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Assistente Técnico Administrativo

Edital nº 05 / 2014
Sumário

Português – Prof. Carlos Zambeli . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5


Português – Prof. Pablo Jamilk . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95
Redação Oficial – Prof. Pablo Jamilk . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 135
Matemática – Prof. Dudan . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 191
Matemática Financeira – Prof. Thiago Pacífico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 403
Raciocínio Lógico – Prof. Bruno Villar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 457
Informática – Prof. Sérgio Spolador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 493
Atualidades – Prof. Cássio Albernaz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 733
Atualidades – Prof. Rafael Ravazolo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 821
Gestão de Pessoas e do Atendimento ao Público – Prof. Rafael Ravazolo . . . . . . . . . . . . . . . . 837
Gestão de Pessoas e do Atendimento ao Público – Profª Amanda Lima . . . . . . . . . . . . . . . . . 949
Ética – Profª Letícia Loureiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 965
Administração Pública Brasileira – Prof. Yuri Schneider . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 997
Administração Pública Brasileira – Profª Tatiana Marcello . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1021
Administração Pública Brasileira – Prof. Cássio Albernaz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1039
Administração Pública Brasileira – Profª Giovanna Carranza . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1139
Administração Pública Brasileira – Prof. Fábio Furtado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1185
Regime Jurídico dos Agentes Públicos – Profª Tatiana Marcello . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1347
Regime Jurídico dos Agente Públicos – Prof. Joerberth Nunes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1469

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Português

Professor Carlos Zambeli

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Edital

PORTUGUÊS: Ortografia oficial. Acentuação gráfica. Emprego das classes de palavras. Emprego
do sinal indicativo de crase. Sintaxe da oração e do período. Pontuação. Concordância nominal
e verbal. Regência nominal e verbal. Significação das palavras.

BANCA: ESAF
CARGO: Assistente Técnico Administrativo

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Aula 1

EMPREGO DAS CLASSES DE PALAVRAS

A morfologia está agrupada em dez classes, denominadas classes de palavras ou classes


gramaticais.
São elas: Substantivo, Artigo, Adjetivo, Numeral, Pronome, Verbo, Advérbio, Preposição,
Conjunção e Interjeição.

1. Substantivo (nome)

Tudo o que existe é ser e cada ser tem um nome. Substantivo é a classe gramatical de palavras
variáveis, as quais denominam os seres. Além de objetos, pessoas e fenômenos, os substantivos
também nomeiam:

•• lugares: São Paulo, Fortaleza.

•• sentimentos: raiva, saudade.

•• estados: alegria, fome...

•• qualidades: sinceridade, honestidade.

•• ações: escrita, escuta.

2. Artigo

Artigo é a palavra que, antes de um substantivo, indica se ele está sendo empregado de maneira
definida ou indefinida. Além disso, o artigo indica, ao mesmo tempo, o gênero e o número dos
substantivos.

Detalhe zambeliano 1
Substantivação!

•• O seu não é inadmissível.

•• Os engraçadinhos sempre estão por aí.

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Detalhe zambeliano 2
Artigo facultativo diante de nomes próprios.

•• André Vieira saiu.

•• O André Vieira saiu.

Detalhe zambeliano 3
Artigo facultativo diante dos pronomes possessivos.

•• Minha vida é sempre assim.

•• A Minha vida é sempre assim.

3. Adjetivo

Adjetivo é a palavra que expressa uma qualidade ou uma característica do ser.


•• O homem estressado é muito chato.

•• A banca examinadora está indignada!

Morfossintaxe do adjetivo:
O adjetivo exerce sempre funções sintáticas relativas aos substantivos, atuando como adjunto
adnominal ou como predicativo (do sujeito ou do objeto).

Locução adjetiva
•• Amor de mãe (materno)

•• Queda de cabelo (capilar)

•• Homem sem piedade (impiedoso)

•• Comportamento de criança (infantil)

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ATA – Português – Prof. Carlos Zambeli

Detalhe zambeliano!
•• As pessoas críticas aparecem demais na sociedade.

•• As pessoas estão críticas demais na sociedade.

4. Pronome

a) Pessoais

Pronome reto
Pronome pessoal do caso reto é aquele que exerce a função de sujeito ou predicativo do
sujeito.

•• Nós te ajudamos.

Os pronomes retos apresentam flexão de número, gênero (apenas na 3ª pessoa) e pessoa.


Eu, tu, ele, nós, vós, eles

Pronomes do caso oblíquo – átonos e tônicos

Átonos

Usados sem preposição:


•• Singular: me, te, lhe, o, a, se

•• Plural: nos, vos, lhes, os, as, se

Tônicos

Usados com preposição:


•• Singular: mim (comigo), ti (contigo), ele, ela, si (consigo)

•• Plural: nós (conosco), vós (convosco), si (consigo), eles, elas

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Função desses pronomes na frase
Pronomes do caso reto funcionam como sujeito:
•• Ele estuda com A Casa do Concurseiro.

Pronomes do caso oblíquo funcionam como complementos:


•• Eu reviso a matéria, mas você nunca a estuda!

b) Indefinidos
•• Algum material pode me ajudar. (afirmativo)

•• Material algum pode me ajudar. (negativo)

Outros pronomes indefinidos:


tudo, todo (toda, todos, todas), algo, alguém, algum (alguma, alguns, algumas), nada, ninguém,
nenhum (nenhuma, nenhuns, nenhumas), certo (certa, certos, certas), qualquer (quaisquer), o
mesmo (a mesma, os mesmos, as mesmas),outrem, outro (outra, outros, outras), cada, vários
(várias).

c) Demonstrativos

Este, esta, isto – perto do falante.


ESPAÇO Esse, essa, isso – perto do ouvinte.
Aquele, aquela, aquilo – longe dos dois.
Este, esta, isto – presente/futuro
TEMPO Esse, essa, isso – passado breve
Aquele, aquela, aquilo – passado distante
Este, esta, isto – vai ser dito
DISCURSO
Esse, essa, isso – já foi dito

RETOMADA
As crianças da classe média têm um futuro mais promissor do que os filhos de pais das classes
menos favorecidas, porque àquelas se dão oportunidades que se negam a estes.

•• E se fossem 3 elementos para retomar, Zambeli?

Emprego de este, esse e aquele em relação a três termos:

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Este: indica o que se referiu por último.

Esse: se refere ao penúltimo.

Aquele: indica o que se mencionou em primeiro lugar.

d) Possessivos
•• Este é o meu problema! Cadê o seu?

5. Verbos

As formas nominais do verbo são o gerúndio, infinitivo e particípio. Não apresentam flexão de
tempo e modo, perdendo, dessa maneira, algumas das características principais dos verbos.

Tempo e modo
As marcas de tempo verbal situam o evento do qual se fala com relação ao momento em que
se fala. Em português, usamos três tempos verbais: presente, passado e futuro.

Os modos verbais, relacionados aos tempos verbais, destinam-se a atribuir expressões


de certeza, de possibilidade, de hipótese ou de ordem ao nosso discurso. Essas formas são
indicativo, subjuntivo e imperativo.

•• O modo indicativo possui seis tempos verbais: presente; pretérito perfeito; pretérito
imperfeito e; pretérito mais-que-perfeito; futuro do presente e futuro do pretérito.

•• O modo subjuntivo divide-se em três tempos verbais: presente, pretérito imperfeito e


futuro.

•• O modo imperativo apresenta-se no presente e pode ser afirmativo ou negativo.

6. Advérbio

É a classe gramatical das palavras que modificam um verbo, um adjetivo ou um outro advérbio.
É a palavra invariável que indica as circunstâncias em que ocorre a ação verbal.

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•• Alguns colegas chegam muito cedo.

•• Ele não estuda muito, mas acha que vai passar.

•• Ela é muito dedicada!

O advérbio pode ser representado por duas ou mais palavras: locução adverbial (à direita,
à esquerda, à frente, à vontade, em vão, por acaso, frente a frente, de maneira alguma, de
manhã, de súbito, de propósito, de repente...)

Lugar: longe, junto, acima, atrás…

Tempo: breve, cedo, já, dentro, ainda…

Modo: bem, mal, melhor, pior, devagar, (usa, muitas vezes, o sufixo – mente).

Negação: não, tampouco, absolutamente…

Dúvida: quiçá, talvez, provavelmente, possivelmente…

Intensidade: muito, pouco, bastante, mais, demais, tão…

Afirmação: sim, certamente, realmente, efetivamente…

7. Preposição

Preposição é uma palavra invariável que liga dois elementos da oração, subordinando o
segundo ao primeiro, ou seja, o regido ao regente..

Regência verbal: Enviaram todas informações ao cliente ontem.

Regência nominal: Esta rua fica parelela ao mercado.

Zambeli, quais são as preposições?


a – ante – até – após – com – contra – de – desde – em – entre – para – per – perante
– por – sem – sob – sobre – trás.

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ATA – Português – Prof. Carlos Zambeli

8. Conjunções

Conjunção é a palavra invariável que liga duas orações ou dois termos semelhantes de uma
mesma oração.

As conjunções podem ser classificadas em coordenativas e subordinativas

Coordenadas – aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas, explicativas.

Subordinadas – concessivas, conformativas, causais, consecutivas, comparativas, condicionais,


temporais, finais, proporcionais.

QUE
Conjunção integrante ou pronome relativo?

•• A aluna que estuda disse que entende mais a matéria!

Exercício para fixar!

Classifique a classe gramatical destacadas na reportagem abaixo


“No final de (1) maio, Pernambuco se tornou o mais novo (2) Estado brasileiro (3) a proibir o
uso (4) de telefones celulares nas salas (5) de aula. A lei sancionada (6) no estado nordestino
(7) vai ao encontro de normas semelhantes (8) adotadas no Rio de Janeiro, Goiás, São Paulo,
entre (9) outros. Também em maio, uma (10) pesquisa publicada pela London School of Econo-
mics and Political Science (LSE) revelou que (11) as escolas britânicas que (12) baniram os (13)
celulares registraram um (14) aumento de 6% no desempenho de seus (15) alunos. Segundo o
estudo (16), os aparelhos seriam uma (17) causa de distração dos estudantes (18).”

1. _______________ 6. _______________ 11. ______________ 16. ______________


2. _______________ 7. _______________ 12. ______________ 17. ______________
3. _______________ 8. _______________ 13. ______________ 18. ______________
4. _______________ 9. _______________ 14. ______________
5. _______________ 10. ______________ 15. ______________

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Questões

1. (19329) ESAF – 2012 – PORTUGUÊS – Semântica e Vocabulário


Assinale a alternativa em que se sugerem sinônimos adequados para as palavras vulnerável (o
consumidor não fique vulnerável a esse tipo de invasão.) respeitosas (as práticas não são mui-
to respeitosas), e similares (Estamos vivendo os primórdios da publicidade móvel, e os mode-
los são muito similares aos da web), respectivamente.
a) passível – aviltantes – iguais
b) frágil – elogiosas – equivalentes
c) frágil – aviltantes – iguais
d) sensível – elogiosas – semelhantes
e) passível – reverentes – semelhantes

2. (38237) ESAF – 2010 – PORTUGUÊS – Semântica e Vocabulário


Em relação ao uso das estruturas linguísticas do texto, assinale a opção correta.
Nem sempre a abundância de um recurso
natural como o petróleo num país traz-lhe prosperidade.
A prosperidade dos países árabes mais
ricos pelo petróleo é discutível, se a gente não
5 olhar apenas os palácios e o exotismo árabes. A
chamada doença holandesa caracteriza a situação
de um país que, à mercê de novas riquezas,
acaba solapando a sua indústria. Mas o mais terrível,
como referência à maldição do petróleo, não
10 é a Holanda, é a Venezuela. E o Brasil, por que
não? Surfando nos ciclos do açúcar, do ouro e
do café, montamos um país desigual e atrasado,
ou como dizia Washington Luiz antes da época
da industrialização: “o Brasil é um país essencialmente
15 agrícola”, isto é, especializado em exportar
açúcar, café, cacau e tabaco.
Portanto, o pré-sal tanto pode ser uma fonte
de recursos que impulsionarão o Brasil para um
novo patamar de desenvolvimento e equidade
20 social ou algo mais parecido com o ciclo da canade-
açúcar, em que se consolidou uma sociedade
colonial injusta, atrasada e sem recursos que não
os cedidos pelas metrópoles. Tudo depende de
como o pré-sal vier a ser administrado.
(Pergentino Mendes de Almeida disponível em http://www.
correiocidadania.com.br/content/view/4881/9/, acesso em 29/10/2010)

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a) Prejudica-se a correção gramatical do período ao se substituir “traz-lhe”(ℓ. 2) por traz a ele.
b) A palavra “solapando”(ℓ.8) está sendo empregada com o sentido de impulsionando.
c) A palavra “equidade”(ℓ.19) está sendo empregada com o sentido de respeito à igualdade
de direitos, justiça social.
d) A palavra “Surfando”(ℓ.11) está sendo empregada com o sentido denotativo.
e) Prejudica-se a correção gramatical do período ao se substituir “vier a ser”(ℓ.24) por estiver
sendo.

3. (113223) ESAF – 2016 – PORTUGUÊS – Classes de Palavras (Morfologia) / Flexão Nominal e


Verbal
Leia o depoimento a seguir para responder à questão
Assinale a substituição proposta que causa erro de morfossintaxe no texto.
Há quase dois anos fui empossado técnico
administrativo na ANAC de São Paulo e estou muito
satisfeito de trabalhar lá. Nesse tempo já fui nomeado
para outros dois cargos na administração pública,
5. porém preferi ficar onde estou por diversos motivos,
profissionais e pessoais. Sinceramente, sou partidário
do “não se mexe em time que está ganhando”.
Trabalho na área administrativa junto com
outros técnicos e analistas, além de ser gestor
10. substituto do setor de transportes da ANAC/SP.
Tenho de analisar documentação, preparar processos
solicitando pagamentos mensais para empresas por
serviços prestados, verificar se os termos do contrato
estão sendo cumpridos, resolver alguns “pepinos” que
15. sempre aparecem ao longo do mês, além, é claro, de
efetuar trabalhos eventuais que surgem conforme a
demanda.
<http://wordpress.concurseirosolitario.com.br/o-cotidiano-de-umservidor
-publico> Acesso em: 17/12/2015 (com adaptações).
a) (l. 1) Há A
b) (l. 3) Nesse tempo Durante esse tempo
c) (l. 8) junto juntamente
d) (l. 11) Tenho de Tenho que
e) (l. 15) ao longo do mês no decorrer do mês

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Questões, poderá assistir ao vídeo da explicação do professor.

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Gabarito: 1. (19329) E 2. (38237) C 3. (113223) A

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Aula XX
Aula 2

SINTAXE DA ORAÇÃO

Frase: É o enunciado com sentido completo, capaz de fazer uma comunicação.

Na frase, é facultativo o uso do verbo.

Oração: É o enunciado com sentido que se estrutura com base em um verbo.

Período: É a oração composta por um ou mais verbos.

SUJEITO – é o ser da oração ou a quem o verbo se refere e sobre o qual se faz


uma declaração.

Que(m) é quê?

•• “Os fracos nunca podem perdoar.” (Gandhi)

•• “Bate outra vez, com esperanças, o meu coração.” (Cartola)

•• Discutiu-se esse assunto na aula de Português da Casa do Concurseiro.

Casos especiais

Sujeito indeterminado – quando não se quer ou não se pode identificar claramente a quem o
predicado da oração se refere. Observe que Há uma referência imprecisa ao sujeito. Ocorre:

a) Com o verbo na 3ª pessoa do plural, desde que o sujeito não tenha sido identificado
anteriormente.

•• “Perguntaram ao Dalai Lama:


– O que mais te surpreende na Humanidade?
E ele respondeu:
– Os homens... Porque perdem a saúde para juntar dinheiro, depois perdem dinheiro para
recuperar a saúde.

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E por pensarem ansiosamente no futuro, esquecem do presente de tal forma que acabam
por não viver nem o presente nem o futuro. E vivem como se nunca fossem morrer... e
morrem como se nunca tivessem vivido.” (Dalai Lama)
b) com o verbo na 3ª p do singular (VI, VTI, VL) + SE

•• Necessita-se de mantimentos para os desabrigados.

•• Estuda-se em média 5h por dia.

•• “Fica-se muito louco quando apaixonado.” (Freud)

Inexistente (oração sem sujeito) – ocorre quando há verbos impessoais na


oração.

Fenômeno da natureza
•• Venta forte no litoral cearense!

•• Não deve chover nesta madrugada.

Haver – no sentido de existir, ocorrer, ou indicando tempo decorrido.


•• “Acredite, existem pessoas que não procuram beleza, mas sim coração.” (Cazuza)

•• “Se houver um general forte, não haverá soldados fracos.” (Provérbio Chinês)

•• Deve haver indícios de corrupção naquele setor.

•• Devem existir indícios de corrupção naquele setor.

Fazer – indicando temperatura, fenômeno da natureza, tempo.


•• Faz 35ºC em Fortaleza hoje.

•• Deve fazer 12ºC amanhã em Gramado.

•• Fez calor ontem na cidade.

•• “Ontem fez dez anos desde a última vez que eu te olhei nos olhos” (vanguart)

•• Está fazendo duas semanas que você fez o concurso.

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Sujeito oracional
•• “É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã.” (legião)

•• É necessário que vocês estudem em casa.

•• Convém que todos sejam honestos sempre!

TRANSITIVIDADE VERBAL

1. Verbo intransitivo (VI) – verbo que não exige complemento.

•• “Você marcou na minha vida, viveu, morreu na minha história.” (Tim Maia)

•• “Ela partiu, partiu


E nunca mais voltou
Ela sumiu, sumiu
E nunca mais voltou. (Tim Maia)

2. Verbo transitivo direto (VTD) – verbo que precisa de complemento sem preposição.

•• “Já senti saudade


Já fiz muita coisa errada
Já pedi ajuda
Já dormi na rua” (Tim Maia)

•• “Por onde andei enquanto você me procurava?” (Nando Reis)

3. Verbo Transitivo Indireto (VTI) – verbo que precisa de complemento com preposição.

•• "Cuida de mim, enquanto não me esqueço de você" (Teatro Mágico)

•• Eu preciso acreditar por um instante em todos meus amigos.

4. Verbo Transitivo Direto e Indireto (VTDI) – Precisa de dois complementos. (OD e OI)

•• “Antes de dar comida a um mendigo, dá-lhe uma vara e ensina-lhe a pescar.”(Provérbio Chinês)

•• “São Jorge, por favor, me empresta o dragão.”(Djavan)

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5. Verbo de ligação (VL) – Não indicam ação. Esses verbos fazem a ligação entre dois
termos: o sujeito e suas características. Essas características são chamadas de predicativo do
sujeito.

•• “Eduardo e Mônica eram nada parecidos“ (legião)

•• “O meu prazer agora é risco de vida” (Cazuza)

ser, viver, acha, encontrar, fazer,


parecer, estar, continuar, ficar,
permanecer, andar, tornar, virar

ADJUNTO ADVERBIAL

É o termo da oração que indica uma circunstância (dando ideia de tempo, instrumento, lugar,
causa, dúvida, modo, intensidade, finalidade...). O adjunto adverbial é o termo que modifica o
sentido de um verbo, de um adjetivo, de um advérbio.

Advérbio X Adjunto Adverbial


Hoje nós entregamos a você um presente na nossa loja alegremente!

APOSTO X VOCATIVO

Aposto é um termo acessório da oração que se liga a um substantivo, tal como o adjunto
adnominal, mas que, no entanto, sempre aparecerá com a função de explicá-lo, aparecendo de
forma isolada por pontuação.
Vocativo é o único termo isolado dentro da oração, pois não se liga ao verbo nem ao nome.
Não faz parte do sujeito nem do predicado. A função do vocativo é chamar o receptor a que se
está dirigindo. É marcado por sinal de pontuação.

•• “A intenção, boa ou má, influencia diretamente nossa vida no futuro.” (Buda)

•• Nunca me esqueci disto: você me ajudou sempre!

•• “Vai, minha tristeza, e diz a ela que sem ela não pode ser.” (Vinícius de Moraes)

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ADJUNTO ADNOMINAL

Adjunto adnominal é o termo que caracteriza e/ou define um substantivo. As classes de


palavras que podem desempenhar a função de adjunto adnominal são adjetivos, artigos,
pronomes, numerais, locuções adjetivas. Portanto trata-se de um termo de valor adjetivo que
modificará o nome ao qual se refere.
•• Artigo – A esperança persiste!

•• Adjetivos – O rapaz ciumento deve ser o pior namorado!

•• Pronome – Algumas pessoas sofrem por amor.

•• Numeral – Dois apaixonados sempre se entendem.

•• Locução adjetiva – O ciúmes da moça prejudicou a relação!

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Questões

1. (76906) ESAF – 2014 – PORTUGUÊS – Sintaxe da Oração (Análise Sintática), Concordância


Nominal e Verbal
Em relação às estruturas linguísticas utilizadas no texto abaixo, assinale a opção correta.
1. O torcedor sabe quais seleções vão se enfrentar, e
onde serão as partidas da primeira fase da Copa no
Brasil. Turistas de variados recantos do planeta, de
vários continentes, devem aportar no nosso país.
5. O sorteio dos grupos marcou a aceleração do
calendário. As vendas dos ingressos foram reabertas,
e o entusiasmo dos brasileiros não deixou de ser
percebido. Apesar de casos pontuais, como a trágica
10. construção do estádio de abertura em São Paulo, os
palcos estão montados. O evento tem tudo para ser
um sucesso, com a adesão maciça do público, tanto
presencialmente quanto pela TV.
Assim como outros eventos esportivos de porte global,
a Copa é uma oportunidade fantástica para a cidadania
15. dar um salto no seu grau de exigência, com a reinvenção
dos serviços prestados à coletividade postos na vitrine
da mídia mundial.
(Adaptado do Jornal do Commercio ( PE), 22/12/2013)
a) Em “vão se enfrentar” (l.1) o “se” indica que o sujeito é indeterminado.
b) A substituição de “marcou” (l.5) por marcaram altera as relações semânticas do texto, mas
preserva sua correção gramatical.
c) Mantém-se a correção gramatical com a redação: Reabriu-se as vendas dos ingressos...(l.6).
d) O termo “Assim como” (l.13) introduz uma ideia de comparação entre Copa e outros
eventos não especificados no texto.
e) O emprego do sinal indicativo de crase em “à coletividade” (l.16) justifica-se pela regência
de “reinvenção”, que exige preposição “a”, e pela presença de artigo definido feminino
antes de “coletividade”.

2. (38262) ESAF – 2010 – PORTUGUÊS – Concordância Nominal e Verbal


Assinale a opção que corresponde a erro gramatical inserido no texto
Queiram governantes ou não, há temas que se impõe(1) às agendas dos países, sob o risco
de haver crises abissais(2). Por exemplo, se não forem feitos ajustes periódicos nas regras
previdenciárias, para adaptá-las(3) ao novo perfil demográfico da população, cuja tendência

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é o envelhecimento, as contas públicas serão tragadas por aposentadorias e pensões. A regra
vale para o mundo, não se trata(4) de algum peculiar desvio de caráter deste ou daquele
governo. Reformas como esta são politicamente difíceis, e por isso (5) costumam ser feitas em
momentos especiais, nas crises ou quando chega ao poder alguém com visão de prazo mais
longo e disposto a arriscar a popularidade em troca do lançamento de bases mais sólidas para
o país.
(O Globo, 27/7/2010, com adaptações)

a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5

3. (38277) ESAF – 2012 – PORTUGUÊS – Sintaxe da Oração (Análise Sintática)


Assinale a opção que analisa erradamente as relações sintáticas e semânticas do texto.
O professor sul-coreano Ha-Joon Chang, em seu excelente
livro Kicking Away the Ladder, publicado em
2002, analisa a estratégia de desenvolvimento dos
países industrializados a partir de uma perspectiva
5 histórica e demonstra que eles adotaram uma série de
medidas para proteger suas economias, até que essas
se consolidassem e estivessem aptas para enfrentar a
concorrência com outros países. No entanto, conclui
que os mesmos países que se industrializaram dessa
10 forma hoje impedem, unilateralmente ou por intermédio
das instituições multilaterais, que os países emergentes
apliquem as mesmas medidas para também proteger
suas economias até que elas estejam devidamente consolidadas
e preparadas para a competição no comércio
15 internacional.Ouseja,aochegaraotopo,ospaísesdesenvolvidos
“chutam” a escada que usaram, impedindo
aqueles que chegaram mais tarde de subir.
(Kjeld Jakobsen, “Comércio internacional e desenvolvimento – do GATT
à OMC: discurso e prática”, Fundação Perseu Abramo, 2005. http://
www.fpabramo.org.br/sites/default/files/Comercio_Internacional_e_
Desenvolvimento.pdf)

a) O termo “professor sul-coreano Ha-Joon Chang” é o sujeito gramatical dos predicados


“analisa...histórica” (l.3, 4 e 5), e “demonstra” (l.5) e “conclui” (l.8).
b) Constituem uma cadeia coesiva os termos “países industrializados” (l.4), “eles” (l.5) e “os
mesmos países” (l.9).
c) O demonstrativo “essas” (l.6) tem como referente “suas economias” (l.6) e é sujeito grama-
tical dos predicados “se consolidassem” e de “estivessem...países” (l.7 e 8).

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d) A expressão “dessa forma” (l.9 e 10) refere-se ao método de análise empregado pelo pro-
fessor Ha-Joon Chang para estudar a estratégia de desenvolvimento dos países industriali-
zados, baseado na perspectiva histórica.
e) O possessivo “suas” (l.13) refere-se a “países emergentes” (l.11), que, por sua vez, é o sujei-
to gramatical do predicado “apliquem as mesmas medidas” (l.12).

4. (38279) ESAF – 2012 – PORTUGUÊS – Sintaxe da Oração (Análise Sintática), Concordância


Nominal e Verbal
Marque a opção que completa com correção gramatical os espaços do texto.
De acordo com os dispositivos legais, a interposição fraudulenta pode ser defi nida como a
participação de terceiro agente em operação de comércio exterior e que tenha por objetivo
ocultar o real vendedor, comprador ou o sujeito responsável pela operação, praticada
........1......... fraude ou simulação.
Ainda de acordo com os dispositivos legais, para que se .........2......... a ocorrência da interposição
fraudulenta, é necessário que ........3....... indícios de que a origem, a disponibilidade e a
transferência dos recursos empregados na operação de comércio exterior não ..........4.............
comprovação.
(http://legiscenter.jusbrasil.com.br/noticias/2802769/interposicaofraudulenta- e-comercio-exterior)

a) 1-mediante; 2-presuma; 3-haja; 4-sejam passíveis de


b) 1-por meio de; 2-presumam; 3-haja; 4-seja possível à
c) 1-através de; 2-prezuma; 3-hajam; 4-possa servir de
d) 1-com; 2-prezumam; 3-existam; 4-sejam suscetíveis de
e) 1-com intervenção; 2-presuma; 3-exista; 4-sejam sujeitas à

5. (76917) ESAF – 2014 – PORTUGUÊS – Sintaxe da Oração (Análise Sintática), Concordância


Nominal e Verbal
Os trechos abaixo constituem um texto adaptado de http://www.portal2014.org.br/noticias.
Assinale a opção que foi transcrita de forma gramaticalmente incorreta.
a) A Embratur divulgou um estudo sobre o turismo na Copa do Mundo. A estimativa é que
brasileiros e estrangeiros gastem R$ 25,2 bilhões nos 30 dias da competição.
b) Segundo o relatório desenvolvido pela assessoria técnica da Embratur, os brasileiros
gastarão R$ 18,35 bilhões em suas viagens. Já os turistas estrangeiros vão desembolsar R$
6,85 bilhões. São esperados 600 mil pessoas do exterior.
c) Hospedagem, alimentação, transporte e compras fazem parte da conta final. Para chegar
ao número, a Embratur chegou ao gasto diário em cada uma das 12 cidades-sede. Brasília,
que receberá sete partidas, teve a maior cifra.
d) O valor total mobilizado na economia a partir das atividades do turismo é muito maior
e inclui todo o impacto indireto na cadeia produtiva: o restaurante vai demandar mais
verduras do feirante, o dono do hotel vai contratar mais bebidas do distribuidor, e assim
por diante.
e) Na Jornada Mundial da Juventude (JMJ), estima-se que os turistas tenham desembolsado
R$ 660 milhões. Na Copa das Confederações, o valor teria chegado a R$ 321,79 milhões.

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6. (76926) ESAF – 2013 – PORTUGUÊS – Sintaxe da Oração (Análise Sintática), Concordância
Nominal e Verbal
Os trechos a seguir constituem um texto adaptado de O Globo de 7/6/2013. Assinale a opção
que foi transcrita com erro gramatical.
a) Para que a economia consiga trilhar por um caminho sustentável nos próximos anos, com
crescimento razoável, preços e contas externas sob controle, o país precisará incrementar
significativamente suas exportações.
b) Essa expansão dependerá de vários fatores, mas entre os principais está uma eficiente
estrutura portuária, pois é pelos terminais marítimos e fluviais que são movimentados
acerca de 90% das cargas do comércio exterior brasileiro.
c) O Brasil necessita tanto de terminais para carga geral, capazes de receber os navios gigantes
que chegam a transportar mais de cinco mil vagões de carga de uma vez, como de portos
que possibilitem o embarque de líquidos e sólidos.
d) É no agronegócio e na produção de minérios, petróleo e biocombustíveis que temos mais
possibilidades de exportar, pelas vantagens comparativas que o país ainda reúne nesses itens.
e) E tanto maior será a competitividade se houver portos adequados para embarque de
tais mercadorias, conjugados também a uma satisfatória rede de transportes rodoviária,
ferroviária, hidroviária e por dutos.

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Gabarito: 1. (76906) D 2. (38262) A 3. (38277) D 4. (38279) A 5. (76917) B 6. (76926) B

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Aula
Aula XX
3

CONCORDÂNCIA VERBAL

Regra geral – O verbo concorda com o núcleo do sujeito em número e pessoa.

•• “A renúncia progressiva dos instintos parece ser um dos fundamentos do desenvolvimento


da civilização humana.”(Freud) .

•• “As rosas não falam, simplesmente exalam o perfume que roubaram de ti.”(Cartola)

Regras especiais:

1. SE
a) Pronome apassivador – o verbo (VTD ou VTDI) concordará com o sujeito passivo.

•• Pegaram-se os ladrões ontem no aeroporto.

•• Bebem-se alguns vinhos antes do jantar.

•• Ontem se analisaram os documentos da CPI.

•• Não se ouviram os brados retumbantes!

•• Entregou-se o edital aos alunos durante o intervalo.

b) Índice de indeterminação do sujeito – o verbo (VL, VI ou VTI) não terá sujeito claro! Terá um
sujeito indeterminado.

•• Não se pensa em outras coisas durante a aula.

•• Necessita-se, na intervalor, de um bom café.

•• Obedece-se aos avisos no elevador.

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2. PRONOME DE TRATAMENTO
O verbo fica sempre na 3ª pessoa (= ele/ eles).

•• Vossa Excelência estava muito nervoso. Seu rosto estava vermelho!

3. HAVER – FAZER
“Haver” no sentido de “existir ou ocorrer” ou indicando “tempo” ficará na terceira pessoa do
singular. É impessoal, ou seja, não possui sujeito.
“Fazer” quando indica “tempo” ou “fenômenos da natureza” também é impessoal e deverá
ficar na terceira pessoa do singular.

•• Neste mês, há três bons concursos na minha cidade.

•• Está havendo ótimas análises nesta sala.

•• Faz 15 dias que vi essa aula no site do curso.

4. Expressões partitivas ou fracionárias – verbo no singular ou no plural


•• Três quintos do teste foi (foram) de questões objetivas.

•• Mais da metade dos professores utiliza (utilizam) o quadro-branco.

Complete as frases:
Complete as lacunas com o verbo entre parênteses, fazendo a concordância necessária.
a) Se _________ muitos aprovados, faltarão vagas. (haver) (pretérito perfeito)
b) Um terço dos candidatos _________ o fiasco do fiscal durante a prova do concurso. (ver)
c) _________ poucas vagas no curso de revisão. (restar) (pretérito perfeito)
d) _________ se todas as formulas do Excel. (decorar)
e) Já _________ 8 horas, e os portões continuam fechados. (ser)
f) _________se, ao longe, os gritos de alegria dos aprovados. (ouvir) (pretérito perfeito)
g) _________ 20 dias que espero a resposta. (fazer)
h) _________se de colegas que afirmam ter gabaritado a prova. (desconfiar)
i) Ainda _________ alguns meses para a prova. (faltar)
j) _________ notas dez na prova de língua portuguesa. (chover) (pretérito perfeito)
k) É preciso que se _________ aos filmes e que se _________ os jornais de domingo. (assistir
e ler – presente do subjuntivo)
l) A maioria dos candidatos _________ este conteúdo (adorar)

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m) Na aula, _________ técnicas novas. (empregar-se) (pretérito perfeito)


n) _________ havendo grandes progressos na aula de Língua Portuguesa. (estar)
o) _________, nas festas de hoje, músicas com letras bem “diferentes”. (ouvir+ se)
p) Convém que se _________ às regras do curso e que se _________ os compromissos.
(obedecer e cumprir – presente do subj.)

CONCORDÂNCIA NOMINAL

Regra geral
Os artigos, os pronomes, os numerais e os adjetivos concordam com o substantivo a que se
referem.

Casos especiais

1. Adjetivo + substantivos de gênero diferente: concordância com o termo mais próximo.

•• André Vieira percorreu tortuosos caminhos e veredas.

•• André Vieira percorreu tortuosas veredas e caminhos.

2. Substantivos de gêneros diferentes + adjetivo: concordância com o termo mais próximo


ou uso do masculino plural.

•• Ele tem pai e mãe estressados.

•• Ele tem pai e mãe estressada.

•• Ele tem mãe e pai estressados.

3. ANEXO

•• As planilhas estão anexas.

•• Os recibos anexos devem ser analisados.

4. SÓ

•• “Posso estar só, mas sou de todo mundo por eu ser só um.” (Marcelo Camelo)

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Observação:
A locução adverbial a sós é invariável.

5. MEIO

Meio = mais ou menos/ um pouco = adv.


•• A noiva está meio nervosa.

•• A aluna foi mal porque ficou meio tensa.

Meio = metade = adj.

•• Pedi meia porção de fritas e meia cerveja.

6. BASTANTE
Adjetivo = vários, muitos

Advérbio = muito, suficiente

•• Há bastantes pessoas insatisfeitas com o que ganham.

•• O time perdeu bastantes oportunidades para marcar.

•• Eles se amam bastante.

7. TODO, TODA – qualquer

TODO O , TODA A – inteiro

•• “Todo verbo é livre para ser direto ou indireto.”

•• Todo cidadão tem direito à educação.

•• “Todo o teu amor


Eu vi de longe
De longe, de longe
Dava pra sentir o teu perfume
Eu juro, eu juro” (Marcelo Camelo)

8. É BOM, É NECESSÁRIO, É PROIBIDO, É PERMITIDO

Com determinante = variável


Sem determinante = invariável
•• Vitamina C é bom para saúde.

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ATA – Português – Prof. Carlos Zambeli

•• É necessária aquela dica na véspera da prova.

•• Neste local, é proibido entrada de pessoas estranhas.

•• Neste local, é proibida a entrada de pessoas estranhas.

Outras palavras

Obrigado – Adj
Quite – Adj
Menos – Invariável
a) _________ alunos não acreditavam que existisse esse plural. (bastante)
b) Faz duas horas e _________ que ela chegou. (meio)
c) Considerei algumas observações _________ maldosas. (meio)
d) É _________ paciência com os alunos. (necessário)
e) São cada vez _________ os políticos confiáveis. (menos)
f) Decidiu-se que ficaria _________ à herdeira a posse dos bens. (assegurado)
g) Tiveram paciência e coragem __________(extraordinário)
h) Senhor Deputado, Vossa Excelência é muito _________ nesta comunidade. (estimado)
i) Em qualquer profissão, é _________ perseverança. (necessário)
j) Ficamos _________ com as mensalidades (quite)
k) _________ irão as primeiras conclusões. (anexo)
l) A professora chegou _________ atrasada. (meio)
m) _________ofensas foram proferidas durante a discussão. (bastante)
n) _________ atuação e êxito marcaram sua gestão. (decisivo)

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Questões

1. (76988) ESAF – 2012 – PORTUGUÊS – Concordância Nominal e Verbal


Assinale a opção em que o fragmento adaptado do Correio Braziliense, de 7 de agosto de 2012,
foi transcrito com erros gramaticais.
a) A caderneta de poupança vêm batendo recordes sucessivos de depósitos desde maio, jus-
tamente o mês da mudança no rendimento da aplicação promovido pelo governo para per-
mitir quedas mais acentuadas da taxa básica de juros.
b) Em julho, a captação líquida da poupança – diferença entre depósitos e retiradas – foi po-
sitiva em mais de 8 bilhões. É o melhor resultado para o mês de julho da série histórica do
Banco Central, iniciada em 1995.
c) Também é a melhor captação mensal desde dezembro de 2009. Em maio, o governo anun-
ciou mudança na remuneração da aplicação e os novos depósitos na poupança já foram
feitos dentro das novas regras.
d) Os rendimentos passaram a acompanhar a redução dos juros básicos da economia toda
vez que a taxa Selic atinge patamar igual ou inferior a 8,5% ao ano. Atualmente, a taxa Selic
está em 8% ao ano.
e) Essa mudança vale somente para depósitos feitos a partir de 4 de maio. A poupança, ao
contrário dos fundos de investimento, continua isenta do imposto de renda e não sofre a
cobrança da taxa de administração.

2. (79007) ESAF – 2012 – PORTUGUÊS – Concordância Nominal e Verbal


Assinale o segmento de texto que foi transcrito com total correção gramatical.
a) Na administração do Estado, em seus vários níveis, está presente o destino que se dão
aos impostos, que nada mais é do que bens privados transferidos obrigatoriamente para a
esfera estatal.
b) Logo, é normal que se coloque questões atinentes à moralidade na gestão desses recursos,
que devem – ou deveriam – estar destinados à melhoria das condições de vida dos
cidadãos.
c) Espetáculos de imoralidade de parte dos políticos e de seus partidos são percebidos como
desvios de recursos privados, que tiveram destinação eticamente indevida.
d) Não surpreende de que, em pesquisas de opinião sobre prefeitos, a honestidade, o ter
palavra, o cumprir promessas tenha surgido como qualidades requeridas do homem
público.
e) Ter princípios são considerados essenciais. Política sem valores equivale a um cheque em
branco dado a governantes e parlamentares no uso dos recursos públicos.

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3. (38263) ESAF – 2010 – PORTUGUÊS – Compreensão Gramatical do Texto, Concordância Nominal
e Verbal, Interpretação, Compreensão, Tipologia e Gêneros Textuais
Os trechos abaixo constituem um texto adaptado de O Estado de S. Paulo, de 26/7/2010.
Assinale a opção em que o trecho foi transcrito de forma gramaticalmente correta.
a) O que torna a questão muito mais grave é o fato de que, nas últimas décadas, as várias
ações colocadas em práticas pelos diferentes governos, sob diferentes regimes políticos,
não conseguiram evitar que os problemas da desigualdade e da pobreza se repetissem de
uma geração para a outra.
b) Apesar das melhoras dos últimos anos, o Brasil, na comparação com os demais países, têm
a terceira pior situação do mundo.
c) Um dos aspectos mais dramáticos do relatório do Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (Pnud) sobre o nível de desenvolvimento humano dos países da América
Latina não é a confirmação de que, quanto à distribuição da renda, a região continua sendo
à mais desigual do planeta.
d) Imperam na região uma espécie de lei social perversa, por meio da qual, como diz o
documento do Pnud: “a desigualdade reproduz desigualdade, tanto por razões econômicas
como de economia política, e gera um acesso desigual ao sistema de representação política
e à possibilidade de se fazer ouvir”.
e) Os níveis de escolaridade ou de renda de uma geração está correlacionado com o da
geração anterior. É como se filho de pai pobre já nascessem condenados a viver na mesma
situação de seus ascendentes.

4. (38239) ESAF – 2010 – PORTUGUÊS Sintaxe da Oração (Análise Sintática), Concordância


Nominal e Verbal
Os trechos a seguir compõem um texto adaptado de Carlos Castilho (http://www.observatorio-
daimprensa.com.br/, acesso em 1/11/2010).
Assinale a opção em que o fragmento foi transcrito de forma gramaticalmente correta.
a) Ainda não é uma luz no fim do túnel, mas alguns estudiosos do jornalismo já começam a
vislumbrarem um novo horizonte para a atividade. E o que começa a surgir vai espantar
muita gente porque têm pouca coisa a ver com o que entendemos hoje por jornalismo.
b) O meio ambiente dos jornalistas deixará de lado as redações para situar-se nas comunidades,
pois eles vão atuar dentro de redes sociais digitais. Suas ferramentas principais não serão
mais o computador, mas os softwares de produção colaborativa e coletiva de narrativas
textuais, visuais, sonoras e interativas.
c) A tendência que certamente vai gerar mais polêmica é a que colocam o jornalismo não mais
como uma habilidade, segundo alguns, ou uma ciência, para outros, mas como uma função
social intimamente ligada ao papel que a Internet terá na sociedade dos próximos anos.
d) As chamadas mídias sociais, os softwares que viabilizam a circulação de informações
dentro das redes sociais digitais, já é uma grande fonte de notícias e a tendência é que
sua importância cresça ainda mais, na medida que a internet incluir cada vez mais pessoas.
Não é necessário ser nenhum especialista para perceber que as redes tende a ser o grande
manancial do conhecimento humano.
e) A produção colaborativa de notícias, na qual o público recolhe dados e fatos que são
processados em conjunto com jornalistas, já são vistas como a grande alternativa para
situações extremas como, por exemplo, a surgida pela divulgação de documentos secretos
sobre a guerra no Iraque pelo site Wikileaks.

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5. (81473) ESAF – 2010 – PORTUGUÊS – Concordância Nominal e Verbal, Tempos e Modos Verbais/
Verbos
As revoluções inglesas do século XVII foram, na verdade, marcos políticos importantes do
avanço de ideias libertárias e igualitárias. Deixaram como resultado um núcleo fundamental
de direitos individuais, os direitos civis, que foi sendo ampliado(a). As ideias de liberdade e
igualdade não se deteram (b), no entanto, no espaço individual, mas invadiram a esfera política.
O marco fundamental aqui foi(c) a criação e o funcionamento de instituições representativas.
A autoridade é, assim, necessária para a vida em sociedade, mas só será(d) legítima se fundada
no consentimento daqueles sobre os quais(e) é exercida.
(Roberto Freire, Vilma Figueiredo & Caetano de Araújo. Estado e
democracia. In: Contemporâneos do Futuro, p. 50-51, com adaptações)

O texto foi transcrito com erro gramatical em


a) a
b) b
c) c
d) d
e) e

6. (76936) ESAF – 2013 – PORTUGUÊS – Concordância Nominal e Verbal, Sintaxe do Período


(Coordenadas e Subordinadas / Nexos)
Costumamos achar que sabemos o que é o mundo
real, esse que vemos à nossa volta. Basta abrir
os olhos, apurar os ouvidos, e temos o retrato do
que é a realidade, baseado na nossa percepção
5 sensorial. Mas será que é só isso? Será que
o que vemos e ouvimos pode ser chamado de
realidade? Um dos aspectos mais extraordinários
da ciência é nos permitir ampliar a visão do real. E
um dos aspectos mais paradoxais é que, quanto
10 mais aprendemos sobre o mundo, menos clara
nos é a natureza da realidade.
(Gleiser, Marcelo. Sobre a realidade. In: Folha de S.Paulo, 13/6/13, adaptado).
a) Sem que se contrarie o sentido original do texto e a prescrição gramatical, as três orações
que iniciam o 2º período poderiam ser transformadas em apenas uma com a seguinte
estrutura: “Basta os olhos abertos, os ouvidos apurados”.
b) No segmento “do que é a realidade” (l.3 e 4), o termo “do” pode ser suprimido, desde que
inserida uma vírgula após a palavra “retrato”.
c) A supressão da expressão de realce “será que” (l.5), nas duas sentenças em está presente,
resultaria em prejuízo de natureza não só semântica, mas, principalmente, sintática.
d) A informação expressa no trecho “nos permitir ampliar a visão do real” (l.8) seria mantida
na íntegra, caso fosse estruturada das seguintes formas: “permitir que ampliemos a nossa
visão do real” e “permitir que se amplie a nossa visão do real”.
e) A oração “quanto mais aprendemos sobre o mundo” (l.9 e 10) estabelece relação de
comparação com a subsequente.

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7. (95223) ESAF – 2012 – PORTUGUÊS – Concordância Nominal e Verbal
O texto abaixo foi transcrito com adaptações. Assinale a opção que apresenta erro gramatical
ou de grafia de palavra que prejudica a coerência textual.
Constata-se(1) uma discrepância nas carteiras dos maiores detentores de dinheiro no mundo
rico: uma pequena fração, menos de 10%, está investida(2) nos países emergentes, que,
no entanto, já representa(3) mais de 50% do PIB global. Nesse cenário o Brasil continuará a
conviver com maciças(4) entradas de recursos, que devem manter o real ainda valorizado.
O governo precisa favorecer investimentos diretos e conter fluxos mais especulativos. É tolerável
desestimular a entrada de capital aventureiro, mas cumpre evitar exageros que afugentem (5)
o dinheiro bom.
(Editorial, Folha de S. Paulo, 25/3/2012)

a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5

8. (95233) ESAF – 2012 – PORTUGUÊS – Concordância Nominal e Verbal


Os trechos a seguir compõem um texto adaptado do Editorial de O Estado de S. Paulo de
29/3/2012.
Assinale a opção em que o fragmento foi transcrito de forma gramaticalmente incorreta.
a) Estão na lista, entre outros, projetos relativos a novas regras para licitações, a normas de li-
cenciamento ambiental, à redução da jornada de trabalho, ao fim da contribuição adicional
de 10% em caso de demissão injustificada, à regulamentação dos contratos de terceiriza-
ção e à condição das agências reguladoras.
b) Para os países da Europa em situação mais complicada, a superação dos problemas depen-
derá de ganhos consideráveis de produtividade e de reformas, em alguns casos dolorosas,
para desemperrar a economia. O desarranjo financeiro e fiscal foi apenas uma das conse-
quências de um desajuste mais amplo.
c) Para a Confederação Nacional da Indústria − CNI há alguns temas de maior importância
para consideração dos parlamentares. Essa pauta mínima inclui dezesseis projetos em tra-
mitação no Congresso, selecionados por seu elevado potencial de impacto positivo ou ne-
gativo na atividade empresarial.
d) Não se deve contemplar o Brasil como uma ilha de tranquilidade, de estabilidade, de equi-
líbrio, no meio da infindável crise internacional. A experiência europeia mostra os elevados
custos de se adiarem constantemente o enfrentamento dos problemas de competitivida-
de.
e) Alguns projetos tratam de questões tributárias. O documento da CNI aponta alguns que,
se aprovados, resultarão em maior tributação da atividade produtiva, agravando uma das
mais importantes desvantagens competitivas da indústria brasileira, e outros que trarão
benefícios. Nenhum deles, no entanto, tem a amplitude necessária a uma reforma efetiva
do sistema de impostos e contribuições.

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9. (95239) ESAF – 2012 – PORTUGUÊS – Concordância Nominal e Verbal


Assinale a opção correta a respeito das relações de concordância no texto.
A vida em um país nórdico, como a Finlândia, nos
faz refletir mais profundamente sobre a relação entre
liberdade, igualdade, autonomia e formatos sociais
que podem propiciar vidas mais plenas e felizes aos seus
5 cidadãos. Para alguém habituado a desigualdades,
uma sociedade igualitária, com amplo respeito pela vida
humana, excelentes índices de educação, burocracia
inteligente e serviços públicos voltados (de fato) para
melhorar a vida do cidadão, soa como um caminho
10 para a produção de seres humanos mais plenos e
sociedades mais inspiradoras. Talvez não seja assim.
Quando nos referimos à igualdade, não tratamos de
mera distribuição equitativa da renda. A igualdade e a
dignidade humana que uma sociedade pode produzir
15 referem-se à possibilidade de o cidadão ter condições
materiais e subjetivas à sua disposição, para que,
atendidas suas necessidades básicas e diárias de
bem-estar, ele se ocupe com questões outras que a
sobrevivência. Essas necessidades básicas de bem-
20 star incluem uma ilimitada oferta de bens públicos: de
excelentes creches, escolas, universidades, sistema de
saúde e previdência a todos, piscinas públicas, parques,
transporte confortável e excelente, seguro-desemprego
por tempo indefinido, licença maternidade de 10 meses,
25 muitas bibliotecas públicas…
No entanto, a Finlândia tornou-se uma sociedade tão
igualitária quanto apática. Pouco criativa, reproduz
o mundo com extrema facilidade, mas tem limitada
capacidade transformadora. A maioria de seus
30 educados cidadãos são seres pouquíssimo críticos:
questionam pouco a vida que levam e são fisicamente
contidos. E isso não parece ter forte relação com o
frio. É um acomodamento social, um respeito quase
inexorável pelas regras. Esse resultado não foi causado,
35 é evidente, pelo formato social igualitário. Em outros
termos, não foi a igualdade que deixou o país apático.
Ademais, sociedades desiguais podem ser tão ou mais
acríticas e reprodutoras. O ponto que nos intriga é que
a igualdade, o respeito e a dignidade dados a todos não
40 levaram à autonomia, ao pensamento criativo e crítico,
e a processos transformadores.
(Adaptado de Isabela Nogueira, Do bem-estar ao pensamento crítico:
um olhar sobre o norte, outubro 3, 2009 por Coletivo Crítica Econômica
http://criticaeconomica.wordpress.com/2009/10/03/ – acesso em 12/12/2011)

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a) A flexão de singular em “soa” (ℓ.9) justifica-se pela concordância com “uma sociedade
igualitária” (ℓ.6).
b) Na linha 3, a enumeração de vários elementos, “liberdade, igualdade, autonomia e
formatos sociais” justifica a flexão de plural em “podem”.
c) Devido ao uso do pronome “se”, o plural em “referem-se” (ℓ.15) é opcional: estaria
igualmente correto empregar o singular: refere-se.
d) Por se referir a “sociedades desiguais” (ℓ.37), o infinito em “podem ser” (ℓ.37) admitiria
também a flexão de plural, serem.
e) Na linha 39, o plural no pronome “todos” justifica a flexão de plural em “levaram”.

10. (76944) ESAF – 2013 – PORTUGUÊS – Concordância Nominal e Verbal


Assinale a opção que, ao completar a lacuna no fragmento abaixo, respeita as regras de concor-
dância do padrão de prestígio da língua portuguesa.
Somos muito individualistas. Os grandes problemas do Brasil são coletivos e ____(A)____ ação
de toda a sociedade. Assim _____(B)____ as conquistas da democracia, da estabilização eco-
nômica e da maior formalidade no trabalho da década passada. Ainda ____(C)____ questões
graves, como iniquidades na educação e no meio ambiente. O saneamento, por exemplo, ____
(D)____a chamada agenda ambiental verde e marrom, menos charmosa que a “agenda verde
pura”. Entretanto, vejo positivamente as chances de o Brasil ____(E)____ por meio de um ciclo
virtuoso de conquistas já obtidas e pela ampliação da nossa plataforma de políticas públicas.
(Adaptado da entrevista de Marcelo Neri. PLANETA, agosto de 2012.)

a) exige
b) aconteceu
c) faltam resolver
d) têm integrado
e) melhorar

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Acesse o link a seguir ou baixe um leitor QR Code em seu celular e fotografe o código
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Questões, poderá assistir ao vídeo da explicação do professor.

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Gabarito: 1. (76988) A 2. (79007) C 3. (38263) A 4. (38239) B 5. (81473) B 6. (76936) D 7.(95223) C 8. (95233) D 
9. (95239) A 10. (76944) E

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Aula
Aula XX
4

REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL

Antes de estudar esse assunto, lembre:


Transitivos diretos – exigem um complemento sem preposição, chamado de objeto direto.
•• Zambeli ganhou uma agenda nova.

Transitivos indiretos – exigem um complemento preposicionado, chamado de objeto indireto.

•• A cidade resistiu ao bombardeio.

Transitivos direto e indireto – exigem um objeto direto e um objetos indiretos.

•• Enviou um e-mail ao professor Zambeli!

DICA ZAMBELIANA:
•• As preposições que geralmente introduzem o objeto indiretos são: de, com, por ,
em, a, para.

•• No caso de você hesitar em classificar em verbo como transitivo direto ou indireto,


lembre-se de que SÓ os diretos têm passiva.

•• É bom lembrar que os pronomes oblíquos O, A, OS, AS funcionam como objeto


direto.

A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre os verbos e os termos que os
complementam (objetos diretos e objetos indiretos) ou as circunstâncias (adjuntos adverbiais).

Um verbo pode assumir valor semântico diferente com a simples mudança ou retirada de uma
preposição.

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Zambeli, o que eu preciso saber para compreender melhor este assunto?

Pronome Relativo
•• QUE:

Retoma pessoas ou coisas.


•• O filme que eu vi ontem no cinema merecia um prêmio.

•• “Revisamos com mais disposição uma disciplina em que acreditamos, com que
simpatizamos e em que acreditamos”

•• Essas são as pessoas de que você precisa para ser funcionário público.

•• QUEM:

Só retoma pessoas. Ele somente deve ser utilizado antecedido de preposição, inclusive
quando funcionar como objeto direto.
Teremos só uma possibilidade de o pronome quem não ser precedido de preposição:
quando funcionar como sujeito. Isso só ocorrerá, quando possuir o mesmo valor de o
que, a que, os que, as que, aquele que, aquela que, aqueles que, aquelas que.
•• Foi ela quem gabaritou Português. = Foi ela a que gabaritou Português.

•• A amiga em quem tu acreditas está ao seu lado.

•• O irmão de quem Pedro precisará não mora mais nesta casa.

•• O professor a quem abracei no concurso foi muito importante na minha vitória.

•• O QUAL:

Existe flexão de gênero e de número: OS QUAIS, A QUAL, O QUAL, AS QUAIS.


•• O médico pelo qual fomos assistidos é um dos envolvidos em fraude.

•• Este é o jogador ao qual sempre faço referência.

•• A prova à qual me refiro foi anulada.

•• CUJO:

Indica uma ideia de posse. Concorda sempre com o ser possuído.


•• A árvore cujos frutos são venenosos foi plantada perto da minha casa?

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•• O rapaz era um amigo de cujo nome não se lembra.

•• As pessoas em cujas dicas financeiras acreditei estão presas.

•• ONDE:

Só retoma lugar. Sinônimo de EM QUE.


•• Quero passar em uma cidade tranquila, onde possa ter bons momentos.

•• Vivemos uma época muito difícil, em que (na qual) a violência reina entre nós.

Principais verbos deste assunto:

Regência de alguns verbos:

1. Assistir
(A) = ver – é VTI.

•• Só a menina estava perto e assistiu a tudo estarrecida.


(B) = ajudar– é VTD.

•• Assistindo a criatura que morria, perdeu-lhe o ódio!

2. Esquecer / lembrar
(A) quando desacompanhados de pronome oblíquo, são VTD.

•• Esqueci aqueles cadernos.

•• Lembramos o problema.

(B) quando acompanhado de pronome oblíquo, são VTI.


•• Tu te esqueceste do compromisso.

•• Lembro-me daquela triste história!

3. Implicar
(A)= acarretar, causar – é VTD.
•• Várias crendices implicam comportamentos e gestos especiais para a passagem do ano.

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(B)= embirrar, ter implicância. É VTI.
•• Implicas pouco com teus colegas, né?

4. Pagar/perdoar
(A) Paga-se o que se deve. Perdoa-se alguma coisa.

•• O prefeito paga suas contas. Só perdoou a briga porque eram amigas!

(B) Paga-se a quem se deve. Perdoa-se a alguém.

•• Paguei o pão ao padeiro! (VTDI)

5. Preferir
Prefere-se A a B ( não “ mais A do que B”)
•• Prefiro leite a café.

•• Todos nós preferimos uma vida estável a uma vida tumultuada.

6. Querer
(A) VTD = no sentido de “desejar”

•• “ Eu quero uma casa no campo...”

(B) VTI = no sentido de “ gostar de, amar, querer bem”

•• Ele quer a seus colegas.

Regência nominal

É o nome da relação existente entre um substantivo, adjetivo ou advérbio transitivos e seu


respectivo complemento nominal. Essa relação é sempre intermediada por uma preposição.
Deve-se considerar que muitos nomes seguem exatamente a mesma regência dos verbos
correspondentes. Conhecer o regime de um verbo significa, nesses casos, conhecer o regime
dos nomes cognatos. Por exemplo, obedecer e os nomes correspondentes: todos regem
complementos introduzidos pela preposição a: obedecer a algo/a alguém; obediência a algo/a
alguém; obediente a algo/a alguém; obedientemente a algo/a alguém.

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admiração a, por horror a


atentado a, contra impaciência com
aversão a, para, por medo a, de
bacharel em, doutor em obediência a
capacidade de, para ojeriza a, por
devoção a, para com, por proeminência sobre
dúvida acerca de, em, sobre respeito a, com, para com, por

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Questões

1. (76888) ESAF – 2014 – PORTUGUÊS – Regência Nominal e Verbal, Sintaxe da Oração (Análise
Sintática)
Assinale a opção correta a respeito da justificativa para o uso da preposição a nas relações de
regência no texto.
A ideia é que todos que queiram participar
direcionem parte do valor devido ao Fundo
10. Municipal dos Direitos da Infância e Adolescência
(FMDCA) e assim participem da Campanha. A
doação, estabelecida pela Lei n. 8.069/90, é simples,
não traz ônus a quem colabora e os valores doados
são abatidos do imposto de renda devido.
15. O valor destinado ao Fundo Municipal dos Direitos
da Criança e do Adolescente, respeitados os limites
legais, é integralmente deduzido do IR devido na
declaração anual ou acrescido ao IR a restituir.
Quem quiser contribuir deve procurar um escritório
20. de contabilidade e solicitar que seu imposto de
renda seja destinado ao FMDCA de Chapadão do
Sul.
A doação pode ser dirigida a um projeto de escolha
do doador, desde que esteja inscrito no CMDCA-
25. Conselho Municipal de Direitos da Criança e do
Adolescente, que analisará e aprovará o repasse do
recurso e posteriormente fiscalizará sua execução.
(Adaptado de: <http://www.ocorreionews.com.br>. Acesso em: 19 mar. 2014.)

a) Em “ao Fundo Municipal...” (l. 9 a 11), é exigida pelo termo “devido” (l. 9).
b) Em “a quem” (l. 13) introduz um complemento do verbo trazer.
c) Em “ao Fundo Municipal...” (l. 15), é exigida pelo termo “valor” (l. 15).
d) Em “ao IR” (l.18), introduz um paralelo entre os complementos de “declaração anual”
(l.18).
e) Em "a um projeto" (l.23), introduz um complemento para o substantivo "doação" (l.23).

2. (81475) ESAF – 2010 – PORTUGUÊS – Concordância Nominal e Verbal, Regência Nominal e Verbal
A ideia de um Estado em ação implica ___(1)___heterogeneidade, a luta de poder e o conflito
de interesses mesmo dentro da burocracia estatal.
Logo, analisar o Estado em ação significa levar em conta sua dinâmica interna, a partir das ações
de diferentes sujeitos, ____(2)___ difícil recorrer, nesse nível, a modelos analíticos que ___(3)___
reduzam a um instrumento de classe, a gestor da ordem social, a promotor do desenvolvimento,
ou a qualquer outra concepção que _____(4)_____ os inevitáveis antagonismos, tanto do Estado
com a sociedade quanto internamente, ___(5)____ máquina estatal.

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Assinale a opção em que, na sequência, os termos preenchem corretamente as lacunas do
texto acima.
1-2-3-4-5
a) na torna lhe venha neutralizar na
b) a tornando-se o neutralize na
c) a tornando lhe neutralizam a
d) na tornando o neutralizam a
e) em tornando-se lhe neutralize a

3. (76935) ESAF – 2013 – PORTUGUÊS – Sintaxe da Oração (Análise Sintática), Vozes Verbais, Sin-
taxe do Período (Coordenadas e Subordinadas / Nexos), Regência Nominal e Verbal, Concor-
dância Nominal e Verbal
Em uma revista, Max Gehringer explicou a um leitor
que, em certas empresas, para produzir efeitos de
competência e modernidade, empregam-se muitas
expressões que, de fato, não significam nada, tais
5. como “vivenciar parâmetros holísticos”, “fatores
inerciais de natureza não técnica”. Excelente
exemplo de humor fundado no exagero do jargão
é apresentado por Carlos Queiroz Telles, em um
de seus livros: “Se não preservarmos já o meio
10.
ecorrenovável brasileiro, estarão condenados os
grupos autopreserváveis, e isso será o fim do
ciclo organoalternativo.” Forma mais sofisticada
de humor é a tradução de provérbios, na forma
de caricatura, como ilustra o trecho a seguir, de
15.
Millôr Fernandes: “Quando o sol está abaixo do
horizonte, a totalidade dos animais domésticos
da família dos felídeos são de cor mescla entre o
branco e o preto” para “De noite, todos os gatos
são pardos.”
(Possenti, Sírio. Humor, língua e discurso. São Paulo: Contexto, 2010, p. 70-77, adaptado).

Com relação a aspectos gramaticais do texto, assinale a opção correta.


a) Mantém-se a coesão textual no período que inicia o texto, ao se substituir o trecho “que,
em certas empresas, para produzir efeitos de competência e modernidade,” (l.2 e 3) por
“que certas empresas, para produzirem competência e modernidade”.
b) A oração “empregam-se muitas expressões” (l.3 e 4) poderia ser substituída corretamente
por “são empregadas bastantes expressões”.
c) A oração “Se não preservamos já o meio” (l.9) poderia ser substituída por “Se caso não
preservemos, já, o meio”, estrutura em que são enfatizados o conector, que expressa
condição, e, por meio do emprego de vírgulas, a palavra que denota tempo. .
d) Com igual correção, o trecho “e isso será o fim” (l.11) pode ser reescrito da seguinte forma:
“que acarretará na extinção”.
e) A forma verbal “são” (l.17), que concorda com o núcleo do sujeito da oração (“animais”),
poderia ser substituída por “é”, visto que, como faculta a norma gramatical, o verbo poderia
concordar com a palavra “totalidade”

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4. (76951) ESAF – 2013 – PORTUGUÊS – Sintaxe da Oração (Análise Sintática), Concordância


Nominal e Verbal, Regência Nominal e Verbal
A entidade estatal, para atender às suas finalidades,
necessita de dinheiro. O ingresso deste nos cofres
públicos caracteriza o que se denomina de entrada,
contudo esta não corresponde obrigatoriamente à
5. receita pública.
De fato, algumas entradas provisórias devem
ser, oportunamente, devolvidas, a exemplo das
cauções, das fianças, dos depósitos recolhidos
ao Tesouro etc. Já a receita pública é a entrada
10. que, integrando-se no patrimônio público sem
quaisquer reservas, condições ou correspondência
no passivo, vem acrescer o seu vulto, como
elemento novo e positivo. A entrada, destarte, é o
gênero de que a receita pública é uma espécie. As
15. receitas originárias resultam da atuação do Estado
na exploração de atividade econômica, como uma
empresa privada na busca do lucro. Embora o
exercício de tal atividade ocorra sob o regime de
direito privado, não há um total afastamento das
20. normas de direito público. Na verdade, as empresas
estatais não podem deixar de observar, no que a
elas se aplicar, os princípios gerais da atividade
econômica que estão dispostos no Capítulo I do
Título VII da Constituição Federal.
(Adaptado de Lucas Clemente de Brito Pereira http://jus.com.br/revista/texto/10256/nocoes-gerais-acerca-das-financas
publicas,acesso em 25/01/2013)

Assinale a opção correta a respeito do uso das estruturas linguísticas no texto.


a) Por se referir a um substantivo flexionado no plural, “entradas” (l.6), a expressão verbal
“devem ser” (l.6 – 7) admite como correto também o uso de deve serem.
b) O uso do pronome em “integrando-se” (l.10) indica que “a entrada” (l.9) constitui o agente
e, ao mesmo tempo, também o objeto de integrar.
c) Por ser de uso opcional, a omissão da preposição de, em “de que a receita” (l.14), manteria
corretas as relações sintático-semânticas entre os termos da oração.
d) Seria preservada a coerência entre os argumentos, mas o verbo haver deveria então ser
flexionado no plural, se em lugar de “total afastamento” (l.19) fosse usado o termo muitos
afastamentos.
e) A presença da preposição em “a elas” (l.21 – 22) é exigida pelo verbo aplicar; por isso sua
omissão provocaria erro gramatical.

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5. (76989) ESAF – 2012 – PORTUGUÊS – Regência Nominal e Verbal, Crase
Preservam-se a coerência entre os argumentos e a correção gramatical do texto ao fazer a
seguinte alteração em suas estruturas linguísticas.
Num período de alta inadimplência, juros mais
baixos e crescimento econômico desacelerado, o
lucro dos bancos perde fôlego. Embora os últimos
dados divulgados pelo Banco Central apontem uma
5. quebra no endividamento, as principais instituições
financeiras do País passaram a endurecer o jogo na
hora de conceder empréstimos. Mas, na outra ponta,
também começaram a procurar os correntistas para
renegociar as dívidas. A política recente do governo
10. de reduzir as taxas cobradas pelos bancos públicos,
que desencadeou o mesmo movimento de instituições
privadas, foi considerada o gatilho para a nova fase
de relacionamentos entre os consumidores e o setor.
O desafio dos bancos agora consiste em encontrar
15. novas métricas para avaliar o perfil dos clientes antes
de conceder empréstimos.
(Adaptado de IstoÉ, 15/8/2012)

a) Inserir a preposição de antes de “juros” (l.1) e antes de “crescimento”(l.2).


b) Acrescentar o sinal de crase no a antes de “endurecer”(l.6).
c) Retirar a preposição a de antes de “procurar” (l.8).
d) Inserir a preposição de antes de “que desencadeou” (l.11).
e) Retirar a preposição em de antes de “encontrar” (l.14).

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Gabarito: 1. (76888) B 2. (81475) B 3. (76935) B 4. (76951) E 5. (76989) A

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Aula XX
Aula 5

CRASE

Ocorre crase

•• Eles foram à praia no fim de semana. (A prep. + A artigo)

•• A aluna à qual me refiro é estudiosa. (A prep. + A do pronome relativo A Qual)

•• A minha blusa é semelhante à de Maria. (A prep. + A pronome demonstrativo)

•• Ele fez referência àquele aluno. (A prep. + A pronome demonstrativo Aquele)

Crase obrigatória

1. Antes de nomes femininos que admitem o artigo A ou As e quando o verbo pede


a preposição A.
•• Vamos à escola.

•• O menino não obedeceu à professora.

2. Na marcação das horas ou de partes do dia


•• Encontramo-nos à uma hora.

•• Chegaste às 15h.

•• Sairemos à tardinha.

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3. Nas locuções
à frente de, à espera de, às claras, à procura de, à noite, à tarde, à esquerda, à direita, às vezes,
às pressas, à medida que, à proporção que, à toa, à vontade, etc.

•• Às vezes, distraímo-nos.

•• Ele saiu às pressas.

•• À medida que uns entravam, outros saíam.

4. Com a letra A dos demonstrativos


•• Aquele: Refiro-me àquele rapaz.

•• Aquela: Dei as flores àquela moça!

•• Aquilo: Refiro-me àquilo que me contastes.

5. Crase com os pronomes relativos “que” e “qual”


•• A situação em que me encontro é igual À QUE suportaste.

Esta é a situação À QUAL aspiro.

Crase proibida

1. Diante de nomes masculinos


•• Ando sempre a pé.

•• Não sabemos andar a cavalo.

2. Antes de palavra feminina que não aceite artigo


•• Irás a Santa Catarina.

3. Diante de verbos
•• A mocinha pôs-se a chorar.

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4. Quando houver o A (singular) antes de palavra no plural


•• Não assistimos a cenas violentas.

5. Entre palavras repetidas: face a face, cara a cara, lado a lado, frente a frente, gota
a gota, etc
•• No altar eles ficaram lado a lado.

•• O médico recomendou-me tomar o remédio gota a gota.

6. Depois de preposição
•• Ontem compareci perante a banca examinadora.

7. Diante do artigo indefinido UMA


•• Levei o carro a uma oficina.

8. Antes da palavra casa, significando lar, residência, domicílio(próprio), terra,


tomada em sentido indeterminado e distância também tomada em sentido
indeterminado
•• Vou a casa buscar meus livros.

•• Os marinheiros voltaram a terra.

•• Vimos um carro a distância.

CRASE FACULTATIVA

1. Diante de um nome próprio feminino


•• Enviei um presente a/à Cláudia.

2. Após a preposição até


•• Cheguei até a /à rua.

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3. Diante dos pronomes possessivos femininos que estiverem no singular
•• Dirija-se a/à sua mãe.

No entanto, se o pronome possessivo feminino substituir um nome, a crase será


obrigatória.
•• Não me refiro a sua tia, mas à minha.

EXERCÍCIOS

1. Utilize o acento indicativo de crase, quando necessário.


a) Fez referência a alguém na plateia.

b) Estamos a espera de atendimento.

c) A matéria está sujeita a alterações.

d) A servidora gestante ficam garantidos todos os direitos trabalhistas.

e) Não temos direito a vale-transporte.

f) Ele se sentiu a vontade, falando as claras a respeito do crime.

g) Sempre que podia, ele se dirigia aquela cidade, a procura de sossego.

h) Neste ano, minha renda será inferior a que obtive no ano passado.

i) Servimos comida a quilo.

j) Não venderemos a prazo a partir de setembro.

l) Essa é a ponte que une preço a qualidade.

m) Os ataques a propriedade são quase tão deploráveis como os atentados a vida humana.

n) Não houve resistência a nossa idéia.

o) A loja estava as moscas quando chegamos, as quatro horas.

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Questões

1. (76975) ESAF – 2013 – PORTUGUÊS – Crase


Assinale a opção que completa corretamente a sequência de lacunas no texto abaixo.
Não é ruim ter um carro. Não sou inimigo do carro.
Eles são maravilhosos para viajar, sair ____ noite.
Mas ____ um conflito terrível pelo espaço da cidade que causa um dano ____ qualidade de
vida. Se querem ter um carro, tudo bem, mas para tê-lo deveriam pagar muitos impostos pelo
uso, não pela sua posse. Como cobrar pelo uso? Com pedágios, impostos sobre a gasolina,
estacionamentos. ____ mobilidade e os engarrafamentos são dois problemas distintos que se
resolvem de maneiras distintas.
(Adaptado da entrevista de Enrique Peñalosa, urbanista e ex-prefeito de

Bogotá, a Ricardo Ampudia. Vida Simples, setembro 2012, edição 122)

a) a–a–à–A
b) à – há – à – A
c) à – a – à – Há
d) à – há – a – Há
e) a – há – a – À

2. (38258) ESAF – 2010 – PORTUGUÊS – Crase


Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas do texto.
De todo navio que aporta no país são exigidos, em média, 112 documentos, com __1__
obrigatoriedade de serem fornecidas 935 informações. É um calhamaço de formulários com
diversas vias __2__ serem remetidas__3__ órgãos diferentes e em duplicidade. Apenas no porto
de Santos, o maior do país, __4__ burocracia exige, por ano, o preenchimento de 3.773.800
folhas, 17,4 toneladas de papel, segundo estimativa do Serviço Federal de Processamento de
Dados (Serpro). Por ser de navio que qualquer país faz __5__ maior parte das exportações
e importações, conclui-se que__6__ burocracia é poderoso entrave ao comércio exterior
brasileiro.
(O Globo, 27/7/2010, com adaptações)

a) 1-à; 2-a; 3-à; 4-à; 5-a; 6-a


b) 1-a; 2-à; 3-a; 4-à; 5-à; 6-a
c) 1-à; 2-à; 3-a; 4-a; 5-à; 6-a
d) 1-a; 2-a; 3-à; 4-à; 5-a; 6-à
e) 1-a; 2-a; 3-a; 4-a; 5-a; 6-a

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3. (38243) ESAF – 2010 – PORTUGUÊS – Crase
Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas do texto.
O IBGE divulgou a Síntese de Indicadores Sociais 2010. Os dados concernentes __1__ educação
no Brasil são estarrecedores. Em 2009, 14,8% dos jovens de 15 a 17 anos se encontravam
fora da escola. E 32,8% daqueles que tinham entre 18 e 24 anos deixaram os estudos sem
completar o ensino médio. Por que nossos jovens abandonam __2__ escola? Os principais
fatores são __3__ falta de recursos para pagar os estudos e o reduzido número de escolas
públicas; o desinteresse; __4__ constante repetência, provocada por pedagogias ultrapassadas,
desmotivação e frequente ausência de professores; __5__ difi culdade de transporte e __6__
necessidade de ingressar precocemente no mercado de trabalho.
(Frei Betto, disponível em http://www.correiocidadania.com.br/content/
view/5145/55/, acesso em 28/10/2010)
a) 1 – à; 2 – à; 3 – à; 4 – a; 5 – a; 6 – a
b) 1 – à; 2 – a; 3 – a; 4 – a; 5 – a; 6 – a
c) 1 – a; 2 – a; 3 – a; 4 – à; 5 – à; 6 – à
d) 1 – a; 2 – à; 3 – a; 4 – à; 5 – a; 6 – a
e) 1 – à; 2 – à; 3 – à; 4 – a; 5 – à; 6 – à

4. (38282) ESAF – 2012 – PORTUGUÊS – Crase


Assinale a opção que completa corretamente as lacunas do texto.
Há países que recorreram ......1...... avaliação dos preços internacionais por se considerarem
prejudicados no comércio internacional. Chegaram ........2........... conclusão de que seus
fornecedores estavam praticando preços "injustamente baixos” e passaram .....3....... praticar
taxas adicionais .......4......... tarifas de importação com o objetivo de inibir ........5.........
importações.
a) à – à – a – às – as
b) à – a – à – as – às
c) a – à – à – às – às
d) a – à – a – às – as
e) a – a – a – as – às

5. (76910) ESAF – 2014 – PORTUGUÊS – Concordância Nominal e Verbal, Crase


Os trechos a seguir constituem um texto adaptado do Editorial do jornal Zero Hora (RS), de
31/12/2013. Assinale o segmento transcrito de forma gramaticalmente correta.
a) O momento é mais do que apropriado para o avanço tecnológico. Neste 2014, o Brasil
promoverá a sua segunda Copa do Mundo e terá eleições presidenciais. As atenções do
planeta estaram voltadas para os brasileiros.
b) Receberemos delegações de todos os continentes e teremos a oportunidade de mostrar,
na prática, se o nosso país está mesmo preparado para saltar da condição de emergente
para à de desenvolvido.
c) Vale o mesmo para o teste de democracia cujo promete ser o pleito de outubro, ocasião
em que o país escolherá seus governantes para os próximos quatro anos.

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ATA – Português – Prof. Carlos Zambeli

d) Tanto os gastos com o mundial de futebol quanto o comportamento dos políticos foram
fortemente questionados nas manifestações de junho, quando multidões saíram às ruas
para protestar e pedir reformas.
e) Tais movimentos, vale lembrar, teve origem exatamente nesta nova forma de comunicação
proporcionada pelas redes sociais e pelos avanços tecnológicos.

6. (81507) ESAF – 2010 – PORTUGUÊS – Crase, Sintaxe do Período (Coordenadas e Subordinadas /


Nexos), Classes de Palavras (Morfologia) / Flexão Nominal e Verbal
Com base na norma gramatical da língua escrita, analise as propostas de alteração do texto
abaixo e, a seguir, assinale a opção incorreta.
A civilização industrial leva à concentração de poder
e ao declínio da liberdade individual, mas, ao mesmo
tempo, liberta os homens das piores formas de servidão,
do peso do trabalho alienante, tornando possível
5. imaginar um mundo de homens livres que conseguirão
a “liberdade do impulso criativo” – este é o verdadeiro
objetivo da reconstrução social. Por meio do aumento
dos padrões de conforto e acesso à informação, essa
civilização cria condições favoráveis para desa_ ar
10. radicalmente os velhos laços de autoridade.

a) No trecho “à concentração de poder e ao declínio da liberdade individual” (l.1 e 2),


substituir “à” por “a” e suprimir “ao”.
b) Substituir o trecho “tornando possível imaginar” (l.4 e 5) por “no qual possibilita
imaginarem-se”.
c) Substituir o segmento “um mundo de homens livres que conseguirão” (l.5) por “um mundo
cujos homens livres conquistarão”.
d) Na linha 9, inserir o adjetivo “industrial” após o substantivo “civilização”.
e) Substituir o segmento “para desafiar” (l.9) por “para que se desafiem”.

7. (81526) ESAF – 2010 – PORTUGUÊS – Ortografia, Crase, Concordância Nominal e Verbal


Avalie os seguintes itens para um período sintático que dê continuidade coerente e
gramaticalmente correta ao texto.
I – Desse modo, o bem-estar da sociedade brasileira está a merce dos ventos que conduzirão à
essas providências rápidas.

II – Assim, tratam-se de aspectos multifacetados, com influências recíprocas em nível de


exigirem enfrentamento complexo e inteligente.

III – O resultado final desse enfrentamento, portanto, é provavelmente positivo para a sociedade
e, mais particularmente, para o setor de trabalho.

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O efeito da supervalorização cambial sobre a indústria
atinge muito mais fortemente os níveis da produção
e do emprego que os demais setores. Essa é uma
situação que precisa ser repensada. É claro que não
5. se trata de um problema simples, que se resolva com
providências rápidas, pois exige medidas que às vezes
podem ser classifi cadas como heterodoxas. Mas tem de
ser enfrentado com coragem e inteligência. Não pode
ser deixado ao sabor dos ventos, pois os custos virão
10.
no seu devido tempo, como nossa trajetória econômica
bem mostra. Também não podemos deixar nos envolver
por uma falácia que diz que qualquer desvalorização
resulta em diminuição do bem-estar da sociedade
brasileira. É verdade que, quando a taxa de câmbio
15.
desvaloriza, há uma redução do salário real. É preciso
acrescentar, no entanto, que se reduz o salário real e se
aumenta o nível geral do desemprego.
(Adaptado de Antonio Delfi m Neto, Fábrica de desemprego.
CartaCapital, 16 de setembro de 2009
a) Apenas I é adequado.
b) Apenas II é adequado.
c) Apenas III é adequado.
d) Apenas I e II são adequados.
e) Apenas II e III são adequados.

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Gabarito: 1. (76975) B 2. (38258) E 3. (38243) B 4. (38282) A 5. (76910) D 6. (81507) B 7. (81526) C

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Aula
Aula XX
6

SINTAXE DO PERÍODO: COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO

As conjunções podem ser classificadas em:

Coordenativas: ligam orações independentes, ou seja, que possuem sentido


completo.

1. aditivas: expressam ideia de adição, soma, acréscimo.

São elas: e, nem, não só... mas também, mas ainda, etc.

•• A corrupção atinge todas as camadas da sociedade e incide em alguns comportamentos.

•• “De repente, a dor de esperar terminou, e o amor veio enfim.” (Tim Maia)

•• Não estudei Português, nem cheguei perto de Constitucional ainda.

2. adversativas: expressam ideia de oposição, contraste.

São elas: mas, porém, todavia, contudo, no entanto, entretanto, não obstante, etc.

•• “Hoje não tem boca pra se beijar, não tem alma pra se lavar, não tem vida pra se viver, mas
tem dinheiro pra se contar”. (Criolo)

•• “As muito feias que me perdoem, mas beleza é fundamental.” (Vinícius de Moraes)

3. alternativas: expressam ideia de alternância ou exclusão.

São elas; ou, ou... ou, ora... ora, quer... quer, etc.

•• “Toda ação humana, quer se torne positiva, quer negativa, precisa depender de motivação.”
(Dalai Lama)

•• Ora estuda com disposição, ora dorme em cima das apostilas.

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4. conclusivas: expressam ideia de conclusão ou uma ideia consequente do que se disse
antes. São elas: logo, portanto, por isso, por conseguinte, assim, de modo que, em vista
disso, então, pois (depois do verbo), etc.

•• “Meu bem, eu não suporto mais você longe de mim, por isso eu corro demais.” (Roberto Carlos)

•• “Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama
amanhã, portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver.” (Dalai Lama)

5. explicativas: a segunda oração apresenta a explicação sobre a razão do que se afirmou na


primeira oração. São elas: pois, porque, que.
•• “Tem vez que as coisas pesam mais do que a gente acha que pode aguentar. Nessa hora,
fique firme, pois tudo isso logo vai passar.” (Jeneci)

•• “Socorro! Alguém me dê um coração, que esse já não bate e nem apanha.” (Arnaldo Antunes)

•• Edgar devia estar nervoso, porque não parava de gritar na aula.

Subordinativas: ligam orações dependentes, de sentido incomple-


to, a uma oração principal que lhe completa o sentido. Podem ser ad-
verbiais, substantivas e adjetivas. Neste caso, estudaremos as con-
junções que introduzem as orações subordinadas adverbiais.

1. causais: expressam ideia de causa, motivo ou a razão do fato expresso na oração principal.

São elas: porque, porquanto, posto que, visto que, já que, uma vez que, como, etc.
•• “O amor é isso. Não prende, não aperta, não sufoca, porque, quando vira nó, já deixou de
ser laço.” (Mário Quintana)

•• “Que eu possa me dizer do amor (que tive): que não seja imortal, posto que é chama.

•• Mas que seja infinito enquanto dure. “ (Vinícius de Moraes)

2. comparativas: estabelecem uma comparação com o elemento da oração principal. São


elas: como, que (precedido de “mais”, de “menos”, de “tão” ), etc.
•• “O destino, como os dramaturgos, não anuncia as peripécias nem o desfecho.” (Machado de Assis)

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•• “Quem não sabe se controlar é tão sem defesa como uma cidade sem muralhas.” (Provérbio popular)

3. condicionais: expressam ideia de condição ou hipótese para que o fato da oração principal
aconteça. São elas: se, caso, exceto se, a menos que, salvo se, contanto que, desde que, etc.

“Se tu me amas, ama-me baixinho


Não o grites de cima dos telhados
Deixa em paz os passarinhos
Deixa em paz a mim!
Se me queres, enfim,
tem de ser bem devagarinho, Amada,
que a vida é breve, e o amor mais breve ainda...” (Mário Quintana)

•• “Se o amor é fantasia, eu me encontro ultimamente em pleno carnaval.” (Vinícius de Moraes)

4. consecutivas: expressam ideia de consequência ou efeito do fato expresso na oração


principal. São elas: que (precedido de termo que indica intensidade: tão, tal, tanto, etc.), de
modo que, de sorte que, de maneira que, etc.

•• “Eu te amo, Maria, eu te amo tanto que o meu peito me dói como em doença.” (Vinícius de Moraes)

•• “Ninguém é assim tão velho que não acredite que poderá viver por mais um ano.” (Cícero)

5. conformativas: expressam ideia de conformidade ou acordo em relação a um fato expresso


na oração principal. São elas: conforme, segundo, consoante, como.

•• Segundo apontam os noticiários, a corrupção não é só no meio político do país.

•• Como chegamos a acreditar, algumas pessoas cometem pequenos atos infracionais.

6. concessivas: expressam ideia de que algo que se esperava que acontecesse, contrariamente
às expectativas, não acontece. São elas: embora, conquanto, ainda que, se bem que,
mesmo que, apesar de que, etc.

•• “Mesmo sem te ver, acho até que estou indo bem.” (Renato Russo)

•• “É sempre amor, mesmo que acabe


Com ela e aonde quer que esteja
É sempre amor, mesmo que mude
É sempre amor, mesmo que alguém esqueça o que passou.” (Bidê ou Balde)

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7. finais: expressam ideia de finalidade. São elas: a fim de que, para que, que, etc.

•• “Você vai rir, sem perceber,


Felicidade é só questão de ser.
Quando chover, deixar molhar
para que receba o sol quando voltar “ (Marcelo Jeneci)

•• As questões devem ser feitas para que todos revisem a matéria.

8. proporcionais: expressam ideia de proporção, simultaneidade. São elas: à medida que, à


proporção que, ao passo que, etc.

•• À medida que o tempo passava, mais ele queria o celular!

9. integrantes: introduzem uma oração que integra ou completa o sentido do que foi expresso
na oração principal. São elas: que, se.
•• “Não vou dizer que foi ruim
Também não foi tão bom assim
Não imagine que te quero mal
Apenas não te quero mais.” (Lulu Santos)

10. temporais: expressam anterioridade, simultaneidade, posteridade relativas ao que vem


expresso na oração principal. São elas: quando, enquanto, assim que, desde que, logo que,
depois que, antes que, sempre que, etc.
“E João não conseguiu o que queria,
Quando veio pra Brasília, com o diabo ter.
Ele queria era falar pro presidente
Pra ajudar toda essa gente que só faz sofrer (Renato Russo)

“Enquanto houver você do outro lado, aqui do outro eu consigo me orientar.” (Teatro Mágico)

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Questões

1. (76927) ESAF – 2013 – PORTUGUÊS – Sintaxe da Oração (Análise Sintática), Pontuação


Em relação às estruturas linguísticas do texto a seguir, assinale a opção correta.
Aspiradores de pó, liquidificadores, espremedores
e batedeiras, aquecedores e secadores de cabelo
consumidos no Brasil já não são produzidos pela
indústria local, e, sim, importados, em especial, do
5. Sudeste Asiático e da China, segundo a Associação
Brasileira da Indústria Eletroeletrônica (Abinee). Mas é
ocioso lamentar a perda de mercado ou pleitear medidas
protecionistas para a indústria local, como fazem seus
representantes nos gabinetes de Brasília, pois o principal
10.
problema é o custo de produzir aqui, mais oneroso
do que na maioria dos países concorrentes, deixando o
produto local fora do mercado internacional.
Na China, além de mão de obra barata, tributação
módica, infraestrutura adequada, uma logística de
15.
alto nível permite o embarque e o desembarque de
mercadorias em portos modernos, com custos razoáveis
e muito mais eficiência do que no Brasil. O mesmo
acontece em outros países voltados para a exportação.
Isso faz toda a diferença.
(O Estado de S. Paulo, 18/6/2013).

a) As vírgulas das linhas 1 e 2 justificam-se porque isolam elementos de mesma função


sintática componentes de uma enumeração.
b) Ao se substituir o termo “Mas” (l.6) por Todavia, Entretanto ou Contudo prejudica-se a
correção gramatical e alteram-se as informações originais do período.
c) A substituição de “pois” (l.9) por “porquanto” altera as informações originais do período.
d) A forma verbal “fazem” (l.8) está no plural porque concorda com “medidas protecionistas”
(l.7 e l.8).
e) Prejudica-se a correção gramatical dos períodos ao se eliminar o termo “do” em “do que”
nas suas duas ocorrências (l.11 e l.17).

2. (76925) ESAF – 2013 – PORTUGUÊS – Sintaxe da Oração (Análise Sintática), Sintaxe do Período
(Coordenadas e Subordinadas / Nexos)
Assinale a opção que justifica corretamente o fato de o segmento grifado estar entre vírgulas.
Lucio Costa concebeu Brasília como civitas e como urbs — a cidade tem um duplo caráter.
Por um lado, é a cidade do poder, dos símbolos, das representações, das cerimônias (civitas);
por outro, a cidade secular da vida cotidiana dos habitantes (urbs). E ele não concebeu a
Esplanada como uma “pura” civitas. Alguns não sabem que há no projeto uma clara indicação
de um edifício baixo, conectando os blocos ministeriais entre si, que abrigaria serviços diversos.

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Nunca foi feito. Noutras palavras, o arquiteto também trazia serviços da vida cotidiana para o
coração da civitas. Lucio Costa tinha por referência afetiva as cidades europeias, continentais
ou inglesas. E, nelas, sagrado e secular, uso cotidiano e excepcional misturam-se para definir
alguns dos espaços urbanos mais fortes da história.
(Sagrado e profano, Frederico de Holanda, Correio Braziliense, 17/6/2013, com adaptações).

O segmento grifado é
a) aposto.
b) adjunto adverbial. .
c) oração de natureza restritiva.
d) oração reduzida de gerúndio de natureza explicativa.
e) oração principal intercalada no período entre outras orações

3. (95213) ESAF – 2012 – PORTUGUÊS Pontuação


Assinale a opção em que o preenchimento da lacuna com o conectivo abaixo resulta em erro
gramatical ou incoerência textual no seguinte fragmento.
A dívida pública brasileira é uma velha herança.____(A)_____aumentou consideravelmente
nos anos 80, ____(B)_____ os juros internacionais subiram muito. Mais de 40 países foram
arrastados pela crise da dívida, a partir de 1982. ____(C)____ seus governos foram capazes de
reorganizar as contas públicas e de reduzir o peso da dívida. ____(D)____o Brasil continuou
prisioneiro do endividamento inflado naquele período e, além disso, permitiu o aumento
de seu peso nos anos seguintes. ____(E)____, a carga tributária brasileira é maior que a de
todos ou quase todos os países emergentes e até mais pesada que a de algumas economias
avançadas, como os EUA e o Japão.
(Adaptado de O Estado de São Paulo, Notas & Informações. 21 de abril de 2012)

a) Portanto
b) quando
c) Porém
d) Mas
e) No entanto

4. (76981) ESAF – 2013 – PORTUGUÊS – Sintaxe do Período (Coordenadas e Subordinadas / Nexos)


Ônibus lotados, alguns em péssimo estado,
engarrafamentos, demora em chegar ao local
desejado. A péssima qualidade do transporte
coletivo é um problema que atinge muitas capitais
5. brasileiras. Para especialistas em planejamento
urbano, o crescimento desordenado pode
ser apontado como o responsável por essa
situação. Isso gera uma fragmentação de
espaços que exige que as pessoas façam longos
10.
deslocamentos. Consequentemente, a maioria
das grandes cidades hoje no Brasil, por terem
essa característica, geram esses problemas de

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congestionamentos e transporte públicos lotados.


Resolver estes problemas é alguns dos grandes
15. desafios dos prefeitos nas médias e grandes
cidades. Cabe a eles garantir a mobilidade das
pessoas nos lugares onde elas vivem. O transporte
público coletivo é responsabilidade das prefeituras
e o usuário espera que funcione.
(Adaptado de http://g1.globo.com/ma/maranhao/noticia/2012/08/veja-o-papeldas-prefeituras-quanto-aos-problemas-do-
transporte-coletivo.html, acesso em 4/12/2012)

Assinale a estrutura sintática que, no texto, tem valor significativo de causa.


a) “demora em chegar ao local desejado” (l.2 e 3)
b) “que atinge muitas capitais brasileiras.” (l. 4 e 5)
c) “pode ser apontado como o responsável por essa situação.” (l.6, 7 e 8)
d) “que as pessoas façam longos deslocamentos.” (l.9 e 10)
e) “por terem essa característica” (l.11 e 12)

5. (81465) ESAF – 2010 – PORTUGUÊS – Sintaxe do Período (Coordenadas e Subordinadas / Nexos)


Durante muito tempo, a tributação foi vista apenas
como um instrumento de receita do Estado.
Apesar desta missão ser, por si só, relevante, na
medida em que garante os recursos fi nanceiros
5. para que o Poder Público bem exerça seu mister,
a verdade é que, pouco a pouco, descobriu-se
outra faceta não menos importante na tributação.
Atualmente, com a predominância do modelo do
Estado Social, a despeito dos fortes movimentos
10. no sentido do ressurgimento do liberalismo, não
se pode abrir mão do uso dos tributos como
eficazes instrumentos de política e de atuação
estatal, nas mais diversas áreas, sobretudo na
social e na econômica. Deve ser ressaltado que a
15. política tributária, embora consista em instrumento
de arrecadação tributária, necessariamente
não precisa resultar em imposição. O governo
pode fazer política tributária utilizando-se de
mecanismos fi scais através de incentivos fi scais,
20. de isenções, entre outros mecanismos que devem
ser considerados com o objetivo de conter o
aumento da arrecadação de tributos.

(Maria de Fátima Ribeiro & Natália Paludetto Gesteiro, A busca da cidadania fi scal no desenvolvimento econômico: função
social do tributo. http://www.diritto.it/archivio – acesso em 3/6/2010, com adaptações)

Assinale a expressão do texto que, no desenvolvimento da argumentação, é usada com valor


de causa.

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a) “como um instrumento de receita do Estado”(ℓ.2).
b) “como efi cazes instrumentos de política”(ℓ.11 e 12).
c) “com a predominância do modelo do Estado Social”(ℓ.8 e 9).
d) “utilizando-se de mecanismos fi scais”(ℓ.18 e 19).
e) “com o objetivo de conter o aumento da arrecadação”(ℓ.21 e 22).

6. (81507) ESAF – 2010 – PORTUGUÊS – Crase, Sintaxe do Período (Coordenadas e Subordinadas /


Nexos), Classes de Palavras (Morfologia) / Flexão Nominal e Verbal
Com base na norma gramatical da língua escrita, analise as propostas de alteração do texto
abaixo e, a seguir, assinale a opção incorreta.
A civilização industrial leva à concentração de poder
e ao declínio da liberdade individual, mas, ao mesmo
tempo, liberta os homens das piores formas de servidão,
do peso do trabalho alienante, tornando possível
5. imaginar um mundo de homens livres que conseguirão
a “liberdade do impulso criativo” – este é o verdadeiro
objetivo da reconstrução social. Por meio do aumento
dos padrões de conforto e acesso à informação, essa
civilização cria condições favoráveis para desa_ ar
10 radicalmente os velhos laços de autoridade.
a) No trecho “à concentração de poder e ao declínio da liberdade individual” (l.1 e 2),
substituir “à” por “a” e suprimir “ao”.
b) Substituir o trecho “tornando possível imaginar” (l.4 e 5) por “no qual possibilita
imaginarem-se”.
c) Substituir o segmento “um mundo de homens livres que conseguirão” (l.5) por “um mundo
cujos homens livres conquistarão”.
d) Na linha 9, inserir o adjetivo “industrial” após o substantivo “civilização”.
e) Substituir o segmento “para desafiar” (l.9) por “para que se desafiem”.

7. (38252) ESAF – 2010 – PORTUGUÊS – Semântica e Vocabulário, Pontuação, Sintaxe do Período


(Coordenadas e Subordinadas / Nexos)
Em relação às estruturas gramaticais do texto, assinale a opção correta.
Passada a fase aguda da crise financeira que
eclodiu em setembro de 2008, o governo tomou
algumas medidas para melhorar o consumo
interno: desoneração tributária, maior crédito
5. pessoal e diminuição do compulsório. Isso facilitou
as compras para as pessoas físicas. Como
as emergentes classes C e D estavam sendo
incorporadas ao consumo, elas foram às compras
com volúpia, adquirindo a chamada linha branca
10. (geladeira, máquina de lavar roupa e microondas).
As viagens ao exterior (US$ 1 bilhão em
julho) também colaboraram com o endividamento
familiar.

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O endividamento reflete os bons resultados da


15. economia brasileira, como a elevação do emprego
formal, da massa de rendimentos e do crédito.
Contudo, a intenção de consumir das famílias
segue em alta, depois do Dia dos Namorados e da
Copa do Mundo. Até certo ponto, isso é bom, mas
20. todo o cuidado é pouco para evitar o rompimento
da capacidade para quitar as dívidas.
(O Estado de Minas, 29/7/2010.)

a) A palavra “volúpia” (ℓ.9) está sendo empregada com o sentido de prazer excessivo.
b) O emprego de sinal de dois pontos após “interno” (ℓ.4) justifica-se por inserir uma citação
de outro texto.
c) A palavra “eclodiu” (ℓ.2) está sendo empregada com o sentido de se intensificou.
d) O termo “como” (ℓ.15) confere ao período a noção de comparação entre “elevação do
emprego formal” e “massa de rendimentos”.
e) A conjunção “Contudo” (ℓ.17) confere ao período a noção de condição.

8. (113227) ESAF – 2016 – PORTUGUÊS – Sintaxe do Período (Coordenadas e Subordinadas /


Nexos)
Leia o texto a seguir para responder à questão
A expressão sublinhada em “Já que estou escrevendo esse artigo, sobrevivi” tem sentido de
a) conformidade.
b) conclusão.
c) causa.
d) dedução.
e) condição.

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Gabarito: 1. (76927) A 2. (76925) D 3. (95213) A 4. (76981) E 5. (81465) C 6. (81507) B 7. (38252) A 8. (113227) C

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Aula XX
7

PONTUAÇÃO

Emprego da vírgula

Na ordem direta da oração (sujeito + verbo + complemento(s) + adjunto adverbial), NÃO use
vírgula entre os termos. Isso só ocorrerá ao se deslocarem o predicativo ou o adjunto adverbial.
•• “Não boto bomba em banca de jornal.” (Renato Russo)

•• Os jornais informaram aos leitores os últimos concursos.

Dica zambeliana = Não se separam por vírgula:

•• predicado de sujeito = Ocorrem, alguns protestos no centro!

•• objeto de verbo = Enviamos, ao grupo, todas as questões.

•• adjunto adnominal de nome = A questão, de Português, está comentada no site!

Entre os termos da oração

1. para separar itens de uma série (Enumeração)

•• “O que era sonho se tornou realidade de pouco em pouco a gente foi erguendo o nosso

próprio trem, nossa Jerusalém, nosso mundo, nosso carrossel.” (Jeneci)

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•• Hoje, enfrentamos muitos problemas. Alguns criados por nós em consequência de diferen-
ças ideológicas, religiosas, raciais, econômicas.

2. para assinalar supressão de um verbo.


•• Ela almeja aprovação; eu, nomeação.

3. para separar o adjunto adverbial deslocado.


•• “No meio do caminho, tinha uma pedra. Tinha uma pedra no meio do caminho.”
(Carlos Drummond de Andrade)

•• “Na centralização administrativa, o Estado atua diretamente por meio de seus órgãos, ou
seja, das unidades que são meras repartições interiores de sua pessoa e que, por isso, dele
não se distinguem”.

•• A mentira é, muita vezes, tão involuntária como a respiração. (Machado de Assis)

Obs.: Se o adjunto adverbial for pequeno, a utilização da vírgula não é necessária, a não ser que
se queira enfatizar a informação nele contida.

•• “Hoje eu tenho uma proposta: a gente se embola e perde a linha a noite toda.” (Ludmilla)

4. para separar o aposto.


•• “Pois eu vou fazer uma prece prá Deus, nosso Senhor, prá chuva parar de molhar o meu
divino amor...” (Jorge Ben)

•• O FGTS, conta vinculada ou poupança forçada, é um direito dos trabalhadores rurais e


urbanos que está expresso no artigo 7º da Constituição Federal, a Carta Magna.

5. para separar o vocativo.


•• “É, morena, tá tudo bem, sereno é quem tem a paz de estar em par com Deus.” (Marcelo Camelo)

6. para separar expressões explicativas, retificativas, continuativas, conclusivas ou


enfáticas (aliás, além disso, com efeito, enfim, isto é, em suma, ou seja, ou melhor,
por exemplo, etc).
•• “A vida, enfim, vivida de manhã quando tenho você.” (Vanguart)

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•• Com efeito, o caminho de um concurseiro é longo e árduo. Por exemplo, grande parte do seu
tempo livre é dedicada a estudos, ou seja, a vida social pode ficar um pouco comprometida,
ou melhor, abandonada. Além disso, é necessário disciplina e esforço, mas, enfim, vale a
pena: o concurseiro pode alcançar estabilidade financeira, isto é, jamais conhecer a palavra
desemprego, em suma, o sonho de todos.

Entre as orações

1. para separar orações coordenadas assindéticas.

•• ” O girino é o peixinho do sapo, o silêncio é o começo do papo, o bigode é a antena do gato,

o cavalo é o pasto do carrapato, o cabrito é o cordeiro da cabra, o pescoço é a barriga da

cobra.” (Arnaldo Antunes)

•• “Não fique pela metade, vá em frente, minha amiga, destrua a razão desse beco sem saída.”
(Engenheiros do Hawaii)

2. As orações coordenadas devem sempre ser separadas por vírgula. Orações


coordenadas são as que indicam adição (e, nem, mas também), alternância (ou, ou ...
ou, ora ... ora), adversidade (mas, porém, contudo...), conclusão (logo, portanto...) e
explicação (porque, pois).
•• Estudar para concursos é coisa sérias entretanto as pessoas, muitas vezes, levam na
brincadeira.

•• Estou sem celular, portanto não estarei respondendo no whats!

3. para separar orações coordenadas sindéticas ligadas por “e”, desde que os
sujeitos sejam diferentes.
•• “De repente, a dor de esperar terminou, e o amor veio enfim.” (Tim Maia)

•• “A verdadeira felicidade é impossível sem verdadeira saúde, e a verdadeira saúde é


impossível sem um rigoroso controle da gula.” (Mahatma Gandhi)

4. para separar orações adverbiais, especialmente quando forem longas.


•• Em determinado momento, todos se retiraram, apesar de não terem terminado a prova.

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•• “A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida.” (Vinícius de Moraes)

5. para separar orações adverbiais antepostas à principal ou intercaladas, tanto


desenvolvidas quanto reduzidas.
•• Como não tinha muito tempo para estudar em casa, aproveitava bem a aula.

•• Começaremos, assim que todos os alunos chegarem, a trabalhar.

6. Orações subordinadas adjetivas


Podem ser:
a) Restritivas – delimitam o sentido do substantivo antecedente (sem vírgula). Encerram uma
qualidade que não é inerente ao substantivo.

•• “Com a chuva molhando o seu corpo lindo que eu vou abraçar”. (Jorge Ben)

•• “E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam
escutar a música.” (Friedrich Nietzsche)

•• “ Eu tenho meus amigos que só aparecem quando eu bebo.” (Vanguart)

b) Explicativas – explicações ou afirmações adicionais ao antecedente já definido plenamente


(com vírgula). Encerram uma qualidade inerente ao substantivo.

•• O Decreto nº 1.171/1994, que aprova o Código de Ética Profissional do servidor público civil
do Poder Executivo Federal, determina que a função pública deve ser tida como exercício
profissional e, portanto, se integra na vida particular de cada servidor público.

•• Os alunos, que são esforçados, conseguem obter um bom resultado nos concursos.

•• As mulheres, que lidam com muitas coisas ao mesmo tempo, desenvolvem proveitosas
habilidades.

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Emprego do Ponto-e-Vírgula

1. para separar orações que contenham várias enumerações já separadas por vírgula
ou que encerrem comparações e contrastes.

•• “Há cinco coisas neste mundo que ninguém pode realizar: primeira, evitar a velhice,
quando se está envelhecendo; segunda, evitar a doença, quando o corpo é predisposto à
enfermidade; terceira, não morrer quando o corpo deve morrer; quarta, negar a dissolução,
quando, de fato, há a dissolução do corpo; quinta, negar a extinção, quando tudo deve
extinguir-se.” (Buda)

•• “Deus, para a felicidade do homem, inventou a fé e o amor; o Diabo, invejoso, fez o homem
confundir fé com religião e amor com casamento.” (Machado de Assis)

2. para separar orações em que as conjunções adversativas ou conclusivas estejam


deslocadas.
•• “A carne é boa; não creio, porém, que valha a de um camundongo, mas camundongo é que
não há aqui.” (Machado de Assis)

•• Vamos terminar este namoro; considere-se, portanto, livre deste compromisso.

3. para alongar a pausa de conjunções adversativas (mas, porém, contudo, todavia,


entretanto, etc.), substituindo, assim, a vírgula.
•• Gostaria de estudar hoje; todavia, só chegarei perto dos livros amanhã.

Emprego dos Dois-Pontos

1. para anunciar uma citação.


•• Já dizia Freud: “Poderíamos ser melhores, se não quiséssemos ser tão bons.”

2. para anunciar uma enumeração, um aposto, uma explicação, uma consequência


ou um esclarecimento.
•• “O uísque é o melhor amigo do homem: é um cachorro engarrafado.” (Vinícius de Moraes)

•• Os alunos vieram à aula e trouxeram algumas coisas: apostila, canetas e muita vontade.

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Questões

1. (76908) ESAF – 2014 – PORTUGUÊS – Pontuação


As vírgulas
É neste admirável e desconcertante mundo novo que
se encontram os desafios da modernidade, a mudança
de paradigmas culturais, a substituição de atividades
profissionais, as transformações em diversas áreas do
conhecimento e os contrastes cada vez mais acentuados
entre as gerações de seres humanos.
(Adaptado de Zero Hora (RS), 31/12/2013)

a) isolam elementos de mesma função sintática componentes de uma enumeração.


b) separam termos que funcionam como apostos.
c) isolam adjuntos adverbiais deslocados de sua posição tradicional.
d) separam orações coordenadas assindéticas.
e) isolam orações intercaladas na oração principal.

2. (76943) ESAF – 2013 – PORTUGUÊS – Pontuação


Assinale a opção em que foram plenamente atendidas as regras de emprego de sinais de
pontuação nos trechos adaptados da obra Humor, língua e discurso, de Sírio Possenti.
a) Há um traço discursivo marcante de nosso tempo, que merece investigação mais detalhada.
Diria que se trata de um processo de eufemização. Suponho que esteja relacionado de
alguma forma, ao ambiente cultural relativista, que desconfia de qualquer realismo, seja
epistemológico (quem pode garantir a mais mísera verdade sobre o mundo, se é que ele
existe?), seja ético (quem sabe o que é certo ou errado?). ”.
b) O exagero dessa posição consiste em sustentar que a própria realidade não existe. Tudo
seria efeito de discurso. Gente bastante sem compromisso ri à socapa, em bares e em
salas de aula, ou em artigos eruditos das posições antiquadas dos realistas. É que em geral,
esses “modernos” são também apolíticos, o que sempre significa que fazem a política
conservadora dominante.
c) O fenômeno tem várias facetas: das que se tornaram mais ou menos sólidas, a mais antiga
talvez seja a luta (ou a moda da luta) pela linguagem politicamente correta. Para falar de
coisas e de pessoas, não se pode mais usar os termos tradicionais. Em seu lugar, entram os
substitutos “limpos”: em vez de negro, afrodescendente; em vez de prostitutas, prestadoras
de serviços sexuais; velhos não são mais velhos, mas pertencentes ao grupo da terceira
idade, quando não são da melhor idade.
d) Palavras que designam pessoas afetadas por certas doenças engrossam a lista: não há
mais aidéticos, somente soropositivos, também não há mais surdos; mas portadores
de deficiência auditiva; não há mais impotência, mas disfunção erétil; nem presos, só
apenados; e os meninos presos, na Fundação Casa são jovens em conflito com a lei.

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e) O eufemismo é uma figura de linguagem clássica, portanto o fenômeno não é novo. De
fato, especialmente para evitar termos tabus sempre se enunciaram palavras atenuadoras.
Em vez de morrer, os parentes falecem, ou faltam. Ao lado do eufemismo, os jargões,
principalmente os dos especialistas, dos intelectuais ganharam destaque. Para os médicos,
as pessoas não só não morrem, elas, sequer falecem. Nem faltam. Elas “vão a óbito

3. (79001) ESAF – 2012 – PORTUGUÊS – Pontuação, Sintaxe do Período (Coordenadas e


Subordinadas / Nexos), Semântica e Vocabulário
No momento, o ministro das Comunicações trabalha
em medidas para reduzir custos na telefonia e nas
telecomunicações. Ele usa o conhecido – e correto –
argumento de que o corte de impostos, ao reduzir o
5. custo final para o usuário, aumenta o consumo; logo,
o faturamento das empresas. E, portanto, repõe, num
segundo momento, a receita tributária inicialmente
perdida.
A visão do ministro para o corte de tributos nas
10. comunicações pode ser estendida a toda a
economia, envergada sob o peso de uma fatura de
impostos na faixa dos 36% do PIB, a mais elevada
entre as economias emergentes, no mesmo nível de
países europeus, em que os serviços públicos têm
15. uma qualidade muito superior à dos oferecidos pelo
Estado brasileiro.
(Hora de ampla desoneração tributária. Editorial, O Globo, 5/6/2012, com adaptação.
http://arquivoetc.blogspot.com.br/2012/06/hora-de-ampla-desoneracaotributaria.html)

Assinale a proposição correta a respeito de elementos linguísticos do texto e de sentidos nele


depreensíveis.
a) Prejudica-se a correção gramatical do período ao se substituir os travessões (l.3) por
vírgulas.
b) Há relação de “causa e conseqüência” na sequência destas três idéias do texto: “o corte
de impostos reduz o custo final para o consumidor”, “o consumo aumenta”, “aumenta o
faturamento das empresas”.
c) Substituindo-se “envergada”(l.11) por soterrada ou subterrada, palavras já aglutinadas
com o prefixo so- e sub-, torna-se dispensável o emprego da preposição “sob” na frase.
d) Por estarem subentendidas, é correto explicitar as palavras que estão no corpo da frase das
linhas 13 e 14, que vai ficar assim: ... as economias emergentes, que estão no mesmo nível
de países europeus...
e) Confere-se maior concisão à frase “superior à dos oferecidos pelo Estado brasileiro”, sem
prejuízo da correção gramatical, se ela for reescrita assim: superior aos oferecidos pelo
Estado brasileiro.

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ATA – Português – Prof. Carlos Zambeli

4. (79020) ESAF – 2012 – PORTUGUÊS – Pontuação


Assinale a opção correta a respeito do uso da vírgula no texto.
Junto à inadiável reforma, os países que já concentram
um número considerável de gente no topo da
pirâmide etária deveriam começar a refletir também
sobre mecanismos bem concretos para estimular a
5. permanência desse grupo no mercado de trabalho.
Refiro-me, basicamente, a incentivos de ordem
fiscal, que podem ser concedidos, por exemplo, aos
empregadores que contratem funcionários mais velhos.
Se estes continuarem em atividade, não apenas
10. deixarão de impactar negativamente as finanças
públicas como permanecerão pagando impostos e
produzindo riqueza. No final, isso é bem vindo aos
cofres do governo, à economia do país como um todo e
também às poupanças de cada um.
(Adaptado de Ronald Lee, Fazer mais com menos braços. Entrevista à Veja, 30 de maio de 2012)

a) Por se tratar de pontuação facultativa, com a função de enfatizar as ideias do texto, a


retirada da vírgula depois de “reforma” (l.1) preservaria a correção e a coerência textuais.
b) Para que sejam respeitadas as normas de pontuação da língua portuguesa, deve ser
inserida uma vírgula depois de “etária” (l.3).
c) Apesar de alterar as relações semânticas do texto, a omissão da vírgula depois de “fiscal”
(l.7) também respeitaria as regras de pontuação e preservaria a coerência da argumentação.
d) Como marca a finalização de uma oração, a vírgula depois de “atividade” (l.9) admite a
substituição pelo ponto e vírgula, sem prejudicar a correção do texto.
e) No contexto sintático em que é usada, as regras de pontuação admitem como correta a
substituição da vírgula depois de “governo” (l.13), para separar termos de uma enumeração.

5. (79023) ESAF – 2012 – PORTUGUÊS – Ortografia, Pontuação


Assinale o trecho em que a transcrição do texto adaptado do jornal Correio Braziliense, de 7 de
agosto de 2012, desrespeita as regras gramaticais no uso das estruturas linguísticas.
a) Ao mesmo tempo em que os analistas do mercado financeiro elevam a perspectiva para
a inflação este ano, eles trabalham cada vez mais com a possibilidade de queda para o
Produto Interno Bruto (PIB) e também para a taxa de juros básica da economia.
b) A principal razão para isso é que o setor industrial não dá mostras de que vai reagir,
revertendo a tendência de queda na atividade. Pela décima semana consecutiva, os
analistas vêm revendo para baixo as expectativas de desempenho da indústria brasileira.
c) De acordo com o relatório Focus, a média das estimativas para o ano passou de uma
contração na atividade no setor industrial de 0,44% para uma queda maior, de 0,69%. Com
isso, as expectativas para o PIB, que já vinham diminuindo, caíram mais ainda.
d) Segue também em queda, segundo os analistas do mercado financeiro, a previsão para a
taxa básica de juros. Agora, segundo a pesquisa Focus, a taxa Selic deve chegar a 7,25% no
final do ano.

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e) Até à semana passada, a estimativa que prevalescia era de que o ciclo de redução da Selic
pararia em 7,5%. Atualmente a taxa está em 8%. Com a mudança o mercado financeiro
passa a trabalhar com a perspectiva de que o Banco Central reduza a taxa mais duas vezes.

6. (76959) ESAF – 2013 – PORTUGUÊS – Pontuação


Assinale a alternativa correta quanto à pontuação.
Na Ata do Copom divulgada em janeiro, o Banco
Central passou o recado de que o problema da
economia brasileira não é falta de consumo; é
falta de oferta, que não se resolve com mais
5. afrouxamento monetário (política de juros). Antes
de verificar quais políticas podem ser acionadas
pelo governo para garantir um PIB mais alentado
em 2013 e 2014, é preciso sublinhar que o Banco
Central se recusa a desempenhar dupla função: a
10. de combater a inflação e, ao mesmo tempo, a de
garantir o aumento do emprego e da produção. E
isso contraria o que têm pedido setores importantes
do governo federal.
(Adaptado de Celso Ming. Estadão, 26 de janeiro de 2013 http://blogs.estadao.com.br/celso-ming, acesso em 26/1/2013)

a) Apesar da possibilidade de uma pausa na leitura, seriam desrespeitadas as regras de


pontuação ao se inserir uma vírgula depois de “Copom” (l.1).
b) Para reforçar o termo “política de juros” (l.5), o desenvolvimento textual admite a retirada
dos sinais de parênteses, inserindo-se um sinal de ponto e vírgula depois de “monetário”
(l.5).
c) A coerência entre os argumentos admite deslocar a vírgula depois de “2014” (l.8) para
depois de “alentado” (l.7).
d) O sinal de dois pontos depois de “função” (l.9) introduz uma explicação; por isso equivale
às expressões isto é, ou quais sejam, entre vírgulas.
e) A substituição do ponto depois de “produção” (l.11) pelo sinal de ponto e vírgula, com
alteração da letra inicial maiúscula para minúscula, violaria as relações semânticas do texto
e provocaria erro gramatical.

7. (81499) ESAF – 2010 PORTUGUÊS – Semântica e Vocabulário, Pontuação, Elementos


Referenciais, Sintaxe do Período (Coordenadas e Subordinadas / Nexos)
A década de 1980 foi o marco do surgimento de
um novo ator social nos países ricos: o novo-pobre
(nouveau-pauvre). Corolário do desmoronamento do
sistema de proteção social, em um quadro agravado
5 pela revolução tecnológica, que automatizou o
sistema produtivo sem gerar novos postos de
trabalho, esse novo personagem vai materializar
uma inesperada e imprevisível reprodução, no
mundo desenvolvido, do problema da desigualdade
10 social, tão comum no terceiro mundo.

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ATA – Português – Prof. Carlos Zambeli

O novo-pobre é, cada vez mais, a expressão do


fenômeno da exclusão social. Não é mais um
indivíduo que está à margem, mas, sim, fora do
sistema econômico e social prevalente. Não tem
15. acesso ao mercado de trabalho (nem mesmo
informal), não tem perspectiva de engajamento
(independentemente de seu grau de quali_ cação
pro_ ssional) e, cada vez mais, vai _ cando de fora
dos mecanismos de proteção social do moribundo
20. welfare state.
No caso da periferia, o fenômeno global da
emergência do novo-pobre, deserdado do
neoliberalismo, soma-se ao histórico problema
da pobreza. Os velhos-pobres, em países como
25. o Brasil, são atores presentes na formação da
sociedade nacional desde seus primórdios. O que
se apresenta como fato novo é a constatação de
que estes últimos caíram dos patamares da pobreza
para os da miséria. E isso é tão evidente como tão
30. mais urbana foi-se tornando a sociedade.
(Marcel Bursztyn. “Da pobreza à miséria, da miséria à exclusão: o caso das populações de rua”. In: No meio da rua: nômades,
excluídos e viradores. Org.: Marcel Bursztyn. Rio de Janeiro: Garamond, 2000, p.34-35, adaptado).

Assinale a opção correta acerca do vocabulário e de aspectos gramaticais do texto.


a) No texto, a palavra “Corolário” (l.3) significa “consequência necessária, ou continuação
natural”.
b) A vírgula foi empregada após a expressão “revolução tecnológica” (l.5) para isolar oração
restritiva, subsequente.
c) O termo “Corolário do desmoronamento do sistema de proteção social” (l. 3 e 4) refere-se
à expressão “uma inesperada e imprevisível reprodução” (l.8).
d) Por expressar concessão, a oração “sem gerar novos postos de trabalho” (l. 6 e 7) poderia
assumir a seguinteforma: apesar de não ter gerado novos postos de trabalho.
e) Considerando-se o período em que está inserida e sua função adjetiva, a oração “que está à
margem” (l.13) tem natureza apositiva.

8. (81517) ESAF – 2010 – PORTUGUÊS – Pontuação


Assinale o trecho em que foram plenamente atendidas as regras de emprego dos sinais de
pontuação.
a) Na linguagem de hoje, a palavra “provedor” evoca mais facilmente um serviço do mundo
virtual do que o homem que, sozinho, sustentava materialmente sua família. É que saiu
do ar esse provedor que, até recentemente, ocupava não só a cabeceira da mesa, mas
também um lugar de indiscutível poder na família.
b) Na metade do século XX, introduziu-se no espírito das mulheres, uma ideia subversiva:
a identidade e a liberdade passavam pela independência econômica em face do homem
provedor.

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c) Nos anos 90, quando as grandes transformações econômicas, a globalização e a
reestruturação das empresas com supressão de empregos, tornaram precário e inseguro o
salário dos homens, as mulheres aumentaram seu investimento no mercado de trabalho.
d) Para as mulheres, o trabalho remunerado já não representava somente uma escolha de a_
rmação de identidade ou de realização pessoal em algum campo profissional. Ele tornou-
se uma necessidade. Homens e mulheres passaram a somar salários, única maneira para
muitos, de garantir o nível de vida de uma família, em que os homens já não eram confiáveis
como provedores.
e) Na prática, a inserção das mulheres no mercado de trabalho, não atenuou suas
responsabilidades em relação à família. Simplesmente, a famosa vida doméstica passou
a ser encaixada nos interstícios dos horários de sua vida profissional. As mulheres porém,
senhoras de si, passaram a se perguntar: por que continuava cabendo exclusivamente a
elas a responsabilidade pela vida privada.

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Gabarito: 1. (76908) A 2. (76943) C 3. (79001) B 4. (79020) C 5. (79023) E 6. (76959) D 7. (81499) A 8. (81517) A

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Aula
Aula XX
8

ACENTUAÇÃO

Toda palavra tem uma sílaba que é pronunciada com mais intensidade que as outras. Essa sílaba
é chamada de sílaba tônica. Pode ocupar diferentes posições e, de acordo com essa colocação,
ser classificada como: oxítona, paroxítona, proparoxítona e monossílaba tônica.

Regras de acentuação

1. Proparoxítonas – todas são acentuadas.

Simpática, proparoxítona, lúcida , cômodo

2. Paroxítonas

Quando terminadas em

a) L, N, R, X, PS, I, US : amável, hífen, repórter, tórax, bíceps, tênis, vírus

b) UM, UNS, Ã, ÃS, ÃO, ÃOS, EI: 
álbum, ímã, órgão

c) Ditongo crescente (SV +V): cárie, polícia, história

3. Oxítonas

Quando terminadas em EM, ENS, A(S), E(S), O(S):

a) A, AS: está, guaraná, comprá-la 


b) E, ES: jacaré, você, fazê-los

c) O, OS: avó, paletós

d) EM: armazém, ninguém

e) ENS: parabéns, armazéns. 



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4. Monossílabos tônicos
A, AS, E, ES, O, OS – mês, pó, já
Anotações

5. Ditongo Aberto

Os ditongos ‘éi’, ‘ói’ e ‘éu’ só continuam a ser acentuados no final da


palavra (oxítonas): céu, dói, chapéu, anéis, lençóis.
Desapareceram para palavras paroxítonas:
boia, paranoico, heroico.

6. Hiatos I e U

Nas paroxítonas, I e U não serão mais acentuados se vierem depois


de um ditongo:
baiuca, bocaiuva, cauila, feiura, Sauipe

7. ÊE, ÔO

Sem acento:
voo, voos, enjoo, enjoos, abençoo, perdoo; creem, deem, leem,
veem, releem, preveem.

8. Verbos ter e vir


Ele tem e vem

Eles têm e vêm

a) Ele contém, detém, provém, intervém (singular do presente do indicativo dos verbos
derivados de TER e VIR: conter, deter, manter, obter, provir, intervir, convir);

b) Eles contêm, detêm, provêm, intervêm (plural do presente do indicativo dos verbos
derivados de TER e VIR).

9. Acentos diferencias

Só existem ainda
Pôde (pretérito)
Pôr (verbo)

10. Trema
O trema não é mais utilizado.
Exceto para palavras estrangeiras ou nomes próprios: Müller e
mülleriano...

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ATA – Português – Prof. Carlos Zambeli

Ortografia

Parônimos

É a relação que se estabelece entre palavras que possuem significados diferentes, mas são
muito parecidas na pronúncia e na escrita. Veja alguns exemplos no quadro a seguir.

absolver (perdoar, inocentar) absorver (aspirar, sorver)


flagrante (evidente) fragrante (perfumado)
aprender (tomar conhecimento) apreender (capturar, assimilar)
sortir (abastecer, misturar) surtir (produzir efeito)
sustar (suspender) suster (sustentar)
tráfego (trânsito) tráfico (comércio ilegal)
cavaleiro (que cavalga) cavalheiro (homem gentil)
comprimento (extensão) cumprimento (saudação)
deferir (atender) diferir (distinguir-se, divergir)
delatar (denunciar) dilatar (alargar)
descrição (ato de descrever) discrição (reserva, prudência)
descriminar (tirar a culpa) discriminar (distinguir)
despensa (local onde se guardam mantimentos) dispensa (ato de dispensar)
docente (relativo a professores) discente (relativo a alunos)
emigrar (deixar um país) imigrar (entrar num país)
eminência (elevado) iminência (qualidade do que está iminente)
eminente (elevado) iminente (prestes a ocorrer)
soar (produzir som) suar (transpirar)
estada (permanência em um lugar) estadia (permanência temporária em um lugar)
precedente (que vem antes) procedente (proveniente; que tem fundamento)
ratificar (confirmar) retificar (corrigir)
recrear (divertir) recriar (criar novamente)
imergir (afundar) emergir (vir à tona)
inflação (alta dos preços) infração (violação)
infligir (aplicar pena) infringir (violar, desrespeitar)
mandado (ordem judicial) mandato (procuração)
peão (aquele que anda a pé, domador de cavalos) pião (tipo de brinquedo)

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Homônimos

São palavras que possuem a mesma pronúncia (algumas vezes, a mesma grafia), mas
significados diferentes. Veja alguns exemplos no quadro a seguir:

acender (colocar fogo) ascender (subir)


acento (sinal gráfico) assento (local onde se senta)
incipiente (principiante) insipiente (ignorante)
apreçar (ajustar o preço) apressar (tornar rápido)
ruço (pardacento, grisalho) russo (natural da Rússia)
tachar (atribuir defeito a) taxar (fixar taxa)
caçar (perseguir animais) cassar (tornar sem efeito)
tacha (prego pequeno) taxa (imposto, tributo)
cela (pequeno quarto) sela (forma do verbo selar; arreio)
censo (recenseamento) senso (entendimento, juízo)
concertar (ajustar, combinar) consertar (reparar, corrigir)
concerto (sessão musical) conserto (reparo)
coser (costurar) cozer (cozinhar)
espirar (soprar, exalar) expirar (terminar)
espectador (aquele que assiste) expectador (aquele que tem esperança, que
espera)
estrato (camada) extrato (o que se extrai de algo)
espiar (observar) expiar (pagar pena)

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Questões

1. (76894) ESAF – 2014 – PORTUGUÊS – Ortografia, Compreensão Gramatical do Texto,


Interpretação, Compreensão, Tipologia e Gêneros Textuais
Assinale a opção que corresponde a erro gramatical ou de grafia de palavra na transcrição do
texto.
A eficiência no uso dos recursos públicos é, cada vez mais,
uma exigência da sociedade. Esta espera que a prestação
de serviços governamentais ocorra (1) com qualidade,
utilizando racionalmente os recursos dos contribuintes.
Nesse sentido, diversos estudos têm (2) surgido afim de
(3) discutir a qualidade das administrações públicas.
O que se nota é que o maior controle está associado à
(4) maior rigidez institucional, o que, se por um lado, pode
coibir o comportamento corrupto do gestor público, por
outro lado pode também reduzir seu incentivo em adotar
comportamento inovador por temer que a inovação seja
(5) considerada ilegal, comprometendo sua carreira.
(Adaptado de http://www.brasil-economia-governo.org.br/2012/11/21/gestao-publica-mais-eficiente/)
a) (1)
b) (2)
c) (3)
d) (4)
e) (5)

2. (38238) ESAF – 2010 – PORTUGUÊS – Semântica e Vocabulário


Assinale a opção que mantém a correção gramatical e a coerência entre as ideias do texto ao
substituir a palavra “pujança”(ℓ.8), destacada no texto abaixo.
O Brasil é hoje uma das maiores economias do
mundo em mesmo com os notáveis progressos
obtidos nos últimos quinze anos, não consegue
ocupar a mesma posição no que diz respeito
ao desenvolvimento humano. O Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH) brasileiro
ainda é um dos mais baixos do mundo, em
total disparidade com a pujança econômica
conquistada.
a) sistemática
b) fraqueza
c) adequação
d) organização
e) exuberância

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3. (76900) ESAF – 2014 – PORTUGUÊS – Ortografia
Assinale a opção em que ocorre erro gramatical ou ortográfico na transcrição do texto.
Máquinas são funcionários exemplares, como atestam os
radares eletrônicos espalhados por cidades e estradas do
Brasil. Trabalham 24 horas por dia, concentram-se 100%
do tempo na tarefa, não têm (A) férias, não ganham 13º
salário e nunca reivindicam (B). A indústria de armamento
e defesa está encantada com esses operários-padrão
guerreiros. A evolução tecnológica já permite antever (C)
a fabricação de aparelhos com autonomia para combater
e decidir, sozinhos, se e quando devem exterminar (D)
alguém. As centenas de ataques realizados por drones
(aeronaves não tripuladas que decolam de aviões
cargueiros) americanos no Oriente Médio, nos últimos
anos, estimulam uma reflexão mais profunda sobre um
cenário de guerra envolvendo (E) os robôs-soldados.
(Adaptado de Guerreiros Cibernéticos, Revista Planeta, de dezembro 2013-janeiro 2014)

a) (A)
b) (B)
c) (C)
d) (D)
e) (E)

4. (76911) ESAF – 2014 – PORTUGUÊS – Ortografia


Assinale a opção em que foi introduzido erro gramatical ou de grafia de palavra na transcrição
do texto.
Não falta entre os economistas do governo quem
considere o aumento dos tributos para compras no exterior
oportuno para refreiar (1) o déficit na balança do turismo
verde-amarelo. O que ganha este país de povo acolhedor
e de incontestáveis belezas naturais com a visita de
estrangeiros é quase (2) quatro vezes menos do que (3)
gastam os brasileiros no exterior. De janeiro a novembro, a
relação era de US$ 6,1 bilhões para (4) US$ 23,1 bilhões.
A diferença (US$ 17 bilhões) pesa (5) no déficit de US$
72,7 bilhões das transações correntes do país com o
exterior.
(Adaptado de Correio Braziliense, 31/12/2013)

a) (1)
b) (2)
c) (3)
d) (4)
e) (5)

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ATA – Português – Prof. Carlos Zambeli

5. (81512) ESAF – 2010 – PORTUGUÊS – Ortografia


Assinale a opção que indica onde o texto foi transcrito com erro gramatical.
A lição reafirmada pela crise é a da (1) instabilidade como
pressuposto da economia de mercado, transmitida por dois
canais. O primeiro é o da con_ ança dos agentes – aspecto
crucial nas observações de John Maynard Keynes -, que
é volúvel e sujeita a mudança repentina em momentos
de incerteza. Tal instabilidade pode ainda ser catalisada
(2) pelo canal financeiro, como ficou claro, de forma
dramática, em 2008. Falhas de mercado e manifestações
de irracionalidade são comuns no capitalismo, sem dúvida,
mas a derrocada recente não repõe (3) a polarização
entre Estado e mercado. Reforça, isso sim, a necessidade
de aperfeiçoar instituições, afim de (4) preservar a
funcionalidade dos mercados e a concorrência, bens
públicos que o mercado, deixado à (5) própria sorte, é
incapaz de prover.
(Adaptado de Folha de S. Paulo, Editorial, 17/01/2010.)

a) (1)
b) (2)
c) (3)
d) (4)
e) (5)

6. (76918) ESAF – 2014 – PORTUGUÊS – Ortografia


Os trechos a seguir constituem um texto adaptado de http://www.portal2014.org.br/noticias.
Assinale a opção que foi transcrita de forma gramaticalmente incorreta.
a) Moradores de sete países começaram a receber informações sobre a preparação do Brasil
para a Copa do Mundo. Uma campanha publicitária do Instituto Brasileiro do Turismo
(Embratur) começou a ser veinculada nos Estados Unidos, na Argentina, no Chile, na
Colômbia, no México, na Alemanha e no Reino Unido.
b) A campanha terá investimento de US$ 10 milhões neste ano. O filme, voltado para os
turistas que desejam visitar o Brasil durante o Mundial de Futebol, mostra que o país está
“arrumando a casa” para receber os 600 mil estrangeiros esperados para o evento.
c) A propaganda faz uma analogia entre a beleza das paisagens brasileiras e os cômodos de
uma casa. Por exemplo, quando o locutor diz: “já arrumamos o jardim”, aparecem imagens
da Floresta Amazônica. Quando ele diz: "construímos os salões de festas”, são mostrados
os novos estádios da Copa.
d) A campanha também tem como objetivo mostrar que a preparação para os jogos gera
impacto positivo para a economia do país. Durante a Copa do Mundo, o turismo deve
movimentar mais de R$ 25 bilhões na economia do país, superando os investimentos
públicos feitos para garantir a realização do evento.
e) O setor turístico no Brasil atualmente movimenta cerca de 3% do Produto Interno Bruto
(PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no país) brasileiro e, durante o evento,

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chegará a empregar cerca de 10 milhões de pessoas que serão beneficiadas diretamente
pelo evento.

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Gabarito: 1. (76894) C 2. (38238) E 3. (76900) B 4. (76911) A 5. (81512) D 6. (76918) A 

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Português

Professor Pablo Jamilk

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Edital

PORTUGUÊS: Compreensão e interpretação de textos.

BANCA: ESAF
CARGO: Assistente Técnico Administrativo

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Português

INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

Sempre que eu converso com algum concurseiro a respeito de Língua Portuguesa, surgem al-
guns comentários comuns, do tipo: eu até gosto de Português, mas vou muito mal em inter-
pretação de textos. Isso é algo totalmente normal, principalmente porque costumamos fazer
algo terrível chamado de “leitura dinâmica”, o que poderia ser traduzido da seguinte maneira:
procedimento em que você olha as palavras, até as lê, mas não entende o significado do que
está lá escrito. Isso quer dizer, você não associa significados.
O fluxo de leitura deve ser tal que permita ao indivíduo perceber o que os agrupamentos de pa-
lavras estão informando. Na verdade, que sentido elas carregam, pois a intelecção será dada ao
final da leitura. Digo isso porque toda leitura é o resultado de informações que estão no texto
mais informações que o leitor já possui a respeito de determinado assunto.
Para interpretar um texto, o indivíduo precisa de muita atenção e de muito treino. Afinal, você
não pode esperar que vá ter o domínio de todos os assuntos sem sequer ter praticado um pou-
co. Interpretar pode ser comparado com disparar uma arma: apenas temos chance de acertar
o alvo se treinarmos muito e soubermos combinar todos os elementos externos ao disparo:
velocidade do ar, direção, distância etc.
Quando o assunto é texto, o primordial é estabelecer uma relação contextual com aquilo que
estamos lendo. Montar o contexto significa associar o que está escrito no texto base com o que
está disposto nas questões. Lembre-se de que há uma questão montada com a intenção de
testar você, ou seja, deve ficar atento para todas as palavras e para todas as possibilidades de
mudança de sentido que possa haver nas questões.
É preciso, para entender as questões de interpretação de qualquer banca, buscar o raciocínio
que o elaborador da questão emprega na redação da questão. Usualmente, objetiva-se a de-
preensão dos sentidos do texto. Para tanto, destaque os itens fundamentais (as ideias princi-
pais contidas nos parágrafos) para poder refletir sobre tais itens dentro das questões.
Há duas disciplinas que tratam particularmente daquilo que compreendemos como interpre-
tação de texto. Falo de Semântica e de Pragmática. A primeira se dirige principalmente a uma
análise a respeito do significado das palavras, portanto, é mais literal. Já a segunda se dirige a
uma análise de um contexto comunicativo que busca perceber as intenções comunicativas em
algum tipo de enunciado.
Então, a depender da banca, pode haver mais questões que envolvam a Pragmática. Mesmo
assim, convém atentar para o significado particular das palavras.

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Questão de interpretação?
Como você sabe que uma questão de interpretação é uma questão de interpretação? É uma
mera intuição que surge na hora da prova ou existe uma “pista” a ser seguida para a identifica-
ção da natureza da questão?
Respondendo a essa pergunta, digo que há pistas que identificam a questão como pertencente
ao rol de questões para interpretação. Os indícios mais precisos que costumam aparecer nas
questões são:
•• Reconhecimento da intenção do autor;
•• Ponto de vista defendido;
•• Argumentação do autor;
•• Sentido da sentença.
Apesar disso, não são apenas esses os indícios de que uma questão é de intepretação. De-
pendendo da banca, podemos ter a natureza interpretativa distinta, principalmente porque o
critério de intepretação é mais subjetivo que objetivo. Algumas bancas podem restringir o en-
tendimento do texto; outras podem extrapolá-lo.

Tipos de texto – o texto e suas partes;

Um texto é um todo. Um todo é constituído de diversas partes. A interpretação é, sobremanei-


ra, uma tentativa de reconhecer as intenções de quem comunica recompondo as partes para
uma visão global do todo.
Para podermos interpretar, é necessário termos o conhecimento prévio a respeito dos tipos
de texto que, fortuitamente, podemos encontrar em um concurso. Vejamos quais são as distin-
ções fundamentais com relação aos tipos de texto.
Vejamos um exemplo:
Ao longo do século XVII, a Holanda foi um dos dois motores de um fenômeno que transforma-
ria para sempre a natureza das relações internacionais: a primeira onda da chamada globaliza-
ção. O outro motor daquela era de florescimento extraordinário das trocas comerciais e cultu-
rais era um império do outro lado do planeta − a China. Só na década de 1650, 40 000 homens
partiram dos portos holandeses rumo ao Oriente, em busca dos produtos cobiçados que se
fabricavam por lá. Mas a derrota em uma guerra contra a França encerrou os dias da Holanda
como força dominante no comércio mundial.
Se o século XVI havia sido marcado pelas grandes descobertas, o seguinte testemunhou a con-
sequência maior delas: o estabelecimento de um poderoso cinturão de comércio que ia da
Europa à Ásia. "O sonho de chegar à China é o fio imaginário que percorre a história da luta da
Europa para fugir do isolamento", diz o escritor canadense Timothy Brook, no livro O chapéu de
Vermeer.

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Isso determinou mudanças de comportamento e de valores: "Mais gente aprendia novas lín-
guas e se ajustava a costumes desconhecidos". O estímulo a esse movimento era o desejo irre-
primível dos ocidentais de consumir as riquezas produzidas no Oriente. A princípio refratários
ao comércio com o exterior, os governantes chineses acabaram rendendo-se à evidência de
que o comércio significava a injeção de riqueza na economia local (em especial sob a forma de
toneladas de prata).
Sob vários aspectos, a China e a Holanda do século XVII eram a tradução de um mesmo espírito
de liberdade comercial. Mas deveu-se só à Holanda a invenção da pioneira engrenagem eco-
nômica transnacional. A Companhia das Índias Orientais − a primeira grande companhia de
ações do mundo, criada em 1602 − foi a mãe das multinacionais contemporâneas. Benefician-
do-se dos baixos impostos e da flexibilidade administrativa, ela tornou-se a grande potência
empresarial do século XVII.
(Adaptado de: Marcelo Marthe. Veja, p. 136-137, 29 ago. 2012)

De acordo com o texto,


a) durante os séculos XVI e XVII, os produtos orientais, especialmente aqueles que eram ne-
gociados na China, constituíram a base do comércio europeu, em que se destacou a Holan-
da.
b) a eficiência administrativa de uma empresa comercial criada na Holanda, durante o sé-
culo XVII, favoreceu o surgimento desse país como um dos polos iniciais do fenômeno da
globalização.
c) a atração por produtos exóticos, de origem oriental, determinou a criação de empresas
transnacionais que, durante os séculos XVI e XVII, dominaram o comércio entre Europa e
Ásia.
d) a China, beneficiada pelo comércio desde o século XVI, rivalizou com a Holanda no predo-
mínio comercial, em razão da grande procura por seus produtos, bastante cobiçados na
Europa.
e) apesar do intenso fluxo de comércio com o Oriente no século XVII, as mudanças de valores
por influência de costumes diferentes aceleraram o declínio da superioridade comercial
holandesa.
Resposta: B
Comentário: é preciso verificar que a chave para a interpretação dessa questão repousa na
identificação da representação do século descrito no texto e a retomada por sinonímia que a o
texto da questão apresenta.
Itens lexicais de ancoragem:
•• 1602 – Século XVII.
•• Mas deveu-se só à Holanda a invenção da pioneira engrenagem econômica transnacional.
A Companhia das Índias Orientais − a primeira grande companhia de ações do mundo, cria-
da em 1602 − foi a mãe das multinacionais contemporâneas.

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O texto dissertativo

Nas acepções mais comuns do dicionário, o verbo “dissertar” significa “discorrer ou opinar so-
bre algum tema”. O texto dissertativo apresenta uma ideia básica que começa a ser desdobrada
em subitens ou termos menores. Cabe ressaltar que não existe apenas um tipo de dissertação,
há mais de uma maneira de o autor escrever um texto dessa natureza.
Conceituar, polemizar, questionar a lógica de algum tema, explicar ou mesmo comentar uma
notícia são estratégias dissertativas. Vou dividir esse tipo de texto em dois tipos essencialmente
diferentes: o dissertativo-expositivo e o dissertativo-argumentativo.

Padrão dissertativo-expositivo
A característica fundamental do padrão expositivo da dissertação é utilizar a estrutura da prosa
não para convencer alguém de alguma coisa, e sim para apresentar uma ideia, apresentar um
conceito. O princípio do texto expositivo não é a persuasão, é a informação e, justamente por
tal fato, ficou conhecido como informativo. Para garantir uma boa interpretação desse padrão
textual, é importante buscar a ideia principal (que deve estar presente na introdução do texto)
e, depois, entender quais serão os aspectos que farão o texto progredir.
•• Onde posso encontrar esse tipo de texto: jornais revistas, sites sobre o mundo de econo-
mia e finanças. Diz-se que esse tipo de texto focaliza a função referencial da linguagem.
•• Como costuma ser o tipo de questão relacionada ao texto dissertativo-expositivo? Geral-
mente, os elaboradores questionam sobre as informações veiculadas pelo texto. A tendên-
cia é que o elaborador inverta as informações contidas no texto.
•• Como resolver mais facilmente? Toda frase que mencionar o conceito ou a quantidade de
alguma coisa deve ser destacada para facilitar a consulta.
TEXTO 1
“O dia 12 de junho é reservado ao combate ao Trabalho Infantil. A data, designada pela Orga-
nização Internacional do Trabalho (OIT), em 2002, e endossada pela legislação nacional, Lei n.
11.542, em 2007, visa chamar a atenção das diferentes sociedades para a existência do tra-
balho infantil, sensibilizando todos os povos para a necessidade do cumprimento das normas
internacionais sobre o tema, em especial as Convenções da OIT 188, de 1973, e 182, de 1999,
que tratam, respectivamente, da idade mínima para o trabalho e as piores formas de trabalho
infantil.
(Trabalho infantil, Marcelo Uchôa)
O texto 1 já permite sua inserção entre os textos de tipo:
a) narrativo;
b) descritivo;
c) dissertativo expositivo;
d) dissertativo argumentativo;
e) injuntivo.
Resposta: C

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Tem um personagem de Voltaire que um dia descobre, encantado, que falou em prosa toda a
sua vida, sem saber.
Estamos metidos em muito mais coisas do que nos damos conta. Pertencemos,
simultaneamente, a vários sistemas que mal compreendemos, começando pelo nosso próprio
corpo e terminando pelo sistema solar, que, por sua vez, faz parte de outro sistema ainda
maior e mais incompreensível. Coisas espantosas acontecem conosco, a cada segundo, pelo
(e) (c), (c)
simples fato de existirmos . Agora mesmo enquanto escrevo – ou enquanto você lê –, fatos
(d)
fantásticos e dramáticos se desenrolam dentro de nós. Células se reproduzem aos milhões .
Bando de bactérias percorrem nossas vias interiores, procurando encrenca. Nossos sucos se
encontram e se misturam em alquimias inacreditáveis. E giramos em torno do Sol, que, por sua
vez, se desloca pelo espaço, em alta velocidade, cuspindo fogo. Não podemos pedir dispensa
do Universo e de suas explosões por razões de consciência. Estamos todos na mesma louca
(b) (b)
aventura . Você, eu e o vizinho. E, ainda por cima , falamos em prosa.
(Verissimo, Luis Fernando. Orgias. Porto Alegre, RS: L&PM Editores, 1989, p.80-1, Adaptado).

Com relação ao desenvolvimento das ideias do texto, assinale a opção correta.


a) Para demonstrar a complexidade de sistemas a que os seres humanos pertencem, o autor
menciona o sistema menos compreensível, o corpo, e o mais compreensível, do qual faz
parte o sistema solar.
b) No último período do texto, o autor utiliza a expressão coloquial “ainda por cima” para
incluir mais uma razão para a impossibilidade de desistirmos da “louca aventura”.
c) Ao fazer um acréscimo por meio da oração “ou enquanto você lê”, o autor do texto cria um
paradoxo, visto que a expressão temporal enfática “Agora mesmo”, cujo sentido é preciso,
passa a ter não apenas uma, mas duas referências de tempo: o momento da escrita e o
momento da leitura do texto.
d) Os fatos que ocorrem com os seres humanos a cada segundo são objetivamente descritos
em linguagem denotativa e formal, excetuando-se o emprego do termo “aos milhões”, que
expressa ênfase resultante do exagero da significação linguística.
e) No período “Coisas espantosas (...) existirmos”, o autor estabelece uma relação de causa
e efeito em que a causa é inerente à própria existência humana, o que torna o efeito
irreversível.
Gabarito: E
Os trechos a seguir compõem um texto adaptado do jornal Estado de Minas, de 18/02/2014,
mas estão desordenados. Assinale nos parênteses a ordem sequencial correta em que devem
aparecer para compor um texto coeso e coerente. Coloque 1 no trecho que deve iniciar o texto
e assim sucessivamente. Em seguida, assinale a opção correspondente.
( ) Esse poder Legislativo é o mais apto a ouvir e repercutir a voz das ruas, os desejos e as
preocupações do povo. E a segurança pública tem se tornado a maior de todas as causas que
afligem as pessoas, principalmente as que vivem em grandes cidades.
( ) Nos últimos anos, com o crescimento do crime praticado por menores, tem crescido o
número dos que defendem a redução da idade de responsabilidade penal para 16 anos. É
igualmente veemente a defesa da manutenção da idade atual, 18 anos, o que torna a matéria
altamente polêmica.

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( ) Ter a iniciativa de propor e votar leis é uma das funções que a sociedade, por meio da
Constituição, atribuiu ao Legislativo e espera que esse poder, o mais aberto e democrático do
regime democrático, cumpra esse papel.
( ) Mas todo esse aparato da segurança acionado em defesa do cidadão corre o risco de
produzir resultados inferiores ao desejado em função de falhas ou de falta de atualização da
legislação.
( ) Por isso mesmo são bem-vindas medidas como o reforço do policiamento ostensivo e
aumento da vigilância e da ação das autoridades para conter a criminalidade.
( ) Um dos problemas mais complexos quanto a essa atualização legislativa no Brasil é o do
menor infrator, que, na maioria das grandes cidades brasileiras, já foi promovido a menor
criminoso. Há sobre essa questão um grande debate na sociedade brasileira.
a) 1, 3, 6, 2, 5, 4
b) 2, 6, 1, 4, 3, 5
c) 4, 5, 2, 6, 1, 3
d) 3, 1, 4, 5, 6, 2
e) 5, 2, 3, 1, 4, 6
Gabarito: B
Crescimento da população é “desafio do século”, diz consultor da ONU
O crescimento populacional é o “desafio do século” e não está sendo tratado de forma ade-
quada na Rio+20, segundo o consultor do Fundo de População das Nações Unidas, Michael
Herrmann.
“O desafio do século é promover bem-estar para uma população grande e em crescimento, ao
mesmo tempo em que se assegura o uso sustentável dos recursos naturais” [...] “As questões
relacionadas à população estão sendo tratadas de forma adequada nas negociações atuais?
Eu acho que não. O assunto é muito sensível e muitos preferem evitá-lo. Mas nós estaremos
enganando a nós mesmos se acharmos que é possível falar de desenvolvimento sustentável
sem falar sobre quantas pessoas seremos no planeta, onde estaremos vivendo e que estilo de
vida teremos”, afirmou.
No fim do ano passado, a população mundial atingiu a marca de sete bilhões de pessoas. As pro-
jeções indicam que, em 2050, serão 9 bilhões. O crescimento é mais intenso nos países pobres,
mas Herrmann defende que os esforços para o enfrentamento do problema precisam ser globais.
“Se todos quiserem ter os padrões de vida do cidadão americano médio, precisaremos ter cin-
co planetas para dar conta. Isso não é possível. Mas também não é aceitável falar para os países
em desenvolvimento ‘desculpa, vocês não podem ser ricos, nós não temos recursos suficientes’.
É um desafio global, que exige soluções globais e assistência ao desenvolvimento”, afirmou.
O consultor disse ainda que o Fundo de População da ONU é contrário a políticas de contro-
le compulsório do crescimento da população. Segundo ele, as políticas mais adequadas são
aquelas que permitem às mulheres fazerem escolhas sobre o número de filhos que querem e o
momento certo para engravidar. Para isso, diz, é necessário ampliar o acesso à educação e aos
serviços de saúde reprodutiva e planejamento familiar. [...]
MENCHEN, Denise. Crescimento da população é “desafi o do século”, diz consultor da ONU. Folha de São Paulo. São Paulo, 11
jun. 2012. Ambiente. Disponível em:<http://www1.folha.uol.com.br/ambiente.1103277-crescimento-da-populacao-e-desafio-
do--seculo-diz-consultor-da-onu.shtml>. Acesso em: 22 jun. 2012. Adaptado.

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No Texto I, Michael Herrmann, consultor do Fundo de População das Nações Unidas, afirma
que tratar o crescimento populacional de forma adequada significa:
a) enfrentar o problema de forma localizada e evitar soluções globalizantes.
b) permitir a proliferação dos padrões de vida do cidadão americano e rechaçar a miséria.
c) evitar o enriquecimento dos países emergentes e incentivar a preservação ambiental nos
demais.
d) implementar uma política de controle populacional compulsório e garantir acesso à educa-
ção e aos serviços de saúde reprodutiva.
e) promover o bem-estar da população e assegurar o uso sustentável dos recursos naturais.
Resposta: E.

Padrão dissertativo-argumentativo
No texto do padrão dissertativo-argumentativo, existe uma opinião sendo defendida e existe
uma posição ideológica por detrás de quem escreve o texto. Se analisarmos a divisão dos pará-
grafos de um texto com características argumentativas, perceberemos que a introdução apre-
senta sempre uma tese (ou hipótese) que é defendida ao longo dos parágrafos.
Uma vez feito isso, o candidato deve entender qual é a estratégia utilizada pelo produtor do
texto para defender seu ponto de vista. Na verdade, agora é o momento de colocar “a mão na
massa” para valer, uma vez que aqueles enunciados que iniciam com “infere-se da argumenta-
ção do texto”, “depreende-se dos argumentos do autor” serão vencidos caso se observem os
fatores de interpretação corretos.
Quais são esses fatores, então?
•• A conexão entre as ideias do texto (atenção para as conjunções)
•• Articulação entre as ideias do texto (atenção para a combinação de argumentos)
•• Progressão do texto.

Os recursos argumentativos
Quando o leitor interage com uma fonte textual, deve observar – tratando-se de um texto com
o padrão dissertativo-argumentativo – que o autor se vale de recursos argumentativos para
construir seu raciocínio dentro do texto. Vejamos alguns recursos importantes:
•• Argumento de autoridade: baseado na exposição do pensamento de algum especialista
ou alguma autoridade no assunto. Citações, paráfrases e menções ao indivíduo podem ser
tomadas ao longo do texto. Tome cuidado para não cair na armadilha: saiba diferenciar se a
opinião colocada em foco é a do autor ou se é a do indivíduo que ele cita ao longo do texto.
•• Argumento com base em consenso: parte de uma ideia tomada como consensual, o que
"carrega" o leitor a entender apenas aquilo que o elaborador mostra. Sentenças do tipo
todo mundo sabe que, é de conhecimento geral que identificam esse tipo de argumentação.

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•• Argumento com fundamentação concreta: basear aquilo que se diz em algum tipo de pes-
quisa ou fato que ocorre com certa frequência.
•• Argumento silogístico (com base em um raciocínio lógico): do tipo hipotético – Se...então.
•• Argumento de competência linguística: consiste em adequar o discurso ao panorama lin-
guístico de quem é tido como possível leitor do texto.
•• Argumento de exemplificação: utilizar casos, ou pequenos relatos para ilustrar a argumen-
tação do texto.
O voto, além de um direito duramente conquistado, deve ser considerado um dever cívico, sem
o exercício do qual aquele direito se descaracteriza ou se perde, afinal liberdade e democracia
são fins e não apenas meios. Quem vive numa comunidade política não pode estar desobrigado
de opinar sobre os seus rumos. Nada contra a desobediência civil, recurso legítimo para o
protesto cidadão que, no caso eleitoral, pode se expressar no voto nulo (cuja tecla deveria
constar na máquina de votar). A questão, no caso, é outra. Com o voto facultativo, o direito
de votar e o de não votar ficam inscritos, em pé de igualdade, no corpo legal. Uma parte do
eleitorado deixará voluntariamente de opinar sobre a constituição do poder político. O
desinteresse pela política e a descrença no voto serão registrados como mera “escolha”, sequer
como desobediência civil ou protesto. A consagração da alienação política como um direito
legal interessa aos conservadores, reduz o peso da soberania popular e desconstitui o sufrágio
como universal.

O texto narrativo

Em uma definição bem simplista, “narrar” significa “sequenciar ações”. É um dos gêneros mais
utilizados e mais conhecidos pelo ser humano, quer no momento de relatar algum evento para
alguém – em um ambiente mais formal -, quer na conversa informal sobre o resumo de um dia
de trabalho. O fato é que narramos, e o fazemos de maneira praticamente instintiva. É impor-
tante, porém, conhecer quais são seus principais elementos de estruturação.
Os operadores do texto narrativo são:
•• Narrador: é a voz que conduz a narrativa.
•• Narrador-protagonista: narra o texto em primeira pessoa.
•• Narrador-personagem (testemunha): nesse caso, quem conta a história não participou
como protagonista, no máximo como um personagem adjuvante da história.
•• Narrador onisciente: narrador que está distanciado dos eventos e conhece aquilo que se
passa na cabeça dos personagens.
•• Personagens: são aqueles que efetivamente atuam na ordem da narração, ou seja, a trama
está atrelada aos comportamentos que eles demonstram ao longo do texto.
•• Tempo: claramente, é o lapso em que transcorrem as ações narradas. Segundo a classifica-
ção tradicional, divide-se o tempo da narrativa em: Cronológico, Psicológico e Da narrativa.
•• Espaço: é o local físico em que as ações ocorrem.
•• Trama: é o encadeamento de ações propriamente dito.

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Exemplo de texto narrativo:


Contaram-me que na rua onde mora (ou morava) um conhecido e antipático general de nosso
Exército morava (ou mora) também um sueco cujos filhos passavam o dia jogando futebol com
bola de meia. Ora, às vezes acontecia cair a bola no carro do general e um dia o general acabou
perdendo a paciência, pediu ao delegado do bairro para dar um jeito nos filhos do sueco.
O delegado resolveu passar uma chamada no homem, e intimou-o a comparecer à delegacia.
O sueco era tímido, meio descuidado no vestir e pelo aspecto não parecia ser um importante
industrial, dono de grande fabrica de papel (ou coisa parecida), que realmente ele era. Obe-
decendo a ordem recebida, compareceu em companhia da mulher à delegacia e ouviu calado
tudo o que o delegado tinha a dizer-lhe. O delegado tinha a dizer-lhe o seguinte:
— O senhor pensa que só porque o deixaram morar neste país pode logo ir fazendo o que
quer? Nunca ouviu falar numa coisa chamada AUTORIDADES CONSTITUÍDAS? Não sabe que
tem de conhecer as leis do país? Não sabe que existe uma coisa chamada EXÉRCITO BRASILEI-
RO que o senhor tem de respeitar? Que negócio é este? Então é ir chegando assim sem mais
nem menos e fazendo o que bem entende, como se isso aqui fosse casa da sogra? Eu ensino o
senhor a cumprir a lei, ali no duro: dura lex! Seus filhos são uns moleques e outra vez que eu
souber que andaram incomodando o general, vai tudo em cana. Morou? Sei como tratar grin-
gos feito o senhor.
Tudo isso com voz pausada, reclinado para trás, sob o olhar de aprovação do escrivão a um
canto. O sueco pediu (com delicadeza) licença para se retirar. Foi então que a mulher do sueco
interveio:
— Era tudo que o senhor tinha a dizer a meu marido?
O delegado apenas olhou-a espantado com o atrevimento.
— Pois então fique sabendo que eu também sei tratar tipos como o senhor. Meu marido não e
gringo nem meus filhos são moleques. Se por acaso incomodaram o general ele que viesse falar
comigo, pois o senhor também está nos incomodando. E fique sabendo que sou brasileira, sou
prima de um major do Exército, sobrinha de um coronel, E FILHA DE UM GENERAL! Morou?
Estarrecido, o delegado só teve forças para engolir em seco e balbuciar humildemente:
— Da ativa, minha senhora?
E ante a confirmação, voltou-se para o escrivão, erguendo os braços desalentado:
— Da ativa, Motinha! Sai dessa...
Texto extraído do livro "Fernando Sabino – Obra Reunida – Vol.01", Editora Nova Aguilar – Rio
de Janeiro, 1996, pág. 872.

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O texto descritivo

O texto descritivo é o que levanta características para montar algum tipo de panorama. Essas
características, mormente, são físicas, entretanto, não é necessário ser sempre desse modo.
Podemos dizer que há dois tipos de descrição:
1. Objetiva: em que surgem aspectos sensoriais diretos, ou seja, não há uma subjetividade
por parte de quem escreve. Veja um exemplo:

nome científico: Ginkgo biloba L.


nome popular: nogueira-do-japão
origem: Extremo Oriente
aspecto: as folhas dispõem-se em leque e são semelhantes ao trevo; a altura da árvore pode
chegar a 40 metros; o fruto lembra uma ameixa e contém uma noz que pode ser assada e co-
mida.

2. Subjetiva: em que há impressões particulares do autor do texto. Há maior valorização dos


sentimentos insurgentes daquilo que se contempla. Veja um exemplo:
Logo à entrada paramos diante de uma lápide quadrada, incrustada nas lajes escuras, tão poli-
da e reluzindo com um tão doce brilho de nácar, que parecia a água quieta de um tanque, onde
se refletiam as luzes das lâmpadas. Pote puxou-me a manga, lembrou-me que era costume bei-
jar aquele pedaço de rocha, santa entre todas, que outrora, no jardim de José de Arimateia...
(A Relíquia – Eça de Queirós).

O texto injuntivo

O texto injuntivo está direcionado à “instrução” do leitor, ou seja, busca instruir quem está
lendo o texto. O tipo mais comum de texto dessa tipologia é o que apresenta instruções, como
manuais, bulas de remédio, receitas, ou mesmo alguns livros de autoajuda. Veja um exemplo
de texto dessa natureza:

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PANQUECA DE CARNE MOÍDA


INGREDIENTES
MASSA:
•• 1 e 1/2 xícara (chá) de farinha de trigo
•• 1 xícara (chá) de leite
•• 2 ovos
•• 4 colheres (sopa) de óleo
•• sal a gosto
RECHEIO:
•• 300 g de carne moída
•• 2 colheres (sopa) de cebola picada ou ralada
•• 1/2 tomate cortado em cubos
•• 1/2 lata de extrato de tomate
•• 1 caixa de creme de leite
•• sal a gosto
•• 400 g de mussarela fatiado
•• queijo ralado a gosto
MODO DE PREPARO
MASSA:
1. Bata no liquidificador os ovos, o leite, o óleo, e acrescente a farinha de trigo aos poucos
2. Após acrescentar toda a farinha de trigo, adicione sal a gosto
3. Misture a massa até obter uma consistência cremosa
4. Com um papel toalha, espalhe óleo por toda a frigideira e despeje uma concha de massa
5. Faça movimentos circulares para que a massa se espalhe por toda a frigideira
6. Espere até a massa soltar do fundo e vire a massa para fritar do outro lado
RECHEIO:
1. Em uma panela, doure a cebola com o óleo e acrescente a carne
2. Deixe cozinhar até que saia água da carne, diminua o fogo e tampe
3. Acrescente o tomate picado e tampe novamente
4. Deixe cozinhar por mais 3 minutos e misture
5. Acrescente o extrato de tomate e temperos a gosto
6. Deixe cozinhar por mais 10 minutos
7. Quando o molho engrossar, desligue o fogo
8. Deixe esfriar o molho, acrescente o creme de leite e misture bem
9. Quando estiver bem homogêneo, leve novamente ao fogo e deixe cozinhar em fogo baixo
por mais 5 minutos

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MONTAGEM:
1. Recheie a panqueca com uma fatia de mussarela, uma porção de carne e enrole
2. Faça esse processo com todas as panquecas
3. Despeje um pouco de caldo no fundo de um refratário, para untar
4. Disponha as panquecas já prontas no refratário e despeje sobre elas o restante do molho
5. Polvilhe queijo ralado sobre as panquecas
6. Leve ao forno para gratinar, em fogo médio, por 20 minutos ou até que o queijo esteja
derretido
INFORMAÇÕES ADICIONAIS
•• Essa massa também serve para panquecas doces. Basta substituir o sal por açúcar e fazer o
recheio de frutas, doces e chocolates. Use sua criatividade!
Extraído de: http://www.tudogostoso.com.br/receita/760-panqueca-de-carne-moida.html

O texto prescritivo

O texto prescritivo é semelhante ao texto injuntivo, com a distinção de que se volta para uma
instrução mais coercitiva. É o que se vê em leis, cláusulas contratuais, normas dispostas em
gramáticas ou editais. Veja o exemplo abaixo:
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição que lhe confere o art. 180 da Constituição,
decreta a seguinte Lei:

PARTE GERAL

TÍTULO I
DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Anterioridade da Lei
Art. 1º Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Lei penal no tempo
Art. 2º Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em
virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único. A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos
anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Lei excepcional ou temporária (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

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Art. 3º A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas
as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
Tempo do crime
Art. 4º Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o
momento do resultado.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
Territorialidade
Art. 5º Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito
internacional, ao crime cometido no território nacional. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
§ 1º Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações
e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer
que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de
propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em
alto-mar. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
§ 2º É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou
embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território
nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do
Brasil.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
Lugar do crime (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
Art. 6º Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em
parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.(Redação dada pela Lei nº
7.209, de 1984)
Extraterritorialidade (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
Art. 7º Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 1984)
I – os crimes: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de
Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída
pelo Poder Público; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; (Incluído pela Lei nº 7.209, de
1984)
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; (Incluído pela Lei nº
7.209, de 1984)
II – os crimes: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; (Incluído pela Lei nº 7.209, de
1984)
b) praticados por brasileiro; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)

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c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada,
quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
§ 1º Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou
condenado no estrangeiro.(Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
§ 2º Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes
condições: (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
a) entrar o agente no território nacional; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; (Incluído
pela Lei nº 7.209, de 1984)
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; (Incluído pela
Lei nº 7.209, de 1984)
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a
punibilidade, segundo a lei mais favorável. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
§ 3º A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora
do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior: (Incluído pela Lei nº 7.209,
de 1984)
a) não foi pedida ou foi negada a extradição; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
b) houve requisição do Ministro da Justiça. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)

A charge

A charge é um tipo de texto caracterizado pela mescla entre o conteúdo imagético (não-
verbal) e o conteúdo verbal (linguístico) presente na comunicação. Uma charge pode ser
fundamentalmente argumentativa, dado o conteúdo mormente crítico que se observa em suas
expressões. Não que isso seja uma obrigação, mas é certamente uma constante nas charges.
Dentre as características mais importantes que devem ser levadas em consideração em uma
charge, eis as que mais se destacam:
1. Sua temporalidade: a charge está sempre presa a um contexto temporal.
2. Sua localidade: a charge está sempre presa a um contexto local.
3. Sua temática: há sempre um tema principal que está servindo para a reflexão.
4. A visão do chargista: há uma corrente ideológica que o chargista adota para tecer uma
crítica em seu texto.

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Exemplo:

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A tirinha

Diferentemente da charge, a tirinha não possui necessariamente um prendimento temporal


(muito embora as contemporâneas estejam trabalhando mais como charges sequenciais). As
tirinhas são pequenas narrativas que misturam linguagem verbal com linguagem não-verbal.
Usualmente, há questionamentos sobre os efeitos de humor que decorrem das quebras de
expectativa do penúltimo para o último quadro da tirinha, portanto, é preciso atentar para
essas partes principais da pequena narrativa.
É comum que haja um personagem central nessas tirinhas, o qual costuma ser o protagonista
das ações do texto. Veja um exemplo:

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O poema

Não, o poema não é uma tipologia em separado. Trata-se de um texto que pode ser narrativo,
descritivo, até mesmo dissertativo. O que distingue o poema dos outros textos é a forma de os
distribuir e a linguagem que costumam adotar.
Um poema é usualmente escrito em versos. Cada linha do poema é um verso; e, ao conjunto de
versos, damos o nome de estrofe. Há poemas com apenas uma estrofe, bem como há estudos
sobre formatação dos poemas (número determinado de versos e estrofes, tipos de rimas, ritmo
estudado em separado). Na maioria das questões de concurso sobre poemas, o questionamen-
to é feito a respeito da interpreção do que está escrito, não se ultrapassa muito esse limite.
É comum que os candidatos com um pequeno histórico de leitura não consigam interpretar um
poema. O mais importante é ter contato cotidianamente com esse tipo de texto até compreen-
der as estruturas de interpretação. Na maior parte das vezes o título do texto ajuda a interpre-
tar o poema.
Chegou a hora de ler alguns poemas:
O açúcar – Ferreira Gullar
O branco açúcar que adoçará meu café
nesta manhã de Ipanema
não foi produzido por mim
nem surgiu dentro do açucareiro por milagre.
Vejo-o puro
e afável ao paladar
como beijo de moça, água
na pele, flor
que se dissolve na boca. Mas este açúcar
não foi feito por mim.
Este açúcar veio
da mercearia da esquina e tampouco o fez o Oliveira, dono da mercearia.
Este açúcar veio
de uma usina de açúcar em Pernambuco
ou no Estado do Rio
e tampouco o fez o dono da usina.
Este açúcar era cana
e veio dos canaviais extensos
que não nascem por acaso
no regaço do vale.
Em lugares distantes, onde não há hospital
nem escola,
homens que não sabem ler e morrem de fome
aos 27 anos
plantaram e colheram a cana
que viraria açúcar.

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Em usinas escuras,
homens de vida amarga
e dura
produziram este açúcar
branco e puro
com que adoço meu café esta manhã em Ipanema.

Profundamente
Manuel Bandeira
Quando ontem adormeci
Na noite de São João
Havia alegria e rumor
Estrondos de bombas luzes de Bengala
Vozes, cantigas e risos
Ao pé das fogueiras acesas.
No meio da noite despertei
Não ouvi mais vozes nem risos
Apenas balões
Passavam, errantes
Silenciosamente
Apenas de vez em quando
O ruído de um bonde
Cortava o silêncio
Como um túnel.
Onde estavam os que há pouco
Dançavam
Cantavam
E riam
Ao pé das fogueiras acesas?
— Estavam todos dormindo
Estavam todos deitados
Dormindo
Profundamente.
*
Quando eu tinha seis anos
Não pude ver o fim da festa de São João
Porque adormeci
Hoje não ouço mais as vozes daquele tempo
Minha avó
Meu avô
Totônio Rodrigues
Tomásia
Rosa
Onde estão todos eles?

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— Estão todos dormindo


Estão todos deitados
Dormindo
Profundamente.
Para que se registre: um mesmo texto pode possuir mais de uma tipologia. Caso isso ocorra,
será considerado um texto híbrido. Há narrativas com trechos descritivos, assim como disserta-
ções com trechos narrativos etc.

Funções da Linguagem
Um linguista chamado Roman Jakobson desenvolveu uma teoria que tenta explicar um ato co-
municativo. A extensão dessa teoria se relaciona com o assunto sobre funçõesa da linguagem.
Antes de falar das funções da linguagem, vamos compreender a teoria do ato comunicativo
inicialmente. Todo ato comunicativo necessita de alguns elementos, a saber: emissor, receptor,
mensagem, código e canal. Eis as características de cada elemento:
1. Emissor: ________________________________________________________
2. Receptor: _______________________________________________________
3. Mensagem: _____________________________________________________
4. Codigo: _________________________________________________________
5. Canal: __________________________________________________________
A depender da focalização da função, a distinção entre elas pode ser feita da seguinte maneira:
1. Função referencial ou denotativa: centrada no conteúdo proposicional da mensagem es-
pecificamente. Ex.: livro de Biologia, artigo científico.
2. Função poética ou conotativa: centrada na transformação do conteúdo proposicional da
mensagem. Ex.: poema, conto, linguagem oral.
3. Função emotiva ou expressiva: centrada no emissor da mensagem no ato comunicativo.
Ex.: depoimentos ou testemunhos.
4. Função apelativa ou conativa: centrada no receptor da mensagem no ato comunicativo.
Ex.: publicidades.
5. Função fática: centrada no canal utilizado no ato comunicativo. Ex.: introdução de conver-
sas, atos falhos.
6. Função metalinguística: centrada no código utilizado no ato comunicativo. Ex.: livro de gra-
mática, poemas sobre escrever poemas.

Um pouco de Estilística:
Daqui para frente, vamos estudar um pouco do que é objetivo para a Estilística, ou seja, os sen-
tidos do texto. Trabalharemos com conotação, denotação e algumas figuras de lingaugem.

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CONOTAÇÃO X DENOTAÇÃO
É interessante, quando se estuda o conteúdo de interpretação de texto, ressaltar a distinção
conceitual entre o sentido conotativo e o sentido denotativo da linguagem. Vejamos como se
opera essa distinção:
Sentido CONOTATIVO: figurado, ou abstrato. Relaciona-se com as figuras de linguagem.
•• Adalberto entregou sua alma a Deus.
A ideia de entregar a alma a Deus é figurada, ou seja, não ocorre literalmente, pois não há um
serviço de entrega de almas. Essa é uma figura que convencionamos chamar de metáfora.
Sentido DENOTATIVO: literal, ou do dicionário. Relaciona-se com a função referencial da lin-
guagem.
•• Adalberto morreu.
Quando dizemos função referencial, entende-se que o falante está preocupado em transmitir
precisamente o fato ocorrido, sem apelar para figuras de pensamento.
Apenas para ilustrar algumas das mais importantes figuras de linguagem que podem ser cobra-
das em algumas provas, observe a lista:
Metáfora: uma figura de linguagem, que consiste na comparação de dois termos sem o uso de
um conectivo.
•• Seus olhos são dois oceanos. (Os olhos possuem a profundidade do oceano, a cor do oce-
ano etc.)
Comparação: comparação direta com o elemento conectivo.
•• O vento é como uma mulher.
Metonímia: figura de linguagem que consiste utilização de uma expressão por outra, dada a
semelhança de sentido ou a possibilidade de associação lógica entre elas.
•• Vá ao mercado e traga um Nescau. (achocolatado em pó).
Antítese: figura de linguagem que consiste na exposição de ideias opostas.
“Nasce o Sol e não dura mais que um dia
Depois da Luz se segue à noite escura
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas e alegrias.”
(Gregório de Matos)

Os termos em negrito evidenciam relações semânticas de distinção (oposição). Nascer é o con-


trário de morrer, assim como sombra é o contrário de luz. Essa figura foi muito utilizada na poe-
sia brasileira, em especial pelo autor dos versos acima: Gregório de Matos Guerra.
Paradoxo: expressão que contraria o senso comum. Ilógica.

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“Amor é fogo que arde sem se ver;


É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.”
(Luís de Camões)

A construção semântica acima é totalmente ilógica, pois é impossível uma ferida doer e não ser
sentida, assim como não é possível o contentamento ser descontente.
Perífrase: expressão que tem por função substituir semanticamente um termo:
•• A última flor do Lácio anda muito judiada. (Português é a última flor do Lácio)
Eufemismo: figura que consiste em atenuar uma expressão desagradável:
•• José pegou emprestado sem avisar; (roubou).
Disfemismo: contrário ao Eufemismo, é a figura de linguagem que consiste em tornar uma ex-
pressão desagradável em algo ainda pior.
•• O homem abotoou o paletó de madeira. (morreu)
Prosopopeia: atribuição de características animadas a seres inanimados.
•• O vento sussurrou em meus ouvidos.
Hipérbole: exagero proposital de alguma característica.
•• Estou morrendo de rir.
Sinestesia: confusão dos sentidos do corpo humano para produzir efeitos expressivos.
•• Ouvi uma voz suave saindo do quarto.

Tradução de sentido:
Algumas questões (e essas são as mais “ardidas”) exigem um trabalho com a tradução do sen-
tido do que está escrito em uma sentença. Para compreender isso, a prática é a única saída.
Vejamos como isso funciona:
FCC – TRE-CE
Considerando-se o contexto, o sentido de uma expressão do texto está corretamente traduzido
em:
a) diz respeito ao interesse comum = relaciona-se com a vontade geral.
b) ingênuos seguidores = adeptos mais radicais.
c) é aí que se insere a sua famosa distinção = é aí que se contesta sua célebre equação.
d) visão essencialmente pessimista = perspectiva extremamente ambígua.
e) corrompem-se irremediavelmente = praticam a corrupção sem remorso.

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FCC – TRT1
Considerando-se o contexto, está clara e corretamente traduzido o sentido deste segmento:
a) permitindo que a prudência nos imobilize (2º parágrafo) = estacando o avanço da cautela.
b) a sabedoria popular também hesita, e se contradiz (3º parágrafo) = a proverbial sabedoria
também se furta aos paradoxos.
c) o confiante se vê malogrado (3º parágrafo) = deixa- se frustrar quem não ousa.
d) pés chumbados no chão da cautela temerosa (3º parágrafo) = imobilizado pela prudência
receosa.
e) orientação conciliatória (4º parágrafo) = paradigma incontestável.
Muito da interpretação de textos está relacionado com a capacidade de reconhecer os assun-
tos do texto e as estratégias de desenvolvimento de uma base textual. Para que isso seja possí-
vel, convém tomar três providências:
•• Eliminação dos vícios de leitura: para concentrar-se melhor na leitura.
•• Organização: para entender o que se pode extrair da leitura.
•• Conhecimento da tradição da banca: para optar pelas respostas que seguem o padrão co-
mum da banca examinadora.

Vícios de leitura
•• Movimento: consiste em não conseguir estudar, ler, escrever etc. sem ficar arrumando al-
gum subterfúgio para distrair-se. Comer, beber, ouvir música, ficar no sofá, brincar com o
cachorro são coisas que devem ser evitadas no momento de estudar.
•• Apoio: o vício do apoio é péssimo para a leitura, pois diminui a velocidade e a capacidade
de aprofundamento do leitor. Usar dedo, régua, papel ou qualquer coisa para “escorar” as
linhas significa que você está com sérios problemas de concentração.
•• Garoto da borboleta: se você possui os vícios anteriores, certamente é um “garoto da bor-
boleta”. Isso quer dizer que você se distrai por qualquer coisa e que o mínimo ruído é sufi-
ciente para acabar com o seu fluxo de leitura. Já deve ter acontecido: terminou de ler uma
página e se perguntou: “que foi mesmo que eu li”. Pois é, você só conseguirá se curar se
começar a se dedicar para obter o melhor de uma leitura mais aprofundada.

Organização leitora:
•• Posto: trata-se da informação que se obtém pela leitura inicial.
•• Pressuposto: trata-se da informação acessada por meio do que não está escrito.
•• Subentendido: trata-se da conclusão a que se chega ao unir posto e pressuposto.
Veja o exemplo abaixo:
•• Cientistas dizem que pode haver vida extraterreste em algum lugar do espaço.

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Desse trecho, pode-se concluir que a vida extraterrestre não é uma certeza, mas uma possi-
bilidade. Se a banca afirmar que certamente há vida extraterrestre, há um erro evidente na
questão.

Dicas de organização de leitura


1. Ler mais de uma vez o texto: para ter certeza do tema e de como o autor trabalha com o
assunto.
2. Atentar para a relação entre os parágrafos: analisar se há conexão entre eles e como ela é
feita. Se há explicação, contradição, exemplificação etc.
3. Entender o comando da questão: ler com atenção o que se pede para responder adequa-
damente.
4. Destacar as palavras de alerta: palavras como “sempre”, “nunca”, “exclusivamente”, “so-
mente” podem mudar toda a circunstância da questão, portanto elas devem ser destaca-
das e analisadas.
5. Limitar a interpretação: cuidado para não interpretar mais do que o texto permite. Antes
de afirmar ou negar algo, deve-se buscar o texto como base.
6. Buscar o tema central dos textos: é muito comum que haja questões a respeito do tema
do texto. Para captá-lo de maneira mais objetiva, atente para os primeiros parágrafos que
estão escritos.
7. Buscar a ancoragem das inferências: uma inferência é uma conclusão sobre algo lido ou
visto. Para que seja possível inferir algo, deve haver um elemento (âncora) que legitime a
interpretação proposta pelo examinador.
Dica final: fique esperto com questões que exigem a tradução do sentido de uma frase em ou-
tra, você deve buscar os sinônimos que estão presentes nas sentenças, ou seja, associar os sen-
tidos mais aproximados. Não é para ser o pai dos dicionários, apenas para conseguir identificar
relações de sentido e aproximação semântica.

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Questões

1. (12175) CESPE – 2008 – ME – Identificação da Ideia Central, Interpretação, Compreensão,


Tipologia e Gêneros Textuais
Em 2009, estudantes brasileiros de 15 anos de idade participarão, mais uma vez, do exame
global de maior repercussão sobre a qualidade do ensino: o PISA, sigla em inglês para
Programa Internacional de Avaliação de Alunos. Nossos resultados na prova de 2007 foram
desanimadores: o Brasil ficou em 53º lugar em Matemática e 52º em Ciências, entre 57
participantes. Em leitura, fomos o 48º, entre 56 nações, já que os norte-americanos não
fizeram o teste. O desempenho chocante, no entanto, pode apontar estratégias para deixarmos
a rabeira do ranque. Na opinião do responsável pelo PISA, o alemão Andreas Schleicher, traçar
comparações entre resultados — algo corriqueiro nas Ciências Naturais, mas pouco comum
no campo da Educação — é uma maneira eficaz de entender por que jovens de países como
Finlândia, Canadá e Coréia do Sul demonstram desempenho tão superior ao dos brasileiros. As
principais descobertas indicam que as nações bem-sucedidas miram alto, estabelecendo metas
de qualidade ambiciosas e, por isso, garantem que todos conseguem, de fato, aprender.
Internet: <http://revistaescola.abril.com.br> (com adaptações).

A partir das ideias expressas no texto acima, julgue o item abaixo.


Segundo o responsável pelo PISA, estabelecer confrontos entre comportamentos de seres vivos
é um procedimento usual em Ciências Naturais, mas incomum quando se trata de Educação.
( ) Certo   ( ) Errado

2. (12180) CESPE – 2012 – MP – Identificação da Ideia Central, Elementos Referenciais,


Interpretação, Compreensão, Tipologia e Gêneros Textuais
1 Observou-se, ao longo da história, não uma
condenação, mas uma espécie de cortina de silêncio iniciada
com Platão, cujo veto ao riso atingiu indiretamente o legado de
4 Demócrito (nascido em 460 a.C.), chamado de “o filósofo que
ri”. Infelizmente, da lavra de Demócrito pouco restou. O
rastilho daquele lampejo que fez o cérebro do filósofo brilhar
7 após a gargalhada apagou-se no mundo medieval.
A valorização cristã do sofrimento levou a um desprezo geral
pelo riso. Por conta desse renitente veto ao riso, figuras pouco
10 conhecidas foram desaparecendo da sisuda história da filosofia.
Com algumas exceções, filósofos sisudos e sérios se esquecem
de que os mecanismos de compreensão e recompensa tanto dos
13 conceitos filosóficos quanto das piadas são construídos da
mesma matéria. Em uma explanação filosófica ou em uma
anedota, o que o ouvinte mais teme é ser enganado. Neste caso,
16 o “quem ri por último ri melhor” é apenas outra versão da frase
que diz: “Quem ri por último não entendeu a piada”. A

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revelação que as piadas ou frases de duplo sentido
19 proporcionam é um dos insights de maior efeito entre as
pessoas. O que os filósofos chamam de “iluminação”, os
humoristas intitulam “solavanco mental” da anedota.
22 A capacidade de rir surge inerente ao homem, mas o
sentimento do humor é raro, pois envolve a capacidade de a
pessoa se distanciar de si mesma. “Eu sempre rio de todo
25 mundo que não riu de si também.” Esse foi o dístico que
Friedrich Nietzsche sugeriu escrever em sua porta, em A Gaia Ciência. Frase típica de
um filósofo gaiato. Literalmente. Elias Thomé Saliba. Na cortina de silêncio.
In: Carta Capital. Ano XII, n.º 673, 23/11/2011, p. 82-3, (com adaptações).

A respeito das ideias e das estruturas do texto, julgue o item subsequente.


O autor utiliza a frase de Nietzsche ‘Eu sempre rio de todo mundo que não riu de si também’ (l.
24-25) como argumento a favor da ideia de que a capacidade de rir é inerente ao homem.
( ) Certo   ( ) Errado

3. (12226) FCC – 2013 – BB – Identificação da Ideia Central, Inferência, Interpretação,


Compreensão, Tipologia e Gêneros Textuais
O Sul esteve por muito tempo isolado do resto do Brasil, mas nem por isso deixou de receber
influências musicais que chegavam de outras regiões do país e do mundo.
Mário de Andrade já tinha decifrado brilhantemente em seu Ensaio sobre a música brasileira
as fontes que compõem os ritmos nacionais: ameríndia, africana, europeia (principalmente
portuguesa e espanhola) e hispano-americana (Cuba e Montevidéu).
A gênese da música do Rio Grande do Sul também pode ser vista como reflexo dessa
multiplicidade de referências. Há influências diretas do continente europeu, e isso se mistura
à valiosa contribuição do canto e do batuque africano, mesmo tendo sido perseguido, vigiado,
quase segregado.
O vanerão* é próprio do Sul, e a famosa modinha, bem própria de Santa Catarina, onde se
encontra um dos mais antigos registros do estilo no Brasil. De origem lusitana, a modinha
tocada na viola, chorosa, suave e, enfim, romântica, tornou o gênero uma espécie de "mãe da
MPB"**.
*Vanerão = Ritmo de origem alemã, desenvolvido no sul.
**MPB = Música Popular Brasileira
(Adaptado de: Frank Jorge, de Porto Alegre. Revista da Cultura, 18. ed. p. 30, jan. 2009)

... mesmo tendo sido perseguido, vigiado, quase segregado. (final do 3º parágrafo)
O segmento acima deve ser entendido, considerando-se o contexto, como
a) uma condição favorável à permanência da música popular de origem africana.
b) uma observação que valoriza a persistente contribuição africana para a música brasileira.
c) restrição ao sentido do que vem sendo exposto sobre a música popular brasileira.
d) a causa que justifica a permanência da música de origem africana no Brasil.
e) as consequências da presença dos escravos e sua influência na música popular brasileira.

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4. (12249) FCC – 2012 – TRE – Inferência, Interpretação, Compreensão, Tipologia e Gêneros


Textuais
Como a Folha era o único veículo que mandava repórteres da sede em São Paulo para todos os
comícios e abria generosamente suas páginas para a cobertura da campanha das Diretas, passei
a fazer parte da trupe, dar palpites nos discursos, sugerir caminhos para as etapas seguintes.
Viajava com os três líderes da campanha em pequenos aviões fretados, e, em alguns lugares,
dr. Ulysses − era assim que se referiam a ele − fazia questão de anunciar minha presença no
palanque. Eu sabia que, em outras circunstâncias, essas coisas não pegariam bem para um
repórter. Àquela altura, no entanto, não me importava mais com o limite entre as funções do
profissional de imprensa e as do militante. Ficava até orgulhoso, para falar a verdade.
Cevado pelas negociações de bastidores no Parlamento, em que tudo devia estar acertado
antes de a reunião começar, o incansável Ulysses, que na Constituinte de 1987 passaria horas
presidindo a sessão sem levantar sequer para ir ao banheiro, transmudara-se num palanqueiro
de primeira. Impunha logo respeito, eu até diria que ele era reverenciado aonde quer que
chegasse. A campanha das Diretas não tinha dono, e por isso crescia a cada dia. Mas, embora
ele não tivesse sido nomeado, todos sabiam quem era o comandante.
Meu maior problema, além de arrumar um telefone para passar a matéria a tempo de
ser publicada, era o medo de avião. "Fica calmo, meu caro jornalista, avião comigo não
cai", procurava me tranquilizar dr. Ulysses, com seu jeito formal de falar até em momentos
descontraídos. Muitos anos depois, ele morreria num acidente de helicóptero, em Angra dos
Reis, no Rio, e seu corpo desapareceria no mar para sempre.
(Fragmento de Ricardo Kotscho. Do golpe ao Planalto: uma vida de repórter. São Paulo, Cia. das Letras, 2006,
p.120)

Eu sabia que, em outras circunstâncias, essas coisas não pegariam bem para um repórter. (1º
parágrafo)
Essa afirmação tem como pressuposto a exigência que geralmente se faz a um repórter de
a) distanciamento da participação política, ainda que por uma boa causa.
b) não envolvimento ou participação nos acontecimentos que está cobrindo.
c) não manifestar sua opinião pessoal a respeito dos acontecimentos que cobre.
d) manter uma absoluta imparcialidade diante dos fatos sobre os quais escreve.
e) não ficar junto dos líderes, mas dos anônimos que são o esteio dos movimentos.

5. (19319) FAURGS – 2012 – TJM – Tipologias Textuais, Interpretação, Compreensão, Tipologia e


Gêneros Textuais
“Você não está mais na idade
de sofrer por essas coisas”
Há então a idade de sofrer
e a de não sofrer mais
por essas, essas coisas?
As coisas só deviam acontecer
para fazer sofrer
na idade própria de sofrer?

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Ou não se devia sofrer
pelas coisas que causam sofrimento
pois vieram fora de hora, e a hora é calma?
E se não estou mais na idade de sofrer
é porque estou morto, e morto
é a idade de não sentir as coisas, essas coisas?
(ANDRADE, Carlos Drummond de. Essas coisas. As impurezas do branco. Rio de Janeiro: José Olympio, 3. ed.,
1976, p.30)

Quanto ao tipo de texto, assinale a alternativa correta.


a) Trata-se de um texto predominantemente argumentativo, em que a narração está a serviço
de defesa de um ponto de vista.
b) O texto é predominantemente explicativo, com o propósito fundamental de levar o leitor a
compreender uma determinada informação.
c) O texto é descritivo, pois orienta o interlocutor em relação a procedimentos que deve
seguir.
d) Trata-se de um relato informal, em forma de crônica, cuja proposta é recriar para o leitor
uma situação cotidiana em linguagem literária.
e) O texto é predominantemente narrativo, visto que seu foco é a trama, que gira em torno de
personagens cuja vida é condicionada pelo ato de dirigir e que apresenta um momento de
complicação, que é o engarrafamento, a que se segue a solução final.

6. (27133) FUNDATEC – 2010 – UFCSPA – Elementos Referenciais , Interpretação, Compreensão,


Tipologia e Gêneros Textuais, Sintaxe do Período (Coordenadas e Subordinadas / Nexos)
Naturalmente, não será por causa dessa reação típica que você evitará dar feedbacks críticos
para as mulheres. Ambos, homens e mulheres, precisam feedbacks construtivos, sejam
corretivos ou positivos, para crescerem e se desenvolverem. Saiba, entretanto, reconhecer que
mulheres tendem a ser mais sensíveis às críticas do que os homens. E as mulheres precisam
reconhecer que o feedback crítico não é sinônimo de desaprovação, nem rejeição. Muitas
mulheres querem falar sobre a situação que originou o feedback negativo e restabelecer a
conexão. Mas a melhor hora para isso é, normalmente, quando elas querem.
A respeito da frase destacada, pode-se dizer que
I – A palavra isso refere-se a uma informação já mencionada no mesmo parágrafo.
II – O nexo coesivo Mas atribui à frase ideia de concessão.
III – A supressão de normalmente não provocaria nenhuma alteração na frase.
Quais estão incorretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
e) Apenas II e III.

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7. (36211) CESPE – 2013 – CPRM – Interpretação, Compreensão, Tipologia e Gêneros Textuais


1  O boom de mineração despertou o apetite dos países
donos de reservas, não importa a linha política de seus
governos.
4  O Peru, onde metade da arrecadação depende do
extrativismo, a moderada gestão de Ollanta Humala dobrou em
2011 a cobrança de royalties para até 6%. Na Tanzânia, quarto
7 maior produtor de ouro da África, o governo do Partido
Revolucionário baixou uma nova lei de mineração em 2010
e elevou de 3% para 4% os royalties dos metais preciosos.
10 A Índia, democracia mais populosa, subiu para 10% os
royalties da mineração em 2009. A China, regime autoritário
mais populoso, aumentou os impostos em 2011.
13  O ministro das Finanças de Quebec, maior província
do Canadá, convocou as mineradoras para uma reunião em
março para rever a taxação, sob o argumento de que “o
16 mercado de minerais não é o que era há dez anos” e de que é
necessário “maximizar os benefícios” à população.
Internet: <www.fazenda.gov.br>(com adaptações).

Julgue o item subsequente quanto a sentidos, estruturas e aspectos linguísticos do texto acima.
Depreende-se do texto que o boom de mineração afetou todos os países do mundo,
independentemente da linha política de seus governos.
( ) Certo   ( ) Errado

8. (58617) FDRH – 2014 – SARH – Sintaxe do Período (Coordenadas e Subordinadas / Nexos)


Lendo imagens
1 Quando lemos imagens - de qualquer tipo, sejam pintadas, esculpidas, fotografadas,
2 edificadas ou encenadas -, atribuímos a elas o caráter temporal da narrativa. Ampliamos o
3 que é limitado por uma moldura para um antes e um depois e, por meio da arte de narrar
4 histórias ( sejam de amor ou de ódio), conferimos à imagem imutável uma vida infinita e
5 inesgotável. André Malraux, que participou tão ativamente da vida cultural e da vida política
6 francesa no século XX, argumentou com lucidez que, ao situarmos uma obra de arte entre as
7 obras de arte criadas antes e depois dela, nós, os __________ modernos, tornávamo-nos os
8 primeiros .....ouvir aquilo que ele chamou de “canto da metamorfose” – quer dizer,
9 o diálogo que uma pintura ou uma escultura trava com outras pinturas e esculturas, de outras
10 culturas e de outros tempos. No passado, diz Malraux, quem contemplava o portal esculpido
11 de uma igreja gótica só poderia fazer comparações com outros portais esculpidos, dentro da
12 mesma área cultural: nós, ao contrário, temos à nossa disposição incontáveis imagens de
13 esculturas do mundo inteiro (desde as estátuas da Suméria .....de Elefanta, desde os frisos
14 da Acrópole até os tesouros de mármore de Florença) que falam para nós em uma língua
15 comum, de feitios e formas, o que permite que nossa reação ao portal gótico seja retomada
16 em mil outras obras esculpidas. A esse precioso patrimônio de imagens reproduzidas, que
17 está à nossa disposição na página e na tela, Malraux chamou “museu imaginário”.
18 E, no entanto, os elementos da nossa resposta, o vocabulário que empregamos para

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19 desentranhar a narrativa que uma imagem encerra são determinados não só pela iconografia
20 mundial mas também por um amplo _______ de circunstâncias, sociais ou privadas,
21 fortuitas ou obrigatórias. Construímos nossa narrativa por meio de ecos de outras narrativas,
22 por meio de ilusão do autorreflexo, por meio de conhecimento técnico e histórico, por meio
23 da fofoca, dos devaneios, dos preconceitos, da iluminação, dos escrúpulos, da ingenuidade,
24 da compaixão, do engenho. Nenhuma narrativa suscitada por uma imagem é definitiva ou
25 exclusiva, e as medidas para ________a sua justeza variam segundo as mesmas
26 circunstâncias que dão origem ....... própria narrativa.
27 A imagem de uma obra de arte existe em algum local entre percepções: entre aquela que
28 o pintor imaginou e aquela que o pintor pôs na tela; entre aquela que podemos nomear e
29 aquela que os contemporâneos do pintor podiam nomear; entre aquilo que lembramos e
30 aquilo que aprendemos; entre o vocabulário comum, adquirido de um mundo social, e um
31 vocabulário mais profundo, de símbolos ancestrais e secretos. Quando tentamos ler uma
32 pintura, ela pode nos parecer perdida em um abismo de incompreensão ou, se preferirmos,
33 em um vasto abismo que é uma terra de ninguém , feito de interpretações múltiplas.
34 Leituras críticas acompanham imagens desde o início dos tempos, mas nunca
35 efetivamente copiam, substituem ou assimilam as imagens. “Não explicamos as imagens”,
36 comentou com sagacidade o historiador de arte Michael Baxandall, “ explicamos comentários
37 a respeito de imagens”. Se o mundo revelado em uma obra de arte permanece sempre fora do
38 âmbito dessa obra, a obra de arte permanece sempre fora do âmbito de sua apreciação
39 crítica.
Os nexos segundo (linha 25), se (linha 32) e mas (linha 34) introduzem, respectivamente, ideias
de:
a) Ordenação, hipótese e concessão.
b) Conformidade, hipótese e oposição.
c) Conformidade, adição e oposição.
d) Ordenação, condição e concessão.
e) Ordenação, hipótese e oposição.

9. (58591) CESPE – 2013 – TRE – Estratégia Linguística, Interpretação, Compreensão, Tipologia e


Gêneros Textuais
1 Diversas são as naturezas dos instrumentos de que
dispõe o povo para participar efetivamente da sociedade em
que vive. Políticos, sociais ou jurisdicionais, todos eles
4 destinam-se à mesma finalidade: submeter o administrador ao
controle e à aprovação do administrado. O sufrágio universal,
por exemplo, é um mecanismo de controle de índole
7 eminentemente política — no Brasil, está previsto no art. 14 da
Constituição Federal de 1988, que assegura ainda o voto direto
e secreto e de igual valor para todos —, que garante o direito
10 do cidadão de escolher seus representantes e de ser escolhido
pelos seus pares.
Costuma-se dizer que a forma de sufrágio denuncia,
13 em princípio, o regime político de uma sociedade. Assim,
quanto mais democrática a sociedade, maior a amplitude do
sufrágio. Essa não é, entretanto, uma verdade absoluta. Um

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16 sistema eleitoral pode prever condições legítimas a serem


preenchidas pelo cidadão para se tornar eleitor, desde que não
sejam discriminatórias ou levem em consideração valores
19 pessoais. Segundo José Afonso da Silva, considera-se, pois,
universal o sufrágio quando se outorga o direito de votar a
todos os nacionais de um país, sem restrições derivadas de
22 condições de nascimento, de fortuna ou de capacidade especial.
No Brasil, só é considerado eleitor quem preencher os
requisitos da nacionalidade, idade e capacidade, além do
25 requisito formal do alistamento eleitoral. Todos requisitos
legítimos e que não tornam inapropriado o uso do adjetivo
universal.
Internet: <http://jus.com.br> (com adaptações).

Com relação aos aspectos linguísticos do texto, assinale a opção correta.


a) A palavra “capacidade” (L. 22) está empregada no sentido de volume.
b) O artigo masculino plural os poderia ser corretamente inserido após “Todos”, em “Todos
requisitos” (L. 25).
c) Na linha 3, “sociais ou jurisdicionais” caracterizam “Políticos”.
d) O pronome “eles” (L. 3) retoma “povo” (L. 2), cujo sentido genérico é conjunto de pessoas.
e) A expressão “desde que” (L. 17) poderia ser corretamente substituída por com a condição
de que.

10. (38296) ESAF – 2009 – ATA – Compreensão Gramatical do Texto, Interpretação, Compreensão,
Tipologia e Gêneros Textuais
Sem uma pesquisa sistemática sobre o assunto,
2 parece, à primeira vista, que os jornais cariocas são
mais prolíficos em notícias de crime do que os paulistas.
4 É alarmante a escalada da anomia em seu território.
Em menos de uma semana, invadiram-se duas
6 instalações militares para roubar armas, com êxito
absoluto. Os tiroteios são cotidianos nas vias de
8 acesso ao centro urbano e mesmo nesse centro, onde
quadrilhas organizam “bondes” para tomar de assalto
10 pedestres e motoristas. Nem mesmo membros das
famigeradas “milícias” estão inteiramente a salvo: na
12 semana passada, roubou-se a moto de um miliciano
encarregado de vigiar uma rua num subúrbio. Ou seja,
14 as quadrilhas vitimizam-se mutuamente, do mesmo
modo como costuma acontecer com as batalhas pelo
16 controle de pontos de droga.
(Muniz Sodré, Ruas de presas e de caçadores, 17/3/2009, (com cortes), em: http://www.observatoriodaimprensa.
com.br/artigos.asp?cod=529JDB002)

Assinale a afirmação falsa a respeito dos elementos linguísticos do texto.


a) A expressão “Nem mesmo”(ℓ. 10) pode ser substituída por “Até mesmo”, sem prejuízo do
significado do texto.

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b) Entende-se um predicado oculto em: Os tiroteios são cotidianos nas vias de acesso ao
centro urbano e [são cotidianos] mesmo nesse centro...
c) “Invadiram-se duas instalações militares”(ℓ. 5 e 6) pode ser substituída por: “duas
instalações militares foram invadidas”, sem prejuízo da correção gramatical.
d) O autor evita afirmar com plena certeza que os jornais cariocas são mais prolíficos em
notícias de crime do que os paulistas.
e) O advérbio “mutuamente”(ℓ. 14) significa: reciprocamente.

11. (76970) ESAF – 2013 – DNIT – Interpretação, Compreensão, Tipologia e Gêneros Textuais,
Análise de Alternativas / Itens, Tempos e Modos Verbais/Verbos
Por que deveria Brasília – cuja construção tanto está
custando ao povo brasileiro e cujos arquitetos se
consideram tão modernos – menosprezar as alterações
revolucionárias da organização social que a tecnologia
5 está provocando? Por que arquitetos com inclinações
socialistas deveriam construir uma cidade nova para uma
ordem burguesa antiquada? Em cidades mais antigas,
em toda parte, o problema de preparar o povo para o
lazer e de oferecer-lhe oportunidades de diversões
10 criativas diversificadas está sendo cuidadosamente
estudado por sociólogos, higienistas e urbanistas.
Entretanto, na cidade inteiramente nova de Brasília, que
se supõe esteja sendo construída para durar séculos, o
problema foi, completamente, esquecido.
(Freyre, Gilberto. Palavras repatriadas. Brasília: Editora UnB; São Paulo: Imprensa Oficial SP, 2003, p.244).

Assinale a opção correta a respeito do texto.


a) Os tempos verbais empregados indicam que o texto foi escrito imediatamente após a
publicação do projeto de construção de Brasília.
b) O teor das duas perguntas que iniciam o texto evidencia que o autor se interessa mais em
obter esclarecimentos do que em apresentar uma crítica ao projeto de construção da nova
capital do Brasil.
c) O autor do texto defende, de forma implícita, a ideia de que profissionais de outras áreas
do conhecimento deveriam participar do projeto de construção de Brasília.
d) Segundo o autor do texto, apesar do alto custo dos espaços de lazer de Brasília, as soluções
encontradas pelos arquitetos responsáveis não foram criativas.
e) O autor do texto aponta a contradição entre a opção ideológica dos arquitetos que
projetaram Brasília e a rejeição deles aos avanços tecnológicos na área da construção civil.

12. (97555) FCC – 2015 – TRT – Estratégia Linguística


Considere o texto abaixo para responder à questão.
1  O conceito de vergonha recobre um campo de significados bastante amplo e rico. Para o Dicionário Aurélio, por
exemplo, vergonha significa: a) desonra humilhante; opróbrio, ignomínia; b) sentimento penoso de desonra, humilhação
ou rebaixamento diante de outrem; c) sentimento de insegurança provocada pelo medo do ridículo, por escrúpulos etc.;
timidez, acanhamento; d) sentimento da própria dignidade, brio, honra. O Dicionário Larousse traz aproximadamente as
5 mesmas definições, mas acrescenta novas associações como: medo da desonra e embaraço. O Dicionário Lexis apresenta

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ainda algumas definições com nuanças diferentes: indignidade, sentimento penoso de baixeza, de confusão, sentimento de
desconforto provocado pela modéstia, sentimento de remorso. O que chama a atenção nas definições de vergonha é não
somente a diversidade dos significados atribuídos a este sentimento, mas também, e sobretudo, o fato de alguns destes
significados serem opostos: desonra/honra, indignidade/dignidade, humilhação/brio. Tal oposição, observada por Harkot-de—
10 La-Taille, faz esta autora perguntar-se que palavra é esta que recobre o não e o sim, a ausência e a presença, o temível e
o desejável.
 Uma forma comum de pensar este sentimento é afirmar que ele é simplesmente desencadeado pela opinião de
outrem. É o que, por exemplo, sugere a definição de Spinoza segundo a qual a vergonha é a tristeza que acompanha a
ideia de alguma ação que imaginamos censurada pelos outros. E é o que, explicitamente, a antropóloga Benedict afirma em
15 seu estudo sobre a sociedade japonesa. Para ela, as culturas da vergonha enfatizam as sanções externas, opondo-se às
verdadeiras culturas da culpa, que interiorizam a convicção do pecado. Quanto ao sentimento de vergonha, escreve que
alguém poderá envergonhar-se quando é ridicularizado abertamente, ou quando criar a fantasia para si mesmo de que o
tenha sido. Todavia, não acreditamos que tudo esteja dito assim; a vergonha pressupõe um controle interno: quem sente
vergonha julga a si próprio. Lembremos o fato notável de que a vergonha pode ser despertada pela simples exposição,
20 mesmo que não acompanhada de juízo negativo por parte dos observadores. Com efeito, certas pessoas sentem vergonha
pelo simples fato de estarem sendo observadas. O rubor pode subir às faces de alguém que está sendo objeto da atenção
de uma plateia, mesmo que esta atenção seja motivada pelo elogio, pelo recebimento de um prêmio, portanto
acompanhada de um juízo positivo. Este tipo de vergonha não deixa de ser psicologicamente misterioso: por que
será que as pessoas sentem desconforto ao serem “apenas” observadas, mesmo que esta observação não contenha
25 ameaças precisas, mesmo que ela seja lisonjeira?
(Adaptado de: LA TAILLE, Y. O sentimento de vergonha e suas relações com a moralidade. Psicologia: Reflexão e Crítica, São Paulo: Scielo, 2002,
15(1), p. 13-25)

Consideradas definições da palavra vergonha retiradas do Dicionário Aurélio, a alternativa que


contém exemplificação correta é:
a) sentimento da própria dignidade, brio, honra (linha 4): “Durante severa discussão, o mais
sincero dos amigos indagou-lhe se não tinha ética e vergonha na cara.”
b) sentimento penoso de desonra, humilhação ou rebaixamento diante de outrem (linhas 2 e
3): “Se tiverem vergonha, honrarão a confiança neles depositada e trabalharão com mais
lisura.”
c) desonra humilhante; opróbrio, ignomínia (linha 2): “Artista talentoso, o jovem pianista
contornou a explícita vergonha apresentando vários números antes de dirigir a palavra à
audiência”.
d) sentimento de insegurança provocada pelo medo do ridículo, por escrúpulos etc.; timidez,
acanhamento (linhas 3 e 4): “Todos ficaram constrangidos com o comportamento
indecoroso do magistrado; foi de fato uma vergonha.”
e) desonra humilhante; opróbrio, ignomínia (linha 2): “Um profundo sentimento de vergonha
o impedia de aceitar elogios sem negar ou diminuir o que nele viam de bom.”

13. (95712) FCC – 2015 – TRT – Polissemia e Figuras de Linguagem


“Você não está mais na idade
de sofrer por essas coisas”
Há então a idade de sofrer
e a de não sofrer mais
por essas, essas coisas?
As coisas só deviam acontecer
para fazer sofrer

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na idade própria de sofrer?
Ou não se devia sofrer
pelas coisas que causam sofrimento
pois vieram fora de hora, e a hora é calma?
E se não estou mais na idade de sofrer
é porque estou morto, e morto
é a idade de não sentir as coisas, essas coisas?
(ANDRADE, Carlos Drummond de. Essas coisas. As impurezas do branco. Rio de Janeiro: José Olympio, 3. ed.,
1976, p.30)

Considerando-se que elipse é a supressão de um termo que pode ser subentendido pelo
contexto linguístico, pode- se identificá-la no verso:
a) As coisas só deviam acontecer
b) Ou não se devia sofrer
c) e a de não sofrer mais
d) é a idade de não sentir as coisas, essas coisas?
e) Você não está mais na idade

14. (105535) BIORIO – 2015 – IF-RJ – Tipologias Textuais


AS LEMBRANÇAS DE DARWIN
Darwin passou quatro meses no Brasil, em 1832,
durante a sua célebre viagem a bordo do Beagle. Voltou
impressionado com o que viu: “Delícia é um termo
insuficiente para exprimir as emoções sentidas por
um naturalista a sós com a natureza em uma floresta
brasileira”, escreveu. O Brasil, porém, aparece de forma
menos idílica em seus escritos: “Espero nunca mais
voltar a um país escravagista. O estado da enorme
população escrava deve preocupar todos os que
chegam ao Brasil. Os senhores de escravos querem ver
o negro como outra espécie, mas temos todos a mesma
origem”.
Em vez do gorjeio do sabiá, o que Darwin guardou
nos ouvidos foi um som terrível que o acompanhou por
toda a vida: “Até hoje, se eu ouço um grito, lembro-
me com dolorosa e clara memória, de quando passei
numa casa em Pernambuco e ouvi urros terríveis. Logo
entendi que era algum pobre escravo que estava sendo
torturado”.
Segundo o biólogo Adrian Desmond, “a viagem
do Beagle, para Darwin, foi menos importante pelos
espécimes coletados do que pela experiência de
testemunhar os horrores da escravidão no Brasil. De
certa forma, ele escolheu focar na descendência comum
do homem justamente para mostrar que todas as raças

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eram iguais e, desse modo, enfim, objetar àqueles que


insistiam em dizer que os negros pertenciam a uma
espécie diferente e inferior à dos brancos”.
O texto lido nesta prova deve ser classificado prioritariamente como:
a) lírico, por expressar emoções do naturalista Darwin.
b) satírico, por condenar a escravidão no Brasil.
c) informativo, por dar a conhecer novidades ao leitor.
d) narrativo, por relatar fatos cronologicamente sucessivos.
e) argumentativo, por defender a origem comum das espécies.

15. (110036) CESPE – 2016 – FUNPRESP-EXE – Tipologias Textuais, Interpretação, Compreensão,


Tipologia e Gêneros Textuais
1  O meu antigo companheiro de pensão Amadeu Amaral
Júnior, um homem louro e fornido, tinha costumes singulares
que espantavam os outros hóspedes.
4  Amadeu Amaral Júnior vestia-se com sobriedade: usava
uma cueca preta e calçava medonhos tamancos barulhentos.
Alimentava-se mal, espichava-se na cama, roncava
7 o dia inteiro e passava as noites acordado, passeando,
agitando o soalho, o que provocava a indignação dos
outros pensionistas. Quando se cansava, sentava-se a uma grande
10 mesa ao fundo da sala e escrevia o resto da noite. Leu um
tratado de psicologia e trocou-o em miúdo, isto é, reduziu-o a
artigos, uns quarenta ou cinquenta, que projetou meter nas
13 revistas e nos jornais e com o produto vestir-se, habitar
uma casa diferente daquela e pagar ao barbeiro.
 Mudamo-nos, separamo-nos, perdemo-nos de vista.
16 Creio que os artigos de psicologia não foram publicados,
pois há tempo li este anúncio num semanário: “Intelectual
desempregado. Amadeu Amaral Júnior, em estado de
19 desemprego, aceita esmolas, donativos, roupa velha, pão
dormido. Também aceita trabalho”. O anúncio não produziu
nenhum efeito.
22  Muita gente se espanta com o procedimento desse amigo.
Não sei por quê. Eu, por mim, acho que Amadeu
Amaral Júnior andou muito bem. Todos os jornalistas
25 necessitados deviam seguir o exemplo dele. O anúncio, pois
não. E, em duros casos, a propaganda oral, numa esquina, aos
gritos. Exatamente como quem vende pomada para calos.
Graciliano Ramos. Um amigo em talas. In: Linhas tortas. Rio de Janeiro: Record, 1983, p. 125 (com adaptações).

Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto Um amigo em talas, julgue o item que
se segue.

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Para caracterizar o personagem Amadeu Amaral Júnior, o narrador combina, no segundo
parágrafo, recursos dos tipos textuais narrativo e descritivo.
( ) Certo   ( ) Errado

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Questões, poderá assistir ao vídeo da explicação do professor.
https://acasadasquestoes.com.br/simulados/resolver/H9116701#.V3VSb_krKM8

Gabarito: 1. (12175) Certo 2. (12180) Errado 3. (12226) B 4. (12249) B 5. (19319) A 6. (27133) E 7. (36211) Errado 
8. (58617) B 9. (58591) E 10. (38296) A 11. (76970) C 12. (97555) A 13. (95712) C 14. (105535) C 15. (110036) Certo

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Redação Oficial

Professor Pablo Jamilk

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Edital

REDAÇÃO OFICIAL: Manual de Redação da Presidência da República. Redação de correspondên-


cias oficiais: documentos oficiais utilizados pelas instituições públicas brasileiras

BANCA: ESAF
CARGO: Assistente Técnico Administrativo

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Redação Oficial

REDAÇÃO DE CORRESPONDÊNCIAS OFICIAIS

Olá, guerreiro(a) do concurso! Aqui é o professor Pablo Jamilk! Eu serei o seu professor do
assunto de Redação de Correspondências Oficiais! Esse conteúdo é fantástico, sério! Cada vez
mais, há questões de Redação Oficial em provas de concurso público! Muita gente deixa para
estudar na última hora e acaba se lascando. Não seja um desses! Estude antes que a prova
devore você! Vamos moer esse conteúdo!

Iniciando o trabalho!

Por definição, é possível dizer que redação oficial é “a maneira pela qual o Poder Público redige
atos normativos e comunicações”. Essa definição ajuda a entender que há uma sistematização
para os procedimentos de serviço na Administração Pública.
Dentre os documentos que servem de base para entender a documentação oficial, podemos
destacar os seguintes:

I. ASPECTOS DA CORRESPONDÊNCIA OFICIAL


O propósito primeiro de qualquer comunicação consiste em transmitir uma informação.
A depender da relação entre as partes comunicadoras, surgem as distinções entre tipos
de comunicação. A comunicação oficial difere das demais pelos critérios fundamentais de
formalidade e de rigor na produção dos textos.
Há previsão da natureza comunicativa do expediente oficial no artigo 37, da CF, o qual ensina
que "a administração pública direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos Poderes da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (...)". Isso se estende para a comunicação,
que deve ter como princípios a impessoalidade e a publicidade de seus atos normativos.
Vale mencionar que, apesar de o texto oficial possuir padrões específicos para sua formatação,
a burocracia comunicativa deve ser evitada, ou seja, não existe uma linguagem da redação
oficial, não há um “burocratês” para a redação de expediente.
Os elementos da comunicação estão divididos da seguinte maneira:

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Ou seja:
a) alguém que comunique (emissor);
b) algo a ser comunicado (mensagem);
c) alguém que receba essa comunicação (receptor).
No caso da redação oficial, o comunicador é o Serviço Público (este ou aquele Ministério,
Secretaria, Departamento, Divisão, Serviço, Seção); aquilo que é comunicado é sempre algum
assunto relativo às atribuições do órgão que expede a comunicação; o receptor ou destinatário
dessa comunicação pode ser o público, o conjunto dos cidadãos, ou outro órgão público, do
Executivo ou dos outros Poderes da União.
Por meio disso, fica evidente também que as comunicações oficiais são necessariamente
uniformes, pois há sempre um único comunicador (o Serviço Público) e o receptor dessas
comunicações ou é o próprio Serviço Público (no caso de expedientes dirigidos por um órgão a
outro) – ou o conjunto dos cidadãos ou instituições tratados de forma homogênea (o público).

DOCUMENTOS NORTEADORES DA COMUNICAÇÃO OFICIAL


•• Manual de Redação da Presidência da República.
•• Manual de Redação do Senado Federal.
•• Manual de Redação da Câmara dos Deputados.
É necessário levar em consideração a orientação que esses documentos trazem, porque a
cobrança nas provas está relacionada às normas que os manuais veiculam.
Deve-se retirar o preconceito com que algumas pessoas tratam esse assunto, pois a
matéria é fácil, apesar de exigir um pouco de memorização. A capacidade de analisar regras
fundamentais de escrita será essencial para acertar as questões de prova.
Vejamos, a partir de agora, quais são os princípios da Redação Oficial.

1. Impessoalidade
A fim de compreender o que é IMPESSOALIDADE na comunicação oficial, é preciso associar
esse conceito ao conceito de impessoalidade que se identifica como um dos princípios da
Administração Pública.
Para que o tratamento nas comunicações oficiais seja considerado, de fato, como impessoal,
necessita-se, dentre outras características:
•• da ausência de impressões individuais de quem comunica: o que quer dizer que é vetado
ao emissor da comunicação introduzir juízos de qualquer natureza a respeito daquilo que
está comunicando;
•• da impessoalidade de quem recebe a comunicação, com duas possibilidades: ela pode ser
dirigida a um cidadão, sempre concebido como público, ou a outro órgão público. Nos dois

140 www.acasadoconcurseiro.com.br
ATA – Redação Oficial – Prof. Pablo Jamilk

casos, temos um destinatário concebido de forma homogênea e impessoal. O que significa


que deve ser evitado qualquer tipo de intimidade na comunicação;
•• do caráter impessoal do próprio assunto tratado: se o universo temático das comunicações
oficiais se restringe a questões que dizem respeito ao interesse público, desse modo, não é
possível fazer uso da comunicação oficial para finalidade particular.
Note-se que, se na comunicação houver pronomes que indiquem primeira pessoa, não haverá
rompimento da noção de impessoalidade, contanto que o propósito da comunicação seja
público.
Algumas questões exigem que o candidato analise o tipo de comunicação e a adequação do
texto aos princípios da RCO. Nesse momento, é muito importante pensar a respeito do critério
de impessoalidade.

II. USO DO PADRÃO CULTO DA LINGUAGEM


O uso do padrão culto da linguagem está relacionado essencialmente com a correção gramatical
do texto. Essencialmente, mas não apenas. Existem outras características que devem ser
levadas em consideração nesse tópico:
•• Evitar o uso de uma linguagem restrita a determinados grupos, tais como gírias,
regionalismos e jargões técnicos.
•• Evitar coloquialismos.
•• A linguagem técnica deve ser empregada apenas em situações que a exijam, sendo de
evitar o seu uso indiscriminado.
•• Lembrar que não existe “padrão oficial de linguagem”.
•• Usar o estrangeirismo de forma consciente.
•• Usar neologismos com critério.
•• Observar as regras da gramática formal.
•• Empregar um vocabulário comum ao conjunto dos usuários do idioma.
•• Evitar preciosismos.

III. CLAREZA
Consiste, basicamente, no modo com a mensagem é transmitida. Não se concebe um texto
oficial obscuro ou de difícil entendimento. Para que haja clareza na mensagem, a observação
dos itens relativos ao uso do padrão culto da linguagem é imprescindível, bem como a
formalidade e a padronização documental, que serão vistos posteriormente.
Na revisão de um expediente, deve-se avaliar, ainda, se ele será de fácil compreensão por seu
destinatário.

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IV. CONCISÃO
Consiste em exprimir o máximo de ideias com o mínimo de palavras, para, desse modo, agilizar
a comunicação oficial. Devem ser evitadas redundâncias, explicações desnecessárias e partes
que não façam parte da matéria da comunicação.

V. FORMALIDADE E UNIFORMIDADE
São dois aspectos muito próximos, uma vez que, ao falar de Administração Pública e redação de
documentos que lhe são relativos, é preciso entender a necessidade de haver uma padronização
na comunicação oficial.
Pensando nisso, o Manual de Redação da Presidência da República estabelece uma formatação
especifica para cada tipo de correspondência ou documento. Isso quer dizer que há um rito
específico para cada tipo de documento, sendo que tal rito envolve desde o formato do
documento até os itens dele constantes.

I. OS VOCATIVOS E PRONOMES DE TRATAMENTO MAIS UTILIZADOS


Com o objetivo de respeitar o princípio da formalidade na redação oficial, o emprego dos
pronomes de tratamento deve observado. Estabelecido por secular tradição, o emprego
dos pronomes de tratamento está relacionado ao cargo que o indivíduo ocupa. Além disso,
é preciso entender que há um vocativo que deve ser empregado com os pronomes de
tratamento em alguns expedientes:
Vossa Excelência, para as seguintes autoridades:
a) Do Poder Executivo:
•• Presidente da República;
•• Vice-Presidente da República;
•• Ministros de Estado*;
•• Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Federal;
•• Oficiais-Generais das Forças Armadas;
•• Embaixadores;
•• Secretários-Executivos de Ministérios e demais ocupantes de cargos de natureza especial;
•• Secretários de Estado dos Governos Estaduais;
•• Prefeitos Municipais.
* Nos termos do Decreto no 4.118, de 7 de fevereiro de 2002, art. 28, parágrafo único, são
Ministros de Estado, além dos titulares dos Ministérios: o Chefe da Casa Civil da Presidência
da República, o Chefe do Gabinete de Segurança Institucional, o Chefe da Secretaria-Geral

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da Presidência da República, o Advogado-Geral da União e o Chefe da Corregedoria-Geral da


União.
b) Do Poder Legislativo:
•• Deputados Federais e Senadores;
•• Ministros do Tribunal de Contas da União;
•• Deputados Estaduais e Distritais;
•• Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais;
•• Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais.
c) Do Poder Judiciário:
•• Ministros dos Tribunais Superiores;
•• Membros de Tribunais;
•• Juízes;
•• Auditores da Justiça Militar.
O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas aos Chefes de Poder é Excelentíssimo
Senhor, seguido do cargo respectivo:
•• Excelentíssimo Senhor Presidente da República,
•• Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional,
•• Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal.
As demais autoridades serão tratadas com o vocativo Senhor, seguido do cargo respectivo:
•• Senhor Senador,
•• Senhor Juiz,
•• Senhor Ministro,
•• Senhor Governador,
No envelope, o endereçamento das comunicações dirigidas às autoridades tratadas por Vossa
Excelência, terá a seguinte forma:
•• Exemplo 1:
A Sua Excelência o Senhor
Fulano de Tal
Ministro de Estado da Justiça
70064-900 – Brasília. DF

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•• Exemplo 2:
A Sua Excelência o Senhor
Senador Fulano de Tal
Senado Federal
70165-900 – Brasília. DF
•• Exemplo 3:
A Sua Excelência o Senhor
Fulano de Tal
Juiz de Direito da 10a Vara Cível
Rua ABC, no 123
01010-000 – São Paulo. SP
Em comunicações oficiais, está abolido o uso do tratamento digníssimo (DD), pois seria
redundante, uma vez que “dignidade” é um pressuposto para os cargos em questão.
Vossa Senhoria é empregado para as demais autoridades e para particulares. O vocativo
adequado é:
•• Senhor Fulano de Tal,
No envelope, deve constar do endereçamento:
Ao Senhor
Fulano de Tal
Rua dos Grãos, no 69
12345-000 – Cascavel. PR
Como se depreende do exemplo acima, fica dispensado o emprego do superlativo ilustríssimo
para as autoridades que recebem o tratamento de Vossa Senhoria e para particulares. É
suficiente o uso do pronome de tratamento Senhor.
Acrescente-se que doutor não é forma de tratamento, e sim título acadêmico. Apesar de haver
tradição no ramo do Direito, as comunicações oficiais dispensam o seu uso.
Mencionemos, ainda, a forma Vossa Magnificência, empregada por força da tradição, em
comunicações dirigidas a reitores de universidade. Corresponde-lhe o vocativo “Magnífico
Reitor”.
Os pronomes de tratamento para religiosos, de acordo com a hierarquia eclesiástica, são:
•• Vossa Santidade, em comunicações dirigidas ao Papa. O vocativo correspondente é
“Santíssimo Padre”.
•• Vossa Eminência ou Vossa Eminência Reverendíssima, em comunicações aos Cardeais.
Corresponde-lhe o vocativo:
•• Eminentíssimo Senhor Cardeal;
•• Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor Cardeal.

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•• Vossa Excelência Reverendíssima é usado em comunicações dirigidas a Arcebispos e


Bispos;
•• Vossa Reverendíssima ou Vossa Senhoria Reverendíssima para Monsenhores, Cônegos e
superiores religiosos;
•• Vossa Reverência é empregado para sacerdotes, clérigos e demais religiosos;

Concordância dos termos relacionados aos pronomes de tratamento


Lembre-se, sempre, de que a concordância verbal na correspondência oficial, independente
do vocativo adotado, é realizada como se o pronome fosse a palavra “você”. Além disso, o a
concordância nominal deve ser feita como gênero da pessoa, não da palavra.
Exemplo:
•• Vossa Senhoria está convidado para o evento (Diretor de Repartição).
•• Vossa Excelência está convocada para a reunião (Diretora de Comissão).
Os Fechos Adequados para Cada Correspondência
O fecho das comunicações oficiais possui, além da finalidade óbvia de arrematar o texto, a de
saudar o destinatário. São divididos, para sintetizar, em apenas dois fechos simples:
Para autoridades superiores, inclusive o Presidente da República:
•• Respeitosamente,
Para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia inferior:
•• Atenciosamente,
Atenção: ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas a autoridades estrangeiras,
que atendem a rito e tradição próprios, devidamente disciplinados no Manual de Redação do
Ministério das Relações Exteriores.

Identificação do signatário
À exceção das comunicações assinadas pelo Presidente da República, todas as demais
comunicações oficiais devem trazer o nome e o cargo da autoridade que as expede, abaixo do
local de sua assinatura. O modelo de identificação é o seguinte:
(espaço para assinatura)
Nome
Chefe do Departamento do Exemplo da Assinatura
(espaço para assinatura)
Nome
Ministro de Estado da Justiça

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Caso não haja espaço na página, recomenda-se não deixar a assinatura em página isolada do
expediente. Por isso, é necessário transferir ao menos a última frase anterior ao fecho para a
última página.

RESUMO
Resumo dos principais pronomes de tratamento: EDITAR ESSA TABELA

Resumo para os Fechos:


A dica é a seguinte:
•• Se o cara for superior, é preciso ter respeito!
•• Se o cara for igual ou inferior, você quase não dá atenção!

II. NORMAS GERAIS PARA ELABORAÇÃO PARA DOCUMENTOS OFICIAIS


As normas que se seguem foram retiradas do Manual de Redação da Presidência da Republica:
1) Utilize as espécies documentais, de acordo com as finalidades expostas nas estruturas dos
modelos que serão expostos;
2) Utilize os pronomes de tratamento, os vocativos, os destinatários e os endereçamentos
corretamente;
3) Utilize a fonte do tipo Times New Roman de corpo:

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•• 12 no texto em geral;
•• 11 nas citações;
•• 10 nas notas de rodapé.
4) Para símbolos que não existem na fonte Times New Roman pode-se utilizar as fontes:
•• Symbol;
•• Wingdings.
5) É obrigatório constar, a partir da segunda página, o número da página;
6) Os ofícios, memorandos e seus anexos poderão ser impressos em ambas as faces do papel.
Neste caso, as margens esquerda e direita terão as distâncias invertidas nas páginas pares
(“margem espelho”);
No caso de Comunicação Interna – como exemplo do MEMORANDO -, o destinatário deverá
ser identificado pelo cargo, não necessitando do nome de seu ocupante. Exceto para casos
em que existir um mesmo cargo para vários ocupantes, sendo necessário, então, um vocativo
composto pelo cargo e pelo nome do destinatário em questão.
Exemplo:
Ao Senhor Assessor
Juca Duarte
Quando um documento estiver respondendo à solicitação de outro documento, deve-se fazer
referência à espécie, ao número e à data ao qual se refere.
O tema ou assunto que motiva a comunicação deve ser introduzido no primeiro parágrafo,
seguido do detalhamento e conclusão. Se houver mais de uma ideia contida no texto, deve-se
tratar dos diferentes assuntos em parágrafos distintos.
A referência ao ano do documento deve ser feita após a espécie e número do expediente,
seguido de sigla do órgão que o expede.
Exemplo:
Ofício nº 33/2009-DAI/TCE

III. DESTAQUES
Existem maneiras de criar “pontos de atenção” dentro do texto. Esses recursos sãos os
destaques. Vejamos os principais:
Itálico
Por convenção, usa-se o recurso do itálico em
•• títulos de livros,
•• de periódicos,

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•• de peças,
•• de óperas,
•• de música,
•• de pintura,
•• de escultura,
•• nomes de eventos,
•• estrangeirismos citados no corpo do texto.
Lembre-se, porém, de que, na grafia de nome de instituição estrangeira, não se pode usar o
itálico.
Observação: se o texto já estiver todo escrito em itálico, a marcação que destaca as palavras
e locuções de outros idiomas que não foram adaptadas ao português, pode ser feito por
meio de um recurso que se chama “redondo”, ou seja, o contrário do itálico, grafar a palavra
normalmente sem o recurso em questão.
O itálico é utilizado na grafia de nomes científicos, de animais e vegetais (Exemplos: Canis
Familiaris, Zea Mays). Finalmente, também é possível sua utilização, desde que sem exageros,
na escrita de palavras e/ou de expressões às quais se queira enfatizar, recurso tal que pode ser
substituído pelas aspas.

Aspas
As duplas (“ ”) são utilizadas para:
•• Introduzir citações diretas cujos limites não ultrapassem três linhas;
•• Evidenciar neologismos. Por exemplo: “macaqueação”; “printar”;
•• Ressaltar o sentido de uma palavra quando não habitual, principalmente nos casos de
derivação imprópria – Exemplos: Existem alguns “porquês” a respeito da situação;
•• Evidenciar o valor – irônico ou afetivo de um termo – Exemplos: Esse “probleminha” custou
a empresa.
•• As aspas simples (‘ ’) são utilizadas quando, em qualquer uma das circunstâncias
mencionadas, surge dentro de uma citação que já foi introduzida por aspas.

Negrito
Usado para:
•• Transcrição de entrevistas.
•• Indicação de títulos ou subtítulos.
•• Ênfase em termos do texto.

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Maiúsculas
Emprega-se letra maiúscula no início de sentenças, bem como nos títulos de obras de arte ou
de natureza técnico-científica. Além desses usos, convencionou-se o emprego nas seguintes
circunstâncias:
•• substantivos que indicam nomes próprios e de sobrenomes (Pablo Jamilk) de cognomes
(Alexandre, o Greve); de alcunhas (o Batata); de pseudônimos (Alberto Caeiro); de nomes
dinásticos (os Médici);
•• topônimos (Rio Grande do Sul, Itália);
•• regiões (Nordeste, Sul);
•• nomes de instituições culturais, profissionais e de empresa (Fundação Carlos Chagas,
Associação Brasileira de Normas Técnicas);
•• nome de divisão e de subdivisão das Forças Armadas (Exército, Polícia Militar);
•• nome de período e de episódio histórico (Idade Moderna, Estado Novo);
•• nome de festividade ou de comemoração cívica (Natal, Dia dos Pais);
•• designação de nação política organizada, de conjunto de poderes ou de unidades da
Federação (golpe de Estado, Estado de São Paulo);
•• nome de pontos cardeais (Sul, Norte, Leste, Oeste);
•• nome de zona geoeconômica e de designações de ordem geográfica ou político-
administrativa (Agreste, Zona da Mata, Triângulo Mineiro);
•• nome de logradouros e de endereço (Av. Tancredo Neves, Rua Carlos Gomes);
•• nome de edifício, de monumento e de estabelecimento público (edifício Coimbra, Estádio
do Pacaembu, Aeroporto de Viracopos, Igreja do São Tomé);
•• nome de imposto e de taxa (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores);
•• nome de corpo celeste, quando designativo astronômico (“A Terra gira em torno do Sol”);
•• nome de documento ao qual se integra um nome próprio (Lei Áurea, Lei Afonso Arinos).

Minúsculas
Além de sempre usada na grafia dos termos que designam as estações do ano, os dias da
semana e os meses do ano, a letra minúscula (comumente chamada de caixa-baixa – Cb), é
também usada na grafia de:
•• cargos e títulos nobiliárquicos (rei, dom); dignitários (comendador, cavaleiro); axiônimos
correntes (você, senhor); culturais (reitor, bacharel); profissionais (ministro, médico,
general, presidente, diretor); eclesiásticos (papa, pastor, freira);
•• gentílicos e de nomes étnicos (alemães, paulistas, italianos);
•• nome de doutrina e de religiões (catolicismo, protestantismo);

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•• nome de grupo ou de movimento político e religioso (petistas, evangélicos);
•• na palavra governo (governo Lula, governo de Minas Gerais);
•• nos termos designativos de instituições, quando esses não estão integrados no nome delas
– Exemplos: O Conselho Nacional de Segurança tem por objetivo (…), porém, esse conselho
não abdica de...
•• nome de acidente geográfico que não seja parte integrante do nome próprio: rio Amazonas,
serra do Mar, cabo Norte (mas, Cabo Frio, Rio de Janeiro, Serra do Salitre);
•• prefixo, Exemplos: ex-Ministro da Saúde, ex-Presidente do Senado;
•• nome de derivado: hegeliano, kantiano;
•• pontos cardeais, quando indicam direção ou limite: o norte de São Paulo, o sul do Paraná.

IV. SIGLAS E ACRÔNIMOS


Sigla é a representação de um nome por meio de suas letras iniciais – Exemplos: IPVA, CEP,
INSS. Apesar de obedecer às mesmas regras dispostas para as siglas, os acrônimos são distintos
em sua formação, ou seja, são palavras constituídas pelas primeiras letras ou sílabas de outras
palavras – Exemplo: Telebras, Petrobras, Transpetro.
Regras:
•• Costuma-se não se colocar ponto nas siglas;
•• São grafadas em caixa-alta as siglas compostas apenas de consoante: FGTS;
•• São grafadas em caixa-alta as siglas que, apesar de compostas de consoante e de vogal, são
pronunciadas mediante a acentuação das letras: IPTU, IPVA, DOU;
•• São grafados em caixa alta e em caixa-baixa os compostos de mais de três letras (vogais
e consoantes) que formam palavra, ou seja, os acrônimos: Bacen, Cohab, Petrobras,
Embrapa.
•• Siglas e acrônimos devem vir precedidos de respectivo significado e de travessão em sua
primeira ocorrência no texto (Exemplos: Diário Oficial da União– DOU).

V. ENUMERAÇÕES
Tradicionalmente, as enumerações são introduzidas pelo sinal de dois-pontos, seguidas dos
elementos enumerados que devem aparecer introduzidos por algum tipo de marcador. O mais
comum é o marcador feito com letras minúsculas em ordem alfabética seguidas de parênteses.
Ex.:
a)
b)
c)

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Os itens enumerados também podem aparecer em linha: a), b), c).


Os elementos da enumeração são, usualmente, encerrados com ponto-e-vírgula até o
penúltimo item, pois o último elemento deverá ser finalizado por ponto final. Caso o trecho
anunciativo termine com um ponto final, os itens que o sucedem serão grafados com a inicial
maiúscula, bem como serão finalizados com ponto final.

VI. GRAFIA DE NUMERAIS


A orientação geral para a grafia de numerais é a de que sejam escritos com algarismos arábicos.
Porém, em algumas situações especiais é regra grafá-los, no texto, por extenso. Eis algumas
dessas situações:
•• De zero a nove: três quadras, quatro mil;
•• Dezenas redondas: trinta pessoas, sessenta milhões;
•• Centenas redondas: quatrocentos mil, oitocentos trilhões, duzentas mulheres.
Em todos os casos, porém, só se usam palavras quando não há nada nas ordens ou nas classes
inferiores (Exemplos: 10 mil, mas 10.200 e não 10 mil e duzentos).
Acima do milhar, no entanto, dois recursos são possíveis:
•• Aproximação de número fracionário, como em 33,8 milhões;
•• Desdobramento dos dois primeiros termos, como em 33 milhões e 789 mil.
Os ordinais são grafados por extenso de primeiro a décimo, os demais devem ser representados
de forma numérica, com algarismos: quarto, sexto, mas 18º, 27º etc.

VII. O PADRÃO OFÍCIO


No que diz respeito à Redação Oficial, as questões de concurso costumam focalizar o conteúdo
relativo ao Padrão Ofício. Portanto, é muito importante entender como ele se estrutura e o que
as bancas podem cobrar a seu respeito. Nesse momento, é importante seguir precisamente o
que o Manual de Redação da Presidência da República ensina.
Estrutura de correspondência no Padrão Ofício:
a) Tipo e número do expediente, seguido da sigla do órgão que o expede.
Exemplos:
•• Mem. 123/2014-MME
•• Aviso 123/2013- MPOG
•• Of. 123/2012-MF

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b) Local e data em que foi assinado, por extenso, com alinhamento à direita.
Exemplo:
Brasília, 19 de outubro de 2014.
c) Assunto: resumo do teor do documento.
Exemplos:
•• Assunto: Solicitação de fundos.
d) Destinatário: o nome e o cargo da pessoa a quem se dirige a comunicação. No caso do
ofício, deve-se incluir também o endereço.
e) Texto: nos casos em que não for de mero encaminhamento de documentos, o expediente
deve conter a seguinte estrutura:
•• Introdução, que se confunde com o parágrafo de abertura, na qual é apresentado o assunto
que motiva a comunicação. Lembre-se de que o texto deve primar por concisão, clareza
e objetividade, portanto, não e aceitável que se incluam itens redundantes ou retóricos
nesse texto.
•• Desenvolvimento, no qual o assunto é detalhado; se o texto contiver mais de uma ideia
sobre o assunto, elas devem ser tratadas em parágrafos distintos, o que confere maior
clareza à exposição;
•• Conclusão, em que é reafirmada ou simplesmente reapresentada a posição recomendada
sobre o assunto.
Os parágrafos do texto devem ser numerados, exceto nos casos em que estes estejam
organizados em itens ou títulos e subtítulos.
Quando se tratar de um encaminhamento de documentos a estrutura é a seguinte:
•• Introdução: deve iniciar com referência ao expediente que solicitou o encaminhamento. Se
a remessa do documento não tiver sido solicitada, deve iniciar com a informação do motivo
da comunicação, que é encaminhar, indicando a seguir os dados completos do documento
encaminhado (tipo, data, origem ou signatário, e assunto de que trata), e a razão pela qual
está sendo encaminhado, segundo a seguinte fórmula:
“Em resposta ao Aviso nº 50, de 2 de fevereiro de 2014, encaminho, anexa, cópia do Ofício nº
77, de 3 de março de 2013, do Departamento Geral de Infraestrutura, que trata da requisição
do servidor Fulano de Tal.”
ou
“Encaminho, para análise e pronunciamento, a anexa cópia do telegrama no 13, de 1o de
fevereiro de 2005, do Presidente da Confederação Nacional de Agricultura, a respeito de
projeto de modernização de técnicas agrícolas na região Nordeste.”
•• Desenvolvimento: se o autor da comunicação desejar fazer algum comentário a respeito
do documento que encaminha, poderá acrescentar parágrafos de desenvolvimento;

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em caso contrário, não há parágrafos de desenvolvimento em aviso ou ofício de mero


encaminhamento.
f) Fecho: respeitosamente (para autoridades de hierarquia superior) ou atenciosamente
(para autoridades de hierarquia igual ou inferior) (dependendo do destinatário);
g) Assinatura do autor da comunicação;
h) Identificação do signatário.
Os expedientes que se assemelham pela estrutura de diagramação (o padrão ofício) são o aviso,
o ofício e o memorando – ressalvadas as suas particularidades.

VIII. DOCUMENTOS
Os documentos a seguir devem ser estudados, memorizados e vividos, para não perder questão
alguma nas provas.
Vejamos a orientação do MRPR sobre AVISO e OFÍCIO:
Quanto a sua forma, aviso e ofício seguem o modelo do padrão ofício, com acréscimo do
vocativo, que invoca o destinatário (v. 2.1 Pronomes de Tratamento), seguido de vírgula.
Exemplos:
Excelentíssimo Senhor Presidente da República
Senhora Ministra
Senhor Chefe de Gabinete
Devem constar do cabeçalho ou do rodapé do ofício as seguintes informações do remetente:
– nome do órgão ou setor;
– endereço postal;
– telefone e endereço de correio eletrônico.

IX. AVISO
Os avisos são atos que competem aos Ministros de Estado que dizem respeito a assuntos
relativos aos seus ministérios. Os avisos são expedidos exclusivamente por Ministros de
Estado, Secretário-Geral da Presidência da República, Consultor-Geral da República, Chefe do
Estado Maior das Forças Armadas, Chefe do Gabinete Militar da Presidência da República e
pelos Secretários da Presidência da República, para autoridades de mesma hierarquia. Note-
se o ensinamento sobre avisos do MRPR: o aviso é expedido exclusivamente por Ministros de
Estado, para autoridades de mesma hierarquia. Usualmente, as bancas costumam mudar uma
palavra nessa sentença: trocar “aviso” por “ofício”.

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MODELO DE AVISO
BASEADO NO MANUAL DE REDAÇÃO DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

X. OFÍCIO
É o tipo mais comum de comunicação oficial. Uma vez que se trata de um documento da
correspondência oficial, só pode ser expedido por órgão público, em objeto de serviço.
O destinatário do ofício, além de outro órgão público, também pode ser um particular. O
conteúdo do ofício costuma ser matéria administrativa. Lembre-se de que o ofício é documento
eminentemente externo.

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XI. MEMORANDO
É uma modalidade de comunicação eminentemente interna, que ocorre entre unidades
administrativas de um mesmo órgão, as quais podem estar hierarquicamente em mesmo
nível ou em níveis diferentes. O uso corrente do memorando deve-se a sua simplicidade e a
sua rapidez, isso quer dizer que é uma comunicação célere. Ultimamente, o memorando vem
sendo substituído pelo correio eletrônico.
Quanto à forma, o memorando segue o modelo do padrão ofício, todavia com uma distinção:
o destinatário deve ser mencionado pelo cargo que ocupa. Veja um modelo de Memorando.

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XII. REQUERIMENTO
O requerimento é um tipo de pedido, em que o signatário pede algo que pense ser justou legal.
Qualquer indivíduo que tenha interesse no serviço público pode se valer de um requerimento,
que será dirigido a uma autoridade competente para tomar conhecimento, analisar e solucio-
nar o caso, podendo ser escrito ou datilografado (digitado).
•• Estrutura:
Apesar de não haver muita normatização a respeito do requerimento (ele não está no MRPR), é
possível distinguir alguns elementos fundamentais. Os elementos constitutivos do requerimen-
to são:
a) Vocativo: indica a autoridade a quem se dirige a comunicação. Alinhado à esquerda, sem
parágrafo, identificando a autoridade e não a pessoa em si;
b) Texto: O nome do requerente em maiúsculas, sua qualificação (nacionalidade, estado civil,
idade, residência, profissão etc.), o objeto do requerimento com a indicação dos respecti-
vos fundamentos legais e finalidade do que se requer. Quando o requerimento é dirigido à
autoridade do órgão em que o requerente exerce suas atividades, basta, por exemplo, citar
nome, cargo, lotação, número de matrícula ou registro funcional. Deve primar pela conci-
são;
c) Fecho: há fórmulas específicas para o fecho do requerimento. Algumas delas são:
•• Pede e aguarda de ferimento – P. e A. D.
•• Termos em que pede deferimento
•• Espera deferimento – E. D.
•• Aguarda deferimento – A. D.
d) Local e data;
e) Assinatura.

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MODELO DE REQUERIMENTO

Requerimento

Ao Senhor Diretor de Departamento,

Eu, João da Cunha (brasileiro,


solteiro, portador da cédula de
identidade número XX.XXX.XXX – XX)
requer a cessão do campo de futebol, a
fim da prática desportiva.

Nestes termos,

Pede e aguarda deferimento.

Cascavel,30 de setembro de 2013.

XIII. ATA
A ata é o documento que possui como finalidade o registro de ocorrências, resoluções e decisões
de assembleias, reuniões ou sessões realizadas por comissões conselhos, congregações
corporações ou outras entidades.
•• Estrutura da ata:
a) Dia, mês, ano e hora (por extenso).
b) Local da reunião.
c) Pessoas presentes, devidamente qualificadas.
d) Presidente e secretário dos trabalhos.
e) Ordem do dia (discussões, votações, deliberações etc).
f) Fecho.
Observações:
1) Não há disposição geral quanto à quantidade de pessoas que deve assinar a ata, no entanto,
em algumas circunstâncias ela é apenas assinada pelos membros que presidiram a sessão
(presidente e secretário). O mais comum é que todos os participantes da sessão assinem o
documento.

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2) A ata é documento de valor jurídico. Por isso, deve ser redigida de modo que não sejam
possíveis alterações posteriores à assinatura. Os erros são ressalvados, no texto, com a
expressão “digo” e, após a redação com a expressão “em tempo”.
3) Não há parágrafos ou alíneas em uma ata. Deve-se redigir tudo em apenas um parágrafo,
evitando os espaços em branco.
4) A ata deve apresentar um registro fiel dos fatos ocorridos em uma sessão. Em razão disso,
sua linguagem deve primar pela clareza, precisão e concisão.

XIV. PARECER
O parecer é o pronunciamento fundamentado, com caráter opinativo, de autoria de comissão
ou de relator designado em Plenário, sobre matéria sujeita a seu exame. É constituído das
seguintes partes:
a) Designação: número do processo respectivo, no alto, no centro do papel (Processo nº).
Esse item não está presente em todos os pareceres, necessariamente.
b) Título: denominação do ato, seguido de número de ordem (Parecer nº).
c) Ementa: resumo do assunto do parecer. Deve ser concisa, escrita a dois espaços do título.
d) Texto: que consta de:
•• introdução (histórico);
•• esclarecimentos (análise do fato);
•• conclusão do assunto, clara e objetiva.
e) Fecho: que compreende:
•• local e/ou denominação do órgão (sigla);
•• data;
•• assinatura (nome e cargo de quem emite o parecer).

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MODELO DE PARECER

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Atestado
Atestado é o documento mediante o qual a autoridade comprova um fato ou uma situação de
que tenha conhecimento em razão do cargo que ocupa ou da função que exerce.

Generalidades:
O atestado é simplesmente uma comprovação de fatos ou situações comuns, possíveis de
modificações frequentes. Tratando se de fatos ou situações permanentes e que constam
nos arquivos da Administração, o documento apropriado para comprovar sua existência é
a certidão. O atestado é mera declaração a repeito de algo, ao passo que a certidão é uma
transcrição.

Partes do atestado:
a) Título ou epígrafe: denominação do ato (atestado), centralizada na página.
b) Texto: exposição do objeto da atestação. Pode se declarar, embora não seja obrigatório, a
pedido de quem e com que finalidade o documento é emitido.
c) Local e data: cidade, dia, mês e ano da emissão do ato, podendo se, também, citar,
preferentemente sob forma de sigla, o nome do órgão onde a autoridade signatária do
atestado exerce suas funções.
d) Assinatura: nome e cargo ou função da autoridade que atesta.
MODELO

ATESTADO

Atesto, para os devidos fins, que Marcelo


Adriano Ferreira faz parte do grupo de
instrutores do Centro Acadêmico de
Gilomba.

Belo Horizonte, 25 de dezembro de


2014.

Ataliba Graúdo
(Diretor do Programa)

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Certidão
Certidão é o ato pelo qual se procede à publicidade de algo relativo à atividade Cartorária, a fim
de que, sobre isso, não haja dúvidas. Possui formato padrão próprio, termos essenciais que lhe
dão suas características. Exige linguagem formal, objetiva e concisa.
Termos essenciais de uma certidão:
a) Afirmação: CERTIFICO E DOU FÉ QUE,
b) Identificação do motivo de sua expedição: A PEDIDO DA PARTE INTERESSADA,
c) Ato a que se refere: REVENDO OS ASSENTAMENTOS CONSTANTES DESTE CARTÓRIO, NÃO
LOGREI ENCONTRAR AÇÃO MOVIDA CONTRA FULANO DE TAL, RG 954458234, NO PERÍODO
DE 01/2000 ATÉ A PRESENTE DATA.
d) Data de sua expedição: EM 16/05/2014.
e) Assinatura: O ESCRIVÃO:

XV. APOSTILA
Apostila é o aditamento (acréscimo de informações) a um ato administrativo anterior, para fins
de retificação ou atualização. A apostila tem por objeto a correção de dados constantes em atos
administrativos anteriores ou o registro de alterações na vida funcional de um servidor, tais
como promoções, lotação em outro setor, majoração de vencimentos, aposentadoria, reversão
à atividade etc.
Normalmente, a apostila é feita no verso do documento a que se refere. Pode, no entanto, caso
não haja mais espaço para o registro de novas alterações, ser feita em folha separada (com
timbre oficial), que se anexará ao documento principal. É lavrada como um termo e publicada
em órgão oficial.
Partes:
São, usualmente, as seguintes:
a) Título – denominação do documento (apostila).
b) Texto – desenvolvimento do assunto.
c) Data, às vezes precedida da sigla do órgão.
d) Assinatura nome e cargo ou função da autoridade.

APOSTILA
O funcionário a quem se refere o presente Ato passou a ocupar, a partir de 12 de dezembro de
2012, a classe de Professor ............. ....... código EC do Quadro único de Pessoal Parte
Permanente, da Universidade Federal do Paraná, de acordo com a relação nominal anexa ao
Decreto nº XXXXX, de 28 de junho de 1977, publi¬cado no Diário Oficial de 21 de julho de 1977.

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ATA – Redação Oficial – Prof. Pablo Jamilk

César Petrarca (Diretor de Campus).

XVI. DECLARAÇÃO
A declaração deve ser fornecida por pessoa credenciada ou idônea que nele assume a
responsabilidade sobre uma situação ou a ocorrência de um fato. Portanto, é uma comprovação
escrita com caráter de documento.
A declaração pode ser manuscrita em papel almaço simples (tamanho ofício) ou digitada/dati-
lografada. Quanto ao aspecto formal, divide se nas seguintes partes:
a) Timbre: impresso como cabeçalho, contendo o nome do órgão ou empresa. Atualmente a
maioria das empresas possui um impresso com logotipo. Nas de¬clarações particulares usa
se papel sem timbre.
b) Título: deve se colocá-lo no centro da folha, em caixa-alta.
c) Texto: deve se iniciá-lo a cerca de quatro linhas do título. Dele deve constar:
•• Identificação do emissor. Se houver vários emissores, é aconselhável escrever, para facilitar:
os abaixo assinados.
•• O verbo atestar ou declarar deve aparecer no presente do indicativo, terceira pessoa do
singular ou do plural.
•• Finalidade do documento: em geral costuma se usar o termo "para os devidos fins", mas
também pode se especificar: "para fins de trabalho", "para fins escolares", etc.
•• Nome e dados de identificação do interessado. Esse nome pode vir em caixa alta, para
facilitar a visualização.
•• Citação do fato a ser atestado.
d) Local e data: deve se escrevê-los a cerca de três linhas do texto.
e) Assinatura: assina se a cerca de três linhas abaixo do local e data.

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MODELO DE DECLARAÇÃO

XVII. PORTARIA
São atos pelos quais as autoridades competentes determinam providências de caráter adminis-
trativo, dão instruções sobre a execução de leis e de serviços, definem situações funcionais e
aplicam medidas de ordem disciplinar.
Basicamente, possuem o objetivo de delegar competências, designar membros de comissões,
criar grupos-tarefa, aprovar e discriminar despesas, homologar concursos (inscrições, resulta-
dos etc).
Partes (estrutura):
a) Numeração (classificação): número do ato e data de expedição.
b) Título: denominação completa (em caracteres maiúsculos, preferencialmente) da autorida-
de que expede o ato.
c) Fundamentação: citação da legislação básica em que a autoridade apóia sua decisão, se-
guida do termo resolve. Eventualmente, pode ser substituída por “no uso de suas atribui-
ções”.

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ATA – Redação Oficial – Prof. Pablo Jamilk

d) Texto: desenvolvimento do assunto.


e) Assinatura: nome da autoridade que expede o ato.
PORTARIA Nº 2.914, DE 12 DE DEZEMBRO DE 2011
Dispõe sobre os procedimentos de
controle e de vigilância da qualidade
da água para consumo humano e seu
padrão de potabilidade.
O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso das atribuições que lhe conferem os incisos I e II do
parágrafo único do art. 87 da Constituição, e
Considerando a Lei nº 6.437, de 20 de agosto de 1977, que configura infrações à legislação
sanitária federal e estabelece as sanções respectivas;
Considerando a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, que dispõe sobre as condições para
a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços
correspondentes;
Considerando a Lei nº 9.433, de 1º de janeiro de 1997, que institui a Política Nacional de Recursos
Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, regulamenta o inciso
XIX do art. 21 da Constituição e altera o art. 1º da Lei nº 8.001, de 13 de março de 1990, que
modificou a Lei nº 7.990, de 28 de dezembro de 1989;
Considerando a Lei nº 11.107, de 6 de abril de 2005, que dispõe sobre normas gerais de
contratação de consórcios públicos;
Considerando a Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007, que estabelece diretrizes nacionais para
o saneamento básico, altera as Leis nºs 6.766, de 19 de dezembro de 1979, 8.036, de 11 de
maio de 1990, 8.666, de 21 de junho de 1993, 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, e revoga a Lei
nº 6.528, de 11 de maio de 1978;
ALEXANDRE ROCHA SANTOS PADILHA

Telegrama

Definição e Finalidade
Com o fito de uniformizar a terminologia e simplificar os procedimentos burocráticos, passa a
receber o título de telegrama toda comunicação oficial expedida por meio de telegrafia, telex,
etc.
Por tratar-se de forma de comunicação dispendiosa aos cofres públicos e tecnologicamente
superada, deve restringir-se o uso do telegrama apenas àquelas situações que não seja possível
o uso de correio eletrônico ou fax e que a urgência justifique sua utilização e, também em
razão de seu custo elevado, esta forma de comunicação deve pautar-se pela concisão (v. 1.4.
Concisão e Clareza).

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Forma e Estrutura
Não há padrão rígido, devendo-se seguir a forma e a estrutura dos formulários disponíveis nas
agências dos Correios e em seu sítio na Internet.

Exposição de Motivos

Definição e Finalidade
Exposição de motivos é o expediente dirigido ao Presidente da República ou ao Vice-Presidente
para:
a) informá-lo de determinado assunto;
b) propor alguma medida; ou
c) submeter a sua consideração projeto de ato normativo.
Em regra, a exposição de motivos é dirigida ao Presidente da República por um Ministro de
Estado.
Nos casos em que o assunto tratado envolva mais de um Ministério, a exposição de motivos
deverá ser assinada por todos os Ministros envolvidos, sendo, por essa razão, chamada de in-
terministerial.

Forma e Estrutura
Formalmente, a exposição de motivos tem a apresentação do padrão ofício (v. 3. O Padrão Ofí-
cio). O anexo que acompanha a exposição de motivos que proponha alguma medida ou apre-
sente projeto de ato normativo, segue o modelo descrito adiante.
A exposição de motivos, de acordo com sua finalidade, apresenta duas formas básicas de estru-
tura: uma para aquela que tenha caráter exclusivamente informativo e outra para a que propo-
nha alguma medida ou submeta projeto de ato normativo.
No primeiro caso, o da exposição de motivos que simplesmente leva algum assunto ao conheci-
mento do Presidente da República, sua estrutura segue o modelo antes referido para o padrão
ofício.

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Exemplo de Exposição de Motivos de caráter informativo

(297 x 210mm)

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Já a exposição de motivos que submeta à consideração do Presidente da República a sugestão
de alguma medida a ser adotada ou a que lhe apresente projeto de ato normativo – embora
sigam também a estrutura do padrão ofício –, além de outros comentários julgados pertinentes
por seu autor, devem, obrigatoriamente, apontar:
a) na introdução: o problema que está a reclamar a adoção da medida ou do ato normativo
proposto;
b) no desenvolvimento: o porquê de ser aquela medida ou aquele ato normativo o ideal para
se solucionar o problema, e eventuais alternativas existentes para equacioná-lo;
c) na conclusão, novamente, qual medida deve ser tomada, ou qual ato normativo deve ser
editado para solucionar o problema.
Deve, ainda, trazer apenso o formulário de anexo à exposição de motivos, devidamente pre-
enchido, de acordo com o seguinte modelo previsto no Anexo II do Decreto no 4.176, de 28 de
março de 2002.
Anexo à Exposição de Motivos do (indicar nome do Ministério ou órgão equivalente) no , de
de de 200.
1. Síntese do problema ou da situação que reclama providências

2. Soluções e providências contidas no ato normativo ou na medida proposta

3. Alternativas existentes às medidas propostas

Mencionar:
•• se há outro projeto do Executivo sobre a matéria;
•• se há projetos sobre a matéria no Legislativo;
•• outras possibilidades de resolução do problema.

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4. Custos

Mencionar:
•• se a despesa decorrente da medida está prevista na lei orçamentária anual; se não,
quais as alternativas para custeá-la;
•• se é o caso de solicitar-se abertura de crédito extraordinário, especial ou suple-
mentar;
•• valor a ser despendido em moeda corrente;

5. Razões que justificam a urgência (a ser preenchido somente se o ato proposto for medida
provisória ou projeto de lei que deva tramitar em regime de urgência)

Mencionar:
•• se o problema configura calamidade pública;
•• por que é indispensável a vigência imediata;
•• se se trata de problema cuja causa ou agravamento não tenham sido previstos;
•• se se trata de desenvolvimento extraordinário de situação já prevista.

6. Impacto sobre o meio ambiente (sempre que o ato ou medida proposta possa vir a tê-lo)

7. Alterações propostas

TEXTO ATUAL TEXTO PROPOSTO

8. Síntese do parecer do órgão jurídico


•• Com base em avaliação do ato normativo ou da medida proposta à luz das questões levan-
tadas no item 10.4.3.
A falta ou insuficiência das informações prestadas pode acarretar, a critério da Subchefia para
Assuntos Jurídicos da Casa Civil, a devolução do projeto de ato normativo para que se complete
o exame ou se reformule a proposta.

www.acasadoconcurseiro.com.br 169
O preenchimento obrigatório do anexo para as exposições de motivos que proponham a ado-
ção de alguma medida ou a edição de ato normativo tem como finalidade:
a) permitir a adequada reflexão sobre o problema que se busca resolver;
b) ensejar mais profunda avaliação das diversas causas do problema e dos efeitos que pode
ter a adoção da medida ou a edição do ato, em consonância com as questões que devem
ser analisadas na elaboração de proposições normativas no âmbito do Poder Executivo (v.
10.4.3.).
c) conferir perfeita transparência aos atos propostos.
Dessa forma, ao atender às questões que devem ser analisadas na elaboração de atos nor-
mativos no âmbito do Poder Executivo, o texto da exposição de motivos e seu anexo comple-
mentam-se e formam um todo coeso: no anexo, encontramos uma avaliação profunda e direta
de toda a situação que está a reclamar a adoção de certa providência ou a edição de um ato
normativo; o problema a ser enfrentado e suas causas; a solução que se propõe, seus efeitos e
seus custos; e as alternativas existentes. O texto da exposição de motivos fica, assim, reservado
à demonstração da necessidade da providência proposta: por que deve ser adotada e como
resolverá o problema.
Nos casos em que o ato proposto for questão de pessoal (nomeação, promoção, ascensão,
transferência, readaptação, reversão, aproveitamento, reintegração, recondução, remoção,
exoneração, demissão, dispensa, disponibilidade, aposentadoria), não é necessário o encami-
nhamento do formulário de anexo à exposição de motivos.
Ressalte-se que:
– a síntese do parecer do órgão de assessoramento jurídico não dispensa o encaminhamento
do parecer completo;
– o tamanho dos campos do anexo à exposição de motivos pode ser alterado de acordo com a
maior ou menor extensão dos comentários a serem ali incluídos.
Ao elaborar uma exposição de motivos, tenha presente que a atenção aos requisitos básicos da
redação oficial (clareza, concisão, impessoalidade, formalidade, padronização e uso do padrão
culto de linguagem) deve ser redobrada. A exposição de motivos é a principal modalidade de
comunicação dirigida ao Presidente da República pelos Ministros. Além disso, pode, em certos
casos, ser encaminhada cópia ao Congresso Nacional ou ao Poder Judiciário ou, ainda, ser pu-
blicada no Diário Oficial da União, no todo ou em parte.

Mensagem

Definição e Finalidade
É o instrumento de comunicação oficial entre os Chefes dos Poderes Públicos, notadamente as
mensagens enviadas pelo Chefe do Poder Executivo ao Poder Legislativo para informar sobre
fato da Administração Pública; expor o plano de governo por ocasião da abertura de sessão
legislativa; submeter ao Congresso Nacional matérias que dependem de deliberação de suas

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Casas; apresentar veto; enfim, fazer e agradecer comunicações de tudo quanto seja de interes-
se dos poderes públicos e da Nação.
Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos Ministérios à Presidência da República, a
cujas assessorias caberá a redação final.

Forma e Estrutura
As mensagens contêm:
a) a indicação do tipo de expediente e de seu número, horizontalmente, no início da margem
esquerda:

Mensagem nº
b) vocativo, de acordo com o pronome de tratamento e o cargo do destinatário, horizontal-
mente, no início da margem esquerda;
Excelentíssimo Senhor Presidente do Senado Federal,
c) o texto, iniciando a 2 cm do vocativo;
d) o local e a data, verticalmente a 2 cm do final do texto, e horizontalmente fazendo coincidir
seu final com a margem direita.
A mensagem, como os demais atos assinados pelo Presidente da República, não traz identifica-
ção de seu signatário.

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Exemplo de Mensagem

(297 x 210mm)

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Fax

Definição e Finalidade
O fax (forma abreviada já consagrada de fac-simile) é uma forma de comunicação que está
sendo menos usada devido ao desenvolvimento da Internet. É utilizado para a transmissão de
mensagens urgentes e para o envio antecipado de documentos, de cujo conhecimento há pre-
mência, quando não há condições de envio do documento por meio eletrônico. Quando neces-
sário o original, ele segue posteriormente pela via e na forma de praxe.
Se necessário o arquivamento, deve-se fazê-lo com cópia xerox do fax e não com o próprio fax,
cujo papel, em certos modelos, se deteriora rapidamente.

Forma e Estrutura
Os documentos enviados por fax mantêm a forma e a estrutura que lhes são inerentes.
É conveniente o envio, juntamente com o documento principal, de folha de rosto, i. é., de pe-
queno formulário com os dados de identificação da mensagem a ser enviada, conforme exem-
plo a seguir:

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Correio Eletrônico

Definição e finalidade
O correio eletrônico ("e-mail"), por seu baixo custo e celeridade, transformou-se na principal
forma de comunicação para transmissão de documentos.

Forma e Estrutura
Um dos atrativos de comunicação por correio eletrônico é sua flexibilidade. Assim, não interes-
sa definir forma rígida para sua estrutura. Entretanto, deve-se evitar o uso de linguagem incom-
patível com uma comunicação oficial (v. 1.2 A Linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais).
O campo assunto do formulário de correio eletrônico mensagem deve ser preenchido de modo
a facilitar a organização documental tanto do destinatário quanto do remetente.
Para os arquivos anexados à mensagem deve ser utilizado, preferencialmente, o formato Rich
Text. A mensagem que encaminha algum arquivo deve trazer informações mínimas sobre seu
conteúdo..
Sempre que disponível, deve-se utilizar recurso de confirmação de leitura. Caso não seja dispo-
nível, deve constar da mensagem pedido de confirmação de recebimento.

Valor documental
Nos termos da legislação em vigor, para que a mensagem de correio eletrônico tenha valor
documental, i. é, para que possa ser aceito como documento original, é necessário existir certi-
ficação digital que ateste a identidade do remetente, na forma estabelecida em lei.

DESPACHO
É o pronunciamento de autoridade administrativa em petição que lhe é dirigida, ou ato relativo
ao andamento do processo. Pode ter caráter decisório ou apenas de expediente.
Estrutura
1. Nome do órgão principal e secundário.
2. Número do processo.
3. Data.
4. Texto.
5. Assinatura e função ou cargo da autoridade.
Observação: O despacho pode constituir-se de uma palavra, de uma expressão ou de um texto
mais longo.

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Questões

1. (30180) CESGRANRIO – 2011 – PORTUGUÊS 4. (72227) CESPE – 2010 – PORTUGUÊS –


Redação de Correspondências Oficiais Redação de Correspondências Oficiais
A clareza, a concisão e a correção são re- Cada um dos itens abaixo apresenta um
quisitos das comunicações oficiais. Dessa fragmento hipotético de correspondência
forma, uma comunicação oficial concisa é oficial, seguido de uma proposta de classi-
aquela em que se: ficação desse fragmento (entre parênteses)
quanto à parte e ao padrão de correspon-
a) utiliza da prolixidade. dência. Julgue-os quanto ao aspecto gra-
b) evita o uso de palavras ambíguas. matical, quanto à classificação proposta e
c) menciona o estritamente indispensável. quanto à observância das recomendações
d) evitam os vícios de linguagem. previstas para o padrão de correspondência
e) observam as regras gramaticais. indicado.
2. (39936) CESPE – 2013 – PORTUGUÊS – Aos dez dias do mês de novembro do ano
Redação de Correspondências Oficiais de dois mil e nove, às dez horas, na sala de
reuniões do Departamento de Biologia Ce-
Julgue o item seguinte, à luz das prescrições lular da Universidade de Brasília, teve início
do Manual de Redação da Presidência da a... (cabeçalho de uma ata)
República.
( ) Certo   ( ) Errado
Para formatação do aviso, utiliza-se como
modelo o padrão ofício.
5. (72232) CESPE – 2011 – PORTUGUÊS –
( ) Certo   ( ) Errado Redação de Correspondências Oficiais
Cada um dos próximos itens apresenta um
3. (93972) CESPE – 2015 – PORTUGUÊS – trecho de correspondência oficial, que deve
Redação de Correspondências Oficiais ser julgado certo se estiver de acordo com
Considerando os aspectos estruturais e lin- os requisitos de impessoalidade, uso da mo-
guísticos das correspondências oficiais, jul- dalidade padrão da língua portuguesa, cla-
gue o item que se segue de acordo com o reza, concisão e formalidade da linguagem
Manual de Redação da Presidência da Re- exigidos na redação desse tipo de corres-
pública. pondência, ou errado, em caso contrário.

O aviso, a mensagem e o ofício são exem- Reiterando pedido feito em correspondên-


plos de comunicações oficiais que seguem cia anterior, solicitamos que seja providen-
uma diagramação própria, conhecida como ciado, com urgência, o trabalho de manu-
padrão ofício. tenção dos equipamentos do laboratório de
informática, visto que os frequentes proble-
( ) Certo   ( ) Errado mas de conexão com a Internet têm preju-
dicado o rendimento do setor.
( ) Certo   ( ) Errado

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6. (60507) CESPE – 2012 – PORTUGUÊS – b) O texto deve ser redigido em linguagem
Redação de Correspondências Oficiais clara e direta, respeitando-se a forma-
lidade que deve haver nos expedientes
Nas opções a seguir, são apresentados frag- oficiais.
mentos de correspondências oficiais. As- c) O fecho deverá caracterizar-se pela po-
sinale a opção cujo excerto apresenta as lidez, como por exemplo: Agradeço a V.
características necessárias de um texto ofi- Sa. a atenção dispensada.
cial: clareza, concisão, impessoalidade, uni- d) Deve conter o número do expediente,
formidade e linguagem culta e apropriada a seguido da sigla do órgão que o expede.
esse tipo de expediente. e) Deve conter, no início, com alinhamen-
a) Em sua comunicação, Sua Excelência to à direita, o local de onde é expedido
destaca a necessidade de incremento e a data em que foi assinado.
de pessoal nesta casa, que há muito ca-
rece de funcionários que deem conta 8. (73142) FCC – 2011 – PORTUGUÊS – Reda-
da demanda municipal, que vem cres- ção de Correspondências Oficiais
cendo ano após ano, e a população já Ao se redigir um documento oficial, deve-se
começou a perceber o acúmulo de afa- atentar para as seguintes recomendações:
zeres do órgão e passou a reclamar for-
malmente da falta de atendimento ade- I – Praticar a concisão e a clareza, de modo
quado. a que poucas palavras possam trazer muita
b) Em resposta ao memorando n.° 15, de informação, não deixando dúvida quanto à
11 de agosto de 2012, encaminham-se, significação do conjunto do texto.
em anexo, as atas das reuniões do Con-
selho Tutelar do município de Porto Ve- II – A comunicação oficial não exime o re-
lho – RO. dator de manifestar claramente sua subjeti-
c) Vossa Excelência há de reconhecer vidade, por meio de opiniões criativas e do
como é bonito o trabalho desenvolvi- posicionamento estritamente pessoal dian-
do na região e ficará encantado quando te de uma questão.
conhecer as pessoas que o desenvolve- III – A formalidade da linguagem é uma ca-
ram. racterística imprescindível da redação ofi-
d) As terras demarcadas para plantio estão cial, fazendo-se notar, por exemplo, pela
legalmente prevista, no acordo, permi- observância da norma culta e pelas formas
tindo a cultura de mais de um produto protocolares de tratamento.
e não precisando de autorização prévia
para uso. Está correto o que consta APENAS em
e) Senhor Juiz, Segue pareceres para exa-
a) I.
me e pronunciamento de Vossa Exce-
b) II.
lência. Atenciosamente, [nome do re-
c) III.
metente] Advogado Criminalista
d) I e III.
e) II e III.
7. (73144) FCC – 2011 – PORTUGUÊS – Reda-
ção de Correspondências Oficiais
A respeito dos padrões de redação de um
ofício, é INCORRETO afirmar que:
a) Deverá constar, resumidamente, o teor
do assunto do documento.

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9. (79136) CESPE – 2014 – PORTUGUÊS – Redação de Correspondências Oficiais


Com base no Manual de Redação da Presidência da República, julgue o item seguinte, relativo
à correspondência oficial hipotética apresentada.
Na situação considerada, quando for enviado, o email com a frequência dos estagiários terá
seu valor documental garantido por duas razões: por envolver dois setores de um mesmo órgão
público e por conter informações de caráter meramente administrativo.
Mem. 03/2015 – SePes
Goiânia, 21 de janeiro de 2015.
Ao Senhor Chefe do Setor de Estágios (SEst)
Assunto: Novos procedimentos paraenvio de frequência de Es-
tagiários
1. Para garantir mais agilidade em relação ao pagamento da
bolsa-estágio, informo que, a partir do mês de abril deste ano, serão
adotados novos procedimentos para o envio da frequência dos
estagiários ao Setor de Pessoal (SePes).
2. A frequência mensal de cada estagiário deverá ser enviada
para o endereço de email do SePes até o quinto dia útil de cada mês.
3. As informações do email devem ser complementadas com
anexo contendo a planilha de frequência de estagiários, carimbada
e assinada pelo chefe do SEst e pelos estagiários.
4. A observância desses procedimentos é essencial para evitar
atrasos no pagamento da bolsa.
Atenciosamente,
(espaço para assinatura)
[nome do signatário]
Chefe do Setor de Pessoal
( ) Certo   ( ) Errado

10. (39985) CESPE – 2013 – PORTUGUÊS – Redação de Correspondências Oficiais


Em relação às exigências da redação de correspondências oficiais, julgue o item seguinte.
A forma de tratamento Magnífico destina-se a autoridades do Poder Legislativo, principalmen-
te ao presidente da Câmara dos Deputados e ao do Senado Federal.
( ) Certo   ( ) Errado

11. (42693) CESPE – 2013 – PORTUGUÊS – Redação de Correspondências Oficiais


Considerando que, de acordo com o Manual de Redação da Presidência da República (2002),
“A redação oficial deve caracterizar-se pela impessoalidade, uso do padrão culto de linguagem,

www.acasadoconcurseiro.com.br 179
clareza, concisão, formalidade e uniformidade”, assinale a opção em que o fragmento apresen-
tado atende esses requisitos.
a) Dada a abertura do nosso próximo seminário, cujas inscrições encontram-se abertas até o
dia 17 de fevereiro, encaminhamos cartazes promocionais e pedimos para que os mesmos
sejam afixados nos cartórios eleitorais do estado.
b) Solicitamos que essa unidade faça um levantamento das demandas de equipamentos a
serem adquiridos para atender os setores responsáveis pelo atendimento ao cidadão. Sem
mais, renovamos votos de estima e apreço.
c) Encaminhamos o processo em anexo ao diretor-geral, com análise concluída pelo setor de
compras, para que sejam tomadas as providências necessárias referentes à solicitação da-
quela diretoria, e que depois seja dado o devido encaminhamento de restituição do pro-
cesso a esta secretaria.
d) Em virtude de compromissos assumidos anteriormente, não será possível a presença do
secretário de gestão de pessoas na mesa de abertura do seminário que realizar-se-á no
próximo dia 25, pelo que lamentamos e desejamos sucesso na realização do evento.
e) Diante das necessidades desta instituição, encaminhamos a Vossa Senhoria termo de coo-
peração que pleiteia a descentralização de recursos para a construção de prédio anexo ao
edifício sede.

12. (30065) CESPE – 2006 – PORTUGUÊS – Redação de Correspondências Oficiais


Considere que, em uma repartição pública, o chefe de departamento tenha recebido o docu-
mento a seguir, do qual as partes (1) e (2) foram ocultadas.
(1) _________ n.º 10 /2006-DNZ
Brasília, 30 de março de 2006.
Senhor Fulano de Tal:
Apresento a V.S.a o servidor José das
Quantas, matrícula n.º 303, ocupante do
cargo de Secretário do Quadro de Pessoal
Permanente deste Ministério, que passará
a ter exercício nesse Departamento, a partir
do dia 1.º do próximo mês.
Cordialmente,
(2) _____________________
Julgue o item a seguir, a respeito da situação apresentada e da correspondência oficial.
Dada a natureza do documento, a data pode ser omitida.
( ) Certo   ( ) Errado

13. (42686) CESPE – 2006 – PORTUGUÊS – Redação de Correspondências Oficiais


Julgue o item a seguir, referentes a redação de correspondências oficiais.

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ATA – Redação Oficial – Prof. Pablo Jamilk

O memorando tem como finalidade a co- 17. (38808) CESPE – 2008 – PORTUGUÊS –
municação entre os chefes de unidades ad- Redação de Correspondências Oficiais
ministrativas de órgãos distintos.
Prezado Senhor José Joaquim da Silva Xa-
( ) Certo   ( ) Errado vier,
DD. Diretor do Banco do Brasil:
14. (39917) CESPE – 2014 – PORTUGUÊS – Re-
dação de Correspondências Oficiais 1. Comunicamos que a partir desta data
nosso banco de dados digitalizados estará
Com base nas normas constantes no Manu- acessível para consultas vinte e quatro ho-
al de Redação da Presidência da República, ras por dia.
julgue o item seguinte.
2. Solicitamos que sejam feitos agendamen-
Uma das formas de se garantir a impessoa- tos, afim de processar com maior agilidade
lidade dos textos oficiais consiste na supres- os atendimentos.
são do nome próprio do signatário de uma
comunicação, que deve ser identificado Considerando o texto acima como o início
apenas por meio da menção ao cargo que de um ofício, julgue o item a seguir.
ele ocupa. A redação do ofício acima está de acordo
( ) Certo   ( ) Errado com as normas que regem a correspondên-
cia oficial.

15. (38822) CESPE – 2013 – PORTUGUÊS Reda- ( ) Certo   ( ) Errado


ção de Correspondências Oficiais
Com base no Manual de Redação da Presi- 18. (38806) CESPE – 2013 – PORTUGUÊS –
dência da República, julgue o item a seguir, Redação de Correspondências Oficiais
relativo ao formato e à linguagem de cor- Com relação à função e à linguagem das
respondências oficiais. correspondências oficiais, julgue os itens
Em regra, as comunicações assinadas pelo seguintes.
presidente da República dispensam a iden- Formas de tratamento como Vossa Exce-
tificação do signatário, à exceção da mensa- lência e Vossa Senhoria, ainda que sejam
gem, cuja redação deve seguir a recomen- empregadas sempre na segunda pessoa do
dação do padrão ofício, segundo a qual, plural e no feminino, exigem flexão verbal
em todas as comunicações oficiais, devem de terceira pessoa; além disso, o pronome
constar o nome e o cargo da autoridade re- possessivo que faz referência ao pronome
metente abaixo do local de sua assinatura. de tratamento também deve ser o de ter-
( ) Certo   ( ) Errado ceira pessoa, e o adjetivo que remete ao
pronome de tratamento deve concordar
em gênero e número com a pessoa — e não
16. (38811) CESPE – 2013 – PORTUGUÊS – Re- com o pronome — a que se refere.
dação de Correspondências Oficiais
( ) Certo   ( ) Errado
O emprego do padrão culto da língua em
expedientes oficiais é justificado pelo alto
nível de escolaridade daqueles que os redi-
gem e daqueles a quem se destinam.
( ) Certo   ( ) Errado

www.acasadoconcurseiro.com.br 181
19. (34143) FCC – 2013 – PORTUGUÊS – Redação de Correspondências Oficiais
Os pronomes de tratamento estão empregados corretamente em:
a) Espera-se que, no Brasil, Sua Santidade, o Papa Francisco, seja recebido, com o devido res-
peito, pelos jovens.
b) O advogado assim se pronunciou perante o juiz: Peço a Vossa Senhoria que ouça o depoi-
mento desta nova testemunha.
c) Senhor Chefe do Departamento de Pessoal, dirijo-me a Vossa Excelência, para solicitar o
abono de minhas faltas.
d) Vossa Majestade, a rainha da Inglaterra, foi homenageada por ocasião do aniversário de
seu reinado.
e) Refiro-me ao Ilustríssimo Senhor, Cardeal de Brasília, ao enviar-lhe as notícias do Conclave.

20. (30072) CESPE – 2009 – PORTUGUÊS – Redação de Correspondências Oficiais


Considere a hipótese de que o documento a seguir tenha sido redigido para ser encaminhado
ao diretor de segurança no trânsito do DETRAN/DF.
Memorando n.º 3/NUCET
Em 5 de fevereiro de 2009.
Ao D.D. Diretor de Segurança no Trânsito do DETRAN/DF
Assunto: ...............................................
Tem ocorrido, em anos anteriores, excessos de
motoristas quanto à perigosa mistura bebida + direção,
nos dias de folia carnavalesca, onde a ingestão de bebidas
alcoólicas se eleva, em nome da descontração e da alegria
próprios dos brasileiros.
2. Nessa época, desaparecem as diferenças entre
pobre e rico, jovem e velho, mulheres e homens, e todos se
lançam à folia, como se o mundo fosse acabar amanhã.
3. Por causa disso, solicito à Vossa Senhoria a
presença do Grupo de Teatro do DETRAN na Praça do DI,
reduto dos foliões mais intempestivos, onde se verificam
muitas ocorrências de trânsito irresponsável, no intuito de
intensificar as atividades educativas em Taguatinga, neste ano.
4. Certo de contar com vossa atenção, já demonstrada
em preitos anteriores, coloco-me à disposição para o que for de
seu desejo.
Atenciosamente,
FSFilho
Chefe do Núcleo de
Campanhas Educativas de Trânsito
Com base no texto apresentado e no que estabelece o Manual de Redação da
Presidência da República acerca da comunicação oficial, julgue os itens a seguir.

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ATA – Redação Oficial – Prof. Pablo Jamilk

Não é indicada a forma de memorando para transmitir mensagens de solicitação, como a con-
tida no texto apresentado; a modalidade correta de expediente oficial, nesse caso, seria o re-
querimento, uma vez que o signatário do texto solicita algo que o destinatário pode ou não
conceder ou deferir.
( ) Certo   ( ) Errado

21. (108243) OBJETIVA – 2016 – PORTUGUÊS – Redação de Correspondências Oficiais


Assinalar a alternativa que preenche as lacunas abaixo CORRETAMENTE:
Aviso e ofício são modalidades de comunicação oficial praticamente idênticas. A única diferen-
ça entre eles é que o ____________ é expedido exclusivamente por Ministros de Estado, para
autoridades de mesma hierarquia, ao passo que o ___________ é expedido para e pelas
demais autoridades. Ambos têm como finalidade o tratamento de assuntos oficiais pelos
órgãos da Administração Pública entre si e, no caso do __________, também com particulares.
a) aviso – ofício – ofício
b) aviso – ofício – aviso
c) ofício – aviso – aviso
d) ofício – aviso – ofício

Acesse o link a seguir ou baixe um leitor QR Code em seu celular e fotografe o código
para ter acesso gratuito aos simulados on-line. E ainda, se for assinante da Casa das
Questões, poderá assistir ao vídeo da explicação do professor.
http://acasadasquestoes.com.br/prova-imprimir.php?prova=9124593

Gabarito: 1. (30180) C 2. (39936) Certo 3. (93972) Errado 4. (72227) Certo 5. (72232) Certo 6. (60507) B 
7. (73144) C 8. (73142) D 9. (79136) Errado 10. (39985) Errado 11. (42693) E 12. (30065) Errado 13. (42686) Errado 
14. (39917) Errado 15. (38822) Errado 16. (38811) Errado 17. (38808) Errado 18. (38806) Certo 19. (34143) A 
20. (30072) Errado 21. (108243) A

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Questões

1. (42707) CESPE – 2008 – INSS – Analista do 4. (30007) CESPE – 2012 – TCE-ES – SUP.
Seguro Social – Direito
Para que a mensagem de correio eletrônico,
A respeito da redação de correspondências cada vez mais empregada no serviço públi-
oficiais, julgue o próximo item. co, tenha valor documental, é necessário
existir certificação digital que ateste a iden-
Caso uma servidora pública aposentada pre- tidade do remetente, na forma estabelecida
tenda ingressar com requerimento de revisão em lei.
do processo de sua aposentadoria no depar-
tamento de recursos humanos do órgão em ( ) Certo   ( ) Errado
que trabalhou e, por estar impossibilitada de
fazê-lo pessoalmente, queira nomear pessoa
de sua confiança para representá-la, junto 5. (30050) CESPE – 2006 – MDIC – SUP.
àquele departamento, nos atos que se façam Nas correspondências dirigidas a sacerdotes
necessários à referida solicitação, a servidora em geral, a expressão de tratamento em-
deverá redigir uma declaração, nomeando a pregada é Eminentíssimo Senhor.
pessoa escolhida, para que esta possa repre-
sentá-la nos citados atos. ( ) Certo   ( ) Errado

( ) Certo   ( ) Errado
6. (42026) CESPE – 2013 – ANP – Superior

2. (30047) CESPE – 2006 – MDIC – SUP. Acerca da linguagem e do formato empre-


gados na redação de correspondências ofi-
Julgue o item seguinte a respeito do empre- ciais, julgue o item seguinte.
go de expressões de tratamento na corres-
pondência oficial. Com vistas à agilidade e para evitar o des-
necessário aumento do número de comu-
Entre as autoridades do Poder Judiciário no- nicações, recomenda-se que os despachos
meadas, obrigatoriamente, com o tratamen- ao memorando sejam efetuados no próprio
to Senhor antecedido da fórmula Excelentís- documento e, se faltar espaço, em folha de
simo, figuram juízes e desembargadores. continuação.
( ) Certo   ( ) Errado ( ) Certo   ( ) Errado

3. (39963) CESPE – 2013 – DEPEN – Médio


Com base no Manual de Redação da Presi-
dência da República, julgue o próximo item.
A forma de tratamento Digníssimo deve ser
utilizada apenas para parlamentares, como
deputados federais, estaduais, distritais e
senadores.
( ) Certo   ( ) Errado

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7. (72248) CESPE – 2013 – MI – Todos os Cargos 9. (72247) CESPE – 2013 – MI – Todos os Cargos
Com relação às características gerais dos di- Considerando as normas e as características
versos tipos de comunicação oficial, julgue da redação oficial, julgue os itens a seguir.
os itens subsecutivos.
Em um documento oficial conciso, são eli-
É obrigatória a identificação do signatário minados termos desnecessários, o que per-
nas mensagens, instrumento de comunica- mite transmitir um máximo de informação
ção oficial empregado pelo chefe do Poder com um mínimo de palavras. A concisão,
Executivo federal para o encaminhamento portanto, contribui para a clareza do texto
ao Congresso Nacional de projeto de lei or- oficial.
dinária, complementar ou financeira e de
medida provisória e para a indicação de au- ( ) Certo   ( ) Errado
toridades.
( ) Certo   ( ) Errado 10. (42004) CESPE – 2013 – TELEBRAS – Médio
Com base no Manual de Redação da Presi-
8. (30002) CESPE – 2006 – MPE-TO – SUP. dência da República, julgue o próximo item,
relativo às comunicações oficiais.
Caso um chefe de departamento do servi-
ço público resolvesse recomendar aos fun- Mesmo nas comunicações oficiais que cir-
cionários o emprego da linguagem simples, culam em meios restritos, deve-se evitar o
sem floreios, o expediente de comunicação uso de linguagem específica a determinados
oficial mais adequado e ágil para tal seria o grupos.
parecer técnico acompanhado da exposição ( ) Certo   ( ) Errado
de motivos.
( ) Certo   ( ) Errado

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11. (30071) CESPE – 2009 – DETRAN – Médio


Considere a hipótese de que o documento a seguir tenha sido redigido para ser encaminhado
ao diretor de segurança no trânsito do DETRAN/DF.
Memorando n.º 3/NUCET
Em 5 de fevereiro de 2009
Ao D.D. Diretor de Segurança no Trânsito do DETRAN/DF
Assunto: ...............................................
 Tem ocorrido, em anos anteriores, excessos de
motoristas quanto à perigosa mistura bebida + direção,
nos dias de folia carnavalesca, onde a ingestão de bebidas
alcoólicas se eleva, em nome da descontração e da alegria
próprios dos brasileiros.
2.  Nessa época, desaparecem as diferenças entre
pobre e rico, jovem e velho, mulheres e homens, e todos se
lançam à folia, como se o mundo fosse acabar amanhã.
3.  Por causa disso, solicito à Vossa Senhoria a
presença do Grupo de Teatro do DETRAN na Praça do DI,
reduto dos foliões mais intempestivos, onde se verificam
muitas ocorrências de trânsito irresponsável, no intuito de
intensificar as atividades educativas em Taguatinga, neste ano.
4.  Certo de contar com vossa atenção, já demonstrada
em preitos anteriores, coloco-me à disposição para o que for de
seu desejo.
Atenciosamente,
FSFilho
Chefe do Núcleo de
Campanhas Educativas de Trânsito

Com base no texto apresentado e no que estabelece o Manual de Redação da Presidência da


República acerca da comunicação oficial, julgue os itens a seguir.
O campo “Assunto” do documento em pauta estaria corretamente preenchido com a frase: So-
licitação da presença do Grupo de Teatro do DETRAN na Praça do DI.
( ) Certo   ( ) Errado

12. (39951) CESPE – 2013 – FUB – Médio


Em relação aos tipos de correspondência oficial, julgue o item seguinte.
O memorando é uma comunicação entre unidades administrativas de um mesmo órgão.
( ) Certo   ( ) Errado

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13. (39949) CESPE – 2013 – FUB – Fundamental
Em relação aos tipos de correspondência oficial, julgue o item seguinte.
O aviso é uma correspondência entre um funcionário e uma autoridade de hierarquia superior.
( ) Certo   ( ) Errado

14. (30054) CESPE – 2008 – TCU – SUP.


Cidade, 8 de janeiro de 2008.
[Nome]
Diretor do Departamento de Imagem Urbana
CEP – Cidade – UF

Assunto: Gabinete de Rua

Sr. Diretor,
1.  Dando início aos trabalhos desta Câmara Municipal
para o ano de 2008, realizaremos o primeiro Gabinete de Rua,
no dia 19 do corrente. Para tanto, solicitamos que V. S.ª
expresse vossa autorização para a montagem de um estande
para a realização da referida atividade na Praça das Flores
(Centro), das 9 às 13 horas.
2.  Informamos que o Gabinete de Rua consiste
em ação de cidadania, oportunidade em que os munícipes terão
acesso a alguns serviços de saúde, tais como aferição de
pressão, exame de glicemia capilar, além de poderem
apresentar, por meio do preenchimento de questionário, suas
reivindicações para a melhoria da cidade.
3.  Certos da atenção que nos será dispensada,
agradecemos antecipadamente.
Atenciosamente,
[Nome]
[Vereador]
Considerando o documento acima, julgue o item que se segue, referente à redação de corres-
pondências oficiais.
O fecho utilizado no documento não está adequado à hierarquia dos cargos, devendo ser subs-
tituído por Respeitosamente.
( ) Certo   ( ) Errado

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15. (107968) CESPE – 2015 – TJ DF – MÉDIO


XXX n.º 524/1991/SG-PR
Brasília, 5 de março de 2005.
Vossa Excelência o Deputado Pedro Antonio
Secretário-Geral de Recursos Humanos da Câmara Federal
1.  Em atendimento ao Projeto Interinstitucional de Capacitação Técnica dos
Servidores Públicos do Governo Federal, tenho a honra de solicitar a Sua
Senhoria o agendamento de visita técnica e reunião para intercâmbio de
procedimentos e rotinas entre os funcionários das unidades de Edições
Técnicas da Câmara Federal e do Tribunal de Justiça.
2.  Solicitamos, conforme entendimentos prévios entre os órgãos, que seja
marcado a data de 1º/4/2005 para a referida visita, que deverá ocorrer no
período vespertino, entre as 14h e as 18h.
3.  Ao todo serão deslocados nesta data para as dependências da Unidade
de Edições Técnicas da Câmara Federal cinco funcionários que trabalham
diretamente com revisão de textos, preparação de originais e editoração
eletrônica.
4.  Preciso que a confirmação do agendamento seja enviada o mais
rapidamente possível a fim de que possamos chamar os funcionários e
dizer que eles têm esse compromisso e que não podem faltar.
  Cordialmente,
Nilma Ariela
Diretora de Recursos Humanos do Tribunal de Justiça
Com base na normatização das correspondências oficiais prevista no Manual de Redação da
Presidência da República, julgue o item a seguir, tendo como referência o texto precedente.
Nesse tipo de comunicação oficial, é desnecessário o emprego do vocativo, conforme o referi-
do manual.
( ) Certo   ( ) Errado

Gabarito: 1. (42707) Errado 2. (30047) Errado 3. (39963) Errado 4. (30007) Certo 5. (30050) Errado 6. (42026) Certo 
7. (72248) Errado 8. (30002) Errado 9. (72247) Certo 10. (42004) Certo 11. (30071) Certo 12. (39951) Certo 
13. (39949) Errado 14. (30054) Errado 15. (107968) Errado

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Matemática

Professor Dudan

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Edital

MATEMÁTICA: Numeração; Números naturais: múltiplos, divisores, divisibilidade e restos;


M.D.C. e M.M.C.; Números fracionários e Operações com frações; Números Decimais e Dízimas
Periódicas; Sistemas de Unidade, Notação Científica e Bases não Decimais; Razões e Proporções;
Escalas; Divisão Proporcional; Regra de Três Simples ou Composta; Teoria dos Conjuntos:
Conjuntos Numéricos; Relações, Funções de Primeiro e Segundo Grau; Noções de Probabilidade
e Estatística Descritiva; Aplicações e Operações com Inequações; Sequências e Progressões
Aritméticas e Geométricas; Operações com Matrizes, Logaritmos, Raízes e Radicais, Fatoração
Algébrica. Princípios de contagem e probabilidade, Operações com conjuntos, Raciocínio lógico
envolvendo problemas aritméticos, geométricos e matriciais.

BANCA: ESAF
CARGO: Assistente Técnico Administrativo

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Módulo
Aula XX
1

CONJUNTOS NUMÉRICOS

Números Naturais (ℕ)

Definição: ℕ = {0, 1, 2, 3, 4,...}

Subconjuntos
ℕ* = {1, 2, 3, 4,...} naturais não nulos.

Números Inteiros (ℤ)

Definição: ℤ = {..., – 4, – 3, – 2, – 1, 0, 1, 2, 3, 4,...}

Subconjuntos
ℤ* = {..., – 4, – 3, – 2, – 1, 1, 2, 3, 4,...} inteiros não nulos.

ℤ + = {0, 1, 2, 3, 4,...} inteiros não negativos (naturais).

ℤ*+ = {1, 2, 3, 4,...} inteiros positivos.

ℤ- = {..., – 4, – 3, – 2, – 1, 0} inteiros não positivos.

ℤ*- = {..., – 4, – 3, – 2, – 1} inteiros negativos.

O módulo de um número inteiro, ou valor absoluto, é a distância da origem a esse ponto


representado na reta numerada. Assim, módulo de – 4 é 4 e o módulo de 4 é também 4.

|– 4| = |4| = 4

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Números Racionais (ℚ)

Definição – É todo número que pode ser escrito na forma:


p
com p ∈ ℤ e q ∈ ℤ*.
q

Subconjuntos
ℚ* à racionais não nulos.
ℚ + à racionais não negativos.
ℚ*+ à racionais positivos.
ℚ- à racionais não positivos.
ℚ*- à racionais negativos.

Frações, Decimais e Fração Geratriz


Decimais exatos
2 1
= 0,4 = 0,25
5 4

Decimais periódicos
1 7
= 0,333... = 0,3 = 0,777... = 0,7
3 9

Transformação de dízima periódica em fração geratriz

1. Escrever tudo na ordem, sem vírgula e sem repetir.


2. Subtrair o que não se repete, na ordem e sem vírgula.
3. No denominador:
•• Para cada item “periódico”, colocar um algarismo “9”;
•• Para cada intruso, se houver, colocar um algarismo “0”.

Exemplos
07 − 0 7
a) 0,777... Seguindo os passos descritos: =
9 9
14 - 1 13
b) 1,444... Seguindo os passos descritos: =
9 9

196 www.acasadoconcurseiro.com.br
ATA – Matemática – Prof. Dudan

123 - 1
c) 1,232323... Seguindo os passos descritos: = 122/99
99
2134 - 21
d) 2,1343434... Seguindo os passos descritos: = 2113/990
990

Números Irracionais (𝕀)

Definição: Todo número cuja representação decimal não é periódica.

Exemplos:
0,212112111... 1,203040... 2 π

Números Reais (ℝ)

Definição: Conjunto formado pelos números racionais e pelos irracionais.


ℝ = ℚ ∪ 𝕀, sendo ℚ ∩ 𝕀 = Ø

Subconjuntos
ℝ* = {x ∈ R | × ≠ 0} à reais não nulos
R
ℝ + = {x ∈ R | × ≥ 0} à reais não negativos Q I

Z
ℝ*+ = {x ∈ R | × > 0} à reais positivos
N
ℝ- = {x ∈ R | × ≤ 0} à reais não positivos
ℝ*- = {x ∈ R | × < 0} à reais negativos

Números Complexos ( )

Definição: Todo número que pode ser escrito na forma a + bi, com a e b reais.

Exemplos:
3 + 2i – 3i – 2 + 7i 9
1,3 1,203040... 2 π

Resumindo:
Todo número é complexo.

www.acasadoconcurseiro.com.br 197
Teoria dos Conjuntos (Linguagem dos Conjuntos)
Conjunto é um conceito primitivo, isto é, sem definição, que indica agrupamento de objetos,
elementos, pessoas, etc. Para nomear os conjuntos, usualmente são utilizadas letras maiúsculas
do nosso alfabeto.

Representações:
Os conjuntos podem ser representados de três formas distintas:
I – Por enumeração (ou extensão): Nessa representação, o conjunto é apresentado pela citação
de seus elementos entre chaves e separados por vírgula. Assim, temos:
•• O conjunto “A” das vogais -> A = {a, e, i, o, u};
•• O conjunto “B” dos números naturais menores que 5 -> B = {0, 1, 2, 3, 4};
•• O conjunto “C” dos estados da região Sul do Brasil -> C = {RS, SC, PR}.
II – Por propriedade (ou compreensão): Nesta representação, o conjunto é apresentado por
uma lei de formação que caracteriza todos os seus elementos. Assim, o conjunto “A” das vogais
é dado por A = {x / x é vogal do alfabeto} -> (Lê-se: A é o conjunto dos elementos x, tal que x é
uma vogal).
Outros exemplos:
•• B = {x/x é número natural menor que 5}
•• C = {x/x é estado da região Sul do Brasil}
III – Por Diagrama de Venn: Nessa representação, o conjunto é apresentado por meio de uma
linha fechada de tal forma que todos os seus elementos estejam no seu interior. Assim, o
conjunto “A” das vogais é dado por:

a.
e.
A i.
o.
u.

Classificação dos Conjuntos


Vejamos a classificação de alguns conjuntos:
•• Conjunto Unitário: possui apenas um elemento. Exemplo: o conjunto formados pelos
números primos e pares.
•• Conjunto Vazio: não possui elementos, é representado por ∅ ou, mais raramente, por { }.
Exemplo: um conjunto formado por elemento par, primo e diferente de 2.

198 www.acasadoconcurseiro.com.br
ATA – Matemática – Prof. Dudan

•• Conjunto Universo (U): possui todos os elementos necessários para a realização de um


estudo (pesquisa, entrevista, etc.)
•• Conjunto Finito: um conjunto é finito quando seus elementos podem ser contados um a
um, do primeiro ao último, e o processo chega ao fim. Indica-se n (A) o número (quantidade)
de elementos do conjunto “A”.
Exemplo: A = {1, 4, 7, 10} é finito e n(A) = 4
•• Conjunto Infinito: um conjunto é infinito quando não é possível contar seus elementos do
primeiro ao último.

Relação de Pertinência

É uma relação que estabelecemos entre elemento e conjunto, em que fazemos uso dos
símbolos ∈ e ∉.
Exemplo:
Fazendo uso dos símbolos ∈ ou ∉, estabeleça a relação entre elemento e conjunto:

a) 10 ____ ℕ

b) – 4 ____ ℕ

c) 0,5 ____ 𝕀

d) – 12,3 ____ ℚ

e) 0,1212... ____ ℚ

f) 3 ____ 𝕀

g) -16 ____ ℝ

www.acasadoconcurseiro.com.br 199
Relação de Inclusão

É uma relação que estabelecemos entre dois conjuntos. Para essa relação, fazemos uso dos
símbolos ⊂, ⊄, ⊃ e ⊅.

Exemplos:
Fazendo uso dos símbolos de inclusão, estabeleça a relação entre os conjuntos:
ℕ _____ ℤ
ℚ _____ ℕ
ℝ _____ 𝕀
𝕀 _____ ℚ

Observações:
•• Dizemos que um conjunto “B” é um subconjunto ou parte do conjunto “A” se, e somente
se, B ⊂ A.
•• Dois conjuntos “A” e “B” são iguais se, e somente se, A ⊂ B e B ⊂ A.
•• Dados os conjuntos “A”, “B” e “C”, temos que: se A ⊂ B e B ⊂ C, então A ⊂ C.
e
•• O total de subconjuntos é dado por 2 , onde "e" é o número de elementos do conjunto.
4
Exemplo: o conjunto A = {1,2,3,4} possui 16 subconjuntos, pois 2 = 16.

União, Intersecção e Diferença entre Conjuntos

União Intersecção Diferença entre conjuntos

AUB A∩B A � B B � A

A B A B A B A B

Junta tudo sem repetir O que há em comum O que é exclusivo

200 www.acasadoconcurseiro.com.br
ATA – Matemática – Prof. Dudan

Exemplos:
Dados os conjuntos A = {1, 3, 5}, B = {2, 3, 5, 7} e C = {2, 5, 10}. Determine:
a) A ⋃ B
b) A ⋂ B
c) A – B
d) B – A
e) A ⋂ B ⋂ C
f) A ⋃ B ⋃ C

Faça você

1. Assinale V para as verdadeiras e F para as falsas:

( ) 0,333... ∈ Z ( ) 0 ∈ Q* ( ) – 3 ∈ Q+


( ) – 3,2 ∈ Z ( ) N c Q ( ) 0,3444... ∈ Q*
( ) 0,72 ∈ N ( ) 1,999... ∈ N ( ) 62 ∈ Q
3
( ) Q c Z ( ) N c Z ( ) 8 ∈Q

2. Entre os conjuntos abaixo, o único formado apenas por números racionais é:


a) { π , 4 , – 3}

⎧⎪ 1 3 ⎫⎪
b) ⎨ ,−1,777...,− ⎬
4 6⎪
⎩⎪ ⎭
c) {− 2,π, −3}3

d) {1, 2, 3}
3

e) { 4, 6 , 9}

www.acasadoconcurseiro.com.br 201
3. Observe os seguintes números.

I – 7,32333435...
π
II –
5
III – 1,121212...
IV – 1,323334
V – −4
Assinale a alternativa que identifica os números irracionais.
a) I e II
b) I e IV
c) II e III
d) II e V

33
4. Se a = 5 , b = , e c = 1,323232..., a afirmativa verdadeira é:
25
a) a<c<b
b) a<b<c
c) c<a<b
d) b<a<c
e) b<c<a

5. Numa sala há n pessoas. Sabendo que 75 pessoas dessa sala gostam de matemática, 52 gostam
de física, 30 pessoas gostam de ambas as matérias e 13 pessoas não gostam de nenhuma
dessas matérias. É correto afirmar que n vale:
a) 170
b) 160
c) 140
d) 100
e) 110

202 www.acasadoconcurseiro.com.br
ATA – Matemática – Prof. Dudan

6. Um cursinho tem 700 alunos matriculados. Sabe-se que 350 leem o jornal Zero Hora, 230 leem
o jornal Correio do Povo e 250 não leem jornal algum. Quantos alunos leem os dois jornais?
a) 130
b) 220
c) 100
d) 120
e) 230

7. Numa escola há n alunos. Sabe-se que 56 alunos leem o jornal A, 21 leem os jornais A e B, 106
leem apenas um dos dois jornais e 66 não leem o jornal B. O valor de n é.
a) 249
b) 137
c) 158
d) 127
e) 183

8. Uma pesquisa encomendada sobre a preferência entre rádios numa determinada cidade
obteve o seguinte resultado:
•• 50 pessoas ouvem a rádio Riograndense.
•• 27 pessoas escutam tanto a rádio Riograndense quanto a rádio Gauchesca.
•• 100 pessoas ouvem apenas uma dessas rádios.
•• 43 pessoas não escutam a rádio Gauchesca.
O número de pessoas entrevistadas foi:
a) 117
b) 127
c) 147
d) 177
e) 197

www.acasadoconcurseiro.com.br 203
9. Uma pesquisa sobre inscrições em cursos de esportes tinha as seguintes opções: A (Natação), B
(Alongamento) e C (Voleibol). E assim foi montada a seguinte tabela:

Cursos Alunos
Apenas A 9
Apenas B 20
Apenas C 10
AeB 13
AeC 8
BeC 18
A, B e C 3

Analise as afirmativas seguintes com base nos dados apresentados na tabela.


1. 33 pessoas se inscreveram em pelo menos dois cursos.
2. 52 pessoas não se inscreveram no curso A.
3. 48 pessoas se inscreveram no curso B.
4. O total de inscritos nos cursos foi de 88 pessoas.
A alternativa que contém todas as afirmativas corretas é:
a) 1e2
b) 1e3
c) 3e4
d) 1, 2 e 3
e) 2, 3 e 4

10. Um grupo de 82 pessoas foi a um restaurante. Sabe-se que: 46 comeram carne, 41 comeram
peixe e 17 comeram outros pratos que não carne ou peixe. O número de pessoas que comeram
carne e peixe é:
a) 21
b) 22
c) 23
d) 24
e) 25

Gabarito: 1. * 2. B 3. A 4. E 5. E 6. A 7. C 8. C 9. B 10. B

204 www.acasadoconcurseiro.com.br
Questões

1. (35809) Em um grupo de 30 crianças, 16 5. (80564) Indique qual dos números abaixo é


têm olhos azuis e 20 estudam canto. O um número irracional.
número de crianças deste grupo que têm
olhos azuis e estudam canto é: a) 0
b) 0,5
a) exatamente 16. c) 0,33...
b) no mínimo 6. d) 1/3
c) exatamente 10. e) π, que mede a razão entre o comprimen-
d) no máximo 6. to da circunferência e o seu diâmetro.
e) exatamente 6.
6. (80565) Indique qual o número racional ge-
2. (57538) Qual a fração que dá origem à dízi- ratriz da dízima periódica 7,233... .
ma 2,54646... em representação decimal?
a) 723/99
a) 2.521 / 990 b) 723/90
b) 2.546 / 999 c) 716/99
c) 2.546 / 990 d) 716/90
d) 2.546 / 900 e) 651/90
e) 2.521 / 999
7. (39452) Em um grupo de 120 empresas,
3. (80562) Indique quantos são os subconjun- 57 estão situadas na Região Nordeste, 48
tos do conjunto {1,2,3,4}. são empresas familiares, 44 são empresas
exportadoras e 19 não se enquadram em
a) 12 nenhuma das classificações acima. Das em-
b) 13 presas do Nordeste, 19 são familiares e 20
c) 14 são exportadoras. Das empresas familiares,
d) 15 21 são exportadoras. O número de empre-
e) 16 sas do Nordeste que são ao mesmo tempo
familiares e exportadoras é:
4. (80563) Dados o conjunto A={2,4,6,8,10} e
o conjunto B = {x | x ∈Z, 0 < x < 10}, onde Z é a) 21
o conjunto dos números inteiros, obtenha o b) 14
conjunto C = A∩B. c) 16
d) 19
a) C=A e) 12
b) C = {2,4,6,8}
c) C = {x | x ∈Z, x ≤ 10}
d) C = {1,2,3,4,5,6,7,8,9,10}
e) C = Φ onde Φ é o conjunto vazio

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Gabarito: 1. (35809) B 2. (57538) A 3. (80562) E 4. (80563) B 5. (80564) E 6. (80565) E 7. (39452) E

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Módulo
Aula XX
2

OPERAÇÕES MATEMÁTICAS

Observe que cada operação tem nomes especiais:


•• Adição: 3 + 4 = 7, em que os números 3 e 4 são as parcelas e o número 7 é a soma ou total.
•• Subtração: 8 – 5 = 3, em que o número 8 é o minuendo, o número 5 é o subtraendo e o
número 3 é a diferença.
•• Multiplicação: 6 × 5 = 30, em que os números 6 e 5 são os fatores e o número 30 é o produto.
•• Divisão: 10 ÷ 5 = 2, em que 10 é o dividendo, 5 é o divisor e 2 é o quociente, neste caso o
resto da divisão é ZERO.

Adição e Subtração

Regra de sinais
•• A soma de dois números positivos é um número positivo.
(+ 3) + (+ 4) = + 7, na prática eliminamos os parênteses. + 3 + 4 = + 7

•• A soma de dois números negativos é um número negativo.


(– 3) + (– 4) = – 7, na prática eliminamos os parênteses. – 3 – 4 = – 7

•• Se adicionarmos dois números de sinais diferentes, subtraímos seus valores absolutos e


damos o sinal do número que tiver o maior valor absoluto.
(– 4) + (+ 5) = + 1, na prática eliminamos os parênteses. – 4 + 5 = 1 assim, 6 – 8 = – 2.

•• Se subtrairmos dois números inteiros, adicionamos ao 1º o oposto do 2º número.


(+ 5) – (+ 2) = (+ 5) + (– 2) = + 3, na prática eliminamos os parênteses escrevendo o oposto
do segundo número, então: + 5 – 2 = + 3 (o oposto de + 2 é – 2)
(– 9) – (- 3) = – 9 + 3 = – 6
(– 8) – (+ 5) = – 8 – 5 = – 13

DICA: Na adição e subtração, um número de sinal positivo representa “o que eu tenho


de dinheiro” e um número de sinal negativo, “o que eu devo à alguém”, assim, basta
imaginar que você está acertando as contas.

www.acasadoconcurseiro.com.br 207
Faça você

1. Calcule:
a) – 5 + 3 = b) + 73 – 41 =

c) – 24 – 13 = d) – 5 + (– 12) =

e) + 51 – 4 = f) + 17 + (–14) =

g) – 9 – (– 25) = h) + 72 – (–12) =
i) + 19 – 25 = j) – 80 + 41 + 57 =
k) – 2 – 22 – 21 = l) – 6 – (+ 31) + 50 =

2. Calcule:

a) 1234 b) 752 c) 425 d) 1321


+ 463 + 271 – 328 + 412

e) 632 f) 921 g) 2358 h) 32,54


+ 346 – 708 + 426 + 85,89

i) 233,2 j) 5,174 k) 23,42 l) 237,85


– 143,1 – 6,719 + 34,67 – 156,38

m) 17,43 n) 275,74 o) 157,32 p) 329,75


– 29,38 – 131,12 – 38,43 + 158,37

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ATA – Matemática – Prof. Dudan

Multiplicação e Divisão

Regra de sinais
•• Ao multiplicarmos ou dividirmos dois números de sinais positivos, o resultado é um
número positivo.
Exemplos: a) (+ 3) × (+ 8) = + 24
b) (+12) ÷ (+ 2) = + 6

•• Ao multiplicarmos ou dividirmos dois números de sinais negativos, o resultado é um


número positivo.
Exemplos: a) (– 6) × (– 5) = + 30
b) (– 9) ÷ (– 3) = + 3

•• Ao multiplicarmos ou dividirmos dois números de sinais diferentes, o resultado é um


número negativo.
Exemplos: a) (– 4) × (+ 3) = – 12
b) (+ 16) ÷ (– 8) = – 2

DICA: Na multiplicação/divisão, quando os dois sinais forem iguais, o resultado é ( + ) e,


quando forem diferentes, o resultado é ( – ).

3. Calcule os produtos e os quocientes:


a) (– 5) × (– 4) = b) 24 ÷ (– 2) =

c) – 5 × 8 = d) (– 14) ÷ (–14) =

e) 32 ÷ (– 16) = f) – 14 × (– 4) =

g) (+ 17) × (+ 2) = h) (– 64) ÷ (– 8) =

i) – 3 x (– 14) ÷ 7 = j) 24 ÷ (– 3) ÷ (+ 4) ÷ (– 2)=

www.acasadoconcurseiro.com.br 209
4. Efetue os cálculos a seguir:

a) 432 b) 317 c) 628 d) 23


x 76 x 32 x 13 x 17

e) 72,3 f) 17,32 g) 28,33


x 16,2 x 1,9 x 1,52

h) 4862 ÷ 36 i) 28,8 ÷ 4 j) 1 ÷ 2,5 k) 1,2 ÷ 0,24

210 www.acasadoconcurseiro.com.br
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l) 65,3 ÷ 3,1 m) 481 ÷ 37 n) 800 ÷ 25 o) 926 ÷ 13

p) 6513 ÷ 13 q) 721 ÷ 7 r) 618 ÷ 50 s) 2546 ÷ 32

t) 3214 ÷ 25 u) 1223,5 ÷ 25 v) 3586,2 ÷ 32 x) 1256 ÷ 12,5

z) 402,21 ÷ 12

www.acasadoconcurseiro.com.br 211
Potenciação e Radiciação
•• No exemplo 72 = 49 temos que: 7 é a base, 2 é o expoente e 49 é a potência.
•• A potência é uma multiplicação de fatores iguais: 72 = 7 x 7 = 49
•• Todo número inteiro elevado a 1 é igual a ele mesmo:
Ex.: a) (– 4)1 = -4 b) (+ 5)1 = 5
•• Todo número inteiro elevado a zero é igual a 1.
0
Ex.: a) (– 8) = 1 b) (+ 2)0 = 1
•• No exemplo 3 8 = 2, temos que: 3 é o índice da raiz, 8 é o radicando, 2 é a raiz e o símbolo
é o radical.
2
Ex.: a) 5 = 25 b) 23 = 8 c) 34 = 81
d) 4 625 = 5 e) 64 = 8 f) 3 27 = 3

Regra de sinais
•• Expoente par com parênteses: a potência é sempre positiva.
Exemplos: a) (– 2)4 = 16, porque (– 2) × (– 2) × (– 2) × (– 2) = + 16
b) (+ 2)² = 4, porque (+ 2) × (+ 2) = + 4
•• Expoente ímpar com parênteses: a potência terá o mesmo sinal da base.
Exemplos: a) (– 2)3 = – 8, porque (– 2) × (– 2) × (– 2) = – 8
5
b) (+ 2) = + 32, porque (+ 2) × (+ 2) × (+ 2) × (+ 2) × (+ 2) = + 32
•• Quando não tiver parênteses, conservamos o sinal da base independente do expoente.
Exemplos: a) – 2² = – 4
b) – 23 = – 8
c) + 3² = 9
3
d) + 5 = + 125

5. Calcule as potências:
a) 3² = b) (– 3)² =

c) – 3² = d) (+ 5)3 =

e) (– 6)² = f) – 43 =

g) (– 1)² = h) (+ 4)² =

i) (– 5)0 = j) – 7² =

k) (– 2,1)² = l) – 1,13 =

m) (–8)² = n) – 8² =

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Propriedades da Potenciação
•• Produto de potência de mesma base: Conserva-se a base e somam-se os expoentes.
Exemplos:
a) a3 x a4 x a2 = a3+4+2 = a9
b) (– 5)2 x (– 5) = (– 5)2+1 = (– 5)3 = – 125
-2 5 -2+1+5
c) 3 x 3 x 3 = 3 = 34 = 81

•• Divisão de potências de mesma base: Conserva-se a base e subtraem-se os expoentes.


Exemplos:
a) b5 ÷ b2 = b5-2 = b3
b) (– 2)6 ÷ (– 2)4 = (– 2)6-4 = (– 2)2 = + 4
15 5 15-5 10
c) (– 19) ÷ (– 19) = (– 19) = (– 19)

•• Potência de potência: Conserva-se a base e multiplicam-se os expoentes.


Exemplos:
a) (a2)3 = a23 = a6
b) [(– 2)5]2 = (– 2)5.2 = (– 2)10 = 1024

•• Potência de um produto ou de um quociente: Multiplica-se o expoente de cada um dos


elementos da operação da multiplicação ou divisão pela potência indicada.
Exemplos:
2 4 3 2.3 4.3 6 12
a) [(– 5) x (+ 3) ] = (– 5) x (+ 3) = (– 5) x (+ 3)
b) [(– 2) ÷ (– 3) ] = (– 2) ÷ (– 3) = (– 2) ÷ (– 3)8
4 2 1.2 4.2 2

Expressões numéricas
Para resolver expressões numéricas é preciso obedecer à seguinte ordem:
1º resolvemos as potenciações e radiciações na ordem em que aparecem.
2º resolvemos as multiplicações e divisões na ordem em que aparecem.
3º resolvemos as adições e subtrações na ordem em que aparecem.

Caso contenha sinais de associação:


1º resolvemos os parênteses ( )
2º resolvemos os colchetes [ ]
3º resolvemos as chaves { }

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6. Calcule o valor das expressões numéricas:
a) 6² ÷ 3² + 10² ÷ 50 =

b) 20 + 23 × 10 – 4² ÷ 2 =

c) 3 + 4 16 – 15 + 49 =

d) 33 ÷ 27 × 20 =

e) 100 + 1000 + 10000 =

f) 5² – 5 × 15 + 50 × 53 =

7. Calcule o valor numérico das expressões a seguir, sendo a = 2, b = – 3 e c= – 4.


a) a²b + c b) a² + 3b² – c² =

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8. Elimine os sinais de associação e resolva as expressões numéricas a seguir:

2 2
a) 5 – {– 3 (2 – 5) + 3 – 5} . 2 =

b) {[(1 + 2 +3 +4 +5) . 3] – 8} =

3
c) {10² + (5 – 4) + 2²} ÷ 5 =

d) 2 × {40 – [15 – (3² – 4)]} =

9. Aplique seus conhecimentos e calcule o valor das expressões numéricas. Observe as operações
indicadas, a existência de sinais de associação e tenha cuidado com as potências.
a) (– 1 – 2 – 3 – 4 -5) ÷ (+ 15) =
b) (8 + 10 ÷ 2 – 12) ÷ (– 4 + 3) =
c) 103 – (– 10)² – 100 =
d) (– 1)8 + 60 – [15 + (– 40) ÷ (– 2)3] =
e) – 3 – {– 2 – [(– 35) ÷ 25 + 22]} =
f) 4 – {(– 2)2 × (– 3) – [– 11 + (– 3) × (– 4)] – (– 1)} =
g) 14 – [(– 1)3 × ( – 2)2 + ( – 35) ÷ (+ 5)] =
h) – 2 + {– 5 – [– 2 – (– 2)3 – 3 – (3 – 2)9 ] + 5} =
2 0
i) 64 – 2 – 2 – 2 =
j) – 15 + 10 ÷ (2 – 7) =

Gabarito: 6. a) 6 / b) 92 / c) 11 / d) 1 / e) 3 / f) 145 7. a) - 16 / b)15 8. a) - 9 / b) 37 / c) 21 / d) 60 8. a) - 1 / b) - 1 / c) 899 /


d) -18 / e) - 4 / f) 16 / g) 25 / h) - 4 / i) 1 / j) - 17

www.acasadoconcurseiro.com.br 215
Do Português para o Matematiquês
2 3 5 2 3 5 30 5
1. de de = x x = =
3 4 6 3 4 6 72 12
2. Um número = x

3. O dobro de um número = 2x
x
4. A metade de um número =
2
5. O quadrado de um número = x2
x2
6. A metade do quadrado de um número =
2
2
⎛ x⎞
7. O quadrado da metade de um número =
⎜⎝ 2 ⎟⎠
x
8. A terça parte de um número =
3
9. O cubo de um número = x³
3
⎛ x⎞
10. O cubo da terça parte de um número = ⎜ ⎟
⎝ 3⎠
x3
11. A terça parte do cubo de um número =
3
x
12. O triplo da metade de um número = 3.
2
1
13. A metade do triplo de um número = ⋅3x
2
x
14. A quinta parte de um número =
5
15. A raiz quadrada de um número = x

16. O oposto de um número = – x


1
17. O inverso de um número =
x
a
18. A razão entre a e b =
b
b
19. A razão entre b e a =
a
20. A diferença entre a e b = a – b

21. A diferença entre b e a = b – a


x3
22. A razão entre o cubo de um número e o quadrado desse número = 2 = x3−2 = x1 = x
x
23. Três números inteiros consecutivos = x, x + 1, x + 2

24. Três números pares consecutivos = x, x + 2. x + 4

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Questões

1. (35829) Se X, Y e Z são inteiros positivos e 2. (35830) O número X tem três algarismos. O


consecutivos tais que X < Y < Z, então a ex- produto dos algarismos de X é 126 e a soma
pressão que necessariamente corresponde dos dois últimos algarismos de X é 11. O al-
a um número inteiro ímpar é dada por: garismo das centenas de X é:
a) (X Y) +(YZ) a) 2
b) (X+Y) (Y+Z) b) 3
c) XYZ c) 6
d) X+Y+Z d) 7
e) X+YZ e) 9

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Gabarito: 1. (35829) B 2. (35830) D

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Módulo
Aula XX
3

FRAÇÕES

Definição

Fração é um modo de expressar uma quantidade a partir de uma razão de dois números
inteiros. A palavra vem do latim fractus e significa "partido", dividido ou "quebrado (do verbo
frangere: "quebrar").
Também é considerada parte de um inteiro, que foi dividido em partes exatamente iguais. As
frações são escritas na forma de números e na forma de desenhos. Observe alguns exemplos:

www.acasadoconcurseiro.com.br 219
Na fração, a parte de cima é chamada de numerador e indica quantas partes do inteiro foram
utilizadas.
A parte de baixo é chamada de denominador, que indica a quantidade máxima de partes em
que fora dividido o inteiro e nunca pode ser zero.

Ex.: Uma professora tem que dividir três folhas de papel de seda entre quatro alunos, como ela
pode fazer isso?
3
Se cada aluno ficar com (lê-se três quartos) da folha. Ou seja, você vai dividir cada folha em 4
4
partes e distribuir 3 para cada aluno.
56
Assim, por exemplo, a fração (lê-se cinquenta e seis oitavos) designa o quociente de 56 por
8
8. Ela é igual a 7, pois 7 × 8 = 56.

Relação entre frações decimais e os números decimais


•• Para transformar uma fração decimal em número decimal, escrevemos o numerador da
fração e o separamos com uma vírgula, deixando tantas casas decimais quanto forem os
zeros do denominador.
Exemplo: a) 48 = 4,8 b) 365 = 3,65 c) 98 = 0,098 d) 678 = 67,8
10 100 1.000 10

•• Para transformar um número decimal em uma fração decimal, colocamos no denominador


tantos zeros quantos forem os números depois da vírgula do número decimal.

Exemplo: a) 43,7 = 437 b) 96,45 = 9.645 c) 0,04 = 4 d) 4,876 = 4.876


10 100 100 1.000

Simplificação de frações

•• Para simplificar uma fração, divide-se o numerador e o denominador da fração por um


mesmo número.
Exemplo:
a) 6 ÷ 2 = 3
14 2 7
2
b) 40 ÷ 2 = 20 ÷ 2 = 10 ou 40 ÷ 4 = 10
12 2 6 3 12 4 3
•• Quando o numerador é divisível pelo denominador, efetua-se a divisão e se obtém um
número inteiro.

220 www.acasadoconcurseiro.com.br
ATA – Matemática – Prof. Dudan

Exemplo:

a) 100 = – 4
-25
b) 299 = 13
23
⇒ Simplifique as frações, aplicando a regra de sinais da divisão:

a) – 75 b) – 48 c) – 36 d) – 10
50 84 2 15

Comparação entre Frações


Se duas frações possuem denominadores iguais, a maior fração é a que possui maior numerador.
Por exemplo:
3 4
<
5 5

Para estabelecer comparação entre frações, é preciso que elas tenham o mesmo denominador.
Isso é obtido por meio do menor múltiplo comum.
Exemplo:
2 3
?
5 7

Na comparação entre frações com denominadores diferentes, devemos usar frações


equivalentes a elas e de mesmo denominador para, assim, compará-las.
O MMC entre 5 e 7 é 35, logo:

Assim temos que

2 3
<
5 7

Adição e Subtração
• Sendo os denominadores iguais, basta somar ou subtrair os numeradores e manter o
denominador.

www.acasadoconcurseiro.com.br 221
•• Se os denominadores forem diferentes, será necessário encontrar frações equivalentes
(proporcionais) que sejam escritas no mesmo denominador comum. Usaremos o m.m.c,
veja:
Exemplo:

O m.m.c. de 3 e 5 é 15. Em seguida divide-se o m.m.c pelo denominador original de cada fração
e multiplica-se o resultado pelo numerador, obtendo assim, uma fração equivalente.
Observe que com isso, temos:

Por fim efetuamos o cálculo:

Exemplo:

⇒ Calcule o valor das expressões e simplifique quando for possível:

a) −3 + 2 − 5 − 5
4 10 2 10

7 1
b) +2−
3 4
⎛ 1 1⎞ ⎛ 5 3⎞
c) ⎜ + ⎟ − ⎜ − ⎟
⎝ 3 2⎠ ⎝ 6 4⎠

d)
1
2
(
+ −0,3 )

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MULTIPLICAÇÃO E DIVISÃO
Para multiplicar frações, basta multiplicar os numeradores entre si e fazer o mesmo entre os
denominadores, independentemente de serem iguais ou não.
Exemplo:

Para dividir as frações, basta multiplicar a primeira fração pelo inverso da segunda fração.
Exemplo:

DICA
Dividir por um número é multiplicar pelo seu inverso!

⇒ Efetue e simplifique quando for possível:

1
−1−
4 ⎛ 2⎞ 1 ⎛ −3 ⎞ 2 ⎛ −3 ⎞
a) ÷ −
⎜ ⎟
7 ⎝ 5⎠
b)
⎜ ⎟
2⎝ 4 ⎠ 3
c) −4 ÷ ⎜
⎝ 8⎠
( )
⎟   d)
7
3 −1 ⎞


6 ⎜⎝ 3 ⎟⎠

POTENCIAÇÃO E RADICIAÇÃO DE FRAÇÕES


Para elevarmos uma fração a determinada potência, basta aplicarmos a potência no numerador
e também no denominador, respeitando as regras dos sinais da potenciação.
Exemplo:

2 2
⎛ 2 ⎞ ⎛ 22 ⎞ 4 ⎛ 4 ⎞ ⎛ 42 ⎞ 16
= =
⎜⎝ 3 ⎟⎠ ⎜⎝ 32 ⎟⎠ 9 ⎜⎝ − 9 ⎟⎠ = ⎜⎝ + 92 ⎟⎠ = + 81

3 2 2
⎛ 3 ⎞ ⎛ 33 ⎞ 27 ⎛ 12 ⎞ ⎛ 3 ⎞ ⎛ 32 ⎞ 9
⎜⎝ 5 ⎟⎠ = ⎜⎝ + 53 ⎟⎠ = + 125 ⎜⎝ − 8 ⎟⎠ = ⎜⎝ − 2 ⎟⎠ = ⎜⎝ + 22 ⎟⎠ = 4

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•• Um número racional negativo não tem raiz de índice par no conjunto Q, se o índice for
ímpar pode ter raiz positiva ou negativa.
Exemplo: a) - 36 = ∉ Q
b) 4 -81 = ∉ Q
•• Já o índice ímpar admite raiz nagativa em Q.
Exemplo: a) 3 -64 = – 4, porque (- 4)3 = – 64
5
b) 5 -32 = – 2, porque (- 2) = -32

Caso seja necessário aplicar um radical numa fração, basta entender que: “a raiz da fração é a
fração das raízes.”

Exemplos:

Expoente negativo

Todo número diferente de zero elevado a um expoente negativo é igual ao inverso do mesmo
número com expoente positivo.
1 1
Exemplo: a) 7−2 = 2 = b) 4-3 = 1 = 1 c) �– 2 �-2 = �– 4 �2 = + 16
7 49 4³ 64 4 2 4

Faça você

1. Calcule o valor das expressões:

2
2 ⎛ 1 ⎞ ⎛ −2 ⎞ 3⎛ 1 1⎞
a) + b) +
⎜ ⎟ ⎜
3 ⎝ 3⎠ ⎝ 6 ⎠ ⎟ 7 ⎜⎝ 3 4 ⎟⎠

0
⎛ 1⎞
( )
9 − −2 + ⎜ ⎟
⎝ 2⎠
c)
( −2) + ( −3)
2

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2. João e Tomás partiram um bolo retangular. João comeu a metade da terça parte e Tomás comeu
a terça parte da metade. Quem comeu mais?
a) João, porque a metade é maior que a terça parte.
b) Tomás.
c) Não se pode decidir porque não se conhece o tamanho do bolo.
d) Os dois comeram a mesma quantidade de bolo.
e) Não se pode decidir porque o bolo não é redondo.

3. Dividir um número por 0,0125 equivale a multiplicá-lo por:


1
a)
125
1
b)
8
c) 8

d) 12,5

e) 80

4. O valor de 2 é:
(0,666...)
a) 0,333...
b) 1,333...
c) 3,333...
d) 3
e) 12

Gabarito: 1. a) 17/27 b) 1/2 c) 6  2. D 3. E 4. D

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Questões

1. (35785) Em um determinado curso de


pós-graduação, 1/4 dos participantes
são graduados em matemática, 2/5 dos
participantes são graduados em geologia,
1/3 dos participantes são graduados
em economia, 1/4 dos participantes
são graduados em biologia e 1/3 dos
participantes são graduados em química.
Sabe-se que não há participantes do curso
com outras graduações além dessas, e
que não há participantes com três ou mais
graduações. Assim, qual é o número mais
próximo da porcentagem de participantes
com duas graduações?
a) 40%
b) 33%
c) 57%
d) 50%
e) 25%

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Questões, poderá assistir ao vídeo da explicação do professor.

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Gabarito: 1. (35785) C

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Módulo
Aula XX
4

DIVISORES E MÚLTIPLOS

Os múltiplos e divisores de um número estão relacionados entre si da seguinte forma:


Se 15 é divisível por 3, então 3 é divisor de 15, assim, 15 é múltiplo de 3.
Se 8 é divisível por 2, então 2 é divisor de 8, assim, 8 é múltiplo de 2.
Se 20 é divisível por 5, então 5 é divisor de 20, assim, 20 é múltiplo de 5.

Múltiplos de um Número Natural


Denominamos múltiplo de um número o produto desse número por um número natural
qualquer. Um bom exemplo de números múltiplos é encontrado na tradicional tabuada.

Múltiplos de 2 (tabuada da multiplicação do número 2)


2x0=0
2x1=2
2x2=4
2x3=6
2x4=8
2 x 5 = 10
2 x 6 = 12
2 x 7 = 14
2 x 8 = 16
2 x 9 = 18
2 x 10 = 20
E assim sucessivamente.

Múltiplos de 3 (tabuada da multiplicação do número 3)


3x0=0
3x1=3
3x2=6
3x3=9
3 x 4 = 12
3 x 5 = 15
3 x 6 = 18
3 x 7 = 21
3 x 8 = 24

www.acasadoconcurseiro.com.br 229
3 x 9 = 27
3 x 10 = 30
E assim sucessivamente.
Portanto, os múltiplo de 2 são: 0, 2, 4, 6, 8, 10, 12, 14, 18, 20, ...
E os múltiplos de 3 são: 0, 3, 6, 9, 12, 15, 18, 21, 24, 27, 30, ...

Divisores de um Número Natural

Um número é divisor de outro quando o resto da divisão for igual a 0. Portanto,


12 é divisível por 1, 2, 3, 4, 6 e 12.
36 é divisível por 1, 2, 3, 4, 6, 9, 12, 18 e 36.
48 é divisível por 1, 2, 3, 4, 6, 8, 12, 16, 24 e 48.
Observações importantes:
•• O menor divisor natural de um número é sempre o número 1.
•• O maior divisor de um número é o próprio número.
•• O zero não é divisor de nenhum número.
•• Os divisores de um número formam um conjunto finito.

Principais Critérios de Divisibilidade

Dentre as propriedades operatórias existentes na Matemática, podemos ressaltar a divisão,


que consiste em representar o número em partes menores e iguais.
Para que o processo da divisão ocorra normalmente, sem que o resultado seja um número
não inteiro, precisamos estabelecer situações envolvendo algumas regras de divisibilidade.
Lembrando que um número é considerado divisível por outro quando o resto da divisão entre
eles é igual a zero.

Regras de divisibilidade

Divisibilidade por 1
Todo número é divisível por 1.

Divisibilidade por 2
Um número natural é divisível por 2 quando ele termina em 0, ou 2, ou 4, ou 6, ou 8, ou seja,
quando ele é par.

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Exemplos: 5.040 é divisível por 2, pois termina em 0.


237 não é divisível por 2, pois não é um número par.

Divisibilidade por 3
Um número é divisível por 3 quando a soma dos valores absolutos dos seus algarismos for
divisível por 3.
Exemplo: 234 é divisível por 3, pois a soma de seus algarismos é igual a 2 + 3 + 4 = 9, e como 9 é
divisível por 3, então 234 é divisível por 3.

Divisibilidade por 4
Um número é divisível por 4 quando termina em 00 ou quando o número formado pelos dois
últimos algarismos da direita for divisível por 4.
Exemplos: 1.800 é divisível por 4, pois termina em 00.
4.116 é divisível por 4, pois 16 é divisível por 4.
1.324 é divisível por 4, pois 24 é divisível por 4.
3.850 não é divisível por 4, pois não termina em 00 e 50 não é divisível por 4.

Divisibilidade por 5
Um número natural é divisível por 5 quando ele termina em 0 ou 5.
Exemplos: 55 é divisível por 5, pois termina em 5.
90 é divisível por 5, pois termina em 0.
87 não é divisível por 5, pois não termina em 0 nem em 5.

Divisibilidade por 6
Um número natural é divisível por 6 quando é divisível por 2 e 3 ao mesmo tempo.
Exemplos: 54 é divisível por 6, pois é par, logo divisível por 2 e a soma de seus algarismos é
múltiplo de 3, logo ele é divisível por 3 também.
90 é divisível por 6, pelo mesmos motivos..
87 não é divisível por 6, pois não é divisível por 2.

Divisibilidade por 9
Será divisível por 9 todo número em que a soma de seus algarismos constitui um número
múltiplo de 9.
Exemplos: 81 : 9 = 9, pois 8 + 1 = 9
1107 : 9 = 123, pois 1 + 1 + 0 + 7 = 9
4788 : 9 = 532, pois 4 + 7 + 8 + 8 = 27

www.acasadoconcurseiro.com.br 231
Divisibilidade por 10
Um número é divisível por 10 se termina com o algarismo 0 (zero).
Exemplos: 5420 é divisível por 10 pois termina em 0 (zero).
6342 não é divisível por 10 pois não termina em 0 (zero).

Divisibilidade por 15
Todo número divisível por 3 e 5 também é divisível por 15.
Exemplos: 1470 é divisível por 15, pois 1470:3 = 490 e 1470:5 = 294.
1800 é divisível por 15, pois 1800:3 = 600 e 1800:5 = 360.

Faça você

Teste a divisibilidade dos números abaixo por 2, 3, 4, 5, 6, 9 e 10.


a) 1278 b) 1450 c) 1202154

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Fatoração

Podemos escrever os números como produto (multiplicação) de números primos. Contudo,


qual a finalidade de fatorarmos esses números? Preciso realizar a fatoração separadamente ou
posso fazê-la simultaneamente, com dois ou mais números? Esses respostas virão adiante.
Um dos pontos importantes da fatoração, encontra-se no cálculo do M.D.C (Máximo Divisor
Comum) e do M.M.C (Mínimo Múltiplo Comum). Entretanto, devemos tomar cuidado quanto
à obtenção desses valores, pois utilizaremos o mesmo procedimento de fatoração, ou seja, a
mesma fatoração de dois ou mais números para calcular o valor do M.D.C e do M.M.C. Sendo
assim, devemos compreender e diferenciar o modo pelo qual se obtém cada um desses valores,
por meio da fatoração simultânea.
Vejamos um exemplo no qual foi feita a fatoração simultânea:

Note que na fatoração foram destacados os números que dividiram simultaneamente os


números 12 e 42. Isto é um passo importante para conseguirmos determinar o M.D.C. Se
fossemos listar os divisores de cada um dos números, teríamos a seguinte situação:
D(12)={1, 2,3,4,6,12}
D(42)={1, 2,3,6,7,21,42}
Note que o maior dos divisores comuns entre os números 12 e 42 é o número 6. Observando
a nossa fatoração simultânea, este valor 6 é obtido realizando a multiplicação dos divisores
comuns.
Por outro lado, o M.M.C será obtido de uma maneira diferente. Por se tratar dos múltiplos,
deveremos multiplicar todos os divisores da fatoração. Sendo assim, o M.M.C (12,14)=
2x2x3x7=84.
Portanto esse processo de fatoração é muito utilizado no cálculo do M.M.C e do M.D.C também,
mas cada um com seu respectivo procedimento. Cuidado para não se confundir.
Exemplos: Vamos fatorar, para o cálculo do M.M.C, os valores abaixo:

Logo, o produto desses fatores primos: 2.2.2.3.5 = 120 é o menor múltiplo comum entre os
valores apresentados.

