez a energia do smartphone
despencar de 100% a 10% em pouco menos de uma hora e meia de uso. Depois que o celular apagou,
perambulei pelo parque até achar uma tomada em uma lanchonete, e passei 40 minutos esperando o
aparelho voltar a um nível seguro de bateria. Lá, tive um encontro inusitado: o entregador da
lanchonete estava jogando Pokémon GO e imediatamente começamos a bater papo.
“Peguei uns três ‘Bulbassauro’ já. Estou aproveitando as minhas entregas e o caminho de ônibus pra
capturar mais”, me contou o entregador, também reclamando que o celular gasta muita bateria. “Vou
voltar aqui no fim de semana com meu amigo pra capturar mais”, finalizou.
Disponível em <https://omelete.uol.com.br/games/artigo/pokemon-go-no-brasil-como-foi-o-primeiro-dia-do-jogo-no-pais/>. Acesso em 10 ago. 2016.
42
Justificativa.
Questão 37.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
Leia os quadrinhos e as afirmativas a seguir.
I. O objetivo dos quadrinhos é mostrar que os preconceitos estão enraizados no nosso cotidiano e
não incomodam ninguém.
II. Os quadrinhos denunciam estereótipos sociais que se baseiam em uma visão racista.
43
III. Os quadrinhos mostram que há pessoas que, no cotidiano, não percebem o teor racista de seus
discursos.
Está correto o que se afirma em
A. II, III e IV.
B. II e III, apenas.
C. I e II, apenas.
D. I e III, apenas.
E. III, apenas.
Justificativa.
Questão 38.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
Leia a charge a seguir.
Assinale a alternativa que indica um ditado popular que tenha relação com a charge.
A. “O maior cego é aquele que se recusa a ver”.
B. “Mais vale um pássaro na mão do que dois voando”.
C. “Tão grande é o erro como o que erra”.
D. “A grama do vizinho é sempre mais verde”.
E. “As melhores essências estão nos menores frascos”.
44
Justificativa.
Questão 39.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
Leia o texto a seguir.
Criminologia
Eduardo Galeano
A cada ano, os pesticidas químicos matam pelo menos três milhões de camponeses.
A cada dia, os acidentes de trabalho matam pelo menos dez mil trabalhadores.
A cada minuto, a miséria mata pelo menos dez crianças.
Esses crimes não aparecem nos noticiários. São, como as guerras, atos normais de canibalismo.
Os criminosos andam soltos. As prisões não foram feitas para os que estripam multidões. A construção
de prisões é o plano de habitação que os pobres merecem.
Disponível em <https://dissencialistas.wordpress.com/2012/10/11/eduardo-galeano-criminologia/>. Acesso em 24 ago. 2016.
Questão 40.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
Leia o texto e os quadrinhos a seguir.
45
O Brasil de hoje é herdeiro de uma sociedade colonial e imperial escravocrata, em que o negro ocupou
fundamentalmente a posição de pessoa escravizada. O Brasil em 1888 foi o último país a abolir a
escravidão nas Américas. Um abolicionismo incompleto, que não permitiu incluir o negro na ordem
social capitalista (BASTIDE; FERNANDES, 2008).
A escravidão negra deixou marcas profundas de discriminação em nossa sociedade, inclusive
escutamos insultos raciais atuais exigindo que negros e negras voltem “para a senzala”. Mas será que o
racismo contra o negro brasileiro atualmente só existe por causa do “tempo do cativeiro”? Há pessoas
racistas que nem sabem e nem mencionam esse contexto. Elas afirmam que não gostam de “negros”,
tem raiva dos “pretos” e que estes são “fedidos”, “sujos” e “preguiçosos”. O racismo opera
cotidianamente por meio de piadas, causos, ditos populares etc. Afinal de contas, temos uma variedade
de expressões correntes na língua portuguesa recheadas de racismo contra os negros.
Disponível em <http://www.comfor.unifesp.br/wp-content/docs/COMFOR/biblioteca_virtual/UNIAFRO>. Acesso em 13 jun. 2016.
Questão 41.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
Considere a ilustração e as afirmativas a seguir.
46
Disponível em <http://www.materiaincognita.com.br/wp-content/uploads/2012/04/TV-faz-mal-ao-cerebro.jpg>. Acesso em 20 jun. 2016.
Questão 42.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
Leia o texto, de autoria de Vladimir Safatle, e analise as afirmativas a seguir.
47
A maneira com que somos afetados define o que somos e o que não somos capazes de ver, o que
somos e não somos capazes de sentir e perceber. Definido o que vejo, sinto e percebo, define-se o
campo das minhas ações, a maneira com que julgo, o que faz parte e o que está excluído do meu
mundo.
Percebam, por exemplo, como um dos maiores feitos políticos de 2015 foi a circulação de uma mera
foto, a foto do menino sírio morto em um naufrágio no Mar Mediterrâneo.
Nesse sentido, foi muito interessante pesquisar as reações de certos europeus que invadiram sites de
notícias de seu continente com posts e comentários. Uma quantidade impressionante deles reclamava
daqueles jornais que decidiram publicar a foto. Por trás de sofismas primários, eles diziam basicamente
a mesma coisa: "parem de nos mostrar o que não queremos ver", "isto irá quebrar a força de nosso
discurso". Pois eles sabiam que seu fascismo ordinário cresce à condição de administrar uma certa
zona de invisibilidade.
É necessário que certos afetos não circulem, que a humanização bruta produzida pela morte estúpida
de um refugiado não nos afete. Todo fascismo ordinário é baseado em uma desafecção.
Toda verdadeira luta política é baseada em uma mudança nos circuitos hegemônicos de afetos. Prova
disso foi o fato de tal foto produzir o que vários discursos até então não haviam conseguido: a
suspensão temporária da política criminosa de indiferença em relação à sorte dos refugiados.
Mas essa quebra da invisibilidade também se dá de outras formas. De fato, sabemos como faz parte
das dinâmicas do poder decidir qual sofrimento é visível e qual é invisível. Mas, para tanto, devemos
antes decidir sobre quem fala e quem não fala, qual fala ouvirei e qual fala representará, para mim,
apenas alguma forma de ressentimento.
Há várias maneiras de silêncio. A mais comum é simplesmente calar quem não tem direito à voz. Isso é
o que nos lembram todos aqueles que se engajaram na luta por grupos sociais vulneráveis e objetos de
violência contínua (negros, homossexuais, mulheres, travestis, palestinos, entre tantos outros).
Mas há ainda outra forma de silêncio. Ela consiste em limitar sua fala. Assim, um será a voz dos negros
e pobres, já que o enunciador é negro e pobre. O outro será a voz das mulheres e lésbicas, já que o
enunciador é mulher e lésbica. A princípio, isto pode parecer um ato de dar voz aos excluídos e
subalternos, fazendo com que negros falem sobre os problemas dos negros, mulheres falem sobre os
problemas das mulheres, e por aí vai.
Essa é apenas uma forma astuta de silêncio, e deveríamos estar mais atentos a tal estratégia de
silenciamento identitário. Ao final, ela quer nos levar a acreditar que negros devem apenas falar dos
problemas dos negros, que mulheres devem apenas falar dos problemas das mulheres.
Pensar a política como circuito de afetos significa compreender que sujeitos políticos são criados
quando conseguem mudar a forma como o espaço comum é afetado.
Posso dar visibilidade a sofrimentos que antes não circulavam, mas quando aceito limitar minha fala
pela identidade que supostamente represento, não mudarei a forma de circulação de afetos, pois não
conseguirei implicar quem não partilha minha identidade na narrativa do meu sofrimento. Minha
produção de afecções continuará circulando em regime restrito, mesmo que agora codificada como
região setorizada do espaço comum.
Ser um sujeito político é conseguir enunciar proposições que implicam todo mundo, que podem
implicar qualquer um, ou seja, que se dirigem a esta dimensão do "qualquer um" que faz parte de cada
um de nós. É quando nos colocamos na posição de qualquer um que temos mais força de
desestabilização de circuitos hegemônicos de afetos.
O verdadeiro medo do poder é que você se coloque na posição de qualquer um.
Disponível em <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrada/234248-quem-tem-o-direito-de-falar.shtml>. Acesso em 13 jun. 2016.
I. Segundo o autor, grupos de minorias estão sendo silenciados, pois vivemos em um regime
autoritário, não democrático.
II. O autor defende que os políticos sejam os legítimos representantes dos grupos minoritários, já
que as minorias tendem a ser silenciadas na sociedade.
III. A publicação da foto do menino sírio, morto no naufrágio ao tentar chegar à Europa como
imigrante, foi, segundo o texto, uma forma de sensacionalismo da imprensa e, por isso, gerou
conflitos políticos.
48
Assinale a alternativa correta.
A. Todas as afirmativas são corretas. B. Apenas as afirmativas I e II são corretas.
C. Apenas as afirmativas II e III são corretas. D. Apenas a afirmativa III é correta.
E. Nenhuma alternativa é correta.
Justificativa.
Questão 43.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
Leia o texto a seguir.
Energia solar contra a escuridão do Amazonas
Brasil gera com placas fotovoltaicas apenas 0,02% da produção total de eletricidade
Heriberto Araújo – 08 mai. 2016.
A visão romantizada da Amazônia convida a pensar num lugar idílico em que a pegada humana esteja
entre as menores do planeta. Mas a vida na maior reserva natural é dura para o homem, como Daniel
Everett narrou em seu clássico Don’t Sleep, There are Snakes (Não durma, há serpentes, sem tradução
para o português). Comunidades inteiras vivem completamente desconectadas, e não apenas nas
profundezas da selva, mas sim nas movimentadas margens dos rios — únicas vias de comunicação,
num ambiente em que a eletricidade é um bem desejado, escasso e administrado a conta-gotas.
“No Estado do Amazonas há mais de dois milhões de pessoas sem eletricidade de qualidade”, explica
Otacílio Soares Brito, membro do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá. “A enorme área
da floresta torna inviável a criação de uma rede de distribuição, e os povoados só conseguem produzir
eletricidade das 6 às 10 da noite, com geradores a gasolina fornecidos pelo Governo. Depois dessa
hora acaba tudo: luz, refrigeração e lazer”, relata do município amazônico de Tefé.
O Instituto Mamirauá está desenvolvendo um projeto para fornecer eletricidade por meio de painéis
solares a dezenas de comunidades amazônicas de pescadores e camponeses, com o objetivo de
melhorar suas condições de vida, segundo Soares Brito.
Duas comunidades instalaram placas fotovoltaicas — um sistema flutuante, sobre boias no rio, e o
outro no telhado de uma fábrica de gelo — para permitir, um, o envio da água desde o leito do rio até
as casas, e o outro, a fabricação de barras de gelo. O fornecimento da água do rio por meio de uma
bomba elétrica alimentada por painéis permitiu, entre outras coisas, que as crianças passassem a
tomar quantos banhos quisessem sem que seus pais fiquem com medo que um jacaré lhes tire a vida
na escuridão das margens.
“Estamos cuidando de melhorar a vida das pessoas, mas também queremos permitir que elas
agreguem valor a produtos como polpa de frutas e peixe. Sem gelo, esses produtos dificilmente podem
ser comercializados no exterior ou simplesmente conservados”, diz Soares Brito.
Os resultados positivos da fase experimental estão criando consciência nessa imensa região
normalmente esquecida pelos centros brasileiros de poder, concentrados no Sudeste e que priorizam as
políticas públicas nas regiões densamente povoadas (de eleitores). Um grupo de pescadores da
comunidade amazônica de Boa Esperança pediu ao Mamirauá a construção de uma pequena fábrica —
prevista para abril — com 3 congeladores alimentados por painéis solares para poder extrair das frutas
a polpa, congelá-la e vendê-la em mercados situados a horas de barco do povoado, como Manaus.
49
A revolução solar que alguns especialistas preveem para o Brasil durante a próxima década, após a
implementação em 1º de março de novas regras que permitem, pela primeira vez, a geração
distribuída de energia e sua ligação às redes de distribuição, trará consequências principalmente para
os grandes centros urbanos.
Depois de três anos de secas históricas e consequentes apagões, que evidenciaram a excessiva
dependência do Brasil de seu sistema hidroelétrico, que gera cerca de 70% da eletricidade consumida,
milhões de brasileiros poderão se tornar agora prosumidores, neologismo que reflete o novo paradigma
sob o qual parece avançar a geração de eletricidade: o consumidor é o produtor de pelo menos uma
parte de sua demanda. “Estamos diante do início de uma revolução, porque pela primeira vez a
sociedade brasileira pode participar diretamente da criação de uma nova matriz energética”, diz
Rodrigo Sauaia, presidente da Associação Brasileira de Energia Fotovoltaica (Absolar).
As regras aprovadas pela Aneel permitem, segundo Sauaia, “a geração compartilhada de energia solar
entre vários clientes, que podem se agrupar em forma de consórcio ou de cooperativas, assim como a
conexão de seus sistemas fotovoltaicos domésticos ou comerciais à rede elétrica para abastecê-la
quando os painéis produzirem mais do que o que é consumido, e vice-versa”.
