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Iniciação à Informática

Dr. Manuel Monteiro

Conteúdo

3. A intranet/internet
3.1 Telemática e Comunicação de dados
3.2 Navegação na World Wide Web
3.3 Comunicação através da Internet
3.3.1 Correio electrónico
3.3.2 Comunicação em tempo real
3.3.3 Grupos de discussão
3.4 Transferência de ficheiros
3
A Intranet/Internet

Bibliografia:

Monteiro, Manuel - 1997 - "A Internet nas Instituições de Ensino

Superior" - Biblioteca da Universidade Fernando Pessoa


3.1 Telemática e Comunicação de dados

Introdução

Um novo milénio está a chegar. Há duas décadas atrás,

poucas pessoas tinham acesso a uma rede de computadores.

Hoje as comunicações por computador fazem parte do dia-a-

dia tendo alterado profundamente os estilos de vida e

trabalho. Milhões de pessoas à volta do mundo comunicam e

interagem de uma forma sem precedentes nesta aldeia global

a que chamamos de INTERNET. Estimam-se em 27 milhões os

"Netizens" (cidadãos da rede) [KAHN 1996]. O seguinte

texto dá uma ideia do que poderá ser a Internet já no

virar do milénio.

"Welcome to the 21st Century. You are a Netizen (a Net

Citizen), and you exist as a citizen of the world thanks

to the global connectivity that the Net makes possible.

You consider everyone as your compatriot. You physically

live in one country but you are in contact with much of

the world via the global computer network. Virtually you

live next door to every other single Netizen in the world.

Geographical separation is replaced by existence in the

same virtual space."

A Intranet/Internet 1
[In "The NET and NETIZENS: The impact the net has on

People's lives" by Michael Hauben (hauben@columbia.com)

(http://www.columbia.edu/~rh120/ch106.x01)]

De facto, se a evolução do número de utilizadores ligados

a esta rede mundial seguisse a lei de Malthus, no ano 2004

existiriam mais utilizadores da rede do que cidadãos do

mundo.

30000000

25000000

20000000

15000000

10000000

5000000

0
69 71 72 84 87 90 91 92 93 94 95 96 97

Evolução do número de clientes na Internet


[STERNE 1995]

Será o caminho correcto? Será que se utiliza a Internet da

melhor maneira possível? De referir que quando o telefone

começou a ser comercializado, foi usado durante anos de

uma forma que parece ridícula nos dias de hoje. Por

exemplo, quando um executivo necessitava de transmitir

algo através do telefone, ditava o texto a transmitir à

sua secretária que de seguida o levaria até à sala do

telefone. A chamada era feita para o destinatário, sendo o

texto ditado de forma a que, no outro lado da linha, o

A Intranet/Internet 2
pudessem reescrever. Por fim, seria entregue em mãos, ao

respectivo destinatário [Kahn 1996]. Levou algum tempo até

que os telefones se transformassem num objecto comum e que

a operação descrita evolui-se para o FAX.

Analogamente, os computadores são utilizados, na sua

grande maioria, como ferramentas para criar e analisar

informação que depois é distribuída através do suporte de

informação mais tradicional que é o papel. Mas com o

surgimento das redes de computadores em larga escala,

nomeadamente com a Internet, as pessoas podem utilizar os

seus computadores para comunicar nas mais variadas formas.

A actualidade poderá ser comparada com o tempo em que

deixaram de transcrever as conversas telefónicas. Os

computadores, com ligação à Internet, são já

suficientemente comuns, e já são encarados como algo que

faz parte do quotidiano.

Por volta de 1990, poucas pessoas sabiam o que era a

Internet. Em menos de sete anos, o seu crescimento

explosivo veio alterar de alguma forma a vida dos

cidadãos. Usando esta rede mundial de computadores, os

utilizadores podem trocar mensagens através de correio

electrónico e conversar com outros utilizadores em

qualquer parte do globo.

A repentina popularidade da INTERNET deve-se em grande

parte a um conceito computacional - o GUI (Graphical User

Interface). “Uma figura vale por mil palavras” mas um GUI

A Intranet/Internet 3
vale por centenas de comandos. Ou seja, enquanto que há

poucos anos atrás, na era dos comandos em linha do MS-DOS

e do UNIX, os sistemas computacionais não se apresentavam

suficientemente intuitivos para qualquer pessoa, hoje em

dia, os utilizadores de sistemas gráficos tipo Windows ou

Macintosh conhecem o luxo de se poder usar um rato e menus

interactivos cheios de comandos. A Internet tornou-se

acessível a todos quando finalmente foi criado um modo

gráfico para viajar através desta rede: O World Wide Web

(WEB ou WWW).

Através da INTERNET, em particular na WEB, passou-se a

dispor de enormes quantidades de informação num número

ilimitado de tópicos, vindo alterar os métodos

tradicionais de pesquisa. Nos dias de hoje, em poucos

minutos, pode-se ter nas mãos informações que, há pouco

tempo atrás, demorariam horas ou dias a conseguir através

de pesquisas em bibliotecas. O aparecimento da WEB veio

alterar radicalmente os métodos de estudo, pois, os alunos

podem facilmente complementar as suas aulas com pesquisas

na Web. A distribuição, pelos docentes, de programas,

apontamentos, sebentas e exercícios através da INTERNET

são já habituais e o ensino à distância utilizando este

meio começa a marcar presença.

A Universidade, desde os tempos mais remotos, privilegiou

a inovação tecnológica e a pesquisa para o enriquecimento

do ensino. A Internet coaduna-se perfeitamente com este

A Intranet/Internet 4
espírito, permitindo a pesquisa e troca de informação

disponibilizada na sua teia. O ensino através da Internet

acaba por aproximar o aluno do mundo real e da sua futura

vida profissional. De facto, um profissional deve

interagir com outros colegas, pesquisar em livros e

utilizar as tecnologias mais apropriadas para a solução

dos problemas que lhe são propostos. A Internet recria

este ambiente, proporcionando espaços para discussão e

para a pesquisa, com a vantagem de ultrapassar as

fronteiras do país aproximando-se da universalidade

própria de uma Universidade.

