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TEXTO 1

A reconquista vai coincidir com o fim da idade média e a crise do feudalismo no período em que
os imigrantes camponeses se restringiam na área da península ibérica a expansão territorial
acabava de servindo como uma espécie de válvula de escape dessas pressões econômicas.

A reconquista tinha um aspecto religioso mais ela vai representar também um aspecto
econômico. O fim do feudalismo na área que hoje é território da Espanha e Portugal vai
representar uma forma bem particular.

Vão buscar dois caminhos diante da política portuguesa de expansão, uma seria pelo norte da
África e a outra seria a expansão marítima comercial.

Godinho vai dizer o seguinte restam aí dois caminhos de expansão e esses dois caminhos iram
nortear a política portuguesa a partir do século XIV. Século XIV vai haver crescimento e expansão
da atividade agricultura medieval. No século XIII e início do século XIV, no início do século XIV
1314, 1315 e 1316 vai haver uma grande confusão na Europa com a queda de safra, o nível de
produtividade na agricultura medieval vai cair substancialmente e além disso vai ter aquele
problema demográfico que é incidência da peste bubônica na Europa, trazido provavelmente
por embarcações e passa a se espalhar pela Europa como um todo. E dizima uma porção
considerável da população europeia, isso também vai causa um problema do ponto de vista
econômico, uma pressão econômica.

Tem aí duas possibilidades norte da África e expansão marítima comercial. Qual que é o
problema da nobreza portuguesa? Há duas nobrezas, uma nobreza de sangue ela é a nobreza
tradicional medieval que vai valorizar o etos cavalheiresco. O cavaleiro é mais que um guerreiro,
ele gera todo um etos, uma forma de agir, sentir, pensar e etc. que passa na idade média a se
confundir com a própria aristocracia. Os valores da cavalaria se confundem com os valores da
própria aristocracia e aí a função e o status passam a ser um só no pensamento medieval. O que
significa isso? A função guerreira e a posição social se tornam uma única coisa e se confundem
durante a idade média. Então o cavaleiro passa a designar não só a função no campo de batalha
como uma determinada posição social. E isso vai ocorrer num período da Alta Idade Média. A
nobreza portuguesa marcada pelo esse etos diferenciado, estamental aristocrático vai valorizar
as incursões guerreiras. O grande problema aqui da expansão no início é a travessia do deserto
do Saara em Cartago e as áreas ao sul do golfo da Guiné. Um dos objetivos era conciliar a fanha
marítima e comercial é justamente porque aí com o ouro da Guiné. Quem vai intermediar esse
comercio com o golfo são os beduínos do deserto e os portugueses vão manter contato com
esse cortejo, vão ter acesso ao ouro através de Cartago vão ter ligação com os beduínos. Essa
ligação envolve conhecimento das caravanas, dos pontos de parada das caravanas já que o
deserto do Saara é um ambiente hostil. Então o conhecimento dos pontos de parada para
abastecimento das caravanas era fundamental os beduínos do deserto detinham esse
conhecimento e na pratica eram detentores do monopólio do comercio com a região. Como os
portugueses obtinham ouro trocando muitas vezes os cereais na região. De início se o objetivo
era atingir essas áreas. A aristocracia portuguesa vai incentivar uma excursão de cunho
territorial ou a tomada dessas áreas a partir de incursões guerreiras. Essas incursões guerreiras
perfazem o etos tradicional cavalheiresco da aristocracia.

Quem é o aristocrata ou cavaleiro medieval é um sujeito que vai realizar a guerra. E em geral ele
detém sobre uma área o poder suficiente para realizar inúmeras funções que hoje soa como as
funções de estado sem responder diretamente a um superior. Bom mais ele respondia ao
suserano? Respondia em caso de guerra, ele era obrigado a ir para a frente da batalha com o
suserano caso o suserano necessitasse do serviço prestado pelo cavaleiro na guerra. Esse etos
cavalheiresco vai impulsionar a conquista territorial e a reconquista na península Ibérica é
marcado por essa característica. Entretanto no século XIV vai ocorrer uma mudança
fundamental na Europa e essa mudança está vinculada esse período turbulento que do ponto
de vista econômico vai se apresentar como uma restrição a remuneração da nobreza. Então se
a produtividade até o século IX, X aumentaram significativamente a ponde de para cada uma
semente plantada o sujeito tinha duas sementes na colheita, a partir do século X e XI o período
feudal é marcado por crescimento da produtividade e em parte esse crescimento da
produtividade esteve vinculado com as relações de servidão e o relaxamento dessas relações
entre o século X, XI até no século XIII a produtividade vai crescer substancialmente até atingir
quatro sementes colhidas para cada semente plantadas. No século XIV isso vai se reprimir,
século XIV é justamente o período que se discute o problema da reconquista. A produtividade
vai cai e a nobreza vai sentir pressionada.

Do ponto de vista dos setores urbanos, comerciantes em geral, o interesse era pautado
principalmente pelo comercio com as () africanas em necessidade de incursão pelo território
africano. Esses setores urbanos de acordo com Godinho estavam interessados em relações
comerciais pacificas e almejavam obter ouro da Guiné, portanto almejavam aí realizar uma
incursão que estivessem vinculadas a agregação de território.

O problema do Feudalismo que é fundamentalmente uma produção ou uma economia natural


uma economia voltada para a produção de valor de uso. Essa economia natural, essa economia
voltada para a produção de valor de uso tinha como lócus fundamental o feudo onde relações
de poder vão se dar, vão se desdobrar, não só as relações econômicas como também relações
de poder. A questão do poder da nobreza sobre os servos não era apenas uma questão
econômica. Na verdade, a extração de excedente envolvia a coerção física e implicava a
acumulação de extração de excedente a partir da esfera política. O próprio servo não podia
deixar a área livremente, ele era preso a terra que implicava necessariamente em uma unidade
ao mesmo tempo de poder sobre homens e de poder sobre coisas. Isso significa que o feudo
não era apenas uma unidade de esfera econômica e no máximo esfera política. Ampliar o poder
econômico, ampliar o excedente implicava ampliação do poder político simultâneo. Vão ocorrer
mudanças no século XIV e a crise do feudalismo vai acelera isso em que se inicia uma separação
entre a esfera econômica e a esfera política. Essa separação só vai se consolidar no final do
século 18 e 19. Entretanto a crise do feudalismo vai abrir espaço para o início desse processo, é
a crise do feudalismo que vai iniciar o processo de separação ou de definição da esfera
econômica da esfera política.

Do ponto de vista da obtenção do ouro da Guiné este ouro era tido a partir da intermediação de
Cartago. Os beduínos atravessavam o deserto de () da Guiné até a primeira metade do século
XV os portugueses tinham interesse na obtenção de ouro e escravos na região. Porque o ouro
vai ganhar importância? () não é algo veemente do ser humano a despeito de parecer na nossa
sociedade. A literatura vai defender essa tese que há aí uma possibilidade do ser humano ()
defendido na obra Princípio de Economia Política de que mais é preferível a menos isso não é
algo que surge veemente com o ser humano mais sim um determinante histórico (). No século
XIV é o século da reforma católica, onde hoje é o Sul da Alemanha uma série de movimentos
vão ocorrer e no século XIV e XV tem aí o Bundschuh em alemão é sapato amarrado é a crise
dos camponeses . Os camponeses se rebelaram na Alemanha com uma série de movimentos,
não só na Alemanha como na Europa como todo, vai ocorrer uma série de movimentos na
Europa. O campesinato que de fato conseguiu fazer frente a cavalaria é o campesinato alemão,
que passa a se organizar e que de tão bem organizado passam a vender os seus serviços na
Europa como um todo.

A figura dos mercenários, a figura da guerra paga começa a ganhar força nesse período de crise,
crise que é também uma crise econômica e política da cavalaria. A guerra organizada a partir de
intempéries assentado nas relações de doações para fazer referência ao ensaio sobre a dádiva
do Marcel Mauss - dar, receber e retribuir. O sujeito é obrigado para receber poder político,
doar benefícios. Então o que é a relação de suserania e vassalagem? Ele doa benefício, ele doa
o poder político, poder econômico, para receber a contraprestação na batalha do vassalo.
Quanto mais o sujeito doava mais poderoso ele se tornava por isso que o rei era uma figura sem
importância uma figura destituída de sentido. O sentido passa a ter nos séculos XV e XVI.

De uma relação sacramentada, realizada na igreja o sujeito dificilmente se voltava contra o


suserano, se voltasse em geral recebia uma série de punições, dificilmente o vassalo se voltava
contra seu suserano, pois seria um pecado mortal. A guerra passa a ser uma coisa paga. Na
guerra paga o fenômeno do mercenário vai ser aí um fenômeno de início se difunde a partir das
derrotas infringida sobre a cavalaria na região que hoje se compõem o sul da Alemanha e
posteriormente passa a ser um fenômeno que se difunde por toda a Europa.

Durante todo o período do estado absolutismo o fenômeno da guerra paga passa a ser uma
marca predominante. E essa é uma diferença substancial em relação a idade média. Então a
busca pelo ouro ela não é algo explicado com fenômeno autoexplicativo. O ouro passa a ser
fundamental para o fortalecimento para (). Isso vai resulta em uma implicação especifica entre
o poder político e poder econômico. É essa implicação que é importante.

O estado absolutista português foi o primeiro estado a se centralizar. A revolução de Avis em


1381 e 1385 vai marcar aí o início do processo de centralização do poder em Portugal. Essa
centralização do poder (década de 80, 1381 por exemplo ocorre a guerra camponista na
Inglaterra, século XIV é o período das jacqueries francesas é o início do Bundschuh alemão, ou
das chamadas revoltas camponesas na Alemanha vão se desdobrar até por volta do século XVI,
também ouve revoltas na Espanha). Então a península Ibérica não passou incólume. As revoltas
têm como origem os preções que a aristocracia vai realizar sobre os produtores direto.

A diferença e que a península ibérica existia a possibilidade de uma espécie de válvula de escape
que era a dispêndio territorial. O problema do dispêndio territorial é que uma vez identificado
o levante, as alternativas se eximem. O problema da centralização do poder, vinculado a
transição e da consolidação do estado absolutista? A centralização vai buscar justamente uma
resposta da aristocracia a crise.

Em Portugal a resposta à crise vai se conformar com uma forma bem particular. E esta
conformação que o Godinho vai apresentar. Porque Portugal não expandiu territorialmente pelo
norte da África? E optou em que a coroa portuguesa optou por uma expansão marítima
comercial? Bom o objetivo não era atingir as índias, não era atingir a América que aliás não era
desconhecido pelos europeus, o primeiro europeu a chegar na América foi Leif Ericsonno século
X, um viking que chegou na região da atual Canada, entretanto o registro histórico das sagas
nórdicas se perdeu e por muito tempo na verdade rebuscavam uma simples obra literária de
cunho mitológica, esse contato acabou se perdendo. Mais os objetivos dos portugueses ao se
laçarem na expansão ultramarina não era atingir o oriente. O objetivo inicial era manter o
monopólio, acesso dos cartagineses ao golfo da Guiné e para isso os portugueses vão passar
traficar escravos.
Então de início os portugueses se lançam a expansão em fins do século XIV. Mais atingi de fato
o golfo da Guiné em 1455, 1456 rompem com os cartagineses sobre o comercio e passam a
traficar escravos na região como forma de obter ouro da Guiné. Porque o tráfico de escravos?
Os escravos eram demandados nas minas já que não havia animais de cargas suficientes para
realizar o transporte. Mais não se tratava de algo sistemático difundido sistematicamente na
África, isso tem que ficar bem claro pois quando for discutir a diferença entre escravidão e
escravismo. Mais na África não havia, não existia grupos, sociedades organizadas a partir da
relação de escravidão.