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Agora se quiséssemos calcular o M.D.C, teríamos que fatorá-los sempre juntos, até não haver
mais divisor comum além do número 1.
Assim:

E com isso temos que o M.D.C dos valores dados é 3.


Exemplo: Fatore 20 e 30 para o cálculo do M.M.C

Assim, o produto desses fatores primos obtidos: 2.2.3.5 = 60 é o M.M.C de 20 e 30.


De fato, se observarmos a lista de múltiplos de 20 e 30 verificaremos que, dentre os comuns, o
menor deles é, de fato, o 60.
M (20) = 0, 20, 40, 60, 80, 100, 120, 140, 160,...
M (30) = 0, 30, 60, 90, 120, 150,...
Agora, se buscássemos o M.D.C teríamos que fatorar de forma diferente.

Com isso, o produto desses fatores primos, 2.5 = 10, obtidos pela fatoração conjunta, representa
o M.D.C.
De fato, se observarmos a lista de divisores de 20 e 30, verificaremos que, dentre os comuns, o
maior deles é, de fato, o 10.
D (20) = 1, 2, 4, 5, 10, 20.
D (30) = 1, 2 ,3 ,5 ,6, 10, 15, 30.

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Mínimo Múltiplo Comum (M.M.C)


O mínimo múltiplo comum entre dois números é representado pelo menor valor comum
pertencente aos múltiplos dos números. Observe o M.M.C entre os números 20 e 30:
M(20) = 0, 20, 40, 60, 80, 100, 120, ... e M(30) = 0, 30, 60, 90, 120, 150, 180, ...
Logo, o M.M.C entre 20 e 30 é equivalente a 60.
Outra forma de determinar o M.M.C entre 20 e 30 é pela fatoração, em que devemos escolher
os fatores comuns de maior expoente e os termos não comuns.
Observe: 20 = 2 x 2 x 5 = 2² x 5 e 30 = 2 x 3 x 5 = 2 x 3 x 5 logo:
M.M.C (20; 30) = 2² x 3 x 5 = 60
A terceira opção consiste em realizar a decomposição simultânea dos números, multiplicando
os fatores obtidos. Observe:

20 30 2
10 15 2
5 15 3
5 5 5
1
M.M.C (20, 30) = 2 x 2 x 3 x 5 = 60

Dica: Apenas números naturais tem M.M.C

Um método rápido e fácil para se determinar o M.M.C de um conjunto de números naturais é


a FATORAÇÃO.
Nela iremos decompor simultaneamente os valores, de forma que ao menos um deles possa
ser dividido pelo fator primo apresentado, até que não sobrem valores maiores que 1.
O produto dos fatores primos utilizados nesse processo é o Mínimo Múltiplo Comum.
Para que possamos fazer uma comparação, vamos tomar os números 6, 8 e 12 como exemplo.
Da fatoração destes três números temos:

6, 8, 12 2
3, 4, 6 2
3, 2, 3 2
3, 1, 3 3
1, 1, 1

O M.M.C (6, 8, 12) será calculado pelo produto desses fatores primos usados na decomposição
dos valores dados.

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Logo: M.M.C (6 , 8 , 12) = 2.2.2.3 = 24

Qual é o M.M.C (15, 25, 40)?


Fatorando os três números temos:

Assim o M.M.C (15, 25, 40) = 2. 2 . 2 . 3 . 5 . 5 = 600

PROPRIEDADE DO M.M.C.
Todo múltiplo comum de dois ou mais números inteiros é múltiplo do m.m.c. destes números.
Exemplo: os múltiplos comuns positivos de 2 , 5 e 6 são exatamente os múltiplos positivos de
30 (m.m.c. (2 ,5 , 6) = 30), ou seja, são 30 , 60, 90,...
Como identificar questões que exigem o cálculo do M.M.C?
Para não ficar em dúvida quanto à solicitação da questão, M.M.C ou M.D.C, basta entender que
o M.M.C por ser um “múltiplo comum”, é um número sempre será maior ou igual ao maior dos
valores apresentados , logo sempre um valor além dos valores dados.
Apesar do nome Mínimo Múltiplo Comum, é equivocado pensar que o “mínimo” indica um
número pequeno, talvez menor que os valores apresentados. Na verdade ele é o menor dos
múltiplos e quase sempre maior que todos esses valores de quem se busca o cálculo do M.M.C.
Exemplo:

1. Numa linha de produção, certo tipo de manutenção é feita na máquina A a cada 3 dias; na
máquina B; a cada 4 dias, e na máquina C, a cada 6 dias. Se no dia 2 de dezembro foi feita
a manutenção nas três máquinas, após quantos dias as máquinas receberão manutenção no
mesmo dia?
Temos que determinar o M.M.C entre os números 3, 4 e 6.

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Assim o M.M.C (3, 4, 6) = 2 * 2 * 3 = 12


Concluímos que após 12 dias, a manutenção será feita nas três máquinas. Portanto, dia 14 de
dezembro.

2. Um médico, ao prescrever uma receita, determina que três medicamentos sejam ingeridos pelo
paciente de acordo com a seguinte escala de horários: remédio A, de 2 em 2 horas; remédio
B, de 3 em 3 horas; e remédio C, de 6 em 6 horas. Caso o paciente utilize os três remédios às 8
horas da manhã, qual será o próximo horário de ingestão dos mesmos?
Calcular o M.M.C dos números 2, 3 e 6.

M.M.C (2, 3, 6) = 2 * 3 = 6
O mínimo múltiplo comum dos números 2, 3, 6 é igual a 6.
De 6 em 6 horas os três remédios serão ingeridos juntos. Portanto, o próximo horário será às 14
horas.

Máximo Divisor Comum (M.D.C)


O máximo divisor comum entre dois números é representado pelo maior valor comum
pertencente aos divisores dos números. Observe o M.D.C entre os números 20 e 30:
D (20) = 1, 2, 4, 5, 10, 20. e D (30) = 1, 2, 3, 5, 6, 10, 15, 30.
O maior divisor comum dos números 20 e 30 é 10.
Podemos também determinar o M.D.C entre dois números através da fatoração, em que
escolheremos os fatores comuns de menor expoente. Observe o M.D.C de 20 e 30 utilizando
esse método.
20 = 2 x 2 x 5 = 2² x 5 e 30 = 2 x 3 x 5 = 2 x 3 x 5
Logo M.D.C (20; 30) = 2 x 5 = 10
A terceira opção consiste em realizar a decomposição simultânea e conjunta dos números,
multiplicando os fatores obtidos. Observe:

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Logo o M.D.C (20 , 30) = 10
Um método rápido e fácil para se determinar o M.D.C de um conjunto de números naturais é a
FATORAÇÃO.
Nela iremos decompor simultaneamente os valores, de forma que todos eles devem
ser divididos, ao mesmo tempo, pelo fator primo apresentado, até que se esgotem as
possibilidades dessa divisão conjunta.
O produto dos fatores primos utilizados nesse processo é o Máximo Divisor Comum.
Para que possamos fazer uma comparação, vamos tomar novamente os números 6, 8 e 12
como exemplo.
Da fatoração conjunta desses três números, temos:

O M.D.C (6, 8, 12) será calculado pelo produto desses fatores primos usados na decomposição
dos valores dados.
Logo: M.M.C (6 , 8 , 12) = 2

Qual é o M.D.C (15, 25, 40)?


Fatorando os três números, temos:

Assim o M.M.C (15, 25, 40) = 5


Exemplo:

Qual é o M.D.C (15, 75, 105)?


Fatorando os três números, temos:

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M.D.C (15, 75, 105) = 3 . 5 = 15


Note que temos que dividir todos os valores apresentados, ao mesmo tempo, pelo fator primo.
Caso não seja possível seguir dividindo todos, ao mesmo tempo, dá-se por encerrado o cálculo
do M.D.C.

Propriedade Fundamental
Existe uma relação entre o M.M.C e o M.D.C de dois números naturais a e b.
•• m.m.c. (a,b) . m.d.c. (a,b) = a . b
Ou seja, o produto entre o m.m.c e m.d.c de dois números é igual ao produto entre os dois
números.
Exemplo
Se x é um numero natural em que m.m.c. (14, x) = 154 e m.d.c. (14, x) = 2, podemos dizer que
x vale.
a) 22
b) – 22
c) + 22 ou – 22
d) 27
e) – 27

Como identificar questões que exigem o cálculo do M.D.C?


Para não ficar em dúvida quanto à solicitação da questão, M.M.C ou M.D.C, basta entender que
o M.D.C por ser um “divisor comum”, é um número que sempre será menor ou igual ao menor
dos valores apresentados, logo sempre é um valor aquém dos valores dados, dando ideia de
corte, fração.
Já o M.M.C, por ser um “múltiplo comum”, é um número que sempre será maior ou igual ao
maior dos valores apresentados, logo sempre é um valor além dos valores dados, criando uma
ideia de “futuro”.
Apesar do nome Mínimo Múltiplo Comum é equivocado pensar que o “mínimo” indica um
número pequeno, talvez menor que os valores apresentados. Na verdade ele é o menor dos
múltiplos e quase sempre maior que todos esses valores de quem se busca o cálculo do M.M.C.

DICA: Quando se tratar de M.M.C a solução será um valor no mínimo igual ao maior
dos valores que você dispõe. Já quando se tratar de M.D.C a solução será um valor no
máximo igual ao menor dos valores que você dispõe.

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Faça você

3. Três ciclistas percorrem um circuito saindo todos ao mesmo tempo, do mesmo ponto, e com
o mesmo sentido. O primeiro faz o percurso em 40 s, o segundo em 36 s e o terceiro em 30
s. Com base nessas informações, depois de quanto tempo os três ciclistas se reencontrarão
novamente no ponto de partida, pela primeira vez, e quantas voltas terá dado o primeiro, o
segundo e o terceiro ciclista, respectivamente?
a) 5 minutos, 10 voltas, 11 voltas e 13 voltas.
b) 6 minutos, 9 voltas, 10 voltas e 12 voltas.
c) 7 minutos, 10 voltas, 11 voltas e 12 voltas.
d) 8 minutos, 8 voltas, 9 voltas e 10 voltas.
e) 9 minutos, 9 voltas, 11 voltas e 12 voltas.

4. José possui um supermercado e pretende organizar de 100 a 150 detergentes, de três marcas
distintas, na prateleira de produtos de limpeza, agrupando-os de 12 em 12, de 15 em 15 ou de
20 em 20, mas sempre restando um. Quantos detergentes José tem em seu supermercado?
a) 60
b) 120
c) 121
d) 180
e) 181

5. Em uma árvore de natal, três luzes piscam com frequência diferentes. A primeira pisca a cada 4
segundos, a segunda a cada 6 segundos e a terceira a cada 10 segundos. Se num dado instante
as luzes piscam ao mesmo tempo, após quantos segundos voltarão, a piscar juntas?
a) 24
b) 40
c) 60
d) 80
e) 100

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6. Nas últimas eleições, três partidos políticos tiveram direito, por dia, a 90s, 108s e 144s de
tempo gratuito de propaganda na televisão, com diferentes números de aparições. O tempo
de cada aparição, para todos os partidos, foi sempre o mesmo e o maior possível. A soma do
número das aparições diárias dos partidos na TV foi de:
a) 16
b) 17
c) 18
d) 19
e) 20

7. Uma indústria de tecidos fabrica retalhos de mesmo comprimento. Após realizar os cortes
necessários, verificou-se que duas peças restantes tinham as seguintes medidas: 156
centímetros e 234 centímetros. O gerente de produção ao ser informado das medidas, deu
a ordem para que o funcionário cortasse o pano em partes iguais e de maior comprimento
possível. Sendo assim, a quantidade de novos retalhos de tecido e a medida de cada um deles,
valem, respectivamente:
a) 3 e 78
b) 5 e 78
c) 6 e 65
d) 65 e 6
e) 78 e 5

8. Um escritório comprou os seguintes itens: 140 marcadores de texto, 120 corretivos e 148
blocos de rascunho e dividiu esse material em pacotinhos, cada um deles contendo um só
tipo de material, porém todos com o mesmo número de itens e na maior quantidade possível.
Sabendo-se que todos os itens foram utilizados, então o número total de pacotinhos feitos foi:
a) 74
b) 88
c) 96
d) 102
e) 112

www.acasadoconcurseiro.com.br 241
9. No alto da torre de uma emissora de televisão, duas luzes “piscam” com frequências diferentes.
A primeira “pisca” 15 vezes por minuto e a segunda “pisca” 10 vezes por minuto. Se num certo
instante, as luzes piscam simultaneamente, após quantos segundos elas voltarão a “piscar
simultaneamente”?
a) 12
b) 10
c) 20
d) 15
e) 30

10. Para a confecção de sacolas serão usados dois rolos de fio de nylon. Esses rolos, medindo 450
cm e 756 cm serão divididos em pedaços iguais e do maior tamanho possível. Sabendo que não
deve haver sobras, quantos pedaços serão obtidos?
a) 25
b) 42
c) 67
d) 35
e) 18

Gabarito: 3. B 4. C 5. C 6. D 7. B 8. D 9. A 10. C

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Questões

1. (80567) Obtenha o mínimo múltiplo co- 2. (94889) Excetuando-se o 1, sabe-se que o


mum entre 6, 10 e 15. menor divisor positivo de cada um de três
números naturais diferentes são, respec-
a) 30 tivamente, 7; 3 e 11. Excetuando-se o pró-
b) 60 prio número, sabe-se que o maior divisor
c) 90 de cada um dos três números naturais já ci-
d) 120 tados são, respectivamente, 11; 17 e 13. A
e) 150 soma desses três números naturais é igual
a:
a) 303
b) 417
c) 271
d) 159
e) 62

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para ter acesso gratuito aos simulados on-line. E ainda, se for assinante da Casa das
Questões, poderá assistir ao vídeo da explicação do professor.

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Gabarito: 1. (80567) A 2. (94889) C

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Módulo
Aula XX
5

SISTEMA MÉTRICO DECIMAL 

Definição: O SISTEMA MÉTRICO DECIMAL é parte integrante do Sistema de Medidas. É adotado


no Brasil tendo como unidade fundamental de medida o metro. O Sistema de Medidas é um
conjunto de medidas usado em quase todo o mundo, visando padronizar as formas de medição.  
Unidades de medida ou sistemas de medida é um tema bastante presente em concursos
públicos e, por isso, é mais um dos assuntos tratados nesse livro.
Para podermos comparar um valor com outro, utilizamos uma grandeza predefinida como
referência, grandeza essa chamada de unidade padrão.
As unidades de medida padrão que nós brasileiros utilizamos com maior frequencia são o
grama, o litro e o metro, assim como o metro quadrado e o metro cúbico.
Além dessas também fazemos uso de outras unidades de medida para realizarmos, por
exemplo, a medição de tempo, de temperatura ou de ângulo.
Dependendo da unidade de medida que estamos utilizando, a unidade em si ou é muito grande
ou muito pequena. Nesse caso, então, utilizamos os seus múltiplos ou submúltiplos. O grama
geralmente é uma unidade muito pequena para o uso cotidiano, por isso, em geral, utilizamos
o quilograma, assim como em geral utilizamos o mililitro ao invés da própria unidade litro,
quando o assunto é bebidas por exemplo.

Utilização das Unidades de Medida


Quando estamos interessados em saber a quantidade de líquido que cabe em um recipiente, na
verdade estamos interessados em saber a sua capacidade. O volume interno de um recipiente
é chamado de capacidade. A unidade de medida utilizada na medição de capacidades é o litro.
Se estivéssemos interessados em saber o volume do recipiente em si, a unidade de medida
utilizada nessa medição seria o metro cúbico.
Para ladrilharmos um cômodo de uma casa, é necessário que saibamos a área deste cômodo.
Áreas são medidas em metros quadrados.
Para sabermos o comprimento de uma corda, é necessário que a meçamos. Nessa medição, a
unidade de medida utilizada será o metro ou metro linear.
Se você for fazer uma saborosa torta de chocolate, precisará comprar cacau e o mesmo será
pesado para medirmos a massa desejada. A unidade de medida de massa é o grama.
Veja a tabela a seguir, na qual agrupamos essas principais unidades de medida, seus múltiplos e
submúltiplos do Sistema Métrico Decimal, segundo o Sistema Internacional de Unidades – SI:

www.acasadoconcurseiro.com.br 245
Subconjunto de Unidades de Medida do Sistema Métrico Decimal

Medida de Grandeza Fator Múltiplos Unidades Submúltiplos

Capacidade Litro 10 kl hl dal l dl cl ml


Volume Métro Cúbico 1000 km3 hm3 dam3 m3 dm3 cm3 mm3
Metro
Área 100 km2 hm2 dam2 m2 dm2 cm2 mm2
Quadrado
Comprimento Metro 10 km hm dam m dm cm mm
Massa Grama 10 kg hg dag g dg cg mg

�⥂x �⥂x �⥂x �⥂x � ⥂x � ⥂x �⥂x ⥂x


Observe que as setas que apontam para a direita indicam uma multiplicação pelo fator
multiplicador (10, 100 ou 1000 dependendo da unidade de medida), assim como as setas que
apontam para a esquerda indicam uma divisão também pelo fator.
A conversão de uma unidade para outra unidade dentro da mesma grandeza é realizada
multiplicando-se ou dividindo-se o seu valor pelo fator de conversão, dependendo de a unidade
original estar à esquerda ou à direita da unidade a que se pretende chegar, tantas vezes quantos
forem o número de níveis de uma unidade a outra.

Exemplos de Conversão entre Unidades de Medida

Leitura das Medidas de comprimento


Podemos efetuar a leitura correta das medidas de comprimento com o auxilio de um quadro
chamado “quadro de unidades”.
Exemplo: Leia 16,072 m

Km Hm Dam M Dm Cm Mm
Kilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro

Km Hm Dam M Dm Cm Mm
1 6, 0 7 2

Após ter colocado os respectivos valores dentro das unidades equivalentes, lê-se a parte inteira
acompanhada da unidade de medida do seu último algarismo e a parte decimal com a unidade
de medida o último algarismo.

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Veja outros exemplos de leitura:


8,05 km = Lê-se assim: “oito quilômetros e cinco decâmetros”
72,207 dam = Lê-se assim: “setenta e dois decâmetros e duzentos e sete centímetros”
0,004 m = Lê-se assim: “quatro milímetros”
Observe a tabela abaixo:

Exemplos de Conversão entre Unidades de Medida


Converta 2,5 metros em centímetros
Para convertermos 2,5 metros em centímetros, devemos multiplicar (porque na tabela metro
está à esquerda de centímetro) 2,5 por 10 duas vezes, pois, para passarmos de metros para
centímetros, saltamos dois níveis à direita.
Primeiro passamos de metros para decímetros e depois de decímetros para centímetros:
2,5m.10.10 = 250cm
Isso equivale a passar a vírgula duas casas para a direita.
Portanto: 2,5 m é igual a 250 cm

Passe 5.200 gramas para quilogramas


Para passarmos 5.200 gramas para quilogramas, devemos dividir (porque na tabela grama
está à direita de quilograma) 5.200 por 10 três vezes, pois para passarmos de gramas para
quilogramas saltamos três níveis à esquerda.
Primeiro passamos de grama para decagrama, depois de decagrama para hectograma e
finalmente de hectograma para quilograma:
5200g:10:10:10 = 5,2 kg
Isso equivale a passar a vírgula três casas para a esquerda.
Portanto: 5.200 g é igual a 5,2 kg

Quantos centilitros equivalem a 15 hl?


Para irmos de hectolitros a centilitros, passaremos quatro níveis à direita. Multiplicaremos
então 15 por 10 quatro vezes:

www.acasadoconcurseiro.com.br 247
15hl.10.10.10.10 = 150000 cl
Isto equivale a passar a vírgula quatro casas para a direita.
Portanto: 150.000 cl equivalem a 15 hl.

Quantos quilômetros cúbicos equivalem a 14 mm3?


Para passarmos de milímetros cúbicos para quilômetros cúbicos, passaremos seis níveis à
esquerda. Dividiremos então 14 por 1000 seis vezes:
Portanto:
3 -17 3
0,000000000000000014 km , ou a 1,4 x 10 km se expresso em notação científica equivalem
3
a 14 mm .
2
Passe 50 dm para hectometros quadrados
Para passarmos de decímetros quadrados para hectómetros quadrados, passaremos três
níveis à esquerda. Dividiremos então por 100 três vezes:
50dm²:100:100:100 = 0,00005 km²
Isto equivale a passar a vírgula seis casas para a esquerda.
2 2
Portanto: 50 dm é igual a 0,00005 hm

Equivalência entre medidas de volume e medidas de capacidade

•• Para estabelecermos uma "ponte" entre medidas de volume de capacidade, usaremos as


seguintes conversões:
→ 1m³ corresponde a 1000 litro.
→ 1dm³ corresponde a 1 litro.
→ 1cm³ corresponde a 1 ml.

Exemplos de Conversão entre Medidas de Volume e Medidas de Capacidade

Quantos decalitros equivalem a 1 m3?


Sabemos que 1 m3 equivale a 1.000 l, portanto, para convertermos de litros a decalitros,
passaremos um nível à esquerda. Dividiremos então 1.000 por 10 apenas uma vez:
1000l : 10 = 100 dal
Isso equivale a passar a vírgula uma casa para a esquerda.
Poderíamos também raciocinar da seguinte forma:
3
Como 1 m equivale a 1 kl, basta fazermos a conversão de 1 kl para decalitros, quando então
passaremos dois níveis à direita. Multiplicaremos então 1 por 10 duas vezes:
ikl.10.10 = 100dal

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Portanto: 100 dal equivalem a 1 m3.

348 mm3 equivalem a quantos decilitros?


Como 1 cm3 equivale a 1 ml, é melhor dividirmos 348 mm3 por mil, para obtermos o seu
3 3 3
equivalente em centimetros cúbicos: 0,348 cm . Logo 348 mm equivale a 0,348 ml, já que cm
e ml se equivalem.
Nesse ponto, já convertemos de uma unidade de medida de volume, para uma unidade de
medida de capacidade.
Falta-nos passarmos de mililitros para decilitros, quando então passaremos dois níveis à
esquerda.
Dividiremos então por 10 duas vezes:
0,348 ml:10:10 = 0,00348 dl
3
Logo: 348 mm equivalem a 0,00348 dl.

Dúvidas Frequentes

•• Um metro cúbico equivale a quantos metros quadrados?


•• Converter medidas em decilitros para gramas.
•• Quantos litros cabem em um metro quadrado?
•• Como passar litros para milímetros?
•• Quantos centímetros lineares há em um metro quadrado?
•• Conversão de litros para gramas.
•• Um centímetro corresponde a quantos litros?
•• Como passar de centímetros quadrados para mililitros?
•• Quantos mililitros tem um centímetro?
3
•• Transformar m em metro linear.
•• Quanto vale um centímetro cúbico em gramas?

Você consegue notar algum problema nessas pesquisas?


O problema é que elas buscam a conversão entre unidades de medidas incompatíveis, como
por exemplo, a conversão de metro cúbico para metro quadrado. A primeira é uma unidade de
medida de volume e a segunda é uma unidade de medida de área, por isso são incompatíveis e
não existe conversão de uma unidade para a outra.
Então todas as conversões acima não são possíveis de se realizar, a não que se tenha outras
informações, como a densidade do material na última questão, mas isso já uma outra disciplina.
Acredito que a razão dessas dúvidas é o fato de o estudante não conseguir discernir claramente
o que são comprimento, área, volume e capacidade, portanto vou procurar esclarecer tais
conceitos com maiores detalhes.

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SISTEMA DE MEDIDA DE TEMPO

Medidas de tempo

É comum em nosso dia a dia perguntas do tipo:


•• Qual é a duração dessa partida de futebol?
•• Qual é o tempo dessa viagem?
•• Qual é a duração desse curso?
•• Qual é o melhor tempo obtido por esse corredor?
Todas essas perguntas serão respondidas tomando por base uma unidade padrão de medida
de tempo.
A unidade de tempo escolhida como padrão no Sistema Internacional (SI) é o segundo.
Um dia é um intervalo de tempo relativamente longo. Nesse período você pode dormir, se
alimentar, estudar, se preparar para concursos e muitas outras coisas.
Muitas pessoas se divertem assistindo a um bom filme, porém, se os filmes tivessem a duração
de um dia, eles não seriam uma diversão, mas sim uma tortura.
Se dividirmos em 24 partes iguais o intervalo de tempo relativo a um dia, cada uma dessas
frações de tempo corresponderá a exatamente uma hora, portanto concluímos que um dia
equivale a 24 horas e que 1 24 do dia equivale a uma hora.
Uma ou duas horas é um bom tempo para se assistir um filme, mas para se tomar um banho é
um tempo demasiadamente grande.
Portanto, dependendo da tarefa, precisamos fracionar o tempo, nesse caso, a hora.
Se dividirmos em 60 partes iguais o intervalo de tempo correspondente a uma hora, cada uma
dessas 60 partes terá a duração exata de um minuto, o que nos leva a concluir que uma hora
equivale a 60 minutos, assim como 1 60 da hora equivale a um minuto.
Dez ou quinze minutos é um tempo mais do que suficiente para tomarmos um bom banho
ouvindo uma boa música, mas, para atravessarmos a rua, esse tempo é um verdadeiro convite
a um atropelamento.
Se dividirmos em 60 partes iguais o intervalo de tempo relativo a um minuto, cada uma dessas
partes terá a duração exata de um segundo. Com isto concluímos que um minuto equivale a 60
segundos e que 1 60 do minuto equivale a um segundo.
Das explicações acima podemos chegar ao seguinte resumo:
•• 1 dia = 24 horas
•• 1 hora = 60 minutos
•• 1 minuto = 60 segundos
Assim, também podemos concluir que :
•• 1 hora = 1/24 dia
•• 1 minuto = 1/60 hora
•• 1 segundo = 1/60 minuto.

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Múltiplos e Submúltiplos do Segundo


Quadro de unidades

Múltiplos
Minutos Horas Dia
min h d
60s 60 min = 3.600s 24h = 1.440min = 86.400s

São submúltiplos do segundo:


•• décimo de segundo
•• centésimo de segundo
•• milésimo de segundo
Cuidado: Nunca escreva 2,40h como forma de representar 2h40min. Pois o sistema de medidas
de tempo não é decimal.
Observe:

Tabela para Conversão entre Unidades de Medidas de Tempo

www.acasadoconcurseiro.com.br 251
Além das unidades vistas anteriormente, podemos também relacionar algumas outras:

Unidade Equivale
Semana 7 dias
Quinzena 15 dias
Mês 30 dias *
Bimestre 2 meses
Trimestre 3 meses
Quadrimestre 4 meses
Semestre 6 meses
Ano 12 meses
Década 10 anos
Século 100 anos
Milênio 1000 anos

* O mês comercial utilizado em cálculos financeiros possui, por convenção, 30 dias.

Exemplos Resolvidos
•• Converter 25 minutos em segundos
A unidade de tempo minuto é maior que a unidade segundo, já que 1 minuto contém 60
segundos. Portanto, de acordo com o explicado acima, devemos realizar uma multiplicação,
mas devemos multiplicar por quanto?
Devemos multiplicar por 60, pois cada minuto equivale a 60 segundos:
Visto que:
A min = 60 seg
Então:
Assim, 25 min é igual a 1500 s.

•• Converter 2220 segundos em minutos


Este exemplo solicita um procedimento oposto ao do exemplo anterior. A unidade de tempo
segundo é menor que a unidade minuto já que: 1s = 1 60 min
Logo, devemos dividir por 60, pois cada segundo equivale a 1 60 do minuto: 2.200 ÷ 60 = 37
Note que alternativamente, conforme a tabela de conversão acima, poderíamos ter multiplicado
60 ao invés de termos dividido por 60, já que são operações equivalentes:
1

2.200 x 1 = 37
60
Assim, 2.220 s é igual a 37 min.

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•• Quantos segundos há em um dia?


Nos exemplos anteriores nos referimos a unidades vizinhas, convertemos de minutos para
segundos e vice-versa.
Como a unidade de tempo dia é maior que a unidade segundo, iremos solucionar o problema
recorrendo a uma série de multiplicações.
Pela tabela de conversão acima para convertermos de dias para horas devemos multiplicar por
24, para convertermos de horas para minutos devemos multiplicar por 60 e finalmente para
convertermos de minutos para segundos também devemos multiplicar por 60. Temos então o
seguinte cálculo:
1 x 24 x 60 x 60 = 864.000

•• 10.080 minutos são quantos dias?


Semelhante ao exemplo anterior, só que, nesse caso, precisamos converter de uma unidade
menor para uma unidade maior. Como as unidades não são vizinhas, vamos então precisar de
uma série de divisões.
De minutos para horas precisamos dividir por 60 e de horas para dias temos que dividir por 24.
O cálculo será então:
10.080 ÷ 60 ÷ 24 = 7
Assim, 10.080 minutos correspondem 7 dias.

Faça você
2 2
1. O resultado de 15.000 mm + 15 cm é igual a:
a) 0,1515 dm2
b) 1,5015 dm2
c) 1,65 dm2
d) 15,15 dm2
2
e) 151,5 dm

2. Os 3 de um hectometro corresponde a:
50
a) 60 mm
b) 60 cm
c) 60 dm
d) 60 m
e) 60 dam

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3. A atleta brasileira Fabiana Murer alcançou a marca de 4,60 m no salto com vara, nos Jogos Pan-
americanos realizados no Rio de Janeiro em 2007. Sua melhor marca é de 4,80 m, recorde sul-
americano na categoria. Qual é a diferença, em centímetro, entre essas duas marcas?
a) 0,2
b) 2
c) 20
d) 200
e) 2000

4. Se uma vela de 36 cm de altura diminui 1,8 mm por minuto, quanto tempo levará para se
consumir?
a) 2h
b) 2h 36 min
c) 3h
d) 3h 18 min
e) 3h 20 min

5. Se 13,73 dam foram convertidos para várias unidades diferentes. Das conversões abaixo,
assinale a única que está errada
a) 13730 cm
b) 137,3 m
c) 1,373 hm
d) 0,01373 km
e) 1.373 dm

6. Uma tartaruga percorreu, num dia, 6,05 hm. No dia seguinte, percorreu mais 0,72 km e, no
terceiro dia, mais 12.500 cm. Qual a distância que a tartaruga percorreu nos três dias?
a) 1,45m
b) 14,5m
c) 145m
d) 1450m
e) 14500m

Gabarito: 1. C 2. C 3. C 4. E 5. D 6. D

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NOTAÇÃO CIENTÍFICA

p
Um número escrito em Notação Científica é sempre do tipo  N   =  k  .  10 , onde p é um número
inteiro e 1   ≤    k  <  10 .
K é chamada de mantissa.
Exemplos:

I – A distância da terra ao Sol é 152 000 000 000 metros ou 1,52 .1011 m .

-6
II – O tamanho de uma célula é 0,0000025 metros ou 2,5 .10 m.

-19
III – A carga elétrica de um próton é de 0,00000000000000000016 Coulomb ou 1,6 .10 C.

24
IV – A massa da Terra é 5 980 000 000 000 000 000 000 000 kg ou 5,98 .10 kg .

Exemplos:

1. Represente os números abaixo por extenso:


a) 3 . 105 = e) 0,012 . 104 =

b) 5,12 . 103 = f) 3,1 . 10-3 =

c) 8 . 10-1 = g) 5 . 10-5 =

d) 1,03 . 106 = h) 5 . 105 =

2. Escreva em notação científica.


a) 0,00000384 = c) 0,0002 =

b) 25680000 = d) 754000 =

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3. A distância que a luz percorre em um ano, chamado ano-luz, é de aproximadamente 38.45 . 512
quilometros. A notação científica desse número é:
10
a) 9,5 . 10
b) 0,95 . 1012
c) 9,5 . 1012
12
d) 95. 10
14
e) 9,5 . 10

4. Dados os números M = 9,84 × 1015 e N = 1,23 × 1016, podemos afirmar que:


a) M<N
b) M + N = 1,07 × 1016
c) M>N
31
d) M. N = 1,21 × 10
e) n.d.a.

Gabarito: 3. C 4. A

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Módulo
Aula XX
6

RAZÃO E PROPORÇÃO
Razão
A palavra razão vem do latim ratio e significa a divisão ou o quociente entre dois números, A e
A
B, denotada por .
B
12
Exemplo: A razão entre 12 e 3 é 4, pois = 4.
3
Proporção
Já a palavra proporção vem do latim proportione e significa uma relação entre as partes de uma
grandeza, ou seja, é uma igualdade entre duas razões.

6 10
Exemplo: 6 = 10 , a proporção é proporcional a .
3 5 3 5

A C
Se numa proporção temos = , então os números A e D são denominados extremos
B D
enquanto os números B e C são os meios e vale a propriedade: o produto dos meios é igual ao
produto dos extremos, isto é:

A×D=C×B

x 12
Exemplo: Dada a proporção = , qual é o valor de x?
3 9
Dica
x 12
= logo 9.x=3.12 → 9x=36 e portanto x=4 DICA: Observe a ordem com
3 9
que os valores são enunciados
para interpretar corretamente a
questão.
Exemplo: Se A, B e C são proporcionais a 2, 3 e 5,
•• Exemplos: A razão entre a e b
é a/b e não b/a!!!
logo: A B C A sua idade e a do seu colega são
= =
2 3 5 proporcionais a 3 e 4,
sua idade 3
logo = .
idade do colega 4

www.acasadoconcurseiro.com.br 257
Faça você

2
1. A razão entre o preço de custo e o preço de venda de um produto é . Se for vendida a
R$ 42,00, qual é o preço de custo? 3

2. A idade do professor Zambeli está para a do professor Dudan assim como 8 está para 7. Se
apesar de todos os cabelos brancos o professor Zambeli tem apenas 40 anos, a idade do
professor Dudan é de:
a) 20 anos
b) 25 anos
c) 30 anos
d) 35 anos
e) 40 anos

3. A razão entre os números (x + 3) e 7 é igual à razão entre os números (x – 3) e 5. Nessas


condições, o valor de x é?

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Regra de Três Simples

Grandezas diretamente proporcionais


A definição de grandeza está associada a tudo aquilo que pode ser medido ou contado. Como
exemplo, citamos: comprimento, tempo, temperatura, massa, preço, idade, etc.
As grandezas diretamente proporcionais estão ligadas de modo que, à medida que uma
grandeza aumenta ou diminui, a outra altera de forma proporcional.
Grandezas diretamente proporcionais, explicando de uma forma mais informal, são grandezas
que crescem juntas e diminuem juntas. Podemos dizer também que nas grandezas diretamente
proporcionais uma delas varia na mesma razão da outra. Isto é, duas grandezas são diretamente
proporcionais quando, dobrando uma delas, a outra também dobra; triplicando uma delas, a
outra também triplica... E assim por diante.

Exemplo:
Um automóvel percorre 300 km com 25 litros de combustível. Caso o proprietário desse
automóvel queira percorrer 120 km, quantos litros de combustível serão gastos?

300 km 25 litros
120 km x litros
Dica
Quando a regra
300 25 3000 de três é direta,
= 300.x = 25.120 x=  à x = 10
120 x 300 multiplicamos em
X, regra do “CRUZ
CREDO”.

Exemplo:
Em uma gráfica, certa impressora imprime 100 folhas em 5 minutos. Quantos minutos ela
gastará para imprimir 1300 folhas?

100 folhas 5 minutos


1300 folhas x minutos

100 5 5 × 1300
= = 100.x = 5.1300 à x= = 65 minutos
1300 x 100

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Grandeza inversamente proporcional
Entendemos por grandezas inversamente proporcionais as situações em que ocorrem
operações inversas, isto é, se dobramos uma grandeza, a outra é reduzida à metade.

São grandezas que quando uma aumenta a outra


diminui e vice-versa. Percebemos que, variando Dica!!
uma delas, a outra varia na razão inversa da
primeira. Isto é, duas grandezas são inversamente
proporcionais quando, dobrando uma delas, a Dias
outra se reduz pela metade; triplicando uma inv
delas, a outra se reduz para a terça parte... E Op. H/d
assim por diante.

Exemplo:
12 operários constroem uma casa em 6 semanas. 8 operários, nas mesmas condições,
construiriam a mesma casa em quanto tempo?
12 op. 6 semanas
8 op. x semanas
Antes de começar a fazer, devemos pensar: se diminuiu o número de funcionários, será que
a velocidade da obra vai aumentar? É claro que não. E, se um lado diminui enquanto o outro
aumentou, é inversamente proporcional e, portanto, devemos multiplicar lado por lado (em
paralelo).

8.x = 12.6
8x = 72 Dica
72 Quando a regra de três é
x =  à x = 9
8 inversa, multiplicamos lado
por lado, regra da LALA.

Exemplo: A velocidade constante de um carro e o tempo que esse carro gasta para dar uma
volta completa em uma pista estão indicados na tabela a seguir:

Velocidade (km/h) 120 60 40


Tempo (min) 1 2 3

Observando a tabela, percebemos que se trata de uma grandeza inversamente proporcional,


pois, à medida que uma grandeza aumenta, a outra diminui.

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4. Se um avião, voando a 500 Km/h, faz o percurso entre duas cidades em 3h, quanto tempo
levará se viajar a 750 Km/h?
a) 1,5h
b) 2h
c) 2,25h
d) 2,5h
e) 2,75h

5. Em um navio com uma tripulação de 800 marinheiros há víveres para 45 dias. Quanto tempo
poderíamos alimentar os marinheiros com o triplo de víveres?
a) 130
b) 135
c) 140
d) 145
e) 150

6. Uma viagem foi feita em 12 dias percorrendo-se 150 km por dia. Quantos dias seriam
empregados para fazer a mesma viagem, percorrendo-se 200 km por dia?
a) 5
b) 6
c) 8
d) 9
e) 10

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Regra de Três Composta
A regra de três composta é utilizada em problemas com mais de duas grandezas, direta ou
inversamente proporcionais. Para não vacilar, temos que montar um esquema com base na
análise das colunas completas em relação à coluna do “x”.
Vejamos os exemplos abaixo.
Exemplo:
Em 8 horas, 20 caminhões descarregam 160 m3 de areia. Em 5 horas, quantos caminhões serão
3
necessários para descarregar 125 m ?
A regra é colocar em cada coluna as grandezas de mesma espécie e deixar o X na segunda linha.

+ –
Horas Caminhões Volume
8 20 160

5 x 125

Identificando as relações quanto à coluna que contém o X:


Se em 8 horas, 20 caminhões carregam a areia, em 5 horas, para carregar o mesmo volume,
serão MAIS caminhões. Então se coloca o sinal de + sobre a coluna Horas.
Se, 160 m³ são transportados por 20 caminhões, 125 m³ serão transportados por MENOS
caminhões. Sinal de – para essa coluna.
Assim, basta montar a equação com a seguinte orientação: ficam no numerador, acompanhando
o valor da coluna do x, o MAIOR valor da coluna com sinal de +, e da coluna com sinal de –, o
MENOR valor.
Assim:
20 × 125 × 8
= 25 Logo, serão necessários 25 caminhões.
160 × 5

Exemplo:
Numa fábrica de brinquedos, 8 homens montam 20 carrinhos em 5 dias. Quantos carrinhos
serão montados por 4 homens em 16 dias?
Solução: montando a tabela:

– +
Homens Carrinhos Dias
8 20 5
4 x 16

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Observe que, se 8 homens montam 20 carrinhos, então 4 homens montam MENOS carrinhos.
Sinal de – nessa coluna.

Se, em 5 dias montam-se 20 carrinhos, então em 16 dias se montam MAIS carrinhos. Sinal de +.
20 × 4 × 16
Montando a equação: x = = 32
8× 5
Logo, serão montados 32 carrinhos.

Dica
Não esqueça que um sinal indica quem fica no NUMERADOR da fração, ou seja, se
aparecer o sinal de + fica o maior valor da coluna, se aparecer o sinal de – fica o menor
valor da coluna.

7. Franco e Jade foram incumbidos de digitar os laudos de um texto. Sabe-se que ambos digitaram
suas partes com velocidades constantes e que a velocidade de Franco era 80% da de Jade.
Nessas condições, se Jade gastou 10 min para digitar 3 laudos, o tempo gasto por Franco para
digitar 24 laudos foi?
a) 1h e 15 min
b) 1h e 20 min
c) 1h e 30 min
d) 1h e 40 min
e) 2h

8. Num acampamento, 10 escoteiros consumiram 4 litros de água em 6 dias. Se fossem 7


escoteiros, em quantos dias consumiriam 3 litros de água?
a) 6,52
b) 6,50
c) 6,45
d) 6,42
e) 6,40

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9. Em uma campanha publicitária, foram encomendados, em uma gráfica, quarenta e oito mil
folhetos. O serviço foi realizado em seis dias, utilizando duas máquinas de mesmo rendimento,
oito horas por dia. Dado o sucesso da campanha, uma nova encomenda foi feita, sendo desta
vez de setenta e dois mil folhetos. Com uma das máquinas quebradas, a gráfica prontificou-se a
trabalhar doze horas por dia, entregando a encomenda em:
a) 7 dias
b) 8 dias
c) 10 dias
d) 12 dias
e) 15 dias

Propriedade das proporções


Imaginem uma receita de bolo.
1 receita:

A B

4 xícaras de farinha - 6 ovos - 240 ml de leite - 180 g de açúcar

½ receita:

C D

2 xícaras de farinha - 3 ovos - 120 ml de leite - 90 g de açúcar

2 receitas:

E F

8 xícaras de farinha - 12 ovos - 480 ml de leite - 360 g de açúcar

Então se houver,

G H

14 xícaras de farinha - x ovos - y ml de leite - z g de açúcar

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Teremos que calcular x, y e z por regra de três (Proporções).

A B A C
1. = ou =
C D B D
A+B C +D A+B B+D
2. = ou =
A C A B

Numa proporção, a soma dos dois primeiros termos está para o 2º (ou 1º) termo, assim como a
soma dos dois últimos está para o 4º (ou 3º).

Constante de proporcionalidade

Considere as informações na tabela:

A B
5 10 As colunas A e B não são iguais, mas são PROPORCIONAIS.
6 12
7 14 Então, podemos escrever: 5 ∝ 10
9 18 6 ∝ 12
13 26 9 ∝ 18
15 30

Assim, podemos afirmar que:


5k = 10
6k = 12


9k = 18
Onde a constante de proporcionalidade k é igual a dois.
Exemplo:
A idade do pai está para a idade do filho assim como 9 está para 4. Determine essas idades
sabendo que a diferença entre eles é de 35 anos.

P=9
F=4

P - F = 35

Como já vimos, as proporções ocorrem tanto “verticalmente” como “horizontalmente”. Então,


podemos dizer que:

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P está para 9 assim como F está para 4. Simbolicamente, P ∝ 9, F ∝ 4.
Usando a propriedade de que “toda proporção se transforma em uma igualdade quando
multiplicada por uma constante”, temos:
P = 9k e F = 4k
Logo, a expressão fica:
P – F = 35
9k – 4k = 35 Assim, P = 9 × 7= 63 e F = 4 × 7 = 28
5k = 35
K=7

Divisão proporcional
Podemos definir uma DIVISÃO PROPORCIONAL como uma forma de divisão na qual se
determinam valores que, divididos por quocientes previamente determinados, mantêm-se
uma razão constante (que não tem variação).
Exemplo:
Vamos imaginar que temos 120 bombons para distribuir em partes diretamente proporcionais
a 3, 4 e 5, entre 3 pessoas A, B e C, respectivamente:
Num total de 120 bombons, k representa a quantidade de bombons que cada um receberá.
Pessoa A – k k k = 3k
Pessoa B – k k k k = 4k
Pessoa C – k k k k k = 5k
Se A + B + C = 120 então 3k + 4k + 5k = 120
3k + 4k + 5k = 120 logo 12k = 120 e assim k = 10
Pessoa A receberá 3.10 = 30
Pessoa B receberá 4.10 = 40
Pessoa C receberá 5.10 = 50
Exemplo:
2 3 5
Dividir o número 810 em partes diretamente proporcionais a, e .
3 4 6
Primeiramente tiramos o mínimo múltiplo comum entre os denominadores 3, 4 e 6.
2 3 5 8 9 10
=
3 4 6 12 12 12
2 3 5
Depois de feito o denominador e encontrado frações equivalentes a , e com
3 4 6
denominador 12 trabalharemos apenas com os numeradores ignorando o denominador, pois
como ele é comum nas três frações, não precisamos trabalhar com ele mais.

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Podemos então dizer que: Por fim multiplicamos,


8K + 9K + 10K = 810 8.30 = 240
27K = 810 9.30 = 270
K = 30. 10.30 = 300
240, 270 e 300.
Exemplo:
3 5
Dividir o número 305 em partes inversamente proporcionais a , 5 e .
8 6
O que muda quando diz inversamente proporcional? Simplesmente invertemos as frações pelas
suas inversas.

3 8
 à 
8 3
1
5 à  Depois disto, usamos o mesmo método de cálculo.
5
5 6
 à 
6 5

8 1 6 40 3 18
=
3 5 5 15 15
5 15
Ignoramos o denominador e trabalhamos apenas com os numeradores.
40K + 3K + 18K = 305 logo 61K = 305 e assim K = 5
Por fim,
40 . 5 = 200
3 . 5 = 15
18 . 5 = 90
200, 15 e 90
Exemplo:
Dividir o número 118 em partes simultaneamente proporcionais a 2, 5, 9 e 6, 4 e 3.
Como a razão é direta, basta multiplicarmos suas proporcionalidades na ordem em que foram
apresentadas em ambas.
2 × 6 = 12
5 × 4 = 20
9 × 3 = 27 logo, 12K + 20K + 27K =
118 à 59K = 118 daí
K=2
Tendo então,
12 . 2 = 24
20 . 2 = 40 24, 40 e 54.
27 . 2 = 54

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Casos particulares
João, sozinho, faz um serviço em 10 dias. Paulo, sozinho, faz o mesmo serviço em 15 dias. Em
quanto tempo fariam juntos esse serviço?
Primeiramente, temos que padronizar o trabalho de cada um. Neste caso já esta padronizado,
pois ele fala no trabalho completo, o que poderia ser dito a metade do trabalho feito em um
certo tempo.
1
Se João faz o trabalho em 10 dias, isso significa que ele faz do trabalho por dia.
1 10
Na mesma lógica, Paulo faz do trabalho por dia.
15
1 1 3 2 5 1
Juntos o rendimento diário é de + = + = =
10 15 30 30 30 6
1
Se em um dia eles fazem do trabalho em 6 dias os dois juntos completam o trabalho.
6

Sempre que as capacidades forem diferentes, mas o serviço a ser feito for o mesmo,
1 1 1
seguimos a seguinte regra: + =
t1 t2 tT (tempo total)

x y
10. Se = e x + y = 154 determine x e y:
9 13

11. A idade do pai está para a idade do filho, assim como 7 está para 3. Se a diferença entre essas
idades é 32 anos, determine a idade de cada um.

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12. Os salários de dois funcionários do Tribunal são proporcionais às suas idades, que são 40 e
25 anos. Se os salários somados totalizam R$ 9100,00, qual é a diferença de salário destes
funcionários?

13. A diferença entre dois números é igual a 52. O maior deles está para 23, assim como o menor
está para 19. Quais números são esses?

14. Dividir o número 180 em partes diretamente proporcionais a 2,3 e 4.

2 3 5
15. Dividir o número 540 em partes diretamente proporcionais a , e .
3 4 6

16. Dividir o número 70 em partes inversamente proporcionais a 2 e 5.

1 1 1
17. Dividir o número 48 em partes inversamente proporcionais a , e .
3 5 8

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18. Dividir o número 148 em partes diretamente proporcionais a 2, 6 e 8 e inversamente
1 2
proporcionais a , e 0,4.
4 3

2
19. Dividir o número 670 em partes inversamente proporcionais simultaneamente a , 4, 0,3 e 6,
3 2 5
e .
2 3

20. Uma herança foi dividida entre 3 pessoas em partes diretamente proporcionais às suas idades,
que são 32, 38 e 45.
Se o mais novo recebeu R$ 9.600, quanto recebeu o mais velho?

21. Uma empresa dividiu os lucros entre seus sócios, proporcionais a 7 e 11. Se o 2º sócio recebeu
R$ 20 000 a mais que o 1º sócio, quanto recebeu cada um?

22. Os três jogadores mais disciplinados de um campeonato de futebol amador irão receber um
prêmio de R$ 3.340,00 rateados em partes inversamente proporcionais ao número de faltas
cometidas em todo o campeonato. Os jogadores cometeram 5, 7 e 11 faltas. Qual é a premiação
referente a cada um deles respectivamente?

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23. Quatro amigos resolveram comprar um bolão da loteria. Cada um dos amigos deu a seguinte
quantia: Carlos: R$ 5,00 Roberto: R$ 4,00 Pedro: R$ 8,00 João: R$ 3,00.
Se ganharem o prêmio de R$ 500.000,00, quanto receberá cada amigo, considerando que a
divisão será proporcional à quantia que cada um investiu?

24. Certo mês o dono de uma empresa concedeu a dois de seus funcionários uma gratificação
no valor de R$ 500. Essa gratificação foi dividida entre eles em partes que eram diretamente
proporcionais aos respectivos números de horas de plantões que cumpriram no mês e, ao
mesmo tempo, inversamente proporcional à suas respectivas idades. Se um dos funcionários
tem 36 anos e cumpriu 24h de plantões e, outro, de 45 anos cumpriu 18h, coube ao mais jovem
receber:
a) R$ 302,50
b) R$ 310,00
c) R$ 312,50
d) R$ 325,00
e) R$ 342,50

25. Três sócios formam uma empresa. O sócio A entrou com R$ 2.000 e trabalha 8h/dia. O sócio B
entrou com R$ 3.000 e trabalha 6h/dia. O sócio C entrou com R$ 5.000 e trabalha 4h/dia. Se, na
divisão dos lucros o sócio B recebe R$ 90.000, quanto recebem os demais sócios?

26. Certa herança foi dividida de forma proporcional às idades dos herdeiros, que tinham 35, 32 e
23 anos. Se o mais velho recebeu R$ 525,00, quanto coube o mais novo?
a) R$ 230,00
b) R$ 245,00
c) R$ 325,00
d) R$ 345,00
e) R$ 350,00

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27. Uma torneira enche um tanque em 3h, sozinho. Outra torneira enche o mesmo tanque em 4h,
sozinho. Um ralo esvazia todo o tanque sozinho em 2h. Estando o tanque vazio, as 2 torneiras
abertas e o ralo aberto, em quanto tempo o tanque encherá?

28. Através de um contrato de trabalho, ficou acertado que 35 operários construiriam uma casa em
32 dias, trabalhando 8 horas diárias. Decorridos 8 dias, apesar de a obra estar transcorrendo
no ritmo previsto, novo contrato foi confirmado: trabalhando 10 horas por dia, 48 operários
terminariam a obra. O número de dias gasto, ao todo, nesta construção foi:
a) 14
b) 19
c) 22
d) 27
e) 50

29. Uma fazenda tem 30 cavalos e ração estocada para alimentá-los durante 2 meses. Se forem
vendidos 10 cavalos e a ração for reduzida à metade. Os cavalos restantes poderão ser
alimentados durante:
a) 3 meses
b) 4 meses
c) 45 dias
d) 2 meses
e) 30 dias

30. Uma ponte foi construída em 48 dias por 25 homens, trabalhando​-se 6 horas por dia. Se o
número de homens fosse aumentado em 20% e a carga horária de trabalho em 2 horas por dia,
esta ponte seria construída em:
a) 24 dias
b) 30 dias
c) 36 dias
d) 40 dias
e) 45 dias

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31. Usando um ferro elétrico 20 minutos por dia, durante 10 dias, o consumo de energia será de 5
kWh. O consumo do mesmo ferro elétrico se ele for usado 70 minutos por dia, durante 15 dias
sera de.
a) 25 kWh
b) 25,5 kWh
c) 26 kWh
d) 26,25 kWh
e) 26,5 kWh

32. Trabalhando oito horas por dia, durante 16 dias, Pedro recebeu R$ 2.000,00. Se trabalhar 6
horas por dia, durante quantos dias ele deverá trabalhar para receber R$ 3000,00?
a) 30 dias
b) 31 dias
c) 32 dias
d) 33 dias
e) 34 dias

33. Cinco trabalhadores de produtividade padrão e trabalhando individualmente, beneficiam


ao todo, 40 kg de castanha por dia de trabalho referente a 8 horas. Considerando que existe
uma encomenda de 1,5 toneladas de castanha para ser entregue em 15 dias úteis, quantos
trabalhadores de produtividade padrão devem ser utilizados para que se atinja a meta
pretendida, trabalhando dez horas por dia?
a) 10.
b) 11.
c) 12.
d) 13.
e) 14.

34. Uma montadora de automóveis demora 20 dias trabalhando 8 horas por dia, para produzir 400
veículos. Quantos dias serão necessários para produzir 50 veículos, trabalhando 10 horas ao
dia?
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5

Gabarito:  1. R$28,00 2. D 3. 18 4. B 5. B 6. D 7. D 8. D 9. D 10. x = 63 / y = 91 11. 56 e 24 
12. R$ 2100 13. 299 e 247 14. 40,60 e 80 15. 160,180 e 3 200 16. 50 e 20 17. 9,15 e 24 18. 32,36 e 80 19. 50,20 e 600 
20. R$ 13500 21. R$35000 e R$ 55000 22. R$ 1540, R$ 1100 e R$ 700 23. R$ 125000, R$10000,R$200000 e R$75000 
24. C 25. R$80000, R$ 90000 e R$100000 26. D 27. 12 h 28. C 29. C 30. B 31. D 32. C 33. A 34. B

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ESCALAS

Definição

As distâncias expressas nos mapas, plantas e maquetes são consideradas representativas, isto
é, indicam uma constante de proporcionalidade usada na transformação para a distância real.
Os dados expressos nos mapas são diretamente proporcionais às distâncias na realidade.
A escala é a razão entre as dimensões no desenho (ou planta, ou mapa) e as correspondentes
dimensões na realidade. Assim, podemos dizer o seguinte:

Distância no Mapa
Escala =
Distância Real

Usamos escala quando queremos representar um esboço gráfico de objetos, da planta de uma
casa ou de uma cidade, mapas, maquetes, etc.
Se num mapa a escala indicada é de 1 : 1000, isso quer dizer que cada medida no desenho
do mapa é 1000 vezes menor que a realidade, sendo assim: Cada 1 cm medido no mapa
representará no real ->1000 cm = 10 m
Se num projeto arquitetônico cada cm desenhado equivale a 120 cm ( 1,2 m ) de dimensão real,
afirmamos que esse modelo está na escala de 1 : 120, ou seja, tudo na realidade é 120 vezes
maior que no projeto arquitetônico.
Resumindo:
•• Se a razão for maior que 1 representa uma ampliação.
•• Se a razão for menor que 1 representa uma redução.
Para calcular escalas, é usada a proporcionalidade direta. Assim, tanto pode utilizar a
propriedade fundamental das proporções, como a regra de três simples.
ATENÇÃO:
Na escala 1: 100 000 – “1 cm” representa a distância no mapa enquanto que o “100 000 cm”
representa a distância real. Isto significa que 1 cm no mapa corresponde a 100 000 cm na
realidade, ou seja 1 km.

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Exemplos Resolvidos:

1. Sabendo, que no mapa, duas cidades estão separadas por um segmento de reta de 6 cm e que
a escala do mapa é de 1: 3000000, calcula a distância real.
DM = 6 cm
DR = ?
Escala = 1 : 3 000 000

Assim a distância real é de 180 km.

2. A distância real entre duas cidades é de 23 km. No mapa a distância, em linha reta, entre estas
duas cidades, é de 5 cm. Qual é a escala?
DM = 5 cm
DR= 23 km = 2 300 000 cm
Escala = ?

Escala 1: 460 000 ou 1 / 460 000 (1cm no mapa corresponde a 460000cm de distância na
realidade)

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Faça você

1. Um protótipo foi desenhado na escala 1:100. Qual será o comprimento desse protótipo se o
modelo em tamanho real tem um comprimento igual a 4,00 m?
a) 0,4 cm
b) 4 cm
c) 40 cm
d) 4 dm
e) 40 dm

2. Qual é a escala da planta de um terreno no qual um comprimento de 48 metros foi representado


no papel por um segmento de 2,4 dm?
a) 1:2
b) 1:20
c) 1:200
d) 1:2000
e) 1:20000

3. Uma bandeira brasileira oficial tem o comprimento de 10 metros e a largura de 7 metros. Que
escala estaremos trabalhando ao desenharmos nossa bandeira com 8 cm de comprimento?
a) 1:25
b) 1:125
c) 1:250
d) 1:500
e) 1:1000

4. A distância entre duas cidades é de 150 km e está representada em um mapa por 10 cm.
Determine a escala desse mapa.
a) 1:150
b) 1:1500
c) 1:15000
d) 1:150000
e) 1:1500000

5. Qual o comprimento que devemos representar uma avenida de 42 hm de comprimento, ao


desenhar a planta de um bairro, na escala de 1 : 20.000?
a) 0,21 cm
b) 21 cm
c) 210 cm
d) 21 dm
e) 210 dm

Gabarito: 1. B 2. C 3. B 4. E 5. B

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Questões

1. (35788) Existem duas torneiras para encher 4. (80110) Em 18 horas, 2 servidores anali-
um tanque vazio. Se apenas a primeira tor- sam 15 processos. Trabalhando no mesmo
neira for aberta, ao máximo, o tanque en- ritmo, o número de servidores necessários
cherá em 24 horas. Se apenas a segunda para analisar 10 processos em 6 horas é
torneira for aberta, ao máximo, o tanque igual a:
encherá em 48 horas. Se as duas torneiras
forem abertas ao mesmo tempo, ao máxi- a) 4
mo, em quanto tempo o tanque encherá? b) 6
c) 5
a) 12 horas d) 3
b) 30 horas e) 7
c) 20 horas
d) 24 horas 5. (80569) Um tratorista trabalhando 8 horas
e) 16 horas por dia gradeia 100 hectares em 10 dias.
Nas mesmas condições quantos hectares
2. (80105) Em um tanque há 3 torneiras. A pri- ele gradeará em 6 dias trabalhando 10 ho-
meira enche o tanque em 5 horas, a segun- ras por dia?
da, em 8 horas, já a terceira o esvazia em 4
horas. Abrindo-se as 3 torneiras ao mesmo a) 60
tempo e estando o tanque vazio, em quanto b) 75
tempo o tanque ficará cheio? c) 80
d) 90
a) 10 horas e 40 minutos e) 100
b) 13 horas e 20 minutos
c) 14 horas e 30 minutos 6. (39525) Dois pintores com habilidade pa-
d) 11 horas e 50 minutos drão conseguem pintar um muro na velo-
e) 12 horas e 10 minutos cidade de 5 metros quadrados por hora. Se
fossem empregados, em vez de dois, três
3. (80108) O lucro da empresa de Ana, Beto pintores com habilidade padrão, os três pin-
e Carina é dividido em partes diretamente tariam:
proporcionais aos capitais que eles empre-
garam. Sabendo-se que o lucro de um de- a) 15 metros quadrados em 3 horas.
terminado mês foi de 60 mil reais e que os b) 7,5 metros quadrados em 50 minutos.
capitais empregados por Ana, Beto e Carina c) 6 metros quadrados em 50 minutos.
foram, respectivamente, 40 mil reais, 50 mil d) 7,5 metros quadrados em 30 minutos.
reais e 30 mil reais, calcule a parte do lucro e) 5 metros quadrados em 40 minutos.
que coube a Beto.
7. (90696) Uma escola terá 120 alunos, que
a) 20 mil reais deverão ser divididos em 3 (três) turmas, se-
2
b) 15 mil reais gundo o tamanho em m de cada sala. A sala
2 2
c) 23 mil reais A tem 40 m , a sala B tem 80 m e a sala C
2
d) 25 mil reais tem 120 m . Indique abaixo a opção correta.
e) 18 mil reais
a) A = 15, B = 45 e C = 60.

www.acasadoconcurseiro.com.br 277
b) A = 15, B = 40 e C = 65. 9. (90707) Um segmento de reta ligando dois
c) A = 20, B = 45 e C = 55. pontos em um mapa mede 6,5 cm. Conside-
d) A = 15, B = 50 e C = 55. rando que o mapa foi construído numa es-
e) A = 20, B = 40 e C = 60. cala de 1: 25 000, qual a distância horizontal
em linha reta entre os dois pontos?
8. (90705) Ao se dividir o número 400 em va-
lores diretamente proporcionais a 1, 2/3 e a) 162,5 m
5/3, obtém-se, respectivamente: b) 15 hm
c) 1,5 km
a) 120, 80 e 200 d) 1,6 km
b) 360, 240 e 600 e) 1 625 m
c) 60, 40 e 100
d) 40, 80/3 e 200/3 10. (113219) Para pintar um muro, três pintores
e) 100, 40 e 60 gastam oito horas. Trabalhando num ritmo
20% mais lento, a quantidade de horas que
cinco pintores levarão para pintar esse mes-
mo muro é igual a
a) 4
b) 6
c) 5
d) 8
e) 7

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Gabarito: 1. (35788) E 2. (80105) B 3. (80108) D 4. (80110) A 5. (80569) B 6. (39525) E 7. (90696) E 8. (90705) A 
9. (90707) E 10. (113219) B

278 www.acasadoconcurseiro.com.br
Módulo
Aula XX
7

PORCENTAGEM

DEFINIÇÃO: A percentagem ou porcentagem (do latim per centum, significando “por cento”,
“a cada centena”) é uma medida de razão com base 100 (cem). É um modo de expressar uma
proporção ou uma relação entre 2 (dois) valores (um é a parte e o outro é o inteiro) a partir de
uma fração cujo denominador é 100 (cem), ou seja, é dividir um número por 100 (cem).

Taxa Unitária
Quando pegamos uma taxa de juros e dividimos o seu valor por 100, encontramos a taxa
unitária.
A taxa unitária é importante para nos auxiliar a desenvolver todos os cálculos em matemática
financeira.
Pense na expressão 20% (vinte por cento), ou seja, essa taxa pode ser representada por uma
fração cujo numerador é igual a 20 e o denominador é igual a 100.

Como Fazer Agora é sua vez


10
10% = = 0,10
100 15%
20 20%
20% = = 0, 20
100 4,5%
5
5% = = 0, 05 254%
100
38 0%
38% = = 0,38
100 63%
1,5 24,5%
1,5% = = 0, 015
100
6%
230
230% = = 2,3
100

Dica:
A porcentagem vem
sempre associada a um
elemento, portanto,
sempre multiplicado a ele.

www.acasadoconcurseiro.com.br 279
Exemplos:

1. Calcule:

a) 20% de 450

b) 30% de 300

c) 40% de 400

d) 75% de 130

e) 215% de 120

f) 30% de 20% de 50

g) 20% de 30% de 50

Exemplo Resolvido
II. Um jogador de futebol, ao longo de um campeonato, cobrou 75 faltas, transformando em
gols 8% dessas faltas. Quantos gols de falta esse jogador fez?
8 600
8% de 75 = .75 = =6
100 100

Portanto, o jogador fez 6 gols de falta.

280 www.acasadoconcurseiro.com.br
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Faça você

2. Calcule:
a)
b) (20%)²
c) (1%)³
2
3. A expressão (10%) é igual a:
a) 100%
b) 1%
c) 0,1%
d) 10%
e) 0,01%

4. Uma mercadoria que custava US$ 2.400 sofreu um aumento, passando a custar US$ 2.880. A
taxa de aumento foi de:
a) 30%
b) 50%
c) 10%
d) 20%
e) 15%

5. Em um exame vestibular, 30% dos candidatos eram da área de Humanas. Dentre esses
candidatos, 20% optaram pelo curso de Direito. Do total dos candidatos, qual a porcentagem
dos que optaram por Direito?
a) 50%
b) 20%
c) 10%
d) 6%
e) 5%

6. Uma certa mercadoria que custava R$ 10,50 sofreu um aumento, passando a custar R$ 11,34.
O percentual de aumento da mercadoria foi de:
a) 1,0%
b) 10,0%
c) 10,8%
d) 8,0%
e) 0,84%

www.acasadoconcurseiro.com.br 281
7. Se, em uma prova de matemática de 40 questões objetivas, um candidato ao concurso errar 12
questões, o percentual de acertos será:
a) 4,8%
b) 12%
c) 26%
d) 52%
e) 70%

8. Dentre os inscritos em um concurso público, 60% são homens e 40% são mulheres. Já têm
emprego 80% dos homens e 30% das mulheres. Qual é a porcentagem dos candidatos que já
têm emprego?
a) 60%
b) 40%
c) 30%
d) 24%
e) 12%

9. O preço de um bem de consumo é R$100,00. Um comerciante tem um lucro de 25% sobre o


preço de custo desse bem. O valor do preço de custo, em reais, é:
a) 25,00
b) 70,50
c) 75,00
d) 80,00
e) 125,00

10. Numa melancia de 10 kg, 95% dela é constituída de água. Após desidratar a fruta, de modo que
se eliminem 90% da água, pode-se afirmar que a massa restante da melancia será, em kg, igual
a:
a) 1,45
b) 1,80
c) 5
d) 9
e) 9,5

282 www.acasadoconcurseiro.com.br
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11. Em uma sala onde estão 100 pessoas, sabe-se que 99% são homens. Quantos homens devem
sair para que a percentagem de homens na sala passe a ser 98%?
a) 1
b) 2
c) 10
d) 50
e) 60

Gabarito: 1. * 2. * 3. B 4. D 5. D 6. D 7. E 8. A 9. D 10. A 11. D

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Questões

1. (35776) Em uma determinada cidade, 25% a) 40%


dos automóveis são da marca A e 50% dos b) 33%
automóveis são da marca B. Ademais, 30% c) 57%
dos automóveis da marca A são pretos e d) 50%
20% dos automóveis da marca B também e) 25%
são pretos. Dado que só existem automó-
veis pretos da marca A e da marca B, qual 4. (80570) Em um concurso, de cada 100 can-
a percentagem de carros nesta cidade que didatos, 60 eram mulheres e 40 homens.
são pretos? Considerando que a porcentagem de apro-
vação entre os candidatos mulheres foi de
a) 17,5% 20% e entre os homens foi de 15%, calcule
b) 23,33% a porcentagem de aprovação em geral en-
c) 7,5% tre os candidatos, independentemente do
d) 22,75% sexo.
e) 50%
a) 15%
2. (35782) O PIB de um país que entrou em re- b) 17%
cessão no fim de 2008 tinha crescido 10% c) 18%
no primeiro trimestre de 2008, 5% no se- d) 19%
gundo trimestre, tinha ficado estável no ter- e) 20%
ceiro trimestre e tinha caído 10% no último
trimestre daquele ano. Calcule a taxa de 5. (39501) Em uma repartição, 3/5 do total
crescimento do PIB desse País, em 2008. dos funcionários são concursados, 1/3 do
total dos funcionários são mulheres e as
a) 1,25% mulheres concursadas correspondem a 1/4
b) 5% do total dos funcionários dessa repartição.
c) 4,58% Assim, qual entre as opções abaixo, é o va-
d) 3,95% lor mais próximo da porcentagem do total
e) – 5% dos funcionários dessa repartição que são
homens não concursados?
3. (35785) Em um determinado curso de pós-
-graduação, 1/4 dos participantes são gra- a) 21%
duados em matemática, 2/5 dos partici- b) 19%
pantes são graduados em geologia, 1/3 dos c) 42%
participantes são graduados em economia, d) 56%
1/4 dos participantes são graduados em e) 32%
biologia e 1/3 dos participantes são gradu-
ados em química. Sabe-se que não há par-
ticipantes do curso com outras graduações
além dessas, e que não há participantes
com três ou mais graduações. Assim, qual é
o número mais próximo da porcentagem de
participantes com duas graduações?

www.acasadoconcurseiro.com.br 285
6. (39479) As apostas na Mega-Sena consis- 8. (39526) Em uma academia de artes, 20%
tem na escolha de 6 a 15 números distintos, dos professores são músicos, 10% dos pro-
de 1 a 60, marcados em volante próprio. fessores são poetas e os 70% restantes são
No caso da escolha de 6 números tem-se a artistas plásticos. Tem-se ainda que 40%
aposta mínima e no caso da escolha de 15 desses artistas plásticos são pintores e os
números tem-se a aposta máxima. Como 60% restantes são escultores. Qual a pro-
ganha na Mega-sena quem acerta todos os porção de professores que são escultores
seis números sorteados, o valor mais próxi- nessa academia?
mo da probabilidade de um apostador ga-
nhar na Mega-sena ao fazer a aposta máxi- a) 42%
ma é o inverso de: b) 35%
c) 50%
a) 20.000.000 d) 52%
b) 3.300.000 e) 60%
c) 330.000
d) 100.000 9. (90709) O nível geral de preços em deter-
e) 10.000 minada região sofreu um aumento de 10%
em 1999 e 8% em 2000. Qual foi o aumento
7. (39465) Em uma universidade, 56% dos alu- total dos preços no biênio considerado?
nos estudam em cursos da área de ciências
humanas e os outros 44% estudam em cur- a) 8%
sos da área de ciências exatas, que incluem b) 8,8%
matemática e física. Dado que 5% dos alu- c) 10,8%
nos da universidade estudam matemática e d) 18%
6% dos alunos da universidade estudam físi- e) 18,8%
ca e que não é possível estudar em mais de
um curso na universidade, qual a proporção
dos alunos que estudam matemática ou físi-
ca entre os alunos que estudam em cursos
de ciências exatas?
a) 20,00%
b) 21,67%
c) 25,00%
d) 11,00%
e) 33,33%

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Gabarito: 1. (35776) A 2. (35782) D 3. (35785) C 4. (80570) C 5. (39501) E 6. (39479) E 7. (39465) C 8. (39526) A 
9. (90709) E

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Módulo
Aula XX
8

EQUAÇÕES DO 1º GRAU

A equação de 1º grau é a equação na forma ax + b = 0, onde a e b são números reais e x é a


variável (incógnita). O valor da incógnita x é − b
a

b
ax + b = 0 → x= −
a

Resolva as equações:
a) 10x – 2 = 0

b) – 7x + 18 = – x

c) x + 3 − x − 3 = 7
2 3

2x
d) +3= x
5

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Faça você

1 1
1. Gastei do dinheiro do meu salário e depois gastei do restante, ficando com R$ 120,00
3 4
apenas. Meu salário é de:
a) R$ 480,00
b) R$ 420,00
c) R$ 360,00
d) R$ 240,00
e) R$ 200,00

2. Duas empreiteiras farão conjuntamente a pavimentação de uma estrada, cada uma trabalhando
a partir de uma das extremidades. Se uma delas pavimentar 2 da estrada e a outra os 81 km
restantes, a extensão dessa estrada será de: 5

a) 125 km
b) 135 km
c) 142 km
d) 145 km
e) 160 km

3. O denominador de uma fração excede o numerador em 3 unidades. Adicionando-se 11


unidades ao denominador, a fração torna-se equivalente a 3 . A fração original é:
4
a) 54
57
30
b)
33
33
c)
36

d) 42
45

18
e)
21

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1
4. Uma pessoa gasta do dinheiro que tem e, em seguida, 2 do que lhe resta, ficando com
4 3
R$ 350,00. Quanto tinha inicialmente?
a) R$ 400,00
b) R$ 700,00
c) R$ 1400,00
d) R$ 2100,00
e) R$ 2800,00

1
5. Uma peça de tecido, após a lavagem, perdeu de seu comprimento e este ficou medindo 36
10
metros. Nessas condições, o comprimento, em m, da peça antes da lavagem era igual a:
a) 44
b) 42
c) 40
d) 38
e) 32

7
6. Do salário que recebe mensalmente, um operário gasta e guarda o restante, R$122,00, em
8
caderneta de poupança. O salário mensal desse operário, em reais, é:
a) R$ 868,00
b) R$ 976,00
c) R$ 1204,00
d) R$ 1412,00
e) R$ 1500,00

7. O valor de x que é solução da equação (x/3) – (1/4) = 2(x – 1) pertence ao intervalo:


a) ]0, 1]
b) ]1, 2]
c) ]2, 3]
d) ]3, 4]
e) ]4, 5]

Gabarito: 1. D 2. B 3. D 4. C 5. C 6. B 7. B

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Questões

1. (35797) Em uma prova de natação, um dos 2. (39523) Se a idade de uma criança hoje é a
participantes desiste de competir ao com- diferença entre a metade da idade que ela
pletar apenas 1/5 do percurso total da pro- teria daqui a dez anos e a metade da idade
va. No entanto, se tivesse percorrido mais que ela tinha há dois anos, qual a sua idade
300 metros, teria percorrido 4/5 do percur- hoje?
so total da prova. Com essas informações,
o percurso total da prova, em quilômetros, a) 3 anos
era igual a: b) 2 anos
c) 4 anos
a) 0,75 d) 5 anos
b) 0,25 e) 6 anos
c) 0,15
d) 0,5
e) 1

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Gabarito: 1. (35797) D 2. (39523) E

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Módulo
Aula XX
9

FUNÇÕES DE 1º GRAU

Chama-se função polinomial do 1º grau, ou função afim, a qualquer função f de IR em IR dada


por uma lei da forma:
onde a e b são números reais dados e a ≠ 0.
f (x) = ax + b
Seu gráfico é sempre uma reta.
a → Coeficiente angular, Parâmetro angular, Inclinação ou Declividade.
b → Coeficiente linear, Parâmetro linear ou Termo Independente.
Atenção!
O coeficiente linear b é o ponto de intersecção do eixo y.
O coeficiente angular a não é o ponto de intersecção do eixo x.
Veja alguns exemplos de funções polinomiais do 1º grau:
f(x) = 5x – 3, onde a = 5 e b = – 3
f(x) = – 2x – 7, onde a = – 2 e b = – 7
f(x) = – x, onde a = – 1 e b = 0

Faça você

1. Sendo f(x) = – 4x + 10, determine:


a) f(3)
b) f(0)
c) f(x) = 2
d) f(x) = 0

www.acasadoconcurseiro.com.br 295
•• Coeficiente angular a:
a > 0 a < 0
Reta CRESCENTE Reta DECRESCENTE

•• Coeficiente linear b:

2. Assinale as leis de formação das funções abaixo:

a) f(x) = – 3/2 x
b) f(x) = – 3/2 x +2
c) f(x) = – 3x +2
d) f(x) = – 2x + 3
e) f(x) = – 2/3x

296 www.acasadoconcurseiro.com.br
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3. Assinale as leis de formação das funções abaixo:

a) f(x) = – 3x + 2
b) f(x) = 2x – 3
c) f(x) = 2x – 1
d) f(x) = x – 2
e) f(x) = 2x – 2

4. Uma função polinomial f do 1º grau é tal que f(3) = 6 e f(4) = 8. Portanto, o valor de f(10) é:
a) 16
b) 17
c) 18
d) 19
e) 20

5. A função geradora do gráfico abaixo é do tipo y = mx + n

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Então, o valor de m³ + n é
a) 2
b) 3
c) 5
d) 8
e) 13

6. Considere a tabela a seguir, que apresenta dados sobre as funções g, h, k, m, f.


A função cujo gráfico está sobre uma mesma reta é
a) g
b) h
c) k
d) m
e) f

7. A tabela a seguir, obtida a partir de dados do Ministério do Meio Ambiente, mostra o cresci-
mento do número de espécies da fauna brasileira ameaçadas de extinção.
Se mantida, nos anos subseqUentes, a tendência linear de crescimento mostrada na tabela, o
número de espécies ameaçadas de extinção em 2011 será igual a:
a) 461
b) 498
c) 535
d) 572
e) n.d.a

8. Em fevereiro, o governo da Cidade do México, metrópole com uma das maiores frotas de
automóveis do mundo, passou a oferecer à população bicicletas como opção de transporte.
Por uma anuidade de 24 dólares, os usuários têm direito a 30 minutos de uso livre por dia.
O ciclista pode retirar em uma estação e devolver em qualquer outra e, se quiser estender a
pedalada, paga 3 dólares por hora extra. Revista Exame. 21 abr. 2010.
A expressão que relaciona o valor f pago pela utilização da bicicleta por um ano, quando se
utilizam x horas extras nesse período é
a) f(x) = 3x
b) f(x) = 24
c) f(x) = 27
d) f(x) = 3x + 24
e) f(x) = 24x + 3

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9. Em uma experiência realizada na aula de Biologia, um grupo de alunos mede o crescimento


de uma planta, em centímetros, todos os dias. Plotando os pontos (t,a), em que t corresponde
ao tempo em dias, e a corresponde à altura da planta em centímetros, os alunos obtiveram a
figura a seguir.
Se essa relação entre tempo e altura da planta for mantida, estima-se que, no 34º dia, a planta
tenha, aproximadamente,
a) 10 cm
b) 6 cm
c) 8 cm
d) 5 cm
e) 7 cm

10. O valor de um caminhão do tipo A novo é de R$ 90.000,00 e, com 4 anos de uso, é de


R$ 50.000,00. Supondo que o preço caia com o tempo, segundo uma função linear, o valor de
um caminhão do tipo A, com 2 anos de uso, em reais, é de
a) 40.000,00
b) 50.000,00
c) 60.000,00
d) 70.000,00
e) 80.000,00

Gabarito: 2. A 3. D 4. E 5. B 6. C 7. B 8. D 9. E 10. D

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Questões

1. (80112) Sejam f(x)= mx + 4 e g(x)= 2x + 3n 3. (113214) Sejam f(x) = ax + 7 e g(x) = 3x + 6


funções do primeiro grau. Calcule m + n, de funções do primeiro grau. O valor de "a"
modo que f(3) + g(3) = 22. que faz com que f(2) seja igual a g(3) é igual
a:
a) 3
b) 5 a) 6
c) 4 b) 3
d) 2 c) 5
e) 6 d) 4
e) 7
2. (35780) Um equipamento no valor D vai
ser depreciado em n períodos, ocorrendo
a primeira depreciação no fim do primei-
ro período, a segunda depreciação no final
do segundo período e assim por diante.
Plotando-se no eixo vertical de um gráfico
bidimensional os valores de Dk, onde Dk é
o valor remanescente do equipamento após
a k-ésima depreciação, com k = 1, 2,..., n,
os pontos (k, Dk) estarão sobre a reta que
passa pelos pontos (0, D) e (n,0). Supondo
n = 10 e D = R$ 50.000,00, qual o valor re-
manescente do equipamento após a sétima
depreciação?
a) R$ 12.500,00
b) R$ 15.000,00
c) R$ 10.000,00
d) R$ 17.500,00
e) R$ 20.000,00

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Gabarito: 1. (80112) C 2. (35780) B 3. (113214) D

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Módulo
Aula 10
XX

EQUAÇÕES DO 2º GRAU

A equação de 2º grau é a equação na forma ax² + bx + c = 0, onde a, b e c são números reais e x


é a variável (incógnita). O valor da incógnita x é determinado pela fórmula de Bháskara.
Nas equações escritas na forma ax² + bx + c = 0 (forma normal ou forma reduzida de uma
equação do 2º grau na incógnita x), chamamos a, b e c de coeficientes.
•• “a” é sempre o coeficiente de x²;
•• “b” é sempre o coeficiente de x,
•• “c” é o coeficiente ou termo independente.
Assim:
•• x² – 5x + 6 = 0 é um equação do 2º grau com a = 1, b = – 5 e c = 6.
•• 6x² – x – 1 = 0 é um equação do 2º grau com a = 6, b = – 1 e c = – 1.
•• 7x² – x = 0 é um equação do 2º grau com a = 7, b = – 1 e c = 0.
•• x² – 36 = 0 é um equação do 2º grau com a = 1, b = 0 e c = – 36.
Complete o quadro conforme os exemplos:

Coeficientes
Equação
a b c
6x2 – 3x + 1=0

5
−3x2 − + 4x = 0
2

2x2 – 8 = 0
2
6x – 3x = 0

RESOLUÇÃO DE EQUAÇÕES COMPLETAS DE 2º GRAU

ax2 + bx + c = 0

www.acasadoconcurseiro.com.br 303
Como solucionar uma equação do 2º grau?
Para solucionar equações do 2º grau, utilizaremos a fórmula de Bháskara.

−b ± b2 − 4ac
x=
2a
Onde a, b e c são os coeficientes (números) encontrados na equação.
Exemplo:
Resolução a equação: 7x2 + 13x – 2 = 0
Temos a = 7, b = 13 e c = – 2 .
Substituindo na fórmula, temos:

Vale ressaltar que, de acordo com o discriminante, temos três casos a considerar:
•• 1º Caso: O discriminante é positivo , ∆ > 0, então a equação tem duas raízes reais diferentes.
•• 2º Caso: O discriminante é nulo , ∆ = 0, então a equação tem duas raízes reais e iguais.
•• 3º Caso: O discriminante é negativo, ∆ < 0 ,então não há raízes reais.

Atenção!
•• Raiz (ou zero da função) é(são) o(s) valor(es) da incógnita x que tornam verdadeira a
equação.

304 www.acasadoconcurseiro.com.br
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Exemplos:
I – As raízes de x² – 6x + 8 = 0 são x1 = 2 e x2 = 4 pois (2)² – 6(2) +8 = 0 e (4)² – 6(4) +8 = 0

II – As raízes de x² + 6x + 9 = 0 são x1 = x2 = – 3 pois (– 3)² +6 (– 3) +9 =0

Faça você

1. Determine as raízes das equações:


a) x² – 2x – 15 = 0 b) –x² + 10x – 25 = 0 c) x² – 4x + 5 = 0

RESOLUÇÃO DE EQUAÇÕES INCOMPLETAS DE 2º GRAU


Na resolução das incompletas não é necessário resolver por Bháskara, basta usar os métodos
específicos:

Faça você

2. Encontre as raízes das equações abaixo:


a) x² – 4x = 0 b) – 3x² +9x = 0 c) x² – 36 = 0 d) 3x² = 0

www.acasadoconcurseiro.com.br 305
SOMA E PRODUTO DAS RAÍZES

A soma e o produto das raízes da função quadrática são dados pelas fórmulas:
Soma = x1 + x2 = ____
–b

a

Produto = x1 . x2 = ___
c
a

Faça você

3. Determine a soma e o produto das raízes das equações:


a) x² – 7x – 9 = 0 b) – 4x² + 6x = 0 c) 3x² – 10 = 0

2
4. O número – 3 é a raíz da equação x – 7x – 2c = 0. Nessas condições, o valor do coeficiente c é:
a) 11
b) 12
c) 13
d) 14
e) 15

5. A maior raiz da equação – 2x² + 3x + 5 = 0 vale:


a) –1
b) 1
c) 2
d) 2,5
e) (3 + 19 )
4

306 www.acasadoconcurseiro.com.br
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6. O produto das raízes reais da equação 4x² – 14x + 6 = 0 é igual a:


3
a) −
2
1
b) −
2
1
c)
2
3
d)
2
e) 5
2

7. A diferença entre o quadrado de um número natural e o seu dobro é igual a 15. Qual é esse
número?
a) –5
b) –3
c) 1
d) 3
e) 5

8. O quadrado da minha idade menos a idade que eu tinha há 20 anos é igual a 2000. Assim,
minha idade atual é:
a) 41
b) 42
c) 43
d) 44
e) 45

www.acasadoconcurseiro.com.br 307
9. Se a soma das raízes da equação kx² + 3x – 4 = 0 é 10, podemos afirmar que o produto das
raízes é:
a) 40
3
40
b) −
3
c) 80
3
40
d) −
3
e) − 3
10

10. Considere as seguintes equações:


I. x² + 4 = 0
II. x² – 2 = 0
III. 0,3x = 0,1

Sobre as soluções dessas equações é verdade que:


a) II são números irracionais.
b) III é número irracional.
c) I e II são números reais.
d) I e III são números não reais.
e) II e III são números racionais.

Gabarito: 4. E 5. D 6. D 7. E 8. E 9. A 10. A

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Questões

1. (74641) Altair nasceu quando Tales tinha 7


anos. Hoje, o produto de suas idades e igual
a 98. Tales tem:
a) 21 anos
b) 14 anos
c) 12 anos
d) 8 anos
e) 7 anos

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Gabarito: 1. (74641) B

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Módulo
Aula 11
XX

FUNÇÃO DE 2º GRAU

Definição

Chama-se função quadrática, ou função polinomial do 2º grau, qualquer função f de IR em IR


dada por uma lei da forma f(x) = ax² + bx + c, onde a, b e c são números reais e a ≠ 0.

f(x)=ax2+bx+c
O gráfico de uma função polinomial do 2º grau é uma curva chamada parábola.
Exemplos de funções quadráticas:
f(x) = 3x² – 4x + 1, onde a = 3, b = – 4 e c = 1
f(x) = x² – 1, onde a = 1, b = 0 e c = – 1
f(x) = – x² + 8x, onde a = 1, b = 8 e c = 0
f(x) = – 4x², onde a = – 4, b = 0 e c = 0

→ Ao construir o gráfico de uma função quadrática y = ax2 + bx + c, notaremos sempre que:


concavidade voltada para cima concavidade voltada para baixo

www.acasadoconcurseiro.com.br 311
→ Outra relação importante na função do 2º grau é o ponto onde a parábola corta o eixo y.
Verifica-se que o valor do coeficiente “c” na lei de formação da função corresponde ao valor do
eixo y onde a parábola o corta.

→ A análise do coeficiente "b" pode ser orientada pela analise de uma reta “imaginária” que
passa pelo “c” e pelo vértice. Assim:

Nos exemplos acima, se a reta “imaginária” for crescente, b > 0, caso contrário, b < 0, e no caso
em que o vértice e o “c” coincidem, teremos b = 0 e uma simetria em relação ao eixo Y.
Atenção!
A quantidade de raízes reais de uma função quadrática depende do valor obtido para o
radicando ∆ , chamado discriminante:
Se ∆ > 0, há duas raízes Se ∆ = 0, há duas raízes Se ∆ < 0, não há raiz real.
reais e distintas; reais e iguais;

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Exemplo:

1. Complete as lacunas:

www.acasadoconcurseiro.com.br 313
Zero ou Raiz da Função

Chamam-se zeros ou raízes da função polinomial do 2º grau f(x) = ax2 + bx + c, com a ≠ 0, os


números reais x tais que f(x) = 0.
Para determinar as raízes, aplica-se a chamada fórmula de Bhaskara:

x=
−b ± b2 − 4a.c
2a
,sendo =b2 − 4.a.c 
Exemplo:

2. Encontre as raízes de x² – 5x + 6.

SOMA E PRODUTO DAS RAÍZES

A soma e o produto das raízes da função quadrática são dados pelas fórmulas:

b
Soma = X1 + X2 = −
a

c
Produto = X1 . X2 =
a

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3. Determine a soma e o produto das raízes das funções abaixo.


a) f(x) = x² + 5x + 6 b) y = – x² – 4 c) f(x) = 6x² – 4x + 1

Vértice da Parábola

O vértice da parábola constitui um ponto importante do gráfico, pois indica o ponto de valor
máximo e o ponto de valor mínimo. De acordo com o valor do coeficiente a, os pontos serão
definidos. Observe:

Para determinar o ponto de máximo (quando a < 0) ou ponto de mínimo (quando a > 0):
V(XV,YV)

b Δ
XV = − YV = −
2a 4a
Atenção: Xv é o ponto médio das raízes reais.

4. Determine o vértice da parábola f(x) = 2x² – 8x + 5.

www.acasadoconcurseiro.com.br 315
Exemplo:

5. Considere a função f: ℜ → ℜ definida por


O valor de f(π) + f( 2 ) – f(1) é
a) π2+2 π -2
b) 2π + 2 2 – 2
c) π2 – 2
d) 2π + 1
e) 2 2 – π + 1

6. Baseado no gráfico da função f(x) = ax2 + bx + c, com a, b, e c ∈! , pode-se afirmar que:


a) a > 0,  Δ < 0

b) a > 0,  Δ = 0

c) a > 0,  Δ > 0

d) a < 0,  Δ > 0

e) a < 0,  Δ = 0
2
7. A função f(x) = Ax + Bx + C, A ≠ 0 tem como gráfico a figura abaixo. Podemos então concluir
que:
2
a) A > 0, B < 4AC, C > 0
2
b) A > 0, B = 4AC, C > 0
2
c) A > 0, B > 4AC, C > 0
2
d) A < 0, B < 4AC, C < 0
2
e) A > 0, B < 4AC, C < 0

8. A expressão que define a função quadrática f(x), cujo gráfico está esboçado, é:
2
a) f(x) = –2x – 2x + 4
2
b) f(x) = x + 2x – 4
2
c) f(x) = x + x – 2
2
d) f(x) = 2x + 2x – 4
2
e) f(x) = 2x + 2x – 2

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9. A função que define o lucro de uma empresa é L(x) = – 2x² + 32x + 10, sendo x o número de
peças vendidas e L o lucro em milhares de reais. Determine:
a) Qual é o lucro na venda de 10 peças?

b) Quantas peças devem ser vendidas para obter o lucro máximo?

c) Qual é o lucro máximo?

10. O movimento de um projétil, lançado para cima verticalmente, é descrito pela equação
y= – 40x2 + 200x. Onde y é a altura, em metros, atingida pelo projétil x segundos após
o lançamento. A altura máxima atingida e o tempo que esse projétil permanece no ar
corresponde, respectivamente, a:
a) 6,25 m, 5s
b) 250 m, 0s
c) 250 m, 5s
d) 250 m, 200s
e) 10.000 m, 5s

Gabarito: 5. C 6. C 7. C 8. D 10. C

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Questões

1. (90711) Determinar a de modo que a equa-


2
ção 4x + (a – 4) x + 1 – a = 0 tenha duas raí-
zes iguais.
a) a=0
b) a = – 8 ou a = 0
c) a=8
d) –8<a<0
e) a < 0 ou a > 8

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Gabarito: 1. (90711) B

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Módulo
Aula 12
XX

SISTEMAS LINEARES

Todo sistema linear é classificado de acordo com o número de soluções apresentadas por ele.

Métodos de Resolução

Método da Adição
Definição: Consiste em somar as equações, que podem ser previamente multiplicadas por uma
constante, com o objetivo de eliminar uma das variáveis apresentadas.
Atividades: Esse método consiste em multiplicar as equações de maneira que se criem valores
"opostos" da mesma variável que será eliminada quando somarmos as equações.
Vale ressaltar que nem sempre é necessária tal multiplicação.

x + 2y = 16
Exemplo: �
3x – y = 13
⎪⎧ x + 2y = 16
Assim, multiplicaremos a segunda equação por 2, logo: ⎨ assim criamos os
valores opostos 2y e – 2y. ⎧ x + 2y = 16 ⎪⎩ 6x − 2y = 26

Agora somaremos as 2 equações, logo: ⎨ 6x − 2y = 26
⎪ 7x + 0y = 42

42
Logo x = → x = 6 e, para achar o valor de y, basta trocar o valor de x obtido em qualquer uma
7
das equações dadas:
Assim se x + 2 y = 16, então 6 + 2y = 16 → 2y = 10 e portanto y = 10/2 → y = 5

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1. Resolva usando o método da adição:

3x + y = 9
a) �
2x + 3y = 13

3x – 2y = 7
b) �
x+y=–1

Método da Substituição
Definição: Esse método consiste em isolar uma das variáveis numa equação e substituí-la na
outra.
Vale ressaltar que preferencialmente se deve isolar a variável que possuir “coeficiente” 1; assim
evitamos um trabalho com o M.M.C.

x + 2y = 16
Exemplo: �
3x – y = 13

Assim, isolando o “x” na primeira equação, temos: x = 16 – 2y e substituindo-o na segunda


35
equação: 3(16 – 2y) – y = 13 → 48 – 6y – y = 13 → – 7y = 13 – 48 → – 7y = – 35 logo x = − =5
7

Daí basta trocar o valor de x obtido na equação isolada:


Se x = 16 – 2y, logo x = 16 – 2 x 5 → x = 16 – 10 → x = 6

322 www.acasadoconcurseiro.com.br
ATA – Matemática – Prof. Dudan

2. Resolva usando o método da substituição.

3x + y = 9
a) �
2x + 3y = 13

3x – 2y = 7
b) �
x+y=–1

3. A diferença entre dois números positivos a e b é 5, e a razão entre eles é 5/3. O produto ab é:
a) 7,5
b) 8,333...
c) 12,5
d) 93
e) 93,75

4. Na garagem de um prédio, há carros e motos, num total de 13 veículos e 34 pneus. O número


de motos nesse estacionamento é:
a) 5.
b) 6.
c) 7.
d) 8.
e) 9.

5. Um aluno ganha 5 pontos por exercício que acerta e perde 3 pontos por exercício que erra. Ao
fim de 50 exercícios tinha 10 pontos. Quantos exercícios ele acertou?
a) 15
b) 20
c) 25
d) 30
e) 35

www.acasadoconcurseiro.com.br 323
6. Uma família foi num restaurante onde cada criança paga a metade do buffet e adulto paga
R$ 12,00. Se nessa família há 10 pessoas e a conta foi de R$ 108,00, o número de adultos é:
a) 2
b) 4
c) 6
d) 8
e) 10

7. O valor de dois carros de mesmo preço adicionado ao de uma moto é R$ 41.000,00. O valor de
duas motos iguais a primeira, adicionado ao de um carro de mesmo preço que os primeiros, é
de R$ 28.000,00. A diferença entre o valor do carro e o da moto é:
a) R$ 5.000,00
b) R$ 13.000,00
c) R$ 18.000,00
d) R$ 23.000,00
e) R$ 41.000,00

8. Uma pessoa comprou dois carros, pagando um total de 30 mil reais. Pouco tempo depois,
vendeu-os por 28 mil reais, ganhando 10% na venda de um deles e perdendo 10% na venda do
outro. Quantos milhares de reais custou cada carro?
a) 15,5 e 14,5
b) 10 e 20
c) 7,5 e 22,5
d) 6,5 e 23,5
e) 5 e 25

9. Para se deslocar de casa até o seu trabalho, um trabalhador percorre 550 km por mês. Para
isso, em alguns dias, ele utiliza um automóvel e, em outros, uma motocicleta. Considerando
que o custo do quilômetro rodado é de 21 centavos para o automóvel e de 7 centavos para a
motocicleta, calcule quantos quilômetros o trabalhador deve andar em cada um dos veículos,
para que o custo total mensal seja de R$ 70,00.
a) 300 km de carro e 250 km de motocicleta.
b) 350 km de carro e 200 km de motocicleta.
c) 330 km de carro e 220 km de motocicleta.
d) 250 km de carro e 300 km de motocicleta.
e) 225 km de carro e 325 km de motocicleta.

324 www.acasadoconcurseiro.com.br
ATA – Matemática – Prof. Dudan

10. Certo dia os professores Edgar e Zambeli estavam discutindo a relação e decidiram fazer uma
lista dos pagamentos das contas da casa onde moravam.
O professor Zambeli argumentava que havia pago exatamente R$ 1.000,00 em contas de
internet e gás.
As contas de gás todas tiveram o mesmo valor entre si, assim como as da internet.
Sabendo que o total de contas pagas de internet ou de gás foi de 40 e que o valor mensal destas
contas era de R$ 30,00 e R$ 20,00, respectivamente, podemos afirmar que o valor total das
contas de gás pagas pelo professor Zambeli foi de:
a) R$ 200,00
b) R$ 300,00
c) R$ 400,00
d) R$ 500,00
e) R$ 600,00

Gabarito: 1. * 2. * 3. E 4. E 5. B 6. D 7. B 8. E 9. E 10. C

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Questões

1. (73146) Dado o sistema de equações 4. (39431) A soma dos valores de x e y que so-
lineares lucionam o sistema de equações
⎧⎪ 2x + 4y = 6 ⎧⎪ x + 2y = 7
⎨ ⎨
⎪⎩ 3x + 6y = 9 ⎪⎩ 2x + y = 5

é correto afirmar que: é igual a:


a) o sistema não possui solução. a) 6
b) o sistema possui uma única solução. b) 4
c) x = 1 e y = 2 é uma solução do sistema. c) 3
d) o sistema é homogêneo. d) 2
e) o sistema possui mais de uma solução. e) 5

2. (57535) Em uma secretaria do Ministério 5. (90704) Achar uma fração equivalente a 7/8
da Fazenda, trabalham 63 pessoas. A ra- cuja soma dos termos é 120.
zão entre o número de homens e o núme-
ro de mulheres é igual 4/5. A diferença en- a) 52/68
tre o número de mulheres e o número de b) 54/66
homens que trabalham nessa secretaria é c) 56/64
igual a: d) 58/62
e) 60/60
a) 8
b) 7
c) 6
d) 9
e) 5

3. (80088) Dado o sistema de equações


lineares
⎧ 2x + 3y − 4z = 3

⎨ x − y + 5z = 6
⎪ x + 2y + 3z = 7

O valor de X + Y + Z é igual a
a) 8
b) 16
c) 4
d) 12
e) 14

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Gabarito: 1. (73146) E 2. (57535) B 3. (80088) C 4. (39431) B 5. (90704) C

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Módulo
Aula 13
XX

INEQUAÇÕES

DEFINIÇÃO

Inequação é uma sentença matemática, com uma ou mais incógnitas expressas por uma
desigualdade, diferenciando-se da equação, que representa uma igualdade.
Os principais tipos de inequações cobradas em concursos públicos são as de 1º e 2º graus, que
exigirão também conhecimentos básicos sobre as próprias equações de 1º e 2º graus.

INEQUAÇÃO DE 1º GRAU

Nas inequações de 1º grau, a resolução algébrica é eficaz.


Exemplos:
a) 2x – 8 > 0 b) 3x + 9 ≥ 0 c) – 3x – 10 < 0 d) – 5x + 1 ≤ 0
2x > 8 3x ≥ – 9 – 3x < 10 – 5x ≤ – 1
X > 8/2 x ≥ – 9/3 (multiplica por – 1) (multiplica por – 1)
X > 4 x ≥ – 3 3x > – 10 5x ≥ 1
X > 10 /3 x ≥ 1/5

DICA: Uma desigualdade muda de sentido quando multiplicamos ou dividimos ambos os


membros por um mesmo número negativo.
Mais exemplos:
a) 2 – 4x ≥ x + 17 b) 3(x + 4) < 4(2 – x)

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INEQUAÇÃO DE 2º GRAU

Nas inequações de 2º grau, será necessária a resolução gráfica. Para isso, resolveremos a
"equação", montaremos seu gráfico (parábola) e então iremos nos preocupar com a inequação.
Exemplo:
a) x² + 2x – 3 < 0

Por Bhaskara, acharemos as suas duas raízes: x1 = 1 e x2 = – 3 e traçaremos seu gráfico:

+ +

-3 – 1

Os sinais colocados referem-se ao valores de y. A parte do gráfico que fica acima do eixo x leva
o sinal + e a parte abaixo, o sinal de –.
Traçado o gráfico, basta agora perceber que a inequação pede a parte negativa (< 0). Logo a
solução seria:

+ +

-3 – 1

S = {–3 < x < 1}


Exemplo:

b) x² – 6x + 8 ≥ 0

330 www.acasadoconcurseiro.com.br
ATA – Matemática – Prof. Dudan

Faça você

1. O conjunto solução da inequação (x – 2)² < 2x – 1, considerando como universo o


conjunto R, está definido por:
a) 1<x<5
b) 3<x<5
c) 2<x<4
d) 1<x<4
e) 2<x<5

2. O conjunto solução da inequação x² – 2x – 3 ≤ 0 é:


a) {x R / – 1 < x < 3}
b) {x R / – 1 < x ≤ 3}
c) {x R / x < – 1 ou x > 3}
d) {x R / x ≤ – 1 ou x ≥ 3}
e) {x R / – 1 ≤ x ≤ 3}

3. A menor solução inteira de x² – 2x – 35 < 0 é:


a) –5
b) –4
c) –3
d) –2
e) –1

4. O conjunto solução da inequação x² – 3x – 10 < 0 é:


a) (– �, –2)
b) (– �, –2) (5, �)
c) (– 2, 5)
d) (0, 3)
e) (3, 10)

www.acasadoconcurseiro.com.br 331
5. A solução da inequação x² ≤ x é o intervalo real:
a) (– �; – 11]
b) [– 1; + �)
c) [– 1; 0]
d) [– 1; 1]
e) [0; 1]

6. O preço da corrida de táxi na cidade R é calculado adicionando um valor fixo de R$ 2,50 a


R$ 1,30 por cada quilômetro rodado, enquanto na cidade S o preço é obtido adicionando um
valor fixo de R$ 3,40 a R$ 1,25 por quilômetro rodado. A partir de quantos quilômetros rodados
o táxi da cidade R deixa de ser mais barato que o da cidade S?
a) 18
b) 15
c) 12
d) 10
e) 9

7. O custo diário de produção de um artigo é C = 50 + 2x + 0,1x², onde x é a quantidade diária


produzida. Cada unidade do produto é vendida por R$ 6,50. Entre quais valores deve variar x
para não haver prejuízo?
a) 19 ≤ x ≤ 24
b) 20 ≤ x ≤ 25
c) 21 ≤ x ≤ 26
d) 22 ≤ x ≤ 27
e) 23 ≤ x ≤ 28

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INEQUAÇÃO EXPONENCIAL

A resolução de inequações exponenciais inicia com o mesmo objetivo de uma equação


exponencial: IGUALAR AS BASES.
Podemos dividir as inequações em dois tipos.
1º tipo: base > 1 ou 2º tipo: 0 < base < 1 .
Veja um exemplo do 1º tipo (base > 1) resolvido abaixo:

2x < 83 Como em uma equação, vamos fatorar ambos os lados:


x 3 3
2 < (2 ) Aplicando as propriedades de potenciação.
x 9
2 <2 Pronto, com as bases iguais, podemos cortá-las e trabalhar somente com os expoentes.
x<9 Esta é a resposta.

O 2º tipo (0 < base < 1) tem uma pequena diferença, que é a inversão do sinal da desigualdade
entre os expoentes após igualar as bases.

4x+5 2x+3
⎛ 1⎞ ⎛ 1⎞
⎜⎝ 4 ⎟⎠ ≥⎜ ⎟ Já temos as bases igualadas.
⎝ 4⎠

4x + 5 ≥ 2x + 3 Vamos resolver a equação criada pelos expoentes, mas antes devemos inverter
4x + 5 ≤ 2x + 3 o sinal da desigualdade.
4x – 2 ≤ 3 – 5
2x ≤ –2 Esta é a resposta correta!
x ≤ –1

Observação:
Sempre que tivermos 0 < base < 1 devemos INVERTER o sinal da desigualdade ao "cortar" as
bases da inequação.

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Faça você

8. Determine a solução das inequações:


a) 5x ≤ 125

b) (0,3)x ≤ 0,09

c) (1/2)x < 8

d) (1/3)x–2 > 1/81

Gabarito: 1. A 2. E 3. B 4. C 5. E 6. A 7. B

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Questões

1. (35827) A solução da inequação 32(x-1) >1 é 2. (39500) Considere as inequações dadas por:
dada pelo conjunto solução: 2 2
f(x) = x – 2x + 1 ≤ 0 e g(x) = – 2x + 3x + 2 ≥ 0.
a) {x E R | x < – 1}
b) {x E R | x < 1} Sabendo-se que A é o conjunto solução de
c) {x E R | x ≥ 1} f (x) e B o conjunto solução de g(x), então o
d) {x E R | x > – 1} conjunto Y = A∩B é igual a:
e) {x E R | x > 1} ⎧ 1 ⎫
a) Y = ⎨x ∈!|− < x ≤ 2 ⎬
⎩ 2 ⎭
⎧ 1 ⎫
b) Y = ⎨x ∈!|− ≤ x ≤ 2 ⎬
⎩ 2 ⎭
{
c) Y = x ∈!|x = 1 }
d) Y = {x ∈!|x ≥ 0}

e) Y = {x ∈!|x ≤ 0}

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Gabarito: 1. (35827) E 2. (39500) C

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Módulo
Aula 14
XX

PROGRESSÃO ARITMÉTICA

Definição
Uma progressão aritmética (abreviadamente, P. A.) é uma sequência numérica em que cada
termo, a partir do segundo, é igual à soma do termo anterior com uma constante r. O número r
é chamado de razão da progressão aritmética.
Alguns exemplos de progressões aritméticas:
• 1, 4, 7, 10, 13, ..., é uma progressão aritmética em que a razão (a diferença entre os números
consecutivos) é igual a 3.
• – 2, – 4, – 6, – 8, – 10, ..., é uma P.A. em que r = – 2.
• 6, 6, 6, 6, 6, ..., é uma P.A. com r = 0.
Exemplo: (5, 9, 13, 17, 21, 25, 29, 33, 37, 41, 45, 49, ...)
r = a2 – a1 = 9 – 5 = 4 ou r = a3 – a2 = 13 – 9 = 4 ou r = a4 – a3 = 17 – 13 = 4
e, assim por diante.

Dica:
Observe que a razão é constante e pode ser calculada subtraindo um termo qualquer
pelo seu antecessor.

CLASSIFICAÇÃO
Uma P.A. pode ser classificada em crescente, decrescente ou constante dependendo de como
é a sua razão (R).

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Exemplos:

I – (5, 8, 11, 14, 17, 20, 23, 26, ...) → CRESCENTE pois r = + 3

II – (26, 18, 10, 2, – 6, – 14, – 22, ...) → DECRESCENTE pois r = – 8

III – (7, 7, 7, 7, 7, ...) → ESTACIONÁRIA OU CONSTANTE pois r = 0

TERMO GERAL ou enésimo termo ou último termo


Numa P.A. de n termos, chamamos de termo geral ou enésimo termo, o último termo ou o
termo genérico dessa sequência.

an = a1 + (n-1)r ou an = ap + (n-p)r

Atenção!
a20 = a1 + 19r ou a20 = a7 + 13r ou a20 = a14 + 6r

Exemplo Resolvido:
Sabendo que o 1º termo de uma P.A é igual a 2 e que a razão equivale a 5, determine o valor do
18º termo dessa sequência numérica.
a18 = 2 + (18 – 1) . 5
a18 = 2 + 17 . 5
a18 = 2 + 85 logo a18 = 87
O 18º termo da P.A em questão é igual a 87.

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Faça você

1. Dada a progressão aritmética (8, 11, 14, 17, ...), determine:


a) razão b) décimo termo c) a14 d) termo geral

2. A razão de uma P.A de 10 termos, em que o primeiro termo é 42 e o último é – 12 vale:


a) –5
b) –9
c) –6
d) –7
e) 0

3. Calcule a razão da P.A. em que o terceiro termo vale 16 e o décimo primeiro termo vale 40.
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5

TERMO GERAL ou MÉDIO


Numa progressão aritmética, a partir do segundo termo, o termo central é a média aritmética
do termo antecessor e do sucessor, isto é,

Exemplo:
Na P.A (2, 4, 6, 8, 10,...) veremos que ou , etc.

Na P.A (1, 4, 7, 10, 13,...) veremos que ou , etc.

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Dica:
Sempre a cada três termos consecutivos de uma P.A, o termo central é a média
dos seus dois vizinhos, ou seja, a soma dos extremos é o dobro do termo central.
Além disso, a soma dos termos equidistantes dos extremos é constante.

Faça você

4. Determine a razão da P.A. (x + 2, 2x, 13).


a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5

5. As idades das três filhas de Carlos estão em progressão aritmética. Colocando em ordem
crescente tem-se (1 + 3x, 4x + 2, 7x + 1). Calcule a idade da filha mais nova.
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5

6. Calcule o termo central da progressão (31, 33, 35,..., 79)


a) 53
b) 55
c) 57
d) 59
e) 61

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SOMA DOS “n” TERMOS


Sendo n o número de termos que se deseja somar, temos:

Dica:
Essa fórmula pode ser lembrada como a soma do primeiro e do último termos,
multiplicada pelo número de casais ( ).

Exemplo Resolvido:
Na sequência numérica ( – 1, 3, 7, 11, 15,...), determine a soma dos 20 primeiros termos.

1) Cálculo da razão da P.A


r = 3 – (–1) = 3 + 1 = 4 ou r = 7 – 3 = 4 ou r = 11 – 7 = 4

2) Determinando o 20º termo da P.A


a20 = –1 + (20 – 1) * 4
a20 = – 1 + 19 * 4
a20 = – 1 + 76
a20 = 75
2) Calculando a soma dos termos

s20 = 740
A soma dos 20 primeiros termos da PA ( – 1, 3, 7, 11, 15, ...) equivale a 740.
Observe que a soma do 1º termo com o último(20°) é 74, que multiplicada pelo número de
casais formados com 20 pessoas (10 casais), totalizará 740.

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Faça você

7. Calcule a soma dos vinte primeiros termos da sequência (15, 21, 27, 33, ...).
a) 1140
b) 1240
c) 1340
d) 1440
e) 1540

8. A soma dos 12 primeiros termos de uma P.A. é 180. Se o primeiro termo vale 8, calcule o último
termo dessa progressão.
a) 16
b) 18
c) 20
d) 22
e) 24

9. Devido à epidemia de gripe do último inverno, foram suspensos alguns concertos em lugares
fechados. Uma alternativa foi realizar espetáculos em lugares abertos, como parques ou praças.
Para uma apresentação, precisou-se compor uma plateia com oito filas, de tal forma que na
primeira fila houvesse 10 cadeiras; na segunda, 14 cadeiras; na terceira, 18 cadeiras; e assim
por diante. O total de cadeiras foi:
a) 384
b) 192
c) 168
d) 92
e) 80

10. Uma exposição de arte mostrava a seguinte sequência lógica formada por bolinhas de gude:

O primeiro quadro contém 5 bolas, o segundo contém 12 bolas, o terceiro contém 21 bolas, o
quarto contém 32 bolas ... . Cada quadro contém certa quantidade de bolas de gude e seguirá esse
padrão até chegar ao vigésimo quadro que tem n bolinhas. É correto afirmar que n vale:
a) 420
b) 440
c) 460
d) 480
e) 500

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PROGRESSÃO GEOMÉTRICA

Uma progressão geométrica (abreviadamente, P. G.) é uma sequência numérica em que cada
termo, a partir do segundo, é igual ao produto do termo anterior por uma constante q. O
número q é chamado de razão da progressão geométrica.
Alguns exemplos de progressões geométricas:
• 1, 2, 4, 8, 16, ..., é uma progressão geométrica em que a razão é igual a 2.
• – 1, – 3, – 9, – 27, – 81, ..., é uma P.G. em que q = 3.
• 6, 6, 6, 6, 6, ..., é uma P.G. com q = 1.
• (3, 9, 27, 81, 243, ...) → é uma P.G. crescente de razão q = 3
1
• (90, 30, 10, 10/3, ...) → é uma P.G. decrescente de razão q =
3
Exemplo: (1, 2, 4, 8, 16, 32, 64, 128, ...)

a2 2 a 4 a 8
q= = = 2 ou q = 3 = = 2 ou q = 4 = = 2 e assim por diante.
a1 1 a2 2 a3 4

Dica:
Observe que a razão é constante e pode ser calculada dividindo um termo qualquer
pelo seu antecessor.

CLASSIFICAÇÃO
Uma P.G. pode ser classificada em crescente, decrescente, constante ou oscilante, dependendo
de como é a sua razão (q).
Exemplos:

I – (1, 2, 4, 8, 16, 32, 64, 128, ...) → CRESCENTE pois a2 > a1 , a3 > a2 e assim por diante;
II – ( – 1, – 3, – 9, – 27, – 81, ...) → DECRESCENTE pois a2 < a1 , a3 < a2 e assim por diante;
III – (7, 7, 7, 7, 7, ...) → CONSTANTE pois q =1 e a2=a1 e assim por diante;
IV – (3, – 6, 12, – 24, 48, – 96, ...) → OSCILANTE pois há alternância dos sinais.

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TERMO GERAL ou enésimo termo ou último termo
Numa P.G. de n termos, chamamos de termo geral ou enésimo termo o último termo ou o
termo genérico dessa sequência.

an = a1.qn-1 ou an = ap.qn-p

Atenção!

a20 = a1q19 ou a20 = a7.q13 ou a20=a14q6 ou a20 = a18q2

Exemplo Resolvido
Em uma progressão geométrica, temos que o 1º termo equivale a 4 e a razão igual a 3.
Determine o 8º termo dessa PG.
a8 = 4 .37
a8 = 4 . 2187
a8 = 8748 Logo, o 8º termo da PG descrita é o número 8748.

Faça você

11. Dada a progressão geométrica (5, 10, 20, 40, ...), determine:
a) razão b) oitavo termo c) a10 d) termo geral

12. Calcule a razão da P.G. na qual o primeiro termo vale 2 é o quarto termo vale 54.
a) 2
b) 3
c) 4
d) 5
e) 6

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TERMO GERAL ou MÉDIO

Numa progressão geométrica, a partir do segundo termo, o termo central é a média geométrica
do termo antecessor e do sucessor, isto é an = an−1 .an+1
Exemplo Resolvido:
Na P.G (2,4,8,16,...) veremos que 4 = 2.8 ou 8 = 4.16 , etc.

Faça você

13. Na P.G. cujos três primeiros termos são x – 10, x e 3x, o valor positivo de x é:
a) 15
b) 10
c) 5
d) 20
e) 45

14. O primeiro termo de uma progressão geométrica em que a3 = 1 e a5 = 9 é:


a) 1
27
1
b)
9
c) 1
3
d) 1

e) 0

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SOMA DOS FINITOS TERMOS
Caso deseje-se a soma de uma quantidade exata de termos, usaremos:

Exemplo:
Considerando a PG (3, 9, 27, 81, ...), determine a soma dos seus 7 primeiros elementos.

Faça você

15. Calcule a soma dos oito primeiros termos da progressão (3, 6, 12, 24, ...)
a) 725
b) 735
c) 745
d) 755
e) 765

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SOMA DOS INFINITOS TERMOS


Para calcular a soma de uma quantidade infinita de termos de uma P.G usaremos:

Dica:
Essa fórmula é usada quando o texto confirma o desejo pela soma de uma quantidade
infinita de termos e também quando temos 0 < q < 1.

Faça você
⎛1 1 1 ⎞
16. A soma dos seis primeiros termos da PG ⎜ , , ,...⎟ é:
⎝ 3 6 12 ⎠
a) 12
33
15
b)
32
c) 21
33
d) 21
32
2
e)
3

(x) (x)
17. O valor de x na igualdade x + + +... = 12 , é igual a:
3 9
a) 8
b) 9
c) 10
d) 11
e) n.d.a.

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1 1 1
18. A soma da série infinita 1+ + + ... é:
5 25 125+
a) 6
5
b) 7
5
c) 5
4
d) 2
e) 7
4

19. Na 2ª feira, foram colocados 3 grãos de feijão num vidro vazio. Na 3ª feira, o vidro recebeu
9 grãos, na 4ª feira, 27 e assim por diante. No dia em que recebeu 2187 grãos, o vidro ficou
completamente cheio. Isso ocorreu:
a) num sábado
b) num domingo
c) numa 2ª feira
d) no 10º dia
e) no 30º dia

20. Considere que, em julho de 1986, foi constatado que era despejada uma certa quantidade de
litros de poluentes em um rio e que, a partir de então, essa quantidade dobrou a cada ano. Se
hoje a quantidade de poluentes despejados nesse rio é de 1 milhão de litros, há quantos anos
ela era de 500 mil litros?
a) Nada se pode concluir, já que não é dada a quantidade despejada em 1986.
b) Seis.
c) Quatro.
d) Dois.
e) Um.

Gabarito:  2. C 3. C 4. C 5. D 6. B 7. D 8. D 9. C 10. D 12. B 13. A 14. B 15. E 16. D 17. A 
18. C 19. B 20. E

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Questões

1. (73160) Uma sequência de números 3. (113215) Em uma progressão aritmética,


k1,k2,k3,k4....,kn é denominada Progressão tem-se a2 + a5 = 40 e a4 + a7 = 64. O valor
Geométrica ─ PG ─ de n termos quando, a do 31º termo dessa progressão aritmética é
partir do segundo termo, cada termo divi- igual a:
dido pelo imediatamente anterior for igual
a uma constante r denominada razão. Sa- a) 180
be-se que, adicionando uma constante x a b) 185
cada um dos termos da sequência (p – 2); c) 182
p; e (p + 3) ter-se-á uma PG. Desse modo, o d) 175
valor de x, da razão e da soma dos termos e) 178
da PG são, respectivamente, iguais a:
a) (6 – p); 2/3; 21.
b) (p +6); 3/2; 19.
c) 6; (6 – p); 21.
d) (6 – p); 3/2; 19.
e) (p – 6); p; 20.

2. (80107) Em uma progressão aritmética,


tem-se a3 + a6 = 29 e a2 + a5 = 23. Calcule a
soma dos 200 primeiros termos dessa pro-
gressão aritmética.
a) 60.500
b) 60.700
c) 60.600
d) 60.400
e) 60.800

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Questões, poderá assistir ao vídeo da explicação do professor.

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Gabarito: 1. (73160) D 2. (80107) A 3. (113215) B

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Módulo
Aula 15
XX
4X

PRINCÍPIO DA CONTAGEM

Os primeiros passos da humanidade na Matemática estavam ligados à necessidade de


contagem de objetos de um conjunto, enumerando seus elementos. Mas as situações foram se
tornando mais complexas, ficando cada vez mais difícil fazer contagens a partir da enumeração
dos elementos.
A análise combinatória possibilita a resolução de problemas de contagem, importante no
estudo das probabilidades e estatísticas.
Problema: Para eleição de uma comissão de ética, há quatro candidatos a presidente (Adolfo,
Márcio, Bernardo e Roberta) e três a vice-presidente (Luana, Diogo e Carlos).
Quais são os possíveis resultados para essa eleição?

PRESIDENTE VICE-PRESIDENTE RESULTADOS POSSÍVEIS PARA ELEIÇÃO

12
RESULTADOS
POSSÍVEIS
PARA ELEIÇÃO

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O esquema que foi montado recebe o nome de árvore das possibilidades, mas também
podemos fazer uso de tabela de dupla entrada:

VICE-PRESIDENTE


↓ PRESIDENTE L D C

A AL AD AC
M ML MD MC
B BL BD BC
R RL RD RC

Novamente, podemos verificar que são as 12 possibilidades de resultado para eleição.

PRINCÍPIO MULTIPLICATIVO
Você sabe como determinar o número de possibilidades de ocorrência de um evento, sem
necessidade de descrever todas as possibilidades?
Vamos considerar a seguinte situação:
Edgar tem 2 calças (preta e azul) e 4 camisetas (marrom, verde, rosa e branca).
Quantas são as maneiras diferentes que ele poderá se vestir usando uma calça e uma camiseta?
Construindo a árvore de possibilidades:

CALÇAS CAMISETAS MANEIRAS DE EDGAR SE VESTIR

Edgar tem duas possibilidades de escolher uma calça. Para cada uma delas, são quatro as
possibilidades de escolher uma camiseta. Logo, o número de maneiras diferentes de Edgar se
vestir é 2.4 = 8.
Como o número de resultados foi obtido por meio de uma multiplicação, dizemos que foi
aplicado o PRINCÍPIO MULTIPLICATIVO.
LOGO: Se um acontecimento ocorrer por várias etapas sucessivas e independentes, de tal modo
que:
•• p1 é o número de possibilidades da 1ª etapa;
•• p2 é o número de possibilidades da 2ª etapa;
.
.
.
•• pk é o número de possibilidades da k-ésima etapa;
Então o produto p1 . p2 ... pk é o número total de possibilidades de o acontecimento ocorrer.
•• De maneira mais simples poderíamos dizer que: Se um evento é determinado por duas
escolhas ordenadas e há “n” opções para primeira escolha e “m” opções para segunda, o
número total de maneiras de o evento ocorrer é igual a n.m.

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De acordo com o princípio fundamental da contagem, se um evento é composto por duas ou


mais etapas sucessivas e independentes, o número de combinações será determinado pelo
produto entre as possibilidades de cada conjunto.
EVENTO = etapa1 x etapa2 x etapa3 x ... etapan
Exemplo:
Vamos supor que uma fábrica produza motos de tamanhos grande, médio e pequeno, com
motores de 125 ou 250 cilindradas de potência. O cliente ainda pode escolher as seguintes
cores: preto, vermelha e prata. Quais são as possibilidades de venda que a empresa pode
oferecer?

Tipos de venda: 3 . 2 . 3 = 18 possibilidades

Tamanho Motor Cor


125 Preta
Grande Vermelha
250 Prata
125 Preta
Média Vermelha
250 Prata
125 Preta
Pequena Vermelha
150 Prata

Listando as possibilidades, tem-se:

Grande – 125 cc – preta Média – 125 cc – preta Pequena – 125 cc – preta


Grande – 125 cc – vermelha Média – 125 cc – vermelha Pequena – 125 cc – vermelha
Grande – 125 cc – prata Média – 125 cc – prata Pequena – 125 cc – prata
Grande – 250 cc – preta Média – 250 cc – preta Pequena – 250 cc – preta
Grande – 250 cc – vermelha Média – 250 cc – vermelha Pequena – 250 cc – vermelha
Grande – 250 cc – prata Média – 250 cc – prata Pequena – 250 cc – prata

Problema:
Os números dos telefones da cidade de Porto Alegre têm oito dígitos. Determine a quantidade
máxima de números telefônicos, sabendo que os números não devem começar com zero.
Resolução:
9 x 10 x 10 x 10 x 10 x 10 x 10 x 10 = 90.000.000
Problema:
Utilizando os números 1,2,3,4 e 5, qual é o total de números de cinco algarismos distintos que
consigo formar?
Resolução: 5 x 4 x 3 x 2 x 1 = 120

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1. Quantos e quais números de três algarismos distintos podemos formar com os
algarismos 1, 8 e 9?

2. Um restaurante oferece no cardápio 2 saladas distintas, 4 tipos de pratos de carne, 5 variedades


de bebidas e 3 sobremesas diferentes. Uma pessoa deseja uma salada, um prato de carne, uma
bebida e uma sobremesa. De quantas maneiras a pessoa poderá fazer o pedido?
a) 120
b) 144
c) 14
d) 60
e) 12

3. Uma pessoa está dentro de uma sala onde há sete portas (nenhuma trancada). Calcule de
quantas maneiras distintas essa pessoa pode sair da sala e retornar sem utilizar a mesma porta.
a) 7
7

b) 49
c) 42
d) 14
e) 8

4. Para colocar preço em seus produtos, uma empresa desenvolveu um sistema simplificado de
código de barras formado por cinco linhas separadas por espaços. Podem ser usadas linhas de
três larguras possíveis e espaços de duas larguras possíveis.
O número total de preços que podem ser representados por esse código é:
a) 1.440
b) 2.880
c) 3.125
d) 3.888
e) 4.320

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5. Uma melodia é uma sequência de notas musicais. Para compor um trecho de três notas
musicais sem as repetir, um músico pode utilizar as sete notas que existem na escala
musical. O número de melodias diferentes possíveis de serem escritas é:
a) 3
b) 21
c) 35
d) 210
e) 5.040

6. Quantos números inteiros positivos, com 3 algarismos significativos distintos, são múltiplos de 5?
a) 128
b) 136
c) 144
d) 162
e) 648

7. A figura abaixo pode ser colorida de diferentes maneiras, usando-se pelo menos duas de quatro
cores disponíveis.
Sabendo-se que duas faixas consecutivas não podem ter cores iguais, o número de modos de
colorir a figura é:

a) 12
b) 24
c) 48
d) 72
e) 108

8. O número de frações diferentes entre si e diferentes de 1 que podem ser formados com os
números 3, 5, 7, 11, 13, 19 e 23 é
a) 35
b) 42
c) 49
d) 60
e) 120

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9. Lucia está se preparando para uma festa e separou 5 blusas de cores diferentes (amarelo, preto,
rosa , vermelho e azul), 2 saias (preta, branca) e dois pares de sapatos (preto e rosa). Se nem o
sapato nem a blusa podem repetir a cor da saia, de quantas maneiras Lucia poderá se arrumar
para ir a festa?
a) 26
b) 320
c) 14
d) 30
e) 15

10. Sidnei marcou o telefone de uma garota em um pedaço de papel a fim de marcar um posterior
encontro. No dia seguinte, sem perceber o pedaço de papel no bolso da camisa que Sidnei
usara, sua mãe colocou-a na máquina de lavar roupas, destruindo assim parte do pedaço
de papel e, consequentemente, parte do número marcado. Então, para sua sorte, Sidnei se
lembrou de alguns detalhes de tal número:
•• o prefixo era 2.204, já que moravam no mesmo bairro;
•• os quatro últimos dígitos eram dois a dois distintos entre si e formavam um número par
que começava por 67.
Nessas condições, a maior quantidade possível de números de telefone que satisfazem as
condições que Sidnei lembrava é:
a) 24
b) 28
c) 32
d) 35
e) 36

Gabarito: 1. 6 2. A 3. C 4. D 5. D 6. B 7. E 8. B 9. C 10. B

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Questões

1. (35771) O número de centenas ímpares e 4. (80544) O departamento de vendas de imó-


maiores do que trezentos, com algarismos veis de uma imobiliária tem 8 corretores,
distintos, formadas pelos algarismos 1, 2, 3, sendo 5 homens e 3 mulheres. Quantas
4 e 6, é igual a: equipes de vendas distintas podem ser for-
madas com 2 corretores, havendo em cada
a) 15 equipe pelo menos uma mulher?
b) 9
c) 18 a) 15
d) 6 b) 45
e) 12 c) 31
d) 18
2. (35772) Dos aprovados em um concurso pú- e) 25
blico, os seis primeiros foram Ana, Bianca,
Carlos, Danilo, Emerson e Fabiano. Esses 5. (80097) Na prateleira de uma estante, en-
seis aprovados serão alocados nas salas nu- contram-se 3 obras de 2 volumes e 2 obras
meradas de 1 a 6, sendo um em cada sala e de 2 volumes, dispondo-se, portanto, de um
obedecendo a determinação de que na sala total de 10 volumes. Assim, o número de di-
1 será alocado um homem. Então, o núme- ferentes maneiras que os volumes podem
ro de possibilidades distintas de alocação ser organizados na prateleira, de modo que
desses seis aprovados é igual a: os volumes de uma mesma obra nunca fi-
quem separados, é igual a:
a) 720
b) 480 a) 3.260
c) 610 b) 3.840
d) 360 c) 2.896
e) 540 d) 1.986
e) 1.842
3. (35799) Em um campeonato de tênis parti-
cipam 30 duplas, com a mesma probabilida-
de de vencer. O número de diferentes ma-
neiras para a classificação dos 3 primeiros
lugares é igual a:
a) 24.360
b) 25.240
c) 24.460
d) 4.060
e) 4.650

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Questões, poderá assistir ao vídeo da explicação do professor.

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Gabarito: 1. (35771) A 2. (35772) B 3. (35799) A 4. (80544) D 5. (80097) B

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Módulo
Aula 16
XX

ESTATÍSTICA

A ciência encarregada de coletar, organizar e interpretar dados é Chamada de estatística. Seu


objetivo é obter compreensão sobre os dados coletados. Muitas vezes utiliza-se de técnicas
probabilísticas, a fim de prever um determinado acontecimento.

Nomenclatura
•• População: quantidade total de indivíduos com mesmas características submetidos a uma
determinada coleta de dados.
•• Amostra: Como em geral as populações são muito grandes, se faz necessário o uso de
amostras para representá-las. Estas são formadas por uma fração da população em estudo.

•• Frequência Absoluta: quantidade de vezes que determinado evento ocorreu.


•• Frequência Relativa: é a razão entre a frequência absoluta e a quantidade de elementos
da população estatística. É conveniente a representação da frequência relativa em forma
percentual.
Exemplo Resolvido 1:
Uma pesquisa foi realizada com os 200 funcionários de uma empresa de comércio atacadista,
no intuito de analisarem as preferências por esportes. Dentre as opções esportivas foram
fornecidas as seguintes opções: futebol, vôlei, basquete, natação, tênis e ciclismo. Observe os
resultados:
Futebol: 70
Vôlei: 50
Basquete: 40
Natação: 20
Tênis: 15
Ciclismo: 5

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Modalidade Esportiva Frequência Absoluta Frequência Relativa
Futebol 70 70/200 = 0,35 = 35%
Vôlei 50 50/200 = 0,25 = 25%
Basquete 40 40/200 = 0,20 = 20%
Natação 20 20/200 = 0,10 = 10%
Tênis 15 15/200 = 0,75 = 7,5%
Cilismo 5 5/200 = 0,025 = 2,5%
Total 200 100%

Exemplo Resolvido 2:
Em uma empresa, os salários dos 60 funcionários foram divididos de acordo com a seguinte
informação:

R$ Frequência Absoluta
600 α 690 6
690 α 780 15
780 α 870 30
870 α 960 6
960 α 1050 3

Vamos determinar a frequência relativa dos salários dessa empresa:

R$ Frequência Absoluta Frequência Relativa


600 α 690 6 6/60 = 0,10 = 10%
690 α 780 15 15/60 = 0,25 = 25%
780 α 870 30 30/60 = 0,50 = 50%
870 α 960 6 6/60 = 0,10 = 10%
960 α 1050 3 3/60 = 0,05 = 5%
Total 60 100%

Exemplo Resolvido 3:
Numa prova de matemática a nota 6 foi obtida por cinco alunos. Sabendo que essa turma
possui um total de 20 alunos, qual é a frequência relativa dessa nota?
Sabendo q a nota 6 foi obtida por 5 dos 20 alunos, temos que sua frequência absoluta é 5 e a
frequência relativa é 5 = 1 = 25%.
20 4

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Exemplo Resolvido 4:
Às pessoas presentes em um evento automobilístico foi feita a seguinte pergunta: Qual é a sua
marca de carro preferida?
Foi então construída uma tabela para melhor dispor os dados:

Marcas Frequência Absoluta (FA) Frequência Relativa (FR)


Ford 4 16,7%
Fiat 3 12,5%
GM 6 25%
Nissan 1 4,2%
Peugeot 3 12,5%
Renault 2 8,3%
Volks 5 20,8%
Total 24 100%

Frequência absoluta: quantas vezes cada marca de automóvel foi citada.

Frequência relativa: é dada em porcentagem. A marca Ford tem frequência relativa 4 em 24 ou


4
ou ~0,166 ou 16,66% ou 16,7%.
24

Exemplo Resolvido 5:
Em uma empresa foi realizada uma pesquisa a fim de saber a quantidade de filhos de cada
funcionário. Os dados da pesquisa foram organizados na seguinte tabela:

Número de filhos Frequência Absoluta Frequência Relativa


0 30 30/160 = 0,1875 = 18,75%
1 36 36/160 = 0,225 = 22,5%
2 60 60/160 = 0,375 = 37,5%
3 24 24/160 = 0,15 = 15%
4 10 10/160 = 0,625 = 6,25%
Total 160 100%

Veja a análise:
18,75% dos funcionários não possuem filhos. 22,5% possuem exatamente um filho. 37,5%
possuem dois filhos. 15% possuem três filhos. 6,25% possuem quatro filhos.

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Representação Gráfica

O uso do gráfico nas representações de situações estatísticas é de grande valia, pois auxilia
na visualização dos dados. É prudente, porém, observar o tipo de gráfico escolhido para a
representação, pois um gráfico inadequado pode omitir dados.
Os tipos de gráficos mais comuns são: o gráfico de colunas, de barras, o histograma, o gráfico
de setores, também chamado de “torta” ou “pizza” e o gráfico de linha poligonal.

Gráfico de colunas
Exemplo: Distribuição das notas de Matemática de cinco alunos da 2ª série, ao longo do ano de
2008.

Responda:

a) Qual é o aluno mais regular dessa turma?

b) Qual aluno ficou com média 6?

c) Qual aluno teve desempenho crescente ao longo do ano?

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Gráfico de barras
Exemplo: Salário mensal dos engenheiros da empresa “Minérios Brasil”.

Valores em milhares de reais.

Histograma
Exemplo: Estatura dos alunos do curso de Física.

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Gráfico de Setores
Exemplo: Durante o primeiro semestre de 2009 a fatura telefônica de uma residência ficou
distribuída conforme o gráfico:

Responda:

a) Qual é o ângulo central representado pelo mês de fevereiro?

b) Qual é o valor do menor ângulo central observado no gráfico?

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Linha Poligonal
Exemplo: Do ano 2002 a 2008 o mercado financeiro registrou uma grande oscilação no valor
das ações X e Y, conforme representado no gráfico a seguir:

Valores em R$

Responda:

a) Em relação a 2002, as ações X, no fechamento de 2008 tiveram qual variação percentual?

b) Em 2006 qual era a ação mais valorizada?

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Medidas de tendência central

Média Aritmética
A média aritmética é uma das formas de obter um valor intermediário entre vários valores. É
considerada uma medida de tendência central e é muito utilizada no cotidiano.
Para calculá-la basta somar todos os elementos e dividí-los pelo total de elementos.

x1 + x2 + ... + xn
Ma =
n
Exemplo Resolvido 1:
Calcule a média anual de Carlos na disciplina de Matemática com base nas seguintes notas
bimestrais:
1ºB = 6,0 2ºB = 9,0 3ºB = 7,0 4ºB = 5,0
Logo: Ma = (6,0 + 9,0 + 7,0 + 5,0) / 4
Ma = 27/4
Ma = 6,75

Exemplo Resolvido 2:
O dólar é considerado uma moeda de troca internacional, por isso o seu valor diário possui
variações. Acompanhando a variação de preços do dólar em reais durante uma semana
verificou-se as variações de acordo com a tabela informativa:

Segunda Terça Quarta Quinta Sexta


R$ 2,30 R$ 2,10 R$ 2,60 R$ 2,20 R$ 2,00

Determine o valor médio do preço do dólar nesta semana.


Ma = (2,3 + 2,1 + 2,6 + 2,2 + 2) / 5
Ma = 11,2 / 5
Ma = 2,24

O valor médio do dólar na semana apresentada foi de R$ 2,24.

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Média Ponderada
Ponderar é sinônimo de pesar. No cálculo da média ponderada, multiplicamos cada valor do
conjunto por seu “peso”, isto é, sua importância relativa.

x1 ×P1 + x2 ×P2 + ... + xn ×Pn


Mp =
P1 + P2 + ... + Pn

Exemplo Resolvido 3:
Paulo teve as seguintes notas nas provas de Matemática no ano de 2008: 8,5; 7,0; 9,5 e 9,0,
nas quais os pesos das provas foram 1, 2, 3 e 4, respectivamente. Para obter uma nota que
representará seu aproveitamento no bimestre, calculamos a média aritmética ponderada (MP).

Exemplo Resolvido 4:
Marcos participou de um concurso, onde foram realizadas provas de Português, Matemática,
Biologia e História. Essas provas tinham peso 3, 3, 2 e 2, respectivamente. Sabendo que Marcos
tirou 8,0 em Português, 7,5 em Matemática, 5,0 em Biologia e 4,0 em História, qual foi a média
que ele obteve?

p =

Portanto, a média de Marcos foi de 6,45.

MÉDIA GEOMÉTRICA
Essa média é calculada multiplicando-se todos os “n” valores e extraindo-se a raiz de índice n
deste produto.

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Exemplo: Calcule a média geométrica entre:

a) 2 e 32

b) 3, 3, 9, 81

MÉDIA HARMÔNICA
A média harmônica equivale ao inverso da média aritmética dos inversos de n valores.

n
M.H. =
1 1 1 1
+ + + ... +
x1 x 2 x 3 xn
Exemplo: Calcule a média harmônica entre 10, 10 e 1.

IMPORTANTE!!!
Em todas as médias o resultado estará entre o maior e o menor número dado.
Para os mesmos valores, a média aritmética terá o maior valor, seguida da média
geométrica e depois a média harmônica.
Calcule a média aritmética Ma, a média geométrica Mg e a média harmônica Mh dos
números 2 e 8 e compare os resultados.

Mediana (Md)
A mediana é o valor central dos dados estatísticos dispostos em ordem crescente ou
decrescente. Se o número de dados do rol for par, temos que a mediana é a média aritmética
dos dois valores centrais.

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Exemplos:

1. A mediana dos dados 1, 2, 3, 4, 5, 9, 12, 16, 17 é 5.

2. A mediana em 15, 12, 10, 2 vale (12 +10) = 11 .


2
Como definir a posição da Mediana:
•• População com nº de Elementos Ímpar:
Para a seguinte população: {1, 3, 5, 7, 9}
descobrir a posição do termo central basta fazer _____
Para n+1.
2
A mediana será o 3º elemento que é 5
•• População com nº de Elementos Par:
Na seguinte população: {1, 2, 4, 8, 9, 10}
n
Para descobrir a posição dos termos centrais basta fazer e lembrar que a mediana é a média
deste com seu sucessor. 2

Não há um valor central, portanto a mediana é calculada tirando-se a média dos dois valores
centrais (no caso, o 3º e 4º elementos).
( )
Logo, o valor da mediana é = 4 + 8 = 6
2
Moda (Mo)
A moda de um conjunto de números é o valor que ocorre com maior frequência. A moda pode
não existir e também não ser única.
Exemplos:

1. O conjunto de números: 2, 2, 3, 4, 5, 5, 5, 6, 6, 6, 6, 6, 7, 9 tem moda 6.

2. O conjunto de números: 7, 6, 6, 8, 8, 9 tem modas 6 e 8. É, portanto, dito bimodal.

3. Seja o rol de dados: 1, 3, 7, 9, 10. Como todos os dados têm a mesma frequência, dizemos
que não existe moda.

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MEDIDAS DE DISPERSÃO

VARIÂNCIA E DESVIO PADRÃO

Variância
A variância deve ser calculada através da soma dos quadrados entre a diferença de um valor
observado e o valor médio. A diferença serve para mostrar quanto um valor observado se
distancia do valor médio.
Para amostra, a soma dessas diferenças deve ser dividida por n – 1, onde n é o número de
elementos da amostra. Para população dividiremos somente por n.
OBS.: a unidade da variância é igual a unidade de medida das observações elevada ao quadrado.
Assim:
•• Para amostra

•• Para População

(X1 − Xm )2 + (X2 − Xm )2 +...+ (Xn − Xm )2


VA =
n
Exemplo:
Calcular a variância amostral do conjunto: 1, 2, 3, 4, 5
n = 5 e xm (média) = 3

DESVIO PADRÃO
O desvio padrão é calculado extraindo a raiz quadrada da variância.

D.P. = VA

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Faça você

1. (FCC – 2011) A média aritmética de 11 números é 45. Se o número 8 for retirado do conjunto, a
média aritmética dos números restantes será:
a) 48,7
b) 48
c) 47,5
d) 42
e) 41,5

2. Calcule a média aritmética de idade de 10 pessoas, sendo seis pessoas com 8 anos, três pessoas
com 10 anos e um pessoa com 11 anos:
a) 8 anos e 9 meses.
b) 8 anos e 10 meses.
c) 8 anos, 10 meses e 24 dias.
d) 8 anos, 10 meses e 8 dias.
e) 9 anos.

3. Comprei 5 doces a R$ 1,80 cada um, 3 doces a R$ 1,50 e 2 doces a R$ 2,00 cada. O preço médio,
por doce, foi de:
a) R$ 1,75
b) R$ 1,85
c) R$ 1,93
d) R$ 2,00
e) R$ 2,40

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4. Suponha que a etapa final de uma gincana escolar consista em um desafio de conhecimentos.
Cada equipe escolheria 10 alunos para realizar uma prova objetiva, e a pontuação da equipe
seria dada pela mediana das notas obtidas pelos alunos. As provas valiam, no máximo, 10
pontos cada. Ao final, a vencedora foi a equipe Ômega, com 7,8 pontos, seguida pela equipe
Delta, com 7,6 pontos. Um dos alunos da equipe Gama, a qual ficou na terceira e última
colocação, não pôde comparecer, tendo recebido nota zero na prova. As notas obtidas pelos 10
alunos da equipe Gama foram 10; 6,5; 8; 10; 7; 6,5; 7; 8; 6; 0. Se o aluno da equipe Gama que
faltou tivesse comparecido, essa equipe:
a) teria a pontuação igual a 6,5 se ele obtivesse nota 0.
b) seria a vencedora se ele obtivesse nota 10.
c) seria a segunda colocada se ele obtivesse nota 8.
d) permaneceria na terceira posição, independentemente da nota obtida pelo aluno.
e) empataria com a equipe Ômega na primeira colocação se o aluno obtivesse nota 9.

5. Depois de jogar um dado em forma de cubo e de faces numeradas de 1 a 6, por 10 vezes


consecutivas,e anotar o número obtido em cada jogada, construí-se a seguinte tabela de
distribuição de frequências.
A média, mediana e moda dessa distribuição de frequências são respectivamente:

NÚMERO
FREQUÊNCIA
OBTIDO
1 4
2 1
4 2
5 2
6 1

a) 3, 2 e 1
b) 3, 3 e 1
c) 3, 4 e 2
d) 5, 4 e 2
e) 6, 2 e 4

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6. O quadro seguinte mostra o desempenho de um time de futebol no último campeonato.


A coluna da esquerda mostra o número de gols marcados e a coluna da direita informa em
quantos jogos o time marcou aquele número de gols.

Gols marcados Quantidade de partidas


0 5
1 3
2 4
3 3
4 2
5 2
6 1

Se X, Y e Z são, respectivamente, a média, a mediana e a moda desta distribuição, então:


a) X=Y<Z
b) Z<X=Y
c) Y<Z<X
d) Z<X<Y
e) Z<Y<X

7. Para ser aprovado em um concurso, um estudante precisa submeter-se a três provas parciais
durante o período letivo e a uma prova final, com pesos 1, 1, 2 e 3, respectivamente,
e obter média no mínimo 7. Se um estudante obteve nas provas parciais as notas 5, 7 e 5,
respectivamente, a nota mínima que necessita obter na prova final para ser aprovado é:
a) 9
b) 8
c) 7
d) 6
e) 5

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8. No concurso para o Tribunal de Alçada, os candidatos fizeram provas de Português,
Conhecimentos Gerais e Direito, respectivamente com pesos 2, 4 e 6. Sabendo-se que
cada prova teve o valor de 100 pontos, o candidato que obteve 68 em Português, 80 em
Conhecimentos Gerais e 50 em Direito, teve média:
a) 53
b) 56
c) 63
d) 66
e) 72

9. Cinco equipes A, B, C, D e E disputaram uma prova de gincana na qual as pontuações recebidas


podiam ser 0, 1, 2 ou 3. A media das cinco equipes foi de 2 pontos.
As notas das equipes foram colocadas no gráfico a seguir, entretanto, esqueceram de
representar as notas da equipe D e da equipe E.

Mesmo sem aparecer as notas das equipes D e E, pode-se concluir que os valores da moda e da
mediana são, respectivamente,
a) 1,5 e 2,0
b) 2,0 e 1,5
c) 2,0 e 2,0
d) 2,0 e 3,0
e) 3,0 e 2,0

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10. As 10 medidas colhidas por um cientista num determinado experimento, todas na mesma
unidade, foram as seguintes:
1,2 ; 1,2 ; 1,4 ; 1,5 ; 1,5 ; 2,0 ; 2,0 ; 2,0 ; 2,0 ; 2,2
Ao trabalhar na análise estatística dos dados, o cientista esqueceu-se, por descuido, de
considerar uma dessas medidas. Dessa forma, comparando os resultados obtidos pelo cientista
em sua análise estatística com os resultados corretos para esta amostra, podemos afirmar que
a) a moda e a média foram afetadas.
b) a moda não foi afetada, mas a média foi.
c) a moda foi afetada, mas a média não foi.
d) a moda e a medi não foram afetadas.
e) n.d.a.

11. O gráfico apresenta a quantidade de gols marcados pelos artilheiros das Copas do Mundo
desde a Copa de 1930 até a de 2006.
Quantidades de Gols dos Artilheiros das Copas do Mundo

A partir dos dados apresentados, qual a mediana das quantidades de gols marcados pelos
artilheiros das Copas do Mundo?
a) 6 gols.
b) 6,5 gols.
c) 7 gols.
d) 7,3 gols.
e) 8,5 gols.

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12. O Departamento de Comércio Exterior do Banco Central possui 30 funcionários com a seguinte
distribuição salarial em reais.

Nº de Funcionários Salários em R$
10 2.000,00
12 3.600,00
5 4.000,00
3 6.000,00

Quantos funcionários que recebem R$3.600,00 devem ser demitidos para que a mediana desta
distribuição de salários seja de R$2.800,00?
a) 8
b) 11
c) 9
d) 10
e) 7

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13. Num curso de iniciação à informática, a distribuição das idades dos alunos, segundo o sexo, é
dada pelo gráfico seguinte.

Com base nos dados do gráfico, pode-se afirmar que:


a) o número de meninas com, no máximo, 16 anos é maior que o número de meninos nesse
mesmo intervalo de idades.
b) o número total de alunos é 19.
c) a média de idade das meninas é 15 anos.
d) o número de meninos é igual ao número de meninas.
e) o número de meninos com idade maior que 15 anos é maior que o número de meninas
nesse mesmo intervalo de idades.

14. Considere as seguintes medidas descritivas das notas finais dos alunos de três turmas:

Com base nesses dados, considere as seguintes afirmativas:


1. Apesar de as médias serem iguais nas três turmas, as notas dos alunos da turma B foram as
que se apresentaram mais heterogêneas.
2. As três turmas tiveram a mesma média, mas com variação diferente.
3. As notas da turma A se apresentaram mais dispersas em torno da média.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente a afirmativa 3 é verdadeira.
b) Somente a afirmativa 2 é verdadeira.
c) Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras.
e) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras.

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15. O serviço de atendimento ao consumidor de uma concessionária de veículos recebe as
reclamações dos clientes via telefone. Tendo em vista a melhoria nesse serviço, foram anotados
os números de chamadas durante um período de sete dias consecutivos. Os resultados obtidos
foram os seguintes:

Dia Número de chamadas


Domingo 3
Segunda 4
Terça 6
Quarta 9
Quinta 5
Sexta 7
Sábado 8

Sobre as informações contidas nesse quadro, considere as seguintes afirmativas:


I – O número médio de chamadas dos últimos sete dias foi 6.
II – A variância dos dados é 4.
III – O desvio padrão dos dados é 2.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras.
b) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras.
d) Somente a afirmativa I é verdadeira.
e) As afirmativas I, II e III são verdadeiras.

Gabarito: 1. A 2. C 3. A 4. D 5. B 6. E 7. A 8. C 9. C 10. B 11. B 12. D 13. D 14. D 15. B 

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Questões

1. (35828) Se a média aritmética dos números 5. (39508) Considere a seguinte amostra ale-
6, 8, X e Y é igual a 12, então a média arit- atória das idades em anos completos dos
mética dos números (X + 8) e (Y – 4) será: alunos em um curso preparatório. Com re-
lação a essa amostra, marque a única opção
a) 9,5 correta:
b) 13
c) 19 29, 27, 25, 39, 29, 27, 41, 31, 25, 33, 27, 25, 25,
d) 20 23, 27, 27, 32, 26, 24, 36, 32, 26, 28, 24, 28, 27,
e) 38 24, 26, 30, 26, 35, 26, 28, 34, 29, 23, 28.

2. (80102) A variância da amostra formada pe- a) A média e a mediana das idades são
los valores 2, 3, 1, 4, 5 e 3 é igual a: iguais a 27.
b) A moda e a média das idades são iguais
a) 3 a 27.
b) 2 c) A mediana das idades é 27 e a média é
c) 1 26,08.
d) 4 d) A média das idades é 27 e o desvio-pa-
e) 5 drão é 1,074.
e) A moda e a mediana das idades são
3. (80111) O desvio-padrão da amostra iguais a 27.
8 4 3 2 1 7 9 3 8 6. (90678) Em um experimento, obteve-se
É igual a uma amostra de 15 valores da variável dis-
creta x. A amostra é dada pelo conjunto
a) 5 {1, 2, 3, 1, 3, 4, 3, 4, 3, 2, 3, 5, 2, 4, 5}. As-
b) 3 sim, para esta amostra, a média aritmética,
c) 4 a moda, a mediana e o tipo de distribuição
d) 2 obtidas são, respectivamente:
e) 6
a) 3, 5, 3, assimétrica positiva
4. (39494) Obtenha o valor mais próximo da va- b) 3, 5, 3, assimétrica negativa
riância amostral da seguinte distribuição de c) 3, 5, 3, simétrica
frequências, onde Xi representa o i-ésimo va- d) 3, 3, 3, simétrica
lor observado e fi a respectiva frequência. e) 3, 3, 5, assimétrica negativa

Xi 5 6 7 8 9
fi 2 6 6 4 3
a) 1,429
b) 1,225
c) 1,5
d) 1,39
e) 1,4

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Gabarito: 1. (35828) C 2. (80102) B 3. (80111) B 4. (39494) C 5. (39508) E 6. (90678) D

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Módulo
Aula 17
XX

PROBABILIDADE

Definição

Exemplo:
I – Se a probabilidade de chover num dia de um determinado período é 0,6, então:

a) Qual a probabilidade de não chover num desses dias?

b) Qual a probabilidade de chover dois dias seguidos?

II – Um sorteio consiste em escolher, aleatoriamente, uma letra da palavra CONCURSO. Qual a


probabilidade de retirar uma vogal nessa escolha?

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Faça você

1. Escolhido ao acaso um elemento do conjunto dos divisores positivos de 60, a probabilidade de


que ele seja primo é:
a) 1
2
b) 1
3
c) 1
4
d) 1
5
e) 1
6

2. Em relação aos alunos de uma sala, sabe-se que 60% são do sexo feminino, 30% usam óculos
e 37,5% dos homens não usam óculos. Escolhendo-se, ao acaso, um aluno dessa sala, a
probabilidade de que seja uma mulher de óculos é:
a) 10%
b) 15%
c) 5%
d) 8%
e) 12%
3. Em um recipiente existem 12 aranhas, das quais 8 são fêmeas. A probabilidade de se retirar
uma aranha macho para um experimento é:
a) 4

b) 1
4
c) 1
3
d) 1
2
4. Em uma gaveta, cinco pares diferentes de meias estão misturados. Retirando-se ao acaso duas
meias, a probabilidade de que sejam do mesmo par é de:
1
a)
10
1
b)
9
1
c)
5
d) 2
5
e) 1
2

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5. Numa maternidade, aguarda-se o nascimento de três bebês. Se a probabilidade de que cada


bebê seja menino é igual à probabilidade de que cada bebê seja menina, a probabilidade de
que os três bebês sejam do mesmo sexo é:
1
a)
2
1
b)
3
1
c)
4
1
d)
6
e) 1
8
6. Numa roleta, há números de 0 a 36. Supondo que a roleta não seja viciada, então a probabilidade
de o número sorteado ser maior do que 25 é:
11
a)
36
11
b)
37
25
c)
36
25
d)
37
12
e)
37
7. Uma pessoa tem, em sua carteira, oito notas de R$ 1, cinco notas de R$ 2 e uma nota de
R$ 5. Se ela retirar ao acaso três notas da carteira, a probabilidade de que as três notas retiradas
sejam de R$ 1 está entre:
a) 15% e 16%
b) 16% e 17%
c) 17% e 18%
d) 18% e 19%
e) 19% e 20%

8. Uma caixa contém bolas azuis, brancas e amarelas, indistinguíveis a não ser pela cor. Na
caixa, existem 20 bolas brancas e 18 bolas azuis. Retirando-se ao acaso uma bola da caixa, a
probabilidade de ela ser amarela é 1 . Então, o número de bolas amarelas nessa caixa é de:
3
a) 18
b) 19
c) 20
d) 21
e) 22

www.acasadoconcurseiro.com.br 383
9. Numa gaiola estão 9 camundongos rotulados, 1, 2, 3, ... , 9. Selecionando-se conjuntamente 2
camundongos ao acaso (todos têm igual possibilidade de serem escolhidos), a probabilidade de
que na seleção ambos os camundongos tenham rótulo ímpar é:
a) 0,3777...
b) 0,47
c) 0,17
d) 0,2777...
e) 0,1333...

10. Em uma reserva florestal existem 263 espécies de peixes, 122 espécies de mamíferos, 93
espécies de répteis, 1132 espécies de borboletas e 656 espécies de aves.
Disponível em: http://www.wwf.org.br. Acesso em: 23 abr. 2010 (adaptado).

Se uma espécie animal for capturada ao acaso, qual a probabilidade de ser uma borboleta?
a) 63,31%
b) 60,18%
c) 56,52%
d) 49,96%
e) 43,27%

11. As 23 ex-alunas de uma turma que completou o Ensino Médio há 10 anos se encontraram em
uma reunião comemorativa. Várias delas haviam se casado e tido filhos. A distribuição das
mulheres, de acordo com a quantidade de filhos, é mostrada no gráfico abaixo.
Um prêmio foi sorteado entre todos os filhos dessas ex-alunas. A probabilidade de que a criança
premiada tenha sido um(a) filho(a) único(a) é:

a)

b)

c)

d)

e)

12. Numa família com 9 filhas, a probabilidade de o décimo filho ser homem é:
a) 50%
b) 70%
c) 80%
d) 90%
e) 25%

384 www.acasadoconcurseiro.com.br
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13. Uma parteira prevê, com 50% de chance de acerto, o sexo de cada criança que vai nascer. Num
conjunto de três crianças, a probabilidade de ela acertar pelo menos duas previsões é de:
a) 12,5%
b) 25%
c) 37,5%
d) 50%
e) 66,6%

14. Numa urna há três bolas, sendo uma vermelha, uma azul e uma preta. Se retirar uma bola e
com reposição, retirar outra bola, a probabilidade de que nessa escolha tenha alguma bola
vermelha é:
a) 0,111...
b) 0,222...
c) 0,333...
d) 0,444...
e) 0,555...

15. Em um colégio foi realizada uma pesquisa sobre as atividades extracurriculares de seus alunos.
Dos 500 alunos entrevistados, 240 praticavam um tipo de esporte, 180 frequentavam um curso
de idiomas e 120 realizavam estas duas atividades, ou seja, escolhiam um tipo de esporte e
frequentavam um curso de idiomas. Se, nesse grupo de 500 alunos, um é escolhido ao acaso,
a probabilidade de que ele realize pelo menos uma dessas duas atividades, isto é, pratique um
tipo de esporte ou frequente um curso de idiomas, é:
18
a)
25
3
b)
5
12
c)
25
6
d)
25
e) 6
25

Gabarito: 1. C 2. C 3. C 4. B 5. C 6. B 7. A 8. B 9. D 10. D 11. E 12. A 13. D 14. E 15. B

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Questões

1. (35769) Sorteando-se um número de uma por tecla, e, assim, para digitar sua senha, o
lista de 1 a 100, qual a probabilidade de o correntista deve acionar, a cada vez, a tecla
número ser divisível por 3 ou por 8? que contém a respectiva letra de sua senha.
Deseja-se saber qual o valor mais próximo
a) 41% da probabilidade de ele apertar aleatoria-
b) 44% mente em sequência três das cinco teclas
c) 42% à disposição e acertar ao acaso as teclas da
d) 45% senha?
e) 43%
a) 0,001
2. (80103) O Ministério da Fazenda pretende b) 0,0001
selecionar ao acaso 3 analistas para execu- c) 0,000125
tar um trabalho na área de tributos. Esses d) 0,005
3 analistas serão selecionados de um gru- e) 0,008
po composto por 6 homens e 4 mulheres.
A probabilidade de os 3 analistas serem do 5. (39495) Três amigas participam de um cam-
mesmo sexo é igual a: peonato de arco e flecha. Em cada tiro, a
primeira das amigas tem uma probabilida-
a) 40% de de acertar o alvo de 3/5, a segunda tem
b) 50% uma probabilidade de acertar o alvo de 5/6,
c) 30% e a terceira tem uma probabilidade de acer-
d) 20% tar o alvo de 2/3. Se cada uma das amigas
e) 60% der um tiro de maneira independente dos
tiros das outras duas, qual a probabilidade
3. (80571) Ao se jogar dois dados, qual a pro- de pelo menos dois dos três tiros acertarem
babilidade de se obter o número 7 como o alvo?
soma dos resultados?
a) 90/100
a) 7/12 b) 50/100
b) 6/12 c) 71/100
c) 4/12 d) 71/90
d) 2/12 e) 60/90
e) 0
6. (39432) Dois dados de seis faces são lan-
4. (39493) Para acessar a sua conta nos caixas çados simultaneamente, e os números das
eletrônicos de determinado banco, um cor- faces voltadas para cima são somados. A
rentista deve utilizar sua senha constituída probabilidade da soma obtida ser menor do
por três letras, não necessariamente distin- que cinco ou igual a dez é igual a:
tas, em determinada sequência, sendo que
as letras usadas são as letras do alfabeto, a) 35%
com exceção do W, totalizando 25 letras. b) 20%
Essas 25 letras são então distribuídas alea- c) 30%
toriamente, três vezes, na tela do terminal, d) 15%
por cinco teclas, em grupos de cinco letras e) 25%

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7. (39541) Uma urna possui 5 bolas azuis, 4 9. (90688) Do total de moradores de um con-
vermelhas, 4 amarelas e 2 verdes. Tirando- domínio, 5% dos homens e 2% das mulhe-
-se simultaneamente 3 bolas, qual o valor res tem mais do que 40 anos. Por outro
mais próximo da probabilidade de que as 3 lado, 60% dos moradores são homens. Em
bolas sejam da mesma cor? uma festa de final de ano realizada neste
condomínio, um morador foi selecionado
a) 3,96% ao acaso e premiado com uma cesta de fru-
b) 4,24% tas. Sabendo-se que o morador que ganhou
c) 4,50% a cesta de frutas tem mais do que 40 anos,
d) 5,15% então a probabilidade de que este morador
e) 11,53% seja mulher é igual a:
8. (90682) Uma moeda é dita não viciada a) 3/7
quando a probabilidade de ocorrer cara for b) 8/15
igual à probabilidade de ocorrer coroa. As- c) 3/15
sim, lançando-se 6 vezes uma moeda não d) 1/30
viciada, a probabilidade de se obter exata- e) 4/19
mente 5 caras é igual a:
10. (113217) Uma caixa contém seis bolas
a) 3/32 brancas e quatro pretas. Duas bolas serão
b) 1/64 retiradas dessa caixa, uma a uma e sem re-
c) 3/64 posição, então a probabilidade de uma ser
d) 1/32 branca e a outra ser preta é igual a
e) 5/32
a) 4/15.
b) 7/15.
c) 2/15.
d) 8/15.
e) 11/15.

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Gabarito: 1. (35769) A 2. (80103) D 3. (80571) D 4. (39493) E 5. (39495) D 6. (39432) E 7. (39541) A 8. (90682) A 
9. (90688) E 10. (113217) D

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Módulo
Aula 18
XX

MATRIZES

Matrizes

Uma matriz m x n é um quadro de elementos dispostos em m linhas e n colunas.


Os valores de m e n são sempre positivos e inteiros.

⎡ 10 ⎤ → M é uma matriz 2 x 3.
M= ⎢ 4 9 ⎥
⎣ 8 6 5 ⎦

Cada elemento da matriz é indicado por aij, onde “i” refere-se à linha e “j” refere-se à coluna na
qual o elemento se encaixa. Na matriz acima, temos:
a11 = 4 a21 = 8
a12 = 9 a22 = 6
a13 = 10 a23 = 5

Elementos

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Faça você

1. Determine a matriz A = (aij) 2 x 2 em que aij = i + j, se i = j e i – j, se i ≠ j.

2. Multiplique os elementos da diagonal principal da matriz M quadrada de ordem 3 x 3 onde:


⎧⎪ i + j, se i≠ j ⎫⎪
aij = ⎨ ⎬
⎩⎪ 0, se i= j ⎭⎪

Tipos de Matrizes

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3. Determine as matrizes oposta e transposta das matrizes abaixo:


a) ⎡ 1 2 ⎤ b) ⎡ −4 2 5 ⎤ c) ⎡ −4 2 1 ⎤
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎣ ⎦
⎣ 3 4 ⎦ ⎣ 3 1 7 ⎦

4. Seja A a matriz A = (aij)2x3 cuja lei de formação é dada abaixo. É correto afirmar que:

⎧⎪ 3i + j, se i≠ j ⎫⎪
aij = ⎨ ⎬
⎩⎪ 2i − 3j, se i= j ⎭⎪

⎡ −1 −5 ⎤
⎢ ⎥
a) A = ⎢ 6 7 ⎥
⎢ 2 9 ⎥
⎣ ⎦

⎡ −1 7 ⎤
⎢ ⎥
b) A = ⎢ −5 2 ⎥
⎢ 6 9 ⎥
⎣ ⎦

⎡ 5 ⎤
c) A = ⎢ −1 7 ⎥
⎣ 6 2 9 ⎦

⎡ 6 ⎤
d) A = ⎢ −1 5 ⎥
⎣ 7 −2 9 ⎦

⎡ −1 7 −5 ⎤
e) A = ⎢ ⎥
⎣ −6 −2 9 ⎦

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Operações Básicas Com Matrizes

Igualdade de matrizes
Duas matrizes, A e B, serão iguais se forem do mesmo tipo e se os elementos correspondentes
forem iguais.
Exemplo:
Determine x e y para que as matrizes A e B sejam iguais.

⎡ 3 1+ x ⎤ ⎡ ⎤
A=⎢ ⎥ B= ⎢ 2 4 ⎥
⎣ 2− y 5 ⎦ ⎣ 1 5 ⎦

Solução:

⎪⎧ 1+ x = 4 ⎪⎧ x = 3
⎨ →⎨
⎪⎩ 2 − y = 1 ⎪⎩ y = 1

Adição e subtração de matrizes


Dadas duas matrizes de mesmo tipo, A e B, denomina-se matriz soma (A+B) a matriz obtida
adicionando-se os elementos correspondentes de A e B. O mesmo ocorre para a subtração.
Exemplo:
Dadas as matrizes A e B determine A + B.

⎡ 4 6 ⎤ B= ⎡ 1 8 4 −1 ⎤
A = ⎢ −10 1 ⎥ ⎢ ⎥
⎣ 2 3 2 8 ⎦ ⎣ 0 6 3 −3 ⎦

⎡ 4 + 4 6 −1 ⎤
A +B = ⎢ −10 +1 1+ 8 ⎥
⎣ 2 + 0 3+ 6 2+3 8−3 ⎦

⎡ 8 5 ⎤
A +B = ⎢ −9 9 ⎥
⎣ 2 9 5 5 ⎦

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Faça você
⎡ 2 ⎤e ⎡ −8 −9 12 ⎤
5. Determine a matriz C, resultado da soma das matrizes A = ⎢ −3 5 ⎥ B= ⎢ ⎥
⎣ 6 4 8 ⎦ ⎣ 45 6 −3 ⎦

⎡ 1 2 3 ⎤ ⎡ −7 −8 9 ⎤ ⎡ 2 3 −4 ⎤
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
6. Dadas as matrizes A = ⎢ −4 5 6 ⎥ , B = ⎢ 12 6 5 ⎥ e C = ⎢ 6 7 1 ⎥ , determine a
⎢ 4 6 8 ⎥ ⎢ 8 7 4 ⎥ ⎢ 2 8 7 ⎥
⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦
matriz D resultante da operação A + B – C.

www.acasadoconcurseiro.com.br 395
Multiplicação Com Matrizes

Multiplicação de número real por matriz


Dada uma matriz A e um número real k, denomina-se multiplicação de matriz por escalar
(numero real K), a matriz obtida multiplicando-se cada um dos seus elementos por k.
Observe como exemplo a determinação da matriz.

⎡ 2 1 ⎤ ⎡ 2 1 ⎤ ⎡ 3.2 3.1 ⎤ ⎡ 6 3 ⎤

A=⎢ 3 0
4

⎥ ⇒ ⎢
3.A = 3 ⎢ 3
⎢ 1
0
4
⎥ ⎢
⎥ = ⎢ 3.3
⎥ ⎢ 3.1
3.0
3.4
⎥ ⎢
⎥=⎢ 9
⎥ ⎢ 3
0
12



⎢ 1 ⎥ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦
⎣ ⎦

Multiplicação de matrizes
Sendo A uma matriz do tipo mxn e B uma matriz do tipo nxp, define-se produto da matriz A
pela matriz B a matriz C, do tipo mxp, tal que cada elemento de C é calculado multiplicando-
se ordenadamente os elementos da linha i da matriz A pelos elementos correspondentes da
coluna j da matriz B e , a seguir, somando-se os produtos obtidos.

ATENÇÃO: O produto entre duas matrizes A e B é definido se, e somente se, o número de
colunas da matriz A for igual ao numero de linhas da matriz B. Assim:

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Faça você
⎡ −1 ⎤
⎡ ⎤
3 por B = ⎢ 2 ⎥
7. Calcule o produto de A = ⎢ 1 2 ⎥ ⎢ ⎥
⎣ 3 1 2 ⎦ ⎢ 0 ⎥
⎣ ⎦

8. Se A é uma matriz 3 x 4 e B uma matriz n x m, então:


a) existe A + B se, e somente se, n = 4 e m = 3;
b) existe AB se, e somente se, n = 4 e m = 3;
c) existem AB e BA se, e somente se, n = 4 e m = 3;
d) existem, iguais, A + B e B + A se, e somente se, A = B;
e) existem, iguais, AB e BA se, e somente se, A = B.

9. Sobre as sentenças abaixo:


I. O produto das matrizes A 3x2 .B 2x1 é uma matriz 3 x 1.
II. O produto das matrizes A 5x4 .B 5x2 é uma matriz 4 x 2
III. O produto das matrizes A 2x3 .B 3x2 é uma matriz quadrada 2 x 2.
É verdade que:
a) Somente I é falsa;
b) Somente II é falsa;
c) Somente III é falsa;
d) Somente I e III são falsas;
e) São todas falsas.

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10. O valor de a para que a igualdade matricial abaixo seja verdadeira é:

⎡ 2 1 ⎤ ⎡ 1 −1 ⎤ ⎡ 1 0 ⎤
⎢ ⎥⎢ ⎥=⎢ ⎥
⎣ 1 1 ⎦ ⎣ −1 a ⎦ ⎣ 0 1 ⎦

a) 1
b) 2
c) 0
d) –2
e) –1

Matriz Inversa

→ Uma matriz quadrada A é dita invertível quando existe outra matriz denotada A-1, tal que A.
-1
A = I onde I, é a matriz identidade.

Exemplo Resolvido:

Se queremos descobrir a matriz inversa da matriz A representada abaixo recorremos a uma


matriz genérica que nos permitirá multiplicar as matrizes. Assim:

⎡ ⎤ ⎡ a b ⎤
A=⎢ 2 1 ⎥ e A =⎢
−1

⎣ 4 3 ⎦ ⎣ c d ⎦
Associamos símbolos à inversa da nossa matriz original – nosso objetivo é determinar os valores
de a ,b, c e d. Para isso, aplicaremos a definição de inversa.

⎡ 2 1 ⎤ ⎡ a b ⎤ ⎡ 1 0 ⎤
⎢ ⎥. ⎢ =
⎥ ⎢ ⎥
⎣ 4 3 ⎦ ⎣ c d ⎦ ⎣ 0 1 ⎦
Resolvendo essa multiplicação chegamos a um sistema de equações.

⎧ 2a+ c = 1
⎪⎪
⎡ 3 1 ⎤
2b + d = 0 → A = 2
−1 ⎢ − ⎥
⎨ ⎢ 2 ⎥
⎪ 4a+ 3c = 0 ⎢⎣ −2 1 ⎥⎦
⎪⎩ 4b + 3d = 1
No caso dessa matriz ser invertível, o sistema será impossível.

398 www.acasadoconcurseiro.com.br
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MÉTODO PRÁTICO
É necessário calcular o determinante da matriz (caso o determinante de igual a zero, não existe
matriz inversa para ela).
Em seguida, basta inverter a ordem dos elementos da diagonal principal e trocar o sinal dos
elementos da diagonal secundária.

⎡ ⎤ 1 ⎡ d −b ⎤ 1 ⎡ d −b ⎤
A −1 = ⎢ a b ⎥ = ⎢ ⎥= ⎢ ⎥
⎣ c d ⎦ det(A) ⎣ −c a ⎦ ad−bc ⎣ −c a ⎦

MÉTODO PP-SS: Inverte a PRINCIPAL e muda o sinal da SECUNDÁRIA

Faça você

⎡ ⎤
11. Determine a inversa da matriz A = ⎢ 1 2 ⎥ .
⎣ 0 3 ⎦

⎡ ⎤
12. Caso exista, encontre a inversa da matriz B = ⎢ 2 1 ⎥
⎣ 1 3 ⎦

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13. Sejam as matrizes,
⎡ ⎤ ⎡ x −1 ⎤
A = ⎢ 1 2 ⎥ e M= ⎢ ⎥
⎣ 2 6 ⎦ ⎣ −1 y ⎦
Onde x e y são números reais e M é a matriz inversa de A. Então o produto xy é:
3
a)
2
2
b)
3
1
c)
2
3
d)
4
1
e)
4
⎡ 1 −1 ⎤
⎢ ⎥ ⎡ ⎤
14. Multiplicando-se a matriz A = ⎢ 3 ⎥ pela matriz B = ⎢ 3 2 ⎥ , obtém-se a matriz
−1 ⎣ 2 x ⎦
⎢⎣ 2 ⎥⎦
⎡ ⎤
I = ⎢ 1 0 ⎥ . Então o valor de x é:
⎣ 0 1 ⎦
a) – 1

b) 0

c) 1

d) 2

e) 3

⎡ 2 −1 ⎤ 2. Zero 3. Oposta: ⎡ −1 −2 ⎤ ⎡ 4 −2 −5 ⎤ ⎡⎣ ⎤⎦  
Gabarito: 1. −A = −B = −C = +4 −2 −1
⎣ 1 4 ⎦ ⎣ −3 −4 ⎦ ⎢⎣ −3 −1 −7 ⎥⎦

t t ⎡ −4 3 ⎤ t ⎡ −4 ⎤ ⎡ −11 −4 14 ⎤ ⎡ −8 −9 16 ⎤
Transposta: A = ⎡ 1 3 ⎤ B = ⎢ 2 1 ⎥ C = ⎢ 2 ⎥  4. D 5. C = ⎢ ⎥  6. D = ⎢ 2 4 10 ⎥ 
⎣ 2 4 ⎦ ⎣ 5 7 ⎦ ⎣ 1 ⎦ ⎣ 51 10 5 ⎦ ⎣ 10 5 5 ⎦
⎡3⎤ ⎡
⎢ 1 −
2 ⎤

⎡ 3

1 ⎤
− ⎥
7. = ⎢ ⎥  8. C 9. B 10. B 11. ⎢ 3
⎥  12. B−1 = ⎢ 5 5 ⎥  13. A 14. D
⎢ 1 2 ⎥
⎣ ⎦
1
−1 ⎢ 0 ⎥ ⎢ −5 5 ⎥
⎣ 3 ⎦ ⎣ ⎦

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Questões

1. (80083) A matriz quadrada A, definida ge-


nericamente por A = aij, é dada por a11 = 0;
a12 = – 4; a13 = 2; a21 = x; a22 = 0; a23 = (1
– z); a31 = y; a32 = 2z e, por último, a33 = 0.
Desse modo, para que a matriz A seja uma
matriz antissimétrica, os valores de a21,
a23, a31 e a32 deverão ser, respectivamen-
te, iguais a:
a) 4; – 2; – 2; – 2.
b) 4; – 2; 2; – 2.
c) 4; 2; – 2; – 2.
d) – 4; – 2; 2; – 2.
e) – 4; – 2; – 2; – 2.

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Gabarito: 1. (80083) C

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Matemática Financeira

Professor Thiago Pacífico

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Edital

MATEMÁTICA FINANCEIRA: Porcentagem; Matemática Financeira;

BANCA: ESAF
CARGO: Assistente Técnico Administrativo

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Matemática Financeira

PORCENTAGEM

p
p% =
100

Exemplos:
     27% = 27/100 = 0,27 0,5% = 0,5/100 = 0,005

Observação

p
p%o =
1000

Exemplos:
  2‰ = 2/1000 = 0,002 29‰ = 29/1000 = 0,029 315‰ = 315/1000 = 0,315

EXEMPLOS DE QUESTÕES DE CONCURSOS

Exemplo 01: Um fichário tem 25 fichas numeradas, sendo que 52% dessas fichas estão
etiquetadas com número par. Quantas fichas têm a etiqueta com número par?
Solução:
Representando por x o número de fichas que têm etiqueta com número par e lembrando que
52% = 52/100 = 0,52, temos:
x = 52% de 25  ∴   x = 0,52 . 25  ∴   x = 13
Resposta: Nesse fichário há 13 fichas etiquetadas com número par.

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Exemplo 02: No torneio pré-olímpico de basquete, realizado na Argentina em agosto de
1995, a seleção brasileira disputou 4 partidas na 1ª fase e venceu 3. Qual é a porcentagem de
vitórias obtidas pelo Brasil nessa fase?
Solução:
1ª Solução:
Vamos indicar por x% o número que representa essa porcentagem. O problema pode, então,
ser expresso por:
x% de 4 é igual a 3
Isso resulta na equação:
x
.4 = 3 ∴ 4x = 300 ∴ x = 75
100
2ª Solução:
3 75
Do Enunciado temos: = 0,75 = = 75%
4 100
Resposta: O Brasil venceu 75% dos jogos que disputou nessa fase.

Exemplo 03: Numa indústria trabalham 255 mulheres. Esse número corresponde a 42,5% do
total de empregados. Quantas pessoas trabalham, ao todo, nessa indústria?
Solução:
Vamos representar por x o número total de empregados dessa indústria. Esse problema pode
ser expresso por:
42,5% de x é igual a 255
42,5
Sabendo que 42,5% = = 0,425, podemos formar a equação:
100
255
0,425 . x = 255 ∴   x =  ∴  x = 600
0,425
Resposta: Nessa indústria trabalham, ao todo, 600 pessoas.

Exemplo 04: Ao comprar uma mercadoria, obtive um desconto de 8% sobre o preço marcado
na etiqueta. Se paguei R$ 690,00 pela mercadoria, qual o preço original dessa mercadoria?
Solução:
Se obtive 8% de desconto, o preço que paguei representa 100% − 8% = 92% do preço original.
Representando o preço original da mercadoria por x, esse problema pode ser expresso por:
92% de x é igual a 690
92
Sabendo que 92% = = 0,92, podemos formar a equação:
100
690
0,92 . x = 690 ∴  0,92x = 690 ∴  x =  ∴  x = 750
0,92
Resposta: O preço original da mercadoria era R$ 750,00.

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ATA – Matemática Financeira – Prof. Thiago Pacífico

Exemplo 05: 40% de 20% corresponde a quantos por cento?


Solução:
Representando por x% a taxa de porcentagem procurada, o problema se reduz a: 40% de 20%
é igual a x.
Se 40% = 0,40 e 20% = 0,20, temos a equação:
8
0,40 . 0,20 = x ∴  x = 0,08 ∴  0,08 = = 8%
100
Resposta: Assim, 40% de 20% corresponde a 8%.

Exemplo 06: Uma geladeira, cujo preço à vista é de R$ 680,00 tem um acréscimo de 5% no seu
preço se for paga em 3 prestações iguais. Qual é o valor de cada prestação?
Solução:
5% de 680 = 0,05 . 680 = 34 (acréscimo)
680 + 34 = 714 (preço em 3 prestações iguais)
714 /3 = 238 (valor de cada prestação)
Resposta: Então, o valor de cada prestação é de R$ 238,00.

Exemplo 07: O salário de um trabalhador era de R$ 840,00 e passou a ser de R$ 966,00. Qual
foi a porcentagem de aumento?
Solução:
1ª Solução:
966 – 840 = 126 (aumento em reais)
x% de 840 = 126
126 18 3 15 (aumento em porcentagem)
= = =
840 120 20 100

2ª Solução:
x% de 840 = 966 (salário anterior mais aumento)
966 138 23 115
= = = = 115%
840 120 20 100
115% – 100% = 15%
Resposta: Logo, a porcentagem de aumento foi de 15%.

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Exemplo 08: Paulo gastou 40% do que tinha e ainda ficou com R$ 87,00. Quanto ele tinha e
quanto gastou, em reais?
Solução:
Se ele gastou 40%, a quantia de R$ 87,00 corresponde a 60% do que possuía.
Fazemos então 60% de ? = 87.
60 3 5.87
.x = 87 ∴ .x = 87 ∴ x = ∴ x = 145 (quanto ele tinha)
100 5 3

Quanto ele gastou: 145 – 87 = 58 ou 40% de 145 = 58


Resposta: Paulo tinha R$ 145,00 e gastou R$ 58,00.

REGIME SIMPLES – JUROS

INTRODUÇÃO

A matemática financeira está presente em nosso cotidiano de forma direta ou indireta. Quanto
mais dominarmos esse assunto, maiores serão os benefícios que teremos, tanto para ganhar
dinheiro como para evitar perde-lo. Como por exemplo, na escolha do melhor financiamento
de um bem ou onde fazer aplicações financeiras.
O estudo da Matemática Financeira é todo feito em função do crescimento do capital (C)
aplicado com o tempo. Definiremos capital como qualquer quantidade de moeda ou dinheiro.
O montante (M), ou seja, o valor final do capital aplicado é dado pela soma do capital inicial e
uma segunda parcela, que é uma fração do capital inicial, à qual damos o nome de juro. Juro (J)
é, portanto, a compensação financeira conseguida por um aplicador durante um certo tempo
ou ainda o aluguel pago por uma pessoa que, durante algum tempo, usa o capital de outra.
O juro é cobrado em função de um coeficiente, chamado taxa de juro (i), que é dado geralmente
em percentagem e sempre se refere a um intervalo de tempo (ano, semestre, mês, etc), tomado
como unidade, denominado período financeiro ou, abreviadamente período (t ou n).
Existem duas formas de serem calculados os juros a cada período: calculando sobre o capital
inicial ou sobre o montante acumulado. Entenda que no primeiro caso esse crescimento se
comporta como um progressão aritmética (P.A.) e no segundo caso o montante aumenta
segundo uma progressão geometrica (P.G.).
De outra forma temos:

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•• Quando os juros são acrescentados, ao capital inicialmente aplicado, somente após o


término da aplicação, podemos dizer que estamos calculando juros simples.
•• Quando os juros são incorporados ao capital após cada período de tempo, criando assim
um novo capital a cada período, dizemos que estamos fazendo uma capitalização ou
calculando juros compostos.
 
Observe que na figura a seguir, a pilha de moedas da esquerda cresce
linearmente, ou seja, aumenta a mesma quantidade de moedas por
vez (juros simples), enquanto que a da direita cresce muito mais
rápido, pois seu aumento é exponencial (juros compostos).

JUROS SIMPLES X JUROS COMPOSTOS

(I) Juros Simples x Juros Compostos:


Dados:
C = 1000
n = 3 meses
i = 10% a.m.

Regime Simples

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Regime Composto

FIQUE DE OLHO!

• O capital inicial (principal) pode crescer, como já sabemos, devido aos juros, segundo duas
modalidades a saber: Juros Simples ou Composto.
• Vamos ilustrar a diferença entre os crescimentos de um capital através juros simples e juros
compostos, com um exemplo:
• Suponha que $ 100,00 são empregados a uma taxa de 10% a.m. Teremos:

JUROS SIMPLES − ao longo do tempo, somente o principal rende juros.

PRINCIPAL = 100
 
Nº DE MESES MONTANTE SIMPLES
1 100 + 10%.100 = 110,00
2 110 + 10%.100 = 120,00
3 120 + 10%.100 = 130,00
4 130 + 10%.100 = 140,00
5 140 + 10%.100 = 150,00

JUROS COMPOSTOS − após cada período, os juros são incorporados ao principal e passam, por
sua vez, a render juros. Também conhecido como "juros sobre juros".

PRINCIPAL = 100
 
Nº DE MESES MONTANTE COMPOSTO
1 100,00 + 10%.100,00 = 110,00
2 110,00 + 10%.110,00 = 121,00
3 121,00 + 10%.121,00 = 133,10
4 133,10 + 10%.133,10 = 146,41
5 146,41 + 10%.146,41 = 161,05

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GRÁFICOS

•• Observe que o crescimento do principal segundo juros simples é LINEAR enquanto que o
crescimento segundo juros compostos é EXPONENCIAL, e portanto tem um crescimento
muito mais "rápido". Isto poderia ser ilustrado graficamente como no gráfico abaixo.

•• Na prática, as empresas, órgãos governamentais e investidores particulares costumam


reinvestir as quantias geradas pelas aplicações financeiras, o que justifica o emprego
mais comum de juros compostos na Economia. Na verdade, o uso de juros simples não se
justifica em estudos econômicos.

JUROS SIMPLES

Na capitalização simples, o juro produzido em vários períodos financeiros é constante em


cada período e proporcional ao capital aplicado, sendo este coeficiente de propor¬cionalidade
chamado de taxa de juros.
CONSIDEREMOS A SEGUINTE QUESTÃO:
A importância de R$ 600,00 é aplicada numa instituição financeira à taxa de 6% ao mês (a.m.),
durante 3 meses. Qual o montante após esse tempo?
No problema apresentado anteriormente, temos:
• capital aplicado .............. R$ 600,00
• taxa % ao mês ................ 6% = 6/100 = 0,06
• tempo em meses ........... 3 meses
Temos que:
• Após o 1º período, os juros serão:
0,06 . R$ 600,00 = R$ 36,00
• Após o 2º período, os juros serão:
R$ 36,00 + R$ 36,00 = R$ 72,00
• Após o 3º período, os juros serão:
R$ 72,00 + R$ 36,00 = R$ 108,00
Assim, o montante (capital mais rendimentos) será de:

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R$ 600,00 + R$ 108,00 = R$ 708,00
Vamos generalizar, deduzindo uma fórmula para calcular os juros simples.

{
C = capital aplicado
i = taxa % por período de tempo
t = número de períodos de tempo

Então, temos
•• Após o 1º período, o total de juros será: C.i;
•• Após o 2º período, o total de juros será: C.i+C.i;
•• Após o 3º período, o total será: C.i+C.i+C.i;
•• Após o t-ésimo período, o total de juros será:
   C.i + C.i + C.i + .... + C.i.
    
     t parcelas

Assim, a fórmula que fornece o total de juros simples é:


O montante final é de:


Vamos resolver novamente nosso problema, utilizando as fórmulas citadas. Calculando os juros
simples, temos:
J = 600.0,06.3 = 108
O montante será de:
M = C + J = 600 + 108 = 708

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TAXAS PROPORCIONAIS

Se estamos no regime simples, e temos uma taxa ao mês, e queremos transformá-la numa taxa
ao ano, pensaremos assim: taxa ao mês para taxa ao ano; mês para ano; mês é menor do que
ano; logo, taxa menor para taxa maior. Do menor para o maior, nós multiplicaremos! E um ano
tem quantos meses? Doze. Então, multiplicaremos por doze. Teremos:

E se por ventura desejássemos fazer o caminho inverso. Por exemplo, se quiséssemos


transformar uma taxa simples anual para uma taxa mensal? Aí pensaríamos assim: taxa ao ano
para taxa ao mês; ano para mês; maior para menor; do maior para o menor, nós dividimos; um
ano tem quantos meses? Doze. Logo, dividiremos por doze. Teremos:

TAXAS PROPORCIONAIS x TAXAS EQUIVALENTES

Quando estivermos resolvendo uma questão de Juros Simples, trabalhando, portanto, no


Regime Simples, e a questão vier falando em “Taxas Equivalentes”, entenderemos esse conceito
como sinônimo de Taxas Proporcionais!
Ou seja: no Regime Simples (questões de juros simples, de desconto simples e de equivalência
simples de capitais), se o enunciado falar em Taxas Equivalentes, entenderemos como se
estivesse falando em Taxas Proporcionais.

SE LIGA!

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JUROS COMERCIAIS (ORDINÁRIOS)

Adotam o ano comercial, ou seja, 30 dias para os meses e 360 dias para o ano.
Nas aplicações práticas e por convenção, quando nos referimos apenas ao número de meses,
utilizaremos o mês comercial com 30 dias, de forma indiferente.

JUROS SIMPLES EXATOS

Já falamos acima a respeito dos Juros Comerciais ou Ordinários! Dissemos que eles consistem na
consideração, que é regra, de que todos os meses do ano têm 30 dias, e o ano inteiro, portanto,
360 dias! Frisamos que se o enunciado nada dispuser a respeito disso, entenderemos que
estaremos trabalhando com essa consideração. Os juros comerciais ou ordinários, portanto,
consistem na nossa regra! E qual seria a exceção?
Juros Exatos – exceção à regra – é aquele em que se consideram os meses do ano com o número
de dias do nosso calendário comum. Apenas isso. Ou seja: janeiro com 31 dias; fevereiro com
28 (ou 29, se for ano bissexto); março com 31; abril com 30; maio com 31; junho com 30; julho
com 31; agosto com 31; setembro com 30; outubro com 31; novembro com 30; e dezembro
com 31 dias.
Fica implícito que deve ser usado o juro exato quando forem dadas as datas da negociação
e do vencimento, portanto a contagem dos dias deve ser exata, inclusive considerando anos
bissextos.

FIQUE DE OLHO!
Nas aplicações financeiras, frequentemente os bancos comerciais adotam convenção diferente
para contagem do prazo.
O tempo pode ser contado de duas formas:
• ANO CIVIL: 365 dias
• ANO COMERCIAL: 360 dias

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DESCONTO SIMPLES

OPERAÇÃO DE DESCONTO: O QUE É?

Aqui nós pretendemos saber o quanto representa hoje um valor que era devido numa data
futura. Em outras palavras, queremos agora “retroceder” no tempo com determinado valor
monetário, e descobrir o quanto este valerá no dia de hoje, ou numa outra data anterior àquela
do seu vencimento.
Ilustrando uma operação de desconto, de uma forma genérica (sem estabelecer valores),
teremos o seguinte:

NOMENCLATURA

VALOR NOMINAL ou de FACE (N)


Quantia declarada no título, o valor pelo qual foi emitido.

DESCONTO (D)
Valor obtido pela diferença entre o Valor Nominal e o Valor Atual de um compromisso, quando
quitado “n” períodos antes do vencimento.

TEMPO (t ou n)
Prazo compreendido entre a data da operação (desconto) e a data do vencimento. Os dias serão
contados excluindo−se o dia da operação e incluindo−se a data do vencimento.

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TAXA (i)
Representa a quantidade de unidade que se desconta de cada 100 (cem) unidades, num
determinado período, ou seja, o percentual de juros.

VALOR ATUAL ou ATUAL (A)


É a diferença entre o Valor Nominal e o Desconto.

DESENHO MODELO

Pela figura acima, já descobrimos a nossa primeira equação do Desconto.


É a seguinte:
d=N–A
  N = d + A  e   A = N – d

Essas são também equações “visuais”. Só temos que nos lembrar do “desenho-modelo” de uma
operação de desconto, e já as deduziremos!

MODALIDADES (TIPOS) DE DESCONTO

Pelo que foi dito até aqui, concluímos que uma questão de Desconto poderá apresentar quatro
diferentes “feições”:
→ Desconto Simples por Dentro;
→ Desconto Simples por Fora;
→ Desconto Composto por Dentro; e
→ Desconto Composto por Fora.

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DESCONTO SIMPLES POR DENTRO

É também chamado de Desconto Simples Racional. Aliás, este sinônimo é mais freqüente
nos enunciados de prova que a própria nomenclatura “desconto por dentro”. Destarte, não
podemos jamais esquecer disso:
Desconto por Dentro = Desconto Racional.

→ “O Trato”
Todas as questões de desconto apresentam dois lados: o lado do Atual (A) e o lado do Nominal
(N).
Estão todos vendo? Pois bem! Nós vamos fazer um trato! Doravante, nós vamos combinar o
seguinte: o lado do Desconto por Dentro será o lado do Atual. E o lado do Desconto por Fora
será o lado do Nominal.
A grosso modo podemos dizer que as operações de Juros Simples e de Desconto Simples por
Dentro são na verdade uma só! Apenas que, enquanto uma “leva” a outra “traz de volta”!
A partir do desenho-modelo do Desconto Simples por Dentro (Desconto Simples Racional)
já somos capazes de criar três equações possíveis, as quais utilizaremos para resolver as
questões. Basta imaginarmos um traço divisor entre os elementos (Valor Atual, Valor Nominal e
Desconto) e seus números representativos. Da seguinte forma, semelhante ao que fizemos nos
Juros Simples:

Coloquemos estas três equações lado a lado:

A Dd A N Dd N
= = =
100 i.n     100 100 +i.n     i.n 100 +i.n

Facilmente observamos que em todas três haverá os elementos taxa (i) e tempo (n). Será
que estamos lembrados ainda da exigência universal da matemática financeira? Qual é esta
exigência?
É que TAXA e TEMPO têm sempre que estar na mesma unidade!

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ENUNCIADO “OMISSO” QUANTO À MODALIDADE DO DESCONTO

Essa questão é tão importante que criamos um tópico para analisá-la


A regra é simples: quando a questão de Desconto nada dispuser acerca da modalidade (se por
dentro ou por fora), olharemos o que diz o enunciado a respeito da taxa da operação!
Se a questão de desconto falar expressamente sobre uma taxa de juros, então estaremos
diante do Desconto Racional, ou seja, do Desconto por Dentro!
Já havíamos visto que operações de Juros e de Desconto Racional são equivalentes! Daí,
repetimos, se o enunciado falar em taxa de juros, então o desconto será por dentro!
Caso contrário, se o enunciado nada dispuser acerca da modalidade do Desconto, e também
não falar que a taxa da operação é uma taxa de juros, utilizaremos o Desconto por Fora!
Frisemos novamente: Se o enunciado da questão de desconto não se pronunciar a respeito da
modalidade da operação, se Desconto por Dentro ou Desconto por Fora, procuraremos ver o
que está sendo dito acerca do elemento Taxa!

DESCONTO SIMPLES POR FORA

Também chamado de Desconto Simples Comercial. Esse sinônimo tem que estar bem nítido
em nossa lembrança, pois é muito freqüente em questões de prova.
E o raciocínio será o seguinte: “se o lado do Desconto por Fora é o lado do Nominal, então
diremos que Nominal está para 100. Ora, se o Nominal está para 100, e o Atual é menor que o
Nominal, então diremos que o Atual está para 100 menos alguma coisa; e essa alguma coisa é
“taxa vezes tempo”.
E o desconto, da mesma forma que o racional, estará também para “taxa vezes tempo”.
Teremos que o desenho-modelo para toda questão de Desconto Simples por Fora é o seguinte:

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Daí, baseados no desenho acima, riscaremos o “traço divisor” entre os elementos (A, N e Df) e
seus números representativos, para conhecermos as três equações que poderemos utilizar na
resolução das questões de Desconto Simples Comercial (por Fora).
Teremos:

E nossas três equações, oriundas do desenho acima, serão as que se seguem.


Caso estejamos trabalhando com Valor Nominal e com Valor Atual, teremos:

N A
=
100 100 −i.n

Caso trabalhemos com Nominal e com Desconto por Fora, teremos:

N Df
=
100 i.n

Finalmente, caso trabalhemos com Atual e com Desconto, usaremos:

Df A
=
i.n 100 −i.n

“DESCONTO SIMPLES POR DENTRO” X “DESCONTO SIMPLES POR FORA”

Df = Dd (1 + i.n)

www.acasadoconcurseiro.com.br 421
Essa equação é especial. Ela nos fornece a relação entre o valor do Desconto Simples por
Dentro e o valor do Desconto Simples por Fora, mantidos a mesma Taxa e o mesmo Tempo de
antecipação.

1. O desconto comercial simples de um título quatro meses antes do seu vencimento é de


R$ 600,00. Considerando uma taxa de 5% ao mês, obtenha o valor correspondente no caso de
um desconto racional simples.
Solução:
Df = Dd (1 + i.n) ∴  600 = Dd (1 + 0,05.4) ∴  Dd = 600/1,20
Daí: Dd = 500,00

2. O desconto racional simples de uma nota promissória, cinco meses antes do vencimento, é de
R$ 800,00, a uma taxa de 4% ao mês. Calcule o desconto comercial simples correspondente,
isto é, considerando o mesmo título, a mesma taxa e o mesmo prazo.
Solução:
Df = Dd (1 + i.n) ∴  Df = 800 (1 + 0,04.5) ∴  Df = 800 x 1,20
Daí: Df = 960,00

JUROS COMPOSTOS

O QUE É UMA OPERAÇÃO DE JUROS COMPOSTOS?

Dando nomes aos elementos desta operação, teremos que o valor depositado no início é o
Capital; este ficará aplicado durante um prazo de tempo “n”; ao fim deste prazo, resgataremos
o Montante. Por enquanto, o desenho de nossa questão de juros é o seguinte:

Relembramos, portanto, uma fórmula nossa velha conhecida:


J=M–C

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Já vimos que o capital vai ficar aplicado durante um período de tempo n. No desenho, este
valor n surge no final da nossa “linha do tempo”.
Se estivermos bem lembrados, a natureza de uma taxa de juros compostos é tal que, a cada
período que passa, ela incidirá sempre sobre o resultado da operação no período anterior.
Podemos relembrar um exemplo, em que tínhamos um capital de R$ 1000,00 e que seria
aplicado durante um prazo de três meses, sob uma taxa de juros compostos de 10% ao mês.
Encontramos que:
→ No primeiro mês:
R$ 1.000,00 x (10/100) = 100,00 ∴  R$ 1.100,00 ao final do 1º mês.
→ No segundo mês:
R$ 1.100,00 x (10/100) = 110,00 ∴  R$ 1.210,00 ao final do 2º mês.
→ No terceiro mês:
R$ 1.210,00 x (10/100) = 121,00 ∴  R$ 1.331,00 ao final do 3º mês.
Observemos que a cada novo período, a taxa incidirá sobre o resultado do período anterior! É
justamente essa a natureza da taxa composta!
Por isso os juros compostos são também chamados de juros cumulativos ou juros sobre juros!

FÓRMULA FUNDAMENTAL DOS JUROS COMPOSTOS

Na hora de resolvermos uma questão de Juros Compostos, vamos nos lembrar de que há uma
fórmula fundamental, que deverá sempre ser colocada no papel. Trata-se do seguinte:

n
M = C.(1 + i)

Vamos interpretar cada um desses elementos:


→ M é o Montante. É aquele valor que será resgatado ao final da operação de juros! É, por
assim dizer, o resultado final da operação.
→ C é o Capital. Justamente aquele valor que é aplicado no início de tudo. É onde começa
nossa operação de Juros.
→ (1 + i)n: este parêntese, em função de sua enorme importância, vai ganhar um apelido!
Doravante, iremos nos referir a ele como sendo o parêntese famoso da matemática financeira!
“Famoso” por quê? Porque vai aparecer em quase todas as fórmulas do nosso regime
composto! Certo? Então ficamos assim: quando eu disser “o parêntese famoso”, já saberemos
n
que estamos falando no (1 + i) .
→ n representa o tempo que vai durar a nossa operação de juros compostos! É o intervalo de
tempo que vai da data do Capital (início) até a data do Montante (final da operação).

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→ i é a nossa taxa de juros compostos.
Exemplos:
→ se a taxa é de 15%, vai na fórmula como 0,15;
→ se a taxa é de 30%, vai como 0,30 na fórmula;
→ se é de 8%, aparece na fórmula como 0,08.
Em suma, taxa unitária é aquela notação para a qual 100% = 1.
Portanto, NÃO ESQUEÇA: No regime composto (questões de juros compostos, desconto
composto, equivalência composta, rendas certas e amortização) trabalharemos sempre com
taxas unitárias! Não há exceção para essa regra.
Sabemos desde o início que Juros = Montante – Capital. Daí, se conhecermos os valores de
Capital e Montante, então saberemos também o valor dos juros!

FIQUE DE OLHO!

Na fórmula para o cálculo do Montante aparecem quatro variáveis: M, C, i e n.


Podemos encontrar qualquer uma delas, desde que se conheçam as outras três.

É extremamente importante saber ler e interpretar as tabelas contidas nos anexos.


A tabela I, por exempolo, diz respeito à capitalização composta, dando o fator de
n
acumulação (1 + i) .
Portanto, você não precisa calcular o valor de (1 + 5%)10 , basta olhar o resultado na
linha 10 (período), coluna 5% (taxa) e encontrar 1 + 6289.

Portanto, você não precisa calcular o valor de (1 + 8%)6, basta olhar nessa tabela o resultado na
linha 6 (período) associada à coluna 8% (taxa), para encontrar 1,5869 (como visto na figura).

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EXEMPLOS:

1. Um capital de R$ 1.000,00 é aplicado a uma taxa de juros compostos de 21% ao bimestre,


durante um período de tempo de 5 meses. Qual o valor do montante e dos juros obtidos nesta
operação?
Solução:
Façamos isso: 5 meses = 2,5 bimestres.
Conclusão: falhou nossa primeira tentativa!
E quando isso ocorrer, só nos restará uma saída: a segunda tentativa. E esta consiste em
recorrer à taxa, e alterar a unidade da taxa para a mesma unidade do tempo.

TAXAS EQUIVALENTES

•• Duas ou mais taxas são equivalentes quando ao serem aplicadas a um mesmo capital,
em regime de juros compostos, capitalizados em prazos diferentes, durante um mesmo
período de tempo, produzem um mesmo montante no final do período.
•• Assim duas ou mais taxas são equivalentes se, e somente se:

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De maneira geral temos:
I − taxa do período maior.
i − taxa do período menor.
n − numero de vezes que o período maior contém o menor.
Podemos escrever que então:

Taxa Equivalente é o conceito que usaremos, como regra geral, sempre que precisarmos
alterar a unidade de uma taxa no regime composto! Ou seja, se estivermos em questões de
juros compostos, desconto composto, equivalência composta, rendas certas ou amortização, e
precisarmos, em qualquer uma delas, alterar a unidade de uma taxa, então trabalharemos com
esse conceito de taxas equivalentes.
O conceito de taxa equivalente se traduz por uma fórmula, que é a seguinte:

n
1 + I = (1 + i)

Só se aprende a usar esse conceito vendo um exemplo. Vamos fazer aquela alteração do
exemplo quatro: vamos passar a taxa composta de 21% ao bimestre para uma taxa mensal.
Então, trabalharemos nessa alteração com uma taxa ao mês, e com uma taxa ao bimestre. Mês
é menor que bimestre. Daí, diremos que a taxa ao mês será o nosso “izinho”, enquanto que a
taxa ao bimestre será o nosso “izão”.
Traduzindo para esse caso: “quantos meses cabem em um bimestre?” A resposta é dois. Logo,
nosso n da fórmula das taxas equivalentes será n = 2.
Feito essa análise prévia, chegamos aos seguintes valores:
→ I = 21% ao bimestre;
→ i = ? (taxa ao mês)
→ n = 2
Agora é só aplicar a fórmula das taxas equivalentes. Teremos:

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1 + I = (1 + i)n ∴  1 + 0,21 = (1 + i)2 ∴  (1 + i)2 = 1,21


Podemos recorrer à tabela financeira, para descobrirmos quem será essa taxa “izinho”.
Daí, descobrimos que a taxa que buscamos, a nossa taxa “izinho” é i = 10%. Mas 10% o quê?
Ora, “izinho” é uma taxa mensal. Logo: i = 10% ao mês.
Conclusão: 21% ao bimestre é equivalente a 10% ao mês. Achamos a nossa taxa equivalente!
Fácil até demais!
Outro exemplo: suponhamos que você precise alterar a unidade da taxa de juros compostos de
3% ao mês para uma taxa composta trimestral.
Ora, se vamos alterar a unidade de taxa no regime composto, usaremos o conceito de taxas
equivalentes, o qual se traduz pela seguinte fórmula:
1 + I = (1 + i)n
Aqui, trabalharemos com uma taxa ao mês, e com uma taxa ao trimestre. Ora, mês (i) é menor
do que trimestre (I). Além disso, cabem três meses em um trimestre. Logo, nossos dados para
aplicar no conceito de taxas equivalentes são os seguintes:
→ i = 3% ao mês;
→ I = ?
→ n = 3
Daí, teremos:
1 + I = (1 + i)n ∴  1 + I = (1 + 0,03)3
Aqui, para determinarmos o valor do parêntese, poderemos recorrer à tabela financeira.
Prosseguindo, teremos:
1 + I = (1 + i)n ∴  1 + I = (1 + 0,03)3 ∴  1 + I = 1,092727
I = 0,092727 = 9,27%
Mas 9,27% ao quê? “Izão” neste caso é uma taxa ao trimestre! Logo, concluímos que I = 9,27%
ao trimestre, que é equivalente a i = 3% ao mês.

Voltando ao Exemplo
Um capital de R$ 1.000,00 é aplicado a uma taxa de juros compostos de 21% ao bimestre,
durante um período de tempo de 5 meses. Qual o valor do montante e dos juros obtidos
nesta operação?
Solução:
n
M = C.(1 + i)
Para aplicarmos esta fórmula, faz-se necessário que taxa e tempo estejam na mesma unidade.
Daí, vemos que a taxa está ao bimestre e o tempo está em meses. Imediatamente nos lembramos
que quando isso ocorrer no regime composto (taxa e tempo em unidades diferentes), teremos
de seguir duas tentativas, nesta ordem:

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→ 1ª Tentativa: Recorrer ao tempo, e tentar transformá-lo para a mesma unidade da taxa;
Só diremos que essa primeira tentativa deu certo se encontrarmos, após a alteração, um n
inteiro (um “valor redondo” de n)!
→ 2ª Tentativa: Alterar a unidade da taxa, transformando-a para a mesma unidade do tempo,
por meio do conceito de taxas equivalentes.
Passemos, pois, à primeira tentativa. Na hora de tentar transformar 5 meses para a unidade
bimestres, encontramos que: 5 meses = 2,5 bimestres.
Como 2,5 é um “valor quebrado”, concluímos que falhou nossa primeira tentativa.
Teremos que usar a segunda tentativa, e transformar a taxa bimestral para uma taxa mensal.
Como estamos no regime composto, usaremos o conceito de taxas equivalentes:
1 + I = (1 + i)n
O conceito acima traz I (“izão”), i (“izinho”) e n.
→ I representará a taxa com maior unidade de tempo;
→ i será a taxa de menor unidade de tempo;
→ n será encontrado pela pergunta: “quantas vezes o unidade de tempo menor cabe na
unidade de tempo maior?”. Só isso!
Neste caso, queremos transformar uma taxa ao bimestre em uma taxa ao mês. Bimestre é
maior que mês, logo a taxa bimestral será nosso I. Por outro lado, mês é menor que bimestre,
de modo que a taxa mensal será nosso i. E finalmente, cabem dois meses em um bimestre, de
modo que n será igual a 2.
Teremos:
→ I = 21% ao bimestre
→ i = ? ao mês
→ n = 2
Jogando os dados na fórmula das taxas equivalentes, teremos:
1 + I = (1 + i)n ∴  1 + 0,21 = (1 + i)2 ∴  (1 + i)2 = 1,21
Neste momento, podemos nos valer da tabela financeira, para descobrirmos quem será o valor
do i.
E chegamos a uma taxa i = 10% ao mês.
Ora, todo esse trabalho inicial teve um único intuito: colocar taxa e tempo na mesma unidade!
Agora, sim: trabalharemos a operação de juros compostos. Nossos dados agora são os
seguintes:
→ C = 1000,00
→ i = 10% ao mês (juros compostos)
→ n = 5 meses
→ M = ? e J = ?

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Aplicando a fórmula fundamental dos juros compostos, teremos:


M = C.(1 + i)n ∴  M = 1000.(1 + 0,10)5
Aqui surge a necessidade de nova consulta à tabela financeira.
Daí, teremos:
M = 1000.(1 + 0,10)5 ∴  M = 1000 . 1,610510 ∴  E: M = 1.610,51
Sabendo que Juros = Montante – Capital, chegaremos também ao seguinte:
J = 1610,51 – 1000 ∴  J = 610,51

IMPORTANTE
Pelo que vimos até aqui, vocês já estão aptos a estabelecer o seguinte raciocínio:
quando precisarmos alterar a unidade de uma taxa qualquer, teremos que observar
em qual dos regimes estamos trabalhando. Se estivermos no regime simples,
usaremos sempre (não tem exceção) o conceito de taxas proporcionais. Se estivermos
no regime composto, usaremos (como regra geral) o conceito de taxas equivalentes.
Assim, ilustrativamente:

Por que dizemos que o uso das taxas equivalentes no regime composto será apenas uma regra
geral? Exatamente porque haverá uma exceção!
Ou seja, haverá uma única exceção, um único momento em que estaremos no regime
composto e não utilizaremos o conceito de taxas equivalentes para alterar a unidade de uma
taxa. Isso acontece quando trabalhamos com a Taxa Nominal!

TAXA NOMINAL

•• A unidade de referência de seu tempo não coincide com a unidade de tempo dos períodos
de capitalização, geralmente a Taxa Nominal é fornecida em tempos anuais, e os períodos
de capitalização podem ser mensais, trimestrais ou qualquer outro período, inferior ao da
taxa.

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EXEMPLO 1:
• 12% a.a. capitalizamos mensalmente.
• 20% a.a. capitalizamos semestralmente.
• 15% a.a. capitalizamos trimestralmente.

EXEMPLO 2:
• 36% a.a. capitalizados mensalmente (Taxa Nominal).
36%a.a.
• = 3%a.m. (Taxa Efetiva embutida na Taxa Nominal).
12 meses

Trata-se da única e grande exceção da matemática financeira!

Anotações

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TAXA EFETIVA

•• É aquela em que a unidade de referência de seu tempo coincide com a unidade de tempo
dos períodos de capitalização.

EXEMPLO 1:
• 15% a.a. capitalizados anualmente.
• 5% a.s. capitalizados semestralmente.
• 3% a.m. capitalizados mensalmente.

2. Um capital de R$1.000,00 é aplicado durante um prazo de 8 meses, a uma taxa de 60% ao ano,
com capitalização mensal. Qual o valor do Montante e dos Juros obtidos nesta operação?
Solução:

Aplicando o conceito de taxas proporcionais, teremos, enfim, que:


60% ao ano = (60/12) = 5% ao mês = Taxa Efetiva
Feito isso, nossos dados da questão agora são os seguintes:
→ C = 1000,00
→ i = 5% ao mês (juros compostos)
→ n = 8 meses
→ M = ? e J = ?
M = C.(1 + i)n ∴  M = 1000.(1 + 0,05)8
Novamente faremos uma consulta à tabela financeira.

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Daí, teremos:
M = 1000.(1 + 0,05)8 ∴  M = 1000 . 1,477455 ∴  E: M = 1.477,45
E: J = M – C ∴  J = 1477,45 – 1000 ∴  J = 477,45

3. Um capital de R$ 1.000,00 é aplicado durante um prazo de 3 meses, a uma taxa de 42% ao


quadrimestre, com capitalização bimestral. Qual o valor do Montante e dos Juros obtidos nesta
operação?
Solução:
Vejamos: o enunciado forneceu uma taxa nominal. Qual foi? 42% ao quadrimestre com
capitalização bimestral.
Imediatamente sabemos que estamos no regime composto, e que essa taxa nominal precisa
ser transformada em taxa efetiva, por meio do conceito de taxas proporcionais. Atenção para o
fato de que a taxa efetiva será, neste caso, uma taxa bimestral (mesmo tempo da capitalização)!
Teremos:

Aplicando o conceito de taxas proporcionais, teremos, enfim, que:

42% ao quadrimestre = (42/2) = 21% ao bimestre = Taxa Efetiva!


Feito isso, nossos dados da questão agora são os seguintes:
→ C = 1000,00
→ i = 21% ao bimestre (juros compostos)
→ n = 3 meses
→ M = ? e J = ?
Percebemos, então, que taxa e tempo encontram-se em unidades diferentes! Como estamos
no regime composto, teremos que usar duas tentativas para compatibilizar as unidades, nesta
ordem:
1ª Tentativa: recorrer ao tempo, e tentar transformar 3 meses para alguma coisa em bimestres.
3 meses = 1,5 bimestre.
Funcionou nossa primeira tentativa? Não! Falhou! E falhou por quê? Porque encontramos um n
“quebrado” (um valor não-inteiro)!
Daí, passamos à segunda tentativa, na qual alteraremos a unidade da taxa composta (que agora
já é uma taxa efetiva!), por meio do conceito de taxas equivalentes.

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O conceito de taxas equivalentes, já sabemos, se traduz pela seguinte fórmula: 1 + I = ( 1 + i)n.


Aqui estaremos querendo transformar uma taxa bimestral em uma taxa mensal. Daí, teremos
que:
→ I = 21% ao bimestre;
→ i = ? % ao mês;
→ n = 2 (cabem 2 meses em um bimestre!)
n 2 2
Daí: 1 + I = (1 + i)  ∴  1 + 0,21 = (1 + i)  ∴  (1 + i) = 1,21
Aqui, recorreremos à tabela financeira, para descobrirmos quem será a nossa taxa i.
E chegamos a uma taxa efetiva i = 10% ao mês.
Nossos dados ficaram sendo os seguintes:
→ C = 1000,00
→ I = 10% ao mês (juros compostos)
→ n = 3 meses
→ M = ? e J = ?
Aplicando a fórmula fundamental dos juros compostos, teremos:
M = C.(1 + i)n ∴  M = 1000.(1 + 0,10)3
E mais uma vez recorreremos à tabela financeira!
Daí, teremos:
M = 1000.(1 + 0,10)3 ∴  M = 1000 . 1,331 ∴  E: M = 1.331,00
E finalmente:
J = M – C ∴  J = 1331 – 1000 ∴  J = 331,00
Vamos passar nesse momento a trabalhar algumas questões de provas passadas que envolviam
justamente esses conceitos de taxas compostas! Vamos a elas.

4. Indique qual a taxa de juros anual equivalente à taxa de juros nominal de 8% ao ano, com
capitalização semestral.
a) 8,20%
b) 8,16%
c) 8,10%
d) 8,05%
e) 8,00%
Solução:
8% ao ano = (8/2) = 4% ao semestre = Taxa Efetiva!
Precisaremos, então, alterar a unidade da nossa taxa efetiva (semestral) para uma taxa anual.
Não há dúvida nenhuma: utilizaremos agora o conceito de taxas equivalentes! Teremos:

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1 + I = (1 + i)n
Onde:
→ i = 4% ao semestre;
→ I = ? % ao ano;
→ n = 2 (cabem dois semestres em um ano).
Jogando os dados na fórmula, teremos:
1 + I = (1 + 0,04)2
Recorrendo à Tabela Financeira, encontraremos que:
1 + I = 1,081600 ∴  I = 0,0816 ∴  I = 8,16% ao ano
Trata-se de um modelo típico de questão: o enunciado fornece uma taxa nominal (que será o
ponto de partida da resolução). Daí, transformaremos a taxa nominal em taxa efetiva usando
o conceito de taxas proporcionais. Feito isso, vem uma segunda transformação, só que agora
já da taxa efetiva, de modo que se faz essa nova alteração pelo conceito de taxas equivalentes.
Ilustrativamente, teremos:

5. Indique a taxa de juros anual equivalente à taxa de juros nominal de 12% ao ano com
capitalização mensal.
a) 12,3600%
b) 12,6825%
c) 12,4864%
d) 12,6162%
e) 12,5508%
Solução:
Começaremos transformando a taxa nominal fornecida pelo enunciado em uma taxa efetiva. A
taxa nominal é a seguinte: 12% ao ano com capitalização mensal. A taxa efetiva, nesse caso, será
uma taxa ao mês (mesmo tempo da capitalização)! Essa primeira transformação, já sabemos,
será feita mediante o conceito de taxas proporcionais.
Teremos:
12% ao ano = (12/12) = 4% ao mês = Taxa Efetiva!
Nossa taxa efetiva agora é mensal. Ocorre que a questão está pedindo uma taxa anual. Daí,
partimos para uma segunda transformação, só que agora utilizando o conceito de taxas
equivalentes.

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Teremos:
1 + I = (1 + i)n
Onde:
→ i = 1% ao mês;
→ I = ? % ao ano;
→ n = 12 (cabem doze meses em um ano).
Jogando os dados na fórmula, teremos:
1 + I = (1 + 0,01)12
Visitando a Tabela Financeira, acharemos que:
1 + I = 1,126825 ∴  I = 0,126825 ∴  I = 12,6825% ao ano

TAXA APARENTE X TAXA REAL

Imaginemos duas pessoas conversando sobre negócios, e uma delas diz para a outra o seguinte:
“esse ano meus negócios foram de ‘vento em popa’. Ganhei lucros numa faixa de 230%!” Daí, o
interlocutor, meio desconfiado, pergunta: “Mas de quanto foi a inflação neste período?” Bem,
a inflação do período foi de 200%.
Ora, então, na verdade, aquele primeiro apenas pensa que teve lucros de 230%. Esse é um
ganho aparente. Mas, por quê? Porque não leva em consideração a inflação do período!
O ganho real foi outro!
Em suma, é apenas isso: a taxa aparente é uma que não é real, uma vez que não expressa a
perda causada pela inflação!
E a taxa real, por sua vez, é aquela que leva em consideração a perda da inflação.
Para trabalhar esses dois conceitos, só teremos que memorizar a seguinte fórmula:

(1 + IAPARENTE) = (1 + IREAL).(1 + IINFLAÇÃO)

Tudo o que precisamos nos lembrar é de que usaremos a notação unitária, já que estamos
falando em taxas compostas!
Vamos resolver o problema da situação colocada acima. Os dados são os seguintes:
→ IAPARENTE = 230% = 2,3
→ IINFLAÇÃO = 200% = 2,0
→ IREAL = ?

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Lançando os dados na fórmula, teremos que:
(1 + IAPARENTE) = (1 + IREAL).(1 + IINFLAÇÃO)
3,3
(1 + 2,3) = (1 + IREAL).(1 + 2,0) ∴  (1 + IREAL) =  ∴  1 + IREAL = 1,10
3,0
IREAL = 1,10 – 1 ∴ IREAL = 0,10 = 10%

DESCONTO COMPOSTO

O que é uma operação de Desconto? Ora, já sabemos disso. Trata-se daquela operação em que
desejamos projetar um valor conhecido de uma data futura para uma data anterior. É projetar
retrocedendo.
Sabemos inclusive que toda operação de desconto terá sempre um mesmo “desenho”.
É o seguinte:
→ n será o intervalo de tempo que separa as datas do valor nominal e do valor atual. É o
tempo de antecipação no pagamento do título.
→ d será o desconto! É o dono do assunto. Onde aparecerá o desconto no desenho da
operação? Teremos:

D=N–A

Isso vale sempre, para qualquer tipo de operação de desconto (simples ou composto, por
dentro ou por fora)!
Só nos falta falar de um último elemento para a operação de desconto composto. Trata-se da
taxa:
→ i será agora uma taxa composta! É isso que vai ser o diferencial entre uma questão de
desconto simples e outra de desconto composto: a natureza da taxa!

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APRENDENDO AS FÓRMULAS DO DESCONTO COMPOSTO

N = A.(1 + i)n

É esta a fórmula fundamental do desconto composto por dentro!


Como podemos ver, nela aparecem o valor nominal, o valor atual, a taxa composta e o tempo
que separa as datas do valor atual e nominal.
Suponhamos que um enunciado qualquer de desconto composto racional tenha nos fornecido
o valor nominal (N), o valor da taxa (i) e o valor do tempo (n), e venha solicitar que encontremos
o valor atual (A) desta operação. O que faríamos para aplicar a fórmula acima? Ora, apenas
isolaríamos o valor atual, e passaríamos o parêntese famoso para o outro lado, dividindo.
Teríamos, portanto:

n
A = N / (1 + i)

Passemos à construção da fórmula do Desconto Composto Comercial (ou Por Fora). O raciocínio
é muito semelhante ao que desenvolvemos acima.

n
A = N.(1 – i)

Esta é a fórmula fundamental do desconto composto por fora!


E se, por acaso, o enunciado fornecer o valor atual (A), o valor da taxa (i) e o valor do tempo (n),
e solicitar que encontremos o Valor Nominal da operação.
Teríamos:

n
N = A / (1 – i)

Ei-la: esta é a segunda equação do desconto composto por fora, cuja exigência de aplicação é
aquela nossa velha conhecida: taxa e tempo na mesma unidade!

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JURO X DESCONTO – EXEMPLO

1. Uma empresa deve pagar R$ 20.000,00 hoje, R$ 10.000,00 ao fim de trinta dias e R$ 31.200,00
ao fim de noventa dias. Como ela só espera contar com os recursos necessários dentro de
sessenta dias e pretende negociar um pagamento único ao fim desse prazo, obtenha o capital
equivalente que quita a dívida ao fim dos sessenta dias, considerando uma taxa de juros
compostos de 4% ao mês.
a) R$ 63.232,00
b) R$ 64.000,00
c) R$ 62.032,00
d) R$ 62.200,00
e) R$ 64.513,28
Solução:

RESUMO DE ÚLTIMA HORA

REGIME SIMPLES – JUROS E DESCONTOS (RESUMO DAS FÓRMULAS)

JUROS

C.i.n
J=
100

Obs: Taxa (i) percentual.

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MONTANTE

⎛ 100 +i.n ⎞
M = C.⎜
⎝ 100 ⎟⎠

Obs: Taxa (i) percentual.

DESCONTO RACIONAL (POR DENTRO)

A Dd N
= =
100 i.n 100 +i.n

Obs: Taxa (i) percentual.

DESCONTO COMERCIAL (POR FORA)

A D N
= f=
100 −i.n i.n 100

Obs: Taxa (i) percentual.

RELAÇÃO ENTRE OS DESCONTOS

⎛ 100 +i.n ⎞
D f = Dd . ⎜
⎝ 100 ⎟⎠

Obs: Taxa (i) percentual.

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Onde:
•• J: Juros
•• C: Capital
•• M: Montante
•• A: Valor Atual;
•• N: Valor Nominal;
•• D: Desconto;
•• i: Taxa;
•• n: Tempo;

REGIME COMPOSTO – JUROS E DESCONTOS (RESUMO DAS FÓRMULAS)

JUROS

J=M–C

MONTANTE

M = C.(1 + i)n

Obs: Taxa (i) unitária.

DESCONTO RACIONAL (POR DENTRO)

N = A.(1 + i)n

Obs: Taxa (i) unitária.

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DESCONTO COMERCIAL (POR FORA)

A = N.(1 – i)n

Obs: Taxa (i) unitária.

TAXAS EQUIVALENTES

Obs: Taxa (i) unitária.

TAXA NOMINAL PASSANDO PARA TAXA EFETIVA

Exemplo: Indique qual a taxa de juros anual equivalente à taxa de juros nominal de 8% ao ano,
com capitalização semestral.
a) 8,20%
b) 8,16%
c) 8,10%
d) 8,05%
e) 8,00%
Solução:

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8% ao ano = (8/20 = 4% ao semestre = taxa Efetiva!
Precisaremos, então, alterar a unidade da nossa taxa efetiva (semestral) para uma taxa anual.
Não há dúvida nenhuma: utilizaremos agora o conceito de taxas equivalentes! Teremos:
1 + I = (1 + I)n
Onde:
→ i = 4% ao semestre;
→ I = ? % ao ano;
→ n = 2 (cabem dois semestres em um ano).
Jogando os dados na fórmula, teremos:
→ 1 + I = (1 + 0,04)2
Recorrendo à Tabela Financeira, encontraremos que:
→ 1 + I = 1,081600 → I = 0,0816 → I = 8,16% ao ano
Resposta: B

TAXA APARENTE, TAXA REAL e INFLAÇÃO

(1 + IREAL).(1 + IINFLAÇÃO) = (1 + IAPARENTE)

Obs: Taxa (i) unitária.


Exemplo: (CESGRANRIO) Uma aplicação financeira é realizada em período com inflação de
2,5%. Se a taxa real foi de 5,6%, a taxa aparente da aplicação no período foi de
a) 3,02%
b) 3,10%
c) 8,10%
d) 8,24%
e) 8,32%
Solução:
(1 + IREAL).(1 + IINFLAÇÃO) = (1 + IAPARENTE)
(1 + 0,056).(1 + 0,025) = (1 + IAPARENTE)
(1,056).(1,025) = (1 + IAPARENTE)
1,0824 = 1 + IAPARENTE
1,0824 – 1 = IAPARENTE
IAPARENTE = 0,0824
IAPARENTE = 8,24%
Resposta: D

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Questões de Concursos

PORCENTAGEM a) nenhum dos 3 valerá nada.


b) o carro valerá mais que a moto e a moto
valerá mais que a bicicleta.
1. (FCC) Numa loja, o preço de um produto c) apenas a bicicleta valerá algo.
tem um desconto de 15% se for pago à vis- d) a bicicleta valerá mais que o carro.
ta ou um acréscimo de 5% se for pago com e) a bicicleta valerá mais que a moto.
cartão de crédito. Tendo optado pelo car-
tão, uma pessoa pagou R$ 80,00 de acrés- 4. (ESAF) Em uma determinada cidade, 25%
cimo em relação ao que pagaria, com des- dos automóveis são da marca A e 50% dos
conto, à vista. Então a soma dos preços do automóveis são da marca B. Ademais, 30%
produto à vista com desconto e no cartão é: dos automóveis da marca A são pretos e
20% dos automóveis da marca B também
a) R$ 700,00
são pretos. Dado que só existem automó-
b) R$ 740,00
veis pretos da marca A e da marca B, qual
c) R$ 760,00
a percentagem de carros nesta cidade que
d) R$ 720,00
são pretos?
e) R$ 780,00
a) 17,5%
2. (CESGRANRIO) Um jovem tinha um capital b) 23,33%
e fez com ele um investimento diversifica- c) 7,5%
do. Aplicou 40% do capital em um fundo de d) 22,75%
Renda Fixa e o restante na Bolsa de Valores. e) 50%
A aplicação em Renda Fixa gerou lucro de
20%, enquanto o investimento na Bolsa, no 5. (CESGRANRIO) Um comerciante comprou
mesmo período, representou prejuízo de R$ 10.000,00 em mercadorias para a sua
10%. Com relação ao total investido nesse loja, as quais foram vendidas em um mês.
período, o jovem Sabendo-se que ele obteve um lucro de 20%
sobre o faturamento da loja, isto é, 20% so-
a) teve lucro de 2%.
bre o valor arrecadado com a venda dessas
b) teve lucro de 20%.
mercadorias, tem-se que esse comerciante
c) não teve lucro e nem prejuízo.
obteve, em reais, um lucro de
d) teve prejuízo de 2%.
e) teve prejuízo de 20%. a) 5.000,00
b) 2.500,00
3. (ESAF) Suponha que um carro perde por c) 2.400,00
ano 20% de seu valor em relação ao ano an- d) 2.200,00
terior, uma moto perde por ano 30% de seu e) 2.000,00
valor em relação ao ano anterior e uma bici-
cleta perde por ano 10% de seu valor em re-
lação ao ano anterior. Além disso, suponha
que o carro custa o dobro de uma moto e
uma moto o dobro de uma bicicleta. Sendo
assim, ao final de 5 anos:

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6. (FCC) Em dezembro de 2007, um investidor O funcionário poderá obter o preço do ca-
comprou um lote de ações de uma empresa tálogo acrescido de 20% se ele multiplicar o
por R$ 8.000,00. Sabe-se que: em 2008 as preço com desconto por
ações dessa empresa sofreram uma valori-
zação de 20%; em 2009, sofreram uma des- a) 2,2
valorização de 20%, em relação ao seu valor b) 1,5
no ano anterior; em 2010, se valorizaram c) 1,4
em 20%, em relação ao seu valor de 2009. d) 0,5
De acordo com essas informações, é verda- e) 0,4
de que, nesses três anos, o rendimento per-
centual do investimento foi de: 09. (CESGRANRIO) Um jovem aplicou R$ 500,00
em um fundo de investimento que, ao final
a) 20% de um mês, proporcionará um ganho bruto
b) 18,4% de 0,9%. No entanto, o banco comunicou ao
c) 18% jovem que 4% do ganho bruto deverá ser
d) 15,2% descontado por conta dos impostos.
e) 15%
Ao final de um mês, feito o desconto relati-
7. (CESGRANRIO) Amanda e Belinha são ami- vo aos impostos, o saldo do fundo de inves-
gas e possuem assinaturas de TV a cabo de timento será de
empresas diferentes. A empresa de TV a a) R$ 484,32
cabo de Amanda dá descontos de 25% na b) R$ 484,50
compra dos ingressos de cinema de um sho- c) R$ 500,50
pping. A empresa de TV a cabo de Belinha d) R$ 504,32
dá desconto de 30% na compra de ingressos e) R$ 504,50
do mesmo cinema. O preço do ingresso de
cinema, sem desconto, é de R$ 20,00. Em 10. (CESGRANRIO) Um funcionário público tem
um passeio em família, Amanda compra 4 uma poupança de R$ 200,00 e pretende uti-
ingressos, e Belinha compra 5 ingressos de lizá-la para pagar a 1ª prestação de um em-
cinema no shopping, ambas utilizando-se préstimo, a ser pago em 24 parcelas iguais
dos descontos oferecidos por suas respecti- de R$ 1.000,00. Sabendo-se que o valor da
vas empresas de TV a cabo. prestação não pode superar um terço do
Quantos reais Belinha gasta a mais que salário do funcionário, qual o menor valor,
Amanda na compra dos ingressos? em reais, que ficará disponível, após o paga-
mento da 1ª prestação, para os demais gas-
a) 10 tos?
b) 15
c) 20 a) 2.000,00
d) 25 b) 2.200,00
e) 30 c) 3.000,00
d) 800,00
8. (CESGRANRIO) O preço de catálogo de um e) 1.200,00
produto foi modificado equivocadamente
pelo funcionário de uma loja. Em vez de o 11. (ESAF) Uma pequena cidade possui 10.000
funcionário aumentá-lo em 20%, como pre- habitantes, dos quais 40% são produtores
visto, dele descontou 20%. rurais e 60% são do sexo masculino. Sabe-se
que 40% das mulheres são produtoras ru-
rais. Desse modo, o número de habitantes

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do sexo masculino e que não são produto- 15. (CESGRANRIO) Hugo emprestou certa quan-
res rurais é igual a: tia a Inácio a juros simples, com taxa mensal
de 6%. Inácio quitou sua dívida em um úni-
a) 1750 co pagamento feito 4 meses depois. Se os
b) 2200 juros pagos por Inácio foram de R$ 156,00,
c) 3600 a quantia emprestada por Hugo foi
d) 6000
e) 4000 a) menor do que R$ 500,00.
b) maior do que R$ 500,00 e menor do
12. (ESAF) Em um determinado período de que R$ 1.000,00.
tempo, o valor do dólar americano passou c) maior do que R$ 1.000,00 e menor do
de R$ 2,50 no início para R$ 2,00 no fim do que R$ 2.000,00.
período. Assim, com relação a esse período, d) maior do que R$ 2.000,00 e menor do
pode-se afirmar que: que R$ 2.500,00.
e) maior do que R$ 2.500,00.
a) O real se valorizou 20% em relação ao
dólar. 16. (FCC) Um capital foi aplicado a juros sim-
b) O real se valorizou 25% em relação ao ples, à taxa anual de 36%. Para que seja
dólar. possível resgatar-se o quádruplo da quantia
c) O dólar se desvalorizou 25% em relação aplicada, esse capital deverá ficar aplicado
ao real. por um período mínimo de:
d) O real se desvalorizou 20% em relação
ao dólar. a) 7 anos, 6 meses e 8 dias.
e) O real se desvalorizou 25% em relação b) 8 anos e 4 meses.
ao dólar. c) 8 anos, 10 meses e 3 dias.
d) 11 anos e 8 meses.
e) 11 anos, 1 mês e 10 dias.
REGIME SIMPLES – JUROS E DESCONTOS
17. (ESAF) Um capital unitário aplicado a juros
gerou um montante de 1,1 ao fim de 2 me-
13. (ESAF) O capital que, investido hoje a ju- ses e 15 dias. Qual a taxa de juros simples
ros simples de 12% ao ano, se elevará a anual de aplicação deste capital?
$ 1.296,00 no fim de 8 meses, é de: a) 4%
a) $ 1.100,00 b) 10%
b) $ 1.000,00 c) 60%
c) $ 1.392,00 d) 54%
d) $ 1.200,00 e) 48%
e) $ 1.399,68
18. (ESAF) Qual o valor mais próximo do mon-
14. (CESGRANRIO) Se a taxa de uma aplicação é tante que atinge uma dívida de R$ 2.000,00,
de 120% ao ano, quantos meses serão ne- quatro meses e meio depois, a uma taxa de
cessários para dobrar um capital aplicado juros simples de 1,5% ao mês?
através de capitalização simples? a) R$ 2.115,00
a) 3 b) R$ 2.092,00
b) 6 c) R$ 2.090,00
c) 8 d) R$ 2.105,00
d) 10 e) R$ 2.120,00
e) 12

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19. (ESAF) O preço à vista de uma mercadoria para a qual os dois planos de pagamento
é de $ 1.000,00. O comprador pode, en- são equivalentes, é de
tretanto, pagar 20% de entrada no ato e o
restante em uma única parcela de $ 922,60 a) 5%
vencível em 90 dias. Admitindo-se o regime b) 10%
de juros simples, a taxa de juros anuais co- c) 11%
brada na venda a prazo é de: d) 12%
e) 15%
a) 98,4%
b) 122,6% 23. (CESGRANRIO) Maria quer comprar uma
c) 22,6% bolsa que custa R$ 85,00 à vista. Como
d) 49,04% não tinha essa quantia no momento e não
e) 61,3% queria perder a oportunidade, aceitou a
oferta da loja de pagar duas prestações de
20. (ESAF) Nas compras à vista, um comercian- R$ 45,00, uma no ato da compra e outra um
te oferece 10% de desconto sobre o preço mês depois. A taxa de juros mensal que a
de etiqueta e, a prazo, divide o preço de loja estava cobrando nessa operação era de
etiqueta em dois pagamentos iguais sem
acréscimo: uma entrada e um pagamento a) 5,0%
em 30 dias. Na verdade, o comerciante está b) 5,9%
embutindo nessa transação uma taxa men- c) 7,5%
sal de juros de: d) 10,0%
e) 12,5%
a) 10%
b) 15% 24. (ESAF) Em determinada data, uma pessoa
c) 20% aplica R$ 10.000,00 à taxa de juros simples
d) 25% de 2% ao mês. Decorridos 2 meses, outra
e) 30% pessoa aplica R$ 8.000,00 à taxa de juros
simples de 4% ao mês. Determine quan-
21. (CESGRANRIO) Uma empresa oferece aos tos meses depois da primeira aplicação o
seus clientes desconto de 10% para paga- montante referente ao valor aplicado pela
mento no ato da compra ou desconto de primeira pessoa será igual ao montante re-
5% para pagamento um mês após a com- ferente ao valor aplicado pela segunda pes-
pra. Para que as opções sejam indiferentes, soa.
a taxa de juros mensal praticada deve ser,
aproximadamente, a) 22
b) 20
a) 0,5% c) 24
b) 3,8% d) 26
c) 4,6% e) 18
d) 5,0%
e) 5,6% 25. (ESAF) João colocou metade de seu capital
a juros simples pelo prazo de 6 meses e o
22. (CESGRANRIO) Um determinado produto restante, nas mesmas condições, pelo pe-
pode ser comprado à vista, por R$ 950,00, ríodo de 4 meses. Sabendo-se que, ao fi-
ou em duas parcelas, uma de R$ 450,00 no nal das aplicações, os montantes eram de
ato da compra e outra de R$ 550,00, um $ 117.000,00 e $ 108.000,00, respectiva-
mês após a compra. A taxa mensal de juros mente, o capital inicial do capitalista era de:

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a) $ 150.000,00 29. (ESAF) O valor atual racional de um título é


b) $ 160.000,00 igual a 1/2 de seu valor nominal. Calcular a
c) $ 170.000,00 taxa de desconto, sabendo-se que o paga-
d) $ 180.000,00 mento desse título foi antecipado de 5 me-
e) $ 200.000,00 ses.

26. (CESPE) Suponha que um capital C aplicado a) 200% ao ano


por 12 meses à taxa de juros simples de i% b) 20% ao mês
ao mês se transforme em um montante de c) 25% ao mês
R$ 37.000,00. Esse mesmo capital aplica- d) 28% ao mês
do à mesma taxa, no mesmo regime de ju- e) 220% ao ano
ros, mas por 6 meses se transforma em um
montante de R$ 31.000,00. Nessa situação, 30. (ESAF) Um título sofre um desconto simples
a taxa anual equivalente à taxa de i% é por fora de R$ 2.500,00 quatro meses antes
do seu vencimento a uma taxa de desconto
a) inferior a 37%. de 2,5% ao mês. Qual é o valor mais próxi-
b) superior ou igual a 37% e inferior a 40%. mo do valor nominal do título?
c) superior ou igual a 40% e inferior a 43%.
d) superior ou igual a 43% e inferior a 46%. a) R$ 22.500,00
e) superior ou igual a 46%. b) R$ 25.000,00
c) R$ 17.500,00
27. (ESAF) Determinado capital aplicado a d) R$ 20.000,00
juros simples durante 18 meses rendeu e) R$ 27.500,00
R$ 7.200,00. Sabe-se que, se o dobro deste
capital fosse aplicado a juros simples com 31. (CESGRANRIO) Um título com valor de face
a mesma taxa anterior, geraria, ao final de de R$ 1.000,00, faltando 3 meses para seu
dois anos, o montante de R$ 40.000,00. O vencimento, é descontado em um banco
valor do capital aplicado na primeira situa- que utiliza taxa de desconto bancário, ou
ção foi: seja, taxa de desconto simples “por fora”,
de 5% ao mês. O valor presente do título,
a) R$ 24.000,00 em reais, é
b) R$ 20.800,00
c) R$ 15.200,00 a) 860,00
d) R$ 12.500,00 b) 850,00
e) R$ 10.400,00 c) 840,00
d) 830,00
28. (ESAF) Utilizando o desconto racional, o va- e) 820,00
lor que devo pagar por um título com venci-
mento daqui a 6 meses, se o seu valor nomi- 32. (ESAF) Um título sofre um desconto simples
nal for de R$ 29.500,00 e eu desejo ganhar por dentro de R$ 10.000,00 cinco meses an-
36% ao ano, é de: tes do seu vencimento a uma taxa de des-
conto de 4% ao mês. Qual o valor mais pró-
a) R$ 24.000,00 ximo do valor nominal do título?
b) R$ 25.000,00
c) R$ 27.500,00 a) R$ 60.000,00
d) R$ 18.800,00 b) R$ 46.157,00
e) R$ 6.240,00 c) R$ 56.157,00
d) R$ 50.000,00
e) R$ 55.000,00

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33. (ESAF) Um título de valor nominal igual a operação de desconto comercial sim-
R$ 15.000,00 foi descontado 6 meses antes ples com uma taxa de 2,5% ao mês.
do seu vencimento. O desconto pela anteci-
pação do título foi de acordo com o sistema •• Uma outra duplicata, descontada 4 me-
de desconto comercial simples a uma taxa ses antes de seu vencimento, através
de 10% ao trimestre. O valor ao qual o título de uma operação de desconto racional
foi descontado é igual a: simples com uma taxa de 2% ao mês.

a) R$ 6.000,00. Se os valores dos correspondentes descon-


b) R$ 13.000,00. tos são iguais, então o valor nominal da se-
c) R$ 10.000,00. gunda duplicata é
d) R$ 9.000,00. a) R$ 22.000,00
e) R$ 12.000,00. b) R$ 24.000,00
c) R$ 25.000,00
34. (CESGRANRIO) Para uma duplicata de d) R$ 27.000,00
R$ 200.000,00, com vencimento em 01 de e) R$ 30.000,00
novembro de 2010, a empresa SEM FUN-
DOS S.A. negociou com determinada insti- 37. (FCC) Uma duplicata, no valor nominal de
tuição financeira o seu resgate. Ficou acer- R$ 1.800,00, foi resgatada antes do venci-
tado que a instituição pagaria à companhia, mento por R$ 1.170,00. Se a taxa de des-
em 01 de junho de 2010, o montante de conto comercial simples era de 2,5% ao
R$ 180.000,00. A taxa mensal de desconto mês, o tempo de aplicação foi de
praticada na operação foi de
a) 2 anos e 6 meses.
a) 2% b) 2 anos e 4 meses.
b) 5% c) 2 anos e 1 mês.
c) 8% d) 1 ano e 6 meses.
d) 10 % e) 1 ano e 2 meses.
e) 20 %
38. (FCC) Um título descontado 2 meses antes
35. (CESGRANRIO) Um cheque pré-datado para de seu vencimento, segundo uma opera-
daqui a 3 meses, no valor de R$ 400,00, so- ção de desconto racional simples e com a
frerá desconto comercial simples hoje. Se a utilização de uma taxa de desconto de 18%
taxa de desconto é de 12% ao mês, o valor ao ano, apresenta um valor atual igual a
a ser recebido (valor descontado), em reais, R$ 21.000,00. Um outro título de valor no-
será igual a minal igual ao dobro do valor nominal do
a) 400,00 primeiro título é descontado 5 meses antes
b) 352,00 de seu vencimento, segundo uma operação
c) 256,00 de desconto comercial simples e com a uti-
d) 144,00 lização de uma taxa de desconto de 2% ao
e) 48,00 mês. O valor atual deste segundo título é de
a) R$ 38.934,00
36. (ESAF) Considere, na data de hoje, o des- b) R$ 39.799,20
conto dos seguintes títulos: c) R$ 40.664,40
•• Uma duplicata de valor nominal igual a d) R$ 41.529,60
R$ 20.000,00, descontada 4 meses an- e) R$ 42.160,80
tes de seu vencimento, através de uma

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39. (ESAF) Uma empresa descontou uma dupli- d) simples, se o período do empréstimo
cata em um banco que adota uma taxa de for maior do que a unidade de tempo.
84% ao ano, e o desconto comercial simples. e) simples, se o período do empréstimo
O valor do desconto foi de R$ 10.164,00. Se for menor do que a unidade de tempo.
na operação fosse adotado o desconto ra-
cional simples, o valor do desconto seria re- 41. (ESAF) Marta aplicou R$ 10.000,00 em um
duzido em R$ 1.764,00. Nessas condições, o banco por 5 meses, a uma taxa de juros sim-
valor nominal da duplicata é de: ples de 2% ao mês. Após esses 5 meses, o
montante foi resgatado e aplicado em outro
a) R$ 45.000,00 banco por mais 2 meses, a uma taxa de ju-
b) R$ 46.700,00 ros compostos de 1% ao mês. O valor dos
c) R$ 47.300,00 juros da segunda etapa da aplicação é igual
d) R$ 48.400,00 a
e) R$ 50.000,00
a) R$ 221,10.
b) R$ 220,00.
REGIME COMPOSTO – c) R$ 252,20.
d) R$ 212,20.
JUROS, TAXAS E DESCONTOS
e) R$ 211,10.

42. (CESGRANRIO) Uma conta de R$ 1.000,00


40. (CESGRANRIO) O gráfico a seguir representa foi paga com atraso de 2 meses e 10 dias.
as evoluções no tempo do Montante a Juros Considere o mês comercial, isto é, com 30
Simples e do Montante a Juros Compostos, dias; considere, também, que foi adotado o
ambos à mesma taxa de juros. M é dado em regime de capitalização composta para co-
unidades monetárias e t, na mesma unida- brar juros relativos aos 2 meses, e que, em
de de tempo a que se refere a taxa de juros seguida, aplicou-se o regime de capitaliza-
utilizada. ção simples para cobrar juros relativos aos
10 dias.
Se a taxa de juros é de 3% ao mês, o juro
cobrado foi de
a) R$ 64,08
b) R$ 79,17
c) R$ 40,30
d) R$ 71,51
e) R$ 61,96

43. (CESGRANRIO) Após a data de seu ven-


cimento, uma dívida é submetida a juros
compostos com taxa mensal de 10%, além
Analisando-se o gráfico, conclui-se que para de ser acrescida de uma multa contratu-
o credor é mais vantajoso emprestar a juros al correspondente a 3% da dívida original.
a) compostos, sempre. José pagou R$ 2.852,00 para quitar uma dí-
b) compostos, se o período do empréstimo vida com exatamente 2 meses de atraso. O
for menor do que a unidade de tempo. valor da dívida original, em reais, sem juros
c) simples, sempre. e sem multa, corresponde a um número
a) menor do que 2.000.

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b) maior do que 2.000 e menor do que Dados: valores resultantes de (1 + i)n
2.200.
c) maior do que 2.200 e menor do que
2.400.
d) maior do que 2.400 e menor do que a) 3.950
2.600. b) 4.100
e) maior do que 2.600. c) 1.950
d) 3.100
44. (FCC) Uma pessoa fez um empréstimo em e) 3.400
um banco no valor de R$ 25.000,00, tendo
que pagar todo o empréstimo após 18 me- 47. (CESGRANRIO) Um título de valor nominal
ses a uma taxa de juros de 24% ao ano, com R$ 24.200,00 será descontado dois meses
capitalização mensal. O valor dos juros a se- antes do vencimento, com taxa composta
rem pagos no vencimento pode ser obtido de desconto de 10% ao mês. Sejam D o va-
multiplicando R$ 25.000,00 por: lor do desconto comercial composto e d o
a) [(1,02)18 −1] valor do desconto racional composto. A di-
ferença D – d, em reais, vale
b) [1818 1,36 −1]
a) 399,00
c) [1812 1,24 −1] b) 398,00
d) [3 1,24 −1] c) 397,00
d) 396,00
e) [6 3 1,24 −1] e) 395,00

48. (ESAF) Um título sofre um desconto racional


45. (ESAF) Um capital é aplicado à taxa de juros composto dois meses antes do seu venci-
simples de 36% ao ano, durante 20 meses. mento a uma taxa de 5% ao mês. Dado que
Verifica-se que o correspondente montan- o valor do desconto é R$ 10.000,00, qual o
te é igual ao montante produzido por um valor mais próximo do valor atual do título?
outro capital no valor de R$ 50.000,00,
aplicado durante um ano, à taxa de juros a) R$ 100.000,00
compostos de 8% ao semestre. O valor dos b) R$ 107.561,00
juros referente à primeira aplicação é igual c) R$ 102.564,00
2
a: (Dado: (1,08) = 1,1664) d) R$ 97.561,00
e) R$ 110.000,00
a) R$ 19.500,00
b) R$ 19.650,00 49. (ESAF) Um título deveria sofrer um descon-
c) R$ 20.250,00 to comercial simples de R$ 672,00 quatro
d) R$ 21.750,00 meses antes do seu vencimento. Todavia
e) R$ 21.870,00 uma negociação levou à troca do desconto
comercial simples por um desconto racional
46. (CESGRANRIO) O montante gerado por uma composto. Calcule o novo desconto, consi-
instituição financeira, em uma aplicação no derando a mesma taxa de 3% ao mês.
regime de juros compostos, é R$ 5.000,00,
em 10 meses, ou R$ 5.202,00, em 1 ano. a) R$ 600,00
b) R$ 620,15
Se a taxa de juros é constante, o valor apli- c) R$ 624,47
cado é, em reais, de, aproximadamente, d) R$ 643,32
e) R$ 672,00

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50. (ESAF) Uma duplicata, no valor de a) 8.600,00


$ 2.000,00 é resgatada dois meses antes b) 8.750,00
do vencimento, obedecendo ao critério de c) 8.880,00
desconto comercial composto. Sabendo-se d) 9.030,00
que a taxa de desconto é de 10% ao mês, o e) 9.200,00
valor descontado e o valor do desconto são,
respectivamente: 54. (CESGRANRIO) O diagrama abaixo mostra
um fluxo financeiro composto de três re-
a) $ 1.600,00 e $ 400,00 cebimentos sucessivos, iguais a R$ 10,00,
b) $ 1.620,00 e $ 380,00 seguidos de um último recebimento de
c) $ 1.640,00 e $ 360,00 R$ 110,00, após quatro períodos.
d) $ 1.653,00 e $ 360,00
e) $ 1.666,67 e $ 333,33

51. (CESGRANRIO) Um título, cujo valor de face


é R$ 29.040,00, sofre desconto racional
composto dois meses antes do seu ven-
cimento. Se a taxa utilizada na operação é
10% ao mês, o valor do desconto, em reais,
Se a taxa de juros compostos usada for de
é
10% por período, o valor presente líquido
a) 5.808,00 desse fluxo de recebimentos, em reais, será
b) 5.040,00 de
c) 4.912,00
a) 90,00
d) 4.840,00
b) 100,00
e) 4.784,00
c) 110,00
d) 130,00
52. (FCC) Descontando-se um título de valor
e) 140,00
nominal de R$ 10.500,00 dois meses antes
de seu vencimento, à taxa de desconto de
55. (CESGRANRIO) João tomou um emprésti-
3% ao mês e de acordo com o critério do
mo de R$ 900,00 a juros compostos de 10%
desconto comercial composto, o valor do
ao mês. Dois meses depois, João pagou
desconto na operação é de
R$ 600,00 e, um mês após esse pagamento,
a) R$ 600,00 liquidou o empréstimo. O valor desse últi-
b) R$ 610,00 mo pagamento foi, em reais, aproximada-
c) R$ 615,15 mente,
d) R$ 620,55
a) 240,00
e) R$639,45
b) 330,00
c) 429,00
53. (CESGRANRIO) Uma dívida de valor nominal
d) 489,00
R$ 5.600,00 vence em 2 meses, enquanto
e) 538,00
outra, de valor nominal R$ 3.150,00, vence
em 4 meses. Deseja-se converter as duas
56. (CESGRANRIO) Júlio fez uma compra de
dívidas em uma única equivalente, com
R$ 600,00, sujeita à taxa de juros de 2% ao
vencimento para daqui a 3 meses. Conside-
mês sobre o saldo devedor. No ato da com-
rando-se o desconto como sendo racional
pra, fez o pagamento de um sinal no valor
composto e a taxa de juros de 5% ao mês, o
de R$ 150,00. Fez ainda pagamentos de
valor da dívida única, em reais, é:
R$ 159,00 e R$ 206,00, respectivamente,

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30 e 60 dias depois de contraída a dívida. 60. (ESAF) Um financiamento externo é con-
Se quiser quitar a dívida 90 dias depois da tratado a uma taxa nominal de 12% ao ano
compra, quanto deverá pagar, em reais? com capitalização semestral. Obtenha a
taxa efetiva anual desse financiamento.
a) 110,00
b) 108,00 a) 12,36%
c) 106,00 b) 11,66%
d) 104,00 c) 10,80%
e) 102,00 d) 12,44%
e) 12,55%
57. (ESAF) Antônio tomou um empréstimo de
R$ 5.000,00 a uma taxa de juros mensal de 61. (ESAF) O capital de R$ 10.000,00 foi aplica-
4% sobre o saldo devedor, ou seja, a cada do por 6 meses, à taxa de juros compostos
mês é cobrado um juro de 4% sobre o que de 6% ao semestre, com juros capitalizados
resta a pagar. Antônio pagou R$ 700,00 ao trimestralmente. Calcule o montante dessa
final do primeiro mês e R$ 1.680,00 ao final aplicação.
do segundo; se Antônio decidir quitar a dívi-
da ao final do terceiro mês, terá de pagar a a) R$ 10.600,00
seguinte quantia: b) R$ 10.615,00
c) R$ 10.620,00
a) R$ 3.500,00 d) R$ 10.612,00
b) R$ 3.721,15 e) R$ 10.609,00
c) R$ 3.898,42
d) R$ 3.972,16 62. (CESGRANRIO) O capital de R$ 24.000,00 é
e) R$ 3.120,00 aplicado a juros compostos, durante 6 me-
ses, à taxa nominal de 20% ao ano, com
58. (CESGRANRIO) Uma loja oferece um apare- capitalização trimestral. O rendimento, em
lho celular por R$ 1.344,00 à vista. Esse apa- reais, proporcionado por esse investimento,
relho pode ser comprado a prazo, com juros é
de 10% ao mês, em dois pagamentos men-
sais iguais: um, no ato da compra, e outro, a) 2.400,00
um mês após a compra. O valor de cada um b) 2.420,00
dos pagamentos mensais é, em reais, de c) 2.460,00
d) 2.500,00
a) 704,00 e) 2.520,00
b) 705,60
c) 719,00 63. (ESAF) No sistema de juros compostos um
d) 739,20 capital PV aplicado durante um ano à taxa
e) 806,40 de 10 % ao ano com capitalização semestral
resulta no valor final FV. Por outro lado, o
59. (ESAF) Assinale a opção correta. Se a taxa mesmo capital PV, aplicado durante um tri-
nominal de juros é de 12% a.a., conside- mestre à taxa de it% ao trimestre resultará
rando capitalizações mensais, a taxa efetiva no mesmo valor final FV, se a taxa de aplica-
será de: ção trimestral for igual a:
a) 12% a.a. a) 26,25 %
b) 12% a.m. b) 10,25 %
c) 1% a.m. c) 13,12 %
d) 1% a.a. d) 40 %
e) 12,5% a.a. e) 20 %

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64. (CESGRANRIO) A taxa efetiva quadrimestral 68. (CESGRANRIO) A taxa efetiva anual de 50%,
de 44%, no sistema de juros compostos, no sistema de juros compostos, equivale a
equivale a uma taxa nominal de i% ao se- uma taxa nominal de i % ao semestre, capi-
mestre, capitalizada bimestralmente é talizada bimestralmente. O número de divi-
1/6
sores inteiros positivos de i é: (Dado: (1,5)
a) 12% = 1,07)
b) 15%
c) 30% a) 4
d) 60% b) 5
e) 75% c) 6
d) 7
65. (CESGRANRIO) Realizar uma operação fi- e) 8
nanceira a uma taxa de 60% a.a., com ca-
pitalização mensal, é equivalente a realizar 69. (ESAF) A taxa efetiva anual de uma aplica-
essa mesma operação, à taxa de juros com- ção que rende juros compostos, a uma taxa
posto semestral de nominal de 10% ao ano, com capitalização
semestral, é igual a:
a) 24,00%
b) 26,53% a) 10%
c) 27,40% b) 10,50%
d) 30,00% c) 10,25%
e) 34,01% d) 10,75%
e) 11%
66. (CESGRANRIO) Nas operações de emprés-
timo, uma financeira cobra taxa efetiva de 70. (FCC) A taxa efetiva trimestral referente a
juros, no regime de capitalização composta, uma aplicação foi igual a 12%. A correspon-
de 10,25% ao ano. Isso equivale a cobrar ju- dente taxa de juros nominal (i) ao ano, com
ros com taxa anual e capitalização semestral capitalização mensal, poderá ser encontra-
de da calculando:
1/3
a) 10,25% a) i = 4 . [(1,12) – 1]
1/4
b) 10,51% b) i = 12 . [(1,12) – 1]
1/3
c) 5% c) i = 12 . [(1,12) – 1]
12
d) 5,51% d) i = (1,04) – 1
e) 10% e) i = 12 . [(0,04) + 3]

67. (CESGRANRIO) Qual a taxa efetiva semes- 71. (CESGRANRIO) Um investimento obteve
tral, no sistema de juros compostos, equiva- variação nominal de 15,5% ao ano. Nesse
lente a uma taxa nominal de 40% ao quadri- mesmo período, a taxa de inflação foi 5%.
mestre, capitalizada bimestralmente? A taxa de juros real anual para esse investi-
mento foi
a) 75,0%
b) 72,8% a) 0,5%
c) 67,5% b) 5,0%
d) 64,4% c) 5,5%
e) 60,0% d) 10,0%
e) 10,5%

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72. (ESAF) A inflação acumulada no primeiro 74. (ESAF) O capital de R$ 12.000,00 foi aplica-
semestre de determinado ano foi de 20%. do por um ano e gerou R$ 1.860,00 de ju-
Uma pessoa aplicou R$ 12.000,00 no início ros. Se a inflação desse ano foi de 5%, então
deste período e resgatou R$ 18.000,00 no a taxa real de juros desse ano foi:
final. A taxa real de retorno no período de
aplicação foi de a) 11%
b) 10%
a) 25% c) 10,5%
b) 27,5% d) 9,5%
c) 30% e) 9%
d) 45%
e) 50% 75. (CESGRANRIO) Em um período no qual a in-
flação acumulada foi de 100%, R$ 10.000,00
73. (CESPE) Se a quantia de R$ 5.000,00, inves- ficaram guardados em um cofre, ou seja,
tida pelo período de 6 meses, produzir o não sofreram qualquer correção. Nessas
montante de R$ 5.382,00, sem se descontar condições, houve uma desvalorização dos
a inflação verificada no período, e se a taxa R$ 10.000,00 de
de inflação no período for de 3,5%, então a
taxa de juros desse investimento no período a) 1/4
será de b) 1/2
c) 2/3
a) 4,5% d) 3/4
b) 4% e) 1
c) 3,5%
d) 3%
e) 2,5%

Gabarito: 1. C 2. A 3. E 4. A 5. B 6. D 7. A 8. B 9. D 10. B 11. C 12. B 13. D 14. D 15. B 16. B 17. E 
18. D 19. E 20. D 21. E 22. B 23. E 24. A 25. D 26. E 27. E 28. B 29. B 30. B 31. B 32. A 33. E 34. A 
35. C 36. D 37. E 38. A 39. D 40. E 41. A 42. D 43. C 44. A 45. E 46. B 47. B 48. D 49. C 50. B 
51. B 52. D 53. C 54. B 55. E 56. E 57. E 58. A 59. C 60. A 61. E 62. C 63. B 64. D 65. E 66. E 67. B 
68. A 69. C 70. C 71. D 72. A 73. B 74. B 75. B

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ANEXO

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Raciocínio Lógico

Professor Bruno Villar

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Edital

RACIOCÍNIO LÓGICO: Estruturas lógicas, Lógica de argumentação: analogias, inferências,


deduções e conclusões, Lógica sentencial (ou proposicional), Proposições simples e compostas,
Tabelas-verdade, Equivalências, Diagramas lógicos, Lógica de primeira ordem. Noções de
Lógica.

BANCA: ESAF
CARGO: Assistente Técnico Administrativo

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Raciocínio Lógico

RACIOCÍNIO LÓGICO

Tema: Proposições

Noções preliminares
A proposição lógica é alicerce da construção do conhecimento da lógica proposicional. Para
entendermos o conceito de proposição lógica, é necessário termos uma noção básica de frases.
Vamos relembrar juntos?
Definição: Frase é qualquer enunciado (curto ou longo) que estabelece uma comunicação. As
frases são divididas em cincos tipos, de acordo com a gramática tradicional.
•• Declarativa: O enunciado é afirmativo ou negativo e termina em ponto (.) ou em reticências
(...).
Exemplos:
•• A lua é um satélite natural. (Frase declarativa afirmativa)
•• Jorge não é paraibano. (Frase declarativa negativa)
•• Imperativa: O enunciado apresenta um tom de ordem, pedido, súplica, exortação,
advertência, etc. Verbos no imperativo (afirmativo ou negativo) marcam tal tipo de frase, a
qual termina em ponto (.), ponto de exclamação (!) ou reticências (...).
Exemplos:
•• Faça seu trabalho corretamente.
•• Quando for à Salvador, visite o pelourinho.
•• Interrogativa: O enunciado apresenta um questionamento direto ou indireto e termina em
ponto de interrogação (?) se a indagação for direta e em ponto (.), se for indireta.
Exemplos:
•• Qual o melhor livro de Raciocínio Lógico?
•• Não sei onde ele pode estar.
Dica: O exemplo acima é uma interrogativa indireta, pois é possível realizar uma pergunta direta
com a frase “onde ele pode estar (?)”.

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•• Exclamativa: O enunciado exprime um sentimento e uma altissonância (Produz um som
alto ou intenso); termina em ponto de exclamação(!)
Exemplos:
•• Que alegria!
•• Meus pêsames!
•• Optativa: O enunciado exprime um desejo e termina em ponto (.) ou ponto de exclamação (!).
Exemplos:
•• Sucesso, viu!
•• Deus te ouça, meu amor!

Proposição lógica
Definição: Proposição é toda sentença declarativa (com sujeito e predicado) à qual pode se
atribuir, sem ambiguidade, apenas um valor lógico: verdadeiro (V) ou falso (F).
Exemplos:
O sol é uma estrela.
8 é divisível por 4.
João é paulista.
As proposições lógicas dividem-se em: “proposição fechada” (proposição lógica) e “proposição
aberta” (“sentença aberta”). A proposição lógica é chamada de proposição fechada, pois o
valor do enunciado está definido.

Proposição Aberta ou Sentença aberta


Definição: Sentença aberta é uma sentença cujo resultado (falso ou verdadeiro) é desconhecido
por conter pelo menos um elemento indefinido.
Caso 1: pronome
Exemplo: x + 2 = 5
Caso 2: Variável Matemática
Exemplo: Ele é alto.

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ATA – Raciocínio Lógico – Prof. Bruno Villar

Resumo:

Proposição fechada = proposição lógica.


Obs.: Tem valor lógico.

PROPOSIÇÃO

Proposição aberta = sentença aberta.


Obs.: Não é uma proposição lógica, pois
possui valor indefinido

Treinamento

1. (FUNIVERSA – SAPEJUS-GO – 2015) Considerando que uma proposição corresponde a uma


sentença bem definida, isto é, que pode ser classificada como verdadeira ou falsa, excluindo-se
qualquer outro julgamento, assinale a alternativa em que a sentença apresentada corresponde
a uma proposição.
a) Ele foi detido sem ter cometido crime algum?
b) Aquela penitenciária não oferece segurança para o trabalho dos agentes prisionais.
c) Os agentes prisionais da penitenciária de Goiânia foram muito bem treinados.
d) Fique alerta a qualquer movimentação estranha no pátio do presídio.
e) Houve fuga de presidiários, que tragédia!

2. (FCC) Uma proposição de uma linguagem é uma expressão de tal linguagem que pode
ser classificada como verdadeira ou falsa. Com base nessa definição, analise as seguintes
expressões:
I. 3 + 8 < 13
II. Que horas são?
III. Existe um número inteiro x tal que 2x > − 5.
IV. Os tigres são mamíferos.
V. 36 é divisível por 7.
VI. x + y = 5
É correto afirmar que são proposições APENAS as expressões:
a) I e IV.
b) I e V.
c) II, IV e VI.
d) III, IV e V.
e) I, III, IV e V

Gabarito: 1. C 2. E 

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Tema: Princípios fundamentais da lógica

Princípio da Identidade: Todo objeto é idêntico a si mesmo, isto é, uma proposição verdadeira
é sempre verdadeira e uma proposição falsa é sempre falsa.
Princípio da não contradição: Uma proposição não pode ser simultaneamente verdadeira e
falsa.
Princípio do Terceiro Excluído: Toda proposição ou é só verdadeira ou é só falsa, nunca
ocorrendo um terceiro caso.

1. (CESPE) Segundo os princípios da não contradição e do terceiro excluído, a uma proposição


pode ser atribuído um e somente um valor lógico.
( ) Certo   ( ) Errado

2. (CESPE) Toda proposição lógica pode assumir no mínimo dois valores lógicos.
( ) Certo   ( ) Errado

Tema: Classificação das proposições

As proposições podem ser simples ou compostas.


Proposição simples ou atômica: É uma frase declarativa que expressa um pensamento
completo acerca de um objeto, isto é, que possui um único objeto de estudo. Indicaremos tais
proposições por letras minúsculas do nosso alfabeto. Exemplos:
p: O México fica na América do Norte.
Proposição composta ou molecular: É formada por duas ou mais proposições relacionadas
pelos conectivos lógicos. Serão indicadas por letras maiúsculas do nosso alfabeto.
P: João é alto e André e baixo.

Gabarito: 1. Certo 2. Errado 

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Tema: negação de uma proposição simples

Definição: a negação de uma proposição é mudança do valor lógico, sem perder o sentido.
A forma simbólica da negação é ∼ p ou ¬p (banca Cespe).

p ∼p
V F
F V

Caso 01: A frase não possui o advérbio “não”.


p: Salvador tem praia.
¬p : Salvador não tem praia.
Outras formas de negar essa mesma proposição são:
Não é verdade que Salvador tem praia.
É falso que Salvador tem praia.

Caso 02: A frase possui o advérbio “não”.


Dica: É só retirar o advérbio “não”.
q: O Brasil não é um país do continente americano.
¬q : O Brasil é um país do continente americano.

Caso 03: Utilização de antônimos.


p : Mário é alto.
¬p : Mário não é alto.
¬p : Mario é baixo.

Caso 04: Negação dos símbolos matemáticos.

p ¬p
= ≠
≥ <
≤ >
> ≤
< ≥

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Exemplos:
p : 2 + 3 = 5 ¬p:2 + 3 ≠ 5 .
q: Maria tem mais de 20 anos trabalhando no INSS.
¬q : Maria não tem mais de 20 anos trabalhando no INSS. (Forma simples, porém pouco
utilizada)
¬q : Maria tem de 20 anos ou menos trabalhando no INSS. (Forma mais cobrada em prova)

Caso 5: negação de proposições contendo quantificador ou segunda lei de Morgan.


1ª situação: quantificador universal afirmativo (Todo)
Dica: A regra da negação é utilizar o algum (pelo menos um ou existe) mais a negação da frase.
p: Todo homem é mortal.
∼ p : Algum um homem não é mortal.
Outras opções:
∼ p : Pelo menos um homem que não é mortal.
∼ p : Existe um homem que não é mortal.
∼ p : Nem todo homem é mortal

2ª situação: quantificador existencial (“algum” = “existe” = “pelo menos um”)


Dica: para negar o quantificador existe (“algum”) temos duas opções:
1ª Trocar pelo quantificador “todo” e escrever a negação da sentença.
2ª Porém, se utilizarmos o quantificador “nenhum”, a sentença deverá ser mantida.

p: Existem homens que são sábios.


∼ p : Todos os homens não são sábios.
∼ P : Nenhum homem é sábio.

3ª Situação: quantificador universal negativo (“nenhum”)


Dica: no caso de negar o quantificador “nenhum” ou “ninguém”, o único quantificador utilizado
é o “existe” (“algum” ou “alguém”).
p: Nenhum A é B.
∼ p : Algum A é B.

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Treinamento

1. (CESPE – 2014) Julgue o item seguinte, acerca da proposição P: Quando acreditar que estou
certo, não me importarei com a opinião dos outros.
Uma negação correta da proposição “Acredito que estou certo” seria “Acredito que não estou
certo”.
( ) Certo   ( ) Errado

2. (CESPE) Os jogadores do Estrela Futebol Clube são craques.


Assinale a opção correspondente à negação da frase acima.
a) Nenhum jogador do Estrela Futebol Clube é craque.
b) Quase todos os jogadores do Estrela Futebol Clube não são craques.
c) Existe algum jogador do Estrela Futebol Clube que não é craque.
d) Apenas alguns jogadores do Estrela Futebol Clube são craques.

3. (CESPE – PF – 2014) Ao planejarem uma fiscalização, os auditores internos de determinado


órgão decidiram que seria necessário testar a veracidade das seguintes afirmações:
P: Os beneficiários receberam do órgão os insumos previstos no plano de trabalho.
Q: Há disponibilidade, no estoque do órgão, dos insumos previstos no plano de trabalho.
R: A programação de aquisição dos insumos previstos no plano de trabalho é adequada.
A respeito dessas afirmações, julgue o item seguinte, à luz da lógica sentencial.
A negação da afirmação Q pode ser corretamente expressa por “Não há disponibilidade, no
estoque do órgão, dos insumos não previstos no plano de trabalho”.
( ) Certo   ( ) Errado

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4. (MPOG – 2009) A negação de “À noite, todos os gatos são pardos” é:
a) De dia, todos os gatos são pardos.
b) De dia, nenhum gato é pardo.
c) De dia, existe pelo menos um gato que não é pardo.
d) À noite, existe pelo menos um gato que não é pardo.
e) À noite, nenhum gato é pardo.

Tema: Operadores Lógicos

Disjunção
Dadas duas proposições p e q, chama-se “disjunção de p e q” a proposição “ p ∨ q ” (lê-se: p ou q).
Exemplo:
1. p: O sol é uma estrela. q: O céu é azul.
p ∨ q : O sol é uma estrela ou céu é azul.
Seguem outras formas filosóficas de escrever a forma p q:
p ∨ q : p ou q
P ou q ou ambos
P e/ou q (documentos legais)

Estudo da tabela da disjunção inclusiva

p q pvq
V V V
V F V
F V V
F F F

Disjunção exclusiva
Dadas duas proposições p e q, chama-se “disjunção de p e q” a proposição “p v q” (lê-se: ou p
ou q).
Transmite uma ideia de exclusão, isto é, conjuntos disjuntos (sem elementos comuns).
Exemplo: Ou Bruno é baiano ou Bruno é paraibano.

Gabarito: 1. Errado 2. C 3. Errado 4. D

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p q pvq
V V F
V F V
F V V
F F F

Conjunção
“Dadas duas proposições p e q, chama-se conjunção de p e q” a proposição “p ∧ q ” (lê-se: p e
q). A conjunção p ∧ q será verdadeira quando p e q forem ambas verdadeiras; e será falsa nos
outros casos.
Exemplo:
1) p: O sol é uma estrela. q: A lua é um satélite.
P ∧ q : O sol é uma estrela e a lua é um satélite.

Fique esperto!
A expressão p ∧ q também pode ser escrita nas seguintes formas:
peq
p, mas q
p, porém q
Tanto p como q
p, apesar de q
p,q
Em provas de concurso, já foram cobradas as seguintes formas:
peq
p, mas q
Tanto p como q

Estudo da tabela da conjunção

p q p∧q
V V V
V F F
F V F
F F F

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Condicional
Dadas duas proposições p e q, a proposição “se p, então q”, que será indicada por “p → q”, é
chamada de condicional.
Exemplo:
1) p: Mário é inocente.
q: Jorge é culpado.
p → q: Se Mário é inocente, então Jorge é culpado.
Se Mário é inocente, Jorge é culpado.

Fique esperto!
As outras formas filosóficas de escrever a condicional são:
Se p, então q
p implica q
p é suficiente para q
q é necessário para p
p consequentemente q
Quando p, q
No caso de p, q
q, contanto p
q, se p
q, no caso de p
Todo p é q.
P, logo q
Já foram cobradas as formas: p implica q; p é suficiente para q; q é necessário para p;
p consequentemente q; q, se p e todo p é q.

Casos especiais de escrita da condicional

Caso 1: Condição suficiente


Dica 01: A causa é condição suficiente para o efeito (p é suficiente para q).
Por isso, podemos escrever a expressão da seguinte forma:
Corro é condição suficiente para canso.
Lembrem-se: quando utilizar a expressão “ suficiente” está na ordem direta, causa – efeito.
Cuidado! A forma simbólica p → q ( causa → efeito) não muda a posição.

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Caso 2: Condição necessária


Dica 02: O efeito é condição necessária para a causa.
Logo podemos escrever a expressão da seguinte forma:
Canso é condição necessária para corro.

Estudo da tabela da condicional

p q p→q
V V V
V F F
F V V
F F V

Bicondicional
Dadas duas proposições p e q, a proposição “p se, e somente se, q”, que será indicada por
“p ↔ q”, é chamada de bicondicional.
p ↔ q (lê-se: p se e somente se q)

Exemplo:
p: Perereca se transforma em sapo.
q: Sapo se transforma em perereca.
p ↔ q: Perereca se transforma em sapo se e somente se o sapo se transforma em perereca.
Outra opção: Perereca se transformar em sapo é condição suficiente e necessária para o sapo
se transformar em perereca.
Estudo da tabela da bicondicional

p q p↔q
V V V
V F F
F V F
F F V

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Resumo da linguagem

Conectivo Símbolo Forma simbólica Sentido

∨ p∨q Ocorre p ou ocorre q


Disjunção inclusiva
ou ambos
Ocorre p ou ocorre q
Disjunção exclusiva v pvq
mas não ocorre ambos
Conjunção ∧ p∧q Ocorre p e q
Se ocorre p então q
Condicional → p→q
também ocorre
Ou ocorre p e q, ou não
Bicondicional ↔ p↔q
ocorre p e q

Resumo da tabela

Conectivo Forma simbólica Dica


Disjunção inclusiva p∨q 1V=V
Símbolos diferentes
Disjunção exclusiva pvq
(VF ou FV) = V
Conjunção p∧q 1F=F
Condicional p→q VF = F
Bicondicional p↔q Símbolos iguais (VV ou FF ) = V

Treinamento final de operadores

1. (SEFAZ – APOFP-SP – 2009) Assinale a opção verdadeira.


a) 3=4e3+4=9
b) Se 3 = 3, então 3 + 4 = 9
c) Se 3 = 4, então 3 + 4 = 9
d) 3 = 4 ou 3 + 4 = 9
e) 3 = 3 se e somente se 3 + 4 = 9

2. (MPOG – 2009) Considere que: “se o dia está bonito, então não chove”. Desse modo:
a) não chover é condição necessária para o dia estar bonito.
b) não chover é condição suficiente para o dia estar bonito.
c) chover é condição necessária para o dia estar bonito.
d) o dia estar bonito é condição necessária e suficiente para chover.
e) chover é condição necessária para o dia não estar bonito.

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3. (AFC – STN – 2005 – ESAF) A afirmação “Alda é alta, ou Bino não é baixo, ou Ciro é calvo” é falsa.
Segue-se, pois, que é verdade que:
a) se Bino é baixo, Alda é alta, e se Bino não é baixo, Ciro não é calvo.
b) se Alda é alta, Bino é baixo, e se Bino é baixo, Ciro é calvo.
c) se Alda é alta, Bino é baixo, e se Bino não é baixo, Ciro não é calvo.
d) se Bino não é baixo, Alda é alta, e se Bino é baixo, Ciro é calvo.
e) se Alda não é alta, Bino não é baixo, e se Ciro é calvo, Bino não é baixo

4. (MPOG – 2009) Entre as opções abaixo, a única com valor lógico verdadeiro é:
a) Se Roma é a capital da Itália, Londres é a capital da França.
b) Se Londres é a capital da Inglaterra, Paris não é a capital da França.
c) Roma é a capital da Itália e Londres é a capital da França ou Paris é a capital da França.
d) Roma é a capital da Itália e Londres é a capital da França ou Paris é a capital da Inglaterra.
e) Roma é a capital da Itália e Londres não é a capital da Inglaterra.

5. (ESAF – 2016) Sabendo que os valores lógicos das proposições simples p e q são, respectivamente,
a verdade e a falsidade, assinale o item que apresenta a proposição composta cujo valor lógico
é a verdade.
a) ∼ p ∨ q→ q
b) p ∨ q→ q
c) p→q
d) p↔q
e) q∧(p ∨ q)

6. (ESAF – 2014) Assinale a opção que apresenta valor lógico falso.


a) 23 = 8 e 1 + 4 = 5.
b) Se, 8 = 3, então 6 ÷ 2 = 3.
c) Ou 3 – 1 = 2 ou 5 + 2 = 8.
d) Se 7 – 2 = 5, então 5 + 1 = 7.
2
e) 3 = 9 se, e somente se, 3 8 = 2

7. (ESAF – MPOG – 2009) Considere que: “se o dia está bonito, então não chove”. Desse modo:
a) não chover é condição necessária para o dia estar bonito.
b) não chover é condição suficiente para o dia estar bonito.
c) chover é condição necessária para o dia estar bonito.
d) o dia estar bonito é condição necessária e suficiente para chover.
e) chover é condição necessária para o dia não estar bonito.

Gabarito: 1. C 2. A 3. C 4. C 5. A 6. D 7. A

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Tema: Tabela Verdade

É uma maneira prática de organizar os valores lógicos de uma proposição simples ou composta.

Pergunta 1: Número de linhas


O número de linhas de uma tabela verdade é fornecido pela expressão 2n, onde o n é o número
de proposições simples (distintas) componentes e o 2 representa o número de valores lógicos
possíveis (V ou F).
n
Dica: A fórmula 2 será usada para descobrir o total de linhas ou saber a quantidade de
valorações de uma proposição lógica.

Treinamento

1. (CESPE – 2014) Considerando a proposição P: “Nos processos seletivos, se o candidato for


pós-graduado ou souber falar inglês, mas apresentar deficiências em língua portuguesa, essas
deficiências não serão toleradas”, julgue os itens seguintes acerca da lógica sentencial.
A tabela verdade associada à proposição P possui mais de 20 linhas.
( ) Certo   ( ) Errado

Pergunta 2: Construção de uma tabela verdade

2. (ATA – ESAF – 2012) A proposição p ∧ (p → q) é logicamente equivalente à proposição:


a) p∨q
b) ∼p
c) p
d) ∼q
e) p∧q

3. (ESAF – DNIT – 2013) A proposição composta p → p ∧ q é equivalente à proposição:


a) p∨q
b) p∧q
c) p
d) ∼p∨q
e) q

Gabarito: 1. Errado 2. E 3. D

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Tema: Classificação das tabelas verdades

Tautologia
Definição: Uma proposição composta representa uma tautologia quando o seu valor lógico
é sempre verdade, independente dos valores das proposições componentes da proposição
composta.
Exemplo:
Chove ou não chove (p∨ ∼ p)
A tabela verdade é:

p ∼p p∨ ∼ p
V F V
F V V

Contradição
Definição: Uma proposição composta representa uma contradição quando o seu valor lógico
é sempre falso, independente dos valores das proposições componentes da proposição
composta.
Exemplo:
Chove e não chove (p∧ ∼ p)
A tabela verdade é:

p ∼p p∧ ∼ p
V F F
F V F

Indeterminação ou contingência
Uma proposição (simples ou composta) representa uma indeterminação quando os valores da
proposição apresentam dois resultados V e F.
Exemplo:
Fulano é culpado (V ou F)
Maria é alta ou Mário é baixo. (V ou F)

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Treinamento

1. (MPOG – 2009) Entre as opções abaixo, qual exemplifica uma contradição formal?
a) Sócrates não existiu ou Sócrates existiu.
b) Sócrates era ateniense ou Sócrates era espartano.
c) Todo filósofo era ateniense e todo ateniense era filósofo.
d) Todo filósofo era ateniense ou todo ateniense era filósofo.
e) Todo filósofo era ateniense e algum filósofo era espartano.

2. (APO – 2010 – ESAF) Considere os símbolos e seus significados: ∼ negação, ∧ – conjunção,


∨ – disjunção, ⊥ – contradição e Τ – tautologia. Sendo F e G proposições, marque a expressão
correta.
a) (F ∨ G)∧ ∼ (∼ F∧ ∼ G) =⊥ .
b) (F ∨ G)∧ (∼ F∧ ∼ G) = T .
c) (F ∨ G)∧ (∼ F∧ ∼ G) =⊥ .
d) (F ∨ G)∧ (∼ F∧ ∼ G) = F ∨ G .
e) (F ∨ G)∧ ∼ (∼ F∧ ∼ G) = F ∧ G .

3. (ESAF – 2014) Assinale qual das proposições das opções a seguir é uma tautologia.
a) p ∨ q→ q
b) p ∧ q→ q
c) p∧q↔ q
d) (p ∧ q)∨ q
e) p∨q↔ q

4. (ESAF – 2013) Conforme a teoria da lógica proposicional, a proposição ∼ P ∧P é:


a) uma tautologia.
b) equivalente à proposição ∼ P ∨P .
c) uma contradição.
d) uma contingência.
e) uma disjunção.

Gabarito: 1. E 2. C 3. B 4. C

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Tema: negação de uma proposição composta

Negação da disjunção inclusiva.


Fórmula: ∼ (p ∨ q) ≡∼ p∧ ∼ q
Cuidado: As expressões: ∼ (p ∨ q) e ∼ p ∨ q não representam a mesma coisa, a primeira
expressão a negação da conjunção e a segunda a negação de p “ou” q.
Dica: Negar a primeira proposição (simples ou composta ) depois colocar o conectivo “e” e
negar a segunda proposição (simples ou composta).
Exemplo:
P: Salvador tem praia ou Santos não tem praia.
~P ; Salvador não tem praia e Santos tem praia;

Negação da conjunção
Fórmula: ∼ (p ∧ q) ≡∼ p∨ ∼ q
Dica: Negar a primeira proposição (simples ou composta), depois colocar o conectivo “ou” e
negar a segunda proposição (simples ou composta).
P: Mário é alto e Jorge é culpado.
~ P: Mário não é alto ou Jorge não é culpado.
~ P: Mário é baixo ou Jorge é inocente.

Negação da condicional
Fórmula: ∼ (p → q) ≡∼ p∧ ∼ q
Dica: Conservar a primeira proposição (simples ou composta), colocar o conectivo “e” e depois
negar somente a segunda proposição (simples ou composta)
Exemplo:
P: Se corro , então canso.
~P: Corro e não canso.

Negação da bicondicional
Fórmula: ∼ (p ↔ q) =∼ p ↔ q outra opção p ↔∼ q ou p V q
Dica: Conservar o conectivo e depois temos a livre escolha de negar apenas uma proposição e
conservar a outra.

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Outra opção: Dica: mantemos as proposições e colocamos o conectivo “se e somente se”.
P: 2 é par se e somente se 3 é ímpar.
~P: 2 não é par se e somente se 3 é ímpar.
~P: 2 é par se e somente se 3 não é ímpar.
~P: ou 2 é par ou 2 é ímpar.

Negação da disjunção exclusiva


Fórmula: ∼ (p V q) = ∼ p V q outra opção p V ∼ q ou p ↔ q.
A: ou 2 é par ou 2 é ímpar.
~A: ou 2 é não par ou 2 é ímpar.
~A: ou 2 é par ou 2 não é ímpar.
~A: 2 é par se e somente se 2 é ímpar.

Treinamento

1. (AFP-SP – 2009 – ESAF) A negação de "Milão é a capital da Itália ou Paris é a capital da Inglaterra"
é:
a) Milão não é a capital da Itália.
b) Milão não é a capital da Itália e Paris não é a capital da Inglaterra.
c) Milão não é a capital da Itália ou Paris não é a capital da Inglaterra.
d) Paris não é a capital da Inglaterra.
e) Milão é a capital da Itália e Paris não é a capital da Inglaterra.

2. (MPOG – 2009) A negação de “Maria comprou uma blusa nova e foi ao cinema com José” é:
a) Maria não comprou uma blusa nova ou não foi ao cinema com José.
b) Maria não comprou uma blusa nova e foi ao cinema sozinha.
c) Maria não comprou uma blusa nova e não foi ao cinema com José.
d) Maria não comprou uma blusa nova e não foi ao cinema.
e) Maria comprou uma blusa nova, mas não foi ao cinema com José

3. (ANEEL – 2006 – ESAF) Dizer que não é verdade que A = B e C = D, é logicamente equivalente a
dizer que é verdade que:
a) A não é B e C não é D.
b) A não é B ou C não é D.
c) A é B ou C não é D.
d) se A não é B, então C é D.
e) se A não é B, então C não é D.

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ATA – Raciocínio Lógico – Prof. Bruno Villar

4. (MF – 2009) A negação da de “Ana ou Pedro vão ao cinema e Maria fica em Casa” é:
a) Ana e Pedro não vão ao cinema ou Maria fica em casa.
b) Ana e Pedro não vão ao cinema ou Maria não fica em casa.
c) Ana ou Pedro vão ao cinema ou Maria não fica em casa.
d) Ana ou Pedro não vão ao cinema e Maria não fica em casa.
e) Ana e Pedro não vão ao cinema e Maria fica em casa.

5. (ATRFB – ESAF – 2012) A negação da proposição “se Paulo estuda, então Marta é atleta” é
logicamente equivalente à proposição
a) Paulo não estuda e Marta não é atleta.
b) Paulo estuda e Marta não é atleta.
c) Paulo estuda ou Marta não é atleta.
d) se Paulo não estuda, então Marta não é atleta.
e) Paulo não estuda ou Marta não é atleta.

6. (ESAF – 2016) A negação da proposição “se choveu, então o voo vai atrasar” pode ser
logicamente descrita por
a) não choveu e o voo não vai atrasar.
b) choveu e o voo não vai atrasar.
c) não choveu ou o voo não vai atrasar
d) se não choveu, então o voo não vai atrasar.
e) choveu ou o voo não vai atrasar.

7. (ESAF – 2013) A negação da proposição “se Curitiba é a capital do Brasil, então Santos é a capital
do Paraná” é logicamente equivalente à proposição:
a) Curitiba não é a capital do Brasil e Santos não é a capital do Paraná.
b) Curitiba não é a capital do Brasil ou Santos não é a capital do Paraná.
c) Curitiba é a capital do Brasil e Santos não é a capital do Paraná.
d) Se Curitiba não é a capital do Brasil, então Santos não é a capital do Paraná.
e) Curitiba é a capital do Brasil ou Santos não é a capital do Paraná.

Gabarito: 1. B 2. A 3. B 4. B 5. B 6. B 7. C

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Tema: Equivalência lógica
As proposições P e Q são equivalentes quando apresentam tabelas verdades idênticas.
Indicamos que p é equivalente a q do seguinte modo: p ⇔ q.

P.q.r − proposições
Referências τ − tautologia
γ − contradição

Dupla Negação ∼ (∼ p) ≡ p

⎪⎧ p ∧p ≡ p
Leis Idempotentes ⎨
⎪⎩ p ∨p ≡ p

⎧⎪ p ∧p ≡ q∧p
Leis Comutativas ⎨
⎪⎩ p ∨p ≡ q∨p

⎧⎪ p ∧(q∧r) ≡ (p ∧ q)∧r
Leis Associativas ⎨
⎩⎪ p ∨ (q∨r) ≡ (p ∨ q)∨r

⎧⎪ p ∨(q∧r) ≡ (p ∨ q)∧ (p ∨r)


Leis Distributivas ⎨
⎪⎩ p ∧(q∨r) ≡ (p ∨ q)∨(p ∧r)

⎧⎪ ∼ (p ∨ q) ≡∼ p∧ ∼ q
Leis de Morgan ⎨
⎩⎪ ∼ (p ∧ q) ≡∼ p∨ ∼ q

⎧ p∨ γ ≡p

⎪ p∧ γ ≡ γ
Leis de Identidade ⎨
⎪ p∧τ ≡p
⎪ p∨τ ≡ τ

⎧ p∨ ∼ p ≡ τ

⎪ p∧ ∼ p ≡ γ
Leis Complementares ⎨
⎪ ∼τ≡γ
⎪ ∼γ ≡τ

p → q ≡∼ (p∧ ∼ q) ≡∼ p ∨ q
Condicional
p → q ≡∼ q→∼ p
∼ (p → q) ≡ p∧ ∼ q
Bicondicional p ↔ q ≡ (p → q)∧ (q→ p)
∼ (p ↔ q) ≡ p ↔∼ q ≡∼ p ↔ q

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Treinamento

1. (AFRFB – 2009) Considere a seguinte proposição: “Se chove ou neva, então o chão fica
molhado”. Sendo assim, pode-se afirmar que:
a) Se o chão está molhado, então choveu ou nevou.
b) Se o chão está molhado, então choveu e nevou.
c) Se o chão está seco, então choveu ou nevou.
d) Se o chão está seco, então não choveu ou não nevou.
e) Se o chão está seco, então não choveu e não nevou

2. (ATRFB – 2009) A afirmação: “João não chegou ou Maria está atrasada” equivale logicamente a:
a) Se João não chegou, Maria está atrasada.
b) João chegou e Maria não está atrasada.
c) Se João chegou, Maria não está atrasada.
d) Se João chegou, Maria está atrasada.
e) João chegou ou Maria não está atrasada.

3. (MTE – AFT – 2010) Um poliedro convexo é regular se e somente se for: um tetraedro ou um


cubo ou um octaedro ou um dodecaedro ou um icosaedro. Logo:
a) Se um poliedro convexo for regular, então ele é um cubo.
b) Se um poliedro convexo não for um cubo, então ele não é regular.
c) Se um poliedro não for um cubo, não for um tetraedro, não for um octaedro, não for um
dodecaedro e não for um icosaedro, então ele não é regular.
d) Um poliedro não é regular se e somente se não for: um tetraedro ou um cubo ou um
octaedro ou um dodecaedro ou um icosaedro.
e) Se um poliedro não for regular, então ele não é um cubo.

4. (TFC – CGU – 2008 – ESAF) Um renomado economista afirma que “A inflação não baixa ou a taxa
de juros aumenta”. Do ponto de vista lógico, a afirmação do renomado economista equivale a
dizer que:
a) se a inflação baixa, então a taxa de juros não aumenta.
b) se a taxa de juros aumenta, então a inflação baixa.
c) se a inflação não baixa, então a taxa de juros aumenta.
d) se a inflação baixa, então a taxa de juros aumenta.
e) se a inflação não baixa, então a taxa de juros não aumenta.

5. (SMF-RJ – 2010) A proposição "um número inteiro é par se e somente se o seu quadrado for
par" equivale logicamente à proposição:
a) se um número inteiro for par, então o seu quadrado é par, e se um número inteiro não for
par, então o seu quadrado não é par.
b) se um número inteiro for ímpar, então o seu quadrado é ímpar.
c) se o quadrado de um número inteiro for ímpar, então o número é ímpar.
d) se um número inteiro for par, então o seu quadrado é par, e se o quadrado de um número
inteiro não for par, então o número não é par.
e) se um número inteiro for par, então o seu quadrado é par.

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6. (AFRFB – ESAF – 2012) A afirmação “A menina tem olhos azuis ou o menino é loiro” tem como
sentença logicamente equivalente:
a) se o menino é loiro, então a menina tem olhos azuis.
b) se a menina tem olhos azuis, então o menino é loiro.
c) se a menina não tem olhos azuis, então o menino é loiro.
d) não é verdade que se a menina tem olhos azuis, então o menino é loiro.
e) não é verdade que se o menino é loiro, então a menina tem olhos azuis.

7. (ESAF – 2016) A proposição “se o voo está atrasado, então o aeroporto está fechado para
decolagens” é logicamente equivalente à proposição:
a) o voo está atrasado e o aeroporto está fechado para decolagens.
b) o voo não está atrasado e o aeroporto não está fechado para decolagens.
c) o voo está atrasado, se e somente se, o aeroporto está fechado para decolagens.
d) se o voo não está atrasado, então o aeroporto não está fechado para decolagens.
e) o voo não está atrasado ou o aeroporto está fechado para decolagens.

8. (APO – 2010) Sejam F e G duas proposições e ∼ F e ∼ G suas respectivas negações. Marque a


opção que equivale logicamente à proposição composta: F se e somente se G.
a) F implica G e ∼ G implica F.
b) F implica G e ∼ F implica ∼ G .
c) Se F então G e se ∼ F então G.
d) F implica G e ∼ G implica ∼ F .
e) F se e somente se ∼ G .

9. (ESAF – 2015) Dizer que “Se Marco é marinheiro, então Míriam é mãe” equivale a dizer que
a) se Míriam é mãe, Marco não é marinheiro.
b) se Marco não é marinheiro, então Míriam não é mãe.
c) se Míriam não é mãe, então Marco não é marinheiro.
d) Marco é marinheiro ou Míriam é mãe.
e) Marco não é marinheiro e Míriam não é mãe.

Gabarito: 1. E 2. D 3. E 4. D 5. A 6. C 7. E 8. B 9. C

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Lógica de primeira ou quantificadores

I. Quantificador universal: ∀ (lê-se “qualquer que seja”, ou, ainda, “para todo”).
II. Quantificadores existenciais: ∃ (lê-se “existe pelo menos um”) e ∃ | (lê-se “existe um").

Relação entre Proposições e Conjuntos

Tipos de Proposições Categóricas


Chamam-se de proposições categóricas proposições simples e diretas na forma de sujeito-
predicado.
Elas apresentam de quatro tipos:
A: Todo M é N.
B: Nenhum M é N. (Todo M não é N.)
C: Algum M é N.
D: Algum M não é N.
Em que:
A é uma proposição universal afirmativa.
B é uma proposição universal negativa.
C é uma proposição particular afirmativa.
D é uma proposição particular negativa.

Relação entre Conjuntos e Proposições


Caso 01: Todo M é N.

Essa relação mostra que o conjunto M está dentro do conjunto N. Logo, M é subconjunto de N.
Exemplo: Todo homem é sábio.
O conjunto homem está dentro do conjunto sábio.

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Caso 02: Nenhum M é N.

O termo nenhum tem a função de exclusão, por isso os conjuntos não possuem elementos
comuns. Logo, M e N são conjuntos distintos.

Caso 03: Algum M é N.

A palavra algum representa elemento comum, isto é, que pertence aos dois conjuntos ao
mesmo tempo. Logo M∩N (intersecção de conjuntos).

Caso 04: Algum M não é N.

Nesse caso, a expressão representa um elemento que pertence ao conjunto M, mas não
pertence ao conjunto. Logo M – N (diferença de conjuntos).
Cuidado! “Algum M não é N” é equivalente a “Algum não N é M”. Agora “Algum M não é N” é
diferente de “Algum N não é M”, conforme vemos no diagrama abaixo:

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Tema: Argumento

O argumento lógico é um conjunto de premissas que resultam em uma conclusão (P1,P2,...Pn ⇒ C).

1º caso: argumento formado por quantificadores

Caso 1: todo e todo

1. (PF – CESPE – 2004) É válido o seguinte argumento: Todo cachorro é verde, e tudo que é verde
é vegetal, logo todo cachorro é vegetal.
( ) Certo   ( ) Errado

2. (CESPE) Considere como premissas as proposições “Todos os hobits são baixinhos” e “Todos
os habitantes da Colina são hobits”, e, como conclusão, a proposição “Todos os baixinhos são
habitantes da Colina”. Nesse caso, essas três proposições constituem um raciocínio válido.
( ) Certo   ( ) Errado

Caso 2: Todo e algum

3. (PC-ES – CESPE – 2011) Nessas condições, é correto concluir que o argumento de premissas
P1 e P2 e conclusão P3 é válido. Se as premissas P1 e P2 de um argumento forem dadas,
respectivamente, por "Todos os leões são pardos" e "Existem gatos que são pardos", e a sua
conclusão P3 for dada por "Existem gatos que são leões", então essa sequência de proposições
constituirá um argumento válido.
( ) Certo   ( ) Errado

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Caso 3: Todo e Nenhum

4. Considere uma argumentação em que duas premissas são da forma Nenhum A é B. Todo C é A
e a conclusão é da forma “Nenhum C é B”. Essa argumentação não pode ser considerada válida
( ) Certo   ( ) Errado

Caso 4: Nenhum e algum

5. (ESAF) Se é verdade que “Alguns A são R” e que “Nenhum G é R”, então é necessariamente
verdadeiro que:
a) algum A não é G;
b) algum A é G.
c) nenhum A é G;
d) algum G é A;
e) nenhum G é A.

6. (ESAF) Se é verdade que “alguns escritores são poetas” e que “nenhum músico é poeta”, então,
também é necessariamente verdade que
a) nenhum músico é escritor.
b) algum escritor é músico.
c) algum músico é escritor.
d) algum escritor não é músico.
e) nenhum escritor é músico.

7. (MPOG – 2009) Considerando as seguintes proposições: “Alguns filósofos são matemáticos” e


“não é verdade que algum poeta é matemático”, pode-se concluir apenas que:
a) algum filósofo é poeta.
b) algum poeta é filósofo.
c) nenhum poeta é filósofo.
d) nenhum filósofo é poeta.
e) algum filósofo não é poeta.

8. (ATA – ESAF – 2012) Em uma cidade as seguintes premissas são verdadeiras:


Nenhum professor é rico. Alguns políticos são ricos.
Então, pode-se afirmar que:
a) Nenhum professor é político.
b) Alguns professores são políticos.
c) Alguns políticos são professores.
d) Alguns políticos não são professores.
e) Nenhum político é professor.

Gabarito: 1. Certo 2. Errado 3. Errado 4. Errado 5. A 6. D 7. E 8. D

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ATA – Raciocínio Lógico – Prof. Bruno Villar

Questões especiais

1. (SERPRO – 2001 – ESAF) Todos os alunos de matemática são, também, alunos de inglês, mas
nenhum aluno de inglês é aluno de história. Todos os alunos de português são também alunos
de informática, e alguns alunos de informática são também alunos de história. Como nenhum
aluno de informática é aluno de inglês, e como nenhum aluno de português é aluno de história,
então:
a) pelo menos um aluno de português é aluno de inglês.
b) pelo menos um aluno de matemática é aluno de história.
c) nenhum aluno de português é aluno de matemática.
d) todos os alunos de informática são alunos de matemática.
e) todos os alunos de informática são alunos de português.

2. (MPOG – 2009) Numa empresa de nanotecnologia, sabe-se que todos os mecânicos são
engenheiros e que todos os engenheiros são pós-graduados. Se alguns administradores da
empresa também são engenheiros, pode-se afirmar que, nessa empresa:
a) todos os administradores são pós-graduados.
b) alguns administradores são pós-graduados.
c) há mecânicos não pós-graduados.
d) todos os trabalhadores são pós-graduados.
e) nem todos os engenheiros são pós-graduados

2º caso: argumento sem quantificadores


A relação entre premissas e conclusão é uma implicação lógica; por isso, para que o argumento
seja validado, é necessário que a relação entre a premissa e a conclusão seja verdadeira.
Na tabela a seguir, temos as possíveis situações para o nosso argumento ser válido.

PREMISSA (P) CONCLUSÃO (C) P⇒C


VERDADEIRA VERDADEIRA VÁLIDO
FALSA VERDADEIRA VÁLIDO
FALSA FALSA VÁLIDO

Gabarito: 1. C 2. B

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Treinamento

1. (ATA – ESAF – 2012) Se Marta é estudante, então Pedro não é professor. Se Pedro não é
professor, então Murilo trabalha. Se Murilo trabalha, então hoje não é domingo. Ora, hoje é
domingo.
Logo,
a) Marta não é estudante e Murilo trabalha.
b) Marta não é estudante e Murilo não trabalha.
c) Marta é estudante ou Murilo trabalha.
d) Marta é estudante e Pedro é professor.
e) Murilo trabalha e Pedro é professor.

2. (ATRFB – ESAF – 2012) Se Paulo é irmão de Ana, então Natália é prima de Carlos. Se Natália é
prima de Carlos, então Marta não é mãe de Rodrigo. Se Marta não é mãe de Rodrigo, então
Leila é tia de Maria. Ora, Leila não é tia de Maria. Logo
a) Marta não é mãe de Rodrigo e Paulo é irmão de Ana.
b) Marta é mãe de Rodrigo e Natália é prima de Carlos.
c) Marta não é mãe de Rodrigo e Natália é prima de Carlos.
d) Marta é mãe de Rodrigo e Paulo não é irmão de Ana.
e) Natália não é prima de Carlos e Marta não é mãe de Rodrigo.

3. (AFRFB – ESAF – 2012) Caso ou compro uma bicicleta. Viajo ou não caso. Vou morar em
Pasárgada ou não compro uma bicicleta. Ora, não vou morar em Pasárgada. Assim,
a) não viajo e caso.
b) viajo e caso.
c) não vou morar em Pasárgada e não viajo.
d) compro uma bicicleta e não viajo.
e) compro uma bicicleta e viajo.

4. (ESAF – 2016) Considere verdadeiras as premissas a seguir:


•• Se Paulo é médico, então Sandra não é estudante.
•• Se Sandra não é estudante, então Ana é secretária.
•• Ou Ana não é secretária, ou Marina é enfermeira.
•• Marina não é enfermeira.
Logo, pode-se concluir que:
a) Paulo é médico ou Ana é secretária
b) Sandra é estudante e Paulo é médico
c) Ana não é secretária e Sandra não é estudante.
d) Paulo é médico ou Ana não é secretária.
e) Sandra não é estudante e Paulo é médico.

488 www.acasadoconcurseiro.com.br
ATA – Raciocínio Lógico – Prof. Bruno Villar

5. (ESAF – 2014) Em um argumento, as seguintes premissas são verdadeiras:


•• Se o Brasil vencer o jogo, então a França não se classifica.
•• Se a França não se classificar, então a Itália se classifica.
•• Se a Itália se classificar, então a Polônia não se classifica.
•• A Polônia se classificou.
Logo, pode-se afirmar corretamente que:
a) a Itália e a França se classificaram
b) a Itália se classificou e o Brasil não venceu o jogo.
c) a França se classificou ou o Brasil venceu o jogo
d) a França se classificou e o Brasil venceu o jogo.
e) a França se classificou se, e somente se, o Brasil venceu o jogo.

6. (ESAF – 2014) As seguintes premissas são verdadeiras:


•• Se Paulo não trabalha terça-feira, então Maria trabalha sábado.
•• Se Ana não trabalha domingo, então Samuel não trabalha sexta-feira.
•• Se Samuel trabalha sexta-feira, então Maria não trabalha sábado.
•• Samuel trabalha sexta-feira.
Logo, pode-se afirmar que:
a) Paulo trabalha terça-feira e Maria trabalha sábado.
b) Paulo não trabalha terça-feira ou Maria trabalha sábado
c) Maria trabalha sábado e Ana não trabalha domingo.
d) Ana não trabalha domingo e Paulo trabalha terça-feira.
e) Se Maria trabalha sábado, então Ana não trabalha domingo.

7. Considere verdadeiras as premissas a seguir:


•• se Ana é professora, então Paulo é médico;
•• ou Paulo não é médico, ou Marta é estudante;
•• Marta não é estudante.
Sabendo-se que os três itens listados acima são as únicas premissas do argumento, pode-se
concluir que:
a) Ana é professora.
b) Ana não é professora e Paulo é médico.
c) Ana não é professora ou Paulo é médico.
d) Marta não é estudante e Ana é Professora.
e) Ana é professora ou Paulo é médico.

Gabarito: 1. B 2. D 3. B 4. D 5. C 6. E 7. C

www.acasadoconcurseiro.com.br 489
Tema: Raciocínio Analítico (conteúdo implícito)

1. (MPOG – ESAF – 2006) Sete meninos, Armando, Bernardo, Cláudio, Délcio, Eduardo, Fábio e
Gelson, estudam no mesmo colégio e na mesma turma de aula. A direção da escola acredita
que se esses meninos forem distribuídos em duas diferentes turmas de aula haverá um
aumento em suas respectivas notas. A direção propõe, então, a formação de duas diferentes
turmas: a turma T1 com 4 alunos e a turma T2 com 3 alunos. Dada as características dos alunos,
na formação das novas turmas, Bernardo e Délcio devem estar na mesma turma. Armando não
pode estar na mesma turma nem com Bernardo, nem com Cláudio. Sabe-se que, na formação
das turmas, Armando e Fábio foram colocados na turma T1. Então, necessariamente, na turma
T2, foram colocados os seguintes alunos:
a) Cláudio, Délcio e Gelson.
b) Bernardo, Cláudio e Gelson.
c) Cláudio, Délcio e Eduardo.
d) Bernardo, Cláudio e Délcio.
e) Bernardo, Cláudio e Eduardo.

2. (AFC – ESAF – 2006) Cinco irmãs nasceram, cada uma, em um Estado diferente do Brasil. Lúcia é
morena como a cearense, é mais moça do que a gaúcha e mais velha do que Maria. A cearense,
a paulista e Helena gostam de teatro tanto quanto Norma. A paulista, a mineira e Lúcia são,
todas, psicólogas. A mineira costuma ir ao cinema com Helena e Paula. A paulista é mais moça
do que a goiana, mas é mais velha do que a mineira; esta, por sua vez, é mais velha do que
Paula. Logo:
a) Norma é gaúcha, a goiana é mais velha do que a mineira, e Helena é mais moça do que a
paulista.
b) Paula é gaúcha, Lúcia é mais velha do que Helena, e a mineira é mais velha do que Maria.
c) Norma é mineira, a goiana é mais velha do que a gaúcha, e Maria é mais moça do que a
cearense.
d) Lúcia é goiana, a gaúcha é mais moça do que a cearense, e Norma é mais velha do que a
mineira.
e) Paula é cearense, Lúcia é mais velha do que a paulista, e Norma é mais moça do que a
gaúcha.

3. (MPU – Administrativa – 2004 – ESAF) Em torno de uma mesa quadrada, encontram-se sentados
quatro sindicalistas. Oliveira, o mais antigo entre eles, é mineiro. Há também um paulista, um
carioca e um baiano. Paulo está sentado à direita de Oliveira. Norton, à direita do paulista. Por
sua vez, Vasconcelos, que não é carioca, encontra-se à frente de Paulo. Assim,
a) Paulo é paulista e Vasconcelos é baiano.
b) Paulo é carioca e Vasconcelos é baiano.
c) Norton é baiano e Vasconcelos é paulista.
d) Norton é carioca e Vasconcelos é paulista.
e) Paulo é baiano e Vasconcelos é paulista.

490 www.acasadoconcurseiro.com.br
ATA – Raciocínio Lógico – Prof. Bruno Villar

4. (AFRFB – 2009) Três meninos, Zezé, Zozó e Zuzu, todos vizinhos, moram na mesma rua em três
casas contíguas. Todos os três meninos possuem animais de estimação de raças diferentes e
de cores também diferentes. Sabe-se que o cão mora em uma casa contígua à casa de Zozó; a
calopsita é amarela; Zezé tem um animal de duas cores – branco e laranja – ; a cobra vive na
casa do meio. Assim, os animais de estimação de Zezé, Zozó e Zuzu são, respectivamente:
a) cão, cobra, calopsita.
b) cão, calopsita, cobra.
c) calopsita, cão, cobra.
d) calopsita, cobra, cão.
e) cobra, cão, calopsita.

5. (AFC – CGU – 2003 – 2004 – ESAF) Três homens são levados à presença de um jovem lógico.
Sabe-se que um deles é um honesto marceneiro, que sempre diz a verdade.
Sabe-se, também, que um outro é um pedreiro, igualmente honesto e trabalhador, mas que
tem o estranho costume de sempre mentir, de jamais dizer a verdade. Sabe-se, ainda, que o
restante é um vulgar ladrão que ora mente, ora diz a verdade. O problema é que não se sabe
quem, entre eles, é quem. À frente do jovem lógico, esses três homens fazem, ordenadamente,
as seguintes declarações:
O primeiro diz: “Eu sou o ladrão.”
O segundo diz: “É verdade; ele, o que acabou de falar, é o ladrão.”
O terceiro diz: “Eu sou o ladrão.”
Com base nestas informações, o jovem lógico pode, então, concluir corretamente que:
a) O ladrão é o primeiro e o marceneiro é o terceiro.
b) O ladrão é o primeiro e o marceneiro é o segundo.
c) O pedreiro é o primeiro e o ladrão é o segundo.
d) O pedreiro é o primeiro e o ladrão é o terceiro.
e) O marceneiro é o primeiro e o ladrão é o segundo.

Gabarito: 1. D 2. E 3. A 4. A 5. B

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Informática

Professor Sérgio Spolador

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Edital

INFORMÁTICA: Conceito de Computação em Nuvem (Cloud Computing). 7. Conceitos e modos


de utilização de aplicativos para edição de textos, planilhas e apresentações. 8. Conceitos e
modos de utilização de ferramentas e aplicativos de navegação na Internet, correio eletrônico,
redes sociais, grupos de discussão e de busca. 9. Conceitos básicos sobre ameaças e segurança
da informação.

BANCA: ESAF
CARGO: Assistente Técnico Administrativo

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Informática

WINDOWS 7

Tela de Boas Vindas

A tela de boas-vindas é aquela que você usa para fazer logon no Windows. Ela exibe todas as
contas do computador. Você pode clicar no seu nome de usuário em vez de digitá-lo, e depois
pode trocar facilmente para outra conta com a Troca Rápida de Usuário. No Windows XP, a
tela de boas-vindas pode ser ativada ou desativada. Nesta versão do Windows, não é possível
desativá-la. Por padrão, a Troca Rápida de Usuário está ativada.

A tela de boas-vindas

Starter Home Basic Home Premium Professional Enterprise Ultimate


A versão Tarefas diárias A versão ideal Somente
O melhor do A versão
mais simples mais rápidas e o para quem comercializado
Windows 7 em mais
do Windo- seu fundo de tela utiliza o com- via contrato
seu computador completa do
ws 7. Sem personalizado. putador para o com a Micro-
pessoal Windows 7.
AERO. Sem AERO. trabalho soft.

www.acasadoconcurseiro.com.br 497
Para identificar a edição do Windows 7, clicar no Menu Iniciar, Painel de Controle e abrir o
ícone “Sistema”.

Área de Trabalho

A área de trabalho é a principal área exibida na tela quando você liga o computador e faz logon
no Windows. Ela serve de superfície para o seu trabalho, como se fosse o tampo de uma mesa
real. Quando você abre programas ou pastas, eles são exibidos na área de trabalho. Nela, tam-
bém é possível colocar itens, como arquivos e pastas, e organizá-los como quiser.
A área de trabalho é definida às vezes de forma mais abrangente para incluir a barra de tarefas.
A barra de tarefas fica na parte inferior da tela. Ela mostra quais programas estão em execução
e permite que você alterne entre eles. Ela também contém o botão Iniciar , que pode ser
usado para acessar programas, pastas e configurações do computador.

Trabalhando com Ícones da Área de Trabalho


Ícones são imagens pequenas que representam arquivos, pastas, programas e outros itens. Ao
iniciar o Windows pela primeira vez, você verá pelo menos um ícone na área de trabalho: a Li-
xeira (mais detalhes adiante). O fabricante do computador pode ter adicionado outros ícones à
área de trabalho. Veja a seguir alguns exemplos de ícones da área de trabalho.

Exemplos de ícones da área de trabalho

Se você clicar duas vezes em um ícone da Área de trabalho, o item que ele representa será
iniciado ou aberto.

Adicionando e Removendo Ícones da Área de Trabalho


Você pode escolher os ícones que serão exibidos na área de trabalho, adicionando ou remo-
vendo um ícone a qualquer momento. Algumas pessoas preferem uma área de trabalho limpa,
organizada, com poucos ícones (ou nenhum). Outras preferem colocar dezenas de ícones na
área de trabalho para ter acesso rápido a programas, pastas e arquivos usados com frequência.
Se quiser obter acesso fácil da área de trabalho a seus programas ou arquivos favoritos, crie
atalhos para eles. Um atalho é um ícone que representa um link para um item, em vez do item
em si. Quando você clica em um atalho, o item é aberto. Se você excluir um atalho, somente ele

498 www.acasadoconcurseiro.com.br
ATA – Informática – Prof. Sérgio Spolador

será removido, e não o item original. É possível identificar atalhos pela seta no ícone correspon-
dente.

Um ícone de arquivo (à esquerda) e um ícone de atalho (à direita)

Para Adicionar um Atalho à Área de Trabalho

1. Localize o item para o qual deseja criar um atalho.

2. Clique com o botão direito do mouse no item, clique em Enviar para e em Área de Trabalho
(criar atalho). O ícone de atalho aparecerá na área de trabalho.

Para Adicionar ou Remover Ícones Comuns da Área de Trabalho


Alguns exemplos de ícones comuns da área de trabalho incluem Computador, sua pasta pessoal,
a Lixeira, o Painel de Controle e a Rede.

1. Clique com o botão direito do mouse em uma parte vazia da área de trabalho e clique em
Personalizar (Observação: Essa opção não está disponível na edição do Windows Started).

2. No painel esquerdo, clique em Alterar ícones da área de trabalho.

3. Em Ícones da área de trabalho, marque a caixa de seleção referente a cada ícone que dese-
ja adicionar à área de trabalho ou desmarque a caixa de seleção referente a cada ícone que
deseja remover da área de trabalho. Em seguida, clique em OK.

Para Mover um Arquivo de uma Pasta para a Área de Trabalho

1. Abra a pasta que contém o arquivo.

2. Arraste o arquivo para a área de trabalho.

Para Remover um Ícone da Área de Trabalho


Clique com o botão direito do mouse no ícone e clique em Excluir. Se o ícone for um atalho,
somente ele será removido, e não o item original.

www.acasadoconcurseiro.com.br 499
Movendo Ícones
O Windows empilha os ícones em colunas no lado esquerdo da área de trabalho, mas você não
precisa se prender a essa disposição. Você pode mover um ícone arrastando-o para um novo
local na área de trabalho.
Também pode fazer com que o Windows organize automaticamente os ícones. Clique com o
botão direito do mouse em uma parte vazia da área de trabalho, clique em Exibir e em Orga-
nizar ícones automaticamente. O Windows empilha os ícones no canto superior esquerdo e
os bloqueia nessa posição. Para desbloquear os ícones e tornar a movê-los novamente, clique
outra vez em Organizar ícones automaticamente, apagando a marca de seleção ao lado desta
opção.
Por padrão, o Windows espaça os ícones igualmente em uma grade invisível. Para colocar os
ícones mais perto ou com mais precisão, desative a grade. Clique com o botão direito do mouse
em uma parte vazia da área de trabalho, aponte para “Exibir” e clique em “Alinhar ícones à gra-
de”. Repita essas etapas para reativar a grade.

Selecionando Vários Ícones

Para mover ou excluir um grupo de ícones de uma só


vez, primeiro é necessário selecionar todos eles. Cli-
que em uma parte vazia da área de trabalho e arraste
o mouse. Contorne os ícones que deseja selecionar
com o retângulo que aparecerá. Em seguida, solte o
botão do mouse. Agora você pode arrastar os ícones
como um grupo ou excluí-los.

Ocultando Ícones da Área de Trabalho


Para ocultar temporariamente todos os ícones da área de trabalho sem realmente removê-los,
clique com o botão direito do mouse em uma parte vazia da área de trabalho, clique em “Exi-
bir” e em “Mostrar Ícones da Área de Trabalho” para apagar a marca de seleção dessa opção.
Agora, nenhum ícone aparece na área de trabalho. Para vê-los novamente, clique outra vez em
“Mostrar Ícones da Área de Trabalho”.

Lixeira

Quando você não precisar mais de um arquivo, poderá removê-lo do computador para ganhar
espaço e impedir que o computador fique congestionado com arquivos indesejados. Para ex-
cluir um arquivo, abra a respectiva pasta ou biblioteca e selecione o arquivo. Pressione a tecla
“Delete” no teclado e, na caixa de diálogo Excluir Arquivo, clique em “Sim”.

500 www.acasadoconcurseiro.com.br
ATA – Informática – Prof. Sérgio Spolador

Um arquivo excluído é armazenado temporariamente na Lixeira. Pense nela como uma rede
de segurança que lhe permite recuperar pastas ou arquivos excluídos por engano. De vez em
quando, você deve esvaziar a Lixeira para recuperar o espaço usado pelos arquivos indesejados
no disco rígido.

A Lixeira vazia (à esquerda) e cheia (à direita)

Se tiver certeza de que não precisará mais dos itens excluídos, poderá esvaziar a Lixeira. Ao fa-
zer isso, excluirá permanentemente os itens e recuperará o espaço em disco por eles ocupado.
Regra: Ao recuperar um arquivo da Lixeira ele SEMPRE será colocado no mesmo local onde foi
excluído.
Em situações normais, todos os arquivos são enviados para Lixeira, mas existe algumas exce-
ções:
a) Excluir com a tecla SHIFT pressionada;
b) Excluir de dispositivos com armazenamento removível (pen drive);
c) Excluir da rede.;
d) Configurar o tamanho de Lixeira como “0”.
e) Excluir arquivos maiores que o tamanho da Lixeira;
f) Configurar a Lixeira selecionando a opção “Não mover arquivos para a Lixeira”;
g) Excluir arquivos maiores que o espaço livre da Lixeira faz com que os arquivos mais antigos
sejam excluídos.

Gadgets

O Windows contém miniprogramas chamados Gadgets que oferecem informações rápidas e


acesso fácil a ferramentas usadas com frequência. Por exemplo, você pode usar Gadgets para
exibir uma apresentação de slides ou exibir manchetes atualizadas continuamente. Alguns Gad-
gets incluídos no Windows 7 são: Apresentação de Slides , Calendário, Conversor de Moedas,
Manchetes do Feed, Medidor de CPU, Quebra-cabeças de Imagens, Relógio e Tempo.

www.acasadoconcurseiro.com.br 501
Menu Iniciar

O Menu Iniciar é o portão de entrada para programas, pastas e configurações do computador.


Ele se chama menu, pois oferece uma lista de opções, exatamente como o menu de um restau-
rante. E como a palavra “iniciar” já diz, é o local onde você iniciará ou abrirá itens.
Use o menu Iniciar para fazer as seguintes atividades comuns:
•• Iniciar programas
•• Abrir pastas usadas com frequência (bibliotecas)
•• Pesquisar arquivos, pastas e programas
•• Ajustar configurações do computador (Painel de Controle)
•• Obter ajuda com o sistema operacional Windows
•• Desligar o computador ou fazer logoff do Windows ou alternar para outra conta de usuário
Para abrir o Menu Iniciar, clique no botão Iniciar no canto inferior esquerdo da tela, ou pres-
sione a tecla de logotipo do Windows no teclado.
O Menu Iniciar tem duas partes básicas:
•• O painel esquerdo grande mostra uma lista breve de programas no computador. Pode haver varia-
ções na aparência dessa lista porque o fabricante do computador tem autonomia para personali-
zá-la. Clique em Todos os Programas para exibir uma lista completa de programas (mais informa-
ções adiante). Na parte inferior do painel esquerdo está a caixa de pesquisa, que permite que você
procure programas e arquivos no computador digitando os termos de pesquisa.
•• O painel direito dá acesso a pastas, arquivos, configurações e recursos mais usados. Nele
também é possível fazer logoff do Windows ou desligar o computador.

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ATA – Informática – Prof. Sérgio Spolador

Abrindo Programas a Partir do Menu Iniciar


Um dos usos mais comuns do Menu Iniciar é abrir programas instalados no computador. Para
abrir um programa mostrado no painel esquerdo do Menu Iniciar, clique nele. Isso abrirá o pro-
grama e fechará o Menu Iniciar.
Se você não vir o programa que deseja, clique em Todos os Programas na parte inferior do pai-
nel esquerdo. O painel exibirá uma longa lista de programas, em ordem alfabética, seguida por
uma lista de pastas.
Se você clicar em um dos ícones de programa, ele será inicializado e o menu Iniciar será fecha-
do. O que há dentro das pastas? Mais programas. Clique em Acessórios, por exemplo, e uma
lista de programas armazenados nessa pasta aparecerá. Clique em qualquer programa para
abri-lo. Para voltar aos programas que você viu quando abriu o menu Iniciar pela primeira vez,
clique em “Voltar” perto da parte inferior do menu.
Se você não tiver certeza do que um programa faz, mova o ponteiro sobre o respectivo ícone ou
nome. Aparecerá uma caixa com uma descrição do programa. Por exemplo, a ação de apontar
para a Calculadora exibe esta mensagem: “Executa tarefas aritméticas básicas com uma calcu-
ladora na tela”. Isso funciona também para itens no painel direito do Menu Iniciar.
Você notará que, com o tempo, as listas de programas no menu Iniciar vão sendo alteradas.
Isso acontece por dois motivos. Em primeiro lugar, quando você instala novos programas, eles
são adicionados à lista Todos os Programas. Em segundo lugar, o menu Iniciar detecta quais
programas você usa mais e os substitui no painel esquerdo para acesso rápido.

O que está no painel esquerdo?


O painel esquerdo do Menu Iniciar contém links para os programas que você utiliza com mais
frequência. Segue uma descrição da distribuição dos ícones, de cima para baixo:
•• Ícones dos programas fixados no Menu Iniciar – Em uma instalação normal do Windows 7,
nenhum programa fica nesta parte superior do menu Iniciar.
•• Ícones dos programas mais utilizados – Os dez programas mais usados aparecem na lista.
Se quiser remove algum programa da lista, basta clicar em Remover desta lista.
•• Todos os Programas – Lista de Todos os programas instalados no computador.
•• Pesquisa – Permite pesquisar itens como arquivos, pastas, programas e-mails e outros.

O que está no painel direito?


O painel direito do Menu Iniciar contém links para partes do Windows que você provavelmente
usará com mais frequência. Aqui estão elas, de cima para baixo:
•• Pasta pessoal. Abre a pasta pessoal, que recebe o nome de quem está conectado no mo-
mento ao Windows. Por exemplo, se o usuário atual for Luciana Ramos, a pasta se chamará
Luciana Ramos. Esta pasta, por sua vez, contém arquivos específicos do usuário, como as
pastas Meus Documentos, Minhas Músicas, Minhas Imagens e Meus Vídeos.
•• Documentos. Abre a biblioteca Documentos, na qual é possível acessar e abrir arquivos de
texto, planilhas, apresentações e outros tipos de documentos.

www.acasadoconcurseiro.com.br 503
•• Imagens. Abre a biblioteca Imagens, na qual é possível acessar e exibir imagens digitais e
arquivos gráficos.
•• Música. Abre a biblioteca Músicas, na qual é possível acessar e tocar música e outros arqui-
vos de áudio.
•• Jogos. Abre a pasta Jogos, na qual é possível acessar todos os jogos no computador.
•• Computador. Abre uma janela na qual é possível acessar unidades de disco, câmeras, im-
pressoras, scanners e outros hardwares conectados ao computador.
•• Painel de Controle. Abre o Painel de Controle, no qual é possível personalizar a aparência
e a funcionalidade do computador, instalar ou desinstalar programas, configurar conexões
de rede e gerenciar contas de usuário.
•• Dispositivos e Impressoras. Abre uma janela onde é possível exibir informações sobre a im-
pressora, o mouse e outros dispositivos instalados no seu computador.
•• Programas Padrão. Abre uma janela onde é possível selecionar qual programa você deseja
que o Windows use para determinada atividade, como navegação na Web.
•• Ajuda e Suporte. Abre a Ajuda e Suporte do Windows onde você pode procurar e pesquisar
tópicos da Ajuda sobre como usar o Windows e o computador.
•• Na parte inferior do painel direito está o botão de Desligar. Clique no botão Desligar para
desligar o computador.

Personalizar o Menu Iniciar


Você pode controlar quais itens aparecerão no Menu Iniciar. Por exemplo, você pode adicionar
ícones de seus programas favoritos ao Menu Iniciar para acesso rápido ou remover programas
da lista. Você também pode ocultar ou mostrar certos itens no painel direito. Para isso, clique
com botão da direita do mouse sobre um o Menu Iniciar e selecione “Propriedades”.

Barra de Tarefas

A barra de tarefas é aquela barra longa horizontal na parte inferior da tela. Diferentemente da
área de trabalho, que pode ficar obscurecida devido às várias janelas abertas, a barra de tarefas
está quase sempre visível. Ela possui três seções principais:
•• O botão Iniciar , que abre o Menu Iniciar.
•• A seção intermediária, que mostra quais programas e arquivos estão abertos e permite que
você alterne rapidamente entre eles.
•• A área de notificação, que inclui um relógio e ícones (pequenas imagens) que comunicam o
status de determinados programas e das configurações do computador.
No Windows XP, ao lado no Menu Iniciar aparecia a “Barra de Inicialização Rápida” que não
existe no Windows 7, pois agora temos a opção de “Fixar” os programas na Barra de Tarefas.
Como é provável que você use a seção intermediária da barra de tarefas com mais frequência,
vamos abordá-la primeiro.

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ATA – Informática – Prof. Sérgio Spolador

Manter o Controle das Janelas


Se você abrir mais de um programa ou arquivo ao mesmo tempo, as janelas rapidamente co-
meçarão a se acumular na área de trabalho. Como as janelas costumam encobrir umas às ou-
tras ou ocupar a tela inteira, às vezes fica difícil ver o que está por baixo ou lembrar do que já
foi aberto.
É aí que a barra de tarefas entra em ação. Sempre que você abre um programa, uma pasta ou
um arquivo, o Windows cria um botão na barra de tarefas correspondente a esse item. Esse
botão exibe um ícone que representa o programa aberto. Na figura abaixo, dois programas
estão abertos (a Calculadora e o Campo Minado) e cada um tem seu próprio botão na barra de
tarefas.

Cada programa possui seu próprio botão na barra de tarefas

Observe que o botão na barra de tarefas para o Campo Minado está realçado. Isso indica que
o Campo Minado é a janela ativa, ou seja, que está na frente das demais janelas abertas e que
você pode interagir imediatamente com ele.
Para alternar para outra janela, clique no botão da barra de tarefas. Neste exemplo, se você
clicar no botão da barra de tarefas referente à Calculadora, sua janela será trazida para frente.

Clique em um botão da barra de tarefas para alternar para a janela correspondente

Clicar em botões da barra de tarefas é apenas uma das diversas formas de alternar entre janelas.

www.acasadoconcurseiro.com.br 505
Minimizar e Restaurar Janelas
Quando uma janela está ativa (seu botão da barra de tarefas aparece realçado), o clique no
botão correspondente minimiza a janela. Isso significa que a janela desaparece da área de tra-
balho. Minimizar uma janela não a fecha, nem exclui seu conteúdo. Simplesmente a remove da
área de trabalho temporariamente.
Na figura abaixo, a Calculadora foi minimizada, mas não fechada. Você sabe que ela ainda está
em execução porque existe um botão na barra de tarefas.

A ação de minimizar a Calculadora deixa visível somente seu botão da barra de tarefas

Também é possível minimizar uma janela clicando no botão de minimizar, no canto superior
direito da janela.

Botão Minimizar (à esquerda)

Para restaurar uma janela minimizada (fazê-la aparecer novamente na área de trabalho), clique
no respectivo botão da barra de tarefas.

Ver Visualizações das Janelas Abertas


Quando você move o ponteiro do mouse para um botão da barra de tarefas, uma pequena ima-
gem aparece mostrando uma versão em miniatura da janela correspondente. Essa visualização,
também chamada de miniatura, é muito útil. Além disso, se uma das janelas tiver execução de
vídeo ou animação, você verá na visualização.
Você poderá visualizar as miniaturas apenas se o Aero puder ser executado no seu computador
e você estiver executando um tema do Windows 7.

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ATA – Informática – Prof. Sérgio Spolador

Área de Notificação

A área de notificação, na extrema direita da barra de tarefas, inclui um relógio e um grupo de


ícones. Ela tem a seguinte aparência:

À esquerda os ícones comuns em um computador de mesa e à direita de um notebook.

Esses ícones comunicam o status de algum item no computador ou fornecem acesso a deter-
minadas configurações. O conjunto de ícones que você verá varia em função dos programas ou
serviços instalados e de como o fabricante configurou seu computador.
Quando você mover o ponteiro para um determinado ícone, verá o nome desse ícone e o status
de uma configuração. Por exemplo, apontar para o ícone de volume mostrará o nível de vo-
lume atual do computador. Apontar para o ícone de rede informará se você está conectado a
uma rede, qual a velocidade da conexão e a intensidade do sinal.
Na Área de Notificação temos um recurso novo do Windows 7, a “Central de Ações”. Ela é um
local central para exibir alertas e tomar providências que podem ajudar a executar o Windows
uniformemente. A Central de Ações lista mensagens importantes sobre configurações de segu-
rança e manutenção que precisam da sua atenção. Os itens em vermelho na Central de Ações
são rotulados como Importante e indicam problemas significativos que devem ser resolvidos
logo, como um programa antivírus que precisa ser atualizado. Os itens em amarelo são tarefas
sugeridas que você deve considerar executar, como tarefas de manutenção recomendadas.
Em geral, o clique simples em um ícone na área de notificação abre o programa ou a configura-
ção associada a ele. Por exemplo, a ação de clicar uma vez no ícone de volume abre os contro-
les de volume. O clique simples no ícone de rede abre a Central de Rede e Compartilhamento.
De vez em quando, um ícone na área de notificação exibirá uma pequena janela pop-up (de-
nominada notificação) para informá-lo sobre algo. Por exemplo, depois de adicionar um novo
dispositivo de hardware ao seu computador, é provável que você veja o seguinte:

A área de notificação exibe uma mensagem depois que o novo hardware é instalado

Clique no botão Fechar no canto superior direito da notificação para descartá-la. Se você não
fizer nada, a notificação desaparecerá após alguns segundos.

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Para evitar confusão, o Windows oculta ícones na área de notificação quando você fica um
tempo sem usá-los. Se os ícones estiverem ocultos, clique no botão “Mostrar ícones ocultos”
para exibi-los temporariamente.

Personalizar a Barra de Tarefas


Existem muitas formas de personalizar a barra de tarefas de acordo com as suas preferências.
Por exemplo, você pode mover a barra de tarefas inteira para a esquerda, para a direita ou para
a borda superior da tela. Também pode alargar a barra de tarefas, fazer com que o Windows a
oculte automaticamente quando não estiver em uso e adicionar barras de ferramentas a ela.
Para isso, clique com botão da direita do mouse sobre uma área sem ícones na Barra de Tarefas
e selecione Propriedades.

Desligando o Computador

Quando você termina de usar o computador, é importante desligá-lo corretamente não apenas
para economizar energia, mas também para garantir que os dados sejam salvos e para ajudar a
mantê-lo mais seguro. Há três maneiras de desligar o computador: pressionando o botão liga/
desliga do computador, usando o botão Desligar no Menu Iniciar e, caso tenha um laptop, fe-
chando a tampa.

Use o Botão Desligar no Menu Iniciar


Para desligar o computador usando o menu Iniciar, clique no botão Iniciar e, no canto inferior
direito desse menu, clique em Desligar.
Quando você clicar em Desligar, o computador fechará todos os programas abertos, juntamente
com o próprio Windows, para em seguida desligar completamente o computador e a tela. O
desligamento não salva seu trabalho; portanto, primeiro salve seus arquivos.

Clique na seta ao lado do botão Desligar para ver mais opções.

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Para Alterar as Configurações do Botão Desligar


Por padrão, o botão Desligar desliga o computador. Mas você pode alterar o que acontece
quando clica nesse botão.

1. Clique para abrir a Barra de Tarefas e as Propriedades do Menu Iniciar.

2. Clique na guia Menu Iniciar.

3. Na lista Ação do botão de energia, clique em um item e em OK.


O botão Desligar também pode assumir uma outra forma. Se você tiver configurado o compu-
tador para receber atualizações automáticas do “Windows Update” e elas estiverem prontas
para ser instaladas, o botão Desligar terá a seguinte aparência:

O botão Desligar (instalar atualizações e desligar)

Nesse caso, ao se clicar no botão Desligar, o Windows instala as atualizações e desliga seu com-
putador.
A ação de iniciar o computador após seu desligamento demora mais do que iniciá-lo quando
ele está em modo de suspensão.

Usando o Modo de Suspensão


Você pode colocar seu computador em suspensão, em vez de desligá-lo. Quando o computador
está em suspensão, o vídeo se desliga e, geralmente, a ventoinha para. Geralmente, uma luz na
parte externa do gabinete do computador pisca ou fica amarela para indicar que o computador
está em suspensão. Todo o processo leva apenas alguns segundos.
Como o Windows se lembrará do que você estava fazendo, não é necessário fechar os progra-
mas e arquivos antes de colocar o computador em suspensão. Mas convém salvar seu trabalho
antes de colocar o computador em qualquer modo de baixo consumo de energia. Na próxima
vez que você ligar o computador (e inserir sua senha, se necessário), a aparência da tela será
exatamente igual a quando você desligou o computador.
Para ativar o computador, pressione o botão de energia no gabinete do computador. Como
você não precisa esperar o Windows iniciar, o computador é ativado em segundos e você pode
voltar ao trabalho quase imediatamente.
Enquanto está em suspensão, o computador usa pouca energia para manter seu trabalho na
memória. Se você estiver usando um laptop, não se preocupe. A bateria não será descarregada.
Se o computador ficar muitas horas em suspensão ou se a bateria estiver acabando, seu traba-
lho será salvo no disco rígido e o computador será desligado de vez, sem consumir energia.

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Quando Desligar
Ainda que colocar o computador em suspensão seja uma maneira rápida de desligá-lo e a me-
lhor opção para retomar o trabalho rapidamente, há situações em que é necessário desligá-lo
completamente:
•• Ao adicionar ou atualizar hardware no interior do computador (por exemplo, instalar me-
mória, disco rígido, placa de som ou placa de vídeo). Desligue o computador e desconecte-
-o da fonte de energia antes de prosseguir com a atualização.
•• Ao se adicionar uma impressora, um monitor, uma unidade externa ou outro dispositivo
de hardware que não se conecta a uma porta USB ou IEEE 1394 no computador. Desligue o
computador antes de conectar o dispositivo.
Ao adicionar hardware que usa um cabo USB, não é necessário desligar o computador primei-
ro. A maioria dos dispositivos mais novos usa cabos USB. Esta é a aparência de um cabo USB:

Cabo USB

Usuários de Laptop: Fechar a Tampa


Se tiver um laptop, há uma maneira mais fácil ainda de desligar o computador: fechando a tam-
pa. Você pode escolher se o computador será colocado em suspensão, desligará ou entrará em
outro estado de economia de energia. Se preferir, desligue o laptop pressionando o respectivo
botão de energia. Para escolher a ação abra o Painel de Controle, Opções de Energia, no lado
esquerdo você encontra a opção “Escolher a função do fechamento da tampa”.

Trabalhando com Janelas

Sempre que você abre um programa, um arquivo ou uma pasta, ele aparece na tela em uma
caixa ou moldura chamada janela (daí o nome atribuído ao sistema operacional Windows, que
significa Janelas em inglês). Como as janelas estão em toda parte no Windows, é importante
saber como movê-las, alterar seu tamanho ou simplesmente fazê-las desaparecer.

Partes de uma Janela


Embora o conteúdo de cada janela seja diferente, todas as janelas têm algumas coisas em co-
mum. Em primeiro lugar, elas sempre aparecem na área de trabalho, a principal área da tela.
Além disso, a maioria das janelas possuem as mesmas partes básicas.