A Absolar estima que, se fossem instalados painéis solares em todas as residências do país, a produção
de energia abasteceria mais que o dobro da totalidade da demanda dos domicílios brasileiros.
Os especialistas indicam que a região brasileira menos exposta à irradiação solar tem potencial para
gerar pelo menos 25% mais energia que a região mais favorecida na Alemanha, país que já gera cerca
de 7% de sua eletricidade com placas fotovoltaicas.
Disponível em <http://brasil.elpais.com/brasil/2016/04/29/ciencia/1461915967_041451.html>. Acesso em 10 jun. 2016.
50
Questão 44.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
Observe a charge e analise as afirmativas a seguir.
Questão 45.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
Leia a charge e o texto a seguir.
51
ACNUDH condena violência em presídios brasileiros
O Escritório Regional para América do Sul do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos
Humanos (ACNUDH) condenou a violência ocorrida nesta semana em distintos presídios brasileiros.
Na Penitenciária Estadual de Cascavel, no Paraná, pelo menos cinco presos foram mortos durante uma
rebelião. Informações indicam que duas das vítimas teriam sido decapitadas e mais duas foram jogadas
do telhado do presídio.
Em Minas Gerais, dois motins acabaram com outro preso morto e dezenas de feridos.
Autoridades revelaram que mais um homem foi morto no complexo penitenciário de Pedrinhas, no
Maranhão.
“Pedimos às autoridades competentes uma apuração rápida, imparcial e efetiva dos fatos e das causas
das revoltas, e que os responsáveis pelos crimes respondam na justiça”, comentou o Representante do
ACNUDH, Amerigo Incalcaterra. “Ficamos consternados com o nível de violência observado
recentemente nos presídios brasileiros. Não é admissível que, no Brasil, a violência e as mortes dentro
das prisões sejam percebidas como normais e cotidianas”, disse Incalcaterra.
Além disso, ele instou as autoridades brasileiras a adotarem medidas para prevenir a violência nas
unidades prisionais. “Superlotação, condições penitenciárias inadequadas, torturas e maus-tratos contra
detentos são uma realidade em muitos presídios do Brasil, e isso também contribui com a violência e
constitui grave violação aos direitos humanos”, apontou o Representante do Escritório na América do
Sul. “O país deve reformar seu sistema penitenciário, incluindo pelo menos uma revisão integral da
política criminal brasileira e do uso excessivo da privação de liberdade como punição a crimes”,
concluiu Incalcaterra.
Disponível em <http://acnudh.org/pt-br/2014/08/21813/>. Acesso em 06 nov. 2014 (com adaptações).
Questão 46.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
Leia os quadrinhos e o trecho a seguir, que expõe o pensamento do professor e jornalista Ciro
Marcondes Filho.
52
Disponível em <http://sites.uai.com.br/app/noticia/saudeplena/noticias/2014/03/10/noticia_saudeplena,147743/pesquisa-usa-personagens-de-tirinhas-para-
explicar-funcao-de-estereoti.shtml>. Acesso em 8 nov. 2014.
Marcondes Filho (1986) descreve a prática sensacionalista como nutriente psíquico, desviante
ideológico e descarga de pulsões instintivas. Caracteriza sensacionalismo como “o grau mais radical da
mercantilização da informação: tudo o que se vende é aparência e, na verdade, vende-se aquilo que a
informação interna não irá desenvolver melhor do que a manchete. Esta está carregada de apelos às
carências psíquicas das pessoas e explora-as de forma sádica, caluniadora e ridicularizadora. (...) No
jornalismo sensacionalista, as notícias funcionam como pseudoalimentos às carências do espírito. (...)
O jornalismo sensacionalista extrai do fato, da notícia, a sua carga emotiva e apelativa e a enaltece.
Fabrica uma nova notícia que a partir daí passa a se vender por si mesma”.
Disponível em <http://www.wejconsultoria.com.br/site/wp-content/uploads/2013/04/Danilo-Angrimani-Sobrinho-Espreme-que-sai-sangue.pdf>. Acesso em 8 nov.
2014.
Com base na leitura e nos seus conhecimentos, analise as asserções e assinale a alternativa correta.
I. A reação do personagem diante da televisão revela uma visão antagônica àquela apresentada por
Marcondes Filho sobre o sensacionalismo.
PORQUE
II. De acordo com Marcondes Filho, as notícias sensacionalistas suprem as carências de informação dos
receptores, uma vez que são comprometidas com os elementos factuais essenciais.
A. As duas asserções são verdadeiras e a segunda justifica a primeira.
B. As duas asserções são verdadeiras e a segunda não justifica a primeira.
C. A asserção I é verdadeira e a II é falsa.
D. A asserção I é falsa e a II é verdadeira.
E. As duas asserções são falsas.
Justificativa.
Questão 47.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
Leia o texto a seguir.
53
Pesquisa aponta que 45,9% dos brasileiros não fazem exercícios físicos
Pesquisa feita pelo Ministério do Esporte mostrou que 45,9% dos brasileiros de 15 a 74 anos estão
sedentários, o que significa cerca de 67 milhões de pessoas sem praticar nenhum esporte ou nenhuma
atividade física. A maior fatia de sedentários está na região Sudeste: 54,4%.
Os motivos? Falta de tempo (para 58,8%), problemas de saúde (em 9,5% dos casos) e a preguiça ou
falta de interesse, declarada por 11,8% dos entrevistados. A pesquisa teve 8.902 entrevistas pessoais,
realizadas em 2013. Foi considerado sedentário quem declarou não ter feito esporte ou atividade física
no tempo livre.
Abandono
Além de avaliar quem está sedentário, o ministério também perguntou a quem estava parado se havia
deixado alguma prática física. Concluiu que quase 90% dos brasileiros abandonam a prática esportiva e
viram sedentários até os 34 anos. Como a estudante Isabela Markman, 20 anos: “Eu fazia academia,
mas parei no começo do ano e noto diferença. Passear e brincar com minha cachorrinha me deixa mais
cansada”.
Disponível em <http://www.metrojornal.com.br/nacional/plus/brasileiros-se-tornam-sedentarios-antes-dos-34-anos-diz-pesquisa-200699>.
Acesso em 08 jun 2016 (com adaptações).
54
Justificativa.
Questão 48.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
Leia o texto a seguir.
EUA e China anunciam acordo para reduzir emissão de gases poluentes
Os presidentes Barack Obama, dos Estados Unidos, e Xi Jinping, da China, assinaram nesta quarta-feira
(12.11.2014) em Pequim um acordo para a luta contra a mudança climática, que incluirá reduções de
suas emissões de gases do efeito estufa na atmosfera. A iniciativa constitui o primeiro anúncio de corte
das emissões de gases poluentes por parte da China e mais um pelos EUA.
Pelo acordo, os EUA pretendem cortar entre 26% e 28% as emissões de gases em até 11 anos, ou
seja, até 2025, o que representa um número duas vezes maior que as reduções previstas entre 2005 e
2020. Os chineses se comprometem a cortar as emissões até 2030, embora isso possa começar antes.
Segundo o presidente chinês, até lá 20% da energia produzida no país vai ter origem em fontes limpas
e renováveis.
Estados Unidos e China representam juntos 45% das emissões planetárias de CO2, um dos gases
apontado como culpado pela mudança climática.
A União Europeia representa 11% das emissões planetárias de CO2. No mês passado, o bloco se
comprometeu a reduzir em pelo menos 40% as emissões até 2030, na comparação com os níveis de
1990.
Disponível em <http://g1.globo.com/natureza/noticia/2014/11/eua-e-china-anunciam-acordo-para-reduzir-emissao-de-gases-poluentes.html>. Acesso em 14 nov.
2014 (com adaptações).
55
Justificativa.
Questão 49.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
Leia a charge, de autoria de Quino, e o texto, de autoria de Rubem Alves.
Minha estrela é a educação. Educar não é ensinar matemática, física, química, geografia e português.
Essas coisas podem ser aprendidas nos livros e nos computadores. Dispensam a presença do educador.
Educar é outra coisa. De um educador pode-se dizer o que Cecília Meireles disse de sua avó – que foi
quem a educou: “O seu corpo era um espelho pensante do universo”. O educador é um corpo cheio de
mundos.... A primeira tarefa da educação é ensinar a ver. O mundo é maravilhoso, está cheio de coisas
assombrosas. Zaratustra ria vendo borboletas e bolhas de sabão. A Adélia ria vendo tanajuras em voo
e um pé de mato que dava flor amarela. Eu rio vendo conchas, teias de aranha e pipocas estourando...
Quem vê bem nunca fica entediado com a vida. O educador aponta e sorri – e contempla os olhos do
discípulo. Quando seus olhos sorriem, ele se sente feliz. Estão vendo a mesma coisa. Quando digo que
minha paixão é a educação estou dizendo que desejo ter a alegria de ver os olhos dos meus discípulos,
especialmente os olhos das crianças.
Disponível em <http://rubemalves.com.br/site/educador.php>. Acesso em 10 dez. 2014.
56
Justificativa.
Questão 50.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
Leia o texto a seguir.
Energia eólica no Brasil
No início da década de 2000, uma grande seca no Brasil diminuiu o nível de água nas barragens
hidrelétricas do país, causando uma grave escassez de energia. A crise, que devastou a economia do
país e levou ao racionamento de energia elétrica, ressaltou a necessidade urgente do país em
diversificar suas fontes de energia.
(...) A primeira turbina de energia eólica do Brasil foi instalada em Fernando de Noronha em 1992. Dez
anos depois, o governo criou o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica
(Proinfa) para incentivar a utilização de outras fontes renováveis, como eólica, biomassa e Pequenas
Centrais Hidrelétricas (PCHs).
(...) Desde a criação do Proinfa, a produção de energia eólica no Brasil aumentou de 22MW em 2003
para cerca de 1.000MW em 2011 (quantidade suficiente para abastecer uma cidade de cerca de 400
mil residências).
(...) Segundo o Atlas do Potencial Eólico Brasileiro, publicado pelo Centro de Pesquisas de Energia
Elétrica da Eletrobrás, o território brasileiro tem capacidade para gerar cerca de 140GW.
O potencial de energia eólica no Brasil é mais intenso de junho a dezembro, coincidindo com os meses
de menor intensidade de chuvas, ou seja, nos meses em que falta chuva é exatamente quando venta
mais! Isso coloca o vento como uma grande fonte suplementar à energia gerada por hidrelétricas, a
maior fonte de energia elétrica do país. Durante esse período podem-se preservar as bacias
hidrográficas fechando ou minimizando o uso das hidrelétricas. O melhor exemplo disto é na região do
Rio São Francisco. Por essa razão, esse tipo de energia é excelente contra a baixa pluviosidade e a
distribuição geográfica dos recursos hídricos existentes no país.
A maior parte dos parques eólicos se concentra nas regiões nordeste e sul do Brasil. No entanto, quase
todo o território nacional tem potencial para geração desse tipo de energia.
Disponível em <http://evolucaoenergiaeolica.wordpress.com/energia-eolica-no-brasil/>. Acesso em 05 nov. 2014 (com adaptações).
57
Justificativa.
Questão 51.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
Leia o texto a seguir.
Tá lá mais um corpo estendido no chão
Flavio Moura.
Uma juíza de São Paulo mandou soltar o policial que matou o camelô Carlos Augusto Muniz Braga
durante ação na Lapa, no último dia 18.
De acordo com a ordem de soltura, o assassinato se deveu ao fato de que o braço esquerdo do PM foi
seguro “bruscamente”. E ainda à situação tensa em que ele se encontrava, cercado de “populares
insatisfeitos com a polícia no local”. O tumulto, no entender da juíza, justifica a necessidade de o
policial “então encontrar-se armado”. O vídeo circulou por todo canto.
O policial aponta por três minutos a arma em todas as direções. As pessoas em volta gritam “baixa a
arma!”, enquanto dois colegas seus tentam imobilizar um vendedor de rua no chão.
O vendedor se recusara a entregar os CDs piratas que tinha na mão. A polícia partiu pra cima e a
situação se criou.
Acuado, o assassino tira do bolso um spray de pimenta para dispersar o grupo ao redor. Ato contínuo,
Carlos Augusto tenta tirar o spray de sua mão. É o que basta para ser executado.
Ele ainda correu por alguns metros com a bala na cabeça, antes de tombar no asfalto. Isso às 17h,
numa rua movimentada de um bairro de classe média de São Paulo.
Não chega a surpreender a decisão da juíza (o nome da figura é Eliana Cassales Tosi de Melo e ela faz
parte da 5a Vara do Júri do Foro Central Criminal de São Paulo). A lógica peculiar é praxe entre seus
colegas. Basta lembrar o juiz que recentemente queria manter preso o manifestante Fabio Hideki,
detido injustamente em manifestação durante a Copa do Mundo, por considerá-lo “esquerda caviar”.
O que assusta é a comoção relativamente branda em torno do episódio. Da declaração tosca do
prefeito, “foi um ato isolado”, aos indignados de plantão das redes sociais, tudo se passou como se
fosse mais um tropeço da polícia, entre tantos outros.