Uma vez adquirido o ouro da Guiné é que o... a opção e expansão marítima comercial e entre a
expansão tradicional territorial feudal não vinha sendo colocada ela só vai se consolidar a partir
da década de 80, um século depois do processo de centralização do poder. Em geral as fontes
vão apontar ao Infante Dom Henrique e a escola de Sagres como os incentivadores da expansão
marítima comercial. O Infante Dom Henrique teria sido o grande responsável pela iniciativa da
expansão ultramarina portuguesa e ele vai colocar esse lugar comum em xeque, ele vai na
verdade contestar a versão da historiografia tradicional. Em primeiro lugar a expansão
ultramarina foi um ato estatal e esse ato estatal envolveu uma articulação de interesses. Esse
ato estatal se articulou aos interesses dos grupos urbanos dos mercadores em torno do
comercio, esse comercio que a abordagem da costa africana. A expansão ultramarina não foi
iniciada, não foi encabeçada pelos mercadores individuais. Como ele vai chega a essa conclusão?
Ele vai apresentar uma coincidência do ponto de vista documental das fontes entre reinados
pró-comercio ou reinados favoráveis a expansão marítima comercial e o avanço em
determinados pontos ao longo da costa africana. Então diferentes pontos ao longo da costa
africana vão se constituir os limites da navegação portuguesa ao longo do fim do século XIV e
no início do século XV. Ele vai apresentar o seguinte problema. Todas as vezes que novas áreas
eram registradas na cartografia portuguesa. Esses movimentos coincidiam com o incentivo
Estatal ao conhecimento das rotas dos ventos e das correntes marítimas. Os mercadores
individuais só se arriscavam uma vez conhecidas essas rotas, o que implicava uma perspectiva
de retorno. Aí eu estou trabalhando com a palavra retorno do ponto de vista, sobre dois pontos
de vista, sobre duas acepções, retorno físico de fato e o retorno econômico. Porque o retorno
físico de fato não é o único problema nas áreas não cartografadas, os comerciantes não
arriscariam, ao contrário mares nunca dantes navegados. Navegar por aguas desconhecidas
implicava necessariamente em iniciativa estatal. Esse movimento de expansão e arrefecimento
vai implicar num vinculo ou na participação do Estado português no processo. O estado vai
promover as primeiras incursões para realizar aí o mapeamento das frotas o cabo não, o cabo
bojador as ilhas canarias tratavam de limites até onde a navegação portuguesa detinha em
determinados momentos se expandido, atingido, uma vez atingido essas áreas e cartografados,
registrados, conhecidos os ventos, conhecidas as correntes e havendo perspectiva de retorno
os comerciantes individualmente passam a se lançar para essas áreas. Então o que está havendo
aqui do ponto de vista interesse estatal e interesse do comerciante individual é uma articulação
de interesses, é essa articulação de interesse que ele está apontando no texto, ponto
fundamental para explicar a expansão ultramarina portuguesa.

Adiantando o problema de um lado o Estado vai se preocupar com o fortalecimento do poder,


centralização e fortalecimento do poder, muitas vezes as dispensas da própria nobreza de
sangue. E porque as dispensas da própria nobreza de sangue? A revolução de Avis é um
movimento em simultâneo de reação da nobreza de defesa da nobreza contra as insurgências
de estabilidade da crise do feudalismo mais também é um movimento contra a própria nobreza,
ou seja, um movimento por parte de uma determinada família dinastia de Avis que vai buscar
limitar o poder ou vai buscar limitar o poder tradicional da aristocracia portuguesa. Porque que
esse movimento é ambíguo?

O que é o estado absolutista? É a consequência ou é um desdobramento do processo de crise é


vai constituir como um mecanismo estabilizador a partir da crise feudal. Qual é a definição que
ele vai dar do Estado Absolutista? O estado absolutista é a carapaça protetora de uma nobreza
aterrorizada. A carapaça vai apresentar duas funções fundamentais. A primeira delas é abster e
reprimir os () vivos intra estamentais, ou seja, em especial entre o estamento que trabalha e o
estamento que guerreia, ou seja, dirimir as revoltas camponesas. A segunda função é função e
proteger a nobreza de si mesma, que é a função que ele chama de função segundaria. Porque
qual a opção que essa nobreza cai durante a crise a nobreza passa a desfruta o domínio feudal
tradicional passa a condicionar ou a açambarcar terras e imóveis como forma de contrapor a
queda dos rendimentos, isso leva a nobreza a uma guerra intestina, ou seja uma guerra interna,
uma guerra intra estamental. No âmbito desse conflito, a guerra interna da nobreza vai tender
haver a sobreposição de grupos de nobres sobre outros nobres. Essa guerra interna vai levar a
determinados nobres a saírem vencedores desse processo de dominação, este nobre que sai
vencedor do conflito interno tende a suprimir em parte o poder do restante da nobreza de
sangue, no caso português a Dinastia de Avis que resistiu. Então o conflito interno da nobreza
ao promover e as consequências do conflito vai apresentar como inserido no modelo no
processo de longa duração vai resulta na expansão ultramarina. Porque vai resultar no processo
de expansão ultramarina? Para fazer frente a nobreza tradicional portuguesa. A dinastia de Avis
ou alguns reis da dinastia de Avis, ele vai mencionar uma alternância nesse sentido. Vão se
aproximar de grupos urbanos justamente com o foco de financiar o Estado a dispensa da
nobreza. Esse financiamento se dava justamente a partir dos recursos oriundos do comercio em
um momento em que a guerra e o poder cada vez mais se desvinculavam das relações de
suserania e vassalagem e se tornavam cada vez mais uma guerra paga ou vinculada as
necessidades metálicas. E a questão da necessidade e obtenção do saldo em ouro e prata é
decorrente justamente desse processo de ruptura das relações de suserania e vassalagem em
que o sujeito se prontifica a lutar por determinado soberano não vai desejar um título ou
permanecer no território. Então o suíço ou alemão se prontificavam a lutar por exemplo pelo
rei português pelo rei espanhol e assim por diante, ele desejava voltar para a sua região de
origem. Ele não poderia receber títulos, terras em Portugal e Espanha. Ele receberia na moeda
internacional da época. Então o fenômeno da guerra paga ou empreendedorismo na guerra é
um fenômeno que ao mesmo tempo vai levar a ruptura do modo de produção feudal vai () daí
a necessidade de uma aproximação entre esses dois setores. Se de um lado o estado absolutista
buscava fortalecer o poder as dispensas da nobreza de sague e para isso era necessários saldos
de ouro e prata e que vai definir a política mercantilista a partir do século XV e XVI. Se o estado
absolutista buscava nas camadas urbanas para fortalecer o poder as dispensas da nobreza
tradicional de outro os comerciantes vão buscar o poder centralizado, vão buscar se aproximar
do estado absolutista como uma forma de ascensão social, os títulos nobiliários passam a serem
vendáveis, se antes a nobreza e as relações de suserania e vassalagem constituíam o poder, a
partir de então o rei vai constituir a nobreza que ele vai poder inclusive vender ou ascender a
condição de nobre determinados comerciantes que prestam esses serviços a corte. Então o
comerciante que eventualmente se enriquecesse, ascendesse socialmente poderia comprar um
título de nobreza ou casar seus filhos com um nobre, isso vai implicar em interesses mutuo em
uma aproximação mutua entre os grupos urbanos e o estado absolutista em contraposição o
Godinho vai dizer o seguinte os regentes ou reis que se aproximavam da nobreza de sangue e
que buscavam ascender sobre a nobreza tradicional vão suspender as incursões ao longo da
costa africana e tender a realizar incursões guerreiras no norte da África. Então de um lado os
comerciantes vão se aproximar dos regentes dos reis e vão buscar expandir áreas do comercio
português, expandir, realizar a expansão marítima portuguesa e o estado absolutista português
vai se aproximar justamente de forma a buscar fortalecer e centralizar o poder. Os homens que
vão se aproximar da nobreza de sangue vão tender a pulverizar o poder, porque nesta aliança
eles vão ter na verdade ceder o poder as principais famílias ou os principais nomes, vão
compartilhar o poder com o regente. O rei que eventualmente se aproximasse desses grupos
urbanos poderia fortalecer o exército a partir do pagamento do senhor.

A partir de 1442 vai dizer o Godinho esse envolvimento de nobres e mercadores vai passar
aumentar, que a partir da década de 40 a perspectiva de retorno a Portugal passa a ser mais
segura. Então a expansão ultramarina não foi obra dos mercadores individuais, claro sem eles a
expansão não teria ocorrido, mais ela não teria ocorrência sem a contribuição do estado
português. Então na década de 30 Portugal desempenha a iniciativa de conquista do Marrocos,
iniciativa de cunho territorial tradicional. Essa conquista do Marrocos esteve desligada mesmo
divergente, vai dizer Godinho frente as navegações, descobrimentos marítimos realizados ao
longo da costa africana. Então ele separa essas duas estratégias. E aí ele cita o caso do
conterrâneo () dos nobres descontente com a produtividade de suas terras, descontente com a
pouca extensão de suas terras, vão ser lançados a expansão territorial no Marrocos. Esta
expansão no território de cunho feudal tradicional é uma expansão que buscava acrescer rendas
a nobreza, buscava se contrapor a esse fenômeno a esse mecanismo, a esta tendência
observada por () de quebras dos rendimentos da nobreza, a resposta da tradicional nobreza era
essa, era a resposta da expansão territorial tradicional, ou seja, resposta que coincide com a
perspectiva () francês ou consiste basicamente da ideia de domínio definido por () historiador
francês que o feudalismo é uma ().

O que que é o feudo? O feudo é uma unidade política e econômica, restação territorial feudal
implica em conquista sobre coisas e sobre homens, ou seja, implica em conquista sobre a riqueza
ou açambarcamento de riqueza que é aquilo que agente define hoje como domínio do
econômico do ponto de vista do pensamento e o poder sobre homens que do ponto de vista do
saber em si mesmo, nós definimos hoje como campo político. Político que é complicado aponta
na figura do senhor feudal como um fazendeiro de gado do agrobusiness. Tem absolutamente
nada a haver. O próprio conceito do econômico não existia inesperado do político na Idade
Média, seria difícil até de caracterizar. Tratava-se na verdade de um tipo de expansão que era
lançado em termos de conquista sobre recursos e seres humanos, o econômico não existia e
que até a Idade Média o poder sobre homens e poder sobre coisas se confundiam, é justamente
esses mecanismos, estas transformações em Portugal vão separar, ou iniciar a separação entre
essas duas coias. A expansão marítima comercial não envolvia a estratégia de cunho feudal
tradicional, não envolvia o poder político sobre () não necessariamente, a incursão sobre
Marrocos sim. Então ele vai diferenciar entre a excursão morroquina que a nobreza vai realizar,
nobreza de sangue portuguesa vai realizar sobre o norte da África em contraposição esse
movimento ao longo da costa africana.

