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Regras de Boa Prática no Desmonte

a Céu Aberto
1. Definições
Para melhor compreender as regras de boa prática no desmonte a céu aberto, torna-se necessário
introduzir as definições de conceitos, princípios e regras fundamentais da exploração mineira.
No que respeita aos conceitos fundamentais da exploração, torna-se importante definir o que se
entende por exploração e quais os tipos existentes, introduzindo o conceito de método de
exploração e por último o de método de desmonte.
Exploração é a actividade posterior à prospecção e pesquisa, abrangendo o reconhecimento, a
preparação e a extracção do minério bruto, do solo ou subsolo, bem como o seu tratamento e
transformação, quando processados em anexos mineiros. Esta pode ser de quatro tipos:
 Subterrânea;
 A céu aberto;
 A partir de perfurações;
 Hidráulica.
A exploração diz-se subterrânea quando as escavações realizadas para a exploração do minério não
estão em contacto com o ar livre, encontrando-se rodeadas pelos terrenos do subsolo.
A exploração diz-se a céu aberto quando as escavações realizadas para a exploração do minério
estão em contacto com o ar livre. É o caso das pedreiras e minas a céu aberto.
A exploração por perfuração acontece quando o jazigo, embora subterrâneo, é explorado sem
necessidade de se abandonar a superfície, por exemplo a partir de sondagens (caso de algumas
explorações de minerais uraníferos, sal gema, petróleo, etc.).
A exploração hidráulica, que pode ser tanto subterrânea como a céu aberto, consiste em utilizar a
força hidráulica (essencialmente água) nas frentes de trabalho para o desmonte do minério.
Método de lavra pode-se definir como o conjunto de processos utilizados e de soluções adoptadas
para a remoção da substância útil contida numa fracção de jazigo.
Este conceito é mais geral que o método de desmonte pois engloba os seguintes elementos
fundamentais:
 Domínio dos terrenos;
 Tipo de preparação;
 Posição das vias de transporte;
 Forma, extensão, orientação e sentido de progressão da frente de desmonte;
 Modo de evacuação dos produtos;
 Tratamento dos vazios da exploração;
 Desenvolvimento na horizontal e na vertical, da exploração.
Assim pode-se dizer que o método de lavra engloba operações de desmonte, domínio de terrenos,
traçagem, preparação, remoção, etc. Método de desmonte é definido como o conjunto de
processos utilizados para proceder ao arranque do minério do maciço. Trata-se de um conceito
mais restrito que o de método de lavra, pois engloba apenas o conjunto de operações necessárias
à extracção da substância útil da frente de trabalho.
Uma vez compreendidos os conceitos de método de exploração e método de desmonte, torna-se
fundamental compreender os princípios e regras fundamentais que regem a exploração mineira.
Os princípios fundamentais da exploração mineira são:
 Segurança;
 Economia;
 Bom aproveitamento do jazigo.
 Protecção Ambiental;
A segurança é o primeiro e o mais importante princípio fundamental da exploração a respeitar
("safety first"), estando relacionada com o princípio atrás referido.
Para que uma exploração possa decorrer com normalidade e eficiência os trabalhadores deverão
sentir-se seguros, e com condições que lhes permitam desempenhar os trabalhos adequadamente.
Caso tal não aconteça, resultará numa menor optimização do trabalho com o consequente aumento
dos custos de exploração, o que vai contra o primeiro princípio enunciado.
A economia é um princípio fundamental já que um jazigo só será explorável se a sua exploração for
rentável. Deste modo há que dedicar particular atenção a todos os factores susceptíveis de se
traduzirem em abaixamento de preços de custo do minério extraído, como sejam por exemplo, a
boa organização e optimização do trabalho e a procura de melhores soluções técnicas.
O bom aproveitamento do jazigo é importante pois não se deve esquecer que a indústria mineira se
caracteriza pelo esgotamento progressivo do seu objecto. Tal significa que a riqueza mineral, salvo
raras excepções, não se regenera, sendo por conseguinte esgotável.
Torna-se por isso indispensável que a boa técnica mineira se baseie no bom aproveitamento dos
jazigos. Para tal é necessário ter em consideração inúmeros aspectos resumidos nas regras
fundamentais da exploração, a seguir enunciadas.
A protecção ambiental é cada vez mais essencial em qualquer projecto de exploração, na medida
em que é necessário preservar o meio que nos rodeia para as gerações seguintes. Por conseguinte
qualquer plano de lavra deverá adoptar medidas e sistemas de protecção do ambiente, bem como
um plano de recuperação ambiental e paisagística.
As principais regras da exploração são:
 Equilíbrio entre os princípios fundamentais;
 Boa aplicação do método de exploração;
 Economia global;
 Minimização de custo de operações diferentes;
 Aperfeiçoamento permanente;
 Aproveitamento racional das condições naturais.
Uma primeira análise dos quatro princípios anteriormente enunciados poderá levar à conclusão de
que actuam em sentido inverso, já que uma exploração muito segura pode ser cara e de mau
aproveitamento, ou que uma lavra muito económica pode ser perigosa e ambientalmente
opressiva.
Por conseguinte pode-se referir que uma das características que melhor define a perfeição de uma
exploração mineira é o grau de equilíbrio conseguido entre os 4 princípios fundamentais.
A boa aplicação do método de exploração é importante, sendo considerado bom método todo
aquele que é seguro, tenha um bom rendimento económico, aproveite bem o jazigo e proteja o
ambiente circundante.
O que se torna fundamental é a sua correcta aplicação, sendo preferível um método regular, bem
aplicado e com continuidade, do que um método "óptimo", mas que é mal compreendido,
imperfeitamente aplicado ou deficientemente gerido.
A economia global é uma regra importante na medida em que qualquer tentativa exagerada de
minimização de custos numa dada operação (por exemplo no desmonte) irá reflectir-se de uma
forma negativa numa operação subsequente (por exemplo na britagem). Deste modo o esforço
tendente à redução do preço de custo do produto deve ser feito de um modo geral considerando o
circuito global (exploração-beneficiação) e não apenas uma parte.
O aperfeiçoamento permanente é sem dúvida uma regra que condiciona todo o processo técnico
e/ou humano. Por conseguinte deve merecer a maior atenção no ramo mineiro e não ser
descurado, como o é, na maioria dos casos.
O aproveitamento de factores naturais, ocorrentes na área do jazigo, pode determinar substanciais
economias, caso sejam tomadas em consideração na aplicação do método de exploração.

2. Métodos de Desmonte a Céu Aberto


A exploração a céu aberto pode ser feita por:
 Degraus direitos;
 Arranque de pequenas ou grandes massas;
Nas explorações a céu aberto a dimensão dos degraus deve garantir a execução das manobras com
segurança, obedecendo às seguintes condições:
 A altura dos degraus não deve ultrapassar 15 m, mas na configuração final, antes de se
iniciarem os trabalhos de recuperação paisagística, esta não deve ultrapassar os 10 m;
 Na base de cada degrau deve existir um patamar, com, pelo menos, 2 m de largura, para
permitir, com segurança, a execução dos trabalhos e a circulação dos trabalhadores, não
podendo na configuração final esta largura ser inferior a 3 m, tendo em vista os trabalhos
de recuperação;
 Os trabalhos de arranque num degrau só devem ser retomados depois de retirados os
escombros provenientes do arranque anterior, de forma a deixar limpos os pisos que os
servem;
 Relação entre o porte da máquina de carregamento e a altura da frente não inferior a 1.
Sendo a exploração a céu aberto feita, na sua grande maioria, por degraus, é necessário a
existência, de acordo com a lei em vigor, de um plano de trabalhos contendo os seguintes
elementos:
 altura das frentes de desmonte (degraus);
 largura das bases dos degraus;
 diagramas de fogo, caso existam;
 situação das máquinas de desmonte em relação à frente e as condições da sua deslocação;
 condições de circulação das máquinas de carregamento, perfuração e transporte;
 condições de circulação dos trabalhadores;
 configuração da escavação durante os trabalhos e no final dos mesmos, devendo-se ter em
conta a estabilidade das frentes e taludes;
 e local de deposição de eventuais escombros e terras de cobertura, área e forma a ocupar
por estes.
Os métodos de desmonte a céu aberto podem ser:
 Flanco de encosta;
 Corta (abaixo da superfície).
Figura 1- Típico Desmonte em Flanco de Encosta

Figura 2- Típico Desmonte em Corta


O método de desmonte está essencialmente dependente das características da exploração, pelo
que o método usado para explorações de rocha ornamental será completamente diferente do
usado em explorações de rochas industriais.
Assim, dado o facto de as operações inerentes ao método de desmonte dos dois tipos de
exploração serem diferentes, optou-se por tratá-los separadamente.

