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a Céu Aberto
1. Definições
Para melhor compreender as regras de boa prática no desmonte a céu aberto, torna-se necessário
introduzir as definições de conceitos, princípios e regras fundamentais da exploração mineira.
No que respeita aos conceitos fundamentais da exploração, torna-se importante definir o que se
entende por exploração e quais os tipos existentes, introduzindo o conceito de método de
exploração e por último o de método de desmonte.
Exploração é a actividade posterior à prospecção e pesquisa, abrangendo o reconhecimento, a
preparação e a extracção do minério bruto, do solo ou subsolo, bem como o seu tratamento e
transformação, quando processados em anexos mineiros. Esta pode ser de quatro tipos:
Subterrânea;
A céu aberto;
A partir de perfurações;
Hidráulica.
A exploração diz-se subterrânea quando as escavações realizadas para a exploração do minério não
estão em contacto com o ar livre, encontrando-se rodeadas pelos terrenos do subsolo.
A exploração diz-se a céu aberto quando as escavações realizadas para a exploração do minério
estão em contacto com o ar livre. É o caso das pedreiras e minas a céu aberto.
A exploração por perfuração acontece quando o jazigo, embora subterrâneo, é explorado sem
necessidade de se abandonar a superfície, por exemplo a partir de sondagens (caso de algumas
explorações de minerais uraníferos, sal gema, petróleo, etc.).
A exploração hidráulica, que pode ser tanto subterrânea como a céu aberto, consiste em utilizar a
força hidráulica (essencialmente água) nas frentes de trabalho para o desmonte do minério.
Método de lavra pode-se definir como o conjunto de processos utilizados e de soluções adoptadas
para a remoção da substância útil contida numa fracção de jazigo.
Este conceito é mais geral que o método de desmonte pois engloba os seguintes elementos
fundamentais:
Domínio dos terrenos;
Tipo de preparação;
Posição das vias de transporte;
Forma, extensão, orientação e sentido de progressão da frente de desmonte;
Modo de evacuação dos produtos;
Tratamento dos vazios da exploração;
Desenvolvimento na horizontal e na vertical, da exploração.
Assim pode-se dizer que o método de lavra engloba operações de desmonte, domínio de terrenos,
traçagem, preparação, remoção, etc. Método de desmonte é definido como o conjunto de
processos utilizados para proceder ao arranque do minério do maciço. Trata-se de um conceito
mais restrito que o de método de lavra, pois engloba apenas o conjunto de operações necessárias
à extracção da substância útil da frente de trabalho.
Uma vez compreendidos os conceitos de método de exploração e método de desmonte, torna-se
fundamental compreender os princípios e regras fundamentais que regem a exploração mineira.
Os princípios fundamentais da exploração mineira são:
Segurança;
Economia;
Bom aproveitamento do jazigo.
Protecção Ambiental;
A segurança é o primeiro e o mais importante princípio fundamental da exploração a respeitar
("safety first"), estando relacionada com o princípio atrás referido.
Para que uma exploração possa decorrer com normalidade e eficiência os trabalhadores deverão
sentir-se seguros, e com condições que lhes permitam desempenhar os trabalhos adequadamente.
Caso tal não aconteça, resultará numa menor optimização do trabalho com o consequente aumento
dos custos de exploração, o que vai contra o primeiro princípio enunciado.
A economia é um princípio fundamental já que um jazigo só será explorável se a sua exploração for
rentável. Deste modo há que dedicar particular atenção a todos os factores susceptíveis de se
traduzirem em abaixamento de preços de custo do minério extraído, como sejam por exemplo, a
boa organização e optimização do trabalho e a procura de melhores soluções técnicas.
O bom aproveitamento do jazigo é importante pois não se deve esquecer que a indústria mineira se
caracteriza pelo esgotamento progressivo do seu objecto. Tal significa que a riqueza mineral, salvo
raras excepções, não se regenera, sendo por conseguinte esgotável.
