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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

JEAN LUCAS BRIZUEÑA

UTILIZAÇÃO DO REJEITO DO QUARTZO DO MUNICÍPIO DE CRISTALÂNDIA-


TO COMO AGREGADO GRAÚDO EM CONCRETOS CONVENCIONAIS:
Análise física, química e mecânica do concreto

Palmas
2016
JEAN LUCAS BRIZUEÑA

UTILIZAÇÃO DO REJEITO DO QUARTZO DO MUNICÍPIO DE CRISTALÂNDIA-


TO COMO AGREGADO GRAÚDO EM CONCRETOS CONVENCIONAIS:
Análise física, química e mecânica do concreto

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao


Curso de Engenharia Civil da Universidade
Federal do Tocantins como requisito parcial à
obtenção do título de Bacharel em Engenharia
Civil. Orientador: MSc. Roldão Pimentel de
Araújo Junior.

Palmas
2016
Jean Lucas Brizueña

UTILIZAÇÃO DO REJEITO DO QUARTZO DO MUNICÍPIO DE CRISTALÂNDIA-


TO COMO AGREGADO GRAÚDO EM CONCRETOS CONVENCIONAIS:
Análise física, química e mecânica do concreto

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao


Curso de Engenharia Civil da Universidade
Federal do Tocantins como requisito parcial à
obtenção do título de Bacharel em Engenharia
Civil aprovado pela seguinte banca
examinadora.

____________________________________________________
Prof. MSc. Roldão Pimentel de Araujo Junior (Orientador)
Universidade Federal do Tocantins

____________________________________________________
Prof. Dr. Raydel Lorenzo Reinaldo
Universidade Federal do Tocantins

____________________________________________________
Prof. Lucas Carvalho Quintanilha
Universidade Federal do Tocantins

Palmas – TO
2016
Dedico este trabalho para aqueles que sempre me apoiaram em todos os momentos difíceis da
minha vida e são meu porto seguro, meus pais José e Maria.
AGRADECIMENTOS

Agradeço aos meus amigos Wendel e Wilames que sempre preocuparam com meus
prazos e sempre deram boas críticas para que este trabalho tivesse o melhor resultado
possível. Gostaria de agradecer ao Nilo, Augusto, Victor, Samuel e novamente ao Wilames
que me ajudaram no serviço pesado de confeccionar o concreto e limpar todo o equipamento
após os ensaios todos feitos, se não fosse por vocês com certeza hoje eu estaria sem coluna.
Ao mestre e amigo Roldão, orientador que me ajudou e trouxe ideias boas para esta
monografia. A minha prima Juliane por todas as horas de dedicação. Agradeço a Deus por
tudo o que me proporcionou para que eu pudesse chegar até aqui hoje e ter a chance de poder
tem um diploma de ensino superior em uma área que tanto amo.
Tudo o que fizerem, façam de todo o coração, como para o senhor, e não para os homens
Colossenses 3:23
BRIZUEÑA, Jean Lucas. Utilização do Rejeito do Quartzo Do Município de Cristalândia-
TO Como Agregado Graúdo em Concretos Convencionais: Análise Física, Química e
Mecânica Do Concreto. 2016. 64 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em
Engenharia Civil) – Universidade Federal do Tocantins, Palmas, 2016.

RESUMO

A cidade de Cristalândia no estado do Tocantins existe uma boa produção de quartzo


que é vendida no mercado de rochas ornamentais, durante a exploração deste material grandes
volumes de resíduo são gerados, podendo chegar a mais de 90%do material extraído. Esta
monografia tem como objetivo, desenvolver concretos convencionais, utilizando como
agregado graúdo o rejeito de quartzo da região de Cristalândia no Tocantins. Foram
analisados estes concretos afim de se determinar se este quartzo leitoso tem as características
necessárias para ser utilizado como insumo na construção civil. Algumas características
analisadas foram a resistência à compressão axial com 1, 3, 7 e 14 dias de cura e a reatividade
do agregado pelo ensaio de reação álcali-agregado e os resultados encontrados, tanto para a
caracterização da rocha quanto para o concreto foram satisfatórias tendo ressalvas quanto a
forma lamelar do quartzo após passar pelo britador. O presente trabalho apresenta alternativa
sustentável para a construção civil, já que sabemos que os materiais oriundos da mineração
são materiais finitos e sua extração gera impactos ambientais gigantescos.

PALAVRAS-CHAVE: Rejeito de Quartzo, Sustentabilidade, Análise de Concreto.


BRIZUEÑA, Jean Lucas. Use of Waste of Quartz From The City of Cristalândia-TO as
Aggregate in Convencional Concrete: Physics, Chemistry and Mechanics Analysis of the
Concrete. 2016. 64 pg. Work of Course Conclusion (Bachelor in Civil Engineer) – Federal
University of Tocantins, Palmas, 2016.

ABSTRACT

The city of Cristalândia in the state of Tocantins there is a good production of quartz
that is sold in the stone Market, during the exploration of this material large volumes of waste
is generated, reaching more than 90% of the extracted material. This monograph aimed to
develop conventional concrete, using quartz reject as coarse aggregate from the city of
Cristalândia-TO. These concrete was analyzed in order to determine whether this milky quartz
has the necessary characteristics to be used as na input in civil construction. Some of this
characteristics are the compressive strength at 1, 3, 7 and 14 days of curing and the assay of
reactivity of the quartz and the results for both the characterization of the rock and for the
concrete were satisfactory with exceptions as quartz lamellar form after passing through the
crusher. This work presents sustainable alternative to the civil construction, since we know
that the materials from the minings are finite and its extraction generates huge environmental
impacts.

KEY-WORDS: Quartz Waste, Sustainability, Concrete Analysis.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ------------------------------------------------------------------------------------- 13

1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS ----------------------------------------------------------------- 13


1.2 JUSTIFICATIVA ------------------------------------------------------------------------------ 16
1.3 OBJETIVOS ---------------------------------------------------------------------------------- 17
1.3.1 Objetivo Geral --------------------------------------------------------------------- 17
1.3.2 Objetivos Específicos ------------------------------------------------------------ 17

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ------------------------------------------------------------------- 18

2.1 CONCRETO ---------------------------------------------------------------------------------- 18


2.2 MICROESTRUTURA DO CONCRETO ------------------------------------------------------- 19
2.2.1 Agregado --------------------------------------------------------------------------- 20
2.2.2 Cimento ---------------------------------------------------------------------------- 21
2.2.3 Água -------------------------------------------------------------------------------- 24
2.2.4 Zona de Transição do Concreto ------------------------------------------------ 25
2.3 QUARTZO ------------------------------------------------------------------------------------ 25
2.3.1 Características físico-químicas ------------------------------------------------- 26
2.3.2 Ocorrências do quartzo ---------------------------------------------------------- 27
2.3.3 Lavra e Beneficiamento ---------------------------------------------------------- 29
2.3.4 Usos e aplicações do quartzo---------------------------------------------------- 32
2.4 RECICLAGEM DE RESÍDUOS DE QUARTZO ------------------------------------------------ 34
2.5 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DAS ROCHAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL ---------------- 35
2.6 MANIFESTAÇÕES DELETÉRIAS AO CONCRETO ------------------------------------------ 36
2.6.1 Reação Álcali-Agregado --------------------------------------------------------- 37
2.7 MATERIAIS ALTERNATIVOS PARA O CONCRETO ---------------------------------------- 38

3 METODOLOGIA----------------------------------------------------------------------------------- 41

3.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS ----------------------------------------------------------------- 41


3.2 MATERIAIS ---------------------------------------------------------------------------------- 41
3.2.1 Aglomerante ----------------------------------------------------------------------- 41
3.2.2 Agregados -------------------------------------------------------------------------- 42
3.2.3 Preparação do concreto ---------------------------------------------------------- 48
3.2.4 Ensaios do concreto fresco ------------------------------------------------------ 49
3.2.5 Ensaio de abatimento do tronco de cone (Slump test)----------------------- 49
3.2.6 Massa específica do concreto --------------------------------------------------- 49
3.2.7 Teor de ar aprisionado pelo método Piezométrico --------------------------- 50
3.2.8 Consideração final ---------------------------------------------------------------- 50
3.3 ENSAIOS DO CONCRETO ENDURECIDO --------------------------------------------------- 51
3.3.1 Massa específica ------------------------------------------------------------------ 51
3.3.2 Resistência à compressão axial ------------------------------------------------- 51
3.3.3 Reação Álcali-Agregado pelo método acelerado ---------------------------- 51
3.3.4 Consideração final ---------------------------------------------------------------- 52

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES --------------------------------------------------------------- 53

4.1 ANÁLISES DO CONCRETO EM ESTADO FRESCO ------------------------------------------ 53


4.1.1 Ensaio abatimento de tronco de cone (Slump Teste) ------------------------ 53
4.1.2 Teor de ar aprisionado pelo método Piezométrico --------------------------- 53
4.2 ANÁLISES DO CONCRETO EM ESTADO ENDURECIDO ----------------------------------- 54
4.2.1 Massa específica ------------------------------------------------------------------ 54
4.2.2 Resistência a compressão axial ------------------------------------------------- 55
4.2.3 Reação Álcali-agregado---------------------------------------------------------- 57
4.2.4 Considerações finais-------------------------------------------------------------- 57

5 CONCLUSÃO --------------------------------------------------------------------------------------- 59

6 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS -------------------------------------------- 60

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS --------------------------------------------------------- 61


LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Área de extração de quartzo, lavra a céu aberto. ..................................................... 16


Figura 2- Visão microscópica do concreto ilustrando as três fases que o compõe. ................ 20
Figura 3: Formação dos cristais de etringita e monossulfato. ................................................. 22
Figura 4- Os cinco estágios do processo de hidratação do cimento. ....................................... 23
Figura 5- Projeções da posições atômicas do quartzo direito.................................................. 27
Figura 6- Lascas de quartzo leitoso coordenada por verificação visual. ................................. 31
Figura 7- Gel exsudado na superfície da estrutura de concreto............................................... 37
Figura 8- Britagem do quartzo ................................................................................................ 43
Figura 9- Jogo de peneiras da série normal ............................................................................. 43
Figura 10- Curva granulométrica da areia ............................................................................... 44
Figura 11- Curva Granulométrica da brita granítica ............................................................... 45
Figura 12- Curva Granulométrica da brita de quartzo............................................................. 46
Figura 13- Quartzo antes e depois de ser beneficiado pela máquina do los angeles ............... 47
Figura 14- Agregados pesados e separados para o Traço 0..................................................... 48
Figura 15- Quartzo leitoso separado por granulometria para ensaio de RAA ........................ 52
Figura 16: Ensaio de Abatimento de tronco de cone ............................................................... 53
Figura 17: Medição do teor de ar aprisionado ......................................................................... 54
Figura 18: (a) 2 corpos de prova do traço 4 e 2 corpos de prova do traço 0 após o
rompimento. (b) descolamento da pasta com o agregado no traço 4. ...................................... 55
Figura 19: Média final da Resistência à compressão axial...................................................... 56
LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Resultados do estudo de Ramírio et al. (2008). ...................................................... 34


Tabela 2- Propriedades dos Gnaisses e Quartzos. ................................................................... 35
Tabela 3: Tipos de rochas usadas como agregados ................................................................. 39
Tabela 4: Trabalhos com agregados alternativos para argamassas e concretos ...................... 40
Tabela 3- Ensaio de Granulometria do agregado miúdo ......................................................... 44
Tabela 4- Ensaio de Granulometria brita granítica .................................................................. 45
Tabela 5: Ensaio Granulometria brita de quartzo .................................................................... 46
Tabela 6: Traços em massa calculados pelo método ACI ....................................................... 47
Tabela 7: Porcentagem de agregado graúdo por traço............................................................. 48
Tabela 8: Teor de ar Aprisionado ............................................................................................ 54
Tabela 9: Valores das resistências à compressão de cada rompimento ................................... 56
Tabela 10: Medições do Ensaio de RAA pelo método acelerado ........................................... 57
LISTA DE QUADROS

Quadro 1- Aplicações dos produtos do quartzo na indústria. ................................................. 33