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Partes de uma janela típica

•• Barra de título. Exibe o nome do documento e do programa (ou o nome da pasta, se você
estiver trabalhando em uma pasta).
•• Botões Minimizar, Maximizar e Fechar. Estes botões permitem ocultar a janela, alargá-la
para preencher a tela inteira e fechá-la, respectivamente (mais detalhes sobre eles em bre-
ve).
•• Barra de menus. Contém itens nos quais você pode clicar para fazer escolhas em um pro-
grama.
•• Barra de rolagem. Permite rolar o conteúdo da janela para ver informações que estão fora
de visão no momento.
•• Bordas e cantos. É possível arrastá-los com o ponteiro do mouse para alterar o tamanho da
janela.

Outras janelas podem ter botões, caixas ou barras adicionais, mas normalmente também têm
as partes básicas.

Movendo uma Janela

Para mover uma janela, aponte para sua barra de título com o ponteiro do mouse . Em se-
guida, arraste a janela para o local desejado. (Arrastar significa apontar para um item, manter
pressionado o botão do mouse, mover o item com o ponteiro e depois soltar o botão do mou-
se).

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Alterando o Tamanho de uma Janela
•• Para que uma janela ocupe a tela inteira, clique em seu botão Maximizar ou clique
duas vezes na barra de título da janela.
•• Para retornar uma janela maximizada ao tamanho anterior, clique em seu botão Restaurar
(ele é exibido no lugar do botão Maximizar). ou clique duas vezes na barra de título da
janela.
•• Para redimensionar uma janela (torná-la menor ou maior), aponte para qualquer borda ou
canto da janela. Quando o ponteiro do mouse mudar para uma seta de duas pontas (veja a
figura abaixo), arraste a borda ou o canto para encolher ou alargar a janela.

Arraste a borda ou o canto de uma janela para redimensioná-la

Não é possível redimensionar uma janela maximizada. Você deve primeiro restaurá-la ao
tamanho anterior.
Embora a maioria das janelas possa ser maximizada e redimensionada, existem algumas janelas
que têm tamanho fixo, como as caixas de diálogo.

Ocultando uma Janela


Minimizar uma janela é o mesmo que ocultá-la. Se você deseja tirar uma janela temporariamente
do caminho sem fechá-la, minimize-a.
Para minimizar uma janela, clique em seu botão Minimizar . A janela desaparecerá da área
de trabalho e ficará visível somente como um botão na barra de tarefas, aquela barra longa ho-
rizontal na parte inferior da tela.

Botão da barra de tarefas

Para fazer uma janela minimizada aparecer novamente na área de trabalho, clique em seu res-
pectivo botão da barra de tarefas. A janela aparecerá exatamente como estava antes de ser
minimizada.

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Fechando uma Janela


O fechamento de uma janela a remove da área de trabalho e da barra de tarefas. Se você tiver
terminado de trabalhar com um programa ou documento e não precisar retornar a ele imedia-
tamente, feche-o.
Para fechar uma janela, clique em seu botão Fechar . Se você fechar um documento sem
salvar as alterações feitas, aparecerá uma mensagem dando-lhe a opção de salvar as altera-
ções.

Alternando entre Janelas


Se você abrir mais de um programa ou documento, a área de trabalho poderá ficar congestio-
nada rapidamente. Manter o controle de quais janelas você já abriu nem sempre é fácil, porque
algumas podem encobrir, total ou parcialmente, as outras.
Usando a barra de tarefas. A barra de tarefas fornece uma maneira de organizar todas as ja-
nelas. Cada janela tem um botão correspondente na barra de tarefas. Para alternar para outra
janela, basta clicar no respectivo botão da barra de tarefas. A janela aparecerá na frente de
todas as outras, tornando-se a janela ativa, ou seja, aquela na qual você está trabalhando no
momento.
Para identificar com facilidade uma janela, aponte para seu botão da barra de tarefas. Quando
você aponta para um botão na barra de tarefas, aparece uma visualização em miniatura dessa
janela, seja o conteúdo um documento, uma foto ou até mesmo um vídeo em execução. Esta
visualização é útil principalmente quando você não consegue identificar uma janela somente
pelo título.

Colocar o cursor sobre o botão de uma janela na barra de tarefas exibe uma visualização da janela

Observação: Para visualizar miniaturas, seu computador deve oferecer suporte ao Aero.

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Usando Alt+Tab. Você pode alternar para a janela anterior pressionando Alt+Tab, ou percorrer
todas as janelas abertas e a área de trabalho mantendo pressionada a tecla Alt e pressionando
repetidamente a tecla Tab. Solte Alt para mostrar a janela selecionada.
Usando o Aero Flip 3D. O Aero Flip 3D organiza as janelas em uma pilha tridimensional para
permitir que você as percorra rapidamente. Para usar o Flip 3D:

1. Mantenha pressionada a tecla de logotipo do Windows e pressione Tab para abrir o Flip
3D.
2. Enquanto mantém pressionada a tecla de logotipo do Windows, pressione Tab
repetidamente ou gire a roda do mouse para percorrer as janelas abertas. Você também
pode pressionar Seta para a Direita ou Seta para Baixo para avançar uma janela, ou
pressionar Seta para a Esquerda ou Seta para Cima para retroceder uma janela.
3. Solte a tecla de logotipo do Windows para exibir a primeira janela da pilha ou clique em
qualquer parte da janela na pilha para exibir essa janela.

Aero Flip 3D

O Flip 3D faz parte da experiência de área de trabalho do Aero. Se o computador não oferecer
suporte para o Aero, você poderá exibir os programas e janelas abertos no computador pres-
sionando Alt+Tab. Para percorrer as janelas abertas, pressione a tecla Tab, pressione as teclas
de direção ou use o mouse.

Organizando Janelas Automaticamente


Agora que você sabe como mover e redimensionar janelas, pode organizá-las da maneira que
quiser na área de trabalho. Também pode fazer com que o Windows as organize automatica-
mente em uma destas três formas: em cascata, lado a lado e empilhadas verticalmente.

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Organize as janelas em cascata (à esquerda), lado a lado (à direita) ou em uma pilha vertical (no centro)

Para escolher uma dessas opções, abra algumas janelas na área de trabalho, clique com o bo-
tão direito do mouse em uma área vazia da barra de tarefas e clique em “Janelas em cascata”,
“Mostrar janelas empilhadas” ou “Mostrar janelas lado a lado”.
O recurso Ajustar redimensiona automaticamente as janelas quando você as move ou ajusta
na borda da tela. Você pode usar o Ajustar para organizar janelas lado a lado, expandir janelas
verticalmente ou maximizar uma janela.

Para Organizar Janelas Lado a Lado – Aero SNAP (Ajustar)


1. Arraste a barra de título de uma janela para a esquerda ou a direita da tela até ser exibido
um contorno da janela expandida.
2. Libere o mouse para expandir a janela.
3. Repita as etapas 1 e 2 com outra janela para organizar as janelas lado a lado.

Arraste uma janela para o lado da área de trabalho para expandi-la até metade da tela.

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Para Expandir uma Janela Verticalmente – Aero SNAP
1. Aponte para a borda superior ou inferior da janela aberta até o ponteiro mudar para uma
seta de duas pontas .
2. Arraste a borda da janela para a parte superior ou inferior da tela para expandir a a janela
na altura total da área de trabalho. A largura da janela não é alterada.

Arraste a parte superior ou inferior da janela para expandi-la verticalmente

Para Maximizar uma Janela – Aero SNAP


1. Arraste a barra de título da janela para a parte superior da tela. O contorno da janela se
expande para preencher a tela.
2. Libere a janela para expandi-la e preencher toda a área de trabalho.

Arraste uma janela para a parte superior da área de trabalho para expandi-la totalmente

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Para Minimizar Todas as Janelas menos a Janela Ativa – Aero SHAKE

1. Clique na barra de título da janela e arraste rapidamente para os dois lados. O tamanho da
janela se mantém o mesmo, mas as demais janelas são minimizadas. Isso também pode ser
feito, usando as teclas Windows +Home.

2. Para restaurar as janelas que foram minimizadas, basta repetir umas das opções acima.

Para Visualizar a Área de Trabalho Através das Janelas – Aero PEEK

1. Basta apontar para a extremidade da barra de tarefas, para ver as janelas abertas ficarem
transparentes na hora, revelando todos os ícones e gadgets ocultos. Essa funcionalidade
também é conhecida como Visão de raio-X

Caixa de Diálogo

Uma caixa de diálogo é um tipo especial de janela que faz uma pergunta, fornece informações
ou permite que você selecione opções para executar uma tarefa. Você verá caixas de diálogo
com frequência quando um programa ou o Windows precisar de uma resposta sua antes de
continuar.

Uma caixa de diálogo aparecerá se você sair de um programa sem salvar o trabalho

Ao contrário das janelas comuns, a caixa de diálogo não pode ser maximizada, minimizadas ou
redimensionadas, mas podem ser movidas.

Trabalhando com Arquivos e Pastas

Um arquivo é um item que contém informações, por exemplo, texto, imagens ou música. Quan-
do aberto, um arquivo pode ser muito parecido com um documento de texto ou com uma ima-
gem que você poderia encontrar na mesa de alguém ou em um arquivo convencional Em seu
computador, os arquivos são representados por ícones; isso facilita o reconhecimento de um
tipo de arquivo bastando olhar para o respectivo ícone. Veja a seguir alguns ícones de arquivo
comuns:

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Ícones de alguns tipos de arquivo

Uma pasta é um contêiner que pode ser usado para armazenar arquivos. Se você tivesse cente-
nas de arquivos em papel em sua mesa, seria quase impossível encontrar um arquivo específico
quando você dele precisasse. É por isso que as pessoas costumam armazenar os arquivos em
papel em pastas dentro de um arquivo convencional. As pastas no computador funcionam exa-
tamente da mesma forma. Veja a seguir alguns ícones de pasta comuns:

Uma pasta vazia (à esquerda); uma pasta contendo arquivos (à direita)

As pastas também podem ser armazenadas em outras pastas. Uma pasta dentro de uma pasta
é chamada subpasta. Você pode criar quantas subpastas quiser, e cada uma pode armazenar
qualquer quantidade de arquivos e subpastas adicionais.

Windows Explorer

Windows Explorer (literalmente do inglês “Explorador do Windows”, nome pelo qual é encon-
trado na versão portuguesa de todas as versões do Windows) é um gerenciador de arquivos e
pastas do sistema operacional Windows. Ou seja, é utilizado para a cópia, exclusão, organiza-
ção, movimentação e todas as atividades de gerenciamento de arquivos, podendo também ser
utilizado para a instalação de programas.
Seu ícone é uma pasta (diretório) amarela e o nome de seu arquivo é Explorer.exe, o qual nor-
malmente se encontra em C:\Windows. Para encontrar esse programa, clique no botão “Ini-
ciar”, em seguida, em Programas e em Acessórios, lá estará o Windows Explorer. Também pode
ser aberto clicando no ícone Computador do Menu Iniciar.

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Usando Bibliotecas para Acessar Arquivos e Pastas


No Windows Explorer podemos visualizar as Bibliotecas, um conceito novo do Windows 7. Bi-
blioteca é o local onde você gerencia documentos, músicas, imagens e outros arquivos. Você
pode procurar arquivos da mesma forma como faz em uma pasta ou exibir os arquivos organi-
zados por propriedades como data, tipo e autor.
Quando se trata de se organizar, não é necessário começar do zero. Você pode usar bibliotecas,
para acessar arquivos e pastas e organizá-los de diferentes maneiras. Esta é uma lista das quatro
bibliotecas padrão e para que elas são usadas normalmente:
•• Biblioteca Documentos. Use essa biblioteca para organizar documentos de processamento
de texto, planilhas, apresentações e outros arquivos relacionados a texto. Por padrão, os
arquivos movidos, copiados ou salvos na biblioteca Documentos são armazenados na pasta
Meus Documentos.
•• Biblioteca Imagens. Use esta biblioteca para organizar suas imagens digitais, sejam elas ob-
tidas da câmera, do scanner ou de e-mails recebidos de outras pessoas. Por padrão, os
arquivos movidos, copiados ou salvos na biblioteca Imagens são armazenados na pasta Mi-
nhas Imagens.
•• Biblioteca Músicas. Use esta biblioteca para organizar suas músicas digitais, como as que
você copia de um CD de áudio ou as baixadas da Internet. Por padrão, os arquivos movidos,
copiados ou salvos na biblioteca Músicas são armazenados na pasta Minhas Músicas.
•• Biblioteca Vídeos. Use esta biblioteca para organizar e arrumar seus vídeos, como clipes
da câmera digital ou da câmera de vídeo, ou arquivos de vídeo baixados da Internet. Por
padrão, os arquivos movidos, copiados ou salvos na biblioteca Vídeos são armazenados na
pasta Meus Vídeos.

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Para abrir as bibliotecas Documentos, Imagens ou Músicas, clique no botão Iniciar e, em
seguida, em Documentos, Imagens ou Músicas.

É possível abrir bibliotecas padrões do Windows a partir do Menu Iniciar

Compreendendo as Partes de uma Janela


Quando você abre uma pasta ou biblioteca, ela é exibida em uma janela. As várias partes dessa
janela foram projetadas para facilitar a navegação no Windows e o trabalho com arquivos, pas-
tas e bibliotecas. Veja a seguir uma janela típica e cada uma de suas partes:

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Partes da janela Função


Use o painel de navegação para acessar bibliotecas, pastas, pesquisas salvas
ou até mesmo todo o disco rígido. Use a seção “Favoritos” para abrir as pastas
Painel de
e pesquisas mais utilizadas. Na seção “Bibliotecas” é possível acessar suas bi-
navegação
bliotecas. Você também pode expandir “Computador” para pesquisar pastas e
subpastas.

Use os botões Voltar e Avançar para navegar para outras pastas ou


Botões Voltar e bibliotecas que você já tenha aberto, sem fechar, na janela atual. Esses botões
Avançar funcionam juntamente com a barra de endereços. Depois de usar a barra de
endereços para alterar pastas, por exemplo, você pode usar o botão Voltar para
retornar à pasta anterior.
Use a barra de ferramentas para executar tarefas comuns, como alterar a apa-
rência de arquivos e pastas, copiar arquivos em um CD ou iniciar uma apresen-
Barra de tação de slides de imagens digitais. Os botões da barra de ferramentas mudam
ferramentas para mostrar apenas as tarefas que são relevantes. Por exemplo, se você clicar
em um arquivo de imagem, a barra de ferramentas mostrará botões diferentes
daqueles que mostraria se você clicasse em um arquivo de música.
Use a barra de endereços para navegar para uma pasta ou biblioteca diferente
Barra de endereços
ou voltar à anterior.
O painel de biblioteca é exibido apenas quando você está em uma biblioteca
Painel de biblioteca (como na biblioteca Documentos). Use o painel de biblioteca para personalizar
a biblioteca ou organizar os arquivos por propriedades distintas.
Use os títulos de coluna para alterar a forma como os itens na lista de arquivos
são organizados. Por exemplo, você pode clicar no lado esquerdo do cabeçalho
Títulos de coluna
da coluna para alterar a ordem em que os arquivos e as pastas são exibidos ou
pode clicar no lado direito para filtrar os arquivos de maneiras diversas.
É aqui que o conteúdo da pasta ou biblioteca atual é exibido. Se você usou a caixa
Lista de arquivos de pesquisa para localizar um arquivo, somente os arquivos que correspondam
a sua exibição atual (incluindo arquivos em subpastas) serão exibidos.
Digite uma palavra ou frase na caixa de pesquisa para procurar um item na
pasta ou biblioteca atual. A pesquisa inicia assim que você começa a digitar.
Caixa de Pesquisa
Portanto, quando você digitar B, por exemplo, todos os arquivos cujos nomes
iniciarem com a letra B aparecerão na lista de arquivos
Use o painel de detalhes para ver as propriedades mais comuns associadas ao
arquivo selecionado. Propriedades do arquivo são informações sobre um ar-
Painel de detalhes
quivo, tais como o autor, a data da última alteração e qualquer marca descritiva
que você possa ter adicionado ao arquivo.
Use o painel de visualização para ver o conteúdo da maioria dos arquivos. Se
você selecionar uma mensagem de email, um arquivo de texto ou uma imagem,
Painel de
por exemplo, poderá ver seu conteúdo sem abri-lo em um programa. Caso não
visualização
esteja vendo o painel de visualização, clique no botão Painel de visualização
na barra de ferramentas para ativá-lo.

Na Barra de Ferramentas, no item “Organizar”, “Opções de pasta e pesquisa”, guia “Modo de


Exibição” temos algumas opções importantes que podem ser alteradas. Por padrão as duas
abaixo estão marcadas.

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•• Ocultar as extensões dos tipos de arquivo conhecidos
•• Não mostrar arquivos, pastas e unidades ocultas.
A Barra de Menus não apresentada por padrão no Windows Explorer do Windows 7. Para fazê-
-lo aparecer temporariamente pressione a tecla “ALT”. Para que a barra fique aparecendo defi-
nitivamente, clique “Organizar”, “Layout” e marque a opção “Barra de menus”. Outras altera-
ções na aparência do Windows Explorer também estão disponíveis nessa opção.

Exibindo e Organizando Arquivos e Pastas


Quando você abre uma pasta ou biblioteca, pode alterar a aparência dos arquivos na janela.
Por exemplo, talvez você prefira ícones maiores (ou menores) ou uma exibição que lhe permita
ver tipos diferentes de informações sobre cada arquivo. Para fazer esses tipos de alterações,
use o botão Modos de Exibição na barra de ferramentas.
Toda vez que você clica no lado esquerdo do botão Modos de Exibição, ele altera a maneira
como seus arquivos e pastas são exibidos, alternando entre cinco modos de exibição distintos:
Ícones grandes, Lista, um modo de exibição chamado Detalhes, que mostra várias colunas de
informações sobre o arquivo, um modo de exibição de ícones menores chamado Lado a lado e
um modo de exibição chamado Conteúdo, que mostra parte do conteúdo de dentro do arquivo.
Se você clicar na seta no lado direito do botão Modos de Exibição, terá mais opções. Mova
o controle deslizante para cima ou para baixo para ajustar o tamanho dos ícones das pastas
e dos arquivos. Você poderá ver os ícones alterando de tamanho enquanto move o controle
deslizante.

As opções de Modos de Exibição

Em bibliotecas, você pode ir além, organizando seus arquivos de diversas maneiras. Por
exemplo, digamos que você deseja organizar os arquivos na biblioteca Músicas por gênero
(como Jazz e Clássico):

1. Clique no botão Iniciar e, em seguida, clique em Músicas.


2. No painel da biblioteca (acima da lista de arquivos), clique no menu próximo a “Organizar”
por e em Gênero.

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Localizando Arquivos

No Windows 7, você encontra mais coisas em mais lugares – documentos, e-mails, músicas – e
com mais rapidez na Pesquisa do Windows (Windows Search).

Comece a digitar na caixa de pesquisa do Menu Iniciar, e você verá instantaneamente uma lista
de arquivos relevantes no seu PC. Você pode pesquisar digitando o nome do arquivo ou com
base em marcas, no tipo de arquivo e até no conteúdo. Para ver ainda mais correspondências,
clique em uma categoria nos resultados, como Documentos ou Imagens, ou clique em Ver mais
resultados. Seus termos de pesquisa serão destacados para facilitar o exame da lista.
Poucas pessoas armazenam todos os seus arquivos em um lugar hoje em dia. Então, o Windo-
ws 7 também é projetado para procurar em discos rígidos externos, PCs em rede e bibliotecas.
A pesquisa mostrou muitos resultados? Agora você pode filtrá-los instantaneamente por data,
tipo de arquivo e outras categorias úteis.
Dependendo da quantidade de arquivos que você tem e de como eles estão organizados, loca-
lizar um arquivo pode significar procurar dentre centenas de arquivos e subpastas; uma tarefa
nada simples. Para poupar tempo e esforço, use a caixa de pesquisa para localizar o arquivo,
programa ou e-mail.
A caixa de pesquisa também está localizada na parte superior de cada janela. Para localizar um
arquivo, abra a pasta ou biblioteca mais provável como ponto de partida para sua pesquisa, cli-
que na caixa de pesquisa e comece a digitar. A caixa de pesquisa filtra o modo de exibição atual
com base no texto que você digita.

A caixa de pesquisa

A caixa de pesquisa também está localizada na parte superior de cada janela. Para localizar um
arquivo, abra a pasta ou biblioteca mais provável como ponto de partida para sua pesquisa, cli-
que na caixa de pesquisa e comece a digitar. A caixa de pesquisa filtra o modo de exibição atual
com base no texto que você digita.

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Se você estiver pesquisando um arquivo com base em uma propriedade (como o tipo do
arquivo), poderá refinar a pesquisa antes de começar a digitar. Basta clicar na caixa de pesquisa
e depois em uma das propriedades exibidas abaixo dessa caixa. Isso adicionará um filtro de
pesquisa (como “tipo”) ao seu texto de pesquisa, fornecendo assim resultados mais precisos.

Opções de pesquisa para refinar o filtro

Caso não esteja visualizando o arquivo que está procurando, você poderá alterar todo o escopo
de uma pesquisa clicando em uma das opções na parte inferior dos resultados da pesquisa. Por
exemplo, caso pesquise um arquivo na biblioteca Documentos, mas não consiga encontrá-lo,
você poderá clicar em Bibliotecas para expandir a pesquisa às demais bibliotecas.

Copiando e Movendo Arquivos e Pastas

De vez em quando, você pode querer alterar o local onde os arquivos ficam armazenados no
computador. Por exemplo, talvez você queira mover os arquivos para outra pasta ou copiá-los
para uma mídia removível (como CDs ou cartões de memória) a fim de compartilhar com outra
pessoa.
A maioria das pessoas copiam e movem arquivos usando um método chamado arrastar e soltar.
Comece abrindo a pasta que contém o arquivo ou a pasta que deseja mover. Depois, em uma
janela diferente, abra a pasta para onde deseja mover o item. Posicione as janelas lado a lado
na área de trabalho para ver o conteúdo de ambas.
Em seguida, arraste a pasta ou o arquivo da primeira pasta para a segunda. Isso é tudo.

Para copiar ou mover um arquivo, arraste-o de uma janela para outra

Ao usar o método arrastar e soltar, note que algumas vezes o arquivo ou a pasta é copiado e,
outras vezes, ele é movido. Se você estiver arrastando um item entre duas pastas que estão no

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mesmo disco rígido, os itens serão movidos para que duas cópias do mesmo arquivo ou pasta
não sejam criadas no mesmo local. Se você estiver arrastando o item para um pasta que esteja
em outro local (como um local de rede) ou para uma mídia removível (como um CD), o item
será copiado.
A maneira mais fácil de organizar duas janelas na área de trabalho é usar a função Aero Snap
(ou Ajustar).
Se você copiar ou mover um arquivo ou pasta para uma biblioteca, ele será armazenado no
local de salvamento padrão da biblioteca. Para saber como personalizar o local de salvamento
padrão de uma biblioteca.
Outra forma de copiar ou mover um arquivo é arrastando-o da lista de arquivos para uma pasta
ou biblioteca no painel de navegação. Com isso, não será necessário abrir duas janelas distin-
tas.

Arquivos e Extensões

Uma extensão de nome de arquivo é um conjunto de caracteres que ajuda Windows a enten-
der qual tipo de informação está em um arquivo e qual programa deve abri-lo. Ela é chamada
de extensão porque aparece no final do nome do arquivo, após um ponto. No nome de arquivo
meuarquivo.txt, a extensão é txt. Ela diz ao Windows que esse é um arquivo de texto que pode
ser aberto por programas associados a essa extensão, como WordPad ou Bloco de Notas. Ex-
tensões de arquivos mais comuns:
Adobe Reader: *.pdf
Aplicativos Office: *.doc, *.docx, *.mdb, *.pps, *.ppt, *.pptx, *.xls, *.xlsx
Áudio e Vídeo: *.avi, *.mov, *.mp3, *.mp4, *.mpeg, *.wma, *.wmv
Backup: *.bak, *.bkf
Comprimidos / Zipados: *.rar, *.zip
E-mail: *.eml, *.msg, *.pst
Executáveis: *.bat, *.cmd, *.com, *.exe, *.msi
Fontes: *.ttf, *.otf
Imagem: *.bmp, *.jpg, *.jpeg, *.png, *.tif
Páginas Web: *.asp, *.htm, *.html, *.mht
Wordpad e Bloco de notas: *.rtf, *.txt

Caracteres não Permitidos para Arquivos e Pastas


Caracteres relacionados a caminhos: | \ / : “

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Caracteres curingas: * ?
Caracteres outros: < >

Criando Eenomeando e Excluindo Arquivos


O modo mais comum de criar novos arquivos é usando um programa. Por exemplo, você pode
criar um documento de texto em um programa de processamento de texto ou um arquivo de
filme em um programa de edição de vídeos.
Alguns programas criam um arquivo no momento em que são abertos. Quando você abre o
WordPad, por exemplo, ele inicia com uma página em branco. Isso representa um arquivo vazio
(e não salvo). Comece a digitar e quando estiver pronto para salvar o trabalho, clique no botão
Salvar . Na caixa de diálogo exibida, digite um nome de arquivo que o ajudará a localizar o
arquivo novamente no futuro e clique em Salvar.
Por padrão, a maioria dos programas salva arquivos em pastas comuns, como Meus Documentos
e Minhas Imagens, o que facilita a localização dos arquivos na próxima vez.
Se você criou o arquivo com o nome errado e deseja corrigir, pode fazer isso, de pelo menos
três formas diferentes. Para todas as opções, será necessário localizar o arquivo na pasta onde
ele foi gravado. Uma das opções é clicar no arquivo com o botão da direita do mouse e escolher
a opção Renomear. Se preferir, selecione o arquivo e pressione a tecla F2 no teclado, ou
selecione o arquivo e clique novamente sobre ele com o mouse. Diferentemente do Windows
XP, no Windows 7, o sistema operacional sugere que você altere somente o nome do arquivo, e
mantenha a mesma extensão.

Abrindo um Arquivo Existente


Para abrir um arquivo, clique duas vezes nele. Em geral, o arquivo é aberto no programa que
você usou para criá-lo ou alterá-lo. Por exemplo, um arquivo de texto será aberto no seu pro-
grama de processamento de texto.
Mas nem sempre é o caso. O clique duplo em um arquivo de imagem, por exemplo, costuma
abrir um visualizador de imagens. Para alterar a imagem, você precisa usar um programa dife-
rente. Clique com o botão direito do mouse no arquivo, clique em “Abrir com” e no nome do
programa que deseja usar.

Ferramentas do Sistema

AS ferramentas do sistema podem ser localizadas diretamente através da opção Pesquisar ao


clicando no Menu Iniciar, Todos os Programas, Acessórios, Ferramentas do Sistema.

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Limpeza de Disco
A Limpeza de Disco é uma forma conveniente de excluir arquivos que não são mais necessários
e liberar espaço no disco rígido do computador. Para liberar espaço no disco rígido, a Limpeza
de Disco localiza e remove arquivos temporários no computador quando você decide que não
os quer mais. Agendar a Limpeza de Disco para que seja executada regularmente evita que
você precise se lembrar de fazer isso.
Essa ferramenta só permite que você exclua arquivos que não sejam fundamentais para o
sistema operacional. Em termos gerais você pode selecionar todas as opções apresentadas.
Observe que no topo, aparece a quantidade de espaço em disco que pode ser liberada.

Com a Limpeza de Disco, também é possível entrar na ferramenta para desinstalação de progra-
mas instalados ou limpar os pontos de restauração antigos, mantendo sempre o mais recente.

Desfragmentador de Disco
Desfragmentação de disco é o processo de consolidação de dados fragmentados em um volume
(como um disco rígido ou um dispositivo de armazenamento removível) para que ele funcione
de forma mais eficiente.
A fragmentação ocorre em um volume ao longo do tempo à medida que você salva, altera
ou exclui arquivos. As alterações que você salva em um arquivo geralmente são armazenadas
em um local do volume diferente do arquivo original. Isso não muda o local em que o arquivo
aparece no Windows — apenas o local em que os pedaços de informações que compõem o
arquivo são armazenados no volume em si. Com o tempo, tanto o arquivo quanto o volume
em si se tornam fragmentados, e o computador fica mais lento por ter que procurar em locais
diferentes para abrir um único arquivo.
O Desfragmentador de Disco é uma ferramenta que reorganiza os dados no volume e reúne
dados fragmentados para que o computador trabalhe de forma mais eficiente. É executado
por agendamento para que você não tenha que se lembrar de executá-lo, embora ainda seja
possível executá-lo manualmente ou alterar o agendamento usado.

www.acasadoconcurseiro.com.br 527
A tela acima representa o agendamento padrão (todas quartas-feiras à 01 hora). Na interface
gráfica não há uma indicação se é necessário ou não rodar a ferramenta. A recomendação é de
executar o desfragmentador se o índice de fragmentação for superior a 10%.

Firewall do Windows
Firewall é um software ou hardware que verifica informações vindas da Internet ou de uma
rede, rejeitando-as ou permitindo que elas passem e entrem no seu computador, dependendo
das configurações definidas. Com isso, o firewall pode ajudar a impedir o acesso de hackers e
software mal-intencionado ao seu computador.
O Firewall do Windows vem incorporado ao Windows e é ativado automaticamente.

Como funciona um firewall

Se você executar um programa como o de mensagens instantâneas (Windows Live Messenger)


ou um jogo em rede com vários participantes que precise receber informações da Internet ou de

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uma rede, o firewall perguntará se você deseja bloquear ou desbloquear (permitir) a conexão.
Se você optar por desbloquear a conexão, o Firewall do Windows criará uma exceção para que
você não se preocupe com o firewall quando esse programa precisar receber informações no
futuro.

Agendador de Tarefas
Agenda a execução automática de programas ou outras tarefas. Se você costuma usar um de-
terminado programa regularmente, poderá usar o Assistente de Agendador de Tarefas para
criar uma tarefa que abre o programa para você automaticamente de acordo com a agenda que
você escolher. Por exemplo, se você usa um programa financeiro em um determinado dia de
cada mês, poderá agendar uma tarefa que abra o programa automaticamente para que você
não corra o risco de esquecer.
Você deve estar com logon de administrador para executar essas etapas. Se não tiver efetuado
logon como administrador, você só poderá alterar as configurações que se aplicarem à sua con-
ta de usuário.

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Pontos de Restauração
O ponto de restauração é uma representação de um estado armazenado dos arquivos do sis-
tema de seu computador. Você pode usar um ponto de restauração para restaurar arquivos do
sistema do computador para um ponto anterior no tempo. Os pontos de restauração são cria-
dos automaticamente pela Restauração do Sistema semanalmente e quando a Restauração do
Sistema detecta o começo de uma alteração no computador, como ao instalar um programa ou
driver.
Os backups de imagem do sistema armazenados em discos rígidos também podem ser usados
para Restauração do Sistema, assim como os pontos de restauração criados pela proteção do
sistema. Mesmo que os backups de imagem do sistema tenham seus arquivos de sistema e
dados pessoais, os seus arquivos de dados não serão afetados pela Restauração do Sistema.

A Restauração do Sistema pode ser configurada clicando no menu Iniciar, Painel de Controle,
Sistema, Proteção do Sistema e envolve também a funcionalidade chamada Versões Anteriores
dos Arquivos.

Instalação de Programas

A maneira como você adiciona um programa depende de onde estão localizados os arquivos
de instalação do programa. Normalmente, os programas são instalados de um CD ou DVD, da
Internet ou de uma rede.
Para instalar um programa de um CD ou DVD, insira o disco no computador e siga as instruções
na tela. Se você for solicitado a informar uma senha de administrador ou sua confirmação,
digite a senha ou forneça a confirmação.
Muitos programas instalados de CDs ou DVDs abrem um assistente de instalação do programa
automaticamente. Nesses casos, a caixa de diálogo Reprodução Automática será exibida e você
poderá optar por executar o assistente.

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Se um programa não iniciar a instalação automaticamente, consulte as informações que o


acompanham. Elas provavelmente fornecerão instruções para instalar o programa manualmen-
te. Se não conseguir acessar as informações, você poderá navegar pelo disco e abrir o arquivo
de instalação do programa, normalmente chamado de Setup.exe ou Install.exe.
Para instalar um programa da Internet, no navegador da Web, clique no link do programa. Para
instalar o programa imediatamente, clique em Abrir ou Executar e siga as instruções na tela. Se
você for solicitado a informar uma senha de administrador ou sua confirmação, digite a senha
ou forneça a confirmação.
Para instalar o programa mais tarde, clique em Salvar e baixe o arquivo de instalação para o
computador. Quando estiver pronto para instalar o programa, clique duas vezes no arquivo e
siga as instruções na tela. Essa é uma opção mais segura, pois você pode verificar se há vírus no
arquivo de instalação antes de continuar.
Para desinstalar um programa utilize o ícone “Programas e recursos” do Painel de Controle.
Selecione o programa e clique na opção “Desinstalar”.
Observação: Ao baixar e instalar programas da Internet, assegure-se de que confia no fornece-
dor do programa e no site que o está oferecendo.

Introdução à Impressão
Você pode imprimir praticamente qualquer coisa no Windows: documentos, imagens, páginas
da Web ou emails.

O que é DPI?
DPI (Dots per Inch, pontos por polegada) é uma medida de resolução de uma impressora. O
DPI determina a nitidez e o detalhamento do documento ou da imagem. É um dos pontos
importantes a serem avaliados ao comprar uma nova impressora.

Impressoras a Jato de Tinta


As impressoras a jato de tinta respingam pontos de tinta sobre a página para reproduzir texto
e imagens. Esse tipo de impressora é muito popular por ser relativamente barato. Há ainda
muitos outros modelos disponíveis, incluindo os criados especificamente para a impressão de
fotos coloridas.
E as desvantagens? As impressoras a jato de tinta são mais lentas (medição em páginas por
minuto) do que as impressoras a laser e exigem substituição regular do cartucho de tinta.

Impressora a jato de tinta

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Impressoras a Laser
As impressoras a laser usam toner, uma substância fina em pó, para reproduzir texto e elemen-
tos gráficos. Elas podem imprimir em preto e branco ou colorido, embora os modelos coloridos
sejam geralmente mais caros. Uma impressora a laser que imprime apenas em preto e branco
pode ser chamada de impressora monocromática.
As impressoras a laser geralmente têm bandejas de papel maiores do que as impressoras a jato
de tinta, de modo que não é preciso adicionar papel com tanta frequência. Elas também impri-
mem mais rápido (mais páginas por minuto) do que a maioria das impressoras a jato de tinta.
Além disso, os cartuchos de toner de impressoras a laser normalmente duram mais. Dependen-
do do seu volume de impressão, pode ser mais econômico comprar uma impressora a laser.

Impressora a laser

Impressoras Multifuncionais
Uma das categorias de maior crescimento entre as impressoras é a Multifuncional (MFP),
também chamadas de impressoras tudo em um (AIO – All in one). Como o nome já diz, são
dispositivos que fazem tudo: imprimem, digitalizam fotos, fazem fotocópias e até mesmo
enviam fax.
Qual é a diferença entre AIO e MFP? Normalmente, nenhuma. Porém, alguns dispositivos ven-
didos como impressoras multifuncionais são maiores e criados para uso em escritórios.
Independentemente disso, o apelo comercial dos modelos multifuncionais é a conveniência.
Operações que normalmente exigiam três equipamentos agora podem ser feitas em apenas
um. Outra vantagem: alguns recursos, como a fotocópia, não exigem uma conexão com um
computador.

Multifuncional

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Conectando a sua Impressora


As impressoras são feitas para serem conectadas a um computador executando o Windows
de maneiras diferentes, dependendo do modelo e de estarem sendo usadas em ambiente
doméstico ou comercial.
Estes são alguns dos tipos de conexão mais comuns:

Impressoras com Fio

Estes dispositivos se conectam por meio de um cabo e uma porta no computador.


A maioria das impressoras domésticas possui um conector USB, embora alguns modelos an-
tigos se conectem a portas paralelas ou seriais. Em um computador comum, a porta paralela
normalmente é indicada por “LPT1” ou por um pequeno ícone de impressora.
Quando você conecta uma impressora USB, o Windows tenta identificá-la e instalar o software
(chamado de driver) automaticamente para que ela funcione com seu computador.
O Windows foi projetado para reconhecer centenas de impressoras automaticamente. Entre-
tanto, você deve sempre consultar as instruções que acompanham a sua impressora; algumas
impressoras exigem a instalação de software do fabricante antes de serem conectadas.

Impressoras sem Fio

Uma impressora sem fio se conecta a um computador usando ondas de rádio através da
tecnologia Bluetooth ou Wi-Fi.
Para conectar uma impressora Bluetooth, pode ser necessário adicionar um adaptador
Bluetooth ao computador. A maioria dos adaptadores Bluetooth se conecta a uma porta USB.
Quando você conecta o adaptador e liga a impressora Bluetooth, o Windows tenta instalá-la
automaticamente ou pede que você a instale. Se o Windows não detectar a impressora, você
poderá adicioná-la manualmente.

Impressoras Locais X Impressoras de Rede

Uma impressora que se conecta diretamente a um computador é chamada de impressora local.


Enquanto a que se conecta diretamente a uma rede como um dispositivo autônomo é chama-
da, naturalmente, de impressora de rede.

Imprimindo no Windows
O Windows conta com diversos métodos de impressão. O método escolhido depende do que
você quer imprimir.

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Escolhendo Opções de Impressão
Frente e verso ou somente um lado. Monocromático ou colorido. Orientação paisagem ou
retrato. Essas são apenas algumas das opções disponíveis ao imprimir.
A maioria das opções encontra-se na caixa de diálogo Imprimir, que você pode acessar no menu
Arquivo em quase todos os programas.

A caixa de diálogo Imprimir no WordPad

As opções disponíveis e também como elas são selecionadas no Windows dependem do mo-
delo da impressora e do programa utilizado. Para obter informações específicas, consulte a do-
cumentação que acompanha a impressora ou o software. (Para acessar algumas opções, talvez
você precise clicar em um link ou botão chamado “Preferências”, “Propriedades” ou “Opções
Avançadas” na caixa de diálogo Imprimir.)
Aqui está uma lista das opções de impressão mais comuns e o que elas significam:
•• Seleção da impressora. A lista de impressoras disponíveis. Em alguns casos, também é pos-
sível enviar documentos como fax ou salvá-los como documentos XPS.
•• Intervalo de páginas. Use vírgulas ou hifens para selecionar páginas ou um intervalo espe-
cífico de páginas. Por exemplo, digite 1, 4, 20-23 para imprimir as páginas 1, 4, 20, 21, 22 e
23.
A opção Seleção imprime apenas o texto ou os elementos gráficos selecionados em um
documento. Página Atual imprime apenas a página atualmente exibida.
•• Número de cópias. Imprima mais de uma cópia do documento, imagem ou arquivo. Mar-
que a caixa de seleção Agrupar para imprimir todo o documento antes de passar para a
próxima cópia.
•• Orientação da página. Também chamada de layout da página. Escolha entre uma página na
vertical (Retrato) ou uma página na horizontal (Paisagem).
•• Tamanho do papel. Selecione tamanhos de papel diferentes.
•• Saída ou fonte de papel. Também chamada de destino de saída ou bandeja de papel. Sele-
cione uma bandeja de papel. Isso é principalmente útil se você carregar cada bandeja com
um tamanho de papel diferente.
•• Impressão em frente e verso. Também chamada de impressão duplex ou dos dois lados.
Selecione essa opção para imprimir nos dois lados de uma folha.
•• Imprimir em cores. Escolha entre impressão preto e branco e colorida.

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Gerenciando Dispositivos e Impressoras


Quando você quiser visualizar todos os dispositivos conectados ao seu computador, usar um
deles ou solucionar o problema de um que não esteja funcionando corretamente, abra Dispo-
sitivos e Impressoras.
Em Dispositivos e Impressoras, você pode realizar várias tarefas que variam de acordo com o
dispositivo. Estas são as principais tarefas que você pode realizar:
•• Adicionar uma impressora ou dispositivo de rede ou sem fio ao computador.
•• Visualizar todos os dispositivos e impressoras externos conectados ao computador.
•• Verificar se um determinado dispositivo está funcionando corretamente.
•• Visualizar informações sobre os seus dispositivos, como marca, modelo e fabricante, in-
cluindo informações detalhadas sobre os recursos de sincronização de um celular ou outro
dispositivo móvel.
•• Realizar tarefas com um dispositivo.

Gerenciando Documentos Esperando a Impressão


Quando você imprime um documento, ele segue para a fila de impressão, onde é possível exi-
bir, pausar e cancelar a impressão, além de outras tarefas de gerenciamento. A fila de impres-
são mostra o que está sendo impresso e o que está aguardando para ser impresso. Ela também
fornece informações úteis como o status da impressão, quem está imprimindo o que e quantas
páginas ainda faltam.

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A fila de impressão

Configurações Básicas do Windows

Neste tópico trabalharemos com as configurações de Resolução de Tela, Cores, Fontes, Aparên-
cia, Segundo plano, Protetor de Tela. Todas estas funções podem ser acessadas pelos menos
de duas formas diferentes. Clicando com o botão da direita do mouse sobre uma área vazia da
área de Trabalho, Personalizar ou no Painel de Controle, Categoria Aparência e Personalização,
Personalização.

Resolução de Tela
Resolução de tela se refere à clareza com que textos e imagens são exibidos na tela. Em reso-
luções mais altas, como 1600 x 1200 pixels, os itens parecem mais nítidos. Também parecem
menores, para que mais itens possam caber na tela. Em resoluções mais baixas, como 800 x
600 pixels, cabem menos itens na tela, mas eles parecem maiores.
A resolução que você pode usar depende das resoluções a que seu monitor oferece suporte.
Os monitores CRT normalmente têm resolução de 800 × 600 ou 1024 × 768 pixels e funcionam
bem em resoluções diferentes. Monitores LCD (também chamados de monitores de tela plana)
e telas de laptop geralmente oferecem suporte a resoluções mais altas e funcionam melhor em
uma resolução específica.
Quanto maior o monitor, normalmente maior é a resolução a que ele oferece suporte. Poder ou
não aumentar a resolução da tela depende do tamanho e da capacidade do monitor e do tipo
de placa de vídeo instalada.

Temas (Cores, Sons, Segundo Plano e Proteção de Tela)


Você pode alterar a cor das molduras da janela, o Menu Iniciar, a barra de tarefas e muito mais.
Um tema é uma combinação de imagens, cores e sons em seu computador. Ele inclui um plano
de fundo de área de trabalho, uma proteção de tela, uma cor de borda de janela e um esquema
de som. Alguns temas podem também incluir ícones de área de trabalho e ponteiros de mouse.
Quando clica em um tema novo, você altera a combinação de imagens, cores e sons em seu
computador. Cada tema pode inclui uma cor de janela diferente.

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Painel de Controle

Você pode usar o Painel de Controle para alterar as configurações


do Windows. Essas configurações controlam quase tudo a respei-
to do visual e do funcionamento do Windows, e você pode usá-las
para configurar o Windows da melhor forma para você. Existem
duas formas de visualizar os ícones: Por categoria ou por Ícones, e estes podem ser grandes ou
pequenos. A quantidade de ícones varia de computador para computador, pois depende dos
programas instalados. Em termos gerais há entre 40 e 50 ícones e estes são distribuídos em 8
categorias: Sistema e Segurança, Rede e Internet, Hardware e Sons, Programas, Contas de Usu-
ário, Aparência e Personalização, Facilidade de Acesso e Relógio Idioma e Região.

Principais Ícones do Painel de Controle


Backup e Restauração – Função idêntica a clicar no Menu Iniciar, Todos os Programas, Aces-
sórios, Ferramentas do Sistema e escolher a opção “Backup”. Utilizado para criar os backups
e fazer as restaurações. A ferramenta permite fazer dois tipos de backups: Arquivos e pastas
específicos ou Cópia de todo o Sistema Operacional.
Barra de Tarefas e Menu Iniciar – Função idêntica a clicar com botão da direita na Barra de Tare-
fas e escolher a opção “Propriedades”. Neste item, é possível alterar as configurações da Barra
de Tarefas e do Menu Iniciar, conteúdo já abordado nesta apostila.
* Central de Ações – Função idêntica a clicar na “bandeirinha” da Área de Notificação e esco-
lher “Abrir Central de Ações”. Esse ícone ativa a ferramenta que o Windows utiliza para notificar
ao usuário eventuais problemas e sugerir configurações de segurança e manutenção.

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* Central de Facilidade de Acesso – Apresenta as ferramentas de acessibilidade como: Lupa,
Teclado Virtual, Narrador e Configuração de Alto Contraste. Também aparecem opções para
ajustar a configuração do vídeo, mouse e teclado para usuários com dificuldades motoras ou
visuais.
* Central de Rede e Compartilhamento – Utilizado para realizar as configurações de rede com
fio, rede sem fio (Wireless), e ativar o compartilhamento de recursos em uma rede.
** Contas de Usuários – Tem duas principais funções: Gerenciar as contas dos usuários e Con-
figurar o UAC (Controle de Conta de Usuário). O gerenciamento de usuários, permite entre
outras coisas, a criação de novos usuários (Padrão ou Administrador), Alteração da figura do
usuário que aparece na Tela de Boas Vindas e Alteração ou criação da Senha. UAC é uma nova
funcionalidade do Windows 7 (não existia no Windows XP) que notificará antes que sejam fei-
tas alterações no computador que exijam uma permissão no nível de administrador. A configu-
ração de UAC padrão o notificará quando programas tentarem fazer alterações no computador,
mas você pode alterar a frequência com que o UAC o notifica. Existe quatro níveis de configura-
ção, de baixo para cima (na tela de configuração) a segurança vai aumentando. A primeira de-
sativa a funcionalidade do UAC, a segunda irá notificar o usuário quando um programa tentar
fazer alguma alteração, sem deixar a Área de Trabalho bloqueada, a terceira é a configuração
padrão, também notifica sobre alterações e bloqueia a Área de Trabalho quando houver so-
licitação de consentimento. A quarta e última configuração, notifica o usuário para qualquer
alteração sugerida por programas ou pelo próprio usuário.
Data e Hora – Função idêntica a clicar no relógio na Área de Notificação e escolher a opção “Al-
terar configurações de data e hora”. É possível alterar a data e hora do Windows, ajustar o fuso
horário, configurar se o computador irá modificar o relógio automaticamente para o horário
de verão e incluir relógios adicionais para outros fusos horários. Não há opção para ocultar o
relógio.
Dispositivos e Impressoras – Função idêntica a clicar no Menu Iniciar e escolher a opção “Dispo-
sitivos e Impressoras”. Item discutido anteriormente nessa apostila.
Firewall do Windows – Utilizado para gerenciar o Firewall do Windows. Item discutido anterior-
mente nessa apostila
Fontes – Permite incluir ou remover fontes do Windows. Item discutido anteriormente nessa
apostila
Gadgets da Área de Trabalho – Função idêntica a clicar com o botão da direita na Área de Tra-
balho e escolher a opção “Gadgets”. Permite incluir novos Gadgets que já estão instalados ou
fazer download de novos.
Gerenciador de Credenciais – Permite salvar ou excluir senhas previamente salvas. As senhas
são salvas em um “cofre” e isso facilita a acesso a sites que exigem senha. A senha pode ser gra-
vada e toda vez que for feito acesso ao site, o usuário não precisará digitá-las novamente, pois
o Windows irá apresentar as credenciais gravadas no cofre.
* Gerenciador de Dispositivos – Com esse ícone é possível visualizar e alterar os componentes
de hardware instalados no computador. As impressoras são os únicos equipamentos que não
aparecerem nesta ferramenta.

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Ícones da Área de Notificação – Função idêntica a clicar com o botão da direita na Área de Noti-
ficação e escolher a opção Propriedades. Item discutido anteriormente nessa apostila
* Informações e Ferramentas de Desempenho – Permite verificar o Índice de Experiência do
Windows. É uma nota atribuída ao computador baseado na configuração do hardware. A nota
vai de 1,0 até 7,9). A nota geral é sempre baseada na menor nota dos 5 componentes.
Mouse – Permite alterar algumas configurações do mouse como inverter os botões, definir a
velocidade para o duplo clique, escolher a função da Roda (Scroll) entre outras.
* Opções da Internet – Função idêntica a clicar em Ferramentas e escolher a Opções de Inter-
net dentro do Internet Explorer. Os detalhes são abordados no conteúdo relacionado ao Inter-
net Explorer.
* Opções de Energia – Apresenta ao usuário as opções para gerenciamento de energia e tam-
bém opções em relação à bateria para notebooks. O Windows traz três planos de energia, Equi-
librado (padrão), Economia de energia e Alto desempenho (vem oculto). Em cada um destes
planos existem inúmeras configurações, como: Esmaecer vídeo (somente notebooks), Desligar
vídeo, Suspender atividade do computador e Ajustar brilho do plano (somente notebooks).
Opções de Indexação – Traz opções de configuração do Pesquisar (Windows Search) para incluir
outros locais e novos tipos de arquivos a serem indexados e então, trazer mais rapidamente os
resultados das pesquisas do Windows.
Opções de Pasta – Função idêntica a clicar Organizar e escolher a opção “Opções de pasta e
pesquisa” no Windows Explorer. Neste item podemos fazer diversas configurações no Windo-
ws Explorer. As mais comuns são utilizadas na guia “Modo de Exibição” e são elas: “Ocultar as
extensões dos tipos de arquivos conhecidos” e “Mostrar arquivos, pastas e unidades ocultas”.
* Personalização – Permite alteração nas configurações da Área de Trabalho como Temas, Plano
de Fundo, Proteção de Tela, Ícones da Área de Trabalho entre outros.
** Programas e Recursos – Esse ícone possibilita a ativação ou desativação do componentes no
Windows e a desinstalação de programas instalados. Por exemplo, o Internet Explorer que vem
com o Windows 7 é um componente, e não um programa. Desta forma, para retirá-lo do com-
putador é necessário desativar o recurso Internet Explorer.
* Programas Padrão – Função idêntica a clicar no Menu Iniciar e escolher a opção “Programas
Padrão”. Utilizado para escolher o programa que irá ser utilizado, quando um documento ou
link for aberto. Por exemplo, ao clicar em um arquivo com e extensão .doc, pode-se definir o
Microsoft Word ou o BrOffice Writer para abrir esse arquivo.
* Recuperação – Função idêntica a clicar no Menu Iniciar, Todos os Programas, Acessórios, Fer-
ramentas do Sistema e escolher a opção “Restauração do Sistema”. Utilizado para solucionar
diversos problemas do sistema, permitindo restaurar o computador a um estado anterior.
* Região e Idioma – Permite configurações do formato de data, hora e moeda e configuração
do layout do teclado (configurar o teclado com ou sem a letra Ç).
** Sistema – Ícone bastante importante pois traz várias informações. Permite identificar a edi-
ção do Windows 7 (Started, Home Basic entre outras e o tipo de sistema: 32bits ou 64 bits),
permite identificar se o computador pertence à uma rede corporativa ou rede doméstica (do-
mínio ou grupo de trabalho), traz informações sobre a quantidade de memória RAM e o nome

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do processador. Nesse ícone também temos acesso ao “Gerenciador de Dispositivos” (traz uma
lista de todos os componentes de hardware instalados no computador), ou “Configurações re-
motas” (local onde se configura a Assistência Remota e Área de Trabalho Remota, configura-
ções que definem se o acesso remoto será permitido ou não e os usuários que terão acesso),
“Proteção do sistema” (gerenciamento das configurações da Recuperação do Sistema, aborda-
do anteriormente nesta apostila) e “Configurações Avançadas do sistema” (onde existem confi-
gurações relacionadas à Desempenho, Perfis do Usuário e Inicialização e Recuperação).
Soluções de Problemas – Permite verificar a funcionalidade de “Programas”, “Hardware e
Sons”, “Rede e Internet” e “Sistema e Segurança”. Para cada um destes 4 componentes existem
assistentes que irão conduzir o usuário para testar os itens relacionados.
Som – Ícone bem simples que contém apenas informações sobre os dispositivos de áudio e
permite testar o alto-falante e o microfone.
Teclado – Permite ajustar configurações relacionadas ao teclado como o tratamento para repe-
tições de caracteres, e a intermitência com que o cursor fica piscando. Não é neste ícone que se
altera o layout do teclado, isso é feito no ícone “Região e Idioma”.
Telefone e Modem – Mostra os modens instalados no computador e permite definir o código
de área (051 para Porto Alegre) e outras regras de discagem (tecla para discagem externa e
outros).
Vídeo – Traz a opção de aumentar o tamanho de todos os itens da Área de Trabalho de 100%
para 125% e eventualmente 150%. Também apresenta atalhos para os itens “Ajustar resolu-
ção”, “Calibrar a cor”, “Alterar configurações de vídeo” e “Ajustar texto ClearType”.
* Windows Defender – O Windows 7 já vem com uma ferramenta de anti-spyware instalada,
que se chama Windows Defender. Nesse ícone podemos fazer as configurações da ferramenta.
* Windows Update – O Windows Update é o nome do processo de atualização do sistema ope-
racional, Nesse ícone, pode-se ativar ou desativar a instalação das atualizações e também defi-
nir a agenda de instalação das mesmas.

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COMPARANDO WINDOWS 7 COM WINDOWS 10

Edições

O Windows 10 foi lançado em 29 de julho de 2015 e tem atualização gratuita para todos os usu-
ários de Windows 7 e Windows 8/8.1 até 29 de julho de 2016.

O Windows 10 possui três edições (Windows 10 Home, Windows 10 Pro e Windows 10 Enter-
prise). A edição Home é destinada ao usuário doméstico e as edições Pro e Enterprise são vol-
tadas ao ambiente empresarial. Também há uma versão para rodar em smartphones, chamada
de Windows 10 Mobile, que tem lançamento previsto para o início do ano de 2016.

Principais Novidades

Cortana no ambiente de trabalho: você agora pode usar a assistente-pessoal nascida no Windo-
ws Phone em seu desktop, usando comandos de voz. É importante observar que, no momento,
ela só entende comandos ditos na língua inglesa – ainda assim, você já pode se divertir pedindo
que ela pesquise alguma informação, insira algum evento em seu calendário e muito mais;
Novo Menu Iniciar: você notará algumas mudanças visuais no Menu Iniciar, que mescla o me-
lhor dos dois mundos (Windows 7 e Windows 8/8.1). Agora é possível expandi-lo para que ele
ocupe maior parte da tela;
Novo app de configurações: simplificado e intuitivo, ele facilita o seu trabalho na hora de con-
figurar o seu computador. Ele foi desenvolvido para substituir o antigo Painel de Controle que
será removido completamente do sistema em sua próxima atualização, e conta com um con-
junto de ícones inéditos;
Aplicativos universais redesenhados: programas como Pessoas, Outlook, Loja, Fotos e Mapas
tiveram seu design totalmente remodelados; além dos aplicativos Música e Vídeo foram substi-
tuídos pelo Groove Música e pelo Filmes e TV, respectivamente;
Conexão wireless de áudio e vídeo: o Windows 10 torna mais fácil a conexão entre seu compu-
tador e dispositivos sem fio como caixas de som Bluetooth e televisores compatíveis com a tec-
nologia Miracast (nome dado pela WiFi Alliance para o padrão de comunicação sem fios entre
dispositivos móveis (smartphones, tablets e computadores) e HDTVs).
Novo app do Xbox: veja as atividades de seus amigos, poste na sua timeline, veja vídeos de
gameplay em DVR, faça streaming dos seus jogos diretamente para o PC ou tablet rodando o
Windows 10, bata papo com seus amigos da Xbox Live entre outras funcionalidades.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Windows_10

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Menu Iniciar

O Menu Iniciar foi totalmente redesenhado. Ele é composto pelo painel da esquerda com as op-
ções “Todos os aplicativos”, “Ligar/Desligar”, “Configurações”, “Explorador de Arquivos”, um espa-
ço para mostrar as últimas aplicações instaladas, um espaço para mostrar as aplicações mais usa-
das e bom no topo, o nome do usuário. O Painel da Direita é composto por “Blocos” ou “Apps”.

Os Apps podem ser redimensionados (pequeno, médio, largo, grande) e movidos para qualquer lu-
gar que você desejar. Eles também podem ser organizados em grupos (Ex.: Aplicativos Office 2013,
Executar e explorar). Para incluir novos apps, você pode instalar aplicativos da Loja, ou arrastar os
atalhos dos aplicativos já instalados que aparecem no painel da esquerda. O painel da direita pode
ser redimensionado tanto no sentido vertical como no sentido horizontal. Os gadgets do Windows 7
não estão disponíveis no Windows 10; foram substituídos pelos “Apps” do Menu Iniciar.

Pesquisar

No Windows 10, há uma “Caixa de Pesquisa” no canto es-


querdo da Barra de Tarefas. Ao digitar algo (Casa do) e pres-
sionar enter, a busca é realizada no computador (Documen-
tos) e também aparece a opção para pesquisa diretamente
na internet e com sugestões (casa do concurseiro).

Explorador de Arquivos

O Windows Explorer teve seu nome alterado para Explorador de Arquivos. Além disso, ele tem
o formato parecido com o Microsoft Office, com o menu “Arquivo”, “Guias” e “Faixas de Op-
ções”. As funções mais usadas estão na guia “Exibir”. Nesta guia, encontramos os modos de
exibição do Windows 7, que agora são chamados de “Layout”, e duas opções usadas para exibir
“Extensões de nomes de arquivos” e “Itens ocultos”.

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Opções de Logon
Ao finalizar a instalação do Windows 10, o usuário deve escolher se efetuará o logon com uma
conta criada localmente ou utilizará sua conta da Microsoft (@hotmail.com, por exemplo). Ao
usar uma conta da Microsoft, o usuário terá acesso automático para armazenar informações na
nuvem (OneDrive) e terá sua conta de e-mail já configurada.

Painel de Controle
O Painel de Controle no Windows 10 possui o mesmo formato (8 categorias, ícones grandes
ícones pequenos), mas alguns ícones foram incluídos em relação ao Windows 7.
Novos ícones: Histórico de arquivos (substitui a função Versões Anteriores), Infravermelho (ge-
renciamento do hardware e configurações para Infravermelho) e Windows To Go (permite ins-
talação do Windows em um pendrive). O ícone “Região e Idioma” do Windows 7 foi separado
em dois ícones com os nomes “Idioma” e “Região”.

Novo navegador – Microsoft Edge


O Windows 10 possui dois navegadores nativos: O Internet Explorer 11 e o novo navegador da
Microsoft, o Microsoft Edge, que é definido como o navegador padrão.

Novidades do Microsoft Edge


Deixe sua marca Escreva, digite e rabisque diretamente na página da Web em que estiver com o
recurso Anotação Web. Depois, é só compartilhar suas anotações com outras pessoas. Para uti-
lizar esse recurso, basta clicar no ícone , no canto superior direito da navegador.

www.acasadoconcurseiro.com.br 543
Elimine as distrações – Não deixe a Internet atrapalhar uma boa leitura. O recurso Modo de
Exibição de Leitura elimina conteúdo que distrai sua atenção. Você só lê o que deseja.

Modo normal Modo de Exibição de Leitura

Tudo o que é seu em um único local Chega de procurar arquivos baixados ou sites marcados. O
Hub permite o acesso com um clique a itens favoritos, arquivos baixados, listas de leituras e
mais. O Hub é acionado pelo ícone e contém os ícones “Favoritos” “Lista de leitura”,
“Histórico” e “Downloads”

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MICROSOFT WORD 2013

“ Esse material é uma coletânea de informações sobre o Microsoft Word com intuito de ajudar
você a estudar para Concursos Públicos. Diversos trechos deste material foram retirados das
ajudas e do site de suporte de diversas versões do Microsoft Office, que podem ser acessados
para maiores informações (https://support.office.com/pt-br/). ”

O Microsoft Word é um programa de processamento de texto, projetado para ajudá-lo a criar


documentos com qualidade profissional. Com as ferramentas de formatação de documento, o
Word o ajuda a organizar e escrever seus documentos com mais eficiência. Ele também inclui
ferramentas avançadas de edição e revisão para que você possa colaborar facilmente com
outros usuários.

JANELA INICIAL DO WORD 2013

A nova interface de usuário do Office Fluent no Word 2013 parece muito diferente da interface
do usuário do Word 2003. Os menus e as barras de ferramentas foram substituídos pela Faixa
de Opções e pelo modo de exibição Backstage. Para os novos usuários do Word, a interface é
muito intuitiva. Para os usuários do Word mais experientes, a interface requer um pouco de
reaprendizado.
A nova Faixa de Opções, um componente da interface do usuário do Office Fluent, agrupa suas
ferramentas por tarefa, e os comandos usados com mais frequência estão facilmente acessíveis.

www.acasadoconcurseiro.com.br 545
No Word, você pode até personalizar essa Faixa de Opções para que os comandos usados com
frequência fiquem juntos.

1. As guias são projetadas para serem


orientadas a tarefas.
2. Os grupos dentro de cada guia dividem
uma tarefa em subtarefas.
3. Os botões de comando em cada grupo
executam um comando ou exibem um
menu de comandos.

A nova interface do usuário do Office Fluent orientada a resultados apresenta as ferramentas,


de uma forma clara e organizada, quando você precisa delas:
•• Economize tempo e faça mais com os recursos avançados do Word selecionando em
galerias de estilos predefinidos, formatos de tabela, formatos de lista, efeitos gráficos e
mais.
•• A interface do usuário do Office Fluent elimina o trabalho de adivinhação quando você
aplica formatação ao documento. As galerias de opções de formatação proporcionam
uma visualização dinâmica da formatação no documento antes de você confirmar uma
alteração.

MICROSOFT OFFICE BACKSTAGE

A Faixa de Opções contém um conjunto de comandos de trabalho em um documento, enquanto


o modo de exibição do Microsoft Office Backstage é o conjunto de comandos que você usa para
fazer algo para um documento.
Abra um documento e clique na guia Arquivo para ver o modo de exibição Backstage. O
modo de exibição Backstage é onde você gerencia seus documentos e os dados relacionados
a eles — criar, salvar e enviar documentos, inspecionar documentos em busca de dados
ocultos ou informações pessoais, definir opções de ativação ou desativação de sugestões de
preenchimento automático, e muito mais.
A guia Arquivo substitui o Botão Microsoft Office (versão 2007) e o menu Arquivo usado nas
versões anteriores (2003, por exemplo) do Microsoft Office e está localizada no canto superior
esquerdo dos programas do Microsoft Office 2010 e 2013.

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Ao clicar na guia Arquivo, você vê muitos dos mesmos comandos básicos que via quando
clicava no Botão Microsoft Office ou no menu Arquivo nas versões anteriores do Microsoft
Office. Você encontrará Abrir, Salvar e Imprimir, bem como uma nova guia modo de exibição
Backstage chamada Salvar e Enviar, que oferece várias opções de compartilhamento e envio de
documentos.

Salvar e Salvar Como


Você pode usar os comandos Salvar e Salvar Como para armazenar seu trabalho e pode ajustar
as configurações que o Microsoft Word usa para salvar os documentos.
Por exemplo, se o documento for para o seu uso pessoal e você nunca espera abri-lo em uma
versão anterior do Microsoft Word, você pode usar o comando Salvar.
Se você quiser compartilhar o documento com pessoas que usem um software diferente
do Microsoft Word 2013, 2010 ou do Microsoft Office Word 2007 ou se você planeja abrir o
documento em outro computador nessas condições, será necessário escolher como e onde
salvar o documento.

www.acasadoconcurseiro.com.br 547
Se você salvar o documento no formato de arquivo padrão .docx, os usuários do Microsoft
Word 2003, Word 2002 e Word 2000 terão de instalar o Pacote de Compatibilidade do
Microsoft Office para Formatos de Arquivo Open XML do Word, Excel e PowerPoint para abrir
o documento. Como alternativa, você pode salvar o documento em um formato que possa
ser aberto diretamente nas versões anteriores do Word — mas a formatação e layout que
dependem dos novos recursos do Word 2013 podem não estar disponíveis na versão anterior
do Word.

1. Clique na guia Arquivo.

2. Clique em Salvar Como.

3. Escolha um local para Salvar.

4. Na caixa Nome do arquivo, digite o nome do documento e clique em Salvar.

5. Na lista Salvar como tipo, clique em Documento do Word 97-2003. (Isso altera o formato
do arquivo para .doc.)

6. Digite um nome para o documento e, em seguida, clique em Salvar.

Salvar um documento em formatos de arquivo alternativos


Se você estiver criando um documento para outras pessoas, poderá torná-lo legível e não
editável ou torná-lo legível e editável. Se quiser que um documento seja legível, mas não
editável, salve-o como arquivo PDF ou XPS ou salve-o como uma página da Web. Se quiser
que o documento seja legível e editável, mas preferir usar um formato de arquivo diferente de

548 www.acasadoconcurseiro.com.br
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.docx ou .doc, poderá usar formatos como texto simples (.txt), Formato Rich Text (.rtf), Texto
OpenDocument (.odt) e Microsoft Works (.wps).
PDF e XPS são formatos que as pessoas podem ler em uma variedade de softwares disponíveis.
Esses formatos preservam o layout de página do documento.

Páginas da Web: As páginas da Web são exibidas em um navegador da Web. Esse formato
não preserva o layout da página do seu documento. Quando alguém redimensionar a janela
do navegador, o layout do documento será alterado. Você pode salvar o documento como
uma página da Web convencional (formato HTML) ou como uma página da Web de arquivo
único (formato MHTML). Com o formato HTML, quaisquer arquivos de suporte (tais como
imagens) são armazenados em uma pasta separada que é associada ao documento. Com o
formato MHTML, todos os arquivos de suporte são armazenados junto com o documento em
um arquivo.

Abrir um novo documento e começar a digitar

1. Clique na guia Arquivo.

2. Clique em Novo.

3. Clique em Documento em branco.

INICIAR UM DOCUMENTO DE UM MODELO (DOTX)

Geralmente é mais fácil criar um novo documento usando um modelo do que começar de uma
página em branco. Os modelos do Word estão prontos para serem usados com temas e estilos.
Tudo o que você precisa fazer é adicionar seu conteúdo.
Sempre que você iniciar o Word 2013, você poderá escolher um modelo da galeria, clicar em
uma categoria para ver os modelos contidos nela ou procurar mais modelos online. (Se você
preferir não usar um modelo, basta clicar em Documento em branco.)

www.acasadoconcurseiro.com.br 549
Para analisar melhor qualquer modelo, basta clicar nele para abrir uma visualização maior.

GUIA PÁGINA INICIAL (WORD 2013)

A Guia Página Inicial contempla várias ferramentas, que em tese são as mais utilizadas, dividida
em 5 grupos:
Fonte
Área de Transferência
Estilo
Parágrafo
Edição

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ÁREA DE TRANSFERÊNCIA

A Área de Transferência do Office permite que você colete texto e itens gráficos de qualquer
quantidade de documentos do Office ou outros programas para, em seguida, colá-los em
qualquer documento do Office. Por exemplo, você pode copiar parte do texto de um documento
do Microsoft Word, alguns dados do Microsoft Excel, uma lista com marcadores do Microsoft
PowerPoint ou texto do Microsoft Internet Explorer, voltando para o Word e organizando alguns
ou todos os itens coletados em seu documento do Word.
A Área de Transferência do Office funciona com os comandos Copiar e Colar padrão. Basta
copiar um item para a Área de Transferência do Office para adicioná-lo à sua coleção (24 itens).
Depois, cole-o em qualquer documento do Office a qualquer momento. Os itens coletados
permanecerão na Área de Transferência do Office até que você saia dele.
Você pode acessar os comandos de Recortar (CTRL + X),
Copiar (CTRL + C) e Colar (CTRL + V) no Grupo Área de
Transferência da guia Início.
Para acessar o painel da área de transferência clique no
canto inferior direito do grupo Área de Transferência.
É possível usar o Pincel na guia Página Inicial para copiar
e colar formatação de texto e algumas formatações
básicas de gráfico, como bordas e preenchimentos.
1. Selecione o texto ou o gráfico que possui o formato que você deseja copiar.
OBSERVAÇÃO: Se quiser copiar a formatação de texto, selecione uma parte de um parágrafo.
Se quiser copiar a formatação do texto e do parágrafo, selecione-o inteiro, incluindo a marca de
parágrafo (indicada com a opção).
2. Na guia Página Inicial, no grupo Área de Transferência, clique em Pincel.
O ponteiro muda para um ícone de pincel.
OBSERVAÇÃO: Clique duas vezes no botão Pincel se deseja alterar o formato de várias seleções
no seu documento.
3. Selecione o texto ou o gráfico que deseja formatar.
4. Para interromper a formatação, pressione ESC.

FONTE
A formatação de fontes poderá ser feita através do Grupo Fonte da guia Página Inicial.

www.acasadoconcurseiro.com.br 551
Botão Nome Função

Fonte Altera a fonte.

Tamanho da fonte Altera o tamanho do texto.

Aumentar Fonte Aumenta o tamanho do texto.

Diminuir Fonte Diminui o tamanho do texto.

Altera todo o texto selecionado


Alterar Maiúsculas/Minúsculas para maiúsculas, minúsculas ou
outras capitalizações comuns.
Limpa toda a formatação
do texto selecionado,
Limpar Formatação
deixando apenas o texto sem
formatação.
Aplica negrito ao texto
Negrito
selecionado.
Aplica itálico ao texto
Itálico
selecionado.
Desenha uma linha sob o texto
selecionado. Clique na seta
Sublinhado
suspensa para selecionar o tipo
de sublinhado.
Desenha uma linha no meio do
Tachado
texto selecionado.

Subscrito Cria caracteres subscritos.

Sobrescrito Cria caracteres sobrescritos.

Aplica um efeito visual ao texto


Efeitos de Texto selecionado, como sombra,
brilho ou reflexo.
Faz o texto parecer como se
Cor do Realce do Texto tivesse sido marcado com um
marca-texto.

Cor da Fonte Altera a cor do texto.

A maioria das formatações de fonte você encontrará no canto inferior direito do Grupo Fonte
através do iniciador da caixa de diálogo.

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Cuidado principalmente com os efeitos de subscrito/sobrescrito e de Caixa Alta (VERSALETE)


e TODAS EM MAIÚSCULAS, pois costumam cair em muitas provas.

Veja que são poucas as diferenças entre as diversas versões do Word na formatação de fonte,
algumas diferenças relevantes são as guias e especialmente os efeitos de texto que foram
aprimorados.

www.acasadoconcurseiro.com.br 553
PARÁGRAFO

A caixa de diálogo Formatar Parágrafo permite personalizar o alinhamento, o recuo, o


espaçamento de linhas, as posições e as guias da parada de tabulação e as quebras de linha e
de parágrafo dentro dos parágrafos selecionados.

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A guia “Recuos e Espaçamento” permite personalizar o alinhamento, o recuo e o espaçamento


de linha dos parágrafos selecionados.

GERAL
Aqui você pode definir o alinhamento dos parágrafos:
À Esquerda: O caractere à extrema esquerda de cada linha é alinhado à margem esquerda e
a borda direita de cada linha fica irregular. Esse é o alinhamento padrão para parágrafos com
direção do texto da esquerda para a direita.
Centro: O centro de cada linha de texto é alinhado ao ponto médio das margens direita e
esquerda da caixa de texto e as bordas esquerda e direita de cada linha ficam irregulares.
À Direita: O caractere à extrema direita de cada linha é alinhado à margem direita e a borda
esquerda de cada linha fica irregular. Esse é o alinhamento padrão para parágrafos com direção
do texto da direita para a esquerda.
Justificado: O primeiro e o último caracteres de cada linha (exceto o último) são alinhados às
margens esquerda e direita e as linhas são preenchidas adicionando ou retirando espaço entre
e no meio das palavras. A última linha do parágrafo será alinhada à margem esquerda, se a
direção do texto for da esquerda para a direita, ou à margem direita, se a direção do texto for
da direita para a esquerda.

RECUO
O recuo determina a distância do parágrafo em relação às margens esquerda ou direita da caixa
de texto. Entre as margens, você pode aumentar ou diminuir o recuo de um parágrafo ou de
um grupo de parágrafos. Também pode criar um recuo negativo (também conhecido como
recuo para a esquerda), o que recuará o parágrafo em direção à margem esquerda, se a direção
do texto estiver definida como da esquerda para a direita, ou em direção à margem direita, se a
direção do texto estiver definida como da direita para a esquerda.
Margens e recuos são elementos diferentes dentro de um texto do Word. As margens
determinam a distância entre a borda do papel e o início ou final do documento. Já os recuos
determinam a configuração do parágrafo dentro das margens que foram estabelecidas para o
documento. Podemos determinar os recuos de um parágrafo através da régua horizontal ou do
grupo Parágrafo.
Existem na régua, dois conjuntos de botões de recuo, um do lado direito, que marca o recuo
direito de parágrafo e outro do lado esquerdo (composto por três elementos bem distintos)
que marcam o recuo esquerdo de parágrafo.
O deslocamento destes botões deve ser feito pelo clique do mouse seguido de arrasto. Seu
efeito será sobre o parágrafo onde o texto estiver posicionado ou sobre os parágrafos do texto
que estiver selecionado no momento.
Movendo-se o botão do recuo direito de parágrafo, todo limite direito do parágrafo será
alterado:

www.acasadoconcurseiro.com.br 555
Já no recuo esquerdo é preciso tomar cuidado com as partes que compõem o botão. O Botão
do recuo esquerdo é composto por 3 elementos distintos:
•• Botão de entrada de parágrafo ou recuo especial na 1º linha.
•• Botão de Deslocamento do recuo esquerdo, com exceção da 1º linha
•• Botão de Deslocamento do recuo esquerdo, mantendo a relação entre a entrada do
parágrafo e as demais linhas.
Lembre-se que o deslocamento dos botões é válido para o parágrafo em que está posicionado
o cursor ou para os parágrafos do texto selecionado. Assim, primeiro seleciona-se o texto para
depois fazer o movimento com os botões de recuos.

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ESPAÇAMENTO ENTRE LINHAS


O espaçamento entre linhas determina a quantidade de espaço vertical entre as linhas do texto
em um parágrafo. O espaçamento entre parágrafos determina o espaço acima ou abaixo dele.
Quando você pressiona ENTER para começar um novo parágrafo, o espaçamento é atribuído ao
próximo, mas você pode alterar as configurações de cada um.

Alterar o espaçamento entre linhas em uma parte do documento

1. Selecione os parágrafos em que deseja alterar o espaçamento entre linhas.

2. Na guia Página Inicial, no grupo Parágrafo, clique em Espaçamento entre Linhas.

3. Siga um destes procedimentos:


•• Clique no número de espaçamentos entre linha que deseja.
Por exemplo, clique em 1,0 para usar um espaçamento simples com o espaçamento usado
em versões anteriores do Word. Clique em 2,0 para obter um espaçamento duplo no
parágrafo selecionado. Clique em 1,15 para usar um espaçamento com o espaçamento
usado no Word 2010.
•• Clique em Opções de Espaçamento entre Linhas e selecione as opções desejadas em
Espaçamento. Consulte a lista de opções disponíveis a seguir para obter mais informações.

www.acasadoconcurseiro.com.br 557
Opções de espaçamento entre as linhas
Simples: Essa opção acomoda a maior fonte nessa linha, além de uma quantidade extra de
espaço. A quantidade de espaço extra varia dependendo da fonte usada.
1,5 linha: Essa opção é uma vez e meia maior que o espaçamento de linha simples.
Duplo: Essa opção é duas vezes maior que o espaçamento de linha simples.
Pelo menos: Essa opção define o mínimo de espaçamento entre as linhas necessário para
acomodar a maior fonte ou gráfico na linha.
Exatamente: Essa opção define o espaçamento entre linhas fixo, expresso em pontos. Por
exemplo, se o texto estiver em uma fonte de 10 pontos, você poderá especificar 12 pontos
como o espaçamento entre linhas.
Múltiplos: Essa opção define o espaçamento entre linhas que pode ser expresso em números
maiores que 1. Por exemplo, definir o espaçamento entre linhas como 1,15 aumentará o espaço
em 15%, enquanto definir o espaçamento entre linhas como 3 aumentará o espaço em 300%
(espaçamento triplo).

Quebras de Linha e de PÁGINA


Esta guia permite controlar como as linhas em um parágrafo são formatadas em caixas de texto
vinculadas ou entre colunas.
Controle de linhas órfãs/viúvas: As viúvas e órfãs são linhas de texto isoladas de um parágrafo
que são impressas na parte superior ou inferior de uma caixa de texto ou coluna. Você pode
escolher evitar a separação dessas linhas do restante do parágrafo.
•• Linha órfã: a primeira linha de um parágrafo que fica sozinha na folha anterior.
•• Linha viúva: a última linha de um parágrafo que fica sozinha na folha seguinte.
Manter com o próximo: Essa caixa de seleção manterá um ou mais parágrafos selecionados
juntos em uma caixa de texto ou uma coluna.
Manter linhas juntas: Essa caixa de seleção manterá as linhas de um parágrafo juntas em uma
caixa de texto ou uma coluna.
Quebrar página antes: Esta opção insere uma quebra de página no parágrafo selecionado.

Tabulação
Para determinarmos o alinhamento do texto em relação ao tabulador é preciso primeiro
selecionar o tipo de tabulador a partir do símbolo que existe no lado esquerdo da régua
horizontal.

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Cada clique dado sobre este símbolo fará com que ele assuma uma das posições de alinhamento
que existem para tabuladores.

Determine a posição do tabulador antes de inseri-lo no texto. Após determinar o alinhamento


do tabulador clique uma vez sobre o ponto da régua onde ele deverá aparecer.
Além dos tabuladores, existe ainda uma Barra, que pode ser colocada entre as colunas e as
posições de recuo esquerdo, que podem ser fixadas pela Régua Horizontal. Acrescenta uma
Barra no texto no ponto em que foi acionado. Nenhum efeito de tabulação ou marcação de
deslocamento é feito. Trata-se apenas de um elemento visual que pode ser inserido no texto do
Word (através dele pode-se criar, por exemplo, bordas que separam os diversos tabuladores).

Definir paradas de tabulação usando a caixa de diálogo Tabulações


Se você deseja que sua tabulação pare em posições precisas que não podem ser obtidas
clicando na régua, ou se deseja inserir um caractere específico (de preenchimento) antes da
tabulação, pode usar a caixa de diálogo Tabulações.
Para exibir a caixa de diálogo Tabulações, clique duas vezes em qualquer parada de tabulação
na régua ou faça o seguinte:
1. Clique duas vezes na régua ou clique
na guia Layout de Página, clique no
Iniciador da Caixa de Diálogo Parágrafo e
clique em Tabulações.
2. Em Posição da parada de tabulação,
digite o local onde você deseja definir a
parada de tabulação.
3. Em Alinhamento, clique no tipo de parada de tabulação
desejado.
4. Para adicionar pontos na parada de tabulação, ou para
adicionar outro tipo de preenchimento, clique na opção
desejada em Preenchimento.
5. Clique em Definir.
6. Repita as etapas de 2 a 5 para adicionar outra parada
de tabulação ou clique em OK.

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Criar uma lista numerada ou com marcadores
Você pode adicionar com rapidez marcadores ou números a linhas de texto existentes, ou o
Word pode automaticamente criar listas à medida que você digita.
Por padrão, se você iniciar um parágrafo com um asterisco ou um número 1., o Word
reconhecerá que você está tentando iniciar uma lista numerada ou com marcadores. Se não
quiser que o texto se transforme em uma lista, clique no botão Opções de AutoCorreção
que aparece.

Listas: um ou vários níveis


Crie uma lista de apenas um nível ou uma lista de vários níveis para mostrar listas em uma lista.
Ao criar uma lista numerada ou com marcadores, você pode seguir um destes procedimentos:
•• Usar a Biblioteca de Marcadores e a Biblioteca de Numeração convenientes: Use os
formatos padrão de marcador e numeração para listas, personalize listas ou selecione
outros formatos na Biblioteca de Marcadores e na Biblioteca de Numeração.

•• Formatar marcadores ou números: Formate marcadores ou números de maneira diferente


da usada no texto de uma lista. Por exemplo, clique em um número ou altere a cor do
número para a lista inteira, sem alterar o texto da lista.

•• Usar imagens ou símbolos: Crie uma lista com marcadores de imagens para tornar um
documento ou uma página da Web visualmente mais interessante.

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Mover uma lista inteira para a esquerda ou direita

1. Clique em um marcador ou número na lista para realçá-la.

2. Arraste a lista para um novo local.


A lista inteira será movida à medida que você arrastar. Os níveis de numeração não são
alterados.

Transformar uma lista de um nível em uma lista de vários níveis


Você pode transformar uma lista existente em uma lista de vários níveis alterando o nível
hierárquico dos itens da lista.

1. Clique em um item que você deseja mover para um nível diferente.

2. Na guia Página Inicial, no grupo Parágrafo, clique na seta ao lado de Marcadores ou


Numeração, clique em Alterar Nível da Lista e, em seguida, clique no nível desejado.

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ESTILO

Um estilo é um conjunto de características de formatação, como nome da fonte, tamanho,


cor, alinhamento de parágrafo e espaçamento. Alguns estilos incluem até mesmo borda e
sombreamento.
Por exemplo, em vez de seguir três etapas separadas para formatar seu título como 16 pontos,
negrito, Cambria, você pode conseguir o mesmo resultado em uma única etapa aplicando o
estilo Título 1 incorporado. Não é preciso se lembrar das características do estilo Título 1. Para
cada rubrica no seu documento, basta clicar no título (você nem mesmo precisa selecionar
todo o texto) e clicar em Título 1 na galeria de estilos.

Se você decidir que quer subtítulos, use o estilo interno Título 2.

1. Os Estilos Rápidos da galeria de estilos foram criados para trabalhar juntos. Por exemplo, o
Estilo Rápido Título 2 foi criado para parecer subordinado ao Estilo Rápido Título 1.

2. O texto do corpo do seu documento é automaticamente formatado com o Estilo Rápido


Normal.

3. Estilos Rápidos podem ser aplicados a parágrafos, mas você também pode aplicá-los a
palavras individuais e caracteres. Por exemplo, você pode enfatizar uma frase aplicando o
Estilo Rápido Ênfase.

4. Quando você formata o texto como parte de uma lista, cada item da lista é automaticamente
formatado com o Estilo Rápido Lista de Parágrafos.
Se mais tarde você decidir que gostaria que os títulos tenham uma aparência diferente, altere
os estilos Título 1 e Título 2, e o Word atualizará automaticamente todas as suas instâncias no
documento. Você também pode aplicar um conjunto de Estilo Rápido diferente ou um tema
diferente para mudar a aparência dos títulos sem fazer alterações aos estilos.
Os estilos internos (Título 1, Título 2, etc.) oferecem outros benefícios, também. Se você usar os
estilos internos de título, o Word poderá gerar uma tabela de conteúdos automaticamente. O

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Word também usa os estilos internos de título para fazer a Estrutura do documento, que é um
recurso conveniente para mover-se através de documentos longos.

EDIÇÃO

No Word, com o Painel de Navegação, você pode localizar-se rapidamente em documentos


longos, reorganizar com facilidade seus documentos arrastando e soltando seções em vez de
copiar e colar, além de localizar conteúdo usando a pesquisa incremental, para que não seja
preciso saber exatamente o que está procurando para localizá-lo.

No Word é possível:
•• Mover-se entre títulos no documento clicando nas partes do mapa do documento.
•• Recolher níveis da estrutura de tópicos para ocultar cabeçalhos aninhados, para que você
possa trabalhar facilmente com o mapa mesmo em documentos longos, profundamente
estruturados e complicados.
•• Digitar texto na caixa de pesquisa para encontrar o lugar instantaneamente.
•• Arrastar e soltar títulos no documento para reorganizar a estrutura. Você também pode
excluir, recortar ou copiar títulos e seu conteúdo.
•• Facilmente promover ou rebaixar um título específico, ou um título e todos os seus títulos
aninhados, para cima ou para baixo dentro da hierarquia.
•• Adicionar novos títulos ao documento para criar uma estrutura de tópicos básica ou inserir
novas seções sem ter que rolar o documento.

www.acasadoconcurseiro.com.br 563
•• Ficar atento ao conteúdo editado por outras pessoas procurando os títulos que contêm um
indicador de coautoria.
•• Ver miniaturas de todas as páginas do documento e clicar nelas para me mover pelo
documento.

Localização avançada
Permite a localização de texto, fonte, tipo parágrafo, idioma, quadro, estilo, realce e caracteres
especiais.

Substituir (CTRL+U)
Substitui texto, fonte, parágrafo, idioma, quadro, estilo, realce e caracteres especiais.

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Ir Para (Alt+CTRL+G)
Permite ir para uma determinada página, seção, linha, indicador, nota de rodapé, nota de fim,
tabela, etc.

GUIA LAYOUT DE PÁGINA

Formatar Colunas
Sempre que se formata um texto em colunas o próprio Word se encarrega de colocar quebras
de seções entre as partes que dividem o documento. Na Guia Layout da Página encontra-se a
opção colunas. Sua janela possibilita ao usuário modificar alguns dos critérios de formatação
das colunas, como a distância entre elas e o seu tamanho.

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Configurar Página
A formatação de página define como ficará o documento ativo com relação ao tamanho da
folha e a posição do texto dentro dela (margens direita, esquerda, superior inferior, etc.).

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Alterar margens da página


As margens da página são o espaço em branco em volta das
bordas da página. Em geral, você insere texto e elementos
gráficos na área imprimível entre as margens. Quando você
alterar as margens de um documento de página, alterará o
local onde texto e gráficos aparecem em cada página.
Para configurar página no Word:

1. Na guia Layout da Página, no grupo Configurar Página,


clique em Margens. A galeria de Margens aparece.

2. Clique no tipo de margem que deseja aplicar.


Se o documento contiver várias seções, o tipo de margem novo só será aplicada à seção atual.
Se o documento contiver várias seções e você tiver várias seções selecionadas, o tipo da nova
margem será aplicada a cada seção que você escolheu.
OBSERVAÇÃO: Para alterar as margens padrão, depois de selecionar uma nova margem clique
em Margens Personalizadas e, em seguida, clique em Avançada. Na caixa de diálogo Configurar
Página, clique no botão Configurar Como Padrão. As novas configurações padrão serão salvas
no modelo no qual o documento é baseado. Cada novo documento baseado nesse modelo
automaticamente usará as novas configurações de margem.

GUIA INSERIR

CABEÇALHOS E RODAPÉS
ABRIR CABEÇALHOS E RODAPÉS
Use um dos três métodos:
•• Clique duas vezes na área do cabeçalho e rodapé do documento.
•• Clique com o botão direito na área do cabeçalho ou rodapé e clique Editar Cabeçalho.
•• Clique na guia Inserir e no grupo Cabeçalho e Rodapé, clique Cabeçalho, Rodapé ou
Número de Página e insira um estilo de uma destas galerias. Que abrem cabeçalhos e
rodapés.

FECHAR CABEÇALHOS E RODAPÉ


Use um dos dois métodos:
•• Clique duas vezes no corpo do documento.
•• Na guia Design, clique em Fechar cabeçalho e rodapé.

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INSERIR CONTEÚDO USANDO O ESTILO DAS GALERIAS
As galerias contém conteúdo preexistente que foi posicionado, formatado, projetado e que
contém controles e campos.

1. Clique em Inserir.

2. No grupo Cabeçalho e Rodapé, clique em Cabeçalho, Rodapé ou Número de Página.

3. Para números de páginas, aponte para uma posição na página e isso abrirá a galeria.

4. Na galeria Cabeçalho, Rodapé ou Número de Página, clique em um estilo para aplicá-lo e


preencha os conteúdos conforme apropriado.
Quando um estilo é aplicado, a guia Ferramentas de Design de Cabeçalho e Rodapé abre com
mais comandos para suportar criação, navegação e edição.

EDITAR PROPRIEDADES DO DOCUMENTO


Para atualizar ou editar propriedades dos documentos com informações atuais, para os seus
cabeçalhos e rodapés. Siga esses passos.

1. Clique na guia Arquivo.

2. Na guia Informações, clique na seta próxima à Propriedades, à direita da janela

3. Clique em Propriedades Avançadas.

4. Na guia Resumo, preencha a informação desejada.


Quando você usa as Propriedades do Documento ou Campo no menu Partes Rápidas, o Word
irá buscar informações para os controles e campos Autor, Empresa e Título.

5. Clique OK para fechar a caixa de diálogo Propriedades e clique em Arquivo para fechar a
guia.

FORMATAR O NÚMERO DE PÁGINAS OU ALTERAR O NÚMERO INICIAL


Para alterar as configurações padrão para número de páginas no documento:

1. Na guia Inserir ou na guia Design com Ferramentas de Cabeçalho e Rodapé, clique Número
de página, e clique em Formatar número de páginas.

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2. Altere o formato do número ou o número inicial e clique em OK.


Dica para documentos com seções múltiplas: Posicione o cursor na seção desejada e complete
os passos acima.

QUEBRAS
As quebras podem ser de página, coluna, linha ou seções. Para inserir uma quebra basta acionar
o botão de comando Quebras no Grupo Configurar Página na Guia Layout.
Ao acionarmos o botão quebras serão exibidas as opções de quebras de página como segue:
Teclas de atalho:
Quebra de página (CTRL+ENTER)
Quebra de coluna (CTRL+SHIFT+ENTER)
Quebra automática de linha (SHIFT+ENTER)

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A quebra de página também poderá ser acionada através do botão de comando Quebra de
Página localizado no Grupo Páginas na Guia Inserir.

As Quebras de Seções
É possível usar quebras de seção para alterar o layout ou a formatação de uma página ou de
páginas do documento. Por exemplo, você pode definir o layout de uma página em coluna
única como duas colunas. Pode separar os capítulos no documento para que a numeração de
página de cada capítulo comece em 1. Também pode criar um cabeçalho ou rodapé diferente
para uma seção do documento.

1. Seção formatada como coluna única

2. Seção formatada como duas colunas


As quebras de seção são usadas para criar alterações de layout ou formatação em uma parte do
documento. Você pode alterar os seguintes elementos de seções específicas:
•• Margens
•• Tamanho ou orientação do papel
•• Fonte do papel para uma impressora
•• Bordas da página
•• Alinhamento vertical de um texto em uma página
•• Cabeçalhos e rodapés
•• Colunas
•• Numeração de página
•• Numerar linhas
•• Numeração de nota de rodapé e de nota de fim

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Tipos de Quebra de Seção

Próxima Página
O comando Próxima Página insere uma quebra de seção e inicia a nova seção na próxima
página.

Esse tipo de quebra de seção é especialmente útil para iniciar novos capítulos em um
documento.

Contínuo
O comando Contínuo insere uma quebra de seção e inicia a nova seção na mesma página.

Uma quebra de seção contínua é útil para criar uma alteração de formatação, como um número
diferente de colunas em uma página.

Páginas Pares ou Páginas Ímpares


O comando Páginas Pares ou Páginas Ímpares insere uma quebra de seção e inicia a nova seção
na próxima página de número par ou ímpar.

www.acasadoconcurseiro.com.br 571
Se você quiser que os capítulos do seu documento sempre comecem em uma página par ou em
uma página ímpar, use a opção de quebra de seção Páginas pares ou Páginas ímpares.

TABELAS

Inserir uma tabela


Para inserir rapidamente uma tabela básica, clique na guia Inserir > Tabela e mova o cursor
sobre a grade até realçar o número correto de colunas e linhas desejado.

Clique e a tabela aparecerá no documento. Se você precisar fazer ajustes, poderá adicionar
linhas e colunas de tabela, excluir linhas e colunas de tabela ou mesclar células de tabelas em
uma célula.
Quando você clica na tabela, as Ferramentas de Tabela são exibidas.

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Use as Ferramentas de Tabela para escolher diferentes cores, estilos de tabela, adicionar uma
borda a uma tabela ou remover bordas de uma tabela. Você pode até mesmo inserir uma
fórmula para fornecer a soma de uma coluna ou linha de números em uma tabela.
Se você tem um texto que ficará melhor em uma tabela, o Word pode convertê-lo em uma
tabela.

Inserir tabelas maiores ou tabelas com comportamentos de largura personalizada


Para obter tabelas maiores e mais controle sobre as colunas, use o comando Inserir Tabela.

Assim, você pode criar uma tabela com mais de dez colunas e oito linhas, além de definir o
comportamento de largura das colunas.

1. Clique em Inserir > Tabela > Inserir Tabela.

2. Defina o número de colunas e linhas.

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3. Na seção Comportamento de ajuste automático, você tem três opções para configurar a
largura de suas colunas:
• Largura fixa da coluna: você pode deixar o Word definir automaticamente a largura das
colunas com Automático ou pode definir uma largura específica para todas as colunas.
• Ajustar-se automaticamente ao conteúdo: isso criará colunas muito estreitas que serão
expandidas conforme você adicionar conteúdo.
• Ajustar-se automaticamente à janela: isso mudará automaticamente a largura de toda a
tabela para ajustar-se ao tamanho de seu documento.
• Se quiser que cada tabela que você cria tenha uma aparência semelhante à da tabela que
você está criando, marque Lembrar dimensões de novas tabelas.

Projetar sua própria tabela


Se quiser ter mais controle sobre a forma das colunas e linhas de sua tabela ou algo diferente
de uma grade básica, a ferramenta Desenhar Tabela ajuda a desenhar exatamente a tabela que
você deseja.

Você mesmo pode desenhar linhas diagonais e células dentro das células.

1. Clique em Inserir > Tabela > Desenhar Tabela. O ponteiro é alterado para um lápis.

2. Desenhe um retângulo para fazer as bordas da tabela. Depois, desenhe linhas para as
colunas e linhas dentro do retângulo.

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3. Para apagar uma linha, clique na guia Layout de Ferramentas de Tabela, clique em Borracha
e clique na linha que você quer apagar.

GUIA EXIBIÇÃO

Guia composta pelos grupos Modos de Exibição de Documento, Mostrar, Zoom, Janela e
Macros.

Grupo Modos de Exibição: alterna formas como o documento pode ser exibido:
Layout de Impressão, Leitura em Tela, Layout da Web, Estrutura de Tópicos e Rascunho.

Grupo Mostrar: ativa ou desativa a régua, linhas de grade e Painel de Navegação.

Régua: exibe ou oculta as réguas horizontal e vertical.


Linhas de grade: ativa linhas horizontais e verticais que podem ser usadas para alinhar objetos.

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Painel de Navegação: ativa/desativa um painel a esquerda do documento mostrando a sua
estrutura permitindo a navegação.
Grupo Zoom: permite especificar o nível de zoom de um documento.
Uma Página: exibe as páginas individualmente em tamanho reduzido.
Duas Páginas: exibe de duas em duas páginas por vez reduzidas.
Largura da Página: exibe uma página ajustada a sua largura.

GUIA REVISÃO

Ativar ou desativar o controle de alterações


No Word você pode personalizar a barra de status para adicionar um indicador que avise
quando o controle de alterações está ativado ou não. Quando o recurso Controlar Alterações
está ativado, você pode ver todas as alterações feitas em um documento.
Quando estiver desativado, você pode fazer alterações em um documento sem marcar o que
mudou.

Ativar o controle de alterações


•• Na guia Revisão, no grupo Controle, clique na imagem de Controlar Alterações.

Para adicionar um indicador de controle de alterações na barra de status, clique com o botão
direito do mouse na barra de status e clique em Controlar Alterações. Clique no indicador
Controlar Alterações na barra de status para ativar ou desativar o controle de alterações.

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Desativar o controle de alterações

Quando você desativa o controle de alterações, pode revisar o documento sem marcar as
alterações. A desativação do recurso Controle de Alterações não remove as alterações já
controladas.
IMPORTANTE: Para remover alterações controladas, use os comandos Aceitar e Rejeitar na
guia Revisar, no grupo Alterações.
•• Na guia Revisão, no grupo Controle, clique na imagem de Controlar Alterações.

Verificar a ortografia e a gramática

Todos os programas do Microsoft Office podem verificar a ortografia e a gramática de seus


arquivos. No Microsoft Word 2013, você encontrará as opções de Ortografia e Gramática aqui:
•• Clique em Revisão > Ortografia e Gramática (ou pressione F7) para iniciar o verificador
ortográfico e gramatical e veja os resultados no painel de tarefas Ortografia e Gramática.

Escolha uma destas opções à medida que o verificador ortográfico e gramatical percorre cada
palavra:
•• Verificar a ortografia e gramática ao mesmo tempo.
•• Corrigir a ortografia e a gramática automaticamente ao digitar.
•• Verificar novamente as palavras que você verificou anteriormente e optou por ignorar (mas
mudou de ideia).

Verificar a ortografia e a gramática ao mesmo tempo

Verificar a ortografia e a gramática no seu documento é útil quando você quer revisar
rapidamente seu texto. Você pode verificar a existência de possíveis erros e então decidir se
concorda com o verificador ortográfico e gramatical.
Depois de clicar em Ortografia e Gramática (ou de pressionar F7), você poderá corrigir cada
erro encontrado pelo Word de diferentes maneiras. No painel de tarefas à direita do seu
documento, você verá as opções de ortografia e gramática:

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•• Corrigir o erro usando as sugestões do Word – Se você quiser corrigir o erro usando uma
das palavras sugeridas, selecione a palavra na lista de sugestões e clique em Alterar. (Você
também pode clicar em Alterar Tudo se souber que usou essa palavra incorreta em todo o
documento, para que não seja necessário lidar com ela sempre que ela aparecer).
•• Criar uma entrada de dicionário – Se a palavra for uma palavra real e você quiser que o
Word e TODOS os programas do Office a reconheçam também, clique em Adicionar.
•• Ignorar a palavra – Talvez você queira ignorar a palavra incorreta (por qualquer motivo):
clique em Ignorar ou em Ignorar Tudo.

Verificar ortografia e gramática automaticamente


A verificação ortográfica e gramatical durante a digitação pode ser uma maneira preferencial
para economizar tempo: você faz as correções e alterações necessárias enquanto escreve, não
precisando esperar até (você achar) que o seu documento esteja concluído.

1. Primeiro, ative (ou desative) a verificação ortográfica e gramatical automática, clique em


Arquivo> Opções> Revisão de Texto.

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2. Como você pode ver na imagem acima, é possível optar por verificar a ortografia
automaticamente, a gramática, uma ou outra, ambas ou nenhuma delas, ou até mesmo
outras opções, como a ortografia contextual.

3. Em Exceções, você pode optar por ocultar os erros gramaticais e ortográficos no seu
documento aberto ou, se deixar as opções desmarcadas, mas mantiver qualquer uma das
opções acima marcada, todos os seus novos documentos a partir de então manterão essas
configurações.

Como funciona a verificação ortográfica automática


O Word sinaliza palavras com erros ortográficos com uma linha ondulada vermelha sob elas
enquanto você trabalha, para que você possa localizar os erros com facilidade:

Quando você clicar com o botão direito do mouse em uma palavra com erro ortográfico, verá
um menu onde poderá escolher a forma como lidará com o erro.

Como funciona a verificação gramatical automática


Depois de ativar a verificação gramatical automática, o Word sinaliza potenciais erros de
gramática, estilo e contexto com uma linha ondulada azul sob a palavra, o termo ou a frase
enquanto você trabalha no seu documento.

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Como no caso do verificador ortográfico, você pode clicar com o botão direito do mouse no
erro para ver mais opções. (Nesse caso, é mais apropriado usar a frase como uma pergunta, e
não como uma afirmação).

Verificar novamente as palavras e a gramática que você já verificou e optou por


ignorar
Você também pode forçar uma nova verificação das palavras e da gramática que anteriormente
optou por ignorar.

1. Abra o documento que você deseja verificar novamente.

2. Clique em Arquivo> Opções> Revisão de Texto.

3. Em Ao corrigir a ortografia e a gramática no Word, clique em Verificar Documento


Novamente.

4. Quando a mensagem a seguir for exibida Esta operação redefine o verificador ortográfico e
o verificador gramatical de forma que o Word verificará novamente palavras e gramática
que você verificou anteriormente e optou por ignorar. Deseja continuar?, clique em Sim e
depois em OK para fechar a caixa de diálogo Opções do Word.

5. Em seguida, no seu documento, clique em Revisão > Ortografia e Gramática (ou pressione
F7).

Outras maneiras de corrigir a Ortografia e Gramática:


• Clique com o botão direito em uma palavra sublinhada de ondulado vermelho ou azul e, em
seguida, selecione o comando ou a alternativa de ortografia que deseja.
• O ícone mostra o status da verificação de ortografia e gramática. Quando o Word faz a
verificação de erros, uma caneta animada aparece sobre o livro. Se nenhum erro for encontrado,
será exibida uma marca de seleção. Se um erro for encontrado, será exibido um "X". Para
corrigir o erro, clique nesse ícone.

IMPRESSÃO

Não consegue achar o botão de Visualização de Impressão? Microsoft Office você encontrará os
comandos Imprimir e Visualizar na mesma janela. Clique em Arquivo> Imprimir para encontrar
os dois. À direita, você verá seu documento
Para ver cada página, clique na seta na parte inferior da visualização e, se o texto for pequeno
demais para ser lido, use o controle deslizante de zoom para ajustá-lo.

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Escolha o número de cópias desejadas e clique no botão Imprimir.

Clique em para retornar ao documento.


Para imprimir apenas certas páginas, imprimir algumas das propriedades do documento ou
imprimir alterações acompanhadas e comentários, em Configurações, ao lado de Imprimir
Todas as Páginas (o padrão), clique na seta para ver todas as suas opções.

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Se você estiver imprimindo um documento com alterações controladas, escolha quanto de
marcação você deseja ver na impressão. Para desativar todas as marcações, clique em Revisão.
No grupo Acompanhamento, escolha Sem Marcação na caixa Exibir para Revisão.

NOVIDADES DO WORD 2013

Novidades no Word 2013


Faça muito mais com seus documentos: abra um vídeo online, abra um PDF e edite o conteúdo,
alinhe imagens e diagramas com um mínimo de trabalho. O novo Modo de Leitura é limpo e
sem distrações e funciona muito bem em tablets. Agrupar-se em equipes também está mais
fácil, com conexões diretas com os espaços online e recursos de revisão otimizados, como a
Marcação Simples e os comentários.

Desfrute da leitura
Agora você pode se concentrar nos documentos do Word diretamente na tela com um modo
de leitura limpo e confortável.

Novo modo de leitura


Aproveite sua leitura com um modo de exibição que mostra seus documentos em colunas
fáceis de ler na tela.

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As ferramentas de edição são removidas para minimizar as distrações, mas você ainda tem
acesso às ferramentas que estão sempre à mão para leitura como Definir, Traduzir e Pesquisar
na Web.

Zoom do objeto
Dê dois toques com o seu dedo ou dois cliques com o mouse para ampliar e fazer com que as
tabelas, gráficos e imagens de seu documento preencham a tela. Foque a imagem e obtenha
as informações, depois toque ou clique novamente fora do objeto para reduzi-la e continuar
lendo.

Retomar leitura
Reabra um documento e continue sua leitura exatamente a partir do ponto em que parou. O
Word se lembrará onde você estava mesmo quando reabrir um documento online de um outro
computador.

Vídeo online
Insira vídeos online para assistir diretamente no Word, sem ter que sair do documento. Assim,
você pode ficar concentrado no conteúdo.

Expandir e recolher
Recolha ou expanda partes de um documento com apenas um toque ou clique. Insira resumos
nos títulos e permita que os leitores abram a seção e leiam os detalhes se desejarem.

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Trabalhe em conjunto
Trabalhar com outras pessoas com ferramentas otimizadas de colaboração.

Salvar e compartilhar os arquivos na nuvem


A nuvem é como um armazenamento de arquivos no céu. Você pode acessá-lo a qualquer
momento que estiver online. Agora é fácil compartilhar um documento usando o SharePoint ou
o OneDrive. De lá, você pode acessar e compartilhar seus documentos do Word, planilhas do
Excel e outros arquivos do Office. Você pode até mesmo trabalhar com seus colegas no mesmo
arquivo ao mesmo tempo.

Marcação simples
Um novo modo de exibição de revisão, Marcação Simples, oferece um modo de exibição limpo
e sem complicações do seu documento, mas você ainda vê os indicadores onde as alterações
controladas foram feitas.

Responder aos comentários e marcá-los como concluídos


Agora, os comentários têm um botão de resposta. Você pode discutir e controlar facilmente os
comentários ao lado do texto relevante. Quando um comentário for resolvido e não precisar
mais de atenção, você poderá marcá-lo como concluído. Ele ficará esmaecido em cinza para
não atrapalhar, mas a conversa ainda estará lá se você precisar consultá-la posteriormente.

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Adicione sofisticação e estilo


Com o Word 2013, você pode criar documentos mais bonitos e envolventes e pode trabalhar
com mais tipos de mídia (como vídeos online e imagens). Você pode até mesmo abrir PDFs.

Iniciar com um modelo


Ao abrir o Word 2013, você tem uma variedade de novos modelos ótimos disponíveis para
ajudá-lo a começar em uma lista dos documentos visualizados recentemente para que você
pode voltar para onde parou imediatamente.

Se você preferir não usar um modelo, apenas clique em Documento em branco.

Abrir e editar PDFs


Abra PDFs e edite o conteúdo no Word. Edite parágrafos, listas e tabelas como os documentos
do Word que você já conhece. Transfira o conteúdo e deixe-o sensacional.

Inserir fotos e vídeos online


Adicione diretamente aos seus documentos vídeos online que os leitores poderão assistir no
Word. Adicione as suas fotos de serviços de fotos online sem precisar salvá-los primeiro em seu
computador.

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Guias dinâmicas de layout e alinhamento
Obtenha uma visualização dinâmica à medida que você redimensionar e mover fotos e formas
em seu documento. As novas guias de alinhamento facilitam o alinhamento de gráficos, fotos e
diagramas com o texto.

SELECIONAR TEXTO E ELEMENTOS GRÁFICOS COM O MOUSE

Para selecionar: Faça o Seguinte:


Qualquer quantidade de texto Arraste sobre o texto.
Uma palavra Clique duas vezes na palavra ou duas vezes F8.
Um elemento gráfico Clique no elemento gráfico.
Mova o ponteiro para a esquerda da linha até que ele assuma a
Uma linha de texto
forma de uma seta para a direita e clique.
Mova o ponteiro para a esquerda das linhas até que ele assuma
Várias linhas de texto a forma de uma seta para a direita e arraste para cima ou para
baixo.
Mantenha pressionada a tecla CTRL e clique em qualquer lugar
Uma frase
da frase ou três vezes F8.
Mova o ponteiro para a esquerda do parágrafo até que ele
assuma a forma de uma seta para a direita e clique duas vezes.
Um parágrafo
Você também pode clicar três vezes em qualquer lugar do
parágrafo ou quatro vezes F8.
Mova o ponteiro para a esquerda dos parágrafos até que ele
Vários parágrafos assuma a forma de uma seta para a direita, clique duas vezes e
arraste para cima ou para baixo.
Clique no início da seleção, role até o fim da seção, mantenha
Um bloco de texto grande
pressionada a tecla SHIFT e clique.
Mova o ponteiro para a esquerda de qualquer texto do
documento até que ele assuma a forma de uma seta para a
Um documento inteiro
direita e clique três vezes ou com a tecla CTRL pressionada
clique apenas uma vez ou cinco vezes F8.
Pressione e conserve pressionada a tecla ALT e inicie a seleção
Um bloco vertical de texto
do texto desejado.

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SELECIONAR TEXTOS E ELEMENTOS GRÁFICOS COM O TECLADO

Selecione o texto mantendo pressionada a tecla SHIFT e pressionando a tecla que move o ponto
de inserção.

Para estender uma seleção: Pressione:


Um caractere para a direita SHIFT+SETA À DIREITA
Um caractere para a esquerda SHIFT+SETA À ESQUERDA
Até o fim o início da próxima palavra CTRL+SHIFT+SETA À DIREITA
Até o início de uma palavra CTRL+SHIFT+SETA À ESQUERDA
Até o fim de uma linha SHIFT+END
Até o início de uma linha SHIFT+HOME
Uma linha para baixo SHIFT+SETA ABAIXO
Uma linha para cima SHIFT+SETA ACIMA
Até o fim de um parágrafo CTRL+SHIFT+SETA ABAIXO
Até o início de um parágrafo CTRL+SHIFT+SETA ACIMA
Uma tela para baixo SHIFT+PAGE DOWN
Uma tela para cima SHIFT+PAGE UP
Até o início de um documento CTRL+SHIFT+HOME
Até o final de um documento CTRL+SHIFT+END

Nota
A partir da versão Word XP 2002, é possível a seleção de blocos alternados de texto
utilizando o mouse em combinação com a tecla CTRL que deverá ser pressionada
durante todo o processo de seleção.

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MICROSOFT EXCEL 2013

Para iniciar nosso estudo, vamos iniciar pela parte que mais importa para quem utiliza plani-
lhas: entender como fazer cálculos. Para isso, considero bem importante que se entenda como
criar Fórmulas e, posteriormente, as funções, para que, aí sim, passemos para a etapa de for-
matações, configurações e demais assuntos.
Contudo, antes de iniciarmos os cálculos de fato, vamos entender alguns conceitos básicos:

Figura 1 – Janela do Excel 2013)

CÉLULAS
Dá-se o nome de Célula à interseção de uma Coluna e uma Linha, formando, assim, um
Endereço. As linhas são identificadas por números, enquanto m as colunas são identificadas
por letras do alfabeto. Sendo assim, o encontro da Coluna “B” com a Linha “6”, chamamos de
célula “B6”.
Para inserir qualquer tipo de informação em uma célula, deve-se, em primeiro lugar, ativá-la.
Para tanto, pode-se usar as teclas ENTER e TAB, as SETAS, o MOUSE ou digitar, na caixa de
nome, o endereço da célula desejada.

TIPOS DE INFORMAÇÕES QUE UMA CÉLULA PODERÁ CONTER


Conteúdo: o dado propriamente dito.

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Formato: recurso aplicado ao conteúdo de uma célula, como, por exemplo, definição de cor,
tamanho ou tipo de fonte ao conteúdo.

TIPOS DE CONTEÚDO
Texto – Este será automaticamente alinhado à esquerda.
Número – Números são alinhados à direita.
Fórmula – Dependendo do resultado, poderá ser alinhado à esquerda (texto) ou à direita
(número).

Observação
Observação: Datas são tipos de dados numéricos, porém já inseridos com formatação.
Exemplo: 10/02/2004. Para o Excel toda data é internamente um número, ou seja, por
padrão, a data inicial é 01/01/1900, que equivale ao nº 1, 02/01/1900 ao nº 2, e assim
consecutivamente.

Criar uma nova pasta de trabalho


Os documentos do Excel são chamados de pastas de trabalho. Cada pasta de trabalho contém
folhas que, normalmente, são chamadas de planilhas. Você pode adicionar quantas planilhas
desejar a uma pasta de trabalho ou pode criar novas pastas de trabalho para guardar seus
dados separadamente.

1. Clique em Arquivo > Novo.

2. Em Novo, clique em Pasta de trabalho em branco.


Obs. Os modelos são arquivos elaborados para serem documentos interessantes, atraentes e
de aparência profissional. Toda a formatação está completa; basta adicionar o que você quiser.
Entre os exemplos, estão os calendários, os cartões, os currículos, os convites e os boletins
informativos. Os programas do Office vêm com diversos modelos já instalados.

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Salvar seu trabalho

1. Clique no botão Salvar, na Barra de Ferramentas de Acesso Rápido, ou pressione Ctrl + S.

Se você salvou seu trabalho antes, está pronto.

1. Se esta for a primeira vez, prossiga para concluir as próximas etapas:


a. Em Salvar Como, escolha onde salvar sua pasta de trabalho e navegue até uma pasta.
b. Na caixa Nome do arquivo, digite um nome para a pasta de trabalho.
c. Clique em Salvar para concluir.

FÓRMULAS EM PLANILHAS

Ao olharmos para uma planilha, o que vemos sobre as células são RESULTADOS, que podem
ser obtidos a partir dos CONTEÚDOS que são efetivamente digitados nas células. Quer dizer, o
conteúdo pode ou NÃO ser igual ao resultado que está sendo visto.
Os conteúdos podem ser de três tipos:
Strings (numéricos, alfabéticos ou alfanuméricos)
Fórmulas matemáticas
Funções

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FÓRMULAS
Fórmulas são equações que executam cálculos sobre valores na planilha. Uma fórmula inicia
com um sinal de igual (=). Por exemplo, a fórmula a seguir multiplica 2 por 3 e depois adiciona
5 ao resultado.
=5+2*3
Uma fórmula também pode conter um ou todos os seguintes elementos: funções, referências,
operadores e constantes.
Partes de uma fórmula:

1. Funções: a função PI() retorna o valor de pi: 3.142...

2. Referências: A2 retorna o valor na célula A2.

3. Constantes: números ou valores de texto inseridos diretamente em uma fórmula como,


por exemplo, o 2.

4. Operadores: o operador ^ (acento circunflexo) eleva um número a uma potência e o


operador * (asterisco) multiplica.

USANDO CONSTANTES EM FÓRMULAS


Uma constante é um valor não calculado. Por exemplo, a data 09/10/2008, o número 210 e o
texto “Receitas trimestrais” são todos constantes. Uma expressão ou um valor resultante de
uma expressão não é uma constante. Se você usar valores de constantes na fórmula em vez
de referências a células (por exemplo, =30+70+110), o resultado se alterará apenas se você
próprio modificar a fórmula.

USANDO OPERADORES DE CÁLCULO EM FÓRMULAS


Os operadores especificam o tipo de cálculo que você deseja efetuar nos elementos de uma
fórmula. Há uma ordem padrão segundo a qual os cálculos ocorrem, mas você pode mudar
essa ordem utilizando parênteses.

TIPOS DE OPERADORES
Há quatro diferentes tipos de operadores de cálculo: aritmético, de comparação, de concatena-
ção de texto e de referência.

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OPERADORES ARITMÉTICOS
Para efetuar operações matemáticas básicas, como adição, subtração ou multiplicação,
combinar números e produzir resultados numéricos, use estes operadores aritméticos.

Operador aritmético Significado Exemplo


+ (sinal de mais) Adição 3+3
– (sinal de menos) Subtração 3–1
* (asterisco) Multiplicação 3*3
/ (sinal de divisão) Divisão 3/3
% (sinal de porcentagem) Porcentagem 20%
^ (acento circunflexo) Exponenciação 3^2

OPERADORES DE COMPARAÇÃO
Você pode comparar dois valores utilizando os operadores a seguir. Quando dois valores são
comparados usando esses operadores, o resultado é um valor lógico VERDADEIRO ou FALSO.

Operador de comparação Significado Exemplo


= (sinal de igual) Igual a A1=B1
> (sinal de maior que) Maior que A1>B1
< (sinal de menor que) Menor que A1<B1
>= (sinal de maior ou igual a) Maior ou igual a A1>=B1
<= (sinal de menor ou igual a) Menor ou igual a A1<=B1
<> (sinal de diferente de) Diferente de A1<>B1

OPERADOR DE CONCATENAÇÃO DE TEXTO


Use o “E” comercial (&) para associar ou concatenar uma ou mais sequências de caracteres de
texto para produzir um único texto.

Operador de texto Significado Exemplo


Conecta ou concatena dois
& (E comercial) valores para produzir um valor “Norte” “&“vento”
de texto contínuo

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OPERADORES DE REFERÊNCIA
Combine intervalos de células para cálculos com estes operadores.

Operador de
Significado Exemplo
referência
Operador de intervalo, que
produz uma referência para
: (dois-pontos) todas as células entre duas B5:B15
referências, incluindo as duas
referências
Operador de união, que
; (ponto e vírgula) combina diversas referências SOMA(B5:B15;D5:D15)
em uma referência
NO EXCEL – Operador de
interseção, que produz uma
Espaço em branco B7:D7 C6:C8
referência a células comuns a
dois intervalos

USANDO AS FUNÇÕES

Funções são fórmulas predefinidas que efetuam cálculos usando valores específicos,
denominados argumentos, em determinada ordem ou estrutura. As funções podem ser usadas
para executar cálculos simples ou complexos.

ESTRUTURA DE UMA FUNÇÃO

A estrutura de uma função começa com um sinal de igual (=), seguido do nome da
função, de um parêntese de abertura, dos argumentos da função separados por ponto
e vírgulas e deum parêntese de fechamento.

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Exemplo:

PRINCIPAIS FUNÇÕES DAS PLANILHAS DE CÁLCULO

SOMA
Retorna a soma de todos os números na lista de argumentos.
Sintaxe
=SOMA(núm1;núm2; ...)
Núm1, núm2,... são os argumentos que se deseja somar.

Exemplos:

=SOMA(A1;A3) é igual a 10

=SOMA(B1:C2)

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Observação:
Intervalo só funciona dentro de função.

=SOMA(A1)

=SOMA(A1+A2)

=SOMA(A1:A4;3;7;A1*A2)

Observação:
Primeiro se resolve a equação matemática; depois a função.

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=A1:A2 (Erro de Valor)

=SOMA(A1:A3/B1:B2) (Erro de Valor)

Observação:
Não se pode ter um operador matemático entre dois intervalos.

=SOMA(A1:A3)/SOMA(B1:B2)

=SOME(A1:A3) (Erro de Nome)

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Observação:
O texto como argumento nas planilhas deve ser colocado entre “aspas“ para não ser
confundido com um intervalo nomeado ou com outro nome de função. Entretanto,
não será possível realizar soma, média, etc., entre um “texto“ colocado como
argumento em uma função e os demais argumentos.

CONCATENAR
Use CONCATENAR, umas das funções de texto, para unir duas ou mais cadeias de texto em uma
única cadeia.
Sintaxe: CONCATENAR(texto1, [texto2], ...)
Por exemplo:
=CONCATENAR(“População de fluxo para”, A2, “ ”, A3, “ é ”, A4, “/km”)
=CONCATENAR(B2, “ ”, C2)

Nome do argumento Descrição


O primeiro item a ser adicionado. O item pode
Texto1 (obrigatório) ser um valor de texto, um número ou uma
referência de célula.
Itens de texto adicionais. Você pode ter até 255
Texto2,... (opcional)
itens e até um total de 8.192 caracteres.

Exemplos

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Observação Importante:

Siga este procedimento Descrição


O operador de cálculo & (E comercial) permite
a união de itens de texto sem que seja preciso
usar uma função.
Use o caractere & (E comercial) em vez da Por exemplo, =A1 & B1 retorna o mesmo valor
função CONCATENAR. que =CONCATENAR(A1;B1). Em muitos casos,
usar o operador & é mais rápido e simples do
que usar a função CONCATENAR para criar
cadeias de caracteres.

CONT.NÚM
Conta quantas células contêm números e também os números na lista de argumentos. Use
CONT.NÚM para obter o número de entradas em um campo de número que estão em um
intervalo ou em uma matriz de números.
Sintaxe
CONT.NÚM(valor1;valor2;...)
Valor1; valor2, ... são argumentos que contêm ou se referem a uma variedade de diferentes
tipos de dados, mas somente os números são contados.

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Exemplo:
=CONT.NÚM(C1:E2)

Observação:
R$ 4,00 é o NÚMERO 4 com formatação, bem como a Data também é número.

CONT.VALORES
Calcula o número de células não vazias e os valores na lista de argumentos. Use o Cont.Valores
para CONTAR o número de células com dados, inclusive células com erros, em um intervalo ou
em uma matriz.
Sintaxe
=CONT.VALORES(valor1;valor2;...)

Exemplo:
=CONT.VALORES(C1:E3)

MÉDIA
Retorna a média aritmética dos argumentos, ou seja, soma todos os números e divide pela
quantidade de números somados.

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Sintaxe
=MÉDIA(núm1;núm2;...)
A sintaxe da função MÉDIA tem os seguintes argumentos:
núm1 Necessário. O primeiro número, referência de célula ou intervalo para o qual você deseja
a média.
núm2, ... Opcional. Números adicionais, referências de célula ou intervalos para os quais você
deseja a média, até, no máximo, 255.
Exemplos:
=MÉDIA(C1:E2)

=MÉDIA(C1:E2;3;5)

=SOMA(C1:E2)/CONT.NÚM(C1:E2) => equivalente à função média

MULT
A função MULT multiplica todos os números especificados como argumentos e retorna o
produto. Por exemplo, se as células A1 e A2 contiverem números, você poderá usar a fórmula
=MULT(A1;A2) para multiplicar esses dois números juntos. A mesma operação também pode
ser realizada usando o operador matemático de multiplicação (*); por exemplo, =A1*A2.

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A função MULT é útil quando você precisa multiplicar várias células ao mesmo tempo. Por
exemplo, a fórmula =MULT(A1:A3;C1:C3) equivale a =A1*A2*A3*C1*C2*C3.
Sintaxe
=MULT(núm1;[núm2]; ...)
A sintaxe da função MULT tem os seguintes argumentos:
núm1 Necessário. O primeiro número ou intervalo que você deseja multiplicar.
núm2, ... Opcional. Números ou intervalos adicionais que você deseja multiplicar.

Exemplo:

ABS
Retorna o valor absoluto de um número. Esse valor é o número sem o seu sinal.
Sintaxe
=ABS(núm)
Núm é o número real cujo valor absoluto você deseja obter.

Exemplo:

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MOD
Retorna o resto de uma divisão. Possui dois argumentos (valor a ser dividido e divisor).
Sintaxe
=MOD(Núm;Divisor)
Núm é o número para o qual você deseja encontrar o resto.
Divisor é o número pelo qual você deseja dividir o número.

Exemplo:
=MOD(6;4)
Resposta: 2

INT
Arredonda um número para baixo até o número inteiro mais próximo.
Sintaxe
=INT(núm)
Núm é o número real que se deseja arredondar para baixo até um inteiro.

Exemplo:

ARRED
A função ARRED arredonda um número para um número especificado de dígitos. Por exemplo,
se a célula A1 contiver 23,7825 e você quiser arredondar esse valor para duas casas decimais,
poderá usar a seguinte fórmula:
=ARRED(A1;2)
O resultado dessa função é 23,78.

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Sintaxe
=ARRED(número;núm_dígitos)
A sintaxe da função ARRED tem os seguintes argumentos:
número (Necessário). O número que você deseja arredondar.
núm_dígitos (Necessário). O número de dígitos para o qual você deseja arredondar o argumento
número.

Exemplo:

MÁXIMO
Retorna o valor máximo de um conjunto de valores.
Sintaxe
=MÁXIMO(núm1;núm2;...)
Núm1, núm2,... são de 1 a 255 números cujo valor máximo você deseja saber.

Exemplos:

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=MÁXIMO(A1:C5)

MÍNIMO
Retorna o menor valor de um conjunto de valores.
Sintaxe
=MÍNIMO(número1, [número2], ...)
A sintaxe da função MÍNIMO tem os seguintes argumentos:
Núm1, núm2,... Núm1 é obrigatório, números subsequentes são opcionais. De 1 a 255 números
cujo valor MÍNIMO você deseja saber.

Exemplos:
=MÍNIMO(A1:C5)

MAIOR
Retorna o MAIOR valor K-ésimo de um conjunto de dados. Por exemplo, o terceiro MAIOR
número. Possui dois argumentos. O primeiro argumento é a matriz, e o segundo é a posição em
relação ao maior número.
Sintaxe
=MAIOR(MATRIZ;posição)

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Exemplos:
=MAIOR(A3:D4;3) 2 4 6 9 12 23 35 50
Resposta: 23
=MAIOR(A1:C5;3)

MENOR
Retorna o MENOR valor K-ésimo de um conjunto de dados. Por exemplo, o terceiro MENOR
número. Possui dois argumentos. O primeiro argumento é a matriz, e o segundo é a posição em
relação ao menor número.
Sintaxe
=MENOR(MATRIZ;posição)

Exemplos:
=MENOR(A3:D4;3)
Qual é o terceiro MENOR número:
2 4 6 9 12 23 35 50 Resposta → 6

=MENOR(A1:C5;5)

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=MENOR(A1:C5;19)

DATA

HOJE()
Retorna o número de série da data atual. O número de série é o código de data/hora usado
pela planilha para cálculos de data e hora. Se o formato da célula era Geral antes de a função
ser inserida, a planilha irá transformar o formato da célula em Data. Se quiser exibir o número
de série, será necessário alterar o formato das células para Geral ou Número.
A função HOJE é útil quando você precisa ter a data atual exibida em uma planilha,
independentemente de quando a pasta de trabalho for aberta. Ela também é útil para o cálculo
de intervalos. Por exemplo, se você souber que alguém nasceu em 1963, poderá usar a seguinte
fórmula para descobrir a idade dessa pessoa a partir do aniversário deste ano:
=ANO(HOJE())-1963
Essa fórmula usa a função HOJE como argumento da função ANO de forma a obter o ano atual
e, em seguida, subtrai 1963, retornando a idade da pessoa.
Exemplos:
Supondo que a data de hoje configurada no computador é: 31/08/12

AGORA()
Retorna a data e a hora atuais formatados como data e hora. Não possui argumentos.
A função AGORA é útil quando você precisa exibir a data e a hora atuais em uma planilha ou
calcular um valor com base na data e na hora atuais e ter esse valor atualizado sempre que
abrir a planilha.

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Exemplos:

Supondo que a data de hoje configurada no computador é: 31/08/12 as 13h.

SE
A função SE retornará um valor se uma condição que você especificou for considerada
VERDADEIRO e um outro valor se essa condição for considerada FALSO. Por exemplo, a fórmula
=SE(A1>10;“Mais que 10”;“10 ou menos”) retornará “Mais que 10” se A1 for maior que 10 e
“10 ou menos” se A1 for menor que ou igual a 10.
Sintaxe
SE(teste_lógico;[valor_se_verdadeiro];[valor_se_falso])
A sintaxe da função SE tem os seguintes argumentos:
teste_lógico Obrigatório. Qualquer valor ou expressão que possa ser avaliado como
VERDADEIRO ou FALSO. Por exemplo, A10=100 é uma expressão lógica; se o valor da célula A10
for igual a 100, a expressão será considerada VERDADEIRO. Caso contrário, a expressão será
considerada FALSO. Esse argumento pode usar qualquer operador de cálculo de comparação.
valor_se_verdadeiro Opcional. O valor que você deseja que seja retornado se o argumento
teste_lógico for considerado VERDADEIRO. Por exemplo, se o valor desse argumento for a cadeia
de texto “Dentro do orçamento” e o argumento teste_lógico for considerado VERDADEIRO,
a função SE retornará o texto “Dentro do orçamento”. Se teste_lógico for considerado
VERDADEIRO e o argumento valor_se_verdadeiro for omitido (ou seja, há apenas um ponto e
vírgula depois do argumento teste_lógico), a função SE retornará 0 (zero). Para exibir a palavra
VERDADEIRO, use o valor lógico VERDADEIRO para o argumento valor_se_verdadeiro.
valor_se_falso Opcional. O valor que você deseja que seja retornado se o argumento teste_
lógico for considerado FALSO. Por exemplo, se o valor desse argumento for a cadeia de
texto “Acima do orçamento” e o argumento teste_lógico for considerado FALSO, a função SE
retornará o texto “Acima do orçamento”. Se teste_lógico for considerado FALSO e o argumento
valor_se_falso for omitido (ou seja, não há vírgula depois do argumento valor_se_verdadeiro),
a função SE retornará o valor lógico FALSO. Se teste_lógico for considerado FALSO e o valor do
argumento valor_se_falso for omitido (ou seja, na função SE, não há ponto e vírgula depois do
argumento valor_se_verdadeiro), a função SE retornará o valor 0 (zero).

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Exemplos:

SOMASE
Use a função SOMASE para somar os valores em um intervalo que atendem aos critérios que
você especificar. Por exemplo, suponha que, em uma coluna que contém números, você deseja
somar apenas os valores maiores que 5. É possível usar a seguinte fórmula:
=SOMASE(B2:B25;“>5”)
Nesse exemplo, os critérios são aplicados aos mesmos valores que estão sendo somados. Se
desejar, você pode aplicar os critérios a um intervalo e somar os valores correspondentes em
um intervalo correspondente. Por exemplo, a fórmula =SOMASE(B2:B5;“John”;C2:C5) soma
apenas os valores no intervalo C2:C5, em que as células correspondentes no intervalo B2:B5
equivalem a “John”.
Sintaxe
=SOMASE(intervalo;critérios;[intervalo_soma])
A sintaxe da função SOMASE tem os seguintes argumentos:
intervalo Necessário. O intervalo de células que se deseja calcular por critérios. As células em
cada intervalo devem ser números e nomes, matrizes ou referências que contêm números.
Espaços em branco e valores de texto são ignorados.
critérios Necessário. Os critérios na forma de número, expressão, referência de célula, texto
ou função que define quais células serão adicionadas. Por exemplo, os critérios podem ser
expressos como 32, “>32”, B5, 32, “32”, “maçãs” ou HOJE().

Observação:
Qualquer critério de texto ou qualquer critério que inclua símbolos lógicos ou
matemáticos deve estar entre aspas duplas (“). Se os critérios forem numéricos, as
aspas duplas não serão necessárias.

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intervalo_soma Opcional. As células reais a serem adicionadas, se você quiser adicionar células
diferentes das especificadas no argumento de intervalo. Se o argumento intervalo_soma for
omitido, a planilha adicionará as células especificadas no argumento intervalo (as mesmas
células às quais os critérios são aplicados).

Exemplos:

CONT.SE
A função CONT.SE conta o número de células dentro de um intervalo que atendem a um único
critério que você especifica. Por exemplo, é possível contar todas as células que começam com
uma certa letra ou todas as células que contêm um número maior do que ou menor do que
um número que você especificar. Suponha uma planilha que contenha uma lista de tarefas na
coluna A e o nome da pessoa atribuída a cada tarefa na coluna B. Você pode usar a função
CONT.SE para contar quantas vezes o nome de uma pessoa aparece na coluna B e, dessa
maneira, determinar quantas tarefas são atribuídas a essa pessoa. Por exemplo:
=CONT.SE(B2:B25;“Nancy”)
Sintaxe
=CONT.SE(intervalo;“critério”)
intervalo Necessário. Uma ou mais células a serem contadas, incluindo números ou nomes,
matrizes ou referências que contêm números.
critérios Necessário. Um número, uma expressão, uma referência de célula ou uma cadeia de
texto que define quais células serão contadas. Por exemplo, os critérios podem ser expressos
como 32, “32”, “>32”, “maçãs” ou B4.

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Exemplos:

MAIÚSCULA
Converte o texto em maiúsculas.
Sintaxe
=MAIÚSCULA(texto)
Texto é o texto que se deseja converter para maiúsculas. Texto pode ser uma referência ou uma
sequência de caracteres de texto.

Exemplo:

MINÚSCULA
Converte todas as letras maiúsculas em uma sequência de caracteres de texto para minúsculas.

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Sintaxe
=MINÚSCULA(texto)
Texto é o texto que você deseja converter para minúscula. MINÚSCULA só muda caracteres de
letras para texto.
Exemplo:

PRI.MAIÚSCULA
Coloca a primeira letra de uma sequência de caracteres de texto em maiúscula e todas as outras
letras do texto depois de qualquer caractere diferente de uma letra. Converte todas as outras
letras em minúsculas.
Sintaxe
=PRI.MAIÚSCULA(texto)
Texto é o texto entre aspas, uma fórmula que retorna o texto ou uma referência a uma célula
que contenha o texto que você deseja colocar parcialmente em maiúscula.

Exemplo:

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USANDO REFERÊNCIAS EM FÓRMULAS

Uma referência identifica uma célula ou um intervalo de células em uma planilha e informa
a planilha na qual procurar pelos valores ou dados a serem usados em uma fórmula. Com
referências, você pode usar dados contidos em partes diferentes de uma planilha em uma
fórmula ou usar o valor de uma célula em várias fórmulas. Você também pode se referir a células
de outras planilhas na mesma pasta de trabalho e a outras pastas de trabalho. Referências de
células em outras pastas de trabalho são chamadas de vínculos ou referências externas.

O estilo de referência A1
O estilo de referência padrão. Por padrão, o Excel 2013 usa o estilo de referência A1, que se
refere a colunas com letras (A até XFD, para um total de 16.384 colunas) e se refere a linhas com
números (1 até 1.048.576). Essas letras e números são chamados de títulos de linha e coluna.
Para se referir a uma célula, insira a letra da coluna seguida do número da linha. Por exemplo,
B2 se refere à célula na interseção da coluna B com a linha 2.

Para se referir a Usar


A célula na coluna A e linha 10 A10
O intervalo de células na coluna A e linhas 10 a 20 A10:A20
O intervalo de células na linha 15 e colunas B até E B15:E15
Todas as células na linha 5 5:5
Todas as células nas linhas 5 a 10 05:10
Todas as células na coluna H H:H
Todas as células nas colunas H a J H:J
O intervalo de células nas colunas A a E e linhas 10 a 20 A10:E20

Fazendo referência a uma outra planilha. No exemplo a seguir, a função de planilha MÉDIA
calcula o valor médio do intervalo B1:B10 na planilha denominada Marketing na mesma pasta
de trabalho.
Referência a um intervalo de células em outra planilha na mesma pasta de trabalho.

1. Refere-se a uma planilha denominada Marketing.

2. Refere-se a um intervalo de células entre B1 e


B10, inclusive.

3. Separa a referência de planilha da referência do


intervalo de células.

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REFERÊNCIAS ABSOLUTAS, RELATIVAS E MISTAS

Referências relativas. Uma referência relativa em uma fórmula, como A1, é baseada na posição
relativa da célula que contém a fórmula e da célula à qual a referência se refere. Se a posição da
célula que contém a fórmula se alterar, a referência será alterada. Se você copiar ou preencher
a fórmula ao longo de linhas ou de colunas, a referência se ajustará automaticamente. Por
padrão, novas fórmulas usam referências relativas. Por exemplo, se você copiar ou preencher
uma referência relativa da célula B2 para a B3, ela se ajustará automaticamente de =A1 para
=A2.

Fórmula copiada com referência relativa

Referências absolutas. Uma referência absoluta de célula em uma fórmula, como $A$1,
sempre se refere a uma célula em um local específico. Se a posição da célula que contém a
fórmula se alterar, a referência absoluta permanecerá a mesma. Se você copiar ou preencher a
fórmula ao longo de linhas ou colunas, a referência absoluta não se ajustará. Por padrão, novas
fórmulas usam referências relativas, e talvez você precise trocá-las por referências absolutas.
Por exemplo, se você copiar ou preencher uma referência absoluta da célula B2 para a célula
B3, ela permanecerá a mesma em ambas as células =$A$1.

Fórmula copiada com referência absoluta

Referências mistas. Uma referência mista tem uma coluna absoluta e uma linha relativa, ou
uma linha absoluta e uma coluna relativa. Uma referência de coluna absoluta tem o formato
$A1, $B1 e assim por diante. Uma referência de linha absoluta tem o formato A$1, B$1 e assim
por diante. Se a posição da célula que contém a fórmula se alterar, a referência relativa será
alterada, e a referência absoluta não se alterará. Se você copiar ou preencher a fórmula ao
longo de linhas ou colunas, a referência relativa se ajustará automaticamente, e a referência
absoluta não se ajustará. Por exemplo, se você copiar ou preencher uma referência mista da
célula A2 para B3, ela se ajustará de =A$1 para =B$1.

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Fórmula copiada com referência mista

Uma maneira simples de resolver questões que envolvem referência é a seguinte:


Na célula A3, tem a seguinte fórmula =soma(G$6:$L8), que foi copiada para a
célula C5. A questão solicita como ficou a Função lá:
Monte da seguinte maneira:
A3=SOMA(G$6:$L8)
C5=
E então copie a Função acertando as referências:
A3=SOMA(G$6:$L8)
C5=SOMA(
Para acertar as referências, faça uma a uma copiando da fórmula que está na A3 e
aumentando a mesma quantidade de letras e números que aumentou de A3 para C5.
Veja que, do A para C, aumentou duas letras e, do 3 para o 5, dois números.
Então, aumente essa quantidade nas referências, mas com o cuidado de que os itens
que têm um cifrão antes não se alterem.
A3=SOMA(G$6:$L8)
C5=SOMA(I$6:$L10)
Vejam que o G aumentou duas letras e foi para o I, e o 8 aumentou dois números e foi
para o 10. No resto, não mexemos porque tem um cifrão antes.

Alternar entre referências relativas, absolutas e mistas


Selecione a célula que contém a fórmula.
De a barra de fórmulas, selecione a referência que você deseja alterar.
Pressione F4 para alternar entre os tipos de referências.
A tabela a seguir resume como um tipo de referência será atualizado caso uma fórmula que
contenha a referência seja copiada duas células para baixo e duas células para a direita.

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Para a fórmula sendo copiada:

Se a referência for: É alterada para:


$A$1 (coluna absoluta e linha absoluta) $A$1 (a referência é absoluta)
A$1 (coluna relativa e linha absoluta) C$1 (a referência é mista)
$A1 (coluna absoluta e linha relativa) $A3 (a referência é mista)
A1 (coluna relativa e linha relativa) C3 (a referência é relativa)

Funções aninhadas
Em determinados casos, talvez você precise usar uma função como um dos argumentos de
outra função. Por exemplo, a fórmula a seguir usa uma função aninhada MÉDIA e compara o
resultado com o valor 50.

1. As funções MÉDIA e SOMA são aninhadas na função SE.


Retornos válidos. Quando uma função aninhada é usada como argumento, ela deve retornar
o mesmo tipo de valor utilizado pelo argumento. Por exemplo, se o argumento retornar um
valor VERDADEIRO ou FALSO, a função aninhada deverá retornar VERDADEIRO ou FALSO. Se
não retornar, a planilha exibirá um valor de erro #VALOR!
Limites no nível de aninhamento. Uma fórmula pode conter até sete níveis de funções
aninhadas. Quando a Função B for usada como argumento na Função A, a Função B será
de segundo nível. Por exemplo, as funções MÉDIA e SOMA são de segundo nível, pois são
argumentos da função SE. Uma função aninhada na função MÉDIA seria de terceiro nível e
assim por diante.

LISTAS NAS PLANILHAS

O Excel possui internamente listas de dias da semana, meses do ano e trimestres e permite a
criação de novas listas.

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Quando se insere em uma célula um conteúdo pertencente a uma lista e se arrasta a alça de
preenchimento desta mesma célula, o Excel preencherá automaticamente as demais células
por onde o arrasto passar, com os dados sequenciais a partir da célula de origem.

Exemplos de séries que você pode preencher


Quando você preenche uma série, as seleções são estendidas conforme mostrado na tabela
a seguir. Nesta tabela, os itens separados por vírgulas estão contidos em células adjacentes
individuais na planilha.

Seleção inicial Série expandida


1, 2, 3 4, 5, 6,...
09:00 10:00, 11:00, 12:00,...
Seg Ter, Qua, Qui
Segunda-feira Terça-feira, Quarta-feira, Quinta-feira,...
Jan Fev, Mar, Abr,...
Jan, Abr Jul, Out, Jan,...
Jan/07, Abr/07 Jul/07, Out/07, Jan/08,...
Trim3 (ou T3 ou Trimestre3) Tri4, Tri1, Tri2,...
texto1, textoA texto2, textoA, texto3, textoA,...
1º Período 2º Período, 3º Período,...
Produto 1 Produto 2, Produto 3,...

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Atenção
No Excel, se selecionarmos apenas um número e o arrastarmos pela alça de
preenchimento, o que acontece é a Cópia somente, ou seja, se colocarmos um número
em uma célula e o arrastarmos pela alça de preenchimento, não ocorre a sequência e
esse número somente é copiado nas demais células.

Quando forem selecionadas duas células consecutivas e arrastadas pela alça de preenchimento,
o que ocorrerá é a continuação da sequência com a mesma lógica aplicada nas duas células.

Se for colocado também texto seguido de números ou números seguidos de texto, ocorrerá
novamente a sequência.

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FORMATAÇÃO DE CÉLULAS

NÚMERO
Use as opções na guia Número para aplicar um formato de número
específico aos números nas células da planilha. Para digitar números
em células da planilha, você pode usar as teclas numéricas ou pode
pressionar NUM LOCK e, então, usar as teclas numéricas no teclado
numérico.

•• Categoria. Clique em uma opção na caixa Categoria e selecione as opções desejadas


para especificar um formato de número. A caixa Exemplo mostra a aparência das células
selecionadas com a formatação que você escolher. Clique em Personalizado se quiser criar
os seus próprios formatos personalizados para números, como códigos de produtos. Clique
em Geral se quiser retornar para um formato de número não específico.
•• Exemplo. Exibe o número na célula ativa na planilha de acordo com o formato de número
selecionado.
•• Casas decimais. Especifica até 30 casas decimais. Esta caixa está disponível apenas para as
categorias Número, Moeda, Contábil, Porcentagem e Científico.
•• Usar separador de milhar. Marque esta caixa de seleção para inserir um separador de
milhar. Esta caixa de seleção está disponível apenas para a categoria Número.

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•• Números negativos. Especifica o formato no qual se deseja que os números negativos


sejam exibidos. Esta opção está disponível apenas para as categorias Número e Moeda.
•• Símbolo. Selecione o símbolo da moeda que você deseja usar. Esta caixa está disponível
apenas para as categorias Moeda e Contábil.
•• Tipo. Selecione o tipo de exibição que deseja usar para um número. Essa lista está disponível
apenas para as categorias Data, Hora, Fração, Especial e Personalizado.
•• Localidade (local). Selecione um idioma diferente que deseja usar para o tipo de exibição
de um número. Esta caixa de listagem está disponível apenas para as categorias Data, Hora
e Especial.

ALINHAMENTO
Use as opções do grupo Alinhamento na guia
Início ou na caixa de diálogo Formatar Células
a guia Alinhamento para alterar o alinhamento
do conteúdo da célula, posicionar o conteúdo
na célula e alterar a direção desse conteúdo.

Alinhamento de Texto
•• Horizontal. Selecione uma opção na lista Horizontal para alterar o alinhamento horizontal
do conteúdo das células. Por padrão, o Microsoft Office Excel alinha texto à esquerda,
números à direita, enquanto os valores lógicos e de erro são centralizados. O alinhamento

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horizontal padrão é Geral. As alterações no alinhamento dos dados não alteram os tipos de
dados.
•• Vertical. Selecione uma opção na caixa de listagem Vertical para alterar o alinhamento
vertical do conteúdo das células. Por padrão, o Excel alinha o texto verticalmente na parte
inferior das células. O alinhamento vertical padrão é Geral.
•• Recuo. Recua o conteúdo das células a partir de qualquer borda da célula, dependendo das
opções escolhidas em Horizontal e Vertical. Cada incremento na caixa Recuo equivale à
largura de um caractere.
•• Orientação. Selecione uma opção em Orientação para alterar a orientação do texto
nas células selecionadas. As opções de rotação poderão não estar disponíveis se forem
selecionadas outras opções de alinhamento.
•• Graus. Define o nível de rotação aplicado ao texto na célula selecionada. Use um número
positivo na caixa Graus para girar o texto selecionado da parte inferior esquerda para a
superior direita na célula. Use graus negativos para girar o texto da parte superior esquerda
para a inferior direita na célula selecionada.

Controle de texto
•• Quebrar texto automaticamente. Quebra o texto em várias linhas dentro de uma célula. O
número de linhas depende da largura da coluna e do comprimento do conteúdo da célula.
•• Reduzir para caber. Reduz o tamanho aparente dos caracteres da fonte para que todos
os dados de uma célula selecionada caibam dentro da coluna. O tamanho dos caracteres
será ajustado automaticamente se você alterar a largura da coluna. O tamanho de fonte
aplicado não será alterado.
•• Mesclar Células. Combina duas ou mais células selecionadas em uma única célula. A
referência de célula de uma célula mesclada será a da célula superior esquerda da faixa
original de células selecionadas.

Direita para a esquerda


•• Direção do Texto. Selecione uma opção na caixa Direção do Texto para especificar a ordem
de leitura e o alinhamento. A configuração padrão é Contexto, mas você pode alterá-la
para Da Esquerda para a Direita ou Da Direita para a Esquerda.

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BORDAS
Use as opções na guia Borda para aplicar uma borda ao redor de células selecionadas em um
estilo e uma cor de sua escolha.

•• Linha. Selecione uma opção em Estilo para especificar o tamanho e o estilo de linha de
uma borda. Para alterar o estilo de linha de uma borda já existente, selecione a opção de
estilo de linha desejada e clique na área da borda no modelo de Borda onde quiser que o
novo estilo de linha seja exibido.
•• Predefinições. Selecione uma opção de borda predefinida para aplicar bordas nas células
selecionadas ou removê-las.
•• Cor. Selecione uma cor da lista para alterar a cor das células selecionadas.
•• Borda. Clique em um estilo de linha na caixa Estilo e clique nos botões em Predefinições ou
em Borda para aplicar as bordas nas células selecionadas. Para remover todas as bordas,
clique no botão Nenhuma. Você também pode clicar nas áreas da caixa de texto para
adicionar ou remover bordas.

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FONTE
Use as opções na guia Fonte para alterar a fonte, o estilo de fonte, o tamanho da fonte e outros
efeitos de fonte.

•• Fonte. Selecione o tipo da fonte para o texto nas células selecionadas. A fonte padrão é
Calibri.
•• Estilo da Fonte. Selecione o estilo da fonte para o texto nas células selecionadas. O estilo
de fonte padrão é Normal ou Regular.
•• Tamanho. Selecione o tamanho da fonte para o texto nas células selecionadas. Digite
qualquer número entre 1 e 1.638. O tamanho de fonte padrão é 11.

Observação:
Os tamanhos disponíveis na lista Tamanho dependem da fonte selecionada e da
impressora ativa.

•• Sublinhado. Selecione o tipo de sublinhado que deseja usar para o texto nas células
selecionadas. O sublinhado padrão é Nenhum.
•• Cor. Selecione a cor que deseja usar para as células ou o texto selecionados. A cor padrão é
Automático.

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•• Fonte Normal. Marque a caixa de seleção Fonte Normal para redefinir o estilo, o tamanho
e os efeitos da fonte com o estilo Normal (padrão).
•• Efeitos. Permite que você selecione um dos seguintes efeitos de formatação.
•• Tachado. Marque esta caixa de seleção para exibir o texto em células selecionadas
como tachado.
•• Sobrescrito. Marque esta caixa de seleção para exibir o texto em células selecionadas
como sobrescrito.
•• Subscrito. Marque esta caixa de seleção para exibir o texto em células selecionadas
como subscrito.
•• Visualização. Veja um exemplo de texto que é exibido com as opções de formatação que
você seleciona.

PREENCHIMENTO
Use as opções na guia Preenchimento para preencher as células selecionadas com cores,
padrões e efeitos de preenchimento especiais.
•• Plano de Fundo. Selecione uma cor de plano de fundo para células selecionadas usando a
paleta de cores.
•• Efeitos de preenchimento.
Selecione este botão para aplicar gradiente,
textura e preenchimentos de imagem em
células selecionadas.
•• Mais Cores. Selecione este botão para
adicionar cores que não estão disponíveis
na paleta de cores.
•• Cor do Padrão. Selecione uma cor de
primeiro plano na caixa Cor do Padrão para
criar um padrão que usa duas cores.
•• Estilo do Padrão. Selecione um padrão na
caixa Estilo do Padrão para formatar células
selecionadas com um padrão que usa as
cores que você seleciona nas caixas Cor de
Plano de Fundo e Cor Padrão.
Exemplo: Veja um exemplo das opções de cor, efeitos de preenchimento e de padrões que
selecionar.
Neste Menu foram reunidas todas as opções que permitirão ao usuário trabalhar a apresentação
do texto (formatação) de forma a torná-lo mais atrativo e de fácil leitura, com diferentes estilos
de parágrafos, diferentes fontes e formatos de caracteres, etc.

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PROTEÇÃO
Para impedir que, por acidente ou deliberadamente, um usuário altere, mova ou exclua dados
importantes de planilhas ou pastas de trabalho, você pode proteger determinados elementos
da planilha ou da pasta de trabalho, com ou sem senha. É possível remover a proteção da
planilha, conforme necessário.
Quando você protege uma planilha, todas as células são bloqueadas por padrão, o que significa
que elas não podem ser editadas. Para permitir que as células sejam editadas enquanto apenas
algumas células ficam bloqueadas, você pode desbloquear todas as células e bloquear somente
células e intervalos específicos antes de proteger a planilha. Você também pode permitir que
usuários específicos editem intervalos específicos em uma planilha protegida.

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SELECIONAR CÉLULAS, INTERVALOS, LINHAS OU COLUNAS

Para selecionar Faça o seguinte


Clique na célula ou pressione as teclas de direção para
Uma única célula
ir até a célula.
Clique na primeira célula da faixa e arraste até a última
célula ou mantenha pressionada a tecla SHIFT enquanto
pressiona as teclas de direção para expandir a seleção.
Um intervalo de células Você também pode selecionar a primeira célula do
intervalo e pressionar F8 para estender a seleção
usando as teclas de direção. Para parar de estender a
seleção, pressione F8 novamente.
Clique na primeira célula do intervalo e mantenha a
tecla SHIFT pressionada enquanto clica na última célula
Um grande intervalo de células
do intervalo. Você pode rolar a página para que a última
célula possa ser vista.
Clique no botão Selecionar Tudo.

Todas as células de uma


planilha
Para selecionar a planilha inteira, você também pode
pressionar CTRL + T. Observação: Se a planilha contiver
dados, CTRL + T selecionará a região atual. Pressione
CTRL + T uma segunda vez para selecionar toda a
planilha.
Selecione a primeira célula, ou o primeiro intervalo de
células, e mantenha a tecla CTRL pressionada enquanto
seleciona as outras células ou os outros intervalos.
Você também pode selecionar a primeira célula ou
intervalo de células e pressionar SHIFT + F8 para
Células ou intervalos de células não adicionar outra seleção de células ou de intervalo
adjacentes de células não adjacentes. Para parar de adicionar
células ou intervalos à seleção, pressione SHIFT + F8
novamente.
Observação: Não é possível cancelar a seleção de uma
célula ou de um intervalo de células de uma seleção
não adjacente sem cancelar toda a seleção.

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Clique no título da linha ou coluna.

1. Título da linha
2. Título da coluna
Uma linha ou coluna
inteira Você também pode selecionar células em uma linha ou
coluna selecionando a primeira célula e pressionando
CTRL + SHIFT + tecla de DIREÇÃO (SETA PARA A DIREITA
ou SETA PARA A ESQUERDA para linhas,
SETA PARA CIMA ou SETA PARA BAIXO para colunas).
Observação: Se a linha ou coluna contiver dados, CTRL +
SHIFT + tecla de DIREÇÃO selecionará a linha ou coluna
até a última célula utilizada. Pressione CTRL + SHIFT
+ tecla de DIREÇÃO uma segunda vez para selecionar
toda a linha ou coluna.
Arraste através dos títulos de linha ou de coluna ou
selecione a primeira linha ou coluna. Em seguida,
Linhas ou colunas adjacentes
pressione SHIFT enquanto seleciona a última linha ou
coluna.
Clique no título de linha ou de coluna da primeira linha
ou coluna de sua seleção. Pressione CTRL enquanto
Linhas ou colunas não adjacentes
clica nos títulos de linha ou coluna de outras linhas ou
colunas que você deseja adicionar à seleção.
Selecione uma célula na linha ou na coluna e, em
seguida, pressione CTRL + tecla de DIREÇÃO (SETA PARA
A primeira ou a última célula de uma linha
A DIREITA ou SETA PARA A
ou coluna
ESQUERDA para linhas, SETA PARA CIMA ou SETA PARA
BAIXO para colunas).
Selecione a primeira célula e, em seguida, pressione
A primeira ou a última célula em uma
CTRL + SHIFT + END para estender a seleção de células
planilha ou em uma tabela do Microsoft
até a última célula usada na planilha (canto inferior
Office Excel
direito).
Selecione a primeira célula e, em seguida, pressione
Células até o início da planilha. CTRL + SHIFT + HOME para estender a seleção de
células até o início da planilha.
Mantenha pressionada a tecla SHIFT e clique na última
Mais ou menos células do que a seleção célula que deseja incluir na nova seleção. O intervalo
ativa retangular entre a e a célula em que você clicar passará
a ser a nova seleção.

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GRÁFICOS
Gráficos são usados para exibir séries de dados numéricos em formato gráfico, com o objetivo
de facilitar a compreensão de grandes quantidades de dados e do relacionamento entre
diferentes séries de dados.
Para criar um gráfico no Excel, comece inserindo os dados numéricos desse gráfico em
uma planilha e experimente o comando Gráficos Recomendados na guia Inserir para criar
rapidamente o gráfico mais adequado para os seus dados.

1. Selecione os dados para os quais você deseja criar um gráfico.

2. Clique em Inserir > Gráficos Recomendados.

3. Na guia Gráficos Recomendados, percorra a lista de gráficos recomendados pelo Excel e


clique em qualquer um para ver qual será a aparência dos seus dados.

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Dica:
Se você não vir um gráfico que lhe agrade, clique em Todos os Gráficos para ver todos
os tipos de gráfico disponíveis.

4. Quando encontrar o gráfico desejado, clique nele > OK.

5. Use os botões Elementos do Gráfico, Estilos de Gráfico e Filtros de Gráfico próximos ao


canto superior direito do gráfico para adicionar elementos de gráfico, como títulos de eixo
ou rótulos de dados, personalizar a aparência do seu gráfico ou mudar os dados exibidos
no gráfico.

6. Para acessar recursos adicionais de design e formatação, clique em qualquer parte do


gráfico para adicionar as Ferramentas de Gráfico à faixa de opções e depois clique nas
opções desejadas nas guias Design e Formato.

Tipos de Gráficos
Há várias maneiras de criar um gráfico em uma planilha do Excel, em um documento do
Word ou em uma apresentação do PowerPoint. Independentemente de você usar um gráfico

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recomendado para os seus dados ou um gráfico escolhido na lista com todos os gráficos, saber
um pouco mais sobre cada tipo de gráfico pode ser de grande ajuda.
Se você já tem um gráfico e só quer mudar seu tipo:

1. Selecione o gráfico, clique na guia Design e em Alterar Tipo de Gráfico.

2. Escolha um novo tipo de gráfico na caixa Alterar Tipo de Gráfico.

Gráficos de colunas
Os dados organizados em colunas ou linhas em uma planilha podem ser plotados em um
gráfico de colunas. Em geral, um gráfico de coluna exibe categorias ao longo do eixo horizontal
(categoria) e valores ao longo do eixo vertical (valor), como mostra o seguinte gráfico:

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Gráficos de linhas
Dados organizados em colunas ou linhas em uma planilha podem ser plotados em um gráfico
de linhas. Nesse tipo de gráfico, os dados de categorias são distribuídos uniformemente ao
longo do eixo horizontal, e todos os dados de valores são distribuídos uniformemente ao longo
do eixo vertical. Gráficos de linhas podem mostrar dados contínuos ao longo do tempo em um
eixo com escalas iguais e, portanto, são ideais para mostrar tendências de dados em intervalos
iguais, como meses, trimestres ou anos fiscais.

Gráficos de pizza e rosca


Dados organizados em uma coluna ou linha de uma planilha podem ser plotados em um gráfico
de pizza. Esses gráfico mostram o tamanho dos itens em um série de dados, proporcional à soma
desses itens. Pontos de dados em um gráfico de pizza são exibidos como uma porcentagem da
pizza inteira.

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Considere a utilização de um gráfico de pizza quando:


•• Você tiver apenas uma série de dados;
•• Nenhum dos valores nos seus dados for negativo;
•• Quase nenhum dos valores nos seus dados for igual a zero;
•• Você não tiver mais de sete categorias, todas elas representando partes da pizza inteira.

Gráficos de rosca
Dados organizados apenas em colunas ou linhas de uma planilha podem ser plotados em um
gráfico de rosca. Como um gráfico de pizza, um gráfico de rosca mostra a relação das partes
com um todo, mas pode conter mais de uma série de dados.

Gráficos de barras
Dados organizados em colunas ou linhas de uma planilha podem ser plotados em um gráfico
de barras. Esses gráficos ilustram comparações entre itens individuais. Em um gráfico de barras,
as categorias costumam ser organizadas ao longo do eixo vertical, enquanto os valores são
dispostos ao longo do eixo horizontal.

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Considere a utilização de um gráfico de barras quando:
•• Os rótulos dos eixos forem longos;
•• Os valores mostrados forem durações.

Gráficos de área
Dados organizados em colunas ou linhas em uma planilha podem ser plotados em um gráfico
de áreas. Esses gráficos podem ser usados para plotar mudanças ao longo do tempo e chamar
a atenção para o valor total no decorrer de uma tendência. Mostrando a soma dos valores
plotados, um gráfico de áreas também mostra a relação de partes com um todo.

Gráficos de dispersão (XY) e de bolhas


Dados organizados em colunas e linhas em uma planilha podem ser plotados em um gráfico
de dispersão (XY). Coloque os valores X em uma linha ou coluna e depois insira os valores Y
correspondentes nas linhas ou nas colunas adjacentes.
Um gráfico de dispersão tem dois eixos de valores: um eixo horizontal (X) e um vertical (Y). Ele
combina os valores X e Y em pontos de dados únicos e os exibe em intervalos irregulares ou
em agrupamentos. Gráficos de dispersão costumam ser usados para exibir e comparar valores
numéricos, como dados científicos, estatísticos e de engenharia.

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Gráficos de bolhas
Semelhante a um gráfico de dispersão, um gráfico de bolhas adiciona uma terceira coluna para
especificar o tamanho das bolhas exibidas para representar os pontos de dados na série de
dados.

Gráficos de ações
Dados organizados em colunas ou linhas em uma ordem específica em uma planilha podem ser
plotados em um gráfico de ações. Como o nome sugere, esse gráfico pode ilustrar flutuações
nos preços das ações. No entanto, também pode ilustrar flutuações em outros dados, como
níveis de chuva diários ou temperaturas anuais. Lembre-se de organizar seus dados na ordem
correta para criar um gráfico de ações. Por exemplo, para criar um simples gráfico de ações de
alta-baixa-fechamento, você deve organizar seus dados com os valores Alta, Baixa e Fechamento
inseridos como títulos de colunas, nessa ordem.

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Gráficos de superfície
Dados organizados em colunas ou linhas de uma planilha podem ser plotados em um gráfico
de superfície. Esse gráfico é útil quando você quer encontrar combinações ideais entre dois
conjuntos de dados. Como em um mapa topográfico, cores e padrões indicam áreas que estão
no mesmo intervalo de valores. Você pode criar um gráfico de superfície quando tanto as
categorias quanto a série de dados são valores numéricos.

Gráficos de radar
Dados organizados em colunas ou linhas em uma planilha podem ser plotados em um gráfico
de radar. Esses gráficos comparam entre si os valores agregados de várias série de dados.

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Gráficos de combinação
Dados organizados em colunas e linhas podem ser plotados em um gráfico de combinação.
Esse gráfico combina dois ou mais tipos de gráfico para facilitar a interpretação dos dados,
especialmente quando estes são muito variados. Exibido com um eixo secundário, esse gráfico
é ainda mais fácil de ler. Neste exemplo, usamos um gráfico de colunas para mostrar o número
de casas vendidas entre os meses de janeiro e junho e depois usamos um gráfico de linhas para
que os leitores possam identificar com mais facilidade o preço médio das vendas em cada mês.

Adicionar um título de gráfico


Quando você cria um gráfico, uma caixa Título do Gráfico aparece acima dele. Basta selecionar
essa caixa e digitar o título desejado, formatá-lo do jeito que você quiser e movê-lo para um
local diferente no gráfico.

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1. Clique na caixa Título do Gráfico e digite o título.

2. Para iniciar uma nova linha no título, pressione Alt + Enter.

3. Para mudar o posicionamento do título, clique no botão Elementos do Gráfico


próximo ao canto superior direito do gráfico.
Clique na seta ao lado de Título do
Gráfico e depois clique em Título
Sobreposto Centralizado ou em Mais
Opções para ver outras opções.
Você também pode arrastar a caixa de
título até o local desejado.
Para formatar o título, clique nele com
o botão direito do mouse e clique
em Formatar Título de Gráfico para
escolher as opções de formatação
desejadas.

Guias Design e Formatar

CLASSIFICAR DADOS

A classificação de dados é uma parte importante da análise de dados. Talvez você queira colocar
uma lista de nomes em ordem alfabética, compilar uma lista de níveis de inventário de produtos
do mais alto para o mais baixo ou organizar linhas por cores ou ícones. A classificação de dados
ajuda a visualizar e a compreender os dados de modo mais rápido e melhor, a organizar e
localizar dados desejados e, por fim, a tomar decisões mais efetivas.

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Classificar texto

1. Selecione uma coluna de dados alfanuméricos em um intervalo de células ou certifique-se


de que a célula ativa está em uma coluna da tabela que contenha dados alfanuméricos

2. Na guia Página Inicial, no grupo Edição e, em seguida, clique em Classificar e Filtrar.

3. Siga um destes procedimentos:


•• Para classificar em ordem alfanumérica crescente, clique em Classificar de A a Z.
•• Para classificar em ordem alfanumérica decrescente, clique em Classificar de Z a A.

4. Como opção, você pode fazer uma classificação que diferencie letras maiúsculas de
minúsculas.

Classificar números

1. Selecione uma coluna de dados numéricos em um intervalo de células ou certifique-se de


que a célula ativa está em uma coluna da tabela que contenha dados numéricos.

2. Na guia Página Inicial, no grupo Edição, clique em Classificar e Filtrar e, em seguida, siga
um destes procedimentos:
•• Para classificar de números baixos para números altos, clique em Classificar do Menor para
o Maior.
•• Para classificar de números altos para números baixos, clique em Classificar do Maior para
o Menor.

Classificar datas ou horas

1. Selecione uma coluna de data ou hora em um intervalo de células ou certifique-se de que a


célula ativa está em uma coluna da tabela que contenha data ou hora.

2. Selecione uma coluna de datas ou horas em um intervalo de células ou tabelas.

3. Na guia Página Inicial, no grupo Edição, clique em Classificar e Filtrar e, em seguida, siga
um destes procedimentos:
•• Para classificar de uma data e hora anterior para uma data ou hora mais recente, clique em
Classificar da Mais Antiga para a Mais Nova.
•• Para classificar de uma data e hora recente para uma data ou hora mais antiga, clique em
Classificar da Mais Nova para a Mais Antiga.

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Classificar uma coluna em um intervalo de células sem afetar outros

Aviso:
Cuidado ao usar esse recurso. A classificação por uma coluna em um intervalo pode
gerar resultados indesejados, como movimentação de células naquela coluna para
fora de outras células na mesma linha.

1. Selecione uma coluna em um intervalo de células contendo duas ou mais colunas.

2. Para selecionar a coluna que deseja classificar, clique no título da coluna.

3. Na guia Página Inicial, no grupo Edição, clique em Classificar e Filtrar e siga um dos
seguintes procedimentos, após caixa de diálogo Aviso de Classificação ser exibida.

4. Selecione Continuar com a seleção atual.

5. Clique em Classificar.

6. Selecione outras opções de classificação desejadas na caixa de diálogo Classificar e, em


seguida, clique em OK.

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Ordens de classificação padrão


Em uma classificação crescente, o Microsoft Office Excel usa a ordem a seguir. Em uma
classificação decrescente, essa ordem é invertida.

Valor Comentário
Os números são classificados do menor número negativo ao maior
Números
número positivo.
Datas As datas são classificadas da mais antiga para a mais recente.
O texto alfanumérico é classificado da esquerda para a direita, caractere
por caractere. Por exemplo, se uma célula contiver o texto “A100”, o
Excel a colocará depois de uma célula que contenha a entrada ”A1” e
antes de uma célula que contenha a entrada “A11”.
Os textos e os textos que incluem números, classificados como texto,
são classificados na seguinte ordem:
• 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 (espaço) ! “ # $ % & ( ) * , . / : ; ? @ [ \ ] ^ _ ` { | } ~ +
<=>ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ
Texto
• Apóstrofos (') e hífens (-) são ignorados, com uma exceção: se duas
sequências de caracteres de texto forem iguais exceto pelo hífen, o texto
com hífen será classificado por último.
Observação: Se você alterou a ordem de classificação padrão para que ela
fizesse distinção entre letras maiúscula e minúsculas na caixa de diálogo
Opções de Classificação, a ordem para os caracteres alfanuméricos é a
seguinte: a A b B c C d D e E f F g G h H i I j J k K l L m M n N o O p P q Q r
RsStTuUvVwWxXyYzZ
Lógica Em valores lógicos, FALSO é colocado antes de VERDADEIRO.
Erro Todos os valores de erro, como #NUM! e #REF!, são iguais.
Na classificação crescente ou decrescente, as células em branco são
sempre exibidas por último.
Células em branco
Observação: Uma célula em branco é uma célula vazia e é diferente de
uma célula com um ou mais caracteres de espaço.

CLASSIFICAÇÃO PERSONALIZADA
Você pode usar uma lista personalizada para classificar em uma ordem definida pelo usuário.

1. Selecione uma coluna de dados em um intervalo de células ou certifique-se de que a célula


ativa esteja em uma coluna da tabela.

2. Na guia Página Inicial, no grupo Edição, clique em Classificar e Filtrar e, em seguida, clique
em Personalizar Classificação.

www.acasadoconcurseiro.com.br 639
A caixa de diálogo Classificar será exibida.

3. Em coluna, na caixa Classificar por ou Em seguida por, selecione a coluna que deseja
classificar. Se for necessário, adicione mais níveis.

4. Em Ordenar, selecione o método desejado.

5. Clique em OK.

CONFIGURAR PÁGINA

Área de Impressão
Se você imprime frequentemente uma seleção específica da planilha, defina uma área de
impressão que inclua apenas essa seleção. Uma área de impressão corresponde a um ou mais
intervalos de células que você seleciona para imprimir quando não deseja imprimir a planilha
inteira. Quando a planilha for impressa após a definição de uma área de impressão, somente
essa área será impressa. Você pode adicionar células para expandir a área de impressão quando
necessário e limpar a área de impressão para imprimir toda a planilha.
Uma planilha pode ter várias áreas de impressão. Cada área de impressão será impressa como
uma página separada.

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Definir uma ou mais áreas de impressão

1. Na planilha, selecione as células que você deseja definir como área de impressão. É possível
criar várias áreas de impressão, mantendo a tecla CTRL pressionada e clicando nas áreas
que você deseja imprimir.

2. Na guia Layout da Página, no grupo Configurar Página, clique em Área de Impressão e, em


seguida, clique em Definir Área de Impressão.

Adicionar células a uma área de impressão existente

1. Na planilha, selecione as células que deseja adicionar à área de impressão existente.

Observação:
Se as células que você deseja adicionar não forem adjacentes à área de impressão
existente, uma área de impressão adicional será criada. Cada área de im- pressão em
uma planilha é impressa como uma página separada. Somente as células adjacentes
podem ser adicionadas a uma área de impressão existente.

2. Na guia Layout da Página, no grupo Configurar Página, clique em Área de Impressão e, em


seguida, clique em Adicionar à Área de Impressão.

Limpar uma área de impressão

Observação:
Se a sua planilha contiver várias áreas de impressão, limpar uma área de impressão
removerá todas as áreas de impressão na planilha.

1. Clique em qualquer lugar da planilha na qual você deseja limpar a área de impressão.

2. Na guia Layout da Página, no grupo Configurar Página, clique em Limpar Área de


Impressão.

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Quebras de Página
Quebras de página são divisores que separam uma planilha (planilha: o principal documento
usado no Excel para armazenar e trabalhar com dados, também chamado planilha eletrônica,
que consiste em células organizadas em colunas e linhas e é sempre armazenada em uma pasta
de trabalho) em páginas separadas para impressão. O Microsoft Excel insere quebras de página
automáticas com base no tamanho do papel, nas configurações de margem, nas opções de
escala e nas posições de qualquer quebra de página manual inserida por você. Para imprimir
uma planilha com o número exato de páginas desejado, ajuste as quebras de página na planilha
antes de imprimi-la.
Embora você possa trabalhar com quebras de página no modo de exibição Normal, é
recomendável usar o modo de exibição Visualizar Quebra de Página para ajustá-las de forma
que você possa ver como outras alterações feitas por você (como alterações na orientação
de página e na formatação) afetam as quebras de página automáticas. Por exemplo, você
pode ver como uma alteração feita por você na altura da linha e na largura da coluna afeta o
posicionamento das quebras de página automáticas.
Para substituir as quebras de página automáticas que o Excel insere, é possível inserir suas
próprias quebras de página manuais, mover as quebras de página manuais existentes ou
excluir quaisquer quebras de página inseridas manualmente. Também é possível removê-las de
maneira rápida. Depois de concluir o trabalho com as quebras de página, você pode retornar ao
modo de exibição Normal.

Para inserir uma quebra de página

1. Selecione a planilha que você deseja modificar.

2. Na guia Exibir, no grupo Modos de Exibição da Planilha, clique em Visualização da Quebra


de Página.

Dica:
Também é possível clicar em Visualizar Quebra de Página na barra de status.

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Observação:
Se você obtiver a caixa de diálogo Bem-vindo à Visualização de Quebra de Página,
clique em OK. Para não ver essa caixa de diálogo sempre que você for para o modo de
exibição Visualização de Quebra de Página, marque a caixa de seleção Não mostrar
esta caixa de diálogo novamente antes de clicar em OK.

3. Siga um destes procedimentos:


•• Para inserir uma quebra de página horizontal, selecione a linha abaixo da qual você deseja
inseri-la.
•• Para inserir uma quebra de página vertical, selecione a coluna à direita da qual você deseja
inseri-la.

4. Na guia Layout da Página, no grupo Configurar Página, clique em Quebras.

5. Clique em Inserir Quebra de Página.

Dica:
Também é possível clicar com o botão direito do mouse na linha abaixo da qual ou
na coluna à direita da qual você deseja inserir uma quebra de linha e clicar em Inserir
Quebra de Página.

Imprimir Títulos
Se uma planilha ocupar mais de uma página, você poderá imprimir títulos ou rótulos de linha e
coluna (também denominados títulos de impressão) em cada página para ajudar a garantir que
os dados sejam rotulados corretamente.

1. Selecione a planilha que deseja imprimir.

2. Na guia Layout da Página, no grupo Configurar Página, clique em Imprimir Títulos.

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Observação:
O comando Imprimir Títulos aparecerá esmaecido se você estiver em modo de edição
de célula, se um gráfico estiver selecionado na mesma planilha ou se você não tiver
uma impressora instalada.

3. Na guia Planilha, em Imprimir títulos, siga um destes procedimentos ou ambos:


•• Na caixa Linhas a repetir na parte superior, digite a referência das linhas que contêm os
rótulos da coluna.
•• Na caixa Colunas a repetir à esquerda, digite a referência das colunas que contêm os
rótulos da linha.
Por exemplo, se quiser imprimir rótulos de colunas no topo de cada página impressa, digite
$1:$1 na caixa Linhas a repetir na parte superior.

Dica:
Também é possível clicar no botão Recolher Caixa de Diálogo , na extremidade
direita das caixas Linhas a repetir na parte superior e Colunas a repetir à esquerda, e
selecionar as linhas ou as colunas de título que deseja repetir na planilha. Depois de
concluir a seleção das linhas ou colunas de título, clique no botão Recolher Caixa de
Diálogo novamente para voltar à caixa de diálogo.

Observação:
Se você tiver mais de uma planilha selecionada, as caixas Linhas a repetir na parte
superior e Colunas a repetir à esquerda não estarão disponíveis na caixa de diálogo
Configurar Página. Para cancelar uma seleção de várias planilhas, clique em qualquer
planilha não selecionada. Se nenhuma planilha não selecionada estiver visível, clique
com o botão direito do mouse na guia da planilha selecionada e clique em Desagrupar
Planilhas no menu de atalho.

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IMPRESSÃO

É possível imprimir planilhas e pastas de trabalho inteiras ou parciais, uma ou várias por vez. Se
os dados que você deseja imprimir estiverem em uma tabela do Microsoft Excel, você poderá
imprimir apenas a tabela do Excel.

Imprimir uma planilha ou pasta de trabalho inteira ou parcial

1. Siga um destes procedimentos:


•• Para imprimir uma planilha parcial, clique na planilha e selecione o intervalo de dados que
você deseja imprimir.
•• Para imprimir a planilha inteira, clique na planilha para ativá-la.
•• Para imprimir uma pasta de trabalho, clique em qualquer uma de suas planilhas.

2. Clique em Arquivo e depois clique em Imprimir.


Atalho do teclado Você também pode pressionar CTRL + P.

3. Em Configurações, selecione uma opção para imprimir a seleção, a(s) planilha(s) ativa(s) ou
a pasta de trabalho inteira.

Observação:
Se uma planilha tiver áreas de impressão definidas, o Excel imprimirá apenas essas
áreas. Se você não quiser imprimir apenas uma área de impressão definida, marque a
caixa de seleção Ignorar área de impressão.

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Imprimir várias planilhas de uma vez

1. Selecione as planilhas que você deseja imprimir.

Para selecionar Faça o seguinte


Clique na guia da planilha.

Uma única planilha Caso a guia desejada não esteja exibida, clique
nos botões de rolagem de guias para exibi-la e
clique na guia.

Clique na guia da primeira planilha. Em seguida,


mantenha pressionada a tecla SHIFT enquanto
Duas ou mais planilhas adjacentes
clica na guia da última planilha que deseja
selecionar.
Clique na guia da primeira planilha. Em seguida,
mantenha pressionada a tecla CTRL enquanto
Duas ou mais planilhas não adjacentes
clica nas guias das outras planilhas que deseja
selecionar.
Clique com o botão direito do mouse em uma
Todas as planilhas de uma pasta de trabalho guia de planilha e clique em Selecionar Todas as
Planilhas.

2. Clique em Arquivo e depois clique em Imprimir.


Atalho do teclado Você também pode pressionar CTRL + P.

Imprimir várias pastas de trabalho de uma vez


Todos os arquivos da pasta de trabalho que você deseja imprimir devem estar na mesma pasta.

1. Clique no Arquivo e clique em Abrir.


Atalho do teclado Você também pode pressionar CTRL + A.
2. Mantenha a tecla CTRL pressionada e clique no nome de cada pasta de trabalho que você
deseja imprimir.

3. Clique com o botão direito do mouse na seleção e, em seguida, clique em Imprimir.

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Imprimir uma planilha ou pasta de trabalho


Você pode imprimir planilhas e pastas de trabalho do Microsoft Excel, uma ou várias por vez.
Também é possível imprimir uma planilha parcial, como uma tabela do Excel.

Como se preparar para uma impressão


Antes de imprimir uma planilha com grandes quantidades de dados, ajuste rapidamente
a planilha no modo de exibição Layout da Página. Você pode ver e editar elementos como
margens, orientação de página e cabeçalhos e rodapés.
Verifique se os dados estão visíveis na tela. Por exemplo, se o texto ou os números forem muito
longos para caber em uma coluna eles aparecerão como teclas de cerquilha (##). Também é
possível aumentar coluna para evitar isso.

1. Dimensionamento de coluna

2. Dimensionamento de linha

Observação:
Algumas formatações, como texto colorido ou sombreamento de célula, podem ficar
com uma boa aparência na tela, mas você pode não gostar de sua aparência quando
for impressa em uma impressora branco e preto. Talvez você queira imprimir uma
planilha com as linhas de grade exibidas para que os dados, as linhas e as colunas
fiquem mais realçadas.

Recursos adicionais:
•• Visualizar páginas da planilha antes de imprimir
•• Imprimir uma planilha na orientação paisagem ou retrato
•• Inserir, mover ou excluir quebras de página manuais em uma planilha
•• Usar cabeçalhos e rodapés em impressões de planilhas

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Imprimir uma ou várias planilhas
Selecione as planilhas que você deseja imprimir.

Como selecionar várias planilhas

Para selecionar Faça isto


Clique na guia da planilha.

Uma única planilha Caso a guia desejada não esteja exibida, clique
nos botões de rolagem de guias para exibi-la e,
em seguida, clique na guia.

Clique na guia da primeira planilha. Em seguida,


mantenha pressionada a tecla SHIFT enquanto
Duas ou mais planilhas adjacentes
clica na guia da última planilha que deseja
selecionar.
Clique na guia da primeira planilha. Mantenha
Duas ou mais planilhas não adjacentes pressionada a tecla CTRL enquanto clica nas guias
das outras planilhas que deseja selecionar.
Clique com o botão direito do mouse em uma
Todas as planilhas de uma pasta de trabalho guia da planilha e clique em Selecionar Todas as
Planilhas no menu de atalho.

Dica:
Quando várias planilhas são selecionadas, [Grupo] aparece na barra de título na parte
superior da planilha. Para cancelar uma seleção de várias planilhas em uma pasta
de trabalho, clique em alguma planilha não selecionada. Se nenhuma planilha não
selecionada estiver visível, clique com o botão direito do mouse na guia da planilha
selecionada e clique em Desagrupar Planilhas.

Clique em Arquivo e em Imprimir.


Atalho de teclado Você também pode pressionar CTRL + P.
Clique no botão Imprimir ou ajuste as Configurações antes de clicar no botão Imprimir.

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Imprimir parte de uma planilha


Clique na planilha e selecione o intervalo de dados que você deseja imprimir.
Clique em Arquivo e em Imprimir.
Atalho de teclado. Você também pode pressionar CTRL + P.
Em Configurações, clique na seta ao lado de Imprimir Planilhas Ativas e selecione Imprimir
Tabela Selecionada.
Clique no botão Imprimir.

Dica:
Se uma planilha tiver áreas de impressão definidas, o Excel imprimirá apenas essas
áreas. Se você não quiser imprimir apenas uma área de impressão definida, marque a
caixa de seleção Ignorar área de impressão.

Imprimir uma ou várias pastas de trabalho

Todos os arquivos da pasta de trabalho que você deseja imprimir devem estar na mesma pasta.
Clique em Arquivo e em Abrir.
Atalho de teclado. Você também pode pressionar CTRL + O.
Mantenha a tecla CTRL pressionada e clique no nome de cada pasta de trabalho que você
deseja imprimir.
Siga um destes procedimentos:
Em um computador que esteja executando o Windows 7 ou Vista:
•• Clique com o botão direito do mouse na seleção e, em seguida, clique em Imprimir.
Em um computador que esteja executando o Windows XP:
•• Na caixa de diálogo Abrir, clique em Ferramentas e, em seguida, clique em Imprimir.

Imprimir uma tabela do Excel


Clique em uma célula dentro da tabela para habilitá-la.
Clique em Arquivo e em Imprimir.
Atalho de teclado. Você também pode pressionar CTRL + P.

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Em Configurações, clique na seta ao lado de Imprimir Planilhas Ativas e selecione Tabela
Selecionada.
Clique no botão Imprimir.

Imprimir uma pasta de trabalho em um arquivo


Clique em Arquivo e em Imprimir.
Atalho de teclado. Você também pode pressionar CTRL + P.
Em Impressora, selecione Imprimir em Arquivo.
Clique no botão Imprimir.
Na caixa de diálogo Imprimir em Arquivo, em Nome do Arquivo de Saída, digite um nome
para o arquivo e clique em OK. O arquivo será exibido na pasta padrão (geralmente Meus
Documentos).

Dica:
Se você imprimir posteriormente o arquivo em um tipo de impressora diferente, as
quebras de página e o espaçamento de fonte poderão mudar.

Algumas outras novidades do Excel 2013

A primeira coisa que você verá quando abrir o Excel é uma nova aparência. Ela é mais organizada
e foi desenvolvida para ajudar você a obter resultados com aparência profissional rapidamente.
Você encontrará muitos recursos novos que permitirão que você se livre de paredes de
números e desenhe imagens mais persuasivas de seus dados, que o auxiliarão a tomar decisões
melhores e com base em mais informações.

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Os modelos fazem a maior parte da configuração e o design do trabalho para você, assim você
poderá se concentrar nos dados. Quando você abre o Excel 2013, são exibidos modelos para
orçamentos, calendários, formulários e relatórios e muito mais.

Análise instantânea de dados

A nova ferramenta Análise Rápida permite que você converta seus dados em um gráfico ou
em uma tabela, em duas etapas ou menos. Visualize dados com formatação condicional,
minigráficos ou gráficos e faça sua escolha ser aplicada com apenas um clique.

Preencher uma coluna inteira de dados em um instante

O Preenchimento Relâmpago é como um assistente de dados que termina o trabalho para


você. Assim que ele percebe o que você deseja fazer, insere o restante dos dados de uma só vez,
seguindo o padrão reconhecido em seus dados. Para ver quando esse recurso é útil, consulte
Dividir uma coluna de dados com base no que você digitar.

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Salvar e compartilhar arquivos online

O Excel torna mais fácil salvar suas pastas de trabalho no seu próprio local online, como seu
OneDrive gratuito ou o serviço do Office 365 de sua organização. Também ficou mais fácil
compartilhar suas planilhas com outras pessoas. Independentemente de qual dispositivo elas
usem ou onde estiverem, todas trabalham com a versão mais recente de uma planilha. Você
pode até trabalhar com outras pessoas em tempo real. Para obter mais informações, consulte
Salvar uma pasta de trabalho na Web.

Novos recursos de gráfico

Mudanças na faixa de opções para gráficos

O novo botão Gráficos Recomendados na guia Inserir permite que você escolha entre uma
série de gráficos que são adequados para seus dados. Tipos relacionados de gráficos como
gráficos de dispersão e de bolhas estão sob um guarda-chuva. E existe um novo botão para
gráficos combinados: um gráfico favorito que você solicitou. Quando você clicar em um gráfico,
você também verá uma faixa de opções mais simples de Ferramentas de Gráfico. Com apenas
uma guia Design e Formatar, ficará mais fácil encontrar o que você precisa.

Fazer ajuste fino dos gráficos rapidamente

Três novos botões de gráfico permitem que você escolha e visualize rapidamente mudanças
nos elementos do gráfico (como títulos ou rótulos), na aparência e no estilo de seu gráfico ou
nos dados que serão mostrados. Para saber mais sobre isso, consulte Formatar seu gráfico.

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Rótulos de dados sofisticados

Agora você pode incluir um texto sofisticado e atualizável de pontos de dados ou qualquer
outro texto em seus rótulos de dados, aprimorá-los com formatação e texto livre adicional
e exibi-los em praticamente qualquer formato. Os rótulos dos dados permanecem no lugar,
mesmo quando você muda para um tipo diferente de gráfico. Você também pode conectá-los
a seus pontos de dados com linhas de preenchimento em todos os gráficos, não apenas em
gráficos de pizza. Para trabalhar com rótulos de dados sofisticados, consulte Alterar o formato
dos rótulos de dados em um gráfico.

Visualizar animação nos gráficos


Veja um gráfico ganhar vida quando você faz alterações em seus dados de origem. Não é apenas
divertido observar, o movimento no gráfico também torna as mudanças em seus dados muito
mais claras.

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MICROSOFT POWERPOINT 2013

O PowerPoint é um programa utilizado para criação, edição e exibição de apresentações gráficas,


originalmente escrito para o sistema operacional Windows e portado para a plataforma Mac OS X.
As extensões utilizadas pelo PowerPoint:
PPTX – extensão padrão para as apresentações. Ao ser aberto, o arquivo fica em modo de
edição.
PPSX – extensão para apresentações. Ao ser aberto, o arquivo entra em modo de apresentação.
POTX – extensão para modelo do PowerPoint.
PDF, XPS – extensão para geração de arquivos não editáveis.
ODP – extensão compatível com Open Document Format (Libre Office Impress)
JPEG, PNG, GIF, TIFF, BMP – extensões de figuras. Cada slide é transformado em uma imagem.
WMV, MP4 – extensões de vídeos. A apresentação é transformada em um vídeo, com intervalo
de cinco segundos entre cada slide.
Ao iniciar, diversos modelos de apresentação ficam à sua disposição. Se nenhum dele atender
às suas necessidades, você pode usar a barra superior (destacada em azul) para procurar novos
modelos e temas na internet. Se preferir, pode iniciar uma “Apresentação em Branco”.

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O espaço de trabalho, ou modo de exibição Normal, foi desenvolvido para ajudar você a
encontrar e usar facilmente os recursos do Microsoft PowerPoint 2013. Quando você inicia a
edição de uma apresentação, ela é aberta no modo de exibição chamado Normal, no qual você
cria slides e trabalha neles.

Uma imagem do PowerPoint 2013 no modo de exibição Normal com vários elementos rotulados.

1. No painel Slide, você pode trabalhar em slides individuais.


2. As bordas pontilhadas identificam os espaços reservados, onde você pode digitar texto ou
inserir imagens, gráficos e outros objetos.
3. A guia Slides mostra uma versão em miniatura de cada slide inteiro mostrado no painel Slide.
Depois de adicionar outros slides, você poderá clicar em uma miniatura na guia Slides para
fazer com que o slide apareça no painel Slide ou poderá arrastar miniaturas para reorganizar
os slides na apresentação. Também é possível adicionar ou excluir slides na guia Slides.
4. No painel Anotações, você pode digitar observações sobre o slide atual. Também pode
distribuir suas anotações para a audiência ou consultá-las no Modo de Exibição do
Apresentador durante a apresentação.

GUIA PÁGINA INICIAL

Se comparado com o Microsoft Word 2013, temos apenas 11 itens diferentes em toda a guia.

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a) Grupo Slides → Novo Slide : utilizado para inserir slides na apresentação, escolhendo o
Layout desejado.
b) Grupo Slides → Layout : permite alterar o Layout do slide selecionado. Item
abordado com mais detalhes nas próximas páginas desta apostila.
c) Grupo Slides → Redefinir : reestabelece as configurações originais do layout.
d) Grupo Slides → Seção : permite criar, renomear e excluir seções. Item abordado
com mais detalhes nas próximas páginas desta apostila.
e) Grupo Fonte – Sombra de Texto : adiciona o efeito de sombra atrás do texto.
f) Grupo Fonte – Espaçamento entre caracteres : ajusta o espaçamento horizontal entre
os caracteres.
g) Grupo Parágrafo → Adicionar ou Remover Colunas : divide o texto em duas ou mais
colunas.
h) Grupo Parágrafo → Direção do texto : altera a orientação do texto para
vertical, empilhado ou girar para posição desejada.
i) Grupo Parágrafo → Alinhar texto : altera a forma como o texto está alinhado
verticalmente.
j) Grupo Parágrafo → Converter em SmartArt : converte o texto do slide
em um elemento gráfico SmartArt.
k) Grupo Desenho

GUIA EXIBIÇÃO

Modos de exibição do PowerPoint 2013


Estes são os modos de exibição do Microsoft PowerPoint 2013 que você pode usar para editar,
imprimir e fornecer apresentações:
•• Guia Modos de Exibição de Apresentações
Normal
Modo de Exibição de Estrutura de Tópicos
Classificação de Slides
Anotações
Modo de Exibição de Leitura
Apresentação de Slides (com Modo de Exibição do Apresentador)

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•• Guia Modos de Exibição Mestres


Slide Mestre
Folheto Mestre
Anotações Mestras
Como mostram as figuras abaixo, você pode encontrar os modos de exibição do PowerPoint em
dois lugares:
•• Na guia Exibição, nos grupos Modos de Exibição de Apresentação e Modos de Exibição
Mestres.
•• Na Barra de Status, localizada na parte inferior da janela do PowerPoint, onde estão
disponíveis os principais modos de exibição (Normal, Classificação de Slides, Modo de
Exibição de Leitura e Apresentação de Slides).

Há vários modos de exibição no PowerPoint que podem ajudá-lo a criar e visualizar uma
apresentação profissional.

Modo de exibição Normal


O modo de exibição Normal é o modo no qual você trabalhará com mais frequência para criar
os seus slides. Na ilustração abaixo, o modo de exibição Normal mostra miniaturas de slides à
esquerda, uma janela grande com o slide atual e uma seção abaixo dessa janela grande na qual
você pode digitar anotações do apresentador para cada slide.

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Modo de exibição Estrutura de Tópicos
No PowerPoint 2013, você não pode acessar o “Modo de Exibição Estrutura de Tópicos” no
modo de exibição Normal. Você precisa acessá-lo a partir da guia Exibição. Use o modo de
exibição Estrutura de Tópicos para criar uma estrutura de tópicos ou um storyboard para a
apresentação. Esse modo de exibição mostra somente o texto dos slides.

Modo de exibição de Classificação de Slides


O modo de exibição Classificação de Slides mostra os slides em forma de miniaturas. Esse modo
de exibição facilita a classificação e a organização da sequência de slides
à medida que você cria a apresentação e também quando você prepara a
apresentação para impressão.
Nesse modo, também é possível adicionar seções e classificar os slides
em diferentes categorias ou seções.

Modo de Exibição Anotações


No painel Anotações, que está localizado abaixo do painel Slide, é possível digitar anotações
que se apliquem ao slide atual. Mais tarde, você poderá imprimir suas anotações e consultá-las
ao fornecer a apresentação. Você também poderá imprimir as anotações para distribuí-las ao
público ou incluir as anotações em uma apresentação que enviar para o público ou publicar em
uma página da Web. Se quiser exibir e trabalhar com as anotações em um formato de página
inteira, na guia Modo de Exibição, no grupo Modos de Exibição de Apresentação, clique em
Anotações.
Você pode digitar e formatar suas anotações enquanto trabalha na exibição Normal, mas, para
ver como as anotações serão impressas e o efeito geral da formatação de qualquer texto, como
as cores da fonte, é preciso trabalhar no Modo de Exibição Anotações. Neste modo de exibição,
também é possível verificar e alterar os cabeçalhos e os rodapés de suas anotações.
Cada anotação mostra uma miniatura do slide, juntamente com as anotações que acompanham
esse slide. No modo de exibição Anotações, você pode aprimorar suas anotações inserindo
gráficos, imagens, tabelas ou outras ilustrações.

1. As anotações incluem suas anotações e cada slide da apresentação.


2. Cada slide é impresso em sua própria página.
3. Suas anotações acompanham o slide.
4. Você pode adicionar dados, como gráficos ou imagens, às suas
anotações.
Imagens e outros objetos adicionados no modo Anotações são exibidos
nas anotações impressas, mas não na tela no modo de exibição Normal.

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Se desejar aumentar, reposicionar ou formatar a área de imagem do slide ou a área das


anotações, faça suas alterações no modo de exibição Anotações.

Modo de Exibição Leitura


Use o Modo de Exibição de Leitura para fornecer sua apresentação não para um público (por
exemplo, em uma tela grande), mas, em vez disso, para uma pessoa que a visualizará no
próprio computador ou use o Modo de Exibição de Leitura no seu computador quando quiser
exibir uma apresentação sem a utilização do Modo de Exibição Apresentação de Slides em tela
inteira, mas em uma janela com controles simples que facilitem a revisão da apresentação.
Você sempre poderá alternar do modo de exibição Leitura para outro modo de exibição, se
quiser alterar a apresentação.

Modo de Exibição de Apresentação de Slides


Use o Modo de Exibição de Apresentação de Slides para mostrar sua apresentação à audiência.
Esse modo ocupa toda a tela do computador, exatamente como a sua apresentação será vista
pela audiência em uma tela grande. É possível ver a aparência que gráficos, intervalos, filmes,
efeitos animados e efeitos de transição terão durante a apresentação real.

Modo de Exibição do Apresentador


Este é um importante modo de exibição baseado em apresentação de slides que você pode
utilizar para mostrar sua apresentação. Usando dois monitores, você pode executar outros
programas e exibir as anotações do apresentador que não podem ser vistas pela audiência.
Para acessar o Modo de Exibição do Apresentador, no Modo de Exibição de Apresentação de
Slides, no canto inferior esquerdo da tela, clique em Mostrar o
botão do Modo de Exibição do Apresentador no PowerPoint e
depois clique em Mostrar Modo de Exibição do Apresentador
(conforme ilustrado a seguir).
Use o Modo de Exibição do Apresentador para ver suas
anotações enquanto faz a apresentação. No modo de exibição do
Apresentador, a audiência não pode ver suas anotações.

Modos de Exibição Mestres


Os modos de exibição mestres incluem Slide, Folheto e Anotações. Esses modos de exibição
representam os principais slides com informações sobre a apresentação, incluindo plano de
fundo, cor, fontes, efeitos, tamanhos e posições de espaços reservados. A principal vantagem
de trabalhar em um modo de exibição mestre é que, no slide mestre, nas anotações mestras ou
no folheto mestre, você pode fazer alterações universais de estilo para cada slide, anotação ou
folheto associado à apresentação.

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COMEÇAR COM UMA APRESENTAÇÃO EM BRANCO

Apresentação em Branco é o mais simples e o mais genérico dos modelos no PowerPoint 2013
e será um bom modelo a ser usado quando você começar a trabalhar com o PowerPoint.
Para criar uma nova apresentação baseada no modelo Apresentação em Branco, a qualquer
momento, faça o seguinte:
Clique na guia Arquivo, aponte para Novo e, em Modelos e Temas Disponíveis, selecione Apre-
sentação em Branco.
O único slide que é exibido automaticamente ao abrir o PowerPoint tem dois espaços reserva-
dos, sendo um formatado para um título e o outro formatado para um subtítulo. A organização
dos espaços reservados em um slide é chamada Layout. O Microsoft PowerPoint 2013 também
oferece outros tipos de espaços reservados, como aqueles de imagens e elementos gráficos de
SmartArt.

Ao adicionar um slide à sua apresentação, siga este procedimento para escolher um layout para
o novo slide:

1. No Modo de Exibição Normal, clique na guia Slides e, após, clique abaixo do único slide
exibido automaticamente ao abrir o PowerPoint.

2. Na guia Página Inicial, no grupo Slides, clique na seta ao lado de Novo Slide,
ou, então, para que o novo slide tenha o mesmo layout do slide anterior,
basta clicar em Novo Slide em vez de clicar na seta ao lado dele.

3. Clique no layout desejado para o novo slide.

O novo slide agora aparece na guia Slides, onde está realçado como o slide atual e também
como o grande slide à direita no painel Slide. Repita esse procedimento para cada novo slide
que você deseja adicionar.

VISÃO GERAL SOBRE UM MODELO DO POWERPOINT

Um modelo do PowerPoint é um padrão ou um plano gráfico de um slide ou um grupo de slides


que você salva como um arquivo .potx. Os modelos podem conter layouts, cores de temas,
fontes de temas, efeitos de temas, estilos de plano de fundo e, até mesmo, conteúdo.
Você pode criar seus próprios modelos personalizados e armazená-los, reutilizá-los e
compartilhá-los com outras pessoas. Além disso, pode localizar muitos tipos diferentes de
modelos gratuitos internos no PowerPoint e centenas em Office.com e em outros sites de
parceiros, que você poderá aplicar à sua apresentação.

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GUIA INSERIR

A guia Inserir do PowerPoint é muito parecida com a guia Inserir do Microsoft Word. Uma
das poucas diferenças é o grupo Slides, que aparece no PowerPoint e não no Word. Ele tem a
mesma função do botão Novo Slide, disponível no grupo Slides da guia Página Inicial.
No PowerPoint, os SmartArt ganham destaque. Um elemento gráfico SmartArt é uma
representação visual de suas informações que você pode criar com rapidez e facilidade,
escolhendo entre vários layouts diferentes, para comunicar suas mensagens ou ideias com
eficiência.

Você pode criar um elemento gráfico SmartArt no Excel, no Outlook, no PowerPoint e no


Word. Ao criar um elemento gráfico SmartArt, você precisa escolher um tipo, como Processo,
Hierarquia, Ciclo ou Relação. Cada tipo de elemento gráfico SmartArt contém diversos layouts.
Depois de escolher um layout, é fácil alterar o layout ou o tipo de um elemento gráfico SmartArt.
Grande parte do texto e de outro conteúdo, como cores, estilos, efeitos e formatação do texto,
são transferidos automaticamente para o novo layout.
À medida que você adiciona e edita seu conteúdo no painel Texto, o elemento gráfico SmartArt
é atualizado automaticamente, ou seja, as formas são adicionadas ou removidas como
necessário.
Você também pode adicionar e remover formas no elemento gráfico SmartArt para ajustar a
estrutura do layout. Por exemplo, embora o layout Processo Básico apareça com três formas,
seu processo pode precisar de apenas duas formas ou de até cinco. Conforme você adiciona ou
remove formas e edita o texto, a organização das formas e do texto contido nelas é atualizada
automaticamente − mantendo a borda e o design originais do layout do elemento gráfico
SmartArt.

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GUIA DESIGN

Use temas para simplificar o processo de criação de apresentações com aparência de designer
profissional. As cores, as fontes e os efeitos dos temas não funcionam apenas no PowerPoint;
estão disponíveis também em Excel, Word e Outlook, de forma que as apresentações, os
documentos, as planilhas e os e-mails possam ter uma aparência coesiva.
Para experimentar temas diferentes, coloque o cursor do mouse sobre uma miniatura na galeria
de Temas e observe como o seu documento se altera.
Na figura seguinte, o mesmo tema usado no PowerPoint, Excel e Word.

A seguir, quatro temas aplicados ao mesmo elemento gráfico SmartArt. Em sentido horário, a
partir do canto superior esquerdo: Metrô, o tema padrão do Office, Ápice e Viagem.

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Aplicar um novo tema altera os detalhes principais do seu documento. Os efeitos do WordArt são
aplicados a títulos no PowerPoint. As tabelas, os gráficos, os elementos gráficos SmartArt, as formas
e os outros objetos são atualizados para se complementar. Além disso, no PowerPoint, até mesmo
os layouts e os planos de fundo dos slides podem ser alterados radicalmente de um tema para
outro. Se você gostar da aparência de um tema quando aplicá-lo à apresentação, terá acabado a
reformatação com apenas um clique do mouse. Se você quiser personalizar a apresentação ainda
mais, poderá alterar as cores do tema, as fontes do tema ou os efeitos do tema.
Nesta guia, temos dois novos recursos do PowerPoint 2013. As variações dos Temas, chamadas
de Variantes e a opção de ajustar o Tamanho do Slide para o formato Widescreen (16:9).

VISÃO GERAL SOBRE SLIDES MESTRES

Um slide mestre é o principal em uma hierarquia de slides que armazena informações sobre o
tema e os layouts de uma apresentação, incluindo o plano de fundo, a cor, as fontes, os efeitos,
os tamanhos dos espaços reservados e o posicionamento.
Cada apresentação contém, pelo menos, um slide mestre. O principal benefício de modificar e
usar slides mestres é que você pode fazer alterações de estilo universal em todos os slides de
sua apresentação, inclusive naqueles adicionados posteriormente. Ao usar um slide mestre,
você poupa tempo, pois não precisa digitar as mesmas informações em mais de um slide. O
slide mestre é prático, principalmente quando você tem apresentações com muitos slides.
Como os slides mestres afetam a aparência de toda a apresentação, ao criar e editar um slide
mestre ou os layouts correspondentes, você trabalha no Modo de Exibição Slide Mestre.

1. Um slide mestre no Modo de Exibição Slide Mestre

2. Layouts de slides associados ao slide mestre acima dele


Ao modificar um ou mais dos layouts abaixo de um slide mestre, você está modificando
essencialmente o slide mestre. Cada layout de slide é configurado de maneira diferente, mas
todos os layouts associados a um determinado slide mestre contêm o mesmo tema (esquema
de cores, fontes e efeitos).

www.acasadoconcurseiro.com.br 663
A imagem a seguir mostra um slide mestre único com o tema Austin aplicado e três layouts
de suporte. Observe como cada um dos layouts de suporte mostrados retrata uma versão
diferente do tema Austin, usando o mesmo esquema de cores, mas em uma disposição de
layout diferente. Além disso, cada layout fornece caixas de texto e notas de rodapé em locais
diferentes do slide e diferentes tamanhos de fonte nas várias caixas de texto.

Slide mestre com três layouts diferentes


Para que sua apresentação contenha dois ou mais estilos ou temas diferentes (como planos
de fundo, esquemas de cores, fontes e efeitos), você precisa inserir um slide mestre para cada
tema diferente. É bem provável que cada slide mestre tenha um tema diferente aplicado a ele.
Ao acessar o Modo de Exibição Slide Mestre você verá que existem vários layouts padrão
associados a qualquer slide mestre específico. Provavelmente você não usará todos os layouts
fornecidos. Você escolherá, entre os layouts disponíveis, aqueles que funcionam melhor para a
exibição de suas informações.
Você pode criar uma apresentação que contenha um ou mais slides mestres e salvá-la como
um arquivo de Modelo do PowerPoint (.potx ou .pot) para criar outras apresentações.

VISÃO GERAL SOBRE LAYOUTS DE SLIDES


Os layouts de slides contêm formatação, posicionamento e espaços reservados para todo o
conteúdo que aparece em um slide. Os espaços reservados são os contêineres em layouts que
retêm esse conteúdo como texto (incluindo texto do corpo, listas com marcadores e títulos),
tabelas, gráficos, gráficos SmartArt, filmes, sons, imagens e clip-art. Um layout também contém
o tema (cores, fontes, efeitos e plano de fundo) de um slide.

664 www.acasadoconcurseiro.com.br
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Este diagrama mostra todos os elementos de layout que você pode incluir em um slide do
PowerPoint.
O PowerPoint inclui nove layouts de slide incorporados, mas você ainda pode criar layouts
personalizados que atendam às suas necessidades específicas e compartilhá-los com outras
pessoas que criam apresentações usando o PowerPoint. O gráfico a seguir mostra os layouts de
slides que estão incorporados no PowerPoint.

Nesse gráfico, cada layout mostra o posicionamento de vários espaços reservados em que você
adicionará texto ou gráficos.
Para aplicar um layout aos slides, siga os passos abaixo.
1. Na guia Exibição, no grupo Modos de Exibição de Apresentação, clique em Normal.
2. Clique no slide ao qual deseja aplicar um layout.
3. Na guia Página inicial, no grupo Slides, clique em Layout e selecione o layout desejado.

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VISÃO GERAL DE SEÇÕES

Você já se perdeu em uma apresentação gigante quando os títulos e os números dos slides
começam a se misturar e a navegação se torna impossível? Nessas horas, você simplesmente
não sabe mais onde está!
No Microsoft PowerPoint 2013, é possível usar o novo recurso Seções
para organizar seus slides, muito semelhante à maneira como você
usa pastas para organizar os seus arquivos. Você pode usar seções
nomeadas para controlar grupos de slides e pode atribuir seções
a colegas para esclarecer a propriedade durante a colaboração. Se
estiver começando do zero, as seções poderão até ser usadas para
destacar os tópicos em sua apresentação.
Você pode exibir seções no Modo Classificador de Slides ou no Modo
Normal. O Modo Classificador de Slides, porém, tende a ser mais útil
quando você deseja organizar e classificar seus slides em categorias
lógicas definidas por você.
A seguir, está um exemplo de como você pode exibir seções no Modo
Classificador de Slides:

Adicionar e renomear uma seção

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•• No Modo Normal ou no Modo Classificador de Slides, clique com o botão direito entre os
dois slides onde você deseja adicionar uma seção, e, em seguida, clique em Adicionar Seção.

•• Para renomear a seção para algo mais significativo, clique com o botão direito no marcador
Seção Sem Título e clique em Renomear Seção, conforme mostra a figura seguinte. Insira
um nome significativo para a seção e clique em Renomear (conforme mostrado abaixo em
Renomear Seção).

GUIA ANIMAÇÕES

A animação é uma excelente maneira de focalizar pontos importantes, controlar o fluxo de


informações e aumentar o interesse do espectador sobre um slide da sua apresentação. Você
pode aplicar efeitos de animação a textos ou objetos em slides individuais ou no slide mestre
ou a espaços reservados em layouts de slides personalizados.
Existem quatro tipos diferentes de efeitos de animação no PowerPoint 2013:

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•• Entrada (verde). Por exemplo, você pode fazer um objeto desaparecer gradualmente no
foco, surgir no slide de uma borda ou pular na exibição.
•• Ênfase (amarelo). Os exemplos desses efeitos são reduzir ou aumnetar o tamanho de um
objeto, mudar sua cor ou girar em seu centro.
•• Saída (vermelho). Esses efeitos incluem fazer um objeto se separar do slide, desaparecer
da exibição ou espiralar para fora do slide.
•• Caminhos de Animação. Você pode usar esses efeitos para mover um objeto para cima ou para
baixo, para a esquerda ou direita ou em um padrão circular ou estelar (entre outros efeitos).
Você pode usar qualquer animação sozinha ou combinar vários efeitos juntos. Por exemplo,
você pode fazer uma linha de texto surgir da esquerda e aumentar de tamanho ao mesmo
tempo, aplicando um efeito de entrada Surgir e um efeito de ênfase Ampliar/Reduzir a ela.

Adicionar animação a um objeto


Para adicionar um efeito de animação a um objeto, faça o seguinte:
1. Selecione o objeto que deseja animar.
2. Na guia Animações, no grupo Animação, clique em Mais e selecione a animação
desejada.

Exibir uma lista de animações atualmente no slide


É possível exibir a lista de todas as animações do slide no painel de tarefas Animação. Esse
painel mostra informações importantes sobre um efeito de animação, como o tipo de efeito, a
ordem de um efeito em relação a outro, o nome do objeto afetado e a duração do efeito.
Para abrir o painel de tarefas Animação, na guia Animações, no grupo Animação Avançada,
clique em Painel de Animação.

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1. No painel de tarefas, os números indicam a ordem em que os efeitos de animação são


executados. Esses números correspondem aos rótulos numerados não imprimíveis que são
exibidos no slide.

2. As linhas do tempo representam a duração dos efeitos.

3. Os ícones representam o tipo de efeito de animação. Neste exemplo, temos,


respectivamente, os efeitos de Saída, Entrada, Ênfase e Caminhos de Animação.

OBSERVAÇÕES
•• Os efeitos aparecem no painel de tarefas Animação na ordem em que foram adicionados.
•• Você também pode exibir os ícones que indicam o tempo de início dos efeitos de animação
em relação a outros eventos no slide. Para exibir o tempo de início de todas as animações,
clique no ícone de menu ao lado de um efeito de animação e selecione Ocultar Linha do
Tempo Avançada.
Existem vários tipos de ícones que indicam o tempo de início dos efeitos de animação. As
opções são:
Iniciar ao Clicar (ícone do mouse): a animação começa
quando você clica no mouse.
Iniciar com o Anterior (sem ícone): a execução do efeito
de animação começa ao mesmo tempo em que o efeito
anterior na lista. Esta configuração combina vários efeitos
simultaneamente.
Iniciar Após o Anterior (ícone de relógio): o efeito de
animação começa imediatamente após o término da
execução do efeito anterior na lista.

Definir as opções de efeito, o tempo ou a ordem de uma animação


•• Para definir as opções de efeito de uma animação, na guia Animações, no grupo Animação,
clique na seta para a direita de Opções de Efeito e clique na opção desejada.
•• Você pode especificar o tempo de início, de duração ou de atraso para uma animação na
guia Animações.
Para definir o tempo de início de uma animação, no grupo Intervalo, clique na seta para a
direita do menu Iniciar e selecione o tempo desejado.
Para definir a duração de execução da animação, no grupo Intervalo, insira o número de
segundos desejado na caixa Duração.
Para definir um atraso antes da animação começar, no grupo Intervalo, insira o número de
segundos desejado na caixa Atraso.

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•• Para reordenar uma animação na lista, no painel de tarefas Animação, selecione aquela que
você deseja reordenar e, na guia Animações, no grupo Intervalo, em Reordenar Animação,
selecione Mover para Trás para que a animação ocorra antes de outra animação na lista ou
escolha Mover para Frente para que a animação ocorra depois de outra animação na lista.

Testar o efeito de animação


Depois que você adicionar um ou mais efeitos de animação, para verificar se eles funcionam,
faça o seguinte:
•• Na guia Animações, no grupo Visualizar, clique em Visualizar

GUIA TRANSIÇÕES

As transições de slide são efeitos de animação que ocorrem no modo de exibição Apresentação
de Slides quando você muda de um slide para o próximo. É possível controlar a velocidade,
adicionar som e até mesmo personalizar as propriedades de efeitos de transição.

Adicionar uma transição a um slide


1. Selecione a miniatura do slide ao qual que você deseja aplicar uma transição.
2. Na guia Transições, no grupo Transição para este Slide, clique no efeito de transição de
slides desejado. No exemplo, foi selecionada a transição Esmaecer.

Para ver mais efeitos de transição, clique no botão Mais


OBSERVAÇÃO Para aplicar a mesma transição a todos os slides da sua apresentação: siga as
etapas da imagem apresentada e, na guia Transições, no grupo Intervalo, clique em Aplicar a
Tudo.

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Definir o intervalo para uma transição


Para definir a duração da transição entre o slide anterior e o slide atual, faça o seguinte:
•• Na guia Transições, no grupo Intervalo, na caixa Duração, digite ou selecione o tempo
desejado.

Para especificar como deve ser o avanço do slide atual para o próximo, use um destes
procedimentos:
•• Para avançar o slide clicando com o mouse, na guia Transições, no grupo Intervalo, marque
a caixa de seleção Ao Clicar com o Mouse.
•• Para avançar o slide após um tempo especificado, na guia Transições, no grupo Intervalo,
na caixa Após, digite o número de segundos desejado.

Adicionar som a transições de slides


1. Selecione a miniatura do slide ao qual você deseja adicionar um som.

2. Na guia Transições, no grupo Intervalo, clique na seta ao lado de Som (figura já apresentada)
e siga um destes procedimentos:
•• Para adicionar um som a partir da lista, selecione o som desejado.
•• Para adicionar um som não encontrado na lista, selecione Outro Som, localize o arquivo de
som que você deseja adicionar e, em seguida, clique em OK.

GUIA APRESENTAÇÃO DE SLIDES

Descrição dos principais itens da guia Apresentação de Slides


a) Do começo (F5) – Inicia a apresentação do primeiro slide
b) Do Slide Atual (Shift + F5) – Inicia a apresentação no slide atual
c) Apresentar Online (Ctrl + F5) – Inicia o Office Presentation Service, serviço gratuito da
Microsoft que permite que a apresentação seja visualizada no navegador pela internet.

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d) Apresentação de Slides Personalizada – Permite criar apresentações com os slides
escolhidos para personalizar a lista de slides a serem mostrados, de acordo com o público.
e) Configurar Apresentação de Slides – Configura opções avançadas para a apresentação de
slides, como o modo de quiosque.
f) Ocultar Slide – Oculta o slide atual para que ele não seja mostrado durante a apresentação.
g) Testar intervalos – Enquanto você ensaia a apresentação, o PowerPoint registra o tempo
de exibição de cada slide. Após obter os tempos, você pode usá-los para executar a
apresentação automaticamente.
h) Gravar Apresentação de Slides – Permite gravar com voz (narração) a sua apresentação e
depois executá-la automaticamente.
i) Executar narrações – Define se, ao iniciar a apresentação, a narração gravada será ou não usada.
j) Usar intervalos – Define se ao iniciar apresentação os intervalos gravados serão ou não usados.
k) Mostrar controles de mídia – Mostra os controles para reproduzir clipes de áudio e vídeo
quando você focaliza os clipes durante a apresentação.
l) Usar Modo de Exibição do Apresentador – Item já apresentado anteriormente nesta
apostila.

GUIA REVISÃO

A guia Revisão do PowerPoint é muito parecida com a guia Revisão do Microsoft Word. Uma das
poucas diferenças é que no PowerPoint não existe a opção Controle de Alterações, presente no
Word. Os botões Aceitar e Rejeitar ficam ativados com a uso da opção Comparar.

IMPRIMIR ITENS DA APRESENTAÇÃO


Você pode usar o Microsoft PowerPoint 2013 para imprimir Slides (um por página), Anotações,
estruturas de tópicos (somente o texto dos slides) e Folhetos da apresentação – com um, dois,
três, quatro, seis ou nove slides em uma página – que a audiência pode usar para acompanhar
enquanto você dá sua apresentação ou pode manter para referência futura.
O folheto de três slides por página é o único que inclui linhas que a audiência pode usar para
fazer anotações.
Para imprimir, clique na Guia Arquivo, clique na opção Imprimir e escolha a
opção desejada, conforme a figura seguinte.

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NOVIDADES DO POWERPOINT 2013

Mais opções de introdução


Em vez de abrir com uma apresentação em branco, o PowerPoint 2013 oferece várias maneiras
de iniciar sua próxima apresentação usando um modelo, um tema, uma apresentação recente,
uma apresentação não tão recente ou uma apresentação em branco.

Ferramentas do apresentador novas e aprimoradas

Modo de Exibição do Apresentador com praticidade


O Modo de Exibição do Apresentador permite que você veja suas anotações em seu monitor
enquanto que a audiência vê somente o slide. Nas versões anteriores, era difícil descobrir o que
cada um via em que monitor. O Modo de Exibição do Apresentador corrige essa dor de cabeça
e simplifica o trabalho.

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•• Usar o Modo de Exibição do Apresentador em um monitor: O Modo de Exibição do Apre-
sentador não exige mais vários monitores. Agora você pode ensaiar no Modo de Exibição
do Apresentador sem se conectar a nada mais.
•• Ampliar um slide: Clique na lupa para ampliar gráficos, diagramas ou que você quiser enfa-
tizar para sua audiência.
•• Ir para um slide: Use o Navegador de Slides para procurar outros slides da apresentação.
•• Configuração automática: O PowerPoint pode detectar automaticamente a configuração
de seu computador e escolher o monitor certo para o modo de exibição do Apresentador.

Crie e compartilhe apresentações interativas online


O Office Mix é uma nova solução gratuita para o PowerPoint, que torna mais fácil a criação e
o compartilhamento de apresentações online interativas ou "combinações". Combinações são
reproduzidas como vídeos da Web, mas com suporte a animações, links ao vivo e muito mais.

Para obter o Office Mix, baixe e instale o suplemento gratuito. Ao abrir o PowerPoint 2013,
você vê a nova guia do Mix. Você pode gravar anotações do orador em áudio ou vídeo para
cada slide da sua apresentação. Também é possível inserir questionários, vídeos auxiliares
e muito mais. Grave facilmente o que está em sua tela enquanto faz anotações com áudio.
Quando terminar, visualize a combinação e carregue-a para o OfficeMix.com para compartilhá-
la. O portal OfficeMix.com oferece análises para que você veja as estatísticas da audiência e os
resultados dos questionários.

Compatível com widescreen


Muitas das TVs e vídeos do mundo adotaram os formatos widescreen e HD, e assim também
o fez o PowerPoint. Há um layout 16:9 e novos temas projetados para aproveitar as vantagens
das possibilidades do widescreen.

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Iniciar uma reunião online a partir do PowerPoint


Agora você possui diversas maneiras de compartilhar uma apresentação do PowerPoint pela
Web. É possível enviar um link para os slides ou iniciar uma reunião completa do Lync que
exiba os slides com áudio e IM. Sua audiência poderá se associar a você de qualquer local, em
qualquer dispositivo usando o Lync ou o Office Presentation Service.

FERRAMENTAS DE CRIAÇÃO MELHORES

Variações de tema
Agora os temas possuem um conjunto de variações, como diferentes paletas de cores e famílias
de cores. E o PowerPoint 2013 oferece novos temas para widescreen além dos tamanhos
padrão. Escolha um tema e uma variação na tela inicial ou na guia Design.

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Alinhar e espaçar os objetos de maneira uniforme
Não é mais preciso ficar analisando os objetos em seus slides para ver se eles estão alinhados.
As Guias Inteligentes aparecem automaticamente quando seus objetos, como imagens, formas,
entre outros, estiverem muito próximos, além de mostrarem quando eles estiverem espaçados
de forma irregular.

Aprimoramentos nas trajetórias de animação


Agora, quando você cria uma trajetória de animação, o PowerPoint mostra onde seu objeto
ficará. Seu objeto original fica parado, e uma imagem "fantasma" se move pela trajetória até o
ponto de extremidade.

Suporte aprimorado a vídeo e áudio


Agora o PowerPoint é compatível com mais formatos de multimídia, como .mp4 e .mov com
vídeo H.264 e áudio AAC (Advanced Audio Coding), além de mais conteúdo de alta definição.
O PowerPoint 2013 inclui mais codecs internos para que você não precise instalá-los para que
determinados formatos de arquivo funcionem. Use o recurso Reproduzir no plano de fundo
para reproduzir uma música enquanto as pessoas visualizam a sua apresentação de slides.

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Novo conta-gotas para correspondência de cores


Você pode capturar a cor exata de um objeto em sua tela e então aplicá-la a qualquer forma. O
conta-gotas faz o trabalho de correspondência para você.

PowerPoint em dispositivos de toque


Agora é possível interagir com o PowerPoint na maioria dos dispositivos, incluindo PCs com o
Windows 8. Usando gestos de toque típicos, você pode passar o dedo, tocar, rolar, fazer zoom e
panorâmicas nos slides e realmente sentir a apresentação.

COMPARTILHAR E SALVAR

Compartilhar e salvar seus arquivos do Office na nuvem


A nuvem é como um armazenamento de arquivos no céu. Você pode acessá-lo a qualquer
momento que estiver online. Agora é fácil salvar seus arquivos do Office no seu OneDrive ou
no site da sua organização. De lá, você pode acessar e compartilhar suas apresentações do
PowerPoint e outros arquivos do Office. Você pode até mesmo trabalhar com seus colegas no
mesmo arquivo ao mesmo tempo.

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Comentários
Agora você pode fazer comentários no PowerPoint com o novo painel Comentários. E pode
mostrar ou ocultar comentários e revisões.

Trabalhar em conjunto na mesma apresentação


Você e seus colegas podem trabalhar juntos na mesma apresentação, com as versões de área
de trabalho e online do PowerPoint, além de ver as alterações uns dos outros.

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INTERNET

A Internet é um sistema mundial de redes de computadores interligadas por de roteadores,


baseada na pilha de protocolos TCP/IP, que tem como propósito servir progressivamente usu-
ários no mundo inteiro. É uma rede que engloba várias outras redes, com diversas tecnologias
e diversos públicos. A internet oferece uma grande variedade de recursos, como documentos
hipertextos interligados (WWW), sistemas de correio eletrônico, redes ponto a ponto (peer-to-
-peer), transmissão de mídias de áudio e vídeo, entre outras.

O Modelo de Rede Cliente-Servidor na Internet


A Internet é baseada num modelo de rede cliente/servidor, onde um Host pode participar como
cliente requisitando recursos ou como servidor ofertando os recursos.

Existem vários tipos de servidores na Internet ofe- Algumas Portas


recendo os mais diversos serviços que estudaremos
adiante, contudo, é importante que se saiba que a 20 e 21 FTP
cada aplicação “oferecida” pelos servidores através 25 SMTP
de seus protocolos costuma ser identificada por um
número, que chamamos de porta, o que torna possí- 53 DNS
vel um servidor com um mesmo endereço IP oferecer 80 HTTP
vários serviços, identificados por portas. Os principais 110 POP3
protocolos utilizados na Internet são definidos com
um número padrão de conexão, porém podem ser 143 IMAP
modificados pelos usuários. 443 HTTPS

DOWNLOAD: É o processo de transferência de um arquivo de um computador remoto para o


seu computador.
UPLOAD: É o processo de transferência de um arquivo do seu computador para um computador
na Internet.

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Tipos de Meio de
Velocidade Características
Conexão Transmissão
•• Ocupa a linha telefônica
Linha telefô-
Linha Discada Máximo 56Kbps •• Utiliza Modem (Fax-modem)
nica
•• Lento
•• Não Ocupa Linha Telefônica
•• Banda Larga
•• Comercializado por empresas de
Em média: Telefonia (Oi, GVT...)
Linha telefô- ADSL – 8 Mbps •• Utiliza Modem (Modem ADSL)
xDSL
nica ADSL 2/2+ – até 24 Mbps •• ADSL
VDSL – até 52Mbps •• Asymmetric Digital Subscriber Line
•• VDSL
•• Very-high-bit-rate Digital Subscri-
ber Line
Cabos da TV •• Utiliza Modem (Cablemodem)
Cabo a Cabo (Coa- Em Média 10 Mbps •• Comercializado por empresas de
xial) TV a Cabo (Net...)
•• Não necessita Modem
Ondas de RF,
RF (Rádio Fre- •• Necessita antenas para transmissão
wireless (Sem Em Média 10 Mbps
quência) e recepção
fio)
•• Necessita “visada”.
•• Necessita de antena parabólica e
modem para satélite
Via Satélite Geralmente menos de
Satélite •• Delay (atraso na transmissão)
(Sem fio) 1Mbps
•• Grande área de abrangência, até
mesmo em navios, aviões)
Microondas Em Média:
•• Necessita Modem
Celular (rede de tele- 3G – 3Mbps
•• Mobilidade
fonia celular) 4G – 15 Mbps
FTTH (Fiber to
Fibra ótica Em torno de 100 Mbps •• Fibra óptica até em casa
the home)
PLC (Power
•• Houve várias iniciativas no Brasil,
Line Commu- Rede Elétrica Em torno de 4 Mbps
mas até hoje não se popularizou
nication)

Quando nos conectamos à Internet precisamos de um Provedor de Acesso à Internet, que nada
mais é do que o fornecedor desse serviço. Os provedores de acesso, por sua vez, se conectam
-se à Internet através dos Backbones, cujo termo vem do inglês “espinha dorsal”, e é o nome
dado as redes principais da Internet, que, no Brasil, são oferecidas por empresas de telecomu-
nicação como a Embratel, Brasil Telecom, etc. Por ser uma rede principal, o backbone captura e
transmite informações de várias redes menores que se conectam a ele.

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DNS
DNS, abreviatura de Domain Name System (Sistema de Nomes de Domínio), é um sistema de
gerenciamento de nomes de domínios, que traduz o endereço nominal digitado no navegador
para o endereço numérico (IP) do site e vice-versa. O nome de domínio foi criado com o objetivo
de facilitar a memorização dos endereços de computadores na Internet. Sem ele, teríamos que
memorizar os endereços IPs.
O registro e a manutenção dos nomes de domínios no Brasil é feito pela entidade Registro.br.
Quando o site é registrado no Brasil utiliza-se a terminação “.BR”.
Alguns tipos de domínio brasileiros:

com.br Atividades Comerciais


net.br Atividades Comerciais
org.br Organizações Não Governamentais
edu.br Instituições de ensino superior
gov.br Instituições do Governo Federal
Jus.br Instituições do Poder Judiciário.
mp.br Instituições do Ministério Público
•• Outros exemplos de domínios: adv; inf; med; nom.
Domínio é uma parte da rede ou da internet que é de responsabilidade de alguém e dá o direito
e a responsabilidade para de usar alguns serviços na internet.

URL – UNIFORM RESOURCE LOCATOR

É o Caminho único e completo a um recurso na rede/Internet.

Exemplo:
http://www.acasadoconcurseiro.com.br:80/pasta/index.htm
Onde HTTP é o protocolo de transferência, www.acasadoconcurseiro.com.br é o endereço do
servidor que oferece o arquivo/recurso.
:80 é a porta que é o ponto lógico no qual se pode executar a conexão com o servidor
/Pasta – é o caminho de diretórios até o arquivo/recurso
Index.htm – recurso a ser acessado.

Outros Exemplos de URL:


ftp://ftp.acasadoconcurseiro.com.br
maito:atendimento@acasadoconcurseiro.com.br
file:////c:\pasta\arquivo.docx

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ALGUNS TIPOS DE SERVIÇOS DISPONIBILIZADOS NA INTERNET

WORLD WIDE WEB – WWW


Significa rede de alcance mundial e é um sistema de documentos em hipermídia que são inter-
ligados e executados na internet. Os documentos podem estar na forma de vídeos, sons, hiper-
textos e figuras. Para visualizar a informação, utiliza-se um programa de computador chamado
navegador.

COLABORAÇÃO
Colaborar é o simples fato de que membros que compartilham determinadas informações po-
dem cooperar entre si com o intuito de produzir ou manipular informações.
O processo de colaboração inicia-se em uma comunicação, a partir da qual passa a ocorrer ne-
gociações com o propósito de concluir um determinado "trabalho". Todas tarefas são gerencia-
das por uma "coordenação" que fica responsável pela gestão das tarefas, garantindo que todas
sejam cumpridas de forma correta e alcançando os objetivos especificados. Todas as tarefas
são compartilhadas entre os membros, que passam a comunicar, negociar e tomar decisões
referentes as tarefas impostas.
Para que se tenha uma colaboração, é preciso, no mínimo dois membros, onde estes passam a
colaborar entre si para realizar uma determinada tarefa. O papel da Coordenação é fazer com
que as tarefas designadas aos membros sejam executadas de forma eficiente e objetiva.
Sistemas Cooperativos ou Sistemas Colaborativos são sistemas de informação que fornecem
suporte computacional aos indivíduos que tentam resolver um problema em cooperação com
outros, sem que todos estejam no mesmo local, ao mesmo tempo.
O baixo custo e o compartilhamento quase instantâneo de ideias, conhecimento e habilidades,
tem feito do trabalho colaborativo drasticamente mais fácil. Não somente um grupo pode, de
forma barata, comunicar-se e compartilhar ideias, mas o grande alcance da Internet permite a
tais grupos facilitar a sua própria formação em primeiro lugar. Um exemplo disto é o movimen-
to do software livre, que produziu o Linux, o Mozilla Firefox, o OpenOffice.org, entre outros.
O chat, as redes sociais e os sistemas de mensagem instantâneas são tecnologias que também
utilizam a Internet como meio de troca de ideias e colaboração. Mesmo o correio eletrônico
é tido atualmente como uma ferramenta de trabalho colaborativo. Ainda bastante usado em
ambientes corporativo, vem perdendo espaço entre utilizadores pessoais para serviços como
mensagem instantânea e redes sociais devido ao dinamismo e pluralidade de opções forneci-
das por esses dois.
Outra aplicação de colaboração na Internet são os sistemas wiki, que utilizam a World Wide
Web para realizar colaboração, fornecendo ferramentas como sistema de controle de versão e
autenticação de utilizadores para a edição on-line de documentos.

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WIKI

Os termos wiki e WikiWiki são utilizados para identificar um tipo específico de coleção de do-
cumentos em hipertexto ou o software colaborativo usado para criá-lo. O termo "Wiki wiki"
significa "extremamente rápido" no idioma havaiano.
Esse software colaborativo permite a edição coletiva dos documentos usando um sistema que
não necessita que o conteúdo tenha que ser revisto antes da sua publicação.

Principais características
Uma Web Wiki permite que os documentos, sejam editados coletivamente com uma linguagem
de marcação muito simples e eficaz, por meio da utilização de um navegador web. Dado que
a grande maioria dos Wikis é baseada na web, o termo wiki é normalmente suficiente. Uma
única página em um wiki é referida como uma "única página", enquanto o conjunto total de
páginas, que estão normalmente altamente interligadas, chama-se "o wiki".
Uma das características definitivas da tecnologia wiki é a facilidade com que as páginas são
criadas e alteradas – geralmente não existe qualquer revisão antes de as modificações serem
aceitas, e a maioria dos wikis são abertos a todo o público ou pelo menos a todas as pessoas
que têm acesso ao servidor wiki. Nem o registro de usuários é obrigatório em todos os wikis.

Coletividade
O que faz o "wiki" tão diferente das outras páginas da Internet é certamente o fato de poder ser
editado pelos usuários que por ele navegam. É possível corrigir erros, complementar ideias e
inserir novas informações. Assim, o conteúdo de um artigo se atualiza graças à coletividade. Os
problemas que se podem encontrar em wikis são artigos feitos por pessoas que nem sempre
são especialistas no assunto, ou até vandalismo, substituindo o conteúdo do artigo. Porém, o
intuito é, justamente, que a página acabe por ser editada por alguém com mais conhecimentos.
Vale lembrar que, dentro de um universo wiki, não existem dois artigos com "títulos" repeti-
dos, pois faz parte da filosofia wiki utilizar-se da tecnologia de armazenamento para ajudar a
eliminar ambiguidades. Ao mesmo tempo, é bom perceber que o wiki tem a sensibilidade de
distinguir maiúsculas de minúsculas como letras distintas para o armazenamento. Além disso, a
própria ambiguidade do idioma utilizado pode, facilmente, gerar artigos repetidos, até mesmo
com títulos extremamente parecidos, diferenciados apenas pelo caps (inglês para "maiúsculas
e minúsculas", observado na maioria dos teclados ocidentais).

Controle dos usuários


A ideia por trás de controlar usuários é diretamente relacionada ao tamanho do universo gera-
do pelo wiki. Quanto mais pessoas estiverem usando o wiki, menor deveria ser a necessidade
de níveis de controle, pois o controle é fornecido pela própria sociedade. Mas o controle sem-
pre se faz necessário, em pelo menos dois níveis: gerenciamento e utilização.

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Dessa forma um wiki muito pequeno costuma ter a necessidade de adicionar um controle que
impede autores anônimos para evitar vandalismo. Por outro lado, a maioria dos wikis públicos,
que costumam ser grandes, dispensa qualquer tipo de registro.
De todo modo, muitos dos principais mecanismos wiki (incluindo MediaWiki, MoinMoin, Use-
ModWiki e TWiki) têm como limitar o acesso à publicação. Alguns mecanismos wiki permitem
que usuários sejam banidos do processo de edição pelo bloqueio do seu endereço particular na
Internet endereço IP, ou, quando disponível, o seu nome de usuário. Ainda assim, muitos pro-
vedores de acesso à Internet atribuem endereços de Internet endereço IP diferentes para cada
usuário registrado, então o banimento de IP pode ser superado facilmente. Para lidar com esse
problema, embargos temporários de IP são utilizados ocasionalmente e estendidos a todos os
endereços IP dentro de um determinado âmbito, assegurando, deste modo, que um vândalo
não consiga editar páginas durante um certo tempo; entende-se que isso seja uma barreira
suficiente. Pode, contudo, impedir alguns usuários não problemáticos - que venham do mesmo
servidor de acesso à Internet - de utilizar o serviço durante o período de embargo.
Uma defesa comum contra vândalos persistentes é deixá-los desfigurar tantas páginas quanto
desejarem, sabendo que podem ser facilmente rastreadas e revertidas depois que o vândalo
sair. Essa política pode se revelar pouco prática, no entanto, face a sistemáticas fraudes resul-
tantes de raiva ou frustração.
Como uma medida de emergência, alguns wikis permitem que o banco de dados seja alterado
para o modo apenas-leitura, enquanto outros adotam uma política em que apenas usuários
que tenham sido registrados antes de algum corte arbitrário possam editar. Em geral, qualquer
prejuízo infligido por um "vândalo" pode ser revertido rápida e facilmente. Mais problemáticos
são os erros sutis que passam despercebidos como a alteração de datas de lançamento de ál-
buns e discografias na Wikipedia.

FÓRUNS DE DISCUSSÃO

Fórum de discussão é uma ferramenta para páginas de Internet destinada a promover debates
através de mensagens publicadas abordando uma mesma questão.
Organização das mensagens:
Os fóruns de discussão basicamente possuem duas divisões organizacionais, a primeira faz a divisão
por assunto e a segunda uma divisão desse em tópicos. As mensagens ficam ordenadas decrescen-
temente por data, da mesma forma que os tópicos ficam ordenados pela data da última postagem.
A grande maioria dos fóruns exigem que o visitante se cadastre para postar. Os usuários registra-
dos são chamados de membros. Mesmo assim existem fóruns onde é permitido os visitantes pos-
tarem, sem necessidade de criação de conta. Ainda assim nesses fóruns, o cadastro é encorajado.

Características
Todas as plataformas de fóruns possuem características (que podem ser habilitadas ou não pe-
los administradores) que não são comuns a todos os fóruns, mas podem facilitar o uso deste.

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Mensagem privada
Uma mensagem privada (ou MP) é uma mensagem enviada em privado para um membro (ou
mais). São geralmente usadas para conversas pessoais.

Anexo
Um anexo é mandado por um post. É um arquivo que é mandado para o servidor do fórum e
pode ser baixado pelos outros usuários do fórum. Fóruns geralmente possuem limites (de ta-
manho e/ou de extensão) para os arquivos que podem ser enviados pro servidor do fórum, ou
proíbem totalmente os anexos.

Emoticons
Emoticons ou smiles são símbolos ou combinações de símbolos para representar o conteúdo
emocional de um post.

Enquetes
Muitos fóruns possuem um sistema de enquete para que se saiba a opinião dos usuários do
fórum sobre alguma coisa. As enquetes podem permitir escolha única ou múltipla. As enquetes
também podem ser feitas para expirar em uma certa data ou um número de dias após sua cria-
ção. Os membros votam na enquete e as estatísticas são exibidas de forma gráfica.

Permissões de usuários e moderação


Os status de usuários registrados num fórum geralmente variam em quatro níveis de permissão:
Usuários Moderadores Administradores Banidos
O membro com status de usuário possui liberdade para publicar mensagens em tópicos abertos
ao debate e respondê-los independentemente de quem os publicou.
O membro com status de moderador tem a permissão de editar, mover, deletar, adequar o que
for necessário na sala de tópicos a que tem permissão de moderação. Na maioria dos fóruns, cada
assunto possui um ou mais moderadores os quais possuem funções diversas que variam de fó-
rum para fórum, mas basicamente eles podem editar mensagens postadas, eliminar publicações,
moderar e eliminar tópicos, como também, trocar uma mensagem que foge do assunto (chama-
das de off-topic) e postá-lo no lugar correto e comunicar o usuário, entre outros. Resumindo, é
um usuário cuja função é corrigir tudo o que não está bem e alertar para esses mesmos erros.
O membro com status de administrador é o que agrega as funções de administração e confi-
guração do fórum, criação de adequação de novas salas, é quem tem permissão para enviar
e-mails em massa, é quem pode bloquear, suspender ou expulsar outros membros, entre inú-
meras outras funções administrativas. Às vezes, também se pode encontrar moderadores com
algumas funções de administradores (como bloquear usuários), ou administradores com per-
missões menores que outros.

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O membro com status de banido é aquele que foi expulso do fórum por desrespeitar as regras
do mesmo. Ele não pode postar nada e não pode alterar seu perfil. Geralmente os banidos não
podem voltar ao fórum, mas existem fóruns em que há regras para permitir que um membro
banido volte ao fórum.
Há muitos fóruns hoje em dia que possuem muito mais níveis de permissão que não se restrin-
gem apenas aos membros, administradores, moderadores ou banidos. Esses quatro níveis são
apenas os essenciais.

GRUPOS DE DISCUSSÃO

Grupo de discussão, também denominado lista de discussão é uma ferramenta gerenciável


pela Internet que permite a um grupo de pessoas a troca de mensagens via e-mail entre todos
os membros do grupo.
O processo de uso consiste no cadastramento da lista, por exemplo, no Yahoo ou Google groups,
um dos sítios que oferecem o serviço gratuitamente, e após, no cadastramento de membros.
Uma mensagem escrita por membro e enviada para a lista, replica automaticamente na caixa
postal de cada um dos cadastrados.
Há também a opção de estar cadastrado e fazer a leitura em modo Web, ou seja, sem receber
os e-mails da lista no e-mail.
Listas de discussão são ferramentas de comunicação assíncronas, ou seja, para o recebimento
e envio de mensagens não é necessário que os participantes estejam conectados ao mesmo
tempo. Essas listas possibilitam também uma comunicação síncrona através da ferramenta de
bate-papo existente na lista, exigindo que os participantes da discussão estejam conectados
simultaneamente para que o processo de comunicação seja efetuado.
É uma lista de discussão gerenciável pela Internet, utilizada para troca de informações (dos
mais variados assuntos) entre um grupo de pessoas que se interessam por assuntos comuns.
Essa troca de informações é feita via e-mail. Toda vez que alguém do grupo participa com algum
comentário o seu e-mail é enviado para a caixa de correio de todos o participantes. A inscrição
também é feita por e-mail e deve ser encaminhada para o administrador da lista de discussões.
Em seguida, você recebe a confirmação ou não da sua inscrição, juntamente com instruções de
como participar e de como se desligar.

ALGUNS OUTROS SERVIÇOS

VOIP – "Voice-over-Internet Protocol" – Sistemas de Voz sobre a Internet, utilizado para fazer
ligações telefônicas pela Internet.
Acesso Remoto – Serviço que possibilita acessar uma área de trabalho remotamente, os proto-
colos VNC e RDP são exemplos da utilização desse serviço.
Streaming – Transmissão de vídeo em tempo real. Ex. Periscope

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Transferência de Arquivos – Serviço que possibilita a transferência de arquivos entre computa-


dores, como o FTP e o SSH.

VPN
VPN (Virtual Private Network) ou Rede Privada Virtual é uma rede de comunicações privada
normalmente utilizada por uma empresa ou um conjunto de empresas e/ou instituições, cons-
truída em cima de uma rede de comunicações pública (como por exemplo, a Internet).
Uma VPN é uma conexão estabelecida sobre uma infraestrutura pública ou compartilhada,
usando tecnologias de tunelamento e criptografia para manter seguros os dados trafegados.
VPNs seguras usam protocolos de criptografia por tunelamento que fornecem a confidencia-
lidade, autenticação e integridade necessárias para garantir a privacidade das comunicações
requeridas. Quando adequadamente implementados, esses protocolos podem assegurar co-
municações seguras através de redes inseguras.

PROTOCOLOS

Na ciência da computação, um protocolo é uma convenção ou padrão que controla e possibilita


uma conexão, comunicação ou transferência de dados entre dois sistemas computacionais. De
maneira simples, um protocolo pode ser definido como "as regras que governam" a sintaxe,
semântica e sincronização da comunicação. Os protocolos podem ser implementados pelo har-
dware, software ou por uma combinação dos dois.
HTTP (Hypertext Transfer Protocol – Protocolo de Transferência de Hipertextos) – permite a
transferência de documentos da Web, de servidores para seu computador.

HTTPS: é uma combinação do protocolo HTTP sobre uma camada de segurança, normalmente
SSL (Secure Sockets Layer). Essa camada adicional faz com que os dados sejam transmitidos
através de uma conexão criptografada, porém, para que o site seja considerado seguro, deve
ter também um certificado digital válido, que garante a autenticidade e é representado por um
pequeno cadeado no Navegador.

HTML: É uma linguagem de programação para produzir sites.

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INTERNET, INTRANET E EXTRANET

INTERNET: é uma rede pública de acesso público.


INTRANET: utiliza os mesmos conceitos e tecnologias da Internet, porém é uma rede privada,
ou seja, restrita ao ambiente interno de uma organização. Os mesmos serviços que rodam na
Internet podem rodar na Intranet, mas são restritos ao ambiente Interno. Exemplo disso é o
serviço de e-mail, que pode ser utilizado somente na rede Interna, para comunicação entre os
funcionários, sem a necessidade da Internet.
EXTRANET: algumas bancas consideram a Extranet como a "Intranet que saiu da empresa".
É a Intranet acessível pelos funcionários da Instituição, via Internet, de fora da empresa, mas
ainda assim restrita ao público de interesse. A Extranet também pode ser considerada como
um sistema corporativo, acessível via Web (navegador), de fora da instituição. Um exemplo
seria um sistema de vendas que seja acessível via navegador, em que o vendedor pode acessar
de qualquer local para realizar uma venda.

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NAVEGADORES – INTERNET EXPLORER, MOZILLA FIREFOX E GOOGLE CHROME

Navegador ou Browser é o principal programa para acesso à internet. Permite aos usuários
visitar endereços na rede, copiar programas e trocar mensagens de web mail.
Os navegadores mais utilizados são: Internet Explorer, Mozilla Firefox, Google Chrome, Apple
Safari, Opera e Netscape.

Barra de Ferramentas
O Internet Explorer possui diversas barras de ferramentas, incluindo a Barra de menus, a Barra
Favoritos e a Barra de Comandos. Há também a Barra de Endereços, na qual você pode digitar
um endereço da Web, e a Barra de Status, que exibe mensagens como o progresso do download
da página. A única barra visível na configuração padrão é a Barra de Endereços, todas as outras
estão ocultas quando o navegador é instalado.

Internet Explorer 9

O Mozilla Firefox em sua versão 33 tem uma aparência muito parecida com o Google Chrome,
e possui a barra de Menus e a barra de Favoritos. O local para digitação do endereço do site é
chamado de “Campo de endereço” e diferentemente dos outros navegadores ainda apresenta
a Barra de Pesquisa.

Mozilla Firefox 33

O Google Chrome na versão 37 apresenta apenas um Barra de Ferramentas, a Barra de Favori-


tos. É o navegador que tem menos ícones na sua configuração padrão.

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Google Chrome 37

Botões Voltar (Alt + ←) e Avançar (Alt + →)


Observação: Os ícones apresentados serão sempre na ordem: Internet Explorer, Firefox e
Chrome.
Esses dois botões permitem recuar ou avançar nas páginas que foram abertas no Internet
Explorer. Firefox e Chrome.

Barra de Endereços
A barra de endereços (Campo de Endereço no Firefox) é um espaço para digitar o endereço
da página que você deseja acessar. Pesquisar na web é mais fácil com a Barra de endereços
que oferece sugestões, histórico e preenchimento automático enquanto você digita. Você pode
também alterar rapidamente os provedores de pesquisa (“Mecanismos de pesquisa” no Firefox
e Chrome), clicando na seta à direita da “lupa” e escolhendo o provedor que você quer usar. No
Internet Explorer, se quiser adicionar novos provedores, basta clicar no botão “Adicionar”.

No Mozilla Firefox a opção de gerenciar Mecanismos de Pesquisa é muito parecida com o


Internet Explorer, basta clicar em “Organizar pesquisas”.

No Google Chrome o gerenciamento de Mecanismos de pesquisa é realizado clicando no botão


Menu, opção “Configurações” e no botão “Gerenciar mecanismos de pesquisa”.

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Botão Atualizar (F5)


Recarrega a página atual. No Internet Explorer 8 a representação gráfica era diferente .

Botão Ir para
Esse botão fica disponível apenas quando algum endereço está sendo digitado na barra de
endereços do Internet Explorer ou Campo de endereços do Firefox. O Chrome não mostra esse
botão.

Modo de exibição de Compatibilidade


(exclusividade do Internet Explorer)
Às vezes, o site que você está visitando não é exibido da forma correta porque foi projetado
para uma versão mais antiga do Internet Explorer.
Quando o Modo de Exibição de Compatibilidade é ativado, o site que está visualizando será
exibido como se você estivesse usando uma versão mais antiga do Internet Explorer, corrigindo
os problemas de exibição, como texto, imagens ou caixas de texto desalinhados.

Botão Interromper (Esc)


Interrompe a exibição da página que está sendo aberta. Isso evita que o usuário termine de
carregar uma página que não deseja mais visualizar.

Guias
Para abrir uma nova guia em branco, clique no botão Nova Guia na linha de guias ou
pressione CTRL+ T. Para alternar entre as guias abertas pressione CRTL + TAB (para avançar) ou
CTRL + SHIFT +TAB (para retroceder). No Firefox as guias são chamadas de abas e a opção para
criar uma nova guia é representada por um sinal de mais . No Google Chrome, chama-se
guias e tem uma representação diferente .
No Internet Explorer 8, aparece um botão bem à esquerda das guias abertas. Nas versões 9
e 10 a funcionalidade vem desabilitada por padrão e só pode ser acessada através das teclas de
atalho. Na versão 11 não há mais essa opção. Quando há várias páginas da Web abertas ao
mesmo tempo, cada uma é exibida em uma guia separada. Essas guias facilitam a alternância
entre os sites abertos. As Guias Rápidas fornecem uma exibição em miniatura de todas as guias
abertas. Isso facilita a localização da página da Web que você deseja exibir.

Para ativar “Guias Rápidas” no IE 9 e IE 10, clicar no botão Ferramentas, Opções da Internet,
guia Geral, botão Guias.

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Para abrir uma página da Web usando guias rápidas, clique na miniatura da página da Web que
você deseja abrir.

Home Page (Alt + Home)


A home page é exibida quando você inicia o Internet Explorer ou clica neste botão.

Exibir Favoritos, Feeds e Histórico (Alt + C)

Favoritos (CTRL + I)
Os favoritos do Internet Explorer são links para sites que você visita com frequência.
Para adicionar o site que você estiver visualizando à lista de favoritos clique no Botão Favoritos
e depois em “Adicionar a favoritos” ou pressione as teclas CTRL + D. Para gerenciar Favoritos no
Mozilla Firefox, clicar no botão , escolher a opção “Exibir todos os favoritos” (CTRL + SHIFT +
B) e então será apresentada uma nova janela denominada “Biblioteca”. Para adicionar o site
aberto na lista de favoritos, clicar no botão . No Google Chrome a adição de sites é realizada
por meio do botão que fica bem à direita da Barra de Endereços. Para organizar os Favoritos,
clicar no botão Menu e escolher a opção “Favoritos” → “Gerenciador de Favoritos”.

Feeds RSS (CTRL + G)


Os feeds RSS fornecem conteúdo frequentemente atualizado publicado por um site. Em geral,
são usados por sites de notícias e blogs, mas também para distribuir outros tipos de conteúdo
digital, incluindo imagens, áudios (normalmente no formato MP3) ou vídeos.

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Um feed pode ter o mesmo conteúdo de uma página da Web, mas em geral a formatação é
diferente. Quando você assina, o Internet Explorer verifica automaticamente o site e baixa o
novo conteúdo para que possa ver o que foi acrescentado desde a sua última visita ao feed.
O acrônimo RSS significa Really Simple Syndication (agregação realmente simples) é usado para
descrever a tecnologia usada para criar feeds.
Quando você visita uma página da Web o botão Feeds , da Barra de Comandos do Internet
Explorer muda de cor, informando que há feeds disponíveis. Para exibir clique no botão Feeds
e, em seguida, clique no feed que deseja ver.
No Firefox, para fazer a identificação da existência de Feeds no site, é necessário clicar no botão
. Se o site tiver suporte à Feeds o ícone “Inscrever RSS...” ficará da cor laranja, como no
Internet Explorer. Não há suporte para Web Slices. No Google Chrome, para utilização de Feeds
ou Web Slices é necessário adicionar uma extensão ou complemento.

Histórico (CTRL + H)
Para exibir o histórico de páginas da Web visitadas anteriormente no Internet Explorer, clique
no botão Favoritos e, em seguida, clique na guia Histórico. Clique no site que deseja visitar. No
Firefox, ao clicar no botão Menu, aparece a opção que permite verificar o histórico. No

Chrome também há uma forma rápido de acessar. Basta clicar no botão Menu e escolher a
opção “Histórico”.
A lista do histórico pode ser classificada por data, nome do site, páginas mais visitadas ou
visitadas mais recentemente, clicando na lista que aparece na guia Histórico e é armazenada,
por padrão por 20 dias no Internet Explorer. Os outros navegadores armazenam por diversos
meses.
Durante a navegação na Web, o Internet Explorer armazena informações sobre os sites
visitados, bem como as informações que você é solicitado a fornecer frequentemente aos sites
da Web (como, por exemplo, nome e endereço). O Internet Explorer armazena os seguintes
tipos de informações:
•• arquivos de Internet temporários;
•• cookies;
•• histórico dos sites visitados;
•• Informações inseridas nos sites ou na barra de endereços;
•• senhas da Web salvas.
O armazenamento dessas informações acelera a navegação, mas você pode excluí-las se, por
exemplo, estiver usando um computador público e não quiser que as informações pessoais
fiquem registradas.
Mesmo quando seu histórico de navegação for excluído, sua lista de favoritos ou feeds assinados
não o será. Você pode usar o recurso Navegação InPrivate do Internet Explorer para não deixar
histórico enquanto navega na Web.

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Ferramentas (Alt + X) no Internet Explorer e Menu nos outros navegadores
Permite a configuração das diversas opções do navegador, pois as outras barras não estão
visíveis na configuração original. As configurações serão detalhadas abaixo.

Barra de Favoritos

A Barra de Favoritos substitui a barra de ferramentas Links das versões anteriores do Internet
Explorer e inclui não apenas seus links favoritos, mas também Feeds e Web Slices. Você pode
arrastar links, tanto da Barra de endereços quanto de páginas da Web, para a Barra de Favoritos
de modo que suas informações favoritas estejam sempre ao alcance de um clique. Você
também pode reorganizar os itens na sua barra Favoritos ou organizá-los em pastas. Além disso,
você pode usar Feeds e um novo recurso chamado Web Slices para verificar se há atualizações
de conteúdo em seus sites favoritos sem precisar navegar para longe da página atual.

Adicionar a Barra de Favoritos


A opção adiciona o site atual à barra de favoritos do Internet Explorer. Para adicionar um site
na Barra de Favoritos do Mozilla Firefox, é necessário clicar com botão da direita sobre a Barra
de Favoritos e escolher a opção “Novo Favorito”. No Chrome funciona da mesma forma, mas a
opção se chama “Adicionar página”.

Barra de Comandos (somente IE)

Quando visível, a barra de Comandos oferece acesso fácil a praticamente qualquer configuração
ou recurso no Internet Explorer.

Web Slices
Um Web Slices é uma porção específica de uma página da Web que você pode assinar e que
permite que você saiba quando um conteúdo atualizado (como a temperatura atual ou a
alteração do preço de um leilão) está disponível em seus sites favoritos. Após sua assinatura
do Web Slices, ele será exibido como um link na barra Favoritos. Quando o Web Slices for
atualizado, o link na Barra de Favoritos será exibido em negrito. Você pode, então, clicar no link
para visualizar o conteúdo atualizado.

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Botão Segurança

Navegação InPrivate, Navegação Privativa, Modo de Navegação Anônima


A Navegação InPrivate permite que você navegue na Web sem deixar vestígios no Internet
Explorer. Isso ajuda a impedir que as outras pessoas que usam seu computador vejam quais
sites você visitou e o que você procurou na Web. Para iniciar a Navegação InPrivate, acesse a
página Nova Guia ou clique no botão Segurança.
Quando você inicia a Navegação InPrivate, o Internet Explorer abre uma nova janela do
navegador. A proteção oferecida pela Navegação InPrivate só terá efeito enquanto você estiver
usando a janela. Você pode abrir quantas guias desejar nessa janela e todas elas estarão
protegidas pela Navegação InPrivate. Entretanto, se você abrir outra janela do navegador ela
não estará protegida pela Navegação InPrivate. Para finalizar a sessão da Navegação InPrivate,
feche a janela do navegador.
Quando você navegar usando a Navegação InPrivate, o Internet Explorer armazenará algumas
informações, como cookies e arquivos de Internet temporários, de forma que as páginas da
Web visitadas funcionem corretamente. Entretanto, no final da sua sessão da Navegação
InPrivate, essas informações são descartadas.

Filtragem InPrivate (IE 8), Proteção contra Rastreamento


(IE 9 e superiores), Antirrastreamento, Enviar uma solicitação
para “Não rastrear”
A Filtragem InPrivate ajuda a evitar que provedores de conteúdo de sites coletem informações
sobre os sites que você visita.
A Filtragem InPrivate analisa o conteúdo das páginas da Web visitadas e, se detectar que o
mesmo conteúdo está sendo usado por vários sites, ela oferecerá a opção de permitir
ou bloquear o conteúdo. Você também pode permitir que a Filtragem InPrivate bloqueie
automaticamente qualquer provedor de conteúdo ou site de terceiros detectado.

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Filtragem ActiveX (somente IE 9 e superiores)
A Filtragem ActiveX no Internet Explorer impede que os sites instalem e utilizem esses
aplicativos. Sua navegação fica mais segura, mas o desempenho de alguns sites pode ser
afetado. Por exemplo, quando a Filtragem ActiveX está ativada, vídeos, jogos e outros tipos de
conteúdo interativo podem não funcionar.
Os controles ActiveX são pequenos aplicativos que permitem aos sites apresentar conteúdo,
como vídeos e jogos. Eles também permitem a você interagir com o conteúdo, como barras de
ferramentas e cotações da bolsa, ao navegar na Internet. Entretanto, esses aplicativos às vezes
não funcionam adequadamente ou não mostram o conteúdo desejado. Em alguns casos, esses
aplicativos podem ser usados para coletar informações, danificar os dados e instalar software
no computador sem o seu consentimento, ou ainda permitir que outra pessoa controle
remotamente o seu computador.

Filtro SmartScreen (IE), Proteção contra phishing e malware (Chrome)


O Filtro SmartScreen ajuda a detectar sites de phishing. O Filtro SmartScreen também pode
ajudar a proteger você da instalação de softwares mal-intencionados ou malwares, que são
programas que manifestam comportamento ilegal, viral, fraudulento ou mal-intencionado.
O Mozilla Firefox tem essa funcionalidade, mas não há um nome definido. Três opções estão
disponíveis, conforme abaixo.

Opções da Internet (Internet Explorer)

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Guia Geral
Home Page
Permite configurar a página que será exibida ao iniciar o navegador ou ao clicar o botão home.
Pode-se ter mais de uma página configurada. Nesse caso o navegador exibirá cada uma delas
em uma guia, na ordem em que forem incluídas.
Existem também as opções usar padrão (home page da Microsoft) ou usar em branco (inicia o
navegador com uma página em branco).

Histórico de Navegação
Arquivos temporários da internet: As páginas da Web são armazenadas na pasta Arquivos de
Internet Temporários quando são exibidas pela primeira vez no navegador da Web. Isso agiliza
a exibição das páginas visitadas com frequência ou já vistas porque o Internet Explorer pode
abri-las do disco rígido em vez de abri-las da Internet.

Pesquisa
Permite adicionar ou remover os sites provedores de pesquisa e, ainda, definir qual deles será
o padrão.

Guias
Permite alterar as configurações da navegação com guias, como, por exemplo, habilitar ou
desabilitar a navegação com guias, avisar ao fechar várias guias e habilitar guias rápidas.

Aparência
Permite alterar configurações de cores, idiomas, fontes e acessibilidade.

Guia Privacidade

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Cookies: Um arquivo de texto muito pequeno colocado em sua unidade de disco rígido por um
servidor de páginas da Web. Basicamente ele é seu cartão de identificação e não pode ser exe-
cutado como código ou transmitir vírus.
Os sites usam cookies para oferecer uma experiência personalizada aos usuários e reunir infor-
mações sobre o uso do site. Muitos sites também usam cookies para armazenar informações
que fornecem uma experiência consistente entre seções do site, como carrinho de compras ou
páginas personalizadas. Com um site confiável, os cookies podem enriquecer a sua experiência,
permitindo que o site aprenda as suas preferências ou evitando que você tenha que se conec-
tar sempre que entrar no site. Entretanto, alguns cookies, como aqueles salvos por anúncios,
podem colocar a sua privacidade em risco, rastreando os sites que você visita.
Os cookies temporários (ou cookies de sessão) são removidos do seu computador assim que
você fecha o Internet Explorer. Os sites os usam para armazenar informações temporárias,
como itens no carrinho de compras.
Bloqueador de Pop-ups: O Bloqueador de Pop-ups limita ou bloqueia pop-ups nos sites que
você visita. Você pode escolher o nível de bloqueio que prefere: ative ou desative o recurso de
notificações quando os pop-ups estão bloqueados ou crie uma lista de sites cujos pop-ups você
não deseja bloquear.

Opções (Mozilla Firefox)

A guia Geral permite a você configurar quais páginas o Firefox deve abrir quando você iniciar
o navegador ou quando clicar no botão Página inicial e configurar o que o Firefox deve fazer
quando estiver baixando arquivos.

As outras guias importantes do Firefox são: Conteúdo, Privacidade e Segurança.

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Configurações (Google Chrome)

As configurações do navegador são acessadas através do botão “Menu” e da opção


“Configurações”.
Os principais grupos de configuração são: Inicialização, Pesquisar e Privacidade.

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700 www.acasadoconcurseiro.com.br
Planilha Comparativa dos Navegadores

Navegador Internet Explorer 8 Internet Explorer 9, 10, 11 Mozilla Firefox Google Chrome

Versão em outubro de 2014 8 9, 10 e 11 33 37

Barra de Endereços/Navegação Barra de Endereços Barra de Endereços Campo de Endereços Barra de Endereços – Omnibox

Barra de Favoritos Opcional Opcional Opcional Opcional

Barra de Menus Sim Opcional Opcional Não

Barra de Pesquisar e Nome Sim – Provedor de Pesquisa Não – Provedor de Pesquisa Sim – Mecanismos de Pesquisa Não – Mecanismos de Pesquisa

Fabricante Microsoft Microsoft Mozilla Foundation Google

Filtragem ActiveX Não Sim Não Não

Filtro SmartScreen/Phishing Filtro SmartScreen Filtro SmartScreen Sim, tem 3 oções mas não tem um nome Proteção contra phishing e malware

Gerenciador de Dowloads Não Sim Sim Sim

Navegação em Abas/Guias Guias Guias Abas GUias

Navegação Privada Navegação InPrivate Navegação InPrivate Navegação Privativa Modo de navegação anônima

Configurações de Bloqueador de Pop- Ferramentas → Opções da Ferramentas → Opções de Internet Pop-ups → Conteúdo Cookies → Configurações → Privacidade →
ups e Cookies Internet → Guia Privacidade → Guia Privaciade Privacidade Configurações de conteúdo

Enviar uma solicitação para "Não


Rastreamento/Filtragem InPrivate Filtragem InPrivate Proteção contra Rastreamento Antirrastreamento
rastrear"

Sincronização das configurações Não Não Sim, através do Sync Sim. Fazer login no Chrome

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Armazewnamento do Histórico 20 dias 20 dias Vários meses Vários meses

Versão para Linux e Mac OS Não Não Sim Sim

Versão para Windows 7 Sim Sim Sim Sim

Versão para Windows XP Sim Não Sim Sim

* FIltragem Activex * Gerenciador de Tarefas


* Modo de compatibilidade * Temas
* Navegador padrão do Windows
* Barra de Comandos * Biblioteca (gerenciar Histórico, * Feeds precisam de extenção
7
* Barra de Status Favoritos, Tags) * Guia como Apps – Fixar guia
* Modo de compatibilidade
Observações/Particularidades * Ir para sites fixos (arrastar guia * Abas de aplicativos – Fixar aba * Criar atalhos de aplicativos (Área de
*Guias rápidas
para barra de tarefas) * Abrir tudo em abas trabalho, Menu Iniciar ou Barra tarefas)
* Barra de Comandos
* IE10 e 11 – Adicionar site ao Menu * Sync * Google Cloud Print
* Barra de Status
Iniciar (Windows 7) e Adicionar site * Nâo tem modo Offline
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701
à exibição Aplicativos (Windows 8) * Pesquisa por voz no Google
Onde configurar as opções de Segurança e Privacidade

Navegação InPrivate / Anônima


a) Internet Explorer 8: Menu Ferramentas → Navegação InPrivate.
b) Internet Explorer 9, 10 e 11: Botão Ferramentas → Segurança → Navegação InPrivate.
c) Mozilla Firefox 33: Botão Menu → Nova janela privativa.
d) Google Chrome 37: Botão Menu → Nova janela anônima.

Filtro SmartScreen / Phishing


a) Internet Explorer 8: Menu Ferramentas → Filtro do SmartScreen.
b) Internet Explorer 9, 10 e 11: Botão Ferramentas → Segurança → Ativar / Desativar Filtro
SmartScreen.
c) Mozilla Firefox 33: Botão Menu → Opções → Segurança → 3 primeiras opções.
d) Google Chrome: Botão Menu → Configurações → Mostrar configurações avançadas → “Ati-
var proteção contra phishing e malware” no grupo “Privacidade”.

Filtragem InPrivate / Proteção contra Rastreamento


a) Internet Explorer 8: Menu Ferramentas → Filtragem InPrivate.
b) Internet Explorer 9, 10 e 11: Botão Ferramentas → Segurança → Proteção contra
Rastreamento.
c) Mozilla Firefox 33: Botão Menu → Opções → Privacidade → “Notificar aos sites que não
quero ser rastreado” no grupo Antirrastreamento.
d) Google Chrome 37: Botão Menu → Configurações → Mostrar configurações avançadas →
Enviar solicitação para “Não Rastrear” com seu tráfego de navegação no grupo “Privacida-
de”.

Filtragem ActiveX
a) Internet Explorer 8: Funcionalidade não disponível.
e) Internet Explorer 9, 10 e 11: Botão Ferramentas → Segurança → Filtragem ActiveX.
b) Mozilla Firefox 33: Funcionalidade não disponível.
c) Google Chrome 37: Funcionalidade não disponível.

Bloqueador de Pop-ups
a) Internet Explorer 8: Menu Ferramentas → Opções da Internet → Privacidade → “Ativar
Bloqueador de Pop-ups” no grupo “Bloqueador de Pop-ups”.
b) Internet Explorer 9, 10 e 11: Botão Ferramentas → Opções da Internet → Privacidade →
“Ativar Bloqueador de Pop-ups” no grupo “Bloqueador de Pop-ups”.
c) Mozilla Firefox 33: Menu → Opções → Conteúdo → Bloquear janelas pop-up.
d) Google Chrome 37: Botão Menu → Configurações → Mostrar configurações avançadas →
Configurações de Conteúdo → “Não permitir que nenhum site mostre pop-ups (recomen-
dado)” no grupo “Pop-ups”.

702 www.acasadoconcurseiro.com.br
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Página Inicial
a) Internet Explorer 8: Menu Ferramentas → Opções da Internet → Geral → Digitar uma URL
em cada linha.
b) Internet Explorer 9, 10 e 11: Botão Ferramentas → Opções da Internet → Geral → Digitar
uma URL em cada linha.
c) Mozilla Firefox 33: Botão Menu → Opções → Geral → Digitar as URLs separadas por |
(pipe).
d) Google Chrome 37: Botão Menu → Configurações → “Abre uma página específica ou um
conjunto de páginas” no grupo “Inicialização”.

www.acasadoconcurseiro.com.br 703
MECANISMOS DE BUSCA

“ Esse material é uma coletânea de informações sobre os mecanismos de busca, em especial o


Google, com intuito de ajudar a você a estudar para Concursos Públicos. Diversos trechos deste
material foram retirados das ajudas e do site de suporte do Google que podem ser acessados
para maiores informações (https://support.google.com/websearch/?source=g&hl=pt). ”

Os principais sites utilizados como mecanismos de buscas atualmente são Google, Yahoo e Bing
(Microsoft). A forma de pesquisar faria de navegador para navegador. No Internet Explorer 9,
10 e no Google Chrome não existe a Barra de Pesquisa. Nestes navegadores a pesquisa pode
ser realizada diretamente na Barra de Endereços. Para escolher onde fazer a pesquisa, definir
o Provedor de Pesquisa padrão no item “Gerenciar Complementos” do Internet Explorer 9, por
exemplo.
Geralmente, todas as palavras inseridas na consulta serão usadas.

Noções básicas:
As pesquisas nunca diferenciam o uso de maiúsculas e minúsculas.
Geralmente, a pontuação é ignorada, incluindo @ # $ % ^ & * ( ) = + [ ] \ e outros
caracteres especiais.
Para garantir que as pesquisas do Google retornem os resultados mais relevantes,
existem algumas exceções às regras citadas acima.

704 www.acasadoconcurseiro.com.br
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O objetivo dos buscadores é oferecer a você resultados que sejam claros e de fácil leitura. O
resultado básico de uma pesquisa incluirá o título com o link para a página, uma descrição curta
ou um trecho real da página da web e do URL da página.

Operadores de pesquisa

É possível usar operadores de pesquisa e outra pontuação para ver resultados mais específicos.
Com exceção dos exemplos abaixo, a Pesquisa Google geralmente ignora pontuação.

Pontuação e símbolos
É possível usar os sinais de pontuação abaixo ao pesquisar. No entanto, incluí-los nem sempre
melhora os resultados. Se não acharmos que a pontuação dará resultados melhores, poderão
ser exibidos resultados sugeridos para aquela pesquisa sem a pontuação.

Símbolo Como usar


Pesquise por páginas do Google+ ou tipos sanguíneos
+
Exemplos: +Chrome ou AB+
Encontre tags sociais
@
Exemplo: @agoogler
Encontre preços
$
Exemplo: nikon R$400
Encontre os tópicos mais comuns marcados por hashtags
#
Exemplo: #desafiodogelo
Quando você usa um traço antes de uma palavra ou site, ele exclui os resultados que
incluem essa palavra ou site. Isso é útil para palavras com vários significados, como
-
Jaguar, a marca do carro, e jaguar, o animal.
Exemplos: velocidade do jaguar – carro ou pandas – site:wikipedia.org
Quando você coloca uma palavra ou frase entre aspas, os resultados incluem apenas
páginas com as mesmas palavras e na mesma ordem do que está dentro das aspas.
" Use isso apenas se você estiver procurando por uma palavra ou frase exata. Caso
contrário, você excluirá muitos resultados úteis por engano.
Exemplo: "imagine all the people"
Adicione um asterisco como um marcador para termos desconhecidos ou caracteres
* curinga.
Exemplo: "melhor um * na mão do que dois *"
Separe os números por dois pontos sem espaços para ver resultados que contêm
.. números dentro de um intervalo.
Exemplo: câmera R$50..R$100

www.acasadoconcurseiro.com.br 705
Operadores de pesquisa
Operadores de pesquisa são palavras que podem ser adicionadas às pesquisas para ajudar a
restringir os resultados. Não se preocupe em memorizar cada operador, pois você também
pode usar a página Pesquisa avançada para criar essas pesquisas.

Operador Como usar


Consiga resultados a partir de determinados sites ou domínios.
site:
Exemplos: olimpíadas site:nbc.com e olimpíadas site:.gov
Encontre páginas vinculadas a uma página específica.
link:
Exemplo: link:youtube.com
Encontre sites semelhantes a um endereço da Web que você já conhece.
related:
Exemplo: related:time.com
Encontre páginas que podem usar uma das várias palavras.
OR (OU)
Exemplo: maratona OR corrida
Receba informações sobre um endereço da Web, incluindo a versão em
info: cache da página, páginas semelhantes e páginas vinculadas ao site.
Exemplo: info:google.com.br
Veja como estava a página na última vez que o Google visitou o site.
cache:
Exemplo: cache:washington.edu

Observação: ao fazer uma pesquisa usando operadores ou sinais de pontuação, não adicione
espaços entre o operador e os termos de pesquisa. Uma pesquisa por site:nytimes.com
funcionará, mas por site: nytimes.com não.

Página de resultados da Pesquisa Google

Use esta página para saber mais sobre as diferentes partes de uma página de resultados da
Pesquisa Google, incluindo o significado de diferentes ícones e botões. Clique em um dos links
abaixo para saber mais sobre a parte correspondente da página de resultados.

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Partes da página de resultados de pesquisa

[1] Parte superior da página


Ícone de microfone
Toque no ícone de microfone para fazer uma pesquisa usando a voz em vez de digitação.
Clique em "Aplicativos" para ter acesso rápido a outros produtos do Google, como Gmail,
YouTube e Google Agenda.

Clique na sua foto ou seu e-mail para sair da Conta do Google ou para adicionar uma nova conta.

www.acasadoconcurseiro.com.br 707
[2] Filtros e configurações de pesquisa
•• Filtros: clique em qualquer um dos links abaixo da caixa de pesquisa para selecionar o tipo
de resultado que você deseja ver. Por exemplo, para ver só imagens, clique em "Imagens".

•• Ferramentas de pesquisa: clique em "Ferramentas de pesquisa" para ver as formas mais


avançadas de filtrar os resultados, por exemplo por cor, hora ou local.

Configurações
Clique em "Opções" para alterar qualquer uma das suas configurações, como o idioma
dos seus resultados de pesquisa, o número de resultados por página, o SafeSearch e se suas
pesquisas anteriores são salvas na sua Conta do Google ou não.

[3] Resultados e anúncios de pesquisa


Resultados da Pesquisa
Cada resultado de pesquisa tem três partes:
•• Título: a primeira linha azul de qualquer resultado de pesquisa é o título da página. Clique
no título para acessar o site.
•• URL: o endereço da Web do site é exibido em verde.
•• Snippet: abaixo do URL fica uma descrição da página da Web, que pode incluir palavras que
fazem parte da página. As palavras que você pesquisou aparecem em negrito para ajudar a
identificar se a página tem o que você está procurando.
Anúncios
Se acharmos que um anúncio pode ajudar você a encontrar o que está procurando, ele será
exibido na parte superior ou no lado direito da página de resultados. Você saberá que é um
anúncio e não um resultado de pesquisa, por causa do ícone amarelo de anúncio ao lado do
URL.

[4] Parte inferior da página


Local
O local atual que o Google tem para você é exibido juntamente com uma opção para atualizar
seu local ou usar seu local exato.
Dica: se sua página de resultados de pesquisa parece muito pequena, é possível aumentar o
texto e o tamanho da página.

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•• Em um Mac, mantenha a tecla "Command" e a tecla + pressionadas ao mesmo tempo.


•• Em um PC, mantenha as teclas Ctrl e + pressionadas ao mesmo tempo.
Pesquisas avançadas: Os buscadores normalmente permitem pesquisas avançadas. Para
acessar as pesquisas avançadas do Google, clicar na “engrenagem”, bem à direita da página.

Você pode usar qualquer um dos filtros a seguir quando visitar a página "Pesquisa avançada":
* Idioma
* Região (por país)
* Data da última atualização (último dia, semana, mês ou ano)
* Onde os termos de pesquisa aparecem na página (título, texto, URL, links)
* Tipo de arquivo (PDF, PPT, DOC, XLS...)
* Direitos de uso (sem restrição, compartilhado, comercial)

Algumas outras funcionalidades:


* Encontre páginas relacionadas (related:<URL>)
* Faça conversões numéricas (miles to km)
* Faça conversões monetárias (usd para reais)
* Verifique o clima (clima Porto Alegre)
* Calcule qualquer coisa (100*3,14-cos(83))

SafeSearch

Com o SafeSearch, você pode ajudar a impedir que imagens inadequadas ou explícitas
apareçam nos resultados da Pesquisa Google. O filtro do SafeSearch não é 100% preciso, mas
ajuda a evitar a maior parte do conteúdo adulto.

Como o SafeSearch funciona


A ativação do SafeSearch filtra vídeos e imagens de sexo explícito das páginas de resultados da
Pesquisa Google, bem como resultados que podem estar vinculados a conteúdo explícito.
Quando o SafeSearch está desativado, fornecemos os resultados mais relevantes para sua
pesquisa, e, caso você pesquise conteúdo explícito, esse tipo de conteúdo é exibido.

www.acasadoconcurseiro.com.br 709
CORREIO ELETRÔNICO

Mozilla Thunderbird é um cliente de e-mails e notícias da Mozilla Foundation, mesma criadora


do Mozilla Firefox. Acessa também arquivos XML, Feeds (Atom e RSS), bloqueia imagens, tem
filtro Antispam embutido e um mecanismo que previne golpes por meio das mensagens.
Com os temas (themes), pode-se modificar a aparência da interface do Thunderbird. Um tema
pode tanto alterar os ícones da barra de ferramentas como modificar todos os elementos da
interface. O programa foi lançado com a campanha que alegava ser a companhia perfeita ao
navegador Mozilla Firefox.

Protocolos usados no Serviço de Correio Eletrônico

SMTP (Simple Mail Transfer Protocol): protocolo responsável pelo envio de mensagens
eletrônicas.
POP3 (Post Office Protocol): protocolo simples utilizado para obter mensagens contidas em
caixa postal remota; portanto, um protocolo de recebimento de mensagens eletrônicas.
IMAP4 (Internet Message Access Protocol): assim como o POP3, é um protocolo de recebimento,
porém com muito mais recursos como, por exemplo, quando o POP3 acessa a caixa postal do
usuário, move todo o seu conteúdo para o seu computador. O IMAP4 não move e sim copia
as mensagens e, assim, permite que o usuário possa acessar de qualquer lugar do mundo
as mesmas mensagens que foram copiadas para o seu computador. Permite também que o
usuário possa escolher quais os anexos que serão copiados com a mensagem. Portanto, o IMAP
é um protocolo mais atual e com mais recursos em relação POP.
Ao abrir pela primeira vez o programa no Windows 7, aparecerá a janela a seguir, perguntando
se o Mozilla Thunderbird se tornará o programa padrão para E-mails, Newsgroups e RSS.
Além disso, pode-se configurar se a “Pesquisa” do Windows 7 irá indexar as mensagens do
Thunderbird.

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A pasta do Mozilla Thunderbird chama-se Pastas Locais e é dividida por um sistema de caixas,
onde as mensagens são armazenadas.

Entrada: nesta caixa, são armazenadas todas as mensagens recebidas. Independentemente de


ter-se uma ou mais contas, todas as mensagens, por padrão, irão para essa pasta.
Saída: quando uma mensagem é composta e o Mozilla Thunderbird está em modo off-line, a
mensagem é armazenada nesta caixa até a conexão ser feita e aplicativo receber o comando para
a mensagem ser enviada ou, conforme a configuração, ela pode ser enviada automaticamente
quando o programa se tornar on-line.
Podem-se, então, escrever várias mensagens em modo off-line e depois se conectar para enviá-
-las todas de uma só vez. Isso possibilita economia, pois ficará conectado somente durante o
período do envio das mensagens e não durante a criação das mesmas.
Enviados: toda vez que uma mensagem é enviada, ela vai para o destinatário e também fica
armazenada na caixa de Itens Enviados.
Lixeira: quando uma mensagem é excluída de uma caixa, ela vai para a Lixeira. Para restaurar
uma mensagem, é necessário movê-la para a caixa original. Quando se apaga uma mensagem
dessa pasta, ela será excluída em definitivo.
Rascunhos: pasta onde se pode manter uma mensagem que não se deseja enviar. Para colocar
uma mensagem nesta pasta, deve-se salvá-la, em vez de enviá-la.

Nova mensagem
Na barra de ferramentas, clique no botão Nova Msg e será aberta uma janela para edição da
mensagem a ser redigida.

www.acasadoconcurseiro.com.br 711
* Nas caixas Para e/ou Cc, digite o nome do correio eletrônico de cada destinatário, separando
os nomes com uma vírgula ou ponto e vírgula (;).
Para: destinatário principal.
Cc (cópia carbonada): destinatário secundário. Para utilizar este recurso, é necessário clicar na
seta à esquerda do botão “Para”.
Cco (cópia carbonada oculta): destinatário oculto. Para utilizar este recurso, é necessário
clicar na seta à esquerda do botão “Para” ou “Cc”. Este recurso permite que o usuário mande
mensagens para um ou mais destinatário sem que os que receberam, por intermédio de Para e
Cc, fiquem sabendo.
* Na caixa Assunto, digite um título para a mensagem.
* Digite sua mensagem e, em seguida, clique no botão Enviar agora na barra de ferramentas da
janela Edição.

Anexar
•• Clique em qualquer lugar na janela da mensagem;
•• Clique no botão “Anexar”, selecione o arquivo a ser anexado e clique “Abrir”. Em seguida,
clique em Anexar. Na configuração padrão, se o anexo for maior que 5MB será sugerido
armazenar o arquivo na nuvem e enviar apenas um link para o arquivo.

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SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO – CONCEITOS GERAIS

Triade CIDA

A Segurança da Informação se refere à proteção existente sobre as informações de uma


determinada empresa ou pessoa, isto é, aplica-se tanto às informações corporativas quanto
às informações pessoais. Entende-se por informação todo e qualquer conteúdo ou dado que
tenha valor para alguma organização ou pessoa. Ela pode estar guardada para uso restrito ou
exposta ao público para consulta ou aquisição.
Podem ser estabelecidas métricas (com o uso ou não de ferramentas) para a definição do nível
de segurança existente e, com isto, serem estabelecidas as bases para análise da melhoria ou
piora da situação de segurança existente. A segurança de uma determinada informação pode
ser afetada por fatores comportamentais e de uso de quem se utiliza dela, pelo ambiente ou
infraestrutura que a cerca ou por pessoas mal-intencionadas que têm o objetivo de furtar,
destruir ou modificar tal informação.
A tríade CIA (Confidentiality, Integrity and Availability) – Confidencialidade, Integridade e
Disponibilidade – representa os principais atributos que, atualmente, orientam a análise, o
planejamento e a implementação da segurança para um determinado grupo de informações
que se deseja proteger. Outros atributos importantes são a irretratabilidade e a autenticidade.
Com a evolução do comércio eletrônico e da sociedade da informação, a privacidade é também
uma grande preocupação.
Portanto, os atributos básicos, segundo os padrões internacionais (ISO/IEC 17799:2005), são os
seguintes:
Confidencialidade – propriedade que limita o acesso a informação tão somente às entidades
legítimas, ou seja, àquelas autorizadas pelo proprietário da informação. A criptografia é a
principal técnica utilizada para proteger a confidencialidade.
Integridade – propriedade que garante que à informação manipulada mantenha todas as
características originais estabelecidas pelo proprietário da informação, incluindo controle de
mudanças e garantia do seu ciclo de vida (nascimento, manutenção e destruição). A assinatura
digital é a principal técnica utilizada para proteger a integridade.
Disponibilidade – propriedade que garante que a informação esteja sempre disponível para
o uso legítimo, ou seja, por aqueles usuários autorizados pelo proprietário da informação. O
backup (becape) é uma das técnicas utilizadas para proteger a disponibilidade.
Autenticidade – propriedade que garante que a informação é proveniente da fonte anunciada
e que não foi alvo de mutações ao longo de um processo. A assinatura digital é utilizada para
proteger a integridade.
Irretratabilidade ou não repúdio – propriedade que garante a impossibilidade de negar a
autoria em relação a uma transação anteriormente feita.

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Autenticação, Autorização e Auditoria (AAA)

Autenticação é o ato de estabelecer ou confirmar algo (ou alguém) como autêntico, isto é,
que reivindica a autoria ou a veracidade de alguma coisa. A autenticação também remete à
confirmação da procedência de um objeto ou pessoa, neste caso, frequentemente relacionada
com a verificação da sua identidade.
Mecanismos ou Fatores de Autenticação:

1. Autenticação baseada no conhecimento (SABER) – Login e senha

2. Autenticação baseada na propriedade (TER) – Token / Smart card com PIN (senha do cartão)

3. Autenticação baseada na característica (SER) – Digital / Palma da mão / Íris


Cada mecanismo possui suas vantagens e desvantagens, devendo ser os mesmos aplicados
de modo a atender à necessidade do negócio visando garantir a autenticidade das entidades
envolvidas. O que vai definir qual dos métodos será adotado é o valor da informação a ser
protegida para as entidades envolvidas, cujo o risco deverá ser aceito em níveis aceitáveis.
Frequentemente é utilizada uma combinação de dois ou mais métodos.
Autorização é o mecanismo responsável por garantir que apenas usuários autorizados
consumam os recursos protegidos de um sistema computacional. Os recursos incluem arquivos,
programas de computador, dispositivos de hardware e funcionalidades disponibilizadas por
aplicações instaladas em um sistema. Podem ser consideradas consumidores de recursos as
pessoas que utilizam um sistema através de uma interface, programas e outros dispositivos de
um computador.
O processo de autorização decide se uma pessoa, programa ou dispositivo X tem permissão
para acessar determinado dado, programa de computador ou serviço Y. A maioria dos sistemas
operacionais modernos possuem processos de autorização. Após um usuário ser autenticado,
o sistema de autorização verifica se foi concedida permissão para o uso de determinado
recurso. As permissões são normalmente definidas por um administrador do sistema na forma
de "políticas de aplicação de segurança", como as ACLs (listas de controle de acesso) ou uma
"capacidade", com base no "princípio do privilégio mínimo": os consumidores terão permissão
apenas para acessar os recursos necessários para realizar a sua tarefa.
Auditoria é uma referência à coleta da informação relacionada à utilização de recursos de
rede pelos usuários. Esta informação pode ser utilizada para gerenciamento, planejamento,
cobrança, etc. A auditoria em tempo real ocorre quando as informações relativas aos usuários
são trafegadas no momento do consumo dos recursos. Na auditoria em batch as informações
são gravadas e enviadas posteriormente. As informações que são tipicamente relacionadas
com este processo são a identidade do usuário, a natureza do serviço entregue, o momento em
que o serviço se inicia e o momento do seu término.

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Contas e senhas

Uma conta de usuário, também chamada de "nome de usuário", "nome de login" e username,
corresponde à identificação única de um usuário em um computador ou serviço. Por meio das
contas de usuário, é possível que um mesmo computador ou serviço seja compartilhado por
diversas pessoas, pois permite, por exemplo, identificar unicamente cada usuário, separar as
configurações específicas de cada um e controlar as permissões de acesso.
A sua conta de usuário é de conhecimento geral e é o que
permite a sua identificação. Ela é, muitas vezes, derivada
do seu próprio nome, mas pode ser qualquer sequência
de caracteres que permita que você seja identificado
unicamente, como o seu endereço de e-mail. Para garantir
que ela seja usada apenas por você, e por mais ninguém, é
que existem os mecanismos de autenticação.
Existem três grupos básicos de mecanismos de autenticação,
que se utilizam de: aquilo que você é (informações
biométricas, como a sua impressão digital, a palma da sua mão, a sua voz e o seu olho), aquilo
que apenas você possui (como seu cartão de senhas bancárias e um token gerador de senhas)
e, finalmente, aquilo que apenas você sabe (como perguntas de segurança e suas senhas).
Uma senha, ou password, serve para autenticar uma conta, ou seja, é usada no processo de
verificação da sua identidade, assegurando que você é realmente quem diz ser e que possui
o direito de acessar o recurso em questão. É um dos principais mecanismos de autenticação
usados na Internet devido, principalmente, à simplicidade que possui.
Se uma outra pessoa souber a sua conta de usuário e tiver acesso à sua senha ela poderá usá-
las para se passar por você na Internet e realizar ações em seu nome, como:
•• Acessar a sua conta de correio eletrônico e ler seus e-mails, enviar mensagens de spam e/
ou contendo phishing e códigos maliciosos, furtar sua lista de contatos e pedir o reenvio
de senhas de outras contas para este endereço de e-mail (e assim conseguir acesso a elas);
•• Acessar o seu computador e obter informações sensíveis nele armazenadas, como senhas
e números de cartões de crédito;
•• Utilizar o seu computador para esconder a real identidade desta pessoa (o invasor) e,
então, desferir ataques contra computadores de terceiros;
•• Acessar sites e alterar as configurações feitas por você, de forma a tornar públicas
informações que deveriam ser privadas;
•• Acessar a sua rede social e usar a confiança que as pessoas da sua rede de relacionamento
depositam em você para obter informações sensíveis ou para o envio de boatos, mensagens
de spam e/ou códigos maliciosos.

www.acasadoconcurseiro.com.br 715
Algumas das formas como a sua senha pode ser descoberta são:
•• Ao ser usada em computadores infectados. Muitos códigos maliciosos, ao infectar um
computador, armazenam as teclas digitadas (inclusive senhas), espionam o teclado pela
webcam (caso você possua uma e ela esteja apontada para o teclado) e gravam a posição
da tela onde o mouse foi clicado;
•• Ao ser usada em sites falsos. Ao digitar a sua senha em um site falso, achando que está no
site verdadeiro, um atacante pode armazená-la e, posteriormente, usá-la para acessar o
site verdadeiro e realizar operações em seu nome;
•• Por meio de tentativas de adivinhação;
•• Ao ser capturada enquanto trafega na rede, sem estar criptografada;
•• Por meio do acesso ao arquivo onde a senha foi armazenada, caso ela não tenha sido
gravada de forma criptografada;
•• Com o uso de técnicas de engenharia social, como forma a persuadi-lo a entregá-la
voluntariamente;
•• Pela observação da movimentação dos seus dedos no teclado ou dos cliques do mouse em
teclados virtuais.

Cuidados a serem tomados ao usar suas contas e senhas:


•• Certifique-se de não estar sendo observado ao digitar as suas senhas;
•• Não forneça as suas senhas para outra pessoa, em hipótese alguma;
•• Certifique-se de fechar a sua sessão ao acessar sites que requeiram o uso de senhas. Use a
opção de sair (logout), pois isso evita que suas informações sejam mantidas no navegador;
•• Elabore boas senhas;
•• Altere as suas senhas sempre que julgar necessário;
•• Não use a mesma senha para todos os serviços que acessa;
•• Ao usar perguntas de segurança para facilitar a recuperação de senhas, evite escolher
questões cujas respostas possam ser facilmente adivinhadas;
•• Certifique-se de utilizar serviços criptografados quando o acesso a um site envolver o
fornecimento de senha;
•• Procure manter sua privacidade, reduzindo a quantidade de informações que possam ser
coletadas sobre você, pois elas podem ser usadas para adivinhar a sua senha, caso você
não tenha sido cuidadoso ao elaborá-la;
•• Mantenha a segurança do seu computador;
•• Seja cuidadoso ao usar a sua senha em computadores potencialmente infectados ou
comprometidos. Procure, sempre que possível, utilizar opções de navegação anônima.

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•• Uma senha boa, bem elaborada, é aquela que é difícil de ser descoberta (forte) e fácil
de ser lembrada. Não convém que você crie uma senha forte se, quando for usá-la, não
conseguir recordá-la. Também não convém que você crie uma senha fácil de ser lembrada
se ela puder ser facilmente descoberta por um atacante.

Alguns elementos que você não deve usar na elaboração de suas senhas são:
Qualquer tipo de dado pessoal: evite nomes, sobrenomes, contas de usuário, números de
documentos, placas de carros, números de telefones e datas (estes dados podem ser facilmente
obtidos e usados por pessoas que queiram tentar se autenticar como você).
Sequências de teclado: evite senhas associadas à proximidade entre os caracteres no teclado,
como "1qaz2wsx" e "QwerTAsdfG", pois são bastante conhecidas e podem ser facilmente
observadas ao serem digitadas.
Palavras que façam parte de listas: evite palavras presentes em listas publicamente conhecidas,
como nomes de músicas, times de futebol, personagens de filmes, dicionários de diferentes
idiomas, etc. Existem programas que tentam descobrir senhas combinando e testando estas
palavras e que, portanto, não devem ser usadas.

Alguns elementos que você deve usar na elaboração de suas senhas são:
Números aleatórios: quanto mais ao acaso forem os números usados melhor, principalmente
em sistemas que aceitem exclusivamente caracteres numéricos.
Grande quantidade de caracteres: quanto mais longa for a senha, mais difícil será descobri-
la. Apesar de senhas longas parecerem, a princípio, difíceis de serem digitadas, com o uso
frequente elas acabam sendo digitadas facilmente.
Diferentes tipos de caracteres: quanto mais "bagunçada" for a senha mais difícil será descobri-
la. Procure misturar caracteres, como números, sinais de pontuação e letras maiúsculas e
minúsculas. O uso de sinais de pontuação pode dificultar bastante que a senha seja descoberta,
sem necessariamente torná-la difícil de ser lembrada.

Algumas dicas práticas que você pode usar na elaboração de boas senhas são:
Selecione caracteres de uma frase: baseie-se em uma frase e selecione a primeira, a segunda
ou a última letra de cada palavra. Exemplo: com a frase "O Cravo brigou com a Rosa debaixo de
uma sacada" você pode gerar a senha "?OCbcaRddus" (o sinal de interrogação foi colocado no
início para acrescentar um símbolo à senha).
Utilize uma frase longa: escolha uma frase longa, que faça sentido para você, que seja fácil de
ser memorizada e que, se possível, tenha diferentes tipos de caracteres. Evite citações comuns
(como ditados populares) e frases que possam ser diretamente ligadas a você (como o refrão
de sua música preferida). Exemplo: se quando criança você sonhava em ser astronauta, pode
usar como senha "1 dia ainda verei os anéis de Saturno!!!".

www.acasadoconcurseiro.com.br 717
Faça substituições de caracteres: invente um padrão de substituição baseado, por exemplo,
na semelhança visual ("w" e "vv") ou de fonética ("ca" e "k") entre os caracteres. Crie o seu
próprio padrão pois algumas trocas já são bastante óbvias. Exemplo: duplicando as letras "s"
e "r", substituindo "o" por "0" (número zero) e usando a frase "Sol, astro-rei do Sistema Solar"
você pode gerar a senha "SS0l, asstrr0-rrei d0 SSisstema SS0larr".
Existem serviços que permitem que você teste a complexidade de uma senha e que, de acordo
com critérios, podem classificá-la como sendo, por exemplo, "muito fraca", "fraca", "forte"
ou "muito forte". Ao usar estes serviços, é importante ter em mente que, mesmo que uma
senha tenha sido classificada como "muito forte", pode ser que ela não seja uma boa senha
caso contenha dados pessoais que não são de conhecimento do serviço, mas que podem ser
de conhecimento de um atacante. Apenas você é capaz de definir se a senha elaborada é
realmente boa!

Ameaças e Riscos

Acesso a conteúdo impróprios ou ofensivos: ao navegar você pode se deparar com páginas
que contenham pornografia, que atentem contra a honra ou que incitem o ódio e o racismo.
Contato com pessoas mal-intencionadas: existem pessoas que se aproveitam da falsa sensação
de anonimato da Internet para aplicar golpes, tentar se passar por outras pessoas e cometer
crimes como, por exemplo, estelionato, pornografia infantil e sequestro.
Furto de identidade: assim como você pode ter contato direto com impostores, também pode
ocorrer de alguém tentar se passar por você e executar ações em seu nome, levando outras
pessoas a acreditarem que estão se relacionando com você, e colocando em risco a sua imagem
ou reputação.
Furto e perda de dados: os dados presentes em seus equipamentos conectados à Internet
podem ser furtados e apagados, pela ação de ladrões, atacantes e códigos maliciosos.
Invasão de privacidade: a divulgação de informações pessoais pode comprometer a sua
privacidade, de seus amigos e familiares e, mesmo que você restrinja o acesso, não há como
controlar que elas não serão repassadas. Além disso, os sites costumam ter políticas próprias
de privacidade e podem alterá-las sem aviso prévio, tornando público aquilo que antes era
privado.
Divulgação de boatos: as informações na Internet podem se propagar rapidamente e atingir
um grande número de pessoas em curto período de tempo. Enquanto isto pode ser desejável
em certos casos, também pode ser usado para a divulgação de informações falsas, que podem
gerar pânico e prejudicar pessoas e empresas.
Dificuldade de exclusão: aquilo que é divulgado na Internet nem sempre pode ser totalmente
excluído ou ter o acesso controlado. Uma opinião dada em um momento de impulso pode ficar
acessível por tempo indeterminado e pode, de alguma forma, ser usada contra você e acessada
por diferentes pessoas, desde seus familiares até seus chefes.
Dificuldade de detectar e expressar sentimentos: quando você se comunica via Internet não
há como observar as expressões faciais ou o tom da voz das outras pessoas, assim como elas

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não podem observar você (a não ser que você esteja utilizando webcams e microfones). Isso
pode dificultar a percepção do risco, gerar mal-entendidos e interpretações dúbias.
Dificuldade de manter sigilo: no seu dia a dia é possível ter uma conversa confidencial com
alguém e tomar cuidados para que ninguém mais tenha acesso ao que está sendo dito. Na
Internet, caso não sejam tomados os devidos cuidados, as informações podem trafegar ou ficar
armazenadas de forma que outras pessoas tenham acesso ao conteúdo.
Uso excessivo: o uso desmedido da Internet, assim como de outras tecnologias, pode colocar
em risco a sua saúde física, diminuir a sua produtividade e afetar a sua vida social ou profissional.
Plágio e violação de direitos autorais: a cópia, alteração ou distribuição não autorizada
de conteúdos e materiais protegidos pode contrariar a lei de direitos autorais e resultar em
problemas jurídicos e em perdas financeiras.

Criptografia

A palavra criptografia tem origem grega e significa a arte de escrever em códigos de forma
a esconder a informação na forma de um texto incompreensível. A informação codificada é
chamada de texto cifrado. O processo de codificação ou ocultação é chamado de cifragem,
e o processo inverso, ou seja, obter a informação original a partir do texto cifrado, chama-se
decifragem.
A cifragem e a decifragem são realizadas por programas de computador chamados de cifradores
e decifradores. Um programa cifrador ou decifrador, além de receber a informação a ser cifrada
ou decifrada, recebe um número-chave que é utilizado para definir como o programa irá se
comportar. Os cifradores e decifradores se comportam de maneira diferente para cada valor da
chave. Sem o conhecimento da chave correta não é possível decifrar um dado texto cifrado.
Assim, para manter uma informação secreta, basta cifrar a informação e manter em sigilo a
chave.
Atualmente existem dois tipos de crip-
tografia: a simétrica e a de chave pú-
blica. A criptografia simétrica realiza a
cifragem e a decifragem de uma infor-
mação por meio de algoritmos que uti-
lizam a mesma chave, garantindo sigilo
na transmissão e armazenamento de
dados. Como a mesma chave deve ser
utilizada na cifragem e na decifragem,
a chave deve ser compartilhada entre
quem cifra e quem decifra os dados. O
processo de compartilhar uma chave é
conhecido como troca de chaves. A tro-
ca de chaves deve ser feita de forma segura, uma vez que todos que conhecem a chave podem
decifrar a informação cifrada ou mesmo reproduzir uma informação cifrada.

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Os algoritmos de chave pública operam com duas chaves distintas: chave privada e chave
pública. Essas chaves são geradas simultaneamente e são relacionadas entre si, o que possibilita
que a operação executada por uma seja revertida pela outra. A chave privada deve ser mantida
em sigilo e protegida por quem gerou as chaves. A chave pública é disponibilizada e tornada
acessível a qualquer indivíduo que deseje se comunicar com o proprietário da chave privada
correspondente.

Assinatura Digital

Existem diversos métodos para assinar digitalmente documentos, os quais estão em


constante evolução. Porém de maneira resumida uma assinatura típica envolve dois processos
criptográficos: o hash (resumo criptográfico) e a encriptação deste hash.
Em um primeiro momento, é gerado um resumo criptográfico da mensagem por meio de
algoritmos complexos (exemplos: MD5, SHA-1, SHA-256) que reduzem qualquer mensagem
sempre a um resumo de mesmo tamanho. A este resumo criptográfico se dá o nome de hash.
O mesmo método de autenticação dos algoritmos de criptografia de chave pública operando
em conjunto com uma função resumo, também conhecido como função de hash, é chamado
de assinatura digital.
O resumo criptográfico é o resultado retornado por uma função de hash. Este pode ser
comparado a uma impressão digital, pois cada documento possui um valor único de resumo e
até mesmo uma pequena alteração no documento, como a inserção de um espaço em branco,
resulta em um resumo completamente diferente.
A vantagem da utilização de resumos criptográficos no processo de autenticação é o aumento
de desempenho, pois os algoritmos de criptografia assimétrica são muito lentos. A submissão
de resumos criptográficos ao processo de cifragem com a chave privada reduz o tempo de
operação para gerar uma assinatura por serem os resumos, em geral, muito menores que o
documento em si. Assim, consomem um tempo baixo e uniforme, independentemente do
tamanho do documento a ser assinado.

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Na assinatura digital, o documento não sofre qualquer alteração e o hash cifrado com a chave
privada é anexado ao documento.
Para comprovar uma assinatura digital, é necessário inicialmente realizar duas operações:
calcular o resumo criptográfico do documento e decifrar a assinatura com a chave pública
do signatário. Se forem iguais, a assinatura está correta, o que significa que foi gerada pela
chave privada corresponde à chave pública utilizada na verificação e que o documento está
íntegro. Caso sejam diferentes, a assinatura está incorreta, o que significa que pode ter havido
alterações no documento ou na assinatura pública.
A semelhança entre a assinatura digital e a assinatura manuscrita restringe-se ao princípio de
atribuição de autoria a um documento. Na manuscrita, as assinaturas seguem um padrão, sendo
semelhantes entre si e possuindo características pessoais e biométricas de cada indivíduo.
Ela é feita sobre algo tangível, o papel, responsável pela vinculação da informação impressa
à assinatura. A veracidade da assinatura manuscrita é feita por uma comparação visual a uma
assinatura verdadeira tal como aquela do documento de identidade oficial.

Firewall

Firewall é um software ou hardware que verifica informações


vindas da Internet ou de uma rede, rejeitando-as ou permitindo
que elas passem e entrem no seu computador, dependendo
das configurações definidas. Com isso, o firewall pode ajudar
a impedir o acesso de hackers e software mal-intencionado ao
seu computador.
O Firewall do Windows vem incorporado ao Windows e é
ativado automaticamente.

www.acasadoconcurseiro.com.br 721
Se você executar um programa como o de mensagens
instantâneas (Skype) ou um jogo em rede com vários
participantes, que precise receber informações da
Internet ou de uma rede, o firewall perguntará se
você deseja bloquear ou desbloquear (permitir) a
conexão. Se você optar por desbloquear a conexão,
o Firewall do Windows criará uma exceção para que
você não se preocupe com o firewall quando esse
programa precisar receber informações no futuro.

Políticas de Segurança

De acordo com o RFC 2196 (The Site Security Handbook), uma política de segurança consiste
num conjunto formal de regras que devem ser seguidas pelos utilizadores dos recursos de uma
organização.
As políticas de segurança devem ter implementação realista e definir claramente as áreas
de responsabilidade dos utilizadores, do pessoal de gestão de sistemas e redes e da direção.
Deve também se adaptar às alterações na organização. As políticas de segurança fornecem um
enquadramento para a implementação de mecanismos de segurança, definem procedimentos
de segurança adequados, processos de auditoria à segurança e estabelecem uma base para
procedimentos legais na sequência de ataques.
O documento que define a política de segurança deve deixar de fora todos os aspectos técnicos
de implementação dos mecanismos de segurança, pois essa implementação pode variar ao
longo do tempo. Deve ser também um documento de fácil leitura e compreensão, além de
resumido.
Algumas normas definem aspectos que devem ser levados
em consideração ao elaborar políticas de segurança. Entre
essas normas estão a BS 7799 (elaborada pela British
Standards Institution) e a NBR ISO/IEC 17799 (a versão
brasileira desta primeira). A ISO começou a publicar a
série de normas 27000, em substituição à ISO 17799 (e
por conseguinte à BS 7799), das quais a primeira, ISO
27001, foi publicada em 2005.
Existem duas filosofias por trás de qualquer política de segurança: a proibitiva (tudo que não
é expressamente permitido é proibido) e a permissiva (tudo que não é proibido é permitido).

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ATA – Informática – Prof. Sérgio Spolador

PRAGAS VIRTUAIS

Malware, ou praga virtual é todo e qualquer software que tem objetivos maliciosos. Em
malware, se incluem todos os trojans, vírus e spywares.
Esse grupo é muito genérico e é mais recomendado usar um dos grupos mais específicos como
os citados. Na maioria das vezes, malware será apenas tratado como um grupo que engloba
spywares e adware.
As principais áreas são as seguintes:
(Textos retirados do site: http://cartilha.cert.br. Recomendo o acesso a essa cartilha para
mais informações sobre segurança na Internet e sobre créditos e licença).

VÍRUS
Vírus é um programa ou parte de um programa de
computador, normalmente malicioso, que se propaga
inserindo cópias de si mesmo e se tornando parte de outros
programas e arquivos.
Para que possa se tornar ativo e dar continuidade ao processo
de infecção, o vírus depende da execução do programa ou
arquivo hospedeiro, ou seja, para que o seu computador
seja infectado é preciso que um programa já infectado seja
executado.
O principal meio de propagação de vírus costumava ser os
disquetes. Com o tempo, porém, estas mídias caíram em
desuso e começaram a surgir novas maneiras, como o envio de e-mail.
Atualmente, as mídias removíveis tornaram-se novamente o principal meio de propagação, não
mais por disquetes, mas, principalmente, pelo uso de pen-drives.
Há diferentes tipos de vírus. Alguns procuram permanecer ocultos, infectando arquivos
do disco e executando uma série de atividades sem o conhecimento do usuário. Há outros
que permanecem inativos durante certos períodos, entrando em atividade apenas em datas
específicas. Alguns dos tipos de vírus mais comuns são:
Vírus propagado por e-mail: recebido como um arquivo anexo a um e-mail cujo conteúdo tenta
induzir o usuário a clicar sobre este arquivo, fazendo com que seja executado. Quando entra
em ação, infecta arquivos e programas e envia cópias de si mesmo para os e-mails encontrados
Vírus de script: escrito em linguagem de script, como VBScript e JavaScript, e recebido ao
acessar uma página Web ou por e-mail, como um arquivo anexo ou como parte do próprio
e-mail escrito em formato HTML. Pode ser automaticamente executado, dependendo da
configuração do navegador Web e do programa leitor de e-mails do usuário.
Vírus de macro: tipo específico de vírus de script, escrito em linguagem de macro, que tenta
infectar arquivos manipulados por aplicativos que utilizam esta linguagem como, por exemplo,
os que compõe o Microsoft Office (Excel, Word e PowerPoint, entre outros).

www.acasadoconcurseiro.com.br 723
Vírus de telefone celular: vírus que se propaga de celular para celular por meio da tecnologia
bluetooth ou de mensagens MMS (Multimedia Message Service). A infecção ocorre quando um
usuário permite o recebimento de um arquivo infectado e o executa. Após infectar o celular,
o vírus pode destruir ou sobrescrever arquivos, remover ou transmitir contatos da agenda,
efetuar ligações telefônicas e drenar a carga da bateria, além de tentar se propagar para outros
celulares.

WORM
Worm é um programa capaz de se propagar automaticamente pelas
redes, enviando cópias de si mesmo de computador para computador.
Diferente do vírus, o worm não se propaga por meio da inclusão de
cópias de si mesmo em outros programas ou arquivos, mas sim pela
execução direta de suas cópias ou pela exploração automática de vul-
nerabilidades existentes em programas instalados em computadores.
Worms são notadamente responsáveis por consumir muitos recursos,
devido à grande quantidade de cópias de si mesmo que costumam
propagar e, como consequência, podem afetar o desempenho de
redes e a utilização de computadores.

BACKDOORS
Backdoor é um programa que permite o
retorno de um invasor a um computador
comprometido, por meio da inclusão de
serviços criados ou modificados para este
fim.
Pode ser incluído pela ação de outros códigos
maliciosos, que tenham previamente
infectado o computador, ou por atacantes,
que exploram vulnerabilidades existentes
nos programas instalados no computador
para invadi-lo.
Após incluído, o backdoor é usado para
assegurar o acesso futuro ao computador comprometido, permitindo que ele seja acessado
remotamente, sem que haja necessidade de recorrer novamente aos métodos utilizados na
realização da invasão ou infecção e, na maioria dos casos, sem que seja notado.
A forma usual de inclusão de um backdoor consiste na disponibilização de um novo serviço
ou na substituição de um determinado serviço por uma versão alterada, normalmente
possuindo recursos que permitem o acesso remoto. Programas de administração remota,
como BackOrifice, NetBus, SubSeven, VNC e Radmin, se mal configurados ou utilizados sem o
consentimento do usuário, também podem ser classificados como backdoors.

724 www.acasadoconcurseiro.com.br
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Há casos de backdoors incluídos propositalmente por fabricantes de programas, sob alegação


de necessidades administrativas. Esses casos constituem uma séria ameaça à segurança de um
computador que contenha um destes programas instalados pois, além de comprometerem a
privacidade do usuário, também podem ser usados por invasores para acessarem remotamente
o computador.

CAVALO DE TROIA

Cavalo de troia1, trojan ou trojan-horse, é um programa que, além de executar as funções


para as quais foi aparentemente projetado, também executa outras funções, normalmente
maliciosas, e sem o conhecimento do usuário.
Exemplos de trojans são programas que você recebe ou obtém desites na Internet e que
parecem ser apenas cartões virtuais animados, álbuns de fotos, jogos e protetores de tela,
entre outros. Estes programas, geralmente, consistem de um único arquivo e necessitam ser
explicitamente executados para que sejam instalados no computador.
Trojans também podem ser instalados por atacantes que, após invadirem um computador,
alteram programas já existentes para que, além de continuarem a desempenhar as funções
originais, também executem ações maliciosas.

COMO UM CAVALO DE TROIA PODE SER DIFERENCIADO DE UM VÍRUS OU DE UM


WORM?
Por definição, o cavalo de tróia distingue-se de vírus e de worm por não se replicar, infectaroutros
arquivos, ou propagar cópias de si mesmo automaticamente.
Normalmente um cavalo de tróia consiste de um único arquivo que necessita ser explicitamente
executado.

1
 O “Cavalo de Troia”, segundo a mitologia grega, foi uma grande estátua, utilizada como instrumento de guerra
pelos gregos para obter acesso à cidade de Troia. A estátua do cavalo foi recheada com soldados que, durante a noite,
abriram os portões da cidade possibilitando a entrada dos gregos e a dominação de Troia

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Podem existir casos onde um cavalo de tróia contenha um vírus ou worm. Mas, mesmo nestes
casos, é possível distinguir as ações realizadas como consequência da execução do cavalo de
tróia propriamente dito daquelas relacionadas ao comportamento de um vírus ou worm.

SPYWARE
Spyware é um programa projetado para monitorar
as atividades de um sistema e enviar as informações
coletadas para terceiros.
Pode ser usado tanto de forma legítima quanto maliciosa,
dependendo de como é instalado, das ações realizadas,
do tipo de informação monitorada e do uso que é feito
por quem recebe as informações coletadas. Pode ser
considerado de uso:
Legítimo: quando instalado em um computador pessoal,
pelo próprio dono ou com consentimento deste, com o objetivo de verificar se outras pessoas o
estão utilizando de modo abusivo ou não autorizado.
Malicioso: quando executa ações que podem comprometer a privacidade do usuário e a
segurança do computador, como monitorar e capturar informações referentes à navegação do
usuário ou inseridas em outros programas (por exemplo, conta de usuário e senha).
Alguns tipos específicos de programas spyware são:
Keylogger: capaz de capturar e armazenar as teclas digitadas pelo
usuário no teclado do computador. Sua ativação, em muitos casos, é
condicionada a uma ação prévia do usuário, como o acesso a umsite
específico de comércio eletrônico ou de Internet Banking.

Screenlogger: similar ao keylogger, capaz de armazenar a posição do


cursor e a tela apresentada no monitor, nos momentos em que o mouse
é clicado, ou a região que circunda a posição onde o mouse é clicado. É
bastante utilizado por atacantes para capturar as teclas digitadas pelos
usuários em teclados virtuais, disponíveis principalmente em sites de
Internet Banking.

ADWARE
Projetado especificamente para apresentar propagandas. Pode ser
usado para fins legítimos, quando incorporado a programas e serviços,
como forma de patrocínio ou retorno financeiro para quem desenvolve
programas livres ou presta serviços gratuitos. Também pode ser usado
para fins maliciosos, quando as propagandas apresentadas são direcionadas, de acordo com a
navegação do usuário e sem que este saiba que tal monitoramento está sendo feito.

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Bot e botnet
Bot é um programa que dispõe de mecanismos de comunicação com o invasor que permitem
que ele seja controlado remotamente. Possui processo de infecção e propagação similar ao
do worm, ou seja, é capaz de se propagar automaticamente, explorando vulnerabilidades
existentes em programas instalados em computadores.
A comunicação entre o invasor e o computador infectado pelo bot pode ocorrer via canais de
IRC, servidores Web e redes do tipo P2P, entre outros meios. Ao se comunicar, o invasor pode
enviar instruções para que ações maliciosas sejam executadas, como desferir ataques, furtar
dados do computador infectado e enviar spam.
Um computador infectado por um bot costuma ser chamado de zumbi (zombie computer),
pois pode ser controlado remotamente, sem o conhecimento do seu dono. Também pode ser
chamado de spam zombie quando o bot instalado o transforma em um servidor de e-mails e o
utiliza para o envio de spam.
Botnet é uma rede formada por centenas ou milhares de computadores zumbis e que permite
potencializar as ações danosas executadas pelos bots.
Quanto mais zumbis participarem da botnet mais potente ela será. O atacante que a controlar,
além de usá-la para seus próprios ataques, também pode alugá-la para outras pessoas ou
grupos que desejem que uma ação maliciosa específica seja executada.
Algumas das ações maliciosas que costumam ser executadas por intermédio de botnets são:
ataques de negação de serviço, propagação de códigos maliciosos (inclusive do próprio bot),
coleta de informações de um grande número de computadores, envio de spam e camuflagem
da identidade do atacante (com o uso de proxies instalados nos zumbis).
O esquema simplificado apresentado a seguir exemplifica o funcionamento básico de uma
botnet:
a) Um atacante propaga um tipo específico de bot na esperança de infectar e conseguir a
maior quantidade possível de zumbis;
b) os zumbis ficam então à disposição do atacante, agora seu controlador, à espera dos
comandos a serem executados;
c) quando o controlador deseja que uma ação seja realizada, ele envia aos zumbis os
comandos a serem executados, usando, por exemplo, redes do tipo P2P ou servidores
centralizados;
d) os zumbis executam então os comandos recebidos, durante o período predeterminado
pelo controlador;
e) quando a ação se encerra, os zumbis voltam a ficar à espera dos próximos comandos a
serem executados.

SPANS
São e-mails enviados em massa sem autorização. Geralmente usados em: propagandas,
correntes de fé, falsas ideologias, ajuda a outrem, entre muitos.

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HOAXES (brincadeiras)
São boatos espalhados por e-mail que servem para assustar o usuário de computador.
Uma mensagem no e-mail alerta para um novo vírus totalmente destrutivo, nunca visto
anteriormente, que está circulando na rede e que infectará o microcomputador do destinatário
enquanto a mensagem estiver sendo lida ou quando o usuário clicar em determinada tecla ou
link. Quem cria a mensagem hoax, normalmente, costuma dizer que a informação partiu de
uma empresa confiável como IBM e Microsoft e que tal vírus poderá danificar a máquina do
usuário. Desconsidere a mensagem.

Phishing SCAM
O phishing online (pronuncia-se fíchin) é uma maneira de enganar os usuários de computador
para que eles revelem informações pessoais ou financeiras através de uma mensagem de email
ou site fraudulento. Um scam típico de phishing online começa com uma mensagem de email
que parece uma nota oficial de uma fonte confiável como um banco, uma empresa de cartão
de crédito ou um comerciante online de boa reputação. No email, os destinatários são direcio-
nados a um site fraudulento em que são instruídos a fornecer suas informações pessoais, como
número de conta ou senha. Em seguida, essas informações são geralmente usadas para o rou-
bo de identidade.

Antivírus
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Os antivírus são programas de computador concebidos para prevenir, detectar e eliminar vírus
de computador.

Métodos de identificação
‘Escaneamento de vírus conhecidos’ – Quando um novo vírus é descoberto seu código é
desmontado e é separado um grupo de caracteres (uma string) que não é encontrada em
outros softwares não maliciosos. Tal string passa a identificar esse vírus, e o antivírus a utiliza
para ler cada arquivo do sistema (da mesma forma que o sistema operacional), de forma que
quando a encontrar em algum arquivo, emite uma mensagem ao usuário ou apaga o arquivo
automaticamente.
‘Sensoriamento heurístico’ – O segundo passo é a análise do código de cada programa em
execução quando usuário solicita um escaneamento. Cada programa é varrido em busca de
instruções que não são executadas por programas usuais, como a modificação de arquivos exe-
cutáveis. É um método complexo e sujeito a erros, pois algumas vezes um executável precisa
gravar sobre ele mesmo, ou sobre outro arquivo, dentro de um processo de reconfiguração, ou
atualização, por exemplo. Portanto, nem sempre o aviso de detecção é confiável.
‘Checagem de Integridade’ – Checagem de integridade cria um banco de dados, com o registro
dos dígitos verificadores de cada arquivo existente no disco, para comparações posteriores.

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Quando for novamente feita esta checagem, o banco de dados é usado para certificar que
nenhuma alteração seja encontrada nesses dígitos verificadores. Caso seja encontrado algum
desses dígitos diferentes dos gravados anteriormente, é dado o alarme da possível existência
de um arquivo contaminado.
Os antivírus são programas que procuram por outros programas (os vírus) e/ou os barram,
por isso, nenhum antivírus é totalmente seguro o tempo todo, e existe a necessidade de sua
manutenção (atualização) e, antes de tudo, fazer sempre uso do backup para proteger-se
realmente contra perda de dados importantes.

Antispyware
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Os AntiSpywares são programas cujo objetivo é tentar eliminar do sistema, através de uma
varredura, spywares, adwares, keyloggers, trojans e outros malwares. As funções destes
programas são semelhantes aos do antivírus, embora ele sempre deve ter cuidado para não
confundi-los.
Exemplo de programas antispyware: Windows Defender, Spybot, Spyware Terminator, Ad-
Aware, Spy Sweeper.

Firewall
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Um firewall é um dispositivo de uma rede de


computadores que tem por objetivo aplicar uma
política de segurança a um determinado ponto da
rede. O firewall pode ser do tipo filtros de pacotes,
proxy de aplicações, etc. Os firewalls são geralmente
associados a redes TCP/IP.
Este dispositivo de segurança existe na forma
de software e de hardware, a combinação de
ambos normalmente é chamado de “appliance”.
A complexidade de instalação depende do tamanho da rede, da política de segurança, da
quantidade de regras que controlam o fluxo de entrada e saída de informações e do grau de
segurança desejado.

www.acasadoconcurseiro.com.br 729
COMPUTAÇÃO EM NUVEM

Cloud Computing ou Computação em Nuvem pode ser definido como um modelo no qual a
computação (processamento, armazenamento e softwares) está em algum lugar da rede e é
acessada via internet.
O armazenamento de dados é feito em serviços que poderão ser acessados de qualquer lugar
do mundo, a qualquer hora, não havendo necessidade de instalação de programas ou de
armazenar dados. O acesso a programas, serviços e arquivos é remoto, através da Internet.
Num sistema operacional disponível na Internet, a partir de qualquer computador e em
qualquer lugar, pode-se ter acesso a informações, arquivos e programas num sistema único,
independente de plataforma. O requisito mínimo é um computador compatível com os recursos
disponíveis na Internet.
No modelo de implantação, dependemos das necessidades das aplicações que serão
implementadas. A restrição ou abertura de acesso depende do processo de negócios, do tipo
de informação e do nível de visão desejado. Percebemos que certas organizações não desejam
que todos os usuários possam acessar e utilizar determinados recursos no seu ambiente de
computação em nuvem. Segue abaixo a divisão dos diferentes tipos de implantação:
•• Privado – As nuvens privadas são aquelas construídas exclusivamente para um único
usuário (uma empresa, por exemplo). Diferentemente de um data center privado virtual,
a infraestrutura utilizada pertence ao usuário, e, portanto, ele possui total controle sobre
como as aplicações são implementadas na nuvem. Uma nuvem privada é, em geral,
construída sobre um data center privado.
•• Público – As nuvens públicas são aquelas que são executadas por terceiros. As aplicações de
diversos usuários ficam misturadas nos sistemas de armazenamento, o que pode parecer
ineficiente a princípio. Porém, se a implementação de uma nuvem pública considera
questões fundamentais, como desempenho e segurança, a existência de outras aplicações
sendo executadas na mesma nuvem permanece transparente tanto para os prestadores de
serviços como para os usuários.
•• Comunidade – A infraestrutura de nuvem é compartilhada por diversas organizações e
suporta uma comunidade específica que partilha as preocupações (por exemplo, a missão,
os requisitos de segurança, a política e as considerações sobre o cumprimento). Pode ser
administrado por organizações ou por um terceiro e pode existir local ou remotamente.
•• Híbrido – Nas nuvens híbridas, temos uma composição dos modelos de nuvens públicas e
privadas. Elas permitem que uma nuvem privada possa ter seus recursos ampliados a partir
de uma reserva de recursos em uma nuvem pública. Essa característica possui a vantagem
de manter os níveis de serviço mesmo que haja flutuações rápidas na necessidade dos
recursos.
A conexão entre as nuvens pública e privada pode ser usada até mesmo em tarefas periódicas
que são mais facilmente implementadas nas nuvens públicas, por exemplo. O termo
computação em ondas é, em geral, utilizado quando se refere às nuvens híbridas.

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ATA – Informática – Prof. Sérgio Spolador

A maior vantagem da computação em nuvem é a possibilidade de utilizar softwares sem que


estes estejam instalados no computador. Mas há outras vantagens:
•• Na maioria das vezes, o usuário não precisa se preocupar com o sistema operacional e
hardware que está usando em seu computador pessoal, podendo acessar seus dados na
"nuvem computacional" independentemente disso;
•• As atualizações dos softwares são feitas de forma automática, sem necessidade de
intervenção do usuário;
•• O trabalho corporativo e o compartilhamento de arquivos se tornam mais fáceis, uma
vez que todas as informações se encontram no mesmo "lugar", ou seja, na "nuvem
computacional";
•• Os softwares e os dados podem ser acessados em qualquer lugar, bastando que haja acesso
à Internet, não estando mais restritos ao ambiente local de computação, nem dependendo
da sincronização de mídias removíveis.
•• O usuário tem um melhor controle de gastos ao usar aplicativos, pois a maioria dos sistemas
de computação em nuvem fornece aplicações gratuitamente e, quando não gratuitas, são
pagas somente pelo tempo de utilização dos recursos. Não é necessário pagar por uma
licença integral de uso de software;
•• Diminui a necessidade de manutenção da infraestrutura física de redes locais cliente/
servidor, bem como da instalação dos softwares nos computadores corporativos, pois esta
fica a cargo do provedor do software em nuvem, bastando que os computadores clientes
tenham acesso à Internet;
•• A infraestrutura necessária para uma solução de cloud computing é bem mais enxuta do
que uma solução tradicional de hosting, consumindo menos energia, refrigeração e espaço
físico e, consequentemente, contribuindo para a preservação e o uso racional dos recursos
naturais.
Os modelos de serviços oferecidos pela computação em nuvem são basicamente 3: o Saas, o
PaaS e o Iaas que, respectivamente, fornecem software, plataformas e infraestruturas;
•• IaaS – Infrastructure as a Service ou Infraestrutura como Serviço (em português): quando
se utiliza uma porcentagem de um servidor, geralmente com configuração que se adeque à
sua necessidade (p.ex.: Windows Azure).

•• PaaS – Plataform as a Service ou Plataforma como Serviço (em português): utilizando-se


apenas uma plataforma como um banco de dados, um web-service, etc. (p.ex.: Windows
Azure).

•• SaaS – Software as a Service ou Software como Serviço (em português): uso de um


software em regime de utilização Web (p.ex.: Google Drive, Microsoft Office 365, Microsoft
OneDrive).

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CLOUD STORAGE – ARMAZENAMENTO DE DADOS

Um dos serviços que cresceu fortemente com o Cloud Computing, ou computação em nuvem,
foi o de armazenamento de dados na nuvem. Este serviço permite guardar arquivos como
músicas, vídeos, imagens e documentos online, permitindo o seu acesso, em qualquer lugar e
a qualquer hora, de qualquer computador. Em termos de segurança, estes serviços garantem
mecanismos para que cada usuário acesse devidamente apenas os seus arquivos e documentos,
eliminando a possibilidade de obter acesso a documentos e arquivos de outros usuários.
Exemplos de Cloud Storage:
•• Google Drive: O Google tem uma visão para um mundo totalmente online com a integração
de todas as ferramentas do Google com o Google Docs e Gmail. “No Drive, você começa
com 15 GB gratuitos de espaço de armazenamento do Google para suas imagens, histórias,
designs, desenhos, gravações, vídeos ou o que quiser”.
•• Dropbox: A ferramenta funciona com qualquer plataforma de software. Este serviço tem
duas modalidades, uma gratuita, na qual temos 2GB de capacidade inicial, e a paga, na qual
podemos comprar mais capacidade, desde os 50 GB até a mais de 1TB.
•• Microsoft Onedrive (anteriormente chamava-se Skydrive): é atualmente a melhor opção
custo/benefício, oferecendo até 15 GB gratuitos e a opção de upgrade mais em conta — no
total, chega-se a 200 GB por R$ 10/ano.
•• Apple iCloud: conecta você aos seus dispositivos Apple de maneiras incríveis. Com ele, você
tem sempre as versões mais recentes dos seus documentos, apps, notas e contatos, ou
seja, tudo que é mais importante para você, em qualquer dispositivo que estiver usando.
É fácil compartilhar fotos, localizações e calendários com a sua família e amigos. E se você
perder o seu dispositivo, o iCloud ajuda a encontrar. Tudo automaticamente. Bem simples.

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Atualidades

Professor Cássio Albernaz

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Edital

ATUALIDADES: 1. Diversidade cultural, conflitos e vida em sociedade. 1.1. Movimentos cultu-


rais no mundo ocidental e seus impactos na vida política e social. 1.2 O debate sobre a legali-
zação das drogas e seu impacto sobre as políticas públicas e sobre a sociedade. 1.3 Tecnologia
e educação. 2. Formas de organização social, movimentos sociais, pensamento político e ação
do Estado. 2.1. Movimentos sociais na era da internet. 2.2 Conselhos de políticas públicas. 2.3.
Instrumentos de participação e controle Social. 3. Transformações das estruturas produtivas e
influência da economia na sociedade global. 3.1. A globalização e as novas tecnologias de tele-
comunicação e suas consequências econômicas, políticas e sociais. 3.2. Poder econômico e res-
ponsabilidade social. 3.2.1 Norma Brasileira de Diretrizes sobre Responsabilidade Social - ABNT
NBR ISO 26000: 2010 3.3 Educação e trabalho. 4. Desenvolvimento Sustentável e Administra-
ção Pública. 4.1.Origem e evolução do conceito de Desenvolvimento sustentável. 4.2. Questões
ambientais contemporâneas: mudança climática, efeito estufa, chuva ácida, biodiversidade.
4.3. A nova ordem ambiental internacional – Rio/92, Agenda 21, Rio+ 20. 4.4. O serviço público
e os desafios da sustentabilidade: Agenda Ambiental da Administração Pública; Contratações
Sustentáveis, Plano de Logística Sustentável.

BANCA: ESAF
CARGO: Assistente Técnico Administrativo

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Atualidades

1. DIVERSIDADE CULTURAL, CONFLITOS E VIDA EM SOCIEDADE

1.1 Movimentos culturais no mundo ocidental e seus impactos na vida


política e social

Diversidade cultural diz respeito à variedade de culturas que existe entre os homens. O Brasil,
com sua vasta expansão territorial, apresenta inúmeras tradições e costumes, diversas formas
de se vestir, de falar, de se alimentar. Tudo isso é cultura e as diferenças precisam ser respeita-
das para que haja um convívio saudável na sociedade.
Para pensar a questão da diversidade cultural devemos partir de uma visão antropológica. Des-
de seus primórdios, a Antropologia elegeu a cultura humana e seus múltiplos desdobramentos
como seu objeto de estudo principal, o que ainda é uma marca característica geralmente asso-
ciada a esta disciplina, o que ainda é historicamente posterior à Sociologia.
Enquanto esta última se debruçava, desde meados do século XIX, em pesquisas sobre os pro-
blemas urbanos causados pelo avanço e estabelecimento do capitalismo industrial no mundo
ocidental, a Antropologia focou seus estudos em povos considerados exóticos, geralmente situ-
ados fora do ambiente das cidades americanas e europeias.
A relação com o outro foi enfoque característico das pesquisas antropológicas, sobretudo a
partir da crítica ao etnocentrismo dos estudos evolucionistas. Enquanto, atualmente, nos estu-
dos antropológicos contemporâneos prevalecem interpretações que enaltecem o multicultura-
lismo e a convergência de culturas distintas, no final do século XIX, predominava o evolucionis-
mo nos estudos culturais.

A noção de cultura
Partindo da noção de cultura em Franz Boa, pode- afirmar que “Toda a obra de Boas é uma ten-
tativa de pensar a diferença. Para ele, a diferença fundamental entre os grupos humanos é de
ordem cultural e não racial.[...]
Ao contrário de Tylor, de quem ele havia, no entanto, tomado a definição de cultura, Boas ti-
nha como objetivo o estudo “das culturas” e não “da Cultura”. Cada cultura representava uma
totalidade singular e todo seu esforço consistia em pesquisar o que fazia sua unidade. Daí sua
preocupação de não somente descrever os fatos culturais, mas de compreendê-los juntando-
-os a um conjunto ao qual estavam ligados. Um costume particular só pode ser explicado se
relacionado ao seu contexto cultural. Trata-se, assim, de compreender como se formou a sín-
tese original que representa cada cultura e que faz a sua coerência. Cada cultura é dotada de

www.acasadoconcurseiro.com.br 737
um “estilo” particular que se exprime através da língua, das crenças, dos costumes, também
da arte, mas não apenas desta maneira. Este estilo, este “espírito” próprio a cada cultura influi
sobre o comportamento dos indivíduos.”

Etnocentrismo
A escola antropológica representada por Franz Boas rompeu com o modelo evolucionista de
interpretação das culturas, que as julgava de acordo com uma visão linear de progresso. Assim,
no modelo calcado no evolucionismo, como Edward Tylor, Cultura tinha uma concepção univer-
salista, baseado na ideia de uma unidade psíquica da humanidade: com isso, para pensadores
como Tylor e outros que se fundamentavam em torno de ideias de um darwinismo social, as
culturas evoluiriam, passando todas pelos mesmos estágios, rumo ao progresso. Boas negou
esse modelo de explicação baseado na evolução de estágios culturais, adotando, por outro
lado, uma perspectiva particularista que via cada cultura como algo único.
Desse modo, as diferenças entre culturas não eram mais interpretadas por um suposto grau
de avanço rumo ao progresso. As culturas passaram a ser compreendidas como algo único e
os costumes e regras sociais de um determinado povo deveriam ser interpretados de acordo
com as funções que desempenhavam em cada sociedade. A partir daquele momento (início do
século XX), o relativismo cultural foi tomado como uma espécie de regra de conduta antropoló-
gica, combatendo, por sua vez, todo e qualquer esboço de postura etnocêntrica que fazia com
que o pesquisador julgasse as demais culturas com base na sua.
Como exemplo de conflitos culturais, temos os conflitos de base religiosa.
Depois da II Guerra Mundial, a ONU adotou a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que
colocava em pauta o “respeito universal e observância dos direitos humanos e liberdades fun-
damentais para todos, sem distinção de raça, sexo, língua ou religião”. O ideal foi reforçado em
1999, ano em que líderes budistas, protestantes, católicos, cristãos ortodoxos, judeus, muçul-
manos e de várias outras religiões se reuniram para assinar o Apelo Espiritual de Genebra. O
documento pedia aos líderes políticos e religiosos algo simples: a garantia de que a religião não
fosse mais usada para justificar a violência.
Passados muitos anos e outras muitas tentativas de garantir a liberdade religiosa, grande parte
dos conflitos que hoje acontecem no mundo ainda envolve crenças e doutrinas, que se mistu-
ram a uma complexa rede de fatores políticos, econômicos, raciais e étnicos. De “A a T”, conhe-
ça sete conflitos atuais que têm, entre suas motivações, a intolerância religiosa:
1. Afeganistão
Grupos em conflito: fundamentalistas radicais muçulmanos e não-muçulmanos
O Afeganistão é um campo de batalhas desde a época em que Alexandre, o Grande, passava por
lá, em meados de 300 a.C. Atualmente, dois grupos disputam o poder no país, em um conflito
que se desenrola há anos. De um lado está o Talibã, movimento fundamentalista islâmico que
governou o país entre 1996 e 2001. Do outro lado está a Aliança do Norte, organização político-
-militar que une diversos grupos demográficos afegãos que buscam combater o Regime Talibã.
Após os atentados de 11 de setembro de 2001, a Aliança do Norte passou a receber o apoio dos
Estados Unidos, que invadiram o Afeganistão em busca do líder do Al-Qaeda, Osama Bin Laden,

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estabelecendo uma nova república no país. Em 2011, americanos e aliados comemoraram a


captura e morte do líder do grupo fundamentalista islâmico responsável pelo ataque às Torres
Gêmeas, mas isso não acalmou os conflitos internos no país, que continua sendo palco de cons-
tantes ataques talibãs.
2. Nigéria
Grupos em conflito: cristãos e muçulmanos
Não é apenas o rio Níger que divide o país africano: a população nigeriana, de aproximadamen-
te 148 milhões de habitantes, está distribuída em mais de 250 grupos étnicos, que ocuparam
diferentes porções do país ao longo dos anos, motivando constantes disputas territoriais. Divi-
didos espacialmente e ideologicamente estão também os muçulmanos, que vivem no norte da
Nigéria, e cristãos, que habitam as porções centro e sul. Desde 2002, conflitos religiosos têm se
acirrado no país, motivados principalmente pela adoção da sharia, lei islâmica, como principal
fonte de legislação nos estados do norte. A violência no país já matou mais de 10 mil pessoas e
deixou milhares de refugiados.
3. Iraque
Grupos em conflito: xiitas e sunitas
Diferentes milícias, combatentes e motivações se misturam no conflito que tem lugar em terri-
tório iraquiano. Durante os anos de 2006 e 2008, a Guerra do Iraque incluía conflitos armados
contra a presença do exército dos Estados Unidos e também violências voltadas aos grupos ét-
nicos do país. Mas a retirada das tropas norte-americanas, em dezembro de 2011, não cessou
a tensão interna. Desde então, grupos militantes têm liderado uma série de ataques à maioria
xiita do país. O governo iraquiano estima que, entre 2004 e 2011, cerca de 70 mil pessoas te-
nham sido mortas.
4. Israel
Grupos em conflito: judeus e mulçumanos
Em 1947, a ONU aprovou a divisão da Palestina em um Estado judeu e outro árabe. Um ano
depois, Israel foi proclamado país. A oposição entre as nações árabes estourou uma guerra,
que, com o crescimento do território de Israel, deixou os palestinos sem Estado. Como tenta-
tiva de dar fim à tensão, foi assinado em 1993 o Acordo de Oslo, que deu início às negociações
para criação de um futuro Estado Palestino. Tudo ia bem até chegar a hora de negociar sobre a
situação da Cisjordânia e da parte oriental de Jerusalém – das quais nem os palestinos nem os
israelenses abrem mão.
Na Palestina, as eleições parlamentares de 2006 colocaram no poder o grupo fundamentalista
islâmico Hamas. O grupo é considerado uma organização terrorista pelas nações ocidentais e
fracassou em formar um governo ao lado do Fatah – partido que prega a reconciliação entre
palestinos e israelenses. O Hamas assumiu o poder da Faixa de Gaza. E o Fatah chegou ao da
Cisjordânia, em conflitos que se prolongaram até fevereiro de 2012, quando os dois grupos fe-
charam um acordo para a formação de um governo. Mas segundo o site da Al Jazeera, rede de
notícias do Oriente Médio, a rixa continua. Eleições parlamentares e presidenciais serão con-
duzidas nos dois territórios e a tensão internacional permanece pela possibilidade do Hamas
voltar a vencer no processo eleitoral.