Nicholas Negroponte escreveu no seu best seller "Ser

Digital" [NEGROPONTE, 1995]:

"Se um cirurgião fosse transportado directamente do Século

XIX para uma sala de operações actual, ele seria incapaz

de realizar o seu trabalho. Contudo, se um professor do

século passado fosse transportado para uma sala de aulas

moderna, ele conseguiria pegar no trabalho onde o seu ou a

sua colega de finais do século XX o tivesse deixado".

Na actualidade, os alunos são confrontados com a

necessidade de assimilar uma maior quantidade de

informação num menor espaço de tempo, por isso, os métodos

e meios de ensino terão que mudar. O professor deverá cada

vez mais ter um papel de orientador. Os alunos deverão ser

A Intranet/Internet 5
orientados na pesquisa de informação e na resolução de

problemas, desenvolvendo capacidades de forma a beneficiar

uma aprendizagem sólida e duradoura. A Internet é um meio

que, quando bem utilizado, poderá permitir aos alunos,

através do monitor do computador, ler, ver imagens e ouvir

sons. Com a interactividade que esta oferece, o aluno

controla a sequência da matéria conforme o seu ritmo de

aprendizagem. Pode responder a perguntas e ser

automaticamente avaliado. Pode tirar dúvidas, consultando

bases de dados, conversando com outros colegas na rede ou

participando em grupos de discussão temáticos (News).

Os computadores e a Internet ganharão mais relevo na vida

universitária. O ensino passará, pelo menos em parte, para

fora das paredes das salas de aula, para fora das

fronteiras da universidade. As tecnologias existentes já

permitem aos alunos pesquisar informação e participar em

discussões académicas e cientificas a nível mundial. A

Universidade deverá usar os meios tecnológicos ao seu

dispor para preparar os alunos para a crescente evolução

tecnológica criando-lhes a capacidade de continuarem a

aprender pela vida fora.

A visão de Bill Gates para as Universidades no


século que se avizinha reflecte estas ideias:

"The 21st Century Campus has no boundaries.


Students learn in the classroom, in the dorm
rooms and at their kitchen table at home. A

A Intranet/Internet 6
student at a university in Chicago receives
instruction from a professor in South Africa.
Faculty advises students via email unrestricted by
office hours. Academic researchers have
information from around the world at their
fingertips. Robust software and PC networks manage
tasks such as student registration and financial
aid making them more user-friendly and efficient."

As Universidades, e as organizações em geral, possuem,

através da Internet, meios que estão e continuarão a

modificar os modos de vida e trabalho de muitas pessoas.

Numa altura em que já se fala da Internet II, urge

aproveitar estes novos meios no melhoramento da qualidade

do ensino, do trabalho e da vida em geral.

Num mundo em constante mutação, o melhoramento constante

da competitividade das organizações, delega por vezes para

segundo plano, a qualidade de vida dos trabalhadores.

Devido à insuficiência de tempo de grande parte da

população, surgem então novas necessidades, tais como, a

aprendizagem/ensino à distância, a formação contínua de

quadros e o teletrabalho, entre outros. A Internet é a

tecnologia que nos permite satisfazer estas necessidades,

sendo a área do ensino a que mais proveitos pode obter.

A Intranet/Internet 7
O aparecimento da Internet

Tudo começou há mais de trinta anos durante o auge da

guerra fria. Os soviéticos, em 1957, lançavam o primeiro

satélite Sputnik, ultrapassando os EUA na corrida para o

espaço. Em resposta, o Departamento de Defesa dos EUA

criou a Advanced Research Projects Agency (ARPA), para

acelerar o progresso tecnológico do país. Sobe a

hipotética ameaça de um ataque nuclear por parte da União

Soviética, os EUA enfrentavam o problema da falha das

comunicações militares caso acontecesse o pior. Por essa

altura o mundo da informática era dominado por

computadores de grande porte acessíveis por terminais. O

Computador Pessoal (PC) ainda não existia. O sistema

central guardava todas as informações, às quais os

terminais acediam através de ligações por cabo.

Rede centralizada

A Intranet/Internet 8
Estes sistemas eram obviamente bastante vulneráveis.

Bastaria bombardear o sistema central para desactivar toda

a rede.

Em 1962, o relatório "On distributed Communications

Network" escrito por Paul Baran, foi publicado pela Rand

Corporation. A investigação de Baran, patrocinada pela

Força Aérea Americana, apresentava soluções para protecção

dos sistemas de comunicações militares. Alguns dos

conceitos assentavam num princípio: não existir autoridade

central, ou seja, uma rede descentralizada. Todos os nós

da rede seriam iguais em status aos outros nós, cada nó

com a sua própria autoridade para originar, passar, e

receber mensagens.

Os primeiros registos existentes sobre interacções sociais

através de redes de computadores datam de Agosto de 62,

escritas por J.Licklider do MIT onde se discute o conceito

de "Galatic Network". Em Outubro de 62, Licklider liderava

um programa de pesquisa na ARPA onde convencia os seus

sucessores Ivan Sutherland, Bob Taylor e o investigador do

MIT Laurence G. Roberts, da importância do seu conceito de

rede.

A Intranet/Internet 9
Rede descentralizada

Num dos muitos artigos escritos por Licklider, em co-

autoria com Taylor lia-se: "In a few years men will be

able to communicate more effectively through a machine

than face to face... When mind interacts, new ideas

emerge."

