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A Mulher de Jó – Jó 1:1-19

“Ainda reténs a tua sinceridade?

"Os cristãos de modo geral têm sido mais severos com ela [a
mulher de Jó] do que os judeus e os muçulmanos. Ela era a aliada
de Satanás. Agostinho chamou-a dediaboli adjutrix; Crisóstomo: 'o
melhor flagelo de Satanás'; Calvino: organum Satani. Segundo este
ponto de vista, ela tentou seu marido a auto-condenar-se ao
conclamá-lo a fazer exatamente aquilo que Satanás predissera que
faria"

Mulher esquecida e incompreendida pela modernidade, assim


defino inicialmente a mulher de Jó. Este patriarca sim, paladino da
fé, suportou todas as vicissitudes e flagelos dócil e humildemente.
Ele é símbolo de perseverança, paciência e retidão (Jó 1:1,22), mas
a mulher desse sofredor...., no mínimo, ainda é chamada de louca
ou néscia (Jó 2:10).

Mulher anônima, a quem a tradição posterior chamou de Sitis,


aparece em Jó 2:9,10 e não é mais mencionada no livro, embora
nada sugira sua morte, ou abandono do lar.

Ela era uma mulher nobre, respeitada por todos, e considerada


afortunada para os mais antigos e de sorte para as donzelas da
região. Seu marido era um homem sábio, fiel à sua família,
riquíssimo e temente a Deus. O homem mais poderoso do Oriente.
Seus filhos, saudáveis e belos. Suas filhas eram mulheres
decentes, educadas e belas. Centenas de servas e servos estavam
espalhados pela bela casa, fazendas, plantações (Jó 1:3). Sitis era
uma mulher riquíssima que ajudava na administração da casa, dos
servos domésticos; um elo de unidade familiar (Jó 1:2). Seus sete
filhos e três filhas periodicamente reuniam-se ao redor da mesa
para desfrutarem de seus conselhos, sapiência e virtudes (Jó 1:2,4).
No período patriarcal o número dez era símbolo de completude, de
abundância e prosperidade. Era a mulher mais poderosa, afamada
e respeitada de todo o Oriente (Jó 1:3). Jó amava-a muitíssimo;
suas filhas provavelmente espelhavam-se no zelo, discrição, beleza
e sabedoria da mãe. O lar de Sitis era um paraíso cravado no
Oriente (Jó 1:10).
Essa mulher, “ossos dos ossos” e “carne da carne” de Jó, no
entanto, viveu as primeiras calamidades da vida do patriarca.
Próximo a Jó ouvira que seus servos foram mortos e os seus
rebanhos confiscados pelos sabeus. A notícia era ruim, mas
suportável. Note a descrição do versículo Jó 1:13, que destaca a
efusiva alegria da reunião familiar na casa de seus filhos (“comiam
e bebiam vinho na casa de seu irmão primogênito”), e a calamidade
súbita que toma conta do restante da narrativa. Essa narrativa que
antecede e moldura as tragédias de Jó será depois desconstruída
no versículo Jó 1:19.

O mensageiro ainda não terminara o anúncio fúnebre quando


imediatamente outro mordomo anunciou: “Fogo de Deus caiu do
céu, e queimou as ovelhas e os moços, e os consumiu” (Jó 1:16). A
mulher de Jó fica espantada com a sucessão de tragédias que se
sucedem sucessivamente sem cessar. Perde o fôlego, aproxima-se
do marido para apoiá-lo... quando então, novamente, outro
desastre, dessa vez arquitetado pelos caldeus que, em três bandos,
roubam os camelos e ferem os servos (Jó 1:17).
Mas o pior ainda estava para acontecer.
Um servo aproxima-se esbaforido, com ar de cansaço e pesar. Tem
receio do que vai dizer. Durante o trajeto ensaiara diversas vezes,
até soltar o verbo flamífero: “Estando teus filhos e tuas filhas
comendo e bebendo, eis que um vento muito forte sobreveio dalém
do deserto, e deu nos quatro cantos da casa, a qual caiu sobre os
jovens, e morreram” (Jó 1:18,19). O vento da desventura e
sortilégio, gélido como a morte, implacável como a desgraça. Quem
é suficiente forte para resistir suas lanças inflamadas? Como reagir
diante de tanta calamidade e dor? Sitis chora amargamente a morte
de seus filhos. Se isso não bastasse, vê o seu marido rasgar suas
vestes, rapar sua cabeça e cumpridas barbas, símbolos de sua
posição social superior, e lançar-se em terra adorando a Deus.
Apesar da dor que aflige sua alma abatida olha com carinho e
respeito o gesto humilde e devoto de seu marido. Somente a fé e a
comunhão com Deus dão ao aflito a esperança e a força para
vencer as vicissitudes.
É nessas ocasiões que a comunhão do crente com Deus faz toda a
diferença.
A resiliência e o ânimo para continuar a lida depois de uma grande
calamidade são resultados de uma vida de fé, comunhão com Deus
e relacionamentos corretos.
Jó, como os pequenos ribeiros orientais em período de estio, vê a
sequidão tomar conta de si, no entanto, estivera durante muito
tempo da vida plantado junto a ribeiros de águas; suas folhas não
murchariam e os seus frutos viriam na estação própria (Sl 1).
Dizia um antigo provérbio oriental que o “justo nunca será abalado”
(Pv 10:30).

