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MQ pesar de ter procurado o Coes Ml lofolife] depois de cursar CClfecthron MoI -n escritor, a minha Weleelas omic iieN Ke} Ceitie (otal elie Aa ARIANO SUASSUNA POR PATRICIA PEREIRA, A FILOSOFIA, entre o erudito eo popular Escritor paraibano que tem a Filosofia na esséncia de toda sua obra, Suassuna busca elementos para popularizar a arte erudita omo escritor, ele dispensa apresenta- Bes. Quem nunca leu (ou assistiv a) O ‘Auto da Compadecida ou O Santo e a Porca? Ou quem nunca ouvir falar no Roman- ce d’A Pedra do Reino — escrito ao longo de mais de uma década — que virou minissérie em cinco capitulos na TV Globo? Mas Ariano Su- assuna, um paraibano “arretado’, de 81 anos, idealizador e defensor do Movimento Armorial, que busca criar uma arte erudita a partir de elementos da cultura popular, também tem um forte lado filosdfico, esse bem menos conheci- do. Ele formou-se em Filosofia em 1960, pela Universidade Catdlica de Pernambuco, depois de j& ser um escritor consagrado. “Eu {4 estu- dava Filosofia por minha conta, sozinho. Quan- do procurei 0 curso, foi apenas para oficializar uma vocacao", diz Suassuna. E a Filosofia per- meia e influencia toda a sua obra. Na Pedra do Reino hd, inclusive, um capitulo chamado A Filo- sofia do Penetral, que 6 uma sétira ao pensamen- to de Heidegger. Conversamos com Suassuna na suite do hotel Gloria, no Rio, onde ele estava hospedado para cumprir uma série de compro- missos na cidade, entre eles sua jd tradicional aula-espetaculo. FILOSOFIA - © senhor cursou Fi- losofia depois de jé estar formado om Dieito e de ja ser um grande escritor. © que foi buscar no cur- s0 de Filosofia? © que o motivou a estudar este tema? Ariano Suassuna ~ Olhe, ape- sar de ter procurado © curso de Filosofia depois, a minha voca- do mesmo era estudar Filoso- fia, Acontoce 0 seguinte: na épo: ca em que eu acabei o segundo grou, nao existia curso de Fi- losofia no Recife. $6 havia trés opcées: Direito, Engenharia ou Medicina, Entéo, escolhi Direi- to, porque pelo menos me dava uma oportunidade. A faculdade de Direito em que eu estudei ti nha uma tradigéo literéria, des de a escola do Recife, de Silva Romero, Tobias Barreto, Castro Alves, que estudaram lé. A facul- dade de Direito mantinka uma tradigdo literériae tinha uma bi- blioteca muito boa. E, entre En genharia e Medicina, tinher de escolher Direito mesmo. Entéo eu fui estudar Direito, mas sem nenhuma vocagao. La, encontrei Patricia Peraira é jornalista © eecrove pora exta publicacdo. ALosoHA: 7 Sf K ENTREVISTA um grupo de pessoas que, como eu, se interessava mais por Fi- losofia, por literatura ete. E ew jd estudava Filosofia por minha conta, sozinho. Quando procurei © curso, foi apenas para oficial zar uma vocacao. FILOSOFIA - Mas 0 que 0 se- nhor procurava na Filosofia? Por que estudava temas de Filo- sofia mesmo antes de entrar na faculdade? Suassuna - Eu li uma histéria da Filosofia quando era ainda ado- lescente. Meus irméios jé estuda: vam em Recife, eu morava ainda em Itaperod. Um deles, chamado Lucas, foi pare ltaperod e levou uma histéria da Filosofia. Foi quando comecei a ler e fiquei encantado, Era mais uma histé- ria da Filosoficr com énfase nos grandes pensadores. Eu me en- canteicomamaneiradeescrever de Platao, apesar de eu nao ser B mLosona: vv potaoneinele com platénico. Além de pensador, ele eraum grande poeta, um grande escritor. Aristételes néo. Aristéte- les, como filésofo, era talvez mais preciso do que Platéo, mas como escritor, era menos forte. Kant & um grande pensador, mas é um escritor péssimo. Eu, a vida toda, gostei mais dos pensadores que, além de serem pensadores, e: creviam bem, Dai