Sei sulla pagina 1di 4

Nesta analise escolheu-se a musica “O Sol e a Peneira” da banda “O Teatro

Mágico” lançada em 2014, no CD “Grão do corpo”, escrita por Fernando Anitelli. A


principio será apresentada a música e em seguida analisaremos algumas partes
importantes em uma leitura social e capitalista.

O Sol e a Peneira
O Teatro Mágico - 2014
Fernando Anitelli

A conduta “tá” toda curiosa De que maneira sabe-se “lá”


Outro dia era um bando de sem causa O preconceito eleito
Causando um caos A culpa imoral
Por alguns centavos de réis A violência descabida
Invertendo os papéis A orientação sexual
A repressão levou pra rua A falta de respeito
Nosso dom, nossa amargura, No púlpito, no pleito,
E a justiça aonde vai, donde vem, quem Homofobia, quem diria
a escreve, Amplificada pela má fé
É a favor de quem? Homem mulher
Querem tapar o sol com a peneira Somos todos bichos, lixos de mercado
Querem tapar o sol com a peneira datados,
Querem calar nossa maneira Dotados de amor e querência
De brincadeira aqui ninguém “tá” Por isso não esqueça
A cocaína, o crack, a copa, a coca Aonde sobra intolerância falta
A desocupação da oca, da aldeia inteligência
maracanã Querem tapar o sol com a peneira
Morre a juventude a luz do dia Querem tapar o sol com a peneira
Já não dorme a periferia Querem calar nossa maneira
A pericia constata De brincadeira aqui ninguém “tá”
É a policia quem mata,
Também a revelia
Querem tapar o pó com a peneira
Querem tapar o pó com a peneira
Querem calar nossa bandeira
Com uma temática bem explicita a música retrata os acontecimentos de 2013 e 2014. A
principio falaremos da leitura social. A primeira estrofe da musica retrata as manifestações
que aconteceram em 2013, que como diziam as placas que os manifestantes carregavam, não
era por R$0,20, mas em busca de um país melhor. A repressão citada, é a de aceitarmos o
aumento da condução cobrada pelo governo nos transportes públicos, sem discordar, apenas
acatamos o que é decidido pelo poder maior. Durante muitos anos, isso aconteceu,
desvalorizando o dom que o brasileiro tem de lutar por aquilo que ele acredita estar correto,
fato comprovado pela história da democracia no país. Mesmo sabendo que o povo tem razão,
a justiça permanece a favor dos mais poderosos, e, muitas vezes, era feita pela policia, que
reprimia, e durante as manifestações, cidadãos de bem não sabiam de onde vinha a policia,
apenas que estavam lá para executar a ordem. Logo após uma grande mobilização, as
manifestações perderam a força popular e voltamos para o estagio de letargia.
A maneira que o povo tem de manifestar aquilo que acredita, valorizando, até mesmo, o
que consta na constituição do nosso país, sobre a liberdade de expressão, é por meio de
passeatas e indo até a rua reclamar os seus direitos, não como uma brincadeira, mas como
forma de expressão. Com a copa e os investimentos feitos nos bairros mais carentes, foi
comprovado que o Estado estava tapando o sol com a peneira.
Todos os itens citados na terceira parte da canção mostram os problemas do Brasil e o
que estava sendo feito naquele mesmo ano visando 2014, onde receberíamos os jogos da copa
do mundo. A droga que se espalha pelas cidades, as desocupações que aconteceram, muitas
vezes, de maneira incoerente e a transformação do estádio do maracanã para receber o
enceramento da copa, mostram as verdadeiras preocupações do estado com a sociedade.
Quando se fala que a “juventude morre a luz do dia”, retrata o que a droga faz com o usuário,
que foi “escondido” para que ocorresse tudo bem nos jogos. A periferia sofreu com essas
atitudes, pois, a policia, em repressão, matou inocentes acreditando que eram bandidos e
deixou livre, bandidos que não eram inocentes.
As palavras que estampam nossa bandeira deveriam ser a verdadeira diretriz do Estado
e do povo, onde há ordem, há progresso, e mesmo que exista a necessidade de mostrar para os
estrangeiros que estava tudo bem, em um país de suposto primeiro mundo, durante os jogos
da copa, “tapar o pó com a peneira” não seria uma opção. O pó nesta frase retrata, as
minorias que sofreram com toda a movimentação em prol da copa, e que foram caladas
justamente por falta de ordem e progresso, no planejamento do país.
Tudo que é falado neste trecho da canção existe de maneira velada no nosso país, por
mais que saibamos que o preconceito existe, ele é eleito, apenas alguns vêm à tona na mídia,
como jogadores de futebol que foram chamados de “macaco”, mas o preconceito sofrido pelas
classes baixas, não tem defesa. A culpa é sempre imoral, não existe uma ética para culpar
alguém apenas, empurra-se aquilo que deveria ser responsabilidade de um para o próximo na
parte mais baixa da sociedade, essas questões geram violência, falta de respeito, que acontece
em qualquer lugar e homofobia, que ganha amplitude com casos cada vez mais presentes no
nosso cotidiano.
Em uma segunda leitura, observamos as questões capitalistas presentes, não apenas no
trecho escolhido, mas em toda a música, entretanto selecionamos o fragmento que fala:
“Homem mulher,
Somos todos bichos, lixos de mercado datados,
Dotados de amor e querência
Por isso não esqueça
Aonde sobra intolerância falta inteligência (...)”
No momento que o individuo é visto apenas como consumidor ele deixa de ter um
gênero definido e é determinado pelo que possui, por isso, o autor fala de “mercado e
datados”, a validade do individuo se dá pela validade do que ele tem, mesmo que sejamos
dotados de amor ao próximo e a pátria, não existe a valorização do “ser”, mas sim do “ter”.
Justamente para evitar a compulsão desenfreada da sociedade capitalista é que se deve
buscar a inteligência de maneira soberana e unanime. Isso acontece quando o Estado fornece
condições para que o sujeito mais simples possa ter acesso aos estudos de maneira mais
profunda, ai poderemos dizer que faltará a intolerância, com o outro e com o mundo que
vivemos e sobrará a inteligência para aprender com o outro, e valorizar o que temos de melhor
no nosso mundo, pois, coisas importantes, o dinheiro não pode comprar, como o direito de se
expressar, ou o beneficio do respeito mutuo.
Mesmo sendo uma música lançada esse ano, podemos dizer que é atemporal, já que
retrata um Brasil que demorará alguns anos - E muitas manifestações - para mudar. Em nota
dada ao Jornal Terra on-line, o vocalista da Banda Fernando Anitelli, diz que durante as
manifestações , segundo uma pesquisa da Universidade de São Paulo, aqueles que adquiriram
uma consciência critica para lutar por seus direitos e fazer diferente ouviam dois cantores
como motivação: Chico Buarque e O Teatro Mágico. Comprovando que o cunho social é
presente na música e que o consumismo desenfreado não e tão importante como parece, já
que a banda não possui direitos autorais por suas musicas e tem-se livre acesso a todas as
produções dela.
UNIVERSIDADE CAMILO CASTELO BRANCO

ANÁLISE DA MÚSICA: “O SOL E A PENEIRA - O TEATRO MÁGICO”

Aluna:
Juliana Marian Lima Diniz
RA: 0827282-5

SÃO PAULO
2014

Potrebbero piacerti anche