Os dias de luto ainda não estavam completos. Parentes


distantes e amigos próximos reuniam-se na casa de Sitis para
apoiá-la e ao marido, Jó.
Os melhores amigos nascem nos períodos de sequidão e angústia
(Jó 17.17).
Autoridades do Oriente chegavam à casa do infortúnio. Ouvia-se os
murmúrios das carpideiras, que se revezavam em seus turnos. Os
cancioneiros entoavam suas elegias, e os sábios do Oriente
procuravam entender a tragédia humana.
Sitis chorava desconsoladamente. A dor e angústia apertavam seu
corpo, como se a estivessem comprimindo em um pequeno vaso de
cerâmica. Olhava para Jó e se inspirava na fé, piedade e devoção
de seu marido. Ele em nenhum momento blasfemou ou se queixou
de sua sorte (Jó 1:22).
Junto aos sábios do Oriente, ouvia-o dizer: “Nu saí do ventre de
minha mãe e nu tornarei para lá; o Senhor o deu e o Senhor o
tomou; bendito seja o nome do Senhor” (Jó 1:21).
Todos ouviam, admirados, a fé e perseverança de Jó em Deus.
Procuravam algum altar na casa, ou artefatos que materializassem
o Deus de Jó, mas nada encontravam. Diferente dos tolos
adoradores de ídolos do Oriente, Jó confiava no Deus Invisível,
Espírito eterno e imutável em seu ser.

Passados os dias de luto, Sitis e Jó procuravam retomar as


atividades diárias. Todavia, sentiam dificuldades de recomeçar.
Reconstruir a casa que desabara sobre as crianças era uma dúvida
latente. Aquele lugar trazia boas recordações. O lugar que as
crianças cresceram e a velha árvore com as marcas de suas
brincadeiras traziam lembranças tão vívidas como o vento outonal
que derrubava as folhas das árvores e pintavam o chão de tons
marrons e cinza.
Nada diziam um ao outro, apenas apertavam firmemente as mãos.
Todas as palavras foram expressas naquele aperto de mãos. Nunca
saberemos exatamente o que disseram.
Apesar da tristeza, estavam unidos, apoiando um ao outro.

Em outra parte, absorto com os últimos acontecimentos, Sitis


percebe que pequenas chagas começam alastrar-se sobre o corpo
de seu marido. Imediatamente, os melhores médicos são
consultados, especialistas na arte da cura entram e saem da casa
do patriarca. Sitis se mantém firme cuidando de Jó; tratando das
feridas de seu amado; procurando suavizar a dor com as
especiarias, óleos de vários gêneros, alguns importados. A chaga
se espalha mais ainda, desde a planta do pé até ao alto da cabeça
(Jó 2:7).
Longe de Jó ela chora, sente as lágrimas quentes caminharem
pelas linhas de sua pele até caírem e se desfazerem lentamente ao
chão.
“Senhor porque me provas?”, murmurava.
“Não basta os meus filhos?”
“Agora tu queres o meu marido Jó?”, balbuciava.
Os médicos diagnosticaram que a doença era maligna, incurável.
Erupções e prurido intenso destilavam do corpo de Jó (2:7,8).
Os bichos insaciáveis se alimentavam do corpo putrefato (Jó 7:5), e
os ossos daquele homem forte se desfaziam como torrão de
madeira apodrecida (Jó 30:17).
A pele de Jó perdera toda elasticidade, suavidade e beleza (Jó
30:30).
Até no sono era atormentado por pesadelos (Jó 7:14).