Torna-se por isso indispensável que a boa técnica mineira se baseie no bom aproveitamento dos
jazigos. Para tal é necessário ter em consideração inúmeros aspectos resumidos nas regras
fundamentais da exploração, a seguir enunciadas.
A protecção ambiental é cada vez mais essencial em qualquer projecto de exploração, na medida
em que é necessário preservar o meio que nos rodeia para as gerações seguintes. Por conseguinte
qualquer plano de lavra deverá adoptar medidas e sistemas de protecção do ambiente, bem como
um plano de recuperação ambiental e paisagística.
As principais regras da exploração são:
Equilíbrio entre os princípios fundamentais;
Boa aplicação do método de exploração;
Economia global;
Minimização de custo de operações diferentes;
Aperfeiçoamento permanente;
Aproveitamento racional das condições naturais.
Uma primeira análise dos quatro princípios anteriormente enunciados poderá levar à conclusão de
que actuam em sentido inverso, já que uma exploração muito segura pode ser cara e de mau
aproveitamento, ou que uma lavra muito económica pode ser perigosa e ambientalmente
opressiva.
Por conseguinte pode-se referir que uma das características que melhor define a perfeição de uma
exploração mineira é o grau de equilíbrio conseguido entre os 4 princípios fundamentais.
A boa aplicação do método de exploração é importante, sendo considerado bom método todo
aquele que é seguro, tenha um bom rendimento económico, aproveite bem o jazigo e proteja o
ambiente circundante.
O que se torna fundamental é a sua correcta aplicação, sendo preferível um método regular, bem
aplicado e com continuidade, do que um método "óptimo", mas que é mal compreendido,
imperfeitamente aplicado ou deficientemente gerido.
A economia global é uma regra importante na medida em que qualquer tentativa exagerada de
minimização de custos numa dada operação (por exemplo no desmonte) irá reflectir-se de uma
forma negativa numa operação subsequente (por exemplo na britagem). Deste modo o esforço
tendente à redução do preço de custo do produto deve ser feito de um modo geral considerando o
circuito global (exploração-beneficiação) e não apenas uma parte.
O aperfeiçoamento permanente é sem dúvida uma regra que condiciona todo o processo técnico
e/ou humano. Por conseguinte deve merecer a maior atenção no ramo mineiro e não ser
descurado, como o é, na maioria dos casos.
O aproveitamento de factores naturais, ocorrentes na área do jazigo, pode determinar substanciais
economias, caso sejam tomadas em consideração na aplicação do método de exploração.
c) a instalação deve ter um dispositivo para desligar a bomba de pressão em caso de emergência,
podendo este ser accionado pelo pessoal que estiver a trabalhar com o equipamento.
De acordo com as características mecânicas do maciço rochoso existem dois esquemas de
exploração básicos:
Desmonte directo do material que se encontra na frente de trabalho;
Desmonte do material, após uma previa desagregação;
O princípio geral de trabalho quando é possível desmontar o maciço directamente, corresponde ao
seguinte esquema operativo:
Projecção do jacto sobre o pé do talude de modo a criar uma sobreescavação do mesmo
até que se origine a queda do talude;
O material desmontado é submetido à acção do jacto de modo a promover a sua
desagregação e escoamento ao longo do canal de transporte;
Uma vez limpa a frente, o equipamento é aproximado da nova frente de trabalho,
repetindo-se o ciclo.
As distintas possibilidades de posicionamento do equipamento dão origem as três esquemas de
exploração, segundo as direcções relativas do jacto projectado e da polpa escoada (ver Figura 14):
a. Em direcção
b. Em contracorrente
c. Misto
Legenda:
1- Equipamento 5- Estação de bombagem
2- Tubagem de alimentação 6- Tubagem da polpa
3- Canal de transporte 7- Polpa
4- Captação
Figura 14 - Diferentes desmontes hidráulicos
O desmonte em direcção é caracterizado pela direcção de circulação da polpa coincidir com a
direcção do jacto de água projectado, sendo aplicado sobre frentes com altura inferior a 8 m.