D. João I, primeiro rei da Dinastia Avis o regente D. Pedro é elevado a condição de monarca e vai
apoiar comerciantes em oposição a nobreza, vão se intensificai aí os movimentos e
descobrimentos ao longa da costa africana. Então nesse período do século XV a nobreza
portuguesa vai flutuar entre um apoio das navegações e a conquista do norte da África. Bom a
nobreza portuguesa de acordo com Godinho vai flutuar entre a estratégia marítima comercial e
a expansão territorial no norte de Marrocos e a expansão marítima comercial ao longo da costa
africana. O que vai determinar essas incursões muito mais uma questão simplesmente de
descobrimento de técnicas por exemplo a vela latina já mencionada permitia a navegação contra
o vento, a bussola o astrolábio. Mais importante do que isso são as condições políticas internas
em Portugal. E aqui a gente tem que tomar cuidado pelo seguinte, em geral o ensino médio vai
apontar a expansão marítima comercial portuguesa de uma forma fetichista. O que é o fetiche?
Fetiche é o objeto dotado de poderes mágicos sobrenaturais, dotado de poderes sobre os
homens. A história econômica brasileira está cheia de fetichismo. Primeiro deles, talvez
cronologicamente seja esse. A bussola capaz de lançar as pessoas ao mar. Uma vela capaz de
fazer com que as pessoas mudam o interesse sobre a costa africana. Objetos que magicamente
tem poder sobre homens. Se a gente por exemplo pegar a história brasileira, a história
econômica brasileira e está disciplina é sujeita a esse problema. Qual que é a questão do
Simonsen, história econômica do Brasil a respeito da história econômica brasileira? O Brasil foi
uma sequência de bens destinados à exportação, primeiro o pau-brasil, o ciclo do pau brasil,
depois o ciclo da cana-de-açúcar, o ciclo do ouro, o breve ciclo do algodão, o ciclo do café, o ciclo
da borracha. Não são as pessoas que fazem a história mais é o café, o ouro e o algodão. São
esses objetos dotados de poder sobre os homens que se colocam em movimento. A ideia da
escola de Sales e dessa linha de que tem sobre a informação naval como ponte de inflexão da
expansão marítima comercial é uma ingenuidade. Parte do princípio que não são as vontades
humanas ou não é o homem que toma de fato as decisões políticas, econômicas e por assim por
diante. Vão aparecer que isso é restrito a determinado tempo histórico, estou fazendo uma
crítica ao Simonsen, Simonsen que tem também tem sua contribuição a respeito da história
econômica brasileira, pode colocar aqui, utilizo mais a ideia essas falaciosa e as medidas sociais
são capazes de alterar em si mesmo, alterar as relações humanas ou alterar as condições de
poder, alterar a política ou alterar jogo de força econômica da democracia e assim por diante
em si mesmo. Então o texto que for nesse sentido eles serão fundamentais, por exemplo para
as gestões de manifestações () no período seguinte. Então essa impossível as pessoas
manifestarem protestos de forma ordenada, coordenada, faziam-se () na década de 90 pelo
menos os caras pintadas por exemplo não necessitou das medidas sociais para fazer isso. Existe
uma inversão que se dar autonomia ou um protagonismo a determinados objetos ou a
determinados instrumentos. Professor isso é intencional ou inconsciente? Muitas das vezes isso
é inconsciente. Bom se agente pegar aqui a forma que a mídia aborda o problema os jornalistas
tem uma visão a respeito, por exemplo a ideia que a internet é mais democrática que a mídia
de massa. Eu vi o jornalista criticando Guy Debord o autor da Sociedade do Espetáculo que é
um texto fundante do jornalismo, fundamental no jornalismo e ele disse o seguinte Debord está
ultrapassado porque as mídias sociais são uma via de mão dupla. Só que quando você parar para
ouvi intelectuais como Umberto Eco que faleceu recentemente ele vai dizer o seguinte as mídias
sociais dão voz a uma legião de embeices e entupidos. Você começa a intender que essa via de
mão dupla ela não pode ser alimentada, ela não parte de quem (). Ela não pode partir a iniciativa,
não necessariamente parte desta legião de embeices que se lançam como especialistas. Então
a crítica que ele está fazendo é basicamente essa. Todos são especialistas a partir do momento
que as mídias sociais dão voz, tudo mundo tem opinião acerca da política, acerca da economia
e aí começam a surgir uma meliade de bobagem em 144 caracteres. A crítica que Umberto Eco
vai fazer é basicamente essa. O prêmio Nobel tem menos espaço do que o sujeito que começa
a alimentar as redes sociais com asneira. A crítica que se pode ser feita e que as mídias sociais
são simétricas se não existe um direcionamento por parte da quilo que a escola de Frankfurt vai
chamar de indústria cultural. É de fato autônomo, espontâneo essa seleção em termos de
gostos. Parte da base para atingir a cúpula é um movimento que de fato democratiza o acesso
a informação ou a informação vinculada é distorcida e cada vez mais estupidificada. Então tem
alguns jornalistas que vão tender na verdade que Sociedade do Espetáculo do Guy Debord deve
ser mais que entendido que existe sim na verdade uma assimetria em termos de produção
cultural, a questão é que a forma como essa produção cultural se dar a partir do surgimento do
rádio de difusão, da era do rádio de fusão, como era na década de 60, 70, 80, esta difusão da
informação ela passa a ter um compromisso, uma outra forma mais na essência essa assimetria
permanece. As pessoas não foram simplesmente porque passam a poder ser ouvidas dotadas
de condição para produzir a informação, isso depende de outro acesso, um deles é a formação,
bem que as vezes nem com o acesso a formação o sujeito vai. Mais as vezes os jornalistas
cometem isso até de forma inconsciente, por exemplo em relação a nossa área de saber, as
vezes o jornalista nem sabe que existe um debate teórico de econômica, uma vez que você fala
que taxa de juros debela a inflação ou necessariamente apresentar política fiscal equilibrada. O
jornalista econômico apresenta isso como verdade absoluta, as vezes ele inconscientemente faz
isso, ele simplesmente parte do princípio que existe uma única verdade, existe uma única
verdade cientifica, mas alguns casos fazem de forma consciente, aí envolve também o interesse
da própria industrial cultural, se colocar contra seus próprios interesses não faz nenhum sentido.
Não faz sentido por exemplo uma empresa se colocar no seu ramo de negócio contrário aos
seus próprios interesses por exemplo a questão da previdência os principais veículos de
comunicação isso representa um custo para empresa porque que vai se apresentar duas
questões sobre a previdência social uma pró e uma contra, se a pró basicamente incide sobre
os interesses e os custos dessa empresa de divulgação então não dar para acreditar que seja só
inocência. Eu acredito que alguns profissionais de comunicação talvez desconheçam esse
problema. Duvido que Miriam Leitão não conheça a existência de uma diferença entre
heterodoxia e ortodoxia. Mais em geral ele só apresentam posicionamento ortodoxo. Aliás são
esses jornalistas que apresentam a economia de forma fetichista, quando fala mercado, algo
como um ser consciente dotado de vontades humana e assim por diante, isso possa ser o maior
fetichismo cometido pela imprensa econômica pelo o jornalismo econômico. Não sei nem se
eles têm consciência disso o mercado é uma pessoa que não acorda no bom horário. Por que
quando é apresentado () ele é adotado de funções, características () como era os oráculos na
antiguidade.

Então fundamentalmente a revolução de Avis vai ser contrário a nobreza vai se apresentar aí o
posicionamento, vai se colocar dentro daquilo que o Perry Anderson vai apontar como a função
dois da carapaça se opor a nobreza de sangue e Reinado de D. João vai tender a restringir o
poder da nobreza. Essa restrição do poder da nobreza vinculada a uma maior aproximação com
os grupos médios urbanos, os comerciantes portugueses. Reinado de D. João I que vai dar lugar
a reinado Duarte I na década de 30 em que há uma fragmentação do poder, vai haver uma
tendência da nobreza de impor a lógica de territorial feudal tradicional. É na década de 30 que
ocorre a incursão do Marrocos, ou seja, a incursão que vai ambicionar fazer frente a essas
quedas de rendimentos da nobreza de sangue português. A resposta vai ser tipicamente
tradicional feudal, ou seja, anexar terras e homens por sua vez o reinado de D. Pedro década de
40 vai restringir o poder da nobreza e estimular a expansão comercial ele vai apresentar aqui o
movimento sistorico e astorico, contração e expansão, Dom Afonso V entre 1449 e 1481 vai
marcar o período em que a nobreza vai impor novamente a estratégia de expansão feudal e os
contatos, esse comercio vai ocorrer em iniciativa dos comerciantes na costa africana inclusive o
comercio com o Golfo da Guiné, comercio com o Golfo da Guiné que rompe a intermediação
com os beduínos do deserto e os portugueses passam a ter acesso ao longo do Golfo da Guiné.
O reinado de Dom João II 1481 e 1495 a expansão marítima se estende para ao longo da África,
passa a ambicionar (). Ora percebam a ruptura do comercio genovês não era o primeiro
objetivo.. a expansão ultramarina na verdade foi um processo de longa duração e não há como
se estabelecer uma terminologia aqui no sentido de que se ambicionava que essa política iria
atingir o oriente, o oriente vai surgir como um objetivo a posterior. Então o reinado de Dom
João II marca a centralização do poder em Portugal e a centralização do poder em Portugal é
coincidente com a adoção e a consolidação da estratégia marítima comercial. O que o Godinho
está colocando aqui é o seguinte não há como se desvincular a expansão marítima do
fortalecimento do estado, expansão marítima e centralização do poder, expansão marítima do
Estado Absolutista, então para isso tem que se entender primeiro qual é a função do Estado
Absolutista, tem que ir lá em Perry Anderson e entender o que ele está discutindo como a função
primaria da carapaça e a função segundaria, como surge essa carapaça e assim por diante, e em
segundo lugar tem que se entender o caso especifico português que é o problema que o
Godinho está apontando aqui, o caso pioneiro, Portugal foi o primeiro estado absolutista a se
consolidar. Então consolidando o Estado Absolutista, consolida-se a opção entre a expansão
marítima comercial a dispensa da nobreza comercial portuguesa. Fins do século XV e início do
século XVI a nobreza torna-se uma nobreza mercantil, a nobreza portuguesa abandona no
século XVI etos cavalheiresco tradicional e a cavalaria se torna cada vez mais um título vazio,
simplesmente um título nobiliário, não mais um título vinculado a função guerreira, o sujeito
podia ser cavaleiro e não ter a enorme vocação para essa parada, essa relação vai separar, vai
ter divergência no século XVI. Agente vai ver isso no texto subsequente do Godinho. No reinado
de Dom Emanuel o venturoso 1495 a 1521 consolida-se a opção que vai entre a nobreza e a
expansão mercantil, ou seja, resolve a questão interna da corte portuguesa relativa a essa
divergência essa importância de estratégia da expansão. Fim do texto do Godinho