Fiquei pensando o que ocorreria se a cena fosse na Paulista, nas manifestações de junho do ano
passado. E se a vítima fosse um jovem de classe média quebrando uma vitrine de loja ou banco (gesto
a meu ver mais grave do que vender CD pirata). O governo estadual corria o risco de ser deposto.
Não custa lembrar que foi a violência policial o estopim para as manifestações de junho de 2013. As
primeiras passeatas foram pequenas e reprovadas pela imprensa e pela maioria da população.
Quando vieram à tona as cenas de manifestantes feridos por balas de borracha, o cenário virou. Dali
em diante, os editoriais deram razão aos manifestantes e a classe média ganhou as ruas em defesa do
direito de protestar.
O episódio da semana passada me fez lembrar uma declaração do poeta Sergio Vaz, organizador dos
saraus da Cooperifa. No documentário “Junho”, produzido pela TV Folha e bom retrato das
manifestações do ano passado, ele pondera. “Bala de borracha? Se lá no meu bairro a polícia usasse
bala de borracha meus amigos ainda estavam vivos.”
Com todo respeito aos feridos em junho de 2013, o que se deu com o camelô Carlos Augusto é motivo
para alguns milhares de passeatas.
A letalidade da polícia brasileira é quatro vezes maior que a dos EUA e 100 vezes maior que a inglesa.
Se antes o Rio era o palco dos principais descalabros da corporação, esse posto agora parece ser
ocupado por São Paulo.
58
Na véspera do assassinato na Lapa, a PM paulista transformou o centro da cidade num campo de
guerra, com gás lacrimogêneo e barricadas em chamas para despejar 200 ocupantes de um prédio
vazio.
Em apenas uma semana, a cidade viu repetir-se o despreparo e a truculência em duas regiões
próximas. Se voltamos para trás no tempo, há exemplos a perder de vista.
O governador segue blindado e na liderança das intenções de voto para as próximas eleições. E o
prefeito, que não tem responsabilidade direta pela ação da PM, poderia retificar sua frase infeliz.
Bem que a gente gostaria, mas o crime da semana passada não foi um ato isolado.
Disponível em <https://br.noticias.yahoo.com/blogs/flavio-moura/ta-la-mais-um-corpo-estendido-no-chao-030622918.html>. Acesso em 7 nov. 2014.
Questão 52.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
Leia o texto a seguir.
Geografia e meio ambiente: uma análise da legislação dos resíduos sólidos.
Fernanda Sampaio da Silva
O processo de industrialização foi responsável por grandes transformações urbanas. Influenciou a
multiplicação de diversos ramos de serviços que caracterizam a cidade moderna. Também influenciou
no desenvolvimento dos meios de transporte e comunicação, que interligaram distintas regiões. Foi
responsável pela maior produtividade e pela consequente elevação da produção agrícola. Contribuiu
ainda com o êxodo rural. Além disso, introduziu um novo modo de vida e novos hábitos de consumo,
criou novas profissões, promoveu uma nova estratificação da sociedade e uma nova relação desta com
a natureza.
Algumas das tecnologias existentes hoje no mercado ainda trazem problemas ao meio ambiente. Entre
os resíduos gerados pelo avanço desenfreado da produção e do consumo são encontrados os resíduos
59
sólidos industriais, que podem trazer impactos com consequências para a saúde das pessoas e ao meio
ambiente, desde uma escala local até mesmo global.
Para que se possa reduzir a geração de resíduos sólidos industriais, minimizando possíveis impactos
negativos ao meio ambiente, é necessário que haja um processo de gestão para a diminuição de
resíduos durante o processo produtivo e/ou, quando possível, substituição do material utilizado, por
outro que tenha maior facilidade de ser reciclado. Portanto, a reciclagem é um elemento importante
para a minimização de resíduos em lixões e aterros sanitários.
Assim, a geração e a disposição dos resíduos sólidos industriais em locais inapropriados constituem um
problema ambiental e, por isso, seu gerenciamento deve ocorrer de forma correta e dentro da
legislação, para que não seja comprometida a qualidade de vida das pessoas e do meio ambiente.
O controle do acondicionamento, armazenamento e destinação final dos resíduos sólidos perigosos
deve ocorrer de acordo com a norma ABNT - NBR 1004 de 2004, que faz uma classificação dos
resíduos. Os resíduos são classificados em Classe I quando se trata de resíduos sólidos perigosos
(classificados pelo seu grau de risco a saúde pública) e Classe II quando são resíduos não perigosos.
Os resíduos de Classe II são subdivididos em: Classe II A, quando não são inertes e Classe II B,
inertes.
Os resíduos sólidos gerados devem ser controlados nas indústrias, pois fazem parte do licenciamento
pelo órgão ambiental competente. Por isso, para que esse órgão tenha conhecimento dos resíduos
gerados, o Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA dispõe de uma resolução com o objetivo de
inventariar os resíduos sólidos gerados em todo o país, para que seja elaborado o Plano Nacional para
Gerenciamento de Resíduos Sólidos Gerados. O inventário é elaborado a partir de informações como
quantidade, formas de acondicionamento e armazenamento e destinação final, enviadas
trimestralmente ao órgão estadual competente (Resolução CONAMA Nº 313/2002).
Disponível em <http://cascavel.ufsm.br/revistas/ojs-2.2.2/index.php/reget/article/viewFile/4083/2797>. Acesso em 12 nov. 2014 (com adaptações).
Com base nas informações do texto, analise as afirmativas e assinale a alternativa correta.
I. O controle da geração de resíduos sólidos industriais depende da conscientização do
consumidor a fim de que modifique seus hábitos.
II. A redução na geração de resíduos sólidos está atrelada ao gerenciamento do acondicionamento,
armazenamento e destinação final dos resíduos classificados como perigosos.
III. A resolução CONAMA Nº 313/2002, que trata do Plano Nacional para Gerenciamento de
Resíduos Sólidos, tem como objetivo conscientizar a área industrial para que exista a redução
da geração de resíduos sólidos.
A. Apenas a afirmativa I está correta. B. Apenas a afirmativa II está correta.
C. Apenas as afirmativas I e III estão corretas. D. Apenas a afirmativa III está correta.
E. Nenhuma afirmativa está correta.
Justificativa.
Questão 53.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
Leia o texto e analise as afirmativas a seguir.
60
O celular se torna uma arma dos cidadãos contra a impunidade
Raquel Seco
A polícia começou dizendo que o tiro que matou Carlos Augusto Braga na quinta-feira passada foi
acidental. Poucas horas depois dos distúrbios no bairro da Lapa (São Paulo), desencadeados por uma
operação contra a pirataria, a polícia se viu obrigada a retificar: o agente disparou contra a cabeça do
vendedor ambulante de 30 anos quando este tentou tomar dele um spray de pimenta. Várias pessoas
gravaram a cena. Os telefones celulares tornaram-se uma arma dos brasileiros contra a impunidade,
especialmente das forças de segurança. A ONG Fórum Brasileiro de Segurança Pública registrou 1.890
mortes em operações policiais em 2012, atribuídas “rotineiramente” a tiroteios com grupos criminosos.
O que aconteceria se ninguém tivesse filmado? Em 2013, 75,5% dos brasileiros com mais de 10 anos
de idade tinham um telefone celular, 5% a mais que no ano anterior, segundo pesquisa do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística.
Em 2012, Paulo Batista do Nascimento, de 25 anos, morreu em São Paulo depois de ser atingido por
vários disparos da polícia. Um vizinho filmou-o sendo retirado de casa sob a acusação de ter
participado em um assalto. Em dado momento, um policial se posiciona para atirar. Ouve-se um
disparo e, quando a câmera volta a mostrar a rua, a viatura está indo embora. Os quatro policiais
acusados foram absolvidos no mês passado.
Em fevereiro, o país ficou chocado com a imagem de um adolescente agredido e acorrentado a um
poste no Rio de Janeiro. Alguns vizinhos o castigaram por supostos roubos no bairro e produziram uma
imagem especialmente dolorosa para uma nação que pôs fim à escravidão em 1888. Yvonne Bezerra
de Melo, a mulher de 66 anos que alertou as autoridades, recebeu uma enxurrada de insultos nas
redes sociais por ajudar “um delinquente”.
Cláudia Silva Ferreira, faxineira de 38 anos, morreu em 16 de março deste ano atingida por uma bala
perdida em uma favela do Rio de Janeiro. A viatura policial que a levava para o hospital arrastou seu
corpo pendurado no porta-malas por 250 metros. Um motorista gravou tudo. O escândalo foi enorme.
Seis policiais acusados de matá-la já haviam retornado ao trabalho em julho, embora em funções longe
das ruas, de acordo com o jornal O Globo.
Há algumas semanas, em um centro comercial de São Paulo, a polícia abordou dois jovens negros por
suspeitar que tinham roubado uma loja de roupas. Até chegar o momento em que a dona do comércio
defendeu os dois, confirmando que haviam pagado por tudo o que tinham na sacola. Dezenas de
pessoas gravaram a cena para deixar claro o que estava acontecendo, enquanto uma multidão se
reuniu para gritar em defesa dos jovens. Os garotos e o pai deles denunciaram o comportamento da
polícia.
A onda de linchamentos na América Latina também chegou ao Brasil. Em abril, durante a febre de
execuções populares, o sociólogo José de Souza Martins dizia ao EL PAÍS: “Três anos atrás, eram três
ou quatro por semana.
Depois das manifestações de junho (de 2013), passaram a uma média de uma tentativa por dia. Hoje
temos mais de uma tentativa por dia”. Um jovem de 24 anos foi espancado até a morte por vizinhos
dentro do hospital onde era examinado para determinar se ele havia estuprado um menor. Uma pessoa
filmou dezenas de pessoas invadindo o centro médico. No total, 24 pessoas estão sendo investigadas.
O presídio do Maranhão, que enfrenta problemas de corrupção, superlotação e insegurança, chamou a
atenção da mídia novamente quando o jornal Folha de S. Paulo publicou o vídeo, extremamente
violento, no qual três prisioneiros apareciam decapitados.
Disponível em <http://brasil.elpais.com/brasil/2014/09/21/sociedad/1411333593_390676.html>. Acesso em 24 set. 2014.
I. As imagens captadas por celulares, de acordo com o texto, podem ser uma arma para os
cidadãos se defenderem da arbitrariedade do poder público.
II. De acordo com o texto, os celulares têm contribuído para a redução da violência no Brasil.
III. As imagens gravadas serviram de prova em 1.890 mortes ocorridas em operações policiais em
2012.
É correto o que se afirma apenas em
A. I. B. I e II. C. III. D. I e III. E. II e III.
61
Justificativa.
Questão 54.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
Com base no texto a seguir, analise as afirmativas.
O vírus letal da xenofobia
Eliane Brum
Uma epidemia, como Albert Camus sabia tão bem, revela toda a doença de uma sociedade. A doença
que esteve sempre lá, respirando nas sombras (ou nem tão nas sombras assim), manifesta sua face
horrenda. Foi assim no Brasil na semana passada. Era uma suspeita de ebola, fato suficiente, pela
letalidade do vírus, para exigir o máximo de seriedade das autoridades de saúde, como aconteceu.
Descobrimos, porém, a deformação causada por um vírus que nos consome há muito mais tempo, o da
xenofobia. E, como o outro, o “estrangeiro”, a “ameaça”, era africano da Guiné, exacerbada por uma
herança escravocrata jamais superada.
O racismo no Brasil não é passado, mas vida cotidiana conjugada no presente. A peste não está fora,
mas dentro de nós.
Foi ela, a peste dentro de nós, que levou à violação dos direitos mais básicos do homem sobre o qual
pesava uma suspeita de ebola. Contrariando a lei e a ética, seu nome foi exposto. Seu rosto foi
exposto. O documento em que pedia refúgio foi exposto. Ele não foi tratado como um homem, mas
como o rato que traz a peste para essa Oran chamada Brasil. Deste crime, parte da imprensa, se tiver
vergonha, se envergonhará.
Ainda existe a espera de um segundo teste para o vírus do ebola. Não importa se der negativo ou
positivo, devemos desculpas.
Não sei se há desamparo maior do que alcançar a fronteira de um país distante, nessa solidão abissal.
E pedir refúgio, essa palavra-conceito tão nobre, ao mesmo tempo tão delicada. E então se sentir mal,
e cada um há de saber como a fragilidade da carne nos escava. Corrói mesmo aqueles que têm o
melhor plano de saúde num país desigual. Ele, desabitado da língua, era desterrado também do corpo.
Para alcançar o que viveu o homem desconhecido, porque o que se revelou dele não é ele, mas nós, é
preciso vê-lo como um homem, não como um rato que carrega um vírus. Para alcançá-lo, é preciso
vestir o homem. Mas só um humano pode vestir um humano.
E logo ouviu-se o clamor. Não é hora de fechar as fronteiras?, cobrou-se das autoridades. Que os ratos
fiquem do lado de fora, onde sempre estiveram. Que os ratos apodreçam e morram. Para os ratos não
há solidariedade nem compaixão. Parece que nada se aprendeu com a Aids, com aquele momento de
vergonha eterna em que os gays foram escolhidos como culpados, o preconceito mascarado como
necessária medida sanitária.