13

1 INTRODUÇÃO

1.1 Considerações Iniciais

O ser humano tem utilizado as rochas devido à resistência que elas apresentam desde
os tempos mais primordiais das civilizações. Ao longo da história as rochas representam
alternativas de material para construções, principalmente moradias, templos, ferramentas,
aquedutos e até mesmo armas. Isto é facilmente visto pelo marco histórico de muitas
civilizações como as pirâmides do Egito ou a Muralha da China (RUSSO, 2011).
O autor prossegue dizendo que a humanidade passou a utilizar diversos materiais de
diferentes origens como a lã e a madeira, mas a grande maioria depende das rochas como
matéria prima podendo ser citada a cerâmica, o adobe, a cal, o cimento e as ligas metálicas,
além das rochas que são empregadas sem perder suas características originais, ou chamadas
de rochas ornamentais utilizadas com a finalidade de revestimentos, estruturais, alvenarias e
obras de arte.
Com os acontecimentos da revolução industrial e o desenvolvimento principalmente
dos meios de transporte terrestres e marítimos, o comércio mundial de rochas ornamentais
começou a crescer. Regiões consagradas como centros produtores que só conseguiam vender
sua produção para quem conseguia pagar altos preços na época, começaram a vender para
consumidores de distâncias cada vez maiores (RUSSO, 2011).
Antes das aplicações do cimento e do aço serem descobertas, as rochas eram a única
opção para a execução de sistemas estruturais de maiores portes, porém traziam consigo um
grande peso próprio e só poderiam suportar esforços de compressão. Com a aplicação do
concreto armado e de estruturas metálicas, cujas peças podem suportar esforços como flexão,
tração e torção as rochas passaram a ter a função primordial de revestimento e escultura.
Segundo Russo (2011), no fim do século XIX e início do século XX ocorreram
desenvolvimentos importantes quanto aos métodos de prospecção, lavra e beneficiamento de
rochas ornamentais, simultaneamente ao aparecimento de novos equipamentos e tecnologias
impulsionados pela revolução industrial, com isso houve o surgimento de centros produtores
que passaram a oferecer novos produtos ao mercado mundial que já se encontrava em
expansão. Assim com muitos polos produtores expandindo-se, com o passar dos anos, o
Brasil se mostrou um país com imenso potencial.
Segundo Wagner et. al, (2002), o setor mineral brasileiro, em 2000, representou 8,5%
do Produto Interno Bruto (PIB), ou seja US$ 50,5 bilhões, gerou mais de 500.000 trabalhos
14

diretos e um saldo positivo na balança comercial de 7,7 bilhões de dólares, além de ter tido
um crescimento médio anual de 8,2% no período 1995 a 2000. Um crescimento bem acima da
média de outros setores do país.
No subsolo brasileiro existem importantes depósitos minerais. Parte dessas reservas
são consideradas significativas quando relacionadas mundialmente. O Brasil produz cerca de
setenta substâncias, sendo vinte e uma dos grupo de minerais metálicos, quarenta e cinco dos
não-metálicos e quatro dos energéticos (MOURA, 2015, apud KAWA, 2015).
O perfil do setor mineral brasileiro era composto por 95% de pequenas e médias
minerações. Segundo a Revista Minérios & Minerales, 1999, os dados obtidos nas concessões
de lavra demonstravam que as minas no Brasil estavam distribuídas regionalmente com 4%
no norte, 8% no centro-oeste, 13% no nordeste, 21% no sul e 54% no sudeste. Estima-se que
em 1992 existiam em torno de 16.528 pequenas empresas, com produção mineral de US$
1,98 bilhões, em geral atuando em regiões metropolitanas na extração de material para
construção civil (BARRETO, 2001).
Entretanto, a contagem do número de empreendimentos de menor porte é uma tarefa
complexa devido ao número bem grande de empresas que produzem na informalidade, aliada
a paralisações frequentes das atividades, que desvirtuam as estatísticas. Podendo ser citada a
Cooperativa de mineração dos garimpeiros de Cristalândia (Coopercristal), que estava
paralisada na época da coleta do quartzo leitoso para estudo, pois precisava renovar
documentos que são exigidos para que a mineração possa ser executada.
Segundo a Associação Brasileira de Rochas Ornamentais (ABIROCHAS, 2016), a
exportação brasileira de rochas ornamentais teria somado, no ano de 2014, 98.917 toneladas e
no ano de 2015 caiu para 73.027 toneladas totalizando, respectivamente, 0,6839 US$/Kg e
0,5774 US$/Kg. Enquanto que em 2008 a produção total do Brasil chegou a 7,8 milhões de
toneladas e era estimada a produção de quartzo em 500 mil toneladas, com a grande maioria
em Minas Gerais.
Ramirio et al (2008), que analisaram dados de mineradoras do sudoeste de Minas
Gerais, chegaram à conclusão de que a extração do quartzo gera uma quantidade expressiva
de 92% ou mais de rejeitos, resultado bem próximo das informações que a Coopercristal nos
disponibilizou de sua região de extração que chega a mais de 95% de rejeitos na extração de
quartzo.
A geração deste resíduo gera grandes preocupações, já que o mesmo ainda não possui
aproveitamento ou destino adequado. Este material torna-se um problema devido a fatores
ambientais, pois ao se gerar resíduos, tende-se a uma degradação do meio ambiente. Caso
15

encontre-se um destino rentável para o rejeito e ele seja utilizado para fins lucrativos a
mineração do quartzo acaba tendo mais viabilidade. Porém, ainda há muitos fatores que
preocupam quanto aos resíduos, como o lucro, as jazidas, as exportações, a logística e o
fechamento da mina, pois quanto maior a geração de rejeito maior é o volume de quartzo
lavrado, aumentando o custo de produção. Também fica menor a relação produto/volume
extraído e pior fica o aproveitamento da jazida. Com a maior quantidade de resíduos maior é o
custo de transporte e multas ambientais, mais tempo é gasto em várias tarefas e também maior
é a área necessária para disposição desses rejeitos. Tudo isso pode ser revisto ou até mesmo
reformulado caso o rejeito ganhe destino na construção civil.
Existem maneiras de minimizar estes impactos gerados devido aos rejeitos, e as duas
principais maneiras de se reduzir a geração de resíduos são a otimização da operação como
um todo (prospecção, lavra e beneficiamento) e estudos envolvendo a aplicação dos rejeitos
como insumos em diversas atividades produtivas. No caso deste trabalho, os empenhos são
apontados ao aproveitamento dos resíduos gerados como agregados para a construção civil.
As alterações do equilíbrio ecológico e o impacto da atividade humana sobre a
ecosfera, começaram a se transformar em assunto de preocupação de alguns cientistas e
pesquisadores durante a década de 60, ganharam dimensões maiores a partir da década de 70,
e são um dos assuntos mais polêmicos do mundo na atualidade. Não é mais possível implantar
qualquer projeto ou discutir algum planejamento sem considerar o impacto sobre o meio
ambiente, sem falar sobre a sustentabilidade.
A mineração traz impactos de magnitudes grandiosas para o planeta e se for possível
dar destino ao rejeito produzido, sendo usado como insumo, então há um melhoramento na
eficiência da mineração e acaba sendo uma medida mitigadora da mesma. A mineração,
evidentemente, causa um impacto ambiental considerável (Figura 01). Ela altera
profundamente a área minerada e as áreas próximas, onde são feitos os depósitos de estéril e
de rejeito. Além disso, são utilizadas substâncias químicas nocivas na fase de beneficiamento
do minério, isto significa um problema sério do ponto de vista ambiental.
16

Figura 1- Área de extração de quartzo, lavra a céu aberto.


FONTE: Autor

1.2 Justificativa

Os recursos minerais são bens esgotáveis não renováveis. Por esse fato, tendem a
escassez à medida que se desenvolve a sua exploração. A brita de granito é um destes recursos
e sabe-se que um dia não haverá material em abundância disponível. Utilizar o rejeito do
quartzo e agregar valor a ele talvez seja uma opção de retardar este acontecimento.
O estudo se baseia nos três pilares das Universidades Federais do nosso país, que são o
ensino, pesquisa e extensão. Pensando no quesito extensão, é nosso dever levar o
conhecimento adquirido para fora dos domínios do campus e transformar o que temos de
conhecimento em utilidade pública. Deste modo este estudo tem não apenas o objetivo de dar
destino ao quartzo leitoso e agregar valor a rocha, mas também melhorar de forma
significativa a vida dos garimpeiros da Coopercristal, que vendem suas rochas a um preço
bem menor do que o de mercado e deixam o quartzo leitoso (rejeito) poluindo seus quintais.
De acordo com Cunha (2015), as ocorrências de quartzo mais expressivas do estado do
Tocantins estão diretamente associadas à Província Geotectônica denominada Faixa Paraguai-
Araguaia. Essa grande estrutura corta o Tocantins na direção Norte-Sul, sendo encontrada
desde o município de Araguaçú, no sul, até o município de Xambioá, no norte do estado do
Tocantins. Dentre estas várias ocorrências, as que merecem maior destaque são as existentes
nos municípios de Cristalândia, Dueré e Pium - TO. Como a comercialização é desejada
apenas para as lascas de quartzo de boa qualidade há uma grande concentração de rejeito
gerado na Cooperativa de Cristalândia gerando impactos visuais que é um dos grandes
problemas para os garimpeiros, além de terem que empilhar todo esse rejeito. O principal
17

composto do quartzo é a sílica que tem grande importância para o mercado da construção
civil, pois a sílica é um composto que melhora a composição do concreto em reação com o
cimento, melhorando a estrutura física e implica melhoras na resistência do concreto.

1.3 Objetivos

1.3.1 Objetivo Geral

O presente trabalho tem por objetivo desenvolver concretos convencionais com o


quartzo leitoso, da região de Cristalândia no Tocantins, como agregado graúdo, ou seja, a
substituição da brita de granito pela brita gerada através da britagem do rejeito e analisar os
comportamentos físicos, químicos e mecânicos.

1.3.2 Objetivos Específicos

Submeter o rejeito a operações de britagem com o objetivo de obter granulometria


desejada e estudar a viabilidade de aplica-lo como agregado graúdo, tamanho brita 1,
diâmetro característico máximo de 19 mm, em concreto convencional.
Analisar o concreto mecanicamente quanto a sua resistência à compressão axial para
que se possa verificar se o quartzo alcança resistências aceitáveis.
Analisar o concreto fisicamente quanto a massa específica, trabalhabilidade, teor de ar
aprisionado e verificar como o quartzo se comporta na mistura.
Analisar o concreto, quimicamente, com a adição do quartzo leitoso submetendo o
mesmo a soluções agressivas básicas com NaOH, para saber se o agregado é reativo ao
cimento e seus álcalis.
Foram analisados 5 diferentes traços, variando porcentagens do agregado graúdo com
a brita granítica e a brita de quartzo leitoso. Primeiro traço de referência com 100% de brita
granítica, segundo traço com 75% de brita granítica e 25% de quartzo leitoso, terceiro traço
com 50% de ambos os materiais, quarto traço com 25% de brita granítica e 75% de brita do
rejeito e por último o traço com 100% de brita de quartzo leitoso.
18

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Concreto

O concreto é uma mistura constituída primordialmente de agregados, sendo o cimento


o aglutinante, portanto, define-se o concreto como sendo uma rocha artificial (MEHTA;
MONTEIRO, 1994). A produção do concreto é feita pela junção dos agregados, do cimento,
da água e, quando for necessário incrementar as características do concreto, os aditivos.
Mehta e Monteiro (1994) declaram que ao examinar uma seção transversal do
concreto, são identificadas duas fases facilmente. Nota-se que a peça é composta de uma
massa contínua da pasta endurecida e de agregados com tamanhos e formas distintos. Sendo
assim, a nível macroscópico o concreto pode ser classificado como um material bifásico,
formado de partículas de agregado dispersas em uma matriz cimentícia. Apenas é possível ver
a complexidade da estrutura do concreto a nível microscópico, quando enxergamos as duas
fases que formam o concreto não estarem distribuídas homogeneamente em relação a elas
mesmas. Normalmente os volumes de vazios capilares existentes na pasta diminuem com a
relação água/cimento menor ou com o avanço da idade de hidratação.
Existe uma terceira fase além das partículas de agregado e o meio ligante, essa fase é
denominada zona de transição. É uma camada fina localizada na região interfacial entre a
pasta e as partículas de agregados graúdos. A zona de transição, para o concreto convencional,
é o elo mais fraco dos componentes e apesar de sua pequena espessura, exerce muita
influência no comportamento mecânico do concreto (MEHTA; MONTEIRO, 1994). Cada
uma dessas fases é de natureza multifásica, pois a exemplo do agregado, ele pode apresentar
vários minerais, fissuras e vazios. A pasta cimentícia e a zona de transição possuem diferentes
tipos e quantidades de fases sólida, poros e microfissuras, tornando-as heterogêneas. Devido
as mudanças climáticas de temperatura, umidade relativa do ar, pressão atmosféricas, entre
outras, a estrutura do concreto não se mantém estável, pois a matriz de cimento e a zona de
transição estão sujeitas a essas mudanças climáticas (MEHTA; MONTEIRO, 1994).
Dependendo da necessidade de utilização, o concreto apresenta diversas formas e
classificações, que podem variar sua resistência, consistência, cores, métodos de produção,
unidades de peso entre outros. A seguir, são expostas algumas das principais classificações do
concreto.
Baseado em unidades de peso, o concreto pode ser classificado em três principais
categorias. O concreto de peso normal, contém areia natural e cascalho ou rocha britada
19

pesando em torno de 2400 kg/m³ e este concreto é mais utilizado para fins estruturais. Para
aplicações onde uma relação resistência/peso maior é desejada, é possível reduzir a unidade
de peso do concreto utilizando agregados naturais ou não naturais com menor densidade, esse
tipo de concreto é chamado concreto leve e pesa menos que cerca de 1800 kg/m³. Já o
concreto pesado, utilizado para estruturas com proteção contra radiações é um concreto
produzido a partir de agregados com alta densidade e pode chegar a pesar mais de 3200
kg/m³.
Quanto ao tipo de estrutura executada o concreto é classificado como concreto
armado, concreto protendido e o concreto pré-moldado. O concreto armado é aquele que
possui barras de aço, no seu interior, formando malhas que tem o objetivo de compensar a
deficiência do concreto em resistir aos esforços de tração. O protendido é identificado por
introduzir um estado prévio de tensões ao concreto através de um compressão nas primeiras
idades da peça concretada. Este sistema concede à estrutura uma maior eficiência em questões
técnicas, tais como redução das dimensões das peças e capacidade de vencer vãos maiores devido
ao maior desempenho mecânico do sistema com a protensão.
Uma estrutura construída em concreto pré-moldado é aquela em que os pilares, vigas,
lajes, etc, são concretados em fôrmas em local diferente de sua aplicação. O uso dessas peças é
justificado por sua produção em série de elementos estruturais com a utilização de uma, ou um
conjunto de fôrmas. Essas peças produzidas podem ser tanto de concreto armado quanto de
concreto protendido, podendo ser confeccionadas na obra ou com empresas especializadas no
ramo.

