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DESAFIO PROFISSIONAL
RA: 2586672392
Ribeirão Preto
Novembro-2017
UNIVERSIDADE ANHANGUERA – UNIDERP
CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
CURSO DE HISTÓRIA
DESAFIO PROFISSIONAL
“ A construção da História: dos poucos aos múltiplos personagens”
Ribeirão Preto
Novembro-2017
SUMÁRIO:
INTRODUÇÃO.............................................................................................................1
DESENVOLVIMENTO.................................................................................................2
PASSO 1 ..........................................................................................................3
PASSO 2 ..........................................................................................................4
PASSO 3 ..........................................................................................................5
PASSO 4 ..........................................................................................................6
PASSO 5 ..........................................................................................................7
1
BERGMANN, Klaus. A História na reflexão Didática. Revista Brasileira de História. São Paulo, v.9, n. 19, set.
89/fev.90, p. 31.
Passo 2
2
LINHARES, Célia Frazão. Sujeitos Históricos: seus lugares na escola e na Formação de
Professores.
Disponível em: http://rbep.inep.gov.br/index.php/rbep/article/view/1094/1068. Acesso em 10/10/2017.
historiográficas...Para que se possa, em conexão com as inovações
historiográficas, incorporar a “novidade” do homem comum deixar de ser
coadjuvante na encenação história, sem necessariamente banir os heróis que
por tanto tempo foram os atores principais da história ensinada na Educação
Básica.3
PASSO 3
3
TOURINHO, Maria Antonieta de Campos. Os sujeitos históricos e o ensino de história: os
heróis precisam ser banidos? Disponível em: http://e-
revista.unioeste.br/index.php/temposhistoricos/issue/view/253/showToc. Acesso em 20/10/2017.
Produção do artigo:
“A Construção da História: dos poucos aos múltiplos personagens”.
Introdução:
A maioria dos autores evidenciam nos textos que a memória foi tida por muito
tempo sendo a base para a compreensão dos fenômenos políticos e sociais que
estamos vivendo, mas o que se percebe hoje é que a memória vai muito além desta
concepção, ela está ligada à nossa vida cotidiana. A memória é uma forma de se
guardar a história e transmiti-la às próximas gerações, por isso a necessidade de se
conhecer melhor a ligação entre elas. Sendo assim o livro didático não deve prender-
se ao enaltecimento dos grandes heróis, fatos e datas e, para tanto, o professor exerce
papel fundamental na hora de apresentar uma aula de História a crianças e
adolescentes que têm vivências e experiências próprias e que já possuem
particularidades que os remetem ou podem remeter a novas descobertas e a vários
questionamentos da sociedade a qual eles se inserem. Quanto mais ampla for nossa
visão da maneira como os homens comportaram em diferentes momentos da História
da humanidade maior será nossa capacidade para lidar com os problemas da
atualidade.
A noção de verdade única e absoluta na História está vinculada ao mito do
herói, de acordo com o qual a História é vista, primordialmente, como produto das
ações de “grandes homens”. História e memória dizem respeito a processos e
dimensões da cultura e ambas são importantes no saber histórico escolar. A
desconstrução do mito do herói é aspecto fundamental nas reflexões históricas, pois
abre a possibilidade de que todas as pessoas se reconheçam como sujeitos históricos.
A figura do herói representou no Brasil um ponto determinante na segunda
metade do século XIX, no projeto positivista de construção da Nação. Sob a influência
positivista, ao centrar-se nos “grandes” fatos políticos e seus personagens, a História
excluiu das suas análises outros sujeitos, bem como as realidades sociais e
econômicas. Em A Invenção das Tradições, o marxista britânico afirma que as
sociedades que se desenvolveram após a Revolução Industrial foram naturalmente
obrigadas a inventar, instituir ou desenvolver novas redes de convenções ou rotinas
com uma freqüência muito maior que antes. “Naturalmente, muitas instituições
políticas, movimentos ideológicos e grupos – inclusive o nacionalismo – sem
antecessores tornaram necessária a invenção de uma continuidade histórica”, por
exemplo, através da criação de um passado antigo que extrapole a continuidade
histórica real, seja pela lenda, ou pela invenção (HOBSBAWM, 1997, p. 11).
Extrapolando o termo “invenção”, Benedict Anderson (2008, p. 17) utiliza o
conceito e título de seu trabalho, de Comunidades Imaginadas. Para este autor, mais
que inventadas, as nações são imaginadas, no sentido de que fazem sentido para
“alma” e constituem objetos de desejos e projeções. O que o livro de Anderson
comprova é o processo como se constroem solidariedades, e como, a partir do
momento em que a nação é imaginada, ela é então modelada, adaptada e
transformada. “A nação constrói tempos vazios e homogêneos, e amnésias coletivas
fazem parte desse jogo político (...)”. Nesse sentido, as comunidades imaginadas
seriam representações construídas pelos sujeitos históricos.
