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DIREITO PENAL P/ TRF 1¡ REGIÌO (2017) Ð TƒCNICO JUDICIçRIO
Teoria e quest›es
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo
AULA DEMO
APLICA‚ÌO DA LEI PENAL. INFRA‚ÌO PENAL. DISPOSI‚ÍES
PRELIMINARES DO CP.
SUMçRIO
1 INFRA‚ÌO PENAL ................................................................................................. 6
1.1 Conceito ......................................................................................................... 6
1.2 Conceito de Crime .......................................................................................... 6
1.3 Contraven•‹o Penal ....................................................................................... 8
2 APLICA‚ÌO DA LEI PENAL .................................................................................... 9
2.1 Aplica•‹o da Lei penal no tempo .................................................................... 9
2.1.1 Conflito de Leis penais no Tempo ................................................................... 11
2.1.1.1 Lei nova incriminadora ........................................................................... 11
2.1.1.2 Lex Gravior .......................................................................................... 11
2.1.1.3 Abolitio Criminis .................................................................................... 11
2.1.1.4 Lex Mitior ou Novatio legis in mellius ........................................................ 13
2.1.1.5 Lei posterior que traz benef’cios e preju’zos ao rŽu .................................... 13
2.1.2 Tempo do crime ........................................................................................... 16
2.2 Aplica•‹o da lei penal no espa•o .................................................................. 17
2.2.1 Territorialidade ............................................................................................ 17
2.2.2 Extraterritorialidade ..................................................................................... 18
2.2.2.1 Princ’pio da Personalidade ou da nacionalidade .......................................... 19
2.2.2.2 Princ’pio do domic’lio ............................................................................. 20
2.2.2.3 Princ’pio da Defesa ou da Prote•‹o .......................................................... 20
2.2.2.4 Princ’pio da Justi•a Universal .................................................................. 21
2.2.2.5 Princ’pio da Representa•‹o ou da bandeira ou do Pavilh‹o .......................... 22
2.2.3 Lugar do Crime ............................................................................................ 23
2.2.4 Extraterritorialidade condicionada, incondicionada e hipercondicionada ................ 23
2.3 Aplica•‹o da Lei penal em rela•‹o ˆs pessoas .............................................. 26
2.3.1 Sujeito ativo................................................................................................ 26
2.3.1.1 Imunidades Diplom‡ticas........................................................................ 28
2.3.1.2 Imunidades Parlamentares ..................................................................... 28
(a) Imunidade material ............................................................................................ 29
(b) Imunidade formal ............................................................................................... 30
2.3.2 Sujeito Passivo ............................................................................................ 31
3 DISPOSI‚ÍES PRELIMINARES DO CP ................................................................. 32
3.1 Contagem de prazos..................................................................................... 32
3.2 Fra•›es n‹o comput‡veis de pena ................................................................ 33
3.3 Efic‡cia da senten•a estrangeira .................................................................. 33
3.4 Interpreta•‹o e integra•‹o da lei penal ....................................................... 34
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Teoria e quest›es
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3.4.1 Interpreta•‹o da lei penal ............................................................................. 34
3.4.2 Analogia ..................................................................................................... 36
3.5 Conflito aparente de normas penais ............................................................. 36
3.5.1 Princ’pio da especialidade .............................................................................. 37
3.5.2 Princ’pio da subsidiariedade ........................................................................... 37
3.5.3 Princ’pio da consun•‹o (absor•‹o) .................................................................. 38
3.5.4 Princ’pio da alternatividade ........................................................................... 39
4 DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES ............................................................... 40
5 SòMULAS PERTINENTES ..................................................................................... 42
5.1 Sœmulas do STF ............................................................................................ 42
5.2 Sœmulas do STJ ............................................................................................ 43
6 RESUMO .............................................................................................................. 43
7 EXERCêCIOS DA AULA ......................................................................................... 51
8 EXERCêCIOS COMENTADOS ................................................................................. 60
9 GABARITO .......................................................................................................... 80
ƒ com imenso prazer que estou aqui, mais uma vez, pelo ESTRATƒGIA
CONCURSOS, tendo a oportunidade de poder contribuir para a aprova•‹o de
voc•s no concurso do TRF1. N—s vamos estudar teoria e comentar exerc’cios
sobre DIREITO PENAL, para o cargo de TƒCNICO JUDICIçRIO.
E a’, povo, preparados para a maratona?
O edital acabou de ser publicado, e a Banca ser‡ o CESPE. As provas
est‹o agendadas para o dia 26.11.2017.
Bom, est‡ na hora de me apresentar a voc•s, n‹o Ž?
Meu nome Ž Renan Araujo, tenho 30 anos, sou Defensor Pœblico
Federal desde 2010, atuando na Defensoria Pœblica da Uni‹o no Rio de Janeiro,
e mestre em Direito Penal pela Faculdade de Direito da UERJ. Antes,
porŽm, fui servidor da Justi•a Eleitoral (TRE-RJ), onde exerci o cargo de
TŽcnico Judici‡rio, por dois anos. Sou Bacharel em Direito pela UNESA e p—s-
graduado em Direito Pœblico pela Universidade Gama Filho.
Minha trajet—ria de vida est‡ intimamente ligada aos Concursos Pœblicos.
Desde o come•o da Faculdade eu sabia que era isso que eu queria para a minha
vida! E querem saber? Isso faz toda a diferen•a! Algumas pessoas me perguntam
como consegui sucesso nos concursos em t‹o pouco tempo. Simples: Foco +
For•a de vontade + Disciplina. N‹o h‡ f—rmula m‡gica, n‹o h‡ ingrediente
secreto! Basta querer e correr atr‡s do seu sonho! Acreditem em mim, isso
funciona!
ƒ muito gratificante, depois de ter vivido minha jornada de concurseiro,
poder colaborar para a aprova•‹o de outros tantos concurseiros, como um dia eu
fui! E quando eu falo em Òcolaborar para a aprova•‹oÓ, n‹o estou falando apenas
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por falar. O EstratŽgia Concursos possui ’ndices alt’ssimos de aprova•‹o
em todos os concursos!
Neste curso voc•s receber‹o todas as informa•›es necess‡rias para que
possam ter sucesso no concurso do TRF1. Acreditem, voc•s n‹o v‹o se
arrepender! O EstratŽgia Concursos est‡ comprometido com sua
aprova•‹o, com sua vaga, ou seja, com voc•!
Mas Ž poss’vel que, mesmo diante de tudo isso que eu disse, voc• ainda
n‹o esteja plenamente convencido de que o EstratŽgia Concursos Ž a melhor
escolha. Eu entendo voc•, j‡ estive deste lado do computador. Ës vezes Ž dif’cil
escolher o melhor material para sua prepara•‹o. Contudo, alguns colegas de
caminhada podem te ajudar a resolver este impasse:
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Aula 00 Aplica•‹o da Lei Penal. 14.09
!!
! As aulas ser‹o disponibilizadas no site conforme o cronograma
apresentado. Em cada aula eu trarei algumas quest›es que foram cobradas
em concursos pœblicos, para fixarmos o entendimento sobre a matŽria.
Como a Banca Ž o CESPE, vamos usar, primordialmente, quest›es
desta Banca. Mais de 90% das quest›es do curso ser‹o do CESPE.
AlŽm da teoria e das quest›es, voc•s ter‹o acesso a duas ferramentas
muito importantes:
¥! RESUMOS Ð Cada aula ter‡ um resumo daquilo que foi estudado,
variando de 03 a 10 p‡ginas (a depender do tema), indo direto ao
ponto daquilo que Ž mais relevante! Ideal para quem est‡ sem
muito tempo.
¥! FîRUM DE DòVIDAS Ð N‹o entendeu alguma coisa? Simples: basta
perguntar ao professor Vinicius Silva, que Ž o respons‡vel pelo
F—rum de Dœvidas, exclusivo para os alunos do curso.
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E-mail: profrenanaraujo@gmail.com
Periscope: @profrenanaraujo
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Instagram: www.instagram.com/profrenanaraujo/?hl=pt-br
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1! INFRA‚ÌO PENAL
1.1! Conceito
A infra•‹o penal Ž um fen™meno social, disso ninguŽm duvida. Mas como
defini-la?
Podemos conceituar infra•‹o penal como:
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Art 1¼ Considera-se crime a infra•‹o penal que a lei comina pena de reclus‹o ou de
deten•‹o, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de
multa; contraven•‹o, a infra•‹o penal a que a lei comina, isoladamente, pena de
pris‹o simples ou de multa, ou ambas. alternativa ou cumulativamente.
CRIMES
INFRAÇÕES
PENAIS
CONTRAVENÇÕES
PENAIS
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Todos os tr•s aspectos (material, legal e anal’tico) est‹o presentes no nosso
sistema jur’dico-penal. De fato, uma conduta pode ser materialmente crime
(furtar, por exemplo), mas n‹o o ser‡ se n‹o houver previs‹o legal (n‹o ser‡
legalmente crime). Poder‡, ainda, ser formalmente crime (no caso da lei que
citei, que criminalizava a conduta de chorar em pœblico), mas n‹o o ser‡
materialmente se n‹o trouxer les‹o ou amea•a a les‹o de algum bem jur’dico de
terceiro.
Desta forma:
MATERIAL
CONCEITO DE TEORIA
FORMAL
CRIME BIPARTIDA
TEORIA
QUADRIPARTIDA
Esse œltimo conceito de crime (sob o aspecto anal’tico), Ž o que vai nos
fornecer os subs’dios para que possamos estudar os elementos do crime (Fato
t’pico, ilicitude e culpabilidade). Entretanto, isso Ž tema para nossa pr—xima aula
apenas!
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o legislador estabelece qual conduta ser‡ considerada crime e qual conduta ser‡
considerada contraven•‹o, de acordo com sua no•‹o de lesividade para a
sociedade.
Mas professor, qual Ž a diferen•a pr‡tica em saber se a conduta Ž
crime ou contraven•‹o? Muitas, meu caro! Vejamos:
CRIMES CONTRAVEN‚ÍES
Admitem tentativa (art. 14, II). N‹o se admite puni•‹o de
contraven•‹o na modalidade
tentada. Ou se pratica a contraven•‹o
consumada ou se trata de um indiferente
penal.
Se cometido crime, tanto no A pr‡tica de contraven•‹o no exterior
Brasil quanto no estrangeiro, e n‹o gera efeitos penais, inclusive para
vier o agente a cometer fins de reincid•ncia. S— h‡ efeitos penais
contraven•‹o, haver‡ em rela•‹o ˆ contraven•‹o praticada no
reincid•ncia. Brasil!
