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Missão Urbana
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Missões Urbanas
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Bacharel em Teologia
Comissão de Doutores e Mestres
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The present work has the purpose of presenting the urban mission in its
conception, ordinance, history and new necessities. Within a historical framework,
based on the history and development of the church and the urban phenomenon
occurred in Brazil in the late twentieth and early twentieth century one that brought a
new need and to be supplied by the church.
Starting from the experiences of the author, and in dialogue with other
important points, the work aims to encourage the new generations to embark on this
modality of mission, bringing suggestions for direct application in the contemporary
churches of the strategies for this new time.
SUMÁRIO
JULGAMENTO................................................................................................................................................ 3
DEDICATÓRIA................................................................................................................................................. 4
AGRADECIMENTO.......................................................................................................................................... 5
RESUMO........................................................................................................................................................ 6
SUMÁRIO...................................................................................................................................................... 8
INTRODUÇÃO.............................................................................................................................................. 10
CAPITULO III – Dialogando com as tribos urbanas, se adaptando para o novo tempo....................................36
CONCLUSÃO................................................................................................................................................ 45
BIBLIOGRAFIA..........................................................................................................................................................47
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INTRODUÇÃO
A) Definição de Igreja:
Segundo o Novo Dicionário da Bíblia, da editora Vida Nova. O vocábulo
igreja se deriva do latim ecclesia, que por sua vez do grego Ekklesia, palavra esta
que no Novo Testamento, na maior parte de suas ocorrências, significa uma
congregação local de cristãos, e jamais um edifício.
Ainda que frequentemente falemos sobre essas congregações em sentido
coletivo, chamando-as de igreja no Novo Testamento ou de igreja primitiva, nenhum
escritor do Novo Testamento emprega o termo Ekklesia nesse sentido.
Ekklesia era uma reunião ou assembleia. Seu emprego mais comum era a
respeito da assembleia pública de cidadãos devidamente convocados, e que era
característica de todas as cidades fora da Judéia onde o evangelho foi implantado.
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B) Definição de Missões:
C) - Definição de Urbanização
O Espaço Urbano pode ser definido como o espaço das cidades, o conjunto de
atividades que ocorrem em uma mesma integração local, com a justaposição
de casas e edifícios, atividades e práticas econômicas, sociais e culturais.
Missão Urbana é o envolvimento ativo dos cristãos na vida das grandes cidades.
Reconhecemos que a maneira de alcançar a cidade acontece através da
integração da proclamação do evangelho com a presença da igreja: vivendo,
trabalhando e se identificando com as pessoas da cidade em seus interesses
e necessidades. A presença do povo de Deus é essencial para a missão da
igreja e sua sobrevivência na cidade
Por que é importante para nós, entender os conceitos acima definidos? Quando
falamos em missões é necessário entender o que fazer, onde fazer e de onde
partir, uma missão para ser bem sucedida é necessário que haja um bom
planejamento dando suporte aqueles que serão enviados.
F) Colocando-me na brecha.
Quando vemos a história da humanidade, desde Adão, percebemos que houve uma
quebra de aliança com Deus, acarretando para toda humanidade uma
sentença que ao seu tempo será cumprida.
G) A Grande Comissão:
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O texto acima relata o momento em que Jesus, após ter concluído a sua missão de
reconciliar o mundo com Deus, de possibilitar a salvação à humanidade,
comissiona seus discípulos a continuarem a missão que Ele havia iniciado.
Jesus enquanto esteve na terra foi um missionário eficaz, Ele não apenas
estabeleceu o Reino de Deus, através dos Seus ensinos e de Seus milagres,
mas, também durante esse período conseguiu treinar doze homens para dar
continuidade a Sua missão.
“Mas receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão minhas
testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da
terra". (Atos 1:8)
Quando Jesus comissionou Seus discípulos para continuarem a missão que Ele
começou, Jesus deixou orientações bem claras sobre como os seus
discípulos deveriam agir para que fossem bem sucedidos em sua empreitada.
Jesus sabia que além da experiência adquirida, pelo fato, de terem andado com o
próprio Jesus durante três anos e meio, os discípulos precisariam de algo
mais para concluir com êxito a missão que estavam começando.