E quem são os ratos, segundo parte dos brasileiros?
Há sempre muitos, demais, nas redes sociais, dispostos a despejar suas vísceras em praça pública. No
Facebook, desde que a suspeita foi divulgada, comprovou-se que uma das palavras mais associadas ao
ebola era “preto”. “Ebola é coisa de preto”, desmascarou-se um no Twitter. “Alguém me diz por que
esses pretos da África têm que vir para o Brasil com essa desgraça de bactéria (sic) de ebola”, vomitou
outro. “Graças ao ebola, agora eu taco fogo em qualquer preto que passa aqui na frente”, defecou um
terceiro. Acreditam falar, nem percebem que guincham.
“Descrever uma epidemia é uma forma magistral de revelar as diversas formas de totalitarismo que
maculam uma sociedade. Neste quesito, os brasileiros não economizaram. A divulgação, por meios de
comunicação que atingem dezenas de milhões de pessoas, da foto de um homem negro, vindo da
62
África, como suspeito de ebola, foi a apoteose do fantasma do estrangeiro como portador da doença”,
afirmou a esta coluna Deisy Ventura, professora de direito internacional da Universidade de São Paulo,
pesquisadora das relações entre direito e saúde, autora do livro Direito e Saúde Global – O caso da
pandemia de gripe A (H1N1). “Veja que este fantasma é mobilizado em relação aos pobres, sobretudo
negros, nunca em relação aos estrangeiros ricos e brancos. O escravagismo, terrível doença da
sociedade brasileira, associa-se ao desejo conjuntural de dizer: este governo não deveria ter deixado
essas pessoas entrarem. É uma espécie de lamento: tanto se esforçaram as elites para branquear este
país, e agora querem preteá-lo?”
A África desponta, de novo e sempre, como o grande outro. Todo um continente povoado por nuances
e diversidades reduzido à homogeneidade da ignorância – a um fora.
Como disse um imigrante de Burkina Faso à repórter Fabiana Cambricoli, do jornal O Estado de S.
Paulo: “Os brasileiros não sabem que Burkina Faso é longe dos países que têm ebola. Acham que é
tudo a mesma coisa porque somos negros”.
Ele e dezenas de imigrantes de diversos países da África estão sendo hostilizados e expulsos de lugares
públicos na cidade de Cascavel, no Paraná, onde o primeiro caso suspeito foi identificado. Tornaram-se
“os caras com ebola”, apontados na rua “como os negros que trouxeram o vírus para o Brasil”.
O ebola não parece ser um problema quando está na África, contido entre fronteiras. Lá é destino. O
ebola só é problema, como escreveu o pesquisador francês Bruno Canard, porque o vírus saiu do lugar
em que o Ocidente gostaria que ele ficasse.
“A militarização da resposta ao ebola, que com a anuência do Conselho de Segurança das Nações
Unidas, em setembro último, passou da Organização Mundial da Saúde a uma Missão da ONU, revela
que a grande preocupação da comunidade internacional não é a erradicação da doença, mas a sua
contenção geográfica”, reforça Deisy Ventura.
Para o homem que alcançou o Brasil em busca de refúgio e teve sua dignidade violada na exposição de
seu nome, rosto e documentos, ainda existe a espera de um segundo teste para o vírus do ebola. Não
importa se der negativo ou positivo, devemos desculpas. Devemos reparação, ainda que saibamos que
a reparação total é uma impossibilidade, e que essa marca pública já o assinala. Não é uma
oportunidade para ele, é para nós.
É preciso reconhecer o rato que respira em nós para termos alguma chance de nos tornarmos mais
parecidos com um humano.
Disponível em <http://brasil.elpais.com/brasil/2014/10/13/opinion/1413206886_964834.html>. Acesso em 13 out. 2014.
63
Questão 55.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
Leia o texto e a charge a seguir.
Podemos modificar a forma de ensinar
José Manoel Moran
Ensinar e aprender exigem, hoje, muito mais flexibilidade espaço-temporal, pessoal e de grupo, menos
conteúdos fixos e processos mais abertos de pesquisa e de comunicação. Uma das dificuldades atuais é
conciliar a extensão da informação, a variedade das fontes de acesso, com o aprofundamento da sua
compreensão, em espaços menos rígidos, menos engessados. Temos informações demais e dificuldade
em escolher quais são significativas e conseguir integrá-las dentro da nossa mente e da nossa vida.
A aquisição da informação dependerá cada vez menos do professor. As tecnologias podem trazer hoje
dados, imagens, resumos de forma rápida e atraente. O papel do professor - o papel principal - é
ajudar o aluno a interpretar esses dados, a relacioná-los, a contextualizá-los.
Aprender depende também do aluno, de que ele esteja pronto, maduro, para incorporar a real
significação que essa informação tem para ele, para incorporá-la vivencialmente, emocionalmente.
Enquanto a informação não fizer parte do contexto pessoal - intelectual e emocional - não se tornará
verdadeiramente significativa, não será aprendida verdadeiramente.
Ensinar com as novas mídias será uma revolução, se mudarmos simultaneamente os paradigmas
convencionais do ensino, que mantêm distantes professores e alunos. Caso contrário, conseguiremos
dar um verniz de modernidade, sem mexer no essencial. A Internet é um novo meio de comunicação,
ainda incipiente, mas que pode ajudar-nos a rever, a ampliar e a modificar muitas das formas atuais de
ensinar e de aprender.
Disponível em <http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/T6%20TextoMoran.pdf>. Acesso em 18 dez 2014 (com adaptações).
64
Justificativa.
Questão 56.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
Leia o texto a seguir.
Criada por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa), a tecnologia nomeada
"Ecolágua" utiliza raios ultravioleta (UV) para purificar água de rios e torná-la potável em poucos segundos.
A ideia surgiu após apelo de indígenas, que revelaram mortes por ingestão de água contaminada no interior
do Amazonas. Segundo o desenvolvedor do equipamento, o pesquisador alemão Roland Vetter, a iniciativa
para elaboração da tecnologia veio em forma de apelo. Índios da etnia Deni pediram ajuda para frear a
ocorrência de doenças causadas por água contaminada. “Nós queríamos instalar para eles um secador solar
para madeira e frutas. Eles disseram ‘É muito bom, mas não é disso que precisamos’. Eles estavam
morrendo por ingerir água suja do rio Xeruã”, contou.
Conforme Vetter, 11 índios Deni morreram vítimas de doenças diarreicas causadas por bactérias da espécie
Escherichia coli somente em 2005. O quadro clínico, semelhante ao da cólera, assustou os indígenas.
De acordo com o pesquisador, a desinfecção da água ocorre porque os microrganismos, em contato com os
raios ultravioleta tipo C, perdem a capacidade de se multiplicar. Em termos técnicos, a luz provoca um dano
fotoquímico instantâneo no material genético dos microrganismos, o que causa o efeito desinfetante.
Anteriormente nomeado ‘Água Box’, o equipamento pesa cerca de 15 kg e pode "limpar" facilmente água de
rios, poços e da chuva. De acordo com Vetter, água de rios urbanos, como a Bacia do Turamã, em Manaus,
ou o Rio Tietê, em São Paulo, também pode ser purificada pelo equipamento, que realiza uma filtragem
prévia para conter alguns resíduos sólidos, como areia e outros sedimentos.
A luz do sol é capturada por painéis solares, que mantêm carregada uma bateria dentro do equipamento.
Dessa forma, a tecnologia garante o funcionamento de uma lâmpada ultravioleta, responsável pela
destruição dos microrganismos. Com o processo de filtragem adequado - cujo equipamento específico é
anexado ao Ecolágua -, o pesquisador do Inpa, Ray Cleise, que fez parte da concepção da tecnologia,
garante que águas turvas podem se tornar límpidas.
A máquina garante a eficiência de desinfecção em 99,99%, conforme testes feitos em laboratório. Uma
mostra d'água coletada do Rio Solimões constatou a contaminação por bactérias Escherichia coli, que estão
presentes no intestino humano, além de índices de turbidez superiores ao admissível. Após o tratamento
com a tecnologia, as bactérias foram destruídas e a turvação passou de 27,90 UNT - Unidade Nefelométrica
de Turbidez - para 1,64 UNT. O produto começou a ser disponibilizado no mercado há cerca de dois meses,
pela empresa Qluz Ecoenergia. De acordo com o empresário responsável pela venda do produto, Roberto
Lavor, a expectativa é de que a máquina beneficie não só brasileiros, mas também pessoas de todas as
regiões do mundo. "Nós temos um grande potencial de água doce, que não é mais potável, pois está suja e
cheia de impurezas. Vivemos na maior bacia hidrográfica do planeta, mas que não garante aos ribeirinhos o
acesso à água potável. O 'Ecolágua' é um instrumento viável que torna a água potável de forma quase
instantânea", explicou Lavor.
Disponível em <http://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2014/11/na-amazonia-tecnologia-usa-raios-uv-e-sol-para-purificar-agua-de-rios.html>. Acesso em 12 nov. 2014
(com adaptações).
65
II. O equipamento desenvolvido pelo Inpa é composto por um conjunto de filtros para redução da
turbidez da água.
III. O Ecolágua tem painéis solares, que alimentam uma bateria responsável pelo funcionamento de
uma lâmpada ultravioleta cuja função é danificar o material genético dos microrganismos.
IV. O Ecolágua tem filtros que, alimentados por uma bateria, são capazes de retirar todo material
particulado da água em tratamento.
V. Ray Cleise, que fez parte da concepção do desenvolvimento do equipamento, garante que
águas turvas podem se tornar límpidas apenas pela ação solar.
A. Apenas as afirmativas I e V estão corretas. B. Apenas as afirmativas II e IV estão corretas.
C. Apenas as afirmativas I e III estão corretas. D. Apenas a afirmativa III está correta.
E. Nenhuma afirmativa está correta.
Justificativa.
Questão 57.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
Leia o texto a seguir.
Para especialista da OMS, ebola pode ter matado milhares além do oficial.
Especialista diz que famílias podem ter enterrado pessoas em segredo.
Cálculo é baseado em taxa de mortalidade de países mais afetados.
Agência France Presse (AFP)
O número real de vítimas mortais da letal epidemia de ebola provavelmente excederá em milhares as
4.818 do último balanço, difundido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), advertiu um especialista
desta organização. "Há muitíssimas mortes não registradas nesta epidemia", afirmou à AFP Christopher
Dye, responsável pela Estratégia da OMS, considerando que as vítimas mortais fora do registro oficial
podem chegar a 5 mil.
Para chegar a esse número, ele se baseou na taxa de mortalidade da doença nos países mais afetados
(Guiné, Serra Leoa e Libéria), que é de 70%.
A OMS estimou haver um total de 13.042 casos diagnosticados, o que significa que muitas mortes não
foram comunicadas.
Segundo Dye, uma explicação para essa diferença é que as pessoas teriam enterrado familiares em
segredo, para evitar que autoridades interferissem em seus ritos funerários, que incluem lavar e tocar o
morto. O contato com pessoas portadoras do vírus é o responsável por boa parte dos contágios, razão
pela qual as autoridades sanitárias dos países afetados no oeste da África estão realizando um forte
trabalho de conscientização para que os corpos das pessoas infectadas sejam incinerados.
Disponível em <http://g1.globo.com/bemestar/ebola/noticia/2014/11/para-especialista-da-oms-ebola-pode-ter-matado-milhares-alem-do-oficial.html>. Acesso em
07 nov. 2014 (com adaptações).
66
II. Segundo o texto, os rituais funerários de vários grupos revelam ignorância e atraso cultural e
isso explica o fato de algumas doenças primitivas só existirem no continente africano.
III. Segundo o texto, as pessoas enterram seus familiares em segredo porque as normas para evitar
o contágio impediriam seus rituais.
Está correto o que se afirma em
A. I e III, somente. B. I e II, somente. C. III, somente. D. I, somente. E. I, II e III.
Justificativa.
Questão 58.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
Leia a charge e a notícia a seguir.
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I. A culpa pelo desperdício de alimentos é, em grande parte, atribuída ao cultivo de produtos
orgânicos, como mostram os dois textos, pois esse tipo de produção requer técnicas que
descartam partes das frutas, das verduras e dos legumes.
II. A crítica da charge baseia-se na oposição entre aqueles que podem escolher o consumo de
produtos mais caros e os que não têm acesso à alimentação digna.
III. O foco da charge é a crítica à produção de orgânicos, que, por serem em geral mais caros do
que os não orgânicos, geram mais desperdícios.
IV. De acordo com a notícia, estima-se que 19 milhões de pessoas passem fome no Brasil.
Está correto o que se afirma somente em
A. I e II. B. II e III. C. I e IV. D. II e IV. E. II.
Justificativa.
Questão 59.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
Leia os quadrinhos e o texto a seguir.
O Mito da Caverna, ou Alegoria da Caverna, foi escrito pelo filósofo Platão e está contido em “A
República”, no livro VII. Na alegoria, narra-se o diálogo de Sócrates com Glauco e Adimato. É um dos
textos mais lidos no mundo filosófico.