Tempo m‡ximo de cumprimento Tempo m‡ximo de cumprimento de
de pena: 30 anos. pena: 05 anos.
Aplicam-se as hip—teses de N‹o se aplicam as hip—teses de
extraterritorialidade (alguns extraterritorialidade do art. 7¡ do
crimes cometidos no C—digo Penal.
estrangeiro, em determinadas
circunst‰ncias, podem ser
julgados no Brasil)
N‹o se prendam a estas diferen•as! Para o estudo desta aula o que importa
Ž saber que Hç DIFEREN‚AS PRçTICAS entre ambos.
Portanto, crime e contraven•‹o s‹o termos relacionados ˆ mesma
categoria (infra•‹o penal), mas n‹o se confundem, existindo diferen•as
pr‡ticas entre ambos.
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amanh‹ pode n‹o o ser, e vice-versa. ƒ claro, tambŽm, que quando uma lei
revoga a outra, a lei revogadora deve abordar a matŽria de forma, ao menos um
pouco, diferente do modo como tratava a lei revogada, caso contr‡rio, seria uma
lei absolutamente inœtil. A esse fen™meno damos o nome de Princ’pio da
continuidade das leis.
A revoga•‹o, por sua vez, Ž o fen™meno que compreende a substitui•‹o de
uma norma jur’dica por outra. Essa substitui•‹o pode ser total ou parcial. No
primeiro caso, temos o que se chama de ab-roga•‹o, e no segundo caso,
derroga•‹o.
A revoga•‹o, como vimos, pode ser total ou parcial. Mas pode, ainda, ser
expressa ou t‡cita. Diz-se que Ž expressa quando a nova lei diz
expressamente que revoga a lei anterior. Por exemplo, a lei 11.343/06 (nova lei
de drogas) diz em seu art. 75, que ficam revogadas as disposi•›es contidas na
lei 6.368/76.
Por sua vez, a revoga•‹o t‡cita ocorre quando a lei nova, embora n‹o diga
nada com rela•‹o ˆ revoga•‹o da lei antiga, trata da mesma matŽria, s— que de
forma diferente.
Desta forma, a lei produz efeitos desde sua vig•ncia atŽ sua revoga•‹o.
CUIDADO! No per’odo de vacatio legis (Per’odo entre a publica•‹o da Lei e
sua entrada em vigor, geralmente de 45 dias) a lei ainda n‹o vigora! Ou seja,
ela ainda n‹o produz efeitos!
Em termos gr‡ficos:
|----------|-------------------------------------------------------|
Logo, podemos perceber que a lei penal, assim como qualquer lei, somente
produz efeitos durante o seu per’odo de vig•ncia. ƒ o que se chama de princ’pio
da atividade da lei.
Em alguns casos, porŽm, a lei penal pode produzir efeitos e atingir fatos
ocorridos antes de sua entrada em vigor e, atŽ mesmo, continuar produzindo
efeitos mesmo ap—s sua revoga•‹o. Vamos analis‡-los individualmente.
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2.1.1!Conflito de Leis penais no Tempo
Ocorrendo a revoga•‹o de uma lei penal por outra, algumas situa•›es ir‹o
ocorrer, e as consequ•ncias de cada uma delas depender‹o da natureza da norma
revogadora.
Frise-se que a lei nova ser‡ considerada mais gravosa ainda que n‹o
aumente a pena prevista para o crime. Basta que traga qualquer preju’zo ao
rŽu2, como forma de cumprimento da pena, redu•‹o ou elimina•‹o de benef’cios,
etc.
1
TambŽm chamada de ou Novatio Legis in Pejus ou Lei nova mais gravosa.
2
BITENCOURT, Op. cit., p. 208
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Nesse caso, como a lei posterior deixa de considerar o fato crime, ela
produzir‡ efeitos retroativos, alcan•ado os fatos praticados mesmo antes
de sua vig•ncia, em homenagem ao art. 5, XL da Constitui•‹o Federal e ao art.
2¡ do C—digo Penal3.
ƒ claro que quando uma lei deixa de considerar um determinado fato como
crime, ela est‡ beneficiando aquele praticou o fato e que, porventura, esteja
respondendo criminalmente por ele, ou atŽ mesmo, cumprindo pena em
decorr•ncia da condena•‹o pelo fato.
Em casos tais, ocorre o que se chama de retroatividade da Lei Penal, que
passa a produzir efeitos sobre fatos ocorridos anteriormente ˆ sua vig•ncia.
3
Art. 5¼ (...)
XL - a lei penal n‹o retroagir‡, salvo para beneficiar o rŽu;
[...]
Art. 2¼ - NinguŽm pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude
dela a execu•‹o e os efeitos penais da senten•a condenat—ria.
4
A Lei 12.015/09 revogou o art. 214 do CP, que previa o crime de atentado violento ao pudor. Entretanto,
ao mesmo tempo, ampliou a descri•‹o do tipo penal do estupro para abranger tambŽm a pr‡tica de atos
libidinosos diversos da conjun•‹o carnal, que era a descri•‹o do tipo penal de atentado violento ao pudor.
Assim, o que a Lei 12.015/09 fez, n‹o foi descriminalizar o Atentado Violento ao Pudor, mas dar a ele novo
contorno jur’dico, passando agora o fato a ser enquadrado como crime de estupro, tendo, inclusive, previsto
a mesma pena anteriormente cominada ao Atentado Violento ao Pudor. Assim, n‹o houve abolitio criminis,
pois o fato n‹o deixou de ser crime, apenas passou a ser tratado em outro tipo penal.
5
TambŽm n‹o h‡ abolitio criminis quando a lei nova revoga uma lei especial que criminaliza um
determinado fato, mas que mesmo assim, est‡ enquadrado como crime numa norma geral.
Explico:
Imagine que a Lei ÒAÓ preveja o crime de roubo a empresa de transporte de valores, com pena de 4 a 12
anos. Posteriormente, entra em vigor a Lei ÒBÓ, que revoga expressa e totalmente a Lei ÒAÓ. Pode-se dizer
que o roubo a empresa de transporte de valores deixou de ser crime? Claro que n‹o, pois a conduta, o fato,
est‡ previsto no art. 157 do C—digo Penal (crime de roubo). Assim, apenas deixou de existir a lei especial
que previa pena diferenciada para este fato, passando o mesmo a ser regido pelo tipo previsto no C—digo
Penal. Pode-se dizer, no entanto, que houve novatio legis in mellius, ou Lex mitior, que Ž a superveni•ncia
de lei mais benŽfica.
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da condena•‹o). Todavia, se JosŽ foi condenado a reparar o dano causado ˆ
v’tima, tal obriga•‹o permanece (efeito extrapenal da condena•‹o).
6
Art. 2¼ (...)
Par‡grafo œnico - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores,
ainda que decididos por senten•a condenat—ria transitada em julgado.
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UNITçRIA7, devendo ser aplicada apenas uma das leis, em homenagem aos
princ’pios da reserva legal e da separa•‹o dos Poderes do Estado. O STJ sempre
adotou esta posi•‹o8.
E quem deve aplicar a nova lei penal mais benŽfica ou a nova lei
penal abolitiva? O Supremo Tribunal Federal (STF) firmou entendimento no
sentido de que DEPENDE DO MOMENTO:
¥! Processo ainda em curso Ð Compete ao Ju’zo que est‡ conduzindo
o processo
¥! Processo j‡ transitado em julgado Ð Compete ao Ju’zo da execu•‹o
penal.
Nos termos da sœmula 611 do STF:
SòMULA N¼ 611
Transitada em julgado a senten•a condenat—ria, compete ao Ju’zo das
execu•›es a aplica•‹o da lei mais benigna.
Mas e se a lei nova for revogada por outra lei mais gravosa? Nesse
caso, a lei mais gravosa n‹o se aplicar‡ aos fatos regidos pela lei mais benŽfica,
pois isso seria uma retroatividade da lei em preju’zo do rŽu. No momento em que
a lei intermedi‡ria (a que revogou, mas foi revogada) entrou em vigor, passou a
reger os fatos ocorridos antes de sua vig•ncia. Sobrevindo lei posterior mais
grave, aplica-se a regra geral da irretroatividade da Lei em rela•‹o a esta œltima.
|----|------|------------------------------------------------------|
Fato VIGæNCIA DA LEI B
7
Entretanto, no julgamento do RE 596152/SP, o STF adotou posi•‹o contr‡ria, ou seja, permitiu a
combina•‹o de leis. Trata-se de uma decis‹o isolada, portanto, n‹o caracteriza uma Òjurisprud•nciaÓ de
verdade.
8
E de forma a consolidar sua tese, o STJ editou o verbete n¼ 501 de sua sœmula de jurisprud•ncia,
entendendo, relativamente aos crimes da lei de drogas, a impossibilidade de combina•‹o de leis. Vejamos:
SòMULA N¼ 501
ƒ cab’vel a aplica•‹o retroativa da Lei n. 11.343/2006, desde que o resultado da incid•ncia das suas
disposi•›es, na ’ntegra, seja mais favor‡vel ao rŽu do que o advindo da aplica•‹o da Lei n. 6.368/1976,
sendo vedada a combina•‹o de leis.
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vig•ncia e ANTES de sua vig•ncia). Nesse caso, diz-se que h‡ a
ULTRATIVIDADE DA LEI B.9
Excepcional Ž a situa•‹o das leis intermitentes, que se dividem em leis
excepcionais e leis tempor‡rias. As leis excepcionais s‹o aquelas que s‹o
produzidas para vigorar durante determinada situa•‹o. Por exemplo, estado de
s’tio, estado de guerra, ou outra situa•‹o excepcional. Lei tempor‡ria Ž aquela
que Ž editada para vigorar durante determinado per’odo, certo, cuja revoga•‹o
se dar‡ automaticamente quando se atingir o termo final de vig•ncia,
independentemente de se tratar de uma situa•‹o normal ou excepcional do pa’s.
No caso destas leis, dado seu car‡ter transit—rio, o fato de estas leis
virem a ser revogadas Ž irrelevante! Isso porque a revoga•‹o Ž decorr•ncia
natural do tŽrmino do prazo de vig•ncia da lei. Assim, aquele que cometeu o
crime durante a vig•ncia de uma destas leis responder‡ pelo fato, nos
moldes em que previsto na lei, mesmo ap—s o fim do prazo de dura•‹o
da norma.
