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MODO HARD: AS QUESTÕES MAIS DIFÍCEIS

Direito Administrativo CESPE


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PREFÁCIO

O Cebraspe/CESPE (Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção

e de Promoção de Eventos) é uma das principais bancas examinadoras de

concursos públicos do país.

É uma banca que cobra muito a atualização dos candidatos, para isso é

fundamental estar atento aos últimos informativos do STJ e do STF assim como

nas últimas leis promulgadas que tratam de temas de Direito Administrativo.

As questões costumam versar sobre os principais tópicos da matéria, por

isso é de suma importância que o candidato tenha um sólido conhecimento desta

disciplina.

De qualquer forma, independentemente da banca, é sempre importante

que vocês tenham em mente que resolver questões de concursos anteriores é

fundamental. O candidato deve separar um momento, diário de preferência, para

a resolução de questões sobre a matéria estudada.

Saiba que mesmo errando algumas questões, você estará cada dia mais

próximo do sucesso e é muitas vezes por meio do erro que é possível fixarmos

algum conteúdo que estava faltando.

Quanto maior for o desafio, maior será o aprendizado. E por isso

trazemos as questões mais difíceis do CESPE em Direito Administrativo dos

últimos tempos.

Vamos às questões!

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ÍNDICE

1. CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS 4


QUESTÃO 1 4
2. PODERES ADMINISTRATIVOS 8
QUESTÃO 2 8
3. LICITAÇÕES 13
QUESTÃO 3 13
QUESTÃO 4 16
QUESTÃO 5 19
5. SERVIDORES PÚBLICOS 22
QUESTÃO 6 22
6. SERVIÇOS PÚBLICOS E CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 25
QUESTÃO 7 25
7. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA 27
QUESTÃO 8 27
8. INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE 29
QUESTÃO 9 29
9. CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 32
QUESTÃO 10 32
10. GABARITO 37

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1. CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS

QUESTÃO 1

2014 - CESPE - TJ-SE. Considerando os conceitos do direito administrativo e


os princípios do regime jurídico-administrativo, assinale a opção correta.

a) O princípio da proteção à confiança legitima a possibilidade de


manutenção de atos administrativos inválidos.

b) Consoante o critério da administração pública, o direito administrativo é o


ramo do direito que tem por objeto as atividades desenvolvidas para a
consecução dos fins estatais, excluídas a legislação e a jurisdição.

c) Adotando-se o critério do serviço público, define-se direito administrativo


como o conjunto de princípios jurídicos que disciplinam a organização e a
atividade do Poder Executivo e de órgãos descentralizados, além das
atividades tipicamente administrativas exercidas pelos outros poderes.

d) São fontes primárias do direito administrativo os regulamentos, a doutrina


e os costumes.

e) Dado o princípio da supremacia do interesse público sobre o privado, é


possível à administração pública, mediante portaria, impor vedações ou criar
obrigações aos administrados.

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Esta é uma questão que possui em torno de 70 % de erros, uma vez


que tenta confundir o candidato quanto a possibilidade de manutenção de
atos inválidos.

A alternativa correta é a letra “a” pois o princípio da proteção da


confiança, que é um desdobramento do princípio da segurança jurídica,
pretende proteger o particular de ações arbitrárias da Administração Pública.

LEMBRE-SE: O Direito Administrativo é fundamentado


em dois pilares: princípio da supremacia do interesse
público sobre o interesse privado e princípio da
indisponibilidade do interesse público. Apesar disso, os
direitos e garantias fundamentais sempre deverão ser
respeitados, portanto, qualquer atuação arbitrária do
Estado (para além do que a lei ou a Constituição
permitem) deverá ser combatida. A posição de
superioridade da Administração Pública sempre estará
limitada à consecução dos fins do Estado.

Um exemplo de aplicação do princípio da proteção da confiança está


presente no art. 54 da Lei 9.784 (Art. 54. O direito da Administração de anular
os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários
decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo
comprovada má-fé.) que prevê a possibilidade de a Administração anular seus
atos no prazo decadencial de 5 (cinco) anos.

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Após o prazo decadencial, portanto, mesmo sendo um ato


administrativo inválido, em razão da necessidade de limitação ao poder de
autotutela do Estado para anular seus atos e da necessidade de preservação
da confiança do particular frente aos atos administrativos, não será possível
a anulação do referido ato, que será mantido.

A alternativa “b” está errada, visto que a definição apresentada é a


derivada do critério residual e não do critério da administração pública.

Existem diversos conceitos para Direito


Administrativo, atualmente o mais utilizado
(e é o mais cobrado nas provas de concursos)
é o critério residual, também chamado de
critério da administração pública, que é
definido, nas palavras de Hely Lopes
Meireles, como o "conjunto harmônico de
princípios jurídicos que regem os órgãos, os
agentes e as atividades públicas tendentes a
realizar concreta, direta e imediatamente os
fins desejados pelo Estado".