2.2 Microestrutura do Concreto

Sabendo que o concreto é um material anisotrópico e que não possui, em sua


microestrutura, aspectos e propriedades contínuas quando submetidos a esforços em
diferentes direções, (como pode ser observado na Figura 2), é necessário conhecer as três
fases que o constituem. São elas as mais importantes o agregado, zona de transição e pasta.
Porém, de forma mais sucinta podemos dizer que a microestrutura do concreto é dividida em
agregados, pasta, vazios, água e a zona de transição. O estudo da microestrutura permite
compreender o comportamento do concreto, é uma ótima ferramenta para a análise de
patologias e análise de resistência do concreto, além de ajudar no desenvolvimento de novos
aditivos e no conhecimento de como estes agirão.
20

Para entender melhor o concreto que é objeto de estudo deste trabalho, serão avaliados
os seus componentes separadamente de forma que seja possível detalhar qual a função de
cada um na formação do concreto e as consequências que cada um pode trazer ao se utilizar
destes materiais de forma errada.

Figura 2- Visão microscópica do concreto ilustrando as três fases que o compõe.


FONTE: Mehta; Monteiro, 1994

2.2.1 Agregado

De acordo com Mehta e Monteiro (1994), o agregado é o principal responsável pela


massa unitária, módulo de elasticidade e estabilidade dimensional do concreto. Essas
propriedades dependem diretamente da resistência e da densidade do agregado utilizado e das
suas características físicas como o volume, tamanho e distribuição de poros e chegam a ser
mais importantes do que a própria composição química do concreto. O agregado pode ser
qualquer material granular como a areia (agregado miúdo), o seixo ou rocha britada
(agregados graúdos), com atividade química prioritariamente nula. Os agregados
correspondem geralmente de 60 a 80% do volume total do concreto.
Os agregados podem ser classificados de duas formas diferentes: em relação a
dimensão de suas partículas e em relação a sua origem. A partir do tamanho das partículas os
materiais podem ser divididos entre os agregados graúdos, caracterizados pelos materiais que
ficam retidos na peneira com abertura da malha de 4,75 mm e os agregados miúdos, sendo
aqueles que passam na peneira de mesma abertura, porém ficam retidos na peneira #200
(MEHTA E MONTEIRO, 1994). De outro modo, a classificação do material, de acordo com
a NBR 9935, quanto a sua origem pode ser dividida em agregados naturais, que podem ser
21

utilizados tal como foram encontrados na natureza, ou agregados artificiais que são resultados
de processos industriais envolvendo alterações mineralógicas, químicas ou físico-químicas da
matéria-prima original (ABNT, 2011).
Usualmente o agregado faz parte da fase mais resistente do concreto, exceto quando
são incorporados agregados porosos e fracos. O tamanho e a forma do agregado influenciam a
resistência do concreto de forma indireta, por isso é preferível que o agregado tenha
características angulares, pois caso seja utilizado um agregado grande e lamelar (achatado e
alongado), há grandes chances de ocorrer acumulo de água na superfície desses agregados e
desta forma enfraquecer a zona de transição. Quando isto acontece tem-se o fenômeno
conhecido como exsudação interna (MEHTA E MONTEIRO, 1994).

2.2.2 Cimento

Metha e Monteiro (1994) define o Cimento Portland como um aglomerante hidráulico


fabricado pela moagem do clínquer. Este é composto sobretudo de silicatos de cálcio,
frequentemente com uma ou mais formas de sulfato de cálcio como produto de adição. A
presença de óxido de alumínio (Al2O3, alumina), óxido de ferro (Fe2O3, hematita), óxido de
magnésio (MgO, magnésia) e álcalis na mistura de matérias-primas ajudam na formação de
silicatos de cálcio em temperaturas mais amenas. Quando não estão presentes em quantidades
suficientes, esses compostos são propositalmente incluídos à mistura, por meio da adição de
materiais secundários como a bauxita e o minério de ferro. Deste modo o produto final
também contém aluminatos e ferroaluminatos de cálcio.
A união de água com o cimento forma uma mistura denominada pasta, e esta pasta
passa por um processo chamado hidratação química do cimento. Nesta mistura ocorrem
mudanças químicas e físico-mecânicas na matriz cimentícia, principalmente nos fenômenos
de pega e endurecimento (TAYLOR, 1990). Já para Mehta e Monteiro (1994), a hidratação do
Cimento Portland acontece a partir das reações entre cálcio, sulfato, aluminato e íons
hidroxila liberados pela molécula de água, resultando na formação de cristais aciculares de
um sulfoaluminato de cálcio hidratado que também é chamado etringita.
A pasta de cimento, para Mehta e Monteiro (1994), é composta por quatro fases
sólidas, o silicato de cálcio hidratado (C-S-H), hidróxido de cálcio, sulfoaluminatos de cálcio
e clínquer não hidratado. A pasta é formada de 50 a 60% de silicato de cálcio hidratado e
portanto é o fator determinante para as característica da mesma. O autores continuam
discorrendo sobre o C-S-H, explicando que espaços interlamelares neste silicato, vazios
22

capilares e ar incorporado também estão presentes na pasta de cimento, o conjunto desses


espaços formam os vazios na pasta endurecida. A porosidade total não interfere tanto na
resistência e na permeabilidade do concreto, porém a distribuição do tamanho dos poros e as
variações de volume têm papel muito mais importante nestes aspectos. A relação
água/cimento e a idade de hidratação afetam a distribuição dos tamanhos dos poros. Os poros
maiores influenciam primordialmente a permeabilidade e a resistência à compressão enquanto
que os poros pequenos estão ligados mais a retração por secagem e a fluência. Tudo isso está
ligado a hidratação do cimento, que devido a muitas variáveis pode vir a ter mais vazios na
pasta ou não.
A figura 3 ilustra uma formação de etringita e monossulfato que ocorre na fase inicial
da hidratação química do cimento, possível de se enxergar apenas por meio de microscopia
óptica.

Figura 3: Formação dos cristais de etringita e monossulfato.


FONTE: Mehta e Monteiro, 1994

Na reação, tem-se as partículas que entram em contato com a água provocando as


reações de hidratação e as partículas que são privadas de água, também conhecidas por
anidras, que tendem a atrair suas semelhantes e formarem flocos, estes flocos prendem
grandes quantidades de água na mistura e ao aprisionarem água, causam variações na relação
água/cimento e são fontes potenciais para a formação de uma estrutura porosa e heterogênea
(MEHTA E MONTEIRO, 1994).
Maekawa (1999), explica a reação de hidratação do cimento Portland como sendo um
conjunto de reações interdependentes que ocorrem em suas diferentes fases, com cinéticas
23

diferentes, ao curso das quais os grãos de cimento anidro iniciais vão progressivamente
dissolvendo dando origem a uma estrutura que incorpora as moléculas de água. Os produtos
formados em grande maioria são os C-S-H. O desenvolvimento da reação de hidratação
corresponde ao aumento progressivo do número de hidratos, que proporcionam o aumento da
rigidez e da resistência mecânica da mistura e, devido à hidratação ser uma reação
exotérmica, o calor gerado fornece uma boa resposta macroscópica da evolução das reações
químicas que envolvem a hidratação, apesar de cada uma gerar diferentes taxas de evolução
de calor.
Na figura 4, Nóbrega (2009), identifica 5 estágios do processo exotérmico da reação
de hidratação, com relação ao tempo.

Figura 4- Os cinco estágios do processo de hidratação do cimento.


FONTE: Nóbrega, 2009

No primeiro estágio, o cimento começa a dissolver na água formando uma suspensão


de íons dentre os quais o Al3+ reage instantaneamente com o gesso e a água do sistema,
liberando uma grande quantidade de calor.
No segundo estágio, chamado de período dormente ou de indução, o cimento ainda
está no seu estado plástico e no final do período dormente, ou seja, ao se aproximar do início
da pega, a etringita das partículas adjacentes começa a interferir e começam a se formar
partículas de CSH. Enquanto existir gesso na forma de íons na mistura, a etringita continuará
sendo produzida, porém de forma mais lenta. Quando chega ao fim a dissolução dos minerais
do cimento a concentração de íons aumenta na solução, nessa etapa existe uma baixa
24

liberação de calor e posteriormente uma instabilidade na camada de etringita causando sua


desintegração e finalizando o período dormente.
No terceiro estágio há a retomada das reações devido a altíssima concentração de íons
Ca2+ que estão envolvidos na formação e precipitação do C-S-H e do CH. Nesse período
ocorre uma forte liberação de calor que dá origem ao segundo pico exotérmico. Assim inicia-
se o endurecimento com o final da pega.
O quarto estágio é marcado pelo segundo pico exotérmico, quando este se inicia,
ocorrendo a conversão de etringita em monossulfato enquanto que o quinto e último estágio é
chamado estágio de difusão.

2.2.3 Água

A água presente no concreto pode manifestar-se de várias formas, esse comportamento


é dividido por meio do grau de dificuldade ou da facilidade com que elas são retiradas da
pasta. Sendo assim, de acordo com o estado em que a água se encontra na pasta de cimento,
tem-se a água capilar, adsorvida, interlamelar e a água quimicamente combinada (MEHTA e
MONTEIRO, 1994).
Água capilar: é compreendida como uma quantidade livre de qualquer influência das
forças de atração exercidas pela pasta e pode ser dividida em outros dois tipos, sendo água em
vazios grandes e água retida por tensão capilar. A água presente em vazios grandes não causa
variações volumétricas, enquanto que aquela retida por tensão capilar é responsável pelas
fissuras de retração do concreto caso aconteça a sua remoção do sistema.
Água Adsorvida: Entende-se como a água que está retida fisicamente por pontes de
hidrogênio, exposta às forças de atração das reações de hidratação e a sua perda é a principal
causa da retração do concreto por secagem.
Água interlamelar: está associada a estrutura do C-S-H, ela é perdida quando há
menos de 11% de umidade relativa. A estrutura desse gel sofre uma retração considerável
com a perda desta água, comprometendo a estrutura do concreto.
Água Quimicamente Combinada: faz parte integrante da estrutura de vários
componentes hidratados do cimento e, diferente dos outros tipos de água, só é perdida quando
há a decomposição por aquecimento da estrutura, por exemplo em situações de incêndio.
Sendo que, apenas pela secagem não é suficiente para que o concreto perca a água
quimicamente combinada (MEHTA E MONTEIRO, 1994).
25

Por isso que o processo de cura, após o endurecimento do concreto é de suma


importância para que a água não seja perdida nas primeiras idades e assim garantir um
concreto com menos microfissuras e índice de vazios menor.

2.2.4 Zona de Transição do Concreto

As propriedades e estrutura da zona de transição são diferentes da pasta, em


decorrência da presença de um acúmulo de água entre o agregado graúdo e a pasta de cimento
durante o processo de hidratação. Este acúmulo faz com que a relação água/cimento da zona
de transição seja maior, acarretando na formação de cristais maiores de etringita e hidróxido
de cálcio que, por sua vez, formam uma estrutura mais porosa do que a matriz da pasta
apresentando uma zona de ruptura frágil em relação às demais regiões da pasta (MEHTA E
MONTEIRO, 1994).
A baixa resistência à tração do concreto está associada à zona de transição, que
também é responsável pelo comportamento elasto-plástico do material. A garantia de uma
maior resistência nessa zona de transição está diretamente ligada ao volume e ao tamanho dos
vazios presentes nesta fase.
Materiais pulverulentos presentes na superfície do agregado, ou em uma superfície
mais lisa do material, podem levar a uma fraca aderência entre a pasta de cimento e o
agregado (MEHTA E MONTEIRO, 1994). Os autores ainda acrescentam que a presença de
microfissuras é mais um fator decisivo para que a zona de transição apresente menor
resistência, sendo que o seu teor pode depender de inúmeros fatores, como a distribuição
granulométrica, tamanho do agregado, relação água/cimento, teor de cimento, condições de
cura, entre outras. Além disso, a própria hidratação química do cimento, que é uma reação
exotérmica, gera variações no seu volume acarretando também no surgimento de
microfissuras (NEVILLE, 1997).

