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CEAP/CURSO DE DIREITO

Disciplina: TEORIA DA CONSTITUIÇÃO


Professor: MsC. UBIRATAN RODRIGUES DA SILVA
Texto de leitura complementar aula5

FORMA DE GOVERNO OU SISTEMA POLÍTICO


http://pt.wikipedia.org/wiki/Forma_de_governo

Em ciência política, chama-se forma de governo (ou sistema político) o


conjunto de instituições políticas por meio das quais um Estado se organiza a fim de
exercer o seu poder sobre a sociedade. Cabe notar que esta definição é válida
mesmo que o governo seja considerado ilegítimo.
Tais instituições têm por objetivo regular a disputa pelo poder político e o seu
respectivo exercício, inclusive o relacionamento entre aqueles que o detêm (a auto-
ridade) com os demais membros da sociedade (os administrados).
A forma de governo adotada por um Estado não deve ser confundida com a
forma de Estado (unitária ou federal) nem com seu sistema de governo
(Monarquismo, presidencialismo, parlamentarismo, dentre outros).
Outra medida de cautela a ser observada ao estudar-se o assunto é ter pre-
sente o fato de que é complicado categorizar as formas de governo. Cada sociedade
é única em muitos aspectos e funciona segundo estruturas de poder e sociais espe-
cíficas. Assim, alguns estudiosos afirmam que existem tantas formas de governo
quanto há sociedades.

Formas de governo
Formas de governo pelo mundo em Abril de 2006:
Monarquias parlamentares constitucionais
Repúblicas presidencialistas totais.
em que o monarca exerce poder pessoal
Repúblicas presidencialistas ligadas
(muitas vezes ao lado de um parlamento
a um parlamento.
fraco).
Repúblicas semipresidencialistas.
Monarquias absolutas.
Repúblicas parlamentares.
Repúblicas unipartidárias.
Monarquias parlamentares constitu-
Ditadura militar
cionais em que o monarca não exer-
Países que não se encaixam em nenhum
ce poder pessoal.
dos sistemas acima.

Tendo em mente a dificuldade em classificar-se as formas de governo, estas


são tradicionalmente categorizadas em:
● Monarquia
● República
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● Anarquia (com ausência de Estado, autogoverno)

Para Aristóteles, reconhecido como fundador do pensamento e da ciência po-


lítica, as formas de governo são subdivididas em 2 grupos, o de "formas puras" e o
de "formas desviadas":
Formas PURAS de Governo (governo para o bem geral):
● Monarquia - Governo de um só
●Aristocracia - Governo poucos ou dos melhores
●Democracia - Governo de todos
Formas IMPURAS de Governo (governo para o bem individual ou de um gru-
po):
● Tirania - Governo de um só para o seu interesse ou de um grupo familiar
● Oligarquia - Governo de poucos para seu interesse ou de um grupo social
● Demagogia ou Politéia - Governo exercido pela maioria para oprimir a mino-
ria

Outras formas de exercício do poder


Esta seção combina formas de governo, sistemas de governo e conceitos a-
fins. Cada Estado pode adotar elementos de mais de um sistema.
● Autocracia
○ Autoritarismo
■ Fascismo
○ Absolutismo
■ Despotismo esclarecido
○ Despotismo
○ Ditadura
■ Ditadura militar
○ Monarquia (uma variante, a monarquia constitucional, não pode ser
considerada autocracia)
■ Monarquia absoluta (historicamente, o mesmo que absolutis-
mo)
○ Totalitarismo
■ Nacional-Socialismo
○ Tirania
● Democracia
○ Democracia direta
○ Democracia indireta(ou Democracia representativa)
○ Democracia semidireta
○ Democracia orgânica (podendo ser semidireta em alguns países,
mas sempre com corporativismo)
■ Corporativismo
■ Parlamentarismo
■ Presidencialismo
■ Semi-presidencialismo
● Oligarquia
○ Aristocracia
○ Cleptocracia
○ Gerontocracia
○ Meritocracia
○ Plutocracia
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○Tecnocracia
● Teocracia
FORMAS DE GOVERNO
André Valdi de Oliveira
http://www.coladaweb.com/historia/formas-de-governo-e-formas-de-estado

"As formas de governo são formas de vida do Estado, revelam o caráter cole-
tivo do seu elemento humano, representam a reação psicológica da sociedade às
diversas e complexas influências de natureza moral, intelectual, geográfica, econô-
mica e política através da história." (Darcy Azambuja)
Configura-se uma enorme discussão entre formas de governo e formas de es-
tado. Os alemães denominam forma de estado aquilo que os franceses conhecem
como forma de governo.
Como forma de estado, têm-se a unidade dos ordenamentos estatais; a so-
ciedade de Estados( o Estado Federal, a Confederação, etc) e o Estado simples ou
Estado unitário.
Como forma de governo, têm-se a organização e o funcionamento do poder
estatal, consoante os critérios adotados para a determinação de sua natureza. Os
critérios são: a) o número de titulares do poder soberano; b) a separação de poderes
e suas relações; c) os princípios essenciais que animam as práticas governativas e o
exercício limitado ou absoluto do poder estatal.
O primeiro critério tem o prestígio do nome de Aristóteles e sua afamada classifica-
ção das formas de governo. Os dois últimos são mais recentes e demonstram a
compreensão contemporânea do processo governativo e sua institucionalização so-
cial.