A alternativa “c” está errada pois o Direito Administrativo não abarca


apenas as atividades do Poder Executivo, mas também aquelas realizadas,
de forma atípica, pelos Poderes Legislativo e Judiciário.

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A alternativa “d” está errada pois os regulamentos, a doutrina e os


costumes são fontes secundárias do Direito Administrativo.

Portanto, está correto afirmar que a única fonte primária do Direito


Administrativo é a lei, FIQUE ATENTO!

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A alternativa “e” está errada pois a portaria não pode inovar no mundo
jurídico, apenas por meio de lei é que se pode criar obrigações ou limitações
aos direitos dos administrados.

2. PODERES ADMINISTRATIVOS

QUESTÃO 2

2017 - CESPE - Procurador do Município de Belo Horizonte.


Em relação aos poderes e deveres da administração pública, assinale a opção
correta.
a) É juridicamente possível que o Poder Executivo, no uso do poder
regulamentar, crie obrigações subsidiárias que viabilizem o cumprimento de
uma obrigação legal.
b) De acordo com o STF, ao Estado é facultada a revogação de ato ilegalmente
praticado, sendo prescindível o processo administrativo, mesmo que de tal
ato já tenham decorrido efeitos concretos.
c) De acordo com o STF, é possível que os guardas municipais acumulem a
função de poder de polícia de trânsito, ainda que fora da circunscrição do
município.
d) Do poder disciplinar decorre a atribuição de revisar atos administrativos
de agentes públicos pertencentes às escalas inferiores da administração.

Este é um tema muito cobrado em provas de concursos públicos,


sendo que o candidato deve ter um conhecimento aprofundado sobre poder

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de polícia, um tema muito recorrente em provas, e associá-lo às decisões que


o envolvem.

Não é raro que em uma mesma questão o CESPE cobre


conhecimento doutrinário e jurisprudencial, por isso é fundamental o
acompanhamento das decisões dos Tribunais Superiores.

O candidato atento e que acompanha as principais decisões do STF


sobre Direito Administrativo de imediato já eliminaria duas alternativas (“b” e
“c”) pois saberia que apesar da Súmula 473 do STF (“A administração pode
anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais,
porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e
ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial”) o STF decidiu que
quando determinado ato administrativo produz efeitos concretos será
necessário prévio processo administrativo, respeitado o contraditório e a
ampla defesa, para a sua revogação, é o que se depreende do julgado abaixo:

Atos de efeitos concretos e necessidade de processo


administrativo, assegurado o direito ao contraditório e à
ampla defesa
"1. Ao Estado é facultada a revogação de atos que repute
ilegalmente praticados; porém, se de tais atos já decorreram
efeitos concretos, seu desfazimento deve ser precedido de regular
processo administrativo. 2. Ordem de revisão de contagem de
tempo de serviço, de cancelamento de quinquênios e de
devolução de valores tidos por indevidamente recebidos apenas
pode ser imposta ao servidor depois de submetida a questão ao
devido processo administrativo, em que se mostra de obrigatória
observância o respeito ao princípio do contraditório e da ampla
defesa. (...) O recorrente pretendeu ver reconhecida a legalidade

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de seu agir, com respaldo no verbete da Súmula nº 473 desta


Suprema Corte, editada ainda no ano de 1969, sob a égide,
portanto, da Constituição anterior. (...) A partir da promulgação da
Constituição Federal de 1988, foi erigido à condição de garantia
constitucional do cidadão, quer se encontre na posição de
litigante, num processo judicial, quer seja um mero interessado,
em um processo administrativo, o direito ao contraditório e à
ampla defesa, com os meios e recursos a eles inerentes. Ou seja,
a partir de então, qualquer ato da Administração Pública que tiver
o condão de repercutir sobre a esfera de interesses do cidadão
deverá ser precedido de prévio procedimento em que se assegure
ao interessado o efetivo exercício do direito ao contraditório e à
ampla defesa. Mostra-se, então, necessário, proceder-se à
compatibilização entre o comando exarado pela aludida súmula e
o direito ao exercício pleno do contraditório e da ampla defesa,
garantidos ao cidadão pela norma do art. 5º, inciso LV, de nossa
vigente Constituição Federal." (RE 594296, Relator Ministro Dias
Toffoli, Tribunal Pleno, julgamento em 21.9.2011, DJe de 13.2.2012,
com repercussão geral - tema 138. Grifo nosso.)