Isso Ž uma quest‹o de l—gica, pois, se assim n‹o o fosse, bastaria que o rŽu
procrastinasse o processo atŽ data prevista para a revoga•‹o da lei a fim de que
fosse decretada a extin•‹o de sua punibilidade. Isso est‡ previsto no art. 3¡ do
C—digo Penal:
Art. 3¼ - A lei excepcional ou tempor‡ria, embora decorrido o per’odo de sua dura•‹o
ou cessadas as circunst‰ncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante
sua vig•ncia.
9
Quando a lei Ž aplicada fora de seu per’odo de vig•ncia, diz-se que h‡ extratividade. A extratividade pode
ocorrer em raz‹o da ultratividade ou da retroatividade, a depender do caso. A extratividade, portanto, Ž um
g•nero, que comporta duas espŽcies: retroatividade e ultratividade. BITENCOURT, Op. cit., p. 207/209
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caso, teremos abolitio criminis, e isso ter‡ efeitos pr‡ticos para JosŽ. O mesmo
ocorreria se o Governo, ao invŽs de proceder ˆ descriminaliza•‹o da conduta,
tivesse abrandado a pena (lex mitior). Essa lei iria retroagir.
CUIDADO! Eu j‡ vi este tema ser abordado das mais diversas formas. J‡ vi
Banca entendendo que a lei tempor‡ria ser‡ aplicada mesmo que sobrevenha
lei nova, abolindo o crime. Isso Ž complicado, porque traz inseguran•a ao
candidato. Contudo, a’ vai meu conselho: Lei tempor‡ria produz efeitos ap—s
sua revoga•‹o ÒnaturalÓ (expira•‹o do prazo de validade). Se houver
superveni•ncia de lei abolitiva expressamente revogando a criminaliza•‹o
prevista na lei tempor‡ria, ela n‹o mais produzir‡ efeitos. Assim, cuidado com
a abordagem na prova.
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Mas isso n‹o ofende o princ’pio da irretroatividade da lei mais
gravosa? N‹o, pois neste caso NÌO Hç RETROATIVIDADE. Neste caso, a lei
mais grave est‡ sendo aplicada a um crime que ainda est‡ sendo praticado, e
n‹o a um crime que j‡ foi praticado.10
2.2.1!Territorialidade
Essa Ž a regra no que tange ˆ aplica•‹o da lei penal no espa•o. Pelo
princ’pio da territorialidade, aplica-se ˆ lei penal aos crimes cometidos no
territ—rio nacional. Assim, n‹o importa se o crime foi cometido por estrangeiro ou
contra v’tima estrangeira. Se cometido no territ—rio nacional, submete-se ˆ lei
penal brasileira.
ƒ o que prev• o art. 5¡ do C—digo Penal:
Art. 5¼ - Aplica-se a lei brasileira, sem preju’zo de conven•›es, tratados e regras de
direito internacional, ao crime cometido no territ—rio nacional.
10
Cezar Roberto Bitencourt critica parcialmente a sœmula, ao entendimento de que ela poderia ser aplic‡vel
ao crime permanente, sem nenhuma viola•‹o ˆ irretroatividade da lei mais gravosa, mas a mesma solu•‹o
n‹o poderia ser adotada em rela•‹o ao crime continuado, por n‹o se tratar de crime œnico com execu•‹o
prolongada no tempo, e sim mera fic•‹o jur’dica que considera como crime œnico (para fins de aplica•‹o da
pena), uma sŽrie de delitos. BITENCOURT, Op. cit., p. 220.
A maioria da Doutrina, contudo, n‹o tece cr’ticas ˆ sœmula. Ver, por todos, BITENCOURT, Op. cit., p. 120.
11
Ver, por todos, GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 123/124 e GOMES, Luiz Flavio.
BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 222.
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¥! O subsolo
Assim, aos crimes praticados nestes locais aplica-se a lei brasileira, pelo
princ’pio da territorialidade.
ATEN‚ÌO! Como sabemos, a Lei penal brasileira ser‡ aplicada aos crimes
cometidos a bordo de aeronaves ou embarca•›es estrangeiras, mercantes ou
de propriedade privada, desde que se encontrem no espa•o aŽreo brasileiro ou
em pouso no territ—rio nacional, ou, no caso das embarca•›es, em porto ou mar
territorial brasileiro.
Contudo, a Doutrina aponta uma exce•‹o ˆ aplica•‹o da lei penal brasileira
neste caso. Trata-se do PRINCêPIO DA PASSAGEM INOCENTE. Este
princ’pio, decorrente do Direito Internacional Mar’timo, estabelecido na
Conven•‹o de Montego Bay (1982), que foi assinada pelo Brasil, prev• que
uma embarca•‹o de propriedade privada, de qualquer nacionalidade, possui o
direito de atravessar o mar territorial de uma na•‹o, desde que n‹o ameace
a paz, a seguran•a e a boa ordem do Estado.
Aplicando tal princ’pio ao Direito Penal, a Doutrina entende que se um crime for
praticado a bordo de uma embarca•‹o que se encontre em Òpassagem
inocenteÓ, n‹o ser‡ aplic‡vel a lei brasileira a este crime, desde que o crime em
quest‹o n‹o afete nenhum bem jur’dico nacional. Ex.: Um americano mata
um holand•s dentro de um navio argentino em situa•‹o de passagem
inocente.
Parte da Doutrina estende a aplica•‹o do princ’pio tambŽm ˆs aeronaves
privadas em situa•‹o semelhante.
CUIDADO! Este princ’pio s— se aplica ˆs embarca•›es ou aeronaves que
utilizem o territ—rio do Brasil como mera ÒpassagemÓ. Se o Brasil Ž o destino da
aeronave ou embarca•‹o, n‹o h‡ aplica•‹o do princ’pio.
Assim, para que possamos trabalhar com este princ’pio na prova, a quest‹o
deve deixar clara a situa•‹o de Òpassagem inocenteÓ, ou seja, a Banca
tem que deixar claro que pretende saber se voc• tem conhecimento
disso. Caso contr‡rio, esque•a tal exce•‹o.
2.2.2!Extraterritorialidade
A extraterritorialidade Ž a aplica•‹o da lei penal brasileira a um fato
criminoso que n‹o ocorreu no territ—rio nacional.
Pode se dar em raz‹o de diversos princ’pios, que veremos a seguir:
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No primeiro caso, basta que o crime de genoc’dio tenha sido cometido por
brasileiro para que a lei brasileira seja aplicada, n‹o havendo qualquer condi•‹o
alŽm desta.
No segundo caso (crime comum cometido por brasileiro no exterior),
algumas condi•›es devem estar presentes, conforme preceitua o ¤2¡ do art. 7¡
do CPB:
¤ 2¼ - Nos casos do inciso II, a aplica•‹o da lei brasileira depende do concurso das
seguintes condi•›es: (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
a) entrar o agente no territ—rio nacional; (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
b) ser o fato pun’vel tambŽm no pa’s em que foi praticado; (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209,
de 1984)
c) estar o crime inclu’do entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradi•‹o;
(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
d) n‹o ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou n‹o ter a’ cumprido a pena;
(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
e) n‹o ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, n‹o estar
extinta a punibilidade, segundo a lei mais favor‡vel. (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de
1984)
Assim, n‹o basta que o crime tenha sido cometido por brasileiro, Ž
necess‡rio que as condi•›es acima estejam presentes, ou seja: O fato deve ser
pun’vel tambŽm no local onde fora cometido o crime; deve o agente entrar no
territ—rio brasileiro; O crime deve estar inclu’do no rol daqueles que autorizam
extradi•‹o e n‹o pode o agente ter sido absolvido ou ter sido extinta sua
punibilidade no estrangeiro.
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Pelo princ’pio da personalidade passiva, aplica-se a lei brasileira aos
crimes cometidos contra brasileiro, ainda que no exterior. Nos termos do art. 7¡,
¤3¡ do CPB:
¤ 3¼ - A lei brasileira aplica-se tambŽm ao crime cometido por estrangeiro contra
brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condi•›es previstas no par‡grafo
anterior:
a) n‹o foi pedida ou foi negada a extradi•‹o;
b) houve requisi•‹o do Ministro da Justi•a.
12
GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 127
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a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da Repœblica;
b) contra o patrim™nio ou a fŽ pœblica da Uni‹o, do Distrito Federal, de Estado, de
Territ—rio, de Munic’pio, de empresa pœblica, sociedade de economia mista, autarquia
ou funda•‹o institu’da pelo Poder Pœblico;
c) contra a administra•‹o pœblica, por quem est‡ a seu servi•o;
Vejam que se trata de bens jur’dicos altamente relevantes para o pa’s. N‹o
se trata de considerar a vida e a liberdade do Presidente da Repœblica mais
importante que a vida e a liberdade dos demais brasileiros. Nesse caso, o que se
busca Ž garantir que um crime praticado contra a figura do Presidente da
Repœblica n‹o fique impune, pois Ž mais que um crime contra a pessoa, Ž um
crime contra toda a na•‹o.
Reparem, ainda, que n‹o Ž qualquer crime cometido contra o
Presidente, mas somente aqueles que atentem contra sua vida ou
liberdade.
Estas hip—teses dispensam outras condi•›es, bastando que tenha sido o
crime cometido contra estes bens jur’dicos. Ali‡s, ser‡ aplicada a lei brasileira
ainda que o agente j‡ tenha sido condenado ou absolvido no exterior:
¤ 1¼ - Nos casos do inciso I, o agente Ž punido segundo a lei brasileira, ainda que
absolvido ou condenado no estrangeiro.
13
GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 129
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atravŽs de tratado internacional, tenha se obrigado a reprimir tal conduta. Tem
previs‹o no art. 7¡, II, a do CPB:
Art. 7¼ - Ficam sujeitos ˆ lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:
(...)
II - os crimes:
a) que, por tratado ou conven•‹o, o Brasil se obrigou a reprimir;
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2.2.3!Lugar do Crime
Para aplicarmos corretamente o que foi aprendido acerca da lei penal no
espa•o, precisamos saber, com exatid‹o, qual Ž o local do crime. Para tanto,
existem algumas teorias:
1)! Teoria da atividade Ð Considera-se local do crime aquele em que a
conduta Ž praticada.
2)! Teoria do resultado Ð Para esta teoria, n‹o importa onde Ž praticada a
conduta, pois se considera como lugar do crime o local onde ocorre a
consuma•‹o.