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Dessa forma Jesus envia o auxiliador de todo cristão, o Espírito Santo, para que
estivessem junto com os discípulos, pois, agora era chegado o tempo do
evangelho de Cristo romper as fronteiras da Judéia.
Uma das principais funções dos discípulos seria testemunhar acerca de Jesus,
igualmente, uma das principais funções do Espírito Santo, também é
testemunhar acerca de Jesus. Dessa forma Jesus equipa agora a Sua equipe
com o mesmo poder que o Pai o equipou para a Sua missão.
Da mesma forma, ainda hoje os discípulos de Jesus continuam a ser revestidos pelo
poder do Espírito Santo para continuar a missão que a eles foi confiada. Hoje
o evangelho já chegou aos confins da terra, porém, ainda não alcançou a
toda humanidade e essa é a missão dos discípulos dessa geração.
Então, disse aos seus discípulos: A seara é realmente grande, mas poucos os
ceifeiros. Rogai, pois, ao Senhor da seara, que mande ceifeiros para a sua
seara. (Mateus 9:37-38)
Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Como, pois,
invocarão aquele em quem não creram? e como crerão naquele de quem não
ouviram? e como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não
forem enviados? (Romanos 10:13-15)
O interessante é que mesmo quase dois mil anos após o início da trajetória
missionária da igreja, ainda hoje, existe a necessidade de buscar pessoas
dispostas a atenderem o chamado para pregar o evangelho.
Mesmo na era digital, onde, o mundo está ligado na velocidade de click, o evangelho
necessita de discípulos que entendam a importância de estar junto a pessoas
que precisam conhecer as boas novas de Jesus.
Não dizeis vós que ainda há quatro meses até que venha a ceifa? Eis que eu vos
digo: Levantai os vossos olhos, e vede as terras, que já estão brancas para a
ceifa. E o que ceifa recebe galardão, e ajunta fruto para a vida eterna; para
que, assim o que semeia como o que ceifa, ambos se regozijem. (João 4:35-
36)
O tempo para colheita, já está preparado. Iniciou-se com Jesus, continuou com os
apóstolos, permaneceu com a igreja e continua até os dias de hoje. Sabemos
que muito já foi colhido no decorrer da história, mas, a cada dia a terra gera
mais colheita.
Precisamos entender que sempre será tempo para colheita de vidas para o celeiro
de nosso Senhor Jesus. A questão é que não somos apenas nós colhendo,
não devemos nos enganar, há um inimigo que trabalha contra os ceifeiros de
Jesus e esse também tem trabalhadores a seu serviço.
Por essa razão, não podemos mais perder tempo, precisamos priorizar a missão que
o Senhor Jesus confiou a nós. Desde Atos a Palavra do Senhor é semeada,
várias colheitas já aconteceram, mas a colheita de nossa geração ainda está
esperando para ser ceifada.
Quais frutos, estamos juntando para a vida eterna? E que legado, estamos deixando
para as próximas gerações?
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A terra que está pronta para colheita, para ser novamente semeada precisa que
primeiro a colheita anterior seja feita, que possamos colher o que já está
pronto e preparar a terra para a próxima geração, da mesma forma que para
nós foi preparada.
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Desde o oriente, passando pela Europa, até chegarmos às terras brasileiras, a forma
de propagação do evangelho precisou de adaptações linguísticas, sociais e
culturais, obrigando a uma mudança na perspectiva da abordagem para alcance do
perdido.
notoriedade, criou força ao ponto de se tornar três séculos depois a base da religião
do Império Romano.
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No século primeiro eram muitos os judeus, na Palestina, que já não usavam o antigo
idioma hebreu. Mas, enquanto que na Palestina e em toda a região do oriente
desse país falava-se o aramaico, os judeus que se achavam dispersos por
todo o resto do Império Romano falavam o grego.
Depois das conquistas de Alexandre, o grego veio a ser a língua franca da bacia
oriental do Mediterrâneo. Judeus, egípcios, chipriotas, e até romanos,
utilizavam o grego para comunicar-se entre si.
Essa ligação entre os grandes centros do Império Romano, junto com a unidade
politica conseguida por Roma, permitiu que os cristãos se deslocassem sem o
temos de guerras e assaltos, dando a eles segurança para se aventurarem
em locais mais distantes.