meu encanto por Nietzsche. Apesar de eu néo simpatizar com aviséo geral que ele tem do homem, nem de Deus, nem do mundo, mas eu tenho uma grande sedugéio pela forma de escrever dele. FILOSOFIA - O senhor acha que @ sua literatura tem muita influ- éncia da Filosofia? A Filosofia se reflete na sua literatura? Suassuna ~ Reflete sim. As vezes até do maneira inesperada ¢ difi- cil de acompanhar, mas as pes- sods que sGo familiarizadas com a Filosofia alem& contemporanea vao descobrir. Existe no Romance dA Pedra do Reino. FILOSOFIA ~ Isso era o que eu iria Ihe perguntar. De todas as suas obras, em qual delas 0 se- nhor acha que mais aparecem questoes filosoficas? Suassuna — Acho que no Roman- ce dA Pedra do Reino porque existe um capftulo chamado A Fi- losofier do Penetral, que é uma sé- tira co pensamento de Heidegger. E é curioso que um professor de Filosotia, deiqui do Rio, esté fazen- do uma tese de doutorado sobre a Filosofia do Penetral, FILOSOFIA ~ Como surgiu a idéia das aulas-espeticulo que 0 se- nhor dé pelo Brasil afora ¢ por que 0 senhor acha que elas ficam sempre tao lotadas? O que os jo- vens buscam em uma aula sua? Suassuna — Eu acho que acon- tece 0 seguinte: os jovens jé es. tGo cansados porque recebem um verdadeiro bombardeio dos meios de comunicagdo, com um lipo de arte mediocre, média quando nfo de mé& qualidade. Eu ME ENCANTEI COM A MANEIRA DE ESCREVER DE PLATAO, APESAR DE NAO SER PLATONICO. ALEM DE PENSADOR, ELE ERA UM GRANDE POETA, UM GRANDE ESCRITOR Eu tenho a impresséo de que eles estdo sentindo falta de al guém que diga que aquilo n&o presta. As pessoas de hoje néo tém muita. coragem de dizer isso, ndo querem entrar em choque com os meios de comunicacéo, que stio muito poderosos, @ en tao nao dizem isso. Eu digo! Eeu acho que é por isso que eles vao tras de mim. FILOSOFIA - Falamos de suas aulas-espetdculo. Se pudesse escolher, ignorando 0 tempo, de qual grande pensador o senhor gostaria de assistir a uma aula- espetticulo? E por qué? Suassuna ~ Eu acho que [Hen- i] Borgson. Porque ele erat um grande professor, além do pen- sador queera. [Marcel] Proust foi aluno dele. E toda a estrutura do grande romance de Proust, Em Busca do Tempo Perdido, ten um fundamento bergsoniano. Berg- son escreveu um livro chamado Matéria e Meméria, em que ele mostra a importéincia da momé- ria para a vida em geral e para © pensamento em particular. Te- mos aquele grande debate que vem dos pré-socrdticos, entre 0s filésofos do ser — herdeiros de Parménides — e os fildsofos da mudanga, do vir a ser — her- deiros de Herdclito. Ai, Bergson encontrou uma solugao. Ele dis- se: "eu sei que a gente vé que os seres sdo sujeitos & mudangar, & transformagao, & ruina, & morte, mas existe um ser, pelo menos, do qual a gente pode dizer que, apesar de todas as mudangas, ele permanece: somos nés mes- mos”. Cada um de nés sabe, eu sei, por exemplo, que o Ariano que viveu os acontecimentos de 1930 é 0 mesmo Ariano de hoje, apesar de eu ter me trans- formado de um menino em um velho. Entéo, Bergson fez essa descoberta. E como é que o ser se mantém? Pela meméria. Dat @ importéncia da meméria no pensamento de Bergson. E toda a obra do Proust é baseada nisso. Eu no sei se vocé sabe, mas ele comega o livro — é um livro em cinco volumes, um vo- lume que se chama Em Busca do Tempo Perdido, e o ultimo se chama O Tempo Recupera- do— indo a uma casa qualquer e, de repente, servern um ché a ele, No momento em que leva o cha & boca, sente 0 cheiro do ché @ sente ume sensagéo de alegria e de felicidade, absur- damente desligada de todo 0 momento por qual ele estava passando. Ele, entéo, comega @ tentar se lembrar 0 que é que o fez sentir tamamha alegria. E ele se