("the computer as a communication device" in IN Memoriam:

J.C.R.Licklider 1915-1990, p.21)

Em Julho de 1961, Leonard Kleinrock do MIT publicou o

primeiro documento sobre a teoria da comutação de pacotes

e o primeiro livro sobre o assunto data de 1964. Neste

processo, actualmente ainda em uso, as mensagens são

divididas em pedaços, chamados pacotes (“packets”), para

serem enviados de computador para computador. Cada um dos

pacotes contém o endereço do destinatário, do remetente e

a informação a enviar, tal como se de uma carta se

A Intranet/Internet 10
tratasse. Quando todos os pacotes chegam ao destino, a

mensagem original é reconstruída. Mesmo que, por qualquer

motivo, um dos pacotes se perca, poderá ser reenviado de

forma a completar a informação original.

Kleinrock convencia Roberts da flexibilidade das

comunicações usando pacotes.

Em 1965 trabalhando com Thomas Merrill, Roberts ligou o

computador TX-2 em Massachussets ao Q-32 na California

através de uma linha de telefone criando a primeira WAN

(Wide Area Network).

Em 1966, Roberts ingressou na ARPA para desenvolver os

conceitos de redes de computadores e publicou em 67 o seu

plano para uma rede, a ARPANET.

Em 1968, Licklider e Taylor publicavam um documento onde

se lia:

"The collection of people, hardware, and software -- the

multi-access computer together with its local community of

users -- will become a node in geographically distributed

computer network. Let us assume for a moment that such a

network has been formed. Through the network of message

processors, therefore, all the large computers can

comunicate with one another. And through them, all the

members of the super community can communicate -- with

other people, with programs, with data, or with a selected

combinations of those resources."

(in http://www.columbia.edu/-rh120/ch106.x01)

A Intranet/Internet 11
Os conceitos de partilha de recursos referidos nesse

documento coincidem com os da actualidade.

Utilizando os conceitos de descentralização e comutação de

pacotes, foi então criada em 1969 a rede denominada

ARPANET (Advanced Research Projects Agency Network)

apadrinhada pelo Pentágono. Esta rede ligou inicialmente

quatro pontos dentro dos E.U.A.. No Outono de 69 foi

colocado o primeiro nó na UCLA, em Dezembro do mesmo ano

foram colocados os restantes nós na Universidade da

California em Santa Barbara, na Universidade do Utah e no

Stanford Research Institute permitindo que cientistas e

investigadores destas instituições partilhassem informação

sobre as suas pesquisas. Esta estrutura conseguia

transmitir dados através de linhas dedicadas de alta

velocidade. Embora permitisse que os seus utilizadores

partilhassem os recursos uns dos outros verificou-se que o

tráfico principal não era de resultados de computação de

longa distância mas sim de notícias e de mensagens

pessoais. Os utilizadores estavam a utilizar a ARPANET

para colaborar em projectos, para trocar notas de

trabalhos, e eventualmente, conversar sobre assuntos

fúteis.

Durante os anos 70 a rede cresceu bastante. A sua

estrutura descentralizada facilitou bastante a sua

expansão.

A Intranet/Internet 12
Em 1971 existiam já quinze nós, tendo este número

aumentado para trinta e sete em 1972.

Nesse ano o InterNetworking Working Group (INWG) foi

criado. Esta organização foi o primeiro de muitos grupos

responsável pela especificação de standards para

comunicações.

As ligações através de cabos começavam a tornar-se

demasiado lentas e limitadas, e por isso começaram-se a

estudar novos meios de comunicação. Chegou-se à conclusão

que o uso de satélites e de frequências de rádio seriam

soluções bastante interessantes o que levou ao nascimento

da SATNET (Atlantic Packet Satellite Network) em 1973.

Nesse ano a rede atravessou o atlântico ligando o

University College de Londres e o Royal Radar

Establishment da Noruega. Esta ligação foi feita usando

satélites comerciais Intelsat em vez de satélites

militares.

O protocolo de comunicações utilizado, o NCP (Network

Control Protocol) foi sendo refinado tendo sido

substituído pelo TCP/IP (Transmission Control

Protocol/Internet Protocol) em 1983.

Nesse mesmo ano, devido ao rápido desenvolvimento e à

necessidade de segurança por parte dos militares, a

ARPANET foi dividida em duas partes: a ARPANET e a MILNET

(Military Network).

A Intranet/Internet 13
Em 1984 o número de “clientes” ligados à Internet excedia

os 1000.

Em 1987 eram já 10,000 os utilizadores ligados.

O número de ligações excedia as 300,000 em 1990. Em 1996,

150 países estavam ligados à Internet, totalizando

aproximadamente 10 milhões de clientes.

A actualidade

A palavra actualidade no contexto da Internet é um pouco

vã. O que é hoje pode não ser amanhã, mas pelos dados a

seguir apresentados podemo-nos aperceber da realidade da

utilização da Internet em Portugal. As estatísticas

apresentadas referem-se a uma amostra de 760 utilizadores

no período de Janeiro a Abril de 1997. De referir que 10%

dos inquiridos eram mulheres.

À quanto tempo utiliza a Internet?

7,90%
23,70%
19,70% 1 mês
1 a 6 meses
7 a 12 meses
13 a 24 meses
11,80% 25 ou + meses
36,80%

A Intranet/Internet 14
Quais as habilitações literárias?

2,60%
25,00%
Ciclo
Secundário
Universitário

72,40%

Profissões?

Tec. Informática
Estudantes
22,40% 18,40%
Professores
0,00%
Comunicação
7,90% Emp. Nome Individual
27,60% Area Económica/Financeira
6,60%
11,80%
5,30% Industria
Outras

De onde costuma ligar para a Internet?

12,00% Casa
21,30% 49,30% Trabalho

Casa e Trabalho

17,30% Escola

Quanto tempo por semana utiliza a Internet?

< 1 hora
6,60%
31,60% 23,70% 1 a 4 horas

5 a 10 horas

38,20%
> 10 horas

A Intranet/Internet 15
Da interpretação destes dados conclui-se que a maioria dos

utilizadores são estudantes e que dentro destes o maior

número são universitários. Infelizmente estas estatísticas

não nos dão a informação dos motivos que levam estes

utilizadores a usarem a Internet. Por diversão?

Curiosidade? Pesquisa? Estudo?