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5. Sudão
Grupos em conflito: muçulmanos e não-muçulmanos
A guerra civil no Sudão já se prolonga há mais de 46 anos. Estima-se que os conflitos, que mis-
turam motivações étnicas, raciais e religiosas, já tenham deixado mais de 1 milhão de sudane-
ses refugiados. Em maio de 2006 o governo e o principal grupo rebelde, o Movimento de Liber-
tação do Sudão, assinaram o Acordo de Paz de Darfur, que previa o desarmamento das milícias
árabes, chamadas janjawid, e visava dar fim à guerra. No mesmo ano, no entanto, um novo
grupo deu continuidade àquela que foi chamada de “a pior crise humanitária do século” e con-
siderada genocídio pelo então secretário de estado norte-americano Colin Powell, em 2004.
6. Tailândia
Grupos em conflito: budistas e mulçumanos
Um movimento separatista provoca constantes e violentos ataques no sul da Tailândia e criou
uma atmosfera de suspeita e tensão entre muçulmanos e budistas. Apesar dos conflitos atin-
girem os dois grupos, eles representam parcelas bastante desiguais do país: segundo dados do
governo tailandês, quase 90% da população do país é budista e cerca de 10% muçulmana.
7. Tibete
Grupos em conflito: Partido Comunista da China e budistas
A regulação governamental aos monastérios budistas teve início quando o Partido Comunista
da China marchou rumo ao Tibete, assumindo o controle do território e anexando-o como pro-
víncia, em 1950. Mais de meio século se passou desde a violenta invasão, que matou milhares
de tibetanos e causou a destruição de quase seis mil templos, mas a perseguição religiosa per-
manece. Um protesto pacífico iniciado por monges em 2008 deu início a uma série de protes-
tos no território considerado região autônoma da República Popular da China.
Outro exemplo de conflito cultural de base étnico-religiosa é o caso árabe-israelense.
Os conflitos que hoje assolam o Oriente Médio têm diferentes motivos. O principal deles diz
respeito ao território: israelenses e palestinos lutam para assegurar terras sobre as quais, se-
gundo eles, têm direito milenar. Outra questão diz respeito à cultura e à imposição de valores
ocidentais às milenares tradições orientais. Pode-se ainda mencionar o fator econômico - talvez
o preponderante: potências capitalistas desejam estabelecer um ponto estratégico na mais rica
região petrolífera do planeta. E ainda existe a questão política.
As tensões perduram há séculos. Expulsos da Palestina pelos romanos já no século 1 da Era
Cristã, os judeus acalentaram durante séculos o sonho de retornar à "Terra Prometida", enfren-
tando todo tipo de discriminação e perseguição. Todavia, o território, durante sua ausência, foi
ocupado por outros povos que, igualmente, sentem-se no direito de nele permanecer de modo
autônomo.
Durante o domínio britânico sobre a região, os ingleses permitiram a compra de terras na Pa-
lestina por ricos judeus de todo mundo que começaram a reocupar a região. Essa maciça mi-
gração de judeus para a Terra Santa chamou-se Sionismo, em referência à Colina de Sion, em
Jerusalém.

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Os ingleses após a Primeira Guerra Mundial, comprometeram-se a ajudar os judeus a construir


um Estado livre e independente em território palestino, buscando, assim, enfraquecer os ára-
bes e conquistar vantagens econômicas na região. Entre os anos 1930 e 1940, intensificou-se
consideravelmente a imigração judaica para a Palestina.
O descontrolado ingresso de judeus na Palestina acarretou sérios problemas já às vésperas da
Segunda Grande Guerra: as áreas de assentamento judeu e palestino não foram delimitadas e
grupos de características étnicas e religiosas tão diferentes tiveram que compartilhar o mesmo
território, de onde resultam graves hostilidades entre ambos.
Com o holocausto promovido pelos nazistas durante a Segunda Guerra, a opinião pública, sen-
sibilizada com os sofrimentos dos judeus, concordou com a criação de um Estado judeu na
Palestina. A recém-criada Organização das Nações Unidas estabeleceu que a solução para os
problemas do Oriente Médio seria sua prioridade, com a anuência dos Estados Unidos e da
Inglaterra, interessados em estabelecer um aliado na região, já que não confiavam nos Estados
árabes que a cercavam. Os palestinos, por sua vez, também almejavam a criação de um Estado
independente em território palestino e, para isso, contavam com o apoio dos países árabes.
Em 1947, a ONU estabeleceu a divisão do território palestino entre judeus, que ocupariam 57%
das terras com seus 700 mil habitantes, e palestinos, cuja população de cerca de 1,3 milhão de
habitantes ocuparia os restantes 43% do território.
Com a retirada das tropas britânicas que ocupavam a região, começou, em 1948, uma guerra
entre Israel e a Liga Árabe, criada em 1945 e que reunia Estados Árabes que procuravam de-
fender a independência e a integridade de seus membros. A guerra foi liderada pela Jordânia e
pelo Egito. Israel venceu o conflito e ocupou áreas reservadas aos palestinos, ampliando para
75% o domínio sobre as terras da região. O Egito assumiu o controle sobre a Faixa de Gaza e a
Jordânia criou a Cisjordânia.
Em 1956, o presidente egípcio Gamal Abdel Nasser declarou guerra a Inglaterra, França e Is-
rael com o objetivo de assumir definitivamente o controle sobre o canal de Suez, em mãos
europeias desde sua construção. Para isso contou com o apoio da União Soviética, país que, no
contexto da Guerra Fria, apoiava todas as iniciativas de libertação nacional a fim de conquis-
tar aliados para o bloco socialista. Durante o conflito, Israel ocupou a Península do Sinai, mas,
devolveu-a logo em seguida, devido à pressão norte-americana.
Organização para a Libertação da Palestina (OLP)
Para defender a luta palestina no sentido da criação de um Estado autônomo, foi criada a Or-
ganização para a Libertação da Palestina (OLP), em 1964, tendo como líder Iasser Arafat. Nas
fileiras da OLP, surgiu o Al Fatah, braço armado da organização que prega a luta armada e o
terrorismo para destruir Israel. A OLP só recentemente foi reconhecida por Israel como repre-
sentante dos interesses palestinos na questão territorial. Até então, quando havia negociações
de paz, seus membros ingressavam em delegações de países árabes como Egito e Jordânia.
Em 1967, novo conflito eclodiu entre árabes e israelenses. Após a retirada das tropas da ONU
que guardavam a fronteira entre Egito e Israel, soldados israelenses avançaram sobre a Penín-
sula do Sinai, a Faixa de Gaza e as colinas de Golã. As sucessivas ocupações de Israel sobre áreas
de população palestina obrigaram-na a refugiar-se em países vizinhos - sobretudo ao sul do
Líbano - onde passaram a viver em condições subumanas, acarretando problemas para esses
países. Além disso, a partir do sul do Líbano, a OLP, passou a bombardear alvos israelenses na

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Galileia, levando o Exército de Israel a realizar violentas operações de represália contra o terri-
tório libanês a partir de 1972.
A OLP adotou o terrorismo como estratégia de luta contra Israel que, por sua vez, com amplo
apoio das potências ocidentais, desenvolvia respeitável aparato bélico.
Como resposta às invasões israelenses de 1967, no feriado judeu do YomKippur (Dia do Perdão)
de 1968, Egito e Síria desfecharam ataque simultâneo a Israel que revidou prontamente, ven-
cendo as forças agressoras. Nas áreas que iam sendo ocupadas por Israel, principalmente em
Gaza e na Cisjordânia, surgiram colônias judaicas protegidas por soldados israelenses. A estra-
tégia visava consolidar o domínio sobre o território. Atualmente, mais de 170 mil judeus vivem
em assentamentos nos territórios ocupados por Israel.
Acordos de paz
Quando o presidente Anuar Sadat assumiu a presidência do Egito, assumiu uma postura de dis-
tanciamento da União Soviética e de aproximação dos Estados Unidos. Daí resultaram conver-
sações de paz entre egípcios e israelenses que resultaram num acordo formalizado em Camp
David, em 1979. Assinaram o acordo, sob os olhos do presidente norte-americano Jimmy Car-
ter, o presidente egípcio, Sadat, e o primeiro-ministro israelense, o ultra-direitista, Menahem
Begin. O acordo previa que Israel devolveria o Sinai para o Egito até 1982 e que em Gaza e na
Cisjordânia nasceria uma "autoridade autônoma", da qual a OLP não participaria, e que gover-
naria essas regiões por 5 anos, até a retirada definitiva de Israel. O acordo não agradou nem aos
judeus instalados nas colônias do Sinai, de Gaza e da Cisjordânia, nem muito menos aos árabes
que esperavam maiores concessões por parte dos israelenses. Por isso, Sadat, considerado por
muitos, traidor da causa árabe no Oriente Médio, foi assassinado em 1981.
Intifada
Na década de 1980, as negociações sobre o futuro do Oriente Médio não avançaram. De um
lado, os árabes iniciam a Intifada, rebelião popular em Gaza, cujo estopim foi o atropelamento
e morte de quatro palestinos por um caminhão do exército israelense, em 1987. Adolescentes,
munidos de paus e pedras, enfrentaram, nas ruas, os soldados de Israel e o levante se alastrou.
A repressão israelense foi brutal. Desde então, os choques entre palestinos e colonos nas áreas
de ocupação israelense têm sido frequentes.
Em 1992, porém, a eleição de Itzhak Rabin, membro do Partido Trabalhista, para Primeiro Mi-
nistro de Israel, favoreceu a retomada das conversações de paz entre árabes e israelenses. Si-
multaneamente, Arafat, enfraquecido pelas dissidências internas a OLP, já adotava uma postu-
ra menos belicista e mais conciliadora.
A disposição de ambos levou-os, em 1993, a um encontro em Oslo, onde ficou decidido que, de
forma gradual, Israel devolveria a Faixa de Gaza (área pobre onde se espremem 800 mil pales-
tinos) e de Jericó, na Jordânia, para a administração direta e autônoma dos palestinos, apesar
dos cerca de 100 mil colonos judeus ali instalados permanecerem protegidos pelo exército isra-
elense.
Ao acordo, opuseram-se as facções palestinas hostis a Arafat, alegando que as concessões de
Israel eram pequenas frente aos desejos dos palestinos, e os israelenses que habitam as regi-
ões a serem devolvidas. Em 4 de novembro de 1995, durante um comício pela paz na Praça dos
Reis, em TelAviv, um estudante judeu de 27 anos, membro de uma organização paramilitar de
extrema direita, assassinou Itzhak Rabin.

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As negociações de paz não avançaram depois da eleição de Benjamin Netanyahu, do Likud,


partido de direita israelense, para o cargo de primeiro ministro. Netanyahu não estava disposto
a fazer concessões aos palestinos. Todavia, em 1999, realizaram-se eleições gerais em Israel e o
Partido Trabalhista, representado agora por Ehud Barak, foi reconduzido ao poder, reabrindo as
negociações de paz para a região. O grande obstáculo nesse momento é decidir sobre a situa-
ção de Jerusalém, cidade sagrada tanto para judeus quanto para muçulmanos.
Todavia, em setembro de 2000, um episódio marcaria o acirramento das tensões entre pales-
tinos e israelenses, quando Ariel Sharon, líder do Partido Conservador e principal expoente do
conservadorismo judeu, "visitou" a Esplanada das Mesquitas em Jerusalém. O ato pareceu uma
forte provocação aos árabes e deu início à "nova intifada". Ataques terroristas e confrontos
diretos entre palestinos e israelenses tornaram-se cada vez mais frequentes, ameaçando peri-
gosamente as conversações de paz.
A situação, porém, tornou-se mais violenta quando, no início de 2001, o mesmo Ariel Sharon
foi eleito Primeiro Ministro de Israel, revelando o sentimento dominante entre os israelenses
de não retomar as negociações para a criação do Estado Palestino enquanto durar a intifada.
Diante da violência dos atentados terroristas promovidos pelo Hamas e pelo Hezbolah, grupos
extremistas árabes que pregam o extermínio dos judeus, as ações do exército israelense tam-
bém têm sido cada vez mais cruéis, atingindo, inclusive, a população civil das regiões domina-
das.
Outro caso recente de conflito de ordem cultural e política é o caso ucraniano.
A Ucrânia vive uma grave crise social e política desde novembro de 2013, quando o governo do
então presidente Viktor Yanukovich desistiu de assinar um acordo de livre-comércio e associa-
ção política com a União Europeia (UE), alegando que buscaria relações comerciais mais próxi-
mas com a Rússia, seu principal aliado.
Oposição e parte da população foram às ruas contra a decisão, em protestos violentos que
deixaram mortos. Em 22 de fevereiro de 2014, as manifestações culminaram na destituição do
contestado presidente pelo Parlamento e no agendamento de eleições antecipadas para 25 de
maio.
Nesse intervalo, houve a criação de um novo governo pró-União Europeia e anti-Rússia, que
acirrou as tensões separatistas na península da Crimeia, de maioria russa, levando a uma es-
calada militar com ação de Moscou na região. A Crimeia realizou um referendo que aprovou
sua adesão à Rússia, e o governo de Vladmir Putin procedeu com a incorporação do território,
mesmo com a reprovação do Ocidente.
Em maio, o magnata PetroPoroshenko foi eleito em primeiro turno, e um mês depois, acabou
assinando o acordo com a UE que foi o pivô de toda a crise. A assinatura ocorreu em meio a
confrontos no leste do país, palco de um movimento separatista pró-Rússia, e a ameaças e crí-
ticas do governo de Moscou.
Disputa e início da crise
Dias depois de anunciar a desistência do acordo com a UE, o governo ucraniano admitiu que
tomou a decisão sob pressão de Moscou. A interferência dos russos, que teriam ameaçado
cortar o fornecimento de gás e tomar medidas protecionistas contra produtos ucranianos, foi
criticada pelo bloco europeu.

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Milhares de ucranianos favoráveis à adesão à UE tomaram as ruas de Kiev para exigir que o pre-
sidente retomasse as negociações com o bloco. Houve confrontos.
O presidente Yanukovich se recusou e disse que a decisão foi difícil, mas inevitável, visto que as
regras europeias eram muito duras para a frágil economia ucraniana.
Ele prometeu, porém, criar "uma sociedade de padrões europeus" e afirmou que políticas nes-
se caminho "têm sido e continuarão a ser consistentes".
A partir daí, os protestos se intensificaram e ficaram mais violentos. Os grupos oposicionistas
passaram a exigir a renúncia do presidente e do primeiro-ministro. Também decidiram criar
um quartel-general da resistência nacional e organizar uma greve em todo o país. O primeiro-
-ministro MykolaAzarov renunciou em 28 de janeiro, mas isso não foi o suficiente para encerrar
a crise.
Em 21 de janeiro, após aumento da violência no país, um acordo assinado entre Yanukovich e
os líderes da oposição determinou a realização de eleições presidenciais antecipadas na Ucrâ-
nia e a volta à Constituição de 2004, que reduz os poderes presidenciais.
O acordo também previa a formação de um "governo de unidade", em uma tentativa de solu-
cionar a violenta crise política.
Queda do governo
No dia seguinte à assinatura do acordo, o presidente deixou Kiev para local então desconheci-
do. Yanukovich declarou ter sido vítima de um "golpe de Estado". Sua casa, escritório e outros
prédios do governo foram tomados pela oposição.
Após a mudança na câmara, os deputados votaram pela destituição de Yanukovich por abando-
no de seu cargo e marcaram eleições antecipadas para 25 de maio.
O presidente recém-eleito do Parlamento, o opositor OleksanderTurchynov, assumiu o governo
temporariamente, afirmando que o país estava pronto para conversar com a liderança da Rús-
sia para melhorar as relações bilaterais, mas que a integração europeia era prioridade.
Yanukovich teve sua prisão decretada pela morte de civis. Após dias com paradeiro desconheci-
do, ele apareceu na Rússia, acusou os mediadores ocidentais de traição, disse não reconhecer a
legitimidade do novo governo interino e prometeu continuar lutando pela Ucrânia.
As autoridades ucranianas pediram sua extradição. Ao mesmo tempo, a União Europeia conge-
lou seus ativos e de outros 17 aliados por desvio de fundos públicos.
Alguns dias depois, a imprensa local informou que ele foi internado em estado grave, possivel-
mente por um infarto. Em 11 de março, entretanto, ele apareceu publicamente, reafirmou que
ainda é o presidente legítimo e líder oficial do país, e afirmou ter certeza que as Forças Arma-
das locais irão se recusar a obedecer “ordens criminosas”.
Em 27 de fevereiro, o Parlamento aprovou um governo de coalizão que vai governar até as elei-
ções de maio, com o pró-europeu ArsenyYatseniuk como premiê interino.
Interesse russo
Para analistas, a decisão do governo de suspender a negociações pela entrada na UE se deveu
diretamente à forte pressão de Moscou. A Rússia adotou medidas como inspeções demoradas

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nas fronteiras com a Ucrânia e o banimento de doces produzidos no país vizinho, além de ter
ameaçado com várias outras medidas de impacto econômico.
A Ucrânia está em uma longa disputa com Moscou sobre o custo do gás russo. Em meio à crise,
a companhia russa Gazprom anunciou um aumento de 40% no preço do gás fornecido à Ucrâ-
nia e ameaçou cortar o abastecimento.
Além disso, no leste do país – onde ainda se fala russo – muitas empresas dependem das ven-
das para a Rússia. Yanukovich ainda tem uma grande base de apoio nesta região.
Após a deposição do presidente, a Rússia disse ter "graves dúvidas" sobre a legitimidade do
novo governo ucraniano, e afirmou que o acordo de paz apoiado pelo Ocidente no país foi usa-
do como fachada para um golpe.
Putin emitiu uma lei na qual aprovava a intervenção russa no leste ucraniano, para proteger a
população de idioma russo. A medida levantou muita polêmica, e acabou sendo revogada al-
guns meses depois, com o início de negociações de paz com a Ucrânia.
Crimeia
A destituição de Yanukovich aumentou a tensão na Crimeia, uma região autônoma, onde as
manifestações pró-Rússia se intensificaram, com a invasão de prédios do governo e dois aero-
portos.
Com o aumento das tensões separatistas, o Parlamento russo aprovou, a pedido do presidente
Vladimir Putin, o envio de tropas à Crimeia para “normalizar” a situação.
A região aprovou um referendo para debater sua autonomia e elegeu um premiê pró-Rússia,
Sergei Aksyonov, não reconhecido pelo governo central ucraniano.
Dois dias depois, em 6 de março, o Parlamento da Crimeia aprovou sua adesão à Rússia e mar-
cou para 16 de março um referendo para definir o status da região. Na votação, a população da
Crimeia aprovou a adesão à Rússia por imensa maioria. O resultado não foi reconhecido pelo
Ocidente.
Mesmo assim, Putin e o auto-proclamado governo da Crimeia assinaram um tratado de ade-
são, e a incorporação foi ratificada. Em seguida, tropas que seriam russas passaram a cercar e
invadir postos militares na Ucrânia.
A Ucrânia convocou todas suas reservas militares para reagir a um possível ataque russo e afir-
mou que se trata de uma "declaração de guerra".
Leste da Ucrânia
Após a adesão da Crimeia ao governo de Moscou, regiões do leste da Ucrânia, de maioria russa,
começaram a sofrer com tensões separatistas. Militantes pró-Rússia tomaram prédios públicos
na cidade de Donetsk e a proclamaram como "república soberana", marcando um referendo
sobre a soberania nacional para 11 de maio.
A medida não foi reconhecida por Kiev nem pelo Ocidente. O referendo chegou a ser realizado
e a independência foi aprovada por 89% dos votos - entretanto, nada de oficial ocorreu poste-
riormente, e a Rússia também não agiu na região.

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Outras cidades também tiveram atuação de milícias russas, como Lugansk e Kharkiv, onde mi-
litantes invadiram prédios governamentais – no que Kiev afirma ser um plano liderado pela
Rússia para desmembrar o país.
Com a nova tensão na região, a Rússia pediu que a Ucrânia desistisse de todo tipo de prepa-
rativos militares para deter os protestos pró-russos nas regiões do leste ucraniano, já que os
mesmos poderiam suscitar uma guerra civil.
O governo de Kiev, entretanto, iniciou uma "operação antiterrorista" na região, para combater
os separatistas, com centenas de mortes dos dois lados. Os confrontos continuaram ao longo
dos meses de maio e junho, com um certo enfraquecimento dos rebeldes.
A Rússia chegou a mobilizar tropas na fronteira, o que foi condenado por Kiev e pelo ocidente.
Parte das tropas foi retirada posteriormente, mas a tensão permaneceu na região.
Posição internacional
As ações do governo russo levaram o presidente dos EUA, Barack Obama, a pedir a Putin o re-
cuo das tropas na Crimeia. Para Obama, Putin violou a lei internacional com sua intervenção.
Os EUA também anunciaram sanções contra indivíduos envolvidos no processo e suspenderam
as transações comerciais com o país, além de um acordo de cooperação militar. A Rússia res-
pondeu afirmando que o estabelecimento de sanções também afetaria os EUA, e criou impedi-
mentos para cidadãos americanos.
A União Europeia também impôs sanções contra russos.
O Ocidente pressionou a Rússia por uma saída diplomática. A tensão levou a uma ruptura entre
as grandes potências, com o G7 condenando a ação e cancelando uma reunião com a Rússia.
Já a Otan advertiu a Rússia contra as "graves consequências" de uma intervenção na Ucrânia,
que seria, segundo ele, um grave "erro histórico".
O aumento da violência mudou o tom da diplomacia, e até os Estados europeus mais cautelo-
sos estão falando cada vez mais da probabilidade de uma guerra no país de cerca de 45 milhões
de pessoas e com território do tamanho da França.
Novo governo e acordo com a UE
Em 25 de maio, o magnata PetroPoroshenko foi eleito em primeiro turno na Ucrânia, em uma
eleição que foi boicotada por insurgentes das regiões de Donetsk e Lugansk.
Duas semanas depois, ele teve seu primeiro encontro com Putin, no qual os dois concordaram
que era necessário parar o banho de sangue no sudeste da Ucrânia - um "frágil passo" rumo a
uma solução política para a crise.
Algumas semanas depois, em junho, Poroshenko anunciou um cessar-fogo de uma semana no
leste ucraniano e um plano de paz, que previa um diálogo com os rebeldes pró-russos sem en-
volvimento em atos "de assassinato ou tortura"; a criação de uma zona de segurança de 10 km
ao longo da fronteira entre a Ucrânia e a Rússia; e um corredor para os mercenários russos para
que deixem o país depois de terem entregue suas armas.
A Rússia e os rebeldes aceitaram o cessar-fogo e o início de diálogos, mas a Ucrânia denunciou
que houve violações do acordo.

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Entenda o que querem e como surgiram os grupos extremistas que ameaçam o mun-
do
84Diariamente, o Estado Islâmico aparece nas manchetes dos principais jornais do mundo. Não
só pelos assassinatos brutais de civis, filmados e publicados na internet, mas também por causa
do recrutamento de ocidentais e pelo treinamento militar de crianças, que se tornam guerri-
lheiras precoces do grupo. Além disso, o grupo passou a queimar livros e destruir obras de arte
que representam outras religiões.
Outras células terroristas, no entanto, também ameaçam populações e governos da África e da
Ásia, além de causar medo na Europa e na América do Norte, potenciais alvos de ataque. Ou-
tros grupos além do Estado Islâmico, que também ocupam o noticiário pelos atos extremistas:

Al Qaeda
Origem: Afeganistão, 1988, após a expulsão da União Soviética do país.
Atuação: Afeganistão, Paquistão, Quênia, Síria, Índia, Somália; ações eventuais em países da
Europa e dos Estados Unidos.
Objetivo: Combater a influência ocidental nos países muçulmanos –atacando inclusive gover-
nos islâmicos considerados "liberais demais"– e implantar a sharia, o código moral islâmico
interpretado de forma extrema pelo grupo. O assassinato de civis, por exemplo, é permitido
em prol dos objetivos dos terroristas. A Al Qaeda ganhou notoriedade após os atentados de 11
de Setembro e espalhou o terrorismo por países do Ocidente, do Oriente Médio e da África,
influenciando organizações como Estado Islâmico, Al-Shabaab e Boko Haram. Apesar da morte
de Osama Bin Landen, o grupo continua vivo a partir de colaboradores inspirados pelos ideais
dos terroristas que promovem eventuais ataques suicidas em países como Estados Unidos, Qu-
ênia e Iraque.
Atentados notórios: EUA, 11 de setembro de 2001 (Nova York e Pentágono, cerca de 3.000
mortos); embaixadas americanas em Dar es Salaam, Tanzânia, e Nairóbi, Quênia, em 7 de agos-
to de 1998 (224 mortos); distrito turístico de Bali, Indonésia, em 12 de outubro de 2002 (202
mortos).

Taleban
Origem: Afeganistão e Paquistão, 1994.
Atuação: Afeganistão e Paquistão.
Objetivo: Outro nome que ganhou as manchetes pelos atentados de 11 de Setembro, o grupo
governou o Afeganistão de 1996 até a invasão americana de 2001 –ele foi tirado do poder pe-
los Estados Unidos pela acusação de proteger Osama Bin Laden e terroristas da Al-Qaeda, de
quem o Taleban era aliado. Mas o grupo continuou ativo no país, com a meta de implementar
a sharia, assim como no Paquistão, onde tem o nome de Tehrik-i-Taliban Pakistan e promove
sucessivos ataques. O governo paquistanês, que já foi próximo do grupo na época do domínio
talibã no vizinho Afeganistão, tenta dialogar com os terroristas em seu país, sem sucesso. Já o
Afeganistão recebe treinamento de contraterrorismo das forças dos Estados Unidos e da Otan,
mas não consegue extinguir os ataques.

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Atentados notórios: massacre em escola de Peshawar, no Paquistão, 16 de dezembro de 2014
(145 mortos, incluindo 132 crianças); ataque a um mercado em Mohmand Agency, Paquistão,
em 9 de julho de 2010 (104 mortos); tentativa de assassinato da adolescente ativista Malala
Yousafzai, ganhadora do prêmio Nobel da Paz de 2014, em 9 de outubro 2012. O Tehrik-i-Tali-
ban Pakistan assumiu a autoria dos três atos.

Al Shabaab
Origem: Somália, 2006.
Atuação: Somália, Quênia e Uganda.
Objetivo: Grupo ligado à Al Qaeda criado com o objetivo de transformar a Somália, que enfren-
ta uma guerra civil, em um estado fundamentalista islâmico governado com base na sharia.
Além dos ataques domésticos, também realizou atentados em países vizinhos, como Quênia
e Uganda, que se juntaram à Somália para combater os terroristas. As tropas conseguiram ex-
pulsar o grupo de Mogadício, capital somali, mas os guerrilheiros controlam algumas partes do
país e continuam a atuar no Quênia e em Uganda. O Al Shabaab ganhou notoriedade no último
sábado (21), quando o grupo convocou por vídeo, seus "simpatizantes no Ocidente" a copiar
um ataque a um shopping no Quênia, que deixou mais de 60 mortos. Os Estados Unidos entra-
ram em alerta, mas o governo Obama ressaltou que não havia "evidência crível ou específica"
de que um ataque a shoppings estava sendo planejado no país.
Atentados notórios: ataques suicidas em Kampala, Uganda, em 11 de julho de 2010, no dia da
final da Copa do Mundo da África do Sul (74 mortos); ataque em Beledweyne, Somália, em 18
de junho 2009 (35 mortos, incluindo Omar Hashi Aden, ministro da Segurança do país) e vários
outros atentados locais.

Estado Islâmico
Origem: Iraque e Jordânia, 1999, como "Organização do Monoteísmo e Jihad".
Atuação: Iraque, Líbia e Síria.
Objetivo: Dissidente da Al Qaeda no Iraque, o grupo se estruturou e tomou o mundo de sur-
presa no ano passado quando conseguiu ocupar territórios e criar um califado entre a Síria
e o Iraque, onde hoje se concentra. Mesmo sofrendo constantes ataques aéreos dos Estados
Unidos e sendo combatido por Egito, Jordânia, Iraque e Síria, além de forças curdas, o Estado
Islâmico assusta tanto pelo avanço militar quanto pelos brutais assassinatos cometidos contra
reféns e cidadãos vistos como inimigos do regime. O grupo também governa a partir da sharia,
o código moral islâmico interpretado de forma radical pelo grupo, e quem a desrespeita está
sujeito a tortura e morte. Seu líder, Abu Bakr al-Baghdadi, é apontado pelos terroristas como
sucessor de Maomé, e o EI exige que os muçulmanos prestem sua devoção a ele. O alcance da
organização não fica restrito à área invadida: com os recentes recrutamentos de ocidentais, o
Estado Islâmico tem se tornado uma ameaça também na Europa e na América do Norte, que
temem atentados em seus próprios países e a saída de cidadãos, muçulmanos ou não, para se
juntar ao grupo.
Atentados notórios: o domínio do grupo nos territórios sírio e iraquiano frequentemente deixa
vítimas, mas o grupo também pratica assassinatos em massa: um dos mais famosos foi entre

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12 e 15 de junho de 2014, quando cerca de 1.700 soldados iraquianos teriam sido mortos pelos
terroristas em Tikrit.

Boko Haram
Origem: Nigéria, 2002.
Atuação: Nigéria, Chade, Níger e Camarões.
Objetivo: O Boko Haram é mais um que busca a implantação da sharia, que seria incorporada
na Nigéria, o país mais populoso da África, a partir de um golpe. Os terroristas têm sua base no
norte do país, de maioria muçulmana, onde dominam um território de aproximadamente 32
mil km². Mas o sul, região da capital Lagos e majoritariamente cristão, também começa a sentir
as ameaças. Os sequestros e assassinatos em massa, no entanto, ocorrem principalmente no
norte e na região central do país. Nigéria, Camarões e Chade, com apoio técnico e financeiro
dos Estados Unidos, tentam combater o Boko Haram, que até o momento tem se mostrado
uma ameaça concentrada apenas na África Ocidental.
Atentados notórios: sequestro de 276 garotas de uma escola em Chibok em abril de 2014 (219
ainda estão desaparecidas); sequestro da mulher do vice-presidente de Camarões em julho de
2014 (foi libertada em outubro); assassinato em massa em Baga em janeiro de 2015 (pelo me-
nos 150 mortos, número que pode chegar a 2.000, segundo a entidade Human Rights Watch).
(Com CNN)

1.2 O debate sobre a legalização das drogas e seu impacto sobre as políticas
públicas e sobre a sociedade

10 razões para legalizar as drogas1


por John Grieve

1 – ENCARAR O VERDADEIRO PROBLEMA


Os burocratas que constroem as políticas sobre drogas têm usado a proibição como uma cor-
tina de fumaça para evitar encarar os fatores sociais e econômicos que levam as pessoas a
usar drogas. A maior parte do uso ilegal e do uso legal de drogas é recreacional. A pobreza e
o desespero estão na raiz da maioria do uso problemático da droga, e somente dirigindo-se a
estas causas fundamentais é que poderemos esperar diminuir significativamente o número de
usuários problemáticos.

2 – ELIMINAR O MERCADO DO TRÁFICO


O mercado de drogas é comandado pela demanda e milhões de pessoas demandam drogas
atualmente ilegais. Se a produção, suprimento e uso de algumas drogas são criminalizados,
1 Texto adaptado de Le monde Diplomatique Brasil.

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cria-se um vazio que é preenchido pelo crime organizado. Os lucros neste mercado são de bi-
lhões de dólares. A legalização força o crime organizado a sair do comércio de drogas, acaba
com sua renda e permite-nos regular e controlar o mercado (isto é prescrever, licenciar, contro-
le de venda a menores, regulação de propaganda, etc..).

3 – REDUÇÃO DRÁSTICA DO CRIME


O preço de drogas ilegais é determinado por um mercado de alta demanda e não regulado.
Usar drogas ilegais é muito caro. Isto significa que alguns usuários dependentes recorrem ao
roubo para conseguir dinheiro (corresponde a 50% do crime contra a propriedade na Inglaterra
e é estimado em 5 bilhões de dólares por ano). A maioria da violência associada com o negócio
ilegal da droga é causada por sua ilegalidade. A legalização permitiria regular o mercado e de-
terminar um preço muito mais baixo acabando com a necessidade dos usuários de roubar para
conseguir dinheiro.Nosso sistema judiciário seria aliviado e o número de pessoas em prisões
seria reduzido drasticamente, economizando-se bilhões de dólares. Por causa do preço baixo,
os fumantes de cigarro não têm que roubar para manter seu hábito. Não há também violência
associada com o mercado de tabaco legal.

4 – USUÁRIOS DE DROGA ESTÃO AUMENTANDO


As pesquisas na Inglaterra mostram que quase a metade de todos os adolescentes entre 15 e
16 anos já usou uma droga ilegal. Cerca de 1,5 milhão de pessoas usa ecstasy todo fim de se-
mana. Entre os jovens, o uso ilegal da droga é visto como normal. Intensificar a guerra contra as
drogas não está reduzindo a demanda. Na Holanda, onde as leis do uso da maconha são muito
menos repressivas, o seu uso entre os jovens é o mais baixo da Europa. A legalização aceita que
o uso da droga é normal e que é uma questão social e não uma questão de justiça criminal.
Cabe a nós decidirmos como vamos lidar com isto. Em 1970, na Inglaterra, havia 9.000 con-
denações ou advertências por uso de droga e 15% de novas pessoas tinham usado uma droga
ilegal. Em 1995 os números eram de 94.000 e 45%. A proibição não funciona.

5 – POSSIBILITAR O ACESSO A INFORMAÇÃO VERDADEIRA E A RIQUEZA DA EDUCA-


ÇÃO
Um mundo de desinformação sobre drogas e uso de drogas é engendrado pelos ignorantes e
preconceituosos burocratas da política e por alguns meios de comunicação que vendem mitos
e mentiras para benefício próprio. Isto cria muito dos riscos e dos perigos associados com o
uso de drogas. A legalização ajudaria a disseminar informação aberta, honesta e verdadeira aos
usuários e aos não-usuários para ajudar-lhes a tomar decisões de usar ou não usar e de como
usar. Poderíamos começar a pesquisar novamente as drogas atualmente ilícitas e descobrir to-
dos seus usos e efeitos – positivos e negativos.

6 – TORNAR O USO MAIS SEGURO PARA O USUÁRIO


A proibição conduziu à estigmatização e marginalização dos usuários de drogas. Os países que
adotam políticas ultra-proibicionistas têm taxas muito elevadas de infecção por HIV entre usu-
ários de drogas injetáveis. As taxas de hepatite C entre os usuários no Reino Unido estão au-

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mentando substancialmente. No Reino Unido, nos anos 80, agulhas limpas para usuários e ins-
trução sobre sexo seguro para jovens foram disponibilizados em resposta ao medo do HIV. As
políticas de redução de danos estão em oposição direta às leis de proibição.

7 – RESTAURAR NOSSOS DIREITOS E RESPONSABILIDADES


A proibição criminaliza desnecessariamente milhões de pessoas que, não fosse isso, seriam
pessoas normalmente obedientes às leis. A proibição tira das mãos dos que constroem as po-
líticas públicas a responsabilidade da distribuição de drogas que circulam no mercado paralelo
e transfere este poder na maioria das vezes para traficantes violentos. A legalização restauraria
o direito de se usar drogas responsavelmente e permitiria o controle e regulação para proteger
os mais vulneráveis.

8 – RAÇA E DROGAS
As pessoas da raça negra correm dez vezes mais risco de serem presas por uso de drogas que
as pessoas brancas. As prisões por uso de droga são notoriamente discriminatórias do ponto de
vista social, alvejando facilmente um grupo étnico particular. A proibição promoveu este este-
reótipo das pessoas negras. A legalização remove um conjunto inteiro de leis que são usadas
desproporcionalmente no contato de pessoas negras com o sistema criminal da justiça. Ajuda-
ria a reverter o número desproporcional de pessoas negras condenadas por uso de droga nas
prisões.

9 – IMPLICAÇÕES GLOBAIS
O mercado de drogas ilegais representa cerca de 8% de todo o comércio mundial (em torno de
600 bilhões de dólares ano). Países inteiros são comandados sob a influência, que corrompe,
dos cartéis das drogas. A proibição permite também que os países desenvolvidos mantenham
um amplo poder político sobre as nações que são produtoras com o patrocínio de programas
de controle das drogas. A legalização devolveria o dinheiro perdido para a economia formal,
gerando impostos, e diminuiria o alto nível de corrupção. Removeria também uma ferramenta
de interferência política das nações estrangeiras sobre as nações produtoras.

10 – A PROIBIÇÃO NÃO FUNCIONA


Não existe nenhuma evidência para mostrar que a proibição esteja resolvendo o problema. A
pergunta que devemos nos fazer é: Quais são os benefícios de criminalizar qualquer droga?
Se após analisarmos todas as evidências disponíveis concluirmos que os males superam os
benefícios, então temos de procurar uma política alternativa. A legalização não é a cura para
tudo, mas nos permite encarar os problemas criados com o uso da droga e os problemas criados
pela proibição. É chegada a hora de uma política pragmática e eficaz sobre drogas.

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Legalização das drogas não é caminho para diminuir violência2
Por Osmar Terra (médico e deputado federal)

Sou firmemente contrário à liberação das drogas no Brasil. Falo como médico, estudioso do as-
sunto, e gestor de saúde pública por oito anos, como secretário de Saúde do Rio Grande do Sul
e presidente do Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde.
A experiência me permite afirmar que a epidemia das drogas se constitui no maior problema
de saúde pública e de segurança no país. Com a liberação, aumentará o número de dependen-
tes químicos das drogas.
Nos últimos 200 anos, já tivemos verdadeiras tragédias sociais em todos os locais onde as dro-
gas foram liberadas. Junto com o aumento de transtornos mentais decorrentes da dependên-
cia, aumentaram os problemas sociais, de segurança e de saúde. Sem falar na destruição de
milhões de famílias, devastadas quando um de seus membros se torna dependente. Quem tem
um caso de dependência na família sabe do que falo.
Divulgação
O álcool e o tabaco juntos, possuem aproximadamente 40 milhões de dependentes químicos
no Brasil, justamente por serem legais e de fácil acesso.
Osmar Terra, deputado federal (PMDB-RS), sobre legalização das drogas
A China, no século 19, guerreou contra a Inglaterra para (pasmem) poder proibir o ópio. A Su-
écia teve graves problemas sociais, de saúde pública e segurança com as drogas liberadas até
que, em 1969, aprovou leis duríssimas contra elas. O mesmo se passou no Japão pós-guerra.
Hoje, China, Suécia e Japão têm baixíssimos índices de violência e doenças vinculadas às dro-
gas, graças ao rigor das leis.
Os que defendem a liberação alegam que a proibição fracassou, pois o tráfico de drogas con-
tinua existindo. Ora, o álcool e o tabaco juntos, possuem aproximadamente 40 milhões de de-
pendentes químicos no Brasil, justamente por serem legais e de fácil acesso. As drogas ilícitas
não chegam à sexta parte disso. Se liberadas, ultrapassariam, facilmente, os 40 milhões de de-
pendentes. Alguém duvida?
Prender estelionatários e pedófilos não acaba com o estelionato e a pedofilia. Mas, haveria
muito mais se não fossem proibidos. As leis e as proibições não eliminam totalmente os crimes,
mas diminuem sua incidência e o número de vítimas. Os países que jogaram duro contra as
drogas foram os que mais reduziram o número de dependentes e a violência. É assim da China
à Cuba, dos EUA à Suécia. E nenhum país do mundo liberou o tráfico.
Violência
O argumento de que álcool e cigarro respondem por 96,2% das mortes entre usuários de dro-
gas, enquanto cocaína e derivados, por 0,8%, e maconha por nenhuma morte é, no mínimo, in-
gênuo. É tanta diferença que para alguém desavisado pareceria sensato colocar na ilegalidade
o álcool e o cigarro e legalizar o crack e a maconha.
Esses dados escondem a enorme subnotificação de mortes por drogas ilícitas. Com as lícitas é
fácil fazer a ligação do usuário com a doença. Com as ilícitas, não. Cerca de 25% dos usuários de

2 Texto adaptado de UOL.

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crack morrem antes do quinto ano de uso, metade pela violência e a outra metade por doenças
ou complicações decorrentes de Aids (segundo dados da Unifesp).
Como já chegamos a 2 milhões de usuários de crack, vemos que essa substância pode causar
mais danos que o álcool e o cigarro juntos.
Segundo o INSS, o crack era responsável, em 2012, por 2,5 vezes mais auxílios-doença por de-
pendência química que o álcool. Em 2006, a maioria era por álcool. Interessante registrar é que
os defensores da liberação das drogas nunca falam da gravíssima epidemia do crack, que cres-
ceu muito nos últimos oito anos.
A maconha também é letal. Os riscos de complicações pulmonares e câncer que ela traz são
maiores que os do tabaco.
A maconha também é letal. Os riscos de complicações pulmonares e câncer que ela traz são
maiores que os do tabaco (Fonte: The impactofcannabisonYourLungs - British Lung Foundation
- 2012). Para compreendermos melhor seu risco, devemos considerar ainda que ela desenca-
deia outros transtornos mentais, como esquizofrenia. A droga ainda está associada a acidentes
fatais e, para 2 milhões de usuários, ao crack e à cocaína (Unifesp).
As drogas ilícitas, lideradas pela maconha, já têm importância maior que o álcool nos acidentes
fatais com veículos (Fonte: Soibelman,Pechansky et cols.2010). Outro argumento mágico é de
que legalizando a maconha, a violência gerada pelas drogas desaparecerá.
O problema da violência em relação às drogas é que ela não é gerada só pelo tráfico. Antes dele
estão o transtorno mental e a diminuição do controle sobre os impulsos causados pela droga
no cérebro humano.
A liberação de drogas causará um aumento colossal no número de pessoas afetadas por esse
transtorno. A violência doméstica, o latrocínio, a violência no trânsito, os suicídios e até homicí-
dios por discussões banais aumentarão.
Por tudo isso, devemos, sim, restringir mais o uso do álcool e do cigarro e aumentar o rigor con-
tra as drogas ilícitas, como propõe o meu Projeto de Lei, o 7663/2010, já aprovado na Câmara.
Não existe outro caminho.

Brasil reacende discussão sobre a legalização das drogas3


Enquanto nações como Uruguai e EUA atualizam suas leis sobre consumo ou cultivo de dro-
gas, Brasil registra tímidos avanços. Entidades defendem mudanças rápidas para reduzir cri-
mes
O governo do Uruguai sancionou no fim do ano passado a lei que legaliza o uso da maconha no
país
A regulamentação do uso medicinal e recreativo da maconha no Uruguai e nos estados ame-
ricanos do Colorado e Washington e os debates sobre legalização do consumo no México, Ar-
gentina, Peru, Colômbia, Equador e Guatemala reacenderam a discussão sobre a política de
drogas adotada no Brasil. Não existe no Congresso Nacional nenhuma proposta para legalizar o

3 Texto adaptado de http://www.em.com.br/app/noticia/nacional/2014/01/26/interna_nacional,491754/brasil-


reacende-discussao-sobre-a-legalizacao-das-drogas.shtml

www.acasadoconcurseiro.com.br 753
consumo. A maioria dos projetos em tramitação pretende tornar mais rigorosa a legislação atu-
al e até mesmo criminalizar e internar compulsoriamente o usuário. Caso do projeto de lei em
tramitação no Senado, já aprovado pela Câmara, o PLC 37/2013, que altera o Sistema Nacional
de Políticas Públicas sobre Drogas (Sisnad), de autoria do deputado Osmar Terra (PMDB-RS).
Mas há quem defenda a legalização geral das drogas e a regulamentação da produção e do
consumo como única maneira de combater a escalada do uso e a violência gerada em torno
dela. Criada no Brasil em 2010, a Agentes da Lei contra a Proibição (Leap, na sigla em inglês), é
o braço brasileiro de uma organização internacional criada para dar voz a policiais, juízes, pro-
motores e integrantes do sistema penal que entendem que a guerra às drogas é uma batalha
perdida e que causa mais mortes e violência do que sua liberação.
“Depois de tantos anos de proibição e guerra às drogas, os resultados são violência, mortes,
prisões superlotadas, desigualdade, racismo, corrupção, aumento dos riscos e danos à saúde e
nenhuma redução na disponibilidade das substâncias proibidas. Ao contrário, elas ficaram mais
baratas, mais potentes, mais diversificadas e mais acessíveis do que eram antes de ser proibi-
das e de seus produtores, comerciantes e consumidores serem combatidos como inimigos”,
afirma a desembargadora aposentada do Rio de Janeiro Maria Lúcia Karam, integrante da Leap
Brasil.
Para ela, a guerra contra as drogas tem resultado pior que o uso. “É infinitamente maior o
número de pessoas que morrem por causa dessa guerra do que pelo consumo das próprias
drogas.” Ela faz questão de destacar que a Leap não incentiva o uso de drogas e reconhece os
danos e sofrimentos que o abuso de drogas, lícitas ou ilícitas, pode causar. Maria Lúcia defende
a adoção de uma política que reduza os efeitos nocivos das drogas e não que agregue a eles
violência. “Precisamos pôr fim à fracassada proibição e à sua nociva e sanguinária guerra. Preci-
samos legalizar e consequentemente regular a produção, o comércio e o consumo de todas as
drogas.”
Ela considera a legislação em vigor, aprovada em 2006, “uma sistemática violação de princí-
pios garantidores de direitos fundamentais inscritos nas declarações internacionais de direitos
humanos e na Constituição”. Segundo Maria Lúcia, a legislação é injusta e viola o princípio da
isonomia ao permitir drogas, como o álcool e o cigarro, e manter outras na ilegalidade.
CONTRÁRIO Para o deputado federal Osmar Terra (PMDB-RS), o presidente do Uruguai, José
Mujica, é um “irresponsável” e a liberação da maconha para uso medicinal já adotada por al-
guns países é uma hipocrisia. “O uso medicinal é desculpa para legalizar o uso geral”, afirma.
Segundo ele, a regulamentação do consumo de drogas só vai multiplicar o número de pessoas
doentes, “pois quanto maior a oferta maior o consumo”. De acordo com o deputado, a violên-
cia hoje no Brasil tem como principal causa o uso e o tráfico de drogas.
O deputado afirma queo debate sobre a legalização não passa de onda midiática e que isso não
é o desejo da população brasileira. “Os países que conseguiram acabar com o tráfico são os que
endureceram a legislação.” Como exemplo, cita a Suécia, que, ao contrário da tendência euro-
peia de descriminalização, penaliza o consumo com até três anos de prisão.
Segundo ele, só a partir da adoção de legislação mais rigorosa é que alguns países conseguiram
derrubar drasticamente o uso de entorpecentes entre a população. O deputado afirma que os
estados norte-americanos passaram na década de 1980 por uma epidemia do consumo de cra-
ck, problema só debelado com a criação de leis mais rígidas.

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Entenda a Legalização do Consumo e produção de Maconha no Uruguai


Qual será a função do Estado?
O governo uruguaio controlará toda a cadeia produtiva da maconha: cultivo, colheita, produ-
ção, venda e consumo.
Quem irá supervisionar esse mercado?
A nova lei cria o Instituto de Regulação e Controle de Cannabis (IRCCA). Ele poderá dar licenças,
aplicar multas e suspensões a infratores e até destruir mercadorias irregulares. Junto com o
IRCCA, irá atuar o Ministério da Agricultura, o Ministério da Saúde Pública e a Junta Nacional de
Drogas.
Qualquer um poderá vender a droga?
Não. Indivíduos não poderão comercializá-la. A maconha será vendida em farmácias licencia-
das pelo IRCCA. O consumo mensal máximo será de 40 gramas.
Quem poderá comprá-la e consumi-la?
Maiores de 18 anos, apenas. O consumidor que comprá-la em farmácias deverá se registrar.
Turistas e estrangeiros não poderão comprá-la.
Quanto custará a maconha?
O governo prevê que um grama da droga será vendido a um dólar. Entre quatro e cinco tipos
diferentes da planta serão comercializados.
Quem poderá plantá-la?
O cultivo para consumo próprio será limitado a seis plantas ou 480 gramas anuais e autorizado
somente aos maiores de 18 anos. Cooperativas criadas com autorização do governo poderão
plantar também. Além disso, a planta está liberada para pesquisa científica e criação de produ-
tos farmacêuticos.
Qual será a punição para quem descumprir a lei?
Quem plantar, armazenar ou comercializar ilegalmente a droga poderá ser condenado e preso.
A pena irá de 20 meses a 10 anos de prisão. Por exemplo, um uruguaio não poderá revender a
droga. Um estabelecimento que não uma farmácia regulamentada também não poderá vendê-
-la.
As leis sobre os cigarros de tabaco se aplicam à maconha?
Assim como os cigarros tradicionais, os cigarros de maconha não poderão ser consumidos em
lugares fechados. A publicidade do produto também não será permitida.
Quando a lei entrará em vigor?
O governo tem 120 dias para regulamentar a lei. Ainda falta ser decidido como serão adquiridas
as sementes da planta e como será a venda nas farmácias. O governo ainda discutirá se as se-
mentes, os derivados da planta - como o cânhamo - e até a própria droga, desde que para uso
medicinal ou científico, poderão ser vendidos para outros países.

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Que medidas serão criadas em paralelo a essa lei?
As escolas e universidades passarão a ensinar a disciplina “Prevenção do Uso Problemático de
Drogas”. Serão criados, também, centros de informação e tratamento em todas as cidades com
mais de 10 mil habitantes.

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Por que os Governos de todo o mundo estão dando uma guinada na guer-
ra contra as drogas?
Ao invés de proibir todas as drogas, vários países explorando novas abordagens para regulá-
-las
As peças de dominó continuam a cair. A Irlanda é o último país a iniciar o processo de descri-
minalização de pequenas quantidades de drogas como heroína, cocaína e cannabis para uso
pessoal. O país se junta a pelo menos 25 outros em todo o mundo que decidiram eliminar os
usuários –mas não as drogas– do sistema de justiça criminal.
Outros países vão ainda mais longe. Canadá, República Checa, Portugal, Nova Zelândia, Uruguai
e Estados Unidos estão entre os países que desafiam o status quo. Ao invés de proibir todas as
drogas, o que o direito internacional atualmente propõe, esses países estão explorando novas
abordagens para regulá-las. Se mais Estados forem nessa direção, todo o regime de controle de
drogas corre o risco de entrar em colapso.
A mudança de perspectiva é motivada por uma sensação de que as abordagens atuais estão
falhando e que seus efeitos colaterais são catastróficos. No centro do regime de controle de
drogas estão as convenções de 1961, 1971 e 1988, que penalizam as drogas de forma seleti-
va. Essas leis são supervisionadas pela Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes, a
Comissão das Nações Unidas sobre Drogas Narcóticas e o Escritório das Nações Unidas sobre
Drogas e Crime.
O fato é que apesar de décadas perseguindo um mundo livre de drogas, estas são cada vez mais
acessíveis e mais consumidas do que nunca. As penas severas para produtores, distribuidores e
usuários não alteraram a oferta ou a demanda em meio século. Na verdade, a proibição parece
multiplicar por dez o preço das drogas pesadas como a cocaína.
A guerra de meio século contra as drogas se tornou uma guerra contra as pessoas. Contribui
para o aumento da criminalidade violenta em qualquer lugar onde as drogas são produzidas,
vendidas e consumidas. Centenas de milhares de pessoas morrem a cada ano em nome da
proibição, muitas delas no Afeganistão, Brasil, Colômbia e México. A criminalização também
resultou em prisões cheias de pequenas traficantes e usuários de drogas, instituições judiciais
relacionadas com a aplicação da lei corroídas e corrompidas, bem como a expansão do poder e
dos lucros dos cartéis e quadrilhas de todo o mundo.
A mais poderosa forma de reverter os efeitos catastróficos das caprichosas políticas antinar-
cóticos é regularizar as drogas. Isso era considerado uma heresia, mas as atitudes estão mu-
dando. Existe uma crescente aceitação de que a regulamentação pode colocar os Governos no
controle.
Seja você usuário de drogas ou não, as pessoas razoáveis preferem ter um órgão público regula-
dor que supervisione essas substâncias –que são prejudiciais em diferentes graus, dependendo
do produto– ao invés de um sombrio grupo do crime organizado que não presta contas. Em
alguns aspectos, as drogas atualmente já estão regulamentadas, mas pelos cartéis da Colômbia
até o México.
Regulamentação não é o mesmo que legalização. Todos os esforços de regulação devem se con-
centrar na prevenção do uso e em evitar o abuso. A primeira mensagem para as pessoas que
contemplam o uso é “não consumir drogas”. Mas, em vez de recorrer a táticas de intimidação,

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pais, professores, assistentes sociais e médicos devem oferecer uma explicação honesta sobre
o que elas são e como causam danos.
No entanto, mesmo essas mensagens simples se complicam pelo medo generalizado à ilegali-
dade que acompanha as drogas. Ainda assim, se uma criança tem a intenção de consumi-las, a
maioria dos tutores preferirá um sistema regulado que monitore a qualidade do que é ofereci-
do, trate os viciados com compaixão e gerencie o acesso por meio da educação e de advertên-
cias sensatas.
A regulação é significativamente preferível à abordagem atual. Quando os aspirantes a pro-
dutores, distribuidores e usuários são criminalizados, a indústria da droga passa à clandestini-
dade. Produtores e distribuidores tornam-se participantes ativos na economia criminosa. Os
acordos são cumpridos com níveis de violência brutais, dada a ausência de qualquer acesso aos
tribunais. Os usuários reais e potenciais dispõem de informação deficiente, temem por suas
vidas e não procuram tratamento e cuidados. Na medida que existem esforços para regular o
álcool, o tabaco, os produtos farmacêuticos e outros produtos perigosos, muitos de seus efei-
tos nocivos podem ser detidos com controles de gestão pública.
O que implica a regulação? Países, Estados e cidades estão experimentando com uma descrimi-
nalização de fato, em abordagens baseadas na prescrição, uma estrita regulação do mercado,
uma regulamentação imprecisa, e inclusive em promoção comercial, como acontece em alguns
Estados dos EUA.
Existem várias formas práticas para colocar as drogas à disposição de uma forma controlada,
incluindo prescrição médica, vendas em farmácias e estabelecimentos autorizados e até mes-
mo fornecedores sem licença. No Uruguai, um dos países mais seguros da América Latina, o
consumo de drogas nunca foi criminalizado e a produção e venda de cannabis começaram a
ser reguladas em 2013. O sistema oferece múltiplas possibilidades –os usuários podem cultivar
até seis plantas, podem entrar em clubes ou comprar cannabis nas farmácias (a partir do fim
deste ano). Por mais de meia década, o marco jurídico da Espanha permitiu o uso e a venda de
cannabis em clubes privados.
Assim como sociedades diferentes adotam abordagens diferentes para o controle de substân-
cias perigosas, também deveriam explorar a regulação, de modo que estejam alinhadas com
suas necessidades e capacidades, bem como com as evidências científicas.
Da mesma forma que a proibição não é recomendável, um comércio livre para todos deve ser
evitado. Qualquer disposição regulamentar deve ser tomada com prudência e com cuidadosa
atenção aos potenciais danos, ao que funciona e ao que não funciona. O problema é que no
atual regime de controle de drogas internacional, os Governos estão limitados até mesmo para
realizar essas tentativas.

Descriminalizar não é a solução. Prevenção e tratamento sim


A descriminalização não significa a legalização das drogas, mas é uma medida que abre pre-
cedentes extremamente preocupantes, especialmente em termos de saúde pública
O Supremo Tribunal Federal começou a julgar uma ação que, na prática,descriminaliza o consu-
mo de drogas no país. Será analisada a inconstitucionalidade do artigo 28 da Lei Antidrogas e se
o porte de drogas para uso próprio permanecerá, ou não, sendo considerado crime.

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Temos que destacar alguns pontos sobre esse cenário no Brasil. Um deles é a dificuldade dos
diversos níveis de governo em criar e adotar políticas públicas efetivas de enfrentamento, pre-
venção e tratamento contra as drogas. Além disso, existe ainda um lobby bem organizado, que
prega que a melhor resposta para o problema das drogas (incluindo o tráfico) seria a descrimi-
nalização, seguida da legalização, a começar pela maconha.
Um dos argumentos no qual se baseia o lobby é que o consumo de tabaco e álcool é legalizado,
apesar dos transtornos físicos, mentais e da dependência química que provocam. Apoiar essa
alegação é ignorar tudo o que aprendemos em relação ao álcool e ao tabaco, prejudiciais tanto
à saúde dos indivíduos quanto ao sistema de saúde pública.
Outro ponto defendido é que a decisão sobre usar drogas ou não é um direito individual, que
não afeta o coletivo. Porém, dados da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) indicam que
para cada dependente de drogas, existem mais quatro pessoas afetadas, em média, no âmbito
familiar e de diversas formas, atingindo cerca de 30 milhões de brasileiros.
A descriminalização não significa a legalização das drogas, mas é uma medida que abre prece-
dentes extremamente preocupantes, especialmente em termos de saúde pública.
Não existe hoje um exemplo de país que, ao descriminalizar o consumo de drogas, tenha obtido
resultados positivos com a medida, como diminuir o tráfico de entorpecentes. Ao contrário,
evidências de entidades independentes, como o European Monitoring Centre for Drugs and
Drug Addiction (EMCDDA), apontam que o tráfico em locais como Portugal (que descrimina-
lizou o consumo de drogas em 2001) aumentou, assim como o consumo de diversos entorpe-
centes e mortes por overdose. Devido a esse e outros casos, a constatação é que a medida não
é a solução para este grave problema.
Mas o que fazer? Antes de qualquer coisa, é fundamental acabar de vez com a polarização e o
radicalismo impregnados neste debate. Só eliminar penas ou endurecê-las jamais bastará para
encontrarmos uma solução para a epidemia do uso de drogas.
Precisamos considerar abordagens humanas e realistas, que se baseiem nas melhores evidên-
cias científicas disponíveis. E um exemplo concreto disso é a chamada Justiça Terapêutica.
No Brasil, a lei 11.343/06 já flexibilizou a legislação, despenalizando o usuário e evitando que
ele seja preso por portar drogas para consumo próprio. Inclusive, o parágrafo 7 do artigo 28
desta lei federal prevê que “o juiz determinará ao Poder Público que coloque à disposição do
infrator, gratuitamente, estabelecimento de saúde, preferencialmente ambulatorial, para tra-
tamento especializado”. Porém, esse encaminhamento acontece na prática? Não. E está aí o
grande “X” da questão.
Encarcerar o usuário realmente não é a solução – oferecer a ele e à população em geral pre-
venção e tratamento sim. E no Brasil já é possível aplicar a Justiça Terapêutica, sem alterar
qualquer legislação. A lei dos Juizados Especiais Criminais possibilita acordos do tipo, propostos
pelos Promotores de Justiça.
A medida é utilizada após uma criteriosa seleção de casos, para os quais são aplicados progra-
mas de tratamento, definidos após audiências individuais com os usuários, que são monitora-
dos frequentemente para acompanhar a evolução de sua reabilitação.

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O que precisamos é ampliar essa interface entre a justiça e a saúde no país, não incentivando a
prisão e sim o auxílio de uma equipe multidisciplinar, que conte não somente com juízes e pro-
motores, mas também com profissionais de saúde.
A simples descriminalização das drogas agravará um quadro de problemas sociais e de saúde
pública no Brasil, onde o consumo vem aumentando consideravelmente nos últimos anos, afe-
tando não apenas os usuários, mas também suas famílias, como apontado anteriormente.
Fora isso, precisamos educar e esclarecer a população sobre o uso de substâncias psicoativas,
além de proporcionar atendimento de qualidade. Juntas, essas iniciativas criarão uma mudan-
ça social e cultural no Brasil. Somente quando essas ações estiverem totalmente consolidadas é
que podemos pensar em mudanças na lei brasileira sobre drogas.

1.3 Tecnologia e educação

Uso das novas tecnologias em sala de aula


Em um mundo tecnológico, integrar novas tecnologias à sala de aula ainda é pouco frequente e
um desafio para docentes. Em muitos casos, a formação não considera essas tecnologias, e se
restringe ao teórico, ou seja, o professor precisa buscar esse conhecimento em outros espaços.
Isso nem sempre funciona, pois frequentar cursos de poucas horas nem sempre garante ao
professor segurança e domínio dessas tecnologias.
Embora alguns ainda se sintam inseguros e despreparados, muitos educadores já perceberam
o potencial dessas ferramentas e procuram levar novidades para a sala de aula, seja com uma
atividade prática no computador, com videogame, tablets e até mesmo com o celular.
O fato é que o uso dessas tecnologias pode aproximar alunos e professores, além de ser útil na
exploração dos conteúdos de forma mais interativa. O aluno passa de mero receptor, que só
observa e nem sempre compreende, para um sujeito mais ativo e participativo. O ideal seria
testar as novas tecnologias e identificar quais se enquadram na realidade da escola e dos alu-
nos. Uma das dificuldades é a falta de infraestrutura de algumas escolas e a falta de formação
de qualidade para os professores quanto ao uso dessas novas tecnologias.
A tecnologia também auxilia o professor na busca por conteúdos a serem trabalhados. O Goo-
gle, por exemplo, criou um espaço próprio para a educação, o Google Play for Education. A fina-
lidade é auxiliar professores que buscam atividades educacionais com tecnologia. O programa
faz uma peneira por disciplina e série para sugerir aplicativos educacionais específicos para ta-
blets. O professor pode, por exemplo, criar um grupo da sala em que todos os alunos poderão
acessar o aplicativo, facilitando a participação.
Hoje, com todos os avanços, existe a necessidade de adequação, de abertura para o novo, a fim
de tornar as aulas mais atraentes, participativas e eficientes. A ideia não é abandonar o quadro
negro, mas usar das novas tecnologias em sala de aula.

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A importância das redes sociais para a educação


Rede social, em princípio, foi utilizada principalmente pelos jovens como mero "instrumento"
de comunicação e com o único propósito de fazer contato com várias pessoas de seu interesse.
Posteriormente, poucas pessoas não reconheceram o potencial dos recursos na formação de
redes sociais, especialmente quando ocorreram situações de alto impacto social, tais como ter-
remotos, tsunamis, eventos sociais, situações políticas e assim por diante. Recentemente, com
a notável expansão das redes sociais, algumas instituições de ensino passaram a dar alguma
atenção a esta nova forma de divulgação de informações entre os alunos.
Atualmente, essas pessoas têm encontrado ou descoberto algumas aplicações úteis na edu-
cação. As redes sociais podem gerar novas sinergias entre os membros de uma comunidade
educativa, como por exemplo: facilita o compartilhando de informações envolvendo temas
estudados em sala de aula, o estudo em grupo, a divulgação dos mais diversos conteúdos in-
formativos, o compartilhamento de recursos (documentos, apresentações, links, vídeos) e, so-
bretudo, de projetos e fortalece o envolvimento dos alunos e professores e cria um canal de
comunicação entre eles e outras instituições de ensino.
Com a utilização de um espaço de colaboração, como redes sociais, o professor por sua vez terá
a oportunidade de verificar aspectos muitas vezes difíceis de serem identificados em uma sala
de aula, como a capacidade de elaborar textos, melhoria do desenvolvimento na escrita, a pes-
quisa sobre um assunto, a apresentação de uma opinião e o debate entre os alunos.
A utilização das redes sociais como plataformas de ensino é uma opção para a construção do
relacionamento entre os alunos e professores. Sendo assim, esses professores e alunos usam
algumas redes para trocar experiências, avaliações e conteúdos com informações de aprendi-
zagem em todos os níveis de estudos. As redes sociais têm sido utilizadas por professores como
plataforma de intercâmbio de informação e comunicação. As redes sociais também podem ser
usadas de inúmeras maneiras pelos educadores, tais como: criar comunidades de aprendiza-
gem para a escola, classe ou disciplina; compartilhar metodologia, programas, informações e
ideias com outros professores; gerar um relacionamento didático e dinâmico entre profissio-
nais da área etc.
Existem várias aplicações que os alunos intuitivamente encontram para uso em educação, por
exemplo, para compartilhar todas as informações, consultar notas e resultados de trabalho,
participar de enquetes, questões de exame, esclarecimento de dúvidas, data de interesses da
classe, estudos de caso, instruções sobre tarefas, dicas para elaboração e entrega do trabalho e
assim por diante.
Fonte: PORTAL EDUCAÇÃO

Dez tendências da tecnologia na educação


Adaptado de BBC Brasil

Se por um lado é impensável ignorar a importância da tecnologia na vida de jovens do mundo


inteiro, por outro o uso dessa tecnologia na sala de aula ainda gera grandes debates entre edu-
cadores e acadêmicos.

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Como transformar os investimentos (muitas vezes altos) em tecnologia em ideias que de fato
melhorem o desempenho e aprendizado dos alunos?
O tema foi discutido em São Paulo, em um seminário recente da Fundação Santillana e da Unes-
co (braço da ONU para educação e cultura).
Não há consenso sobre o assunto, e muitos estudos ainda não encontraram correlações diretas
entre uso da tecnologia e melhor aprendizado.
Mas observadores acreditam que se internet, tablets, computadores, aplicativos e outras plata-
formas forem usadas para estimular a imaginação dos alunos e amparar o trabalho do profes-
sor, com objetivos claros, podem ter impactos positivos não apenas nas notas, mas no desen-
volvimento de habilidades e no engajamento dos estudantes.
"O uso bem-sucedido da tecnologia sempre vai acompanhado de reformas em outros aspectos
– como currículo (escolar), avaliação e desenvolvimento profissional dos docentes", diz o docu-
mento final do evento em São Paulo.
A partir do debate e da opinião de especialistas, a BBC Brasil levantou dez tendências relaciona-
das ao uso da tecnologia em sala de aula e experiências de seu uso na prática.
Agregar valor ao trabalho do professor em vez de substituí-lo
Em vez de recursos tecnológicos que tentem substituir o professor ou que apenas digitalizem
tarefas de memorização (como taboada) – iniciativas de pouco efeito prático e que podem até
atrapalhar o rendimento -, é muito mais produtivo pensar em como a tecnologia pode ajudar o
trabalho do professor.
"Uma das imagens mais caricaturescas difundidas da tecnologia na educação representa um
computador que substitui o docente, oferecendo automaticamente a informação aos estudan-
tes. Mas isso tem levado a resultados pobres, particularmente quando a ênfase dos currículos
já não está apenas nos conhecimentos, mas também nas competências", diz o documento da
Unesco.
"Em vez de pensar 'temos esta tecnologia e este aplicativo, como podemos usá-lo para a educa-
ção', o ideal é refletir ao contrário: perguntar aos docentes que tipo de problemas e dificulda-
des eles enfrentam e pensar em como a tecnologia pode ajudá-los", diz FrancescPedró, repre-
sentante da Unesco para educação, à BBC Brasil.
Nesse contexto, o professor deixa de ser apenas transmissor de conhecimento, mas sim um
mediador – orientando alunos com instruções, feedback, contexto, exemplos e perguntas-cha-
ve dentro de cada projeto e identificando qual o dispositivo tecnológico é melhor para cada
momento (mesmo que sejam papel e lápis).
Estudos indicam, também, que não adianta muito usar a tecnologia apenas por usar: projetos
que não tenham objetivos claros e integração com o currículo escolar vão agregar pouco ao
aprendizado.
Melhorar processos, sem precisar mudá-los radicalmente
A tecnologia não precisa necessariamente revolucionar a aula: pode ser usada para ajudar pro-
fessores e alunos a trabalhar conteúdos mais abstratos, por exemplo, ou facilitar o aprendizado.

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No ensino de ciências e de exatas é onde estão a maioria das experiências bem-sucedidas de


avanço com a tecnologia, justamente porque fica mais fácil para que alunos visualizem concei-
tos, transformar números e equações em gráficos digitais e ver o resultado de seus experimen-
tos.
Aplicativos como o gratuito Geogebra (www.geogebra.org) também têm ajudado professores a
ensinar geometria no ensino médio.
Um estudo com 125 estudantes das 7ª e 8ª séries na Colômbia concluiu que recursos tecnoló-
gicos nesse tipo de atividade aumentou em 81% a capacidade dos estudantes em interpretar e
utilizar gráficos.
Tablets estão ganhando o espaço de laptops e desktops
Mais barato e portátil, o tablet tende a ganhar espaço.
O tradicional colégio Bandeirantes, em São Paulo, tem um projeto-piloto de uso de tablets equi-
pados com AppleTV a partir do 6º ano, para substituir as salas de informática (que drenavam
recursos, tanto para a manutenção dos servidores quanto para atualização dos equipamentos).
O documento da Unesco vê o tablet individual – seja comprado pelos pais ou emprestado pelo
poder público – como uma tendência de médio prazo na educação.
Pedró, da Unesco, afirma que desktops e laptops continuarão sendo úteis para trabalhos escri-
tos e para equipar alunos carentes que não tenham acesso à tecnologia.
Mas existe uma tendência de governos aproveitarem mais os equipamentos móveis que já são
possuídos pelos próprios estudantes (smartphones e tablets) e focarem seus investimentos em
aplicativos e redes potentes.
Pensar na internet além dos sites de buscas e das redes sociais
Muitos professores já notaram que tarefas tradicionais muitas vezes são resolvidas pelos alu-
nos com buscas pouco criteriosas na internet e o velho "CtrlC+CtrlV" (os comandos de compu-
tador de copiar e colar).
"Tudo indica que de nada adianta continuar promovendo um uso da internet sem estrutura e
orientação adequadas, que não evita que a maioria dos estudantes confie na primeira infor-
mação que encontre para sua tarefa, assim como não os ajuda a evitar as distrações da própria
rede", diz o documento da Unesco.
Mas a internet tem muito mais potencial além dos sites de buscas e redes sociais.
Um projeto chamado GLOBE (www.globe.gov), por exemplo, conecta mais de 4 mil escolas do
mundo com cientistas. Nele, os alunos coletam dados ambientais de suas regiões e os enviam
aos especialistas, que ajudam a analisá-los e a sugerir soluções para problemas do meio am-
biente local.
Plataformas como Padlet (http://padlet.com/features), já usado por alunos da rede pública
brasileira, ajudam estudantes e professores a construir projetos online em conjunto. Experiên-
cias em que alunos criam seus próprios websites também estimulam diversas habilidades e a
produção de conteúdo próprio.

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E, no que diz respeito às buscas tradicionais, cabe às escolas ensinar os alunos a pesquisar com
mais eficiência, filtrar e comparar dados, em meio à crescente imensidão de informações na
internet.
Fazer conexões com o mundo real
Se facilitar a conexão da sala de aula com o mundo exterior, a tecnologia pode ter um papel
crucial no ensino. E há cada vez mais exemplos disso.
Nos EUA, estudantes dos anos finais do ensino fundamental criaram seu próprio anuário esco-
lar digital e um tour virtual de um museu local, para mostrá-lo aos estudantes mais novos da
mesma escola. O resultado foram alunos mais comprometidos com os estudos.
No Equador, 55 alunos equipados com computadores simularam a abertura de um restaurante
durante as aulas. Usaram softwares como Excel para controlar seus gastos e plataformas para
desenvolver um website do projeto, desenhar panfletos e etc.
Em uma escola da área rural da Colômbia, no ano passado, alunos receberam tablets para de-
senvolver um projeto de proteção da bacia hídrica local e analisar amostras de solo. Com a
ajuda de apps educacionais, usaram a oportunidade para aprender os elementos da tabela pe-
riódica.
Segundo o documento da Unesco, iniciativas assim proporcionam "oportunidades práticas para
exercitar e aplicar competências", nas quais os estudantes "ganham motivação e se envolvem
muito mais no processo de aprendizado".
Estimular criação, cooperação e interação
Estudantes aprendem mais quando usam a tecnologia para criar novos conteúdos por si mes-
mos em vez de serem meros receptores, aponta o documento da Unesco.
Nessa área há experiências bem-sucedidas de turmas ou escolas que criam e debatem, em
conjunto, bases de dados sobre determinados assuntos, em plataformas de construção coletiva
como o KnowledgeForum (www.knowledgeforum.org).
Na cidade de Puente Alto, no Chile, alunos do 4º ano do ensino fundamental participaram de
um projeto interdisciplinar de línguas e artes, cujo objetivo era entender e valorizar os povos
nativos. Os alunos pesquisaram em grupo, criaram uma história sobre um dos povos, gravaram
e editaram seu próprio vídeo do projeto.
Avaliações indicam que a compreensão de conteúdos é maior em ambientes assim do que se
fossem usados apenas livros didáticos.
Pensar em novas formas de avaliar os alunos
Ante novas formas de oferecer e produzir conteúdo, é preciso pensar também em novas for-
mas de avaliar sua produção, dizem especialistas.
"O melhor é buscar tarefas que estimulem a relação com o conteúdo e a reflexão – dar desafios
maiores a alunos que estão armados de mais tecnologia", diz Pedró.
Ele diz ainda que as escolas não podem esquecer de sua responsabilidade de desenvolver e
avaliar as habilidades digitais dos alunos. "Apesar de usarem seus celulares o dia inteiro, eles
usam para as tarefas que lhes interessam, não necessariamente para o seu desenvolvimento

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intelectual. Países como o Chile já fazem avaliações do grau de competência digital dos estu-
dantes."
Usar games em favor do aprendizado
Se bem usados, videogames podem exigir do aluno análise da situação, concentração e conhe-
cimentos das matérias estudadas, ao mesmo tempo em que tornam o aprendizado mais viven-
cial e divertido.
"Jogos são importantes ao dialogar com a realidade e a história locais", diz à BBC Brasil Manoel
Dantas, diretor-geral da Clickideia, provedora de conteúdo educacional para escolas públicas e
privadas, com sede em Campinas (SP).
A empresa desenvolveu, focando em alunos do Rio Grande do Norte, um jogo interativo que
aborda um massacre ocorrido durante a invasão holandesa no Estado, em 1645.
No Peru, alunos participaram da construção de um jogo em 3D baseado em um episódio da
independência peruana (a rebelião de Cusco, de 1814). Ele foi usado como complemento às
aulas e melhorou o rendimento da turma.
Customização e personalização
Algumas plataformas online permitem que o conteúdo seja personalizado pela região (ativida-
des ligadas à história e ao costume locais, por exemplo) e até mesmo a cada aluno, de acordo
com seus pontos fortes e fracos.
É o ensino adaptativo, "que desenha um perfil do aluno e identifica a forma como ele melhor
aprende", explica Dantas, do Clickideia.
Outra plataforma que usa o método é o software brasileiro Geekie, que ao interagir com o estu-
dante, percebe suas aptidões e dificuldades e traça um plano de estudos adaptado a elas.
Planejamento é chave
O uso da tecnologia será mais eficaz se for não aleatório, mas planejado, com objetivos claros
de qual impacto pode ter no ensino.
Em estudo de julho deste ano sobre eficiência da tecnologia na educação, o Banco Interameri-
cano de Desenvolvimento sugere quatro itens: 1) Focar em objetivos de aprendizado específi-
cos, que podem ser em áreas básicas, como matemática e idiomas, ou em habilidades, como
pensamento crítico e colaboração; 2) Coordenar componentes-chave: infraestrutura tecnológi-
ca, conteúdo e recursos humanos; 3) Desenvolver uma estratégia de avaliação e monitoramen-
to do projeto, com as etapas a serem cumpridas e o impacto que ele pretende gerar; 4) Garan-
tir que a iniciativa não seja isolada, mas parte de um plano sustentável ao longo do tempo na
escola ou na rede de ensino.

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2. FORMAS DE ORGANIZAÇÃO SOCIAL, MOVIMENTOS SOCIAIS,
PENSAMENTO POLÍTICO E AÇÃO DO ESTADO

2.1. Movimentos sociais na era da internet

Resenha de “REDES DE INDIGNAÇÃO E ESPERANÇA – Movimentos Sociais


na Era da Internet” de Manuel Castells
[Todas as manifestações surgiram de algum fato banal ou aparentemente ordinário mal inter-
pretado pela imprensa e, principalmente, por governos]
Tão logo as manifestações populares ocuparam as ruas de várias capitais, o nome de Manuel
Castells passou a ser lembrado por muitos que tentam compreender os novos movimentos
sociais. Nenhuma surpresa. Diretor do Instituto Interdisciplinar de Internet na Universidade
Aberta da Catalunha, o sociólogo espanhol é um dos acadêmicos mais citados no mundo. Sur-
preendente mesmo é a sociologia, depois de passar décadas sob a pecha de uma ciência em
decomposição, ver universidades fecharem seus departamentos ou reduzirem orçamentos
para pesquisa na área e até levar Anthony Giddens a sair em sua defesa, testemunhar um soci-
ólogo chegar ao século XXI como o grande intérprete dos novos tempos. Pois é isso que é Cas-
tells. Seu “Redes de Indignação e Esperança” torna-se indispensável para quem está nas ruas
ou para quem quer, ou precisa, entendê-las em toda sua complexidade. No entanto, antes de
abrir o livro, é preciso explicar porque o autor alcançou tal estatura.
No Brasil, Castells é muito citado e pouco lido além das fronteiras da universidade. São conve-
nientes algumas informações sobre a construção de seu pensamento a respeito do capitalismo
pós-internet. A empreitada começou na década de 1970. Nessa fase, com uma coloração mar-
xista – que iria empalidecer no futuro, mas, de forma alguma, seria abandonada na essência -,
iniciou sua reputação acadêmica com estudos sobre urbanismo. Seu livro “A Questão Urbana”
(Ed. Paz e Terra) até hoje é referência no tema da especulação imobiliária e o conluio desta com
os poderes municipais. Mas é com a trilogia “A Era da Informação” (Ed. Paz e Terra) formada
pelo famoso “A Sociedade em Rede” seguido de “O Poder da Identidade” e “Fim de Milênio”,
publicados aqui em 1999, que Castells ganha maior amplitude como formulador de teses e con-
ceitos que hoje o fazem referencial.
O que Castells antecipou do que o planeta vê hoje nas ruas? Simplesmente, tudo. Uma relei-
tura atenta da trilogia à luz dos movimentos Primavera Árabe, Comboio da Liberdade, Occupy
Wall Street, Los Indignados ou Passe Livre e Mídia Ninja constata a justiça feita por Anthony
Giddens quando o comparou ao Max Weber de “Economia e Sociedade”.
[O “contrapoder” sempre existiu, mas agora é exercido pelos movimentos sociais municiados
pela força da comunicação]
Com base em uma metodologia historicista, Castells analisa a passagem do capitalismo indus-
trial para um processo definido por ele como informacionalismo. Enquanto no capitalismo
industrial as fontes de energia determinavam o ritmo de “modernização”, no capitalismo in-
formacional a produtividade acha-se na tecnologia de geração de conhecimento, de processa-
mento da informação e de comunicação em símbolos.

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O leitor deve, a esta altura, estar inclinado a trancar Castells atrás dos portões da universidade.
Aos poucos, porém, perceberá quanto suas categorias explicam a prática. O capitalismo infor-
macional cria, segundo ele, um “tempo intemporal”, um “espaço de fluxos”, uma nova divisão
do trabalho, com consequências cruéis para quem vive (ou pretende ainda viver) de salário, um
enfraquecimento do Estado, elimina a família patriarcal e alimenta o crime globalizado. Femi-
nismo, ambientalismo, envelhecimento populacional, sexualidade, religião são temas visitados
por Castells, como se em 1996, quando escreveu, já quisesse interpretar a imensa variedade de
bandeiras dos manifestantes materializados pelas redes sociais.
“A repentina aceleração do tempo histórico, aliada à abstração do poder em uma rede de com-
putadores, vem desintegrando os mecanismos atuais de controle social e de representação
política”, alertouCastells há 17 anos. A releitura da trilogia, hoje, espanta pela precisão com
que o sociólogo antecipa os tempos atuais. Quando a novidade na comunicação mediada por
computadores era o e-mail, ele previa a conversa on-line, que ainda estava em “pesquisas in-
cipientes”, e a chamou de “um telefone que escreve”. A tudo isso definiu como “a virtualidade
real” ou, também em suas palavras, “a sociedade interativa”, que deixaria o espaço cibernético
a partir da “grande fusão: a multimídia como ambiente simbólico”. Ao contrário de outros pes-
quisadores da época, ele considerou o vídeo “ondemand” e os games como os grandes prota-
gonistas desse novo sistema. São eles, escreveu, “que darão forma de maneira considerável aos
usos, percepções e, em última analise, às consequências sociais da multimídia”.
Em 1.644 páginas, Castells errou em apenas uma linha – literalmente. Sua hipótese era que
“devagar, mas com toda certeza, as práticas comerciais com cartão de crédito e números de
contas bancárias desenvolverão redes separadas, enquanto a internet se expandirá como uma
ágora eletrônica global”. Nada comprometedor para quem oferece, em exposição histórica de
tamanho fôlego, um diagnóstico do capitalismo constituído a partir da década de 1980 com a
junção das redes com a crença de que uma economia desregulamentada e com total liberdade
para o capital resultaria em geração de riqueza, igualdade e desenvolvimento econômico.
Ao descrever o “cassino global” do “funcionamento em tempo real” do mercado financeiro,
Castells retorna à sua base marxista e filia-se ao economista francês François Chesnais, expoen-
te da tese da financeirização da economia. É aí que Castells encontra explicações para sustentar
parte do conceito do seu capitalismo informacional e para explicar como os desdobramentos
dessa lógica serviram de combustível para a crise de 2007/2008 e moldaram a indignação das
ruas. Em resumo: a sociedade em rede hipertrofiou o capital financeiro, foi impulsionada por
aquilo que Antônio Cândido chama de “platibanda liberalóide” e, agora, traz o grande desafio
de reinventar a democracia.
Em “Redes de Indignação e Esperança”, Castells segue o itinerário intelectual de sua trilogia,
mas também, sobretudo, de seu livro “Poder e Comunicação” (Ed. Fundação CalousteGul-
benkian), embora em “A Sociedade em Rede” já antecipe, ao analisar os fatos da Praça da Paz
Celestial, na China, em 1989, o poder de mobilização pela infovia. Outros exemplos pioneiros
que Castells oferece do que ocorre hoje é a utilização política da rede, no início da década
de 1990, por grupos fundamentalistas cristãos, milícias americanas e zapatistas mexicanos. Ele
mesmo se espanta e crava um ponto de exclamação ao fim de uma frase: “Um debate acirrado
sobre o problema dos sem-teto (com participação eletrônica dos próprios sem-teto!) foi um
dos resultados mais divulgados desse experimento no início dos anos 1990 [nos Estados Uni-
dos]”.

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Tudo que Castells registra agora é apenas a materialização de sua teoria do fim do século pas-
sado. Mas essa seria uma forma simplista de definir seu novo livro. Seu trabalho é resultado de
ampla investigação empírica e teórica e um diálogo com uma imensa bibliografia. Seu objetivo
é analisar o que há em comum entre todas essas experiências de revolta. Castells aponta como
causa básica para a união global dos indignados “a humilhação provocada pelo cinismo e pela
arrogância das pessoas no poder, seja ele financeiro, político ou cultural” nas últimas décadas.
E por que só agora? Síntese: o capitalismo informacional, depois de alterar os modos de pro-
dução e de comunicação no século passado, transforma, de maneira irreversível, o exercício
da cidadania. O “contrapoder” sempre existiu, mas agora é exercido pelos movimentos sociais
municiados pela poderosa ferramenta da comunicação autônoma, livre do controle dos que
detêm o poder institucional. As redes sociais, vedetes dessa nova configuração, são apenas um
componente do processo comunicativo. É preciso, na visão indignada de Castells, construir “co-
munidades livres no espaço urbano, uma vez que o espaço público institucional está ocupado
pelos interesses das elites dominantes e suas redes”, incluindo aí a imprensa institucionalizada.
A proximidade é condição imprescindível para a construção da comunidade. A proximidade
também é um mecanismo psicológico para a superação do medo e explicação da violência de
grupos como os Black Blocs. Castells repete Elias Canetti, autor de “Massa e Poder” (Cia das
Letras), para quem as pessoas superam o medo quando juntas.
Em todos os países onde os movimentos prosperaram, a violência das forças policiais despertou
solidariedade e abriu caminho para grupos defensores da luta armada. Todas as manifestações
surgiram de algum fato banal ou aparentemente ordinário mal interpretado pela imprensa e,
principalmente, por governos. Em Túnis, começou com um vendedor de frutas que se autoimo-
lou por fogo para recuperar sua barraca confiscada por fiscais. Aqui, foram os 20 centavos da
tarifa de ônibus. Entre as similaridades, estão as tentativas de governos de censurar a web. As-
sim como a polícia do Rio de Janeiro ensaiou impedir a transmissão de fotos do acampamento
diante do prédio onde mora o governador Sérgio Cabral, o governo do Egito arriscou cortar a
internet. Falhou. Afinal de contas, “a internet é a linha de vida da economia global interconec-
tada”. Sete dias sem internet custaram ao Egito mais de 4% do PIB.
Fica a recomendação do autor: jamais menosprezar o que surge na rede e interpretar mani-
festações individuais como pequenas ou insignificantes porque, em minutos, a solidariedade
fecha a rede e faz de um mínimo fato algo relevante politicamente, pois tudo é movido pela
emoção. As manifestações permanecem ativas no “espaço de fluxo” e retornam rapidamente.
O Egito, neste aspecto, é o melhor exemplo.
Castells é implacável com a imprensa e aponta seus sucessivos erros em todos os países, igua-
lando-se à classe política em termos de perda de credibilidade. O primeiro manifesto divulgado
pelos “Indignados” na Espanha, lembra,”não teve o apoio de nenhum partido político, sindicato
ou associação civil e foi ignorado pela mídia”. O fato de o Jornal Nacional, da Rede Globo, ser
obrigado a explicar porque seu principal âncora estava diante de um estádio de futebol em
Fortaleza no dia da maior manifestação de rua da história do país é apenas a repetição de um
equívoco mundial.
Esse erro coletivo, porém, alimentou a tendência à autocomunicação, vizinha da autorrepre-
sentação. Castells cita Javier Toret, pesquisador de tecnopolítica e criador do Indymedia sob o
slogan “Não odeie a mídia, torne-se ela”. O Indymedia é um dos coletivos internacionais simi-
lares ao Mídia Ninja, experiências baseadas no poder de a mensagem construir o meio. A crise
de representação destituiu o “formador de opinião”, o jornalista como único intermediário da

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notícia e sua função de organizador das mensagens em meio ao “jornalismo de multidão”. Até
mesmo o Facebook foi posto em cheque, por ser uma plataforma com proprietários. Como a
rede de Mark Zuckerberg identifica pessoas com um software de reconhecimento facial, era
acusado de ter baixa segurança, pois a empresa poderia quebrar a privacidade dos manifestan-
tes “caso intimada por autoridades”. Essa suspeita, a princípio, soou como radicalismo – antes
do caso Edward Snowden.
Castells ajuda a entender indagações feitas aos movimentos. A ausência de liderança se expli-
ca porque, segundo ele, os novos movimentos são contra a adoção de padrões da sociedade
que está sendo contestada. Hierarquia é compreendida na concepção de Sérgio Buarque de
Holanda, isto é, como sinônimo de algum privilégio. Os movimentos são marcados também
por privilegiarem “o processo”, em vez do “produto” ou “resultado” das manifestações. Por
isso, são horizontais, apartidários e raramente são programáticos (exceto contra ditaduras). São
voltados para a mudança dos valores da sociedade e propõem a democracia deliberativa direta.
Nessa ruptura, surgem, inclusive, moedas virtuais, como a do Occupy Wall Street. A primeira
consequência de tudo isso é a mudança da agenda, mas talvez a mais relevante, no caso do
Brasil, ainda esteja por vir com a alteração de critérios para o voto. Nos outros países foi assim
e Castells explica por quê: as redes estão mudando a mente das pessoas.

O papel das Redes Sociais na Primavera Árabe


Texto adaptado de Viviane Araújo Tavares para mundorama .net

Desde o início do século XXI, a globalização vem aparecendo como um elemento dinamizador
na vida das pessoas. As novas tecnologias que levam a informação às distâncias mais remotas
com rapidez, eficiência e a baixo custo, vem permitindo que o indivíduo caminhe no mesmo
patamar de importância que outras instituições e organismos, tornando-o capaz de influenciar
e modificar a sociedade que até então se conhecia.
Durante a evolução deste processo, tanto o mercado, quanto o Estado estiveram, em algum
momento, no centro das relações tanto nacionais quanto internacionais. Todavia, essa realida-
de foi se modificando no momento em que, com um maior aprofundamento da globalização, a
sociedade foi ganhando força e se colocando em uma posição de maior destaque. Acrescenta-
-se a isto, o novo processo produtivo da Revolução Industrial que acelerou ainda mais o desen-
volvimento da globalização, por demandar “novas e sofisticadas tecnologias (…) que trouxeram
o aspecto informativo”, fortificando os laços transnacionais e “abrindo margem à formação de
grupos de pressão” (PEREIRA JÚNIOR, 2000, p. 7). Neste contexto, os rápidos avanços tecnológi-
cos do computador e das comunicações contribuíram para a revolução da informação(MATIAS,
2005).
O rápido crescimento da informática estaria levando a sociedade a um novo patamar, cuja glo-
balização assume um caráter comunicacional-informacional. A evolução dos meios de comuni-
cação e das tecnologias permitiu que os fluxos de bens, serviços, pessoas, cultura e informação
se intensificassem, possibilitando uma maior integração entre os países e a sociedade ao redor
do mundo. Nota-se assim, que o poder e alcance da comunicação agrega uma nova força pro-
funda como algo potencialmente global e não somente de opinião pública.
Para o usuário, este ciberespaço contribuiu para a eliminação dos custos de comunicação, além
do tempo e da distância. Em consequência, “essa verdadeira revolução na qual as informações

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são obtidas e disseminadas contribuiu para a consolidação da chamada ‘sociedade da informa-
ção’, que caracteriza o século XXI” (MATIAS, 2005, p. 118).
Como resultado deste novo episódio, temos que: à medida que o acesso à internet aumenta; a
criação de comunidades virtuais, ou redes sociais também crescem e, consequentemente, os
“movimentos instantâneos” de protestos por parte destes usuários tomam grandes proporções
no cenário internacional. Por outro lado, e ao mesmo tempo em que o indivíduo foi adquirindo
mais força e visibilidade, o poder regulador estatal vem diminuindo, em razão das dificuldades
de se controlar o ciberespaço. Ou seja, “em vez de reforçar a centralização e a burocracia, as
novas tecnologias de informação tendem a promover organizações em rede, novos tipos de
comunidade, assim como a demanda de diferentes papéis para o governo”. Nye (2002, p. 100-
101) caracteriza como “tecnologias da liberdade”.
Nesse mesmo raciocínio, Beck (1995, apud PEREIRA JÚNIOR, 2000) reforça a mensagem de que
o indivíduo está, de fato, se reaproximando do centro de poder, denominado, por ele, como
subpolítica. Afinal, tudo isso se trata da possibilidade que as pessoas têm agora de exercerem a
política para além das fronteiras, fazendo prevalecer suas vontades em âmbito global.
Nestes termos, as revoltas do mundo árabe de 2011 expressam exatamente este novo momen-
to que a sociedade global está vivendo. A falta de perspectivas para o futuro em um universo
em que o desemprego predominava, a população vivia marginalizada e sem perspectivas moti-
vou fortemente as pessoas a buscarem por melhorias imediatas através da internet.
Embora cada país do mundo árabe tenha tido um desenrolar diferente nas revoltas, o senti-
mento de descontentamento com as políticas nacionais foram em geral comum a todos, sendo
este o epítome dos protestos. Em um ambiente em que predominantemente a população jo-
vem chegava mais instruída e com mais facilidades de acesso à informação; os governos dita-
dores dominantes, que há anos estabeleciam uma mesma conduta política; a alta no preço dos
alimentos e a baixa oferta de emprego foram para a sociedade o principal pilar das revoltas,
cujo objetivo era lutar contra toda esta estrutura defeituosa.
Ao atear fogo contra seu próprio corpo em forma de protesto às péssimas condições de vida
impostas pelas políticas públicas de um governo ditador que há anos dominava o poder; um
jovem tunisiano chocou o mundo por dar início a uma série de revoltas que culminariam com
a queda de alguns dos regimes políticos mais conservadores e estáveis da região, inclusive o
do presidente tunisiano Ben Ali. A partir deste momento, a comunidade internacional se depa-
rava, então, com uma onda de protestos pela região, que atingiu os governos do Egito, Iêmen,
Bahrein, Jordânia, Síria e Líbia.
Essa massa insatisfeita fez uso das novas tecnologias e das mídias sociais, como telefones ce-
lulares, mensagens de texto, redes sociais e da internet para convocar o povo às ruas e juntos
protestarem contra o governo. O Twitter era usado para a marcação de encontros pelos ati-
vistas e para a disseminação de informações sobre o protesto. O Facebook era utilizado para
debates, divulgação de locais e hora dos protestos, fotos e vídeos. O YouTube servia como fer-
ramenta de armazenamento de vídeos.
Ao saber do início dos levantes e do uso das ferramentas tecnológicas como uma arma mais efi-
ciente, tanto no Egito quanto na Líbia, o governo decidiu cortar o acesso à internet.Esta atitude
foi sintomática ao fato de que era imprescindível a existência da internet e das redes sociais
como uma ferramenta organizadora naquela região. Ou seja, o ato de encerrar com a comuni-
cação significa admitir que de fato houvesse grande acesso à internet, às redes sociais e, conse-

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quentemente, às novas ideologias e que este mecanismo tinha grande força naquele contexto.
Vale ressaltar que mesmo o Estado tendo bloqueado o acesso a esse meio de comunicação, o
conteúdo nele colocado e não controlado pelo governo atingiu outras regiões, demostrando
assim a capacidade de disseminação da internet.
Para Ghannam (2011), o poder das mídias sociais e das novas tecnologias, principalmente, da
telefonia móvel provaram ser uma grande ameaça para os governos que não agradam as mas-
sas. Friedman (2011) inclui no debate a dimensão que tudo isso vem tomando no cenário inter-
nacional. Para este autor, na Europa, o baixo custo da internet móvel usada em smartphones
transformou o mundo de conectados para hiper-conectados. Castells (2011) denomina a capa-
cidade criada pelas tecnologias, de rapidez na mobilização, de “auto-comunicação de massas”.
A Primavera Árabe, para Bava (2011), trouxe muitas surpresas, porém, muito mais importante
que isso, são as lições tiradas desta situação. Em um mundo cada vez mais globalizado, as expe-
riências vividas em qualquer país servem de referência para o mundo inteiro. Para ele, o suces-
so das revoltas no Egito e na Tunísia mostrou o caminho para muitos outros povos.
Observa-se com isso, uma maior multiplicidade e horizontalidade desse fenômeno comunica-
cional e informacional. Castells (2012) enfatiza que, o mais importante é a ideia de articulação
dos meios de comunicação tradicional de massa com os novos espaços sociais oferecidos pela
internet. Nota-se com isso, um claro processo de convergência tecnológica interativa, e implica
a renuncia a qualquer controle vertical que ainda resta à comunicação.
Diante disso, é possível perceber que em um mundo cada vez mais tecnológico, a tendência
para que tudo se dê nesse ambiente é muito grande. Spitzcovsky (2011) destaca que “nenhu-
ma sociedade hoje passa incólume a esses fenômenos globais”. Para o autor, como tendência,
“parece inquestionável o fato de que, a pressão por mais liberdades civis e mais prosperidade
tende a crescer” no mundo contemporâneo. E, o cenário global caminha, ainda que não de
maneira linear, para um ambiente cada vez menos favorável para sistemas economicamente
ineficientes, como foi o caso da região árabe.Dessa forma, produz-se uma tendência comum
de que a capacidade de expansão das lutas sociais ganha força com o processo de difusão de
informação e coordenação do pessoal.
Por fim, é possível olhar para o mundo por uma nova perspectiva: a de que a sociedade moder-
na é sim capaz, hoje, de iniciar uma nova era em que é viável a materialização de suas queixas
que se iniciam no ciberespaço. Nesse sentido, pode-se esperar uma sociedade cada vez mais
presente, por ser construída em um sistema em que os avanços industriais e tecnológicos cres-
cem rapidamente.

Uso das Redes Sociais em Protestos


Nos dias atuais é quase impossível de imaginar a nossa vida sem o uso da internet. Nela lemos
noticias, livros, vemos vídeos, mantemos relações em redes sociais, dentre outras várias coisas.
A internet, de fato, tem um espaço muito importante nas nossas vidas.
Através dela as informações ficaram mais acessíveis para a sociedade, assim como a cultura e a
política de vários países do mundo. Em apenas um clique podemos obter uma relação das mais
variadas informações sobre determinado tema, ou de uma determinada nação. Assim como,
essa nação citada, a partir de um clique, poderá ter acesso a todo conteúdo referente a nós do
Brasil.

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E é justamente esse “caminhão” de informação que tem mobilizado algumas nações mundiais
nos dias de hoje.
Protestos no mundo árabe
Foi através das Redes Sociais, em especialmente o Facebook e o Twitter, que a sociedade co-
meçou a se organizar, a se mobilizar, desempenhando um papel importantíssimo nos recentes
movimentos contra a ditadura dos países árabes, conhecido como Primavera Árabe.
Isso vem acontecendo no Oriente Médio e no Norte da África desde dezembro de 2010 na Tu-
nísia.
Esses protestos foram desencadeados pelo jovem Mohamed Bouazizi que ateou fogo no seu
próprio corpo, como uma manifestação contra as autoridades locais que confiscaram os bens
que ele usava para trabalhar e principalmente às condições precárias de vida no país, onde a
população convivia com a falta de emprego e oportunidades para as gerações mais jovens, alto
preço dos alimentos, além da representação política (uma ditadura) e a concentração de poder
e riqueza está nas mãos de poucos.
Seu velório teve mais de 5 mil pessoas presentes e sua morte provocou uma série de manifes-
tações pela Tunísia obrigando, Ben Ali que estava no poder desde 1987, a fugir para a Arábia
Saudita
O Jovem, com toda certeza, não teria noção de que esse ato e a sua morte, fora o pontapé
inicial de tais revoluções. A propagação deste movimento para todo Oriente Médio e Norte da
África não teria sido o mesmo sem os recursos proporcionados pela internet. Pois se organiza-
vam, comunicavam e sensibilizavam a população árabe e a comunidade internacional em face
das tentativas de repressão e censura da internet por parte dos Estados.
Hoje o governo da Turquia, por exemplo, esta estudando uma legislação para limitar as redes
sociais, visto que os protestos no Parque Gezi e na Praça Taksim, de Istambul, fora impulsiona-
dos por elas.
Protestos no Brasil
No Brasil isso também vem acontecendo. Desde o inicio do ano de 2013 vem acontecendo no
país uma série de manifestações que vem levado milhares de pessoas, de diferentes cidades, às
ruas.
Inicialmente o alvo dos protestos era a redução da tarifa de transporte publico de R$3,20 para
R$3,00, objetivo que foi alcançado pelos manifestantes. Mas os movimentos não se encerra-
ram. Pelo contrário. O que vemos é um desencadeamento de manifestações dos mais variados
protestos e questões: a cura gay, projeto que permite psicólogos promover tratamentos com o
objetivo de curar a homossexualidade; a PEC 37, projeto de emenda constitucional que visa im-
pedir o Ministério Publico o ato de investigação (conhecido também como PEC da impunidade);
o gasto com a copa do mundo; e a corrupção.
Nesse sentido, com tanta informação circulando na rede, fica difícil identificar os lideres desses
movimentos, a sua intenção, a sua finalidade. E foi justamente por isso que a Agencia Brasileira
de Inteligência (ABin) decidiu montar as pressas um plano de monitoramento à internet.

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Redes sociais difundem e dividem protestos no Brasil


Reuters/Brasil

Os maiores protestos das últimas décadas no Brasil reúnem uma mistura confusa e conflitante
de pessoas e mensagens. E a culpa é do Facebook.
Redes sociais como o Facebook e o Twitter propiciaram um tipo de mobilização que há mais
de duas décadas não era vista no país. Mas, graças à velocidade, eficiência e anonimato do
ativismo on-line, emergiu um movimento amorfo e desajeitado, fora do controle daqueles que
inicialmente começaram a pedir mudanças.
"As redes sociais nos ajudaram a nos organizarmos sem termos líderes", disse Victor Damaso,
de 22 anos, que participava de uma manifestação na quinta-feira à noite na avenida Paulista,
em São Paulo. "Nossas ideias, nossas exigências são discutidas pelo Facebook. Não há reuniões
nem regras."
As manifestações são majoritariamente pacíficas, mas, com a presença de mais de 1 milhão de
pessoas nas ruas de dezenas de cidades na quinta-feira, vândalos e saqueadores lançaram uma
sombra violenta sobre alguns dos protestos. Em vários casos, policiais reagiram com gás lacri-
mogêneo, balas de borracha e gás de pimenta.
Páginas montadas no Facebook para a coordenação logística e hashtags do Twitter brotam sem
parar nos últimos dias para convocar protestos em centenas de cidades. Grupos rivais parecem
estar disputando o controle de uma das mais visitadas páginas de uma organização no Face-
book e de uma conta correlata do Twitter.
"Todo o movimento que cresce corre o risco de atrair grupos e indivíduos com os quais não tem
afinidade plena", disse a socióloga Angela Alonso, da Universidade de São Paulo. "É um preço
do crescimento. Como, neste caso, não há liderança centralizada, a administração dessas ade-
sões fica mais difícil e vem se mostrando mesmo descontrolada."
O Movimento Passe Livre, um grupo com cerca de 40 ativistas que iniciou as passeatas - afinal
bem sucedidas - pela redução da tarifa dos transportes em São Paulo, anunciou nesta sexta-fei-
ra que não convocará novas atividades por enquanto, por causa da crescente tensão e violência
nos protestos.
A partir dos protestos do MPL, uma convocação nacional por reformas rapidamente evoluiu
para aquilo que agora ficou conhecido na internet como AnonymousBrasil
O grupo parece usar navegadores criptografados, o que dificulta identificar os administradores
da página, e adotou como mascote as máscaras de Guy Fawkes, símbolo do grupo global de
hackers Anonymous. Não está claro, no entanto, se o grupo nacional tem ligação com o global.
Embora isso abra espaço para todo tipo de grupo marginal, as pessoas que estão no centro dos
protestos em geral partilham de uma reivindicação por melhorias dos serviços públicos. Suas
palavras de ordem - em cartazes e nas redes sociais - incluem o fim da corrupção e críticas aos
gastos de mais de 25 bilhões de reais para a realização da Copa de 2014.
Os manifestantes, em geral pessoas da classe média, com menos de 30 anos e boa formação
escolar, não querem nenhuma ligação com os grupos organizados que estavam por trás das
causas que mobilizaram a geração dos seus pais.

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ORGANIZAÇÃO ON-LINE
Ao contrário do que ocorreu no movimento pela redemocratização nas décadas de 1970 e 80 e
nos protestos pelo impeachment do presidente Fernando Collor de Mello, em 1992, as atuais
manifestações não têm líderes nem afinidades políticas bem definidos.
"Os protestos recentes não são apartidários, com lideranças centralizadas", disse Angela. "Isso
tem a ver com as novas tecnologias, que permitem organizar sem centralizar, mas também com
o fato de que os ativistas são de uma nova geração, não se orientam mais por ideários aglutina-
dores como o socialismo e não visam tomar o poder de Estado."
De fato, os protestos no Brasil não têm como alvo um líder ou partido específico. Isso os difere
das rebeliões da Primavera Árabe nos últimos dois anos e meio, ou mesmo dos recentes pro-
testos na Turquia contra o governo do premiê Tayyip Erdogan.
Enquanto os governos árabes bloquearam o acesso à internet para atrapalhar a organização de
protestos, no Brasil a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) apenas intensificou os esforços
para monitorar as convocações para protestos via internet e pelo popular aplicativo de celular
WhatsApp.
A presidente Dilma Rousseff, militante de esquerda na década de 1970, elogiou o caráter de-
mocrático dos protestos.
A página do AnonymousBrasil, que já tem quase 1 milhão de seguidores, chegou a desaparecer
por alguns instantes nesta sexta-feira. O grupo disse depois, via Facebook, que sua conta do
Twitter havia sido "roubada" por um dos seus próprios membros, gerando conflitos com sua
plataforma associada do Facebook.
O grupo diz que contas concorrentes do Twitter, como @AnonymousBr4sil e #AnonymousFuel,
são mantidas por "usurpadores".
Dos 53,5 milhões de brasileiros na internet, quase um terço da população do país, 86 por cento
usam algum tipo de microblog ou rede social, segundo o Ibope.

2.2 Conselhos de Políticas Públicas

2.3. Instrumentos de participação e controle Social

Os conselhos são órgãos colegiados criados pelo Estado, cuja composição e competência são
determinadas pela lei que os instituiu. São também conhecido como Conselhos Municipais ou
Conselhos Setoriais.
Os conselhos de políticas públicas têm as seguintes características:
•• criação por iniciativa do Estado;
•• a sua composição deve ser integrada por representantes do Poder Público e da sociedade;
•• tem por finalidade principal servir de instrumento para garantir a participação popular, o
controle social e a gestão democrática das políticas e dos serviços públicos, envolvendo o
planejamento e o acompanhamento da execução destas políticas e serviços públicos;

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•• as decisões, naquilo que tange ao acatamento ou não do resultado por quem tem a ca-
pacidade de execução da decisão, poderão ser de caráter deliberativo ou consultivo. As
decisões de caráter consultivo não geram direitos subjetivos públicos, são meramente opi-
nativas e indicativas da vontade do conselho. Já as deliberativas, são aquelas decisões de
acatamento obrigatório pela autoridade responsável pela execução da decisão, portanto
geram direitos públicos subjetivos passíveis de reivindicação judicial por qualquer interes-
sado.
•• não remuneração dos conselheiros, via de regra;
•• raramente os conselheiros exercem esta função com exclusividade, tendo em vista que a
maioria dos seus membros tem outras atividades no setor público ou no privado;
•• o Poder Público deve disponibilizar a estrutura necessária para garantir a autonomia fun-
cional dos conselhos, como equipamentos, finanças, informações, assistência técnica e ser-
vidores públicos;
•• os representantes do Estado geralmente são técnicos e os representantes da sociedade , na
sua maioria, são leigos e oriundos de movimentos sociais;
•• as reuniões devem ser em local de fácil acesso para o público, sendo o horário, data, local e
pauta divulgados com antecedência;
•• os representantes da sociedade não devem ocupar funções de livre nomeação e exonera-
ção no Poder Público ao qual o conselho se propõe a formular a política e o controle, por
determinado período;
•• as atividades dos conselhos estão sujeitas a controle institucional e social;
•• as decisões dos conselhos, independente de serem consultivas ou deliberativas, são equi-
valentes aos atos administrativos. Portanto, estão sujeitas aos mesmos princípios e regras,
dentro da hierarquia normativa, em especial as do artigo 37 da Constituição.

Dilma defende consulta a conselhos populares nas decisões do governo


Presidente se disse a favor de ampliar 'participação de todos os segmentos'.
Decreto presidencial instituiu a Política Nacional de Participação Social.
Do G1, em Brasília

A presidente Dilma Rousseff defendeu nesta quinta-feira (5), durante reunião do Conselho de
Desenvolvimento Econômico e Social, o chamado "Conselhão", a participação de conselhos e a
consulta a segmentos da sociedade nas decisões tomadas pelo governo federal.
Na semana passada, Dilma assinou decreto que instituiu a Política Nacional de Participação
Social, que estimula a participação dos conselhos, movimentos sociais e da população em me-
didas do governo.
O decreto gerou críticas de partidos da oposição. O líder do DEM, deputado Mendonça Filho
(PE), argumenta que a medida "invade" a esfera de atuação dos parlamentares e articula a
aprovação de um projeto de decreto legislativo para derrubar o decreto da presidente.
"Nós somos a favor da consulta, nós somos a favor da participação de todos os segmentos no
processo de estruturação das políticas do governo", disse Dilma durante a reunião.

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Entre outros pontos, o decreto determina a criação de um colegiado, formado por membros do
governo e da sociedade, para discutir as decisões da administração pública federal, avaliá-las e
propor alterações.
Segundo Dilma, o os conselhos têm papel "importante" e não comprometem o trabalho do Po-
der Legislativo. Para a presidente, são atuações diferentes.
"Muitas cabeças pensam mais do que só a cabeça do Executivo, muitas cabeças. É uma convic-
ção que nós temos e faz parte, eu acho, da construção da democracia no nosso país", afirmou a
presidente aos membros do "Conselhão".
Dilma disse ainda que os parlamentares aprovam o "corpo" dos projetos, mas que as caracte-
rísticas são trabalhadas pelo governo em consulta à população.
"O Legislativo apoia, aprova o corpo, e de onde a gente tira todas as características do corpo? A
gente tira as características do corpo de uma consulta à sociedade. Agora, ela é revista e reolha-
da pelo Executivo, o que também mostra, da nossa parte, um compromisso com os Conselhos e
a consulta", disse a presidente.

Participação popular: Entenda o novo (e controverso) decreto


Acusado de ser "bolivariano", o documento institui a Política Nacional de Participação Social,
com o objetivo de ampliar diálogo entre os movimentos sociais e o governo
Por Carta Capital

Assinado no último dia 21 pela presidente Dilma Rousseff, o decreto 8.284 institui o que o go-
verno chama de uma nova política de participação social, assim como um maior diálogo entre
sociedade civil e governo. O texto, no entanto, vem sendo alvo de divergências. Enquanto al-
guns acusam Dilma de ditar rumos bolivarianos para o País, o governo defende que apenas
institui a Política Nacional de Participação Social (PNPS). A base seria mesa de diálogo entre
governo e movimentos sociais, a fim de alinhar certas políticas públicas às demandas desses.
Entenda do que se trata o decreto:
O que é o decreto?
O decreto, de 23 de maio deste ano, institui a chamada Política Nacional de Participação Social
(PNPS), cuja principal meta é acompanhar a formulação, a execução, o monitoramento e a ava-
liação de programas e políticas públicas, assim como o aprimoramento da gestão pública.
Ao considerar como pilares para esse processo a sociedade civil, um conselho de políticas pú-
blicas (responsável por estimular a participação no processo decisório), uma conferência nacio-
nal (instância periódica de debate, de formulação e de avaliação), uma ouvidoria federal e au-
diências públicas como ferramentas de mobilização e participação social, o decreto tem como
principais objetivos estimular a participação social de forma sistemática e aprimorar a relação
do governo federal com a sociedade civil.
Na prática, o que muda com o novo decreto?
Com o decreto a Presidência da República está, ao que parece, se mostrando mais aberta ao
diálogo e às demandas de movimentos sociais e da sociedade civil. Vale lembrar que uma das
principais críticas a Dilma, em meio aos protestos de junho do ano passado, era o fato de ela

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não ter dado ouvidos às demandas desses setores. Resta esperar, entretanto, para ver se tal
ampliação do canal de diálogo entre a sociedade e o governo vai sair do papel. Os representan-
tes eleitos pela população continuarão tendo as mesmas atribuições de sempre, definidas pela
Constituição. Não faz sentido falar em "ditadura" ou em "ameaça à democracia" como vem
sendo dito por determinados setores.
O que o decreto tem a ver com o último Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3)?
O decreto 8.284 não faz parte do PNDH-3. Em seu texto, o programa de direitos humanos res-
salta, no entanto, que “o compromisso compartilhado e a participação social na construção e
monitoramento das distintas políticas públicas são essenciais para que a consolidação dos Di-
reitos Humanos”. O PNDH-3 recomenda, inclusive, "a integração e o aprimoramento dos fóruns
de participação existentes, bem como a criação de novos espaços e mecanismos institucionais
de interação e acompanhamento."
Quais projetos e políticas públicas tiveram origem com o PNDH-3?
O PNDH-3 foi responsável, dentre outras iniciativas, pela criação do grupo de trabalho envol-
vendo representantes da Casa Civil, do Ministério da Justiça, do Ministério da Defesa e da Se-
cretaria Especial dos Direitos Humanos que elaborou o projeto de lei para a instituição da Co-
missão Nacional da Verdade.

Deputados derrubam decreto dos conselhos populares


Câmara aprova projeto que cancela o decreto do governo que institui a Política Nacional de
Participação Social. Projeto ainda será votado no Senado.
Votação do projeto (PDC 1491/14) que anula o decreto presidencial que criou a Política Nacio-
nal de Participação Social, com diversas instâncias para que a sociedade influencie as políticas
públicas
Plenário retomou votações após segundo turno das eleições.
O governo perdeu a primeira votação na Câmara dos Deputados depois da reeleição da presi-
dente Dilma Rousseff. A oposição obteve o apoio de partidos da base, como PMDB e PP, e con-
seguiu aprovar o projeto do líder do DEM, deputado Mendonça Filho (PE), que susta o decreto
da presidente que criou a Política Nacional de Participação Social (Decreto 8.243/14). A decisão
final será tomada pelo Senado, para onde seguirá o projeto (PDC 1491/14).
O decreto presidencial causa polêmica no Congresso desde junho. Até mesmo o presidente da
Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves, já chegou a se pronunciar em Plenário contra a
norma por considerar que ela invade prerrogativas do Congresso. Alves disse que a sessão que
derrubou o decreto foi histórica e comemorou a “manifestação de altivez e democracia desta
Casa”.
Apenas o PT, o PCdoB, o Psol e parte do Pros ficaram ao lado do governo e tentaram inviabilizar
a votação com a apresentação de requerimentos – todos os demais partidos se uniram à oposi-
ção. Foram necessárias duas horas e meia de discussão para vencer a obstrução imposta pelos
três partidos, mas o decreto presidencial acabou derrotado em uma votação simbólica.

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A líder do PCdoB, deputada Jandira Feghali (RJ), minimizou o resultado. “Estou vendo uma cer-
ta alegria no Plenário pela possibilidade de derrotar o decreto, como se isso fosse uma derrota
retumbante do governo, mas, depois da vitória retumbante da presidente Dilma, isso é uma
coisa menor”, disse a líder. Para ela, o tema dos conselhos populares pode ser retomado em um
projeto de lei.
Participação
O decreto que a Câmara sustou cria um sistema de participação chefiado pela Secretaria-Geral
da Presidência da República. Estão previstos um conselho permanente; comissões temáticas;
conferências nacionais periódicas; uma ouvidoria pública federal; mesas de diálogo; fóruns in-
terconselhos; audiências e consultas públicas; e ambiente virtual de participação social.
A intenção é permitir que as entidades influenciem as políticas e os programas de governo e
consolidar a participação como um método de governo.
Não agradou ao Congresso, no entanto, o ponto do decreto que dá ao secretário-geral da Pre-
sidência da República, Gilberto Carvalho, o poder de indicar os integrantes das instâncias de
participação e definir a forma de participação.
Mendonça Filho disse que o projeto tem viés autoritário. “Impõe, via decreto presidencial, um
modelo de consulta à população que é definido pelo Poder Executivo. É uma forma autocrática,
autoritária, passando por cima do Parlamento, do Congresso Nacional, da Casa do Povo, de es-
tabelecer mecanismos de ouvir a sociedade”, criticou.
Para o deputado Alceu Moreira (PMDB-RS), os conselhos criados serão comandados “da antes-
sala da Presidência da República”.
Já o líder do PSDB, deputado Antonio Imbassahy (BA), disse que o decreto inverte a lógica da
democracia representativa. “Com esse decreto, a presidente Dilma quer que a escolha dos re-
presentantes do povo seja feita pelo governo do PT”, disse.
Debate eleitoral
Durante a discussão, deputados do PT e do Psol disseram várias vezes que a oposição pretendia
criar um “terceiro turno eleitoral” durante a votação do projeto para sustar o decreto de parti-
cipação.
Para o líder do governo, deputado Henrique Fontana (PT-RS), o decreto apenas fortalece um
conjunto de conselhos. “Ele melhora e amplia a participação da sociedade no controle da ges-
tão pública”, declarou.
É o mesmo argumento do deputado Afonso Florence (BA), que é vice-líder do PT. “Não há uma
linha sequer neste decreto que prove a subtração de prerrogativas do Legislativo. Ele fortalece
a democracia, com a participação da sociedade civil, dos movimentos sociais organizados, seto-
res empresariais, acadêmicos, instituições de pesquisa”, opinou.
Votação
Ao realizar votações na semana que sucedeu o segundo turno das eleições, o Plenário da Câ-
mara quebrou a tradição das últimas eleições. Em 2002, 2006 e 2010, o Plenário só voltou a
realizar votações na segunda semana depois do resultado das urnas.

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O Decreto dos Conselhos Populares


Por OAB

O Decreto n. 8.243/2014, que institui a Política e o Sistema Nacionais de Participação Social,


atinge, claramente, o sistema representativo. A pretexto de consolidar a participação social
como método de governo, por meio de conselhos e comissões de políticas públicas, o que o
referido ato legislativo pretende é criar um instrumento de pressão sobre deputados e senado-
res, de tal forma que estes se sintam na contingência de acolher deliberações prévias, suposta-
mente reveladoras da vontade popular.
Tais deliberações emanariam de um complexo sistema de participação social, composto pelos
referidos conselhos e comissões, além de outras instâncias e mecanismos. Todo esse sistema
ficará sob a coordenação da Mesa de Monitoramento das Demandas Sociais, à qual competirá
coordenar e encaminhar as pautas dos movimentos sociais, bem como monitorar-lhes as res-
postas, segundo dispõe o Decreto (cf. art. 19). Terá a referida Mesa papel singular na estrutura
do Poder Executivo, porquanto passará a atuar como instância colegiada interministerial, coor-
denando o trabalho dos órgãos de participação popular vinculados a cada um dos Ministérios.
A supervisão do sistema é atribuída à Secretaria-Geral da Presidência da República.
A composição dos conselhos e comissões de políticas públicas far-se-á mediante um vago pro-
cesso de eleição ou indicação pela sociedade civil, nesta incluídos os movimentos sociais ins-
titucionalizados ou não institucionalizados, segundo estabelece o Decreto (art. 10, I). É fácil
perceber que, no fundo, os integrantes desses órgãos serão cooptados pela Secretaria-Geral da
Presidência da República, cujo chefe terá em mãos os cordões destinados a manobrá-los.
No seu intuito de ampliar a participação social na definição de diretrizes governamentais, o
Decreto prevê, ainda, um mecanismo participativo de consultas públicas. Serão tais consultas
instrumentos da mesma natureza do plebiscito e do referendo, com a ressalva de que estes
estão contemplados na Constituição, enquanto aquelas constituem uma criação do Decreto.
Do ponto de vista ético, é de estranhar a norma que não considera impedimento à celebração
de parcerias com a administração pública o fato de o interessado atuar como membro de con-
selho de política pública (art. 10, § 4º).
De resto, é discutível o critério adotado pelo Decreto para definir sociedade civil, dizendo que
esta compreenderá o cidadão, os coletivos (sic), os movimentos sociais institucionalizados ou
não institucionalizados, suas redes e suas organizações (art. 2º, I).. Segundo essa definição, A
Ordem dos Advogados do Brasil, um dos órgãos mais representativos da sociedade civil, como
tal não seria considerada.

Quem tem medo da Política Nacional de Participação Social?


Conselhos populares servem para aproximar o governo dos cidadãos e aumentar a transparên-
cia de suas ações, dificultando o avanço de atos de clientelismo ou fraudes, diz Nicole Verillo
Nicole Verillo/Congresso em Foco

Eu já havia perguntado, em minha coluna de estreia no Congresso em Foco, quem tinha medo
da participação cidadã, quando falei sobre os vereadores de Ilhéus e a proibição dos cidadãos

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filmarem as sessões da Câmara Municipal. Agora, dirijo a mesma pergunta ao Congresso Nacio-
nal, que vem demonstrando que quer a sociedade bem longe da Casa do Povo.
A Câmara dos Deputados tem como missão “representar o povo brasileiro, elaborar leis e fisca-
lizar os atos da Administração Pública, com o propósito de promover a democracia e o desen-
volvimento nacional com justiça social”. Além de estar longe de representar o povo brasileiro, a
Casa parece também não estar tão disposta a promover a democracia.
Na semana passada, a Câmara derrubou o decreto da Política Nacional de Participação Social
(PNPS), que tem como objetivo “fortalecer e articular os mecanismos e as instâncias democrá-
ticas de diálogo e a atuação conjunta entre a administração pública federal e a sociedade civil”.
A ação foi encabeçada pelo presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), o deputa-
do, investigado pelo Ministério Público e recém-derrotado nas eleições para o governo do Rio
Grande do Norte, que entrou com uma representação contra o juiz Márlon Reis por publicar
o livro “O nobre deputado”, que retrata a realidade do que se passa nos bastidores da política
brasileira, contando a maneira como alguns parlamentares de várias instâncias compram votos
para os seus mandatos.
Desde que foi criado, o decreto sofreu inúmeros ataques: alguns disseram que ele faz parte de
uma ditadura “bolivariana” e venezuelana disfarçada, que é o fim da democracia e que preten-
de acabar com a função do Congresso Nacional. Sinceramente, não é possível acreditar que
quem dispara tais ataques tenha se dado o mínimo trabalho de ler o decreto que, em minha
opinião, ao contrário do que diz o governo, não traz nada de novo. A PNPS não passa de uma
regulamentação dos conselhos de políticas públicas, comissões, conferências nacionais, ouvi-
doria pública, mesas de diálogo, fórum interconselhos, audiências e consultas públicas, e am-
bientes virtuais de participação. Ou seja, mecanismos de participação social e de diálogo com
a sociedade, que já existem, já estão previstos na Constituição Federal e já estão funcionando
(não da forma ideal, mas estão).
Não, o decreto não obriga a criação de nada novo, não traz avanços inovadores, não muda nos-
sa democracia de representativa para direta, não cria novos órgãos ou cargos, não diminui as
funções do Congresso Nacional, não interfere em outros poderes, não aparelha o Estado, não
controla a sociedade civil e não regulamenta nenhuma ditadura. E não, não é preciso ser espe-
cialista para concluir isso, basta ler o decreto (insisto).
Os conselhos, alvo atacado pela oposição, são instâncias de participação e interlocução da so-
ciedade com o Estado no planejamento e acompanhamento das políticas públicas. Alguns têm
décadas de funcionamento, como o Conselho Nacional de Saúde, instituído em 1937. Outros
foram institucionalizados pela Constituição de 1988, como resultado de uma demanda por uma
maior participação e controle público. É nesses espaços, do âmbito local ao federal, que a so-
ciedade civil organizada pode debater sobre suas demandas, projetos e necessidades para inse-
ri-los na agenda governamental.
E por que a PNPS incomoda tanto nossos parlamentares? Porque os conselhos, além de canais
de participação política, são canais de controle público sobre a ação governamental. Os conse-
lhos podem interferir, de forma significativa, nas ações e metas dos governos para garantir que
as demandas e temas de interesse público entrem na agenda governamental. Ou seja, os con-
selhos devem servir para aproximar o governo dos cidadãos e aumentar a transparência das
ações de governo, dificultando que atos de clientelismo ou fraudes sejam realizados.

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Os conselhos no Brasil enfrentam enormes desafios para exercerem seu papel. A PNPS contri-
bui para regulamentar esse espaço que já existe, através de diretrizes. Porém, cabe a nós, cida-
dãos, ocupar os conselhos, do nível municipal ao federal, e garantir que as reais demandas da
sociedade sejam atingidas. Garantir que as demandas em sua cidade sejam atendidas, garantir
que as políticas estaduais estejam de acordo com o que pensa a população e garantir que o
Congresso Nacional realmente nos represente.
O Congresso não pretende avançar naquilo que vai contra seus interesses, como por exemplo,
a reforma política. Parlamentares já afirmaram que a sociedade não deve participar da constru-
ção da reforma política. Sendo assim, imagino que ficou fácil entender a reação contrária e a
derrubada da PNPS pela Câmara.
Ninguém pretende acabar com o Congresso Nacional, apesar de ele não possuir capacidade
de aprovar políticas demandadas pela população. O que se espera é, através da participação
cidadã, corrigir a distorção de representação que nosso sistema permite. Lembro novamente
que somente 35 deputados federais, dos 513 que irão compor a Câmara a partir de 2015, rece-
beram votos suficientes para se elegerem sozinhos. Os demais foram eleitos com os votos da
legenda ou de outros candidatos de seu partido e coligações.
Fomos às ruas em 2013, acabamos de viver de um processo eleitoral extremamente intenso e
doloroso, com um resultado que demostra claramente que é preciso mudar a forma de fazer
política no país. O que falta é que as pessoas entendam que nada vai mudar sem a participa-
ção delas e sem o envolvimento da sociedade. A sociedade precisa ser capaz de se organizar e
exercer influência sobre o sistema político para garantir que seus interesses sejam atendidos.
Participar somente a cada quatro anos não é suficiente, nunca foi.

Câmara dos Deputados derruba decreto sobre conselhos populares


Proposta precisa de aprovação no Senado para decreto perder validade.
Decreto presidencial prevê a consulta a fóruns por órgãos do governo.
Do G1, em Brasília

A Câmara dos Deputados derrubou nesta terça-feira (28) o decreto presidencialque estabelece
a consulta a conselhos populares por órgãos do governo antes de decisões sobre a implemen-
tação de políticas públicas. A rejeição à proposta ocorre dois dias após a reeleição da presiden-
te Dilma Rousseff e é a primeira derrota do Palácio do Planalto no Congresso após as eleições.
Por meio de votação simbólica, os parlamentares aprovaram um projeto de decreto legislativo
apresentado pelo DEM que susta a aplicação do texto editado por Dilma. A discussão da ma-
téria durou cerca de três horas, mas o texto ainda precisa de aprovação no Senado para que o
decreto presidencial perca a validade.
O decreto sofreu críticas desde que foi editado pelo Palácio do Planalto, em maio deste ano. A
proposta, que institui Política Nacional de Participação Social (PNPS), não cria novos conselhos,
mas determinava que os órgãos do governo levem em conta mecanismos para a consolidação
"da participação popular como método de governo".

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Segundo o decreto, os conselhos devem ser ouvidos “na formulação, na execução, no monito-
ramento e na avaliação de programas e políticas públicas e no aprimoramento da gestão públi-
ca”.
Oposicionistas acusavam o governo de tentar, com o decreto, aparelhar politicamente entida-
des da administração pública, além de diminuir o papel do Legislativo. Para pressionar a inclu-
são do tema na pauta, eles ameaçaram travar as votações na Casa até que a matéria fosse a
plenário.
Para o líder do DEM, Mendonça Filho (PE), o decreto presidencial é uma “forma autoritária de
passar por cima do Congresso”. “Ela [Dilma] propõe ampliar o diálogo com todos os setores,
mas impõe, via decreto presidencial, uma consulta aos conselhos. São esses órgãos que vão dar
a última palavra”, declarou o líder, fazendo referência ao discurso de Dilma após ser reeleita,
em que ela se disse "disposta ao diálogo".
Com a proposta em discussão no plenário, deputados do PT tentararam impedir que a votação
fosse adiante, adotando vários mecanismos para obstruir a pauta, como a inclusão de requeri-
mentos para serem votados e a uso da fala na tribuna para estender a sessão.
O líder do partido na Casa, Vicentinho (PT-SP), apresentou vários requerimentos, incluindo pe-
dido de retirada de pauta, adiamento da votação e votação do decreto artigo por artigo. Um a
um, porém, todos os requerimentos acabaram derrubados.
Na tentativa de atrasar a votação, parlamentares da base aliada se revezavam no microfone
para defender o decreto da Dilma. Entre os defensores da proposta estavam o deputado Afon-
so Florence (PT-BA), que argumentou que a medida servia “para fiscalizar o Executivo”.
Sibá Machado (PT-AC), que foi um dos que pediram a palavra várias vezes, alegou que o decre-
to, “em nenhum momento, fere prerrogativas deste Congresso”.
A todo momento, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), intervinha e
tentava apressar os discursos. “Não vou permitir esse tipo de manobra”, disse. Mais cedo, antes
da sessão, ao comentar a inclusão na pauta de um tema incômodo ao Planalto, Alves negou se
tratar de retaliação ao governo.
Nas eleições, Alves disputou o governo do Rio Grande do Norte, mas saiu derrotado. O ex-
-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a gravar propaganda eleitoral para o seu adversário.
“Tem três meses que está na pauta [esse projeto]”, justificou Alves em referência à aprovação,
em julho, do pedido de urgência para votar o decreto.

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3. TRANSFORMAÇÕES DAS ESTRUTURAS PRODUTIVAS E


INFLUÊNCIA DA ECONOMIA NA SOCIEDADE GLOBAL

3.1. A globalização e as novas tecnologias de telecomunicação e suas


consequências econômicas, políticas e sociais

Globalização é o conjunto de transformações na ordem política e econômica mundial que vem


acontecendo nas últimas décadas. O ponto central da mudança é a integração dos mercados
numa "aldeia-global", explorada pelas grandes corporações internacionais. Os Estados aban-
donam gradativamente as barreiras tarifárias para proteger sua produção da concorrência dos
produtos estrangeiros e abrem-se ao comércio e ao capital internacional. Esse processo tem
sido acompanhado de uma intensa revolução nas tecnologias de informação - telefones, com-
putadores e televisão.
As fontes de informação também se uniformizam devido ao alcance mundial e à crescente po-
pularização dos canais de televisão por assinatura e da Internet. Isso faz com que os desdobra-
mentos da globalização ultrapassem os limites da economia e comecem a provocar uma certa
homogeneização cultural entre os países.
CORPORAÇÕES TRANSNACIONAIS
A globalização é marcada pela expansão mundial das grandes corporações internacionais. A
cadeia de fastfood McDonald's, por exemplo, possui 18 mil restaurantes em 91 países. Essas
corporações exercem um papel decisivo na economia mundial. Segundo pesquisa do Núcleo de
Estudos Estratégicos da Universidade de São Paulo, em 1994 as maiores empresas do mundo
(Mitsubishi, Mitsui, Sumitomo, General Motors, Marubeni, Ford, Exxon, Nissho e Shell) obtêm
um faturamento de 1,4 trilhão de dólares. Esse valor eqüivale à soma dos PIBs do Brasil, Méxi-
co, Argentina, Chile, Colômbia, Peru, Uruguai, Venezuela e Nova Zelândia.
Outro ponto importante desse processo são as mudanças significativas no modo de produção
das mercadorias. Auxiliadas pelas facilidades na comunicação e nos transportes, as transnacio-
nais instalam suas fábricas sem qualquer lugar do mundo onde existam as melhores vantagens
fiscais, mão-de-obra e matérias-primas baratas. Essa tendência leva a uma transferência de
empregos dos países ricos - que possuem altos salários e inúmeros benefícios - para as nações
industriais emergentes, com os Tigres Asiáticos. O resultado desse processo é que, atualmente,
grande parte dos produtos não tem mais uma nacionalidade definida. Um automóvel de marca
norte-americana pode conter peças fabricadas no Japão, ter sido projetado na Alemanha, mon-
tado no Brasil e vendido no Canadá.
REVOLUÇÃO TECNOCIENTÍFICA
A rápida evolução e a popularização das tecnologias da informação (computadores, telefones
e televisão) têm sido fundamentais para agilizar o comércio e as transações financeiras entre
os países. Em 1960, um cabo de telefone intercontinental conseguia transmitir 138 conversas
ao mesmo tempo. Atualmente, com a invenção dos cabos de fibra óptica, esse número sobe
para l,5 milhão. Uma ligação telefônica internacional de 3 minutos, que custava cerca de 200

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em 1930, hoje em dia é feita por US$ 2. O número de usuários da Internet, rede mundial de
computadores, é de cerca de 50 milhões e tende a duplicar a cada ano, o que faz dela o meio de
comunicação que mais cresce no mundo. E o maior uso dos satélites de comunicação permite
que alguns canais de televisão - como as redes de notícias CNN, BBC e MTV - sejam transmi-
tidas instantaneamente para diversos países. Tudo isso permite uma integração mundial sem
precedentes.
DESEMPREGO ESTRUTURAL
A crescente concorrência internacional tem obrigado as empresas a cortar custos, com o objeti-
vo de obter preços menores e qualidade alta para os seus produtos. Nessa restruturação estão
sendo eliminados vários postos de trabalho, tendência que é chamada de desemprego estrutu-
ral. Uma das causas desse desemprego é a automação de vários setores, em substituição à mão
de obra humana. Caixas automáticos tomam o lugar dos caixas de bancos, fábricas robotizadas
dispensam operários, escritórios informatizados prescindem datilógrafos e contadores. Nos pa-
íses ricos, o desemprego também é causado pelo deslocamento de fábricas para os países com
custos de produção mais baixos.
NOVOS EMPREGOS
O fim de milhares de empregos, no entanto, é acompanhado pela criação de outros pontos de
trabalho. Novas oportunidades surgem, por exemplo, na área de informática, com o surgimen-
to de um novo tipo de empresa, as de "inteligência intensiva", que se diferenciam das indús-
trias de capital ou mão-de-obra intensivas. A IBM, por exemplo, empregava 400 mil pessoas em
1990 mas, desse total, somente 20 mil produziam máquinas. O restante estava envolvido em
áreas de desenvolvimento de outros computadores - tanto em hardware como em software
- gerenciamento e marketing. Mas a previsão é de que esse novo mercado de trabalho dificil-
mente absorverá os excluídos, uma vez que os empregos emergentes exigem um alto grau de
qualificação profissional. Dessa forma, o desemprego tende a se concentrar nas camadas me-
nos favorecidas, com baixa instrução escolar e pouca qualificação.
A rapidez das transformações trazidas pela globalização e o desenvolvimento de novas tecnolo-
gias, afetam diretamente as relações não apenas econômicas, mas principalmente as relações
sociais, em especial no campo do trabalho e do emprego dito “formal”. Os resultados destas
transformações são ainda mais profundos e têm caráter mais devastador para os trabalhado-
res com menor grau de escolaridade e instrução ou que estão à margem do mercado formal
de trabalho. Estes trabalhadores são também excluídos por não terem o preparo necessário
para atender às sempre mutáveis demandas do demiurgo mercado de trabalho, cada vez mais
exigente e restrito. De acordo com Martini (1999, p.55), “não se pode admitir como absoluto o
princípio de que o trabalho enobrece o homem. Na verdade o que enobrece o homem são os
seus conhecimentos, seja qual for sua atividade laboral”.
Muito se fala hoje nas melhorias nos processos de produção e gerenciamento, em avanços
como os da nanotecnologia e da biotecnologia. Avanços que visam sempre maior produtivida-
de para o modo de produção capitalista, e que estão assentados em uma extensa campanha de
construção de um senso comum, cujo fim é convencer que estes fatos se traduzirão em desen-
volvimento para toda a humanidade (ou pelo menos para aqueles que poderão pagar por isso).
Resultado disto é uma verdadeira mitificação da necessidade e inexorabilidade das seqüelas
nefastas deste processo, tal qual um dogma. Contrariá-lo chega a ser considerado quixotesco.
Não obstante, pensadores como Polanyi (2000, p.55), defendem que “o ritmo das mudanças
muitas vezes não é menos importante do que a direção da própria mudança, mas enquanto

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esta última frequentemente não depende da nossa vontade, é justamente o ritmo no qual per-
mitimos que a mudança ocorra que pode depender de nós”.
Assim, se continuarmos a acreditar que o progresso econômico não pode e não deve ser ques-
tionado ou alterado, conforme o contexto, então não existe espaço algum para que a realidade
deste trabalhador, que sofre na pele, na sua vida, possa enfim ser melhorada.
Polanyi (opcit, p56) refere-se aos efeitos do ritmo das transformações que a revolução indus-
trial inglesa, principalmente no setor lanígero, causou no universo de vida do trabalhador: “...
justamente desse ritmo dependia, principalmente, saber se os despojados poderiam ajustar-se
às condições modificadas sem danificar fatalmente a sua substância humana e econômica, fí-
sica e moral; se eles encontrariam novos empregos nas áreas de oportunidades indiretamente
ligadas à mudança, e se os efeitos do incremento de importações, induzido pelo aumento das
exportações, permitiria àqueles que perderam seus empregos com a mudança, encontrar no-
vas fontes de subsistência”.
Hoje é possível constatar que algumas coisas, principalmente no universo da vida do trabalha-
dor comum, não mudaram tanto assim.
A globalização, as novas tecnologias e a velocidade das transformações no mercado de tra-
balho fazem com que o indivíduo tenha que aprender (ou pelo menos tentar) a lidar com si-
tuações totalmente novas e que são de fundamental importância para a realização dos seus
sonhos para o futuro como ser humano e como trabalhador que constrói a si mesmo e toda
sua realidade. Há ainda a premência da rápida adaptação às novas exigências do trabalho, para
o qual algumas vezes sequer tem tempo para se preparar. Isto acaba causando no trabalhador
um sofrimento e uma sensação de angústia diante de um futuro que se vislumbra aterrador,
traduzido por Martins (1999 p. 53/54): “...o indivíduo enfrenta fatos totalmente novos, como
a desqualificação de referenciais, a morte das utopias, dos sonhos, as novas exigências sociais
como a meritocracia, a exigência de competência no trabalho, dos quais não tem a menor
idéia do que sejam, mas sofre suas conseqüências, a maior delas o desemprego , e via de con-
seqüência, a fome, a miséria, a violência (...) pela ausência ou mudança de valores.”
Comunicação
A internet está entre os meios de comunicação mais utilizados no mundo.
A globalização das comunicações tem sua face mais visível na internet, a rede mundial de com-
putadores, possível graças a acordos e protocolos entre diferentes entidades privadas da área
de telecomunicações e governos no mundo. Isto permitiu um grande fluxo de troca de ideias e
informações sem critérios na história da humanidade. Se antes uma pessoa estava limitada a
imprensa local, agora ela mesma pode se tornar parte da imprensa e observar as tendências do
mundo inteiro, tendo apenas como fator de limitação a barreira linguística.
Outra característica da globalização das comunicações é o aumento da universalização do aces-
so a meios de comunicação, graças ao barateamento dos aparelhos, principalmente celulares
e os de infraestrutura para as operadoras, com aumento da cobertura e incremento geral da
qualidade graças a inovação tecnológica. Hoje uma inovação criada no Japão pode aparecer
no mercado português ou brasileiro em poucos dias e virar sucesso de mercado. Um exemplo
da universalização do acesso a informação pode ser o próprio Brasil, hoje com 42 milhões de
telefones instalados,13 e um aumento ainda maior de número de telefone celular em relação a
década de 1980, ultrapassando a barreira de 100 milhões de aparelhos em 2002.

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Redes de televisão e imprensa multimédia em geral também sofreram um grande impacto da
globalização. Um país com imprensa livre hoje em dia pode ter acesso, algumas vezes por tele-
visão por assinatura ou satélite, a emissoras do mundo inteiro, desde NHK do Japão até Carto-
on Network americana.
Pode-se dizer que este incremento no acesso à comunicação em massa acionado pela globali-
zação tem impactado até mesmo nas estruturas de poder estabelecidas, com forte conotação a
democracia, ajudando pessoas antes alienadas a um pequeno grupo de radiodifusão de infor-
mação a terem acesso a informação de todo o mundo, mostrando a elas como o mundo é e se
comporta14
Mas infelizmente este mesmo livre fluxo de informações é tido como uma ameaça para deter-
minados governos ou entidades religiosas com poderes na sociedade, que tem gasto enorme
quantidade de recursos para limitar o tipo de informação que seus cidadãos tem acesso.
Na China, onde a internet tem registrado um expressivo crescimento, já contando com 136
milhões de usuários15 graças à evolução, iniciada em 1978, de uma economia centralmente
planejada para uma nova economia socialista de mercado,16 é outro exemplo de nação notória
por tentar limitar a visualização de certos conteúdos considerados "sensíveis" pelo governo,
como do Protesto na Praça Tiananmem em 1989, além disso em torno de 923 sites de noticias
ao redor do mundo estão bloqueados, incluindo CNN e BBC, sites de governos como Taiwan
também são proibidos o acesso e sites de defesa da independência do Tibete. O número de
pessoas presas na China por "ação subversiva" por ter publicado conteúdos críticos ao governo
é estimado em mais de 40 ao ano. A própria Wikipédia já sofreu diversos bloqueios por parte
do governo chinês.17
No Irã, Arábia Saudita e outros países islâmicos com grande influência da religião nas esferas
governamentais, a internet sofre uma enorme pressão do estado, que tenta implementar di-
versas vezes barreiras e dificuldades para o acesso a rede mundial, como bloqueio de sites de
redes de relacionamentos sociais como Orkut e MySpace, bloqueio de sites de noticias como
CNN e BBC. Acesso a conteúdo erótico também é proibido.
Qualidade de vida
Londres, a cidade mais globalizada do planeta.
O acesso instantâneo de tecnologias, principalmente novos medicamentos, novos equipamen-
tos cirúrgicos e técnicas, aumento na produção de alimentos e barateamento no custo dos
mesmos, tem causado nas últimas décadas um aumento generalizado da longevidade dos pa-
íses emergentes e desenvolvidos. De 1981 a 2001, o número de pessoas vivendo com menos
de US$1 por dia caiu de 1,5 bilhão de pessoas para 1,1 bilhão, sendo a maior queda da pobreza
registrada exatamente nos países mais liberais e abertos a globalização.18
Na China, após a flexibilização de sua economia comunista centralmente planejada para uma
nova economia socialista de mercado,16 e uma relativa abertura de alguns de seus mercados, a
porcentagem de pessoas vivendo com menos de US$2 caiu 50,1%, contra um aumento de 2,2%
na África sub-saariana. Na América Latina, houve redução de 22% das pessoas vivendo em po-
breza extrema de 1981 até 2002.19
Embora alguns estudos sugiram que atualmente a distribuição de renda ou está estável ou está
melhorando, sendo que as nações com maior melhora são as que possuem alta liberdade eco-
nômica pelo Índice de Liberdade Econômica,20 outros estudos mais recentes da ONU indicam

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que "a 'globalização' e 'liberalização', como motores do crescimento econômico e o desenvolvi-


mento dos países, não reduziram as desigualdades e a pobreza nas últimas décadas".21
Para o prêmio nobel em economia Stiglitz, a globalização, que poderia ser uma força propulso-
ra de desenvolvimento e da redução das desigualdades internacionais, está sendo corrompida
por um comportamento hipócrita que não contribui para a construção de uma ordem econô-
mica mais justa e para um mundo com menos conflitos. Esta é, em síntese, a tese defendida em
seu livro A globalização e seus malefícios: a promessa não-cumprida de benefícios globais.22
Críticos argumentam que a globalização fracassou em alguns países, exatamente por motivos
opostos aos defendidos por Stiglitz: Porque foi refreada por uma influência indesejada dos go-
vernos nas taxas de juros e na reforma tributária [1].
Efeitos na indústria e serviços
Os efeitos no mercado de trabalho da globalização são evidentes, com a criação da modalida-
de de outsourcing de empregos para países com mão-de-obra mais baratas para execução de
serviços que não é necessário alta qualificação, com a produção distribuída entre vários países,
seja para criação de um único produto, onde cada empresa cria uma parte, seja para criação do
mesmo produto em vários países para redução de custos e ganhar vantagens competitivas no
acesso de mercados regionais.
Grandes aviões são usados para rápido transporte internacional de cargas e passageiros pelo
mundo.
O ponto mais evidente é o que o colunista David Brooks definiu como "Era Cognitiva", onde a
capacidade de uma pessoa em processar informações ficou mais importante que sua capaci-
dade de trabalhar como operário em uma empresa graças a automação, também conhecida
como Era da Informação, uma transição da exausta era industrial para a era pós-industrial.23
Nicholas A. Ashford, acadêmico do MIT, conclui que a globalização aumenta o ritmo das mu-
danças disruptivas nos meios de produção, tendendo a um aumento de tecnologias limpas e
sustentáveis, apesar que isto irá requerer uma mudança de atitude por parte dos governos se
este quiser continuar relevante mundialmente, com aumento da qualidade da educação, agir
como evangelista do uso de novas tecnologias e investir em pesquisa e desenvolvimento de
ciências revolucionárias ou novas como nanotecnologia ou fusão nuclear. O acadêmico, nota
porém, que a globalização por si só não traz estes benefícios sem um governo pró-ativo nestas
questões, exemplificando-o cada vez mais globalizado mercados EUA, com aumento das dispa-
ridades de salários cada vez maior, e os Países Baixos, integrante da UE, que se foca no comér-
cio dentro da própria UE em vez de mundialmente, e as disparidades estão em redução.24

Efeitos culturais da globalização


“Nós vivemos na era da globalização, tudo converge, os limites vão desaparecendo”. Quem não
ouviu, no mínimo, uma destas expressões nos últimos anos? A globalização é um chavão de
nosso tempo, uma discussão que está na moda, onde opiniões fatalistas conflitam com afir-
mações críticas, e o temor de uma homogeneização está no centro do debate. Suposições de
uma sociedade mundial, de uma paz mundial ou, simplesmente, de uma economia mundial,
surgem seguidamente, cujas conseqüências levariam a processos de unificação e adaptação,
aos mesmos modelos de consumo e a uma massificação cultural. Mas há que se perguntar:

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trata-se apenas de conceitos em disputa ou há algo que aponte, de fato, nesta direção? Quais
são, afinal, os efeitos culturais da globalização?
O processo de constituição de uma economia de caráter mundial não é nada novo. Já no perío-
do colonial houve tentativas de integrar espaços intercontinentais num único império, quando
a idéia de “dominar o mundo” ficou cada vez mais próxima. Por outro lado, a integração das
diferentes culturas e povos como “um mundo” já foi desejada há muito tempo e continua como
meta para muitas gerações. Sob esta ótica, o conceito de globalização poderia ter um duplo
sentido, se ele não fossetão marcado pelo desenvolvimento neoliberal da política internacio-
nal.
Conforme o sociólogo alemão Ulrich Beck, com o termo globalização são identificados proces-
sos que têm por conseqüência a subjugação e a ligação transversal dos estados nacionais e sua
soberania através de atores transnacionais, suas oportunidades de mercado, orientações, iden-
tidades e redes. Por isso, ouvimos falar de defensores da globalização e de críticos à globaliza-
ção, num conflito pelo qual diferentes organizações se tornam cada vez mais conhecidas. Neste
sentido, não se trata de um conflito stricto sensu sobre a globalização, mas sobre a prepotência
e a mundialização do capital. Esse processo, da forma como ele atualmente vem acontecendo,
não deveria sequer ser chamado de globalização, já que atinge o globo de forma diferenciada
e exclui a sua maior parte – se observamos a circulação mundial de capital, podemos constatar
que a maioria da população mundial (na Ásia, na África e na América Latina) permanece exclu-
ída.
Essa forma de globalização significa a predominância da economia de mercado e do livre mer-
cado, uma situação em que o máximo possível é mercantilizado e privatizado, com o agravante
do desmonte social. Concretamente, isso leva ao domínio mundial do sistema financeiro, à re-
dução do espaço de ação para os governos – os países são obrigados a aderir ao neoliberalismo
– ao aprofundamento da divisão internacional do trabalho e da concorrência e, não por último,
à crise de endividamento dos estados nacionais. Condições para que essa globalização pudesse
se desenvolverforam a interconexão mundial dos meios de comunicação e a equiparação da
oferta de mercadorias, das moedas nacionais e das línguas, o que se deu de forma progressi-
va nas últimas décadas. A concentração do capital e o crescente abismo entre ricos e pobres
(48 empresários possuem a mesma renda de 600 milhões de outras pessoas em conjunto) e o
crescimento do desemprego (1,2 bilhões de pessoas no mundo) e da pobreza (800 milhões de
pessoas passam fome) são os principais problemas sociais da globalização neoliberal e que vêm
ganhando cada vez mais significado.
É evidente que essa situação tem efeitos sobre a cultura da humanidade, especialmente nos
países pobres, onde os contrastes sociais são ainda mais perceptíveis. Em primeiro lugar, pode-
mos falar de uma espécie de conformidade e adaptação. Em função da exigência de competi-
tividade, cada um se vê como adversário dos outros e pretende lutar pela manutenção de seu
lugar de trabalho. Os excluídos são taxados de incompetentes e os pobres tendem a ser respon-
sabilizados pela sua própria pobreza. Paralelamente a isso, surge nos países industrializados
uma nova forma de extremismo de direita, de forma que a xenofobia e a violência aparecem
entrelaçada com a luta por espaços de trabalho. É claro que a violência surge também como
reação dos excluídos, e a lógica do sistema, baseada na competição, desenvolve uma crescente
“cultura da violência” na sociedade. Também não podemos esquecer que o próprio crime orga-
nizado oferece oportunidades de trabalho e segurança aos excluídos.

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Embora tenham sido desenvolvidos e disponibilizados mais meios de comunicação, presencia-


mos um crescente isolamento dos indivíduos, de forma que as alternativas de socialização têm
sido, paradoxalmente, reduzidas. A exclusão de muitos grupos na sociedade e a separação en-
tre camadas sociais têm contribuído para que a tão propalada integração entre diferentes po-
vos não se efetive; pelo contrário, isso têm levado a um processo de atomização da sociedade.
O valor está no fragmento, de modo que o engajamento político da maioria ocorre de forma
isolada como, por exemplo, o feminismo, o movimento ambientalista, movimentos contra a
discriminação ética e sexual, etc. Tudo isso sem que se perceba um fio condutor que possa uni-
ficar as lutas isoladas num projeto coletivo de sociedade. Nessa perspectiva fala-se de um “fim
das utopias”, que se combina com uma nova forma de relativismo: “a verdade em si não existe;
a maioria a define”.
No que se refere à educação, cresce a sobrevalorização do pragmatismo, da eficiência me-
ramente técnica e do conformismo. O mais importante é a formação profissional, concebida
como único meio de acesso ao mercado de trabalho. A idéia é a de que, com uma melhor
qualificação técnica, se tenha maiores possibilidades de conseguir um emprego num mercado
de trabalho em declínio. Em conseqüência a isso, a reflexão sobre os problemas da sociedade
assume cada vez menos importância; e valores como engajamento, mobilização social, solida-
riedade e comunidade perdem seus significados. Importante é o luxo, o lucro, o egocentrismo,
a “liberdade do indivíduo” e um lugar no “bem-estar dos poucos”. Esses valores são difundidos
pelos grandes meios de comunicação e os jovens são, nisto, os mais atingidos. A diminuição do
sujeito/indivíduo surge como decorrência, pois o ser humano é cada vez mais encarado como
coisa e estimulado a satisfazer prazeres supérfluos. Os excluídos são descartados sem perspec-
tiva e encontram cada vez menos espaço na sociedade que, afinal de contas, está voltada aos
consumidores, enquanto o acesso público é continuamente reduzido.
Por outro lado, há reações que se desenvolvem internacionalmente contra essa tendência. A
ampliação das possibilidades de comunicação tem contribuído para que protestos isolados pu-
dessem se encontrar e constituir redes. O lema: “pensar globalmente e agir localmente” pôde
ser superado, de forma que uma ação global se tornou possível, o que alterou a visão de mun-
do e os limites de tempo e espaço. Para além dasdiferenças étnicas, religiosas e lingüísticas dos
povos, podemos falar de uma nova divisão do mundo: de um lado, uma minoria que é bene-
ficiada pela globalização neoliberal e, de outro, a maioria que é prejudicada com a ampliação
do livre mercado. Esse conflito está no centro do debate atual da humanidade, cujos efeitos
caracterizam o espírito do nosso tempo e influenciarão a cultura da humanidade futura. Se a
imagem das futuras gerações será fragmentada ou mais homogeneizada ainda não se sabe,
mas a possibilidade de uma crescente desumanização é muito grande.

3.2. Poder econômico e responsabilidade social

3.2.1 Norma Brasileira de Diretrizes sobre Responsabilidade Social - ABNT


NBR ISO 26000: 2010
No dia 1º de novembro de 2010, foi publicada a Norma Internacional ISO 26000 – Diretrizes
sobre Responsabilidade Social, cujo lançamento foi em Genebra, Suíça. No Brasil, no dia 8 de
dezembro de 2010, a versão em português da norma, a ABNT NBR ISO 26000, foi lançada em
evento na Fiesp, em São Paulo.

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Segundo a ISO 26000, a responsabilidade social se expressa pelo desejo e pelo propósito das
organizações em incorporarem considerações socioambientais em seus processos decisórios e
a responsabilizar-se pelos impactos de suas decisões e atividades na sociedade e no meio am-
biente. Isso implica um comportamento ético e transparente que contribua para o desenvolvi-
mento sustentável, que esteja em conformidade com as leis aplicáveis e seja consistente com
as normas internacionais de comportamento. Também implica que a responsabilidade social
esteja integrada em toda a organização, seja praticada em suas relações e leve em conta os in-
teresses das partes interessadas.
A norma fornece orientações para todos os tipos de organização, independente de seu porte
ou localização, sobre:
•• conceitos, termos e definições referentes à responsabilidade social;
•• histórico, tendências e características da responsabilidade social;
•• princípios e práticas relativas à responsabilidade social;
•• os temas centrais e as questões referentes à responsabilidade social;
•• integração, implementação e promoção de comportamento socialmente responsável em
toda a organização e por meio de suas políticas e práticas dentro de sua esfera de influên-
cia;
•• identificação e engajamento de partes interessadas;
•• comunicação de compromissos, desempenho e outras informações referentes a responsa-
bilidade social.
A ISO 26000:2010 é uma norma de diretrizes e de uso voluntário; não visa nem é apropriada a
fins de certificação. Qualquer oferta de certificação ou alegação de ser certificado pela ABNT
NBR ISO 26000 constitui em declaração falsa e incompatível com o propósito da norma.

O que é ISO?
É a Organização Internacional de Normalização, com sede em Genebra, na Suíça. Foi criada em
1946 e tem como associados organismos de normalização de cerca de 160 países.
A ISO tem como objetivo criar normas que facilitem o comércio e promovam boas práticas de
gestão e o avanço tecnológico, além de disseminar conhecimentos.
Suas normas mais conhecidas são a ISO 9000, para gestão da qualidade, e a ISO 14000, para
gestão do meio ambiente.
Após cinco anos de intenso trabalho, que envolveu cerca de 450 especialistas de 99 países, a
Norma Internacional de Responsabilidade Social, ISO 26000 foi publicada no dia 1º de novem-
bro de 2010.
Em 2001, a ISO, Organização Internacional de Normalização, convidou o seu Comitê de Política
do Consumidor – COPOLCO, a analisar a viabilidade e o interesse de uma norma internacional
no tema. O COPOLCO foi absolutamente favorável à elaboração de uma norma internacional
sobre o assunto, a fim de atender a uma demanda clara e urgente das organizações, dos con-
sumidores e da sociedade como um todo. O COPOLCO recomendou que se estabelecesse um
grupo para o aprofundamento no assunto e o estudo do estado da arte da Responsabilidade
Social no mundo. Em 2002, a ISO constituiu um grupo estratégico para essa finalidade que, em

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2004, por meio de um relatório técnico, recomendou que a ISO desenvolvesse uma norma in-
ternacional.
Em junho de 2004, a ISO realizou em Estocolmo, na Suécia, uma conferência na qual se decidiu
pela elaboração da norma. Em decisão histórica, o Brasil e a Suécia, por meio de seus organis-
mos de Normalização, Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e Instituto Sueco de
Normalização (SIS), foram eleitos para presidir o grupo de trabalho encarregado de elaborar a
Norma Internacional de Responsabilidade Social.
A ISO 26000 continua a inovar e, nesse sentido, foi criado um grupo de acompanhamento de
implementação da norma. A proposta de criação deste grupo surgiu na última reunião do Gru-
po de Trabalho de Responsabilidade Social da ISO (ISO/TMB WG-SR, em Copenhague. Na oca-
sião, foram eleitos representantes das seis categorias de stakeholdersparticipantes, um repre-
sentante de país desenvolvido e um de país em desenvolvimento e seus respectivos suplentes.
O Inmetro participa desse grupo como suplente da categoria governo, representando os paí-
ses em desenvolvimento. A ISO acatou a proposta de funcionamento desse grupo e conferiu à
ABNT e ao Instituto Sueco de Normalização a liderança do mesmo, como reconhecimento da
bem sucedida atuação na construção da norma. O grupo deve, entre outras tarefas, acompa-
nhar casos de implementação, buscar as melhores práticas e identificar oportunidades e neces-
sidades de melhorias da norma.
O desenvolvimento desta norma foi inovador, um processo multi-stakeholder. Apesar do longo
período de elaboração, 5 anos, o interesse na participação foi permanente e crescente. O Gru-
po de Trabalho de Responsabilidade Social da ISO (ISO/TMB WG-SR) chegou ao seu final com a
participação de cerca de 450 especialistas de 99 países do mundo inteiro, além de mais de 200
observadores e de 42 organizações D-liaisons, que são organizações regionais ou internacio-
nais com relevância para o tema, como por exemplo, Organização Internacional do Trabalho,
Organização Mundial da Saúde, Consumers International, UN-Global Compact (Pacto Global da
ONU). Do Brasil, o Instituto Ethos de Responsabilidade Social participou como organização D-
-liaison pela Rede Interamericana de Responsabilidade Social.
Os especialistas e observadores participaram do processo de construção da ISO 26000 de duas
formas: por meio de delegações nacionais ou das chamadas organizações D-liaison. As delega-
ções nacionais foram compostas pelas seguintes categorias ou partes interessadas (stakehol-
ders) da sociedade:
•• Trabalhadores;
•• Consumidores;
•• Indústria;
•• Governo;
•• Organizações não-governamentais;
•• Serviço, suporte e outros.
O ISO/TMB WG realizou 8 reuniões que definiram as principais resoluções a respeito da ISO
26000.
No Brasil a delegação brasileira, ao longo desses 5 anos de trabalho, passou por algumas altera-
ções, mas sua configuração final teve a seguinte representação:
•• IDEC (especialista) - Consumidor

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•• Inmetro (especialista) e Conselho Superior da Justiça do Trabalho - CSJT (observador) - Go-
verno
•• Petrobras (especialista) e Furnas (observador) - Indústria
•• GAO Grupo de Articulação de ONG's (especialista) e Sistema de Apoio Institucional - SIAI
(observador) - ONG’s
•• Fundação Vanzolini (especialista e UFF - Consultoria e Academia - Serviço, Suporte e Ou-
tros).
•• Dieese (especialista) e Observatório Social (observador) - Trabalhadores
O Instituto Ethos participou como organização - D’liaison. A ABNT, além da liderança do Grupo
de Trabalho da ISO em parceria com o organismo sueco de normalização, atuou como organis-
mo normalizador.
Os trabalhos desenvolvidos no Brasil ocorreram no fórum da Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT), entidade reconhecida como o fórum de normalização do Brasil. Para isso, foi
criada a Comissão Especial de Estudos de Responsabilidade Social - CEE/RS.
Foi no âmbito dessa Comissão que ocorreram as reuniões que trataram tanto das normativas
nacionais quanto do desenvolvimento da ISO 26000, atuando como Comitê Espelho da ISO
26000.
As reuniões da CEE/RS continuam a ocorrer, porém sob nova perspectiva, e são abertas a todos
os interessados no movimento da Responsabilidade Social.

Conheça alguns pontos da norma


•• Características
•• Estrutura
•• Algumas definições
•• Princípios
•• Temas centrais

Características
É uma norma de diretrizes, sem o propósito de certificação.
Título: ISO 26000 – Diretrizes em Responsabilidade Social
É Aplicável a todos os tipos e portes de organizações (pequenas, médias e grandes) e de todos
os setores (governo, ONG’s e empresas privadas)

Estrutura e visão geral da norma


•• Escopo – define a abrangência da norma e os limites de sua aplicabilidade;
•• Termos e definições – identifica e fornece a definição de termos chave de importância fun-
damental para compreensão da responsabilidade social e o uso da norma;

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•• Compreensão da Responsabilidade Social – descreve os contextos históricos e contempo-


râneos relacionados ao tema e os fatores e condições importantes que afetam sua natureza
e prática. Inclui orientações específicas para pequenas e médias empresas;
•• Princípios de RS relevantes a todas as organizações – identifica e explica o conjunto de
princípios da RS;
•• Reconhecimento da Responsabilidade social e engajamento das partes interessadas –
fornece orientações sobre a relação entre uma organização, suas partes interessadas e a
sociedade, sobre o reconhecimento dos temas e questões centrais de responsabilidade so-
cial e sobre a esfera de influência da organização;
•• Orientações sobre temas centrais da responsabilidade social – explica os temas centrais e
as questões e expectativas a eles relacionadas; Orientações sobre a integração da respon-
sabilidade social em toda a organização – fornece orientações de como colocar a responsa-
bilidade social em prática em uma organização;
•• Anexo A – apresenta um cardápio de algumas iniciativas e ferramentas voluntárias relacio-
nadas à RS, de caráter regional ou internacional, identificadas à época;
•• Anexo B – contém abreviaturas usadas na norma;
•• Bibliografia – inclui referências a instrumentos internacionais de reconhecida autoridade e
Normas ISO mencionadas como fonte no corpo da norma.

A norma contém 27 definições, veja abaixo algumas:

Responsabilidade Social
A norma define que responsabilidade social é a responsabilidade de uma organização pelos
impactos de suas decisões e atividades na sociedade e no meio ambiente, por meio de um
comportamento ético e transparente que:
•• Contribua para o desenvolvimento sustentável, inclusive a saúde e o bem estar da socieda-
de;
•• Leve em consideração as expectativas das partes interessadas:
•• Esteja em conformidade com a legislação aplicável;
•• Seja consistente com as normas internacionais de comportamento e
•• Esteja integrada em toda a organização e seja praticada em suas relações.
NOTA 1: Atividades incluem produtos, serviços e processos.
NOTA 2: Relações referem-se às atividades da organização dentro de sua esfera de influência.
Accountability: condição de responsabilizar-se por decisões e atividades e prestar contas des-
tas decisões e atividades aos órgãos de governança de uma organização, a autoridades legais e,
de modo mais amplo, às partes interessadas da organização.
Cadeia de suprimentos: sequência de atividades ou partes que fornecem produtos ou serviços
para a organização.
Cadeia de valor: sequência completa de atividades ou partes que fornecem ou recebem valor
na forma de produtos ou serviços.

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NOTA 1: Partes que fornecem valor incluem fornecedores, trabalhadores terceirizados, empre-
sas contratadas e outros.
NOTA 2: Partes que recebem valor incluem clientes, consumidores, conselheiros e outros usu-
ários.
Due dilligence: processo abrangente e pró-ativo de identificar os impactos sociais, ambientais e
econômicos negativos reais e potenciais das decisões e atividades de uma organização ao lon-
go de todo o ciclo de vida de um projeto ou atividade organizacional, visando evitar ou mitigar
estes impactos.
Diálogo social: negociação, consulta ou, simplesmente, troca de informações entre represen-
tantes de governos, empregadores e trabalhadores sobre assuntos de interesse comum rela-
cionados a políticas econômicas e sociais.
Desenvolvimento sustentável: desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem
comprometer a capacidade das futuras gerações de suprir suas próprias necessidades.
NOTA: Desenvolvimento sustentável refere-se à integração de objetivos de alta qualidade de
vida, saúde e prosperidade com justiça social e manutenção da capacidade da Terra de supor-
tar a vida em toda a sua diversidade. Esses objetivos sociais, econômicos e ambientais são in-
terdependentes e reforçam-se mutuamente. Desenvolvimento sustentável pode ser tratado
como uma forma de expressar as expectativas mais amplas da sociedade como um todo.
Engajamento de partes interessadas: atividade realizada para criar oportunidades de diálogo
entre uma organização e uma ou mais de suas partes interessadas visando fornecer uma base
sólida para as decisões da organização.
Equidade de gênero: tratamento equitativo para mulheres e homens
NOTA: Inclui igualdade de tratamento ou, em alguns casos, tratamento diferente, mas conside-
rado equivalente em termos de direitos, benefícios, obrigações e oportunidades.
Esfera de influência: Amplitude/extensão de relações políticas, contratuais, econômicas ou ou-
tras relações por meio das quais uma organização tem a capacidade de afetar as decisões ou
atividades de indivíduos ou organizações.
Nota 1: A capacidade de influenciar não implica, em si, responsabilidade de exercer influência.
Grupo vulnerável: grupo de indivíduos que compartilham uma ou várias características que são
a base para discriminação ou circunstâncias adversas sociais, econômicas, culturais, políticas
ou de saúde e que os priva de meios para gozar seus direitos ou igualdade de oportunidades.
Parte interessada: stakeholder: Indivíduo ou grupo que tem um interesse em quaisquer deci-
sões ou atividade de uma organização.
Transparência: franqueza sobre decisões e atividades que afetam a sociedade, a economia e o
meio ambiente, e o desejo de comunicá-las de forma clara, precisa, oportuna, honesta e com-
pleta.

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Princípios – São 7 os princípios da Responsabilidade Social. Abaixo uma síntese deles:


Accountability: Ato de responsabilizar-se pelas conseqüências de suas ações e decisões, res-
pondendo pelos seus impactos na sociedade, na economia e no meio ambiente, prestando
contas aos órgãos de governança e demais partes interessadas declarando os seus erros e as
medidas cabíveis para remediá-los.
Obs.: Optou-se por não traduzir este termo, porém uma aproximação razoável seria responsa-
bilização.
Transparência: Fornecer às partes interessadas de forma acessível, clara, compreensível e em
prazos adequados todas as informações sobre os fatos que possam afetá-las.
Comportamento ético: Agir de modo aceito como correto pela sociedade - com base nos va-
lores da honestidade, equidade e integridade, perante as pessoas e a natureza - e de forma
consistente com as normas internacionais de comportamento.
Respeito pelos interesses das partes interessadas (Stakeholders): Ouvir, considerar e respon-
der aos interesses das pessoas ou grupos que tenham um interesses nas atividades da organi-
zação ou por ela possam ser afetados.
Respeito pelo Estado de Direito: O ponto de partida mínimo da responsabilidade social é cum-
prir integralmente as leis do local onde está operando.
Respeito pelas Normas Internacionais de Comportamento: Adotar prescrições de tratados e
acordos internacionais favoráveis à responsabilidade social, mesmo que não que não haja obri-
gação legal.
Direito aos humanos: Reconhecer a importância e a universalidade dos direitos humanos, cui-
dando para que as atividades da organização não os agridam direta ou indiretamente, zelando
pelo ambiente econômico, social e natural que requerem.

Temas centrais
As organizações devem tratar de todos os 7 temas centrais, porém, não necessariamente de to-
das as questões a eles relacionadas. Cada organização deverá analisar, junto com seus stakehol-
ders, a relevância das questões e sub-temas para sua organização e priorizar as suas ações.
Governança organizacional: Trata de processos e estruturas de tomada de decisão, delegação
de poder e controle. O tema é, ao mesmo tempo, algo sobre o qual a organização deve agir e
uma forma de incorporar os princípios e práticas da responsabilidade social à sua forma de
atuação cotidiana.
Direitos humanos: Inclui due dilligence, situações de risco para os DH; como evitar cumplicida-
de; resolução de queixas; discriminação e grupos vulneráveis; direito civis e políticos, direitos
econômicos, sociais e culturais; princípios e direitos fundamentais do trabalho.
Práticas trabalhistas: Refere-se tanto a emprego direto quanto ao terceirizado e ao trabalho
autônomo. Inclui emprego e relações do trabalho; condições de trabalho e proteção social; di-
álogo social; saúde e segurança no trabalho; desenvolvimento humano e treinamento no local
de trabalho.

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Meio ambiente: Inclui prevenção da poluição; uso sustentável de recursos; mitigação e adapta-
ção às mudanças climáticas; proteção do meio ambiente e da biodiversidade e restauração de
habitats naturais.
Práticas leais de operação: Compreende práticas anticorrupção; envolvimento político respon-
sável; concorrência leal; promoção da responsabilidade social na cadeia de valor e respeito aos
direitos de propriedade.
Questões dos consumidores: Inclui marketing leal, informações factuais e não tendenciosas e
práticas contratuais justas; Proteção à saúde e a segurança do consumidor; consumo sustentá-
vel; atendimento e suporte ao consumidor e solução de reclamações e controvérsias; proteção
e privacidade dos dados do consumidor; acesso a serviços essenciais e educação e conscienti-
zação.
Envolvimento e desenvolvimento da comunidade: Refere-se ao envolvimento da comunidade;
educação e cultura; geração de emprego e capacitação; desenvolvimento tecnológico e acesso
a tecnologias; geração de riqueza e renda; saúde e investimento social.
A ISO 26000 continua a inovar e, nesse sentido, foi criado um grupo de acompanhamento de
implementação da norma. A proposta de criação deste grupo surgiu na última reunião do Gru-
po de Trabalho de Responsabilidade Social da ISO (ISO/TMB WG-SR, em Copenhague. Na oca-
sião, foram eleitos representantes das seis categorias de stakeholdersparticipantes, um repre-
sentante de país desenvolvido e um de país em desenvolvimento e seus respectivos suplentes.
O Inmetro participa desse grupo como suplente da categoria governo, representando os paí-
ses em desenvolvimento. A ISO acatou a proposta de funcionamento desse grupo e conferiu à
ABNT e ao Instituto Sueco de Normalização a liderança do mesmo, como reconhecimento da
bem sucedida atuação na construção da norma. O grupo deve, entre outras tarefas, acompa-
nhar casos de implementação, buscar as melhores práticas e identificar oportunidades e neces-
sidades de melhorias da norma.

3.3 Educação e trabalho

Jovens brasileiros trabalham mais do que estudam, de acordo com relató-


rio da OCDE
O relatório é a principal fonte de informações comparáveis sobre a educação no mundo e ofe-
rece elementos sobre a estrutura, o financiamento e o desempenho de sistemas de 46 países
De acordo com o relatório Education at a Glance 2015 (EAD), apresentado nesta terça-feira, o
Brasil tem o maior índice de jovens que não estão estudando, na comparação com países par-
ticipantes e parceiros da Organização para o Desenvolvimento Econômico (OCDE). Segundo o
relatório, 76% dos jovens brasileiros com idade entre 20 e 24 anos não estavam estudando em
2013, enquanto a média dos demais países analisados era de 54%.
Education at a Glance 2015: Panorama da Educação – O relatório é a principal fonte de infor-
mações comparáveis sobre a educação no mundo. A publicação, que traz informações sobre a
educação no ano de 2013 e dados financeiros de 2012, oferece elementos sobre a estrutura, o

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financiamento e o desempenho de sistemas educacionais de 46 países, sendo 34 membros da


OCDE, mais os países parceiros e do G20.
Trabalho – O EAD ainda mostrou que o Brasil foi “campeão” de jovens da mesma faixa etária
(20-24) inseridos no mercado de trabalho: 52% dos alunos que estão fora da escola são vistos
trabalhando. “Embora o fato de que esses indivíduos não estarem mais estudando seja motivo
de preocupação, é importante notar que a maioria deles estava trabalhando em vez de estu-
dando”, acrescenta o relatório, com base em dados de 2013.
Mesmo assim, grande parte da juventude brasileira continua entre os que nem estudam nem
trabalham (conhecidos como os nem-nem). Segundo o relatório, mais de 20% dos indivíduos
entre 15 e 29 anos faziam parte deste grupo em 2013, número bem acima da média dos países
da OCDE, de 16%, mas próximo do restante dos países da América Latina, como Chile (19%),
Colômbia (21%) e Costa Rica (19%).
Estudos – O relatório mostra que as novas gerações têm avançado mais nos estudos em com-
paração com os mais velhos. O Brasil apresenta uma das maiores diferenças entre gerações: en-
quanto apenas 28% dos indivíduos entre 55 e 64 anos concluíram o ensino médio, o percentual
aumenta para 61% entre os de 25 a 34 anos.
Em 2013, 54% dos adultos com idade entre 25 e 64 anos não tinham completado o ensino mé-
dio no Brasil, bem acima da média da OCDE, de 24%. Segundo a publicação, analisar as taxas de
conclusão de diferentes gerações é uma maneira de observar o ritmo em que sistemas educa-
cionais têm se expandido nos países.
O Brasil também aumentou a parcela da população com um diploma de ensino superior, “em-
bora esse aumento venha ocorrendo em ritmo lento”, diz o texto. Entre 2009 e 2013, a parcela
da população com idade entre 25 e 64 anos que concluiu o ensino superior passou de 11% para
14%. O nível está abaixo da média da OCDE, de 34%, e das taxas de outros países latino-ameri-
canos, como o Chile (21%), a Colômbia (22%), a Costa Rica (18%) e o México (19%).
Remuneração de professores – No Brasil, o percentual destinado a gastos com remuneração
de pessoal é abaixo da média, segundo o relatório. Para os anos iniciais do ensino fundamen-
tal, cerca de 73% das despesas correntes são destinadas à remuneração de pessoal, enquanto
a média da OCDE é de 79%. O texto diz ainda que um padrão semelhante se repete nos anos
finais do ensino fundamental e no ensino médio.
“Embora não haja uma relação direta, esses valores podem refletir o nível dos salários dos pro-
fessores dessas etapas de educação no Brasil. Salários iniciais para professores com qualificação
mínima são os mesmos para cada nível desde a pré-escola até o ensino médio e estão entre os
mais baixos para todos os países e parceiros da OCDE com dados disponíveis”, informa o texto.
Em 2012, o gasto do governo com instituições públicas de ensino básico a superior representou
5,6% do PIB, número relativamente maior que a média dos países da OCDE, de 4,7%. A propor-
ção é a quinta mais alta entre todos os países e parceiros presentes no ranking da organização.

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4.1.Origem e evolução do conceito de Desenvolvimento sustentável

4.2. Questões ambientais contemporâneas: mudança climática, efeito estufa,


chuva ácida, biodiversidade

4.3. A nova ordem ambiental internacional – Rio/92, Agenda 21, Rio+ 20

A ideia de desenvolvimento sustentável surgiu a partir do conceito de ecodesenvolvimento,


proposto durante a Primeira Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desen-
volvimento, em Estocolmo, na Suécia, em 1972.
Segundo a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento da Organização das Na-
ções Unidas, desenvolvimento sustentável é aquele capaz de suprir as necessidades dos seres
humanos da atualidade, sem comprometer a capacidade do planeta para atender as futuras
gerações. Portanto, é o desenvolvimento que não esgota os recursos, tornando-os perenemen-
te disponíveis, se possível.
A ONU denominou a década de 1960 como a "Primeira Década das Nações Unidas para o De-
senvolvimento", acreditando que a cooperação internacional proporcionaria um crescimento
econômico pela transferência de tecnologia, experiência e fundos monetários, de modo a re-
solver os problemas dos países mais pobres.
Ricos e pobres
Ao mesmo tempo, a questão ambiental, fundamental para qualquer plano de desenvolvimen-
to, começou a ganhar destaque nos meios de comunicação. Na época, vários países em desen-
volvimento, inclusive o Brasil, consideravam inviável incluir grandes programas de conservação
ambiental em seus programas nacionais, pois acreditavam que a poluição e a deterioração am-
biental eram conseqüências inevitáveis do desenvolvimento industrial.
Essa atitude foi conveniente para os países mais desenvolvidos. Por um lado, isso restringia
a implantação de indústrias poluidoras em seus territórios. Por outro, eles tinham para onde
transferir suas fábricas: os países menos desenvolvidos, que encorajavam a instalação dessas
indústrias, para impulsionar seu próprio desenvolvimento.
Satélites
No final dos anos 1960, a humanidade ganhou um aliado importante para a melhor compreen-
são da dinâmica terrestre, o que também revelou a importância da criação de um programa de
conservação ambiental.
Com as missões espaciais e a implantação de um sistema de satélites para o sensoriamento re-
moto da Terra, tornou-se possível monitorar integradamente os vários processos atmosféricos
e climáticos. Surgia uma nova perspectiva de se ver o planeta.
Em 1972, na Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano (Estocolmo), reconhe-
ceu-se o relacionamento entre os conceitos de conservação ambiental e desenvolvimento in-
dustrial; foram discutidos os efeitos causados pela falta de planejamento na utilização de recur-
sos naturais e se estabeleceram critérios claros de "poluição, pobreza e ecodesenvolvimento".

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Harmonia entre economia e meio ambiente


Uma reavaliação do conceito de desenvolvimento orientou a "Terceira Década das Nações Uni-
das para o Desenvolvimento" (1980-1990), a partir da qual buscaram-se estratégias de distri-
buição, visando repartir de modo mais justo os benefícios do eventual crescimento da econo-
mia mundial.
A ONU resolveu criar uma comissão para efetuar um estudo dos problemas globais de ambien-
te e desenvolvimento. Em 1987, essa comissão apresentou o Relatório Brundtland - "OurCom-
mom Future" (Nosso Futuro Comum), no qual se ressaltava o conceito de desenvolvimento sus-
tentável, considerando-o um modelo de desenvolvimento socioeconômico, com justiça social e
em harmonia com os sistemas de suporte da vida na Terra.
Em 1992, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimen-
to, realizada no Rio de Janeiro, o conceito foi definitivamente incorporado como um princípio
orientador de ações. Foi então elaborada a Agenda 21, que representa um compromisso das
nações de agir em cooperação e harmonia na busca do desenvolvimento sustentável.
A Agenda 21 reconhece que os problemas de crescimento demográficos e da pobreza são glo-
bais. Para sua solução, devem-se desenvolver programas específicos locais e regionais, porém
associados a projetos de meio ambiente e desenvolvimento integrados, com o apoio nacional
e internacional.
Os três pilares do desenvolvimento sustentável
A Declaração de Política de 2002 da Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável (Joa-
nesburgo, África do Sul), afirma que ele é construído sobre três pilares interdependentes e que
se suportam mutuamente: desenvolvimento econômico, desenvolvimento social e proteção
ambiental.
Na prática, se não houver a conscientização e o reconhecimento da importância do desenvolvi-
mento sustentável, sua complexidade e o interrelacionamento de seus pilares com as diversas
questões ambientais, a geração presente deixará para trás solos pobres, falta de água, atmosfe-
ra poluída, enfim, um planeta todo alterado e sujo.
Para evitar que isso ocorra os estilos de vida das nações ricas e a economia mundial têm de ser
reestruturados, visando a preservação do meio ambiente, ainda que questões como essas es-
barrem nos interesses de poderosos grupos econômicos.
O desenvolvimento da ciência e da tecnologia, no século 20, serviu tanto para promover a me-
lhoria da qualidade da vida do ser humano, quanto para ampliar a sua capacidade de auto-
destruição. Entre as heranças nefastas do último século, encontram-se o desgaste sem prece-
dentes dos recursos naturais, os efeitos lesivos da poluição do ar e das águas, a destruição das
matas e da biodiversidade do planeta.
No início da década de 1960, os movimentos ecológicos já advertiam sobre as graves ameaças
que estavam impostas à biosfera. As manifestações e discussões naquela década apontavam,
também, para a insustentabilidade do modelo de desenvolvimento baseado no ideal de consu-
mo e crescimento econômico acelerado. Assim, aos poucos, os temas ambientais foram sendo
incorporados aos programas de governo das nações, aos partidos políticos e à agenda dos orga-
nismos internacionais.

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Movimentos ambientalistas
As Organizações Não-Governamentais (ONGs) começaram a surgir a partir da década de 1960.
O WWF ("World WildlifeFund"), a primeira ONG ambientalista de espectro mundial, foi criada
em 1961. Está voltada para a defesa de espécies ameaçadas de extinção, de áreas virgens e ao
apoio a educação ambiental. Em 1971, o Greenpeace - criado para impedir um teste nuclear na
costa do Alasca, nos Estados Unidos - passou a ser o movimento ambientalista de maior proje-
ção internacional.
Desse modo, a discussão ambiental ganhou amplitude e adeptos em todo o mundo ao colocar
em pauta a questão da própria sobrevivência humana e assinalar a necessidade de mudan-
ças nos nossos valores sociais e culturais, bem como no modelo econômico das nações de um
modo geral.
Conferência de Estocolomo
O primeiro grande debate mundial sobre os temas ambientais tem como referência a Confe-
rência de Estocolmo, promovida pela ONU, na Suécia, em 1972 (1ª Conferência Internacional
para o Meio Ambiente Humano). Até então, esse foi o maior evento de dimensão internacional
dedicado exclusivamente à avaliação das relações sociedade e natureza. O dia 5 de junho, que
marcou o início dos trabalhos da Conferência, foi oficializado pela ONU como o "Dia Mundial do
Meio Ambiente".
Na década de 1970, o mundo vivia no auge da Guerra fria. Os países socialistas ligados à hoje
extinta União Soviética não compareceram ao evento de Estocolmo. Esses países boicotaram a
conferência, em solidariedade à Alemanha Oriental, cuja participação foi vetada pela ONU.
Sem a presença dos países socialistas, o principal embate do encontro de Estocolmo ocorreu
entre os países desenvolvidos do hemisfério Norte e os países subdesenvolvidos do Sul. En-
quanto os países do Norte, de modo geral, defendiam a necessidade de implementar políticas
ambientais rigorosas, os países do Sul reclamavam o direito de perseguir o desenvolvimento
econômico e investir na industrialização.
O mundo subdesenvolvido não demonstrou nenhum interesse em adotar mecanismos de pro-
teção ambiental que bloqueassem as suas metas de crescimento econômico. Os representan-
tes desses países argumentavam que o crescimento econômico era prioritário e necessário
para modificar a condição social precária em que vivia boa parte dos povos do mundo.
Uma conclusão contraditória
Essas divergências levaram a resultados práticos pouco promissores. Para contemplar as diver-
sas posições, a "Declaração de Estocolmo" estabeleceu uma carta de princípios em que os pa-
íses desenvolvidos concordavam com a necessidade de transferir tecnologia e dar apoio finan-
ceiro aos países dispostos a adotarem medidas ambientais corretas. Contudo, em contradição
com o próprio princípio e objetivo da conferência, considerava que a conquista do desenvolvi-
mento econômico era uma meta tão prioritária quanto a preservação do meio ambiente.
Nesse sentido, a posição brasileira na Conferência de Estocolmo foi tristemente exemplar, ao
declarar que o país abria as suas portas para a instalação das indústrias poluidoras que tanto
incomodavam a população dos países do Norte. Deixava clara a idéia de que o Brasil preferia
promover o crescimento econômico a qualquer custo a se dedicar a políticas ambientais.

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Na verdade, o grande avanço de Estocolmo foi o de sensibilizar a sociedade mundial para os


graves problemas ambientais que podiam e ainda podem colocar em risco a sobrevivência da
humanidade. A criação do PNUMA - Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente - foi
um de seus resultados concretos. O PNUMA passou a ser a agência da ONU responsável pela
promoção de ações internacionais e nacionais relacionadas à proteção do meio ambiente.
Visões de meio ambiente
Pelo menos três concepções sobre a relação da sociedade humana com o meio ambiente, fo-
ram bem estabelecidas nessa primeira grande discussão internacional. Para começar, podemos
citar o desenvolvimentismo, que defende o crescimento econômico a qualquer custo e não
considera os danos ambientais nem a possibilidade de esgotamento dos recursos naturais.
Essa concepção confunde crescimento econômico com desenvolvimento e estimula o consumo
crescente de energia e de recursos naturais.
Em um lado totalmente oposto, encontra-se o preservacionismo, amparado na idéia de que -no
atual estágio do desenvolvimento da produção - é necessária uma postura radical de preserva-
ção ambiental. Essa corrente teve origem nos Estados Unidos, na verdade, ainda no século 19.
Ela foi responsável pela criação de importantes parques nacionais destinados à salvação da na-
tureza original, como são os casos do Parque Nacional de Yellowstone (1872), do Sequoia Park
(1890) e muitos outros. Em outras palavras, o preservacionismo defende a proteção integral de
determinado ecossistema com o objetivo de garantir a sua intocabilidade.
Já o conservacionismo é um meio termo entre as duas correntes anteriores. Admite a explora-
ção dos recursos naturais, de forma racional e eficiente. Conservar significa, portanto, utilizar
a natureza, mas garantindo a sua sustentabilidade. Não significa guardar os recursos naturais e
sim consumir adequadamente: atender às necessidades do presente, levando em consideração
a necessidade do uso desses recursos no futuro. A visão conservacionista tem caracterizado a
maioria dos movimentos ambientalistas e tornou-se consenso entre a maioria dos países, sen-
do o princípio que norteia a política de desenvolvimento sustentável.
Recursos renováveis e não-renováveis
Tanto preservacionistas quanto conservacionistas consideram que a questão ambiental não
está restrita aos tipos de recursos utilizados - renováveis ou não-renováveis - e sim aos recursos
naturais em geral. Recursos renováveis são aqueles que, uma vez utilizados, podem ser recupe-
rados, como a vegetação, a água, o ar e o solo. Os recursos não-renováveis são aqueles que se
esgotam, ou seja, que não podem ser repostos, como os minérios: o petróleo, o carvão, o ferro,
o manganês, o alumínio e outros.
De fato, essa classificação encontra limitações, pois a exploração intensa de uma floresta, a
utilização de extensas áreas para produção agropecuária ou a poluição de um rio pode levar
à destruição irreversível de um ecossistema. É também o caso do ar, cuja qualidade tem sido
comprometida com a emissão de gases que alteram a sua composição natural e tem provocado
alterações climáticas em todo o planeta. Portanto, apesar de serem classificados como renová-
veis, alguns recursos não podem ser utilizados de forma inadequada sem uma atitude que vise
a sua conservação em longo prazo.
Desenvolvimento sustentável
Em 1973, um ano após a Conferência de Estocolmo foi elaborado o conceito de ecodesenvolvi-
mento, mencionado pela primeira vez por Maurice Strong, Secretário Geral da Estocolmo/72.

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O ecodesenvolvimento - cujos princípios básicos foram formulados posteriormente por Ignacy
Sachs - valoriza as possibilidades de um desenvolvimento capaz de criar um bem estar social, a
partir das particularidades e anseios das populações locais. É contra a padronização do modelo
de desenvolvimento dos países ricos ocidentais, baseado na sociedade de consumo. Propõe
também a necessidade de um modelo de desenvolvimento apoiado na preservação dos recur-
sos naturais.
Em 1983 a ONU criou a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, presidida
pela primeira-ministra norueguesa, GroHarlemBrundtland. Essa comissão realizou uma ampla
avaliação dos problemas ambientais relacionadas ao desenvolvimento econômico. Seu traba-
lho resultou na publicação de um extenso relatório intitulado "Nosso Futuro Comum", publi-
cado em 1987 (Relatório Brundtland). Nele, ficou consolidado o conceito de desenvolvimento
sustentável, apoiado em políticas conservacionistas capazes de promover o desenvolvimento,
sem a dilapidação dos recursos do planeta. Enfim, um modelo de desenvolvimento que garanta
a qualidade de vida hoje, mas que não destrua os recursos necessários às gerações futuras.
Algumas de suas recomendações propunham a redução do uso de matérias-primas e energia,
uso de fontes de energia renováveis, limitação do crescimento populacional, combate à fome,
preservação dos ecossistemas, industrialização ecologicamente equilibrada, satisfação de ne-
cessidades básicas para toda a humanidade, modificação dos valores e padrões da sociedade
de consumo e a responsabilidade do Estado na implementação de políticas baseadas na justiça
e eqüidade social. A sua viabilização depende da inclusão de políticas ambientais no processo
de tomada de decisões econômicas.
O conceito de desenvolvimento sustentável, apoiado numa visão ética indiscutível, comprome-
tida em preservar a natureza para as gerações futuras, tornou-se consensual em quase todo o
mundo. No entanto, a sua viabilidade prática ainda precisa ser avaliada, pois é difícil definir até
que ponto a exploração econômica é compatível com a manutenção de um ambiente saudável.
Logo após a Segunda Guerra Mundial ocorreu um grande crescimento econômico em quase
todo o mundo. Um dos agentes desse crescimento foi a expansão da atividade industrial, im-
pulsionada por inúmeros fatores, dentre os quais se destacam: o crescimento populacional, a
ampliação do número de consumidores de produtos industrializados e a incessante busca de
maiores lucros pelos empresários.
Os custos econômicos e ambientais desse crescimento industrial irrefreável surgiram quando
o meio ambiente não conseguiu mais absorver a poluição gerada e os gastos para corrigir os
danos provocados tornaram-se inevitáveis, pois a saúde humana, as propriedades ou os ecos-
sistemas estavam ameaçados.
Apesar de existirem alguns relatos do século 19 sobre os fenômenos da poluição, direta ou indi-
retamente provocados pela produção industrial, a preocupação com a poluição e a degradação
ambiental originadas pela atividade econômica é relativamente recente.
Somente em 1972 foi realizada, em Estocolmo, na Suécia, a primeira Conferência da ONU (Or-
ganização das Nações Unidas) sobre o Meio Ambiente (United NationsConferenceontheHuma-
nEnvironment). Essa conferência chamou a atenção do planeta para as ações humanas que
estavam provocando uma séria destruição da natureza e gerando graves riscos para a sobrevi-
vência da humanidade.

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A Conferência de Estocolmo reuniu representantes de 113 países, 250 ONGs (organizações não-
-governamentais) e órgãos ligados à ONU. Ao final do encontro foi divulgada uma declaração
de princípios de comportamento e responsabilidade que deveriam conduzir as decisões em
relação às questões ambientais. Outra consequência foi a elaboração de um Plano de Ação, que
convocava toda a comunidade internacional a contribuir na busca de soluções para uma diver-
sidade de problemas de cunho ambiental.
No ano de 1983, a ONU retomou o debate das questões ambientais. A entidade indicou a
primeira-ministra da Noruega, GroHarlemBrundtland, para chefiar a Comissão Mundial sobre
Meio Ambiente e Desenvolvimento, sendo que essa comissão estaria encarregada de aprofun-
dar estudos na área ambiental.
O documento final desses estudos, publicado em 1987, chamou-se "Nosso Futuro Comum"
ou "Relatório Brundtland". Ele defendia a distribuição das riquezas como forma de desenvol-
vimento global e buscava chegar a um acordo entre as posições antagônicas dos países ricos e
pobres. Foi nesse relatório que se empregou o conceito de desenvolvimento sustentável, que é
"aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gera-
ções futuras atenderem às suas necessidades".
Desde então, a ONU realiza conferências para debater questões, como desenvolvimento e
meio ambiente, e ao mesmo tempo procurar soluções para os principais impactos ambientais
globais. As principais conferências foram:
a) Estocolmo (1972) - Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente;
b) Rio de Janeiro (1992) - ECO-92 - Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e
Desenvolvimento;
c) Kyoto (1997) - Cúpula do Clima e Aquecimento Global;
d) Olinda (1999) - Convenção da Desertificação;
e) Haia (2000) - Cúpula do Clima e Aquecimento Global;
f) Bonn (2001) - Cúpula do Clima e Aquecimento Global; e
g) Johannesburgo (2002) - Rio + 10.
ECO-92
O debate ambiental ganha impulso em 1992, com a Conferência das Nações Unidas sobre o
Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), no Rio de Janeiro. O evento, que ficou conheci-
do como ECO-92 ou Rio 92, teve a presença de 172 países, representados por aproximadamen-
te 10.000 participantes, incluindo 116 chefes de Estado. Além disso, receberam credenciais
para acompanhar as reuniões cerca de 1.400 ONGS e 9.000 jornalistas.
Essa conferência tinha como objetivo decidir que medidas os países do mundo deveriam tomar
para conseguir diminuir a degradação ambiental e preservar o meio ambiente para as gerações
futuras. Havia, também, a intenção de introduzir a ideia do desenvolvimento sustentável, um
modelo de crescimento econômico menos consumista e mais adequado ao equilíbrio ecológi-
co.
Como resultado positivo foram programadas a Convenção sobre Mudanças Climáticas - que
mais tarde daria origem ao Protocolo de Kyoto -, a Convenção sobre Diversidade Biológica e a
Convenção sobre Desertificação, bem como a assinatura da Agenda 21, um plano de ação com
metas para a melhoria das condições ambientais do planeta.

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Protocolo de Kyoto
Como estava previsto na Convenção sobre Mudanças Climáticas, assinada durante a ECO-92,
deveria ocorrer uma nova reunião internacional para debater a redução da emissão de gases
responsáveis pelo aumento da temperatura do planeta.
Esse encontro ocorreu no ano de 1997, em Kyoto, no Japão, onde líderes de 160 nações assina-
ram um tratado que ficou conhecido como Protocolo de Kyoto. Esse documento prevê, entre
2008 e 2012, uma redução de 5,2% (em relação aos níveis de 1990) nas emissões dos gases
causadores do efeito estufa, considerados, de acordo com a maioria das investigações científi-
cas, como causa antropogênica do aquecimento global.
Em julho de 2001, representantes de 178 países reunidos em Bonn, na Alemanha, aprovaram
a regulamentação do Protocolo de Kyoto. Essa regulamentação manteve os índices de redução
estabelecidos em 1997, mas abrandou o cumprimento das metas previstas anteriormente, por
meio da criação dos "sumidouros de carbono".
Segundo essa proposta, os países que tivessem grandes áreas florestadas, que absorvem natu-
ralmente o CO2 (gás carbônico), poderiam usar essas florestas como créditos a serem descon-
tados do total de emissões que deveriam reduzir. Isso, na prática, permite que eles não cum-
pram a meta de redução e comercializem suas cotas de poluição com os países desenvolvidos.
O Protocolo, contudo, corre o risco de não sair do papel, pois os Estados Unidos, responsá-
veis por aproximadamente um quarto das emissões mundiais de gás carbônico, negaram-se a
ratificá-lo. De acordo com a alegação do ex-presidente George W. Bush, os compromissos acar-
retados pelo tratado interfeririam negativamente na economia norte-americana. Além disso,
o Japão e a Rússia também relutam em assinar o documento, o que, na prática, inviabiliza sua
implantação.
Um dos fatores que pressionam os EUA a não assinarem o Protocolo é a enorme pressão po-
lítica exercida pelo setor industrial desse país, formado por poderosas empresas, que receiam
perder lucros, pois todas as ações sugerem que elas devem substituir as atuais fontes de ener-
gia, altamente poluidoras, por outras, mais limpas.
Essa substituição poderia levar à uma drástica redução da utilização de combustíveis fósseis ou
mesmo à adoção de meios de transporte que adotariam tecnologias não poluentes, fato que
iria contra os interesses econômicos das corporações empresariais norte-americanas.
Rio + 10
O mais recente fórum mundial foi realizado no período de 2 a 11 de setembro 2002, em Johan-
nesburgo, na África do Sul e contou com a presença de governos, agências da ONU e ONGs.
Esse encontro foi realizado para avaliar os resultados obtidos e as mudanças ocorridas nos dez
últimos anos, desde a ECO-92, realizada no Rio de Janeiro.
Nessa reunião verificou-se que a pobreza e a degradação ambiental aumentaram. Também fi-
cou estabelecido que não seria preciso determinar uma nova Agenda, visto que os objetivos da
Agenda 21 ainda não tinham sido atingidos.
Vale salientar que a Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável, ou Rio + 10, como
ficou conhecida, integra o conjunto de iniciativas da ONU para reduzir pela metade o número
de pessoas extremamente pobres (que vivem com menos de 1 dólar por dia) até 2015.

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Nesse mesmo prazo, os países estipularam a meta de reduzir pela metade também o número
de pessoas que não têm acesso a água potável e saneamento básico. Outro acordo assumido
prevê a recuperação, também até 2015, dos cardumes espalhados pelos oceanos. Isso ocorre-
ria por meio do controle da pesca, para que as espécies possam se reproduzir antes de serem
capturadas.

AGENDA 21
A “Agenda 21” é um documento lançado na ECO92 (ou Rio92, a Conferência das Nações Unidas
sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento - CNUMAD – realizada em 1992 na cidade do Rio de
Janeiro), que sistematiza um plano de ações com o objetivo de alcançar o desenvolvimento
sustentável.
Durante dois anos governos e entidades de diversos países contribuíram com propostas para
a criação deste plano de ações para concretizar o ideal de desenvolver sem agredir ao meio
ambiente.
A inovação trazida por essa agenda foi colocar em primeira ordem o que geralmente costumava
ficar sempre em último lugar quando o assunto era desenvolvimento: o meio ambiente. Até en-
tão, todas as políticas de desenvolvimento visavam sempre o crescimento econômico legando
ao último lugar a preocupação com o futuro ambiental do planeta, isso quando ainda se atri-
buía alguma preocupação a este assunto.
A partir de então, 179 países assumiram o compromisso de contribuir para a preservação do
meio ambiente.
Composta por quarenta capítulos, a Agenda 21 é um instrumento de planejamento participa-
tivo onde se admite de forma explícita a responsabilidade dos governos em impulsionar pro-
gramas e projetos ambientais através de políticas que visam a justiça social e a preservação do
meio ambiente. Entretanto, a Agenda pode ( e deve) ser implementada tanto pelos governos
quanto pela sociedade, concretizando o lema da ECO92: “pensar globalmente, agir localmen-
te”.
A implementação local da Agenda 21 (Agenda 21 local, citada no capítulo 28 da Agenda 21 glo-
bal) se baseia no princípio de que as mudanças não podem ser realizadas somente “de baixo
para cima”, como uma imposição. Isso porque as pessoas tendem a se preocupar apenas com
as mudanças que afetam diretamente suas vidas e estejam ligadas diretamente as suas neces-
sidades. Além do que, é também, uma forma de agilizar o processo, uma vez que, uma popula-
ção envolvida passará a exigir mais de seus governantes.
A Agenda 21 Brasileira começou a ser criada em 1996 pela Comissão de Políticas de Desenvolvi-
mento Sustentável e da Agenda 21 Nacional (CPDS). Cerca de 40.000 pessoas contribuíram para
a criação da Agenda 21 brasileira que começou a ser implantada em 2003.
Entre as conquistas da Agenda 21 no Brasil podemos citar a criação de Agendas 21 nos mu-
nicípios, a ampliação da CPDS através do Decreto Presidencial de 03 de fevereiro de 2004, a
formação de gestores municipais e ONG’s em todo o país e sua inclusão no Plano Plurianual do
Governo Federal (PPA) com o objetivo de assegurar a implementação das ações prioritárias da
Agenda 21 brasileira, a instalação de Fóruns locais de desenvolvimento sustentável, além de
estimular e acompanhar a elaboração e implementação de planos locais de desenvolvimento

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sustentável por meio das Agenda 21 locais e desenvolver um método de avaliação e monitora-
mento do Programa Agenda 21 Locais.

RIO + 20
A Rio+20, conferência da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre desenvolvimento sus-
tentável, acontece no Rio de Janeiro entre os dias 13 e 22 de junho. Autoridades do mundo
todo discutem na capital fluminense os novos rumos das questões ligadas ao meio ambiente.
Além dos chefes de Estado e governo, representando os 193 membros da ONU, devem compa-
recer líderes de entidades civis, como ONGs, universidades e institutos, entre outros.
O evento leva esse nome por marcar duas décadas da Eco-92, que também aconteceu no Rio,
em 1992, e discutiu o desenvolvimento com responsabilidade, para não danificar a natureza.
Os temas mais importantes são a "Economia Verde", sobre a produção com baixa emissão de
gases e bom uso de recursos naturais, e a estrutura internacional para o desenvolvimento sus-
tentável.

Desenvolvimento Sustentável: resumo histórico


Desenvolvimento sustentável é um conceito sistêmico que se traduz num modelo de desen-
volvimento global que incorpora os aspectos de desenvolvimento ambiental. Foi usado pela
primeira vez em 1987, no Relatório Brundtland, um relatório elaborado pela Comissão Mundial
sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criado em 1983 pela Assembleia das Nações Unidas.
A definição mais usada para o desenvolvimento sustentável é:
O desenvolvimento que procura satisfazer as necessidades da geração atual, sem comprome-
ter a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades, significa
possibilitar que as pessoas, agora e no futuro, atinjam um nível satisfatório de desenvolvimento
social e econômico e de realização humana e cultural, fazendo, ao mesmo tempo, um uso razo-
ável dos recursos da terra e preservando as espécies e os habitats naturais.
— Relatório Brundtland
O campo do desenvolvimento sustentável pode ser conceptualmente dividido em três compo-
nentes: a sustentabilidade ambiental, sustentabilidade econômica e sustentabilidade sociopo-
lítica.
Ao longo das ultimas décadas, vários têm sido os acontecimentos que marcam a evolução do
conceito de desenvolvimento sustentável, de acordo com os progressos tecnológicos, assim
como do aumento da consciencialização das populações para o mesmo.
A criação do Clube de Roma, em 1968, reuniu pessoas em cargos de relativa importância em
seus respectivos países e visa promover um crescimento economico estável e sustentável da
humanidade. O Clube de Roma tem, entre seus membros principais cientistas, inclusive alguns
prémios Nobel, economistas, políticos, chefes de estado e até mesmo associações internacio-
nais.

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O Clube de Roma publicou o relatório Os limites do crescimento, preparada a seu pedido por
uma equipa de pesquisadores do Massachusetts Instituteof Technology. Este relatório apresen-
ta os resultados da simulação em computador, da evolução da população humana com base
na exploração dos recursos naturais, com projecções para 2100. Mostra que, devido à pros-
secução do crescimento económico durante o século XXI é de prever uma redução drástica da
população devido à poluição, a perda de terras aráveis e da escassez de recursos energéticos.
Em 16 de Junho de 1972 inicia-se a Conferência sobre o Ambiente Humano das Nações Unidas
(Estocolmo). É a primeira Cimeira da Terra. Ocorre pela primeira vez a nível mundial a preocu-
pação com as questões ambientais globais.
Em 1979 o filósofo Hans Jonas exprime a sua preocupação no livro Princípio responsabilidade.
Em 1980, A União Internacional para a Conservação da Natureza publicou um relatório inti-
tulado "A Estratégia Global para a conservação", onde surge pela primeira vez o conceito de"
desenvolvimento sustentável ".
O Relatório Brundtland, Our Common Future, preparado pela Comissão Mundial sobre Meio
Ambiente e Desenvolvimento em 1987, onde foi pela primeira vez formalizado o conceito de
desenvolvimento sustentável.
De 3 a 14 de Junho de 1992, realizou-se a Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente
e Desenvolvimento (segunda "Cimeira da Terra"), onde nasce a Agenda 21, e são aprovadas a
Convenção sobre Alterações Climáticas, Convenção sobre Diversidade Biológica (Declaração do
Rio), bem como a Declaração de Princípios sobre Florestas.
Em 1994 acontece o V Programa Acção Ambiente da União Europeia: Rumo a um desenvolvi-
mento sustentável. Apresentação da nova estratégia da UE em matéria de ambiente e as acções
a serem tomadas para alcançar um desenvolvimento sustentável para o período 1992-2000.12
27 de maio de 1994 - Primeira Conferência sobre Cidades Europeias Sustentáveis. Aalborg (Di-
namarca), de onde surgiu a Carta de Aalborg.
8 de Outubro de 1996 - Segunda Conferência sobre Cidades Europeias Sustentáveis. Plano de
Acção de Lisboa: da Carta à acção.
1997 - 3 ª Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas, em Quioto, onde se
estabelece o Protocolo de Quioto.
8 de Setembro de 2000 - Após os três dias da Cimeira do Milénio de líderes mundiais na sede
das Nações Unidas, a Assembleia Geral aprovou a Declaração do Milênio.
2000 - Terceira Conferência Europeia sobre Cidades Sustentáveis.
De 26 a 4 de Setembro de 2002 - Conferência Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável
(Rio + 10), em Joanesburgo, onde reafirmou o desenvolvimento sustentável como o elemento
central da agenda internacional e se deu um novo impulso à ação mundial para combater a po-
breza assim como a protecção do ambiente.
Fevereiro de 2004 - A sétima reunião ministerial da Conferência sobre Diversidade Biológica foi
celebrado com a Declaração Kuala Lumpur, que gerou descontentamento entre os países po-
bres e não satisfez plenamente as nações ricas.

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2004 - Conferência Aalborg +10 - Inspiração para o futuro. Apelo a todos os governos locais e
regionais da Europa para participar na assinatura do compromisso de Aalborg e fazerem parte
da Campanha Europeia das Cidades Sustentáveis e Cidades.
11 de Janeiro de 2006 - Comunicação da Comissão Europeia ao Parlamento Europeu sobre a
Estratégia temática sobre o ambiente urbano. É uma das sete estratégias do Sexto Programa de
Acção Ambiental para o Ambiente da União Europeia, desenvolvido com o objectivo de contri-
buir para uma melhor qualidade de vida através de uma abordagem integrada e centrada nas
zonas urbanas e para tornar possível um elevado nível de qualidade de vida e bem-estar social
para os cidadãos, proporcionando um ambiente em que níveis da poluição não têm efeitos ad-
versos sobre a saúde humana e o ambiente assim como promover o desenvolvimento urbano
sustentável.
2007 - Carta de Leipzig sobre as cidades europeias sustentáveis.
2007 - Cimeira de Bali, com o intuito de criar um sucessor do Protocolo de Quioto, com metas
mais ambiciosas e mais exigente no que diz respeito às alterações climáticas.
Julho de 2009 - Declaração de Gaia, que implanta o Condomínio da Terra no I Fórum Internacio-
nal do Condomínio da Terra.
A sustentabilidade ambiental consiste na manutenção das funções e componentes do ecossis-
tema, de modo sustentável,36 37 podendo igualmente designar-se como a capacidade que o
ambiente natural tem de manter as condições de vida para as pessoas e para os outros seres
vivos, tendo em conta a habitabilidade, a beleza do ambiente e a sua função como fonte de
energias renováveis.
As Nações Unidas, através do sétimo ponto das Metas de desenvolvimento do milénio procura
garantir ou melhorar a sustentabilidade ambiental,40 através de quatro objectivos principais:
Integrar os princípios do desenvolvimento sustentável nas políticas e programas nacionais e
reverter a perda de recursos ambientais.
Reduzir de forma significativa a perda da biodiversidade.
Reduzir para metade a proporção de população sem acesso a água potável e saneamento bási-
co.
Alcançar, até 2020 uma melhoria significativa em pelo menos cem milhões de pessoas a viver
abaixo do limiar da pobreza.
Sustentabilidade económica
A sustentabilidade económica, enquadrada no âmbito do desenvolvimento sustentável é um
conjunto de medidas e politicas que visam a incorporação de preocupações e conceitos am-
bientais e sociais. Aos conceitos tradicionais de mais valias económicas são adicionados como
fatores a ter em conta, os parâmetros ambientais e sócio-económicos, criando assim uma in-
terligação entre os vários setores. Assim, o lucro não é somente medido na sua vertente finan-
ceira, mas igualmente na vertente ambiental e social, o que potencia um uso mais correto quer
das matérias primas, como dos recursos humanos. Há ainda a incorporação da gestão mais efi-
ciente dos recursos naturais, sejam eles minerais, matéria prima como madeira ou ainda ener-
géticos, de forma a garantir uma exploração sustentável dos mesmos, ou seja, a sua exploração
sem colocar em causa o seu esgotamento, sendo introduzidos elementos como nível óptimo

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de poluição ou as externalidades ambientais, acrescentando aos elementos naturais um valor


económico.
Sustentabilidade sócio-politica
A sustentabilidade sócio-politica centra-se no equilíbrio social, tanto na sua vertente de desen-
volvimento social como sócio-económica. É um veículo de humanização da economia, e, ao
mesmo tempo, pretende desenvolver o tecido social nos seus componentes humanos e cultu-
rais.
Neste sentido, foram desenvolvidos dois grandes planos: a agenda 21 e as Metas de desenvol-
vimento do milénio.
A Agenda 21 é um plano global de acção a ser tomada a nível global, nacional e local, por or-
ganizações das Nações Unidas, governos, e grupos locais, nas diversas áreas onde se verificam
impactos significativos no ambiente. Em termos práticos, é a mais ambiciosa e abrangente ten-
tativa de criação de um novo padrão para o desenvolvimento do século XXI, tendo por base os
conceitos de desenvolvimento sustentável.
As Metas de desenvolvimento do milénio (MDM) surgem da Declaração do Milênio das Na-
ções Unidas, adoptada pelos 191 estados membros no dia 8 de Setembro de 2000. Criada em
um esforço para sintetizar acordos internacionais alcançados em várias cúpulas mundiais ao
longo dos anos 1990 relativos ao meio-ambiente e desenvolvimento, direitos das mulheres,
desenvolvimento social, racismo, entre outras, a Declaração traz uma série de compromissos
concretos que, se cumpridos nos prazos fixados, segundo os indicadores quantitativos que os
acompanham, deverão melhorar o destino da humanidade neste século. Esta declaração men-
ciona que os governos "não economizariam esforços para libertar nossos homens, mulheres e
crianças das condições abjectas e desumanas da pobreza extrema", tentando reduzir os níveis
de pobreza, iliteracia e promovendo o bem estar social. Estes projectos são monitorizados com
recurso ao Índice de Desenvolvimento Humano, que é uma medida comparativa que engloba
três dimensões: riqueza, educação e esperança média de vida.

PROBLEMAS AMBIENTAIS
Os problemas ambientais são consequência direta da intervenção humana nos diferentes ecos-
sistemas da Terra, causando desequilíbrios no meio ambiente e comprometendo a qualidade
de vida. A seguir, veremos os principais problemas que ocorrem na atualidade:
Chuva ácida
A chuva ácida é provocada pela produção de gases lançados na atmosfera. Há agentes naturais
que fazem isso, como, por exemplo, os vulcões. A atividade humana, contudo, é a principal cau-
sadora do fenômeno. Indústrias, usinas termoelétricas e veículos de transporte (que utilizam
combustíveis fósseis) produzem subprodutos que se agregam ao oxigênio da atmosfera e que,
ao serem dissolvidos na chuva, caem no solo sob a forma de chuva ácida.
Devemos lembrar, contudo, que os poluentes, carregados pelos ventos, podem viajar milhares
de quilômetros, provocando chuvas ácidas em locais muito distantes das fontes poluidoras.
A chuva ácida, ao atingir o solo, empobrece a vegetação natural e as plantações. Também afeta
a fauna e a flora de rios e lagoas, prejudicando a pesca.

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Algumas medidas podem atenuar a formação de chuva ácida: economia de energia, uso de
transporte coletivo, criação e uso de fontes de energia menos poluentes, utilização de combus-
tíveis com baixo teor de enxofre, etc.
Desmatamento
O desmatamento é uma das intervenções humanas que mais prejudicam o planeta. Pode cau-
sar sérios danos ao clima, à biodiversidade e às pessoas. Desmatar prejudica os ecossistemas e
leva à extinção de centenas de espécies.
Árvores são grandes absorvedoras de dióxido de carbono, um dos gases causadores do efeito
estufa (ver abaixo). Portanto, quando o homem derruba florestas, também intensifica o proble-
ma do aquecimento global.
Dentre outras consequências, o desmatamento provoca degradação do solo, aumento da de-
sertificação e erosões, muitas vezes comprometendo os sistemas hidrográficos.
As políticas de reflorestamento, muito comentadas nos dias atuais, são apenas soluções par-
ciais, pois, ainda que ajudem a conter o aquecimento global, dificilmente conseguirão recupe-
rar a biodiversidade das regiões afetadas.
Efeito estufa
O efeito estufa é um mecanismo atmosférico natural que mantém o planeta aquecido nos limi-
tes de temperatura necessários à preservação da vida. Se não houvesse a proteção do efeito
estufa, os raios solares que aquecem o planeta seriam refletidos para o espaço e a Terra apre-
sentaria temperaturas médias abaixo de -10oC.
O efeito estufa ocorre quando uma parte da radiação solar refletida pela superfície terrestre é
absorvida por determinados gases presentes na atmosfera, entre os quais o gás carbônico ou
dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4) e o óxido nitroso (N2O).
Ocorre que, com a queima de florestas e a exagerada utilização de combustíveis fósseis, gran-
des quantidades de CO2 têm sido lançadas na atmosfera. A emissão desenfreada desse e de
outros gases acentua o efeito estufa, a ponto de não permitir que a radiação solar, depois de
refletida na Terra, volte para o espaço. Isso bloqueia o calor, aumentando a temperatura do pla-
neta e provocando o aquecimento global (ver abaixo).
Para se discutir o problema e encontrar soluções, várias reuniões internacionais têm sido rea-
lizadas. O principal documento aprovado até agora é o Protocolo de Kyoto, assinado em 1997,
que estabelece metas de redução dos gases para diferentes países.
Aquecimento global
Trata-se do aumento da temperatura média da superfície terrestre. Alguns cientistas acreditam
que, em breve, as temperaturas médias poderão estar entre 1,4oC e 5,8oC mais altas, quando
comparadas às temperaturas de 1990.
Segundo alguns pesquisadores, o aquecimento global ocorre em função do aumento da emis-
são de gases poluentes, principalmente os derivados da queima de combustíveis fósseis. Es-
ses gases (ozônio, dióxido de carbono, metano, óxido nitroso e monóxido de carbono) formam
uma camada de poluentes de difícil dispersão, provocando o efeito estufa.

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Entre as principais consequências do aquecimento global, os cientistas apontam:


a) aumento do nível dos oceanos, provocado pelo derretimento das calotas polares, o que
pode provocar, no futuro, a submersão de cidades litorâneas;
b) desertificação: o aumento da temperatura somado ao desmatamento provoca a morte
de várias espécies animais e vegetais, desequilibrando os ecossistemas e, muitas vezes,
criando desertos;
c) ampliação do número de furacões, tufões e ciclones (a maior evaporação das águas dos
oceanos potencializa esses fenômenos); e
d) surgimento de violentas ondas de calor, o que pode provocar a morte de idosos, crianças e
várias espécies de animais.
Buraco na camada de ozônio
O gás ozônio envolve a Terra na forma de uma frágil camada que protege a vida da ação dos
raios ultravioleta (emitidos pelo Sol). Os raios ultravioleta causam mutações nos seres vivos,
modificando as moléculas de DNA. Em seres humanos, o excesso de ultravioleta pode causar
câncer de pele e afetar o sistema imunológico.
Nos últimos anos, contudo, cientistas detectaram um "buraco" na camada de ozônio, exata-
mente sobre a Antártida, o que deixa sem proteção uma área de cerca de 30 milhões de km2.
Pesquisadores acreditam que o gás clorofluorcarbono (CFC) é o principal responsável pela des-
truição da camada de ozônio. Esse gás é utilizado em aparelhos de refrigeração, sprays e na
produção de materiais como, por exemplo, o isopor. Ao chegar à atmosfera, o CFC entra em
contato com grande quantidade de raios ultravioleta, que quebram as moléculas de CFC e libe-
ram cloro. Este, por sua vez, rompe as moléculas de ozônio (O3), formando monóxido de cloro
(ClO) e oxigênio (O2). Ocorre que esses dois gases não são eficientes para proteger a Terra dos
raios ultravioleta.
Em 1985, vários países assinaram a Convenção de Viena - e, dois anos depois, o Protocolo de
Montreal -, se comprometendo a diminuir a produção de CFC.

4.4. O serviço público e os desafios da sustentabilidade: Agenda Ambiental


da Administração Pública; Contratações Sustentáveis, Plano de Logística
Sustentável

PRINCÍPIO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL


O Princípio do desenvolvimento sustentável visa buscar o equilíbrio entre o desenvolvimento
social e econômico e a preservação ambiental. O princípio objetiva definir uma coexistência
necessária, justa e benéfica das exigências econômicas com as exigências ecológicas, harmoni-
zando o crescimento econômico, o desenvolvimento social e a preservação do meio ambiente.
Constata-se que os recursos ambientais não são inesgotáveis, tornando-se inadmissível que as
atividades econômicas desenvolvam-se alheias a esse fato. Deste modo, deve-se buscar diante
desta constatação uma coexistência harmônica entre economia e meio ambiente, permitindo-
-se o desenvolvimento, mas de forma sustentável, planejada, para que os recursos que hoje
existem não se esgotem ou se tornem insuficientes ou inócuos no futuro.

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CONTRATAÇÕES PÚBLICAS SUSTENTÁVEIS
A sustentabilidade e o desenvolvimento sustentável são temas que vêm ganhando destaque na
agenda política da Administração Pública ao longo dos últimos anos. Diante dessa nova realida-
de, o setor público está mais consciente sobre a relevância do seu papel indutor de transforma-
ções estruturais nos setores produtivos e de consumo sustentáveis.
Nessa linha, as contratações públicas sustentáveis vêm desempenhando papel fundamental na
implementação das políticas públicas de sustentabilidade. Uma vez que são considerados cri-
térios ambientais, econômicos e sociais, em todos os estágios do processo de contratação, o
poder de compra do Estado passa a ser um instrumento de proteção ao meio ambiente e de
desenvolvimento econômico e social.
Assim, as contratações públicas mobilizam tanto o setor governamental, impelindo os gestores
públicos a considerar variáveis de sustentabilidade em suas aquisições, quanto o setor privado
quando este busca implementar mudanças na direção da ecoeficiência, com uso racional e sus-
tentável dos recursos.
Consoante com esse contexto de valorização das compras governamentais, como meio indutor
de desenvolvimento sustentável, a Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação – SLTI
tem buscado promover, por meio diferentes ações, o programa de Contratações Públicas Sus-
tentáveis – CPS. O programa está sob responsabilidade do Departamento de Logística – DELOG,
cujo objetivo é viabilizar a inclusão de critérios ambientais e sociais nas compras públicas. Tam-
bém visa auxiliar na construção e consolidação de um modelo justo de desenvolvimento sus-
tentável que promova essa cultura institucional e que sirva de exemplo para a sociedade.
•• Algumas razões para incluir critérios ambientais nas contratações públicas:
Em primeiro lugar, desenvolver uma política de contratações públicas que leve em considera-
ção critérios de sustentabilidade, sendo que esta possui grande relevância por se tratar de um
instrumento indutor que pode influenciar o mercado e os padrões de consumo. O setor público
está entre os grandes consumidores do mercado, gastando cerca de 10 a 15% do PIB.
A licitação pública não é somente um procedimento administrativo que visa suprir a adminis-
tração com bens, serviços e obras necessárias ao seu funcionamento. Deve ser orientada para
implementar políticas públicas que induzam a um padrão de consumo e produção que atenda
ao interesse público de uma sociedade mais justa e igualitária, sem comprometer o bem estar
das gerações futuras.
As contratações públicas precisam incentivar o mercado nacional a ajustar-se à nova realidade
da sustentabilidade que está se tornando o fator diferencial na competição internacional do
século XXI.
A segunda razão é que adquirir produtos de menor impacto ambiental representa obter a con-
tratação mais vantajosa, ainda que eventualmente não seja o menor preço disponível no mer-
cado quando comparado com o de produtos convencionais. Embora possam ser considerados
similares, carecem de atributos fundamentais para atender ao interesse público da preservação
do meio ambiente e do bem estar social. Esses são os objetivos maiores da atuação do Estado,
conforme estabelece o art. 225 da Constituição Federal.
Produtos, serviços e obras de menor impacto ambiental, ainda que tenham um maior custo
aparente no momento da contratação, são mais econômicos no longo prazo. Isso porque redu-

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zem os gastos do Estado com políticas de reparação de danos ambientais, têm maior durabili-
dade, menor consumo de energia e materiais, e incentivam o surgimento de novos mercados e
empregos verdes, gerando renda e aumento de arrecadação tributária.
A terceira razão é que a exigência de critérios ambientais, sociais e econômicos nas contrata-
ções públicas, confere coerência à atuação do comprador público relativamente ao dever do
Estado de proteger o meio ambiente e fomentar o desenvolvimento econômico e social, inte-
grando a atuação das áreas meio com as políticas implementadas pelas áreas fim.
O Estado, enquanto grande consumidor de bens, serviços e obras, deve dar o exemplo, sensi-
bilizando os demais consumidores sobre as complicações ambientais e sociais associadas aos
diferentes tipos de compras, reafirmando o comprometimento com empresas que possuam
ética e boas práticas em relação ao meio ambiente e ao desenvolvimento econômico e social.
As contratações públicas sustentáveis podem abranger por exemplo a aquisição de computa-
dores verdes, equipamento de escritório feitos de madeira certificada, papel reciclável, trans-
porte público movido a energia mais limpa, alimentos orgânicos para as cantinas, eletricidade
produzida por fontes de energia renováveis, sistemas de ar condicionado de acordo com as so-
luções ambientais de ponta, bem como a contratação de edifícios energeticamente eficientes.
A seleção da proposta mais vantajosa ao interesse público deve eleger os bens e serviços cujas
características atendam a especificações adequadas, tanto em termos de qualidade e funciona-
lidade, quanto dos princípios e deveres do Estado definidos na Constituição Federal.
Assim, a Administração tem o dever de selecionar os bens, serviços e obras mais vantajosos,
em sentido amplo, não abrangendo somente o preço, mas também a qualidade e a conformi-
dade com o devedor do Estado de proteção ao meio ambiente.

Os primeiros passos importantes, na fase interna são:


1º Identificar os bens, serviços e obras mais adquiridos para analisar a viabilidade de adotar
exigências de sustentabilidade nas licitações futuras, optando por produtos equivalentes que
causem menor impacto ambiental e, que por exemplo, tenham maior eficiência energética.
Também devem ser exigidas práticas sustentáveis nas execuções dos serviços e obras.
2º Verificar a disponibilidade no mercado e demonstrar ao mercado o aumento da demanda
por produtos mais sustentáveis. Há grande oferta em relação a muitos produtos. Acesse o Por-
tal de Compra do Governo Federal com Critérios de Sustentabilidade: CATMAT.
3º Incluir gradativamente critérios ambientais, elaborando especificações técnicas claras e pre-
cisas dos produtos, bens e construções sustentáveis.
4º Incluir novos critérios nos editais de compras, serviços e obras.
5º Comunicar-se com outros gestores para trocar informações, pedir auxílio e sensibilizá-los.
Assim, as Contratações públicas sustentáveis são aquelas que consideram critérios ambientais,
econômicos e sociais em todos os estágios do processo de contratação, transformando o poder
de compra do Estado em instrumento de proteção ao meio ambiente e de desenvolvimento
econômico e social.

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Os objetivos dessas contratações são:
•• a contratação preferencial de bens e serviços ecologicamente sustentáveis ou de menor
impacto ambiental;
•• o incentivo ao desenvolvimento de práticas de redução de impactos ambientais na produ-
ção e no consumo de bens e serviços contratados; e
•• a identificação de critérios e instrumentos que induzam e permitam dar preferência, nas
contratações públicas, às empresas identificadas com a responsabilidade ambiental e so-
cial, dentre outros.
O Governo Federal, por meio do Decreto nº 7.746, de 5 de junho de 2012, estabeleceu critérios,
práticas e diretrizes gerais para a promoção do desenvolvimento nacional sustentável por meio
das contratações realizadas pela administração pública federal direta, autárquica e fundacional
e pelas empresas estatais dependentes. O Decreto institui ainda a Comissão Interministerial de
Sustentabilidade na Administração Pública – Cisap.
A finalidade da Cisap é propor a implementação de critérios, práticas e ações de logística sus-
tentável no âmbito da administração pública federal direta, autárquica e fundacional e das em-
presas estatais dependentes.

DECRETO Nº 7.746, DE 5 DE JUNHO DE 2012

Regulamenta o art. 3º da Lei nº 8.666, de 21 de Art. 2º A administração pública federal direta,


junho de 1993, para estabelecer critérios, prá- autárquica e fundacional e as empresas estatais
ticas e diretrizes para a promoção do desenvol- dependentes poderão adquirir bens e contratar
vimento nacional sustentável nas contratações serviços e obras considerando critérios e práti-
realizadas pela administração pública federal, e cas de sustentabilidade objetivamente defini-
institui a Comissão Interministerial de Sustenta- dos no instrumento convocatório, conforme o
bilidade na Administração Pública – CISAP. disposto neste Decreto.
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso das atri- Parágrafo Único. A adoção de critérios e
buições que lhe confere o art. 84, caput, incisos práticas de sustentabilidade deverá ser
IV e VI, alínea “a”, da Constituição, e tendo em justificada nos autos e preservar o caráter
vista o disposto no art. 3º da Lei no 8.666, de 21 competitivo do certame.
de junho de 1993, DECRETA: Art. 3º Os critérios e práticas de sustentabilida-
Art. 1º Este Decreto regulamenta o art. 3º da Lei de de que trata o art. 2º serão veiculados como
no 8.666, de 21 de junho de 1993, para estabe- especificação técnica do objeto ou como obriga-
lecer critérios, práticas e diretrizes gerais para a ção da contratada.
promoção do desenvolvimento nacional susten- Parágrafo único. A CISAP poderá propor à
tável por meio das contratações realizadas pela Secretaria de Logística e Tecnologia da In-
administração pública federal direta, autárquica formação do Ministério do Planejamento,
e fundacional e pelas empresas estatais depen- Orçamento e Gestão o estabelecimento de
dentes, e institui a Comissão Interministerial de outras formas de veiculação dos critérios e
Sustentabilidade na Administração Pública – CI-
SAP.

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práticas de sustentabilidade nas contrata- pública oficial ou instituição credenciada, ou


ções. por qualquer outro meio definido no instru-
Art. 4º São diretrizes de sustentabilidade, entre mento convocatório.
outras: § 1º Em caso de inexistência da certificação
I – menor impacto sobre recursos naturais referida no caput, o instrumento convocató-
como flora, fauna, ar, solo e água; rio estabelecerá que, após a seleção da pro-
posta e antes da adjudicação do objeto, o
II – preferência para materiais, tecnologias contratante poderá realizar diligências para
e matérias-primas de origem local; verificar a adequação do bem ou serviço às
III – maior eficiência na utilização de recur- exigências do instrumento convocatório.
sos naturais como água e energia; § 2º Caso o bem ou serviço seja considera-
IV – maior geração de empregos, preferen- do inadequado em relação às exigências do
cialmente com mão de obra local; instrumento convocatório, o contratante
deverá apresentar razões técnicas, assegu-
V – maior vida útil e menor custo de manu- rado o direito de manifestação do licitante
tenção do bem e da obra; vencedor.
VI – uso de inovações que reduzam a pres- Art. 9º Fica instituída a Comissão Interministe-
são sobre recursos naturais; e rial de Sustentabilidade na Administração Públi-
VII – origem ambientalmente regular dos ca – CISAP, de natureza consultiva e caráter per-
recursos naturais utilizados nos bens, servi- manente, vinculada à Secretaria de Logística e
ços e obras. Tecnologia da Informação, com a finalidade de
Art. 5º A administração pública federal direta, propor a implementação de critérios, práticas e
autárquica e fundacional e as empresas estatais ações de logística sustentável no âmbito da ad-
dependentes poderão exigir no instrumento ministração pública federal direta, autárquica e
convocatório para a aquisição de bens que estes fundacional e das empresas estatais dependen-
sejam constituídos por material reciclado, ató- tes.
xico ou biodegradável, entre outros critérios de Art. 10. A CISAP será composta por:
sustentabilidade. I – dois representantes do Ministério do Pla-
Art. 6º As especificações e demais exigências do nejamento, Orçamento e Gestão, sendo:
projeto básico ou executivo para contratação de a) um representante da Secretaria de Logís-
obras e serviços de engenharia devem ser ela- tica e Tecnologia da Informação, que a pre-
boradas, nos termos do art. 12 da Lei nº 8.666, sidirá; e
de 1993, de modo a proporcionar a economia
da manutenção e operacionalização da edifica- b) um representante da Secretaria de Orça-
ção e a redução do consumo de energia e água, mento Federal;
por meio de tecnologias, práticas e materiais II – um representante do Ministério do Meio
que reduzam o impacto ambiental. Ambiente, que exercerá a vice-presidência;
Art. 7º O instrumento convocatório poderá pre- III – um representante da Casa Civil da Pre-
ver que o contratado adote práticas de susten- sidência da República;
tabilidade na execução dos serviços contratados
e critérios de sustentabilidade no fornecimento IV – um representante do Ministério de Mi-
dos bens. nas e Energia;

Art. 8º A comprovação das exigências contidas V – um representante do Ministério do De-


no instrumento convocatório poderá ser feita senvolvimento, Indústria e Comércio Exte-
mediante certificação emitida por instituição rior;

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VI – um representante do Ministério da Ci- Art. 12. A CISAP poderá constituir Grupo de
ência, Tecnologia e Inovação; Apoio Técnico, formado por técnicos indicados
VII – um representante do Ministério da Fa- pelos órgãos referidos no art. 10, com o objeti-
zenda; e vo de assessorá-la no desempenho de suas fun-
ções, nos termos do seu regimento interno.
VIII – um representante da Controladoria-
-Geral da União. Art. 13. Poderão ser convidados a participar das
reuniões da CISAP especialistas, pesquisadores
§ 1º Os membros titulares da CISAP deve- e representantes de órgãos e entidades públicas
rão ocupar cargo de Secretário, Diretor ou ou privadas.
cargos equivalentes no órgão que represen-
tam, possuindo cada um deles um suplente. Art. 14. A participação na CISAP é considerada
prestação de serviço público relevante, não re-
§ 2º Os representantes, titulares e suplen- munerada.
tes, dos órgãos referidos nos incisos II a VIII
do caput serão designados, no prazo de trin- Art. 15. Compete à Secretaria de Logística e Tec-
ta dias contado da data de publicação deste nologia da Informação, como órgão central do
Decreto, por ato do Ministro de Estado do Sistema de Serviços Gerais – SISG, expedir nor-
Planejamento, Orçamento e Gestão. mas complementares sobre critérios e práticas
de sustentabilidade, a partir das proposições da
Art. 11. Compete à CISAP: CISAP.
I – propor à Secretaria de Logística e Tecno- § 1º As proposições da CISAP serão avalia-
logia da Informação: das com base nas diretrizes gerais de logís-
a) normas para elaboração de ações de lo- tica e compras da administração pública fe-
gística sustentável; deral.
b) regras para a elaboração dos Planos de § 2º A Secretaria de Logística e Tecnologia
Gestão de Logística Sustentável, de que tra- da Informação exercerá a função de Secre-
ta o art. 16, no prazo de noventa dias a par- taria-Executiva da CISAP.
tir da instituição da CISAP; Art. 16. A administração pública federal direta,
c) planos de incentivos para órgãos e enti- autárquica e fundacional e as empresas estatais
dades que se destacarem na execução de dependentes deverão elaborar e implementar
seus Planos de Gestão de Logística Susten- Planos de Gestão de Logística Sustentável, no
tável; prazo estipulado pela Secretaria de Logística e
Tecnologia da Informação, prevendo, no míni-
d) critérios e práticas de sustentabilidade mo:
nas aquisições, contratações, utilização dos I – atualização do inventário de bens e ma-
recursos públicos, desfazimento e descarte; teriais do órgão e identificação de similares
e) estratégias de sensibilização e capacita- de menor impacto ambiental para substitui-
ção de servidores para a correta utilização ção;
dos recursos públicos e para a execução da II – práticas de sustentabilidade e de racio-
gestão logística de forma sustentável; nalização do uso de materiais e serviços;
f) cronograma para a implantação de siste- III – responsabilidades, metodologia de im-
ma integrado de informações para acompa- plementação e avaliação do plano; e
nhar a execução das ações de sustentabili-
dade; e IV – ações de divulgação, conscientização e
capacitação.
g) ações para a divulgação das práticas de
sustentabilidade; e Art. 17. Este Decreto entra em vigor na data de
II – elaborar seu regimento interno. sua publicação.

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PLANO DE LOGÍSTICA SUSTENTÁVEL


Os Planos de Gestão de Logística Sustentável, são ferramentas de planejamento com objetivos
e responsabilidades definidas, ações, metas, prazos de execução e mecanismos de monitora-
mento e avaliação, que permite ao órgão ou entidade estabelecer práticas de sustentabilidade
e racionalização de gastos e processos na Administração Pública.
As regras para os Planos de Logística Sustentável foram estabelecidas pela Instrução Normativa
SLTI/MP nº 10, de 12 de novembro de 2012, onde foi definida também, a necessidade de com-
posição da Comissão Gestora do Plano de Gestão de Logística Sustentável, designados pelos
respectivos titulares dos órgãos ou entidades. Eles devem conter, minimamente, a atualização
do inventário de bens e materiais do órgão e identificação de similares de menor impacto am-
biental para substituição; as práticas de sustentabilidade e de racionalização do uso de mate-
riais e serviços; as responsabilidades, metodologia de implementação e avaliação do plano; e
ações de divulgação, conscientização e capacitação.
A IN SLTI-MP nº 10/2012 dispõe que os órgãos e entidades deverão elaborar e publicar seus
PLS no prazo de cento e oitenta dias, contados a partir da publicação da referida IN. Com isso,
vinculou-se a obrigação de produzir os Planos a um espaço temporal bem definido, evitando-se
postergações que poderão atrasar a inclusão da temática sustentabilidade não só na aquisição
de bens e serviços, mas também nas atividades da Administração Pública.

INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 10, DE 12 DE NOVEMBRO DE 2012

Estabelece regras para elaboração dos Planos estatais dependentes, conforme determina a
de Gestão de Logística Sustentável de que trata alínea “b” do inciso I do art. 11 do Decreto nº
o art. 16, do Decreto nº 7.746, de 5 de junho de 7.746, de 5 de junho de 2012.
2012, e dá outras providências.
Art. 2º Para os fins desta Instrução Normativa,
O SECRETÁRIO DE LOGÍSTICA E TECNOLOGIA DA considera-se:
INFORMAÇÃO DO MINISTÉRIO DO PLANEJA-
MENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO, SUBSTITUTO, I – logística sustentável: processo de coor-
no uso de suas atribuições, e tendo em vista o denação do fluxo de materiais, de serviços
disposto no art. 3º da Lei nº 8.666, de 21 de ju- e de informações, do fornecimento ao des-
nho de 1993, art. 15 do Decreto nº 7.746, de 5 fazimento, que considera a proteção am-
de junho de 2012, resolve: biental, a justiça social e o desenvolvimento
econômico equilibrado;
II – critérios de sustentabilidade: parâme-
tros utilizados para avaliação e comparação
CAPÍTULO I de bens, materiais ou serviços em função
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES do seu impacto ambiental, social e econô-
mico;
Art. 1º Ficam instituídas as regras para elabora-
ção dos Planos de Gestão de Logística Susten- III – práticas de sustentabilidade: ações que
tável – PLS, na Administração Pública Federal tenham como objetivo a construção de um
direta, autárquica, fundacional e nas empresas novo modelo de cultura institucional visan-

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do a inserção de critérios de sustentabilida- CAPÍTULO II
de nas atividades da Administração Pública; DOS PLANOS DE GESTÃO DE LOGÍSTI-
IV – práticas de racionalização: ações que CA SUSTENTÁVEL
tenham como objetivo a melhoria da qua-
lidade do gasto público e contínua primazia Seção I
na gestão dos processos; ASPECTOS GERAIS
V – coleta seletiva: coleta de resíduos sóli- Art. 3º Os PLS são ferramentas de planejamen-
dos previamente segregados conforme sua to com objetivos e responsabilidades definidas,
constituição ou composição; ações, metas, prazos de execução e mecanis-
VI – coleta seletiva solidária: coleta dos resí- mos de monitoramento e avaliação, que per-
duos recicláveis descartados, separados na mite ao órgão ou entidade estabelecer práticas
fonte geradora, para destinação às associa- de sustentabilidade e racionalização de gastos e
ções e cooperativas de catadores de mate- processos na Administração Pública.
riais recicláveis; Art. 4º Os PLS devem ser elaborados pelo órgão
VII – resíduos recicláveis descartados: ma- ou entidade e sua delegação e aprovação será
teriais passíveis de retorno ao seu ciclo pro- de responsabilidade do Secretário-Executivo do
dutivo, rejeitados pelos órgãos ou entida- respectivo Ministério, ou cargo equivalente no
des da Administração Pública; caso das Autarquias, Fundações e empresas es-
tatais dependentes.
VIII – material de consumo: todo material
que, em razão de sua utilização, perde nor- § 1º Os PLS poderão ser subdivididos, a cri-
malmente sua identidade física e/ou tem tério de cada órgão ou entidade, em razão
sua utilização limitada a dois anos; da complexidade de sua estrutura, sendo
os resultados consolidados e apresentados
IX – material permanente: todos os bens e pela autoridade referida no caput deste ar-
materiais que, em razão de sua utilização, tigo.
não perdem sua identidade física, mesmo
quando incorporados a outros bens, tendo § 2º Na hipótese de o edifício ser ocupado
durabilidade superior a dois anos; por mais de um órgão ou entidade, cada
PLS deverá conter as ações específicas e as
X – inventário físico financeiro: relação de compartilhadas que dependam de esforços
materiais que compõem o estoque onde conjuntos.
figuram a quantidade física e financeira, a
descrição, e o valor do bem; e § 3º Na hipótese de o órgão ou entidade
não ser autorizado a realizar ações de adap-
XI – compra compartilhada: contratação tação no edifício que ocupa, tal impossibili-
para um grupo de participantes previamen- dade deverá ser informada e justificada no
te estabelecidos, na qual a responsabilida- PLS.
de de condução do processo licitatório e
gerenciamento da ata de registro de preços Seção II
serão de um órgão ou entidade da Adminis- DO CONTEÚDO
tração Pública Federal.
Art. 5º Os PLS deverão conter, no mínimo:
I – atualização do inventário de bens e ma-
teriais do órgão ou entidade e identificação
de similares de menor impacto ambiental
para substituição;

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ATA – Atualidades – Prof. Cássio Albernaz

II – práticas de sustentabilidade e de racio- VI – compras e contratações sustentáveis,


nalização do uso de materiais e serviços; compreendendo, pelo menos, obras, equi-
pamentos, serviços de vigilância, de lim-
III – responsabilidades, metodologia de im- peza, de telefonia, de processamento de
plementação e avaliação do plano; e dados, de apoio administrativo e de manu-
IV – ações de divulgação, conscientização e tenção predial; e
capacitação. VII – deslocamento de pessoal, conside-
Art. 6º Deverá ser constituída a Comissão Gesto- rando todos os meios de transporte, com
ra do Plano de Gestão de Logística Sustentável, foco na redução de gastos e de emissões de
composta por no mínimo três servidores, desig- substâncias poluentes.
nados pelos respectivos titulares dos órgãos ou Parágrafo único. As práticas de sustentabili-
entidades, no prazo de trinta dias, a contar da dade e racionalização do uso de materiais e
publicação desta Instrução Normativa. serviços constantes no Anexo II poderão ser
§ 1º Os órgãos ou entidades poderão rati- utilizadas como referência na elaboração
ficar as comissões já instituídas no âmbito dos PLS.
das iniciativas elencadas nos incisos do art. Art. 9º Os PLS deverão ser formalizados em pro-
11 para atender ao disposto no caput deste cessos e, para cada tema citado no art. 8º, deve-
artigo. rão ser criados Planos de Ação com os seguintes
§ 2º A Comissão Gestora do Plano de Gestão tópicos:
de Logística Sustentável terá a atribuição de I – objetivo do Plano de Ação;
elaborar, monitorar, avaliar e revisar o PLS.
II – detalhamento de implementação das
Art. 7º A elaboração e atualização do inventário ações;
de bens móveis deverão ser feitas em conformi-
dade com a Instrução Normativa SEDAP nº 205, III – unidades e áreas envolvidas pela imple-
de 8 de abril de 1988, ou normativo que a subs- mentação de cada ação e respectivos res-
tituir. Parágrafo único O inventário de materiais ponsáveis;
deverá ser composto pela lista dos materiais de
consumo para uso nas atividades administrati- IV – metas a serem alcançadas para cada
vas, adquiridos pelo órgão ou entidade no perí- ação;
odo de um ano, conforme Anexo I. V – cronograma de implantação das ações;
Art. 8º As práticas de sustentabilidade e racio- e
nalização do uso de materiais e serviços deve- VI – previsão de recursos financeiros, hu-
rão abranger, no mínimo, os seguintes temas: manos, instrumentais, entre outros, neces-
I – material de consumo compreendendo, sários para a implementação das ações.
pelo menos, papel para impressão, copos § 1º Para os temas listados no art. 8º, os re-
descartáveis e cartuchos para impressão; sultados alcançados serão avaliados semes-
II – energia elétrica; tralmente pela comissão gestora, utilizan-
do, no mínimo, os indicadores elencados no
III – água e esgoto; Anexo III.
IV – coleta seletiva; § 2º Caso o órgão ou entidade inclua ou-
tros temas no PLS deverão ser definidos os
V – qualidade de vida no ambiente de tra- respectivos indicadores, contendo: nome,
balho; fórmula de cálculo, fonte de dados, me-

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todologia de apuração e periodicidade de similares, das iniciativas elencadas neste ar-
apuração. tigo, poderão ser incorporados aos PLS dos
órgãos ou entidades.
Art. 10. As iniciativas de capacitação afetas ao
tema sustentabilidade deverão ser incluídas no
Plano Anual de Capacitação das unidades inte-
grantes da administração pública federal dire- CAPÍTULO III
ta, das autarquias e das fundações, de acordo
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
com o disposto no Decreto nº 5.707, de 23 de
fevereiro de 2006, e nos planos de capacitação Art. 12. Os PLS deverão ser elaborados e publi-
similares, no caso das empresas estatais depen- cados no site dos respectivos órgãos ou entida-
dentes. des no prazo de cento e oitenta dias, contados a
Art. 11. As seguintes iniciativas poderão ser ob- partir da publicação desta Instrução Normativa.
servadas na elaboração dos PLS: Art. 13. Os resultados alcançados a partir da im-
I – Programa de Eficiência do Gasto Público plantação das ações definidas no PLS deverão
– PEG, desenvolvido no âmbito da Secreta- ser publicados semestralmente no site dos res-
ria de Orçamento Federal do Ministério do pectivos órgãos ou entidades, apresentando as
Planejamento, Orçamento e Gestão – SOF/ metas alcançadas e os resultados medidos pelos
MP; indicadores.

II – Programa Nacional de Conservação de Art. 14. Ao final de cada ano deverá ser elabora-
Energia Elétrica – Procel, coordenado pela do relatório de acompanhamento do PLS de for-
Secretaria de Planejamento e Desenvolvi- ma a evidenciar o desempenho de cada órgão
mento Energético do Ministério de Minas e ou entidade, contendo:
Energia – SPE/MME; I – consolidação dos resultados alcançados;
III – Agenda Ambiental na Administração e
Pública – A3P, coordenado pela Secreta- II – identificação das ações a serem desen-
ria de Articulação Institucional e Cidadania volvidas ou modificadas para o ano sub-
Ambiental do Ministério do Meio Ambiente sequente. Parágrafo único. Os relatórios
– SAIC/MMA; deverão ser publicados no site dos respec-
IV – Coleta Seletiva Solidária, desenvolvida tivos órgãos ou entidades e encaminhados
no âmbito da Secretaria-Executiva do Minis- eletronicamente à Secretaria Executiva da
tério do Desenvolvimento Social e Combate CISAP.
à Fome – SE/MDS; Art. 15. Esta Instrução Normativa entra em vi-
V – Projeto Esplanada Sustentável – PES, co- gor na data de sua publicação.
ordenado pelo Ministério do Planejamento,
Orçamento e Gestão, por meio da SOF/MP,
em articulação com o MMA, MME e MDS; e
VI – Contratações Públicas Sustentáveis –
CPS, coordenada pelo órgão central do Sis-
tema de Serviços Gerais – SISG, na forma da
Instrução Normativa nº 1, de 19 de janeiro
de 2010, da Secretaria de Logística e Tec-
nologia da Informação – SLTI/MP. Parágrafo
único. Os Planos de Ação, ou instrumentos

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Atualidades

Professor Rafael Ravazolo

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Edital

ATUALIDADES: Poder econômico e responsabilidade social. Norma Brasileira de Diretrizes


sobre Responsabilidade Social - ABNT NBR ISO 26000: 2010. Desenvolvimento Sustentável e
Administração Pública. O serviço público e os desafios da sustentabilidade: Agenda Ambiental
da Administração Pública.

BANCA: ESAF
CARGO: Assistente Técnico Administrativo

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Atualidades

1. DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

A partir da década de 70, tendo como marco histórico a Conferência das Nações Unidas sobre
Meio Ambiente e frente aos problemas oriundos da degradação ambiental, iniciou-se no mun-
do uma crescente consciência de que seria necessária uma forma diferenciada de o ser huma-
no relacionar-se com a natureza e de gerar e distribuir riquezas.
Sustentabilidade é um conceito sistêmico – amplo – que se relaciona diretamente com o con-
ceito desenvolvimento sustentável.
Desenvolvimento sustentável foi um termo utilizado pela primeira vez em 1987, como resul-
tado da Assembleia Geral das Nações Unidas, no relatório Brundtland (denominado Our Com-
mon Future – Nosso Futuro Comum). É aquele desenvolvimento que “atende as necessidades
do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de atenderem as suas".
Portanto, busca o desenvolvimento que satisfaça as atuais necessidades, sem comprometer a
capacidade das gerações futuras de suprir as suas próprias.
Trata-se de uma nova visão de mundo com implicação direta nas relações político-sociais, eco-
nômicas, culturais e ecológicas ao integrar em um mesmo processo o equilíbrio entre as dimen-
sões econômicas, sociais e ambientais. Diz respeito à necessidade de revisar e redefinir modos
de produção e padrões de consumo vigentes de tal modo que o crescimento econômico não
seja alcançado a qualquer preço, mas considerando-se os impactos e a geração de valores so-
ciais e ambientais decorrentes da atuação humana.
É um desafio conjunto entre empresas, governos e sociedade civil que devem atuar de forma
integrada em prol do presente e do futuro da humanidade, dos seres vivos e do planeta em
geral.
Inicialmente, a sustentabilidade possuía um viés meramente ambiental – ecoeficiência: ações
em prol da minimização de emissões, redução no uso de materiais e energia, reutilização e
reciclagem de insumos, passando a integrar programas de gestão que variavam em torno dos
chamados 3Rs – reciclagem, redução e reutilização.
Hoje a sustentabilidade se tornou mais ampla, incorporando características de Responsabilida-
de Social e Ambiental (RSA).
Uma organização sustentável é aquela que contribui para o desenvolvimento sustentável ao
gerar, simultaneamente, benefícios econômicos, sociais e ambientais – conhecidos como os
três pilares do desenvolvimento sustentável.

www.acasadoconcurseiro.com.br 825
São considerados, portanto, os seguintes impactos:
•• Ambientais – utilização de recursos, escolha de materiais,
conservação de recursos, redução das emissões, preserva-
ção da biodiversidade e da natureza, emissão de poluen-
tes no solo, na água e no ar, transporte e logística, descar-
te de resíduos etc.
•• Sociais – normas de trabalho, saúde e segurança, liber-
dades civis, justiça social, comunidade local, direitos in-
dígenas, questões culturais, acessibilidade, equidade, pa-
trimônio e sensibilidades religiosas, inclusão, geração de
empregos e renda, comunicação, capacitação, legados etc.
•• Econômicos – retorno sobre o investimento, incentivo à economia local, capacidade do
mercado, valor das partes interessadas, inovação, impacto econômico direto e indireto,
presença de mercado, desempenho econômico, risco, comércio justo e participação nos
lucros, ética, geração de renda e emprego etc.
Sustentabilidade é, portanto, o conceito que
prevê a gestão focada em três instâncias mu-
tuamente fortalecedoras: a prosperidade da
organização, a qualidade ambiental dos siste-
mas que a envolvem e a equidade social das
comunidades em que ela atua.
Alguns autores criaram dimensões "extras"
que, na prática, estão dentro dessas três
principais. Por exemplo:
•• Espacial ou territorial: busca de equi-
líbrio na configuração rural-urbana e
melhor distribuição territorial dos as-
sentamentos humanos e atividades eco-
nômicas; melhorias no ambiente urbano;
superação das disparidades inter-regio-
nais e elaboração de estratégias ambien-
talmente seguras para áreas ecologicamente frágeis a fim de garantir a conservação da bio-
diversidade e do ecodesenvolvimento.
•• Cultural: respeito à cultura de cada local, garantindo continuidade e equilíbrio entre a tra-
dição e a inovação.
•• Política: no aspecto nacional baseia-se na democracia, apropriação universal dos direitos
humanos; desenvolvimento da capacidade do Estado para implementar o projeto nacional
em parceria com empreendedores e em coesão social. No aspecto internacional tem sua
eficácia na prevenção de guerras, na garantia da paz e na promoção da cooperação interna-
cional e na aplicação do princípio da precaução na gestão do meio ambiente e dos recursos
naturais; preservação da biodiversidade e da diversidade cultural; gestão do patrimônio
global como herança da humanidade; cooperação científica e tecnológica internacional.
•• Psicológica: relaciona o comportamento do ser humano perante as demais dimensões.

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1.1. Gestão da Sustentabilidade

Definimos genericamente Gestão como o empreendimento de esforços para planejar, organi-


zar, dirigir e controlar pessoas e recursos de forma a alcançar os objetivos organizacionais.
Unindo este conceito ao de Sustentabilidade, podemos concluir que Gestão da Sustentabili-
dade é uma política (pública, empresarial) que propõe incorporar os princípios do desenvol-
vimento sustentável no planejamento de suas atividades, negócios e práticas administrativas,
envolvendo os seus públicos de relacionamento: funcionários e colaboradores, fornecedores,
parceiros, clientes, acionistas e credores, concorrentes, comunidades, governo e meio ambien-
te.
Implica integrar a perspectiva sustentável à sua própria missão e às estratégias, adotando crité-
rios socioambientais e econômico-financeiros no processo de tomada de decisão sobre os ne-
gócios. Implica, ainda, analisar fornecedores e clientes de outro modo, considerando eventuais
impactos socioambientais causados pelas atividades da cadeia de produtos e serviços.
O desenvolvimento sustentável desafia as empresas a funcionarem de uma maneira transpa-
rente, responsável, tendo em vista a existência de uma bem informada e ativa base de stakehol-
ders (partes interessadas).
Significa desenhar processos, produtos e serviços à luz de seus impactos sociais e ambientais.
Significa avaliar a performance organizacional não somente com base em indicadores de natu-
reza econômica, mas complementá-los com outros que avaliem a geração de valores sociais –
como a defesa dos direitos humanos e do trabalho, o bem-estar dos funcionários, a promoção
da diversidade, o respeito às diferenças, a inclusão social e os investimentos diretos na comu-
nidade –, e a preservação ambiental – como os que consideram os impactos diretos e indiretos
de nossas atividades no ar, na água, na terra e na biodiversidade.

1.2. ISO 26000:2010

A Norma fornece orientações/diretrizes sobre os princípios subjacentes à Responsabilidade So-


cial e visa ser útil para todos os tipos de organizações, nos setores privado, público e sem fins
lucrativos, sejam elas grandes ou pequenas.
Obs: apesar de ser uma norma ISO, ela não visa nem é apropriada a fins de certificação.
A característica essencial da Responsabilidade Social é a disposição da organização de incor-
porar considerações socioambientais em seus processos decisórios, bem como a prestação de
contas pelos impactos de suas decisões e atividades na sociedade e no meio ambiente
Em suma, Responsabilidade Social é a responsabilidade de uma organização pelos impactos de
suas decisões e atividades na sociedade e no meio ambiente, por meio de um comportamento
ético e transparente que:
•• Contribua para o Desenvolvimento Dustentável, inclusive a saúde e bem-estar da socieda-
de;
•• Desenvolvimento Sustentável: desenvolvimento que satisfaz as necessidades do pre-
sente sem comprometer a capacidade das futuras gerações de suprir suas próprias ne-
cessidades

www.acasadoconcurseiro.com.br 827
•• Leve em consideração as expectativas das partes interessadas;
•• Esteja em conformidade com a legislação e as normas internacionais de comportamento;
•• Esteja integrada em toda a organização e seja praticada em suas relações.
Ao praticar a responsabilidade social, o objetivo mais amplo da organização é maximizar sua
contribuição para o desenvolvimento sustentável. Dentro desse objetivo, apesar de não haver
uma lista definitiva de princípios da responsabilidade social, convém que as organizações res-
peitem Sete Princípios:
1. Accountability
2. Transparência
3. Comportamento ético
4. Respeito pelos interesses das partes interessadas (stakeholders)
5. Respeito pelo estado de direito
6. Respeito pelas normas internacionais de comportamento
7. Respeito pelos direitos humanos

PRINCÍPIO APLICABILIDADE
Convém que a organização preste contas e se responsabilize por seus
Accountability
impactos na sociedade, na economia e no meio ambiente.
Convém que uma organização seja transparente em suas decisões e
atividades que impactam na sociedade e no meio ambiente.
Recomenda-se que a organização divulgue de forma clara, precisa e
em grau razoável e suficiente as políticas, decisões e atividades pelas
quais é responsável, inclusive os impactos conhecidos e prováveis na
Transparência sociedade e no meio ambiente. Essas informações devem estar pron-
tamente disponíveis e ser acessíveis, tempestivas e compreensíveis
(claras) para aqueles que tenham sido ou possam vir a ser afetados
de modo significativo pela organização. Dessa forma, as partes inte-
ressadas podem avaliar o impacto que as decisões e atividades da
organização têm em seus respectivos interesses.
Recomenda-se que o comportamento da organização se baseie na
ética da honestidade, equidade e integridade. Essa ética implica a
Comportamento ético
preocupação com pessoas, animais e meio ambiente, bem como o
compromisso de cuidar dos interesses das partes envolvidas.
Convém que a organização identifique suas partes interessadas e te-
nha a devida consideração pelos interesses e direitos legítimos des-
ses grupos.
Respeito pelos interesses das Apesar de os objetivos da organização comumente se limitarem aos
partes interessadas interesses de seus respectivos proprietários, conselheiros, clientes ou
(stakeholders) associados, outros indivíduos ou grupos também devem ter direitos,
reivindicações ou interesses específicos levados em conta. Coletiva-
mente, esses envolvidos compreendem as partes interessadas da or-
ganização.

828 www.acasadoconcurseiro.com.br
ATA – Atualidades – Prof. Rafael Ravazolo

Convém que a organização aceite que o respeito pelo estado de di-


reito é obrigatório.
O estado de direito refere-se ao princípio da legalidade, ou seja, a
supremacia da lei. Sendo assim, nenhum indivíduo ou organização
(nem o governo) está acima da lei. O estado de direito contrapõe-
Respeito pelo -se ao exercício arbitrário do poder. No contexto da responsabilida-
estado de direito de social, respeito pelo estado de direito significa que a organização
obedece a todas as leis e regulamentos aplicáveis. Isso significa que
a organização deve tomar medidas para conhecer as leis e os regula-
mentos que lhe cabem e informar a todos dentro da organização so-
bre sua obrigação de cumpri-las, implementando medidas para que
isso ocorra efetivamente.
Convém que uma organização respeite as normas internacionais de
comportamento, ao mesmo tempo em que adere ao princípio de res-
Respeito pelas normas
peito pelo estado de direito.
internacionais de
Em países onde a legislação não prevê um mínimo de salvaguardas
comportamento
socioambientais, recomenda-se que a organização se esforce para
respeitar as normas internacionais de comportamento.
Recomenda-se que haja respeito pelos direitos previstos na Carta In-
Respeito pelos direitos ternacional dos Direitos Humanos e que se compreenda sua univer-
humanos salidade – são aplicáveis em todos os países, culturas e situações de
forma unívoca.

Para definir o escopo de sua responsabilidade social, identificar questões relevantes e estabele-
cer suas prioridades, convém que a organização aborde sete temas centrais:
•• governança organizacional: sistema pelo qual uma organização toma decisões e as imple-
menta na busca de seus objetivos. A governança organizacional pode compreender tanto
mecanismos formais de governança, baseados em estruturas e processos definidos, como
mecanismos informais, que emergem a partir da cultura e dos valores da organização, ge-
ralmente influenciados pelas pessoas que estão liderando a organização.
•• direitos humanos: são inerentes a todo ser humano, inalienáveis, universais, indivisíveis e
interdependentes. Há duas grandes categorias: 1) direitos civis e políticos – direito à vida, à
liberdade, à igualdade perante a lei e à liberdade de expressão. 2) direitos econômicos, so-
ciais e culturais – direito ao trabalho, à alimentação, ao mais alto possível padrão de saúde,
à educação e à seguridade social.
•• práticas de trabalho: direito de todos a ganhar seu sustento por meio de um trabalho li-
vremente escolhido e o direito a condições de trabalho justas e favoráveis. O trabalho não
é uma mercadoria, portanto, não convém que os trabalhadores sejam tratados como um
fator de produção e sujeitos às mesmas forças de mercado que se aplicam às mercadoria.
•• meio ambiente: para reduzir seus impactos ambientais, convém que a organização adote
uma abordagem integrada, que leve em consideração as implicações – econômicas, sociais,
na saúde e no meio ambiente – de suas decisões e atividades, direta e indiretamente.
•• práticas leais de operação: conduta ética nos negócios da organização com outras organi-
zações (órgãos públicos, parceiros, fornecedores, empresas terceirizadas, clientes, concor-
rentes e as associações de que são membros). Envolve combate à corrupção, concorrência
leal, comportamento socialmente responsável e respeito pelos direitos de propriedade.

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•• questões relativas ao consumidor: questões de responsabilidade social relativas ao con-
sumidor referem-se, entre outras, às práticas leais de marketing, proteção da saúde e se-
gurança, consumo sustentável, solução de controvérsias e indenização, proteção de dados
e privacidade, acesso a produtos e serviços essenciais, atendimento às necessidades dos
consumidores vulneráveis e desprivilegiados e educação.
•• envolvimento e desenvolvimento da comunidade: envolvimento da comunidade, seja in-
dividualmente ou por meio de associações, visando o bem comum. Envolve geração de em-
prego, investimentos sociais, programas de educação e capacitação, promoção e preser-
vação da cultura, prestação e/ou promoção de serviços de saúde para a comunidade, etc.
Uma vez que os princípios tenham sido entendidos e os temas centrais e as questões relevan-
tes e significativas de responsabilidade social tenham sido identificados, convém que a organi-
zação busque integrar a responsabilidade social em todas as suas decisões e atividades. Isso en-
volve práticas como: tornar a responsabilidade social parte integrante de suas políticas, cultura
organizacional, estratégias e operações; desenvolver competências internas de responsabili-
dade social; promover comunicação interna e externa sobre responsabilidade social; e avaliar
periodicamente essas ações e práticas referentes à responsabilidade social.

1.3. Sustentabilidade no Setor Público

O processo econômico decorrente da globalização, as transformações políticas e sociais mun-


diais, a inovação tecnológica e científica e, mais recentemente, os impactos das mudanças cli-
máticas, têm evidenciado a importância e a fragilidade da agenda socioambiental global e, ao
mesmo tempo, destacado a preocupação de governos e sociedade, principalmente no que diz
respeito à necessidade de revisão dos atuais padrões insustentáveis de produção e consumo e
modelos econômicos adotados pelos países desenvolvidos e economias emergentes, como é o
caso do Brasil.
Além de implantar uma política coerente de RSA, o governo possui um papel importante na
disponibilização das condições necessárias para que outros setores da economia possam res-
ponder melhor às expectativas sociais e necessidades de preservação ambiental.
O governo possui ainda um papel estratégico no processo de RSA por meio da promoção do
diálogo entre os setores sociais, da conscientização da sociedade sobre a importância de uma
política de responsabilidade socioambiental, da ampla publicidade e transparência das iniciati-
vas de RSA, promovendo a sensibilização e capacitação em parceria com as entidades do setor
empresarial e da sociedade civil.
Atualmente, muitas iniciativas já estão sendo implementadas e são uma tentativa, por parte
das instituições governamentais, de dar o exemplo.

1.3.1. Constituição Federal


Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever
de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.

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ATA – Atualidades – Prof. Rafael Ravazolo

§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:


I – preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das
espécies e ecossistemas;
II – preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entida-
des dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético;
III – definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a
serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através
de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem
sua proteção;
IV – exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de
significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará
publicidade;
V – controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias
que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente;
VI – promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública
para a preservação do meio ambiente;
VII – proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua
função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade.
§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degra-
dado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei.
§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores,
pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obriga-
ção de reparar os danos causados.
§ 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Gros-
sense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, den-
tro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos
recursos naturais.
§ 5º São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações discrimina-
tórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais.
§ 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei fede-
ral, sem o que não poderão ser instaladas.

1.3.2. Agenda Ambiental da Administração Pública – A3P


A Agenda Ambiental da Administração Pública –
A3P é um programa, coordenado pelo Ministério
do Meio Ambiente, que visa implantar a responsa-
bilidade socioambiental nas atividades administra-
tivas e operacionais da administração pública.

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As ações estimuladas envolvem a mudança nas compras e contratações, a sensibilização e ca-
pacitação dos servidores, a gestão adequada dos recursos e resíduos, o combate ao desper-
dício e a promoção da melhoria da qualidade de vida no ambiente de trabalho. Essas ações
embasam os eixos temáticos da A3P.
A adoção de novos procedimentos para as compras públicas, por exemplo, podem adotar crité-
rios que levem em consideração: a obrigatoriedade de se respeitar a sustentabilidade ambien-
tal como um princípio geral da compra a ser realizada; a inclusão da necessidade de proteção
ambiental como um critério para a seleção dos produtos e serviços; e a conformidade às leis
ambientais como condição prévia para participação nos processos licitatórios.
A A3P pode ser desenvolvida em toda a administração pública, nos três poderes (Executivo,
Legislativo e Judiciário) e nas esferas de governo (municipal, estadual e federal). O Programa foi
criado para ser aplicado na administração pública, mas pode ser usado como modelo de gestão
socioambiental por outros segmentos da sociedade.
Para auxiliar o processo de implantação da agenda, o Ministério do Meio Ambiente propõe a
assinatura do Termo de Adesão que tem por finalidade integrar esforços para desenvolver pro-
jetos destinados à implementação da agenda. A assinatura do termo demonstra o comprometi-
mento da instituição com a agenda socioambiental e gestão transparente.
Paralelamente ao termo, a A3P conta, também, com uma outra forma de participação chamada
de RedeA3P. A rede é um canal de comunicação permanente cujo intuito é difundir informações
sobre temas relevantes à agenda, sistematizar dados e informações acerca do desempenho
ambiental das instituições, incentivar e promover programas de formação e mudanças organi-
zacionais e, finalmente, proporcionar o intercâmbio técnico entre os participantes, culminando
na troca de experiências entre eles.

1.3.2.1. Objetivos da A3P


A A3P tem como principal objetivo estimular a reflexão e a mudança de atitude dos servidores
para que os mesmos incorporem os critérios de gestão socioambiental em suas atividades roti-
neiras. Além disso, busca:
•• Sensibilizar os gestores públicos para as questões socioambientais;
•• Promover o uso racional de recursos naturais e redução de gastos institucionais;
•• Contribuir para revisão dos padrões de produção e consumo e na adoção de novos referen-
ciais de sustentabilidade no âmbito da administração pública;
•• Reduzir o impacto socioambiental negativo direto e indireto causado pela execução das
atividades de caráter administrativo e operacional;
•• Contribuir para a melhoria da qualidade de vida.

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ATA – Atualidades – Prof. Rafael Ravazolo

1.3.2.2. Cinco eixos temáticos


I – Uso racional dos recursos naturais e
bens públicos: usar racionalmente os re-
cursos naturais e bens públicos implica em
usá-los de forma econômica e racional evi-
tando o seu desperdício. Este eixo engloba
o uso racional de energia, água e madeira
além do consumo de papel, copos plásticos
e outros materiais de expediente. A cultu-
ra do desperdício ultrapassa as camadas
de alta renda e, paradoxalmente, atinge as
camadas menos favorecidas. Além disso, a
economia brasileira caracteriza-se por ele-
vado nível de desperdício de recursos ener-
géticos e naturais. A redução desses consti-
tui verdadeira reserva de desenvolvimento
para o Brasil, bem como fonte de bons ne-
gócios.
II – Gestão adequada dos resíduos gerados: preocupações com a coleta, o tratamento e a des-
tinação dos resíduos. Passa pela adoção da política dos 5R´s: Repensar, Reduzir, Reutilizar, Reci-
clar e Recusar. Dessa forma, deve-se primeiramente pensar em reduzir o consumo e combater
o desperdício para, só então, destinar o resíduo gerado corretamente.

III – Qualidade de vida no ambiente de trabalho: visa facilitar e satisfazer as necessidades do


trabalhador ao desenvolver suas atividades na organização através de ações para o desenvol-
vimento pessoal e profissional. Envolve, dentre diversos fatores: uso e desenvolvimento de ca-
pacidades pessoais, integração social e interna, respeito à legislação, condições de segurança e
saúde no trabalho.

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IV – Sensibilização e capacitação dos servidores: busca criar e consolidar a consciência cidadã
da responsabilidade socioambiental nos servidores. O processo de capacitação contribui para
o desenvolvimento de competências institucionais e individuais fornecendo oportunidade para
os servidores desenvolverem atitudes para um melhor desempenho de suas atividades.
V – Licitações sustentáveis: a administração pública deve promover a responsabilidade
socioambiental das suas compras. Licitações que levem à aquisição de produtos e serviços
sustentáveis são importantes não só para a conservação do meio ambiente mas também
apresentam uma melhor relação custo/benefício a médio ou longo prazo quando comparadas
às que se valem do critério de menor preço.

1.3.2.3. Selo A3P


O Selo de Sustentabilidade na Administração Pública tem por objetivo conferir o reconhecimento
e a divulgação de práticas de gestão baseadas em conceitos de sustentabilidade, implantadas
pelas Administração Pública.
O Selo é composto por três categorias independentes: o Selo Verde, o Selo Prata e o Selo
Laranja.
•• Verde: adesão ao programa.
•• Prata: cumprimento da entrega do Relatório Anual de implementação da A3P.
•• Laranja: vencedoras do Prêmio Melhores Práticas da A3P.

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Questões

1. (37804) CESGRANRIO – 2012 – ADMINIS- da sociedade quanto à democratização do


TRAÇÃO GERAL – Sustentabilidade Estado. A sustentabilidade descrita refere-
-se, especificamente, à seguinte dimensão
A Rio+20 figura como um cenário-chave do desenvolvimento:
para o reordenamento discursivo e geopo-
lítico global, em que – sob o rótulo de eco- a) cultural
nomia verde – se discute a consolidação dos b) política
mercados financeiros a partir da natureza, c) espacial
o maior controle empresarial dos recursos d) ecológica
naturais e a legitimação do uso de novas e) ambiental
tecnologias de alto risco, como nanotecno-
logia, biotecnologia, biologia sintética e geo- 3. (80474) CESGRANRIO – 2011 – ADMINIS-
engenharia. TRAÇÃO GERAL – Sustentabilidade
RIBEIRO, S. As novas fronteiras da mercantilização da A sustentabilidade é um conceito funda-
natureza. Le Monde Diplomatique Brasil, ano 5, n. 53, dez.
2011. Suplemento especial, p.10. Adaptado.
mental na política de segurança do meio
ambiente e da saúde, nas empresas. Esse
A Conferência das Nações Unidas Rio+20 conceito visa a
tem especificamente como tema central a
a) buscar, permanentemente, o aumento
a) revisão do conceito de desemprego es- de produtividade e do crescimento eco-
trutural nômico, gerando emprego e renda.
b) cooperação regional de economias b) preservar as fontes de recursos natu-
emergentes rais, evitando uma maior exploração
c) metodologia europeia de unificação de desses recursos, de modo a evitar a de-
moedas gradação ambiental.
d) proposta inovadora de desarmamento c) conciliar produção e crescimento eco-
planetário nômico com preservação dos recursos
e) noção atualizada de desenvolvimento naturais.
sustentável d) demonstrar a total incompatibilidade
entre crescimento econômico, geração
2. (37805) CESGRANRIO – 2012 – ADMINIS- de emprego, renda e preservação am-
TRAÇÃO GERAL – Sustentabilidade biental.
e) manter os lucros da empresa, melho-
Em 2012, o Rio de Janeiro acolherá a Cúpula
rando as condições de trabalho dos fun-
da Terra sobre o desenvolvimento sustentá-
cionários.
vel promovida pelas Nações Unidas. Nessa
reunião, estará em evidência, dentre outros
temas, a sustentabilidade do desenvolvi-
mento vinculada estreitamente ao proces-
so de construção da cidadania, buscando a
incorporação plena dos indivíduos ao pro-
cesso de desenvolvimento. Essa sustentabi-
lidade diz respeito tanto à democratização

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4. (81625) CESGRANRIO – 2014 ADMINISTRA-
ÇÃO GERAL – Sustentabilidade
Um gestor, atento às novas tendências mun-
diais no âmbito empresarial, levou novas
ideias para a empresa em que trabalha.
Começou a implantar práticas de reaprovei-
tamento de materiais e objetos, oferecendo
ao mercado novos produtos, mostrando ao
público-alvo da empresa a necessidade do
consumo consciente.
As práticas de gestão adotadas pelo gestor
mostram que a empresa tem
a) política da qualidade
b) governança corporativa
c) gestão de projetos
d) gestão de processos de negócio
e) responsabilidade ambiental

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Questões, poderá assistir ao vídeo da explicação do professor.
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Gabarito: 1. (37804) E 2. (37805) B 3. (80474) C 4. (81625) E

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Gestão de Pessoas e do Atendimento ao Público

Professor Rafael Ravazolo

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Edital

GESTÃO DE PESSOAS E DO ATENDIMENTO AO PÚBLICO: Desafios da Ouvidoria Pública no


Brasil. Carta de Serviços ao Cidadão. Decreto nº 6.932/2009. Lei de Acesso a Informação - Lei
12.527/2011. Aprendizagem e Comportamentos Organizacionais. Motivação. Formação e De-
senvolvimento de Equipes. Administração de Conflitos e Gestão da Mudança. Clima e Cultura
Organizacionais.

BANCA: ESAF
CARGO: Assistente Técnico Administrativo

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Gestão de Pessoas e do
Atendimento ao Público

1. GESTÃO DO ATENDIMENTO AO PÚBLICO

1.1. Carta de Serviços ao Cidadão

A Carta de Serviços é um documento elaborado por uma organização pública que visa informar
aos cidadãos quais os serviços prestados por ela, como acessar e obter esses serviços e quais
são os compromissos com o atendimento e os padrões de atendimento estabelecidos.
A sua prática implica para a organização um processo de transformação sustentada em princí-
pios fundamentais – participação e comprometimento, informação e transparência, aprendi-
zagem e participação do cidadão. Esses princípios têm como premissas o foco no cidadão e a
indução do controle social.

1.1.1. Decreto nº 6.932/2009


Dispõe sobre a simplificação do atendimento V – eliminação de formalidades e exigências
público prestado ao cidadão, ratifica a dispensa cujo custo econômico ou social seja supe-
do reconhecimento de firma em documentos rior ao risco envolvido;
produzidos no Brasil, institui a “Carta de Servi- VI – aplicação de soluções tecnológicas que
ços ao Cidadão” e dá outras providências. visem a simplificar processos e procedimen-
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atri- tos de atendimento ao cidadão e a propiciar
buição que lhe confere o art. 84, inciso VI, alínea melhores condições para o compartilha-
“a”, da Constituição, mento das informações;
DECRETA: VII – utilização de linguagem simples e com-
Art. 1º Os órgãos e entidades do Poder Execu- preensível, evitando o uso de siglas, jargões
tivo Federal observarão as seguintes diretrizes e estrangeirismos; e
nas relações entre si e com o cidadão: VIII – articulação com Estados, Distrito Fe-
I – presunção de boa-fé; deral, Municípios e outros poderes para a
integração, racionalização, disponibilização
II – compartilhamento de informações, nos e simplificação de serviços públicos presta-
termos da lei; dos ao cidadão.
III – atuação integrada e sistêmica na expe- Art. 2º Os órgãos e entidades do Poder Execu-
dição de atestados, certidões e documentos tivo Federal que necessitarem de documentos
comprobatórios de regularidade; comprobatórios de regularidade de situação do
IV – racionalização de métodos e procedi- cidadão, atestados, certidões ou outros docu-
mentos de controle; mentos comprobatórios que constem em base
de dados oficial da administração pública fede-

www.acasadoconcurseiro.com.br 841
ral deverão obtê-los diretamente do respectivo Art. 5º No atendimento aos requerimentos do
órgão ou entidade. cidadão, os órgãos e entidades do Poder Execu-
Parágrafo único. Exclui-se da aplicação do tivo Federal observarão as seguintes práticas:
disposto no caput: I – gratuidade dos atos necessários ao exer-
I – comprovação de antecedentes criminais; cício da cidadania, nos termos da Lei no
9.265, de 12 de fevereiro de 1996;
II – informações sobre pessoa jurídica; e
II – padronização de procedimentos refe-
III – situações expressamente previstas em rentes à utilização de formulários, guias e
lei. outros documentos; e
Art. 3º Os órgãos e entidades do Poder Execu- III – vedação de recusa de recebimento de
tivo Federal não poderão exigir do cidadão a requerimentos pelos serviços de protocolo,
apresentação de certidões ou outros documen- salvo quando o órgão ou entidade for mani-
tos expedidos por outro órgão ou entidade do festamente incompetente.
Poder Executivo Federal, ressalvado o disposto
no parágrafo único do art. 2º. § 1º Na ocorrência da hipótese referida no
inciso III, os serviços de protocolo deverão
§ 1º O órgão ou entidade deverá, quando prover as informações e orientações neces-
necessário, juntar aos autos do respectivo sárias para que o cidadão possa dar anda-
processo administrativo versão impressa mento ao requerimento.
da certidão ou documento obtido por meio
eletrônico. § 2º Após a protocolização do requerimen-
to, caso o agente público verifique que o
§ 2º As certidões ou outros documentos órgão ou entidade é incompetente para o
que contenham informações sigilosas do exame ou decisão da matéria, este deverá
cidadão somente poderão ser obtidas por providenciar a remessa imediata do reque-
meio de sua autorização expressa. rimento ao órgão ou entidade competente.
§ 3º Quando não for possível a obtenção de § 3º Quando a remessa referida no § 2º não
atestados, certidões e documentos compro- for possível, o interessado deverá ser comu-
batórios de regularidade de situação direta- nicado imediatamente do fato para adoção
mente do órgão ou entidade expedidora, os das providências a seu cargo.
fatos poderão ser comprovados mediante
declaração escrita e assinada pelo cidadão, Art. 6º As exigências necessárias para o requeri-
que, em caso de declaração falsa, ficará su- mento serão feitas desde logo e de uma só vez
jeito às sanções administrativas, civis e pe- ao interessado, justificando-se exigência poste-
nais aplicáveis. rior apenas em caso de dúvida superveniente.

Art. 4º No âmbito da administração pública fe- Art. 7º Não será exigida prova de fato já com-
deral, os órgãos e entidades gestores de base provado pela apresentação de outro documen-
de dados oficial colocarão à disposição dos ór- to válido.
gãos e entidades públicos interessados as orien- Art. 8º Para complementar informações ou so-
tações para acesso às informações constantes licitar esclarecimentos, a comunicação entre o
dessas bases de dados, observadas as disposi- órgão ou entidade e o interessado poderá ser
ções legais aplicáveis e as diretrizes, orientações feita por qualquer meio, inclusive comunicação
e procedimentos estabelecidos pelo Comitê verbal, direta ou telefônica, correspondência,
Executivo do Governo Eletrônico, criado pelo telegrama, fax ou correio eletrônico, registran-
Decreto de 18 de outubro de 2000. do-se a circunstância no processo, caso neces-
sário.

842 www.acasadoconcurseiro.com.br
ATA – Gestão de Pessoas e do Atendimento ao Público – Prof. Rafael Ravazolo

Art. 9º Salvo na existência de dúvida fundada IV – o prazo máximo para a prestação do


quanto à autenticidade e no caso de imposição serviço;
legal, fica dispensado o reconhecimento de fir- V – a forma de prestação do serviço;
ma em qualquer documento produzido no Bra-
sil destinado a fazer prova junto a órgãos e enti- VI – a forma de comunicação com o solici-
dades da administração pública federal, quando tante do serviço; e
assinado perante o servidor público a quem VII – os locais e formas de acessar o serviço.
deva ser apresentado.
§ 3º Além das informações descritas no §
Art. 10. A juntada de documento, quando de- 2o, a Carta de Serviços ao Cidadão deverá
corrente de disposição legal, poderá ser feita detalhar os padrões de qualidade do aten-
por cópia autenticada, dispensada nova confe- dimento relativos aos seguintes aspectos:
rência com o documento original.
I – prioridades de atendimento;
§ 1º A autenticação poderá ser feita, me-
diante cotejo da cópia com o original, pelo II – tempo de espera para atendimento;
próprio servidor a quem o documento deva III – prazos para a realização dos serviços;
ser apresentado.
IV – mecanismos de comunicação com os
§ 2º Verificada, a qualquer tempo, falsifi- usuários;
cação de assinatura ou de autenticação de
V – procedimentos para receber, atender,
documento público ou particular, o órgão
gerir e responder às sugestões e reclama-
ou entidade considerará não satisfeita a exi-
ções;
gência documental respectiva e, dentro do
prazo máximo de cinco dias, dará conheci- VI – fornecimento de informações acerca
mento do fato à autoridade competente das etapas, presentes e futuras, esperadas
para adoção das providências administrati- para a realização dos serviços, inclusive esti-
vas, civis e penais cabíveis. mativas de prazos;
Art. 11. Os órgãos e entidades do Poder Executi- VII – mecanismos de consulta, por parte
vo Federal que prestam serviços diretamente ao dos usuários, acerca das etapas, cumpridas
cidadão deverão elaborar e divulgar “Carta de e pendentes, para a realização do serviço
Serviços ao Cidadão”, no âmbito de sua esfera solicitado;
de competência. VIII – tratamento a ser dispensado aos usu-
§ 1º A Carta de Serviços ao Cidadão tem ários quando do atendimento;
por objetivo informar o cidadão dos servi- IX – requisitos básicos para o sistema de
ços prestados pelo órgão ou entidade, das sinalização visual das unidades de atendi-
formas de acesso a esses serviços e dos res- mento;
pectivos compromissos e padrões de quali-
dade de atendimento ao público. X – condições mínimas a serem observadas
pelas unidades de atendimento, em espe-
§ 2º A Carta de Serviços ao Cidadão deverá cial no que se refere a acessibilidade, limpe-
trazer informações claras e precisas em re- za e conforto;
lação a cada um dos serviços prestados, em
especial as relacionadas com: XI – procedimentos alternativos para aten-
dimento quando o sistema informatizado se
I – o serviço oferecido; encontrar indisponível; e
II – os requisitos, documentos e informa- XII – outras informações julgadas de inte-
ções necessários para acessar o serviço; resse dos usuários.
III – as principais etapas para processamen-
to do serviço;

www.acasadoconcurseiro.com.br 843
§ 4º A Carta de Serviços ao Cidadão será ob- Art. 15. O Ministério do Planejamento, Orça-
jeto de permanente divulgação por meio de mento e Gestão poderá dispor sobre a imple-
afixação em local de fácil acesso ao público, mentação do disposto neste Decreto, inclusive
nos respectivos locais de atendimento, e sobre mecanismos de acompanhamento, ava-
mediante publicação em sítio eletrônico do liação e incentivo.
órgão ou entidade na rede mundial de com- Art. 16. O servidor civil ou militar que descum-
putadores. prir as normas contidas neste Decreto estará su-
Art. 12. Os órgãos e entidades do Poder Executi- jeito às penalidades previstas, respectivamente,
vo Federal deverão aplicar periodicamente pes- na Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990, e
quisa de satisfação junto aos usuários de seus na Lei no 6.880, de 9 de dezembro de 1980.
serviços e utilizar os resultados como subsídio Parágrafo único. O cidadão que tiver os di-
relevante para reorientar e ajustar os serviços reitos garantidos neste Decreto desrespei-
prestados, em especial no que se refere ao cum- tados poderá fazer representação junto à
primento dos compromissos e dos padrões de Controladoria-Geral da União.
qualidade de atendimento divulgados na Carta
de Serviços ao Cidadão. Art. 17. Cabe à Controladoria-Geral da União e
aos órgãos integrantes do sistema de controle
§ 1º A pesquisa de satisfação objetiva asse- interno do Poder Executivo Federal zelar pelo
gurar a efetiva participação do cidadão na cumprimento do disposto neste Decreto, bem
avaliação dos serviços prestados, possibili- como adotar as providências para a responsabi-
tar a identificação de lacunas e deficiências lização dos dirigentes e dos servidores que pra-
na prestação dos serviços e identificar o ní- ticarem atos em desacordo com as disposições
vel de satisfação dos usuários com relação aqui estabelecidas.
aos serviços prestados.
Art. 18. Os órgãos e entidades do Poder Execu-
§ 2º Os órgãos e as entidades do Poder Exe- tivo Federal terão prazo de cento e oitenta dias,
cutivo Federal deverão divulgar, anualmen- após a publicação deste Decreto, para cumprir o
te, preferencialmente na rede mundial de disposto no art. 4º.
computadores, os resultados da avaliação
de seu desempenho na prestação de servi- Art. 19. Este Decreto entra em vigor:
ços ao cidadão, especialmente em relação I – trezentos e sessenta dias após a data de
aos padrões de qualidade do atendimento sua publicação, em relação ao art. 3º; e
fixados na Carta de Serviços ao Cidadão.
II – na data de sua publicação, em relação
Art. 13. O Programa Nacional da Gestão Públi- aos demais dispositivos.
ca e Desburocratização – GESPÚBLICA, instituí-
do pelo Decreto no 5.378, de 23 de fevereiro de Art. 20. Ficam revogados os Decretos nos
2005, colocará à disposição dos órgãos e enti- 63.166, de 26 de agosto de 1968, 64.024-A, de
dades do Poder Executivo Federal interessados, 27 de janeiro de 1969, e 3.507, de 13 de junho
gratuitamente, metodologia para elaboração da de 2000.
Carta de Serviço ao Cidadão e instrumento pa-
drão de pesquisa de satisfação.
Art. 14. Os órgãos e entidades do Poder Execu-
tivo Federal que prestam serviços diretamen-
te aos cidadãos deverão envidar esforços para
manter esses serviços disponíveis às Centrais de
Atendimento ao Cidadão estaduais, municipais
e do Distrito Federal.

844 www.acasadoconcurseiro.com.br
Questões

1. (ESAF – 2014 – Ministério da Fazenda – 2. (ESAF – 2014 – Ministério do Turismo –


ATA) Analista)
Um determinado candidato ao cargo de As- São informações necessárias a constar da
sistente Técnico- Administrativo do Minis- carta de serviços ao cidadão em relação a
tério da Fazenda deixa de encaminhar ao cada um dos serviços prestados, exceto:
organizador do concurso os documentos
previstos no edital do certame como sendo a) principais etapas para o processamento
necessários à realização de sindicância de do serviço.
vida pregressa. Em razão da omissão, o cita- b) custo do serviço.
do candidato é excluído do concurso. c) forma de prestação do serviço.
d) locais e formas de acesso ao serviço.
A respeito do caso concreto acima narra- e) prazo máximo para a prestação do ser-
do e considerando os termos do Decreto n. viço.
6.932/2009, assinale a opção correta.
3. (ESAF – 2012 – Receita Federal – Auditor
a) Não se faz necessária a sindicância de Fiscal da Receita Federal)
vida pregressa posto que a boa-fé se
presume. Entre novas tecnologias gerenciais e organi-
b) A Administração deverá obter a docu- zacionais aplicadas à Administração Pública,
mentação exigida em suas próprias ba- temos a Carta de Serviços ao Cidadão, pre-
ses de dados. conizada pelo Programa Nacional de Gestão
c) O risco prevenido com a aferição da Pública e Desburocratização – GESPÚBLICA,
vida pregressa dos candidatos ao car- no Ministério do Planejamento, Orçamento
go público efetivo é menor que o custo e Gestão. Segundo o GESPÚBLICA, a Carta
econômico/social da realização de tal de Serviços tem como premissas
procedimento investigativo.
d) A comprovação da negativa de antece- a) transparência e accountability.
dentes criminais pode ser exigida do b) Lei de Responsabilidade Fiscal e Lei de
candidato a despeito de a informação Acesso à Informação.
constar da base de dados da União. c) gestão de processos e prestação de
e) Os documentos que contenham infor- contas ao cidadão.
mações sigilosas do cidadão poderão, d) foco no cidadão e indução do controle
independentemente de sua autoriza- social.
ção, ser obtidos pela Administração. e) canais de acesso à informação pelo ci-
dadão e governo eletrônico.

Gabarito: 1. D 2. B 3. D

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1.2. Lei de Acesso à Informação

A Lei nº 12.527, conhecida como Lei de Acesso à Informação (LAI), tem o propósito de regula-
mentar o direito constitucional de acesso dos cidadãos às informações públicas e seus disposi-
tivos são aplicáveis aos três Poderes da União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
A publicação da LAI significa um importante passo para a consolidação democrática do Brasil
e também para o sucesso das ações de prevenção da corrupção no país. Por tornar possível a
maior participação popular e o controle social das ações governamentais, o acesso da socieda-
de às informações públicas permite que ocorra uma melhoria na gestão pública.
No Brasil, o direito de acesso à informação pública foi previsto na Constituição Federal, no art.
5º, inciso XXXIII do Capítulo I – dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos –, o qual dispõe
que: “todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular,
ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de respon-
sabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do
Estado”.
A Constituição também tratou do acesso à informação pública no art. 5º, inciso XIV, no art. 37,
§ 3º, inciso II e no art. 216, § 2º. São esses os dispositivos que a LAI regulamenta, estabelecen-
do requisitos mínimos para a divulgação de informações públicas e procedimentos para facilitar
e agilizar o seu acesso por qualquer pessoa.
A LAI torna essencial o princípio da transparência máxima: o acesso é a regra, e o sigilo é a exce-
ção. Salvaguardando-se os dados pessoais e as exceções expressas na lei, todas as demais infor-
mações são consideradas públicas e, por isso, passíveis de serem disponibilizadas aos cidadãos.
A LAI também consolida e define o marco regulatório sobre o acesso à informação pública sob
a guarda do Estado e estabelece procedimentos para que a Administração responda a pedidos
de informação do cidadão. Para isso, a LAI estipula:
•• procedimentos, normas e prazos para o processamento dos pedidos de informação;
•• a criação de um Serviço de Informações ao Cidadão em todos os órgãos e entidades do
poder público;
•• que órgãos e entidades públicas devem divulgar informações de interesse coletivo, sobre-
tudo por meio da Internet, salvo aquelas cuja confidencialidade esteja prevista no texto
legal;
•• mecanismos de recurso em caso de negativa de acesso à informação.
A seguir, um quadro com o resumo dos conteúdos da LAI.

846 www.acasadoconcurseiro.com.br
ATA – Gestão de Pessoas e do Atendimento ao Público – Prof. Rafael Ravazolo

Lei nº 12.527/2011

Regula o acesso a informações previsto no Parágrafo único. Subordinam-se ao regime


inciso XXXIII do art. 5º, no inciso II do § 3º desta Lei:
do art. 37 e no § 2º do art. 216 da Constitui-
ção Federal; altera a Lei no 8.112, de 11 de I – os órgãos públicos integrantes da admi-
dezembro de 1990; revoga a Lei nº 11.111, nistração direta dos Poderes Executivo, Le-
de 5 de maio de 2005, e dispositivos da Lei gislativo, incluindo as Cortes de Contas, e
nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991; e dá ou- Judiciário e do Ministério Público;
tras providências. II – as autarquias, as fundações públicas, as
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber empresas públicas, as sociedades de econo-
que o Congresso Nacional decreta e eu san- mia mista e demais entidades controladas
ciono a seguinte Lei: direta ou indiretamente pela União, Esta-
dos, Distrito Federal e Municípios.
Art. 2º Aplicam-se as disposições desta Lei, no
que couber, às entidades privadas sem fins lu-
CAPÍTULO I crativos que recebam, para realização de ações
DISPOSIÇÕES GERAIS de interesse público, recursos públicos direta-
mente do orçamento ou mediante subvenções
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre os procedimentos sociais, contrato de gestão, termo de parceria,
a serem observados pela União, Estados, Distri- convênios, acordo, ajustes ou outros instrumen-
to Federal e Municípios, com o fim de garantir tos congêneres.
o acesso a informações previsto no inciso XXXIII
do art. 5º, no inciso II do § 3º do art. 37 e no § 2º Parágrafo único. A publicidade a que estão
do art. 216 da Constituição Federal. submetidas as entidades citadas no caput

www.acasadoconcurseiro.com.br 847
refere-se à parcela dos recursos públicos arquivamento, armazenamento, elimina-
recebidos e à sua destinação, sem prejuízo ção, avaliação, destinação ou controle da
das prestações de contas a que estejam le- informação;
galmente obrigadas.
VI – disponibilidade: qualidade da informa-
Art. 3º Os procedimentos previstos nesta Lei ção que pode ser conhecida e utilizada por
destinam-se a assegurar o direito fundamental indivíduos, equipamentos ou sistemas au-
de acesso à informação e devem ser executados torizados;
em conformidade com os princípios básicos da
administração pública e com as seguintes dire- VII – autenticidade: qualidade da informa-
trizes: ção que tenha sido produzida, expedida,
recebida ou modificada por determinado
I – observância da publicidade como precei- indivíduo, equipamento ou sistema;
to geral e do sigilo como exceção;
VIII – integridade: qualidade da informação
II – divulgação de informações de interesse não modificada, inclusive quanto à origem,
público, independentemente de solicita- trânsito e destino;
ções;
IX – primariedade: qualidade da informação
III – utilização de meios de comunicação coletada na fonte, com o máximo de deta-
viabilizados pela tecnologia da informação; lhamento possível, sem modificações.
IV – fomento ao desenvolvimento da cultu- Art. 5º É dever do Estado garantir o direito de
ra de transparência na administração públi- acesso à informação, que será franqueada, me-
ca; diante procedimentos objetivos e ágeis, de for-
ma transparente, clara e em linguagem de fácil
V – desenvolvimento do controle social da compreensão.
administração pública.
Art. 4º Para os efeitos desta Lei, considera-se:
I – informação: dados, processados ou não, CAPÍTULO II
que podem ser utilizados para produção e DO ACESSO A INFORMAÇÕES E
transmissão de conhecimento, contidos em
DA SUA DIVULGAÇÃO
qualquer meio, suporte ou formato;
II – documento: unidade de registro de in- Art. 6º Cabe aos órgãos e entidades do poder
formações, qualquer que seja o suporte ou público, observadas as normas e procedimentos
formato; específicos aplicáveis, assegurar a:

III – informação sigilosa: aquela submetida I – gestão transparente da informação, pro-


temporariamente à restrição de acesso pú- piciando amplo acesso a ela e sua divulga-
blico em razão de sua imprescindibilidade ção;
para a segurança da sociedade e do Estado; II – proteção da informação, garantindo-se
IV – informação pessoal: aquela relacionada sua disponibilidade, autenticidade e integri-
à pessoa natural identificada ou identificá- dade; e
vel; III – proteção da informação sigilosa e da in-
V – tratamento da informação: conjunto formação pessoal, observada a sua disponi-
de ações referentes à produção, recepção, bilidade, autenticidade, integridade e even-
classificação, utilização, acesso, reprodu- tual restrição de acesso.
ção, transporte, transmissão, distribuição,

848 www.acasadoconcurseiro.com.br
ATA – Gestão de Pessoas e do Atendimento ao Público – Prof. Rafael Ravazolo

Art. 7º O acesso à informação de que trata esta § 2º Quando não for autorizado acesso inte-
Lei compreende, entre outros, os direitos de ob- gral à informação por ser ela parcialmente
ter: sigilosa, é assegurado o acesso à parte não
sigilosa por meio de certidão, extrato ou có-
I – orientação sobre os procedimentos para pia com ocultação da parte sob sigilo.
a consecução de acesso, bem como sobre o
local onde poderá ser encontrada ou obtida § 3º O direito de acesso aos documentos
a informação almejada; ou às informações neles contidas utilizados
como fundamento da tomada de decisão e
II – informação contida em registros ou do- do ato administrativo será assegurado com
cumentos, produzidos ou acumulados por a edição do ato decisório respectivo.
seus órgãos ou entidades, recolhidos ou
não a arquivos públicos; § 4º A negativa de acesso às informações
objeto de pedido formulado aos órgãos e
III – informação produzida ou custodiada entidades referidas no art. 1º, quando não
por pessoa física ou entidade privada decor- fundamentada, sujeitará o responsável a
rente de qualquer vínculo com seus órgãos medidas disciplinares, nos termos do art. 32
ou entidades, mesmo que esse vínculo já desta Lei.
tenha cessado;
§ 5º Informado do extravio da informação
IV – informação primária, íntegra, autêntica solicitada, poderá o interessado requerer à
e atualizada; autoridade competente a imediata abertu-
V – informação sobre atividades exercidas ra de sindicância para apurar o desapareci-
pelos órgãos e entidades, inclusive as rela- mento da respectiva documentação.
tivas à sua política, organização e serviços; § 6º Verificada a hipótese prevista no § 5º
VI – informação pertinente à administração deste artigo, o responsável pela guarda da
do patrimônio público, utilização de recur- informação extraviada deverá, no prazo de
sos públicos, licitação, contratos administra- 10 (dez) dias, justificar o fato e indicar teste-
tivos; e munhas que comprovem sua alegação.

VII – informação relativa: Art. 8º É dever dos órgãos e entidades públicas


promover, independentemente de requerimen-
a) à implementação, acompanhamento e tos, a divulgação em local de fácil acesso, no
resultados dos programas, projetos e ações âmbito de suas competências, de informações
dos órgãos e entidades públicas, bem como de interesse coletivo ou geral por eles produzi-
metas e indicadores propostos; das ou custodiadas.
b) ao resultado de inspeções, auditorias, § 1º Na divulgação das informações a que se
prestações e tomadas de contas realizadas refere o caput, deverão constar, no mínimo:
pelos órgãos de controle interno e externo,
incluindo prestações de contas relativas a I – registro das competências e estrutura
exercícios anteriores. organizacional, endereços e telefones das
respectivas unidades e horários de atendi-
§ 1º O acesso à informação previsto no ca- mento ao público;
put não compreende as informações refe-
rentes a projetos de pesquisa e desenvolvi- II – registros de quaisquer repasses ou
mento científicos ou tecnológicos cujo sigilo transferências de recursos financeiros;
seja imprescindível à segurança da socieda- III – registros das despesas;
de e do Estado.

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IV – informações concernentes a procedi- VIII – adotar as medidas necessárias para
mentos licitatórios, inclusive os respectivos garantir a acessibilidade de conteúdo para
editais e resultados, bem como a todos os pessoas com deficiência, nos termos do art.
contratos celebrados; 17 da Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de
2000, e do art. 9º da Convenção sobre os Di-
V – dados gerais para o acompanhamento reitos das Pessoas com Deficiência, aprova-
de programas, ações, projetos e obras de da pelo Decreto Legislativo nº 186, de 9 de
órgãos e entidades; e julho de 2008.
VI – respostas a perguntas mais frequentes § 4º Os Municípios com população de até
da sociedade. 10.000 (dez mil) habitantes ficam dispen-
§ 2º Para cumprimento do disposto no ca- sados da divulgação obrigatória na internet
put, os órgãos e entidades públicas deverão a que se refere o § 2º, mantida a obrigato-
utilizar todos os meios e instrumentos legí- riedade de divulgação, em tempo real, de
timos de que dispuserem, sendo obrigatória informações relativas à execução orçamen-
a divulgação em sítios oficiais da rede mun- tária e financeira, nos critérios e prazos pre-
dial de computadores (internet). vistos no art. 73-B da Lei Complementar nº
101, de 4 de maio de 2000 (Lei de Respon-
§ 3º Os sítios de que trata o § 2º deverão, na sabilidade Fiscal).
forma de regulamento, atender, entre ou-
tros, aos seguintes requisitos: Art. 9º O acesso a informações públicas será as-
segurado mediante:
I – conter ferramenta de pesquisa de conte-
údo que permita o acesso à informação de I – criação de serviço de informações ao ci-
forma objetiva, transparente, clara e em lin- dadão, nos órgãos e entidades do poder pú-
guagem de fácil compreensão; blico, em local com condições apropriadas
para:
II – possibilitar a gravação de relatórios em
diversos formatos eletrônicos, inclusive a) atender e orientar o público quanto ao
abertos e não proprietários, tais como pla- acesso a informações;
nilhas e texto, de modo a facilitar a análise b) informar sobre a tramitação de docu-
das informações; mentos nas suas respectivas unidades;
III – possibilitar o acesso automatizado por c) protocolizar documentos e requerimen-
sistemas externos em formatos abertos, es- tos de acesso a informações; e
truturados e legíveis por máquina;
II – realização de audiências ou consultas
IV – divulgar em detalhes os formatos utili- públicas, incentivo à participação popular
zados para estruturação da informação; ou a outras formas de divulgação.
V – garantir a autenticidade e a integridade
das informações disponíveis para acesso;
VI – manter atualizadas as informações dis-
poníveis para acesso;
VII – indicar local e instruções que permi-
tam ao interessado comunicar-se, por via
eletrônica ou telefônica, com o órgão ou en-
tidade detentora do sítio; e

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CAPÍTULO III entidade, cientificando o interessado da re-


DO PROCEDIMENTO DE ACESSO messa de seu pedido de informação.
À INFORMAÇÃO § 2º O prazo referido no § 1º poderá ser
prorrogado por mais 10 (dez) dias, median-
Seção I te justificativa expressa, da qual será cienti-
DO PEDIDO DE ACESSO ficado o requerente.

Art. 10. Qualquer interessado poderá apresen- § 3º Sem prejuízo da segurança e da prote-
tar pedido de acesso a informações aos órgãos ção das informações e do cumprimento da
e entidades referidos no art. 1o desta Lei, por legislação aplicável, o órgão ou entidade
qualquer meio legítimo, devendo o pedido con- poderá oferecer meios para que o próprio
ter a identificação do requerente e a especifica- requerente possa pesquisar a informação
ção da informação requerida. de que necessitar.

§ 1º Para o acesso a informações de inte- § 4º Quando não for autorizado o acesso


resse público, a identificação do requerente por se tratar de informação total ou par-
não pode conter exigências que inviabilizem cialmente sigilosa, o requerente deverá ser
a solicitação. informado sobre a possibilidade de recurso,
prazos e condições para sua interposição,
§ 2º Os órgãos e entidades do poder público devendo, ainda, ser-lhe indicada a autorida-
devem viabilizar alternativa de encaminha- de competente para sua apreciação.
mento de pedidos de acesso por meio de
seus sítios oficiais na internet. § 5º A informação armazenada em formato
digital será fornecida nesse formato, caso
§ 3º São vedadas quaisquer exigências rela- haja anuência do requerente.
tivas aos motivos determinantes da solicita-
ção de informações de interesse público. § 6º Caso a informação solicitada esteja dis-
ponível ao público em formato impresso,
Art. 11. O órgão ou entidade pública deverá au- eletrônico ou em qualquer outro meio de
torizar ou conceder o acesso imediato à infor- acesso universal, serão informados ao re-
mação disponível. querente, por escrito, o lugar e a forma pela
qual se poderá consultar, obter ou repro-
§ 1º Não sendo possível conceder o aces- duzir a referida informação, procedimento
so imediato, na forma disposta no caput, esse que desonerará o órgão ou entidade
o órgão ou entidade que receber o pedido pública da obrigação de seu fornecimento
deverá, em prazo não superior a 20 (vinte) direto, salvo se o requerente declarar não
dias: dispor de meios para realizar por si mesmo
I – comunicar a data, local e modo para se tais procedimentos.
realizar a consulta, efetuar a reprodução ou Art. 12. O serviço de busca e fornecimento da
obter a certidão; informação é gratuito, salvo nas hipóteses de
II – indicar as razões de fato ou de direito da reprodução de documentos pelo órgão ou en-
recusa, total ou parcial, do acesso pretendi- tidade pública consultada, situação em que po-
do; ou derá ser cobrado exclusivamente o valor neces-
sário ao ressarcimento do custo dos serviços e
III – comunicar que não possui a informa- dos materiais utilizados.
ção, indicar, se for do seu conhecimento, o
órgão ou a entidade que a detém, ou, ain- Parágrafo único. Estará isento de ressarcir
da, remeter o requerimento a esse órgão ou os custos previstos no caput todo aquele
cuja situação econômica não lhe permita

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fazê-lo sem prejuízo do sustento próprio ou III – os procedimentos de classificação de
da família, declarada nos termos da Lei nº informação sigilosa estabelecidos nesta Lei
7.115, de 29 de agosto de 1983. não tiverem sido observados; e
Art. 13. Quando se tratar de acesso à informa- IV – estiverem sendo descumpridos prazos
ção contida em documento cuja manipulação ou outros procedimentos previstos nesta
possa prejudicar sua integridade, deverá ser Lei.
oferecida a consulta de cópia, com certificação
de que esta confere com o original. § 1º O recurso previsto neste artigo somen-
te poderá ser dirigido à Controladoria-Geral
Parágrafo único. Na impossibilidade de ob- da União depois de submetido à apreciação
tenção de cópias, o interessado poderá soli- de pelo menos uma autoridade hierarquica-
citar que, a suas expensas e sob supervisão mente superior àquela que exarou a deci-
de servidor público, a reprodução seja feita são impugnada, que deliberará no prazo de
por outro meio que não ponha em risco a 5 (cinco) dias.
conservação do documento original.
§ 2º Verificada a procedência das razões do
Art. 14. É direito do requerente obter o inteiro recurso, a Controladoria-Geral da União de-
teor de decisão de negativa de acesso, por certi- terminará ao órgão ou entidade que adote
dão ou cópia. as providências necessárias para dar cum-
primento ao disposto nesta Lei.
Seção II
DOS RECURSOS § 3º Negado o acesso à informação pela
Controladoria-Geral da União, poderá ser
Art. 15. No caso de indeferimento de acesso a interposto recurso à Comissão Mista de Re-
informações ou às razões da negativa do acesso, avaliação de Informações, a que se refere o
poderá o interessado interpor recurso contra a art. 35.
decisão no prazo de 10 (dez) dias a contar da Art. 17. No caso de indeferimento de pedido de
sua ciência. desclassificação de informação protocolado em
Parágrafo único. O recurso será dirigido à órgão da administração pública federal, poderá
autoridade hierarquicamente superior à o requerente recorrer ao Ministro de Estado da
que exarou a decisão impugnada, que deve- área, sem prejuízo das competências da Comis-
rá se manifestar no prazo de 5 (cinco) dias. são Mista de Reavaliação de Informações, pre-
vistas no art. 35, e do disposto no art. 16.
Art. 16. Negado o acesso a informação pelos ór-
gãos ou entidades do Poder Executivo Federal, § 1º O recurso previsto neste artigo somen-
o requerente poderá recorrer à Controladoria- te poderá ser dirigido às autoridades men-
-Geral da União, que deliberará no prazo de 5 cionadas depois de submetido à apreciação
(cinco) dias se: de pelo menos uma autoridade hierarqui-
camente superior à autoridade que exarou
I – o acesso à informação não classificada a decisão impugnada e, no caso das Forças
como sigilosa for negado; Armadas, ao respectivo Comando.
II – a decisão de negativa de acesso à infor- § 2º Indeferido o recurso previsto no caput
mação total ou parcialmente classificada que tenha como objeto a desclassificação
como sigilosa não indicar a autoridade clas- de informação secreta ou ultrassecreta, ca-
sificadora ou a hierarquicamente superior a berá recurso à Comissão Mista de Reavalia-
quem possa ser dirigido pedido de acesso ção de Informações prevista no art. 35.
ou desclassificação;

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Art. 18. Os procedimentos de revisão de deci- entidade privada que tenha qualquer vínculo
sões denegatórias proferidas no recurso pre- com o poder público.
visto no art. 15 e de revisão de classificação
de documentos sigilosos serão objeto de regu- Seção II
lamentação própria dos Poderes Legislativo e DA CLASSIFICAÇÃO DA INFORMAÇÃO
Judiciário e do Ministério Público, em seus res- QUANTO AO GRAU E PRAZOS
pectivos âmbitos, assegurado ao solicitante, em
DE SIGILO
qualquer caso, o direito de ser informado sobre
o andamento de seu pedido. Art. 23. São consideradas imprescindíveis à se-
Art. 19. (VETADO). gurança da sociedade ou do Estado e, portanto,
passíveis de classificação as informações cuja di-
§ 1º (VETADO). vulgação ou acesso irrestrito possam:
§ 2º Os órgãos do Poder Judiciário e do Mi- I – pôr em risco a defesa e a soberania na-
nistério Público informarão ao Conselho cionais ou a integridade do território nacio-
Nacional de Justiça e ao Conselho Nacional nal;
do Ministério Público, respectivamente, as
decisões que, em grau de recurso, negarem II – prejudicar ou pôr em risco a condução
acesso a informações de interesse público. de negociações ou as relações internacio-
nais do País, ou as que tenham sido forneci-
Art. 20. Aplica-se subsidiariamente, no que cou- das em caráter sigiloso por outros Estados e
ber, a Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999, ao organismos internacionais;
procedimento de que trata este Capítulo.
III – pôr em risco a vida, a segurança ou a
saúde da população;
IV – oferecer elevado risco à estabilidade fi-
CAPÍTULO IV nanceira, econômica ou monetária do País;
DAS RESTRIÇÕES DE ACESSO
À INFORMAÇÃO V – prejudicar ou causar risco a planos ou
operações estratégicos das Forças Armadas;
Seção I VI – prejudicar ou causar risco a projetos de
DISPOSIÇÕES GERAIS pesquisa e desenvolvimento científico ou
tecnológico, assim como a sistemas, bens,
Art. 21. Não poderá ser negado acesso à infor- instalações ou áreas de interesse estratégi-
mação necessária à tutela judicial ou adminis- co nacional;
trativa de direitos fundamentais.
VII – pôr em risco a segurança de institui-
Parágrafo único. As informações ou docu- ções ou de altas autoridades nacionais ou
mentos que versem sobre condutas que estrangeiras e seus familiares; ou
impliquem violação dos direitos humanos
praticada por agentes públicos ou a mando VIII – comprometer atividades de inteligên-
de autoridades públicas não poderão ser cia, bem como de investigação ou fiscali-
objeto de restrição de acesso. zação em andamento, relacionadas com a
prevenção ou repressão de infrações.
Art. 22. O disposto nesta Lei não exclui as de-
mais hipóteses legais de sigilo e de segredo de Art. 24. A informação em poder dos órgãos e
justiça nem as hipóteses de segredo industrial entidades públicas, observado o seu teor e em
decorrentes da exploração direta de atividade razão de sua imprescindibilidade à segurança da
econômica pelo Estado ou por pessoa física ou sociedade ou do Estado, poderá ser classificada
como ultrassecreta, secreta ou reservada.

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§ 1º Os prazos máximos de restrição de § 1º O acesso, a divulgação e o tratamen-
acesso à informação, conforme a classifica- to de informação classificada como sigilosa
ção prevista no caput, vigoram a partir da ficarão restritos a pessoas que tenham ne-
data de sua produção e são os seguintes: cessidade de conhecê-la e que sejam devi-
damente credenciadas na forma do regu-
I – ultrassecreta: 25 (vinte e cinco) anos; lamento, sem prejuízo das atribuições dos
II – secreta: 15 (quinze) anos; e agentes públicos autorizados por lei.

III – reservada: 5 (cinco) anos. § 2º O acesso à informação classificada


como sigilosa cria a obrigação para aquele
§ 2º As informações que puderem colocar que a obteve de resguardar o sigilo.
em risco a segurança do Presidente e Vice-
-Presidente da República e respectivos côn- § 3º Regulamento disporá sobre procedi-
juges e filhos(as) serão classificadas como mentos e medidas a serem adotados para
reservadas e ficarão sob sigilo até o térmi- o tratamento de informação sigilosa, de
no do mandato em exercício ou do último modo a protegê-la contra perda, alteração
mandato, em caso de reeleição. indevida, acesso, transmissão e divulgação
não autorizados.
§ 3º Alternativamente aos prazos previstos
no § 1º, poderá ser estabelecida como ter- Art. 26. As autoridades públicas adotarão as
mo final de restrição de acesso a ocorrên- providências necessárias para que o pessoal a
cia de determinado evento, desde que este elas subordinado hierarquicamente conheça as
ocorra antes do transcurso do prazo máxi- normas e observe as medidas e procedimentos
mo de classificação. de segurança para tratamento de informações
sigilosas.
§ 4º Transcorrido o prazo de classificação ou
consumado o evento que defina o seu ter- Parágrafo único. A pessoa física ou entida-
mo final, a informação tornar-se-á, automa- de privada que, em razão de qualquer vín-
ticamente, de acesso público. culo com o poder público, executar ativida-
des de tratamento de informações sigilosas
§ 5º Para a classificação da informação em adotará as providências necessárias para
determinado grau de sigilo, deverá ser ob- que seus empregados, prepostos ou repre-
servado o interesse público da informação sentantes observem as medidas e procedi-
e utilizado o critério menos restritivo possí- mentos de segurança das informações re-
vel, considerados: sultantes da aplicação desta Lei.
I – a gravidade do risco ou dano à segurança Seção IV
da sociedade e do Estado; e
Dos Procedimentos de Classificação,
II – o prazo máximo de restrição de acesso Reclassificação e Desclassificação
ou o evento que defina seu termo final.
Art. 27. A classificação do sigilo de informações
Seção III no âmbito da administração pública federal é de
DA PROTEÇÃO E DO CONTROLE DE competência:
INFORMAÇÕES SIGILOSAS I – no grau de ultrassecreto, das seguintes
autoridades:
Art. 25. É dever do Estado controlar o acesso e a
divulgação de informações sigilosas produzidas a) Presidente da República;
por seus órgãos e entidades, assegurando a sua
proteção. b) Vice-Presidente da República;

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c) Ministros de Estado e autoridades com as II – fundamento da classificação, observa-


mesmas prerrogativas; dos os critérios estabelecidos no art. 24;
d) Comandantes da Marinha, do Exército e III – indicação do prazo de sigilo, contado
da Aeronáutica; e em anos, meses ou dias, ou do evento que
defina o seu termo final, conforme limites
e) Chefes de Missões Diplomáticas e Consu- previstos no art. 24; e
lares permanentes no exterior;
IV – identificação da autoridade que a clas-
II – no grau de secreto, das autoridades re- sificou.
feridas no inciso I, dos titulares de autar-
quias, fundações ou empresas públicas e Parágrafo único. A decisão referida no ca-
sociedades de economia mista; e put será mantida no mesmo grau de sigilo
da informação classificada.
III – no grau de reservado, das autoridades
referidas nos incisos I e II e das que exerçam Art. 29. A classificação das informações será re-
funções de direção, comando ou chefia, avaliada pela autoridade classificadora ou por
nível DAS 101.5, ou superior, do Grupo-Di- autoridade hierarquicamente superior, median-
reção e Assessoramento Superiores, ou de te provocação ou de ofício, nos termos e prazos
hierarquia equivalente, de acordo com re- previstos em regulamento, com vistas à sua des-
gulamentação específica de cada órgão ou classificação ou à redução do prazo de sigilo, ob-
entidade, observado o disposto nesta Lei. servado o disposto no art. 24.
§ 1º A competência prevista nos incisos I e § 1º O regulamento a que se refere o caput
II, no que se refere à classificação como ul- deverá considerar as peculiaridades das in-
trassecreta e secreta, poderá ser delegada formações produzidas no exterior por auto-
pela autoridade responsável a agente públi- ridades ou agentes públicos.
co, inclusive em missão no exterior, vedada
a subdelegação. § 2º Na reavaliação a que se refere o caput,
deverão ser examinadas a permanência dos
§ 2º A classificação de informação no grau motivos do sigilo e a possibilidade de danos
de sigilo ultrassecreto pelas autoridades decorrentes do acesso ou da divulgação da
previstas nas alíneas “d” e “e” do inciso I informação.
deverá ser ratificada pelos respectivos Mi-
nistros de Estado, no prazo previsto em re- § 3º Na hipótese de redução do prazo de si-
gulamento. gilo da informação, o novo prazo de restri-
ção manterá como termo inicial a data da
§ 3º A autoridade ou outro agente público sua produção.
que classificar informação como ultrasse-
creta deverá encaminhar a decisão de que Art. 30. A autoridade máxima de cada órgão ou
trata o art. 28 à Comissão Mista de Reava- entidade publicará, anualmente, em sítio à dis-
liação de Informações, a que se refere o art. posição na internet e destinado à veiculação de
35, no prazo previsto em regulamento. dados e informações administrativas, nos ter-
mos de regulamento:
Art. 28. A classificação de informação em qual-
quer grau de sigilo deverá ser formalizada em I – rol das informações que tenham sido
decisão que conterá, no mínimo, os seguintes desclassificadas nos últimos 12 (doze) me-
elementos: ses;

I – assunto sobre o qual versa a informação; II – rol de documentos classificados em


cada grau de sigilo, com identificação para
referência futura;

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III – relatório estatístico contendo a quanti- II – à realização de estatísticas e pesquisas
dade de pedidos de informação recebidos, científicas de evidente interesse público ou
atendidos e indeferidos, bem como infor- geral, previstos em lei, sendo vedada a iden-
mações genéricas sobre os solicitantes. tificação da pessoa a que as informações se
referirem;
§ 1º Os órgãos e entidades deverão manter
exemplar da publicação prevista no caput III – ao cumprimento de ordem judicial;
para consulta pública em suas sedes.
IV – à defesa de direitos humanos; ou
§ 2º Os órgãos e entidades manterão extra-
to com a lista de informações classificadas, V – à proteção do interesse público e geral
acompanhadas da data, do grau de sigilo e preponderante.
dos fundamentos da classificação. § 4º A restrição de acesso à informação re-
lativa à vida privada, honra e imagem de
Seção V pessoa não poderá ser invocada com o in-
DAS INFORMAÇÕES PESSOAIS tuito de prejudicar processo de apuração
de irregularidades em que o titular das in-
Art. 31. O tratamento das informações pessoais formações estiver envolvido, bem como em
deve ser feito de forma transparente e com res- ações voltadas para a recuperação de fatos
peito à intimidade, vida privada, honra e ima- históricos de maior relevância.
gem das pessoas, bem como às liberdades e ga-
rantias individuais. § 5º Regulamento disporá sobre os proce-
dimentos para tratamento de informação
§ 1º As informações pessoais, a que se re- pessoal.
fere este artigo, relativas à intimidade, vida
privada, honra e imagem:
I – terão seu acesso restrito, independente-
mente de classificação de sigilo e pelo prazo CAPÍTULO V
máximo de 100 (cem) anos a contar da sua DAS RESPONSABILIDADES
data de produção, a agentes públicos legal-
mente autorizados e à pessoa a que elas se Art. 32. Constituem condutas ilícitas que ense-
referirem; e jam responsabilidade do agente público ou mi-
litar:
II – poderão ter autorizada sua divulgação
ou acesso por terceiros diante de previsão I – recusar-se a fornecer informação reque-
legal ou consentimento expresso da pessoa rida nos termos desta Lei, retardar delibera-
a que elas se referirem. damente o seu fornecimento ou fornecê-la
intencionalmente de forma incorreta, in-
§ 2º Aquele que obtiver acesso às informa- completa ou imprecisa;
ções de que trata este artigo será responsa-
bilizado por seu uso indevido. II – utilizar indevidamente, bem como sub-
trair, destruir, inutilizar, desfigurar, alterar
§ 3º O consentimento referido no inciso II ou ocultar, total ou parcialmente, informa-
do § 1º não será exigido quando as informa- ção que se encontre sob sua guarda ou a
ções forem necessárias: que tenha acesso ou conhecimento em ra-
zão do exercício das atribuições de cargo,
I – à prevenção e diagnóstico médico, quan- emprego ou função pública;
do a pessoa estiver física ou legalmente
incapaz, e para utilização única e exclusiva- III – agir com dolo ou má-fé na análise das
mente para o tratamento médico; solicitações de acesso à informação;

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IV – divulgar ou permitir a divulgação ou II – multa;


acessar ou permitir acesso indevido à infor-
mação sigilosa ou informação pessoal; III – rescisão do vínculo com o poder públi-
co;
V – impor sigilo à informação para obter
proveito pessoal ou de terceiro, ou para fins IV – suspensão temporária de participar em
de ocultação de ato ilegal cometido por si licitação e impedimento de contratar com a
ou por outrem; administração pública por prazo não supe-
rior a 2 (dois) anos; e
VI – ocultar da revisão de autoridade supe-
rior competente informação sigilosa para V – declaração de inidoneidade para licitar
beneficiar a si ou a outrem, ou em prejuízo ou contratar com a administração pública,
de terceiros; e até que seja promovida a reabilitação pe-
rante a própria autoridade que aplicou a pe-
VII – destruir ou subtrair, por qualquer nalidade.
meio, documentos concernentes a possíveis
violações de direitos humanos por parte de § 1º As sanções previstas nos incisos I, III e
agentes do Estado. IV poderão ser aplicadas juntamente com a
do inciso II, assegurado o direito de defesa
§ 1º Atendido o princípio do contraditório, do interessado, no respectivo processo, no
da ampla defesa e do devido processo legal, prazo de 10 (dez) dias.
as condutas descritas no caput serão consi-
deradas: § 2º A reabilitação referida no inciso V será
autorizada somente quando o interessa-
I – para fins dos regulamentos disciplinares do efetivar o ressarcimento ao órgão ou
das Forças Armadas, transgressões militares entidade dos prejuízos resultantes e após
médias ou graves, segundo os critérios ne- decorrido o prazo da sanção aplicada com
les estabelecidos, desde que não tipificadas base no inciso IV.
em lei como crime ou contravenção penal;
ou § 3º A aplicação da sanção prevista no inci-
so V é de competência exclusiva da autori-
II – para fins do disposto na Lei nº 8.112, de dade máxima do órgão ou entidade pública,
11 de dezembro de 1990, e suas alterações, facultada a defesa do interessado, no res-
infrações administrativas, que deverão ser pectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias
apenadas, no mínimo, com suspensão, se- da abertura de vista.
gundo os critérios nela estabelecidos.
Art. 34. Os órgãos e entidades públicas respon-
§ 2º Pelas condutas descritas no caput, po- dem diretamente pelos danos causados em
derá o militar ou agente público responder, decorrência da divulgação não autorizada ou
também, por improbidade administrativa, utilização indevida de informações sigilosas ou
conforme o disposto nas Leis nos 1.079, de informações pessoais, cabendo a apuração de
10 de abril de 1950, e 8.429, de 2 de junho responsabilidade funcional nos casos de dolo
de 1992. ou culpa, assegurado o respectivo direito de re-
gresso.
Art. 33. A pessoa física ou entidade privada que
detiver informações em virtude de vínculo de Parágrafo único. O disposto neste artigo
qualquer natureza com o poder público e deixar aplica-se à pessoa física ou entidade priva-
de observar o disposto nesta Lei estará sujeita da que, em virtude de vínculo de qualquer
às seguintes sanções: natureza com órgãos ou entidades, tenha
acesso a informação sigilosa ou pessoal e a
I – advertência; submeta a tratamento indevido.

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CAPÍTULO VI para seus integrantes e demais disposições
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS desta Lei.
Art. 36. O tratamento de informação sigilosa
Art. 35. (VETADO).
resultante de tratados, acordos ou atos interna-
§ 1º É instituída a Comissão Mista de Reava- cionais atenderá às normas e recomendações
liação de Informações, que decidirá, no âm- constantes desses instrumentos.
bito da administração pública federal, sobre
Art. 37. É instituído, no âmbito do Gabinete de
o tratamento e a classificação de informa-
Segurança Institucional da Presidência da Repú-
ções sigilosas e terá competência para:
blica, o Núcleo de Segurança e Credenciamento
I – requisitar da autoridade que classificar (NSC), que tem por objetivos:
informação como ultrassecreta e secreta es-
I – promover e propor a regulamentação do
clarecimento ou conteúdo, parcial ou inte-
credenciamento de segurança de pessoas
gral da informação;
físicas, empresas, órgãos e entidades para
II – rever a classificação de informações ul- tratamento de informações sigilosas; e
trassecretas ou secretas, de ofício ou me-
II – garantir a segurança de informações si-
diante provocação de pessoa interessada,
gilosas, inclusive aquelas provenientes de
observado o disposto no art. 7o e demais
países ou organizações internacionais com
dispositivos desta Lei; e
os quais a República Federativa do Brasil
III – prorrogar o prazo de sigilo de informa- tenha firmado tratado, acordo, contrato ou
ção classificada como ultrassecreta, sempre qualquer outro ato internacional, sem pre-
por prazo determinado, enquanto o seu juízo das atribuições do Ministério das Re-
acesso ou divulgação puder ocasionar ame- lações Exteriores e dos demais órgãos com-
aça externa à soberania nacional ou à inte- petentes.
gridade do território nacional ou grave risco
Parágrafo único. Regulamento disporá so-
às relações internacionais do País, observa-
bre a composição, organização e funciona-
do o prazo previsto no § 1o do art. 24.
mento do NSC.
§ 2º O prazo referido no inciso III é limitado
Art. 38. Aplica-se, no que couber, a Lei no 9.507,
a uma única renovação.
de 12 de novembro de 1997, em relação à in-
§ 3º A revisão de ofício a que se refere o in- formação de pessoa, física ou jurídica, constan-
ciso II do § 1o deverá ocorrer, no máximo, te de registro ou banco de dados de entidades
a cada 4 (quatro) anos, após a reavaliação governamentais ou de caráter público.
prevista no art. 39, quando se tratar de do-
Art. 39. Os órgãos e entidades públicas deverão
cumentos ultrassecretos ou secretos.
proceder à reavaliação das informações classifi-
§ 4º A não deliberação sobre a revisão pela cadas como ultrassecretas e secretas no prazo
Comissão Mista de Reavaliação de Informa- máximo de 2 (dois) anos, contado do termo ini-
ções nos prazos previstos no § 3o implicará cial de vigência desta Lei.
a desclassificação automática das informa-
§ 1º A restrição de acesso a informações,
ções.
em razão da reavaliação prevista no caput,
§ 5º Regulamento disporá sobre a compo- deverá observar os prazos e condições pre-
sição, organização e funcionamento da Co- vistos nesta Lei.
missão Mista de Reavaliação de Informa-
§ 2º No âmbito da administração públi-
ções, observado o mandato de 2 (dois) anos
ca federal, a reavaliação prevista no caput
poderá ser revista, a qualquer tempo, pela

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Comissão Mista de Reavaliação de Informa- práticas relacionadas à transparência na ad-


ções, observados os termos desta Lei. ministração pública;
§ 3º Enquanto não transcorrido o prazo de III – pelo monitoramento da aplicação da lei
reavaliação previsto no caput, será mantida no âmbito da administração pública federal,
a classificação da informação nos termos da concentrando e consolidando a publicação
legislação precedente. de informações estatísticas relacionadas no
art. 30;
§ 4º As informações classificadas como se-
cretas e ultrassecretas não reavaliadas no IV – pelo encaminhamento ao Congresso
prazo previsto no caput serão consideradas, Nacional de relatório anual com informa-
automaticamente, de acesso público. ções atinentes à implementação desta Lei.
Art. 40. No prazo de 60 (sessenta) dias, a con- Art. 42. O Poder Executivo regulamentará o dis-
tar da vigência desta Lei, o dirigente máximo de posto nesta Lei no prazo de 180 (cento e oiten-
cada órgão ou entidade da administração públi- ta) dias a contar da data de sua publicação.
ca federal direta e indireta designará autoridade
que lhe seja diretamente subordinada para, no Art. 43. O inciso VI do art. 116 da Lei nº 8.112,
âmbito do respectivo órgão ou entidade, exer- de 11 de dezembro de 1990, passa a vigorar
cer as seguintes atribuições: com a seguinte redação:

I – assegurar o cumprimento das normas “Art. 116. .....................................................


relativas ao acesso a informação, de forma VI – levar as irregularidades de que tiver ci-
eficiente e adequada aos objetivos desta ência em razão do cargo ao conhecimento
Lei; da autoridade superior ou, quando houver
II – monitorar a implementação do disposto suspeita de envolvimento desta, ao conhe-
nesta Lei e apresentar relatórios periódicos cimento de outra autoridade competente
sobre o seu cumprimento; para apuração;

III – recomendar as medidas indispensáveis ..........................................................” (NR)


à implementação e ao aperfeiçoamento das Art. 44. O Capítulo IV do Título IV da Lei nº
normas e procedimentos necessários ao 8.112, de 1990, passa a vigorar acrescido do se-
correto cumprimento do disposto nesta Lei; guinte art. 126-A:
e
“Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser
IV – orientar as respectivas unidades no que responsabilizado civil, penal ou adminis-
se refere ao cumprimento do disposto nesta trativamente por dar ciência à autoridade
Lei e seus regulamentos. superior ou, quando houver suspeita de
Art. 41. O Poder Executivo Federal designará ór- envolvimento desta, a outra autoridade
gão da administração pública federal responsá- competente para apuração de informação
vel: concernente à prática de crimes ou impro-
bidade de que tenha conhecimento, ainda
I – pela promoção de campanha de abran- que em decorrência do exercício de cargo,
gência nacional de fomento à cultura da emprego ou função pública.”
transparência na administração pública e
conscientização do direito fundamental de Art. 45. Cabe aos Estados, ao Distrito Federal e
acesso à informação; aos Municípios, em legislação própria, obede-
cidas as normas gerais estabelecidas nesta Lei,
II – pelo treinamento de agentes públicos definir regras específicas, especialmente quanto
no que se refere ao desenvolvimento de

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ao disposto no art. 9º e na Seção II do Capítulo
III.
Art. 46. Revogam-se:
I – a Lei nº 11.111, de 5 de maio de 2005; e
II – os arts. 22 a 24 da Lei nº 8.159, de 8 de
janeiro de 1991.
Art. 47. Esta Lei entra em vigor 180 (cento e oi-
tenta) dias após a data de sua publicação.
Brasília, 18 de novembro de 2011; 1900 da
Independência e 1230 da República

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Questões

1. (ESAF – 2014 – Ministério da Fazenda – d) é assegurado, por lei, o sigilo da iden-


ATA) tificação do requerente que apresentar
pedido de acesso a informações de in-
São procedimentos que se destinam a as- teresse particular contidas nas Cortes
segurar o direito fundamental de acesso à de Contas.
informação, exceto: e) mediante anuência do requerente é
a) Observância do sigilo como exceção. que a informação armazenada em for-
b) Utilização de meios de comunicação mato digital será fornecida no referido
viabilizados pela TI (Tecnologia da Infor- formato.
mação).
c) Divulgação de informações de interesse 3. (ESAF – 2014 – Ministério do Turismo –
público mediante solicitação. Analista)
d) Desenvolvimento do controle social na A Lei n. 12.527, de 2011, assegura o direito
Administração Pública. fundamental de acesso à informação e deve
e) Fomento ao desenvolvimento da cultu- ser executado em conformidade com os
ra da transparência. princípios básicos da administração pública.
Assinale a opção correta.
2. (ESAF – 2014 – Receita Federal – Auditor
Fiscal da Receita Federal) a) Os órgãos devem observar a publicida-
de como preceito geral, inclusive para
Em se tratando do acesso à informação no as informações consideradas sigilosas.
âmbito federal, é correto afirmar: b) Os órgãos devem divulgar as informa-
a) cabe recurso a ser interposto no prazo ções de interesse público, mediante so-
de 05 (cinco) dias e dirigido diretamen- licitações.
te à Controladoria-Geral da União do c) Cabe aos órgãos assegurar a gestão
indeferimento a pedido de acesso a in- transparente da informação, coibindo o
formações classificadas como sigilosas amplo acesso a ela.
contidas em Ministérios integrantes do d) O acesso a informações públicas será
Poder Executivo Federal. assegurado mediante a criação de ser-
b) são classificadas como ultrassecretas, viço de informações ao cidadão, em
cujo prazo de restrição de acesso à in- local com condições apropriadas para
formação é de 25 (vinte e cinco) anos, atender e orientar o público quanto ao
as informações que coloquem em risco acesso a informações.
a segurança do Presidente da República e) Os órgãos devem divulgar as informa-
e respectivos cônjuge e filhos(as). ções relacionadas à pessoa natural
c) compete ao Gabinete de Segurança Ins- identificada.
titucional da Presidência da República
rever a classificação de informações 4. (ESAF – 2013 – Ministério da Fazenda – Su-
ultrassecretas ou secretas, de ofício, perior)
a cada 04 (quatro) anos, ou mediante Considerando as normas de acesso à infor-
provocação de pessoa interessada. mação contidas na Lei n. 12.527/2011, assi-
nale a opção correta.

