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ENFERMAGEM
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Enfermeira, Mestranda do PPGEnf da Universidade Federal de Santa Maria-UFSM-RS, e-
mail: cucasma@terra.com.br, residente na Rua Esperanto, 80, Don Antonio Reis, cep: 97065-
150.
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Acadêmica de enfermagem da UFSM-RS
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Acadêmica de enfermagem da UFSM-RS
motivação, dados antropométricos) e que pode ser influenciado pela tarefa
(análise da postura, vibração, aplicação de forças, repetição, ritmo e métodos
de trabalho, movimentos de flexão e torção), instrumento (peso, tamanho,
manejo e controles, localização) e posto de trabalho (alcance dos movimentos,
espaço de trabalho, altura da superfície de trabalho, mobiliário). Circundando
finalmente esse sistema, ressalta o autor, estão os fatores físicos (ruído,
iluminação, temperatura) e os aspectos éticos, legais e administrativos, que
podem estar influenciando direta ou indiretamente os outros componentes. Em
1960, a Organização Internacional do Trabalho definiu a ergonomia como
sendo a aplicação das ciências biológicas conjuntamente com as ciências da
engenharia para lograr o ótimo ajustamento do ser humano ao seu trabalho, e
assegurar, simultaneamente, eficiência e bem-estar (MIRANDA, 1980 apud
SANTOS, 2000). No Brasil, o Ministério do Trabalho e Previdência Social
institui a Portaria n°. 3.751 em 23 de novembro de 1990 que baixou a Norma
Regulamentadora – NR17, que trata especificamente da ergonomia. Essa
norma visa a estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições
de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a
proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente
(BRASIL, 1990). Assim, diante dos avanços, quer sejam referente à aquisição
de novos conhecimentos, quer sejam na formulação de mecanismos de
regulação e implementação, a ergonomia tem sido difundida como uma das
mais importantes estratégias para reduzir os problemas originados por
situações de trabalho que causam doenças. Considera-se, então, de primordial
importância, que seja difundido entre os trabalhadores de enfermagem
aspectos ergonômicos e de segurança de trabalho com a finalidade de
incentivar o desenvolvimento de uma consciência crítica em relação aos efeitos
do ambiente de trabalho sobre sua saúde.. No exercício da profissão, inúmeras
são às vezes em que os trabalhadores de Enfermagem adotam posturas
corporais impróprias, como é o caso de várias tarefas desempenhadas à beira
do leito como realizar curativo (por vezes de longa duração), puncionar acesso
venoso, auxiliar no banho de leito, realizar trocas de decúbito ou passagem
leito-maca-leito; como dito, todas as tarefas mencionadas colocam esses
profissionais em posições inadequadas contribuindo para o aparecimento de
danos ao sistema musculoesquelético entre os quais estão as Lesões por
Esforços Repetitivos (LER) e os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao
Trabalho (DORT). Segundo o National Institute of Occupational Safety and
Health (1997), foram encontradas evidências da existência de LER/DORT entre
diversos profissionais, entre os quais estão os Enfermeiros (MACIEL, 2000). As
LER/DORT são por definição um fenômeno relacionado ao trabalho,
decorrentes da utilização excessiva de força, imposta ao sistema
musculoesquelético, e da falta de tempo para recuperação. Caracterizam-se
pela ocorrência de vários sintomas, concomitantes ou não, e de aparecimento
insidioso, geralmente nos membros superiores, tais como dor, parestesia,
sensação de peso e fadiga. Abrangem quadros clínicos do sistema músculo-
esquelético adquiridos pelo trabalhador submetido a determinadas condições
de trabalho e, freqüentemente são causas de incapacidade laboral temporária
ou permanente (BRASIL, 2006). Segunda causa de afastamento do trabalho no
Brasil, as LER/DORT, somente nos últimos cinco anos, foram responsáveis por
532.434 comunicações de acidente de trabalho, cujos fatores etiológicos estão
associados à organização do trabalho, como já mencionado, envolvendo
principalmente equipamentos, ferramentas, acessórios e mobiliários
inadequados; descaso com o posicionamento, técnicas incorretas para
realização de tarefas, posturas indevidas, excesso de força empregada para
execução de tarefas, uso de instrumentos com excessos de vibração,
temperatura, ventilação e umidade inapropriadas no ambiente de trabalho..Os
fatores psicossociais, incluindo o estresse na situação de trabalho e o clima
organizacional da empresa podem influenciar a eficácia das medidas
preventivas. Os principais fatores de risco são: organização do trabalho, riscos
psicossociais, riscos ambientais, fatores biomecânicos e fatores extra-trabalho
(ZILLI 2002 apud CATTELAN; SEVERO; PEZZINI, 2006). Para identificar e
abordar as causas de LER/DORT é necessário considerar vários aspectos do
ambiente de trabalho. Nos trabalhadores de Enfermagem, assinala-se a
presença freqüente de dores na região lombar, como conseqüência de danos à
coluna vertebral. Na avaliação clínica do paciente portador de LER/DORT,
deve-se realizar o exame físico global do paciente e não somente os locais
onde há dor pois afecções musculoesqueléticas cervicais e lombares podem
ser causas ou fatores agravantes da dor. A prevenção das LER/DORT deve ser
realizada por meio da análise de todos os aspectos técnicos do trabalho,
ambiente físico e social, organização e características da tarefa utilizando-se
dos referenciais ergonômicos. Medidas simples e viáveis como a alternância
das tarefas, pausas, redução da jornada de trabalho, revisão da produtividade
e das formas de controle/supervisão dos trabalhadores de enfermagem bem
como o treinamento e o acompanhamento daqueles que já estão acometidos,
podem contribuir, e muito, na profilaxia dos distúrbios osteomusculares, que
além de gerarem danos físicos e psicológicos a esses trabalhadores reduzindo
a sua capacidade produtiva, ainda oneram os serviços públicos de saúde e
previdenciários. Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), a prevenção de
lesões do sistema músculo-esquelético deve ser realizada mediante a melhoria
do ambiente, instrumentos, equipamentos e métodos de trabalho. Ainda
segundo a OMS, a prevenção destas lesões constitui o maior desafio para a
ergonomia (ALEXANDRE, 1998). Diante das considerações, conclui-se ser
essencial que os trabalhadores de enfermagem, tenham um bom ambiente de
trabalho, bem como aperfeiçoamento técnico-científico para que possam
realizar suas tarefas com respeito aos fatores ergonômicos e antropométricos,
aos seus limites biomecânicos a fim de primar pela manutenção de sua saúde
física e mental. Assim, além de uma melhor qualidade de vida ainda poderão
prestar um cuidado mais humanizado e eficiente aos seus clientes sem que
isso lhes acarrete danos.
REFERÊNCIAS
ALEXANDRE, N.M.C. Aspectos ergonômicos relacionados com o ambiente e
equipamentos hospitalares. Rev. Latino-am. Enfermagem., v. 6, n. 4, out.
1998.
AMERICANO, M.J. Lesões por Esforços Repetitivos (LER) / Distúrbios
Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT). In: Instituto Nacional
de Prevenção às LER/DORT. 2001. Disponível
em:<http://www2.uol.com.br/prevler/oquee/htm>. Acesso em: 17 dez. 2006.