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Emerson Wan, Eduardo Galembeck e Fernando Galembeck

Os polímeros sintéticos são macromoléculas, produzidas pela junção de muitas moléculas pequenas
semelhantes. Podem apresentar diferentes tipos de organização: em cadeias lineares ou ramificadas, e em
redes. Cada modo de organização produz propriedades especiais, que permitem o uso dos polímeros em
objetos de uso pessoal, embalagens, vestimentas, materiais elétricos e optoeletrônicos, casa e automóveis.

conectividade, cadeias lineares e redes, transição vítrea, polímeros, plásticos, borrachas

Introdução A importância destes materiais po- são formadas por milhares ou milhões 5
de ser observada olhando ao nosso re- de átomos, reunidos de maneira a for-

O
s humanos convivem com
dor e vendo a quantidade de objetos mar grandes cadeias, ou redes. Por
polímeros desde sempre,
feitos de plásticos que nós utilizamos, exemplo, se um ácido carboxílico rea-
uma vez que as proteínas, o
sustentando uma intensa atividade in- ge com um álcool, forma-se um éster
DNA e os polissacarídeos que existem
dustrial, e muitos empregos. Os polí- (Figura 1). Entretanto, se uma molécula
em nosso organismo são polímeros
meros sintéticos mudaram a face da com duas carboxilas reagir com um
naturais. Apesar desta longa convivên-
indústria química: superando em valor diálcool, forma-se uma macromolécula
cia, foi só no século XX que um
os quimioterápicos, fertilizantes e co- formada pela junção de muitas partes
químico, Staudinger, formulou a hipó-
rantes, os polímeros passaram a ser a semelhantes (que chamamos de
tese macromolecular afirmando que
principal fonte de receita dessa indús- polímero): é um poliéster, como está
existem moléculas muito grandes, as
tria na segunda metade do século 20, representado na Figura 2. Este pode
‘macromoléculas’. Essa hipótese foi
e criaram um forte vínculo entre a quí- ser cíclico ou linear, e neste caso temos
verificada experimentalmente nos anos
mica e a ciência e engenharia de mate- plásticos importantíssimos como o
20, quando Svedberg e os Bragg pro-
riais. Este texto mostra como se cons- PET, ou poli(tereftalato de etileno), am-
varam que a hemoglobina e a celulose
trói a estrutura de macromoléculas e plamente usado para fabricar garrafas
são formadas por moléculas gigantes.
como esta determina suas proprieda- de bebidas e outros frascos, fibras
A aceitação da existência de macro-
des mais importantes. têxteis, filmes para transparências e
moléculas permitiu a descoberta de
embalagens e peças de engenharia.
muitas substâncias macromoleculares Como se fazem macromoléculas: a Também podemos fazer reagir um
cujo resultado mais visível são os plás- conectividade das substâncias ácido dicarboxílico com um triálcool
ticos, borrachas, tintas e vernizes que
químicas (por exemplo, a glicerina). Neste caso,
fazem parte do nosso dia-a-dia, ou
Moléculas pequenas como a de resulta uma rede tridimensional, em
seja, os polímeros sintéticos. Além de
açúcar têm alguns átomos ou dezenas que as cadeias de átomos estão
descobertas intencionais, como a do
de átomos, mas as macromoléculas interconectadas entre si.
nylon, dos poliésteres e do polipropi-
leno isotático, houve também desco-
bertas acidentais, como as do polieti-
leno e do politetrafluoroetileno. Hoje,
continuam sendo criadas novas e inte-
ressantes macromoléculas, para se
obter novas propriedades mecânicas,
ópticas e elétricas. Figura 1: Reação de um ácido carboxílico com um álcool formando um éster.