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a) Considera-se tratamento de informação 6. (ESAF – 2013 – STN – Analista de Finanças e
a que for submetida temporariamente Controle)
à restrição de acesso público em razão
de sua imprescindibilidade para a segu- A chamada Lei de Acesso à Informação (Lei
rança da sociedade e do Estado. nº 12.527, de 18 de novembro de 2011) foi
b) O próprio requerente pesquisará a in- um marco nas relações entre cidadão e Es-
formação de que necessite, ante os tado. Ela estabelece que as informações
meios oferecidos pela entidade. de interesse coletivo ou geral deverão ser
c) As informações podem ser classificadas divulgadas de ofício pelos órgãos públicos,
como sigilosas, restritas e de segurança espontânea e proativamente, independen-
máxima, nos termos da lei. temente de solicitações. Sinteticamente, es-
d) As informações pessoais relativas à in- tabelece que o acesso à informação pública
timidade terão seu acesso vedado pelo é a regra, e o sigilo, a exceção. Sobre esta
prazo máximo de 50 (cinquenta) anos. lei, avalie os itens a seguir e assinale a op-
e) A pessoa física que detiver informações ção incorreta.
em virtude de vínculo com o poder pú- a) São estabelecidos prazos para que se-
blico e não observar o disposto na Lei n. jam repassadas as informações ao soli-
12.527/2011 estará sujeita à suspensão citante. A resposta deve ser dada ime-
de seus direitos políticos pelo prazo de diatamente, se estiver disponível, ou
02 (dois) anos. em até 20 dias, prorrogáveis por mais
10 dias.
5. (ESAF – 2013 – DNIT – Analista Administra- b) Justificado o pedido, e identificado o re-
tivo) querente, o serviço de busca e forneci-
A Lei n. 12.527/2011 garantiu ao cidadão o mento das informações é gratuito, salvo
direito de obter informação acumulada pelo cópias de documentos.
Poder Público. A mesma lei definiu, tam- c) Nos casos em que a informação estiver
bém, as restrições de acesso à informação. sob algum tipo de sigilo previsto em Lei,
Assinale a opção que identifica informações é direito do requerente obter o inteiro
restritas. teor da negativa de acesso.
d) Quando a informação for parcialmente
a) Informação pertinente à administração sigilosa, fica assegurado o acesso, por
do patrimônio público. meio de certidão, extrato ou cópia, com
b) Informação relativa à implementação, a ocultação da parte sob sigilo.
acompanhamento e resultados dos pro- e) Informações sob a guarda do Estado
gramas e projetos públicos. que dizem respeito à intimidade, hon-
c) Informação sobre atividades exercidas ra e imagem das pessoas, por exemplo,
pelos órgãos e entidades públicos. não são públicas e só podem ser aces-
d) Informação sobre projetos de pesquisa sadas pelos próprios indivíduos e por
e desenvolvimento científico ou tecno- terceiros, apenas em casos excepcio-
lógico de interesse estratégico nacional. nais previstos na Lei.
e) Informação sobre violação dos direitos
humanos praticadas por agentes públi-
cos.

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7. (ESAF – 2012 – Receita Federal – Analista 8. (ESAF – 2012 – MPOG – Analista Técnico de
Tributário da Receita Federal) Políticas Sociais)
Previsto no inciso XXXIII do artigo 50, no in- O acesso à informação é objeto de lei e de-
ciso II do §30 do artigo 37 e no §20 do arti- creto e regulamentam, entre outros pontos,
go 216 da Constituição Federal, o direito ao a informação pública e secreta. Consideran-
acesso a informações públicas foi regulado do uma informação em poder dos órgãos e
pela Lei n. 12.527, de 18 de novembro de entidades públicas, observado o seu teor e
2011. Quanto ao procedimento de pedido em razão de sua imprescindibilidade à segu-
de acesso, é incorreto afirmar que: rança da sociedade ou do Estado, a informa-
ção poderá ser classificada como ultra-se-
a) qualquer interessado poderá apresen- creta, secreta ou reservada e os respectivos
tar pedido de acesso a informações aos prazos máximos de restrição de acesso são:
órgãos e entidades referidos na Lei, por
qualquer meio legítimo, devendo o pe- a) de 25 (vinte e cinco) anos para infor-
dido conter a identificação do reque- mação ultra-secreta; de 20 (vinte ) anos
rente e a especificação da informação para informação secreta; de 5 (cinco)
requerida. anos para informação reservada.
b) os órgãos e entidades do poder público b) de 30 (trinta ) anos para informação
devem viabilizar alternativa de encami- ultra-secreta; de 15 (quinze ) anos para
nhamento de pedidos de acesso a infor- informação secreta; de 5 (cinco) anos
mações por meio de seus sítios oficiais para informação reservada.
na internet. c) de 25 (vinte e cinco) anos para informa-
c) sob pena de indeferimento do pedido, ção ultra-secreta; de 15 (quinze ) anos
os motivos determinantes da solicita- para informação secreta; de 10 (dez)
ção de acesso às informações de inte- anos para informação reservada.
resse público devem ser apresentados d) de 25 (vinte e cinco) anos para informa-
pelo cidadão requerente. ção ultra-secreta; de 15 (quinze ) anos
d) quando não for autorizado o acesso por para informação secreta; de 5 (cinco)
se tratar de informação total ou par- anos para informação reservada.
cialmente sigilosa, o requerente deve-
rá ser informado sobre a possibilidade
de recurso, prazos e condições para sua
interposição, devendo, ainda, ser-lhe
indicada a autoridade competente para
sua apreciação.
e) o serviço de busca e fornecimento da
informação é gratuito, salvo nas hipóte-
ses de reprodução de documentos pelo
órgão ou entidade pública consultada,
situação em que poderá ser cobrado
exclusivamente o valor necessário ao
ressarcimento do custo dos serviços e
materiais utilizados.

Gabarito: 1. C 2. E 3. D 4. B 5. D 6. B 7. C 8. D

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1.3. Desafios da Ouvidoria Pública no Brasil

A Ouvidoria Pública é um instrumento de gestão ética, democrática e transparente.


Sua função é intermediar as relações entre os cidadãos e o órgão ao qual pertence, viabilizando
os direitos dos cidadãos de serem ouvidos e de terem suas demandas tratadas adequadamente.
A ouvidoria deve estar preparada para acolher todo o cidadão que tenha algum motivo para
dialogar com a instituição e que não encontrou facilidade nos canais tradicionais.
A atuação das ouvidorias atende ao comando constitucional do art. 37, § 3º, que obriga o Poder
Executivo, observadas as disposições legais, a manter serviços de atendimento às reclamações
e sugestões dos cidadãos e a garantir espaços, mecanismos e instrumentos de participação e
controle social sobre sua atuação. Dessa forma entende-se por Ouvidoria um instrumento que
visa à concretização dos preceitos constitucionais que regem a administração pública.
A ouvidoria pública busca atuar como mediador entre o Estado e a sociedade, não sendo apenas
um canal inerte entre o cidadão e a administração pública, tendo também por competência
a valorização e defesa dos direitos humanos e a promoção da ética e da inclusão social. Ela
se apresenta como um autêntico instrumento da democracia participativa, na medida em
que transporta o cidadão comum para o âmbito da administração. Este, através da ouvidoria,
ganha voz ativa, na medida em que suas críticas, denúncias ou sugestões são acolhidas pela
administração, contribuindo para a correção e o aprimoramento dos atos de governo.
Ao receber uma manifestação, a Ouvidoria deve identificar suas causas, sua procedência e os
meios para solucioná-la; provocando atuação corretiva sobre o fato demandado e preventiva,
buscando as correções estruturais. Deve, portanto, contribuir para o aprimoramento de
procedimentos técnicos e dinamizar a relação com o cidadão.
Ao exercer seu papel de porta-voz do cidadão na organização, o Ouvidor torna-se um
importante instrumento de interação entre o órgão e a sociedade, aliado na defesa dos direitos
do usuário, na busca de soluções de conflitos extrajudiciais e colaborador eficaz dos programas
de qualidade implantados nas organizações.
As experiências das instituições que instalaram Ouvidorias têm comprovado a importância da
aliança entre governantes e governados para o fortalecimento da democracia.

1.3.1. Breve Histórico


A origem histórica da ouvidoria remonta à Suécia, com o surgimento da figura do Ombusdman,
entre os séculos XVIII e XIX. A expressão, de origem escandinava, resulta da junção da palavra
ombud (representante ou procurador) com a palavra man (homem), significando, na tradução
comum do termo, representante do povo ou provedor de justiça.
A sua função era de fiscalizar a aplicação das leis por parte dos funcionários públicos, fato que
mostra o fortalecimento dos direitos do cidadão diante do poder do Estado.
Em sua concepção original, considerava-se o ombudsman, basicamente, um instituto do
direito administrativo de natureza unipessoal e não contenciosa, funcionalmente autônomo
e formalmente vinculado ao Legislativo, destinado ao controle da administração e, nessa
condição, voltado para a defesa dos direitos fundamentais do cidadão.

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Tal conceito foi ampliado (a figura do ouvidor não está necessariamente vinculada ao
Legislativo) e hoje os papéis do ombudsman abrangem: proteger o povo das violações dos
direitos, abusos do poder, erros, negligência, decisões injustas e má administração, a fim de
aprimorar a administração pública e fazer com que os atos do Governo se tornem mais abertos
e que o Governo e os funcionários sejam mais transparentes.
No Brasil, apesar de manifestações anteriores, só no final da década de 80 (após o fim do
regime militar) é que iniciativas em torno da participação social começam a reaparecer. Aqui, o
ombudsman é conhecido como “ouvidor” e o seu local de atuação é a “ouvidoria”.
Em 1986 nasceu a primeira Ouvidoria Pública do país (prefeitura de Curitiba/PR). Em 1992 foi
criada a Ouvidoria-Geral da República, que teve seu nome alterado (em 2004) para Ouvidoria-
Geral da União e está vinculada à Controladoria-Geral da União.
Atualmente, existem mais de 170 Ouvidorias Públicas em órgãos e entidades do Poder Executivo
Federal, supervisionadas tecnicamente pela Ouvidoria-Geral da União.

1.3.2. Competências
Já se alcançou certo consenso acerca do conceito, das características e das atribuições principais
de uma ouvidoria. A ouvidoria é um instrumento que visa à concretização dos preceitos
constitucionais que regem a administração pública (legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência), a fim de que tais preceitos se tornem, na prática, eixos norteadores da
prestação de serviços públicos.
Além desse objetivo primeiro, são atribuições principais de uma ouvidoria pública:
•• Indução de mudança;
•• Reparação do dano;
•• Acesso à administração;
•• Promoção da democracia.
Ouvidoria Pública deve ser compreendida como uma instituição que auxilia o cidadão em
suas relações com o Estado. Deve atuar no processo de interlocução entre o cidadão e a
Administração Pública, de modo que as manifestações decorrentes do exercício da cidadania
provoquem contínua melhoria dos serviços públicos prestados.
A ouvidoria não é apenas um canal entre o cidadão e a Administração Pública. Sua atuação é
diferente da atuação de um serviço de atendimento ao cidadão (SAC), a exemplo dos 0800,
Sala do Cidadão, Fale Conosco, Call Center, etc., pois a ouvidoria tem possibilidade de tratar as
manifestações da sociedade com maior acuidade.
A ouvidoria é, sobretudo, um instrumento de fortalecimento da democracia participativa
(juntamente com os conselhos e as conferências), voltada para a satisfação das necessidades
do cidadão.

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Por um lado, oferece ao cidadão um “novo canal” para resolução de problemas vivenciados
rotineiramente na prestação se serviços públicos e, por outro, oferece ao Estado uma
oportunidade de qualificar a prestação desses mesmos serviços públicos, a partir das
manifestações recebidas. Em suma, promove a interação equilibrada entre legalidade e
legitimidade.
Nesse aspecto, reside a grande arte da ouvidoria: seu papel não é o de se contrapor ao órgão/
entidade, na defesa do cidadão, mas de garantir ao cidadão ter sua demanda efetivamente
considerada e tratada, à luz dos seus direitos constitucionais e legais.
A existência de uma unidade de ouvidoria na estrutura de um órgão público pode estreitar a
relação entre a sociedade e o Estado, permitindo que o cidadão participe da gestão pública
e realize um Controle Social sobre as políticas, os serviços e, indiretamente, os servidores
públicos.
Na prática, as Ouvidorias podem desempenhar as seguintes funções/atribuições:
•• Garantir o acesso à informação e a transparência da gestão pública;
•• Responder aos cidadãos;
•• Atuar na mediação de conflitos;
•• Sugerir mudanças na política institucional e em sua operacionalização;
•• Ouvir e compreender as diferentes formas de manifestação dos cidadãos (solicitação de
informação, reclamação, denúncia, elogio e sugestão) como demandas legítimas;
•• Viabilizar o exercício da cidadania participativa e reconhecer os cidadãos, sem qualquer
distinção, como sujeitos de direitos;
•• Qualificar as expectativas dos cidadãos de forma adequada, caracterizando situações e
identificando os seus contextos, para que o Estado possa decodificá-las como oportunidades
de melhoria;
•• Elaborar relatórios de avaliação crítica da atuação da instituição: demonstrar os resultados
produzidos, avaliando a efetividade das respostas oferecidas e elaborando relatórios
gerenciais capazes de subsidiar a gestão pública.
Uma ouvidoria “ativa” é assim denominada pela natureza proativa de suas atividades: não
apenas recebe demandas dos cidadãos e atua sobre elas, mas se incumbe de identificar e
levantar informações junto aos cidadãos para subsidiar as decisões da alta direção do órgão/
entidade quanto às melhorias e inovações que podem ser implementadas.

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As competências específicas da Ouvidoria-Geral da União, por exemplo, são determinadas pelo


artigo 14 do Decreto nº 8.109, de 17 de setembro de 2013.
Art. 14. À Ouvidoria-Geral da União compete:
I – realizar a coordenação técnica das atividades de ouvidoria no Poder Executivo federal, e
sugerir a expedição de atos normativos e de orientações;
II – receber as denúncias direcionadas à Controladoria-Geral da União e encaminhá-las,
conforme a matéria, à unidade, órgão ou entidade competente;
III – receber e analisar as manifestações referentes a serviços públicos prestados pelos órgãos e
entidades do Poder Executivo federal, propor e monitorar a adoção de medidas para a correção
e a prevenção de falhas e omissões na prestação desses serviços;

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IV – receber e responder os pedidos de acesso à informação de que trata a Lei no 12.527, de 18
de novembro de 2011, apresentados na Controladoria-Geral da União, e submetê-los, quando
couber, à unidade responsável pelo fornecimento da informação;
V – assistir o Ministro de Estado na deliberação dos recursos referidos no parágrafo único do
art. 21 e no caput do art. 23 do Decreto no 7.724, de 16 de maio de 2012;
VI – acompanhar, em articulação com as demais unidades da Controladoria-Geral da União, o
cumprimento das decisões proferidas no âmbito do art. 23 do Decreto no 7.724, de 2012;
VII – promover capacitação e treinamento relacionados às atividades de ouvidoria no âmbito
do Poder Executivo federal;
VIII – promover a conciliação e a mediação na resolução de conflitos evidenciados no
desempenho das atividades de ouvidoria entre cidadãos e órgãos, entidades ou agentes do
Poder Executivo federal;
IX – produzir estatísticas indicativas do nível de satisfação dos usuários dos serviços públicos
prestados no âmbito do Poder Executivo federal; e
X – promover formas de participação popular no acompanhamento e fiscalização da prestação
dos serviços públicos.

1.3.2.1. O que a ouvidoria não deve fazer


•• Apurar denúncias de irregularidades e infrações (disciplina e processo administrativo) ou
realizar auditorias;
•• Desempenhar ações de assistencialismo e paternalismo;
•• Agir com imediatismo (resolução apenas do caso apresentado);
•• Atuar como central de atendimento.

1.3.2.2. Ouvidoria e Lei de Acesso à Informação


As Ouvidorias públicas e a Lei de Acesso à Informação (Lei nº 12.527/2011) são exemplos de
instrumentos institucionais e jurídicos que, ao lado dos outros canais de participação e controle
social existentes, buscam operacionalizar o princípio da democracia participativa consagrado
na Constituição.
A LAI, em seu artigo 9º, criou o Serviço de Informações ao Cidadão (SIC) nos órgãos e
entidades do poder público com o objetivo de: atender e orientar o público quanto ao acesso
a informações, informar sobre a tramitação de documentos nas suas respectivas unidades
administrativas e servir de referência para a solicitação de documentos e requerimentos de
acesso a informações.
Estabelece, ainda, que cada órgão público deve designar uma autoridade responsável
pelo monitoramento e implementação do SIC. Embora não exista definição legal de que as
ouvidorias sejam responsáveis por este serviço, na prática, muitas delas vêm assumindo tal
responsabilidade.

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As ouvidorias devem observar etapas importantes no processo de execução da LAI:


1. Protocolo do pedido de informação no SIC – realizar monitoramento e verificação dos
prazos na tramitação do pedido de informação;
2. Resposta ao solicitante – monitorar a tramitação da resposta, verificar a análise do mérito
da resposta e apontar se é satisfatória, parcialmente satisfatória ou insatisfatória e, em
caso de negativa de acesso, apontar se os requisitos do art. 16 da LAI foram observados;
3. Protocolo de recurso – monitorar a tramitação e como foi elaborado o parecer dirigido à
autoridade superior, contendo análise do mérito;
4. Resposta ao recurso – monitorar a tramitação da resposta e a análise do mérito da resposta
(apontar se é satisfatória, parcialmente satisfatória ou insatisfatória) e, em caso de negativa
de acesso, verificar requisitos do art. 16 (apontar hipóteses de recurso), além de acionar
monitoramento da OGU (risco de recurso de forma);
5. Relatório trimestral – monitorar a elaboração e cumprimento dos prazos do relatório sobre
os temas, as informações e as perguntas mais frequentes para que possam constar nos
sítios da instituição, visando incrementar prática de transparência ativa, ou seja, aquela
que é desenvolvida sem a necessidade de uma demanda ser encaminhada previamente;
6. Pesquisas de satisfação – realizar regularmente pesquisa de satisfação dos solicitantes.

1.3.3. Diretrizes
As linhas-guia de organização e o funcionamento das ouvidorias públicas são:
•• Zelo pela celeridade e qualidade das respostas às demandas dos seus usuários;
•• A objetividade e a imparcialidade no tratamento das informações, sugestões, reclamações
e denúncias recebidas de seus usuários;
•• A gratuidade de suas atividades e serviços;
•• A preservação da identidade dos seus usuários, quando por eles solicitada expressamente;
•• A pessoalidade e a informalidade das relações estabelecidas com seus usuários;
•• A defesa da ética e da transparência nas relações entre a Administração Pública e os
cidadãos;
•• A transparência e a moralidade da atuação dos órgãos e entidades públicas;
•• A atuação coordenada, integrada e horizontal entre as unidades de ouvidoria;
•• O aprofundamento do exercício da cidadania dentro e fora da Administração Pública.

1.3.4. Público-alvo
A ouvidoria poderá trabalhar com dois tipos de público: interno e externo.

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Público externo: são pessoas ou grupos de pessoas que demandam os serviços oferecidos pela
entidade e utilizam a ouvidoria como canal para se manifestarem.
O público interno são os servidores/empregados. A ouvidoria permite uma administração
participativa, procurando subsidiar o atendimento de reivindicações de funcionários, exercendo
um controle preventivo e corretivo de arbitrariedades ou de negligências, de problemas
interpessoais ou, ainda, de abuso de poder das chefias.

1.3.5. Dificuldades
As dificuldades encontradas pela ouvidoria pública geralmente estão localizadas dentro da
própria unidade/instituição.
a) Descrença por parte do cidadão quanto aos resultados a serem alcançados;
b) Reação interna negativa dos integrantes da organização;
c) Corporativismo;
d) Obstrução de canais internos de relacionamento que impedem a atuação da ouvidoria.
O efetivo funcionamento das ouvidorias depende, cada vez mais, de sua integração sistêmica.
Para tanto é necessário que elas se relacionem de forma colaborativa (não hierárquica),
continuada e em rede, presencialmente e/ou virtualmente, independentemente da localização
física, visando compartilhar conhecimentos, aprender e gerar inovações no trabalho das
ouvidorias. A contínua troca de informações sobre conceitos, fluxos, procedimentos internos,
normativos, experiências e relações internas e externas proporcionam um crescimento mútuo
das ouvidorias numa teia de relações onde todas ganham.
Os requisitos básicos para o funcionamento de uma ouvidoria são:
•• Instituição de Mandato.
•• Acesso irrestrito a todas as informações.
•• Autonomia
•• Acesso direto à alta direção e a instância máxima de decisão.
•• Estrutura organizativa e orçamento condizentes com as necessidades.

1.3.6. Perfil do Ouvidor


O ouvidor do Poder Executivo tem perfil técnico-político – é um burocrata de quem são
requeridas competências e habilidades pessoais e comportamentais que envolvam capacidade
de liderança, de articulação, coordenação, mediação de conflitos, etc. (policymakers).
No Brasil, o ouvidor não tem poder para determinar a reformulação de decisões. Mesmo
havendo prejuízo ou constrangimento para o cidadão, o ouvidor conta apenas com o poder
da argumentação exercida publicamente. A função do ouvidor é baseada nos princípios

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constitucionais, consagrados no artigo 37, que são legalidade, legitimidade, imparcialidade,


moralidade, publicidade e eficiência.
Em decorrência da sua função e de seus objetivos, os requisitos capazes de garantir a
autonomia do Ouvidor são: a unipessoalidade, a magistratura da persuasão, a desvinculação do
poder institucional, a desvinculação político-partidária e a existência de mandato e atribuições
específicas.
•• Unipessoalidade: essa característica é intrínseca à ouvidoria, o único instituto unipessoal da
administração pública brasileira. Trata-se de um órgão que não tem poderes administrativos
e que, consequentemente, depende, em larga medida, da sua força institucional e das
prerrogativas do seu titular para tornar efetivas as suas propostas. Não pode, pois ser
diluído em um colegiado, ou ter vários responsáveis, supostamente Ouvidores, repartindo
as suas funções em uma mesma instituição, para uma mesma clientela ou, ainda, exercê-
las simultaneamente com um outro cargo na administração. É indispensável “alguém que
seja identificável", a quem se possa recorrer e que seja dotado de estatura e autoridade
moral.
•• Magistratura da persuasão: a ouvidoria, como órgão do Governo, é uma completa
contradição em termos. O ouvidor, por definição, não tem poderes administrativos.
Se os tivesse, seria o fiscal de si mesmo, o que, do ponto de vista do controle efetivo da
administração, equivaleria a nada. Sua ação não é coercitiva, atuando movido pela sua
força moral, pelo respeito constituído através da imparcialidade de suas ações. É de fato
um poder sem poderes, que desta própria condição paradoxal concretiza sua base de apoio
e força.
•• Desvinculação do poder institucional: existem ouvidores que são integrantes do staff
governamental, ou da direção da instituição em que atuam. Tais ouvidorias não atuam
naquilo que é essencial para uma Ouvidoria Defensora de Direitos: a indução de mudanças
e a investigação de denúncias – inclusive contra o gestor – justamente por ser este o
superior hierárquico do ouvidor. São os ouvidores obedientes, cujo limite para o exercício
das atribuições do cargo é a não contrariedade de quem os nomeou e que pode demiti-los.
•• Desvinculação político-partidária.
•• Mandato e atribuições específicas: ouvidoria plena, independente, seria quando o seu
titular detém mandato certo, escolhido com a participação da sociedade ou pelo colegiado
máximo da instituição em que atua e cujas atribuições garantam a autonomia inerente
às necessidades de seu cargo, conforme as situações analisadas na última secção. Entre
estas, o poder de fazer propostas e denúncias, divulgá-las livremente e dispor de garantias
mínimas para que o dirigente interpelado responda às suas solicitações. Além do direito
de fazer investigações preliminares, podendo requerer, quando necessária, a realização de
sindicância pelos órgãos competentes.

1.3.7. Posicionamento na estrutura organizacional


É importante que o cargo (ou função) em comissão do ouvidor seja de alto nível na estrutura
hierárquica, assim como o seu padrão remuneratório, tendo em vista que sua função exige que
ele promova a permanente articulação com as demais autoridades, com vistas à eficácia no

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encaminhamento das demandas dos usuários; no acompanhamento das providências; no
controle dos prazos de resposta e a eventual cobrança aos responsáveis, em caso de atrasos.
O posicionamento adequado e satisfató-
rio da ouvidoria, dentro da estrutura or-
ganizacional do órgão/entidade é como
unidade de assistência direta e imediata
ao titular do órgão/entidade, ou estrutura
de nível equivalente, prevista na estrutura
básica.
Essa posição garante que a ouvidoria su-
bordine-se diretamente ao dirigente má-
ximo, em nível hierárquico equivalente ao
dos titulares das unidades finalísticas – se-
cretários, nos ministérios e diretores, nas
entidades vinculadas.
O posicionamento hierárquico em alto
nível, dentro da estrutura organizacional,
justifica-se pela natureza estratégica da
ouvidoria, que precisa ter assegurada a
sua autoridade administrativa perante às
demais autoridades internas e externas para articular, coordenar e intermediar as relações ins-
titucionais junto aos seus usuários; muitas vezes conflituosas ou com alto grau de possiblidade
de instalação de conflito.

1.3.8. Exemplo: Ouvidoria ESAF


Informações disponíveis em http://www.esaf.fazenda.gov.br/a_esaf/ouvidoria-responsavel-
frigo/ouvidoria

1. O que é um Ouvidor?
É um funcionário público que tem a missão de defender os interesses do Cidadão junto ao órgão
em que atua. O Ouvidor da ESAF atua como facilitador nas relações entre o cidadão e a Escola,
prestando informações precisas, seguras e confiáveis e contribui para a melhoria dos serviços
prestados, face aos anseios da sociedade. Para isso, orienta a sua atuação pelos princípios da
ética: quais sejam: garantia de acesso, autonomia, transparência, imparcialidade, integridade e
valorização das pessoas.

2. Quando Utilizar a Ouvidoria?


A Ouvidoria tem sua ação no pós-atendimento, ou seja, quando o cidadão-usuário já foi
atendido em algum ambiente da Escola ou do Ministério da Fazenda e que deseja fazer
reclamações, sugestões, críticas aos serviços ou ao atendimento recebido e denúncias
referentes a procedimentos e ações de agentes diretamente ligados ou subordinados a Escola e
suas descentralizadas.

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3. Para entrar em contato com a Ouvidoria é necessário me identificar?


Não. A opção é sua. Todavia, não tenha medo de identificar-se, pois a Ouvidoria-Geral do
Ministério da Fazenda e da ESAF, tem o dever ético e legal de resguardar o sigilo de seus dados
pessoais.
4. Quem pode falar com a Ouvidoria?
Qualquer pessoa, brasileira ou não, pode apresentar suas reclamações, denúncias, sugestões
ou elogios sobre assuntos relacionados a ESAF.

5. A Ouvidoria resolve qualquer assunto?


A Ouvidoria procura ajudá-lo a encontrar caminhos para resolver problemas que você tenha
tido com qualquer das áreas da Escola. Caso suas questões sejam da competência de outros
órgãos da administração pública, a Ouvidoria irá orientá-lo quanto à maneira mais adequada
para seu atendimento.

6. Como devo proceder para efetuar uma denúncia?


Compete à Ouvidoria da ESAF receber denúncias referentes a procedimentos e ações de
agentes, diretamente ligados ou subordinados a Escola e suas jurisdicionadas. Portanto, procure
descrever sua denúncia de forma clara, simples e objetiva. Nos casos que envolverem apuração
e investigação, o ideal é que a Ouvidoria receba um relato completo do assunto como indicação
de valores, locais, datas, nomes, documentos comprobatórios, bem como tudo o que possa
servir de subsídios para viabilizar o encaminhamento da solução. Não é preciso se identificar,
mas, caso deseje fazê-lo esteja seguro de que seus dados pessoais serão mantidos em sigilo.

7. Em quanto tempo receberei resposta a minha manifestação?


A Ouvidoria procura agir o mais rápido possível. O prazo médio despendido, dependendo do
caso, é de dez dias úteis. Tenha a certeza de que, enquanto não houver resposta, a Ouvidoria da
ESAF não abandonará seu caso.

8. Com que a Ouvidoria contribui?


•• A participação do cidadão-usuário na administração do processo de prestação de serviços;
•• A construção e fortalecimento da cidadania;
•• O estímulo à qualidade dos serviços prestados pela ESAF;
•• A produção de mudanças positivas na cultura interna dos servidores da ESAF.

9. Quais os valores que norteiam os trabalhos da Ouvidoria?


•• Respeito a todas as informações encaminhadas pelo cidadão-usuário;
•• Excelência no atendimento ao cidadão-usuário buscando sempre oferecer um serviço de
qualidade;
•• Ética;

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•• Comprometimento;
•• Os princípios constitucionais da administração pública.

10. Qual o processo de atuação da Ouvidoria?


I – Recebe e analisa as informações;
II – Identifica e constata sua pertinência;
III – Localiza a área competente;
IV – Comunica a existência do problema e requer esclarecimentos, podendo sugerir soluções;
V – Informa o usuário da solução adotada;
VI – Verifica se o processo de prestação do serviço se acha devidamente retificado e aprimorado;
VII – Presta todas as informações às instâncias superiores.

11. O que a Ouvidoria não deve fazer?


•• Priorizar ou analisar casos individuais;
•• Ser paternalista;
•• Marketing promocional.

12. A Ouvidoria na Administração Pública deve:


•• Ser um mecanismo adequado para identificar falhas e inadequações, de modo a facilitar
sua correção;
•• Ter baixo custo;
•• Ser eficiente;
•• Atuar na mudança da cultura interna do órgão e na adaptação ao ambiente;
•• Investigar e questionar procedimentos que possam ir contra o interesse da sociedade.

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Questões

1. (ESAF – 2014 – Ministério da Fazenda – 2. (ESAF – 2014 – Ministério do Turismo –


ATA) Analisa)
São atribuições principais de uma ouvidoria São requisitos básicos da ouvidoria enquan-
pública, exceto: to mecanismo de participação social na ges-
tão pública, exceto:
a) Concretização dos preceitos constitu-
cionais que regem a administração pú- a) acesso irrestrito a todas as informações.
blica. b) autonomia.
b) Preservação da Administração. c) poder decisório.
c) Reparação do dano. d) instituição de mandato.
d) Indução de mudança. e) estrutura organizativa e orçamento
e) Promoção da democracia. condizente com as necessidades.

Gabarito: 1. B 2. C

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2. COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL

O Comportamento Organizacional (CO) é o campo de estudo que busca a compreensão do


comportamento individual e dos grupos no ambiente de trabalho.
Ele investiga os impactos que os indivíduos, os grupos e a estrutura têm sobre o comportamen-
to humano dentro de uma organização, com o objetivo de utilizar este conhecimento melhorar
o desempenho organizacional.
Percebe-se, portanto, 3 níveis de estudo: o indivíduo, o grupo e o sistema organizacional.
•• Variáveis individuais: características biográficas como idade, sexo e estado civil; personali-
dade; valores; atitudes; habilidades; percepção; tomada de decisão individual; aprendiza-
gem e motivação.
•• Variáveis grupais: psicologia social; dinâmica de grupos; tomada de decisão em grupo; lide-
rança e confiança; comunicação; equipes de trabalho; conflitos; poder; política.
•• Variáveis organizacionais: estrutura organizacional formal; quadro funcional – cargos; hie-
rarquia; planejamento; processos de trabalho; políticas de RH; cultura; mudança.
Nesse contexto, um desempenho competente depende do próprio indivíduo (por meio de suas
competências) e da organização (oferecendo suporte organizacional; estrutura e ambiente
adequados):

De modo particular, percebe-se que o CO investiga liderança, poder, cultura, grupos e equipes,
aprendizagem, percepção, satisfação, motivação, comunicação, atitude, mudança, conflito,
entre outros temas que afetam os indivíduos e as equipes nas organizações. Essa amplitude de
temas faz com que o CO utilize conhecimentos gerados por diferentes ciências, como psicologia,
antropologia, sociologia etc.

Ciência Unidade de Análise Principais Contribuições


Personalidade, satisfação, motivação, emoções,
Psicologia Indivíduo treinamento, aprendizagem, avaliação, decisões
individuais, seleção.
Mudança comportamental, comunicação, pro-
Psicologia Social Grupo
cessos grupais.

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Grupo e Dinâmica de grupo/intergrupo, cultura, poder,


Sociologia
Sistema Organizacional comunicação, conflito, mudança.
Grupo e Cultura, ambiente organizacional, análises com-
Antropologia
Sistema Organizacional parativas: valores/atitudes.
Ciência Política Sistema Organizacional Conflito, poder, políticas intraorganizacionais.

Dentro do CO existem variáveis independentes (que são as causas) e as variáveis dependentes


(as consequências).
Variáveis independentes:
•• Organizacionais: desenho da organização formal, processos do trabalho, funções, políticas
e práticas de gestão, cultura etc.
•• Grupais: padrões de comunicação, estilos de liderança, poder, níveis de conflito etc.
•• Individuais: características biográficas e de personalidade, estrutura emocional, valores e
atitudes, capacitação básica etc.
Variáveis dependentes: Produtividade (desempenho), absenteísmo, rotatividade e satisfação,
cidadania organizacional.

2.1. Conceitos básicos

Por que o comportamento organizacional é importante no ambiente de trabalho de hoje?


O comportamento organizacional é o estudo de indivíduos e grupos em organizações, com o
objetivo de melhorar o desempenho geral da organização. O Comportamento Organizacional
é uma disciplina aplicada baseada em métodos científicos; usa a abordagem da contingência,
reconhecendo que as práticas gerenciais devem estar sob medida para se encaixar na natureza
exata de cada situação (levando em conta as pessoas, o contexto, os objetivos, etc.).
Dessa forma, o C.O. ajuda a compreender e superar grandes desafios nos dias atuais:
•• As grandes mudanças nas organizações atuais envolvem preocupação renovada com o
serviço ao cliente e com o alto desempenho.
•• A gestão da qualidade total requer um comprometimento total com alta qualidade,
aperfeiçoa mento contínuo e foco no consumidor.
•• Como sistemas abertos, as organizações obtêm recursos do seu meio ambiente,
transformam-nos em produtos finais e serviços e os devolvem ao meio ambiente para
consumo. É necessário constante interação e adaptação.
•• Respeito às diferenças é um tema-chave nas organizações cujas forças de trabalho são
crescentemente diversas em termos de sexo, raça, etnia, idade e capacidade física. Exige-
se cada vez mais o comprometimento com a valorização da diversidade no trabalho,
respeitando totalmente as diferenças individuais.

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•• No relacionamento interpessoal, grande parte do sucesso depende da habilidade de lidar
bem com os sentimentos (próprios e dos demais), de ouvir e se fazer ouvir e de interagir de
maneira harmônica e produtiva.
•• O comportamento humano é determinado por forças que, algumas vezes, escapam ao
próprio entendimento e controle do homem. Essas forças, conscientes ou inconscientes,
que levam o indivíduo a um determinado comportamento são chamadas motivos. A
motivação é influenciada pela personalidade do indivíduo e por características do cargo e
da empresa.
•• Bons ambientes laborais possuem clima de trabalho cooperativo, no qual as opiniões são
ouvidas e respeitadas; comunicação efetiva, simétrica, com feedback é produtivo (dar e
receber); conflitos são resolvidos e geram melhorias.
•• Espera-se que os gerentes do atual ambiente de trabalho ajam mais como treinadores e
facilitadores do que como os tradicionais chefes e controladores do passado, sendo que e
o bom desempenho gerencial baseia-se numa combinação de habilidades básicas técnicas,
humanas e conceituais.
•• A liderança inspira as pessoas e ajuda a criação de entusiasmo na força de trabalho.

2.2. Equilíbrio organizacional

Na visão da Gestão de Pessoas, ocorre quando há sentimento de equidade (reciprocidade) em


relação às contribuições dadas pelos funcionários e as recompensas ofertadas pela organização
(equidade interna = na empresa) e pelo mercado em geral (equidade externa).
Participantes são todos aqueles que recebem incentivos da organização e que trazem
contribuições para sua existência. Nem todos os participantes atuam dentro da organização,
mas todos eles mantêm uma relação de reciprocidade com ela. Existem cinco classes de
participantes: empregados, investidores, fornecedores, distribuidores e consumidores.

2.2.1. Postulados básicos


•• Uma organização é um sistema de comportamentos sociais inter-relacionados de
numerosas pessoas, que são os participantes da organização;
•• Cada participante e cada grupo de participantes recebe incentivos (recompensas) em troca
dos quais faz contribuições à organização;
•• Todo o participante manterá sua participação na organização enquanto os incentivos que
lhe são oferecidos forem iguais ou maiores do que as contribuições que lhe são exigidos;
•• As contribuições trazidas pelos vários grupos de participantes constituem a fonte na qual a
organização se supre e se alimenta dos incentivos que oferece aos participantes;
•• A organização continuará existindo somente enquanto as contribuições forem suficientes
para proporcionar incentivos para induzirem os participantes à prestação de contribuições.

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Por fim, os elementos que compõem a equação do Equilíbrio Organizacional são:


•• Incentivos ou alicientes: aquilo que a organização oferece (salários, benefícios, prêmios de
produção, elogios, promoções, reconhecimento etc.)
•• Utilidade dos incentivos: valor de utilidade que cada indivíduo atribui ao incentivo.
•• Contribuições: aquilo que cada participante dá à organização (trabalho, dedicação, esforço,
assiduidade, pontualidade, lealdade, reconhecimento etc.)
•• Utilidade das contribuições: é o valor que o esforço de cada indivíduo tem para a
organização, a fim de que esta alcance seus objetivos.

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3. CULTURA E CLIMA ORGANIZACIONAIS

Organizações são agrupamentos de pessoas e de recursos realizando atividades a fim de alcan-


çar objetivos comuns. Uma organização tem uma razão de ser, uma missão, e, para que esta
seja executada com mais eficiência, é necessário que haja uma relação estável entre as estraté-
gias, as decisões, as atividades e os recursos disponíveis.
Sabe-se que as atividades variam de uma organização para outra. Também é notório que há
relações espontâneas que ocorrem em toda atividade humana, sem qualquer objetivo deter-
minado, consciente ou preciso. O trabalho, por ser uma atividade tipicamente grupal, engloba
essas duas faces das organizações: as relações formais e as informais.
A partir dessa abordagem, pode-se concluir que cada organização é um sistema social comple-
xo, com características próprias, únicas, que são aprendidas e compartilhadas por um grupo de
pessoas. Isso é a “cultura organizacional”.
Todas as organizações desenvolvem uma cultura (sua própria cultura, sua identidade).
O elemento mais simples e mais explícito da cultura, que exemplifica esse processo, é a lingua-
gem: todos os grupos desenvolvem uma linguagem particular.
Exemplo: estudantes de Administração lidam com palavras como feedback, benchmark, empo-
werment. Quem reconhece essas palavras, inconscientemente, está aculturado em Administra-
ção. Para um estudante de Direito, porém, essas palavras podem não ter significado algum, o
que exemplifica o contraste entre as culturas.
As pessoas que integram um grupo nem sempre têm consciência de seus próprios valores cul-
turais. Para um observador externo, no entanto, alguns desses valores são evidentes.
É importante ressaltar que cultura organizacional é um conceito descritivo, ou seja, é um con-
ceito que se refere à forma como os funcionários percebem as características da organização, e
não ao fato de eles gostarem ou não delas. Isso diferencia o conceito de cultura do conceito de
satisfação no trabalho (que é avaliativo).

3.1. Principais Definições

Diversos autores pesquisaram e apresentaram suas visões do que é cultura e qual seu impacto
nas organizações.
As teorias podem ser enquadradas em dois grandes grupos (ou visões):

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Edgar Schein é um dos autores mais bem conceituados na literatura de cultura organizacional.
Ele acredita que a
“[…] cultura organizacional é o modelo de pressupostos básicos que um grupo assimilou
na medida em que resolveu os seus problemas de adaptação externa e integração
interna e que, por ter sido suficientemente eficaz, foi considerado válido e repassado
(ensinado) aos demais (novos) membros como a maneira correta de perceber, pensar e
sentir em relação àqueles problemas.”
Ele sugere que a cultura serve para a sobrevivência da organização, uma vez que possibilita
a adaptação ao meio ambiente estratégico e a coordenação das atividades internas. Se a
adaptação for bem-sucedida, a tendência será evoluir na mesma direção. Caso contrário, a
tendência será a correção para outra direção.
É necessário, portanto, avaliar se os paradigmas culturais de uma organização apoiam ou
impedem os seus objetivos e as suas estratégias.
Geert Hofstede, outro autor de destaque, conclui que a cultura organizacional
“[...] pode ser definida como a programação coletiva da mente que distingue os
membros de uma organização dos de outra”.
Para ele, a cultura organizacional é:
•• Holística: uma visão do todo – o todo é mais do que a simples soma das partes, pois a
cultura é um conjunto riquíssimo, fruto das relações, dos conhecimentos, das experiências,
etc. das pessoas da organização;
•• Determinada historicamente: reflete a história da organização, desde seus fundadores até
os dias atuais;
•• Relacionada com os estudos de antropólogos: heróis, rituais e símbolos coletivos;
•• Construída socialmente: é criada e preservada pelas pessoas que, em grupo, formam a
organização;
•• Difícil de mudar: embora não haja acordo sobre o grau de dificuldade.
Outros autores trazem as seguintes definições sobre a Cultura Organizacional:
•• O repertório de experiências, conhecimentos e valores que se desenvolvem e que são
transmitidos aos novos integrantes;
•• Padrão de crenças e valores compartilhados que ajuda os indivíduos a compreender o
funcionamento organizacional e, além disso, proporciona normas de comportamento a
serem seguidas na organização;
•• Representa a maneira como a organização visualiza a si própria e seu ambiente.
•• Conjunto de hábitos, crenças, símbolos, tradições, interações e relacionamentos sociais,
estabelecidos por normas, valores, atitudes e expectativas, compartilhadas por todos os
membros da organização. Representa a maneira tradicional/costumeira de pensar e orienta
o comportamento de seus membros;

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•• Conjunto de fenômenos resultantes da ação humana, visualizada dentro das fronteiras de
um sistema, sendo composta de três elementos: a tecnologia, os preceitos e o caráter.
•• Tecnologia é o conjunto de instrumentos e processos utilizados no trabalho
organizacional, inclusive em suas relações com o ambiente externo, incluindo:
máquinas, equipamentos, divisão de tarefas, estrutura de funções, layout,
racionalização do trabalho, recursos materiais, cronogramas, redes de comunicações,
linguagem, etc.;
•• Preceitos são os regulamentos e os valores, explícitos e implícitos, que regem a vida
organizacional, incluindo: política administrativa, costumes sociais, estilos de gerência,
rituais, cerimônias, tabus, tradições, dogmas, padrões de conduta esperada, etc.;
•• Caráter é o conjunto das manifestações espontâneas dos indivíduos que compõem a
organização: alegria, agressividade, medo, tensão, entusiasmo, carinho, apatia, etc.
A cultura é algo presente na estrutura, nos processos e nas pessoas de uma organização,
interferindo de forma determinante no seu desempenho. Tais características tornam a cultura
muito difícil de sofrer mudanças – mas não é impossível mudá-la.
No processo de análise da cultura organizacional, é importante destacar que nenhuma
organização é igual à outra, isto é, cada uma possui sua própria identidade. Existem, por
exemplo, culturas conservadoras, que se caracterizam por sua rigidez e tradição, e culturas
adaptativas, que são flexíveis.

3.2. Características Gerais

Com base nas definições de diversos autores, pode-se exemplificar as seguintes características:
•• Estabilidade estrutural – para algo se tornar cultural, além de ser compartilhado com os
integrantes do grupo, precisa ser reconhecido como estável;
•• Profundidade – é a parte inconsciente para o grupo, sendo menos tangível e menos visível
que outros aspectos desse grupo;
•• Largura – é penetrante e influencia todos os aspectos de como a organização procede com
suas atividades, seus vários ambientes e operações internas;
•• Padrão ou integração – sugere que os rituais, o clima, os valores e os comportamentos
formam um conjunto coerente; esse padrão ou integração é a essência da cultura;
•• Determinada historicamente (pelos fundadores e líderes);
•• Construída socialmente: criada e preservada pelas pessoas da organização;
•• Cada organização forma a sua própria cultura;
•• Não é inata, é aprendida;
•• Não é estática, é dinâmica;
•• É composta por normas formais e informais;

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•• Representa a maneira tradicional e costumeira de pensar;


•• Orienta o comportamento das pessoas – padrão(ões);
•• Interfere no desempenho;
•• Difícil de mudar, mas não há acordo sobre o grau de dificuldade.
Importante: não existe a cultura melhor ou a pior, a certa ou a errada – é necessário avaliar se a
cultura de uma organização apoia ou impede os seus objetivos e as suas estratégias.

3.3. Formação e Desenvolvimento

A cultura permeia toda a organização, desde o recrutamento e a seleção de candidatos até os


estilos de gestão e as decisões estratégicas.
Ela é uma percepção comum mantida pelos membros da organização e é transmitida por meio
de seus elementos, que podem ser mais ou menos visíveis, formais ou informais, de acordo
com sua influência sobre os integrantes da instituição.

3.3.1. Criação
Os fundadores são os principais responsáveis pela criação da cultura, pois têm a visão daquilo
que a organização deve ser. Fundadores:
1. Contratam/mantêm funcionários que pensem da mesma forma que eles;
2. Doutrinam e socializam esses funcionários;
3. Agem como modelo que encoraja os funcionários a assimilarem valores e premissas.

3.3.2. Desenvolvimento
São as práticas da organização que visam manter a cultura viva: histórias (relatos), rituais
(atividades), símbolos (objetos, ações com significados especiais), linguagem (símbolos
verbais), entre outras formas.
Os líderes, devido ao seu poder, colaboram fortemente para a disseminação da cultura.
Outra forma de manter a cultura é a socialização (ou aculturação), definida como o processo
pelo qual os indivíduos aprendem a maneira de ser, de fazer e de agir em uma sociedade, ou
organização. Pode ser dividida em três estágios:
1. Pré-chegada (expectativa e preparação) – é o reconhecimento de que cada indivíduo chega
com um conjunto de valores, atitudes e expectativas;
2. Encontro (ingresso) – o novo membro vê o que a empresa é realmente e confronta a
possibilidade de que as expectativas (sobre o trabalho, os colegas, o chefe e a organização
de maneira geral) e a realidade podem não ser as mesmas;

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3. Metamorfose (ajustamento e integração) – ele resolve os possíveis problemas surgidos no
estágio do encontro e as mudanças acontecem para se adaptar aos valores e ÀS normas de
seu grupo.
Para Schein, as organizações desenvolvem suas próprias culturas por meio de três aspectos:
a) pela manutenção dos elementos da cultura que estão relacionados ao sucesso da
organização;
b) pelo alinhamento das várias subculturas;
c) pela identificação e mudança dos elementos menos funcionais, à medida que as condições
do ambiente externo mudam (dinamismo).

3.3.2.1. Opções de socialização


•• Formal – diferenciação explícita dos novatos (ex.: programas de integração e orientação)
ou Informal – coloca o novato em seu cargo com pouca ou nenhuma atenção especial;
•• Coletiva (processados por um conjunto idêntico de experiências – serviço militar) ou
Individual;
•• Uniforme (fixa – estágios padronizados de transição da etapa de entrante para a etapa de
funcionário) ou variável.
•• Seriada (papéis de encorajamento – programas de aprendizagem, tutoria) ou randômica
(aleatória – os novos funcionários ficam à vontade para atuar por própria conta).
•• Reforço (investidura – reforça certas características e atitudes) ou eliminação (despojamento
– neutraliza características indesejáveis.
Os métodos de socialização mais comuns são: processo seletivo, conteúdo do cargo, supervisor
como tutor, equipe de trabalho e programa de integração (indução).

3.3.3. A Fábula dos Macacos


A seguir, uma pequena história para ajudar a retratar como funciona a criação e o
desenvolvimento (aprofundamento) de uma cultura organizacional:
Um grupo de cientistas e pesquisadores colocou cinco macacos numa jaula. No meio da jaula,
colocaram uma escada e, sobre ela, um cacho de bananas.
Quando um macaco subia a escada para pegar as bananas, um jato de água gelada era jogado
nos que estavam no chão, causando-lhes grande incômodo. Depois de certo tempo, quando
um macaco subia a escada para pegar as bananas, os outros que estavam no chão o pegavam
e o enchiam de pancada. Passou mais um tempo e nenhum macaco tinha coragem de subir a
escada, apesar da tentação das bananas.
Então substituíram um dos macacos por um novo. A primeira coisa que ele fez foi subir a
escada, sendo prontamente retirado e surrado pelos outros. Depois de algumas surras, o novo
integrante do grupo não subia mais a escada.

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Um segundo substituto foi colocado na jaula e o mesmo ocorreu, tendo o primeiro substituto
participado com entusiasmo da surra ao novato. Um terceiro foi trocado e o mesmo ocorreu.
Um quarto e, finalmente, o último dos cinco macacos iniciais foi substituído. Os pesquisadores
então tinham na jaula um grupo de cinco macacos que, mesmo nunca tendo tomado um jato
de água gelada, continuavam batendo naquele que tentasse pegar as bananas.
Se fosse possível perguntar aos macacos por que eles batiam em quem tentasse subir a escada,
com certeza, entre as respostas, a mais frequente seria: “Não sei, mas as coisas sempre foram
assim por aqui".

3.4. Componentes (Elementos, Dimensões, Níveis)

A análise da cultura organizacional é uma tarefa complexa, porque nem todos os seus
elementos são visíveis. Para se conhecer uma cultura, é necessário diagnosticá-la de acordo
com os diferentes níveis de seus elementos. O nível é o grau no qual o elemento cultural é
visível ao observador. Os componentes que se situam no nível mais externo são os que se
podem observar diretamente. Os componentes que se situam nos níveis mais profundos não se
revelam diretamente à observação e são mais difíceis de analisar.
De forma semelhante, pode-se dizer que a cultura possui uma dimensão objetiva e uma
subjetiva.

3.4.1. Modelo do Iceberg


Chiavenato afirma que uma das formas de expressar os níveis da cultura é pela figura do
iceberg: a parte na superfície da água é facilmente visível; já a parte inferior, oculta sob a água,
está fora da visão e depende de um estudo mais aprofundado para ser identificada.

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Aspectos formais são facilmente perceptíveis e publicamente observáveis. Geralmente são
ditados pela estratégia e decorrem da estrutura organizacional e das atividades. Ex.: missão,
visão, objetivos, estratégias, políticas, regras, organograma, cargos, métodos e procedimentos,
tecnologia, medidas de produtividade física e financeira, etc.
Já os aspectos informais são componentes ocultos. São manifestações tangíveis ou intangíveis
de valores compartilhados pelos membros da organização. Não estão registrados em manuais,
tampouco em organogramas, pois são aspectos sociais e psicológicos. Variam de valores
muito específicos de certos grupos até os que são guias gerais de comportamento. Entre esses
componentes, pode-se citar: percepções, sentimentos, atitudes, valores, padrões de influência
e poder, expectativas, interações informais, normas grupais, etc.
Alguns autores estimam que o nível externo (visível – formal) corresponde a apenas de 10% a
20% da cultura. Os 80% ou 90% restantes advém da organização informal.
Chiavenato também relaciona seis elementos da cultura:
1. Cotidiano do comportamento observável: como as pessoas interagem, a linguagem e
gestos utilizados, os rituais, rotinas e procedimentos comuns;
2. Normas: regras que envolvem os grupos e seus comportamentos, como nos momentos de
lazer, nas refeições, nos dias informais;
3. Valores dominantes: valores defendidos pelas empresas, como a ética, o respeito pelas
pessoas, a qualidade de seus produtos ou preços baixos;
4. Filosofia administrativa: que guia e orienta as políticas da organização quanto aos
funcionários, clientes e acionistas;
5. Regras do jogo: como as coisas funcionam, o que um novo funcionário deve aprender para
se sair bem e ser aceito como membro de um grupo;
6. Clima organizacional: sentimentos das pessoas e a maneira como elas interagem entre si,
com os clientes ou elementos externos.

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3.4.2. Modelo de Schein


Artefatos, valores compartilhados e pressuposições básicas são os três níveis definidos por
Schein, que vão desde o muito visível ao muito tácito e invisível.

3.4.2.1. Artefatos (superficial, observável)


Esse primeiro nível da cul-
tura é composto pelos fe-
nômenos que são vistos,
sentidos e ouvidos ao se
deparar com um novo gru-
po. São os sintomas da cul-
tura desse grupo.
São considerados artefa-
tos: organização do am-
biente físico, arquitetura,
linguagem, tecnologia,
produtos, criações artísti-
cas, modos de vestir, dis-
cursos, maneiras de de-
monstrar emoções, mitos, heróis, histórias, lemas, cerimônias, padrões de comportamento
visíveis, processos organizacionais, entre outros.
É interessante saber que, apesar de ser fácil de ser observar, às vezes são difíceis de interpretar
por um observador externo que não conhece o histórico da organização.

3.4.2.2. Valores compartilhados (justificativas da organização)


É o segundo nível, um pouco menos perceptível. São os processos conscientes de pensamento
que justificam as decisões e as ações. Funcionam como justificativas aceitas por todos os mem-
bros e definem por que as pessoas fazem o que fazem.
Este nível já não é tão visível e, para identificá-lo, é necessário maior tempo de convívio, ou en-
trevistas com alguns membros da organização, ou análise de documentos.
Valores se originam a partir de um processo de transformação cognitiva, muitas vezes criados
originalmente pelos fundadores da organização, ou pelas lideranças. Ex.: ao se deparar com
uma situação nova, o grupo irá acatar a solução proposta pelo líder. Se funcionar e se o grupo
compartilhar a percepção de sucesso, este valor se transformará num valor compartilhado. Na
sequência, se as ações baseadas no valor continuarem a proporcionar sucesso, ele se transfor-
mará em um pressuposto compartilhado (nível 3).
São conscientes enquanto podem ser debatidos, testados e contestados. Quando são automá-
ticos/inconscientes, passam ao terceiro nível.

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3.4.2.3. Pressuposições básicas (pressupostos, inconsciente)
É o nível mais profundo, íntimo e oculto, em que reside a essência da cultura.
São as crenças inconscientes, as verdades implícitas, as percepções e os sentimentos nos quais
as pessoas acreditam. Formadas a partir das experiências vividas em conjunto, resultam nos
mitos e nas crenças não confirmadas, porém aceitas sem questionamento ou análise.
Uma vez que um grupo desenvolve um conjunto de tais pressupostos, as pessoas ficarão mais
confortáveis ao conviver com outras do mesmo grupo e desconfortáveis em grupos com outros
pressupostos (pois elas não entenderão o que está acontecendo ou perceberão as ações erro-
neamente).

3.4.3. Modelo de Hofstede


É composto por quatro elementos.
Os símbolos, os heróis e os rituais constituem as
práticas da organização, as manifestações visíveis
que são resultado dessa cultura. O núcleo da cultura
(que explica as ações) é formado pelos valores.
Tanto Hofstede como Schein afirmam que há ele-
mentos na cultura que só podem ser decifrados a
partir da convivência com os grupos.
•• Símbolos –palavras, gestos, ações e objetos que
têm significado especial dentro da organização;
•• Heróis – personagens vivas ou mortas, reais ou
imaginárias, revestidas de prestígio na cultura,
frequentemente lembradas e que servem de
modelo (positivo ou negativo) de comportamento para seus membros.
•• Rituais – atividades coletivas, muitas vezes supérfluas do ponto de vista técnico, mas so-
cialmente indispensáveis;
•• Valores – sentimentos raramente discutíveis, quase sempre inconscientes e não direta-
mente observáveis, mas revelados por comportamentos alternativos.

3.4.4. Modelo de Maximiano


Percebe-se, pelo modelo de Maximiano, que o
nível mais externo (facilmente visível) é compos-
to pelos artefatos, pela linguagem e pelos hábi-
tos comuns das pessoas.
O nível mais profundo (que não se revelam facil-
mente e são difíceis de analisar) são os valores e
as crenças.

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Os elementos da cultura, segundo o autor, são:


1. Artefatos: componentes mais visíveis da uma cultura (arquitetura, veículos, roupas,
produtos, etc.);
2. Tecnologia: as organizações transformam o conhecimento e a experiência em recursos,
produtos e serviços. Tecnologia é o repertório de conhecimentos utilizados pelas pessoas e
pelas organizações para resolver problemas;
3. Símbolos: comportamentos e objetos que carregam e transmitem mensagens e significados
dentro de uma cultura organizacional (cerimônias, rituais, histórias, mitos, imagens,
hábitos, linguagem, arquitetura, vestuário, etc.);
4. Valores: estão no íntimo da cultura organizacional – crenças, preconceitos, ideologia,
atitudes e julgamentos compartilhados nas organizações.

3.4.5. Modelo de Alves


A cultura, tanto na sociedade quanto na organização, é composta de três dimensões
interdependentes: a material, a psicossocial e a ideológica.

3.4.6. Resumo dos Elementos


Alguns dos elementos da cultura organizacional mais frequentemente citados na literatura
estão descritos a seguir.

ELEMENTO DESCRIÇÃO
Tudo aquilo que a organização considera importante para preservar, realizar
Valores
e manter a imagem e o sucesso.
Eventos especiais nos quais os membros da organização celebram os mitos,
Cerimônias
os heróis e os símbolos da empresa.

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Atividades cerimoniais destinadas a comunicar ideias específicas ou a realizar
Ritos* determinados propósitos (de passagem, de degradação, de confirmação, de
reprodução, para redução de conflitos, de integração).
Rituais Ações regularmente repetidas para reforçar normas e valores culturais.
Relatos de eventos passados que ilustram e transmitem normas e valores
Histórias / Estórias
culturais mais profundos.
Histórias imaginárias usadas para reforçar algumas crenças e que ajudam a
Mitos
explicar atividades ou eventos que de outro modo poderiam ser confusos.
Pessoas de sucesso, frequentemente citadas como exemplo, que
Heróis corporificam os valores e o caráter da organização e de sua cultura. Pode
ser o fundador, um gerente marcante, etc.
Objetos, ações, eventos dotados de significados especiais e que permitem
Símbolos aos membros da organização trocarem ideias complexas e mensagens
emocionais.
Conjunto de símbolos verbais que geralmente reflete a cultura particular da
Linguagem
organização.
Questões proibidas pela organização, inquestionáveis. Estão presentes, mas
Tabus
nem sempre explicitadas.
Etiqueta O que é de “bom tom”. Ex.: pronomes de tratamento, roupas, etc.
Cânones Preceitos eclesiásticos. Ex.: missão, visão, regulamentos, etc.
Presentes em todas as organizações, definem os limites entre o
Normas comportamento esperado/aceito e o não aceito/punível. Podem ser formais
ou informais.
Processo de troca de informações que é essencial na vida da organização.
Comunicação Pode ser formal ou informal; via oral, escrita, gestos, comportamentos,
transações simbólicas.

A seguir, os tipos de ritos e suas definições:


•• Ritos de passagem: são utilizados, principalmente, na entrada e na inserção do indivíduo
no meio organizacional, quando esse passa pela fase primária de socialização. Também
são adequadamente empregados na mudança de papéis e status profissional, facilitando a
transição dos indivíduos. Exemplo: o processo de introdução e treinamento básico em uma
empresa.
•• Ritos de degradação: estão associados à dissolução de identidades sociais e à perda de
poder de um indivíduo. Geralmente, este, além de ter sua imagem denegrida e associada a
algum fracasso, é excluído do cargo ou status que ocupa. Exemplo: o processo de despedir
e substituir um alto executivo.
•• Ritos de reforço ou confirmação: ao contrário dos ritos de degradação, têm como objetivo
divulgar e exteriorizar os resultados positivos e o sucesso, fortalecendo identidades sociais
e seu poder. Dessa forma, estimulam a motivação dos membros da organização. Exemplo:
seminários para reforçar a identidade social e seu poder de coesão.

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•• Ritos de renovação ou reprodução: são os que se relacionam ao fortalecimento das


atividades de crescimento e desenvolvimento gerencial e organizacional. Devido à
instabilidade do contexto organizacional, esses ritos vêm sendo utilizados de forma intensa
pelas empresas. Exemplo: atividades de desenvolvimento organizacíonal.
•• Ritos de redução de conflitos: são vistos como uma forma de criar meios para a convergência
de opiniões ou posições organizacionais com a finalidade de reduzir os conflitos e agressões.
Exemplo: processos de negociação coletiva.
•• Ritos de integração: encorajam, revivem e enaltecem os sentimentos comuns, procurando
criar espaço para uma integração de diversas correntes distintas, em torno de um objetivo
único, de acordo com as necessidades e expectativas da organização. Esse tipo de rito agrega
e mantém os indivíduos em um sistema social. Exemplo: festas de Natal nas organizações.

3.5. Tipos / Modelos de Cultura

3.5.1. Cultura Dominante, Subculturas e Contracultura


As organizações, em sua maioria, possuem uma cultura dominante e diversas subculturas.
A cultura dominante expressa os valores essenciais compartilhados pela maioria dos membros
da organização – é a cultura organizacional.
As culturas organizacionais geralmente dividem-se em subculturas, pois, à medida que cres-
cem, as organizações criam departamentos que se diferenciam em termos de objetivos, de lo-
calização, de produtos, de tipos de pessoas empregadas, etc. (exemplo: marketing, contabilida-
de e gestão de pessoas são áreas diferentes, com perfis de especialistas diferentes).
As subculturas referem-se à coexistência de diversas culturas dentro de uma mesma organiza-
ção. Representam atitudes e pontos de vista diferentes, os quais refletem problemas, situações
ou experiências específicos de certos grupos.
As subculturas, portanto, são for-
madas por membros de um gru-
po particular que possuem valo-
res específicos – mesmos ideais,
funções similares, conhecimen-
tos étnicos e religiosos, etc. –,
podendo enfraquecer a organiza-
ção caso haja conflitos com a cul-
tura dominante e seus objetivos.
Geralmente, uma subcultura in-
cluirá os valores essenciais da
cultura dominante, além de valo-
res específicos da sua área (ocu-
pacional) e da cultura local (re-
gional, nacional).

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Há também o conceito de contracultura, que é a cultura peculiar de um grupo que se opõe à
cultura mais ampla, contestando seus padrões.
Se as organizações não possuíssem nenhuma cultura dominante e fossem constituídas apenas
de diversas subculturas, a importância da cultura organizacional seria consideravelmente redu-
zida, porque não haveria nenhuma interpretação uniforme do que seria um comportamento
adequado ou inadequado. Dessa forma, seria difícil manter a coesão da empresa e o foco nos
objetivos principais.
Geert Hofstede estudou a culturas de
países (nacionais) e as culturas organi-
zacionais (de empresas), acreditando
que as duas se relacionam fortemente.
A nacionalidade é o critério possível
de classificação atribuindo-se caracte-
rísticas coletivas aos cidadãos de dife-
rentes países e, portanto, utilizado do
ponto de vista prático para o estudo de
fatores culturais.
Para Hofstede, no nível nacional, as
diferenças culturais residem mais nos
valores e menos nas práticas; no nível
organizacional, as diferenças culturais
residem mais nas práticas e menos nos
valores.

3.5.2. Culturas Fortes e Fracas


A cultura organizacional possibilita que um grupo se fortaleça ou se desintegre.
Quanto mais membros aceitarem os valores e quanto mais se comprometerem com eles, mais
forte será a cultura. Uma cultura forte, portanto, é homogênea – os valores essenciais são
intensamente acatados e amplamente compartilhados.
A cultura fraca é heterogênea – há poucos (ou não há) valores essenciais compartilhados.

3.5.2.1. Vantagens
Uma cultura forte é mais eficaz e tem melhor desempenho que uma cultura fraca, pois:
•• Define fronteiras: diferencia uma organização da outra;
•• Gera um senso de união, uma identidade organizacional: compartilhar normas, valores e
percepções proporciona às pessoas um sentido de união, um compromisso com algo maior
que o interesse individual;
•• Promove a estabilidade organizacional: há uma compreensão clara dos papéis e da maneira
como as coisas são feitas;

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•• Tem influência maior sobre o comportamento dos seus membros: alto controle
comportamental, moldando as atitudes e servindo como uma fonte de significados comuns
para explicar por que as coisas acontecem do modo como acontecem;
•• Estabelece limites: possibilita menor preocupação em desenvolver regras e regulamentos
para orientar o comportamento dos funcionários, pois essa orientação é assimilada por
eles à medida que aceitam a cultura organizacional;
•• Gera um índice mais baixo de rotatividade da força de trabalho: a alta concordância em
relação aos pontos de vista da organização gera coesão, lealdade e comprometimento
organizacional, qualidades que, por sua vez, reduzem a propensão dos funcionários a
deixar a organização;
•• Constitui tradições: gera a memória histórica da organização;
•• Define perfis para admissão, promoção, capacitação, reconhecimento.

3.5.2.2. Desvantagens
As desvantagens são as chamadas disfunções da cultura, que prejudicam a capacidade de
resolver os problemas de convivência interna e a adaptação externa. Nesse caso, a cultura é
considerada um passivo.
Disfunções na cultura organizacional são desvios no comportamento coletivo (degenerações
que, muitas vezes, não são percebidas pelos membros do grupo).
Elas acontecem quando os valores compartilhados não são aqueles necessários para melhorar
a eficácia da organização, ou seja, quando a cultura diverge das necessidades do ambiente
(interno e externo). Ex.: em um mercado estático, a consistência do comportamento é um valor
positivo. Caso o mercado se torne dinâmico, essa mesma consistência passaria a ser um fator
negativo. Assim, a cultura pode se tornar uma barreira às mudanças, quando não é adequada
para lidar com as novidades em seus ambientes.
A cultura pode se tornar também uma barreira à diversidade, quando padroniza comportamentos
e elimina as distintas experiências que as pessoas podem levar para a organização. Ex.: em
uma cultura forte, os novos funcionários contratados tendem a ser rapidamente socializados,
mesmo que não sejam parecidos com a maioria dos membros da organização.
Outro problema é quando ocorre a institucionalização, ou seja, quando a organização passa a
ser valorizada por si só e não pelos bens e serviços.
Outras possíveis disfunções da cultura organizacional são:
•• dificuldade de entender e processar mudanças ambientais;
•• resistência generalizada à necessidade de mudança interna;
•• dificuldade de aceitar outras culturas e pontos de vista alheios;
•• tendência a subestimar outros grupos, especialmente concorrentes e clientes;
•• uso excessivo de jargão como disfarce de solidez intelectual, prejudicando a comunicação
com outros grupos.

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3.5.3. Outros tipos de cultura
•• Ética: longo prazo, equilibra direitos dos stakeholders, apoio para correr riscos e inovar,
desestímulo à competição;
•• Positiva: enfatiza pontos fortes dos funcionários, recompensa mais que pune, privilegia a
vitalidade e o desenvolvimento pessoal;
•• Espiritualizada: reconhece que as pessoas possuem um uma consciência espiritual, buscam
propósito no trabalho, confiança, respeito e práticas humanistas;
•• Adaptativa: foca na inovação, cuidado com clientes, mudanças, criatividade;
•• Conservadora (não adaptativa): é burocrática e foca no conservadorismo, nas tradições,
nos costumes e nos valores já existentes.

3.6. Indicadores (atributos)

Um indicador é um mecanismo de controle que serve para medir algo (geralmente, um desem-
penho).
Pode-se fazer a analogia: da mesma forma que uma régua mede o tamanho de um objeto (pe-
queno ou grande), o indicador mede a presença ou a ausência de uma característica na cultura.
Ex.: Inovação/propensão
ao risco x Aversão ao ris-
co, Orientação para os
resultados x Orientação
para os processos, Orien-
tação para o ambiente
(adaptação) x Orientação
interna (conservadorismo), Foco nas pessoas x Foco nas atividades, Foco na equipe x Foco no
indivíduo, Estabilidade x Crescimento, Universalismo (das regras) x Particularismo, Coletivismo
x Individualismo, Espiritualidade, Pragmatismo, etc.
Os indicadores da cultura organizacional permitem identificar a essência da cultura em uma
organização ou, em outras palavras, medem a(s) característica(s) da cultura presente(s) na or-
ganização. Também são chamados de atributos da cultura.
Robbins afirma que há sete características (indicadores) que capturam a essência da cultura:
1. Inovação – assumir riscos;
2. Atenção aos detalhes – precisão, análise;
3. Orientação para resultados (em vez de processos);
4. Foco na pessoa – decisões levam em conta impacto nas pessoas;
5. Foco na equipe – atividades organizadas em equipes;
6. Agressividade – competitividade;

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7. Estabilidade – manutenção do status quo.


Hofstede examinou as culturas nacionais de acordo com os seguintes atributos:

6 Dimensões Nacionais
Medida do grau de aceitação, por aqueles que têm menos
Distância do poder (hierárquica) poder nas instituições e organizações de um país, de uma
repartição desigual do poder.
Força dos laços entre os indivíduos, ou seja, se a preocupação
Grau de individualismo ou de
do indivíduo ocorre consigo próprio (individualismo) ou com o
coletivismo
grupo (integração, coesão do grupo).
Serão ditas masculinas as sociedades em que os papéis são
nitidamente diferenciados (o homem deve ser forte, impor-
se e interessar-se pelo sucesso material, enquanto a mulher
Grau de masculinidade ou de deve ser mais recatada, terna e preocupada com a qualidade
feminilidade de vida); são femininas aquelas em que os papéis sociais dos
sexos se sobrepõem (tanto os homens quanto as mulheres
devem ser recatados, ternos e preocupados com a qualidade
de vida).
Mede o grau de inquietude dos seus habitantes em situações
desconhecidas ou incertas (tolerância a incertezas e a
Controle da incerteza
ambiguidades), podendo ser visualizado em forma de estresse
e de necessidade de previsibilidade.
A orientação para o longo prazo é mais dinâmica e possui uma
atitude proativa que impulsiona as mudanças com base nos
objetivos e na mobilização dos recursos. A orientação para o
Orientação a longo prazo curto prazo é mais estática e representa uma atitude reativa e
deseja preservar a estabilidade, manter o status quo (solidez,
respeito pela tradição e reciprocidade de favores, oferendas e
gentilezas, etc.).
Relacionado com a extensão da gratificação de desejos
humanos para gozar a vida. Uma sociedade indulgente permite
Indulgência vs. Restrições maior liberdade para aproveitar a vida e se divertir. Uma
sociedade restritiva suprime a satisfação de necessidades e as
regula por meio de normas sociais rígidas.

Existem dezenas de indicadores, seno os mais comuns:


1. Inovação/propensão ao risco: grau em que as pessoas são incentivadas a inovar, a aceitar
desafios. As culturas inovativas são orientadas para incerteza (ambientes instáveis),
possuem alta tolerância à ambiguidade e incentivam as pessoas a preferirem os desafios,
os riscos, as mudanças e as situações de resultados duvidosos. Geralmente, organizações
com essa cultura possuem estrutura orgânica (cujas relações dinâmicas e altamente
interdependentes se assemelham aos organismos vivos, como, por exemplo a relação
entre as células do corpo) e descentralizada, com foco nos sistemas abertos (interação com
o ambiente externo). Por outro lado, as culturas orientadas para a certeza (mecanicista)
são pouco tolerantes à ambiguidade e fazem as pessoas preferirem a acomodação, a
rotina e as situações estruturadas. É uma cultura com pouca capacidade de adaptação,

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pois o comportamento das pessoas é mecânico, cada uma possui tarefas especializadas e a
hierarquia e o controle são valorizados.
2. Atenção aos detalhes: grau em que se espera que os funcionários demonstrem precisão,
análise e atenção aos detalhes no trabalho.
3. Orientação para os resultados (realização, desempenho): grau em que se focam os
resultados mais do que as técnicas ou os processos empregados para o seu alcance.
Incentiva, reconhece, premia os seus membros por esforços ou resultados voltados para a
qualidade, o desenvolvimento, o cumprimento de metas, a excelência e as realizações.
4. Foco nas pessoas: grau em que as decisões levam em consideração o efeito dos resultados
sobre as pessoas na organização.
5. Foco na equipe: grau em que as atividades de trabalho em equipe são organizadas mais em
termos de equipes do que de indivíduos.
6. Agressividade: grau em que as pessoas são competitivas, agressivas, em vez de dóceis ou
acomodadas.
7. Estabilidade: grau em que as atividades organizacionais enfatizam a manutenção do status
quo em contraste ao crescimento.
8. Linguagem: divide as culturas em dois tipos básicos: as de alto contexto baseiam-se na
confiança pessoal e na palavra falada, e ass de baixo contexto dão mais valor à palavra
escrita e à formalidade.
9. Universalismo: mede até que ponto as regras são inflexíveis e permanentes, ou então se
podem ser mudadas para se ajustar a situações particulares (particularismo).
10. Orientação para o ambiente (adaptação): as culturas adaptativas (orientadas pra fora,
sistemas abertos) preocupam-se seriamente com os clientes, os acionistas e os empregados.
As culturas não adaptativas (orientadas para dentro) preocupam-se principalmente consigo
mesmas, ou com algum produto ou tecnologia mais familiar.
11. Coletivismo: verifica se as pessoas já estão bem socializadas com a cultura e se há sinergia
no grupo, ou seja, se há confiança mútua entre os membros, foco no bem coletivo e nos
objetivos organizacionais. Nesse tipo de cultura, a principal forma de controle é a externa
(clientes, sociedade, etc.). O inverso da cultura coletivista é a individualista, na qual há
desconfiança entre as pessoas, pouca solidariedade e baixa interação no trabalho. Nessas
culturas, é necessário um forte controle interno para corrigir os desvios de conduta e
garantir o alcance dos objetivos da organização.
12. Conservadorismo: grau de rigidez, caracterizado pelo apego à tradição, alto controle e uso
de processos corretivos e negativos (punições, etc.)
13. Identidade: grau de identidade das pessoas com a organização como um todo, mais do que
com seu grupo imediato ou colegas de profissão.
14. Participação: nível de participação das pessoas no processo de administrar a organização.
15. Espiritualidade: (não tem a ver com práticas religiosas) esse indicador reconhece que as
pessoas possuem uma consciência espiritual e necessidade de trabalho significativo. Uma
cultura espiritualizada, portanto, apoia o trabalho que tenha um forte sentido de propósito

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(que dê inspiração), que gere confiança e respeito mútuo entre as pessoas e que seja
baseado em práticas humanistas (horários flexíveis, recompensas coletivas, autonomia,
etc.).
16. Pragmatismo: foco no mercado, nas necessidades dos clientes. Na cultura pragmática, os
resultados são mais importantes que os procedimentos. O inverso é a cultura normativa:
preocupação acentuada com o cumprimento correto dos procedimentos organizacionais,
meios (processos) considerados mais importantes que os resultados.
17. Orientação para afiliação ou humanista: refere-se ao nível de incentivo proporcionado
pela organização para que as pessoas se comportem de maneira justa, gentil, amigável,
cuidadosa, generosa, altruísta para com os outros, buscando a construção de um ambiente
de trabalho fraterno, em que todos se relacionem bem, como em uma grande família, em
que há proteção aos mais fracos e as decisões agradem a todos os envolvidos.
18. Assertividade: nível existente na organização entre a passividade e a agressividade nas
relações entre os indivíduos, na adoção de comportamentos decisivos, de defesa da própria
opinião, na prática de se abordar os assuntos de forma direta.

3.7. Aplicação

O interesse pelo assunto cultura organizacional deve-se à tentativa de entender as diferenças


de desempenho entre as empresas.
O estudo da cultura ajuda a explicar alguns aspectos aparentemente incompreensíveis e
irracionais que ocorrem em um grupo ou organização – os indivíduos incorporam maneiras de
fazer e agir que se tornam naturais e não mais passíveis de explicações.
Vários estudos têm relacionado a cultura e o desempenho organizacional, apontando
uma associação entre ambos: o trabalho em equipe apresenta uma correlação forte com o
desempenho – em outras palavras, organizações que adotam comportamentos cooperativos
tendem a ser mais efetivas.
Os administradores usam a cultura explicitamente, por meio de credos, políticas e normas, ou
implicitamente, por meio de práticas e decisões. É um poderoso recurso para determinar a
forma como a estratégia do negócio é executada e a natureza da conduta com clientes, governo,
comunidade, meios de comunicação, acionistas, prestadores de serviços, etc.
A cultura ajuda a definir, ainda, que tipos de pessoas devem ser admitidas (geralmente aquelas
cujo perfil é compatível com a cultura da organização), como devem ser desenvolvidas, os
critérios que determinam a excelência do desempenho e as promoções de plano de carreira.
A cultura de certas organizações é tão forte (e reconhecida) que acaba atraindo os melhores
profissionais do mercado (ex.: Google).
Os pesquisadores estão começando a acreditar que os elementos lógicos da cultura em
um ambiente altamente competitivo podem exercer uma influência ainda maior sobre o
desempenho e os resultados que os aspectos físicos das estruturas, sistemas e estratégias
organizacionais. Em outras palavras, a cultura corporativa pode ter um impacto significativo
sobre o desempenho econômico de longo prazo de uma empresa.

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3.8. Mudanças

A cultura é difícil de mudar porque, além de ser estável, representa o aprendizado acumulado
de um grupo, bem como as formas de pensar, de sentir e, principalmente, o seu sucesso.
As certezas culturais são compartilhadas e, para mudá-las, há que se pedir ao grupo inteiro que
mude essas certezas.
As culturas só mudam no médio e no longo prazo, pois demoram muito para sofrer modificações
por conta de seu caráter profundamente arraigado nas pessoas. Além disso, mesmo mudando,
há uma tendência de que a cultura mantenha a sua “personalidade”, que são os seus traços e
valores mais profundos.
Os processos de mudança precisam começar por meio de ações educacionais que exigem gasto
de tempo e energia.
Schein enfatiza que, durante um processo de mudança, o indivíduo pode sentir-se ansioso
por sobreviver ou culpado, o que gera a necessidade de abandonar alguns velhos hábitos e
formas de pensar para aprender outros. A ansiedade do aprendizado é a combinação de vários
medos, como exemplos, o medo da incompetência temporária, medo de ser punido pela
incompetência, medo de perder a identidade pessoal, medo de deixar de ser membro do grupo.
Enquanto a ansiedade oriunda do aprendizado estiver alta, haverá resistência ou criação de
desculpas para não iniciar o processo de aprendizado transformador, podendo ser observados
o seguintes estágios:
a) Negação – não acredita que a mudança seja válida;
b) Indicação de um bode expiatório – jogando o problema para outro membro e negando–se
a aceitar (outras pessoas devem mudar antes dele);
c) Manobrar e negociar – requer uma compensação especial pelo esforço de mudar.
Segundo o autor, para criar a segurança psicológica, é necessário seguir etapas que devem ser
realizadas de maneira simultânea. O gestor da mudança deve estar preparado para realizá-las.
São elas:
•• Criação de uma visão positiva – a liderança deve acreditar que, com essa mudança, os
indivíduos e a organização estarão em melhor situação;
•• Aplicação de treinamento formal – é necessária para que os indivíduos aprendam novas
maneiras de pensar, novas atitudes e novas habilidades;
•• Envolvimento do aprendiz – cada indivíduo deve desenvolver sua própria metodologia de
aprendizado;
•• Treinamento informal ou grupos familiares – criar treinamentos informais e em grupo, para
estimular o desenvolvimento das novas normas e certezas em grupo;
•• Exercícios, instrutores e feedback – aplicar exercícios, para que os indivíduos possam
aprender cometendo erros e receber feedback sem prejuízo aos resultados da organização;
•• Modelos de comportamento positivo – buscar enxergar os novos comportamentos e
atitudes, antes da implementação;

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•• Grupos de apoio – criar grupos de apoio para facilitar o aprendizado dos indivíduos;
•• Sistemas e estruturas coerentes – desenvolver sistemas de recompensas e disciplina e uma
estrutura organizacional que seja coerente com a nova maneira de pensar e agir.

3.9. Clima Organizacional

3.9.1. Principais definições


Para Toro (2001), consiste nas percepções compartilhadas que os membros desenvolvem
mediante as suas relações com as políticas, as práticas e os procedimentos organizacionais
tanto formais quanto informais.
Pra Robbins (2011), percepções compartilhadas que os membros da organização possuem
sobre ela e sobre o ambiente de trabalho.
Para Tamayo (1999), envolve alguns elementos da cultura, mas é mais superficial e opera
somente no nível de atitudes e valores. Pode-se afirmar que clima é parte da cultura e diz
respeito ao nível que pode ser experimentado de modo mais imediato.
Para Maximiano (2012), é o produto dos sentimentos. Em essência, o clima é uma medida de
como as pessoas se sentem em relação à organização e a seus administradores. É o conjunto
de sentimentos positivos, negativos ou de indiferença, produzidos pela organização sobre seus
integrantes.

3.9.2. Implicações
O clima representa a qualidade do ambiente psicológico e social que existe em uma organização
e que condiciona o comportamento dos seus membros. Está intimamente ligado ao moral e à
satisfação das necessidades humanas dos funcionários.
Dependendo de como os participantes se sentem em relação à sua organização em determinada
época, o clima pode ser positivo e favorável – quando é receptivo e agradável –, ou negativo e
desfavorável – quando é frio e desagradável. O clima organizacional é a causa e a consequência
do comportamento dos participantes de uma organização.
Ele influencia direta e indiretamente as atitudes, a motivação, a produtividade do trabalho e a
satisfação dos funcionários e das demais pessoas envolvidas com a organização.
•• Satisfação: ligação do indivíduo com seu contexto de trabalho – julgamento avaliativo,
positivo ou negativo, que o trabalhador faz sobre seu trabalho ou situação de trabalho.
Tem natureza afetiva.
O clima organizacional é, de certa forma, o reflexo da cultura da organização ou, melhor
dizendo, o reflexo dos efeitos dessa cultura na organização como um todo, mas clima e cultura
são conceitos bem diferentes.

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•• Cultura é conjunto de valores e crenças que orientam o comportamento humano na
organização.
•• Clima é a percepção compartilhada pelas pessoas quanto a valores, políticas e práticas
de gestão (tem natureza cognitiva – processo de adquirir e assimilar percepções,
conhecimentos).
•• Cultura trata de valores muitas vezes inconscientes.
•• Clima trata de aspectos que são evidenciados e percebidos pelas pessoas nas relações
existentes na organização.
Quando se assiste à previsão do tempo na televisão, o apresentador fala que "o clima está
bom", ou "o clima está ruim, mas pode melhorar nos próximos dias". O clima organizacional
segue o mesmo princípio, mas o que varia (em vez de sol e chuva) é a satisfação das pessoas
que trabalham na organização. O clima, portanto, pode variar mais facilmente (dependendo de
acontecimentos que agradem ou desagradem às pessoas), enquanto a cultura é mais perene.
Além da cultura, alguns fatores como políticas organizacionais, formas de gerenciamento,
lideranças formais e informais, atuação da concorrência e influências governamentais também
podem alterar o clima.

3.9.3. Pesquisa de Clima Organizacional


Por que as organizações avaliam o clima?
•• As percepções compartilhadas alimentam a formação de opiniões/juízos acerca do
trabalho.
•• As opiniões determinam as ações, as reações e s decisões das pessoas (as pessoas se
comportam com base naquilo que percebem, de acordo com suas crenças a respeito da
realidade e não pela realidade).
•• Por meio dessa avaliação, é possível diagnosticar o clima organizacional, portanto, é
possível melhorar o comportamento humano no trabalho.
Uma pesquisa de clima organizacional busca identificar a percepção das pessoas sobre a
organização, como elas se sentem, e consequentemente, verificar qual é o nível de satisfação e
de motivação. Sendo assim, pode-se dizer que ela é um canal de comunicação entre a direção e
os empregados, ou mesmo uma forma de se obter feedback dos funcionários, mantendo o foco
voltado para suas necessidades.
Em uma pesquisa, cada funcionário terá uma realidade percebida, o que produzirá sentimentos
individuais. Por isso, para se obter uma amostra confiável do clima da organização – e saber
em que áreas agir –, é necessário aplicar questionários com o maior número possível de
funcionários e “somar” suas percepções.
Geralmente, analisa-se o clima a partir de quatro dimensões que influenciam o ambiente da
organização, conforme o quadro a seguir.

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Há diversos modelos de pesquisas de clima organizacional. A seguir, cita-se um que relaciona as


categorias de análise com seus devidos componentes.

Categorias Componentes
Satisfação dos usuários; Percepção figurativa da organização;
Sentimento de identidade; percepção dos objetivos
Imagem e avaliação institucional
organizacionais; Prestígio perante a comunidade; Valorização
profissional dos servidores.
Condições de progressão funcional; Reconhecimento
Desenvolvimento de recursos
proporcionado; Justiça predominante; Comprometimento/
humanos, benefícios e incentivos
Interesse pelo trabalho; Qualidade dos benefícios.
Adequação da estrutura; Clareza organizacional; Apoio logístico;
Organização e condições de
terceirização; Justiça predominante; Comprometimento e
trabalho
interesse pelo trabalho; Utilização do tempo.
Relacionamento individual e grupal; Cooperação entre os
Relacionamento interpessoal
seguimentos; Consideração humana.
Sucessão administrativa; Credibilidade das chefias;
Sucessão político-administrativa e Competência e qualificação das chefias; Delegação de
comportamento das chefias competências; Clareza das chefias; Ênfase na participação;
Consideração humana
Satisfação no trabalho; Jornada de trabalho; Prestígio junto à
Satisfação pessoal
instituição; Reconhecimento proporcionado.

Exemplos de clima:
•• Desumano – é dada excessiva importância à tecnologia;
•• Tenso – há forte pressão ao cumprimento de normas rígidas, burocráticas em que os
resultados podem levar a punições e/ou demissões;
•• Tranquilidade e confiança – existe plena aceitação dos afetos, sem descuido de preceitos e
do trabalho.

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Questões

1. (ESAF – 2014 – MF – ATA) 2. (ESAF – 2013 – DNIT – Técnico Administra-


tivo)
Complete as lacunas dos textos abaixo e,
ao final, assinale a opção que contenha a “Em Roma, como os romanos.” Antigo
sequência correta. ditado em que podemos interpretar que
para se integrar em um grupo social é
Entende-se como ______________ orga- preciso entender e, muitas vezes, adotar
nizacional um conjunto de ideias, conheci- seus padrões culturais. Uma forma de
mentos, formas de agir, pensar e sentir ex- entender estes padrões é através da análise
pressas em termos materiais ou não, que da cultura, o mesmo acontece em relação a
são partilhados por um grupo ou uma orga- uma Organização, para entendê-la é preciso
nização, com certa regularidade no tempo e analisar a sua cultura organizacional. Sobre
no espaço. os componentes da Cultura Organizacional,
Compreende-se como ________________ assinale a opção incorreta.
organizacional um conjunto de percepções, a) Artefatos são componentes mais visí-
opiniões e sentimentos que se expressam veis e compreendem a arquitetura, ve-
no comportamento de um grupo ou uma ículos, roupas etc.
organização, em um determinado momento b) Tecnologia é o repertório de conheci-
ou situação. mento utilizado pelas pessoas para re-
____________________ é um fenômeno solver problemas.
organizacional de caráter mais profundo e c) Símbolos compreendem comporta-
de maior permanência que, em geral, re- mentos e objetos que carregam e trans-
quer mais tempo para mudar. mitem mensagens e significados.
d) Valores compreendem crenças, precon-
____________________ organizacional é ceitos, ideologia, atitudes e julgamen-
uma escolha de resposta à solução de pro- tos.
blemas coletivos, cuja aceitação e adoção e) Socialização é o componente que per-
dependem de sua eficácia, avaliada e legiti- mite que os indivíduos aprendam e ad-
mada pelo grupo. quiram a cultura.
____________________ organizacional ca-
racteriza-se como um fenômeno tipicamen- 3. (ESAF – 2013 – DNIT – Analista Administra-
te psicossocial e mutável. tivo – Área Administrativa)

a) Clima / cultura / cultura / clima / clima. Leia os trechos a seguir.


b) Cultura / clima / clima / cultura / cultu- Primeira afirmativa: A cultura organiza-
ra. cional pode desenvolver disfunções, que
c) Cultura / clima / clima / clima / cultura. prejudicam a capacidade de resolver os
d) Clima / clima / cultura / cultura / clima. problemas de convivência interna e adap-
e) Cultura / clima / cultura / cultura / cli- tação externa. Dificuldade de entender e
ma. processar mudanças ambientais, resistên-
cia generalizada à necessidade de mudança
interna, dificuldade de aceitar outras cultu-

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ras e pontos de vista alheios e tendência a correntes e clientes são exemplos de disfun-
subestimar outros grupos, especialmente ções da cultura.
concorrentes e clientes são exemplos de
disfunções da cultura. a) Somente a afirmativa IV está correta.
b) As afirmativas I e II estão corretas.
Segunda afirmativa: Disfunções na cultura c) As afirmativas II e III estão corretas.
organizacional são desvios no comporta- d) As afirmativas II e IV estão corretas.
mento coletivo, que fazem o papel de de- e) As afirmativas I, III e IV estão corretas.
generações sociais. Assim como a própria
cultura, as disfunções não são percebidas 5. (ESAF – 2013 – MF – Analista Técnico – Ad-
pelos membros do próprio grupo ou orga- ministrativo)
nização.
Analise as afirmativas abaixo, indicando C
A respeito dessas duas afirmativas, é corre- para certa e E para errada. A seguir, assinale
to afirmar que: a opção que indica a sequência correta.
a) as duas afirmativas estão corretas e a ( ) Todas as organizações desenvolvem
segunda justifica a primeira. uma cultura.
b) somente a segunda afirmativa está cor-
reta. ( ) O elemento mais simples e mais explí-
c) as duas afirmativas estão incorretas. cito da cultura é a linguagem.
d) somente a primeira afirmativa está cor- ( ) Os novos integrantes das organizações
reta. devem entender a cultura e aprender a se
e) as duas afirmativas estão corretas, mas comportar de acordo com os elementos cul-
a segunda não justifica a primeira. turais, para serem aceitos e sobreviver.

4. (ESAF – 2013 – DNIT – Analista Administra- ( ) Artefatos e comportamentos são ele-
tivo – Área Administrativa) mentos da cultura que dificilmente se reve-
lam.
Leia o trecho a seguir e marque a opção
correta. a) C–E–C–E
b) E–C–E–C
I – A cultura organizacional pode desenvol- c) C–C–C–E
ver disfunções que prejudicam a capacida- d) E–C–C–C
de de resolver os problemas de convivência e) C–E–E–E
interna e adaptação externa.
II – Disfunções na cultura organizacional são 6. (ESAF – Analista Técnico de Políticas Sociais
desvios no comportamento individual, que – Educação – ATPS – 2012)
fazem o papel de degenerações sociais. A respeito dos conceitos de Cultura e
III – Assim como a própria cultura, as disfun- Comportamento Organizacional, julgue as
ções não são percebidas pelos membros do afirmativas em V para verdadeiras e em F
próprio grupo ou organização. para falsas e em seguida marque a opção
que representa sua escolha.
IV – Dificuldade de entender e processar
mudanças ambientais, resistência gene- ( ) A abordagem da cultura organizacional
ralizada à necessidade de mudança inter- foca o aspecto externo das organizações.
na, dificuldade de aceitar outras culturas e As organizações, entendidas como culturas,
pontos de vista alheios e tendência a subes- são consideradas unidades sociais.
timar outros grupos, especialmente con-

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( ) A cultura se reflete no comportamento trocarem ideias complexas e mensa-


organizacional à medida que se estabelece gens emocionais, etc.
como um conjunto de relações entre pesso- d) Preços – valores definidos para a co-
as, ou grupos, que se sedimentam. mercialização de produtos e que defi-
nem um segmento do mercado.
( ) Os valores, normas e modos de funcio- e) Processo de comunicação – tem a fun-
namento compartilhados em organizações ção de transmitir e administrar a cul-
formais e informais caracterizam a cultura. tura e inclui a rede de relações, papéis
( ) Os líderes personificam os valores cul- informais, etc.
turais, o modelo tangível para os funcio-
nários seguirem, além de condensarem os 8. (ESAF – 2010 – CVM – Analista – Recursos
problemas da organização. Humanos)

( ) A cultura organizacional possui uma Sobre a cultura e o clima organizacional,


relação entre os valores e as crenças do assinale a única opção falsa.
grupo. As crenças sustentam os valores na a) A cultura representa o ambiente de
medida em que aquilo que as pessoas assu- crenças e valores, costumes, tradições,
mem como verdadeiro influencia o que va- conhecimentos e práticas de convívio
lorizam. social e relacionamento entre as pesso-
a) V, V, F, F, V as.
b) F, V, V, F, V b) O clima pode ser tocado e visualizado.
c) F, F, V, V, F Pode também ser percebido psicologi-
d) V, F, V, V, F camente.
e) F, V, F, V, F c) A cultura organizacional condiciona e
determina as normas de comportamen-
7. (ESAF – 2009 – ANA – Analista Administra- to das pessoas dentro de cada empresa.
tivo – Administração) d) São elementos de avaliação do clima
organizacional: processos de liderança,
Pode-se conceituar cultura organizacional forças motivacionais, comunicações,
como o modelo dos pressupostos básicos processos de interação/influência, to-
que um dado grupo inventou, descobriu ou mada de decisões, formulação de obje-
desenvolveu no processo de aprendizagem, tivos e controles.
para lidar com os problemas de adaptação e) O clima organizacional influencia a mo-
externa e integração interna (Schein, 1985). tivação, o desempenho humano e a sa-
Assinale abaixo a opção que não apresenta tisfação no trabalho.
um elemento relacionado à cultura
organizacional de uma empresa. 9. (ESAF – 2009 – ANA – Analista Administra-
a) Valores --- são definições do que é im- tivo)
portante para atingir o sucesso. As em- Como medida de satisfação dos membros
presas definem alguns valores que re- de uma organização em relação a diferentes
sistem ao teste do tempo. aspectos da cultura ou da realidade
b) Ritos, rituais e cerimônias – são ativi- aparente, a pesquisa sistemática do clima
dades planejadas para tornar a cultura organizacional se justifica pelos seguintes
mais visível e coesa. Seriam os proces- motivos, exceto:
sos de integração, admissão, etc.
c) Símbolos – objetos e ações ou eventos a) faz parte da missão organizacional rea-
dotados de significados especiais e que lizar melhorias contínuas no ambiente
permitem aos membros da organização

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de trabalho e, consequentemente, nos funcionou sufi cientemente bem para ser
resultados dos negócios. considerado válido e, então, ser ensinado
b) como os clientes internos são a força aos novos membros de uma organização
motriz da organização, deve-se buscar como o modo correto de perceber, pensar
mantê-los satisfeitos. e sentir estes problemas é chamado de
c) o desempenho dos recursos humanos, _________ .
baseado na motivação, afeta direta-
mente o desempenho da organização. a) clima organizacional
d) uma das formas de a organização asse- b) cultura organizacional
gurar seus objetivos é identificar e anu- c) comportamento organizacional
lar as lideranças negativas. d) liderança organizacional
e) as constantes mudanças no ambiente e) aprendizagem organizacional
de trabalho, fruto da automação e do
uso de novas estratégias gerenciais, im- 12. (ESAF – Administrador – MP – 2006)
pactam diretamente a atitude dos tra- Marque se as frases a seguir são falsas (F) ou
balhadores. verdadeiras (V) e assinale a opção correta.

10. (ESAF – ANEEL – 2006 – Analista Adminis- ( ) Por clima organizacional se entende a
trativo) influência do ambiente interno e externo da
organização sobre a motivação dos partici-
O estudo das características individuais pantes.
e de seu impacto sobre os grupos e
as organizações é um dos principais ( ) A cultura organizacional compreende
focos da perspectiva comportamental um conjunto de percepções, opiniões e sen-
das organizações. Assinale a opção timentos que se expressam no comporta-
que apresenta somente características mento de um grupo ou de uma organização.
individuais focalizadas nos estudos sobre o ( ) A cultura organizacional compreende
comportamento organizacional. um conjunto de valores e ideias, formas de
agir, pensar e sentir partilhadas na organiza-
a) Atitudes, competências, sentimentos e ção, com certa regularidade no tempo e no
emoções. espaço.
b) Traços de personalidade, tecnologia,
habilidades e emoções. ( ) Motivação para o trabalho é o resulta-
c) Racionalidade, atitudes, flexibilidade e do que uma pessoa consegue com a aplica-
emoções. ção de um esforço ou ação que leva ao de-
d) Traços de personalidade, flexibilidade, sempenho profissional positivo.
tecnologia e sentimentos. a) V, F, V, F
e) Atitudes, habilidades, emoções e im- b) F, V, F, F
pessoalidade. c) V, V, F, V
d) V, V, V, F
11. (ESAF – ANEEL – 2006 – Analista Adminis- e) F, V, F, V
trativo)
Complete a frase a seguir, indicando a 13. (ESAF – 2001 – TCE-ES – Administrador)
resposta correta: O conjunto de suposições Durante a década de 60, os consultores do
fundamentais que um grupo inventou, desenvolvimento organizacional introduzi-
descobriu ou desenvolveu aprendendo ram o conceito de cultura organizacional.
a resolver seus problemas de adaptação Na década de 80 este conceito popularizou-
externa e de integração interna e que -se no meio administrativo, passando a ser

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recorrente na literatura acadêmica. Não c) A ideia de cultura organizacional alerta


obstante as diversas críticas à idéia de cul- para o fato de que as ações administra-
tura organizacional, existe um certo consen- tivas estão baseadas em sistemas de
so sobre a importância da discussão deste significados comuns que são constan-
conceito. Entre as opções abaixo, assinale temente criados e recriados pelas pró-
aquela que não reflete a importância do es- prias ações.
tudo deste tema. d) A ideia de cultura organizacional ajuda
a ordenar as organizações de acordo
a) A ideia de cultura organizacional dirige com a qualidade dos seus sistemas de
a atenção para os significados simbóli- gestão.
cos das ações organizacionais. e) A ideia de cultura organizacional ajuda
b) A ideia de cultura organizacional abre a reinterpretar a natureza e o significa-
caminho para a reinterpretação de con- do das relações entre a organização e o
ceitos e processos da administração tra- ambiente externo.
dicional.

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para ter acesso gratuito aos simulados on-line. E ainda, se for assinante da Casa das
Questões, poderá assistir ao vídeo da explicação do professor.
https://acasadasquestoes.com.br/simulados/resolver/H9142053#.V3t3_GgrI2w

Gabarito: 1. E 2. E 3. A 4. E 5. C 6. B 7. D 8. B 9. D 10. A 11. B 12. A 13. D

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4. MOTIVAÇÃO

O comportamento humano é determinado por forças que, algumas vezes, escapam ao próprio
entendimento e ao controle do homem. Essas forças conscientes ou inconscientes que levam o
indivíduo adotar um determinado comportamento são chamadas causas ou motivos.
Quando analisamos a motivação, devemos considerar o indivíduo e o contexto (ambiente) em
que ela ocorre, pois são fatores interdependentes.
Há inúmeras divergências teóricas sobre motivação, principalmente no que se refere à relação
entre recompensas e motivação. Nesse sentido, costuma-se classificar a Motivação em Intrín-
seca (interna) e extrínseca (externa).
•• Motivos internos: são as necessidades, as aptidões, os interesses, os valores e as habili-
dades das pessoas. Fazem cada pessoa ser capaz de realizar certas tarefas e não outras;
sentir-se atraída por certas coisas e evitar outras; valorizar certos comportamentos e me-
nosprezar outros. São os impulsos interiores, de natureza fisiológica e psicológica, afetados
por fatores sociológicos, como os grupos ou a comunidade de que a pessoa faz parte.
•• Motivos externos: são estímulos ou incentivos que o ambiente oferece ou objetivos que a
pessoa persegue. Satisfazem necessidades, despertam sentimentos de interesse ou repre-
sentam recompensas desejadas. Ex: o trabalho, o ambiente, as recompensas, os padrões
estabelecidos pelo grupo de colegas e os valores do meio social.
Todorov e Moreira defendem a motivação extrínseca, a qual se baseia no pressuposto de que
o comportamento vai ocorrer em determinada situação e não em outra. Essa visão comporta-
mentalista implica a interação entre o sujeito e o ambiente. A motivação para o trabalho, nesse
contexto, seria resultante de uma interação complexa entre os motivos internos das pessoas e
os estímulos da situação ou ambiente.

Autores como Bergamini, Gooch e McDowell, entretanto, defendem que a motivação se


encontra no interior de cada indivíduo (intrínseca) e que está normalmente associada a um
desejo. Esse desejo impulsiona o indivíduo à ação. Por esse viés, ninguém pode motivar
ninguém, o máximo que se consegue fazer é estimular outra pessoa; os desejos são individuais
e dificilmente alguém seguirá a orientação de outra pessoa. Essa é a visão majoritária na
literatura especializada.
Os motivos intrínsecos podem ter origens distintas: emocionais, cognitivas e biológicas.
•• Emocionais: relacionados à necessidade de afeto, à estima, à raiva, ao medo, à ansiedade,
etc. Emoções podem ser positivas ou negativas, podem ser externalizadas ou não.
•• Cognitivos: baseados em raciocínio, conhecimento, opiniões, crenças, valores pessoais. O com-
portamento final é resultado de uma reflexão sobre a situação (ex: comportamento ético).

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•• Biológicos/Hereditários: características físicas capazes de facilitar ou dificultar ações (ex:


pessoa alta joga basquete).
Segundo Spector, motivação é a energia ou força que movimenta o comportamento e que tem
três propriedades:
1. Direção: o objetivo do comportamento motivado ou a direção para a qual a motivação leva
o comportamento. A escolha que o sujeito faz dentre as possibilidades existentes.
2. Intensidade: o esforço, a intensidade da motivação.
3. Permanência (persistência): a necessidade, a duração da motivação ao longo do tempo.
A motivação é específica: não há um estado geral de motivação que leve uma pessoa a sempre
ter disposição para tudo. No campo da Administração, uma pessoa motivada é aquela que de-
monstra alto grau de disposição para realizar uma tarefa.
A figura a seguir representa o ciclo motivacional.

Existem dois grupos de teorias sobre motivação: de processo e de conteúdo.

4.1. Teorias de conteúdo


Procuram explicar quais fatores motivam as pessoas.

4.1.1. Hierarquia das Necessidades – Maslow


Abraham Maslow afirma que as necessidades humanas se agrupam segundo uma hierarquia
com cinco níveis. Caso uma necessidade seja atendida, ela deixa de se fazer sentir (perde sua
força motivadora) e a pessoa passa a ser motivada pela ordem seguinte de necessidades.

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As afirmações acima remetem a dois princípios:
•• Princípio da emergência: as necessidades de qualquer nível da hierarquia emergem como
motivadores apenas quando as necessidades de níveis inferiores já estiverem razoavel-
mente satisfeitas.
•• Princípio da dominância: na medida em que uma necessidade é substancialmente atendi-
da, a próxima torna-se dominante.
Maslow distingue cinco necessidades, separadas em dois grupos:
•• Necessidades Primárias – fisiológicas e de segurança.
•• Necessidades Secundárias – sociais, de estima e de autorrealização.

4.1.1.1. Pirâmide de Maslow


A hierarquia das necessidades é tradicionalmente representada pelo desenho de uma pirâmide.
Na base dessa pirâmide estariam as necessidades mais básicas e vitais para os seres humanos
(as primárias). A seguir, até se chegar ao topo, estariam as necessidades secundárias.

1. Necessidades fisiológicas (básicas): in-


cluem abrigo, repouso, sexo, ar, etc.;
2. Necessidades de segurança: incluem
proteção contra o perigo, danos físicos e
emocionais;
3. Necessidades sociais (associação):
incluem sensação de pertencer ao
grupo, aceitação e aprovação pelos
outros, afeição, amizade;
4. Necessidades de estima (status): incluem
fatores internos de estima (autoestima,
respeito próprio, realização, autonomia)
e fatores externos (status, reconhecimento, independência, atenção);

5. Necessidades de autorrealização: referem-se à realização do potencial de cada indivíduo, à


utilização plena dos seus talentos, a tornar-se aquilo de que é capaz (crescimento, autode-
senvolvimento).

4.1.2. Teoria ERC (ERG) – Alderfer


Basicamente, é uma adaptação da teoria da hierarquia das necessidades de Maslow. Alderfer
procurou adequar os estudos de Maslow para que a teoria pudesse refletir os dados de suas
pesquisas.
A primeira diferença é o fato de que Alderfer reduziu os níveis hierárquicos para três: de exis-
tência, de relacionamento e de crescimento.

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1. Existência (existence) – relacionadas ao bem-estar físico; – engloba os primeiros níveis de


Maslow (fisiológico e segurança).
2. Relacionamento (relatedness) – relações interpessoais; – engloba o nível social de Maslow
e alguns fatores externos do nível de estima.
3. Crescimento (growth) – desenvolvimento do potencial humano e das competências pesso-
ais; – engloba os componentes internos de estima e o nível de autorrealização de Maslow.
Outra diferença está no fato de que, na teoria ERC, não existe uma hierarquia tão rígida. Vários
níveis de necessidades podem ser estimulados ao mesmo tempo – a satisfação de um nível an-
terior não seria um pré-requisito para a satisfação do nível seguinte.
Além disso, se um nível de necessidade superior não for atendido, isso pode levar a pessoa a
aumentar a necessidade de nível inferior. Ex: falta de reconhecimento no trabalho poderia au-
mentar a demanda por melhores salários.

4.1.3. Teoria das Necessidades Adquiridas – McClelland


De acordo com McClelland, a motivação das pessoas também é relacionada com a satisfação
de necessidades. Essas necessidades são aprendidas e adquiridas ao longo da vida, como resul-
tado das experiências de vida de cada pessoa, de suas vivências.
McClelland foca três necessidades básicas: realização, poder e afiliação.
•• Necessidade de realização (competir, sucesso) – desejo de ser excelente, melhor, mais efi-
ciente, de resolver problemas e ter, ímpeto para alcançar sucesso. As pessoas que possuem
muito essa necessidade costumam procurar mudanças na vida, são competitivas, cumprem
metas estipuladas.
•• Necessidade de poder (influência, autoridade) – desejo ter autoridade e de controlar as
outras pessoas. Os indivíduos com essas necessidades em alta gostam de influenciar outras
pessoas, de status; tendem a se preocupar mais com prestigio e a influência do que pro-
priamente com o desempenho eficaz.
•• Necessidade de afiliação (Associação, Relacionamento) – desejo de relacionamentos inter-
pessoais próximos e amigáveis, de manter relações emocionais positivas.
A teoria de McClelland equivale aos níveis mais elevados da hierarquia de Maslow e se aproxi-
ma dos fatores motivacionais de Herzberg e, a exemplo deles, também não teve seus pressu-
postos comprovados cientificamente.

4.1.4. Teoria dos Dois Fatores – Herzberg


Para Herzberg, satisfação e insatisfação possuem origens distintas.
A Teoria dos Dois Fatores aborda os conceitos de motivação e de satisfação a partir de dois gru-
pos de fatores: higiênicos e motivacionais.

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4.1.4.1. Fatores higiênicos – extrínsecos – insatisfacientes
Estão relacionados com as necessidades básicas do indivíduo no ambiente de trabalho. A pre-
sença de tais fatores não traz satisfação, porém, sua ausência gera grande insatisfação.
As empresas visam atender a essa necessidade oferecendo adequadas condições de trabalho,
remuneração correta e equilibrada, padrão claro e estável de supervisão e organização, clareza
de informação e comunicação, etc.

4.1.4.2. Fatores motivacionais – intrínsecos – satisfacientes


São os aspectos psicológicos de reconhecimento, autoestima, autorrealização, entre outros.
Quando presentes, tais fatores geram satisfação, porém, sua ausência não gera insatisfação.

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A conclusão do estudo de Herzberg mostra que os fatores que geram a satisfação e a insatisfa-
ção possuem origens distintas.
Fatores higiênicos – extrínsecos – não geram satisfação. Eles apenas geram insatisfação quan-
do ausentes, ou impedem a insatisfação quando presentes.
Fatores motivacionais – intrínsecos – não geram insatisfação. Eles geram satisfação quando
presentes, e impedem a satisfação quando ausentes.

Devem ser oferecidos níveis apropriados de fatores higiênicos para que não haja insatisfação,
ao mesmo tempo em que devem ser oferecidos fatores motivacionais para que haja satisfação.
Os estudos de Herzberg mostram que a principal maneira de motivar uma pessoa no trabalho
é oferecer atribuições desafiadoras e pelas qual ela se responsabilize. Isso pode ser feito por
processo chamado enriquecimento de cargo, permitindo a realização de trabalhos que sejam
interessantes, desafiadores e valorizados. Exemplo:
•• Oportunidades para que o empregado possa alcançar seus objetivos pessoais desde que
estejam compatíveis com os objetivos da empresa;
•• Reconhecimento, pela chefia, dos objetivos atingidos;
•• Responsabilidade e autoridade para realizar suas tarefas;
•• Desafios para suas habilidades e conhecimentos;
•• Oportunidades e promoção quando o empregado demonstrar interesse e domínio para as
tarefas pretendidas.
O trabalho de enriquecimento de cargo deve ser uma preocupação contínua dos gerentes para
que possam manter um nível de motivação elevado.

4.2. Teorias de processo


Procuram explicar como funciona o processo de motivação, ou seja, o conjunto de passos/
decisões que motivam uma pessoa.

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4.2.1. Teoria do Estabelecimento de Objetivos (fixação de metas)
Edwin Locke sustenta que objetivos específicos difíceis, com feedback, conduzem a melhores
desempenhos.
Também conhecida como Teoria da Fixação de Metas, alguns de postulados são:
•• Objetivos específicos são melhores que metas genéricas, pois funcionam como estímulos
internos e guiam o comportamento;
•• Objetivos difíceis, quando aceitos, também geram melhores desempenho, pois prendem a
atenção e ajudam a focar;
•• Oportunidade de participar no estabelecimento dos objetivos aumenta a aceitação e a co-
laboração;
•• O feedback sobre o progresso melhora o desempenho, pois funciona como um guia do
comportamento, mostrando o gap entre o que é esperado e o que está sendo realizado.
Obs: o feedback autogerenciado é um motivador mais eficaz que o feedback externo;
•• Capacitação e autoeficácia (crença a respeito do próprio desempenho em uma tarefa) ge-
ram melhor desempenho.
Outros fatores influenciam a relação objetivo-desempenho: o comprometimento com o objeti-
vo, as características da tarefa e a cultura nacional.
Locke defende quatro métodos para motivar as pessoas: dinheiro (não deve ser o único mé-
todo, mas aplicado com os outros), estabelecimento de objetivos, participação nas decisões e
redesenho do trabalho (para proporcionar maior desafio e responsabilidade).
O ciclo da motivação, conforme a teoria, funciona da seguinte forma:

4.2.2. Behaviorismo – Teoria do Reforço


Afirma que o reforço condiciona o comportamento, ou seja, que os indivíduos podem ser
moldados a se comportarem de certa maneira em decorrência de estímulos aplicados a eles.
De acordo com tal teoria, o ambiente é a causa do comportamento (reforços externos) e não
eventos cognitivos internos (vontades íntimas do indivíduo).

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Um dos autores mais famosos dessa corrente teórica é Skinner, que popularizou o conceito de
condicionamento operante como forma de manipular o comportamento das pessoas. Estímulos
positivos tenderiam a reforçar o comportamento (ex: pagar um bônus aos que atingem metas),
enquanto estímulos negativos buscariam anular um comportamento (ex: punição por atrasos
frequentes).
As quatro estratégias mais comuns para modificar o comportamento são:
•• Reforço positivo – dar recompensa quando um comportamento desejado ocorre;
•• Reforço negativo – retirar consequência negativa quando um comportamento desejado
ocorre;
•• Punição – aplicação de medida negativa quando um comportamento indesejado ocorre;
•• Extinção – retirada de recompensas positivas quando um comportamento indesejado ocorre.

4.2.3. Teoria da Equidade


Para Stacy Adams, todos fazem uma comparação entre o que “entregam” e o que “recebem”
em troca (e o que os colegas entregam e recebem). Assim, a noção de que a relação é justa
teria um impacto significativo na motivação.
Há quatro pontos de referência que podem ser utilizados como comparação:
•• Próprio interno: experiências do funcionário em outra posição na empresa;
•• Próprio externo: experiências do funcionário fora da empresa;
•• Outro interno: outra pessoa ou grupo na empresa;
•• Outro Externo: outra pessoa ou grupo fora da empresa.

Se o funcionário percebe uma inequidade, seria natural tomar algumas providências:

•• Modificar os insumos (contribuições) – reduzir o esforço, trabalhar menos;


•• Modificar os resultados (recompensas) – manter a quantidade, mas reduzir a qualidade;
exigir maior recompensa;
•• Rever a autoimagem – mudar a percepção, a ideia sobre si mesmo (ex: considerar-se mais
ou menos trabalhador);
•• Rever a percepção que tem dos outros – achar que a posição dos outros é que não é
satisfatória;
•• Mudar o referencial – buscar outro ponto de referência, se comparar com alguém que está
pior (ou melhor);
•• Desistir – sair do emprego.

4.2.4. Teoria da Expectância – Vroom


Também chamada de Teoria da Expectativa, ela sustenta que a motivação do indivíduo acontece
quando ele crê na recompensa decorrente de seu esforço.

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Expectativa, portanto, é a crença de que um esforço produzirá resultado. Parte do princípio que
as pessoas se esforçam para alcançar recompensas que para elas são importantes, ao mesmo
tempo em que evitam os resultados indesejáveis.
É, atualmente, uma das teorias mais aceitas sobre motivação.
A motivação é função de três fatores, que devem ocorrer simultaneamente: expectância (ex-
pectativa), instrumentalidade e valência.
1. Expectativa = relação Esforço x Desempenho = a percepção de que determinado conjunto
de esforços levará ao desempenho desejado. O grau de expectância varia de 0 a 1. Uma
baixa expectativa (perto de zero) significa que a pessoa sente que não pode alcançar o nível
necessário de desempenho.
2. Instrumentalidade = relação Desempenho x Recompensa = força ou clareza da relação
percebida entre a ação a ser empreendida e o resultado esperado = crença de que o
alcance do desempenho levará a receber certas recompensas. O grau de instrumentalidade
também varia de 0 a 1. Uma baixa instrumentalidade significa que a pessoa não está
confiante de que o desempenho resultará em boas recompensas (bons resultados).
3. Valência = grau de atração, importância = qualidade positiva ou negativa atribuída aos
objetivos = Recompensa x Objetivos pessoais. É o valor atribuído pelo indivíduo à recompensa.
Representa o quanto as recompensas satisfazem as metas pessoais ou as necessidades do
indivíduo. O grau de valência varia de – 1 (algo indesejável) a +1 (muito desejável).

Para Vroom, a motivação é o resultado da seguinte equação:


Motivação = Expectância X Instrumentalidade X Valência

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4.3. Outras teorias

4.3.1. Teoria da Autoeficácia – Bandura


A autoeficácia refere-se à convicção individual de que se é capaz de realizar determinada tarefa.
Quanto maior a autoeficácia, maior a confiança no sucesso.
Pessoas com baixa autoeficácia teriam tendência de diminuir esforços ou de desistir, enquanto
pessoas com alta autoeficácia tenderiam a se esforçar para vencer desafios e a responder com
mais determinação a um feedback negativo.
Albert Bandura argumenta que há quatro maneiras de se aumentar a autoeficácia:
•• Maestria prática: ganho de experiência relevante com o desempenho do trabalho;
•• Aprendizagem por observação: ver outras pessoas desempenhando atividades sem conse-
quências adversas pode gerar a expectativa de que também é possível realizá-las;
•• Persuasão verbal: tornar-se mais confiante porque alguém o convence de que você possui
as habilidades necessárias;
•• Excitação emocional: conduz a um estado de energia que leva o indivíduo a terminar a ta-
refa.

4.3.2. Teoria X e Y – McGregor


Douglas McGregor pôs em evidência a filosofia do gestor sobre a natureza humana e a sua rela-
ção com a motivação dos subordinados.
Os gestores tendem a desenvolver um conjunto de crenças ou ideias sobre os empregados, as
quais podem ser divididas em dois grupos, com visões antagônicas – a Teoria X e a Teoria Y.
De acordo com os pressupostos da Teoria X, as pessoas: são preguiçosas e indolentes; evitam o
trabalho; evitam a responsabilidade para se sentirem mais seguras; precisam ser controladas e
dirigidas; são ingênuas e sem iniciativa.
Se o gestor tem essa visão negativa das pessoas, ele tende a ser mais controlador e repressor, a
tratar os subordinados de modo mais rígido, a ser autocrático, a não delegar responsabilidades.
Nas pressuposições da Teoria Y, o trabalho é uma atividade tão natural como brincar ou descan-
sar, portanto, as pessoas: são esforçadas e gostam de ter o que fazer; procuram e aceitam respon-
sabilidades e desafios; podem ser automotivadas e autodirigidas; são criativas e competentes.
Como o gestor acredita no potencial dos funcionários, ele incentiva a participação, delega po-
deres e cria um ambiente mais democrático e empreendedor.

4.3.3. Dinheiro motiva?


Lawler é um dos poucos autores que consideram o dinheiro um fator motivacional. Para
ele, o dinheiro é motivacional desde que a pessoa acredite que: o dinheiro satisfará suas
necessidades; para obter o dinheiro é necessário algum tipo de esforço.

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Alfie Kohn destaca que o uso de premiações para incentivar o aumento de desempenho parte de
uma premissa que, apesar de ser muito aceita, é inadequada, pois desloca o foco do desempenho
para a premiação. Isso reforça a motivação extrínseca e, ao mesmo tempo, enfraquece a motivação
intrínseca. Kohn ainda ressalta as várias disfunções do uso de um sistema de recompensas:
acirramento da competição entre as pessoas em detrimento da cooperação; desincentivo à
inovação, uma vez que as pessoas preferem reproduzir comportamentos conhecidos a correr
riscos; surgimento de comportamentos antiéticos para o alcance de resultados.
Herzberg considera o dinheiro um fator higiênico, ou seja, incapaz de motivar.
A Teoria da Avaliação Cognitiva, por sua vez, mostra que oferecer recompensas extrínsecas a
comportamentos que já foram recompensados intrinsecamente tende a prejudicar a motivação,
caso as recompensas sejam vistas como uma forma de controle organizacional.

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Questões

1. (ESAF – 2014 – Mtur – Superior) dividuo não é capaz de motivar-se sozi-


nho.
Herzberg propôs a Teoria dos Dois Fatores c) motivos cognitivos são baseados no co-
como uma forma de explicar como o am- nhecimento, nas opiniões ou crenças de
biente de trabalho e o próprio trabalho uma pessoa.
interagem para produzir motivação. Uma d) Maslow define cinco necessidades bá-
importante aplicação da Teoria dos Dois Fa- sicas para o comportamento humano:
tores é a técnica de enriquecimento do tra- fisiológicas, segurança, conhecimento,
balho também proposta por Herzberg. Ava- estima e poder.
lie as afirmativas a seguir e assinale a opção e) a necessidade de poder é positiva quan-
correta. do o gerente quer comandar o grupo
I – O enriquecimento de tarefas consiste em pela persuasão e convencimento de
uma constante substituição de tarefas mais suas ideias e negativa quando utiliza o
simples e elementares do cargo por tarefas poder para manipular o grupo
mais complexas.
3. (ESAF – 2012 – Analista Tributário da Recei-
II – Uma das possibilidades do enriqueci- ta Federal)
mento de tarefas é o acompanhamento do
crescimento individual de cada empregado. Selecione a opção que melhor representa
o conjunto das afirmações, considerando C
III – O enriquecimento das tarefas reduz o para afirmativa correta e E para afirmativa
absenteísmo e aumenta a rotatividade de errada.
pessoal.
I – Os fatores motivacionais, mesmo que
a) Somente II está correta. mantidos, não são os responsáveis pela re-
b) Somente I e II estão corretas. tenção das pessoas nas organizações.
c) Somente I e III estão corretas.
d) Somente II e III estão corretas. II – É um pressuposto do processo de mo-
e) I, II e III estão corretas. tivação humana que o comportamento hu-
mano é orientado para objetivos pessoais.
2. (ESAF – 2013 – DNIT – Médio) III – Em relação ao ciclo motivacional huma-
Para Spector (2007) a motivação é um es- no, uma necessidade pode ser satisfeita ou
tado interior que leva uma pessoa a emitir frustrada, não sendo possível nenhuma for-
determinados tipos de comportamentos. ma de compensação.
Sobre motivação, é correto afirmar: a) E–E–C
a) a motivação extrínseca encontra-se no b) C–E–E
interior de cada pessoa e está normal- c) C–C–E
mente associada a um desejo. O dese- d) C–E–C
jo é que impulsiona os indivíduos para e) E–C–E
uma ação.
b) segundo a definição de motivação in-
trínseca, as pessoas somente podem
ser motivadas por outra pessoa, o in-

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4. (ESAF – Analista Técnico de Políticas Sociais dentro da empresa. McGregor apresentou-
– Educação – 2012) nos importante contribuição com as Teoria
X e Teoria Y. São pressupostos da Teoria X:
A respeito do conceito de Motivação,
assinale a opção incorreta. a) As pessoas são esforçadas e gostam de
ter o que fazer.
a) As teorias da motivação podem ser b) A imaginação, a criatividade e a enge-
classificadas em dois grupos: teorias de nhosidade são comuns.
conteúdo e teorias de processo. No pri- c) As pessoas preferem ser controladas e
meiro caso, a motivação se dá em fun- dirigidas.
ção da satisfação de necessidades; no d) O trabalho é uma atividade tão natural
segundo, a motivação se relaciona a um como brincar ou descansar.
processo de tomada de decisão. e) As pessoas são criativas e competentes.
b) Maslow cria uma hierarquia das neces-
sidades, agrupando-as em dois grupos, 6. (ESAF – 2009 – MPOG)
necessidades inferiores e necessidades
superiores. No primeiro grupo estão as Ao adotar o estilo de liderança da Teoria Y,
necessidades fisiológicas e de seguran- um gestor de pessoas:
ça; no segundo, as sociais, de estima e
de auto-realização. a) estimula a criação de várias equipes de
c) Alderfer redefiniu as cinco necessida- trabalho, fazendo questão de presidir
des hierarquizadas e as agrupou em todas elas.
três. Denominadas de ERC, significam b) não se furta a usar o poder da autorida-
Existência, Relacionamento e Cresci- de para resolver um conflito, se neces-
mento. Afirmou, ainda, ao contrário de sário.
Maslow, que não existe somente um c) como principal instrumento motivacio-
sentido progressivo nas necessidades, nal, vale-se de punições ou recompen-
mas também regressivo. sas salariais.
d) As Teorias X e Y de McGregor partiram d) estimula o desenvolvimento de compe-
do estudo da prática administrativa tências, já que boa parte dos indivíduos
norte-americana, sendo X aquela que não se interessa por novos aprendiza-
se apoia na concepção do homem mo- dos.
tivado e que quer se desenvolver, tendo e) ao mesmo tempo que empodera os in-
sua ênfase no controle. divíduos e enriquece suas tarefas, cen-
e) A Teoria Bifatorial foi construída traliza as decisões.
afirmando haver dois conjuntos de fa-
tores que variavam em dois contínuos 7. (ESAF – 2009 – MPOG – Especialista em Po-
interdependentes: o primeiro seria de líticas Públicas e Gestão Governamental)
fatores higiênicos, externos; o segundo, Sobre o tema "motivação, clima e cultura",
seria o de motivadores, internos. podemos afirmar corretamente que:

5. (ESAF – Comissão de Valores Mobiliários a) um funcionário satisfeito também está,


(CVM) – 2010 – Analista – Área Recursos necessariamente, motivado.
Humanos) b) análises de clima não se prestam para
orientar políticas de recursos humanos.
Os estilos de administração dependem c) cultura e clima organizacional são variá-
das suposições e crenças que os veis independentes entre si, que não se
administradores têm a respeito da natureza comunicam.
humana e do comportamento das pessoas

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d) de uma forma geral, os elementos da II – Estímulos são energias internas que de-
cultura podem ser alterados no curto terminam o comportamento dos indivídu-
prazo. os.
e) o salário, isoladamente, não se consti-
tui em um fator motivacional. III – A teoria de motivação conhecida como
teoria da expectativa relaciona desempe-
8. (ESAF – STN – AFC – 2008) nho com recompensa.

São características das teorias motivacionais IV – A teoria de motivação de Maslow é co-


de Maslow e Herzberg, respectivamente: nhecida como teoria das necessidades hu-
manas.
a) as necessidades humanas podem ser
colocadas em uma hierarquia de impor- V – As motivações para o trabalho são iguais
tância; e há uma alta correlação entre a para indivíduos que exercem cargos do
necessidade de realização e o desenvol- mesmo grupo ocupacional.
vimento eficaz da organização. Escolha a opção correta.
b) as necessidades mais básicas do ho-
mem são as fisiológicas e as de segu- a) I, II e III são verdadeiras.
rança; e os administradores com grande b) III, IV e V são falsas.
poder usam esses poderes mais em be- c) II e V são verdadeiras.
nefícios de si próprios que da organiza- d) I, III e IV são verdadeiras.
ção. e) II, III e IV são falsas.
c) as necessidades obedecem a uma hie-
rarquia que pode ser influenciada pela 10. (ESAF – CGU – 2008)
cultura; os fatores motivadores relacio-
A palavra “motivação” em termos genéricos
nam-se com o contexto do trabalho.
abrange as causas ou os motivos que
d) uma necessidade satisfeita não motiva
produzem determinado comportamento.
mais o comportamento; e existem fato-
No campo da administração, pessoa
res que não motivam, mas que contri-
motivada significa alguém que demonstra
buem para a insatisfação se não estão
alto grau de disposição para realizar uma
presentes.
tarefa." (Teoria Geral da Administração,
e) a motivação gera grande necessidade
Antonio Cesar Amaru Maximiano, 2ª
de feedback para a organização; e um
edição, São Paulo, Atlas, 2000) Algumas
homem motivado deixa de se importar
teorias de motivação tendem a explicar
com as pequenas dificuldades do dia-a-
quais os fatores que agem sobre as pessoas
-dia, ainda que sejam perenes.
gerando um comportamento produtivo.
Identifique a seguir a opção que explica
9. (ESAF – CGU – 2008) o fator motivacional relacionado com o
A motivação é algo presente em nossa reconhecimento social.
vida desde o momento que nascemos e a) O indivíduo que se motiva com base no
seu entendimento tem-se constituído em reconhecimento social está preocupa-
um desafio para as pessoas que ocupam do em aumentar sua remuneração.
funções gerenciais. Assinale se as frases a b) O indivíduo que se motiva com base no
seguir sobre motivação são verdadeiras ou reconhecimento social busca ganhos de
falsas. cunho material.
I – Por motivação se entende uma força in- c) O indivíduo que se motiva com base no
trínseca que impulsiona na direção de algu- reconhecimento social busca a estima
ma coisa. de seus colegas de trabalho.

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d) O indivíduo que se motiva com base no lacionados a formas usadas para obter
reconhecimento social está preocupa- melhor desempenho.
do com sua auto-realização interior.
e) O indivíduo que se motiva com base no 12. (ESAF – 2005 – STN – Analista de Finanças e
reconhecimento social busca a realiza- Controle)
ção de objetivos e interesses pessoais.
Uma forma de analisar o desempenho
11. (ESAF – 2006 – CGU – Superior) do indivíduo no trabalho é conhecer suas
necessidades, interesses e aptidões. Outra
Escolha a opção incorreta. é, analisar o tipo de fator, motivacional ou
higiênico, preponderante na organização.
a) O desempenho na realização de qual- Selecione a opção que explicita
quer tipo de trabalho é influenciado por corretamente o significado do enunciado.
forças chamadas motivos.
b) Por motivação se entende o esforço a) Fator higiênico refere-se ao exercício da
intelectual ou físico aplicado por uma responsabilidade.
pessoa para obtenção de um resultado. b) Fator motivacional refere-se a política
c) O desempenho depende de motivos de remuneração adotada pela empresa.
internos, tais como necessidades, apti- c) O desempenho do indivíduo depende
dões, interesses, valores, habilidades, do conhecimento acumulado na em-
frustações. presa.
d) As tarefas a serem realizadas, o clima d) Necessidades, interesses e aptidões di-
organizacional e as recompensas rece- zem respeito à motivação externa do
bidas são identificadas como fatores ex- indivíduo.
ternos de motivação. e) O desempenho do indivíduo depende
e) O enriquecimento de cargos, autoges- de motivos internos e externos.
tão e programa de incentivos estão re-

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Questões, poderá assistir ao vídeo da explicação do professor.
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Gabarito: 1. B 2. C 3. E 4. D 5. C 6. B 7. E 8. D 9. D 10. C 11. B 12. E

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5. FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE EQUIPES

Grupo é um conjunto de pessoas que podem ou não ter objetivos comuns, e que, em geral,
reúnem-se por afinidades. No entanto, o grupo não é uma equipe.
A equipe é mais que um grupo, pois nela as pessoas compreendem seus papéis e estão
engajadas para alcançar os objetivos de forma compartilhada. Além disso, a comunicação entre
os membros é verdadeira, as opiniões diferentes são estimuladas e há alto grau de participação
e interação dos componentes.
Resumindo, um grupo passa a ser uma equipe quando existe:
•• Clareza de objetivos e metas;
•• Percepção integrada e decisões conjuntas – desempenho coletivo;
•• Habilidades complementares;
•• Divisão de papéis, funções e liderança compartilhada – responsabilidades individuais e
mútuas;
•• Definição da organização do trabalho e dos níveis de autonomia;
•• Relações efetivas entre si e com o líder (ajustes interpessoais, resolução de conflitos);
•• Comunicação efetiva, diversidade, engajamento;
•• Sinergia positiva.

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A equipe não é a simples soma de indivíduos e comportamentos, ela assume configuração
própria que influencia as ações e os sentimentos de cada um, proporcionando sinergia, coesão,
cooperação e coordenação, simpatia, carinho, harmonia, satisfação.
O trabalho em equipe é valorizado, pois quase sempre produz melhores resultados do que o
trabalho individual. O conjunto de pessoas faz as equipes terem mais fontes de informação,
conhecimentos, criatividade e experiências. O trabalho em equipe incrementa a aprendizagem
e a satisfação das pessoas.

5.1. Tipos de Equipes

Segundo Robbins, há quatro tipos básicos de equipes:

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Chiavenato cita cinco tipos de equipes:


EQUIPES FUNCIONAIS CRUZADAS – são compostas de pessoas vindas de diversas áreas da
empresa (Marketing, RH, Finanças, Engenharia, etc.), são formadas para alcançar um objetivo
específico por meio de um mix de competências. Quase sempre são designadas pela empresa.
EQUIPES DE PROJETOS – são formadas especialmente para desenhar um novo produto ou
serviço. Os participantes são designados com base na sua habilidade para contribuir para o
sucesso. O grupo geralmente é desfeito após o projeto.
EQUIPES AUTODIRIGIDAS – são compostas de pessoas altamente treinadas para desempenhar
um conjunto de tarefas interdependentes dentro de uma unidade natural de trabalho. Usa-se o
consenso para tomada de decisão, resolver problemas e lidar com clientes.
EQUIPES DE FORÇA-TAREFA – uma força-tarefa é designada para resolver imediatamente um
problema. O grupo pode ficar responsável por desenvolver um plano de longo prazo para
resolver o problema e implementar a solução.
EQUIPES DE MELHORIA DE PROCESSOS – é um grupo de pessoas experientes de diferentes
departamentos ou funções encarregadas de melhorar a qualidade, reduzir custos, incrementar
a produtividade em processos que afetam todos os departamentos ou funções envolvidas.

5.2. Equipes Eficazes

Uma equipe eficaz é resultado da combinação de três fatores: o contexto (recursos, estrutura,
clima, recompensas), a composição (personalidade dos membros, capacidade, diversidade,
tamanho, flexibilidade, preferências) e os processos de trabalho e de relacionamento (metas,
propósitos comuns, autoconfiança, nível de conflito).
As equipes devem ser estruturadas levando em consideração os perfis ou as tendências
pessoais e personalidade dos indivíduos – uma equipe de líderes não pode progredir, pois onde
todos quiserem liderar, a administração de conflitos ocupará a maior parte do tempo disponível
para o trabalho em equipe.
Diversos fatores interferem trabalho em equipe. Entre os fatores positivos estão:
comportamento receptivo, empatia, cooperação, comunicação eficiente, visão estratégica,
relações ganha-ganha, assertividade*, etc.
*Assertividade – conjunto de recursos cognitivos e comportamentais, inatos ou adquiridos, que
permitem ao indivíduo afirmar-se social e profissionalmente sem desrespeitar os direitos de
outrem.
Entre os fatores negativos, estão: inclinação individualista ou excessivamente competitiva,
gerenciamento baseado em modelos hierárquicos e autoritários (liderança autocrática), falta
de objetivos definidos, sobreposição de ações, indefinição de atribuições, falta de tolerância
e cortesia, ausência de comunicação e de liderança eficaz, arrogância e soberba, falta de
disciplina, dificuldades de relacionamento interpessoal, etc.
Percebe-se, portanto, que é necessário um conjunto de competências para o trabalho em
equipe. São elas:

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•• Cooperar: participar voluntariamente, apoiar as decisões da equipe, fazer a sua parte;
•• Compartilhar informações: manter as pessoas informadas e atualizadas sobre os processos;
•• Expressar expectativas positivas: esperar o melhor das capacidades dos outros membros
do grupo, falando dos membros da equipe para os outros com aprovação. Apelar para a
racionalidade em situações de conflito e não assumir posição polêmica nesses casos;
•• Estar disposto a aprender com os companheiros: valorizar a experiência dos outros, solicitar
dados e interagir pedindo e valorizando ideias;
•• Encorajar os outros: dar crédito aos colegas que tiveram bom desempenho tanto dentro
como fora da equipe;
•• Construir um espírito de equipe: tomar atitudes especiais para promover um clima
amigável, moral alta e cooperação entre os membros da equipe;
•• Resolver conflitos: trazer à tona o conflito dentro da equipe e encorajar ou facilitar uma
solução construtiva para a equipe. Não esconder o problema, mas tentar resolvê-lo da
forma nas rápida possível.
Essas competências geram, por fim, os atributos das equipes de alta performance:
•• Participação – todos estão comprometidos com o empowerment e a autoajuda;
•• Responsabilidade – todos se sentem responsáveis pelos resultados do desempenho;
•• Clareza – todos compreendem e apoiam o propósito da equipe;
•• Interação – todos se comunicam em um clima aberto e confiante;
•• Flexibilidade – todos desejam mudar para melhorar o desempenho;
•• Foco – todos estão dedicados a alcançar expectativas de trabalho;
•• Criatividade – todos os talentos e ideias dos membros são usados para beneficiar a equipe;
•• Velocidade – todos agem prontamente sobre problemas e oportunidades.
Chiavenato aborda a Roda de Equipe (Margerison e McCann), com nove fatores de desempenho
fundamentais em toda equipe:
1. Assessoria: coletar e fornecer informações para toda equipe – o reportador faz com que
todos fiquem bem informados.
2. Inovação: criar e experimentar novas ideias – o inovador dá criatividade à equipe.
3. Promoção: identificar e explorar oportunidades – o promotor/explorador defende as
mudanças e as novas oportunidades.
4. Desenvolvimento: avaliar e verificar a aplicabilidade de novas abordagens.
5. Organização: estabelecer e implementar maneiras de fazer as coisas – faz com que as coisas
aconteçam.
6. Produção: concluir e entregar os resultados – o produtor é uma pessoa prática que conduz
as coisas até o fim (alcança metas, resultados).

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7. Inspeção: controlar e auditar os sistemas de trabalho – controlador das ações para evitar
erros.
8. Manutenção: defender e preservar padrões e procedimentos – o mantenedor assegura
revisões regulares dos processos de qualidade, em busca de maior eficiência.
9. Ligação: coordenar e integrar todos os membros da equipe – o relacionador assegura que
todos trabalhem em conjunto.

5.3. Competência interpessoal

Toda e qualquer organização que queira obter êxito não admite mais o profissional individualista.
Competência interpessoal é a habilidade para lidar eficazmente com outras pessoas, de forma
adequada às necessidades de cada uma e às exigências da situação. É a capacidade de trabalhar
com eficácia como membro de uma equipe e de conseguir esforços cooperativos na direção
dos objetivos estabelecidos.
No relacionamento interpessoal, grande parte do sucesso depende da habilidade de lidar bem
com os sentimentos (seus e dos demais), de ouvir e se fazer ouvir e de interagir de maneira
harmônica e produtiva.
A habilidade interpessoal é fundamental para liderar, negociar e solucionar divergências, para
a cooperação e para o trabalho em equipe. Pessoas com essa habilidade são mais eficazes nas
situações de interação. Para utilizar essa habilidade em alto desempenho, é necessário dar e
receber feedback de uma maneira eficaz, assertiva e autêntica, além de saber ouvir e reagir
positivamente às críticas.
No relacionamento interpessoal, feedback é a informação que se dá a uma pessoa sobre como
o comportamento dela está sendo percebido e como isso afeta a postura dos demais membros
de um grupo. Ele pode também ser utilizado para expressar como a atuação de um grupo está
afetando um ou mais de seus integrantes.
Competência interpessoal leva em conta três critérios: a percepção acurada da situação
interpessoal, das variáveis relevantes e da sua respectiva inter-relação; a habilidade de resolver
realmente os problemas, de tal modo que não haja regressões; as soluções alcançadas de forma
que as pessoas envolvidas continuem trabalhando juntas tão eficientemente, pelo menos,
como quando começaram a resolver seus problemas.

5.4. Empowerment

Sua tradução seria algo como “empoderamento” e é basicamente uma delegação de autoridade.
É uma mudança organizacional com objetivo de ampliar o sistema decisório até o nível
hierárquico mais baixo, dando aos grupos de trabalho o poder e a autonomia na forma realizar
suas tarefas.

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Significa, em última análise, o fortalecimento das pessoas com: responsabilidade por metas
e resultados (individuais e em equipe), liberdade para tomar decisões, busca pela melhoria
contínua, foco no cliente.
O empowerment geralmente aumenta a satisfação dos funcionários no trabalho porque dá
a eles um sentimento de realização por dominar várias atividades, de reconhecimento dos
usuários de seu trabalho e de responsabilidade sobre a qualidade.
O empowerment assenta-se em quatro bases principais:
1. Poder – dar poder às pessoas, delegar autoridade e responsabilidade em todos os níveis da
organização, confiar, dar liberdade e autonomia de ação;
2. Motivação – incentivar, reconhecer o bom trabalho, recompensar, participar nos resultados;
3. Desenvolvimento – dar recursos às pessoas em termos de capacitação e desenvolvimento
pessoal e profissional, treinar, proporcionar informações e compartilhar conhecimentos;
4. Liderança – orientar as pessoas, definir objetivos e metas, avaliar o desempenho, inspirar e
abrir horizontes, proporcionar retroação.

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Questões

1. (ESAF – 2012 – Receita Federal – Auditor e) o trabalho em equipe demanda mais


Fiscal da Receita Federal) tempo.
Considerando-se que uma equipe é um con- 3. (ESAF – 2009 – Receita Federal – Analista
junto de pessoas com conhecimentos com- Tributário da Receita Federal)
plementares, que trabalham em conjunto,
partilhando a responsabilidade, é correto O trabalho em equipe pressupõe que a (o):
afirmar que
a) equipe trabalhe, simultaneamente, no
a) o resultado obtido seja menor ou igual mesmo locus.
à soma das contribuições individuais al- b) líder delegue responsabilidade.
cançadas. c) líder seja sempre democrático.
b) haja aumento da satisfação psicológica d) crítica seja evitada.
e das dificuldades de comunicação in- e) diversidade seja respeitada.
terpessoal.
c) a tomada de decisões melhore em fun- 4. (ESAF – Analista Administrativo – ANEEL –
ção do aumento do número de alterna- 2006)
tivas de solução.
d) haja um aumento gradual do controle Assinale a opção incorreta.
exercido pelo coordenador para garan- a) Equipes de trabalho autogerenciadas
tir a disciplina do grupo. precisam ser apoiadas pelos sistemas
e) o comprometimento seja diluído em de informação da organização para que
função das tarefas delegadas embora a tenham acesso às informações sobre a
solidariedade aumente. tarefa, aos recursos disponíveis e aos
padrões de desempenho.
2. (ESAF – 2009 – ANA – Analista Administrativo) b) Equipes de trabalho autogerenciadas
Reconhecido como um poderoso instru- pressupõe a descentralização para que
mento para o ganho de performance nas or- tenham uma margem de iniciativa e de
ganizações, devido à interação entre múlti- decisão, referente à organização de seu
plas habilidades e competências, o trabalho trabalho.
em equipe apresenta inúmeras vantagens c) Equipes de trabalho autogerenciadas
quando comparado ao trabalho individual. necessitam de uma nova estruturação
Entre tais vantagens comparativas, não se das relações entre as unidades autô-
inclui: nomas, uma vez que uma coordenação
continua sendo indispensável.
a) as equipes possuem mais fontes de in- d) Equipes de trabalho autogerenciadas re-
formação. alizam trabalhos muito relacionados ou
b) as equipes são mais criativas. interdependentes e assumem responsa-
c) os membros da equipe aprendem mais bilidades de seus antigos supervisores.
sobre si próprios. e) Equipes de trabalho autogerenciadas
d) o trabalho em equipe incrementa a apresentam um contexto social limita-
aprendizagem. do, caracterizando-se pela fraca empa-

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tia e conflituosa interação entre seus incluindo o planejamento, controle e a
membros. tomada de decisões operacionais e sua
consequente implementação.
5. (ESAF – Administrador – MP – 2006) d) As equipes multifuncionais usam a tec-
nologia da informação para juntar fisi-
Selecione a opção que não indica correta- camente seus membros dispersos, para
mente uma técnica que possibilita o desen- que possam compartilhar informações,
volvimento de trabalho em equipe. tomar decisões, realizar tarefas e atingir
a) Troca constante de informações, ouvir e seus objetivos comuns.
falar. e) As equipes de soluções de problemas
b) Compromisso com os objetivos são grupos compostos por funcionários
definidos pela alta administração. de diversas organizações com o intuito
c) Conhecimento mútuo, para o alcance de resolver demandas ou tarefas com-
de resultados coletivos. partilhadas e inter-relacionadas e que
d) Criação de identidade que forneça sen- possuem autonomia para a tomada de
so de participação para os integrantes decisões estratégicas.
do grupo.
e) Clima de abertura intelectual, possibili- 7. (ESAF – MPOG – APO – 2005)
tando a análise crítica. I – As equipes __________ trazem diferen-
tes perspectivas de abordagem de proble-
6. (ESAF – 2005 – MPOG – Especialista em Po- mas ou oportunidades, enxergando os pro-
líticas Públicas) blemas como um todo.
Robbins, em seu livro Comportamento Or- II – As equipes rompem o isolamento en-
ganizacional, de 2002, estabelece as formas tre os departamentos, incentivando a
mais comuns de equipes de trabalho. Entre _____________ entre eles.
as opções a seguir, indique a correta.
III – As equipes criam redes ____________
a) As equipes orientadas por resultados de trabalho que se espalham por toda a
são compostas por grupos de funcio- organização, estabelecendo uma rede in-
nários de departamentos diversos, que formal de aliados. IV. As equipes conse-
se reúnem algumas horas por sema- guem manter funcionários de alto padrão,
na para discutir formas de melhorar a introduzindo mecanismos de controle mais
qualidade, a eficiência e o ambiente de _____________ e aceitáveis.
trabalho, mas não têm autoridade para
implementar unilateralmente essas su- Escolha a opção que corretamente preen-
gestões. che as lacunas acima.
b) As equipes virtuais são formadas por
grupos de funcionários do mesmo ní- a) departamentais – competição – mo-
vel hierárquico, mas de diferentes seto- mentâneas – evidentes
res da organização, que se juntam para b) interdepartamentais – competição –
trocar informações, desenvolver no- momentâneas – sutis
vas ideias ou ainda coordenar projetos c) interdepartamentais – competição –
complexos. duradouras – evidentes
c) As equipes de trabalho autogerencia- d) departamentais – cooperação –
das são grupos de funcionários que momentâneas – sutis
realizam trabalhos relacionados ou in- e) interdepartamentais – cooperação –
terdependentes e assumem responsa- duradouras – sutis
bilidades de seus antigos supervisores,

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Questões, poderá assistir ao vídeo da explicação do professor.
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Gabarito: 1. C 2. E 3. E 4. E 5. B 6. C 7. E

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6. ADMINISTRAÇÃO DE CONFLITOS

Sempre que existir uma diferença de prioridades ou objetivos, existirá um conflito.


Os conflitos podem ser gerados por situações como estresse, medo das mudanças, falhas na
comunicação e diferenças de personalidades. Podem ser internos (intrapessoal, envolvendo
dilemas de ordem pessoal, em relação a sentimentos e motivações antagônicas) ou externos
(entre pessoas ou grupos). Também podem ser de toda natureza, desde pequenas discussões
sobre a melhor forma de realizar um processo, até grandes divergências sobre a estratégia da
organização.
A verdade é que, na maioria das vezes, as pessoas não possuem objetivos e interesses
semelhantes e, devidos a essas diferenças, nascem os conflitos.
É importante saber que os conflitos são naturais e, dependendo do caso, até desejáveis.
Eles podem gerar efeitos positivos (ex: chamar a atenção para os problemas existentes e
evitar problemas mais sérios), ou negativos (comportamentos conflitantes que prejudicam
a organização). Cabe ao gestor e às próprias pessoas administrarem os conflitos de modo a
aumentar os efeitos positivos (construtivos, funcionais) e minimizar os negativos (destrutivos,
disfuncionais).
O conflito em si não é patológico nem destrutivo. Pode ter consequências funcionais e
disfuncionais, dependendo da intensidade, do estágio de evolução, do contexto e da forma
como é tratado.
Conflitos funcionais: são positivos, estão a serviço dos objetivos do grupo e melhoram seu
desempenho. O conflito funcional previne a estagnação decorrente do equilíbrio constante
da concordância, estimula o interesse e a curiosidade pelo desafio da oposição, descobre os
problemas e demanda sua resolução. Funciona, verdadeiramente, como a raiz de mudanças
pessoais, grupais e sociais.
Conflitos disfuncionais: são negativos, atrapalham o desempenho do grupo e criam obstáculos
para a melhoria do desempenho organizacional. As energias das pessoas e do grupo estão a
serviço do conflito e não dos objetivos e metas.

6.1. Visões dos Conflitos

Representa, de certa forma, uma evolução ao longo do tempo. São, basicamente, três visões:
tradicional, humanística e interacionista.
1. Visão tradicional: todo o conflito é ruim e deve ser evitado. O conflito seria uma
disfunção resultante de falhas de comunicação, falta de aberturas e de confiança entre
os colaboradores, além do fracasso dos administradores em atender aos anseios dos
subordinados.
2. Visão das Relações Humanas: o conflito é uma consequência natural e inevitável, não
sendo prejudicial.

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3. Visão Interacionista: além de ser positivo, o conflito é necessário para que haja um
desempenho eficaz. Assim, há um encorajamento à manutenção de um nível mínimo de
conflito suficiente para viabilizar a existência do grupo.

6.2. Tipos de Conflitos

Três tipos: de relacionamento, de tarefas e de processo.


1. Conflito de relacionamento: baseado nas relações interpessoais. Em geral conflitos de
relacionamento são quase sempre disfuncionais, pois o atrito e as hostilidades aumentam
o choque de personalidades (egos), reduzem a compreensão mútua e diminuem a
racionalidade, impedindo a realização das tarefas.
2. Conflito de Tarefa: relacionado ao conteúdo e aos objetivos do trabalho (o que fazer).
Esse conflito é funcional quando seu nível fica em baixo e moderado porque estimula a
discussão de ideias que ajudam o trabalho do grupo e, consequentemente, tem um efeito
positivo no desempenho do mesmo.
3. Conflito de Processo: sobre como o trabalho é realizado (quem e como fazer). Para que
o conflito de processo seja produtivo, isto é funcional, seu nível deve ser baixo. Muita
discussão sobre quem deve fazer o que se torna disfuncional quando gera incertezas sobre
os papéis de cada um, aumenta o tempo de realização das tarefas e leva os membros ao
retrabalho.

6.3. Processo de Conflito

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6.3.1. Níveis de Gravidade (estágio II)
Há três níveis principais: percebido, experenciado e manifestado.
1. Percebido: os elementos envolvidos percebem e compreendem que o conflito existe
porque sentem que seus objetivos são diferentes dos objetivos dos outros e que existem
oportunidades para interferência ou bloqueio. É o chamado conflito latente, que as partes
percebem que existe potencialmente.
2. Experienciado: quando o conflito provoca sentimentos de hostilidade, raiva, medo,
descrédito entre uma parte e outra. É o chamado conflito velado, quando é dissimulado,
oculto e não manifestado externamente com clareza.
3. Manifestado (estágio IV – comportamento): quando o conflito é expresso através de um
comportamento de interferência ativa ou passiva por pelo menos uma das partes. É o
chamado conflito aberto, que se manifesta sem dissimulação.

6.3.2. Intenções – estratégias para administrar conflitos (estágio III)


Há vários estilos, porém, alguns autores apresentam dois mecanismos básicos: evitar ou
enfrentar.
Nesse contexto, há quatro tipos básicos de comportamento adotados pelos indivíduos:
1. Passivo – é o indivíduo que procura evitar o conflito, mesmo que sofra com isso; via de
regra, apresenta voz hesitante, atitude defensiva, contato visual mínimo.
2. Agressivo – aspira fervorosamente vencer, mesmo à custa de outras pessoas. Tende a ser
individualista, apresentar voz alta e máximo contato visual;
3. Passivo/Agressivo – é o indivíduo que apresenta um comportamento misto. São as pessoas
que desejam se firmar, contudo, não possuem estrutura para tanto. Apresenta, geralmente,
muita irritação, postura fechada e respostas lacônicas;
4. Assertivo – aspira a defender seus interesses e aceita que as outras pessoas também os
tenham. Apresenta tom de voz moderado, comportamento neutro, postura de prudência e
segurança.
Outros autores abordam o desejo de satisfazer os próprios interesses (estilos assertivos) em
contraste com a consideração dos interesses da outra parte (estilos cooperativos). A partir
destas duas dimensões, propõe-se um modelo que retrata cinco estilos de administrar conflitos:
•• Evitação (Abstenção) – não assertivo e não cooperativo – é a neutralidade, ignorando o
conflito ou fugindo de uma atuação efetiva em busca da sua solução.
•• Competição (Dominação) – é assertivo e não cooperativo – relação ganha-perde. O
comando autoritário se reflete com forte assertividade para impor o seu próprio interesse.
Ex: quando uma ação deve ser rapidamente imposta em situações importantes e
impopulares, uma vez que em que a urgência de solução torna-se indispensável.

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•• Acomodação – cooperativo e não assertivo – alto grau de cooperação para suavizar as


coisas, mantendo sempre um clima de harmonia entre as pessoas. Permitir a satisfação dos
interesses da outra parte em detrimento de seus próprios interesses.
•• Compromisso (transigência) – também com aspectos assertivos e cooperativos, porém
cada parte aceita soluções razoáveis envolvendo ganhos e perdas. Busca a satisfação parcial
das necessidades das partes envolvidas e uma solução aceitável.
•• Colaboração (de solução de problemas) – altamente assertivo e cooperativo – relação
ganha-ganha. As partes em conflito buscam uma solução que, considerando as diferenças,
atenda a todos.

6.3.3. Comportamento (Estágio IV)


Como os conflitos são comuns na vida organizacional, o administrador deve saber como geri-
los.
Conceitualmente, o administrador tem à sua disposição três abordagens para administrar
conflitos: estrutural, processual e mista.
1. Estrutural: atua nas causas do conflito, ou seja, nas condições antecedentes. Grosso modo,
o conflito surge da diferenciação entre os grupos, da ambiguidade de papéis, de objetivos
concorrentes, de recursos compartilhados e da interdependência de atividades. Se esses
elementos puderem ser modificados, tanto as percepções quanto o conflito resultante
poderão ser devidamente controlados. Pode-se atuar sobre as condições que predispõem
ao surgimento do conflito da seguinte forma:
•• reduzindo a diferenciação entre os grupos;

www.acasadoconcurseiro.com.br 935
•• interferindo nos recursos compartilhados;
•• interferindo na interdependência de atividades.
2. Processual: procura reduzir conflitos por meio da modificação do processo, isto é, de uma
intervenção no episódio do conflito. Ela pode ser utilizada por uma das partes em conflito,
por pessoas de fora ou ainda por uma terceira parte (como um consultor, um administrador
neutro ou um diretor da organização). Pode ser realizada de três maneiras diferentes:
•• desativação do conflito (reação cooperativa de uma das partes);
•• reunião de confrontação;
•• colaboração (ganha-ganha).
3. Mista: é a administração do conflito tanto nos aspectos estruturais quanto nos de processo
e inclui intervenções sobre a situação estrutural e sobre o episódio conflitivo. Permite duas
maneiras diferentes de interferência:
•• estabelecimento de regras para resolução do conflito;
•• criação de papéis integradores (de ligação).

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Questões

1. (ESAF – Analista Técnico de Políticas Sociais 2. (ESAF – 2010 – CVM – Analista – Recursos
– Educação – ATPS – 2012) Humanos)
A respeito do tema Gerenciamento de Em relação à abordagem quanto à admi-
Conflitos, analise os itens a seguir e marque nistração de conflitos, marque o item que
com V se a assertiva for verdadeira e com F apresenta as três abordagens à disposição
se for falsa. Ao final, assinale a opção cor- do gerente.
respondente.
a) Espera, tensão e resolução.
( ) A maneira como um conflito é geren- b) Estrutural, mista e de processo.
ciado pode gerar efeitos construtivos ou c) Impasse, vitória-derrota e conciliação.
destrutivos. Na primeira se verifica o que d) Ganhar/perder, perder/perder e ga-
ele pode trazer de benéfico, na segunda, é nhar/ganhar.
algo prejudicial devendo ser evitado. e) Diferenciação de grupos, recursos com-
( ) Os resultados dos conflitos diferem em partilhados e interdependência de ativi-
razão de seu gerenciamento, podendo oca- dades.
sionar um ciclo de frustrações em função de
má interpretação ou incompreensão dos in- 3. (ESAF – Administrador – MP – 2006)
teresses ou necessidades das partes. Estratégias de comunicação, mediação, re-
( ) As diferenças de personalidade corro- tirada, cooperação e arbitragem dizem res-
boram para um ambiente mais equilibrado, peito à
com poucos conflitos e com constante troca a) aprendizagem organizacional.
de informações, sendo a preocupação com b) arquitetura organizacional.
o gerenciamento de conflitos desnecessá- c) gestão de conflitos.
ria. d) gestão por competências.
( ) No gerenciamento de conflitos, o co- e) responsabilidade social.
nhecimento das partes, das questões pos-
tas e da origem do conflito determinam o
andamento das negociações e interferem
nos resultados.
( ) As situações de conflito são terminais,
uma vez que seu gerenciamento determina
a finalização e a parte que irá obter ganho
no sentido de resultado.
a) F, V, F, V, V
b) V, F, F, V, V
c) V, V, F, V, F
d) V, V, F, V, V
e) V, F, V, F, F

Gabarito: 1. C 2. B 3. C

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7. GESTÃO DA MUDANÇA E APRENDIZAGEM ORGANIZACIONAL

Mudança é a alteração no modo de fazer alguma coisa, é a transição de uma situação para ou-
tra diferente, a qual implica em novos caminhos, novas soluções, novos valores.
O mundo atual se caracteriza por um ambiente dinâmico em constante mudança e que exige
das organizações uma elevada capacidade de adaptação, como condição básica de sobrevivên-
cia. Em suma, as organizações devem mudar porque estão sujeitas a fatores internos e externos
que continuamente sofrem mudanças.
•• Fatores externos (exógenos): modificações tecnológicas, econômicas, ambientais, políticas,
sociais, culturais e legais (macroambiente), e também através de seus clientes, fornecedo-
res, concorrentes e agentes reguladores (microambiente) etc.
•• Fatores internos (endógenos): objetivos organizacionais, políticas gerenciais, métodos e
processos de trabalho, produtos e serviços, estrutura departamental, pessoas etc.
A visão geral do processo de mudança está representada na figura a seguir.

Segundo Chiavenato, existem quatro tipos de mudança organizacional: na estrutura, na tecno-


logia, nos produtos/serviços e nas pessoas/cultura organizacional.
Veja a figura a seguir.

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7.1. Processo de Mudança

O modelo mais adotado é o de Kurt Lewin, que envolve três fases ou etapas distintas: descon-
gelamento, mudança e recongelamento.
1. DESCONGELAMENTO – velhas práticas são derretidas, abandonadas ou desaprendidas. As
pessoas experimentam a necessidade de aprender novos comportamentos e esquecer os
velhos. Representa a redução de forças que mantêm o status quo e o aumento das forças
que levam à mudança.
2. MUDANÇA / MOVIMENTO – novas ideias e práticas são aprendidas e exercitadas. Resulta
em uma mudança comportamental.
3. RECONGELAMENTO – novas ideias e práticas são incorporadas definitivamente ao compor-
tamento. É a consolidação da mudança.
Ao longo desse processo, é importante a presença do(s) Agente(s) da Mudança.
O agente é uma pessoa externa ou interna que desempenha o papel de estimular, orientar e
coordenar a mudança dentro de um grupo ou organização. Ele funciona como catalizador, sen-
do responsável por gerir a mudança.
Na fase de Descongelamento, o agente cria o sentimento de necessidade de mudança, ajudan-
do a identificar comportamentos ineficazes e a minimizar resistências.

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Na fase de Mudança ele realiza a implementação, identificando e selecionando as mudanças
adequadas e as colocando em ação.
Na fase de Recongelamento ele cria a aceitação e continuidade, proporcionando recursos e su-
porte e recompensando bons desempenhos.

7.1.1. Forças
Segundo Robbins, as principais forças para a mudança são: natureza da força de trabalho, tec-
nologia, choques econômicos, competição, tendências sociais e política internacional.
O equilíbrio (estabilidade) de uma organização é rompido toda vez que se introduz alguma ten-
tativa de mudança, a qual sofre pressões positivas (forças de apoio e suporte) e negativas (for-
ças de oposição e resistência) criando um momento de forças.
Forças positivas (propulsoras) são aquelas que apoiam a mudança: desejo de mudar/ melhorar,
novas ideias, criatividade, inconformismo, necessidades dos clientes/do mercado/da socieda-
de, concorrência, novas tecnologias etc.
Forças negativas (restritivas) apoiam a manutenção do status quo: medo de mudar, rotina/há-
bitos, velhas ideias, acomodação, conservantismo, dificuldades de aprender etc.

7.1.2. Formas de Mudança


Chiavenato classifica as mudanças em contínuas, planejadas, radicais e estratégicas.
Mudanças contínuas: caracterizadas por técnicas incrementais, contínuas e centradas no de-
senvolvimento de atividades em grupo visando à qualidade dos produtos e serviços a longo
prazo. Iniciam-se geralmente de baixo para cima na escala hierárquica e são marcadas pela par-
ticipação democrática e comprometedora das pessoas. Exemplo: PDCA.

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Mudanças radicais: centradas nos processos empresariais, no redesenho dos procedimentos


de trabalho e também no reposicionamento do negócio. Envolvem decisões “de cima para bai-
xo”. Exemplo: Reengenharia
Mudanças planejadas: são baseadas nas ciências comportamentais e feitas com o objetivo de
continuidade (visões de médio e longo prazo). Primam por um planejamento baseado em diag-
nóstico prévio e pela utilização de técnicas de intervenção e agentes de mudança. Exemplo:
Desenvolvimento Organizacional.
Mudanças estratégicas: caracterizadas pelos programas que se baseiam na necessidade de
melhorar o desempenho e acompanhá-lo por meio da utilização de indicadores e métricas glo-
bais. Exemplo: BSC.

7.1.3. Resistência
A resistência à mudança pode se dar nos âmbitos individual e organizacional.
Para Robbins, as organizações são conservadoras e resistem às mudanças, seja devido a fatores
individuais (hábito, segurança, processamento seletivo de informação, medo do desconhecido,
ou fatores econômicos) ou organizacionais (inércia estrutural, foco limitado de mudança, inér-
cia de grupo, ameaça à especialização, ameaça às relações de poder estabelecidas, ou ameaça
à alocação de recursos estabelecidos).
As fontes de resistência individual são oriundas das características humanas básicas como a
percepção, a personalidade e as necessidades. As fontes de resistência organizacional se origi-
nam na própria estrutura da organização.
De acordo com Chiavenato, a resistência à mudança pode ser consequência de aspetos lógicos,
psicológicos ou sociológicos.
•• Aspectos Lógicos: a resistência lógica decorre do tempo e do esforço requerido para uma
pessoa se ajustar à mudança, incluindo novos deveres e tarefas que precisam ser aprendi-
dos.
•• Aspectos Psicológicos: a resistência psicológica advém de atitudes e sentimentos das pes-
soas a respeito da mudança. As pessoas podem sentir medo do desconhecido, desconfiar
da liderança do gerente ou perceber que sua segurança no emprego está ameaçada.
•• Aspectos Sociológicos: a resistência sociológica é oriunda de interesses de grupos e dos
valores sociais envolvidos. Os valores sociais são forças poderosas, e devem ser cuidado-
samente considerados: coalizões política, valores sindicais opostos e valores de diferentes
comunidades que podem afetar o comportamento das pessoas diante das mudanças.

7.1.3.1. Combate à resistência


Não há uma forma específica de se combater a resistência à mudança, porém, Wagner III e
Robbins listam seis opções que, em suas pesquisas, foram encontrados com maior frequência:
1. Educação e Comunicação: disseminar as informações sobre a mudança através de encon-
tros e reuniões em grupos ou individualmente

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2. Participação e Envolvimento: envolver aqueles que serão afetados pela mudança, indepen-
dente de seus cargos ou poder dentro da estrutura da organização.
3. Facilitação e Apoio: promover apoio emocional e treinamento.
4. Barganha e Negociação: propor uma compensação que garanta incentivos para que grupos
ou indivíduos possam mudar de opinião em relação às mudanças.
5. Persuasão oculta: fornecimento de informações, de forma dissimulada, em uma base sele-
cionada de indivíduos ou grupos.
6. Coerção explícita e implícita: usada quando existe necessidade de se obter a mudança de
forma rápida.

7.2. Aprendizagem Organizacional

Aprendizagem Organizacional é o processo de aquisição de conhecimento, distribuição, inter-


pretação e retenção da informação dentro da organização.
Ela busca desenvolver o conhecimento e as habilidades que capacitem as pessoas a compreen-
der e a agir eficazmente dentro das organizações.
A partir da década de 90, o papel do conhecimento e a noção de "organização voltada para o
aprendizado" foi popularizada por Peter Senge. Ele acredita que as empresas devem sua van-
tagem competitiva à sua capacidade de aprender e de continuar aprendendo, seja com elas
mesmas e seja com outras empresas.
Empresas que desenvolvem estratégias para gerir o conhecimento são definidas como “organi-
zações que aprendem”. Elas caracterizam-se pelo estímulo ao aprendizado individual das pes-
soas, pela construção de relações colaborativas no sentido de dar força aos conhecimentos,
experiências e capacidades, pela disseminação da cultura de aprendizagem entre clientes e for-
necedores, pelo desenvolvimento de uma estratégia centrada no desenvolvimento de pessoas
e pela busca da transformação contínua.
Robbins definiu cinco características básicas de uma organização que aprende:
1. Existe uma visão compartilhada com a qual todos os membros concordam.
2. As pessoas descartam as velhas maneiras de pensar e as rotinas padronizadas que usam
para resolver problemas ou executar seus trabalhos.
3. Os membros pensam em todos os processos, atividades, funções e interações com o am-
biente como parte de um sistema de inter-relações.
4. As pessoas se comunicam abertamente umas com as outras – vertical e horizontalmente –
sem medo de críticas ou de punições.
5. As pessoas sublimam seus interesses pessoais e departamentais fragmentados para traba-
lharem juntas com o objetivo de alcançar a visão compartilhada da organização.
Argyris foi o primeiro a apresentar a ideia de organizações em constante processo de aprendi-
zagem (learning organizations). De suas pesquisas resultaram dois conceitos-chave:

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•• Aprendizagem de circuito/ciclo simples (single loop learning): a organização é capaz de de-


tectar e corrigir seus erros com base em suas normas, políticas e objetivos.
•• Aprendizagem de circuito/ciclo duplo (double loop learning): a organização, além de de-
tectar e corrigir erros, modifica as normas, políticas e objetivos que os causaram. A ideia é
desafiar as regras e dar grandes saltos de melhoria. As organizações que aprendem utilizam
esse formato.
A aprendizagem é observada por meio da mudança de comportamento das pessoas: quando
a aprendizagem organizacional é estimulada, as pessoas se tornam capazes de desenvolver no-
vas competências, adquirir novos insights, visualizar novos horizontes e sentir-se recompensa-
das em seu trabalho.
Percebe-se que a aprendizagem organizacional efetiva-se a partir da aprendizagem individu-
al, pois quem aprende são as pessoas. A aprendizagem individual, portanto, é considerada de
suma importância no ambiente organizacional porque a informação entra e é disseminada na
organização por intermédio dos indivíduos.
A aprendizagem em organizações é usualmente associada aos processos de treinamento, de-
senvolvimento e educação. Todavia nem todas as situações que geram aprendizagem consti-
tuem ações formais, orientadas para atender às necessidades específicas de trabalho. Existem
outras formas de transmissão de conhecimento e aprendizagem: observação de comporta-
mentos, histórias, instruções etc.
Conclui-se que a aprendizagem organizacional ocorre através de percepções (insights), conhe-
cimentos e modelos mentais compartilhados. Assim sendo, as organizações podem aprender
somente na velocidade em que o elo mais lento da cadeia aprende. A mudança fica bloque-
ada, a menos que todos os principais tomadores de decisão aprendam juntos, venham a com-
partilhar crenças e objetivos e estejam comprometidos em tomar as medidas necessárias à
mudança.
Nas “organizações que aprendem” o papel do líder é bem diferente daquele carismático toma-
dor de decisão. Os líderes são projetistas, educadores, responsáveis por construir organizações
em que as pessoas estão continuamente expandindo seu aprendizado.
Peter Senge desenvolveu as seguintes ideiais:
•• Para lidar com mudança contínua, organizações devem estar em contínuo processo de
aprendizagem.
•• Certas características das organizações dificultam o processo de aprendizagem – ex: a
preocupação exclusiva com eventos imediatos impede a visão de padrões de mudança de
longo prazo.
•• Há disciplinas que podem auxiliar o processo de aprendizagem.
As cinco disciplinas propostas por Senge são:
1. Domínio pessoal (personal mastery): as pessoas devem autocontrole/disciplina pessoal, ou
seja, capacidade de entenderem a si próprias e terem clareza quanto a seus objetivos. A
aprendizagem pessoal é a base da aprendizagem organizacional, porque as organizações
não conseguem aprender mais do que seus integrantes.

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2. Modelos mentais (mental models): questionamento dos modelos mentais implícitos (cren-
ças, percepções) que os membros da organização carregam, pois eles transformam-se em
hábitos que dificilmente são questionados. O sucesso da organização depende de sua ca-
pacidade de enxergar de maneira diferente e mudar costumes e procedimentos arraigados
em sua cultura.
3. Visão compartilhada (shared vision): é o entendimento comum e comprometimento a res-
peito do futuro da organização.
4. Aprendizagem em equipe (team learning): o grupo de trabalho deve ser mais do que
simples agrupamento de indivíduos. O potencial da sinergia se desenvolve por meio da
cooperação.
5. Pensamento sistêmico (systems thinking): é a quinta disciplina, que permite integrar e com-
preender as demais. Para Senge, é necessário raciocinar de forma sistêmica, pensando no
todo em vez de enxergar apenas o que está mais perto. A contribuição principal da quinta
disciplina é a “arte de enxergar ao mesmo tempo a floresta e as árvores”, e não apenas con-
juntos destas últimas, o que é usual quando se tem visão imediatista.

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Questões

1. (ESAF – 2014 – ATA) Grupo II


A respeito da aprendizagem e dos ( ) Minimizar resistências a mudanças.
comportamentos organizacionais, assinale
a opção correta. ( ) Identificar novos e mais eficazes meios
de comportamentos.
a) Nem toda alteração de comportamen-
to decorre de uma aprendizagem. A ( ) Agir no sentido de colocar as mudanças
aprendizagem, todavia, será observada em ação.
pela mudança de comportamento. ( ) Ajudar as pessoas a perceberem que os
b) A socialização familiar é suficiente para comportamentos atuais são ineficazes.
a inserção do indivíduo na organização
impessoal e regulamentada da Admi- ( ) Proporcionar todos os recursos de
nistração atual. apoio necessários às pessoas.
c) É possível manter um comportamento
( ) Criar aceitação e continuidade dos no-
inovador sem a aceitação de riscos.
vos comportamentos.
d) Independentemente do nível de expe-
riência do indivíduo, é possível que ele a) 1–2–1–2–3–3
desempenhe um comportamento ino- b) 2–1–2–2–3–1
vador saudável para a organização. c) 3–3–1–2–2–3
e) A sabedoria, para lidar com situações d) 2–3–3–1–2–1
ambíguas, é uma característica do com- e) 1–2–2–1–3–3
portamento burocrático.
3. (ESAF – 2013 – MF – Analista Técnico – Ad-
2. (ESAF – 2013 – MF – Analista Técnico – Ad- ministrativo)
ministrativo)
Analise as afirmativas, assinalando C para
Kurt Lewin definiu o processo de mudança certa e E para errada. Sobre as mudanças,
em três fases: Descongelamento, Mudança pode-se afirmar:
e Recongelamento. Identifique as fases e as
características das ações do administrador ( ) um agente de mudanças pode ser um
como agente de mudanças, relacionando uma pessoa de dentro ou de fora da orga-
os dois grupos de informações abaixo. A nização.
seguir, assinale a opção correta. ( ) um agente de mudanças detém o papel
Grupo I de quem inicia a mudança e ajuda a fazê-la
acontecer.
1. Descongelamento do padrão atual de
comportamento. ( ) durante o processo de mudança, o
agente não deve se envolver com a promo-
2. Mudança. ção de novos valores ou comportamentos.
3. Recongelamento. ( ) uma mudança nas organizações refere-
-se às atitudes das pessoas e não aos seus
valores ou comportamentos.

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a) E–C–E–E 6. (ESAF – 2012 – MF – Assistente Técnico Ad-
b) C–E–C–E ministrativo)
c) E–E–C–C
d) C–C–E–E Determinado órgão público federal, após
e) C–E–E–C o diagnóstico advindo de sua primeira
pesquisa de clima e cultura organizacionais
4. (ESAF – 2013 – MF – Analista Técnico – Ad- aplicada com o objetivo de melhor gerir as
ministrativo) pessoas e minorar os conflitos internos da
organização, percebeu que sua comunidade
Assinale a opção que apresenta exemplos organizacional apresentava resistência
de forças externas e internas, respectiva- à mudança cultural como consequência
mente, e que fazem pressão para que as de três aspectos: lógicos, psicológicos e
mudanças organizacionais aconteçam. sociológicos.
a) Concorrência e pressões por melhores A pesquisa revelou que a comunidade orga-
condições de trabalho. nizacional não possuía sensação de perten-
b) Sistema de controle de autoridade e es- cimento com o órgão ao qual se vinculava,
trutura informal. atuava com pouca ou nenhuma indepen-
c) Concorrência e novas tecnologias de dência e não identificava oportunidades de
mercado. desenvolvimento vindouras. Considerando
d) Estrutura informal e pressões por me- o caso concreto acima narrado, preencha as
lhores salários. lacunas no texto abaixo e, ao final, assinale
e) Mudanças nas leis e desejos e necessi- a opção que contenha a resposta correta.
dades de clientes.
Em relação ao aspecto _______ de resistên-
5. (ESAF – 2012 – Receita Federal – Auditor cia a mudança, como a ausência de opor-
Fiscal da Receita Federal) tunidade de desenvolvimento, é importan-
te focar no fortalecimento do vínculo do
Analise as afirmativas que se seguem e aprendizado. Já no que diz respeito à ausên-
assinale a opção que melhor representa o cia da sensação de pertencimento, aspecto
conjunto considerando C para afirmativa ______ da resistência à mudança, é impor-
correta e E para afirmativa errada. tante atacar o que Keith David chamou de
lealdade tribal.
I – Uma mudança planejada é orientada
para aprimorar a capacidade de adaptar- Quanto à pouca independência sentida
-se ao novo ambiente e mudar o comporta- pela comunidade organizacional, aspecto
mento dos empregados. _______ da resistência à mudança, reco-
menda-se reforçar o vínculo com reforço da
II – Um executivo sênior, agente de mudança, liberdade e aumento da responsabilidade.
deve se concentrar em quatro aspectos: es-
trutura, tecnologia, arranjo físico e pessoas. a) lógico / sociológico / psicológico
b) lógico / psicológico / sociológico
III – A resistência à mudança é sempre indi- c) psicológico / lógico / sociológico
vidual e surge em decorrência de ameaças à d) psicológico / sociológico / lógico
relação de poder. e) sociológico / lógico / psicológico
a) C–C–E
b) C–E–C
c) E–C–C
d) E–E–C
e) E–C–E

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7. (ESAF – 2010 – MPOG – Analista de Plane- b) mudanças causam os mais diferen-


jamento e Orçamento) Assinale a opção in- tes tipos de reação dos atores organi-
correta. zacionais, desde a adesão imediata à
proposta de mudança até à resistência
a) Ao adotar um modelo de sistema fecha- completa a qualquer tipo de mudança,
do, a organização tende a ser conduzi- sendo esta a mais frequente.
da, gradativamente, a níveis cada vez c) a resistência à mudança pode se dar
mais altos de entropia e desagregação. nos âmbitos individual e organizacional.
b) As pessoas não resistem necessaria- d) embora fundamental em um processo
mente a mudanças. de mudança, o papel da alta gerência
c) Uma organização pode mudar em fun- não pode ser considerado como fator
ção do produto, mas não em função do determinante de sucesso.
mercado, sob pena de transmutar-se e) mudanças que implicam em alterações
em uma nova organização. na estrutura organizacional, com refle-
d) De uma forma geral, as abordagens teó- xo nos níveis de autoridade e responsa-
ricas sobre mudança organizacional su- bilidade, decorrem, quase sempre, da
gerem a necessidade de incorporação introdução de novas tecnologias.
de processos mais democráticos e par-
ticipativos.
e) Mesmo organizações públicas, com
suas amarras legais e burocráticas, são
passíveis de mudanças causadas pelo
ambiente.

8. (ESAF – 2010 – CVM – Agente Executivo)


São características das organizações que
aprendem, exceto:
a) clima organizacional favorável.
b) equilíbrio entre os objetivos individuais,
coletivos e da organização.
c) conhecimento como investimento.
d) gestão da mudança.
e) comunicação assimétrica.

9. (ESAF – 2009 – MPOG – Especialista em Po-


líticas Públicas e Gestão Governamental)
Ao ser designada(o) como responsável por
um processo de mudança organizacional,
você saberá ser capaz de fazê-lo desde que
não incorra no seguinte erro conceitual:
a) no âmbito da administração pública, o
marco legal-burocrático constitui-se em
um forte limitador para a implementa-
ção de mudanças que, de regra, na ad-
ministração privada, dependeriam ape-
nas da visão do agente de mudanças.

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para ter acesso gratuito aos simulados on-line. E ainda, se for assinante da Casa das
Questões, poderá assistir ao vídeo da explicação do professor.
https://acasadasquestoes.com.br/simulados/resolver/H9142089#.V3uBJ2grI2w

Gabarito: 1. A 2. E 3. D 4. A 5. A 6. A 7. C 8. E 9. E

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Gestão de Pessoas e do Atendimento ao Público

Professora Amanda Lima Tegon

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Edital

GESTÃO DE PESSOAS E DO ATENDIMENTO AO PÚBLICO: Comunicação Eficaz.

BANCA: ESAF
CARGO: Assistente Técnico Administrativo

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Gestão de Pessoas e do
Atendimento ao Público

O ATENDIMENTO NO SERVIÇO PÚBLICO

As reformas gerenciais, iniciadas no Brasil na década de 90, contribuíram para incorporar con-
ceitos de qualidade na gestão pública. Dentre os aspectos mais relevantes, está a ideia de satis-
fação das necessidades do cidadão, traduzida através do atendimento das expectativas.
Surgiram, desde então, programas cujo objetivo era ampliar a qualidade do atendimento ao
cidadão, orientando as organizações públicas no estabelecimento de padrões de qualidade e
realização de pesquisas de satisfação com usuários de serviços públicos. Da mesma forma, pro-
gramas estimulam a qualificação da gestão pública, implantando os conceitos de eficiência,
eficácia e efetividade. Um exemplo de programa com esse viés é o GESPUBLICA- Programa
Nacional Gestão Pública e Desburocratização, criado em 2005. O modelo de excelência do GES-
PUBLICA era o de que "é preciso ser excelente sem deixar de ser público".
Passa, portanto, a haver uma clara orientação de que é necessário atuar com foco no cidadão.
O cidadão é a razão de existência do ente público, por isso deve ser incentivada sua participa-
ção das decisões e fiscalização das ações administrativas. Sua opinião, elogios, críticas e suges-
tões são consideradas importantes.
As mudanças ocorridas no Brasil acompanharam um movimento mundial, a exemplo do que
ocorreu na Inglaterra, onde foi lançada, em 1992, a Carta ao Cidadão (Citizen’s Charter). Nes-
sa carta, o governo assume a posição de defensor dos direitos do cidadão frente aos serviços
públicos monopolistas e define seus padrões mínimos de desempenho (RICHARDS, 1994). Esse
documento inspirou iniciativas em muitos países como os Estados Unidos, Canadá, França, Bél-
gica, Austrália e Itália (COUTINHO, 2000, p. 13). Com base nas recomendações da Carta ao Cida-
dão, as organizações públicas passam a ter obrigação de:
a) identificar quem são os seus usuários
b) realizar pesquisas junto a esses usuários para determinar suas expectativas quanto ao tipo
e qualidade dos serviços
c) estabelecer padrões de qualidade e compará-los à situação atual
d) buscar comparações com o desempenho de serviços prestados na iniciativa privada (ben-
chmarking)
e) realizar pesquisas junto aos funcionários públicos para detectar obstáculos e outros
problemas para melhorar os serviços
f) possibilitar opções de fontes de serviços aos usuários
g) tornar as informações, serviços e sistemas de queixas facilmente acessíveis aos cidadãos-
usuários e
h) providenciar retornos rápidos e eficazes às reclamações dos usuários

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Ao seguir as recomendações da Carta ao Cidadão, a gestão pública aproxima-se da gestão priva-
da e, consequentemente, surge a figura do cliente, ou o paradigma do cliente conforme aponta
Richards (1994). Desse ponto de vista, o cidadão deve ser tratado de acordo com os mesmos
princípios que o marketing cultiva com relação aos clientes, em especial o foco na satisfação.
Nessa abordagem, introduzimos os conceitos de usuário-cidadão e cliente-cidadão.

Usuário-cidadão ou Cliente-cidadão
O cidadão se transforma em consumidor. Tratar o cidadão como consumidor (cliente)
é abordá-lo exclusivamente sob a perspectiva do indivíduo que tem uma posição no
consumo do mercado de serviços.

Segundo Ana Soares (2002), administrar com foco no cidadão significa determinar parâmetros
de eficácia de acordo com as necessidades do cidadão-usuário. Significa que as medidas de
avaliação devem incorporar o que o cidadão-usuário qualifica como um bom resultado.
Segundo Paludo (2013), a provisão de serviços para a administração pública gerencial precisa
tomar como referência a satisfação do cidadão, como veremos detalhadamente mais a diante.
Dessa forma, é fundamental que a administração identifique quem são seus usuários, quais as
suas necessidades e expectativas, o que tem valor para eles, e se os serviços prestados estão
gerando satisfação. O cidadão-usuário, por sua vez, deve conhecer o funcionalismo público,
suas funções e responsabilidades e fiscalizar a prestação de serviços. Nesse sentido, a relação
se assemelha às relações comerciais entre empresas e consumidores.

Estágios de Excelência do Serviço


As empresas que almejam lucratividade precisam que seus clientes consumam seus serviços e
sejam fiéis, comprando e recomendando a outras pessoas repetidas vezes ao longo do tempo.
Para isso, é importante que a empresa ajuste seu foco, colocando a satisfação do cliente no
centro das suas ações, o que, em geral, se desenvolve ao longo do tempo de amadurecimento
da empresa em determinados estágios.
No serviço público, o foco na satisfação do cliente-cidadão não tem por objetivo a lucratividade
financeira, mas a oferta de qualidade do serviço prestado. Da mesma forma, pode-se dizer que
o processo de qualificação dos serviços prestados ocorre por meio de um processo, que de-
manda grande esforço. Os estágios de qualificação poderiam ser resumidos da seguinte forma:
Estágio 1: A empresa preocupa-se com o desenvolvimento dos elementos essenciais do servi-
ço, focando em processos e canais, de modo a estabelecer requisitos mínimos de satisfação e
estrutura.
Estágio 2: A empresa caminha na direção da excelência operacional do principais processos e
incorpora elementos de satisfação dos usuários baseados em feedback.
Estágio 3: A cultura passa a ser voltada ao usuário, com menos foco nos produtos ou nos canais
e ênfase nos processos de entrega e medidas de satisfação.

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Estágio 4: Ocorre o alinhamento dos processos internos com as expectativas dos usuários, é
criado um ambiente voltado à obter lealdade e retenção, mensurando o negócio em relaciona-
mentos e lucratividade de longo prazo, no caso das empresas comerciais.
Portanto, se no serviço público a medida de qualidade está diretamente ligada à satisfação do
usuário, com o atendimento das suas expectativas então o atendimento ao cidadão deve ser
excelente. O atendimento define-se, então, como uma condição primordial para a satisfação do
cliente-cidadão.

“Para que o atendimento seja excelente, o usuário deverá sair do ente público com
uma ótima impressão, levando consigo a imagem do bom atendimento recebido”.
(PALUDO, 2013)

A excelência na prestação os serviços públicos corresponde ao grau máximo/ótimo dos serviços


prestados, o que é muito difícil de ser atingido. A excelência corresponde a uma visão existente
na administração pública, segundo a qual se utiliza ferramentas e técnicas de qualidade para
promover melhorias contínuas relacionadas ao serviço prestado ao cliente-cidadão. Isso inclui,
certamente, treinamento e motivação dos servidores (PALUDO, 2013).

A empresa com foco no cliente se preocupa em saber...


•• Quem é o cliente?
•• O que ele necessita?
•• Onde ele está?
•• Qual o custo está disposto a pagar?
No serviço público não pode ser diferente...

O atendimento no serviço público precisa buscar, portanto, modelos (benchmarking) e técnicas


que possam auxiliar na sua qualificação, de modo que o serviço público possa cumprir o seu pa-
pel, gerando satisfação no cliente-cidadão. Para isso, o foco das organizações precisa ajustar-se
para contemplar as características e necessidades desse cliente.

QUALIDADE NO ATENDIMENTO

A qualidade é uma filosofia de gestão e um compromisso de com a excelência, que se baseia


numa orientação para o cliente. Por isso, a cultura organizacional deve ser de inovação,
aprendizado e comprometimento com o atendimento ao cliente-cidadão com qualidade. As
necessidades do cliente-cidadão passam, assim, a ser as necessidades da organização.

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Segundo Valéria Moreira (apud Paludo, 2013), a qualidade do atendimento ao usuário é de
responsabilidade tanto da instituição quanto do funcionário que presta o atendimento. Isso
porque a completa satisfação do cliente-cidadão em relação aos serviços públicos decorre da
soma de duas situações: serviços de excelência e excelência no atendimento.

Ao longo deste capítulo, veremos que a qualidade dependerá, portanto, da soma dos fatores
que resultam no atendimento recebido.

O que é Qualidade em Serviço Público?


Podemos elencar alguns elementos que resumem o que pode ser entendido como qualidade
em serviço público:
•• Fazer a coisa certa (efetividade) - de acordo com a missão do órgão e o alinhamento à
política pública
•• Ao menor custo possível (eficiência) – otimizando recursos
•• Com agilidade – implantando por exemplo, guichê único, centros de informação e
atendimento, atendimento itinerante, etc.
•• Praticando melhoria contínua – atuando em busca da excelência
•• Com foco nos resultados (eficácia) – que depende da criação de valor para o cliente-cidadão
•• Satisfazendo as expectativas do cliente-cidadão – atendendo suas expectativas
•• Com mecanismos de avaliação – que devem ser permanentes

Um desafio para gestão pública é estabelecer os padrões de qualidade e monitorar


os resultados

A qualidade em serviços públicos pode ser percebida em aspectos da infraestrutura do serviço


público, que precisa ser eficiente, eficaz e efetivo, e do atendimento pessoal recebido.

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Para ser medida, a qualidade pode basear-se em padrões estabelecidos e pretendidos, que
sempre levem em conta a satisfação do usuário-cidadão. Alguns instrumentos são:
•• Ouvidorias
•• Análises de reclamações/sugestões
•• Técnicas Qualitativas (grupos focais, painéis, oficinas)
•• Service Gap Model (IPPS – Governo Federal)

Conduta no Atendimento
No serviço público, o atendente representa o elo entre o usuário e os objetivos do Estado.
Por isso, sua conduta é responsável por grande parte da entrega realizada ao cliente-cidadão
e contribui, assim, para a sua satisfação ou insatisfação. Alguns fatores ligados ao perfil do dos
atendentes, que podem ser desenvolvidos, são fundamentais:
•• Comprometimento – Disposição de aprender, espírito de equipe, iniciativa, disponibilida-
de, motivação.
•• Postura adequada – Relação de ajuda, ética, honestidade, disciplina, estabilidade emocio-
nal e resistência psicológica.
•• Produtividade – Dinamismo, organização, preparo, disciplina, precisão, motivação, iniciati-
va, foco e visão de resultado.
•• Qualidade – Atenção, desenvolvimento das habilidades, busca de conhecimento, aperfei-
çoamento, busca de qualidade dos processos.
Essas características básicas devem ser trabalhadas, pois são percebidas nos momentos de
atendimento e contribuem para a noção de qualidade e são fundamentais para a satisfação do
cliente-cidadão.
No momento do contato com o usuário, muitos fatores impactam na sua satisfação. O atendi-
mento, porém, sempre figura entre os elementos decisivos para a percepção de qualidade e,
consequentemente, satisfação.
Alguns elementos fundamentais para a construção de um bom atendimento ao cliente-cidadão são:
•• Disponibilidade e iniciativa – O cliente-cidadão percebe facilmente quando o atendente
mostra-se disponível para atendê-lo. A sua é justamente dar atenção e ter iniciativa, pois
ele é quem deve conduzir o processo de atendimento para a satisfação do cliente-cidadão.
•• Atenção – Prestar total atenção ao que o cliente-cidadão está falando é fundamental. As
questões do cliente-cidadão são sempre relevantes, e merecem cuidado e foco por parte
do atendente Olhos e ouvidos atentos.
•• Diagnóstico adequado – Muitas vezes, o cliente-cidadão não saberá dizer exatamente o
que ele precisa. Por isso, o atendente precisa se esforçar para compreender o que está
sendo dito e a real necessidade por trás das questões expostas.
•• Empatia – Uma excelente maneira de compreender os problemas e as necessidades do
cliente-cidadão é colocar-se no seu lugar (empatia) com desprendimento e dedicação.

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•• Respeito – O atendente precisa se livrar dos preconceitos e assumir uma postura de total
respeito pelo cliente-cidadão e por seus problemas. Não importa quão banal ou simples
possa parecer uma questão: aquilo é importante.
•• Segurança – Muitas vezes, o atendente terá dúvidas, pois é difícil memorizar todas as infor-
mações, números, prazos e procedimentos. Buscar a informação correta antes de passá-la
ao cliente-cidadão é de suma importância e evita problemas (inclusive legais) e retrabalho.
Ou seja: só falar quando há certeza.
•• Clareza – Utilizar a linguagem do cliente-cidadão e buscar a máxima clareza podem fazer
toda a diferença na sua compreensão. O atendente precisa se certificar de que o cliente-
-cidadão entendeu corretamente o que foi dito, pois isto também evitará problemas (inclu-
sive legais) e retrabalho.
•• Autocontrole – O Atendimento ao público pode colocar o atendente em situações tensas.
Podem ocorrer, por exemplo, mal-entendidos, problemas sistêmicos, erros da empresa ou
do cliente-cidadão. Estes e outros problemas podem levar o cliente-cidadão a perder a pa-
ciência ou utilizar um tom de voz agressivo. O atendente deve estar sempre preparado para
enfrentar problemas e manter a tranquilidade.
•• Exclusividade – O cliente-cidadão que está em atendimento é prioridade. Por isso, como
regra geral, outros problemas e outros clientes que estão aguardando deverão esperar. Dar
atenção exclusiva ao cliente-cidadão que está à sua frente pode ser decisivo para a satisfação.
•• Comunicabilidade – Desenvolver a habilidade de expor as ideias, com clareza na comunica-
ção verbal e qualidade do ato comunicativo. Dessa forma, a comunicação é otimizada, a men-
sagem é transmitida de maneira integral, correta, rápida e econômica, sem muitos “ruídos”.
•• Interesse – É importante mostrar-se interessado pelo problema/situação do cidadão-usuá-
rio, mostrar empenho para lhe apresentar as soluções. O interesse na prestação do serviço
está diretamente relacionado à presteza, à eficiência e à empatia.
•• Objetividade – Relacionada com a clareza na informação prestada ao usuário. É importante
ser claro e direto nas informações prestadas, sem rodeios, dispensando informações des-
necessárias à situação.
•• Tolerância - É a tendência em admitir modos de pensar, de agir e de sentir são diferentes de
pessoa para pessoa. É tolerante aquele que admite as diferenças e respeita à diversidade.
•• Discrição - Não devemos confundir com o princípio da publicidade. Os atos administrativos
devem seguir o princípio da publicidade que significa manter a total transparência na práti-
ca dos atos da Administração Pública.
Ser discreto nas relações de trabalho e nas relações com o cidadão-usuário é preservar a pri-
vacidade e a individualidade, não invadir a privacidade, não espalhar detalhes da vida pessoal
nem tampouco detalhes de assuntos que correm em segredo de justiça.

Atendimento telefônico

O bom atendimento deve refletir-se também no atendimento ao cliente por telefone. Os as-
pectos listados anteriormente se aplicam ao contato telefônico e, além disso, é fundamental:

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ATA – Gestão de Pessoas e do Atendimento ao Público – Profª Amanda Lima Tegon

•• Não deixar telefone tocando – Dois ou três toques é o limite, pois um telefone chamando é
desagradável para quem está dos dois lados da linha, para o atendente, clientes e colegas.
•• Identificar-se e à empresa – Sempre que atender ao telefone o atendente deverá cumpri-
mentar o cliente e informar o nome da empresa e, preferencialmente o seu nome.
•• Usa tom de voz adequado – Falar ao telefone exige cuidado com o tom de voz, a voz é a
única referência do cliente. Deve sempre haver preocupação com o volume e a entonação.
•• Ter ao seu lado informações mais procuradas – como parte da organização para o aten-
dimento, é fundamental deixar as informações e locais de consulta próximos ao telefone
para agilizar o atendimento.

Manter a qualidade do atendimento não é uma tarefa simples. Além de garantir os requisitos
básicos durante o momento do atendimento, a busca pela qualificação deve ser um esforço contí-
nuo de toda a organização. Envolve, portanto, esforço conjunto dos atendentees e gestores.

Ampliando a Qualidade do Atendimento


•• Análise frequente para melhorias – Observação dos aspectos tangíveis e intangíveis que
podem ser melhorados.
•• Agilidade – Buscar das aos processos a máxima rapidez, seja através de treinamento, revi-
são de processos ou da introdução de tecnologias.
•• Descentralização – Quando muitas fases do atendimento dependem de uma única pessoa
ou poucas pessoas, o processo pode ficar lento e burocrático. Buscar descentralizar as ativi-
dades pode conferir mais rapidez e trazer satisfação ao cliente.
•• Personalização – Tratar cada cliente como único o faz se sentir especial. Sempre que possí-
vel, deve-se buscar adaptar o atendimento e os produtos/serviços a cada cliente.
•• Organização – Manter o ambiente organizado e visualmente “limpo” contribui para a per-
cepção de qualidade no atendimento. Também é importante que o atendente reúna e dei-
xe acessíveis informações mais importantes ou de consulta frequente para ter agilidade e
demonstrar segurança.
•• Rotinas – Criar rotinas facilita muito a organização do atendimento. Os passos importantes
devem ser padronizados, como por exemplo, leitura diária das notícias do setor, consulta
à lista de clientes que devem ser contatados, registro de operações, armazenamento de
documentos e contratos, etc. Quando os passos são memorizados, o hábito reduz a chance
de erros.
•• Processos estruturados – Rotinas e processos possuem uma grande relação, pois é impor-
tante que os atendentes conheçam detalhes sobre o processo de atendimento/venda para
criarem rotinas adequadas. Sabendo os passos, os papéis de cada um e o encadeamento
das atividades que envolvem a empresa, fica mais fácil satisfazer o cliente. Estruturar pro-
cessos e dar conhecimento deles aos colaboradores é importante nos departamentos in-
ternos e também na loja/agência, evitando erros, perda de tempo e retrabalho.

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Estes aspectos contribuem para a satisfação do cliente pois estão fortemente ligados aos
conceitos de eficiência, eficácia e efetividade, que serão apresentados no próximo capítulo.

COMUNICAÇÃO COMO FERRAMENTA DE GESTÃO

A comunicação está presente em todas as atividades humanas. Mesmo com a revolução tecno-
lógica, a comunicação é um dos elementos fundamentais para a sobrevivência e o sucesso de
qualquer organização. A comunicação afeta fortemente a empresa, seja com seu público inter-
no ou com seu público externo.
A comunicação empresarial é um conjunto complexo de atividades, ações, estratégias e proces-
sos, distribuídos nas áreas mercadológica, institucional e interna. Ela está presente na intera-
ção com a comunidade, fornecedores, órgãos reguladores, clientes e colaboradores.

É importante que a organização perceba como cada uma dessas comunicações impacta na sua
atividade, da mesma forma como suas comunicações ou até mesmo a falta de comunicação
adequada impacta na relação com esses públicos.
O processo básico das comunicações possui um emissor e um receptor, uma mensagem e um
meio pelo qual a mensagem é lançada. Além disso, toda comunicação possui ruídos. Abaixo,
apresentamos o processo básico das comunicações, não só entre as empresas e os clientes,
mas de uma maneira geral:

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ATA – Gestão de Pessoas e do Atendimento ao Público – Profª Amanda Lima Tegon

A velocidade é uma marca da comunicação moderna. Num modelo de gestão eficaz, a comuni-
cação assumiu uma sistemática inovadora e integrada em que o receptor é, ao mesmo tempo,
emissor e veículo. No mundo globalizado, é preciso codificar as informações com muito mais
rapidez, para conseguir um "feedback" positivo.
Para uma empresa se manter competitiva e prosperar, é necessário ter uma comunicação efi-
caz não somente com o público externo, mas também, e principalmente, em seus ambientes
internos de trabalho. É provável que a maior parte das atividades diárias nas organizações se-
jam de comunicação, como pessoas criando, planejando e trabalhando juntas. Com a valoriza-
ção das relações humanas dentro das empresas, a comunicação tornou-se estratégia básica na
busca de eficiência e de resultados nos negócios.
Por outro lado, são poucas as organizações e indivíduos que percebem e dominam a comunica-
ção como uma ferramenta precisa e eficiente.
Com o mundo globalizado e a concorrência que cerca as empresas, a comunicação tornou-se
diferencial para que os funcionários sintam-se envolvidos nos processos e mudanças que as
empresas vêm desenvolvendo no intuito de alcançar a qualidade total. Comunicar tornou-se
sinônimo de redução de custos, otimização de recursos e agilidade na implantação de novos
processos produtivos, através de informações claras, diretas e concisas.

Áreas da Comunicação Empresarial

Para que seja possível visualizar as atividades de comunicação da empresa, são listadas abaixo
as áreas e subáreas de da comunicação organizacional integrada.
•• Comunicação Mercadológica: Propaganda, Promoção, Vendas, Feiras e exposições, Marke-
ting Direto, Merchandising e Venda Pessoal.
•• Comunicação Institucional: Marketing social, Marketing Cultural, Assessoria de Imprensa
e Publicidade Institucional.
•• Comunicação interna: Fluxos informativos, Redes formais e informais e Mídias Internas.
Em todas essas comunicações é necessário que haja a visão de longo prazo, planejamento e
alinhamento com a visão global da empresa.

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Como usar a Comunicação de maneira estratégica?

A comunicação empresarial assume cada vez mais uma identidade global, obrigando das em-
presas o constante repasse de informações de nível corporativo para os diversos públicos com
que a empresa se relaciona, principalmente seus funcionários. Para que os gestores consigam
gerir de forma funcional a comunicação dentro das organizações, é importante:
1. Alinhar todas as ações e ferramentas de comunicação à estratégia global da empresa.
2. Planejar estrategicamente as comunicações.
3. Determinar o público –alvo e os objetivos de cada comunicação.
4. Utilizar todos canais de linguagem - corporais, orais e escritos, de forma a atingir todos os
níveis hierárquicos dentro da organização.
5. Manter canais de comunicação que permitam obter informações relevantes (SAC, FAQ, Ou-
vidoria).
6. Cruzar as informações recebidas com as TIC (Tecnologias da Informação e Comunicação).
7. Manter-se atualizado sobre as mudanças comportamentais e possibilidades de comunica-
ção existentes na empresa.
8. Aperfeiçoar os canais de comunicação permanentemente.

REFERÊNCIAS

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br/sepl/arquivosmodernizacao/Administra%E7%E3o%20P%FAblica%20Voltada%20para%20
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ços mostra a sua cara. Brasília: Editora Senac, 2010.
GOLEMAN, Daniel. Inteligência Emocional. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007.
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Paulo: Summus Editorial, 2003.
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OLIVEIRA, Marcus Eduardo. A comunicação como ferramenta de gestão - estudo de caso na
General Motors do Brasil - unidade de São José dos Campos. Disponível em < http://www.
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transformando o setor público. São Paulo: MH Comunicação, 1995.
PALUDO, Augustinho. Administração Pública - 3ª Ed. 2013 – São Paulo: Elsevier – Campus, 2013.
RICHARDS, S. El Paradigma del cliente en la gestión pública. Tradución por: Joan Bubirats Hu-
met. Gestión y Análisis de Políticas Públicas. n. 1, p. 5-16, sept./dic.1994.
ROBBINS, Setphen. Administração: mudanças e perspectivas. São Paulo: Saraiva, 2000.
ROBBINS, Stephen Paul. Comportamento Organizacional. 9ª ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002.

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Ética

Professora Letícia Loureiro

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Edital

ÉTICA: Ética e moral. Ética, princípios e valores. Ética e democracia: exercício da cidadania. Ética
e função pública. Ética no Setor Público. Decreto nº 1.171/1994 (Código de Ética Profissional
do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal). Resoluções 1 a 10 da Comissão de Ética
Pública da Presidência da República.

BANCA: ESAF
CARGO: Assistente Técnico Administrativo

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Ética

DECRETO Nº 1.171, DE 22 DE JUNHO DE 1994

Aprova o Código de Ética Profissional do Servi- Este texto não substitui o publicado no DOU de
dor Público Civil do Poder Executivo Federal. 23.6.1994.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atri- ANEXO
buições que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI,
e ainda tendo em vista o disposto no art. 37 da Código de Ética Profissional do Servidor Público
Constituição, bem como nos arts. 116 e 117 da Civil do Poder Executivo Federal
Lei n° 8.112, de 11 de dezembro de 1990, e nos
arts. 10, 11 e 12 da Lei n° 8.429, de 2 de junho
de 1992,
CAPÍTULO I
DECRETA:
Seção I
Art. 1º Fica aprovado o Código de Ética Profis- DAS REGRAS DEONTOLÓGICAS
sional do Servidor Público Civil do Poder Execu-
tivo Federal, que com este baixa. I – A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia
e a consciência dos princípios morais são
Art. 2º Os órgãos e entidades da Administração primados maiores que devem nortear o
Pública Federal direta e indireta implementarão, servidor público, seja no exercício do car-
em sessenta dias, as providências necessárias à go ou função, ou fora dele, já que refletirá
plena vigência do Código de Ética, inclusive me- o exercício da vocação do próprio poder es-
diante a Constituição da respectiva Comissão de tatal. Seus atos, comportamentos e atitudes
Ética, integrada por três servidores ou emprega- serão direcionados para a preservação da
dos titulares de cargo efetivo ou emprego per- honra e da tradição dos serviços públicos.
manente.
II – O servidor público não poderá jamais
Parágrafo único. A constituição da Comis- desprezar o elemento ético de sua conduta.
são de Ética será comunicada à Secretaria Assim, não terá que decidir somente entre
da Administração Federal da Presidência da o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o con-
República, com a indicação dos respectivos veniente e o inconveniente, o oportuno e
membros titulares e suplentes. o inoportuno, mas principalmente entre o
Art. 3º Este decreto entra em vigor na data de honesto e o desonesto, consoante as regras
sua publicação. contidas no art. 37, caput, e § 4°, da Consti-
tuição Federal.
Brasília, 22 de junho de 1994, 173° da Indepen-
dência e 106° da República. III – A moralidade da Administração Públi-
ca não se limita à distinção entre o bem e o
ITAMAR FRANCO mal, devendo ser acrescida da idéia de que
o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio
Romildo Canhim
entre a legalidade e a finalidade, na condu-

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ta do servidor público, é que poderá conso- racterizam o esforço pela disciplina. Tratar
lidar a moralidade do ato administrativo. mal uma pessoa que paga seus tributos di-
reta ou indiretamente significa causar-lhe
IV – A remuneração do servidor público é dano moral. Da mesma forma, causar dano
custeada pelos tributos pagos direta ou in- a qualquer bem pertencente ao patrimô-
diretamente por todos, até por ele próprio, nio público, deteriorando-o, por descuido
e por isso se exige, como contrapartida, que ou má vontade, não constitui apenas uma
a moralidade administrativa se integre no ofensa ao equipamento e às instalações ou
Direito, como elemento indissociável de sua ao Estado, mas a todos os homens de boa
aplicação e de sua finalidade, erigindo-se, vontade que dedicaram sua inteligência,
como conseqüência, em fator de legalidade. seu tempo, suas esperanças e seus esforços
V – O trabalho desenvolvido pelo servidor para construí-los.
público perante a comunidade deve ser X – Deixar o servidor público qualquer pes-
entendido como acréscimo ao seu próprio soa à espera de solução que compete ao se-
bem-estar, já que, como cidadão, integrante tor em que exerça suas funções, permitindo
da sociedade, o êxito desse trabalho pode a formação de longas filas, ou qualquer ou-
ser considerado como seu maior patrimô- tra espécie de atraso na prestação do ser-
nio. viço, não caracteriza apenas atitude contra
VI – A função pública deve ser tida como a ética ou ato de desumanidade, mas prin-
exercício profissional e, portanto, se integra cipalmente grave dano moral aos usuários
na vida particular de cada servidor público. dos serviços públicos.
Assim, os fatos e atos verificados na condu- XI – O servidor deve prestar toda a sua aten-
ta do dia-a-dia em sua vida privada poderão ção às ordens legais de seus superiores, ve-
acrescer ou diminuir o seu bom conceito na lando atentamente por seu cumprimento,
vida funcional. e, assim, evitando a conduta negligente. Os
VII – Salvo os casos de segurança nacional, repetidos erros, o descaso e o acúmulo de
investigações policiais ou interesse superior desvios tornam-se, às vezes, difíceis de cor-
do Estado e da Administração Pública, a se- rigir e caracterizam até mesmo imprudência
rem preservados em processo previamente no desempenho da função pública.
declarado sigiloso, nos termos da lei, a pu- XII – Toda ausência injustificada do servidor
blicidade de qualquer ato administrativo de seu local de trabalho é fator de desmo-
constitui requisito de eficácia e moralidade, ralização do serviço público, o que quase
ensejando sua omissão comprometimen- sempre conduz à desordem nas relações
to ético contra o bem comum, imputável a humanas.
quem a negar.
XIII – O servidor que trabalha em harmonia
VIII – Toda pessoa tem direito à verdade. O com a estrutura organizacional, respeitando
servidor não pode omiti-la ou falseá-la, ain- seus colegas e cada concidadão, colabora
da que contrária aos interesses da própria e de todos pode receber colaboração, pois
pessoa interessada ou da Administração sua atividade pública é a grande oportuni-
Pública. Nenhum Estado pode crescer ou dade para o crescimento e o engrandeci-
estabilizar-se sobre o poder corruptivo do mento da Nação.
hábito do erro, da opressão ou da mentira,
que sempre aniquilam até mesmo a digni-
dade humana quanto mais a de uma Nação.
IX – A cortesia, a boa vontade, o cuidado e
o tempo dedicados ao serviço público ca-

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ATA – Ética – Profª Letícia Loureiro

Seção II quer comprometimento indevido da estru-


DOS PRINCIPAIS DEVERES tura em que se funda o Poder Estatal;
DO SERVIDOR PÚBLICO i) resistir a todas as pressões de superiores
hierárquicos, de contratantes, interessados
XIV – São deveres fundamentais do servidor e outros que visem obter quaisquer favores,
público: benesses ou vantagens indevidas em decor-
a) desempenhar, a tempo, as atribuições do rência de ações imorais, ilegais ou aéticas e
cargo, função ou emprego público de que denunciá-las;
seja titular; j) zelar, no exercício do direito de greve, pe-
b) exercer suas atribuições com rapidez, las exigências específicas da defesa da vida
perfeição e rendimento, pondo fim ou pro- e da segurança coletiva;
curando prioritariamente resolver situações l) ser assíduo e freqüente ao serviço, na
procrastinatórias, principalmente diante de certeza de que sua ausência provoca danos
filas ou de qualquer outra espécie de atra- ao trabalho ordenado, refletindo negativa-
so na prestação dos serviços pelo setor em mente em todo o sistema;
que exerça suas atribuições, com o fim de
evitar dano moral ao usuário; m) comunicar imediatamente a seus supe-
riores todo e qualquer ato ou fato contrário
c) ser probo, reto, leal e justo, demonstran- ao interesse público, exigindo as providên-
do toda a integridade do seu caráter, esco- cias cabíveis;
lhendo sempre, quando estiver diante de
duas opções, a melhor e a mais vantajosa n) manter limpo e em perfeita ordem o lo-
para o bem comum; cal de trabalho, seguindo os métodos mais
adequados à sua organização e distribuição;
d) jamais retardar qualquer prestação de
contas, condição essencial da gestão dos o) participar dos movimentos e estudos que
bens, direitos e serviços da coletividade a se relacionem com a melhoria do exercício
seu cargo; de suas funções, tendo por escopo a realiza-
ção do bem comum;
e) tratar cuidadosamente os usuários dos
serviços aperfeiçoando o processo de co- p) apresentar-se ao trabalho com vestimen-
municação e contato com o público; tas adequadas ao exercício da função;

f) ter consciência de que seu trabalho é re- q) manter-se atualizado com as instruções,
gido por princípios éticos que se materiali- as normas de serviço e a legislação perti-
zam na adequada prestação dos serviços nentes ao órgão onde exerce suas funções;
públicos;
r) cumprir, de acordo com as normas do ser-
g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilida- viço e as instruções superiores, as tarefas de
de e atenção, respeitando a capacidade e as seu cargo ou função, tanto quanto possível,
limitações individuais de todos os usuários com critério, segurança e rapidez, manten-
do serviço público, sem qualquer espécie do tudo sempre em boa ordem.
de preconceito ou distinção de raça, sexo,
s) facilitar a fiscalização de todos atos ou
nacionalidade, cor, idade, religião, cunho
serviços por quem de direito;
político e posição social, abstendo-se, dessa
forma, de causar-lhes dano moral; t) exercer com estrita moderação as prerro-
gativas funcionais que lhe sejam atribuídas,
h) ter respeito à hierarquia, porém sem ne-
abstendo-se de fazê-lo contrariamente aos
nhum temor de representar contra qual-
legítimos interesses dos usuários do serviço

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público e dos jurisdicionados administrati- g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou
vos; receber qualquer tipo de ajuda financeira,
gratificação, prêmio, comissão, doação ou
u) abster-se, de forma absoluta, de exercer vantagem de qualquer espécie, para si, fa-
sua função, poder ou autoridade com finali- miliares ou qualquer pessoa, para o cum-
dade estranha ao interesse público, mesmo primento da sua missão ou para influenciar
que observando as formalidades legais e outro servidor para o mesmo fim;
não cometendo qualquer violação expressa
à lei; h) alterar ou deturpar o teor de documen-
tos que deva encaminhar para providências;
v) divulgar e informar a todos os integrantes
da sua classe sobre a existência deste Códi- i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que
go de Ética, estimulando o seu integral cum- necessite do atendimento em serviços pú-
primento. blicos;

Seção III j) desviar servidor público para atendimen-


DAS VEDAÇÕES AO to a interesse particular;
SERVIDOR PÚBLICO l) retirar da repartição pública, sem estar le-
galmente autorizado, qualquer documento,
XV – E vedado ao servidor público; livro ou bem pertencente ao patrimônio pú-
blico;
a) o uso do cargo ou função, facilidades,
amizades, tempo, posição e influências, m) fazer uso de informações privilegiadas
para obter qualquer favorecimento, para si obtidas no âmbito interno de seu serviço,
ou para outrem; em benefício próprio, de parentes, de ami-
gos ou de terceiros;
b) prejudicar deliberadamente a reputação
de outros servidores ou de cidadãos que n) apresentar-se embriagado no serviço ou
deles dependam; fora dele habitualmente;
c) ser, em função de seu espírito de solida- o) dar o seu concurso a qualquer instituição
riedade, conivente com erro ou infração a que atente contra a moral, a honestidade
este Código de Ética ou ao Código de Ética ou a dignidade da pessoa humana;
de sua profissão;
p) exercer atividade profissional aética ou
d) usar de artifícios para procrastinar ou ligar o seu nome a empreendimentos de
dificultar o exercício regular de direito por cunho duvidoso.
qualquer pessoa, causando-lhe dano moral
ou material;
e) deixar de utilizar os avanços técnicos e CAPÍTULO II
científicos ao seu alcance ou do seu conhe-
cimento para atendimento do seu mister; DAS COMISSÕES DE ÉTICA
f) permitir que perseguições, simpatias, an- XVI – Em todos os órgãos e entidades da
tipatias, caprichos, paixões ou interesses Administração Pública Federal direta, indi-
de ordem pessoal interfiram no trato com reta autárquica e fundacional, ou em qual-
o público, com os jurisdicionados adminis- quer órgão ou entidade que exerça atribui-
trativos ou com colegas hierarquicamente ções delegadas pelo poder público, deverá
superiores ou inferiores; ser criada uma Comissão de Ética, encarre-
gada de orientar e aconselhar sobre a éti-
ca profissional do servidor, no tratamento

972 www.acasadoconcurseiro.com.br
ATA – Ética – Profª Letícia Loureiro

com as pessoas e com o patrimônio público, recer, assinado por todos os seus integran-
competindo-lhe conhecer concretamente tes, com ciência do faltoso.
de imputação ou de procedimento suscep-
tível de censura. XXIV – Para fins de apuração do compro-
metimento ético, entende-se por servidor
XVIII – À Comissão de Ética incumbe forne- público todo aquele que, por força de lei,
cer, aos organismos encarregados da execu- contrato ou de qualquer ato jurídico, preste
ção do quadro de carreira dos servidores, serviços de natureza permanente, temporá-
os registros sobre sua conduta ética, para o ria ou excepcional, ainda que sem retribui-
efeito de instruir e fundamentar promoções ção financeira, desde que ligado direta ou
e para todos os demais procedimentos pró- indiretamente a qualquer órgão do poder
prios da carreira do servidor público. estatal, como as autarquias, as fundações
públicas, as entidades paraestatais, as em-
XXII – A pena aplicável ao servidor público presas públicas e as sociedades de econo-
pela Comissão de Ética é a de censura e sua mia mista, ou em qualquer setor onde pre-
fundamentação constará do respectivo pa- valeça o interesse do Estado.

RESOLUÇÃO Nº 01, 13 DE SETEMBRO DE 2000

Por cep — publicado 23/09/2004 17h22, última II – informação sobre situação patrimonial
modificação 17/04/2015 10h58 específica que, a juízo da autoridade, susci-
te ou possa eventualmente suscitar conflito
Estabelece procedimentos para apresentação com o interesse público e, se for o caso, o
de informações, sobre situação patrimonial, pe- modo pelo qual pretende evitá-lo.
las autoridades submetidas ao Código de Con-
duta da Alta Administração Federal. Art. 2º As informações prestadas na forma do
artigo anterior são de caráter sigiloso e, uma vez
A COMISSÃO DE ÉTICA PÚBLICA, no uso de suas conferidas por pessoa designada pela CEP, serão
atribuições, e tendo em vista o disposto no art. encerradas em envelope lacrado.
4o do Código de Conduta da Alta Administração
Federal, Art. 3º A autoridade deverá também comuni-
car à CEP as participações de que for titular em
RESOLVE : sociedades de economia mista, de instituição
Art. 1º O cumprimento do disposto no art. 4o financeira ou de empresa que negocie com o
do Código de Conduta da Alta Administração Poder Público, conforme determina o art. 6o do
Federal, que trata da apresentação de informa- Código de Conduta.
ções sobre a situação patrimonial das autorida- Art. 4º O prazo de apresentação de informações
des a ele submetidas, será atendido mediante o será de dez dias, contados:
envio à Comissão de Ética Pública – CEP de:
I – da data de publicação desta Resolução,
I – lista dos bens, com identificação dos res- para as autoridades que já se encontram no
pectivos valores estimados ou de aquisição, exercício do cargo;
que poderá ser substituída pela remessa de
cópia da última declaração de bens apre- II – da data da posse, para as autoridades
sentada à Secretaria da Receita Federal do que vierem a ser doravante nomeadas.
Ministério da Fazenda;

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Art. 5º As seguintes autoridades estão obriga- empresas públicas e sociedades de econo-
das a prestar informações (art. 2º do Código de mia mista.
Conduta):
Art. 6º As informações prestadas serão manti-
I – Ministros e Secretários de Estado; das em sigilo, como determina o § 2º do art. 5º
do referido Código.
II – titulares de cargos de natureza especial,
secretários-executivos, secretários ou auto- Art. 7º As informações de que trata esta Resolu-
ridades equivalentes ocupantes de cargo do ção deverão ser remetidas à CEP, em envelope
Grupo-Direção e Assessoramento Superio- lacrado, localizada no Anexo II do Palácio do Pla-
res – DAS, nível seis; nalto, sala 250 – Brasília-DF.
III – presidentes e diretores de agências na- João Geraldo Piquet Carneiro
cionais, autarquias, inclusive as especiais,
fundações mantidas pelo Poder Público, Presidente

RESOLUÇÃO Nº 02, 24 DE OUTUBRO DE 2000

Por cep — publicado 23/09/2004 17h22, última I – excepcionalmente, as despesas de trans-


modificação 17/04/2015 09h42 porte e estada, bem como as taxas de inscri-
ção, poderão ser custeadas pelo patrocina-
Regula a participação de autoridade pública dor do evento, se este for:
abrangida pelo Código de Conduta da Alta Ad-
ministração Federal em seminários e outros a) organismo internacional do qual o Brasil
eventos faça parte;
A Comissão de Ética Pública, com fundamento b) governo estrangeiro e suas instituições;
no art. 2º, inciso V, do Decreto de 26 de maio de
1999, adota a presente resolução interpretativa c) instituição acadêmica, científica e cultu-
do parágrafo único do art.7º do Código de Con- ral;
duta da Alta Administração Federal. d) empresa, entidade ou associação de clas-
1. A participação de autoridade pública se que não esteja sob a jurisdição regulató-
abrangida pelo Código de Conduta da Alta ria do órgão a que pertença a autoridade,
Administração Federal em atividades exter- nem que possa ser beneficiária de decisão
nas, tais como seminários, congressos, pa- da qual participe a referida autoridade, seja
lestras e eventos semelhantes, no Brasil ou individualmente, seja em caráter coletivo.
no exterior, pode ser de interesse institucio- II – a autoridade poderá aceitar descontos
nal ou pessoal. de transporte, hospedagem e refeição, bem
2. Quando se tratar de participação em como de taxas de inscrição, desde que não
evento de interesse institucional, as des- se refira a benefício pessoal.
pesas de transporte e estada, bem como as 3. Quando se tratar de evento de interesse
taxas de inscrição, se devidas, correrão por pessoal da autoridade, as despesas de re-
conta do órgão a que pertença a autorida- muneração, transporte e estada poderão
de, observado o seguinte: ser custeadas pelo patrocinador, desde que:

974 www.acasadoconcurseiro.com.br
ATA – Ética – Profª Letícia Loureiro

I – a autoridade torne públicas as condições participação, a qual ficará disponível para


aplicáveis à sua participação, inclusive o va- consulta pelos interessados.
lor da remuneração, se for o caso;
6. A autoridade não poderá aceitar o paga-
II – o promotor do evento não tenha inte- mento ou reembolso de despesa de trans-
resse em decisão que possa ser tomada porte e estada, referentes à sua participa-
pela autoridade, seja individualmente, seja ção em evento de interesse institucional ou
de caráter coletivo. pessoal, por pessoa física ou jurídica com a
qual o órgão a que pertença mantenha re-
4. As atividades externas de interesse pes- lação de negócio, salvo se o pagamento ou
soal não poderão ser exercidas em prejuízo reembolso decorrer de obrigação contra-
das atividades normais inerentes ao cargo. tual previamente assumida perante aquele
5. A publicidade da remuneração e das des- órgão.
pesas de transporte e estada será assegu- João Geraldo Piquet Carneiro
rada mediante registro do compromisso na
respectiva agenda de trabalho da autorida- Presidente da Comissão de Ética Pública
de, com explicitação das condições de sua

RESOLUÇÃO Nº 03, 23 DE NOVEMBRO DE 2000

Por cep — publicado 23/09/2004 17h22, última 1. A proibição de que trata o Código de Con-
modificação 17/04/2015 09h42 duta se refere ao recebimento de presentes
de qualquer valor, em razão do cargo que
Regras sobre o tratamento de presentes e brin- ocupa a autoridade, quando o ofertante for
des aplicáveis às autoridades públicas abrangi- pessoa, empresa ou entidade que:
das pelo Código de Conduta da Alta Administra-
ção Federal I – esteja sujeita à jurisdição regulatória do
órgão a que pertença a autoridade;
A Comissão de Ética Pública, com fundamento
no art. 2º, inciso V, do Decreto de 26 de maio de II – tenha interesse pessoal, profissional ou
1999, e considerando que: empresarial em decisão que possa ser to-
mada pela autoridade, individualmente ou
a) de acordo com o art. 9º do Código de de caráter coletivo, em razão do cargo;
Conduta da Alta Administração Federal, é
vedada a aceitação de presentes por autori- III – mantenha relação comercial com o ór-
dades públicas a ele submetidas; gão a que pertença a autoridade; ou
b) a aplicação da mencionada norma e de IV – represente interesse de terceiros, como
suas exceções requer orientação de caráter procurador ou preposto, de pessoas, em-
prático às referidas autoridades, presas ou entidades compreendidas nos in-
cisos I, II e III.
Resolve adotar a presente Resolução de caráter
interpretativo: 2. É permitida a aceitação de presentes:
Presentes I – em razão de laços de parentesco ou ami-
zade, desde que o seu custo seja arcado

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pelo próprio ofertante, e não por pessoa, Brindes
empresa ou entidade que se enquadre em
qualquer das hipóteses previstas no item 5. É permitida a aceitação de brindes, como
anterior; tal entendidos aqueles:

II – quando ofertados por autoridades es- I –que não tenham valor comercial ou sejam
trangeiras, nos casos protocolares em que distribuídos por entidade de qualquer natu-
houver reciprocidade ou em razão do exer- reza a título de cortesia, propaganda, divul-
cício de funções diplomáticas. gação habitual ou por ocasião de eventos
ou datas comemorativas de caráter históri-
3. Não sendo viável a recusa ou a devolução co ou cultural, desde que não ultrapassem o
imediata de presente cuja aceitação é veda- valor unitário de R$ 100,00 (cem reais);
da, a autoridade deverá adotar uma das se-
guintes providências, em razão da natureza II – cuja periodicidade de distribuição não
do bem: seja inferiora 12 (doze) meses; e

I – tratando-se de bem de valor histórico, III –. que sejam de caráter geral e, portanto,
cultural ou artístico, destiná-lo ao acervo do não se destinem a agraciar exclusivamente
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico uma determinada autoridade.
Nacional-IPHAN para que este lhe dê o des- 6. Se o valor do brinde ultrapassar a R$
tino legal adequado; 100,00 (cem reais), será ele tratado como
II – promover a sua doação a entidade de presente, aplicando-se-lhe a norma prevista
caráter assistencial ou filantrópico reconhe- no item 3 acima.
cida como de utilidade pública, desde que, 7. Havendo dúvida se o brinde tem valor
tratando-se de bem não perecível, esta se comercial de até R$ 100,00 (cem reais), a
comprometa a aplicar o bem ou o produto autoridade determinará sua avaliação junto
da sua alienação em suas atividades fim; ou ao comércio , podendo ainda, se julgar con-
III – determinar a incorporação ao patrimô- veniente, dar-lhe desde logo o tratamento
nio da entidade ou do órgão público onde de presente.
exerce a função. Divulgação e solução de dúvidas
4. Não caracteriza presente, para os fins 8. A autoridade deverá transmitir a seus
desta Resolução: subordinados as normas constantes desta
I – prêmio em dinheiro ou bens concedido à Resolução, de modo a que tenham ampla
autoridade por entidade acadêmica, cientí- divulgação no ambiente de trabalho.
fica ou cultural, em reconhecimento por sua 9. A incorporação de presentes ao patrimô-
contribuição de caráter intelectual; nio histórico cultural e artístico, assim como
II – prêmio concedido em razão de concur- a sua doação a entidade de caráter assisten-
so de acesso público a trabalho de natureza cial ou filantrópico reconhecida como de
acadêmica, científica, tecnológica ou cultu- utilidade pública, deverá constar da respec-
ral; tiva agenda de trabalho ou de registro espe-
cífico da autoridade, para fins de eventual
III – bolsa de estudos vinculada ao aperfei- controle.
çoamento profissional ou técnico da autori-
dade, desde que o patrocinador não tenha 10. Dúvidas específicas a respeito da imple-
interesse em decisão que possa ser toma- mentação das normas sobre presentes e
da pela autoridade, em razão do cargo que brindes poderão ser submetidas à Comissão
ocupa.

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ATA – Ética – Profª Letícia Loureiro

de Ética Pública, conforme o previsto no art. ceber presentes, de qualquer valor, em razão
19 do Código de Conduta. do seu cargo ( item 1). A vedação se configura
quando o ofertante do presente seja pessoa,
Brasília, 23 de novembro de 2000 empresa ou entidade que se encontre numa das
João Geraldo Piquet Carneiro seguintes situações:

Presidente da Comissão de Ética Pública a) esteja sujeita à jurisdição regulatória do


órgão a que pertença a autoridade;
Publicado no Diário Oficial de 01 de dezembro
de 2000 b) tenha interesse pessoal, profissional ou
empresarial em decisão que possa ser to-
NOTA EXPLICATIVA mada pela autoridade, em razão do cargo,
seja individualmente, seja de forma coleti-
Regras sobre o tratamento de presentes e brin- va;
des aplicáveis às autoridades públicas abrangi-
das pelo Código de Conduta da Alta Administra- c) mantenha relação comercial de qualquer
ção Federal natureza com o órgão a que pertence a au-
toridade (fornecedores de bens e serviços,
A Resolução nº 3 da Comissão de Ética Pública por exemplo);
(CEP) tem por objetivo dar efetividade ao art.
9º do Código de Conduta da Alta Administração d) represente interesse de terceiros, na
Federal que veda à autoridade pública por ele qualidade de procurador ou preposto, de
abrangida, como regra geral, a aceitação de pre- pessoas, empresas ou entidades conforme
sentes. especificados anteriormente.

A matéria é de inquestionável relevo tanto do O recebimento de presente só é permitido em


ponto de vista da opinião pública quanto da duas hipóteses: a) quando o ofertante for auto-
própria Administração, pois tem a ver com a ob- ridade estrangeira, nos casos protocolares, ou
servância de regra ética fundamental, qual seja, em razão do exercício de funções diplomáticas
a de que a capacidade decisória da autoridade ( item 2, inciso II); b) por motivo de parentesco
pública seja livre de qualquer tipo de influência ou amizade ( item 2, inciso I), desde que o res-
externa. Além disso, normas claras sobre pre- pectivo custo seja coberto pelo próprio parente
sentes e brindes também darão mais segurança ou amigo, e não por pessoa física ou entidade
ao relacionamento de pessoas e empresas com que tenha interesse em decisão da autoridade.
autoridades governamentais, posto que todos Quando não for recomendável ou viável a de-
saberão, desde logo, o que podem e não podem volução do presente, como, por exemplo, quan-
dar como presente ou brinde a autoridades pú- do a autoridade tenha que incorrer em custos
blicas. pessoais para fazê-lo, o bem deverá ser doado
A Resolução está dividida em três partes prin- a entidade de caráter assistencial ou filantrópi-
cipais: na primeira ( itens 1 a 4) cuida-se de co reconhecida como de utilidade pública que
presentes, das situações em que estes podem se comprometa a utilizá-lo ou transformá-lo em
ser recebidos e da sua devolução, quando for o receita a ser aplicada exclusivamente em suas
caso; na segunda ( itens 5 a 7) trata-se de brin- atividades fim. Se se tratar de bem de valor his-
des e sua caracterização; e na terceira ( itens 8 a tórico ou cultural, será ele transferido para o
10), regula-se a divulgação das normas da reso- Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Na-
lução e a solução de dúvidas na sua implemen- cional, que lhe dará a destinação legal mais ade-
tação. quada ( item 3, incisos I e II).

A regra geral é que as autoridades abrangidas Não caracteriza presente ( item 4) o recebi-
pelo Código de Conduta estão proibidas de re- mento de prêmio em dinheiro ou bens conce-

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dido por entidades acadêmicas, científicas ou Brindes sobre os quais persistam dúvidas quan-
culturais, em reconhecimento por contribuição to ao valor – se supera ou não R$ 100,00 – a re-
intelectual. Da mesma forma, não se configura comendação constante do item 7 da Resolução
como presente o prêmio outorgado em razão de é que sejam considerados presentes.
concurso para seleção de trabalho de natureza
acadêmica, científica, tecnológica. Finalmente, Tendo em vista o amplo interesse das normas
podem ser aceitas bolsas de estudos vinculadas sobre presentes e brindes, as autoridades de-
ao aperfeiçoamento acadêmico da autoridade, verão divulgá-las entre seus subordinados (item
desde que a entidade promotora não tenha in- 8).
teresse em decisão de sua alçada. Está claro, É importante observar que a destinação de pre-
portanto, que em nenhum caso prêmios ou bol- sentes, que não possam ser recusados ou de-
sas de estudos poderão implicar qualquer for- volvidos, deve constar de registro a ser mantido
ma de contraprestação de serviço. pela autoridade, para fins de eventual controle
A Resolução esclarece que poderão ser aceitos (item 9).
brindes ( item 5), como tais considerados os que É natural que possam surgir situações específi-
não tenham valor comercial ou cujo valor unitá- cas que suscitem dúvidas quando à correta con-
rio não ultrapasse R$ 100,00. Na segunda hipó- duta de autoridade, pois, afinal, as normas são
tese, quando tiver valor inferior a R$ 100,00, o sempre elaboradas para que tenham aplicação
brinde deve ser distribuído estritamente a título geral e nem sempre alcançam todos os casos
de cortesia, propaganda, divulgação habitual ou particulares. Assim, é muito importante que,
por ocasião de eventos ou datas comemorativas também nessa matéria, os abrangidos utilizem,
de caráter histórico ou cultural ( pode incluir, sempre que necessário, o canal de consulta ofe-
por exemplo, a distribuição de livros ou discos). recido pela própria Comissão de Ética.
Além disso, sua periodicidade não poderá ser
inferior a um ano e o brinde deve ser de caráter Finalmente, deve-se salientar que as normas da
geral, ou seja, não deve ser destinado exclusiva- Resolução se aplicam tão somente às autorida-
mente a determinada autoridade. des enumeradas no art. 2º do Código de Condu-
ta. Caberá a cada órgão ou entidade da admi-
Brindes que ultrapassem o valor de R$ 100,00 nistração pública regular a matéria em relação a
devem ser considerados presentes de aceitação seus demais servidores e empregados.
vedada ( item 6), salvo as exceções elencadas.

RESOLUÇÃO Nº 04, 07 DE JUNHO DE 2001

Por cep — publicado 23/09/2004 17h22, última RESOLVE:


modificação 17/04/2015 10h55
Art. 1º Fica aprovado na forma desta Resolução
Aprova o Regimento Interno da Comissão de Éti- o Regimento Interno da Comissão de Ética Pú-
ca Pública A COMISSÃO DE ÉTICA PÚBLICA, com blica.
fundamento no art. 2o, inciso VII, do Decreto de
26 de maio de 1999
A COMISSÃO DE ÉTICA PÚBLICA, com funda-
mento no art. 2º, inciso VII, do Decreto de 26 de
maio de 1999

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CAPÍTULO I § 1º Os membros da CEP não terão remune-


DA COMPETÊNCIA ração e os trabalhos por eles desenvolvidos
são considerados prestação de relevante
Art. 2º Compete à Comissão de Ética Pública serviço público.
(CEP): § 2º As despesas com viagens e estada dos
I – assegurar a observância do Código de membros da CEP serão custeadas pela Pre-
Conduta da Alta Administração Federal, sidência da República, quando relacionadas
aprovado pelo Presidente da República em com suas atividades.
21 de agosto de 2000, pelas autoridades
públicas federais por ele abrangidas;
II – submeter ao Presidente da República CAPÍTULO III
sugestões de aprimoramento do Código de DO FUNCIONAMENTO
Conduta e resoluções de caráter interpreta-
tivo de suas normas; Art. 4º Os membros da CEP escolherão o seu
presidente, que terá mandato de um ano, per-
III – dar subsídios ao Presidente da Repúbli-
mitida a recondução.
ca e aos Ministros de Estado na tomada de
decisão concernente a atos de autoridade Art. 5º As deliberações da CEP serão tomadas
que possam implicar descumprimento das por voto da maioria de seus membros, cabendo
normas do Código de Conduta; ao presidente o voto de qualidade.
IV – apurar, de ofício ou em razão de denún- Art. 6º A CEP terá um Secretário-Executivo, vin-
cia, condutas que possam configurar viola- culado à Casa Civil da Presidência da República,
ção do Código de Conduta, e, se for o caso, que lhe prestará apoio técnico e administrativo.
adotar as providências nele previstas;
§ 1º O Secretário-Executivo submeterá
V – dirimir dúvidas a respeito da aplicação anualmente à CEP plano de trabalho que
do Código de Conduta e deliberar sobre os contemple suas principais atividades e pro-
casos omissos; ponha metas, indicadores e dimensione os
recursos necessários.
VI – colaborar, quando solicitado, com ór-
gãos e entidades da administração federal, § 2º Nas reuniões ordinárias da CEP, o Se-
estadual e municipal, ou dos Poderes Legis- cretário-Executivo prestará informações
lativo e Judiciário; e sobre o estágio de execução das atividades
contempladas no plano de trabalho e seus
VII – dar ampla divulgação ao Código de
resultados, ainda que parciais.
Conduta.
Art. 7º As reuniões da CEP ocorrerão, em cará-
ter ordinário, mensalmente, e, extraordinaria-
mente, sempre que necessário, por iniciativa de
CAPÍTULO II qualquer de seus membros.
DA COMPOSIÇÃO
§ 1º A pauta das reuniões da CEP será com-
Art. 3º A CEP é composta por seis membros posta a partir de sugestões de qualquer de
designados pelo Presidente da República, com seus membros ou por iniciativa do Secre-
mandato de três anos, podendo ser reconduzi- tário-Executivo, admitindo-se no início de
dos. cada reunião a inclusão de novos assuntos
na pauta.

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§ 2º Assuntos específicos e urgentes pode- II – pedir vista de matéria em deliberação
rão ser objeto de deliberação mediante co- pela CEP;
municação entre os membros da CEP.
III – solicitar informações a respeito de ma-
térias sob exame da Comissão; e
IV – representar a CEP em atos públicos, por
CAPÍTULO IV delegação de seu Presidente.
DAS ATRIBUIÇÕES
Art. 10. Ao Secretário-Executivo compete:
Art. 8º Ao Presidente da CEP compete:
I – organizar a agenda das reuniões e asse-
I – convocar e presidir as reuniões; gurar o apoio logístico à CEP;
II – orientar os trabalhos da Comissão, or- II – secretariar as reuniões;
denar os debates, iniciar e concluir as deli-
III – proceder ao registro das reuniões e à
berações;
elaboração de suas atas;
III – orientar e supervisionar os trabalhos da
IV – dar apoio à CEP e aos seus integrantes
Secretaria-Executiva;
no cumprimento das atividades que lhes se-
IV – tomar os votos e proclamar os resulta- jam próprias;
dos;
V – instruir as matérias submetidas à deli-
V – autorizar a presença nas reuniões de beração;
pessoas que, por si ou por entidades que re-
VI – providenciar, previamente à instrução
presentem, possam contribuir para os tra-
de matéria para deliberação pela CEP, nos
balhos da CEP;
casos em que houver necessidade, parecer
VI – proferir voto de qualidade; sobre a legalidade de ato a ser por ela bai-
xado;
VII – determinar o registro de seus atos en-
quanto membro da Comissão, inclusive reu- VII – desenvolver ou supervisionar a elabo-
niões com autoridades submetidas ao Códi- ração de estudos e pareceres como subsí-
go de Conduta; dios ao processo de tomada de decisão da
CEP;
VIII – determinar ao Secretário-Executivo,
ouvida a CEP, a instauração de processos de VIII – solicitar às autoridades submetidas ao
apuração de prática de ato em desrespeito Código de Conduta informações e subsídios
ao preceituado no Código de Conduta da para instruir assunto sob apreciação da CEP;
Alta Administração Federal, a execução de e
diligências e a expedição de comunicados
IX – tomar as providências necessárias ao
à autoridade pública para que se manifeste
cumprimento do disposto nos arts. 8o, in-
na forma prevista no art. 12 deste Regimen-
ciso VII, e 12 deste Regimento, bem como
to; e
outras determinadas pelo Presidente da Co-
IX – decidir os casos de urgência, ad refe- missão, no exercício de suas atribuições.
rendum da CEP.
Art. 9º Aos membros da CEP compete:
I – examinar as matérias que lhes forem
submetidas, emitindo pareceres;

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CAPÍTULO V CEP, de ofício ou em razão de denúncia funda-


DAS DELIBERAÇÕES mentada, desde que haja indícios suficientes,
observado o seguinte:
Art. 11. As deliberações da CEP relativas ao Có- I – a autoridade será oficiada para manifes-
digo de Conduta compreenderão: tar-se por escrito no prazo de cinco dias;
I – homologação das informações prestadas II – o eventual denunciante, a própria auto-
em cumprimento às obrigações nele previs- ridade pública, bem assim a CEP, de ofício,
tas; poderão produzir prova documental;
II – adoção de orientações complementa- III – a CEP poderá promover as diligências
res: que considerar necessárias, assim como so-
a) mediante resposta a consultas formula- licitar parecer de especialista quando julgar
das por autoridade a ele submetidas; imprescindível;

b) de ofício, em caráter geral ou particu- IV – concluídas as diligências mencionadas


lar, mediante comunicação às autoridades no inciso anterior, a CEP oficiará à autorida-
abrangidas, por meio de resolução, ou, ain- de para nova manifestação, no prazo de três
da, pela divulgação periódica de relação de dias;
perguntas e respostas aprovada pela CEP; V – se a CEP concluir pela procedência da
III – elaboração de sugestões ao Presidente denúncia, adotará uma das providências
da República de atos normativos comple- previstas no inciso V do art. 11, com comu-
mentares ao Código de Conduta, além de nicação ao denunciado e ao seu superior
propostas para sua eventual alteração; hierárquico.

IV – instauração de procedimento para apu-


ração de ato que possa configurar descum-
primento ao Código de Conduta; e CAPÍTULO VII
V – adoção de uma das seguintes providên- DOS DEVERES E RESPONSABILIDADE
cias em caso de infração: DOS MEMBROS DA COMISSÃO
a) advertência, quando se tratar de autori- Art. 13. Os membros da CEP obrigam-se a apre-
dade no exercício do cargo; sentar e manter arquivadas na Secretaria-Exe-
cutiva declarações prestadas nos termos do art.
b) censura ética, na hipótese de autoridade
4º do Código de Conduta.
que já tiver deixado o cargo; e
Art. 14. Eventuais conflitos de interesse, efeti-
c) encaminhamento de sugestão de exone-
vos ou potenciais, que possam surgir em fun-
ração à autoridade hierarquicamente supe-
ção do exercício das atividades profissionais de
rior, quando se tratar de infração grave ou
membro da Comissão, deverão ser informados
de reincidência.
aos demais membros.
Parágrafo único. O membro da CEP que,
em razão de sua atividade profissional, tiver
CAPÍTULO VI relacionamento específico em matéria que
DAS NORMAS DE PROCEDIMENTO envolva autoridade submetida ao Código
de Conduta da Alta Administração, deverá
Art. 12. O procedimento de apuração de infra- abster-se de participar de deliberação que,
ção ao Código de Conduta será instaurado pela de qualquer modo, a afete.

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Art. 15. As matérias examinadas nas reuniões Art. 19. Caberá à CEP dirimir qualquer dúvi-
da CEP são consideradas de caráter sigiloso até da relacionada a este Regimento Interno, bem
sua deliberação final, quando a Comissão deve- como promover as modificações que julgar ne-
rá decidir sua forma de encaminhamento. cessárias.
Art. 16. Os membros da CEP não poderão se Parágrafo único. Os casos omissos serão re-
manifestar publicamente sobre situação espe- solvidos pelo colegiado.
cífica que possa vir a ser objeto de deliberação
formal do Colegiado. Art. 20. Esta Resolução entra em vigor na data
de sua publicação.
Art. 17. Os membros da CEP deverão justificar
eventual impossibilidade de comparecer às reu- João Geraldo Piquet Carneiro
niões. Presidente da Comissão
Este texto não substitui o publicado no D.O.U.
de 8.6.2001
CAPÍTULO VIII
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 18. O Presidente da CEP, em suas ausências,
será substituído pelo membro mais antigo da
Comissão.

RESOLUÇÃO Nº 05, 07 DE JUNHO DE 2001

Por cep — publicado 23/09/2004 17h22, última minhará à Comissão de Ética Pública, no prazo
modificação 17/04/2015 10h56 de dez dias da data de nomeação, Declaração
Confidencial de Informações – DCI, conforme
Aprova o modelo de Declaração Confidencial de modelo anexo.
Informações a ser apresentada por autoridade
submetida ao Código de Conduta da Alta Admi- Art. 2º Estão obrigados à apresentação da DCI
nistração Federal, e dispõe sobre a atualização ministros, secretários de estado, titulares de
de informações patrimoniais para os fins do art. cargos de natureza especial, secretários exe-
4o do Código de Conduta da Alta Administração cutivos, secretários ou autoridade equivalen-
Federal tes ocupantes de cargos do Grupo-Direção e
Assessoramento Superiores – DAS, nível seis,
A COMISSÃO DE ÉTICA PÚBLICA, com funda- presidentes e diretores de agências nacionais,
mento no art. 2º, inciso V, do Decreto de 26 de autarquias, inclusive as especiais, fundações
maio de 1999, e nos termos do art. 4o do Có- mantidas pelo Poder Público, empresas públicas
digo de Conduta da Alta Administração Federal, e sociedades de economia mista.
RESOLVE: Art. 3º A autoridade pública comunicará à CEP,
Art. 1º A autoridade pública nomeada para car- no mesmo prazo, quaisquer alterações relevan-
go abrangido pelo Código de Conduta da Alta tes nas informações prestadas, podendo, para
Administração Federal, aprovado pelo Presiden- esse fim, apresentar nova DCI.
te da República em 21 de agosto de 2000, enca-

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Art. 4º Dúvidas específicas relativas ao preen- João Geraldo Piquet Carneiro


chimento da DCI, assim como sobre situação
patrimonial que, real ou potencialmente, possa Presidente da Comissão
suscitar conflito com o interesse público, serão Publicado no Diário Oficial de 08 de junho de
submetidas à CEP e esclarecidas por sua Secre- 2001
taria Executiva.

RESOLUÇÃO Nº 06, 25 DE JULHO DE 2001

Por cep — publicado 23/09/2004 17h22, última I – ......................................................


modificação 17/04/2015 09h50
II – promover a sua doação a entidade de
Dá nova redação ao item III da Resolução nº 3, caráter assistencial ou filantrópico reconhe-
de 23 de novembro de 2000. cida como de utilidade pública, desde que,
tratando-se de bem não perecível, se com-
A COMISSÃO DE ÉTICA PÚBLICA, no uso de suas prometa a aplicar o bem ou o produto da
atribuições, e tendo em vista o disposto no art. sua alienação em suas atividades fim; ou
2º, inciso V, do Decreto de 26 de maio de 1999,
que a instituiu, adotou a seguinte III – determinar a incorporação ao patrimô-
nio da entidade ou do órgão público onde
RESOLUÇÃO: exerce a função."
Art. 1º O item 3 da Resolução nº 3, de 23 de no- Art. 2º Esta Resolução entra em vigor na data de
vembro de 2000, passa a vigorar com a seguinte sua publicação.
redação:
João Geraldo Piquet Carneiro
"3. Não sendo viável a recusa ou a devolu-
ção imediata de presente cuja aceitação é Presidente da Comissão
vedada, a autoridade deverá adotar uma
das seguintes providências:

RESOLUÇÃO Nº 07, 14 DE FEVEREIRO DE 2002

Por cep — publicado 23/09/2004 17h22, última 1999, adota a presente resolução interpretativa
modificação 17/04/2015 10h02 do Código de Conduta da Alta Administração Fe-
deral, no que se refere à participação de auto-
Regula a participação de autoridade pública ridades públicas em eventos político-eleitorais.
submetida ao Código de Conduta da Alta Ad-
ministração Federal em atividades de natureza Art. 1º A autoridade pública vinculada ao Có-
político-eleitoral digo de Conduta da Alta Administração Federal
(CCAAF) poderá participar, na condição de ci-
A Comissão de Ética Pública, com fundamento dadão-eleitor, de eventos de natureza político-
no art. 2º, inciso V, do Decreto de 26 de maio de -eleitoral, tais como convenções e reuniões de

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partidos políticos, comícios e manifestações pú- candidatar-se a cargo eletivo, não poderá prati-
blicas autorizadas em lei. car ato de gestão do qual resulte privilégio para
pessoa física ou entidade, pública ou privada,
Art. 2º A atividade político-eleitoral da autori- situada em sua base eleitoral ou de seus fami-
dade não poderá resultar em prejuízo do exer- liares.
cício da função pública, nem implicar o uso de
recursos, bens públicos de qualquer espécie ou Art. 6º Para prevenir-se de situação que possa
de servidores a ela subordinados. suscitar dúvidas quanto à sua conduta ética e
ao cumprimento das normas estabelecidas pelo
Art. 3º A autoridade deverá abster-se de: CCAAF, a autoridade deverá consignar em agen-
I – se valer de viagens de trabalho para par- da de trabalho de acesso público:
ticipar de eventos político-eleitorais; I – audiências concedidas, com informações
II – expor publicamente divergências com sobre seus objetivos, participantes e resul-
outra autoridade administrativa federal ou tados, as quais deverão ser registradas por
criticar-lhe a honorabilidade e o desempe- servidor do órgão ou entidade por ela de-
nho funcional (artigos 11 e 12, inciso I, do signado para acompanhar a reunião;
CCAAF); II – eventos político-eleitorais de que parti-
III – exercer, formal ou informalmente, fun- cipe, informando as condições de logística e
ção de administrador de campanha eleito- financeiras da sua participação.
ral. Art. 7º Havendo possibilidade de conflito de in-
Art. 4º Nos eventos político-eleitorais de que teresse entre a atividade político-eleitoral e a
participar, a autoridade não poderá fazer pro- função pública, a autoridade deverá abster-se
messa, ainda que de forma implícita, cujo cum- de participar daquela atividade ou requerer seu
primento dependa do cargo público que esteja afastamento do cargo.
exercendo, tais como realização de obras, libe- Art. 8º Em caso de dúvida, a autoridade poderá
ração de recursos e nomeação para cargos ou consultar a Comissão de Ética Pública.
empregos.
Brasília, 14 de fevereiro de 2002
Art. 5º A autoridade, a partir do momento em
que manifestar de forma pública a intenção de João Geraldo Piquet Carneiro

COMISSÃO DE ÉTICA PÚBLICA

O Presidente da República aprovou recomenda- reconhecer o direito de qualquer autoridade,


ção no sentido de que se regule a participação na condição de cidadão-eleitor, de participar
de autoridades submetidas ao Código de Con- em atividades e eventos políticos e eleitorais;
duta da Alta Administração Federal em ativida- segundo, mediante explicitação de normas de
des de natureza político-eleitoral. conduta, permitir que as autoridades exerçam
esse direito a salvo de críticas, desde que as
A Resolução CEP Nº 7, publicada no Diário Ofí- cumpram adequadamente.
cial da União de 25.2.2002, é interpretativa das
normas do Código de Conduta da Alta Adminis-
tração Federal e tem duplo objetivo. Primeiro,

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Para facilitar a compreensão do cumprimento Art. 3º, II


das referidas normas, são prestados os esclare-
cimentos que seguem. A autoridade não deve expor publicamen-
te suas divergências com outra autoridade
Art. 1º O dispositivo enfatiza o direito da auto- administrativa federal, ou criticar-lhe a ho-
ridade de participar de eventos eleitorais, tais norabilidade ou o desempenho funcional.
como convenções partidárias, reuniões políticas Não se trata de censurar o direito de crítica,
e outras manifestações públicas que não contra- de modo geral, mas de adequá-lo ao fato de
riem a lei. O importante é que essa participação que, afinal, a autoridade exerce um cargo
se enquadre nos princípios éticos inerentes ao de livre nomeação na administração e está
cargo ou função da autoridade. vinculada a deveres de fidelidade e confian-
ça.
Art. 2º A norma reproduz dispositivo legal exis-
tente, aplicando-o de maneira específica à ati- Art. 3º, III
vidade político-eleitoral. Assim, a autoridade
pública, que pretenda ou não candidatar a car- A autoridade não poderá aceitar encargo
go eletivo, não poderá exercer tal atividade em de administrador de campanha eleitoral,
prejuízo da função pública, como, por exemplo, diante da dificuldade de compatibilizar essa
durante o honorário normal de expediente ou atividade com suas atribuições funcionais.
em detrimento de qualquer de suas obrigações Não haverá restrição se a autoridade se li-
funcionais. cenciar do cargo, sem vencimentos.

Da mesma forma, não poderá utilizar bens e ser- Art. 4º É fundamental que a autoridade não faça
viços públicos de qualquer espécie, assim como promessa, de forma explícita ou implícita, cujo
servidores a ela subordinados. É o caso do uso cumprimento dependa do uso do cargo público,
de veículos, recursos de informática, serviços de como realização de obras, liberação de recursos
reprodução ou de publicação de documentos, e nomeação para cargo ou emprego. Essa res-
material de escritório, entre outros. Especial trição decorre da necessidade de se manter a
atenção deve ser dada à vedação ao uso de fun- dignidade da função pública e de se demonstrar
cionários subordinados, dentro ou fora do expe- respeito à sociedade e ao eleitor.
diente oficial, em atividades político-eleitorais Art. 5º A lei já determina que a autoridade que
de interesse da autoridade. Cumpre esclarecer pretenda se candidatar a cargo eletivo peça
que esta norma não restringe a atividade políti- exoneração até seis meses antes da respectiva
co-eleitoral de interesse do próprio funcionário, eleição. Porém, se ela antes disso manifestar
nos limites da lei. publicamente sua pretensão eleitoral, não po-
Art. 3º, I derá mais praticar ato de gestão que resulte em
algum tipo de privilégio para qualquer pessoa
O dispositivo recomenda que a autoridade ou entidade que esteja em sua base eleitoral. É
não se valha de viagem de trabalho para importante enfatizar que se trata apenas de ato
participar de eventos político-eleitorais. que gere privilégio, e não atos normais de ges-
Trata-se de norma de ordem prática, pois tão.
seria muito difícil exercer algum controle
sobre a segregação entre tais atividades e Art. 6º Durante o período pré-eleitoral, a auto-
as inerentes ao cargo público. ridade deve tomar cautelas específicas para que
seus contatos funcionais com terceiros não se
Esta norma não impede que a autoridade confundam com suas atividades político-eleito-
que viajou por seus próprios meios para rais. A forma adequada é fazer-se acompanhar
participar de evento político-eleitoral cum- de outro servidor em audiências, o qual fará o
pra outros compromissos inerentes ao seu registro dos participantes e dos assuntos trata-
cargo ou função. dos na agenda de trabalho da autoridade.

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O mesmo procedimento de registro em Art. 8º A Comissão de Ética Pública esclarecerá
agenda deve ser adotado com relação aos as dúvidas que eventualmente surjam na efeti-
compromissos político-eleitorais da autori- va aplicação das normas.
dade. E, ambos os casos os registros são de
acesso público, sendo recomendável tam- João Geral Piquet Carneiro – Presidente
bém que a agenda seja divulgada pela inter- Adhemar Palladini Ghisi
net.
Celina Vargas do Amaral Peixoto
Art. 7º Se por qualquer motivo se verificar a
possibilidade de conflito de interesse entre a João Camilo Pena
atividade político-eleitoral e a função pública, a
Lourdes Sola
autoridade deverá escolher entre abster-se de
participar daquela atividade ou requerer o seu Miguel Reale Júnior
afastamento do cargo.

RESOLUÇÃO Nº 08, 25 DE SETEMBRO DE 2003

Por cep — publicado 23/09/2004 17h22, última que tenha interesse em decisão individual
modificação 17/04/2015 10h43 ou coletiva da autoridade;
Identifica situações que suscitam conflito de in- d) possa, pela sua natureza, implicar o uso
teresses e dispõe sobre o modo de preveni-los de informação à qual a autoridade tenha
A COMISSÃO DE ÉTICA PÚBLICA, com o objetivo acesso em razão do cargo e não seja de co-
de orientar as autoridades submetidas ao Códi- nhecimento público;
go de Conduta da Alta Administração Federal na e) possa transmitir à opinião pública dúvida
identificação de situações que possam suscitar a respeito da integridade, moralidade, cla-
conflito de interesses, esclarece o seguinte: reza de posições e decoro da autoridade.
1. Suscita conflito de interesses o exercício 2. A ocorrência de conflito de interesses in-
de atividade que: depende do recebimento de qualquer ga-
nho ou retribuição pela autoridade.
a) em razão da sua natureza, seja incompa-
tível com as atribuições do cargo ou função 3. A autoridade poderá prevenir a ocorrên-
pública da autoridade, como tal considera- cia de conflito de interesses ao adotar, con-
da, inclusive, a atividade desenvolvida em forme o caso, uma ou mais das seguintes
áreas ou matérias afins à competência fun- providências:
cional; a) abrir mão da atividade ou licenciar-se do
b) viole o princípio da integral dedicação cargo, enquanto perdurar a situação passí-
pelo ocupante de cargo em comissão ou vel de suscitar conflito de interesses;
função de confiança, que exige a precedên- b) alienar bens e direitos que integram o
cia das atribuições do cargo ou função pú- seu patrimônio e cuja manutenção possa
blica sobre quaisquer outras atividades; suscitar conflito de interesses;
c) implique a prestação de serviços a pessoa c) transferir a administração dos bens e di-
física ou jurídica ou a manutenção de víncu- reitos que possam suscitar conflito de inte-
lo de negócio com pessoa física ou jurídica resses a instituição financeira ou a adminis-

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tradora de carteira de valores mobiliários cada caso concreto, sobre a suficiência da


autorizada a funcionar pelo Banco Central medida adotada para prevenir situação que
ou pela Comissão de Valores Mobiliários, possa suscitar conflito de interesses.
conforme o caso, mediante instrumento 5. A participação de autoridade em conse-
contratual que contenha cláusula que vede lhos de administração e fiscal de empresa
a participação da autoridade em qualquer privada, da qual a União seja acionista, so-
decisão de investimento assim como o seu mente será permitida quando resultar de
prévio conhecimento de decisões da insti- indicação institucional da autoridade públi-
tuição administradora quanto à gestão dos ca competente. Nestes casos, é-lhe vedado
bens e direitos; participar de deliberação que possa suscitar
d) na hipótese de conflito de interesses es- conflito de interesses com o Poder Público.
pecífico e transitório, comunicar sua ocor- 6. No trabalho voluntário em organizações
rência ao superior hierárquico ou aos de- do terceiro setor, sem finalidade de lucro,
mais membros de órgão colegiado de que também deverá ser observado o disposto
faça parte a autoridade, em se tratando de nesta Resolução.
decisão coletiva, abstendo-se de votar ou
participar da discussão do assunto; 7. As consultas dirigidas à Comissão de Éti-
ca Pública deverão estar acompanhadas dos
e) divulgar publicamente sua agenda de elementos pertinentes à legalidade da situ-
compromissos, com identificação das ativi- ação exposta.
dades que não sejam decorrência do cargo
ou função pública. Brasília, 25 de setembro de 2003
4. A Comissão de Ética Pública deverá ser João Geraldo Piquet Carneiro
informada pela autoridade e opinará, em
Presidente

RESOLUÇÃO Nº 9, DE 20 DE MAIO DE 2005

Por cep — publicado 01/08/2005 17h11, última nistração Federal deverá apresentar a Declara-
modificação 17/04/2015 10h41 ção Confidencial de Informações, devidamente
preenchida:
O PRESIDENTE DA COMISSÃO DE ÉTICA PÚBLI-
CA, no uso de suas atribuições e tendo em vista I – pela primeira vez, até dez dias após a
o disposto no art. 2º, inciso V, do Decreto de 26 posse; e
de maio de 1999, que cria a Comissão de Ética II – sempre que ocorrer alteração relevante
Pública, e nos termos do art. 4º do Código de nas informações prestadas, até trinta dias
Conduta da Alta Administração Federal, da ocorrência.
RESOLVE: Art. 3º Esta Resolução entra em vigor na data de
Art. 1º Fica aprovado o modelo anexo da Decla- sua publicação.
ração Confidencial de Informações de que trata Art. 4º Fica revogado o Anexo à Resolução no 5,
a Resolução no 5, de 7 de junho de 2001. de 7 de junho de 2001.
Art. 2º A autoridade ocupante de cargo público FERNANDO NEVES DA SILVA
vinculado ao Código de Conduta da Alta Admi- Presidente da Comissão de Ética Pública

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Resolução nº 10, de 29 de setembro de 2008

Por cep — publicado 01/08/2005 17h11, última c) recomendar, acompanhar e avaliar o de-
modificação 17/04/2015 10h40 senvolvimento de ações objetivando a dis-
seminação, capacitação e treinamento so-
A COMISSÃO DE ÉTICA PÚBLICA, no uso de suas bre as normas de ética e disciplina;
atribuições conferidas pelo art. 1º do Decreto
de 26 de maio de 1999 e pelos arts. 1º, inciso III – representar o órgão ou a entidade na
III, e 4º, inciso IV, do Decreto nº 6.029, de 1º Rede de Ética do Poder Executivo Federal a
de fevereiro de 2007, nos termos dos Decretos que se refere o art. 9º do Decreto nº 6.029,
nos 1.171, de 22 de junho de 1994, Decreto nº de 2007;
4.553, de 27 de dezembro de 2002 e tendo em
vista a Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999, IV – supervisionar a observância do Código
de Conduta da Alta Administração Federal e
RESOLVE comunicar à CEP situações que possam con-
figurar descumprimento de suas normas;
Art. 1º Ficam aprovadas, na forma desta Resolu-
ção, as normas de funcionamento e de rito pro- V – aplicar o código de ética ou de conduta
cessual, delimitando competências, atribuições, próprio, se couber;
procedimentos e outras providências no âmbito
das Comissões de Ética instituídas pelo Decreto VI – orientar e aconselhar sobre a conduta
nº 1.171, de 22 de junho de 1994, com as altera- ética do servidor, inclusive no relaciona-
ções estabelecidas pelo Decreto nº 6.029, de 1º mento com o cidadão e no resguardo do pa-
de fevereiro de 2007. trimônio público;
VII – responder consultas que lhes forem di-
rigidas;
CAPÍTULO I VIII – receber denúncias e representações
DAS COMPETÊNCIAS E ATRIBUIÇÕES contra servidores por suposto descumpri-
mento às normas éticas, procedendo à apu-
Art. 2º Compete às Comissões de Ética: ração;
I – atuar como instância consultiva do diri- IX – instaurar processo para apuração de
gente máximo e dos respectivos servidores fato ou conduta que possa configurar des-
de órgão ou de entidade federal; cumprimento ao padrão ético recomenda-
do aos agentes públicos;
II – aplicar o Código de Ética Profissional do
Servidor Público Civil do Poder Executivo X – convocar servidor e convidar outras pes-
Federal, aprovado pelo Decreto nº 1.171, soas a prestar informação;
de 1994, devendo:
XI – requisitar às partes, aos agentes públi-
a) submeter à Comissão de Ética Pública – cos e aos órgãos e entidades federais infor-
CEP propostas de aperfeiçoamento do Códi- mações e documentos necessários à instru-
go de Ética Profissional; ção de expedientes;
b) apurar, de ofício ou mediante denúncia, XII – requerer informações e documentos
fato ou conduta em desacordo com as nor- necessários à instrução de expedientes a
mas éticas pertinentes; agentes públicos e a órgãos e entidades de

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outros entes da federação ou de outros Po- gimento interno da respectiva Comissão de


deres da República; Ética;
XIII – realizar diligências e solicitar parece- XXI – dar ampla divulgação ao regramento
res de especialistas; ético;
XIV – esclarecer e julgar comportamentos XXII – dar publicidade de seus atos, obser-
com indícios de desvios éticos; vada a restrição do art. 14 desta Resolução;
XV – aplicar a penalidade de censura éti- XXIII – requisitar agente público para pres-
ca ao servidor e encaminhar cópia do ato tar serviços transitórios técnicos ou admi-
à unidade de gestão de pessoal, podendo nistrativos à Comissão de Ética, mediante
também: prévia autorização do dirigente máximo do
órgão ou entidade;
a) sugerir ao dirigente máximo a exonera-
ção de ocupante de cargo ou função de con- XXIV – elaborar e executar o plano de traba-
fiança; lho de gestão da ética; e
b) sugerir ao dirigente máximo o retorno do XXV – indicar por meio de ato interno, re-
servidor ao órgão ou entidade de origem; presentantes locais da Comissão de Ética,
que serão designados pelos dirigentes má-
c) sugerir ao dirigente máximo a remessa de ximos dos órgãos ou entidades, para contri-
expediente ao setor competente para exa- buir nos trabalhos de educação e de comu-
me de eventuais transgressões de naturezas nicação.
diversas;
d) adotar outras medidas para evitar ou sa-
nar desvios éticos, lavrando, se for o caso,
o Acordo de Conduta Pessoal e Profissional CAPÍTULO II
– ACPP; DA COMPOSIÇÃO
XVI – arquivar os processos ou remetê-los Art. 3º A Comissão de Ética do órgão ou enti-
ao órgão competente quando, respectiva- dade será composta por três membros titula-
mente, não seja comprovado o desvio ético res e respectivos suplentes, servidores públicos
ou configurada infração cuja apuração seja ocupantes de cargo efetivo ou emprego do seu
da competência de órgão distinto; quadro permanente, designados por ato do diri-
gente máximo do correspondente órgão ou en-
XVII – notificar as partes sobre suas deci-
tidade.
sões;
§ 1º Não havendo servidores públicos no
XVIII – submeter ao dirigente máximo do
órgão ou na entidade em número suficiente
órgão ou entidade sugestões de aprimora-
para instituir a Comissão de Ética, poderão
mento ao código de conduta ética da insti-
ser escolhidos servidores públicos ocupan-
tuição;
tes de cargo efetivo ou emprego do quadro
XIX – dirimir dúvidas a respeito da interpre- permanente da Administração Pública.
tação das normas de conduta ética e delibe-
§ 2º A atuação na Comissão de Ética é con-
rar sobre os casos omissos, observando as
siderada prestação de relevante serviço pú-
normas e orientações da CEP;
blico e não enseja qualquer remuneração,
XX – elaborar e propor alterações ao códi- devendo ser registrada nos assentamentos
go de ética ou de conduta próprio e ao re- funcionais do servidor.

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§ 3º O dirigente máximo de órgão ou enti- CAPÍTULO III
dade não poderá ser membro da Comissão DO FUNCIONAMENTO
de Ética.
§ 4º O Presidente da Comissão será substi- Art. 5º As deliberações da Comissão de Ética se-
tuído pelo membro mais antigo, em caso de rão tomadas por votos da maioria de seus mem-
impedimento ou vacância. bros.

§ 5º No caso de vacância, o cargo de Pre- Art. 6º As Comissões de Ética se reunirão or-


sidente da Comissão será preenchido me- dinariamente pelo menos uma vez por mês e,
diante nova escolha efetuada pelos seus em caráter extraordinário por iniciativa do Pre-
membros. sidente, dos seus membros ou do Secretário-
-Executivo.
§ 6º Na ausência de membro titular, o res-
pectivo suplente deve imediatamente assu- Art. 7º A pauta das reuniões da Comissão de
mir suas atribuições. Ética será composta a partir de sugestões do
presidente, dos membros ou do Secretário-Exe-
§ 7º Cessará a investidura de membros das cutivo, sendo admitida a inclusão de novos as-
Comissões de Ética com a extinção do man- suntos no início da reunião.
dato, a renúncia ou por desvio disciplinar ou
ético reconhecido pela Comissão de Ética
Pública.
CAPÍTULO IV
Art. 4º A Comissão de Ética contará com uma DAS ATRIBUIÇÕES
Secretaria-Executiva, que terá como finalidade
contribuir para a elaboração e o cumprimento Art. 8º Compete ao presidente da Comissão de
do plano de trabalho da gestão da ética e prover Ética:
apoio técnico e material necessário ao cumpri-
mento das atribuições. I – convocar e presidir as reuniões;

§ 1º O encargo de secretário-executivo re- II – determinar a instauração de processos


cairá em detentor de cargo efetivo ou em- para a apuração de prática contrária ao có-
prego permanente na administração públi- digo de ética ou de conduta do órgão ou en-
ca, indicado pelos membros da Comissão de tidade, bem como as diligências e convoca-
Ética e designado pelo dirigente máximo do ções;
órgão ou da entidade.
III – designar relator para os processos;
§ 2º Fica vedado ao Secretário-Executivo ser
IV – orientar os trabalhos da Comissão de
membro da Comissão de Ética.
Ética, ordenar os debates e concluir as deli-
§ 3º A Comissão de Ética poderá designar berações;
representantes locais que auxiliarão nos
V – tomar os votos, proferindo voto de qua-
trabalhos de educação e de comunicação.
lidade, e proclamar os resultados; e
§ 4º Outros servidores do órgão ou da enti-
VI – delegar competências para tarefas es-
dade poderão ser requisitados, em caráter
pecíficas aos demais integrantes da Comis-
transitório, para realização de atividades
são de Ética.
administrativas junto à Secretaria-Executi-
va. Parágrafo único. O voto de qualidade de
que trata o inciso V somente será adotado
em caso de desempate.

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Art. 9º Compete aos membros da Comissão de CAPÍTULO V


Ética: DOS MANDATOS
I – examinar matérias, emitindo parecer e
voto; Art. 11. Os membros da Comissão de Ética
cumprirão mandatos, não coincidentes, de três
II – pedir vista de matéria em deliberação; anos, permitida uma única recondução.
III – fazer relatórios; e § 1º Os mandatos dos primeiros membros e
dos respectivos suplentes serão de um, dois
IV – solicitar informações a respeito de ma- e três anos, estabelecidos em portaria de-
térias sob exame da Comissão de Ética. signatória.
Art. 10. Compete ao Secretário-Executivo: § 2º Poderá ser reconduzido uma única vez
I – organizar a agenda e a pauta das reuni- ao cargo de membro da Comissão de ética
ões; o servidor público que for designado para
cumprir o mandato complementar, caso o
II – proceder ao registro das reuniões e à mesmo tenha se iniciado antes do transcur-
elaboração de suas atas; so da metade do período estabelecido no
mandato originário.
III – instruir as matérias submetidas à deli-
beração da Comissão de Ética; § 3º Na hipótese de o mandato comple-
mentar ser exercido após o transcurso da
IV – desenvolver ou supervisionar a elabo-
metade do período estabelecido no manda-
ração de estudos e subsídios ao processo de
to originário, o membro da Comissão de Éti-
tomada de decisão da Comissão de Ética;
ca que o exercer poderá ser conduzido ime-
V – coordenar o trabalho da Secretaria- diatamente ao posterior mandato regular
-Executiva, bem como dos representantes de 3 (três) anos, permitindo-lhe uma única
locais; recondução ao mandado regular.
VI – fornecer apoio técnico e administrativo
à Comissão de Ética;
VII – executar e dar publicidade aos atos de
CAPÍTULO VI
competência da Secretaria-Executiva; DAS NORMAS GERAIS DO
PROCEDIMENTO
VIII – coordenar o desenvolvimento de
ações objetivando a disseminação, capaci- Art. 12. As fases processuais no âmbito das Co-
tação e treinamento sobre ética no órgão missões de Ética serão as seguintes:
ou entidade; e
I – Procedimento Preliminar, compreenden-
IX – executar outras atividades determina- do:
das pela Comissão de Ética.
a) juízo de admissibilidade;
§ 1º Compete aos demais integrantes da
Secretaria-Executiva fornecer o suporte ad- b) instauração;
ministrativo necessário ao desenvolvimento c) provas documentais e, excepcionalmen-
ou exercício de suas funções. te, manifestação do investigado e realização
§ 2º Aos representantes locais compete de diligências urgentes e necessárias;
contribuir com as atividades de educação e d) relatório;
de comunicação.
e) proposta de ACPP;

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f) decisão preliminar determinando o arqui- Art. 17. A decisão final sobre investigação de
vamento ou a conversão em Processo de conduta ética que resultar em sanção, em re-
Apuração Ética; comendação ou em Acordo de Conduta Pesso-
al e Profissional será resumida e publicada em
II – Processo de Apuração Ética, subdividin- ementa, com a omissão dos nomes dos envolvi-
do-se em: dos e de quaisquer outros dados que permitam
a) instauração; a identificação.

b) instrução complementar, compreenden- Parágrafo único. A decisão final contendo


do: nome e identificação do agente público de-
verá ser remetida à Comissão de Ética Pú-
1. a realização de diligências; blica para formação de banco de dados de
2. a manifestação do investigado; e sanções, para fins de consulta pelos órgãos
ou entidades da administração pública fe-
3. a produção de provas; deral, em casos de nomeação para cargo
em comissão ou de alta relevância pública.
c) relatório; e
Art. 18. Os setores competentes do órgão ou en-
d) deliberação e decisão, que declarará im- tidade darão tratamento prioritário às solicita-
procedência, conterá sanção, recomenda- ções de documentos e informações necessárias
ção a ser aplicada ou proposta de ACPP. à instrução dos procedimentos de investigação
Art. 13. A apuração de infração ética será forma- instaurados pela Comissão de Ética, conforme
lizada por procedimento preliminar, que deverá determina o Decreto nº 6.029, de 2007.
observar as regras de autuação, compreenden- § 1º A inobservância da prioridade determi-
do numeração, rubrica da paginação, juntada de nada neste artigo implicará a responsabili-
documentos em ordem cronológica e demais dade de quem lhe der causa.
atos de expediente administrativo.
§ 2º No âmbito do órgão ou da entidade e
Art. 14. Até a conclusão final, todos os expe- em relação aos respectivos agentes públi-
dientes de apuração de infração ética terão a cos a Comissão de Ética terá acesso a todos
chancela de “reservado”, nos termos do Decre- os documentos necessários aos trabalhos,
to nº 4.553, de 27 de dezembro 2002, após, es- dando tratamento específico àqueles prote-
tarão acessíveis aos interessados conforme dis- gidos por sigilo legal.
posto na Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999.
Art. 15. Ao denunciado é assegurado o direito
de conhecer o teor da acusação e ter vista dos
autos no recinto da Comissão de Ética, bem CAPÍTULO VII
como de obter cópias de documentos. DO RITO PROCESSUAL
Parágrafo único. As cópias deverão ser so- Art. 19. Qualquer cidadão, agente público, pes-
licitadas formalmente à Comissão de Ética. soa jurídica de direito privado, associação ou
entidade de classe poderá provocar a atuação
Art. 16. As Comissões de Ética, sempre que da Comissão de Ética, visando a apuração de
constatarem a possível ocorrência de ilícitos pe- transgressão ética imputada ao agente público
nais, civis, de improbidade administrativa ou de ou ocorrida em setores competentes do órgão
infração disciplinar, encaminhará cópia dos au- ou entidade federal.
tos às autoridades competentes para apuração
de tais fatos, sem prejuízo da adoção das de- Parágrafo único. Entende-se por agente
mais medidas de sua competência. público todo aquele que por força de lei,

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contrato ou qualquer ato jurídico, preste Parágrafo único. Quando o autor da deman-
serviços de natureza permanente, temporá- da não se identificar, a Comissão de Ética
ria, excepcional ou eventual, ainda que sem poderá acolher os fatos narrados para fins
retribuição financeira, a órgão ou entidade de instauração, de ofício, de procedimento
da Administração Pública Federal direta e investigatório, desde que contenha indícios
indireta. suficientes da ocorrência da infração ou, em
caso contrário, determinar o arquivamento
Art. 20. O Procedimento Preliminar para apura- sumário.
ção de conduta que, em tese, configure infração
ao padrão ético será instaurado pela Comissão Art. 22. A representação, denúncia ou qualquer
de Ética, de ofício ou mediante representação outra demanda será dirigida à Comissão de Éti-
ou denúncia formulada por quaisquer das pes- ca, podendo ser protocolada diretamente na
soas mencionadas no caput do art. 19. sede da Comissão ou encaminhadas pela via
postal, correio eletrônico ou fax.
§ 1º A instauração, de ofício, de expedien-
te de investigação deve ser fundamentada § 1º A Comissão de Ética expedirá comuni-
pelos integrantes da Comissão de Ética e cação oficial divulgando os endereços físico
apoiada em notícia pública de conduta ou e eletrônico para atendimento e apresenta-
em indícios capazes de lhe dar sustentação. ção de demandas.
§ 2º Se houver indícios de que a conduta § 2º Caso a pessoa interessada em denun-
configure, a um só tempo, falta ética e infra- ciar ou representar compareça perante a
ção de outra natureza, inclusive disciplinar, Comissão de Ética, esta poderá reduzir a
a cópia dos autos deverá ser encaminhada termo as declarações e colher a assinatura
imediatamente ao órgão competente. do denunciante, bem como receber eventu-
ais provas.
§ 3º Na hipótese prevista no § 2º, o denun-
ciado deverá ser notificado sobre a remessa § 3º Será assegurada ao denunciante a com-
do expediente ao órgão competente. provação do recebimento da denúncia ou
representação por ele encaminhada.
§ 4º Havendo dúvida quanto ao enquadra-
mento da conduta, se desvio ético, infração Art. 23. Oferecida a representação ou denúncia,
disciplinar, ato de improbidade, crime de a Comissão de Ética deliberará sobre sua admis-
responsabilidade ou infração de natureza sibilidade, verificando o cumprimento dos re-
diversa, a Comissão de Ética, em caráter quisitos previstos nos incisos do art. 21.
excepcional, poderá solicitar parecer reser-
vado junto à unidade responsável pelo as- § 1º A Comissão de Ética poderá determinar
sessoramento jurídico do órgão ou da enti- a colheita de informações complementares
dade. ou de outros elementos de prova que julgar
necessários.
Art. 21. A representação, a denúncia ou qual-
quer outra demanda deve conter os seguintes § 2º A Comissão de Ética, mediante decisão
requisitos: fundamentada, arquivará representação ou
denúncia manifestamente improcedente,
I – descrição da conduta; cientificando o denunciante.
II – indicação da autoria, caso seja possível; § 3º É facultado ao denunciado a interposi-
e ção de pedido de reconsideração dirigido à
própria Comissão de Ética, no prazo de dez
III – apresentação dos elementos de prova dias, contados da ciência da decisão, com a
ou indicação de onde podem ser encontra- competente fundamentação.
dos.

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§ 4º A juízo da Comissão de Ética e median- II – o fato já estiver suficientemente prova-
te consentimento do denunciado, poderá do por documento ou confissão do investi-
ser lavrado Acordo de Conduta Pessoal e gado ou quaisquer outros meios de prova
Profissional. compatíveis com o rito descrito nesta Reso-
lução; ou
§ 5º Lavrado o Acordo de Conduta Pessoal
e Profissional, o Procedimento Preliminar III – o fato não possa ser provado por teste-
será sobrestado, por até dois anos, a crité- munha.
rio da Comissão de Ética, conforme o caso.
§ 2º As testemunhas poderão ser substitu-
§ 6º Se, até o final do prazo de sobresta- ídas desde que o investigado formalize pe-
mento, o Acordo de Conduta Pessoal e Pro- dido à Comissão de Ética em tempo hábil e
fissional for cumprido, será determinado o em momento anterior à audiência de inqui-
arquivamento do feito. rição.
§ 7º Se o Acordo de Conduta Pessoal e Pro- Art. 27. O pedido de prova pericial deverá ser
fissional for descumprido, a Comissão de justificado, sendo lícito à Comissão de Ética in-
Ética dará seguimento ao feito, converten- deferi-lo nas seguintes hipóteses:
do o Procedimento Preliminar em Processo
de Apuração Ética. I – a comprovação do fato não depender de
conhecimento especial de perito; ou
§ 8º Não será objeto de Acordo de Conduta
Pessoal e Profissional o descumprimento ao II – revelar-se meramente protelatório ou
disposto no inciso XV do Anexo ao Decreto de nenhum interesse para o esclarecimento
nº 1.171, de 1994. do fato.

Art. 24. Ao final do Procedimento Preliminar, Art. 28. Na hipótese de o investigado não re-
será proferida decisão pela Comissão de Ética querer a produção de outras provas, além dos
do órgão ou entidade determinando o arquiva- documentos apresentados com a defesa prévia,
mento ou sua conversão em Processo de Apura- a Comissão de Ética, salvo se entender neces-
ção Ética. sária a inquirição de testemunhas, a realização
de diligências ou de exame pericial, elaborará o
Art. 25. Instaurado o Processo de Apuração Éti- relatório.
ca, a Comissão de Ética notificará o investigado
para, no prazo de dez dias, apresentar defesa Parágrafo único. Na hipótese de o investiga-
prévia, por escrito, listando eventuais testemu- do, comprovadamente notificado ou citado
nhas, até o número de quatro, e apresentando por edital público, não se apresentar, nem
ou indicando as provas que pretende produzir. enviar procurador legalmente constituído
para exercer o direito ao contraditório e à
Parágrafo único. O prazo previsto neste ar- ampla defesa, a Comissão de Ética designa-
tigo poderá ser prorrogado por igual perío- rá um defensor dativo preferencialmente
do, a juízo da Comissão de Ética, mediante escolhido dentre os servidores do quadro
requerimento justificado do investigado. permanente para acompanhar o processo,
sendo-lhe vedada conduta contrária aos in-
Art. 26. O pedido de inquirição de testemunhas teresses do investigado.
deverá ser justificado.
Art. 29. Concluída a instrução processual e ela-
§ 1º Será indeferido o pedido de inquirição, borado o relatório, o investigado será notificado
quando: para apresentar as alegações finais no prazo de
I – formulado em desacordo com este arti- dez dias.
go;

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Art. 30. Apresentadas ou não as alegações fi- CAPÍTULO VIII


nais, a Comissão de Ética proferirá decisão. DOS DEVERES E RESPONSABILIDADES
§ 1º Se a conclusão for pela culpabilidade DOS INTEGRANTES DA COMISSÃO
do investigado, a Comissão de Ética poderá
aplicar a penalidade de censura ética previs- Art. 32. São princípios fundamentais no traba-
ta no Decreto nº 1.171, de 1994, e, cumu- lho desenvolvido pelos membros da Comissão
lativamente, fazer recomendações, bem de Ética:
como lavrar o Acordo de Conduta Pessoal e
Profissional, sem prejuízo de outras medi- I – preservar a honra e a imagem da pessoa
das a seu cargo. investigada;

§ 2º Caso o Acordo de Conduta Pessoal e II – proteger a identidade do denunciante;


Profissional seja descumprido, a Comissão III – atuar de forma independente e impar-
de Ética dará seguimento ao Processo de cial;
Apuração Ética.
§ 3º É facultada ao investigado pedir a re- IV – comparecer às reuniões da Comissão
consideração acompanhada de fundamen- de Ética, justificando ao presidente da Co-
tação à própria Comissão de Ética, no prazo missão, por escrito, eventuais ausências e
de dez dias, contado da ciência da respecti- afastamentos;
va decisão. V – em eventual ausência ou afastamento,
Art. 31. Cópia da decisão definitiva que resultar instruir o substituto sobre os trabalhos em
em penalidade a detentor de cargo efetivo ou curso;
de emprego permanente na Administração Pú- VI – declarar aos demais membros o impe-
blica, bem como a ocupante de cargo em comis- dimento ou a suspeição nos trabalhos da
são ou função de confiança, será encaminhada Comissão de Ética; e
à unidade de gestão de pessoal, para constar
dos assentamentos do agente público, para fins VII – eximir-se de atuar em procedimento
exclusivamente éticos. no qual tenha sido identificado seu impedi-
§ 1º O registro referido neste artigo será mento ou suspeição.
cancelado após o decurso do prazo de três Art. 33. Dá-se o impedimento do membro da
anos de efetivo exercício, contados da data Comissão de Ética quando:
em que a decisão se tornou definitiva, des-
de que o servidor, nesse período, não tenha I – tenha interesse direto ou indireto no fei-
praticado nova infração ética. to;
§ 2º Em se tratando de prestador de ser- II – tenha participado ou venha a participar,
viços sem vínculo direto ou formal com o em outro processo administrativo ou judi-
órgão ou entidade, a cópia da decisão defi- cial, como perito, testemunha ou represen-
nitiva deverá ser remetida ao dirigente má- tante legal do denunciante, denunciado ou
ximo, a quem competirá a adoção das pro- investigado, ou de seus respectivos cônju-
vidências cabíveis. ges, companheiros ou parentes até o tercei-
§ 3º Em relação aos agentes públicos lista- ro grau;
dos no § 2º, a Comissão de Ética expedirá III – esteja litigando judicial ou administra-
decisão definitiva elencando as condutas tivamente com o denunciante, denunciado
infracionais, eximindo-se de aplicar ou de ou investigado, ou com os respectivos côn-
propor penalidades, recomendações ou juges, companheiros ou parentes até o ter-
Acordo de Conduta Pessoal e Profissional. ceiro grau; ou

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IV – for seu cônjuge, companheiro ou pa-
rente até o terceiro grau o denunciante, de-
nunciado ou investigado.
Art. 34. Ocorre a suspeição do membro quando:
I – for amigo íntimo ou notório desafeto do
denunciante, denunciado ou investigado,
ou de seus respectivos cônjuges, compa-
nheiros ou parentes até o terceiro grau; ou
II – for credor ou devedor do denunciante,
denunciado ou investigado, ou de seus res-
pectivos cônjuges, companheiros ou paren-
tes até o terceiro grau.

CAPÍTULO IX
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 35. As situações omissas serão resolvidas
por deliberação da Comissão de Ética, de acor-
do com o previsto no Código de Ética próprio,
no Código de Ética Profissional do Servidor Pú-
blico Civil do Poder Executivo Federal, no Código
de Conduta da Alta Administração Federal, bem
como em outros atos normativos pertinentes.
Art. 36. O Regimento Interno de cada Comissão
de Ética poderá estabelecer normas comple-
mentares a esta Resolução.
Art. 37. Fica estabelecido o prazo de seis meses
para que as Comissões de Ética dos órgãos e en-
tidades do Poder Executivo Federal possam se
adequar ao disposto nesta Resolução.
Parágrafo único. O prazo previsto neste ar-
tigo poderá ser prorrogado, mediante envio
de justificativas, nos trinta dias que antece-
dem o termo final, para apreciação e autori-
zação da Comissão de Ética Pública.
Art. 38. Esta Resolução entra em vigor na data
de sua publicação.
JOSÉ PAULO SEPÚLVEDA PERTENCE
Presidente da Comissão de Ética Pública

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Professor Yuri Schneider

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Edital

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA BRASILEIRA: Conceito de Administração Pública. Princípios da Ad-


ministração Pública. Formação e Organização da Administração Pública Brasileira. Concentra-
ção. Desconcentração e Descentralização. Hierarquia. Poder Hierárquico e suas Manifestações.
Poderes do Estado. 6. Decreto-Lei nº 200/1967.

BANCA: ESAF
CARGO: Assistente Técnico Administrativo

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Administração Pública Brasileira

CONCEITO ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

A terminologia Administração Pública admite dois significados diversos, podendo ser utilizada
no sentido subjetivo e no sentido material.
O critério formal, orgânico ou subjetivo representa tanto o aparelhamento, a estrutura, os ór-
gãos, quanto os agentes, as pessoas jurídicas, ou seja, é toda a máquina administrativa (conjun-
to de órgãos e pessoas) disponível. Geralmente é escrito com letras maiúsculas: Administração
Pública.
O critério material ou objetivo representa a atividade de administrar, ou seja, é a função ad-
ministrativa desempenhada pelo Estado com prerrogativas necessárias para atingir o interesse
público. Geralmente é grafada com letras minúsculas: administração pública.

ATENÇÃO
A administração enquanto aparelho é o instrumento de que dispõe o Estado para por
em prática as decisões do governo. Enquanto o governo constitui uma atividade políti-
ca discricionária, a administração constitui atividade vinculada.

A expressão Administração Pública pode, ainda, se apresentar em dois sentidos distintos, po-
dendo ser utilizada no sentido amplo e no sentido restrito.
O sentido amplo representa tanto a direção e o comando dos órgãos governamentais e a exe-
cução dos planos traçados (aspecto subjetivo), quanto o exercício da função política (sentido
objetivo).
O sentido restrito representa tão somente os órgãos administrativos no desempenho da fun-
ção administrativa.

PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

1. Conceito
Podemos conceituar princípio como sendo um conjunto normas jurídicas informadoras dota-
das de valor normativo.

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Princípios de uma ciência são as proposições básicas, fundamentais, típicas que condicionam
todas as estruturações subsequentes. Princípios, neste sentido, são os alicerces, os fundamentos
da ciência. (José Cretella Júnior. Filosofia do Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Forense, 1999).

2. Princípios, Normas e Regras


Na visão da doutrina moderna, as normas jurídicas são gênero, das quais princípios e regras são
espécies.

Princípios Regras
alto grau de abstração pouco grau de abstração
pouca densidade normativa alta densidade normativa
precisa de norma concretizadora aplicação direta
em caso de conflito: critério do peso em caso de conflito: critério da validade

3. Finalidade
Os princípios da Administração Pública possuem três grandes importantes funções dentro do re-
gime jurídico-administrativo: função fundamentadora, função interpretativa e função integrativa.
A função fundamentadora está atrelada à ideia de vetores informativos de todo o sistema ju-
rídico-administrativo. Em clássica passagem, Celso Antônio Bandeira de Mello nos ensina que
violar um princípio é muito mais grave do que violar uma regra específica, devido ao caráter de
diretriz que norteia os princípios.
A função interpretativa está atrelada à ideia de dúvida sobre a aplicabilidade de uma determina-
da regra. Havendo ambiguidade normativa, o aplicador do direito deve se socorrer dos princípios
do Direito Administrativo a fim de alcançar a melhor interpretação do dispositivo em análise.
A função integrativa está vinculada à ideia de lacuna de regra específica para a solução de de-
terminado caso em concreto. Aqui podemos apontar o art. 4º da Lei nº 12.376/10 (Lei de Intro-
dução às Normas do Direito Brasileiro – LINDB), afirmando que na omissão da lei, o juiz decidirá
o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.

4. Organograma dos Princípios da Administração Pública

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5. Princípios Constitucionais Básicos (art. 37, caput, CF)


São cinco os princípios constitucionais básicos da Administração Pública: legalidade, impessoa-
lidade, moralidade, publicidade e eficiência.

CF/88
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, mora-
lidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:

5.1. Princípio da Legalidade


É o princípio basilar do Estado de Direito. É a atuação da Administração Pública (órgãos/
agentes) dentro dos parâmetros definidos em lei, sendo vedada sua atuação sem prévia e
expressa permissão legislativa.
•• OBS.1. Não se deve confundir legalidade privada com legalidade pública.

Legalidade Privada Legalidade Pública


Ao particular é permitido fazer tudo o X Ao administrador somente é permiti-
que a legislação não proíba do fazer o que estiver previsto em lei

•• OBS.2. Não se deve confundir o princípio da legalidade com o princípio da reserva de lei.

P. Legalidade P. Reserva de Lei


É a submissão da Administração Pú- É a limitação à forma de regulamen-
blica (órgãos/agentes) aos impérios
X tação de determinadas matérias cuja
natureza é indicada pela legislação
da legislação (ex. 37, XIX, CF)

CF/88
Art. 37. (...)
XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de em-
presa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar,
neste último caso, definir as áreas de atuação;

www.acasadoconcurseiro.com.br 1003
5.2. Princípio da Impessoalidade
O princípio da impessoalidade admite ser analisado sob três óticas diferentes: finalidade, impu-
tação e isonomia.

Sob a ótica da finalidade, é a atuação impessoal e genérica da Administração Pública, visando


a satisfação do interesse coletivo, sem corresponder ao atendimento do interesse exclusivo do
administrado.

CF/88
Art. 37. (...)
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deve-
rá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes,
símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.
Se aproveitar da publicidade governamental, custeado pelo erário público, para fazer promo-
ção pessoal é ato de improbidade administrativa, pois viola o princípio da impessoalidade (Lei
nº 8.429/92). Os símbolos que são utilizados durante o período de campanha eleitoral não po-
dem ser empregados durante o governo, pois serve de promover a figura individualizada do
gestor, e não a instituição pública.
Sob a ótica da imputação, o ato praticado é atribuído ao órgão (pessoa jurídica) e não ao agen-
te público (pessoa física). Desta forma, a responsabilidade civil recairá sob a entidade no qual o
agente público emprega sua força de trabalho. Porém, o direito de regresso oferece a possibili-
dade de a pessoa jurídica agir contra o responsável pelo dano.

CF/88
Art. 37. (...)
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviço públi-
co responderão pelos danos que seus agentes, nesta qualidade, causarem a terceiros, assegu-
rado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
Sob a ótica da isonomia, é o tratamento igualitário dispensado a todos os administrados, inde-
pendentemente de qualquer interesse político.

5.3. Princípio da Moralidade


É a atuação administrativa baseada na boa fé, em consonância com a moral, os princípios éticos
e a lealdade, não podendo contrariar os bons costumes, a honestidade e os deveres de boa
administração.

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O princípio da moralidade não se refere a moral comum, mas aquela moral tirada da condu-
ta interna da Administração Pública. A moralidade comum é o certo e o errado, o correto e
o incorreto, é o senso comum; já a moralidade administrativa é mais rigorosa, é a boa-fé da
administração, é a melhor escolha possível, é uma administração eficiente. Logo, a moral rela-
cionada ao princípio não é a moral subjetiva, mas a moral jurídica, ligada a outros princípios da
própria Administração como também aos princípios gerais do direito.
Quando a doutrina administrativista menciona a imoralidade administrativa na forma qualifi-
cada ela está se referindo ao ato imoral configurado como ato de improbidade (art. 37, § 4º,
CF; Lei nº 8.429/92). Todo ato imoral é também ato de improbidade, porém nem todo ato de
improbidade é um ato imoral (art. 11, Lei nº 8.429/92).

CF/88
Art. 37. (...)
§ 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a
perda da função pública, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarci-
mento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

Lei nº 8.429/92

Art. 4º Os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia são obrigados a velar pela estrita obser-
vância dos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade no trato dos assun-
tos que lhes são afetos.
O controle jurisdicional dos atos que violem a moralidade administrativa também pode ocorrer
via promoção da ação popular com a finalidade de invalidar o ato lesivo ou contrário à morali-
dade (art. 5°, LXXIII, CF; Lei n° 4.717/65).

CF/88

Art. 5º (...)

LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo
ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa,
ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-
-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência.
O princípio da impessoalidade está ligado ao princípio da isonomia, já o princípio da moralida-
de está ligado ao princípio da lealdade e da boa-fé.
Vale lembrar que o princípio da moralidade rege o comportamento não só dos agentes públi-
cos, mas de todos aqueles que de qualquer forma se relacionam com a Administração Pública.
Desta forma, os particulares também deverão agir com boa fé e honestidade, podendo tam-
bém responder por ato que violem tal preceito.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1005
5.4. Princípio da Publicidade
É a atuação transparente dos atos da Administração Pública, facilitando seu controle. O princípio
constitucional oferece a oportunidade das pessoas de obterem informações, certidões e ates-
tados da Administração Pública, além de apresentarem petição sem o pagamento de taxas. Tais
informações deverão se prestadas dentro do prazo estipulado sob pena de responsabilidade.

CF/88
Art. 5º (...)
XXXIII – todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particu-
lar, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de respon-
sabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do
Estado.
XXXIV – são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abu-
so de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento
de situações de interesse pessoal;
O princípio da publicidade também determina que todos os julgamentos realizados pelo Poder
Judiciário sejam públicos.

CF/88
Art. 93. (...)
IX – todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas
as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às
próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do di-
reito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação;
É possível a impetração de mandado de segurança para ter acesso a informação de caráter co-
letivo ou geral (Lei nº 12.016/09). Porém, se tais informações forem de caráter pessoal a ação
correta a ser impetrada será o habeas data (Lei nº 9.507/97). Logo, o remédio constitucional
para o abuso do direito à informação de caráter particular é o habeas data (art. 5º, LXXII, CF).

CF/88
Art. 5º (...)
LXXII – conceder-se-á "habeas-data":
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes
de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou
administrativo;

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Embora a publicidade seja a regra, existem algumas informações que, mesmo possuindo um
caráter coletivo, não podem ser prestadas à população em geral. Tais situações podem ser con-
sideradas como verdadeiras exceções ao princípio da publicidade, permitindo a manutenção
do sigilo. São alguns exemplos: em nome da segurança da sociedade e do estado, poderá ser
negada a publicidade (art. 5º, XXXIII, CF); atos processuais correm em sigilo na forma da lei,
logo, o processo administrativo também pode ser sigiloso (art. 5º, LX, CF).
Recentemente foi publicada a Lei nº 12.527/11 responsável pela regulamentação do acesso
aos documentos públicos de interesse particular ou coletivo, possibilitando a sua restrição em
razão da segurança pública.

Lei nº 12.527/11
Regula o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. 5º, no inciso II do § 3º do art. 37
e no § 2º do art. 216 da Constituição Federal; altera a Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990;
revoga a Lei nº 11.111, de 5 de maio de 2005, e dispositivos da Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de
1991; e dá outras providências.

5.5. Princípio da Eficiência


Muito embora o Princípio da Eficiência tenha sido oficialmente inserido no texto constitucional
pela EC 19/98, denominada de reforma administrativa, os gestores públicos já utilizavam sua
premissa como vetor na condução do interesse público. Oportuno lembrar que o art. 2º da Lei
nº 9.784/99, responsável pela regulamentação do processo administrativo na seara federal,
também traz a previsão da eficiência como princípio a ser necessariamente observado.
Sob a ótica do agente público, significa afirmar que deve buscar a consecução do melhor
resultado possível.
Sob a ótica da forma de organização, significa afirmar que deve a Administração Pública aten-
tar para os padrões modernos de gestão ou administração, vencendo o peso burocrático, atua-
lizando-se e modernizando-se.

6. Princípios Constitucionais Explícitos


Ao longo do texto constitucional também podem ser encontrados diversos princípios explícitos
ligados a Administração Pública, auxiliando na boa condução da res coletiva.

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6.1. Princípio do Devido Processo Legal (art. 5º, LIV, CF)
O devido processo legal ou due process of law é aquele estabelecido em lei, configurando uma
verdadeira garantia para ambas as partes, onde visualizam um processo administrativo tipifica-
do e determinado, sem supressão de atos essenciais.

CF/88 Art. 5º (...)


LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;

6.2. Princípio do Contraditório


Contraditório é a ciência, é a bilateralidade, é o conhecimento de todos os atos praticados no
processo administrativo. Deve ser dada a possibilidade das partes influírem no convencimento
do magistrado (binômio: ciência e participação).
Para toda alegação fática ou apresentação de prova, feito no processo por uma das partes, gera
para o adversário o direito de se manifestar, ocasionando um equilíbrio entre a força imperativa
do Estado e a manutenção do estado de inocência.

CF/88 Art. 5º (...)


LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegu-
rados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;

Lei nº 9.784/99
Art. 2º A Administração Pública obedecerá dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade,
motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança
jurídica, interesse público e eficiência.

6.3. Princípio da Ampla Defesa


Ampla defesa é dar a chance, a oportunidade para a outra parte envolvida no litígio se defender
das alegações realizadas. Deve ser assegurada a ampla possibilidade de defesa, lançando- se
mão dos meios e recursos disponíveis.

CF/88 Art. 5º (...)


LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegu-
rados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;

Lei nº 9.784/99
Art. 2º A Administração Pública obedecerá dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade,
motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança
jurídica, interesse público e eficiência.

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A doutrina mais abalizada costuma fazer uma divisão didática do assunto: determina a ampla
defesa como o gênero, e nomeia a defesa técnica e autotutela como espécies.

•• OBS. Com relação à temática da ampla defesa há um choque de entendimento sumular


entre os dois principais tribunais superiores do país. A Súmula 343 do STJ menciona que
“é obrigatória a presença de advogado em todas as fases do processo administrativo disci-
plinar”. Por sua vez, a Súmula Vinculante 5 do STF nos ensina que “a falta de defesa técni-
ca por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição”. Muito
embora a súmula com efeitos vinculantes tenha força cogente nos termos do art. 103-A
da CF e parcela significativa da doutrina administrativista se incline neste sentido, enten-
do que pela obrigatoriedade da presença do advogado em processos administrativos dis-
ciplinares. Em artigo intitulado “Sumula vinculante nº 5 do Supremo Tribunal Federal e o
sistema processual administrativo punitivo”, publicado no livro “Processo Administrativo:
Temas Polêmicos da Lei nº 9.784/99”, pela Editora Atlas, apresento um estudo detalhado
sobre o caso, concluindo que a decisão tomada pela Corte Suprema teve mais um fundo
político do que jurídico.

6.4. Princípio da Vedação da Prova Ilícita


Assim como na esfera jurisdicional, a produção probatória na área administrativa também deve
ser obtida de forma lícita, seguindo as normas previamente estabelecidas.

CF/88 Art. 5º (...)


LVI – são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;

Lei nº 9.784/99
Art. 30. São inadmissíveis no processo administrativo as provas obtidas por meios ilícitos.

•• OBS. No julgamento do MS 14405/DF, o STJ entendeu que apesar dos sigilos de correspon-
dência e dados telefônicos só poderem ser quebrados nos casos de investigação criminal
ou instrução de processos penais, tais provas podem ser emprestadas para Processo Admi-
nistrativo Disciplinar (PAD).

6.5. Princípio da Presunção de Inocência


Na esfera administrativa também somos todos presumivelmente inocentes até o trânsito em
julgado da decisão final acusatória. Vale ressaltar que, mesmo exaurido a via administrativa,
após o trânsito em julgado da decisão, ainda é possível invocar a esfera jurisdicional, nos ter-
mos do princípio da inafastabilidade desta esfera.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1009
CF/88 Art. 5º (...)
LVII – ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condena-
tória;
A presunção de inocência não significa afirmar intangibilidade dos investigados e cerceamento
de medidas acautelatórias. Certos atos administrativos podem ser tomados a fim de melhor
conduzir o processo investigativo no intuito de alcançar um julgamento mais justo.

Lei nº 8.112/90
Art. 147. Como medida cautelar e a fim de que o servidor não venha a influir na apuração da irregu-
laridade, a autoridade instauradora do processo disciplinar poderá determinar o seu afastamento
do exercício do cargo, pelo prazo de até 60 (sessenta) dias, sem prejuízo da remuneração.
Parágrafo único. O afastamento poderá ser prorrogado por igual prazo, findo o qual cessarão
os seus efeitos, ainda que não concluído o processo.
RECURSO ORDINÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. SERVIDOR PÚBLICO. EMENDA CONSTITU-
CIONAL Nº 19/98. EXONERAÇÃO. ESTÁGIO PROBATÓRIO. SENTENÇA PENAL CONDENATÓRIA
SEM TRÂNSITO EM JULGADO. PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA. VIOLAÇÃO. OCOR-
RÊNCIA. 1. Os presentes autos documentam que, em 22.3.2004, o recorrente compareceu à DP-
1, a fim de tomar posse no cargo de agente de fiscalização financeira, ocasião em que declarou
responder ação criminal, em trâmite perante a Justiça Federal. Os trâmites referentes ao está-
gio probatório que vinha sendo cumprido pelo recorrente se seguiram, cumprindo-se as formali-
dades obrigatórias, e a Comissão Especial de Avaliação de Desempenho, em decorrência sessão
realizada em 13 de maio de 2008, foi notificado para que apresentasse, em 5 dias, provas que
eventualmente dispusesse em abono de sua permanência nos quadros do Tribunal de Contas,
devendo contar com representação processual por advogado (fls. 72/73). 2. A aludida Comissão,
por sua vez, concluiu que a condenação em processo criminal "abala o conceito de idoneidade
moral que o servidor deve ter íntegro em sua vida funcional", tonando a conduta supostamente
perpetrada pelo recorrente incompatível no desempenho das funções de controle externo exer-
cido pelo Tribunal de Contas. Tais conclusões levaram à exoneração ex officio do recorrente. Sub-
metidos, os autos, ao Plenário do Tribunal de Contas, manteve o ato de exoneração. 3. Dessume-
-se dos autos que a exoneração do recorrente se deu unicamente em razão da condenação em
ação penal, pela prática dos delitos insertos nos artigos 334, caput, combinado com os arts. 327
e 29, bem como no artigo 317, § 1º, todos do Código Penal. 4. Contudo, em decisão proferida
no habeas corpus 109.699/SP, com julgamento em 14.4.2009 e trânsito em julgado na data de
10.9.2009, o Ministro Og Fernandes, integrante da Sexta Turma desta Corte, concedeu a ordem
pleiteada, ao fundamento de que teria havido cerceamento na defesa do recorrente, devendo os
autos retornarem à origem para que fosse realizado novo julgamento da apelação. 5. Assim, sen-
do o único fundamento utilizado pela Administração, para exonerar o recorrente, o suposto trân-
sito em julgado da sentença penal condenatória e tendo o Superior Tribunal de Justiça anulado o
julgamento proferido pela Corte de origem, não há como sustentar a legalidade da exoneração do
recorrente. 6. Prospera, portanto, a assertiva de que foi violado o princípio da presunção de ino-
cência no caso e de que não haveria justa causa para sua reprovação no estágio probatório, tendo
em vista que a exoneração do servidor se baseou, exclusivamente, na existência de ação penal em
curso, já que o servidor foi muito bem avaliado em todas as fases do estágio probatório, conforme
se verificam dos documento carreados aos autos. 7. Recurso ordinário provido para anular o ato
de exoneração, com a determinação de reintegração do recorrente ao cargo público, com efeitos

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patrimoniais contados da data da publicação do ato de exoneração ilegal. (STJ, RMS 32257/SP,
Rel. Min. Mauro Campbell Marques, DJe 16/05/2011).

6.6. Princípio da Motivação das Decisões Administrativas

Os atos administrativos devem ser motivados. Como as decisões exaradas na seara administra-
tiva nada mais são do que atos administrativos dotados de caráter resolutivo, também necessi-
tam ser motivados.

CF/88
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da
Magistratura, observados os seguintes princípios: (...)
X – as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão pública, sendo as
disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros;

Lei nº 9.784/99
Art. 2º A Administração Pública obedecerá dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade,
motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança
jurídica, interesse público e eficiência.
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de:
VII – indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão;
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamen-
tos jurídicos, quando:

Súmula 684, STF


É inconstitucional o veto não motivado à participação de candidato em concurso público.

•• OBS.1. Não devemos confundir motivação com fundamentação: enquanto a primeira con-
siste na exposição dos pressupostos de fato e de direito utilizados pelo administrado, a
segunda consiste na mera indicação da norma legal que embasou a decisão.
•• OBS.2. Segundo a teoria dos motivos determinantes, o motivo que determina a prática do
ato administrativo fica umbilicalmente atrelado ao próprio ato. A teoria existe para que o
Poder Judiciário possa exercer um controle efetivo sobre os limites legais da discricionarie-
dade administrativa. Desta forma, para aqueles que não concordam com a prática do ato,
se conseguir demostrar que o ato possui motivo falso, ou possui motivo inexistente, ou que
o motivo é juridicamente inadequado para a produção do ato, é possível anular todo o ato.

6.7. Princípio do Interesse Público


A principal finalidade da lei é a satisfação do interesse público. Cada norma tem por escopo a sa-
tisfação de um determinado interesse público. Podemos conceituar interesse público como sendo
aquele resultante do conjunto de interesses dos indivíduos que compõe determinada sociedade.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1011
A doutrina mais abalizada e jurisprudência dos tribunais superiores costuma fazer uma distin-
ção entre interesse público primário e interesse público secundário. Enquanto o primeiro re-
presenta o interesse da coletividade, o segundo reproduz o interesse da pessoa jurídica. O ideal
é que os interesses primários e secundários coincidam, andem sempre juntos, fazendo com
que as pretensões da população sejam de fato materializadas pelo gestor público.

6.8. Princípio da Hierarquia


Os órgãos da Administração Pública estão organizados com atribuições definidas em lei, geran-
do entre eles uma relação de coordenação e subordinação. Como consequência, surge a possi-
bilidade de revisão dos atos subordinados, delegação e avocação de atribuições, aplicação de
penalidades administrativas, dentre outros. Essa relação de hierarquia é encontrada apenas na
seara administrativa, não havendo sua incidência nas esferas legislativas e jurisdicionais quan-
do exercidas suas funções típicas.

6.9. Princípio da Presunção de Legitimidade


Os atos administrativos gozam de uma presunção de legitimidade, ou seja, de que foram prati-
cados em conformidade com o ordenamento jurídico. A fundamentação reside no fato de que
os atos da seara administrativa existem para aplicar a lei, dar materialidade e concretude à nor-
ma em abstrato. Desta forma, tendo em vista seu caráter exclusivamente de execução, tais atos
são dotados do benefício democrático da legitimidade.
•• OBS. Tal presunção possui natureza relativa (iuris tantum), sendo considerados válidos até
prova em contrário, cabendo ao particular o ônus do questionamento sobre a ilegalidade.

6.10. Princípio da Especialidade


Com a evolução das sociedades modernas e a complexidade das relações verticalizadas, o Es-
tado vem se desobrigando de uma série de obrigações, repassando tais incumbências para ór-
gãos públicos especializados ou para a iniciativa privada. O princípio da especialidade pode ser
facilmente detectado no art. 37, XIX da Constituição Federal de 1988 com a criação das autar-
quias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista.

CF/88
Art. 37. (...)
XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de em-
presa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar,
neste último caso, definir as áreas de sua atuação;

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6.11. Princípio da Autotutela


Também denominado de princípio da sindicabilidade, significa afirmar que a Administração Pú-
blica tem o poder de regular e verificar seus próprios atos sem a necessidade da provocação
jurisdicional. Esta possibilidade conferida ao Estado de rever e corrigir seus próprios atos admi-
nistrativos pode ocorrer mediante um controle de legalidade, ocasionando a anulação do ato,
ou um controle de mérito, ocasionando uma revogação do ato.
Porém, entende-se que não se trata de uma simples faculdade, mas de uma obrigação, tendo
em vista ao interesse público em análise. Desta forma, o princípio da autotutela contém, na
verdade, um poder-dever de verificar e rever seus próprios atos.

Súmula 346, STF


A Administração Pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos.

Súmula 473, STF


A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais,
porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunida-
de, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.

6.12. Princípio da Supremacia do Interesse Público

O princípio da supremacia do interesse público retrata que os interesses da coletividade pos-


suem uma carga de importância maior do que os interesses dos particulares. Esta superiorida-
de do interesse estatal em face dos interesses privados é plenamente justificável em decorrên-
cia da função coletiva das ações dos agentes públicos.
A fim de legitimar a desigualdade jurídica entre o exercício da função estatal e a esfera privada, o
ordenamento jurídico prevê uma série de prerrogativas inerentes ao Poder Público, tais como a pre-
sunção de legitimidade dos atos administrativos, a desapropriação, a requisição de bens, os prazos
processuais diferenciados, as cláusulas exorbitantes em contratos administrativos, dentre outros.
Há uma necessidade existencial da inafastabilidade desta supremacia para a convivência
harmônica em sociedade. Um dos elementos que compõe a formação do Estado é o poder so-
berano, ou seja, não basta o mero poder formal, ele precisa se alocar em uma posição diferen-
ciada para fazer valer sua vontade. Desta forma, a existência de uma força superior conduzindo
a vontade coletiva é inerente à própria estrutura originária do estado.
O exercício do poder de polícia é uma das mais claras manifestações da supremacia da vontade
do Estado e do interesse coletivo.

6.13. Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público


O princípio da indisponibilidade do interesse público retrata que o interesse da coletividade
não pode ser afastado em decorrência do interesse dos gestores estatais. O interesse público é
indisponível, é obrigado a ser seguido, não podendo ser dispensado em face do proveito alheio.
No exercício da função pública os agentes públicos agem não em nome próprio, mas em nome
da coletividade, fazendo valer o interesse coletivo. Por exemplo, não pode deixar de realizar
concurso quando necessário, não pode deixar de licitar quando necessário, dentre outros.

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OBS.1. Para o administrativista Celso Antônio Bandeira de Mello os postulados em estudos po-
dem ser denominados de superprincípios ou supraprincípios.
OBS.2. Vale lembrar que os princípios alhures tutelam apenas a supremacia e a indisponibilida-
de do interesse da coletividade (interesse público primário) e não o interesse dos administra-
dores (interesse público secundário).
OBS.3. Ambos os princípios possuem conotação relativa (juris tantum), e não absolutas (juris et de
jure). Desta forma, não existe supremacia absoluta do interesse público sobre o privado, nem in-
disponibilidade absoluta do interesse público. Exemplos: art. 10, parágrafo único, Lei nº 10.259/01
(Juizados Especiais Federais); art. 23-A, Lei n° 8.987/95 (Concessão de Serviços Públicos).

CAPÍTULO III
ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

1. Desconcentração e Descentralização
Tanto a desconcentração quanto a descentralização são diferentes técnicas utilizadas para ra-
cionalizar a prestação dos serviços públicos.
A desconcentração é a repartição de funções entre vários órgãos despersonalizados de uma mesma
administração, sem quebra da hierarquia, ou seja, é a distribuição de atribuições entre órgãos pú-
blicos pertencentes a uma única pessoa jurídica, mantendo a vinculação hierárquica. Na desconcen-
tração não há a criação de outras pessoas jurídicas, mas a atribuição de determinadas competências
que serão distribuídas dentro de uma única pessoa jurídica. Exemplos: Ministérios da União, Secre-
tarias de Governos Estaduais e Municipais, Subprefeituras Municipais, dentre outros.
A descentralização é a transferência de competências de uma pessoa para outra pessoa, física ou ju-
rídica, ou seja, é a divisão de competência entre duas ou mais pessoas. Na descentralização as com-
petências administrativas são exercidas por pessoas jurídicas autônomas, criadas para tal finalidade.
Exemplos: autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista.

2. Teoria do Órgão
Várias construções teóricas foram edificadas para tentar explicar como se atribui às pessoas
jurídicas de direito público os atos de pessoas físicas que agissem em seu nome. As principais
foram a teoria do mandato, a teoria da representação e a teoria do órgão.

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A teoria do mandato foi a primeira formulação a surgir. Segundo esta teoria os agentes públicos
seriam verdadeiros mandatários e legítimos delegados dos poderes do Estado, podendo agir
em nome e interesse deste, conforme suas próprias convicções. Essa teoria, inspirada no di-
reito privado, restou prejudicada tendo em vista a ausência de vontade própria do Estado, não
podendo outorgar mandato.
A teoria da representação defendia a tese de que os agentes públicos, em virtude de lei, seriam
autênticos representantes do Estado, havendo uma coincidência de vontades, assim como ocorre
na tutela ou na curatela com relação aos incapazes. Essa teoria também restou prejudicada em
face da equiparação do ente estatal a um incapaz, pois não sendo o incapaz legítimo detentor
de capacidade plena, não poderia outorgar validamente sua própria representação.
A teoria do órgão, cuja elaboração é atribuída ao jurista alemão Otto Friedrich Gierke, defende
a tese de que a manifestação de vontade das pessoas jurídicas ocorre através de seus órgãos,
que, por sua vez, são titularizados pelos agentes públicos. Os órgãos públicos são centros abs-
tratos e hierarquizados de competências do Estado, instituídos para o desempenho de funções
estatais, através de seus agentes. Desta forma, de acordo com o princípio da imputação voliti-
va, a vontade do agente público é imputada ao órgão. Porém, como o órgão não tem persona-
lidade jurídica própria, a imputação é atribuída não ao agente público (pessoa física), mas ao
próprio ente estatal (pessoa jurídica) ao qual aquele órgão se encontra integrado.

3. Administração Direta e Indireta

Pelo modo como a Administração Pública se encontra disposta no texto constitucional e nas legis-
lações extravagantes, podemos afirmar inicialmente que ela se bifurca em duas: direta e indireta.
A denominada Administração Pública Direta ou Centralizada é o centro originário da Adminis-
tração Pública, compreendendo as pessoas jurídicas políticas centrais dotadas de função admi-
nistrativa: União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
A denominada Administração Pública Descentralizada é o deslocamento da atividade adminis-
trativa do núcleo, compreendendo determinadas pessoas jurídicas de direito público ou priva-
do, agindo de forma específica para o qual foram criadas. Com o passar nos anos e o aumento
da complexidade da vida em sociedade, o Poder Público, valendo-se do princípio da especiali-
dade, começou a transferir responsabilidades suas para parceiros a fim de melhorar a presta-
ção do serviço público.
Na forma descentralizada ocorre, ainda, uma subdivisão em Administração Indireta e Adminis-
tração por Serviços Públicos. A Administração Pública Indireta compreende as autarquias, fun-
dações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista. A Administração Pública
por Serviços Públicos compreende as empresas concessionárias e permissionárias prestadoras
de serviços públicos.

4. Organograma da Administração Pública


Com base nos elementos que compõe a Administração Pública é possível esquematizar um or-
ganograma a fim de melhor visualizar a estrutura contemporânea estatal.

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5. Autarquias

5.1. Conceito
O conceito de autarquia, ainda que de forma incompleta, pode ser encontrado expressamente
positivado no art. 5º, I do Decreto-lei nº 200/67. Também é possível se depara com referências
manifestas à autarquia no art. 37, XIX da Constituição Federal de 1988.

Decreto-lei nº 200/67
Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se:
I – Autarquia – o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e
receita próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram,
para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada.
CF/88
Art. 37. (...)
XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de em-
presa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar,
neste último caso, definir as áreas de sua atuação;

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6. Fundações

6.1. Conceito
É um conjunto de bens/patrimônios afetados visando atender um determinado fim. Dá- se per-
sonalidade jurídica ao conglomerado para que possa existir por si mesmo.
•• OBS. Há divergência na doutrina quanto à natureza jurídica das fundações. Há autores
afirmando que a fundação não poderia se trajar de caráter público, pois sua existência no
mundo jurídico estaria restrita apenas à seara privada. Porém, a grande maioria da doutri-
na admite a possibilidade da subsistência das fundações tanto na esfera privada quanto na
seara pública.

7. Empresas Estatais
Por empresa estatal podemos entender toda sociedade, civil ou comercial, da qual o Estado
tenha o controle acionário. São pessoas jurídicas de direito privado, criadas por lei ordinária
específica para desempenhar atividade econômica em sentido estrito ou prestar serviços públi-
cos. O conceito abrange a empresa pública, a sociedade de economia mista e outras empresas
que tenham necessariamente tal natureza.

7.1. Empresas Públicas

7.1.1. Conceito
São pessoas jurídicas de direito privado, autorizadas por lei ordinária específica, para a presta-
ção de serviços público ou exploração de atividade econômica. Podemos encontrar o conceito
de Empresa Pública devidamente positivada no art. 5º, II do Decreto-Lei n° 200/67.

Decreto-Lei nº 200/67

Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se: (...)


II – Emprêsa Pública – a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com
patrimônio próprio e capital exclusivo da União, criado por lei para a exploração de atividade
econômica que o Govêrno seja levado a exercer por fôrça de contingência ou de conveniência
administrativa podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito. (Redação
dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)

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8. Sociedades de Economia Mista

8.1. Conceito
São pessoas jurídicas de direito privado, autorizadas por lei ordinária específica, para a prestação
de serviços público ou exploração de atividade econômica. Podemos encontrar o conceito de So-
ciedade de Economia Mista devidamente positivada no art. 5º, III do Decreto-Lei n° 200/67.

Decreto-Lei nº 200/67
Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se: (...)
III – Sociedade de Economia Mista – a entidade dotada de personalidade jurídica de direito
privado, criada por lei para a exploração de atividade econômica, sob a forma de sociedade
anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União ou a entidade da
Administração Indireta. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)

CAPÍTULO IV
PODERES ADMINISTRATIVOS

1. Conceito de Poder Administrativo


Os poderes administrativos ou poderes da administração são prerrogativas que a Administração Públi-
ca dispõe, a partir de competências estabelecidas pela Constituição Federal, sobrepondo o interesse
público ao privado. São obrigações estatais, um poder-dever (poder é uma competência que a Admi-
nistração Pública recebe da Constituição Federal; dever é a impossibilidade de usar a prestação).

2. Poder Vinculado
A atuação da Administração Pública deverá estar pautada na legalidade. Logo, a atividade ad-
ministrativa será vinculada se o regramento legal impuser as exigências para sua atuação.

3. Poder Discricionário
Há determinadas situações em que o legislador faz contemplar alguma liberdade para o admi-
nistrador, concedendo-lhe uma ligeira discricionariedade. Desta forma, podemos afirmar que
existe uma discricionariedade regrada, mas nunca uma discricionariedade absoluta.

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O principal fundamento para apontado para a existência do poder discricionário é a impossibili-


dade do legislador de positivar todas as condutas possíveis dos agentes públicos.
O Poder Judiciário, exercendo o controle externo dos atos administrativos, não poderá adentrar
na seara da discricionariedade administrativa, limitando-se ao campo legal.

4. Poder Hierárquico
A organização administrativa é estruturada por regras de coordenação e subordinação entre
órgãos e agentes. O vínculo de autoridade entre os órgãos de escalonamento superior com os
de escalonamento inferior denomina-se hierarquia.

Decorrências da Hierarquia
Poder de ordenar atividades, poder de controlar e fiscalizar, poder de rever as decisões
inferiores, poder de anular os atos ilegais, poder de revogar os atos, inconvenientes e
inoportunos, poder de punir, poder de avocar atribuições, poder de delegar atribuições.

ATENÇÃO: O Poder Hierárquico, sob a ótica de coordenação e subordinação de atividades, é


um poder exclusivo da função administrativa, não se admitindo a sua incidência no âmbito le-
gislativo ou jurisdicional.

5. Poder Disciplinar
É o poder que compete à Administração Pública para apurar infrações funcionais e aplicar
penalidades aos seus servidores e demais pessoas sujeitas à disciplina dos órgãos e serviços.

6. Poder Normativo
É o poder em função do qual a Administração Pública edita atos com efeitos gerais e abstratos.
O Poder Regulamentar é o que cabe aos Chefes do Poder Executivo, com a finalidade de expedir
normas gerais complementares à lei.

CF/88
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: (...)
IV – sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos
para sua fiel execução;

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Regra geral, os decretos não podem inovar na ordem jurídica, devendo se limitar a regulamentar
o disposta na legislação, nos limites nela determinados.

Todavia, com o advento da EC 32/01, passou a existir a possibilidade do Chefe do Executivo edi-
tar regulamentos autônomos e independentes, podendo inovar na ordem jurídica.

CF/88
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: (...)
VI – dispor, mediante decreto, sobre:
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de
despesas nem criação ou extinção de órgãos públicos;
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;

7. Poder de Polícia

7.1. Conceito
Consiste na atividade do Estado de condicionar e restringir o exercício de direitos individuais,
tais como a propriedade e a liberdade, em benefício do interesse público.
O Código Tributário Nacional (CTN) oferece um conceito normativo de poder de polícia.

CTN
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinan-
do direito, interêsse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de intêresse
público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mer-
cado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Públi-
co, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.

7.2. Atributos do Poder de Polícia


Discricionariedade: É a escolha do melhor momento para agir, o meio de sua atuação e a san-
ção mais se enquadra na situação concreta.
Autoexecutoriedade: É a prerrogativa que detém a Administração Pública de praticar atos e de
executar suas próprias decisões, sem precisar socorrer-se previamente a outros poderes.
Coercibilidade: É a imposição coativa das decisões adotadas pela Administração Pública, admi-
tindo o emprego da força pública.

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Professora Tatiana Marcello

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Edital

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA BRASILEIRA: Princípios da Administração Pública; Concentração,


Desconcentração e Descentralização; Poderes do Estado; Decreto Lei 200/1967.

BANCA: ESAF
CARGO: Assistente Técnico Administrativo

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1. PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

1.1. Supraprincípios do Direito Administrativo

Os chamados supraprincípios são aqueles considerados centrais, dos quais decorrem todos os
demais. Segundo a doutrina, são dois:

1.1.2. Princípio da Supremacia do Interesse Público


Chamado de Supraprincípio, o Princípio da Supremacia do Interesse Público sobre o privado,
ainda implícito na ordem jurídica, significa que os interesses da coletividade são mais
importantes que o os interesses individuais, portanto, a Administração Pública tem poderes
especiais, não conferidos aos particulares. A Administração Pública está em uma posição de
superioridade em relação aos partiulares.

1.2.3. Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público


Também considerado um Supraprincípio, o Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público
prevê que os agentes públicos não são os donos do interesse por eles defendidos, de forma que
não podem dispor desses interesses. Os agentes, no exercício da função administrativa, estão
obrigados a atuar conforme o determinado em lei e não de acordo com a vontade própria.
Decorre desse princípio a vedação de que o agente público renuncie aos poderes que lhe foram
legalmente conferidos.

1.2. Princípios Constitucionais Básicos Explícitos

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência...
Trata-se dos princípios expressamente trazidos pela CF/88, considerando que há outros
princípios aplicáveis.

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Para memorizá-los, usa-se o macete do “LIMPE”:

Legalidade
Impessoalidade
Moralidade
Publicidade
Eficiência

1.2.1. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE


A administração pública só pode agir quando houver lei que determine ou autorize sua
atuação. Assim, a eficácia da atividade da administração pública está condicionada ao que a lei
permite ou determina.
Enquanto no âmbito dos particulares, o princípio da legalidade significa que podem fazer
tudo o que a lei não proíba, no âmbito da administração pública esse princípio significa que o
administrador só pode fazer o que a lei autorize ou determine.
Esse princípio é o que melhor caracteriza o estado Estado de Direito, pois o administrador
público não pode agir de acordo com sua própria vontade e sim de acordo com o interesse do
povo, titular do poder. Como, em última instância, as leis são feitas pelo povo, através de seus
representantes, pressupõe-se que estão de acordo com o interesse público.

1.2.2. PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE


O administrador público deve ser impessoal, tendo sempre como finalidade a satisfação do
intere interesse público, não podendo beneficiar nem prejudicar a si ou determinada pessoa.
Esse princípio é visto sob dois aspectos:
a) como determinante da finalidade de toda atuação administrativa – inevitavelmente,
determinados atos podem ter por consequencia benefícios ou prejuízos a alguém, porém,
a atuação do administrador deve visar ao interesse público, sob pena de tal ato ser
considerado nulo por desvio de finalidade;
b) como vedação a que o agente público valha-se das atividades desenvolvidas pela
administração para obter benefício ou promoção pessoal – é vedado a promoção pessoal
do agente público pela sua atuação como administrador.
Como exemplos de aplicação do princípio da impessoalidade, podemos citar a imposição
de concurso público como condição para ingresso em cargo efetivo ou emprego público e a
exigência de licitações públicas para contratações pela administração.

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1.2.3. PRINCÍPIO DA MORALIDADE


A moral administrativa está ligada à ideia de ética, probidade e de boa-fé. Não basta que a
atuação do administrador público seja legal, precisa ser moral também, já que nem tudo que é
legal é honesto.
Ato contrário a moral não é apenas inoportuno ou inconveniente, é considerado nulo.

1.2.4. PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE


Esse princípio é tratado sob dois prismas:
a) exigência de publicação em órgão oficial como requisito de eficácia dos atos administrativos
gerais que devam produzir efeitos externos ou onerem o patrimônio público – enquanto
não for publicado, o ato não pode produzir efeitos;
b) exigência de transparência da atuação administrativa – finalidade de possibilitar, de forma
mais ampla possível, controle da administração pública pelo povo.

1.2.5. PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA


O princípio da eficiência foi inserido o caput do art. 37 através da EC 19/1998. Visa a atingir
os objetivos de boa prestação dos serviços, de modo mais simples, rápido e econômico,
melhorando a relação custo/benefício da atividade da administração pública. O administrador
deve ter planejamento, procurando a melhor solução para atingir a finalidade e interesse
público do ato.
Esse princípio, porém, não tem um caráter absoluto, já que não é possível afastar os outros
princípios da administração sob o argumento de dar maior eficiência ao ato. Por exemplo, não
se pode afastar as etapas legais (princípio da legalidade) de um procedimento licitatório a fim
de ter maior eficiência.

1.3. Demais Princípios norteadores da Administração Pública

1.3.1. Princípio do Contraditório


Princípio previsto expressamente no art. 5º, LV da CF e também na Lei nº 9.784/1999 (Lei do
Processo Administrativo Federal), preconiza que os interessados têm o direito de manifestação
antes das decisões administrativas, ou seja, a Administração deve oportunizar que os afetados
pela decisão sejam ouvidos antes do final do processo.

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1.3.2. Princípio da Ampla Defesa
O Princípio da Ampla Defesa, também previsto expressamente no art. 5º, LV da CF e na Lei
nº 9.784/1999 (Lei do Processo Administrativo Federal), assegura aos litigantes (em processo
judicial ou administrativo) a produção de todos os meios de provas, recursos e instrumentos
necessários para sua defesa. Desse princípio decorre o chamado “Princípio do Duplo Grau
de Jurisdição”, pelo qual o interessado tem o direito de recorrer das decisões que lhe sejam
desfavoráveis.

1.3.3. Princípio da Autotutela


O Princípio da Autotutela significa que a Administração Pública não necessita do poder Judiciário
para rever seus próprios atos. Desse princípio decorre a regra prevista na Lei 9.784/1999: A
Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode
revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.

1.3.4. Princípio da Motivação


O Princípio da Motivação, também presente na Lei nº 9.784/1999 (Lei do Processo
Administrativo Federal) preconiza a necessidade de indicação dos pressupostos de fato e de
direito que determinam a decisão. Diferentemente do “motivo” que é o fato concreto que
autoriza o ato, a “motivação” é a exposição do motivo.

1.3.5. Princípio da Finalidade


Trata-se do atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes
ou competências, salvo autorização em lei (Lei nº 9.784/1999). Ou seja, é proibido o manejo de
prerrogativas da função administrativa para alcançar objetivos diferentes do definido em lei
(pois a lei visa ao interesse público).

1.3.6. Princípio da Razoabilidade e da Proporcionalidade


Implícitos na CF, esses princípios trazem a ideia de adequação entre meios e fins, vedada a
imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente
necessárias ao atendimento do interesse público. O agente deve realizar suas funções com
equilíbrio, coerência e bom senso. Exemplo atual de aplicabilidade desses princípios foi a
decisão do STF de que a existência de tatuagem não pode impedir um aprovado em concurso
público de tomar posse, pois se trata de uma exigência desproporcional, sem razoabilidade.

1.3.7. Princípio da Hierarquia


Esse princípio estabelece as relação de coordenação e subordinação entre órgãos da
Administração Pública Direta. Subordinação hierarquia é típico da funções administrativas.

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2. DECRETO-LEI Nº 200, DE 25 DE FEVEREIRO DE 1967. (PARCIAL)

Dispõe sôbre a organização da Administração d) fundações públicas.


Federal, estabelece diretrizes para a Reforma
Administrativa e dá outras providências. Parágrafo único. As entidades compreendi-
das na Administração Indireta vinculam-se
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando das ao Ministério em cuja área de competência
atribuições que lhe confere o art. 9º, § 2º, do estiver enquadrada sua principal atividade.
Ato Institucional nº 4, de 7 de dezembro de
1966, decreta: Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se:
I – Autarquia – o serviço autônomo, cria-
do por lei, com personalidade jurídica, pa-
TÍTULO I trimônio e receita próprios, para executar
atividades típicas da Administração Pública,
Da Administração Federal que requeiram, para seu melhor funciona-
mento, gestão administrativa e financeira
Art. 1º O Poder Executivo é exercido pelo Presi- descentralizada.
dente da República auxiliado pelos Ministros de
Estado. II – Emprêsa Pública – a entidade dotada de
personalidade jurídica de direito privado,
Art. 2º O Presidente da República e os Ministros com patrimônio próprio e capital exclusivo
de Estado exercem as atribuições de sua com- da União, criado por lei para a exploração
petência constitucional, legal e regulamentar de atividade econômica que o Govêrno seja
com o auxílio dos órgãos que compõem a Admi- levado a exercer por fôrça de contingência
nistração Federal. ou de conveniência administrativa podendo
Art. 3º Respeitada a competência constitucional revestir-se de qualquer das formas admiti-
do Poder Legislativo estabelecida no artigo 46, das em direito.
inciso II e IV, da Constituição, o Poder Executivo III – Sociedade de Economia Mista – a en-
regulará a estruturação, as atribuições e funcio- tidade dotada de personalidade jurídica de
namento do órgãos da Administração Federal. direito privado, criada por lei para a explora-
Art. 4º A Administração Federal compreende: ção de atividade econômica, sob a forma de
sociedade anônima, cujas ações com direito
I – A Administração Direta, que se constitui a voto pertençam em sua maioria à União
dos serviços integrados na estrutura admi- ou a entidade da Administração Indireta.
nistrativa da Presidência da República e dos
Ministérios. IV – Fundação Pública – a entidade dotada
de personalidade jurídica de direito privado,
II – A Administração Indireta, que compre- sem fins lucrativos, criada em virtude de au-
ende as seguintes categorias de entidades, torização legislativa, para o desenvolvimen-
dotadas de personalidade jurídica própria: to de atividades que não exijam execução
por órgãos ou entidades de direito público,
a) Autarquias; com autonomia administrativa, patrimônio
b) Emprêsas Públicas; próprio gerido pelos respectivos órgãos de
direção, e funcionamento custeado por re-
c) Sociedades de Economia Mista. cursos da União e de outras fontes.