A história narra a vida de alguns homens que nasceram e cresceram dentro de uma caverna e ficavam
voltados para o fundo dela. Ali contemplavam uma réstia de luz que refletia sombras no fundo da
parede. Esse era o seu mundo. Certo dia, um dos habitantes resolveu voltar-se para o lado de fora da
caverna e logo ficou cego devido à claridade da luz. E, aos poucos, vislumbrou outro mundo com
natureza, cores, “imagens” diferentes do que estava acostumado a “ver”. Voltou para a caverna para
narrar o fato aos seus amigos, mas eles não acreditaram nele e revoltados com a “mentira” o mataram.
Com essa alegoria, Platão divide o mundo em duas realidades: a sensível, que se percebe pelos
sentidos, e a inteligível (o mundo das ideias). O primeiro é o mundo da imperfeição e o segundo
encontraria toda a verdade possível para o homem. Assim, o ser humano deveria procurar o mundo da
verdade para que consiga atingir o bem maior para sua vida. Em nossos dias, muitas são as cavernas
em que nos envolvemos e pensamos ser a realidade absoluta.
Disponível em <http://filosofia.uol.com.br/filosofia/ideologia-sabedoria/23/mito-da-caverna-uma-reflexao-atual-178922-1.asp>. Acesso em 30 nov. 2014 (com
adaptações).
68
Com base na leitura, analise as afirmativas.
I. O personagem da charge afirma que vivemos na caverna de Platão porque ele não tem acesso
às modernas tecnologias.
II. A referência ao mito da caverna de Platão alude ao fato de que a vida virtual, por meio dos
modernos aparelhos, é intensa hoje.
III. Os quadrinhos enaltecem os modernos aparelhos como forma de ter acesso a informações, uma
vez que o personagem pôde aprender filosofia por meio da internet.
IV. A expressão “caverna de Platão” na tirinha tem sentido positivo e enaltece a sociedade
tecnológica contemporânea.
Está correto o que se afirma somente em
A. I e II. B. II e IV. C. III e IV. D. II. E. I e III.
Justificativa.
Questão 60.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
Leia o texto a seguir.
Educação 2.0: ensino personalizado para cada aluno
Projeto busca implementar um “aprendizado adaptativo” por meio da Internet, Big Data e
Web Analytics, que individualizará o ensino a cada estudante
Marcelo Brandão
O ensino como forma unificada de transmissão de conhecimento, independentemente das
características de cada aluno, parece estar com os dias contatos. Nada mais de ensinar de um único
jeito para alunos distintos.
A proposta é implementar um “aprendizado adaptativo” por meio de toda a tecnologia online disponível
para individualizar o ensino a cada estudante. Uma proposta ambiciosa, que pretende abarcar toda
Espanha e América Latina até o final de 2015. Para alcançar esse objetivo, o projeto utilizará todo o
potencial da Internet e do Big Data - que acumulará todo o histórico do aluno permitindo conhecer
seus talentos e suas fraquezas e definir um plano de ensino que melhor se adapte a ele. E com o
auxílio de ferramentas de análises em rede, proporcionará um conhecimento para o melhor caminho
profissional e educativo desse aluno. Ou seja, a personalização passa ser a chave de todo o projeto
educacional.
No entanto, esse modelo segue tendo como pilar principal o professor. “Por exemplo, o programa dirá
a ele que: nessa semana foram explicados 32 conceitos. O aluno assimilou 27. Esses são os cinco que
merecem reforço. Ou, esse aluno é muito esperto e está aprendendo sem problemas, porém está se
esforçando ao limite”, explica Manuela Clara, sobre o quão acessível e o quão didática é a ferramenta
para os professores.
69
A nova proposta de ensino já começa a apresentar boa aceitação entre os docentes. Segundo uma
pesquisa realizada pela Santillana entre professores que fizeram alguns testes com a plataforma, 82%
dos consultados acreditam que a porcentagem de alunos aprovados na matéria aumentaria em 10%.
A tecnologia como ferramenta educativa já não é mais questionável. Videojogos e outros passatempos
têm auxiliado, há um bom tempo, o desenvolvimento de nossas habilidades e seduzido nossa fome por
conhecimento. A novidade aqui, no entanto, abre espaço para um avanço e uma discussão mais ampla
envolvendo percepção e a análise psíquica de cada indivíduo (...).
Disponível em <http://consumidormoderno.uol.com.br/index.php/inovacao/novas-tecnologias>. Acesso em 12 nov. 2014 (com adaptações).
Questão 61.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
Leia o texto e a charge a seguir.
Garotinha de seis anos dá lição de igualdade de gênero para editora de livros infantis
Aos seis anos de idade, a garotinha Parker Danis costumava ser fã da série ‘Biggest, Baddest Book of
Bugs’. Mas quando percebeu que na mensagem da contracapa estava escrito que aquele era um livro
“para garotos”, ela decidiu enviar uma carta com reclamações muito adultas para a editora ABDO.
“Queridos publicadores, eu sou uma garota de seis anos de idade e acabei de ler ‘Biggest, Baddest
Book of Bugs’. Eu realmente gostei da seção dos insetos que brilham no escuro e das questões no fim.
Mas quando vi que a contracapa dizia que aquele era um livro para garotos eu fiquei muito triste.
Fiquei chateada por existir algo como um “livro para garotos”. Vocês deveriam colocar “para meninos e
meninas” em vez de “para meninos”, pois algumas garotas também querem ser entomologistas”.
Enviada no dia 20 de abril, a editora respondeu para a garota 20 dias depois com a seguinte
mensagem: “Você tocou em um ponto muito importante: deveríamos ter feito ‘Biggest, Baddest Book
of Bugs’ para todos. Afinal, garotas podem gostar de ‘coisas de garotos’ também. Nós decidimos levar
em conta o seu conselho e na próxima edição o livro se chamará simplesmente ‘Biggest, Baddest Book
of Bugs’”.
Um tempo depois (com Parker completando seus maduros sete anos), a editora enviou a nova edição –
já alterada – para a garota. Em resposta à mudança, Parker disse publicamente: “Se quiserem,
meninos podem ter cabelos grandes e garotas, cabelos curtos”.
Disponível em <http://revistagalileu.globo.com/Sociedade/noticia/2014/12/garotinha-de-seis-anos-da-licao-de-igualdade-de-genero-para-editora-de-livros-
infantis.html>. Acesso em 08 dez. 2014.
70
Disponível em <http://gabrielacaldeiraaranhaposusp.blogspot.com.br/2012_11_01_archive.html>. Acesso em 15 fev. 2015.
Questão 62.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
Analise a charge e texto a seguir.
71
Brasil é o pior em retorno de impostos à ação, aponta estudo.
Pela quinta vez consecutiva, o Brasil é o país que proporciona o pior retorno de valores arrecadados
com tributos em qualidade de vida para a sua população. A conclusão consta de estudo do IBPT
(Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação) que compara 30 países com maior carga tributária
em relação ao PIB (Produto Interno Bruto) e verifica se o que é arrecadado por essas nações volta aos
contribuintes em serviços de qualidade.
Estados Unidos, Austrália e Coréia do Sul ocupam respectivamente as primeiras posições do ranking. O
Brasil está em 30º lugar, atrás da Argentina (24º) e do Uruguai (13º).
Disponível em <http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2014/04/1434959-brasil-e-o-pior-em-retorno-de-imposto-a-populacao-aponta-estudo.shtml>. Acesso em
15 dez. 2014.
Questão 63.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
Leia o texto e a charge a seguir.
Para educar um filho
Rubem Alves
Era uma sessão de terapia. “Não tenho tempo para educar a minha filha”, ela disse.
Um psicanalista ortodoxo tomaria essa deixa como um caminho para a exploração do inconsciente do
cliente. Ali estava um fio solto no tecido da ansiedade materna. Era só puxar o fio... Culpa. Ansiedade e
culpa nos levariam para o sinistro subterrâneo da alma.
Mas eu nunca fui ortodoxo. Sempre caminhei ao contrário na religião, na psicanálise, na universidade,
na política, o que tem me valido não poucas complicações. O fato é que eu tenho um lado bruto, igual
àquele do Analista de Bagé. Não puxei o fio solto dela. Ofereci-lhe meu próprio fio.
“Eu nunca eduquei os meus filhos...”, eu disse. Ela fez uma pausa perplexa. Deve ter pensado: “Mas
que psicanalista é esse que não educa seus filhos?”. “Nunca educou seus filhos?”, perguntou.
Respondi: “Não, nunca. Eu só vivi com eles”.
72
Essa memória antiga saiu da sua sombra quando uma jornalista, que preparava um artigo dirigido aos
pais, me perguntou: “Que conselho o senhor daria aos pais?”.
Respondi: “Nenhum. Não dou conselhos. Apenas diria: a infância é muito curta. Muito mais cedo do
que se imagina, os filhos crescerão e baterão as asas. Já não nos darão ouvidos. Já não serão nossos.
No curto espaço da infância há apenas uma coisa a ser feita: viver com eles, viver gostoso com eles.
Sem currículo. A vida é o currículo. Vivendo juntos, pais e filhos aprendem. A coisa mais importante a
ser aprendida nada tem a ver com informações. Conheço pessoas bem informadas que são idiotas
perfeitos. O que se ensina é o espaço manso e curioso que é criado pela relação lúdica entre pais e
filhos”.
Ensina-se um mundo! Vi, numa manhã de sábado, num parquinho, uma cena triste: um pai levava o
filho pra brincar. Com a mão esquerda empurrava o balanço. Com a mão direita segurava o jornal que
estava lendo... Em poucos anos, sua mão esquerda estará vazia. Em compensação, ele terá duas mãos
para segurar o jornal.
Disponível em <http://www.pingodegente.com.br/2010/01/um-pouco-de-rubem-alves/>. Acesso em 15 dez. 2014.
73
Questão 64.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
Leia o texto a seguir.
Um dos autorretratos mais famosos do mundo está em Turim, na Itália, e raramente é exibido ao
público. É o autorretrato de Leonardo da Vinci, feito há 500 anos. Sua fama vem não apenas do fato de
ter sido produzido por Da Vinci, mas também por seus supostos poderes mágicos. Segundo a lenda, o
olhar de Da Vinci em seu autorretrato é tão intenso que aquele que o observa recebe uma força
extraordinária. Diz-se, inclusive, que foi devido a esse poder místico, e não ao valor cultural ou
monetário do desenho, que ele foi levado de Turim para Roma durante a Segunda Guerra Mundial.
Isso porque ninguém queria que o quadro caísse nas mãos de Adolph Hitler. Ninguém queria correr o
risco de dar a Hitler ainda mais poderes. Essa foi, na época, a única obra retirada de toda a vasta
coleção de desenhos e manuscritos da Biblioteca Real de Turim.
O atual diretor da biblioteca, Giovanni Saccani, disse que ninguém sabe ao certo onde o quadro estava
escondido. "Para evitar que os nazistas o levassem, colocou-se em prática uma grande operação para
transportá-lo em total sigilo para Roma."
Apesar da importância da obra, não há um consenso entre especialistas se ela é mesmo um
autorretrato de Da Vinci. "Ele não era fã da ideia de autorretratos", afirma James Hall, autor do livro "O
autorretrato: uma história cultural", que duvida que o retrato tenha sido feito por Da Vinci. Já Saccani,
diretor da Biblioteca Real, não tem dúvidas: "O poder expressivo de seu rosto está absolutamente
aliado a uma emoção e uma habilidade que apenas Leonardo podia ter."
Atualmente, o autorretrato é considerado tão valioso que há um decreto dizendo que só se pode mudá-
lo de lugar com uma permissão ministerial. No entanto, nas próximas semanas, 50 pessoas por hora
terão permissão para visitar o local. Apesar de haver mais de 80 importantes obras do porte de
Rembrandt e Van Dyck, a maioria dos visitantes estará lá para ver o famoso autorretrato "mágico" de
Da Vinci. E muitas delas certamente terão em mente outra lenda sobre o quadro: diz-se que antes de
fazer uma prova, muitos estudantes revisam a matéria em um lugar na biblioteca que fica diretamente
em cima do "porão" onde está o autorretrato. Segundo essa crença popular, quem estuda perto da
genialidade de Leonardo da Vinci é contagiado por ela.
Disponível em <http://entretenimento.ne10.uol.com.br/artes-visuais/noticia/2014/11/04/autorretrato-magico-de-da-vinci-foi-escondido-de-hitler-517688.php>.
Acesso em 05 nov. 2014 (com adaptações).
74
Justificativa.
Questão 65.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
Leia o texto de Antonio Candido e analise as afirmativas a seguir.
Questão 66.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
Leia o texto a seguir.
75
Isoladamente, a principal causa de óbito é a prematuridade (15,4%), seguida de perto pela pneumonia
(14,9%). Grandes vilões do passado, notadamente as diarreias, mas também sarampo e tétano, já não
ocupam as primeiras posições.
Segundo os autores da pesquisa, publicada no periódico médico britânico "The Lancet", a diminuição
das mortes em 2013 em relação a 2000 pode ser atribuída a ganhos no controle da pneumonia,
diarreia e sarampo. São avanços formidáveis da humanidade.