Qualquer que seja a razão, com os melhoramentos e aumento

das facilidades que se prevêem para breve, o número de

utilizadores será cada vez maior.

O gráfico seguinte mostra a evolução das estatísticas

entre Outubro/Dezembro de 1996 e Janeiro/Abril de 1997 (já

apresentadas).

60%

50%

40%
Casa
30% Escola
Trabalho
20%

10%

0%
OUT/DEZ 96 JAN/ABR 97

Evolução do local de ligação

Como podemos verificar pelo gráfico houve entre os

períodos comparados um aumento das ligações feitas a

partir do local de trabalho e da escola em detrimento das

ligações a partir de casa que reduziram a subida. Esta

A Intranet/Internet 16
estatística revela um aumento do investimento das empresas

e das instituições de ensino no acesso à Internet. Com o

investimento do actual governo em 1600 escolas secundárias

equipando-as com computadores multimédia e ligação à

Internet, certamente que estes números vão aumentar até o

final de 98.

A integração dos media (rádio, televisão e vídeo) na

Internet, os vários projectos para construção de redes de

satélites de comunicações, as mais recentes evoluções nas

tecnologias de videoconferência e meios de comunicação

pessoais deixam antever um futuro, não muito longe, onde a

Internet, se é que se chamará assim, irá conquistar um

lugar de destaque entre as comunicações tradicionais como

o telefone, o fax, a televisão e o rádio tal como as

conhecemos hoje.

A tecnologia

Redes de computadores

Uma rede de computadores são simplesmente dois ou mais

computadores que podem comunicar uns com os outros.

Dependendo da sua dimensão uma rede poderá ser

classificada como uma “LAN” ou como uma “WAN”. As “LAN”

(Local Area Network) ligam computadores que estão próximos

A Intranet/Internet 17
uns dos outros, vulgarmente conhecidas como redes locais.

As “WAN” (Wide Area Networks) ligam computadores separados

por grandes distâncias.

Um dos maiores desafios para os pioneiros das redes

informáticas era o problema da coordenação das

comunicações entre computadores ligados entre si.

O problema consistia na utilização das ligações entre

redes, normalmente ligadas através de um cabo (canal de

comunicação). Se dois computadores, um em cada rede,

estivessem em comunicação entre si durante muito tempo

,iriam monopolizar as redes, não permitindo que outros

computadores também utilizassem o canal de comunicação

existente. Para resolver este problema foi desenvolvido um

esquema de comunicação que permite cada utilizador da rede

enviar pequenos blocos de dados, chamados pacotes,

partilhando os canais de comunicação por todos. As redes

são chamadas por vezes de redes de pacotes ou redes de

comutação de pacotes por usarem esta tecnologia.

Protocolos

Os computadores ligados a uma rede necessitam de ter uma

linguagem comum para poderem comunicar e interagir. A esta

linguagem é dado o nome de protocolo. Na Internet, os

protocolos permitem que cada computador comunique com

A Intranet/Internet 18
todos os outros, independentemente da sua plataforma (PC,

Mac ou Unix).

O cabo é a parte mais básica de uma rede. Embora não seja

a única forma de ligação, é de longe o mais utilizado. As

WAN’s (Wide Area Networking) usam habitualmente a

estrutura física das companhias telefónicas, que oferecem

linhas digitais ou analógicas e que conseguem interligar

dois computadores em praticamente qualquer parte do mundo

civilizado.

Na Internet existem dois protocolos que permitem a

comunicação e troca de informação entre computadores nesta

rede mundial. São o “Transmission Command Protocol” (TCP)

e o “Internet Protocol” (IP). Por serem estes os

principais responsáveis pelas comunicações na Internet,

são usualmente referidos em conjunto como TCP/IP.

A ARPA (Advanced Research Projects Agency), braço direito

do DoD (Departamento de Defesa dos Estados Unidos) na àrea

da investigação, financiava investigadores universitários

para estudarem variadíssimas matérias. Esta organização

achou interessante a ideia de ligar estes investigadores

entre si e com o Pentágono. Esta ligação foi efectuada

usando a ARPANET da qual se falou no capítulo I.

A ARPANET funcionava com um protocolo designado Network

Control Protocol (NCP). O NCP foi mais tarde “refinado” em

dois componentes, o IP e o TCP. A mudança do NCP para o

TCP/IP é a diferença técnica entre a ARPANET e a INTERNET.

A Intranet/Internet 19
A 1 de Janeiro de 1983, a ARPANET deixou de usar o NCP

para usar o TCP/IP. Nesta data nasceu oficialmente a

INTERNET.

Em termos gerais, o TCP/IP transforma a informação

destinada à Internet em pacotes, que serão transferidos

através da estrutura física que constitui esta rede. Os

pacotes são enviados (routed) do computador de origem até

ao computador de destino e reconstituídos como informação

quando todos os pacotes chegam ao destino. Ocasionalmente,

poderão ser perdidos alguns pacotes, devidos a problemas

diversos. Nestes casos, o TCP/IP pede ao computador de

origem que reenvie o(s) pacote(s) perdido(s).

O TCP/IP é responsável por trabalhos específicos.

O TCP é o protocolo que divide a informação em pacotes de

forma a que possam ser enviados através das ligações entre

os computadores e a reconstitui novamente em informação,

assim que todos os pacotes chegam ao seu destino.

O IP é o protocolo que transmite a informação (os pacotes)

e procura o melhor caminho (route) para transmitir de um

computador a outro.