Texto: 2

O texto subsequente que eu coloquei para leitura estrutura da antiga sociedade portuguesa,
capitulo 3 a estrutura social do antigo regime, nesse capitulo Godinho vai trabalhar a
organização social e aqui é interessante porque ao final do capitulo ele vai apontar uma questão
fundamental que ele vai fazer para, ele vai colocar uma questão () para discursão desse
problema das relações sociais em Portugal, é a seguinte porque a revolução industrial não
ocorreu em Portugal, se Portugal era a nação mais radicada foi a pioneira na expansão marítima
comercial, ou seja, porque as transformação num () primeiro em Portugal se ele foi pioneiro na
expansão marítima comercial e portanto pioneiro do ponto de vista daquilo que vai se
convencionar a chamar capitalismo comercial ou capitalismo primitivo. Como o capitulo lida
com as relações sociais em Portugal, cuja lida com uma dimensão da resposta, cuja agente
entende que Godinho parte do problema das relações sociais em Portugal que fundamentam a
diferença com a divergência fundamental em relação a trajetória inglesa. Basicamente ele vai
fundamentar o seguinte o assalariamento não era difundido em Portugal como era na Inglaterra
o campo não era mercantilizado como era na Inglaterra e o próprio trabalho ainda não era
mercadoria, a força de trabalho ainda não era mercadoria aí tem-se uma divergência
fundamental, estrutural frente as transformações inglesas. A estrutura portuguesa se manteve
estamental enquanto a estrutura e a estratificação social na Inglaterra acompanham as
transformações profundas que levaram ao assentamento de classes. Essa é a divergência que
ele vai apontar. Mais para nosso proposito isso é o pano de fundo, mas o que euro quero para
vocês e a caracterização da sociedade portuguesa e essa caracterização é importante porque
onde a gente precisa compreender essas características estamental da sociedade portuguesa
para então compreender como se organiza a sociedade estamental assentada na escravidão na
Colônia. Então a organização social na colônia não vai ser a mesma observada em Portugal ela
vai ser diferente, entretanto primeiro do ponto de vista primeiro da compreensão da expansão
ultramarina e compreensão da origem da sociedade brasileira é importante a gente apontar
como se organizou a sociedade portuguesa que foi obviamente a sociedade a partir da qual se
constituiu a sociedade brasileira, sociedade brasileira que como a gente vai depois ver se
constitui a função como um objetivo econômico o próprio Gilberto Freyre vai afirma (). Ai ele
vai fala sobre a estrutura social do antigo regime. O que é o antigo regime? O antigo regime é o
estado absolutista, justamente () que a gente vai abordar aqui até pelo menos a metade do
curso, basicamente século XV até XVIII e XIX. Entre o século XV e XVIII vai afirmar Godinho vai
haver diferenças () e diferença na aplicação das leis. A diferença do ponto de vista da aplicação
das leis é uma dos fatos fundamentais para a gente () da estratificação social. Textos que
apontam esse problema é Economia e sociedade de max weber, a miséria da filosofia de marx
como textos básicos de apoio para essas questões como... Uma sociedade estamental e marcado
por diferenças () essa ideia de igualdade perante a lei é uma ideia posterior, aquilo que a gente
chama de direito civil remete a um problema jus naturalista do século XVIII dos marcos do
Iluminismo europeu ou movimento de esclarecimento. Essa noção fundamental de todos são
iguais perante a lei recente e algo assentado no liberalismo europeu. Antes disso como isso
aparecia todos são iguais perante Cristo que era um problema por que a igualdade muitas vezes
estava ligada a salvação ou ao juízo final e, portanto, remetia a um problema metafisico e não
uma questão histórica concreta materialmente definida historicamente datada mais sim
metafisico, o dia do juízo final, da salvação, da volta de Cristo, ou seja, lá o que for. Ai sim todos
serão iguais diante de Deus. Aquilo que a gente chama de direito civil vai surgir a partir do século
XVIII e na sociologia o autor referência para discutir essas questões Thomas Humprey Marshall
sociólogo definiu os direitos sociais que vão surgir no século XVIII diferentes do indivíduo que
surge no século XIX e direitos sociais no século XX e ele vai dizer que esses direitos não são
garantidos. Essa ideia de igualdade perante a lei é uma noção pôs () jus naturalista uma noção
datada antes disso vai se conformar a iniquidade perante a lei. Então o estado absolutista vai
ser marcado por essa iniquidade. Aí vocês vão me perguntar a pessoas aceitavam não era
errado? Bom dentro da visão de mundo da época, a iniquidade era um fato comum, esta ideia
de que a igualdade tem origem com o ser humano isso é uma construção historicamente datada
do século IV e a desigualdade diante da lei é um fato objetivo e muitas vezes até justificado por
estamentos sociais da época. Para remover essa ideia que o ser humano percorre uma trilha
rumo a liberdade necessária e objetiva. Os agentes sociais da época vão se cortar diante dessa
() de acordo com a posição social. A lei é aplicada de acordo a posição social que o sujeito e a as
condições e as legislações maleavam de acordo que a posição que o indivíduo ocupava na
sociedade. Do ponto de vista da justiça vai haver uma diferenciação em diferentes camadas o
clero era julgado pela justiça eclesiástica, na idade média a justiça eclesiástica tinha a
importâncias fundamental a justiça eclesiástica dirimia questões relativas a fé e o órgão de maior
poder da justiça eclesiástico era o tribunal do santo oficio. Na idade média crime e pecado viviam
sempre unidos esta junção de que determinada ação pode se constituir em crime não ser pecado
() essa é uma noção posterior uma noção pôs medieval que é na verdade consequência desse
processo de racionalização do mundo iniciado pela ciência que vai se consolidar justamente no
mundo e separação entre crime e pecado que antes se confundiam os mandamentos medievais
eram aplicados com força de lei. Deus vai decidir quem é o justo de quem não é o justo, por
exemplo pelo ordália de fogo onde se a ferida cometida pelo fogo era avaliada por alguns dias,
ordalia de água. A igreja era eficiente em encontrar culpados. Mais em geral essas práticas de
julgamento estava relacionada a destraçar o corpo e membros para o sujeito confessa de fato o
crime esse tipo de julgamento vai ser comum até pelo menos no século XVIII. É justamente o
liberalismo que vai substituir a punição pelo corpo, o espetáculo em praça pública pelo
encarceramento já que a liberdade passa ser o valor fundamental do ponto de vista da
perspectiva liberal. A privação de liberdade em contraposição a liberdade plena do indivíduo na
perspectiva liberal passa a nortear a punição máxima aquilo que o indivíduo pode incorrer, a
pena de morte passa a ser condenada. O clero era julgado pela justiça eclesiástica o fidalgo
geralmente era preso encarcerado em fortificações e o povão recebia a punição física através
do açoite. A pena está ligada a posição social do indivíduo. A pena do adultero era punido com
a pena capital com suas ressalvas. O marido traído um peão e o adultero fosse um cavaleiro ou
nobre a pena não seria a capital e sim pecuniária. A própria aplicação da pena estava ligada a
posição social ou camada social a qual o indivíduo pertence. Se o adultério fosse cometido por
um nobre ou cavaleiro o rei poderia interceder e impedir com que a pena capital fosse aplicada
ao sujeito que praticou o adultério. Ele poderia ser perdoado pelo rei. A hierarquia é
fundamental na aplicação das leis, não só a justiça serve a hierarquia como também o poder
serve a hierarquia do estado absolutista português. Não se contesta essa diferenciação ela é tida
como natural, amor, poder, justiça e o próprio comercio serve a hierarquia. Hoje o comercio é
entendido como uma relação impessoal. No estado absolutista se negar a vender um produto a
determinado sujeitos era quase um dever. O comerciante se negava a vendar para o populacho.
Godinho vai dizer o seguinte isso entra em conflito com essa ideia contemporânea nega de mais
ser preferível a menos que a gente define como econômico a ideia marginalista assentada na
máxima de john stuart mil não era aplicada nesse modelo, não era aplicado porque o comercio
servia a hierarquia.