As concepções históricas das Formas de Governo


A mais antiga e célebre concepção das formas de governo e, inexoravelmen-
te, a concebida por Aristóteles. Em seu livro "Política" expõe a base e o critério que
adotou: "Pois que as palavras constituição e o governo é a autoridade suprema nos
Estados, e que necessariamente essa autoridade deve estar na mão de um só, de
vários, ou a multidão usa da autoridade tendo em vista o interesse geral, a constitui-
ção é pura e sã; e que s e o governo tem em vista o interesse particular de um só,
de vários ou da multidão a constituição é impura e corrompida."
Aristóteles adota, pois, uma classificação dupla. A primeira divide as formas
de governo em puras e impuras, conforme a autoridade exercida. A base desta clas-
sificação é pois moral ou política.
A segunda classificação é sob um critério numérico; de acordo com o gover-
no, se ele está nas mãos de um só, de vários homens ou de todo povo.
Ao combinar-se o critério moral e numérico Aristóteles obteve:
Formas Puras:
MONARQUIA: governo de um só
ARISTOCRACIA: governo de vários
DEMOCRACIA: governo do povo
Formas Impuras:
OLIGARQUIA: corrupção da aristocracia
DEMAGOGIA: corrupção da democracia
TIRANIA: corrupção da monarquia

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Os escritores políticos romanos acolheram com reservas a classificação de
Aristóteles. Alguns como Cícero acrescentaram às formas de Aristóteles uma quarta:
a forma mista de governo.
O governo misto aparece para a redução dos poderes da monarquia, aristo-
cracia e democracia mediante determinadas instituições políticas, tais como um Se-
nado aristocrático ou uma Câmara democrática.
Como forma de exemplificação têm-se a Inglaterra, na qual, o quadro político
combina três elementos institucionais: a Coroa monárquica, a Câmara aristocrática e
Câmara democrática ou popular; tendo assim, um governo misto exercido pelo "Rei
e seu Parlamento".
De Aristóteles a Cícero, passemos a Maquiavel, o secretário florentino, que se
imortalizou na ciência política com o livro "O Príncipe" no qual ele afirmava que "to-
dos os Estados, todos os domínios que exerceram e exercem poder sobre homens,
foram e são, ou Repúblicas ou principados."
Com essa afirmação, Maquiavel classifica as formas de governo com somen-
te duas vertentes: República e Monarquia.
De Maquiavel vamos para Montesquieu, cuja classificação é a mais afamada
dos tempos modernos. Montesquieu distingue três espécies de governo: República,
Monarquia e Despotismo; em várias passagens de seu livro O Espírito das leis "ele
procura achar um fundamento moral que caracterize as três formas clássicas. Se-
gundo ele, a característica da democracia é o amor à pátria e à igualdade; da mo-
narquia é a honra e da aristocracia é a moderação. A república compreende a de-
mocracia e a aristocracia.
Das classificações de formas de governo aparecidas modernamente, depois
da de Montesquieu, de ressaltar a da autoria do jurista alemão Bluntschli, que distin-
guiu as formas fundamentais ou primárias das formas secundárias de governo.
Como se vê Bluntschli enumera as formas de governo, à luz de Aristóteles, acres-
centando, porém uma quarta: a ideologia ou teocracia, em que o poder é exercido
por "Deus".
Rodolphe Laun, professor da universidade de Hamburgo, em seu livro LA
DEMOCRATIE, fornece uma classificação que permite distinguir quase todas as
formas de governo, classificando-as quanto à origem, à organização exercício.
Quanto à origem
- Governos de dominação
- Governos democráticos ou populares
Quanto à Organização
- Governos de Direito -> Eleição -> Hereditariedade
- Governos de fato
Quanto ao Exercício
- Constitucionais
- Absdutos
A idéia de governo, se entrelaça com a de regime e ideologia dominante. Me-
diante as idéias é que se irá explicar as formas de governo, sendo que esta faz-se
secundária e o que realmente deve importar são as ideologias trazidas para os go-
vernos, procurando-se então aqualitá-los.

Formas de Governo
O regime representativo é colocado em prática nos Estados modernos sob
modalidades diferentes, cada uma constituindo uma variante da democracia e tendo
na linguagem corrente a denominação de formas de governo.
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As formas de governo a partir do momento que a separação de poder deixou de ter
um cunho aristotélico. São elas: governo parlamentar, governo presidencial e gover-
no convencional ou governo de assembléia.
As formas de governos foram deduzidas por Barthélemy, baseada nas rela-
ções entre os poderes Executivos e Legislativos. Ele deduziu que se a Constituição
dá ênfase ao Legislativo, há o governo convencional. No entanto, se a Constituição
dá predominância ao Executivo, há o governo presidencial, e se manifestação des-
ses dois poderes for equilibrada, temos o governo parlamentar.
Na opinião de Darcy Azambuja, podia-se atingir mais diretamente a caracte-
rística dessas formas de regime representativo derivando-as do modo pelo qual é
exercido o poder Executivo. Se ele gozar de plena autonomia em relação ao legisla-
tivo, temos o governo presidencial, em que o Executivo é exercido pelo Presidente
da República, como um verdadeiro Poder de Estado, sem qualquer subordinação
jurídica ou política ao Legislativo.
Mas, quando o Executivo está subordinado completamente ao Legislativo, há
o governo de assembléia, e quando sem haver subordinação completa, o Executivo
depende da confiança do Parlamento, surge o governo parlamentar ou de gabinete.
O governo parlamentar assenta fundamentalmente na igualdade e colaboração entre
o Executivo e o Legislativo. Já o governo presidencial resulta num sistema de sepa-
ração rígido dos três poderes: o Executivo, o Legislativo e o Judiciário. Diferente das
outras formas de regime representativo, o governo convencional se toma como um
sistema de preponderância da assembléia representativa, em matéria de governo;
com isso, surge também a designação de "governo de assembléia".
Com a aparição dessas três formas de governo, em substituição habitual das
arcaicas classificações pertinente ao número de titulares do poder soberano, se ins-
tituiu num considerável progresso tocante à separação histórica do dualismo monar-
quia-república.
O governo de assembléia apareceu durante a Revolução Francesa, com a
Convenção Nacional e na atualidade, com o nome de governo diretorial ou colegia-
do, só existe na Suíça. Neste país, o Legislativo é formado pele Assembléia Federal
e o Executivo pelo Conselho Federal (Bundesrat).
O Conselho Federal é composto por ministros eleitos pela assembléia por três
anos e um deles é o Presidente da República. Esse poder Executivo é simplesmente
um corpo de comissários da Assembléia; ela é que dá impulso à administração e
governa o Estado. As resoluções do Conselho podem ser modificadas e mesmo
anuladas pelo Legislativo. Assim dispõe a Constituição suíça, se bem que na reali-
dade o Conselho goza de certa autonomia e é afinal um governo semelhante aos
dos Estados parlamentares.
O governo presidencial caracteriza-se pela independência dos Poderes, mas
essa independência não no sentido de oposição e separação entre eles e sim no
sentido de não haver subordinação de um para o outro.
A característica essencial do sistema presidencial é que o Poder Executivo é exerci-
do de maneira autônoma pelo Presidente da República, que é um órgão do Estado,
um órgão representativo como o Parlamento, pois, como este, é eleito pelo povo.
O sistema presidencialista foi criado pela constituição dos Estados Unidos da
América do Norte, em 1787, e depois adotado por todos os Estados do continente,
com ligeiras modificações.
Nessa forma de governo, o Presidente da República assume uma posição
"autoritária" no que diz respeito ao poder de veto, isto é, negar aprovação a leis fei-