Ademais, conforme noticiado no informativo nº 793 do STF, o


plenário do STF decidiu, no julgamento do RE 658.570/MG, que a guarda
municipal pode exercer poder de polícia de trânsito, inclusive para fins de
imposição de sanção administrativa. A pegadinha da alternativa “c” está no
final da alternativa, visto que não é possível que um órgão municipal exerça
poder de polícia para além da circunscrição municipal (é o que determina o
Código de Trânsito Brasileiro, em seu art. 21, VI: Art. 21. Compete aos órgãos e
entidades executivos rodoviários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, no âmbito de sua circunscrição: (...) VI - executar a fiscalização de

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trânsito, autuar, aplicar as penalidades de advertência, por escrito, e ainda as


multas e medidas administrativas cabíveis, notificando os infratores e
arrecadando as multas que aplicar).

O conceito de poder de polícia é muito


cobrado nas provas de Direito
Administrativo. O art. 78 do Código
Tributário Nacional traz este conceito,
aplicável a toda Administração Pública:

Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração


pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula
a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público
concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da
produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes
de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao
respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.

Para Hely Lopes Meireles Poder de Polícia é “a faculdade de que


dispõe a Administração Pública para condicionar e restringir o uso e gozo de
bens, atividades e direitos individuais, em benefício da coletividade ou do
próprio Estado".

A alternativa “d”, por sua vez, está equivocada por trazer o conceito
de poder hierárquico, que consiste no poder da Administração Pública de
ordenar, coordenar, controlar e retificar as atividades administrativas,
internamente. Decorre deste poder, portanto, o dever que os superiores
hierárquicos têm de revisar os atos praticados por seus subordinados.

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Portanto, a alternativa correta é a letra “a”, uma vez que o poder


regulamentar impõe que o Chefe do Poder Executivo, sem possibilidade de
delegação para outros agentes públicos, explique e detalhe determinada lei a
fim de possibilitar a sua correta execução. A doutrina admite, contudo, que no
exercício do poder regulamentar é possível a criação de obrigações derivadas
ou subsidiárias, para além da obrigação principal presente na lei, impondo-se
certa conduta ao administrado visando a melhor execução da lei, desde que
essas obrigações estejam em conformidade com as disposições legais.

Poderes Administrativos

Os poderes administrativos são assim classificados:

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3. LICITAÇÕES
QUESTÃO 3

CESPE - 2016 - TCE/PA - Auditor de Controle Externo


No que se refere às licitações públicas, julgue o próximo item.
Caso uma entidade municipal paraense deseje realizar convênio com órgão
do mesmo estado, ela deve propor plano de trabalho, que deverá conter, no
mínimo, o plano de aplicação dos recursos financeiros e o cronograma de
desembolso.

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Questão errada por aproximadamente 60% das pessoas que a


responderam em sites de questões de concursos. Apesar desta questão abarcar
convênio entre município e órgão estadual, aplica-se ao mesmo, por força do
art. 22, XXVII da Constituição da República (Compete à União legislar
privativamente sobre (...) XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em
todas as modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e
fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o
disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia
mista, nos termos do art. 173, § 1°, III), o disposto no art. 116 da Lei 8.666/93, in
verbis:

Art. 116. Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber,


aos convênios, acordos, ajustes e outros instrumentos
congêneres celebrados por órgãos e entidades da
Administração.
§ 1o A celebração de convênio, acordo ou ajuste pelos órgãos
ou entidades da Administração Pública depende de prévia
aprovação de competente plano de trabalho proposto pela
organização interessada, o qual deverá conter, no mínimo, as
seguintes informações:
I - identificação do objeto a ser executado;
II - metas a serem atingidas;
III - etapas ou fases de execução;
IV - plano de aplicação dos recursos financeiros;
V - cronograma de desembolso;

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VI - previsão de início e fim da execução do objeto, bem assim


da conclusão das etapas ou fases programadas;
VII - se o ajuste compreender obra ou serviço de engenharia,
comprovação de que os recursos próprios para complementar
a execução do objeto estão devidamente assegurados, salvo se
o custo total do empreendimento recair sobre a entidade ou
órgão descentralizador.

Portanto, a afirmativa encontra-se errada haja vista que não elencou


todas as informações que deverão constar do plano de trabalho previamente
aprovado, a ser proposto pela organização interessada.

Esta questão é interessante para salientar a


importância da preparação envolvendo o estudo e a
leitura de legislação, principalmente na matéria de
licitação, uma vez que o CESPE usualmente cobra
questões envolvendo a literalidade da lei.

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QUESTÃO 4

CESPE - 2017 - TRE/PE - Analista Judiciário - Área Administrativa.


No que se refere às licitações públicas, julgue o próximo item.
Determinada comissão de servidores, designada para a condução de
procedimento licitatório, ao final de seus trabalhos, homologou o resultado
e adjudicou o objeto ao vencedor.
Nessa situação hipotética, os atos administrativos de homologação do
resultado e de adjudicação do objeto classificam-se,
a) quanto à forma de exteriorização, como parecer, sendo possível sua
revogação judicial.
b) quanto à forma de exteriorização, como deliberação, sendo impossível
revogá-los após a celebração do correspondente contrato administrativo.
c) quanto aos seus efeitos, como declaratórios, podendo a administração
revogá-los.
d) quanto à intervenção da vontade administrativa, como complexos,
podendo ser anulados judicialmente.
e) quanto ao conteúdo, como admissão, podendo a administração anulá-los.