2.3 Quartzo

Diferentes minerais apresentam a mesma composição química, entretanto suas


estruturas cristalinas são diferenciadas. O quartzo pode ser encontrado nas formas de quartzo-
α, quartzo-β, tridimita e cristobalita, dependendo da temperatura ao qual for submetido (LUZ;
BRAZ, 2000; SOUZA, 2015). O quartzo-α, fase estável do dióxido de silício (SiO2) em
26

temperatura ambiente, representa aproximadamente 12% dos minerais existentes na crosta


terrestre, sendo considerado o mais abundante (FRONDEL, 1962 apud SOUZA, 2015).
A determinação do uso do quartzo na esfera industrial é feito através do conteúdo de
impurezas, defeitos no cristal e exigências específicas de cada setor industrial (LUZ; BRAZ,
2000; CORREA, 2010). Os cristais de qualidade superior são utilizados pela indústria óptica,
de instrumentação e eletrônica, já os cristais de qualidade inferior são usados na indústria
metalúrgica, indústria civil, na fabricação de cerâmicas, como abrasivos, entre outros.
Produtos como os aços especiais, ligas especiais, silicones, refratários, vidros planos, areais,
tintas, porcelanas, areias e quartzitos como agregados, são exemplos das aplicações do
quartzo no âmbito da construção civil (LUZ; BRAZ, 2000; SOUZA, 2015).
O cristal de quartzo pode ser obtido diretamente da natureza ou ser produzido em
autoclave, a partir de crescimento hidrotérmico (LUZ; BRAZ, 2000). De acordo com Correa
(2010), o quartzo cultivado é bastante utilizado para aplicações de óptica e piezelétricas, já o
cristal natural é aplicado no âmbito da construção civil. A autora afirma ainda que no Brasil é
possível encontrar somente o quartzo natural, porém os cristais retirados daqui são exportados
e utilizados como semente para a produção do cristal de quartzo cultivado.

2.3.1 Características físico-químicas

O quartzo é um integrante do grupo da sílica, um mineral formado por átomos de


Oxigênio e Sílicio (SiO2). O dióxido de silício é polimórfico, na natureza pode ser encontrado
o quartzo-α, que é estável a temperaturas inferiores à 573ºC, transformando-se em quartzo-β
após essa temperatura, quando submetido à 870ºC transforma-se em tridimita e à temperatura
de 1470ºC transforma-se em cristobalita, atingindo ponto de fusão em 1713ºC (HUMMEL,
1989; LUZ; BRAZ, 2000). O quartzo-α ocorre na composição de rochas magmáticas,
sedimentares e metamórficas, nas formas mono e policristalina e amorfa (GUZZO, 2008).
Guzzo (1992) descreve que uma única célula de quartzo-α é formada por três átomos
de Silício e por seis átomos de Oxigênio. Uma possível projeção da estrutura do quartzo é um
arranjo tetraédrico, onde um átomo de Silício fica rodeado por quatro átomos de Oxigênio
(SiO4). Segundo Hummel (1989) a disposição cristalográfica dos tetraedos SiO4 determina a
natureza dos cristais, que resulta no quartzo direito e no quartzo esquerdo, dependendo da
orientação da hélice. Na figura 5 é possível observar o arranjo dos átomos no quartzo direito.
De acordo com Guzzo (1992) o quartzo possui em sua estrutura uma ligação parcialmente
iônica (40%) e parcialmente covalente.
27

Figura 5- Projeções da posições atômicas do quartzo direito.


FONTE: Guzzo (1992)

O quartzo-α possui sistema cristalino trigonal, tem hábito prismático e sua classe de
simetria cristalina é a 32 (HUMMEL, 1989; GUZZO, 2008). O quartzo é um mineral de
Dureza igual a 7 na escala de Mohs, densidade de 2,56g/cm3, geralmente incolor, translúcido
ou leitoso, mas pode ocorrer em outras cores (como a Ametista, Citrino, entre outras), possui
brilho vítreo, sem clivagem e com fratura irregular (HUMMEL, 1989; POPP, 2009). De
acordo com Popp (2009), o quartzo é um dos últimos minerais a se formar no processo de
endurecimento do magma, com isso se torna irregular, disforme e se forma entre os pequenos
espaços deixados pelos outros minerais. O autor acrescenta ainda que o quartzo, quando
comparado aos minerais comuns presentes em rochas, é o único com capacidade de resistir ao
intemperismo, pois não passa por decomposição e se torna solúvel somente em meios
alcalinos.
Uma das principais características do quartzo é a piezeletricidade, ela determina a
maioria das utilizações deste cristal (HUMMEL, 1989; LUZ; BRAZ, 2000). A
piezeletricidade é a capacidade do cristal em desenvolver polarização elétrica a partir da
aplicação de uma tensão mecânica ou causar deformação no cristal ao longo do eixo polar a
partir da aplicação de um campo elétrico (LUZ; BRAZ, 2000, CORREA, 2010).

2.3.2 Ocorrências do quartzo

Hummel (1989) afirma em seu estudo que devido a grande ocorrência dos elementos
silício e oxigênio na Terra, o quartzo é um mineral que pode ser encontrado em quase todos
os lugares do mundo, porém nem todos os cristais são viáveis para aplicações econômicas.
28

Entretanto, aqui no Brasil são encontradas as maiores reservas de quartzo do mundo, em que
são produzidos cristais de ótima qualidade. Guzzo (2008) ressalta que os maiores cristais de
quartzo natural do mundo são encontrados no Brasil seguido de Madagascar. Já os depósitos
de cristais menores e lascas estão presentes nos EUA, Namíbia, Angola, África do Sul,
Ucrânia e Venezuela.
Nos EUA, especificamente em Arkansas, Madagascar, África do Sul, Angola, Índia e
URSS podem ser encontrados o quartzo para aplicações não piezelétricas e quartzo leitoso
(HUMMEL, 1989). Luz e Braz (2000) afirmam que nos dias atuais a produção do quartzo
cultivado ocorre em maior parte no Japão, EUA e na China, mas países como a Alemanha,
África do Sul, Bélgica e Coréia do Sul também são detentoras de parte do quartzo cultivado,
no total são produzidas 2000 t/ano de quartzo cultivado no mundo. Os autores acrescentam
que para aplicações piezelétricas e óptica é utilizado exclusivamente o quartzo cultivado. Em
2013 o continente asiático foi considerado o maior produtor de quartzo cultivado (BRASIL,
2014).
O Brasil é considerado o maior detentor de depósitos de quartzo mineral do mundo,
com 78 milhões de toneladas do cristal, que é correspondente a 95% das reservas mundiais.
No Brasil podem ser encontradas todas as variedades de quartzo, como o piezelétrico,
quartzos para a fabricação de Fe-Si, vidros, silício metalúrgico, cerâmicas tradicionais, entre
outras aplicações (LUZ; BRAZ, 2000). Hummel (1989) afirma que os depósitos brasileiros se
destacam pela abundância de cristais, quartzo de qualidade óptica, alto grau de perfeição e
pela pureza dos cristais, fatos que fazem do Brasil o maior exportador de cristais naturais de
quartzo. A autora ressalta que os principais estudos relacionados ao cristal de quartzo
brasileiro foram feitos no período entre guerras, em que foi constatada a presença de depósito
de quartzo, principalmente, em Minas Gerais, Bahia, Goiás e Tocantins. Depósitos no Rio
Grande do Norte, Ceará, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina,
Pará e Mato Grosso do Sul também foram identificados. A ocorrência do quartzo no Brasil foi
classificada por Cassedanne (1971 apud GUZZO, 2008) em veios hidrotermais, pegmatitos,
drusas em basalto e em depósitos eluviais e aluviais.
O Brasil foi responsável pela produção de 10.698 toneladas de quartzo em 2013, sendo
a Bahia, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Santa Catarina, Pará e Espírito Santo os estados
de maior destaque nessa produção. Durante quatro décadas (1930-1970) o Brasil ocupava
posição de destaque na exportação do quartzo natural, porém o quartzo cultivado está
dominando o mercado na maioria das aplicações (BRASIL, 2014).
29

A cidade de Cristalândia no Estado do Tocantins ocupava posição de destaque entre as


áreas produtoras de quartzo no antigo Goiás. Os depósitos de Cristalândia são caracterizados
como veios epigenéticos, que consiste na formação posterior a rocha encaixante, de saturação
hidrotermal preenchendo zonas de falhas ou fendas tensionais que estão relacionados aos
eventos termo-tectônicos do Brasiliano (HUMMEL, 1989). De acordo com Guzzo (2008),
nessas regiões peças grandes e de alta perfeição cristalina são encontrados em veios
hidrotermais. O mesmo autor afirma que durante a 2ª Guerra Mundial os cristais de quartzo
extraídos de Cristalândia estavam entre os mais exportados para os EUA, junto com cristais
produzidos em Minas Gerais, Bahia e Goiás. Marko et al. (2006), após análise de cristais
hialinos produzidos em Cristalândia e Pium (TO), constataram que a pressão e temperatura
máxima de cristalização foram, respectivamente, 300 MPa e 400ºC, com uma queda de
temperatura de 120ºC na fase final. A cristalização ocorreu em solução de alta salinidade, com
altas concentrações de NaCl e CaCl2.

2.3.3 Lavra e Beneficiamento

As lavras podem atingir centenas de metros de comprimento e dezenas de metros de


profundidade. A exploração dos cristais de quartzo ocorre de forma artesanal, a céu aberto ou
em lavras subterrâneas, como poços ou túneis, estes em menor quantidade. A exploração é
manual, pás e picaretas são os materiais utilizados pelos garimpeiros, que iniciam as
escavações em torno do afloramento, quando necessário utilizam também carregadeiras
frontais de pequeno porte. Após a localização do quartzo a retirada é feita por ação mecânica
utilizando marretas, martelos, punções e, quando necessário, explosivos. O material retirado
em blocos passa por uma divisão manual tendo como base a transparência visual, o que acaba
resultando nas lascas, que são os blocos menores de quartzo (GUZZO, 2008). O material
retirado é divido em partes iguais entre os integrantes da cooperativa e depois disso é
repassada aos agenciadores das indústrias que realizam o beneficiamento do cristal
(CORREA, 2010).
Quanto ao método de exploração do quartzo, acredita-se que o uso de explosivos e
equipamentos não seja vantajoso, uma vez que a exploração manual por um pequeno grupo de
garimpeiros é evidentemente mais produtiva. (GUZZO, 2008). O autor alerta para a escassez
de pesquisa e para a baixa procura por veios hidrotermais e corpos pegmatíticos de quartzo, o
que prejudica o projeto de lavra e, consequentemente, a avaliação econômica.
30

O beneficiamento do minério é um processo em que passa pelas operações unitárias


para atingir a granulometria adequada para determinado uso. Nessas etapas estão relacionados
britagem, moagem, classificação granulométrica, dente outros processos dependendo do tipo
de minério a ser beneficiado. A britagem é o primeiro processo que um minério passa, onde
após a detonação ficam os matacões que não é suficiente para atender a demanda desse
minério. A britagem é realizada por britadores de mandíbulas, britadores cônicos, de martelos,
rolos, dentre outros tipos de britadores. Após a britagem é realizado a moagem, onde a
finalidade é de reduzir a granulometria abaixo de 1,0 mm dependendo do tipo de minério, e
sua finalidade. Na classificação granulométrica define o acumulado retido em cada abertura
das peneiras, determinando a granulometria desejada (LUZ, 2004).
O quartzo natural é processado em função de sua qualidade, como principais
características estão relacionadas ao seu tamanho, da sua transparência visual e da definição
de sua morfologia externa, ou seja, da existência de faces naturais perfeitas. Com o propósito
de suprir a demanda das indústrias de dispositivos eletrônicos e ópticos, o seu processamento
ocorre com duas finalidades, quais sejam: a produção de lascas e o processamento dos
monocristais de grandes dimensões. Já no uso como aditivos em concretos, o quartzo é
lavado, britado e/ou moído a uma granulometria extremamente fina, nesse caso o
beneficiamento é bem simples (GUZZO, 2008).
A maior parte do quartzo natural lavrado dos veios hidrotermais destina-se à produção
de pequenos fragmentos, onde são conhecidas internacionalmente como “lascas”. De acordo
com sua transparência visual, as lascas são classificadas em seis classes: primeira, mista,
segunda, terceira, quarta e quinta essas classes variam de acordo com a pureza do quartzo,
onde a composição e grau de pureza são analisados para determinar o uso e função que cada
um apresenta. Apesar de esta classificação ser meramente subjetiva, ela está associada ao teor
de inclusões fluidas (regiões leitosas) e fissuras contidas na peça. Assim, uma lasca de
primeira, é aquela que com transparência total, desprovida de inclusões e fissuras internas que
possam ser observadas a olho nu em ambiente bem iluminado. Para as classes subsequentes, a
transparência visual diminui gradativamente, pois o teor de inclusões e fissuras tende a
aumentar podendo ser observado visualmente a olho nu (GUZZO, 2008).
Para o beneficiamento do quartzo para uso na construção civil, é necessário passar
pelos processos de britagem e moagem juntamente com a classificação granulométrica para
determinar a melhor granulometria para o uso como aditivos ou agregados. No município de
Cristalândia – TO, o quartzo é lavrado apenas com o processo de desmonte hidráulico, onde o
principal foco dos garimpeiros é o aproveitamento das lascas de quartzo de boa qualidade,
31

sendo descartados os materiais que contém contaminantes. Após o desmonte hidráulico, as


lascas de interesse são coletadas manualmente pelos garimpeiros, sendo escolhidas apenas
pelo critério visual (GUZZO, 2008). Na Figura 6 constam algumas lascas de quartzo
classificadas de acordo com a inspeção visual, igual a adotada pelos garimpeiros

Figura 6- Lascas de quartzo leitoso coordenada por verificação visual.