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§ 1º No caso do inciso III, quando a ativida- a) dentro dos quadros da Administração Fe-
de fôr submetida a regime de monopólio deral, distinguindo-se claramente o nível de
estatal, a maioria acionária caberá apenas à direção do de execução;
União, em caráter permanente.
b) da Administração Federal para a das uni-
§ 2º O Poder Executivo enquadrará as enti- dades federadas, quando estejam devida-
dades da Administração Indireta existentes mente aparelhadas e mediante convênio;
nas categorias constantes dêste artigo.
c) da Administração Federal para a órbita
§ 3º As entidades de que trata o inciso IV privada, mediante contratos ou concessões.
deste artigo adquirem personalidade jurí-
dica com a inscrição da escritura pública de § 2º Em cada órgão da Administração Fede-
sua constituição no Registro Civil de Pessoas ral, os serviços que compõem a estrutura
Jurídicas, não se lhes aplicando as demais central de direção devem permanecer libe-
disposições do Código Civil concernentes às rados das rotinas de execução e das tarefas
fundações. de mera formalização de atos administrati-
vos, para que possam concentrar-se nas ati-
vidades de planejamento, supervisão, coor-
denação e contrôle.
TÍTULO II
§ 3º A Administração casuística, assim en-
Dos Princípios Fundamentais tendida a decisão de casos individuais, com-
pete, em princípio, ao nível de execução, es-
Art. 6º As atividades da Administração Federal pecialmente aos serviços de natureza local,
obedecerão aos seguintes princípios fundamen- que estão em contato com os fatos e com o
tais: público.
I – Planejamento. § 4º Compete à estrutura central de direção
II – Coordenação. o estabelecimento das normas, critérios,
programas e princípios, que os serviços res-
III – Descentralização. ponsáveis pela execução são obrigados a
respeitar na solução dos casos individuais e
IV – Delegação de Competência. no desempenho de suas atribuições.
V – Contrôle. § 5º Ressalvados os casos de manifesta im-
(...) praticabilidade ou inconveniência, a exe-
cução de programas federais de caráter
nitidamente local deverá ser delegada, no
todo ou em parte, mediante convênio, aos
CAPÍTULO III órgãos estaduais ou municipais incumbidos
DA DESCENTRALIZAÇÃO de serviços correspondentes.
§ 6º Os órgãos federais responsáveis pe-
Art. 10. A execução das atividades da Adminis-
los programas conservarão a autoridade
tração Federal deverá ser amplamente descen-
normativa e exercerão contrôle e fiscaliza-
tralizada.
ção indispensáveis sôbre a execução local,
§ 1º A descentralização será posta em práti- condicionando-se a liberação dos recursos
ca em três planos principais: ao fiel cumprimento dos programas e con-
vênios.

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§ 7º Para melhor desincumbir-se das tarefas suficientemente desenvolvida e capacitada


de planejamento, coordenação, supervisão a desempenhar os encargos de execução.
e contrôle e com o objetivo de impedir o
crescimento desmesurado da máquina ad- § 8º A aplicação desse critério está condi-
ministrativa, a Administração procurará de- cionada, em qualquer caso, aos ditames do
sobrigar-se da realização material de tarefas interesse público e às conveniências da se-
executivas, recorrendo, sempre que possí- gurança nacional.
vel, à execução indireta, mediante contrato, (...)
desde que exista, na área, iniciativa privada

2.1. Considerações sobre o DL 200/1967

O DL 200/1967 dispõe sobre a organização da Administração Pública Federal, promovendo uma


descentralização e flexibilização administrativa, que embora contenha várias impropriedades,
continua em vigência.
O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República auxiliado pelos Ministros de
Estado.
O Presidente da República e os Ministros de Estado exercem as atribuições de sua competência
constitucional, legal e regulamentar com o auxílio dos órgãos que compõem a Administração
Federal.
•• A Administração Federal compreende:

As entidades compreendidas na Administração Indireta vinculam-se ao Ministério em cuja área


de competência estiver enquadrada sua principal atividade.

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•• Para os fins desta lei, considera-se:
•• Autarquia – o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio
e receita próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que
requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira
descentralizada.
•• Fundação Pública – a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado,
sem fins lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa, para o desenvolvimento
de atividades que não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público,
com autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de
direção, e funcionamento custeado por recursos da União e de outras fontes (Ex.: IBGE,
FUNAI).

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•• Empresa Pública – a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado,


com patrimônio próprio e capital exclusivo da União, criado por lei para a exploração
de atividade econômica que o Governo seja levado a exercer por força de contingência
ou de conveniência administrativa podendo revestir-se de qualquer das formas
admitidas em direito.
•• Sociedade de Economia Mista – a entidade dotada de personalidade jurídica de
direito privado, criada por lei para a exploração de atividade econômica, sob a forma
de sociedade anônima (S.A.), cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria
à União (ou outro ente federativo) ou a entidade da Administração Indireta. (Quando
a atividade for submetida a regime de monopólio estatal, a maioria acionária caberá
apenas à União, em caráter permanente – ex.: Petrobrás).

EMPRESAS PÚBLICAS SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA


-Personalidade jurídica de direito privado; - Personalidade jurídica de direito privado
- Qualquer forma societária. - Obrigatoriamente S.A.
Finalidade: Finalidade:
a) Prestação de serviço público; a) Prestação de serviço público;
b) Exploração de atividade econômica. b) Exploração de atividade econômica.

Capital: Capital:
Exclusivamente público! Misto, sendo uma parte pública (maioria
votante) e parte privada.
Obs.: se não tiver capital privado,
converte-se em empresa pública.
Obs.: se não for a maioria público, será
uma empresa privada com participação
estatal, que não integra a administração.

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3. PODERES DO ESTADO (DO ADMINISTRADOR PÚBLICO)

3.1 INTRODUÇÃO

O Estado age por meio de seus agentes públicos, aos quais são conferidas prerrogativas
diferenciadas, a serem utilizadas para o alcanças os seus fins: a satisfação dos interesses
públicos. Esse conjunto de prerrogativas denomina-se Poderes Administrativos, ou seja, são
instrumentos conferidos à Administração para o atendimento do interesse público.
Há hipóteses e que os Poderes se convertem em verdadeiros Deveres, pois enquanto na esfera
privada o Poder é mera faculdade daquele que o detém, na esfera pública público representa um
Dever do administrador para com os administrados. Segundo a doutrina, trata-se do chamado
Poder-dever de agir, de forma que se o agente não agir, poderá responder por omissão.

3.2 PODERES DO ESTADO

A fim de desempenhar a satisfação do interesse público, os agentes possuem poderes, os quais


serão vistos abaixo, segundo classificação da doutrina majoritária.

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3.2.1. Poder Vinculado


Também chamado de regrado, é o poder conferido pela lei à Administração para a prática de
ato de sua competência, mas com pré-determinação dos elementos e requisitos necessários
a sua formalização, ou seja, é aquele nos quais a liberdade de atuação do agente é mínima
ou inexiste. Portanto, o poder vinculado difere-se do poder discricionário, pois neste há maior
liberdade de atuação da Administração. Para alguns autores, a ideia de poder é contraditória
nesse caso, já que o administrador está limitado a respeito dos elementos que compõem o ato
(competência, finalidade, forma, motivo e objeto), não gozando de liberdade.

3.2.2. Poder Discricionário:


É o poder conferido à Administração que, embora deva estar de acordo com a lei, confere uma
maior liberdade ao Administrador, que poderá adotar uma ou outra conduta de acordo com a
conveniência e oportunidade, ou seja, a Lei faculta ao administrador a possibilidade de escolher
as entre as condutas possíveis, a qual deve estar de acordo com o melhor atendimento do
interesse público. Não se pode confundir discricionariedade com arbitrariedade ou livre
arbítrio, pois a Administração Pública, ao revés dos particulares de modo geral, só pode fazer
aquilo que a Lei lhe determina ou autoriza. Arbitrariedade é, para a Administração Pública,
sinônimo de ilegalidade; enquanto o livre arbítrio é a possibilidade de fazer o que bem entender,
conduta que também não é permitida por estar o administrador restrito à legalidade.
Segundo José dos Santos Carvalho Filho: "conveniência e oportunidade são os elementos
nucleares do poder discricionário. A primeira indica em que condições vai se conduzir o agente;
a segunda diz respeito ao momento em que a atividade deve ser produzida. Registre-se, porém,
que essa liberdade de escolha tem que se conformar com o fim colimado na lei".

3.2.3. Poder Regulamentar (ou Normativo)


É o poder conferido aos chefes do Executivo para editar decretos e regulamentos com a
finalidade de permitir a efetiva implementação da Lei. Enquanto as Leis são criadas no âmbito
do Poder Legislativo, a Administração Pública poderá criar esses decretos e regulamentos
para complementá-las, ao quais não podem contrariar, restringir ou ampliar as disposições da
Lei. Incumbe à Administração, então, complementar as Leis, criando os mecanismos para sua
efetiva implementação.
De acordo com a “Constituição Federal – Art.84. Compete privativamente ao Presidente da
República: IV – sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e
regulamentos para sua fiel execução;”. Em decorrência do princípio da simetria constitucional,
os Chefes de Executivos dos Estados possuem a mesma prerrogativa. Outras autoridades, como
os Ministros, podem editar atos normativos (inc. II, § único, art. 87, CF), bem como entidades
(ex.: agências reguladoras).

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3.2.4. Poder Hierárquico
A hierarquia é inerente ao Poder Executivo. No âmbito do Poder Legislativo ou Judiciário, onde
ocorra o desempenho de função administrativa (atividade atípica desses poderes), poderá
haver hierarquia; porém, em relação às funções típicas exercidas pelos membros desses dois
poderes (legislativa e jurisdicional) não há hierarquia entre seus membros (parlamentares e
membros da magistratura).
O poder hierárquico tem íntima relação com o poder disciplinar e objetiva ordenar, coordenar,
controlar e corrigir as atividades administrativas no âmbito interno da Administração. É através
do poder hierárquico que a Administração escalona a função de seus órgãos, revê a atuação
de seus agentes e estabelece a relação de subordinação entre seus servidores. Nas relações
hierárquicas há vínculo de subordinação entre órgãos e agentes.

3.2.5 Poder Disciplinar


O Poder Disciplinar é o exercido pela Administração para apurar as infrações dos servidores e
das demais pessoas que ficarem sujeitas à disciplina administrativa. Decorre do escalonamento
hierárquico visto anteriormente, ou seja, se ao superior é dado poder de fiscalizar os atos dos
seus subordinados, por óbvio que, verificando o descumprimento de ordens ou normas, tenha
a possibilidade de impor as devidas sanções previstas para aquela conduta. Portanto, o Poder
Disciplinar afeta a estrutura interna da Administração.
Hely Lopes Meirelles conceitua o Poder Disciplinar como “faculdade de punir internamente as
infrações funcionais dos servidores e demais pessoas sujeitas à disciplina dos órgãos e serviços
da Administração.”
Muito embora Hely se refira a poder como uma “faculdade”, importante salientar que não se
trata de uma decisão discricionária da autoridade, já que diante de uma irregularidade, o agente
tem o poder-dever de agir, ou seja, é obrigado a apurar e apenas o infrator. Exemplificando,
estabelece o art. 143 da Lei 8.112/90 (Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União,
Autarquias e Fundações Públicas): A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço
público é obrigada a promover sua apuração imediata....”. Já em relação à penalidade a ser
aplicada, em razão de adotarmos a chamada tipicidade aberta, há uma margem discricionária
para que a Administração decida, de acordo com as circunstâncias, natureza ou gravidade de
cada infração, a pena que irá aplicar, desde que observando o princípio da adequação punitiva
(que seja aplicada uma pena adequada para a infração).

3.2.6 Poder de Polícia


O Código Tributário Nacional – CTN, conceitua Poder de Polícia, dispondo em seu art. 78
que: considera-se poder de polícia a atividade da administração pública que, limitando ou
disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato,
em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à
disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de
concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade
e aos direitos individuais ou coletivos.

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Poder de Polícia, portanto, é a atividade do Estado que limita os direitos individuais em


benefício do interesse público, ou seja, é o mecanismo de frenagem de que dispõe a
Administração Pública para conter os abusos do direito individual (Hely Lopes Meirelles). O
interesse público está relacionado com a segurança, moral, saúde, meio ambiente, consumidor,
propriedade, patrimônio cultural.
Passa-se, então, à análise dos principais pontos referentes ao Poder de Polícia.

3.2.6.1 Polícia Administrativa e Judiciária.


O poder de polícia do Estado pode ocorrer em duas áreas: na administrativa, feita pelos órgãos
administrativos, atuando sobre as atividades do indivíduos (ex.: fiscalização da atividade de
comércio) e na judiciária, executada pelos órgãos de segurança, atuando sobre o indivíduo
que poderia cometer algum ilícito penal (ex.: polícia civil de um estado). Em regra, a polícia
administrativa exerce atividade preventiva, enquanto a polícia judiciária exerce atividade
repressiva.

3.2.6.2 Competência para Exercício


A princípio, o critério para determinação de competência para o exercício do Poder de Polícia
é o que diz respeito ao poder de regular a matéria, o qual, por sua vez, arrima-se no princípio
de predominância do interesse. Assim, aproveitando os ensinamentos de Hely Lopes Meirelles:
os assuntos de interesse nacional ficam sujeitos à regulamentação e policiamento da União;
as matérias de interesse regional sujeitam-se às normas e à polícia estadual; os assuntos de
interesse local subordinam-se aos regulamentos edilícios e ao policiamento administrativo
municipal.

3.2.6.3 Atributos ou Características


Os atributos costumeiramente apontados pela doutrina no que se refere aos atos resultantes do
exercício regular do poder de polícia são três: discricionariedade (livre escolha de oportunidade
e conveniência), auto-executoriedade (decidir e executar diretamente sua decisão sem a
intervenção do Judiciário) e coercibilidade.

3.2.6.4. Sanções decorrentes do Poder de Polícia


As sansões são impostas pela própria Administração em procedimentos administrativos
compatíveis com as exigências do interesse público, respeitando a legalidade da sanção e a sua
proporcionalidade à infração.
Exemplificando, podemos citar as seguintes sanções administrativas, em decorrência do
exercício do Poder de Polícia: as multas, a interdição de atividades, demolição de construções
irregulares, inutilização de gêneros, apreensão de objetos.

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Edital

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA BRASILEIRA: 7. O Brasil e sua Administração Pública: Da República


velha aos dias atuais. Nascimento e Afirmação da República Brasileira. Aspectos Fundamentais
na Formação do Estado Brasileiro. Teorias das Formas e dos Sistemas de Governo.

BANCA: ESAF
CARGO: Assistente Técnico Administrativo

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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA BRASILEIRA

O Brasil e sua Administração Pública: da República Velha aos dias atuais.1

A República Velha
A Proclamação da República não alterou profundamente as estruturas socioeconômicas do
Brasil imperial. A riqueza nacional continuou concentrada na economia agrícola de exportação,
baseada na monocultura e no latifúndio. O que se acentuou foi a transferência de seu centro
dinâmico para a cafeicultura e a consequente mudança no polo dominante da política brasilei-
ra, das antigas elites cariocas e nordestinas para os grandes cafeicultores paulistas.
O governo provisório adotou as reformas imediatas necessárias à vigência do novo regime e
convocou eleições para uma assembleia constituinte. A Carta de 1891, francamente inspirada
na Constituição americana de 1787, consagrou a República, instituiu o federalismo e inaugurou
o regime presidencialista.
A separação de poderes ficou mais nítida. O Legislativo continuava bicameral, sendo agora for-
mado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado, cujos membros passaram a ser eleitos para
mandato de duração certa.
Ampliou-se a autonomia do Judiciário. Foi criado o Tribunal de Contas para fiscalizar a realiza-
ção da despesa pública. As províncias, transformadas em estados, cujos presidentes (ou go-
vernadores) passaram a ser eleitos, ganharam grande autonomia e substantiva arrecadação
própria. Suas assembleias podiam legislar sobre grande número de matérias. Esse sistema ca-
racterizava o federalismo competitivo.
A República federalista, com estados politicamente autônomos, consagrou um novo pacto po-
lítico que acomodava os interesses das elites econômicas do Centro-Sul e do resto do país. O
governo federal ocupava-se de assegurar a defesa e a estabilidade, e proteger os interesses da
agricultura exportadora por meio do câmbio e da política de estoques, com reduzida interfe-
rência nos assuntos “internos” dos demais estados. Lá vicejavam os mandões locais, grandes
proprietários de terra e senhores do voto de cabresto, e as grandes oligarquias, que controla-
vam as eleições e os governos estaduais e davam segurança às maiorias que apoiavam o gover-
no federal. A política dos governadores garantia a alternância na Presidência da República de
representantes de São Paulo e de Minas Gerais. Esse sistema era marcado pela instabilidade
dos governos estaduais, passíveis de ser derrubados e substituídos em função da emergência
de novas oligarquias.

1 Texto adapatado de: Costa, Frederico Lustosa da. Brasil: 200 anos de Estado; 200 anos de administração pública; 200
anos de reformas. Revista de Administração Pública. Rio de Janeiro 42 (5): 829:874, set-out, 2008.

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Nesse período, não houve grandes alterações na conformação do Estado nem na estrutura do
governo. Desde a Proclamação da República, a principal mudança no Poder Executivo foi a cria-
ção dos ministérios da Instrução Pública, de brevíssima existência; da Viação e Obras Públicas;
e da Agricultura, Indústria e Comércio; cujos nomes sofreram pequenas modificações.
Do ponto de vista da Federação, houve uma ligeira redução na capacidade legislativa dos esta-
dos, que perderam o poder de legislar sobre determinadas matérias.
A República Velha durou cerca de 40 anos. Aos poucos, foi se tornando disfuncional ao Brasil
que se transformava, pela diversificação da economia, pelo primeiro ciclo de industrialização,
pela urbanização e pela organização política das camadas urbanas. Novos conflitos de interesse
dentro dos setores dominantes, entre as classes sociais e entre as regiões, punham em causa
o pacto oligárquico, as eleições de bico-de-pena e a política do café-com-leite. Por outro lado,
desde a guerra contra o Paraguai (1864-70), o Exército passou a ser um ator político cada vez
mais importante, como arena de revoltas ou sujeito de ações determinantes, perseguindo ide-
ais modernizadores ou salvacionistas.
A eleição do paulista Júlio Prestes para suceder o também paulista Washington Luís, derrotan-
do o gaúcho Getúlio Vargas, desencadeou o rompimento do pacto com os mineiros e com as
demais oligarquias estaduais, abrindo espaço para mais uma intervenção do Exército — a Revo-
lução de 1930.

A “burocratização” do Estado nacional


A narrativa precedente dá conta do processo de formação do Estado nacional, a partir de suas
raízes coloniais, ao longo do Império (1882-89) e da chamada República Velha (1889-1930).
Embora seja desse período a cristalização das principais características do Estado brasileiro,
apontadas anteriormente, observa-se que a própria diferenciação do aparelho de Estado e a
criação de novas instituições fazem parte da dinâmica de instauração da modernidade. Esta-
do e mercado, autônomos com relação à ordem do sagrado e à dominação patriarcal, e cada
vez mais separados entre si, constituem as bases da formação social moderna. Seu desenvol-
vimento, consideradas as características do contexto local, se dá no sentido da racionalização.
A burocracia está no horizonte da administração pública que se consolida e atualiza. Se esse
movimento se deu de forma lenta e superficial nos primeiros 100 anos de história do Brasil in-
dependente, ele vai encontrar seu ponto de inflexão e aceleração na Revolução de 1930.
De fato, a partir desse marco e durante a maior parte do século XX, o Brasil empreendeu um
continuado processo de modernização das estruturas e processos do aparelho de Estado. Como
resposta a transformações econômicas e sociais de largo alcance, esse esforço se desenvolveu,
ora de forma assistemática, pelo surgimento de agências governamentais – as quais se preten-
dia que fossem ilhas de excelência com efeitos multiplicadores sobre as demais –, ora de forma
mais orgânica, por meio das reformas realizadas no governo federal, em 1938, 1967 e a partir
de 1995.
A chamada “Revolução de 1930” representou muito mais do que a tomada do poder por no-
vos grupos oligárquicos com o enfraquecimento das elites agrárias. Significou, na verdade, a
passagem do Brasil agrário para o Brasil industrial. Para compreender essa transformação e a
emergência do modelo de crescimento que presidiu o desenvolvimento nacional no século XX,

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é preciso entender como se dava a inserção do país na economia internacional e como o Brasil
viveu a Grande Depressão.
Como foi dito, o Brasil era uma economia periférica apoiada na exportação de produtos primá-
rios, entre os quais se destacava o café, principal item da pauta de exportações. O lucro dessa
monocultura permitiu financiar o primeiro ciclo de industrialização brasileira, concentrando-se
em São Paulo, polo da cafeicultura. Os interesses dos produtores de café eram protegidos pelo
governo federal, com políticas de câmbio favorável e formação de estoques reguladores.
Com a crise de 1929, que penalizou os mercados consumidores, o Brasil foi obrigado a reduzir
a exportação de café, ficando sem divisas para manter a importação de produtos industrializa-
dos. O governo federal, entretanto, continuou comprando, embora a preços reduzidos, o exce-
dente de café não-exportável, formando estoques que não conseguia comercializar. Conforme
os estoques envelheciam, o café era queimado para dar lugar à aquisição de novas safras. Essa
política mantinha um fluxo de renda para o setor mais dinâmico da economia, evitando o de-
semprego no campo e a recessão generalizada. Por outro lado, a impossibilidade de continuar
importando para satisfazer a demanda por produtos industrializados estimulou uma série de
iniciativas de produção industrial para substituir bens importados. Praticava-se assim, de forma
intuitiva, uma política keynesiana, na qual o Estado exercia um papel fundamental na manuten-
ção da demanda agregada, pela transferência de rendas para os trabalhadores-consumidores,
e estimulava a substituição de importações.
Esse comportamento ensejou mais tarde uma reflexão sobre o desenvolvimento econômico na
América Latina. De um lado, passou-se a propugnar uma política de crescimento baseada na
industrialização via substituição de importações, reduzindo a dependência das economias pri-
mário-exportadoras, sujeitas à crescente desvalorização de seus produtos. De outro, o sucesso
do New Deal, política de intervenção do Estado na economia americana para recuperar sua di-
nâmica de crescimento, levava a pensar que ela também seria possível e desejável para promo-
ver o crescimento das economias periféricas. O Estado nacional poderia liderar o processo de
desenvolvimento, estabelecendo barreiras alfandegárias, construindo infraestruturas, criando
subsídios e incentivos, e oferecendo crédito. Esse papel supunha não só a capacidade de gerar
poupança interna para participar da formação bruta de capital como também um elevado grau
de intervenção na economia, em particular, e na vida social em geral. Estavam lançadas as ba-
ses do modelo de crescimento e do Estado intervencionista brasileiro.
Do ponto de vista político, havia um quadro favorável à transformação do Estado para atender
às novas exigências do seu papel de indutor do desenvolvimento. As elites oligárquicas, excluí-
das do compromisso do antigo regime, uniram-se às forças emergentes representativas da nova
burguesia industrial e das camadas médias urbanas. O movimento revolucionário também teve
o apoio dos “tenentes”, lideranças militares egressas da Revolta de 1922, comprometidos com
um projeto de reformas modernizadoras (e autoritárias).
O primeiro período de Vargas na presidência durou 15 anos, sendo quatro de governo provi-
sório, três de governo constitucional e oito de ditadura. No período inicial, houve uma grande
concentração de poderes nas mãos do Executivo federal, em consequência da dissolução dos
corpos legislativos e da nomeação de interventores para os governos estaduais. Como marco
da incorporação de novos atores sociais, foi criado o Ministério do Trabalho, Indústria e Comér-
cio, que estabelecia uma interlocução com esses setores e lançava as bases do pacto corporati-
vista que se seguiria. Os “tenentes” foram absorvidos em diversas posições de governo, alguns
inclusive como interventores nos estados, trazendo suas ideias e a marca da ruptura com o

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velho pacto oligárquico. Mas o governo manteve a política de valorização do café e procurou
contemporizar com as oligarquias que aderiram ao movimento revolucionário. Embora tenha
contribuído para a ampliação e consolidação da burguesia industrial, essa foi a imagem bifronte
da política de Vargas — uma face voltada para as oligarquias rurais e outra para as massas ur-
banas.
A centralização e a suspensão das franquias constitucionais geraram crescente insatisfação em
setores liberais, sobretudo em São Paulo, desencadeando uma série de revoltas, entre as quais
a Revolução de 1932 que, depois de sufocada, ensejou a convocação de uma Constituinte e, em
seguida, a promulgação da Constituição de 1934.
A Constituição de 1934 restabeleceu os direitos e garantias dos cidadãos, restaurou o Poder Le-
gislativo e devolveu a autonomia dos estados. Não consentiu a volta dos mesmos níveis de des-
centralização que vigoravam na República Velha. Na repartição de encargos e recursos, concen-
trou competências no nível da União. Promoveu a uniformização das denominações dos cargos
de governador e prefeito, e fixou limites para a organização e as atribuições dos legislativos
estaduais. Inaugurou o federalismo cooperativo, com a repartição dos tributos, beneficiando
inclusive os municípios, e a coordenação de ações entre as três esferas de governo.
A nova Constituição teve vida muito breve. Enfrentando a oposição político-partidária e a ação
organizada do movimento integralista e a ação revolucionária dos comunistas, o governo en-
controu o pretexto de que precisava para desfechar um golpe de Estado que se deu em novem-
bro de 1937, instituindo o chamado Estado Novo. A ditadura fechou o Congresso Nacional e
as Assembleias Legislativas, suspendeu as garantias constitucionais, destituiu os governadores
eleitos, centralizou recursos, aboliu as bandeiras e os hinos estaduais, prendeu e perseguiu
adversários e oposicionistas, e outorgou uma nova constituição, a dita polaca. A centralização
passa a constituir um princípio de organização do Estado brasileiro que se aplica de forma siste-
mática em todos os setores e níveis de estruturação territorial.
Mantendo a política de proteção às matérias-primas exportadas, o governo se lançou de ma-
neira franca e direta no projeto desenvolvimentista, criando as bases necessárias para a indus-
trialização — a infraestrutura de transporte; a oferta de energia elétrica; e a produção de aço,
matéria-prima básica para a indústria de bens duráveis. Mais do que isso, assumiu papel estra-
tégico na coordenação de decisões econômicas. Para tanto, teve que se aparelhar. As velhas
estruturas do Estado oligárquico, corroídas pelos vícios do patrimonialismo, já não se presta-
vam às novas formas de intervenção no domínio econômico, na vida social e no espaço político
remanescente. Urgia reformar o Estado, o governo e a administração pública.
Assim, sob o impulso de superação do esquema clientelista e anárquico de administração oli-
gárquica, o governo de Getúlio Vargas iniciou uma série de mudanças, que tinham pelo menos
duas vertentes principais (Lima Junior, 1998):
•• estabelecer mecanismos de controle da crise econômica, resultante dos efeitos da Grande
Depressão iniciada em 1929 e, subsidiariamente, promover uma alavancagem industrial;
•• promover a racionalização burocrática do serviço público, por meio da padronização, nor-
matização e implantação de mecanismos de controle, notadamente nas áreas de pessoal,
material e finanças.
A partir de 1937, promoveu uma série de transformações no aparelho de Estado, tanto na mor-
fologia, quanto na dinâmica de funcionamento. Nesse período, foram criados inúmeros orga-

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nismos especializados e empresas estatais. “Até 1939, haviam sido criadas 35 agências esta-
tais; entre 1940 e 1945 surgiram 21 agências, englobando empresas públicas, sociedades de
economia mista e fundações” (Lima Júnior, 1998:8). Até 1930, existiam, no Brasil, 12 empresas
públicas; de 1930 a 1945, foram criadas 13 novas empresas, sendo 10 do setor produtivo, entre
elas a Companhia Vale do Rio Doce, hoje uma gigante da mineração, e a Companhia Siderúrgica
Nacional, ambas já privatizadas.
Desde o início do governo provisório, foram tomadas medidas visando à racionalização dos
procedimentos. Já no discurso de posse do presidente Vargas, ao apresentar sua plataforma de
governo, ele se propunha a promover uma série de reformas, entre elas a criação de um Minis-
tério de Instrução e Saúde Pública; a remodelação do Exército e da Armada; a reorganização do
aparelho judiciário; a “consolidação das normas administrativas, com o intuito de simplificar a
confusa e complicada legislação vigorante, bem como de refundir os quadros do funcionalismo,
que deverá ser reduzido ao indispensável, suprimindo-se os adidos e os excedentes” (Wahrli-
ch, 1975:7-8); a manutenção de uma administração de rigorosa economia, cortando todas as
despesas improdutivas e suntuárias; a reorganização do Ministério da Agricultura; a revisão
do sistema tributário; e a instituição do Ministério do Trabalho, “destinado a superintender a
questão social, o amparo e a defesa do operariado urbano e rural” (Wahrlich, 1975:7-8).
Dando cumprimento a esse programa, em 1930, foi criada a comissão permanente de padroni-
zação e, no ano seguinte, a comissão permanente de compras, ambas voltadas para a aquisição
de material. Na área de pessoal, a Constituição de 1934 introduziu o princípio do mérito. Em
1935, foi criada a comissão mista de reforma econômico-financeira, a qual destacou uma sub-
comissão, que ficou conhecida como comissão Nabuco, para “estudar a possibilidade de um re-
ajustamento dos quadros do serviço público civil” (Wahrlich, 1975:10). Em decorrência do seu
trabalho, em 1936, foi promulgada a Lei nº 284, de 28 de outubro, a chamada Lei do Reajusta-
mento, que estabeleceu nova classificação de cargos, fixou normas básicas e criou o Conselho
Federal do Serviço Público Civil.
De todas essas medidas, a mais emblemática foi a criação do Departamento Administrativo
do Serviço Público (DASP), “o líder inconteste da reforma e, em grande parte, seu executor”
(Wahrlich, 1974:29). O DASP foi efetivamente organizado em 1938, com a missão de definir e
executar a política para o pessoal civil, inclusive a admissão mediante concurso público e a ca-
pacitação técnica do funcionalismo, promover a racionalização de métodos no serviço público
e elaborar o orçamento da União. O DASP tinha seções nos estados, com o objetivo de adaptar
as normas vindas do governo central às unidades federadas sob intervenção.
Essa primeira experiência de reforma de largo alcance inspirava-se no modelo weberiano de
burocracia e tomava como principal referência a organização do serviço civil americano. Estava
voltada para a administração de pessoal, de material e do orçamento, para a revisão das estru-
turas administrativas e para a racionalização dos métodos de trabalho. A ênfase maior era dada
à gestão de meios e às atividades de administração em geral, sem se preocupar com a raciona-
lidade das atividades substantivas.
A reforma administrativa do Estado Novo foi, portanto, o primeiro esforço sistemático de supe-
ração do patrimonialismo. Foi uma ação deliberada e ambiciosa no sentido da burocratização
do Estado brasileiro, que buscava introduzir no aparelho administrativo do país a centralização,
a impessoalidade, a hierarquia, o sistema de mérito, a separação entre o público e o privado.
Visava constituir uma administração pública mais racional e eficiente, que pudesse assumir seu
papel na condução do processo de desenvolvimento, cujo modelo de crescimento, baseado na

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industrialização via substituição de importações, supunha um forte intervencionismo estatal e
controle sobre as relações entre os grupos sociais ascendentes — a nova burguesia industrial e
o operariado urbano (Marcelino, 1987).
O DASP representou a concretização desses princípios, já que se tornou a grande agência de
modernização administrativa, encarregada de implementar mudanças, elaborar orçamentos,
recrutar e selecionar servidores, treinar o pessoal, racionalizar e normatizar as aquisições e
contratos e a gestão do estoque de material. O DASP foi relativamente bem-sucedido até o
início da redemocratização em 1945, quando houve uma série de nomeações sem concurso
público para vários organismos públicos. A liberdade concedida às empresas públicas, cujas
normas de admissão regulamentadas pelos seus próprios estatutos tornavam facultativa a rea-
lização de concursos, foi, em parte, responsável por tais acontecimentos.
Para Beatriz Wahrlich (1984), essas atitudes revelavam que o favoritismo tinha maior peso que
as admissões por mérito no sistema brasileiro de administração de pessoal dos órgãos públicos.
Contribuíram para isso, “o ambiente cultural encontrado pela reforma modernizadora. (...), o
mais adverso possível, corroído e dominado por práticas patrimonialistas amplamente arraiga-
das” (Torres, 2004:147).

O nacional desenvolvimentismo
A queda do governo Vargas, além de suas causas mais remotas, foi provocada por mais uma
intervenção militar na vida política brasileira. O crescente movimento de oposição ao regime
viu-se reforçado pelas lideranças militares recém-saídas da II Guerra Mundial. De fato, parecia
contraditório que os militares brasileiros voltassem da Europa vitoriosos na luta contra gover-
nos totalitários para dar suporte à ditadura.
À falta de lideranças institucionalizadas em posição legítima para assumi-la, a Presidência da
República foi entregue ao presidente do Supremo Tribunal Federal, que conduziu o governo de
transição e convocou as eleições e a Assembleia Nacional Constituinte. A Constituição de 1946
restabeleceu o estado de direito e as garantias individuais, restaurou a divisão de Poderes da
República, devolveu a autonomia dos estados, ampliou os direitos sociais dos trabalhadores,
reorganizou o Judiciário e previu a mudança da capital. Fortaleceu-se o federalismo coopera-
tivo, por meio de novos mecanismos de coordenação e transferência de rendas entre regiões.
Eleito em dezembro de 1945, o presidente Dutra, ex-ministro da Guerra de Getúlio Vargas, to-
mou posse em janeiro do ano seguinte e realizou um governo legalista e conservador, marcado
pela dissipação das reservas cambiais acumuladas durante o conflito mundial, pela perda da
legalidade do Partido Comunista e pela proibição dos jogos de azar. Durante esse quinquênio,
foi criada a Companhia Hidrelétrica do São Francisco, aumentando a oferta de energia para o
Nordeste do Brasil.
Cinco anos depois de deixar o governo, Getúlio Vargas foi eleito presidente da República, pelo
voto direto, em 3 de outubro de 1950. Vargas assumiu o governo, com poderes limitados pela
Constituição de 1946, para cumprir um programa francamente nacionalista e reformista, pro-
metendo ampliar os direitos dos trabalhadores e investir na indústria de base e em transportes
e energia, o que requeria o aumento da intervenção do Estado no domínio econômico. Nesse
período, foram criadas 13 empresas estatais, entre elas a Petrobras e o Banco Nacional de De-
senvolvimento Econômico (BNDE), grandes pilares para o fomento da política nacional. Vargas
também tentou controlar a remessa de lucros das empresas estrangeiras e criar a Eletrobrás,

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empresa controladora do setor elétrico. Contra ele, insurgiram-se as forças conservadoras li-
gadas a interesses contrariados, desencadeando acirrada oposição. As pressões aumentaram
com a investigação do atentado ao jornalista Carlos Lacerda, perpetrado por membros de sua
guarda pessoal, culminando com o ultimato dos chefes militares. Getúlio preferiu a morte à
renúncia ou à deposição. Na madrugada do dia 24 de agosto de 1954, desferiu um tiro no peito
que o tirou da vida para colocá-lo na história do Brasil, segundo ele mesmo deixou escrito em
sua carta-testamento.
Durante o segundo governo Vargas, também se pretendeu retomar os esforços reformistas pela
designação, em 1952, de um grupo de trabalho com a missão de elaborar um projeto de refor-
ma administrativa, o qual resultou num projeto de lei que previa a reorganização administrativa
do ministério e a alteração do código de contabilidade das despesas públicas, abolindo o regis-
tro prévio. Submetido ao Congresso Nacional, mereceu um substitutivo de comissão interpar-
tidária – que previa a criação do Conselho de Planejamento e Coordenação e dos ministérios
do Interior e das Comunicações e Transportes – que não chegou a ser aprovado, não obstante
o apoio do Executivo.
Depois de um tumultuado período de transição de mais de um ano, com golpes, contragolpes,
a eleição e a tentativa de impedimento da posse do eleito, assumiu o governo, em 1956, Jusce-
lino Kubitschek de Oliveira. Seu Plano de Metas tinha 36 objetivos, com destaque para quatro
setores-chave: energia, transporte, indústria pesada e alimentação. Propugnava a industriali-
zação acelerada, apoiada na associação entre capitais nacionais e estrangeiros, com ênfase na
indústria de bens duráveis, dando prioridade à indústria automobilística e ao transporte ro-
doviário. Seu lema era a realização de “50 anos em cinco” e a meta-símbolo era a construção
da nova capital do país, Brasília (Mendonça, 1990:335). Era uma fase de grande euforia e de
afirmação nacionalista.
Do ponto de vista institucional, a década que vai de 1952 a 1962 foi marcada pela realização de
estudos e projetos que jamais seriam implementados. A criação da Comissão de Simplificação
Burocrática (Cosb) e da Comissão de Estudos e Projetos Administrativos (Cepa), em 1956, re-
presentou uma das primeiras tentativas de realizar as chamadas reformas globais. A primeira
tinha como objetivo principal promover estudos visando à descentralização dos serviços, por
meio da avaliação das atribuições de cada órgão ou instituição, e da delegação de competên-
cias, com a fixação de sua esfera de responsabilidade e da prestação de contas das autoridades.
A Cepa teria a incumbência de assessorar a Presidência da República em tudo que se referisse
aos projetos de reforma administrativa.
Esse período se caracteriza por uma crescente cisão entre a administração direta, entregue ao
clientelismo e submetida, cada vez mais, aos ditames de normas rígidas e controles, e a admi-
nistração descentralizada (autarquias, empresas, institutos e grupos especiais ad hoc), dotada
de maior autonomia gerencial e que podia recrutar seus quadros sem concursos, preferencial-
mente entre os formados em think tanks especializados, remunerando-os em termos compatí-
veis com o mercado. Constituíram-se, assim, ilhas de excelência no setor público voltadas para
a administração do desenvolvimento, enquanto se deteriorava o núcleo central da administra-
ção. De acordo com Lima Júnior (1998:10), a administração do Plano de Metas foi executada,
em grande medida, fora dos órgãos administrativos convencionais. Considerando-se os setores
essenciais do plano de desenvolvimento (energia, transportes, alimentação, indústrias de base
e educação), apenas 5,2% dos recursos previstos foram alocados na administração direta; o
restante foi aplicado por autarquias, sociedades de economia mista, administrações estaduais

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e empresas privadas. A coordenação política das ações se fazia através dos grupos executivos
nomeados diretamente pelo presidente da República.
O governo seguinte ao de Kubitschek, embora caracterizado por grande agitação política, não
produziu transformações de largas consequências no aparelho de Estado. Pode parecer até
um contrassenso afirmar que a mudança do sistema de governo seja de pouca relevância. Na
verdade, a introdução do parlamentarismo depois da renúncia do presidente Jânio Quadros,
apenas sete meses depois da sua investidura no cargo, foi uma solução política, de curta dura-
ção, para o enfrentamento das resistências militares à posse do vice-presidente João Goulart.
O governo instalou-se em meio a uma crise e com ela conviveu durante os 32 meses seguintes.
Jango era apoiado pelo Partido Trabalhista Brasileiro e se propunha a realizar um programa de
esquerda, orientado para a realização de reformas de base — bancária, fiscal, urbana, agrária,
universitária e administrativa. O programa contemplava a extensão do direito de voto aos anal-
fabetos e às patentes. Esse pacote de medidas enfrentava forte oposição dos setores militares
que viam na ação política orientada para suboficiais e praças uma grave ameaça à disciplina.
Apesar da crise, o governo Goulart criou a Comissão Amaral Peixoto, que deu início a novos
estudos para a realização da reforma administrativa. Seu principal objetivo era promover “uma
ampla descentralização administrativa até o nível do guichê, além de ampla delegação de com-
petência” (Marcelino, 1988:41).
Embora tenha havido avanços isolados durante os governos de Getúlio Vargas, Juscelino Ku-
bitschek, Jânio Quadros e João Goulart, o que se observa é a manutenção de práticas cliente-
listas, que negligenciavam a burocracia existente, além da falta de investimento na sua profis-
sionalização. A cada desafio surgido na administração do setor público, decorrente da própria
evolução socioeconômica e política do país, a saída utilizada era sempre a criação de novas
estruturas alheias à administração direta e o consequente adiamento da difícil tarefa de refor-
mulação e profissionalização da burocracia pública existente (Torres, 2004:151).
Todas as iniciativas anteriormente descritas, como a criação dessas comissões, mesmo que não
tenham sido implementadas, não deixaram de inaugurar uma nova visão na administração pú-
blica com a introdução de conceitos, diretrizes e objetivos mais racionais, que serviriam de
base para futuras reformas no aparato administrativo brasileiro. Na verdade, algumas das gran-
des inovações introduzidas pela reforma de 1967 estavam consignadas nos relatórios da Cosb,
da Cepa e, sobretudo, da Comissão Amaral Peixoto, conforme exaustivamente documentado
por Beatriz Wahrlich (1974:30-41).
De fato, o ministério extraordinário para a reforma administrativa elaborou quatro projetos que
nunca conseguiram aprovação no Congresso, mas alguns especialistas no assunto afirmam que
foi a partir deles que se concebeu o Decreto-Lei nº 200 de 1967. Seu estatuto básico prescreve
cinco princípios fundamentais:
•• o planejamento (princípio dominante);
•• a expansão das empresas estatais (sociedades de economia mista e empresas públicas),
bem como de órgãos independentes (fundações públicas) e semi-independentes (autar-
quias);
•• a necessidade de fortalecimento e expansão do sistema do mérito, sobre o qual se estabe-
leciam diversas regras;
•• diretrizes gerais para um novo plano de classificação de cargos;

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•• o reagrupamento de departamentos, divisões e serviços em 16 ministérios: Justiça; Inte-


rior; Relações Exteriores; Agricultura; Indústria e Comércio; Fazenda; Planejamento; Trans-
portes; Minas e Energia; Educação e Cultura; Trabalho, Previdência e Assistência Social;
Saúde; Comunicações; Exército; Marinha; e Aeronáutica.

A modernização autoritária
A agitação política provocada pelas reformas de base, a ebulição dos movimentos populares
de esquerda, a mobilização da direita católica, a conspiração nos quartéis e as revoltas dos
marinheiros e sargentos do Exército acabaram por provocar mais uma intervenção militar, que
se deu com o golpe de 1º de abril de 1964. O endurecimento do regime ocorreu aos poucos.
Primeiro, a deposição do presidente e de alguns governadores; em seguida, a cassação de man-
datos eletivos e a suspensão de direitos políticos; depois, a extinção dos antigos partidos e a
suspensão das eleições diretas. Cumpria-se o mesmo programa autoritário de supressão de
garantias, cerceamento do Congresso, centralização de decisões, concentração de recursos e
esvaziamento da federação.
De certa forma, o governo militar realizou, à sua maneira, com sinais trocados, o programa de
reformas de base — elaborou o Estatuto da Terra, promoveu uma reforma tributária, reorgani-
zou o sistema bancário, reestruturou o ensino universitário e realizou uma ampla reforma ad-
ministrativa. Em 1965, teve início a reforma tributária que se consolidou com a Constituição de
1967, uniformizando a legislação, simplificando o sistema e reduzindo o número de impostos.
Ela trouxe uma brutal concentração de recursos nas mãos da União, esvaziando financeiramen-
te estados e municípios, que ficaram dependentes de transferências voluntárias.
Ainda em 1964, o novo governo retirou do Congresso Nacional o projeto de lei elaborado pela
Comissão Amaral Peixoto para reexame do assunto por parte do Poder Executivo. Instituiu a
Comissão Especial de Estudos da Reforma Administrativa (Comestra), presidida pelo ministro
extraordinário para o planejamento de coordenação econômica, com o objetivo de proceder
ao “exame dos projetos elaborados e o preparo de outros considerados essenciais à obtenção
de rendimento e produtividade da administração federal” (Wahrlich, 1974:44).
Do trabalho dessa comissão e das revisões que se seguiram em âmbito ministerial resultou a
edição do Decreto-Lei nº 200 de 25 de fevereiro de 1967, o mais sistemático e ambicioso em-
preendimento para a reforma da administração federal. Esse dispositivo legal era uma espécie
de lei orgânica da administração pública, fixando princípios, estabelecendo conceitos, balizan-
do estruturas e determinando providências. O Decreto-Lei nº 200 se apoiava numa doutrina
consistente e definia preceitos claros de organização e funcionamento da máquina administra-
tiva.
Em primeiro lugar, prescrevia que a administração pública deveria se guiar pelos princípios do
planejamento, da coordenação, da descentralização, da delegação de competência e do con-
trole. Em segundo, estabelecia a distinção entre a administração direta — os ministérios e de-
mais órgãos diretamente subordinados ao presidente da República — e a indireta, constituída
pelos órgãos descentralizados — autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de
economia mista. Em terceiro, fixava a estrutura do Poder Executivo federal, indicando os órgãos
de assistência imediata do presidente da República e distribuindo os ministérios entre os seto-
res político, econômico, social, militar e de planejamento, além de apontar os órgãos essenciais
comuns aos diversos ministérios. Em quarto, desenhava os sistemas de atividades auxiliares –

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pessoal, orçamento, estatística, administração financeira, contabilidade e auditoria e serviços
gerais. Em quinto, definia as bases do controle externo e interno. Em sexto, indicava diretrizes
gerais para um novo plano de classificação de cargos. E, finalmente, estatuía normas de aquisi-
ção e contratação de bens e serviços.
Para Beatriz Wahrlich (1984:52), de 1964 até 1978, assistiu-se ao ressurgimento da reforma
administrativa como programa de governo formal. De 1967 a 1979, a coordenação da reforma
administrativa cabia à Subsecretaria de Modernização e Reforma Administrativa (Semor), que
cuidava dos aspectos estruturais, sistêmicos e processuais, e ao DASP, que atuava somente no
domínio dos recursos humanos. Nessa fase, a Semor se preocupou em recorrer a frequentes
exames da estrutura organizacional e analisou projetos de iniciativa de outros departamentos,
visando à criação, fusão ou extinção de órgãos e programas que trouxessem maior eficácia à
gestão pública. Foram realizados muitos estudos, trazendo contribuições importantes para a
formulação do arcabouço teórico e de metodologias que embasassem a modernização admi-
nistrativa. Quanto ao DASP, além de suas atividades regulares, seu principal projeto foi a ela-
boração de um novo plano de classificação de cargos, que se pautava numa classificação por
categoria, em oposição ao anterior, aprovado em 1960, que se apoiava num sistema de classi-
ficação por deveres e responsabilidades. Esse plano não logrou êxito em modificar a estrutura
hierárquica de cargos na administração pública, o que significa dizer que o sistema de mérito
continuou restrito aos postos iniciais da carreira.
Apesar da distância entre as metas estabelecidas e as metas cumpridas, não resta dúvida de
que o Decreto-Lei nº 200 contribuiu para a consolidação do modelo de administração para o
desenvolvimento no Brasil. Essa nova concepção viria substituir o modelo clássico de burocrati-
zação, baseado nas ideias de Taylor, Fayol e Weber. Adaptado à nova condição política do Brasil,
que atravessava uma ditadura militar, ambicionava expandir a intervenção do Estado na vida
econômica e social. A modificação do estatuto do funcionalismo de estatutário para celetista e
a criação de instituições da administração descentralizada visavam facilitar as pretensões inter-
vencionistas do governo.
A tentativa de modernização do aparelho de Estado, especialmente a partir da década de 1960,
teve como consequência a multiplicação de entidades da administração indireta: fundações,
empresas públicas, sociedades de economia mista e autarquias. A expansão e a multiplicação
de novos centros de administração indireta buscavam maior agilidade e flexibilidade de atua-
ção dessas entidades, melhor atendimento às demandas do Estado e da sociedade, facilida-
de de aporte de recursos e, naturalmente, facilidade de recrutamento, seleção e remuneração
(Marcelino, 1988:44).
Embora tenha se verificado um crescimento na administração direta, sobretudo com o aumen-
to do número de ministérios que foram desmembrados de outros, a marca maior do modelo
do crescimento foi mesmo a expansão da administração indireta. Isso resultou no fenômeno da
dicotomia entre o Estado tecnocrático e moderno das instâncias da administração indireta e o
Estado burocrático, formal e defasado da administração direta, que subsiste mesmo depois da
reforma administrativa de março de 1990 (Marcelino, 1988:44). Esse fenômeno tinha se inicia-
do ainda no final do primeiro governo Vargas, que entre 1940 e 1945 chegou a criar 21 órgãos
descentralizados.
Apesar dos avanços, a reforma de 1967 não logrou eliminar o fosso crescente entre as burocra-
cias públicas instaladas na administração direta e na indireta nem garantir a profissionalização
do serviço público em toda a sua extensão: “Não se institucionalizou uma administração do

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tipo weberiano; a administração indireta passou a ser utilizada como fonte de recrutamento,
prescindindo-se, em geral, do concurso público” (Lima Júnior, 1998:14).
A reforma administrativa embutida no Decreto-Lei nº 200 ficou pela metade e fracassou. A
crise política do regime militar, que se inicia já em meados dos anos 1970, agrava ainda mais
a situação da administração pública, já que a burocracia estatal foi identificada com o sistema
autoritário em pleno processo de degeneração (Bresser-Pereira, 1996:273-274).
Antes da descrição da reforma administrativa da Nova República, merecem registro dois pro-
gramas de reforma elaborados entre 1979 e 1982, a desburocratização e a desestatização. De
iniciativa do Poder Executivo, os dois programas foram concebidos de forma a atender objetivos
complementares, que seriam o aumento da eficiência e da eficácia na administração pública e
o fortalecimento do sistema de livre empresa. Mais especificamente, o programa de desburo-
cratização, instituído pelo Decreto-Lei nº 83.740 de 18 de julho de 1979, “visa à simplificação
e à racionalização das normas organizacionais, de modo a tornar os órgãos públicos mais dinâ-
micos e mais ágeis” (Wahrlich,1984:53). Esperava-se que a supressão de etapas desnecessárias
tornaria mais ágil o sistema administrativo, trazendo benefícios para funcionários e clientes.
Diferentemente dos outros programas, o da desburocratização privilegiava o usuário do serviço
público. Daí o seu ineditismo, porque nenhum outro programa antes era dotado de caráter so-
cial e político. Mas ele também incluía entre seus objetivos o enxugamento da máquina estatal,
já que recomendava a eliminação de órgãos pouco úteis, ou cuidava para impedir a proliferação
de entidades com tarefas pouco definidas ou já desempenhadas em outras instituições da ad-
ministração direta e indireta.
O balanço de sua atuação registrou até março de 1981 a análise de centenas de rotinas de
trabalho, para efeito de simplificação, procedendo à supressão de documentos e informações
dispensáveis. Em 1983, o programa de desburocratização ganha estatuto de ministério, depois
de passar por uma fase em que voltou a ser um programa, e recupera na Nova República sua
condição de ministério, suprimido definitivamente em 1986.
O programa de desestatização visava ao fortalecimento do sistema livre de empresa e tinha os
seguintes pressupostos:
•• a organização e a exploração das atividades econômicas competem preferencialmente à
empresa privada, na forma estabelecida na Constituição brasileira. O papel do Estado, no
campo econômico, é de caráter suplementar e visa, sobretudo, encorajar e apoiar o setor
privado;
•• o governo brasileiro está firmemente empenhado em promover a privatização das empre-
sas estatais nos casos em que o controle público tenha se tornado desnecessário ou injus-
tificável;
•• a privatização das empresas estatais, porém, não deverá alcançar nem enfraquecer as en-
tidades que devam ser mantidas sob controle público, seja por motivos de segurança na-
cional, seja porque tais empresas criam, efetivamente, condições favoráveis ao desenvol-
vimento do próprio setor privado nacional, ou ainda, quando contribuem para assegurar o
controle nacional do processo de desenvolvimento (Wahrlich, 1984:54).
Para Beatriz Wahrlich (1984:57), o programa da desestatização havia sido concebido para esta-
belecer limites aos excessos de expansão da administração pública descentralizada, tendência
marcante na década anterior, sem, entretanto, configurar-se na reversão desse processo. Ela

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completa: “a necessidade de um programa de desestatização indica que na questão da orga-
nização para o desenvolvimento, a administração pública brasileira ultrapassou suas metas e
chegou a hora de corrigir a disfunção existente, para atender à opção constitucional do país por
uma economia de mercado”.

A reforma administrativa da Nova República


A reforma do Estado era uma das principais promessas da Nova República, a qual se traduzia
em diversas bandeiras de luta, que iam muito além do rearranjo administrativo — vigência efe-
tiva do império da lei, desobstrução do Legislativo, aparelhamento da Justiça, reforma tribu-
tária, descentralização e, subsidiariamente, reforma agrária, saneamento da previdência, im-
plantação do sistema único de saúde, erradicação do analfabetismo, reforma do ensino básico,
desenvolvimento regional.
Tancredo Neves promoveu uma pequena reforma administrativa destinada a acomodar os in-
teresses das diversas facções políticas que o apoiavam — ampliação do número de ministérios
e criação de novas diretorias em quase todas as empresas estatais. A verdadeira reforma do
Estado, prometia ele, viria depois da posse. Para realizar essa imensa tarefa, ele indicou um mi-
nistro extraordinário da administração para dirigir o velho e desgastado DASP.
O governo civil que acabara de se instalar em 1985, após mais de duas décadas de ditadura
militar, herdava um aparato administrativo marcado ainda pela excessiva centralização. Ape-
sar de representar a primeira tentativa de reforma gerencial da administração pública, pela
intenção de mexer na rigidez burocrática, o Decreto-Lei nº 200/67 deixou sequelas negativas.
Em primeiro lugar, o ingresso de funcionários sem concurso público permitiu a reprodução de
velhas práticas patrimonialistas e fisiológicas. E, por último, a negligência com a administração
direta — burocrática e rígida —, que não sofreu mudanças significativas na vigência do decreto,
enfraqueceu o núcleo estratégico do Estado, fato agravado pelo senso oportunista do regime
militar que deixou de investir na formação de quadros especializados para os altos escalões do
serviço público.
No final das mais de duas décadas de regime ditatorial, a situação do país não era muito alen-
tadora. Paralelamente ao desafio da redemocratização, lidava-se com uma severa crise econô-
mica marcada pelas crescentes desigualdades sociais. As distorções no aparelho administrati-
vo, geradas até o momento, dificultavam qualquer tentativa de reversão desse quadro. Ora, se
para realizar mudanças importantes na engrenagem administrativa era necessária uma revisão
crítica de todas as experiências anteriores, a missão mais urgente que se apresentava nos mea-
dos dos anos 1980 era a instalação de sistemas administrativos capazes de promover o desen-
volvimento, fazendo com que o país pudesse dispor de toda a potencialidade de seus recursos.
É importante sublinhar, portanto, que o processo de reforma está estreitamente ligado ao con-
texto político, social e cultural do país, o que significa que não podem ser enfatizados somente
os aspectos legal e técnico.
Assim, o governo da chamada Nova República teria como tarefa inadiável a reversão desse qua-
dro, que se expressaria na necessidade de tornar o aparelho administrativo mais reduzido, or-
gânico, eficiente e receptivo às demandas da sociedade (Marcelino, 2003:645).
Para empreender tamanha tarefa, o governo Sarney instituiu uma numerosa comissão, cujos
objetivos eram extremamente ambiciosos, já que, num primeiro momento, pretendia redefinir

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o papel do Estado (nas três esferas de governo); estabelecer as bases do funcionamento da


administração pública; fixar o destino da função pública; reformular as estruturas do Poder Exe-
cutivo federal, de seus órgãos e entidades; racionalizar os procedimentos administrativos em
vigor; além de traçar metas para áreas consideradas prioritárias, como a organização federal,
recursos humanos e a informatização do setor público. Nessa época, ainda operavam os pro-
gramas de privatização e desburocratização herdados do governo Figueiredo.
Segundo Marcelino (2003:646), o documento elaborado pela comissão geral da reforma definia
as propostas para a reorganização da administração pública:
•• restauração da cidadania para prover os cidadãos de meios para a realização de seus direi-
tos, obedecendo aos critérios de universalidade e acesso irrestrito;
•• democratização da ação administrativa em todos os níveis do governo, por meio de di-
namização, redução do formalismo e transparência dos mecanismos de controle, controle
do Poder Executivo pelo Poder Legislativo e pela sociedade, e articulação e proposição de
novas modalidades organizacionais de decisão, execução e controle administrativo-institu-
cional;
•• descentralização e desconcentração da ação administrativa com o objetivo de situar a deci-
são pública próxima do local de ação, além de reverter o processo de crescimento desorde-
nado da administração federal;
•• revitalização do serviço público e valorização dos serviços;
•• melhoria dos padrões de desempenho a fim de promover a alocação mais eficiente de re-
cursos.
Essa comissão, criada em agosto de 1985, suspendeu seus trabalhos em fevereiro de 1986,
quando todas as atenções e esforços estavam voltados para o plano de estabilização da econo-
mia — o Plano Cruzado. Em setembro daquele mesmo ano, foi lançado o primeiro programa de
reformas do governo Sarney, que tinha três objetivos principais: racionalização das estruturas
administrativas, formulação de uma política de recursos humanos e contenção de gastos públi-
cos (Marcelino, 2003:647).
Quanto à estrutura, o que se pretendia era fortalecer a administração direta com base na as-
sertiva de que ela tinha sido negligenciada em detrimento da administração indireta, que acu-
sava altos níveis de expansão ano após ano, desde o começo das reformas. Para estancar o
crescimento dos órgãos da administração indireta e promover o desenvolvimento da direta,
elaborou-se uma primeira versão da Lei Orgânica da Administração Pública Federal, que suce-
dia o Decreto-Lei nº 200.
Valorizar a função pública e promover a renovação de quadros eram as metas principais da
política de recursos humanos do governo Sarney. Para isso, foram criadas a Escola Nacional de
Administração Pública (Enap) e o Centro de Desenvolvimento da Administração Pública (Ce-
dam), ambos vinculados à Secretaria de Recursos Humanos. O primeiro seria responsável pela
formação de novos dirigentes do setor público e ao segundo caberia a função de treinar e re-
ciclar servidores públicos, objetivando uma alocação mais lógica e racional de funcionários pú-
blicos. Complementando essa política, a Secretaria de Administração Pública (Sedap), ao tentar
resgatar o sistema de mérito, elaborou um novo plano de carreira, uma revisão do estatuto do
funcionalismo e um plano de retribuições.

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Na prática, nem a comissão nem o grupo executivo que a sucedeu conseguiram implementar as
medidas que preconizaram. A ampla reforma modernizadora e democrática foi deixada de lado
para dar lugar à mais tradicional estratégia de reforma administrativa — a racionalização dos
meios. Mas, mesmo com a emulação suscitada pelo Plano Cruzado, o governo não foi capaz de
reativar as antigas ilhas de eficiência do setor público — planejamento, arrecadação, comunica-
ções, política agrícola — desmanteladas a partir do início da gestão de Delfim Neto na Secreta-
ria de Planejamento, da Presidência da República, no governo Figueiredo. Por outro lado, como
medidas de racionalização, o governo Sarney extinguiu o Banco Nacional de Habitação (BNH),
que enfrentava grave crise na lógica de financiamento da casa própria e, com ele, a política de
habitação, da qual a responsabilidade, em parte, foi transferida para a Caixa Econômica Federal
(CEF). Também pouco avançou na implementação do Sistema Único de Saúde (SUS), duramen-
te conquistado na Constituinte.
No campo da política de recursos humanos do setor público, o governo não conseguiu instituir
um sistema de carreiras, apoiando o progresso profissional na formação dos servidores, que
justificasse a existência desses organismos. Deixou para seu sucessor o projeto de um regime
único para os servidores públicos, determinado pela Constituição de 1988 que, cedendo a pres-
sões de interesses corporativos, estabelecia mais de 100 direitos, uns dois ou três deveres e
alguns poucos dispositivos sobre o processo disciplinar e as sanções cabíveis em caso de falta
grave (Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, mais tarde, profundamente alterada pela Lei
nº 9.527, de 10 de dezembro de 1997). Sancionado com vetos posteriormente derrubados pelo
Congresso Nacional, esse emblema do privilégio em nada contribuiu para valorizar a função
pública.
Para Gileno Marcelino (1988), as tentativas de reforma até 1985 careceram de planejamen-
to governamental e de meios mais eficazes de implementação. Havia uma relativa distância
entre planejamento, modernização e recursos humanos, além da falta de integração entre os
órgãos responsáveis pela coordenação das reformas. Os resultados dessa experiência foram
relativamente nefastos e se traduziram na multiplicação de entidades, na marginalização do
funcionalismo, na descontinuidade administrativa e no enfraquecimento do DASP. Em resumo,
a experiência das reformas administrativas no Brasil apresentou distorções na coordenação e
avaliação do processo, o que dificultou a sua implementação nos moldes idealizados. Persistia
na sua concepção uma enorme distância entre as funções de planejamento, modernização e
recursos humanos.
Paralelamente às tentativas de reforma empreendidas pelo governo, tinham início os traba-
lhos da Assembleia Nacional Constituinte, eleita em 1986 e instalada no começo de 1987. A
Constituinte pretendia, com a nova Carta, refundar a República, estabelecendo outras bases
para a soberania, a ordem social, a cidadania, a organização do Estado, as formas de delibera-
ção coletiva, o financiamento do gasto público, as políticas públicas e a administração pública.
A Constituição de 1988 proclamou uma nova enunciação dos direitos de cidadania, ampliou
os mecanismos de inclusão política e participação, estabeleceu larga faixa de intervenção do
Estado no domínio econômico, redistribuiu os ingressos públicos entre as esferas de governo,
diminuiu o aparato repressivo herdado do regime militar e institucionalizou os instrumentos de
política social, dando-lhes substância de direção. Nesse sentido, a promulgação da Carta Mag-
na representou uma verdadeira reforma do Estado.
Entretanto, do ponto de vista da gestão pública, a Carta de 1988, no anseio de reduzir as dispa-
ridades entre a administração central e a descentralizada, acabou por eliminar a flexibilidade
com a qual contava a administração indireta que, apesar de casos de ineficiência e abusos loca-

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lizados em termos de remuneração, constituía o setor dinâmico da administração pública. Ela


foi equiparada, para efeito de mecanismos de controle e procedimentos, à administração dire-
ta. A aplicação de um Regime Jurídico Único (RJU) a todos os servidores públicos abruptamente
transformou milhares de empregados celetistas em estatutários, gerando um problema ainda
não solucionado para a gestão da previdência dos servidores públicos, pois assegurou aposen-
tadorias com salário integral para todos aqueles que foram incorporados compulsoriamente ao
novo regime sem que nunca tivessem contribuído para esse sistema. Além disso, o RJU institu-
cionalizou vantagens e benefícios que permitiram um crescimento vegetativo e fora de contro-
le das despesas com pessoal, criando sérios obstáculos ao equilíbrio das contas públicas e aos
esforços de modernização administrativa em todos os níveis de governo.
Apesar do propalado retrocesso em termos gerenciais, a Constituição de 1988 não deixou de
produzir avanços significativos, particularmente no que se refere à democratização da esfera
pública. Atendendo aos clamores de participação nas decisões públicas, foram institucionaliza-
dos mecanismos de democracia direta, favorecendo um maior controle social da gestão estatal,
incentivou-se a descentralização político-administrativa e resgatou-se a importância da função
de planejamento.
Embora tenha participado da administração do presidente Sarney, Bresser-Pereira (1998:274)
faz uma crítica mais contundente às tentativas de reforma do governo da transição democráti-
ca e às mudanças introduzidas pela Constituição de 1988. Ele acredita que, no plano gerencial,
houve uma volta aos ideais burocráticos dos anos 1930 e, no plano político, uma tentativa de
retorno ao populismo dos anos 1950. Partindo de uma perspectiva de análise política, consi-
dera que os dois partidos que comandaram a transição eram, apesar de democráticos, visce-
ralmente populistas, não tinham, como a sociedade brasileira também não tinha, noção da
gravidade da crise que o país estava atravessando. Havia, ainda, uma espécie de euforia demo-
crático-populista. Uma ideia de que seria possível voltar aos anos dourados da democracia e do
desenvolvimento brasileiro, que foram os anos 1950.

A reforma do governo Collor


Em 15 de março de 1990, tomou posse o primeiro governo civil eleito pelo voto direto nos úl-
timos 30 anos, em um século de vida republicana. Para cumprir seus propósitos reformadores,
criou uma nova moeda, congelou a poupança popular, taxou haveres financeiros e redesenhou
a máquina de governo. Em menos de 24 horas, editou 23 medidas provisórias, sete decretos e
72 atos de nomeação, aos quais se seguiram inúmeras portarias ministeriais e instruções nor-
mativas autárquicas. Com o objetivo de reduzir a intervenção do Estado na vida social, criou
uma série de restrições e regulamentos temporários para que, aos poucos, os cidadãos perdes-
sem a memória inflacionária e pudessem usufruir mais os benefícios decorrentes do exercício
das novas liberdades.
Na perspectiva econômica, o Plano Collor fomentou debates, ensaios e livros. Sob as lentes do
direito, as medidas legais dele decorrentes têm gerado pareceres, polêmicas e milhares de de-
mandas judiciais. Esses dois pontos de vista monopolizaram o interesse e a atenção dos meios
de comunicação e, em consequência, da sociedade como um todo. Hoje, são de conhecimento
perfeitamente acessível o impacto do inciso de um artigo de uma lei de conversão, a alíquota
de IOF que incide sobre cada ativo financeiro e as projeções sobre os estoques de base monetá-
ria e da moeda em circulação.

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É verdade que a extinção de alguns órgãos que cumpriam missões mais relevantes e as demis-
sões em todas as áreas provocaram vivas discussões. Questionou-se, por exemplo, o propósito
do desmantelamento do aparelho de promoção cultural e o fundamento ético das demissões
em massa numa conjuntura econômica recessiva. Afora o questionamento sobre sua eficácia
em termos de efetiva redução de custos, os argumentos que se alinhavam a favor e contra sua
adoção fundamentam-se em paradigmas de rationale não semelhantes, a começar por duas
ou três concepções de Estado que supõem diferentes níveis de aparelhamento e limites de
intervenção. Perdeu-se, nessa perspectiva, até o que havia de consensual antes da posse do
presidente Collor— a necessidade de redefinir o papel do Estado e redimensionar o tamanho
do governo.
É claro que não houve um balizamento conceitual, um conteúdo estratégico bem definido e um
planejamento da implementação suficientemente estruturado, mas, ainda assim, constituiu-se
um amplo processo de reforma administrativa do Poder Executivo, embora com uma inversão
de fatores, ou seja, existia uma função à procura de um enredo.
Evidentemente, existem outros modelos de reforma ou modernização administrativa cujo foco
de intervenção pode ser orientado para diferentes dimensões do fenômeno macro-organiza-
cional. Mas a redistribuição de autoridade e a responsabilidade por diferentes áreas de espe-
cialização, organismos e níveis hierárquicos podem caracterizar, por si só, a mudança organiza-
cional e constituir o conteúdo da reforma administrativa.
A rápida passagem de Collor pela presidência provocou, na administração pública, uma desa-
gregação e um estrago cultural e psicológico impressionantes. A administração pública sentiu
profundamente os golpes desferidos pelo governo Collor, com os servidores descendo aos de-
graus mais baixos da autoestima e valorização social, depois de serem alvos preferenciais em
uma campanha política altamente destrutiva e desagregadora. Torres (2004:170)
Sua reforma administrativa caminhou de forma errática e irresponsável no sentido da deses-
tatização e da racionalização. As medidas de racionalização foram conduzidas de maneira per-
versa e equivocada. Algumas das extinções tiveram que ser logo revistas, como a da Capes, por
exemplo. Muitas das fusões, principalmente as de ministérios, não eram convenientes, pois
criavam superestruturas (como os Ministérios da Economia e da Infraestrutura) sujeitas a pres-
sões de interesses poderosos e dificultavam a supervisão que intentavam favorecer. Os cortes
de pessoal, desnecessários se examinarmos a administração como um todo, não trouxeram
expressiva redução de custos. A reforma administrativa desmantelou os aparelhos de promo-
ção da cultura e contribuiu ou, pelo menos, serviu de pretexto para a paralisação de todos os
programas sociais. Depois do início da crise de seu governo, Collor voltou ao velho sistema de
concessões políticas para apoios, desmembrando e criando ministérios.
O governo Collor também prometeu uma reforma do Estado orientada numa outra direção. Se
ela fosse sincera nos seus propósitos poderia, como já vimos, contribuir para a consolidação e
universalização do Estado mínimo e, assim, assegurar o bem-estar dos cidadãos brasileiros. Na
verdade, movida a oportunismo neoliberal e constituída como uma empresa de desmantela-
mento do setor público, ela produziu uma série de remanejamentos no plano da organização
administrativa, desarticulou as estruturas encarregadas de operar políticas compensatórias e
em nada contribuiu para a garantia de direitos civis ou de direitos sociais básicos.
O governo Itamar Franco, dado o seu caráter de excepcionalidade, adotou uma postura tímida
e conservadora com relação à reforma do Estado e mesmo à reforma administrativa. Para con-
servar a ampla base de apoio que possibilitou a sua emergência, persistiu na estratégia de res-

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suscitar ministérios extintos por Collor e restringiu-se a tocar, de forma hesitante, o programa
de privatização.
Esse relato inicial não contempla o período dos mandatos do presidente Fernando Henrique
Cardoso, que é objeto de análise detalhada mais à frente.

A reforma Bresser
No Brasil dos anos 1990, o debate sobre a reforma do Estado foi liderado pelo professor Luiz
Carlos Bresser-Pereira, seja na qualidade de scholar, seja na qualidade de ministro. Manifestan-
do-se num ou noutro papel, seus argumentos e propostas foram sempre basicamente os mes-
mos e estão resumidos no Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado — Pdrae (1995). O
documento está dividido em nove partes e apresenta, entre outros, os seguintes pontos:
•• uma breve interpretação da crise do Estado;
•• uma classificação evolutiva da administração pública;
•• um histórico das reformas administrativas no Brasil a partir dos anos 1930;
•• um diagnóstico da administração pública brasileira;
•• um quadro referencial das formas de propriedade, setores do Estado e tipos de gestão;
•• uma estratégia de mudança;
•• os principais projetos de reforma do chamado aparelho de Estado.
O Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado tinha como proposta explícita inaugurar a
chamada “administração gerencial”, o que parece designar, como veremos, o fim da história da
administração pública, espécie de panaceia redentora do estatismo patrimonialista e do ogro
burocrático.
O Pdrae partia de uma premissa — a de que a crise latino-americana era uma crise do Estado.
Com base nesse diagnóstico, o plano indicou como pilares do projeto de reforma do Estado:
•• ajustamento fiscal duradouro;
•• reformas econômicas orientadas para o mercado que, acompanhadas de uma política in-
dustrial e tecnológica, garantissem a concorrência interna e criassem condições para o en-
frentamento da competição internacional;
•• a reforma da previdência social;
•• a inovação dos instrumentos de política social, proporcionando maior abrangência e pro-
movendo melhor qualidade para os serviços sociais;
•• a reforma do aparelho de Estado, com vistas a aumentar sua “governança”, ou seja, sua
capacidade de implementar, de forma eficiente, políticas públicas.
Segundo o Pdrae, o governo brasileiro, no âmbito dos três Poderes, “não carecia de ‘governabi-
lidade’, ou seja, de poder para governar, dada sua legitimidade democrática e o apoio com que
contava na sociedade civil. Enfrentava, entretanto, um problema de governança, na medida em

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que sua capacidade de implementar as políticas públicas estava limitada pela rigidez e inefici-
ência da máquina administrativa” (Mare, p. 3-4).
A reforma do Estado deve ser entendida dentro do contexto da redefinição do papel do Estado,
que deixa de ser o responsável direto pelo desenvolvimento econômico e social para se tornar
seu promotor e regulador. O Estado assume um papel menos executor ou prestador direto de
serviços mantendo-se, entretanto, no papel de regulador e provedor destes. Nessa nova pers-
pectiva, busca-se o fortalecimento das suas funções de regulação e de coordenação, particular-
mente no nível federal, e a progressiva descentralização vertical, para os níveis estadual e mu-
nicipal, das funções executivas no campo da prestação de serviços sociais e de infraestrutura.
Considerando essa tendência, pretende-se reforçar a governança — a capacidade de governo
do Estado — por meio da transição programada de um tipo de administração pública burocrá-
tica, rígida e ineficiente, voltada para si própria e para o controle interno, para uma administra-
ção pública gerencial, flexível e eficiente, voltada para o atendimento da cidadania. Para isso,
será necessária uma mudança em três planos: no plano institucional-legal, através da reforma
da Constituição e das leis do país; no plano cultural, através da internalização de uma nova vi-
são do que seja a administração pública; e no plano da gestão, no qual, afinal, se concretiza a
reforma (Mare, p. 4).
Para realizar tarefa de tal envergadura, o Pdrae assinalava ser necessário:
•• redefinição dos objetivos da administração pública, voltando-a para o cidadão-cliente;
•• aperfeiçoamento dos instrumentos de coordenação, formulação e implementação e avalia-
ção de política públicas;
•• flexibilização de normas e simplificação de procedimentos;
•• redesenho de estruturas mais descentralizadas;
•• aprofundamento das ideias de profissionalização e de permanente capacitação dos servi-
dores públicos, ideias que vêm da administração pública burocrática, mas que jamais foram
nela plenamente desenvolvidas.

O modelo conceitual
O modelo conceitual da Reforma do Aparelho do Estado está apoiado em três dimensões: for-
mas de propriedade, tipos de administração pública e níveis de atuação do Estado. As relações
entre essas dimensões estabelecem o quadro referencial e a estratégia da reforma.
Tradicionalmente, o senso comum e a ciência do direito distinguem dois tipos de propriedade
— a pública e a privada, sendo pública toda aquela que está no domínio do Estado e privada,
por exclusão, todas as demais, que, ordinariamente se diz, estarem na esfera do mercado. O
modelo propõe que a propriedade pública possa ser classificada em dois tipos: a propriedade
pública estatal e a propriedade pública não estatal. A propriedade estatal seria aquela tradicio-
nalmente designada como propriedade pública, ou seja, o conjunto de bens sob controle esta-
tal. Já a propriedade pública não estatal compreenderia todos aqueles bens que, embora não
sejam propriedade do Estado, servem ao interesse público. Está nessa categoria o patrimônio
de todas as instituições sem fins lucrativos dedicadas a prestar serviços à comunidade, como as

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fundações, as associações sem fins lucrativos, as sociedades civis de interesse público, as bene-
ficências. Na hipótese de extinção, o patrimônio delas reverte ao Estado.
Bresser-Pereira chama a atenção para o fato de que a existência desse tipo de propriedade
gera direitos de cidadania, os chamados direitos republicanos, que não têm titular certo, mas
afetam o bem-estar e a sobrevivência de todos os indivíduos em novas formas de apropriação
do mundo e de inserção na vida social. Eles dão ao cidadão direitos ao futuro comum, à in-
formação fidedigna, à proteção ao meio ambiente, ao patrimônio histórico e à coisa pública.
Bresser-Pereira (1997:121) não inclui a proteção do consumidor entre os direitos republicanos.
Apoiado na obra de Luís Felipe Colaço Antunes (1989), ele argumenta que este é um direito
que pode ser coletivo, na medida em que seu titular frequentemente é um grupo, categoria ou
classe de pessoas ligadas entre si (...). É um direito civil, é um direito subordinado ao direito de
propriedade. O direito do consumidor, embora possa ser visto como coletivo, é no fundo um
direito privado: expressa o direito do comprador de bens de consumo de não ser enganado.
O mesmo raciocínio sobre o caráter individual de um direito coletivo pode ser aplicado ao direi-
to à privacidade e à proteção contra a onisciência dos computadores.
O modelo também distingue três tipos de administração pública: a patrimonialista, a burocráti-
ca e a gerencial. Na administração pública patrimonialista, o aparelho do Estado funciona como
uma extensão do poder do soberano, e os seus auxiliares, servidores, possuem status de no-
breza real. Os cargos são considerados prebendas. A res publica não é diferenciada da res prin-
cipis. Em consequência, a corrupção e o nepotismo são inerentes a esse tipo de administração.
No momento em que o capitalismo e a democracia se tornam dominantes, o mercado e a so-
ciedade civil passam a se distinguir do Estado. Neste novo momento histórico, a administração
patrimonialista torna-se uma excrescência inaceitável. (Mare, p. 15).
A administração pública burocrática se caracteriza pela profissionalização, a ideia de carreira,
a hierarquia funcional, a impessoalidade, o formalismo, em síntese, o poder racional legal. Os
controles administrativos, visando evitar a corrupção e o nepotismo, são sempre a priori. Parte-
-se de uma desconfiança prévia nos administradores públicos e nos cidadãos que a eles dirigem
demandas (Mare, p. 15). O controle rígido dos processos volta-se para a administração de pes-
soal, as compras e o processamento de demandas. A administração pública gerencial é “orien-
tada predominantemente pelos valores da eficiência e da qualidade na prestação de serviços
públicos e pelo desenvolvimento de uma cultura gerencial nas organizações”. Não nega todos
os princípios da administração pública burocrática, pois tem uma clara noção do interesse pú-
blico e, embora os flexibilizando, conserva “a admissão segundo rígidos critérios de mérito,
a existência de um sistema estruturado e universal de remuneração, as carreiras, a avaliação
constante de desempenho, o treinamento sistemático”. A principal diferença está na forma de
controle “que deixa de se basear nos processos para se concentrar nos resultados” (Mare, p.
16). A administração pública gerencial volta-se para:
•• a definição precisa dos objetivos que o administrador público deverá atingir em sua unida-
de;
•• a garantia de autonomia do administrador na gestão dos recursos humanos, materiais e
financeiros que lhe foram colocados à disposição;
•• o controle ou a cobrança a posteriori dos resultados.

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Adicionalmente, praticar-se-ia a competição administrada no interior do próprio Estado, quan-
do houvesse a possibilidade de estabelecer concorrência entre unidades internas. No plano da
estrutura organizacional, a descentralização e a redução dos níveis hierárquicos tornar-se-iam
centrais.
Em suma, afirmava-se que a administração pública deve ser permeável à maior participação
dos agentes privados e das organizações da sociedade civil, deslocando-se a ênfase dos pro-
cedimentos (meios) para os resultados (fins): “o paradigma gerencial contemporâneo, funda-
mentado nos princípios de confiança e de descentralização da decisão, exige formas flexíveis
de gestão, horizontalização de estruturas, descentralização de funções, incentivo à criatividade.
Contrapõe-se à ideologia do formalismo e do rigor técnico da burocracia tradicional. À avalia-
ção sistemática, à recompensa pelo desempenho, e à capacitação permanente, que já eram
características da boa administração burocrática, acrescentam-se os princípios da orientação
para o cidadão cliente, do controle por resultados, e da competição administrada” (Mare, p.
17).
Essas categorias deixam entrever o caráter evolutivo e voluntarista da proposta. Sugere-se que
tivemos uma administração patrimonialista, que evoluiu para o modelo burocrático e estamos
caminhando para a administração gerencial, uma espécie de fim da história da administração
pública. A própria designação administração é infeliz pleonasmo nascido de uma tradução ina-
dequada da new public management. Falar em dotar a administração pública de uma cultura
gerencial não quer dizer nada. Todas as organizações possuem cultura gerencial — algumas
mais burocráticas; outras mais orgânicas e flexíveis.
De acordo com o plano, também há que se distinguir ainda três níveis de atuação do Estado:
•• central ou estratégico, incumbido de formular, supervisionar e avaliar a implementação das
políticas públicas compostas pelo governo, a cúpula dos três Poderes da República e o Mi-
nistério Público;
•• descentralizado, responsável pela execução das políticas e atividades exclusivas, como re-
gulação, fiscalização, segurança, previdência básica;
•• de funções não-exclusivas do Estado, no qual bens e serviços públicos em hospitais, esco-
las, centros culturais e centros de pesquisa podem ser fornecidos por organizações estatais
ou da sociedade civil — associações sem fins lucrativos e mesmo empresas privadas — su-
jeitas ao controle social.
A produção de bens e serviços para o mercado ficaria a cargo das empresas privadas. A cada
um desses níveis funcionais corresponderia um tipo específico de agência pública.
Esse esquema engenhoso resume toda a base conceitual da reforma gerencial brasileira, es-
tabelecendo, numa matriz, diferentes formas de propriedade, tipos de administração pública
e níveis de atividade, para definir os projetos de intervenção. Ele mostra que a administração
gerencial é o tipo mais adequado à gestão de agências autônomas, organizações públicas não
estatais (não governamentais) e empresas privadas, mas que há ainda um espaço residual para
a administração burocrática. Chama a atenção a existência de uma relação entre o tipo de pro-
priedade (ou espaço institucional — Estado, mercado e sociedade) e o tipo de atividade. Tal
correspondência pode ser encontrada em dois quadros, apresentados por Osborne e Gaebler
(1997), para indicar tipos de atividade em que são mais efetivas instituições públicas, organiza-
ções governamentais e empresas privadas.

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Os instrumentos de intervenção
A reforma, tal como preconizada no Plano Diretor, pode ser interpretada com cinco diretrizes
principais, a saber:
•• institucionalização, considera que a reforma só pode ser concretizada com a alteração da
base legal, a partir da reforma da própria Constituição;
•• a racionalização, que busca aumentar a eficiência, por meio de cortes de gastos, sem perda
de “produção”, fazendo a mesma quantidade de bens ou serviços (ou até mesmo mais)
com o mesmo volume de recursos;
•• flexibilização, que pretende oferecer maior autonomia aos gestores públicos na adminis-
tração dos recursos humanos, materiais e financeiros colocados à sua disposição, estabele-
cendo o controle e cobrança a posteriori dos resultados;
•• publicização, que constitui uma variedade de flexibilização baseada na transferência para
organizações públicas não estatais de atividades não exclusivas do Estado (devolution), so-
bretudo nas áreas de saúde, educação, cultura, ciência e tecnologia, e meio ambiente;
•• desestatização, que compreende a privatização, a terceirização e a desregulamentação.
Do ponto de vista do Plano Diretor, essas grandes diretrizes se traduziam na mudança insti-
tucional introduzida pela Emenda Constitucional nº 19 e em três projetos básicos: avaliação
estrutural (racionalização), agências executivas (flexibilização) e organizações sociais (publici-
zação). A emenda foi promulgada em junho de 1998, a avaliação estrutural nunca foi realizada
pelo governo Fernando Henrique, o projeto de agências executivas resultou na qualificação
de um único organismo (Inmetro) e a proposta de publicização resultou no estímulo à criação
de apenas cinco organizações sociais. Embora não fizesse parte dos objetivos do Plano Dire-
tor, nem constituísse atribuição do Ministério da Administração e Reforma do Estado (Mare),
o maior número de realizações esteve relacionado com a privatização de empresas estatais,
principalmente nos setores de telefonia (Sistema Telebrás), de mineração (Vale do Rio Doce) e
financeiro (Banespa).

Considerações finais — síntese histórica


Este texto revela que a organização da administração pública no Brasil passou por transforma-
ções importantes desde o período colonial. Parece simplificador reduzir a história administra-
tiva do país a dois grandes momentos — antes e depois. Na verdade, a administração colonial
conheceu diferentes fases e teve um impulso modernizador com o consulado pombalino. O
Império também tem sua organização governamental marcada por etapas bem distintas, des-
tacando-se a adoção do regime parlamentarista e o fortalecimento progressivo dos governos
provinciais. A própria República Velha também se caracterizou por avanços e recuos na questão
da descentralização e viu nascerem algumas empresas e autarquias e surgirem diferenciações
na estrutura ministerial.
É verdade que o primeiro governo Vargas representa um marco, não só porque produziu gran-
des transformações nas estruturas econômicas, sociais e políticas do país, mas também porque
realizou o primeiro esforço deliberado, sistemático e continuado de modernização administra-

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tiva. O outro marco é de fato a reforma administrativa de 1967, que padronizou estruturas e
procedimentos e introduziu os modernos instrumentos de intervenção.
O terceiro marco na história administrativa mais recente é a reforma dos anos 1990. Ela é pre-
cedida de uma crise que desmantelou e sucateou a máquina administrativa brasileira, criando
ensejo para a crítica neoliberal. O que se pode concluir desta análise é que, não obstante os
equívocos políticos, conceituais e operacionais e a desastrada estratégia que adotou, a reforma
gerencial começou no governo Collor, quando se tentou introduzir, ainda que de forma intuitiva
e vacilante, os princípios da new public management.
Este balanço também mostra que não se pode avaliar a experiência de reforma em termos de
sucesso ou insucesso absolutos. A não ser aquelas tentativas que não chegaram a produzir efei-
tos legais e administrativos, todas as reformas introduziram instrumentos que vieram se agre-
gar às práticas vigentes. Nesse sentido, à medida que o país se transformava econômica, social
e politicamente, a administração pública ampliava-se, diferenciava-se e aparelhava-se, sempre
aumentando a oferta de bens e serviços.
Assim, não obstante os avanços persistentes e os eventuais recuos, a administração pública
se modernizou, ganhando em eficiência, especialização técnica, moralidade, publicidade e
transparência. Entretanto, esse processo de transformação sempre deixou em segundo plano a
questão democrática e a teleologia das reformas e da própria máquina pública.

Aspectos Fundamentais na Formação do Estado Brasileiro

Patrimonialismo
No Brasil, o patrimonialismo perdurou até a década de 1930 como a forma de dominação pre-
dominante. Não podemos dizer que ele está totalmente superado. Quando um ministro con-
funde seu cartão de crédito pessoal com o cartão corporativo do governo federal na hora de
comprar uma tapioca, está claro que o patrimonialismo ainda está bastante presente em nossa
cultura, já que permanece a confusão entre o patrimônio público e o privado. Mas é a partir
da década de 1930 que o país passa a adotar uma administração burocrática. Segundo Bresser:
“O Estado brasileiro, no início do século XX, era um Estado oligárquico e patrimonial, no seio
de uma economia agrícola mercantil e de uma sociedade de classes mal saída do escravismo”.
Portanto, vamos ver aqui um pouco da administração pública brasileira nesse período anterior
a 1930, da administração colonial até a República Velha.

PERÍODO COLONIAL E CHEGADA DA CORTE EM 1808


Apesar de, na época, já existir no Brasil uma administração relativamente aparelhada, é com a
transferência da sede do reino para o Brasil que se criam as condições necessárias para consti-
tuição de um Estado Nacional. Analisando o período anterior a 1808, Caio Prado Júnior aponta
como principais características da administração colonial:
•• a centralização;
•• a ausência de diferenciação (de funções);

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•• o mimetismo;
•• a profusão e minudência das normas;
•• o formalismo e a morosidade.
Mimetismo é imitação, é o processo pelo qual alguém ou alguma coisa se adapta para ficar se-
melhante a outro. Assim, no Brasil, procurava-se aplicar as mesmas estruturas que já existiam
em Portugal. Uma característica importante desse período é a falta de uma divisão do trabalho.
O modelo burocrático tem como princípio a divisão racional do trabalho. No patrimonialismo
não existe isso, tudo se confunde. A administração colonial, apesar da abrangência das suas
atribuições e da profusão de cargos e instâncias, do ponto de vista funcional, pouco se diferen-
cia internamente. Segundo Frederico Lustosa: “O caos legislativo fazia surgir num lugar funções
que não existiam em outros; competências a serem dadas a um servidor quando já pertenciam
a terceiros; subordinações diretas que subvertiam a hierarquia e minavam a autoridade”. Essas
disfunções tinham origem, em grande medida, na tentativa de copiar as estruturas e institui-
ções existentes na metrópole (Portugal) e do vazio de autoridade (e de obediência) no imenso
território, constituindo um organismo autoritário, complexo, frágil e ineficaz.
Caio Prado Jr. coloca ainda como uma característica da administração colonial o formalismo.
Aqui é interessante ressaltarmos uma peculiaridade brasileira. Fred Riggs elaborou uma classi-
ficação do grau de desenvolvimento administrativo das sociedades. O autor criou uma analogia
com o processo de refração de um facho de luz branca que passa através de um prisma. A luz
branca foi usada por Riggs para retratar as sociedades concentradas, em que os objetivos reli-
giosos, educacionais, políticos e econômicos seriam realizados por uma só estrutura, ou seja, as
diversas funções estão a cargo da mesma instituição. As sociedades difratadas se caracterizam
pela existência de um grande número de instituições: repartições, sindicatos, partidos, escolas.
Cada uma desempenha uma função distinta. Podemos associar as sociedades concentradas
aos países subdesenvolvidos, as prismáticas aos em desenvolvimento e as difratadas aos de-
senvolvidos. As sociedades prismáticas corresponderiam a um estágio intermediário, em que
haveria características tanto das sociedades concentradas quanto das difratadas. Elas se carac-
terizariam por: heterogeneidade, superposição e formalismo. A heterogeneidade se caracteriza
pela coexistência de elementos tecnológicos modernos e antigos, do urbano e do rural, da ado-
ção de um estilo de vida sofisticado pela minoria e o comportamento tradicionalista da massa.
A superposição corresponde à execução de uma série de funções por uma só unidade social se-
gundo critérios preestabelecidos. As sociedades prismáticas favorecem a interferência de crité-
rios familiais na administração, além do condicionamento da economia e da política por fatores
alheios ao seu domínio próprio.
O formalismo seria a diferença entre a conduta concreta e a norma que estabelece como essa
conduta deveria ser, sem que tal diferença implique punição para o infrator da norma, ou seja,
a diferença entre o que a lei diz e aquilo que acontece de fato, sem que isso gere punição para
o infrator da lei.
O formalismo ocorreria nas sociedades prismáticas devido a sua dependência em relação às
difratadas, a tentativa de imitar suas estruturas (sociais, políticas e econômicas), ou seja, a rela-
ção de subjugação das difratadas sobre as prismáticas faz com que as últimas implementem as
estruturas das primeiras. O formalismo ocorre porque “as estruturas das sociedades difratadas
não condizem com a realidade cotidiana das prismáticas, sendo que tal incompatibilidade im-
plica a impossibilidade da aplicação total das estruturas implementadas”.

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De acordo com Caio Prado Jr., a discrepância entre a conduta concreta e as normas que pre-
tendiam regular tal conduta sem a respectiva punição (formalismo) estava presente no Brasil
desde os tempos da colônia. A existência do formalismo faz com que haja uma generalização da
desconfiança em torno da validade de todas as demais leis daquela sociedade. É nesse sentido
que o formalismo é apontado como a raiz estrutural do jeitinho brasileiro.
Podemos conceituar o jeitinho brasileiro como o processo de uma pessoa atingir objetivos a
despeito de determinações (leis, normas, regras, ordens, etc.) contrárias. É usado para “burlar”
determinações que, se levadas em conta, inviabilizariam ou tornariam difícil a ação pretendida
pela pessoa. Assim, ele funciona como uma válvula de escape individual diante das imposições
e determinações.
Após essa pequena análise de nosso “jeitinho”, vamos agora voltar para a construção do Estado
brasileiro. É a partir da administração pombalina que começa a ocorrer um processo maior de
racionalização. Marquês de Pombal foi Secretário de Estado de Portugal de 1750 a 1777. Ele
ficou conhecido como um dos "déspotas esclarecidos", por entender que a superação das difi-
culdades que o Reino Português enfrentava somente seria possível por meio da realização de
reformas por um soberano fortalecido.
O despotismo esclarecido é uma expressão usada para designar os monarcas que perceberam
que eles deveriam promover as reformas em seus países como forma de, até mesmo, se man-
terem fortes. Enquanto em países como França e Inglaterra o fim do absolutismo era marcado
por fortes conflitos (cabeças literalmente rolavam), os países do leste europeu não tinham uma
sociedade tão atuante e esclarecida. Assim, não foi a população, mas os próprios monarcas que
decidiram promover as reformas. Pombal agiu da mesma forma. Ele entendia que a superação
das dificuldades que o Reino Português enfrentava somente seria possível por meio da realiza-
ção de reformas por um soberano fortalecido.
Com a intenção de centralizar e controlar ainda mais a administração colonial, extinguiu as ca-
pitanias hereditárias ainda existentes e unificou os Estados do Maranhão e do Brasil. Essa mu-
dança se expressava principalmente nos métodos e processos de trabalho que davam lugar à
emergência de uma burocracia. Mesmo assim, prevaleceu a enorme distância entre a colônia e
a metrópole que juntamente com a lentidão na troca de mensagens criavam um vazio de auto-
ridade legal. Somente com a chegada da Coroa portuguesa ao Brasil, em 1808, que começaria
a ser formada uma verdadeira administração pública no Brasil. Segundo Frederico Lustosa: “O
fato é que a transferência da corte e mais tarde a elevação do Brasil a parte integrante do Reino
Unido de Portugal constituíram as bases do Estado nacional, com todo o aparato necessário à
afirmação da soberania e ao funcionamento do autogoverno. A elevação à condição de corte
de um império transcontinental fez da nova administração brasileira, agora devidamente apa-
relhada, a expressão do poder de um Estado nacional que jamais poderia voltar a constituir-se
em mera subsidiária de uma metrópole de além-mar”.
A família real portuguesa chegou ao Brasil fugindo de Napoleão. Em 1806, o governo napoleô-
nico impôs um bloqueio continental à Europa, segundo o qual nenhuma nação europeia pode-
ria ter relações comerciais com a Inglaterra. Contudo, Portugal não acatou a ordem francesa,
uma vez que possuía vários tratados econômicos com aquele país, o que lhe trouxe uma grande
dependência em relação aos ingleses.
Então, Napoleão ameaçou invadir o território português, fazendo com que os ingleses ofereces-
sem escolta para que a família real portuguesa se deslocasse até o Brasil. Além disso, a Inglater-
ra se comprometia a expulsar os franceses de Portugal. Em troca, Dom João deveria transferir

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a capital do reino português para o Rio de Janeiro, além de estabelecer vários tratados que
abririam os portos brasileiros às nações do mundo e oferecessem taxas alfandegárias menores
aos produtos ingleses.
Ainda em 1808, foi revogada a proibição de instalação de manufaturas no Brasil. Contudo, a
tentativa de instalar indústrias no país fracassou por uma série de razões, entre as quais: limita-
ção do mercado interno, escassez de capitais, insuficiência tecnológica, transportes deficientes
e falta de mão de obra especializada. Ainda havia a concorrência dos produtos ingleses, mais
baratos e de melhor qualidade.
Vêm em seguida os tratados de 1810, que fizeram da Inglaterra uma potência privilegiada, com
inúmeras vantagens em nosso comércio internacional, e reduziram drasticamente a autonomia
do governo brasileiro no setor econômico. Esses tratados foram responsáveis por uma demora
maior ainda no avanço industrial do país.
Nos treze anos que a Corte permaneceu no Brasil, as relações entre a colônia e a metrópole
mudaram significativamente. Além de ser elevado à categoria de Reino Unido e se tornado
sede da monarquia, o país apresentava crescimento econômico, enquanto Portugal enfrentava
uma crise econômica. Insatisfeitos com a perda de privilégios em relação ao Brasil, os portu-
gueses organizaram a Revolução do Porto, de 1820, fazendo com que Dom João VI retornasse
a Portugal.

INDEPENDÊNCIA E CONSTITUIÇÃO DE 1824


Os portugueses deram início então a uma série de medidas que tinham como objetivo retomar
seus privilégios comerciais sobre o Brasil, recolonizando-o. Os deputados portugueses desejam
inclusive fechar novamente os portos brasileiros ao comércio exterior. Tudo isso provocou a
insatisfação dos brasileiros e a tensão com os portugueses. Com a exigência de que Dom Pedro
retornasse a Portugal, sob o pretexto de completar seus estudos, e o famoso Dia do Fico em 9
de janeiro de 1822, quando ficou clara a ruptura do Brasil com Portugal, aceleraram-se os acon-
tecimentos que levaram à independência.
Não podemos dizer que a nossa independência tenha sido uma “separação amigável de Portu-
gal”, um evento pacífico. Depois de setembro de 1822, muitas lutas sangrentas entre portugue-
ses e brasileiros ocorreram em algumas regiões. No entanto, ficou marcada em nossa história
a compra de nossa independência por dois milhões de libras. Quantia esta paga graças a um
empréstimo inglês. Uma das vantagens desse pagamento foi a manutenção de nossa unidade
territorial. Segundo Celso Furtado: “Se a independência houvesse resultado de uma luta pro-
longada, dificilmente ter-se-ia preservado a unidade territorial, pois nenhuma das regiões do
país dispunha de suficiente ascendência sobre as demais para impor a unidade. Os interesses
regionais constituíam uma realidade muito mais palpável que a unidade nacional, a qual só co-
meçou realmente a existir quando se transferiu para o Rio o governo português”.
Ainda em junho de 1822, Dom Pedro I havia convocado uma assembleia constituinte, mas ela
só iniciou seus trabalhos em maio de 1823. Durante as discussões, os parlamentares acabaram
focando as atenções em torno da questão do poder do imperador: limitar ou centralizar? A as-
sembleia dividiu-se então em duas correntes: liberais e conservadores.
As discussões ganharam as ruas, ocorrendo uma série de agitações pelo país. Conforme os de-
bates na assembleia se agitavam, não faltavam insultos aos portugueses e ao próprio Impera-

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dor. A reação de Dom Pedro I foi imediata: decretou a dissolução da assembleia e, no mesmo
Decreto, convocou o Conselho de Estado para elaborar a Constituição do Império. Em 25 de
março de 1824, a Constituição foi oficialmente jurada na Catedral do Rio de Janeiro. Como ela
não foi discutida e votada por uma assembleia eleita pelos cidadãos, constitui uma Constitui-
ção Outorgada.
Apesar de outorgada, foi a Constituição mais longa de nossa história, com 65 anos, e só houve
aprovação de uma única emenda constitucional, permanecendo em vigor até a proclamação da
República em 1889. Segundo a CF de 1824:
“Art. 1. O IMPERIO do Brazil é a associação Politica de todos os Cidadãos Brazileiros. Elles for-
mam uma Nação livre, e independente, que não admite com qualquer outra laço algum de
união, ou federação, que se opponha á sua Independencia.
Art. 2. O seu territorio é dividido em Provincias na fórma em que actualmente se acha, as quaes
poderão ser subdivididas, como pedir o bem do Estado.
Art. 3. O seu Governo é Monarchico Hereditario, Constitucional, e Representativo.
Art. 4. A Dynastia Imperante é a do Senhor Dom Pedro I actual Imperador, e Defensor Perpetuo
do Brazil.
Art. 5. A Religião Catholica Apostolica Romana continuará a ser a Religião do Imperio. Todas as
outras Religiões serão permitidas com seu culto domestico, ou particular em casas para isso
destinadas, sem fórma alguma exterior do Templo.”
Entre as suas características podemos citar:
•• forma unitária de Estado;
•• Monarquia Constitucional como forma de governo;
•• divisão do território em províncias, com presidentes nomeados pelo Imperador;
•• religião Católica como a oficial;
•• sufrágio censitário, em que era exigida renda mínima para votar e uma renda maior ainda
para ser eleito;
•• ampla declaração de direitos destinados a assegurar a inviolabilidade dos direitos civis e
políticos;
•• ao Legislativo cabiam as atribuições de guarda da Constituição e interpretação das leis. Não
havia um sistema judicial de controle de constitucionalidade.
A Constituição de 1824 é classificada como semirrígida, uma vez que exigia quórum especial
apenas para aprovação de emendas que se referissem aos limites e atribuições do poder políti-
co. Pedro Lenza cita a Constituição brasileira de 1824 como exemplo de Constituição material,
pelo fato de que o diploma, em seu art. 178, declarava ser constitucional somente o que disses-
se respeito aos limites e atribuições dos poderes do Estado, bem como aos direitos políticos e
individuais dos cidadãos.
Foi instituído o sistema bicameral, com Câmara dos Deputados e Senado. Os membros do Se-
nado seriam vitalícios, enquanto os deputados teriam mandatos eletivos e temporários. Um
terço dos senadores seria nomeado pelo Imperador.

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A inovação mais marcante dessa Constituição foi a criação do quarto poder. Ela previa a exis-
tência do Executivo, do Legislativo e do Judiciário, mas acrescentava o Poder Moderador, pelo
qual o Imperador tinha o direito de dissolver a Câmara dos Deputados, bem como nomear e
demitir o Conselho de Ministros. Segundo a Constituição:
Art. 10. Os Poderes Politicos reconhecidos pela Constituição do Imperio do Brazil são quatro: o
Poder Legislativo, o Poder Moderador, o Poder Executivo, e o Poder Judicial.
Art. 98. O Poder Moderador é a chave de toda a organização Politica, e é delegado privativa-
mente ao Imperador, como Chefe Supremo da Nação, e seu Primeiro Representante, para que
incessantemente vele sobre a manutenção da Independencia, equilibrio, e harmonia dos mais
Poderes Politicos.
Art. 99. A Pessoa do Imperador é inviolavel, e Sagrada: Elle não está sujeito a responsabilidade
alguma.”
O Imperador exercia dois poderes ao mesmo tempo: o Executivo e o Moderador. Como a Cons-
tituição de 1824 não deixava clara a distinção entre eles, sempre havia certa confusão. A dis-
solução da Assembleia Constituinte e a outorga da Constituição não foram bem recebidas pela
população, que em muitos casos acusava o Imperador de ser absolutista. Ainda em 1824, ocor-
reu a revolta conhecida como Confederação do Equador, que estourou em Pernambuco e se
estendeu por Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. A insatisfação era crescente, até que, em
1931, Dom Pedro I abdicou do trono em favor de seu filho.
Podemos concluir desses acontecimentos que nossa independência não teve sentido revolu-
cionário. No início do Império, os próprios brasileiros foram afastados das decisões políticas.
Dom Pedro I afastou a aristocracia rural do comando político e centralizou o poder nas mãos do
imperador.
Não ocorreram mudanças na vida econômico-social em relação ao período colonial. A depen-
dência econômica em relação à Inglaterra, a compra do reconhecimento de nossa independên-
cia, a crise financeira interna e o sufocamento das reações populares demonstravam a persis-
tência das estruturas coloniais. Assim, um processo que seria revolucionário foi interrompido
logo no início da vida do Brasil como uma nação independente. Segundo Paulo Bonavides:
“A Constituição de 1824 não conseguiu fazer com que um consenso duradouro em torno de
certos princípios – que seriam expressos pelo próprio texto constitucional – fosse alcançado.
Tentou-se impor ao país um modelo que não refletia a realidade das instituições e estruturas
políticas brasileiras, nem tampouco garantia que as que foram implantadas trouxessem esta-
bilidade. Esbravejava-se contra o Poder Moderador e se invocava ele ao mesmo tempo para
realizar as reformas. Era preciso pôr freios a esse poder absoluto, deixado nas mãos de um só
homem. Tornava-se necessário ultrapassar essa situação ambígua, quando não contraditória. A
República se propunha a realizar essa aspiração. ”
Com a abdicação de Dom Pedro I, iniciou-se uma nova fase na história política brasileira. Dom
Pedro II abriu mão das prerrogativas do poder absoluto, e começou a surgir no país o que pode-
ríamos chamar de uma representação nacional. As facções políticas começaram a se organizar
e a se definir melhor politicamente, buscando o poder.
A abdicação deu oportunidade para que a aristocracia rural assumisse o controle do poder, e
começou também a ganhar força o setor cafeeiro. A primeira metade do Século XIX correspon-
de à fase de gestação da lavoura cafeeira, que teve seu apogeu após 1850, resultando em algu-

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mas consequências importantes. Uma delas foi a mudança do eixo econômico-comercial para
o Centro-Sul. Contudo, não foi mudada a estrutura econômica herdada do período colonial:
grandes fazendas, monocultura, dependência do mercado internacional, importação de artigos
manufaturados.
Uma mudança importante foi a lei de extinção do tráfico negreiro em 1850, fechando assim
definitivamente o canal fornecedor de mão de obra compulsória para nossa lavoura. Teve iní-
cio então o processo de imigração. O trabalho assalariado iria se consolidar a partir de 1870,
concentrando-se, inicialmente, nos cafezais do oeste paulista.
Em relação ao processo eleitoral, a Constituição de 1824 repartia o eleitorado em duas catego-
rias: os eleitores de primeiro grau, com direito a votar nas assembleias primárias de paróquia;
e os de segundo grau, aptos a votar na eleição de deputados, senadores e membros dos con-
selhos provinciais. Para chegar ao primeiro grupo, era preciso possuir renda líquida de 100$0;
para o segundo, 200$0. Para se eleger deputado, 400$0, e para Senador, 800$0. É o que chama-
mos de voto censitário, ou seja, com base na renda.

PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA E CONSTITUIÇÃO DE 1891


Afirma-se que determinadas mudanças que ocorrem nas sociedades “precipitam”. Na Química,
a precipitação é uma reação química em que um produto que estava dissolvido num líquido é
separado em forma de sedimento. Primeiro, observamos um copo com um líquido. A partir da
reação química, poderemos observar partículas sólidas surgindo e caindo no fundo do copo.
O que isso tem a ver com nosso estudo? Bem, essa analogia serve para dizer que algumas mu-
danças têm origem em fatores que já estariam, há tempos, presentes na sociedade, que vi-
nham sendo gestadas lentamente. Frente a determinado acontecimento, esses fatores “preci-
pitam-se”, ou seja, destacam-se, criando os momentos históricos que representam marcos de
passagem de um período para outro. Segundo Fernando Henrique Cardoso: “A passagem do
Império à República e a formação de um sistema de poder capaz de articular os interesses dos
novos donos da situação no Brasil republicano parecem ter obedecido antes à dinâmica de uma
história pouco “precipitada”, se se quiser fazer uma alusão ao comportamento dos elementos
químicos e simultaneamente às regras de astúcia e compromisso características da cultura bra-
sileira, do que ao espetaculoso corte de nós górdios que caracteriza os grandes momentos da
passagem do Antigo Regime à era burguesa na França ou, ainda mais drasticamente, a passa-
gem do capitalismo ao socialismo”.
Ele está querendo dizer que, para alguns, o 15 de novembro não tinha sido o resultado de um
processo de mudança significativa que já estaria sendo gerado na sociedade brasileira. Ele apa-
receu como um movimento “superficial”. Como afirma Aristides Lobo, o povo teria assistido
“bestializado” à parada militar da Praça da Aclamação. Soma-se a isso a percepção de que, den-
tro do exército, a articulação ocorreu por intermédio de um punhado de oficiais jovens de baixa
patente que estavam isolados da soldadesca.
Contudo, essa interpretação peca pela simplicidade. Segundo FHC, “nem a República foi mera
quartelada, nem se tratou ‘apenas’ – como se estas não importassem... – de uma mudança no
nível das instituições, que de monárquicas passaram a republicanas. Houve, de fato, uma mu-
dança de base nas forças sociais que articulavam o sistema de dominação no Brasil”.

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A formação da República, ocorrida em 15 de novembro de 1889, foi preparada lentamente


através das mudanças sociais e econômicas verificadas no Brasil desde 1850: instalação de fer-
rovias, modernização na fabricação do açúcar, primeiro surto industrial, expansão da cafeicul-
tura, adoção da mão de obra assalariada, imigração europeia, formação do mercado interno e
formação de novos grupos sociais.
Contudo, essas mudanças não foram acompanhadas de mudanças na estrutura política, perma-
necendo excessivamente centralizadas. Eram necessárias medidas que favorecessem os novos
interesses: descentralização político-administrativa, estímulo à imigração, reforma monetária e
financeira, incentivo à produção industrial e melhora na estrutura urbana.
Segundo Paulo Bonavides: “Seria demasiado perfunctório e ambíguo asseverar que tudo de-
rivou do golpe de Estado de 15 de novembro de 1889, ou seja, de um capricho dos chefes
militares, de simples comoções de quartel, ou da vontade e ambição pessoal do proclamador
da República. A ser assim, ficariam encobertas as causas primárias do movimento; as raízes
institucionais da insatisfação revolucionária; os acontecimentos que se foram acumulando e
sucedendo até produzirem a densidade cuja torrente, em se precipitando, levou abaixo toda
organização imperial de poder. ”
Foi através da conjugação de três forças que se tornou possível a República: Exército, cafeiculto-
res paulistas e camadas médias urbanas. A maior parte da população ficou alheia ao movimen-
to.
A Constituição promulgada em 24 de fevereiro de 1891 representou a fusão de três antepro-
jetos inspirados no modelo liberal americano. Isso pode ser observado no nome do país, que
passou a se chamar Estados Unidos do Brasil, e na nossa Bandeira. As principais características
da Constituição de 1891 eram:
•• forma federativa de Estado;
•• forma Republicana de governo;
•• território dividido em estados, com constituições e leis próprias;
•• ampla liberdade de culto;
•• tripartição dos poderes;
•• eleição de presidente para um mandato de quatro anos por sufrágio e maioria absoluta.
Caso nenhum dos candidatos obtivesse maioria absoluta, o Congresso Nacional elegeria o
presidente, por maioria simples;
•• ampliação dos direitos individuais, com a inclusão do habeas corpus;
•• instituição de um sistema judicial difuso de controle de constitucionalidade, admitindo-se
recurso ao STF de decisões judiciais em que se questionasse a validade das leis e atos dos
governos locais em face da Constituição.
O tema que gerou os debates mais ardorosos na Constituinte foi a questão federativa. Os Es-
tados Unidos do Brasil constituíam-se em vinte estados autônomos econômica e administrati-
vamente. Nos EUA, o surgimento do Estado Federal está relacionado à necessidade de união
entre treze ex-colônias soberanas, que resultou num processo centralizador, ou seja, optaram
pelo sistema federativo para criar uma nova unidade, representada por um Poder central. No

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Brasil, o movimento foi inverso, ou seja, descentralizador. Segundo Dallari: “Partiu-se da exis-
tência de uma unidade com poder centralizado e se distribuiu o poder político entre várias
unidades, sem eliminar o poder central. Cada uma dessas unidades, que era apenas uma sub-
divisão administrativa chamada Província, recebeu uma parcela de poder político e a afirmação
formal de sua individualidade, passando a denominar-se estado. Aqui, portanto, o movimento
foi descentralizador”.
A principal polêmica nas discussões da constituinte eram as competências que deveriam per-
tencer à União e aos estados. Formaram-se duas correntes antagônicas: unionistas e federalis-
tas. Os primeiros defendiam mais poderes para a União, enquanto os segundos estavam incli-
nados a transferir o centro de gravidade das competências para os estados, conferindo-lhes o
máximo possível de autonomia e de recursos tributários.
Venceu o segundo grupo, predominando um modelo centrífugo. Centrifugação significa “afas-
tamento, desvio do centro”. Ou seja, descentralizado. Os estados tinham ampla autonomia,
pouca cooperação entre si e um governo federal bastante fraco.
Cabia ao estado eleger seu governante (presidente do estado) e uma Assembleia Legislati-
va. Ele deveria organizar-se administrativamente, provendo as necessidades públicas, e devia
aprovar seu Código Eleitoral e Judiciário, além de organizar um corpo policial-militar. Possuía
liberdade para contrair empréstimos no exterior, decretar impostos sobre as exportações, os
imóveis, as indústrias, as profissões e a transmissão de propriedade.
A Carta de 1891 representou a força do liberalismo, introduzindo a separação dos poderes pro-
posta por Montesquieu. Contudo, acabou se transformando na ditadura de um só poder. Outro
aspecto do liberalismo na Constituição foi a declaração de direitos, considerando aptos para
votar todos os brasileiros do sexo masculino maiores de 21 anos, com exceção dos mendigos,
analfabetos, religiosos e soldados. O voto era aberto, o que permitiu uma série de fraudes elei-
torais no decorrer da República Velha.
Mas é preciso ter em mente que a lei por si só não é capaz de mudar a realidade. Apesar de
todas as mudanças que a Constituição de 1891 tentou introduzir, a realidade social se mostrou
bem diferente.
Um dos maiores choques causados pela nova Constituição foi a introdução do presidencialis-
mo. Durante o Império, adotou-se o sistema parlamentar de governo, conquistado duramente
frente ao Poder Moderador. De repente, com o golpe, o país se via num modelo para o qual
nem as elites estavam preparadas nem a população atraída. Segundo Bonavides: “O presiden-
cialismo efetivamente contribuíra para arruinar a harmonia e o equilíbrio dos poderes. Fomen-
tando a expansão sem freios da autoridade do presidente da República, fizera da pessoa do pri-
meiro magistrado se converter no centro de todos os poderes, de todas as decisões, de todos
os movimentos da máquina de governo”.
Caía assim por terra a separação dos poderes e surgia um presidencialismo onipotente. Os prin-
cípios liberais não foram trazidos à vida política cotidiana dos cidadãos, não se criaram meca-
nismos de participação que pudessem garantir os princípios consagrados na Carta Magna.
O federalismo era apenas verbal, pois não havia igualdade entre os entes federados, valia a lei
do mais forte. Os partidos políticos não possuíam ainda dimensão nacional e não expressavam
a vontade nacional, não possuíam programas, não tinham atuação permanente, funcionando

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apenas como fachadas das oligarquias patriarcais. Os mais poderosos, concentrados no eixo
São Paulo-Minas, faziam a célebre política do café-com-leite.
A posse do paulista Prudente de Morais como Presidente da República, em 15 de novembro de
1894, marcou o início do predomínio político do poderoso grupo agroexportador, que durou
até 1930. Esse período de 36 anos recebeu o nome de “República das Oligarquias”. Durante
a República Velha, consolidou-se o poder regional de várias oligarquias. Estas eram formadas
por poucas famílias, ou mesmo por apenas uma família detentora das terras para agricultura
de exportação. Normalmente, cada oligarquia chefiava um estado, por isso nos referimos às
oligarquias sempre em âmbito regional ou estadual.
Com a República, foi eliminado o voto censitário, ou seja, baseado na renda, e adotado o uni-
versal (em parte), estendendo o direito de participação política às camadas populares e à cres-
cente classe média. No entanto, as oligarquias encontraram meios de evitar que fossem eleitos
candidatos que contestassem seu poder. Valia de tudo: assassinatos, espancamentos, prisões
arbitrárias.
Uma relação de subserviência e de troca de favores entre as esferas municipal, estadual e fe-
deral criava uma política de compromissos, na qual as oligarquias estaduais, governo federal e
poder local se auxiliavam mutuamente, com o objetivo de manterem inalteradas as estruturas
econômicas e sociais.
Essa relação de interdependência entre oligarquias estaduais e poder federal foi consolidada
por Campos Sales (1898-1902), que articulou a “Política dos Governadores”, a qual constituía
um pacto entre o governo federal e os estaduais. O Presidente da República não interferia na
política estadual e os governadores controlavam as eleições em seus respectivos estados para
que ocorresse a vitória de candidatos fiéis ao Presidente.
No plano local, fortaleceu-se a figura do Coronel. O Coronelismo foi um sistema político, his-
toricamente datado, que, segundo Raymundo Faoro, tem suas origens no Período Imperial e
assume um caráter estadualista com o advento da República. O nome coronel é originário da
Guarda Nacional, instituição que legaliza o poder do chefe local, na medida em que este se tor-
nava, também, um líder militar.
O poder do coronel não se fundava apenas na força ou no poderio econômico. Segundo Faoro,
“ocorre que o coronel não manda porque tem riqueza, mas manda porque se lhe reconhece
esse poder, num pacto não escrito”. Os fundamentos desse poder se encontram na capacidade
que o coronel tinha de angariar apoio eleitoral entre as pessoas e benefícios públicos com o
Governo.
O Coronel ganhava o apoio eleitoral em virtude da proteção que ele proporcionava. Além disso,
devido ao seu poderio econômico, sustentava uma série de grupos que eram desprovidos de
quase tudo. Num mundo em que as políticas sociais eram inexistentes, os pobres só podiam ro-
gar a Deus ou ao coronel e, como agradecimento aos benefícios alcançados, rezavam o rosário
e doavam seu voto ao coronel. Este detinha o apoio eleitoral e conseguia que o Poder Público
lhe concedesse poder. Por isso se fala que o Brasil possui uma forte tradição municipalista, em
virtude da força do poder local.
Quando Campos Sales indicou Rodrigues Alves para sucedê-lo na Presidência da República, as
oligarquias espernearam. Seria o terceiro paulista a assumir o cargo consecutivamente. Vários
estados reagiram à indicação. Campos Sales buscou então o apoio da oligarquia mineira, jun-

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tando assim o maior produtor de café com o maior produtor de leite, formando a chamada
“política do café-com-leite”. A aliança garantia a supremacia nacional aos dois estados e a esco-
lha do presidente caberia, alternadamente, a cada um deles.
Apesar da relativa estabilidade dos grupos no poder, a República Velha não foi um período
desprovido de tensões sociais. Como vimos, a população não participou do golpe republicano
e o novo regime pouco contribuiu para melhorar a vida da massa despossuída. Assim, diversos
movimentos populares ocorrem nesse período, como as Revoltas da Vacina e da Chibata.
A década de 1920 foi palco da desagregação do pacto político. A oligarquia cafeeira impôs-se
sobre as demais, mas teve a sua hegemonia ameaçada pela crescente desvalorização do café
no mercado internacional. Com a queda no preço do café, era necessário que o Estado prote-
gesse o produto, com manobras econômico-financeiras, que resultavam em inflação e desva-
lorização da moeda, num processo que Celso Furtado chamou de “socialização das perdas”.
Todos pagavam pelos insucessos do café.
Os movimentos rebeldes adquiriram, por essa época, o caráter de revoltas armadas com o cha-
mado tenentismo, movimento de contestação à ordem oligárquica, que nasceu no interior das
Forças Armadas entre a baixa oficialidade. As Escolas Militares promoviam um ensino moderno
e de influência estrangeira. À medida que o ensino militar se renovava, os jovens oficiais perce-
biam melhor a vida política nacional, com sua direção corrupta. Acabavam por culpar os civis
pelo atraso econômico e social do país. Além disso, viam os militares como os únicos capazes
de tirar o país dessa situação.
Quando Epitácio Pessoa (1819-1822) retirou do Senado um projeto de aumento dos soldos
militares, as tensões aumentaram consideravelmente. Na campanha sucessória, as oligarquias
oposicionistas viram nos militares a oportunidade de quebrar a política do café-com-leite e
conseguiram o apoio dos tenentes a seu candidato. Contudo, quando foi anunciado que o can-
didato situacionista havia vencido, os tenentes não aceitaram aquela “afronta” e levantaram as
armas para impedir a posse do mineiro Artur Bernardes.
Apesar de seu governo (1822-1826) ter transcorrido praticamente em estado de sítio, reprimin-
do violentamente as manifestações dos tenentes e dos operários, foi mantida a política do café-
-com-leite e, em 1926, tomou posse Washington Luís, um paulista. Contudo, na sua sucessão,
quando Minas Gerais deveria escolher o próximo presidente, Washington Luís indicou outro
paulista, rompendo a estrutura que percorreu toda a República Velha.
Minas Gerais se uniu então ao Rio Grande do Sul, governado por Getúlio Vargas, formando a
Aliança Liberal. As eleições de 1930 ocorreram em meio a uma série de subterfúgios, de ambos
os lados, mas a máquina eleitoral do governo se fez novamente vitoriosa.
Apesar de, num primeiro momento, os oposicionistas terem aceitado a derrota, pois temiam
uma revolta, alguns grupos radicais, como os jovens oficiais, deram início à articulação para
iniciar a revolução. Getúlio Vargas acabou assumindo o comando da revolução e, em 24 de ou-
tubro, Washington Luís foi deposto e Vargas foi empossado como Chefe do governo provisório.

Modelo Burocrático
A crise da bolsa de Nova York em 1929 e a recessão que se alastrou pelo mundo obrigaram o
Brasil a buscar novas formas de desenvolvimento, já que não havia mercado para o café, sobre

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o qual estava baseada quase toda nossa economia. Como a recessão prejudicou também as
exportações dos outros países para o Brasil, o mercado interno, que havia se constituído após
o fim da escravidão e início da imigração, e que se abastecia em grande medida pelas importa-
ções, mostrou-se uma saída, principalmente como propulsor de uma industrialização incipien-
te.
Dentro desse contexto, Getúlio Vargas comandou um movimento revolucionário que iria mar-
car a reformulação completa do Estado brasileiro, abrindo caminho para um amplo processo
de modernização social e industrial, que resultou na incorporação da classe trabalhadora, de
setores médios urbanos e da incipiente burguesia nacional. Esse processo foi comandado com
mão de ferro pelo ditador, especialmente depois de 1937, com a implantação do Estado Novo.
Vamos estudar esse período.

A REVOLUÇÃO DE 1930 E A CONSTITUIÇÃO DE 1934


Apesar de ser chamado de Revolução de 1930, o movimento não representou mudanças drás-
ticas no sistema social, representando apenas um novo arranjo político nas esferas de poder.
Com efeito, depois de 1930, as oligarquias não perderam a liderança política e a questão agrá-
ria manteve-se inalterada.
Vargas assumiu um governo provisório, mas que tinha mais cara de permanente, uma vez que
sua permanência no poder iria durar 15 anos. O Congresso Nacional foi dissolvido e Vargas pas-
sou a desempenhar o Poder Executivo e o Legislativo, “até que uma assembleia constituinte,
eleita, estabeleça a reorganização constitucional do país”. Todos os governadores, com exceção
do novo governador eleito de Minas Gerais, foram destituídos, sendo nomeados interventores
federais.
No plano social, destacou-se a criação do Ministério do Trabalho, em novembro de 1930, e a Lei
da Sindicalização, de março de 1931. A carteira de trabalho veio em março de 1932 e a jornada
de trabalho foi fixada em oito horas de serviço diário, com obrigatoriedade do descanso sema-
nal remunerado.
As eleições para a Assembleia Constituinte ocorreram em maio de 1933, aprovando a Constitui-
ção em 16 de julho de 1934. No dia seguinte, realizou-se a eleição presidencial, na qual Vargas
foi eleito para governar até 1938.
Uma das diferenças entre 1891 e 1934 é que agora a população acolheu a constituinte. Dela fa-
ziam parte 214 constituintes, entre os quais 40 eram deputados “classistas”: 18 representantes
de empregados, 17 dos empregadores, três dos profissionais liberais e dois funcionários públi-
cos. As questões sociais ganharam preeminência, deixando de ser “questão de polícia”, como
na época da República Velha.
Podemos caracterizar a Constituição de 1934 como liberal e centralizadora ao mesmo tempo.
Suas principais características:
•• Manteve a federação e a república como forma de Estado e de governo;
•• Teve a concepção de intervenção do Estado na ordem econômica e social;
•• Adotou um modelo cooperativo de federalismo, acabando com a rígida repartição de com-
petências estabelecida pela Constituição de 1891;

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•• Manteve a tripartição dos poderes políticos, com características próprias:
•• o Legislativo era exercido pela Câmara dos Deputados com a mera colaboração do Se-
nado;
•• o Executivo era exercido pelo presidente, eleito pelo voto universal, direto e secreto;
•• extinção do cargo de vice-presidente.
•• Constitucionalizou a Justiça Eleitoral e instituiu a Justiça do Trabalho;
•• Incorporou direitos sociais, representando uma prestação positiva do Estado (aposenta-
doria, salário mínimo, jornada de oito horas, repouso semanal, licença-maternidade, etc.);
•• Estendeu o direito de voto às mulheres, quando exerciam função pública;
•• Ampliou os direitos e garantias individuais, com a introdução do mandado de segurança e
da ação popular.
O país transformava sua economia, deixando a economia agrária para buscar a industrialização.
Para isso, era necessário um Estado maior e mais racional. Segundo o Plano Diretor: “A implan-
tação da administração pública burocrática é uma consequência clara da emergência de um
capitalismo moderno no país”.
Assim, a reforma administrativa, ou “civil service reform”, deu início a implantação do modelo
racional-legal no Brasil, através de um grande esforço de Vargas para normatizar e padronizar
os principais procedimentos da administração pública, sob grande influência da administração
científica. Buscou-se racionalizar os processos administrativos, principalmente em três áreas
consideradas o tripé da administração burocrática no país:
•• Administração de materiais
•• Administração de pessoal
•• Administração financeira
A primeira perna do tripé, a administração de materiais, deu seu primeiro passo com a criação
da Comissão Permanente de Padronização em 1930 e da Comissão Permanente de Compras
em 1931. Antes da Constituição de 1934, algumas carreiras já eram organizadas com base em
ingresso mediante concurso público. Esse era o caso dos militares, da diplomacia e do Banco do
Brasil. No entanto, a generalização das propostas weberianas como modelo de organização do
serviço civil federal deu-se a partir da Constituição de 1934, que determinou:
“Art. 170 - O Poder Legislativo votará o Estatuto dos Funcionários Públicos, obedecendo às se-
guintes normas, desde já em vigor:
2º) a primeira investidura nos postos de carreira das repartições administrativas, e nos demais
que a lei determinar, efetuar-se-á depois de exame de sanidade e concurso de provas ou títu-
los; ”
A década de 1930, período após a Crise de 1929, assistiu ao abandono do liberalismo e ao
aumento do intervencionismo em todo o mundo, inclusive no Brasil. Contudo, enquanto na
maioria dos países – como nos Estados Unidos e na Europa – significava um mecanismo de de-
fesa contra a depressão, no Brasil, o intervencionismo estatal representou uma forma de levar
adiante uma estratégia nacional de desenvolvimento.

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Era preciso aumentar o tamanho do Estado, sua participação na economia. Assim, entre 1930
e 1945, houve um aumento da administração direta considerável e um exemplo desse fato foi
o surgimento de três Ministérios: de Educação e Saúde, em 1930; do Trabalho, Indústria e Co-
mércio, em 1931; e da Aeronáutica, em 1941.

ESTADO NOVO E CONSTITUIÇÃO DE 1937


Em 1935, irrompeu, quase que simultaneamente, uma série de revoltas, cujo movimento foi
chamado de “Intentona Comunista” devido ao envolvimento de participantes do Partido Co-
munista. Foi o pretexto para que o governo Vargas instalasse a ditadura.
Mediante sucessivas prorrogações, o Brasil viveu em estado de sítio de 1935 a 1937. Enquanto
os políticos preparavam-se para as eleições presidenciais, marcadas para 3 de janeiro de 1938,
em setembro de 1937 foi divulgado nos jornais que o Estado-Maior do exército havia “desco-
berto” um plano comunista de tomada violenta do poder: o “Plano Cohen”. Em 10 de novem-
bro de 1937 as portas do Senado e da Câmara foram fechadas e guardadas por soldados, que
impediam a entrada dos parlamentares. O golpe de Estado estava dado.
Nessa mesma manhã, entrou em vigor a Constituição de 1937, mais uma constituição outorga-
da. Foi chamada de “polaca” por ter sido inspirada na Constituição do regime autoritário vigen-
te na Polônia. O presidente, com mandato de seis anos, seria a autoridade suprema da nação,
sendo possível legislar por meio de decretos-lei. Ela continha disposições trabalhistas sobre
salário mínimo, horas de trabalho e férias, mas proibia greves e instituía a pena de morte. Suas
principais características:
•• A federação foi mantida, mas apenas nominalmente, pois todo o poder político foi transfe-
rido para o governo federal, especialmente para o Presidente da República;
•• A separação de poderes era apenas formal, pois o Legislativo e o Judiciário tiveram suas
funções reduzidas. O Senado foi substituído pelo Conselho Federal, formado por represen-
tantes do Estado e por membros nomeados pelo presidente. Nenhum parlamentar possuía
iniciativa isolada de projetos de lei, era preciso pelo menos 1/3 dos deputados ou membros
do Conselho Federal;
•• Direitos e garantias individuais foram restringidos e o mandado de segurança e a ação po-
pular retirados do texto constitucional;
•• Uma decisão de inconstitucionalidade poderia ser revista por 2/3 do Congresso a pedido
do Presidente.
Na administração pública, segundo Bresser, a reforma burocrática brasileira iniciou-se de fato
em 1936 quando foi criado o Conselho Federal do Serviço Público Civil, que teria responsabili-
dade sobre a segunda perna do tripé. Já em 1938, tal Conselho foi transformado no Departa-
mento Administrativo do Serviço Público (DASP).
O DASP viria a ter uma longa e importante trajetória na administração pública, vindo a ser ex-
tinto apenas em 1986. Ele passou a ser o órgão executor e, também, formulador da nova forma
de pensar e organizar a administração pública. O DASP foi criado no início do Estado Novo, um
momento em que o autoritarismo brasileiro ganhava força, com o objetivo de realizar a revo-
lução modernizadora do país, industrializá-lo e valorizar a competência técnica. Representou,

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assim, no plano administrativo, a afirmação dos princípios centralizadores e hierárquicos da
burocracia clássica.
Entre as principais realizações do DASP, são citadas:
•• Ingresso no serviço público por concurso;
•• Critérios gerais e uniformes de classificação de cargos;
•• Organização dos serviços de pessoal e de seu aperfeiçoamento sistemático;
•• Administração orçamentária;
•• Padronização das compras do Estado;
•• Racionalização geral de métodos.
O DASP ficou responsável pelas três pernas do tripé de que falamos acima. Na administração
dos recursos humanos, o DASP tentou formar uma burocracia nos moldes weberianos, baseada
no princípio do mérito profissional.
Em 1939, entrou em vigor o “Estatuto dos Funcionários Públicos Civis da União”, por meio do
Decreto-Lei nº 1.713. Os cargos foram agrupados em classes e estruturados em carreiras, e o
concurso passou a ser utilizado para o provimento dos cargos. Contudo, não foi da noite para
o dia que se conseguiu implantar o concurso para todos os cargos. Segundo Luciano Martins, a
profissionalização da administração pública a partir da criação do DASP deu origem a um duplo
padrão:
“Para os altos escalões da burocracia, foram adotados acessos mediante concurso, carreiras,
promoção baseada em critérios de mérito e salários adequados. Para os níveis médio e inferior,
a norma era a admissão por indicação clientelista; as carreiras eram estabelecidas de forma
imprecisa; o critério de promoção baseava-se no tempo de serviço e não no mérito; e a erosão
dos salários tornou-se intermitente. ”
A terceira perna do tripé que vimos acima é a administração financeira. O DASP também teve
entre as suas atribuições a elaboração da proposta do orçamento federal e a fiscalização orça-
mentária. Antes da reforma burocrática da década de 1930, o orçamento era visto como uma
mera enumeração de receitas e despesas. Foi a implantação do modelo racional-legal que per-
mitiu que o orçamento fosse visto como um instrumento de planejamento.
O DASP tinha um caráter eminentemente burocrático e era encarregado de supervisionar os
interventores. Também foi criado o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), grande
arma ideológica do Estado Novo que, além de ser órgão de censura, planejava a propaganda
do governo e controlava a opinião pública. Sua atuação incluiu a implantação da Hora do Brasil.
Todas as lojas, restaurantes e outros locais de negócios deviam exibir a fotografia de Vargas.
Outro aspecto importante da Era Vargas, que iria permanecer até o golpe militar de 1964, foi
o populismo. A característica política mais marcante do período, entre 1930 e 1964, foi a pre-
sença efetiva das camadas urbanas no processo político nacional. Não era mais possível que os
políticos tomassem qualquer decisão sem considerar a opinião pública.
De forma geral, o populismo é conceituado como uma política do Estado que buscou satisfazer
as necessidades mais imediatas das camadas populares, mantendo inalterada a estrutura de
poder dominante. Segundo Bóris Fausto: “O populismo foi um comportamento político, um

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estilo de política, uma orientação de política pela qual o Estado, sobretudo, promoveu uma
tentativa, no plano econômico, de desenvolvimento nacional autônomo, reunindo em torno de
si diferentes classes sociais – em alguns casos especialmente a classe operária”.
A principal característica do relacionamento do Estado com as camadas urbanas foi a manipula-
ção. O Estado aparecia perante as camadas populares na figura de um líder carismático e pater-
nalista, capaz de seduzir e empolgar a grande massa. Ficaram famosos líderes populistas como
Getúlio Vargas, Jânio Quadros, Adhemar de Barros, Carlos Lacerda e Leonel Brizola.
Ao satisfazer necessidades imediatas das camadas sociais e atuando em organizações como os
sindicatos e associações de bairros, o chefe populista conseguia manobrar a massa. Podemos,
então, dizer que o populismo tinha um caráter ambíguo, já que constituía um mecanismo de
manipulação, mas, ao mesmo tempo, satisfazia as camadas populares. Segundo Francisco We-
ffort, o populismo acabou por:
“Obscurecer a consciência social dessas classes, impedindo assim que participassem da vida
em sociedade com independência e autonomia de estratégia política. ”
Uma vez que a participação popular ocorria dentro dos limites colocados pelo líder populista,
ela era relativa e limitada. Contudo, para a grande massa populacional, as vantagens materiais
proporcionavam uma sensação de ter alcançado a esfera das decisões políticas.
A década de 1930, período após a Crise de 1929, assistiu ao abandono do liberalismo e ao au-
mento do intervencionismo em todo o mundo, inclusive no Brasil. Contudo, enquanto na maio-
ria dos países, como nos Estados Unidos e na Europa, significava um mecanismo de defesa con-
tra a depressão, no Brasil, o intervencionismo estatal representou uma forma de levar adiante
uma estratégia nacional de desenvolvimento.
Era preciso aumentar o tamanho do Estado, sua participação na economia. Assim, entre 1930 e
1945, houve um aumento da administração direta considerável e um exemplo desse fato foi o
surgimento de três Ministérios: de Educação e Saúde, em 1930, do Trabalho, Indústria e Comér-
cio, em 1931, e da Aeronáutica, em 1941. No entanto, também houve a criação de agências es-
tatais descentralizadas, o que chamamos hoje de administração indireta. A maior parte dessas
agências foi criada para a área econômica. Bresser Pereira observa que:
“Já em 1938, temos um primeiro sinal da administração pública gerencial, com a criação da
primeira autarquia, a partir da ideia de descentralização na prestação de serviços públicos para
a administração indireta, que estaria liberada de obedecer a certos requisitos burocráticos da
administração direta. ”
Assim, a burocracia pública teria ainda, no primeiro governo Vargas, um papel importante ao
participar da criação das primeiras empresas de economia mista, que teriam um papel decisivo
no desenvolvimento do país. O país passava agora a contar com dois tipos de burocracia pú-
blica moderna: a burocracia de Estado e a burocracia das empresas estatais – dois grupos que
teriam entre si seus conflitos, mas que seriam principalmente solidários na busca, de um lado,
de maior poder e prestígio, e, de outro, de êxito no projeto de desenvolvimento nacional em
curso.
O ambiente cultural encontrado pela reforma modernizadora pretendida com a criação do
DASP foi o mais adverso possível, corroído e dominado por práticas patrimonialistas ampla-
mente arraigadas. Para se proteger deste patrimonialismo, o DASP nasceu como uma institui-
ção insulada, que deveria contrapor-se à lógica do clientelismo e o personalismo no serviço pú-

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blico e na administração do estado brasileiro. Já vimos o conceito de insulamento burocrático,
que corresponde ao isolamento das entidades burocráticas, que deixam de ouvir os políticos e
a sociedade e trabalham de forma autorreferida.
No entanto, com o crescimento do poder, o DASP passou a ser usado como um instrumento po-
lítico na tarefa de garantir a sustentação do poder ditatorial de Vargas. O DASP passou a apre-
sentar um alto grau de engolfamento social, que pode ser entendido como a influência externa
exercida pela instituição. Segundo Edson Nunes:
“O DASP era um organismo paradoxal, porque combinava insulamento burocrático com ten-
tativas de institucionalização do universalismo de procedimentos. Criado para racionalizar a
administração pública e o serviço público, o departamento preocupava-se com o universalismo
de procedimentos em assuntos relacionados com a contratação e a promoção dos funcionários
públicos. Nesse aspecto o DASP representava a fração moderna dos administradores profissio-
nais, das classes médias e dos militares, tornando-se um agente crucial para a modernização
da administração pública. Embora jamais tenha completado sua missão, o DASP deu inúmeros
passos positivos para a modernização do aparelho de Estado e para a reforma administrativa.
Mas o DASP possuía uma outra face: o papel de conceber e analisar criticamente o regime
autoritário. Como tal, implementou o insulamento burocrático e desempenhou várias funções
antagônicas ao universalismo de procedimentos que ele próprio defendia, como agente de mo-
dernização”.
O insulamento burocrático esteve presente em toda a evolução da nossa administração públi-
ca. Veremos que o mesmo ocorreu no governo JK e na Ditadura de 1964.
Ao longo do Estado Novo, o DASP foi ganhando cada vez mais funções e poder, o que resultou
na sua hipertrofia no contexto do Estado, extrapolando a função de órgão central da adminis-
tração, assumindo características de agência central de governo com poderes legislativos, que
abrigaria, de fato, a infraestrutura decisória do regime do Estado Novo.
Falei acima em hipertrofia. Muitos alunos confundem esse termo com diminuição, pois o as-
sociam com o termo atrofia. Mas tomem cuidado, porque ele significa justamente o inverso.
“Trofia” significa “ação de alimentar”, representa o desenvolvimento de um corpo, órgão, teci-
do ou membro. O prefixo “a”, antes de trofia, significa negação, ou seja, um não crescimento. Já
o prefixo “hiper” significa “superiormente, muito, demais, para lá de”, ou seja, trata-se de um
crescimento desordenado, exagerado.
Foi isso que aconteceu com o DASP. Ele cresceu demais e se distanciou da sua missão mais im-
portante, que era modernizar a administração pública brasileira. O DASP só veio a ser extinto
em 1986, com o Decreto nº 93.211, que criou a Secretaria de Administração Pública. Contudo,
com a saída de Getúlio em 1945, o DASP perdeu grande parte de suas atribuições.

REDEMOCRATIZAÇÃO E CONSTITUIÇÃO DE 1946


O ano de 1943 marca o início do declínio do Estado Novo. Eram cada vez maiores as manifesta-
ções pró-democracia. Foram influenciadas, em parte, pela vitória dos Aliados na Segunda Guer-
ra Mundial, ou seja, a vitória das democracias contra os governos fascistas.

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Como resposta, Vargas tentou atrair as massas fazendo algumas concessões, como: o estímulo
à sindicalização; a promulgação da Consolidação das Leis do Trabalho; o congelamento dos pre-
ços e dos aluguéis; o acordo com as indústrias de tecidos, remédios e calçados para a produção
de artigos mais baratos; a decretação do primeiro aumento geral do salário mínimo.
No entanto, essas medidas não afastaram a oposição, e setores da classe dominante e das clas-
ses médias começaram a articular uma oposição mais consistente a Getúlio. Em 1945, apesar
da censura do DIP, começaram a surgir protestos. Em jornais e revistas, personalidades oposi-
cionistas pediam eleições livres. Em 28 de fevereiro, foi promulgada a Lei Constitucional nº 9,
que estabelecia eleições gerais com base no sufrágio universal (excluídos os analfabetos), as
quais seriam fixadas no prazo de 90 dias.
Apesar das eleições terem sido marcadas para dezembro e de Vargas ter afirmado que não iria
se candidatar, surgiram diversos movimentos pelo país defendendo a permanência de Vargas.
Os oposicionistas temiam mais um golpe como o de 1937 e começaram as conspirações para
derrubar Getúlio.
Em 29 de outubro, os militares tomaram os Correios e Telégrafos e tanques do Exército cerca-
ram o Ministério da Guerra e o Palácio da Guanabara. Foi entregue um ultimato a Vargas com
a garantia de que não seria preso nem exilado, com a única exigência de que abandonasse o
Palácio e se retirasse para o Rio Grande do Sul. Vargas assinou sua renúncia e publicou uma
mensagem em que tranquilizava a população e elogiava as Forças Armadas, afirmando que
concordava com sua deposição.
O Judiciário assumiu o Executivo, na figura de José Linhares, presidente do STF. As eleições para
dezembro foram confirmadas, mas somente para a presidência e para o Legislativo Federal. Ca-
beria ao Congresso Nacional elaborar a nova Constituição.
Vargas decidiu apoiar Eurico Gaspar Dutra, que saiu vitorioso e o parlamentar que recebeu o
maior número de votos foi Getúlio Vargas. Tinha início um novo período na história brasileira,
marcado pelo populismo e pelo liberalismo.
As principais características da Constituição promulgada em 18 de setembro de 1946 eram:
•• Retorno da autonomia das unidades federadas;
•• Restauração do sistema de separação dos Poderes;
•• Retomada do regime democrático;
•• Reintrodução do mandado de segurança e da ação popular;
•• Admitiu-se a possibilidade de comparecimento de Ministros ao Congresso para prestar es-
clarecimentos, por convocação ou voluntariamente.
Na questão federativa, pela primeira vez em nossa história, tivemos um equilíbrio maior entre
as esferas de governo. Os municípios ganharam importância com uma maior participação na
cobrança e recebimento de tributos, aumentando, assim, sua autonomia.
O mandato do presidente foi alterado para cinco anos e a eleição ocorreria em apenas um tur-
no, sendo decidida por maioria simples ou relativa. O Legislativo voltou a ser bicameral (Câma-
ra e Senado) e teve suas prerrogativas restauradas.

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O país retornou à legalidade. A vida política no país decorreu em clima de relativa liberdade,
expressa na aplicação da Constituição, na movimentação de diversas organizações partidárias,
na utilização dos meios de comunicação para contestações e no crescimento das entidades de
participação popular.
A Constituição trouxe a obrigatoriedade de alistamento e do voto aos brasileiros maiores de 18
anos de ambos os sexos, exceto “às mulheres que não exerçam profissão lucrativa”. Também
surgia o direito de greve.
Na administração pública, o fim do Estado Novo permitiu que houvesse um retorno dos velhos
componentes patrimonialistas e clientelistas. A reforma de 1936 havia sido imposta de cima
para baixo, contrariando muitos interesses. Com a deposição de Vargas, faltava à Reforma Bu-
rocrática o respaldo que o regime autoritário lhe conferia.
Vimos que a burocracia se desenvolveu em virtude do capitalismo e da democracia, que pre-
cisavam de uma administração racional. No Brasil, o capitalismo foi o propulsor da burocracia,
mas a democracia não. O modelo burocrático foi implantado por um governo autoritário. Na
realidade, no Brasil, a democracia sempre caminhou em sentido contrário à burocracia. Segun-
do Humberto Falcão Martins:
“Sobretudo, dada a peculiaridade do nosso processo histórico de construção nacional, a cons-
trução da ordem burocrática se chocou com a construção da ordem democrática. Só consegui-
mos fortalecer de forma mais significativa o universalismo de procedimentos e a capacidade de
realização da burocracia governamental em regimes autoritários, ao arrepio da democracia”.
Tanto em 1945, com a saída de Vargas e o fim do Estado Novo, quanto em 1985, com o fim da
ditadura, o retorno da democracia foi marcado por uma acentuação das práticas patrimonialis-
tas. Por um lado, a redemocratização permitiu que Administração ficasse mais responsável pe-
rante o Congresso Nacional. Por outro, os mesmos instrumentos foram distorcidos e utilizados
para fins clientelistas. Nos cinco anos seguintes à queda de Vargas, a reforma administrativa
seria conduzida como uma ação governamental rotineira e sem importância, enquanto práticas
clientelistas ganhavam novo alento dentro do Estado brasileiro.
Em 1951, Vargas é eleito para um segundo mandato, o que desagradou grande parte da bur-
guesia industrial e outros setores políticos. Em três anos de governo, Vargas tomou medidas
polêmicas: reajustou o salário mínimo, criou a Petrobrás e a Eletrobrás, enviou ao Congresso a
Lei dos Lucros Extraordinários. Ao limitar o investimento de capitais externos e ao se aproximar
das massas populares, surgiram protestos de grupos nacionais ligados ao capital estrangeiro,
empresários temerosos da ascensão do proletariado, latifundiários descontentes com o contí-
nuo fluxo de trabalhadores rurais para as cidades, setores militares vinculados à orientação da
Escola Superior de Guerra e elementos da classe média, defensores de uma política mais con-
servadora. Todos viam em Vargas um inimigo comum.
Após o “Atentado da Rua Tonelero”, a tentativa de assassinato de Carlos Lacerda, um fervoro-
so oposicionista à Vargas e diretor de jornal, em que faleceu um major da aeronáutica que o
acompanhava, teve início uma forte campanha antigetulista. Depois que o inquérito apontou
para pessoas ligadas à guarda pessoal de Vargas, este se suicidou.
Depois disso, o país viveria em constante instabilidade política. A eleição de Juscelino Kubits-
chek para presidente, com João Goulart como vice, gerou enorme insatisfação em alguns gru-
pos antigetulistas. Piorava ainda mais a situação o fato de a chapa vencedora ter recebido ape-

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nas 36% dos votos. Os três meses antes da posse, que ocorreria em 31 de janeiro de 1936,
foram marcados por várias tentativas de anulação das eleições. Os militares se dividiram entre
aqueles que queriam acatar as eleições e manter a ordem constitucional e os que pretendiam
a anulação da eleição e a exigência de maioria absoluta. Os efeitos dessa desunião viriam a ser
sentidos nos governos que se seguiram.
JK tomou posse na data marcada prometendo “cinquenta anos de progresso em cinco anos”.
Realmente, durante esse período, ocorreu a mais ampla e profunda transformação econômi-
ca do país, marcada por acelerada expansão industrial. Enquanto Vargas adotava uma postura
de desenvolvimento nacionalista, JK optou pelo desenvolvimentismo, isto é, uma política de
desenvolvimento dependente do capital externo. Outro aspecto importante desse período foi
o fortalecimento do Executivo, que se tornou proprietário e empresários dos transportes e da
produção e refino do petróleo, o principal produtor de energia elétrica, o grande exportador de
minério de ferro, o regulador do câmbio e o maior banqueiro do país.
JK buscou implantar no Brasil a “Administração para o Desenvolvimento”, consubstanciada no
Plano de Metas. A administração para o desenvolvimento foi um conjunto de ideias que surgiu
a partir da década de 1950, que buscava discutir os meios administrativos necessários para
alcançar as metas do desenvolvimento político, econômico e social. Defendia que era necessá-
rio reformar o sistema administrativo para transformá-lo em instrumento de modernização da
sociedade. A ideia básica é a de que a administração pública deve adaptar-se às tarefas estatais
com o propósito de servir eficientemente ao desenvolvimento do país.
Outro princípio dessa corrente era a necessidade de planejar o desenvolvimento, visando es-
tabelecer prioridades de investimento de recursos escassos para utilizá-los da melhor forma
possível. Assim, a ação do governo deveria estar intimamente relacionada com o planejamen-
to. Segundo Humberto Falcão Martins: “A velha Administração para o Desenvolvimento se ba-
seava em uma ideia nacionalista, xenófoba e autóctone de desenvolvimento a partir da qual
se buscava a independência econômica da nação. Dicotomizava desenvolvimento econômico
(primordialmente relacionado à industrialização e crescimento do produto interno bruto) e
desenvolvimento social (associado à distribuição da renda). O modelo preconizava um cresci-
mento centralizado, com ênfase na composição das indústrias nacionais. Considerava o Estado
como grande motriz do desenvolvimento, mas atuando como produtor direto inclusive de bens
privados”.
JK adotou a administração para o desenvolvimento, que foi mantida pela Ditadura. No entan-
to, temos que ter em mente que JK não se inseria nesse aspecto de aversão ao capital inter-
nacional. Ele atraiu para o país grandes empresas, como as montadoras de automóveis Ford,
Volkswagen, Willys e General Motors.
A aplicação da administração para o desenvolvimento no Brasil resultou, tanto no governo de
JK quanto na ditadura, no crescimento (inclusive desordenado, hipertrofia) da administração
indireta. Como se defendia a adequação da administração pública às necessidades desenvolvi-
mentistas do país, eram necessárias estruturas administrativas mais flexíveis do que a rigidez
do modelo burocrático implantado pelo DASP.
Durante a primeira reunião de seu ministério, realizada no dia 1º de fevereiro de 1956, Jus-
celino expôs seu plano de governo por meio do Programa de Metas e instituiu o Conselho de
Desenvolvimento, órgão controlador da economia, diretamente subordinado à Presidência, de-
signando para integrá-lo os ministros de Estado, os chefes dos gabinetes Civil e Militar e os pre-
sidentes do Banco do Brasil (BB) e do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico (BNDE).

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A criação do Conselho foi a primeira medida tomada no contexto da reorganização administra-
tiva voltada para a preparação e a implementação do Programa de Metas. Sua atuação se dava
através dos grupos executivos, que funcionavam como braços do Conselho.
Quando JK decidiu por um ambicioso Programa de Metas que, principalmente por meio da
indústria automobilística, completaria a Revolução Industrial brasileira iniciada por Vargas, um
obstáculo se colocou a sua frente: a rigidez de nossa burocracia que o DASP havia instituído.
O governo JK diagnosticou a incompatibilidade entre a estrutura burocrática vigente e o novo
projeto nacional. Além da sobrevivência de valores tradicionais no núcleo da burocracia, a im-
plementação do Programa de Metas exigia estruturas flexíveis, não burocráticas e uma capaci-
dade de coordenação dos esforços de planejamento.
JK não era uma pessoa que “batia de frente”, ele tinha a tendência a evitar conflitos, até mes-
mo por causa da falta de apoio político em alguns setores. JK raramente tentava abolir ou alte-
rar radicalmente as instituições administrativas existentes. Preferia uma atitude mais prática,
como a de criar um novo órgão para solucionar um novo problema.
A estratégia de JK direciona-se, então, para as estruturas “paralelas”, dotadas de maior auto-
nomia. Esta dicotomia entre dois setores da burocracia – estatutário e paralelo – já vinha de
antes. Como vimos acima, em 1938, temos a criação da primeira autarquia, dentro da ideia de
que deveria haver estruturas com maior autonomia e flexibilidade voltadas para a prestação
de determinado serviço. Foi dentro dessa lógica que se estruturaram as empresas públicas e
a aplicação do desenvolvimentismo no Brasil. Assim, se por um lado, a administração pública
brasileira progredia, estimando-se que o número de servidores selecionados segundo o mérito
tenha subido de 4% em 1943 para 9% em 1952, o grande desenvolvimento da burocracia bra-
sileira estava realizando-se paralelamente, por meio das empresas estatais, de organizações
como a FGV ou autarquias como o BNDES.
A via paralela revela-se mais flexível e mais rápida. Ganha vulto a “autarquização” de órgãos da
administração direta, mediante a criação de várias autarquias e sociedades de economia mista,
mecanismos mais ágeis e flexíveis. A administração do Plano de Metas de JK foi executada, em
grande parte, fora dos órgãos administrativos convencionais. Considerando-se os setores es-
senciais do plano de desenvolvimento (energia, transportes, alimentação, indústrias de base e
educação), apenas 5,1% dos recursos previstos foram alocados na administração direta.
Dentro dessa lógica da administração paralela, era necessária uma coordenação dos esforços
de planejamento. Essa coordenação política das ações se fazia através de grupos executivos no-
meados diretamente pelo Presidente da República. Eles funcionavam como braços do Conselho
de Desenvolvimento e formulavam as políticas públicas para determinados setores da econo-
mia. São exemplos o Grupo Executivo da Indústria Automobilística (Geia) e o Grupo Executivo
da Indústria de Construção Naval (Geicon).
Empregava-se, nessas estruturas paralelas, uma burocracia pública não estatutária, mas com-
petente, recrutada segundo critérios de mérito. Segundo Bresser, “é a burocracia gerencial que
está surgindo, nem mal havia-se formalizado a weberiana”. Segundo Celso Lafer: “Os auxiliares
diretos de JK para a implementação do Plano de Metas eram todos técnicos de alto nível, ex-
perimentados não apenas nas tentativas anteriores de planejamento como também em cargos
políticos relevantes”.
Os grupos executivos, na sua maioria, eram ocupados por pessoas ligadas aos grupos multina-
cionais (empresários com qualificação profissional, oficiais militares) juntamente com a buro-

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cracia “gerencial”, que iriam pensar a implementação do Plano de Metas. Faziam parte também
dos grupos executivos representantes dos órgãos responsáveis pela concessão de subsídio. O
objetivo era facilitar o acesso da indústria aos recursos governamentais. Foi formada uma ad-
ministração paralela que coexistia com o Executivo formal e permitia que os interesses mul-
tinacionais ignorassem os canais tradicionais de formação de decisão, contornando assim as
estruturas de representação do regime populista.
Por confrontar o modelo do DASP, dos órgãos de uma administração direta burocrática, e por JK
não ter apoio de muitos setores, essas entidades paralelas tiveram que se isolar, constituindo
mais um caso de insulamento. Como eram entidades bastante qualificadas, em virtude de seus
quadros serem trazidos da iniciativa privada, elas passaram a ser classificadas como “ilhas de
excelência”.
Com o tempo, o governo JK foi perdendo poder, fazendo com que essas estruturas paralelas
perdessem sua proteção. O resultado foi a sua absorção pela administração direta, pela ad-
ministração burocrática. Contudo, apesar dessa incorporação das estruturas paralelas à buro-
cracia governamental, instalara-se em diversos setores da administração a convicção de que a
utilização dos princípios rígidos da administração pública burocrática constituía-se em um em-
pecilho ao desenvolvimento do país. Como o país apresentava um desenvolvimento econômico
acelerado, permitia que as soluções encontradas para contornar o problema conseguissem em-
purrar o problema com a barriga. No momento, entretanto, em que a crise se desencadeou, no
início dos anos 60, a questão retornou.
Os efeitos negativos do desenvolvimentismo foram sentidos ainda no final do governo JK. A
ênfase na industrialização provocou o gradativo abandono da agricultura, a expansão desor-
denada do crédito e a desvalorização da moeda. A inflação aumentou, elevando também os
preços e os custos. Nem todas as regiões foram beneficiadas da mesma forma, contribuindo
para acentuar os desequilíbrios já existentes. O início da década de 1960 seria marcado pela
crise econômica.

CRISE ECONÔMICA E INSTABILIDADE POLÍTICA NA DÉCADA DE 1960


Nas eleições de 1960, Jânio Quadros recebeu quase metade dos votos do país e tomou posse
em 31 de janeiro de 1961. Nem sete meses depois, em 25 de agosto, ele renunciou ao cargo,
surpreendendo a todos. Nesse curto período de tempo, ele tomou várias medidas para comba-
ter a crise, aplicando um rigoroso programa anti-inflacionário, restringindo o crédito, aumen-
tando impostos, congelando salários e reduzindo os vencimentos e vantagens dos militares.
Apesar das medidas terem repercutido bem no exterior, principalmente junto ao FMI, interna-
mente gerou reclamações de pequenos e médios empresários, das oligarquias tradicionais e
das classes trabalhadoras.
Mas suas medidas mais polêmicas foram no plano internacional. Ele procurou adotar uma po-
lítica externa independente, ou seja, sem seguir as regras pró-EUA. Primeiro, firmou acordos
comerciais com países como Bulgária, Hungria, Romênia, Albânia. Restabeleceu a validade dos
passaportes para esses países, mais URSS, China e Vietnã do Norte. Por fim, concedeu a Che
Guevara a condecoração da Ordem do Cruzeiro do Sul.
Sua renúncia veio depois que Carlos Lacerda afirmou que Jânio planejava um golpe com o ob-
jetivo de reforçar seu poder. Muitos acreditam que Jânio renunciou para tentar conquistar o

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apoio popular e retornar ao poder ainda mais forte. Em 1992, ele mesmo confessou que sua
renúncia foi um blefe, que ele não acreditava que iriam aceitá-la.
O vice de Jânio era João Goulart, que estava em viagem na China. Nesse meio tempo, o exército
colocou as tropas de prontidão em todo o país e cercou o palácio presidencial com tanques. A
posse de Goulart causava muita inquietação, pois desde a campanha ele defendia a necessida-
de de mudanças constitucionais e uma série de reformas. Contra ele estavam congressistas, mi-
nistros militares, a cúpula da Igreja Católica, além de outros setores conservadores. Os militares
aguardavam Goulart nos aeroportos.
Os ministros militares encaminharam uma mensagem ao Congresso para que vetasse a posse
de Jango. O Congresso negou-se. A solução encontrada foi a aprovação de uma Emenda Cons-
titucional que instalava o regime parlamentarista no Brasil. Jango assumiria a presidência sem
poderes para elaborar leis, orientar a política externa ou fazer propostas de orçamento. Deve-
ria dividir o Poder Executivo com o Conselho de Ministros.
A emenda trazia ainda a previsão de um plebiscito para decidir se seria mantido o parlamenta-
rismo ou retornaria o presidencialismo. O plebiscito acerca do sistema de governo foi realizado
em 6 de janeiro de 1963. O presidencialismo ganhou de longe. Assim, Goulart reassumiu ple-
namente os poderes presidenciais presentes na Constituição de 1946 e teria ainda três anos de
governo pela frente.
Quando Jango teve seus poderes restabelecidos, o país vivia um de seus momentos mais críti-
cos: crise econômica, agitações no campo, greves nas cidades, cisões partidárias e radicalização
política. O presidente pregava a realização das chamadas Reformas de Base, uma ampla pro-
posta de reformulação das estruturas administrativa, bancária, fiscal e agrária.
Na administração pública, ele nomeou, em 1963, o Deputado Federal Amaral Peixoto como
Ministro Extraordinário para a Reforma Administrativa, com a incumbência de dirigir diversos
grupos de estudos, encarregados da formulação de projetos de reforma.
A Comissão Amaral Peixoto apresentou, ao final de 1963, quatro projetos importantes, tendo
em vista uma reorganização ampla e geral da estrutura e das atividades do governo. Contudo,
com o início da ditadura, o governo Castelo Branco retirou do Congresso todos os projetos de
Goulart, inclusive estes da Comissão.
Apesar disso, as bases para uma reforma ampla da administração pública estavam lançadas, e
o governo militar iria seguir o direcionamento da Comissão na reforma do Decreto-Lei nº 200
de 1967.
A importância da Comissão Amaral Peixoto não decorreu nem de sua produção imediata nem
da implementação de medidas específicas, que, na verdade, não houve. Decorreu dos diag-
nósticos propostas e medidas idealizadas que passaram, desde então, a fazer parte do acervo
científico-administrativo brasileiro. A partir daquele momento, esse acervo é, com frequência,
utilizado pelos governantes e, pelo menos em parte, posto em prática.
Os dois principais projetos da Comissão foram a Lei Orgânica do Sistema Administrativo Fede-
ral e o projeto referente ao Conselho de Defesa do Sistema de Mérito. O primeiro defendia a
utilização de uma série de instrumentos de gestão que, posteriormente, foram incorporados
ao Decreto-Lei nº 200, sobretudo aqueles referentes à flexibilização via administração indireta.

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Outra medida importante do governo João Goulart, principalmente para o pessoal que quer
passar no concurso do MPOG, foi a criação, em 1962, do cargo de Ministro Extraordinário res-
ponsável pelo Planejamento do país, ocupado por Celso Furtado, então o primeiro Ministro do
Planejamento. Antes, só existia na estrutura governamental o Conselho de Desenvolvimento,
que detinha atribuições de coordenação e planejamento da política econômica, que passou a
ser subordinado ao Ministério recém-criado.
A mais polêmica de todas as reformas era a agrária. O Legislativo era composto por represen-
tantes dos latifúndios, sendo contrário a qualquer mudança constitucional que permitisse a re-
forma. Eles acusavam Jango de tentar instaurar o comunismo no país. A emenda constitucional
que daria início à reforma foi rejeitada.

Pontos Importantes (resumo)


•• Patrimonialismo: centralização, falta de diferenciação funcional, o estamento burocrático
seria dotado de elevada autonomia em relação ao restante da sociedade e administrava o
país de forma patrimonialista. Com o fortalecimento do Exército, os militares começaram a
defender uma maior racionalização.
•• Governo Vargas: dentro de um Estado autoritário e com o desenvolvimento do capitalis-
mo, é iniciado um processo de modernização da Administração Pública. O Estado cresceu,
passou a intervir na economia e passou a criar uma série de estatutos e normas principal-
mente em três áreas: administração de materiais, de pessoal e financeira. Segundo o Plano
Diretor: “A implantação da administração pública burocrática é uma consequência clara da
emergência de um capitalismo moderno no país”.
•• O DASP foi o grande órgão responsável por modernizar a administração pública. Criado no
início do Estado Novo, num momento em que o autoritarismo brasileiro ganhava força,
nasceu com o objetivo de realizar a revolução modernizadora do país, industrializá-lo e
valorizar a competência técnica. Representou, assim, no plano administrativo, a afirmação
dos princípios centralizadores e hierárquicos da burocracia clássica.
•• Governo JK: os grupos contrários à burocratização são vários, entre eles aqueles que bus-
cavam o desenvolvimentismo. JK iria implantar a Administração Para o Desenvolvimento,
buscando modernizar o aparelho do Estado por meio da administração paralela na Admi-
nistração Indireta e nos grupos executivos.

Algumas interpretações importantes sobre a formação do Estado no Brasil

SÉRGIO BUARQUE DE HOLANDA (1902-1982)


Principal obra: “Raízes do Brasil” (1936).
Raízes do Brasil influenciou muito o desenvolvimento do nacionalismo no Brasil. Nele, Sérgio
Buarque de Holanda, um partidário da Revolução de 1930, analisou como foi o processo da
formação do Brasil como nação. Seu estudo vai desde a chegada dos ibéricos à América até os
anos 1930. O livro formou a mentalidade de muitos estudantes a partir de 1936, quando foi

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publicado. Nele, o autor não só analisa o passado, mas também dá os objetivos brasileiros para
o futuro.
Um dos pontos mais importantes na análise de Sérgio Buarque de Holanda é a importância que
a colonização portuguesa teve para a formação de nossa cultura. No primeiro capítulo do livro,
o autor argumenta que os países ibéricos, por representarem as fronteiras da Europa com o
mundo por meio do mar, seriam menos “europeizados”. Por exemplo, neles cada homem tinha
que depender de si próprio, não havia uma hierarquia feudal enraizada. Além disso, havia uma
maior frouxidão organizacional, que viria de Portugal para o Brasil.
O autor distingue o trabalhador do aventureiro. Este teria um olhar mais amplo, enquanto
aquele um olhar mais restrito. Em Portugal, havia o predomínio da "ética do aventureiro", ca-
racterizada pela imprevidência, irresponsabilidade, instabilidade, vagabundagem, indolência.
Contudo, foi graças a esse aventureiro que se espalhou pelo sertão em busca de riqueza que
conseguimos nossa unidade territorial. Os portugueses buscavam na colônia o enriquecimento
sem muito esforço, além de darem preferência para a vida aventureira ao trabalho agrícola.
Uma vez que a terra era abundante no Brasil, eles não tinham preocupação com os cuidados
do solo, levando à sua deterioração. O trabalho mecânico não era valorizado, fazendo com que
o artesanato não se desenvolvesse. Só se fazia o que valia a pena, o que era lucrativo. Também
não havia solidariedade entre os brasileiros.
A abolição da escravidão foi um importante marco. As cidades ganharam autonomia em rela-
ção ao mundo rural. O café trouxe mudanças na tradição, como a legitimação da cidade. “A ter-
ra de lavoura deixa então de ser o seu pequeno mundo para se tornar unicamente seu meio de
vida, sua fonte de renda e riqueza”. As cidades ganharam novo sentido com o café, que acabou
solapando a zona rural.
Buarque de Holanda traz ainda o “homem cordial”. A cordialidade aqui não se refere à civili-
dade nem à polidez, vem na realidade de “cordes”, coração. O brasileiro teria dificuldade de
desvincular os laços familiares quando se torna um cidadão. O homem cordial é generoso, mas
para confiar em alguém precisa conhecê-lo primeiro. Gera-se uma intimidade com os demais,
o que possibilita chamar qualquer um pelo primeiro nome e usar o sufixo “inho” para as mais
diversas situações.
Não há rigor. Não existe distinção entre o público e o privado: todos são amigos em todos os
lugares. No Brasil, o Estado acaba sendo apropriado pela família, os homens públicos são for-
mados no círculo doméstico, onde laços sentimentais e familiares são transportados para o
ambiente do Estado, é o homem que tem o coração como intermédio de suas relações.
Mas, como afirmou, “com a simples cordialidade não se criam os bons princípios”. Assim, ele
defendia tanto a industrialização quanto a centralização do poder, que eram características da
era pós 1930. Para o autor, a ausência de partidos políticos na época seria um sintoma de nossa
inadaptação ao regime legitimamente democrático.
O autor ainda analisa as revoluções no Brasil. Ele demonstrou que nossa independência não se
fez em 1822, uma vez que a formação de uma nação não se restringe à administração. O Brasil
só seria independente quando não houvesse mais marcos da era colonial. As revoluções nas
Américas não seriam verdadeiras revoluções. No Brasil, trata-se de um processo demorado que
já vinha de mais de três séculos.

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Anuncia que “a nossa revolução” está em marcha, com a dissolução do complexo ibérico de
base rural e a emergência de um novo ator decisivo: as massas urbanas. Crescentemente nu-
merosas, libertadas da tutela dos senhores locais, elas não mais seriam demandantes de favo-
res, mas de direitos. No lugar da comunidade doméstica, patriarcal e privada, seríamos enfim
levados a fundar a comunidade política, de modo a transformar, ao nosso modo, o homem
cordial em cidadão.

CAIO PRADO JUNIOR (1907-1990)


Principal obra: “Formação do Brasil Contemporâneo” (1942).
Caio Prado Jr. era outro intelectual e partidário da Revolução de 1930. As suas obras inaugura-
ram, no Brasil, uma historiografia identificada com o marxismo, tentando trazer uma explicação
diferenciada da sociedade colonial brasileira.
Ele rompeu com a tradição hegemônica das esquerdas no país ao negar a afirmativa de persis-
tência de restos feudais, incompatíveis com a modernidade e com o capitalismo. Intelectual
rigoroso, Caio Prado demonstrou o erro de origem dos argumentos das esquerdas, superando
as interpretações “feudais”, afirmando que o modelo escravista foi mercantil e não feudal, e a
revolução burguesa e a consolidação do capitalismo industrial, ao contrário daquele gestado
nos países desenvolvidos, haveria se forjado a partir da agroindústria do café. Desde a coloniza-
ção, o perfil mercantil preponderou, inexistindo uma classe camponesa ou qualquer elemento
feudal. Por isso, a aliança estratégica com a burguesia nacional demonstrar-se-ia um erro pro-
fundo.
Um conceito importante na obra de Caio Prado era o de “sentido histórico”, definido como: “o
conjunto de fatos e acontecimentos essenciais que constituem a evolução de um povo num
largo período de tempo”. O sentido histórico seria como um caminho percorrido pelas socieda-
des que é limitado por características dessa sociedade e que poderia ser alterado apenas com
mudanças profundas.
No Brasil, estaria presente o “sentido da colonização”. Já na introdução da obra, o autor explica
que para se entender o Brasil de sua época, era necessário compreender o processo histórico
que o produziu, o que incluía os três séculos de colonialismo. Para ele, mais de um século após
a Independência, o Brasil ainda mantinha em diversos aspectos o caráter e as características
de colônia, principalmente no que se refere à economia e à sociedade. Prado mostra como as
modificações pelas quais o Brasil passara e estava passando eram superficiais, havendo sempre
a presença incômoda, invencível e indissociável no processo de evolução nacional.
No caso brasileiro, o sentido de formação de nosso povo (e que guiou a nossa colonização) é
ser uma colônia especializada no fornecimento de produtos agrícolas tropicais para os merca-
dos estrangeiros. Tudo no Brasil Colônia teria surgido e foi formado com o intuito de constituir
uma unidade fornecedora de produtos comercializáveis para a Europa; não havia a preocupa-
ção de constituir uma sociedade ou uma administração organizadas e raízes nacionais firmes,
mas apenas uma feitoria comercial. Essa foi a lógica de todo o período colonial, determinando
o nosso sentido histórico e, com ele, a permanência de diversos aspectos coloniais na atual so-
ciedade brasileira.
Contudo, o autor também via possibilidades de transformação dessa persistente ordem colo-
nial. O livro é constituído de uma contraposição dialética entre a permanência de estruturas

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coloniais e as constantes oportunidades de derrubada dessa ordem, a ocorrer por intermédio
da articulação interna e ação do setor “inorgânico”, ou seja, das classes mais humildes e pobres
da população. Seria a participação e integração desse setor na sociedade que possibilitaria a
queda dos resquícios coloniais, produzindo uma modificação e a definição de um novo sentido
histórico para o Brasil.
O autor argumenta que sempre foi essa população desarticulada que, sozinha e sem qualquer
apoio, tomou as iniciativas para modificar a sociedade colonial e expandi-la além da monocul-
tura litorânea exportadora. São exemplos o avanço da pecuária pelos sertões, o processo de
povoamento do interior e a expansão para territórios além do Tratado de Tordesilhas.
Muitos criticam o trabalho de Caio Prado por valorizar excessivamente os determinantes exter-
nos em nossa história, que o Brasil teria evoluído apenas olhando para fora, trabalhando cen-
trado nos produtos para exportação. Muitos argumentam que teriam papeis muito relevantes
também a formação do mercado interno e dos circuitos de acumulação de riqueza internos, e
que isso, de certa forma, determinava movimentos que vinham de fora.

RAYMUNDO FAORO (1925-2003)


Principal Obra: Os Donos do Poder – Formação do patronato político brasileiro.
“Os Donos do Poder” teve como tema central a análise das mazelas do Estado brasileiro. A
causa estaria na estrutura de poder patrimonialista estamental presente no Estado português
e que veio para o Brasil nas caravelas que trouxeram a corte portuguesa, tendo representado o
padrão a partir do qual se organizaram a Independência, o Império e a República no Brasil.
Para Faoro, o país não era dominado por uma oligarquia de senhores de terra. A literatura clás-
sica defende que essas oligarquias, juntamente com a burguesia mercantil, constituíam as clas-
ses sociais dominantes. Faoro não as nega, mas afirma que foi reproduzida no país a lógica do
sistema montado em Portugal do século XIV: um estamento patrimonial, originalmente aristo-
crático, formado pela nobreza decadente que perde as rendas da terra, e, depois, vai se tornan-
do cada vez mais burocrático, sem perder, todavia, seu caráter aristocrático.
Esse estamento não é mais senhorial, uma vez que a sua renda não é proveniente da terra. É
patrimonial, porque ela é retirada do patrimônio do Estado, que em parte se confunde com o
patrimônio de cada um de seus membros. Os impostos são arrecadados das classes, particular-
mente da burguesia mercantil, e são usados para sustentar o estamento dominante e o grande
corpo de funcionários de nível médio a ele ligados por laços de toda ordem.
A razão do impacto que a sua obra causou em nosso meio intelectual é que, contrariamente à
visão marxista, dominante à época na historiografia de tipo estrutural, ele não procurou a ex-
plicação na infraestrutura, vale dizer, na sociedade civil, mas antes na superestrutura, isto é, no
Estado. Segundo o autor:
“A longa caminhada dos séculos na história de Portugal e do Brasil mostra que a independência
sobranceira do Estado sobre a nação não é a exceção de certos períodos, nem o estágio, o de-
grau para alcançar outro degrau, previamente visualizado. ”
Ela seria simplesmente a regra, ainda não excepcionada. Sua obra foi bastante influenciada
pelos conceitos de Max Weber, de quem Faoro tomou emprestado o conceito de estamento. A
sociedade feudal europeia havia sido estruturada em três estamentos – o clero, a nobreza e o

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povo – cada qual com um estatuto jurídico próprio e encarregado, permanentemente, de de-
terminada função social.
Weber deu à noção de estamento uma abrangência maior descrevendo-o como uma situação
de privilegiada estima ou consideração social, da qual gozam certos grupos de pessoas, ainda
que essa posição não seja juridicamente reconhecida. Tal situação poderia ocorrer tanto no
tipo de senhorio político tradicional, como no tipo moderno, por ele denominado "poderio le-
gal com quadro administrativo burocrático".
Uma das formas do senhorio político tradicional, na classificação de Weber, seria a estamental-
-patrimonial, em que o estamento dominante utiliza-se do poder político como se fora sua pro-
priedade (daí que vem o subtítulo da obra de Faoro).
Para Raymundo Faoro, a sociedade brasileira – da mesma forma que a portuguesa – foi tradi-
cionalmente moldada por um estamento patrimonialista, formado, primeiro, pelos altos fun-
cionários da Coroa e, depois, pelo grupo funcional que sempre cercou o Chefe de Estado, no
período republicano.
O estamento funcional governante, posto em evidência por Faoro, nunca correspondeu àquela
burocracia moderna, organizada em carreira administrativa, e cujos integrantes agem segundo
padrões de legalidade e racionalidade. Tratava-se de um grupo estamental correspondente ao
tipo tradicional de dominação política, em que o poder não é uma função pública, mas sim ob-
jeto de apropriação privada.
É claro que a interpretação de Faoro sobre a História do Brasil irritou profundamente a crítica
marxista, pois tornava dispensável o recurso metodológico ao esquema da luta de classes.

JOSÉ MURILO DE CARVALHO (1939-)


Principais obras: “Construção da ordem: a elite política imperial” (1980) e “Teatro de sombras:
a política imperial” (1988).
Esses dois livros são na realidade um só. Após a defesa de sua tese na Universidade de Stan-
ford, foi publicada a primeira parte da tese em “Construção da Ordem”. A segunda parte viria a
ser publicada em 1988. Depois as duas partes foram unidas.
A primeira parte “A Construção da Ordem: a elite política imperial” aborda o papel das elites
políticas na construção do Estado brasileiro. O ponto de partida da análise está na identificação
das especificidades da colônia portuguesa, em oposição às colônias espanholas. Entre elas, as
principais seriam a preservação da unidade nacional, a conquista da estabilidade política e a
manutenção da Monarquia. Analisando as causas de tais peculiaridades, Carvalho coloca a sua
hipótese mais ampla: o arranjo político centralizado do Império brasileiro não era o único re-
sultado historicamente possível, ele foi fruto de uma escolha feita por aqueles que estavam no
comando do país.
Assim, para entender o período, é importante conhecer o grupo dos indivíduos que tomaram
as decisões estratégicas que iriam dar forma ao Estado brasileiro. Para o autor a solução mo-
nárquica, a unidade política e o governo civil são, em boa parte, consequências do tipo de elite
política existente na época. Essa elite tinha acentuada homogeneidade ideológica e de treina-
mento conferida pela passagem de grande parte de seus membros pela Escola de Direito de
Coimbra, o que lhe deu coesão e relativo consenso quanto ao modelo político a ser seguido.

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Quase toda a elite política tinha formação superior, ao contrário dos indivíduos fora da elite.
Essa formação concentrava-se na área jurídica, formando um núcleo homogêneo de conheci-
mentos e habilidades.
No entanto, não foi apenas a educação que se tornou um elemento importante na coesão de
nossas elites, trabalhando para isso também a ocupação funcional. Segundo o autor, predomi-
nava no grupo os indivíduos vinculados à Magistratura estatal.
Se uma das condições fundamentais para se ter acesso à elite política era ter uma educação
superior, em especial jurídica, se o Estado era, na época, o maior empregador dos letrados que
ele mesmo formava, então grande parte da elite política teria que sair da própria máquina es-
tatal.
A predominância dos magistrados na elite política teria sido, assim, absolutamente crucial para
o período de formação e consolidação do Estado nacional (p. 91). Ligados ao aparelho esta-
tal, sempre tiveram entre suas preocupações manter a unidade nacional, fortalecer as prer-
rogativas da burocracia, contrapondo-se tanto às revoltas regionais quanto à descentralização
política proposta pelos liberais. Tanto num quanto noutro caso, os magistrados, não raro, co-
locavam-se frontalmente contra os grandes proprietários de terra escravistas que, segundo as
interpretações tradicionais, dominariam politicamente o Império.
Carvalho identifica ainda que o "inchaço" da burocracia durante o Império tinha uma função
política precisa: absorver a crescente oferta de trabalhadores, em especial bacharéis, que não
podiam ser ocupados pela estrutura econômica simplificada da escravidão. A burocracia, po-
rém, não abrigava qualquer um indistintamente, mas era a "vocação de todos" aqueles que
tinham educação formal, em especial a superior.
O autor faz uma crítica contundente ao termo "estamento" utilizado por Raymundo Faoro. Ele
entendia que a cúpula burocrática não era uma comunidade, mas, ao contrário, tinha divisões
internas. Não possuía um estilo de vida comum nem o monopólio dos cargos, ambos elemen-
tos definidores da condição estamental. Ele defendia que faltava à elite política patrimonialista
brasileira do Império poder para governar sozinha. Haveria uma aliança do estamento patrimo-
nialista com a burguesia mercantil de senhores de terra e grandes comerciantes, esta burguesia
transformando-se no decorrer do século XIX.
Na segunda parte, “Teatro das Sombras”, o autor usa a metáfora teatral para caracterizar o
Império brasileiro. Ele analisa algumas decisões estratégicas tomadas por essa mesma elite
quando a questão da formação do Estado nacional já estava resolvida e novos problemas se
colocavam aos decisores. Carvalho estuda, assim, a relação entre a Coroa, a elite política e os
proprietários rurais, nos anos de 1850 a 1889, a partir do estudo das políticas fiscal e de terras
e do processo abolicionista.
Utilizando-se da “dialética da ambiguidade”, ele analisa as decisões da burocracia que afetavam
a principal classe econômica, os agricultores. De um lado, o Estado dependia da agricultura
escravista devido aos recursos que ela gerava, principalmente pelo imposto de exportação. Do
outro lado, os decisores estavam abertos a outras influências as quais levavam a decisões que
desagradavam os agricultores. Um exemplo foi a proibição do tráfico negreiro em 1850, que
ocorreu devido à pressão inglesa e ao medo da elite imperial de perder a soberania do país.
A sociedade imperial era marcada por ambiguidades em várias instâncias. Era composta por
uma elite que tinha como base do sustento material a grande agricultura escravista, mas que

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mantinha certa autonomia em relação a ela; em virtude dessa autonomia, tomava decisões
que não atendiam aos interesses imediatos dos grupos econômicos dos quais dependia, mas
também não rompia radicalmente com eles; essa elite organizava uma sociedade a partir de
instituições liberais, mas convivia com a escravidão e aceitava o Poder Moderador; defendia o
liberalismo econômico, mas adotava medidas protecionistas; organizava um Estado altamente
centralizado, mas extremamente fraco no âmbito local.

Nascimento e afirmação da República brasileira

Texto 01
Em 1824, o Estado Brasileiro é inaugurado pela sua pioneira Constituição, por meio de um Po-
der Constituinte, o qual redigiu o mandato do novo Imperador, uma Carta Magna que estabe-
leceu um governo monárquico, isto é, vitalício, hereditário e representativo, que foi outorgada,
quer dizer, imposta ao povo, pois não houve eleições para a escolha dos representantes consti-
tuintes, uma vez que, em 1823, D. Pedro I dissolveu a Assembleia Constituinte que ele próprio
convocara, porque esta não se curvou às suas exigências.
Nos primórdios da independência, vivia o país uma fase difícil caracterizada por lutas internas
em vários pontos do vasto território nacional e, sobretudo, assolado por uma enorme dívida
púbica herdada de uma perdulária Corte portuguesa que vivera em exílio no Rio de Janeiro e
que, ademais, esvaziou os cofres do Tesouro Nacional brasileiro ao regressar para Lisboa.
A Assembleia Constituinte, considerando-se soberana como deveria ser, ainda que convocada
pelo Imperador, rejeitava todas as ingerências políticas deste, acabando por fazer-lhe verdadei-
ra oposição, afinal eram muitas as divergências existentes entre os constituintes acerca da for-
ma pela qual o novo país deveria ser organizado e principalmente governado. Aquele primeiro
parlamento genuinamente brasileiro, embora elitista, representava o que havia de melhor da
estratificação social nacional, composto de monarquistas ferrenhos a radicais republicanos.
Convocada pelo próprio D. Pedro I, a Constituinte de 1823 durou cerca de dezoito meses alta-
mente tumultuados pelas paixões políticas brasileiras que se manifestaram na sua plenitude
pela primeira vez, a principal das quais dizia respeito ao papel do Imperador. Uns defendendo
sua autoridade absoluta, outros a moderação imposta pela Constituição.
D. Pedro, que tinha conhecida índole autoritária, não admitindo essas atitudes por ele conside-
radas insolentes, dissolveu à força a Assembleia, sob o argumento de que esta havia “perjura-
do” o seu solene juramento de salvar o Brasil, convocando no seu lugar, seu próprio Conselho
de Estado, incumbindo-o de conceber a primeira Constituição brasileira, em substituição àque-
la cuja elaboração estava em meio pela Assembleia Constituinte.
Interessante notar que, na saída do dissolvido parlamento constituinte, quatorze deputados
foram presos, entre os quais os três irmãos Andrada que seriam deportados para a França onde
viveriam em exílio por seis anos.
A Constituição foi então outorgada sem a adoção da clássica divisão de Poderes de Montes-
quieu, a chamada tripartite. A Constituição do Império, como ficou conhecida, tinha um Poder
Moderador, exercido pelo Imperador, o Poder Judiciário, o Executivo e o Legislativo.

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Esclareça-se, porém, que o Poder estatal emanado de sua soberania é uno. O que se divide,
segundo a obra clássica do citado iluminista francês – O Espírito das Leis –, é a tripartição das
funções estatais.
O Poder Legislativo era bicameral, a Câmara dos deputados, eletiva e temporária, e a dos sena-
dores, vitalícia e com os membros nomeados pelo Imperador, dentre uma lista tríplice indicada
pela Província. As eleições eram indiretas e censitárias, isto é, somente era eleitor quem tivesse
certo rendimento que servia de base para o exercício do voto, estimativas apontam para cerca
de apenas 1% da população.
O Poder Executivo era exercido pelos ministros de Estado tendo como Chefe o Imperador. In-
teressante notar que nas constituições republicanas, a ordem é inversa. O Poder Executivo é
exercido pelo Presidente auxiliado pelos seus ministros de Estado.
O Poder Judiciário era independente, mas o Imperador, como Chefe do Poder Moderador, po-
dia suspender os juízes. O Poder Moderador podia destituir e nomear os ministros de Estado.
Podia, ademais, no âmbito do Poder Legislativo, dissolver a Câmara dos Deputados, adiar a es-
colha e a convocação dos senadores indicados pelas listas tríplices provinciais.
As Províncias – hoje denominadas estados – eram subordinadas ao Poder Central, na pessoa de
seu presidente (atual governador) e do Chefe de Polícia, não havia eleições para esses cargos,
ambos eram escolhidos pelo Imperador.
Embora marcado pelo intenso centralismo político e administrativo, pois o Estado Brasileiro
monárquico era Unitário, vale dizer que havia um único centro irradiador de decisões políticas,
tendo como agente principal o Poder Moderador e adotando oficialmente a religião católica.
Foi o texto constitucional mais longo da nossa história, tendo durado sessenta e cinco anos e,
paradoxalmente, uma das constituições mais liberais para a época.
À guisa de curiosidade cívica, a pioneira Constituição brasileira permanece quase que inteira-
mente esquecida no Arquivo Nacional no Rio de Janeiro, ignorada e desconhecida pela maioria
dos brasileiros, com exceção dos estudiosos da história, do constitucionalismo e da arquivolo-
gia.
Diferente é o destino do texto original da única constituição norte-americana de 1787, cultuada
civicamente no Arquivo Nacional americano situado na capital Washington. Guardada numa
caixa de vidro à prova de bala e de umidade, a constituição é visitada diariamente por milhares
de turistas de forma reverencial.
A explicação para a diferença de tratamento que suas respectivas nações lhes dão é histórica e
está em suas raízes.
Enquanto a constituição dos EUA é fruto de uma revolução sangrenta e de uma obra coletiva,
redigida e assinada por um grupo de cinquenta e cinco intelectuais iluministas, até hoje referi-
dos como founding fathers – pais fundadores – do Estado Norte-Americano, a constituição fun-
dadora do Estado Brasileiro, que jaz esquecida na cidade do Rio de Janeiro, é obra da vontade
de um único homem, o Imperador D. Pedro I, e, por mais avançada que fosse para a sua época,
nela o povo brasileiro jamais se reconheceu, pois dela nunca participou.
Ademais, enquanto os “pais fundadores” – tecnicamente constituintes americanos – são ver-
dadeiramente cultuados em termos cívicos e históricos, o grande estadista brasileiro a ter, em
1822, um verdadeiro projeto para este nascente país, articulador e por isso mesmo nomeado

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‘Patriarca da Independência’, José Bonifácio de Andrada e Silva, morreu pobre e esquecido no


seu exílio voluntário na Ilha de Paquetá na baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, em 1838, de-
siludido com os rumos que o país que ajudou a fundar estava tomando.

A Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil de 24 de fevereiro de 1891


Em 1889, com o Golpe Militar da Proclamação da República, um novo movimento revolucioná-
rio (de mudança) se instaurou sobre o país.
Uma nova constituição se impôs, pois o Estado brasileiro não era mais monárquico, mas sim
republicano. Em 24/02/1891, outorgou-se uma nova constituição, basicamente escrita por Rui
Barbosa, inspirada na Constituição (única) norte-americana de 1787, chamando este país por
um novo nome: Estados Unidos do Brasil – nenhuma coincidência.
As Províncias foram transformadas em Estados-Membros e o Município Neutro em Distrito
Federal. Adotou-se o Federalismo com a consagração da união indissolúvel, o que revelava o
temor de que houvesse secessão. Os Estados-Membros passaram a gozar de autonomia com
competências governamentais próprias de um Estado Federalista.
Federação significa aliança, pacto, união, pois é da união entre Estados que ela nasce, com o
objetivo de manter reunidas autonomias regionais, assentadas numa constituição a qual deter-
mina que essa união de estados autônomos seja indissolúvel, proibindo o separatismo.
O Federalismo é um sistema de governo criado pela constituição norte-americana de 1787, em
que há uma união indissolúvel de Estados formando um único Estado soberano. Invenção típica
da célebre assembleia constituinte de Filadélfia, em que as treze ex-colônias inglesas resolve-
ram dispor de uma parcela de suas soberanias tornando-se autônomas e constituindo um novo
Estado, este sim tipicamente soberano, criando assim uma nova forma de Estado, o Federativo.
Portanto, o que se tratou de resolver, na época, foi questão resultante da convivência entre as
treze ex-colônias inglesas autodeclaradas Estados independentes e fortemente desejosas de
adotar uma forma de poder político unificado, não querendo perder a independência e sobe-
rania que tinham acabado de conquistar frente a uma guerra revolucionária de independência
contra a Inglaterra.
Com tais pressupostos, surgiu assim a Federação, como uma associação de Estados pactuados
por meio de uma Constituição, sendo vedado o separatismo.
Destarte, a Constituição brasileira de 1891 é inteiramente inspirada na norte-americana, crian-
do por aqui o Presidencialismo como forma de governo, cujo mandato era de quatro anos, ex-
tinguindo-se o esdrúxulo Poder Moderador da constituição monárquica, e adotando também a
tripartição de Poderes.
O Poder Legislativo continuou bicameral, extinguindo-se o voto censitário e adotando-se o su-
frágio direto, um grande avanço democrático.
O Poder Judiciário fortaleceu-se, conferindo aos seus membros a vitaliciedade e a irredutibili-
dade de vencimentos. Assumiu o controle dos atos legislativos e administrativos.

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A Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil de 16 de julho de 1934
Promulgada em 16/7/1934, durante o Governo de Getúlio Vagas, fruto da Revolução Constitu-
cionalista de 1932, inseriu a democracia social com inspiração na constituição alemã de Wei-
mar.
Manteve os princípios fundamentais formais como a República, a Federação, a divisão de Po-
deres, o Presidencialismo e o Regime Representativo, criou a Justiça Eleitoral, admitindo o voto
feminino.
Seu principal característico está na declaração de direitos e garantias individuais, dedicando um
título sobre a ordem econômica e social, sobre a família, sobre a educação e a cultura, normas
de conteúdo programático fortemente influenciadas pela democrática Constituição de Weimar.

A Constituição dos Estados Unidos do Brasil de 10 de novembro de 1937


Outorgada por Getúlio Vargas, em 10/11/1937, após a dissolução do Congresso Nacional e a
revogação da constituição de 1934, a nova Carta Magna tinha inspiração fascista, sendo, por
óbvio, extremamente autoritária.
Formalmente, a tripartição de Poder foi mantida, contudo suas funções foram altamente enfra-
quecidas. Sendo certo que o Poder Executivo, na pessoa do Presidente da República, chamado
de Chefe Supremo do Estado, concentrava a maior parte dos poderes.
No tocante ao Poder Legislativo, o Presidente da República podia colocá-lo em recesso, quando
bem lhe aprouvesse, acumulando suas funções.
O Judiciário tornou-se submisso ao Executivo, e o Congresso, sob seu controle, podia anular
suas decisões. O direito de manifestação livre do pensamento foi censurado assim como as ar-
tes e a imprensa em geral.
Enfim, esta Lei Maior legitimou o Estado Novo Getulista autoritário e ditatorial, revogando to-
dos os avanços democráticos e sociais da Carta anterior.

A Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil de 18 de setembro de 1946


Promulgada em 18/9/1946, por meio de uma assembleia nacional constituinte eleita democra-
ticamente, retomou as questões sociais da Constituição de 1934, afinal o mundo respirava o
pós-guerra tendo derrotado o nazifascismo, inclusive com ajuda brasileira cujas tropas lutaram
a favor dos Aliados contra o Eixo.
Retornou o Brasil ao regime democrático depois do estado-novista getulista, com um modelo
democrático, com eleições livres e diretas para Presidente da República com mandato de cinco
anos.
Sofreu apenas três emendas até 1961, dado ao seu caráter altamente de estabilidade, entre-
tanto, a partir de então, com a renúncia tresloucada de Jânio Quadros, depois de uma carreira
meteórica calcada no populismo e uma eleição acachapante em votos, o país voltou a viver cri-
ses institucionais que se refletiam no campo constitucional, sendo que, em 1º/9/1961, institui-

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-se o parlamentarismo por desconfiança da ideologia do vice-presidente eleito João Goulart,


perdurando esse regime até 23/1/1963.

A Constituição Brasileira de 1967


João Goulart é cassado por meio de um Golpe Militar consolidado em 1º de abril de 1964, mas
iniciado na noite de 31 de março. A ditadura que viria não era nenhuma mentira, ela própria
institucionalizou sua data como sendo 31 de março para que não pairassem quaisquer dúvidas
da sua convicção autoritária.
O governo militar necessitou de uma nova Carta Constitucional para consolidar o seu poder,
dentro de um alinhamento mais à direita, motivo pelo qual a democrática Constituição de 1946
pereceu, sucedeu-lhe a forte ideologia da teoria da segurança nacional prevalecendo dominan-
temente.
De forma ditatorial, o Poder Executivo se fortaleceu de forma eminentemente centralizadora
em detrimento dos demais, que tiveram impositivamente reduzidas muitas de suas competên-
cias e atribuições.
As garantias e direitos individuais tiveram um rebaixamento quase ao nível zero de forma so-
bremodo exagerada, pois havia a possibilidade de suspensão até dos direitos políticos de quais-
quer cidadãos.
Outorgou-se a Emenda Constitucional nº 01, de 1969, que desfigurou de tal forma a própria
Constituição de 1967 que, por muitos constitucionalistas, é considerada verdadeiramente uma
nova constituição, do ponto de vista prático e até jurídico, pois alterou de tal maneira o sistema
como um todo sem qualquer observação ou respeito pela própria constituição, porque o Regi-
me necessitava de mais poderes indefectivelmente.
O período da ditadura militar brasileira, também conhecido como “os anos de chumbo”, perdu-
rou até abril de 1985, quando, ainda que através de eleições indiretas no Colégio Eleitoral do
Congresso Nacional, um civil foi eleito Presidente da República.
Com o fim da ditadura, houve eleições diretas para uma nova assembleia nacional constituinte
congressual, em 1986, que redigiu a atual Constituição Cidadã de 1988.

A Constituição Cidadã da República Federativa do Brasil de 5/10/1988


Promulgada democraticamente em 5/10/1988, por meio de uma legítima assembleia nacional
constituinte, embora tenha sido de origem congressual, pois aquele Congresso, eleito em 1986,
não o foi exclusivamente para a tarefa da redação da nova constituição, acumulou as funções
congressuais comuns, isto é, de legislar.
Nada obstante, obteve êxito democrático, instituindo um estado de direito assentado resumi-
damente nos seguintes valores: direitos sociais e individuais, liberdade, segurança, bem-estar,
desenvolvimento, igualdade e justiça.

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Texto 02

A República brasileira

Antecedentes
De certa forma, a Proclamação da República, em 15 de novembro de 1889, foi a nossa Revolu-
ção Francesa que tardou cem anos a chegar.
Foi com a República que se implantou o Federalismo, o sistema Presidencialista, a indepen-
dência dos Poderes, bem como a separação do Estada da Igreja. Terminou-se com a hierarquia
baseada no nascimento e na tradição de família, substituindo-a pela forma republicana e de-
mocrática baseada no talento pessoal e no mérito.
Ela foi obra de militares e de um escasso grupo de civis do Partido Republicano, fundado em
1873.

Os militares e a crise do Império


O Império havia sempre dado preferência pela Marinha de Guerra, arma aristocrática. Foi a
longa e dolorosa Guerra do Paraguai, travada entre 1865 e 1870, que terminou por projetar
o Exército brasileiro como força política. Ao ter que pegar em armas e adestrar milhares de
soldados e oficiais, o Império terminou inclinando o peso da balança do poder para os solda-
dos. Também foi fator marcante da atitude cada vez mais republicana por parte da oficialida-
de o seu contato com os militares da Argentina e do Uruguai durante a guerra paraguaia. Até
1889, o Brasil era o único Império existente na América inteira. Todas as demais nações vizinhas
eram republicanas. É claro que a guerra serviu para atiçar o ardor nacionalista das tropas, o
que levou a oficialidade a hostilizar cada vez mais o Conde D'Eu, de origem francesa, marido da
Princesa Isabel e provável sucessor, de fato, do velho Imperador D. Pedro II. Tamanho passou a
ser o receio de que o exército desse um golpe, depois de sua vitória contra o Paraguai, que as
autoridades imperiais resolveram cancelar a marcha da vitória, que seria realizada pelas tropas
vindas da guerra recém finda.
Vários militares converteram-se não apenas ao republicanismo como também ao abolicionis-
mo. Entre eles, destacou-se o coronel Sena Madureira, que publicamente parabenizou os jan-
gadeiros cearenses quando aqueles negaram-se a transportar escravos em suas embarcações,
apressando a abolição da escravatura no Ceará. Sena Madureira foi repreendido pelo Ministro
Civil, que o puniu. Foi o que bastou para que vários oficiais se tornassem solidários com Sena
Madureira, entre outros o Marechal Deodoro da Fonseca.

Os militares e a abolição
Entrementes, o movimento abolicionista estimulava, tanto no Rio de Janeiro como em São Pau-
lo, as fugas em massa dos escravos. As matas do Vale do Paraíba estavam repletas de fugitivos.
Seu número chegou a tal expressão que as autoridades imperiais cogitaram de utilizar-se do
Exército para recapturá-los. Foi então que o Marechal Deodoro da Fonseca lhes enviou um te-
legrama negando-se a transformar seus soldados e oficiais em "capitães do mato". Um Exército
que recém vinha de uma guerra vitoriosa repugnava ser lançado em indignas operações poli-

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ciais. Desta forma, eles se colocavam objetivamente a favor da abolição, o que ocorreu logo em
seguida.

Os republicanos
Os dois maiores partidos brasileiros eram monarquistas: o Partido Liberal e o Partido Conserva-
dor. Desde o governo de conciliação, de 1853, eles se alternavam no poder sem grandes litígios.
Na prática, o Brasil era um país com governo extremamente centralizado apesar da aparência
parlamentarista. Inspirados, então, pela proclamação da 3ª República francesa, políticos paulis-
tas resolveram, primeiro, lançar um Manifesto Republicano em 1870 e, depois, formalizaram a
fundação de um partido em 1873.
Quando a República foi proclamada pelos militares em 15 de novembro, os civis republicanos
eram uma escassa minoria espalhada pelo país. Na verdade, eram ilhas minúsculas cercadas
pelos partidários da monarquia por todos os lados. Mas os esforçados e coesos republicanos
exploraram bem os constantes atritos que o exército passou a ter com os governos imperiais.
Dada a sua pouca representatividade, eles perceberam que, dificilmente, a monarquia seria
destituída sem o socorro das armas do Exército. Assim, a imprensa republicana passou a vigiar
cada manifestação dos oficiais, bem como colocou suas páginas para que eles dessem vazão a
sua insatisfação. Aqui no Rio Grande do Sul, o jornal republicano "A Federação", dirigido por Jú-
lio de Castilhos, não media esforços para abrir mais e mais as brechas abertas entre os oficiais
e o Imperador. Inclusive foi num sítio de propriedade de Júlio de Castilhos onde, vários meses
antes da proclamação republicana, adotou-se a tática de estimular os militares ao golpe.

A República Oligárquica

A proclamação da República
A crise final se deu com a inconformidade das tropas perante as punições que o Marechal Deo-
doro, verdadeiro ídolo do Exército, estava sofrendo por parte do gabinete chefiado pelo Viscon-
de de Ouro Preto. Floriano Peixoto, encarregado de sufocar o levante, aderiu a ele. O governo
não contava mais com o apoio de ninguém. A Marinha ficou paralisada e o Imperador foi con-
vidado a abandonar o país. O golpe foi incruento pela falta de qualquer resistência organizada.
No entanto, os anos seguintes seriam sombrios para a República recém implantada.

A constituição republicana
Tornado presidente provisório, Marechal Deodoro tratou de marcar eleições para a formação
de uma Assembleia Constituinte. Em 1891, esta aprovou a primeira Carta republicana da nos-
sa história. Fixou-se o regime presidencialista com mandato de 4 anos, criou-se uma Suprema
Corte para arbitrar os conflitos constitucionais e deu-se grande autonomia política aos Estados
e Municípios como determinava o federalismo norte-americano. No seu afã de americanizar o
Brasil, os constituintes chegaram a mudar o nome do Brasil para Estados Unidos do Brasil. E,
inspirados pelo positivismo francês, adotaram na nossa bandeira o lema favorito de Auguste

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Comte "Ordem e Progresso", como um ideal a ser seguido. O recado estava claro, progresso
sim, mas com o controle das Forças Armadas.

A exclusão do povo
A reforma eleitoral aprovada pelos republicanos foi marcada pela exclusão da grande maioria
do povo brasileiro. A adoção do preceito de que analfabeto não teria direito a votar margina-
lizou a maioria da nossa população, especialmente os escravos recentemente alforriados que
eram um milhão e meio numa população de dez milhões de habitantes. Além dessa exclusão,
os republicanos criaram um sistema eleitoral que terminava por estimular a fraude, visto que
o voto não era secreto e o próprio governo se encarregava de contá-los. Rapidamente, o poder
real e concreto resvalou para os coronéis do interior, para os mandões locais que manipulavam
os resultados eleitorais, visto que controlavam os seus currais eleitorais com mão de ferro. Não
demorou muito para que o processo eleitoral se tornasse sinônimo de farsa. Um jogo de cartas
marcadas no qual todos os resultados eram previsíveis.

As reações antirrepublicanas
Ao contrário da versão conservadora de ter sido a República uma implantação quase que pací-
fica, muito sangue correu nos seus primeiros anos. Primeiro, foram os almirantes de esquadra,
como Custódio de Mello e Saldanha da Gama, que por duas vezes se rebelaram contra o novo
regime levando o terror ao Rio de Janeiro, bombardeado pela esquadra fundeada na baía da
Guanabara entre 1891 e 1893. Depois, foram os grandes estancieiros da fronteira gaúcha, os
quais pegaram em armas em protesto pela marginalização do poder feita pelo grupo dos segui-
dores de Júlio de Castilhos, que nos conduziu a uma das mais ferozes guerras civis da história
brasileira. A Revolução Federalista de 1893/94 provocou mais de dez mil mortos e a degola foi a
nossa guilhotina. Não se dava quartel ao inimigo. Castilhos venceu a guerra com apoio do Exér-
cito de Floriano Peixoto e seu grupo dominou o Estado por um quarto de século.
Finalmente, foi a vez dos miseráveis do campo. Liderados por um guia religioso, Antônio Con-
selheiro, os jagunços de Canudos em pleno interior baiano declararam-se em guerra contra a
República em 1896/97. Milhares de soldados foram para lá, enviados para sufocar aquela re-
belião de sertanejos. Na última campanha, o Exército tomou o reduto e passou boa parte dos
sobreviventes pelo fio da espada. Euclides da Cunha, repórter do Estado de São Paulo, deixou
seu relato num livro admirável, o primeiro clássico republicano "Os Sertões", que apareceu em
1903, consagrando-o como um dos grandes escritores brasileiros.

A república dos coronéis


Durante a presidência do paulista Campos Sales, entre 1898-1902, introduziu-se a chamada
"verificação dos poderes". O sistema eleitoral brasileiro tornava-se um rígido código de com-
promissos no qual o "curral eleitoral", fonte teórica de legitimidade, votava no candidato do
coronel local, este por sua vez comprometia-se a dar apoio ao governador, uma espécie de su-
percoronel. O governador, ou presidente do Estado, como era então denominado, por sua vez,
apoiava o Presidente da República, que se tornava assim uma espécie de patriarca do sistema
coronelístico. Era praticamente impossível a oposição vencer eleições. Assim, o princípio repu-

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blicano da rotatividade das elites políticas estava impedido de realizar-se, por toda a parte os
mesmos grupos políticos controlavam todas as instâncias do poder.

O tenentismo e a revolução de 1930


O movimento tenentista foi a primeira contestação aberta à República oligárquica. Jovens ofi-
ciais do Exército terminaram por liderar várias rebeliões a partir de 1922, formando um clima
propício para o desenlace do regime em 1930.
Começando com a Revolta do Forte de Copacabana em 1922, seguida pela Revolta Paulista em
1924, chamada de Revolta de Isidoro (devido a seu comandante chamar-se General Isidoro),
passando pela Coluna Prestes, entre 1924-26, culminando com o levante armado de outubro
de 1930.
Esses jovens oficiais mostravam seu inconformismo com a situação política e social do Brasil e
desejavam afastar as oligarquias do comando da nação. Só conseguiram sucesso, no entanto,
por dois fatores: a crise econômica de 1929, que afetou o poder da oligarquia paulista; e a re-
belião das oligarquias periféricas, a do Rio Grande do Sul, comandada por Getúlio Vargas, e a
da Paraíba, liderada por João Pessoa. Aliados a Getúlio Vargas, os tenentes estiveram, por um
momento, no topo do poder.

A cultura da república
Pode-se dizer que a República não afetou, num primeiro momento, a cultura nacional, que
continuava presa aos padrões estéticos da Europa, especialmente da França. Os movimentos
literários e poéticos, denominados de Simbolista e Parnasiano, eram tributários dos seus equi-
valentes europeus. Foram obras de exceção que marcaram a cultura nos primeiros anos da
República; especialmente "Os Sertões" de Euclides da Cunha e o romance urbano de Lima Bar-
reto. Essa situação de atrelamento à estética europeia iria sofrer uma brusca alteração com a
Semana da Arte Moderna, realizada em São Paulo, em fevereiro de 1922. Esse evento é tido
como o marco da emancipação estética e cultural da intelectualidade brasileira. Não só temas
brasileiros passaram a adquirir uma preferência dominante (por exemplo: "Paulicéia Desvaira-
da" de Mário de Andrade, "Macunaíma" do mesmo autor, "Cobra Norato" de Raul Bopp, etc.)
como também se esboça uma estética nacional nas telas de Anita Malfatti e de Portinari. Na
música erudita, surge o nome de Heitor Villa-Lobos, que traz para esse campo uma temática
nacionalista e verdadeiramente original.

A República Revolucionária

A Revolução de 1930
Até os anos trinta, o Brasil era na realidade uma imensa fazenda que produzia para a exporta-
ção: açúcar no Nordeste decadente e café em São Paulo. A abolição da escravidão, em 1888,
terminou por abrir as portas do país ao fluxo imigratório vindo da Europa. Milhares de braços
foram, então, reforçar a crescentemente poderosa economia do Centro-Sul brasileiro.

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Mas a crise econômica de 1929 fez com que tudo desabasse. O preço do café despencou para
um quinto do seu valor, da noite para o dia, nossas cidades ficaram repletas de desempregados
e mendigos. Tornou-se inaceitável que os paulistas continuassem sua tutela sobre a nação, pois
eles fariam com que o ônus da crise terminasse sendo jogado nas costas dos Estados perifé-
ricos. Getúlio Vargas lança-se como candidato à Presidência da República, tendo o paraibano
João Pessoa como seu vice, formando aliança entre os periféricos contra os paulistas então he-
gemônicos. Devido à fraude institucionalizada, o paulista Júlio Prestes foi eleito. Foi então que
um fato dramático precipitou os acontecimentos, João Pessoa, vice de Getúlio, foi assassinado
no Recife por razões de desavença pessoal. Sua morte, no entanto, foi entendida como uma
represália dos acólitos do governo do Presidente Washington Luís.
O Rio Grande do Sul ergueu-se em armas. Minas, ressentido pela preterição do seu candida-
to, Antônio Carlos, apoiou o Rio Grande. A maioria dos Estados permaneceu passivo, outros
aderiram à rebelião. Sentindo-se sem sustentação, o Presidente Washington Luís renunciou e
Getúlio Vargas assumiu a presidência a título provisório. A revolução tinha sido bem-sucedida.

A Contrarrevolução de 1932
Insatisfeitas com a sua marginalização no poder, as oligarquias paulistas prepararam-se para
pegar em armas e recuperar a sua proeminência. A pretexto da morte de quatro estudantes
em conflitos de rua, São Paulo mobilizou-se. Ficou, no entanto, sozinho. O Governo de Vargas
convocou suas forças e pôs sítio aos paulistas, que terminaram se rendendo. Mesmo vitorioso,
Vargas compreendeu a necessidade de convocar uma constituinte para sedimentar as conquis-
tas da revolução (legislação social e ampliação e garantia dos direitos de voto).

A Intentona Comunista de 1935


Luís Carlos Prestes, o comandante da célebre Coluna que marchou por mais de 20 mil quilôme-
tros no interior do Brasil havia se negado a participar junto com tantos outros seus companhei-
ros do levante de outubro de 1930. Aceitou um convite para visitar a União Soviética, para onde
rumou depois de ter divulgado um manifesto clamando por uma revolução social. Em Moscou,
tomou a decisão de insuflar um levante contra o governo de Getúlio Vargas, pois relatórios
de militantes comunistas indicavam-no fraco. Atuando na clandestinidade, Prestes ordenou a
rebelião dos quartéis do Rio de Janeiro, Natal e Recife em novembro de 1935. O levante foi su-
focado em poucas horas e os comunistas tiveram que amargar um período extremamente duro
nas prisões varguistas. A denominada Intentona Comunista serviu de pretexto para Vargas de-
cretar o Estado Novo, ditadura implantada em novembro de 1937, que se estendeu até o final
da guerra em 1945.

A República Ditatorial

O Estado Novo
A Constituição de 1934 havia consagrado Getúlio Vargas como Presidente Constitucional até
1938. Em 1937, estávamos em plena campanha eleitoral para a sucessão presidencial: Vargas,

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pretextando futuras convulsões provocadas pelos comunistas e apoiado num apócrifo plano
– o Plano Cohen –, resolveu proclamar-se ditador cancelando as eleições, suprimindo os parti-
dos, afastando governadores e prefeitos, e esmagando qualquer tipo de oposição ao novo regi-
me, de nítida inspiração nos moldes fascistas que então ascendiam em boa parte da Europa (O
"Estado Novo" em Portugal em 1932, Hitler na Alemanha em 1933, o golpe do general Franco
em 1936, etc.). A nova Constituição, redigida por um simpatizante do fascismo, Francisco Cam-
pos, denominou-se "a polaca" por inspirar-se no sistema autoritário do Marechal Pilsudski da
Polônia. Simultaneamente à sua política repressiva, Vargas consolidou a legislação trabalhista,
que integrou socialmente a classe operária brasileira, dando-lhe garantias protetoras e tornan-
do-se, assim, "o pai dos pobres".

A República Democrática

A democratização de 1945
Preocupados com o desejo continuísta de Getúlio Vargas, refletido no movimento queremista
("Queremos Getúlio"), os militares trataram de golpeá-lo em outubro de 1945. A nova Carta,
aprovada em 1946, restabeleceu plenamente os direitos democráticos e a liberdade partidária
(exceção do Partido comunista, cassado em 1947).
Os governadores voltaram a ser eleitos, bem como os prefeitos. Na primeira eleição democrá-
tica, foi sufragado o General Eurico Gaspar Dutra, ministro de Getúlio Vargas (então recolhido
para suas terras em São Borja no Rio Grande do Sul).

O retorno de Getúlio Vargas ao poder


De certo modo, mesmo afastado do Poder, Getúlio Vargas ainda controlava indiretamente a
vida política nacional. Em 1945, ele havia criado dois partidos: o PSD, para congregar os conser-
vadores e a parte da burocracia, e o PTB, partido trabalhista que visava proteger os interesses
dos trabalhadores. Esses dois partidos realizariam uma espécie de coalizão informal e governa-
riam o Brasil até o golpe militar de 1964. Para as eleições de 1950, Vargas terminou se lançan-
do pela legenda do PTB e venceu com facilidade. Esse seu segundo governo foi marcado pela
agitação nacionalista em torno da campanha "O Petróleo é Nosso", que culminou na criação da
Petrobrás em 1953. O atentado contra o Major Vaz, da Aeronáutica, companheiro de Carlos La-
cerda, o grande oposicionista do governo Vargas, provocou uma grande comoção especialmen-
te junto às Forças Armadas. Para evitar de ser novamente derrubado por elas, Getúlio Vargas
cometeu suicídio, em agosto de 1954, fazendo com que ocorressem enormes manifestações e
saques pelo Brasil afora, paralisando os golpistas antipopulistas.

O governo de Juscelino
A morte de Vargas, que traumatizou profundamente o país, foi sucedida pela bem-aventurança
do governo de Juscelino Kubitschek, ex-governador do Estado de Minas Gerais. Eleito em 1955,
Juscelino realizou um dos melhores governos da história republicana. Estimulou a criação do

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parque industrial de bens de consumo, especialmente os automóveis, e deslocou a capital para
o interior do Brasil.
Brasília foi inaugurada no final do seu mandato em 1960. Tratou de forma benigna a oposição,
bem como os dois levantes militares, que foram facilmente neutralizados.
As profundas modificações que causou na estrutura social e econômica do Brasil foram os ver-
dadeiros legados daquele governo. Com ele, o Brasil saltou em definitivo rumo à industrializa-
ção e à internacionalização da sua economia.

A crise de 1961
Nas eleições de 1960, o povo brasileiro elegeu Jânio Quadros, ex-governador de São Paulo, por
uma maioria esmagadora de votos. Passados sete meses de sua posse, Jânio Quadros renun-
ciou, lançando o país na sua mais grave crise do pós-guerra. Os ministros militares negaram-
-se a obedecer a Constituição e dar posse ao Vice-Presidente João Goulart, acusando-o de ser
simpatizante da implantação de uma república sindicalista. Na realidade, temia-se a agitação
provocada pela Revolução Cubana, que entrava então na sua fase radical, realizando uma re-
forma agrária e banindo as burguesias agrárias e urbanas da ilha. Leonel Brizola, governador do
Rio Grande do Sul, lançou em Porto Alegre, em agosto de 1961, o manifesto pela "Legalidade"
que visava dar posse a Jango, então ausente do País, em viagem pela China Comunista. O Exér-
cito dividiu-se quando o comandante do III Exército, General Machado Lopes, resolveu apoiar
Brizola. A guerra civil foi evitada graças a uma emenda constitucional que introduziu no Brasil o
sistema parlamentarista. Por ele, João Goulart tomava posse, mas teria de dividir seus poderes
com o Congresso, que passava a controlar seu ministério. Jango aceitou, mas depois realizou
um plebiscito reintroduzindo o presidencialismo em 1963.

A República Militarizada

O Golpe Militar de 1964


A política de reformas de base defendida pelo Presidente João Goulart provocou uma enorme
agitação entre as classes trabalhadoras e os movimentos de camponeses sem-terra. A perspec-
tiva de uma reforma agrária assustou os latifundiários e os proprietários de uma forma geral. O
nacionalismo atiçado pelos feitos da Revolução Cubana voltou a aflorar, ensejando a defesa de
uma política de encampação e estatização de empresas estrangeiras. A irritação militar culmi-
nou depois dos sargentos em Brasília e dos marinheiros no Rio de Janeiro, ambos movimentos
anistiados pelo Presidente. Depois do comício a favor das reformas, feito no Rio de Janeiro, em
março de 1964, os dias do governo estavam contados. O levante militar se deu no dia 31 de
março para 1º de abril. Não houve resistência. O Presidente João Goulart partiu para o exílio no
Uruguai onde veio a falecer em 1976.
Essa primeira etapa do regime militar foi marcada pelo governo de coalizão entre os chefes mi-
litares e os políticos da UDN que estimularam o golpe.

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O fechamento do regime
A resistência contra a ditadura começou a ser articulada primeiro pela Frente Ampla liderada
por Carlos Lacerda (conspirador e entusiasta do golpe de 1964) que pretendia restaurar o poder
civil. Fracassada aquela articulação foi a vez dos estudantes. Em 1968, imensas manifestações
de protesto foram organizadas em várias capitais do Brasil contra as brutalidades do regime.
Depois de uma ocupação das fábricas ocorrida em Osasco, São Paulo, e o desbaratamento do
movimento estudantil em Ibiúna, São Paulo, em outubro de 1968, o regime resolveu decretar o
rigoroso Ato Institucional nº 5 que implantava a ditadura de forma absoluta no Brasil.

Repressão e violência
Os anos que se seguiram foram marcados como os mais violentos da História do Brasil. In-
conformados com o fechamento de toda e qualquer forma de expressão política, centenas de
estudantes marcharam para a estrada da guerrilha urbana e rural. A pretexto de combatê-los
com maior eficiência, o regime militar lançou mão de práticas de guerras coloniais, generalizan-
do a aplicação da tortura. O período sangrento foi acompanhado por um notável crescimento
econômico. A era General Médici foi caracterizada por esta ambiguidade, de um lado, sedi-
mentava-se e aprofundava-se o desenvolvimento econômico da época de Juscelino e, de outro,
regredia-se às práticas de terrorismo de Estado dos tempos da ditadura fascista de 1937-45.

A abertura e o fim do regime militar


Legitimado basicamente pelo sucesso econômico, o regime começou a periclitar a partir da
crise do petróleo de 1973. O estrategista do regime, o General Golbery do Couto e Silva, esti-
mulou então a abertura política conduzida pelo General Ernesto Geisel, o presidente.
Ela ganhou corpo após os assassinatos do jornalista Vladimir Herzog e do operário Mário Fiel
Filho nos porões da repressão, que chocaram a opinião pública brasileira.
Em 1974, os militares e seus acólitos, reunidos no partido civil que lhes dava sustentação – ARE-
NA –, foram derrotados nas eleições daquele ano.
Em 1979, o General Figueiredo acelerou a pacificação com a Lei de Anistia, permitindo o retor-
no dos exilados políticos que se encontravam no exterior. Na série de eleições, ocorridas entre
1980 e 1984, o regime se enfraqueceu ainda mais, permitindo que os candidatos do partido de
oposição – o MDB – assumissem a chefia de prefeituras e governos estaduais.

República redemocratizada
Numa última tentativa de manter o poder, o regime criou o Colégio Eleitoral no qual tinha su-
perioridade de votos e poderia eleger um presidente da República da sua confiança. Venceu
as convenções da ARENA Paulo Maluf que, no imaginário popular, estava associado às práticas
corruptoras. Foi então que as oposições coligadas (o pluralismo foi autorizado em 1980) resol-
veram sair às ruas conclamando o povo a favor da eleição direta para a presidência da Repúbli-
ca. Praticamente durante todo o ano de 1984, o país se encontrou mobilizado a favor das "Di-
retas Já", emenda proposta pelo deputado Dante de Oliveira e que foi rejeitada pelo Congresso

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Nacional, constrangido por leis de emergência. As oposições tomaram a decisão de participar
do Colégio Eleitoral com candidato próprio, apostando na corrosão do regime provocada pela
candidatura Maluf. Em janeiro de 1985, foi eleito Tancredo Neves, responsável pela transição
pacífica para o regime democrático. A morte de Tancredo Neves, em abril de 1985, fez com que
seu sucessor fosse o vice-presidente José Sarney, egresso do partido de sustentação do regime
militar. Esse período de transição foi marcado pelo Plano Cruzado do Ministro da Fazenda Dil-
son Funaro, pela vitória do PMDB nas eleições de novembro de 1986 e pela aprovação da nova
Carta Constitucional, orquestrada pelo deputado Ulysses Guimarães e promulgada em outubro
de 1988, considerada a mais avançada constituição da história republicana no Brasil.

Modificações sociais e culturais na República


Poucas sociedades do mundo atual sofreram tão profundas modificações como a sociedade
brasileira. Não devemos esquecer que há pouco mais de cem anos existia a escravidão no Bra-
sil. As terras eram ocupadas por imensos latifúndios controlados por poderosos fazendeiros
que detinham todas as instâncias da autoridade. O sistema patriarcal era o dominante, haven-
do uma absoluta e vertical obediência ao chefe clânico, materializado, na política, pela figura
do coronel.
A Igreja Católica era poderosíssima e exercia sem freios o controle da vida moral e cultural do
país. Essa sociedade trazia em si profunda aversão ao trabalho manual, à máquina e às coisas
modernas de uma forma geral.
A partir de 1930, esse perfil socioeconômico começou a ser alterado. Surgiu a consciência da
necessidade de industrializar o Brasil. Uma imensa siderurgia – a de Volta Redonda – foi cons-
truída e inaugurada em 1945.
São Paulo tornou-se um dinâmico centro industrial, um dos maiores do mundo, atraindo capi-
tais e mão de obra de todas as partes. A estrutura familiar alterou-se com a industrialização e
a urbanização. A casa grande da fazenda deu lugar ao moderno arranha-céu e ao edifício co-
mercial. Uma imensa classe operária concentrou-se nas periferias das grandes cidades. Neste
século, a população aumentou mais de dez vezes e nossos recursos agrícolas, industriais e co-
merciais projetaram o Brasil como a oitava potência econômica do mundo capitalista.
Hoje, mais de 70% dos brasileiros vivem nas cidades, especialmente nas grandes capitais dos
Estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Pernambuco e Rio Grande do Sul.
Grande parte da riqueza brasileira vem do seu amplo parque industrial, que produz pratica-
mente todos os artigos de uma moderna sociedade de consumo de massa, e de uma agricultu-
ra em fase de intensa mecanização voltada para a exportação.

Teorias das Formas e dos Sistemas de Governo

As formas de governo são a maneira como os órgãos fundamentais do Estado se formam, assim
como seus poderes e relações; ou seja, designa a organização política do Estado ou o conjunto
de indivíduos a quem é confiado o exercício dos poderes públicos. A palavra governo é vulgar-
mente conhecida como Poder Executivo, ele pode ser subdividido em:

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Quanto a sua origem


Governo de Direito: é aquele que foi constituído de acordo com a lei fundamental do Estado,
sendo, por isso, considerado como legítimo perante a consciência jurídica da nação.
Governo de Fato: é aquele implantado ou mantido por via de fraude ou violência.

Quanto a seu desenvolvimento


Governo Legal: é aquele que, seja qual for sua origem, desenvolve-se em estrita conformidade
com as normas vigentes de Direito Positivo, subordina-se aos preceitos jurídicos como condi-
ção de harmonia e equilíbrio social.
Governo Despótico: ao contrário do governo legal, é constituído por interesses pessoais, uma
vez que se conduz pelo arbítrio dos detentores eventuais do poder.

Quanto a extensão do poder


Governo Constitucional: é aquele formado pela Constituição e assegura aos cidadãos os seus
direitos.
Governo Absolutista: é aquele que concentra todos os poderes em um só órgão. O regime ab-
solutista tem suas raízes nas Monarquias de Direito Divino e se explica pela máxima do cesaris-
mo romano, em que a vontade do príncipe era fonte de lei.
Esse assunto mereceu a atenção de diversos estudiosos, entre eles temos, inicialmente, Platão,
em sua obra “A República”, na qual faz referência ao tema, e também podemos percebê-lo na
famosa Classificação de Aristóteles.
Com o passar dos anos, houve inúmeras classificações quanto às formas de governo, que desta-
caremos a seguir no tópico de desenvolvimento.

Desenvolvimento das formas de governo

Classificação de Aristóteles
É a primeira de todas as classificações, sendo recordada por muitos estudiosos até hoje.
Com base em observações quanto à organização dos Estados Gregos e inspirada em um concei-
to ético e político, Aristóteles dividiu em três formas:
•• Monarquia: poder centrado em uma pessoa física.
•• Aristocracia: poder no qual o Estado é governado por um pequeno grupo de pessoas físi-
cas.
•• Democracia ou Politeia: governo de uma maioria.

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Essas três formas eram consideradas puras, perfeitas ou normais por Aristóteles, porque visam
o bem de uma coletividade; entretanto, a Democracia, em particular, era tida por ele como a
melhor forma de governo, uma vez que a população possui uma participação mais ativa.
Em oposição às formas puras de governo, temos as formas impuras, corruptas ou imperfeitas,
por serem distorções das formas perfeitas. Já que seu objetivo é, primeiramente, os interesses
dos governantes em detrimento dos anseios de todos os demais, são chamadas de:
•• Tirania: forma distorcida de Monarquia.
•• Oligarquia: forma impura de Aristocracia.
•• Demagogia ou Oclocracia: que é a corrupção da Democracia.

Classificação mista de Políbio


Baseado em estudos das instituições políticas da Roma republicana, Políbio criou uma nova
classificação das formas de governo em que se fundem as três hipóteses aristotélicas. Segundo
ele, era essa fusão harmônica da Monarquia representada pelos cônsules, da Aristocracia pelo
Senado e da Democracia pelo tribuno é que resultava no equilíbrio político-administrativo do
povo romano.
Entre os seguidores dessa teoria estão: Cícero, Tácito e Dante, que acreditavam em um só Esta-
do unido politicamente, porém dando liberdade à comunidade.
Até o momento, as classificações eram distorções ou modificações da teoria aristotélica, quan-
do a doutrina moderna passou a ganhar movimento com Nicolau Maquiavel em sua consagra-
da obra “O Príncipe”.

Classificação de Kelsen
Para Kelsen as formas de governo podem ser divididas em:
Governos Democráticos: caracterizados pela participação do povo na formação e criação das
normas de direito.
Governos Autocráticos: caracterizados pela falta de participação popular.
"As formas de governo são formas de vida do Estado, revelam o caráter coletivo do seu elemen-
to humano, representam a reação psicológica da sociedade às diversas e complexas influên-
cias de natureza moral, intelectual, geográfica, econômica e política através da história." (Darcy
Azambuja)
Configura-se uma enorme discussão entre formas de governo e formas de estado. Os alemães
denominam forma de estado aquilo que os franceses conhecem como forma de governo.
Como forma de estado, tem-se a unidade dos ordenamentos estatais; a sociedade de Estados
(o Estado Federal, a Confederação, etc.) e o Estado simples ou Estado unitário.
Como forma de governo, tem-se a organização e o funcionamento do poder estatal, consoante
aos critérios adotados para a determinação de sua natureza. Os critérios são: a) o número de

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titulares do poder soberano; b) a separação de poderes e suas relações; c) os princípios essen-


ciais que animam as práticas governativas e o exercício limitado ou absoluto do poder estatal.
O primeiro critério tem o prestígio do nome de Aristóteles e sua afamada classificação das for-
mas de governo. Os dois últimos são mais recentes e demonstram a compreensão contemporâ-
nea do processo governativo e sua institucionalização social.

As concepções históricas das Formas de Governo


A mais antiga e célebre concepção das formas de governo é, inexoravelmente, a concebida por
Aristóteles. Em seu livro "Política", expõe a base e o critério que adotou: "Pois que as palavras
constituição e governo significam a mesma coisa, pois o governo é a autoridade suprema nos
Estados, e que necessariamente essa autoridade deve estar na mão de um só, de vários, ou
da multidão, segue-se que quando um só, vários ou a multidão usam da autoridade tendo em
vista o interesse geral, a constituição é pura e sã; e que, se o governo tem em vista o interesse
particular de um só, de vários ou da multidão, a constituição é impura e corrompida."
Aristóteles adota, pois, uma classificação dupla. A primeira divide as formas de governo em
puras e impuras, conforme a autoridade exercida. A base dessa classificação é, portanto, moral
ou política.
A segunda classificação é sob um critério numérico; de acordo com o governo, se ele está nas
mãos de um só, de vários homens ou de todo povo.
Ao combinar o critério moral e numérico, Aristóteles obteve:
Formas Puras:
MONARQUIA: governo de um só
ARISTOCRACIA: governo de vários
DEMOCRACIA: governo do povo
Formas Impuras:
OLIGARQUIA: corrupção da aristocracia
DEMAGOGIA: corrupção da democracia
TIRANIA: corrupção da monarquia
Os escritores políticos romanos acolheram com reservas a classificação de Aristóteles. Alguns,
como Cícero, acrescentaram às formas de Aristóteles uma quarta: a forma mista de governo.
O governo misto aparece por redução dos poderes da monarquia, da aristocracia e da demo-
cracia, mediante determinadas instituições políticas, tais como um Senado aristocrático ou
uma Câmara democrática.
Como forma de exemplificação tem-se a Inglaterra, na qual o quadro político combina três ele-
mentos institucionais: a Coroa monárquica, a Câmara aristocrática e Câmara democrática ou
popular; tendo assim um governo misto exercido pelo "Rei e seu Parlamento".

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De Aristóteles a Cícero, passemos a Maquiavel, o secretário florentino, que se imortalizou na
ciência política com o livro "O Príncipe" no qual ele afirmava que "todos os Estados, todos os
domínios que exerceram e exercem poder sobre homens, foram e são, ou Repúblicas ou princi-
pados."
Com essa afirmação, Maquiavel classifica as formas de governo com somente duas vertentes:
República e Monarquia.
De Maquiavel vamos para Montesquieu, cuja classificação é a mais afamada dos tempos mo-
dernos. Montesquieu distingue três espécies de governo: República, Monarquia e Despotismo;
em várias passagens de seu livro “Do Espírito das leis”, ele procura achar um fundamento moral
que caracterize as três formas clássicas. Segundo ele, a característica da democracia é o amor
à pátria e à igualdade; da monarquia é a honra; e da aristocracia é a moderação. A república
compreende a democracia e a aristocracia.
Das classificações de formas de governo aparecidas modernamente, depois da de Montes-
quieu, é de ressaltar a de autoria do jurista alemão Bluntschli, que distinguiu as formas funda-
mentais ou primárias das formas secundárias de governo.
Como se vê, Bluntschli enumera as formas de governo, à luz de Aristóteles, acrescentando, po-
rém, uma quarta: a ideologia ou teocracia, em que o poder é exercido por "Deus".
Rodolphe Laun, professor da universidade de Hamburgo, em seu livro “La Démocratie”, fornece
uma classificação que permite distinguir quase todas as formas de governo, classificando-as
quanto à origem, à organização e ao exercício.
Quanto à origem – Governos de dominação
•• Governos democráticos ou populares
Quanto à Organização – Governos de Direito -> Eleição -> Hereditariedade
•• Governos de fato
Quanto ao Exercício – Constitucionais
•• Absolutos
A ideia de governo se entrelaça com a de regime e ideologia dominante. Mediante as ideias é
que se irá explicar as formas de governo, sendo que esta faz-se secundária e o que realmente
deve importar são as ideologias trazidas para os governos, procurando-se então aquilatá-los.

O Despotismo Esclarecido
Estimulados pelos filósofos, numerosos príncipes procuram pôr em prática as novas ideias, go-
vernando de acordo com a razão e segundo os interesses do povo, mas sem abandonar o poder
absoluto. Essa aliança de princípios filosóficos e poder monárquico deu origem a um regime de
governo típico do século XVIII, o despotismo esclarecido.
Seus representantes mais destacados foram Frederico II, rei da Prússia; Catarina II, czarina da
Rússia; José II, imperador da Áustria; Pombal, ministro de Portugal; e Aranda, ministro da Espa-
nha.

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Na Prússia, Frederico II, discípulo de Voltaire e indiferente à religião, deu ao povo liberdade de
culto. Estimulou o ensino básico, tornando a instrução primária obrigatória para todos. Apesar
de nessa época os jesuítas estarem sendo expulsos de quase todos os países da Europa (por
causa das suas ligações com o Papado), Frederico II atraiu-os para a Prússia, visando aproveitar
suas qualidades de educadores. A tortura foi abolida e um novo código de justiça foi organiza-
do. O rei exigia obediência total às suas ordens, mas dava plena liberdade de expressão. Pro-
curou estimular a economia prussiana, adotando medidas protecionistas, embora isso fosse
contrário às ideias iluministas. Preservou a ordem social existente – a Prússia permaneceu um
Estado feudal, com servos sujeitos à classe dominante (dos proprietários).
O Estado no qual se fez mais propaganda das ideias novas e onde elas foram menos executadas
foi a Rússia. Catarina II atraiu os filósofos franceses à sua corte e manteve com eles corres-
pondência regular; esses filósofos, porém, serviam-lhe apenas de instrumento, pois ela muito
prometeu e quase nada realizou de prático. A imperatriz deu ao povo liberdade religiosa e pre-
ocupou-se em desenvolver a educação das altas classes sociais, que foram polidas e "afrance-
sadas" nos seus usos e costumes. A situação dos servos foi agravada: não só a servidão foi man-
tida como os direitos dos proprietários sobre os servos da terra foram aumentados, chegando
inclusive ao direito de condenação à morte.
José II da Áustria foi exemplo típico do déspota esclarecido. Fez numerosas reformas ditadas
pela razão: aboliu a servidão, deu igualdades a todos perante a lei e os impostos, uniformizou a
administração do Império, deu liberdade de culto e direito de emprego aos não católicos. Foi o
único que aplicou realmente as ideias propostas pelos filósofos iluministas.
Na Espanha, o Ministro Aranda pôs em execução uma série de reformas: o comércio foi libera-
do internamente, a indústria de luxo e de tecidos de algodão foi estimulada e a administração
foi dinamizada com a criação dos intendentes, que fortaleceram o poder do Rei Carlos III.
Em Portugal, o Marquês de Pombal, ministro de Dom José I, fez importantes reformas. Durante
seu governo, a indústria cresceu, o comércio passou a ser controlado por companhias que deti-
nham o monopólio comercial nas regiões coloniais, a agricultura foi estimulada e a nobreza e o
clero foram perseguidos a fim de fortalecer o poder real.

Democracia e Aristocracia
Democracia é uma forma de governo na qual o povo escolhe seus representantes, esses agem
de acordo com os interesses da população. Porém, mesmo tendo o poder de usar da decisão,
mecanismo político, para escolher as ações públicas que deseja que o governo empreenda, o
povo não sabe "de onde veio, nem para que serve a democracia". Junto aos seus governantes,
desconhece o poder que tem nas mãos e, com isso, deixa-se ser governado conforme interes-
ses de alguns. A população não sabe que a democracia é uma forma de governo "do povo para
o povo". Ou seja, o poder emana da população, para atuar de forma justa de acordo com os
interesses desta.
Existe uma bifurcação histórica que define a democracia como:
•• Democracia Antiga;
•• Democracia Moderna.

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O primeiro momento da democracia na história, democracia na antiguidade, foi em Atenas,
onde o governo do povo era regido por uma assembleia da qual apenas os cidadãos atenienses
faziam parte, ou seja, apenas os homens livres nascidos em Atenas, ficando de fora os escravos,
os estrangeiros e a mulheres. Caracterizando-se assim uma "falsa Democracia".
A Democracia Moderna, por sua vez, divide-se também em duas:
•• Parlamentarismo;
•• Presidencialismo.
O Presidencialismo é uma forma de poder governamental baseada em um Presidente (pessoa
física eleita em votação direta ou indireta), e o Parlamentarismo é uma forma de poder gover-
namental baseada em um Parlamento (representante direto do povo, no qual segmentos da
sociedade são representados de forma unilateral).
Como exemplo de Presidencialismo e Parlamentarismo temos o Brasil, que participou, no seu
processo histórico, dessas duas estruturas governamentais. Quando, por exemplo, Jânio Qua-
dros renunciou ao poder, foi instalado o Parlamentarismo, tendo figuras representativas como
integrantes dessa estrutura, tivemos Tancredo Neves e Ulisses Guimarães como representantes
cruciais do regime parlamentar. Retornando ao Presidencialismo com a posse de Jango.
Como outra forma de governo, temos a Aristocracia, que é governo de um pequeno número. A
classe social que detém o poder político por título de nobreza ou de riqueza. Na classificação de
Aristóteles, que associava ao critério qualitativo o critério quantitativo, o termo seria aplicado
unicamente aos governos constituídos de um pequeno número de cidadãos virtuosos. Era a
forma ideal de governo, preferida pelos filósofos políticos da antiguidade. Distinguia-se da De-
mocracia, pela quantidade. Historicamente, porém, as formas da Aristocracia afastaram-se do
padrão clássico, passando a identificar-se com a forma Aristotélica da Oligarquia, em que um
pequeno número de dirigentes privilegiados usufrui o poder em benefício próprio. Entretanto,
como governo dos melhores e mais aptos, aristocracia não é, em si mesma, incompatível com
os ideais da democracia representativa. Na Democracia indireta, o Governo é sempre exercido
por uns poucos. A questão fundamental não reside, assim, na quantidade de dirigentes, mas na
sua representatividade, o que depende, essencialmente, do processo de sua escolha. Na socie-
dade onde esse processo é eficaz, a ascensão de uma elite não macula o caráter democrático
das instituições.
Concluindo, com uma interpretação absolutamente democrática, poderíamos dizer que o po-
der reside em cada indivíduo que compõe o corpo social, que participa de um contrato para
constituição de uma sociedade política, estabelecendo seus fins, seus órgãos de direção, com
suas atribuições, formas de escolha e responsabilidades bem definidas. Acredito que, hoje, só
a partir desses postulados, pode-se ter uma discussão realista e concreta de questões constitu-
cionais.

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Em resumo

República:
Caracterizada pela temporalidade do poder e seu exercício é atribuído ao povo. Outra caracte-
rística marcante é que ninguém ocupa o maior cargo de uma República se não for através de
eleições, portanto está intrinsecamente ligada a um partido ou a uma coligação de partidos
políticos.
A República pode ser subdividida em:
•• República Direta: em que a população exerce diretamente as funções do Estado.
Exemplo.: Cantões da Suíça, nos quais a população se reúne em assembleia ou, indiretamente,
em que a comunidade elege seus representantes.
•• República Presidencial: em que o presidente ocupa a função de Chefe de Estado e Chefe de
Governo.
•• República Parlamentar: em que as funções são divididas, ficando o presidente com a fun-
ção de Chefe de Estado e o Conselho de Ministros com a chefia de governo.

Monarquia:
É marcada pela vitaliciedade do poder, que é confiado a uma pessoa física, no caso monarca ou
rei, o qual está no cargo não pelo consenso da coletividade, mas por razões históricas tradicio-
nais, por esse motivo o monarca está desvinculado de partidos ou coligações políticas.
A Monarquia pode ser subdividida em:
•• Monarquia Absoluta: o poder está centrado nas mãos do rei e sujeito a suas arbitrarieda-
des.
•• Monarquia de Estamentos (ou de Braços): é aquela em que o rei descentraliza certas fun-
ções, que são delegadas a elementos da nobreza reunidos em cortes, ou órgãos semelhan-
tes que funcionam como desdobramentos do poder real. Forma de governo antiga, típica
da Monarquia feudal.
Exemplo: Suécia até 1918.
•• Monarquia Constitucional: é aquela em que o rei só exerce função do Poder Executivo ao
lado dos Poderes Legislativo e Judiciário, nos termos de uma Constituição escrita.
Exemplo: Bélgica, Holanda, Suécia, Brasil Império.
•• Monarquia Parlamentar: é aquela em que o rei não exerce função de governo – o rei reina,
mas não governa – segundo a fórmula dos ingleses, o Poder Executivo é exercido por um
Conselho de Ministros, responsável perante o Parlamento, ao rei se atribui um quarto po-
der – Poder Moderador – com ascendência moral sobre o povo e sobre os próprios órgãos
governamentais, um símbolo vivo da nação, porém sem participação no funcionamento da
máquina estatal.

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CONCEITO GERAL DE REPÚBLICA
República: regime político em que o chefe do Estado é eleito, direta ou indiretamente. O po-
der pode ser concentrado em sua pessoa ou caber a uma Assembleia o papel preponderante;
entretanto, é preciso observar que a forma republicana de governo não precisa ser fatalmente
democrática.
As principais formas de governo republicano são: a república aristocrática, na qual a participa-
ção no poder é limitada a uma classe (regime de Veneza e da Polônia até o fim do séc. XVIII,
hoje extinto); a república presidencialista, na qual o poder fica com um presidente eleito (EUA e
países da América Latina e Constituição napoleônica de 1800); a república parlamentarista, na
qual o poder do Parlamento é limitado por forte autoridade do chefe do Estado (Constituição
alemã de Weimar, 1919, V República na França, 1958); e o regime colegiado, na qual o poder
fica com um Conselho, eleito pela Assembleia a curto prazo (Suíça, Uruguai).
Assim como as repúblicas de Veneza e Polônia não podem ser comparadas às repúblicas mo-
dernas, também eram repúblicas de estilo político diferente as de Atenas (democracia direta) e
Roma (república aristocrática, dirigida pelo Senado).
A primeira república moderna foram os EUA, que adotaram, em 1787, Constituição presiden-
cialista, sendo seguidos pelos países da América espanhola e, no ano de 1889, pelo Brasil.
Tipos de República:
•• República Aristocrática: é aquela na qual exerce o governo uma representação na mino-
ria imperante, que por algum motivo (cultura, patriotismo, riqueza, etc.) é considerada a
mais notável. Esse regime republicano afasta-se da representação popular, aproximando-
-se mais da ditadura e constituindo uma oligarquia. Foi posto em prática em Esparta, Ate-
nas e Roma, onde poderes eram conferidos aos governantes, embora, temporariamente,
havia eleição.
•• República Democrática: é a república em que o poder, em esferas essenciais do Estado, per-
tence ao povo ou a um Parlamento que o represente. A república democrática decorre, as-
sim, do princípio da soberania popular. O povo é aqui o partícipe principal dos poderes do
Estado. Mas só parte da cidadania provoca, sem dúvida, seleção do corpo de eleitores. E a
qualidade de cidadão, que depende de vários requisitos e que varia segundo as legislações,
restringe consideravelmente a massa votante. Além disso, se todos os cidadãos gozam de
iguais direitos políticos, poucos são os que governam realmente, sobretudo onde, por força
da divisão partidária, nem mesmo a maioria absoluta chega a governar. Oriundas do siste-
ma de ideias da Reforma e das lutas constitucionais americanas e francesas, alastraram-se
as repúblicas democráticas no mundo moderno, ganhando cada vez maior extensão. Den-
tre elas, podemos distinguir:
a) Democracias Diretas – Nessas formas, o povo, diretamente, examina e decide o que se põe
em votação. Nas assembleias populares, reside a soberania do Estado.
b) Democracias Indiretas ou Representativas – Nessas formas, os poderes públicos são inte-
grados por órgãos representantes do povo. A separação de poderes pode aqui funcionar
melhor que nas monarquias constitucionais, em que há dois órgãos supremos – rei e povo

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–, não se achando tão exposto o regime à intervenção pessoal do chefe do governo quanto
na monarquia.
•• República Federal: é a que apresenta duas esferas de direito público, a provincial e a nacio-
nal. Por exemplo: os EUA, o Brasil, a Argentina, a Venezuela, a Suíça... A URSS é também,
talvez, um Estado Federal (sui generis).
•• República Federativa: é a república em que se inserem, obviamente, princípios descentra-
lizadores. A República Federativa do Brasil, aludida pela Emenda Constitucional nº 1, de
17/10/1969, deu ao Estado federal brasileiro, tanto pelo espírito como pela terra expressa
da Constituição, então aprovada, uma natural ênfase ao governo central, dentro da ten-
dência atual de fortalecimento, no mundo, do Estado federal contemporâneo.
•• República Oligárquica: é a república governada por um pequeno grupo de pessoas inte-
grantes da mesma família, classe ou grupo, permanecendo o poder nas mãos desses pou-
cos.
•• República Parlamentar: é a república de feição parlamentarista. Seu exemplo clássico é o
da França, após o período libertário da Revolução. Sob a Segunda República, conheceu a
França o governo parlamentar, de incentivo e aperfeiçoamento. Da República Francesa, o
parlamentarismo irradiou-se para inúmeras outras repúblicas, que passaram a adotar o re-
gime parlamentar.
•• República Popular: é a que visa a estabelecer a ditadura do proletariado, na base da revo-
lução comunista. Enquanto a República Popular da Albânia se mantém fiel ao stalinismo e
vê com bons olhos a intransigência revolucionária da China, a República Popular da Polônia
ostenta maior influência das democracias ocidentais. Apesar de “a política do Estado de
democracia popular ter por fim a liquidação da exploração do homem e a edificação do
socialismo”, como proclamam a Constituição da República Popular romena de 1952 e a da
República Socialista Tchecoslováquia, ao lado da propriedade social dos meios de produ-
ção, constituída pelo Estado e peças de propriedades cooperativas, admite a propriedade
pessoal das casas, dos jardins, familiares, etc.
•• República Presidencial: é o tipo de república que pode ser encarada como adaptação da
monarquia ao governo republicano, porque dá indiscutível prestígio e poder ao presidente
da República. Dentro do sistema, o presidente, eleito direta ou indiretamente pelo voto,
passa a ficar, quanto à origem, em pé de igualdade com o Congresso. Irrevogável em seu
mandato, é ele que imprime pessoalmente orientação à política. Dentro de suas prerroga-
tivas, de preeminência incomparável, é um verdadeiro ditador em estado latente, a impor
sempre ao governo a sua própria personalidade.
•• República Teocrática: a expressão república teocrática é imprópria, uma vez que a teocra-
cia é uma forma de governo exercida em nome de uma entidade sobrenatural e, por isso,
desempenhada por sacerdotes que representam deuses ou um Deus na terra. A teocracia
designa o Estado em que Deus é considerado como o verdadeiro soberano e as leis funda-
mentais como mandamentos divinos, sendo a soberania exercida por homens relacionados
diretamente com Deus: profetas, sacerdotes ou reis, considerados como representantes
diretos da divindade.
•• República Unitária: é a república que se subordina a uma só esfera de direito público. Por
exemplo: França, Portugal... Pode-se, assim, distinguir uma república unitária de outra,

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composta ou complexa, pelo fato de se apresentar simples em sua estrutura. A república
que é o resultado da íntima união de vários ordenamentos jurídicos estatais dá lugar ao
Estado de Estados ou à República Federal. A república unitária tem uma estrutura interna
que a tipifica: integra-se por um único centro decisório constituinte e legislativo; um único
centro de impulsão política; e um só conjunto de instituições de governo. A denominação
de república simples ou unitária explica-se por ser o poder dessa forma política uno em sua
estrutura, em seu elemento humano e em seus limites territoriais. Enquanto a república
monocrática pressupõe concentração de poder em uma ou em poucas mãos, a república
unitária não é incompatível com a separação de poderes e com a existência mesmo de uma
pluralidade de órgãos. A república autocrática nada tem que ver com a simplicidade ou
complexidade do Estado, o que lhe interessa é a extensão do poder sobre os indivíduos e a
coletividade. A república unitária centralizada corporificou-se com a Revolução Francesa. A
unidade e a indivisibilidade da nação soberana importaram, certamente, no cancelamento
dos corpos intermediários.

CONCEITO GERAL DE MONARQUIA


A Monarquia é a forma típica de governo de indivíduos, portanto o poder supremo está nas
mãos de uma só pessoa física, o Monarca ou o Rei.
A Monarquia é uma forma de governo que já foi adotada, há muitos séculos, por quase to-
dos os Estados do mundo. Com o passar dos séculos, ela foi gradativamente enfraquecida e
abandonada. Quando nasceu o Estado Moderno, a necessidade de governos fortes favoreceu o
ressurgimento da Monarquia, não sujeita a limitações jurídicas, em que apareceu a Monarquia
Absoluta. Aos poucos, foi crescendo a resistência ao Absolutismo e, já a partir do final do sécu-
lo XVIII, surgiram as Monarquias Constitucionais. O rei continuava governando, mas estava su-
jeito a limitações jurídicas, estabelecidas na Constituição, surgiu ainda outra limitação ao poder
do Monarca, com a adoção do parlamentarismo pelos Estados Monárquicos, assim o Monarca
não mais governava, mantendo-se apenas como chefe do Estado, tendo somente as atribuições
de representação, não de governo, pois o mesmo passou a ser exercido por um gabinete de
Ministros.
A antiga noção de Monarquia afirmava que o poder do Monarca era absoluto. Por vezes, afir-
mava que o Monarca era responsável somente perante Deus. Doutrina essa que ficou conheci-
da como “Direito Divino”.
A forma Monárquica não se refere apenas aos soberanos coroados, nela se enquadram os con-
sulados e as ditaduras (governo de uma só pessoa).
Características da Monarquia:
Vitaliciedade: o monarca tem o poder de governar enquanto viver ou enquanto tiver condições
para continuar governando.
Hereditariedade: quando o monarca morre ou deixa o governo por qualquer outra razão é ime-
diatamente substituído pelo herdeiro da Coroa.
Irresponsabilidade: o rei não tem responsabilidade política, não deve explicações ao povo ou a
qualquer órgão.

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CONCLUSÃO
Sendo vitalícia e hereditária, a função de monarca está acima das disputas políticas, é um fator
de unidade do Estado, pois todas as correntes políticas têm ele como um elemento superior,
comum.
Com a Monarquia sendo o ponto de encontro das correntes políticas e estando à margem das
disputas, o monarca assegura a estabilidade das instituições.
O monarca é alguém que recebe, desde o nascimento, uma educação especial preparando-o
para governar, não ocorrendo, assim, o risco de governantes despreparados.
Se o monarca não governa, torna-se uma inutilidade, que sacrifica o povo sem qualquer provei-
to.
A Monarquia é essencialmente antidemocrática, uma vez que não assegura ao povo o direito
de escolher seu governante, desaparecendo a supremacia da vontade popular, que deve ser
mantida permanentemente nos governos democráticos.
O que nos mostra a realidade é que a Monarquia vem perdendo adeptos e desaparecendo
como forma de governo, havendo atualmente, no mundo todo, cerca de 20 Estados com gover-
nos monárquicos, como exemplo: Inglaterra, Noruega, Dinamarca, entre outros.
Portanto...
A República tem maiores adeptos numa visão globalizada, porém isso não significa que seja
melhor ou pior, e sim mais usual atualmente, pois na forma de República temos também diver-
sos fatores negativos como também positivos, conforme contempla a pesquisa.
Podemos afirmar com a apresentação desta pesquisa sobre as Formas de Governo que, em
diferentes partes do mundo, os Estados se adaptam às diferentes formas de governo, uns com
sucesso e outros nem tanto, portanto fica difícil concluir qual é a mais adequada ou eficiente,
pois em diferentes épocas um mesmo Estado passou por várias formas de governar e, mesmo
assim, obteve êxito em suas diferentes gestões. Essa questão nos mostra que existe sempre a
busca pela melhor forma de governo.
Existem vários exemplos de formas de governo republicano que prosperaram ao longo da his-
tória da humanidade, assim como também de formas de governo monárquico.
Todas as formas de governo almejam uma sociedade bem organizada, que ame a sua pátria e
que esteja satisfeita com a manifestação do exercício do poder público à qual está subordinada.
As formas de governo estão ligadas com a cultura de cada povo, por essa razão se formam di-
versos segmentos. A forma de governar se define como uma modalidade de organização do po-
der político, em que são representadas as diversas influências da natureza moral, psicológica,
intelectual, geográfica e político-econômica, que mudam conforme as necessidades sociais do
local, historicamente, renovam-se com o surgimento de novos imigrantes, novos ideais, enfim,
com a mudança natural do ciclo de vida ao qual todos estamos sujeitos.

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Sistema de Governo
Em ciência política, o sistema de governo é a maneira pela qual o poder político é dividido e
exercido no âmbito de um Estado. O sistema de governo varia de acordo com o grau de separa-
ção dos poderes, indo desde a separação estrita entre os Poderes Legislativo e Executivo (pre-
sidencialismo), de que é exemplo o sistema de governo dos Estados Unidos da América, até a
dependência completa do governo junto ao Legislativo (parlamentarismo), caso do sistema de
governo do Reino Unido.
O sistema de governo adotado por um Estado não deve ser confundido com a sua forma de Es-
tado (Estado unitário ou federal) ou com a sua forma de governo (monarquia, república, etc.).

Monarquia Parlamentarista
Uma monarquia constitucional ou monarquia parlamentarista é um tipo de regime político que
reconhece um monarca eleito ou hereditário como chefe do Estado, mas em que uma consti-
tuição (série de leis fundamentais) limita os poderes do monarca.
A chefia de Estado é exercida por um monarca; a chefia de Governo por um primeiro-ministro
ou pelo presidente do Conselho de Ministros, a ele cabendo o verdadeiro encargo do Poder
Executivo e a direção das políticas interna e externa do país, além da administração civil e mi-
litar, de acordo com as leis e a Constituição nacionais. Existe, também, um Poder Moderador
chefiado pelo monarca.
As monarquias constitucionais modernas obedecem, frequentemente, a um sistema de separa-
ção de poderes, e o monarca é o chefe (simbólico) do Poder Executivo.

República Parlamentarista
República parlamentarista é uma forma de governo republicano organizada sob um sistema
parlamentarista de governo.
Em contraste a uma república presidencialista, o chefe de Estado normalmente não tem amplas
atribuições executivas, pois grande parte desses poderes é exercido pelo "chefe de Governo"
(usualmente denominado primeiro-ministro).

Presidencialismo
O presidencialismo é um sistema de governo no qual o Presidente da República é chefe de
governo e chefe de Estado. Como chefe de Estado, é ele quem escolhe os chefes dos grandes
departamentos ou ministérios. Juridicamente, o presidencialismo se caracteriza pela separação
dos Poderes Legislativo, Judiciário e Executivo.

Parlamentarismo
Parlamentarismo é um sistema de governo em que o Poder Legislativo (Parlamento) oferece a
sustentação política (apoio direito ou indireto) para o Poder Executivo. Logo, o Poder Executivo

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necessita do poder do Parlamento para ser formado e também para governar. No parlamenta-
rismo, o Poder Executivo é, geralmente, exercido por um primeiro-ministro (chanceler).
A vantagem do sistema parlamentarista sobre o presidencialista é que o primeiro é mais flexí-
vel. Em caso de crise política, por exemplo, o primeiro-ministro pode ser trocado com rapidez e
o parlamento pode ser destituído. No caso do presidencialismo, o presidente cumpre seu man-
dato até o fim, mesmo havendo crises políticas.
O parlamentarismo pode se apresentar de duas formas. Nas repúblicas parlamentaristas, o
chefe de Estado (com poder de governar) é um presidente eleito pelo povo e nomeado pelo
Parlamento por tempo determinado. Nas monarquias parlamentaristas, o chefe de governo é
o monarca (rei), que assume de forma hereditária. Nesse último caso, o chefe de Estado (que
governa de fato) é um primeiro-ministro, também chamado de chanceler.
O sistema parlamentarista tem origem na Inglaterra medieval. No final do século XIII, nobres
ingleses passaram a exigir maior participação política no governo, comandado por um monar-
ca. Em 1295, o rei Eduardo I tornou oficiais as reuniões (assembleias) dos representantes dos
nobres. Era o berço do parlamentarismo inglês.
Países parlamentaristas na atualidade: Canadá, Inglaterra, Suécia, Itália, Alemanha, Portugal,
Holanda, Noruega, Finlândia, Islândia, Bélgica, Armênia, Espanha, Japão, Austrália, Índia, Tai-
lândia, República Popular da China, Grécia, Estônia, Egito, Israel, Polônia, Sérvia e Turquia.

Poder Legislativo
Poder Legislativo é aquele que tem num país a tarefa de legislar, ou seja, fazer as leis. No Brasil,
o Poder Legislativo é composto pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal.
Os estados brasileiros também possuem o Poder Legislativo (composto pelos deputados es-
taduais), assim como os municípios (composto pelos vereadores). Além de fazer as leis, cabe
aos integrantes do Poder Legislativo aprovar ou rejeitar as leis propostas pelo Poder Executivo,
fiscalizar, entre outras atribuições.
No Brasil, os integrantes desse poder são eleitos pelo povo, por meio de eleições diretas.

Poder Executivo
O Poder Executivo tem a função de executar as leis já existentes e de implementar novas leis se-
gundo a necessidade do Estado e do povo. Em um país presidencialista como o Brasil, o Poder
Executivo é representado, em âmbito nacional, pelo presidente. Já em países parlamentaristas,
o poder fica dividido entre o primeiro-ministro, que chefia o governo, e o monarca, o qual ge-
ralmente é rei e assume a função de chefiar o estado, em algumas monarquias, o próprio mo-
narca assume as duas funções.
O Pode Executivo é organizado em três esferas, as quais são lideradas por um representante. A
esfera federal, a qual é representada pelo Presidente da República; a esfera estadual, represen-
tada pelo Governador; e a esfera municipal, que é representada pelo Prefeito. Em caso de al-
gum impedimento, esses representantes são substituídos pelo vice-presidente ou os ministros
de Estado, vice-governador ou secretários de Estado, e vice-prefeito ou secretários municipais.

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Congresso Nacional
O Congresso Nacional é o órgão constitucional que exerce, no âmbito federal, a função legis-
lativa e a fiscalizatória do Estado brasileiro, como funções típicas. Exerce, ainda, duas outras
funções atípicas: administrar e julgar.
O Congresso Nacional é bicameral, sendo composto por duas casas: o Senado Federal e a Câ-
mara dos Deputados. Isso ocorre em razão da forma de estado adotada pelo país: o federalis-
mo. Assim, o Senado Federal representa os Estados-membros e os seus integrantes são eleitos
pelo sistema majoritário. A Câmara dos Deputados representa o povo, sendo os seus membros
eleitos pelo sistema proporcional.
O Congresso reúne-se anualmente na Capital Federal, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1 de
agosto a 22 de dezembro. Até a Emenda Constitucional nº 50 de fevereiro de 2006 (EC50/2006),
o período era de 15 de fevereiro a 30 de junho e de 1 de agosto a 15 de dezembro (Regimento
interno da Câmara dos Deputados).
Cada um desses períodos é chamado de período legislativo, sendo o ano conhecido como ses-
são legislativa ordinária. A legislatura é o período de quatro anos no qual o Congresso se reúne
que coincide com o mandato de deputado federal. Quando o Congresso é reunido fora dos
períodos legislativos é necessário ser feita uma convocação extraordinária, instalando-se a de-
nominada sessão legislativa extraordinária.
O presidente do Congresso Nacional é o presidente do Senado Federal, já que o presidente da
Câmara é o terceiro na sucessão presidencial.

Ditadura
Ditadura é o regime político em que o governante (ou grupo governante) não responde à lei, e/
ou não tem legitimidade conferida pela escolha popular.
Podem existir regimes ditatoriais de líder único (como os regimes provenientes do Nazismo, do
Fascismo e de alguns períodos da União Soviética) ou coletivos (como os vários regimes mili-
tares que ocorreram na América Latina durante o século XX e os demais períodos da história
soviética).
Não se deve confundir ditadura, o oposto de democracia, com totalitarismo, o oposto de libe-
ralismo. Diz-se que um governo é democrático quando é exercido com o consentimento dos
governados, e ditatorial, caso contrário. Diz-se que um governo é totalitário quando exerce
influência sobre amplos aspectos da vida dos governados (por exemplo, as regulamentações
sobre o corte de cabelo da Coréia do Norte) e liberal, caso contrário.
Ocorre, porém, que frequentemente, regimes totalitários exibem características ditatoriais, e
regimes ditatoriais, características totalitárias.
O estabelecimento de uma ditadura moderna normalmente se dá via um golpe de estado.

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Anexo:

Resumo do Livro Teoria das Formas de Governo de Norberto Bobbio


BOBBIO, Norberto. A Teoria das Formas de Governo; tradução Sérgio Bath. - Brasília: UnB, 1980

1 Uma Discussão Célebre


“(...) na discussão referida por Heródoto, na sua História (Livro III, pag. 80-82), entre três per-
sas- Otanes, Megabises e Dario - sobre a melhor forma de governo a adotar no seu país depois
da morte de Cambises.”
“(...) A passagem é verdadeiramente exemplar porque, como veremos, cada uma das três per-
sonagens defende uma das três formas de governo que poderíamos denominar de “clássicas”
- não só porque foram transmitidas pelos autores clássicos mas também porque se tornaram
categorias da reflexão política de todos os tempos (razão porque são clássicas mas igualmente
modernas). Essas três formas são: o governo de muitos, de poucos e de um só, ou seja, “demo-
cracia”, “aristocracia” e “monarquia”.”
“Otanes propôs entregar o poder (...): ‘minha opinião é que nenhum de nós deve ser feito mo-
narca’ (...). De que forma poderia não ser irregular o governo monárquico se o monarca pode
fazer o que quiser(...).”
"O governo do povo, porém, merece o mais belo dos nomes, ‘isotomia’; não faz nada do que
caracteriza o comportamento do monarca. Os cargos públicos são distribuídos pela sorte; os
magistrados precisam prestar contas do exercício do poder; todas as decisões estão sujeitas a
voto popular."
“Megabises, contudo, aconselhou a confiança no governo oligárquico: subscrevo o que disse
Otanes em defesa da abolição da monarquia; quanto à atribuição do poder ao povo, contudo,
seu conselho não é o mais sábio. A massa inepta é obtusa e prepotente; nisto nada se lhe com-
para. De nenhuma forma se deve tolerar que, para escapar da prepotência de um tirano, se
caia sob a da plebe desatinada. Tudo o que faz, o tirano faz conscientemente; mas o povo não
tem sequer a possibilidade de saber o que faz.”
“(...) quanto a nós, entregaríamos o poder a um grupo de homens escolhidos dentre os melho-
res - e estaríamos entre eles. É natural que as melhores decisões sejam tomadas pelos que são
melhores.”
“Em terceiro lugar, Dario manifestou sua opinião (...). Entre as três formas de governo, todas
elas consideradas no seu estado perfeito, isto é, entre a melhor democracia, a melhor oligar-
quia e a melhor monarquia, afirmo que a monarquia é superior a todas. Nada poderia parecer
melhor do que um só homem - o melhor de todos; com seu discernimento, governaria o povo
de modo irrepreensível; como ninguém mais, saberia manter seus objetivos políticos a salvo
dos adversários.”
“Numa oligarquia, é fácil que nasçam graves conflitos pessoais entre os que praticam a virtude
pelo bem público (...) Por outro lado, quando é o povo que governa, é impossível não haver cor-

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rupção na esfera dos negócios públicos, a qual não provoca inimizades, mas sim sólidas alianças
entre os malfeitores(...), até que alguém assume a defesa do povo e põe fim às suas tramas,
tomando-lhes o lugar na admiração popular;(...) torna-se monarca.”
O capítulo apresenta uma discussão clássica sobre três teorias políticas distintas, a democracia,
a oligarquia e a monarquia. A primeira parte do texto, muito bem escrito, leva o leitor a con-
cordar com Otanes e o governo do povo, os bons argumentos denigrem a monarquia e elevam
a democracia. Entretanto, logo após, Megabises encontra fortes motivos que levam o leitor a
concordar que a oligarquia realmente é a melhor opção de governo, dizendo que no governo
do povo, não existe consciência deste no que faz. Além disso, ataca a monarquia com argumen-
tos sobre a prepotência de um tirano no poder. Então Dario entra em cena e manifesta suas
palavras que deixam o leitor confuso sobre qual a verdadeira melhor opção. Os argumentos
voltam a ser convincentes, mas agora na defesa da monarquia. Dario diz que nada poderia ser
mais benéfico do que o melhor dos homens no comando. Ainda afirma que os conflitos de po-
der na oligarquia levam à monarquia e que no governo dos povos há a aliança de malfeitores.
Percebe-se ao final da leitura, que a intenção do autor foi realmente de deixar o leitor pensati-
vo e ponderar os prós e contras de cada um dos três tipos de governo. É uma leitura agradável e
pouco extensa, ideal para uma reflexão sobre formas organização política de um estado.

2 Platão
“Em várias das suas obras Platão (428-347 a.C.) fala das diversas modalidades de constituição.
(...) O diálogo de A República é, como todos sabem, uma descrição da república ideal, que tem
por objetivo a realização da justiça entendida como atribuição a cada um da obrigação que lhe
cabe, de acordo com as próprias aptidões. Consiste na composição harmônica e ordenada de
três categorias de homens – os governantes-filósofos, os guerreiros e os que se dedicam aos
trabalhos produtivos. Trata-se de um estado que nunca existiu em nenhum lugar.(...)”
“Todos os estados que realmente existem, os estados reais, são corrompidos – embora de
modo desigual. (...)”
Diferentemente do capítulo anterior, onde eram expostos os lados positivos e negativos dos as-
suntos, Platão sucede seqüenciais formas más, a constituição boa não entra na sucessão, ape-
sar de ela existir por si, como modelo. As quatro consituições corrompidas que Platão examina
são a timocracia, oligarquia, democracia e tirania. A novidade então para o leitor é a exposição
de uma forma de governo que até agora não havia aparecido no livro, a timocracia, que vem
de honra. Seria uma forma introduzida por Platão para designar a transição entre a consituição
ideal e as três formas ruins tradicionais. O exemplo dado pelo livro de governo timocrático é
Esparta, onde guerreiros eram honrados mais do que sábios.
Como já foi dito, para as representações tradicionais, há apenas um movimento descendente:
a timocracia é a degeneração da aristocracia, pressuposta forma perfeita e assim se segue a
degeneração. A pior forma seria a tirania, com a qual o processo degenerativo chega ao ponto
máximo.
“Cada um desses homens, que representa um tipo de classe dirigente, e portanto uma forma
de governo, é retratado de modo muito eficaz mediante a descrição da sua paixão dominante:
para o timocrático, a ambição, o desejo de honrarias; para o oligárquico, a fome de riquezas;

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para o democrático, o desejo de imoderado de liberdade (que se transforma em licença); para


o tirânico, a violência.(...)”
O autor nesse momento transcreve trechos da obra de Platão que exemplificam os quatro tipos
diferentes de homens. O timocrático, oligárquico, democrático e tirânico. São diálogos que ob-
jetivamente atacam os sistemas de governo no seu mal evidente.
“(...) a corrupção de um princípio consiste no seu “excesso”.A honra do homem timocrático se
corrompe quando se transforma em ambição imoderada e ânsia de poder.A riqueza do homem
oligárquico, quando se transforma em avidez, avareza, ostentação despudorada de bens, que
leva à inveja e à revolta dos pobres. A liberdade do homem democrático, quando este passa a
ser licencioso, acreditando que tudo é permitido, que todas as regras podem ser transgredidas
impunemente.O poder tirano, quando se transforma em puro arbítrio, e violência pela própria
violência.”
O autor também transcreve um trecho da obra O Político, um pequeno diálogo onde um filó-
sofo comenta suas idéias sobre as três formas de governo que na verdade apresentam-se em
cinco.
“No que diz respeito á tipologia de A república, ela é menos original. Sua única diferença, em
comparação com a tipologia que se tornará clássica, a das seis formas de governo- três boas e
três más- é que em O Político a democracia tem um só nome, o que não quer dizer que, dife-
rentemente das outras formas de governo, apresente um único modelo.(...)”
“(...) Platão coloca também o problema do confronto entre as várias formas de governo, para
avaliar se são relativamente mais ou menos boas (ou más); e sustenta a tese de que, se é verda-
de que a democracia é a pior das formas boas, é no entanto a melhor das más.(...)”
“Outra coisa a observar, (...) é o critério ou critérios com base nos quais Platão distingue as
formas boas das más.(...) veremos que esses critérios são, em substância, dois: violência e
consenso,legalidade e ilegalidade.As formas boas são aquelas em que o governo não se baseia
na violência, e sim no consentimento ou na vontade dos cidadãos; onde ele atua de acordo
com leis estabelecidas, e não arbitrariamente.”
Ao fim do capítulo, o leitor percebe que para um melhor entendimento da visão crítica de Pla-
tão sobre as formas de governo seria interessante a leitura do livro onde ele expôs as suas
teorias na íntegra. Entretanto, o resumo explicativo de Bobbio é de grande ajuda para o esclare-
cimento rápido das idéias platônicas sobre o assunto.

3 Aristóteles
“A teoria clássica das formas de governo é aquela exposta por Aristóteles (384 – 322a.c.) na
Política.” Esta obra está dividida em oito livros, dedicados à descrição e classificação das formas
de governo, origem do Estado, crítica às teorias políticas precedentes, mudanças das constitui-
ções, estudo das várias formas de democracia e oligarquia e as melhores formas de governo.
“Um tema a respeito do qual Aristóteles não cessa de chamar a atenção do leitor é o de que há
muitas constituições diferentes(...)” Nobbio então cita um trecho do sétimo livro dePolíticaem
que Aristóteles discorre sobre a teoria das seis formas de governo. Então ele continua, “Com
base no primeiro critério, as constituições podem ser distinguidas conforme o poder resida

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numa só pessoa (monarquia), em poucoas pessoas (aristocracia) e em muitas (“politia”). Com
base no segundo, as constituições podem ser boas ou más, com a conseqüência que às três pri-
meiras formas boas se acrescentam e se contrapõem às três formas más (a tirania, a oligarquia
e a democracia)” O estranho para o leitor é que Aristóteles utiliza o termo politia para designar
o governo de muitos, mas anteriormente cita que politia significa constituição. Entende-se en-
tão que politia é um termo genérico. Segundo Aristóteles, constituição “é a estrutura que dá
ordem à cidade, determinando o funcionamento de todos os cargos públicos e, sobretudo, da
atividade soberana”.
A ordem hierárquica aceita por Aristóteles não difere da de Platão em “O Político”. A axiolo-
gia aristotélica segue como: monarquia, aristocracia, politia, democracia, oligarquia e tirania,
em ordem decrescente. Novamente vemos a democracia ocupando uma posição intermediária
(assim como para Platão), o que sugere que é a mais moderada.
Aristóteles analisa cada as seis formas de governo. Diz que as formas boas são aquelas em que
os governantes visam o interesse comum, já as más são aquelas que os governantes visam o
interesse próprio.
Nobbio dá uma atenção especial para o chamado despotismo oriental, que é classificado como
um tipo de monarquia, embora tirânico. É legítimo e aceito pelos bárbaros. E uma vez que é
aceita por todos, não pode ser considerada tirania. Esse acolhimento deve-se ao fato dos orien-
tais bárbaros serem naturalmente servis.
O próximo enfoque do autor é a “politia”. Uma mistura de democracia e oligarquia inclinada
para a democracia. O que distingue uma forma de governo de outra nesse caso não seria a
quantidade de pessoas, mas sim a qualidade de vida dos governantes. Quem exerce o poder
também é importante para diferenciar democracia e politia, na primeira os que governam são
os pobres e na última uma miscigenação entre ricos e pobres.
Essa junção de duas formas ruins, é o que faz a politia figurar entre formas boas. A união dos
ricos com os pobres possibilita que os segmentos sociais discutam interesses e cheguem à deci-
sões equilibradas, atingindo a esperada paz social.
Aristóteles preocupa-se com o modo de fusão de dois regimes e designa o assunto de engenha-
ria política. Para isso, ele expões uma série de três passos fundamentais necessários para atin-
gir o objetivo de chegar à uma terceira forma de governo melhor que as outras duas: conciliar
procedimentos que seriam incompatíveis, adotar “meios-termos” entre as disposições extre-
mas dos dois regimes e recolher-se do melhor sistema legislativo.
“O princípio que inspira esse regime de ‘fusão’ é o da mediação – ideal de toa a ética aristo-
télica, fundamentado, como se sabe, no valor eminentemente positivo do que está no meio,
situado entre dois extremos.”
“Em todas as cidades há três grupos: o muito ricos, muito pobres e os que o ocupam uma
posição intermediária. Como admitimos que a medida e a mediania são a melhor coisa, em
todas as circunstâncias, está claro que, em matéria de riqueza, o meio-termo é a melhor das
condições, porque ne;a é mais fácil obedecer à razão.” Segundo o princípio da mediania quem
melhor governa é a classe média, pois ela é a que está mais distante do pergio das revoluções,
raramente acontecem conspirações e revoltas entre os cidadãos.
A “politia” é o ponto máximo do texto, pois é onde, no livro, dá início a mistura de teorias de
governo, um governo misto, que procura uma aproximação da perfeição. A idéia de que o bom

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governo é a mistura de diversas formas de governo é um dos grandes temas do pensamento


político ocidental. O livro continua com Políbio, cujo enfoque é sobre este governo misto.

4 Políbio
Norberto Bobbio expõe basicamente as três teses que Políbio trabalha:
1. É o uso sistemático da teoria das formas de governo. Existem fundamentalmente seis for-
mas para se governar. Três boas e três más.
O Reino ou monarquia, onde um rei legítimo é aceito voluntariamente. A Tirania, degene-
rada, onde um tirano governa com uso de terror e força. A aristocracia, onde poucos eleitos
os melhores dirigem o povo. A oligarquia, forma degenerada onde os poucos que gover-
nam são os mais ricos. A democracia, onde o governo é popular com tradição de respeito,
obediência e honra. E a última e degenerada oclocracia, onde o governo é da massa inepta.
2. Essas seis formas se sucedem umas às outras de acordo com determinado ritmo, cons-
tituindo assim um ciclo, repetido no tempo. É a anaciclose. O ciclo acontece da seguinte
maneira:
Reino > Tirania > Aristocracia > Oligarquia >Oclocracia> Reino > Tirania... A passagem de
uma forma para outra parece de modo predeterminado, necessária e inderrogável. Não
pode deixar de sofrer este processo de transformação.
3. A tese principal da teoria polibiana das constituições é sem dúvida a de governo misto.
Políbio acredita na existência de uma sétima forma. É a preferência do autor e se dá por
uma constituição mista, uma síntese das três formas boas de governo. Exemplificada pela
constituição romana e pela de Esparta. Para ele, todas as constituições simples acabam por
serem todas más, uma vez q tornam-se fracas a ponto de degenerarem e serem, portanto,
instáveis, contrariando o princípio que qualifica uma constituição, o valor supremo da or-
dem. A teoria dos ciclos demonstra que as formas de governo simples são instáveis e por
isso são más. A presença simultânea dos três poderes e seu controle recíproco preserva as
constituições mistas da degeneração a que estão sujeitos os governos simples, porque im-
pede os excessos.

6 Maquiavel
A primeira grande novidade no trabalho de Maquiavel já aparece nas primeiras páginas da obra
O Príncipe, onde ele diz: “Todos os Estados que existem e já existiram são e foram sempre re-
públicas ou monarquias”. A república corresponde à democracia ou à aristocracia, a vontade
coletiva presente em uma pessoa jurídica, já a monarquia corresponde ao reino, a vontade de
um soberano, uma pessoa física. Para Maquiavel, a causa de não haver formas intermediárias é
a que a falta de estabilidade sempre leva ao caminho de uma das duas formas citadas, monar-
quia ou república.
Maquiavel discorre sobre a classificação dos principados, a primeira distinção prevista no livro é
a da hereditariedade dos príncipes, os quais tiveram o poder transmitido com base em uma lei
constitucional de sucessão; e os principados novos, os quais conquistaram o poder por quem
ainda não era um “príncipe”. Os novos principados são o assunto mais abordado em sua obra

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“O Príncipe”. Ele distingue as quatro maneiras diferentes como o poder pode ser conquistado.
Pela virtu; fortuna; violência ou consentimento dos cidadãos. Os conquistados pela virtu são
mais duradouros do que os conquistados pela fortuna. Num certo sentido, todos os príncipes
novos são ilegítimos, visto que o poder não lhes foi concebido e sim conquistado. Apesar disso,
é visível a diferença na forma que se conquistou esse poder. Entretanto, para Maquiavel, este
príncipe ilegítimo que conquista o poder por virtu, por exemplo, não tem conotação negativa e
são celebrados pelo mérito atingido.
Maquiavel parece se contradizer ao apoiar a teoria do governo misto. Entretanto essa contradi-
ção pode ser entendida pelas diferenças entre o Maquiavel historiador e político e o Maquiavel
político, conselheiro de príncipes. E ela pode ser explicada ao vermos que o importante é a
estabilidade, e as constituições intermediárias são instáveis, enquanto o governo misto seria e
equilibrado e, portanto, estável e duradouro.
Maquiavel comenta em uma de suas frases célebres que a diferença entre dois príncipes con-
siste na crueldade bem ou mal empregada do príncipe. Se for utilizada em benefício da estabili-
dade, então é bem utilizada. Já a má utilização leva a um fim miserável. Enfim, os fins justificam
os meios.
No livro Discorsi, o qual Maquiavel afirma no começo de O Príncipe já ter discutido bastante
sobre república, percebe-se uma semelhança muito grande com Políbio. A tipologia clássica
das seis formas de governo, a teoria dos ciclos e a do governo misto. Entretanto, é possível dis-
tinguir as diferenças entre os autores. Maquiavel também vê as formas simples como desvan-
tajosas por causa da instabilidade. Contudo, coloco como improvável a repetição infinita dos
ciclos, haja vista o enfraquecimento progressivo da sociedade, o que possivelmente acarretaria
em dominação estrangeira.
Maquiavel, assim como Políbio, elogia o governo misto, exaltando a constituição da república
romana. O equilibro dos três poderes, uma mistura estável resistente ao tempo.

7 Bodin
Jean Bodin (1530 – 1596) escreveu a obra de teoria política mais ampla e sistemática desde
a “Política” de Aristóteles. Há diversas semelhanças entre as duas obras, incluindo os temas
abordados. Entretanto, Bodin apresenta soluções diversas para os problemas.
Bodin passou para a história das formas de governo como teórico da soberania. Para ele, a so-
berania significa o poder absoluto e perpétuo que é próprio do Estado.
Segundo Bodin, “Quem é soberano não deve estar sujeito, de modo algum, ao comando de ou-
trem; deve poder promulgar leis para seus súditos, cancelando ou anulando as palavras inúteis
dessas leis, substituindo-as – o que não pode fazer quem está sujeito às leis ou a pessoas que
lhe imponham poder.”
Contudo, poder absoluto não quer dizer poder ilimitado. Essas leis que regem o soberano são
leis naturais e divinas. Outros limites impostos ao soberano são as leis fundamentais do Estado,
as hoje chamadas leis constitucionais. Assim, o rei fica impossibilitado de se tornar um tirano.
De acordo com este pensamento, percebe-se em Bodin a preocupação com a esfera pública e
privada, nesta última, o soberano só poderá inferir caso tenha um motivo-confisco legítimo ou
para salvação estatal. É, também, o precursor da divisão entre Estado e Governo.

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Bodin acredita na existência de três formas de governo. As clássicas: monarquia, aristocracia e


democracia. Não acredita na forma mista e diz que não se deve classificar entre formas boas e
más porque essa distinção causaria o surgimento de infinitas formas de governo. Afirma que se
reunissem as três formas de governo clássicas, o resultado não seria um governo misto, e sim
um governo da democracia. O porquê disso é que ou o povo não tem o poder de legislar (neste
caso seria aristocrático), ou este poder está com o povo, formando um Estado democrático.
Através da sua distinção entre governo e Estado, Bodin afirma que as três formas clássicas de
Estado podem se combinar com as três formas clássicas de Governo. Monarquia, Aristocracia
e Democracia. Cruzando-as, chegamos a 9 diferentes tipos. “Essa variedade de formas de go-
verno tem induzido alguns a erro, ‘levando-os a postular formas mistas de Estado’, sem per-
ceber que o governo de um Estado é coisa bem diferente da sua administração e do modo de
governá-lo”.
Essa distinção entre regime e governo, é útil para compreender a realidade complexa dos Esta-
dos sem recorrer à teoria do governo misto, que para Bodin, era pura ficção. Também permite
compreender o fenômeno das formas degeneradas, que representam não um vício da sobera-
nia em si mesma, mas do seu exercício. Cada um dos regimes pode assumir três formas diferen-
tes: real, despótica e tirânica. A real corresponde ao respeito do governante às leis da natureza
e seus súditos; a despótica, o governante assenhora os próprios súditos pela guerra justa e pelo
direito das armas; e a tirânica, o governante desrespeita as leis da natureza e abusa de seus sú-
ditos. Para ele, a corrupção não afeta o Estado e sim o Governo.
Bodin defende a monarquia despótica justificada pela aquisição de servos em “guerra justa”,
quando um povo é conquistado por outro e tem a escravidão como castigo ante a morte. Uma
crucial diferença com a tirânica é que a despótica é legítima, já a tirânica não.

8 Hobbes
“Como Bodin, Hobbes não aceita duas das teses que caracterizaram durante séculos a teoria
das formas de governo: a distinção entre as formas boas e más e o governo misto.”
“Para Hobbes também, como para Bodin, o poder soberano é absoluto. Se não fosse absoluto,
não seria soberano(...)”
Entretanto, diferentemente do capítulo anterior, Hobbes não vê limites para o poder do sobe-
rano, como as leis naturais e divinas. Ele não nega a existência, mas afirma que não se trata de
leis como as positivas, porque não são aplicadas com a força de um poder comum. Ou seja, não
há nada que o obrigue a obedecer a essas leis. “O soberano é juiz da conduta de seu súditos,
mas a conduta do soberano é julgada por ele próprio.”. Hobbes nega a diferenciação entre esfe-
ra pública e privada. “O direito de propriedade só existe m no Estado, mediante a tutela estatal;
no estado de natureza os indivíduos teriam um: ius in omnia – um direito sobre todas as coisas,
o que quer dizer que não teriam direita a nada, já que se todos têm direito a tudo, qualquer coi-
sa pertence ao mesmo tempo a mim e a ti. Só o Estado pode garantir, com sua força, superior à
força conjunta de todos os indivíduos, que o que é meu me pertença exclusivamente, assegu-
rando assim o sistema de propriedade individual”.
Para Hobbes não se designam nomes diferentes versões boas e más de cada governo, porque
essas decisões são relativas de acordo com a opinião que têm os cidadãos a respeito da pessoa
dos governantes. Não há critério objetivo para distinguir o rei do tirano.

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Sobre a monarquia despótica, Hobbes instiga a pergunta de como se diferenciar uma guerra
justa de uma injusta? O que determina a justiça de uma guerra é a vitória, o vitorioso. Esse do-
mínio é alcançado quando o derrotado declara que em trabalhará às ordens do vencedor em
troca de sua vida.
“Por que os indivíduos deixam o estado da natureza e dão vida ao estado civil com suas von-
tades concordes? A razão apresentada por Hobbes, como se sabe, é que sendo o estado da
natureza uma situação de guerra de todos contra todos, nele ninguém tem garantia da própria
vida: para salvar a vida, os indivíduos julgam necessário assim submeter-se a um poder comum
suficiente para impedir o emprego da força particular.(...)”.
“Há quem estime necessária a existência de um poder soberano no Estado, sustentando, con-
tudo que esse poder se concentrasse nas mãos de uma só pessoa, ou de uma assembléia, a
conseqüência seria, para os demais, “um Estado de opressão servil”. A fim de evitar esta degra-
dação dos cidadãos à situação de escravos do poder soberano, pensam que pode haver um Es-
tado composto das três formas de governo acima descritas, que seja contudo ao mesmo tempo
diferente de cada uma delas. Esta forma de Estado tem o nome de monarquia mista, aristocra-
cia mista ou democracia mista, segundo a forma simples que nela predomine(...)”
Hobbes pensa que o poder do soberano não pode ser dividido, a não ser pela sua destruição. A
crítica ao governo misto é ao mesmo tempo uma crítica à separação dos poderes.

9 Vico
Assim como Políbio, a teoria de Vico também é cíclica. As principais categorias que Vico procura
abranger são novamente as três formas clássicas de governo: a aristocracia, a democracia e a
monarquia; nessa ordem, diferentemente da tradicional. Vico, se comparado aos autores pas-
sados, possui visão progressista, do bom para o melhor, diferente de Platão.
“O governo aristocrático se baseia na conservação, sob a tutela da ordem dos patrícios que o
constituiu, sendo máxima essencial da sua política a de que só a patrícios sejam atribuídos os
auspícios, os poderes, a nobreza, os conúbios, as magistraturas, comandados e sacerdócios...
Constituem condições do governo popular a paridade dos sufrágios, a livre expressão das sen-
tenças e o acesso igual para todos às honrarias, sem excluir as supremas... O caráter do reino,
ou monarquia, é o domínio por um só, a quem cabe o arbítrio soberano inteiramente livre so-
bre todas as coisas”.
A tese de Vico, bastante conhecida, é de que o estado primitivo do homem foi uma “forma bes-
tial”. Uma ausência total de relações sociais, completa inexistência de vida comum, inclusive
familiar.
Vico distingue três tipos de autoridade, a monástia, econômica e civil. A primeira fala sobre o
homem primitivo, e fica assim caracterizada: “A primeira autoridade jurídica que o homem teve
na solidão pode ser chamada de monástica ou solitária. Entendo aqui igualmente por solidão
os lugares freqüentados e os desabitados, desde que neles o homem assaltado e ameaçado
não possa recorrer às leis para sua defesa... Devido à sua autoridade monástica, o homem se
torna soberano na solidão(...)”.
Esse estado de natureza descrito por Hobbes é também aquele em que cada um vive por sua
conta, e precisa cuidar da própria defesa, pelo que termina em uma guerra de todos contra

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todos. Para Vico, porém, o estado bestial é histórico, para Hobbes trata-se de uma hipótese
racional.
Entre o estado bestial e o estado de república, Vico considera que houve um estado interme-
diário, o das famílias. A primeira forma de vida associativa, que começa assim que o homem
percebe um poder divino.
Para Vico, após a autoridade monástica, vem a econômica (fase das famílias). Definida assim:
“... nasceu a autoridade econômica, ou familiar, pela qual os pais são soberanos em sua família.
A liberdade dos filhos depende do arbítrio dos pais, pelo que estes adquiriram o direito de ven-
der os filhos... Os pais têm tutela sobre os filhos como sobre sua casa e todas as suas coisas, de
que podem dispor em herança e deixar imperativamente a outrem. A passagem termina assim:
As famílias constituíram, assim, um primeiro e pequeno esboço dos governos civis”.
“Com a primeira forma de Estado se origina, depois da autoridade monástica e da econômica,
aquela forma mais complexa e completa de autoridade que Vico denomina de “autoridade ci-
vil”. A república aristocrática é portanto a primeira forma histórica de autoridade civil. Nela, a
condição de desigualdade que justifica o domínio de uma parte sobre outra não é mais a que
separa os ‘patri’dos ‘famuli, mas a que divide os patrícios dos plebeus – isto é, os que gozam de
direitos privados e públicos e os que não têm um estado jurídico definido.” Então vem a repú-
blica popular, os fundadores do Estado, união dos chefes de família.
Segundo Bobbio: “O fim da república popular, e a passagem à terceira forma de Estado – o
principado, ou monarquia – ocorre graças a razões não diversas das apontadas pelos autores
clássicos para explicar a morte natural de todas as democracias, pela degeneração da liberdade
em licenciosidade e do antagonismo criativo na contenda destrutiva das facções, com guerra
civil. Para Vico o principado surge não contra as liberdades populares, mas para protegê-las
do faccionismo, para defender o povo – poder-se-ia dizer – contra si mesmo”. Vico defende a
monarquia como a evolução da república popular, a própria república popular protegida contra
seus males.

10 Montesquieu
Montesquieu, assim como Vico, procura a existência de leis gerais que guiam a formação e o
desenvolvimento da sociedade humana. A diferença reside no fato de que Montesquieu, além
do estudo nos estados europeus, também estuda estados extra-europeus. Também estuda as
leis ao longo da história, entretanto, é sobretudo espacial ou geográfica. Está interessado pela
explicação da variedade das sociedades humanas e seus respectivos governos, não só no tem-
po, mas no espaço.
Montesquieu afirma que todos os seres do mundo (inclusive Deus) são governados por leis.
Uma lei é enunciada sempre que há relações necessárias entre dois seres, de modo que, dado
um deles, não pode deixar de existir o outro. A conseqüência disso tudo é que o mundo não é
governado por uma “cega fatalidade”.
“O mundo da inteligência está bem longe de ser tão bem governado como o mundo físico”.
Com essa frase, Montesquieu quer dizer que o fato de que o homem se inclina, pela sua própria
natureza, a desobedecer às leis naturais, tem uma conseqüência que distingue nitidamente o
mundo físico do humano: para assegurar o respeito às leis naturais, o homem foram obrigados
a dar-se outras leis (positivas). Montesquieu diz: “De modo geral, a lei é a razão humana en-

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quanto governa todos os povos da terra; e as leis políticas e civis de todas as nações não devem
ser senão os casos particulares em que se aplica essa razão humana.” A relação que existe entre
lei natural e lei positiva é como a que existe entre um princípio geral e suas aplicações práticas.
Montesquieu distingue três tipos de leis positivas: as que regulam as relações entre grupos in-
dependentes, as que regulam as relações entre governantes e as que regulam o relacionamen-
to dos governados entre si. Constituem, respectivamente, o direito das gentes (internacional),
o direito político (público) e o direito civil.
O objetivo de Montesquieu com sua obra “O Espírito das Leis” é construir uma teoria geral da
sociedade a partir da consideração do maior número possível de sociedades históricas, é expli-
car a razão de tantas sociedades diferentes, com leis positivas diferentes, culturas, ritos, costu-
mes, se as leis naturais são as mesmas. Os motivos que levam essa variedade de leis positivas,
segundo Montesquieu, são físicos, naturais, econômicos, sociais, espirituais e/ou religiosos.
As sociedades são classificadas em três tipos de governo: república, onde o povo detém o po-
der; monarquia, onde um só é responsável pelo poder, mas é regido por leis; e o despotismo,
onde uma só pessoa governa, sem leis. Ele inova ao afirmar que o governo está formulado em
dois planos. “A diferença entre a natureza do governo e seu princípio é que a natureza o faz ser
o que é, e o princípio o faz agir. A primeira corresponde a sua estrutura particular; o segundo,
às paixões humanas que o fazem mover-se.”.
Assim como Platão, Montesquieu também tem os princípios que inspiram cada uma das três
formas. Para a Monarquia, a honra. Para a República, a virtude cívica. Para o Despotismo, o
medo.
A virtude para Montesquieu, é o amor da pátria e da igualdade, não uma virtude moral ou Cris-
tã. Mas política. A mola que impulsiona a República. Ama-se a pátria como algo que é de todos.
A honra entende-se o sentimento que nos leva a executar uma boa ação exclusivamente pelo
desejo de ter ou manter uma boa reputação. É a mola que impulsiona a Monarquia. O medo do
despotismo é o sentimento humano de medo.
Montesquieu inclina-se para a monarquia. “O governo monárquico apresenta uma grande van-
tagem com relação ao despótico. Como sua natureza exige que o príncipe tenha debaixo de si
diversas ordens relativas à constituição, o Estado é mais resistente, a constituição mais inabalá-
vel, a pessoa dos governantes mais segura.”.
Essa comparação entre despotismo e monarquia apresenta a monarquia como a forma de go-
verno em que já uma faixa de poderes entre os súditos e o soberano: os “contrapoderes” que
impedem o abuso, pelo monarca, da sua própria autoridade.
O governo moderado de Montesquieu deriva da dissociação do poder do soberano e da sua
partição com base nas três funções fundamentais do Estado: a legislativa, a executiva e a judici-
ária. Funções que devem ser designadas para três pessoas diferentes. Ele afirma que a liberda-
de política se encontra nos governos moderados.

11 Despotismo
O despotismo aparece pela primeira vez com Aristóteles, Montesquieu, por sua vez, trabalha
com ela de uma forma diferente, separada da monarquia e da república. Não mais como um
gênero da monarquia, como Aristóteles, Bodin e Maquiavel trabalharam. A diferença entre

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despotismo e monarquia, para Montesquieu, está na distribuição dos poderes, que existe nas
monarquias, mas não nos regimes despóticos. Montesquieu usa o conceito de escravidão po-
lítica. Para ele, nos governos despóticos a educação precisa ser servil, no estado despótico, as
mulheres não introduzem objetos de luxo, elas mesmas são esses objetos de luxo, vivendo na
condição de extrema escravidão. Por isso, em regimes despóticos, onde há escravidão política,
a escravidão civil é mais tolerável.
Entretanto, a escravidão é apenas um ponto de um conjunto de fatores que distinguem o siste-
ma despótico, como o clima, a natureza do terreno, a extensão territorial, a índole dos habitan-
tes, o tipo de leis, a religião, etc.
Montesquieu refere-se ao despotismo oriental, da Ásia, e diz que é onde ele surge naturalmen-
te.
Nicolas Antoine Boulanger propõe uma interpretação religiosa, teocrática do despotismo. A
origem de todos os males reside na teocracia, que tem produzido no Oriente os governos des-
póticos.
Wittfogel faz uma comparação entre as sociedades policêntricas, caracterizadas por tensão en-
tre a sociedade civil e a instituição estatal e as sociedades monocêntricas, marcadas pelo pre-
domínio do Estado sobre a sociedade. Também aborda temas tradicionais como o caráter abso-
luto e total, a durabilidade, a sujeição total dos súditos ao soberano, o terror como instrumento
de domínio e o vínculo entre despotismo e teocracia.
Em todos os autores citados por Bobbio, o “despotismo oriental” é visto como uma catego-
ria negativa. Montesquieu diz “aqueles governos monstruosos” ao fazer referência ao regime.
Contudo, François Quesnay trata o despotismo oriental de uma forma positiva, o chamado des-
potismo iluminado. Diz que o único domínio que os homens devem aceitar é o da natureza.
Essas leis naturais, universais e necessárias que, muitas vezes, o homem não sabe interpretar. A
solução seria, necessariamente um príncipe que, iluminado pelos sábios, as aplicasse.
As leis positivas impostas pela autoridade soberana, não são nada além de projeções das leis
naturais. Não devem ser leis constitutivas, mas declarativas. Surge a figura do bom déspota,
concentrando o máximo de poder em suas mãos, ele pode restabelecer a ordem natural sub-
vertida pelas leis positivas inadequadas.
Dupont de Nemours vai contra Montesquieu ao afirmar que a autoridade do soberano não
deve ser dividida, seu argumento é de que a função da autoridade é zelar por todos, enquanto
cada um se ocupa dos seus próprios negócios. Por isso, vê como absurda a idéia de várias auto-
ridades. Nemours defende que a única forma de governo válida é a monarquia hereditária, pois
só ela é genuinamente despótica.
Paul-Pierre Lê Mecier de laRivière é quem expõe a idéia de bom déspota de forma mias convic-
ta. Para ele, a melhor forma de governo é “aquela que não permite que se possa tirar vantagem
de governar mal; que, ao contrário, obriga quem governa a ter no bem governar seu maior
interesse”.
“Há um despotismo legal, estabelecido natural e necessariamente com base na evidência das
leis de uma ordem essencial, e um despotismo arbitrário, produzido pela opinião que se presta
a todas as desordens, a todos os excessos de que a ignorância o torna susceptível”.

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Mably afirma que não se pode traçar uma distinção entre o despotismo legal e despotismo
arbitrário, o defeito do despotismo é a concentração do poder nas mãos de um só. O único
remédio para o despotismo é o governo misto, o qual Montesquieu chamou de governo mode-
rado. Deve existir um controle recíproco que garanta a estabilidade ao governo e liberdade aos
cidadãos, por isso, a divisão da autoridade.
“Forma-se um governo misto a fim de que ninguém se ocupe com os próprios interesses; para
que todos os membros do Estado, obrigados a ajustar-se aos interesses alheios, trabalhem para
o bem público, a despeito das suas próprias conveniências”.

12 Hegel
Encontramos em Vico e Montesquieu, respectivamente, a história e a geografia para entender-
mos a concepção histórica das formas de governo. Hegel faz uma espécie de síntese das duas.
Hegel explica que a história passou por três tipos diversos de bases geográficas: o altiplano,
grandes estepes e planuras na Ásia Central e nações pastoris; a planície fluvial, regiões de solo
fértil que levam à agricultura; e a zona costeira, onde se desenvolveu uma inclinação para o co-
mércio e novas condições ao progresso civil e de riquezas.
Como se vê as atividades pastoris, agrícola e comercial representam às três fases do desenvol-
vimento da sociedade humana, do ponto de vista econômico, correspondem também às três
regiões distintas do planeta. Além disso, o fato que as três fases da civilização correspondem a
três zonas distintas da Terra demonstra que a evolução das sociedades não ocorre apenas em
momentos sucessivos do tempo e no mesmo espaço, mas mediante um deslocamento de área
em área. Essa evolução ocorre em uma direção: para o Ocidente; assim a América é considera-
da por Hegel como “país do futuro”.
A influência de Montesquieu sobre Hegel ultrapassa a concepção geográfica do desenvolvimen-
to histórico. Tem a ver com a própria tipologia das formas de governo, são elas: o despotismo
(oriental), a república (antiga) e a monarquia (moderna).
Em seu livro “Lições de Filosofia da História”, Hegel afirma: “A história universal é o processo
mediante o qual se dá a educação do homem, que passa da fase desenfreada da vontade natu-
ral à universal, e à liberdade subjetiva. O Oriente sabia e sabe que um só é livre; o mundo grego
e romano, que alguns são livres; o mundo germânico, que todos são livres. Por isso, a primeira
forma que encontramos na história universal é o ‘despotismo’, a segunda é a ‘democracia’ e a
terceira é a ‘monarquia’”.
Para Hegel, todos os Estados do mundo percorreram as três formas de governo. Primeiramen-
te, o despotismo, instintivo; a segunda a república, órgãos democráticos, Estado livre; a ter-
ceira, a monarquia, em que o rei governa uma sociedade articulada em esferas relativamente
autônomas. Essa afirmação parece muito ser uma repetição de Montesquieu, mas existe uma
diferença fundamental: o critério usado para distinguir as três formas. Hegel não usa mais o
“quem e como”, e sim uma forma inovadora, a estrutura da sociedade em seu conjunto.
“Entende-se que se cada forma de governo é a estrutura política de uma sociedade bem deter-
minada, cada sociedade possui sua própria constituição – e não pode ter uma outra”.

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“Este é o curso abstrato ‘mas necessário’ do desenvolvimento dos Estados genuinamente au-
tônomos, de modo que deve nele aparecer, cada vez, uma constituição determinada que ‘não
dependa de escolha’, mas seja ‘a única adequada, em cada caso, ao espírito do povo’”.
Essa dependência do espírito do povo é o motivo por qual ele ataca constantemente os ilumi-
nistas, que acreditam que há uma constituição bela e perfeita que pode ser imposta a povos
diferentes. Hegel rejeita qualquer discussão sobre a melhor forma de governo.
P ode surpreender o fato de que Hegel divide as diversas épocas universais em quatro – e não
mais em três –s: o mundo oriental, o helênico, o mundo romano e o mundo germânico. Ele foi
obrigado a isso pela reflexão sobre a era imperial romana, que não encaixava na divisão antiga.
Hegel considerava o movimento histórico contínuo, e não cíclico. Todas as coisas estavam ri-
gorosamente associadas ao espaço geográfico e ao tempo histórico, de modo que não podiam
repetir-se. Sobre a quarta era, Hegel diz respeito à época imperial como uma grande transição
entre o fim do mundo antigo e o início do moderno.
Sobre a primeira época, o despotismo, corresponde ao mundo oriental. Deslocando-se do
Oriente para o Ocidente, os Estados despóticos são três: o despotismo teocrático da China, a
aristocracia teocrática da Índia e a monarquia teocrática da Pérsia. Como se vê, o caráter deter-
minante do regime despótico é a teocracia.
“Hegel chama o mundo oriental de “era infantil da história”; com isso quer dizer que na Idade
do despotismo o homem ingressa pela primeira vez na historia (antes do surgimento da primei-
ra forma de Estado não há ainda história, mas só pré-história). Contudo, embora sendo já um
mundo histórico,o universo do despotismo oriental ainda não apresenta um verdadeiro desen-
volvimento histórico, é um reino”
Antes o homem era natural, fora da história. Hegel afirma que esse homem pré-histórico é o
africano. Em sua obra, antes de citar o mundo ele dedica algumas páginas à África afirmando
que os negros são homens no estado bruto, na sua total barbárie e, por conseguinte não pos-
suem freios. O que hoje pareceriam barbáries.
A tarefa que ele se propõe, j á que recusa a discussão de melhor forma de governo, é entender
a razão das formas de governo. Isso não impede que ele defenda uma forma de Estado: a mo-
narquia constitucional. Entretanto, em várias oportunidades deixa transparecer que sua prefe-
rência pela monarquia constitucional não se deve pelo motivo de que ela seja a melhor, mas
aquele que corresponde melhor ao “espírito do tempo”.
“Monarquia constitucional, única constituição racional/ Constituição a) em grandes Estados,
b) onde o sistema da sociedade civil já se desenvolveu/ Democracia em pequenos Estados.”. O
fato dos Estados Unidos da América ser um Estado grande e democrático, não era problema,
pois, para Hegel, não constituía uma sociedade civil, sendo um Estado em formação.
A monarquia constitucional seria a forma de excelência do Estado Moderno.O aperfeiçoamen-
to do Estado em monarquia constitucional é obra do mundo moderno.
Feita a comparação da monarquia constitucional com as formas clássicas de divisão das formas
de governo, o critério de distinção é a complexidade da sociedade. As formas clássicas só se
adaptam às sociedades mais simples; enquanto a monarquia constitucional, às mais comple-
xas.

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“O caráter distintivo da monarquia constitucional não reside no fato de que governam um ,
poucos e muitos, em diferentes níveis, porém no fato, bem mais substancial de que os poderes
fundamentais do Estado estão divididos, e são exercidos por diversos órgãos”

A Monarquia Constitucional
Este apêndice trata das relações entre Montesquieu e Hegel a respeito da monarquia constitu-
cional. A constituição monárquica que Hegel e Montesquieu descrevem são muito diferentes
das descritas anteriormente nas formas clássicas de governo, elas são bem mais complexas e
articuladas. Verificando com uma postura moderna, Hegel e Montesquieu dizem a monarquia
constitucional ser a forma mais adaptada, enquanto as outras são ineficientes, em vista da falta
de articulação das formas clássicas.
A inovação de Hegel em com relação a Montesquieu, é a maneira de considerar a sociedade
moderna e suas articulações. Ele afirma que a vida social se desenvolveu tanto que acabou se
duplicando em dois aspectos que se tornaram bem diferentes, a sociedade civil e o Estado. Isso
significa que a sociedade civil, de esfera privada, funciona com interesses que são próprios e
possui sistema autônomo devido à sua dependência recíproca e objetiva. Já o Estado, funciona
de modo de unidade política, onde as diferenças sociais são articuladas e recompostas.
Para Hegel, como vimos, a monarquia constitucional é uma constituição articulada, pois reflete
a sociedade diferenciada, a sociedade moderna da época. Montesquieu difere no ponto que
tange a sociedade civil, que para ele, não é vista separada do Estado e suas diferenciações tam-
bém são distintas.
A divisão de classes é outro ponto em que há distinção, para Hegel, é vertical, baseada em
critérios socioeconômicos, já para Montesquieu é horizontal, buscando a honra. Conclui-se, en-
tão, que a desigualdade vem das particularidades de cada um e não de uma ordem anterior.
“O fato de que Montesquieu reconhece a honra como princípio da monarquia decorre do fato
de que ele tem em mente não a constituição patriarcal ou antiga, em geral, nem a que se de-
senvolve com uma constituição objetiva, ,as a monarquia ‘feudal’, enquanto as relações do seu
direito interno são concretizadas... em privilégios de indivíduos e de corporações.(...)
A idéia de liberdade é outro ponto de diferença entre os autores. Enquanto para Hegel é levar
uma vida universal, o cumprimento das leis, para Montesquieu, é a ausência de opressão e dos
abusos. Entretanto, os dois percebem que a liberdade é conquistada mediante o Estado e suas
leis. Para Hegel, elas garantem o bem comum e para Montesquieu a garantia dos privilégios.
Montesquieu pensa que a separação dos poderes é concebida como um sistema de freios para
manter o equilíbrio. Evitando assim que alguma potência ( especialmente o rei) adquira poder
grande suficiente para que esvazie as prerrogativas e os privilégios de todas as outras. Já Hegel
aceita o princípio de divisão de poderes, tendo como o objetivo a liberdade pública.
“Dentro do modelo hegeliano, o princípio da divisão dos poderes assume novo significado: não
representa um artifício concebido para prevenir os perigos dos abusos de poder, nem é algo de
mecânico ou instrumental, mas sim de orgânico.”
Os poderes compreendidos pelos dois também diferem: para Hegel, do príncipe, do governo e
legislativo. Já para Montesquieu, executivo, legislativo e judiciário. O modelo de Hegel não foi o
mais aceito. A teoria de Montesquieu teve maior influência na história.

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13 Marx
Este capítulo trata de Marx e suas concepções políticas. Marx nunca se preocupou com a dis-
tinção das formas clássicas de governo. Um motivo que explica a falta de interesse de Marx por
isto é o fato de possuir uma concepção negativa do Estado. Pensamento que vai de encontro
direto com Hegel, que considerava o Estado um momento positivo na formação do homem, e
mais do que isso, o caminho para a perfeição.
A visão negativa de Marx sobre o Estado baseia-se em dois argumentos principais, a conside-
ração do Estado como pura e simples superestrutura que reflete o estado das relações sociais
determinadas pela base econômica e a identificação do Estado como um aparelho de que se
serve a classe dominante manter o seu domínio, motivo pelo qual o fim do Estado não é um fim
nobre, como a justiça, a liberdade ou bem-estar. Por ter uma concepção negativa do Estado, a
diferenciação das formas de governo, a distinção entre formas boas e más, perde importância,
pois todas as formas são más. O que realmente é importante para Marx, assim como para En-
gels, é a relação de domínio entre classes. Nesse sentido, toda forma de governo é despótica.
Marx identifica uma forma genuína de governo, distinta do Estado representativo – o chama-
do bonapartismo. Como para ele, o Estado sempre será a ditadura da classe mais poderosa, o
bonapartismo não é diferente. Quando classes antagônicas têm praticamente a mesma for-
ça, o poder estatal assume função mediadora entre as classes, adquirindo uma “autonomia”.
Então, a burguesia para manter o seu poder social e econômico renuncia momentaneamente
ao poder político, até que a ordem seja restabelecida. Em tempos de graves tensões sociais,
esse é o único meio que dispõe a classe dominante para manter intacto seu poder econômico
e continuar a exploração de outras classes. Neste Estado, haveria uma constate disputa entre
burguesia e proletariado. A função do poder estatal seria, portanto, mediar esses conflitos. O
bonapartismo é um modelo de governo em que há uma inversão de papéis no Estado burguês.
A novidade é que o poder executivo torna-se mais importante que o legislativo.
Como já visto, para Marx, a essência do Estado é o despotismo. Marx utiliza a palavra “ditadura”
como mesma denominação. Por isto, encontra-se expressões famosas de Marx, como ditadura
da burguesia e ditadura do proletariado. A última, significa a essência de sua teoria, que resulta
da luta de classes e é o caminho para o comunismo – estágio perfeito e superior da sociedade.
Existe uma divisão da história da sociedade baseada na evolução das relações de produção.
Primeiramente, a sociedade seria escravista; logo em seguida, feudal; depois, burguesa. Na se-
qüência, estaria destinada a tornar-se socialista e, finalmente, comunista. Sempre é bom lem-
brar que a visão de Marx cabia à Europa Ocidental, classificava o modo de produção asiático a
parte, sendo ele imutável.
O auge da sociedade seria o comunismo. Ele promete uma sociedade sem classes, sem Estado,
sem poder coator e opressivo, a substituição das leis pelos costumes, liberdade e igualdade
para todos.
“Dos três tipos de Estado que Marx enumera, só o terceiro – o Estado Representativo – pode
ser considerado como uma forma de governo. Os outros dois – o Estado escravista e feudal - se
caracterizam não pela forma de governo (...) mas pelo tipo de sociedade que refletem, pelo
tipo de relações de produção, que como Estado, pretendem perpetuar.”
Marx foi muito influenciado pela Comuna de Paris, ele rasga elogios e aponta certos pontos que
seriam importantes à melhor forma de governo, baseando-se no exemplo francês: a supressão

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dos chamados corpos separados como o exército e a polícia; a transformação da administração
pública, da “burocracia” em corpos agentes responsáveis e demissíveis, a serviço do poder po-
pular; extensão do princípio da eletividade e, portanto, da representação, sempre revogável, a
outras funções públicas, como juiz; eliminação do mandato imperativo, isto é, obrigação de os
representantes seguirem as instruções de seus eleitores sob pena de revogação do mandato e
amplo processo de descentralização, de modo a reduzir o mínimo o poder central do Estado.
Percebe-se assim, que para Marx, a melhor forma de governo é aquela que agiliza o processo
de extinção do Estado. Essa melhor forma de governo, a fase de transição, corresponde ao mo-
mento de transição, a ditadura do proletariado.

14 A Ditadura
Como já visto, na linguagem marxista, ditadura é um sinônimo de despotismo, tirania. Deno-
mina-se como tal, um governo absoluto, exclusivo, pessoal, moral e juridicamente condenável.
Como exemplo, pode-se citar ditaduras como o fascismo italiano, nazismo alemão, stalinismo,
Pinochet no Chile e os coronéis gregos.
O emprego de “ditadura” como “tirania” e “despotismo” veio da Antiguidade clássica, do mun-
do romano. Em Roma, o ditador era nomeado em circustânciasextraordinárias , por um dos
cônsules, em casos de guerra ou rebelião e detinha poderes extraordinários.
A ditadura romana tinha as seguintes características: a) Estado de necessidade, no que concer-
ne à legitimação; b) Excepcionalidade dos poderes, consistindo sobretudo na suspensão das
garantias constitucionais ordinárias; c) Unidade de comando (O ditador é sempre um indivíduo)
d) Caráter temporário da função.
Consegue-se diferenciar assim, ditadura, tirania e despotismo. Houve em Roma, uma magistra-
tura monocrática, uma vez que a verdadeira tirania não faz uso da legitimação do poder. Não
poderia ser chamada de despotismo, que apesar de legítimo, não é temporário, pelo contrário.
Por isso, o utilizamos o termo ditadura, como poder legítimo, mas temporário.
A ditadura, portanto, era vista como forma positiva de governo, uma vez que esse poder era
limitado. Maquiavel ressalta ainda que o ditador tinha seu poder limitado ao executivo, nada
podia fazer sobrepondo-se ao Estado, ao legislativo. Bodin também defende a ditadura, alegan-
do que o ditador não era o soberano, que na verdade era de quem o escolhia.
Rousseau diz que nem sempre a lei pode prever tudo, e sua suspensão é justificada em certos
casos. Neste momento, a ditadura é necessária para manter a segurança pública. Rousseau
ressalta o caráter temporário da ditadura – em situações excepcionais – e a limitação do poder
ditatorial ao executivo, com o argumento de que o ditador pode fazer calar as leis, mas não
pode fazê-las falar.
Carl Schmitt chama a ditadura convencional de “comissária”, a que tem o intuito de suspender
a Constituição para defendê-la. Classifica, porém de “soberana”, a ditadura que tem o intuito
de alterar a constituição. Como exemplo: a Revolução Francesa com a suspensão da Consti-
tuição de 1793, que não voltou a vigorar. A ditadura soberana perde seu caráter monocrático,
como na ditadura jacobina, que foi representada por um comitê. E assim, inicia-se o conceito
marxista de ditadura do proletário ou da burguesia. Pois além de ser representada inteiramen-

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ATA – Administração Pública Brasileira – Prof. Cássio Albernaz

te por uma classe social, o poder dessa ditadura é de grande extensão, tomando parte do legis-
lador também.
Caso seja feita uma análise do ponto de vista dos autores que defendem a ditadura clássica,
a ditadura soberana deveria ser chamada tirânica, devido ao seu poder extraconstitucional e
constituinte, e não mais constituído. Na história da ditadura moderna há também o exemplo
da Conspiração dos Iguais, por Babeuf e Buonarroti. Eles pregavam um governo revolucionário
de poucas pessoas, como a ditadura soberana de Schmitt. O objetivo final era um socialismo
igualitário. Para isso, era necessário um período de ditadura para que fosse estabelecida ordem
até a instituição de um governo igualitário.
Ao final, conclui-se que para haja a formação de uma nova constituição, é necessário que se
estabeleça um governo reformista ou revolucionário ditatorial.

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Administração Pública Brasileira

Professora Giovanna Carranza

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Edital

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA BRASILEIRA: Análise Crítica aos Modelos de Gestão Pública: patri-
monialista, burocrático e gerencial. Medidas Organizacionais para o Aprimoramento da Admi-
nistração Pública Federal. Manual de Orientação para Arranjo Institucional de Órgãos e Entida-
des da Administração Pública Federal.

BANCA: ESAF
CARGO: Assistente Técnico Administrativo

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Administração Pública Brasileira

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

De acordo com Di Pietro, Administração Pública em sentido subjetivo (formal) é o conjunto de


entes (pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos) que tem a incumbência de exercer uma das
funções do Estado: a função administrativa, ou seja, é o conjunto de órgãos instituídos para
consecução dos objetivos do governo.
No sentido objetivo (material), designa a natureza da atividade exercida pelos referidos entes;
nesse sentido, a Administração Pública é a própria função administrativa que incumbe, predo-
minantemente, ao Poder Executivo; é o conj. das funções necessárias aos serviços públicos em
geral; em acepção operacional, é o desempenho perene e sistemático, legal e técnico, dos ser-
viços próprios do Estado ou por ele assumidos em benefício da coletividade; numa visão global,
a Administração Pública é, pois, todo o aparelhamento do Estado preordenado à realização de
seus serviços, visando à satisfação das necessidades coletivas.

Conceitos Básicos

A Administração (do latim: administratione) é o conjunto de atividades voltadas à direção de


uma organização utilizando-se de técnicas de gestão para que alcance seus objetivos de forma
eficaz, com responsabilidade social e ambiental.
E o que são as organizações?
Segundo a nossa banca favorita, o Cespe, “uma organização é o produto da combinação de es-
forços individuais, visando à realização de propósitos coletivos. Por meio de uma organização, é
possível perseguir ou alcançar objetivos que seriam inatingíveis para uma pessoa”.
Organizações são, portanto, empreendimentos coletivos, com um fim comum. No sentido clás-
sico da Administração Geral, podem ser analisados como organizações: as empresas (uma pa-
daria ou o Google), os órgãos públicos, partidos políticos, igrejas, associações de bairro e ou-
tros agrupamentos humanos.
Uma característica essencial das organizações é que elas são sistemas sociais, com divisão de
tarefas.
Lacombe (2003, p.4) diz que a essência do trabalho do administrador é obter resultados por
meio das pessoas que ele coordena. A partir desse raciocínio de Lacombe, temos o papel do
"Gestor Administrativo" que, com sua capacidade de gestão com as pessoas, consegue obter os
resultados esperados. Drucker (1998, p. 2) diz que administrar é manter as organizações coe-
sas, fazendo-as funcionar.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1143
Administrar como processo significa planejar, organizar, dirigir e controlar organizações e/ou
tarefas, tendo como objetivo maior produtividade e/ou lucratividade. Para se chegar a isto, o
administrador avalia os objetivos organizacionais e desenvolve as estratégias necessárias para
alcançá-los. Este profissional, no entanto, não tem apenas função teórica, ele é responsável
pela implantação de tudo que planejou e, portanto, vai ser aquele que define os programas
e métodos de trabalho, avaliando os resultados e corrigindo os setores e procedimentos que
estiverem com problemas. Como é função do administrador que a produtividade e/ou lucros
sejam altos, ele também terá a função de fiscalizar a produção e, para isto, é necessário que
fiscalize cada etapa do processo, controlando inclusive os equipamentos e materiais envolvidos
na produção, para evitar desperdícios e prejuízos para a organização.

Porque a Administração é importante?

A realidade das empresas de hoje é muito diferente das empresas administradas no passado.
Com o surgimento de várias inovações tecnológicas e com o próprio desenvolvimento intelectual
do homem é necessário muito mais do que intuição e percepção das oportunidades. A adminis-
tração necessita de um amplo conhecimento e a aplicação correta dos princípios técnicos até ago-
ra formulados, a necessidade de combinar os meios e objetivos com eficiência e eficácia.

Principais funções administrativas

•• Fixar objetivos
•• Analisar: conhecer os problemas.
•• Solucionar problemas
•• Organizar e alocar recursos (financeiros, materiais, ambientais, humanos e tecnológicos).
•• Comunicar, dirigir e motivar as pessoas (liderar)
•• Negociar
•• Tomar as decisões.
•• Mensurar e avaliar (controlar).

Objetivos e Metas
Objetivo é um resultado desejado que se pretende alcançar dentro de um determinado perí-
odo de tempo. Os objetivos organizacionais podem ser rotineiros, inovadores e de aperfeiçoa-
mento. A partir dos objetivos se estabelece a estratégia adequada para alcançá-los. Enquanto
os objetivos são qualitativos, as metas são quantitativas. Ex: Uma determinada empresa es-
tabeleceu como objetivo aumentar as vendas, e a meta é de R$ 500.000,00 (quinhentos mil
reais), os objetivos só serão alcançados se as vendas chegarem às metas estabelecidas.

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ATA – Administração Pública Brasileira – Profª Giovanna Carranza

Estratégias

Estratégia organizacional refere-se ao comportamento global e integrado da empresa em re-


lação ao ambiente externo. A estratégia é formulada a partir da missão, visão e objetivos or-
ganizacionais, da análise ambiental (o que há no ambiente) e da análise organizacional (o que
temos na empresa) para definir o que devemos fazer. A estratégia é a maneira racional de apro-
veitar as oportunidades externas e de neutralizar as ameaças externas, bem como de aprovei-
tar as forças potenciais internas e neutralizar as fraquezas potenciais internas.
Geralmente, a estratégia organizacional envolve os seguintes aspectos fundamentais:
•• É definida pelo nível institucional da organização
•• É projetada a longo prazo e define o futuro e destino da organização
•• Envolve a empresa na sua totalidade
•• É um mecanismo de aprendizagem organizacional

Missão e Visão

As organizações não existem a esmo. Todas elas têm uma missão a cumprir. Missão significa
uma incumbência que se recebe, a razão de existência de uma organização. A missão funciona
como o propósito orientador para as atividades de uma organização e para aglutinar os esfor-
ços dos seus membros. Enquanto a missão define o credo da organização, a visão define o que
a organização pretende ser no futuro.
A visão funciona como o projeto do que a organização gostaria de ser, ou seja, define os objeti-
vos organizacionais mais relevantes.

Politicas Organizacionais

Apesar de seu uso corriqueiro, a maioria das pessoas encontra dificuldades em expressar o
significado da palavra “política”, sendo que as definições apresentadas pelos especialistas
contribuem ainda mais para aumentar a confusão, em virtude de muitas vezes mostrarem-se
conflitantes, o que dificulta grandemente o entendimento do termo. Apesar de todas essas
contradições, torna-se necessário, entretanto, sair do senso comum e abordar o assunto de
forma mais estruturada e científica, de modo a melhorar sua compreensão no contexto das
organizações de trabalho, o que vem ocorrendo por meio do estudo do construto “políticas
organizacionais”.
Uma das primeiras abordagens a esse fenômeno foi realizada por BURNS (1961, citado por KA-
CMAR & BARON, 1999), ao considerar político “o uso do comportamento alheio como recurso
em situações competitivas” (p. 39). Desde então, várias foram as definições oferecidas para a
expressão políticas organizacionais.
Para o seu concurso Políticas Organizacionais são normas orientadoras do comportamento
para o auxilio no alcance das metas.

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Cultura organizacional
A cultura organizacional ou cultura corporativa é o conjunto de hábitos e crenças estabeleci-
dos através de normas, valores, atitudes e expectativas compartilhados por todos os membros
da organização. Ela refere-se ao sistema de significados compartilhados por todos os membros
e que distingue uma organização das demais.

Clima organizacional

A definição mais usada de Clima Organizacional é a de um conjunto de propriedades mensurá-


veis do ambiente de trabalho percebido, direta ou indiretamente pelos indivíduos que vivem e
trabalham neste ambiente e que influencia a motivação e o comportamento dessas pessoas.
Clima Organizacional é o indicador de satisfação dos membros de uma empresa, em relação a dife-
rentes aspectos da cultura ou realidade aparente da organização, tais como: políticas de RH, modelo
de gestão, processo de comunicação, valorização profissional e identificação com a empresa.
A apuração do nível de satisfação dos colaboradores, se faz necessária para:

•• Indicar e apoiar as decisões dos gestores;


•• Mensurar como está a qualidade de vida no trabalho dos colaboradores.

Assim, se a qualidade do trabalho for pobre, conduzirá à alienação do empregado e à insatisfa-


ção, à má vontade, ao declínio da produtividade, à comportamentos contraproducentes (como
absenteísmo, rotatividade, roubo, sabotagem, militância sindical etc.)
Estabelecer referências confiáveis sobre um ambiente específico para implementar ações, onde
cresça a motivação, gerando um espírito participativo, efetivo, levando a empresa a atingir ex-
celentes níveis de produtividade e comprometimento.
O clima organizacional é uma variável que influi diretamente na produtividade, pois o grau de
salubridade de uma organização depende de sua atmosfera psicológica. Esta atmosfera é fruto
do conjunto de percepções das pessoas que compartilham seu dia-a-dia com a organização.
Se a qualidade do trabalho for boa, conduzirá a um clima de confiança e respeito mútuo, no
qual o indivíduo tenderá a aumentar suas contribuições e elevar suas oportunidades de êxito
psicológico e a administração tenderá a reduzir mecanismos rígidos de controle social.

Clientes internos e externos


É todo aquele (pessoas, segmentos e organização) que mantém contato com a empresa ou
a quem você direciona seus serviços e/ou produtos. Somente o cliente pode determinar se a
qualidade de um serviço é boa ou não é e dizer-nos que quem ou com quem. São identificados
como:
Cliente Externo: Também conhecidos como clientes finais; são os que mantém financeiramente
a organização, adquirindo produtos ou serviços;

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Cliente Interno: É o nosso Diretor, Gerente, Chefe ou Colega do Trabalho. São as pessoas a quem
direcionamos os nossos serviços ou que recebe algum tipo de produto, necessário a realização
do nosso trabalho.
Os clientes internos devem estar comprometidos, treinados e motivados, para que atendam
de forma satisfeita os clientes externos e estes mantenham um forte relacionamento de longo
prazo com a empresa. Além disso, a empresa precisa saber o que esses clientes esperam e de-
sejam para satisfazer suas expectativas. E utilizam as pesquisas de satisfação para saber o que
esses clientes pensam a respeito dos serviços.

Centralização e Descentralização
Vantagens da Centralização:
1. as decisões são tornadas por administradores que tem urna visão global da empresa;
2. tomadores de decisão situados no topo e geralmente melhor treinados e preparados do
que os que estão nos níveis mais baixos;
3. eliminação dos esforços duplicados reduz os custos operacionais;
4. certas funções – como compras – quando centralizadas, provocam maior especialização e
aumento de habilidades;

5. decisões são mais consistentes com os objetivos empresariais.

Desvantagens da Centralização:

1. as decisões não são tomadas por administradores que estão próximos dos fatos;
2. tomadores de decisão situados no topo raramente têm contato com as situações e os tra-
balhadores envolvidos;
3. as linhas de comunicação mais distanciadas provocam demoras prolongadas;
4. administradores nos níveis mais baixos são frustrados, porque estão fora do processo decisório.

Vantagens da descentralização:

1. decisões são tomadas mais rapidamente pelos próprios executores;

2. tomadores de decisão são os que têm mais informação sobre a situação;

3. maior envolvimento na tomada de decisões cria maior moral e motivação entre os adminis-
tradores médios;

4. proporciona bom treinamento para os administradores médios.

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Desvantagens da descentralização:

1. pode ocorrer a falta de informação e coordenação entre departamentos;


2. maior custo por administrador devido ao melhor treinamento, melhor salário dos adminis-
tradores nos níveis mais baixos;
3. administradores tendem a uma visão estreita e podem defender mais o sucesso de seus
departamentos em detrimento da empresa como um todo;
4. políticas e procedimentos podem variar enormemente nos diversos departamentos.

Eficiência e Eficácia Organizacionais


Dois conceitos simples:
→ Eficiência – fazer certo.
→ Eficácia – fazer a coisa certa.

Exemplo:

Suponha que o Gerente Publicitário de uma empresa de cartões de crédito tem planos para
aumentar o número de associados que se beneficiam com o cartão oferecido.
Procurando atingir um público que pode adquirir o cartão, ele elabora um material que será re-
metido pelo correio a centenas de residências. Visando comunicar a existência do cartão, as van-
tagens que este oferece e os benefícios para o associado, o gerente elabora uma carta e prospec-
tos contendo fotos e desenhos coloridos. Tudo feito utilizando recursos de computação gráfica.
Centenas de correspondências com esse material são remetidas. É esperado um aumento do
número de associados em torno de 4% em 2 meses.
Passado esse período, verificou-se que o número de associados subiu apenas 1,5 %. A ideia da
emissão desse material via correio não atingiu plenamente o objetivo.
Observamos que o Gerente, no momento em que elaborou a carta e os prospectos fez um excelente
trabalho. Havia clareza de comunicação, ilustrações e fotos expositivas que complementavam as
informações. Utilizou-se papel metalizado com impressões em fotolito. Um trabalho de boa qualida-
de, porém a ideia não atingiu o objetivo almejado, que seria alcançar 4% no aumento de associados.
Podemos afirmar, então, que o Gerente Publicitário foi eficiente, porém não foi eficaz. Ao mon-
tar a carta e os prospectos, realizou uma boa tarefa, "fez tudo certo". Apesar do material apre-
sentar boa qualidade, não foi uma ideia que conseguiu atrair o número desejado de novos as-
sociados. Não atingiu o objetivo. A ideia do envio dessa correspondência não foi "a coisa certa
a ser feita" a fim de conseguir 4% de aumento do número de associados. Uma ideia melhor
poderia ter sido, talvez, fazer anúncios em revistas, jornais, TV, etc.
Eficiência significa fazer um trabalho correto, sem erros e de boa qualidade. Eficácia é fazer um
trabalho que atinja um resultado esperado.
Ao elaborar um material excelente, o Gerente foi eficiente, mas esse trabalho não alcançou os
resultados esperados, então não foi eficaz.

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Um administrador, no decorrer de suas atividades, deve alcançar, ao mesmo tempo, a eficiên-


cia e a eficácia. Primeiro seu trabalho precisa alcançar o que se espera, os objetivos almejados,
e esse trabalho não deve conter erros demasiados. Deve estar o mais correto possível.
Se o administrador é eficaz, mas não é eficiente, ou seja, faz o trabalho certo para alcançar uma
meta, mas esse trabalho apresenta diversos erros, então os objetivos têm chances remotas de
serem alcançados.
Se o administrador é eficiente, mas não é eficaz, ou seja, faz os seus trabalhos com um mínimo
de erros, mas nunca realiza um trabalho que levará ao alcance das metas, então os objetivos
nunca serão alcançados.

O administrador que é eficiente, porém não é eficaz, nunca alcança os resultados, ao passo
que, aquele que é eficaz, mas não é eficiente, tem algumas chances de atingir bons resultados.
Por fim, o administrador que é eficiente e é eficaz sempre atinge resultados positivos.

Administrador Eficiente Administrador Eficaz


Faz as coisas de maneira certa Faz as coisas certas
Resolve os problemas Produz alternativas criativas
Cuida dos recursos Alcança objetivos
Cumpre seu dever Obtém resultados
Reduz custos Aumenta os lucros

As funções do administrador: planejamento, organização, direção e controle.

1. Planejar – definido como o ato de visualizar o futuro e traçar programas de ação.


2. Organizar – definido como o ato de compor a estrutura funcional da empresa.
3. Direção – definido como o ato de orientar e dirigir o pessoal.
4. Controlar – definido como o ato de verificar se as ações estão ocorrendo dentro das nor-
mas estabelecidas.

Planejamento

Planejamento é um processo que consiste em um conjunto de ações intencionais, integradas,


coordenadas e orientadas para tornar realidade um objetivo futuro, de forma a possibilitar a
tomada de decisões antecipadamente. Essas ações devem ser identificadas de modo a permi-

www.acasadoconcurseiro.com.br 1149
tir que elas sejam executadas adequadamente e considerando aspectos como prazo, custos,
qualidade, segurança, desempenho e outras condicionantes. Um planejamento bem realizado
oferece inúmeras vantagens, tais como:

•• permite controle apropriado;


•• produtos e serviços entregues conforme requisitos exigidos pelo cliente;
•• melhor coordenação das interfaces do projeto;
•• possibilita resolução antecipada de problemas e conflitos; e
•• propicia um grau mais elevado de assertividade nas tomadas de decisão.

PETER DRUCKER
Analisando estritamente o planejamento público, podemos citar que ele é motivado por:
•• Falhas no mercado: o sistema de mercado não pode ser capaz de resolver sozinho todos os
problemas econômicos de uma população, como a existência de monopólios ou a falta de
capital para atividades estratégicas.
•• Subdesenvolvimento econômico: em países subdesenvolvidos, o planejamento público
pode ser justificado pela busca, por parte da sociedade, de fatos econômicos que possibili-
tem um rápido desenvolvimento.
Em termos de planejamento governamental, em vez do planejamento tradicional, que valoriza o
produto e o plano, faz-se uso do planejamento estratégico, que destaca o processo. Um governo
que elabore objetivos em conjunto com a sociedade (planejamento com ênfase nas necessidades
dos atores sociais – stakeholders) faz uma política de melhor qualidade e, quanto maior a governabi-
lidade decorrente da boa atuação política, mais factível torna-se a execução do planejamento.
As atividades de planejamento podem ser separadas em dois subconjuntos:
•• Diagnóstico: atividades que têm por objetivo analisar o passado e o presente, que ofere-
cem os dados e os fatos históricos que servirão como base para o planejamento.
A Análise SWOT é uma ferramenta utilizada para fazer análise de cenário (ou análise de am-
biente), sendo usada como base para gestão e planejamento estratégico de uma corporação ou
empresa, mas podendo, devido a sua simplicidade, ser utilizada para qualquer tipo de análise
de cenário, desde a criação de um blog até a gestão de uma multinacional.
A Análise SWOT é um sistema simples para posicionar ou verificar a posição estratégica da em-
presa no ambiente em questão. A técnica é creditada a Albert Humphrey, que liderou um pro-
jeto de pesquisa na Universidade de Stanford nas décadas de 1960 e 1970, usando dados da
revista Fortune das 500 maiores corporações.

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ATA – Administração Pública Brasileira – Profª Giovanna Carranza

O termo SWOT é uma sigla oriunda do idioma inglês e significa Forças (Strengths), Fraquezas
(Weaknesses), Oportunidades (Opportunities) e Ameaças (Threats).
Essa análise de cenário se divide em:
Ambiente interno (Forças e Fraquezas) – Principais aspectos, o que diferencia a empresa dos
seus concorrentes (decisões e níveis de performance que se pode gerir).
Ambiente externo (Oportunidades e Ameaças) – Corresponde às perspectivas de evolução de
mercado; fatores provenientes de mercado e meio envolvente (decisões e circunstâncias exter-
nas ao poder de decisão da empresa).
As forças e fraquezas são determinadas pela posição atual da empresa e se relacionam, quase
sempre, a fatores internos. Já as oportunidades e ameaças são antecipações do futuro e estão
relacionadas a fatores externos.

O ambiente interno pode ser controlado pelos dirigentes da empresa, uma vez que ele é re-
sultado das estratégias de atuação definidas pelos próprios membros da organização. Desta
forma, durante a análise, quando for percebido um ponto forte, ele deve ser ressaltado ao má-
ximo e, quando for percebido um ponto fraco, a organização deve agir para controlá-lo ou, pelo
menos, minimizar seu efeito.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1151
Já o ambiente externo está totalmente fora do controle da organização. Mas, apesar de não
poder controlá-lo, a empresa deve conhecê-lo e monitorá-lo com frequência de forma a apro-
veitar as oportunidades e evitar as ameaças. Evitar ameaças nem sempre é possível, no entanto
pode-se fazer um planejamento para enfrentá-las, minimizando seus efeitos.
A combinação desses dois ambientes (interno e externo) e das suas variáveis (Forças e Fraque-
zas, Oportunidades e Ameaças) vão facilitar a análise e a procura para tomada de decisões na
definição das estratégias de negócios da empresa.
Forças e Oportunidades – Tirar o máximo partido dos pontos fortes para aproveitar ao máximo
as oportunidades detectadas.
Forças e Ameaças – Tirar o máximo partido dos pontos fortes para minimizar os efeitos das
ameaças detectadas.
Fraquezas e Oportunidades – Desenvolver estratégias que minimizem os efeitos negativos dos
pontos fracos e que, em simultâneo, aproveitem as oportunidades detectadas.
Fraquezas e Ameaças – As estratégias a adotar devem minimizar ou ultrapassar os pontos fra-
cos e, tanto quanto possível, fazer face às ameaças.
Como podemos verificar, a matriz SWOT ajuda a empresa na tomada de decisão para poder
maximizar as oportunidades do ambiente em torno dos seus pontos fortes, minimizar os pon-
tos fracos e reduzir os efeitos dos pontos fracos das ameaças.
Devendo essa análise ser complementada com um quadro que ajude a identificar qual o impac-
to (elevado, médio e fraco) que os fatores podem ter no negócio e qual a tendência (melhorar,
manter e piorar) futura que esses fatores têm no negócio.