3)! Teoria mista ou da ubiquidade Ð Esta teoria prev• que tanto o lugar
onde se pratica a conduta quanto o lugar do resultado s‹o considerados
como local do crime. Esta teoria Ž a adotada pelo C—digo Penal, em
seu art. 6¡:
Art. 6¼ - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a a•‹o ou omiss‹o,
no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado
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Crimes contra a
administração pública,
por quem está a seu
serviço
PRINCÍPIO DA JUSTIÇA
UNIVERSAL OU DO Crime de genocídio, quando o agente for
DOMICÍLIO OU DA brasileiro ou domiciliado no Brasil
PERSONALIDADE ATIVA
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b) praticados por brasileiro; (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
c) praticados em aeronaves ou embarca•›es brasileiras, mercantes ou de propriedade
privada, quando em territ—rio estrangeiro e a’ n‹o sejam julgados. (Inclu’do pela Lei
n¼ 7.209, de 1984)
EXTRATERRITORIALIDADE
CONDICIONADA
Entrar o agente no território nacional
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Entretanto, existe ainda a chamada extraterritorialidade
hipercondicionada, que Ž a hip—tese prevista no ¤ 3¡ do art. 7¼:
Art. 7¼ (...) ¤ 3¼ - A lei brasileira aplica-se tambŽm ao crime cometido por estrangeiro
contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condi•›es previstas no par‡grafo
anterior: (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
Neste caso, alŽm das condi•›es anteriores, existem ainda duas outras
condi•›es:
2.3.1!Sujeito ativo
Sujeito ativo Ž a pessoa que pratica a conduta descrita no tipo penal.
Entretanto, atravŽs do concurso de pessoas, ou concurso de agentes, Ž poss’vel
que alguŽm seja sujeito ativo de uma infra•‹o penal sem que realize a
conduta descrita no tipo penal.
EXEMPLO: Pedro atira contra Paulo, vindo a causar-lhe a morte. Pedro Ž
sujeito ativo do crime de homic’dio, previsto no art. 121 do C—digo Penal, isso
n‹o se discute. Mas tambŽm ser‡ sujeito ativo do crime de homic’dio, Jo‹o, que
lhe emprestou a arma e lhe encorajou a atirar. Embora Jo‹o n‹o tenha realizado
a conduta prevista no tipo penal, pois n‹o praticou a conduta de Òmatar alguŽmÓ,
auxiliou material e moralmente Pedro a faz•-lo.
Somente o ser humano, em regra, pode ser sujeito ativo de uma
infra•‹o penal. Os animais, por exemplo, n‹o podem ser sujeitos ativos da
infra•‹o penal, embora possam ser instrumentos para a pr‡tica de crimes.
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Modernamente, tem se admitido a RESPONSABILIDADE PENAL DA
PESSOA JURêDICA, ou seja, tem se admitido que a pessoa jur’dica seja
considerada SUJEITO ATIVO DE INFRA‚ÍES PENAIS.
Embora boa parte da DOUTRINA discorde desta corrente, por inœmeras
raz›es, temos que estud‡-la.
A Constitui•‹o de 1988 trouxe, em seu art. 225, ¤ 3¡, estabelece que:
¤ 3¼ - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitar‹o os
infratores, pessoas f’sicas ou jur’dicas, a san•›es penais e administrativas,
independentemente da obriga•‹o de reparar os danos causados.
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2.3.1.1! Imunidades Diplom‡ticas
Estas imunidades se baseiam no princ’pio da reciprocidade, ou seja, o Brasil
concede imunidade a estas pessoas, enquanto os Pa’ses que representam
conferem imunidades aos nossos representantes.
N‹o h‡ viola•‹o ao princ’pio constitucional da isonomia! Cuidado! Pois a
imunidade n‹o Ž conferida em raz‹o da pessoa imunizada, mas em raz‹o do
cargo que ocupa. Ou seja, ela Ž de car‡ter funcional. Entenderam?
Estas imunidades diplom‡ticas est‹o previstas na Conven•‹o de Viena,
incorporada ao nosso ordenamento jur’dico atravŽs do Decreto 56.435/65, que
prev• imunidade total (em rela•‹o a qualquer crime) aos Diplomatas, que est‹o
sujeitos ˆ Jurisdi•‹o de seu pa’s apenas. Esta imunidade se estende aos
funcion‡rios dos —rg‹os internacionais (quando em servi•o!) e aos seus
familiares, bem como aos Chefes de Governo e Ministros das Rela•›es Exteriores
de outros pa’ses.
Essa imunidade Ž IRRENUNCIçVEL, exatamente por n‹o pertencer ˆ
pessoa, mas ao cargo que ocupa! Essa Ž a posi•‹o do STF! Cuidado com isso!
Com rela•‹o aos c™nsules (diferentes dos Diplomatas) a imunidade s— Ž
conferida aos atos praticados em raz‹o do of’cio, n‹o a qualquer crime.
EXEMPLO: Se Yamazaki, c™nsul do Jap‹o no Rio de Janeiro, no domingo,
curtindo uma praia, agride um vendedor de picolŽs por ter lhe dado o troco errado
(carioca malandro...), responder‡ pelo crime, pois n‹o se trata de ato praticado
no exerc’cio da fun•‹o.
Resumidamente:
¥! IMUNIDADE TOTAL DE JURISDI‚ÌO PENAL Ð Agentes
diplom‡ticos e seus familiares, bem como os membros do pessoal
administrativo e tŽcnico da miss‹o, assim como os membros de suas
fam’lias que com eles vivam, desde que n‹o sejam nacionais do estado
acreditado (no caso, o Brasil) nem nele tenham resid•ncia
permanente.
¥! IMUNIDADE DE JURISDI‚ÌO PENAL em rela•‹o aos ATOS
PRATICADOS NO EXERCêCIO DAS FUN‚ÍES Ð C™nsules14 e
membros do pessoal de servi•o da miss‹o diplom‡tica que n‹o sejam
nacionais do Estado acreditado nem nele tenham resid•ncia
permanente.
14
Art. 43.1 do Decreto 61.078/67 Ð Promulga•‹o da Conven•‹o de Viena sobre Rela•›es Consulares.
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de imunidades parlamentares: a) material (conhecida como real, ou ainda,
inviolabilidade); b) formal (ou processual ou ainda, adjetiva).
Vejam que Ž necess‡rio que o ato (no caso dos vereadores) tenha sido
praticado na circunscri•‹o do munic’pio. Caso contr‡rio, n‹o haver‡ a
incid•ncia da prote•‹o constitucional.
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FEDERAL poder‡ tomar a iniciativa de pedir a susta•‹o da a•‹o penal, que ser‡
decidida pela Casa.
2.3.2!Sujeito Passivo
O sujeito passivo nada mais Ž que aquele que sofre a ofensa causada
pelo sujeito ativo. Pode ser de duas espŽcies:
1)! Sujeito passivo mediato ou formal Ð ƒ o Estado, pois a ele pertence
o dever de manter a ordem pœblica e punir aqueles que cometem crimes.
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Todo crime possui o Estado como sujeito passivo mediato, pois todo crime
Ž uma ofensa ao Estado, ˆ ordem estatu’da;
2)! Sujeito passivo imediato ou material Ð ƒ o titular do bem jur’dico
efetivamente lesado. Por exemplo: A pessoa que sofre a les‹o no crime
de les‹o corporal (art. 129 do CP), o dono do carro roubado no crime de
roubo (art. 157 do CP), etc.
3! DISPOSI‚ÍES PRELIMINARES DO CP
Como se v•, a lei estabelece que os prazos previstos na Lei Penal sejam
contados de forma a incluir o dia do come•o. Desta forma, se Bruno Ž
condenado a um m•s de pris‹o e o mandado Ž cumprido dia 10 de junho, essa
data Ž considerada o primeiro dia de cumprimento da pena, que ir‡ se extinguir
no dia 09 de julho, independentemente de o mandado ter sido cumprido no dia
10 de junho ˆs 23h45min. Esse dia ser‡ computado como um dia inteiro
para fins penais.
O artigo diz, ainda, que se computam os prazos pelo calend‡rio comum
(chamado de gregoriano), que Ž o que todos n—s utilizamos. Assim, no c™mputo
de meses n‹o levam em considera•‹o os dias de cada um (28, 29, 30 ou 31 dias).
Se um sujeito Ž condenado a pena de um m•s, e come•a a cumpri-la no dia 05,
sua pena estar‡ extinta no dia 04 do m•s seguinte, independentemente de o m•s
ter quantos dias for, o que na pr‡tica, gera algumas injusti•as. Com rela•‹o aos
anos, aplica-se a mesma regra (n‹o importa se o ano Ž bissexto ou n‹o).
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Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justi•a:
I - processar e julgar, originariamente:
(...)
i) a homologa•‹o de senten•as estrangeiras e a concess‹o de exequatur ˆs cartas
rogat—rias;(Inclu’da pela Emenda Constitucional n¼ 45, de 2004)
Esta sœmula Ž, digamos, desnecess‡ria, eis que o art. 788, III do CPP j‡
exige o tr‰nsito em julgado como condi•‹o para a homologa•‹o da senten•a
estrangeira.
Percebam, por fim, que n‹o h‡ possibilidade de homologa•‹o da
senten•a penal estrangeira para fins de cumprimento de PENA. A
aplica•‹o de pena criminal Ž um ato de soberania do Estado e, portanto, entende-
se que n‹o poderia um Estado (no caso, o Brasil), aplicar a pena criminal imposta
em outro pa’s15. Se for o caso, poderia o Brasil proceder ao julgamento do
infrator, no Brasil.
15
Lembrando que Ž poss’vel a celebra•‹o de tratados internacionais de coopera•‹o jur’dico-penal para
transfer•ncia de presos, etc. Assim, as regras do CP se aplicam desde que n‹o haja tratado espec’fico
regulando a matŽria. Para os fins do nosso estudo basta que saibamos isso. N‹o Ž necess‡rio analisar a
exist•ncia de eventuais tratados ou acordos bilateriais internacionais.
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¥! Aut•ntica Ð ƒ aquela realizada pelo pr—prio legislador (tambŽm Ž
chamada de interpreta•‹o legislativa). POR EXEMPLO: O art. 327 nos
d‡ a defini•‹o de funcion‡rio pœblico para fins penais. Trata-se de uma
interpreta•‹o feita pelo pr—prio legislador. A interpreta•‹o aut•ntica,
por ser s— uma interpreta•‹o, aplica-se aos fatos passados, ainda que
mais gravosa ao rŽu! Cuidado com isso! EXEMPLO: Imagine que uma
lei preveja que Ž crime o funcion‡rio pœblico dormir na reparti•‹o.
Assim, v‡rios funcion‡rios est‹o sendo processados por crime.
