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Atividade 2
Plano de Aula
Atividade de Portfólio
Temos como objetivo, nesta atividade, incentivar você a escrever uma pequena
dissertação - seguindo as normas da ABNT - em que poderá realizar algumas análises e
comparações históricas entre as possíveis causas das diversas diferenças entre as regiões
norte e sul do continente americano, levando em consideração o processo de
colonização que marcou todo o continente, mas de maneira distinta para cada região.
As normas da ABNT previstas para esse tipo de texto podem ser consultadas em
http://claretianobt.com.br/p/ pesquisa/tcc. Acesso em: 29 jun. 2016. Logo em seguida,
tomando como base as suas reflexões, você deverá montar um conjunto de 4 a 8 aulas
voltadas para alunos do Ensino Médio problematizando as diferenças entre a
colonização nessas partes diferentes do continente americano Coloque suas
considerações no Portfólio.
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História
Dissertação:
As conquistas da América
Quando o pensar no senso comum nos absorve, após o dia de labuta, e sentados a
noite, ligamos a TV, maior disseminadora e mantenedora deste próprio pensar, ouvimos
as notícias do cotidiano, aquele demônio do anacronismo, sempre desperto nos agulha
com alfinetadas: “- O que será que deu errado?! - Onde será que erramos!?”. E nos
perdemos, afogados na liquidez da transitorialidade das transformações do mundo, para
não citar Bauman. É nesse turbilhão, que não nos damos conta da razão. Um
sentimento de “inferioridade”, e contraditório falso orgulho, afinal a emoção cega,
quando esses assuntos nos assolam na sala a noite, na frente de uma TV, ouvindo as
tragédias e dores do mundo, a mente vagueia e a razão adormece. Será um senso
comum de uma inferioridade colonizadora da América do Sul?
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racial, por não haver a miscigenação entre os ingleses, salvo exceções, com índios e
negros, como houve na colonização portuguesa e envereda pela questão geográfica e
sua relação com fatores étnicos para explicar o sucesso americano3. Neste ponto, cita
Flores a tese de Mogg é incomparável, pois não aceita de forma nenhuma a questão
racial como determinante de superioridade econômica, pelo contrário, sem a
miscigenação, não seria possível desbravar o continente sul-americano devido as
dificuldades de sua orografia, clima e vegetação.
Na amazônia, não há “inferioridade racial”, comenta Flores, “pois o meio é
implacável”, onde só permanece o mestiço4.
Uma outra tese levantada por Mogg é o aspecto da colonização americana no
norte se deu por um processo de ocupação para colonização da terra, diferente da
colonização ibérica que tinha por objetivo apenas de exploração da colônia. Esta
explicação é simplista segundo Karnal (2003)5 e será questão será discutida mais
adiante.
A crítica de Flores à Mogg, se dá por este esquecer de que “o tempo que ao longo
de seu percurso apresenta modificações sociais, econômicas e políticas”, nas sociedades
é um fator de suma importância na história e que Mogg, preocupado com a questão
geográfica não percebeu que “os Estados Unidos, surgiu com base da nação norte-
americana”, e no Brasil se deu o inverso, ou seja, nós primeiro inventamos o Estado.
Quando da coroação de D. Pedro I, nós ainda não eramos uma “nação”6.
Segundo Flores, no segundo capítulo de seu livro, Mogg faz uma crítica
interessante, entre a ética calvinista e a católica, discordando sobre a questão de que o
catolicismo é incompatível com o capitalismo, citando a importância de cidades como
Veneza, Antuérpia, Florença, Fulguers, Welsers e a riqueza dos banqueiros católicos,
não sem antes criticar Ratzel e suas teorias geográfica, Comte, com seu evolucionismo
social, Marx, Locke e Weber em suas diferentes questões.
O que seria então a venda de escravos para Portugal e Espanha e os grandes lucros
obtidos por esses países católicos se não uma forma de capitalismo? E as indulgências
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para a Igreja? Mas, confirma que há mais compatibilidade entre a doutrina protestante e
a o capitalismo e o nacionalismo. A doutrina católica vê de forma diferente essas duas
questões e chega ao ponto de afirmar que o racismo tem suas origens no calvinismo.
Um ponto de vista interessante, para não dizer que abre a possibilidade de um debate
polêmico.