•• Prognóstico: atividades que visam o comportamento futuro da economia, empresa, orga-


nização, etc.

Passos do planejamento

1. Definir objetivos;

2. Verificar qual é a situação atual em relação aos objetivos;

3. Desenvolver premissas quanto às condições futuras;

4. Analisar as alternativas de ação;

5. Escolher um curso de ação entre as várias alternativas;

6. Implementar o plano e avaliar os resultados.

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ATA – Administração Pública Brasileira – Profª Giovanna Carranza

Níveis Organizacionais

Nível Conteúdo Tempo Amplitude


Macro-orientado:
Estratégico Genérico e abrangente Longo prazo aborda a empresa
como uma totalidade
Aborda cada unidade
Menos genérico e mais
Tático Médio Prazo da empresa separada-
detalhado
mente
Micro-orientado: abor-
Operacional Detalhado e específico Curto Prazo da apenas cada tarefa
ou operação

Organização

Em sentido geral, organização é o modo como se organiza um sistema. É a forma escolhida para
arranjar, dispor ou classificar objetos, documentos e informações.
Em Administração, organização tem dois sentidos:

1. Grupo de indivíduos associados com um objetivo comum. Exemplo: empresas, associa-


ções, órgãos do governo, ou seja, qualquer entidade pública ou privada. As organizações
são compostas de estrutura física, tecnológica e pessoas.
2. Modo como foi estruturado, dividido e sequenciado o trabalho.

Segundo Montana (2003, p. 170), organizar é o processo de reunir recursos físicos e humanos
essenciais à consecução dos objetivos de uma empresa.
A estrutura de uma organização é representada através do seu organograma.
Uma organização é formada pela soma de pessoas, máquinas e outros equipamentos, recursos
financeiros e outros. A organização, então, é o resultado da combinação de todos esses
elementos orientados a um objetivo comum.
Organizar compreende atribuir responsabilidades às pessoas e atividades aos órgãos (unidades
administrativas). A forma de organizar esses orgãos chama-se de departamentalização.

Formas de Organização

•• Organização formal – deliberada pelos administradores, segundo o planejamento adequado.


•• Organização informal – iniciativa das pessoas de acordo com seus interesses ou conveniências.

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O aspecto formal da organização abrange problemas de estruturas, normas, métodos e pro-
cessos de trabalho, como concebidos pelos criadores da organização. Por outro lado, quase
sempre, o quadro real do comportamento e de reações apresentadas pelos membros de uma
organização se afasta, ligeira ou amplamente, do plano formal de duas maneiras:

•• O plano formal pode estar incompleto – pode não compreender integralmente o padrão
de comportamento efetivamente seguido e algumas partes do padrão de comportamento
podem estar em contradição com o plano.
•• Assim, emerge o outro ângulo, a organização informal, que envolve o padrão de compor-
tamento adotado – a maneira pela qual os membros da organização realmente se compor-
tam, à medida que esses padrões não coincidem com o plano formal.

Segundo Chester Bernard, a organização formal é um sistema de atitudes ou de forças de duas


ou mais pessoas, coincidentemente coordenadas, enquanto a organização informal é um agre-
gado de contatos e integrações pessoais e os agrupamentos de pessoas associadas.
A distinção entre a organização formal e a informal é, enquanto a primeira é uma organização
planejada e a segunda constitui o resultado da interação espontânea dos membros da organi-
zação, o impacto das personalidades dos atores sobre os papéis que lhe foram destinados. Por-
tanto não existe organização formal sem a sua informal contrapartida, pois o plano administra-
tivo formal não reflete adequada ou completamente a organização à qual se refere, pela razão
óbvia que de nenhum plano abstrato pode descrever exaustivamente uma totalidade empírica.
Embora os objetivos de uma organização formal sejam mais explícitos, algumas vezes pode
ocorrer que a estrutura informal tenha uma influência tão penetrante que leve a uma definição
da estrutura formal. Não se deve esquecer que a estrutura informal pode tornar-se uma com-
petidora em vez de um complemento da estrutura formal.

Direção

Para o empregado de hoje, ter sucesso significa alcançar a realização pessoal, social e financei-
ra, ser interdependente, contribuir para a solução de problemas, encontrar desafios e atingir
metas. As pessoas querem sentir que seus esforços são valorizados e que seu trabalho é o dife-
rencial que contribui para o sucesso da empresa em que trabalham.
O líder de hoje pode se pergu ntar: “Quais as habilidades essenciais que preciso ter para obter
a lealdade e o comprometimento da minha equipe? Como posso ser ainda mais útil com cada
pessoa do meu time? ”.
Esse assunto será aprofundado na aula de liderança, com a intenção de estimular seu pensamento
e suas ações, desenvolvendo as habilidades necessárias para adotar comportamentos de liderança
e, ao mesmo tempo, se dar bem na prova de Gestão, pois esse tema é muito cobrado em concursos.
A fim de conquistar o comprometimento de uma equipe, é necessário que o líder inspire – e
não exija – respeito e confiança. Cada pessoa se compromete quando é tratada como se fizesse
parte da equipe – quando sabe que sua contribuição é importante. Quando a pessoa percebe
que é considerada, compreendida e reconhecida, sua percepção de comprometimento cresce.

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Um líder que forma outros líderes ensina que são seis os passos que criam condições para o
desenvolvimento da lealdade e do comprometimento:

1. Comunicação franca e aberta


2. Envolvimento e potencialização dos colaboradores
3. Desenvolvimento profissional e pessoal dos colaboradores
4. Demonstrar o reconhecimento
5. Liderar com ética e imparcialidade
6. Promover o bem-estar no ambiente de trabalho

A liderança nas empresas pode ser de duas maneiras:

a) liderança decorrente de uma função (cargo com autoridade de decisão);


b) liderança como uma qualidade pessoal (conjunto de atributos e atitudes que tornam uma
pessoa um líder).

Diferença entre PODER e AUTORIDADE

Manda quem pode, obedece quem tem juízo.


Quantas vezes você já ouviu (ou disse) essa resignada frase? Independentemente da situação
ou do motivo, uma coisa é certa: alguém estava fazendo alguma coisa contrariado e, conse-
quentemente, de má vontade. Possivelmente imaginando que era uma tarefa menor, sem valor
nem sentido, ou que deveria ser feita por outra pessoa. Ou tudo isso junto.
Dilemas assim surgem quando você tem que seguir uma ordem só porque alguém quer assim
– em vez de concordar que essa é a coisa certa a fazer*. É aí que começam as confusões entre
poder e autoridade.
Para muita gente, ambas as palavras são sinônimas ou seus significados são tão parecidos que
não faz muito sentido separá-los. Mas entender tais diferenças pode nos possibilitar enxergar a
liderança de outra forma. Para melhor ou para pior.
Partindo do termo mais amplo, poder traduz-se na “habilidade de influenciar outras pessoas.
Nas organizações, isso muitas vezes significa fazer com que as tarefas sejam realizadas (…) ape-
sar da resistência dos outros”. A maneira de se alcançar isso é que pode variar de acordo com
as ferramentas empregadas. Uma delas é a autoridade, ou o poder legítimo que, pela força da
hierarquia, determina que pessoas sigam ordens.
Em bom corporativês, a autoridade espelha as linhas de comando explícitas num organograma:
o presidente manda nos diretores, que dão ordens aos gerentes, que são atendidos pelos
analistas, que distribuem tarefas aos estagiários – que obedecem, fazer o quê?

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Controle

Controle é uma das funções que compõem o processo administrativo. A função controlar consiste
em averiguar se as atividades efetivas estão de acordo com as atividades que foram planejadas.
Oliveira (2005, p.427) explica que controlar é comparar o resultado das ações com padrões pre-
viamente estabelecidos, com a finalidade de corrigi-las se necessário.
A função administrativa de controle está relacionada com a maneira pela qual os objetivos de-
vem ser alcançados através da atividade das pessoas que compõem a organização. O plane-
jamento serve para definir os objetivos, traçar as estratégias para alcançá-los e estabelecer o
plano de ação. A organização serve para estruturar as pessoas e recursos de maneira a se tra-
balhar de forma organizada e racional. A direção mostra os rumos e dinamiza as pessoas para
que utilizem os recursos da melhor maneira possível. Por fim, o controle serve para que tudo
funcione da maneira certa e no tempo certo.
Nesse sentido, o controle consiste basicamente em um processo que guia a atividade exercida
para um fim previamente determinado. O processo de controle tem quatro etapas ou fases:
•• Estabelecimento de objetivos ou padrões de desempenho.

•• Avaliação ou mensuração do desempenho atual.

•• Comparação do desempenho atual com os objetivos ou padrões estabelecidos.

•• Tomada de ação corretiva para corrigir possíveis desvios ou anormalidades.

O processo de controle se caracteriza pelo seu aspecto cíclico e repetitivo. Na verdade, o con-
trole deve ser visualizado como um processo sistêmico em que cada etapa influencia e é in-
fluenciada pelas demais.

Características do Controle
O administrador deve compreender que um sistema eficaz de controle precisa reunir os seguin-
tes aspectos:
•• Orientação estratégica para resultados: o controle deve apoiar planos estratégicos e foca-
lizar as atividades essenciais que fazem a real diferença para a organização.
•• Compreensão: o controle deve apoiar o processo de tomada de decisões apresentando da-
dos em termos compreensíveis. O controle deve evitar relatórios complicados e estatísticas
enganosas.
•• Orientação rápida para as exceções: o controle deve indicar os desvios rapidamente, atra-
vés de uma visão panorâmica sobre o local em que estão ocorrendo e o que deve ser feito
para corrigi-los adequadamente.
•• Flexibilidade: o controle deve proporcionar um julgamento individual e que possa ser mo-
dificado para adaptar-se a novas circunstâncias e situações.
•• Autocontrole: o controle deve proporcionar confiabilidade, boa comunicação e participa-
ção entre as pessoas envolvidas.

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•• Natureza positiva: o controle deve enfatizar o desenvolvimento, mudança e melhoria.


Deve alavancar a iniciativa das pessoas e minimizar o papel da penalidade e das punições.
•• Clareza e objetividade: o controle deve ser imparcial e acurado para todos. Deve ser res-
peitado como um propósito fundamental: a melhoria do desempenho.

Quanto aos tipos de controle temos:

•• Preliminar: é exercido antes da execução de uma função.


•• Concomitante: é aquele que se estabelece ao mesmo tempo em que as ações vão se de-
senvolvendo.
•• Pós-controle: é exercido após a execução de uma função.

É necessário estudar também:

•• Controle familiar: é utilizado em empresas cuja menor dimensão ou estabilidade do con-


texto social permitem um controle mais informal, com ênfase nas relações pessoais. A li-
mitada descentralização, característica dessa forma de controle, reduz a necessidade de
controles. O controle de gestão está baseado na utilização de mecanismos de controle in-
formais, na liderança do gerente (que pode ser o proprietário), na centralização das deci-
sões, na delegação de autoridade baseada na amizade pessoal e no desenvolvimento de
uma cultura que promova a lealdade e a confiança. Esse modelo de empresa é muito con-
dicionado às características do líder.
•• Controle burocrático: é comum de ser encontrado em ambientes estáveis e pouco com-
petitivos. Baseia-se em regras e normas rígidas, com predomínio de medidas financeiras,
com uma forte estrutura funcional, com limitado grau de autonomia. Como consequência,
tende a gerar e manter uma cultura organizacional avessa a mudanças. É próprio da admi-
nistração pública.
•• Controle ad hoc: baseia-se na utilização de instrumentos informais que promovam o au-
tocontrole. São próprios de ambientes dinâmicos e complexos, valendo-se de estruturas
descentralizadas. Embora possam utilizar medidas financeiras, essas organizações realizam
atividades que dificultam a formalização de procedimentos e de comportamento por não
possuírem características repetitivas e cujos fatores críticos não são de caráter financeiro.
Exemplos podem ser encontrados nas empresas de alta tecnologia, centro de pesquisa e
desenvolvimento ou departamentos de marketing.

MODELOS TEÓRICOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

→ FORMAS DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (PATRIMONIALISTA, BUROCRÁTICA E GERENCIAL)


O Brasil passou por três tentativas de reformas administrativas com intervalos de 30 anos, tais
reformas caracterizam as chamadas formas de Administração Pública, classificadas em:
a) Patrimonialista: o termo patrimonialismo significa a incapacidade ou a relutância do príncipe
em distinguir entre o patrimônio público e seus bens privados (são interdependentes). O apa-

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relho do Estado funciona como uma extensão do poder do soberano, e os seus auxiliares, ser-
vidores, possuem status de nobreza real. Os cargos são considerados prebendas e sinecuras
(empregos rendosos que exigem pouco ou nenhum trabalho de quem o exerce, e são distribu-
ídos da forma mais adequada ao soberano). A res publica (“a coisa pública” – os bens públicos)
não é diferenciada da res principis (patrimônio do príncipe ou do soberano). Em consequência,
a corrupção e o nepotismo são inerentes a esse tipo de administração. No momento em que o
capitalismo e a democracia se tornam dominantes, o mercado e a sociedade civil passam a se
distinguir do Estado, tornando-se a administração Patrimonialista abominável.
b) Burocrática: surge na segunda metade do século XIX, na época do Estado liberal, como
forma de combater a corrupção e o nepotismo patrimonialista. Baseada nos princípios de
administração do exército prussiano, constituía-se numa alternativa muito superior à ad-
ministração patrimonialista do Estado. Tal modelo foi adotado inicialmente nas empresas,
principalmente em organizações industriais, em decorrência da necessidade de ordem e
exatidão e das reivindicações dos trabalhadores por um tratamento justo e imparcial.
A autoridade não mais tem origem no soberano e sim no cargo que a pessoa ocupa na orga-
nização e a obediência é devida às leis e aos regulamentos, formalmente definidos. Qualquer
organização ou grupo que se baseie em leis racionais é uma burocracia.
O tipo ideal de burocracia, segundo Weber, apresenta como características principais:
•• o caráter racional-legal das normas e regulamentos, o caráter formal das comunicações, a
profissionalização, a ideia de carreira, a hierarquia funcional e a disciplina, a impessoalida-
de, o formalismo, a divisão do trabalho, a competência técnica e a meritocracia, as rotinas
e os procedimentos padronizados, a separação da propriedade.
Weber distinguiu três tipos de autoridade ou dominação:

•• tradicional – transmitida por herança, conservadora;


•• carismática – baseada na devoção afetiva e pessoal e no arrebatamento emocional dos
seguidores em relação à pessoa do líder;
•• racional-legal ou burocrática – baseada em normas legais racionalmente definidas e im-
postas a todos.

Para Weber, a burocracia é a organização eficiente por excelência e, para conseguir essa eficiên-
cia, precisa detalhar antecipadamente e nos mínimos detalhes como as coisas deverão ser feitas.
Teve como pano de fundo o liberalismo econômico, que pregava que o Estado deveria se res-
tringir a suas funções típicas (defesa nacional, aplicação da justiça, elaboração de leis, diplo-
macia, etc.). Todavia não conseguiu eliminar completamente o Patrimonialismo, passando os
dois modelos a subsistirem juntos. A autoridade burocrática não se confunde com a autoridade
tradicional.
Os controles administrativos visando evitar a corrupção e o nepotismo são sempre a priori. Por
outro lado, o controle – a garantia do poder do Estado – transforma-se na própria razão de ser
do funcionário. Em consequência, o Estado volta-se para si mesmo, perdendo a noção de sua
missão básica, que é servir à sociedade. A qualidade fundamental da administração burocrática
é a efetividade no controle dos abusos; seu defeito, a ineficiência, a autorreferência, o cliente-
lismo e o fisiologismo. Esse modelo surgiu com o advento do Departamento Administrativo de

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Serviço Público – DASP, em 1938, com objetivos de centralização das atribuições de reforma e
de reorganização do setor público e a racionalização de métodos e processos administrativos.
Voltado cada vez mais para si mesmo, o modelo burocrático tradicional vinha caminhando para
um sentido contrário aos anseios dos cidadãos. A incapacidade de responder às demandas des-
tes, a baixa eficiência de suas estruturas, aliadas à captura do Estado por interesses privados
e ao processo de globalização e de transformações tecnológicas, desencadearam a CRISE DO
ESTADO, cujas manifestações mais evidentes foram:
•• CRISE FISCAL: perda em maior grau de crédito público e incapacidade crescente do Estado
de realizar uma poupança pública que lhe permitisse financiar políticas públicas, devido
principalmente à grave crise econômica mundial dos anos 70 e 80.
•• ESGOTAMENTO DAS FORMAS DE INTERVENÇÃO DO ESTADO: crise do “Estado de Bem-Es-
tar Social” ou “Welfare State” no 1º mundo, o esgotamento da industrialização por substi-
tuição de importações nos países em desenvolvimento e o colapso do estatismo nos países
comunistas.
•• OBSOLESCÊNCIA NA FORMA BUROCRÁTICA DE ADMINISTRAR O ESTADO: serviços sociais
prestados com baixa qualidade, ineficientes e com custos crescentes. Era preciso urgente-
mente aumentar a eficiência governamental. Esse cenário impulsionou o surgimento de
um novo modelo de administração pública, mais preocupado com os resultados e não com
procedimentos e que levava em consideração sobretudo a eficiência: produzir mais apro-
veitando ao máximo os recursos disponíveis, com a maior produtividade possível. O Estado
teria que inovar, ser criativo e se aproximar mais dos princípios que regem a Administração
de Empresas Privadas, reduzindo custos e maximizando resultados.

Disfunções da burocracia
Perrow afirma que o tipo ideal de Weber nunca é alcançado, porque as organizações são essencial-
mente sistemas sociais, feitos de pessoas, e as pessoas não existem apenas para as organizações.
Estas têm interesses independentes e levam para dentro das organizações em que trabalham toda
a sua vida externa. Além disso, a organização burocrática que Weber idealizou parece servir melhor
para lidar com tarefas estáveis e rotinizadas. Não trata das organizações dinâmicas, para as quais a
mudança é constante, somente das organizações mecanicistas, orientadas basicamente para as ati-
vidades padronizadas e repetitivas. Perrow apontou quatro disfunções da burocracia:

•• PARTICULARISMO: as pessoas levam para dentro das organizações os interesses do grupo


de que participam fora dela.
•• SATISFAÇÃO DE INTERESSES PESSOAIS: utilização da organização para fins pessoais do fun-
cionário.
•• EXCESSO DE REGRAS: as burocracias exageram na tentativa de regulamentar tudo o que
for possível a respeito do comportamento humano, criando regras em excesso, e muitos
funcionários ficam encarregados de fiscalizar o cumprimento das mesmas.
•• HIERARQUIA: para Perrow seria a negação da autonomia, da liberdade, da iniciativa, da
criatividade, da dignidade e da independência. Seria a maior responsável pela resistência
às mudanças, as quais atrapalham o comodismo dos que estão no topo da hierarquia.

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Merton também critica o modelo weberiano que, em sua opinião, negligencia o peso do fator
humano e não é racional como ele retrata. Para ele, as principais disfunções da burocracia são:

•• EXAGERADO APEGO AOS REGULAMENTOS E SUPERCONFORMIDADE ÀS ROTINAS E PRO-


CEDIMENTOS: as regras passam a se transformar de meios em objetivos. O funcionário
esquece que a flexibilidade é uma das principais características de qualquer atividade ra-
cional. Trabalha em função do regulamento e não em função dos objetivos organizacionais.
•• EXCESSO DE FORMALISMO E PAPELÓRIO: devido à necessidade de se documentar por es-
crito todas as comunicações e procedimentos.
•• RESISTÊNCIA ÀS MUDANÇAS: o funcionário, por se tornar um mero executor de rotinas
e procedimentos definidos, passa a dominar seu trabalho com segurança e tranquilidade.
Qualquer possibilidade de mudança que surja no horizonte passa a ser interpretada como
ameaça a sua posição e, portanto, altamente indesejável. Tal resistência pode ser manifes-
tada de forma velada e discreta ou ativa e agressiva.
•• DESPERSONALIZAÇÃO DO RELACIONAMENTO: o chefe não considera mais os funcionários
como indivíduos, mas sim como ocupantes de cargos, sendo conhecidos pelos títulos dos
cargos e até mesmo pelos números internos que a organização lhes fornece.
•• CATEGORIZAÇÃO COMO BASE DO PROCESSO DECISORIAL: a burocracia se assenta em
uma rígida hierarquização da autoridade, ou seja, na burocracia quem toma as decisões
são as pessoas que estão no mais alto nível da hierarquia, mesmo que não saibam nada do
assunto, visto que são os únicos com real poder de decisão.
•• UTILIZAÇÃO INTENSIVA DE SINAIS DE STATUS: identifica os que estão no topo da hierarquia,
com broches, por tamanho de sala ou de mesa. Pode ser interpretada como excessiva, preju-
dicial, visto que os funcionários que não dispõem desses sinais podem se sentir desprestigia-
dos, em situação inferior aos demais, perdendo motivação e diminuindo sua produtividade.

c) Gerencial: emerge na segunda metade do século XX como resposta, de um lado, à expan-


são das funções econômicas e sociais dos Estados e, de outro, ao desenvolvimento tecnoló-
gico e à globalização da economia mundial.

No começo da década de 80, o modelo gerencial puro, denominado “managerialism” ou geren-


cialismo, sugeriu três providências básicas:

•• CORTE DE GASTOS: inclusive de pessoal;


•• AUMENTO DA EFICIÊNCIA: com a introdução da lógica da produtividade existente no setor
privado;
•• ATUAÇÃO MAIS FLEXÍVEL DO APARATO BUROCRÁTICO.

A reforma do aparelho do Estado passa a ser orientada, predominantemente, pelos valores da


eficiência e qualidade na prestação de serviços públicos e pelo desenvolvimento de uma cultura
gerencial nas organizações. A forma de controle deixa de basear-se nos processos (meios) para
concentrar-se nos resultados (fins).

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A administração pública gerencial constitui um avanço e até certo ponto um rompimento com a ad-
ministração pública burocrática. Isso não significa, entretanto, que negue todos os seus princípios.
Pelo contrário, a administração pública gerencial está apoiada na anterior, da qual conserva, embora
flexibilizando, alguns dos seus princípios fundamentais, como a admissão segundo rígidos critérios
de mérito, a existência de um sistema estruturado e universal de remuneração, as carreiras, a avalia-
ção constante de desempenho, o treinamento sistemático. A diferença fundamental está na forma
de controle, que deixa de basear-se nos processos para concentrar-se nos resultados, e não na rigo-
rosa profissionalização da administração pública, que continua um princípio fundamental.
O modelo gerencial busca a inserção e o aperfeiçoamento da máquina administrativa voltada
para a gestão e a avaliação a posteriori de resultados em detrimento ao controle burocrático e a
priori de processos. Enquanto a administração burocrática pressupõe uma racionalidade abso-
luta, a administração gerencial pensa na sociedade como um campo de conflito, cooperação e
incerteza. Seu marco inicial surgiu na década de 60 com a publicação do Decreto-Lei nº 200/67.
Na administração pública gerencial, a estratégia volta-se para a definição precisa dos objetivos
que o administrador público deverá atingir em sua unidade, para a garantia de autonomia na ges-
tão dos recursos humanos, materiais e financeiros que lhe forem colocados à disposição para que
possa atingir os objetivos contratados e para o controle ou cobrança a posteriori dos resultados.
No plano da estrutura organizacional, a descentralização e a redução dos níveis hierárquicos
tornam-se essenciais. Em suma, afirma-se que a administração pública deve ser permeável à
maior participação dos agentes privados e/ou das organizações da sociedade civil e deslocar a
ênfase dos procedimentos (meios) para os resultados (fins).
A administração pública gerencial vê o cidadão como contribuinte de impostos e como cliente
dos seus serviços.

O PARADIGMA PÓS-BUROCRÁTICO

O paradigma gerencial contemporâneo, fundamentado nos princípios da confiança e da des-


centralização da decisão, exige formas flexíveis de gestão, horizontalização de estruturas, des-
centralização de funções, incentivos à criatividade. Contrapõe-se à ideologia do formalismo e
do rigor técnico da burocracia tradicional. À avaliação sistemática, à recompensa pelo desem-
penho e à capacitação permanente, que já eram características da boa administração burocrá-
tica, acrescentam-se os princípios da orientação para o cidadão-cliente, do controle por resul-
tados e da competição administrada.
No presente momento, uma visão realista, da reconstrução do aparelho do Estado em bases
gerenciais, deve levar em conta a necessidade de equacionar as assimetrias de correntes da
persistência de aspectos patrimonialistas na administração contemporânea, bem como dos ex-
cessos formais e anacronismos do modelo burocrático tradicional. Para isso, é fundamental ter
clara a dinâmica da administração racional-legal ou burocrática. Não se trata simplesmente de
descartá-la, mas sim de considerar os aspectos em que está superada e as características que
ainda se mantêm válidas como formas de garantir efetividade à administração pública.
O modelo gerencial tornou-se realidade no mundo desenvolvido quando, por meio da defini-
ção clara de objetivos para cada unidade da administração, da descentralização, da mudança

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de estruturas organizacionais e da adoção de valores e de comportamentos modernos no inte-
rior do Estado, revelou-se mais capaz de promover o aumento da qualidade e da eficiência dos
serviços sociais oferecidos pelo setor público.

EVOLUÇÃO DOS MODELOS/PARADIGMAS DA GESTÃO A NOVA GESTÃO


PÚBLICA

BREVE HISTÓRICO
→ Década de 1930:
•• Criação do Departamento de Administração de Serviços Públicos – DASP (1938), com a fina-
lidade principal de estudar, organizar e fiscalizar, do ponto de vista da economia e eficiên-
cia, as modificações a serem feitas na organização dos serviços públicos. Em 1945, o DASP
passa a elaborar a proposta orçamentária federal e a fiscalizar a execução dessa proposta.

→ Década de 1960:
•• Foi instituído o Plano de Metas (1956) do governo JK e a criação da Comissão de Simplifica-
ção da Burocracia (COSB);
•• O Plano de Metas de JK, com uma plataforma nacional desenvolvimentista: a) proporcio-
nou abertura da economia ao capital estrangeiro; b) isentou de impostos de importação as
máquinas e equipamentos industriais, desde que associados ao dinheiro nacional (capital
associado); c) ofereceu ampla política de crédito; d) financiou a implantação da indústria
automobilística, naval, expansão da indústria pesada; d) favoreceu a construção de usinas
siderúrgicas e de grandes usinas hidrelétricas, como Furnas e Três Marias; e) abriu rodovias
transregionais; f) aumentou a produção de petróleo da Petrobras;
•• Fundada a Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste – SUDENE (1959);
•• Construção e transferência da sede da capital nacional para Brasília (1960), criando a Com-
panhia Urbanizadora da Nova Capital – NOVACAP;
•• Publicada a Lei nº 4.320 e a Lei nº 4.401 em 1964: essas leis dispõem sobre normas gerais de
direito financeiro, orçamento e balanços da União, Estados e Municípios e do Distrito Federal;
•• Publicado o Decreto-lei nº 200 de 1967: dispõe sobre a organização da Administração fede-
ral e estabelece normas e diretrizes para a reforma administrativa.

→ Década de 1970:

•• Instituído o Programa Nacional de Desburocratização (Hélio Beltrão) nos Decretos nº


83.740 e nº 83.936 de 1979.

→ Década de 1980:

•• Decreto-lei nº 2.300 é considerado o estatuto jurídico das licitações e contratos administra-


tivos – 1986;

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ATA – Administração Pública Brasileira – Profª Giovanna Carranza

•• Constituição Federal, promulgada em 05/12/1988.

→ Década de 1990:

•• A Lei nº 8.666/1993 regulamenta o artigo 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui
normas para licitações e contratos da Administração Pública;
•• Reforma Administrativa e criação do MARE (Ministério da Administração e Reforma Admi-
nistrativa – encarregado da última reforma administrativa gerencial);
•• Emenda Constitucional nº 19/1998: modifica o regime jurídico dos servidores públicos e
dispõe sobre princípios da Administração Pública, servidores e agentes políticos, controle
de despesas e finanças públicas e custeio de atividades a cargo do Distrito Federal.

→ Século XX:

•• Lei de Responsabilidade Fiscal em 2000;


•• Governo Eletrônico: lançado pelo governo, por meio do Decreto presidencial de 03/04/2000,
com a finalidade de examinar e propor políticas, diretrizes e normas relacionadas com as no-
vas formas eletrônicas de interação. As ações do Grupo de Trabalho em Tecnologia da Infor-
mação (GTTI), formalizado pela portaria da Casa Civil nº 23 de 12/05/2000, coordenaram-se
com as metas do programa Sociedade da Informação (Ministério da Ciência e Tecnologia), e o
Grupo concentrou esforços para a implementação de ações do referido programa.

A REFORMA DO DASP

No Brasil, o modelo de administração burocrática emerge a partir dos anos 1930. Surge no quadro
da aceleração da industrialização brasileira, em que o Estado assume papel decisivo, intervindo pe-
sadamente no setor produtivo de bens e serviços. A partir da reforma empreendida no governo
Vargas por Maurício Nabuco e Luiz Simões Lopes, a administração pública sofre um processo de
racionalização que se traduziu no surgimento das primeiras carreiras burocráticas e na tentativa de
adoção do concurso como forma de acesso ao serviço público. A implantação da administração pú-
blica burocrática é uma consequência clara da emergência de um capitalismo moderno no país.
Com o objetivo de realizar a modernização administrativa, foi criado o Departamento Adminis-
trativo do Serviço Público – DASP em 1936. Nos primórdios, a administração pública sofre a influ-
ência da teoria da administração científica de Taylor tendendo à racionalização mediante a sim-
plificação, padronização e aquisição racional de materiais, revisão de estruturas e aplicação de
métodos na definição de procedimentos. Registra-se que, nesse período, foi instituída a função
orçamentária enquanto atividade formal e permanentemente vinculada ao planejamento.
No que diz respeito à administração dos recursos humanos, o DASP representou a tentativa de
formação da burocracia nos moldes weberianos, baseada no princípio de mérito profissional.
Embora tenham sido valorizados instrumentos importantes à época, tais como o instituto do
concurso público e do treinamento, não se chegou a adotar, consistentemente, uma política de
recursos humanos que respondesse às necessidades do Estado. O patrimonialismo (contra o
qual a administração pública burocrática se instalara), embora em processo de transformação,
mantinha ainda sua própria força no quadro político brasileiro. O coronelismo dava lugar ao
clientelismo e ao fisiologismo.

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RUMO À ADMINISTRAÇÃO GERENCIAL

Tendo em vista as inadequações do modelo, a administração burocrática implantada a partir de


1930 sofreu sucessivas tentativas de reforma. Não obstante, as experiências se caracterizaram,
em alguns casos, pela ênfase na extinção e criação de órgãos, e, em outros, pela constituição
de estruturas paralelas visando a alterar a rigidez burocrática. Na própria área da reforma ad-
ministrativa, essa última prática foi adotada, por exemplo, no Governo JK, com a criação de
comissões especiais, como a Comissão de Estudos e Projetos Administrativos, objetivando a
realização de estudos para simplificação dos processos administrativos e reformas ministeriais,
e a Comissão de Simplificação Burocrática, que visava à elaboração de projetos direcionados
para reformas globais e descentralização de serviços.
A reforma operada em 1967 pelo Decreto-Lei nº 200, entretanto, constitui um marco na tenta-
tiva de superação da rigidez burocrática, podendo ser considerada como um primeiro momen-
to da administração gerencial no Brasil. Mediante o referido Decreto-Lei, realizou-se a transfe-
rência de atividades para autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia
mista, a fim de obter-se maior dinamismo operacional por meio da descentralização funcional.
Instituíram-se como princípios de racionalidade administrativa o planejamento e o orçamento,
o descongestionamento das chefias executivas superiores (desconcentração/descentralização),
a tentativa de reunir competência e informação no processo decisório, a sistematização, a coor-
denação e o controle.
O paradigma gerencial da época, compatível com o monopólio estatal na área pro-dutiva de
bens e serviços, orientou a expansão da administração indireta, numa tentativa de "flexibilizar
a administração" com o objetivo de atribuir maior operacionalidade às atividades econômicas
do Estado.
Entretanto, as reformas operadas pelo Decreto-Lei nº 200/67 não desencadearam mudanças
no âmbito da administração burocrática central, permitindo a coexistência de núcleos de efi-
ciência e competência na administração indireta e formas arcaicas e ineficientes no plano da
administração direta ou central. O núcleo burocrático foi, na verdade, enfraquecido indevida-
mente através de uma estratégia oportunista do regime militar, que não desenvolveu carreiras
de administradores públicos de alto nível, preferindo, em vez disso, contratar os escalões supe-
riores da administração por meio das empresas estatais.
Em meados dos anos 1970, uma nova iniciativa modernizadora da administração pública teve
início, com a criação da SEMOR – Secretaria da Modernização. Reuniu-se em torno dela um
grupo de jovens administradores públicos, muitos deles com formação em nível de pós-gra-
duação no exterior, que buscaram implantar novas técnicas de gestão e, particularmente, de
administração de recursos humanos na Administração Pública federal.
No início dos anos 1980, registrou-se uma nova tentativa de reformar a burocracia e orientá-la
na direção da administração pública gerencial, com a criação do Ministério da Desburocratização
e do Programa Nacional de Desburocratização – PrND, cujos objetivos eram a revitalização e a
agilização das organizações do Estado, a descentralização da autoridade, a melhoria e simplifica-
ção dos processos administrativos e a promoção da eficiência. As ações do PrND voltaram-se ini-
cialmente para o combate à burocratização dos procedimentos. Posteriormente, foram dirigidas
para o desenvolvimento do Programa Nacional de Desestatização, num esforço para conter os
excessos da expansão da administração descentralizada, estimulada pelo Decreto-Lei nº 200/67.

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O RETROCESSO DE 1988
As ações rumo a uma administração pública gerencial são paralisadas na transição democrática
de 1985, que, embora representasse uma grande vitória democrática, teve como um de seus
custos mais surpreendentes o loteamento dos cargos públicos da administração indireta e das
delegacias dos ministérios nos Estados para os políticos dos partidos vitoriosos.
Um novo populismo patrimonialista surgia no país. De outra parte, a alta burocracia passava a
ser acusada, principalmente pelas forças conservadoras, de ser a culpada da crise do Estado, na
medida em que favorecera seu crescimento excessivo.
A conjunção desses dois fatores leva, na Constituição de 1988, a um retrocesso burocrático sem
precedentes. Sem que houvesse maior debate público, o Congresso Constituinte promoveu um
surpreendente engessamento do aparelho estatal, ao estender para os serviços do Estado e para
as próprias empresas estatais praticamente as mesmas regras burocráticas rígidas adotadas no
núcleo estratégico do Estado. A nova Constituição determinou a perda da autonomia do Poder
Executivo para tratar da estruturação dos órgãos públicos, instituiu a obrigatoriedade de regime
jurídico único para os servidores civis da União, dos Estados-membros e dos Municípios, e retirou
da administração indireta a sua flexibilidade operacional, ao atribuir às fundações e às autarquias
públicas normas de funcionamento idênticas às que regem a administração direta.
Esse retrocesso burocrático foi em parte uma reação ao clientelismo que dominou o país na-
queles anos. Foi também uma consequência de uma atitude defensiva da alta burocracia que,
sentindo-se injustamente acusada, decidiu defender-se de forma irracional.
O retrocesso burocrático não pode ser atribuído a um suposto fracasso da descen-tralização e
da flexibilização da administração pública que o Decreto-Lei nº 200 teria promovido. Embora
alguns abusos tenham sido cometidos em seu nome, seja em termos de excessiva autonomia
para as empresas estatais, seja em termos de uso patrimonialista das autarquias e fundações
(nas quais não havia a exigência de processo seletivo público para a admissão de pessoal), não
é correto afirmar que tais distorções possam ser imputadas como causas do mesmo. Na medida
em que a transição democrática ocorreu no Brasil em meio à crise do Estado, essa última foi
equivocadamente identificada pelas forças democráticas como resultado, entre outros, do
processo de descentralização que o regime militar procurara implantar. Por outro lado, a transição
democrática foi acompanhada por uma ampla campanha contra a estatização, que levou os
constituintes a aumentar os controles burocráticos sobre as empresas estatais e a estabelecer
normas rígidas para a criação de novas empresas públicas e de subsidiárias das já existentes.
Afinal, geraram-se dois resultados: de um lado, o abandono do caminho rumo a uma administração
pública gerencial e a reafirmação dos ideais da administração pública burocrática clássica; de
outro lado, dada a ingerência patrimonialista no processo, a instituição de uma série de privilégios,
que não se coadunam com a própria administração pública burocrática. Como exemplos temos
a estabilidade rígida para todos os servidores civis, diretamente relacionada à generalização do
regime estatutário na administração direta e nas fundações e autarquias; e a aposentadoria com
proventos integrais sem correlação com o tempo de serviço ou com a contribuição do servidor.
Todos esses fatos contribuíram para o desprestígio da administração pública brasileira, não obstante
o fato de que os administradores públicos brasileiros são, majoritariamente, competentes, honestos
e dotados de espírito público. Essas qualidades, que eles demonstraram desde os anos 1930,
quando a administração pública profissional foi implantada no Brasil, foram um fator decisivo para o
papel estratégico que o Estado jogou no desenvolvimento econômico brasileiro.

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As distorções provocadas pela nova Constituição logo se fizeram sentir. No governo Collor,
entretanto, a resposta a elas foi equivocada e apenas agravou os problemas existentes, na medida
em que se preocupava em destruir ao invés de construir. O governo Itamar Franco buscou,
essencialmente, recompor os salários dos servidores, que haviam sido violentamente reduzidos
no governo anterior. O discurso de reforma administrativa assume uma nova dimensão a partir
de 1994, quando a campanha presidencial introduz a perspectiva da mudança organizacional e
cultural da administração pública no sentido de uma administração gerencial.

Evolução Histórica no Brasil


Tendo em vista as práticas patrimonialistas correntes em nossa cultura, Vargas optou pela
adoção de um modelo que pautasse pelo controle minucioso das atividades-meio. Ou seja, para
"colocar ordem na casa", buscou referências no modelo idealizado por Weber, acreditando que
a burocracia, dado seu caráter rígido e hierarquizado, poderia ordenar a máquina administrativa
em nosso país. Está aí o primeiro modelo estruturado de administração do Brasil. Para facilitar
sua implementação, contou com o apoio do DASP (Departamento Administrativo do Setor
Público), extinto há pouco tempo sem, infelizmente, ter logrado êxito em sua missão (se a
burocracia tivesse funcionado, em tese, as práticas patrimonialistas teriam sido suprimidas,
o que parece não ter ocorrido). Nessa época, em virtude da desconfiança total que havia no
servidor público, o modelo burocrático revelava-se ser o mais adaptado. Com isso, Vargas
almejava basicamente três coisas:
•• criar uma estrutura administrativa organizada e uniforme;
•• estabelecer uma política de pessoal com base no mérito (motivo pelo qual Joaquim Nabu-
co foi "convidado"); e
•• acabar com o nepotismo e a corrupção existentes.
Com o passar do tempo, percebeu-se que a burocracia revela-se um modelo pouco flexível,
inadequado em cenários dinâmicos, que exigem agilidade. A partir daí, é possível identificar
diversas tentativas de desburocratizar a máquina: a criação do COSB (Comitê de Simplificação
da Burocracia), da SEMOF (Secretaria de Modernização da Reforma Administrativa), o PND
(Programa Nacional de Desburocratização) e ainda outros de menor vulto que, infelizmente,
não tiveram o sucesso desejado. Até que em 1995, com a edição do Plano Diretor, começa a
implantação, no Brasil, do chamado modelo gerencial.
O modelo gerencial, em sua fase inicial, implica em administrar a república de forma semelhante
ao setor privado, de forma eficiente, com a utilização de ferramentas que consigam maximizar a
riqueza do acionista ou a satisfação do usuário (considerando-se a realidade do serviço público).
Nesse sentido, buscar-se-á a adoção de uma postura mais empresarial, empreendedora, aberta
a novas ideias e voltada para o incremento na geração de receitas e no maior controle dos gas-
tos públicos. Esse modelo é melhor entendido considerando o cenário em que foi concebido: no
plano econômico, dada a crise do petróleo na década de 1970, esgotaram-se as condições que
viabilizavam a manutenção do Welfare State (Estado de Bem-Estar Social), em que prevalecia o
entendimento de que cabia ao Estado proporcionar uma gama enorme de serviços à população,
respondendo por saúde, educação, habitação, etc. A partir daí, começa a ser difundida a ideia de
devolução ao setor privado daqueles serviços que o poder público não tem condições de prestar
com eficiência (privatizações), devendo o Estado desenvolver aquilo que cabe intrinsecamente a
ele fazer (Diplomacia, Segurança, Fiscalização, etc.). O Estado Mínimo volta a ganhar força.

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Ou seja, o que propôs, na verdade, foi a quebra de um paradigma, a redefinição do que caberia
efetivamente ao Estado fazer e o que deveria ser delegado ao setor privado. Como referência,
é possível citar a obra de Osborne & Gaebler, Reinventando o Governo, na qual são destacados
princípios a serem observados na construção desse modelo, tais como:

1. formação de parcerias;
2. foco em resultados;
3. visão estratégica;
4. Estado catalisador, ao invés de remador;
5. visão compartilhada; e
6. busca da excelência.

Assim, o modelo gerencial (puro, inicial) buscou responder, com maior agilidade e eficiência,
aos anseios da sociedade, insatisfeita com os serviços recebidos do setor público.
A preocupação primeira do modelo gerencial foi o incremento da eficiência, tendo em vista as
disfunções do modelo burocrático. Nessa fase, o usuário do serviço público é visto tão somente
como o financiador do sistema.
No Consumerism, que foi uma corrente, há o incremento na busca pela qualidade, decorrente
da mudança do modo de ver o usuário do serviço, de mero contribuinte para cliente consumidor
de serviços públicos. Nesse momento, há uma alteração no foco da organização: a burocracia,
que normalmente é autorreferenciada, ou seja, voltada para si mesma, passa a observar com
maior cuidado a razão de sua existência – a satisfação de seu consumidor. Com isso, buscar-se-á
conhecê-lo por meio, dentre outras coisas, de pesquisas de opinião e procurar-se-á proporcionar
um atendimento diferenciado com vista ao atendimento de necessidades individualizadas.
Na fase mais recente, o entendimento de que o usuário do serviço deve ser visto como cliente-
-consumidor perdeu força, principalmente porque a ideia de consumidor poderia levar a um
atendimento melhor para alguns e pior para outros, num universo em que todos têm os mes-
mos direitos. É possível perceber isso quando levamos em consideração que clientes melhor
organizados e estruturados teriam mais poder para pleitear mais ou melhores serviços, culmi-
nando em prejuízo para os menos estruturados. Por isso, nessa abordagem é preferível o uso
do conceito de cidadão, que em vez de buscar a sua satisfação, estaria voltado para a consecu-
ção do bem comum. Com isso, o que se busca é a equidade, ou seja, o tratamento igual a todos
os que se encontram em situações equivalentes.
Os cidadãos teriam, além de direitos, obrigações perante a sociedade, tais como a fiscalização
da república, vindo a cobrar, inclusive, que os maus gestores sejam responsabilizados (accoun-
tability) por atos praticados com inobservância da legislação ou do interesse público.
A fim de aprimorar seu aprendizado e você poder fechar a prova, a partir de agora, estaremos
reproduzindo extratos do Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado.
Estado e sociedade formam, numa democracia, um todo indivisível: o Estado, cuja compe-
tência e limites de atuação estão definidos, precipuamente, na Constituição. Deriva seu poder
de legislar e de tributar à população, da legitimidade que lhe outorga a cidadania, via processo

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eleitoral. A sociedade, por seu turno, manifesta seus anseios e demandas por canais formais
ou informais de contato com as autoridades constituídas. É pelo diálogo democrático entre o
Estado e a sociedade que se definem as prioridades a que o Governo deve ater-se para a cons-
trução de um país mais próspero e justo.
Nos últimos anos, assistimos em todo o mundo a um debate acalorado – ainda longe de concluído –
sobre o papel que o Estado deve desempenhar na vida contemporânea e o grau de intervenção que
deve ter na economia. No Brasil, o tema adquire relevância particular, tendo em vista que o Estado,
em razão do modelo de desenvolvimento adotado, desviou-se de suas funções precípuas para atuar
com grande ênfase na esfera produtiva. Essa maciça interferência do Estado no mercado acarretou
distorções crescentes nesse último, que passou a conviver com artificialismos, que se tornaram in-
sustentáveis na década de 1990. Sem dúvida, num sistema capitalista, Estado e mercado, direta ou
indiretamente, são as duas instituições centrais que operam na coordenação dos sistemas econômi-
cos. Dessa forma, se uma delas apresenta funcionamento irregular, é inevitável que nos deparare-
mos com uma crise. Foi assim nos anos 1920 e 1930, quando claramente foi o mau funcionamento
do mercado que trouxe em seu bojo uma crise econômica de grandes proporções. Já nos anos 1980,
é a crise do Estado que põe em cheque o modelo econômico em vigência.
É importante ressaltar que a redefinição do papel do Estado é um tema de alcance universal
nos anos 1990. No Brasil, essa questão adquiriu importância decisiva, tendo em vista o peso
da presença do Estado na economia nacional. Tornou-se, consequentemente, inadiável equa-
cionar a questão da reforma ou da reconstrução do Estado, que já não consegue atender com
eficiência a sobrecarga de demandas a ele dirigidas, sobretudo na área social. A reforma do
Estado não é, assim, um tema abstrato: ao contrário, é algo cobrado pela cidadania, que vê
frustradas suas demandas e expectativas.
A crise do Estado teve início nos anos 1970, mas só nos anos 1980 se tornou evidente. Paralela-
mente ao descontrole fiscal, diversos países passaram a apresentar redução nas taxas de cresci-
mento econômico, aumento do desemprego e elevados índices de inflação. Após várias tentativas
de explicação, ficou claro, afinal, que a causa da desaceleração econômica nos países desenvolvi-
dos e dos graves desequilíbrios na América Latina e no Leste Europeu era a crise do Estado, que
não soubera processar de forma adequada a sobrecarga de demandas a ele dirigidas. A desordem
econômica expressava agora a dificuldade do Estado em continuar a administrar as crescentes
expectativas em relação à política de bem-estar aplicada com relativo sucesso no pós-guerra.
A Primeira Guerra Mundial e a Grande Depressão foram os marcos da crise do mercado e do
Estado liberal. Surge em seu lugar um novo formato de Estado, que assume um papel decisivo
na promoção do desenvolvimento econômico e social. A partir desse momento, o Estado pas-
sa a desempenhar um papel estratégico na coordenação da economia capitalista, promoven-
do poupança forçada, alavancando o desenvolvimento econômico, corrigindo as distorções do
mercado e garantindo uma distribuição de renda mais igualitária.
Não obstante, nos últimos 20 anos, esse modelo mostrou-se superado, vítima de distorções de-
correntes da tendência observada em grupos de empresários e de funcio-nários, que buscam
utilizar o Estado em seu próprio benefício, e vítima também da aceleração do desenvolvimento
tecnológico e da globalização da economia mundial, que tornaram a competição entre as nações
muito mais aguda. A crise do Estado define-se, então, como uma crise fiscal, caracterizada pela
crescente perda do crédito por parte do Estado e pela poupança pública que se torna negativa;
como o esgotamento da estratégia estatizante de intervenção do Estado, a qual se reveste de vá-
rias formas: o Estado do bem-estar social nos países desenvolvidos, a estratégia de substituição

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de importações no terceiro mundo e o estatismo nos países comunistas; e como a superação da


forma de administrar o Estado, isto é, a superação da administração pública burocrática.
No Brasil, embora esteja presente desde os anos 1970, a crise do Estado somente se torna clara
a partir da segunda metade dos anos 1980. Suas manifestações mais evidentes são a própria
crise fiscal e o esgotamento da estratégia de substituição de importações, que se inserem num
contexto mais amplo de superação das formas de intervenção econômica e social do Estado.
Adicionalmente, o aparelho do Estado concentra e centraliza funções, e se caracteriza pela rigi-
dez dos procedimentos e pelo excesso de normas e regulamentos.
A reação imediata à crise – ainda nos anos 1980, logo após a transição democrática – foi ignorá-
-la. Uma segunda resposta igualmente inadequada foi a neoliberal, caracterizada pela ideologia
do Estado mínimo. Ambas revelaram-se irrealistas: a primeira, porque subestimou tal desequi-
líbrio; a segunda, porque era utópica. Só em meados dos anos 1990 surge uma resposta con-
sistente com o desafio de superação da crise: a ideia da reforma ou reconstrução do Estado, de
forma a resgatar sua autonomia financeira e sua capacidade de implementar políticas públicas.
Nesse sentido, são inadiáveis: o ajustamento fiscal duradouro; reformas econômicas orienta-
das para o mercado, que, acompanhadas de uma política industrial e tecnológica, garantam a
concorrência interna e criem as condições para o enfrentamento da competição internacional;
a reforma da previdência social; a inovação dos instrumentos de política social, proporcionan-
do maior abrangência e promovendo melhor qualidade para os serviços sociais; e a reforma
do aparelho do Estado, com vistas a aumentar sua "governança", ou seja, sua capacidade de
implementar de forma eficiente políticas públicas.
Cabe aos ministérios da área econômica, particularmente aos da Fazenda e do Pla-nejamento,
propor alternativas com vistas à solução da crise fiscal. Aos ministérios setoriais, compete rever
as políticas públicas, em consonância com os novos princípios do desenvolvimento econômico
e social. A atribuição do Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado é estabele-
cer as condições para que o governo possa aumentar sua governança.
Para isso, sua missão específica é a de orientar e instrumentalizar a reforma do aparelho do Es-
tado, nos termos definidos pela Presidência através desse Plano Diretor.

→ O APARELHO DO ESTADO E AS FORMAS DE PROPRIEDADE

Para enfrentar os principais problemas que representam obstáculos à implementação de um


aparelho do Estado moderno e eficiente, torna-se necessário definir um modelo conceitual,
que distinga os segmentos fundamentais característicos da ação do Estado. A opção pela cons-
trução desse modelo tem como principal vantagem permitir a identificação de estratégias es-
pecíficas para cada segmento de atuação do Estado, evitando a alternativa simplista de propo-
sição de soluções genéricas a problemas que são peculiares dependendo do setor. Entretanto
tem a desvantagem da imperfeição intrínseca dos modelos, que sempre representam uma sim-
plificação da realidade. Essas imperfeições, caracterizadas por eventuais omissões e dificulda-
des de estabelecimento de limites entre as fronteiras de cada segmento, serão aperfeiçoadas
na medida do aprofundamento do debate.
O Estado é a organização burocrática que possui o poder de legislar e tributar à população de
um determinado território . O Estado é, portanto, a única estrutura organizacional que possui
o "poder extroverso", ou seja, o poder de constituir unilateralmente obrigações para terceiros,
com extravasamento dos seus próprios limites.

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O aparelho do Estado, ou Administração Pública lato senso, compreende um núcleo estratégico
ou governo, constituído pela cúpula dos três Poderes, um corpo de funcionários e uma força
militar e policial.
O aparelho do Estado é regido, basicamente, pelo direito constitucional e pelo direito adminis-
trativo, enquanto que o Estado é fonte ou sancionador e garantidor desses e de todos os de-
mais direitos. Quando somamos ao aparelho do Estado todo o sistema institucional-legal, que
regula não apenas o próprio aparelho do Estado, mas toda a so-ciedade, temos o Estado.

OS SETORES DO ESTADO
No aparelho do Estado, é possível distinguir quatro setores:

Núcleo estratégico
Corresponde ao governo, em sentido lato. É o setor que define as leis e as políticas públicas, e
cobra o seu cumprimento. É, portanto, o setor em que as decisões estratégicas são tomadas.
Corresponde aos Poderes Legislativo e Judiciário, ao Ministério Público e, no poder executivo, ao
Presidente da República, aos ministros e aos seus auxiliares e assessores diretos, responsáveis
pelo planejamento e formulação das políticas públicas.

Atividades exclusivas
É o setor em que são prestados serviços que só o Estado pode realizar. São serviços em que
se exerce o poder extroverso do Estado – o poder de regulamentar, fiscalizar, fomentar. Como
exemplos, temos: a cobrança e a fiscalização dos impostos, a polícia, a previdência social bási-
ca, o serviço de desemprego, a fiscalização do cumprimento de normas sanitárias, o serviço de
trânsito, a compra de serviços de saúde pelo Estado, o controle do meio ambiente, o subsídio à
educação básica, o serviço de emissão de passaportes, etc.

Serviços não exclusivos


Correspondem ao setor em que o Estado atua simultaneamente com outras organizações pú-
blicas não estatais e privadas. As instituições desse setor não possuem o poder de Estado. Este,
entretanto, está presente porque os serviços envolvem direitos humanos fundamentais, como
os da educação e os da saúde, ou porque possuem "economias externas" relevantes, na medi-
da que produzem ganhos que não podem ser apropriados por esses serviços através do merca-
do. As economias produzidas imediatamente se espalham para o resto da sociedade, não po-
dendo ser transformadas em lucros. São exemplos desse setor: as universidades, os hospitais,
os centros de pesquisa e os museus.

Produção de bens e serviços para o mercado


É caracterizada pelas atividades econômicas voltadas para o lucro, que ainda permanecem no
aparelho do Estado como, por exemplo, as do setor de infraestrutura. Estão no Estado, seja
porque faltou capital ao setor privado para realizar o investimento, seja porque são atividades
naturalmente monopolistas, nas quais o controle via mercado não é possível, tornando-se ne-
cessária, no caso de privatização, a regulamentação rígida.

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SETORES DO ESTADO E TIPOS DE GESTÃO


Cada um desses quatro setores referidos apresenta características peculiares, tanto no que se
refere às suas prioridades, quanto aos princípios administrativos adotados.
No núcleo estratégico, o fundamental é que as decisões sejam as melhores e, em seguida, que
sejam efetivamente cumpridas. A efetividade é mais importante que a efi-ciência. O que impor-
ta saber é, primeiro, se as decisões que estão sendo tomadas pelo governo atendem de modo
eficaz ao interesse nacional, se correspondem aos objetivos mais gerais aos quais a sociedade
brasileira está voltada ou não. Segundo, se, uma vez tomadas as decisões, estas são de fato
cumpridas. Já no campo das atividades exclusivas de Estado, o que importa é atender milhões
de cidadãos com boa qualidade a um custo baixo.
Como já vimos, existem, ainda hoje, duas formas de administração pública relevantes: a Admi-
nistração Pública Burocrática e a Administração Pública Gerencial. A primeira, embora sofrendo
do excesso de formalismo e da ênfase no controle dos processos, tem como vantagens a segu-
rança e a efetividade das decisões. Já a administração pública gerencial caracteriza-se, funda-
mentalmente, pela eficiência dos serviços prestados a milhares, senão milhões, de cidadãos.
Nesses termos, no núcleo estratégico, em que o essencial é a correção das decisões tomadas e
o principio administrativo fundamental é o da efetividade, entendido como a capacidade de ver
obedecidas e implementadas com segurança as decisões tomadas, é mais adequado que haja
um misto de administração pública burocrática e gerencial.
No setor das atividades exclusivas e de serviços competitivos ou não exclusivos, o importante
é a qualidade e o custo dos serviços prestados aos cidadãos. O princípio correspondente é o
da eficiência, ou seja, a busca de uma relação ótima entre qualidade e custo dos serviços co-
locados à disposição do público. Logo, a administração deve ser necessariamente gerencial. O
mesmo se diga, obviamente, do setor das empresas, que, enquanto estiverem com o Estado,
deverão obedecer aos princípios gerenciais de administração.

EXPERIÊNCIAS DE REFORMAS ADMINISTRATIVAS

A Administração Pública Gerencial no Brasil (O Governo FHC)


Em termos de administração pública, o marco de referência da era FHC foi a implantação do
Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado (1995), fundamentado em princípios da admi-
nistração pública gerencial.
Com a finalidade de colaborar com o trabalho que a sociedade e o governo estão tentando
fazer para mudar o Brasil, o então Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, deter-
minou a elaboração do "Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado", definindo objetivos
e estabelecendo diretrizes para a "futura" reforma da administração pública brasileira a ser
aprovada pelo Poder Legislativo.
A seguir, transcrevemos alguns trechos desse documento, para análise dos candidatos, no que
tange aos rumos da administração pública em nosso país.
Esse "Plano Diretor" procura criar condições para a construção pública em bases modernas e
racionais. No passado, constituiu grande avanço à implementação de uma administração pú-
blica formal, baseada em princípios racional-burocráticos, os quais se contrapunham ao patri-

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monialismo, ao clientelismo, ao nepotismo, vícios esses que ainda persistem e que precisam
ser extirpados. Mas o sistema introduzido, ao se limitar a padrões hierárquicos rígidos e ao se
concentrar no controle dos processos e não dos resultados, revelou-se lento e ineficiente para
a magnitude e a complexidade dos desafios que o país passou a enfrentar diante da globaliza-
ção econômica. A situação agravou-se, a partir do início da década de 90, como resultado de
reformas administrativas apressadas, as quais desorganizaram centros decisórios importantes,
afetaram a "memória administrativa", a ponto de desmantelar sistemas de produção de infor-
mações vitais para o processo decisório governamental.
"Entende-se por aparelho do Estado a administração pública em sentido amplo, ou seja, a es-
trutura organizacional do Estado, em seus três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) e
três níveis (União, Estados-membros e Municípios). O aparelho do Estado é constituído pelo
governo, isto é, pela cúpula dirigente nos três Poderes, por um corpo de funcionários, e pela
força militar. O Estado, por sua vez, é mais abrangente que o aparelho, porque compreende adi-
cionalmente o sistema constitucional-legal, que regula a população nos limites de um territó-
rio. O Estado é a organização burocrática que tem o monopólio da violência legal, é o aparelho
que tem o poder de legislar e tributar a população de um determinado território ".
Esses conceitos permitem distinguir a reforma do Estado da reforma do aparelho do Estado. A
reforma do Estado é um projeto amplo que diz respeito às áreas do governo e, ainda, ao con-
junto da sociedade brasileira, enquanto que a reforma do aparelho do Estado tem um escopo
mais restrito: está orientada para tornar a administração pública mais eficiente e mais voltada
para a cidadania.
Esse Plano Diretor focaliza sua atenção na administração. A reforma do aparelho do Estado tem
um escopo mais público federal, mas muitas das suas diretrizes e propostas podem também
ser aplicadas em nível estadual e municipal. "A reforma do Estado deve ser entendida dentro
do contexto da definição do papel do Estado, que deixa de ser o responsável direto pelo desen-
volvimento econômico e social pela via da produção de bens e serviços, para fortalecer-se na
função de promotor e regulador desse desenvolvimento".
"Nesse sentido, são inadiáveis:

•• o ajustamento fiscal duradouro;

•• reformas econômicas orientadas para o mercado, que, acompanhadas de uma política in-
dustrial e tecnológica, garantam a concorrência interna e criem as condições para o enfren-
tamento da competição internacional;

•• a reforma da previdência social;

•• a inovação dos instrumentos de política social, proporcionando maior abrangência e pro-


movendo melhor qualidade para os serviços; e

•• a reforma do aparelho do Estado, com vista a aumentar sua “governança”, ou seja, sua ca-
pacidade de implementar de forma eficiente políticas públicas.”

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GOVERNABILIDADE / GOVERNANÇA / ACCOUNTABILITY

GOVERNANÇA E GOVERNABILIDADE
A reforma do Estado envolve múltiplos aspectos. O ajuste fiscal devolve ao Estado a capacidade
de definir e implementar políticas públicas. Mediante a liberalização comercial, o Estado abando-
na a estratégia protecionista da substituição de importações. O programa de privatizações reflete
a conscientização da gravidade da crise fiscal e da correlata limitação da capacidade do Estado de
promover poupança forçada por meio das empresas estatais. Por meio desse programa, trans-
fere-se para o setor privado a tarefa da produção que, em princípio, este realiza de forma mais
eficiente. Finalmente, por intermédio de um programa de publicização, transfere-se para o setor
público não estatal a produção dos serviços competitivos ou não exclusivos de Estado, estabele-
cendo-se um sistema de parceria entre Estado e sociedade para seu financiamento e controle.
Desse modo, o Estado reduz seu papel de executor ou prestador direto de serviços, mantendo-
-se, entretanto, no papel de regulador e provedor ou promotor destes, prin-cipalmente dos
serviços sociais, como educação e saúde, que são essenciais, para o de-senvolvimento, na me-
dida em que envolvem investimento em capital humano; para a democracia, na medida em
que promovem cidadãos; e para uma distribuição de renda mais justa, na medida em que o
mercado é incapaz de garantir, dada a oferta muito superior à demanda de mão de obra não
especializada. Como promotor desses serviços, o Estado continuará a subsidiá-los, buscando,
ao mesmo tempo, o controle social direto e a participação da sociedade.
Nessa nova perspectiva, busca-se o fortalecimento das funções de regulação e de coordenação
do Estado, particularmente em nível federal, e a progressiva descentralização vertical, para os
níveis estadual e municipal, das funções executivas no campo da prestação de serviços sociais
e de infraestrutura.
Considerando essa tendência, pretende-se reforçar a governança – a capacidade de governo do
Estado – por meio da transição programada de um tipo de administração pública burocrática,
rígida e ineficiente, voltada para si própria e para o controle interno, para uma administração
pública gerencial, flexível e eficiente, voltada para o atendimento do cidadão. O governo brasi-
leiro não carece de "governabilidade", ou seja, de poder para governar, dada sua legitimidade
democrática e o apoio com que conta na sociedade civil. Enfrenta, entretanto, um problema
de governança, na medida em que sua capacidade de implementar as políticas é limitada pela
rigidez e ineficiência da máquina administrativa.

ACCOUNTABILITY
É um termo abrangente que vai além da prestação de contas, pura e simples, pelos gestores da coi-
sa pública. Accountability diz respeito à sensibilidade das autoridades públicas em relação ao que
os cidadãos pensam, à existência de mecanismos institucionais efetivos, que permitam chamá-los
à fala quando não cumprirem suas responsabilidades básicas. No âmbito da Secretaria Federal de
Controle Interno, o termo accountability é traduzido, por alguns, como “responsabilidade”.
A busca da accountability passa também pela reforma da sociedade, ela precisa saber e querer
cobrar, precisa interessar-se pela gestão pública, deve entender a relação da boa administração
com a qualidade de vida; em suma, deve ser mais cidadã.

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É importante o papel do cidadão no processo, considerando que o verdadeiro controle do Go-
verno, o controle efetivo, é consequência da cidadania organizada, já que a sociedade desmobi-
lizada não será capaz de garantir a accountability.
Leitura Complementar

GOVERNO ELETRÔNICO E TRANSPARÊNCIA

Infovia Brasil
O projeto Infovia Brasil consiste na obtenção de uma rede de comunicação de voz, dados e ima-
gens de alta velocidade, com abrangência nacional, o que irá permitir a integração de todos os
órgãos da Administração Pública federal no país.

Benefícios da Infovia
O primeiro ponto a ser levado em conta para a implementação do projeto é a redução e um
melhor controle de gastos, além de contribuir para a padronização e aumentar a confiança e a
segurança das informações governamentais que trafegam nas redes.

Padrões de Interoperabilidade de Governo Eletrônico (e-PING)


A arquitetura e-PING define um conjunto mínimo de premissas, políticas e padrões que regu-
lamentam a utilização da Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC) no governo federal,
estabelecendo as condições de interação com os demais Poderes e esferas de governo e com
a sociedade em geral. Em outras palavras, significa fazer com que os diferentes sistemas de
informação existentes nas diferentes esferas de governo consigam "falar entre si", o que não
acontece hoje em dia.
Alguns dos benefícios que a arquitetura e-PING pode trazer ao governo e à sociedade em geral
são a unificação dos cadastros sociais, a unificação dos sistemas de segurança, a unificação dos
Detrans, entre outros.
Para que se estabeleçam os objetivos da e-PING, é fundamental que se defina claramente o
que se entende por interoperabilidade. A seguir, alguns conceitos:

→ Habilidade de transferir e utilizar informações de maneira uniforme e eficiente entre várias


organizações e sistemas de informações (governo da Austrália);

→ Intercâmbio coerente de informações entre serviços e sistemas. Deve possibilitar a substitui-


ção de qualquer componente ou produto usado nos pontos de interligação por outro de espe-
cificação similar, sem comprometer as funcionalidades do sistema (governo do Reino Unido);

→ Habilidade de dois ou mais sistemas (computadores, meios de comunicação, redes e outros


componentes de TI) de interagir e intercambiar dados de acordo com um método definido, de
forma a obter os resultados esperados (ISO).

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Diretrizes gerais para o governo eletrônico


A seguir, são apresentadas as diretrizes gerais de implantação e operação do governo eletrô-
nico no âmbito dos comitês técnicos de governo eletrônico e de toda a Administração Pública
federal. Estas diretrizes devem servir como referência geral para estruturar as estratégias de
intervenção, adotadas como orientações para todas as ações de governo eletrônico, gestão do
conhecimento e gestão da TI no governo federal.

1. A prioridade do governo eletrônico é a promoção da cidadania

A política de governo eletrônico do governo brasileiro abandona a visão que vinha sendo ado-
tada, que apresentava o cidadão-usuário antes de mais nada como "cliente" dos serviços públi-
cos, em uma perspectiva de provisão de inspiração neoliberal. O deslocamento não é somente
semântico. Significa que o governo eletrônico tem como referência os direitos coletivos e uma
visão de cidadania que não se restringe à somatória dos direitos dos indivíduos. Assim, forçosa-
mente incorpora a promoção da participação e do controle social e a indissociabilidade entre a
prestação de serviços e sua afirmação como direito dos indivíduos e da sociedade. Essa visão,
evidentemente, não abandona a preocupação em atender às necessidades e demandas dos
cidadãos individualmente, mas a vincula aos princípios da universalidade, da igualdade perante
a lei e da equidade na oferta de serviços e informações.

2. A inclusão digital é indissociável do governo eletrônico

A inclusão digital deve ser tratada como um elemento constituinte da política de governo ele-
trônico, para que esta possa configurar-se como política universal. Esta visão funda-se no en-
tendimento da inclusão digital como direito de cidadania e, portanto, objeto de políticas pú-
blicas para sua promoção. Entretanto, a articulação à política de governo eletrônico não pode
levar a uma visão instrumental da inclusão digital. Esta deve ser vista como estratégia para
construção e afirmação de novos direitos e consolidação de outros pela facilitação de acesso a
eles. Não se trata, portanto, de contar com iniciativas de inclusão digital somente como recurso
para ampliar a base de usuários (e, portanto, justificar os investimentos em governo eletrôni-
co), nem de reduzi-la a elemento de aumento da empregabilidade de indivíduos ou de forma-
ção de consumidores para novos tipos ou canais de distribuição de bens e serviços. Além disso,
enquanto a inclusão digital concentra-se apenas em indivíduos, ela cria benefícios individuais,
mas não transforma as práticas políticas. Não é possível falar destas sem que se fale também
da utilização da tecnologia da informação pelas organizações da sociedade civil em suas inte-
rações com os governos, o que evidencia o papel relevante da transformação dessas mesmas
organizações pelo uso de recursos tecnológicos.

3. O software livre é um recurso estratégico para a implementação do governo eletrônico


O software livre deve ser entendido como opção tecnológica do governo federal. Sempre que
possível, deve ser promovida sua utilização. Para tanto, deve-se priorizar soluções, programas
e serviços baseados em software livre que promovam a otimização de recursos e investimentos
em tecnologia da informação. Entretanto, a opção pelo software livre não pode ser entendida
somente como motivada por aspectos econômicos, mas pelas possibilidades que abre no cam-
po da produção e circulação de conhecimento, no acesso a novas tecnologias e no estímulo ao
desenvolvimento de software em ambientes colaborativos, e ao desenvolvimento de software
nacional. A escolha do software livre como opção prioritária onde cabível encontra suporte

www.acasadoconcurseiro.com.br 1175
também na preocupação em garantir ao cidadão o direito de acesso aos serviços públicos sem
obrigá-lo a usar plataformas específicas.

4. A gestão do conhecimento é um instrumento estratégico de articulação e gestão das


políticas públicas do governo eletrônico
A gestão do conhecimento é compreendida, no âmbito das políticas de governo eletrônico,
como um conjunto de processos sistematizados, articulados e intencionais, capazes de asse-
gurar a habilidade de criar, coletar, organizar, transferir e compartilhar conhecimentos estraté-
gicos que podem servir para a tomada de decisões, para a gestão de políticas públicas e para
inclusão do cidadão como produtor de conhecimento coletivo.

5. O governo eletrônico deve racionalizar o uso de recursos


O governo eletrônico não deve significar aumento dos dispêndios do governo federal na
prestação de serviços e em tecnologia da informação. Ainda que seus benefícios não possam
ficar restritos a este aspecto, é inegável que deve produzir redução de custos unitários
e racionalização do uso de recursos. Grande parte das iniciativas de governo eletrônico
pode ser realizada através do compartilhamento de recursos entre órgãos públicos. Este
compartilhamento pode se dar tanto no desenvolvimento quanto na operação de soluções,
inclusive através do compartilhamento de equipamentos e recursos humanos. Destaque
especial deve merecer o desenvolvimento compartilhado em ambiente colaborativo,
envolvendo múltiplas organizações.

6. O governo eletrônico deve contar com um arcabouço integrado de políticas, sistemas,


padrões e normas
O sucesso da política de governo eletrônico depende da definição e publicação de políticas,
padrões, normas e métodos para sustentar as ações de implantação e operação do governo
eletrônico que cubram uma série de fatores críticos para o sucesso das iniciativas.

7. Integração das ações de governo eletrônico com outros níveis de governo e outros Poderes
A implantação do governo eletrônico não pode ser vista como um conjunto de iniciativas de
diferentes atores governamentais que podem manter-se isoladas entre si. Pela própria natureza
do governo eletrônico, este não pode prescindir da integração de ações e de informações. A
natureza federativa do Estado brasileiro e a divisão dos Poderes não pode significar obstáculo
para a integração das ações de governo eletrônico. Cabe ao governo federal um papel de
destaque nesse processo, garantindo um conjunto de políticas, padrões e iniciativas que
garantam a integração das ações dos vários níveis de governo e dos três Poderes.
A presença do governo eletrônico na prática da cidadania inclui a transparência nos assuntos de:

•• orçamento;
•• fiscalização e controle;
•• prevenção e combate à corrupção;
•• prestação de contas;
•• denúncias.

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O Programa de Governo Eletrônico brasileiro conta com um comitê executivo e oito comitês
técnicos responsáveis pelo desenvolvimento das políticas e ações definidas nos princípios e
diretrizes estabelecidas para toda a Administração Pública federal.

O comitê executivo foi criado no âmbito do Conselho de Governo pelo Decreto de 18 de outubro
de 2000. O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão exerce as atribuições de Secretaria-
-Executiva e garante o apoio técnico-administrativo necessário ao funcionamento do comitê.

Já os comitês técnicos foram criados pelo Decreto não numerado de 29 de outubro de 2003
para atuar nos seguintes segmentos:

•• implementação do software livre;


•• inclusão digital;
•• integração de sistemas;
•• sistemas legados e licenças de software;
•• gestão de sítios e serviços on-line;
•• infraestrutura de rede;
•• governo para governo; e
•• gestão de conhecimentos e informação estratégica.

QUALIDADE NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E O PROCESSO DE


MODERNIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade (PBQP)


Desde 1991, no contexto do Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade – PBQP, vêm
se desenvolvendo na administração pública brasileira ações cujo propósito é transformar as
organizações públicas, procurando torná-las cada vez mais preocupadas com o cidadão e não
apenas com os seus processo burocráticos internos.
Em outras palavras, o que se busca é fazer com que a organização pública passe a considerar o
cidadão como parte interessada e essencial ao sucesso da gestão pública e, em função disso,
que a avaliação do desempenho institucional somente seja considerada aceitável se incluir a
satisfação do cidadão como item de verificação.

Três fases caracterizaram o desenvolvimento do programa:

1. Sensibilização e Capacitação
2. Avaliação e premiação
3. Qualidades dos serviços

www.acasadoconcurseiro.com.br 1177
A base desse movimento nacional pela qualidade no serviço público é um rede de parcerias
entre organizações, servidores e cidadãos mobilizados para promoção da melhoria da gestão
no setor público.
Elevar o padrão dos serviços prestados ao cidadão e, ao mesmo tempo, tornar o cidadão mais
exigente em relação aos serviços públicos a que tem direito é o grande desafio da qualidade na
administração pública e o foco de sua atuação. Para isso, as ações do programa se desenvolvem,
principalmente, no espaço em que a organização pública se relaciona diretamente com o cida-
dão, seja na condição de prestadora de serviço, seja na condição de executora da ação do Estado.
Nesse espaço, o programa atua mobilizando e sensibilizando as organizações para a melhoria
da qualidade da gestão pública e do desempenho institucional. Atua, também, junto aos cida-
dãos, procurando torná-los participantes das atividades públicas, desempenhando o papel de
avaliadores dos serviços e das ações do Estado.
Nesse sentido, o Programa da Qualidade no Serviço Público é um poderoso instrumento da
cidadania, conduzindo cidadãos e agentes públicos ao exercício prático de uma administração
pública participativa, transparente, orientada para resultados e preparada para responder às
demandas sociais.

Adesão ao Programa da Qualidade no Serviço Público


Podem aderir ao Programa da Qualidade no Serviço Público – PQSP as organizações públicas
brasileiras, ou suas unidades, dos níveis federal, estadual e municipal, dos Poderes Executivo,
Legislativo e Judiciário.
A formalização da adesão ao programa deverá ser feita por meio do Termo de Adesão (apre-
sentado no item a seguir deste capítulo), firmado pelo dirigente maior da organização e envia-
do ao programa. As organizações que pertencem a uma região, cuja coordenação do programa
está delegada a um núcleo, deverão ligar-se diretamente a esse núcleo.
A adesão não deve se restringir ao ato formal e burocrático de assinar um termo e montar um comi-
tê. Se a direção e parte significativa do corpo gerencial da organização não estão dispostas a aceitar
o desafio da transformação preconizado pelo programa, é melhor não oficializar a adesão.
Para isso, é importante que o ato formal da adesão seja acompanhado de um processo de in-
formação e sensibilização, envolvendo a alta administração, parte do corpo gerencial e os for-
madores de opinião que, independentemente do cargo, têm o poder de influenciar as pessoas
da organização.

Ao aderir ao Programa da Qualidade no Serviço Público, a organização pública compromete-se a:

•• orientar a prática gerencial pelos Princípios da Excelência em Gestão Pública, preconizados


pelo programa;
•• implementar ciclos contínuos de autoavaliação e melhoria da gestão com base no Modelo
de Excelência em Gestão Pública. A manutenção de ciclos contínuos de avaliação e melho-
ria da gestão determina a continuidade ou não da organização pública no programa;
•• indicar dois servidores para integrarem a Rede Nacional de Consultores do PQSP;

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•• receber dois avaliadores externos, indicados pelo programa, para procederem à validação
da autoavaliação realizada;
•• estabelecer e divulgar padrões de qualidade de atendimento aos usuários dos serviços da
organização;
•• avaliar periodicamente a satisfação dos usuários, observando os parâmetros de pesquisa
fixados pelo programa;
•• adotar a prática da colaboração institucional, trocando experiências com outras organiza-
ções públicas;
•• dar ampla divulgação à participação da organização no programa, utilizando sua logomarca
no material técnico e de divulgação.
A constituição de um "Comitê Gestor" é importante para liderar as ações a serem implementa-
das pela organização. É importante que esse comitê tenha a participação de integrantes da alta
administração que se comuniquem com facilidade com as diversas áreas da organização e que
tenham capacidade para atuar como mobilizadores e facilitadores.

Termo de Adesão
A organização pública, ao aceitar o desafio de transformação gerencial proposto pelo Programa
da Qualidade no Serviço Público – PQSP, poderá assumir esse compromisso, formal e publica-
mente, enviando para a Gerência Executiva do programa o Termo de Adesão.
É essencial que o dirigente maior da organização, ao assumir o compromisso de adesão, tenha
compartilhado esse compromisso com os seus gerentes e colocado a transformação da gestão
na agenda da instituição como uma importância que não pode ser adiada.

Sistema de Autoavaliação Continuada da Gestão (PQSP)


O Sistema de Avaliação e Melhoria da Gestão Pública é um conjunto integrado de ações,
realizadas de modo contínuo, que começa com a adesão formal da organização ao Programa da
Qualidade no Serviço Público e se mantém por ciclos contínuos de avaliação e melhoria.
Esses ciclos contínuos compreendem as seguintes ações:

1. Autoavaliação da gestão
Servidores indicados pela própria organização são capacitados pelo PQSP para atuar como fa-
cilitadores no processo de autoavaliação. Orientado pelos facilitadores, deve participar do pro-
cesso o maior número de servidores, incluindo todo o corpo gerencial da organização. Esta é
uma prática que infunde nas pessoas hábitos alinhados com uma gestão de classe mundial,
como a participação, o envolvimento e o aprendizado.

2. Validação externa
É uma ação conjunta do programa com a organização. Visa à garantia da qualidade da avaliação
e ao reconhecimento público do nível de gestão atingido naquele momento pela organização.

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3. Planejamento para a melhoria da gestão
Dessa ação decorre o Plano de Melhoria da Gestão, principal instrumento de planejamento da
melhoria gerencial. Nele se estabelecem as metas de melhoria, identificadas a partir dos resulta-
dos da autoavaliação, e se definem todos os aspectos necessários ao atingimento dessas metas.

4. Implementação das melhorias


Essa ação consiste em fazer o que foi definido no plano. Significa transformar metas em resulta-
dos e resultados em benefícios para a organização.

5. Acompanhamento e controle em tempo de execução


Tão importante quanto fazer é monitorar o que é feito no momento em que está sendo feito,
analisar o andamento da execução do plano, medir a distância entre meta e resultado e apren-
der com esse exercício.

6. Ações corretivas em tempo de execução


Todas as diferenças, para mais ou para menos, todos os cálculos que apontam para o atingi-
mento ou não das metas do plano são objeto, nessa ação, de intervenção para correção de
rumos, seja no planejamento, seja na execução, ou até mesmo no próprio sistema de acompa-
nhamento.

7. Reinicio do ciclo
Ao término de cada ciclo, uma nova avaliação e um novo plano são necessários para que a me-
lhoria contínua continue seu curso, seja internalizada como uma prática de gestão e permita à
organização atingir paulatinamente patamares mais elevados de desempenho.

Prémio Qualidade do Governo Federal (PQGF)


O Prêmio Qualidade do Governo Federal (PQGF) instituído em 3 de março de 1998 é uma das
ações estratégicas do Programa da Qualidade no Serviço Público. Sua finalidade é reconhecer
e premiar as organizações públicas que comprovem alto desempenho institucional, com quali-
dade em gestão.
Para tanto, o prêmio realiza ciclos anuais de premiação, quando as organizações públicas se can-
didatam de acordo com instruções previamente estabelecidas e apresentadas nesse documento.
O processo de avaliação da gestão de cada candidata tem por base o Modelo de Excelência em
Gestão Pública.
Esse modelo está alinhado com o "estado da arte" da gestão contemporânea, ao mesmo tem-
po em que responde às exigências próprias da natureza pública de nossas organizações.
Dessa forma, o Prêmio Nacional da Gestão Pública tem mantido as características universais
da gestão de excelência que o identificam com os modelos de gestão utilizados pelos setores
público e privado em mais de 60 países.

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Reconhecer por meio do Prêmio Nacional de Gestão Pública significa destacar, dentre as organi-
zações participantes de um ciclo de premiação, aquelas que evidenciam melhoria gerencial na
direção da inovação, da redução de custos, da qualidade dos serviços e da satisfação do cidadão.
É importante registrar que esse prêmio é resultado de um trabalho conjunto e integrado de
diversos agentes – organizações públicas e privadas, servidores públicos e demais cidadãos –
que, visualizando a oportunidade de ganhos coletivos para o setor público e para a sociedade,
deram ao projeto sustentação e legitimidade.

Prêmio Nacional da Gestão Pública


Após cinco ciclos de premiação, o Prêmio Qualidade do Governo Federal (PQGF) reafirma seu
propósito de contribuir para a transformação da gestão pública estimulando, pelo reconheci-
mento, nossas organizações a assumir o compromisso de mudança e a permanecer nele.
Essa estratégia de mobilização pelo reconhecimento ampliou seu escopo de atuação ao longo
desses cinco anos: de um prêmio exclusivo para o Poder Executivo, em 1998, para um prêmio
aberto a todas as organizações públicas brasileiras; de um prêmio de 500 pontos, destinado a
reconhecer as organizações a caminho da excelência, para um prêmio destinado a reconhecer
as organizações públicas de classe mundial.
Assim, o sucesso do prêmio determinou a manutenção do seu propósito, a sua expansão e a
mudança do seu nome.

Objetivos
a) Reconhecer formalmente os resultados alcançados pelas organizações com a implementa-
ção da gestão pública pela qualidade.
b) Estimular órgãos e entidades da Administração Pública brasileira a priorizar ações voltadas
para a melhoria da gestão e do desempenho institucional.
c) Disponibilizar para as organizações informações sobre práticas bem-sucedidas da gestão
pública empreendedora.

Público-alvo
Podem participar do Prêmio Nacional da Gestão Pública todas as organi¬zações públicas brasi-
leiras dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, das esferas federal, estadual e municipal.

Benefícios do processo de premiação


Ao participar do Prêmio Nacional da Gestão Pública, a candidata:
a) recebe uma avaliação de sua gestão, feita por uma banca de especialistas em gestão pública;
b) passa a dispor de mecanismos capazes de manter e estimular a par¬ticipação dos servido-
res e empregados no processo de melhoria contínua da organização, voltados para atender
a sociedade;
c) se reconhecida, passa a ter práticas da gestão divulgadas como referenciais para a transfor-
mação.

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QUALIDADE DO GOVERNO

O marco de referência para essa reestruturação de qualidade do Estado, de modo a torná-lo


mais eficiente e transparente quanto ao uso dos recursos públicos, e mais eficaz quanto aos
resultados de suas ações em termos de prestação de serviços de interesse coletivo, foi o lan-
çamento do bestseller “Reinventando o Governo”, de autoria de David Osborne e Ted Gaebler,
nos EUA em 1994. Os autores propõem um receituário estratégico, organizado em torno de dez
princípios básicos, voltado para a reinvenção do governo, ou seja, um novo paradigma de Esta-
do. Vamos tentar resumir os dez princípios:

•• governo catalisador: aquele que escolhe “navegar em vez de remar”; o que, em outras
palavras, significa um governo que é forte porque se limita a decidir e a dirigir, deixando a
execução para outrem.
•• participação da população no governo: mediante a transferência do poder decisório da
burocracia para as comunidades, de tal maneira que elas possam ser corresponsáveis com
o governo pelo controle dos serviços públicos.
•• competição nos serviços públicos: a competição não deve ocorrer apenas entre os setores
público e privado, mas também entre os próprios órgãos públicos, pois a competição sadia
estimula a inovação e o aumento da eficiência.
•• governo orientado por missões: em contraposição às organizações públicas rigidamente
dirigidas por normas e regulamentos, as organizações orientadas por missões são mais ra-
cionais, eficazes, criativas, têm maior flexibilidade operativa e moral mais elevado.
•• governo de resultados: no qual se privilegiam os resultados a atingir e não simplesmente
os recursos.
•• ênfase no cliente: consiste em aproximar os órgãos governamentais dos usuários de servi-
ços públicos, de modo a identificar os seus anseios e incorporar as críticas, a fim de moldar
a prestação de serviços conforme as suas reais necessidades.
•• governo empreendedor: é aquele que gera receitas (extratributárias) ao invés de simples-
mente incorrer em gastos.
•• papel preventivo: preocupação com a prevenção de problemas evitáveis e com a previsão
(antecipação) de dificuldades futuras.
•• descentralização: para responder com maior rapidez a mudanças nas circunstâncias ou nas
necessidades de seus clientes; o governo descentralizado é mais eficiente, inovador, produ-
tivo e mais comprometido com os resultados.
•• governo orientado para o mercado: é uma forma de usar o poder de alavancagem do setor
público para orientar as decisões dos agentes privados, de modo a alcançar mais eficiente-
mente as metas coletivas.

Uma primeira mudança de comportamento, produzida pela introdução da administração fle-


xível, ocasionou uma transformação na visão de mundo da administração pública: a sociedade
não é composta por súditos ou concorrentes, mas sim de clientes e cidadãos. O gestor público
deverá dar uma atenção especial ao cliente, entendendo que:

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•• o público é o elemento mais importante em qualquer atividade governamental;


•• o público é a razão da existência do governo;
•• a autoridade, no setor público, deriva de um consentimento e fundamenta-se em uma de-
legação;
•• o público não interrompe o trabalho do funcionalismo; ele é o propósito desse trabalho;
•• o público é parte essencial da atividade do Estado; não é descartável;
•• o público é quem paga o salário de todos, desde o do dirigente ao do faxineiro dos órgãos
governamentais;
•• pesquisar a vontade pública e procurar entender as aspirações e queixas da sociedade é
função de todo governo moderno e democrático;
•• a cortesia não é apenas uma atitude pessoal, mas uma obrigação;
•• o público não é apenas quem paga a conta, mas a razão das atividades do governo;
•• a ideia de que o governo não tem concorrente, como as empresas, é falsa. O governo é
uma opção livre, pelo menos de eleição em eleição. Manter o público satisfeito para que se
lembre do seu partido na próxima eleição é função dos dirigentes.

Gestão de Resultados na Produção de Serviços Públicos


Os empreendedores públicos sabem que, enquanto as instituições forem financiadas da forma
tradicional, poucas razões terão para se esforçarem na busca de desempenhos mais satisfató-
rios. Contudo, se forem financiadas segundo um critério de avaliação de resultados, num ins-
tante ficarão obcecados por maior performance. Por não mensurar os resultados, os governos
burocratizados raramente logram grandes conquistas.
Se uma organização não avalia os resultados e é incapaz de identificar o que dá certo no mo-
mento em que o fenômeno acontece, não poderá aprender com a experiência. Sem o devido
feedback em termos de resultados, qualquer iniciativa renovadora já nasce morta.

Contrato de Gestão
É um instrumento moderno de Administração por Objetivos. Consiste em compromissos peri-
ódicos com objetivos e metas, de cada uma das empresas estatais com o Estado. É da natureza
dos contratos que, em contrapartida ao compromisso da empresa, o Estado passe a conceder-
-lhe maior autonomia gerencial, liberando-a de controles burocráticos de meios, com o intuito
de viabilizar a elevação de sua eficiência. É passível de aplicação também a órgãos governa-
mentais de administração direta e indireta não estruturados sob a forma jurídica de empresa
pública.

Administração Direta: constitui-se dos serviços integrados na estrutura administrativa da


Presidência da República e dos Ministérios.

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Administração Indireta: entidades que têm personalidade jurídica própria, exemplos como
autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas.

O contrato de gestão é um compromisso institucional firmado entre o Poder Executivo do Es-


tado e cada entidade governamental a ele subordinada da administração direta e as entidades
da administração indireta, desde empresas estatais até órgãos autárquicos e fundacionais. Pre-
tende estimular a gestão por objetivos no âmbito do setor público, para que se constitua como
eixo central da Administração Pública, descolando-a dos controles meramente normativos (ju-
rídicos, fiscais, orçamentários e tarifários), para o controle de fins ou de objetivos a atingir.
Uma característica desse modelo de administração é a de ser dinâmica e participativa, pois: os
objetivos e metas fixados em compromissos de gestão são periodicamente negociados e con-
sentidos entre o Estado e cada órgão subordinado;

•• a implantação do modelo pretende induzir uma maior participação e corresponsabilização


dos funcionários dos órgãos públicos e de empregados de empresas estatais na definição e
na execução dos objetivos firmados em cada período com o Estado;
•• pretende o modelo que a sociedade seja informada do conteúdo dos compromissos, pas-
sando a ter parâmetros compreensíveis para avaliar a qualidade de produtos e serviços
prestados pelos órgãos governamentais e empresas estatais.

Avaliação de Desempenho em Organizações Públicas


O alvo da Avaliação de Desempenho de entidades públicas, pelos órgãos gestores do governo,
é avaliar as diretrizes, os planos estratégicos e operacionais, os objetivos e as metas dessas
organizações, e os processos de trabalho, no sentido de promover sua efetividade, eficácia e
eficiência.

Pessoal, então ficaremos por aqui, boa sorte a todos e bons estudos!!!

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Administração Pública Brasileira

Professor Fábio Furtado

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Edital

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA BRASILEIRA: Controle Interno e Externo da Administração Pública.


Lei nº 8.443/92. 11. Manual Técnico de Orçamento- MTO-2014.

BANCA: ESAF
CARGO: Assistente Técnico Administrativo

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Administração Pública Brasileira
Aula XX

MTO – MANUAL TÉCNICO DE ORÇAMENTO

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LEGISLAÇÃO APLICÁVEL

•• CRFB/88 (Arts. 165 a 169);


•• Lei nº 4.320/64
•• Institui normas gerais de Direito Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e
balanços da U, E, DF e M.
•• LC nº 101/2000 (LRF)
CRFB/88

Artigo Principais Assuntos Relacionados


165 Instrumentos de Planejamento Orçamentário (PPA, LDO e LOA)
166 Processo Legislativo Orçamentário
167 Vedações Constitucionais em Matéria Orçamentária
168 Transferências de Recursos Financeiros pelo Tesouro para os órgãos
169 Despesas com Pessoal

Orçamento na CF/88: PPA, LDO e LOA.

Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:


I – o plano plurianual (PPA);
II – as diretrizes orçamentárias (LDO);
III – os orçamentos anuais (LOA).

CRFB/88 (Art. 165)


§ 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes,
objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas
decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.
§ 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração
pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente,
orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação
tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.
§ 5º A lei orçamentária anual compreenderá:
I – o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da ad-
ministração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;

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II – o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, dete-


nha a maioria do capital social com direito a voto;
III – o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vincula-
dos, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e manti-
dos pelo Poder Público.
§ 7º Os orçamentos previstos no § 5º, I e II, deste artigo, compatibilizados com o plano plu-
rianual, terão entre suas funções a de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critério
populacional.
(Orçamentos Fiscal e de Investimentos compatibilizados com o PPA).
§ 9º Cabe à lei complementar:
I – dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do
plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual;
•• Atualmente, utiliza-se a Lei nº 4.320/64.

Instrumentos de Planejamento Orçamentário (Governamental)


PPA (Plano Plurianual)
LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias)
LOA (Lei Orçamentária Anual)

Plano Plurianual (PPA)

Período de vigência: 4 anos


Exemplo: PPA 2008 I----I 2011
LULA
2006 eleito
2007 posse e elaboração do novo PPA
I-------------I 2008 2009 2010 2011
I------------------------I I---------I
Governo LULA próximo governante

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Exemplo: PPA 2012 I----I 2015
DILMA
2010 eleita
2011 posse e elaboração do novo PPA
I-------------I 2012 2013 2014 2015
I------------------------I I---------I
Governo DILMA próximo governante

Exemplo: PPA 2016 I----I 2019


DILMA
2014 eleita
2015 posse e elaboração do novo PPA
I-------------I 2016 2017 2018 2019
I------------------------I I---------I
Governo DILMA próximo governante

Art. 165, §1º CF 88


Palavras-chaves:
Regionalizada; diretrizes, objetivos e metas; despesas de capital e decorrentes; programas de
duração continuada.

CUIDADO!
Termos corretos:
Regionalizada; diretrizes, objetivos e metas; despesas de capital e decorrentes; programas de
duração continuada.
Termos incorretos:
Setorial; metas e prioridades; despesas correntes; programas para o exercício financeiro
subsequente.

Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO)

Art. 165, §2º CF 88


Palavras-chaves:
Metas e Prioridades; despesas de capital; LOA; legislação tributária; agências financeiras
oficias de fomento.

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CUIDADO!
Termos corretos:
Metas e prioridades; despesas de capital; LOA; legislação tributária; agências financeiras
oficias de fomento.
Termos incorretos:
Diretrizes, Objetivos e Metas; Despesas Correntes; PPA; Legislação Societária; Agências Bancárias.

LOA – Lei Orçamentária Anual

Art. 165, §5º CF 88


É composta de:
OF (Administração Direta; Autarquias; Fundações Públicas; Empresas Estatais Dependentes)
OI (investimentos das Empresas Estatais)
OSS (Saúde, Previdência e Assistência Social)

Empresa Estatal Dependente

Art. 2º, III da LRF


Conceito:
Empresa controlada que recebe do ente controlador recursos financeiros para pagamento de
despesas com pessoal ou de custeio em geral ou de capital, excluídos, no último caso, aqueles
provenientes de aumento de participação acionária.

Prazos para a União


Art. 35,§ 2º do ADCT – Envio (do Executivo para o Legislativo)

PPA Até 4 meses antes do encerramento do 1º exercício financeiro.


(até 31/08) 1º jan I-------------------------------I-----------------I 31/12
31/08
LDO Até oito meses e meio antes do encerramento do exercício financeiro.
(até 15/04) 1º jan I--------------I----------------------------------I 31/12
15/04
LOA Até 4 meses antes do encerramento do exercício financeiro.
(até 31/08) 1º jan I-------------------------------I----------------I 31/12
31/08

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Art. 35,§ 2º do ADCT – Devolução (do Legislativo para o Executivo)

PPA Até o encerramento da sessão legislativa.


(até 22/12) 02/02 I--------------I 17/07 01/08 I-------------I 22/12

LDO Até o encerramento do 1º período da sessão legislativa.


(até 17/07) 02/02 I--------------I 17/07 01/08 I-------------I 22/12

LOA Até o encerramento da sessão legislativa.


(até 22/12) 02/02 I--------------I 17/07 01/08 I-------------I 22/12

Sessão Legislativa (União) – CRFB


Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital Federal, de 2 de fevereiro a 17 de
julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro.
§ 2º A sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação do projeto de lei de diretrizes
orçamentárias.

CRFB/88
Art. 167. São vedados:
Vedações Constitucionais em Matéria Orçamentária
I – o início de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária anual;
•• É por isso que a LOA é chamada de Orçamento-programa, pois contém Programas de Tra-
balho de Governo com diretrizes, objetivos e metas a serem alcançados.
•• Cada Programa de Trabalho possui uma unidade gestora e um valor para ser executado.
II – a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que excedam os créditos orça-
mentários ou adicionais;
•• Alguns chamam de Princípio da Quantificação dos Créditos Orçamentários.
•• Fica claro que a LOA fixa a despesa, isto é, estabelece um limite para gastos.
III – a realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital,
ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade
precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta;
•• É a chamada REGRA DE OURO DAS FINANÇAS PÚBLICAS.
•• Empréstimos não devem financiar despesas correntes, mas sim despesas de capital.
IV – a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição
do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de
recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do
ensino e para realização de atividades da administração tributária...e a prestação de garantias
às operações de crédito por antecipação de receita...
•• Princípio da Não Afetação ou Não Vinculação de Receitas

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V – a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e sem


indicação dos recursos correspondentes;
•• Já que vai alterar a LOA, modificando a estrutura dos créditos orçamentários originais, é
lógico que deve ter autorização legislativa. A indicação de recursos é importante para que
não ocorra desequilíbrio fiscal.
VI – a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de
programação para outra ou de um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa;
•• Já que vai alterar a LOA, modificando a estrutura dos créditos orçamentários originais, é
lógico que deve ter autorização legislativa.
VII – a concessão ou utilização de créditos ilimitados;
•• Fica claro que a LOA fixa a despesa, isto é, estabelece um limite para gastos.
IX – a instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia autorização legislativa.
•• Fundos Orçamentários somente podem ser criados por Lei.
X – a transferência voluntária de recursos e a concessão de empréstimos, inclusive por anteci-
pação de receita, pelos Governos Federal e Estaduais e suas instituições financeiras, para paga-
mento de despesas com pessoal ativo, inativo e pensionista, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios.
§ 1º Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado
sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime
de responsabilidade.
§ 2º Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que forem
autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele
exercício, caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento
do exercício financeiro subsequente.
§ 3º A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas im-
previsíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública,
observado o disposto no art. 62.
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas
provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. 
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:
I – relativa a: 
d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementa-
res, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º; 
§ 4º É permitida a vinculação de receitas próprias geradas pelos impostos a que se referem
os arts. 155 e 156, e dos recursos de que tratam os arts. 157, 158 e 159, I, a e b, e II, para a
prestação de garantia ou contragarantia à União e para pagamento de débitos para com esta. 
(Uma das exceções ao Princípio da Não Afetação ou Não Vinculação de Receitas)

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Art. 168. Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias, compreendidos os créditos su-
plementares e especiais, destinados aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério
Público e da Defensoria Pública, ser-lhes-ão entregues até o dia 20 de cada mês, em duodécimos,
na forma da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º.

•• A Fazenda Pública, ou seja, o Tesouro, deve enviar para os órgãos até o dia 20 de cada mês
os recursos financeiros (dinheiro) para que estes possam pagar o que gastaram dos crédi-
tos orçamentários.
Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar.

•• Art. 19 da LRF (LC nº 101/2000):

União: até 50% da RCL;


Outros (E, DF e M): até 60% da RCL.
§ 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo, durante o prazo fixa-
do na lei complementar referida no caput, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municí-
pios adotarão as seguintes providências:  
I – redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em comissão e funções de
confiança;
II – exoneração dos servidores não estáveis.
§ 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem suficientes para asse-
gurar o cumprimento da determinação da lei complementar referida neste artigo, o servidor
estável poderá perder o cargo...
§ 5º O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo anterior fará jus a indenização corres-
pondente a um mês de remuneração por ano de serviço. 
§ 6º O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos anteriores será considerado extinto,
vedada a criação de cargo, emprego ou função com atribuições iguais ou assemelhadas pelo
prazo de quatro anos.
§ 1º A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a criação de cargos, em-
pregos e funções ou alteração de estrutura de carreiras, bem como a admissão ou contratação
de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e entidades da administração direta ou indireta, in-
clusive fundações instituídas e mantidas pelo poder público, só poderão ser feitas: 
I – se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções de despesa de
pessoal e aos acréscimos dela decorrentes;
II – se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias, ressalvadas as empresas
públicas e as sociedades de economia mista.

ORÇAMENTO PÚBLICO
Conceito:
→ Lei de iniciativa do Chefe do Poder Executivo,

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→ aprovada pelo Poder Legislativo,


→ Que estima receitas e fixa despesas
→ para um determinado exercício financeiro.
CUIDADO! Incorreto:
→ Lei de iniciativa do Chefe do Poder Legislativo,
→ Que fixa receitas e fixa despesas
Obs.: Podemos considerar como correto:
→ Que estima receitas e estima despesas
LOA – Ano XXXX

Despesas Fixadas (Créditos


Receitas Previstas
Orçamentários)
Ministério da Educação (Adm. Direta)
Pessoal xxx
Serviços de Terceiros xxx
Ministério dos Transportes (Adm. Direta)
Tributárias 700
Contribuições 50 Pessoal xxx
Patrimoniais 50 Material de Consumo xxx
Operações de Crédito 100
IBAMA (Adm. Indireta/Autarquia)
Pessoal xxx
Serviços de Terceiros xxx
Reserva de Contingência 20
Total “Dinheiro previsto” 900 Total “Cartão de Crédito” 900

EXERCÍCIO FINANCEIRO
Art. 34 da Lei nº 4.320/64:
O exercício financeiro coincide com o ano civil.
1º jan I---------------------------------------I 31/12
CUIDADO! Incorreto:
O exercício financeiro coincide com o ano comercial.
Conceito:
O exercício financeiro é o período no qual o orçamento estará em vigor.
É o período em que estaremos arrecadando as receitas previstas e empenhando, gastando, as
despesas fixadas (créditos orçamentários).
1º jan I------------------------------------------I 31/12
período de execução do orçamento público

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Questões

1. (ESAF – Analista Jurídico – SEFAZ/CE – 2. (ESAF – APOFP – SEFAZ/SP – 2009)


2007)
Segundo disposição da Constituição Federal
Consoante a Constituição Federal, leis de de 1988, as diretrizes e metas da adminis-
iniciativa do Poder Executivo estabelecerão tração pública, para as despesas de capital,
– o plano plurianual, as diretrizes orçamen- são definidas no seguinte instrumento:
tárias e os orçamentos anuais. Assinale a
opção incorreta. a) em lei ordinária de ordenamento da ad-
ministração pública.
a) A lei que instituir o plano plurianual es- b) na lei que institui o plano plurianual.
tabelecerá, de forma regionalizada, as c) na lei orçamentária anual.
diretrizes, objetivos e metas da admi- d) na lei de diretrizes orçamentárias.
nistração pública federal para as despe- e) no decreto de programação financeira
sas de capital e outras delas decorren- do poder executivo.
tes e para as relativas aos programas de
duração continuada. 3. (ESAF – Analista Contábil-Financeiro –
b) A lei de diretrizes orçamentárias com- SEFAZ/CE – 2006)
preenderá as metas e prioridades da
administração pública federal, incluindo Sobre o Plano Plurianual – PPA de que trata
as despesas de capital para o exercício o art. 165 da Constituição Federal é correto
financeiro subsequente, orientará a ela- afirmar, exceto:
boração da lei orçamentária anual, dis- a) sua duração atual é de quatro anos.
porá sobre as alterações na legislação b) estabelece, de forma regionalizada, as
tributária e estabelecerá a política de diretrizes, objetivos e metas da Admi-
aplicação das agências financeiras ofi- nistração Pública para as despesas de
ciais de fomento. capital.
c) Os planos e programas nacionais, regio- c) a elaboração dá-se no primeiro ano do
nais e setoriais previstos nesta Consti- mandato do governante.
tuição serão elaborados em consonân- d) os programas de governo e seus princi-
cia com o plano plurianual e apreciados pais elementos constitutivos são objeto
pelo Congresso Nacional. do PPA.
d) O Poder Executivo publicará, até trinta e) os valores a serem aplicados nos pro-
dias após o encerramento de cada tri- gramas não constam do PPA por serem
mestre, relatório resumido da execução objeto da Lei Orçamentária Anual –
orçamentária. LOA.
e) O projeto de lei orçamentária será
acompanhado de demonstrativo regio- 4. (ESAF – Técnico de Finanças e Controle –
nalizado do efeito, sobre as receitas e CGU – 2001)
despesas, decorrente de isenções, anis-
tias, remissões, subsídios e benefícios A Constituição de 1988, em seu art. 165, de-
de natureza financeira, tributária e cre- termina que a lei orçamentária anual com-
ditícia. preenderá:

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•• O orçamento fiscal referente aos Po- c) Dispõe sobre as alterações na legislação
deres da União, seus fundos, órgãos e tributária.
entidades da administração direta e in- d) Compreende o orçamento fiscal, o orça-
direta, inclusive fundações instituídas e mento de investimento e o orçamento
mantidas pelo Poder Público; da seguridade social.
e) Estabelece a política de aplicação das
•• O orçamento de investimento das em- agências financeiras oficiais de fomen-
presas em que a União, direta ou indire- to.
tamente, detenha a maioria do capital
com direito a voto; 6 (ESAF – Técnico de Nível Superior/SPU –
•• O orçamento da seguridade social, 2006)
abrangendo todas as entidades e ór- Nos termos da Constituição Federal, a lei or-
gãos a ela vinculadas, da administração çamentária anual compreenderá:
direta ou indireta, bem como os fundos
e fundações instituídos e mantidos pelo I – o orçamento fiscal.
Poder Público.
II – o orçamento de investimento das em-
Além dos orçamentos anuais acima indica- presas estatais.
dos, a nova constituição estabelece que leis
de iniciativa do Poder Executivo estabelece- III – o orçamento da seguridade social.
rão: Assinale a opção correta.
a) o plano plurianual, as diretrizes com- a) Os itens I, II e III estão corretos.
pensatórias e as atualizações fiduciárias b) Apenas o item I está correto.
b) o plano bianual, as diretrizes orçamen- c) Apenas os itens I e II estão corretos.
tárias e as atualizações permanentes d) Apenas os itens I e III estão corretos.
c) o plano plurianual, as diretrizes estraté- e) Apenas os itens II e III estão corretos.
gicas e as atualizações permanentes
d) o plano trianual, as diretrizes orçamen- 7. (ESAF – EPPGG – MPOG – 2013)
tárias e as atualizações fiduciárias
e) o plano plurianual, as diretrizes orça- A Lei Orçamentária Anual (LOA) da União
mentárias e os planos e programas na- está mencionada e detalhada na Constitui-
cionais, regionais e setoriais ção Federal no art. 165. Estipula o § 5º do
artigo 165 da Constituição de 1988 que a Lei
5. (ESAF – Analista de Finanças e Controle – Orçamentária Anual compreenderá:
CGU – 2002)
a) o orçamento fiscal referente aos Pode-
O Sistema de Planejamento Integrado, tam- res da União.
bém conhecido, no Brasil, como Processo b) os fundos, órgãos e entidades da admi-
de Planejamento-Orçamento, consubstan- nistração direta e indireta, excluídas as
cia-se nos seguintes instrumentos: Plano fundações instituídas e mantidas pelo
Plurianual, Lei de Diretrizes Orçamentárias e Poder Público.
Lei Orçamentária Anual. No que diz respeito c) o orçamento de investimento das em-
à Lei de Diretrizes Orçamentárias, aponte a presas em que a União, direta ou indire-
única opção falsa. tamente, detenha ações, independente
de possuir maioria do capital social com
a) Tem a finalidade de nortear a elabora- direito a voto.
ção dos orçamentos anuais. d) o orçamento da seguridade social, não
b) Contém as metas e prioridades da ad- abrangendo as entidades e órgãos a ela
ministração pública federal.

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vinculados, da administração direta ou 9. (ESAF – Técnico Administrativo – DNIT –


indireta. 2013)
e) os fundos e fundações instituídos e
mantidos pelo Poder Público não são De acordo com a Constituição Federal, o
passíveis de inclusão na LOA. principal objetivo da Lei de Diretrizes Orça-
mentárias é:
8 (ESAF – EPPGG – MPOG – 2013) a) orientar as unidades orçamentárias e
O modelo orçamentário brasileiro é defi- administrativas na formulação do seu
nido na Constituição Federal de 1988 do planejamento anual e na elaboração da
Brasil. Compõe-se de três instrumentos: o proposta orçamentária, bem como es-
Plano Plurianual – PPA, a Lei de Diretrizes tabelecer as metas a serem alcançadas
Orçamentárias – LDO e a Lei Orçamentária no exercício subsequente.
Anual – LOA, conforme informa o art. 165: b) estabelecer as diretrizes, prioridades e
metas para a organização das entidades
Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executi- com vistas à definição da proposta or-
vo estabelecerão: çamentária anual a ser enviada ao Con-
gresso Nacional.
I – o plano plurianual; c) criar as condições necessárias ao esta-
II – as diretrizes orçamentárias; belecimento de um sistema de planeja-
mento integrado com vistas à elabora-
III – os orçamentos anuais. ção e aprovação do orçamento.
d) estabelecer as metas de despesas cor-
Acerca do Planejamento no Brasil após a
rentes e de capital para o exercício se-
Constituição de 1988, assinale a opção cor-
guinte, as prioridades da administração
reta.
e orientar a elaboração da proposta or-
a) O PPA, com vigência de quatro anos, çamentária.
tem como função enunciar as políticas e) estabelecer as metas e prioridades da
públicas e respectivas prioridades para administração pública federal, incluindo
o exercício seguinte. as despesas de capital para o exercício
b) Cabe à LDO estabelecer as diretrizes, financeiro subsequente e orientar a ela-
objetivos e metas de médio prazo da boração da lei orçamentária.
administração pública.
c) A LOA, ao identificar no PPA as ações 10. (ESAF – Analista de Planejamento e Orça-
que receberão prioridade no exercício mento – MPOG – 2010)
seguinte, torna-se o elo entre o PPA,
que funciona como um plano de médio Na integração do Sistema de Planejamen-
prazo do governo. to e Orçamento Federal, indique qual(ais)
d) A LOA é a lei orçamentária da União que instrumento(s) legal(is) explicita(m) as me-
estima receitas e fixa as despesas para tas e prioridades para cada ano.
um exercício financeiro. De um lado, a) O Plano Plurianual (PPA) e a Lei Orça-
permite avaliar as fontes de recursos mentária Anual.
públicos no universo dos contribuintes b) A Lei de Responsabilidade Fiscal.
e, de outro, quem são os beneficiários c) A Lei de Diretrizes Orçamentárias.
desses recursos. d) A Lei de Responsabilidade Fiscal e a Lei
e) A LDO tem como principais objetivos Orçamentária Anual.
estimar a receita e fixar a programação e) A Lei Orçamentária Anual.
das despesas para o exercício financei-
ro.

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11. (ESAF – Analista de Finanças e Controle – a) exclusivamente os investimentos.
STN – 2008) b) as metas fiscais somente para as despe-
sas.
A Constituição brasileira atribui ao Poder c) as estimativas de receita e a fixação de
Executivo a responsabilidade pelo planeja- despesas.
mento e orçamento por meio de três instru- d) a autorização para a abertura de crédi-
mentos principais – o PPA (Plano Plurianu- tos adicionais extraordinários.
al), a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) e) a autorização para criação de novas ta-
e a LOA (Lei Orçamentária Anual); em rela- xas.
ção a essa estrutura é correto afirmar:
a) O PPA deve ser enviado pelo Poder Exe- 13. (ESAF – Auditor Fiscal – Receita Federal do
cutivo ao Poder Legislativo no primeiro Brasil – 2009)
ano de mandato apenas para seu co- Com relação ao Plano Plurianual (PPA),
nhecimento e tem duração até o final aponte a única opção incorreta.
do mandato.
b) O Executivo envia conjuntamente os a) Os programas do PPA podem abranger
projetos da LDO e da LOA para o Poder atividades desenvolvidas por diferentes
Legislativo, os quais devem ser votados Ministérios.
em conjunto antes do término do ano b) Um aspecto importante do PPA é sua
a fim de serem executados no ano se- integração das despesas correntes e
guinte. de capital, obtida por meio do foco em
c) Enquanto o PPA é um planejamento programas.
para os quatro anos seguintes, incluin- c) É exigido que o PPA seja apresentado ao
do o primeiro ano do mandato subse- Congresso Nacional até 15 de abril do
quente, a LDO estabelece as metas e primeiro dos quatro anos do mandato
prioridades para o exercício financeiro do Presidente da República.
seguinte. d) O PPA de 2000-2003, o Avança Brasil,
d) O Poder Executivo envia para o Legisla- reflete a nova classificação programáti-
tivo inicialmente a LOA, depois de a LOA ca.
aprovada e com base nela, o executivo e) O PPA foi instituído pela Constituição de
envia ao legislativo a LDO, que estabe- 1988.
lece a programação financeira e o cro-
nograma mensal de desembolso. 14. (ESAF – Técnico de Nível Superior/SPU –
e) O Legislativo só deve aprovar a LDO, MPOG – 2006)
pois o PPA é um indicativo das metas do
executivo e a LOA é apenas um crono- No decorrer do primeiro exercício de um
grama de despesas. mandato presidencial qualquer, os projetos
de lei do Plano Plurianual, da Lei de Diretri-
12. (ESAF – APOFP – SEFAZ/SP – 2009) zes Orçamentárias e da Lei Orçamentária
Anual deverão ser enviados para o Congres-
O orçamento público pode ser entendi- so Nacional, respectivamente, até as se-
do como um conjunto de informações que guintes datas:
evidenciam as ações governamentais, bem
como um elo capaz de ligar os sistemas de a) 15/04 – 15/04 – 31/08.
planejamento e finanças. A elaboração da b) 31/08 – 15/04 – 15/04.
Lei Orçamentária Anual (LOA), segundo a c) 31/08 – 15/04 – 31/08.
Constituição Federal de 1988, deverá espe- d) 15/04 – 31/08 – 31/08.
lhar: e) 31/08 – 31/08 – 15/04.

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15. (ESAF – Analista – Administração e Finan- b) a função controle precede à execução


ças – SUSEP – 2010) orçamentária.
c) a não-aprovação do projeto de lei de di-
A respeito dos prazos relativos à elaboração retrizes orçamentárias impede o reces-
e tramitação da lei que institui o Plano Plu- so parlamentar.
rianual – PPA, da Lei de Diretrizes Orçamen- d) a votação do plano plurianual segue o
tárias – LDO e da Lei Orçamentária Anual – rito de lei complementar.
LOA, é correto afirmar: e) com o lançamento do Programa de Ace-
a) o projeto de PPA será encaminhado até leração do Crescimento (PAC), o orça-
cinco meses antes do término do exer- mento de investimento das empresas
cício em que inicia o mandato do Pre- estatais passou a integrar o plano plu-
sidente da República, enquanto a LOA rianual.
deve ser encaminhada até quatro me-
ses antes do término do exercício. 17. (ESAF – Analista – Planejamento e Execu-
b) a proposta de LOA deverá ser remetida ção Financeira – CVM – 2010)
ao Congresso Nacional até quatro me- Nos termos da Constituição Federal, é cor-
ses antes do término do exercício finan- reto afirmar que:
ceiro e o projeto aprovado da LDO deve
ser devolvido para sanção até o encer- a) o Plano Plurianual possui status de lei
ramento do primeiro período da sessão complementar.
legislativa. b) a Lei de Diretrizes Orçamentárias com-
c) os projetos de PPA e de LDO devem ser preende o orçamento fiscal, o orçamen-
encaminhados juntos até seis meses to de investimento das estatais e o or-
antes do término do exercício uma vez çamento da seguridade social.
que há conexão entre eles. c) o Poder Executivo deve publicar, até
d) a Constituição Federal determina que trinta dias após o encerramento de
esses projetos de lei são encaminhados cada trimestre, relatório resumido da
ao Congresso Nacional de acordo com execução orçamentária.
as necessidades do Poder Executivo, ex- d) o Plano Plurianual compreende as me-
ceto no último ano de mandato do titu- tas e prioridades da administração pú-
lar do executivo. blica federal, incluindo as despesas de
e) os projetos de LDO e de LOA devem capital para o exercício financeiro sub-
ser encaminhados ao Congresso Nacio- sequente.
nal até seis meses antes do término do e) os orçamentos fiscal e de investimento
exercício e devolvidos para sanção até o das estatais possuem, entre outras, a
encerramento da sessão legislativa. função de reduzir desigualdades inter-
-regionais, segundo critério populacio-
16. (ESAF – Auditor Fiscal – Receita Federal do nal.
Brasil – 2009)
A compreensão adequada do ciclo de ges-
tão do governo federal implica saber que:
a) no último ano de um mandato pre-
sidencial qualquer, à lei de diretrizes
orçamentárias compete balizar a ela-
boração do projeto de lei do plano plu-
rianual subsequente.

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18. (ESAF – AUFC– TCU – 2006) 19. (ESAF – Assistente Técnico-Administrativo
– Ministério da Fazenda – 2009)
No que se refere à matéria orçamentária,
a Constituição de 1988, em seu artigo 165, Marque a opção correta.
determina que leis de iniciativa do Poder
Executivo estabeleçam o Plano Plurianual, a) A lei que instituir o plano plurianual
as diretrizes orçamentárias e os orçamentos compreenderá as metas e prioridades
anuais. Identifique a opção falsa com rela- da administração pública federal, in-
ção ao tema. cluindo as despesas de capital para o
exercício financeiro subsequente.
a) A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) b) O Presidente da República poderá en-
consiste na lei que norteia a elaboração viar mensagem ao Congresso Nacional
dos orçamentos anuais, compreendidos para propor modificação a projeto de
o orçamento fiscal, o orçamento de in- lei relativo ao orçamento anual desde
vestimento das empresas estatais e o que não finalizada a votação, na Comis-
orçamento da seguridade social. são mista, da parte cuja alteração é pro-
b) A Lei Orçamentária Anual (LOA) objeti- posta.
va viabilizar a realização das ações pla- c) A lei orçamentária anual compreenderá
nejadas no Plano Plurianual e transfor- o orçamento de investimento das em-
má-las em realidade. presas, fundos e fundações mantidas
c) A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), pelo Poder Público.
sob forma de projeto, deve ser encami- d) Os projetos de lei relativos ao plano
nhada pelo Poder Executivo ao Poder plurianual serão apreciados pelo Sena-
Legislativo, na esfera federal, até oito do Federal.
meses e meio antes do encerramento e) Os planos e programas nacionais, re-
do exercício financeiro (15 de abril) e gionais e setoriais previstos na Cons-
devolvida para sanção até o final do pri- tituição Federal serão elaborados em
meiro período da sessão legislativa (17 consonância com o plano plurianual e
de julho). apreciados pelo Congresso Nacional.
d) O Plano Plurianual corresponde a um
plano, por meio do qual se procura or-
denar as ações do governo que levem
ao alcance dos objetivos e das metas
fixados para um período de três anos.
e) A Lei do Orçamento, sob forma de pro-
jeto, deve ser encaminhada, no âmbito
federal, até quatro meses antes do en-
cerramento do exercício financeiro (31
de agosto) e devolvida para sanção até
o final da sessão legislativa.

Gabarito: 1. D 2. B 3. E 4. E 5. D 6. A 7. A 8. D 9. E 10. C 11. C 12. C 13. C 14. C 15. B 16. C 17. E 
18. D 19. E

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PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS

Legalidade
Universalidade
Periodicidade (Anualidade)
Exclusividade (Art. 165, § 8º da CF/88)
Orçamento Bruto
Publicidade
Equilíbrio
Não Afetação de Receitas (de impostos)
Especificação (Especificidade, Especialização, Discriminação)
Unidade ou Totalidade

Princípio da Legalidade

Apresenta o mesmo fundamento do princípio da legalidade aplicado à administração pública,


segundo o qual cabe ao Poder Público fazer ou deixar de fazer somente aquilo que a lei
expressamente autorizar, ou seja, se subordina aos ditames da lei. A Constituição Federal
de 1988, no art. 37, estabelece os princípios da administração pública, dentre os quais o
da legalidade e, no seu art. 165, estabelece a necessidade de formalização legal das leis
orçamentárias:
“Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:
I – o plano plurianual;
II – as diretrizes orçamentárias;
III – os orçamentos anuais.”

LOA

Despesas Fixadas
Receitas Previstas
(Créditos Orçamentários)
Tributárias 700 Pessoal 600
Contribuições 150 Serviços de Terceiros 200
Patrimoniais 50 Material de Consumo 100
Total “Dinheiro previsto” 900 Total “Cartão de Crédito” 900

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Princípio da Universalidade

Lei nº 4.320/64:
Art. 3º. A Lei de Orçamento compreenderá todas as receitas, inclusive as de operações de crédito
autorizadas em lei.
[...]
Art. 4º. A Lei de Orçamento compreenderá todas as despesas próprias dos órgãos do Governo e da
administração centralizada, ou que, por intermédio deles se devam realizar, observado o disposto
no artigo 2º.

LOA

Despesas Fixadas (Créditos


Receitas Previstas
Orçamentários)
Ministério da Educação (Adm. Direta)
Pessoal xxx
Serviços de Terceiros xxx
Material de Consumo xxx
Tributárias 700 Ministério dos Transportes (Adm. Direta)
Contribuições 50
Patrimoniais 50 Pessoal xxx
Operações de Crédito 100 Serviços de Terceiros xxx
Material de Consumo xxx
IBAMA (Adm. Indireta/Autarquia)
Pessoal xxx
Serviços de Terceiros xxx
Material de Consumo xxx

Total "Dinheiro previsto" 900/Total "Cartão de Crédito" 900

Princípio da Periodicidade (Anualidade)

CRFB/88:
Art. 165, § 5º A lei orçamentária anual compreenderá ...

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Lei nº 4.320/64:
Art. 34. O exercício financeiro coincidirá com o ano civil.

LOA XXXX

Despesas Fixadas
Receitas Previstas
(Créditos Orçamentários)
Tributárias 700 Pessoal 600
Contribuições 150 Serviços de Terceiros 200
Patrimoniais 50 Material de Consumo 100
Total “Dinheiro previsto” 900 Total “Cartão de Crédito” 900

Princípio do Orçamento Bruto

Lei nº 4.320/64:
Art. 6º Todas as receitas e despesas constarão da Lei de Orçamento pelos seus totais, vedadas
quaisquer deduções.

LOA

Despesas Fixadas
Receitas Previstas
(Créditos Orçamentários)
Tributárias 700 Pessoal 300
IPVA Serviços de terceiros 150
Contribuições 150 Material de Consumo 100
Patrimoniais 50 TTC 350
Total “Dinheiro previsto” 900 Total “Cartão de Crédito” 900

Princípio da Publicidade

Princípio básico da atividade da administração pública no regime democrático está previsto


pelo caput do art. 37 da Magna Carta de 1988.

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Nota do Professor:
Assim como a maioria dos atos da Administração, as leis orçamentárias devem ser
publicadas em meio oficial de comunicação.

Princípio da Equilíbrio

Despesas Fixadas
Receitas Previstas
(Créditos Orçamentários)
Tributárias 700 Pessoal 600
Contribuições 150 Serviços de Terceiros 200
Patrimoniais 50 Material de Consumo 100
Obras e Instalações 200
Total “Dinheiro previsto” 900 Total “Cartão de Crédito” 1.100

Princípio da Não Afetação de Receitas

CRFB/88:
Art. 167. São vedados:
IV – a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição
do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de
recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento
do ensino e para realização de atividades da administração tributária, como determinado,
respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações
de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º
deste artigo; 
Art. 167, § 4.º É permitida a vinculação de receitas próprias geradas pelos impostos a que se
referem os arts. 155 e 156, e dos recursos de que tratam os arts. 157, 158 e 159, I, a e b, e II,
para a prestação de garantia ou contragarantia à União e para pagamento de débitos para
com esta.

Despesas Fixadas
Receitas Previstas
(Créditos Orçamentários)
Tributárias 700 Pessoal 300
IPVA Serviços de terceiros 150
Contribuições 150 Material de Consumo 100
Patrimoniais 50 TTC 350
Total “Dinheiro previsto” 900 Total “Cartão de Crédito” 900

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Princípio da Especificação

Lei nº 4.320/64:
Art. 5º A Lei de Orçamento não consignará dotações globais destinadas a atender indiferentemente
a despesas de pessoal, material, serviços de terceiros, transferências ou quaisquer outras,
ressalvado ...

LOA

Despesas Fixadas (Créditos


Receitas Previstas
Orçamentários)
Ministério da Educação (Adm. Direta)
Pessoal xxx
Serviços de Terceiros xxx
Tributárias 700 Ministério dos Transportes (Adm. Direta)
Contribuições 50
Pessoal xxx
Patrimoniais 50
Material de Consumo xxx
Operações de Crédito 100
IBAMA (Adm. Indireta/Autarquia)
Pessoal xxx
Serviços de Terceiros xxx
Reserva de Contingência 20

Total "Dinheiro previsto" 900/Total "Cartão de Crédito" 900

Reserva de Contingência
Conceito:
Dotação global, genérica, destinada a quitar passivos contingentes, tais como:
Demanda Judicial de uma Empresa Estatal Dependente;
Calamidade Pública.
Serve também para cobrir riscos orçamentários, isto é, risco de erro de planejamento
orçamentário quando utilizada como fonte de recursos para abertura de créditos adicionais
suplementares e especiais.
Art. 5º da LRF:
A LOA conterá RESERVA DE CONTINGÊNCIA cujo montante será calculado na LDO (no Anexo de
Riscos Fiscais)

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Princípio da Unidade

CRFB/88:
Art. 165, § 5º – A lei orçamentária anual compreenderá:
I – o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da
administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;
II – o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente,
detenha a maioria do capital social com direito a voto;
III – o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados,
da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos
pelo Poder Público.
Previsto, de forma expressa, pelo caput do art. 2º da Lei nº 4.320/64, determina a existência
de orçamento único para cada um dos entes federados – União, Estados, DF e Municípios –
com a finalidade de se evitarem múltiplos orçamentos paralelos dentro de uma mesma pessoa
política.
Dessa forma, todas as receitas previstas e despesas fixadas, em cada exercício financeiro,
devem integrar um único documento legal dentro de cada esfera federativa: a Lei Orçamentária
Anual – LOA*.
•• Cada pessoa política da federação elaborará sua própria LOA.

Princípio da Exclusividade

CRFB/88:
Art. 165, § 8º – A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita
e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos
suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita,
nos termos da lei.

LOA

(Exemplo)
“Art. xx. Fica o Poder Executivo autorizado a abrir créditos suplementares, até o limite de
trinta por cento do total da despesa fixada nesta Lei, para transposição, remanejamento ou
transferência de recursos, criando, se necessário, fontes de recursos, modalidades de aplicação,

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elementos de despesa e subtítulos, com a finalidade de suprir insuficiências dos Orçamentos


Fiscal e da Seguridade Social, respeitadas as prescrições constitucionais e os termos da Lei
Federal nº 4.320, 17 de março de 1964, em seu artigo 43, § 1º incisos I, II e III e §§ 2º, 3º e 4º”.

(Exemplo)
“Art. xx. Fica o Poder Executivo autorizado a contrair financiamentos com agências nacionais
e internacionais oficiais de crédito para aplicação em investimentos previstos nesta Lei, bem
como a oferecer as contragarantias necessárias à obtenção de garantia do Tesouro Nacional
para a realização destes financiamentos”.

(Exemplo)
“Art. xx. Fica o Poder Executivo autorizado a realizar operações de crédito por antecipação
de receita, com a finalidade de manter o equilíbrio orçamentário-financeiro do Município,
observados os preceitos legais aplicáveis à matéria”.

Nota do Professor:
A LOA do último ano de mandato não poderá conter essa autorização. (conforme art.
38 da LRF).

Despesas Fixadas
Receitas Previstas
(Créditos Orçamentários)
Tributárias 700 Pessoal 600
Contribuições 150 Serviços de terceiros 200
Patrimoniais 50 Material de Consumo 100
Total “Dinheiro previsto” 900 Total “Cartão de Crédito” 900

Despesas Fixadas
Receitas Previstas
(Créditos Orçamentários)
Tributárias 700 Pessoal 600
Contribuições 150 Serviços de terceiros 200
Patrimoniais 50 Material de Consumo 100
Operações de Crédito 200 Obras e Instalações 200
Total “Dinheiro previsto” 1.100 Total “Cartão de Crédito” 1.100

Operações de Crédito
OPERAÇÕES DE CRÉDITO = EMPRÉSTIMOS/FINANCIAMENTOS
(DÍVIDA FUNDADA)

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Longo prazo, em regra.
Prazo de Amortização superior a 12 meses, em regra.
Finalidade: cobrir gasto orçamentário
(Despesa de Capital, em regra)
Art. 98 da Lei nº 4.320/64 e Art. 29 (I, III e §3º) da LRF

OPERAÇÕES DE CRÉDITO POR ANTECIPAÇÃO DE RECEITA ORÇAMENTÁRIA


(ARO)*
(Débito de Tesouraria)
(DÍVIDA FLUTUANTE)
Curto prazo (de 10/01 a 10/12)
Finalidade: cobrir insuficiência de caixa
Art. 92 da Lei nº 4.320/64 e Art. 38 da LRF
*VEDADA no último ano de MANDATO*.

PARA LEITURA

Princípios Orçamentários, de acordo com o MCASP – Manual de Contabilidade Aplicada ao


Setor Público, da STN – Parte I – Procedimentos Contábeis Orçamentários:

Princípios Orçamentários
De acordo com o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público, da STN/SOF:
•• Unidade ou Totalidade;
•• Universalidade;
•• Anualidade ou Periodicidade;
•• Exclusividade;
•• Orçamento Bruto;
•• Legalidade;
•• Publicidade;
•• Transparência;
•• Não-Vinculação (Não-Afetação) da Receita de Impostos.

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Unidade ou Totalidade
Previsto, de forma expressa, pelo caput do art. 2º da Lei nº 4.320/64, determina a existência
de orçamento único para cada um dos entes federados – União, Estados, DF e Municípios –
com a finalidade de se evitarem múltiplos orçamentos paralelos dentro de uma mesma pessoa
política.
Dessa forma, todas as receitas previstas e despesas fixadas, em cada exercício financeiro,
devem integrar um único documento legal dentro de cada esfera federativa: a Lei Orçamentária
Anual – LOA*.
•• Cada pessoa política da federação elaborará sua própria LOA.

Universalidade
Estabelecido, de forma expressa, pelo caput do art. 2º da Lei nº 4.320/64, recepcionado e
normatizado pelo § 5º do art. 165 da CF, determina que a LOA de cada ente federado deverá
conter todas as receitas e despesas de todos os poderes, órgão, entidades, fundos, e fundações
instituídas e mantidas pelo poder público.

Anualidade ou Periodicidade
Estipulado, de forma literal, pelo caput do art. 2º da Lei no 4.320, de 1964, delimita o exercício
financeiro orçamentário: período de tempo ao qual a previsão das receitas e a fixação das
despesas registradas na LOA irão se referir.
Segundo o art. 34 da Lei no 4.320, de 1964, o exercício financeiro coincidirá com o ano civil e,
por isso, será de 1º de janeiro até 31 de dezembro de cada ano.

Exclusividade
Previsto no §8º do art. 165 da Constituição Federal, estabelece que a Lei Orçamentária Anual
não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa. Ressalvam-se
dessa proibição a autorização para abertura de créditos adicionais e a contratação de operações
de crédito, nos termos da lei.

Orçamento Bruto
Previsto pelo art. 6o da Lei no 4.320, de 1964, obriga registrarem-se receitas e despesas na LOA
pelo valor total e bruto, vedadas quaisquer deduções.

Legalidade
Apresenta o mesmo fundamento do princípio da legalidade aplicado à administração pública,
segundo o qual cabe ao Poder Público fazer ou deixar de fazer somente aquilo que a lei

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expressamente autorizar, ou seja, se subordina aos ditames da lei. A Constituição Federal
de 1988, no art. 37, estabelece os princípios da administração pública, dentre os quais o
da legalidade e, no seu art. 165, estabelece a necessidade de formalização legal das leis
orçamentárias:
“Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:
I – o plano plurianual;
II – as diretrizes orçamentárias;
III – os orçamentos anuais.”

Publicidade
Princípio básico da atividade da administração pública no regime democrático está previsto pelo
caput do art. 37 da Magna Carta de 1988. Justifica-se especialmente pelo fato de o orçamento
ser fixado em lei, sendo esta a que autoriza aos Poderes a execução de suas despesas.

Nota do Professor:
Assim como a maioria dos atos da Administração, as leis orçamentárias devem ser
publicadas em meio oficial de comunicação.

Transparência
Aplica-se também ao orçamento público, pelas disposições contidas nos arts. 48, 48-A e 49
da Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF, que determinam ao governo, por exemplo: divulgar
o orçamento público de forma ampla à sociedade; publicar relatórios sobre a execução
orçamentária e a gestão fiscal; disponibilizar, para qualquer pessoa, informações sobre a
arrecadação da receita e a execução da despesa.

Nota do Professor:
A LRF determina que as informações acima deve ser disponibilizadas, para a sociedade,
em meio eletrônico de divulgação (internet).

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Não-Vinculação (Não-Afetação) da Receita de Impostos.


Estabelecido pelo inciso IV do art. 167 da CF/88, veda vinculação da receita de impostos a órgão,
fundo ou despesa, salvo exceções estabelecidas pela própria Constituição Federal, in verbis:
“Art. 167. São vedados:
[...]
IV – a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição
do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação
de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento
do ensino e para realização de atividades da administração tributária, como determinado,
respectivamente, pelos arts. 198, §2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações
de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, §8º, bem como o disposto no §4º
deste artigo;
[...]
§4º É permitida a vinculação de receitas próprias geradas pelos impostos a que se referem os
arts. 155 e 156, e dos recursos de que tratam os arts. 157, 158 e 159, I, a e b, e II, para a
prestação de garantia ou contragarantia à União e para pagamento de débitos para com esta”.
As ressalvas são estabelecidas pela própria Constituição e estão relacionadas à repartição do
produto da arrecadação dos impostos (Fundos de Participação dos Estados (FPE) e Fundos
de Participação dos Municípios (FPM) e Fundos de Desenvolvimento das Regiões Norte,
Nordeste e Centro-Oeste) à destinação de recursos para as áreas de saúde e educação, além do
oferecimento de garantias às operações de crédito por antecipação de receitas.

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Questões

1. (ESAF – AUFC – TCU – 2006) e) A adoção do princípio da exclusividade


condiciona a criação ou aumento de im-
No que diz respeito ao conceito de orça- postos a sua inclusão no orçamento.
mento público e princípios orçamentários,
identifique a opção incorreta. 3. (ESAF – AUFC – TCU – 1999)
a) O orçamento público deve manter o No tocante aos objetivos dos princípios or-
equilíbrio entre as receitas fixadas e as çamentários, assinale a opção correta.
despesas estimadas.
b) São impositivos nos orçamentos públi- a) Segundo o princípio da exclusividade, o
cos os princípios orçamentários. orçamento deve conter todas as recei-
c) Segundo o princípio da unidade, o or- tas e despesas referentes aos poderes
çamento público deve constituir uma da União.
única peça, indicando as receitas e os b) De acordo com o princípio da unidade,
programas de trabalho a serem desen- o orçamento deve conter apenas maté-
volvidos pelos poderes Executivo, Legis- ria orçamentária.
lativo e Judiciário. c) O princípio da publicidade represen-
d) O orçamento público é uma lei de ini- ta uma regra técnica administrativa,
ciativa do Poder Executivo, que estabe- segundo a qual a lei do orçamento so-
lece as políticas públicas para o exercí- mente deve veicular matéria de nature-
cio a que se referir. za financeira.
e) O orçamento deve ser elaborado e au- d) O princípio da legalidade determina
torizado para um exercício financeiro, que o conteúdo do orçamento deve ser
coincidente com o ano civil. divulgado por veículos oficiais de comu-
nicação.
2. (ESAF – AUFC – TCU – 2000) e) O princípio da unidade recomenda que
deve existir apenas um orçamento.
Assinale a opção correta referente à aplica-
ção dos princípios orçamentários. 4. (ESAF – AUFC – TCU – 2002)
a) De acordo com o princípio da unidade, A ação planejada do Estado materializa-se
os orçamentos das três esferas da Ad- através do orçamento público. Indique o
ministração deveriam ser unificados em princípio orçamentário que consiste na não-
umorçamento nacional. -inserção de matéria estranha à previsão da
b) Em consonância com o princípio do or- receita e à fixação da despesa.
çamento bruto, as transferências no
âmbito interno de cada esfera da Admi- a) princípio da discriminação
nistração se anulam. b) princípio da exclusividade
c) A existência da conta única encontra res- c) princípio do orçamento bruto
paldo no princípio da unidade de caixa. d) princípio da universalidade
d) A destinação dos recursos das taxas e) princípio do equilíbrio
para o custeio de serviços específicos
contraria o princípio da não-afetação de
receitas.

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5. (ESAF – ATRFB – MF – 2009) autorização para aumento da alíquota
de contribuição social, mesmo respei-
Constata-se que os princípios orçamentá- tando-se o prazo de vigência previsto
rios do equilíbrio e da unidade foram res- na Constituição.
peitados quando ocorrem, respectivamen- c) A vinculação de receitas de taxas a fun-
te: dos legalmente constituídos é incompa-
a) as despesas correntes liquidadas não tível com o princípio da não-afetação,
ultrapassam as receitas correntes ar- definido na Constituição Federal.
recadadas e a Lei Orçamentária Anual d) O princípio da especificação estabele-
disciplinou todas modificações na legis- ce que a lei orçamentária anual deverá
lação tributária necessárias à execução especificar a margem de expansão das
do orçamento. despesas obrigatórias de caráter con-
b) as despesas correntes foram pagas sem tinuado, conforme determina a Lei de
a realização de operações de crédito e Responsabilidade Fiscal.
as despesas de capital foram cobertas e) O princípio do equilíbrio é constitucio-
com receitas correntes. nalmente fixado e garante que o mon-
c) a arrecadação total foi suficiente para tante das receitas correntes será igual
cobrir todas as despesas liquidadas e a ao total das despesas correntes.
distribuição dos gastos durante os me-
ses do exercício manteve-se bem distri- 7. (ESAF – Analista – BACEN – 2001)
buída. Apesar de não possuírem caráter absoluto,
d) as receitas de capital não ultrapassaram os princípios orçamentários têm servido de
as despesas de capital e todas as despe- base para elaboração dos orçamentos pú-
sas realizadas foram autorizadas em lei. blicos e para discussões teóricas sobre esse
e) todas as despesas autorizadas no exer- tema.
cício não ultrapassam o valor das recei-
tas estimadas e cada ente da federação a) Entre as opções abaixo, assinale aquela
apresenta um único orçamento no exer- que expressa corretamente o princípio
cício. orçamentário da universalidade.a) Cada
unidade governamental deve possuir
6. (ESAF – AFC – CGU – 2008) apenas um orçamento.
b) O orçamento deve conter todas as re-
No Brasil, para que o controle orçamentário ceitas e todas as despesas do Estado.
se tornasse mais eficaz, ao longo dos anos, c) As receitas e despesas no orçamento
tornou-se necessário estabelecer alguns devem aparecer de maneira discrimi-
princípios que orientassem a elaboração e nada, de tal forma que se possa saber,
a execução do orçamento. Assim, foram es- com detalhes, a origem dos recursos e
tabelecidos os chamados "Princípios Orça- sua aplicação.
mentários", que visam estabelecer regras d) As propostas orçamentárias devem ser
para elaboração e controle do Orçamento. amplamente divulgadas, de forma que
No tocante aos Princípios Orçamentários, o maior número possível de pessoas te-
indique a opção correta. nha acesso às realizações pretendidas
a) O orçamento deve ser uno, ou seja, no pela administração pública.
âmbito de cada esfera de Poder deve e) O orçamento deve ser apresentado em
existir apenas um só orçamento para linguagem clara, de modo que o maior
um exercício financeiro. número possível de pessoas possa com-
b) O princípio da exclusividade veda a in- preendê-lo e manipulá-lo.
clusão, na lei orçamentária anual, de

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8. (ESAF – ACF – SEFAZ/CE- 2007) guardados limites para contratação de


operações de crédito, nos termos de lei
O princípio da exclusividade do orçamento complementar.
consagrado pela Constituição Federal esta- b) são autorizadas, devido a dispositi-
belece que a lei orçamentária não contenha vo que permite inclusão de créditos e
dispositivos estranhos à previsão da receita despesas até trinta dias após o encer-
e à fixação da despesa. ramento de cada bimestre, mediante
A exceção a essa vedação se refere às maté- relatório resumido da execução orça-
rias que tratem de mentária, nos termos da lei.
c) são absolutamente proibidas, por meio
a) autorização para alteração da legislação de vedação implícita, decorrente de
tributária. incompatibilização com o plano pluria-
b) abertura de créditos suplementares. nual, cuja função não se vincula a me-
c) modificações da estrutura administrati- canismos de redução de desigualdades
va do governo. inter-regionais, segundo critério popu-
d) programas de redução de gastos na Ad- lacional, nos termos de lei complemen-
ministração Pública. tar.
e) criação de programas de fomento à ar- d) são absolutamente proibidas, dada a
recadação tributária. vedação de dispositivo estranho à pre-
visão da receita e à fixação da despesa
9. (ESAF – AFC – STN – 2005) na lei orçamentária plurianual, em qual-
quer circunstância, nos termos de lei
São impositivos nos orçamentos públicos os
complementar.
princípios orçamentários. O princípio que
e) são proibidas, por causa da vedação da
obriga que a estimativa de receita e a fixa-
lei orçamentária anual de conter dispo-
ção de despesa limitem-se a período defini-
sitivo estranho à previsão da receita e à
do de tempo, chamado exercício financeiro,
fixação da despesa, embora não se in-
é o princípio da
cluam na proibição a autorização para
a) exclusividade. abertura de créditos suplementares e
b) especificação. contratações de operações de crédito,
c) anualidade. ainda que por antecipação de receita,
d) unidade. nos termos da lei.
e) universalidade.
11. (ESAF – Assistente Técnico-Administrativo
10. (ESAF – PFN – 2004) – Ministério da Fazenda – 2009)
O estudo da evolução dos contornos nor- Quanto aos princípios orçamentários, mar-
mativos dados ao orçamento pelo direito que a opção correta.
brasileiro indica-nos as caudas orçamentá-
a) O Princípio da universalidade da ma-
rias, combatidas tanto por Artur Bernardes
téria orçamentária estabelece que so-
como por Rui Barbosa, e que possibilitavam
mente deve constar no orçamento ma-
a inclusão de variados assuntos em dispo-
téria pertinente à fixação da despesa e
sições orçamentárias, a exemplo da lei do
à previsão da receita.
orçamento vetada em janeiro de 1922 pelo
b) O Princípio da Programação preconiza a
então presidente Epitácio Pessoa. No mo-
vinculação necessária à ação governa-
delo atual, as caudas orçamentárias
mental, assegurando-se a finalidade do
a) são autorizadas, por conta de adequa- plano plurianual.
ção dos gastos com o plano plurianual,

www.acasadoconcurseiro.com.br 1223
c) O Princípio da não-afetação da receita
preconiza que não pode haver transfe-
rência, transposição ou remanejamento
de recursos de uma categoria de pro-
gramação para outra ou de um órgão
para outro sem prévia autorização legis-
lativa.
d) O Princípio da reserva de lei estabelece
que os orçamentos e créditos adicionais
devem ser incluídos em valores brutos,
todas as despesas e receitas da União,
inclusive as relativas aos seus fundos.
e) O Princípio do Equilíbrio Orçamentário
estabelece que a lei orçamentária não
conterá dispositivo estranho à previsão
da receita e à fixação da despesa.

Gabarito: 1. A 2. C 3. E 4. B 5. E 6. B 7. B 8. B 9. C 10. E 11. B

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RECEITAS PÚBLICAS

RECEITAS PÚBLICAS
Classificação quanto
ao Ingresso

RECEITAS EXTRAORÇAMENTÁRIAS RECEITAS ORÇAMENTÁRIAS


(Ingressos Extraorçamentários)

RECEITAS EXTRAORÇAMENTÁRIAS

Ingressos Extraorçamentários.
2
•• Cauções recebidas em dinheiro
•• Retenções na fonte
•• Consignações em folha de pagamento
•• Inscrição de restos a pagar (Art. 103, parágrafo único da Lei nº 4.320/64)
•• Operações de Crédito por Antecipação de Receita
(ARO; débitos de tesouraria)
•• Salários não reclamados
•• Depósitos judiciais
•• Serviços da dívida a pagar
(“RP da Dívida Pública”)
•• Cauções recebidas em dinheiro
•• Retenções na fonte
•• Consignações em folha de pagamento
•• Inscrição de restos a pagar
(Art. 103, parágrafo único da Lei nº 4.320/64)
•• Operações de crédito por antecipação de receita
(aro; débitos de tesouraria)

www.acasadoconcurseiro.com.br 1225
•• Salários não reclamados
•• Depósitos Judiciais
•• Serviços da Dívida a Pagar
(“RP da Dívida Pública”)

Cauções Recebidas em dinheiro


Exemplo:
EMPRESA X
R$ 120.000,00 (contrato de 12 meses)
X 3%
R$ 3.600,00

C/C DO ÓRGÃO PÚBLICO

Balanço Patrimonial

ATIVO PASSIVO
Ativo Financeiro (AF): Passivo Financeiro (PF):
(Dívida Flutuante)
Bancos ↑ 3.600,00
Cauções a Devolver ↑ 3.600,00
SF = AF (-) PF
SF = 3.600 (-) 3.600 (dinheiro em caráter temporário)
SF = 0

•• Cauções recebidas em dinheiro


•• Retenções na fonte
•• Consignações em folha de pagamento
•• Inscrição de restos a pagar
(Art. 103, parágrafo único da Lei nº 4.320/64)
•• Operações de crédito por antecipação de receita
(ARO; débitos de tesouraria)
•• Salários não reclamados
•• Depósitos judiciais
•• Serviços da dívida a pagar
(“RP da Dívida Pública”)

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Retenções e Consignações na Fonte


Folha de Pagamento de Agosto/xxxx
Data do Pagamento da Folha: 31/08/xxxx

Valor Bruto R$
700.000,00
Retenção de IR
Consignações: (200.000,00)
•• Previdência (200.000,00)
•• Plano de Saúde __________
Valor Líquido 300.000,00

ATIVO PASSIVO
Ativo Financeiro (AF): Passivo Financeiro (PF):
(Dívida Flutuante)
Bancos 700
Salários a Pagar 300
Retenções a Recolher 200
Consignações a Recolher 200

ATIVO PASSIVO
Ativo Financeiro (AF): Passivo Financeiro (PF):
(Dívida Flutuante)
Bancos 700
(300) Salários a Pagar 300
400 Retenções a Recolher 200
Consignações a Recolher 200
SF = AF (-) PF
SF = 400 (-) 400
(dinheiro em caráter temporário)
SF = 0

•• Cauções recebidas em dinheiro


•• Retenções na fonte
•• Consignações em folha de pagamento
•• Inscrição de restos a pagar
(Art. 103, parágrafo único da Lei nº 4.320/64)
•• Operações de crédito por antecipação de receita
(ARO; débitos de tesouraria)
•• Salários Não-Reclamados
•• Depósitos Judiciais
•• Serviços da Dívida a Pagar
(“RP da Dívida Pública”)

www.acasadoconcurseiro.com.br 1227
ATIVO PASSIVO
Ativo Financeiro (AF): Passivo Financeiro (PF):
(Dívida Flutuante)
Bancos 5.000,00 Fornecedores 5.000,00

Balanço Patrimonial 31/12/x

ATIVO PASSIVO
Ativo Financeiro (AF): Passivo Financeiro (PF):
(Dívida Flutuante)
Bancos 5.000,00 Fornecedores 5.000,00
(4.000,00) (4.000,00)
1.000,00 Restos a Pagar 1.000,00
SF = AF (-) PF
(dinheiro em caráter temporário)
SF = 1.000 (-) 1.000
SF = 0

Classificação RECEITAS ORÇAMENTÁRIAS


quanto às Art. 11, § 3º
Categorias
Econômicas
Art. 11 da Lei nº 4.320/64
(1) RECEITAS CORRENTES (2) RECEITAS DE CAPITAL
(RC) (RK)
§ 1º; § 4º § 2º; § 4º
- 1.Tributárias
- 2. Contribuições - 1. Operações de Crédito

- 3. Patrimoniais - 2. Alienação de Bens

- 4. Agropecuárias 3. Amortização de Empréstimos


(concedidos)
- 5. Industriais
- 4. Transferências de Capital
- 6. Serviços
5. Outras Receitas de Capital
- 7. Transferências Correntes (Superávit do Orçamento Corrente)
9. Outras Receitas Correntes
14

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Classificação RECEITAS ORÇAMENTÁRIAS


quanto às Art. 11, § 3º
Categorias
Econômicas
Art. 11 da Lei nº 4.320/64
(1) RECEITAS CORRENTES (2) RECEITAS DE CAPITAL
(RC) (RK)
§ 1º; § 4º § 2º; § 4º
- 1.Tributárias
- 2. Contribuições - 1. Operações de Crédito

- 3. Patrimoniais - 2. Alienação de Bens

- 4. Agropecuárias 3. Amortização de Empréstimos


(concedidos)
- 5. Industriais
- 4. Transferências de Capital
- 6. Serviços
5. Outras Receitas de Capital
- 7. Transferências Correntes (Superávit do Orçamento Corrente)
9. Outras Receitas Correntes
15

Receitas Correntes / Tributárias


Impostos;
Taxas;
Contribuições de Melhoria.

Classificação RECEITAS ORÇAMENTÁRIAS


quanto às Art. 11, § 3º
Categorias
Econômicas
Art. 11 da Lei nº 4.320/64
(1) RECEITAS CORRENTES (2) RECEITAS DE CAPITAL
(RC) (RK)
§ 1º; § 4º § 2º; § 4º
- 1.Tributárias
- 2. Contribuições - 1. Operações de Crédito

- 3. Patrimoniais - 2. Alienação de Bens

- 4. Agropecuárias 3. Amortização de Empréstimos


(concedidos)
- 5. Industriais
- 4. Transferências de Capital
- 6. Serviços
5. Outras Receitas de Capital
- 7. Transferências Correntes (Superávit do Orçamento Corrente)
9. Outras Receitas Correntes
17

www.acasadoconcurseiro.com.br 1229
Receitas Correntes / Contribuições
CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS
CONTRIBUIÇÕES DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO
CONTRIBUIÇÃO DE INTERESSE DAS CATEGORIAS PROFISSIONAIS OU ECONÔMICAS
CONTRIBUIÇÃO DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA

Classificação RECEITAS ORÇAMENTÁRIAS


quanto às Art. 11, § 3º
Categorias
Econômicas
Art. 11 da Lei nº 4.320/64
(1) RECEITAS CORRENTES (2) RECEITAS DE CAPITAL
(RC) (RK)
§ 1º; § 4º § 2º; § 4º
- 1.Tributárias
- 2. Contribuições - 1. Operações de Crédito

- 3. Patrimoniais - 2. Alienação de Bens

- 4. Agropecuárias 3. Amortização de Empréstimos


(concedidos)
- 5. Industriais
- 4. Transferências de Capital
- 6. Serviços
5. Outras Receitas de Capital
- 7. Transferências Correntes (Superávit do Orçamento Corrente)
9. Outras Receitas Correntes
19

Receitas correntes / patrimoniais


Aluguéis; dividendos;
Juros ou rendimentos de aplicações financeiras;
Arrendamentos;
Receitas de concessões / permissões;
Foros; laudêmios

1230 www.acasadoconcurseiro.com.br
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Classificação RECEITAS ORÇAMENTÁRIAS


quanto às Art. 11, § 3º
Categorias
Econômicas
Art. 11 da Lei nº 4.320/64
(1) RECEITAS CORRENTES (2) RECEITAS DE CAPITAL
(RC) (RK)
§ 1º; § 4º § 2º; § 4º
- 1.Tributárias
- 2. Contribuições - 1. Operações de Crédito

- 3. Patrimoniais - 2. Alienação de Bens

- 4. Agropecuárias 3. Amortização de Empréstimos


(concedidos)
- 5. Industriais
- 4. Transferências de Capital
- 6. Serviços
5. Outras Receitas de Capital
- 7. Transferências Correntes (Superávit do Orçamento Corrente)
9. Outras Receitas Correntes
21

Receitas Correntes / Agropecuárias


Decorrem da exploração econômica, por parte do ente público, de atividades agropecuárias,
tais como a venda de produtos: agrícolas (grãos, tecnologias, insumos, etc.); pecuários (sêmens,
técnicas em inseminação, matrizes, etc.); para reflorestamentos, etc.

Classificação RECEITAS ORÇAMENTÁRIAS


quanto às Art. 11, § 3º
Categorias
Econômicas
Art. 11 da Lei nº 4.320/64
(1) RECEITAS CORRENTES (2) RECEITAS DE CAPITAL
(RC) (RK)
§ 1º; § 4º § 2º; § 4º
- 1.Tributárias
- 2. Contribuições - 1. Operações de Crédito

- 3. Patrimoniais - 2. Alienação de Bens

- 4. Agropecuárias 3. Amortização de Empréstimos


(concedidos)
- 5. Industriais
- 4. Transferências de Capital
- 6. Serviços
5. Outras Receitas de Capital
- 7. Transferências Correntes (Superávit do Orçamento Corrente)
9. Outras Receitas Correntes
23

www.acasadoconcurseiro.com.br 1231
Receitas Correntes / Industriais
São receitas originárias, provenientes das atividades industriais exercidas pelo ente público.
Encontram-se nessa classificação receitas provenientes de atividades econômicas, tais como:
da indústria extrativa mineral; da indústria de transformação; da indústria de construção; e
outras receitas industriais de utilidade pública.

Classificação RECEITAS ORÇAMENTÁRIAS


quanto às Art. 11, § 3º
Categorias
Econômicas
Art. 11 da Lei nº 4.320/64
(1) RECEITAS CORRENTES (2) RECEITAS DE CAPITAL
(RC) (RK)
§ 1º; § 4º § 2º; § 4º
- 1.Tributárias
- 2. Contribuições - 1. Operações de Crédito

- 3. Patrimoniais - 2. Alienação de Bens

- 4. Agropecuárias 3. Amortização de Empréstimos


(concedidos)
- 5. Industriais
- 4. Transferências de Capital
- 6. Serviços
5. Outras Receitas de Capital
- 7. Transferências Correntes (Superávit do Orçamento Corrente)
9. Outras Receitas Correntes
25

Receitas Correntes / Serviços


São receitas decorrentes das atividades econômicas na prestação de serviços por parte do ente
público, tais como: comércio, transporte, comunicação, serviços hospitalares, armazenagem,
serviços recreativos, culturais, etc. Esses serviços são remunerados mediante preço público,
também chamado de tarifa. Exemplos de naturezas orçamentárias de receita dessa origem são
os seguintes: serviços comerciais; serviços de transporte; serviços portuários, etc.

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Classificação RECEITAS ORÇAMENTÁRIAS


quanto às Art. 11, § 3º
Categorias
Econômicas
Art. 11 da Lei nº 4.320/64
(1) RECEITAS CORRENTES (2) RECEITAS DE CAPITAL
(RC) (RK)
§ 1º; § 4º § 2º; § 4º
- 1.Tributárias
- 2. Contribuições - 1. Operações de Crédito

- 3. Patrimoniais - 2. Alienação de Bens

- 4. Agropecuárias 3. Amortização de Empréstimos


(concedidos)
- 5. Industriais
- 4. Transferências de Capital
- 6. Serviços
5. Outras Receitas de Capital
- 7. Transferências Correntes (Superávit do Orçamento Corrente)
9. Outras Receitas Correntes
27

Receitas Correntes / Transferências


Daqui a pouco veremos Transferências Correntes e Transferências de Capital, para podermos
verificar a diferença entre essas duas espécies de TRANSFERÊNCIAS.
O exemplo que trabalharemos mais adiante servirá de base para estudarmos as receitas com trans-
ferências correntes e de capital, bem como as despesas com essas espécies de transferências.

Classificação RECEITAS ORÇAMENTÁRIAS


quanto às Art. 11, § 3º
Categorias
Econômicas
Art. 11 da Lei nº 4.320/64
(1) RECEITAS CORRENTES (2) RECEITAS DE CAPITAL
(RC) (RK)
§ 1º; § 4º § 2º; § 4º
- 1.Tributárias
- 2. Contribuições - 1. Operações de Crédito

- 3. Patrimoniais - 2. Alienação de Bens

- 4. Agropecuárias 3. Amortização de Empréstimos


(concedidos)
- 5. Industriais
- 4. Transferências de Capital
- 6. Serviços
5. Outras Receitas de Capital
- 7. Transferências Correntes (Superávit do Orçamento Corrente)
9. Outras Receitas Correntes
29

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Receitas Correntes / ORC
Recebimento ou cobrança da dívida ativa;
Multas;
Juros de mora;
Indenizações / restituições

Recebimento ou Cobrança da Dívida Ativa


Exemplo:
Contribuinte X
IPTU: R$ 1.000,00
Vencimento: 31/03/2004
1ª situação: 10/03/2004
R$ 1.000,00 IPTU RC/Tributária

2ª situação: 30/06/2004
R$ 1.000,00 IPTU RC/Tributária
R$ 200,00 Multa e juros de mora RC/ORC
R$ 1.200,00

3ª situação: 01/04/2007
R$ 1.000,00 Dívida ativa RC/ORC
R$ 500,00 Multa e juros de mora RC/ORC
R$ 1.500,00

Classificação RECEITAS ORÇAMENTÁRIAS


quanto às Art. 11, § 3º
Categorias
Econômicas
Art. 11 da Lei nº 4.320/64
(1) RECEITAS CORRENTES (2) RECEITAS DE CAPITAL
(RC) (RK)
§ 1º; § 4º § 2º; § 4º
- 1.Tributárias
- 2. Contribuições - 1. Operações de Crédito

- 3. Patrimoniais - 2. Alienação de Bens

- 4. Agropecuárias 3. Amortização de Empréstimos


(concedidos)
- 5. Industriais
- 4. Transferências de Capital
- 6. Serviços
5. Outras Receitas de Capital
- 7. Transferências Correntes (Superávit do Orçamento Corrente)
9. Outras Receitas Correntes
35

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Balanço Patrimonial (Operações de Crédito)

ATIVO PASSIVO
Ativo Financeiro (AF): Passivo Financeiro (PF):
(Dívida Flutuante)
Bancos 1 bilhão
Passivo Permanente(PP):
Ativo Permanente(AP):
(Dívida Fundada/Consolidada)
Operações de Crédito 1 bilhão
(Empréstimos a Pagar)

Classificação RECEITAS ORÇAMENTÁRIAS


quanto às Art. 11, § 3º
Categorias
Econômicas
Art. 11 da Lei nº 4.320/64
(1) RECEITAS CORRENTES (2) RECEITAS DE CAPITAL
(RC) (RK)
§ 1º; § 4º § 2º; § 4º
- 1.Tributárias
- 2. Contribuições - 1. Operações de Crédito

- 3. Patrimoniais - 2. Alienação de Bens

- 4. Agropecuárias 3. Amortização de Empréstimos


(concedidos)
- 5. Industriais
- 4. Transferências de Capital
- 6. Serviços
5. Outras Receitas de Capital
- 7. Transferências Correntes (Superávit do Orçamento Corrente)
9. Outras Receitas Correntes
37

Balanço Patrimonial (Alienação de Bens)

ATIVO PASSIVO
Ativo Financeiro (AF): Passivo Financeiro (PF):
(Dívida Flutuante)
Bancos 300 milhões
Ativo Permanente(AP):
Passivo Permanente(PP):
Imóveis 300 milhões (Dívida Fundada/Consolidada)

www.acasadoconcurseiro.com.br 1235
Classificação RECEITAS ORÇAMENTÁRIAS
quanto às Art. 11, § 3º
Categorias
Econômicas
Art. 11 da Lei nº 4.320/64
(1) RECEITAS CORRENTES (2) RECEITAS DE CAPITAL
(RC) (RK)
§ 1º; § 4º § 2º; § 4º
- 1.Tributárias
- 2. Contribuições - 1. Operações de Crédito

- 3. Patrimoniais - 2. Alienação de Bens

- 4. Agropecuárias 3. Amortização de Empréstimos


(concedidos)
- 5. Industriais
- 4. Transferências de Capital
- 6. Serviços
5. Outras Receitas de Capital
- 7. Transferências Correntes (Superávit do Orçamento Corrente)
9. Outras Receitas Correntes
39

Balanço Patrimonial (Concessão de Empréstimo)

ATIVO PASSIVO
Ativo Financeiro (AF): Passivo Financeiro (PF):
(Dívida Flutuante)
Bancos 100 milhões
Ativo Permanente(AP): Passivo Permanente(PP):
(Dívida Fundada/Consolidada)
Empréstimos a Receber
100 milhões

Balanço Patrimonial (Amortização de Empréstimo)

ATIVO PASSIVO
Ativo Financeiro (AF): Passivo Financeiro (PF):
(Dívida Flutuante)
Bancos 100 milhões
Ativo Permanente(AP): Passivo Permanente(PP):
(Dívida Fundada/Consolidada)
Empréstimos a Receber
100 milhões

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Fixando para a prova:

Operações de crédito = Receita de CAPITAL


(Pegar emprestado o CAPITAL principal)

Amortização da dívida pública = Despesas de CAPITAL


(Devolver o CAPITAL principal)

“Juros” da dívida pública = Despesas “correntes”

Concessão de empréstimos = Despesas de CAPITAL/inversões financeiras)


(Emprestar o CAPITAL principal)

Receita com amortização de empréstimos anteriormente concedidos = receita de capital


(Receber de volta o CAPITAL principal)

Receita com “juros” associados a esse empréstimo concedido = receitas “correntes”

Operações de Crédito por ANTECIPAÇÃO DE RECEITA ORÇAMENTÁRIA = Receita extraorçamentária

Amortização, Resgate, Liquidação, Pagamento de ARO = Despesa extraorçamentária

“Juros” decorrentes desta ARO = Despesas “correntes”

Classificação RECEITAS ORÇAMENTÁRIAS


quanto às Art. 11, § 3º
Categorias
Econômicas
Art. 11 da Lei nº 4.320/64
(1) RECEITAS CORRENTES (2) RECEITAS DE CAPITAL
(RC) (RK)
§ 1º; § 4º § 2º; § 4º
- 1.Tributárias
- 2. Contribuições - 1. Operações de Crédito

- 3. Patrimoniais - 2. Alienação de Bens

- 4. Agropecuárias 3. Amortização de Empréstimos


(concedidos)
- 5. Industriais
- 4. Transferências de Capital
- 6. Serviços
5. Outras Receitas de Capital
- 7. Transferências Correntes (Superávit do Orçamento Corrente)
9. Outras Receitas Correntes
45

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Transferências

Transferências Correntes
Exemplo:

Foi firmado um convênio entre a União e um determinado município para aquisição de me-
dicamentos para a rede pública municipal. A União repassará ao município um valor de
R$ 1.000.000,00 para a realização dessa compra (despesa corrente/custeio) ou (despesa cor-
rente/outras despesas correntes/aplicações diretas/material de consumo/ drogas e medica-
mentos = c.g.mm.ee.dd = 3.3.90.30.xx).
Para a União, que concedeu a transferência de recursos (R$ 1.000.000,00), esta é uma despesa
corrente/transferência corrente.
Para o município, que recebeu a transferência de recursos (R$ 1.000.000,00), esta é uma re-
ceita corrente/transferência corrente.
Vale ressaltar que este é o momento 1, isto é, o momento em que são realizadas as transferên-
cias. O momento 2 será quando o município começar a executar o objeto do convênio, ou seja,
realizar a aquisição dos medicamentos.

Transferências de Capital

Exemplo:

Foi firmado um convênio entre a União e um determinado município para a construção de um


estádio de futebol. A União repassará ao município um valor de R$ 100.000.000,00 para a re-
alização dessa obra (despesa de capital/investimentos) ou (despesa de capital/investimentos/
aplicações diretas/obras e instalações = c.g.mm.ee.dd = 4.4.90.51.xx).
Para a União, que concedeu a transferência de recursos (R$ 100.000.000,00), esta é uma des-
pesa de capital/transferência de capital.
Para o município, que recebeu a transferência de recursos (R$ 100.000.000,00), esta é uma
receita de capital/transferência de capital.
Vale ressaltar que este é o momento 1, isto é, o momento em que são realizadas as transferên-
cias. O momento 2 será quando o município começar a executar o objeto do convênio, ou seja,
realizar a obra de construção do estádio de futebol.

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Classificação RECEITAS ORÇAMENTÁRIAS


quanto às Art. 11, § 3º
Categorias
Econômicas
Art. 11 da Lei nº 4.320/64
(1) RECEITAS CORRENTES (2) RECEITAS DE CAPITAL
(RC) (RK)
§ 1º; § 4º § 2º; § 4º
- 1.Tributárias
- 2. Contribuições - 1. Operações de Crédito

- 3. Patrimoniais - 2. Alienação de Bens

- 4. Agropecuárias 3. Amortização de Empréstimos


(concedidos)
- 5. Industriais
- 4. Transferências de Capital
- 6. Serviços
5. Outras Receitas de Capital
- 7. Transferências Correntes (Superávit do Orçamento Corrente)
9. Outras Receitas Correntes
50

LOA (Superávit do Orçamento Corrente)

Despesas Fixadas
Receitas Previstas
(Créditos Orçamentários)
Tributárias 700 Pessoal 600
Contribuições 150 Serviços de Terceiros 200
Patrimoniais 50
Total “RC” 900 Total “DC” 800
Total “Dinheiro previsto” 900 Aquisição de Imóveis 100
SOC = 100
Total “DK” 100
Total “Cartão de Crédito” 900

Receita, de acordo com o – Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público, da Público


(MCASP), da STN – Parte I – Procedimentos Contábeis Orçamentários:

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Receita Orçamentária

O orçamento é um importante instrumento de planejamento de qualquer entidade, seja públi-


ca ou privada, e representa o fluxo previsto de ingressos e de aplicações de recursos em deter-
minado período.
A matéria pertinente à receita vem disciplinada no art. 3º, conjugado com o art. 57, e no at. 35
da Lei nº 4.320/64.
“Art. 3º A Lei de Orçamentos compreenderá todas as receitas, inclusive as de operações de
crédito autorizadas em lei.
Parágrafo único. Não se consideram para os fins deste artigo as operações de credito por
antecipação da receita, as emissões de papel-moeda e outras entradas compensatórias, no
ativo e passivo financeiros .
[...]
Art. 57. Ressalvado o disposto no parágrafo único do artigo 3º desta lei serão classificadas
como receita orçamentária, sob as rubricas próprias, todas as receitas arrecadadas, inclusi-
ve as provenientes de operações de crédito, ainda que não previstas no Orçamento”.

Lei nº 4.320/64:

“Art. 35*. Pertencem ao exercício financeiro:


I – as receitas nele arrecadadas;
II – as despesas nele legalmente empenhadas.”

Nota do Professor:

•• É o denominado Regime Orçamentário Misto:


Para receitas, regime orçamentário de caixa;
Para despesas, regime orçamentário de competência.

Atenção: é diferente de Regime Contábil.

Para fins contábeis, quanto ao impacto na situação líquida patrimonial, a receita pode ser
“efetiva” ou “não efetiva”:
Receita Orçamentária Efetiva – aquela que, no momento do reconhecimento do crédito, au-
menta a situação líquida patrimonial da entidade. Constitui fato contábil modificativo aumen-
tativo.
Receita Orçamentária Não Efetiva – aquela que não altera a situação líquida patrimonial no
momento do reconhecimento do crédito e, por isso, constitui fato contábil permutativo, como
é o caso das operações de crédito.

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Receitas
Em sentido amplo, os ingressos de recursos financeiros nos cofres do Estado denominam-se
Receitas Públicas, registradas como Receitas Orçamentárias, quando representam disponibili-
dades de recursos financeiros para o erário, ou Ingressos Extraorçamentários, quando repre-
sentam apenas entradas compensatórias.
Em sentido estrito, chamam-se públicas apenas as receitas orçamentárias.
O MCASP adota a definição no sentido estrito; dessa forma, quando houver citação ao termo
“Receita Pública”, implica referência às “Receitas Orçamentárias”.

Ingressos Extraorçamentários
São recursos financeiros de caráter temporário e não integram a Lei Orçamentária Anual. O
Estado é mero depositário desses recursos, que constituem passivos exigíveis e cujas restitui-
ções não se sujeitam à autorização legislativa.
Exemplos: Depósitos em caução, fianças, operações de crédito por antecipação de receita or-
çamentária – ARO, emissão de moeda e outras entradas compensatórias no ativo e passivo
financeiros.

Receitas Orçamentárias
São disponibilidades de recursos financeiros que ingressam durante o exercício orçamentário
e constituem elemento novo para o patrimônio público. Instrumento por meio do qual se via-
biliza a execução das políticas públicas, as receitas orçamentárias são fontes de recursos utili-
zadas pelo Estado em programas e ações cuja finalidade precípua é atender às necessidades
públicas e demandas da sociedade.
Essas receitas pertencem ao Estado, transitam pelo patrimônio do Poder Público, aumentam-
lhe o saldo financeiro, e, via de regra, por força do Princípio Orçamentário da Universalidade,
estão previstas na Lei Orçamentária Anual (LOA).
Nesse contexto, embora haja obrigatoriedade de a LOA registrar a previsão de arrecadação, a
mera ausência formal do registro dessa previsão, no citado documento legal, não lhes retiram
o caráter de orçamentárias, haja vista o art. 57 da Lei nº 4.320, de 1964, determinar classificar-
-se como Receita Orçamentária toda receita arrecadada que porventura represente ingressos
financeiros orçamentários, inclusive se provenientes de operações de crédito, exceto: opera-
ções de crédito por antecipação de receita (ARO), emissões de papel-moeda e outras entradas
compensatórias no ativo e passivo financeiros.

Quanto à coercitividade:
OBSERVAÇÃO
A doutrina classifica as receitas públicas, quanto à procedência*, em Originárias e Derivadas.

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Essa classificação possui uso acadêmico e não é normatizada; portanto, não é utilizada como
classificador oficial da receita pelo Poder Público.
Nota do Professor:
* É a chamada, pela doutrina, classificação quanto à coercitividade.
Receitas públicas Originárias segundo a doutrina, seriam aquelas arrecadadas por meio da
exploração de atividades econômicas pela Administração Pública. Resultariam, principalmen-
te, de rendas do patrimônio mobiliário e imobiliário do Estado (receita de aluguel), de preços
públicos (tarifas), de prestação de serviços comerciais e de venda de produtos industriais ou
agropecuários.
Receitas públicas Derivadas segundo a doutrina, seria a receita obtida pelo Poder Público por
meio da soberania estatal. Decorreriam de imposição constitucional ou legal e, por isso, auferidas
de forma impositiva, como, por exemplo, as receitas tributárias e as de contribuições especiais.

Codificação da Receita
CLASSIFICAÇÃO DA RECEITA ORÇAMENTÁRIA POR NATUREZA
O § 1º do art. 8º da Lei nº 4.320/1964 define que os itens da discriminação da receita, mencio-
nados no art. 11 dessa lei, serão identificados por números de código decimal. Convencionou-
-se denominar este código de natureza de receita.
A fim de possibilitar identificação detalhada dos recursos que ingressam nos cofres públicos,
essa classificação é formada por um código numérico de 8 dígitos que se subdivide em seis
níveis:
Categoria Econômica, Origem, Espécie, Rubrica, Alínea e Subalínea: C O E R AA SS
Quando, por exemplo, o imposto de renda pessoa física é recolhido dos trabalhadores, aloca-
-se a receita pública correspondente na Natureza de Receita código “1112.04.10”, segundo es-
quema abaixo:

C O E R AA SS
1 1 1 2 04 10

Onde:

1. Categoria Econômica: Receitas Correntes;


1. Origem: Tributária;
1. Espécie: Impostos;
2. Rubrica: Impostos sobre o patrimônio e a renda;
04. Alínea: Impostos sobre a renda e proventos de qualquer natureza;
10. Subalínea: Pessoas físicas

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Categoria Econômica da Receita


Os §§1º e 2º do art. 11 da Lei nº 4.320, de 1964, classificam as Receitas Orçamentárias em
“Receitas Correntes” e “Receitas de Capital”.
A codificação correspondente seria:

CÓDIGO CATEGORIA ECONÔMICA


1 Receitas Correntes
2 Receitas de Capital

1. Receitas Correntes
Receitas Orçamentárias Correntes são arrecadadas dentro do exercício financeiro, aumentam
as disponibilidades financeiras do Estado, em geral com efeito positivo sobre o Patrimônio
Líquido e constituem instrumento para financiar os objetivos definidos nos programas e ações
orçamentários, com vistas a satisfazer finalidades públicas.
De acordo com o §1 º do art. 11 da Lei nº 4.320, de 1964, classificam-se como Correntes as
receitas provenientes de Tributos; de Contribuições; da exploração do patrimônio estatal
(Patrimonial); da exploração de atividades econômicas (Agropecuária, Industrial e de Serviços);
de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, quando
destinadas a atender despesas classificáveis em Despesas Correntes (Transferências Correntes);
por fim, demais receitas que não se enquadram nos itens anteriores (Outras Receitas Correntes).

2. Receitas de Capital
Receitas Orçamentárias de Capital também aumentam as disponibilidades financeiras do Esta-
do e são instrumentos de financiamento dos programas e das ações orçamentários, a fim de se
atingirem as finalidades públicas. Porém, de forma diversa das Receitas Correntes, as Receitas
de Capital em geral não provocam efeito sobre o Patrimônio Líquido.
De acordo com o §2º do art. 11 da Lei nº 4.320, de 1964, com redação dada pelo Decreto-Lei
nº 1.939, de 20 de maio de 1982, Receitas de Capital são as provenientes tanto da realização
de recursos financeiros oriundos da constituição de dívidas e da conversão, em espécie, de
bens e direitos, quanto de recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado e
destinados a atender despesas classificáveis em Despesas de Capital (Transferências de Capital).

Receitas de Operações Intraorçamentárias


Operações intraorçamentárias são aquelas realizadas entre órgãos e demais entidades da
Administração Pública integrantes do orçamento fiscal e do orçamento da seguridade social
do mesmo ente federativo; por isso, não representam novas entradas de recursos nos cofres
públicos do ente, mas apenas movimentação de receitas entre seus órgãos.
As receitas intraorçamentárias são a contrapartida das despesas classificadas na modalidade
de aplicação “91 – Aplicação Direta Decorrente de Operação entre Órgãos, Fundos e Entidades
Integrantes do Orçamento Fiscal e do Orçamento da Seguridade Social” que, devidamente

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identificadas, possibilitam anulação do efeito da dupla contagem na consolidação das contas
governamentais.
Dessa forma, a fim de se evitar a dupla contagem dos valores financeiros objeto de operações
Intraorçamentárias na consolidação das contas públicas, a Portaria Interministerial STN/SOF nº
338, de 26 de abril de 2006, incluiu as “Receitas Correntes Intraorçamentárias” e “Receitas
de Capital Intraorçamentárias”, representadas, respectivamente, pelos códigos 7 e 8, em suas
categorias econômicas.
Essas classificações, segundo disposto pela Portaria que as criou, não constituem novas cate-
gorias econômicas de receita, mas apenas especificações das categorias econômicas “Receita
Corrente” e “Receita de Capital”.

Origem da Receita
A origem é o detalhamento das categorias econômicas “Receitas Correntes” e “Receitas de
Capital”, com vistas a identificar a natureza da procedência das receitas no momento em que
ingressam no Orçamento Público.
Os códigos da origem para as receitas correntes e de capital, de acordo com a Lei nº 4.320, de
1964, são:

1. RECEITAS CORRENTES 2. RECEITAS DE CAPITAL


1. Tributária 1. Operações de Crédito
2. Contribuições 2. Alienação de Bens
3. Patrimonial 3. Amortização de Empréstimos
4. Agropecuária 4. Transferências de Capital
5. Industrial 5. Outras Receitas de Capital
6. Serviços
7. Transferências Correntes
9. Outras Receitas Correntes

1. Receitas correntes

1. Receita Corrente – Tributária


Tributo é uma das origens da receita corrente na Classificação Orçamentária por Categoria
Econômica. Quanto à procedência, trata-se de receita derivada cuja finalidade é obter recursos
financeiros para o Estado custear as atividades que lhe são correlatas. Sujeitam-se aos princípios
da reserva legal e da anterioridade da Lei, salvo exceções.
O art. 3º do Código Tributário Nacional (CTN) define tributo da seguinte forma:

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"Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada".
O art. 5º do CTN e os incisos I, II e III do art. 145 da CF/88 tratam das espécies tributárias
impostos, taxas e contribuições de melhoria.

2. Receita Corrente – Contribuições


Segundo a classificação orçamentária, Contribuições são origem da categoria econômica Re-
ceitas Correntes.
As contribuições classificam-se nas seguintes espécies:
CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS
CONTRIBUIÇÕES DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO
CONTRIBUIÇÃO DE INTERESSE DAS CATEGORIAS PROFISSIONAIS OU ECONÔMICAS
CONTRIBUIÇÃO DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA

3. Receita Corrente – Patrimonial


São receitas provenientes da fruição do patrimônio de ente público, como, por exemplo, bens
mobiliários e imobiliários ou, ainda, bens intangíveis e participações societárias. São classifica-
das no orçamento como receitas correntes e de natureza patrimonial.
Quanto à procedência, trata-se de receitas originárias. Podemos citar como espécie de receita
patrimonial as compensações financeiras, concessões e permissões, dentre outras.

4. Receita Corrente – Agropecuária


São Receitas Correntes, constituindo, também, uma origem de receita específica na classifi-
cação orçamentária. Quanto à procedência, trata-se de uma Receita Originária, com o Estado
atuando como empresário, em pé de igualdade como o particular.
Decorrem da exploração econômica, por parte do ente público, de atividades agropecuárias,
tais como a venda de produtos: agrícolas (grãos, tecnologias, insumos, etc.); pecuários
(sêmens, técnicas em inseminação, matrizes, etc.); para reflorestamentos, etc.

5. Receita Corrente – Industrial


Trata-se de Receitas Correntes, constituindo outra origem específica na classificação orçamen-
tária da receita. São Receitas Originárias, provenientes das atividades industriais exercidas
pelo ente público. Encontram-se nessa classificação receitas provenientes de atividades eco-
nômicas, tais como: da indústria extrativa mineral; da indústria de transformação; da indús-
tria de construção; e outras receitas industriais de utilidade pública.

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6. Receita Corrente – Serviços
São Receitas Correntes cuja classificação orçamentária constitui origem específica, abrangendo
as receitas decorrentes das atividades econômicas na prestação de serviços por parte do ente
público, tais como: comércio, transporte, comunicação, serviços hospitalares, armazenagem,
serviços recreativos, culturais, etc. Esses serviços são remunerados mediante preço público,
também chamado de tarifa. Exemplos de naturezas orçamentárias de receita dessa origem são
os seguintes: serviços comerciais; serviços de transporte; serviços portuários etc.

7. Receita Corrente – Transferências Correntes


Na ótica orçamentária, são recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público
ou privado destinados a atender despesas de manutenção ou funcionamento relacionadas a
uma finalidade pública específica, mas que não correspondam a uma contraprestação direta
em bens e serviços a quem efetuou a transferência.
Os recursos da transferência são vinculados à finalidade pública, e não à pessoa. Podem ocorrer
a nível intragovernamental (dentro do âmbito de um mesmo governo) ou intergovernamental
(governos diferentes, da União para Estados, do Estado para os Municípios, por exemplo), assim
como podem ser recebidos de instituições privadas.
Nas Transferências Correntes, podemos citar como exemplos as seguintes espécies:
a) Transferências de Convênios:
Recursos oriundos de convênios, com finalidade específica, firmados entre entidades públicas
de qualquer espécie, ou entre elas e organizações particulares, para realização de objetivos de
interesse comum dos partícipes e destinados a custear despesas correntes.
b) Transferências de Pessoas:
Compreendem as contribuições e doações que pessoas físicas realizem para a Administração
Pública.

9. Receita Corrente – Outras Receitas Correntes


Neste título, inserem-se multas e juros de mora, indenizações e restituições, receitas da dívida
ativa e as outras receitas não classificadas nas receitas correntes anteriores. Podemos citar
como exemplos as seguintes espécies, dentre outras:
Receitas de Multas
Receitas da Dívida Ativa

RECEITAS DE MULTAS
As multas também são um tipo de receita pública, de caráter não tributário, constituindo-se em
ato de penalidade de natureza pecuniária aplicado pela Administração Púbica aos administra-
dos. Dependem, sempre, de prévia cominação em lei ou contrato, cabendo sua imposição ao
respectivo órgão competente (poder de polícia). Conforme prescreve o §4º do art. 11 da Lei nº

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4.320, de 1964, as multas classificam-se como “outras receitas correntes”. Podem decorrer do
descumprimento de preceitos específicos previstos na legislação pátria, ou de mora pelo não
pagamento das obrigações principais ou acessórias nos prazos previstos.

RECEITAS DA DÍVIDA ATIVA


São os créditos da Fazenda Pública, de natureza tributária ou não tributária, exigíveis em vir-
tude do transcurso do prazo para pagamento. Esse crédito é cobrado por meio da emissão de
certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, inscrita na forma da lei, com validade de
título executivo. Isso confere à certidão da dívida ativa caráter líquido e certo, embora se admi-
ta prova em contrário.
Dívida ativa tributária é o crédito da Fazenda Pública proveniente da obrigação legal relativa
a tributos e aos respectivos adicionais, a atualizações monetárias, a encargos e a multas
tributárias. Dívida ativa não tributária corresponde aos demais créditos da Fazenda Pública. As
receitas decorrentes de dívida ativa tributária ou não tributária devem ser classificadas como
“Outras Receitas Correntes”.

2. Receitas de Capital

1. Receita de capital – Operações de crédito


Origem de recursos da categoria econômica “Receitas de Capital”, são recursos financeiros
oriundos da colocação de títulos públicos ou da contratação de empréstimos obtidos junto a
entidades públicas ou privadas, internas ou externas. São espécies desse tipo de receita:
•• Operações de Crédito Internas;
•• Operações de Crédito Externas;

2. Receita de capital – Alienação de bens


Origem de recursos da categoria econômica “Receitas de Capital”, são ingressos financeiros
com origem específica na classificação orçamentária da receita proveniente da alienação de
bens móveis ou imóveis de propriedade do ente público.
Nos termos do artigo 44 da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), é vedada a aplicação da receita
de capital decorrente da alienação de bens e direitos que integrem o patrimônio público, para
financiar despesas correntes, salvo as destinadas por lei aos regimes previdenciários geral e
próprio dos servidores públicos.

3. Receita de Capital – Amortização de Empréstimos


São ingressos financeiros provenientes da amortização de financiamentos ou empréstimos
concedidos pelo ente público em títulos e contratos.

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Na classificação orçamentária da receita, são Receitas de Capital, origem específica “amorti-
zação de empréstimos concedidos” e representam o retorno de recursos anteriormente em-
prestados pelo poder público.
Embora a amortização de empréstimos seja origem da categoria econômica “Receitas de
Capital”, os juros recebidos, associados a esses empréstimos, são classificados em “Receitas
Correntes / de Serviços / Serviços Financeiros”.

4. Receita de Capital – Transferências de Capital


Na ótica orçamentária, são recursos financeiros recebidos de outras pessoas de Direito público
ou privado e destinados para atender despesas em investimentos ou inversões financeiras, a
fim de satisfazer finalidade pública específica; sem corresponder, entretanto, à contraprestação
direta ao ente transferidor.
Os recursos da transferência ficam vinculados à finalidade pública e não à pessoa. Podem ocorrer
a nível intragovernamental (dentro do âmbito de um mesmo governo) ou intergovernamental
(governos diferentes, da União para Estados, do Estado para os Municípios, por exemplo), assim
como recebidos de instituições privadas (do exterior e de pessoas).

5. Receita de Capital – Outras Receitas de Capital


São classificadas nessa origem as receitas de capital que não atendem às especificações ante-
riores; ou seja: na impossibilidade de serem classificadas nas origens anteriores.

Codificação da Receita, de acordo com a Portaria STN/SOF nº 05/2015:

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Questões

1. (ESAF – Procurador – TCE/GO – 2007) 3. (ESAF – Analista de Finanças e Controle –


CGU – 2002)
As receitas públicas agrupam-se em duas
grandes categorias econômicas: Receitas A receita pública caracteriza-se como um
Correntes e Receitas de Capital. Nesse con- ingresso de recursos ao patrimônio públi-
texto, as operações de crédito constituem: co. Assinale a opção que não é considerada
como receita corrente:
a) Receita de Capital.
b) Despesa de Capital. a) receita de contribuições.
c) Transferência Corrente. b) receita da conversão, em espécie, de
d) Transferência de Capital. bens e direitos.
e) Receita Corrente. c) receita patrimonial.
d) receita agropecuária.
2. (ESAF – AUFC – TCU – 2006) e) receita industrial.
Consoante o disposto na Lei Federal nº 4. (ESAF – Técnico de Finanças e Controle –
4.320/64 a receita classificar-se-á nas se- CGU – 2001)
guintes categorias econômicas:
A Lei nº 4.320, de 17/03/1964, que estatui
Receitas Correntes e Receitas de Capital. as normas gerais do Direito Financeiro, clas-
Aponte a opção falsa com relação a esse sifica as receitas públicas em receitas cor-
tema. rentes e receitas de capital.
a) As Receitas de Capital são as provenien- Indique, entre as opções abaixo, aquela que
tes de operações de crédito, cobrança representa corretamente as receitas de ca-
de multas e juros de mora, alienação de pital.
bens, de amortização de empréstimos
concedidos, de indenizações e restitui- a) Receitas tributárias, receitas dos con-
ções, de transferências de capital e de tribuintes, receitas patrimoniais, trans-
outras receitas de capital. ferências de capital e outras receitas de
b) São Receitas Correntes as receitas tri- capital.
butárias, patrimonial, agropecuária, in- b) Operações de crédito, alienação de
dustrial, de contribuições, de serviços e bens, amortização de empréstimos,
diversas e, ainda, as transferências cor- transferências de capital e outras recei-
rentes. tas de capital.
c) Os tributos são receitas que a doutrina c) Operações de crédito, alienação de
classifica como derivadas. bens, receitas patrimoniais, receitas
d) Conceitua-se como Receita Tributária a agropecuárias e receitas industriais.
resultante da cobrança de tributos pagos d) Receitas tributárias, receitas de ser-
pelos contribuintes em razão de suas ati- viços, amortizações de empréstimos,
vidades, suas rendas e suas propriedades. transferências de capital e outras recei-
e) Será considerada Receita de Capital tas de capital.
o superávit do Orçamento Corrente, e) Operações de crédito, receitas tributá-
segundo disposição da Lei Federal nº rias, receitas patrimoniais, transferências
4.320/64. de capital e outras receitas de capital.

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5. (ESAF – AFC/STN – 2005) c) patrimonial, agropecuária, industrial e
de serviços.
A receita na Administração Pública repre- d) tributária e de contribuições.
senta as operações de ingressos de recursos e) tributária e de serviços.
financeiros nos cofres públicos. Identifique
a opção não pertinente em relação às recei- 9. (ESAF – Analista de Finanças e Controle –
tas correntes. STN – 2013)
a) receitas imobiliárias Identifique o conceito de receita pública
b) receitas de contribuições sociais que não é pertinente à sua definição.
c) contribuição de melhoria
d) receita de serviços a) A multa é uma receita de caráter não
e) alienação de bens móveis e imóveis tributário.
b) As taxas são receitas tributárias.
6. (ESAF – Técnico de Nível Superior/SPU – c) As receitas correntes aumentam a dis-
MPOG – 2006) ponibilidade financeira do Estado, com
efeito positivo no patrimônio líquido.
Assinale a opção que expressa, corretamen- d) Quanto às fontes de recursos, as recei-
te, uma receita de capital. tas são classificadas em corrente e capi-
a) a receita tributária. tal.
b) a receita patrimonial. e) As receitas de capital aumentam as dis-
c) a conversão, em espécie, de bens ou di- ponibilidades do Estado, mas não pro-
reitos. vocam efeito sobre o patrimônio líqui-
d) a receita industrial. do.
e) a receita de serviços.
10. (ESAF – Analista de Finanças e Controle –
7. (ESAF – Analista de Planejamento e Orça- STN – 2013)
mento – MPOG – 2008) A receita pública derivada ou de economia
Segundo o Manual Técnico do Orçamento – pública é caracterizada pelo constrangi-
2008, a classificação da receita por natureza mento legal para sua arrecadação. Sob esta
busca a melhor identificação da origem do classificação, identifique a única opção cor-
recurso, segundo seu fato gerador. Indique reta.
a opção incorreta quanto aos desdobra- a) Receitas de tributos.
mentos dessa receita. b) Receita de vendas de bens intermediá-
a) Sub-rubrica. rios.
b) Origem e espécie. c) Receita de prestação de serviços públi-
c) Rubrica. cos.
d) Categoria econômica. d) Receita de venda de bens finais.
e) Alínea e subalínea. e) Receita de depósitos de terceiros.

8. (ESAF – Analista Administrativo – ANA – 11. (ESAF – Analista Administrativo – Contábil


2009) – DNIT – 2013)

Classificam-se como Receitas Correntes De- A respeito da classificação e contabilização


rivadas as receitas: das receitas orçamentárias de capital nos
entes públicos, é correto afirmar:
a) de contribuições e de serviços.
b) patrimonial, agropecuária e industrial. a) os ingressos recebidos como transfe-
rências de outros entes de direito pú-

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blico são classificados como receitas de e) no âmbito da União, a apuração e ins-


capital e pressupõem a contraprestação crição da dívida ativa devem ser realiza-
direta ao ente transferidor. das pelos órgãos da administração de-
b) os ingressos oriundos da alienação de tentores dos créditos.
bens móveis e imóveis pertencentes
aos entes públicos são classificados e 13. (ESAF – AFC/CGU – Auditoria e Fiscalização
contabilizados como receita de capital, – 2006)
não sendo permitida a sua aplicação
em despesas correntes. No que diz respeito à receita pública, indi-
c) o recebimento de recursos oriundos da que a opção falsa.
amortização de empréstimos concedi- a) A Lei nº 4.320/64 classifica receita pú-
dos tem seu principal classificado como blica em orçamentária e extraorçamen-
receita de capital, enquanto os juros tária, sendo que esta apresenta valores
relacionados são classificados como re- que não constam do orçamento.
ceita corrente. b) A receita orçamentária divide-se em
d) as operações de créditos, tanto internas dois grupos: correntes e de capital.
quanto externas, proporcionam a en- c) As receitas correntes compreendem as
trada de recursos no caixa do ente pú- receitas tributárias, de contribuições,
blico, sendo que somente as da dívida patrimoniais, agropecuárias, indus-
mobiliária são classificadas e contabili- triais, de serviços, de alienação de bens,
zadas como receitas de capital. de transferências e outras.
e) os ingressos decorrentes da atuação do d) A receita pública é definida como os re-
Estado na atividade industrial são, por cursos auferidos na gestão, que serão
força de lei, classificados como despe- computados na apuração do resultado
sas de capital. financeiro e econômico do exercício.
e) A receita extraorçamentária não per-
12. (ESAF – Analista Administrativo – Contábil tence ao Estado, possuindo caráter de
– DNIT – 2013) extemporaneidade ou de transitorieda-
A respeito dos créditos relacionados à dívi- de nos orçamentos.
da ativa de que tratam a Lei n. 4.320/1964,
bem como seu reflexo no patrimônio do 14. (ESAF – Analista de Planejamento e Orça-
ente público, é correto afirmar, exceto: mento – MPOG – 2008)

a) créditos que não de origem tributária A Receita da Administração Pública pode ser
podem ser inscritos em dívida ativa. classificada nos seguintes aspectos: quanto
b) os créditos não recebidos no exercício e à natureza, quanto ao poder de tributar,
inscritos em dívida ativa são reconheci- quanto à coercitividade, quanto à afetação
dos como receita orçamentária somen- patrimonial e quanto à regularidade.
te no exercício do recebimento. Quanto à sua regularidade, as receitas são
c) quando o crédito a ser inscrito em dívi- desdobradas em:
da ativa estiver em moeda estrangeira,
deverá ocorrer a conversão para moeda a) receitas efetivas e receitas por mutação
nacional na data da inscrição. patrimonial.
d) os juros, as multas de mora e as atua- b) receitas orçamentárias e receitas extra-
lizações incidentes sobre os créditos orçamentárias.
também constituem receitas da dívida c) receitas ordinárias e receitas extraordi-
ativa. nárias.
d) receitas originárias e receitas derivadas.

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e) receitas de competência Federal, Esta-
dual ou Municipal.

Gabarito: 1. A 2. A 3. B 4. B 5. E 6. C 7. A 8. D 9. D 10. A 11. C 12. E 13. C 14. C

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DESPESAS PÚBLICAS

DESPESAS PÚBLICAS
Classificação quanto
à Natureza

DESPESAS EXTRAORÇAMENTÁRIAS DESPESAS ORÇAMENTÁRIAS

DESPESAS EXTRAORÇAMENTÁRIAS

•• Cauções devolvidas
•• Retenções recolhidas
2
•• Consignações recolhidas
•• Pagamento de restos a Pagar
(Art. 103, parágrafo único da Lei nº 4.320/64)
•• Resgate de ARO
•• Salários reclamados
•• Depósitos judiciais sacados
•• Pagamento dos serviços da dívida a pagar
(Pagamento do “RP da Dívida Pública”)

Cauções Devolvidas
Exemplo:
EMPRESA X
R$ 120.000,00 (contrato de 12 meses)
X 3%
3.600,00 C/C DO ÓRGÃO PÚBLICO

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Balanço Patrimonial
(quando a caução foi recebida)

ATIVO PASSIVO
Ativo Financeiro (AF): Passivo Financeiro (PF):
(Dívida Flutuante)
Bancos 3.600,00
SF = AF (-) PF Cauções a Devolver 3.600,00
SF = 3.600 (-) 3.600
(dinheiro em caráter temporário)
SF = 0

(quando da devolução da caução)

ATIVO PASSIVO
Ativo Financeiro (AF): Passivo Financeiro (PF):
(Dívida Flutuante)

Bancos 3.600,00 Cauções a Devolver 3.600,00

(Foi desembolsado o dinheiro que estava em caráter temporário).

DESPESAS EXTRAORÇAMENTÁRIAS
•• Cauções devolvidas
•• Retenções recolhidas
•• Consignações recolhidas
•• Pagamento de restos a pagar
(Art. 103, parágrafo único da Lei nº 4.320/64)
•• Resgate de ARO
•• Salários reclamados
•• Depósitos judiciais sacados
•• Pagamento dos serviços da dívida a pagar
(Pagamento do “RP da Dívida Pública”)

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Retenções e Consignações Recolhidas


Folha de Pagamento de agosto/xxxx
Recolhimento em setembro de xxxx

Em setembro Valor Bruto R$


Retenção de IR 700.000,00
DARF Consignações:
(200.000,00)
GPS •• Previdência (200.000,00)
•• Plano de Saúde
FATURA __________
Valor Líquido 300.000,00

Balanço Patrimonial

Na apropriação da folha, reconhecendo as obrigações a pagar.

ATIVO PASSIVO
Ativo Financeiro (AF): Passivo Financeiro (PF):
(Dívida Flutuante)
Bancos 700
Salários a Pagar 300
Retenções a Recolher 200
Consignações a Recolher 200

No pagamento dos salários líquidos:

ATIVO PASSIVO
Ativo Financeiro (AF): Passivo Financeiro (PF):
(Dívida Flutuante)
Bancos 700
Salários a Pagar 300
(300) Retenções a Recolher 200
400
Consignações a Recolher 200
SF = AF (-) PF
SF = 400 (-) 400 (dinheiro em caráter temporário)
SF = 0

www.acasadoconcurseiro.com.br 1259
No recolhimento das retenções/consignações.

ATIVO PASSIVO
Ativo Financeiro (AF): Passivo Financeiro (PF):
(Dívida Flutuante)
Bancos 400
Retenções a Recolher 200

Consignações a Recolher 200

Foi desembolsado o dinheiro que estava em caráter temporário.

DESPESAS EXTRAORÇAMENTÁRIAS

•• Cauções devolvidas
•• Retenções recolhidas
•• Consignações recolhidas
•• Pagamento de restos a Pagar
(Art. 103, parágrafo único da Lei nº 4.320/64)
•• Resgate de ARO
•• Salários reclamados
•• Depósitos judiciais sacados
•• Pagamento dos serviços da dívida a pagar
(Pagamento do “RP da Dívida Pública”)

Balanço Patrimonial

ATIVO PASSIVO
Ativo Financeiro (AF): Passivo Financeiro (PF):
(Dívida Flutuante)
Bancos 5.000,00 Fornecedores 5.000,00

1260 www.acasadoconcurseiro.com.br
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Balanço Patrimonial 31/12/x

ATIVO PASSIVO
Ativo Financeiro (AF): Passivo Financeiro (PF):
(Dívida Flutuante)

Bancos 5.000,00 Fornecedores 5.000,00

(4.000,00) (4.000,00)
1.000,00 Restos a Pagar 1.000,00

SF = AF (-) PF
SF = 1.000 (-) 1.000 (dinheiro em caráter temporário)
SF = 0

Balanço Patrimonial em x+1

ATIVO PASSIVO
Ativo Financeiro (AF): Passivo Financeiro (PF):
(Dívida Flutuante)

Bancos 1.000,00 Restos a Pagar 1.000,00

(Foi desembolsado o dinheiro que estava em caráter temporário).

Classificação quanto às
Categorias Econômicas
DESPESAS ORÇAMENTÁRIAS

Arts. 12 e 13 da Lei nº 4.320/64


DESPESAS CORRENTES DESPESAS DE CAPITAL
(DC) (DK)

- Custeio - Investimentos (agrega valor ao PIB)


- Transferências Correntes

- Inversões Financeiras (não altera o PIB)


Subvenções Subvenções
Sociais Econômicas
- Transferências de Capital
(Sem (Com
finalidade finalidade
lucrativa) lucrativa)

17

www.acasadoconcurseiro.com.br 1261
Classificação quanto às
Categorias Econômicas
DESPESAS ORÇAMENTÁRIAS

Arts. 12 e 13 da Lei nº 4.320/64


DESPESAS CORRENTES DESPESAS DE CAPITAL
(DC) (DK)

- Custeio - Investimentos (agrega valor ao PIB)


- Transferências Correntes

- Inversões Financeiras (não altera o PIB)


Subvenções Subvenções
Sociais Econômicas
- Transferências de Capital
(Sem (Com
finalidade finalidade
lucrativa) lucrativa)

18

Despesas Correntes/Custeio

Lei nº 4.320/64:
“Art. 12, §1º Classificam-se como Despesas de Custeio as dotações para manutenção de
serviços anteriormente criados, inclusive as destinadas a atender a obras de conservação e
adaptação de bens imóveis”.
“Art. 13. Observadas as categorias econômicas do art. 12, a discriminação ou especificação
da despesa por elementos, em cada unidade administrativa ou órgão de governo, obedece-
rá ao seguinte esquema:

DESPESAS CORRENTES
Despesas de CUSTEIO

Pessoal civil
Pessoal militar
Material de consumo
Serviços de terceiros”

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Classificação quanto às
Categorias Econômicas
DESPESAS ORÇAMENTÁRIAS

Arts. 12 e 13 da Lei nº 4.320/64


DESPESAS CORRENTES DESPESAS DE CAPITAL
(DC) (DK)

- Custeio - Investimentos (agrega valor ao PIB)


- Transferências Correntes

- Inversões Financeiras (não altera o PIB)


Subvenções Subvenções
Sociais Econômicas
- Transferências de Capital
(Sem (Com
finalidade finalidade
lucrativa) lucrativa)

21

Despesas Correntes/Transferências Correntes

Lei nº 4.320/64:
“Art. 12, §2º Classificam-se como Transferências Correntes as dotações para despesas
às quais não corresponda contraprestação direta em bens ou serviços, inclusive para
contribuições e subvenções destinadas a atender à manutenção de outras entidades de
direito público ou privado”.

Transferências

TRANSFERÊNCIAS CORRENTES:
Exemplo:
Foi firmado um convênio entre a União e um determinado município para aquisição de me-
dicamentos para a rede pública municipal. A União repassará ao município um valor de R$
1.000.000,00 para a realização dessa compra (despesa corrente/custeio) ou (despesa corrente/
outras despesas correntes/aplicações diretas/material de consumo/ drogas e medicamentos =
c.g.mm.ee.dd = 3.3.90.30.xx).
Para a União, que concedeu a transferência de recursos (R$ 1.000.000,00), essa é uma despesa
corrente/transferência corrente.
Para o município, que recebeu a transferência de recursos (R$ 1.000.000,00), esta é uma receita
corrente/transferência corrente.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1263
Vale ressaltar que este é o momento 1, isto é, o momento em que são realizadas as
transferências. O momento 2 será quando o município começar a executar o objeto do
convênio, ou seja, realizar a aquisição dos medicamentos.
Lei nº 4.320/64:
“Art. 13...
DESPESAS CORRENTES
TRANSFERÊNCIAS CORRENTES
Subvenções sociais
Subvenções econômicas
Inativos
Pensionistas
Salário família e abono familiar
Juros da dívida pública
Contribuições de previdência social
Diversas transferências correntes

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Despesas Correntes/Transferências Correntes/ Subvenções

Lei nº 4.320/64:

“Art. 12, §3º Consideram-se subvenções, para os efeitos desta Lei, as transferências
destinadas a cobrir despesas de custeio das entidades beneficiadas, distinguindo-se
como:

I – subvenções sociais, as que se destinem a instituições públicas ou privadas de caráter


assistencial ou cultural sem finalidade lucrativa;

II – subvenções econômicas, as que se destinem a empresas públicas ou privadas de


caráter industrial, comercial, agrícola ou pastoril”.

"I – Das Subvenções Sociais


Art. 16. Fundamentalmente e nos limites das possibilidades financeiras, a concessão de
subvenções sociais visará à prestação essenciais de assistência social, médica e educacional,
sempre que a suplementação de recursos de origem privada aplicados a esses objetivos
revelar-se mais econômica.

Parágrafo único. O valor das subvenções, sempre que possível, será calculado com base
em unidades de serviços efetivamente prestados ou postos à disposição dos interessados,
obedecidos os padrões mínimos de eficiência previamente fixados.

Art. 17. Somente à instituição, cujas condições de funcionamento forem julgadas satisfató-
rias pelos órgãos oficiais de fiscalização, serão concedidas subvenções”.

“II – Das Subvenções Econômicas


Art. 18. A cobertura dos déficits de manutenção das empresas públicas, de natureza autár-
quica ou não, far-se-á mediante subvenções econômicas, expressamente incluídas nas des-
pesas correntes do Orçamento da União, do Estado, do Município ou do Distrito Federal.

Parágrafo único. Consideram-se, igualmente, como subvenções econômicas:

a) as dotações destinadas a cobrir a diferença entre os preços de mercado e os preços de


revenda, pelo Governo, de gêneros alimentícios ou outros materiais;

b) as dotações destinadas ao pagamento de bonificações a produtores de determinados


gêneros ou materiais.

Art. 19. A Lei de Orçamento não consignará ajuda financeira, a qualquer título, à empresa
de fins lucrativos, salvo quando se tratar de subvenções cuja concessão tenha sido expres-
samente autorizada em lei especial”.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1265
Despesas de Capital/Investimentos

Lei nº 4.320/64:
“Art. 12, §4º Classificam-se como Investimentos as dotações para o planejamento e a
execução de obras, inclusive as destinadas à aquisição de imóveis considerados necessários
à realização destas últimas, bem como para os programas especiais de trabalho, aquisição
de instalações, equipamentos e material permanente e constituição ou aumento do capital
de empresas que não sejam de caráter comercial ou financeiro”.

“Art. 13...

DESPESAS DE CAPITAL
INVESTIMENTOS
Obras públicas
Serviços em Regime de Programação Especial
Equipamentos e instalações
Material permanente
Participação em constituição ou aumento de capital de empresas ou entidades industriais ou
agrícolas

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Classificação quanto às
Categorias Econômicas
DESPESAS ORÇAMENTÁRIAS

Arts. 12 e 13 da Lei nº 4.320/64


DESPESAS CORRENTES DESPESAS DE CAPITAL
(DC) (DK)

- Custeio - Investimentos (agrega valor ao PIB)


- Transferências Correntes

- Inversões Financeiras (não altera o PIB)


Subvenções Subvenções
Sociais Econômicas
- Transferências de Capital
(Sem (Com
finalidade finalidade
lucrativa) lucrativa)

33

Despesas de Capital/ Inversões Financeiras


Lei nº 4.320/64:
“Art. 12, §5º Classificam-se como Inversões Financeiras as dotações destinadas a:
I – aquisição de imóveis, ou de bens de capital já em utilização;
II – aquisição de títulos representativos do capital de empresas ou entidades de qualquer
espécie, já constituídas, quando a operação não importe aumento de capital;
III – constituição ou aumento do capital de entidades ou empresas que visem a objetivos
comerciais ou financeiros, inclusive operações bancárias ou de seguros”.
“Art. 13...
DESPESAS DE CAPITAL
INVERSÕES FINANCEIRAS
Aquisição de imóveis
Participação em constituição ou aumento de capital de empresas ou entidades comerciais ou
financeiras
Aquisição de títulos representativos de capital de empresas em funcionamento
Constituição de fundos rotativos
Concessão de empréstimos
Diversas inversões financeiras

www.acasadoconcurseiro.com.br 1267
Despesas de Capital/Transferências de Capital

Lei nº 4.320/64:
“Art. 12, §6º São transferências de capital as dotações para investimentos ou inversões
financeiras que outras pessoas de direito público ou privado devam realizar, independen-
temente de contraprestação direta em bens ou serviços, constituindo essas transferências
auxílios ou contribuições, segundo derivem diretamente da Lei de Orçamento ou de lei es-
pecial anterior, bem como as dotações para amortização da dívida pública”.

Transferências
TRANSFERÊNCIAS DE CAPITAL:
Exemplo:

Foi firmado um convênio entre a União e um determinado município para a construção de um


estádio de futebol. A União repassará ao município um valor de R$ 100.000.000,00 para a re-
alização dessa obra (despesa de capital/investimentos) ou (despesa de capital/investimentos/
aplicações diretas/obras e instalações = c.g.mm.ee.dd = 4.4.90.51.xx).
Para a União, que concedeu a transferência de recursos (R$ 100.000.000,00), esta é uma des-
pesa de capital/transferência de capital.
Para o município, que recebeu a transferência de recursos (R$ 100.000.000,00), esta é uma re-
ceita de capital/transferência de capital.

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Vale ressaltar que este é o momento 1, isto é, o momento em que são realizadas as transferên-
cias. O momento 2 será quando o município começar a executar o objeto do convênio, ou seja,
realizar a obra de construção do estádio de futebol.
“Art. 13...
DESPESAS DE CAPITAL
TRANSFERÊNCIA DE CAPITAL
Amortização da dívida pública
Auxílios para obras públicas
Auxílios para equipamentos e instalações
Auxílios para inversões financeiras
Outras Contribuições

DESPESAS ORÇAMENTÁRIAS

Classificação quanto às
Categorias Econômicas

A partir da Portaria STN/SOF nº 163/2001; MCASP


(3) DESPESAS CORRENTES (4) DESPESAS DE CAPITAL
(DC) (DK)

1 - Pessoal e Encargos Sociais 4 - Investimentos


(agrega valor ao PIB)

2 - Juros e Encargos da Dívida 5 - Inversões Financeiras


(não altera o PIB)

3 - Outras Despesas Correntes 6 - Amortização da Dívida

41

Categoria Econômica da Despesa

A despesa, assim como a receita, é classificada em duas categorias econômicas, com os seguin-
tes códigos:
CÓDIGO CATEGORIA ECONÔMICA
3 Despesas Correntes
4 Despesas de Capital

www.acasadoconcurseiro.com.br 1269
DESPESAS CORRENTES
Classificam-se nessa categoria todas as despesas que não contribuem diretamente para a for-
mação ou aquisição de um bem de capital.

DESPESAS DE CAPITAL
Classificam-se nessa categoria aquelas despesas que contribuem diretamente para a formação
ou aquisição de um bem de capital.
É importante observar que as despesas orçamentárias de capital mantêm uma correlação
com o registro de incorporação de ativo imobilizado, intangível ou investimento (no caso dos
grupos de natureza da despesa 4 – investimentos e 5 – inversões financeiras) ou o registro de
desincorporação de um passivo (no caso do grupo de despesa 6 – amortização da dívida).

GRUPO DE NATUREZA DA DESPESA (GND)


É um agregador de elementos de despesa com as mesmas características quanto ao objeto de
gasto, conforme discriminado a seguir:

1 Pessoal e Encargos Sociais


2 Juros e Encargos da Dívida
3 Outras Despesas Correntes
4 Investimentos
5 Inversões Financeiras
6 Amortização da Dívida

1. Pessoal e Encargos Sociais


Despesas orçamentárias com pessoal ativo e inativo e pensionistas, relativas a mandatos eletivos,
cargos, funções ou empregos, civis, militares e de membros de Poder, com quaisquer espécies re-
muneratórias, tais como vencimentos e vantagens, fixas e variáveis, subsídios, proventos da aposen-
tadoria, reformas e pensões, inclusive adicionais, gratificações, horas extras e vantagens pessoais de
qualquer natureza, bem como encargos sociais e contribuições recolhidas pelo ente às entidades de
previdência, conforme estabelece o caput do art. 18 da Lei Complementar nº 101, de 2000.
2. Juros e Encargos da Dívida
Despesas orçamentárias com o pagamento de juros, comissões e outros encargos de operações
de crédito internas e externas contratadas, bem como da dívida pública mobiliária.

3. Outras Despesas Correntes


Despesas orçamentárias com aquisição de material de consumo, pagamento de diárias,
contribuições, subvenções, auxílio-alimentação, auxílio-transporte, além de outras des-
pesas da categoria econômica "Despesas Correntes" não classificáveis nos demais grupos
de natureza de despesa.

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4. Investimentos
Despesas orçamentárias com softwares e com o planejamento e a execução de obras, inclusive
com a aquisição de imóveis considerados necessários à realização destas últimas, e com a
aquisição de instalações, equipamentos e material permanente.

5. Inversões Financeiras
Despesas orçamentárias com a aquisição de imóveis ou bens de capital já em utilização; aqui-
sição de títulos representativos do capital de empresas ou entidades de qualquer espécie, já
constituídas, quando a operação não importe aumento do capital; e com a constituição ou au-
mento do capital de empresas, além de outras despesas classificáveis nesse grupo.

6. Amortização da Dívida
Despesas orçamentárias com o pagamento e/ou refinanciamento do principal e da atualiza-
ção monetária ou cambial da dívida pública interna e externa, contratual ou mobiliária.

Observação:
A Reserva de Contingência e a Reserva do Regime Próprio de Previdência Social (RPPS), des-
tinadas ao atendimento de passivos contingentes e outros riscos, bem como eventos fiscais
imprevistos, inclusive a abertura de créditos adicionais, serão classificadas, no que se refere ao
grupo de natureza de despesa, com o código "9".

Codificação da Despesa

CLASSIFICAÇÃO DA DESPESA ORÇAMENTÁRIA POR NATUREZA


A classificação da despesa orçamentária, segundo a sua natureza, compõe-se de:
I – Categoria Econômica;
II – Grupo de Natureza da Despesa; e
III – Elemento de Despesa.
A natureza da despesa será complementada pela informação gerencial denominada “modali-
dade de aplicação”, a qual tem por finalidade indicar se os recursos são aplicados diretamente
por órgãos ou entidades no âmbito da mesma esfera de Governo ou por outro Ente da Federa-
ção e suas respectivas entidades, e objetiva, precipuamente, possibilitar a eliminação da dupla
contagem dos recursos transferidos ou descentralizados.

ESTRUTURA DA NATUREZA DA DESPESA ORÇAMENTÁRIA


O conjunto de informações que constitui a natureza de despesa orçamentária forma um código
estruturado que agrega a categoria econômica, o grupo, a modalidade de aplicação e o elemento.
Essa estrutura deve ser observada na execução orçamentária de todas as esferas de governo.

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O código da natureza de despesa orçamentária é composto por seis dígitos, desdobrado até o
nível de elemento ou, opcionalmente, por oito, contemplando o desdobramento facultativo
do elemento.
A classificação da Reserva de Contingência bem como a Reserva do Regime Próprio de Previ-
dência Social, quanto à natureza da despesa orçamentária, serão identificadas com o código
“9.9.99.99”, conforme estabelece o parágrafo único do art. 8º da Portaria Interministerial STN/
SOF nº 163, de 2001.
A estrutura formada por código numérico de 8 dígitos é:

Categoria Econômica, Grupo de Natureza da Despesa, Modalidade de Aplicação, Elemento da


Despesa, Desdobramento Facultativo do Elemento de Despesa: c.g.mm.ee.dd

Categoria Econômica da Despesa

A despesa, assim como a receita, é classificada em duas categorias econômicas, com os seguin-
tes códigos:

CÓDIGO CATEGORIA ECONÔMICA


3 Despesas Correntes
4 Despesas de Capital

GRUPO DE NATUREZA DA DESPESA (GND)


É um agregador de elementos de despesa com as mesmas características quanto ao objeto de
gasto, conforme discriminado a seguir:
1 Pessoal e Encargos Sociais
2 Juros e Encargos da Dívida
3 Outras Despesas Correntes
4 Investimentos
5 Inversões Financeiras
6 Amortização da Dívida

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MODALIDADE DE APLICAÇÃO
A modalidade de aplicação tem por finalidade indicar se os recursos são aplicados diretamen-
te por órgãos ou entidades no âmbito da mesma esfera de governo ou por outro ente da Fe-
deração e suas respectivas entidades. Indica se os recursos serão aplicados diretamente pela
unidade detentora do crédito ou mediante transferência para entidades públicas ou priva-
das. A modalidade também permite a eliminação de dupla contagem no orçamento.
Alguns exemplos:

20 TRANSFERÊNCIAS À UNIÃO
30 TRANSFERÊNCIAS A ESTADOS E AO DISTRITO FEDERAL
40 TRANSFERÊNCIAS A MUNICÍPIOS
50 TRANSFERÊNCIAS A INSTITUIÇÕES PRIVADAS SEM FINS LUCRATIVOS
60 TRANSFERÊNCIAS A INSTITUIÇÕES PRIVADAS COM FINS LUCRATIVOS
70 TRANSFERÊNCIAS A INSTITUIÇÕES MULTIGOVERNAMENTAIS
80 TRANSFERÊNCIAS AO EXTERIOR
90 APLICAÇÕES DIRETAS
APLICAÇÃO DIRETA DECORRENTE DE OPERAÇÃO ENTRE ÓRGÃOS, FUNDOS E ENTIDA-
91
DES INTEGRANTES DOS ORÇAMENTOS FISCAL E DA SEGURIDADE SOCIAL
99 A DEFINIR

Existem outros códigos de modalidade de aplicação, como:

22 EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA DELEGADA À UNIÃO


31 TRANSFERÊNCIAS A ESTADOS E AO DISTRITO FEDERAL – FUNDO A FUNDO
32 EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA DELEGADA A ESTADOS E AO DISTRITO FEDERAL
41 TRANSFERÊNCIAS A MUNICÍPIOS – FUNDO A FUNDO
42 EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA DELEGADA A MUNICÍPIOS
71 TRANSFERÊNCIAS A CONSÓRCIOS PÚBLICOS
72 EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA DELEGADA A CONSÓRCIOS PÚBLICOS

90 – Aplicações Diretas
Aplicação direta, pela unidade orçamentária, dos créditos a ela alocados ou oriundos de des-
centralização de outras entidades integrantes ou não dos Orçamentos Fiscal ou da Seguridade
Social, no âmbito da mesma esfera de governo.
91 – Aplicação Direta Decorrente de Operação entre Órgãos, Fundos e Entidades Integrantes
dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social
Despesas orçamentárias de órgãos, fundos, autarquias, fundações, empresas estatais depen-
dentes e outras entidades integrantes dos orçamentos fiscal e da seguridade social decorrentes

www.acasadoconcurseiro.com.br 1273
da aquisição de materiais, bens e serviços, pagamento de impostos, taxas e contribuições,
além de outras operações, quando o recebedor dos recursos também for órgão, fundo, autar-
quia, fundação, empresa estatal dependente ou outra entidade constante desses orçamentos,
no âmbito da mesma esfera de Governo.

Receitas de Operações Intraorçamentárias:


Operações intraorçamentárias são aquelas realizadas entre órgãos e demais entidades da
Administração Pública integrantes do orçamento fiscal e do orçamento da seguridade social
do mesmo ente federativo; por isso, não representam novas entradas de recursos nos cofres
públicos do ente, mas apenas movimentação de receitas entre seus órgãos.
As receitas intraorçamentárias são a contrapartida das despesas classificadas na modalidade
de aplicação “91 – Aplicação Direta Decorrente de Operação entre Órgãos, Fundos e Entidades
Integrantes do Orçamento Fiscal e do Orçamento da Seguridade Social” que, devidamente
identificadas, possibilitam anulação do efeito da dupla contagem na consolidação das contas
governamentais.

ELEMENTO DE DESPESA
Tem por finalidade identificar os objetos de gasto, tais como vencimentos e vantagens fixas,
juros, diárias, material de consumo, serviços de terceiros prestados sob qualquer forma, sub-
venções sociais, obras e instalações, equipamentos e material permanente, auxílios, amorti-
zação e outros que a administração pública utiliza para a consecução de seus fins.
Alguns exemplos:

01 Aposentadorias e Reformas
03 Pensões
11 Vencimentos e Vantagens Fixas – Pessoal Civil
13 Obrigações Patronais
14 Diárias – Civil
15 Diárias – Militar
30 Material de Consumo
33 Passagens e Despesas com Locomoção
36 Outros Serviços de Terceiros – Pessoa Física
39 Outros Serviços de Terceiros – Pessoa Jurídica
51 Obras e Instalações
52 Equipamentos e Material Permanente
61 Aquisição de Imóveis

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DESDOBRAMENTO FACULTATIVO DO ELEMENTO DA DESPESA


Conforme as necessidades de escrituração contábil e o controle da execução orçamentária, fica
facultado, por parte de cada ente, o desdobramento dos elementos de despesa.

Codificação da Despesa

Exemplo:
1. Despesas com Vencimentos e Vantagens Fixas de Pessoal.

c g mm ee dd
3 1 90 11 xx

Onde:
3. Categoria Econômica: Despesas Correntes;
1. grupo de natureza da despesa: Pessoal e Encargos Sociais;
90. mmodalidade de aplicação: Aplicação Direta;
11. eelemento de despesa: Vencimentos e Vantagens Fixas de Pessoal;
xx. ddesdobramento facultativo do elemento da despesa: depende do código atribuído pelo
ente público (U, E, DF ou M), caso tenha desdobrado os elementos da despesa.
Exemplo:

2. Despesas com aquisições de materiais de consumo (medicamentos, merendas, material


de limpeza, material de copa e cozinha, material de expediente, etc.)

c g mm ee dd
3 3 90 30 xx

Onde:
3. Categoria Econômica: Despesas Correntes;
3. grupo de natureza da despesa: Outras Despesas Correntes;
90. mmodalidade de aplicação: Aplicação Direta;
30. eelemento de despesa: Material de Consumo;

xx. ddesdobramento facultativo do elemento da despesa: depende do código atribuído pelo


ente público (U, E, DF ou M), caso tenha desdobrado os elementos da despesa.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1275
Exemplo:

3. Despesas com contratações de Serviços de Terceiros de Pessoa Jurídica (fornecimento de


Energia Elétrica, de água, de telefonia, de gás, manutenção dos elevadores, etc.)

c g mm ee dd
3 3 90 39 xx
Onde:
3. Categoria Econômica: Despesas Correntes;
3. grupo de natureza da despesa: Outras Despesas Correntes;
90. mmodalidade de aplicação: Aplicação Direta;
39. eelemento de despesa: Outros Serviços de Terceiros – Pessoa Jurídica;
xx. ddesdobramento facultativo do elemento da despesa: depende do código atribuído pelo
ente Público (U, E, DF ou M), caso tenha desdobrado os elementos da despesa.
Exemplo:

4. Despesas com Obras e Instalações (construção de rodovias, construção de escolas, constru-


ção de hospitais, etc.)
c g mm ee dd
4 4 90 51 xx
Onde:
4. Categoria Econômica: Despesas de Capital;
4. grupo de natureza da despesa: Investimentos;
90. mmodalidade de aplicação: Aplicação Direta;
51. eelemento de despesa: Obras e Instalações;
xx. ddesdobramento facultativo do elemento da despesa: depende do código atribuído pelo
ente público (U, E, DF ou M), caso tenha desdobrado os elementos da despesa.

Exemplo:

5. Despesas com aquisições de Equipamentos e Materiais Permanentes (ambulâncias,


veículos oficiais, tratores, computadores, mobiliário em geral, carteiras escolares, etc.)

c g mm ee dd
4 4 90 52 xx
Onde:
4. Categoria Econômica: Despesas de Capital;
4. grupo de natureza da despesa: Investimentos;

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90. mmodalidade de aplicação: Aplicação Direta;


52. eelemento de despesa: Equipamentos e Materiais Permanentes;
xx. ddesdobramento facultativo do elemento da despesa: depende do código atribuído pelo
ente público (U, E, DF ou M), caso tenha desdobrado os elementos da despesa.
Exemplo:

6. Despesas com aquisições de Equipamentos e Materiais Permanentes USADOS, de SEGUN-


DA MÃO (ambulâncias, veículos oficiais, tratores, computadores, mobiliário em geral, car-
teiras escolares, etc.)

c g mm ee dd
4 5 90 52 xx

Onde:
4. Categoria Econômica: Despesas de Capital;
5. grupo de natureza da despesa: Inversões Financeiras;
90. mmodalidade de aplicação: Aplicação Direta;
52. eelemento de despesa: Equipamentos e Materiais Permanentes;
xx. ddesdobramento facultativo do elemento da despesa: depende do código atribuído pelo
ente público (U, E, DF ou M), caso tenha desdobrado os elementos da despesa.

Exemplo:

7. Despesas com Aquisição de Imóveis (não* necessários à execução de obras públicas)


*Basta constar Aquisição de Imóveis. Para considerar como Despesas de Capital/Investimentos
tem constar vir a observação “necessário à execução de obras”.

c g mm ee dd
4 5 90 61 xx

4. Categoria Econômica: Despesas de Capital;


5. grupo de natureza da despesa: Inversões Financeiras;
90. mmodalidade de aplicação: Aplicação Direta;
61. eelemento de despesa: Aquisição de Imóveis;
xx. ddesdobramento facultativo do elemento da despesa: depende do código atribuído pelo
ente público (U, E, DF ou M), caso tenha desdobrado os elementos da despesa.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1277
Exemplo:

8. Foi firmado um convênio entre a União e um determinado município para aquisição de


medicamentos para a rede pública municipal. A União repassará ao município um valor de
R$ 1.000.000,00 para a realização dessa compra
TRANSFERÊNCIAS CORRENTES:
Para a União, que concedeu a transferência de recursos (R$ 1.000.000,00), essa é uma despesa
corrente/transferência corrente.

c g mm ee dd
3 3 40 30 xx

3. Categoria Econômica: Despesas Correntes;


3. grupo de natureza da despesa: Outras Despesas Correntes;
40. mmodalidade de aplicação: Transferências a Municípios;
30. eelemento de despesa: Material de Consumo;
xx. ddesdobramento facultativo do elemento da despesa: depende do código atribuído pelo
ente público (U, E, DF ou M), caso tenha desdobrado os elementos da despesa.

Exemplo:

9. Foi firmado um convênio entre a União e um determinado município para a construção


de um estádio de futebol. A União repassará ao município um valor de R$ 100.000.000,00
para a realização dessa obra .
TRANSFERÊNCIAS DE CAPITAL:
Para a União, que concedeu a transferência de recursos (R$ 100.000.000,00), essa é uma
despesa de capital/transferência de capital.

c g mm ee dd
4 4 40 51 xx

4. Categoria Econômica: Despesas de Capital;


4. grupo de natureza da despesa: Investimentos;
40. mmodalidade de aplicação: Transferências a Municípios;
51. eelemento de despesa: Obras e Instalações;
xx. ddesdobramento facultativo do elemento da despesa: depende do código atribuído pelo
ente público (U, E, DF ou M), caso tenha desdobrado os elementos da despesa.

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PARA LEITURA
Despesa, de acordo com o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP), da
STN – Parte I – Procedimentos Contábeis Orçamentários:
No processo de aquisição de bens ou serviços por parte do ente da federação, é necessário
observar alguns passos para que se possa proceder à adequada classificação quanto à natureza
de despesa e garantir que a informação contábil seja fidedigna.
1º Passo – Identificar se o registro do fato é de caráter orçamentário ou extraorçamentário.
Orçamentários – As despesas de caráter orçamentário necessitam de recurso público para sua
realização e constituem instrumento para alcançar os fins dos programas governamentais. É
exemplo de despesa de natureza orçamentária a contratação de bens e serviços para realização
de determinação ação, como serviços de terceiros, pois se faz necessária a emissão de empe-
nho para suportar esse contrato.
Extraorçamentários – são aqueles decorrentes de:
I – Saídas compensatórias no ativo e no passivo financeiro – representam desembolsos de
recursos de terceiros em poder do ente público, tais como:
a) Devolução dos valores de terceiros (cauções/depósitos) – a caução em dinheiro constitui
uma garantia fornecida pelo contratado e tem como objetivo assegurar a execução do
contrato celebrado com o poder público. Ao término do contrato, se o contratado cumpriu
com todas as obrigações, o valor será devolvido pela administração pública. Caso haja
execução da garantia contratual, para ressarcimento da Administração pelos valores das
multas e indenizações a ela devidos, será registrada a baixa do passivo financeiro em
contrapartida a receita orçamentária.
b) Recolhimento de consignações/retenções – são recolhimentos de valores anteriormente
retidos na folha de salários de pessoal ou nos pagamentos de serviços de terceiros;

c) Pagamento das operações de crédito por Antecipação de Receita Orçamentária (ARO)


– conforme determina a LRF, as antecipações de receitas orçamentárias para atender a
insuficiência de caixa deverão ser quitadas até o dia 10 de dezembro de cada ano. Tais
pagamentos não necessitam de autorização orçamentária para que sejam efetuados;

d) Pagamentos de salário-família, salário-maternidade e auxílio-natalidade – os benefícios


da Previdência Social adiantados pelo empregador, por força de lei, têm natureza
extraorçamentária e, posteriormente, serão objeto de compensação ou restituição.
II – Pagamento de Restos a Pagar – são as saídas para pagamentos de despesas empenhadas
em exercícios anteriores.
Se o desembolso é orçamentário, ir para o próximo passo.
2º Passo – Identificar a categoria econômica da despesa orçamentária, verificando se é uma
despesa corrente ou de capital, conforme conceitos dispostos no item 4.3.1.1 deste Manual.
3. Despesas Correntes; e
4. Despesas de Capital.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1279
Conforme já mencionado, as despesas de capital ensejam o registro de incorporação de ativo
imobilizado, intangível ou investimento (no caso dos grupos de despesa 4 – investimentos e
5 – inversões financeiras) ou o registro de desincorporação de um passivo (no caso do grupo
de despesa 6 – amortização da dívida).
3º Passo – Observada a categoria econômica da despesa, o próximo passo é verificar o grupo
de natureza da despesa orçamentária, conforme conceitos estabelecidos no item 4.3.1.2 deste
Manual.
1. Pessoal e Encargos Sociais;
2. Juros e Encargos da Dívida;
3. Outras Despesas Correntes;
4. Investimentos;
5. Inversões Financeiras; e
6. Amortização da Dívida.

Para efeito de classificação, as Reservas do RPPS e de Contingência serão identificadas como


grupo “9”, todavia não são passíveis de execução, servindo de fonte para abertura de créditos
adicionais, mediante os quais se dará efetivamente a despesa que será classificada nos
respectivos grupos.
4º Passo – Por fim, far-se-á a identificação do elemento de despesa, ou seja, o objeto fim do
gasto, de acordo com as descrições dos elementos constantes no item 4.3.1.4 deste Manual.
Normalmente, os elementos de despesa guardam correlação com os grupos, mas não há
impedimento para que um elemento típico de despesa corrente esteja relacionado a um grupo
de despesa de capital.
Seguem exemplos (não exaustivos):

GRUPOS EXEMPLOS DE COMBINAÇÕES COM OS ELEMENTOS


01 – Aposentadorias e Reformas
03 – Pensões
04 – Contratação por Tempo Determinado
05 – Outros Benefícios Previdenciários
1 – Pessoal e Encargos Sociais
11 – Vencimentos e Vantagens Fixas – Pessoal Civil
13 – Obrigações Patronais
16 – Outras Despesas Variáveis – Pessoal Civil
17 – Outras Despesas Variáveis – Pessoal Militar

GRUPOS EXEMPLOS DE COMBINAÇÕES COM OS ELEMENTOS


21 – Juros sobre a Dívida por Contrato
22 – Outros Encargos sobre a Dívida por Contrato
2 – Juros e Encargos da Dívida
23 – Juros, Deságios e Descontos da Dív. Mobiliária
24 – Outros Encargos sobre a Dívida Mobiliária

1280 www.acasadoconcurseiro.com.br
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GRUPOS EXEMPLOS DE COMBINAÇÕES COM OS ELEMENTOS


30 – Material de Consumo
32 – Material de Distribuição Gratuita
33 – Passagens e Despesas com Locomoção
35 – Serviços de Consultoria
3 – Outras Despesas Correntes
36 – Outros Serviços de Terceiros – Pessoa Física
37 – Locação de Mão de Obra
38 – Arrendamento Mercantil
39 – Outros Serviços de Terceiros – Pessoa Jurídica

GRUPOS EXEMPLOS DE COMBINAÇÕES COM OS ELEMENTOS


30 – Material de Consumo
33 – Passagens e Despesas com Locomoção
4 – Investimentos 51 – Obras e Instalações
52 – Equipamentos e Material Permanente
61 – Aquisição de Imóveis

GRUPOS EXEMPLOS DE COMBINAÇÕES COM OS ELEMENTOS


61 – Aquisição de Imóveis
5 – Inversões Financeiras 63 – Aquisição de Títulos de Crédito
64 – Aquis. Títulos Repr. Capital já Integralizado

GRUPOS EXEMPLOS DE COMBINAÇÕES COM OS ELEMENTOS


71 – Principal da Dívida Contratual Resgatado
72 – Principal da Dívida Mobiliária Resgatado
6 – Amortização da Dívida
73 – Correção Monetária ou Cambial da Dívida Contratual
Resgatada

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Questões

1. (ESAF – Analista de Planejamento e Orça- a) Salário-família.


mento – MPOG – 2008) b) Serviços de consultoria.
c) Amortização da dívida pública interna.
Com base no Manual Técnico do Orçamen- d) Juros e encargos da dívida pública ex-
to – 2008, a despesa é classificada em duas terna.
categorias econômicas: despesas correntes e) Aquisição de material de consumo.
e despesas de capital. Aponte a única opção
incorreta no que diz respeito à Despesa. 3. (ESAF – Auditor – TCE/GO – 2007)
a) Classificam-se em despesas correntes A dotação orçamentária destinada a amor-
todas as despesas que não contribuem, tização da dívida pública externa classifica-
diretamente, para a formação ou aqui- -se como:
sição de um bem de capital.
b) Investimentos são despesas com o pla- a) transferência corrente.
nejamento e a execução de obras, inclu- b) transferência de capital.
sive com a aquisição de imóveis consi- c) inversão financeira.
derados necessários à realização destas d) despesa de custeio.
últimas, e com a aquisição de instala- e) investimento.
ções, equipamentos e material perma-
nente. 4. (ESAF – Analista Contábil-Financeiro – SE-
c) Agrupam-se em amortização da dívida FAZ/CE – 2007)
as despesas com o pagamento e/ou re-
financiamento do principal e da atuali- Despesas Correntes segundo a classifica-
zação monetária ou cambial da dívida ção orçamentária brasileira são aquelas
pública interna ou externa. efetuadas para a manutenção dos serviços
d) São incluídas em inversões financeiras anteriormente criados na Administração
as despesas com a aquisição de imóveis Pública. Aponte a única despesa que não
ou bens de capital já em utilização. pertence a esse grupo.
e) Classificam-se em despesas de capital a) Pessoal e encargos sociais.
aquelas despesas que contribuem, dire- b) Conservação e adaptação de bens imó-
tamente, para a formação ou aquisição veis.
de um bem de capital, incluindo-se as c) Subvenções sociais.
despesas com o pagamento de juros e d) Salário família.
comissões de operações de crédito in- e) Aquisição de instalações.
ternas.
5. (ESAF – Procurador da Fazenda Nacional –
2. (ESAF – Analista de Finanças e Controle – 2012)
STN – 2013)
Suponha-se que a União pretenda adquirir
Entre as opções abaixo, indique a despesa o imóvel onde atualmente está instalada,
que não corresponde à classificação das mediante contrato de aluguel, a sede da
Despesas Correntes, segundo a classificação Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional.
orçamentária brasileira. Nesse caso, a despesa pública será classifi-
cada como:

www.acasadoconcurseiro.com.br 1283
a) despesa corrente, por destinada à ma- 8. (ESAF – Analista Administrativo – Contábil
nutenção de serviço anteriormente – DNIT – 2013)
criado.
b) transferência corrente, por destinada à Assinale a opção em que a operação carac-
manutenção de entidade de direito pú- teriza-se por ser uma despesa orçamentária
blico. de capital e constitui-se em uma despesa
c) investimento, por acarretar aumento efetiva para o ente público.
patrimonial. a) Aquisição de veículo para posterior do-
d) inversão financeira, por destinada à ação.
aquisição de imóvel. b) Pagamento de juros da dívida contratu-
e) transferência de capital, por implicar di- al.
minuição da dívida pública. c) Baixa de bem móvel por ter se tornado
inservível.
6. (ESAF – AUFC – TCU – 2006) d) Aquisição de terreno para a construção
Identifique a opção falsa com relação à clas- de imóvel.
sificação da despesa pública segundo a na- e) Transferências de capital.
tureza, contida na Portaria Interministerial
n. 163, de 4 de maio de 2001, a ser obser- 9. (ESAF – AFC/CGU – Correição – 2006)
vada na execução orçamentária de todas as Na classificação da despesa pública segun-
esferas de governo. do a natureza, no Brasil, um Grupo de Na-
a) Categoria econômica. tureza da Despesa agrega os elementos de
b) Grupo de natureza da despesa. despesa com a mesma característica quanto
c) Elemento de despesa. ao objeto de gasto.
d) Modalidade de aplicação. Identifique qual despesa não pertence a
e) Desdobramento obrigatório do elemen- esse grupo.
to de despesa.
a) Pessoal e encargos sociais.
7. (ESAF – AFC/STN – Contábil – Financeiro – b) Investimentos.
2005) c) Amortização de empréstimos.
d) Inversões financeiras.
Segundo o que dispõe a Portaria Interminis- e) Juros e encargos da dívida.
terial STN/SOF n° 163, de 04.05.2001, na lei
orçamentária, a discriminação da despesa, 10. (ESAF – Analista Contábil-Financeiro – SE-
quanto à natureza, deverá ser feita: FAZ/CE – 2007)
a) obrigatoriamente por sub-elemento de Assinale a opção falsa em relação às ca-
despesa. racterísticas da classificação econômica da
b) somente por categoria econômica e despesa estabelecidas pela Lei n. 4.320/64
grupo de despesa. e Portaria STN/SOF n. 163/2001.
c) somente por categoria econômica.
d) por categoria econômica e elemento de a) O primeiro dígito do código da natureza
despesa. da despesa indica que a despesa é clas-
e) no mínimo por categoria econômica, sificada como corrente ou de capital.
grupo de natureza de despesa e modali- b) A origem dos recursos, em termos tri-
dade de aplicação. butários, está presente na classificação.
c) A modalidade aplicação 40 significa que
os recursos são destinados a transfe-
rências para municípios.

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d) A despesa de pessoal identifica-se na 13. (ESAF – APOFP – SEFAZ/SP – 2009)


classificação econômica da despesa.
e) A indicação de que os recursos são des- Assinale a opção falsa a respeito da concei-
tinados à aquisição de serviços identifi- tuação e classificação da despesa orçamen-
ca-se pelo elemento de despesa. tária brasileira.
a) A devolução de depósitos feitos em ga-
11. (ESAF – Analista – Administração e Finan- rantia é uma despesa que transita pelo
ças – SUSEP – 2010) orçamento, embora sem afetar a situa-
O administrador público federal, ao elabo- ção patrimonial líquida.
rar o orçamento nas modalidades de aplica- b) A despesa orçamentária nem sempre é
ção 30, 40, 50 e 90, está sinalizando para a uma despesa de caráter econômico, ou
sociedade que: seja, não afeta a situação patrimonial lí-
quida.
a) a estratégia na aplicação dos recursos c) O consumo de um ativo do ente público
prioriza a região onde se localiza a enti- pode não decorrer de uma despesa or-
dade, embora mediante transferência. çamentária.
b) a estratégia será entregar os recursos a d) Na classificação econômica da despesa,
outra entidade pública da mesma esfe- utiliza-se complementarmente a mo-
ra de governo e que a aplicação ocorre- dalidade de aplicação para determinar
rá sob sua supervisão. se os recursos foram aplicados pela
c) a estratégia, na realização da despesa, mesma esfera de governo ou se foram
será transferir os recursos a estados, transferidos.
municípios e entidades privadas, bem e) Na classificação econômica, os grupos
como aplicar, ela mesma, parte destes. de despesa têm a finalidade de agrupar
d) a entidade possui projetos e atividades as despesas que apresentam as mes-
tanto da área fim quanto da área meio. mas características em relação ao obje-
e) os bens e serviços a serem adquiridos to do gasto.
serão utilizados pela própria entidade
no desempenho de suas atividades. 14. (ESAF – Analista – Administração e Finan-
ças – SUSEP – 2010)
12. (ESAF – Técnico de Nível Superior – ENAP/
MPOG – 2006) A respeito dos dispêndios extraorçamentá-
rios, também conhecidos como despesa ex-
A despesa pública brasileira pode ser classi- traorçamentária, é correto afirmar:
ficada segundo categorias econômicas, gru-
pos de despesa e modalidades de aplicação. a) toda baixa no patrimônio não prevista
na lei orçamentária é um dispêndio ex-
Identifique a única opção que não pertence traorçamentário.
aos grupos de natureza de despesa. b) a saída de recursos a título extraorça-
mentário não se observa nas entidades
a) Pessoal e Encargos. da administração direta em razão de
b) Juros e Encargos da Dívida Pública. estarem submetidas à lei orçamentária
c) Outras Despesas Correntes. anual.
d) Transferências a Instituições Privadas c) os dispêndios, quando ocorrem, advêm
sem Fins Lucrativos. de ingressos extraorçamentários do
e) Inversões Financeiras e Amortização da mesmo exercício.
Dívida Pública. d) os dispêndios extraorçamentários estão
relacionados sempre com as operações
da atividade fim da entidade.

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e) não alteram a situação patrimonial lí-
quida, visto que são oriundos de fatos
contábeis permutativos.

Gabarito: 1. E 2. C 3. B 4. E 5. D 6. E 7. E 8. E 9. C 10. B 11. C 12. D 13. A 14. E

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CLASSIFICAÇÕES INSTITUCIONAL, FUNCIONAL


E PROGRAMÁTICA DA DESPESA PÚBLICA

CLASSIFICAÇÃO INSTITUCIONAL

A classificação institucional reflete a estrutura de alocação dos créditos orçamentários e está


estruturada em dois níveis hierárquicos: órgão orçamentário e unidade orçamentária.
Alguns exemplos de órgão orçamentário e unidade orçamentária do Governo Federal:

ÓRGÃO UNIDADE ORÇAMENTÁRIA


Universidade Federal
26242
de Pernambuco
Ministério da Fundação Universidade
26000 26277
Educação Federal de Ouro Preto
Escola Agrotécnica Fe-
26321
deral de Manaus

ÓRGÃO UNIDADE ORÇAMENTÁRIA


Departamento de Polí-
30107
Ministério da cia Rodoviária Federal
30000
Justiça Fundo Nacional de Se-
30911
gurança Pública

ÓRGÃO UNIDADE ORÇAMENTÁRIA


Agência Nacional de
39250 Transportes Terrestres
Ministério dos (ANTT)
39000
Transportes Departamento Nacio-
39252 nal de Infraestrutura
de Transportes (DNIT)

Constitui unidade orçamentária o agrupamento de serviços subordinados ao mesmo órgão ou


repartição a que serão consignadas dotações próprias (art. 14 da Lei nº 4.320/1964).
Os órgãos orçamentários, por sua vez, correspondem a agrupamentos de unidades orçamentárias.
As dotações são consignadas às unidades orçamentárias, responsáveis pela realização das ações.
No caso do Governo Federal, o código da classificação institucional compõe-se de cinco dígi-
tos, sendo os dois primeiros reservados à identificação do órgão e os demais à unidade orça-
mentária. Não há ato que a estabeleça, sendo definida no contexto da elaboração da lei orça-
mentária anual ou da abertura de crédito especial.

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XX XXX
Órgão Orçamentário Unidade Orçamentária

Orçamento “Min. Transportes/DNIT”


39 252
Programa de Trabalho: 39.252.26.782.0663.2324.0002 Ano: 20xx
N.D
Descrição Valor (R$)
(c.g.mm.ee.)
3.1.90.11 Vencimentos e Vantagens Fixas de Pessoal 100.000.000,00
3.3.90.30 Material de Consumo 2.000.000,00
3.3.90.39 Outros Serviços de Terceiros – Pessoa Jurídica 7.000.000,00
3.3.90.92 Despesas de Exercícios Anteriores 1.000.000,00
4.4.90.51 Obras e Instalações 80.000.000,00
4.4.90.52 Equipamentos e Materiais Permanentes 10.000.000,00
Total 200.000.000,00

Classificação Funcional-Programática da Despesa Pública (Portaria nº 42/99 do MPOG)


A classificação funcional é composta de:
Função e Subfunção.
Art. 1º As funções a que se refere o art. 2º, inciso I, da Lei no 4.320, de 17 de março de 1964, discri-
minadas no Anexo 5 da mesma Lei, e alterações posteriores, passam a ser as constantes do Anexo
que acompanha esta Portaria.
§ 1º Como função, deve entender-se o maior nível de agregação das diversas áreas de despe-
sa que competem ao setor público.

Função: 26 (Transporte)
Subfunção: 782 (Transporte Rodoviário);

Programa de Trabalho: 39.252.26.782.0663.2324.0002 Ano: 20xx


N.D
Descrição Valor (R$)
(c.g.mm.ee.)
3.1.90.11 Vencimentos e Vantagens Fixas de Pessoal 100.000.000,00
3.3.90.30 Material de Consumo 2.000.000,00
3.3.90.39 Outros Serviços de Terceiros – Pessoa Jurídica 7.000.000,00
3.3.90.92 Despesas de Exercícios Anteriores 1.000.000,00
4.4.90.51 Obras e Instalações 80.000.000,00
4.4.90.52 Equipamentos e Materiais Permanentes 10.000.000,00
Total 200.000.000,00

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Orçamento “Min. Transportes/DNIT”

Programa de Trabalho: 39.252.26.782.0663.2324.0002 Ano: 20xx


39 Ministério dos Transportes Órgão
Departamento Nacional de Infraestrutura de
252 Unidade Orçamentária
Transportes (DNIT)
26 Transportes Função
782 Transporte Rodoviário Subfunção
0663 Segurança nas Rodovias Federais Nome do Programa
2324 Manutenção da Sinalização Rodoviária Ação (Atividade)
0002 Rio de Janeiro Localização Geográfica

Função: 12 (Educação)
Subfunção: 364 (Ensino Superior);

Programa de Trabalho: 26.242.12.364.XXXX.XXXX.XXXX Ano: 20xx


N.D
Descrição Valor (R$)
(c.g.mm.ee.)
3.1.90.11 Vencimentos e Vantagens Fixas de Pessoal 100.000.000,00
3.3.90.30 Material de Consumo 2.000.000,00
3.3.90.39 Outros Serviços de Terceiros – Pessoa Jurídica 7.000.000,00
3.3.90.92 Despesas de Exercícios Anteriores 1.000.000,00
4.4.90.51 Obras e Instalações 80.000.000,00
4.4.90.52 Equipamentos e Materiais Permanentes 10.000.000,00
Total 200.000.000,00

Orçamento “Min. Educação/UFPE”

Programa de Trabalho: 26.242.12.364.XXXX.XXXX.XXXX Ano: 20xx


26 Ministério da Educação Órgão
242 Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Unidade Orçamentária
12 Educação Função
364 Ensino Superior Subfunção
XXXX [...] Nome do Programa
XXXX [...] Ação (Atividade)
XXXX [...] Localização Geográfica

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Classificação Funcional-Programática da Despesa Pública
(Portaria nº 42/99 do MPOG)
§ 2º A função "Encargos Especiais" engloba as despesas em relação às quais não se possa asso-
ciar um bem ou serviço a ser gerado no processo produtivo corrente, tais como: dívidas, ressar-
cimentos, indenizações e outras afins, representando, portanto, uma agregação neutra.
§ 3º A subfunção representa uma partição da função, visando a agregar determinado subcon-
junto de despesa do setor público.
§ 4º As subfunções poderão ser combinadas com funções diferentes daquelas a que estejam
vinculadas, na forma do Anexo a esta Portaria.

Funcional (Art. 1º ):
Função
É o maior nível de agregação da despesa.
Ex.: saúde, educação, transporte, habitação, etc.

Subfunção
É uma partição da função.
Ex.: Função: transporte.
Subfunções: transporte aéreo; transporte rodoviário.

Classificação Funcional-Programática da Despesa Pública (Portaria nº 42/99 do MPOG)

FUNÇÕES SUBFUNÇÕES
031 – Ação Legislativa
01 – Legislativa
032 – Controle Externo
061 – Ação Judiciária
02 – Judiciária
062 – Defesa do Interesse Público no Processo Judiciário
091 – Defesa da Ordem Jurídica
03 – Essencial à Justiça
092 – Representação Judicial e Extrajudicial
121 – Planejamento e Orçamento
122 – Administração Geral
123 – Administração Financeira
124 – Controle Interno
125 – Normatização e Fiscalização
04 – Administração 126 – Tecnologia da Informação
127 – Ordenamento Territorial
128 – Formação de Recursos Humanos
129 – Administração de Receitas
130 – Administração de Concessões
131 – Comunicação Social

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FUNÇÕES SUBFUNÇÕES
151 – Defesa Área
05 – Defesa Nacional 152 – Defesa Naval
153 – Defesa Terrestre
181 – Policiamento
06 – Segurança Pública 182 – Defesa Civil
183 – Informação e Inteligência
211 – Relações Diplomáticas
07 – Relações Exteriores
212 – Cooperação Internacional
241 – Assistência ao Idoso
242 – Assistência ao Portador de Deficiência
08 – Assistência Social
243 – Assistência à Criança e ao Adolescente
244 – Assistência Comunitária
271 – Previdência Básica
272 – Previdência do Regime Estatutário
09 – Previdência Social
273 – Previdência Complementar
274 – Previdência Especial
301 – Atenção Básica
302 – Assistência Hospitalar e Ambulatorial
303 – Suporte Profilático e Terapêutico
10 – Saúde
304 – Vigilância Sanitária
305 – Vigilância Epidemiológica
306 – Alimentação e Nutrição
331 – Proteção e Benefícios ao Trabalhador
332 – Relações de Trabalho
11 – Trabalho
333 – Empregabilidade
334 – Fomento ao Trabalho
361 – Ensino Fundamental
362 – Ensino Médio
363 – Ensino Profissional
12 – Educação 364 – Ensino Superior
365 – Educação Infantil
366 – Educação de Jovens e Adultos
367 – Educação Especial
391 – Patrimônio Histórico, Artístico e Arqueológico
13 – Cultura
392 – Difusão Cultural
421 – Custódia e Reintegração Social
14 – Direitos da Cidadania 422 – Direitos Individuais, Coletivos e Difusos
423 – Assistência  aos Povos Indígenas
451 – Infraestrutura Urbana
15 – Urbanismo 452 – Serviços Urbanos
453 – Transportes Coletivos Urbanos
481 – Habitação Rural
16 – Habitação
482 – Habitação Urbana

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FUNÇÕES SUBFUNÇÕES
511 – Saneamento  Básico Rural
17 – Saneamento
512 – Saneamento Básico Urbano
541 – Preservação e Conservação Ambiental
542 – Controle Ambiental
18 – Gestão Ambiental 543 – Recuperação de Áreas Degradadas
544 – Recursos Hídricos
545 – Meteorologia
571 – Desenvolvimento Científico
19 – Ciência e Tecnologia 572 – Desenvolvimento Tecnológico e Engenharia
573 – Difusão do Conhecimento Científico e Tecnológico
601 – Promoção da Produção Vegetal
602 – Promoção da Produção Animal
603 – Defesa Sanitária Vegetal
20 – Agricultura 604 – Defesa Sanitária Animal
605 – Abastecimento
606 – Extensão Rural
607 – Irrigação
631 – Reforma Agrária
21 – Organização Agrária
632 – Colonização
661 – Promoção Industrial
662 – Produção Industrial
22 – Indústria 663 – Mineração
664 – Propriedade Industrial
665 – Normalização e Qualidade
691 – Promoção Comercial
692 – Comercialização
23 – Comércio e Serviços
693 – Comércio Exterior
694 – Serviços Financeiros695 – Turismo
721 – Comunicações Postais
24 – Comunicações
722 – Telecomunicações
751 – Conservação de Energia
752 – Energia Elétrica
25 – Energia
753 – Petróleo
754 – Álcool
781 – Transporte Aéreo
782 – Transporte Rodoviário
26 – Transporte 783 – Transporte Ferroviário
784 – Transporte Hidroviário
785 – Transportes Especiais
811 – Desporto de Rendimento
27 – Desporto e Lazer 812 – Desporto Comunitário
813 – Lazer

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841 – Refinanciamento da Dívida Interna


842 – Refinanciamento da Dívida Externa
843 – Serviço da Dívida Interna
28 – Encargos Especiais
844 – Serviço da Dívida Externa
845 – Transferências
846 – Outros Encargos Especiais

A classificação ou estrutura programática é composta de:


programa; projeto/atividade/operações especiais.

Art. 2º Para os efeitos da presente Portaria, entendem-se por:


a) Programa, o instrumento de organização da ação governamental visando à concretização dos
objetivos pretendidos, sendo mensurado por indicadores estabelecidos no plano plurianual;

b) Projeto, um instrumento de programação para alcançar o objetivo de um programa, envol-


vendo um conjunto de operações, limitadas no tempo, das quais resulta um produto que
concorre para a expansão ou o aperfeiçoamento da ação de governo;

c) Atividade, um instrumento de programação para alcançar o objetivo de um programa, en-


volvendo um conjunto de operações que se realizam de modo contínuo e permanente, das
quais resulta um produto necessário à manutenção da ação de governo;

d) Operações Especiais, as despesas que não contribuem para a manutenção das ações de
governo, das quais não resulta um produto, e não geram contraprestação direta sob a for-
ma de bens ou serviços.

Art. 3º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios estabelecerão, em atos próprios, suas
estruturas de programas, códigos e identificação, respeitados os conceitos e determinações desta
Portaria.
Art. 4º Nas leis orçamentárias e nos balanços, as ações serão identificadas em termos de funções,
subfunções, programas, projetos, atividades e operações especiais.

Parágrafo único. No caso da função "Encargos Especiais", os programas corresponderão a um


código vazio, do tipo "0000".

Art. 5º A dotação global denominada "Reserva de Contingência", permitida para a União no art. 91
do Decreto-Lei nº 200, de 25 de fevereiro de 1967, ou em atos das demais esferas de Governo, a ser
utilizada como fonte de recursos para abertura de créditos adicionais e sob coordenação do órgão res-
ponsável pela sua destinação, será identificada por código definido pelos diversos níveis de governo.

Art. 6º O disposto nesta Portaria se aplica aos orçamentos da União, dos Estados e do Distrito
Federal para o exercício financeiro de 2000 e seguintes, e aos Municípios a partir do exercício
financeiro de 2002, revogando-se a Portaria no 117, de 12 de novembro de 1998, do ex-Ministro do
Planejamento e Orçamento, e demais disposições em contrário.

Art. 7º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

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Programática (Art. 2º ):
Programa; projeto / atividade / operações especiais.
Programa é o que vincula a LOA ao PPA.
É por isso que a nossa LOA é chamada de ORÇAMENTO-PROGRAMA
Projeto: limitado no tempo; / expansão / aperfeiçoamento
Atividade: modo contínuo e permanente; manutenção
Operações Especiais: Gastos que não servem nem para a manutenção nem para a expansão
ou aperfeiçoamento da ação de governo.
Ex.: pagamento da dívida pública, pagamento de indenizações, ressarcimentos, etc.

Exemplo:
PT:
XX . XXX . XX . XXX . XXXX . XXXX . XXXX
Onde:
Classificação Institucional
(órgão . UO)
Classificação Funcional
(Função, Subfunção)

Classificação Programática
(Nome do Programa;
Ação: Projeto/Atividade/Operações Especiais; Localização Geográfica)

Exemplo:
PT:
39 . 252 . 26 . 782 . 0663 . 2324 . 0002
Onde:
39: Ministério dos Transportes (órgão);
252: DNIT (UO)
26: Transporte (função);
782: Transporte Rodoviário (subfunção)
0663: Segurança nas Rodovias Federais (nome);
2324: Manutenção da Sinalização Rodoviária (ação: atividade)
0002: Rio de Janeiro (localização)

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Orçamento “Min. Transportes/DNIT”

Programa de Trabalho: 39.252.26.782.0663.2324.0002 Ano: 20xx


N.D
Descrição Valor (R$)
(c.g.mm.ee.)
3.1.90.11 Vencimentos e Vantagens Fixas de Pessoal 100.000.000,00
3.3.90.30 Material de Consumo 2.000.000,00
3.3.90.39 Outros Serviços de Terceiros – Pessoa Jurídica 7.000.000,00
3.3.90.92 Despesas de Exercícios Anteriores 1.000.000,00
4.4.90.51 Obras e Instalações 80.000.000,00
4.4.90.52 Equipamentos e Materiais Permanentes 10.000.000,00
Total 200.000.000,00

Programa de Trabalho: 39.252.26.782.0663.2324.0002 Ano: 20xx


39 Ministério dos Transportes Órgão
Departamento Nacional de Infraestrutura de
252 Unidade Orçamentária
Transportes (DNIT)
26 Transportes Função
782 Transporte Rodoviário Subfunção
0663 Segurança nas Rodovias Federais Nome do Programa
2324 Manutenção da Sinalização Rodoviária Ação (Atividade)
0002 Rio de Janeiro Localização Geográfica

PARA LEITURA
Classificações institucional, funcional e programática, de acordo com o Manual de Contabilidade
Aplicada ao Setor Público (MCASP), da STN – Parte I – Procedimentos Contábeis Orçamentários:

CLASSIFICAÇÃO INSTITUCIONAL

A classificação institucional reflete a estrutura de alocação dos créditos orçamentários e está


estruturada em dois níveis hierárquicos: órgão orçamentário e unidade orçamentária. Cons-
titui unidade orçamentária o agrupamento de serviços subordinados ao mesmo órgão ou re-
partição a que serão consignadas dotações próprias (art. 14 da Lei nº 4.320/1964). Os órgãos
orçamentários, por sua vez, correspondem a agrupamentos de unidades orçamentárias. As do-
tações são consignadas às unidades orçamentárias, responsáveis pela realização das ações.
No caso do Governo Federal, o código da classificação institucional compõe-se de cinco dígi-
tos, sendo os dois primeiros reservados à identificação do órgão e os demais à unidade orça-
mentária. Não há ato que a estabeleça, sendo definida no contexto da elaboração da lei orça-
mentária anual ou da abertura de crédito especial.

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XX XXX
Órgão Orçamentário Unidade Orçamentária

Exemplos de órgão orçamentário e unidade orçamentária do governo federal:

ÓRGÃO UNIDADE ORÇAMENTÁRIA


Universidade Federal
26242
de Pernambuco
Fundação Universidade
26000 Ministério da Educação 26277
Federal de Ouro Preto
Escola Agrotécnica Fe-
26321
deral de Manaus

ÓRGÃO UNIDADE ORÇAMENTÁRIA


Departamento de Polí-
30107
cia Rodoviária Federal
Defensoria Pública da
30000 Ministério da Justiça 30109
União
Fundo Nacional de Se-
30911
gurança Pública

ÓRGÃO UNIDADE ORÇAMENTÁRIA


Agência Nacional de
39250 Transportes Terrestres
Ministério dos Trans- (ANTT)
39000
portes Departamento Nacio-
39252 nal de Infraestrutura
de Transportes (DNIT)

Cabe ressaltar que uma unidade orçamentária não corresponde necessariamente a uma
estrutura administrativa, como ocorre, por exemplo, com alguns fundos especiais e com as
unidades orçamentárias “Transferências a Estados, Distrito Federal e Municípios”, “Encargos
Financeiros da União”, “Operações Oficiais de Crédito”, “Refinanciamento da Dívida Pública
Mobiliária Federal” e “Reserva de Contingência”.
A classificação funcional segrega as dotações orçamentárias em funções e subfunções, buscan-
do responder basicamente à indagação “em que” área de ação governamental a despesa será
realizada.
A atual classificação funcional foi instituída pela Portaria nº 42, de 14 de abril de 1999, do então
Ministério do Orçamento e Gestão, e é composta de um rol de funções e subfunções prefixa-
das, que servem como agregador dos gastos públicos por área de ação governamental nas
três esferas de Governo. Trata-se de classificação de aplicação comum e obrigatória, no âmbito
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, o que permite a consolidação na-
cional dos gastos do setor público.

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A classificação funcional é representada por cinco dígitos. Os dois primeiros referem-se à fun-
ção, enquanto que os três últimos dígitos representam a subfunção, que podem ser traduzidos
como agregadores das diversas áreas de atuação do setor público, nas esferas legislativa, exe-
cutiva e judiciária.
A classificação funcional é representada por cinco dígitos. Os dois primeiros referem-se à fun-
ção, enquanto que os três últimos dígitos representam a subfunção, que podem ser traduzidos
como agregadores das diversas áreas de atuação do setor público, nas esferas legislativa, exe-
cutiva e judiciária.

XX XXX
Função Subfunção

1. Função
A função é representada pelos dois primeiros dígitos da classificação funcional e pode ser tradu-
zida como o maior nível de agregação das diversas áreas de atuação do setor público. A função
quase sempre se relaciona com a missão institucional do órgão, por exemplo, cultura, educação,
saúde, defesa, que, na União, de modo geral, guarda relação com os respectivos Ministérios.
A função “Encargos Especiais” engloba as despesas orçamentárias em relação às quais não
se pode associar um bem ou serviço a ser gerado no processo produtivo corrente, tais como:
dívidas, ressarcimentos, indenizações e outras afins, representando, portanto, uma agregação
neutra. Nesse caso, na União, as ações estarão associadas aos programas do tipo "Operações
Especiais" que constarão apenas do orçamento, não integrando o PPA.
A dotação global denominada “Reserva de Contingência”, permitida para a União no art. 91 do
Decreto-Lei nº 200, de 25 de fevereiro de 1967, ou em atos das demais esferas de Governo, a
ser utilizada como fonte de recursos para abertura de créditos adicionais e para o atendimento
ao disposto no art. 5º, inciso III, da Lei Complementar nº 101, de 2000, sob coordenação do ór-
gão responsável pela sua destinação, será identificada nos orçamentos de todas as esferas de
Governo pelo código “99.999.9999.xxxx.xxxx”, no que se refere às classificações por função e
subfunção e estrutura programática, onde o “x” representa a codificação da ação e o respectivo
detalhamento.

2. Subfunção
A subfunção, indicada pelos três últimos dígitos da classificação funcional, representa um nível
de agregação imediatamente inferior à função e deve evidenciar cada área da atuação go-
vernamental, por intermédio da agregação de determinado subconjunto de despesas e iden-
tificação da natureza básica das ações que se aglutinam em torno das funções.
As subfunções podem ser combinadas com funções diferentes daquelas às quais estão re-
lacionadas na Portaria MOG nº 42/1999. Deve-se adotar como função aquela que é típica ou
principal do órgão. Assim, a programação de um órgão, via de regra, é classificada em uma úni-
ca função, ao passo que a subfunção é escolhida de acordo com a especificidade de cada ação
governamental. A exceção à combinação encontra-se na função 28, Encargos Especiais, e suas
subfunções típicas que só podem ser utilizadas conjugadas.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1297
Exemplos:
Ministério da Educação
FUNÇÃO 12 Educação
SUBFUNÇÃO 365 Educação Infantil

Câmara dos Deputados


FUNÇÃO 01 Legislativa
SUBFUNÇÃO 365 Educação Infantil

Nota do Professor
A subfunção 365, Educação Infantil, no caso da Câmara dos Deputados, pode estar associada
à Ação “Assistência Pré-escolar aos Dependentes dos Servidores e Empregados”, conforme
exemplificado no MTO, editado pelo MPOG.

CLASSIFICAÇÃO POR ESTRUTURA PROGRAMÁTICA

Toda ação do Governo está estruturada em programas orientados para a realização dos obje-
tivos estratégicos definidos no Plano Plurianual (PPA) para o período de quatro anos. Confor-
me estabelecido no art. 3º da Portaria MOG nº 42/1999, a União, os Estados, o Distrito Federal
e os Municípios estabelecerão, em atos próprios, suas estruturas de programas, códigos e iden-
tificação, respeitados os conceitos e as determinações nela contidos. Ou seja, todos os entes
devem ter seus trabalhos organizados por programas e ações, mas cada um estabelecerá seus
próprios programas e ações de acordo com a referida Portaria.

1. Programa

Programa é o instrumento de organização da atuação governamental que articula um conjun-


to de ações que concorrem para a concretização de um objetivo comum preestabelecido, vi-
sando à solução de um problema ou ao atendimento de determinada necessidade ou demanda
da sociedade.
O orçamento federal está organizado em programas, a partir dos quais são relacionadas às
ações sob a forma de atividades, projetos ou operações especiais, especificando os respecti-
vos valores, as metas e as unidades orçamentárias responsáveis pela realização da ação. A cada
projeto ou atividade só poderá estar associado um produto, que, quantificado por sua unidade
de medida, dará origem à meta.
As informações mais detalhadas sobre os programas da União constam no Plano Plurianual e
podem ser visualizados no sítio www.planejamento.gov.br.

2. Ação

As ações são operações das quais resultam produtos (bens ou serviços), que contribuem para
atender ao objetivo de um programa. Incluem-se também no conceito de ação as transferências
obrigatórias ou voluntárias a outros entes da Federação e a pessoas físicas e jurídicas, na forma de
subsídios, subvenções, auxílios, contribuições e financiamentos, entre outros.

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As ações, conforme suas características, podem ser classificadas como atividades, projetos ou
operações especiais.
a) Atividade

É um instrumento de programação utilizado para alcançar o objetivo de um programa, envol-


vendo um conjunto de operações que se realizam de modo contínuo e permanente, das quais
resulta um produto ou serviço necessário à manutenção da ação de Governo.
Exemplo: “Fiscalização e Monitoramento das Operadoras de Planos e Seguros Privados de
Assistência à Saúde”.

b) Projeto
É um instrumento de programação utilizado para alcançar o objetivo de um programa, envol-
vendo um conjunto de operações, limitadas no tempo, das quais resulta um produto que con-
corre para a expansão ou o aperfeiçoamento da ação de Governo.
Exemplo: “Implantação da rede nacional de bancos de leite humano”.

c) Operação Especial
Despesas que não contribuem para a manutenção, a expansão ou o aperfeiçoamento das ações
de governo, das quais não resulta um produto, e não gera contraprestação direta sob a forma
de bens ou serviços.
De acordo com o MTO, editado pelo MPOG na base do sistema, a ação é identificada por um
código alfanumérico de oito dígitos:

1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º
numérico alfanuméricos numéricos
AÇÃO SUBTÍTULO

Ao observar o 1º dígito do código, pode-se identificar:

1º DÍGITO TIPO DE AÇÃO


1, 3, 5 ou 7 Projeto
2, 4, 6 ou 8 Atividade
0 Operação Especial

3. Subtítulo/Localizador de gasto
A Portaria MOG nº 42/1999 não estabelece critérios para a indicação da localização física
das ações, todavia, considerando a dimensão do orçamento da União, a Lei de Diretrizes
Orçamentárias tem determinado a identificação da localização do gasto, o que se faz por
intermédio do subtítulo.

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O subtítulo permite maior controle governamental e social sobre a implantação das políticas
públicas adotadas, além de evidenciar a focalização, os custos e os impactos da ação governa-
mental.
No caso da União, as atividades, os projetos e as operações especiais são detalhadas em subtí-
tulos, utilizados especialmente para especificar a localização física da ação, não podendo ha-
ver, por conseguinte, alteração da finalidade da ação, do produto e das metas estabelecidas.
Vale ressaltar que o critério para priorização da localização física da ação em território é o da
localização dos beneficiados pela ação. A localização do gasto poderá ser de abrangência nacio-
nal, no exterior, por Região (NO, NE, CO, SD, SL), por Estado ou Município ou, excepcionalmen-
te, por um critério específico, quando necessário. A LDO da União veda que, na especificação
do subtítulo, haja referência a mais de uma localidade, área geográfica ou beneficiário, se de-
terminados.
Na União, o subtítulo representa o menor nível de categoria de programação e será detalhado
por esfera orçamentária (fiscal, seguridade e investimento), grupo de natureza de despesa,
modalidade de aplicação, identificador de resultado primário, identificador de uso e fonte de
recursos, sendo o produto e a unidade de medida os mesmos da ação orçamentária.

4. Componentes da programação física


Meta física é a quantidade de produto a ser ofertado por ação, de forma regionalizada, se for o
caso, num determinado período e instituída para cada ano. As metas físicas são indicadas em ní-
vel de subtítulo e agregadas segundo os respectivos projetos, atividades ou operações especiais.
Ressalte-se que a territorialização das metas físicas é expressa nos localizadores de gasto pre-
viamente definidos para a ação.
Exemplo: No caso da vacinação de crianças, a meta será regionalizada pela quantidade de
crianças a serem vacinadas ou de vacinas empregadas em cada Estado (localizadores de gas-
to), ainda que a campanha seja de âmbito nacional e a despesa paga de forma centralizada.
Isso também ocorre com a distribuição de livros didáticos.

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Questões

1. (ESAF – APOFP – SEFAZ/SP – 2009) 3. (ESAF – Analista Contábil-Financeiro – SE-


FAZ/CE – 2007)
A classificação programática é considerada
a mais moderna classificação orçamentária A Classificação Funcional da Despesa Pú-
de despesa pública. A portaria nº 42/99, do blica no Brasil substituiu a Classificação
Ministério do Planejamento, Orçamento Funcional-Programática dos dispêndios pú-
e Gestão, propôs um elenco de funções e blicos. Segundo a nova estrutura Funcional,
subfunções padronizadas para a União, Es- identifique a única resposta falsa.
tados e Municípios. Assim, de acordo com
a referida Portaria, a despesa que não se in- a) A subfunção representa um segmento
clui na nova classificação é a despesa por: da função, visando a agregar determi-
nado subconjunto de despesas.
a) Função. b) O subprograma representa uma agrega-
b) Subprograma. ção do programa.
c) Projeto. c) O programa é o instrumento de orga-
d) Atividade. nização da atuação governamental que
e) Subfunção. articula um conjunto de ações concor-
rentes para um objetivo comum.
2. (ESAF – Processo Seletivo Simplificado – d) A função representa o nível mais eleva-
Diversos Órgãos – 2008) do de agregação de informações sobre
as diversas áreas de despesa que com-
Assinale a opção que indica a correta defini- petem ao setor público.
ção de Funções de Governo, segundo a re- e) A atividade é um instrumento de pro-
gulamentação vigente. gramação que envolve um conjunto de
a) É o maior no nível de agregação das di- operações que se realizam de modo
versas áreas de despesa que competem contínuo e permanente.
ao setor público.
b) É a classificação dos gastos do governo, 4. (ESAF – Técnico de Nível Superior – SPU/
segundo o tipo de bem a ser adquirido. MPOG – 2006)
c) É a classificação dos gastos de governo, De acordo com a estrutura programática
segundo a atividade desempenhada adotada a partir da Portaria nº 42/1999, o
por cada órgão. instrumento de programação para alcançar
d) Permite a agregação dos gastos no menor o objetivo de um programa, envolvendo um
nível dentro da unidade orçamentária. conjunto de operações que se realizam de
e) Demonstra o menor nível de agregação modo contínuo e permanente, das quais re-
dos recursos no Plano Plurianual. sulta um produto necessário à manutenção
da ação de governo, é classificado como:
a) função.
b) subfunção.
c) programa.
d) projeto
e) atividade.

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5. (ESAF – Analista de Planejamento e Orça- c) A subfunção, código BBB, poderá ser
mento – MPOG – 2008) combinada com qualquer função, códi-
go AA, em razão da competência do ór-
De acordo com a Portaria n. 42, de 14 de gão responsável pelo programa.
abril de 1999, entende-se por Atividade: d) Quando o primeiro dígito da codifica-
a) o instrumento de organização da ação ção DDDD for um número ímpar signifi-
governamental visando à concretização ca que a ação é uma atividade.
dos objetivos pretendidos. e) As operações especiais são ações que
b) o maior nível de agregação das diversas não contribuem para a manutenção das
áreas da despesa que competem ao se- ações de governo, das quais não resul-
tor público. tam um produto, e não geram contra-
c) as despesas que não contribuem para a prestação direta sob a forma de bens
manutenção das ações do governo. ou serviços e são identificadas pelo pri-
d) um instrumento de programação para meiro dígito da codificação EEEE.
alcançar o objetivo de um programa,
envolvendo um conjunto de operações 7. (ESAF – Analista Contábil-Financeiro – SE-
que se realizam de modo contínuo e FAZ/CE – 2007)
permanente das quais resulta um pro- A classificação administrativa legal da des-
duto necessário à manutenção da ação pesa pública no Brasil, sob a ótica do pro-
do governo. grama de trabalho da entidade, não inclui:
e) as despesas em relação às quais não se
possa associar um bem ou serviço a ser a) o órgão.
gerado no processo produtivo corrente. b) a função.
c) o projeto.
6. (ESAF – AFC/CGU – 2008) d) a origem dos recursos.
e) a atividade.
A classificação funcional e a estrutura pro-
gramática visam ao fornecimento de infor- 8. (ESAF – Analista – Administração e Finan-
mações das realizações do governo e é con- ças – SUSEP – 2010)
siderada a mais moderna das classificações
orçamentárias da despesa. A junção das A respeito da classificação orçamentária da
duas, quando da execução da despesa no despesa e da receita pública na esfera fede-
SIAFI , forma o Programa de Trabalho com a ral, é correto afirmar, exceto:
seguinte estrutura:
a) as despesas obedecem a uma classifica-
Programa de Trabalho: AA.BBB.CCCC.DDDD. ção econômica, enquanto as receitas se
EEEE submetem a uma classificação progra-
mática.
Com relação ao assunto, indique a opção b) a classificação da receita pública por na-
correta. tureza procura identificar a origem do
a) Na estrutura do Programa de Trabalho, recurso segundo o seu fato gerador.
a codificação CCCC representa o Progra- c) a classificação institucional da despesa
ma e a codificação EEEE a ação governa- indica, por meio do órgão e da unidade
mental. orçamentária, qual instituição é respon-
b) A ação, reconhecida na estrutura pelo sável pela aplicação dos recursos.
código DDDD, determina a escolha da d) a classificação da despesa por função
subfunção, reconhecida pela codifica- indica em que área de atuação do go-
ção BBB, estabelecendo uma relação verno os recursos serão aplicados.
única.

1302 www.acasadoconcurseiro.com.br
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e) ao classificar economicamente a des- 10. (ESAF – AFC/CGU – Correição – 2006)


pesa e a receita na elaboração do orça-
mento, a administração pública sinaliza A Portaria n. 42/1999 atualizou a discrimi-
para a sociedade o tipo de bens que irá nação da despesa por Funções e Subfun-
adquirir e a origem dos recursos que irá ções de Governo. Assim, indique qual é a
arrecadar. opção correta com relação ao conteúdo da
referida portaria.
9. (ESAF – Analista de Finanças e Controle – a) A função visa a agregar determinado
CGU – 2012) subconjunto de despesa do setor públi-
Segundo o que dispõe a Lei de Diretrizes Or- co.
çamentárias − LDO, programa de governo é b) As operações especiais são despesas
definido como: que não contribuem para a manuten-
ção das ações do Governo, mas geram
a) o segundo nível da categoria de progra- contraprestação direta sob a forma de
mação e destina-se à especificação dos bens e serviços.
gastos governamentais cuja mensura- c) O programa é um instrumento de pro-
ção se faz por indicadores do PPA. gramação para alcançar o objetivo de
b) instrumento de organização dos gastos um projeto.
governamentais, composto por ações e d) A Função Indústria tem como subfun-
mensuração a partir de indicadores da ção a Subfunção Turismo.
LOA. e) Nos balanços e nas leis orçamentárias,
c) conjunto de ações e metas de um de- as ações serão identificadas em termos
terminado exercício cuja mensuração de função, subfunções, programas, pro-
se faz pelo volume de gasto realizado. jetos, atividades e operações especiais.
d) mecanismo de organização da ação go-
vernamental, detalhado por projetos
cuja mensuração se faz por indicadores
do PPA.
e) instrumento de organização da ação go-
vernamental, visando à concretização
dos objetivos pretendidos cuja mensu-
ração se faz por indicadores do PPA.

Gabarito: 1. B 2. A 3. B 4. E 5. D 6. C 7. D 8. A 9. E 10. E

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CICLO ORÇAMENTÁRIO

Ciclo ou Processo Orçamentário


Poder Executivo

(1) Elaboração do Projeto

Poder Legislativo Poder Legislativo

(4) Acompanhamento e (2)Apreciação, Aprovação


Avaliação Sanção e Publicação

Poder Executivo

(3) Execução

Poder Executivo

Ciclo Orçamentário
•• Executivo – Elabora
•• Legislativo – Aprova
•• Executivo – Executa
•• Legislativo – Controla
Poder Executivo

(1) Elaboração do Projeto

Poder Legislativo Poder Legislativo

(4) Acompanhamento e (2)Apreciação, Aprovação


Avaliação Sanção e Publicação

Poder Executivo

(3) Execução

Poder Executivo

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Orçamento na CF/88
Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:
I – o plano plurianual (PPA);
II – as diretrizes orçamentárias (LDO);
III – os orçamentos anuais (LOA).

CRFB/88:
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
[...]
XXIII – enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes orça-
mentárias e as propostas de orçamento previstos nesta Constituição;

Orçamento Público
Conceito:
→ Lei de iniciativa do Chefe do Poder Executivo,
→ aprovada pelo Poder Legislativo,
→ Que estima receitas e fixa despesas
→ para um determinado exercício financeiro.

Projeto de LOA – Ano XXXX

Despesas Fixadas (Créditos


Receitas Previstas
Orçamentários)
Ministério da Educação (Adm. Direta)
Pessoal xxx
Serviços de Terceiros xxx

Tributárias 700 Ministério dos Transportes (Adm. Direta)


Contribuições 50 Pessoal xxx
Patrimoniais 50 Material de Consumo xxx
Operações de Crédito 100
IBAMA (Adm. Indireta/Autarquia)
Pessoal xxx
Serviços de Terceiros xxx
Reserva de Contingência 20

Total "Dinheiro previsto" 900 Total "Cartão de Crédito" 900

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Prazos para a União (Art. 35,§ 2º do ADCT)
Envio (do Executivo para o Legislativo)

Até 4 meses antes do encerramento do exercício financeiro.


LOA (até 31/08) 1º jan I-------------------------------I----------------I 31/12
31/08

Poder Executivo

(1) Elaboração do Projeto

Poder Legislativo Poder Legislativo

(4) Acompanhamento e (2)Apreciação, Aprovação


Avaliação Sanção e Publicação

Poder Executivo

(3) Execução

Poder Executivo

CRFB/88:
Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento
anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma
do regimento comum.

CRFB/88 (Art. 166)

§ 1º Caberá a uma Comissão mista permanente de Senadores e Deputados:


I – examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as contas
apresentadas anualmente pelo Presidente da República;
II – examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, regionais e setoriais
previstos nesta Constituição e exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária...
§ 2º As emendas serão apresentadas na Comissão mista, que sobre elas emitirá parecer, e
apreciadas, na forma regimental, pelo Plenário das duas Casas do Congresso Nacional.
•• Não passa primeiro pela Câmara dos Deputados para depois ir para o Senado.
•• Apreciadas de maneira conjunta, isto é, pelas duas Casas, na forma de Congresso Nacional.

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§ 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem


somente podem ser aprovadas caso:
I – sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias;
II – indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de
despesa, excluídas as que incidam sobre:
a) dotações para pessoal e seus encargos;
b) serviço da dívida;
c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e Distrito Federal;
III – sejam relacionadas:
a) com a correção de erros ou omissões; ou
b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.
§ 4º As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias não poderão ser aprovadas
quando incompatíveis com o plano plurianual.
§ 5º O Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso Nacional para propor
modificação nos projetos a que se refere este artigo enquanto não iniciada a votação, na
Comissão mista, da parte cuja alteração é proposta.
•• É a chamada Mensagem Retificadora do Poder Executivo.
§ 6º Os projetos de lei do plano plurianual, das diretrizes orçamentárias e do orçamento anual
serão enviados pelo Presidente da República ao Congresso Nacional, nos termos da lei comple-
mentar a que se refere o art. 165, § 9º.
§ 7º Aplicam-se aos projetos mencionados neste artigo, no que não contrariar o disposto nesta
seção, as demais normas relativas ao processo legislativo.
§ 8º Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamen-
tária anual, ficarem sem despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso,
mediante créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica autorização legislativa.
§ 9º As emendas individuais ao projeto de lei orçamentária serão aprovadas no limite de 1,2%
(um inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente líquida prevista no projeto encami-
nhado pelo Poder Executivo, sendo que a metade deste percentual será destinada a ações e
serviços públicos de saúde.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
§ 10. A execução do montante destinado a ações e serviços públicos de saúde previsto no §
9º, inclusive custeio, será computada para fins do cumprimento do inciso I do § 2º do art. 198,
vedada a destinação para pagamento de pessoal ou encargos sociais.  (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 86, de 2015)
§ 11. É obrigatória a execução orçamentária e financeira das programações a que se refere o §
9º deste artigo, em montante correspondente a 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da
receita corrente líquida realizada no exercício anterior, conforme os critérios para a execução
equitativa da programação definidos na lei complementar prevista no § 9º do art. 165. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)

www.acasadoconcurseiro.com.br 1307
§ 12 As programações orçamentárias previstas no § 9º deste artigo não serão de execução
obrigatória nos casos dos impedimentos de ordem técnica. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 86, de 2015)
[...]
[...]
§ 17 Se for verificado que a reestimativa da receita e da despesa poderá resultar no não
cumprimento da meta de resultado fiscal estabelecida na lei de diretrizes orçamentárias, o
montante previsto no § 11 deste artigo poderá ser reduzido em até a mesma proporção da
limitação incidente sobre o conjunto das despesas discricionárias. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 86, de 2015)
§ 18 Considera-se equitativa a execução das programações de caráter obrigatório que atenda
de forma igualitária e impessoal às emendas apresentadas, independentemente da autoria.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)

Prazos para a União (Art. 35,§ 2º do ADCT)


Devolução (do Legislativo para o Executivo)

Até o encerramento da sessão legislativa.


LOA
(até 22/12) 02/02 I--------------I 17/07 01/08 I-------------I 22/12

LOA – Ano XXXX

Despesas Fixadas (Créditos


Receitas Previstas
Orçamentários)
Ministério da Educação (Adm. Direta)
Pessoal xxx
Serviços de Terceiros xxx
Tributárias 700 Ministério dos Transportes (Adm. Direta)
Contribuições 50
Pessoal xxx
Patrimoniais 50
Material de Consumo xxx
Operações de Crédito 100
IBAMA (Adm. Indireta/Autarquia)
Pessoal xxx
Serviços de Terceiros xxx
Reserva de Contingência 20

Total "Dinheiro previsto" 900/Total "Cartão de Crédito" 900

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EXERCÍCIO FINANCEIRO
Art. 34 da Lei nº 4.320/64:
O exercício financeiro coincide com o ano civil.

1º jan I---------------------------------------I 31/12


CUIDADO! Incorreto:
O exercício financeiro coincide com o ano comercial.

Poder Executivo

(1) Elaboração do Projeto

Poder Legislativo Poder Legislativo

(4) Acompanhamento e (2)Apreciação, Aprovação


Avaliação Sanção e Publicação

Poder Executivo

(3) Execução

Poder Executivo

EXERCÍCIO FINANCEIRO
Conceito:
O exercício financeiro é o período no qual o orçamento estará em vigor.
É o período em que estaremos arrecadando as receitas previstas e empenhando, gastando, as
despesas fixadas (créditos orçamentários).

1º jan I------------------------------------------I 31/12


período de execução do orçamento público

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Poder Executivo

(1) Elaboração do Projeto

Poder Legislativo Poder Legislativo

(4) Acompanhamento e (2)Apreciação, Aprovação


Avaliação Sanção e Publicação

Poder Executivo

(3) Execução

Poder Executivo

CRFB/88 (Art. 70)


Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das
entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade,
aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante
controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.
Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que uti-
lize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais
a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária. (Reda-
ção dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

CRFB/88 (Art. 84)


Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
[...]
XXIV – prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta dias após a abertura da
sessão legislativa, as contas referentes ao exercício anterior.

CRFB/88 (Art. 71)


Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal
de Contas da União, ao qual compete:

CRFB/88 (Art. 71 – compete ao TCU)

I – apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer


prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento;

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II – julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores
públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e
mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio
ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público;

CRFB/88 (Art. 166)


§ 1º Caberá a uma Comissão mista permanente de Senadores e Deputados:
I – examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as contas apre-
sentadas anualmente pelo Presidente da República;
[...]

Controle Externo

Na União: CN com auxílio do TCU;


No Estado do RJ: ALERJ com auxílio do TCERJ;
No Município do RJ: CMRJ com auxílio do TCMRJ;
No Município de Niterói: CM de Niterói com auxílio do TCERJ.

Tribunal de Contas do Município (TCM)


Existe somente no Município do Rio de Janeiro (TCMRJ) e no Município de SP (TCMSP).

TC dos Municípios:
Em 4 Estados (BA, CE, GO, PA)

Logo, na Bahia, p. ex:


TCE/BA: auxilia a ALE/BA a fiscalizar as contas do Governo do Estado da Bahia.

TC dos Municípios/BA: auxilia as diversas Câmaras Municipais na fiscalização dos Governos


Municipais.

Possui jurisdição nos Municípios de Salvador, Feira de Santana, Ilhéus, etc.


No Estado do Rio de Janeiro:

TCE/RJ: auxilia a ALE/RJ a fiscalizar as contas do Governo do Estado do RJ.


TCE/RJ: auxilia também as diversas Câmaras Municipais na fiscalização dos Governos Munici-
pais.

Possui jurisdição nos Municípios de Niterói, Cabo Frio, Macaé, Nova Iguaçu, etc.

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Tem jurisdição em todos os Municípios que compõem o Estado do Rio de Janeiro, exceto o
Município do Rio de Janeiro.
No Município do Rio de Janeiro:

TCMRJ: auxilia a CMRJ na fiscalização do Governo do Município do RJ.

Possui jurisdição somente no Município do Rio de Janeiro.

No total são 34 Tribunais de Contas:


01 TCU;
26 TCEs;
01 TCDF;
04 TC dos Municípios (BA, CE, GO e PA);
02 TCMs (TCM/RJ e TCM/SP)
34

COMPOSIÇÃO DOS TRIBUNAIS DE CONTAS:


O Tribunal de Contas da União (TCU) é integrado por nove ministros.
Os demais tribunais de contas são integrados por sete conselheiros.

Tipos de Orçamento

Tipo de
Observação
Orçamento
Misto É o utilizado no Brasil (segregação de funções entre os Poderes)
Legislativo O Legislativo elabora o Orçamento
Executivo O executivo elabora, aprova, executa e controla.

No Orçamento Misto:

•• Executivo – Elabora (encaminha o Projeto de LOA para a apreciação do Poder Legislativo)


•• Legislativo – Aprova (recebe, aprecia, vota e devolve para o Poder Executivo)
•• Executivo – Executa (arrecada as receitas e empenha as despesas durante o exercício
financeiro)
•• Legislativo – Controla (exerce o Controle Externo, com auxílio do Tribunal de Contas)

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Poder Executivo

(1) Elaboração do Projeto

Poder Legislativo Poder Legislativo

(4) Acompanhamento e (2)Apreciação, Aprovação


Avaliação Sanção e Publicação

Poder Executivo

(3) Execução

Poder Executivo

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Questões

1. (ESAF – Analista Administrativo – ANA – 3. (ESAF – Analista de Planejamento e Orça-


2009) mento – MPOG – 2005)
No contexto do processo orçamentário, tal A elaboração da lei orçamentária é a etapa
como prevê a Constituição Federal, é corre- que, efetivamente, caracteriza a ideia de
to afirmar: processo orçamentário, compreendendo
fases e operações. A discussão é a fase dos
a) A Lei orçamentária é de iniciativa con- trabalhos consagrada ao debate em plená-
junta dos Poderes Legislativo e Executi- rio. Aponte a opção incorreta com relação
vo. às etapas da fase da discussão.
b) A execução do orçamento é feita me-
diante acompanhamento dos controles a) emendas
interno e externo. b) voto do relator
c) Ao Presidente da República é proibido c) redação final
vetar as alterações no projeto de lei do d) votação em plenário
Plano Plurianual que tenham sido apro- e) veto
vadas pelo Congresso Nacional em dois
turnos de votação. 4. (ESAF – Analista Contábil-Financeiro – SE-
d) O Plano Plurianual possui caráter mera- FAZ/CE – 2007)
mente normativo, não sendo utilizado
como instrumento de planejamento go- A respeito da elaboração do Orçamento Ge-
vernamental. ral da União, é correto afirmar, exceto:
e) A Lei de Diretrizes Orçamentárias com- a) o Presidente da República poderá en-
preende os orçamentos fiscal, da se- viar mensagem ao Congresso Nacional
guridade social e de investimentos das propondo a alteração do projeto de lei
empresas estatais. orçamentária a qualquer tempo.
b) é prerrogativa do Presidente da Repú-
2. (ESAF – Analista – Administração e Finan- blica a iniciativa dos projetos de lei or-
ças – SUSEP – 2010) çamentária.
Se o Congresso Nacional não receber no c) as emendas parlamentares aos projetos
tempo devido a proposta de lei orçamentá- de lei orçamentária anual não poderão
ria, será considerado como proposta: indicar como despesas a serem anu-
ladas as destinadas ao pagamento de
a) a Lei de Orçamento vigente. pessoal e seus encargos.
b) a proposta orçamentária enviada no d) na fase de tramitação no Congresso
exercício anterior. Nacional, cabe a uma comissão mista
c) a média dos valores constantes dos or- de Senadores e Deputados examinar e
çamentos dos dois últimos anos. emitir parecer sobre os projetos de lei
d) a despesa executada no exercício vigen- que tratam de orçamento.
te até a data limite para o envio da pro- e) a proposta orçamentária para o exer-
posta. cício seguinte deverá ser enviada ao
e) a proposta elaborada pela Comissão Congresso Nacional até 31 de agosto do
Mista de Orçamento. ano anterior.

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5. (ESAF – Assistente Técnico-Administrativo bil, financeira, orçamentária, operacional
– Ministério da Fazenda – 2009) e patrimonial da União no que se refere à
legalidade, legitimidade e economicidade:
Marque a opção correta.
a) a Comissão Mista de Orçamento e Pla-
a) A lei que instituir o plano plurianual nos e o Tribunal de Contas da União.
compreenderá as metas e prioridades b) o Congresso Nacional e o sistema de
da administração pública federal, in- controle interno de cada Poder.
cluindo as despesas de capital para o c) o Congresso Nacional e as entidades re-
exercício financeiro subsequente. presentativas da sociedade organizada.
b) O Presidente da República poderá en- d) o Ministério Público Federal, a Polícia
viar mensagem ao Congresso Nacional Federal e as Comissões do Congresso
para propor modificação a projeto de Nacional.
lei relativo ao orçamento anual desde e) a Câmara dos Deputados, por intermé-
que não finalizada a votação, na Comis- dio de suas comissões permanentes e o
são mista, da parte cuja alteração é pro- Tribunal de Contas da União.
posta.
c) A lei orçamentária anual compreenderá 8. (ESAF – Analista – Administração e Finan-
o orçamento de investimento das em- ças – SUSEP – 2010)
presas, fundos e fundações mantidas
pelo Poder Público. Segundo a Constituição Federal, os respon-
d) Os projetos de lei relativos ao plano sáveis pelo controle interno, ao tomarem
plurianual serão apreciados pelo Sena- conhecimento de qualquer irregularidade
do Federal. ou ilegalidade, dela dará ciência:
e) Os planos e programas nacionais, re-
gionais e setoriais previstos na Cons- a) ao Ministério Público Federal, para que
tituição Federal serão elaborados em ajuíze a ação competente junto à Justi-
consonância com o plano plurianual e ça Federal de primeira instância.
apreciados pelo Congresso Nacional. b) à Polícia Federal, na qualidade de polí-
cia judiciária, para abertura de inquéri-
6. (ESAF – Auditor Fiscal – Receita Federal do to e investigação.
Brasil – 2009) c) ao Tribunal de Contas da União, para
que tome as providências no seu âmbi-
O controle externo da administração públi- to de atuação.
ca federal é exercido: d) à Comissão de Fiscalização e Controle
do Congresso Nacional.
a) pelo Senado Federal. e) ao titular da entidade ou órgão para
b) pela Câmara dos Deputados. que represente ao Tribunal de Contas
c) pelo Tribunal de Contas da União. da União e ao Ministério Público.
d) pelo Congresso Nacional, com o auxílio
do Tribunal de Contas da União. 9. (ESAF – Analista – Administração e Finan-
e) pelo Tribunal de Contas da União, com ças – SUSEP – 2010)
o auxílio do sistema de controle interno
de cada Poder. O sistema de controle interno de que trata
o art. 74 da Constituição Federal tem como
7. (ESAF – Analista – Administração e Finan- finalidade, exceto:
ças – SUSEP – 2010)
a) avaliar os resultados, quanto à eficácia,
Segundo a Constituição Federal, tem com- da gestão orçamentária, financeira e
petência para realizar a fiscalização contá- patrimonial nos órgãos e entidades.

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b) apoiar o controle externo na sua missão b) é de competência própria do Poder Le-


institucional. gislativo (Congresso Nacional), titular
c) exercer o controle das operações de do controle externo, com o auxílio do
crédito, avais e garantias, bem como Tribunal de Contas da União – TCU, que
dos direitos e haveres da União. sobre elas emitirá parecer.
d) apreciar, para fins de registro, a legali- c) é de competência privativa do TCU.
dade dos atos de admissão de pessoal d) é de competência própria do TCU, com
e remetê-los ao Tribunal de Contas da possibilidade de reforma pelo Congres-
União. so Nacional.
e) avaliar o cumprimento das metas pre- e) é de competência própria do TCU, que
vistas no plano plurianual, a execução sobre elas emitirá parecer.
dos programas de governo e dos orça-
mentos da União. 12. (ESAF – Técnico de Nível Superior/ENAP –
MPOG – 2006)
10. (ESAF – APOFP – SEFAZ/SP – 2009) A elaboração da Proposta Orçamentária
A Lei nº 4.320/64 estabelece dois sistemas processa-se em passos determinados. Des-
de controle da execução orçamentária: in- ta forma, o ciclo orçamentário é composto
terno e externo. Segundo a Constituição Fe- por fases. Assinale a única opção incorreta
deral de 1988, não é objetivo do sistema de no que diz respeito ao ciclo orçamentário.
controle interno: a) O ciclo orçamentário não se confunde
a) avaliar o cumprimento das metas pre- com o exercício financeiro, pois este
vistas no plano plurianual. corresponde a uma das fases do ciclo,
b) apoiar o controle externo no exercício ou seja, à execução do orçamento.
de sua missão institucional. b) A liberação do orçamento aprovado é
c) avaliar a execução dos programas de feita para todos os órgãos contempla-
governo e dos orçamentos da União. dos na Lei Orçamentária Anual (LOA).
d) exercer o controle das operações de c) Depois de aprovada pelo Legislativo e
crédito, avais e garantias, bem como sancionada pelo chefe do Poder Execu-
dos direitos e haveres da União. tivo, a proposta orçamentária é trans-
e) fiscalizar a aplicação de quaisquer re- formada em lei.
cursos repassados pela União, median- d) Segundo o Art. 71 da Constituição Fe-
te convênio, acordo, ajuste ou outros deral do Brasil, o controle externo é
instrumentos congêneres, a Estado, Dis- de competência do Poder Legislativo,
trito Federal ou a Município. exercido com o auxilio do Tribunal de
Contas, cabendo a este, entre outras
11. (ESAF – Analista – Administração e Finan- atribuições, avaliar o cumprimento das
ças – SUSEP – 2010) metas previstas no Plano Plurianual, a
execução dos programas de governo e
Na esfera federal, o julgamento das contas dos orçamentos da União.
dos administradores e demais responsáveis e) A execução é a fase em que é realizado
por dinheiros, bens e valores públicos: aquilo que fora previsto nos projetos e
a) compete exclusivamente ao Poder Judi- atividades da referida Lei do Orçamen-
ciário, tendo em vista que, nos termos to.
da Constituição Federal, o órgão de con-
trole externo não tem o poder de julgar,
propriamente, mas apenas de apreciar
tais contas.

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13. (ESAF – Assistente Técnico-Administrativo
– Ministério da Fazenda – 2012)
É correto afirmar, quanto ao orçamento pú-
blico, que
a) as emendas ao projeto de lei de dire-
trizes orçamentárias não poderão ser
aprovadas quando incompatíveis com o
plano plurianual.,
b) a lei orçamentária anual é de iniciativa
do Executivo, enquanto que o plano
plurianual e a lei de diretrizes orçamen-
tárias são de iniciativa do Poder Legisla-
tivo.
c) a lei que instituir o plano plurianual
estabelecerá, de forma nacional, as di-
retrizes, objetivos e metas da adminis-
tração pública federal para as despesas
de capital e outras delas decorrentes e
para as relativas aos programas de du-
ração continuada.
d) na forma da lei, pode haver realização
de despesa e assunção de obrigações
diretas que excedam os créditos orça-
mentários ou adicionais.
e) a lei de diretrizes orçamentárias com-
preenderá as metas e prioridades da
administração pública federal, incluindo
as despesas de capital para o exercício
financeiro subsequente, orientará a ela-
boração do plano plurianual, disporá
sobre as alterações na legislação tribu-
tária e estabelecerá a política de aplica-
ção das agências financeiras de fomen-
to.

Gabarito: 1. B 2. A 3. E 4. A 5. E 6. D 7. B 8. C 9. D 10. E 11. C 12. D 13. A

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CONTROLE INTERNO E EXTERNO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Conceito:

"Controle na Administração Pública, é a faculdade de vigilância, orientação e correção que um


Poder, órgão ou autoridade exerce sobre a conduta funcional de outro".
(Hely Lopes Meirelles)

Conceito de Controle

Conceito:

"Controle da administração pública é a possibilidade de verificação, inspeção e exame pela


própria Administração, por outros poderes ou por qualquer cidadão, da efetiva correção na
conduta gerencial de um poder, órgão ou autoridade, no escopo de garantir atuação conforme
os modelos desejados e anteriormente planejados, visando uma aferição sistemática."
(Evandro Martins Guerra)

"Controle, como entendemos hoje, é a fiscalização, quer dizer, inspeção, exame, acompanha-
mento, verificação, exercida sobre determinado alvo, de acordo com certos aspectos, visando
averiguar o cumprimento do que já foi predeterminado ou evidenciar eventuais desvios com
fincas de correção, decidindo acerca da regularidade ou irregularidade do ato praticado. Então
controlar é fiscalizar emitindo um juízo de valor".
(Evandro Martins Guerra)

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Conceito de Controle

Classificação do Controle

Classificação do Controle – Quanto ao SUJEITO que o exerce


•• Estatal
•• Social

Estatal ou Institucional
O controle estatal é exercido pelo Estado, por meio de seus diversos órgãos, com competência
prevista em lei.
É exercido por órgãos que têm a competência legal para fiscalizar a aplicação dos recursos
públicos. Os artigos 70, 71 e 74 da Constituição Federal brasileira estabelecem que o controle
institucional cabe essencialmente ao Congresso Nacional, responsável pelo controle externo,
realizado com o auxílio do Tribunal de Contas da União, e a cada Poder, por meio de um sistema
integrado de controle interno.
Outros órgãos públicos também atuam na prevenção, controle, investigação e repressão da
corrupção: o Ministério Público Federal, os Ministérios Públicos Estaduais, o Tribunal de Contas
da União, os Tribunais de Contas dos Estados e dos Municípios, as Controladorias dos Estados,
a Polícia Federal, as Polícias Estaduais, o Poder Legislativo e o Poder Judiciário. Esses são os ór-
gãos mais evidentes.

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Social
O controle social pode ser entendido como a participação do cidadão na gestão pública, na
fiscalização, no monitoramento e no controle das ações da Administração Pública. Trata-se de
importante mecanismo de prevenção da corrupção e de fortalecimento da cidadania.
O controle social pode ocorrer tanto no planejamento como na execução das ações do governo.
O povo brasileiro decidiu que o Estado deve planejar suas políticas públicas em conjunto com os
segmentos representativos da sociedade civil. Os instrumentos desse planejamento, definidos
na Constituição Federal, são Plano Plurianual (PPA), Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e Lei
Orçamentária Anual (LOA).

A sociedade tem o direito e o dever de participar da elaboração desses instrumentos de


planejamento da vida do Estado.
No PPA, pode participar das reuniões de elaboração e apreciação, para que sejam13 contempladas
suas necessidades no quadriênio a que o planejamento se refere.
Na LDO, igualmente, pode e deve participar da decisão que elege os programas a serem
executados no exercício seguinte, pois somente assim será garantida uma governança
democrática, que melhor atenda às necessidades da comunidade.
A sociedade deve também participar da deliberação que aloca os recursos públicos para
a execução do programa de trabalho do governo de sua unidade federativa. Essa decisão é
impressa na LOA, a peça orçamentária mais concreta.
A sociedade deve participar não apenas da elaboração dos instrumentos de planejamento
(PPA, LDO e LOA), mas, inclusive, do processo de apreciação e votação nas casas legislativas.
Encerrada a fase de elaboração, apreciação, votação e aprovação das peças orçamentárias,
inicia-se a fase de execução. É o momento da realização dos fins públicos estabelecidos na
Constituição. Por isso, a sociedade deve se organizar para participar da gestão desses recursos,
em conjunto com os agentes públicos.
O controle social pode ser exercido pelos conselhos de políticas públicas ou diretamente pelos
cidadãos, individualmente ou de forma organizada.
A instituição de conselhos e o fornecimento das condições necessárias para o seu funcionamento
são condições obrigatórias para que estados e municípios possam receber recursos do
Governo Federal para o desenvolvimento de uma série de ações.

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No caso dos municípios, os conselhos foram criados para auxiliar a prefeitura na tarefa de
utilizar bem o dinheiro público.
A seguir, alguns exemplos de conselhos que devem ser constituídos pelos municípios:

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Classificação do Controle – Quanto ao ÓRGÃO que o exerce:


•• Administrativo ou Executivo
•• Legislativo
•• Judicial

Administrativo ou Executivo
O controle executivo é o poder de fiscalização e controle exercido pela própria administração
pública sobre seus atos e decorre do poder de autotulela, restando este amplamente
reconhecido pelo Poder Judiciário conforme súmula 473 do STF. Esse controle pode ser exercido
ex officio ou provocado pelos administrados.

Súmula 473 do STF


A Administração Pública pode anular os seus próprios atos, quando eivados de vícios que os
tornem ilegais, porque deles não se originam direitos, ou revogá-los por motivo de conveniência
e oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e ressalvada, em todos os casos, a apreciação
judicial.

Legislativo
Segundo Guerra, o controle legislativo ou parlamentar é o controle exercido pelos mandatários
do povo e se secciona em duas subespécies.
A primeira, exercida pelos membros do Poder Legislativo, diretamente, mediante seus órgãos e
comissões parlamentares, chamada de controle político.
A segunda é denominada indireta, por alguns autores, e, por outros, controle financeiro, quando
efetivada por meio de órgãos especializados – os Tribunais de Contas, criados especificamente
para exercer o controle contábil, financeiro, orçamentário, operacional e patrimonial de todos
os órgãos e entidades do Estado.

Judicial
O controle judicial fundamenta-se no art. 5º, inciso XXXV, da Constituição da República,
constituindo-se em monopólio do Poder Judiciário.
O sistema adotado no Brasil é o da jurisdição una pelo qual somente o Poder Judiciário aprecia,
com força de coisa julgada, a lesão ou ameaça a direito.

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Classificação do Controle – Quanto ao MOMENTO em que é exercido:
•• Prévio
•• Concomitante
•• Posterior

Prévio, preventivo ou a priori


É o controle exercido antes de ser praticado o ato administrativo, visando prevenir a prática de
ato ilegal ou irregular, não conveniente com o interesse público.

Concomitante ou pari-passu ou prospectivo


"É a modalidade de controle tendente a acompanhar a atuação administrativa de forma si-
multânea, pari passu, verificando a regularidade do ato administrativo de plano, no mesmo
momento em que é praticado, propiciando em caso de irregularidades, o seu imediato sanea-
mento."
(Evandro Martins Guerra)

Posterior ou subsequente ou corretivo


"Após praticado o ato administrativo, o controle é chamado de posterior, a posteriori ou corre-
tivo. Possui o propósito de rever o ato para confirmá-lo, se legal ou regular, corrigi-lo, no caso
de eventuais defeitos apurados ou desfazê-lo, por via da revogação ou declaração de nulidade.
(Evandro Martins Guerra)

Classificação do Controle – Quanto a LOCALIZAÇÃO de quem o exerce:


•• Controle Externo
•• Controle Interno
Controle Externo – É o controle exercido por um poder ou órgão distinto, apartado da estrutura
do órgão controlado. No Brasil, o controle externo é exercido pelo Poder Legislativo com o
auxílio do Tribunal de Contas, conforme preceituam os artigos 70 e 71 da Constituição Federal.
Controle Interno – É o controle decorrente de órgão da própria estrutura na qual se insere o
Poder fiscalizado.

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Controle Externo

Entes Poder Legislativo Tribunal de Contas


União Congresso Nacional TCU
Estados Assembleia Legislativa TCE
Distrito Federal Câmara Legislativa TCDF
Municípios Câmara Municipal TCE
Todos os Municípios da
Câmara Municipal TCMs (órgão estadual)
BA, CE, GO e PA
Município de SP e RJ Câmara Municipal TCM (órgão municipal)

No total são 34 Tribunais de Contas:


01 TCU;
26 TCEs;
01 TCDF;
04 TC dos Municípios (BA, CE, GO e PA);
02 TCMs (TCM/RJ e TCM/SP)
34

Classificação do Controle – Quanto a EXTENSÃO do Controle:


•• Legalidade
•• Mérito
Segundo Evandro Martins Guerra, quanto à extensão, o controle se divide em de legalidade e
de mérito.
Legalidade: O controle da legalidade objetiva a verificação do ato ao dizer da lei. Deve ser
exercido pelos três Poderes, em obediência ao princípio constitucional segundo o qual se
permite ao Administrador Público somente aquilo que a lei prescreve.
Mérito: É o controle determinado a investigar a atividade administrativa e o resultado
alcançado pelo ato praticado de acordo com a conveniência e oportunidade da Administração.
Visa verificar a harmonia entre o objeto pretendido e o efeito atingido, buscando garantir a boa
gestão da coisa pública, sob os aspectos da economicidade, eficácia e eficiência do ato.

Abrangência do Controle
Análise da Conformidade Análise do Desempenho
Legalidade Eficiência
Legitimidade Eficácia
Economicidade Efetividade

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Abrangência do Controle

Análise da Conformidade
Legalidade: aderência à norma estabelecida, em relação aos atos dos agentes da administração;
Legitimidade: capacidade do agente, motivado pelo interesse público, atingir os objetivos da
gestão;
Economicidade: minimização dos custos dos recursos utilizados na consecução de uma ativida-
de, sem o comprometimento de padrões de qualidade.

Análise do Desempenho
Eficiência: relação entre os produtos (bens e serviços) gerados por uma atividade e os custos
dos insumos empregados em um determinado período de tempo;
Eficácia: grau de alcance das metas programadas em um determinado período de tempo,
independente dos custos implicados;
Efetividade: relação entre os resultados (impactos observados) e os objetivos (impactos
esperados).

Controle na Constituição Federal


CRFB:
Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das
entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade,
aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante
controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.
Segundo Valdecir Pascoal, define-se:
Fiscalização Contábil – relacionada à aplicação dos recursos públicos conforme as técnicas
contábeis.
Fiscalização Financeira – relacionada ao fluxo de recursos (ingressos e saídas) geridos pelo
administrador, independentemente de serem ou não recursos orçamentários.
Fiscalização Orçamentária – relacionada à aplicação de recursos públicos conforme as leis
orçamentárias, acompanhado a arrecadação dos recursos e sua aplicação.
Fiscalização Operacional – relacionada à verificação do cumprimento de metas, resultados,
eficácia e eficiência da gestão dos recursos públicos.
Fiscalização Patrimonial – relacionada ao controle e conservação de bens públicos.

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Prestação De Contas
Art. 70, Parágrafo único.
Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde,
gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que,
em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal
de Contas da União, ao qual compete:
I – apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer
prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento;
II – julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores
públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e
mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio
ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público;
III – apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer
título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo
Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a
das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores
que não alterem o fundamento legal do ato concessório;

TC  –  Aprecia  a   •  Admissão   de   Pessoal,   a   qualquer   2tulo,   da  


administração  direta  e  indireta    
legalidade  p/   •  Concessão   de   Aposentadoria,   reformas   e  
registro   pensões    

TC  –  Não  aprecia   •  Nomeações  para  Cargo  em  Comissão  


•  Melhorias   Posteriores   das   aposentadorias,  
a  legalidade  p/ reformas   e   pensões   que   não   alterem   o  
registro     fundamento  legal  

IV – realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Comissão
49
técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e
Judiciário, e demais entidades referidas no inciso II;
V – fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a União
participe, de forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo;
VI – fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante convênio,
acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município;

www.acasadoconcurseiro.com.br 1327
VII – prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas Casas, ou
por qualquer das respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas;
VIII – aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas,
as sanções previstas em lei, que que estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional
ao dano causado ao erário;

Competência Corretiva do Tribunal de Contas


IX – assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato
cumprimento da lei, se verificada ilegalidade;
X – sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara
dos Deputados e ao Senado Federal;
§ 1º No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente pelo Congresso Nacional,
que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis.
§ 2º Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias, não efetivar as
medidas previstas no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito.

Competência Corretiva da Comissão Mista de Orçamento


Art. 72. A Comissão mista permanente a que se refere o art. 166, §1º, diante de indícios de despesas
não autorizadas, ainda que sob a forma de investimentos não programados ou de subsídios não
aprovados, poderá solicitar à autoridade governamental responsável que, no prazo de cinco dias,
preste os esclarecimentos necessários.

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§ 1º Não prestados os esclarecimentos, ou considerados estes insuficientes, a Comissão solici-


tará ao Tribunal pronunciamento conclusivo sobre a matéria, no prazo de trinta dias.
§ 2º Entendendo o Tribunal irregular a despesa, a Comissão, se julgar que o gasto possa causar
dano irreparável ou grave lesão à economia pública, proporá ao Congresso Nacional sua susta-
ção.

COMPOSIÇÃO DOS TRIBUNAIS DE CONTAS:


O Tribunal de Contas da União (TCU) é integrado por nove ministros.
Os demais tribunais de contas são integrados por sete conselheiros.

Art. 73. O Tribunal de Contas da União, integrado por nove Ministros, tem sede no Distrito Federal,
quadro próprio de pessoal e jurisdição em todo o território nacional, exercendo, no que couber, as
atribuições previstas no art. 96.
§ 1º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão nomeados dentre brasileiros que
satisfaçam os seguintes requisitos:
I – mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade;
II – idoneidade moral e reputação ilibada;
III – notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou de administração
pública;
IV – mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional que exija os
conhecimentos mencionados no inciso anterior.

Requisitos para Escolha de Ministros do TCU

Objetivos:
•• Nacionalidade: brasileira
•• Idade: mais de 35 e menos de 65
•• Experiência: mais de 10 anos

Subjetivos:
•• Idoneidade moral
•• Reputação Ilibada
•• Notórios conhecimentos

§ 2º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão escolhidos:

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I – um terço pelo Presidente da República, com aprovação do Senado Federal, sendo dois al-
ternadamente dentre auditores e membros do Ministério Público junto ao Tribunal, indica-
dos em lista tríplice pelo Tribunal, segundo os critérios de antigüidade e merecimento;
II – dois terços pelo Congresso Nacional.

Critério de Seleção de Ministros do TCU

Presidente da República Congresso Nacional


3 Ministros 6 Ministros (livre escolha)
• 1 dentre auditores
• 1 dentre membros do Ministério
Público junto ao Tribunal
• 1 livre escolha

§ 3º Os Ministros do Tribunal de Contas da União terão as mesmas garantias, prerrogativas, im-


pedimentos, vencimentos e vantagens dos Ministros do Superior Tribunal de Justiça, aplicando-
-se-lhes, quanto à aposentadoria e pensão, as normas constantes do art. 40.
§ 4º O auditor, quando em substituição a Ministro, terá as mesmas garantias e impedimentos
do titular e, quando no exercício das demais atribuições da judicatura, as de juiz de Tribunal
Regional Federal.
Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das
entidades da administração direta e indireta, (....), será exercida pelo Congresso Nacional, mediante
controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.
Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de
controle interno com a finalidade de:
I – avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas
de governo e dos orçamentos da União;
II – comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão
orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem
como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado;
III – exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e
haveres da União;
IV – apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.
§ 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer irregulari-
dade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de responsa-
bilidade solidária.
§ 2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma
da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União.

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Questões

1. (ESAF – Auditor Fiscal – Receita Federal do 3. (ESAF – Analista – Administração e Finan-


Brasil – 2009) ças – SUSEP – 2010)
O controle externo da administração públi- Segundo a Constituição Federal, os respon-
ca federal é exercido: sáveis pelo controle interno, ao tomarem
conhecimento de qualquer irregularidade
a) pelo Senado Federal. ou ilegalidade, dela dará ciência:
b) pela Câmara dos Deputados.
c) pelo Tribunal de Contas da União. a) ao Ministério Público Federal, para que
d) pelo Congresso Nacional, com o auxílio ajuíze a ação competente junto à Justi-
do Tribunal de Contas da União. ça Federal de primeira instância.
e) pelo Tribunal de Contas da União, com b) à Polícia Federal, na qualidade de polí-
o auxílio do sistema de controle interno cia judiciária, para abertura de inquéri-
de cada Poder. to e investigação.
c) ao Tribunal de Contas da União, para
2. (ESAF – Analista – Administração e Finan- que tome as providências no seu âmbi-
ças – SUSEP – 2010) to de atuação.
d) à Comissão de Fiscalização e Controle
Segundo a Constituição Federal, tem com- do Congresso Nacional.
petência para realizar a fiscalização contá- e) ao titular da entidade ou órgão para
bil, financeira, orçamentária, operacional que represente ao Tribunal de Contas
e patrimonial da União no que se refere à da União e ao Ministério Público.
legalidade, legitimidade e economicidade:
a) a Comissão Mista de Orçamento e Pla- 4. (ESAF – Analista – Administração e Finan-
nos e o Tribunal de Contas da União. ças – SUSEP – 2010)
b) o Congresso Nacional e o sistema de O sistema de controle interno de que trata
controle interno de cada Poder. o art. 74 da Constituição Federal tem como
c) o Congresso Nacional e as entidades re- finalidade, exceto:
presentativas da sociedade organizada.
d) o Ministério Público Federal, a Polícia a) avaliar os resultados, quanto à eficácia,
Federal e as Comissões do Congresso da gestão orçamentária, financeira e
Nacional. patrimonial nos órgãos e entidades.
e) a Câmara dos Deputados, por intermé- b) apoiar o controle externo na sua missão
dio de suas comissões permanentes e o institucional.
Tribunal de Contas da União. c) exercer o controle das operações de
crédito, avais e garantias, bem como
dos direitos e haveres da União.
d) apreciar, para fins de registro, a legalidade
dos atos de admissão de pessoal e reme-
tê-los ao Tribunal de Contas da União.
e) avaliar o cumprimento das metas pre-
vistas no plano plurianual, a execução
dos programas de governo e dos orça-
mentos da União.

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5. (ESAF – APOFP – SEFAZ/SP – 2009) 6. (ESAF – Analista – Administração e Finan-
ças – SUSEP – 2010)
A Lei nº 4.320/64 estabelece dois sistemas
de controle da execução orçamentária: in- Na esfera federal, o julgamento das contas
terno e externo. Segundo a Constituição Fe- dos administradores e demais responsáveis
deral de 1988, não é objetivo do sistema de por dinheiros, bens e valores públicos:
controle interno:
a) compete exclusivamente ao Poder Judi-
a) avaliar o cumprimento das metas pre- ciário, tendo em vista que, nos termos
vistas no plano plurianual. da Constituição Federal, o órgão de con-
b) apoiar o controle externo no exercício trole externo não tem o poder de julgar,
de sua missão institucional. propriamente, mas apenas de apreciar
c) avaliar a execução dos programas de tais contas.
governo e dos orçamentos da União. b) é de competência própria do Poder Le-
d) exercer o controle das operações de gislativo (Congresso Nacional), titular
crédito, avais e garantias, bem como do controle externo, com o auxílio do
dos direitos e haveres da União. Tribunal de Contas da União – TCU, que
e) fiscalizar a aplicação de quaisquer re- sobre elas emitirá parecer.
cursos repassados pela União, median- c) é de competência privativa do TCU.
te convênio, acordo, ajuste ou outros d) é de competência própria do TCU, com
instrumentos congêneres, a Estado, Dis- possibilidade de reforma pelo Congres-
trito Federal ou a Município. so Nacional.
e) é de competência própria do TCU, que
sobre elas emitirá parecer.

Gabarito: 1. D 2. B 3. C 4. D 5. E 6. C

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LEI 8.443/1992: LEI ORGÂNICA DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

TÍTULO I V – apreciar, para fins de registro, na forma


estabelecida no Regimento Interno, a lega-
Natureza, Competência e Jurisdição lidade dos atos de admissão de pessoal, a
qualquer título, na administração direta
e indireta, incluídas as fundações instituí-
das e mantidas pelo poder público federal,
CAPÍTULO I excetuadas as nomeações para cargo de
NATUREZA E COMPETÊNCIA provimento em comissão, bem como a das
concessões de aposentadorias, reformas e
Art. 1º Ao Tribunal de Contas da União, órgão pensões, ressalvadas as melhorias posterio-
de controle externo, compete, nos termos da res que não alterem o fundamento legal do
Constituição Federal e na forma estabelecida ato concessório;
nesta Lei: (...)
I – julgar as contas dos administradores e
demais responsáveis por dinheiros, bens e
valores públicos das unidades dos poderes
da União e das entidades da administração CAPÍTULO II
indireta, incluídas as fundações e socieda- JURISDIÇÃO
des instituídas e mantidas pelo poder públi-
co federal, e as contas daqueles que derem Art. 4º O Tribunal de Contas da União tem ju-
causa a perda, extravio ou outra irregulari- risdição própria e privativa, em todo o território
dade de que resulte dano ao Erário; nacional, sobre as pessoas e matérias sujeitas à
sua competência.
II – proceder, por iniciativa própria ou por
solicitação do Congresso Nacional, de suas Art. 5º A jurisdição do Tribunal abrange:
Casas ou das respectivas Comissões, à fisca- I – qualquer pessoa física, órgão ou entida-
lização contábil, financeira, orçamentária, de a que se refere o inciso I do art. 1º desta
operacional e patrimonial das unidades dos Lei, que utilize, arrecade, guarde, gerencie
poderes da União e das demais entidades ou administre dinheiros, bens e valores pú-
referidas no inciso anterior; blicos ou pelos quais a União responda, ou
III – apreciar as contas prestadas anualmen- que, em nome desta, assuma obrigações de
te pelo Presidente da República, nos termos natureza pecuniária;
do art. 36 desta Lei; II – aqueles que derem causa a perda, extra-
IV – acompanhar a arrecadação da receita a vio ou outra irregularidade de que resulte
cargo da União e das entidades referidas no dano ao Erário;
inciso I deste artigo, mediante inspeções e III – os dirigentes ou liquidantes das empre-
auditorias, ou por meio de demonstrativos sas encampadas ou sob intervenção ou que
próprios, na forma estabelecida no Regi- de qualquer modo venham a integrar, pro-
mento Interno; visória ou permanentemente, o patrimônio
da União ou de outra entidade pública fe-
deral;

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IV – os responsáveis pelas contas nacionais TÍTULO II
das empresas supranacionais de cujo capi-
tal social a União participe, de forma direta Julgamento e Fiscalização
ou indireta, nos termos do tratado constitu-
tivo.
V – os responsáveis por entidades dotadas
de personalidade jurídica de direito priva- CAPÍTULO I
do que recebam contribuições parafiscais JULGAMENTO DE CONTAS
e prestem serviço de interesse público ou
social; Seção I
VI – todos aqueles que lhe devam prestar
TOMADA E PRESTAÇÃO DE CONTAS
contas ou cujos atos estejam sujeitos à sua Art. 6º Estão sujeitas à tomada de contas e, res-
fiscalização por expressa disposição de Lei; salvado o disposto no inciso XXXV do art. 5º da
VII – os responsáveis pela aplicação de Constituição Federal, só por decisão do Tribunal
quaisquer recursos repassados pela União, de Contas da União podem ser liberadas dessa
mediante convênio, acordo, ajuste ou ou- responsabilidade as pessoas indicadas nos inci-
tros instrumentos congêneres, a Estado, ao sos I a VI do art. 5º desta Lei.
Distrito Federal ou a Município; Art. 7º As contas dos administradores e respon-
VIII – os sucessores dos administradores e sáveis a que se refere o artigo anterior serão
responsáveis a que se refere este artigo, até anualmente submetidas a julgamento do Tribu-
o limite do valor do patrimônio transferido, nal, sob forma de tomada ou prestação de con-
nos termos do inciso XLV do art. 5º da Cons- tas, organizadas de acordo com normas estabe-
tituição Federal; lecidas em instrução normativa.

IX – os representantes da União ou do Po- Parágrafo único. Nas tomadas ou presta-


der Público na Assembleia Geral das empre- ções de contas a que alude este artigo de-
sas estatais e sociedades anônimas de cujo vem ser incluídos todos os recursos, orça-
capital a União ou o Poder Público partici- mentários e extraorçamentários, geridos ou
pem, solidariamente, com os membros dos não pela unidade ou entidade.
Conselhos Fiscal e de Administração, pela Art. 8º Diante da omissão no dever de prestar
prática de atos de gestão ruinosa ou liberali- contas, da não comprovação da aplicação dos
dade à custa das respectivas sociedades. recursos repassados pela União, na forma pre-
vista no inciso VII do art. 5º desta Lei, da ocor-
rência de desfalque ou desvio de dinheiros,
bens ou valores públicos, ou, ainda, da prática
de qualquer ato ilegal, ilegítimo ou antieconô-
mico de que resulte dano ao Erário, a autorida-
de administrativa competente, sob pena de res-
ponsabilidade solidária, deverá imediatamente
adotar providências com vistas à instauração da
tomada de contas especial para apuração dos
fatos, identificação dos responsáveis e quantifi-
cação do dano.
§ 1º Não atendido o disposto no caput des-
te artigo, o Tribunal determinará a instaura-

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ção da tomada de contas especial, fixando quanto ao mérito das contas, resolve so-
prazo para cumprimento dessa decisão. brestar o julgamento, ordenar a citação ou
a audiência dos responsáveis ou, ainda, de-
§ 2º A tomada de contas especial prevista terminar outras diligências necessárias ao
no caput deste artigo e em seu § 1º será, saneamento do processo.
desde logo, encaminhada ao Tribunal de
Contas da União para julgamento, se o dano § 2º Definitiva é a decisão pela qual o Tribu-
causado ao Erário for de valor igual ou su- nal julga as contas regulares, regulares com
perior à quantia para esse efeito fixada pelo ressalva, ou irregulares.
Tribunal em cada ano civil, na forma estabe-
lecida no seu Regimento Interno. § 3º Terminativa é a decisão pela qual o Tri-
bunal ordena o trancamento das contas que
§ 3º Se o dano for de valor inferior à quantia forem consideradas iliquidáveis, nos termos
referida no parágrafo anterior, a tomada de dos arts. 20 e 21 desta Lei.
contas especial será anexada ao processo
da respectiva tomada ou prestação de con- Art. 11. O Relator presidirá a instrução do pro-
tas anual do administrador ou ordenador de cesso, determinando, mediante despacho sin-
despesa, para julgamento em conjunto. gular, de ofício ou por provocação do órgão
de instrução ou do Ministério Público junto ao
Art. 9º Integrarão a tomada ou prestação de Tribunal, o sobrestamento do julgamento, a ci-
contas, inclusive a tomada de contas especial, tação ou a audiência dos responsáveis, ou ou-
dentre outros elementos estabelecidos no Regi- tras providências consideradas necessárias ao
mento Interno, os seguintes: saneamento dos autos, fixando prazo, na forma
estabelecida no Regimento Interno, para o aten-
I – relatório de gestão; dimento das diligências, após o que submeterá
II – relatório do tomador de contas, quando o feito ao Plenário ou à Câmara respectiva para
couber; decisão de mérito.

III – relatório e certificado de auditoria, com Art. 12. Verificada irregularidade nas contas, o
o parecer do dirigente do órgão de controle Relator ou o Tribunal:
interno, que consignará qualquer irregulari- I – definirá a responsabilidade individual ou
dade ou ilegalidade constatada, indicando solidária pelo ato de gestão inquinado;
as medidas adotadas para corrigir as faltas
encontradas; II – se houver débito, ordenará a citação do
responsável para, no prazo estabelecido no
IV – pronunciamento do Ministro de Esta- Regimento Interno, apresentar defesa ou
do supervisor da área ou da autoridade de recolher a quantia devida;
nível hierárquico equivalente, na forma do
art. 52 desta Lei. III – se não houver débito, determinará a
audiência do responsável para, no prazo es-
Seção II tabelecido no Regimento Interno, apresen-
DECISÕES EM PROCESSO DE tar razões de justificativa;
TOMADA OU PRESTAÇÃO DE CONTAS IV – adotará outras medidas cabíveis.
Art. 10. A decisão em processo de tomada ou § 1º O responsável cuja defesa for rejeita-
prestação de contas pode ser preliminar, defini- da pelo Tribunal será cientificado para, em
tiva ou terminativa. novo e improrrogável prazo estabelecido no
Regimento Interno, recolher a importância
§ 1º Preliminar é a decisão pela qual o Re-
devida.
lator ou o Tribunal, antes de pronunciar-se

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§ 2º Reconhecida pelo Tribunal a boa-fé, a § 1º O Tribunal poderá julgar irregulares as
liquidação tempestiva do débito atualizado contas no caso de reincidência no descum-
monetariamente sanará o processo, se não primento de determinação de que o res-
houver sido observada outra irregularidade ponsável tenha tido ciência, feita em pro-
nas contas. cesso de tomada ou prestarão de contas.
§ 3º O responsável que não atender à cita- § 2º Nas hipóteses do inciso III, alíneas c e d
ção ou à audiência será considerado revel deste artigo, o Tribunal, ao julgar irregulares
pelo Tribunal, para todos os efeitos, dando- as contas, fixará a responsabilidade solidá-
-se prosseguimento ao processo. ria:
Art. 13. A decisão preliminar a que se refere ao a) do agente público que praticou o ato ir-
art. 11 desta Lei poderá, a critério do Relator, regular, e
ser publicada no Diário Oficial da União.
b) do terceiro que, como contratante ou
Art. 14. O Tribunal julgará as tomadas ou pres- parte interessada na prática do mesmo ato,
tações de contas até o término do exercício se- de qualquer modo haja concorrido para o
guinte àquele em que estas lhes tiverem sido cometimento do dano apurado.
apresentadas.
§ 3º Verificada a ocorrência prevista no pa-
Art. 15. Ao julgar as contas, o Tribunal decidirá rágrafo anterior deste artigo, o Tribunal pro-
se estas são regulares, regulares com ressalva, videnciará a imediata remessa de cópia da
ou irregulares. documentação pertinente ao Ministério Pú-
blico da União, para ajuizamento das ações
Art. 16. As contas serão julgadas: civis e penais cabíveis.
I – regulares, quando expressarem, de for-
ma clara e objetiva, a exatidão dos demons- Subseção I
trativos contábeis, a legalidade, a legitimi- CONTAS REGULARES
dade e a economicidade dos atos de gestão
do responsável; Art. 17. Quando julgar as contas regulares, o Tri-
bunal dará quitação plena ao responsável.
II – regulares com ressalva, quando eviden-
ciarem impropriedade ou qualquer outra Subseção II
falta de natureza formal de que não resulte CONTAS REGULARES COM RESSALVA
dano ao Erário;
Art. 18. Quando julgar as contas regulares com
III – irregulares, quando comprovada qual- ressalva, o Tribunal dará quitação ao responsá-
quer das seguintes ocorrências: vel e lhe determinará, ou a quem lhe haja suce-
a) omissão no dever de prestar contas; dido, a adoção de medidas necessárias à corre-
ção das impropriedades ou faltas identificadas,
b) prática de ato de gestão ilegal, ilegítimo, de modo a prevenir a ocorrência de outras se-
antieconômico, ou infração à norma legal melhantes.
ou regulamentar de natureza contábil, fi-
nanceira, orçamentária, operacional ou pa- Subseção III
trimonial; CONTAS IRREGULARES
c) dano ao Erário decorrente de ato de ges- Art. 19. Quando julgar as contas irregulares, ha-
tão ilegítimo ao antieconômico; vendo débito, o Tribunal condenará o responsá-
d) desfalque ou desvio de dinheiros, bens vel ao pagamento da dívida atualizada moneta-
ou valores públicos. riamente, acrescida dos juros de mora devidos,

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podendo, ainda, aplicar-lhe a multa prevista no I – reconsideração;


art. 57 desta Lei, sendo o instrumento da deci-
são considerado título executivo para funda- II – embargos de declaração;
mentar a respectiva ação de execução. III – revisão.
Parágrafo único. Não havendo débito, mas Parágrafo único. Não se conhecerá de re-
comprovada qualquer das ocorrências pre- curso interposto fora do prazo, salvo em
vistas nas alíneas a, b e c do inciso III, do razão da superveniência de fatos novos na
art. 16, o Tribunal aplicará ao responsável a forma prevista no Regimento Interno.
multa prevista no inciso I do art. 58, desta
Lei. Art. 33. O recurso de reconsideração, que terá
efeito suspensivo, será apreciado por quem
Subseção IV houver proferido a decisão recorrida, na forma
CONTAS ILIQUIDÁVEIS estabelecida no Regimento Interno, e poderá
ser formulado por escrito uma só vez, pelo res-
Art. 20. As contas serão consideradas iliquidá- ponsável ou interessado, ou pelo Ministério Pú-
veis quando caso fortuito ou de força maior, blico junto ao Tribunal, dentro do prazo de quin-
comprovadamente alheio à vontade do respon- ze dias, contados na forma prevista no art. 30
sável, tornar materialmente impossível o julga- desta Lei.
mento de mérito a que se refere o art. 16 desta
Lei. Art. 34. Cabem embargos de declaração para
corrigir obscuridade, omissão ou contradição da
Art. 21. O Tribunal ordenará o trancamento das decisão recorrida.
contas que forem consideradas iliquidáveis e o
conseqüente arquivamento do processo. § 1º Os embargos de declaração podem ser
opostos por escrito pelo responsável ou in-
§ 1º Dentro do prazo de cinco anos conta- teressado, ou pelo Ministério Público junto
dos da publicação da decisão terminativa ao Tribunal, dentro do prazo de dez dias,
no Diário Oficial da União, o Tribunal pode- contados na forma prevista no art. 30 desta
rá, à vista de novos elementos que conside- Lei.
re suficientes, autorizar o desarquivamento
do processo e determinar que se ultime a § 2º Os embargos de declaração suspen-
respectiva tomada ou prestação de contas. dem os prazos para cumprimento da deci-
são embargada e para interposição dos re-
§ 2º Transcorrido o prazo referido no pará- cursos previstos nos incisos I e III do art. 32
grafo anterior sem que tenha havido nova desta Lei.
decisão, as contas serão consideradas en-
cerradas, com baixa na responsabilidade do Art. 35. De decisão definitiva caberá recurso de
administrador. revisão ao Plenário, sem efeito suspensivo, in-
terposto por escrito, uma só vez, pelo respon-
Seção IV sável, seus sucessores, ou pelo Ministério Públi-
co junto ao Tribunal, dentro do prazo de cinco
RECURSOS
anos, contados na forma prevista no inciso III do
Art. 31. Em todas as etapas do processo de jul- art. 30 desta Lei, e fundar-se-á:
gamento de contas será assegurado ao respon- I – em erro de cálculo nas contas;
sável ou interessado ampla defesa.
II – em falsidade ou insuficiência de docu-
Art. 32. De decisão proferida em processo de mentos em que se tenha fundamentado a
tomada ou prestação de contas cabem recursos decisão recorrida;
de:

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III – na superveniência de documentos no- lativo, Executivo e Judiciário e nas entidades
vos com eficácia sobre a prova produzida. da administração indireta, incluídas as fun-
dações e sociedades instituídas e mantidas
Parágrafo único. A decisão que der provi- pelo poder público federal;
mento a recurso de revisão ensejará a cor-
reção de todo e qualquer erro ou engano II – prestar as informações solicitadas pelo
apurado. Congresso Nacional, por qualquer de suas
Casas, ou por suas comissões, sobre a fisca-
lização contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial e sobre resulta-
CAPÍTULO II dos de inspeções e auditorias realizadas;
FISCALIZAÇÃO A
III – emitir, no prazo de trinta dias contados
CARGO DO TRIBUNAL do recebimento da solicitação, pronuncia-
mento conclusivo sobre matéria que seja
Seção I submetida a sua apreciação pela comissão
CONTAS DO PRESIDENTE mista permanente de Senadores e Deputa-
DA REPÚBLICA dos, nos termos dos §§ 1º e 2º do art. 72 da
Constituição Federal.
Art. 36. Ao Tribunal de Contas da União compe-
te, na forma estabelecida no Regimento Inter- IV – auditar, por solicitação da comissão a
no, apreciar as contas prestadas anualmente que se refere o art. 166, § 1º, da Constitui-
pelo Presidente da República, mediante parecer ção Federal, ou comissão técnica de qual-
prévio a ser elaborado em sessenta dias a con- quer das Casas do Congresso Nacional,
tar de seu recebimento. projetos e programas autorizados na Lei
orçamentária anual, avaliando os seus re-
Parágrafo único. As contas consistirão nos sultados quanto à eficácia, eficiência e eco-
balanços gerais da União e no relatório do nomicidade.
órgão central do sistema de controle inter-
no do Poder Executivo sobre a execução dos Seção III
orçamentos de que trata o § 5º do art. 165 ATOS SUJEITOS A REGISTRO
da Constituição Federal.
Art. 39. De conformidade com o preceituado
Seção II nos arts. 5º, inciso XXIV, 71, incisos II e III, 73 in
FISCALIZAÇÃO EXERCIDA POR fine, 74, § 2º, 96, inciso I, alínea a, 97, 39, §§ 1º
INICIATIVA DO CONGRESSO e 2º e 40, § 4º, da Constituição Federal, o Tribu-
nal apreciará, para fins de registro ou reexame,
NACIONAL os atos de:
Art. 37. (Vetado) I – admissão de pessoal, a qualquer título,
Parágrafo único. (Vetado) na administração direta e indireta, incluídas
as fundações instituídas e mantidas pelo
Art. 38. Compete, ainda, ao Tribunal: poder público, executadas as nomeações
para cargo de provimento em comissão;
I – realizar por iniciativa da Câmara dos De-
putados, do Senado Federal, de comissão II – concessão inicial de aposentadoria, re-
técnica ou de inquérito, inspeções e audi- formas e pensões, bem como de melhorias
torias de natureza contábil, financeira, or- posteriores que tenham alterado o funda-
çamentária, operacional e patrimonial nas mento legal do respectivo concessório ini-
unidades administrativas dos Poderes Legis- cial.