2.1- Rocha Ornamental


Nas explorações de rocha ornamental programa-se o desmonte de blocos primários, blocos esses
que são definidos consoante as características do maciço, as produções requeridas, mão de obra e
equipamentos disponíveis.
Entende-se por tempo de desmonte de um bloco primário o tempo necessário à exploração até à
retirada completa do estéril e do minério gerado pelo mesmo. A exploração de um bloco primário
faz-se em 6 operações fundamentais, as quais se dividem por sua vez em operações secundárias.
As operações fundamentais após a limpeza da rocha útil, são:
 Furação;
 Corte;
 Derrube;
 Esquartejamento;
 Extracção;
 Acabamento.
A definição de cada uma das operações deve constar no plano de lavra e tem por objectivo o
aproveitamento máximo de blocos de dimensão comercial.
O desmonte inicia-se com a operação de furação (Figura 3), sendo os furos realizados com o
objectivo de definir materialmente a área do bloco primário e a largura das fatias, isto é a
dimensão do bloco a desmontar.
Após a execução dos referidos furos é introduzido o fio helicoidal diamantado, roçadora ou jacto
hidráulico com vista à realização do corte de levante (corte de fundo). Em seguida, para
individualização do bloco primário, são realizados os cortes laterais.
Uma vez terminada a individualização do bloco primário, procede-se ao corte do bloco em fatias
que definem o bloco maior transportável, com a operação de esquartejamento.
Após as fatias se encontrarem plenamente individualizadas, são derrubadas sendo os blocos
transportados por grua ou através de outro equipamento de transporte se a corta estiver ligada ao
exterior por rampa. Se o material exceder em peso a capacidade da grua, as dimensões forem
superiores ao arco máximo da monolâmina, ou apresentar irregularidades excessivas, serão
esquartejados na pedreira.

Figura 3 - Operações fundamentais e acessórias de desmonte de rocha ornamental


(Granito)
O derrube de uma fatia é realizado com o auxílio de uma almofada ou macaco hidráulico, que
originam o desequilíbrio da fatia até esta cair numa "cama" previamente realizada (. A cama tem
uma dupla função: amortecer o impacto da queda da fatia derrubada, minimizando a quantidade
de fracturas induzidas pelo choque, e ajudar posteriormente a operação de esquartejamento,
permitindo a passagem do fio adiamantado, sem que seja necessário proceder a nova furação. A
cama é normalmente construída com terra, fragmentos de rochas e pneus velhos.
Figura 4 - Pormenor da operação de derrube de uma fatia
O esquartejamento é sem dúvida a operação crítica no que diz respeito ao correcto planeamento
das operações. Este é bastante influenciado pelas características de fracturação do bloco,
operações anteriores e posteriores, e pelo mercado.
O desmonte termina com a limpeza da frente retirando-se o estéril para a escombreira com o
recurso à pá carregadora, e elevando o minério para o parque de blocos por grua ou dumper.
Pelo facto de os blocos apresentarem dimensões e formas muito variadas, torna-se necessário
efectuar uma operação de acabamento. Esta operação, realizada pela monolâmina, tem por
objectivo a correcção total dos blocos transportados, com vista a posterior comercialização ou a
serragem.
Figura 5 - Operações fundamentais de uma exploração de rocha ornamental (Mármore)
Quer a corta quer a frente em flanco de encosta terão uma inclinação que está limitada pelas
características geomecânicas do maciço, sendo esta inclinação função da relação altura/patamar
(ver Figura 6).

Figura 6 - Inclinação do talude

2.2- Rocha Industrial


A indústria de rocha industrial, ao invés da indústria extractiva de rocha ornamental, realiza o
desmonte do minério com arranque por explosivos no caso de massa mineral consistente, ou por
arranque directo ou hidráulico em massas incoerentes.
Por conseguinte as operações fundamentais de uma exploração de rocha industrial são totalmente
diferentes das operações realizadas numa exploração de rocha ornamental (ver Figura 7).
Figura 7 - Operações fundamentais de uma exploração de rocha industrial

2.2.1- Massas Minerais Coerentes


Neste tipo de explorações são realizados na frente de desmonte pegas de fogo com o intuito de
proceder ao arranque do minério. A realização destas pegas de fogo obedece a determinados
critérios e factores que determinam a concepção e eficiência da mesma.
Quando existe compartimentação geológica é indispensável introduzir a sua presença na previsão
da fragmentação, em virtude de as descontinuidades dos maciços rochosos serem responsáveis por
distribuições irregulares da energia explosiva, quer absorvendo, quer dispersando as ondas da
explosão através de fendas pré-existentes na vizinhança dos furos.
O diâmetro das cargas explosivas deve ser tão próximo quanto possível do diâmetro dos furos, no
caso de explosivos encartuchados, não deve ser nem tão pequeno que impeça o desenvolvimento
completo da detonação, nem tão grande que possa originar vibrações, sopros exagerados, ou
mesmo o fenómeno da sobrefracturação da rocha remanescente.
Em seguida é apresentada uma figura onde pode observar a configuração de uma típica exploração
a céu aberto.
Figura 8 - Típica exploração de rocha industrial a céu aberto
Na etapa de estabelecimento do diagrama de fogo deve-se ter em atenção factores importantes
como:
 Produção por pega de fogo;
 Diâmetro do furo;
 Comprimento do furo;
 Subfuração;
 Inclinação do furo;
 Distância (afastamento) à face livre;
 Nº de furos;
 Espaçamento entre furos;
 Atacamento;
 Carga específica;
 Consumo específico.
Figura 9 - Factores importantes numa pega de fogo a céu aberto
(Extraído de EXPLOSA, 1994)
O diâmetro do furo depende das propriedades da rocha a ser desmontada, do grau de
fragmentação pretendido, da altura da bancada, e está normalmente condicionado ao tipo de
equipamento disponível.
Após a selecção do diâmetro do furo, dimensiona-se o comprimento mais adequado para o
diâmetro escolhido e para as condições existentes, tendo em consideração a inclinação destes, a
altura da bancada e a subfuração.
A subfuração, que varia consoante a distância à face livre e inclinação dos furos, facilita a execução
da pega de fogo. No caso de não ser feita a subfuração, a base da bancada não será arrancada
segundo um ângulo de 90º, originando por isso um repé.

A- Furo Vertical B- Furo Inclinado


L - Altura da bancada
J - Subfuração
H - Comprimento do furo
B - Distância à face livre
PC - Comprimento da carga
T - Atacamento
P - Detonador
Figura 10 - Nomenclatura de um furo
(Adaptado de ATLASCOPCO)
O uso de furos inclinados é uma prática bastante comum nas pegas de fogo, uma vez que
apresenta algumas vantagens, tais como:
 bancadas mais seguras;
 melhor fragmentação;
 maior produção;
 diminuição do consumo de explosivo;
 menores vibrações.
O ajustamento da distância à face livre e o espaçamento entre furos permite melhorar os
resultados de fragmentação e arranque da rocha, que se traduzem numa diminuição do consumo
específico de explosivo.
O atacamento deve ter um comprimento semelhante ao valor da distância à face livre de modo a
não originar blocos de grandes dimensões provenientes da parte superior da bancada, não devendo
ser muito inferior pois nesse caso existe a possibilidade dos gases da explosão se escaparem e
provocarem projecções além da perda do efeito da expansão gasosa sobre a rocha.

Figura 11 - Componentes principais de um Jumbo de furação de bancada


(Adaptado de Tamrock, 1984)
Deve ser realizado com material de granulometria fina ou com material destinado para o efeito, tal
como argila, areia não siliciosa, pó da furação, água em manga de plástico, etc.
Nos diagramas de fogo a céu aberto a energia do explosivo necessária para que se produza a
rotura da rocha não é constante em toda a altura da bancada. Com efeito as tensões libertadas
pela detonação devem ser superiores à resistência da rocha ao longo da bancada, especialmente
na sua base.
Por tal razão a carga de fundo (ver Figura 9) possui geralmente maior energia que a carga de
coluna, embora a dimensão desta última dependa da altura da bancada.
O atacamento, embora seja muitas vezes esquecido, é uma operação muito importante. Se esta
operação não for correctamente executada pode acontecer que se originem no interior do furo
vazios, o que origina uma grande quebra no rendimento do explosivo, devido à perda de eficiência
por parte deste.
Outro aspecto importante a evitar é a folga (desacoplamento), que se define pela relação entre os
diâmetro dos furos e o diâmetro das cargas explosivas, a qual deve ser o mais próximo possível da
unidade, para a qual contribuirá uma boa compactação do explosivo do furo.
O consumo específico pode definir-se como a relação entre o peso de explosivo utilizado na pega
de fogo e o volume total de rocha desmontada.
No que concerne ao dimensionamento dos diagramas de fogo, este tem sido elaborado por
diversas fórmulas envolvendo os respectivos parâmetros geométricos, algumas com certo
fundamento científico, mas quase todas baseadas em relações empíricas.
Existem também ábacos e até réguas de cálculo construídos para o mesmo fim, mas quase todos
estes métodos apresentam o inconveniente de desprezarem um grande número de variáveis que
influenciam o fenómeno de desmonte. Assim, é habitual algumas dessas fórmulas pretenderem
aplicar-se a todos os tipos de rocha, outras não introduzem indicações sobre as propriedades do
explosivo, etc.
A principal razão para que existam tais expressões aproximadas deve-se à complexidade,
variabilidade e elevado número de parâmetros que influem nos resultados de um desmonte.
ATEHISON considerou a existência de 20 parâmetros distintos que têm influência decisiva nos
desmontes, dividindo-os em 3 grupos:
 Parâmetros relativos ao explosivo: densidade, velocidade de detonação, pressão de
detonação, impedância de detonação, volume de gases libertados e energia disponível.
 Parâmetros respeitantes ao carregamento dos explosivos nos furos: diâmetro e
comprimento dos furos, natureza do atacamento, espaço livre entre o explosivo e paredes
do furo, tipo de escorvamento e ponto de iniciação.
 Parâmetros relativos à rocha: densidade, velocidade sísmica, impedância característica,
índice de absorção de energia, tensão de rotura à compressão e à tracção,
heterogeneidade e estrutura do maciço rochoso.
Além destes há a considerar certos factores externos (como por exemplo, a natureza e toxicidade
dos fumos e a resistência do explosivo à humidade existente no interior dos furos) que podem ditar
a escolha de tipos de explosivos em contradição com as regras gerais. Por conseguinte, o recurso
às fórmulas empíricas e ao trabalho por tentativas são muitas vezes as únicas soluções disponíveis
para projectar adequadamente um desmonte, face à dificuldade intrínseca do problema.
A Figura 12 apresenta as especificações geométricas principais de um desmonte em bancadas, com
a respectiva legenda explicativa.