Posteriormente surge uma lei que diz que funcion‡rio pœblico para fins
penais engloba qualquer pessoa que exer•a fun•‹o no poder pœblico,
inclusive estagi‡rios. Nesse caso, os eventuais estagi‡rios que tenham
dormido no trabalho poder‹o ser processados, porque a previs‹o de
que a conduta era crime j‡ existia, o que n‹o existia era uma lei
interpretando o conceito de funcion‡rio pœblico!
¥! Doutrin‡ria Ð ƒ a interpreta•‹o realizada pelos estudiosos do Direito.
N‹o tem for•a obrigat—ria, ou seja, o operador do Direito n‹o est‡
obrigado a acat‡-la, atŽ porque existem inœmeros doutrinadores. A
exposi•‹o de motivos do C—digo Penal Ž considerada
interpreta•‹o Doutrin‡ria.
¥! Judicial Ð ƒ aquela efetuada pelos membros do Poder Judici‡rio,
atravŽs das decis›es que proferem nos processos que lhe s‹o
submetidos. Via de regra n‹o vincula os operadores do Direito, salvo
em casos excepcionais (no pr—prio caso, em raz‹o da coisa julgada, e
no caso de sœmulas vinculantes editadas pelo STF);
¥! Gramatical Ð TambŽm Ž chamada de literal. ƒ aquela que decorre da
natural an‡lise da lei. ƒ muito simples e prec‡ria;
¥! L—gica (ou teleol—gica) Ð ƒ aquela que busca entender a vontade da
lei. ƒ uma das mais confi‡veis e tŽcnicas. O intŽrprete analisa o
contexto hist—rico em que foi editada, suas tend•ncias, de forma a
avaliar cada dispositivo da lei da forma que mais se aproxime com
aquilo que ela pretende dizer, ainda que n‹o tenha sido t‹o expl’cita;
¥! Declarat—ria Ð Decorre da perfeita sintonia entre o que a lei diz e o
que ela quis dizer. Nada h‡ a ser acrescido ou retirado;
¥! Extensiva Ð Trata-se de uma atividade na qual o intŽrprete estende
o alcance do que diz a lei, em raz‹o de sua vontade ser esta. No crime
de extors‹o mediante sequestro, por exemplo, Ž l—gico que a lei quis
incluir, tambŽm, extors‹o mediante c‡rcere privado. Assim, faz-se
uma interpreta•‹o extensiva, que pode ser aplicada sem que haja
viola•‹o ao princ’pio da legalidade, pois, na verdade, a lei diz isso, s—
que n‹o est‡ expresso em seu texto;
¥! Restritiva Ð Por outro lado, aqui o intŽrprete restringe o alcance do
texto da lei, por ser essa a sua vontade (o texto da lei alcan•a mais
situa•›es do que a lei realmente pretende);
¥! Anal—gica Ð Como o nome diz, decorre da analogia, que Ž o mesmo
que compara•‹o. Assim, essa interpreta•‹o ir‡ existir somente
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naqueles casos em que a lei estabele•a uma f—rmula casu’stica (um
exemplo) e criminalize outras situa•›es id•nticas (f—rmula genŽrica).
Caso cl‡ssico Ž o do art. 121, ¤ 2¡, I, do CP, que diz ser o homic’dio
qualificado quando realizado mediante paga ou promessa de
recompensa (f—rmula casu’stica, exemplo), ou outro motivo torpe
(f—rmula genŽrica, outras hip—teses id•nticas).
3.4.2!Analogia
A analogia, por sua vez, n‹o Ž uma tŽcnica de interpreta•‹o da Lei Penal.
Trata-se de uma tŽcnica integrativa, ou seja, aqui se busca suprir a falta de
uma lei. Lembrem-se disso! N‹o confundir analogia com interpreta•‹o
anal—gica!
Na analogia, por n‹o haver norma que regulamente o caso, o aplicador
do Direito se vale de uma outra norma, parecida, de forma a aplic‡-la ao
caso concreto, a fim de que este n‹o fique sem solu•‹o.
A analogia nunca poder‡ ser usada para prejudicar o rŽu (analogia in
malam partem). Entretanto, Ž poss’vel sua utiliza•‹o em favor do rŽu
(analogia in bonam partem). Ex.: O art. 128, II do CP permite o aborto no caso
de gravidez decorrente de estupro. Entretanto, imaginem que uma mulher
engravidou somente atravŽs de atos libidinosos diversos da conjun•‹o carnal
(sexo anal com ejacula•‹o pr—ximo ˆ vagina). AtŽ 2009 eram crimes diversos,
hoje a conduta passou a tambŽm ser considerado estupro. Assim, nada impedia
que o aplicador do Direito entendesse poss’vel ˆ aplica•‹o do art. 128, II ao caso
dessa mulher, por ser analogia em favor do rŽu (m‹e que comete o aborto), pois
decorrente de situa•‹o extremamente parecida que n‹o possu’a regulamenta•‹o
legal.
Nesse œltimo caso, houve aplica•‹o da analogia in bonam partem,
considerada, ainda, analogia legal, pois se utilizou uma outra norma legal
para suprir a lacuna. Nada impede, porŽm, a analogia jur’dica, que Ž aquela
na qual o operador do Direito se vale de um princ’pio geral do Direito para
suprir a lacuna.
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3.5.1!Princ’pio da especialidade
O princ’pio da especialidade deve ser utilizado quando h‡ conflito aparente
entre duas normas, sendo que uma delas, denominada Ònorma especialÓ,
possui todos os elementos da outra (norma geral), acrescida de alguns
caracteres especializantes.
EXEMPLO: JosŽ subtrai, mediante destreza, o celular de Maria. Nesse caso,
temos um conflito aparente entre a norma do art. 155 (furto) e a norma do art.
155, ¤4¼, II do CP (furto qualificado pela destreza).
A princ’pio, qualquer uma das normas poderia ser aplicada, j‡ que a conduta de
JosŽ se amolda a ambas. Todavia, a norma especial (furto qualificado pela
destreza) deve prevalecer sobre a norma geral, a fim de que JosŽ responda
apenas por um crime (de forma a evitar o chamado bis in idem, ou dupla puni•‹o
pelo mesmo fato.
3.5.2!Princ’pio da subsidiariedade
Aqui n‹o h‡ uma rela•‹o de Òg•nero e espŽcieÓ, como ocorre na
especialidade. Aqui, a rela•‹o entre as normas aparentemente em conflito Ž de
ÒsubsidiariedadeÓ, ou seja, uma Ž mais abrangente que a outra.
EXEMPLO: H‡ subsidiariedade entre as normas dos arts. 163 (crime de dano) e
155, ¤4¼, I do CP (crime de furto qualificado pelo rompimento de obst‡culo).
Nesse caso, aparentemente, o agente deveria responder pelos dois crimes.
Todavia, para evitar o bis in idem, o agente responde apenas pelo crime descrito
na norma prim‡ria (crime de furto qualificado pelo rompimento de obst‡culo),
afastando-se a aplica•‹o da norma subsidi‡ria (crime de dano).
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A norma subsidi‡ria, portanto, atua como uma espŽcie de Òsoldado de
reservaÓ, ou seja, fica l‡, esperando para ser aplicada quando nenhuma outra
norma mais grave (prim‡ria) for aplic‡vel16.
A subsidiariedade pode ser:
⇒! Expressa Ð A norma penal subsidi‡ria j‡ informa que sua aplica•‹o s—
ser‡ cab’vel se n‹o for prevista norma mais grave para o fato. Ex.:
Art. 314 do CP17. Neste caso temos um tipo penal subsidi‡rio, e se a
conduta ali descrita for praticada como etapa ou elemento de outro
crime mais grave, afasta-se a aplica•‹o do art. 314, aplicando-se o
crime mais grave.
⇒! T‡cita Ð Aqui a norma penal n‹o Ž expressamente subsidi‡ria, mas
seu car‡ter subsidi‡rio poder‡ ser aferido no caso concreto. Ex.: Art.
146 do CP (crime de constrangimento ilegal). Tal tipo penal n‹o Ž
expressamente subsidi‡rio, mas como Ž, em muitos casos, uma
ÒparteÓ de crimes mais graves, Ž subsidi‡rio em rela•‹o a estes. Ex.:
Roubo (art. 157) e constrangimento ilegal (art. 146). O crime de roubo
abrange a conduta criminalizada pelo crime de constrangimento ilegal,
de maneira que, neste caso, apesar de o agente ter constrangido a
v’tima, n‹o responder‡ por constrangimento ilegal (norma subsidi‡ria
que fica afastada neste caso), apenas por roubo (norma principal).
16
Alguns autores, como RogŽrio Greco, entendem que a ideia de subsidiariedade Ž desnecess‡ria, de forma
que o conflito poderia ser perfeitamente revolvido por meio do critŽrio da especialidade.
17
Extravio, sonega•‹o ou inutiliza•‹o de livro ou documento
Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que tem a guarda em raz‹o do cargo; soneg‡-
lo ou inutiliz‡-lo, total ou parcialmente:
Pena - reclus‹o, de um a quatro anos, se o fato n‹o constitui crime mais grave.
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⇒! Progress‹o criminosa Ð Aqui o agente altera seu dolo, ou seja,
durante a empreitada criminosa o agente altera sua inten•‹o. Ex.: JosŽ
pretende LESIONAR Maria. Para tanto, come•a a desferir contra ela
alguns golpes com uma barra de ferro. Todavia, ap—s consumar a les‹o
corporal, JosŽ acha por bem matar Maria, e d‡ mais alguns golpes, atŽ
mata-la. Neste caso, JosŽ consumou um crime de les‹o corporal (art.
129), e depois deu in’cio a um crime de homic’dio, que tambŽm foi
consumado (art. 121 do CP). Todavia, ante a ocorr•ncia de progress‹o
criminosa, responder‡ apenas pelo homic’dio (que absorve a les‹o
corporal). ƒ importante destacar que a progress‹o criminosa s— se
verifica se o agente altera seu dolo no mesmo contexto f‡tico (se, por
exemplo, ele agride, vai pra casa, e uma semana depois resolve matar
a v’tima, responde tanto pela les‹o corporal quanto pelo homic’dio).
⇒! Antefato impun’vel (antefactum impun’vel) Ð Aqui o agente
pratica fatos que est‹o na mesma linha causal do crime principal, mas
responde apenas pelo crime principal, pois se considera que estes fatos
anteriores s‹o impun’veis. Ex.: Agente que invade uma casa para
furtar. Neste caso, a invas‹o de domic’lio Ž considerada um antefato
impun’vel.