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tas pelo Legislativo, caso em que este terá de votá-las novamente, só se tornando
obrigatórias se aprovadas por dois terços dos membros do Parlamento.
O governo parlamentar foi uma criação da história política da Inglaterra. O go-
verno de gabinete, refletiu exatamente, na sua formação e evolução, as vicissitudes
e peculiaridades do ambiente jurídico e político daquele país.
À margem dos textos constitucionais, o governo de gabinete organizou-se e
evoluiu conforme tendências que cada vez mais se acentuaram e precisaram, tor-
nando-se a forma de governo quase unânime na Europa.

República
Primeiro período republicano no Brasil, também chamado de I República, e
dura de 1889 a 1930. É controlado pelas oligarquias agrárias de São Paulo, Minas
Gerais e Rio de Janeiro, ligadas à cultura cafeeira.
De 1889 a 1894, o Brasil é dominado pelos setores militares envolvidos dire-
tamente na proclamação da República. Chefe do governo provisório, o marechal
Deodoro da Fonseca assume a Presidência em 1891. Desfavorecido pela oposição
do Congresso a sua política econômica, Deodoro renuncia em novembro do mesmo
ano. Seu vice, Floriano Peixoto, assume o governo e usa o apoio popular para radi-
calizar a luta contra os monarquistas.
Presidente civil - Republicano histórico, Prudente de Morais, que governa en-
tre 1894 e 1898, inaugura a fase dos governos civis e a sucessão de presidentes
eleitos pelo Partido Republicano Paulista (PRP) - Campos Salles (de 1898 a 1902) e
Rodrigues Alves (1902 a 1906) - e pelo Partido Republicano Mineiro (PRM) - Afonso
pena (1906 a 1909) e Venceslau Brás (1914 a 1918). Formado pelas oligarquias
paulistas, mineira e fluminense, o núcleo central do republicanismo controla as elei-
ções, faz presidentes e domina o país.
Política dos governadores - Com a intenção de garantir o domínio das gran-
des oligarquias sobre a república, o paulista Campos Salles monta um esquema de
poder que fica conhecido como "política dos governadores": o Presidente da Repú-
blica dá suporte aos candidatos oficiais nas disputas estaduais e os governadores
apóiam seu indicado nas eleições presidenciais. Para dar certo, o plano depende do
poder dos coronéis sobre o eleitorado local e do controle da comissão de Verificação
de Poderes do Congresso Nacional, responsável pelos resultados eleitorais finais e
pela diplomação dos eleitos.
"Café-com-leite" - Com a política econômica voltada à cafeicultura e os gover-
nadores garantindo a sustentação das oligarquias regionais, implanta-se a "república
do café-com-leite" - alusão à aliança que alterna paulistas e mineiros no poder. Nem
o governo de marechal Hermes da Fonseca (1910 a 1914), dominado pelo senador
gaúcho Pinheiro Machado e seu programa de "salvações militares", abala aliança.
Na verdade, as "salvações" não passam de intervenções do governo federal nos
estados (Bahia, Alagoas, Pernambuco, Ceará) para substituir as oligarquias de opo-
sição por grupos políticos aliados ao poder central.
Divisões - As primeiras rachaduras nessa estrutura aparecem no final da dé-
cada de 1910. Em 1918, o paulista Rodrigues Alves é eleito para suceder o mineiro
Venceslau Brás. Rodrigues Alves morre antes da posse e paulistas e mineiros não
chegam a um acordo para a substituição. Lançam, então, o paraibano Epitácio Pes-
soa, que governa de 1919 a 1922. Seu sucessor é mineiro Artur Bernardes (1922 a
1926), que não tem a unanimidade de paulistas e mineiros. Bernardes desperta uma
oposição militar que desemboca nas revoltas tenentistas, tendo de governar sob es-
tado de sítio. O paulista Washington Luís (1926 a 1930) também assume a presi-
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dência sem a sustentação das lideranças de seu estado. Enfrenta o individamento
interno e externo do país, a retração das exportações e, a partir de 1929, os proble-
mas provocados pela crise econômica mundial.
Aliança Liberal - Pela política do "café-com-leite", cabe ao PRM indicar o can-
didato à sucessão de Washington Luís. O partido já tem um nome, o do governador
de Minas Gerais, Antônio Carlos. Sustentado pelo PRP, o presidente lança o nome
de Júlio Prestes, governador de São Paulo. O gesto rompe o acordo das oligarquias
paulista e mineira. Com o apoio do Rio Grande do Sul e da Paraíba, o PRM compõe
a Aliança Liberal, que parte para a disputa tendo o gaúcho Getúlio Vargas para pre-
sidente e o paraibano João Pessoa para vice. Em abril de 1930, a chapa de Júlio
Prestes vence a eleição. Inconformados, os aliancistas fazem a revolução de 1930,
que põe fim à República Velha.