O historiador inglês HOBSBAWM (1990), no seu texto intitulado “A outra
História”, que trata da história que tem origem no povo, ou como ele mesmo denomina,
“a história vinda de baixo”, chama a atenção dos historiadores socialistas que, na
busca pelo resgate da história do homem comum, se sentiam tentados a estudar, “não
apenas o homem comum, mas o homem comum que pode ser considerado como
ancestral do movimento: não trabalhadores como tais, mas principalmente como
artistas, sindicalistas, militantes trabalhistas. E sentiram também a tentação ‒
igualmente muito natural ‒ de supor que a história dos movimentos e organizações
que lideram a luta dos trabalhadores e, portanto, em sentido bem real,
“representaram” os trabalhadores, podia substituir a história das próprias pessoas
comuns”. (HOBSBAWM, 1990, p. 20).
Como lembrou Oliveira (1989), diferentes grupos da sociedade construíram
suas memórias coletivas a partir das quais foi montada e organizada uma memória
nacional dominante. Especialistas e ideólogos, historiadores, geógrafos e
educadores, construíram a memória nacional, organizando as comemorações, as
festas, definindo os heróis e as pessoas que deveriam ser lembradas. Os atores
sociais que desenvolveram com grande empenho a construção da memória nacional
inventaram tradições até então inexistentes. Os Estados nacionais esmeraram-se em
criar hinos, bandeiras, imagens e símbolos que ‘personificam’ a nação, fornecendo-
lhe o sentido de união e identidade (Oliveira, 1989). Assim certas festas, datas, heróis,
monumentos e obras musicais se conjugam naquele conjunto chamado por
Hobsbawm de tradições inventadas, elementos construídos e formalmente
institucionalizados, quase sempre consolidados através da repetição.
De acordo com José Murilo de Carvalho (2005, p. 55), historiador renomado nos
estudos do Segundo Império brasileiro e transição para República, “a falta de
envolvimento real do povo na implantação do regime leva à tentativa de
compensação, por meio da mobilização simbólica”, mas pondera que “como a criação
de símbolos não é arbitrária, não se faz no vazio social, é aí também que se colocam
as maiores dificuldades na construção do panteão cívico”. Essas dificuldades são
relativizadas pelas diversas artimanhas dos regimes políticos no sentido de criar na
mentalidade coletiva um sentimento de pertencimento e identificação do cidadão com
o herói e, conseqüentemente, com o regime vigente.
Dentre essas manobras políticas podem ser mencionados os feriados
nacionais, a nomenclatura de ruas, praças, esculturas, e até, em ambos os casos, de
nomes de cidades.
Todas as coletividades tendem a “ter seus símbolos próprios, dotados de um
significado específico, com a função de perpetuar determinados valores” (Queiroz,
1992), podemos dizer que a elite paulista encontrou no bandeirante seu representante
por excelência. Esse com presença marcante no cotidiano do paulista traz consigo o
papel de representar um sentimento que remonta à história dos antigos colonos
portugueses na América. “Da história (...) esperava-se um conjunto coerente de
tradições a serem partilhadas por todos. Acreditando-se conduzidos pela mão firme
da metodologia científica, os historiadores debruçaram-se sobre o passado,
privilegiando certos indivíduos e episódios em um trabalho de consagração que
respondia às necessidades do momento. Emergiu então a figura do bandeirante,
dilatador incansável das fronteiras. A narração da conquista e da manutenção do
território foi transformada na grande epopéia nacional, redimindo não só o nosso
passado mas também as regiões tropicais que – afinal – davam sinais de poder
conviver com a civilização. Essa construção excludente, que transpunha a recente
supremacia desfrutada por São Paulo para o tempo mítico das origens, mal conseguia
disfarçar suas implicações políticas” (Luca, 1999: 86). Um livro didático deve se
desvincular daquela maneira tradicional de estereotipar a História positivista que
privilegia alguns grandes heróis, algumas datas e fatos e que não se preocupa em
explicar, nem identificar uma História voltada para uma abordagem sociocultural que
identifique as subjetividades das relações humanas, restringindo-se a uma efetiva
narração e apresentação da verdade absoluta construída historicamente. Os livros
didáticos têm sido de fato, um dos grandes responsáveis pela permanência de
discursos fundadores da nacionalidade. É fundamental, portanto, discutir as suas
dimensões como lugar de memória e como formador de identidades.