A burguesia era até o século XVIII uma classe em si, uma classe para si e a diferença aqui
fundamental é que uma classe em si muda a existência de uma diferenciação social, de uma
origem social, mas em termos sociológicos ou em termos de valores, esses valores não são muito
claros ou melhor dizendo não há uma consciência clara de classe. E aí o autor que vai de fato
aprofundar essa noção, se apresenta aí, cuja a ideia fundamentada no texto 47 foi o autor
húngaro de Georg Lukács com história e consciência de classe onde ele vai retomar essa
perspectiva, vai retomar o problema apontado em miséria e filosofia e fazer um discursão a
despeito do problema da consciência de classe. Ai nessa perspectiva no âmbito dessa
perspectiva há uma diferença entre a classe em si e a classe para si, que a classe em si ela vai
apresentar uma inserção social especifica vai apresentar aí como é o caso de..esses textos que
a gente está trabalhando século XV, XVI e XVII uma inserção especifica da burguesia ela vai se
esta ai vinculado a atividades urbanas, etc. vai se vincular ao comércio, e o próprio termo que
se referi. A própria origem semântica da palavra denota esse aspecto urbano esse vínculo com
a burguis, porque burguês e um morador do burgo, ai você não tem uma vinculação entre o
termo e o conceito sociológico em termos explicito desse período, o conceito sociológico só
surge a posteriore em função da própria mudança em termos de inserção social, que esses
agentes, esses grupos vão apresentar a partir do século XVIII e XIX, quem inserção e essa? Ai sim
tem si, em especifico uma inserção social em que a burguesia passa não só a apresentar um
vínculo com a realidade econômica e social concreta como também uma ideologia e uma visão
de mundo própria, então o iluminismo na verdade era uma contestação de uma visão de mundo
racionalizada vinculada ao ideário liberal burguês. É claro que há cisões em torno em volta, etc.
movimentos muitas vezes de autocritica interna no próprio movimento iluminista, em especial
no século XIX não é algo tão homogêneo assim, mais em linhas gerais vão abordar esses termos.
Então quando a burguesia passa a ser dotado com uma visão de mundo própria ou passa a
buscar ou a ter consciência do seu papel social, então de uma classe em si torna-se uma classe
para si. A classe para si na verdade uma camada social que tem aí consciência do seu papel
político social diferentemente da classe em si que vai apresentar na verdade uma visão de
mundo muitas das vezes emprestada de outras camadas sociais. Em termos de visão de mundo
a burguesia desse período vai almejar na verdade o etos aristocrático tradicional. Então ela vai
compartilhar a visão de mundo hierarquizada de um mundo aí assentado nas iniquidades na
hierarquia pós crise feudal. Tratar-se aí de uma...ou aquilo que em termos weberiano, não só
weberiano, mais em geral a sociologia alemã vai definir em termos conceituais como a visão de
mundo de uma determinada camada, uma visão de mundo emprestada, uma visão de mundo
que na verdade não é própria, portanto não está vinculada a uma camada que detém a
consciência do seu papel historio político social. Então a visão de mundo dos comerciantes aqui
é uma visão de mundo aristocrática assentada na hierarquia, nos privilégios nos valores da
aristocracia europeia. É importante enfatizar esse aspecto pelo seguinte isso não está no texto,
eu estou apontado para vocês a partir daquilo que o próprio autor está discutindo,
provavelmente o Godinho tem consciência disso, tem consciência desse problema, por isso ele
vai apresentar o problema nesses termos, mas ele não explicita isso da forma que eu estou
colocando para vocês. Ele vai resgatar essa questão teórica que estou colocando para vocês.
Porque estou fazendo essa discussão? justamente porque o Godinho vai apresentar a
perspectiva frente a hierarquia ele vai dizer o seguinte, o comerciante não tinha interesse em
vender para o maior número de pessoas possível, não era o comerciante que tentava vender aí
os seus artigos para quem pudesse pagar, na verdade o próprio comercio servia a hierarquia,
então entraria no entanto uma serie de aspectos da vida, então a esfera jurídica, a esfera jurídica
serve a hierarquia, ai ele vai alencar a questão afetiva, a esfera afetiva serve a hierarquia e assim
por diante. Então quando ele cita o comercio, o comercio serve a hierarquia, quando ele atinge
a questão do comercio, esse, talvez para nós esse seja o aspecto fundamental aqui, porque
primeiro trata-se de um curso de história econômica e segundo porque a gente passa a
compreender melhor as nuanças de uma período que normalmente é apontado como uma
espécie de continuidade ou período prévio, um período que as condições de modo de produção
capitalista ou uma parte dessas condições já se encontravam dadas, na verdade essas condições
só vão se consolidar, só vão se apresentar no século XVIII e XIX o comercio aqui a desrespeito
de se falava no período de transição de diversificação do comercio e etc., o comercio não tinha
essa autonomia que vai apresentar ou a esfera econômica não detinha a autonomia que vai
apresentar entre o século XVIII e XIX. Essa ausência de autonomia e o fato de que aspectos
jurídicos e de estratificação social vão determinar as condições de comercio é fundamental para
a gente compreender porque que a perspectiva utilitarista não é válida do ponto de vista da
perspectiva do agente aqui econômico em questão, então a máxima utilitarista definida por John
Stuart Mill em princípio de econômica política em 1448 de que mais é preferível a menos se um
peão desejasse comprar cedas brocados e lãs menus seria preferível a mais. E aí nós temos um
problema, que do ponto de vista da aplicação à histórica e na perspectiva marginalista bastaria
colocar o princípio utilitarista em perspectiva do século XVI para a gente chegar à conclusão de
que que esses princípios não são universais, portanto não precisaria ir muito longe, não
precisaria aí recorrer a Idade Média ou a Antiguidade para observar as mudanças essas
condições estruturais, pois bem então qual era o problema aqui do comercio? O Godinho vai
colocar o seguinte os comerciantes antes de tudo servia a hierarquia então ele vai diferenciar
diferentes aspectos da vida e o comercio também vai servir a hierarquia de acordo com ele. O
maior problema do comerciante aqui era a confusão de status ( muitas vezes o termo é traduzido
como stamentos). O termo estamento se refere aqui a estado, que é a mesma ideia da
tripartição da sociedade medieval em primeiro estado, segundo estado e terceiro estado
repartição essa ou estrutura tripartida que vigorou na França até pelo menos no século XVIII.
Então o estado é na verdade aqui é justamente ele é peculiar de perspectiva sociológica ou
estamento. Então a confusão de estados é um problema que assombrava de certa forma os
comerciantes. Que confusão de estados? Olha a confusão do ponto de vista da posição
hierárquica. Então Godinho vai dizer o seguinte do ponto de vista das penas o sujeito recebia
uma pena de acordo com a condição social ele não podia ser chamado de senhor de fidalgo não
podia ser chamado de cavaleiro se não detivesse o título e se ele fosse pego sendo chamado de
senhor e não corrigisse a pessoa que chamasse de Dom, senhor, Cavaleiro, Fidalgo e etc. haveria
uma pena proporcional a condição social que sujeito ocupa, da mesma forma o comerciante
também se encontrava preocupado com a chamada confusão de estado. Então qual que era a
preocupação do comerciante? Vender por exemplo, aquilo que o Godinho vai apontar no texto
cedas brocados e lã para qualquer um. Então o sujeito não podia chegar lá na loja de marca com
o cartão de credito se endividar até o pescoço para ir para a baladinha emulando uma condição
social que não tem. Na verdade, a vendedora iria dizer o seguinte olha não posso vender porque
a tua posição social não permite que a venda seja realizada. Dependendo da situação o
comerciante que se nega a vender pode até ser preso, e dependendo da justificativa que ele
dar. Então aqui a preocupação do comerciante era vender na verdade os bens para uma
determinada camada social vinculada ao prestigio ou cujos os bens na verdade compõem o
chamado hábitos dessa camada social. Que que é os hábitos? Nas técnicas corporais de Marcel
Mauss que é genro de emile Durkheim ele tem um texto técnicas corporais que vai discutir os
hábitos posteriormente um sociólogo francês Pierre Félix Bourdieu vai aprofundar o conceito e
vai definir o hábitos como determinadas formas de agir, pensar, sentir e etc. vinculadas ao
agente social. O conceito de hábitos é na verdade uma tentativa de Bourdieu de resolver o
problema que já é de certa forma antigo na sociologia de tensão entre indivíduo e sociedade.
Na verdade, são ao mesmo tempo espaços de decisões individuais mais são determinadas pelas
condições estruturais nas quais o indivíduo se insere. Na verdade, ele tenta dar conta de um
problema de tensão entre a decisão individual, agente individual frente as pressões sociais,
estrutura e assim por diante. Que que é o hábitos? O hábitos de classe por exemplo pode se
encontrar no gestual, na forma de se portar, na linguagem. Então dependendo da posição social
que o indivíduo ocupa ele tem uma determinada linguagem, dependendo da posição social que
o indivíduo ocupa ele vai apresentar determinados maneirismos e muitas vezes até inconsciente
que o identifica a uma determinada camada. Ele vai apresentar determinados gostos musicais,
determinados gostos para arte. Então o hábito na verdade implica em uma serie de
determinantes que circulam a estrutura mais que ao mesmo tempo vão apresentar aí aspectos
de ação individual ou de escolha individual determinados pela essa estrutura. Então a uma
tentativa de ser resolver essa tenção entre agente individual e estrutura. O que significa isso?
Bom o indivíduo nasceu aí em uma condição não privilegiada que não significa que
necessariamente ele vá automaticamente compartilhar determinados valore difundidos por
pessoas naquela posição social. Mas há uma forte tendência, uma forte rigidez estrutural para
que ele o faça. Então no caso do hábitos aqui em discursão que o Godinho está colocando é o
seguinte não fazia parte do hábitos clássico do peão por exemplo vestir ou se portar com uma
determinada forma. O peão poderia ser chamado de Dom, de senhor de cavaleiro. Ele não podia
vestir lã ele não podia vestir ceda ele não podia vestir brocado. Então se um peão chegasse ao
comerciante e tivesse o dinheiro para comprar ceda brocados e lã. Então o comerciante negaria
essa venda, ai o Godinho vai dizer o seguinte no texto, ora não se trata um problema de venda
de massa, nós temos que nos lembrar na verdade que a sociedade de consumo em massa não
existe. Quem são os indivíduos que tem condição de comprar, adquirem as mercadorias,
principalmente do comercio de longa distancia. Então cedas, o açúcar que vinha do oriente,
pimenta, cravo da Índia e assim por diante era a aristocracia europeia. Os consumidores aqui
são indivíduos dotados de posição social. E esses bens não são bens produzidos e consumidos
em massa. A gente tem que lembrar o seguinte do ponto de vista da população europeia como
todo a maior parte da população o próprio Godinho vai dizer caso portugues a maior parte da
população estava vinculada a uma produção de um valor de uso. Então boa parte da população
portuguesa tinha acesso direto a terra e nesse acesso direto a terra produziam os bens para a
própria subsistência, isso significa que uma parcela significativa da população portuguesa não
compravam suas próprias roupas, na verdade elas teciam suas roupas. Esse mercado de bens
vinculados ao artesanato, vinculados ao comercio de longa distância é um mercado de bens de
luxo vinculado a um determinado habito, vinculado a um determinado posição social. Então os
comerciantes não concordavam com a possibilidade de qualquer um se pudesse se passar por
nobre e vestir brocados, panos de ceda, e lã de autos preços é importante agente enfatizar que
a lã é um dos principais utensílios do mercantilismo inglês, não é por acaso que a lã vai causar
uma serie de impactos na economia inglesa, justamente a economia que vai apresentar
mudanças significativas a partir desse período. Os comerciantes na verdade vão defender e eles
próprios dependiam da hierarquia tradicional, então a visão de mundo dos comerciantes era na
verdade uma visão de mundo aristocrática, os próprios comerciantes compartilhavam a visão
de mundo aristocrática daí a ideia luxaiana claro que dentro de uma determinada ponderação
de que se tratava de uma classe em si e sim uma classe para si. Inexistia portanto de que a
massificação e a venda, o maior número de vendas possível traria lucro aos comerciantes, o
lucro dos comerciantes era oriundo na verdade de uma preocupação de manutenção do Estado,
estado aqui entendido por ou dos estados, a manutenção da diferenciação em termos dos
estados ou diferenciação estamental. Porque que os comerciantes vão defender essa
hierarquia? Eles próprios estavam preocupados em se diferenciar do populacho se diferenciar
das gentes em geral, os próprios comerciantes defendiam a hierarquia tradicional aristocrática
porque eles mesmo ambicionavam fazer parte dela como de fato vão fazer parte dela a partir
desse processo de expansão ultramarina. Vender cedas brocados e tecidos de lã era na verdade
romper, seria na verdade do ponto de vista simbólico claro, da mesma forma simbólica que
qualquer um ser chamado de senhor ou dom, se qualquer um fosse chamado de senhor ou dom
a hierarquia vinculada ao senhorismo da diferenciação, o uso do termo se esvairia assim como
se qualquer um pudesse adquirir cedas brocados e tecidos de lã a diferenciação social a partir
da vestimenta também se esvairia. Então a preocupação fundamental era a manutenção da
diferenciação social, a preocupação dos comerciantes era portanto a preocupação de se
nobilitar. Então nobilitar-se o problema da ascensão social, mesmo que esse problema se
vinculasse a uma queda dos lucros, mesmo se isso implicasse potencialmente se perderia,
deixaria de perder, a preocupação fundamental do comerciante era basicamente manter a
hierarquia e essa preocupação fazia com que comerciantes e a nobreza detivessem ai
apresentassem um interesse comum nessa manutenção da hierarquia. O Godinho vai mencionar
também existência de alguns cargos vetados as pessoas que trabalhavam com as próprias mãos,
trabalhar com as próprias mãos era algo considerado vil, trabalhar com as próprias mãos era
algo considerado socialmente inferior. Então os trabalhos mecânicos eram considerados viés e
aqueles que executavam estavam proibidos de fazerem partem horas militares em geral
exercícios da guerra reservados a nobreza, e é claro que os postos mais baixo, os postos
militares mais baixo eram abertos, os postos do oficialato eram reservados a nobreza a
hierarquia militar seria na verdade essa divisão estamental. Pode causar uma certa confusão
porque o que eu disse para vocês nas aulas anteriores que a nobreza havia perdido espaço que
a nobreza na verdade vinha sendo usurpado de alguns dos seus direitos do ponto de vista da
constituição estado absolutista e agora eu estou dizendo para vocês o seguinte ao mesmo
tempo esses privilégios foram mantidos, pode parecer um pouco contraditório, na verdade esse
problema do período de transição é marcado justamente por um () ao mesmo tempo em que a
nobreza e em especial a pequena nobreza vai ser destituída de muito de seus privilégios vai
haver a manutenção de uma série de outros privilégios. A pequena nobreza como eu disse a
vocês não vai ter um privilégio de realizar a guerra, mais vai ter condição de atingir o oficialato
do estado absolutista. A pequena nobreza não vai ter condição de estabelecer alianças de
suserania e vassalagem e tomar a decisão de entrar em guerra com outro nobre essa decisão
agora passa a ser centralizado na carapaça aquilo que o Perry Anderson vai chamar de carapaça
que é o Estado Absolutista. há portanto aqui uma relação ambivalente do estado absolutista e
a posição da nobreza essa posição ambivalente quem vai melhor apresentar principalmente do
ponto de vista da restrição apresentado a nobreza é um autor alemão chamado Norbert Elias
um livro intitulado processo civilizador de dois volumes por volta de 800 páginas mais ou menos,
nos dois volumes ele vai discorre a respeito dessa relação interessante que é uma marca da
escola de Frankfurt na verdade, ele vai fazer uma aproximação entre sociologia e história e
principalmente psicanálise ele vai tentar demostrar o seguinte em parte aquilo que em
psicanálise se chama de superego foi historicamente determinado ou foi historicamente
construído por um processo civilizador vinculado a existência de regra de convivência no âmbito
da nobreza. O que é o superego? Dentro da de definição freudiano psicanalítica, claro simplista,
é uma serie de limites socialmente impostos, condicionados que se colocam ao indivíduo, uma
série de regras sociais de convivência e assim por diante, isso tem que ser introjetado em
contraposição as pulsões humanas, um sujeito que é só pulsão no momento de raiva ele vai ser
levado por impulsos destrutivos e pode vi a assassinar o indivíduo que contrariou e etc. então a
criança por exemplo pega um determinado objeto e não tem condição afetiva amadurecimento
para compreender de antemão que ela haja ou pode reagir negativamente ou por impulso
agride o amiguinho e etc. por conta disso, em geral psicopatas não tem aspectos de freios nesses
termos se contrariados podem ai por exemplo manifestar esse impulso de morte, assassinar o
sujeito e assim por diante. Do ponto de vista dessa tensão entre ide e superego as pulsões
humanas, na verdade o superego é socialmente engendrado (), por exemplo qual é o impulso
do ser humano diante da fome é se alimentar entretanto existe regras sociais para alimentação
você não pode sair por exemplo em um ambiente público e pegar o alimento com a mão do
chão e colocar na boca de qualquer forma, a despeito de em determinados momentos de fome
o sujeito pressionado ou sem poder fazer. Mais existem regras sociais para alimentação, assim
como existem regras sociais para, inclusive para aquilo que seria ou que estaria dentro da
perspectiva psicanalítica mais próxima ao impulso fundamental do ide que é o ato sexual, então
esse seria ai ou estaria dentro da psicanalise seria o impulso mais próximo dos impulso
fundamentais do ser humano, esses impulsos quanto o ser humano um animal biológico,
entretanto há regras para isso, o alvo do desejo há na verdade regras sociais para se buscar o
alvo do desejo esse alvo do desejo não pode ser buscado de qualquer forma. Qual era o
problema Norbertliano ele vai apontar o seguinte as regras de alimentação, as regras de
convivência a mesa, as regras de como eles se alimentavam, passaram a ser definidas a partir
da formação do Estado Absolutista. Antes do Estado Absolutista havia poucas regras de
alimentação, essas regras foram ao longo do fim da Idade Média até o século XVIII e XIX sendo
paulatinamente estabelecidas, a primeira delas que ele vai mencionar é a utilização de talheres,
não se utilizavam talheres na Idade Média, então porque que a nobreza passou a está vinculada
a utilização de talheres e a nobreza francesa chegou-se a uma imensidão de talheres a mesa em
alguns casos até sete tipos de talheres. O problema aqui fundamental é que a convivência
civilizada da nobreza implicava na existência de regras para essa convivência mutua no âmbito
do estado absolutista, ou seja, regras na verdade civilizatória para a convivência da nobreza no
âmbito da carapaça da corte europeia. O que caracterizava melhor um nobre europeu durante
toda a idade média. Um nobre na verdade era um sujeito diletante, que tinha a sua disposição
tempo, recurso e podia se interessar pelos mais diversos afazeres a caça, iguaria e etc. E o nobre
era um sujeito que por impulso podia decretar a guerra, podia fazer frente a outro nobre no
campo de batalha e assim por diante. Esses impulsos na verdade vão ser contidos e civilizados
no âmbito da carapaça quando o Estado Absolutista surge, é claro que que vários nobres vão
continuar convivendo no âmbito do estado absolutista sem por exemplo a necessidade de pagar
impostos e a diferença em termos de estado indicava que não havia qualquer problema nisso
aceitavas se isso é justamente o século XVIII e XIX que vai apresentar uma ruptura, uma mudança
nesse sentido de todos deveriam ser iguais perante a lei, todos deveriam pagar imposto e etc.
então esses privilégios serão mantidos entretanto a capacidade de arrecadar impostos passa a
estar centralizada na carapaça. Então a nobreza não podia mais realizar a guerra mais poderia
tentar influenciar a corte a partir de um jogo diplomático, a diplomacia surge também a partir
da definição dos estados absolutista da constituição do estado absolutista, esse jogo político de
influência no âmbito da corte passa a ser a manifestação civilizada de uma convivência
necessária no âmbito da carapaça. Norbert vai apontar como as regras a mesa vão se modificar
ao longo do tempo ele vai dizer o seguinte na verdade aquilo que a gente chama de superego é
historicamente definido, socialmente determinado ele foi constituído ao longo da história. Toda
criança que nasce ela precisa ser civilizada para aprender a comer com talheres ninguém nasce
sabendo que se deve alimentar com talheres o primeiro impulso do ser humano é se alimentar,
de alguma forma se alimentar, agora essa alimentação dentro de determinadas regras isso é
aprendido dentro ou no âmbito de um determinado convívio em sociedade. Essas regras são
imposta e o sujeito que não segue essas regras normalmente é coagido aquilo que Durkheim vai
definir como coerção social, ou seja, os olhares de reprovação no restaurante e etc. se o sujeito
chegar lá e começar a comer com a mão em um restaurante, dependendo do nível social e etc.
provavelmente haverá coerção social, talvez ele até seja convidado a se retirar em função dos
péssimos modos e etc. a primeira reação de quem vai observar é de que aquilo é nojento e assim
por diante. Esse nojo também é socialmente determinado, na Idade Média se comia com as
mãos e era algo absolutamente normal, rotineira. Como a nobreza vai ser dotada de uma
posição social elevada é o hábitos social da nobreza que se difunde para os demais estamentos
e aquela referência passa a ser o objetivo a ser almejado a moda, os modismo no âmbito da
corte passam a se difundir a partir do exemplo da nobreza para os demais estamentos da
sociedade é obvio que não vai chegar da mesma forma mais a medida das possibilidades do
possível dos demais estamentos vão tentar emular ou se aproximar desse ideal. Se alimentar
com talheres é difundido para os demais estados, estamentos da sociedade de forma paulatina
isso na verdade é comum em qualquer sociedade as camadas superiores em geral vão se tornar
referência em termos estéticos daquilo que é o modelo daquilo que é o desejado daquilo que é
o sofisticado, daquilo que é o agradável, ou seja, passa a ter preferência.