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A alternativa “a” está incorreta pois os atos administrativos


denominados, quanto à forma de exteriorização, como pareceres, são atos que
trazem opiniões acerca de determinado tema. Os pareceres, em regra, não
geram efeitos jurídicos imediatos, ao contrário da homologação e da
adjudicação, que, respectivamente, encerra o processo licitatório e atribui o
objeto ao licitante vencedor.

A alternativa “b” está correta pois uma vez que o contrato


administrativo é assinado não é cabível a revogação do processo licitatório, em
nome da segurança jurídica. Além disso, como forma de exteriorização, a
adjudicação (que consiste na concessão do objeto licitado ao licitante vencedor)

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e a homologação (que consiste na ratificação pela autoridade competente de


todos os atos anteriormente praticados no procedimento administrativo da
licitação) consistem em deliberação uma vez que estes atos somente são
praticados após a aprovação dos membros da comissão de licitação.

A alternativa “c” está incorreta uma vez que o ato declaratório


consiste em declarar situação que já existe. A doutrina majoritária considera
tanto a adjudicação quanto a homologação como atos constitutivos, sendo que
a adjudicação é considerada um ato constitutivo do direito ao contrato,
condicionado à confirmação pela autoridade competente (por meio da
homologação) e a homologação possui eficácia constitutiva visto que confirma
a conveniência e legalidade da licitação.

A alternativa “d” está incorreta visto que aqueles atos que necessitam
de confirmação por autoridade pertencente ao mesmo órgão que proferiu a
decisão anterior são classificados como atos compostos. No caso da licitação,
após o julgamento e a classificação das propostas, pela comissão licitante, a
homologação e a adjudicação serão realizadas pela autoridade competente,
confirmando os atos anteriores.

Lembre-se, conforme ensina Hely Lopes Meireles, “o ato composto


distingue-se do complexo porque este só se forma com a conjugação de vontades de
órgãos diversos, ao passo que aquele é formado pela manifestação de vontade de
um único órgão, sendo apenas ratificado por outra autoridade"

A alternativa “e” está incorreta pois a adjudicação e a homologação


não são classificáveis, quanto ao conteúdo, como admissão, visto que a
admissão consiste em um ato administrativo, unilateral e vinculado, por meio

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do qual a Administração possibilita que um particular goze de um serviço


público, a exemplo de ingresso, como aluno, em uma escola pública.

A presente questão apresenta um índice de erros de 73 % dentre as


pessoas que a responderam em sites de questões de concursos.

QUESTÃO 5

CESPE - 2013 – ANCINE - Analista Judiciário - Área Administrativa.


Com base no disposto no Decreto n.º 7.892/2013, que regulamenta o Sistema
de Registro de Preços no ordenamento jurídico brasileiro, julgue o item
subsequente.
No Sistema de Registro de Preços, a licitação será realizada na modalidade
concorrência, do tipo menor preço, ou na modalidade pregão, e sua
finalidade deverá ser elaborar cadastro de potenciais fornecedores para
agilizar futuras contratações por outros órgãos, chamados de carona.

O Registro de Preços está previsto na Lei 8.666/93, art. 15, II:

“Art. 15. As compras, sempre que possível, deverão:

(...)

II - ser processadas através de sistema de registro de


preços;”

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O Sistema de Registro de Preços não é uma modalidade de licitação,


sendo um conjunto de procedimentos que visam o registro formal de preços
relativos à prestação de serviços e aquisição de bens, para contratações futuras.

Ao final do Registro de Preços, é assinada uma Ata de Registro de


Preços, documento que visa possibilitar contratações futuras pela
Administração Pública, restando registrados preços, fornecedores, órgãos
participantes e demais condições a serem praticadas.

Hely Lopes Meirelles ressalta que:

“pelo registro de preços os interessados em fornecer

materiais, equipamentos ou serviços ao poder público

concordam em manter os valores registrados no órgão

competente, corrigidos ou não, por um determinado período

e fornecer as quantidades solicitadas pela Administração no

prazo previamente estabelecido”.1

Ressalta-se que a Administração Pública não é obrigada a contratar


quaisquer dos itens constantes na ata de registro de preços.

A presente questão exige do candidato o conhecimento do Decreto


7.892/13, que regulamenta o Sistema de Registro de Preços no âmbito da
administração pública federal direta, autárquica e fundacional, fundos especiais,

1
MEIRELLES, Hely Lopes. Licitação e Contrato Administrativo. São Paulo: Malheiros, 2006

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empresas públicas, sociedades de economia mista e demais entidades


controladas, direta ou indiretamente pela União.