Desenvolvimento:
A educação é a apropriação da cultura, e através da história se torna a construtora do
sujeito histórico, pois deve enfatizar a aprendizagem na constituição do interesse do
indivíduo. É através da educação que nos fazemos humanos e históricos, como
autores no modo de refletir sobre a realidade, sobre o mundo e sobre nós mesmos.
É todos aqueles que participam do processo histórico, seja de maneira consciente ou
não. Nós somos sujeitos da história e todos os dias interferimos nos rumos da história.
É no contexto das relações sociais que a constituição do sujeito acontece, ocorrendo
a história das interações, das quais os sujeitos são componentes e participam e dos
lugares sociais que ali adquirirem.
O sujeito histórico pode ser entendido, por sua vez, como sendo os agentes de ação
social, que se tornam significativos para estudos históricos escolhidos com fins
didáticos, sendo eles indivíduos, grupos ou classes sociais. Podem ser, assim, todos
aqueles que, localizados em contextos históricos, exprimem suas especificidades e
características, sendo líderes de lutas para transformações (ou permanências) mais
amplas ou de situações mais cotidianas, que atuam em grupo, ou isoladamente, e que
produzem para si ou para uma coletividade. Podem ser trabalhadores, patrões,
escravos, reis, camponeses, políticos, prisioneiros, crianças, mulheres, religiosos,
velhos, partidos políticos, etc.” (Parâmetros Curriculares Nacionais, 1998).
Da mesma maneira, no nosso dia a dia, toda vez que agimos, decidimos, escolhemos,
estamos atuando em nossa própria história e participando da história de nossa
sociedade. Por isso, somos sujeitos da História. Com a incorporação do cotidiano à
história, a “novidade” de acolher os homens comuns como sujeitos da história vem
compor a arquitetura das novas concepções historiográficas na contemporaneidade.
Petersen (1992:111, 113). O sujeito histórico não estaria presente nas ações
individuais, mas, ao contrário, estaria configurado a partir das inter-relações
complexas, duradouras e contraditórias entre as identidades sociais e as pessoais.
Assim, a história não seria apenas resultado da ação de figuras de destaque,
consagradas pelos interesses explicativos de grupos ou ideologias. Antes, seria uma
construção, consciente ou inconsciente, paulatina e imperceptível de agentes sociais
que constituem os sujeitos que pertencem às estruturas.
A Nova História Cultural não descarta as expressões culturais das classes sociais
elevadas, mais prioriza a construção histórica a partir das manifestações das massas
anônimas, por aquilo que é considerado popular. Existe na Nova História Cultural a
preocupação em retratar os conflitos e as estratificações existentes nas classes
sociais, através de uma história plural que apresenta caminhos alternativos para a
investigação do problema.
Nos Parâmetros Curriculares Nacionais a História, no Ensino Fundamental, deverá
conceituar o fato, sujeito e tempo histórico a partir da realidade do aluno. Quanto ao
Ensino Médio, segundo as Orientações Curriculares de 2006, o Ensino de História
auxiliará os jovens a construírem o sentido do estudo da História, a partir de uma nova
reflexão, que substituirá os conteúdos didáticos por conceitos e procedimentos, eleitos
fundamentais, como: história, processo histórico, tempo (temporalidades históricas),
sujeitos históricos, trabalho, poder, cultura, memória e cidadania. O estudo dos
sujeitos históricos, que indica o documento, baseia-se na proposição de que estes
sujeitos “se configuram na inter-relação complexa, duradoura e contraditória das
identidades sociais e pessoais”, ou seja, a História não é apenas construída por heróis
ou vilões, “mas conseqüência das construções conscientes ou inconscientes,
paulatinas e imperceptíveis, de todos os agentes sociais, individuais ou coletivos”
(BRASIL, 2006, p. 75).
A história deve ser ensinada, conforme inspiram Carretero, González e Rosa (2007),
com cuidado extremo à delicadeza de cada proposição: de forma que nem a
identidade nacional seja ignorada, nem se torne um instrumento de submissão a um
poder – ou carregue excessiva coletividade de uma memória histórica, que deve ser
contínua e criticamente observada. Deve valorizar a noção temporal do indivíduo,
tanto quanto tem o poder de mostrar que o estudante também é o “homem no tempo”
de Marc Bloch, devendo oferecer condições para que ele se inclua em seu tempo, se
inspire e busque orientação em outros tempos e cresça em direção a uma noção de
futuro acurada pela orientação dos instrumentos de pensamento que construirá no
seu percurso de aprendizagem da história.