Cadernos Temáticos de Química Nova na Escola Polímeros sintéticos Edição especial – Maio 2001
ainda ser transformadas em redes por
outras reações. Dessa forma, o etileno,
que é um gás formado por moléculas
pequenas e muito simples, pode ser
transformado em um grande número
de polímeros com propriedades muito
diferentes entre si: desde ceras moles
até sólidos muito rígidos, apropriados
para fazer implantes ortopédicos em
joelhos. Toda esta transformação ocor-
re porque as pequenas moléculas, que
se atraem apenas por forças de van
der Waals, são transformadas em gran-
des moléculas, nas quais os átomos
estão unidos por ligações covalentes
e com uma infinidade de possibi-
lidades de variação, seja do número
de átomos ligados, seja da quantidade
e comprimento das ramificações, seja
ainda da quantidade de ligações
covalentes entre as cadeias.
As propriedades de polímeros
lineares
Estas substâncias são formadas
6 por filas ou cadeias de átomos. Outros
átomos estão ligados lateralmente,
podendo formar ramificações como
Figura 2: Reação de uma molécula com duas carboxilas com um diálcool, formando uma em um galho de árvore. Com políme-
macromolécula pela junção de muitas partes semelhantes, um poliéster (polímero). ros lineares fazemos filmes e sacos
plásticos para embalagens, e as peças
Nós dizemos que o ácido dicarbo- das em macromoléculas como no de plástico rígido que encontramos em
xílico e o diálcool têm conectividade 2, caso do etileno, representado na Figu- muitos utensílios. Podemos descobrir
isto é, cada molécula liga-se a duas ra 3. Sob a ação de um iniciador ou sua principal propriedade usando um
outras. A glicerina tem conectividade catalisador, a dupla ligação do etileno modelo simples, ou seja: fios de linha.
3, e assim por diante. Açúcares têm é aberta e os seus elétrons formam Para isso, consiga alguns metros de
muitas hidroxilas, portanto têm conec- duas ligações simples com outras linha de costura fina, corte 100 peda-
tividade muito alta. moléculas, conectando-se a elas. ços de 1 cm, e 20 pedaços de 30 cm.
Além de poliésteres, existem muitas Estas reações produzem cadeias li- Misture os primeiros, e tente puxar um
famílias de polímeros: poliolefinas, neares ou ramificadas, que podem fio: ao fazer isto, você consegue se-
poliamidas, poliuretanas, policarbo-
natos, polisulfonas, polifenólicos, polió-
xidos etc. Sempre que houver a possi-
bilidade de se juntar moléculas com
conectividade dois ou maior, haverá a
formação de uma macromolécula. Os
químicos usam essa lógica para inven-
tar novas macromoléculas, embora
muitas tenham sido descobertas por
acaso.
Polímeros de compostos insaturados
Os polímeros fabricados em maior
quantidade são o resultado da trans-
formação de moléculas insaturadas
em cadeias, lineares ou reticuladas. Figura 3: Sob a ação de um iniciador ou catalisador, a dupla ligação do etileno é aberta e
Estas moléculas possuem ligações du- os seus elétrons formam duas ligações simples com outras moléculas, conectando-se a
plas, e por isso podem ser transforma- elas, formando então o polietileno.