O referido decreto determina expressamente a impossibilidade da


adesão vertical nas atas de registros de preços. Contudo, é vedada apenas a
adesão de entidades maiores a atas registradas por entidades menores, neste
caso, por exemplo, a União e os Estados-membros não podem aderir a registros
de preços feitos por Municípios. Entretanto, os Municípios, Estados-membros
ou o Distrito Federal poderão aderir à ata de registros de preços gerenciada por
órgãos ou entidades federais, conforme Artigo 22 e seu § 8º, in verbis:

Art. 22. Desde que devidamente justificada a vantagem, a ata


de registro de preços, durante sua vigência, poderá ser
utilizada por qualquer órgão ou entidade da administração
pública federal que não tenha participado do certame
licitatório, mediante anuência do órgão gerenciador.

(...)

§ 8º É vedada aos órgãos e entidades da administração


pública federal a adesão a ata de registro de preços
gerenciada por órgão ou entidade municipal, distrital ou
estadual.

§ 9º É facultada aos órgãos ou entidades municipais,


distritais ou estaduais a adesão a ata de registro de
preços da Administração Pública Federal.

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É possível a realização de licitação para registro de preços nas

modalidades concorrência ou pregão.

O art. 15, § 3º, I, da Lei nº 8.666/93, determina que a licitação para

registro de preços será realizada na modalidade de concorrência, do tipo menor

preço.

Além disso, o art. 11 da Lei nº 10.520/02, prevê que as compras e

contratações de bens e serviços comuns, no âmbito da União, dos Estados, do

Distrito Federal e dos Municípios, quando efetuadas pelo sistema de registro de

preços, poderão adotar a modalidade pregão.

Portanto, a assertiva é correta.

5. SERVIDORES PÚBLICOS

QUESTÃO 6

CESPE - 2015 - TJDFT - Analista Judiciário


Com base no disposto na Lei n.º 8.112/1990, especificamente no que
concerne aos direitos, aos deveres e às responsabilidades dos servidores
públicos civis, julgue o seguinte item.
De acordo com o entendimento sumulado do Supremo Tribunal Federal, os
servidores públicos não têm vencimentos irredutíveis, sendo essa
prerrogativa dos membros do Poder Judiciário e dos que lhes são
equiparados.

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Questão polêmica, visto que se baseia na súmula 27 do STF (Os


servidores públicos não têm vencimentos irredutíveis, prerrogativa dos membros do
Poder Judiciário e dos que lhes são equiparados) que restou superada pela
jurisprudência do próprio STF. Talvez por isso a questão apresente 65 % de
índice de erro.

No informativo nº 762 do STF, foi noticiado que a Suprema Corte


asseverou que a irredutibilidade de vencimentos, prevista no art. 37, XV, da
Constituição da República, é extensível a todos os servidores públicos. Portanto,
para o STF, é inadmissível a redução da remuneração dos servidores públicos,
mesmo que essa redução se dê de maneira indireta, como por meio de aumento
da carga horária sem aumento proporcional da remuneração, razão pela qual a
assertiva acima, em que pese estar correta (uma vez que expressamente se
fundamenta no entendimento sumulado do STF) não reflete mais o
entendimento daquela Corte.

Este é o entendimento consolidado na jurisprudência, conforme


julgado abaixo:

A garantia constitucional da irredutibilidade do


estipêndio funcional traduz conquista jurídico-social
outorgada, pela Constituição da República, a todos os
servidores públicos (CF, art. 37, XV), em ordem a
dispensar-lhes especial proteção de caráter financeiro
contra eventuais ações arbitrárias do Estado. Essa
qualificada tutela de ordem jurídica impede que o poder
público adote medidas que importem, especialmente

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quando implementadas no plano infraconstitucional, em


diminuição do valor nominal concernente ao estipêndio
devido aos agentes públicos." (ADI 2075 MC, Relator
Ministro Celso de Mello, Tribunal Pleno, julgamento em
7.2.2001, DJ de 27.6.2003. Grifo nosso)

Apesar de o STF possuir entendimento de que os servidores públicos


não possuem direito adquirido a regime jurídico, mesmo que ocorra
mudanças no regime jurídico o princípio da irredutibilidade dos
vencimentos deverá prevalecer. Desta maneira, o STF decidiu, no
ARE 772833 AgR que “não há direito adquirido do servidor público a
regime jurídico pertinente à composição dos vencimentos, desde
que a eventual modificação introduzida por ato legislativo
superveniente preserve o montante global da remuneração e, em
consequência, não provoque decesso de caráter pecuniário”.
Portanto, mesmo que o regime jurídico seja alterado, caso haja
aumento da carga horária dos servidores públicos de determinado
ente, deverá haver proporcional aumento da remuneração dos
mesmos.