Figura 12 - Especificações Geométricas dos Esquemas de Fogo para Desmontes em


Bancadas
(Adaptado de Gama, C. Dinis , 1988)
Em seguida são apresentadas as relações numéricas lineares, onde as letras têm o significado
referido na Figura 12.
A = KA x d (25 £ KA £ 40)
S = KS x A (1.25 £ KS £ 5)
h = Kh x A (1.5 £ Kh £ 4)
G = KG x A (0.2 £ KG £ 0.5)
T = KT x A (0.5 £ KT £ 1)
Segundo a ordem indicada, a partir do conhecimento do diâmetro dos furos determina-se o
afastamento das cargas, e este último permite calcular os restantes parâmetros geométricos do
diagrama de fogo.
De salientar que o processo de selecção do tipo de explosivo a utilizar em determinado desmonte
deve ser coerente com o seu mecanismo de actuação após a detonação, e com a reacção da rocha
aos correspondentes efeitos mecânicos.
Em relação o diâmetro das cargas explosivas, a sua escolha deve atender a diversos factores, entre
os quais, a salientar:
 tão próximo quanto possível do diâmetro dos furos (no caso de explosivos com forma
geométrica fixa).
 diâmetro nem tão pequeno que impeça o desenvolvimento completo da detonação, nem
tão grande que possa originar vibrações, sopros exagerados, ou mesmo o fenómeno de
sobrefracturação da rocha remanescente.
2.2.2- Massas Minerais Incoerentes
A exploração de massas minerais incoerentes pode ser feita por desmonte directo ou desmonte
hidráulico.
O desmonte directo pode ser manual ou mecânico e consiste em atacar directamente a frente de
desmonte de modo a individualizar o minério. Por conseguinte a sua utilização está limitada a
massas minerais que sejam facilmente desagregadas.
São várias as explorações de massa mineral por desmonte directo mecânico, sendo a exploração de
argila, areia e outros materiais de construção as mais comuns.
Nas explorações de argila, areia, cascalho ou quaisquer outras massas de fraca coesão, devem ser
observadas as seguintes regras:
 Se a exploração não for feita por degraus, o perfil da frente não deve ter inclinação
superior ao ângulo de talude natural do terreno;
 Se a exploração for feita por degraus, a sua base horizontal não pode ter, em nenhum dos
seus pontos, largura inferior à altura do maior dos dois degraus que separa, e as frentes
não podem ter inclinação superior à do talude natural;
 Se o método de exploração exigir a presença normal de trabalhadores na base do degrau,
a sua altura não pode exceder 2 m.
O desmonte hidráulico consiste em utilizar a força hidráulica (essencialmente água) nas frentes de
desmonte para a desagregação do minério (Figura 13).
De todos os sistemas de exploração existentes, o hidráulico é o único que permite combinar o
desmonte de um material, o seu transporte para uma estação de tratamento e sua recuperação
nessa mesma estação, assim como o posterior escoamento dos resíduos com a energia obtida por
um fluxo de água.
Aplica-se fundamentalmente onde os materiais são desagregados por acção de água à pressão,
como as aluviões de ouro, cassiterite, diamantes, ilmenite, rútilo, zircónio; formações argilosas,
arenosas e outras.
Os equipamentos hidráulicos são equipamentos de desmonte, constituídos por uma lança ou
canhão orientável, de largo diâmetro, que projecta um jacto de água sobre o maciço rochoso, que
permite desagregar e arrastar os materiais, cujo estado de consolidação é apropriado para tal
finalidade.
A utilização destes equipamentos tem as seguintes vantagens:
 Desmonte contínuo do material a explorar;
 Infra-estrutura mineira reduzida;
 Equipamentos mais económicos;
 Menores necessidades de pessoal e com menor especialização;
 Baixo custo de operação.
Os inconvenientes principais são:
 Condições específicas do material a desmontar;
 Grandes necessidades em caudal e pressão de água;
 Necessidade de grandes áreas para retenção de resíduos;
 Escassas probabilidades de selectividade;
 Aplicabilidade do sistema quando o processo de tratamento posterior é feito em via
húmida;
 Condições topográficas adequadas para a circulação dos materiais desmontados;
 Disposições restritivas sobre contaminação e impacto ambiental.

Figura 13 - Desmonte Hidráulico


Na realização do desmonte hidráulico devem ser observadas as seguintes regras:
 Os operários e os equipamentos que efectuam o desmonte devem estar protegidos por
uma distância adequada de forma que os possíveis desmoronamentos e deslizamentos do
talude não os atinjam;
 É proibida a entrada de pessoas não autorizadas nos taludes onde se realiza o desmonte
hidráulico;
 O pessoal, no desmonte hidráulico deve estar provido de equipamento específico e
adequado para serviços em condições de alta humidade;
 Para instalações do desmonte hidráulico que funcionam com pressões de água acima de 10
Kg/cm2 devem ser cumpridas as seguintes regras adicionais:
a) os tubos, os acoplamentos e os suportes das tubagens de pressão devem ser apropriados para
esta finalidade (certificados dos fornecedores, provas aleatórias);

b) deve existir um suporte para o equipamento

c) a instalação deve ter um dispositivo para desligar a bomba de pressão em caso de emergência,
podendo este ser accionado pelo pessoal que estiver a trabalhar com o equipamento.
De acordo com as características mecânicas do maciço rochoso existem dois esquemas de
exploração básicos:
 Desmonte directo do material que se encontra na frente de trabalho;
 Desmonte do material, após uma previa desagregação;
O princípio geral de trabalho quando é possível desmontar o maciço directamente, corresponde ao
seguinte esquema operativo:
 Projecção do jacto sobre o pé do talude de modo a criar uma sobreescavação do mesmo
até que se origine a queda do talude;
 O material desmontado é submetido à acção do jacto de modo a promover a sua
desagregação e escoamento ao longo do canal de transporte;
 Uma vez limpa a frente, o equipamento é aproximado da nova frente de trabalho,
repetindo-se o ciclo.
As distintas possibilidades de posicionamento do equipamento dão origem as três esquemas de
exploração, segundo as direcções relativas do jacto projectado e da polpa escoada (ver Figura 14):
a. Em direcção
b. Em contracorrente
c. Misto
Legenda:
1- Equipamento 5- Estação de bombagem
2- Tubagem de alimentação 6- Tubagem da polpa
3- Canal de transporte 7- Polpa
4- Captação
Figura 14 - Diferentes desmontes hidráulicos
O desmonte em direcção é caracterizado pela direcção de circulação da polpa coincidir com a
direcção do jacto de água projectado, sendo aplicado sobre frentes com altura inferior a 8 m.
O desmonte em contracorrente aplica-se fundamentalmente em grandes frentes de trabalho que
podem variar entre os 20 a 30 m, sendo esta a altura máxima permitida por motivos de segurança.
O desmonte misto é utilizado quando se aplicam vários equipamentos na mesma frente de
trabalho, permitindo o arranque do material situado na zona intermédia de dois equipamentos

3. Sistema e Circuito de Transporte


O sistema e circuito de transporte em minas a céu aberto depende de inúmeros factores, sendo de
realçar os seguintes:
 Tipo de exploração;
 Condições de trabalho;
 Produção;
 Características do material desmontado.
Os referidos factores, associados a muitos outros, vão determinar o modo como as operações de
perfuração, carga e transporte se desenrolarão, o modo como estas se conjugam ao longo da vida
da exploração, bem como o tipo de sistema adoptado.
O sistema e circuito de transporte pode ser de dois tipos:
 Contínuo;
 Cíclico.
Nas operações contínuas em que certas máquinas combinam ou realizam simultaneamente o
arranque e a remoção, as operações de corte, perfuração e uso de explosivos são eliminados,
sendo o arranque e a carga (extracção) realizados numa única ou simples função, a escavação.
A adopção de um sistema contínuo, em exploração a céu aberto, está essencialmente dependente
da inclinação dos taludes, ou seja, da profundidade da exploração e da coesão e granulometria do
material (ver Figura 15).
Figura 15 - Sistema contínuo
Nas operações mineiras de superfície ou a céu aberto, os equipamentos mais comuns em sistema
contínuo são as correias (ou telas) transportadoras e os minerodutos.
No caso das operações cíclicas, as máquinas normalmente realizam em simultâneo as operações de
carga e transporte, denominando-se por vezes máquinas de remoção.
Dependendo do tipo de sistema existente são empregues diferentes equipamentos para a
realização do transporte.
No caso dos sistemas cíclicos os equipamentos mais utilizados são os dumpers, as pás mecânicas, e
as gruas, sendo esta última determinante quando os trabalhos se desenvolvem em profundidade
(ver Figura 16).