FONTE: Autor.

É possível observar as lascas de quartzo de acordo com sua inspeção visual, que são
classificadas de acordo com sua pureza, essas purezas são divididas em cinco classes onde é
determinada a classe de cada um dos minerais extraídos, os mais translúcidos são as lascas de
interesse para comercialização tanto para exportação, quanto para lapidação. As lascas com a
classificação três já é considerado rejeito por ser um mineral contidos de impurezas (GUZZO,
2008).
O critério visual de classificação das lascas não está baseado em nenhum parâmetro
que leve em consideração aspectos como pureza ou perfeição cristalina. As lascas de primeira
são usadas na obtenção de sílica vítrea de alta pureza para confecção de vidros especiais e
pré-formas de fibras ópticas. As lascas de segunda são destinadas à produção de quartzo
cultivado, enquanto que as lascas de terceira, quarta e quinta são hoje usadas na produção de
silício grau metalúrgico que, após purificação química, é empregado na produção de fibras
ópticas e silício grau semicondutor. As lascas de transparência inferior também são destinadas
a diversas aplicações convencionais como a produção de vidros, tintas anticorrosivas podendo
ser beneficiada para agregados miúdos na construção civil e como pós reativos para concretos
especiais. (GUZZO, 2008).
32

2.3.4 Usos e aplicações do quartzo

O quartzo é um mineral com ampla aplicação, sendo convencionais ou em setores


industriais. Ele pode ser usado em segmentos após passar somente pelo beneficiamento, como
britagem, moagem, lavagem ou classificação, ou em setores mais sofisticados, que exijam
tecnologias mais avançadas (LUZ; BRAZ, 2000; GUZZO, 2008). Lascas de alta pureza ou o
pó do quartzo são usados na fabricação de eletro-eletrônicos, vidros ópticos, tubos de
lâmpadas halógenas ou fibras ópticas (LUZ; BRAZ, 2000). O quartzo natural também é
utilizado como sementes-mães na produção do quartzo cultivado (LUZ; BRAZ, 2000;
CORREA, 2010). Lascas de alta pureza são empregadas na produção de quartzo fundido,
cerâmicas especiais e filler para microcircuitos de alta integração (LUZ; BRAZ, 2000).
A areia industrial (areia de quartzo) tem grande importância na fabricação de vidros,
refratários e de cimento, como abrasivos, na indústria de moldes, de cerâmicas, na indústria
química, sendo utilizada na fabricação de ácidos e fertilizantes, como cargas e extensores em
tintas e plásticos, no faturamento hidráulico para recuperação secundária de petróleo e gás,
entre outros (LUZ; LINS, 2008). No Quadro 1 é possível identificar os principais usos do
quartzo na indústria.
33

Quadro 1- Aplicações dos produtos do quartzo na indústria.


Indústria Produtos do quartzo
Automobilística Sensores, transdutores, fibra óptica, vidraria especial, aços
especiais, ligas especiais, silicones, transistores, chips,
detentores e vidros planos.
Osciladores, filtros, sensores, transdutores, lã de sílica, fios de
Bélica sílica, aços especiais, ligas especiais, silicones, célula fotovolte,
chips, detentores, abrasivos e refratários.
Computação Osciladores, silicones e chips.
Construção Civil Aços especiais, ligas especiais, silicones, refratários, vidros
planos e areia.
Elétrica Tubos de sílica, bulbos, ampolas, silicones, tubos de sílica,
bastões de sílica, refratários e resistores.
Eletrodoméstica Osciladores, silicones, transistores e chips.
Osciladores, filtros, transdutores, tubos de sílica, tubos para
Eletrônica difusão, vidraria especial, silicones, tubos de sílica, célula
fotovolte, transistores, sensores, chips e detentores.
Equipamento Osciladores, tubos de sílica, fibra óptica, vidraria especial,
Médico cadinhos, silicones, chips, vidros planos, vasilhames e vidrarias
em geral.
Metalúrgica Tubos de sílica, aços especiais, ligas especiais, silicones,
refratários, resistores e areia.
Óptica Vidro óptico, vidraria especial, placas de sílica, blocos de
sílica, silicones, detentores e abrasivos.
Química Transdutores, tubos de sílica, tubos para difusão, vidraria
especial, ampolas, cadinhos, silicones, vasilhames e vidraria
em geral.
Relojoeira Osciladores, silicones, célula fotovolte e chips.
Telecomunicação Osciladores, filtros, fibra óptica, silicones e chips.
Sementes de cultivo, blocos ornamentais, tubos de sílica, lã de
Outras sílica, fios de sílica, cadinhos, silicones, célula fotovolte, chips,
abrasivos, vidros planos, vasilhames, vidraria em geral e areia.
Fonte: Modificado de Luz e Braz, 2000.
34

2.4 Reciclagem de resíduos de quartzo

Estudos de Franklin Júnior em 2009, sobre materiais depositados como rejeito de


mineração de quartzo para uso em concretos, verificou se esse material podia ser usado como
insumo na construção civil. O autor obteve resultados satisfatórios, porém com ressalvas às
formas lamelares das partículas obtidas em britador de mandíbula e da potencialidade
deletéria dos concretos com quartzo. Em 2008, Ramírio et al., desenvolveram estudos de
comparação das propriedades físicas das amostras de quartzo de quatro lavras diferentes com
amostras de agregados graúdos já consagrados no mercado.
Tabela 1- Resultados do estudo de Ramírio et al. (2008).
Tipo Litológico Diabásio Gnaisse Calcário Quartzo
Amostra Brita I Brita I Brita I 1 2 3 4
Granulometria
(diâmetro 19 19 25 19 19 19 19
máximo)
A A N/E A A A A
Forma (IPT M-
Cúbica Cúbica Cúbica Cúbica Cúbica Lamelar Cúbica
49)
A A A A A R* A
Massa
Específica 2,88 2,79 2,76 2,63 2,64 2,59 2,62
(g/cm³)
B B B B B B B
Massa
Específica
2,9 2,79 2,77 2,64 2,65 2,61 2,63
Condição S S S
(g/cm³)
B B B B B B B
Absorção (%) 0,89 0,2 0,4 0,4 0,2 0,9 0,5
B E E B B B B
Porosidade (%) 2,6 0,5 1,2 1 0,6 2,3 1,3
B E E E E B E
Materiais
Pulverulentos 0,48 0,34 0,42 0,57 0,56 1,36 0,54
(%)
E E E E E A* E
Abrasão (%) 23 26 21 33 25 45 29
E E E E E B E
Esmagamento
17 20 17 22 18 25 19
(%)
E B E B E B E
E-Excelente B-Bom A-Aceitável R*-Rejeitado N/E-Não Enquadra
FONTE: Adaptado de (Cabello, 2011).
35

Com a tabela apresentada, é possível verificar que o uso do quartzo como agregado
graúdo pode vir a ser uma opção viável, porém algumas características devem ser observadas
e apresentadas antes de qualquer utilização, já que dependendo do local de extração do
quartzo o mesmo pode apresentar forma mais lamelar.

2.5 Principais características das rochas na construção civil

Para Senço (1997) alguns aspectos e propriedades são necessários para que uma rocha
possa ter seu uso como agregado na construção civil. Algumas destas propriedades básicas
dos gnaisses e dos quartzos estão ilustradas na tabela 2.

Tabela 2- Propriedades dos Gnaisses e Quartzos.

Algumas propriedades

Rochas Aspectos Massa Absorção de Resistencia à


Resistencia ao
Específica água compressão
intemperismo
média média média

Minerais
Muito
Gnaisse orientados, 2,65 120 Boa
variável
leucocráticos

Ligeiramente
brilhante,
Quartzo 2,50 <1,0% 200 Ótima
áspero ou liso,
branco
Fonte: adaptado de (SENÇO, 1997).

É possível verificar pela tabela, que a massa específica do quartzo de Cristalândia que
foi de 2,53 g/cm³ está bem próximo do valor encontrado por Senço, assim com a absorção de
água de 0,14% que é menor do que 1%.
As propriedades das rochas, que interessam à construção civil, de acordo com Frazão
(2002), são classificadas em geológicas, físicas e físico-mecânicas. As propriedades
geológicas são, na verdade, conforme Shestoperov (1983 apud FRAZÃO, 2002), propriedades
químico-mineralógico-petrográficas e estão estreitamente ligadas à natureza da rocha ou do
material pétreo em foco, que está refletida na composição mineralógica, textura, estrutura,
bem como no grau (estado) e tipo de alteração mineralógica, além de propriedades daí
decorrentes, como solubilidade, cristalinidade, alterabilidade, forma das partículas na
36

fragmentação, coerência etc. As propriedades físicas de acordo com Serra Junior e Ojima
(1998), são caracterizadas essencialmente por ensaios de laboratório que serão abordados
posteriormente. As propriedades físicas são altamente influenciadas pelas propriedades
geológicas. Segundo Frazão (2002), podem ser resumidas em densidade, massa específica,
porosidade, permeabilidade, capacidade de absorção de água, dureza, calor específico,
condutibilidade térmica, dilatação térmica, expansibilidade (e contratibilidade), adesividade
etc. Por último as propriedades físico-mecânicas também influenciadas pelas propriedades
geológicas podem ser resumidas, segundo Frazão (2002), em resistência à compressão, à
tração (direta ou indireta), ao cisalhamento, ao impacto, à deformabilidade (ou elasticidade), à
britabilidade, à abrasividade etc.
Serra Junior e Ojima (1998) ressaltam que estas propriedades podem ser determinadas
através de ensaios no local, inclusive em furos de sondagens e em laboratório, destacando os
principais ensaios:
 Ensaio de compressão uniaxial;
 Ensaio de compressão puntiforme;
 Ensaio de compressão triaxial;
 Ensaio de cisalhamento direto;
 Ensaio de deformabilidade;
 Ensaio para determinação de estado de tensões.

2.6 Manifestações Deletérias ao concreto

Gomes (2005, apud Francklin Junior, 2009) descreve, em relação as manifestações


químicas deletérias ao concreto provocadas por combinações reativas entre cimento e
agregado, as seguintes reações:
Reação Álcali-sílica - Os álcalis do cimento, em presença de umidade, podem reagir
com agregados que contenham certos minerais de sílica, formando um gel expansivo em volta
da partícula do agregado. Este gel umedecido causa expansão do agregado e
consequentemente a do concreto.
Reação Álcali-carbonato - Esta reação é similar a Álcali-sílica quando observa-se as
fissuras mapeadas que aparecem no concreto, entretanto, nenhum gel visível é formado.
Rochas susceptíveis a reação Álcali-carbonato são os calcários dolomíticos.
37

Presença de minerais metálicos - Alguns componentes metálicos, tal como o óxido de


zinco, pode afetar seriamente o concreto. Algumas piritas ao se oxidarem podem causar
problemas relacionados a expansão mineral.
Presença de sulfetos - Pirita, Marcassita e Pirofilita são minerais acessórios frequentes
em rochas que são utilizadas como agregados. Se há oxigênio livre no ambiente,
provavelmente haverá a oxidação destes minerais provocando a perda de resistência do
concreto. A oxidação produz sulfatos solúveis que reagem com a matriz do cimento causando
aumento de volume associado a fissuras.
Presença de sulfatos - Quando presente em quantidades suficientes, ou quando em
ambientes saturados e úmidos, sulfatos podem reagir com componentes do cimento resultando
em uma expansão excessiva, culminando com a ruptura do concreto.

2.6.1 Reação Álcali-Agregado

A Reação Álcali-Agregado (RAA) segundo Hasparyk (2005), é definida como a


reação química que ocorre internamente na estrutura do concreto, envolvendo os hidróxidos
alcalinos provenientes, principalmente, do cimento e alguns minerais reativos presentes no
agregado utilizado. Como resultado da reação são formados, na presença de umidade,
produtos que são capazes de expandir, podendo gerar fissurações, deslocamentos e levando a
um comprometimento das estruturas de concreto.

Figura 7- Gel exsudado na superfície da estrutura de concreto


FONTE: Hasparyk (2005)
38

Mehta e Monteiro (2008) comentam que a reação álcali-agregado pode causar


expansões e fissurações, levando à perda de resistência, elasticidade e durabilidade do
concreto. Tiecher (2006) acrescenta dizendo que os maiores índices de ocorrência da reação
álcali-agregado estão localizados em estruturas expostas a ambientes úmidos e saturados,
como estruturas de barragens, canais e pontes.
A reação álcali-agregado (RAA), segundo Tiecher (2006), é a reação química que
ocorre entre os hidróxidos alcalinos (provenientes do cimento, da água de amassamento, de
aditivos químicos, de adições pozolânicas, entre outros) e alguns tipos de minerais presentes
nos agregados, sendo que, de acordo com os minerais envolvidos, a RAA subdivide-se em
reação álcali-sílica, álcali-silicato e álcali-carbonato.
O produto da reação álcali-sílica e álcali-silicato constitui-se num gel sílico-alcalino
capaz de expandir em contato com a água. Essa expansão leva ao aparecimento de fissuração
mapeada e, algumas vezes, ao deslocamento de peças estruturais. Outra manifestação
corriqueira a esse tipo de reação é a exsudação do gel na superfície do concreto. Na reação
álcali-carbonato não há formação do gel alcalino, entretanto, a fissuração mapeada e o
deslocamento de elementos da estrutura também são as principais evidências da reação.
A ocorrência da Reação Álcali-Agregado está condicionada, de acordo com Tiecher
(2006), na interação entre a quantidade de álcalis disponíveis, a potencialidade reativa dos
agregados e a presença suficiente de umidade junto à estrutura. Sendo uma vez constatada
essa manifestação patológica no concreto, somente medidas paliativas podem ser tomadas
para minimizar os danos resultantes, já que não se conhece uma forma de eliminá-la. Além
disso, uma vez desencadeada a reação, ainda não é possível prever quanto tempo será
necessário para que ela cesse.