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6. SERVIÇOS PÚBLICOS E CONTROLE DA


ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

QUESTÃO 7

CESPE - 2016 – TCE/PA


No caso de serviços públicos prestados por meio de contratos de concessão,
os tribunais de contas têm competência constitucional para fiscalizar a
atividade financeira e operacional das empresas concessionárias

Esta questão, apesar de possuir alto índice de erros (70 %), exige do
candidato apenas atenção quanto ao enunciado e conhecimento dos artigos da
Constituição que tratam do Tribunal de Contas.

ESPÉCIES DE CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Controle interno: exercido sobre atos realizados pelos órgãos ou


entidades que realizaram a atividade objeto do controle. É exercido
por todos os três poderes da República.

Controle externo: o órgão fiscalizador é diverso do órgão ou


entidade que praticou o ato analisado. É exercido pelo Poder
Legislativo com o apoio dos Tribunais de Conta e no âmbito da União
pelo Congresso Nacional, com o auxílio do Tribunal de Contas da
União. Também é uma forma de controle externo o controle

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exercido pelo Judiciário sobre os atos do Executivo, dentre outras


possibilidades.

Os arts. 70 e 71 da Constituição da República determinam que:

Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária,


operacional e patrimonial da União e das entidades da
administração direta e indireta, quanto à legalidade,
legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e
renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional,
mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno
de cada Poder.
(...)
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional,
será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União,
ao qual compete:
(...)
II - julgar as contas dos administradores e demais
responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da
administração direta e indireta, incluídas as fundações e
sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal,
e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou
outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público;
(...)
IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos
Deputados, do Senado Federal, de Comissão técnica ou de
inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil,
financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas
unidades administrativas dos Poderes Legislativo,
Executivo e Judiciário, e demais entidades referidas no
inciso II;

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27

Portanto, a fiscalização da atividade financeira e operacional das


concessionárias de serviços públicos não se enquadra dentro da competência
constitucionalmente estabelecida para o Tribunal de Contas.

Uma vez que os concessionários de serviços públicos são pessoas


jurídicas de direito privado, que não integram a Administração Pública direta
nem indireta, e não utilizam dinheiro público para a execução de suas
atividades, não há que se falar em fiscalização pelo Tribunal de Contas da União
(também não seria possível a fiscalização pelos Tribunais de Contas dos Estados,
em razão do princípio da simetria).

Assertiva errada, portanto.

7. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

QUESTÃO 8

CESPE - 2015 – TCE/RN - Auditor


Julgue o item a seguir de acordo com o entendimento do STJ.
Não se admite que o autor popular objetive a condenação de qualquer
pessoa por ato de improbidade administrativa, porquanto a legitimidade
para tanto pertence somente ao Ministério Público e à pessoa jurídica
interessada, conforme disposto na Lei de Improbidade Administrativa.

Questão muito difícil! Apresenta 55 % de índice de erro e,


portanto, exige do candidato atenção especial à redação legal.

A assertiva está correta, nos termos do artigo 17 da Lei 8.429/92:

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Art. 17 - A ação principal, que terá o rito ordinário, será


proposta pelo Ministério Público ou pela pessoa jurídica
interessada, dentro de trinta dias da efetivação da medida
cautelar.

O STJ possui jurisprudência consolidada no sentido de que a


legitimidade para pleitear a condenação por ato de improbidade
administrativa é exclusiva do Ministério Público e da pessoa jurídica
interessada (conforme redação legal exposta acima), é o que se depreende
do seguinte julgado:

ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO POPULAR. ART.


535 DO CPC. OFENSA NÃO CONFIGURADA. PEDIDO DE
CONDENAÇÃO DOS RECORRIDOS POR ATO DE
IMPROBIDADE. AUSÊNCIA DE LEGITIMIDADE ATIVA DO
AUTOR POPULAR. LICITAÇÃO FRAUDULENTA, NA
MODALIDADE CARTA-CONVITE E TIPO MENOR PREÇO. OBRA
DE TERRAPLANAGEM DE PLATÔ EM BAIRRO DO MUNICÍPIO
DE POUSO ALEGRE/MG. VALOR DA OBRA ORÇADO EM RS
14.513,20 POR PERITO JUDICIAL. EMPRESA VENCEDORA DA
LICITAÇÃO QUE APRESENTA PROPOSTA NO IMPORTE DE R$
128.093,68. OFENSA À MORALIDADE ADMINISTRATIVA.
CONDENAÇÃO DOS RECORRIDOS NA DEVOLUÇÃO DO VALOR
QUE EXTRAVASOU O OBJETO DO CONTRATO. RECURSO
ESPECIAL PARCIALMENTE PROVIDO. (...) 2. O autor popular
carece de legitimidade ativa para pleitear a condenação
de qualquer pessoa por ato de improbidade
administrativa: essa legitimidade pertence somente ao

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29

Ministério Público e à pessoa jurídica interessada (art. 17


da Lei 8.429/92).