A nobreza detinha o privilegio no exercício da guerra, guerra que obviamente só podia ser
iniciada pelo rei que era agora e passa a está concentrado na carapaça. E essa sociedade regente,
a sociedade portuguesa era juridicamente estratificada e essa estratificação jurídica ela se
manifestava simbolicamente a partir da distinção pelos pronomes de tratamento por isso que
era fundamental controlar isso, quem podia ser chamado de senhor e quem podia ser chamado
de dom e assim por diante, o vestuário, então era fundamental controlar quem vestia o que e
implicava essa posição social distinta, implicava em um estatuto distinto, tratamento distinto
perante a justiça, ou seja, uma diferenciação do ponto de vista da aplicação da lei e das penas a
aplicação das leis e das penas vai mudar de acordo com a condição social. Então esse aspecto
da sociedade portuguesa vai se traduzir também na sociedade colonial. Então eu disse a vocês
que a sociedade portuguesa vai de certa forma entender que os ofícios mecânicos ou o trabalho
manual vão apresentar aí uma condição ou status inferior frente a posição do nobre. O nobre
que como eu disse a vocês desde da Idade Média é um diletante sujeito que é marcado pela
ausência de um trabalho sistemático diligente e etc. ele é na verdade um diletante ele é na
verdade um sujeito que tem poucos freios (noção psicanalítica Norbertliano) o nobre não é um
sujeito dotado de freios ele tem mais possibilidade na verdade aquilo que ele quer na cabeça ou
ação de algo. Esse aspecto da nobreza vai vincular a ausência de um trabalho sistemático ou a
ausência de um trabalho manual que é a marca do chamado terceiro estado. Um dos principais
valores dessa sociedade é justamente a ausência da necessidade a negação do trabalho como
um valor social. O fato do sujeito não trabalha ele vive de renda em si mesmo se vincula ao
prestigio, isso vai ter implicações importante do ponto de vista da constituição da sociedade
colonial, ainda mais por se tratar de uma sociedade escravocrata. Então o comerciante por sua
vez é um sujeito diligente é um sujeito que vai trabalhar para sobreviver, só que na mente desse
comerciante esse trabalhar para sobreviver é temporário. Quem é o negociante? Quem é o
fidalgo? O fidalgo é o filho de algo a contração que denota a determinada condição social
vinculada a nobreza de sangue. Quem é o negociante ou aquele que pratica o negócio? O
negócio se trata a negação do ócio, negar o ócio é algo que socialmente não é desejado nessa
sociedade o comerciante vai almejar o ócio ainda que ele mesmo não atinja essa condição de
nobre, ainda que eventualmente seus filhos atinjam tal condição através de um bom casamento
e assim por diante, eventualmente um nobre vai desejar comprar um título nobiliário e ai que o
interesse dos comerciantes se aproxima do interesse do estado absolutista. De um lado o
comerciante buscando se nobilitar, buscando ascender socialmente de outro o estado
absolutista buscando renda, buscando fortalecer o estado diante de uma condição de
intensificação da convenção interestatal entre os diferentes estados absolutistas. Fortalecer o
tesouro, fortalecer a fazenda, fortalecer o erário é condição sine qua non para fortalecer o poder
político do estado. Então vai haver ai uma articulação de interesses, o objetivo do comerciante
não é fazer valer a sua perspectiva de mundo, não é fazer revolução e etc. e impor a nobreza
uma nova estrutura social é na verdade participar de uma sociedade estratificada e que que tem
os valores da nobreza como os valores fundamentais dentro dessa ordem, dentro desse estado
de coisas que é a sociedade () na verdade o comerciante vai buscar se nobilitar se tornar um
nobre daí ai ideia que se trata uma classe em si e não uma classe para si. De outro lado o estado
português na definição do Godinho era um estado mercador e cada vez mais a nobreza do
estado absolutista portuguesa vai se aproximar das atividades mercantis. Então essa relação que
eu disse a vocês no século XIV e XV e a confusão ou de sobreposição entre a função guerreira e
a nobreza já não vai mais existir a partir do século XVI, justamente o período de consolidação da
expansão ultramarina, a nobreza vai continuar obviamente em posição social elevada
entretanto o título de cavaleiro, escudeiro e etc. não remete mais a condição ou função no
campo de batalha não necessariamente a condição ou função no campo de batalha. A nobreza
também vai se modificar a partir do século XVI e se tornar cada vez mais uma nobreza mercantil
de acordo com o Godinho. Então o fidalgo negociante e o alto funcionário mercado enobrecido
não possuía mentalidade burguesa porque essa camada por sua vez continuava ligado a
propriedade do solo. Então a propriedade do solo, as rendas vinculadas a propriedade do solo
continuava sendo importante do ponto de vista dos rendimentos dessa camada e mais
importante ainda condição de prestigio dessa camada e ai ele vai mencionar as comendas, que
eram atribuições do usufruto de bens de ordem religiosa militares e essas comendas vão prover
determinados rendimentos a nobreza, a posição de detentor de uma comenda era condição
fortemente, altamente de prestigio, tratavam de rendimentos oriundo das terras das ordens
religiosas militares e estavam concentrados nas mãos de poucos nobres pela condição do
morgadilho. O que é o morgadilho? É uma instituição portuguesa em que apenas o primogênito
herdava os bens da família, isso tendia a manter a propriedade fortemente concentrada. Então
ao segundo filho, terceiro, quarto e etc. restava ou entrar para igreja ou então, principalmente
no período medieval, se lançar em incursões militares como com trabalhadores sem terra. As
mulheres restavam um bom casamento, se casar com outras famílias nobres e receber dote do
no casamento. Então quem herdava única e exclusivamente os bens da família era o
primogênito. Morgadilho vai se manter como distribuição no brasil colonial. Essa tendência de
concentração vai ter uma consequência do ponto de vista da organização fundiária em Portugal.
Ai agente entra naquele problema que eu havia pontado para vocês no inicio da apresentação
do texto. Nessa parte final do texto ele vai apontar as diferenças entre a estrutura do campo
inglês e a estrutura do campo português, morgadilho vai causar ai uma serie concentração
fundiária, vai levar a uma concentração fundiária em Portugal. Então ele aponta ai que na
Espanha ele vai dizer que essa é uma aproximação, como não há dados para Portugal os dados
espanhóis são muito próximos daqueles dados em Portugal, então ele vai utilizar os dados
espanhóis como forma de contraposição ou de apresentação dessa tendência, forte tendência
de concentração fundiária na península ibérica como um todo. No século XVI a Espanha 95% das
terras pertenciam a nobreza e ao clero em Portugal no século XX o índice de () de propriedade
fundiária vai apontar uma concentração que implica o índice de () 0,7 em diversos distritos.
Então quanto mais próximo de 1 mais concentrada a propriedade então se o índice de gim fosse
1 um único individuo seria detentor de todo o território português ou toda a propriedade
fundiária portuguesa. Então 0.7 é uma concentração elevada dentro dessa perspectiva. Então
essa concentração excessiva é uma das marcas do campo português. Essa concentração
contrasta com a estrutura do campo inglês, não só do ponto de vista da concentração mais
também do ponto de vista das relações sociais do campo. Então ele vai apontar a predominância
das relações pré-capitalista no campo português. Relação de meação a existência de um
campesinato dependente de Portugal, a existência de arrendamentos em contraposição a
estrutura do campo inglês fortemente marcada uma relação de assalariamento já no século XVII
e XVIII. O Godinho vai dizer o seguinte mesmo no século XIX a relação de assalariamento não é
a norma em Portugal. Nem mesmo no início do século XX. Então respondendo à pergunta a
aquele problema inicial sobre o atraso português ele vai argumentar o seguinte, olha a estrutura
social portuguesa é uma das condições que saltam aos olhos em termos de diferenciação frente
ao inglês. Portanto a ausência de processo de mercantilização do campo em Portugal e o vínculo
a uma estrutura hierárquica, a uma estrutura levada pelo antigo regime é um dos aspectos mais
óbvios ou um dos principais, uma das principais características a serem montadas a termo dessa
diferenciação de trajetória entre a Inglaterra e o campo português que apontam uma diferença
estrutural, que explicaria a ausência de uma transformação como a qual observada na
Inglaterra. O período analisado vão se apresentar tanto pagamento ao senhor da terra por meio
de parte da produção a meação é a mais característica delas, a meação ela é observada no caso
brasileiro até os dias de hoje, trata-se uma relação de produção pré-capitalista. Ameia ou
meação 50% para o dono da terra ou 50% para quem lavra. Vão se misturar ao pagamento do
senhor da terra por meio de parte da produção ou dinheiro e a existência de trabalhadores
assalariados em jornaleiros. O campo português não era marcado por uma difusão da relação
de assalariamento e o jornal, o que é o jornal? É o pagamento diário pelo trabalho. A condição
dos produtores rurais na península ibérica no século XVI já não era a mesma da Idade Média,
porque que não era a mesma? Na idade média vai prevalecer as relações de prestação pessoal
e as relações de compulsão ao trabalho, a despeito da meação ser uma relação pré-capitalista
nesses termos a gente não pode colocar que ela é uma relação tipicamente (). Existe uma
diferença aqui teórica substancial entre a relação de servidão e essas relações que ele está
colocando aqui no texto. Não dar para dizer que o campo português era um campo medieval, o
campo português tinha se modificado, mas também não dava para falar que o campo português
era capitalista, porque a diferença em termos da estrutura produtiva com a Inglaterra era óbvia,
não há a preponderância de assalariamento no campo português durante esse tempo. O
assalariamento era na verdade uma exceção, se vocês analisarem nos dados que ele vai
apresentar o assalariamento não era predominante. A nobreza também não era a mesma em
relação a Idade Média, a nobreza cada vez mais, se tornava mercantilizada e por outro lado o
comerciante buscava se nobilitar. O quê que isso significa? Que o comerciante busca se
nobilitar? Que inexiste nesse período uma burguesia autônoma dotada de valores próprios, ou
seja, como se dizia em Portugal que fosse na verdade uma classe para si. Daí encerro a
explanação do Godinho.