2.7 Materiais alternativos para o concreto

Como o conceito de sustentabilidade tem ganhado muito espaço na atualidade, hoje


muitas pesquisas são feitas de forma a utilizar materiais reciclados, materiais de rejeito entre
outros para descobrir a viabilidade destes serem utilizados como agregados, aglomerantes ou
adições no concreto. O Objetivo é poupar recursos naturais e evitar o descarte de substancias
nocivas ao meio ambiente. Ainda hoje quando fala-se em agregado para o concreto, pensa-se
em materiais oriundos de britagem das rochas extraídas da pedreiras. De acordo com Bernucci
(2008), as rochas usadas normalmente como agregados são apresentadas na Tabela 3.
39

Tabela 3: Tipos de rochas usadas como agregados


Denominação Petrológica Descrição
Andesito Variedade de diorito vulcânico, de granulação fina
Basalto Rocha básica de granulação fina, usualmente vulcânica
Rocha constituída de blocos arredondados ligados por cimento
Conglomerado
natural
Rocha plutônica intermediária, constituída de plagioclásio com
Diorito
hornblenda, augita ou biotita
Rocha plutônica básica de granulação grossa, constituída de
Gabro
plagioclásico cálcico e piroxênio, algumas vezes com olivina
Gnaisse Rocha riscada, produzida por condição metamórfica intensa
Rocha plutônica ácida, constituída principalmente de feldspato
Granito
alcalinos e quartzo
Calcário Rocha sedimentar, constituída principalmente de carbonato de cálcio
Rocha metamórfica ou sedimentar constituída quase que totalmente
Quartzito
por grãos de quartzo
Riolito Rocha ácida, de granulação fina, usualmente vulcânica
Rocha plutônica intermediária, constituída de feldspatos alcalinos
Sienito
com plagioclásios, hornblenda, biotita ou augita
Traquito Variedade de sienito de granulação fina, usualmente vulcânico
FONTE: Adaptado de Bernucci (2008)

Porém muitos estudos tem apresentado resultados favoráveis para materiais que nunca
se havia pensado em usar para confecção de concreto. Alguns destes materiais são a cerâmica,
o lodo de estações de tratamento de água e esgoto, resíduos de construções e demolições,
borrachas de pneus usados, copos descartáveis, fibras vegetais entre muitos outros. Alguns
destes estudos são ilustrados na Tabela 4. O grande desafio é conseguir fazer um concreto
100% ecológico, onde todo material utilizado na confecção do concreto seja reaproveitado,
sem que seja preciso gerar impactos grandes como na extração de minérios e ainda atender a
todos os critérios de conforto térmico, conforto auditivo, critérios de resistência, durabilidade,
vida útil e muitos outros que são levados em conta na hora de se desenvolver um projeto e o
tipo de material e o método construtivo que será utilizado para a construção do mesmo.
40

Tabela 4: Trabalhos com agregados alternativos para argamassas e concretos


Autor Título Ano
Estudo tecnológico em rejeitos de quartzitos do
Ivan Francklin Junior sudoeste de Minas Gerais para utilização como 2009
agregado graúdo no concreto
Reciclagem de resíduo gerado na extração de
Mário Luís Cabello Russo 2011
quartzito
Normalização dos agregados graúdos de
Sérgio C. Ângulo; Vanderley M. John resíduos de construção e demoliçao reciclados 2002
para concretos e a variabilidade
Co-disposição de lodo centrifugado de estação
de tratamento de água (ETA) em matriz de
C. Hoppen et al. 2005
concreto: método alternativo de preservação
ambiental
Estudo comparativo de concretos com
Adriana Pinheiro Fonseca agregado graúdo reciclado de telha cerâmica e 2006
agregado graúdo natural
Avaliação da influência da cinza de casca de
arroz no comportamento de concretos com
Mariana Battisti agregado reciclado de concreto em relação a 2013
propriedades mecânicas e de durabilidade, com
ênfase no transporte de íons cloreto
Reciclagem de PET, visando a substituição de
S.S.Canellas; J.C. DAbreu 2005
agregado miúdo em argamassa
Avaliação do comportamento do concreto com
adição de borracha obtida a partir da
Antônio Carlos dos Santos 2005
reciclagem de pneus com aplicação em placas
pré-moldadas
FONTE: Autor

A procura de materiais que possam substituir as rochas como agregado no concreto é


muito importante, pelo fato de muitos desses materiais serem prejudiciais a natureza quando
despojados de qualquer maneira, podem ser focos de doença por acúmulo de água, não
degradam facilmente gerando poluição em rios e outros bens naturais, além do fato de as
rochas serem materiais que um dia ficarão escassas ou acabarão.
41

3 METODOLOGIA

3.1 Considerações Iniciais

Com a finalidade de que os objetivos propostos neste trabalho fossem alcançados, os


materiais a serem utilizados e os procedimento metodológicos adotados são introduzidos
nesse capítulo. A distinção dos materiais, a execução dos experimentos e a crítica dos
resultados foram feitos no laboratório de materiais de construção da Universidade Federal do
Tocantins (UFT), no Laboratório de materiais e infraestruturas do Centro Universitário
Luterano de Palmas (CEULP/ULBRA) e Laboratório de Engenharia de Minas também da
CEULP/ULBRA, todos localizados na cidade de Palmas – TO.

3.2 Materiais

Como o concreto é uma mistura de materiais, julga-se necessário analisar as


características destes materiais que irão compor o concreto que terá suas características
estudadas. A análise das características físicas, químicas e mecânicas da mistura em seus
estados fresco e endurecido proporcionará uma interpretação mais justa dos resultados finais
dos ensaios e assim interpretar as interferências da adição em estudo.
Serão executados cinco traços distintos, sendo um traço sem a substituição da brita
granítica que servirá como base para comparar a interferência do rejeito de quartzo no
concreto, enquanto que os outros 4 traços terão substituição parcial do agregado por brita de
rejeito variando de 25%, 50%, 75% e 100% do volume de agregado graúdo do concreto. A
definição desses percentuais foi pensando em avaliar a interferência, gradualmente, do
quartzo leitoso para as propriedades estudadas do concreto, afim de verificar o máximo de
alterações possível do traço de referência para o traço com 100% de quartzo, por exemplo, a
medida que aumenta-se a porcentagem de quartzo o que acontece com a trabalhabilidade do
concreto?

3.2.1 Aglomerante

O cimento a ser utilizados nos experimentos será o CP V, doado pela empresa


CIPLAN em Palmas. A escolha deste se dá pelo fato de Neville (2013), explicar que no Brasil
o cimento de alta resistência inicial ser normatizado pela NBR 5733:1991, sendo denominado
42

CP V-ARI. Diferentemente dos demais cimentos que têm especificação de resistências ao 3, 7


e 28 dias, o CP V-ARI tem as exigências de resistências estabelecidas para 1, 3 e 7 dias e
valores mínimos de 14 MPa, 24 MPa, e 34 MPa respectivamente. Para este trabalho
decidimos avaliar dias de rompimento com 1, 3, 7 e 14 dias.

3.2.2 Agregados

Para o agregado miúdo, foi utilizada a areia natural média, de origem do leito do rio da
região de Palmas-TO, adquirida por doação pela empresa Mineração Nova Era. A pedra
granítica britada de mesma origem foi adotada como agregado graúdo e também obtida por
doação pela Mineradora Anhanguera. Já o quartzo leitoso, como citado anteriormente, foi
coletado na cidade de Cristalândia-TO e cedido pelos garimpeiros da região. Os agregados
serão caracterizados de acordo com as normas vigentes para cada característica. Para a
granulometria a NBR NM 248/2003, caracterização da massa específica a NBR NM 52/2009
e massa unitária NBR NM 45/2006 são as normas que regulamentarão esta etapa.
O conhecimento da composição granulométrica do agregado, tanto graúdo quanto
miúdo, é de fundamental importância para o estabelecimento da dosagem dos concretos e
argamassas, influindo na quantidade de água a ser adicionada ao concreto. A granulometria
ótima é a que, para a mesma resistência (mesmo fator água/cimento) e mesma consistência,
corresponde ao menor consumo de cimento possível, gerando um traço mais econômico. A
dosagem é um processo para determinar a melhor proporção entre os materiais que constituem
o concreto para atenderem às especificações desejadas. A trabalhabilidade do concreto fresco,
a resistência do concreto endurecido e a relação água/cimento são os fatores mais relevantes.
Outro propósito do controle das proporções dos concretos é a redução de custos. O método de
dosagem escolhido para este trabalho foi o American Concrete Institute. 211.1-91.
Para a caracterização do quartzo leitoso primeiramente, para que atingisse os
parâmetros necessários para aplicá-lo ao estudo, como agregado graúdo brita 1, foi preciso
passar por um processo de beneficiamento que inclui a britagem. Os blocos de quartzo
primeiramente passaram por um processo de quebra com marreta para que seu tamanho
pudesse passar pela abertura do britador, logo após foi realizada a britagem no laboratório de
engenharia de minas do CEUP/ULBRA por um britador de mandíbulas de eixo excêntrico de
laboratório modelo BM2-9060 mm (Figura 8).
43

Figura 8- Britagem do quartzo


FONTE: Cunha (2015)

Durante a britagem foi verificada a produção de muito pó e material fino o que gerou
ao final uma perda de aproximadamente 30% de material, porém parte deste material foi
utilizado para a confecção da argamassa do ensaio de reação álcali-agregado.
Após este processo o quartzo, assim como a brita granítica, foi passado em peneiras de
abertura entre 19,0 mm e 4,8 mm para uma seleção primária. O que ficava retido na peneira
de 19mm era quebrado novamente enquanto que o material que passava da peneira 4,8mm era
considerado material fino sem utilização para o traço. Por fim o ensaio da granulometria
(figura 9) da areia, da brita granítica e do quartzo foram realizados para identificar suas
curvas. É possível verificar os resultados com as tabelas 3, 4 e 5 respectivamente.

Figura 9- Jogo de peneiras da série normal


FONTE: Autor
44

Tabela 5- Ensaio de Granulometria do agregado miúdo


Peneiras da Material Material Retido Percentual Percentual Retido
Série normal Retido (g) Acumulado (g) Retido Acumulado
75 mm 0 0 0,00% 0,00%
37,5 mm 0 0 0,00% 0,00%
19 mm 0 0 0,00% 0,00%
9,5 mm 0 0 0,00% 0,00%
4,75 mm 0 0 0,00% 0,00%
2,36 mm 0 0 0,00% 0,00%
1,18 mm 62,75 62,75 1,26% 1,26%
600 um 808,25 871,00 16,17% 17,43%
300 um 2679,25 3550,25 53,61% 71,03%
150 um 1194 4744,25 23,89% 94,92%
Fundo 253,75 4998,00 5,08% 100,00%
SOMA 4998
FONTE: Autor

Granulometria Areia
100,00%
90,00%
Porcentagem Passante

80,00%
70,00%
60,00%
50,00%
40,00%
30,00%
20,00%
10,00%
0,00%
Fundo 0,15 0,3 0,6 1,18 2,36 4,75 9,5 19 37,5 75
Abertura Peneiras (mm)

Figura 10- Curva granulométrica da areia


FONTE: Autor

Para este material foram encontrados a massa específica de 2,63 g/cm³, a massa
unitária de 1,60 g/cm³ e o módulo de finura (MF) igual a 2,82. Estes resultados são utilizados
para o cálculo da dosagem do concreto, lembrando que quanto menor a granulometria da areia
menor é seu MF, fazendo com que sua absorção seja maior. A areia, antes de qualquer ensaio
ter sido executado, foi lavada para a retirada de material pulverulento que de alguma forma
pudesse interferir nos ensaios e também na confecção do concreto.
45

Tabela 6- Ensaio de Granulometria brita granítica

Peneiras da Material Material Retido Percentual Percentual Retido


Série normal Retido (g) Acumulado (g) Retido (%) Acumulado (%)

75 mm 0 0,00 0,00% 0,00%


37,5 mm 0,00 0,00 0,00% 0,00%
19 mm 123,00 123,00 2,46% 2,46%
9,5 mm 4582,75 4705,75 91,71% 94,18%
4,75 mm 269,75 4975,50 5,40% 99,57%
2,36 mm 13,50 4989,00 0,27% 99,84%
1,18 mm 0,00 4989,00 0,00% 99,84%
600 um 0,00 4989,00 0,00% 99,84%
300 um 0,00 4989,00 0,00% 99,84%
150 um 3,25 4992,25 0,07% 99,91%
Fundo 4,50 4996,75 0,09% 100,00%
SOMA 4996,75
FONTE: Autor