O DOD, quando começou a desenvolver este conjunto de

protocolos, tinha alguns objectivos a atingir, ou seja,

teriam que oferecer:

• a possibilidade de se ligarem novas subredes sem

se ter que desligar toda rede;

A Intranet/Internet 20
• rápida recuperação em caso de falha;

• capacidade de trabalhar com elevadas taxas de

erros;

• independência de uma marca ou tipo de rede;

O TCP/IP é baseado no modelo "catenet" (IEN48). Este

modelo assume que a rede é constituída por um elevado

número de subredes ligadas através de gateways. Em termos

práticos um utilizador terá a possibilidade de aceder a

qualquer recurso em qualquer uma destas subredes. Para tal

apenas necessita de saber o endereço Internet do sistema

que quer aceder. Estes endereços, conhecidos como

endereços IP, são números de 32 bits, como por exemplo

120.100.23.2. São representados por 4 números separados

por pontos, representando cada um deles 8 bits. Ao

conjunto dos 8 bits dá-se o nome de octetos ("octets").

Embora os endereços IP sejam fundamentais para o

funcionamento do TCP/IP, ninguém necessita de os decorar

pois existe associado a cada recurso da internet um nome,

constituído por caracteres alfanuméricos, mais fácil de

decorar e de usar. A este esquema de nomes usados na

Internet designa-se por Domain Name System (DNS).

Resumidamente, cada computador, também chamado de domínio,

é designado por uma sequência de grupos alfanuméricos

separados por um ponto. Por exemplo, o computador que

A Intranet/Internet 21
presta o serviço de ligação da UFP à Internet tem o

domínio:

www.ufp.pt

Estes domínios têm uma estrutura hierárquica. A componente

da direita, chamado de nível topo do DNS, é a parte mais

importante. Esta parte identifica a origem do nome, pode

representar a sigla de um país, ou o tipo de organização,

académica ou comercial entre outras. A tabela seguinte

ilustra alguns dos possíveis domínios. A segunda

componente da direita identifica, normalmente, a

organização que está ligada à internet. A componente mais

à esquerda identifica o nome de um computador. Porém, o

exemplo mostrado não define a generalidade dos endereços

existentes. Por hipótese, se a UFP pretendesse atribuir um

computador servidor a cada departamento, poderiam ter os

domínios www.dca.ufp.pt e www.dct.ufp.pt representando

respectivamente o Departamento de Ciências Administrativas

e o Departamento Ciências e Tecnologia.

Porém os protocolos de comunicações não usam os domínios

dos computadores para comunicar, usam apenas endereços IP.

Para que isso seja possível existem servidores na Internet

que "traduzem" os domínios em endereços IP.

A Intranet/Internet 22
Domínio Atribuído a

Edu, Ac Organizações ligadas à educação

Com Organizações comerciais

Gov Organizações governamentais

Org Organizações não lucrativas

Mil Organizações militares

Uk Reino Unido

Us Estados unidos

Pt Portugal

De Alemanha

Jp Japão

Exemplos de níveis de topo

Equipamentos

Router

Os routers fazem parte do hardware básico da Internet.

Este dispositivo liga duas ou mais redes redireccionando

os pacotes recebidos para outras redes conforme a

informação inserida na sua tabela de "routing".

A Intranet/Internet 23
Rede B

Router B
internet

Rede C
Rede A
Router C

Router A

Router D

Rede D

Esquema ilustrativo de uma internet


(ligação de Routers)

O router serve de interface entre a rede interna

(INTRANET) e a Internet. Ao receber os pacotes que

circulam na Internet reenvia-os pelo caminho menos

congestionado para outro router ou para dentro da rede

caso seja o destinatário do pacote.

Firewall

Um firewall é um conjunto constituído por hardware e por

software que tem como função controlar o acesso a uma

rede. Permite que os utilizadores de uma rede utilizem a

Internet e controla o acesso à rede do exterior.

A Intranet/Internet 24
Organização Rede interna A

INTERNET
Router Servidor Firewall
Rede interna B

Esquema ilustrativo de utilização de um Firewall

Existem dois tipos de firewall:

- ao nível dos pacotes

- ao nível das aplicações

Os firewalls ao nível dos pacotes controlam todas a saídas

e entradas de pacotes. O firewall deixa apenas sair e

entrar os pacotes autorizados. Os firewalls ao nível das

aplicações têm um controlo mais rigoroso sobre os acessos.

Permitem pedir autenticação dos utilizadores e baseado

nessas informações oferecer diferentes tipos de acesso à

rede.

A Intranet/Internet 25
3.2 Navegação na World Wide Web

World Wide Web

O Aparecimento

Como já foi referido, a Internet teve a sua origem nos

Estados Unidos nos anos 60. As primeiras ferramentas que

apareceram foram o correio electrónico e a transferência

de ficheiros, a Word Wide Web, mais conhecida por Web, foi

um dos últimos a aparecer.

A WEB foi desenvolvida em 1989 por Tim Berners Lee no CERN

(Conseil Européen pour la Recherche Nucléaire), o

Laboratório Europeu de Física de Partículas na Suiça. Em

1993 tornou-se amplamente conhecida quando o programa

Mosaic foi lançado no mercado. Criado na Universidade de

Ilinóis em Urbana-Champaign por um estudante chamado Marc

Andreessen enquanto trabalhava para a NCSA (National

Center for Supercomputing Applications). Foi este programa

que vulgarizou a Internet permitindo que qualquer pessoa

conseguisse facilmente navegar na imensa quantidade de

informação existente nesta rede. Antes do aparecimento

destes programas designados por "browsers", o acesso à

Internet resumia-se a utilizadores académicos e a

investigadores. Andreessen em conjunto com Jim Clark,

funcionário da Silicon Graphics, fundaram a Netscape

A Intranet/Internet 26
Communications Corporation. Foi nesta empresa que se criou

o conhecido Nestcape Communicator, o browser mais

utilizado na Internet, que em conjunto com o seu "rival"

Internet Explorer da Microsoft partilham as preferências

dos utilizadores de todo o globo. A Netscape e a Microsoft

têm travado uma grande "luta" pela conquista de maiores

fatias no mercado dos browsers. Embora a Netscape domine

esse mercado a Microsoft tem vindo a conquistar quotas

cada vez maiores.