(STJ - REsp: 1071138 MG 2008/0145603-3, Relator: Ministro


NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, Data de Julgamento:
10/12/2013, T1 - PRIMEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe
19/12/2013. Grifo nosso)

Apenas o Ministério Público e a Pessoa jurídica interessada


poderão propor ação civil pública por improbidade
administrativa, nos termos do art. 17 da Lei 8.429, contudo, o
particular poderá, conforme art. 14 da citada lei, representar à
autoridade administrativa competente para que seja instaurada
investigação para apurar a existência de ato ímprobo.

8. INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE

QUESTÃO 9

CESPE - 2015 - DPE/PE - DEFENSOR PÚBLICO


Julgue o item abaixo, com relação à intervenção do Estado na propriedade.
Salvo as impossibilidades jurídicas e materiais, mediante declaração de
utilidade pública, formalizada por meio de decreto do chefe do Poder

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Executivo, todos os bens podem ser desapropriados pelos entes que


compõem a Federação. Poderá também o Poder Legislativo tomar a iniciativa
da desapropriação.

A assertiva acima está correta, uma vez que excepciona os casos,


de impossibilidade jurídica e material, que impedem a desapropriação.

Carvalho Filho explica as situações em que se configura a


impossibilidade jurídica ou material, impedindo a desapropriação de
determinados bens, conforme o trecho abaixo:

“Há, entretanto, algumas situações que tornam


impossível a desapropriação. Pode-se agrupar tais
situações em duas categorias: as impossibilidades
jurídicas e as impossibilidades materiais.
Impossibilidades jurídicas são aquelas que se referem
a bens que a própria lei considere insuscetíveis de
determinado tipo de desapropriação. Como exemplo,
temos a propriedade produtiva, que não pode ser
objeto de desapropriação para fins de reforma agrária,
como emana o art. 185, inciso II, da CF (embora possa
sê-lo para desapropriação de outra natureza).
Entendemos que aí também se situa a hipótese de
desapropriação, por um Estado, de bens particulares
situados em outro Estado; a desapropriação é poder
jurídico que está associado ao fator território, de modo
que permitir esse tipo de desapropriação implicaria
vulneração da autonomia estadual sobre a extensão de

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seu território. De outro lado, impossibilidades materiais


são aquelas pelas quais alguns bens, por sua própria
natureza, se tornam inviáveis de ser desapropriados.
São exemplos dessas impossibilidades a moeda
corrente, porque é ela o próprio meio em que se
materializa a indenização; os direitos personalíssimos,
como a honra, a liberdade, a cidadania; e as pessoas
físicas ou jurídicas, porque são sujeitos, e não objeto de
direitos.”2

O art. 2º do Decreto nº 3365/1941 determina que:

Art. 2o Mediante declaração de utilidade pública, todos os


bens poderão ser desapropriados pela União, pelos Estados,
Municípios, Distrito Federal e Territórios.

Em relação a possibilidade de o Poder Legislativo tomar a iniciativa


da desapropriação, o art. 8º do Decreto nº 3365 contempla esta questão:

Art. 8o O Poder Legislativo poderá tomar a iniciativa da


desapropriação, cumprindo, neste caso, ao Executivo,
praticar os atos necessários à sua efetivação.

No caso de o Legislativo tomar a iniciativa da desapropriação, será


editada lei que declarará a utilidade pública ou o interesse social para a
desapropriação do bem. A presente questão apresenta aproximadamente 50 %
de índice de erros.

2
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 10ª ed. rev., ampl. e atual.
Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2003, 968 p.

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IMPORTANTE: todos os bens (móveis, imóveis, corpóreos ou


incorpóreos) podem ser desapropriados, com exceção daqueles
que juridicamente ou materialmente oferecem algum óbice. São
bens que não poderão ser desapropriados, a título de exemplo:

a. Direitos da personalidade (direito a imagem, a honra, etc.);


b. Dinheiro (moeda corrente no país);
c. Terras produtivas ou pequenos e médias propriedades
quando o proprietário não possua outras;
d. Estados e Municípios não podem desapropriar bens da União,
assim como Municípios não podem desapropriar bens dos
Estados. (Contudo, a União pode desapropriar bens dos
Estados e Municípios assim como os Estados podem
desapropriar bens dos Municípios).

9. CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

QUESTÃO 10

CESPE - 2015 - TRE/RS - Analista Judiciário – Administrativa


Acerca dos contratos administrativos, assinale a opção correta.