O fazer e o pensar no cotidiano da sala de aula, o aprender a aprender pesquisando
são atitudes de reflexão que atuam, ao mesmo tempo, como recurso de
desenvolvimento do pensamento e da ação: o professor identifica situações
singulares, processa informações sobre elas, elabora o diagnóstico e toma decisões
sobre as necessárias intervenções pedagógicas. Essa nova prática de aprender a
aprender pesquisando cuja finalidade é fomentar reflexões, explicitar descobertas
pedagógicas significativas e realimentar o fazer educativo vem a exigir do professor
competências, habilidades e conhecimentos específicos, cuja aquisição deve ser o
objetivo central da sua formação inicial e continuada.
Conclusão:
A condição de herói é fruto de uma escolha efetuada em determinado período histórico
e esta idéia permite pensar os motivos que motivaram estas escolhas as intenções e
necessidades sociais, políticas e ideológicas que a motivaram, bem como a
construção de imagens, discursos, símbolos, enfim práticas culturais que contribuem
para sua inserção e permanência na memória coletiva.Cabe a nós a capacidade de
perceber o caráter de construção que a memória histórica possui, a capacidade de
estabelecer relações entre temporalidades distintas,contextualizar os acontecimentos
históricos, ou seja, interpretá-los considerando os fatores sociais,ideológicos,
econômicos, políticos, culturais etc., em que ocorrem, bem como ao atribuir
explicações causais para os acontecimentos históricos, estabelecer conexões entre
as ações humanas e as condições sociais específicas em que se processam.
PASSO 4
PASSO 5
Escreva um texto final que apresente o enigma desvendado. Ou seja, uma espécie de
gabarito em que estejam explicitadas detalhadamente as etapas que devem ser
cumpridas para a solução do enigma.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Para a elaboração deste Desafio Profissional é importante que você se familiarize com
as discussões mais recentes sobre o ensino de História nas instituições de Educação
Básica e as novas demandas por inovações quanto ao método e as ferramentas
pedagógicas utilizadas.
Na última década, têm sido recorrentes os debates sobre como estimular o interesse
dos jovens em idade escolar pela História em meio à emergência das tecnologias da
informação e da comunicação que disponibilizam, a todo o momento, conteúdos de
forma lúdica e interativa.
A adaptação dos métodos de ensino passa a ser um desafio para as instituições que
precisam repensar suas estratégias para transpor o abismo que se abriu entre os
modelos escolares vigentes e a dinâmica e as novas formas de cognição desses
jovens. Para exemplificar esta relação, muitas vezes conflituosa, no filme de animação
intitulado ‘A escola é um saco’ é apresentado o cotidiano escolar sob a ótica dos
estudantes. O filme está disponível no endereço eletrônico
https://www.youtube.com/watch?v=qrXk_U0aORo1.
Diante deste cenário, incomodadas com o ensino de História nas escolas, as
professoras Keila Grinberg e Anita Almeida, da Universidade Federal do Estado do
Rio de Janeiro (UnRio), se aliaram para pensar em novas perspectivas para o ensino
da disciplina, mais especificamente, sobre os modelos conceituais, currículos e
métodos adotados pelas escolas brasileiras. O resultado deste trabalho foi a criação
do site Detetives do Passado – Escravidão no século XIX.
Segundo Grinberg, uma das autoras do projeto, O objetivo maior é despertar nos
alunos o interesse pela História e pelo uso da internet como fonte de pesquisa. Talvez
seja uma forma interessante de começar a aprender. Mais do que uma receita ou uma
seleção de atividades, Detetives do Passado é um convite a professores, alunos e
interessados em História a conversarem sobre a metodologia do ensino da própria
História e a construção do conhecimento histórico. (GRINBERG, 2009).
A proposta do site é fazer com que professores e alunos se engajem na pesquisa
histórica de forma descontraída e prazerosa, ao mesmo tempo em que suas etapas
contemplam os objetivos traçados pelos planos nacionais de ensino para a disciplina.
Para conhecer o site Detetives do Passado, acesse o endereço eletrônico a seguir
http://www.numemunirio.org/detetivesdopassado/ e se inspire para o
desenvolvimento do enigma proposto neste Desafio Profissional.
CONCLUSÃO OU CONSIDERAÇÕES FINAIS
É o capítulo onde o autor encerra seu trabalho. Nesta parte ele precisa retomar as
hipóteses levantadas na introdução e, fundamentado nas análises feitas no
desenvolvimento, precisa dizer se tais hipóteses se confirmaram ou não. Este também
é o momento para o autor dar suas considerações sobre o tema abordado e os
estudos feitos. Nenhum novo dado pode ser adicionado nesta parte do texto. Muitas
vezes, este capítulo pode levar o nome de considerações finais, caso o texto não
tenha profundidade suficiente para ser chamado de conclusão.
Por gentileza, apague as orientações acima.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS