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AS ESCOLAS FILOSÓFICAS NO PERÍODO DO HELENISMO

Depois da morte de Platão e de Aristóteles, os dois grandes nomes da Filosofia clássica


grega e o advento do helenismo com Alexandre Magno, os novos filósofos mudam
consideravelmente o rumo das suas investigações e as novas escolas filosóficas buscam
responder como orientar a vida para encontrar a verdadeira felicidade, numa forma de
organização político social, na qual os interesses coletivos cedem lugar aos interesses
privados, e o conceito de cidadão desaparece, dando origem ao conceito de indivíduo. As
principais escolas filosóficas da época são: epicurismo, estoicismo, ceticismo e ecletismo.

1. Epicurismo
Epicuro de Samos (341-270 a.C.) fundou sua escola na cidade de Atenas em 306. Ela se
manteve por mais de seis séculos, e se propagou depois a Roma e Oriente. De seus escritos
restaram somente alguns fragmentos: máximas capitais, Cartas e Sobre a Natureza. Ensina a
seus discípulos a ataraxia (= imperturbabilidade); para consegui-la, é preciso viver às ocultas,
fugindo de empreendimentos. Sua filosofia está fundamentada numa visão atomista e
materialista da natureza e da alma humana.
Para Epicuro, a filosofia tem a missão de libertar o homem das turbulências que o agitam.
“Deves servir à filosofia só para alcançar a verdadeira liberdade”. O que perturba o ser
humano são quatro erros, dos quais ele se liberta só quando os domina e reconhece que são
somente opiniões. São eles: temor dos deuses, medo da morte, ânsia dos prazeres, tristeza
pelas dores. A filosofia nos oferece os quatros remédios para desprendermo-nos desses erros,
através de um verdadeiro conhecimento do mundo e uma verdadeira doutrina da natureza.
Temor dos Deuses. Os deuses existem em sua divindade, em perfeita serenidade nos
espaços intramundanos que os separam dos homens, alimentados pelos afluxos de átomos que
equilibram o fluxo de átomos. Frente aos deuses o homem deve ter uma atitude de
desinteresse, e não de culto servil de imploração e conjuros, alimentados pelo interesse e
temor aos deuses.
Temor da Morte. Epicuro considera o medo da morte um temor e sofrimento desnecessário,
pois o nosso nascimento é apenas o resultado de um entrechoque de átomos que se combinam
originando essa unidade psicossomática que somos nós. A morte é somente a desagregação
corpórea (onde reside a nossa sensibilidade) dessa unidade psicossomática, de tal forma que
não sentiremos mais nada quando isso acontecer. Noutras palavras, nunca nos encontraremos
com a morte, pois, enquanto existimos, ela não existe para nós, e quando ela chega, nós é que
não existimos mais para ela, pois perdemos a capacidade de sentir.
Ânsia de prazeres. O verdadeiro critério de avaliação do bem e do mal é o prazer e a dor.
Todos nós tendemos para o prazer, mas nem todo prazer nos conduz à felicidade; os prazeres
sensuais só nos acarretam mais dor, pois a dor é proporcionada por nossas necessidades;
portanto, não é este o caminho do verdadeiro prazer. Assim transmuta o prazer fugaz, pregado
pelo hedonismo, em um prazer perene e permanente, que coincida com toda ausência de dor.
Temor à dor. Como dissemos antes, o prazer fugaz só acentua mais ainda a dor e a
infelicidade no homem. Mas esse não é o verdadeiro prazer. O prazer perfeito não é mais que
o cessar de todo desejo e de necessidades, o que só se obtêm limitando as necessidades, único
meio para conseguir a calma, a imperturbabilidade (ataraxia) e a ausência de toda dor
(aponía), que o sábio deve perseguir. Mediante este domínio o homem é capaz de renunciar a
um prazer que não é mais que fonte de dor, e transformar um mal que é fonte de prazer
perene. Neste domínio o homem chega à contemplação da verdade.

2. Estoicismo
Zenão de Citio (336-263 a.C.) fundou a Escola do pórtico (stoá). Professa uma física
panteísta (A Razão é a alma do mundo). Por conseguinte, a regra suprema é viver conforme a
natureza e procurar a apatia ou insensibilidade frente a bens e males. Esta escola teve famosos
discípulos latinos: Sêneca (4 - 65 d.C.), o preceptor de Nero, Epiteto (50-138 d.C.), escravo
liberto, o imperador Marco Aurélio (121-180 d.C.).
O homem, na filosofia estoica, é apenas um órgão desse imenso organismo chamado
universo, um ser a mais dentre os seres da natureza, e sua alma é apenas uma centelha ou
faísca da manifestação da alma divina ou Razão universal. Por isso, a sua liberdade consiste
exatamente em compreender e conformar suas ações e vontade às leis da Razão universal, que
é a razão perfeita. O estoico deve aceitar e seguir serenamente e com alegria interior a razão
universal. Daí a máxima estoica “segue a natureza que é teu guia”. Epiteto, filósofo estoico,
resume essa concepção de liberdade, afirmando: “Até hoje não houve coisa alguma que me
trouxesse impedimento ou coação. Por quê? Porque sempre dispus minha vontade segundo a
Vontade de Deus. Quer Deus que eu tenha febre? também eu quero”. Ou seja, o ideal de
liberdade consiste em compreender essa inexorabilidade do universo regido segundo as leis
do Logos ou Razão universal e colocar-se em harmonia com ela, numa atitude de profunda
resignação da vontade.
Como a ética estoica defende a felicidade como fim que dá sentido à vida e ao agir humano,
ela é considerada finalista e demonista. Porém, a vinculação da ética a uma cosmologia
monista e materialista, dá ao homem e o seu ideal de felicidade uma compreensão, em muitos
aspectos, diferente da aristotélica. Para os estoicos, a vida feliz consiste numa disposição da
vontade para aceitar, com serenidade, as coisas como elas são. Isso não significa uma
anulação da liberdade, pois além da heroica aceitação da natureza, a ética defende que o
homem pode ser livre, basta saber distinguir quais coisas e acontecimentos independem de
sua vontade e que, portanto, ele não tem poder sobre elas, por exemplo: sua saúde, morte, etc.
que devem ser tratadas como realidades indiferentes. Mas, pode decidir sobre suas paixões e
seus juízos. As paixões são consideradas irracionais e nos afastam da vida segundo a razão,
por isso, o homem sábio é aquele capaz de viver a aparteia - apatia, no sentido filosófico
estoico -, isto é, a indiferença em relação às emoções e as paixões e, através dela, alcançar a
ataraxia, ou seja, o ideal de serenidade ou imperturbabilidade da alma alcançada quando se
domina ou elimina as paixões e emoções.
3. Ceticismo
“O termo ceticismo vem do sképsis, que significa “investigação”, “procura ele quer indicar
mais precisamente que a sabedoria não consiste no conhecimento da verdade, mas na sua
procura. De fato, o ceticismo sustenta que o homem não pode conhecer a verdade, mas
somente procurá-la.
Conhecer a verdade compete a Deus; investigá-la, ao homem. Existem, pois, duas espécies de
sabedoria: uma divina, e outra que consiste na investigação da verdade.
Antes de Platão e Aristóteles, já se desenvolvera a Grécia uma orientação filosófica
essencialmente cética, o famoso movimento dos sofistas. Ele se revigorou e se difundiu
largamente durante o período do helenismo, principalmente depois que se tornou a doutrina
oficial da escola de Platão, a Academia.
Os principais expoentes do ceticismo são Pírron, Carnéades e Sexto Empírico.
Pírron é considerado geralmente como fundador do movimento; viveu entre 360 e 270 a.C.
depois de participar, como cavaleiro, da campanha de Alexandre Magno no Oriente, voltou
para Elis, sua pátria, onde fundou uma escola de Filosofia. Ensinou uma forma de ceticismo
radical.
Partindo do princípio de que as coisas são inatingíveis ao conhecimento humano, Pírron
conclui que para o homem a única atitude cabível é a suspensão (epóxi) total do juízo; não se
pode afirmar de coisa alguma que seja verdadeira ou falsa, justa ou injusta, e assim por diante.
Essa suspensão do juízo leva a considerar todas as coisas como indiferentes ao homem e,
consequentemente, anão dar preferência a uma coisa em relação à outra.
De modo que a suspensão do juízo já é, por si mesma, uma ataraxia, ausência de qualquer
perturbação e paixão. A felicidade consiste, portanto, na suspensão do juízo.
As doutrinas de Pírron tiveram larga acolhida na Academia. Isto aconteceu quando os
platônicos, persuadidos da validade das críticas de Aristóteles, abandonaram a teoria das
Ideias. Tirada a base sobre a qual se apoiava a confiança de Platão no conhecimento humano,
não restava aos platônicos outra saída senão refugiar-se no ceticismo.
Para distinguir a escola platônica que permaneceu fiel aos ensinamentos do mestre de que,
abandonando a teoria das ideias, aceitou a posição cética, a primeira foi chamada Velha
Academia, e a segunda, Nova Academia. Os principais expoentes desta última são Carnéades
e sexto Empírico.
Carnéades (214-129 a.C.) tempera o ceticismo radical de Pírron, admitindo para o homem a
possibilidade de conhecer o que é provável, apesar de não lhe reconhecer o poder de atingir a
verdade. Para ele, o sábio é aquele que, embora sabendo que a verdade é inatingível, não
desiste de procurá-la assiduamente. Na vida prática, o sábio segue o que lhe parece mais
próximo da verdade e do bem, o que tem a seu favor mais razões para ser considerado como
válido, mesmo que não se manifeste como absolutamente certo e indiscutível.
Sexto empírico (século II d.C.) dá ao ceticismo a exposição mais sistemática e rigorosa. Por
vários motivos julga ele que o único sistema filosófico possível é o ceticismo. Os principais
são os dois seguintes: a) o profundo desacordo entre os filósofos em relação a qualquer
problema; b) os enganos dos sentidos: o conhecimento varia segundo as condições do sujeito
(circunstâncias, saúde), segundo as condições do objeto (distancia, posição, ambiente, massas
corpóreas) e segundo as relações (frequência dos acontecimentos).
Com Sexto Empírico o ceticismo fecha-se em uma posição fenomenística que faz mais do
que anular a própria possibilidade do saber, porque limita o conhecimento aos fenômenos e às
suas relações experimentáveis, eliminando toda indagação em torno das coisas
transcendentes, inverificáveis. Toda indagação metafísica é considerada vã porque fundada no
princípio de causalidade e no processo silogístico. Ora, sexto empírico contesta, ao princípio
de causalidade, sucessão de fatos concomitantes ou consecutivos. Quanto ao silogismo, ele o
considera um exercício formalístico vazio, que encerra o pensamento num círculo-vicioso.
Sexto Empírico não reconhece o valor da lógica apodítica de Aristóteles e se abandona à
contingência dos acontecimentos.” (MONDIN, Battista, p.166-118)

4. O Ecletismo

A palavra ecletismo vem do grego ekléktikós de eklegein: esconder). Hilton Japiassú e


Danilo Marcondes definiram o ecletismo como um “método filosófico que consiste em retirar
dos diferentes sistemas de pensamento certos elementos ou teses para difundi-los num novo
sistema.” (Dicionário Básico de Filosofia, p. 81). Noutras palavras, o ecletismo era uma
mistura de proposições e teorias filosóficas, não raro de modo superficial, na qual se buscava
captar o melhor dos sistemas filosóficos.
Nas palavras que seguem apresentaremos uma caracterização do ecletismo feita pelo
historiador da filosofia Battista Mondin: “entende-se por ecletismo a atitude filosófica para
qual a procura da verdade não se esgota em apenas uma forma sistemática e dedica-se por isso
a coordenar e harmonizar entre si elementos de verdade escolhidos em diversos sistemas.
O ecletismo desenvolve-se durante o período alexandrino como reação ao cepticismo.
Diante do desacordo cada vez mais grave e profundo entre os filósofos, os cépticos, como
vimos, tinham perdido totalmente a confiança na capacidade da razão humana em atingir a
verdade. Já os ecléticos, diante dessa situação, não julgam correto perder o ânimo, por que,
segundo eles, o desacordo é sinal de incapacidade da razão não para atingir a verdade, mas
para abranger a verdade com um único olhar. Para eles, o desacordo dos filósofos deve-se ao
fato de que, não podendo a fraca mente humana abarcar toda a verdade com um só olhar, um
filósofo limita a sua investigação a um aspecto e outro filósofo a outro aspecto. Assim,
estudando aspectos diferentes da realidade, é natural que cheguem a conclusões diferentes.
Por isso, para se chegar uma compreensão adequada das coisas, não se deve confiar em um só
filósofo, mas é necessário reunir as conclusões das pesquisas dos melhores entre eles. É o que
procuram fazer os ecléticos do período helenístico: para organizarem um sistema filosófico
mais completo, reúnem os melhores aspectos das doutrinas de Platão, Aristóteles, Epicuro e
Zenão de Citio.” (Curso de Filosofia, p. 118).
Um dos maiores representantes e expoente do ecletismo foi o filósofo romano Cícero,
rejeitando o Epicurismo, adere ao pensamento platônico, aristotélico e estoico. Também, os
padres da Igreja, apesar da ênfase dado ao platonismo, na construção do pensamento cristão,
usam elementos vindos também o estoicismo. Também O Ecletismo foi uma corrente
filosófica que mais influenciou os pensadores brasileiros no surgimento das primeiras
manifestações filosóficas no Brasil.

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