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Liderar e perdoar - a ética do amor

"Basta a esse tal esta repreensão feita pela maioria. De maneira que, pelo contrário, deveis
antes perdoar-lhe e consolá-Io, para que ele não seja devorado por excessiva tristeza. Pelo que
vos rogo que confirmeis para com ele o vosso amor." (2Co 2.6-8)

Paulo Roberto Garcia

Uma das grandes dificuldades na arte de "conduzir o rebanho" é o de,


verdadeiramente, considerar todas as ovelhas como parte do rebanho. É muito
comum que as ovelhas rebeldes e teimosas (em uma linguagem mais apropriada:
com posições, idéias e métodos diferentes do pastor) sejam colocadas à margem
e taxadas como estorvo à missão de pastorear. Nesta pequena reflexão,
gostaríamos de observar um caso concreto: a experiência de Paulo com cristãos
opositores na igreja de Corinto.

Toda a história do conflito está presente em dois momentos da segunda carta


aos Coríntios. O relato começa em 2Co 1.82.13, tendo sua continuidade em 2Co
7.5-15. Essas duas partes da carta revelam um dos muitos conflitos pastorais que
o apóstolo teve de enfrentar na comunidade.

O problema teve início com uma promessa de Paulo de visitar a comunidade


(1.15), contudo, por algum motivo ele não pôde ir (1.8-11), possivelmente devido
a uma perseguição ou prisão (a palavra usada em 1.8 para tribulação geralmente
indica perseguição que pode gerar a morte). A comunidade não soube do motivo
que impediu Paulo de realizar sua
promessa (1.8,11). Isso deu motivo para
que um grupo contrário a Paulo o
difamasse (1.17). Quando Paulo tomou
conhecimento disso, ficou de tal modo
entristecido que não foi à comunidade,
mas enviou Tito, portando uma carta escri-
ta em lágrimas e ficou ansioso aguardando
notícias (2.1-13). Quando Tito retornou,
informou da dor que a comunidade sentiu
quando descobriu a injustiça que cometera
(7.6-7). Isso gerou uma indignação da
comunidade contra o líder desse grupo e,
conseqüentemente, uma punição (7.11),
dada pela maioria da comunidade (1.6).

Quando Paulo tem notícia desse desfecho – a punição - ele escreve um pequeno
bilhete (1.82.13; 7.5-15). Ao escrever, o apóstolo buscou colocar em prática uma
rara característica do ministério pastoral: solicitar à comunidade o perdão ao
líder que havia levantado acusações contra ele. Aqui temos o diferencial dessa
carta.

Paulo não escreve para agradecer à comunidade pelas providências tomadas ou


para manifestar sua aprovação à prova de amor (embora ele faça isso).
Fundamentalmente ele quer estender o perdão àquele que o ofendeu e quer que
a comunidade faça o mesmo.

Nesse ato podemos apontar dois grandes temas teológicos para o apóstolo. O
primeiro é o amor. Paulo acreditava no poder regenerador e transformador das
estruturas e das pessoas que o "agápe" possuía. De tal forma ele acreditava
nesse poder, que chegou - em uma sociedade escravagista - a, confiado nesse
amor, solicitar que um homem recebesse de volta um escravo foragido e que o
tratasse, não mais como um escravo, mas como um Irmão (cf. FI). Do mesmo
modo que Paulo atuou com Onésimo, acreditando no agápe, ele manifesta nesse
texto, uma vez mais, a fé nesse elemento importante, confiando no amor da
comunidade como canal para o perdão.

O segundo é a inclusão. Ao estender o perdão ao ofensor e solicitar o mesmo da


comunidade, Paulo demonstra a importância de incluir na comunhão da
comunidade aquele que possui idéias e ideais diferentes e, muitas vezes
antagônicos. O elemento teológico que possibilita isso é o amor transformador
de relações, estruturas e pessoas.

Com isso, sobressai nesse texto um duplo desafio pastoral: viver a radicalidade
do amor, com seu poder revolucionário e, com isso, praticar uma liderança
inclusiva, que respeite a diversidade e pluralidade da comunidade de fé, onde
cada um é parte do todo e onde sem ignorar o confronto as divergências são
resolvidas ou com o acordo ou, quando isso não é possível, com o perdão.

Por esses elementos, essa interessante experiência pastoral do apóstolo Paulo,


se constitui em elemento desafiador para a prática pastoral de hoje.

(Texto Publicado no Mosaico – Apoio Pastoral, Ano 6, n. 9, agosto-


setembro de 1998. P. 16.)

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