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parar o fio que está sendo puxado, sem “elástico” do tipo usado para prender o
muita dificuldade. Agora, misture bem cabelo. Quando puxamos as pontas do
os fios de 30 cm, e tente puxar algum material, ele se deforma porque as
deles: você vai ter muita dificuldade em moléculas flexíveis se alinham. Verifique
separá-lo dos outros, porque ele estará isto no seu modelo de fios de linha
entrelaçado. Cadeias de macromo- emaranhadas: se você puxar um ema-
léculas também se entrelaçam forte- ranhado lentamente, vai observar que
mente; por isso um sólido polimérico alguns (ou muitos) fios vão se alinhar,
tem uma grande resistência mecânica, como está esquematizado na Figura 5.
ao contrário dos sólidos formados por Entretanto, se os fios forem rígidos,
moléculas pequenas. Isso é o que nos como em um arame de aço emara-
permite fabricar móveis, materiais de nhado, o alinhamento será pequeno, ou
construção, peças de automóvel e uma inexistente. Algumas características das
infinidade de outros materiais com macromoléculas dependem muito da
polímeros, mas não com moléculas facilidade de se alinhar as cadeias.
curtas. Quais cadeias são fáceis de alinhar? São Figura 4: Cadeias poliméricas ligadas en-
aquelas que podem ser dobradas, tre si formam uma rede. Por isso, nesse
Propriedades de redes desdobradas e torcidas com facilidade, caso chamamos o polímero de ‘reticulado’.
tridimensionais Nessa figura, os círculos representam
como as cadeias que formam o polie- ligações covalentes entre as cadeias.
Podemos conseguir propriedades tileno e as siliconas. Por outro lado, as
mecânicas muito interessantes se for- presenças de grupos laterais volumosos
marmos uma rede tridimensional, ao e de duplas ligações nas cadeias tato de vinila), que tem a temperatura
invés de apenas entrelaçar as cadeias. diminuem a sua flexibilidade: no polies- de transição superior à temperatura
Por exemplo, coloque-se (mentalmen- tireno, os volumosos grupos fenilas ambiente, mas inferior à do corpo hu-
te) no lugar da borracha de um pneu, esbarram uns nos outros, dificultando a mano. Portanto, o PVA é duro na
ou na sola do seu tênis, e pense em to- movimentação das cadeias e isto torna temperatura ambiente, mas amolece 7
das as pancadas, puxões, atrito e agres- o plástico rígido. na boca, que é mais quente. Tirando
sões mecânicas que eles sofrem. Ape- Macromoléculas são sempre rígi- da boca, ele endurece, e se for coloca-
sar disso, resistem por muitos quilôme- das em baixas temperaturas, e flexíveis do na geladeira fica muito duro. Por
tros, e por muitos anos. Isso resulta da em altas temperaturas. Em baixas tem- esta razão, a maneira mais simples de
sua estrutura em rede tridimensional. A peraturas, a energia cinética dos áto- desgrudar chicletes de uma roupa é
borracha de um pneu é formada por ca- mos é menor, eles se movem menos e colocar a roupa na geladeira (ou es-
deias carbônicas de poli-isopreno e há pouco espaço entre eles. Quando fregar gelo sobre a goma), até que ela
polibutadieno, todas conectadas entre a temperatura aumenta o sólido se endureça e possa ser puxada, saindo
si por ligações covalentes - portanto, é dilata, porque os átomos vibram mais, então sem dificuldade.
uma molécula tão grande que você se movem mais e aumenta o espaço
pode enxergar a olho nu. Quando as ma- livre entre eles, permitindo-lhes fazer
cromoléculas estão formando uma rede, outros movimentos além das vibra-
dizemos que elas estão reticuladas, ções. Assim, um sólido formado por
como visto na Figura 4. macromoléculas rígidas é um vidro de
Outro exemplo é o das resinas fe- polímero, como o acrílico usado para
nólicas como a baquelite, que resistem fazer réguas, painéis e enfeites. Um
muito bem a altas temperaturas e por sólido formado por macromoléculas
isso são usadas em cabos de panelas, flexíveis é viscoelástico, ou uma bor-
ou dos adesivos de epoxi. Nesses racha: é viscoso, porque escoa como
casos a rede tridimensional é rígida e um fluido, mas elástico porque tende
continua rígida, mesmo em tempera- a recuperar sua forma original.
turas elevadas - porque há um número Cada substância for-
muito elevado de ligações covalentes mada por macromolécu-
entre as cadeias. las tem uma temperatura
de transição vítrea, na
Cadeias rígidas e cadeias flexíveis: a qual passa de rígida para
transição vítrea flexível, e vice-versa. Você
As cadeias lineares ou reticuladas pode verificar isso experi-
podem ser flexíveis, moles ou rígidas e mentalmente, com um pe-
duras. Um emaranhado ou uma rede de dacinho de goma de mas- Figura 5: a. Macromoléculas lineares se entrelaçam, como
cadeias flexíveis podem ser deformados car. Algumas gomas são fios; b. Macromoléculas entrelaçadas são alinhadas
elasticamente, como você faz com um feitas de PVA, o poli(ace- quando o polímero é estirado.