O desmonte em contracorrente aplica-se fundamentalmente em grandes frentes de trabalho que
podem variar entre os 20 a 30 m, sendo esta a altura máxima permitida por motivos de segurança.
O desmonte misto é utilizado quando se aplicam vários equipamentos na mesma frente de
trabalho, permitindo o arranque do material situado na zona intermédia de dois equipamentos
Furos subhorizontais
Este método torna-se bastante eficaz quando a água subterrânea afecta a estabilidade de um dado
talude.
O método consiste na realização de furos subhorizontais no maciço através dos quais são
normalmente, embora não seja necessário, introduzidos tubos de PVC. Estes furos apresentam uma
ligeira inclinação (2 a 5º) de modo a que a drenagem se possa fazer por gravidade.
Os drenos podem ser furados a partir do fundo da exploração, ou de uma bancada, mas sempre a
partir do ponto mais baixo do aquífero a ser drenado.
O circuito do referido sistema é simples e semelhante aos anteriores. A água que sai dos furos é
drenada por valas de modo a ser colectada num ponto baixo, onde é em seguida bombada para o
exterior da exploração.
As principais vantagens deste sistema são a rapidez de execução, o relativo baixo custo de
instalação, o consumo de energia nulo, pois a drenagem faz-se por gravidade, o baixo custo de
manutenção e a longa durabilidade e flexibilidade.
A principal limitação no uso do referido sistema é o facto de só poder ser economicamente
efectuado apenas depois da escavação estar realizada, e não antes desta. Em muitos casos, o
tempo necessário para a instalação de um sistema eficaz é suficiente para que ocorram
desabamentos nos taludes.
Figura 20 - Sistema de Drenagem por furos subhorizontais
7.2- Sinalização
A sinalização visual de segurança, de uso obrigatório nos locais de trabalho de acordo com a
legislação vigente, tem por função chamar à atenção de forma rápida e eficaz, os trabalhadores e
outras pessoas, para objectos e situações que poderão provocar determinados perigos.
Serve ainda para indicar a posição de dispositivos que sejam importantes do ponto de vista de
segurança, bem como recomendar formas de actuação.
Os sinais de segurança devem ser colocados juntos dos locais de trabalho, de um modo bem
visível, devendo estes ter as dimensões indicadas na legislação. Os sinais existentes devem ser
capazes de informar sobre os principais riscos existentes, bem como facultar as informações
necessárias numa situação de emergência.
Em seguida é apresentada a sinalização de segurança comum a todas as explorações.
Figura 30 - Sinalização de Segurança
Figura 31 - Sinalização de Segurança (cont.)
Figura 32 - Sinalização de Segurança (cont.)
8. Casos Práticos
Quanto a casos práticos são muitos os existentes em Portugal, dado o grande número de
explorações a céu aberto existentes em todo o país, pelo que o exemplo a apresentar deve ser o
mais idêntico e fidedigno possível de uma típica exploração de rocha industrial existente em
Portugal.
No que respeita a pedreiras de rocha ornamental temos as variadíssimas explorações de mármore
na zona de Estremoz, Borba e Vila Viçosa.
As inúmeras pedreiras de calcário, cujos desmontes, abastecem as fábricas de cimento são um vivo
exemplo de uma típica exploração a céu aberto de rocha industrial.
Para que o exemplo fosse o mais real possível optou-se pela apresentação de um caso concreto,
aplicado por uma das empresas mais conceituadas no ramo e que mais estudos tem desenvolvido
no sentido de optimizar as várias pegas de fogo aplicadas nas suas explorações a céu aberto.
Por conseguinte o exemplo apresentado refere-se a uma pega de fogo aplicada numa exploração a
céu aberto pertencente ao Grupo Cimpor.
O diagrama de fogo para desmonte de calcário é o seguinte:
Carga por furo = 31 Kg
Volume desmontado por furo = 4 x 4.5 x 10 m
Carga específica = 0.172 Kg/m3 = 0.064 Kg/t
Em seguida são apresentados os diagramas de fogo e o esquema de carregamento dos furos.
Figura 33 - Diagrama de Fogo