Sitis olhava para todo aquele sofrimento. O cheiro dos florais da


primavera paulatinamente foi expulso por uma mistura de pus,
sangue e carne putrefata. Nem ela mesma conseguia cuidar de seu
marido. A praga alastrara por toda casa.
Ela gastara as últimas reservas financeiras no tratamento do marido
moribundo. Investira todos os seus recursos para curar a Jó, mas a
sentença médica era apenas uma: “Nada podemos fazer, só um
milagre”. Sitis sofria, inconsolável...
A esperança escapava por entre os seus dedos como as águas
ribeirinhas.
Lembrava dos momentos em que ela era considerada uma mulher
bem-aventurada, rica, com filhos e filhas para lhe consolar, um
marido próspero que a amava. Mas agora, tudo lhe havia sido
tirado, à uma.
O que você faz quando a calamidade bate à sua porta e, sem pedir
licença, carrega para sua família toda desventura conhecida? A
quem você recorre?
Certo dia, Sitis vê o seu marido no meio da cinza com um
pedaço de cerâmica raspando as feridas.
Olha e um sentimento acre-doce lhe invade a alma aflita. O grande
príncipe Jó no monturo da cidade, como um pária. Sitis perde
definitivamente a esperança.
Aproxima-se do moribundo, sente pena do marido, fecha os olhos,
aperta-os e a seguir dispara:
“Ainda reténs a tua sinceridade? Amaldiçoa a Deus e morre” (Jó
2:9). Nenhum sofrimento pode ser maior do que a confiança e
fidelidade a Deus. O Senhor jamais permitirá que sejamos tentados
acima de nossas forças. Sitis achava que já havia chegado ao
limite. Assim como os servos de Jó foram preservados da morte
para levarem a notícia calamitosa ao patriarca, a esposa parece
que fora guardada todo esse tempo para destalingar esse último
chicote.
Sem o saber, pensando que a morte seria a melhor solução para o
marido, Sitis empresta sua boca ao Tentador incitando Jó a se
rebelar e amaldiçoar a Deus.
O que você faz quando toda a esperança se esgota?
Sitis em vez de confiar em Deus acima de todas as coisas; em vez
de amar ao Senhor pelo que Ele é, deixou-se levar pelas
circunstâncias atrozes, fundamentada em um relacionamento de
troca com Deus.
Para muitos a morte é a solução para uma vida de infortúnios e
desajustes domésticos.
Contudo, sempre há uma esperança para aqueles que confiam em
Deus.

Jó olha para sua esposa, e a fita com ternura e carinho. Sitis sente
o tempo congelar por alguns instantes. Embora o tabernáculo
terrestre de Jó estivesse se desfazendo, seu edifício eterno estava
preparado por Deus (2Co 5:1). Os olhos de Jó traziam um brilho
vivaz, contagiante, embora todo o restante dissesse o contrário.
Lembrava muito o olhar de Jesus quando Pedro o negou.
Carinhosamente afirma: “Como fala qualquer doida, assim falas tu;
receberemos o bem de Deus e não receberíamos o mal?” (Jó 2:10).
O sábio Jó afirmara que sua esposa, em seu desespero e dor,
falava como uma pessoa sem entendimento; como alguém que ele
não conhecia. Sitis fica desconcertada diante da afirmação do
marido. Reflete a respeito do assunto. Lembra das muitas orações
de Jó feitas em gratidão ao Senhor.
E ali mesmo reconsidera... Cala-se e desaparece do cenário até o
final do livro de Jó quando Deus restitui-lhe todas as coisas.
Embora não seja mencionada no final do livro, não há razões para
se duvidar de sua presença.
Ela é a esposa incansável que esteve com o marido nos piores
momentos e circunstâncias, mas que, em certo momento, perdeu
as esperanças, mas a recobrou através da piedade e devoção de
seu marido.
Mulher, esposa, se voce não respeita, não honra e apoia seu
marido nas adversidades, quem o fará.
Essa mulher jamais pensou em divorciar-se de Jó.

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