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Historiografia

HISTÓRIOGRAFIA E TEORIA DA HISTÓRIA

TRABALHO DE PORTIFÓLIO

Aluno: Fabio Droguetti Christovam


Ra: 8010990

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Atividade no Portfólio

Nas últimas duas semanas nós estudamos importantes conceitos historiográficos. Chegou o momento de
refletir sobre alguns deles. A partir do seu estudo, responda às questões apresentadas:
1. Qual a importância do conceito de representação para entendermos uma sociedade no tempo,
segundo Roger Chartier?
2. Porque as descontinuidades são importantes para entendermos a história, segundo Foucault?

Respostas:

1. A questão de representação em Roger Chartier, ou a noção disso, visto que ainda é


estudado tem o seguinte significado1:

1. A representação apresentando uma coisa ausente ( o que representa é diferente


daquilo que é representado )

2. A representação como exposição de uma presença.

Exemplo: A literatura (ou qualquer outro produto criado pelo homem) é um produto resultado
de uma prática. E este produto é o resultado de uma prática simbólica e se transforma em
outras representações. O fato em si, nunca é o fato absoluto, mas é descrito por meio de
representações. A representação faz referência ao fato, e por meio dessa referência nos
aproximamos do entendimento, do sentido deste fato.

Nas palavras do próprio Chartier2:

Nas definições antigas (por exemplo, a do Dicionário universal de Furetière em sua


edição de 1727) (23), as acepções correspondentes à palavra "representação "atestam
duas famílias de sentido aparentemente contraditórias: por um lado, a representação faz
ver uma ausência, o que supõe uma distinção clara entre o que representa e o que é
representado; de outro, é a apresentação de uma presença, a apresentação pública de
uma coisa ou de uma pessoa. Na primeira acepção, a representação é o instrumento de
um conhecimento mediato que faz ver um objeto ausente substituindo-lhe uma
"imagem"capaz de repô-lo em memória e de "pintá-lo" tal como é.

Na escola da Nova História, não vamos entender uma sociedade no tempo de acordo com o
sentido linear da história dentro do discurso dominante no passado.

1 RODRIGUES, R. C. B. Historiografia e teoria da História. Batatais: Caderno de Referência - de Conteúdo –


CRC, Claretiano, 2013. P.96.
2 Artigo Digital: CHARTIER, R. O mundo como representação – disponível em:
<http://www.revistas.usp.br/eav/article/view/8601/10152> acesso em 25/10/2016.

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A História, é uma prática discursiva 3, portanto uma “produção do tempo presente sobre o
passado”, então “a História é uma construção desse passado, não sua descrição”4. O
discurso é criado, produzido pelo historiador. Não é a descrição do real, assim como o real
não pode ser descrito, mas sim sua interpretação5.

Porém Chartier considera6:

Uma relação decifrável é portanto postulada entre o signo visível e o referente


significado — o que não quer dizer, é claro, que é necessariamente decifrado tal qual
deveria ser.
A relação de representação — entendida como relação entre uma imagem presente e um
objeto ausente, uma valendo pelo outro porque lhe é homóloga - traça toda a teoria do
signo do pensamento clássico, elaborada em sua maior complexidade pelos lógicos de
Port Royal (25). Por um lado, são essas modalidades variáveis que permitem
discriminar diferentes categorias de signos (certos ou prováveis, naturais ou instituídos,
aderentes a ou separados daquilo que é representado, etc.) e caracterizar o símbolo por
sua diferença com outros signos (26).

O que dizer então de um fato passado? Se o historiador vai se debruçar em seu trabalho a
estudar a Inconfidência Mineira por exemplo, a produção deste historiador na descrição dos
fatos é uma interpretação, uma representação, dentro de causas e condições - sejam estas as
fontes de pesquisa - de seu estudo mais a sua capacidade subjetiva, mais as condições
materiais que tem ao produzir este estudo, que não é nada mais que um discurso produzido
dentro destas mesmas condições e em última instância de acordo com Foucault, signos 7, que
representam essa mesma realidade.

Chartier escreve8:

Por outro lado, ao identificar as duas condições necessárias para que uma tal
relação seja inteligível (ou seja, o conhecimento do signo como signo, no seu desvio
em relação à coisa significada, e a existência de convenções regulando a relação do
signo com a coisa)9, a Lógica de Port-Royal propõe os termos de uma questão
fundamental: a das possíveis incompreensões da representação, seja por falta de "
preparação" do leitor (o que remete às formas e aos modos de inculcação das
convenções), seja pelo fato da "extravagância" de uma relação arbitrária entre o

3 Idem op. cit. p.86


4 Idem op. cit.
5 Idem op. cit.
6 Artigo Digital: CHARTIER, R. O mundo como representação – disponível em:
<http://www.revistas.usp.br/eav/article/view/8601/10152> acesso em 25/10/2016.
7 RODRIGUES, R. C. B. Historiografia e teoria da História. Batatais: Caderno de Referência - de Conteúdo –
CRC, Claretiano, 2013. P.87.
8 Artigo Digital: CHARTIER, R. O mundo como representação – disponível em:
<http://www.revistas.usp.br/eav/article/view/8601/10152> acesso em 25/10/2016.
9 Grifos do Al.