Figura 16 - Sistema cíclico


Para que o transporte em explorações a céu aberto seja feito em segurança, devem ser observados
os seguintes pontos:
 Devem ser balizados os limites exteriores das bancadas utilizadas como estradas;
 A largura mínima das vias de trânsito deve ser 2 vezes maior que a largura do maior
veículo utilizado, no caso de um via única, e 3 vezes no caso de vias duplas;
 É proibido o tráfego de veículos quando a visibilidade for 2 vezes inferior à distância mínima
de travagem do veículo, rodando à velocidade máxima permitida;
 Circulação perto do talude, devendo a demarcação ser visível de modo a evitar a queda do
veículo;
 Deve existir um regulamento interno de circulação e as vias devem ter sinalização
adequada;
 A circulação em via dupla nas cortas deve fazer-se de modo que os veículos carregados
circulem na parte interior da bancada, isto, é no lado da frente do degrau (ver Figura 17);

Figura 17 - Circulação em via dupla

4. Sistema e Circuito de Esgoto


A presença de água nas explorações causa problemas ao nível da produção, estabilidade de
taludes, segurança, controle de poluição e por conseguinte no custo de exploração.
A realização das operações de esgoto tem como objectivo a combinação dos seguintes aspectos:
 Melhorar a estabilidade dos taludes;
 Melhorar as condições de trabalho;
 Proteger a qualidade da água e dos aquíferos.
Para além dos referidos problemas as actividades decorrentes de explorações podem produzir
alterações no regime das condições hidrogeológicas e da qualidade da água. Quando se atinge o
nível freático nas explorações a céu-aberto pode haver grande afluência da água, sendo necessário
recorrer à bombagem, que por sua vez pode provocar alterações no nível piezométrico e diminuir a
quantidade de água disponível para as populações e culturas vizinhas da área em exploração.
Por conseguinte, todas as informações úteis à posição, extensão e profundidade dos antigos
trabalhos e das acumulações de água, nomeadamente camadas aquíferas reconhecidas e fontes
naturais à superfície que existam no perímetro ou na vizinhança de uma exploração, devem ser
registadas em mapas actualizados.
Outra medida importante é a realização prévia de estudos geotécnicos e hidrogeológicos que
permitam prever o comportamento dos terrenos, bem como a realização de sondagem de
reconhecimento.
No que respeita à operação de esgoto são vários os sistemas a adoptar para o correcto desvio e
captação das águas com vista à sua completa remoção da exploração mineira:
 Valas de drenagem na zona envolvente à área de exploração;
 Valas de drenagem nos patamares e fundo da exploração;
 Furos subhorizontais para drenagem das águas subterrâneas do interior do talude;
 Poços verticais realizados na área envolvente à exploração;
 Poços verticais realizados nas bancadas ou no fundo da exploração;
 Combinação dos sistemas anteriores;
A selecção de um sistema e circuito de esgoto adequado é crucial para o sucesso da operação,
dependendo este dos seguintes factores:
 Geologia e hidrogeologia do local;
 Magnitude do sistema;
 Método de exploração;
 Custo.
Valas de drenagem na zona envolvente da área de exploração
O referido método deve ser aplicado quando o aquífero é de baixo caudal. O método é pouco
oneroso, e deve ser realizado em conjunto com a drenagem da água superficial.
O circuito consiste em captar a água nas valas de drenagem existentes à volta do perímetro da
exploração, por onde são conduzidas por gravidade para uma depressão de modo a serem
colectadas. Após decantação, as águas podem ser utilizadas na rega de itinerários, lavagem de
camiões ou conduzidas para a bacia hidrográfica.

Figura 18 - Sistema de drenagem por valas de drenagem na zona envolvente da área de


exploração

Valas de drenagem nos patamares e no fundo da exploração


O sistema e circuito de esgoto é em tudo semelhante ao anterior. A diferença reside apenas no tipo
de aquífero; enquanto que as valas à superfície são na sua grande maioria aplicadas na drenagem
de aquíferos não confinados, as valas nos patamares e no fundo da exploração são usadas para a
drenagem de aquíferos confinados.
As águas são colectadas, sendo em seguida conduzidas para uma bacia de decantação no fundo da
exploração de modo a serem posteriormente bombeadas para uma bacia no exterior.
Figura 19 - Sistema de drenagem por valas de drenagem nos patamares e no fundo da
exploração

Furos subhorizontais
Este método torna-se bastante eficaz quando a água subterrânea afecta a estabilidade de um dado
talude.
O método consiste na realização de furos subhorizontais no maciço através dos quais são
normalmente, embora não seja necessário, introduzidos tubos de PVC. Estes furos apresentam uma
ligeira inclinação (2 a 5º) de modo a que a drenagem se possa fazer por gravidade.
Os drenos podem ser furados a partir do fundo da exploração, ou de uma bancada, mas sempre a
partir do ponto mais baixo do aquífero a ser drenado.
O circuito do referido sistema é simples e semelhante aos anteriores. A água que sai dos furos é
drenada por valas de modo a ser colectada num ponto baixo, onde é em seguida bombada para o
exterior da exploração.
As principais vantagens deste sistema são a rapidez de execução, o relativo baixo custo de
instalação, o consumo de energia nulo, pois a drenagem faz-se por gravidade, o baixo custo de
manutenção e a longa durabilidade e flexibilidade.
A principal limitação no uso do referido sistema é o facto de só poder ser economicamente
efectuado apenas depois da escavação estar realizada, e não antes desta. Em muitos casos, o
tempo necessário para a instalação de um sistema eficaz é suficiente para que ocorram
desabamentos nos taludes.
Figura 20 - Sistema de Drenagem por furos subhorizontais

Poços verticais realizados na área envolvente à exploração


A drenagem através de poços verticais é um sistema bastante utilizado. A água pode ser retirada
por bombagem, sendo o caso mais comum é o uso de bombas submersíveis.
A grande vantagem deste sistema é a possibilidade de retirar a água antes de iniciar os trabalhos
de exploração, prevenindo assim a contaminação da água e anulando qualquer interferência desta
com as operação mineiras. A possibilidade de drenar vários aquíferos com um único poço, obtido
por este sistema, não é imediatamente conseguido através dos outros métodos referidos.
A grande desvantagem do sistema é o custo de energia necessário para efectuar a operação,
principalmente quando se trata de um aquífero de elevado caudal sobre uma camada impermeável.
Poços verticais realizados nas bancadas ou no fundo da exploração
Os aspectos técnicos do presente sistema são em tudo semelhantes ao anterior.
A vantagem na realização dos furos no fundo da exploração, consiste na diminuição da coluna de
água a ser bombada, o que resulta numa diminuição de custos de energia.
As desvantagens residem no difícil acesso ao local onde os furos serão realizados, e na
interferência com as operações mineiras.
Combinação dos sistemas anteriores
Em muitos projectos de esgoto, são usados dois ou mais sistemas referidos anteriormente,
podendo-se simultaneamente combinar as vantagens dos vários métodos e minimizar as suas
desvantagens, obtendo-se uma optimização da operação de esgoto.
. Abastecimento de Energia, Ar Comprimido e Água Industrial