Mas longe do escopo desta dissertação, comentar profundamente os aspectos do
livro de Mogg, é fazer uma referência interessante no debate deste tema, abrindo muitas
possibilidades e trazendo alguns dados que só a historiografia não esgota. E longe de
apontarmos só diferenças, há semelhanças também. E nesse todo, entre as diferenças e
semelhanças podemos entender como se deu esse processo de colonização e
compreender as diferenças que existem entre nós.
Os antecedentes...
No dia 12 de outubro de 1942, pisou Colombo em terra, nas Antilhas,
provavelmente a Ilha de Santo Domingo, batizada então por ele como San Salvador. As
motivações que explicam a vontade de Colombo, de fazer uma empresa tão arriscada ao
desconhecido, são também os motivos que vão explicar o processo da colonização
espanhola no continente americano: o mercantilismo e sua necessidade da importação
de especiarias e novos mercados, o metalismo e também a necessidade da expansão do
cristianismo, em especial o católico.
Não demoraria muito para que outras nações europeias, fizessem o mesmo trajeto
e dentre as várias que tentaram somente outras duas tiveram sucesso em grande escala,
Inglaterra e Portugal.
Em 1500, Pedro Álvares Cabral desembarca na Terra de Santa Cruz. Mas só em
1534, D João III, realmente divide o território em 13 capitanias hereditárias dos quais
somente São Vicente e Pernambuco prosperam. Mas, isso é outra história...
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Em 1584, foi fundada a colônia de Virginia, por sir Walter Raleight, iniciando a
colonização britânica na América que terminaria de forma trágica com a morte de todos
os colonos por doenças, fome e ataques indígenas. Após 20 anos, uma segunda
tentativa foi feita por duas empresas privadas, a Cia de Londres, que refundou a colônia
de Virgínia, e a Plymouth que fundou New Hampshire.
Há muitas diferenças no processo de colonização britânico em relação a
colonização ibérica da América.
1. Os ingleses não tomaram contato com civilizações complexas como os
espanhóis.
2. Não acharam ouro e prata, como os espanhóis.
O historiador italiano Ruggério Romano (1973), sugere em sua tese que frentes
simultâneas de ação onde “a espada, a cruz e a fome iam dizimando a família
selvagem”. De um lado os mitos dos indígenas sobre homens enviados pelos deuses
confirmando suas previsões mitológicas, de outro o poderio bélico espanhol com
pólvora, armaduras e cavalos, táticas e beligerantes. A catequese que também iria se
aproveitar da visão mitológica indígena, “e as novas concepções de produção, trabalho e
sociabilidade impostas pelos espanhóis”9. Tudo isso fez as sociedades complexas que
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Aqui, outro mito vai por terra. Costumamos a pensar na colonização inglesa
como um modelo de povoamento e na ibérica como exploração. Alguns encontros com
nativos foram pacíficos e houve até trocas comerciais. A coroa inglesa recomendou
que os nativos fossem “civilizados”, mas os colonos pouco esforço fizeram nesse
sentido e diferente da colonização dos países ibéricos que o índio era prática exclusiva
do processo de colonização, não estabeleceram práticas de catequese e “civilizatórias”.
Em 1624, ambas as companhias perderam suas licenças, porém a colonização
continuaria. Entre 1607 a 1638 12 colonias seriam criadas. Em 1620, chegou o
Mayflower, com peregrinos, todos puritanos, pioneiros na formação do Estado de
Massachusetts que se tornariam um símbolo nacional do esforço da colonização
americana. Assim também, o Mayflower passou a ser um símbolo de todos os navios
que aportassem na América.
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Projetos de poder
Os domínios da Espanha estenderam-se por toda América, e para que isso fosse
possível, a Coroa Espanhola “construiu um mecanismo administrativo” 16, um projeto
racional de colonização, que permitia uma administração eficaz de todo território, e até
os processos de independência, ou seja por mais de três séculos, esse perfil geográfico
permanecerá quase idêntico.
No séc. 16, com a descoberta de importantes minas de prata em Potosi e Zapoteca,
a Espanha começou um processo de burocratização da colonização da América, com o
aumento do quadro de funcionários, tribunais, entre outros órgãos, que davam à Coroa o
protagonismo da colonização e não mais aos conquistadores.