Granulometria Brita Granítica


100,00%
90,00%
Porcentagem Passante

80,00%
70,00%
60,00%
50,00%
40,00%
30,00%
20,00%
10,00%
0,00%
Fundo 0,15 0,3 0,6 1,18 2,36 4,75 9,5 19 37,5 75
Abertura peneiras (mm)

Figura 11- Curva Granulométrica da brita granítica


FONTE: Autor

Os resultados encontrados para a brita de granito foram para a massa específica de


2,69 g/cm³, a massa unitária com valor de 1,60 g/cm³ e o diâmetro máximo característico
(DMC) igual a 19 mm.
Por fim, para caracterizar o quartzo os resultados encontrados (ver tabela 5) para a
massa específica segundo Cunha (2015) e massa unitária e o DMC encontrados neste estudo
foram, respectivamente, 2,53 g/cm³, 1,92 g/cm3 e 19 mm igual a brita granítica.
46

Tabela 7: Ensaio Granulometria brita de quartzo

Peneiras da Material Material Retido Percentual Percentual Retido


Série normal Retido (g) Acumulado (g) Retido Acumulado
75 mm 0,00 0,00 0,00% 0,00%
37,5 mm 0,00 0,00 0,00% 0,00%
19 mm 0,00 0,00 0,00% 0,00%
9,5 mm 4315,40 4315,40 86,31% 86,31%
4,75 mm 643,40 4958,80 12,87% 99,18%
2,36 mm 30,80 4989,60 0,62% 99,80%
1,18 mm 2,20 4991,80 0,04% 99,84%
600 um 1,40 4993,20 0,03% 99,87%
300 um 1,20 4994,40 0,02% 99,89%
150 um 1,60 4996,00 0,03% 99,92%
Fundo 3,80 4999,80 0,08% 100,00%
SOMA 4999,80
FONTE: Autor

Granulometria Brita Quartzo


100,00%
90,00%
Porcentagem Passante

80,00%
70,00%
60,00%
50,00%
40,00%
30,00%
20,00%
10,00%
0,00%
Fundo 0,15 0,3 0,6 1,18 2,36 4,75 9,5 19 37,5 75
Abertura peneiras (mm)

Figura 12- Curva Granulométrica da brita de quartzo


FONTE: Autor

Porém existe uma diferença nas características do quartzo antes e depois de ter
passado pela máquina de abrasão los angeles. O mesmo apresenta arestas mais vivas, forma
mais lamelar e parece quebrar mais facilmente antes de ser beneficiado pelo equipamento
(Figura 13), após algum tempo de processo da máquina o agregado já apresenta uma forma
mais cúbica, tamanhos menores e mais propício a ser utilizado no concreto.
47

Figura 13- Quartzo antes e depois de ser beneficiado pela máquina do los angeles
FONTE: Autor

Apesar de o agregado apresentar característica melhores para ser utilizado no concreto,


ainda encontra-se algumas dessas rochas com formas mais lamelares do que a brita de granito,
podendo trazer diferenças expressivas aos traços.
Com todas as informações coletadas, o traço do concreto foi calculado e a quantidade
de material necessária para confeccionar o concreto. É possível verificar na tabela a seguir
que a relação a/c foi mantida constante, assim como a resistência fsk esperada, para que os
traços possam ser comparados.

Tabela 8: Traços em massa calculados pelo método ACI


Cimento(Kg) Areia(Kg) Brita(Kg) Quartzo(Kg) Água(Lt)
Traço 0 16,36 30,73 37,57 0,00 7,36
Traço 1 16,36 30,73 28,18 8,84 7,36
Traço 2 16,36 30,73 18,78 17,68 7,36
Traço 3 16,36 30,73 9,39 26,52 7,36
Traço 4 16,36 30,73 0,00 35,36 7,36
Total 81,79 153,66 93,92 88,40 36,81
FONTE: Autor

Verifica-se a constância no cimento, água e areia enquanto que varia-se a quantidade


de brita granítica e a quantidade de brita de quartzo. Esta variação foi feita transformando a
quantidade inicial de granito para volume e deste para a quantidade de quartzo que ocupa o
mesmo volume. O consumo de cimento por m³ foi de 433,33 kg, valor alto devido à alta
resistência de projeto escolhida de aproximadamente 40 MPa.
A porcentagem das britas para cada traço é ilustrada na tabela 7 para melhor
visualização das substituições propostas por este trabalho.
48

Tabela 9: Porcentagem de agregado graúdo por traço


Brita Brita
Granito Quartzo
Traço 0 100% 0%
Traço 1 75% 25%
Traço 2 50% 50%
Traço 3 25% 75%
Traço 4 0% 100%
FONTE: Autor

3.2.3 Preparação do concreto

Todos os concretos submetidos aos ensaios foram confeccionados com o mesmo teor
em volume de aglomerantes, agregados, relação água/cimento e resistência a compressão de
projeto. Em nenhum deles foi inserido aditivos ou adições, além das adições que o cimento
CP V já possui. Para a dosagem, o método utilizado é o ACI. Foi considerada a mesma
quantidade de agregado graúdo por m³ de concreto variando-se em porcentagens de 0%, 25%,
50%, 75% e 100% a brita granítica pela brita do rejeito, sendo definido assim os traços de
estudo. A variação destes agregados foi feita primeiramente em volume para depois ser
transformada em massa e assim garantir que todos os traços tenham o mesmo volume. O
concreto foi confeccionado e misturado em betoneira para garantir a melhor distribuição
possível e apresentar os melhores resultados nos ensaios.
Para que fosse possível confeccionar mais de um traço de concreto por dia os materiais
foram pesados e separados primeiramente a fim de se economizar tempo na hora de separá-los
para misturá-los na betoneira (Figura 14).

Figura 14- Agregados pesados e separados para o Traço 0


FONTE: Autor
49

3.2.4 Ensaios do concreto fresco

Através de ensaios serão determinadas as características físicas, químicas e mecânicas


do concreto. Esses expostos a seguir, separam-se para o concreto em estado fresco e para o
estado endurecido.
Ensaios em concreto fresco:
 Consistência pelo abatimento do tronco de cone – “Slump test”;
 Teor de ar – método piezométrico.
 Massa específica do concreto fresco
A qualidade final de uma estrutura com concreto depende tanto do controle de suas
características no estado fresco quanto no seu estado endurecido. Muitas vezes, de modo
equivocado, o controle tecnológico da obra se restringe aos ensaios de resistência a
compressão como se apenas este parâmetro pudesse garantir a qualidade do concreto. Para a
finalidade deste trabalho, vários ensaios em ambos os estados do concreto serão realizados.

3.2.5 Ensaio de abatimento do tronco de cone (Slump test)

Este ensaio mede a consistência e a fluidez do concreto, permitindo que seja


controlada a uniformidade do material. A função crucial deste ensaio é fornecer um método
simples e convincente para ter controle da uniformidade da produção do concreto em distintas
betonadas.
A norma brasileira que regulamenta o ensaio é a NBR NM 67 de 1998 que consiste
basicamente no preenchimento de um tronco de cone em três camadas de igual altura, sendo
em cada camada aplicado 25 golpes com uma haste padrão para o adensamento do material. O
valor do abatimento é a medida do adensamento do concreto logo após a retirada do molde
cônico.
Espera-se deste ensaio que com um maior teor de quartzo a trabalhabilidade do
concreto seja maior, de modo que o abatimento dos concretos sejam maiores.

3.2.6 Massa específica do concreto

Um ensaio simples onde um recipiente será preenchido com concreto, este é adensado
e sua superfície regularizada, por fim o recipiente é pesado. Para se encontrar a massa
50

específica do concreto é preciso saber o volume do recipiente, que pode ser determinado
apenas com água, pois ao encher o recipiente com água e sabendo a temperatura do mesmo e
o peso, saberemos a massa específica da água, necessária para determinar o volume do
recipiente.
Todas as propriedades são importantes na dosagem de concreto. A massa específica
absoluta é utilizada na transformação de massa para volume absoluta sem vazios. Para
determinar o consumo de cimento em peso por metro cúbico de concreto confeccionado
utilizamos a massa específica absoluta, e assim determinar a quantidade dos outros materiais.
A norma regulamentadora deste ensaio é a NBR 9833.
Ao se adicionar o rejeito de quartzo no traço do concreto, acredita-se que vá se obter
um concreto mais leve, já que o rejeito tem uma massa específica menor do que a brita
granítica.

3.2.7 Teor de ar aprisionado pelo método Piezométrico

Segundo Mehta e Monteiro (1994), é possível encontrar vazios preenchidos com ar


dentro do concreto de duas formas, através de bolhas de ar possuindo dimensões entre 100 µm
e 1 mm, ou vazios de ar aprisionado que são maiores, variando de 1mm a 10 mm. É
importante destacar que quanto maior é a presença de agregados lamelares, maior pode ser
este teor a ser encontrado no concreto.

3.2.8 Consideração final

Ter o controle do concreto em seu estado plástico é tão importante quando em seu
estado endurecido, já que para cada tipo de aplicação do concreto em uma obra existe um
slump test diferente, por exemplo concreto bombeável que precisa de trabalhabilidade muito
superior ao concreto que será lançado uma viga baldrame. Verificando se o concreto não
apresenta as características desejadas em seu estado fresco, facilita muito o método de
correção na hora de sua aplicação.
É possível verificar a partir do concreto fresco se o concreto endurecido será de
qualidade, compacto e com poucos vazios, garantindo maior resistência e por isso que cada
vez mais são exigidos ensaios para esse material em seu estado plástico.
51

3.3 Ensaios do concreto endurecido

Já para a Matriz endurecida, os ensaios realizados são:


 Massa específica;
 Resistência à compressão axial;
 Reação álcali-agregado pelo Método acelerado, ASTM C 1260-2014.

3.3.1 Massa específica

A massa específica é a relação entre a massa do material seco e seu volume,


usualmente usada para classificar concretos leves, normais e pesados. A norma NBR 9778 do
ano de 2005 é responsável por regulamentar os ensaios para determinar os valores desta
característica. Espera-se que utilizando o quartzo que é uma material mais leve, os traços com
maiores concentrações de rejeito apresentem massa específica menor.

3.3.2 Resistência à compressão axial

Este é um dos ensaios mecânicos mais realizados em materiais, principalmente o


concreto, para conhecer seu comportamento e suas propriedades quando pressionado. Umas
das características principais do concreto, o ensaio para obter o valor de resistência do
concreto é embasado pela norma brasileira ABNT NBR 7680-1 de 2015. Os ensaios de
compressão foram realizado em laboratório diferente do da UFT, já que o da universidade
federal não possui prensa para tal estudo. O rompimento dos corpos de prova foi executado
com 1, 3 ,7 e 14 dias após sua confecção e desforma.

3.3.3 Reação Álcali-Agregado pelo método acelerado

O método consiste em confeccionar barras de argamassas com o mesmo material


empregados no concreto (no caso o quartzo leitoso) e submetê-las a um banho térmico de 80º
C em solução básica, concentração de 40g do reagente em 1000ml de água. O hidróxido de
sódio (NaOH) agirá por 14 dias. Após 16 dias os resultados da expansão foram avaliados. Os
16 dias são contados a partir da data da confecção das barras, pois 24 horas são para a
desforma e mais 24 horas para uma cura térmica. A norma estipula uma proporção de 1:2,25
52

de cimento em relação ao material possivelmente reagente e relação água/cimento de 0,47. A


norma também estipula porcentagens de material para granulometrias específicas (Figura 15).

Figura 15- Quartzo leitoso separado por granulometria para ensaio de RAA
FONTE: Autor

3.3.4 Consideração final

O concreto endurecido deve apresentar basicamente resistência mecânica, porém é


sabido que com conceitos novos introduzidos ao meio da construção civil como a
durabilidade e a vida útil de um material, apenas sua resistência não é suficiente para garantir
que o concreto desempenhe de forma satisfatória as funções previstas em projeto, mantendo
sua resistência por um período de tempo determinado. Com todos os resultados computados e
analisados poder-se-á estudar as propriedades que o quartzo teve de fato alguma contribuição
como a reação álcali-agregado, caso esta aconteça.
53

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 Análises do Concreto em estado fresco

4.1.1 Ensaio abatimento de tronco de cone (Slump Teste)

Para o ensaio do abatimento do tronco de cone (ver a Figura 16), como era esperado,
ao se aumentar o teor de quartzo, uma rocha menos rugosa, a trabalhabilidade do concreto
aumentou, lembrando que o teor a/c é constante para todos os traços. Para os traços 0, 1 e 2 o
abatimento foi de aproximadamente 8 cm, para o traço 3 o abatimento chegou a
aproximadamente 8,5 cm e o traço com 100% de brita obteve um slump de 10 cm.

Figura 16: Ensaio de Abatimento de tronco de cone


FONTE: Autor

Semelhante ao trabalho de Francklin Junior (2009), os aspectos de coesão e


consistência foram parecidos entre os traços e a homogeneidade bastante satisfatória. Já o
autor não apresenta ganho de abatimento ao utilizar a rocha do rejeito.