5.1- Abastecimento de Energia Eléctrica


Sendo a energia eléctrica a fonte principal de explorações mineiras, o abastecimento de energia
torna-se uma operação de extrema importância.
Esta é responsável pelo accionamento e funcionamento de variadíssimas instalações e
equipamentos que realizam operações vitais para a realização das operações de desmonte,
extracção, esgoto, etc.
O desenvolvimento da utilização da electricidade tem sido bastante grande, sendo hoje em dia, a
fonte de energia mais usada nas diferentes explorações.
O seu desenvolvimento deve-se a inúmeros factores:
 Rendimento (8 vezes superior ao do ar comprimido);
 Custo de energia;
 Custo de manutenção;
 Regularidade de marcha;
 Potência;
 Facilidade de estabelecimento de ligações:
a) facilidade de ligar vários equipamentos utilizados;
b) limitação de esforços;
c) telecomando;
 Permite o telecontrolo, ou seja o controlo à distância e monitorização de máquinas e
equipamentos;
 Automação.
No entanto, apesar de tantas vantagens, a electricidade apresenta uma série de desvantagens face
ao ar comprimido, sendo eles:
 Segurança:
a) risco de electrocussão;
b) risco de incêndio;
c) risco do grisu (faíscas);
 Custo elevado da aparelhagem eléctrica;
 Dificuldade de electrificar os aparelhos de movimento alternado.
A maioria dos sistemas de abastecimento de energia eléctrica são constituídos pelas seguintes
componentes:
 Fontes de alimentação de corrente alterna;
 Fontes de alimentação de corrente contínua;
 Linhas de transmissão;
 Transformadores;
 Rectificadores;
 Condensadores de correcção;
 Condensadores de sobretensão.
Toda a exploração deve apresentar plantas dos esquemas de abastecimento de energia eléctrica
onde estejam, pelo menos, representado:
 a ligação da energia da companhia ao transformador principal da mina;
 o cabo de alimentação principal;
 o esquema eléctrico de alimentação das instalações em subsolo e superfície
 as transmissões, linhas e cabos de tensão;
 Painéis.
O licenciamento e fiscalização das instalações eléctricas, bem como dos respectivos anexos, rege-se
pela legislação vigente para as demais instalações eléctricas, da competência da Direcção Geral de
Energia.
O projecto das instalações eléctricas é entregue no Instituto Geológico e Mineiro (I.G.M.).
As instalações eléctricas tem de obedecer aos regulamentos de segurança do domínio da
electricidade, sendo a destacar, entre outros, os seguintes pontos:
 Nas instalações e nos serviços de electricidade, devem ser observadas no projecto,
execução, operação, manutenção, reforma e ampliação, as normas técnicas oficiais
estabelecidas pelo órgão competente e, na falta destas, as normas internacionais vigentes;
 Todas as partes das instalações eléctricas a serem operadas, ajustadas ou examinadas
devem ser projectadas, executadas e dispostas de maneira que permita um espaço
suficiente para trabalhar em segurança e de modo que seja possível prevenir, por meios
seguros, os perigos de choque eléctrico e de todos os outros tipos de acidentes;
 Todas as instalações eléctricas devem estar convenientemente protegidas contra impactos
ocasionais, água, poeira, animais e influência de agentes químicos;
 Os cabos e linhas eléctricas, especialmente no subsolo, devem ser dispostos de modo que
não sejam danificados por qualquer meio de transporte, lançamento de fragmentos ou pelo
peso próprio;
 Redes eléctricas, transformadores, motores, máquinas e circuitos eléctricos, devem ser
equipados com dispositivos de protecção automáticos ou fusíveis para os casos de curto
circuito, sobrecarga, queda de tensão e/ou fase;
 Toda a rede eléctrica deve possuir ligação à terra, em intervalos definidos, conforme o
projecto, devendo os pontos de ligação estar assinalados;
 Todos os dispositivos de protecção ao sistema eléctrico devem ser inspeccionados
regularmente, de acordo com as instruções do fabricante e normas técnicas vigentes;
 A pedreira deve ser dotada de instalações de emergência que, por motivos de segurança,
garantam o funcionamento de equipamentos de transporte de pessoal, de esgotos e de
iluminação colectiva.
Na realização de trabalhos do tipo eléctrico devem ser observados, entre outros, os seguintes
pontos:
 A instalação, a operação e a manutenção de instalações eléctricas devem ser executadas
apenas por pessoal qualificado, treinado e com autorização do responsável da pedreira;
 Deverá conhecer perfeitamente os procedimentos para realizar qualquer tipo de reparação
ou modificação que afecte uma instalação eléctrica;
 Deve ter à sua disposição elementos de protecção e isolamento, tanto pessoal como
material, adequados ao tipo de tensão da instalação;
 É estritamente proibido trabalhar numa instalação eléctrica com tensão;
 A autorização e responsabilidade, tanto do corte como restabelecimento da tensão numa
instalação eléctrica objecto de revisão ou reparação;
 Evitar a existência de lamas ou fogo nas proximidades dos transformadores de modo a
prevenir incêndios;
 Os trabalhos sobre linhas eléctricas aéreas só se realizarão após garantia de que os
circuitos estão fora de serviço;
 Na presença de tempestades devem ser interrompidas quaisquer actividades em linhas
eléctricas aéreas;
No que respeita a inspecções, devem ser observados os seguintes pontos:
 As inspecções a instalações eléctricas devem ser efectuadas, sempre que possível, em
conjunto, pelas entidades competentes.
 Sempre que a entidade inspectora determine a aplicação de medidas que possam acarretar
a paragem total ou parcial da laboração, deve o I.G.M. ser ouvido previamente.

5.2- Abastecimento de Ar Comprimido


Nas explorações a céu aberto, o ar comprimido tem várias aplicações, sendo de referir a sua
utilização no accionamento de ferramentas (martelos, etc), de motores (bombas, etc).
As suas principais vantagens são:
 As máquinas e ferramentas a ar comprimido são robustas, e por conseguinte apresentam
um bom tempo de vida e baixo custo de manutenção;
 As canalizações de ar comprimido são menos delicadas que as transmissões eléctricas;
A sua utilização tem porém, alguns inconvenientes. A principal é o facto de o seu rendimento de
utilização ser muito baixo, podendo em alguns casos atingir 30%, valor este correspondente à
diferença entre a energia fornecida ao compressor e a energia libertada no aparelho utilizador.
Por conseguinte, e embora o ar comprimido tenha ainda utilizações dificilmente substituíveis, tende
a ser cada vez mais preterido em favor da energia eléctrica.
Uma boa eficiência das máquinas utilizadoras só pode ser obtida se as redes de distribuição que as
alimentam forem concebidas de modo a poder fornecer-lhes, à pressão devida, ar de boa
qualidade.
Para que tal seja obtido, uma rede de distribuição deve oferecer as seguintes garantias:
 Pequena queda de pressão nas tubagens, para que as máquinas utilizadoras possam ser
alimentadas à pressão devida;
 Rigorosa estanquecidade, segurança de funcionamento e baixo custo de manutenção;
 Eliminação da água de condensação, com o objectivo de evitar diluição das lubrificações e a
formação de gelo nas condutas e mecanismos;
 Custo de instalação o mais baixo possível.
Uma inadequada rede de distribuição de ar comprimido originará elevadas despesas de energia,
baixa performance dos equipamentos originando um fraca produção.
No que respeita aos compressores devem ser observadas as seguintes regras de segurança:
 Os compressores e respectivos equipamentos de condução e distribuição de ar comprimido
utilizados devem observar as normas específicas de segurança e obedecer aos modelos
aprovados nos termos da legislação em vigor;
 Os compressores e respectivos equipamentos de condução e distribuição de ar comprimido
devem ser periodicamente examinados, de acordo com as instruções do fabricante, de
modo a mantê-los em perfeitos estado de funcionamento;
 Só pode ser usado óleo cujo valor da temperatura do ponto de inflamação seja indicado e
garantido pelo fabricante;
 As operações de manutenção devem ser anotadas no livro de registo.
De salientar que a instalação de compressores é precedida da respectiva licença, concedida pelo
Instituto Geológico e Mineiro (I.G.M.). Depois da montagem deverá ser requerida uma vistoria e
prova da instalação e do reservatório de ar comprimido.
Nas redes de ar comprimido é de máxima conveniência a intercalação de separadores de água de
condensação (purgadores), para que esta não chegue aos locais de utilização onde, por um lado,
prejudica a lubrificação das máquinas utilizadoras, arrastando o óleo lubrificante, e, por outro, por
congelação, devido ao arrefecimento provocado pela expansão do ar.
As mangueiras e os seus acessórios são outra componente importante nas redes de distribuição,
uma vez que estabelecem a ligação entre máquinas e ferramentas que utilizam o ar comprimido e a
rede de distribuição. Estas, pelo facto de introduzirem perdas de carga apreciáveis e proporcionais
ao seu comprimento, devem ser o mais curtas possíveis.
Sendo destinadas, geralmente, a permitir o fácil deslocamento das ferramenta e equipamentos
pneumáticos, ao longo dos locais de trabalho, há a necessidade de que tenham a robustez e a
resistência ao desgaste suficientes para que possam ser arrastadas, sem grandes preocupações ao
longo dos pisos irregulares e muito abrasivos.
Legenda:
1. Compressor 4. Purgador com colector de poeiras
2. Reservatório de ar 5. Jumbo de furação
3. Misturador
Figura 21 - Abastecimento de ar comprimido
Outro ponto fundamental no abastecimento de ar comprimido é a manutenção das redes de
distribuição de ar comprimido. A manutenção consiste, essencialmente, em verificar e garantir a
sua estanquecidade com o objectivo de minimizar as fugas.
As fugas mais importantes, que podem atingir facilmente 25% do débito dos compressores, são as
pequenas fugas. Estas são, normalmente, as responsáveis pelo essencial das perdas globais das
redes uma vez que, ao contrário das grandes, são mais difíceis de detectar.

5.3- Abastecimento de Água Industrial


O abastecimento de água industrial é importante na medida em que esta é utilizada durante a
exploração em variadíssimas aplicações, pelo que projecto da rede e dimensionamento da mesma
deve ser feito de acordo com as necessidades da exploração.
A rede de abastecimento de água industrial pode ser feita:
 Por sondagens;
 Por captações;
 Pela rede pública.
A primeira opção é usada no caso de a zona onde a exploração está inserida não ter uma cursos de
água importantes ou próximos da exploração, mas tem aquíferos subterrâneos próximos da área
circundante, pelo que se realizam as referidas sondagens.
Caso a exploração esteja situada numa zona onde a rede hidrográfica é extensa, são realizadas
captações junto dos cursos de água com vista ao abastecimento de água em quantidades
suficientes. Esta opção pode ser em muitos casos a mais vantajosa do ponto de vista económico,
na medida em que são efectuados apenas investimentos ao nível da rede.
Quando não é possível realizar nenhuma das anteriores opções, o abastecimento de água deverá
ser feita pela rede pública sendo esta a solução mais onerosa.
As redes de abastecimento são na sua maioria constituídas por tubos galvanizados (de modo a
conferir melhor resistência), tubos esses que se colocam no chão descendo ao longo do patamares
até atingir o fundo da exploração, de modo a servir as frentes de desmonte.
A sua manutenção não deve ser descurada pois a existência de fugas, implica a existência de água
ao longo dos trabalhos, com o consequente aumento de custo na operação de esgoto.
No que respeita às suas aplicações esta desempenha um papel importante nas frentes de
desmonte, sendo no caso das explorações de rocha ornamental com uso de fio diamantado de
extrema importância pois é usada no arrefecimento do fio aquando da operação de corte. Por
conseguinte a rede de abastecimento deverá ser projectada até às várias frentes de desmonte.
. Anexos Mineiros

6.1- Aterros de Terras de Cobertura


Nas explorações a céu aberto as terras de cobertura devem ser retiradas para uma distância de
segurança suficiente do bordo superior da exploração, deixando-se livre uma faixa com a largura
mínima de 2 m, a circundar e limitar o referido bordo.
Deste modo deve ser garantido o armazenamento do solo de cobertura tanto quanto possível
próximo do seu estado inicial, tendo em vista a posterior reconstituição dos terrenos e da flora, de
modo a se proceder à adequada aplicação das técnicas e normas de higiene e segurança, e ao
cumprimento das apropriadas medidas de protecção ambiental e recuperação paisagística.
Por conseguinte a localização do aterro está dependente da forma final da escavação.