recorda que, quando me- nino, costumava ir visitar as tias e elas serviam um biscoito cha- mado madeleine que se mer- gulhava no ché. E era aquele cha. E al entéo, através daquele ché, ele comeca a se lembrar das pessoas que conheceu, dos amores — infortunados ou néo — eo livro todinho é a re- cuperagao da vida dele pela meméria, através da xicara de cha, Entéo, Bergson marcou muito Proust. Ele assistiu &s au- las de Bergson na Sorbonne. FILOSOFIA ~ Se pudesse escolher uma aula-espetaculo para 0 se- nhor assistir seria a de Bergson? Suassuna ~ Seria de Bergson. FILOSOFIA ~ Na literatura, 0 se- nhor costuma dizer que se tives- se de eleger um patrono, alguém que te inspirou, seria Euclides da Cunha. Suassuna — No Brasil seria Eucli- des da Cunha. Se fosse no mundo todo serla [Miguel de] Cervantes. FILOSOFIA - Miguel de Cervan- tes? Pelo pensamento dele ou pelo estilo de escrita? Suassuna - As duas coisas. NGo dé para separar. Eu nao acredi- to que uma pessoa escolha um estilo. Se ele 6 um escritor verda- deiro, tem de encontrar aquele estilo que expressct o seu mundo interior, O que acontece é que eu... Veja bem, néo estou me com- parando a eles, a Euclides da Cunha e a Cervantes, néo. Estou somente dizendo que pertengo & mesma famflict deles. Eu, por um lado, pertengo familia de Cer- vantes €, por outro, é familia de Euclides da Cunha. FILOSOFIA ~ Por qué? Explique-me. Suassuna ~ Porque, veja bem, eu tenho tanto o senso de senti- mento tragico do mundo quanto temho 0 fascinio pelo cémico. E Cervantes era assim, Euclides da Cunha, Cunha era somente trgico € dramético. Mas eu sempre digo que complementaria Euclides da Cunha com Lima Barreto. Vocé jé leu O Triste Fim de Poli carpo Quaresma? E um livro ter- rivel. E cémico, profundamente cémico. © Quixote brasileiro é © Policarpo Quaresma, nao 6? E que termina fuzilado em fide- lidade aos ideais dele e & serie- dade dele. Entéo, eu sinto um parentesco muito grande tam- bém com Lima Barreto. nao. Euclides da MLosORAcsncotla 9 Jé que estamos fa- lando de tragédia ¢ de comédia, aproveito para perguntar por que o senhor comecou escreven- do tragédias e depois se voltou para a comédia? © riso ¢ mais capaz de comunicar idéias do que 0 tragico? Olhe, para © pitbli- © brasileiro, sim. Eu tenho um grande amigo chamado Carlos Newton Janior, que outro dia fez \gestGo a uma moga que querendo fazer uma dis- ester rtagéo de mestrado, parece, em que ela queria fazer a refe- réncia @ minha obra. Ela é da Grea de Educacéo. Ai, ele disse: eu acho que vocé teria um tema muito bom, que seria ‘a aula-es- petéculo: a educagéo pelo riso’ Eu néo sei dos outros lugares porque eu nao ¢ pilblico brasileiro gosta de rir Quando eu era professor de Fi- losolia, eu fazicr muita quest de usar 0 riso como arma para onheco, mas 0 10 uosona: atrair aatengéo dos alunos para a importéncic da Filosofia. Falamos sobre o patrono na literatura ¢ o senhor citou Lima Barreto, Cervantes, E na Filosofia, buscaria algum patrono? Na Filosofia... Olhe, eu acho que Bergson também Eu recebi uma influéncia gran- de, como disse, de Nietzsche. Mas Nietzsche tinha idéias mui- to diferentes Ele era mesmo alguma coisa de mérbido, © pensamento de Niet- zsche. Mas os livros dele, Folerver Zaratustra, 6 um poemal Néo 6? Assim como alguns di- Glogos de Platao sto poemas, Entéo, eu néo escolheria Niet- zsche porque as idéias dele séo muito afastadas das minhas. Eu também tenho muita simpatia por Sao Tomas de Aquino. Mas, veja, a forma dele é que néio me agrada muito, das minhas. Assim {lo wepatenconida com be O senhor gosta do contetido, mas nao da forma de escrita? E, é isso. Por iss: gosto de Jacques Maritain, que fol um tomista, mas com uma