A partir desse ponto, contudo, melhorias tendem a ficar mais difíceis. Aos poucos, os países esgotam o
arsenal de ações fáceis, capazes de atingir grandes fatias da população - oferecer água tratada e
esgoto, fazer campanhas de vacinação e pelo aleitamento materno.
À medida que se registram reduções nas mortes por infecções, os óbitos neonatais (até o 28º dia de
vida) tendem a ganhar preponderância - e as iniciativas para enfrentá-los se tornam cada vez mais
individualizadas e caras.
Se o quadro global, de todo modo, é bastante positivo, há uma nota negativa para a qual é preciso
chamar a atenção: permanecem abissais as diferenças entre as diversas regiões do planeta.
Enquanto Estados desenvolvidos já baixaram há vários anos a mortalidade infantil para faixas inferiores
a 10 óbitos por mil nascimentos com vida e nações emergentes estão chegando lá, países da África
subsaariana continuam mal.
Respondendo por 25% dos nascimentos no mundo e quase 50% dos óbitos de crianças até cinco anos,
esse grupo eleva a taxa média do planeta para 46 óbitos por mil nascimentos com vida.
Um índice bem melhor que os 200 por mil estimados para a Idade Média, mas muito pior do que
aquele que seria possível atingir com o nível de conhecimento médico e avanço tecnológico do mundo.
Disponível em <http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2014/12/1555682-editorial-vitoria-sobre-infeccoes.shtml>. Acesso em 3 mar. 2015.
76
Questão 67.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
(Enade 2014 – com adaptações). Leia o texto a seguir.
Importante website de relacionamento caminha para 700 milhões de usuários. Outro conhecido
servidor de microblogging acumula 140 milhões de mensagens ao dia. É como se 75% da população
brasileira postassem um comentário a cada 24 horas. Com as redes sociais cada vez mais presentes no
dia a dia das pessoas, é inevitável que muita gente encontre nelas uma maneira fácil, rápida e
abrangente de se manifestar.
Uma rede social de recrutamento revelou que 92% das empresas americanas já usaram ou planejam
usar as redes sociais no processo de contratação. Dessas, 60% assumem que bisbilhotam a vida dos
candidatos em websites de rede social. Realizada por uma agência de recrutamento, uma pesquisa
com 2500 executivos brasileiros mostrou que 44% desclassificariam, no processo de seleção, um
candidato por seu comportamento em uma rede social.
Muitas pessoas já enfrentaram problemas por causa de informações online, tanto no campo pessoal
quanto no profissional. Algumas empresas e instituições, inclusive, já adotaram cartilhas de conduta
em redes sociais.
POLONI, G. O lado perigoso das redes sociais. Revista INFO, pp. 70-75, julho 2011 (com adaptações).
Questão 68.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
Leia a charge a seguir.
77
Disponível em <http://blogs.odiario.com/wilteixeira/wp-content/uploads/sites/36/2010/08/cartum02blog.jpg>. Acesso em 3 ago. 2015.
Questão 69.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
Leia o texto a seguir.
O fim do trabalho?
Thomaz Wood Jr.
O trabalho é ideia milenar nem sempre muito apreciada. A Grécia antiga não o tinha em grande conta
e o considerava um inimigo da virtude, a cercear os homens de suas mais nobres aptidões, as quais
deveriam ser desenvolvidas na filosofia e na política. As sociedades industrializadas modernas,
contrariamente aos gregos, celebram o trabalho como valor central, algo capaz de gerar riqueza e
bem-estar, beneficiando o indivíduo e a sociedade.
Algumas tendências em curso sinalizam o declínio dos empregos estáveis, de tempo integral. A crise
econômica do fim dos anos 2000 e a presente recessão brasileira nos levam a relembrar o drama do
desemprego. Quando cortam quadros ou encerram atividades, as empresas projetam uma sombra
78
sobre as comunidades. A arrecadação diminui, o consumo cai, os serviços básicos são afetados, a
coesão cultural é enfraquecida e multiplicam-se patologias sociais e dramas pessoais.
Os últimos séculos foram marcados por reinvenções sucessivas do trabalho, da agricultura para a
indústria e desta para os serviços. As transições foram traumáticas, mas cada estado final representou
uma evolução em relação ao seu ponto de partida, com mais empregos e mais riqueza. As tendências
atuais apontam, entretanto, para a criação de uma massa paralela de destituídos, sem emprego ou
competências para subsistir em um mundo intensivo em tecnologia.
Podemos identificar três grandes tendências. A primeira delas é a superação do trabalho pelo capital.
Desde os anos 1980, as empresas investiram em reestruturações e em automação industrial, na busca
de formas eficientes para organizar o trabalho e automatizar seus processos. O resultado foi o
enxugamento dos quadros e uma perda progressiva do poder de barganha do trabalho diante do
capital. A segunda tendência é o desaparecimento progressivo do trabalhador. Estatísticas norte-
americanas indicam um aumento inexorável do porcentual de homens que não estão trabalhando ou
procurando por trabalho. A terceira tendência relaciona-se ao avanço das tecnologias de informação e
comunicação. Os impactos de mudanças tecnológicas podem demorar anos para se manifestar, mas,
quando ocorrem, são contundentes. Vendedores, caixas, atendentes e funcionários de escritórios são
os primeiros na linha de fogo.
O trabalho preenche três funções sociais: é uma forma pela qual a economia produz bens, um meio de
as pessoas garantirem seu sustento e uma atividade que provê sentido e propósito à vida das pessoas.
O que ocorrerá se as tendências acima mencionadas se aprofundarem? A primeira função social parece
cada vez menos dependente de trabalhadores. A economia poderá continuar produzindo bens, com
menor número de empregos. Mas sem salários, quem irá consumi-los? A terceira função social poderá
ser substituída, uma vez que há outras atividades passíveis de prover sentido e propósito para os
indivíduos. Mas o que ocorrerá com a segunda função social? Como continuar a garantir o sustento
sem uma oferta condizente de empregos?
Muitas pessoas detestam sua profissão, seu emprego ou ambos. Porém perder o ganha-pão pode ser
trágico. Nos países desenvolvidos, a infraestrutura madura e as redes de proteção social, aliadas a
certa criatividade individual e doses crescentes de empreendedorismo, poderão tornar a vida na
informalidade laboral passável, até recompensadora. Nos países em desenvolvimento, a transição
poderá ser mais dura e trágica. Entretanto, o pessimismo necessário deve ser temperado com doses
homeopáticas de otimismo. Trabalhos estáveis e de tempo integral talvez sejam vistos no futuro como
peculiaridade de uma época. Os nostálgicos lamentarão seu desaparecimento. Outros celebrarão seu
declínio como uma porta aberta ao cultivo das virtudes, como desejavam os antigos gregos.
Disponível em <http://www.cartacapital.com.br/revista/860/o-fim-do-trabalho-5512.html>. Acesso em 03 ago. 2015 (com adaptações).
79
Justificativa.
Questão 70.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
Leia a charge e o texto a seguir.
Disponível em <http://2.bp.blogspot.com/-9J813AqbckY/T-_r9B5hvaI/AAAAAAAABWs/elOPjU96_a0/s1600/rio-mais-vinte-110612-walter-humor-politico.gif>.
Acesso em 11 ago. 2015.
80
I. A charge e o texto indicam a impossibilidade de um mundo fora do alcance do capital
internacional, já que a base material por meio da qual se produz a história humana impede
críticas ao discurso hegemônico da globalização.
II. A charge revela a globalização como fábula, uma vez que o fluxo de mercadorias e de capital
não altera a vida das comunidades rurais e a realidade é ignorada pelos seus habitantes.
III. A charge enaltece o progresso que a globalização promove, o que descaracteriza seu caráter
perverso, descrito no texto de Milton Santos.
IV. O foco do texto é apregoar os benefícios da globalização, que permite produção em alta
velocidade e circulação contínua das informações, com extraordinário progresso das ciências e
das técnicas.
Com base na leitura, assinale a alternativa certa.
A. Apenas as afirmativas I e II estão corretas. B. Apenas as afirmativas I e III estão corretas.
C. Apenas as afirmativas II e IV estão corretas. D. Todas as afirmativas estão corretas.
E. Nenhuma afirmativa está correta.
Justificativa.
Questão 71.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
Leia a charge e a reportagem a seguir.
Disponível em <https://www.facebook.com/quebrandootabu/photos/a.575920612464330.1073741825.165205036869225/879913415398380/?type=1&theater>.
Acesso em 03 ago. 2015.
81
Na enquete da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), 12,5% dos
professores ouvidos no Brasil disseram ser vítimas de agressões verbais ou de intimidação de alunos
pelo menos uma vez por semana. Trata-se do índice mais alto entre os 34 países pesquisados - a
média entre eles é de 3,4%. Depois do Brasil, vem a Estônia, com 11%, e a Austrália, com 9,7%. Na
Coreia do Sul, na Malásia e na Romênia, o índice é zero.
O tema da violência em sala de aula foi destacado por internautas ouvidos pela BBC Brasil como um
assunto que deveria receber mais atenção por parte dos candidatos presidenciais e vem gerando
acirrados debates em posts que publicamos nos últimos dias nas nossas páginas em redes sociais.
"A escola hoje está mais aberta à sociedade. Os alunos levam para a aula seus problemas cotidianos",
disse à BBC Brasil Dirk Van Damme, chefe da divisão de inovação e medição de progressos em
educação da OCDE.
O estudo internacional sobre professores, ensino e aprendizagem (TALIS, na sigla em inglês) também
revelou que apenas um em cada dez professores no Brasil acredita que a profissão é valorizada pela
sociedade; a média global é de 31%.
O Brasil está entre os dez últimos da lista nesse quesito, que mede a percepção que o professor tem da
valorização de sua profissão. O lanterna é a Eslováquia, com 3,9%. Em seguida, estão a França e a
Suécia, onde só 4,9% dos professores acham que são devidamente apreciados pela sociedade. Já na
Malásia, quase 84% (83,8%) dos professores acham que a profissão é valorizada. Na sequência, vêm
Cingapura, com 67,6%, e a Coreia do Sul, com 66,5%.
A pesquisa ainda indica que, apesar dos problemas, a maioria dos professores no mundo se diz
satisfeita com o trabalho, mas "não se sentem apoiados e reconhecidos pela instituição escolar e se
veem desconsiderados pela sociedade em geral", diz a OCDE.
Disponível em <http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2014/08/140822_salasocial_eleicoes_ocde_valorizacao_professores_brasil_daniela_rw>. Acesso em 03
ago. 2015.
Questão 72.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
Leia a charge a seguir.
82
Disponível em <http://4.bp.blogspot.com/-vPaxSI5C8AA/UcLrH-sFVMI/AAAAAAAAHoY/gfU7C-C0tIk/s640/Charge_Progresso1.jpg>. Acesso em 03 ago. 2015.
Questão 73.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
Leia o texto a seguir.
83
bilhão de pessoas no mundo devem ler; e de que isso empobrece nossa visão de mundo e fere um
princípio básico da internet, o de fornecer acesso à informação sem censura e sem filtro.
Você curte ser manipulado? Você acha legal ter sua visão de mundo determinada por terceiros? Você não se
sente meio idiota sabendo que o conteúdo que você acha que está escolhendo consumir, na verdade, foi
escolhido por outro alguém?
Os mais apocalípticos dizem que o Facebook é a verdadeira Deep Web, porque tudo o que está ali
não é nem indexável nem buscável — pelo menos para nós. Os cientistas de dados da rede social
têm acesso ao que 20% da população mundial curte, compartilha, comenta, consome, lê, se
interessa, em quem vota, o que come, com quem se relaciona, o que compra, o que ama, o que
odeia e tudo o mais que despejamos no Facebook diariamente.
Além de essa inteligência (capaz de prever resultados de eleições) ser vendida para marcas,
governos e organizações, há notícias de que são realizados experimentos questionáveis com essa
base de usuários. Um desses experimentos vazou para a mídia uma vez, quando eles manipularam as
emoções de milhares de usuários só porque… podiam! Isso é o que sabemos, mas existem coisas
acontecendo no backstage da nossa rede social favorita de que nem fazemos ideia e que nos afetam
diretamente.
Com o objetivo de fazer a rede social ser cada vez mais relevante para os usuários (para que eles
não saiam nunca de lá) e com a grande e autoproclamada missão de levar a internet para os dois
terços da população mundial que não têm acesso a ela, o Facebook toma medidas extremamente
centralizadoras e questionáveis.
O Internet.org, seu projeto “altruísta” de levar internet gratuita a populações carentes, é uma delas.
A pessoa não ganha acesso a toda a internet, ganha acesso ao Facebook e a mais uma pequena
porção de outros sites. Ou seja, a medida que expande sua base de usuários (um dos grandes
desafios da rede social no momento) acaba corroborando a visão que uma grande parcela de
usuários da rede tem, de que o Facebook é TODA a internet.
A rede social tornou-se a primeira e principal experiência wébica que muita gente tem aqui no Brasil,
e uma parcela enorme dos brasileiros conectados não conhece nada na internet além do Facebook.