⇒! P—s-fato impun’vel (postfactum impun’vel) Ð Aqui o agente
pratica fatos que, isoladamente considerados, s‹o considerados
criminosos. Todavia, por serem considerados como desdobramento
natural ou exaurimento do crime praticado, n‹o s‹o pun’veis. Ex.: JosŽ
furta um celular e, dois dias depois, quebra o celular, porque n‹o
funciona. A rigor, JosŽ praticou duas condutas (furto, art. 155 do CP e
dano, art. 163 do CP). Todavia, o crime de dano, nessas
circunst‰ncias, n‹o Ž pun’vel, pois Ž considerado mero exaurimento do
crime de furto.
3.5.4!Princ’pio da alternatividade
Trata-se de um princ’pio que n‹o Ž citado por todos os Doutrinadores, mas
que possui alguns adeptos. Este princ’pio seria aplic‡vel nas hip—teses em que
uma mesma norma penal descreve diversas condutas que s‹o criminalizadas,
sendo que a pr‡tica de qualquer uma delas j‡ consuma o delito (n‹o Ž necess‡rio
praticar todas), mas a pr‡tica de mais de uma das condutas, no mesmo contexto
f‡tico, n‹o configura mais de um crime (chamados de Òtipos mistos alternativosÓ).
18
Por exemplo, Cezar Roberto Bitencourt.
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EXEMPLO: Temos, como exemplo, o crime do art. 213 do CP:
Estupro
Art. 213. Constranger alguŽm, mediante viol•ncia ou grave amea•a, a ter conjun•‹o carnal
ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: (Reda•‹o dada pela
Lei n¼ 12.015, de 2009)
Pena - reclus‹o, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 12.015, de 2009)
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Lugar do crime (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
Art. 6¼ - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a a•‹o ou omiss‹o,
no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o
resultado.(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
Extraterritorialidade (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
Art. 7¼ - Ficam sujeitos ˆ lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: (Reda•‹o
dada pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
I - os crimes: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da Repœblica; (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209,
de 1984)
b) contra o patrim™nio ou a fŽ pœblica da Uni‹o, do Distrito Federal, de Estado, de
Territ—rio, de Munic’pio, de empresa pœblica, sociedade de economia mista, autarquia
ou funda•‹o institu’da pelo Poder Pœblico; (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
c) contra a administra•‹o pœblica, por quem est‡ a seu servi•o; (Inclu’do pela Lei n¼
7.209, de 1984)
d) de genoc’dio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; (Inclu’do pela
Lei n¼ 7.209, de 1984)
II - os crimes: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
a) que, por tratado ou conven•‹o, o Brasil se obrigou a reprimir; (Inclu’do pela Lei n¼
7.209, de 1984)
b) praticados por brasileiro; (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
c) praticados em aeronaves ou embarca•›es brasileiras, mercantes ou de propriedade
privada, quando em territ—rio estrangeiro e a’ n‹o sejam julgados. (Inclu’do pela Lei
n¼ 7.209, de 1984)
¤ 1¼ - Nos casos do inciso I, o agente Ž punido segundo a lei brasileira, ainda que
absolvido ou condenado no estrangeiro.(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
¤ 2¼ - Nos casos do inciso II, a aplica•‹o da lei brasileira depende do concurso das
seguintes condi•›es: (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
a) entrar o agente no territ—rio nacional; (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
b) ser o fato pun’vel tambŽm no pa’s em que foi praticado; (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209,
de 1984)
c) estar o crime inclu’do entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradi•‹o;
(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
d) n‹o ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou n‹o ter a’ cumprido a pena;
(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
e) n‹o ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, n‹o estar
extinta a punibilidade, segundo a lei mais favor‡vel. (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de
1984)
¤ 3¼ - A lei brasileira aplica-se tambŽm ao crime cometido por estrangeiro contra
brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condi•›es previstas no par‡grafo anterior:
(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
a) n‹o foi pedida ou foi negada a extradi•‹o; (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
b) houve requisi•‹o do Ministro da Justi•a. (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
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Pena cumprida no estrangeiro (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Art. 8¼ - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo
crime, quando diversas, ou nela Ž computada, quando id•nticas. (Reda•‹o dada pela
Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Efic‡cia de senten•a estrangeira(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Art. 9¼ - A senten•a estrangeira, quando a aplica•‹o da lei brasileira produz na espŽcie
as mesmas conseqŸ•ncias, pode ser homologada no Brasil para: (Reda•‹o dada pela
Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
I - obrigar o condenado ˆ repara•‹o do dano, a restitui•›es e a outros efeitos civis;
(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
II - sujeit‡-lo a medida de seguran•a.(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Par‡grafo œnico - A homologa•‹o depende: (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte interessada; (Inclu’do pela
Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
b) para os outros efeitos, da exist•ncia de tratado de extradi•‹o com o pa’s de cuja
autoridade judici‡ria emanou a senten•a, ou, na falta de tratado, de requisi•‹o do
Ministro da Justi•a. (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Contagem de prazo(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Art. 10 - O dia do come•o inclui-se no c™mputo do prazo. Contam-se os dias, os meses
e os anos pelo calend‡rio comum. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Fra•›es n‹o comput‡veis da pena(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos,
as fra•›es de dia, e, na pena de multa, as fra•›es de cruzeiro. (Reda•‹o dada pela Lei
n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Legisla•‹o especial (Inclu’da pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Art. 12 - As regras gerais deste C—digo aplicam-se aos fatos incriminados por lei
especial, se esta n‹o dispuser de modo diverso. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de
11.7.1984)
5! SòMULAS PERTINENTES
5.1! Sœmulas do STF
ÄSœmula n¼ 611 do STF Ð Uma vez ocorrido o tr‰nsito em julgado, caso haja
superveni•ncia de lei mais benŽfica, sua aplica•‹o compete ao Ju’zo da Execu•‹o
Penal:
SòMULA N¼ 611
Transitada em julgado a senten•a condenat—ria, compete ao Ju’zo das execu•›es a
aplica•‹o da lei mais benigna.
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Sœmula 711
A LEI PENAL MAIS GRAVE APLICA-SE AO CRIME CONTINUADO OU AO CRIME
PERMANENTE, SE A SUA VIGæNCIA ƒ ANTERIOR Ë CESSA‚ÌO DA CONTINUIDADE OU
DA PERMANæNCIA.
ÄSœmula n¼ 420 do STF - O STF exige que tenha havido o tr‰nsito em julgado
da senten•a penal condenat—ria para que possa ser realizada a homologa•‹o:
Sœmula 420 do STF
NÌO SE HOMOLOGA SENTEN‚A PROFERIDA NO ESTRANGEIRO SEM PROVA DO
TRåNSITO EM JULGADO.
6! RESUMO
INFRA‚ÌO PENAL
Conceito - A conduta, em regra praticada por pessoa humana, que ofende um
bem jur’dico penalmente tutelado, para a qual a lei estabelece uma pena, seja
ela de reclus‹o, deten•‹o, pris‹o simples ou multa.
EspŽcies
§! Crime - Infra•‹o penal a que a lei comina pena de reclus‹o ou de deten•‹o,
isoladamente, alternativa ou cumulativamente com a pena de multa
(conceito formal de crime).
§! Contraven•‹o - Infra•‹o penal a que a lei comina, isoladamente, pena de
pris‹o simples ou de multa, ou ambas, alternativa ou cumulativamente.
OBS.: Crime (conceito anal’tico) Ð ado•‹o da teoria tripartida: fato t’pico,
ilicitude e culpabilidade.
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Abolitio criminis Ð Lei nova passa a n‹o mais considerar a conduta como
criminosa (descriminaliza•‹o da conduta).
Continuidade t’pico-normativa - Em alguns casos, embora a lei nova revogue
um determinado artigo que previa um tipo penal, a conduta pode continuar sendo
considerada crime (n‹o h‡ abolitio criminis):
§! Quando a Lei nova simultaneamente insere esse fato dentro de outro tipo
penal.
§! Quando, mesmo revogado o tipo penal, a conduta est‡ prevista como crime
em outro tipo penal.
OBS.: Faz cessar a pena e os efeitos penais da condena•‹o.
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EXTRATERRITORIALIDADE Ð Aplica•‹o da lei penal brasileira a um crime
praticado fora do territ—rio nacional.
Extraterritorialidade INCONDICIONADA - Aplica-se aos crimes cometidos:
§! Contra a vida ou a liberdade do Presidente da Repœblica
§! Contra o patrim™nio ou a fŽ pœblica da Uni‹o, do Distrito Federal, de Estado,
de Territ—rio, de Munic’pio, de empresa pœblica, sociedade de economia
mista, autarquia ou funda•‹o institu’da pelo Poder Pœblico
§! Contra a administra•‹o pœblica, por quem est‡ a seu servi•o
§! De genoc’dio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil
OBS.: Estas hip—teses dispensam outras condi•›es, bastando que tenha sido o
crime cometido contra estes bens jur’dicos.
OBS.2: Ser‡ aplicada a lei brasileira ainda que o agente j‡ tenha sido condenado
ou absolvido no exterior.
OBS.3: Caso tenha sido o agente condenado no exterior, a pena cumprida no
exterior ser‡ abatida na pena a ser cumprida no Brasil (DETRA‚ÌO PENAL).
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Lugar do crime - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a
conduta (a•‹o ou omiss‹o), bem como onde se produziu ou deveria produzir-se
o resultado (ado•‹o da teoria da UBIQUIDADE).
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maioria de seus membros, dever‡ resolver sobre a pris‹o. OBS.: Tal
imunidade n‹o impede: (1) pris‹o em flagrante de crime inafian•‡vel; (2)
pris‹o decorrente de condena•‹o definitiva.
SUJEITO PASSIVO
ƒ quem sofre a ofensa causada pela infra•‹o penal. Pode ser de duas espŽcies:
§! Sujeito passivo mediato ou formal Ð ƒ SEMPRE o Estado, pois a ele
pertence o dever de manter a ordem pœblica e punir aqueles que cometem
crimes.
§! Sujeito passivo imediato ou material Ð ƒ o titular do bem jur’dico
efetivamente lesado (Ex.: No furto, o dono da coisa furtada).
OBS.: O Estado tambŽm pode ser sujeito passivo imediato (Ex.: crimes contra o
patrim™nio pœblico).