6.2- Aterros de Estéreis (Escombreiras)


As rochas estéreis provenientes de explorações a céu aberto depositam-se, geralmente, em montes
que constituem as escombreiras.
A escolha de um local para o dimensionamento e construção de uma escombreira deve-se basear,
entre outros, em critérios da seguinte natureza:
 Técnicos;
 Económicos;
 Ambientais;
 Socioeconómicos.
Para a construção de uma escombreira, para além dos referidos critérios, é preciso ter em atenção
vários factores, tais como:
Local de implantação
Entre os critérios específicos mais importantes encontram-se os limites da área mineralizada, a
distância de transporte desde a exploração até à escombreira, que afecta o custo total da
operação, a capacidade de armazenamento necessária, que vem imposta pelo volume total de
estéril a transportar, e as alterações potenciais que podem produzir-se sobre o meio natural e as
restrições ecológicas existentes na área onde a escombreira é realizada.
Por conseguinte, a selecção da área de implantação de uma escombreira obedece a um número de
objectivos, sendo a destacar os seguintes:
 Minimizar os custos de remoção;
 Obter a integração e restauração da estrutura, no final da exploração;
 Garantir a drenagem;
 Minimizar a área afectada;
 Evitar a alteração e impacto em habitates e espécies protegidas.
Dimensão e forma
A dimensão das escombreiras está dependente do volume de estéril que é preciso retirar para a
extracção do minério. Tal quantidade de material depende, nas minas a céu aberto, não só da
estrutura geológica do jazigo e da topografia da área, como também do valor económico do
mineral e dos custos de extracção do estéril.
Em relação à exploração do jazigo, as escombreiras podem-se classificar em dois tipos: interiores,
quando se encontram dentro do vazio criado pela exploração; exteriores, quando se encontram em
terrenos contíguos à exploração.
Atendendo às formas naturais do terreno e às condições normais de exploração, o tipo de
escombreiras mais frequentes são as exteriores, sendo a destacar os seguintes tipos: em vale; em
flanco de encosta; em altura.
Geologia e capacidade
No que respeita ao local onde a escombreira será realizada, é necessário proceder a uma
investigação de campo que corrobore, por um lado, a não existência de mineral no subsolo, que
poderia ser potencialmente explorável no futuro, e por outro, permitir a obtenção de amostras e
informação sobre as características geotécnicas dos materiais que constituem a base do depósito.
Método e sistema de construção
De acordo com a sequência de construção, em terrenos inclinados (o caso mais comum), os tipos
de escombreiras que se podem distinguir são quatro:
 livre;
 por fases;
 com dique de retenção no pé do talude;
 por fases ascendentes sobrepostas.

Figura 22 - Tipos de Escombreiras segundo a sequência de construção


A formação livre só é aconselhável em escombreiras de pequenas dimensões e quando não existe o
perigo de derrocada de blocos. Caracteriza-se por apresentar um talude coincidente com a
inclinação máxima que permita a estabilidade dos taludes, e por apresentar uma acentuada
separação granulométrica do estéril ou acumulação de blocos no sopé.
Este método, embora seja o mais utilizado até à data, apresenta-se como o mais desfavorável do
ponto de vista geotécnico.
As escombreiras por fases proporcionam factores de segurança mais elevados, uma vez que os
taludes finais são mais baixos. A altura total pode estar limitada por factores associados ao acesso
aos níveis inferiores.
Quando os estéreis não são homogéneos e apresentam diferentes litologias e características
geotécnicas, pode ser conveniente a construção de um dique no pé do talude com o estéril de
maior dimensão e resistência, de modo a que actuem como obstáculo ao escorregamento do
restante material depositado.
O tipo de construção por fases ascendentes sobrepostas confere uma maior estabilidade, uma vez
que se diminuem os taludes finais e se obtém uma maior compactação dos materiais.
Por tudo isto constata-se que a sequência de construção de uma escombreira incide directamente
sobre a estabilidade das referidas estruturas e sobre a economia da operação, sendo necessário na
maioria dos casos chegar a uma solução de compromisso entre ambos os factores.

6.3- Bacias de Lamas


A função principal destas estruturas consiste em armazenar permanentemente os estéreis sólidos e
reter temporariamente os efluentes líquidos provenientes das instalações de tratamento.
Quando os referidos efluentes contêm contaminantes tóxicos, as presas devem ser projectadas
para armazenar a água durante um largo período de tempo, até que se degradem as substâncias
químicas nocivas, ou até que a água se evapore.
As bacias de lamas diferem dos aterros de estéreis convencionais em três aspectos básicos:
Ê As bacias de lamas armazenam tanto sólidos como líquidos;
Ë Em muitos casos, as próprias lamas são utilizadas como material de construção devidamente
preparados;
Ì As bacias são construídas, normalmente, por etapas seguindo o desenrolar das operações;
De referir que nas últimas décadas observou-se um enorme progresso no projecto e construção de
bacias de lamas, no que respeita ao campo da hidrologia e geotecnia. Tal avanço deve-se
principalmente às exigências de segurança e protecção ambiental que estão, nos dias de hoje,
inerentes a qualquer projecto mineiro.
Na tabela seguinte são apresentados os diversos factores que influenciam o dimensionamento e
construção de uma bacia de lamas:
Tabela: Factores que influenciam o dimensionamento e construção de bacias de lamas
Características das Características dos
Factores Locais Limitações Ambientais
lamas efluentes
Características
Químicas:
- pH
Geologia Produção de resíduos - catiões metálicos Qualidade do ar
- potencial
- oxidação/redução
- toxicidade
Qualidade das águas
Sismicidade Granulometria Produção de efluentes
superficiais
Qualidade das águas
Topografia Quantidade em argila Capacidade de circulação
subterrâneas
Necessidades de Necessidade de
Rede de drenagem Composição química
evaporação recuperação
Drenagem da água
Aquíferos subterrâneos Densidade das lamas
superficial
Precipitações Lixiviabilidade
Evaporação
Disponibilidade dos
terrenos
Preço dos terrenos
No que respeita aos factores locais, constata-se que os critérios para o dimensionamento e
construção de uma bacia de lamas são, por razões ambientais, mais abrangentes, envolvendo mais
do que apenas a proximidade à exploração e topografia dos terrenos.
A topografia é um factor básico e determinante que está relacionado com a altura e dimensão das
bacias.
A disponibilidade dos terrenos é também decisiva, na medida em que o tamanho das bacias está
dependente do custo dos terrenos, da necessidade e/ou custo da impermeabilização do mesmo e
da sua recuperação final.
Ao construir-se uma bacia de lamas são vários os factores a considerar no âmbito da geologia e
sismicidade da área em questão. Deve ser feito um estudo como objectivo de determinar se
existem falhas potencialmente activas, e no caso de ser uma zona activa em termos sísmicos,
dever-se-à avaliar o comportamento dinâmico das bacias.
Outros factores que se devem considerar na concepção de bacias de lamas são relativos à
disponibilidade de materiais de construção, à capacidade de suporte, drenagem da base de apoio e
qualquer existência de fracturação e/ou falhas geológicas na área envolvente.
A permeabilidade do terreno que constitui a base da bacia pode ter um peso determinante sobre os
custos de construção e aptidão dessa área para a criação de uma bacia de lamas, pois a infiltração
dos efluentes é inadequada do ponto de vista ambiental.
Como foi referido as características das lamas são importantes uma vez que se estas apresentarem
determinadas propriedades físicas e químicas podem ser usadas para construir a própria bacia de
lamas. A sua utilização na construção de bacias de lamas deve ser feita sempre que possível, já
que tal medida trás enormes vantagens quer do ponto de vista económico como ambiental.
Nas figuras seguintes são apresentados os métodos seguros e inseguros de construção de bacias
de lamas para o tipo de construção mais usual (construção a montante).

Figura 23 - Método seguro de construção a montante

Figura 24 - Método inseguro de construção a montante


As características dos efluentes são outro conjunto de factores importantes para o correcto
dimensionamento e construção de uma bacia de lamas, sendo os mais importantes a quantidade de
efluentes, o seu caudal e gradiente hidráulico.
Figura 25 - Construção a montante com ciclones

Figura 26 - Construção a jusante com ciclones


Tal como foi referido anteriormente, a construção é realizada por etapas e no caso das lamas
serem empregues na construção, as unidades de tratamento têm que operar um dado período de
modo a ser produzido o material necessário que permita a conclusão da mesma.
Por esta razão a bacia é na maioria dos casos construída com o estéril da própria exploração, ou
com o estéril existente na escombreira.

