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surgimento e
contexto histórico
Guaraciara Barros Leal
Silvia Maria Aragão de Andrade Furtado
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Direitos Humanos: surgimento e contexto histórico
Guaraciara Barros Leal
SilviaMaria Aragão de Andrade Furtado
Objetivos
• Compreender que os Direitos Humanos são vivenciados no cotidiano de cada pes-
soa e que são direitos de cidadania;
• Internalizar a compreensão de que a defesa dos Direitos Humanos é de responsa-
bilidade de todos: governo e sociedade;
• Compreender que as desigualdades sociais, a concentração da riqueza nas mãos de
poucos e o abuso de poder impulsionam a violência.
Introdução
Fica decretado que agora vale a verdade, agora vale a vida e de
mãos dadas marcharemos todos pela vida verdadeira;
...
Fica proibido o uso da palavra liberdade, a qual será suprimida
dos dicionários e do pântano enganoso da dor, a partir deste ins-
tante, a liberdade será algo vivo e transparente como um fogo ou
um rio, e a sua morada será sempre o coração do homem.
Estatuto do Homem
Thiago de Mello
Recorte da História
Nos regimes ditatoriais, como já experimentamos no Brasil, entre 1937 a 19453,
tempo do chamado “Estado Novo”, o povo brasileiro viveu sob proibição de exercer
manifestação de qualquer opinião e de expressar seu pensamento ou integrar orga-
nizações livres. Nessa época, vigorava a Constituição de 1937, que garantia todos
os poderes ao Chefe de Estado. Outro momento de exceção ocorreu entre 1964 a
1985, quando o Brasil viveu a Ditadura Militar, exercida por governantes que sus-
3. Período em penderam as garantias de direitos civis e políticos.
que o Brasil foi
governado por
As idas e vindas da concessão e negação de direitos civis, políticos e sociais
Getúlio Vargas, no Brasil demonstram a fragilidade com que nossa cidadania vem sendo constitu-
deposto em 1945
pelo Exército.
ída. As desigualdades sociais provocadas pela concentração de riquezas nas mãos
de poucos impossibilita que se fale de cidadania plena, o que indica que os direitos
fundamentais da pessoa humana são desrespeitados.
Segundo Clayton Mendonça Cunha Filho (2009),
um dos aspectos mais intrigantes da longa marcha pelos Direitos
Humanos é o paradoxo de terem sido eles pensados, num primeiro
momento, como universais, mas logo tenham passado ao campo
limitado da Nação. Da comunidade universal de seres humanos
com os mesmos direitos, os Direitos Humanos em suas diferentes
conformações começaram a ser vistos como garantidos por gover-
nos nacionais e apenas aos integrantes da Nação (p. 306).
Já pensou nisso?
Foi para exercer controle sobre a execução das políticas públicas que foram consti-
tuídos conselhos de controle social, entre eles o Conselho de Alimentação Escolar,
Conselho de Direitos da Criança, Conselho Tutelar, Conselho Municipal de Saúde,
Conselho do Controle Social do Bolsa Família, Conselho de Assistência Social.
Você também é responsável. Procure saber como esses conselhos estão agindo em
defesa dos interesses públicos, e conheça algumas políticas públicas vivenciadas no
Brasil para melhorar a qualidade de vida das pessoas:
• Todos pela Educação de Qualidade - para assegurar o acesso à escola a todas as crian-
ças de 6 a 14 anos.
• Programa Nacional de Alfabetização na Idade Certa (PNAIC) - para aprender a ler e a
escrever até os 7 anos de idade.
Foram ainda elaborados o PNDH II (2002) e PNDH III (2008). Ambos re-
afirmaram os direitos assegurados anteriormente e aprimoraram os mecanismos
de participação da sociedade na definição e no controle sobre o cumprimento dos
compromissos assumidos pelo Governo e expressados em políticas públicas.
Em síntese, o PNDH I enfatizou os direitos civis e políticos, o PNDH II in-
corporou a esses, os econômicos, sociais, culturais e ambientais e o PNDH III rea-
firmou os já assumidos e os ampliou, incorporando a igualdade racial, os direitos da
mulher, a segurança alimentar, as cidades sustentáveis, o meio ambiente preservado,
a saúde, a educação, a juventude e a cultura.
O que você entende por liberdade? Ser livre significa fazer tudo
que se quer, desconhecendo o direito do outro?
Você Sabia?
A sede central da ONU está situada em Nova York (EUA), outras existem em
Genebra (Suíça), Viena (Áustria), Nairóbi (Quênia) e escritórios espalhados em
grande parte dos países do planeta.
Síntese do fascículo
Neste fascículo, procurou-se discutir sobre o surgimento dos Direitos Hu-
manos, sua importância para a vida dos indivíduos e de que forma eles são vi-
venciados no cotidiano de cada pessoa. Resgatamos a perspectiva histórica até
chegarmos à Declaração Universal dos Direitos Humanos e entendermos como as
sociedades democráticas passaram a considerá-los como direitos de cidadania.
Procurou-se abordar aspectos relacionados às políticas públicas e de como
o Estado tem papel relevante de, por meio delas, assegurar os direitos huma-
nos para a população, inclusive, citando exemplos de várias iniciativas brasilei-
ras. Isso nos faz compreender que a defesa dos Direitos Humanos é respon-
sabilidade de todos: governo e sociedade.
Finalmente, o fascículo procura fomentar a discussão sobre as desigualdades
sociais, e mostra que a concentração da riqueza nas mãos de poucos e o abuso de
poder impulsionam a violência, o que fere os direitos humanos dos indivíduos.
Atividades
1. Você conhece pessoas que apresentam comportamentos eticamente condená-
veis? O que essa pessoa fez que feriu os princípios éticos que você defende?
2. Se você tivesse que escolher entre a liberdade e a igualdade, qual escolheria?
Justifique sua resposta.
3. A cidadania é exercida em um país onde as crianças saem das escolas sem apren-
der a ler e escrever?
Autores
Guaraciara Barros Leal: Graduada em Pedagogia pela Universidade Federal do Ceará
(UFC), com mestrado em Educação pela Universidade Estadual do Ceará (UECE). Integrou a
comissão organizadora da “Coleção Brasil”, atuando como coautora dos livros, Direitos Huma-
nos, um compromisso de todos (1997) e Mulher da luta e dos direitos (1998) e Anistia 20 anos
(2000), publicados pelo Instituto Teotônio Vilela.
Sílvia Maria Aragão de Andrade Furtado: Graduada em História, com mestrado em Edu-
cação pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Graduada pelo Programa Leadership for
Environment and Development (LEAD), da Associação Brasileira de Formação de Lideranças
(ABDL), em Wye, Grã-Bretanha. É secretária executiva da Fundação Waldemar Alcântara, pes-
quisadora e assessora para projetos editoriais da Lumiar Comunicação e Consultoria.
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