T—picos importantes
§! Pessoa jur’dica pode ser sujeito passivo
§! Mortos n‹o podem ser sujeitos passivos (pois n‹o s‹o sujeitos de direitos)
§! Animais n‹o podem ser sujeitos passivos (pois n‹o s‹o sujeitos de direitos)
OBS.: Crime ambiental (ex.: maus-tratos a animais): sujeito passivo Ž a
coletividade.
OBS.: NinguŽm pode ser sujeito ativo e passivo do MESMO crime. Parte
da Doutrina entende que isso Ž poss’vel no crime de rixa, mas isso n‹o Ž posi•‹o
un‰nime
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DISPOSI‚ÍES PRELIMINARES DO CP
Contagem de prazos Ð Inclui-se o dia do come•o. As fra•›es de dia (do dia do
come•o) s‹o computadas como dia inteiro. Ex.: Come•ou a correr o prazo no dia
10.01.15 ˆs 22h. O dia 10.01.15 Ž contado como dia inteiro.
Fra•›es n‹o comput‡veis de pena Ð As fra•›es de dia (horas e minutos) s‹o
desprezadas (arredonda-se para baixo). Ex.: 15 dias e 12 horas viram 15 dias.
Desprezam-se as fra•›es monet‡rias na pena de multa (centavos).
Aplica•‹o subsidi‡ria do CP Ð Regras gerais do CP se aplicam aos crimes
regidos por Lei especial, naquilo que com elas n‹o conflitar.
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Restritiva Ð Por outro lado, aqui o intŽrprete restringe o alcance do texto da lei,
por ser essa a sua vontade
Anal—gica Ð Como o nome diz, decorre da analogia, que Ž o mesmo que
compara•‹o. Assim, essa interpreta•‹o ir‡ existir somente naqueles casos em
que a lei estabele•a uma f—rmula casu’stica (um exemplo) e criminalize outras
situa•›es id•nticas (f—rmula genŽrica).
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responde apenas pelo crime principal, pois se considera que estes fatos
anteriores s‹o impun’veis.
⇒! P—s-fato impun’vel (postfactum impun’vel) Ð Aqui o agente
pratica fatos que, isoladamente considerados, s‹o considerados
criminosos. Todavia, por serem considerados como desdobramento
natural ou exaurimento do crime praticado, n‹o s‹o pun’veis.
7! EXERCêCIOS DA AULA
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A novatio legis in mellius s— poder‡ ser aplicada ao rŽu condenado antes do
tr‰nsito em julgado da senten•a, pois somente o juiz ou tribunal processante
poder‡ reconhec•-la e aplic‡-la.
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13.! (CESPE Ð 2016 - PC/PE Ð POLêCIA CIENTêFICA Ð DIVERSOS
CARGOS - ADAPTADA)
Segundo o princ’pio da territorialidade, a lei penal brasileira poder‡ ser aplicada
no exterior quando o sujeito ativo do crime praticado for brasileiro.
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21.! (CESPE Ð 2014 Ð CåMARA DOS DEPUTADOS Ð CONSULTOR
LEGISLATIVO Ð çREA III)
Em rela•‹o ˆ aplica•‹o da lei penal no tempo e no espa•o, no C—digo Penal
adotaram-se, respectivamente, as teorias da atividade e da ubiquidade.
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a) Se Tœlio for condenado por extors‹o mediante sequestro, deve ser aplicada a
nova lei penal mais gravosa.
b) Se Tœlio for condenado por extors‹o mediante sequestro, n‹o se deve aplicar
a nova lei penal mais gravosa, em raz‹o do princ’pio da irretroatividade da lei
penal mais severa.
c) Se Tœlio for condenado por extors‹o mediante sequestro, aplica-se uma
combina•‹o da lei antiga com a lei nova, para que sejam determinadas as
disposi•›es mais favor‡veis das duas leis.
d) O crime de extors‹o mediante sequestro consumou-se com o pagamento do
resgate.
e) O crime de extors‹o mediante sequestro consumou-se com a exig•ncia do
resgate.
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com seu consentimento, ambos responder‹o pelo crime de aborto previsto na lei
penal brasileira.
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A) Doentes mentais, desde que maiores de dezoito anos de idade, t•m capacidade
penal ativa.
B) ƒ poss’vel que os mortos figurem como sujeito passivo em determinados
crimes, como, por exemplo, no delito de vilip•ndio a cad‡ver.
C) No estelionato com fraude para recebimento de seguro, em que o agente se
autolesiona no af‹ de receber pr•mio, Ž poss’vel se concluir que se reœnem, na
mesma pessoa, as sujei•›es ativa e passiva da infra•‹o.
D) No crime de auto aborto, a gestante Ž, ao mesmo tempo e em raz‹o da mesma
conduta, autora do crime e sujeito passivo.
E) O Estado costuma figurar, constantemente, na sujei•‹o passiva dos crimes,
salvo, porŽm, quando se tratar de delito perquirido por iniciativa exclusiva da
v’tima, em que n‹o h‡ nenhum interesse estatal, apenas do ofendido.
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A respeito da aplica•‹o da lei penal, dos princ’pios da legalidade e da
anterioridade e acerca da lei penal no tempo e no espa•o, julgue o seguinte item.
Ocorrendo a hip—tese de novatio legis in mellius em rela•‹o a determinado crime
praticado por uma pessoa definitivamente condenada pelo fato, caber‡ ao ju’zo
da execu•‹o, e n‹o ao ju’zo da condena•‹o, a aplica•‹o da lei mais benigna.
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A responsabilidade penal da pessoa jur’dica, indiscut’vel na jurisprud•ncia, n‹o
exclui a responsabilidade de pessoa f’sica, autora, coautora ou part’cipe do
mesmo fato delituoso, o que caracteriza o sistema paralelo de imputa•‹o ou da
dupla imputa•‹o.
8! EXERCêCIOS COMENTADOS
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COMENTçRIOS: Item errado, eis que Medida Provis—ria n‹o pode, como regra,
ser utilizada em matŽria penal. O STF, todavia, entende que Ž poss’vel a utiliza•‹o
de medida provis—ria em benef’cio do rŽu.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.
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Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.
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12.! (CESPE Ð 2016 - PC/PE Ð POLêCIA CIENTêFICA Ð DIVERSOS
CARGOS - ADAPTADA)
De acordo com o princ’pio da justi•a penal universal, a aplica•‹o da lei
penal brasileira Ž poss’vel independentemente da nacionalidade do
delinquente e do local da pr‡tica do crime, se este estiver previsto em
conven•‹o ou tratado celebrado pelo Brasil.
COMENTçRIOS: De fato, o princ’pio da Justi•a Universal prega que, em rela•‹o
a determinados delitos (em rela•‹o aos quais ser‡ aplic‡vel o princ’pio), ser‡
poss’vel a aplica•‹o da penal brasileira, independentemente do local em que foi
praticado o delito e da nacionalidade do agente. No Brasil, tal princ’pio foi adotado
em rela•‹o a art. 7¼, II, ÒaÓ do CP, que diz:
ÒArt. 7¼ - Ficam sujeitos ˆ lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: (Reda•‹o
dada pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
(...)
II - os crimes: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
a) que, por tratado ou conven•‹o, o Brasil se obrigou a reprimir; (Inclu’do pela Lei n¼
7.209, de 1984)Ó
ƒ certo que existem algumas condi•›es para que a Lei penal seja aplicada neste
caso (conforme expressamente previsto no art. 7¼, ¤2¼ do CP), eis que se trata
de hip—tese de extraterritorialidade condicionada.
Contudo, a despeito de existirem condi•›es ˆ aplica•‹o da Lei Penal, nenhuma
delas est‡ relacionada ˆ nacionalidade do agente ou ao local em que foi praticado
o crime. Tais circunst‰ncias s‹o irrelevantes, desde que se trate de crime Òque,
por tratado ou conven•‹o, o Brasil se obrigou a reprimirÓ.
Assim, podemos concluir que a afirmativa est‡ correta (Ver, por todos: DIAS,
Jorge de Figueiredo. Direito penal, parte geral. 2. ed. Coimbra: Coimbra
Editora, 2007. tomo I, p. 226/227; MAYRINK DA COSTA, çlvaro. Direito Penal:
volume 1 Ð parte geral. 8¼ Edi•‹o. Rio de Janeiro: Ed. Forense, 2009, p. 557 e
CUNHA, RogŽrio Sanches. Manual de Direito Penal. Parte Especial. 7¼ edi•‹o.
Ed. Juspodivm. Salvador, 2015, p. 117).
Poder-se-ia sustentar que a aplica•‹o da Lei Penal brasileira, em rela•‹o ao crime
de genoc’dio, fica condicionada ao fato de se tratar de agente brasileiro ou
domiciliado no Brasil. Contudo, em rela•‹o a tal hip—tese, n‹o h‡ consenso
doutrin‡rio, havendo quem sustente que neste caso se adota o princ’pio da
prote•‹o, e outros que sustentam ter sido adotado o princ’pio do domic’lio ou
nacionalidade ativa.
A Banca considerou tal afirmativa como ERRADA, mas deveria ser
CORRETA.
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COMENTçRIOS: Item errado, pois neste caso n‹o teremos aplica•‹o do princ’pio
da territorialidade, mas da personalidade ativa. AlŽm disso, a lei penal brasileira
n‹o ser‡ aplicada no exterior, mas DENTRO DO BRASIL (o processo tramitar‡
aqui).
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.
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¤ 1¼ - Para os efeitos penais, consideram-se como extens‹o do territ—rio nacional as
embarca•›es e aeronaves brasileiras, de natureza pœblica ou a servi•o do governo
brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarca•›es
brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no
espa•o aŽreo correspondente ou em alto-mar. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de
1984)
Assim, a lei penal brasileira ser‡ aplic‡vel pelo princ’pio da TERRITORIALIDADE.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.
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COMENTçRIOS: Item correto. O CP brasileiro adota, como teoria para o LUGAR
DO CRIME, a teoria da Ubiquidade, ou seja, considera-se como lugar do crime
(para fins de aplica•‹o da lei penal brasileira) tanto o lugar em que foi praticada
a conduta (a•‹o ou omiss‹o) quanto o lugar em que ocorreu ou deveria ocorrer
o resultado, nos termos do art. 6¼ do CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.
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A lei penal, depois de revogada, n‹o pode continuar a regular fatos
ocorridos durante a sua vig•ncia ou retroagir para alcan•ar os que
tenham ocorrido anteriormente ˆ sua entrada em vigor.
COMENTçRIOS: Item errado. A Lei penal pode ser ultra ativa (reger fatos
praticados durante sua vig•ncia, mesmo ap—s revogada) bem como pode ser
retroativa (reger fatos praticados antes de sua entrada em vigor). Contudo, tais
fen™menos somente poder‹o ocorrer quando a Lei penal for mais benŽfica ao
agente.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.