Monarquia e República
Ainda que realmente Machiavelli não haja reduzido as formas de governo a
duas, são a monarquia e a república os dois tipos comuns em que se apresenta o
governo nos Estados modernos. Se ainda há aristocracias, não há mais governos
aristocráticos, e os outros tipos da classificação de Aristóteles não são formas nor-
mais, como o grande filósofo mesmo acentuou.
No entanto, são tão complexas as relações que estabelecem entre os órgãos
do Estado, são tão sutis às vezes as mudanças que separam uma de outra forma,
que não é fácil conceituar rigorosamente a forma republicana e a monárquica.
No conceito clássico, e verdadeiro afinal, monarquia é a forma de governo em
que o poder está nas mãos de um indivíduo, de uma pessoa física. "Monarquia é o
Estado dirigido por uma vontade física. Esta vontade deve ser juridicamente a mais
alta, não deve depender de nenhuma outra vontade", disse Jellinek (L'État moderne,
vol. II, p. 401.) Substituindo o adjetivo impróprio "física" por "individual", temos a de-
finição corrente de monarquia. Acontece, porém, que somente, nos governos abso-
lutos se encontra o Estado dirigido por uma única vontade individual, que seja a
mais alta e não dependa de nenhuma outra. A definição, pois, não se aplica aos Es-
tados modernos. Dir-se-á, então, que não há mais monarquias, de vez que moder-
namente o órgão supremo do poder não é nunca um indivíduo só, e a vontade dos
reis não é nunca a mais alta e independente de qualquer outra?
Porque, de fato, nas monarquias modernas, todas limitadas e constitucionais,
o rei, ainda quando governe, não governa sozinho, sua autoridade é limitada pela de
outros órgãos, coletivos quase sempre, como por exemplo os Parlamentos. E a ver-
dade é que os reis modernos "reinam, mas não governam", segundo o aforismo tra-
dicional, e por isso mesmo são irresponsáveis. De qualquer forma, não dirigem o
Estado sozinhos, nem sua vontade é a mais alta e independente. Na melhor das hi-
póteses, é a sua vontade juntamente com a de outros órgãos criados pela Constitui-
ção que dirige o Estado; quase sempre são esses outros órgãos, Ministério e Parla-
mento, que dirigem o Estado.
Muitos escritores têm procurado definir os traços característicos da monarquia
e, assim, distingui-la da república, cuja conceituação também é difícil.
Artaza entende que "monarquia é o sistema político em que o cargo de chefe do Po-
der Executivo é vitalício, hereditário e irresponsável, e a república é o sistema em
que o citado cargo é temporário, eletivo e responsável".
Se nos ativéssemos apenas ao texto das Constituições das monarquias e re-
públicas modernas o ponto de vista do autor espanhol seria plenamente satisfatório,
pois ali se declara que o rei ou o Presidente da República é o chefe do Poder Execu-
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tivo. Acontece, porém, que de fato, nas monarquias e repúblicas de governo parla-
mentar, nem o rei nem o presidente são os chefes do Poder Executivo; essa função
na realidade cabe aos Primeiros-Ministros ou Presidentes do Conselho. Desta sorte,
a definição harmonizar-se-ia somente com os textos das Constituições e não com a
realidade.
Parece, pois, que uma noção, ao mesmo tempo formal e material, de monar-
quia e república seria esta: nas monarquias o cargo de Chefe do Estado é hereditá-
rio e vitalício; nas repúblicas, o cargo de Chefe do Estado é eletivo e temporário.
A irresponsabilidade não pode ser um caráter distintivo porque, se nas repú-
blicas de governo parlamentar o Presidente é politicamente irresponsável, não se dá
o mesmo nas de governo presidencial, como veremos ao tratar destas novas moda-
lidades.
Ao nosso ver, o conceito de república foi resumido pelo grande Rui Barbosa
que inspirado nos constitucionalistas americanos, disse ser a forma de governo em
que além de "existirem os três poderes constitucionais, o Legislativo, o Executivo e o
Judiciário, os dois primeiros derivem, realmente, de eleição popular".
É verdade que o Poder Executivo nas repúblicas parlamentares não é exerci-
do pelo Presidente e sim pelo Gabinete, que não é eleito mas nomeado. No entanto,
como esse Gabinete, para se manter, depende da confiança do Parlamento, pode-
se considerar que ele deriva, pelo menos indiretamente, de eleição popular.
O que é certo é que não há uma definição cuja compreensão e extensão se
adapte exclusiva e perfeitamente às duas formas de governo. Por isso, a noção que
lembramos, de que na monarquia o cargo de Chefe do Estado é hereditário e vitalí-
cio e nas repúblicas temporário e eletivo, talvez seja a que melhor satisfaça. Todos
os demais traços de ambas as formas são variáveis e nenhum é absolutamente ex-
clusivo a uma delas. Até mesmo a eletividade não é característico exclusivo da re-
pública, dado que houve monarquias eletivas.

Modalidades de Monarquia e República


Costumam os autores distinguir algumas espécies de monarquia e de repúbli-
ca. Assim, haveria monarquias eletivas e hereditárias, de que acima falamos; e mo-
narquias absolutas e constitucionais, de que tratamos também na classificação do
parágrafo anterior.
Quanto à posição do monarca, Jellinek distingue três modalidades: a) o rei é
considerado deus ou representante de Deus, como acontecia nas monarquias orien-
tais e mesmo quanto aos monarcas medievais, que se davam como os representan-
tes divinos; b) o rei é considerado proprietário do Estado, como acontecia na época
feudal, em que os reis dividiam o Estado entre os herdeiros; c) o rei é o órgão do
Estado, é um quarto poder, como acontece nas monarquias modernas em que o
monarca representa a tradição, é um elemento moral, um poder moderador entre os
demais poderes.
Quanto às repúblicas, geralmente são classificadas em aristocráticas e demo-
cráticas. Nas primeiras, o direito de eleger os órgãos supremos do poder reside em
uma classe nobre ou privilegiada, com exclusão das classes populares. É o que se
dava nas Repúblicas italianas de Veneza, Florença, Gênova, etc. Na república de-
mocrática o direito de eleger e ser eleito pertence a todos os cidadãos, sem distin-
ção de classe, respeitadas apenas as exigências legais e gerais quanto à capacida-
de de praticar atos jurídicos. É a democracia propriamente dita.
Quanto à distinção entre repúblicas unitárias e federativas, é matéria diversa;
não são formas de governo, pois o unitarismo e o federalismo são formas de Estado.
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Em síntese, poderíamos definir a república democrática nestes termos: é uma
forma do regime representativo em que o Poder Legislativo é eleito pelo povo, e o
Poder Executivo é eleito pelo povo, ou pelo Parlamento ou nomeado pelo Presidente
da República mas depende de aprovação do Parlamento.

Absolutismo
O processo de formação do Estado moderno concentrou-se nas mãos do rei
todos os mecanismos de governo - absolutismo - fazendo com que a Nação se iden-
tificasse com a Coroa.
O principal teórico desse sistema foi Jacques Bossuet, da corte de Luís XIV,
que se utilizou de argumentos extraídos da Bíblia para justificar o poder absoluto e
de "direito divino" da realeza. O lema era: "Um rei, uma lei, uma fé". Por ser o rei
representante de Deus, não deveria prestar contas nem à Igreja, nem ao povo.

Absolutismo na França
Na França, as Guerras de Religião ocuparam quase todo o século XVI. So-
mente em 1598, sob Henrique IV, obtém-se a pacificação entre católicos e protes-
tantes (huguenotes) com o Edito de Nantes, abrindo-se um período de paz religiosa.
Segundo alguns historiadores, as Guerras de Religião retardaram a consolidação do
absolutismo na França, o que explicaria sua violência posterior. Em 1614, convo-
cam-se pela última vez os Estados Gerais, uma espécie de conselho composto pe-
las três ordens (nobreza, clero e povo).

O triunfo do absolutismo francês


O cardeal de Richelieu (1582-1642), primeiro-ministro de Luís XIII, ou seja,
presidente do Conselho Real (de 1624 a 1642) opõe-se à alta nobreza e luta contra
os privilégios dos huguenotes (designação pejorativa dada a protestantes france-
ses); cria um exército permanente e submete duramente as administrações provinci-
ais à Coroa. Os governadores são indicados entre a nobreza, mas são vigiados pe-
los intendentes (funcionários reais).
A França de Richelieu fixa suas fronteiras naturais, contra a ameaça doa
Habsburgos: Pirineus e Reno. Apoia os príncipes protestantes da Alemanha, que
contestavam a unidade do Império, e os portugueses desejosos de independência
(lembre-se que Portugal e Brasil ficaram sob domínio espanhol de 1580 a 1640).
O cardeal Mazzarino (1602-1661), primeiro-ministro de Luís XIII e de Luís XIV, conti-
nua a obra de Richelieu. A guerra com a Espanha, que terminou com a Paz dos Piri-
neus (1659), marcou o fim da preponderância espanhola e a entrada da França no
cenário europeu como grande potência.
Mazzarino sofre oposição da nobreza à sua política absolutista. Embora com
interesses diversos, alta nobreza e burguesia unem-se contra o cardeal, que é exila-
do várias vezes. Mas ao morrer Mazzarino, a alta nobreza está abalada politicamen-
te. É o triunfo do absolutismo.
Em 1661, Luís XIV assume o poder, com o objetivo de estabelecer a hege-
monia francesa na Europa, contra os Habsburgos da Espanha e da Alemanha. Veri-
fica-se a expansão francesa no Franco-Condado (1678), Estrasburgo (1681) e Lu-
xemburgo (1684).
Foi com Luís XIV, o Rei Sol, que o absolutismo francês teve seu apogeu. Com
a monarquia de "direito divino", Luís XIV, no século XVII, exerce o despotismo inte-
gral. Governa por meio de decretos, gabinete secretos e ministros. Controla direta-
mente a polícia secreta e a prisão do Estado (a famosa Bastilha).
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Na economia, Colbert, ministro da fazenda, estabelece a primeira política
econômica nacional planejada, baseada em estatísticas e contabilidade. A aduana e
o imposto direto (a denominada "talha") são controlados pela Coroa, eliminando-se
as aduanas internas e construindo-se estradas e canais. A indústria é estimulada a
fabricar produtos de luxo, favorável, ponto central da política mercantilista.