Diferentes alianças políticas, vão levar a diferentes modificações internas aí está a chave para a
compreensão do problema. Diferentemente da perspectiva tradicional historiográfica que é
apresentada em que o astrolábio e definidor, o ponto de inflexão. A escola de Sales e aí será
princípio fundamental para a expansão marítima comercial. Ele vai dizer o seguinte na verdade
a expansão marítima comercial tem que ser explicada por condicionantes de objetivos internos
sociais e políticos internos a historiografia portuguesa. Então não dar para desassociar a
expansão ultramarina dos objetivos da centralização do Estado Absolutista. E esse a ligação
fundamental que tem que fazer. Agora como isso se dar, as diferentes tensão, os diferentes
reinados e etc. como que isso se dar do ponto de vista dos objetivos ao longo da costa africana.

Texto 3

Aprendizado da colonização de Luiz Felipe de Alencastro. Esse é um texto fundamental aqui


porque a partir desse texto a gente vai tentar fazer a ponte entre tudo isso que a gente está
discutindo em termos internos a Portugal até agora a gente não discutiu colônia. Então a
impressão que a gente tem aqui é que essa é uma disciplina de história econômica portuguesa
só que as questões que o Alencastro vai colocar no texto remetem aos problemas que a gente
apresentou aqui anteriormente. Então o Alencastro vai tratar e aprofundar uma das questões
que a gente abordou anteriormente só que agora o vínculo que a gente vai fazer é com esse
movimento mais amplo em termos com a expansão ultramarina e a colonização da américa e
inserir a colonização da américa dentro desse movimento mais amplo é de certa forma é tentar
resolver um problema de anacronismo teleologia que normalmente se encontra associado a
expansão ultramarina e ao “descobrimento do Brasil” que é um termo anacrônico em si mesmo.
Porque se algo não existe ele não pode ser descoberto, o Brasil não existia, portanto não há o
que se descobrir. O brasil enquanto estado só vai se constituir em 1822 a partir de um processo
de constituição de estado nacional brasileiro, ele vai durar aí talvez mais de 100 anos para se
constituir. Então se a gente for definir o termo Estado brasileiro isso seria um anacronismo em
si mesmo. Então para a gente não entender a expansão marítima e comercial de forma
teleológica tem que se fazer essa discursão previa da expansão ultramarina portuguesa, porque
do contrário a explicação para se atingir novas áreas ela se circunscreve a um problema de
acidente, acidentalmente se atinge a costa da américa do sul ou então buscava-se ampliar
território e ai a questão de colonização é uma questão simplesmente territorial ai eu coloco o
seguinte problema para vocês, se rezar uma missa, numa área desconhecida onde pulavam
selvagens nus era simplesmente uma questão de demarcação de território porque não avança
de forma tradicional feudal pelo norte da África? Porque não o Marrocos? Talvez o caráter
endêmico e nas palavras de camões as índias nuas e saradinhas e assim por diante, correndo
pela relva e etc. foi isso que atraiu os portugueses ou teria sido ai o caráter endêmico, uma
espécie de paraíso verdejante que atraiu os portugueses, então fica desconexo algo sem sentido
atribuir o problema da colonização a uma questão territorial, porque não colonizar o norte da
África, porque não invadir o Marrocos, escravizar os mulçumanos no agrepe e coloca-los para
trabalhar do ponto de vista tradicional feudal sob coação ou a partir de uma relação de servidão
feudal tradicional se o objetivo era ampliar o poder sobre coisas e sobre homens se a gente não
tem em mente esse movimento mais amplo do ponto de vista da expansão ultramarina esses
condicionantes ficam na verdade difuso ou desconexos não se compreende muito bem porque
de um objetivo centrado na costa africana passa a ser um objetivo vinculado ao extremo oriente
e passa a posterior ao ocidente. Então o texto do Alencastro vai propor uma explicação a gente
vai tentar compreender que o problema da história econômica com o descobrimento e da
colonização a partir desse texto. Bom primeiro problema aqui é a questão da escravidão o
Alencastro vai retomar uma discursão que é o problema do trabalho compulsório. Desde da tese
do Erick Willians o capitalismo e escravidão defendida na universidade de Carolina do Norte.
Esse vínculo entre trabalho compulsório e colonização passa a ser aí articulado ou foi
estabelecido do ponto historiográfico e necessariamente para se discutir o problema tem que
se voltar ao argumento de Erick Willians. Vocês se depararam com o argumento de Erick Willians
no ensino médio até se saber, o próprio argumento do caio prado, celso furtado e
principalmente Fernando Novaes é um argumento que de forma ou de outra vai retoma a tese
de Erick Willians o problema fundamental aqui é o problema da acumulação primitiva de capital
e como se organizar a extração do excedente. A tese fundamental é a seguinte o trabalho
assalariado em uma área onde a propriedade fundiária não se encontra controlada ou definida
não se sustenta ou não consegue de fato ser implantada o trabalho assalariado justamente
porque o incentivo que o produtor tem para adentrar ao território e deixar invadir novas áreas
ou adentrar novas áreas para além da fronteira agrícola desestimula a relação de
assalariamento. O que isso significa? Que o sujeito poderia simplesmente deixar de produzir
para outro e buscar produzir para si mesmo e se interiorizar. E aí entrar uma contradição
fundamental que depois a gente vai observar no texto do Fernando Novaes, enquanto na Europa
a relação de coerção e compulsão ao trabalho era relaxado a relação de servidão dá lugar ao
campesinato e o caso português as relações de servidão vai dar lugar ao assalariamento também
no campesinato português vai sobreviver por um lapso temporal muito mais curto. Na periferia
ou nas áreas coloniais a compulsão ao trabalho vai se intensificar ela não só vai ser imposta
como ela vai se apresentar na sua versão ou na sua manifestação mais crua e violenta que é a
própria privação de liberdade de ser humano a ponto do ser humano se constituir mercadoria
passível de compra e venda não só o produto do trabalho é açambarcado a relação escravocrata
como o próprio ser humano é açambarcado () então enquanto na Europa há o relaxamento na
área colônia há um tencionamento, esse movimento na perspectiva Alencastro, na perspectiva
Novaes não se encontra dissociado, não há como se dissociar desse movimento na verdade
Novaes vai propor a seguinte explicação a expansão ultramarina e a própria colonização permite
o relaxamento dessas condições na Europa. Porque é justamente a expansão ultramarina que
vai permitir ingressos de recursos ao estado absolutista é justamente a expansão ultramarina
que vai permitir o relaxamento das condições de exploração europeia, a trajetória de liberdade
ou o maior relaxamento das condições de produção na Europa não pode ser dissociada do seu
intencionamento na periferia assim como a centralização portuguesa não pode ser desassociado
do maiores ingressos oriundas do comercio. A crise feudal vai dar causa uma maior concentração
de poder, essa concentração de poder vai se vincular não só a uma maior concentração de poder
como também a uma busca de rendimentos mercantis justamente num período que há o
relaxamento das condições de servidão na Europa ocidental. O que que é o relaxamento? Em
função das tensões causa pela crise do feudalismo que leva ao conflito com o campesinato. Bom
se vocês pegam o texto de () passagem da antiguidade do feudalismo ou mesmo o texto do () a
evolução do capitalismo sobre a crise durante a produção feudal que era um problema a ser
discutido em história econômica geral, vocês vão perceber que esses autores vão apontar uma
divergência entre o bloco ocidental e oriental uma divergência que simplesmente a
intensificação do comercio não pode ser como fator fundamental, não pode ser atribuído ao
comercio o fator primordial de dissolução do sistema feudal que é a tese tradicional a tese
historiográfica tradicional apresentada no ensino médio a hipótese do () resgatada na verdade
no Adam Smith, resgatada na riqueza das nações porque Adam Smith teria sido o primeiro a
propor essa ideia de que o comercio rompeu com o equilíbrio feudal. A tese é contestada na
década de 50 no século 20. Se o comercio é o solvente, se o comercio rompeu com o equilíbrio
feudal. Porque na Europa Oriental a servidão vai ser reforçada enquanto na Europa Ocidental
houve o relaxamento? Ou seja, se o comercio é o fator dissolvidor das relações sociais feudais,
porque que ele dá origem a trajetória antagônica, aliais diametralmente diferentes. Então se há
um fator que redunda em consequências opostas ele não pode ser contado como um fator ou a
causa, do mesmo sentido que não pode dizer que ele é a causa do fenômeno. Então a
contribuição de () continua sendo grande na historiográfica. Tratar-se de um problema de
organização das forças produtivas, trata-se de um problema de organização do trabalho na
colônia.