Por fim, entre lutas, perseguições por parte de alguns imperadores romanos e
combate a heresias diversas, no século quatro o cristianismo ganha uma
nova roupagem, agora como religião oficial do Império Romano.
Até então os cristãos tinham vivido em constante temor de uma nova perseguição,
mesmo em tempos de relativa paz. Depois da conversão de Constantino esse
temor se dissipou.
Os poucos governantes pagãos que houve depois dele não perseguiram os cristãos,
somente tentaram restaurar o paganismo por outros meios. Tudo isso
produziu em primeiro lugar o desenvolvimento do que poderíamos chamar de
uma "teologia oficial". Deslumbrados com o favor que Constantino
evidenciava em relação a eles, não faltaram cristãos que se empenharam em
provar que Constantino era o eleito de Deus, e que sua obra era a
consumação da história da igreja.
Algumas destas conversões foram resultados da pressão exercida por algum povo
vizinho. Porém na maior parte foi simplesmente o resultado do processo de
assimilação que ocorreu depois das invasões. Os bárbaros não penetraram
no Império para destruir a civilização romana, mas para participar dela.
Por esta razão a maioria deles logo esqueceu as línguas bárbaras e começou a falar
(mal ou bem) o latim, esta é a origem das nossas línguas latinas modernas.
De igual modo os bárbaros abandonaram suas antigas crenças e acabaram
por aceitar as dos povos conquistados.
Em 1517 uma parte da igreja católica, se desliga, por não concordarem com os
caminhos que o cristianismo trilhou até aquele momento e com Martinho
Lutero e suas 95 teses, estabelece um novo tempo para igreja.
Outro fator que contribuiu para uma realidade missionária, foi o período de guerras
vividos pela Europa entre os séculos dezessete e dezoito. Muitas pessoas
abandonaram o velho continente partiram para os recém-descobertos com a
esperança que ali, construiriam uma nova sociedade regida por suas crenças
e ideais.
A retirada desses idealistas para essas nossas terras e o acesso a novos povos,
possibilitaram o acesso ao evangelho por parte desses povos, surgem então
novas sociedades e constroem novas cidades e nos próximos quatro séculos
o desenvolvimento urbanístico desenhará um novo quadro que trará novas
necessidades evangelísticas.
As mudanças e sociais, culturais e urbanísticas acabaram acarretando uma nova
necessidade missionária, e se tratando de Brasil, a realidade vivida acabou criando
um novo grupo no final do século vinte e início do vinte um, que agora precisa de
algo que vai além do Evangelho.
bem sucedidas, porém a história da igreja do Brasil foi além desse inicio histórico. A
seguir conheceremos um pouco da história das principais
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Embora haja relatos da tentativa de fixar uma igreja protestante no Brasil desde a
invasão holandesa e francesa nos séculos dezesseis e dezessete, e de
relatos missionários no século dezenove. O protestantismo apenas conseguiu
se firmar no Brasil no início do século vinte.
Os ingleses fundaram missões para atuar na América do Sul: Help for Brazil (criada
em 1892 por iniciativa de Sarah Kalley e outros), South American Evangelical
Mission (Argentina) e Regions Beyond Missionary Union (Peru). Após a
Conferência de Edimburgo (1910), essas missões vieram a constituir a União
Evangélica Sul-Americana – UESA (1911). Dos seus esforços, surgiu no
Brasil a Igreja Cristã Evangélica.
Igreja Congregação Cristã no Brasil: Fundada pelo italiano Luigi Francescon (1866-
1964). Radicado em Chicago, foi membro da Igreja Presbiteriana Italiana e
aderiu ao pentecostalismo em 1907. Em 1910 (março-setembro) visitou o
Brasil e iniciou as primeiras igrejas em Santo Antonio da Platina (PR) e São
Paulo, entre imigrantes italianos. Veio 11 vezes ao Brasil até 1948. Em 1940,
o movimento tinha 305 “casas de oração” e dez anos mais tarde 815.
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Igreja Assembleia de Deus: Teve como fundadores os suecos Daniel Berg (1885-
1963) e Gunnar Vingren (1879-1933). Batistas de origem, eles abraçaram o
pentecostalismo em 1909. Conheceram-se numa conferência pentecostal em
Chicago. Assim como Luigi Francescon, Berg foi influenciado pelo pastor
batista William H. Durham, que participou do avivamento de Los Angeles
(1906). Sentindo-se chamados para trabalhar no Brasil, chegaram a Belém
em novembro de 1910. Seus primeiros adeptos foram membros de uma igreja
batista com a qual colaboraram.