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COMENTçRIOS: Item errado. Isso porque a Lei X ser‡ aplicada naturalmente,
pelo princ’pio da ultra-atividade, j‡ que o crime fora praticado durante sua
vig•ncia e a lei, embora revogada, continuar‡ a reger o fato.
N‹o se trata, portanto, de retroatividade da lei penal.
Portanto, a ALTERNATIVA ESTç ERRADA.
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brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no
espa•o aŽreo correspondente ou em alto-mar. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de
1984)
Assim, a lei penal brasileira ser‡ aplic‡vel pelo princ’pio da TERRITORIALIDADE.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.
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O instituto da abolitio criminis refere-se ˆ supress‹o da conduta
criminosa nos aspectos formal e material, enquanto o princ’pio da
continuidade normativo-t’pica refere-se apenas ˆ supress‹o formal.
COMENTçRIOS: Item correto. A abolitio criminis Ž a extirpa•‹o da conduta
criminosa do ‰mbito jur’dico-penal, ou seja, a conduta criminosa deixa de ser
considerada como tal. No caso da continuidade t’pico-normativa (ou normativo-
t’pico), h‡ apenas a supress‹o formal da conduta criminosa, por meio da
revoga•‹o do tipo penal. Contudo, a conduta continua sendo considerada
criminosa, porque passa a ser criminalizada por outro tipo penal, prŽ-existente
ou criado pela pr—pria norma penal revogadora.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.
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CORRETA: Estudamos isso quando vimos a lei penal intermedi‡ria mais benŽfica.
Ainda que seja revogada por outra, mais gravosa, continua a reger os fatos
ocorridos durante a sua vig•ncia e anteriormente ˆ sua vig•ncia.
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ERRADA: A lei penal, como qualquer outra lei, em regra, n‹o retroage.
Entretanto, a lei penal, quando for mais benŽfica ao rŽu, ir‡ retroagir, nos termos
do art. 5¡, XL da Constitui•‹o e art. 2, ¤ œnico do CP.
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em vigor de nova legisla•‹o, aplica-se a œltima lei, mesmo que seja a
mais severa.
CORRETA: Como estudamos, o crime permanente considera-se praticado quando
do tŽrmino da perman•ncia, aplicando-se ao crime a legisla•‹o em vigor neste
momento, ainda que mais gravosa ao rŽu, por n‹o se tratar de retroatividade. O
STF, inclusive, editou a sœmula 711 sobre o tema, corroborando este
entendimento.
Art. 2¼ - (...)
Par‡grafo œnico - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente,
aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por senten•a condenat—ria
transitada em julgado. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.
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b) Ficam sujeitos ˆ lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro, os
crimes contra a administra•‹o pœblica praticados por quem esteja ao seu
servi•o, exceto se o agente for absolvido no estrangeiro.
c) Ficam sujeitos ˆ lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro, os
crimes de genoc’dio praticados por brasileiros natos, mas n‹o os
praticados por estrangeiros, ainda que residentes no Brasil.
d) Os crimes praticados no estrangeiro, em embarca•›es brasileiras
mercantes, ficam sujeitos ˆ lei brasileira, desde que, entre outras
condi•›es, n‹o sejam julgados no estrangeiro.
e) Os crimes cometidos no exterior por agente estrangeiro contra o
patrim™nio de sociedade de economia mista institu’da pelo poder pœblico
federal brasileiro n‹o se sujeitam ˆ lei brasileira.
COMENTçRIOS:
A) ERRADA: Os crimes praticados contra a vida do Presidente da Repœblica ser‹o
sempre submetidos ˆ Lei Brasileira, ainda que o agente tenha sido condenado no
estrangeiro. Vejamos:
Art. 7¼ - Ficam sujeitos ˆ lei brasileira, embora cometidos no
estrangeiro: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
I - os crimes: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da Repœblica; (Inclu’do
pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
Vejam que n‹o h‡ nenhuma condi•‹o para a aplica•‹o da Lei brasileira.
B) ERRADA: Trata-se de outro caso de EXTRATERRITORIALIDADE
INCONDICIONADA, aplicando-se a lei brasileira ainda que o agente tenha sido
condenado ou absolvido no exterior. Vejamos:
Art. 7¼ - Ficam sujeitos ˆ lei brasileira, embora cometidos no
estrangeiro: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
I - os crimes: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
(...)
c) contra a administra•‹o pœblica, por quem est‡ a seu servi•o;
(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
(...)
¤ 1¼ - Nos casos do inciso I, o agente Ž punido segundo a lei brasileira,
ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro.(Inclu’do pela Lei n¼
7.209, de 1984)
C) ERRADA: O crime de genoc’dio ser‡ julgado pela lei brasileira mesmo que o
agente n‹o seja brasileiro, desde que resida no Brasil. Vejamos:
Art. 7¼ - Ficam sujeitos ˆ lei brasileira, embora cometidos no
estrangeiro: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
I - os crimes: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
(...)
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d) de genoc’dio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil;
(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
D) CORRETA: Trata-se, aqui, de EXTRATERRITORIALIDADE CONDICIONADA, ou
seja, a lei brasileira se aplica, DESDE que, dentre outras condi•›es, os crimes
n‹o tenham sido julgados no exterior. Vejamos:
Art. 7¼ - Ficam sujeitos ˆ lei brasileira, embora cometidos no
estrangeiro: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
(...)
II - os crimes: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
(...)
c) praticados em aeronaves ou embarca•›es brasileiras, mercantes ou
de propriedade privada, quando em territ—rio estrangeiro e a’ n‹o sejam
julgados. (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
(...)
¤ 2¼ - Nos casos do inciso II, a aplica•‹o da lei brasileira depende do
concurso das seguintes condi•›es: (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
(...)
d) n‹o ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou n‹o ter a’ cumprido
a pena; (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
e) n‹o ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo,
n‹o estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favor‡vel. (Inclu’do
pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
E) ERRADA: Ser‡ aplicada a lei brasileira nesse caso, e se trata, ainda, de
EXTRATERRITORIALIDADE INCONDICIONADA. Vejamos:
Art. 7¼ - Ficam sujeitos ˆ lei brasileira, embora cometidos no
estrangeiro: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
I - os crimes: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
(...)
b) contra o patrim™nio ou a fŽ pœblica da Uni‹o, do Distrito Federal, de
Estado, de Territ—rio, de Munic’pio, de empresa pœblica, sociedade de
economia mista, autarquia ou funda•‹o institu’da pelo Poder Pœblico;
(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.
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a ser aplicada a fato anterior, ou seja, a fato praticado durante o per’odo
de sua vig•ncia.
COMENTçRIOS: Toda Lei Penal s— pode ter efeitos a partir do momento em que
entra em vigor, regendo os fatos ocorridos ap—s esse momento, no que se chama
de princ’pio da atividade da lei penal, sendo vedada a RETROATIVIDADE DA LEI
PENAL, salvo se esta lei for mais benŽfica ao acusado.
J‡ a lei revogada, por sua vez, perder‡ a efic‡cia, a menos que seja mais benŽfica
que a lei nova, hip—tese na qual continuar‡ a reger os fatos praticados durante
sua vig•ncia (ULTRA-ATIVIDADE DA LEI PENAL).
A reda•‹o da quest‹o Ž meio truncada, de forma que d‡ para entender que a
primeira parte estaria incorreta, na medida em que diz que a lei nova n‹o
retroagir‡ em hip—tese alguma, o que Ž um erro.
No entanto, parece que a Banca interpretou a quest‹o de outra forma,
entendendo que a primeira parte da quest‹o e a segunda parte est‹o interligadas,
de maneira que a segunda trata de lei nova mais prejudicial, sendo a lei antiga
mais benŽfica, o que daria legitimidade para se considerar como correta a
primeira parte da quest‹o e, por consequ•ncia, a quest‹o toda.
Assim, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.
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Art. 2¼ - NinguŽm pode ser punido por fato que lei posterior deixa de
considerar crime, cessando em virtude dela a execu•‹o e os efeitos
penais da senten•a condenat—ria. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de
11.7.1984)
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.
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D) ERRADA: A quest‹o foi considerada errada pela Banca, pois a Jurisprud•ncia
dominante, de fato, n‹o admite a combina•‹o de leis penais para se extrair uma
terceira lei, que seria a mais benŽfica ao acusado.
E) CORRETA. Sim, a Teoria da Atividade Ž a que define o tempo em que o fato
t’pico veio a ocorrer, o que Ž muito importante para se definir qual lei aplicar ao
caso. Nesse sentido, a Teoria da Atividade est‡ assentada no art. 4¼ do CP, o
qual disp›e que considera-se praticado o crime no momento da a•‹o ou da
omiss‹o, ainda que outro seja o momento do resultado.
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O STF, contudo, recentemente adotou entendimento diverso ao julgar o RE
548181 (informativo 714), entendendo que o sistema da dupla imputa•‹o
seria dispens‡vel.
Ainda n‹o se pode dizer que tenhamos, aqui, uma ÒnovaÓ jurisprud•ncia, mas
talvez seja o indicativo de uma jurisprud•ncia futura.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.
9! GABARITO
1.! ERRADA
2.! ERRADA
3.! ERRADA
4.! CORRETA
5.! ERRADA
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6.! ERRADA
7.! ERRADA
8.! CORRETA
9.! ERRADA
10.! ERRADA
11.! CORRETA
12.! ERRADA (QUESTIONçVEL)
13.! ERRADA
14.! ERRADA
15.! ERRADA
16.! CORRETA
17.! ERRADA
18.! ERRADA
19.! ERRADA
20.! CORRETA
21.! CORRETA
22.! CORRETA
23.! ERRADA
24.! ERRADA
25.! ERRADA
26.! ALTERNATIVA A
27.! ERRADA
28.! ERRADA
29.! ERRADA
30.! ERRADA
31.! ERRADA
32.! CORRETA
33.! CORRETA
34.! ERRADA
35.! CORRETA
36.! CORRETA
37.! ALTERNATIVA A
38.! ERRADA
39.! CORRETA
40.! ERRADA
41.! ERRADA
42.! ERRADA
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43.! CORRETA
44.! CORRETA
45.! ERRADA
46.! ALTERNATIVA D
47.! CORRETA
48.! CORRETA
49.! ERRADA
50.! ALTERNATIVA E
51.! ERRADA
52.! CORRETA
53.! ERRADA
54.! ERRADA
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