Haviam instituições que funcionavam de forma específica para o controle
colonial, como a Casa de Contratação que era um escritório comercial subordinado ao
Conselho de Castela, e o Conselho das Índias.
A Casa de Contratação era responsável pelo comércio, pela tramitação das
mercadorias, homens, navios entre a Espanha e a América, controlar as remessas de
metal vindos da América, assim como organizar expedições. Baseava-se em Sevilha
garantindo o “maior controle possível sobre um investimento altamente lucrativo” 17 e
até 1765 todo comércio realizado na colônia devia ter uma direção única, o porto de
Sevilha. De outra parte, todo barco que aportasse na América espanhola, também
deveria ter como origem, o porto de Sevilha. “Tal monopólio configura o que
chamamos de “pacto colonial”18”.
O Conselho das Índias, surge como um desdobramento natural do Conselho de
Castela com o objetivo de maior controle da colônia e gestão dos interesses reais para
cada localidade, criando leis e instituições. Todas as decisões reais sobre a colônia eram
tomadas somente após a consulta com o Conselho, “que vinham acompanhadas de uma
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As treze colônias inglesas tiveram uma explosão demográfica no séc. 17. “De
1620 a 1720 a população saltou de 2.500 para 300.000 pessoas”22. Em 50 anos atingiria
2.500.000 de habitantes. Algumas colônias se aproximavam culturalmente mais do que
outras que podem ser dividas em três blocos: as colônias do norte, do centro e do sul.
O controle colonial inglês ficava por conta da Junta de Comércio em Londres
regulando as ações comercias e produtivas entre a metrópole e a colônia. As leis que
vigoravam na colônia eram criadas no Parlamento. Os presidentes e governadores eram
escolhidos pela metrópole.
O controle britânico sobre a América não diferenciava muito do feito por Portugal
e Espanha. Também havia o pacto colonial que restringia a produção na colônia e
incentivava a exportação para a metrópole.
19 PINHEIRO, Marcos Sorrilha - História da América II – Batatais, SP : Claretiano, 2014. p. 85.
20 Idem op. cit.
21 Idem op. cit.
22 Idem op. cit.
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Construções nacionais
Nas colônias do norte, Massachusetts, New Hampshire, Rhode Island e
Connecticut a imigração foi predominantemente feita por protestantes seguidores do
calvinismo, “entre eles um grupo majoritário de puritanos” 25 que vão ter forte influência
nos hábitos econômicos e sociais e nas instituições políticas.
Assim, também nas leis, houve forte influência da moral e conduta protestante
regulando a vida pública das colônias. Conforme cita Pinheiro, Remond (1989, p. 5)
escreve: “[...] nessa mentalidade, Estado e Igreja encontravam-se estreitamente unidos,
e quem se afastasse da Igreja, excluía-se ipso facto da sociedade civil”26.
Aqui, um fenômeno muito interessante ocorre, diferente da América “Católica”.
As leis e a organização da vida pública nas cidades eram inspiradas na moral e
religiosidade protestante, assim também “as assembleias locais inspiravam-se nas
igrejas da comunidade que gerenciavam suas demandas de maneira autônoma sem a
necessidade de um episcopado”27. A política da cidade era decidida em assembleia com
seus cidadãos e da mesma forma que na igreja local. Essa forma de deliberação coletiva
das instâncias políticas e religiosas acabou influenciando fortemente “a formação de
uma mentalidade democrática”28.
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Das guerras
A história dos Estados Unidos é marcada por diversas guerras nos quase 200 anos
de colonização. Conflitos econômicos devido as levas de imigração dos servos,
conflitos políticos com a imigração dos nobres e conflitos religiosos com a imigração de
puritanos e católicos. Pinheiro (2014) chega a citar que uma “cultura de conflito como
havia na Inglaterra do séc. 15 e 17, migrou para o território americano”29.
As guerras na Europa entre a Inglaterra e outras nações também trouxe
consequências com a colônia em confrontos com espanhóis e franceses. E com a
expansão geográfica houve confrontos com os indígenas.
Um outro fenômeno surge a partir do processo em que o povo pega em armas para
fazer estas guerras, é a construção de uma identidade comum, principalmente a partir da
Guerra de 7 anos entre a Inglaterra e a França em território americano que foi resultado
da expansão americana para o Oeste, motivados pela necessidade da expansão
demográfica, devido também à imigração.