6.4- Bacias de Rejeitados


Uma significativa melhoria nas operações mineiras e processos metalúrgicos deu origem a que os
trabalhos mineiros se efectuem mesmo com baixos teores, criando um problema difícil de resolver:
qual o destino a dar aos rejeitados.
Os rejeitados são normalmente transportados hidraulicamente para a bacia de decantação, numa
concentração que ronda os 40% de sólidos em peso.
As bacias de rejeitados são uma estrutura importante em qualquer exploração mineira na medida
em que cada vez se pretende uma laboração com custos mínimos, sendo o tratamento e
consequente recirculação de águas um ponto importante para a obtenção de tais objectivos.
O tratamento dos rejeitos líquidos, incluindo água poluída, deve ser executado em instalações e
através de processos adequadamente projectados e aprovados pelas entidades competentes.
No entanto ao armazenamento de rejeitos em forma de polpa está sempre associada uma potencial
poluição que varia consoante o tipo de exploração mineira, podendo em alguns casos ser bastante
grave.
Por conseguinte estas bacias são estruturas importantes que envolvem dois aspectos que dizem
respeito à saúde pública. O primeiro aspecto diz respeito à estabilidade estrutural da bacia e a
possível libertação, caso ocorra um acidente, de um grande volume de água e/ou de fluidos
rejeitados. O segundo aspecto diz respeito a uma possível contaminação dos cursos de água e
aquíferos subterrâneos, caso os rejeitos atravessem a bacia e se infiltrem no terreno.
As normas de segurança e ambientais face à poluição podem ter um elevado impacto no projecto,
e, em particular, na realização de medições de controle da infiltração, exigidas por lei.
Estas são bastante importantes na minimização do risco de contaminação ou poluição, pois quanto
maior for a quantidade de água recirculada, menor será a quantidade de rejeitos líquidos que
necessitarão de tratamento e/ou armazenamento.
Quando a recirculação completa não for possível, os rejeitos líquidos que estiverem fora dos limites
e padrões estabelecidos pela legislação vigente de protecção ao meio ambiente devem ser
recolhidos e tratados, antes de serem lançados nos corpos receptores.
Deste modo a construção e manutenção de bacias de rejeitados deve ser feita de acordo com as
normas vigentes, tendo sempre presente que a operação a um custo mínimo está sempre
associado a uma possível contaminação e/ou poluição do meio ambiente.
Vários métodos de construção foram desenvolvidos de modo a maximizar o condicionamento de
rejeitados e outros produtos, podendo ser agrupados em três grandes grupos:
 Construção a montante;
 Construção a jusante;
 Construção central (variante da construção a jusante);
Embora os rejeitados estejam longe de ser considerados material ideal para a construção de bacias,
estes são na maioria das vezes utilizados pelo facto de serem o material mais disponível e
simultaneamente mais barato.
Por conseguinte a construção de bacias utilizando rejeitados deve obedecer aos seguintes pontos:
 separação dos rejeitados em areias e polpas, sendo apenas as areias usadas como material
de construção;
 controle das operações de separação das areias, de modo a garantir que a areia obtida
esteja de acordo com as exigências de calibre e permeabilidade;
 Instalação de drenos e filtros internos de modo a prevenir fugas, e baixar o nível freático
no interior dos taludes de areia;
 compactação das areias de modo a aumentar a sua densidade. Tal medida aumenta a
resistência das areias à liquefacção aquando de pequenos tremores de terra e permite usar
com segurança taludes mais altos e abruptos;
 protecção de superfícies facilmente erudíveis com vegetação, materiais grosseiros ou
mesmo blocos de estéril.
O uso de blocos de estéril e material excedente proveniente da exploração e cujo transporte seja
economicamente viável podem, na maioria dos casos, ser utilizado na construção de bacias de
decantação conferindo-lhes uma maior estabilidade.
No entanto na maioria dos casos a disponibilidade deste tipo de material não coincide com a
necessidade de elevar a bacia de modo a manter o topo acima dos rejeitados. Por conseguinte é
usual combinar-se rocha estéril com areia de rejeitados de modo a produzir uma bacia segura e
económica.
Construção a Montante
Este é o método mais antigo de construção de bacias, sendo o método mais barato de despejo de
rejeitados.
A construção consiste em colocar material, para montante, em cima do material já existente,
elevando assim os taludes da bacia. O material usado para o efeito são na maioria dos casos
rejeitados da bacia anterior que entretanto secou, repetindo-se o ciclo.
Deste modo, à medida que a altura da bacia aumenta, o dique vai-se movendo para montante
encontrando-se apoiado nos rejeitados anteriormente depositados.
Figura 27 - Construção a montante
As vantagens do presente método são o seu baixo custo e rapidez de construção. No entanto todas
as variantes deste método têm a grande desvantagem de todas as bacias serem construídas em
cima de rejeitados previamente depositados, que não se encontram devidamente consolidados.
Construção a Jusante
Os métodos de construção a jusante são relativamente recentes, sendo o método o culminar de
tentativas de desenvolvimento de bacias maiores e mais seguras.
O seu método de construção é em tudo semelhante ao anterior variando apenas a direcção de
construção e/ou desenvolvimento.
Todas as variantes deste método têm um ponto em comum, uma vantagem face ao método
anterior, o facto de serem construídas na direcção jusante e por conseguinte terem fundações
previamente preparadas e não rejeitados previamente depositados.
As vantagens do presente método, para além da anterior, são: o controle de compactação e
colocação dos materiais poder ser realizado ao longo das operações de enchimento; a possível
instalação de sistemas internos de drenagem à medida que a bacia é construída, o que melhora a
sua estabilidade; o facto de a bacia poder ser projectada e construída para qualquer grau de
segurança, incluindo resistência a tremores de terra, a possibilidade de esta poder ser elevada, com
um mínimo de alterações e problemas, acima do valor inicialmente previsto no projecto.

Figura 28 - Construção a jusante


Esta última vantagem torna-se muito importante na indústria mineira, na medida em que por vezes
a vida da exploração é acrescida por novas descobertas de minério, melhorias no método de
exploração ou aumento das cotações do metal.
A grande desvantagem de todos os métodos de construção a jusante é o enorme volume de areias
necessário para construir a bacia.
Construção Central
Este é uma variante do método anterior, sendo a única diferença o facto de o topo da bacia não se
mover para jusante mas sim verticalmente.
Este método permite que se eleve a bacia de um modo mais rápido e com recurso a menos
material (areia).
Figura 29 - Construção central

6.5- Bacias de Decantação


Em qualquer exploração as águas poluídas quer física quer quimicamente não podem ser lançadas
na bacia hidrográfica sem terem sido sujeitas à operação de neutralização e decantação de modo a
obterem-se as condições mínimas na legislação em vigor.
Assim, no tratamento dos rejeitos líquidos, incluindo as águas da exploração e de drenagem,
devem ser esgotadas todas as possibilidades técnicas e económicas, de forma a maximizar a
quantidade de água a ser recirculada.
Quando a recirculação completa não for possível, os rejeitos líquidos que estiverem fora dos limites
e padrões estabelecidos pela legislação vigente de protecção ao meio ambiente, são então
recolhidos e tratados em bacias de decantação, antes de serem lançados na bacia hidrográfica.
O tratamento dos rejeitos líquidos deverá ser executado através de processos adequadamente
projectados e aprovados pelos órgãos competentes.
Um outro aspecto importante é a dimensão das referidas bacias, que devem ser projectadas e
protegidas de modo que as águas superficiais não prejudiquem o seu funcionamento.
No que concerne ao controle dos depósitos e bacias de decantação devem ser observados os
seguintes pontos:
 Todos os depósitos e bacias de decantação de estéril, rejeitos e produtos, bem como as
suas instalações devem ser controlados regularmente.
 Quando forem construídas barragens para bacias de decantação a montante de áreas
habitadas ou cursos de águas, deve ser feita a monitorização constante da barragem de
modo a prever situações de emergência.
 Qualquer ocorrência que afecte a segurança dos depósitos e bacias de decantação deve ser
corrigida e comunicada directamente ao I.G.M.

6.6- Instalações Sociais


As instalações sociais são parte integrante dos anexos mineiros, e variam não só com a dimensão,
localização geográfica e tipo de exploração, como também com o número de trabalhadores.
No que respeita às obrigações da entidade empregadora tem-se que:
 Cabe à empresa assegurar-se de que os empregados admitidos encontram-se aptos a
realizar os trabalhos de exploração;
 A entidade empregadora deve adoptar medidas de higiene e de segurança adequadas à
prevenção de doenças de trabalho, devendo garantir o imediato atendimento ao
acidentado, de acordo com a legislação vigente;
 A entidade empregadora deve garantir a higiene e segurança dos trabalhadores, devendo
existir instalações sanitárias para o efeito;
 A entidade empregadora deve manter em boas condições de higiene e funcionamento as
instalações sanitárias regulamentares, devendo haver no mínimo um sanitário por cada 5
trabalhadores;
 Sempre que os trabalhadores estejam sujeitos a molhar-se ou a sujar-se em demasia, terão
direito ao uso de vestuário e calçado apropriados, a fornecer gratuitamente pela empresa.
Caso se torne necessário deverá existir vestiários nas instalações sanitárias;
 As explorações que empreguem 50 ou mais trabalhadores devem dispor de um posto para
primeiros socorros, devendo este situar-se em local central relativamente às instalações da
exploração e obedecer às seguintes condições:
ser espaçoso;
ser mobilada de maneira adequada ao fim a que se destinam, compondo-se pelo menos de sala de
espera, sala de curativos, gabinete e casa de banho;
proporcionar acesso fácil a uma maca transportando uma pessoa;
estar isolado dos locais destinados a outros fins;
ser utilizado unicamente para os primeiros socorros e assistência a sinistrados;
ter boas condições ambientais de temperatura, ventilação e iluminação;
dispor de água quente e fria.
 Nas explorações com mais de 500 trabalhadores, as instalações do posto de primeiros
socorros deve ser composta de instalações e material de acordo com a lei vigente;
 Os trabalhadores devem ter à sua disposição instalações onde haja água potável em
quantidade suficiente;
 Em todas as explorações deve existir pelo menos 1 socorrista;
 Em locais de trabalho com risco para a saúde do trabalhador, a empresa deve possuir um
sistema de monitorização do ambiente e controle dos parâmetros que afectam a saúde do
trabalhador.
Além dos casos referidos podem existir, consoante o número de trabalhadores e localização da
exploração, outras instalações tais como:
 cantina;
 hospital;
 escola;
 edifício de habitação;
 escritórios;
 pré fabricados;
. Regras de Segurança e Sinalização