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Parágrafo único. Os atos a que se refere Parágrafo único. Decorrido o prazo de no-
este artigo serão apreciados pelo Tribunal venta dias, a contar do recebimento da de-
na forma estabelecida no Regimento Inter- núncia, será obrigatoriamente fornecida a
no. certidão de que trata este artigo, ainda que
não estejam concluídas as investigações.
Art. 40. O Relator presidirá a instrução do pro-
cesso, determinando, mediante despacho sin- Art. 55. No resguardo dos direitos e garantias
gular, por sua ação própria e direta, ou por pro- individuais, o Tribunal dará tratamento sigiloso
vocação do órgão de instrução ou do Ministério às denúncias formuladas, até decisão definitiva
Público junto ao Tribunal, a adoção das provi- sobre a matéria.
dências consideradas necessárias ao saneamen-
to dos autos, fixando prazo, na forma estabele- § 1º Ao decidir, caberá ao Tribunal manter
cida no Regimento Interno, para o atendimento ou não o sigilo quanto ao objeto e à autoria
das diligências, após o que submeterá o feito ao da denúncia. (Expressão suspensa pela Re-
Plenário ou à Câmara respectiva para decisão solução SF nº 16, de 2006)
de mérito. § 2º O denunciante não se sujeitará a qual-
quer sanção administrativa, cível ou penal,
em decorrência da denúncia, salvo em caso
de comprovada má-fé.
CAPÍTULO IV
DENÚNCIA
Art. 53. Qualquer cidadão, partido político, as-
TÍTULO III
sociação ou sindicato é parte legítima para de-
nunciar irregularidades ou ilegalidades perante
Organização do Tribunal
o Tribunal de Contas da União.
§ 1º (Vetado)
CAPÍTULO I
§ 2º (Vetado)
SEDE E COMPOSIÇÃO
§ 3º A denúncia será apurada em caráter
sigiloso, até que se comprove a sua proce- Art. 62. O Tribunal de Contas da União tem sede
dência, e somente poderá ser arquivada no Distrito Federal e compõe-se de nove minis-
após efetuadas as diligências pertinentes, tros.
mediante despacho fundamentado do res- Art. 63. Os ministros, em suas ausências e impe-
ponsável. dimentos por motivo de licença, férias ou outro
§ 4º Reunidas as provas que indiquem a afastamento legal, serão substituídos, mediante
existência de irregularidade ou ilegalidade, convocação do Presidente do Tribunal, pelos au-
serão públicos os demais atos do processo, ditores, observada a ordem de antigüidade no
assegurando-se aos acusados a oportunida- cargo, ou a maior idade, no caso de idêntica an-
de de ampla defesa. tigüidade.

Art. 54. O denunciante poderá requerer ao Tri- § 1º Os auditores serão também convoca-
bunal de Contas da União certidão dos despa- dos para substituir ministros, para efeito de
chos e dos fatos apurados, a qual deverá ser quorum, sempre que os titulares comunica-
fornecida no prazo máximo de quinze dias, a rem, ao Presidente do Tribunal ou da Câma-
contar do recebimento do pedido, desde que ra respectiva, a impossibilidade de compa-
o respectivo processo de apuração tenha sido recimento à sessão.
concluído ou arquivado.

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§ 2º Em caso de vacância de cargo de mi- CAPÍTULO III
nistro, o Presidente do Tribunal convocará PRESIDENTE E VICE-PRESIDENTE
auditor para exercer as funções inerentes
ao cargo vago, até novo provimento, obser- Art. 69. Os ministros elegerão o Presidente e o
vado o critério estabelecido no caput deste Vice-Presidente do Tribunal para mandato cor-
artigo. respondente a um ano civil, permitida a reelei-
Art. 64. Funciona junto ao Tribunal de Contas da ção apenas por um período de igual duração.
União o Ministério Público, na forma estabeleci- § 1º A eleição realizar-se-á em escrutínio
da nos arts. 80 a 84 desta Lei. secreto, na última sessão ordinária do mês
Art. 65. O Tribunal de Contas da União dispo- de dezembro, ou, em caso de vaga eventual,
rá de secretaria para atender às atividades de na primeira sessão ordinária após sua ocor-
apoio técnico e administrativo necessárias ao rência, exigida a presença de, pelo menos,
exercício de sua competência. cinco ministros titulares, inclusive o que
presidir o ato.
§ 2º O Vice-Presidente substituirá o Presi-
dente em suas ausências ou impedimentos
CAPÍTULO II e exercerá as funções de corregedor, cujas
PLENÁRIO E CÂMARAS atribuições serão as estabelecidas no Regi-
mento Interno.
Art. 66. O Plenário do Tribunal de Contas da
União, dirigido por seu Presidente, terá a com- § 3º Na ausência ou impedimento do Vice-
petência e o funcionamento regulados nesta Lei -Presidente, o Presidente será substituído
e no seu Regimento Interno. pelo ministro mais antigo em exercício no
cargo.
Art. 67. O Tribunal de Contas da União poderá
dividir-se em Câmaras, mediante deliberação da § 4º O eleito para a vaga que ocorrer antes
maioria absoluta de seus ministros titulares. do término do mandato exercerá o cargo no
período restante.
§ 1º Não será objeto de deliberação das Câ-
maras matéria da competência privativa do § 5º Não se procederá a nova eleição se a
Plenário, a ser definida no Regimento Inter- vaga ocorrer dentro dos sessenta dias ante-
no. riores ao término do mandato.
§ 2º A competência, o número, a composi- § 6º A eleição do Presidente precederá à do
ção, a presidência e o funcionamento das Vice-Presidente .
Câmaras serão regulados no Regimento In-
§ 7º Considerar-se-á eleito o ministro que
terno.
obtiver a maioria dos votos. Não alcançada
Art. 68. O Tribunal fixará, no Regimento Interno, esta, proceder-se-á a novo escrutínio entre
os períodos de funcionamento das sessões do os dois mais votados, decidindo-se afinal,
Plenário e das Câmaras e o recesso que enten- entre esses, pela antigüidade no cargo de
der conveniente, sem ocasionar a interrupção ministro do Tribunal, caso nenhum consiga
de seus trabalhos. a maioria dos votos.
§ 8º Somente os ministros titulares, ainda
que em gozo de licença, férias, ou ausentes
com causa justificada, poderão tomar parte
nas eleições, na forma estabelecida no Regi-
mento Interno.

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Art. 70. Compete ao Presidente, dentre outras I – um terço pelo Presidente da República,
atribuições estabelecidas no Regimento Inter- com aprovação do Senado Federal, sen-
no: do dois alternadamente dentre auditores
e membros do Ministério Público junto ao
I – dirigir o Tribunal; Tribunal, indicados em lista tríplice pelo Ple-
II – dar posse aos ministros, auditores, nário, segundo os critérios de antigüidade e
membros do Ministério Público junto ao merecimento;
Tribunal e dirigentes das unidades da secre- II – dois terços pelo Congresso Nacional.
taria, na forma estabelecida no Regimento
Interno; Art. 73. Os ministros do Tribunal de Contas da
União terão as mesmas garantias, prerrogativas,
III – expedir atos de nomeação, admissão, impedimentos, vencimentos e vantagens dos
exoneração, remoção, dispensa, aposenta- ministros do Superior Tribunal de Justiça e so-
doria e outros atos relativos aos servidores mente poderão aposentar-se com as vantagens
do quadro de pessoal da secretaria, os quais do cargo quando o tiverem exercido efetiva-
serão publicados no Diário Oficial da União mente por mais de cinco anos.
e no Boletim do Tribunal;
Parágrafo único. Os ministros do Tribunal
IV – diretamente ou por delegação, mo- gozarão das seguintes garantias e prerroga-
vimentar as dotações e os créditos orça- tivas:
mentários próprios e praticar os atos de
administração financeira, orçamentária e I – vitaliciedade, não podendo perder o car-
patrimonial necessários ao funcionamento go senão por sentença judicial transitada
do Tribunal. em julgado;
II – inamovibilidade;
III – irredutibilidade de vencimentos, ob-
CAPÍTULO IV servado, quanto à remuneração, o disposto
MINISTROS nos arts. 37, XI, 150, II, 153, III e 153, § 2º, I,
da Constituição Federal;
Art. 71. Os ministros do Tribunal de Contas da
União serão nomeados dentre brasileiros que IV – aposentadoria, com proventos inte-
satisfaçam os seguintes requisitos: grais, compulsoriamente aos setenta anos
de idade ou por invalidez comprovada, e
I – ter mais de trinta e cinco e menos de ses- facultativa após trinta anos de serviço, con-
senta e cinco anos de idade; tados na forma da lei, observada a ressalva
II – idoneidade moral e reputação ilibada; prevista no caput, in fine, deste artigo.

III – notórios conhecimentos jurídicos, con- Art. 74. É vedado ao ministro do Tribunal de
tábeis, econômicos e financeiros ou de ad- Contas da União:
ministração pública; I – exercer, ainda que em disponibilidade,
IV – contar mais de dez anos de exercício de outro cargo ou função, salvo uma de magis-
função ou de efetiva atividade profissional tério;
que exija os conhecimentos mencionados II – exercer cargo técnico ou de direção de
no inciso anterior. sociedade civil, associação ou fundação, de
Art. 72. Os ministros do Tribunal de Contas da qualquer natureza ou finalidade, salvo de
União serão escolhidos: associação de classe, sem remuneração;

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III – exercer comissão remunerada ou não, dentre os cidadãos que satisfaçam os requisitos
inclusive em órgãos de controle da adminis- exigidos para o cargo de ministro do Tribunal de
tração direta ou indireta, ou em concessio- Contas da União, mediante concurso público de
nárias de serviço público; provas e títulos, observada a ordem de classifi-
cação.
IV – exercer profissão liberal, emprego par-
ticular, comércio, ou participar de socieda- Parágrafo único. A comprovação do efetivo
de comercial, exceto como acionista ou co- exercício por mais de dez anos de cargo da
tista sem ingerência; carreira de controle externo do quadro de
pessoal da secretaria do Tribunal constitui
V – celebrar contrato com pessoa jurídica título computável para efeito do concurso a
de direito público, empresa pública, socie- que se refere o caput deste artigo .
dade de economia mista, fundação, socie-
dade instituída e mantida pelo poder pú- Art. 78. (Vetado)
blico ou empresa concessionária de serviço
público, salvo quando o contrato obedecer Parágrafo único. O auditor, quando não
a normas uniformes para todo e qualquer convocado para substituir ministro, presidi-
contratante; rá à instrução dos processos que lhe forem
distribuídos, relatando-os com proposta de
VI – dedicar-se à atividade político-partidá- decisão a ser votada pelos integrantes do
ria. Plenário ou da Câmara para a qual estiver
designado.
Art. 75. (Vetado)
Art. 79. O auditor, depois de empossado, só
Parágrafo único. (Vetado) perderá o cargo por sentença judicial transitada
Art. 76. Não podem ocupar, simultaneamente, em julgado.
cargos de ministro parentes consangüíneos ou Parágrafo único. Aplicam-se ao auditor as
afins, na linha reta ou na colateral, até o segun- vedações e restrições previstas nos arts. 74
do grau. e 76 desta Lei.
Parágrafo único. A incompatibilidade de-
corrente da restrição imposta no caput des-
te artigo resolve-se:
CAPÍTULO VI
I – antes da posse, contra o último nomea- MINISTÉRIO PÚBLICO
do ou contra o mais moço, se nomeados na
JUNTO AO TRIBUNAL
mesma data;
II – depois da posse, contra o que lhe deu Art. 80. O Ministério Público junto ao Tribunal
causa; de Contas da União, ao qual se aplicam os prin-
cípios institucionais da unidade, da indivisibili-
III – se a ambos imputável, contra o que ti- dade e da independência funcional, compõe-se
ver menos tempo de exercício no Tribunal. de um procurador-geral, três subprocuradores-
-gerais e quatro procuradores, nomeados pelo
Presidente da República, dentre brasileiros, ba-
charéis em direito.
CAPÍTULO V
AUDITORES § 1º (Vetado)
§ 2º A carreira do Ministério Público junto
Art. 77. Os auditores, em número de três, se- ao Tribunal de Contas da União é constitu-
rão nomeados pelo Presidente da República, ída pelos cargos de subprocurador-geral

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e procurador, este inicial e aquele repre-


sentando o último nível da carreira, não
excedendo a dez por cento a diferença de
vencimentos de uma classe para outra, res-
peitada igual diferença entre os cargos de
subprocurador-geral e procurador-geral.
§ 3º O ingresso na carreira far-se-á no cargo
de procurador, mediante concurso público
de provas e títulos, assegurada a participa-
ção da Ordem dos Advogados do Brasil em
sua realização e observada, nas nomea-
ções, a ordem de classificação, enquanto a
promoção ao cargo de subprocurador-geral
far-se-á, alternadamente, por antigüidade e
merecimento.
(...)

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Questões

1. (ESAF – AUFC – TCU – 2002) auditores, por convocação do Presidente


e observada a ordem de antiguidade,
O julgamento de regularidade das contas estabelecendo a sua lei orgânica que
dos administradores e demais responsáveis
por dinheiros, bens e valores públicos a) os auditores substitutos de ministros
federais constitui uma função de controle são escolhidos entre os analistas de
externo, cujo exercício a Constituição controle externo, do quadro de pessoal
confere do TCU
b) o TCU funcionará por meio de Câmaras,
a) ao Tribunal de Contas da União – TCU, que serão presididas pelos ministros
em conjunto com o Congresso Nacional mais antigos, entre os seus integrantes
– CN. c) junto ao TCU funcione uma representa-
b) ao TCU, em conjunto com a Câmara dos ção do Ministério Público Federal, por
Deputados. designação do Procurador-Geral da Re-
c) ao TCU em conjunto com o Senado Fe- pública
deral. d) o auditor, quando não convocado para
d) ao TCU, privativamente. substituir ministro, realizará as inspe-
e) ao TCU, com recurso para o CN. ções e auditorias nos órgãos da Admi-
nistração Pública Federal, por designa-
2. (ESAF – AUFC – TCU– 2002) ção do Presidente
A competência constitucional do Tribunal de e) os ministros do TCU terão as mesmas
Contas da União, para fiscalizar a aplicação garantias e prerrogativas dos magistra-
de recursos financeiros da União repassados dos membros integrantes do Superior
aos Estados e Municípios, compreende Tribunal de Justiça

a) os dos chamados Fundos de Participa- 4. (ESAF – ATA – MF – 2014)


ção.
b) os provenientes da arrecadação do Im- Nos termos da Lei n. 8.443/92, as contas
posto de Renda retido na fonte pagado- serão julgadas irregulares nas seguintes
ra. hipóteses, exceto:
c) os provenientes da arrecadação do Im- a) Omissão no dever de prestar contas.
posto sobre Produtos Industrializados, b) Quando evidenciarem impropriedade
na proporção dos valores das exporta- ou qualquer outra falta de natureza for-
ções. mal de que não resulte dano ao Erário.
d) os decorrentes de convênios ou instru- c) Prática de ato de gestão ilegal, ilegítimo
mentos congêneres. ou antieconômico.
e) os de qualquer natureza, origem ou d) Desfalque ou desvio de dinheiros, bens
destinação. ou valores públicos.
e) Dano ao Erário decorrente de ato de
3. (ESAF – AUFC – TCU– 1999) gestão ilegítimo.
O Tribunal de Contas da União compõe-se
de nove Ministros, que nas suas ausências
e impedimentos serão substituídos pelos

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Gabarito: 1. D 2. D 3. E 4. B

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Regime Jurídico dos Agentes Públicos

Professora Tatiana Marcello

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Edital

REGIME JURÍDICO DOS AGENTES PÚBLICOS: Normas Constitucionais Pertinentes aos Servido-
res Públicos. Direitos, Deveres e Proibições do Servidor Público e seu Regime Disciplinar. For-
mas de Provimento e Vacância do Cargo Público. Seguridade Social do Servidor.
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA BRASILEIRA: Processo Administrativo em Âmbito Federal.

BANCA: ESAF
CARGO: Assistente Técnico Administrativo

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Regime JurídicoDireito
dos Agentes Públicos
Administrativo

CONCEITOS INTRODUTÓRIOS SOBRE AGENTES PÚBLICOS

1. Conceitos introdutórios

Agente público é toda pessoa que desempenha atividade administrativa, temporária ou não,
com ou sem remuneração.
Agente público é a expressão mais ampla para designar de forma genérica aqueles sujeitos que
exercem funções públicas. Quem quer que desempenhe funções estatais é um agente público
enquanto as exercita.
Portanto, os agentes administrativos (ou servidores estatais) serão uma das espécies de agen-
te público, como será visto a seguir.

2. Classificação/Espécies de Agentes Públicos

Os agentes públicos podem ser classificados em:


a) Agentes Políticos: Exercem função pública de alta direção do Estado. Em regra, ingressam
por meio de eleição, com mandatos fixos, ao término dos quais a relação com o Estado
desaparece automaticamente. Exemplos: Chefes do Poder Executivo (Presidente da Repú-
blica, Governadores dos Estados e Prefeitos Municipais, com seus respectivos vices), Parla-
mentares (Senadores, Deputados Federais e Estaduais, Vereadores), Ministros de Estado...

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b) Servidores Estatais (ou Agentes Administrativos ou Servidores Públicos em sentido am-
plo): São as pessoas que prestam serviço público para a Administração, com natureza pro-
fissional e remunerada. Dividem-se em:

•• Servidores Públicos Estatutários: são os ocupantes de cargos públicos e submetidos a regi-


me estatutário; em sentido estrito, “servidor público” é apenas o estatutário.
•• Empregados Públicos: são os ocupantes de emprego público e submetidos a regime cele-
tista (Consolidação das Leis Trabalhistas – CLT).
•• Servidores Temporários: aqueles contratados por tempo determinado para atender à ne-
cessidade temporária de excepcional interesse público, não tendo cargo nem emprego pú-
blico, exercendo função pública remunerada e temporária).

Obs.: Há doutrina e questões que entendem que “Servidor Público em sentido amplo” abran-
ge essas três espécies (servidores públicos estatutários, empregados públicos e servidores
temporários), enquanto “Servidor Público em sentido estrito” seria apenas o Servidor Estatu-
tário. Vejamos o esquema:

c) Particulares em colaboração com o Estado: são os que desempenham função pública sem
vínculo com o Estado, também chamados de “agentes honoríficos”. Segundo Celso Antônio
Bandeira de Mello, essa categoria é composta por:

•• Requisitados de serviço (mesários, jurados do Tribunal do Júri, convocados para o serviço


militar);
•• Gestores de negócios públicos (pessoas que atuam em situações emergenciais quando o
Estado não está presente, como alguém que chega antes dos bombeiros a um incêndio e
presta socorro);
•• Contratados por locação civil de serviços (a exemplo de um jurista famoso que é contrata-
do para fazer um parecer);
•• Concessionários e permissionários (os que trabalham nas concessionárias e permissioná-
rias de serviço público, exercendo função pública por delegação estatal);
•• Delegados de função ou ofício público (é o caso dos que exercem serviços notariais).

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ATA – Regime Jurídico dos Agentes Públicos – Profª Tatiana Marcello

3. Cargo, Emprego e Função Pública

Cargo Público
Os cargos públicos são ocupados por servidores públicos, efetivos e comissionados, submetidos
ao regime estatutário.
A Lei nº 8.112/1990 define: “Art. 3º Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades
previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor.”
De acordo com Celso Antônio Bandeira de Mello: “Cargos são as mais simples e indivisíveis
unidades de competência a serem expressadas por um agente, previstas em número certo,
com denominação própria, retribuídas por pessoas jurídicas de direito público e criadas por
lei”.
Cargos públicos são próprios das pessoas jurídicas de direito público.

Emprego Público
Os empregos públicos são ocupados por empregados públicos, os quais se submetem ao re-
gime celetista ( – CLT). Os empregados públicos ingressam por meio de concurso público para
ocupar empregos públicos, de natureza essencialmente contratual.
De acordo com Celso Antônio Bandeira de Mello: “Empregos públicos são núcleos de encargos
de trabalho permanentes a serem preenchidos por agentes contratados para desempenhá-los,
sob relação trabalhista”.
Empregos públicos são próprios das pessoas jurídicas de direito privado da Administração Indi-
reta. São exemplos, os empregados da Caixa Econômica Federal (empresa pública) e do Banco
do Brasil (sociedade de economia mista). Lembrando que o Cespe considera que “dirigentes”
dessas instituições, que não sejam do quadro de empregados, são regidos por regime próprio
e não pela CLT.

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Função Pública
De acordo com Maia Sylvia Di Pietro: “São funções públicas as funções de confiança e as exer-
cidas pelos agentes públicos contratados por tempo determinado para atender a necessidade
temporária de excepcional interesse público (CF, art. 37, IX).”
Não há concurso público para preenchimento de função pública.

DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS APLICÁVEIS AOS AGENTES PÚBLICOS

Presidência da República concurso público de provas ou de provas e tí-


tulos, de acordo com a natureza e a comple-
Casa Civil xidade do cargo ou emprego, na forma pre-
Subchefia para Assuntos Jurídicos vista em lei, ressalvadas as nomeações para
cargo em comissão declarado em lei de livre
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA nomeação e exoneração; (Redação dada
FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988 pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
III – o prazo de validade do concurso público
(...)
será de até dois anos, prorrogável uma vez,
por igual período;
IV – durante o prazo improrrogável previsto
CAPÍTULO VII no edital de convocação, aquele aprovado
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA em concurso público de provas ou de pro-
vas e títulos será convocado com prioridade
Seção I sobre novos concursados para assumir car-
DISPOSIÇÕES GERAIS go ou emprego, na carreira;

Art. 37. A administração pública direta e indireta V – as funções de confiança, exercidas ex-
de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, clusivamente por servidores ocupantes de
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá cargo efetivo, e os cargos em comissão, a
aos princípios de legalidade, impessoalidade, serem preenchidos por servidores de car-
moralidade, publicidade e eficiência e, também, reira nos casos, condições e percentuais
ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Cons- mínimos previstos em lei, destinam-se ape-
titucional nº 19, de 1998) nas às atribuições de direção, chefia e as-
sessoramento; (Redação dada pela Emenda
I – os cargos, empregos e funções públicas Constitucional nº 19, de 1998)
são acessíveis aos brasileiros que preen-
cham os requisitos estabelecidos em lei, as- VI – é garantido ao servidor público civil o
sim como aos estrangeiros, na forma da lei; direito à livre associação sindical;
(Redação dada pela Emenda Constitucional VII – o direito de greve será exercido nos
nº 19, de 1998) termos e nos limites definidos em lei espe-
II – a investidura em cargo ou emprego cífica; (Redação dada pela Emenda Consti-
público depende de aprovação prévia em tucional nº 19, de 1998)

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VIII – a lei reservará percentual dos cargos XII – os vencimentos dos cargos do Poder
e empregos públicos para as pessoas por- Legislativo e do Poder Judiciário não po-
tadoras de deficiência e definirá os critérios derão ser superiores aos pagos pelo Poder
de sua admissão; Executivo;
IX – a lei estabelecerá os casos de contrata- XIII – é vedada a vinculação ou equiparação
ção por tempo determinado para atender a de quaisquer espécies remuneratórias para
necessidade temporária de excepcional in- o efeito de remuneração de pessoal do ser-
teresse público; viço público; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
X – a remuneração dos servidores públicos
e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 XIV – os acréscimos pecuniários percebidos
somente poderão ser fixados ou alterados por servidor público não serão computados
por lei específica, observada a iniciativa nem acumulados para fins de concessão de
privativa em cada caso, assegurada revisão acréscimos ulteriores; (Redação dada pela
geral anual, sempre na mesma data e sem Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
distinção de índices; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (Re- XV – o subsídio e os vencimentos dos ocu-
gulamento) pantes de cargos e empregos públicos são
irredutíveis, ressalvado o disposto nos inci-
XI – a remuneração e o subsídio dos ocu- sos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º,
pantes de cargos, funções e empregos pú- 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; (Redação dada
blicos da administração direta, autárquica e pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
fundacional, dos membros de qualquer dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito XVI – é vedada a acumulação remunerada
Federal e dos Municípios, dos detentores de cargos públicos, exceto, quando houver
de mandato eletivo e dos demais agentes compatibilidade de horários, observado em
políticos e os proventos, pensões ou outra qualquer caso o disposto no inciso XI: (Re-
espécie remuneratória, percebidos cumu- dação dada pela Emenda Constitucional nº
lativamente ou não, incluídas as vantagens 19, de 1998)
pessoais ou de qualquer outra natureza, a) a de dois cargos de professor; (Redação
não poderão exceder o subsídio mensal, em dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal 1998)
Federal, aplicando-se como limite, nos Mu-
nicípios, o subsídio do Prefeito, e nos Esta- b) a de um cargo de professor com outro
dos e no Distrito Federal, o subsídio mensal técnico ou científico; (Redação dada pela
do Governador no âmbito do Poder Execu- Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
tivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e
c) a de dois cargos ou empregos privativos
Distritais no âmbito do Poder Legislativo e
de profissionais de saúde, com profissões
o subsidio dos Desembargadores do Tribu-
regulamentadas; (Redação dada pela Emen-
nal de Justiça, limitado a noventa inteiros e
da Constitucional nº 34, de 2001)
vinte e cinco centésimos por cento do sub-
sídio mensal, em espécie, dos Ministros do XVII – a proibição de acumular estende-se a
Supremo Tribunal Federal, no âmbito do empregos e funções e abrange autarquias,
Poder Judiciário, aplicável este limite aos fundações, empresas públicas, sociedades
membros do Ministério Público, aos Procu- de economia mista, suas subsidiárias, e so-
radores e aos Defensores Públicos; (Reda- ciedades controladas, direta ou indireta-
ção dada pela Emenda Constitucional nº 41, mente, pelo poder público; (Redação dada
19.12.2003) pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

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XVIII – a administração fazendária e seus que caracterizem promoção pessoal de au-
servidores fiscais terão, dentro de suas áre- toridades ou servidores públicos.
as de competência e jurisdição, precedência
sobre os demais setores administrativos, na § 2º A não observância do disposto nos in-
forma da lei; cisos II e III implicará a nulidade do ato e a
punição da autoridade responsável, nos ter-
XIX – somente por lei específica poderá ser mos da lei.
criada autarquia e autorizada a instituição
de empresa pública, de sociedade de eco- § 3º A lei disciplinará as formas de partici-
nomia mista e de fundação, cabendo à lei pação do usuário na administração pública
complementar, neste último caso, definir as direta e indireta, regulando especialmente:
áreas de sua atuação; (Redação dada pela (Redação dada pela Emenda Constitucional
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) nº 19, de 1998)

XX – depende de autorização legislativa, em I – as reclamações relativas à prestação dos


cada caso, a criação de subsidiárias das en- serviços públicos em geral, asseguradas a
tidades mencionadas no inciso anterior, as- manutenção de serviços de atendimento ao
sim como a participação de qualquer delas usuário e a avaliação periódica, externa e
em empresa privada; interna, da qualidade dos serviços; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
XXI – ressalvados os casos especificados
na legislação, as obras, serviços, compras II – o acesso dos usuários a registros admi-
e alienações serão contratados mediante nistrativos e a informações sobre atos de
processo de licitação pública que assegu- governo, observado o disposto no art. 5º, X
re igualdade de condições a todos os con- e XXXIII; (Incluído pela Emenda Constitucio-
correntes, com cláusulas que estabeleçam nal nº 19, de 1998)
obrigações de pagamento, mantidas as con- III – a disciplina da representação contra o exer-
dições efetivas da proposta, nos termos da cício negligente ou abusivo de cargo, emprego
lei, o qual somente permitirá as exigências ou função na administração pública. (Incluído
de qualificação técnica e econômica indis- pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
pensáveis à garantia do cumprimento das
obrigações. (Regulamento) § 4º – Os atos de improbidade administra-
tiva importarão a suspensão dos direitos
XXII – as administrações tributárias da políticos, a perda da função pública, a in-
União, dos Estados, do Distrito Federal e disponibilidade dos bens e o ressarcimento
dos Municípios, atividades essenciais ao ao erário, na forma e gradação previstas em
funcionamento do Estado, exercidas por lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
servidores de carreiras específicas, terão re-
cursos prioritários para a realização de suas § 5º A lei estabelecerá os prazos de pres-
atividades e atuarão de forma integrada, crição para ilícitos praticados por qualquer
inclusive com o compartilhamento de ca- agente, servidor ou não, que causem pre-
dastros e de informações fiscais, na forma juízos ao erário, ressalvadas as respectivas
da lei ou convênio. (Incluído pela Emenda ações de ressarcimento.
Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público
§ 1º A publicidade dos atos, programas, e as de direito privado prestadoras de servi-
obras, serviços e campanhas dos órgãos ços públicos responderão pelos danos que
públicos deverá ter caráter educativo, infor- seus agentes, nessa qualidade, causarem a
mativo ou de orientação social, dela não po- terceiros, assegurado o direito de regresso
dendo constar nomes, símbolos ou imagens

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contra o responsável nos casos de dolo ou (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47,
culpa. de 2005)
§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as § 12. Para os fins do disposto no inciso XI do
restrições ao ocupante de cargo ou empre- caput deste artigo, fica facultado aos Esta-
go da administração direta e indireta que dos e ao Distrito Federal fixar, em seu âm-
possibilite o acesso a informações privile- bito, mediante emenda às respectivas Cons-
giadas. (Incluído pela Emenda Constitucio- tituições e Lei Orgânica, como limite único,
nal nº 19, de 1998) o subsídio mensal dos Desembargadores
do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a
§ 8º A autonomia gerencial, orçamentá- noventa inteiros e vinte e cinco centésimos
ria e financeira dos órgãos e entidades da por cento do subsídio mensal dos Ministros
administração direta e indireta poderá ser do Supremo Tribunal Federal, não se apli-
ampliada mediante contrato, a ser firmado cando o disposto neste parágrafo aos sub-
entre seus administradores e o poder públi- sídios dos Deputados Estaduais e Distritais
co, que tenha por objeto a fixação de metas e dos Vereadores. (Incluído pela Emenda
de desempenho para o órgão ou entidade, Constitucional nº 47, de 2005)
cabendo à lei dispor sobre: (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) Art. 38. Ao servidor público da administração
direta, autárquica e fundacional, no exercício de
I – o prazo de duração do contrato; mandato eletivo, aplicam-se as seguintes dispo-
II – os controles e critérios de avaliação de sições: (Redação dada pela Emenda Constitucio-
desempenho, direitos, obrigações e respon- nal nº 19, de 1998)
sabilidade dos dirigentes; I – tratando-se de mandato eletivo federal,
III – a remuneração do pessoal." estadual ou distrital, ficará afastado de seu
cargo, emprego ou função;
§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às
empresas públicas e às sociedades de eco- II – investido no mandato de Prefeito, será
nomia mista, e suas subsidiárias, que rece- afastado do cargo, emprego ou função, sen-
berem recursos da União, dos Estados, do do-lhe facultado optar pela sua remunera-
Distrito Federal ou dos Municípios para pa- ção;
gamento de despesas de pessoal ou de cus- III – investido no mandato de Vereador, ha-
teio em geral. (Incluído pela Emenda Consti- vendo compatibilidade de horários, perce-
tucional nº 19, de 1998) berá as vantagens de seu cargo, emprego ou
§ 10. É vedada a percepção simultânea de função, sem prejuízo da remuneração do car-
proventos de aposentadoria decorrentes do go eletivo, e, não havendo compatibilidade,
art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a remune- será aplicada a norma do inciso anterior;
ração de cargo, emprego ou função pública, IV – em qualquer caso que exija o afasta-
ressalvados os cargos acumuláveis na forma mento para o exercício de mandato eletivo,
desta Constituição, os cargos eletivos e os seu tempo de serviço será contado para to-
cargos em comissão declarados em lei de li- dos os efeitos legais, exceto para promoção
vre nomeação e exoneração. (Incluído pela por merecimento;
Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
V – para efeito de benefício previdenciário,
§ 11. Não serão computadas, para efeito no caso de afastamento, os valores serão
dos limites remuneratórios de que trata o determinados como se no exercício estives-
inciso XI do caput deste artigo, as parcelas se.
de caráter indenizatório previstas em lei.

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Seção II XXII e XXX, podendo a lei estabelecer re-
DOS SERVIDORES PÚBLICOS quisitos diferenciados de admissão quando
a natureza do cargo o exigir. (Incluído pela
(Redação dada pela Emenda Constitucional Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
nº 18, de 1998)
§ 4º O membro de Poder, o detentor de
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal mandato eletivo, os Ministros de Estado e
e os Municípios instituirão, no âmbito de sua os Secretários Estaduais e Municipais serão
competência, regime jurídico único e planos de remunerados exclusivamente por subsídio
carreira para os servidores da administração pú- fixado em parcela única, vedado o acrésci-
blica direta, das autarquias e das fundações pú- mo de qualquer gratificação, adicional, abo-
blicas. (Vide ADIN nº 2.135-4) no, prêmio, verba de representação ou ou-
tra espécie remuneratória, obedecido, em
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI.
e os Municípios instituirão conselho de política (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19,
de administração e remuneração de pessoal, de 1998)
integrado por servidores designados pelos res-
pectivos Poderes. (Redação dada pela Emenda § 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito
Constitucional nº 19, de 1998) (Vide ADIN nº Federal e dos Municípios poderá estabele-
2.135-4) cer a relação entre a maior e a menor re-
muneração dos servidores públicos, obede-
§ 1º A fixação dos padrões de vencimento cido, em qualquer caso, o disposto no art.
e dos demais componentes do sistema re- 37, XI.(Incluído pela Emenda Constitucional
muneratório observará: (Redação dada pela nº 19, de 1998)
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Ju-
I – a natureza, o grau de responsabilidade diciário publicarão anualmente os valores
e a complexidade dos cargos componen- do subsídio e da remuneração dos cargos e
tes de cada carreira; (Incluído pela Emenda empregos públicos. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998) Constitucional nº 19, de 1998)
II – os requisitos para a investidura; (Inclu- § 7º Lei da União, dos Estados, do Distri-
ído pela Emenda Constitucional nº 19, de to Federal e dos Municípios disciplinará a
1998) aplicação de recursos orçamentários pro-
III – as peculiaridades dos cargos. (Incluído venientes da economia com despesas cor-
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) rentes em cada órgão, autarquia e funda-
ção, para aplicação no desenvolvimento de
§ 2º A União, os Estados e o Distrito Fede- programas de qualidade e produtividade,
ral manterão escolas de governo para a for- treinamento e desenvolvimento, moderni-
mação e o aperfeiçoamento dos servidores zação, reaparelhamento e racionalização
públicos, constituindo-se a participação nos do serviço público, inclusive sob a forma de
cursos um dos requisitos para a promoção adicional ou prêmio de produtividade. (In-
na carreira, facultada, para isso, a celebra- cluído pela Emenda Constitucional nº 19, de
ção de convênios ou contratos entre os en- 1998)
tes federados. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998) § 8º A remuneração dos servidores públicos
organizados em carreira poderá ser fixada
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de nos termos do § 4º. (Incluído pela Emenda
cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII, Constitucional nº 19, de 1998)
VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX,

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Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efe- contribuição. (Redação dada pela Emenda
tivos da União, dos Estados, do Distrito Federal Constitucional nº 20, de 15/12/98)
e dos Municípios, incluídas suas autarquias e
fundações, é assegurado regime de previdên- § 2º – Os proventos de aposentadoria e as
cia de caráter contributivo e solidário, median- pensões, por ocasião de sua concessão, não
te contribuição do respectivo ente público, dos poderão exceder a remuneração do respec-
servidores ativos e inativos e dos pensionistas, tivo servidor, no cargo efetivo em que se
observados critérios que preservem o equilíbrio deu a aposentadoria ou que serviu de refe-
financeiro e atuarial e o disposto neste artigo. rência para a concessão da pensão. (Reda-
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº ção dada pela Emenda Constitucional nº 20,
41, 19.12.2003) de 15/12/98)

§ 1º Os servidores abrangidos pelo regime § 3º Para o cálculo dos proventos de apo-


de previdência de que trata este artigo se- sentadoria, por ocasião da sua concessão,
rão aposentados, calculados os seus pro- serão consideradas as remunerações utili-
ventos a partir dos valores fixados na forma zadas como base para as contribuições do
dos §§ 3º e 17: (Redação dada pela Emenda servidor aos regimes de previdência de que
Constitucional nº 41, 19.12.2003) tratam este artigo e o art. 201, na forma da
lei. (Redação dada pela Emenda Constitu-
I – por invalidez permanente, sendo os pro- cional nº 41, 19.12.2003)
ventos proporcionais ao tempo de contri-
buição, exceto se decorrente de acidente § 4º É vedada a adoção de requisitos e cri-
em serviço, moléstia profissional ou doença térios diferenciados para a concessão de
grave, contagiosa ou incurável, na forma da aposentadoria aos abrangidos pelo regime
lei;(Redação dada pela Emenda Constitucio- de que trata este artigo, ressalvados, nos
nal nº 41, 19.12.2003) termos definidos em leis complementares,
os casos de servidores: (Redação dada pela
II – compulsoriamente, com proventos pro- Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
porcionais ao tempo de contribuição, aos
70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (se- I – portadores de deficiência; (Incluído pela
tenta e cinco) anos de idade, na forma de lei Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
complementar; (Redação dada pela Emen- II – que exerçam atividades de risco; (Inclu-
da Constitucional nº 88, de 2015) ído pela Emenda Constitucional nº 47, de
III – voluntariamente, desde que cumprido 2005)
tempo mínimo de dez anos de efetivo exer- III – cujas atividades sejam exercidas sob
cício no serviço público e cinco anos no car- condições especiais que prejudiquem a
go efetivo em que se dará a aposentadoria, saúde ou a integridade física. (Incluído pela
observadas as seguintes condições: (Reda- Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
ção dada pela Emenda Constitucional nº 20,
de 15/12/98) § 5º Os requisitos de idade e de tempo de
contribuição serão reduzidos em cinco anos,
a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de em relação ao disposto no § 1º, III, "a", para
contribuição, se homem, e cinqüenta e cin- o professor que comprove exclusivamente
co anos de idade e trinta de contribuição, se tempo de efetivo exercício das funções de
mulher; (Redação dada pela Emenda Cons- magistério na educação infantil e no ensino
titucional nº 20, de 15/12/98) fundamental e médio. (Redação dada pela
b) sessenta e cinco anos de idade, se ho- Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
mem, e sessenta anos de idade, se mulher,
com proventos proporcionais ao tempo de

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§ 6º Ressalvadas as aposentadorias decor- § 11. Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI,
rentes dos cargos acumuláveis na forma à soma total dos proventos de inatividade,
desta Constituição, é vedada a percepção inclusive quando decorrentes da acumula-
de mais de uma aposentadoria à conta do ção de cargos ou empregos públicos, bem
regime de previdência previsto neste artigo. como de outras atividades sujeitas a contri-
(Redação dada pela Emenda Constitucional buição para o regime geral de previdência
nº 20, de 15/12/98) social, e ao montante resultante da adição
de proventos de inatividade com remune-
§ 7º Lei disporá sobre a concessão do bene- ração de cargo acumulável na forma desta
fício de pensão por morte, que será igual: Constituição, cargo em comissão declarado
(Redação dada pela Emenda Constitucional em lei de livre nomeação e exoneração, e de
nº 41, 19.12.2003) cargo eletivo. (Incluído pela Emenda Consti-
I – ao valor da totalidade dos proventos do tucional nº 20, de 15/12/98)
servidor falecido, até o limite máximo esta- § 12. Além do disposto neste artigo, o regime
belecido para os benefícios do regime geral de previdência dos servidores públicos titula-
de previdência social de que trata o art. 201, res de cargo efetivo observará, no que couber,
acrescido de setenta por cento da parcela os requisitos e critérios fixados para o regi-
excedente a este limite, caso aposentado me geral de previdência social. (Incluído pela
à data do óbito; ou (Incluído pela Emenda Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
Constitucional nº 41, 19.12.2003)
§ 13. Ao servidor ocupante, exclusivamen-
II – ao valor da totalidade da remuneração te, de cargo em comissão declarado em lei
do servidor no cargo efetivo em que se deu de livre nomeação e exoneração bem como
o falecimento, até o limite máximo estabe- de outro cargo temporário ou de emprego
lecido para os benefícios do regime geral de público, aplica-se o regime geral de previ-
previdência social de que trata o art. 201, dência social. (Incluído pela Emenda Consti-
acrescido de setenta por cento da parcela tucional nº 20, de 15/12/98)
excedente a este limite, caso em atividade
na data do óbito. (Incluído pela Emenda § 14. A União, os Estados, o Distrito Fede-
Constitucional nº 41, 19.12.2003) ral e os Municípios, desde que instituam
regime de previdência complementar para
§ 8º É assegurado o reajustamento dos be- os seus respectivos servidores titulares de
nefícios para preservar-lhes, em caráter per- cargo efetivo, poderão fixar, para o valor das
manente, o valor real, conforme critérios aposentadorias e pensões a serem concedi-
estabelecidos em lei. (Redação dada pela das pelo regime de que trata este artigo, o
Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) limite máximo estabelecido para os bene-
§ 9º – O tempo de contribuição federal, es- fícios do regime geral de previdência social
tadual ou municipal será contado para efei- de que trata o art. 201. (Incluído pela Emen-
to de aposentadoria e o tempo de serviço da Constitucional nº 20, de 15/12/98)
correspondente para efeito de disponibili- § 15. O regime de previdência complemen-
dade. (Incluído pela Emenda Constitucional tar de que trata o § 14 será instituído por
nº 20, de 15/12/98) lei de iniciativa do respectivo Poder Executi-
§ 10. A lei não poderá estabelecer qualquer vo, observado o disposto no art. 202 e seus
forma de contagem de tempo de contribui- parágrafos, no que couber, por intermédio
ção fictício. (Incluído pela Emenda Constitu- de entidades fechadas de previdência com-
cional nº 20, de 15/12/98) plementar, de natureza pública, que ofere-
cerão aos respectivos participantes planos
de benefícios somente na modalidade de

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ATA – Regime Jurídico dos Agentes Públicos – Profª Tatiana Marcello

contribuição definida. (Redação dada pela tabelecido para os benefícios do regime ge-
Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) ral de previdência social de que trata o art.
201 desta Constituição, quando o beneficiá-
§ 16. Somente mediante sua prévia e ex- rio, na forma da lei, for portador de doença
pressa opção, o disposto nos §§ 14 e 15 incapacitante. (Incluído pela Emenda Cons-
poderá ser aplicado ao servidor que tiver titucional nº 47, de 2005)
ingressado no serviço público até a data da
publicação do ato de instituição do corres- Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo
pondente regime de previdência comple- exercício os servidores nomeados para cargo de
mentar. (Incluído pela Emenda Constitucio- provimento efetivo em virtude de concurso pú-
nal nº 20, de 15/12/98) blico. (Redação dada pela Emenda Constitucio-
nal nº 19, de 1998)
§ 17. Todos os valores de remuneração con-
siderados para o cálculo do benefício pre- § 1º O servidor público estável só perderá o
visto no § 3° serão devidamente atualiza- cargo: (Redação dada pela Emenda Consti-
dos, na forma da lei. (Incluído pela Emenda tucional nº 19, de 1998)
Constitucional nº 41, 19.12.2003) I – em virtude de sentença judicial transita-
da em julgado; (Incluído pela Emenda Cons-
§ 18. Incidirá contribuição sobre os proven- titucional nº 19, de 1998)
tos de aposentadorias e pensões concedidas
pelo regime de que trata este artigo que su- II – mediante processo administrativo em que
perem o limite máximo estabelecido para os lhe seja assegurada ampla defesa; (Incluído
benefícios do regime geral de previdência so- pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
cial de que trata o art. 201, com percentual III – mediante procedimento de avaliação pe-
igual ao estabelecido para os servidores titu- riódica de desempenho, na forma de lei com-
lares de cargos efetivos. (Incluído pela Emen- plementar, assegurada ampla defesa. (Incluído
da Constitucional nº 41, 19.12.2003) pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 19. O servidor de que trata este artigo que § 2º Invalidada por sentença judicial a de-
tenha completado as exigências para apo- missão do servidor estável, será ele reinte-
sentadoria voluntária estabelecidas no § 1º, grado, e o eventual ocupante da vaga, se es-
III, a, e que opte por permanecer em ativi- tável, reconduzido ao cargo de origem, sem
dade fará jus a um abono de permanência direito a indenização, aproveitado em outro
equivalente ao valor da sua contribuição cargo ou posto em disponibilidade com re-
previdenciária até completar as exigências muneração proporcional ao tempo de ser-
para aposentadoria compulsória contidas viço. (Redação dada pela Emenda Constitu-
no § 1º, II. (Incluído pela Emenda Constitu- cional nº 19, de 1998)
cional nº 41, 19.12.2003) § 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desne-
§ 20. Fica vedada a existência de mais de um cessidade, o servidor estável ficará em dispo-
regime próprio de previdência social para os nibilidade, com remuneração proporcional ao
servidores titulares de cargos efetivos, e de tempo de serviço, até seu adequado aprovei-
mais de uma unidade gestora do respectivo tamento em outro cargo. (Redação dada pela
regime em cada ente estatal, ressalvado o Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
disposto no art. 142, § 3º, X. (Incluído pela § 4º Como condição para a aquisição da es-
Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) tabilidade, é obrigatória a avaliação especial
§ 21. A contribuição prevista no § 18 deste de desempenho por comissão instituída
artigo incidirá apenas sobre as parcelas de para essa finalidade. (Incluído pela Emenda
proventos de aposentadoria e de pensão Constitucional nº 19, de 1998)
que superem o dobro do limite máximo es- (...)

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CONSIDERAÇÕES SOBRE AS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS

1. Princípios Constitucionais aplicáveis à Administração Pública

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência...
Trata-se dos princípios expressamente trazidos pela CF/88, considerando que há outros princí-
pios aplicáveis.
Para memorizá-los, usa-se o macete do “LIMPE”:

Legalidade
Impessoalidade
Moralidade
Publicidade
Eficiência

1.1. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE

A Administração Pública só pode agir quando houver lei que determine ou autorize sua atu-
ação. Assim, a eficácia da atividade da Administração Pública está condicionada ao que a lei
permite ou determina.
Enquanto, no âmbito dos particulares, o princípio da legalidade significa que se pode fazer tudo
o que a lei não proíba; no âmbito da Administração Pública, esse princípio significa que o admi-
nistrador só pode fazer o que a lei autorizar ou determinar.
Esse princípio é o que melhor caracteriza o estado Estado de Direito, pois o administrador pú-
blico não pode agir de acordo com sua própria vontade; deve agir de acordo com o interesse do
povo, titular do poder. Como, em última instância, as leis são feitas pelo povo, por meio de seus
representantes, pressupõe-se que estão de acordo com o interesse público.

1.2. PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE

O administrador público deve ser impessoal, tendo sempre como finalidade a satisfação do in-
teresse público, não podendo beneficiar nem prejudicar a si ou determinada pessoa.
Esse princípio é visto sob dois aspectos:

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a) como determinante da finalidade de toda atuação administrativa – inevitavelmente, deter-


minados atos podem ter por consequência benefícios ou prejuízos a alguém, porém, a atu-
ação do administrador deve visar ao interesse público, sob pena de tal ato ser considerado
nulo por desvio de finalidade;
b) como vedação a que o agente público se valha das atividades desenvolvidas pela adminis-
tração para obter benefício ou promoção pessoal – é vedada a promoção pessoal do agen-
te público pela sua atuação como administrador.

Como exemplos de aplicação do princípio da impessoalidade, podemos citar a imposição de


concurso público como condição para ingresso em cargo efetivo ou emprego público e a exi-
gência de licitações públicas para contratações pela administração.

1.3. PRINCÍPIO DA MORALIDADE

A moral administrativa está ligada à ideia de ética, probidade e de boa-fé. Não basta que a
atuação do administrador público seja legal, precisa ser moral também, já que nem tudo que é
legal é honesto.
Ato contrário a moral não é apenas inoportuno ou inconveniente, é considerado nulo.

1.4. PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE

Esse princípio é tratado sob dois prismas:


a) exigência de publicação em órgão oficial como requisito de eficácia dos atos administrati-
vos gerais que devam produzir efeitos externos ou onerem o patrimônio público – enquan-
to não for publicado, o ato não pode produzir efeitos;
b) exigência de transparência da atuação administrativa – finalidade de possibilitar, de forma
mais ampla possível, controle da administração pública pelo povo.

1.5. PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA

O princípio da eficiência foi inserido o caput do art. 37 por meio da EC nº 19/1998 e visa a
atingir os objetivos de boa prestação dos serviços, de modo mais simples, rápido e econômico,
melhorando a relação custo/benefício da atividade da administração pública. O administrador
deve ter planejamento, procurando a melhor solução para atingir a finalidade e interesse públi-
co do ato.
Esse princípio, porém, não tem um caráter absoluto, já que não é possível afastar os outros
princípios da administração sob o argumento de dar maior eficiência ao ato. Por exemplo, não
se pode afastar as etapas legais (princípio da legalidade) de um procedimento licitatório a fim
de ter maior eficiência.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1363
2. Cargos, empregos e funções públicas

São acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como
aos estrangeiros, na forma da lei.
Obs.: Lei nº 8.112/90, art. 5º, § 3º As universidades e instituições de pesquisa científica e tec-
nológica federais poderão prover seus cargos com professores, técnicos e cientistas estrangei-
ros, de acordo com as normas e os procedimentos desta Lei.

3. Exigência de concurso público

A regra é que a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em


concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade
do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em co-
missão declarado em lei de livre nomeação e exoneração.

4. Prazo de validade do concurso

O prazo de validade do concurso público será de até 2 anos, prorrogável uma vez, por igual pe-
ríodo; ou seja, o prazo pode ser menor do que 2 anos; assim, se o prazo for de 1 ano, poderá ser
prorrogado por mais 1 ano apenas.

5. Prioridade de nomeação

Durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concur-


so público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concur-
sados para assumir cargo ou emprego, na carreira.
Obs.: Lei nº 8.112/90, art. 12, § 2º Não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato
aprovado em concurso anterior com prazo de validade não expirado.

6. Direito à livre associação sindical

É garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical, regra aplicável apenas
aos servidores públicos civis, já que a CF veda a aplicação aos militares (art. 142, § 3º, IV, CF).

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7. Direito de greve

O direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica; porém,
ainda não há regulamentação legal, o que fez com que o STF decidisse pela aplicação da lei que
regulamenta o direito de greve do empregado na iniciativa privada (Lei nº 7783/89).

8. Reserva de percentual aos portadores de deficiência

A lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de
deficiência e definirá os critérios de sua admissão.
Obs.: Lei nº 8.112/90, art. 5º, § 2º Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o
direito de se inscrever em concurso público para provimento de cargo cujas atribuições sejam
compatíveis com a deficiência de que são portadoras; para tais pessoas serão reservadas até
20% das vagas oferecidas no concurso.

9. Fixação e revisão geral da remuneração

A remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente po-
derão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso,
assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices.

10. Teto remuneratório

Agentes públicos não podem receber remuneração maior do que o subsídio mensal pago aos
Ministros do Supremo Tribunal Federal (é o chamado teto absoluto). Há também o chamado
subteto:
I – nos Municípios, nenhum servidor poderá ganhar mais do que o prefeito;
II – nos Estados e Distrito Federal, se Poder Executivo, nenhum servidor pode ganhar mais do
que o Governador, se Poder Legislativo, nenhum servidor pode ganhar mais do que os Deputa-
dos Estaduais ou Distritais, se Poder Judiciário, nenhum servidor pode ganhar mais do que os
Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça.
Obs.: Não serão computadas, para efeito desses limites remuneratórios, as parcelas de caráter
indenizatório previstas em lei.

Teto absoluto Nenhum agente público pode receber remuneração maior do que Ministro do STF

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Subteto
Agentes Públicos Âmbito Não pode ganhar mais do que
Municipais Geral Prefeito
Poder Executivo Governador
Estaduais e Distritais Poder Legislativo Deputados Estaduais ou Distritais
Poder Judiciário Desembargadores do TJ

11. Mandato eletivo


Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de manda-
to eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:
I – tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo,
emprego ou função;
II – investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe
facultado optar pela sua remuneração;
III – investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as
vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e,
não havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;
IV – em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo
de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;
V – para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento, os valores serão determi-
nados como se no exercício estivesse.

Mandato eletivo federal, estadual ou distrital •• será afastado e receberá a $ do mandato.


•• será afastado e poderá optar pela sua remune-
Mandato de Prefeito
ração ou a remuneração do mandato.
a) havendo compatibilidade de horários, perce-
berá $ do cargo, emprego ou função + a remu-
neração do cargo eletivo (acumulará);
Mandato de Vereador
b) não havendo compatibilidade de horários,
será afastado e poderá optar pela sua remune-
ração ou a remuneração do mandato.

12. Irredutibilidade de vencimentos e subsídios

Em regra, o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são


irredutíveis, respeitando-se o teto tratado acima.

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13. Acumulação de cargos públicos

É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, bem como de empregos e funções,


abrangendo autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas
subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público; porém,
é permitida a acumulação, excepcionalmente, quando houver compatibilidade de horários, ob-
servado em qualquer caso o disposto no inciso XI (teto):
a) a de dois cargos de professor;
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regula-
mentadas.

14. Acumulação de proventos com remuneração

É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria (art. 40, art. 42 e 142, CF)
com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis
na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de
livre nomeação e exoneração.

15. Atos de Improbidade Administrativa

Os atos de improbidade administrativa importarão:


a) a suspensão dos direitos políticos;
b) a perda da função pública;
c) a indisponibilidade dos bens;
d) e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei;
e) sem prejuízo da ação penal cabível.

16. Responsabilidade por danos

As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos


responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado
o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. Portanto, quem respon-
de pelos danos causados a terceiros por agentes públicos são as respectivas pessoas jurídicas;
porém, se houver culpa ou dolo do agente, o Poder Público poderá cobrá-lo o ressarcimento.

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17. Obrigatoriedade de regime jurídico único

A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua compe-


tência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração pública
direta, das autarquias e das fundações públicas. Cada ente da Federação deve definir se o re-
gime de todos os seus servidores (em sentido amplo) será celetista ou estatutário. Essa regra
foi alterada pela EC nº 19/1998, eliminando o regime único. Porém, o STF suspendeu a eficácia
da nova redação, passando a constar novamente a redação original (de regime jurídico único).
Por exemplo, a Lei nº 8.112/1990 institui o regime estatutário para todos os servidores civis da
União, autarquias e fundações públicas Federais.

18. Estabilidade

São estáveis após 3 anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento
efetivo em virtude de concurso público + avaliação especial de desempenho por comissão
instituída para essa finalidade. Portanto, são requisitos para aquisição da estabilidade:
a) aprovação em concurso público;
b) nomeação para cargo público efetivo;
c) 3 anos de efetivo exercício;
d) avaliação especial de desempenho.

A estabilidade é a garantia de permanência do servidor no serviço público, mas não é absoluta,


sendo que a própria CF prevê que o servidor público estável só perderá o cargo:
I – em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
II – mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;
III – mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei comple-
mentar, assegurada ampla defesa.
Também poderá perder o cargo em caso de despesa de pessoal acima dos limites legais (art. 169, CF).
A Lei Complementar nº 101/200 (Lei de Responsabilidade Fiscal) estabelece que o limite de despesa
com pessoal da União é de 50% da receita líquida, enquanto dos Estados e Municípios é de 60%. Ultra-
passados esses limites, o ente deverá tomar as seguintes providências: a) reduzir em pelo menos 20%
as despesas com cargos em comissão e funções de confiança; b) exoneração dos servidores não está-
veis; c) se ainda assim ficar fora dos limites legais, o servidor estável poderá perder o cargo.

19. Reintegração

Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o even-
tual ocupante da vaga, se estável, será reconduzido ao cargo de origem, sem direito à indeniza-
ção, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional
ao tempo de serviço.

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20. Disponibilidade

Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em disponibilida-


de, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento
em outro cargo.

21. Aposentadoria

Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu-
nicípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência (Regime
Próprio de Previdência Social – RPPS) de caráter contributivo e solidário, mediante contribui-
ção do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados
critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial. Obs.: O Estatuto trará as regras para
a aposentadoria.
Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre nome-
ação e exoneração bem como de outro cargo temporário ou de emprego público, aplica-se o
Regime Geral de Previdência Social (RGPS), ou seja, o regime geral aplicável aos trabalhadores
da iniciativa provada regidos pela CLT.
Os servidores abrangidos pelo Regime Próprio de Previdência Social (os servidores de cargos
efetivos) serão aposentados, calculados os seus proventos a partir dos valores fixados na forma
dos §§ 3º e 17:
I – por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao tempo de contribuição,
exceto se decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa
ou incurável, na forma da lei;
II – compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70 anos
de idade, ou aos 75 anos de idade, na forma de lei complementar;
III – voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de 10 anos de efetivo exercício
no serviço público e 5 anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, observadas as
seguintes condições:
a) 60 anos de idade e 35 de contribuição, se homem, e 55 anos de idade e 30 de contribui-
ção, se mulher;
b) 65 anos de idade, se homem, e 60 anos de idade, se mulher, com proventos proporcionais
ao tempo de contribuição.

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Questões

1. (FCC – ANALISTA) Os princípios constitucio- c) moralidade.


nais expressos da Administração pública re- d) publicidade.
lacionados no art. 37 da Constituição Fede- e) eficiência.
ral dizem respeito a:
5. (CESPE – ANALISTA) Acerca da administra-
a) legalidade, irreversibilidade, moralida- ção pública, da organização dos poderes e da
de, publicidade e executoriedade. organização do Estado, julgue os itens que se
b) legitimidade, imperatividade, modici- seguem. Caso preencha os requisitos de ida-
dade, pluralidade e efetividade. de e contribuição, o indivíduo que trabalhe
c) autoaplicabilidade, imperatividade, por vários anos em determinado Tribunal Re-
moralidade, pluralidade e eficácia. gional Eleitoral ocupando, exclusivamente,
d) legalidade, impessoalidade, moralida- cargo em comissão terá direito à aposenta-
de, publicidade e eficiência. doria estatutária se decidir se aposentar vo-
e) legitimidade, legalidade, modicidade, luntariamente.
pluralidade e executoriedade.
( ) Certo   ( ) Errado
2. (CESPE – TECNICO) No que se refere ao re-
gime jurídico-administrativo brasileiro e aos 6. (CESPE – TECNICO) A respeito dos Poderes
princípios regentes da administração públi- Legislativo e Executivo e do regime consti-
ca, julgue os próximos itens. O princípio da tucional da administração pública, julgue
eficiência está previsto no texto constitucio- os itens a seguir. Considere que Afonso seja
nal de forma explícita. servidor do Tribunal Regional Eleitoral do
( ) Certo   ( ) Errado Estado de Goiás e tenha sido eleito como
deputado estadual. Nessa situação, se hou-
ver compatibilidade de horário entre suas
3. (CESPE – SUPERIOR) No que se refere a atividades no tribunal e sua atuação como
ato administrativo, agente público e prin- deputado, Afonso pode acumular os dois
cípios da administração pública, julgue os cargos e receber as vantagens e as remune-
próximos itens. O princípio da eficiência, rações a eles referentes.
considerado um dos princípios inerentes à
administração pública, não consta expressa- ( ) Certo   ( ) Errado
mente na CF.
( ) Certo   ( ) Errado 7. (CESPE – TECNICO) Com relação aos servi-
dores públicos, julgue os próximos itens, de
acordo com a Constituição Federal de 1988. O
4. (VUNESP – SUPERIOR) O padrão que define servidor público da administração direta que
que a conduta ética dos servidores públicos for investido no mandato de vereador deverá
não pode ir de encontro ao padrão ético optar entre a remuneração da vereança e a de
mais geral da sociedade, segundo a Consti- seu cargo público.
tuição Federal, é o princípio da Administra-
ção Pública denominado. ( ) Certo   ( ) Errado
a) subsidiariedade.
b) impessoalidade.

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8. (CESPE – TÉCNICO) No que se refere aos prin- 12. (CESPE – ANALISTA) No que se refere à ad-
cípios e conceitos da administração pública e ministração pública, aos direitos políticos
aos servidores públicos, julgue os próximos e às comissões parlamentares de inquérito
itens. A vedação ao acúmulo remunerado de (CPIs), julgue os itens que se seguem. Os
cargos, empregos ou funções públicas não se servidores nomeados para cargo de provi-
estende aos empregados das sociedades de mento efetivo em virtude de concurso pú-
economia mista. blico são estáveis após dois anos de efetivo
exercício.
( ) Certo   ( ) Errado
( ) Certo   ( ) Errado
9. (CESPE – TÉCNICO) No que se refere aos
princípios e conceitos da administração pú- 13. (CESPE – ANALISTA) Acerca das disposições
blica e aos servidores públicos, julgue os referentes à administração pública, às compe-
próximos itens. O prazo de validade de con- tências constitucionais dos entes federados e
curso público é de até dois anos, podendo ao Poder Judiciário, julgue os itens a seguir. Os
ele ser prorrogado enquanto houver candi- cargos, empregos e funções públicas são aces-
datos aprovados no cadastro de reserva. síveis apenas a brasileiros natos e naturaliza-
dos que preencham os requisitos estabeleci-
( ) Certo   ( ) Errado dos em lei.
( ) Certo   ( ) Errado
10. (CESGRANRIO – TÉCNICO) Um dos grandes
temas tratados na Constituição Federal é
o do acesso facilitado aos cargos públicos. 14. (CESPE – SUPERIOR) A respeito da organi-
Dentre as inovações constantes da Consti- zação político-administrativa do Estado e da
tuição Federal em vigor, encontra-se a pos- administração pública, julgue os próximos
sibilidade de a lei estabelecer percentual itens. O texto constitucional é silente em
dos cargos e empregos públicos para as pes- relação ao direito de greve dos servidores
soas públicos.

a) menores de dezoito anos ( ) Certo   ( ) Errado


b) estrangeiras em situação de risco
c) consideradas de menor rendimento 15. (CESPE – ANALISTA) No que diz respeito aos
econômico servidores públicos segundo disposições da
d) portadoras de deficiência CF, julgue os itens subsequentes. Os subsí-
e) moradoras em locais considerados peri- dios e as remunerações dos servidores pú-
gosos blicos federais, incluídas as verbas de qual-
quer natureza, mesmo indenizatórias, não
11. (CESPE – ANALISTA) No que se refere às dis- podem exceder o subsídio mensal dos mi-
posições gerais relacionadas aos servidores nistros do Supremo Tribunal Federal (STF).
públicos, julgue os itens a seguir. De acor-
do com a CF, os servidores nomeados para ( ) Certo   ( ) Errado
cargo de provimento efetivo em virtude de
concurso público adquirem a estabilidade
16. (CESPE – ANALISTA) No que se refere a
após dois anos de efetivo exercício.
ato administrativo, agente público e prin-
( ) Certo   ( ) Errado cípios da administração pública, julgue os
próximos itens. O princípio da eficiência,
considerado um dos princípios inerentes à

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administração pública, não consta expressa-


mente na CF.
( ) Certo   ( ) Errado

17. (VUNESP – SUPERIOR) Os atos de improbi-


dade administrativa importarão, nos termos
da Constituição Federal, dentre outros,
a) a prisão provisória, sem direito à fiança.
b) a indisponibilidade dos bens.
c) a impossibilidade de deixar o país.
d) a suspensão dos direitos civis.
e) o pagamento de multa ao Fundo de
Proteção Social.

18. (ESAF – ANALISTA) A Constituição Federal


traz vários mandamentos referentes aos
servidores públicos. Desse modo, assinale a
opção correta.
a) É garantido ao servidor público civil o
direito à livre associação sindical.
b) O ocupante de cargo público efetivo
tem direito ao fundo de garantia por
tempo de serviço.
c) São estáveis, após dois anos de efetivo
exercício, os servidores nomeados para
cargo de provimento efetivo em virtude
de concurso público.
d) Os estrangeiros nunca podem assumir
cargos públicos.
e) Não há previsão de que o servidor
público goze de licença paternidade.

Gabarito: 1. D 2. Certo 3. Errado 4. C 5. Errado 6. Errado 7. Errado 8. Errado 9. Errado 10. D 11. Errado 
12. Errado 13. Errado 14. Errado 15. Errado 16. Errado 17. B 18. A

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LEI Nº 8.112/1990 –
ESTATUTO DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS FEDERAIS

LEI Nº 8.112, TÍTULO II


DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990
Do Provimento, Vacância, Remoção,
Dispõe sobre o regime jurídico dos servidores Redistribuição e Substituição
públicos civis da União, das autarquias e das
fundações públicas federais.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a se- CAPÍTULO I
guinte Lei: DO PROVIMENTO
Seção I
TÍTULO I DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 5º São requisitos básicos para investidura
em cargo público:
CAPÍTULO ÚNICO I – a nacionalidade brasileira;
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
II – o gozo dos direitos políticos;
Art. 1º Esta Lei institui o Regime Jurídico dos III – a quitação com as obrigações militares
Servidores Públicos Civis da União, das autar- e eleitorais;
quias, inclusive as em regime especial, e das
fundações públicas federais. IV – o nível de escolaridade exigido para o
exercício do cargo;
Art. 2º Para os efeitos desta Lei, servidor é a
pessoa legalmente investida em cargo público. V – a idade mínima de dezoito anos;
Art. 3º Cargo público é o conjunto de atribui- VI – aptidão física e mental.
ções e responsabilidades previstas na estrutura
organizacional que devem ser cometidas a um § 1º As atribuições do cargo podem justifi-
servidor. car a exigência de outros requisitos estabe-
lecidos em lei.
Parágrafo único. Os cargos públicos, acessí-
veis a todos os brasileiros, são criados por § 2º Às pessoas portadoras de deficiência
lei, com denominação própria e vencimento é assegurado o direito de se inscrever em
pago pelos cofres públicos, para provimen- concurso público para provimento de cargo
to em caráter efetivo ou em comissão. cujas atribuições sejam compatíveis com a
deficiência de que são portadoras; para tais
Art. 4º É proibida a prestação de serviços gratui- pessoas serão reservadas até 20% (vinte por
tos, salvo os casos previstos em lei. cento) das vagas oferecidas no concurso.
§ 3º As universidades e instituições de pes-
quisa científica e tecnológica federais po-
derão prover seus cargos com professores,
técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo

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ATA – Regime Jurídico dos Agentes Públicos – Profª Tatiana Marcello

com as normas e os procedimentos desta Art. 10. A nomeação para cargo de carreira ou
Lei. (Incluído pela Lei nº 9.515, de 20.11.97) cargo isolado de provimento efetivo depende
de prévia habilitação em concurso público de
Art. 6º O provimento dos cargos públicos far-se- provas ou de provas e títulos, obedecidos a or-
-á mediante ato da autoridade competente de dem de classificação e o prazo de sua validade.
cada Poder.
Parágrafo único. Os demais requisitos para
Art. 7º A investidura em cargo público ocorrerá o ingresso e o desenvolvimento do servidor
com a posse. na carreira, mediante promoção, serão es-
Art. 8º São formas de provimento de cargo pú- tabelecidos pela lei que fixar as diretrizes do
blico: sistema de carreira na Administração Públi-
ca Federal e seus regulamentos. (Redação
I – nomeação; dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
II – promoção; Seção III
III – ascensão; DO CONCURSO PÚBLICO
IV – transferência; Art. 11. O concurso será de provas ou de provas
V – readaptação; e títulos, podendo ser realizado em duas eta-
pas, conforme dispuserem a lei e o regulamento
VI – reversão; do respectivo plano de carreira, condicionada a
inscrição do candidato ao pagamento do valor
VII – aproveitamento; fixado no edital, quando indispensável ao seu
VIII – reintegração; custeio, e ressalvadas as hipóteses de isenção
nele expressamente previstas. (Redação dada
IX – recondução. pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) (Regulamento)
Seção II Art. 12. O concurso público terá validade de até
DA NOMEAÇÃO 2 (dois) anos, podendo ser prorrogado uma úni-
ca vez, por igual período.
Art. 9º A nomeação far-se-á:
§ 1º O prazo de validade do concurso e as
I – em caráter efetivo, quando se tratar de condições de sua realização serão fixados
cargo isolado de provimento efetivo ou de em edital, que será publicado no Diário Ofi-
carreira; cial da União e em jornal diário de grande
circulação.
II – em comissão, inclusive na condição
de interino, para cargos de confiança va- § 2º Não se abrirá novo concurso enquan-
gos. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de to houver candidato aprovado em concurso
10.12.97) anterior com prazo de validade não expira-
do.
Parágrafo único. O servidor ocupante de
cargo em comissão ou de natureza especial Seção IV
poderá ser nomeado para ter exercício, in- DA POSSE E DO EXERCÍCIO
terinamente, em outro cargo de confiança,
sem prejuízo das atribuições do que atual- Art. 13. A posse dar-se-á pela assinatura do
mente ocupa, hipótese em que deverá op- respectivo termo, no qual deverão constar as
tar pela remuneração de um deles durante atribuições, os deveres, as responsabilidades
o período da interinidade. (Redação dada e os direitos inerentes ao cargo ocupado, que
pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) não poderão ser alterados unilateralmente, por

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qualquer das partes, ressalvados os atos de ofí- nação para função de confiança, se não en-
cio previstos em lei. trar em exercício nos prazos previstos neste
artigo, observado o disposto no art. 18. (Re-
§ 1º A posse ocorrerá no prazo de trinta dação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
dias contados da publicação do ato de pro-
vimento. (Redação dada pela Lei nº 9.527, § 3º À autoridade competente do órgão ou
de 10.12.97) entidade para onde for nomeado ou de-
signado o servidor compete dar-lhe exer-
§ 2º Em se tratando de servidor, que esteja cício. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
na data de publicação do ato de provimen- 10.12.97)
to, em licença prevista nos incisos I, III e V
do art. 81, ou afastado nas hipóteses dos in- § 4º O início do exercício de função de con-
cisos I, IV, VI, VIII, alíneas "a", "b", "d", "e" fiança coincidirá com a data de publicação
e "f", IX e X do art. 102, o prazo será con- do ato de designação, salvo quando o servi-
tado do término do impedimento. (Redação dor estiver em licença ou afastado por qual-
dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) quer outro motivo legal, hipótese em que
recairá no primeiro dia útil após o término
§ 3º A posse poderá dar-se mediante procu- do impedimento, que não poderá exceder a
ração específica. trinta dias da publicação. (Incluído pela Lei
§ 4º Só haverá posse nos casos de provi- nº 9.527, de 10.12.97)
mento de cargo por nomeação. (Redação Art. 16. O início, a suspensão, a interrupção e o
dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) reinício do exercício serão registrados no assen-
§ 5º No ato da posse, o servidor apresen- tamento individual do servidor.
tará declaração de bens e valores que cons- Parágrafo único. Ao entrar em exercício, o
tituem seu patrimônio e declaração quanto servidor apresentará ao órgão competente
ao exercício ou não de outro cargo, empre- os elementos necessários ao seu assenta-
go ou função pública. mento individual.
§ 6º Será tornado sem efeito o ato de provi- Art. 17. A promoção não interrompe o tempo
mento se a posse não ocorrer no prazo pre- de exercício, que é contado no novo posiciona-
visto no § 1º deste artigo. mento na carreira a partir da data de publicação
Art. 14. A posse em cargo público dependerá de do ato que promover o servidor. (Redação dada
prévia inspeção médica oficial. pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Parágrafo único. Só poderá ser empossado Art. 18. O servidor que deva ter exercício em
aquele que for julgado apto física e mental- outro município em razão de ter sido removi-
mente para o exercício do cargo. do, redistribuído, requisitado, cedido ou posto
em exercício provisório terá, no mínimo, dez e,
Art. 15. Exercício é o efetivo desempenho das no máximo, trinta dias de prazo, contados da
atribuições do cargo público ou da função de publicação do ato, para a retomada do efetivo
confiança. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de desempenho das atribuições do cargo, incluído
10.12.97) nesse prazo o tempo necessário para o desloca-
§ 1º É de quinze dias o prazo para o servi- mento para a nova sede. (Redação dada pela Lei
dor empossado em cargo público entrar em nº 9.527, de 10.12.97)
exercício, contados da data da posse. (Reda- § 1º Na hipótese de o servidor encontrar-se
ção dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) em licença ou afastado legalmente, o pra-
§ 2º O servidor será exonerado do cargo ou zo a que se refere este artigo será contado
será tornado sem efeito o ato de sua desig- a partir do término do impedimento. (Pa-

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rágrafo renumerado e alterado pela Lei nº ou cargo, sem prejuízo da continuidade de


9.527, de 10.12.97) apuração dos fatores enumerados nos in-
cisos I a V do caput deste artigo. (Redação
§ 2º É facultado ao servidor declinar dos dada pela Lei nº 11.784, de 2008)
prazos estabelecidos no caput. (Incluído
pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) § 2º O servidor não aprovado no estágio
probatório será exonerado ou, se estável,
Art. 19. Os servidores cumprirão jornada de tra- reconduzido ao cargo anteriormente ocupa-
balho fixada em razão das atribuições pertinen- do, observado o disposto no parágrafo úni-
tes aos respectivos cargos, respeitada a duração co do art. 29.
máxima do trabalho semanal de quarenta horas
e observados os limites mínimo e máximo de § 3º O servidor em estágio probatório pode-
seis horas e oito horas diárias, respectivamente. rá exercer quaisquer cargos de provimento
(Redação dada pela Lei nº 8.270, de 17.12.91) em comissão ou funções de direção, chefia
ou assessoramento no órgão ou entidade
§ 1º O ocupante de cargo em comissão ou de lotação, e somente poderá ser cedido a
função de confiança submete-se a regime outro órgão ou entidade para ocupar cargos
de integral dedicação ao serviço, observado de Natureza Especial, cargos de provimen-
o disposto no art. 120, podendo ser convo- to em comissão do Grupo-Direção e Asses-
cado sempre que houver interesse da Admi- soramento Superiores – DAS, de níveis 6, 5
nistração. (Redação dada pela Lei nº 9.527, e 4, ou equivalentes. (Incluído pela Lei nº
de 10.12.97) 9.527, de 10.12.97)
§ 2º O disposto neste artigo não se aplica § 4º Ao servidor em estágio probatório so-
a duração de trabalho estabelecida em leis mente poderão ser concedidas as licenças e
especiais. (Incluído pela Lei nº 8.270, de os afastamentos previstos nos arts. 81, in-
17.12.91) cisos I a IV, 94, 95 e 96, bem assim afasta-
Art. 20. Ao entrar em exercício, o servidor no- mento para participar de curso de formação
meado para cargo de provimento efetivo ficará decorrente de aprovação em concurso para
sujeito a estágio probatório por período de 24 outro cargo na Administração Pública Fede-
(vinte e quatro) meses, durante o qual a sua ap- ral. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
tidão e capacidade serão objeto de avaliação § 5º O estágio probatório ficará suspenso
para o desempenho do cargo, observados os se- durante as licenças e os afastamentos pre-
guintes fatores: (Vide EMC nº 19) vistos nos arts. 83, 84, § 1º, 86 e 96, bem
I – assiduidade; assim na hipótese de participação em curso
de formação, e será retomado a partir do
II – disciplina; término do impedimento. (Incluído pela Lei
III – capacidade de iniciativa; nº 9.527, de 10.12.97)

IV – produtividade; Seção V
DA ESTABILIDADE
V – responsabilidade.
§ 1º 4 (quatro) meses antes de findo o perí- Art. 21. O servidor habilitado em concurso pú-
odo do estágio probatório, será submetida blico e empossado em cargo de provimento
à homologação da autoridade competente efetivo adquirirá estabilidade no serviço público
a avaliação do desempenho do servidor, re- ao completar 2 (dois) anos de efetivo exercício.
alizada por comissão constituída para essa (prazo 3 anos – vide EMC nº 19)
finalidade, de acordo com o que dispuser a
lei ou o regulamento da respectiva carreira

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Art. 22. O servidor estável só perderá o cargo b) a aposentadoria tenha sido voluntária;
em virtude de sentença judicial transitada em (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-
julgado ou de processo administrativo discipli- 45, de 4.9.2001)
nar no qual lhe seja assegurada ampla defesa.
c) estável quando na atividade; (Incluído
Seção VI pela Medida Provisória nº 2.225-45, de
DA TRANSFERÊNCIA 4.9.2001)
d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco
Art. 23. (Revogado) anos anteriores à solicitação; (Incluído pela
Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
Seção VII
DA READAPTAÇÃO e) haja cargo vago. (Incluído pela Medida
Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
Art. 24. Readaptação é a investidura do servidor
em cargo de atribuições e responsabilidades § 1º A reversão far-se-á no mesmo cargo ou
compatíveis com a limitação que tenha sofrido no cargo resultante de sua transformação.
em sua capacidade física ou mental verificada (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-
em inspeção médica. 45, de 4.9.2001)

§ 1º Se julgado incapaz para o serviço públi- § 2º O tempo em que o servidor estiver em


co, o readaptando será aposentado. exercício será considerado para concessão
da aposentadoria. (Incluído pela Medida
§ 2º A readaptação será efetivada em car- Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
go de atribuições afins, respeitada a habili-
tação exigida, nível de escolaridade e equi- § 3º No caso do inciso I, encontrando-se
valência de vencimentos e, na hipótese de provido o cargo, o servidor exercerá suas
inexistência de cargo vago, o servidor exer- atribuições como excedente, até a ocorrên-
cerá suas atribuições como excedente, até a cia de vaga. (Incluído pela Medida Provisó-
ocorrência de vaga. (Redação dada pela Lei ria nº 2.225-45, de 4.9.2001)
nº 9.527, de 10.12.97) § 4º O servidor que retornar à atividade por
interesse da administração perceberá, em
Seção VIII substituição aos proventos da aposentado-
DA REVERSÃO ria, a remuneração do cargo que voltar a
exercer, inclusive com as vantagens de na-
(Regulamento Dec. nº 3.644, de 30.11.2000)
tureza pessoal que percebia anteriormente
Art. 25. Reversão é o retorno à atividade de ser- à aposentadoria. (Incluído pela Medida Pro-
vidor aposentado: (Redação dada pela Medida visória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
§ 5º O servidor de que trata o inciso II so-
I – por invalidez, quando junta médica ofi- mente terá os proventos calculados com
cial declarar insubsistentes os motivos da base nas regras atuais se permanecer pelo
aposentadoria; ou (Incluído pela Medida menos cinco anos no cargo. (Incluído pela
Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
II – no interesse da administração, desde § 6º O Poder Executivo regulamentará o dis-
que: (Incluído pela Medida Provisória nº posto neste artigo. (Incluído pela Medida
2.225-45, de 4.9.2001) Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
a) tenha solicitado a reversão; (Incluído pela Art. 27. Não poderá reverter o aposentado que
Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) já tiver completado 70 (setenta) anos de idade.

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Seção IX ocorrer nos órgãos ou entidades da Administra-


DA REINTEGRAÇÃO ção Pública Federal.
Parágrafo único. Na hipótese prevista no §
Art. 28. A reintegração é a reinvestidura do ser- 3º do art. 37, o servidor posto em disponi-
vidor estável no cargo anteriormente ocupado, bilidade poderá ser mantido sob responsa-
ou no cargo resultante de sua transformação, bilidade do órgão central do Sistema de Pes-
quando invalidada a sua demissão por decisão soal Civil da Administração Federal – SIPEC,
administrativa ou judicial, com ressarcimento até o seu adequado aproveitamento em ou-
de todas as vantagens. tro órgão ou entidade. (Parágrafo incluído
§ 1º Na hipótese de o cargo ter sido extinto, pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
o servidor ficará em disponibilidade, obser- Art. 32. Será tornado sem efeito o aproveita-
vado o disposto nos arts. 30 e 31. mento e cassada a disponibilidade se o servidor
§ 2º Encontrando-se provido o cargo, o seu não entrar em exercício no prazo legal, salvo do-
eventual ocupante será reconduzido ao car- ença comprovada por junta médica oficial.
go de origem, sem direito à indenização ou
aproveitado em outro cargo, ou, ainda, pos-
to em disponibilidade.
CAPÍTULO II
Seção X DA VACÂNCIA
DA RECONDUÇÃO
Art. 33. A vacância do cargo público decorrerá
Art. 29. Recondução é o retorno do servidor es- de:
tável ao cargo anteriormente ocupado e decor-
I – exoneração;
rerá de:
II – demissão;
I – inabilitação em estágio probatório relati-
vo a outro cargo; III – promoção;
II – reintegração do anterior ocupante. IV – ascensão; (Revogado)
Parágrafo único. Encontrando-se provido o V – transferência (Revogado)
cargo de origem, o servidor será aproveita-
do em outro, observado o disposto no art. VI – readaptação;
30. VII – aposentadoria;
Seção XI VIII – posse em outro cargo inacumulável;
DA DISPONIBILIDADE E DO IX – falecimento.
APROVEITAMENTO
Art. 34. A exoneração de cargo efetivo dar-se-á
Art. 30. O retorno à atividade de servidor em a pedido do servidor, ou de ofício.
disponibilidade far-se-á mediante aproveita-
mento obrigatório em cargo de atribuições e Parágrafo único. A exoneração de ofício
vencimentos compatíveis com o anteriormente dar-se-á:
ocupado. I – quando não satisfeitas as condições do
Art. 31. O órgão Central do Sistema de Pessoal estágio probatório;
Civil determinará o imediato aproveitamento de
servidor em disponibilidade em vaga que vier a

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II – quando, tendo tomado posse, o servi- ção por junta médica oficial; (Incluído pela
dor não entrar em exercício no prazo esta- Lei nº 9.527, de 10.12.97)
belecido.
c) em virtude de processo seletivo promo-
Art. 35. A exoneração de cargo em comissão e a vido, na hipótese em que o número de inte-
dispensa de função de confiança dar-se-á: (Re- ressados for superior ao número de vagas,
dação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) de acordo com normas preestabelecidas
pelo órgão ou entidade em que aqueles es-
I – a juízo da autoridade competente; tejam lotados. (Incluído pela Lei nº 9.527,
II – a pedido do próprio servidor. de 10.12.97)

Seção II
DA REDISTRIBUIÇÃO
CAPÍTULO III
Art. 37. Redistribuição é o deslocamento de car-
DA REMOÇÃO E DA REDISTRIBUIÇÃO
go de provimento efetivo, ocupado ou vago no
âmbito do quadro geral de pessoal, para outro
Seção I
órgão ou entidade do mesmo Poder, com prévia
DA REMOÇÃO apreciação do órgão central do SIPEC, observa-
dos os seguintes preceitos: (Redação dada pela
Art. 36. Remoção é o deslocamento do servi-
Lei nº 9.527, de 10.12.97)
dor, a pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo
quadro, com ou sem mudança de sede. I – interesse da administração; (Incluído
pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Parágrafo único. Para fins do disposto neste
artigo, entende-se por modalidades de re- II – equivalência de vencimentos; (Incluído
moção: (Redação dada pela Lei nº 9.527, de pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
10.12.97)
III – manutenção da essência das atribui-
I – de ofício, no interesse da Administração; ções do cargo; (Incluído pela Lei nº 9.527,
(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) de 10.12.97)
II – a pedido, a critério da Administração; IV – vinculação entre os graus de responsa-
(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) bilidade e complexidade das atividades; (In-
cluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
III – a pedido, para outra localidade, in-
dependentemente do interesse da Admi- V – mesmo nível de escolaridade, especia-
nistração: (Incluído pela Lei nº 9.527, de lidade ou habilitação profissional; (Incluído
10.12.97) pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
a) para acompanhar cônjuge ou compa- VI – compatibilidade entre as atribuições do
nheiro, também servidor público civil ou cargo e as finalidades institucionais do ór-
militar, de qualquer dos Poderes da União, gão ou entidade. (Incluído pela Lei nº 9.527,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu- de 10.12.97)
nicípios, que foi deslocado no interesse da
Administração; (Incluído pela Lei nº 9.527, § 1º A redistribuição ocorrerá ex officio para
de 10.12.97) ajustamento de lotação e da força de traba-
lho às necessidades dos serviços, inclusive
b) por motivo de saúde do servidor, cônju- nos casos de reorganização, extinção ou
ge, companheiro ou dependente que viva criação de órgão ou entidade. (Incluído pela
às suas expensas e conste do seu assenta- Lei nº 9.527, de 10.12.97)
mento funcional, condicionada à comprova-

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§ 2º A redistribuição de cargos efetivos vagos tos legais do titular, superiores a trinta dias
se dará mediante ato conjunto entre o órgão consecutivos, paga na proporção dos dias
central do SIPEC e os órgãos e entidades da Ad- de efetiva substituição, que excederem o
ministração Pública Federal envolvidos. (Incluí- referido período. (Redação dada pela Lei nº
do pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) 9.527, de 10.12.97)
§ 3º Nos casos de reorganização ou extinção de Art. 39. O disposto no artigo anterior aplica-se
órgão ou entidade, extinto o cargo ou declara- aos titulares de unidades administrativas orga-
da sua desnecessidade no órgão ou entidade, o nizadas em nível de assessoria.
servidor estável que não for redistribuído será
colocado em disponibilidade, até seu aprovei-
tamento na forma dos arts. 30 e 31. (Parágrafo TÍTULO III
renumerado e alterado pela Lei nº 9.527, de
10.12.97) Dos Direitos e Vantagens
§ 4º O servidor que não for redistribuído
ou colocado em disponibilidade poderá ser
mantido sob responsabilidade do órgão
central do SIPEC, e ter exercício provisório, CAPÍTULO I
em outro órgão ou entidade, até seu ade- DO VENCIMENTO E DA
quado aproveitamento. (Incluído pela Lei nº REMUNERAÇÃO
9.527, de 10.12.97)
Art. 40. Vencimento é a retribuição pecuniária
pelo exercício de cargo público, com valor fixa-
CAPÍTULO IV do em lei.
DA SUBSTITUIÇÃO Art. 41. Remuneração é o vencimento do car-
go efetivo, acrescido das vantagens pecuniárias
Art. 38. Os servidores investidos em cargo ou permanentes estabelecidas em lei.
função de direção ou chefia e os ocupantes de
cargo de Natureza Especial terão substitutos § 1º A remuneração do servidor investido
indicados no regimento interno ou, no caso de em função ou cargo em comissão será paga
omissão, previamente designados pelo diri- na forma prevista no art. 62.
gente máximo do órgão ou entidade. (Redação
§ 2º O servidor investido em cargo em co-
dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
missão de órgão ou entidade diversa da
§ 1º O substituto assumirá automática e de sua lotação receberá a remuneração de
cumulativamente, sem prejuízo do cargo acordo com o estabelecido no § 1º do art.
que ocupa, o exercício do cargo ou função 93.
de direção ou chefia e os de Natureza Espe-
§ 3º O vencimento do cargo efetivo, acresci-
cial, nos afastamentos, impedimentos legais
do das vantagens de caráter permanente, é
ou regulamentares do titular e na vacância
irredutível.
do cargo, hipóteses em que deverá optar
pela remuneração de um deles durante o § 4º É assegurada a isonomia de vencimen-
respectivo período. (Redação dada pela Lei tos para cargos de atribuições iguais ou
nº 9.527, de 10.12.97) assemelhadas do mesmo Poder, ou entre
servidores dos três Poderes, ressalvadas as
§ 2º O substituto fará jus à retribuição pelo
vantagens de caráter individual e as relati-
exercício do cargo ou função de direção ou
vas à natureza ou ao local de trabalho.
chefia ou de cargo de Natureza Especial,
nos casos dos afastamentos ou impedimen-

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§ 5º Nenhum servidor receberá remune- na forma definida em regulamento. (Reda-
ração inferior ao salário mínimo. (Incluído ção dada pela Lei nº 13.172, de 2015)
pela Lei nº 11.784, de 2008
§ 2º O total de consignações facultativas de
Art. 42. Nenhum servidor poderá perceber, que trata o § 1º não excederá a 35% (trinta
mensalmente, a título de remuneração, impor- e cinco por cento) da remuneração mensal,
tância superior à soma dos valores percebidos sendo 5% (cinco por cento) reservados ex-
como remuneração, em espécie, a qualquer tí- clusivamente para: (Redação dada pela Lei
tulo, no âmbito dos respectivos Poderes, pelos nº 13.172, de 2015)
Ministros de Estado, por membros do Congres-
so Nacional e Ministros do Supremo Tribunal Fe- I – a amortização de despesas contraídas
deral. por meio de cartão de crédito; ou (Incluído
pela Lei nº 13.172, de 2015)
Parágrafo único. Excluem-se do teto de re-
muneração as vantagens previstas nos inci- II – a utilização com a finalidade de saque
sos II a VII do art. 61. por meio do cartão de crédito. (Incluído
pela Lei nº 13.172, de 2015)
Art. 43. (Revogado)
Art. 46. As reposições e indenizações ao erá-
Art. 44. O servidor perderá: rio, atualizadas até 30 de junho de 1994, serão
previamente comunicadas ao servidor ativo,
I – a remuneração do dia em que faltar ao aposentado ou ao pensionista, para pagamen-
serviço, sem motivo justificado; (Redação to, no prazo máximo de trinta dias, podendo ser
dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) parceladas, a pedido do interessado. (Redação
II – a parcela de remuneração diária, pro- dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de
porcional aos atrasos, ausências justifica- 4.9.2001)
das, ressalvadas as concessões de que tra- § 1º O valor de cada parcela não poderá ser
ta o art. 97, e saídas antecipadas, salvo na inferior ao correspondente a dez por cen-
hipótese de compensação de horário, até to da remuneração, provento ou pensão.
o mês subseqüente ao da ocorrência, a ser (Redação dada pela Medida Provisória nº
estabelecida pela chefia imediata. (Redação 2.225-45, de 4.9.2001)
dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 2º Quando o pagamento indevido hou-
Parágrafo único. As faltas justificadas de- ver ocorrido no mês anterior ao do pro-
correntes de caso fortuito ou de força maior cessamento da folha, a reposição será fei-
poderão ser compensadas a critério da ta imediatamente, em uma única parcela.
chefia imediata, sendo assim consideradas (Redação dada pela Medida Provisória nº
como efetivo exercício. (Incluído pela Lei nº 2.225-45, de 4.9.2001)
9.527, de 10.12.97)
§ 3º Na hipótese de valores recebidos em
Art. 45. Salvo por imposição legal, ou manda- decorrência de cumprimento a decisão limi-
do judicial, nenhum desconto incidirá sobre nar, a tutela antecipada ou a sentença que
a remuneração ou provento. (Vide Decreto venha a ser revogada ou rescindida, serão
nº 1.502, de 1995) (Vide Decreto nº 1.903, de eles atualizados até a data da reposição.
1996) (Vide Decreto nº 2.065, de 1996) (Regula- (Redação dada pela Medida Provisória nº
mento) (Regulamento) 2.225-45, de 4.9.2001)
§ 1º Mediante autorização do servidor, po- Art. 47. O servidor em débito com o erário, que
derá haver consignação em folha de paga- for demitido, exonerado ou que tiver sua apo-
mento em favor de terceiros, a critério da sentadoria ou disponibilidade cassada, terá o
administração e com reposição de custos,

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prazo de sessenta dias para quitar o débito. (Re- IV – auxílio-moradia. (Incluído pela Lei nº
dação dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, 11.355, de 2006)
de 4.9.2001)
Art. 52. Os valores das indenizações estabeleci-
Parágrafo único. A não quitação do débito das nos incisos I a III do art. 51, assim como as
no prazo previsto implicará sua inscrição em condições para a sua concessão, serão estabele-
dívida ativa. (Redação dada pela Medida cidos em regulamento. (Redação dada pela Lei
Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) nº 11.355, de 2006)
Art. 48. O vencimento, a remuneração e o pro- Subseção I
vento não serão objeto de arresto, seqüestro ou DA AJUDA DE CUSTO
penhora, exceto nos casos de prestação de ali-
mentos resultante de decisão judicial. Art. 53. A ajuda de custo destina-se a compen-
sar as despesas de instalação do servidor que,
no interesse do serviço, passar a ter exercício
em nova sede, com mudança de domicílio em
CAPÍTULO II caráter permanente, vedado o duplo pagamen-
DAS VANTAGENS to de indenização, a qualquer tempo, no caso
de o cônjuge ou companheiro que detenha tam-
Art. 49. Além do vencimento, poderão ser pagas bém a condição de servidor, vier a ter exercí-
ao servidor as seguintes vantagens: cio na mesma sede. (Redação dada pela Lei nº
I – indenizações; 9.527, de 10.12.97)

II – gratificações; § 1º Correm por conta da administração as


despesas de transporte do servidor e de sua
III – adicionais. família, compreendendo passagem, baga-
gem e bens pessoais.
§ 1º As indenizações não se incorporam
ao vencimento ou provento para qualquer § 2º À família do servidor que falecer na
efeito. nova sede são assegurados ajuda de custo
e transporte para a localidade de origem,
§ 2º As gratificações e os adicionais incor-
dentro do prazo de 1 (um) ano, contado do
poram-se ao vencimento ou provento, nos
óbito.
casos e condições indicados em lei.
§ 3º Não será concedida ajuda de custo nas
Art. 50. As vantagens pecuniárias não serão
hipóteses de remoção previstas nos incisos
computadas, nem acumuladas, para efeito de
II e III do parágrafo único do art. 36. (Incluí-
concessão de quaisquer outros acréscimos pe-
do pela Lei nº 12.998, de 2014)
cuniários ulteriores, sob o mesmo título ou
idêntico fundamento. Art. 54. A ajuda de custo é calculada sobre a re-
muneração do servidor, conforme se dispuser
Seção I em regulamento, não podendo exceder a im-
DAS INDENIZAÇÕES portância correspondente a 3 (três) meses.
Art. 51. Constituem indenizações ao servidor: Art. 55. Não será concedida ajuda de custo ao
servidor que se afastar do cargo, ou reassumi-
I – ajuda de custo; -lo, em virtude de mandato eletivo.
II – diárias; Art. 56. Será concedida ajuda de custo àquele
III – transporte. que, não sendo servidor da União, for nomeado

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para cargo em comissão, com mudança de do- rio nacional. (Incluído pela Lei nº 9.527, de
micílio. 10.12.97)
Parágrafo único. No afastamento previsto Art. 59. O servidor que receber diárias e não se
no inciso I do art. 93, a ajuda de custo será afastar da sede, por qualquer motivo, fica obri-
paga pelo órgão cessionário, quando cabí- gado a restituí-las integralmente, no prazo de 5
vel. (cinco) dias.
Art. 57. O servidor ficará obrigado a restituir a Parágrafo único. Na hipótese de o servidor
ajuda de custo quando, injustificadamente, não retornar à sede em prazo menor do que o
se apresentar na nova sede no prazo de 30 (trin- previsto para o seu afastamento, restituirá
ta) dias. as diárias recebidas em excesso, no prazo
previsto no caput.
Subseção II
DAS DIÁRIAS Subseção III
DA INDENIZAÇÃO DE TRANSPORTE
Art. 58. O servidor que, a serviço, afastar-se da
sede em caráter eventual ou transitório para Art. 60. Conceder-se-á indenização de trans-
outro ponto do território nacional ou para o ex- porte ao servidor que realizar despesas com a
terior, fará jus a passagens e diárias destinadas utilização de meio próprio de locomoção para
a indenizar as parcelas de despesas extraordi- a execução de serviços externos, por força das
nária com pousada, alimentação e locomoção atribuições próprias do cargo, conforme se dis-
urbana, conforme dispuser em regulamento. puser em regulamento.
(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Subseção IV
§ 1º A diária será concedida por dia de afas- DO AUXÍLIO-MORADIA
tamento, sendo devida pela metade quan-
do o deslocamento não exigir pernoite fora (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)
da sede, ou quando a União custear, por
meio diverso, as despesas extraordinárias Art. 60-A. O auxílio-moradia consiste no ressar-
cobertas por diárias.(Redação dada pela Lei cimento das despesas comprovadamente re-
nº 9.527, de 10.12.97) alizadas pelo servidor com aluguel de moradia
ou com meio de hospedagem administrado por
§ 2º Nos casos em que o deslocamento da empresa hoteleira, no prazo de um mês após a
sede constituir exigência permanente do comprovação da despesa pelo servidor. (Incluí-
cargo, o servidor não fará jus a diárias. do pela Lei nº 11.355, de 2006)
§ 3º Também não fará jus a diárias o servi- Art. 60-B. Conceder-se-á auxílio-moradia ao
dor que se deslocar dentro da mesma re- servidor se atendidos os seguintes requisitos:
gião metropolitana, aglomeração urbana ou (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)
microrregião, constituídas por municípios
limítrofes e regularmente instituídas, ou em I – não exista imóvel funcional disponível
áreas de controle integrado mantidas com para uso pelo servidor; (Incluído pela Lei nº
países limítrofes, cuja jurisdição e compe- 11.355, de 2006)
tência dos órgãos, entidades e servidores
II – o cônjuge ou companheiro do servidor
brasileiros considera-se estendida, salvo se
não ocupe imóvel funcional; (Incluído pela
houver pernoite fora da sede, hipóteses em
Lei nº 11.355, de 2006)
que as diárias pagas serão sempre as fixa-
das para os afastamentos dentro do territó- III – o servidor ou seu cônjuge ou compa-
nheiro não seja ou tenha sido proprietário,

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promitente comprador, cessionário ou pro- Art. 60-D. O valor mensal do auxílio-moradia é


mitente cessionário de imóvel no Município limitado a 25% (vinte e cinco por cento) do valor
aonde for exercer o cargo, incluída a hipóte- do cargo em comissão, função comissionada ou
se de lote edificado sem averbação de cons- cargo de Ministro de Estado ocupado. (Incluído
trução, nos doze meses que antecederem a pela Lei nº 11.784, de 2008
sua nomeação; (Incluído pela Lei nº 11.355,
de 2006) § 1º O valor do auxílio-moradia não poderá
superar 25% (vinte e cinco por cento) da re-
IV – nenhuma outra pessoa que resida com muneração de Ministro de Estado. (Incluído
o servidor receba auxílio-moradia; (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008
pela Lei nº 11.355, de 2006)
§ 2º Independentemente do valor do cargo
V – o servidor tenha se mudado do local de em comissão ou função comissionada, fica
residência para ocupar cargo em comissão garantido a todos os que preencherem os
ou função de confiança do Grupo-Direção e requisitos o ressarcimento até o valor de R$
Assessoramento Superiores – DAS, níveis 4, 1.800,00 (mil e oitocentos reais). (Incluído
5 e 6, de Natureza Especial, de Ministro de pela Lei nº 11.784, de 2008
Estado ou equivalentes; (Incluído pela Lei nº
11.355, de 2006) Art. 60-E. No caso de falecimento, exoneração,
colocação de imóvel funcional à disposição do
VI – o Município no qual assuma o cargo servidor ou aquisição de imóvel, o auxílio-mora-
em comissão ou função de confiança não se dia continuará sendo pago por um mês. (Incluí-
enquadre nas hipóteses do art. 58, § 3º, em do pela Lei nº 11.355, de 2006)
relação ao local de residência ou domicílio
do servidor; (Incluído pela Lei nº 11.355, de Seção II
2006) DAS GRATIFICAÇÕES E ADICIONAIS
VII – o servidor não tenha sido domiciliado Art. 61. Além do vencimento e das vantagens
ou tenha residido no Município, nos últimos previstas nesta Lei, serão deferidos aos servi-
doze meses, aonde for exercer o cargo em dores as seguintes retribuições, gratificações e
comissão ou função de confiança, descon- adicionais: (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
siderando-se prazo inferior a sessenta dias 10.12.97)
dentro desse período; e (Incluído pela Lei nº
11.355, de 2006) I – retribuição pelo exercício de função de
direção, chefia e assessoramento; (Redação
VIII – o deslocamento não tenha sido por dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
força de alteração de lotação ou nomea-
ção para cargo efetivo. (Incluído pela Lei nº II – gratificação natalina;
11.355, de 2006)
III – adicional por tempo de serviço; (Revo-
IX – o deslocamento tenha ocorrido após gado)
30 de junho de 2006. (Incluído pela Lei nº
IV – adicional pelo exercício de atividades
11.490, de 2007)
insalubres, perigosas ou penosas;
Parágrafo único. Para fins do inciso VII, não
V – adicional pela prestação de serviço ex-
será considerado o prazo no qual o servidor
traordinário;
estava ocupando outro cargo em comissão
relacionado no inciso V. (Incluído pela Lei nº VI – adicional noturno;
11.355, de 2006)
VII – adicional de férias;

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VIII – outros, relativos ao local ou à nature- Parágrafo único. A fração igual ou superior
za do trabalho. a 15 (quinze) dias será considerada como
mês integral.
IX – gratificação por encargo de curso ou
concurso. (Incluído pela Lei nº 11.314 de Art. 64. A gratificação será paga até o dia 20
2006) (vinte) do mês de dezembro de cada ano.

Subseção I Parágrafo único. (Vetado).


DA RETRIBUIÇÃO PELO EXERCÍCIO Art. 65. O servidor exonerado perceberá sua
DE FUNÇÃO DE DIREÇÃO, CHEFIA E gratificação natalina, proporcionalmente aos
ASSESSORAMENTO meses de exercício, calculada sobre a remunera-
ção do mês da exoneração.
Art. 62. Ao servidor ocupante de cargo efetivo
Art. 66. A gratificação natalina não será consi-
investido em função de direção, chefia ou asses-
derada para cálculo de qualquer vantagem pe-
soramento, cargo de provimento em comissão
cuniária.
ou de Natureza Especial é devida retribuição
pelo seu exercício.(Redação dada pela Lei nº Subseção III
9.527, de 10.12.97)
DO ADICIONAL
Parágrafo único. Lei específica estabelece- POR TEMPO DE SERVIÇO
rá a remuneração dos cargos em comissão
de que trata o inciso II do art. 9o. (Redação Art. 67. (Revogado)
dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Subseção IV
Art. 62-A. Fica transformada em Vantagem Pes- DOS ADICIONAIS DE
soal Nominalmente Identificada – VPNI a incor-
poração da retribuição pelo exercício de função INSALUBRIDADE, PERICULOSIDADE
de direção, chefia ou assessoramento, cargo de OU ATIVIDADES PENOSAS
provimento em comissão ou de Natureza Espe-
cial a que se referem os arts. 3º e 10 da Lei no Art. 68. Os servidores que trabalhem com ha-
8.911, de 11 de julho de 1994, e o art. 3o da Lei bitualidade em locais insalubres ou em contato
no 9.624, de 2 de abril de 1998. (Incluído pela permanente com substâncias tóxicas, radioati-
Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) vas ou com risco de vida, fazem jus a um adicio-
nal sobre o vencimento do cargo efetivo.
Parágrafo único. A VPNI de que trata o ca-
put deste artigo somente estará sujeita às § 1º O servidor que fizer jus aos adicionais
revisões gerais de remuneração dos servi- de insalubridade e de periculosidade deve-
dores públicos federais. (Incluído pela Me- rá optar por um deles.
dida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) § 2º O direito ao adicional de insalubridade
ou periculosidade cessa com a eliminação
Subseção II das condições ou dos riscos que deram cau-
DA GRATIFICAÇÃO NATALINA sa a sua concessão.
Art. 63. A gratificação natalina corresponde a Art. 69. Haverá permanente controle da ativida-
1/12 (um doze avos) da remuneração a que o de de servidores em operações ou locais consi-
servidor fizer jus no mês de dezembro, por mês derados penosos, insalubres ou perigosos.
de exercício no respectivo ano.
Parágrafo único. A servidora gestante ou
lactante será afastada, enquanto durar a
gestação e a lactação, das operações e lo-

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cais previstos neste artigo, exercendo suas ta este artigo incidirá sobre a remuneração
atividades em local salubre e em serviço prevista no art. 73.
não penoso e não perigoso.
Subseção VII
Art. 70. Na concessão dos adicionais de ativida- DO ADICIONAL DE FÉRIAS
des penosas, de insalubridade e de periculosi-
dade, serão observadas as situações estabeleci- Art. 76. Independentemente de solicitação, será
das em legislação específica. pago ao servidor, por ocasião das férias, um adi-
Art. 71. O adicional de atividade penosa será cional correspondente a 1/3 (um terço) da re-
devido aos servidores em exercício em zonas de muneração do período das férias.
fronteira ou em localidades cujas condições de Parágrafo único. No caso de o servidor
vida o justifiquem, nos termos, condições e limi- exercer função de direção, chefia ou asses-
tes fixados em regulamento. soramento, ou ocupar cargo em comissão,
Art. 72. Os locais de trabalho e os servidores a respectiva vantagem será considerada no
que operam com Raios X ou substâncias radio- cálculo do adicional de que trata este artigo.
ativas serão mantidos sob controle permanen-
Subseção VIII
te, de modo que as doses de radiação ionizante
não ultrapassem o nível máximo previsto na le- DA GRATIFICAÇÃO POR ENCARGO
gislação própria. DE CURSO OU CONCURSO
Parágrafo único. Os servidores a que se re- (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006)
fere este artigo serão submetidos a exames
médicos a cada 6 (seis) meses. Art. 76-A. A Gratificação por Encargo de Curso
ou Concurso é devida ao servidor que, em ca-
Subseção V ráter eventual: (Incluído pela Lei nº 11.314 de
DO ADICIONAL POR SERVIÇO 2006) (Regulamento)
EXTRAORDINÁRIO I – atuar como instrutor em curso de forma-
ção, de desenvolvimento ou de treinamen-
Art. 73. O serviço extraordinário será remunera- to regularmente instituído no âmbito da ad-
do com acréscimo de 50% (cinqüenta por cento) ministração pública federal; (Incluído pela
em relação à hora normal de trabalho. Lei nº 11.314 de 2006)
Art. 74. Somente será permitido serviço extra- II – participar de banca examinadora ou de
ordinário para atender a situações excepcionais comissão para exames orais, para análise
e temporárias, respeitado o limite máximo de 2 curricular, para correção de provas discursi-
(duas) horas por jornada. vas, para elaboração de questões de provas
ou para julgamento de recursos intentados
Subseção VI por candidatos; (Incluído pela Lei nº 11.314
DO ADICIONAL NOTURNO de 2006)
Art. 75. O serviço noturno, prestado em horário III – participar da logística de preparação
compreendido entre 22 (vinte e duas) horas de e de realização de concurso público envol-
um dia e 5 (cinco) horas do dia seguinte, terá o vendo atividades de planejamento, coorde-
valor-hora acrescido de 25% (vinte e cinco por nação, supervisão, execução e avaliação de
cento), computando-se cada hora como cin- resultado, quando tais atividades não esti-
qüenta e dois minutos e trinta segundos. verem incluídas entre as suas atribuições
permanentes; (Incluído pela Lei nº 11.314
Parágrafo único. Em se tratando de servi- de 2006)
ço extraordinário, o acréscimo de que tra-

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IV – participar da aplicação, fiscalizar ou trabalho, na forma do § 4º do art. 98 desta
avaliar provas de exame vestibular ou de Lei. (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006)
concurso público ou supervisionar essas
atividades. (Incluído pela Lei nº 11.314 de § 3º A Gratificação por Encargo de Curso ou
2006) Concurso não se incorpora ao vencimento
ou salário do servidor para qualquer efeito
§ 1º Os critérios de concessão e os limites e não poderá ser utilizada como base de
da gratificação de que trata este artigo se- cálculo para quaisquer outras vantagens,
rão fixados em regulamento, observados os inclusive para fins de cálculo dos proventos
seguintes parâmetros: (Incluído pela Lei nº da aposentadoria e das pensões. (Incluído
11.314 de 2006) pela Lei nº 11.314 de 2006)
I – o valor da gratificação será calculado em
horas, observadas a natureza e a complexi-
dade da atividade exercida; (Incluído pela CAPÍTULO III
Lei nº 11.314 de 2006)
DAS FÉRIAS
II – a retribuição não poderá ser superior
ao equivalente a 120 (cento e vinte) horas Art. 77. O servidor fará jus a trinta dias de férias,
de trabalho anuais, ressalvada situação de que podem ser acumuladas, até o máximo de
excepcionalidade, devidamente justificada dois períodos, no caso de necessidade do servi-
e previamente aprovada pela autoridade ço, ressalvadas as hipóteses em que haja legisla-
máxima do órgão ou entidade, que pode- ção específica. (Redação dada pela Lei nº 9.525,
rá autorizar o acréscimo de até 120 (cento de 10.12.97) (Férias de Ministro – Vide)
e vinte) horas de trabalho anuais; (Incluído § 1º Para o primeiro período aquisitivo de
pela Lei nº 11.314 de 2006) férias serão exigidos 12 (doze) meses de
III – o valor máximo da hora trabalhada cor- exercício.
responderá aos seguintes percentuais, in- § 2º É vedado levar à conta de férias qual-
cidentes sobre o maior vencimento básico quer falta ao serviço.
da administração pública federal: (Incluído
pela Lei nº 11.314 de 2006) § 3º As férias poderão ser parceladas em
até três etapas, desde que assim requeridas
a) 2,2% (dois inteiros e dois décimos por pelo servidor, e no interesse da administra-
cento), em se tratando de atividades previs- ção pública. (Incluído pela Lei nº 9.525, de
tas nos incisos I e II do caput deste artigo; 10.12.97)
(Redação dada pela Lei nº 11.501, de 2007)
Art. 78. O pagamento da remuneração das fé-
b) 1,2% (um inteiro e dois décimos por cen- rias será efetuado até 2 (dois) dias antes do iní-
to), em se tratando de atividade prevista cio do respectivo período, observando-se o dis-
nos incisos III e IV do caput deste artigo. posto no § 1º deste artigo. (Férias de Ministro
(Redação dada pela Lei nº 11.501, de 2007) – Vide)
§ 2º A Gratificação por Encargo de § 1º (Revogado)
Curso ou Concurso somente será paga
se as atividades referidas nos incisos do § 2º (Revogado)
caput deste artigo forem exercidas sem
§ 3º O servidor exonerado do cargo efetivo,
prejuízo das atribuições do cargo de que
ou em comissão, perceberá indenização re-
o servidor for titular, devendo ser objeto
lativa ao período das férias a que tiver di-
de compensação de carga horária quando
reito e ao incompleto, na proporção de um
desempenhadas durante a jornada de
doze avos por mês de efetivo exercício, ou

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fração superior a quatorze dias. (Incluído V – para capacitação; (Redação dada pela
pela Lei nº 8.216, de 13.8.91) Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 4º A indenização será calculada com base VI – para tratar de interesses particulares;
na remuneração do mês em que for publi-
cado o ato exoneratório. (Incluído pela Lei VII – para desempenho de mandato classis-
nº 8.216, de 13.8.91) ta.

§ 5º Em caso de parcelamento, o servidor § 1º A licença prevista no inciso I do caput


receberá o valor adicional previsto no inci- deste artigo bem como cada uma de suas
so XVII do art. 7o da Constituição Federal prorrogações serão precedidas de exame
quando da utilização do primeiro período. por perícia médica oficial, observado o dis-
(Incluído pela Lei nº 9.525, de 10.12.97) posto no art. 204 desta Lei. (Redação dada
pela Lei nº 11.907, de 2009)
Art. 79. O servidor que opera direta e perma-
nentemente com Raios X ou substâncias radio- § 2º (Revogado)
ativas gozará 20 (vinte) dias consecutivos de § 3º É vedado o exercício de atividade re-
férias, por semestre de atividade profissional, munerada durante o período da licença pre-
proibida em qualquer hipótese a acumulação. vista no inciso I deste artigo.
Art. 80. As férias somente poderão ser inter- Art. 82. A licença concedida dentro de 60 (ses-
rompidas por motivo de calamidade pública, senta) dias do término de outra da mesma es-
comoção interna, convocação para júri, serviço pécie será considerada como prorrogação.
militar ou eleitoral, ou por necessidade do servi-
ço declarada pela autoridade máxima do órgão Seção II
ou entidade.(Redação dada pela Lei nº 9.527, DA LICENÇA POR MOTIVO DE
de 10.12.97) (Férias de Ministro – Vide)
DOENÇA EM PESSOA DA FAMÍLIA
Parágrafo único. O restante do período in-
terrompido será gozado de uma só vez, ob- Art. 83. Poderá ser concedida licença ao servi-
servado o disposto no art. 77. (Incluído pela dor por motivo de doença do cônjuge ou com-
Lei nº 9.527, de 10.12.97) panheiro, dos pais, dos filhos, do padrasto ou
madrasta e enteado, ou dependente que viva
a suas expensas e conste do seu assentamen-
to funcional, mediante comprovação por pe-
CAPÍTULO IV rícia médica oficial. (Redação dada pela Lei nº
DAS LICENÇAS 11.907, de 2009)
§ 1º A licença somente será deferida se a
Seção I assistência direta do servidor for indispen-
DISPOSIÇÕES GERAIS sável e não puder ser prestada simultane-
amente com o exercício do cargo ou me-
Art. 81. Conceder-se-á ao servidor licença: diante compensação de horário, na forma
do disposto no inciso II do art. 44. (Redação
I – por motivo de doença em pessoa da fa-
dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
mília;
§ 2º A licença de que trata o caput, incluí-
II – por motivo de afastamento do cônjuge
das as prorrogações, poderá ser concedida
ou companheiro;
a cada período de doze meses nas seguin-
III – para o serviço militar; tes condições: (Redação dada pela Lei nº
12.269, de 2010)
IV – para atividade política;

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I – por até 60 (sessenta) dias, consecutivos Seção IV
ou não, mantida a remuneração do servi- DA LICENÇA PARA
dor; e (Incluído pela Lei nº 12.269, de 2010)
O SERVIÇO MILITAR
II – por até 90 (noventa) dias, consecutivos
ou não, sem remuneração. (Incluído pela Art. 85. Ao servidor convocado para o serviço
Lei nº 12.269, de 2010) militar será concedida licença, na forma e condi-
ções previstas na legislação específica.
§ 3º O início do interstício de 12 (doze) me-
ses será contado a partir da data do defe- Parágrafo único. Concluído o serviço mili-
rimento da primeira licença concedida. (In- tar, o servidor terá até 30 (trinta) dias sem
cluído pela Lei nº 12.269, de 2010) remuneração para reassumir o exercício do
cargo.
§ 4º A soma das licenças remuneradas e das
licenças não remuneradas, incluídas as res- Seção V
pectivas prorrogações, concedidas em um DA LICENÇA
mesmo período de 12 (doze) meses, obser-
PARA ATIVIDADE POLÍTICA
vado o disposto no § 3º, não poderá ultra-
passar os limites estabelecidos nos incisos I Art. 86. O servidor terá direito a licença, sem
e II do § 2º. (Incluído pela Lei nº 12.269, de remuneração, durante o período que mediar
2010) entre a sua escolha em convenção partidária,
como candidato a cargo eletivo, e a véspera do
Seção III registro de sua candidatura perante a Justiça
DA LICENÇA POR MOTIVO DE Eleitoral.
AFASTAMENTO DO CÔNJUGE
§ 1º O servidor candidato a cargo eletivo na
Art. 84. Poderá ser concedida licença ao servi- localidade onde desempenha suas funções
dor para acompanhar cônjuge ou companheiro e que exerça cargo de direção, chefia, as-
que foi deslocado para outro ponto do território sessoramento, arrecadação ou fiscalização,
nacional, para o exterior ou para o exercício de dele será afastado, a partir do dia imediato
mandato eletivo dos Poderes Executivo e Legis- ao do registro de sua candidatura perante
lativo. a Justiça Eleitoral, até o décimo dia seguin-
te ao do pleito. (Redação dada pela Lei nº
§ 1º A licença será por prazo indeterminado 9.527, de 10.12.97)
e sem remuneração.
§ 2º A partir do registro da candidatura e
§ 2º No deslocamento de servidor cujo côn- até o décimo dia seguinte ao da eleição, o
juge ou companheiro também seja servidor servidor fará jus à licença, assegurados os
público, civil ou militar, de qualquer dos Po- vencimentos do cargo efetivo, somente
deres da União, dos Estados, do Distrito Fe- pelo período de três meses. (Redação dada
deral e dos Municípios, poderá haver exer- pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
cício provisório em órgão ou entidade da
Administração Federal direta, autárquica ou Seção VI
fundacional, desde que para o exercício de DA LICENÇA-PRÊMIO POR
atividade compatível com o seu cargo. (Re-
ASSIDUIDADE DA LICENÇA|
dação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
PARA CAPACITAÇÃO
(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

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Art. 87. Após cada qüinqüênio de efetivo exer- desta Lei, conforme disposto em regulamento e
cício, o servidor poderá, no interesse da Admi- observados os seguintes limites: (Redação dada
nistração, afastar-se do exercício do cargo efeti- pela Lei nº 11.094, de 2005)
vo, com a respectiva remuneração, por até três
meses, para participar de curso de capacitação I – para entidades com até 5.000 (cinco mil)
profissional. (Redação dada pela Lei nº 9.527, associados, 2 (dois) servidores; (Redação
de 10.12.97) dada pela Lei nº 12.998, de 2014)

Parágrafo único. Os períodos de licença de II – para entidades com 5.001 (cinco mil e
que trata o caput não são acumuláveis.(Re- um) a 30.000 (trinta mil) associados, 4 (qua-
dação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) tro) servidores; (Redação dada pela Lei nº
12.998, de 2014)
Art. 88. (Revogado)
III – para entidades com mais de 30.000
Art. 89. (Revogado) (trinta mil) associados, 8 (oito) servidores.
(Redação dada pela Lei nº 12.998, de 2014)
Art. 90. (Vetado).
§ 1º Somente poderão ser licenciados os
Seção VII servidores eleitos para cargos de direção ou
DA LICENÇA PARA TRATAR DE de representação nas referidas entidades,
INTERESSES PARTICULARES desde que cadastradas no órgão compe-
tente. (Redação dada pela Lei nº 12.998, de
Art. 91. A critério da Administração, poderão 2014)
ser concedidas ao servidor ocupante de cargo
§ 2º A licença terá duração igual à do man-
efetivo, desde que não esteja em estágio proba-
dato, podendo ser renovada, no caso de re-
tório, licenças para o trato de assuntos particu-
eleição. (Redação dada pela Lei nº 12.998,
lares pelo prazo de até três anos consecutivos,
de 2014)
sem remuneração. (Redação dada pela Medida
Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
Parágrafo único. A licença poderá ser inter-
rompida, a qualquer tempo, a pedido do CAPÍTULO V
servidor ou no interesse do serviço. (Reda- DOS AFASTAMENTOS
ção dada pela Medida Provisória nº 2.225-
45, de 4.9.2001) Seção I
DO AFASTAMENTO PARA SERVIR A
Seção VIII
OUTRO ÓRGÃO OU ENTIDADE
DA LICENÇA PARA O DESEMPENHO
DE MANDATO CLASSISTA Art. 93. O servidor poderá ser cedido para ter
exercício em outro órgão ou entidade dos Pode-
Art. 92. É assegurado ao servidor o direito à li- res da União, dos Estados, ou do Distrito Fede-
cença sem remuneração para o desempenho de ral e dos Municípios, nas seguintes hipóteses:
mandato em confederação, federação, associa- (Redação dada pela Lei nº 8.270, de 17.12.91)
ção de classe de âmbito nacional, sindicato re- (Regulamento) (Vide Decreto nº 4.493, de
presentativo da categoria ou entidade fiscaliza- 3.12.2002) (Regulamento)
dora da profissão ou, ainda, para participar de
gerência ou administração em sociedade coope- I – para exercício de cargo em comissão ou
rativa constituída por servidores públicos para função de confiança; (Redação dada pela
prestar serviços a seus membros, observado o Lei nº 8.270, de 17.12.91)
disposto na alínea c do inciso VIII do art. 102

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II – em casos previstos em leis específi- ocupação de cargo em comissão ou função
cas. (Redação dada pela Lei nº 8.270, de gratificada. (Incluído pela Lei nº 10.470, de
17.12.91) 25.6.2002)
§ 1º Na hipótese do inciso I, sendo a cessão § 7º O Ministério do Planejamento, Orça-
para órgãos ou entidades dos Estados, do mento e Gestão, com a finalidade de pro-
Distrito Federal ou dos Municípios, o ônus mover a composição da força de trabalho
da remuneração será do órgão ou entidade dos órgãos e entidades da Administração
cessionária, mantido o ônus para o cedente Pública Federal, poderá determinar a lota-
nos demais casos. (Redação dada pela Lei ção ou o exercício de empregado ou servi-
nº 8.270, de 17.12.91) dor, independentemente da observância do
constante no inciso I e nos §§ 1º e 2º des-
§ 2º Na hipótese de o servidor cedido a em- te artigo. (Incluído pela Lei nº 10.470, de
presa pública ou sociedade de economia 25.6.2002) (Vide Decreto nº 5.375, de 2005)
mista, nos termos das respectivas normas,
optar pela remuneração do cargo efetivo ou Seção II
pela remuneração do cargo efetivo acresci- DO AFASTAMENTO PARA EXERCÍCIO
da de percentual da retribuição do cargo em
comissão, a entidade cessionária efetuará o DE MANDATO ELETIVO
reembolso das despesas realizadas pelo ór-
Art. 94. Ao servidor investido em mandato eleti-
gão ou entidade de origem. (Redação dada
vo aplicam-se as seguintes disposições:
pela Lei nº 11.355, de 2006)
I – tratando-se de mandato federal, estadu-
§ 3º A cessão far-se-á mediante Portaria pu-
al ou distrital, ficará afastado do cargo;
blicada no Diário Oficial da União. (Redação
dada pela Lei nº 8.270, de 17.12.91) II – investido no mandato de Prefeito, será
afastado do cargo, sendo-lhe facultado op-
§ 4º Mediante autorização expressa do Pre-
tar pela sua remuneração;
sidente da República, o servidor do Poder
Executivo poderá ter exercício em outro III – investido no mandato de vereador:
órgão da Administração Federal direta que
não tenha quadro próprio de pessoal, para a) havendo compatibilidade de horário, per-
fim determinado e a prazo certo. (Incluído ceberá as vantagens de seu cargo, sem pre-
pela Lei nº 8.270, de 17.12.91) juízo da remuneração do cargo eletivo;

§ 5º Aplica-se à União, em se tratando de b) não havendo compatibilidade de horário,


empregado ou servidor por ela requisita- será afastado do cargo, sendo-lhe facultado
do, as disposições dos §§ 1º e 2º deste ar- optar pela sua remuneração.
tigo. (Redação dada pela Lei nº 10.470, de § 1º No caso de afastamento do cargo, o
25.6.2002) servidor contribuirá para a seguridade so-
§ 6º As cessões de empregados de empresa cial como se em exercício estivesse.
pública ou de sociedade de economia mis- § 2º O servidor investido em mandato ele-
ta, que receba recursos de Tesouro Nacional tivo ou classista não poderá ser removido
para o custeio total ou parcial da sua folha ou redistribuído de ofício para localidade di-
de pagamento de pessoal, independem das versa daquela onde exerce o mandato.
disposições contidas nos incisos I e II e §§ 1º
e 2º deste artigo, ficando o exercício do em-
pregado cedido condicionado a autorização
específica do Ministério do Planejamento,
Orçamento e Gestão, exceto nos casos de

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Seção III afastar-se do exercício do cargo efetivo, com a


DO AFASTAMENTO PARA ESTUDO respectiva remuneração, para participar em
programa de pós-graduação stricto sensu em
OU MISSÃO NO EXTERIOR instituição de ensino superior no País. (Incluído
Art. 95. O servidor não poderá ausentar-se do pela Lei nº 11.907, de 2009)
País para estudo ou missão oficial, sem autoriza- § 1º Ato do dirigente máximo do órgão ou
ção do Presidente da República, Presidente dos entidade definirá, em conformidade com a
Órgãos do Poder Legislativo e Presidente do Su- legislação vigente, os programas de capa-
premo Tribunal Federal. citação e os critérios para participação em
§ 1º A ausência não excederá a 4 (quatro) programas de pós-graduação no País, com
anos, e finda a missão ou estudo, somen- ou sem afastamento do servidor, que serão
te decorrido igual período, será permitida avaliados por um comitê constituído para
nova ausência. este fim. (Incluído pela Lei nº 11.907, de
2009)
§ 2º Ao servidor beneficiado pelo disposto
neste artigo não será concedida exonera- § 2º Os afastamentos para realização de
ção ou licença para tratar de interesse par- programas de mestrado e doutorado so-
ticular antes de decorrido período igual ao mente serão concedidos aos servidores
do afastamento, ressalvada a hipótese de titulares de cargos efetivos no respectivo
ressarcimento da despesa havida com seu órgão ou entidade há pelo menos 3 (três)
afastamento. anos para mestrado e 4 (quatro) anos para
doutorado, incluído o período de estágio
§ 3º O disposto neste artigo não se aplica probatório, que não tenham se afastado por
aos servidores da carreira diplomática. licença para tratar de assuntos particulares
para gozo de licença capacitação ou com
§ 4º As hipóteses, condições e formas para fundamento neste artigo nos 2 (dois) anos
a autorização de que trata este artigo, inclu- anteriores à data da solicitação de afas-
sive no que se refere à remuneração do ser- tamento. (Incluído pela Lei nº 11.907, de
vidor, serão disciplinadas em regulamento. 2009)
(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 3º Os afastamentos para realização de
Art. 96. O afastamento de servidor para ser- programas de pós-doutorado somente se-
vir em organismo internacional de que o Brasil rão concedidos aos servidores titulares de
participe ou com o qual coopere dar-se-á com cargos efetivo no respectivo órgão ou enti-
perda total da remuneração. (Vide Decreto nº dade há pelo menos quatro anos, incluído
3.456, de 2000) o período de estágio probatório, e que não
Seção IV tenham se afastado por licença para tratar
de assuntos particulares ou com fundamen-
DO AFASTAMENTO to neste artigo, nos quatro anos anteriores
PARA PARTICIPAÇÃO EM à data da solicitação de afastamento. (Reda-
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO ção dada pela Lei nº 12.269, de 2010)
STRICTO SENSU NO PAÍS § 4º Os servidores beneficiados pelos afas-
tamentos previstos nos §§ 1º, 2o e 3o deste
(Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
artigo terão que permanecer no exercício
Art. 96-A. O servidor poderá, no interesse da de suas funções após o seu retorno por um
Administração, e desde que a participação não período igual ao do afastamento concedido.
possa ocorrer simultaneamente com o exercício (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
do cargo ou mediante compensação de horário,

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§ 5º Caso o servidor venha a solicitar exone- patibilidade entre o horário escolar e o da re-
ração do cargo ou aposentadoria, antes de partição, sem prejuízo do exercício do cargo.
cumprido o período de permanência pre-
visto no § 4º deste artigo, deverá ressarcir § 1º Para efeito do disposto neste artigo,
o órgão ou entidade, na forma do art. 47 da será exigida a compensação de horário no
Lei no8.112, de 11 de dezembro de 1990, órgão ou entidade que tiver exercício, res-
dos gastos com seu aperfeiçoamento. (In- peitada a duração semanal do trabalho. (Pa-
cluído pela Lei nº 11.907, de 2009) rágrafo renumerado e alterado pela Lei nº
9.527, de 10.12.97)
§ 6º Caso o servidor não obtenha o título ou
grau que justificou seu afastamento no pe- § 2º Também será concedido horário es-
ríodo previsto, aplica-se o disposto no § 5º pecial ao servidor portador de deficiência,
deste artigo, salvo na hipótese comprovada quando comprovada a necessidade por jun-
de força maior ou de caso fortuito, a critério ta médica oficial, independentemente de
do dirigente máximo do órgão ou entidade. compensação de horário. (Incluído pela Lei
(Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009) nº 9.527, de 10.12.97)

§ 7º Aplica-se à participação em programa § 3º As disposições do parágrafo anterior


de pós-graduação no Exterior, autorizado são extensivas ao servidor que tenha cônju-
nos termos do art. 95 desta Lei, o disposto ge, filho ou dependente portador de defici-
nos §§ 1º a 6o deste artigo. (Incluído pela ência física, exigindo-se, porém, neste caso,
Lei nº 11.907, de 2009) compensação de horário na forma do inciso
II do art. 44. (Incluído pela Lei nº 9.527, de
10.12.97)
§ 4º Será igualmente concedido horário es-
CAPÍTULO VI pecial, vinculado à compensação de horário
DAS CONCESSÕES a ser efetivada no prazo de até 1 (um) ano,
ao servidor que desempenhe atividade pre-
Art. 97. Sem qualquer prejuízo, poderá o servi- vista nos incisos I e II do caput do art. 76-A
dor ausentar-se do serviço: (Redação dada pela desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.501,
Medida provisória nº 632, de 2013) de 2007)
I – por 1 (um) dia, para doação de sangue; Art. 99. Ao servidor estudante que mudar de
II – pelo período comprovadamente neces- sede no interesse da administração é assegura-
sário para alistamento ou recadastramen- da, na localidade da nova residência ou na mais
to eleitoral, limitado, em qualquer caso, próxima, matrícula em instituição de ensino
a 2 (dois) dias; (Redação dada pela Lei nº congênere, em qualquer época, independente-
12.998, de 2014) mente de vaga.

III – por 8 (oito) dias consecutivos em razão Parágrafo único. O disposto neste artigo
de: estende-se ao cônjuge ou companheiro, aos
filhos, ou enteados do servidor que vivam
a) casamento; na sua companhia, bem como aos menores
sob sua guarda, com autorização judicial.
b) falecimento do cônjuge, companheiro,
pais, madrasta ou padrasto, filhos, entea-
dos, menor sob guarda ou tutela e irmãos.
Art. 98. Será concedido horário especial ao ser-
vidor estudante, quando comprovada a incom-

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CAPÍTULO VII tivo ao longo do tempo de serviço público


DO TEMPO DE SERVIÇO prestado à União, em cargo de provimento
efetivo; (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
Art. 100. É contado para todos os efeitos o tem- 10.12.97)
po de serviço público federal, inclusive o presta- c) para o desempenho de mandato classista
do às Forças Armadas. ou participação de gerência ou administra-
Art. 101. A apuração do tempo de serviço será ção em sociedade cooperativa constituída
feita em dias, que serão convertidos em anos, por servidores para prestar serviços a seus
considerado o ano como de trezentos e sessen- membros, exceto para efeito de promoção
ta e cinco dias. por merecimento; (Redação dada pela Lei
nº 11.094, de 2005)
Art. 102. Além das ausências ao serviço previs-
tas no art. 97, são considerados como de efetivo d) por motivo de acidente em serviço ou
exercício os afastamentos em virtude de: doença profissional;

I – férias; e) para capacitação, conforme dispuser o


regulamento; (Redação dada pela Lei nº
II – exercício de cargo em comissão ou equi- 9.527, de 10.12.97)
valente, em órgão ou entidade dos Poderes
da União, dos Estados, Municípios e Distrito f) por convocação para o serviço militar;
Federal; IX – deslocamento para a nova sede de que
III – exercício de cargo ou função de gover- trata o art. 18;
no ou administração, em qualquer parte do X – participação em competição desportiva
território nacional, por nomeação do Presi- nacional ou convocação para integrar repre-
dente da República; sentação desportiva nacional, no País ou no
IV – participação em programa de treina- exterior, conforme disposto em lei específi-
mento regularmente instituído ou em pro- ca;
grama de pós-graduação stricto sensu no XI – afastamento para servir em organismo
País, conforme dispuser o regulamento; internacional de que o Brasil participe ou
(Redação dada pela Lei nº 11.907, de 2009) com o qual coopere. (Incluído pela Lei nº
V – desempenho de mandato eletivo fede- 9.527, de 10.12.97)
ral, estadual, municipal ou do Distrito Fede- Art. 103. Contar-se-á apenas para efeito de apo-
ral, exceto para promoção por merecimen- sentadoria e disponibilidade:
to;
I – o tempo de serviço público prestado aos
VI – júri e outros serviços obrigatórios por Estados, Municípios e Distrito Federal;
lei;
II – a licença para tratamento de saúde de
VII – missão ou estudo no exterior, quando pessoal da família do servidor, com remu-
autorizado o afastamento, conforme dispu- neração, que exceder a 30 (trinta) dias em
ser o regulamento; (Redação dada pela Lei período de 12 (doze) meses. (Redação dada
nº 9.527, de 10.12.97) pela Lei nº 12.269, de 2010)
VIII – licença: III – a licença para atividade política, no caso
a) à gestante, à adotante e à paternidade; do art. 86, § 2º;

b) para tratamento da própria saúde, até IV – o tempo correspondente ao desempe-


o limite de vinte e quatro meses, cumula- nho de mandato eletivo federal, estadual,

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municipal ou distrital, anterior ao ingresso prazo de 5 (cinco) dias e decididos dentro
no serviço público federal; de 30 (trinta) dias.
V – o tempo de serviço em atividade priva- Art. 107. Caberá recurso: (Vide Lei nº 12.300, de
da, vinculada à Previdência Social; 2010)
VI – o tempo de serviço relativo a tiro de I – do indeferimento do pedido de reconsi-
guerra; deração;
VII – o tempo de licença para tratamento da II – das decisões sobre os recursos sucessi-
própria saúde que exceder o prazo a que se vamente interpostos.
refere a alínea "b" do inciso VIII do art. 102.
(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) § 1º O recurso será dirigido à autoridade
imediatamente superior à que tiver expedi-
§ 1º O tempo em que o servidor esteve do o ato ou proferido a decisão, e, sucessi-
aposentado será contado apenas para nova vamente, em escala ascendente, às demais
aposentadoria. autoridades.
§ 2º Será contado em dobro o tempo de § 2º O recurso será encaminhado por inter-
serviço prestado às Forças Armadas em médio da autoridade a que estiver imedia-
operações de guerra. tamente subordinado o requerente.
§ 3º É vedada a contagem cumulativa de Art. 108. O prazo para interposição de pedido
tempo de serviço prestado concomitante- de reconsideração ou de recurso é de 30 (trinta)
mente em mais de um cargo ou função de dias, a contar da publicação ou da ciência, pelo
órgão ou entidades dos Poderes da União, interessado, da decisão recorrida. (Vide Lei nº
Estado, Distrito Federal e Município, autar- 12.300, de 2010)
quia, fundação pública, sociedade de eco-
nomia mista e empresa pública. Art. 109. O recurso poderá ser recebido com
efeito suspensivo, a juízo da autoridade compe-
tente.
Parágrafo único. Em caso de provimento do
CAPÍTULO VIII pedido de reconsideração ou do recurso, os
DO DIREITO DE PETIÇÃO efeitos da decisão retroagirão à data do ato
impugnado.
Art. 104. É assegurado ao servidor o direito de
requerer aos Poderes Públicos, em defesa de di- Art. 110. O direito de requerer prescreve:
reito ou interesse legítimo.
I – em 5 (cinco) anos, quanto aos atos de
Art. 105. O requerimento será dirigido à autori- demissão e de cassação de aposentadoria
dade competente para decidi-lo e encaminhado ou disponibilidade, ou que afetem interesse
por intermédio daquela a que estiver imediata- patrimonial e créditos resultantes das rela-
mente subordinado o requerente. ções de trabalho;
Art. 106. Cabe pedido de reconsideração à au- II – em 120 (cento e vinte) dias, nos demais
toridade que houver expedido o ato ou proferi- casos, salvo quando outro prazo for fixado
do a primeira decisão, não podendo ser renova- em lei.
do. (Vide Lei nº 12.300, de 2010)
Parágrafo único. O prazo de prescrição será
Parágrafo único. O requerimento e o pedi- contado da data da publicação do ato im-
do de reconsideração de que tratam os arti- pugnado ou da data da ciência pelo interes-
gos anteriores deverão ser despachados no sado, quando o ato não for publicado.

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Art. 111. O pedido de reconsideração e o recur- c) às requisições para a defesa da Fazenda


so, quando cabíveis, interrompem a prescrição. Pública.
Art. 112. A prescrição é de ordem pública, não VI – levar as irregularidades de que tiver ci-
podendo ser relevada pela administração. ência em razão do cargo ao conhecimento
da autoridade superior ou, quando houver
Art. 113. Para o exercício do direito de petição, suspeita de envolvimento desta, ao conhe-
é assegurada vista do processo ou documento, cimento de outra autoridade competente
na repartição, ao servidor ou a procurador por para apuração; (Redação dada pela Lei nº
ele constituído. 12.527, de 2011)
Art. 114. A administração deverá rever seus VII – zelar pela economia do material e a
atos, a qualquer tempo, quando eivados de ile- conservação do patrimônio público;
galidade.
VIII – guardar sigilo sobre assunto da repar-
Art. 115. São fatais e improrrogáveis os prazos tição;
estabelecidos neste Capítulo, salvo motivo de
força maior. IX – manter conduta compatível com a mo-
ralidade administrativa;
X – ser assíduo e pontual ao serviço;
TÍTULO IV
XI – tratar com urbanidade as pessoas;
Do Regime Disciplinar
XII – representar contra ilegalidade, omis-
são ou abuso de poder.
Parágrafo único. A representação de que
CAPÍTULO I trata o inciso XII será encaminhada pela via
DOS DEVERES hierárquica e apreciada pela autoridade
superior àquela contra a qual é formulada,
Art. 116. São deveres do servidor: assegurando-se ao representando ampla
defesa.
I – exercer com zelo e dedicação as atribui-
ções do cargo;
II – ser leal às instituições a que servir;
CAPÍTULO II
III – observar as normas legais e regulamen- DAS PROIBIÇÕES
tares;
Art. 117. Ao servidor é proibido: (Vide Medida
IV – cumprir as ordens superiores, exceto
Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
quando manifestamente ilegais;
I – ausentar-se do serviço durante o expe-
V – atender com presteza:
diente, sem prévia autorização do chefe
a) ao público em geral, prestando as infor- imediato;
mações requeridas, ressalvadas as protegi-
II – retirar, sem prévia anuência da autori-
das por sigilo;
dade competente, qualquer documento ou
b) à expedição de certidões requeridas para objeto da repartição;
defesa de direito ou esclarecimento de situ-
III – recusar fé a documentos públicos;
ações de interesse pessoal;

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IV – opor resistência injustificada ao anda- XVII – cometer a outro servidor atribuições
mento de documento e processo ou execu- estranhas ao cargo que ocupa, exceto em si-
ção de serviço; tuações de emergência e transitórias;
V – promover manifestação de apreço ou XVIII – exercer quaisquer atividades que se-
desapreço no recinto da repartição; jam incompatíveis com o exercício do cargo
ou função e com o horário de trabalho;
VI – cometer a pessoa estranha à reparti-
ção, fora dos casos previstos em lei, o de- XIX – recusar-se a atualizar seus dados ca-
sempenho de atribuição que seja de sua dastrais quando solicitado. (Incluído pela
responsabilidade ou de seu subordinado; Lei nº 9.527, de 10.12.97)
VII – coagir ou aliciar subordinados no sen- Parágrafo único. A vedação de que trata o
tido de filiarem-se a associação profissional inciso X do caput deste artigo não se apli-
ou sindical, ou a partido político; ca nos seguintes casos: (Incluído pela Lei nº
11.784, de 2008)
VIII – manter sob sua chefia imediata, em
cargo ou função de confiança, cônjuge, I – participação nos conselhos de adminis-
companheiro ou parente até o segundo tração e fiscal de empresas ou entidades
grau civil; em que a União detenha, direta ou indire-
tamente, participação no capital social ou
IX – valer-se do cargo para lograr proveito em sociedade cooperativa constituída para
pessoal ou de outrem, em detrimento da prestar serviços a seus membros; e (Incluí-
dignidade da função pública; do pela Lei nº 11.784, de 2008)
X – participar de gerência ou administra- II – gozo de licença para o trato de interes-
ção de sociedade privada, personificada ou ses particulares, na forma do art. 91 desta
não personificada, exercer o comércio, ex- Lei, observada a legislação sobre conflito de
ceto na qualidade de acionista, cotista ou interesses. (Incluído pela Lei nº 11.784, de
comanditário; (Redação dada pela Lei nº 2008)
11.784, de 2008
XI – atuar, como procurador ou intermediá-
rio, junto a repartições públicas, salvo quan-
do se tratar de benefícios previdenciários CAPÍTULO III
ou assistenciais de parentes até o segundo DA ACUMULAÇÃO
grau, e de cônjuge ou companheiro;
Art. 118. Ressalvados os casos previstos na
XII – receber propina, comissão, presente Constituição, é vedada a acumulação remunera-
ou vantagem de qualquer espécie, em razão da de cargos públicos.
de suas atribuições;
§ 1º A proibição de acumular estende-se a
XIII – aceitar comissão, emprego ou pensão cargos, empregos e funções em autarquias,
de estado estrangeiro; fundações públicas, empresas públicas, so-
ciedades de economia mista da União, do
XIV – praticar usura sob qualquer de suas
Distrito Federal, dos Estados, dos Territórios
formas;
e dos Municípios.
XV – proceder de forma desidiosa;
§ 2º A acumulação de cargos, ainda que lí-
XVI – utilizar pessoal ou recursos materiais cita, fica condicionada à comprovação da
da repartição em serviços ou atividades compatibilidade de horários.
particulares;

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§ 3º Considera-se acumulação proibida a § 1º A indenização de prejuízo dolosamen-


percepção de vencimento de cargo ou em- te causado ao erário somente será liquida-
prego público efetivo com proventos da da na forma prevista no art. 46, na falta de
inatividade, salvo quando os cargos de que outros bens que assegurem a execução do
decorram essas remunerações forem acu- débito pela via judicial.
muláveis na atividade. (Incluído pela Lei nº
9.527, de 10.12.97) § 2º Tratando-se de dano causado a tercei-
ros, responderá o servidor perante a Fazen-
Art. 119. O servidor não poderá exercer mais de da Pública, em ação regressiva.
um cargo em comissão, exceto no caso previsto
no parágrafo único do art. 9o, nem ser remune- § 3º A obrigação de reparar o dano estende-
rado pela participação em órgão de deliberação -se aos sucessores e contra eles será execu-
coletiva. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de tada, até o limite do valor da herança rece-
10.12.97) bida.

Parágrafo único. O disposto neste artigo Art. 123. A responsabilidade penal abrange os
não se aplica à remuneração devida pela crimes e contravenções imputadas ao servidor,
participação em conselhos de administra- nessa qualidade.
ção e fiscal das empresas públicas e socie- Art. 124. A responsabilidade civil-administrativa
dades de economia mista, suas subsidiárias resulta de ato omissivo ou comissivo praticado
e controladas, bem como quaisquer em- no desempenho do cargo ou função.
presas ou entidades em que a União, direta
ou indiretamente, detenha participação no Art. 125. As sanções civis, penais e administrati-
capital social, observado o que, a respei- vas poderão cumular-se, sendo independentes
to, dispuser legislação específica. (Redação entre si.
dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, Art. 126. A responsabilidade administrativa do
de 4.9.2001) servidor será afastada no caso de absolvição
Art. 120. O servidor vinculado ao regime desta criminal que negue a existência do fato ou sua
Lei, que acumular licitamente dois cargos efeti- autoria.
vos, quando investido em cargo de provimento Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser res-
em comissão, ficará afastado de ambos os car- ponsabilizado civil, penal ou administrativa-
gos efetivos, salvo na hipótese em que houver mente por dar ciência à autoridade superior ou,
compatibilidade de horário e local com o exer- quando houver suspeita de envolvimento desta,
cício de um deles, declarada pelas autoridades a outra autoridade competente para apuração
máximas dos órgãos ou entidades envolvidos. de informação concernente à prática de crimes
(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) ou improbidade de que tenha conhecimento,
ainda que em decorrência do exercício de cargo,
emprego ou função pública. (Incluído pela Lei nº
CAPÍTULO IV 12.527, de 2011)
DAS RESPONSABILIDADES
Art. 121. O servidor responde civil, penal e ad- CAPÍTULO V
ministrativamente pelo exercício irregular de
suas atribuições. DAS PENALIDADES
Art. 122. A responsabilidade civil decorre de ato Art. 127. São penalidades disciplinares:
omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que
I – advertência;
resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros.

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II – suspensão; Art. 131. As penalidades de advertência e de
suspensão terão seus registros cancelados, após
III – demissão; o decurso de 3 (três) e 5 (cinco) anos de efeti-
IV – cassação de aposentadoria ou disponi- vo exercício, respectivamente, se o servidor não
bilidade; houver, nesse período, praticado nova infração
disciplinar.
V – destituição de cargo em comissão;
Parágrafo único. O cancelamento da penali-
VI – destituição de função comissionada. dade não surtirá efeitos retroativos.
Art. 128. Na aplicação das penalidades serão Art. 132. A demissão será aplicada nos seguin-
consideradas a natureza e a gravidade da in- tes casos:
fração cometida, os danos que dela provierem
para o serviço público, as circunstâncias agra- I – crime contra a administração pública;
vantes ou atenuantes e os antecedentes funcio- II – abandono de cargo;
nais.
III – inassiduidade habitual;
Parágrafo único. O ato de imposição da pe-
nalidade mencionará sempre o fundamento IV – improbidade administrativa;
legal e a causa da sanção disciplinar. (Incluí-
do pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) V – incontinência pública e conduta escan-
dalosa, na repartição;
Art. 129. A advertência será aplicada por escri-
to, nos casos de violação de proibição constan- VI – insubordinação grave em serviço;
te do art. 117, incisos I a VIII e XIX, e de inob- VII – ofensa física, em serviço, a servidor ou
servância de dever funcional previsto em lei, a particular, salvo em legítima defesa pró-
regulamentação ou norma interna, que não pria ou de outrem;
justifique imposição de penalidade mais grave.
(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) VIII – aplicação irregular de dinheiros públi-
cos;
Art. 130. A suspensão será aplicada em caso de
reincidência das faltas punidas com advertên- IX – revelação de segredo do qual se apro-
cia e de violação das demais proibições que não priou em razão do cargo;
tipifiquem infração sujeita a penalidade de de-
X – lesão aos cofres públicos e dilapidação
missão, não podendo exceder de 90 (noventa)
do patrimônio nacional;
dias.
XI – corrupção;
§ 1º Será punido com suspensão de até 15
(quinze) dias o servidor que, injustificada- XII – acumulação ilegal de cargos, empregos
mente, recusar-se a ser submetido a inspe- ou funções públicas;
ção médica determinada pela autoridade
competente, cessando os efeitos da penali- XIII – transgressão dos incisos IX a XVI do
dade uma vez cumprida a determinação. art. 117.

§ 2º Quando houver conveniência para o Art. 133. Detectada a qualquer tempo a acu-
serviço, a penalidade de suspensão poderá mulação ilegal de cargos, empregos ou funções
ser convertida em multa, na base de 50% públicas, a autoridade a que se refere o art. 143
(cinqüenta por cento) por dia de vencimen- notificará o servidor, por intermédio de sua che-
to ou remuneração, ficando o servidor obri- fia imediata, para apresentar opção no prazo
gado a permanecer em serviço. improrrogável de dez dias, contados da data da
ciência e, na hipótese de omissão, adotará pro-
cedimento sumário para a sua apuração e regu-

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larização imediata, cujo processo administrativo § 4º No prazo de cinco dias, contados do


disciplinar se desenvolverá nas seguintes fases: recebimento do processo, a autoridade jul-
(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) gadora proferirá a sua decisão, aplicando-
-se, quando for o caso, o disposto no § 3º
I – instauração, com a publicação do ato que do art. 167. (Incluído pela Lei nº 9.527, de
constituir a comissão, a ser composta por 10.12.97)
dois servidores estáveis, e simultaneamen-
te indicar a autoria e a materialidade da § 5º A opção pelo servidor até o último dia
transgressão objeto da apuração; (Incluído de prazo para defesa configurará sua boa-
pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) -fé, hipótese em que se converterá auto-
maticamente em pedido de exoneração do
II – instrução sumária, que compreende in- outro cargo. (Incluído pela Lei nº 9.527, de
diciação, defesa e relatório; (Incluído pela 10.12.97)
Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 6º Caracterizada a acumulação ilegal e
III – julgamento. (Incluído pela Lei nº 9.527, provada a má-fé, aplicar-se-á a pena de de-
de 10.12.97) missão, destituição ou cassação de aposen-
§ 1º A indicação da autoria de que trata o tadoria ou disponibilidade em relação aos
inciso I dar-se-á pelo nome e matrícula do cargos, empregos ou funções públicas em
servidor, e a materialidade pela descrição regime de acumulação ilegal, hipótese em
dos cargos, empregos ou funções públicas que os órgãos ou entidades de vinculação
em situação de acumulação ilegal, dos ór- serão comunicados. (Incluído pela Lei nº
gãos ou entidades de vinculação, das datas 9.527, de 10.12.97)
de ingresso, do horário de trabalho e do § 7º O prazo para a conclusão do processo
correspondente regime jurídico. (Redação administrativo disciplinar submetido ao rito
dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) sumário não excederá trinta dias, contados
§ 2º A comissão lavrará, até três dias após da data de publicação do ato que constituir
a publicação do ato que a constituiu, termo a comissão, admitida a sua prorrogação por
de indiciação em que serão transcritas as até quinze dias, quando as circunstâncias
informações de que trata o parágrafo ante- o exigirem. (Incluído pela Lei nº 9.527, de
rior, bem como promoverá a citação pesso- 10.12.97)
al do servidor indiciado, ou por intermédio § 8º O procedimento sumário rege-se pelas
de sua chefia imediata, para, no prazo de disposições deste artigo, observando-se, no
cinco dias, apresentar defesa escrita, asse- que lhe for aplicável, subsidiariamente, as
gurando-se-lhe vista do processo na repar- disposições dos Títulos IV e V desta Lei. (In-
tição, observado o disposto nos arts. 163 cluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
e 164. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
10.12.97) Art. 134. Será cassada a aposentadoria ou a dis-
ponibilidade do inativo que houver praticado,
§ 3º Apresentada a defesa, a comissão ela- na atividade, falta punível com a demissão.
borará relatório conclusivo quanto à ino-
cência ou à responsabilidade do servidor, Art. 135. A destituição de cargo em comissão
em que resumirá as peças principais dos au- exercido por não ocupante de cargo efetivo será
tos, opinará sobre a licitude da acumulação aplicada nos casos de infração sujeita às penali-
em exame, indicará o respectivo dispositivo dades de suspensão e de demissão.
legal e remeterá o processo à autoridade
instauradora, para julgamento. (Incluído Parágrafo único. Constatada a hipótese de
pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) que trata este artigo, a exoneração efetua-

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da nos termos do art. 35 será convertida em II – após a apresentação da defesa a comis-
destituição de cargo em comissão. são elaborará relatório conclusivo quanto
à inocência ou à responsabilidade do ser-
Art. 136. A demissão ou a destituição de cargo vidor, em que resumirá as peças principais
em comissão, nos casos dos incisos IV, VIII, X e dos autos, indicará o respectivo dispositivo
XI do art. 132, implica a indisponibilidade dos legal, opinará, na hipótese de abandono de
bens e o ressarcimento ao erário, sem prejuízo cargo, sobre a intencionalidade da ausência
da ação penal cabível. ao serviço superior a trinta dias e remeterá
Art. 137. A demissão ou a destituição de cargo o processo à autoridade instauradora para
em comissão, por infringência do art. 117, in- julgamento. (Incluído pela Lei nº 9.527, de
cisos IX e XI, incompatibiliza o ex-servidor para 10.12.97)
nova investidura em cargo público federal, pelo Art. 141. As penalidades disciplinares serão
prazo de 5 (cinco) anos. aplicadas:
Parágrafo único. Não poderá retornar ao I – pelo Presidente da República, pelos Pre-
serviço público federal o servidor que for sidentes das Casas do Poder Legislativo e
demitido ou destituído do cargo em comis- dos Tribunais Federais e pelo Procurador-
são por infringência do art. 132, incisos I, IV, -Geral da República, quando se tratar de
VIII, X e XI. demissão e cassação de aposentadoria ou
Art. 138. Configura abandono de cargo a ausên- disponibilidade de servidor vinculado ao
cia intencional do servidor ao serviço por mais respectivo Poder, órgão, ou entidade;
de trinta dias consecutivos. II – pelas autoridades administrativas de
Art. 139. Entende-se por inassiduidade habitual hierarquia imediatamente inferior àquelas
a falta ao serviço, sem causa justificada, por ses- mencionadas no inciso anterior quando se
senta dias, interpoladamente, durante o perío- tratar de suspensão superior a 30 (trinta)
do de doze meses. dias;

Art. 140. Na apuração de abandono de cargo ou III – pelo chefe da repartição e outras autori-
inassiduidade habitual, também será adotado dades na forma dos respectivos regimentos
o procedimento sumário a que se refere o art. ou regulamentos, nos casos de advertência
133, observando-se especialmente que: (Reda- ou de suspensão de até 30 (trinta) dias;
ção dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) IV – pela autoridade que houver feito a no-
I – a indicação da materialidade dar-se-á: meação, quando se tratar de destituição de
(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) cargo em comissão.

a) na hipótese de abandono de cargo, pela Art. 142. A ação disciplinar prescreverá:


indicação precisa do período de ausência I – em 5 (cinco) anos, quanto às infrações
intencional do servidor ao serviço superior puníveis com demissão, cassação de apo-
a trinta dias; (Incluído pela Lei nº 9.527, de sentadoria ou disponibilidade e destituição
10.12.97) de cargo em comissão;
b) no caso de inassiduidade habitual, pela II – em 2 (dois) anos, quanto à suspensão;
indicação dos dias de falta ao serviço sem
causa justificada, por período igual ou su- III – em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à
perior a sessenta dias interpoladamente, advertência.
durante o período de doze meses; (Incluído
pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) § 1º O prazo de prescrição começa a correr
da data em que o fato se tornou conhecido.

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§ 2º Os prazos de prescrição previstos na lei Art. 144. As denúncias sobre irregularidades se-
penal aplicam-se às infrações disciplinares rão objeto de apuração, desde que contenham
capituladas também como crime. a identificação e o endereço do denunciante e
sejam formuladas por escrito, confirmada a au-
§ 3º A abertura de sindicância ou a instau- tenticidade.
ração de processo disciplinar interrompe a
prescrição, até a decisão final proferida por Parágrafo único. Quando o fato narrado
autoridade competente. não configurar evidente infração disciplinar
ou ilícito penal, a denúncia será arquivada,
§ 4º Interrompido o curso da prescrição, o por falta de objeto.
prazo começará a correr a partir do dia em
que cessar a interrupção. Art. 145. Da sindicância poderá resultar:
I – arquivamento do processo;
TÍTULO V II – aplicação de penalidade de advertência
ou suspensão de até 30 (trinta) dias;
Do Processo Administrativo
III – instauração de processo disciplinar.
Disciplinar
Parágrafo único. O prazo para conclusão da
sindicância não excederá 30 (trinta) dias,
podendo ser prorrogado por igual período,
CAPÍTULO I a critério da autoridade superior.
DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 146. Sempre que o ilícito praticado pelo
servidor ensejar a imposição de penalidade de
Art. 143. A autoridade que tiver ciência de irre-
suspensão por mais de 30 (trinta) dias, de de-
gularidade no serviço público é obrigada a pro-
missão, cassação de aposentadoria ou disponi-
mover a sua apuração imediata, mediante sin-
bilidade, ou destituição de cargo em comissão,
dicância ou processo administrativo disciplinar,
será obrigatória a instauração de processo dis-
assegurada ao acusado ampla defesa.
ciplinar.
§ 1º (Revogado)
§ 2º (Revogado)
3o A apuração de que trata o caput, por
CAPÍTULO II
solicitação da autoridade a que se refere, DO AFASTAMENTO PREVENTIVO
poderá ser promovida por autoridade de
Art. 147. Como medida cautelar e a fim de que
órgão ou entidade diverso daquele em que
o servidor não venha a influir na apuração da
tenha ocorrido a irregularidade, mediante
irregularidade, a autoridade instauradora do
competência específica para tal finalidade,
processo disciplinar poderá determinar o seu
delegada em caráter permanente ou tem-
afastamento do exercício do cargo, pelo prazo
porário pelo Presidente da República, pelos
de até 60 (sessenta) dias, sem prejuízo da remu-
presidentes das Casas do Poder Legislativo
neração.
e dos Tribunais Federais e pelo Procurador-
-Geral da República, no âmbito do respecti- Parágrafo único. O afastamento poderá ser
vo Poder, órgão ou entidade, preservadas as prorrogado por igual prazo, findo o qual
competências para o julgamento que se se- cessarão os seus efeitos, ainda que não con-
guir à apuração. (Incluído pela Lei nº 9.527, cluído o processo.
de 10.12.97)

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CAPÍTULO III tuir a comissão, admitida a sua prorrogação por
DO PROCESSO DISCIPLINAR igual prazo, quando as circunstâncias o exigi-
rem.
Art. 148. O processo disciplinar é o instrumento § 1º Sempre que necessário, a comissão de-
destinado a apurar responsabilidade de servi- dicará tempo integral aos seus trabalhos,
dor por infração praticada no exercício de suas ficando seus membros dispensados do pon-
atribuições, ou que tenha relação com as atri- to, até a entrega do relatório final.
buições do cargo em que se encontre investido.
§ 2º As reuniões da comissão serão registra-
Art. 149. O processo disciplinar será conduzido das em atas que deverão detalhar as delibe-
por comissão composta de três servidores está- rações adotadas.
veis designados pela autoridade competente,
observado o disposto no § 3º do art. 143, que Seção I
indicará, dentre eles, o seu presidente, que
DO INQUÉRITO
deverá ser ocupante de cargo efetivo superior
ou de mesmo nível, ou ter nível de escolarida- Art. 153. O inquérito administrativo obedece-
de igual ou superior ao do indiciado. (Redação rá ao princípio do contraditório, assegurada
dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) ao acusado ampla defesa, com a utilização dos
§ 1º A Comissão terá como secretário servi- meios e recursos admitidos em direito.
dor designado pelo seu presidente, poden- Art. 154. Os autos da sindicância integrarão o
do a indicação recair em um de seus mem- processo disciplinar, como peça informativa da
bros. instrução.
§ 2º Não poderá participar de comissão de Parágrafo único. Na hipótese de o relatório
sindicância ou de inquérito, cônjuge, com- da sindicância concluir que a infração está
panheiro ou parente do acusado, consan- capitulada como ilícito penal, a autoridade
güíneo ou afim, em linha reta ou colateral, competente encaminhará cópia dos autos
até o terceiro grau. ao Ministério Público, independentemente
Art. 150. A Comissão exercerá suas atividades da imediata instauração do processo disci-
com independência e imparcialidade, assegu- plinar.
rado o sigilo necessário à elucidação do fato ou Art. 155. Na fase do inquérito, a comissão pro-
exigido pelo interesse da administração. moverá a tomada de depoimentos, acareações,
Parágrafo único. As reuniões e as audiên- investigações e diligências cabíveis, objetivando
cias das comissões terão caráter reservado. a coleta de prova, recorrendo, quando necessá-
rio, a técnicos e peritos, de modo a permitir a
Art. 151. O processo disciplinar se desenvolve completa elucidação dos fatos.
nas seguintes fases:
Art. 156. É assegurado ao servidor o direito de
I – instauração, com a publicação do ato que acompanhar o processo pessoalmente ou por
constituir a comissão; intermédio de procurador, arrolar e reinquirir
testemunhas, produzir provas e contraprovas
II – inquérito administrativo, que compre-
e formular quesitos, quando se tratar de prova
ende instrução, defesa e relatório;
pericial.
III – julgamento.
§ 1º O presidente da comissão poderá de-
Art. 152. O prazo para a conclusão do processo negar pedidos considerados impertinentes,
disciplinar não excederá 60 (sessenta) dias, con- meramente protelatórios, ou de nenhum
tados da data de publicação do ato que consti- interesse para o esclarecimento dos fatos.

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§ 2º Será indeferido o pedido de prova pe- apenso ao processo principal, após a expe-
ricial, quando a comprovação do fato inde- dição do laudo pericial.
pender de conhecimento especial de perito.
Art. 161. Tipificada a infração disciplinar, será
Art. 157. As testemunhas serão intimadas a de- formulada a indiciação do servidor, com a es-
por mediante mandado expedido pelo presi- pecificação dos fatos a ele imputados e das res-
dente da comissão, devendo a segunda via, com pectivas provas.
o ciente do interessado, ser anexado aos autos.
§ 1º O indiciado será citado por mandado
Parágrafo único. Se a testemunha for servi- expedido pelo presidente da comissão para
dor público, a expedição do mandado será apresentar defesa escrita, no prazo de 10
imediatamente comunicada ao chefe da re- (dez) dias, assegurando-se-lhe vista do pro-
partição onde serve, com a indicação do dia cesso na repartição.
e hora marcados para inquirição.
§ 2º Havendo dois ou mais indiciados, o pra-
Art. 158. O depoimento será prestado oralmen- zo será comum e de 20 (vinte) dias.
te e reduzido a termo, não sendo lícito à teste-
munha trazê-lo por escrito. § 3º O prazo de defesa poderá ser prorro-
gado pelo dobro, para diligências reputadas
§ 1º As testemunhas serão inquiridas sepa- indispensáveis.
radamente.
§ 4º No caso de recusa do indiciado em
§ 2º Na hipótese de depoimentos contradi- apor o ciente na cópia da citação, o prazo
tórios ou que se infirmem, proceder-se-á à para defesa contar-se-á da data declarada,
acareação entre os depoentes. em termo próprio, pelo membro da comis-
são que fez a citação, com a assinatura de
Art. 159. Concluída a inquirição das testemu- (2) duas testemunhas.
nhas, a comissão promoverá o interrogatório do
acusado, observados os procedimentos previs- Art. 162. O indiciado que mudar de residência
tos nos arts. 157 e 158. fica obrigado a comunicar à comissão o lugar
onde poderá ser encontrado.
§ 1º No caso de mais de um acusado, cada
um deles será ouvido separadamente, e Art. 163. Achando-se o indiciado em lugar in-
sempre que divergirem em suas declara- certo e não sabido, será citado por edital, publi-
ções sobre fatos ou circunstâncias, será pro- cado no Diário Oficial da União e em jornal de
movida a acareação entre eles. grande circulação na localidade do último domi-
cílio conhecido, para apresentar defesa.
§ 2º O procurador do acusado poderá assis-
tir ao interrogatório, bem como à inquirição Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, o
das testemunhas, sendo-lhe vedado inter- prazo para defesa será de 15 (quinze) dias a
ferir nas perguntas e respostas, facultando- partir da última publicação do edital.
-se-lhe, porém, reinquiri-las, por intermédio
do presidente da comissão. Art. 164. Considerar-se-á revel o indiciado que,
regularmente citado, não apresentar defesa no
Art. 160. Quando houver dúvida sobre a sani- prazo legal.
dade mental do acusado, a comissão proporá à
autoridade competente que ele seja submetido § 1º A revelia será declarada, por termo,
a exame por junta médica oficial, da qual parti- nos autos do processo e devolverá o prazo
cipe pelo menos um médico psiquiatra. para a defesa.

Parágrafo único. O incidente de sanidade § 2º Para defender o indiciado revel, a auto-


mental será processado em auto apartado e ridade instauradora do processo designará
um servidor como defensor dativo, que de-

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verá ser ocupante de cargo efetivo superior Art. 168. O julgamento acatará o relatório da
ou de mesmo nível, ou ter nível de escolari- comissão, salvo quando contrário às provas dos
dade igual ou superior ao do indiciado. (Re- autos.
dação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Parágrafo único. Quando o relatório da co-
Art. 165. Apreciada a defesa, a comissão elabo- missão contrariar as provas dos autos, a au-
rará relatório minucioso, onde resumirá as pe- toridade julgadora poderá, motivadamente,
ças principais dos autos e mencionará as provas agravar a penalidade proposta, abrandá-la
em que se baseou para formar a sua convicção. ou isentar o servidor de responsabilidade.
§ 1º O relatório será sempre conclusivo Art. 169. Verificada a ocorrência de vício insa-
quanto à inocência ou à responsabilidade nável, a autoridade que determinou a instaura-
do servidor. ção do processo ou outra de hierarquia superior
declarará a sua nulidade, total ou parcial, e or-
§ 2º Reconhecida a responsabilidade do ser- denará, no mesmo ato, a constituição de outra
vidor, a comissão indicará o dispositivo legal comissão para instauração de novo processo.
ou regulamentar transgredido, bem como (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
as circunstâncias agravantes ou atenuantes.
§ 1º O julgamento fora do prazo legal não
Art. 166. O processo disciplinar, com o relatório implica nulidade do processo.
da comissão, será remetido à autoridade que
determinou a sua instauração, para julgamento. § 2º A autoridade julgadora que der causa à
prescrição de que trata o art. 142, § 2º, será
Seção II responsabilizada na forma do Capítulo IV do
DO JULGAMENTO Título IV.

Art. 167. No prazo de 20 (vinte) dias, contados Art. 170. Extinta a punibilidade pela prescrição,
do recebimento do processo, a autoridade jul- a autoridade julgadora determinará o registro
gadora proferirá a sua decisão. do fato nos assentamentos individuais do servi-
dor.
§ 1º Se a penalidade a ser aplicada exceder
a alçada da autoridade instauradora do pro- Art. 171. Quando a infração estiver capitulada
cesso, este será encaminhado à autoridade como crime, o processo disciplinar será reme-
competente, que decidirá em igual prazo. tido ao Ministério Público para instauração da
ação penal, ficando trasladado na repartição.
§ 2º Havendo mais de um indiciado e diver-
sidade de sanções, o julgamento caberá à Art. 172. O servidor que responder a processo
autoridade competente para a imposição disciplinar só poderá ser exonerado a pedido,
da pena mais grave. ou aposentado voluntariamente, após a conclu-
são do processo e o cumprimento da penalida-
§ 3º Se a penalidade prevista for a demissão de, acaso aplicada.
ou cassação de aposentadoria ou disponibi-
lidade, o julgamento caberá às autoridades Parágrafo único. Ocorrida a exoneração de
de que trata o inciso I do art. 141. que trata o parágrafo único, inciso I do art.
34, o ato será convertido em demissão, se
§ 4º Reconhecida pela comissão a inocência for o caso.
do servidor, a autoridade instauradora do
processo determinará o seu arquivamento, Art. 173. Serão assegurados transporte e diá-
salvo se flagrantemente contrária à prova rias:
dos autos. (Incluído pela Lei nº 9.527, de I – ao servidor convocado para prestar de-
10.12.97) poimento fora da sede de sua repartição,

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na condição de testemunha, denunciado ou Art. 179. A comissão revisora terá 60 (sessenta)


indiciado; dias para a conclusão dos trabalhos.
II – aos membros da comissão e ao secre- Art. 180. Aplicam-se aos trabalhos da comissão
tário, quando obrigados a se deslocarem da revisora, no que couber, as normas e procedi-
sede dos trabalhos para a realização de mis- mentos próprios da comissão do processo dis-
são essencial ao esclarecimento dos fatos. ciplinar.

Seção III Art. 181. O julgamento caberá à autoridade que


DA REVISÃO DO PROCESSO aplicou a penalidade, nos termos do art. 141.
Parágrafo único. O prazo para julgamento
Art. 174. O processo disciplinar poderá ser re- será de 20 (vinte) dias, contados do recebi-
visto, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, mento do processo, no curso do qual a au-
quando se aduzirem fatos novos ou circunstân- toridade julgadora poderá determinar dili-
cias suscetíveis de justificar a inocência do pu- gências.
nido ou a inadequação da penalidade aplicada.
Art. 182. Julgada procedente a revisão, será
§ 1º Em caso de falecimento, ausência ou declarada sem efeito a penalidade aplicada,
desaparecimento do servidor, qualquer restabelecendo-se todos os direitos do servidor,
pessoa da família poderá requerer a revisão exceto em relação à destituição do cargo em co-
do processo. missão, que será convertida em exoneração.
§ 2º No caso de incapacidade mental do Parágrafo único. Da revisão do processo
servidor, a revisão será requerida pelo res- não poderá resultar agravamento de pena-
pectivo curador. lidade.
Art. 175. No processo revisional, o ônus da pro-
va cabe ao requerente.
TÍTULO VI
Art. 176. A simples alegação de injustiça da pe-
nalidade não constitui fundamento para a re- Da Seguridade Social do Servidor
visão, que requer elementos novos, ainda não
apreciados no processo originário.
Art. 177. O requerimento de revisão do proces-
so será dirigido ao Ministro de Estado ou auto- CAPÍTULO I
ridade equivalente, que, se autorizar a revisão, DISPOSIÇÕES GERAIS
encaminhará o pedido ao dirigente do órgão ou
entidade onde se originou o processo discipli- Art. 183. A União manterá Plano de Seguridade
nar. Social para o servidor e sua família.

Parágrafo único. Deferida a petição, a au- § 1º O servidor ocupante de cargo em co-


toridade competente providenciará a cons- missão que não seja, simultaneamente,
tituição de comissão, na forma do art. 149. ocupante de cargo ou emprego efetivo na
administração pública direta, autárquica e
Art. 178. A revisão correrá em apenso ao pro- fundacional não terá direito aos benefícios
cesso originário. do Plano de Seguridade Social, com exceção
Parágrafo único. Na petição inicial, o reque- da assistência à saúde. (Redação dada pela
rente pedirá dia e hora para a produção de Lei nº 10.667, de 14.5.2003)
provas e inquirição das testemunhas que § 2º O servidor afastado ou licenciado do
arrolar. cargo efetivo, sem direito à remuneração,

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inclusive para servir em organismo oficial Parágrafo único. Os benefícios serão con-
internacional do qual o Brasil seja membro cedidos nos termos e condições definidos
efetivo ou com o qual coopere, ainda que em regulamento, observadas as disposições
contribua para regime de previdência so- desta Lei.
cial no exterior, terá suspenso o seu vínculo
com o regime do Plano de Seguridade Social Art. 185. Os benefícios do Plano de Seguridade
do Servidor Público enquanto durar o afas- Social do servidor compreendem:
tamento ou a licença, não lhes assistindo, I – quanto ao servidor:
neste período, os benefícios do menciona-
do regime de previdência. (Incluído pela Lei a) aposentadoria;
nº 10.667, de 14.5.2003)
b) auxílio-natalidade;
§ 3º Será assegurada ao servidor licencia-
c) salário-família;
do ou afastado sem remuneração a manu-
tenção da vinculação ao regime do Plano d) licença para tratamento de saúde;
de Seguridade Social do Servidor Público,
mediante o recolhimento mensal da res- e) licença à gestante, à adotante e licença-
pectiva contribuição, no mesmo percentual -paternidade;
devido pelos servidores em atividade, inci- f) licença por acidente em serviço;
dente sobre a remuneração total do cargo a
que faz jus no exercício de suas atribuições, g) assistência à saúde;
computando-se, para esse efeito, inclusive,
h) garantia de condições individuais e am-
as vantagens pessoais. (Incluído pela Lei nº
bientais de trabalho satisfatórias;
10.667, de 14.5.2003)
II – quanto ao dependente:
§ 4º O recolhimento de que trata o § 3º
deve ser efetuado até o segundo dia útil a) pensão vitalícia e temporária;
após a data do pagamento das remunera-
ções dos servidores públicos, aplicando-se b) auxílio-funeral;
os procedimentos de cobrança e execução c) auxílio-reclusão;
dos tributos federais quando não recolhidas
na data de vencimento. (Incluído pela Lei nº d) assistência à saúde.
10.667, de 14.5.2003)
§ 1º As aposentadorias e pensões serão
Art. 184. O Plano de Seguridade Social visa a dar concedidas e mantidas pelos órgãos ou en-
cobertura aos riscos a que estão sujeitos o ser- tidades aos quais se encontram vinculados
vidor e sua família, e compreende um conjunto os servidores, observado o disposto nos
de benefícios e ações que atendam às seguintes arts. 189 e 224.
finalidades:
§ 2º O recebimento indevido de benefícios
I – garantir meios de subsistência nos even- havidos por fraude, dolo ou má-fé, impli-
tos de doença, invalidez, velhice, acidente cará devolução ao erário do total auferido,
em serviço, inatividade, falecimento e re- sem prejuízo da ação penal cabível.
clusão;
II – proteção à maternidade, à adoção e à
paternidade;
III – assistência à saúde.

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CAPÍTULO II outras que a lei indicar, com base na medici-


DOS BENEFÍCIOS na especializada.
§ 2º Nos casos de exercício de atividades
Seção I consideradas insalubres ou perigosas, bem
DA APOSENTADORIA como nas hipóteses previstas no art. 71, a
aposentadoria de que trata o inciso III, "a" e
Art. 186. O servidor será aposentado: (Vide art. "c", observará o disposto em lei específica.
40 da Constituição)
§ 3º Na hipótese do inciso I o servidor será
I – por invalidez permanente, sendo os pro- submetido à junta médica oficial, que ates-
ventos integrais quando decorrente de aci- tará a invalidez quando caracterizada a in-
dente em serviço, moléstia profissional ou capacidade para o desempenho das atri-
doença grave, contagiosa ou incurável, es- buições do cargo ou a impossibilidade de se
pecificada em lei, e proporcionais nos de- aplicar o disposto no art. 24. (Incluído pela
mais casos; Lei nº 9.527, de 10.12.97)
II – compulsoriamente, aos setenta anos Art. 187. A aposentadoria compulsória será au-
de idade, com proventos proporcionais ao tomática, e declarada por ato, com vigência a
tempo de serviço; partir do dia imediato àquele em que o servidor
III – voluntariamente: atingir a idade-limite de permanência no servi-
ço ativo.
a) aos 35 (trinta e cinco) anos de serviço,
se homem, e aos 30 (trinta) se mulher, com Art. 188. A aposentadoria voluntária ou por in-
proventos integrais; validez vigorará a partir da data da publicação
do respectivo ato.
b) aos 30 (trinta) anos de efetivo exercício
em funções de magistério se professor, e 25 § 1º A aposentadoria por invalidez será pre-
(vinte e cinco) se professora, com proventos cedida de licença para tratamento de saú-
integrais; de, por período não excedente a 24 (vinte e
quatro) meses.
c) aos 30 (trinta) anos de serviço, se ho-
mem, e aos 25 (vinte e cinco) se mulher, § 2º Expirado o período de licença e não es-
com proventos proporcionais a esse tempo; tando em condições de reassumir o cargo
ou de ser readaptado, o servidor será apo-
d) aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, sentado.
se homem, e aos 60 (sessenta) se mulher,
com proventos proporcionais ao tempo de § 3º O lapso de tempo compreendido entre
serviço. o término da licença e a publicação do ato
da aposentadoria será considerado como
§ 1º Consideram-se doenças graves, conta- de prorrogação da licença.
giosas ou incuráveis, a que se refere o inciso
I deste artigo, tuberculose ativa, alienação § 4º Para os fins do disposto no § 1º deste
mental, esclerose múltipla, neoplasia ma- artigo, serão consideradas apenas as licen-
ligna, cegueira posterior ao ingresso no ser- ças motivadas pela enfermidade ensejado-
viço público, hanseníase, cardiopatia grave, ra da invalidez ou doenças correlacionadas.
doença de Parkinson, paralisia irreversível e (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
incapacitante, espondiloartrose anquilosan- § 5º A critério da Administração, o servidor
te, nefropatia grave, estados avançados do em licença para tratamento de saúde ou
mal de Paget (osteíte deformante), Síndro- aposentado por invalidez poderá ser convo-
me de Imunodeficiência Adquirida – AIDS, e cado a qualquer momento, para avaliação

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das condições que ensejaram o afastamen- quantia equivalente ao menor vencimento do
to ou a aposentadoria. (Incluído pela Lei nº serviço público, inclusive no caso de natimorto.
11.907, de 2009)
§ 1º Na hipótese de parto múltiplo, o valor
Art. 189. O provento da aposentadoria será cal- será acrescido de 50% (cinqüenta por cen-
culado com observância do disposto no § 3º do to), por nascituro.
art. 41, e revisto na mesma data e proporção,
sempre que se modificar a remuneração dos § 2º O auxílio será pago ao cônjuge ou com-
servidores em atividade. panheiro servidor público, quando a partu-
riente não for servidora.
Parágrafo único. São estendidos aos inati-
vos quaisquer benefícios ou vantagens pos- Seção III
teriormente concedidas aos servidores em DO SALÁRIO-FAMÍLIA
atividade, inclusive quando decorrentes de
transformação ou reclassificação do cargo Art. 197. O salário-família é devido ao servidor
ou função em que se deu a aposentadoria. ativo ou ao inativo, por dependente econômico.

Art. 190. O servidor aposentado com provento Parágrafo único. Consideram-se dependen-
proporcional ao tempo de serviço se acometido tes econômicos para efeito de percepção do
de qualquer das moléstias especificadas no § 1º salário-família:
do art. 186 desta Lei e, por esse motivo, for con-
I – o cônjuge ou companheiro e os filhos, in-
siderado inválido por junta médica oficial passa-
clusive os enteados até 21 (vinte e um) anos
rá a perceber provento integral, calculado com
de idade ou, se estudante, até 24 (vinte e
base no fundamento legal de concessão da apo-
quatro) anos ou, se inválido, de qualquer
sentadoria. (Redação dada pela Lei nº 11.907,
idade;
de 2009)
II – o menor de 21 (vinte e um) anos que,
Art. 191. Quando proporcional ao tempo de
mediante autorização judicial, viver na com-
serviço, o provento não será inferior a 1/3 (um
panhia e às expensas do servidor, ou do ina-
terço) da remuneração da atividade.
tivo;
Art. 192. (Revogado).
III – a mãe e o pai sem economia própria.
Art. 193. (Revogado).
Art. 198. Não se configura a dependência eco-
Art. 194. Ao servidor aposentado será paga a nômica quando o beneficiário do salário-família
gratificação natalina, até o dia vinte do mês de perceber rendimento do trabalho ou de qual-
dezembro, em valor equivalente ao respectivo quer outra fonte, inclusive pensão ou provento
provento, deduzido o adiantamento recebido. da aposentadoria, em valor igual ou superior ao
salário-mínimo.
Art. 195. Ao ex-combatente que tenha efetiva-
mente participado de operações bélicas, duran- Art. 199. Quando o pai e mãe forem servidores
te a Segunda Guerra Mundial, nos termos da Lei públicos e viverem em comum, o salário-família
nº 5.315, de 12 de setembro de 1967, será con- será pago a um deles; quando separados, será
cedida aposentadoria com provento integral, pago a um e outro, de acordo com a distribuição
aos 25 (vinte e cinco) anos de serviço efetivo. dos dependentes.

Seção II Parágrafo único. Ao pai e à mãe equiparam-


-se o padrasto, a madrasta e, na falta des-
DO AUXÍLIO-NATALIDADE tes, os representantes legais dos incapazes.
Art. 196. O auxílio-natalidade é devido à ser-
vidora por motivo de nascimento de filho, em

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Art. 200. O salário-família não está sujeito a cial previstos nesta Lei, será efetuada por
qualquer tributo, nem servirá de base para cirurgiões-dentistas, nas hipóteses em que
qualquer contribuição, inclusive para a Previ- abranger o campo de atuação da odontolo-
dência Social. gia. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
Art. 201. O afastamento do cargo efetivo, sem Art. 204. A licença para tratamento de saúde in-
remuneração, não acarreta a suspensão do pa- ferior a 15 (quinze) dias, dentro de 1 (um) ano,
gamento do salário-família. poderá ser dispensada de perícia oficial, na for-
ma definida em regulamento. (Redação dada
Seção IV pela Lei nº 11.907, de 2009)
DA LICENÇA PARA
Art. 205. O atestado e o laudo da junta médica
TRATAMENTO DE SAÚDE não se referirão ao nome ou natureza da doen-
ça, salvo quando se tratar de lesões produzidas
Art. 202. Será concedida ao servidor licença
por acidente em serviço, doença profissional ou
para tratamento de saúde, a pedido ou de ofí-
qualquer das doenças especificadas no art. 186,
cio, com base em perícia médica, sem prejuízo
§ 1º.
da remuneração a que fizer jus.
Art. 206. O servidor que apresentar indícios de
Art. 203. A licença de que trata o art. 202 desta
lesões orgânicas ou funcionais será submetido a
Lei será concedida com base em perícia oficial.
inspeção médica.
(Redação dada pela Lei nº 11.907, de 2009)
Art. 206-A. O servidor será submetido a exames
§ 1º Sempre que necessário, a inspeção mé-
médicos periódicos, nos termos e condições de-
dica será realizada na residência do servidor
finidos em regulamento. (Incluído pela Lei nº
ou no estabelecimento hospitalar onde se
11.907, de 2009) (Regulamento).
encontrar internado.
Parágrafo único. Para os fins do disposto no
§ 2º Inexistindo médico no órgão ou entida-
caput, a União e suas entidades autárquicas
de no local onde se encontra ou tenha exer-
e fundacionais poderão: (Incluído pela Lei
cício em caráter permanente o servidor, e
nº 12.998, de 2014)
não se configurando as hipóteses previstas
nos parágrafos do art. 230, será aceito ates- I – prestar os exames médicos periódicos
tado passado por médico particular. (Reda- diretamente pelo órgão ou entidade à qual
ção dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) se encontra vinculado o servidor; (Incluído
pela Lei nº 12.998, de 2014)
§ 3º No caso do § 2º deste artigo, o atestado
somente produzirá efeitos depois de recep- II – celebrar convênio ou instrumento de
cionado pela unidade de recursos humanos cooperação ou parceria com os órgãos e
do órgão ou entidade. (Redação dada pela entidades da administração direta, suas au-
Lei nº 11.907, de 2009) tarquias e fundações; (Incluído pela Lei nº
12.998, de 2014)
§ 4º A licença que exceder o prazo de 120
(cento e vinte) dias no período de 12 (doze) III – celebrar convênios com operadoras de
meses a contar do primeiro dia de afasta- plano de assistência à saúde, organizadas
mento será concedida mediante avaliação na modalidade de autogestão, que possu-
por junta médica oficial. (Redação dada am autorização de funcionamento do órgão
pela Lei nº 11.907, de 2009) regulador, na forma do art. 230; ou (Incluí-
do pela Lei nº 12.998, de 2014)
§ 5º A perícia oficial para concessão da li-
cença de que trata o caput deste artigo, IV – prestar os exames médicos periódicos
bem como nos demais casos de perícia ofi- mediante contrato administrativo, observa-

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do o disposto na Lei no 8.666, de 21 de ju- Seção VI
nho de 1993, e demais normas pertinentes. DA LICENÇA POR
(Incluído pela Lei nº 12.998, de 2014)
ACIDENTE EM SERVIÇO
Seção V
Art. 211. Será licenciado, com remuneração in-
DA LICENÇA À GESTANTE, À ADOTAN- tegral, o servidor acidentado em serviço.
TE E DA LICENÇA-PATERNIDADE
Art. 212. Configura acidente em serviço o dano
Art. 207. Será concedida licença à servidora ges- físico ou mental sofrido pelo servidor, que se
tante por 120 (cento e vinte) dias consecutivos, relacione, mediata ou imediatamente, com as
sem prejuízo da remuneração. (Vide Decreto nº atribuições do cargo exercido.
6.690, de 2008)
Parágrafo único. Equipara-se ao acidente
§ 1º A licença poderá ter início no primeiro em serviço o dano:
dia do nono mês de gestação, salvo anteci-
I – decorrente de agressão sofrida e não
pação por prescrição médica.
provocada pelo servidor no exercício do car-
§ 2º No caso de nascimento prematuro, a li- go;
cença terá início a partir do parto.
II – sofrido no percurso da residência para o
§ 3º No caso de natimorto, decorridos 30 trabalho e vice-versa.
(trinta) dias do evento, a servidora será sub-
Art. 213. O servidor acidentado em serviço que
metida a exame médico, e se julgada apta,
necessite de tratamento especializado poderá
reassumirá o exercício.
ser tratado em instituição privada, à conta de
§ 4º No caso de aborto atestado por médico recursos públicos.
oficial, a servidora terá direito a 30 (trinta)
Parágrafo único. O tratamento recomenda-
dias de repouso remunerado.
do por junta médica oficial constitui medida
Art. 208. Pelo nascimento ou adoção de filhos, de exceção e somente será admissível quan-
o servidor terá direito à licença-paternidade de do inexistirem meios e recursos adequados
5 (cinco) dias consecutivos. em instituição pública.
Art. 209. Para amamentar o próprio filho, até a Art. 214. A prova do acidente será feita no prazo
idade de seis meses, a servidora lactante terá de 10 (dez) dias, prorrogável quando as circuns-
direito, durante a jornada de trabalho, a uma tâncias o exigirem.
hora de descanso, que poderá ser parcelada em
dois períodos de meia hora. Seção VII
DA PENSÃO
Art. 210. À servidora que adotar ou obtiver
guarda judicial de criança até 1 (um) ano de Art. 215. Por morte do servidor, os dependen-
idade, serão concedidos 90 (noventa) dias de li- tes, nas hipóteses legais, fazem jus à pensão
cença remunerada. (Vide Decreto nº 6.691, de a partir da data de óbito, observado o limite
2008) estabelecido no inciso XI do caput do art. 37
Parágrafo único. No caso de adoção ou da Constituição Federal e no art. 2o da Lei no
guarda judicial de criança com mais de 1 10.887, de 18 de junho de 2004. (Redação dada
(um) ano de idade, o prazo de que trata este pela Lei nº 13.135, de 2015)
artigo será de 30 (trinta) dias. Art. 217. São beneficiários das pensões:
I – o cônjuge; (Redação dada pela Lei nº
13.135, de 2015)

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a) (Revogada); (Redação dada pela Lei nº V – a mãe e o pai que comprovem depen-
13.135, de 2015) dência econômica do servidor; e (Incluído
pela Lei nº 13.135, de 2015)
b) (Revogada); (Redação dada pela Lei nº
13.135, de 2015) VI – o irmão de qualquer condição que
comprove dependência econômica do ser-
c) (Revogada); (Redação dada pela Lei nº vidor e atenda a um dos requisitos previstos
13.135, de 2015) no inciso IV. (Incluído pela Lei nº 13.135, de
d) (Revogada); (Redação dada pela Lei nº 2015)
13.135, de 2015) § 1º A concessão de pensão aos beneficiá-
e) (Revogada); (Redação dada pela Lei nº rios de que tratam os incisos I a IV do caput
13.135, de 2015) exclui os beneficiários referidos nos incisos
V e VI. (Redação dada pela Lei nº 13.135, de
II – o cônjuge divorciado ou separado ju- 2015)
dicialmente ou de fato, com percepção de
pensão alimentícia estabelecida judicial- § 2º A concessão de pensão aos beneficiá-
mente; (Redação dada pela Lei nº 13.135, rios de que trata o inciso V do caput exclui o
de 2015) beneficiário referido no inciso VI. (Redação
dada pela Lei nº 13.135, de 2015)
a) (Revogada); (Redação dada pela Lei nº
13.135, de 2015) § 3º O enteado e o menor tutelado equipa-
ram-se a filho mediante declaração do ser-
b) (Revogada); (Redação dada pela Lei nº vidor e desde que comprovada dependên-
13.135, de 2015) cia econômica, na forma estabelecida em
c) Revogada); (Redação dada pela Lei nº regulamento. (Incluído pela Lei nº 13.135,
13.135, de 2015) de 2015)

d) (Revogada); (Redação dada pela Lei nº Art. 218. Ocorrendo habilitação de vários titu-
13.135, de 2015) lares à pensão, o seu valor será distribuído em
partes iguais entre os beneficiários habilitados.
III – o companheiro ou companheira que (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)
comprove união estável como entidade fa-
miliar; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) § 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº
13.135, de 2015)
IV – o filho de qualquer condição que aten-
da a um dos seguintes requisitos: (Incluído § 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº
pela Lei nº 13.135, de 2015) 13.135, de 2015)

a) seja menor de 21 (vinte e um) anos; (In- § 3º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº
cluído pela Lei nº 13.135, de 2015) 13.135, de 2015)

b) seja inválido; (Incluído pela Lei nº 13.135, Art. 219. A pensão poderá ser requerida a qual-
de 2015) quer tempo, prescrevendo tão-somente as pres-
tações exigíveis há mais de 5 (cinco) anos.
c) (Vide Lei nº 13.135, de 2015) (Vigência)
Parágrafo único. Concedida a pensão, qual-
d) tenha deficiência intelectual ou mental, quer prova posterior ou habilitação tardia
nos termos do regulamento; (Incluído pela que implique exclusão de beneficiário ou
Lei nº 13.135, de 2015) redução de pensão só produzirá efeitos a
partir da data em que for oferecida.

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Art. 220. Perde o direito à pensão por morte: da deficiência, em se tratando de benefici-
(Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) ário com deficiência, ou o levantamento da
interdição, em se tratando de beneficiário
I – após o trânsito em julgado, o benefici- com deficiência intelectual ou mental que
ário condenado pela prática de crime de o torne absoluta ou relativamente incapaz,
que tenha dolosamente resultado a morte respeitados os períodos mínimos decorren-
do servidor; (Incluído pela Lei nº 13.135, de tes da aplicação das alíneas “a” e “b” do in-
2015) ciso VII; (Redação dada pela Lei nº 13.135,
II – o cônjuge, o companheiro ou a compa- de 2015)
nheira se comprovada, a qualquer tempo, IV – o implemento da idade de 21 (vinte
simulação ou fraude no casamento ou na e um) anos, pelo filho ou irmão; (Redação
união estável, ou a formalização desses com dada pela Lei nº 13.135, de 2015)
o fim exclusivo de constituir benefício previ-
denciário, apuradas em processo judicial no V – a acumulação de pensão na forma do
qual será assegurado o direito ao contradi- art. 225;
tório e à ampla defesa. (Incluído pela Lei nº
13.135, de 2015) VI – a renúncia expressa; e (Redação dada
pela Lei nº 13.135, de 2015)
Art. 221. Será concedida pensão provisória por
morte presumida do servidor, nos seguintes ca- VII – em relação aos beneficiários de que
sos: tratam os incisos I a III do caput do art. 217:
(Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
I – declaração de ausência, pela autoridade
judiciária competente; a) o decurso de 4 (quatro) meses, se o óbi-
to ocorrer sem que o servidor tenha vertido
II – desaparecimento em desabamento, 18 (dezoito) contribuições mensais ou se o
inundação, incêndio ou acidente não carac- casamento ou a união estável tiverem sido
terizado como em serviço; iniciados em menos de 2 (dois) anos antes
do óbito do servidor; (Incluído pela Lei nº
III – desaparecimento no desempenho das 13.135, de 2015)
atribuições do cargo ou em missão de segu-
rança. b) o decurso dos seguintes períodos, esta-
belecidos de acordo com a idade do pensio-
Parágrafo único. A pensão provisória será nista na data de óbito do servidor, depois de
transformada em vitalícia ou temporária, vertidas 18 (dezoito) contribuições mensais
conforme o caso, decorridos 5 (cinco) anos e pelo menos 2 (dois) anos após o início do
de sua vigência, ressalvado o eventual rea- casamento ou da união estável: (Incluído
parecimento do servidor, hipótese em que pela Lei nº 13.135, de 2015)
o benefício será automaticamente cancela-
do. 1) 3 (três) anos, com menos de 21 (vinte
e um) anos de idade; (Incluído pela Lei nº
Art. 222. Acarreta perda da qualidade de bene- 13.135, de 2015)
ficiário:
2) 6 (seis) anos, entre 21 (vinte e um) e 26
I – o seu falecimento; (vinte e seis) anos de idade; (Incluído pela
II – a anulação do casamento, quando a de- Lei nº 13.135, de 2015)
cisão ocorrer após a concessão da pensão 3) 10 (dez) anos, entre 27 (vinte e sete) e 29
ao cônjuge; (vinte e nove) anos de idade; (Incluído pela
III – a cessação da invalidez, em se tratan- Lei nº 13.135, de 2015)
do de beneficiário inválido, o afastamento

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4) 15 (quinze) anos, entre 30 (trinta) e 40 zoito) contribuições mensais referidas nas


(quarenta) anos de idade; (Incluído pela Lei alíneas “a” e “b” do inciso VII do caput. (In-
nº 13.135, de 2015) cluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
5) 20 (vinte) anos, entre 41 (quarenta e um) Art. 223. Por morte ou perda da qualidade de
e 43 (quarenta e três) anos de idade; (Inclu- beneficiário, a respectiva cota reverterá para
ído pela Lei nº 13.135, de 2015) os cobeneficiários. (Redação dada pela Lei nº
13.135, de 2015)
6) vitalícia, com 44 (quarenta e quatro) ou
mais anos de idade. (Incluído pela Lei nº I – (Revogado); (Redação dada pela Lei nº
13.135, de 2015) 13.135, de 2015)
§ 1º A critério da administração, o benefici- II – (Revogado). (Redação dada pela Lei nº
ário de pensão cuja preservação seja moti- 13.135, de 2015)
vada por invalidez, por incapacidade ou por
deficiência poderá ser convocado a qual- Art. 224. As pensões serão automaticamente
quer momento para avaliação das referidas atualizadas na mesma data e na mesma propor-
condições. (Incluído pela Lei nº 13.135, de ção dos reajustes dos vencimentos dos servido-
2015) res, aplicando-se o disposto no parágrafo único
do art. 189.
§ 2º Serão aplicados, conforme o caso, a
regra contida no inciso III ou os prazos pre- Art. 225. Ressalvado o direito de opção, é veda-
vistos na alínea “b” do inciso VII, ambos do da a percepção cumulativa de pensão deixada
caput, se o óbito do servidor decorrer de por mais de um cônjuge ou companheiro ou
acidente de qualquer natureza ou de doen- companheira e de mais de 2 (duas) pensões.
ça profissional ou do trabalho, independen- (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)
temente do recolhimento de 18 (dezoito) Seção VIII
contribuições mensais ou da comprovação
de 2 (dois) anos de casamento ou de união DO AUXÍLIO-FUNERAL
estável. (Incluído pela Lei nº 13.135, de
Art. 226. O auxílio-funeral é devido à família do
2015)
servidor falecido na atividade ou aposentado,
§ 3º Após o transcurso de pelo menos 3 em valor equivalente a um mês da remuneração
(três) anos e desde que nesse período se ou provento.
verifique o incremento mínimo de um ano
§ 1º No caso de acumulação legal de cargos,
inteiro na média nacional única, para ambos
o auxílio será pago somente em razão do
os sexos, correspondente à expectativa de
cargo de maior remuneração.
sobrevida da população brasileira ao nascer,
poderão ser fixadas, em números inteiros, § 2º (Vetado).
novas idades para os fins previstos na alínea
“b” do inciso VII do caput, em ato do Minis- § 3º O auxílio será pago no prazo de 48
tro de Estado do Planejamento, Orçamento (quarenta e oito) horas, por meio de proce-
e Gestão, limitado o acréscimo na compa- dimento sumaríssimo, à pessoa da família
ração com as idades anteriores ao referido que houver custeado o funeral.
incremento. (Incluído pela Lei nº 13.135, de Art. 227. Se o funeral for custeado por terceiro,
2015) este será indenizado, observado o disposto no
§ 4º O tempo de contribuição a Regime artigo anterior.
Próprio de Previdência Social (RPPS) ou ao Art. 228. Em caso de falecimento de servidor
Regime Geral de Previdência Social (RGPS) em serviço fora do local de trabalho, inclusive
será considerado na contagem das 18 (de-

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no exterior, as despesas de transporte do corpo cimento parcial do valor despendido pelo ser-
correrão à conta de recursos da União, autar- vidor, ativo ou inativo, e seus dependentes ou
quia ou fundação pública. pensionistas com planos ou seguros privados de
assistência à saúde, na forma estabelecida em
Seção IX regulamento.(Redação dada pela Lei nº 11.302
DO AUXÍLIO-RECLUSÃO de 2006)

Art. 229. À família do servidor ativo é devido o § 1º Nas hipóteses previstas nesta Lei em
auxílio-reclusão, nos seguintes valores: que seja exigida perícia, avaliação ou inspe-
ção médica, na ausência de médico ou junta
I – dois terços da remuneração, quando médica oficial, para a sua realização o órgão
afastado por motivo de prisão, em flagrante ou entidade celebrará, preferencialmente,
ou preventiva, determinada pela autorida- convênio com unidades de atendimento do
de competente, enquanto perdurar a pri- sistema público de saúde, entidades sem
são; fins lucrativos declaradas de utilidade públi-
ca, ou com o Instituto Nacional do Seguro
II – metade da remuneração, durante o
Social – INSS. (Incluído pela Lei nº 9.527, de
afastamento, em virtude de condenação,
10.12.97)
por sentença definitiva, a pena que não de-
termine a perda de cargo. § 2º Na impossibilidade, devidamente justi-
ficada, da aplicação do disposto no parágra-
§ 1º Nos casos previstos no inciso I deste ar-
fo anterior, o órgão ou entidade promoverá
tigo, o servidor terá direito à integralização
a contratação da prestação de serviços por
da remuneração, desde que absolvido.
pessoa jurídica, que constituirá junta mé-
§ 2º O pagamento do auxílio-reclusão ces- dica especificamente para esses fins, indi-
sará a partir do dia imediato àquele em que cando os nomes e especialidades dos seus
o servidor for posto em liberdade, ainda integrantes, com a comprovação de suas
que condicional. habilitações e de que não estejam respon-
dendo a processo disciplinar junto à entida-
§ 3º Ressalvado o disposto neste artigo, o de fiscalizadora da profissão. (Incluído pela
auxílio-reclusão será devido, nas mesmas Lei nº 9.527, de 10.12.97)
condições da pensão por morte, aos depen-
dentes do segurado recolhido à prisão. (In- § 3º Para os fins do disposto no caput deste
cluído pela Lei nº 13.135, de 2015) artigo, ficam a União e suas entidades au-
tárquicas e fundacionais autorizadas a: (In-
cluído pela Lei nº 11.302 de 2006)

CAPÍTULO III I – celebrar convênios exclusivamente para a


prestação de serviços de assistência à saúde
DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE para os seus servidores ou empregados ati-
Art. 230. A assistência à saúde do servidor, ativo vos, aposentados, pensionistas, bem como
ou inativo, e de sua família compreende assis- para seus respectivos grupos familiares de-
tência médica, hospitalar, odontológica, psicoló- finidos, com entidades de autogestão por
gica e farmacêutica, terá como diretriz básica o elas patrocinadas por meio de instrumen-
implemento de ações preventivas voltadas para tos jurídicos efetivamente celebrados e pu-
a promoção da saúde e será prestada pelo Sis- blicados até 12 de fevereiro de 2006 e que
tema Único de Saúde – SUS, diretamente pelo possuam autorização de funcionamento do
órgão ou entidade ao qual estiver vinculado o órgão regulador, sendo certo que os convê-
servidor, ou mediante convênio ou contrato, nios celebrados depois dessa data somente
ou ainda na forma de auxílio, mediante ressar- poderão sê-lo na forma da regulamentação

1416 www.acasadoconcurseiro.com.br
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específica sobre patrocínio de autogestões, TÍTULO VIII


a ser publicada pelo mesmo órgão regula-
dor, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias
da vigência desta Lei, normas essas também
aplicáveis aos convênios existentes até 12 CAPÍTULO ÚNICO
de fevereiro de 2006; (Incluído pela Lei nº DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
11.302 de 2006)
II – contratar, mediante licitação, na forma Art. 236. O Dia do Servidor Público será come-
da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, morado a vinte e oito de outubro.
operadoras de planos e seguros privados de Art. 237. Poderão ser instituídos, no âmbito dos
assistência à saúde que possuam autoriza- Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, os
ção de funcionamento do órgão regulador; seguintes incentivos funcionais, além daqueles
(Incluído pela Lei nº 11.302 de 2006) já previstos nos respectivos planos de carreira:
III – (Vetado) (Incluído pela Lei nº 11.302 de I – prêmios pela apresentação de idéias,
2006) inventos ou trabalhos que favoreçam o au-
§ 4º (Vetado) (Incluído pela Lei nº 11.302 de mento de produtividade e a redução dos
2006) custos operacionais;

§ 5º O valor do ressarcimento fica limitado II – concessão de medalhas, diplomas de


ao total despendido pelo servidor ou pen- honra ao mérito, condecoração e elogio.
sionista civil com plano ou seguro privado Art. 238. Os prazos previstos nesta Lei serão
de assistência à saúde. (Incluído pela Lei nº contados em dias corridos, excluindo-se o dia
11.302 de 2006) do começo e incluindo-se o do vencimento, fi-
cando prorrogado, para o primeiro dia útil se-
guinte, o prazo vencido em dia em que não haja
expediente.
CAPÍTULO IV
DO CUSTEIO Art. 239. Por motivo de crença religiosa ou de
convicção filosófica ou política, o servidor não
Art. 231. (Revogado) poderá ser privado de quaisquer dos seus direi-
tos, sofrer discriminação em sua vida funcional,
nem eximir-se do cumprimento de seus deve-
TÍTULO VII res.
Art. 240. Ao servidor público civil é assegurado,
nos termos da Constituição Federal, o direito à
livre associação sindical e os seguintes direitos,
CAPÍTULO ÚNICO entre outros, dela decorrentes:
DA CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA DE
a) de ser representado pelo sindicato, inclu-
EXCEPCIONAL INTERESSE PÚBLICO sive como substituto processual;
Art. 232. (Revogado) b) de inamovibilidade do dirigente sindical,
até um ano após o final do mandato, exceto
se a pedido;
c) de descontar em folha, sem ônus para a
entidade sindical a que for filiado, o valor

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das mensalidades e contribuições definidas implantado o plano de cargos dos órgãos ou
em assembléia geral da categoria. entidades na forma da lei.
Art. 241. Consideram-se da família do servidor, § 3º As Funções de Assessoramento Supe-
além do cônjuge e filhos, quaisquer pessoas que rior – FAS, exercidas por servidor integrante
vivam às suas expensas e constem do seu assen- de quadro ou tabela de pessoal, ficam extin-
tamento individual. tas na data da vigência desta Lei.
Parágrafo único. Equipara-se ao cônjuge a § 4º (Vetado).
companheira ou companheiro, que com-
prove união estável como entidade familiar. § 5º O regime jurídico desta Lei é extensivo
aos serventuários da Justiça, remunerados
Art. 242. Para os fins desta Lei, considera-se com recursos da União, no que couber.
sede o município onde a repartição estiver ins-
talada e onde o servidor tiver exercício, em ca- § 6º Os empregos dos servidores estran-
ráter permanente. geiros com estabilidade no serviço público,
enquanto não adquirirem a nacionalidade
brasileira, passarão a integrar tabela em
extinção, do respectivo órgão ou entidade,
TÍTULO IX sem prejuízo dos direitos inerentes aos pla-
nos de carreira aos quais se encontrem vin-
culados os empregos.
CAPÍTULO ÚNICO § 7º Os servidores públicos de que trata o
DAS DISPOSIÇÕES caput deste artigo, não amparados pelo art.
19 do Ato das Disposições Constitucionais
TRANSITÓRIAS E FINAIS Transitórias, poderão, no interesse da Admi-
Art. 243. Ficam submetidos ao regime jurídico nistração e conforme critérios estabelecidos
instituído por esta Lei, na qualidade de servi- em regulamento, ser exonerados mediante
dores públicos, os servidores dos Poderes da indenização de um mês de remuneração
União, dos ex-Territórios, das autarquias, in- por ano de efetivo exercício no serviço pú-
clusive as em regime especial, e das fundações blico federal. (Incluído pela Lei nº 9.527, de
públicas, regidos pela Lei nº 1.711, de 28 de 10.12.97)
outubro de 1952 – Estatuto dos Funcionários § 8º Para fins de incidência do imposto de
Públicos Civis da União, ou pela Consolidação renda na fonte e na declaração de rendi-
das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto- mentos, serão considerados como indeni-
-Lei nº 5.452, de 1o de maio de 1943, exceto os zações isentas os pagamentos efetuados a
contratados por prazo determinado, cujos con- título de indenização prevista no parágra-
tratos não poderão ser prorrogados após o ven- fo anterior.(Incluído pela Lei nº 9.527, de
cimento do prazo de prorrogação. 10.12.97)
§ 1º Os empregos ocupados pelos servido- § 9º Os cargos vagos em decorrência da
res incluídos no regime instituído por esta aplicação do disposto no § 7º poderão ser
Lei ficam transformados em cargos, na data extintos pelo Poder Executivo quando con-
de sua publicação. siderados desnecessários. (Incluído pela Lei
§ 2º As funções de confiança exercidas por nº 9.527, de 10.12.97)
pessoas não integrantes de tabela per- Art. 244. Os adicionais por tempo de serviço, já
manente do órgão ou entidade onde têm concedidos aos servidores abrangidos por esta
exercício ficam transformadas em cargos Lei, ficam transformados em anuênio.
em comissão, e mantidas enquanto não for

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Art. 245. A licença especial disciplinada pelo art.


116 da Lei nº 1.711, de 1952, ou por outro di-
ploma legal, fica transformada em licença-prê-
mio por assiduidade, na forma prevista nos arts.
87 a 90.
Art. 246. (Vetado).
Art. 247. Para efeito do disposto no Título VI
desta Lei, haverá ajuste de contas com a Pre-
vidência Social, correspondente ao período de
contribuição por parte dos servidores celetistas
abrangidos pelo art. 243. (Redação dada pela
Lei nº 8.162, de 8.1.91)
Art. 248. As pensões estatutárias, concedidas
até a vigência desta Lei, passam a ser mantidas
pelo órgão ou entidade de origem do servidor.
Art. 249. Até a edição da lei prevista no § 1º do
art. 231, os servidores abrangidos por esta Lei
contribuirão na forma e nos percentuais atu-
almente estabelecidos para o servidor civil da
União conforme regulamento próprio.
Art. 250 (Vetado)
Art. 251. (Revogado)
Art. 252. Esta Lei entra em vigor na data de sua
publicação, com efeitos financeiros a partir do
primeiro dia do mês subseqüente.
Art. 253. Ficam revogadas a Lei nº 1.711, de
28 de outubro de 1952, e respectiva legislação
complementar, bem como as demais disposi-
ções em contrário.
Brasília, 11 de dezembro de 1990; 169o da
Independência e 102º da República.

FERNANDO COLLOR
Jarbas Passarinho
Este texto não substitui o publicado no DOU de
12.12.1990 e republicado em 18.3.1998

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CONSIDERAÇÕES SOBRE A LEI Nº 8.112/1990

A Lei nº 8.112/1990 é chamada de Estatuto do Servidor Público Federal e regula o regime jurídi-
co dos servidores Federais (União, Autarquias e Fundações Públicas Federais), sendo que cada
ente federativo (estados, municípios, Distrito Federal) terá um Estatuto próprio (apesar de os
Estatutos dos demais entes copiarem muitos dispositivos da Lei nº 8.112/90).

1. DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Servidor: pessoa legalmente investida em cargo público.


Cargo público: é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organiza-
cional que devem ser cometidas a um servidor.
Os cargos públicos, acessíveis a todos os brasileiros, são criados por lei, com denominação
própria e vencimento pago pelos cofres públicos, para provimento em caráter efetivo ou em
comissão.
É proibida a prestação de serviços gratuitos, salvo os casos previstos em lei (ex.: a lei permite
que o mesário preste serviços de forma gratuita).

2. PROVIMENTO

Provimento é o ato administrativo pelo qual a pessoa física vincula-se à Administração Pública
ou a um novo cargo, para prestação de um serviço.

2.1. Requisitos básicos para investidura em cargo público:


I – a nacionalidade brasileira;
II – o gozo dos direitos políticos;
III – a quitação com as obrigações militares e eleitorais;
IV – o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo;
V – a idade mínima de dezoito anos;
VI – aptidão física e mental.
Importante: A investidura em cargo público ocorrerá com a posse.
Reserva de vagas para pessoas portadoras de deficiência: Às pessoas portadoras de deficiên-
cia é assegurado o direito de se inscrever em concurso público para provimento de cargo cujas
atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são portadoras; para tais pessoas serão
reservadas até 20% das vagas oferecidas no concurso. Obs.: Segundo o STF, mesmo em concur-
sos como de Polícia, é obrigatória a reserva de vagas para portadores de deficiência, sendo que

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“cabe à Administração Pública examinar, com critérios objetivos, se a deficiência apresentada é


ou não compatível com o exercício do cargo, assegurando a ampla defesa e o contraditório ao
candidato, sem restringir a participação no certame de todos e de quaisquer candidatos porta-
dores de deficiência, como pretende a União”.

2.2. Formas de provimento de cargo público: PANR4


Promoção
Aproveitamento
Nomeação
Readaptação
Reversão
Reintegração
Recondução

2.3. Classificação das formas de provimento:


a) Provimento originário: quando não existe um vínculo anterior entre o servidor e a Admi-
nistração Pública (obs.: a nomeação é a única e sempre forma de provimento originário).
b) Provimento derivado: quando há um vínculo anterior entre o servidor e a Administração
Pública (todas as demais formas de provimento). O provimento derivado pode ser: hori-
zontal (readaptação); vertical (promoção) ou por reingresso (demais formas).

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2.4. Nomeação
Nomeação é forma originária de provimento de cargo público por pessoa física e pode ser:
a) Nomeação em caráter efetivo: quando se tratar de cargo de provimento efetivo ou de
carreira (depende de prévia aprovação em concurso público);
b) Nomeação em comissão: quando se tratar de cargo de confiança, inclusive na condição de
interino (de livre nomeação e exoneração).
Concurso público: será de provas ou de provas e títulos. Validade de até 2 anos, prorrogáveis
uma única vez, por igual período. Não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato
aprovado em concurso anterior com prazo de validade não expirado.
Posse: Aprovada em concurso público e nomeada, a pessoa terá direito subjetivo à posse, que se
dará pela assinatura do respectivo termo, no qual deverão constar as atribuições, direitos, deveres
e responsabilidades do cargo. A posse deve ocorrer no prazo de 30 dias contados do da publicação
do ato de provimento (nomeação), sob pena desta se tornar sem efeito. A posse poderá dar-se
mediante procuração específica e dependerá de prévia inspeção médica oficial, pois só poderá ser
empossado aquele que for julgado apto física e mentalmente para o exercício do cargo
Exercício: é o efetivo desempenho das atribuições do cargo público ou da função de confiança.
O servidor deverá entrar em exercício em 15 dias contados da posse, sob pena de ser exonerado
do cargo (de ofício) ou tornado sem efeito o ato de sua designação para função de confiança.
Estágio probatório: segundo expresso no Estatuto, ao entrar em exercício, o servidor nomeado para
cargo de provimento efetivo ficará sujeito a estágio probatório por período de 24 meses (2 anos),
sendo avaliado na I – assiduidade; II – disciplina; III – capacidade de iniciativa; IV – produtividade;
V – responsabilidade. No entanto, ATENÇÃO, esse prazo é considerado é inconstitucional, já que
após a Medida Provisória nº 19/98, o prazo de estágio probatório seria equivalente aos 3 anos da
estabilidade (CF Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para
cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público). Portanto, se a prova perguntar sobre o
texto expresso da Lei, são 24 meses, mas, se perguntar sobre o período do estágio probatório, são 3
anos. O servidor não aprovado no estágio probatório será exonerado ou, se estável, reconduzido ao
cargo anteriormente ocupado. (Obs.: em regra, se mudar de cargo, haverá novo estágio probatório)
Estabilidade: Aprovado no estágio probatório, o servidor adquirirá estabilidade e só perderá
o cargo em virtude de sentença judicial transitada em julgado ou de processo administrativo
disciplinar no qual lhe seja assegurada ampla defesa.

2.5. Readaptação
É a investidura do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis com a
limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental verificada em inspeção médica.
Ou seja, aquele servidor que retorna ao serviço público, após sofrer limitação de capacidade
física ou mental, e deve ser readaptado em cargo de atribuições afins, respeitada a habilitação
exigida, o nível de escolaridade e a equivalência de vencimentos. Na hipótese de inexistência

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de cargo vago, o servidor exercerá suas atribuições como excedente, até a ocorrência de vaga
(trabalhará normalmente até que surja nova vaga).

2.6. Reversão

É o retorno à atividade do servidor aposentado:


I – De ofício – por invalidez, quando junta médica oficial declarar insubsistentes os motivos da
aposentadoria (será de ofício, independentemente de requerimento do servidor, havendo ou
não cargo vago – ato vinculado);

II – A pedido – no interesse da administração, desde que:

a) tenha solicitado a reversão;


b) a aposentadoria tenha sido voluntária;
c) seja estável quando na atividade;
d) a aposentadoria tenha ocorrido nos 5 anos anteriores à solicitação;
e) haja cargo vago. A Administração pode ou não aceitar o pedido de reversão (ato discricionário).

A reversão será feita no mesmo cargo ou no cargo resultante de sua transformação.


Para a concessão da aposentadoria, será considerado o tempo em que o servidor estiver em
exercício.
Não poderá reverter o aposentado que já tiver completado 70 anos de idade.

2.7. Reintegração
É a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo resultante
de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judi-
cial, com ressarcimento de todas as vantagens.
Ex.: servidor foi demitido, mas ingressa com ação judicial alegando ilegalidade e o Judiciário determina
seu retorno (reintegração), com o recebimento de tudo o que deixou de ganhar após a demissão.
Se o cargo tiver sido extinto, o servidor ficará em disponibilidade. Encontrando-se provido o
cargo, o seu eventual ocupante será reconduzido ao cargo de origem, sem direito à indeniza-
ção, ou aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto em disponibilidade.

2.8. Recondução
É o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado. Ocorrerá em duas hipóteses:
a) inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo (ex.: era estável no cargo de técnico do
Bacen, posteriormente foi aprovado no concurso para analista do Bacen, mas não foi aprovado
no estágio probatório deste; então será “reconduzido” ao cargo de técnico que ocupava antes).

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b) Reintegração do anterior ocupante (ex.: “A” ocupava determinado cargo, foi demitido e,
por determinação judicial, acabou sendo reintegrado; “B”, que estava ocupando seu cargo,
será “reconduzido” ao cargo que ocupava anteriormente).

Encontrando-se provido o cargo de origem, o servidor será aproveitado em outro.

2.9. Aproveitamento
É o retorno à atividade de servidor em disponibilidade. Será efetivado em cargo de atribuições
e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado.
O servidor ficará em disponibilidade quando o cargo é declarado desnecessário ou for extinto,
com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em
outro cargo. (art. 41, § 3º, CF). Ex.: a pessoa ocupava o cargo de datilógrafo, o qual foi extinto;
nesse caso, o servidor ficará em disponibilidade, recebendo remuneração proporcional ao
tempo de serviço, e poderá ser “aproveitado” em outro cargo.

2.10. Promoção
É o progresso do servidor, adquirindo maior responsabilidade e complexidade nas atribuições,
porém, na mesma carreira. Os critérios para a promoção são merecimento e antiguidade.
Ocorre apenas nos cargos que possuem planos de carreira.
A promoção não interrompe o tempo de exercício, que é contado no novo posicionamento na
carreira a partir da data de publicação do ato que promover o servidor.

3. VACÂNCIA

Vacância é o ato administrativo que desfaz o vínculo da pessoa física com a Administração
Pública ou com o cargo anteriormente ocupado pelo servidor.

3.1. A vacância do cargo público decorrerá de:


•• exoneração;
•• demissão;
•• promoção;
•• readaptação;
•• aposentadoria;
•• posse em outro cargo inacumulável;
•• falecimento.

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3.1.1. Exoneração – ato que gera o desligamento do servidor sem caráter de penalidade.
Exoneração de cargo efetivo: poderá ser a pedido do servidor ou de oficio quando a) não sa-
tisfeitas as condições do estágio probatório; ou quando b) tendo tomado posse, o servidor não
entrar em exercício no prazo estabelecido.
Exoneração de cargo em comissão e dispensa de função de confiança: poderá ser a pedido do
servidor ou a juízo da autoridade competente.

3.1.2. Demissão – ato que gera o desligamento do servidor com caráter de penalidade, ou
seja, motivada pela prática de infração administrativa grave, prevista no art. 132.

3.1.3. Promoção – quando o servidor é promovido, ocorre a vacância do cargo que ocupava.

3.1.4. Readaptação – quando o servidor é readaptado a outro cargo, ocorre a vacância do que
ocupava.

3.1.5. Aposentadoria – é o direito à inatividade remunerada, gerando a vacância do cargo que


o servidor ocupava.

3.1.6. Posse em outro cargo inacumulável – se o servidor toma posse em outro cargo que não
pode acumular com o que ocupa, ocorrerá a vacância deste.

3.1.7. Falecimento – com a morte do servidor, obviamente, ocorrerá a vacância do seu cargo.

Obs.: A promoção, a readaptação e a posse em outro cargo inacumulável caracterizam-se


como formas de provimento e também de vacância. Por exemplo, na promoção, haverá o pro-
vimento do cargo que o promovido irá ocupar e a vacância do cargo que ocupava.

4. REMOÇÃO, REDISTRIBUIÇÃO E SUBSTITUIÇÃO

4.1. Remoção
A remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro,
com ou sem mudança de sede.
Há três modalidades de remoção:
I – de ofício, no interesse da Administração (independe de pedido do servidor);
II – a pedido, a critério da Administração (o servidor pede; a Administração pode conceder ou não);
III – a pedido do servidor, para outra localidade, independentemente do interesse da Admi-
nistração:

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a) para acompanhar cônjuge ou companheiro, também servidor público civil ou militar, de
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que foi
deslocado no interesse da Administração;
b) por motivo de saúde do servidor, cônjuge, companheiro ou dependente que viva às suas
expensas e conste do seu assentamento funcional, condicionada à comprovação por junta
médica oficial;
c) em virtude de processo seletivo promovido, na hipótese em que o número de interessados
for superior ao número de vagas, de acordo com normas preestabelecidas pelo órgão ou
entidade em que aqueles estejam lotados.

4.2. Redistribuição

Redistribuição é o deslocamento de cargo de provimento efetivo, ocupado ou vago no âmbito


do quadro geral de pessoal, para outro órgão ou entidade do mesmo Poder, com prévia apre-
ciação do órgão central do SIPEC.
Devem ser observados os seguintes requisitos:
I – interesse da administração;
II – equivalência de vencimentos;
III – manutenção da essência das atribuições do cargo;
IV – vinculação entre os graus de responsabilidade e complexidade das atividades;
V – mesmo nível de escolaridade, especialidade ou habilitação profissional;
VI – compatibilidade entre as atribuições do cargo e as finalidades institucionais do órgão ou
entidade.

Se o servidor não for redistribuído junto com o cargo, ficará em disponibilidade ou desempe-
nhará provisoriamente suas atividades em outro órgão ou entidade, até seu adequado aprovei-
tamento.

4.3. Substituição
Os servidores investidos em cargo ou função de direção ou chefia e os ocupantes de cargo de
natureza especial terão substitutos indicados no regimento interno ou, no caso de omissão,
previamente designados pelo dirigente máximo do órgão ou entidade.
O substituto assumirá automática e cumulativamente, sem prejuízo do cargo que ocupa, o
exercício do cargo ou função de direção ou chefia e os de natureza especial, nos afastamentos,
impedimentos legais ou regulamentares do titular e na vacância do cargo, hipóteses em que
deverá optar pela remuneração de um deles durante o respectivo período.

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5. DOS DIREITOS E DAS VANTAGENS DO SERVIDOR

5.1. Vencimento, Remuneração e Subsídio

É a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo público, com valor fixado em lei
Vencimento
(básico).
É o vencimento básico + vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em
Remuneração
lei (ex.: parcela indenizatória não é permanente, não integrando a remuneração).
É a parcela única recebida pelo servidor, sem o acréscimo de qualquer outra
verba remuneratória. Art. 39, § 4º, CF: Membros de Poder (ex.: Juízes de Direito),
Subsídio detentores de mandato eletivo (ex.: Deputado Federal), Ministros de Estado,
Secretários Estaduais e Municipais e servidores públicos policiais são remunerados
obrigatoriamente por subsídios.
É a “remuneração” do servidor inativo (aposentado ou em disponibilidade). Quem
Proventos
está na ativa recebe remuneração; quem está inativo recebe proventos.

5.2. Vantagens do Servidor


Além dos vencimentos, poderão ser pagos ao servidor as seguintes vantagens:

a) Indenizações
b) Gratificações
c) Adicionais

Indenizações
Destina-se a compensar as despesas de instalação do servidor que, no interesse
Ajuda de Custo do serviço, passa a ter exercício em nova sede, com mudança de domicílio em
caráter permanente.
Destinam-se a compensar as despesas com deslocamentos eventuais ou
Diárias transitórios do servidor para outros pontos do território nacional ou para o
exterior (ex.: pousada, alimentação, locomoção...); fará jus a passagens e diárias..
Destina-se a compensar despesas com a utilização de meio próprio de loco-
Transportes moção para a execução de serviços externos, por força das atribuições próprias
do cargo (ex.: policial que utiliza o carro próprio para uma investigação).
Destina-se ao ressarcimento das despesas comprovadamente realizadas pelo servi-
dor com aluguel de moradia ou com meio de hospedagem administrado por em-
presa hoteleira, no prazo de um mês após a comprovação da despesa pelo servidor.
É preciso que: I – não exista imóvel funcional disponível para uso pelo servidor; II
Auxílio-moradia – o cônjuge ou companheiro do servidor não ocupe imóvel funcional; III – o servi-
dor ou seu cônjuge ou companheiro não seja ou tenha sido proprietário, promi-
tente comprador, cessionário ou promitente cessionário de imóvel no Município
aonde for exercer o cargo, incluída a hipótese de lote edificado sem averbação
de construção, nos doze meses que antecederem a sua nomeação; IV – nenhu-
ma outra pessoa que resida com o servidor receba auxílio-moradia;...

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Gratificações
Retribuição pelo exercício Vantagem conferida ao servidor ocupante de cargo efetivo investi-
de função de direção, do em função de direção, chefia ou assessoramento, cargo de provi-
chefia e assessoramento mento em comissão ou de Natureza Especial.

Corresponde a 1/12 (um doze avos) da remuneração a que o servidor


fizer jus no mês de dezembro, por mês de exercício no respectivo
Gratificação natalina
ano. Será paga até o dia 20 de dezembro de cada ano. Na prática, é
o décimo terceiro salário.
Devida ao servidor que, em caráter eventual: I – atuar como instru-
tor em curso de formação, de desenvolvimento ou de treinamento
regularmente instituído no âmbito da administração pública federal;
II – participar de banca examinadora ou de comissão para exames
orais, para análise curricular, para correção de provas discursivas,
para elaboração de questões de provas ou para julgamento de re-
Gratificação por encargo
cursos intentados por candidatos; III – participar da logística de pre-
de curso ou concurso paração e de realização de concurso público envolvendo atividades
de planejamento, coordenação, supervisão, execução e avaliação de
resultado, quando tais atividades não estiverem incluídas entre as
suas atribuições permanentes; IV – participar da aplicação, fiscalizar
ou avaliar provas de exame vestibular ou de concurso público ou su-
pervisionar essas atividades.

Adicionais
Devido ao servidor que trabalhe com habitualidade
em locais insalubres ou em contato permanente com
substâncias tóxicas, radioativas ou com risco de vida.
Adicional de insalubridade,
Insalubre é o serviço prejudicial à saúde do servidor;
periculosidade ou penosidade perigoso é o que cria risco a sua vida; penoso é o trabalho
em área de fronteira. Havendo mais de um adicional, o
servidor deve optar por um deles.
Será remunerado com acréscimo de 50% em relação à
Adicional de serviços hora normal de trabalho, sendo permitido apenas para
extraordinários (hora extra) atender a situações excepcionais e temporárias, respeita-
do o limite máximo de 2 horas por jornada.
Prestado em horário compreendido entre 22 horas de
um dia e 5 horas do dia seguinte. Será remunerado com
acréscimo de 25% em relação à hora normal de trabalho.
Adicional noturno
Cada hora noturna equivale a 52m30s e não a 60m. É pos-
sível acumular adicional noturno + adicional de serviço
extraordinário.
Por ocasião das férias, será pago ao servidor um adicio-
Adicional de férias nal correspondente a 1/3 da remuneração do período das
férias.

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5.3. Férias
O servidor fará jus a 30 dias de férias por ano trabalhado, que podem ser acumuladas, até o
máximo de dois períodos, no caso de necessidade do serviço, ressalvadas as hipóteses em que
haja legislação específica.
Regra – 30 dias por ano
Operadores de Raio-X – 20 dias por semestre (o servidor que opera direta e permanentemente
com raios X ou substâncias radioativas gozará 20 dias consecutivos de férias, por semestre de
atividade profissional, proibida em qualquer hipótese a acumulação).
Para o primeiro período aquisitivo de férias, são exigidos 12 meses de exercício, mas, para os
demais, não será necessário completar os 12 meses.
As férias podem ser parceladas em três etapas, desde que requeridas pelo servidor e que seja
de interesse da Administração Pública.
Obs.: servidor público não pode “vender férias”, nem podem ser descontados das férias as
faltas do servidor.
As férias somente poderão ser interrompidas por:
a) motivo de calamidade pública;
b) comoção interna;
c) convocação para júri;
d) serviço militar ou eleitoral, ou
e) por necessidade do serviço declarada pela autoridade máxima do órgão ou entidade.

5.4. Licenças
O art. 81 do Estatuto elenca sete licenças a serem concedidas ao servidor:
I – por motivo de doença em pessoa da família;
II – por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro;
III – para o serviço militar;
IV – para atividade política;
V – para capacitação;
VI – para tratar de interesses particulares;
VII – para desempenho de mandato classista.

Porém, no art. 185, que trata da Seguridade Social do Servidor, assunto menos recorrente em
provas, há mais três licenças elencadas:

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a) Licença para tratamento de saúde (do servidor) – Será concedida ao servidor licença para
tratamento de saúde, a pedido ou de ofício, com base em perícia médica, sem prejuízo da
remuneração a que fizer jus.
b) Licença à gestante, à adotante e licença-paternidade – Gestante terá 120 dias consecuti-
vos, sem prejuízo da remuneração. Pelo nascimento ou adoção de filhos, o servidor terá di-
reito à licença-paternidade de 5 dias consecutivos. À servidora que adotar ou obtiver guar-
da judicial de criança até 1 ano de idade, serão concedidos 90 dias de licença remunerada;
se a criança tiver mais de 1 ano, o prazo será de 30 dias.
c) Licença por acidente em serviço – Será licenciado, com remuneração integral, o servidor
acidentado em serviço.

Obs.: não existe mais a licença-prêmio.

5.4.1. Licença por motivo de doença em pessoa da família


Considera-se pessoa da família o cônjuge ou companheiro, os pais, os filhos, o padrasto ou
madrasta e enteado, ou dependente que viva às expensas do servidor e conste do seu assenta-
mento funcional, mediante comprovação por perícia médica oficial. A licença, bem como cada
uma de suas prorrogações, será precedida de exame por perícia médica oficial. A licença so-
mente será deferida se a assistência direta do servidor for indispensável e não puder ser pres-
tada simultaneamente com o exercício do cargo ou mediante compensação de horário. Sem
remuneração e prazo indeterminado.

5.4.2. Licença por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro


Poderá ser concedida licença ao servidor para acompanhar cônjuge ou companheiro que foi deslo-
cado para outro ponto do território nacional, para o exterior ou para o exercício de mandato eletivo
dos Poderes Executivo e Legislativo. A licença será por prazo indeterminado e sem remuneração.

5.4.3. Licença para prestar serviço militar


Ao servidor convocado para o serviço militar será concedida licença, na forma e nas condições
previstas na legislação específica. Concluído o serviço militar, o servidor terá até 30 dias sem
remuneração para reassumir o exercício do cargo.

5.4.4. Licença para exercício de atividade política


O servidor terá direito a licença, sem remuneração, durante o período que entre a sua escolha
em convenção partidária, como candidato a cargo eletivo, e a véspera do registro de sua candi-
datura perante a Justiça Eleitoral.

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5.4.5. Licença para capacitação


Após cada quinquênio (5 anos) de efetivo exercício, o servidor poderá, no interesse da Adminis-
tração, afastar-se do exercício do cargo efetivo, com a respectiva remuneração, por até 3 me-
ses, para participar de curso de capacitação profissional. Os períodos não podem ser acumula-
dos; se, por exemplo, o servidor tem 10 anos de efetivo exercício e nunca gozou dessa licença,
terá, ao gozar, direito somente a 3 meses e não a 6 meses. Com remuneração.

5.4.6. Licença para tratar de interesses particulares


A critério da Administração, poderão ser concedidas ao servidor ocupante de cargo efetivo,
desde que não esteja em estágio probatório, licenças para o trato de assuntos particulares
pelo prazo de até 3 anos consecutivos, sem remuneração. A licença poderá ser interrompida, a
qualquer tempo, a pedido do servidor ou no interesse do serviço.

5.4.7. Licença para desempenho de mandato classista


É assegurado ao servidor o direito à licença sem remuneração para o desempenho de mandato
em confederação, federação, associação de classe de âmbito nacional, sindicato representativo da
categoria ou entidade fiscalizadora da profissão ou, ainda, para participar de gerência ou adminis-
tração em sociedade cooperativa constituída por servidores públicos para prestar serviços a seus
membros. A licença terá duração igual à do mandato, podendo ser renovada, no caso de reeleição.

5.5. Afastamentos

5.5.1. Do afastamento para servir a outro órgão ou entidade – O servidor poderá ser cedido
para ter exercício em outro órgão ou entidade dos Poderes da União, dos Estados, ou do Dis-
trito Federal e dos Municípios, nas seguintes hipóteses: I – para exercício de cargo em comis-
são ou função de confiança; II – em casos previstos em leis específicas.

5.5.2. Do afastamento para exercício de mandato eletivo – Ao servidor investido em mandato ele-
tivo, aplicam-se as seguintes disposições: I – tratando-se de mandato federal, estadual ou distrital,
ficará afastado do cargo; II – investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, sendo-lhe
facultado optar pela sua remuneração; III – investido no mandato de vereador: a) havendo compa-
tibilidade de horário, perceberá as vantagens de seu cargo, sem prejuízo da remuneração do cargo
eletivo; b) não havendo compatibilidade de horário, será afastado do cargo, sendo-lhe facultado
optar pela sua remuneração.

5.5.3. Do afastamento para estudo ou missão no exterior – O servidor não poderá ausentar-se do
País para estudo ou missão oficial, sem autorização do Presidente da República, do Presidente dos
Órgãos do Poder Legislativo e do Presidente do Supremo Tribunal Federal. A ausência não excederá
4 anos e, finda a missão ou o estudo, somente decorrido igual período será permitida nova ausência.
O disposto neste artigo não se aplica aos servidores da carreira diplomática.

5.5.4. Do Afastamento para participação em programa de pós-graduação stricto sensu no País –


O servidor poderá, no interesse da Administração, e desde que a participação não possa ocorrer

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simultaneamente com o exercício do cargo ou mediante compensação de horário, afastar-se do exercício
do cargo efetivo, com a respectiva remuneração, para participar em programa de pós-graduação stricto
sensu em instituição de ensino superior no País.

5.5.5 Concessões
Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor ausentar-se do serviço para:

→ doação de sangue 1 dia


o tempo comprovadamente necessário, limitado
→ alistamento ou recadastramento eleitoral
a 2 dias.
→ casamento 8 dias consecutivos
→ falecimento do cônjuge, companheiro, pais,
madrasta ou padrasto, filhos, enteados, menor 8 dias consecutivos
sob guarda ou tutela e irmãos

Será concedido horário especial ao servidor estudante, quando comprovada a incompatibilidade en-
tre o horário escolar e o da repartição, sem prejuízo do exercício do cargo, exigido-se a compensação
de horário no órgão ou na entidade que tiver exercício, respeitada a duração semanal do trabalho.
Também será concedido horário especial ao servidor portador de deficiência, quando compro-
vada a necessidade por junta médica oficial, independentemente de compensação de horário;
essa concessão se estende ao servidor que tenha cônjuge, filho ou dependente portador de
deficiência física, exigindo-se, porém, nesse caso, compensação de horário.
Será igualmente concedido horário especial, vinculado à compensação de horário a ser efeti-
vada no prazo de até 1 (um) ano, ao servidor que desempenhe atividade prevista nos incisos
I e II do caput do art. 76-A desta Lei (I – atuar como instrutor em curso de formação, de de-
senvolvimento ou de treinamento regularmente instituído no âmbito da administração pública
federal; II – participar de banca examinadora ou de comissão para exames orais, para análise
curricular, para correção de provas discursivas, para elaboração de questões de provas ou para
julgamento de recursos intentados por candidatos).

6. REGIME DISCIPLINAR

6.1. O art. 116 elenca os deveres do servidor.


São deveres do servidor:
I – exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo;
II – ser leal às instituições a que servir;
III – observar as normas legais e regulamentares;
IV – cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais;
V – atender com presteza: a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas as
protegidas por sigilo; b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou esclarecimento
de situações de interesse pessoal; c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública.

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VI – levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo ao conhecimento da autoridade


superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, ao conhecimento de outra autoridade
competente para apuração;
VII – zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público;
VIII – guardar sigilo sobre assunto da repartição;
IX – manter conduta compatível com a moralidade administrativa;
X – ser assíduo e pontual ao serviço;
XI – tratar com urbanidade as pessoas;
XII – representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder.

6.2. O art. 117 elenca as proibições ao servidor.

Ao servidor é proibido:
I – ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do chefe imediato;
II – retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento ou objeto da
repartição;
III – recusar fé a documentos públicos;
IV – opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou execução de serviço;
V – promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição;
VI – cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de
atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado;
VII – coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação profissional ou sindical, ou
a partido político;
VIII – manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge, companheiro ou
parente até o segundo grau civil;
IX – valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da
função pública;
X – participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou não personificada,
exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário; (obs.: esta vedação não se
aplica nos casos de: I – participação nos conselhos de administração e fiscal de empresas ou entidades em
que a União detenha, direta ou indiretamente, participação no capital social ou em sociedade cooperativa
constituída para prestar serviços a seus membros; II – gozo de licença para o trato de interesses particulares,
na forma do art. 91 desta Lei, observada a legislação sobre conflito de interesses).
XI – atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar
de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou
companheiro;
XII – receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão de suas atri-
buições;
XIII – aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro;

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XIV – praticar usura sob qualquer de suas formas;
XV – proceder de forma desidiosa;
XVI – utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades particulares;
XVII – cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto em situações de
emergência e transitórias;
XVIII – exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do cargo ou função e
com o horário de trabalho;
XIX – recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado.

6.3. Acumulação
Ressalvados os casos previstos na Constituição, é vedada a acumulação remunerada de cargos
públicos.
Legislação correlata: Constituição Federal, art. 37, XVI – é vedada a acumulação remunerada de
cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer
caso o disposto no inciso XI: a) a de dois cargos de professor; b) a de um cargo de professor com
outro técnico ou científico; c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saú-
de, com profissões regulamentadas.
Mesmo nos casos em que a acumulação é permitida, esta fica condicionada à comprovação da
compatibilidade de horários.
Considera-se acumulação proibida a percepção de vencimento de cargo ou emprego público
efetivo com proventos da inatividade, salvo quando os cargos de que decorram essas remune-
rações forem acumuláveis na atividade.

6.4. Das Responsabilidades


Pelo exercício irregular de suas atribuições, o servido responde civil, penal e administrativa-
mente.
Responsabilidade civil – decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte
em prejuízo ao erário ou a terceiro. Se o servidor causar danos a terceiros, responderá perante
a Fazenda Pública mediante ação regressiva (ex.: se o servidor que exerce função de motorista,
por imprudência, bate o veículo em um muro de um terceiro, este certamente vai entrar com
ação contra o Poder Público, que terá o dever de indenizar; porém, a Fazenda Pública poderá
buscar ressarcimento do servidor que culposamente causou o dano). A responsabilidade civil
estende-se aos sucessores, até o limite do valor da herança recebida.
Responsabilidade penal (criminal) – abrange os crimes e as contravenções imputadas ao servi-
dor, nessa qualidade.
Responsabilidade administrativa – a responsabilidade civil-administrativa resulta de ato omis-
sivo ou comissivo praticado no desempenho do cargo ou função.

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Independência das instâncias – Regra: as sanções civis, penais e administrativas poderão


cumular-se, sendo independentes entre si. Porém, a responsabilidade administrativa do servi-
dor será afastada no caso de absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria
(ex.: se o servidor é acusado na esfera penal, mas resta absolvido por provar que não foi o autor
do crime, não poderá ser responsabilizado na esfera administrativa).
Nenhum servidor poderá ser responsabilizado civil, penal ou administrativamente por dar ciên-
cia à autoridade superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, a outra autorida-
de competente para apuração de informação concernente à prática de crimes ou improbidade
de que tenha conhecimento, ainda que em decorrência do exercício de cargo, emprego ou fun-
ção pública.

6.5. Penalidades
São penalidades disciplinares: SAC3D
I – advertência;
II – suspensão;
III – demissão;
IV – cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
V – destituição de cargo em comissão;
VI – destituição de função comissionada.

Ao aplicar as penalidades, serão consideradas:

a) a natureza e a gravidade da infração cometida,


b) os danos que dela provierem para o serviço público,
c) as circunstâncias agravantes ou atenuantes,
d) os antecedentes funcionais.

O ato de imposição da penalidade mencionará sempre o fundamento legal e a causa da sanção


disciplinar.

A ação disciplinar prescreverá:


I – em 5 anos, quanto às infrações puníveis com demissão, cassação de aposentadoria ou dis-
ponibilidade e destituição de cargo em comissão;
II – em 2 anos, quanto à suspensão;
III – em 180 dias, quanto à advertência.

O prazo de prescrição começa a correr da data em que o fato se tornou conhecido.

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Penalidade Detalhes Prescrição
•• Aplicada por escrito;
•• Aplicada nos casos do art. 117, incisos I a VIII e
XIX e de inobservância de dever funcional que
Advertência 180 dias
não justifique imposição de penalidade mais
grave.
•• Deve ter o registro cancelado em 3 anos.
•• Aplicada em caso de reincidência das faltas
punidas com advertência e de violação das
demais proibições que não tipifiquem infração
sujeita à penalidade de demissão.
•• Não pode exceder 90 dias.
Suspensão 2 anos
•• Quando houver conveniência para o serviço,
pode ser convertida em multa de 50% por dia
de vencimento ou remuneração, obrigando o
servidor a permanecer no serviço.
•• Deve ter o registro cancelado em 5 anos.
I – crime contra a administração pública;
II – abandono de cargo;
III – inassiduidade habitual;
IV – – improbidade administrativa;
V – incontinência pública e conduta escandalosa,
na repartição;
VI – insubordinação grave em serviço;
VII – ofensa física, em serviço, a servidor ou a par-
ticular, salvo em legítima defesa própria ou de ou-
Demissão trem; 5 anos
VIII – aplicação irregular de dinheiros públicos;
IX – revelação de segredo do qual se apropriou em
razão do cargo;
X – lesão aos cofres públicos e dilapidação do patri-
mônio nacional;
XI – corrupção;
XII – acumulação ilegal de cargos, empregos ou
funções públicas;
XIII – transgressão dos incisos IX a XVI do art. 117.
Cassação de aposentadoria ou Quando houver praticado, na atividade, falta puní-
5 anos
disponibilidade vel com a demissão.
Destituição de cargo em co- Aplicada nos casos de infração sujeita às penalidades
5 anos
missão de suspensão e de demissão.
Destituição de função comis- Aplicada nos casos de infração sujeita às penalidades
5 anos
sionada de suspensão e de demissão

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7. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR

7.1. Disposições Gerais

sua apuração imediata, mediante sindicância ou processo administrativo disciplinar, assegu-


rada ao acusado ampla defesa. As denúncias sobre irregularidades serão objeto de apuração,
desde que contenham a identificação e o endereço do denunciante e sejam formuladas por
escrito, confirmada a autenticidade.
Da sindicância poderá resultar:

I – arquivamento do processo;
II – aplicação de penalidade de advertência ou suspensão de até 30 (trinta) dias;
III – instauração de processo disciplinar.

Prazo para conclusão da sindicância: não excederá 30 dias, podendo ser prorrogado por igual
período, a critério da autoridade superior.
Sempre que o ilícito praticado pelo servidor ensejar a imposição de penalidade de suspensão
por mais de 30 dias, de demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou destitui-
ção de cargo em comissão, será obrigatória a instauração de processo disciplinar.

7.2. Do Processo Disciplinar

O processo disciplinar é o instrumento destinado a apurar responsabilidade de servidor por


infração praticada no exercício de suas atribuições, ou que tenha relação com as atribuições do
cargo em que se encontre investido.
O processo disciplinar será conduzido por comissão composta de 3 servidores estáveis desig-
nados pela autoridade competente.

Fases do processo disciplinar:


I – instauração, com a publicação do ato que constituir a comissão;
II – inquérito administrativo, que compreende instrução, defesa e relatório;
III – julgamento.

O prazo para a conclusão do processo disciplinar não excederá 60 dias, contados da data de pu-
blicação do ato que constituir a comissão, admitida a sua prorrogação por igual prazo, quando
as circunstâncias o exigirem.

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8. SEGURIDADE SOCIAL DO SERVIDOR

A União manterá Plano de Seguridade Social para o servidor e sua família.

O servidor ocupante de cargo em comissão que não seja, simultaneamente, ocupante de cargo
ou emprego efetivo na administração pública direta, autárquica e fundacional não terá direito
aos benefícios do Plano de Seguridade Social, com exceção da assistência à saúde.

O Plano de Seguridade Social visa a dar cobertura aos riscos a que estão sujeitos o servidor
e sua família, e compreende um conjunto de benefícios e ações que atendam às seguintes
finalidades:

I – garantir meios de subsistência nos eventos de doença, invalidez, velhice, acidente em


serviço, inatividade, falecimento e reclusão;
II – proteção à maternidade, à adoção e à paternidade;
III – assistência à saúde.

Os benefícios do Plano de Seguridade Social do servidor compreendem:

I – quanto ao servidor:

a) aposentadoria;
b) auxílio-natalidade;
c) salário-família;
d) licença para tratamento de saúde;
e) licença à gestante, à adotante e licença-paternidade;
f) licença por acidente em serviço;
g) assistência à saúde;
h) garantia de condições individuais e ambientais de trabalho satisfatórias;

II – quanto ao dependente:

a) pensão vitalícia e temporária;


b) auxílio-funeral;
c) auxílio-reclusão;
d) assistência à saúde.

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9. DISPOSIÇÕES GERAIS (FINAIS)

9.1. O Dia do Servidor Público será comemorado em 28 de outubro.

9.2. Os prazos previstos nesta Lei serão contados em dias corridos, excluindo-se o dia
do começo e incluindo-se o do vencimento, ficando prorrogado, para o primeiro dia
útil seguinte, o prazo vencido em dia em que não haja expediente.

9.3. Por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, o servidor


não poderá ser privado de quaisquer dos seus direitos, sofrer discriminação em sua
vida funcional, nem se eximir do cumprimento de seus deveres.

9.4. Consideram-se da família do servidor, além do cônjuge e filhos, quaisquer


pessoas que vivam às suas expensas e constem do seu assentamento individual.

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Questões

QUESTÕES SOBRE A LEI Nº necessidade temporária de excepcional in-


8.112/1990 teresse público.
( ) Certo   ( ) Errado

1. (CESPE) São servidores públicos, em sentido


4. (CESPE) Com base na Lei nº 8.112/1990, que
amplo, as pessoas físicas que prestam ser-
instituiu o regime jurídico estatutário dos
viços ao Estado e às entidades da adminis-
servidores públicos federais, assinale a op-
tração indireta, com vínculo empregatício
ção correta.
e mediante remuneração paga pelos cofres
públicos. Assinale a opção incorreta a res- a) É permitida a abertura de novo concur-
peito aos servidores públicos. so público para determinado cargo en-
quanto não expirado o prazo de valida-
a) A noção de servidor público compre-
de de concurso anterior.
ende os servidores estatutários, os em-
b) A posse em cargo público é ato perso-
pregados públicos e os servidores tem-
nalíssimo, de forma que não se pode to-
porários.
mar posse em nome de outrem.
b) Os servidores estatutários sujeitam-se
c) O indivíduo que for nomeado para car-
ao regime estatutário e ocupam cargos
go efetivo, tomar posse, mas não entrar
públicos.
em exercício no prazo de 15 dias, será
c) Os empregados públicos são contrata-
exonerado do cargo.
dos sob o regime da legislação traba-
d) O servidor em estágio probatório não
lhista e ocupam empregos públicos.
pode ser cedido nem pode ocupar car-
d) Os empregados públicos não depen-
go em comissão.
dem de aprovação prévia em concurso
e) O servidor público detentor de cargo
público para investidura no cargo.
efetivo adquire a condição de servidor
e) Os servidores temporários são contra-
estável após 2 anos de efetivo exercício.
tados por tempo determinado para
atender a necessidade temporária de
5. A Lei nº 8.112/1990 aplica-se
excepcional interesse público.
a) aos servidores temporários.
2. (CESPE – TECNICO) Os servidores b) aos servidores públicos efetivos do Dis-
temporários, contratados por tempo trito Federal.
determinado para atender a necessidade c) aos servidores públicos militares.
temporária de excepcional interesse d) aos servidores públicos das empresas
público, são ocupantes de cargo público e, públicas.
portanto, são agentes públicos. e) aos servidores públicos das autarquias.
( ) Certo   ( ) Errado
6. (FCC) João, servidor público federal, foi con-
vocado para o serviço militar, razão pela
3. (CESPE) Integram a categoria dos agentes qual lhe foi concedida licença, na forma e
administrativos aqueles que são contrata- condições previstas na legislação específica.
dos temporariamente para atender a uma

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Nos termos da Lei nº 8.112/1990, concluído e) o pagamento da remuneração das fé-
o serviço militar, João rias será efetuado até 2 (dois) dias antes
do início do respectivo período.
a) terá quinze dias com remuneração para
reassumir o exercício do cargo. 9 (CESPE) No que se refere ao regime jurídi-
b) deverá imediatamente reassumir o co dos servidores públicos federais, julgue o
exercício do cargo. próximo item.
c) terá somente quinze dias sem remunera-
ção para reassumir o exercício do cargo. É vedada a concessão de licença a servi-
d) terá quarenta e cinco dias sem remunera- dor por motivo de doença da madrasta.
ção para reassumir o exercício do cargo.
e) terá até trinta dias sem remuneração ( ) Certo   ( ) Errado
para reassumir o exercício do cargo.
10. (CESPE) Bruno, servidor público federal,
7. (ESAF) Segundo a Lei nº 8.112/1990, carac-
ocupou por exatos 5 anos um cargo na admi-
terizam-se como proibições ao servidor, ex-
nistração pública, até que foi aprovada uma
ceto:
lei federal extinguindo o referido cargo. Nesse
a) cometer a pessoa estranha à repartição, caso, Bruno
fora dos casos previstos em lei, o desem-
a) será demitido.
penho de atribuição que seja de sua res-
b) será obrigado a exercer outro cargo.
ponsabilidade ou de seu subordinado.
c) será aposentado compulsoriamente.
b) levar as irregularidades de que tiver ci-
d) ficará em disponibilidade com remune-
ência em razão do cargo ao conhecimen-
ração integral.
to da autoridade superior ou, quando
e) ficará em disponibilidade com remune-
houver suspeita de envolvimento desta,
ração proporcional ao tempo de serviço.
ao conhecimento de outra autoridade
competente para apuração.
11. (CESPE) Por estar interessado em ingressar
c) recusar-se a atualizar seus dados cadas-
no serviço público federal, João Francisco
trais quando solicitado.
resolveu pesquisar sobre o assunto na Lei
d) cometer a pessoa estranha à repartição,
Federal no 8.112/90 (Regime Jurídico dos
fora dos casos previstos em lei, o desem-
Servidores Públicos Federais) e concluiu
penho de atribuição que seja de sua res-
que
ponsabilidade ou de seu subordinado
e) recusar fé a documentos públicos. a) a investidura em empregos públicos in-
depende de prévia aprovação em con-
8. (FUNRIO) Conforme disposições do regi- curso público, a qual somente é exigida
me jurídico dos servidores públicos civis da para a investidura em cargos de provi-
União, das autarquias e das fundações pú- mento efetivo.
blicas federais, o servidor fará jus a trinta b) a investidura em cargo ou emprego pú-
dias de férias, sendo que blico depende de prévia aprovação em
concurso público, ressalvadas as nome-
a) para o primeiro período aquisitivo serão
ações para cargos em comissão declara-
exigidos seis meses de efetivo exercício.
dos em lei de livre nomeação e exone-
b) sua acumulação é expressamente vedada.
ração.
c) as faltas ao serviço podem ser levadas à
c) a investidura em cargos comissionados
conta das férias
e funções de confiança depende de
d) seu parcelamento, ainda que seja por
prévia aprovação em processo seletivo
interesse da administração, é proibido.

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simplificado, observado o princípio da disciplinar de demissão que já lhe havia sido


ampla divulgação. aplicada?
d) o provimento dos cargos públicos pode a) Não, porque o processo disciplinar já estava
efetuar-se por meio de nomeação, pro- concluído quando da absolvição criminal,
moção, reversão ou ascensão. não podendo a decisão judicial retroagir.
e) os cargos em comissão somente podem b) Não, porque as instâncias penal e admi-
ser providos por servidores de carreira, nistrativa são independentes, não haven-
destinando-se apenas às atribuições de do qualquer intercomunicação entre elas.
direção, chefia e assessoramento. c) Sim, desde que a demissão ressalve, expres-
samente, a decisão da instância criminal.
12. (CESPE) Carlos, servidor público dos qua- d) Sim, desde que a absolvição criminal tenha
dros de uma autarquia federal, foi demitido negado a existência do fato ou sua autoria.
após processo administrativo disciplinar. In- e) Sim, desde que a absolvição criminal te-
conformado, ajuizou ação judicial visando nha ocorrido por suficiência probatória.
à invalidação de sua demissão e, ao final do
processo, obteve êxito. Diante da invalidação
judicial da penalidade disciplinar que lhe ha- (CESPE) Julgue os seguintes itens, acerca do
via sido aplicada, reconhece-se a Carlos o di- servidor público.
reito de ser
14. A investidura em cargo público ocorre no
a) reintegrado ao cargo anteriormente
ato da posse do indivíduo.
ocupado ou ao resultante de sua trans-
formação, com ressarcimento de todas ( ) Certo   ( ) Errado
as vantagens.
b) aproveitado em outro cargo de venci- 15. Se uma pessoa que foi nomeada para deter-
mentos e responsabilidades compa- minado cargo tomar posse desse cargo, mas
tíveis com o anteriormente ocupado, não entrar em exercício dentro do prazo le-
sem ressarcimento das vantagens pecu- gal, ela deverá ser exonerada de ofício.
niárias.
c) reconduzido a cargo de atribuições e ( ) Certo   ( ) Errado
responsabilidades compatíveis com o
anteriormente exercido, sem ressarci- 16. Caso a aposentadoria de um servidor em
mento das vantagens pecuniárias. débito com o erário seja cassada, referido
d) revertido ao serviço público ativo, com débito será automaticamente extinto.
ressarcimento de todas as vantagens
( ) Certo   ( ) Errado
pecuniárias.
e) readaptado em cargo de atribuições e
17. Um servidor poderá ser punido nas esferas
responsabilidades compatíveis, com
administrativa, civil e criminal, de forma
ressarcimento de todas as vantagens.
cumulativa.
13. (CESPE) Joana, servidora pública federal, foi ( ) Certo   ( ) Errado
demitida do seu cargo após processo ad-
ministrativo disciplinar que constatou seu
18. Servidor é toda pessoa legalmente investida
envolvimento em ilícito administrativo. Em
em cargo público.
decorrência do mesmo ilícito, Joana também
foi processada criminalmente, vindo a ser ( ) Certo   ( ) Errado
absolvida. Nesse caso, a absolvição na ins-
tância criminal repercute sobre a penalidade

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19. (CESGRANRIO) Uma servidora pertencente a) readaptação.
aos quadros de fundação pública federal, b) transferência.
após sindicância instaurada para apuração c) reintegração.
de ilícito administrativo a ela imputado, foi d) reversão.
penalizada com suspensão por quarenta e e) aproveitamento.
cinco dias. Com base na Lei nº 8.112/90, a
aplicação da pena disciplinar, na hipótese, 21. (FCC) Mario prestou concurso público para
afigura-se o provimento de cargo público federal. A
prova ocorreu dia 15/06/05. Os resultados
a) correta, desde que tenha sido assegura- finais do concurso foram publicados em
da à servidora ampla defesa, pois o pra- 01/08/05. No dia 05/08/05, houve repu-
zo máximo previsto em lei para a pena blicação dos resultados em razão de erro
de suspensão é de sessenta dias. material. No dia 25/08/05, Mário foi no-
b) correta, desde que o ilícito administrati- meado. E, em 01/09/05 tomou posse do
vo não configure ilícito penal. cargo público. Nesse caso, segundo a Lei nº
c) incorreta, pois a aplicação da pena de 8.112/90, a investidura de Mário em cargo
suspensão pressupõe a propositura de público ocorreu no dia
ação civil pública por ato de improbida-
de cumulada com a sindicância. a) 01/08/05, com a publicação dos resul-
d) incorreta, pois a aplicação da pena tados finais.
de suspensão por mais de trinta dias b) 15/06/05, com a realização da prova.
pressupõe a instauração de ação penal c) 01/09/05, com a posse.
cumulada com a sindicância. d) 05/08/05, com a republicação dos re-
e) incorreta, pois a aplicação da pena de sus- sultados finais.
pensão por mais de trinta dias pressupõe e) 25/08/05, com a nomeação.
a instauração de processo disciplinar.
22. (CESPE) No que se refere a organização admi-
20. (CESGRANRIO) Odair, servidor público fede- nistrativa e a agentes públicos, julgue os itens
ral, foi regularmente aposentado por inva- a seguir.
lidez, no ano de 2005, após perícia médica.
Decorridos dois anos de sua aposentado- O cargo de dirigente e empresa pública e
ria, Odair submeteu-se a uma nova perícia, sociedade de economia mista é regido pela
oportunidade em que a junta médica oficial Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT).
declarou insubsistentes os motivos da apo-
( ) Certo   ( ) Errado
sentadoria. A forma de provimento dos car-
gos públicos adequada para que Odair retor-
ne à atividade é a(o) 23. (ESAF – Superior) O retorno à atividade, do
servidor público civil da União, regido pela
Lei nº 8.112/90, para o cargo em que tenha
sido colocado em disponibilidade dar-se-á
mediante
a) aproveitamento.
b) readmissão.
c) reintegração.
d) reversão.
e) recondução.

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24. (ESAF – Superior) A licença a favor do ser-


vidor público para o exercício de atividade
política será:
a) não-remunerada, até o limite de três
meses.
b) remunerada, até o limite de três meses,
entre o registro de sua candidatura e o
décimo dia seguinte ao da eleição.
c) remunerada, desde a escolha em
convenção partidária, até o décimo dia
seguinte ao da eleição.
d) não-remunerada, entre o dia da escolha
em convenção partidária até o décimo
dia seguinte ao da eleição.
e) remunerada, até o limite de quatro
meses, entre a escolha em convenção
partidária e a data da eleição.

25. (ESAF – Médio) Ao servidor, regido pelo re-


gime jurídico da Lei nº 8.112/90, que fizer
jus a mais de uma vantagem a ele atribuída
a título de adicionais:
a) não poderá acumular os adicionais de
insalubridade e de periculosidade.
b) não poderá acumular os adicionais de
insalubridade e de férias
c) não poderá acumular os adicionais de
férias e por tempo de serviço.
d) poderá acumular os adicionais de
insalubridade, de periculosidade e de
férias
e) poderá acumular os adicionais de
insalubridade, de periculosidade e por
tempo de serviço

Gabarito: 1. D 2. Errado 3. Certo 4. C 5. E 6. E 7. B 8. E 9. Errado 10. E 11. B 12. A 13. D 14. Certo 
15. Certo 16. Errado 17. Certo 18. Certo 19. E 20. D 21. C 22. Errado 23. A 24. B 25. A

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LEI Nº 9.784/1999 – REGULA O PROCESSO ADMINISTRATIVO NO
ÂMBITO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL

Presidência da República lidade, moralidade, ampla defesa, contraditório,


segurança jurídica, interesse público e eficiência.
Casa Civil
Parágrafo único. Nos processos administra-
Subchefia para Assuntos Jurídicos tivos serão observados, entre outros, os cri-
LEI Nº 9.784 , DE 29 DE JANEIRO DE 1999. térios de:

Regula o processo administrativo no âmbito da I – atuação conforme a lei e o Direito;


Administração Pública Federal. II – atendimento a fins de interesse geral, ve-
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que dada a renúncia total ou parcial de poderes
o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a ou competências, salvo autorização em lei;
seguinte Lei: III – objetividade no atendimento do inte-
resse público, vedada a promoção pessoal
de agentes ou autoridades;
CAPÍTULO I IV – atuação segundo padrões éticos de
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS probidade, decoro e boa-fé;

Art. 1º Esta Lei estabelece normas básicas sobre V – divulgação oficial dos atos administrati-
o processo administrativo no âmbito da Admi- vos, ressalvadas as hipóteses de sigilo pre-
nistração Federal direta e indireta, visando, em vistas na Constituição;
especial, à proteção dos direitos dos administra- VI – adequação entre meios e fins, veda-
dos e ao melhor cumprimento dos fins da Admi- da a imposição de obrigações, restrições e
nistração. sanções em medida superior àquelas estri-
§ 1º Os preceitos desta Lei também se apli- tamente necessárias ao atendimento do in-
cam aos órgãos dos Poderes Legislativo e teresse público;
Judiciário da União, quando no desempe- VII – indicação dos pressupostos de fato e
nho de função administrativa. de direito que determinarem a decisão;
§ 2º Para os fins desta Lei, consideram-se: VIII – observância das formalidades essenciais
I – órgão – a unidade de atuação integrante à garantia dos direitos dos administrados;
da estrutura da Administração direta e da IX – adoção de formas simples, suficientes
estrutura da Administração indireta; para propiciar adequado grau de certeza,
II – entidade – a unidade de atuação dotada segurança e respeito aos direitos dos admi-
de personalidade jurídica; nistrados;

III – autoridade – o servidor ou agente pú- X – garantia dos direitos à comunicação, à


blico dotado de poder de decisão. apresentação de alegações finais, à produ-
ção de provas e à interposição de recursos,
Art. 2º A Administração Pública obedecerá, nos processos de que possam resultar san-
dentre outros, aos princípios da legalidade, fina- ções e nas situações de litígio;
lidade, motivação, razoabilidade, proporciona-

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XI – proibição de cobrança de despesas pro- II – proceder com lealdade, urbanidade e


cessuais, ressalvadas as previstas em lei; boa-fé;
XII – impulsão, de ofício, do processo admi- III – não agir de modo temerário;
nistrativo, sem prejuízo da atuação dos inte-
ressados; IV – prestar as informações que lhe forem
solicitadas e colaborar para o esclarecimen-
XIII – interpretação da norma administrativa to dos fatos.
da forma que melhor garanta o atendimen-
to do fim público a que se dirige, vedada
aplicação retroativa de nova interpretação.
CAPÍTULO IV
DO INÍCIO DO PROCESSO
CAPÍTULO II Art. 5º O processo administrativo pode iniciar-
DOS DIREITOS DOS -se de ofício ou a pedido de interessado.
ADMINISTRADOS Art. 6º O requerimento inicial do interessado,
salvo casos em que for admitida solicitação oral,
Art. 3º O administrado tem os seguintes direitos deve ser formulado por escrito e conter os se-
perante a Administração, sem prejuízo de ou- guintes dados:
tros que lhe sejam assegurados:
I – órgão ou autoridade administrativa a
I – ser tratado com respeito pelas autori- que se dirige;
dades e servidores, que deverão facilitar o
exercício de seus direitos e o cumprimento II – identificação do interessado ou de quem
de suas obrigações; o represente;
II – ter ciência da tramitação dos processos III – domicílio do requerente ou local para
administrativos em que tenha a condição recebimento de comunicações;
de interessado, ter vista dos autos, obter
cópias de documentos neles contidos e co- IV – formulação do pedido, com exposição
nhecer as decisões proferidas; dos fatos e de seus fundamentos;

III – formular alegações e apresentar docu- V – data e assinatura do requerente ou de


mentos antes da decisão, os quais serão ob- seu representante.
jeto de consideração pelo órgão competente; Parágrafo único. É vedada à Administração
IV – fazer-se assistir, facultativamente, por a recusa imotivada de recebimento de do-
advogado, salvo quando obrigatória a re- cumentos, devendo o servidor orientar o
presentação, por força de lei. interessado quanto ao suprimento de even-
tuais falhas.
Art. 7º Os órgãos e entidades administrativas
deverão elaborar modelos ou formulários pa-
CAPÍTULO III dronizados para assuntos que importem preten-
DOS DEVERES DO ADMINISTRADO sões equivalentes.
Art. 4º São deveres do administrado perante a Art. 8º Quando os pedidos de uma pluralidade
Administração, sem prejuízo de outros previstos de interessados tiverem conteúdo e fundamen-
em ato normativo: tos idênticos, poderão ser formulados em um
único requerimento, salvo preceito legal em
I – expor os fatos conforme a verdade; contrário.

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CAPÍTULO V Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:
DOS INTERESSADOS I – a edição de atos de caráter normativo;
Art. 9º São legitimados como interessados no II – a decisão de recursos administrativos;
processo administrativo:
III – as matérias de competência exclusiva
I – pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem do órgão ou autoridade.
como titulares de direitos ou interesses in-
dividuais ou no exercício do direito de re- Art. 14. O ato de delegação e sua revogação de-
presentação; verão ser publicados no meio oficial.

II – aqueles que, sem terem iniciado o pro- § 1º O ato de delegação especificará as ma-
cesso, têm direitos ou interesses que pos- térias e poderes transferidos, os limites da
sam ser afetados pela decisão a ser ado- atuação do delegado, a duração e os obje-
tada; tivos da delegação e o recurso cabível, po-
dendo conter ressalva de exercício da atri-
III – as organizações e associações represen- buição delegada.
tativas, no tocante a direitos e interesses
coletivos; § 2º O ato de delegação é revogável a qual-
quer tempo pela autoridade delegante.
IV – as pessoas ou as associações legalmen-
te constituídas quanto a direitos ou interes- § 3º As decisões adotadas por delegação de-
ses difusos. vem mencionar explicitamente esta qualidade
e considerar-se-ão editadas pelo delegado.
Art. 10. São capazes, para fins de processo ad-
ministrativo, os maiores de dezoito anos, ressal- Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional
vada previsão especial em ato normativo pró- e por motivos relevantes devidamente justifi-
prio. cados, a avocação temporária de competência
atribuída a órgão hierarquicamente inferior.
Art. 16. Os órgãos e entidades administrativas
divulgarão publicamente os locais das respec-
CAPÍTULO VI tivas sedes e, quando conveniente, a unidade
DA COMPETÊNCIA fundacional competente em matéria de interes-
se especial.
Art. 11. A competência é irrenunciável e se exer-
ce pelos órgãos administrativos a que foi atribu- Art. 17. Inexistindo competência legal específi-
ída como própria, salvo os casos de delegação e ca, o processo administrativo deverá ser inicia-
avocação legalmente admitidos. do perante a autoridade de menor grau hierár-
quico para decidir.
Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular po-
derão, se não houver impedimento legal, delegar
parte da sua competência a outros órgãos ou ti-
tulares, ainda que estes não lhe sejam hierarqui- CAPÍTULO VII
camente subordinados, quando for conveniente,
DOS IMPEDIMENTOS
em razão de circunstâncias de índole técnica, so-
cial, econômica, jurídica ou territorial. E DA SUSPEIÇÃO
Parágrafo único. O disposto no caput deste Art. 18. É impedido de atuar em processo admi-
artigo aplica-se à delegação de competên- nistrativo o servidor ou autoridade que:
cia dos órgãos colegiados aos respectivos
I – tenha interesse direto ou indireto na ma-
presidentes.
téria;

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II – tenha participado ou venha a participar § 4º O processo deverá ter suas páginas nu-
como perito, testemunha ou representante, meradas seqüencialmente e rubricadas.
ou se tais situações ocorrem quanto ao côn-
juge, companheiro ou parente e afins até o Art. 23. Os atos do processo devem realizar-se
terceiro grau; em dias úteis, no horário normal de funciona-
mento da repartição na qual tramitar o proces-
III – esteja litigando judicial ou administra- so.
tivamente com o interessado ou respectivo
cônjuge ou companheiro. Parágrafo único. Serão concluídos depois
do horário normal os atos já iniciados, cujo
Art. 19. A autoridade ou servidor que incorrer adiamento prejudique o curso regular do
em impedimento deve comunicar o fato à auto- procedimento ou cause dano ao interessa-
ridade competente, abstendo-se de atuar. do ou à Administração.
Parágrafo único. A omissão do dever de co- Art. 24. Inexistindo disposição específica, os
municar o impedimento constitui falta gra- atos do órgão ou autoridade responsável pelo
ve, para efeitos disciplinares. processo e dos administrados que dele parti-
cipem devem ser praticados no prazo de cinco
Art. 20. Pode ser argüida a suspeição de autori- dias, salvo motivo de força maior.
dade ou servidor que tenha amizade íntima ou
inimizade notória com algum dos interessados Parágrafo único. O prazo previsto neste ar-
ou com os respectivos cônjuges, companheiros, tigo pode ser dilatado até o dobro, median-
parentes e afins até o terceiro grau. te comprovada justificação.
Art. 21. O indeferimento de alegação de sus- Art. 25. Os atos do processo devem realizar-se
peição poderá ser objeto de recurso, sem efeito preferencialmente na sede do órgão, cientifi-
suspensivo. cando-se o interessado se outro for o local de
realização.

CAPÍTULO VIII
DA FORMA, TEMPO E LUGAR CAPÍTULO IX
DOS ATOS DO PROCESSO DA COMUNICAÇÃO DOS ATOS
Art. 22. Os atos do processo administrativo não Art. 26. O órgão competente perante o qual tra-
dependem de forma determinada senão quan- mita o processo administrativo determinará a
do a lei expressamente a exigir. intimação do interessado para ciência de deci-
são ou a efetivação de diligências.
§ 1º Os atos do processo devem ser produ-
zidos por escrito, em vernáculo, com a data § 1º A intimação deverá conter:
e o local de sua realização e a assinatura da I – identificação do intimado e nome do ór-
autoridade responsável. gão ou entidade administrativa;
§ 2º Salvo imposição legal, o reconhecimen- II – finalidade da intimação;
to de firma somente será exigido quando
houver dúvida de autenticidade. III – data, hora e local em que deve compa-
recer;
§ 3º A autenticação de documentos exigi-
dos em cópia poderá ser feita pelo órgão IV – se o intimado deve comparecer pesso-
administrativo. almente, ou fazer-se representar;

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V – informação da continuidade do proces- § 1º O órgão competente para a instrução
so independentemente do seu compareci- fará constar dos autos os dados necessários
mento; à decisão do processo.
VI – indicação dos fatos e fundamentos le- § 2º Os atos de instrução que exijam a atu-
gais pertinentes. ação dos interessados devem realizar-se do
modo menos oneroso para estes.
§ 2º A intimação observará a antecedência
mínima de três dias úteis quanto à data de Art. 30. São inadmissíveis no processo adminis-
comparecimento. trativo as provas obtidas por meios ilícitos.
§ 3º A intimação pode ser efetuada por ci- Art. 31. Quando a matéria do processo envolver
ência no processo, por via postal com avi- assunto de interesse geral, o órgão competen-
so de recebimento, por telegrama ou outro te poderá, mediante despacho motivado, abrir
meio que assegure a certeza da ciência do período de consulta pública para manifestação
interessado. de terceiros, antes da decisão do pedido, se não
houver prejuízo para a parte interessada.
§ 4º No caso de interessados indetermina-
dos, desconhecidos ou com domicílio inde- § 1º A abertura da consulta pública será
finido, a intimação deve ser efetuada por objeto de divulgação pelos meios oficiais, a
meio de publicação oficial. fim de que pessoas físicas ou jurídicas pos-
sam examinar os autos, fixando-se prazo
§ 5º As intimações serão nulas quando fei- para oferecimento de alegações escritas.
tas sem observância das prescrições legais,
mas o comparecimento do administrado su- § 2º O comparecimento à consulta pública
pre sua falta ou irregularidade. não confere, por si, a condição de interes-
sado do processo, mas confere o direito
Art. 27. O desatendimento da intimação não de obter da Administração resposta funda-
importa o reconhecimento da verdade dos fa- mentada, que poderá ser comum a todas as
tos, nem a renúncia a direito pelo administrado. alegações substancialmente iguais.
Parágrafo único. No prosseguimento do Art. 32. Antes da tomada de decisão, a juízo da
processo, será garantido direito de ampla autoridade, diante da relevância da questão,
defesa ao interessado. poderá ser realizada audiência pública para de-
Art. 28. Devem ser objeto de intimação os atos bates sobre a matéria do processo.
do processo que resultem para o interessado Art. 33. Os órgãos e entidades administrativas,
em imposição de deveres, ônus, sanções ou res- em matéria relevante, poderão estabelecer ou-
trição ao exercício de direitos e atividades e os tros meios de participação de administrados,
atos de outra natureza, de seu interesse. diretamente ou por meio de organizações e as-
sociações legalmente reconhecidas.
Art. 34. Os resultados da consulta e audiência
CAPÍTULO X pública e de outros meios de participação de
DA INSTRUÇÃO administrados deverão ser apresentados com a
indicação do procedimento adotado.
Art. 29. As atividades de instrução destinadas a
averiguar e comprovar os dados necessários à Art. 35. Quando necessária à instrução do pro-
tomada de decisão realizam-se de ofício ou me- cesso, a audiência de outros órgãos ou entida-
diante impulsão do órgão responsável pelo pro- des administrativas poderá ser realizada em
cesso, sem prejuízo do direito dos interessados reunião conjunta, com a participação de titula-
de propor atuações probatórias. res ou representantes dos órgãos competentes,

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lavrando-se a respectiva ata, a ser juntada aos Art. 41. Os interessados serão intimados de
autos. prova ou diligência ordenada, com antecedên-
cia mínima de três dias úteis, mencionando-se
Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos data, hora e local de realização.
que tenha alegado, sem prejuízo do dever atri-
buído ao órgão competente para a instrução e Art. 42. Quando deva ser obrigatoriamente ou-
do disposto no art. 37 desta Lei. vido um órgão consultivo, o parecer deverá ser
emitido no prazo máximo de quinze dias, salvo
Art. 37. Quando o interessado declarar que fa- norma especial ou comprovada necessidade de
tos e dados estão registrados em documentos maior prazo.
existentes na própria Administração responsá-
vel pelo processo ou em outro órgão adminis- § 1º Se um parecer obrigatório e vinculante
trativo, o órgão competente para a instrução deixar de ser emitido no prazo fixado, o pro-
proverá, de ofício, à obtenção dos documentos cesso não terá seguimento até a respectiva
ou das respectivas cópias. apresentação, responsabilizando-se quem
der causa ao atraso.
Art. 38. O interessado poderá, na fase instrutó-
ria e antes da tomada da decisão, juntar docu- § 2º Se um parecer obrigatório e não vincu-
mentos e pareceres, requerer diligências e pe- lante deixar de ser emitido no prazo fixado,
rícias, bem como aduzir alegações referentes à o processo poderá ter prosseguimento e ser
matéria objeto do processo. decidido com sua dispensa, sem prejuízo
da responsabilidade de quem se omitiu no
§ 1º Os elementos probatórios deverão ser atendimento.
considerados na motivação do relatório e
da decisão. Art. 43. Quando por disposição de ato norma-
tivo devam ser previamente obtidos laudos
§ 2º Somente poderão ser recusadas, me- técnicos de órgãos administrativos e estes não
diante decisão fundamentada, as provas cumprirem o encargo no prazo assinalado, o ór-
propostas pelos interessados quando sejam gão responsável pela instrução deverá solicitar
ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou laudo técnico de outro órgão dotado de qualifi-
protelatórias. cação e capacidade técnica equivalentes.
Art. 39. Quando for necessária a prestação de Art. 44. Encerrada a instrução, o interessado
informações ou a apresentação de provas pelos terá o direito de manifestar-se no prazo máximo
interessados ou terceiros, serão expedidas in- de dez dias, salvo se outro prazo for legalmente
timações para esse fim, mencionando-se data, fixado.
prazo, forma e condições de atendimento.
Art. 45. Em caso de risco iminente, a Adminis-
Parágrafo único. Não sendo atendida a inti- tração Pública poderá motivadamente adotar
mação, poderá o órgão competente, se en- providências acauteladoras sem a prévia mani-
tender relevante a matéria, suprir de ofício festação do interessado.
a omissão, não se eximindo de proferir a de-
cisão. Art. 46. Os interessados têm direito à vista do
processo e a obter certidões ou cópias reprográ-
Art. 40. Quando dados, atuações ou documen- ficas dos dados e documentos que o integram,
tos solicitados ao interessado forem necessários ressalvados os dados e documentos de terceiros
à apreciação de pedido formulado, o não aten- protegidos por sigilo ou pelo direito à privacida-
dimento no prazo fixado pela Administração de, à honra e à imagem.
para a respectiva apresentação implicará arqui-
vamento do processo. Art. 47. O órgão de instrução que não for com-
petente para emitir a decisão final elaborará

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relatório indicando o pedido inicial, o conteúdo VIII – importem anulação, revogação, sus-
das fases do procedimento e formulará propos- pensão ou convalidação de ato administra-
ta de decisão, objetivamente justificada, enca- tivo.
minhando o processo à autoridade competente.
§ 1º A motivação deve ser explícita, clara e
congruente, podendo consistir em declara-
ção de concordância com fundamentos de
CAPÍTULO XI anteriores pareceres, informações, decisões
ou propostas, que, neste caso, serão parte
DO DEVER DE DECIDIR
integrante do ato.
Art. 48. A Administração tem o dever de explici- § 2º Na solução de vários assuntos da mes-
tamente emitir decisão nos processos adminis- ma natureza, pode ser utilizado meio me-
trativos e sobre solicitações ou reclamações, em cânico que reproduza os fundamentos das
matéria de sua competência. decisões, desde que não prejudique direito
Art. 49. Concluída a instrução de processo ad- ou garantia dos interessados.
ministrativo, a Administração tem o prazo de § 3º A motivação das decisões de órgãos co-
até trinta dias para decidir, salvo prorrogação legiados e comissões ou de decisões orais
por igual período expressamente motivada. constará da respectiva ata ou de termo es-
crito.

CAPÍTULO XII
DA MOTIVAÇÃO CAPÍTULO XIII
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser mo-
DA DESISTÊNCIA E OUTROS CASOS
tivados, com indicação dos fatos e dos funda- DE EXTINÇÃO DO PROCESSO
mentos jurídicos, quando:
Art. 51. O interessado poderá, mediante mani-
I – neguem, limitem ou afetem direitos ou festação escrita, desistir total ou parcialmente
interesses; do pedido formulado ou, ainda, renunciar a di-
reitos disponíveis.
II – imponham ou agravem deveres, encar-
gos ou sanções; § 1º Havendo vários interessados, a desis-
tência ou renúncia atinge somente quem a
III – decidam processos administrativos de tenha formulado.
concurso ou seleção pública;
§ 2º A desistência ou renúncia do interes-
IV – dispensem ou declarem a inexigibilida- sado, conforme o caso, não prejudica o
de de processo licitatório; prosseguimento do processo, se a Adminis-
V – decidam recursos administrativos; tração considerar que o interesse público
assim o exige.
VI – decorram de reexame de ofício;
Art. 52. O órgão competente poderá declarar
VII – deixem de aplicar jurisprudência fir- extinto o processo quando exaurida sua finali-
mada sobre a questão ou discrepem de pa- dade ou o objeto da decisão se tornar impossí-
receres, laudos, propostas e relatórios ofi- vel, inútil ou prejudicado por fato supervenien-
ciais; te.

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CAPÍTULO XIV § 3º Se o recorrente alegar que a decisão


DA ANULAÇÃO, REVOGAÇÃO administrativa contraria enunciado da sú-
mula vinculante, caberá à autoridade pro-
E CONVALIDAÇÃO latora da decisão impugnada, se não a re-
Art. 53. A Administração deve anular seus pró- considerar, explicitar, antes de encaminhar
prios atos, quando eivados de vício de legalida- o recurso à autoridade superior, as razões
de, e pode revogá-los por motivo de conveni- da aplicabilidade ou inaplicabilidade da sú-
ência ou oportunidade, respeitados os direitos mula, conforme o caso. (Incluído pela Lei
adquiridos. nº 11.417, de 2006). Vigência

Art. 54. O direito da Administração de anular os Art. 57. O recurso administrativo tramitará no
atos administrativos de que decorram efeitos máximo por três instâncias administrativas, sal-
favoráveis para os destinatários decai em cinco vo disposição legal diversa.
anos, contados da data em que foram pratica- Art. 58. Têm legitimidade para interpor recurso
dos, salvo comprovada má-fé. administrativo:
§ 1º No caso de efeitos patrimoniais contí- I – os titulares de direitos e interesses que
nuos, o prazo de decadência contar-se-á da forem parte no processo;
percepção do primeiro pagamento.
II – aqueles cujos direitos ou interesses fo-
§ 2º Considera-se exercício do direito de rem indiretamente afetados pela decisão
anular qualquer medida de autoridade ad- recorrida;
ministrativa que importe impugnação à va-
lidade do ato. III – as organizações e associações represen-
tativas, no tocante a direitos e interesses
Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não coletivos;
acarretarem lesão ao interesse público nem
prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem IV – os cidadãos ou associações, quanto a
defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela direitos ou interesses difusos.
própria Administração. Art. 59. Salvo disposição legal específica, é de
dez dias o prazo para interposição de recurso
administrativo, contado a partir da ciência ou
CAPÍTULO XV divulgação oficial da decisão recorrida.
DO RECURSO ADMINISTRATIVO § 1º Quando a lei não fixar prazo diferente,
E DA REVISÃO o recurso administrativo deverá ser decidi-
do no prazo máximo de trinta dias, a partir
Art. 56. Das decisões administrativas cabe re- do recebimento dos autos pelo órgão com-
curso, em face de razões de legalidade e de mé- petente.
rito.
§ 2º O prazo mencionado no parágrafo an-
§ 1º O recurso será dirigido à autoridade terior poderá ser prorrogado por igual perí-
que proferiu a decisão, a qual, se não a re- odo, ante justificativa explícita.
considerar no prazo de cinco dias, o encami-
Art. 60. O recurso interpõe-se por meio de re-
nhará à autoridade superior.
querimento no qual o recorrente deverá expor
§ 2º Salvo exigência legal, a interposição de os fundamentos do pedido de reexame, poden-
recurso administrativo independe de cau- do juntar os documentos que julgar convenien-
ção. tes.

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Art. 61. Salvo disposição legal em contrário, o Art. 64-B. Acolhida pelo Supremo Tribunal Fede-
recurso não tem efeito suspensivo. ral a reclamação fundada em violação de enun-
ciado da súmula vinculante, dar-se-á ciência à
Parágrafo único. Havendo justo receio de autoridade prolatora e ao órgão competente
prejuízo de difícil ou incerta reparação de- para o julgamento do recurso, que deverão ade-
corrente da execução, a autoridade recorri- quar as futuras decisões administrativas em ca-
da ou a imediatamente superior poderá, de sos semelhantes, sob pena de responsabilização
ofício ou a pedido, dar efeito suspensivo ao pessoal nas esferas cível, administrativa e penal.
recurso. (Incluído pela Lei nº 11.417, de 2006). Vigência
Art. 62. Interposto o recurso, o órgão compe- Art. 65. Os processos administrativos de que re-
tente para dele conhecer deverá intimar os de- sultem sanções poderão ser revistos, a qualquer
mais interessados para que, no prazo de cinco tempo, a pedido ou de ofício, quando surgirem
dias úteis, apresentem alegações. fatos novos ou circunstâncias relevantes susce-
Art. 63. O recurso não será conhecido quando tíveis de justificar a inadequação da sanção apli-
interposto: cada.

I – fora do prazo; Parágrafo único. Da revisão do processo


não poderá resultar agravamento da san-
II – perante órgão incompetente; ção.
III – por quem não seja legitimado;
IV – após exaurida a esfera administrativa.
CAPÍTULO XVI
§ 1º Na hipótese do inciso II, será indicada DOS PRAZOS
ao recorrente a autoridade competente,
sendo-lhe devolvido o prazo para recurso. Art. 66. Os prazos começam a correr a partir
§ 2º O não conhecimento do recurso não da data da cientificação oficial, excluindo-se da
impede a Administração de rever de ofício o contagem o dia do começo e incluindo-se o do
ato ilegal, desde que não ocorrida preclusão vencimento.
administrativa. § 1º Considera-se prorrogado o prazo até o
Art. 64. O órgão competente para decidir o re- primeiro dia útil seguinte se o vencimento
curso poderá confirmar, modificar, anular ou re- cair em dia em que não houver expediente
vogar, total ou parcialmente, a decisão recorri- ou este for encerrado antes da hora normal.
da, se a matéria for de sua competência. § 2º Os prazos expressos em dias contam-se
Parágrafo único. Se da aplicação do dispos- de modo contínuo.
to neste artigo puder decorrer gravame à si- § 3º Os prazos fixados em meses ou anos
tuação do recorrente, este deverá ser cien- contam-se de data a data. Se no mês do
tificado para que formule suas alegações vencimento não houver o dia equivalente
antes da decisão. àquele do início do prazo, tem-se como ter-
Art. 64-A. Se o recorrente alegar violação de mo o último dia do mês.
enunciado da súmula vinculante, o órgão com- Art. 67. Salvo motivo de força maior devida-
petente para decidir o recurso explicitará as mente comprovado, os prazos processuais não
razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da se suspendem.
súmula, conforme o caso. (Incluído pela Lei nº
11.417, de 2006). Vigência

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CAPÍTULO XVII § 1º A pessoa interessada na obtenção do


DAS SANÇÕES benefício, juntando prova de sua condição,
deverá requerê-lo à autoridade administra-
Art. 68. As sanções, a serem aplicadas por au- tiva competente, que determinará as provi-
toridade competente, terão natureza pecuniária dências a serem cumpridas. (Incluído pela
ou consistirão em obrigação de fazer ou de não Lei nº 12.008, de 2009).
fazer, assegurado sempre o direito de defesa. § 2º Deferida a prioridade, os autos rece-
berão identificação própria que evidencie o
regime de tramitação prioritária. (Incluído
CAPÍTULO XVIII pela Lei nº 12.008, de 2009).
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS § 3º (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.008,
de 2009).
Art. 69. Os processos administrativos específi-
cos continuarão a reger-se por lei própria, apli- § 4º (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.008,
cando-se-lhes apenas subsidiariamente os pre- de 2009).
ceitos desta Lei. Art. 70. Esta Lei entra em vigor na data de sua
Art. 69-A. Terão prioridade na tramitação, em publicação.
qualquer órgão ou instância, os procedimen- Brasília 29 de janeiro de 1999; 178º da Independência e
tos administrativos em que figure como parte 111º da República.
ou interessado: (Incluído pela Lei nº 12.008, de
2009). FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Renan Calheiros
I – pessoa com idade igual ou superior a
Paulo Paiva
60 (sessenta) anos; (Incluído pela Lei nº
12.008, de 2009). Este texto não substitui o publicado no DOU
de 1.2.1999 e retificado em 11.3.1999
II – pessoa portadora de deficiência, física
ou mental; (Incluído pela Lei nº 12.008, de
2009).
III – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.008,
de 2009).
IV – pessoa portadora de tuberculose ativa,
esclerose múltipla, neoplasia maligna, han-
seníase, paralisia irreversível e incapacitan-
te, cardiopatia grave, doença de Parkinson,
espondiloartrose anquilosante, nefropatia
grave, hepatopatia grave, estados avança-
dos da doença de Paget (osteíte deforman-
te), contaminação por radiação, síndrome
de imunodeficiência adquirida, ou outra
doença grave, com base em conclusão da
medicina especializada, mesmo que a do-
ença tenha sido contraída após o início do
processo. (Incluído pela Lei nº 12.008, de
2009).

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CONSIDERAÇÕES SOBRE A LEI Nº 9.784/1999

1. Disposições Gerais

A Lei nº 8.112/1990 estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito da


Administração Federal direta e indireta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos ad-
ministrados e ao melhor cumprimento dos fins da Administração. Os preceitos dessa Lei tam-
bém se aplicam aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário (da União!), quando no desem-
penho de função administrativa.
Para efeitos dessa Lei, considera-se:
•• órgão: a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura
da Administração indireta;
•• entidade: a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica;
•• autoridade: o servidor ou agente público dotado de poder de decisão.

2. Princípios do Processo Administrativo

A Administração Pública obedecerá, entre outros, aos seguintes princípios:

a) Legalidade;
b) Finalidade;
c) Motivação;
d) Razoabilidade;
e) Proporcionalidade;
f) Moralidade;
g) Ampla defesa;
h) Contraditória;
i) Segurança jurídica;
j) Interesse público;
k) Eficiência.

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Princípios Critérios
Legalidade •• atuação conforme a lei e o Direito.
•• atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia
Finalidade total ou parcial de poderes ou competências, salvo autori-
zação em lei.
•• indicação dos pressupostos de fato e de direito que deter-
Motivação
minarem a decisão.
•• adequação entre meios e fins, vedada a imposição de
obrigações, restrições e sanções em medida superior àque-
Razoabilidade e Proporcionalidade
las estritamente necessárias ao atendimento do interesse
público.
•• atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e
Moralidade
boa-fé.
•• garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de
alegações finais, à produção de provas e à interposição de
Ampla defesa e Contraditória
recursos, nos processos de que possam resultar sanções e
nas situações de litígio.
•• observância das formalidades essenciais à garantia dos
direitos dos administrados.
Segurança jurídica e Informalismo •• adoção de formas simples, suficientes para propiciar ade-
quado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos
dos administrados.
•• interpretação da norma administrativa da forma que
melhor garanta o atendimento do fim público a que se
Interesse público dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação.
•• objetividade no atendimento do interesse público, vedada
a promoção pessoal de agentes ou autoridades.
•• busca a otimização dos procedimentos, devendo ser
rápida, útil e econômica, buscando os melhores resultados
Eficiência possíveis.
•• divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as
hipóteses de sigilo previstas na Constituição.
•• impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem pre-
Oficialidade
juízo da atuação dos interessados.
•• proibição de cobrança de despesas processuais, ressalva-
Gratuidade
das as previstas em lei.

3. Direitos dos Administrados

O administrado tem os seguintes direitos perante a Administração, sem prejuízo de outros que
lhe sejam assegurados:

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I – ser tratado com respeito pelas autoridades e pelos servidores, que deverão facilitar o exercí-
cio de seus direitos e o cumprimento de suas obrigações;
II – ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de inte-
ressado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos neles contidos e conhecer as deci-
sões proferidas;
III – formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto de
consideração pelo órgão competente;
IV – fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a representa-
ção, por força de lei.

4. Dos Deveres os Administrados

São deveres do administrado perante a Administração, sem prejuízo de outros previstos em


ato normativo:
I – expor os fatos conforme a verdade;
II – proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé;
III – não agir de modo temerário;
IV – prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para o esclarecimento dos
fatos.

5. Do Início do Processo

Importante: O processo administrativo pode iniciar-se de ofício ou a pedido de interessado.


Obs.: tanto o início quanto o prosseguimento e instrução do processo podem se dar pela parte
interessada ou pela própria Administração Pública (de ofício).
O requerimento inicial do interessado, salvo casos em que for admitida solicitação oral, deve
ser formulado por escrito e conter os seguintes dados:
I – órgão ou autoridade administrativa a que se dirige;
II – identificação do interessado ou de quem o represente;
III – domicílio do requerente ou local para recebimento de comunicações;
IV – formulação do pedido, com exposição dos fatos e de seus fundamentos;
V – data e assinatura do requerente ou de seu representante.

É vedada à Administração a recusa imotivada de recebimento de documentos, devendo o


servidor orientar o interessado quanto ao suprimento de eventuais falhas.

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6. Dos Interessados

São considerados interessados no processo administrativo:


I – pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares de direitos ou interesses individuais
ou no exercício do direito de representação;
II – aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos ou interesses que possam ser
afetados pela decisão a ser adotada;
III – as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos;
IV – as pessoas ou as associações legalmente constituídas quanto a direitos ou interesses
difusos.
São capazes, para fins de processo administrativo, os maiores de 18 anos, ressalvada previsão
especial em ato normativo próprio.

7. Da Competência

Em regra, a competência é irrenunciável e é exercida pelos órgãos administrativos a que foi


atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos.
O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados no meio oficial, sendo revogável a
qualquer tempo pela autoridade delegante.

8. Dos Impedimentos e Suspeição

É impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou autoridade que:


I – tiver interesse direto ou indireto na matéria;
II – tiver participado ou venha a participar como perito, testemunha ou representante, ou se
tais situações ocorrem quanto ao cônjuge, companheiro ou parente e afins até o terceiro grau;
III – estiver litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou respectivo cônjuge
ou companheiro.
A autoridade ou o servidor que incorrer em impedimento deve comunicar o fato à autoridade
competente, abstendo-se de atuar. A omissão constitui falta grave.
Pode ser arguida a suspeição de autoridade ou servidor que tenha amizade íntima ou inimizade
notória com algum dos interessados ou com os respectivos cônjuges, companheiros, parentes
e afins até o terceiro grau.

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9. Da Forma, Tempo e Lugar dos Atos do Processo

Os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada senão quando a lei
expressamente a exigir.
Os atos do processo devem realizar-se em dias úteis, no horário normal de funcionamento da
repartição na qual tramitar o processo.
Inexistindo disposição específica, os atos do órgão ou autoridade responsável pelo processo e
dos administrados que dele participem devem ser praticados no prazo de 5 dias, salvo motivo
de força maior.

10. Da Comunicação dos Atos

O órgão competente perante o qual tramita o processo administrativo determinará a intimação


do interessado para ciência de decisão ou a efetivação de diligências.
A intimação observará a antecedência mínima de 3 dias úteis quanto à data de comparecimento.
A intimação pode ser efetuada por ciência no processo, por via postal com aviso de recebi-
mento, por telegrama ou outro meio que assegure a certeza da ciência do interessado.
As intimações serão nulas quando feitas sem observância das prescrições legais, mas o com-
parecimento do administrado supre sua falta ou irregularidade. Obs.: se a pessoa não recebeu
correspondência, ou esta não continha as determinações legais, mas comparece espontanea-
mente no processo, não haverá nulidade, sendo considerada intimada.
Importante: O desatendimento da intimação não importa o reconhecimento da verdade dos
fatos, nem a renúncia a direito pelo administrado. Ou seja, se a pessoa intimada não se mani-
festa no prazo legal, não serão considerados verdadeiros os fatos a ele imputados (não significa
confissão), nem significa que renunciou a direitos, podendo, inclusive, ingressar no prossegui-
mento do processo, tendo seu direito à ampla defesa assegurado.
Devem ser objeto de intimação os atos do processo que resultem para o interessado em impo-
sição de deveres, ônus, sanções ou restrição ao exercício de direitos e atividades e os atos de
outra natureza, de seu interesse.

11. Da Instrução

As atividades de instrução destinadas a averiguar e comprovar os dados necessários à tomada


de decisão realizam-se de ofício ou mediante impulsão do órgão responsável pelo processo,
sem prejuízo do direito dos interessados de propor atuações probatórias.
Proibição de provas ilícitas – são inadmissíveis no processo administrativo as provas obtidas
por meios ilícitos.

1460 www.acasadoconcurseiro.com.br
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O interessado poderá, na fase instrutória e antes da tomada da decisão, juntar documentos e


pareceres, requerer diligências e perícias, bem como aduzir alegações referentes à matéria ob-
jeto do processo. Somente poderão ser recusadas, mediante decisão fundamentada, as provas
propostas pelos interessados quando sejam ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou protela-
tórias. Os interessados têm direito à vista do processo e a obter certidões ou cópias reprográfi-
cas dos dados e documentos que o integram, ressalvados os dados e os documentos de tercei-
ros protegidos por sigilo ou pelo direito à privacidade, à honra e à imagem.
Encerrada a instrução, o interessado terá o direito de manifestar-se no prazo máximo de 10
dias, salvo se outro prazo for legalmente fixado. Logo após, a Administração tem o prazo de até
30 dias para decidir, salvo prorrogação por igual período expressamente motivada.

12. Do Dever de Decidir

A Administração tem o dever de explicitamente emitir decisão nos processos administrativos e


sobre solicitações ou reclamações, em matéria de sua competência.

13. Da Motivação

Princípio da Motivação – Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos
fatos e dos fundamentos jurídicos, quando:
I – negarem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
II – impuserem ou agravarem deveres, encargos ou sanções;
III – decidirem processos administrativos de concurso ou seleção pública;
IV – dispensarem ou declararem a inexigibilidade de processo licitatório;
V – decidirem recursos administrativos;
VI – decorrerem de reexame de ofício;
VII – deixarem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres,
laudos, propostas e relatórios oficiais;
VIII – importarem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo.

A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de con-
cordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que,
neste caso, serão parte integrante do ato.

14. Da Desistência e outros casos de Extinção do Processo

Possibilidade de desistência do processo – O interessado poderá, mediante manifestação


escrita, desistir total ou parcialmente do pedido formulado ou, ainda, renunciar a direitos
disponíveis.

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Entretanto, a desistência ou a renúncia do interessado, conforme o caso, não prejudica o pros-
seguimento do processo, se a Administração considerar que o interesse público assim o exige.
Extinção do processo – O órgão competente poderá declarar extinto o processo quando exau-
rida sua finalidade ou o objeto da decisão se tornar impossível, inútil ou prejudicado por fato
superveniente.

15. Da Anulação, Revogação e Convalidação

A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode
revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.
O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favorá-
veis para os destinatários decai em 5 anos, contados da data em que foram praticados, salvo
comprovada má-fé.
Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a
terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria
Administração.
Lembrando que, sempre que importar em anulação, revogação ou convalidação, o ato admi-
nistrativo deverá ser motivado, indicando os fatos e fundamentos que jurídicos que justifiquem
sua edição.

16. Do Recurso Administrativo e da Revisão

Das decisões administrativas cabe recurso, em face de razões de legalidade e de mérito.


Juízo de Retratação – O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual, se
não a reconsiderar no prazo de 5 dias, o encaminhará à autoridade superior.
Em regra, a interposição de recurso não depende de caução, salvo exigência legal.
O recurso administrativo tramitará no máximo por 3 instâncias administrativas, salvo disposi-
ção legal diversa.
Legitimidade: Têm legitimidade para interpor recurso administrativo:
I – os titulares de direitos e interesses que forem parte no processo;
II – aqueles cujos direitos ou interesses forem indiretamente afetados pela decisão recorrida;
III – as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos;
IV – os cidadãos ou associações, quanto a direitos ou interesses difusos.
O recurso não será conhecido quando interposto:
I – fora do prazo;

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II – perante órgão incompetente;


III – por quem não seja legitimado;
IV – após exaurida a esfera administrativa.
Salvo disposição legal, é de 10 dias o prazo para interposição de recurso administrativo e de,
no máximo, 30 dias o prazo para ser decidido (esse prazo poderá ser prorrogado por igual perí-
odo, mediante justificativa).
Interposto o recurso, o órgão competente para dele conhecer deverá intimar os demais inte-
ressados para que, no prazo de 5 dias úteis, apresentem alegações.

Os processos administrativos de que resultem sanções poderão ser revistos, a qualquer tempo,
a pedido ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes suscetíveis
de justificar a inadequação da sanção aplicada.
Da revisão do processo não poderá resultar agravamento da sanção (proibição da reformatio
in pejus na revisão do processo).

17. Dos Prazos


Os prazos começam a correr a partir da data da cientificação oficial, excluindo-se da contagem
o dia do começo e incluindo-se o do vencimento.
Salvo motivo de força maior devidamente comprovado, os prazos processuais não se suspen-
dem.

18. Das Sanções


As sanções a serem aplicadas por autoridade competente terão natureza pecuniária ou
consistirão em obrigação de fazer ou de não fazer, assegurado sempre o direito de defesa.

19. Disposições Finais

Terão prioridade na tramitação, em qualquer órgão ou instância, os procedimentos adminis-


trativos em que figure como parte ou interessado:
I – pessoa com idade igual ou superior a 60 anos;
II – pessoa portadora de deficiência, física ou mental;

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IV – pessoa portadora de tuberculose ativa, esclerose múltipla, neoplasia maligna, hanseníase,
paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartro-
se anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da doença de Paget
(osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome de imunodeficiência adquirida, ou
outra doença grave, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença
tenha sido contraída após o início do processo.
Deferida a prioridade, os autos receberão identificação própria que evidencie o regime de tra-
mitação prioritária.

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Questões

QUESTÕES SOBRE A LEI Nº 4. (CESPE – TÉCNICO) Com base no que


9.784/1999 dispõem as Leis nº 8.112/1990 e nº
9.784/1999, julgue os itens que se seguem.
No âmbito do processo administrativo, o
não atendimento, por parte do interessado,
1. (CESPE – TÉCNICO) Com relação à Lei nº de intimação regularmente oficializada pelo
9.784/1999, que regula o processo adminis- órgão competente, não impede o prosse-
trativo no âmbito da administração pública guimento do processo administrativo. To-
federal, julgue o item a seguir. As disposi- davia, não será mais garantido o direito da
ções da referida lei aplicam-se aos órgãos e ampla defesa ao interessado.
às entidades que integram o Poder Executivo
federal, mas não aos órgãos dos poderes Le- ( ) Certo   ( ) Errado
gislativo e Judiciário, que dispõem de disci-
plina própria relativamente aos processos de 5. (CESPE – TÉCNICO) Com base no que
natureza administrativa. dispõem as Leis nº 8.112/1990 e nº
( ) Certo   ( ) Errado 9.784/1999, julgue os itens que se seguem.
O princípio da motivação deve nortear a
administração pública na prática dos seus
2. (CESPE – AGENTE ADMINISTRATIVO) Con- atos. Por essa razão, o administrador, com
siderando o disposto na Lei nº 9.784/1999, o fim de propiciar segurança, deve adotar,
que trata do processo administrativo no nos processos administrativos, formas e
âmbito da administração pública federal, procedimentos complexos, com várias eta-
julgue os itens a seguir. pas e verificações.
Havendo posterior alteração na interpretação ( ) Certo   ( ) Errado
de lei que embasou a prática de determinado
ato administrativo, não poderá a administra-
ção aplicar a nova interpretação a esse ato. 6. (CESPE – TÉCNICO) Julgue os itens seguin-
tes, relativos aos atos administrativos. Even-
( ) Certo   ( ) Errado tuais recursos contra decisão emanada em
processo administrativo devem ser dirigidos
3. (CESPE – AGENTE ADMINISTRATIVO) Con- à autoridade que a tiver proferido, que tem
siderando o disposto na Lei nº 9.784/1999, poder para realizar juízo de retratação e re-
que trata do processo administrativo no considerar a decisão.
âmbito da administração pública federal, ( ) Certo   ( ) Errado
julgue os itens a seguir.
Quando importar em anulação, revogação, 7. (CESPE – TÉCNICO) Com relação ao direito
suspensão ou convalidação, o ato adminis- administrativo, julgue os itens seguintes.
trativo deverá ser motivado, com a indica- Considere que, em auditoria para a verifica-
ção dos fatos e dos fundamentos jurídicos ção da regularidade da concessão de deter-
que justifiquem sua edição. minado direito, tenha sido constatado que
( ) Certo   ( ) Errado alguns administrados foram injustamente

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excluídos. Nessa hipótese, em se tratando 11. (CESPE – ANALISTA) A respeito do processo
de interesses individuais, o processo admi- administrativo, julgue o item seguinte à luz
nistrativo para a extensão de tal direito só da Lei nº 9.784/1999.
poderá ser iniciado após provocação da par- A instrução, no processo administrativo,
te interessada. ocorre de ofício pela administração pública,
( ) Certo   ( ) Errado podendo esta determinar a realização de
diligência, produzir provas ou determinar a
sua produção.
8. (CESPE – TÉCNICO) Com base nas disposições
das Leis n.os 9.784/1999 e 8.429/1992, julgue ( ) Certo   ( ) Errado
os itens subsequentes. Desde que garantidos
os princípios do contraditório e da ampla de- 12. (CESPE – ANALISTA) Com relação ao proces-
fesa, a autoridade poderá decidir pela aplica- so administrativo federal e ao estágio pro-
ção retroativa de nova interpretação a norma batório, julgue os próximos itens à luz das
administrativa se essa interpretação melhor Leis nº 9.784/1999 e nº 8.112/1990, respec-
garantir o atendimento do fim público a que tivamente.
se dirige.
Nos processos administrativos que visem
( ) Certo   ( ) Errado apurar responsabilidade do servidor pú-
blico, o recurso administrativo interposto
9. (CESPE – TÉCNICO) Com base nas disposi- contra a decisão que lhe imponha multa
ções das Leis nºs 9.784/1999 e 8.429/1992, pecuniária somente será conhecido se apre-
julgue os itens subsequentes. Considere que sentado com a caução do valor atribuído
a administração pública tenha enviado a de- pela autoridade ou com a indicação de um
terminado cidadão intimação, por via postal, bem para esse fim.
para endereço diverso daquele constante em ( ) Certo   ( ) Errado
seus cadastros. Nessa situação, caso a intima-
ção seja devolvida em razão de não ter sido
localizado o interessado, a autoridade admi- 13. (CESGRANRIO – TECNICO) Um servidor
nistrativa deverá renovar o ato, sob pena de público federal, ocupante de cargo de pro-
nulidade, ainda que o interessado compareça vimento efetivo, atendeu a um cidadão na
espontaneamente. repartição onde atuava. Por meio da Ouvi-
( ) Certo   ( ) Errado doria Geral, o referido cidadão apresentou
reclamação que gerou procedimento admi-
nistrativo disciplinar.
10. (CESPE – ANALISTA) Em relação ao proces- Nos termos da Lei Federal nº 9.784/1999,
so administrativo no âmbito da adminis- NÃO constitui direito do administrado
tração pública federal, regido pela Lei nº
9.784/1999, julgue o item abaixo. a) eximir-se de prestar informações para
apuração dos fatos.
É defeso à administração recusar imotivada- b) ser tratado com respeito pelas autori-
mente o recebimento de documentos. Nesse dades.
caso, o servidor deverá orientar o interessado c) fazer-se assistir, facultativamente, por
quanto ao suprimento de eventuais falhas. advogado.
( ) Certo   ( ) Errado d) formular alegações antes da decisão
administrativa.
e) ter ciência da tramitação do processo
administrativo em que tenha a condi-
ção de interessado.

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ATA – Regime Jurídico dos Agentes Públicos – Profª Tatiana Marcello

14. (FCC – ANALISTA) Sobre o processo admi- 16. (FCC – ANALISTA) Nos termos da Lei nº
nistrativo no âmbito da Administração Pú- 9.784/99, que regula o processo adminis-
blica Federal, regulado pela Lei nº 9.784/99, trativo no âmbito da Administração pública
é correto afirmar que federal, as sanções, desde que assegurado o
prévio direito de defesa, serão aplicadas por
a) órgão é a unidade de atuação dotada autoridade competente e
de personalidade jurídica.
b) todos os atos administrativos devem a) terão natureza pecuniária ou consistirão
sempre ser objeto de divulgação oficial. em obrigação de fazer ou de não fazer.
c) o processo pode ser iniciado tanto de b) terão natureza, exclusivamente, pecuni-
ofício como a pedido do interessado. ária.
d) o requerimento inicial do interessado c) consistirão, exclusivamente, em obriga-
deve ser feito sempre na forma escrita. ção de fazer.
e) a competência exercida pelos órgãos d) terão natureza pecuniária ou consisti-
administrativos é irrenunciável, caben- rão em obrigação tão somente de fazer.
do delegação no caso da edição de atos e) consistirão, exclusivamente, em obriga-
de caráter normativo. ção de não fazer.

15. (ESAF – AUDITOR DA RECEITA FEDERAL)


Nos termos da lei, a Administração Pública
Federal observará, em se tratando do pro-
cesso administrativo, princípios específicos,
exceto:
a) princípio da segurança jurídica.
b) princípio da razoabilidade.
c) princípio da eficiência.
d) princípio da insignificância.
e) princípio da motivação.

Gabarito: 1. Errado 2. Certo 3. Certo 4. Errado 5. Errado 6. Certo 7. Errado 8. Errado 9. Errado 10. Certo 
11. Certo 12. Errado 13. A 14. C 15. D 16. A

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Regime Jurídico dos Agentes Públicos

Professor Joerberth Nunes

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Edital

REGIME JURÍDICO DOS AGENTES PÚBLICOS: Decreto-Lei nº 2.848/1940: Artigos 153; 296;
311-A/337-A e 359-A/359-H.

BANCA: ESAF
CARGO: Assistente Técnico Administrativo

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Regime Jurídico dos Agentes Públicos

CÓDIGO PENAL

Seção IV I – selo público destinado a autenticar atos


DOS CRIMES CONTRA A oficiais da União, de Estado ou de Municí-
pio;
INVIOLABILIDADE DOS SEGREDOS
II – selo ou sinal atribuído por lei a entidade
Divulgação de segredo de direito público, ou a autoridade, ou sinal
público de tabelião:
Art. 153. Divulgar alguém, sem justa causa, con-
teúdo de documento particular ou de corres- Pena – reclusão, de dois a seis anos, e multa.
pondência confidencial, de que é destinatário
ou detentor, e cuja divulgação possa produzir § 1º Incorre nas mesmas penas:
dano a outrem: I – quem faz uso do selo ou sinal falsificado;
Pena – detenção, de um a seis meses, ou II – quem utiliza indevidamente o selo ou
multa. sinal verdadeiro em prejuízo de outrem ou
§ 1º Somente se procede mediante repre- em proveito próprio ou alheio.
sentação. III – quem altera, falsifica ou faz uso indevi-
§ 1º-A. Divulgar, sem justa causa, informa- do de marcas, logotipos, siglas ou quaisquer
ções sigilosas ou reservadas, assim defini- outros símbolos utilizados ou identificado-
das em lei, contidas ou não nos sistemas de res de órgãos ou entidades da Administra-
informações ou banco de dados da Admi- ção Pública.
nistração Pública: § 2º Se o agente é funcionário público, e
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) comete o crime prevalecendo-se do cargo,
anos, e multa. aumenta-se a pena de sexta parte.

§ 2º Quando resultar prejuízo para a Admi-


nistração Pública, a ação penal será incondi-
cionada. CAPÍTULO V
DAS FRAUDES EM CERTAMES DE
INTERESSE PÚBLICO
CAPÍTULO III Fraudes em certames de interesse público
DA FALSIDADE DOCUMENTAL
Art. 311-A. Utilizar ou divulgar, indevidamente,
Falsificação do selo ou sinal público com o fim de beneficiar a si ou a outrem, ou de
comprometer a credibilidade do certame, con-
Art. 296. Falsificar, fabricando-os ou alterando- teúdo sigiloso de:
-os:
I – concurso público;

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II – avaliação ou exame públicos; § 1º Aplica-se a mesma pena, se o funcio-
nário público, embora não tendo a posse do
II – processo seletivo para ingresso no ensi- dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou con-
no superior; corre para que seja subtraído, em proveito
IV – exame ou processo seletivo previstos próprio ou alheio, valendo-se de facilidade
em lei: que lhe proporciona a qualidade de funcio-
nário.
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro)
anos, e multa Peculato culposo

§ 1º Nas mesmas penas incorre quem per- § 2º Se o funcionário concorre culposamen-


mite ou facilita, por qualquer meio, o aces- te para o crime de outrem:
so de pessoas não autorizadas às informa- Pena – detenção, de três meses a um ano.
ções mencionadas no caput.
§ 3º No caso do parágrafo anterior, a repa-
§ 2º Se da ação ou omissão resulta dano à ração do dano, se precede à sentença irre-
administração pública: corrível, extingue a punibilidade; se lhe é
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, posterior, reduz de metade a pena imposta.
e multa Peculato mediante erro de outrem
§ 3º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) Art. 313. Apropriar-se de dinheiro ou qualquer
se o fato é cometido por funcionário públi- utilidade que, no exercício do cargo, recebeu
co. por erro de outrem:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e
TÍTULO XI multa.
Inserção de dados falsos em sistema de
Dos Crimes Contra a informações
Administração Pública
Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário au-
torizado, a inserção de dados falsos, alterar ou
excluir indevidamente dados corretos nos sis-
CAPÍTULO I temas informatizados ou bancos de dados da
Administração Pública com o fim de obter van-
DOS CRIMES PRATICADOS POR
tagem indevida para si ou para outrem ou para
FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA causar dano:
A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze)
Peculato anos, e multa.
Art. 312. Apropriar-se o funcionário público de Modificação ou alteração não autorizada
dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, de sistema de informações
público ou particular, de que tem a posse em ra-
Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário,
zão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio
sistema de informações ou programa de infor-
ou alheio:
mática sem autorização ou solicitação de autori-
Pena – reclusão, de dois a doze anos, e dade competente:
multa.
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2
(dois) anos, e multa.

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Parágrafo único. As penas são aumentadas Corrupção passiva


de um terço até a metade se da modificação
ou alteração resulta dano para a Adminis- Art. 317. Solicitar ou receber, para si ou para ou-
tração Pública ou para o administrado. trem, direta ou indiretamente, ainda que fora
da função ou antes de assumi-la, mas em razão
Extravio, sonegação ou inutilização de livro dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa
ou documento de tal vantagem:
Art. 314. Extraviar livro oficial ou qualquer do- Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze)
cumento, de que tem a guarda em razão do anos, e multa.
cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcial-
mente: § 1º A pena é aumentada de um terço, se,
em consequência da vantagem ou promes-
Pena – reclusão, de um a quatro anos, se o sa, o funcionário retarda ou deixa de prati-
fato não constitui crime mais grave. car qualquer ato de ofício ou o pratica in-
fringindo dever funcional.
Emprego irregular de verbas ou rendas
públicas § 2º Se o funcionário pratica, deixa de prati-
car ou retarda ato de ofício, com infração de
Art. 315. Dar às verbas ou rendas públicas apli- dever funcional, cedendo a pedido ou influ-
cação diversa da estabelecida em lei: ência de outrem:
Pena – detenção, de um a três meses, ou Pena – detenção, de três meses a um ano,
multa. ou multa.
Concussão Facilitação de contrabando ou descaminho
Art. 316. Exigir, para si ou para outrem, direta Art. 318. Facilitar, com infração de dever fun-
ou indiretamente, ainda que fora da função ou cional, a prática de contrabando ou descaminho
antes de assumi-la, mas em razão dela, vanta- (art. 334):
gem indevida:
Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos,
Pena – reclusão, de dois a oito anos, e e multa.
multa.
Prevaricação
Excesso de exação
Art. 319. Retardar ou deixar de praticar, indevi-
§ 1º Se o funcionário exige tributo ou con- damente, ato de ofício, ou praticá-lo contra dis-
tribuição social que sabe ou deveria saber posição expressa de lei, para satisfazer interesse
indevido, ou, quando devido, emprega na ou sentimento pessoal:
cobrança meio vexatório ou gravoso, que a
lei não autoriza: Pena – detenção, de três meses a um ano,
e multa.
Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos,
e multa. Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária
e/ou agente público, de cumprir seu dever de
§ 2º Se o funcionário desvia, em proveito vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico,
próprio ou de outrem, o que recebeu inde- de rádio ou similar, que permita a comunicação
vidamente para recolher aos cofres públi- com outros presos ou com o ambiente externo:
cos:
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um)
Pena – reclusão, de dois a doze anos, e ano.
multa.

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Condescendência criminosa Exercício funcional ilegalmente antecipado
ou prolongado
Art. 320. Deixar o funcionário, por indulgência,
de responsabilizar subordinado que cometeu Art. 324. Entrar no exercício de função pública
infração no exercício do cargo ou, quando lhe antes de satisfeitas as exigências legais, ou con-
falte competência, não levar o fato ao conheci- tinuar a exercê-la, sem autorização, depois de
mento da autoridade competente: saber oficialmente que foi exonerado, removi-
do, substituído ou suspenso:
Pena – detenção, de quinze dias a um mês,
ou multa. Pena – detenção, de quinze dias a um mês,
ou multa.
Advocacia administrativa
Violação de sigilo funcional
Art. 321. Patrocinar, direta ou indiretamente, in-
teresse privado perante a administração públi- Art. 325. Revelar fato de que tem ciência em ra-
ca, valendo-se da qualidade de funcionário: zão do cargo e que deva permanecer em segre-
do, ou facilitar-lhe a revelação:
Pena – detenção, de um a três meses, ou
multa. Pena – detenção, de seis meses a dois anos,
ou multa, se o fato não constitui crime mais
Parágrafo único. Se o interesse é ilegítimo: grave.
Pena – detenção, de três meses a um ano, § 1º Nas mesmas penas deste artigo incorre
além da multa. quem:
Violência arbitrária I – permite ou facilita, mediante atribuição,
Art. 322. Praticar violência, no exercício de fun- fornecimento e empréstimo de senha ou
ção ou a pretexto de exercê-la: qualquer outra forma, o acesso de pessoas
não autorizadas a sistemas de informações
Pena – detenção, de seis meses a três anos, ou banco de dados da Administração Públi-
além da pena correspondente à violência. ca;
Abandono de função II – se utiliza, indevidamente, do acesso res-
Art. 323. Abandonar cargo público, fora dos ca- trito.
sos permitidos em lei: § 2º Se da ação ou omissão resulta dano à
Pena – detenção, de quinze dias a um mês, Administração Pública ou a outrem:
ou multa. Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos,
§ 1º Se do fato resulta prejuízo público: e multa.

Pena – detenção, de três meses a um ano, Violação do sigilo de proposta de


e multa. concorrência

§ 2º Se o fato ocorre em lugar compreendi- Art. 326. Devassar o sigilo de proposta de con-
do na faixa de fronteira: corrência pública, ou proporcionar a terceiro o
ensejo de devassá-lo:
Pena – detenção, de um a três anos, e
multa. Pena – Detenção, de três meses a um ano,
e multa.

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Funcionário público § 1º Se o ato, em razão da resistência, não


se executa:
Art. 327. Considera-se funcionário público, para
os efeitos penais, quem, embora transitoria- Pena – reclusão, de um a três anos.
mente ou sem remuneração, exerce cargo, em-
prego ou função pública. § 2º As penas deste artigo são aplicáveis
sem prejuízo das correspondentes à violên-
§ 1º Equipara-se a funcionário público cia.
quem exerce cargo, emprego ou função em
entidade paraestatal, e quem trabalha para Desobediência
empresa prestadora de serviço contratada Art. 330. Desobedecer a ordem legal de funcio-
ou conveniada para a execução de atividade nário público:
típica da Administração Pública.
Pena – detenção, de quinze dias a seis
§ 2º A pena será aumentada da terça par- meses, e multa.
te quando os autores dos crimes previstos
neste Capítulo forem ocupantes de cargos Desacato
em comissão ou de função de direção ou Art. 331. Desacatar funcionário público no exer-
assessoramento de órgão da administração cício da função ou em razão dela:
direta, sociedade de economia mista, em-
presa pública ou fundação instituída pelo Pena – detenção, de seis meses a dois anos,
poder público. ou multa.
Tráfico de Influência
Art. 332. Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si
CAPÍTULO II ou para outrem, vantagem ou promessa de van-
DOS CRIMES PRATICADOS POR tagem, a pretexto de influir em ato praticado
PARTICULAR CONTRA A por funcionário público no exercício da função:
ADMINISTRAÇÃO EM GERAL Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos,
e multa.
Usurpação de função pública
Parágrafo único. A pena é aumentada da
Art. 328. Usurpar o exercício de função pública:
metade, se o agente alega ou insinua que a
Pena – detenção, de três meses a dois anos, vantagem é também destinada ao funcioná-
e multa. rio.
Parágrafo único. Se do fato o agente aufere Corrupção ativa
vantagem:
Art. 333. Oferecer ou prometer vantagem inde-
Pena – reclusão, de dois a cinco anos, e vida a funcionário público, para determiná-lo a
multa. praticar, omitir ou retardar ato de ofício:
Resistência Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze)
anos, e multa.
Art. 329. Opor-se à execução de ato legal, me-
diante violência ou ameaça a funcionário com- Parágrafo único. A pena é aumentada de
petente para executá-lo ou a quem lhe esteja um terço, se, em razão da vantagem ou pro-
prestando auxílio: messa, o funcionário retarda ou omite ato
de ofício, ou o pratica infringindo dever fun-
Pena – detenção, de dois meses a dois anos. cional.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1477
Descaminho I – pratica fato assimilado, em lei especial, a
contrabando;
Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o paga-
mento de direito ou imposto devido pela entra- II – importa ou exporta clandestinamente
da, pela saída ou pelo consumo de mercadoria mercadoria que dependa de registro, análi-
se ou autorização de órgão público compe-
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) tente;
anos.
III – reinsere no território nacional merca-
§ 1º Incorre na mesma pena quem: doria brasileira destinada à exportação;
I – pratica navegação de cabotagem, fora IV – vende, expõe à venda, mantém em
dos casos permitidos em lei; depósito ou, de qualquer forma, utiliza em
II – pratica fato assimilado, em lei especial, proveito próprio ou alheio, no exercício de
a descaminho; atividade comercial ou industrial, mercado-
ria proibida pela lei brasileira;
III – vende, expõe à venda, mantém em
depósito ou, de qualquer forma, utiliza em V – adquire, recebe ou oculta, em proveito
proveito próprio ou alheio, no exercício de próprio ou alheio, no exercício de atividade
atividade comercial ou industrial, mercado- comercial ou industrial, mercadoria proibi-
ria de procedência estrangeira que introdu- da pela lei brasileira.
ziu clandestinamente no País ou importou § 2º Equipara-se às atividades comerciais,
fraudulentamente ou que sabe ser produto para os efeitos deste artigo, qualquer for-
de introdução clandestina no território na- ma de comércio irregular ou clandestino de
cional ou de importação fraudulenta por mercadorias estrangeiras, inclusive o exerci-
parte de outrem; do em residências.
IV – adquire, recebe ou oculta, em proveito § 3º A pena aplica-se em dobro se o crime
próprio ou alheio, no exercício de atividade de contrabando é praticado em transporte
comercial ou industrial, mercadoria de pro- aéreo, marítimo ou fluvial.
cedência estrangeira, desacompanhada de
documentação legal ou acompanhada de Impedimento, perturbação ou fraude de
documentos que sabe serem falsos. concorrência
§ 2º Equipara-se às atividades comerciais, Art. 335. Impedir, perturbar ou fraudar concor-
para os efeitos deste artigo, qualquer for- rência pública ou venda em hasta pública, pro-
ma de comércio irregular ou clandestino de movida pela administração federal, estadual ou
mercadorias estrangeiras, inclusive o exerci- municipal, ou por entidade paraestatal; afastar
do em residências. ou procurar afastar concorrente ou licitante, por
meio de violência, grave ameaça, fraude ou ofe-
§ 3º A pena aplica-se em dobro se o crime recimento de vantagem:
de descaminho é praticado em transporte
aéreo, marítimo ou fluvial. Pena – detenção, de seis meses a dois anos,
ou multa, além da pena correspondente à
Contrabando violência.
Art. 334-A. Importar ou exportar mercadoria Parágrafo único. Incorre na mesma pena
proibida: quem se abstém de concorrer ou licitar, em
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 ( cinco) anos. razão da vantagem oferecida.

§ 1º Incorre na mesma pena quem:

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Inutilização de edital ou de sinal as informações devidas à previdência social,


na forma definida em lei ou regulamento,
Art. 336. Rasgar ou, de qualquer forma, inutili- antes do início da ação fiscal.
zar ou conspurcar edital afixado por ordem de
funcionário público; violar ou inutilizar selo ou § 2º É facultado ao juiz deixar de aplicar a
sinal empregado, por determinação legal ou por pena ou aplicar somente a de multa se o
ordem de funcionário público, para identificar agente for primário e de bons anteceden-
ou cerrar qualquer objeto: tes, desde que:
Pena – detenção, de um mês a um ano, ou I – (VETADO)
multa.
II – o valor das contribuições devidas, inclu-
Subtração ou inutilização de livro ou sive acessórios, seja igual ou inferior àquele
documento estabelecido pela previdência social, admi-
nistrativamente, como sendo o mínimo para
Art. 337. Subtrair, ou inutilizar, total ou parcial- o ajuizamento de suas execuções fiscais.
mente, livro oficial, processo ou documento
confiado à custódia de funcionário, em razão de § 3º Se o empregador não é pessoa jurídica
ofício, ou de particular em serviço público: e sua folha de pagamento mensal não ul-
trapassa R$ 1.510,00 (um mil, quinhentos e
Pena – reclusão, de dois a cinco anos, se o dez reais), o juiz poderá reduzir a pena de
fato não constitui crime mais grave. um terço até a metade ou aplicar apenas a
Sonegação de contribuição previdenciária de multa.

Art. 337-A. Suprimir ou reduzir contribuição § 4º O valor a que se refere o parágrafo an-
social previdenciária e qualquer acessório, me- terior será reajustado nas mesmas datas e
diante as seguintes condutas: nos mesmos índices do reajuste dos benefí-
cios da previdência social.
I – omitir de folha de pagamento da empre-
sa ou de documento de informações previs-
to pela legislação previdenciária segurados
empregado, empresário, trabalhador avulso CAPÍTULO IV
ou trabalhador autônomo ou a este equipa- DOS CRIMES CONTRA AS
rado que lhe prestem serviços
FINANÇAS PÚBLICAS
II – deixar de lançar mensalmente nos títu-
los próprios da contabilidade da empresa as Contratação de operação de crédito
quantias descontadas dos segurados ou as Art. 359-A. Ordenar, autorizar ou realizar opera-
devidas pelo empregador ou pelo tomador ção de crédito, interno ou externo, sem prévia
de serviços; autorização legislativa:
III – omitir, total ou parcialmente, receitas Pena – reclusão, de 1 (um) a 2 (dois) anos.
ou lucros auferidos, remunerações pagas ou
creditadas e demais fatos geradores de con- Parágrafo único. Incide na mesma pena
tribuições sociais previdenciárias: quem ordena, autoriza ou realiza operação
de crédito, interno ou externo:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos,
e multa. I – com inobservância de limite, condição
ou montante estabelecido em lei ou em re-
§ 1º É extinta a punibilidade se o agente, es- solução do Senado Federal;
pontaneamente, declara e confessa as con-
tribuições, importâncias ou valores e presta

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II – quando o montante da dívida consoli- Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois)
dada ultrapassa o limite máximo autorizado anos.
por lei.
Aumento de despesa total com pessoal no
Inscrição de despesas não empenhadas em último ano do mandato ou legislatura
restos a pagar
Art. 359-G. Ordenar, autorizar ou executar ato
Art. 359-B. Ordenar ou autorizar a inscrição em que acarrete aumento de despesa total com
restos a pagar, de despesa que não tenha sido pessoal, nos cento e oitenta dias anteriores ao
previamente empenhada ou que exceda limite final do mandato ou da legislatura:
estabelecido em lei:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro)
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos.
anos.
Oferta pública ou colocação de títulos no
Assunção de obrigação no último ano do mercado
mandato ou legislatura
Art. 359-H. Ordenar, autorizar ou promover a
Art. 359-C. Ordenar ou autorizar a assunção oferta pública ou a colocação no mercado fi-
de obrigação, nos dois últimos quadrimestres nanceiro de títulos da dívida pública sem que
do último ano do mandato ou legislatura, cuja tenham sido criados por lei ou sem que estejam
despesa não possa ser paga no mesmo exercício registrados em sistema centralizado de liquida-
financeiro ou, caso reste parcela a ser paga no ção e de custódia:
exercício seguinte, que não tenha contrapartida
suficiente de disponibilidade de caixa: Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro)
anos.
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro)
anos.
Ordenação de despesa não autorizada
Art. 359-D. Ordenar despesa não autorizada por
lei:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro)
anos.
Prestação de garantia graciosa
Art. 359-E. Prestar garantia em operação de
crédito sem que tenha sido constituída contra-
garantia em valor igual ou superior ao valor da
garantia prestada, na forma da lei:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um)
ano.
Não cancelamento de restos a pagar
Art. 359-F. Deixar de ordenar, de autorizar ou
de promover o cancelamento do montante de
restos a pagar inscrito em valor superior ao per-
mitido em lei:

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Questões

1. João, servidor público federal, exerce suas a) Não houve conduta criminosa por parte
atribuições no Ministério da Fazenda no de João, que agiu sem dolo ou culpa.
Serviço da Dívida Ativa da União. b) João está sujeito à ação penal
incondicionada.
João estudou muito para o concurso público c) João possuía justa causa na prática de
de acesso ao cargo que ocupa e, no dia sua conduta.
de sua posse, muitos amigos estavam d) João praticou crime tipificado no
presentes, acompanhando a fixação Código Penal Brasileiro.
de seu exercício no referido Serviço ser e) João praticou apenas infração
anunciada pelo dirigente máximo do órgão. disciplinar e será punido por ela.
José, amigo de João de longa data, sabendo
do novo trabalho do companheiro, solicitou-
lhe um enorme favor.
José precisava ter acesso ao endereço e
eventuais bens de uma pessoa de quem
era credor, para que pudesse tornar efetiva
uma ação judicial de cobrança contra o tal
devedor.
João, na intenção de ajudar o amigo, acessa
a base do Cadastro de Pessoas Físicas – CPF
da Receita Federal do Brasil e ali consegue
o endereço de que tanto José precisava.
Prosseguindo na sua busca, João acessou
outros sistemas corporativos e descobriu
que o devedor de José possuía um veículo
ano 2011 que estava em circulação.
Muito feliz em poder ajudar o amigo e não
vislumbrando qualquer prejuízo decorrente
de sua conduta, João entrega os dados
apurados ao amigo José, que agora poderá
dar efetividade à ação de cobrança contra o
referido devedor.
Com base no caso concreto acima relatado
e nas normas afetas aos agentes públicos,
assinale a opção correta.

Gabarito: 1. ANULADA

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