A sociedade e a cultura
Apesar das aparências jurídico-políticas de uma organização em três ordens
(nobreza, clero e povo), economicamente a sociedade francesa estava dividida em
classes. Classes que possuíam interesses bem diferentes.
A nobreza e o clero eram ordens privilegiadas, com posse de terras e isenção
de impostos. A alta burguesia (parte do terceiro estado) vivia da expansão dos ne-
gócios e comprava cargos públicos (tornando-se "noblesse de robe", ou seja, nobre-
za togada, de nível mais baixo). Os camponeses e a pequena burguesia urbana pa-
gavam, com seu trabalho e impostos, os gastos do Estado absolutista.
Em 1685, reacende-se o conflito religioso. O Estado absolutista revoga o Edito de
Nantes. Cerca de 500 mil huguenotes perseguidos emigram. Surgem as primeiras
oposições ao absolutismo (como o escritor Fénelon).
Após 1710, o jasenismo ( corrente cristã que se opunha aos jesuítas, e fun-
dada pelo monge Jansênio) torna-se perseguido pelo absolutismo, ao propor a reno-
vação do catolicismo inspirada em Santo Agostinho. O jansenismo tinha por sede o
mosteiro de Port Royal, perto de Versalhes. Teve grande repercussão, chegando a
Portuga e ao Brasil.
Na literatura, destacaram-se Boileau (1636-1711), com Arte poética (em que
se definiu o classicismo francês); as tragédias baseadas na Antigüidade Clássica,
com Corneille (1606-1684) e Racine (1639-1699); as comédias de Molière (1622-
1673) e as fábulas de La Fontaine (1621-1695). @No período do absolutismo é que
foi construído o suntuoso palácio de Versalhes (1624 a 1708). Na cultura já não há
mecenas individuais, mas o protecionismo do Estado.

O absolutismo na Inglaterra
Em 1553, Maria Tudor, a Sanguinária, filha de Henrique VIII e casada com
Felipe II da Espanha, reata os laços da Inglaterra com Roma, opondo-se ao anglica-
nismo instaurado pelo seu pai. É morta em 1558. Sucede-a Elizabeth I (no poder de
1558-1603). Elizabeth I restaura a Igreja Anglicana nacional, enfrenta graves confli-
tos político-religiosos e sustenta guerras navais, Dá apoio a piratas (Drake, em parti-
cular) que atacavam os carregamentos de prata vindos do México para a Espanha
dos Habsburgos.
Em 1588, a Invencível Armada Espanhola (130 navios com 30 mil homens) é
destruída nas costas inglesas. No campo comercial, a preponderância espanhola é,
então, substituída pela hegemonia inglesa.
Os mercadores-manufatureiros organizam sociedades por ações e criam a
Companhia Moscovita (1554), a Companhia do Levante (1581) e a importante Com-
panhia das Índias Ocidentais (1600). Em 1584 fundam a primeira colônia na América
do Norte: Virgínia, nome dado em homenagem à Rainha Virgem.
As atividades da Bolsa de Londres têm início em 1571.
De 1603 a 1648 passam a reinar os Stuart. Jaime I (1603-1625) e Carlos I
(1625-1649) ampliam a centralização absolutista ( por venda de títulos e cargos, im-
postos pesados), mas sofrem resistência do Parlamento, que é dissolvido várias ve-
xes. De 1642 a 1648, tem lugar uma guerra civil entre a Coroa e o Parlamento. Cria-
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se um novo exército parlamentar, organizado pelo puritano independente Oliver
Cromwell (1599-1658).
Em 1649, Carlos I é executado, abolindo-se a monarquia.
No período republicano (1649-1660), ocorreu a ditadura pessoal de Cromwell,
que dissolveu o Parlamento.
Com a restauração dos Stuarts, abre-se então um novo período. Após vários
conflitos, fixam-se não só os direitos individuais (da burguesia, sobretudo), como o
habeas-corpus (1679) mas também se define o agrupamento dos parlamentares em
dois partidos distintos: whigs ( liberais) e tories (conservadores).
Unidos ante o perigo de centralização sob o rei católico Jaime II (1685-1688),
os whigs e os tories oferecem a coroa a Guilherme III d e Orange (Holanda), defen-
dendo "a religião protestante e o Parlamento livre". É a Revolução Gloriosa (1688).
A burguesia comercial consegue impor sua autoridade, através do Parlamen-
to, a religião protestante e os direitos do cidadão (burguês). Assim, na Inglaterra, o
poder central sofreu embates e limitações provenientes de um regime constitucional
e liberal que marginalizava a coroa; ao contrário, portanto, do que ocorria na França.

O Despotismo Esclarecido
Estimulados pelos filósofos, numerosos príncipes procuram pôr em prática as
novas idéias, governando de acordo com a razão e segundo os interesses do povo,
mas sem abandonar o poder absoluto. Essa aliança de princípios filosóficos e poder
monárquico deu origem a um regime de governo típico do século XVIII, o despotis-
mo esclarecido.
Seus representantes mais destacados foram Frederico II, rei da Prússia; Ca-
tarina II, tzarina da Rússia; José II, imperador da Áustria; Pombal, ministro de Portu-
gal; e Aranda, ministro da Espanha.
Na Prússia, Frederico II, discípulo de Voltaire e indiferente à religião, deu ao povo
liberdade de culto. Estimulou o ensino básico, tornando a instrução primária obriga-
tória para todos. Apesar de nessa época os jesuítas estarem sendo expulsos de
quase todos os países da Europa (por causa das suas ligações com o Papado),
Frederico II atraiu-os para a Prússia, visando aproveitar suas qualidades de educa-
dores. A tortura foi abolida e um novo código de justiça foi organizado. O rei exigia
obediência total às suas ordens, mas dava plena liberdade de expressão. Procurou
estimular a economia prussiana, adotando medidas protecionistas, embora isso fos-
se contrário às idéias iluministas. Preservou a ordem social existente - a Prússia
permaneceu um Estado feudal, com servos sujeitos à classe dominante (dos pro-
prietários).
O Estado no qual se fez mais propaganda das idéias novas e onde elas foram
menos executadas foi a Rússia. Catarina II atraiu os filósofos franceses à sua corte
e manteve com eles correspondência regular; esses filósofos, porém, lhe serviam
apenas de instrumento, pois ela muito prometeu e quase nada realizou de prático. A
imperatriz deu ao povo liberdade religiosa e preocupou-se em desenvolver a educa-
ção das altas classes sociais, que foram polidas e "afrancesadas" nos seus usos e
costumes. A situação dos servos foi agravada: não só a servidão foi mantida, como
os direitos dos proprietários sobre os servos da terra foram aumentados chegando
inclusive ao direito de condenação à morte.
José Segundo da Áustria foi exemplo típico do déspota esclarecido. Fez nu-
merosas reformas ditadas pela razão: aboliu a servidão, deu igualdades a todos pe-
rante a lei e os impostos, uniformizou a administração do Império, deu liberdade de