Inclusão digital é algo maravilhoso, mas conhecer o mundo através do olhar e das regras de uma única rede
social, sem experimentar a verdadeira web, que é livre, colaborativa e criativa, é problemático.
O Facebook não é a internet, é a Zuckernet — um cachorro gigante que corre na sua direção e que vai
arrancar a sua cabeça… na base da dentada ou da lambida.
Disponível em <https://www.youpix.com.br/bem-vindos-%C3%A0-maravilhosa-e-medonha-zuckernet-3e27f304dc13>. Acesso em 23 jun. 2015.
84
Justificativa.
Questão 74.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
Leia o texto e a charge a seguir.
85
Disponível em <http://cienciaecriticacultural.blogspot.com.br/2010/08/charge.html>. Acesso em 14 ago. 2015.
Questão 75.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
Leia a charge e a reportagem a seguir.
86
Disponível em <http://netodestrovocanhota.blogspot.com.br/2014/09/invisiveis.html>. Acesso em 05 ago. 2015.
87
novo, agora para retirar o cadáver. O corpo de Adílio deixou a linha do trem por volta das 20h, três
horas depois do atropelamento.
O Governo do Rio pediu punição para os culpados. O secretário estadual de Transportes, Carlos Osório,
disse que os responsáveis devem ser identificados. "O que aconteceu em Madureira é um absurdo,
uma situação que não pode acontecer em hipótese nenhuma. Foi um desrespeito, uma desumanidade
você autorizar um trem passar por uma via que está interrompida por um corpo de uma pessoa
morta", disse Osório.
A Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil qualificou o episódio como uma
“barbaridade” e a Agetransp, agência reguladora que fiscaliza os transportes no Rio de Janeiro, abriu
uma investigação para apurar as responsabilidades. A família de Adílio não tinha condições de pagar o
funeral. O vendedor foi enterrado nesta sexta-feira com o dinheiro da SuperVia.
Disponível em <http://brasil.elpais.com/brasil/2015/07/31/politica/1438377272_774029.html>. Acesso em 05 ago. 2015 (com adaptações).
Questão 76.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
Leia a charge a seguir.
88
Com base na leitura, analise as afirmativas.
I. A charge aponta os alunos que não estudam e depredam a escola como os responsáveis pela
má qualidade do ensino brasileiro.
II. pronome “eles” refere-se aos políticos e o pronome “tu” refere-se aos alunos displicentes.
III. A charge estabelece uma relação entre a má qualidade da educação brasileira e a escolha de
políticos.
IV. Os elementos visuais da charge remetem ao universo da escola e a estrutura do texto simula
uma aula de estudo dos verbos.
É correto o que se afirma apenas em
A. I, II e III. B. I, II e IV. C. I, III e IV. D. II, III e IV. E. III e IV.
Justificativa.
Questão 77.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
Leia a charge e o texto sobre o processo de migração de africanos para o continente europeu.
...A relação dos europeus com os náufragos nas suas costas expressa, da forma mais radical, a
concepção predominante no Velho Continente, conforme o antigo adágio: civilização ou barbárie. A
preocupação dos governos europeus é apenas a proteção do seu território, para que episódios
dramáticos, como os que vêm acontecendo há tempos e se agudizando nas últimas semanas, deixem
de ocorrer ou diminuam. Não há nenhuma posição em relação às causas da imigração.
É de tal forma escandalosa a postura europeia, que nenhum governo ou instância africana participa
das reuniões que buscam soluções para os problemas. As únicas referências a governos africanos são
ao Marrocos e à Tunísia, buscando apoiar ações que permitam dificultar a saída de embarcações – já
que a Líbia, que antes funcionava como contenção para essa saída, agora nem sequer um Estado tem.
89
O que significa que os governos europeus nem cogitam atacar a raiz dos problemas, os que geram a
imigração maciça para a Europa desde a África. As condições econômicas e sociais dos países africanos
estão inquestionavelmente na origem do problema. E essas condições, por sua vez, têm raízes
históricas diretamente vinculadas à Europa.
A África foi não somente explorada profunda e extensamente nos seus recursos naturais pelas
potências colonizadoras europeias, como foi vítima do mais brutal dos crimes – a escravidão. Milhões e
milhões de africanos foram arrancados do seu mundo para serem transferidos para um continente
alheio, para trabalhar como raça inferior, produzindo riquezas para a elite branca europeia.
A África foi colonizada até poucas décadas atrás e, mesmo com a independência, não mudou sua
situação econômica e social, porque seguiu sendo explorada nos seus recursos naturais.
A imigração de africanos para um dos continentes mais ricos do mundo – em grande medida por ter
sido colonizador e escravizador – é um fenômeno que ocorre já há algumas décadas. Porém, pelo
menos uma parte desses trabalhadores imigrantes eram absorvidos, porque eram funcionais a um
mercado de trabalho que necessita de mão de obra de pouca qualificação, para funções secundárias.
Quando veio a crise econômica, que atinge frontalmente a Europa, em 2008 e ainda sem prazo para
acabar, a África foi prejudicada de várias maneiras.
Por um lado, a retração europeia foi exportada para os países africanos pela diminuição da demanda
dos seus produtos e pela retração nos investimentos. E, por outro, especialmente em alguns deles,
pela diminuição brusca do turismo, que em alguns países é um fator essencial para o emprego e a
economia no seu conjunto.
Nestes anos de crise, as tentativas desesperadas dos africanos de chegar à Europa se intensificaram,
enquanto o desemprego e a expulsão de trabalhadores imigrantes nos países europeus aumentaram a
crise.
Como resultado dessa combinação de fatores, a quantidade de tentativas de chegada à Europa e o
número de pessoas envolvidas nelas aumentaram exponencialmente.
Disponível em <www.redebrasilatual.com.br>. Acesso em 10 set. 2015.
90
Questão 78.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
Leia o texto a seguir, trecho de “O direito à literatura”, do professor Antonio Candido.
E aí entra o problema dos que lutam para que isso aconteça, ou seja: entra o problema dos direitos
humanos. Por quê? Porque pensar em direitos humanos tem um pressuposto: reconhecer que aquilo
que consideramos indispensável para nós é também indispensável para o próximo. Esta me parece a
essência do problema, inclusive no plano estritamente individual, pois é necessário um grande esforço
de educação e autoeducação a fim de reconhecermos sinceramente este postulado. Na verdade, a
tendência mais funda é achar que os nossos direitos são mais urgentes do que os do próximo. Nesse
ponto, as pessoas são frequentemente vítimas de uma curiosa obnubilação. Elas afirmam que o
próximo tem direito, sem dúvida, a certos bens fundamentais, como casa, comida, instrução, saúde,
coisas que ninguém bem formado admite hoje em dia que sejam privilégio de minorias, como são no
Brasil. Mas será que pensam que seu semelhante pobre teria direito a ler Dostoievski ou ouvir os
quartetos de Beethoven? Apesar das boas intenções no outro setor, talvez isto não lhes passe pela
cabeça. E não por mal, mas somente porque quando arrolam os seus direitos não estendem todos eles
ao semelhante. Ora, o esforço para incluir o semelhante no mesmo elenco de bens que reivindicamos
está na base da reflexão sobre os direitos humanos.
Disponível em <http://www.escolamobile.com.br/emedio/vereda/arquivos/portugues/3cport_etc_01.pdf>. Acesso em 19 jun. 2015.
Questão 79.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
Leia o texto e a charge a seguir.
Reclama pro bispo
Dráuzio Varella
Os brasileiros não param de engordar. Estão acima do peso 51% dos adultos (eram 43%, em 2006).
São classificados como obesos 17% (eram 11%, em 2006). O futuro não parece promissor: 1/3 das
crianças de 5 a 9 anos tem excesso de peso. Assim, empataremos com os norte-americanos. Lá, 3 em
cada 4 adultos carregam sobrepeso. Mais de 30% da população caem na faixa da obesidade.
91
Teoricamente, o problema da obesidade pode ser resumido numa equação singela: quem ingere mais
calorias do que gasta, ganha peso; quem faz o oposto, emagrece.
Seria ridículo negar que a agitação e as comodidades da vida moderna, a publicidade, a disponibilidade
e o baixo custo de alimentos altamente calóricos conspiram a favor da disseminação da epidemia, mas
jogar em fatores ambientais a culpa pela gordura que você acumulou no abdômen não vai ajudá-lo a
evitar as complicações da obesidade (...)
O corpo humano é uma máquina construída para o movimento. Se você precisa ou faz questão de
passar o dia sentado, a liberdade à mesa fica comprometida.
Se no seu dia não sobra um minuto para fazer exercício, você está vivendo errado, está deixando de
levar em consideração seu bem mais precioso: o corpo. Enquanto não dá um jeito nessa vida
miserável, aumente a atividade física no local em que estiver: suba escada, fale ao telefone dando
volta na mesa, alongue os caminhos a pé, abaixe e levante o tempo inteiro, não ande a passos de
lesma. No começo, vão achar que você perdeu o juízo, mas o povo se acostuma.
Sejamos claros: a medicina não sabe tratar obesidade. Descontados os conselhos dietéticos ou as
cirurgias bariátricas indicadas para os casos extremos, quase nada temos a oferecer. Se os médicos
não dispõem da pílula mágica, a responsabilidade com o peso e a sobrevivência é individual. É cada um
por si e Deus por ninguém, porque gula é um dos pecados capitais.
Disponível em <http://drauziovarella.com.br/obesidade/reclama-pro-bispo/>. Acesso em 05 ago. 2015 (com adaptações).
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Justificativa.
Questão 80.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
Leia o texto a seguir.
A complicada arte de ver
Rubem Alves
Ela entrou, deitou-se no divã e disse: "Acho que estou ficando louca". Eu fiquei em silêncio aguardando
que ela me revelasse os sinais da sua loucura. "Um dos meus prazeres é cozinhar. Vou para a cozinha,
corto as cebolas, os tomates, os pimentões - é uma alegria! Entretanto, faz uns dias, eu fui para a
cozinha para fazer aquilo que já fizera centenas de vezes: cortar cebolas. Ato banal sem surpresas.
Mas, cortada a cebola, eu olhei para ela e tive um susto. Percebi que nunca havia visto uma cebola.
Aqueles anéis perfeitamente ajustados, a luz se refletindo neles: tive a impressão de estar vendo a
rosácea de um vitral de catedral gótica. De repente, a cebola, de objeto a ser comido, se transformou
em obra de arte para ser vista! E o pior é que o mesmo aconteceu quando cortei os tomates, os
pimentões... Agora, tudo o que vejo me causa espanto."
Ela se calou, esperando o meu diagnóstico.
Eu me levantei, fui à estante de livros e de lá retirei as "Odes Elementales", de Pablo Neruda. Procurei
a "Ode à Cebola" e lhe disse: "Essa perturbação ocular que a acometeu é comum entre os poetas. Veja
o que Neruda disse de uma cebola igual àquela que lhe causou assombro: 'Rosa de água com escamas
de cristal'. Não, você não está louca. Você ganhou olhos de poeta... Os poetas ensinam a ver".
Ver é muito complicado. Isso é estranho porque os olhos, de todos os órgãos dos sentidos, são os de
mais fácil compreensão científica. A sua física é idêntica à física óptica de uma máquina fotográfica: o
objeto do lado de fora aparece refletido do lado de dentro. Mas existe algo na visão que não pertence
à física.
William Blake sabia disso e afirmou: "A árvore que o sábio vê não é a mesma árvore que o tolo vê". Sei
disso por experiência própria. Quando vejo os ipês floridos, sinto-me como Moisés diante da sarça
ardente: ali está uma epifania do sagrado. Mas uma mulher que vivia perto da minha casa decretou a
morte de um ipê que florescia à frente de sua casa porque ele sujava o chão, dava muito trabalho para
a sua vassoura. Seus olhos não viam a beleza. Só viam o lixo.
Adélia Prado disse: "Deus de vez em quando me tira a poesia. Olho para uma pedra e vejo uma
pedra".
Drummond viu uma pedra e não viu uma pedra. A pedra que ele viu virou poema.
Há muitas pessoas de visão perfeita que nada veem. "Não é bastante não ser cego para ver as árvores
e as flores. Não basta abrir a janela para ver os campos e os rios", escreveu Alberto Caeiro, heterônimo
de Fernando Pessoa. O ato de ver não é coisa natural. Precisa ser aprendido. Nietzsche sabia disso e
afirmou que a primeira tarefa da educação é ensinar a ver. O zen-budismo concorda, e toda a sua
espiritualidade é uma busca da experiência chamada "satori", a abertura do "terceiro olho". Não sei se
Cummings se inspirava no zen-budismo, mas o fato é que escreveu: "Agora os ouvidos dos meus
ouvidos acordaram e agora os olhos dos meus olhos se abriram".
Há um poema no Novo Testamento que relata a caminhada de dois discípulos na companhia de Jesus
ressuscitado. Mas eles não o reconheciam. Reconheceram-no subitamente: ao partir do pão, "seus
olhos se abriram". Vinicius de Moraes adota o mesmo mote em "Operário em Construção": "De forma
que, certo dia, à mesa ao cortar o pão, o operário foi tomado de uma súbita emoção, ao constatar
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assombrado que tudo naquela mesa - garrafa, prato, facão - era ele quem fazia. Ele, um humilde
operário, um operário em construção".