Conceitos básicos

Hipertexto e Hipermedia

Os conceitos de hipertexto e de hipermédia, embora não

fossem conceitos novos, foram definidos por Ted Nelson em

1965. O hipertexto difere do texto na medida em que o

primeiro é não linear e o segundo é linear. Enquanto um

livro é um documento linear, que é lido do início para o

fim, num documento de hipertexto o leitor pode seguir

vários caminhos durante a leitura. O hipemédia assenta no

conceito do hipertexto com a diferença de que os

documentos são constituídos não só por texto mas também

por recursos multimédia como gráficos, animações, vídeo e

som.

A WEB é uma colecção de documentos hipermédia ligados

entre si constituindo uma teia (WEB) de informação. Para

A Intranet/Internet 27
aceder a estes documentos utilizam-se os browsers que dão

um interface gráfico fácil de utilizar e que permitem

navegar no mar de informação existente. O protocolo HTTP é

a base desta tecnologia.

Ligações entre documentos na Web

Os Documentos WEB (URL)

Cada documento tem um nome distinto, o URL (uniform

resource locator) ou simplesmente, endereço Web.

O utilizador através da acção do rato sobre um link num

documento poderá "saltar" para outro documento algures na

Web. Os locais onde se localizam esses documentos são

chamados de "Web Sites" (referidos usualmente como sites).

Um documento WEB pode conter imagens, som, texto, videos,

etc. Estes documentos são escritos em HTML (Hypertext

A Intranet/Internet 28
Markup Language). Esta é uma implementação simples do SGML

(Standard Generalized Markup Language), uma linguagem mais

sofisticada e complexa. O HTML não deverá ser confundido

como uma linguagem de programação, este apenas "diz" ao

browser como mostrar e manejar um documento WEB.

Utilização da Web nas Universidades

Das muitas utilidades que a Web pode ter numa universidade

distinguem-se quatro pela sua importância.

- Informação Interna

- Marketing e Publicidade (Informação externa)

- Serviços

- Ensino e aprendizagem

Informação Interna

Informação Interna refere-se a todo o tipo de informação

que diz respeito às entidades que constituem a

Universidade (Docentes, discentes, pessoal administrativo,

etc). Possivelmente, muita dessa informação não estará

acessível para o exterior sem protecção. A publicação de

regulamentos, as notícias, as comunicações intra-serviços,

os horários e as datas de avaliações, são apenas algumas

A Intranet/Internet 29
das muitas possibilidades. Este tipo de informação circula

normalmente na INTRANET da Universidade.

O Marketing e Publicidade

A Web funciona como uma montra onde as Universidades podem

dar a conhecer todo o tipo de informação (publicitária ou

não) respeitando a estratégia de marketing definida para a

instituição. A vantagem é que independentemente da

dimensão, infra-estruturas ou prestígio que uma

instituição possa ter, na Web, as instituições podem ser

aquilo que quiserem. Por este motivo, e para quem navega,

por vezes é necessário ter muita atenção para se separar o

que efectivamente interessa.

Um dos benefícios da utilização da Web é, ao contrário da

publicidade feita em jornais ou através de folhetos, a

instituição pode saber quantas pessoas acedem a uma dada

página podendo testar, por exemplo, o interesse que um

dado curso suscita. Esta informação pode ser tanto

qualitativa como quantitativa, ou seja, pode-se saber não

só o número de pessoas que lêem uma determinada página

como também o tempo que despendem para o fazer.

Entre a inúmera informação que pode ser publicitada

encontram-se os cursos com respectivos programas,

preçários e os calendários lectivos.

A Intranet/Internet 30
Serviços

Serviços virtuais

Através de serviços virtuais os discentes e os docentes

podem obter resposta a praticamente todo o tipo de

informação solicitada em secretarias. Estas informações ou

serviços podem ser obtidos por três meios. O primeiro é

fornecer aos utilizadores uma lista de perguntas mais

frequentes (usualmente conhecidas na internet como faqs

"frequence asked questions"). Estas perguntas terão

respostas tipo, prontas a tirar grande parte das dúvidas.

Outra forma de prestar um serviço é possibilitar que os

utilizadores possam colocar perguntas, ou fazer pedidos,

via correio electrónico. Ou seja, nas páginas pessoais dos

funcionários podem existir "links" para os seus correios

electrónicos, deste modo os interessados podem requisitar

declarações, certificados ou outro tipo de documentos ou

informações sem que para isso tenham que perder tempo em

filas de espera. Pela mesma via, poderão receber as

respostas às perguntas efectuadas, ou receber avisos para

levantamento da documentação previamente solicitada.

A Intranet/Internet 31
Data: 23-SET-97

Assunto: Documentação solicitada à secretaria

De: chefe_sec@ufp.pt (Fernando Fernandes)

Caro aluno,

Serve o presente para comunicar que se encontra disponível na

secretaria do seu curso, o certificado de habilitações pedido no

dia 20-SET-97 via correio electrónico.

Atenciosamente,

O chefe de secretaria

Exemplo de resposta via correio electrónico

A utilização crescente de câmaras digitais poderá tornar

estes serviços virtuais ainda mais personalizados.

Uma terceira forma de prestar serviços virtuais é

disponibilizar páginas com formulários onde se poderão

realizar uma infinidade de operações. Matrículas,

inscrições em cadeiras ou inscrições em exames são alguns

dos exemplos possíveis para esta forma de "atendimento".

Este tipo de serviço virtual, requer alguns cuidados,

nomeadamente na confirmação de matrículas ou qualquer tipo

de inscrição. Nos formulários electrónicos,

disponibilizados para estes procedimentos, deverá sempre

constar um aviso que informe o utilizador de que o serviço

solicitado só será efectivo depois de receber um aviso de

recepção.

A Intranet/Internet 32
Exemplificando, um aluno que faça uma inscrição em exames

via formulário electrónico deverá receber no seu correio

electrónico uma mensagem de confirmação.