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culto e direito de emprego aos não-católicos. Foi um único que aplicou realmente as
idéias propostas pelos filósofos iluministas.
Na Espanha, o Ministro Aranda pôs em execução uma série de reformas: o
comércio foi liberado internamente, a indústria de luxo e de tecidos de algodão foi
estimulada e a administração foi dinamizada com a criação dos intendentes, que
fortaleceram o poder do Rei Carlos III.
Em Portugal o Marquês de Pombal, ministro de Dom José primeiro fez impor-
tantes reformas. Durante seu governo, a indústria cresceu, o comércio passou a ser
controlado por companhias que detinham o monopólio comercial nas regiões coloni-
ais, a agricultura foi estimulada e a nobreza e o clero foram perseguidos a fim de
fortalecer o poder real.

Teocracia
Das classificações de Formas de Governo aparecidas modernamente, é de
ressaltar a de autoria do jurista alemão Bluntschli que distinguiu as formas funda-
mentais ou primárias de governo das secundárias. A primária atendeu à qualidade
do regente, ao passo que na secundária o critério a que obedeceu era o da partici-
pação que tem no governo os governados.
São Formas fundamentais: a monarquia, a aristocracia, a democracia e a ide-
ocracia ou teocracia.
Com efeito, assevera esse pensador que há sociedades políticas organizadas
onde a concepção do poder soberano não reside em nenhuma entidade temporal,
em nenhum ser humano, singular ou plural, senão que se afirma ter uma soberania
por ser uma divindade. Conseqüentemente, em determinadas formas de sociedade
impera uma doutrina teológica da soberania. Não se deve, por conseguinte, menos-
prezar semelhantes modelos de sociedade, onde a teoria do poder político, debaixo
da imperação sobrenatural, forma um sistema governativo de teor sacerdotal.
A teocracia como forma de governo, segundo Bluntschli, degenera na idolo-
cracia: a veneração dos ídolos, a práticas de baixos princípios religiosos extensivos
à ordem política, conseqüentemente se perverti.
A teocracia é um ordenamento político pelo qual o poder é exercido em nome
de uma autoridade divina, por homens que se declaram seus representantes na Ter-
ra. Bem característica do Sistema Teocrático, é a posição preeminente reconhecida
a hierarquia sacerdotal, que direta ou indiretamente controla toda vida social em
seus aspectos sacros e profanos. A subordinação das atividades e dos interesses
temporais aos espirituais, justificada pela necessidade assegurar antes de qualquer
outra coisa a "salus aninarum" dos fiéis, determina a subordinação do Laicato ao
clero: a teocracia que etimologicamente significa "Governo de Deus" traduz-se assim
em hierocracia, ou seja, em Governo da casta sacerdotal, à qual, por mandato divi-
no, foi confiada a tarefa de prover, tanto a salvação eterna como o bem estar mate-
rial do povo.
Não faltam na história, exemplos de regimes teocráticos: o TIBETE DE DALAI
LAMA, o Japão Imperial, o Egito Faraônico, e em termos bastantes conspícuos a
organização política do povo hebreu. Pelo que tange a civilização ocidental, a tenta-
tiva mais séria de dar vida a um modelo político-teocrático deu-se entre o final do
século XI e o início do século XIV opor obra do papado.
A subordinação ratuone fenuim do poder temporal ao poder espiritual dá vida
a um sistema de relações entre Igreja e Estado, no qual este último é vedada urgên-
cia no que diz respeito às pessoas e aos bens eclesiásticos pertencentes à esfera
das realidades espirituais. Dessa forma caem por terra todas as intervenções da au-
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toridade cure na organização interna da Igreja que caracterizam os últimos séculos
do Império Romano e mais tarde do Império Carolíngio: a eleição do pontífice, a no-
meação dos bispos, a administração dos bens eclesiásticos voltam a ser problemas
de exclusiva competência da Igreja. Sempre, pela mesma razão, se afirma o princí-
pio de que as propriedades da Igreja estão isentas se qualquer imposto fiscal a favor
do Estado, os eclesiásticos estão isentos da obrigação de prestar serviço militar e,
se envolvidos em controvérsias civis ou pessoais, tem o direito de ser julgados por
tribunais da Igreja.
A Reforma Protestante, ao romper a unidade religiosa européia, marca o aca-
so definitivo do sistema teocrático: aos seus princípios está legada a teoria da pro-
testas indirecta ecclesiae in temporalibus, foi elaborada no século XVI por Billarmino
Suarez e se tornou a doutrina oficial da Igreja em matéria de relações com Estado.
Com base nesta teoria, a Igreja conservou o poder de julgar e condenar a atividade
do Estado e dos soberanos todas as vezes em que a mesma puser de qualquer ma-
neira em perigo a salvação das almas. O grande interesse pelas almas torna-se jus-
tificação(e o limite embora difícil de definir) das intervenções do Papa em matéria
temporal.