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signo e o significado (o que levanta a questão das próprias condições de produção


das equivalências admitidas e partilhadas (27).

O que fazemos é em si, uma aproximação no entendimento daquele fato, mas não sua
descrição real, pois o real pode ser apreendido?

O que podemos ter de fato segundo os estudos da escola dos Annales , uma preocupação
desses estudiosos de apontar a uma “verdade histórica”, ou seja, os fatos como eles são, é que
podemos apreender “fragmentos” dessa história. Uma pequena, talvez ínfima parte e inferir
sobre esta como as coisas aconteceram10!

Por onde começaremos o estudo de um determinado tema, seja ele por exemplo a
Inconfidência Mineira? Pesquisadores apontavam, os “Autos da Devassa” como o mais
completo documento, já que os próprios inconfidentes tinham para si o código de nada deixar
registrado, os registros de sequestros de bens, os documentos e cartas antigos sobre o serviços
desses personagens antes da prisão. Todos fragmentos, recortes de um passado com tantas
“entrelinhas”, por vezes escritos sob a influência e o patronato de uma república, recém
criada.

2. Para se entender as descontinuidades em Foucault, é preciso primeiro entender


“episteme”, e a noção do que significava para ele a “arqueologia”.

Escreve em seu livro a “A palavra e as coisas”11:

“Não é fácil estabelecer o estatuto das descontinuidades para a história em geral. Menos
ainda, sem dúvida, para a história do pensamento. Pretende-se traçar uma divisória?
Todo [pág. 68] limite não é mais talvez que um corte arbitrário num conjunto
indefinidamente móvel”.

Para Foucault, o que ele procurava seriam “os começos relativos”, e as relações que em suas
palavras: “tento, ao contrário, definir relações que estão na própria superfície dos discursos,
tento tornar visível o que só é invisível por estar muito na superfície das coisas (FOUCAULT,
2005, p. 145-145)12”.

10 Idem op. cit.


11 FOUCAULT, M. - A palavra e as coisas – São Paulo, Ed. Martins Fontes, 2000. p. 66.
12 RODRIGUES, R. C. B. Historiografia e teoria da História. Batatais: Caderno de Referência - de Conteúdo –
CRC, Claretiano, 2013. P.118.

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Em outras palavras suas preocupações são voltadas para o momento em que o objeto torna-se
“visível no discurso da história”. A esse discurso, entende-se, na perspectiva de Foucault, “a
acumulação de conceitos, práticas e declarações produzida por uma determinada episteme”13.
Por episteme, entende como as “tendências particulares de um determinado período
histórico”. No seu entendimento o discurso é uma produção histórica, fruto das concepções
de sua época. E essa mesma concepção seja de um tema qualquer vai se transformando com o
passar do tempo.

Em seu livro “A história da loucura”, procura mostrar como esse conceito se modificou
através do tempo. Assim o “louco” que é visto como um “homem sábio” no medievo, é visto
como um “estorvo” no início do período capitalista, na idade da razão, pois representa a “des-
razão”, então é preciso isolar o indivíduo da sociedade. O discurso mudou com as
concepções diferentes de cada época14.

Cita em A palavra e as coisas:

O descontínuo — o fato de que em alguns anos, por vezes, uma cultura deixa de pensar
como fizera até então e se põe a pensar outra coisa e de outro modo — dá acesso, sem
dúvida, a uma erosão que vem de fora, a esse espaço que, para o pensamento, está do
outro lado, mas onde, contudo, ele não cessou de pensar desde a origem. Em última
análise, o problema que se formula é o das relações do pensamento com a cultura: como
sucede que um pensamento tenha um lugar noespaço do mundo, que aí encontre como
que uma origem, e que não cesse, aqui e ali, de começar sempre de novo?15

Ele procura portanto, pelo que é “disperso”, descontínuo, nos discursos de cada época para
entender o significado do tema que propõe estudar, já que não há como procurar por
continuidades. Não é possível, porque um mesmo tema em épocas diferentes vai aparecer sob
diferentes significados dentro de toda impermanência dos fenômenos no tempo.

13 Idem op. cit.


14 RODRIGUES, R. C. B. Historiografia e teoria da História. Batatais: Caderno de Referência - de Conteúdo –
CRC, Claretiano, 2013. P.119.
15 FOUCAULT, M. - A palavra e as coisas – São Paulo, Ed. Martins Fontes, 2000. p. 66.

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Referências:

1. RODRIGUES, R. C. B. Historiografia e teoria da História. Batatais: Caderno de


Referência - de Conteúdo – CRC, Claretiano, 2013.

2. Artigo Digital: CHARTIER, R. O mundo como representação – disponível em:


<http://www.revistas.usp.br/eav/article/view/8601/10152> acesso em 25/10/2016.
3. FOUCAULT, M. - A palavra e as coisas – São Paulo, Ed. Martins Fontes, 2000.

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