pretensdo artistica maior. Mas acho que escolheria Bergson mesmo porque é 0 mais aproxi- mado de mim, tanto no contetide quanio na forma, Parece que 0 senhor e @ sua obra se misturam, Seus textos (romances, poemas e pe- cas), apesar de serem de ficctio, funcionam como suporte para expressar 0 que o senhor pensa sobre a vida? As vezes. Veja bem, eu sou muito contrario ao que chamam de arte de tese. Quando @ pessoa faz um livro para pro var uma tese, seja filoséfica, po Iitica, religiosa, seja 16 0 que for, eu acho que ele presta um mau servico a literatura e presta um mau servigo até co pensamento que ele quer defender. Fica mal feita a obra € a gente fica anti patizando com o pensamento que ele quer defender. Eu vou dar um exemplo, que aconteceu @ mim mesmo: eu tenho uma ad- miragéo enorme por um grande dramaturgo espanhol do século XVII chamado Calderén de la Barca. Ele tem trés pegas que eu acho extn — A Vida 6 Sonho, O Magico Prodigioso « © Grande Teatro do Mundo, Mas ele tem uma pega, chamada Os Mistérios da Missa, que eu de testo, Eu sou catdlico, c E 0 admiro profundamente, mas essa pega ele colocou a do pensamenio da igreja. E pra dindrias 0 ele. ervigo ticamente um serméo dialoga- do, Entéo, eu sou contra, Eu néo gosto de Bertold Brecht porque née gosto também de quem faz teatro politico, Eu aceite, acre- dito até ser bom que as idéias politicas de um escritor apare- gam em sua obra, mas néo que ele coloque a obra a servigo das suas idéias. Porque af ele vai fa- zer romance de tese ou pega de tese. E por isso que eu née gos- to do teatro de Brecht. Entre A ‘Mae Coragem [e Seus Filhos), de Brecht, por exemplo, que é uma peca politica, e Ricardo II, de Shakespeare, eu prefiro essa tima, que é uma pega onde apa- recem idéias politicas, mas ndo uma pega politica. FILOSOFIA - As idéias podem ‘aparece: Suassuna ~ Mas nao se deve co- locar a obra a servigo delas. FILOSOFIA ~ Falando um pouco do Movimento Armorial, muito se firma hoje em dia que se perdeu © limite entre arte popular e arte erudita. O senhor acredita nisso? Suassuna ~ Eu acho que esse mite nunca existiu, ndo. © limite que existe 6 de arte boa e ruim. A arte popular boa e a erudi- ta sempre se interpenetraram. As vezes, hé influéncia da arte popular sobre a arte erudita Vocé vé, 0 teatro de Moliére, & um exemplo disso. O teatro po- pular marcou muito 0 teatro de Moliére. O teatro de Shakespe- are 6 muito marcado pelo teatro popular. Nao sei se vocé sabe disso, mas © Hamlet dele foi quinto Hamlet. Antes dele havia quatro vers6es da histéria de Hamlet. Agora, a gente sé ouve falar dos outros quatro por cau- sa de Shakespeare. FILOSOFIA ~ Eu fiz essa per- gunta, porque um dos objetivos do Movimento Armorial ¢ criar uma arte erudita brasileira a partir das raizes populares da nossa cultura. Suassuna ~ Agora vou Ihe dar um exemplo, Eu acabei de falar em Calderén de la Barca e nao disse EU ACHO QUE O LIMITE ENTRE A ARTE ERUDITA E POPULAR NUNCA EXISTIU. O UME QUE EXISTE E DE ARTE BOA E RUIM. A ARTE POPULAR BOA E A ERUDITA SEMPRE SE INTERPENETRARAM isso. Um romanceiro popular do nordeste usa uma estrofe, cha- mada Décima, que Calderén de Ja Barca usava nas pegas dele in- clusive. Quer dizer, 0 romanceiro popular do nordeste recebeu uma influ8neia, de Calderén, umerinflu- éncia oral, Os autores néo sabem nem, talvez, quem foi Calderén, mas af houve algumer influéncia da arte chameda erudite: sobre carte popular. Acho que hé uma troca de influéncia © que és vezes ndio se pode nem discernir. Olha, vou lhe dizer uma Décima e vocé nGo vai poder dizer se 6 popular ou erudita, que coisa bela, é uma comparagéio entre a velhice © a juventude: "Entre 0 gosto e o des- gosto, /o quadro