7.1- Regras de Segurança


A segurança em explorações mineiras a céu aberto está directamente relacionada com a
configuração e organização das mesmas, com a utilização dos equipamentos e máquinas
empregues e com produtos como os explosivos.
As regras de segurança têm como principal objectivo o controle e minimização dos riscos e doenças
profissionais característicos das explorações a céu aberto.
No sentido de atingir esse objectivo principal, as regras de segurança devem ter em consideração,
bem como respeitar e transmitir à entidade empregadora, um conjunto de premissas em seguida
enumerados:
 Preservar a integridade dos trabalhadores e de outras pessoas envolvidas;
 Organizar o trabalho de modo a que o risco seja mínimo;
 Colocar a prevenção à frente da correcção;
 Possuir os equipamentos de protecção colectiva necessários;
 Possuir instalações de higiene e instalações sociais para os trabalhadores;
 Possuir os equipamentos de protecção individual necessários;
 Informar e dar formação aos trabalhadores sobre os riscos que correm no seu posto de
trabalho;
 Possuir primeiros socorros;
 Usar sinalização adequada;
 Conhecer e cumprir a legislação vigente.
Em seguida são apresentadas regras gerais de segurança a serem observadas com vista à
prevenção de acidentes comuns.
No que concerne à prevenção da queda de equipamentos ou de cargas, devem ser observadas as
seguintes regras de segurança:
 Não exceder a capacidade do equipamento;
 Distribuir bem a carga;
 Utilizar vias de circulação com pisos em bom estado o pouco inclinadas;
 Proceder à verificação diária e inspecção periódica dos equipamentos de extracção,
carregamento e transporte;
 Substituir periodicamente os cabos de aço da grua em com frequência os cabos auxiliares
que abraçam os blocos.
Os atropelamentos podem ser evitados quando observados as seguintes regras de segurança:
 Manutenção periódica e adequada das pás, retro e dumpers;
 Sinalizar com sinais de perigo as zonas de movimentação de máquinas;
 Usar sinalização sonora de marcha atrás nos equipamentos.
De modo a prevenir o desabamento de terras e queda de blocos dos taludes devem ser observadas
as seguintes regras de segurança:
 Limpar a terra existente na bordadura da escavação até distâncias de pelo menos 2 m;
 Sanear os taludes;
 Trabalhar o mínimo possível junto dos taludes e só quando não existir outra alternativa
 Usar capacete;
 Usar botas de protecção.
Para evitar a queda de pessoas de escadas, precipícios e no mesmo nível devem ser observadas as
seguintes regras de segurança:
 Fixar as escadas de mão, de modo a não poderem escorregar, tombar ou oscilar;
 Colocar as escadas de mão, de modo a que estas ultrapassem em pelo menos 1 m o limite
superior do local a atingir;
 Utilizar escadas fixas com protecções laterais para o acesso dos trabalhadores ao interior
da pedreira;
 Colocar vedação com altura superior a 90 cm junto às zonas de precipício;
 Manter o piso das zonas de passagem regular e não escorregadio;
 Desimpedir de obstáculos as zonas de passagem;
 Usar calçado com sola antiderrapante.
De modo a prevenir pancadas de pérolas diamantadas ou de fragmentos resultantes de um
rebentamento devem ser observadas as seguintes regras de segurança:
 Evitar que existam pessoas a trabalhar nas imediações da máquina, em direcções
coincidentes com a do corte;
 Manejo de explosivos por pessoa habilitada com célula de operador;
 Respeitar os diagramas de fogo;
 Usar capacete;
 Usar botas de protecção.
As regras de segurança a serem observadas com vista à prevenção de entalamentos e cortes, são:
 Realizar uma manutenção periódica dos equipamentos;
 Utilizar ferramentas em perfeitas condições;
 Usar luvas;
 Usar capacetes;
 Usar botas de protecção.
A prevenção do ruído é obtida quando observadas as seguintes regras de segurança:
 Utilizar equipamentos mais modernos e menos ruidosos;
 Reduzir os tempos de exposição;
 Usar auriculares adequados.
As poeiras podem ser minoradas quando observadas as seguintes regras de segurança:
 Usar sistemas de captação de poeiras;
 Usar sistemas de perfuração a húmido
 Regar periodicamente as vias de circulação;
 Usar máscaras de protecção.
As regras de segurança a serem observadas com vista à prevenção de vibrações, são:
 Utilização de martelos pneumáticos mais recentes;
 Não utilizar cargas de explosivo excessivas.
De modo a evitar o risco de electrização (electrocussão, queimaduras, etc) devem ser observadas
as seguintes regras de segurança:
 Realizar uma manutenção periódica aos circuitos e quadros eléctricos da exploração;
 Não permitir que os cabos eléctricos passem por zonas susceptíveis de serem descarnados;
 Não colocar os quadros eléctricos móveis em zonas que possam ficar submersos.
As regras de segurança a serem observadas com vista à prevenção de riscos químicos (contacto
com lubrificantes), são:
 Armazenamento dos lubrificantes e substâncias afins em locais próprios;
 Evitar a existência deste tipo de substâncias em locais em que as pessoas têm que tocar
com as mãos;
 Usar luvas.
De modo a prevenir o risco de incêndio ou explosão devem ser observadas as seguintes regras de
segurança:
 Armazenamento de combustíveis, explosivos e lubrificantes em locais apropriados;
 Sinalizar adequadamente os locais de armazenamento das substâncias atrás referidas com
sinais de proibição e de perigo, adequados;
 Manter fechado o acesso aos locais de armazenamento destas substâncias.
A transmissão de doenças podem ser prevenidas quando observadas as seguintes regras de
segurança:
 Utilizar copos individuais para os trabalhadores ingerirem água;
 Possuir instalações sociais e de higiene limpas e em bom estado.
Nas explorações a céu aberto é de salientar a importância dos riscos mecânicos pelo facto de
estarem na origem da maior parte dos acidentes que se registam nas pedreiras, sendo
responsáveis por quase todos os acidentes mortais que aí se verificam.
Deste tipo de riscos destacam-se os seguintes:
 Queda de blocos;
 Queda de máquinas;
 Desabamento e projecção de pedras de grandes dimensões.
Além dos riscos mecânicos, o ruído, as vibrações e as poeiras, estas últimas assumindo especial
importância nas explorações de granito devido ao problema da silicose, são também riscos a
considerar e a combater prioritariamente a outros também apresentados.

7.2- Sinalização
A sinalização visual de segurança, de uso obrigatório nos locais de trabalho de acordo com a
legislação vigente, tem por função chamar à atenção de forma rápida e eficaz, os trabalhadores e
outras pessoas, para objectos e situações que poderão provocar determinados perigos.
Serve ainda para indicar a posição de dispositivos que sejam importantes do ponto de vista de
segurança, bem como recomendar formas de actuação.
Os sinais de segurança devem ser colocados juntos dos locais de trabalho, de um modo bem
visível, devendo estes ter as dimensões indicadas na legislação. Os sinais existentes devem ser
capazes de informar sobre os principais riscos existentes, bem como facultar as informações
necessárias numa situação de emergência.
Em seguida é apresentada a sinalização de segurança comum a todas as explorações.
Figura 30 - Sinalização de Segurança
Figura 31 - Sinalização de Segurança (cont.)
Figura 32 - Sinalização de Segurança (cont.)

8. Casos Práticos
Quanto a casos práticos são muitos os existentes em Portugal, dado o grande número de
explorações a céu aberto existentes em todo o país, pelo que o exemplo a apresentar deve ser o
mais idêntico e fidedigno possível de uma típica exploração de rocha industrial existente em
Portugal.
No que respeita a pedreiras de rocha ornamental temos as variadíssimas explorações de mármore
na zona de Estremoz, Borba e Vila Viçosa.
As inúmeras pedreiras de calcário, cujos desmontes, abastecem as fábricas de cimento são um vivo
exemplo de uma típica exploração a céu aberto de rocha industrial.
Para que o exemplo fosse o mais real possível optou-se pela apresentação de um caso concreto,
aplicado por uma das empresas mais conceituadas no ramo e que mais estudos tem desenvolvido
no sentido de optimizar as várias pegas de fogo aplicadas nas suas explorações a céu aberto.
Por conseguinte o exemplo apresentado refere-se a uma pega de fogo aplicada numa exploração a
céu aberto pertencente ao Grupo Cimpor.
O diagrama de fogo para desmonte de calcário é o seguinte:
Carga por furo = 31 Kg
Volume desmontado por furo = 4 x 4.5 x 10 m
Carga específica = 0.172 Kg/m3 = 0.064 Kg/t
Em seguida são apresentados os diagramas de fogo e o esquema de carregamento dos furos.
Figura 33 - Diagrama de Fogo

Figura 34 - Esquema de Carregamento dos Furos


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