Democracia e Aristocracia
Democracia é uma forma de governo onde o povo escolhe seus representan-
tes, esses agem de acordo com os interesses da população. Porém , mesmo tendo
o poder de usar da decisão, mecanismo político, para escolher as ações públicas
que deseja que o governo empreenda, o povo não sabe "de onde veio, nem para
que serve a democracia". Junto aos seus governantes, desconhece o poder que tem
nas mãos, e com isso, deixa ser governado conforme interesses de alguns. A popu-
lação não sabe que a democracia é uma forma de governo "do povo para o povo".
Ou seja, o poder emana da população, para atuar de forma justa de acordo com os
interesses desta.
Existe uma bifurcação histórica onde define a democracia como:
Democracia Antiga;
Democracia Moderna.
O primeiro momento da democracia, democracia na antigüidade, na historia
foi em Atenas, onde o governo do povo era regido por uma assembléia da qual ape-
nas os cidadãos atenienses faziam parte, ou seja, apenas os homens livres nascidos
em Atenas, ficando de fora os escravos, os estrangeiros e a mulheres. Caracteri-
zando-se assim uma "falsa Democracia".
A Democracia Moderna, por sua vez, divide-se também em duas:
Parlamentarismo;
Presidencialismo.
O Presidencialismo é uma forma de poder governamental baseada num Pre-
sidente (pessoa física eleita em votação direta ou indireta), e o Parlamentarismo é
também uma forma de poder governamental baseada num Parlamento (represen-
tantes direto do povo, onde segmentos da sociedade são representados de forma
unilateral).
Como exemplo de presidencialismo e Parlamentarismo temos o Brasil que
participou, no seu processo histórico, dessas duas estruturas governamentais.
Quando por exemplo, Jânio Quadros renunciou ao poder, foi instalado o Parlamenta-
rismo, tendo figuras representativas como integrantes dessa estrutura, temos Tan-
credo Neves e Ulises Guimarães como representantes cruciais do regime parlamen-
tar. Retornando o Presidencialismo com a posse de Jango.
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Como outra forma de governo, temos a Aristocracia, que é governo de um
pequeno número. A classe social que detém o poder político por título de nobreza ou
de riqueza. Na classificação de Aristóteles, que associava ao critério qualitativo o
critério quantitativo, o termo seria aplicado unicamente aos governos constituídos de
um pequeno numero de cidadãos virtuosos. Era forma ideal de governo, preferida
pelos filósofos políticos da antigüidades. Distinguia-se da Democracia, pela quanti-
dade. Historicamente, porém, as formas da Aristocracia afastaram-se do padrão
clássico, passando a identificar-se com a forma Aristotélica da Oligarquia, em que
um pequeno número de dirigentes privilegiados usufrui o poder em beneficio próprio.
Entretanto, como governo dos melhores e mais aptos, aristocracia não é, em si
mesma, incompatível com os idéias da democracia representativa. Na Democracia
indireta, o Governo é sempre exercido por uns poucos. A questão fundamental não
reside, assim, na quantidade de dirigentes, mas na sua representatividade, o que
depende, essencialmente, do processo de sua escolha. Na sociedade onde esse
processo eficaz, a ascensão de uma elite não macula o caráter democrático das ins-
tituições.
Concluindo, com uma interpretação absolutamente democrática, poderíamos
dizer que o poder reside em cada indivíduo que compõe o corpo social, que participa
de um Contrato para constituição de uma sociedade política, estabelecendo seus
fins, seus órgãos de direção, com suas atribuições, formas de escolha e responsabi-
lidades bem definidas. Acredito, hoje, que só a partir destes postulados se pode ter
uma discussão realista e concreta de questões constitucionais.

Conclusão
O presente trabalho tem por objetivo o embasamento preliminar na disciplina
Ciência Política, abordando o tema Formas de Governo. Foram utilizados livros cien-
tíficos referentes à matéria, e referências históricas, para dar um tom verídico ao
pesquisado e conseqüentemente solidificar a teoria.
A pesquisa foi enriquecedora e gratificante para todos os membros e fez com
que os mesmos pudessem visualizar melhor as formas de governo existentes nas
diversas sociedades e o fundamento objetivo da sociedade em que vivemos, o Bra-
sil.

Princípio Republicano X Princípio Federativo


Danielly Medeiros, Advogada e Professora & André Uchôa, Professor.
http://direitoemquadrinhos.blogspot.com.br/2011/02/principio-republicano-x-principio.html

O PRINCÍPIO REPUBLICANO é o modo pelo qual as autoridades públicas re-


lacionam-se com os seus cidadãos, tendo as seguintes características
* Eletividade,
* Temporariedade e a
* Necessidade de prestação de contas pela administração pública.
Obs.: O princípio republicano impede que prevaleça a prerrogativa de foro,
perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, mesmo que a
prática delituosa tenha ocorrido durante o período de atividade funcional, se sobrevi-
er a cessação da investidura do indiciado, denunciado ou réu, no cargo, função ou
mandato, cuja titularidade se qualifica como o único fator de legitimidade constituci-
onal apto a fazer instaurar a competência penal originária do STF.

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Falar em PRINCÍPIO FEDERATIVO é dizer que os membros da federação
(União, Estados, Municípios e DF) devem possuir tratamento isonômico.
Um instrumento utilizado para assegurar essa isonomia é a existência do Se-
nado Federal, pois através dele assegura-se a isonomia entre os membros da fede-
ração, já que essa Casa é composta por três representantes de cada Estado. Por
consequência, possível extinção do Senado Federal seria uma fragilização da fede-
ração, ferindo cláusula pétrea.

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