O centro-oeste americano era dominado pelos franceses que estabeleceram com
missionários jesuítas e comerciantes de peles cidades e postos de controle que se
estendia desde o Canadá até o Mississipi, próximo da Nova Orleans. Era conhecida
como Lousiana.
Desse movimento de imigração para o oeste o encontro entre as duas nações
resultou na questão da posse da terra. Espanhóis mais ao sul também entraram no
confronto junto com tribos indígenas que fecharam alianças com os franceses e ingleses.
Com a vitória inglesa o território do Canadá passou para a Inglaterra e a Espanha ficou
com a Lousiana.
Porém, o interessante deste confronto é que para vencer, os ingleses recrutaram,
armaram e treinaram muitos colonos. Mais ainda, muitos serviram de exemplo, ou
como mártires e mais adquiriram uma nova consciência, de identidade de interesses
comuns. Um dos oficiais que se destacou foi por seu sangue frio em batalha foi George
Washington.
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Para que as minas funcionassem, era preciso que fossem abastecidas. Este
abastecimento era feito por meio de comerciantes, chamados aviadores, que serviam de
intermediários e levavam as produções de diversos gêneros das fazendas para as minas
em um movimento “triangular”, pagando os produtos das fazendas com bens de artesãos
necessários para elas, e os senhores aristocráticos e os alimentos vendidos nas minas
eram pagos com ouro e prata.
Como não havia moeda circulante, e todo comércio era feito por cartas de crédito
expedidas pelos fazendeiros aos comerciantes que eram seus credores. Mesmo em
períodos de entressafra as “haciendas” continuavam a ser supridas pelos comerciantes.
Os comerciantes, como eram atravessadores, ganhavam tanto na importação de
bens como na exportação. Isso foi criando uma classe comercial aristocrática.
Diferente de outros locais onde a aristocracia era latifundiária, no Peru por exemplo os
comerciantes constituíram a classe aristocrática.
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Durante muito tempo, tentou-se justificar a pobreza da América Latina como fruto
da colonização dos países ibéricos em contraste com a colonização inglesa e os Estados
Unidos lançando os argumentos da colônia de exploração versus a colônia de
povoamento, .
Todo esse movimento não é em vão na história. A desigualdade social, a injustiça
e a pobreza na América espanhola é um legado do período colonial, porém não só da
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Esses elementos que nos fazem pensar sobre o discurso do “senso comum” sobre
o processo de colonização de ambas as Américas. A construção do processo de
colonização de cada nação, marcados por peculiaridades ora semelhantes, ora
divergentes vai muito além dos discursos simplistas que procuraram outrora justificar a
raça, ou o argumento do povoamento como um “modelo” a ser seguido em detrimento
dos países ibéricos. Seria fruto de uma historiografia “anglocentrista”. Longe de entrar
neste debate, com tão poucos elementos que justifiquem esse parágrafo é melhor desviar
o assunto.
Chama a atenção nesse processo da construção dessa “colcha de retalhos”, é a
presença de uma aristocracia, algumas migrantes do Velho Mundo, outra emergentes no
“Novo” e a concentração de capital e poder na mão de poucos, enquanto que nas
colônias britânicas do norte a democracia, alimentada pelo pensamento de influência
protestante, foi possível um próprio processo de formação e independência. A raça não
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explica a história, mas é a construção das relações sociais nos seus mais diversos
âmbitos e produções e relações que vão moldando os cenários temporários para o
entendimento ainda que parcial de uma realidade, que não pode ser reduzida a
simplificações para seu entendimento. Nos países do hispânicos e português, o
controle colonial foi mais efetivo, mas a cultura do trabalho é interessante de ser
observada quando comparada entre as migrações hispano-portuguesas e britânicas.
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Referências Bibliográficas
MOGG, Viana. Bandeirantes e pioneiros: paralelos entre duas culturas. Rio de Janeiro:
Globo, 1959.
PINHEIRO, Marcos Sorrilha - História da América II – Batatais, SP : Claretiano, 2014.
Artigo na Web, FLORES, Moacyr em: <http://cafehistoria.ning.com/forum/topics/quais-
as-diferencas-entre-a>, Acesso em: 08/04/2017.
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