4.1.2 Teor de ar aprisionado pelo método Piezométrico

Para maiores quantidades de quartzo no concreto, maior foram os teores de ar


aprisionado o que pode significar que mesmo o quartzo passando pelo processo de abrasão do
los angeles ele ainda tem pedras mais alongadas do que a brita granítica, gerando vazios e
acúmulo de água em regiões da zona de transição entre a pasta e o agregado graúdo. Para o
traço 0 obteve-se 1,8% de ar aprisionado, para o traço 1 houve um teor de 2,0%, o traço 2
54

acusou um teor aprisionado de 2,3%, o traço 3 teve um teor de 3,1% e o traço 4 um teor de
3,3%. Verificar valores com a Tabela 8 a seguir.

Figura 17: Medição do teor de ar aprisionado


FONTE: Autor

Tabela 10: Teor de ar Aprisionado


Concreto Teor de ar aprisionado (%)
Traço 0 1,8
Traço 1 2,0
Traço 2 2,3
Traço 3 3,1
Traço 4 3,3
FONTE: Autor

4.2 Análises do Concreto em estado endurecido

4.2.1 Massa específica

Como era esperado, o concreto com maiores teores de quartzo é caracterizado por ser
um concreto mais leve, já que o quartzo é um material mais leve do que o granito. O traço
mais pesado foi o de referência, com 100% de brita de granito com média de 2375 kg/m³, o
traço 1 ficou com 2333,33 kg/m3, o traço 2 aproximadamente 2285,75 kg/m³, o traço 3 com
2291,67 kg/m³ e o traço de 100% de brita de rejeito acabou sendo o mais leve com 2250
kg/m³.
55

4.2.2 Resistência a compressão axial

O concreto apesar de ter sido dimensionado para alcançar 40 MPa, teve como
resultado máximo de 42 Mpa em apenas um dos corpos de prova, podendo ter várias
justificativas. Primeiramente nenhum corpo de prova rompeu-se no agregado, o que de fato
era esperado já que não se trata de um concreto de alto desempenho. Estas diferenças na
resistência de projeto e real podem ser atribuídas a alguns fatores como má aderência na
interface pasta de aglomerante e agregado graúdo e às formas irregulares dos agregados,
interferindo negativamente nas propriedades do concreto. Pensando no tratamento estatístico,
quanto maior é o número de corpos de prova rompidos menor é o valor dos desvio padrão e
menos são os corpos de prova que são descartados fazendo com que o resultado se aproxime o
mais próximo do real. Outro problema que pode ter acontecido foi o controle tecnológico dos
corpos, algum erro na hora de concretar os cilindros de modo que tenha ocorrido segregações
internas, o uso de água não destilada para a composição do concreto e ultimamente no
laboratório de Engenharia Civil da UFT a água não tem saído do encanamento muito limpa,
de modo que o tanque de cura apresenta finos sedimentos depositados no topo dos cilindros
de concreto o que pode ter prejudicado de alguma forma os ensaios. A Tabela 9 apresenta
todos os valores dos ensaios com suas médias e desvios padrões, identificando todos os
valores que foram descartados em vermelho. A figura 19 apresenta as médias das resistências
alcançadas para cada traço e seus dias de rompimento.
É possível verificar na figura 18(a) que após o ensaio de rompimento os 2 corpos de
prova da esquerda com teor de 100% de quartzo se desfazem mais facilmente, pelo fato de a
aderência da pasta com o agregado não ser igual aos corpos de prova da direta com 100% de
teor de brita granítica. É fácil perceber a falta de aderência do quartzo com a pasta de cimento
na figura 18(b).

Figura 18: (a) 2 corpos de prova do traço 4 e 2 corpos de prova do traço 0 após o rompimento. (b) descolamento
da pasta com o agregado no traço 4.
FONTE: Autor
56

Tabela 11: Valores das resistências à compressão de cada rompimento


Traço 0 Traço 1 Traço 2 Traço 3 Traço 4
24,4 22,3 28,4 23,8 23,4
Corpo de Prova
27 26,2 24,9 21,3 23,9
1 dia de cura
25,7 24,9 25,5 22,7 24,1
Média 25,4 24,5 26,3 22,6 23,8
Desvio Padrão 1,4 1,99 1,87 125 0,36
26,4 31,2 28,7 25,1 22,6
Corpo de Prova
34,8 24,4 25,7 23,2 32
3 dias de cura
28,4 30,9 26,3 24,2 26,6
Média 29,9 28,8 26,9 24,2 27,1
Desvio Padrão 4,39 3,84 1,6 0,95 4,72
24,7 29,9 29,4 23,7 30,1
Corpo de Prova
28,9 29,5 27,2 29,2 29,7
7 dias de cura
31,7 30 27,9 28,5 26,0
Média 28,4 29,8 28,2 27,1 28,6
Desvio Padrão 3,52 0,26 1,12 2,99 2,26
26,5 31 27,9 22,4 31,5
Corpo de Prova
32,7 27,4 35,2 42 33,4
14 dias de cura
30,1 33,7 33,4 39,5 29,8
Média 29,8 30,7 32,17 34,67 31,57
Desvio Padrão 3,11 3,16 3,8 10,61 1,8
FONTE: Autor

45,0
40,75
Resistência à Compress~qao Axial (MPa)

40,0
34,30
35,0 31,40 32,35 31,47
30,0
30,3 29,8 29,9
25,0 28,9
27,6
20,0
15,0 29,5
27,4 26,0 24,2 24,6
10,0
5,0
25,1 25,6 25,2 22,6 23,8
0,0
Traço 0 Traço 1 Traço 2 Traço 3 Traço 4

1 dia 3 dias 7 dias 14 dias

Figura 19: Média final da Resistência à compressão axial


FONTE: Autor

Diferentemente dos estudos de Francklin Junior (2009), os resultados da resistência à


compressão dos concretos produzidos com quartzo foram maiores do que o concreto de
referência, porém a característica de má aderência da pasta com o quartzo, apresentada neste
trabalho, é comentada também pelo autor.
57

4.2.3 Reação Álcali-agregado

A argamassa com o agregado de rejeito após submetido aos ensaios da norma ASTM
C 1260-2014, método acelerado, não apresentou alterações, fora dos limites, em suas
dimensões, fazendo com que não se possa caracterizar o agregado como reativo. A norma
estipula um limite de 0,10% de expansão em sua dimensão maior após exposição por 14 dias
de cura térmica agressiva na solução de hidróxido de sódio com concentração 1N a uma
temperatura de 80° C. Sendo assim, o agregado de quartzo leitoso apto a ser utilizado como
agregado graúdo para a confecção de concretos convencionais sem limites de teor.
Esta descoberta acaba sendo uma das informações mais importantes para o trabalho, já
que garantindo que o quartzo leitoso não desencadeia reações deletérias ao concreto, os
garimpeiros da Coopercristal poderão comercializar esta rocha com mais segurança, o rejeito
ganha um destino mais produtivo do que ficar empilhado no quintal dos garimpeiros e com a
venda deste material espera-se um aumento na qualidade de vida destas pessoas.

Tabela 12: Medições do Ensaio de RAA pelo método acelerado


Medição 0 1ª medição 2ª medição 3ª medição
11/08 15/08 19/08 24/08
Corpo de Prova 1 28,9 28,9 28,9 28,9
Corpo de Prova 2 28,9 28,9 28,9 28,9
Corpo de Prova 3 28,9 28,9 28,9 28,9
FONTE: Autor

No estudo apresentado por Francklin Junior (2009), 2 traços com cimento CP II-Z-32
deram alterações dos limites permitidos pela norma ASTM C-1260, um caracterizou-se por
ser possivelmente deletério e outro deletério, já os produzidos com cimento CP V-ARI com
intervalo de 16 dias apresentaram-se inócuos iguais ao resultados apresentados acima. Já
quando testou-se para 30 dias de intervalo todos os traços com este cimento apresentaram
expansão acima dos 0,10% sendo assim possivelmente deletérios.

4.2.4 Considerações finais

De acordo com Neville (2013), não é suficiente saber apenas como selecionar uma
mistura de concreto com a espera de que ela tenha determinadas propriedades e como
especificar essa mistura, é muito importante garantir que esta é a escolha correta.
58

Para verificar se o concreto atende as especificações, o melhor método é realizar


ensaios de suas característica utilizando cubos e cilindros produzidos a partir do concreto
fresco, lembrando que a não conformidade de um ensaio de um único corpo de prova não
significa necessariamente que o concreto seja inferior ao especificado (NEVILLE, 2013).
Ainda, de acordo com o autor, a determinação da composição do concreto nas primeiras
idades pode ser uma grande vantagem, pois se as proporções efetivas corresponderem às
especificadas, a necessidade de ensaios no concreto endurecido será menor. As duas
propriedades de maior interesse para este ponto são a relação água/cimento (a/c) e o consumo
de cimento, pois são as principais responsáveis por alterar características de resistência e
também quanto à durabilidade.
Ramírio et al. (2008), em um de seus estudos comparou com os outros agregados
comumente utilizados na região de Minas Gerais, no âmbito da construção civil, as amostras
de quartzitos apresentaram resultados aceitáveis nos ensaios realizados, classificando-se
sempre nas faixas de “bom” ou “excelente”. Os resultados mais promissores foram
obtidos nos ensaios de granulometria e índice de forma, com valores dentro da faixa de
utilização, após processamento em britador de grande porte, comprovando ainda mais a
importância do beneficiamento da rocha.
Nos ensaios de índices físicos e mecânicos, as amostras quartzito 1 e 3, obtiveram
características inferiores aos dos demais agregados, porém, ainda na faixa “aceitável” de
utilização. As amostras quartzito 2 e 4 apresentaram valores equivalentes ou superiores aos
agregados convencionais (RAMÍRIO et al. 2008). Dependendo da região de onde a rocha é
extraída algumas características podem apresentar melhor características do que outras,
fazendo-se importante identificar de alguma forma a região de onde vem o material ou
identificar de alguma forma o lote comercializado.
O autor ainda, em última análise, ponderando os ensaios realizados, as amostras de
quartzitos do Tipo 2 enquadraram-se impecavelmente nas especificações, em condições
similares aos outros tipos rochosos utilizados na região, reforçando ainda mais a rocha de
quartzo e quartzito como sendo apta ao uso para a construção civil.
59

5 CONCLUSÃO

Muitos estudos, assim como este, revelam que o quartzo dependendo da região e como
este é beneficiado pode ser utilizado como um insumo para a construção civil. O agregado da
região de Cristalândia, apesar de apresentar-se mais lamelar do que as britas graníticas da
região de Palmas, pode ser trabalhado para obter formas mais cúbicas, possui uma superfície
menos rugosa fazendo com que a aderência da pasta com o agregado seja menos satisfatória
do que com a brita granítica e apresenta uma absorção de água bem menor, porém estes
fatores não interferiram para que o concreto chegasse a valores de ruptura maiores que 30
MPa, valores estes bem próximos daqueles conseguidos pelo concreto com brita granítica..
Os resultados do estudo indicam que o quartzo está ligado ao ganho de
trabalhabilidade do concreto. Maiores concentrações de quartzo trouxeram um ganho
proporcional no abatimento do tronco de cone já que a pedra de quartzo é mais lisa e menos
porosa, tendo um comportamento mais similar ao seixo rolado neste aspecto.
Ainda neste sentido, o trabalho experimental mostrou que a presença de vazios no
concreto com teores de quartzo maiores é superior aqueles com teores de brita maiores. É
sabido, devido aos ensaios de rompimentos deste trabalho, que a microestrutura da interface
entre quartzo e pasta é diferente (menos aderente) do que o granito com a pasta,
possivelmente devido a forma dos agregados e o fato de o quartzo absorver menos água. O
rejeito apresentando-se mais lamelar faz com que acúmulos de água na parede do agregado
sejam gerados e posteriormente vazios por causa desta exsudação interna.
No que se diz respeito à resistência à compressão axial, o concreto com quartzo obteve
desempenho semelhante e até superior ao do concreto com brita de granito. Isto significa que
o estudo revela o agregado de quartzo apto a ser utilizado como insumo para a finalidade de
agregado graúdo na confecção de concretos convencionais para resistências menores que 40
MPa.
Quanto ao ensaio de RAA conclui-se que apesar de o ensaio ter sido favorável para
caracterizar o agregado como não reativo, recomenda-se que sejam feitos ensaios com
durações maiores para uma análise mais conclusiva quanto a esta questão. O corpo de prova
não sofreu alterações em suas dimensões, porém não se sabe como o agregado se comporta
com períodos longos de exposição, sendo necessária a análise deste quesito.
60

6 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

A caracterização de materiais demanda diversas análises e como aspectos relacionados


a equipamentos, custo e tempo são determinantes para delimitar limites ao escopo de qualquer
projeto, este trabalho se ateve à uma investigação básica das propriedades visando uma
compreensão do comportamento físico, mecânico e químico do concreto com quartzo como
agregado graúdo. Existem ainda diversas considerações que devem ser feitas e variáveis que
merecem estudos mais aprofundados e específicos. Assim sendo, trabalhos futuros podem vir
a ser trabalhados a partir de sugestões abaixo apresentadas:
Utilização do rejeito da região de Cristalândia como adição de pó de quartzo em
concreto;
Verificação de desempenho mecânico de concreto de alto desempenho, acima de 90
MPa, com quartzo como agregado graúdo para conferir a resistência do quartzo;
Analisar a reação álcali-agregado em métodos com duração mais longa;
Prolongamento do período de análise e cura para averiguar a aderência da pasta de
cimento com o quartzo leitoso.
61

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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