é bem diferente, {ser mogo 6 ser um sol nascente, { ser velho é ser um sol posto, / pe- Jas rugas do meu rosto, /o que ful hoje néo sou, / ontem estive, hoje nGo estou, / que o sol co nascer fulgura, mas ao se pér deixa es- cura / a parte que iluminou”. Nao 6 bonito? Pois é de um poeta can- tador do nordeste. Podia ser de Calderén de la Barca, nao &? FILOSOFIA - © senhor deu aula de historia da cultura brasilei- 1a e teimou em dizer que havi uma cultura brasileira, © néo uma cultura no Brasil que seria apenas um episédio da cultura ocidental. Podemos afirmar tam- bém que hé um modo brasileiro de ver o mundo? Um pensamento brasileiro sobre o que ¢ a vida, © que é o existir, como devemos nos relacionar com o tempo e com os outros? Suassuna Eu acho que sim. Tal- vez no tenha recebido 0 cuidado de merecer a forma escrita. Pare- ce que os pensadores brasileiros 8G muito europeus de formagéo © déo pouca atengéo a esta ma- neira de ser dos brasileiros. Mas eu acho que se apresentassem a0 povo brasileiro a Filosofia e os problemas da Filosofia, se apre- sentassem de uma forma que harmonizasse com a natureza eo espirito do povo brasileiro, have- ria uma grande receptividade. FILOSOFIA - O Almanaque Ar- morial reine ensaios escritos pelo senhor, ao longo de qua- se seis décadas, sobre os mais diversos temas. Podemos dizer que, de certa forma, traz sua maneira de interpretar 0 mun- do? O que diria a um jovem que MLOsoAAcEnciosdo 11 comega hoje a escrever seus @ organizar suas idéias — os anos vio tra- zer mais perguntas ou mais respostas? préprios ensaios, Olhe, traz divides. Mas, veja bem, eu pessoalmente sou uma pessoa afirmativa. Se vocé me perguntar sobre o mun- do mem, eu lhe direi que as davidas sobre o homem, como ho- fundamentais permanecem, néo 6? Sobre o sentido da vida, so- bre... Eu tenho paixéo pela vida, mas eu tenho consciénciade que 6 fundamento da vida é trégico. Do ponto de vista meramente hu- mano, bastaria @ morte pata ti- rar o sentido da vida. A gente se esforca tanto para nada? Parer se transformar em pé, como diz © padre Vieira? Agora, ao lado dis 0, eu tenho uma {6 religio shichon tues le dishes usigyeee Shop sdounene Kee ARC Bare tire! 12 osona ok AAS sa. Dai dar importéncia & exis téncia de Deus e & crenga em Deus. Me esqueci de quem dis se isso: “Deus é 0 absurdo que explica todos os absurdos". Eu acredito em Deus ¢ acho que gente vai ter resposta,, por exem- plo, para este problema terrivel, que 6 0 problema do mal e do soirimento. Tem um livro de [Al- bert] Camus, no 6 sobre o mito de Sisifo, que comega dizendo problema filosético sérlo, 6 0 do suicidio" que ele estava querendo dizer com isso. Realmente o problema do suicidio 6 um problema gra vissimo. E o problema que cada um de nés tem de decidir, se a vide vale ct pena de ser vivider ou nao. E talvez a pessoa de quem se ndo me enga ‘s6 existe um realmente Eu sei o eu tenho mais compaixéio, o sui parelanciovido.com br cida, Porque ele faz as contas cha que néo deve viver. Essa pergunta vai acompanhar 0 ho- mem a vide inteira. Apesar de que eu acho que Camus estava errado {ilosolicamente, porque © suicida 6 apenas um asp do problema maior, que é 0 pro- blema do mal e do sofrimento, Esse 6 o problema fundamental da Filosofic: para mim, Por que é que nés estamos aqui, ninguém consulta « gente para saber se a gente quer participar ou néio, , de repente, a gente se vé jogado no meio desta loucura, mare vilhosa por um lado, mas san grenta por outro, que é a vida. Essa pergunte 6 uma das mais dificeis e acho que vai permane- cer até o fim. Mas, se Deus te, eeu acredito que existe, essa resposta vai ser dada. a

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