Igreja Evangélica Pentecostal O Brasil Para Cristo: fundada por Manoel de Mello, um
evangelista da Assembleia de Deus que depois tornou-se pastor da IEQ.
Separou-se da Cruzada Nacional de Evangelização em 1956, organizando a
campanha “O Brasil para Cristo”, da qual surgiu a igreja. Filiou-se ao CMI em
1969 (desligou-se em 1986). Em 1979 inaugurou seu grande templo em São
Paulo, sendo orador oficial Philip Potter, secretário-geral do CMI. Esteve
presente o cardeal arcebispo de São Paulo, Paulo Evaristo Arns. Manoel de
Mello morreu em 1990.
Igreja Pentecostal Deus é Amor: Fundada por David Miranda (nascido em 1936),
filho de um agricultor do Paraná. Vindo para São Paulo, converteu-se numa pequena
igreja pentecostal e em 1962 fundou sua igreja em Vila Maria. Logo transferiu-se
para o centro da cidade (Praça João Mendes). Em 1979, foi adquirida a “sede
mundial” na Baixada do Glicério, o maior templo evangélico do Brasil, com
capacidade para dez mil pessoas. Em 1991 a igreja afirmava ter 5.458 templos,
15.755 obreiros e 581 horas diárias em rádios, bem como estar presente em 17
países (principalmente Paraguai, Uruguai e Argentina).
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Igreja Universal do Reino de Deus: fundada por Edir Macedo (nascido em 1944),
filho de um comerciante fluminense. Trabalhou por 16 anos na Loteria do
Estado, período no qual subiu de contínuo para um posto administrativo. De
origem católica, ingressou na Igreja de Nova Vida na adolescência. Deixou
essa igreja para fundar a sua própria, inicialmente denominada Igreja da
Bênção.
Por fim no final do século vinte e início do século vinte um, temos uma explosão da
onda apostólica, igrejas que se reúnem em grupos familiares ou células e que
adotam determinados modelos de cuidados, Modelo dos doze, Governo dos
doze, Modelo de discipulado apostólico, são alguns desses modelos.
A igreja, agora estabelecida em nosso território com toda sua pluralidade, têm como
missão, fazer com que o evangelho se desenvolva, porém, diferente dos
antigos missionários, os desafios agora são outros.
Até poucas décadas atrás, o Brasil era um país de economia agrária e população
majoritariamente rural. Hoje, oito em cada dez brasileiros vivem em cidades A
concentração de pessoas em centros urbanos traz uma série de implicações,
sejam elas de ordem social, econômica ou ambiental.
F) – Alcançando os necessitados.
Para isso precisar detectar erros de concepções que são adotados pelos pastores e
tentar corrigir essas percepções, a seguir relacionarei quatro conceitos
errados que pastores ainda têm sobre a função da igreja na cidade.
O primeiro conceito errado que igrejas e pastores demonstram com relação à cidade
onde moram, sem dúvida, é a afirmação de que a cidade, em si mesma,
define-se como má e pecadora.
O segundo conceito errado que os pastores demonstram com relação à cidade onde
moram é aquele que afirma que a igreja é impotente e está derrotada diante
da magnitude dos problemas que confrontam a sociedade brasileira.
O quarto e ultimo conceito errado que quero apontar que igrejas e pastores
demonstram com relação à cidade onde moram é a visão de sua vocação e
ministério como sendo estritamente espiritual. Qualquer esforço dirigido a
solucionar os problemas sociais poderia impedir o ministério de
evangelização e crescimento numérico da igreja.
Precisamos entender que a cidade está cheia de pessoas que estão desacreditadas
da vida, entregues as drogas e as bebidas, pessoas que desistiram de viver
de uma digna, por se sentirem, rejeitadas, esquecidas, não amadas. E onde
está a igreja de Cristo para estender as mãos para essas pessoas.
Lógico que missão urbana não se resume a isso, porém, essa é uma missão que a
igreja vem negligenciando, todos precisam do evangelho, inclusive esses,
quando conseguimos mudar a história de uma dessas pessoas, muitas vezes
mudamos a história de uma família e não apenas de um individuo.
O fato de as igrejas se mobilizarem para distribuir comida ou roupas, ajuda, mas não
resolve. Precisamos criar estratégias para inserir novamente essas pessoas
no convívio da sociedade, e qual sociedade é mais receptiva e amorosa que a
igreja de Cristo.
Precisamos nos organizar para oferecer a essas pessoas o que realmente elas
precisam. A seguir daremos algumas sugestões sobre o que pode ser feito
pela igreja para alcançar essas vidas e possibilitar uma mudança real.
Em cima desses aspectos acima citados o que precisamos fazer é saber chegar
nessas pessoas. A maioria delas vem de decepções com o ser humano e isso cria
um dispositivo de defesa que impede muitas vezes o acesso real a elas.
Chegar onde ela está não significa que chegamos nela, precisamos conquistar a
confiança das pessoas que se encontram nessa situação para que possam se
abrir conosco e assim saber como podemos ajudar.
A segunda coisa que precisamos fazer é tentar entrar em contato com os familiares.
Muitas vezes as pessoas que se encontram nessa condição, acabam não
retornando para seus lares por vergonha, porém, quando o familiar se
aproxima tendo a igreja como mediadora, a inserção familiar acontece.
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A terceira coisa que precisamos fazer e estruturar a igreja para retirar essas pessoas
da rua. A ambiente influência diretamente o comportamento da pessoa.
Quando retiramos essas pessoas da rua e as levamos para igreja ou para um
local preparado para recebê-las, fica mais fácil trata-las.
A questão nesse terceiro ponto é que muitas igrejas não tem condição para isso,
nesse caso uma visão geral de Reino nos possibilita uma solução para essa
questão.
Uma igreja local dificilmente terá meios para arcar com as despesas necessárias
para um trabalho desses, porém, se as igrejas se unissem com a finalidade
de custearem um trabalho desse porte, tenho a certeza que seria possível.
É nesse ponto que acredito estar a principal estratégia para solucionar o problema
das pessoas em situação em risco, se trabalharmos como uma única igreja,
independente de denominação, tem as condições de criar um serviço social
de inserção muito forte.
Se usarmos os meios que as igrejas têm hoje, para criar uma associação e trabalhar
em prol desse tipo de missão urbana, conseguiremos ir além de um paliativo.
Imagine um local onde a pessoa é recebida, tratada, consolidada na Palavra
de Deus, receba um ensino profissionalizante e já saia empregada.
Sei que há tipos de lugares como esse que descrevo, porém, muitas vezes fora do
alcance de quem realmente precise. Você líder, você pastor, organize uma
reunião com as igrejas do seu bairro ou da sua cidade, apresente para eles
essa ideia, elabore um projeto e possibilite a solução que essas pessoas
tanto necessitam.
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Hip hop - O hip hop foi um movimento da década 1970 iniciado nas áreas centrais
de comunidades jamaicanas, latinas e afro-americanas da cidade de Nova
York, nos EUA. Estes guetos enfrentavam diversos problemas sociais, e os
jovens encontravam na rua o único espaço de lazer, onde usava a arte,
música e dança para canalizar a violência. Os adeptos do hip hop usam
roupas largas, bonés e bermudas.
Surfistas - A tribo dos surfistas surgiu nos Estados Unidos durante a década de
1950, com a popularização do surfe no Estado da Califórnia. Os membros
desta tribo idolatram a natureza, as ondas do mar e as energias, e se vestem
com roupas leves como bermudas e saias, e também trajes esportivos.
Geeks - "Geek" em 1876 era sinônimo de "bobo". Já em 1990, o livro "Jargon File"
definiu o termo para identificar "uma pessoa que escolheu a concentração no
lugar da conformidade; alguém que busca objetivo e imaginação, não a
adequação social padronizada". Os geeks são fãs de tecnologia, jogos, livros
e séries, e se definem como "técnicos, doutores, autodidatas, apaixonados
pelo que fazem e compreendem"
Rasta (ou Rastafári) - A tribo rastafári é composta por pessoas que adotam os
princípios religiosos e políticos do movimento, que surgiram na Jamaica nos
anos 1930, e combina cristianismo protestante com misticismo. Além de
curtirem reggae e poderem usar maconha, os rastas não podem consumir
álcool, tabaco, carne animal, enlatados, e nem podem pentear os cabelos, o
que deu origem aos dreadlock.
Funkeiros - O funk brasileiro surgiu nas favelas do Rio de Janeiro a partir de 1970,
com os bailes da pesada, black, soul, shaft e funk, e com letras que refletiam
o cotidiano da comunidade, porém se consolidou a partir de 1990, e até hoje
é muito criticado pelas letras às vezes obscenas e com referências à violência
e tráfico de drogas. Os funkeiros usam roupas de marcas famosas,
acessórios dourados, bonés e vestidos curtos.
Skatistas - A prática do skate teve início nos anos 60, na Califórnia (EUA), onde,
surfistas adaptaram o esporte aquático ao asfalto. Esta tribo é identificada por
gostos musicais semelhantes, como o rock, hip hop e rap, por carregarem
sempre o skate embaixo do braço e por vestirem roupas confortáveis, como
boné, calças largas, tênis, shorts e camisetas de algodão.
Há ainda muitas outras tribos urbanas, podemos enumerar nas regiões urbanas até
trinta e cinco delas, porém, essas são os mais populares em nossa sociedade
servem de parâmetro para nosso trabalho.
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Depois de identificada a tribo no qual a missão será focada, o segundo ponto a ser
conhecido é o local em que cada uma delas se reúne. Essa informação é de
suma importância para que haja um planejamento correto da forma de
aproximação.
Essas tribos têm suas particularidades e dentro do espaço urbano, cada uma delas
tem locais preferidos de reunião. Por Exemplo, hoje há espaços públicos com
rampas para a prática de Skate.
Há também espaços que são fechados pelos funkeiros para suas reuniões. Dessa
forma, conhecer o local correto evita que a missão se prepare para trabalhar
uma tribo e acabe se deparando com outra.
Cada tribo se reúne naquele lugar que melhor o identifica, os surfistas têm seus
próprios “points”, assim como os motoqueiros seus motos clubes, cada tribo
dentro da sua característica sempre buscará um local, onde, sua expressão
não se torne motivo de discórdia.
Por essa razão, conhecer o local da missão ajuda não apenas na preparação da
estratégia, mas também das pessoas que serão utilizadas. Já presenciei
ocasiões, onde, no grupo missionário havia um policial, quando fomos
adentrar em uma comunidade, logo de cara, identificaram o missionário e não
permitiram a missão adentrar.
A concentração de igrejas diferentes, além das seitas diversas, causa confusão junto
à população. Cada uma evangelizando com mensagens diferentes e
contraditórias Parece que há um “supermercado da fé”. Há quem ofereça
religião como mercadoria mais barata, em “promoção”, com descontos (sem
exigências, sem compromissos) e há os que “cobram” caro demais, com
exigências radicais.
Os movimentos filosóficos- religiosos, tipo Nova Era, apontam para uma vida isenta
de responsabilidades para com o Deus pessoal, Senhor de todos. Como
enfrentar essas dificuldades?
Mudança de caráter é diferente de mudança de estilo, quando uma missão sai para
campo, ela precisa ter essa ideia muito clara, pois, muitas vezes a forma de
abordagem esta diretamente ligada a esse entendimento.
Precisamos entender que a mudança de vida, não necessariamente, tem que passar
por uma mudança de estilo, o Skatista, pode continuar um Skatista, desde
que, passe a guiar a sua vida pelos ensinamentos bíblicos.
Outro aspecto importante é buscar dentro dos quadros da igreja, pessoas que
tenham o mesmo estilo da tribo que será abordada. Quando estamos próximo
de pessoas que tem os mesmo interesses que os nossos a empatia acontece
de forma natural.
Será importante que eles vejam pessoas que pensam como eles, se vestem como
eles e que servem a Jesus em uma igreja. Outro aspecto positivo de ter em
sua equipe uma pessoa daquela tribo é a facilidade de dialogo, cada tribo tem
sua linguagem própria e conhece-la ajudará no entendimento da mensagem.
A seguir, seguem 10 dicas dadas por Kim Riddlebarge em seu artigo Mandamento e
proibições no Evangelho.