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Transformando substâncias em objetos quanto aos locais de instalação. do problemas ambientais sérios. Estes
problemas são devidos à durabilidade
Substâncias orgânicas poliméricas E daí?
dos polímeros sintéticos no ambiente, e
são transformadas em objetos (tubos, Os polímeros sintéticos estão hoje não à sua toxidez, e por isso vemos
filmes, fios, tecidos, revestimentos, pe- presentes na nossa vida diária porque garrafas plásticas, pneus, restos de fral-
ças moldadas) com muito maior facili- nos permitem resolver um grande das descartáveis e embalagens enfean-
dade que os sólidos inorgânicos iônicos número de problemas, quer na indús- do rios, lagoas e praias. Esta poluição
ou os metais. Há vários processos de tria, na agricultura e nos serviços, já que feita pelos plásticos não é um defeito
fabricação de objetos feitos de plásticos até o dinheiro passou a ser feito de dos plásticos em si,
ou de borracha: extrusão, injeção, plástico. Estes materiais mas uma manifes-
moldagem por compressão, rotomol- são fabricados por uma O uso e o descarte tação de má-educa-
dagem, sopro e formação a vácuo, den- grande e vigorosa indús- irresponsáveis de plásticos ção de indivíduos, de
tre outros. A máquina de processar tria petroquímica, que e borrachas acabaram burrice coletiva e de
polímeros mais comum é a extrusora de representa cerca de me- criando problemas falta de responsa-
rosca, que tem uma certa semelhança tade da indústria química ambientais sérios. Estes bilidade por parte de
conceitual com a máquina de moer em todo o mundo. Sua problemas são devidos à empresas e de re-
carne que existe em açougues e resi- fabricação e transforma- durabilidade dos presentantes do po-
dências. No essencial, trata-se de um ção garantem o empre- polímeros sintéticos no der público. Má-edu-
tubo rígido em cujo interior gira uma go e sustento de milhões ambiente e não à sua cação, porque o cul-
rosca. O polímero é introduzido em uma de pessoas, inclusive toxidez pado final é sempre
extremidade do tubo; quando a rosca muitos brasileiros. uma pessoa que
gira, ela impele o polímero submeten- Nesta área o ritmo de inovação con- usou o plástico e não se deu ao trabalho
do-o a um forte atrito, que provoca o seu tinua muito intenso e as novidades sur- de descartá-lo de maneira correta. Bur-
aquecimento (pelo efeito Joule) e a sua gem continuamente, graças ao esforço rice, porque o plástico ou o pneu velho
transformação em uma massa viscosa, continuado de cientistas, engenheiros, sempre têm valor e utilidade; ao invés de
que pode então ser transformada em tecnólogos e empreendedores. Uma sermos prejudicados pelo seu descarte
tubos, tarugos e perfis, ou injetada em grande novidade dos anos 80 foi a
8 irresponsável, todos nós deveríamos usar
moldes. descoberta de polímeros condutores de a criatividade para reciclá-los, fazendo
A rotomoldagem é usada para fazer eletricidade, que foi premiada em 2000 que deixem de ser problemas para pas-
peças de grandes dimensões, como com o Prêmio Nobel de Química. O im- sarem a ser soluções para outros proble-
cascos de barcos e bombonas para pacto desses polímeros condutores na mas. Finalmente, o poder público (gover-
líquidos. Esta operação se parece com construção de dispositivos elétricos pro- nos) deve legislar e fiscalizar para impedir
a que é usada para fazer ovos de mete ser tão grande que alguns espe- a contaminação por plásticos, e as
Páscoa de chocolate: o plástico é colo- cialistas já afirmam que o Vale do Silício, empresas devem renunciar a lucros obti-
cado em um molde que pode ser aber- na Califórnia, poderá vir a ser chamado dos às custas de danos ambientais de-
to e separado em duas partes, e que é no futuro de Vale do PPV (poli-pa- correntes do uso de plásticos, pois os
aquecido e feito girar. A massa aque- rafenilenovinileno, que poderá substituir prejuízos sociais não justificam os lucros
cida adquire a forma do molde, que é o silício em muitas de suas aplicações). gerados.
então resfriado e aberto para retirar o
plástico endurecido na forma do molde. O ciclo de vida dos materiais
Emerson Wan é licenciado em química. Eduardo
Máquinas de sopro são usadas para se poliméricos Galembeck é doutor em química e professor assistente
fabricar sacos, filmes e garrafas, e usam Plásticos e borrachas também cau- de bioquímica no Instituto de Biologia da Unicamp.
o mesmo princípio de funcionamento sam problemas ambientais, como todos Fernando Galembeck é doutor em química e profes-
sor no Instituto de Química da Unicamp.
que nós usamos para soprar bolas de os outros produtos da atividade hu-
chicletes ou de água com sabão. mana. Por isto, devemos sempre atentar
A principal vantagem dos processos Para saber mais
ao seu ciclo de vida, isto é, o conjunto
de transformação de das etapas que fazem ATKINS, P.W. Moléculas. Trad. P.S.
plásticos é que eles Os polímero sintéticos a sua história, desde Santos e F. Galembeck. São Paulo:
sempre consomem estão hoje presentes na que a sua matéria-pri- EDUSP, 2000, capítulo 3.
pouca energia se com- nossa vida diária porque ma (o petróleo) é ex- FAEZ, R.; MARTINS, P.S.; FREITAS,
parados aos proces- nos permitem resolver um C.R.; KOZIMA, O.K.; RUGGERI, G. e DE
traída da Terra, transfor-
PAOLI, M.-A. Química Nova na Escola,
sos usados na fabri- grande número de mada e reciclada, até o
n. 11, p. 13-18, 2000.
cação de artefatos de problemas, já que até o seu descarte ou des-
vidro, cimento, metais dinheiro passou a ser feito truição por queima ou Na internet
ou cerâmicas. Exata- de plástico degradação no am-
http://www.quimica.matrix.com.br/
mente por isso as in- biente, transformando- http://www.sandretto.it/museo/
dústrias de transformação de plásticos se de novo em substâncias simples portoghese/
causam pouca poluição térmica, contri- como o gás carbônico, água, carvão etc. http://www.brittanica.com (em inglês)
buindo pouco para o efeito estufa, e so- O uso e descarte irresponsáveis de http://www.abiquim.org.br/plastivida
frem poucas restrições ambientais plásticos e borrachas acabaram crian-

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