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a) A finalidade pública dos contratos administrativos afasta a possibilidade


de que a utilidade direta de seus efeitos aproveite apenas o particular.
b) O falecimento do contratado resulta na rescisão do contrato
administrativo por motivo de força maior.
c) Os contratos administrativos são paritários no que concerne ao exercício
da autonomia da vontade pelas partes, salvo no que se refere às cláusulas
necessárias.
d) Embora o contrato administrativo tenha caráter pessoal (intuito personae),
é possível a subcontratação para transferência de parcela do objeto do
contrato, exigida apenas a prévia notificação ao ente contratante.
e) Em se tratando de parcerias público-privadas, a exigência de garantia
perde a condição de cláusula exorbitante porque pode ser prevista também
para o ente público.

Questão de elevadíssimo nível de dificuldade, apresentando índice de


erros de 70 %.

PARCERIA-PÚBLICO PRIVADA (PPP): é regulada pela Lei nº 11.079


e consiste em um contrato de prestação de serviços ou de
execução de obras, com duração prevista entre 5 e 35 anos,

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34

firmado entre empresa privada e a Administração Pública federal,


estadual ou municipal.
O valor mínimo do contrato deverá ser de R$ 20 milhões.
DICA: Quanto à forma de remuneração do parceiro privado, na
PPP, esta poderá se dar pelo pagamento direto pelo poder público
(concessão administrativa) OU pela junção do pagamento de
tarifas pelos particulares com o pagamento pela Administração
Pública (concessão patrocinada).

A lei nº 11.079, que trata das Parcerias Público-Privadas (PPP),


prevê no art. 8º que a Administração Pública oferecerá garantias para as
obrigações pecuniárias por ela assumidas, in verbis:

Art. 8o As obrigações pecuniárias contraídas pela


Administração Pública em contrato de parceria público-
privada poderão ser garantidas mediante:
I – vinculação de receitas, observado o disposto no
inciso IV do art. 167 da Constituição Federal;
II – instituição ou utilização de fundos especiais
previstos em lei;
III – contratação de seguro-garantia com as
companhias seguradoras que não sejam controladas
pelo Poder Público;
IV – garantia prestada por organismos
internacionais ou instituições financeiras que não
sejam controladas pelo Poder Público;
V – garantias prestadas por fundo garantidor ou
empresa estatal criada para essa finalidade;
VI – outros mecanismos admitidos em lei.

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Além disso, a garantia do parceiro público também está prevista


no art. 5º, II, da citada lei:

Art. 5o As cláusulas dos contratos de parceria público-


privada atenderão ao disposto no art. 23 da Lei no
8.987, de 13 de fevereiro de 1995, no que couber,
devendo também prever:
(...)
VI – os fatos que caracterizem a inadimplência
pecuniária do parceiro público, os modos e o prazo de
regularização e, quando houver, a forma de
acionamento da garantia;

A doutrina majoritária entende que os contratos de parcerias


público-privadas permitem uma maior negociação entre os agentes públicos
e privados envolvidos na contratação de maneira que os riscos serão
assumidos por ambas as partes, razão pela qual não há que se falar que a
garantia oferecida pelo parceiro privado é cláusula exorbitante visto que o
parceiro público também poderá oferecê-la.

Desta maneira, a alternativa “e” está correta.

A alternativa “a” está incorreta pois em que pese o contrato


administrativo possuir finalidade pública, uma vez que deve atender ao
interesse público, nada impede que a sua utilidade direta seja destinada
apenas aos particulares, como no caso de concessão de uso de determinado
bem público.

A alternativa “b” está incorreta pois a Lei nº 8.666/93 prevê que o


falecimento do contratado é caso de rescisão expressamente prevista no art.
78, X, enquanto a rescisão por motivo de força maior ou caso fortuito,

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comprovada, que impeça a execução do contrato encontra fundamento no


art. 78, XVII.

A alternativa “c” está incorreta pois os contratos administrativos


não podem ser considerados contratos paritários, haja vista que o particular
deverá concordar com os termos do contrato elaborado pela Administração
sendo certo que deverá prevalecer o interesse público sobre o interesse
privado.

A alternativa “d” está incorreta pois o art. 72 da Lei nº 8.666/93


prevê que a Administração estabelecerá limite para a subcontratação, sendo
esta uma exigência além da comunicação prévia ao ente contratante, confira
a redação legal:

Art. 72. O contratado, na execução do contrato, sem


prejuízo das responsabilidades contratuais e legais,
poderá subcontratar partes da obra, serviço ou
fornecimento, até o limite admitido, em cada caso, pela
Administração.

Necessário ressaltar que o limite para a subcontratação deverá


estar previsto no edital e no contrato administrativo, conforme se depreende
do art. 78, VI da Lei nº 8.666/93.

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Direito Administrativo CESPE
37

10. GABARITO

1 A
2 A
3 E
4 B
5 C
6 C
7 C
8 C
9 C
10 E

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