1. Seja claro sobre o que e por que você crê. Conheça as Escrituras.
Quanto mais você souber sobre a sua fé, mas fácil será falar com os não
cristãos.
4. Use o juízo e seja caridoso. Não fale sobre reprovação com alguém que
acabou de perder um membro da família que era incrédulo. Seja terno e
cortês! Muitos não cristãos agem e falam por ignorância, não malícia.
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5. Seja sensível para com o passado das pessoas – se elas tiveram uma
experiência ruim na igreja, ainda lutam com um pecado particular, etc., seja
compreensível e compassivo! Os nãos cristãos odeiam a justiça própria, e
têm o direito de assim fazê-lo. Não suavize o peso da lei e a culpa do
pecado, mas esteja certo que eles entendem que você é um pecador
justificado, não um “sabe-tudo” auto justificado, que está aqui para corrigi-
los!
10. Fixe-se no que todos os cristãos têm em comum quando possível. Deixe
as lutas internas entre os cristãos de fora quando falando com não cristãos.
Um não cristão não se importará muito com o motivo da visão luterana
sobre a Ceia do Senhor ser errada, ou o porquê os batistas estão errados
sobre o batismo infantil. Não é assunto da evangelização
O ganhar vidas para o Reino de Deus é importante, porém, tão importante quanto
ganhar e manter essa vida na igreja após sua chegada. Muitas igrejas têm
perdido justamente nesse ponto.
Mas vamos trabalhar em primeiro lugar a forma de como se ganhar essas vidas
para Jesus através das missões urbanas delimitando ali o espaço de ação em
seu bairro ou sua cidade.
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Uma das formas que podemos usar para alcançar essas vidas é através de visitação
aos espaços que são comuns a elas. Podemos visitar motos clubes, pistas de
skates, os chamados “fluxos” ou um show de Rock ou de Reggae.
Outra maneira de chegar a essas tribos é realizar cultos a céu aberto em locais
próximo ou onde eles se reúnam. Esse tipo de evento pode ser pensado para
um parque ou até mesmo uma praça.
Outra estratégia ainda é a célula, que não precisa de um lugar muito sofisticado para
acontecer, porém, acaba se tornando de grande valia, quando se consegue
penetrar.
Em muitos dos casos as mudanças não ocorrem de forma imediata. Muitas dessas
vidas levarão um tempo para entender a importância de fazerem parte de
uma igreja, e até que isso aconteça o que a manterá ali?
Você já pensou em criar no entorno de sua igreja um espaço para a prática do Skate
ou um espaço para a prática do Hip hop? Você pensou em criar oficinas de
arte para que essas pessoas possam expressar suas ideias ou um estúdio
onde elas possam expressar a sua musicalidade, mas em uma diretriz cristã?
Não estou sugerindo para modificar o local de culto, esse é santo, mas, para
expandir os locais fora do templo, onde, se agregue esses novos estilos
contemporâneos à vida da comunidade cristã.
Precisamos nos adaptar para atender as demandas criadas nesse novo século. Em
um tempo, onde, a internet oferece um conhecimento de Deus, porém, sem o
compromisso e o relacionamento com uma comunidade cristã, toda
ferramenta, desde, que não fira os princípios cristãos, é valida.
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CONCLUSÃO
Com a chegada do século vinte um, mais uma vez nos encontramos em meio a
novas necessidades de mudança na forma de abordagem por parte daqueles que se
propuseram em Deus a serem usados para essa missão.
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A Palavra de Deus permanece a mesma, pois, essa nunca mudará, porém, a cada
geração precisamos nos adaptar a cultura e sociedade, não na modificação da
Palavra, mas, na forma como ela é transmitida.
DOUGLAS, J.D. “ Novo Dicionário Bíblico” – 3ª ed. rev. – São Paulo; Editora Vida
Nova,2006
GONZALES, Justo L. História Ilustrada do Cristianismo: A era dos Mártires até a Era
Inconclusiva – 2 ed – São Paulo; Editora Vida Nova, 2011
https://noticias.bol.uol.com.br/fotos/bol-listas/2017/06/07/tribos-urbanas-ontem-e-
hoje-conheca-35-grupos-que-fazem-historia-na-sociedade.htm