Data: 10-JUN-97

Assunto: Recepção de inscrição em exames

De: chefe_sec@ufp.pt (Fernando Fernandes)

Caro aluno,

Serve o presente para comunicar que recebemos o seu pedido de

inscrição no(s) seguinte(s) exame(s):

1. Introdução aos Estudos Europeus (condicional *)

2. Inglês I

* Este exame já foi efectuado pelo menos uma vez. Solicita-se que efectue o

pagamento do mesmo na secretaria do seu curso.

Atenciosamente,

O chefe de secretaria

Exemplo de aviso de recepção

Porém, a utilização da Internet nos serviços poderá ir

mais longe do que simples trocas de correio electrónico.

Utilizando browsers, é possível desenvolver páginas que

permitem aceder a bases de dados. A demonstra-lo existem

algumas páginas desenvolvidas no Gabinete de Estudos e

Planeamento que tiram partido desta possibilidade. Este

sistema, ainda em desenvolvimento, irá ser aplicado nos

A Intranet/Internet 33
serviços administrativos da Universidade Fernando Pessoa

durante o ano de 1998. Algumas das possibilidades que este

sistema de informação irá permitir serão (entre outras):

- Gestão dos alunos;

- Obtenção de listagens/relatórios;

- Lançamento de notas;

- Lançamento de sumários;

- Inscrição dos alunos nos exames;

As figuras a seguir apresentadas deixam antever algumas

destas aplicações.

Inscrição de aluno nas disciplinas

A Intranet/Internet 34
Lista de alunos inscritos numa disciplina

Selecção da lista de alunos a visualizar

A Intranet/Internet 35
Utilização intra-serviços

A utilização da Intranet como canal de distribuição de

informação entre os próprios serviços da Universidade é

outra das possibilidades. Em princípio, esta distribuição,

é feita internamente, utilizando-se para isso a INTRANET

da Universidade.

A Intranet/Internet 36
3.3 Comunicação através da Internet

Correio electrónico

Inventado por Ray Tomlinson em 1972 o correio electrónico

(C.E.) é um dos serviços mais utilizados na Internet.

Tomlinson trabalhava na BBN (Bolt, Beranek and Newman), a

empresa que inventou o modem em 1963. O correio

electrónico, ou e-mail (electronic mail) como também é

conhecido, permite comunicar com qualquer utilizador

ligado à Internet. Permite fazer chegar a qualquer parte

do mundo, em poucos minutos ou segundos, mensagens que

podem conter imagens, folhas de cálculo, sons ou outros

tipos de ficheiros informáticos. Este serviço será

certamente a evolução natural do correio (cartas)

tradicional.

Como foi explicado, nos finais dos anos 60, os

investigadores ligados à ARPANET utilizavam este rede

principalmente para troca de mensagens e documentos, sendo

desde essa altura um dos serviços responsáveis pelo grande

sucesso da INTERNET.

A Intranet/Internet 37
O endereço do correio electrónico

Para se poder enviar e receber correio electrónico é

necessário possuir um endereço. Este endereço, denominado

precisamente de endereço de correio electrónico, poderá

ser por exemplo:

mmonteiro@ufp.pt

É geralmente constituído pelas seguintes componentes. A

primeira parte identifica o utilizador que poderá ser uma

pessoa, uma empresa ou um departamento, etc. É geralmente

uma abreviatura do nome ou número que identifique o

utilizador. No caso da Universidade Fernando Pessoa cada

aluno possui o seu correio electrónico. Como seria um

pouco complicado gerir alguns milhares de abreviaturas de

nomes, a primeira componente do endereço dos alunos é

constituído pelo seu número de aluno. A segunda componente

do endereço são os domínios. Estas duas componentes do

endereço são separadas pelo símbolo arroba - @.

Normalmente um endereço de correio electrónico como

mmonteiro@ufp.pt lê-se mmonteiro "at" ufp.pt (mmonteiro

"está em" ufp.pt). Em temos práticos reflete o que se

passa na realidade, o utilizador mmonteiro está ligado por

qualquer meio, rede ou modem, ao domínio ufp.pt.

A Intranet/Internet 38
A utilização do C.E. nas organizações

Existem grandes vantagens na utilização do C.E.. A

primeira é a comunicação não ter tempo nem lugar. Ou seja,

na situação de não se poder contactar uma dada pessoa,

permite deixar uma mensagem que será recebida mais tarde

pelo destinatário. A segunda vantagem do C.E. é o tempo de

reflexão inerente a este serviço. A recepção de uma

mensagem não implica uma resposta imediata. Por último, a

facilidade e rapidez com que se trocam mensagens e

documentos faz deste serviço um excelente ferramenta de

competitividade empresarial.

Sob o ponto de vista económico, o correio electrónico trás

também algumas vantagens para as empresas, como na

poupança em custos de correspondência (envelopes, selos,

papel, tempo). Por outro lado o C.E. contribui para a

protecção do ambiente, uma vez que dispensa o uso do papel

e consequente transporte deste em veículos motorizados,

como o carro, os aviões ou o comboio.

A utilização do C.E. na Universidade

A utilização do correio electrónico dentro de uma

Universidade poderá ser de grande importância, quer a

nível administrativo quer a nível académico. Podemos

dividir a Universidade em três entidades, a administração,

docentes e discentes.

A Intranet/Internet 39
Administração

Docentes Discentes

Universidade

Entidades intra-universidade

Deste triângulo distinguem-se 6 relações intra-

universidade. Em qualquer uma destas relações identificam-

se situações do quotidiano de uma Universidade em que o

correio electrónico se revela uma ferramenta de

comunicação bastante útil.

Na relação administração/administração, a utilização desta

ferramenta fomenta a comunicação inter-departamental

reduzindo "distâncias" e "barreiras". O envio de

circulares e a troca de documentos é simplificada,

optimizando a eficiência e o tempo disponível dos serviços

administrativos.