A diferença se encontra no lugar onde os olhos são guardados. Se os olhos estão na caixa de
ferramentas, eles são apenas ferramentas que usamos por sua função prática. Com eles vemos
objetos, sinais luminosos, nomes de ruas - e ajustamos a nossa ação. O ver se subordina ao fazer. Isso
é necessário. Mas é muito pobre. Os olhos não gozam... Mas, quando os olhos estão na caixa dos
brinquedos, eles se transformam em órgãos de prazer: brincam com o que veem, olham pelo prazer de
olhar, querem fazer amor com o mundo.
Os olhos que moram na caixa de ferramentas são os olhos dos adultos. Os olhos que moram na caixa
dos brinquedos, das crianças. Para ter olhos brincalhões, é preciso ter as crianças por nossas mestras.
Alberto Caeiro disse haver aprendido a arte de ver com um menininho, Jesus Cristo fugido do céu,
tornado outra vez criança, eternamente: "A mim, ensinou-me tudo. Ensinou-me a olhar para as coisas.
Aponta-me todas as coisas que há nas flores. Mostra-me como as pedras são engraçadas quando a
gente as tem na mão e olha devagar para elas".
Por isso - porque eu acho que a primeira função da educação é ensinar a ver - eu gostaria de sugerir
que se criasse um novo tipo de professor, um professor que nada teria a ensinar, mas que se dedicaria
a apontar os assombros que crescem nos desvãos da banalidade cotidiana. Como o Jesus menino do
poema de Caeiro. Sua missão seria partejar "olhos vagabundos"...
Disponível em <http://www.releituras.com/i_airon_rubemalves.asp>. Acesso em 28 jul. 2015.
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Questão 81.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
(Enade 2011). O mapa a seguir representa as áreas populacionais sem acesso ao saneamento básico.
Philippe Rekacewicz (Le Monde Diplomatique). Organização Mundial da Saúde, 2006. Disponível em <http://www.google.com.br/mapas>. Acesso em 28 ago.
2010.
Considerando o mapa apresentado, analise as afirmativas que seguem. Como apoio, veja o mapa
mundi na página seguinte.
I. A globalização é fenômeno que ocorre de maneira desigual entre os países e o progresso social
independe dos avanços econômicos.
II. Existe relação direta entre o crescimento da ocupação humana e o maior acesso ao saneamento
básico.
III. Brasil, Rússia, Índia e China, países pertencentes ao bloco dos emergentes, possuem percentual
da população com acesso ao saneamento básico abaixo da média mundial.
IV. O maior acesso ao saneamento básico ocorre, em geral, em países desenvolvidos.
V. Para se analisar o índice de desenvolvimento humano (IDH) de um país, devem-se diagnosticar
suas condições básicas de infraestrutura, seu PIB per capita, a saúde e a educação.
É correto apenas o que se afirma em
A. I e II. B. I e III. C. II e V. D. III e IV. E. IV e V.
Justificativa.
95
Mapa mundi.
Disponível em <http://www.geoensino.net/2011/10/blog-post.html>. Acesso em 13 fev. 2013.
Questão 82.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
(Enade 2011). Leia o gráfico a seguir.
A educação é o Xis da questão
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A expressão “o Xis da questão” usada no título do infográfico diz respeito
A. à quantidade de anos de estudos necessários para garantir um emprego estável com salário digno.
B. às oportunidades de melhoria salarial que surgem à medida que aumenta o nível de escolaridade
dos indivíduos.
C. à influência que o ensino de língua estrangeira nas escolas tem exercido na vida profissional dos
indivíduos.
D. aos questionamentos que são feitos acerca da quantidade mínima de anos de estudo que os
indivíduos precisam para ter boa educação.
E. à redução da taxa de desemprego em razão da política atual de controle da evasão escolar e de
aprovação automática de ano de acordo com a idade.
Justificativa.
Questão 83.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
(Enade 2011). Exclusão digital é um conceito que diz respeito às extensas camadas sociais que
ficaram à margem do fenômeno da sociedade da informação e da extensão das redes digitais. O
problema da exclusão digital se apresenta como um dos maiores desafios dos dias de hoje, com
implicações diretas e indiretas sobre os mais variados aspectos da sociedade contemporânea.
Nessa nova sociedade, o conhecimento é essencial para aumentar a produtividade e a competição
global. É fundamental para a invenção, para a inovação e para a geração de riqueza. As tecnologias de
informação e comunicação (TICs) proveem uma fundação para a construção e aplicação do
conhecimento nos setores públicos e privados. É nesse contexto que se aplica o termo exclusão digital,
referente à falta de acesso às vantagens e aos benefícios trazidos por essas novas tecnologias, por
motivos sociais, econômicos, políticos ou culturais.
Considerando as ideias do texto acima, avalie as afirmativas a seguir.
Um mapeamento da exclusão digital no Brasil permite aos gestores de políticas públicas escolherem o
público-alvo de possíveis ações de inclusão digital.
I. O uso das TICs pode cumprir um papel social, ao prover informações àqueles que tiveram esse
direito negado ou negligenciado e, portanto, permitir maiores graus de mobilidade social e econômica.
II. O direito à informação diferencia-se dos direitos sociais, uma vez que esses estão focados nas
relações entre os indivíduos e, aquele, na relação entre o indivíduo e o conhecimento.
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III. O maior problema de acesso digital no Brasil está na deficitária tecnologia existente em território
nacional, muito aquém da disponível na maior parte dos países do primeiro mundo.
É correto apenas o que se afirma em
A. I e II. B. II e IV. C. III e IV. D. I, II e III. E. I, III e IV.
Justificativa.
Questão 84.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
(Enade 2011). A definição de desenvolvimento sustentável mais usualmente utilizada é a que procura
atender às necessidades atuais sem comprometer a capacidade das gerações futuras. O mundo assiste
a um questionamento crescente de paradigmas estabelecidos na economia e também na cultura
política. A crise ambiental no planeta, quando traduzida na mudança climática, é uma ameaça real ao
pleno desenvolvimento das potencialidades dos países.
O Brasil está em uma posição privilegiada para enfrentar os enormes desafios que se acumulam. Abriga
elementos fundamentais para o desenvolvimento: parte significativa da biodiversidade e da água doce
existentes no planeta; grande extensão de terras cultiváveis; diversidade étnica e cultural e rica
variedade de reservas naturais.
O campo do desenvolvimento sustentável pode ser conceitualmente dividido em três componentes:
sustentabilidade ambiental, sustentabilidade econômica e sustentabilidade sociopolítica.
Nesse contexto, o desenvolvimento sustentável pressupõe
A. a preservação do equilíbrio global e do valor das reservas de capital natural, o que não justifica a
desaceleração do desenvolvimento econômico e político de uma sociedade.
B. a redefinição de critérios e instrumentos de avaliação de custo-benefício que reflitam os efeitos
socioeconômicos e os valores reais do consumo e da preservação.
C. o reconhecimento de que, apesar de os recursos naturais serem ilimitados, deve ser traçado um
novo modelo de desenvolvimento econômico para a humanidade.
D. a redução do consumo das reservas naturais com a consequente estagnação do desenvolvimento
econômico e tecnológico.
E. a distribuição homogênea das reservas naturais entre as nações e as regiões em nível global e
regional.
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Justificativa.
Questão 85.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
(Enade 2014 – com adaptações). Leia o texto a seguir.
Uma ideia e um aparelho simples devem, em breve, ajudar a salvar vidas de recém-nascidos.
Idealizado pelo mecânico argentino Jorge Odón, o dispositivo que leva seu sobrenome desentala um
bebê preso no canal vaginal, e, por mais inusitado que pareça, foi criado com base em técnica usada
para remover rolhas de dentro de garrafas. O aparelho consiste em uma bolsa plástica inserida em
uma proteção feita do mesmo material e que envolve a cabeça da criança. Estando o dispositivo
devidamente posicionado, a bolsa é inflada para aderir à cabeça do bebê e ser puxada aos poucos, de
forma a não o machucar. O método Odón deve substituir outros já arcaicos, como o de fórceps e o de
tubos de sucção, os quais, se usados por mãos mal treinadas, podem comprometer a vida do bebê, o
que, segundo especialistas, não deve acontecer com o novo equipamento.
Segundo o The New York Times, a ideia recebeu apoio da Organização Mundial de Saúde (OMS) e já
foi até licenciada por uma empresa norte-americana de tecnologia médica. Não se sabe quando o
equipamento começará a ser produzido nem o preço a ser cobrado, mas presume-se que ele não
passará de 50 dólares, com redução do preço em países mais pobres.
GUSMÃO, G. Aparelho deve facilitar partos em situações de emergência. Disponível em <http://exame.abril.com.br>. Acesso em 18 nov. 2013 (com adaptações).
99
Questão 86.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
(Enade 2014). Leia o texto a seguir.
Constantes transformações ocorreram nos meios rural e urbano, partir do século XX. Com o advento da
industrialização, houve mudanças importantes no modo de vida das pessoas, em seus padrões
culturais, valores e tradições.
O conjunto de acontecimentos provocou, tanto na zona urbana quanto na rural, problemas como
explosão demográfica, prejuízo nas atividades agrícolas e violência.
Iniciaram-se inúmeras transformações na natureza, criando-se técnicas para objetos até então sem
utilidade para o homem. Isso só foi possível em decorrência dos recursos naturais existentes, que
propiciaram estrutura de crescimento e busca de prosperidade, o que faz da experimentação um
método de transformar os recursos em benefício próprio.
Santos, M. Metamorfoses do espaço habitado. São Paulo: Hucitec, 1988 (com adaptações).
A partir das ideias expressas no texto acima, conclui-se que, no Brasil do século XX,
A. a industrialização ocorreu independentemente do êxodo rural e dos recursos naturais disponíveis.
B. o êxodo rural para as cidades não prejudicou as atividades agrícolas nem o meio rural porque
novas tecnologias haviam sido introduzidas no campo.
C. homens e mulheres advindos do campo deixaram sua cultura e se adaptaram a outra, citadina,
totalmente diferente e oposta aos seus valores.
D. tanto o espaço urbano quanto o rural sofreram transformações decorrentes da aplicação de novas
tecnologias às atividades industriais e agrícolas.
E. os migrantes chegaram às grandes cidades trazendo consigo valores e tradições, que lhes
possibilitam manter intacta sua cultura, tal como se manifestava nas pequenas cidades e no meio
rural.
Justificativa.
Questão 87.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
(Enade 2012). Leia o texto a seguir.
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SANTOS, M. O país distorcido. São Paulo: Publifolha, 2002 (com adaptações).
Questão 88.
Assunto/ tema:_____________________________________________________________
(Enade 2014 – com adaptações). Leia o texto a seguir.
O trecho da música “Nos Bailes da Vida”, de Milton Nascimento, “todo artista tem de ir aonde o povo
está”, é antigo, e a música, de tão tocada, acabou por se tornar um estereótipo de tocadores de
violões e de rodas de amigos em Visconde de Mauá, nos anos 1970.
Em tempos digitais, porém, ela ficou mais atual do que nunca. É fácil entender o porquê: antigamente,
quando a informação se concentrava em centros de exposição, veículos de comunicação, editoras,
museus e gravadoras, era preciso passar por uma série de curadores, para garantir a publicação de um
artigo ou livro, a gravação de um disco ou a produção de uma exposição.
O mesmo funil, que poderia ser injusto e deixar grandes talentos de fora, simplesmente porque não
tinham acesso às ferramentas, às pessoas ou às fontes de informação, também servia como filtro de
qualidade.
101
Tocar violão ou encenar uma peça de teatro em um grande auditório costumava ter um peso muito
maior que fazê-lo em um bar, um centro cultural ou uma calçada.
Nas raras ocasiões em que esse valor se invertia, era justamente porque, para uso do espaço
“alternativo”, havia mecanismos de seleção tão ou mais rígidos que os do espaço oficial.
RADFAHRER, L. Todo artista tem de ir aonde o povo está. Disponível em <http://novo.itaucultura.org.br>. Acesso em 29 jul. 2014 (com adaptações).
A partir do texto acima, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas.
I. O processo de evolução tecnológica da atualidade democratiza a produção e a divulgação de obras
artísticas, reduzindo a importância que os centros de exposição tinham nos anos 1970.
PORQUE
II. As novas tecnologias podem fazer com que artistas sejam independentes, montem seus próprios
ambientes de produção e disponibilizem seus trabalhos para grande número de pessoas.
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.
A. As asserções I e II são proposições verdadeiras e a II é uma justificativa correta da I.
B. As asserções I e II são proposições verdadeiras e a II não é uma justificativa correta da I.
C. A asserção I é uma proposição verdadeira e a II é uma proposição falsa.
D. A asserção I é uma proposição falsa e a II é uma proposição verdadeira.
E. As asserções I e II são proposições falsas.
Justificativa.
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