Na relação administração/docentes, existem algumas

situações em que a utilização do correio electrónico

facilita o funcionamento administrativo e a comodidade dos

docentes. Nomeadamente o intercâmbio de informações que

A Intranet/Internet 40
normalmente acontecem todos os anos. Desses intercâmbios

distinguem-se o envio de preferências de horários pelos

docentes à Universidade, e o envio, por parte desta, de

datas de exames, de vigilâncias e horários. Um docente que

disponha de correio electrónico em casa, poderá ter,

comodamente, acesso a este tipo de informação.

No caso do binómio Administração/Discentes a troca de

informações poderá ser bastante útil para os alunos. Os

tempos perdidos em filas de espera para atendimento nas

secretarias, poderá ser eliminado se forem criadas as

condições para que os discentes possam fazer todo o tipo

de requisições e/ou consultas via correio electrónico. Os

pedidos electrónicos ao serem recebidos pelas secretarias

poderão ser prontamente respondidos comunicando ao

discente, utilizando o mesmo meio, a data prevista para

entrega da resposta ao pedido. Além destas possibilidades,

o discente, tal como o docente, poderá receber o seu

horário no início do ano, o cronograma lectivo, datas de

exames e frequências bem como as respectivas notas.

Obviamente que tudo isto só é possível se por detrás do

serviços administrativos existir um sistema de informação

eficiente, planeado desde a raiz a pensar nas novas

tecnologias de comunicação.

A utilização do correio electrónico entre docentes e

discentes (relação discente/docente) passa a dar novo

sentido à palavra atendimento. No caso da Universidade

A Intranet/Internet 41
Fernando Pessoa todos os docentes são obrigados a definir

um horário de atendimento aos alunos. Neste, os docentes

tiram duvidas dos alunos sobre as suas cadeiras e orientam

os alunos sobre eventuais problemas que estes tenham.

Porém, o horário de atendimento é frequentemente

subaproveitado pelos alunos revelando-se tempo perdido

para o docente. Com a utilização do C.E. esta hora de

atendimento, tal como referido nas vantagens do C.E.,

deixa de ter hora e lugar. O aluno pode pedir qualquer

esclarecimento via C.E. a qualquer hora sem ter que

esperar pelo dia em que o docente tem horas de

atendimento. Por outro lado, o docente pode assim

responder mais comodamente a qualquer hora e em qualquer

lugar, inclusive no próprio dia e em casa, podendo incluir

com a resposta documentos (textos, folhas de cálculo,

gráficos, etc.) e referências sobre a matéria. Obviamente

que o contacto humano é por vezes essencial. Porém com a

utilização das novas tecnologias de videoconferência,

qualquer pessoa ligada à Internet, por um pequeno valor,

poderá ter ligado ao computador uma câmara de vídeo para

PC.

Nas relações discente/discente e docente/docente as

comunicações via C.E. são geralmente mais informais, não

havendo à partida nenhuma situação em que a sua utilização

seja de facto inovadora. Porém, a sua utilização intra-

Universidades poderá ser bastante útil, nomeadamente com a

A Intranet/Internet 42
troca de informações e documentos entre grupos de

interesse.

Comunicação em tempo real

IRC - Internet Relay Chat

Este serviço criado em 1988 por Jarkko Oikarinen é um

software cliente-servidor que permite a diversos

utilizadores "conversarem" em tempo real compartilhando o

mesmo canal virtual de comunicação. Este serviço está em

expansão por ser uma alternativa mais económica aos

elevados custos das chamadas telefónicas internacionais.

Neste serviço, tudo o que se escreve no teclado é

imediatamente transmitido para todos os utilizadores

ligados no mesmo canal. Muitos destes canais são para

conversas informais porém existem alguns que são dedicados

a temas específicos.

Existe geralmente neste tipo de programa uma janela com

uma lista que representa todos os utilizadores ligados

nesse canal no momento. A janela principal do IRC é a

aquela onde todos podem escrever. Existe porém a

possibilidade de comunicar apenas com um dos utilizadores

em particular. Este serviço é bastante viciante deixando

A Intranet/Internet 43
os utilizadores "colados" ao monitor durante horas

seguidas.

Grupos de discussão

News

Este serviço, baseado no correio electrónico, permite que

os utilizadores da Internet se reunam em grupos

subordinados a vários temas. Nesses grupos, os

utilizadores enviam comentários, perguntas e respostas ao

tema onde estão ligados. O conceito é idêntico ao IRC, com

a diferença de não se comunicar em tempo real. Todo o

movimento de informação fica armazenado e pode ser

consultado a qualquer momento. Um utilizador poderá deixar

um comentário de manhã e ir ver à noite se alguém se

pronunciou. Aos grupos de utilizadores dá-se o nome de

"Newsgroups".

Alguns destes grupos possuem um responsável, um moderador,

que filtra a informação sem importância e faz a manutenção

do grupo eliminando informação antiga ou caduca.

Este é um dos serviços mais utilizados pelas Universidades

virtuais ou pelo ensino à distância.

A Intranet/Internet 44
3.4 Transferência de ficheiros

FTP - File Transfer Protocol

Este serviço, um dos mais antigos na Internet, é a mais

conhecida aplicação de transferência de ficheiros

existente. A utilização de um programa de FTP é semelhante

à utilização de programas tipo "File Manager" do Windows

3.1 ou do "Explorer" do Windows 95. Num programa de FTP

apenas necessitamos de nos conectar a um servidor de FTP e

daí teremos acesso a todos os ficheiros disponibilizados

por este. A navegação no "mar" de ficheiros existentes é

exactamente igual à navegação nos programas supra citados.

Basta pois arrastar os ficheiros que interessam para o

disco local para que se inicie a transferência. Estes

servidores nem sempre dão acesso a todos utilizadores.

Sempre que seja requerido um "user" e uma "password" os

utilizadores deverão aceder a este serviço escrevendo

"anonymous" no nome do user e o respectivo endereço de

correio electrónico no local da password. Desta forma a

grande maioria dos servidores de FTP dão acesso aos seus

ficheiros mesmo que de forma limitada.

A Intranet/Internet 45

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