O problema fundamental que o Alencastro vai apontar é que a escravidão e outras formas de
trabalho compulsório vão facilitar a extração de excedente, vão facilitar a dominação sobre
determinada área. Por si só o trabalho compulsório não garante a extração do excedente
econômico mais é condição fundamental. E ai o trabalho compulsório como condição
fundamental, como eu já disse a vocês foi apresentado por Erick Willians, porque que por si só
ele não é suficiente? Porque esse excedente produzido pelo trabalho compulsório pode ser
consumido pelos colonos. Então deve haver um mecanismo de concentração ou que prive os
colonos desse excedente. E aí o Alencastro vai afirmar o seguinte que os descobrimentos vão
gerar um problema, um desequilíbrio porque o domínio colonial não necessariamente vai levar
a exploração. Então ai nós temos que lembrar o seguinte porque que os portugueses vão se
lançar a costa africana? Essa é a primeira questão, porque antes era impossível navegar, porque
antes não se conhecia o astrolábio, não se conhecia a bussola, não se conhecia a vela latina, e a
escola de Sales permitiu inovações que permitiu a navegação. Bom eu já mencionei a vocês a
trajetória do Leif Eriksson já se tinha chegado a América antes, porque de um contato com os
skiles() são os povos esquimós na concepção escandinava, dentro das sagas, das sagas
escandinavas esse local, ou assentamento viking tinha sido abandonado pelo conflito pelos
escraines, os esquimós expulsaram os vikings da região, mais porque os vikings não voltaram
poderiam ter voltado. Diferentemente do século XV e XVI qual era o estimulo a permanência,
há um movimento distinto, bom as dracares vikingstr, knor. Os vikings conseguiam navegar o
atlântico esse conhecimento do atlântico norte, permitiu atingir a América do Norte sem a
necessidade de todo esse aparato que elencava um aparato fundamental das navegações. Se foi
tão fundamental porque que Leif Eriksson atingiu a américa também nos anos 900 no século X.
porque que esse conhecimento se perdeu? Se esse conhecimento é um acumulo necessário
paulatino etc. porque que de repente o conhecimento é perdido. Por que que uma sociedade
faz questão de esquecer um determinado evento e rememorar outros? Da mesma forma que
boa parte da idade média se perdeu o conhecimento clássico se perdeu por exemplo obras
inteiras de Aristóteles, uma parte delas só atingiu a cristandade medieval a partir do mundo
muçulmano que é tido como bárbaro, atrasado, retrogrado. Se você pegar os polímatas
muçulmanos de todo o período do chamado renascimento muçulmano medieval ou os grandes
intelectuais muçulmano, Assussena e etc. esses indivíduos ensinaram a cristandade a resgatar
as obras clássicas na verdade o mundo islâmico conhecia com profundidade essas obras e a
cristandade medieval tinha feito questão de esquece-las. Essa é uma questão que a despeito de
ser contemporâneo que existe uma satanização do mundo islâmico de que o islâmico é a
barbárie e etc. é só para fazer tensão ou que essa relação linear é atomate.

Essa relação de descobrimento e exploração colonial não está dada a priori, a relação de
compulsão ao trabalho e extração de excedente também não é automática também não é tão
automática assim como vai defender o Alencastro ela é condição fundamental mais não é
automática e aí ele vai definir as condições para tanto. A questão aqui é extrair excedente dentro
de uma determinada perspectiva ou tendo em vista o fortalecimento do Estado Absolutista. Isso
vai ocorrer ao longo da costa africana e vai ocorrer também com o comercio com a índia, então
não era atingir o oriente simplesmente por atingir. A ruptura do monopólio veneziano genovês
a partir da viagem de Vasco da Gama não estava destituída de um sentido não era simplesmente
um ímpeto impulso pela aventura e etc. o problema do descobrimento, os problemas
fundamentais do descobrimento são de acordo com Alencastro afirmação da autonomia real
sobre as colônias, ou seja, o controle do Estado Absolutista sobre as áreas descobertas outro
problema que ele vai apontar é agregação da produção dessas zonas conquistada ao fluxo do
comercio atlântico e o vínculo a esse fluxo tem o sentido, carrega o sentido por conta dessa
aproximação do Estado Absolutista com os grupos urbanos, porque o Estado Absolutista vai se
beneficiar desse fluxo mercantil, de que forma? La no texto do Perry Anderson vocês vão ver o
seguinte que o estado absolutista constituía a nobreza via venalidade dos cargos. A venalidade
dos cargos era forma de o estado absolutista arrecadar recurso, então como o estado se
financiava, arrecadando imposto ok, mais não da forma que se arrecada hoje. Então um dos
primeiros anacronismo que tem que se evitar é essa ideia que desde do quinto se paga impostos
assentados na iniquidade no Brasil. Quando na verdade o próprio objetivo dos impostos e a
estrutura de arrecadação é completamente diferente, tem outro sentido, os impostos era
arrecadado através da venalidade dos cargos. O cargo de arrecadador de imposto era vendido.
O sujeito comprava o cargo aí ele extorquia quem ele deveria cobrar, seria equivalente a
extorque o imposto iss (imposto sobre serviço de qualquer natureza) você vende a condição de
fiscal aí o fiscal cobra quanto ele quiser, claro dentro da perspectiva de ameara aquilo que
inicialmente gastou para comprar, extorsão, portanto e aquilo que a gente entende como
propina e etc. era a norma que era legalizada, se era legalizada não era crime e não era um
problema. Na verdade, o cargo de arrecadador dependia da posição social que o sujeito ocupava
e da aproximação com a corte, quanto mais privilegiado maior a chance do sujeito se tornar um
arrecadador de imposto, então a venalidade dos cargos é a norma do estado absolutista, que é
um estado patrimonial do ponto de vista liberal burguês. A venda do cargo que redunda na
arrecadação do estado, a condição de mercador era vendida, o privilégio de se comercializar na
costa da Guiné era vendido, era assim que o estado arrecadava e o terceiro problema que o
Alencastro vai apontar do descobrimento é o enfrentamento entre autoridades clero e colonos
em relação ao controle dos nativos, ou seja, enfrentamento entre as diferentes autoridades em
relação a dominação dessas áreas conquistada, ai ele vai apresentar diferentes áreas que aquilo
que ele vai chamar de aprendizado da colonização. O mecanismo de extração de excedente da
colonização não nasce pronto. Então o Brasil enquanto provedor de pau brasil ou enquanto
provedor de açúcar não nasce pronto, não nasce dando, ou esse objetivo de extração de
excedente a partir da produção de determinados bens, gêneros tropicais é um processo, é um
aprendizado, aquilo que Alencastro vai chamar de aprendizado da colonização. Então esse
processo vai se dar ao longo do tempo e aí para fazer essa discursão ele vai não só apontar o
aprendizado em Portugal como também na Espanha. O Brasil colônia, ou o objetivo econômico
português no Brasil não nasce pronto, dado e etc. ele vai depender de um equilíbrio mais amplo
com o império português ou frente com o império português, Portugal só se lança a colonização
do Brasil quando outras potencias europeias começam a infringir a concorrência nas regiões
orientais, quando holandeses passam a atingir a Índia, mercadores holandeses, mercadores
franceses, espanhóis e etc. quando os portugueses veem a primazia comercial ameaçada eles
vão se voltar para América e reordenar essa perspectiva de articulação colonial. Esse
aprendizado vai fazer com que os portugueses se tornem referência em termo daquilo que vai
se chamar plantagem ou plantection forma essa que vai ser difundido no Caribe e para o atual
sul dos Estados Unidos. Nesse sentido os portugueses foram inovadores, inovaram ao
sequestrar milhões de seres humanos de um continente obrigados a trabalhar, impor uma alta
taxa de mortalidade a esses seres humanos, obrigados a trabalhar em vão de um excedente
açambarcado na metrópole, excedente comercial açambarcado na metrópole, os portugueses
foram pioneiros nesses termos. Depois a gente vai ver a perspectiva de () que ele vai fazer uma
ode a esse processo a essa tática inovadora dos portugueses, a inovação aqui do ponto de vista
da exploração em massa de seres humanos.

Alencastro vai apontar três questões fundamentais sobre o descobrimento e essas questões
envolvem: 1) o aspecto de dominação produtivo, 2) o aspecto de extração do excedente
econômico e 3) o problema de compulsão ao trabalho que está vinculado necessariamente a
esse problema de extração de excedente. Ele vai dizer que esses três aspectos são fundamentais
para se compreender a relação de subordinação econômica que vai envolver a colônia em
relação a metrópole. Ele vai dizer o seguinte, fundamentalmente o descobrimento vai impor aí
nesse contato dos portugueses com novas áreas vão envolver três questões fundamentais ele
vai apontar como a afirmação da autoridade em relação as colônias, a agregação da produção
das zonas conquistas ao fluxo comercial do atlântico e o terceiro é o enfrentamento entre
autoridades, cleros e colonos em relação ao controle dos nativos, controle dos nativos que vai
ser um problema não só na África como posteriormente na América portuguesa. Quando o
Alencastro começa a discorrer sobre esse problema de controle dos nativos ele vai apontar aí
para a experiência colonial espanhola e portuguesa que são as experiências pioneiras ou são aí
os primeiros que o estado absolutista europeu vai entrar em contato com novas áreas, a realizar
a expansão marítima comercial dois estados absolutistas vão ser pioneiro nesse sentido. Então
ele vai discutir primeiro o problema espanhol, as questões envolvendo a monarquia espanhola.
O Bartolomeu Delascaças foi um importante teólogo do século XVI e ele vai apontar uma crítica
como a forma que esses dois vinham tratando os nativos e principalmente dentro da discursão
do século XVI ele vai abordar o problema ou a questão fundamental sobre a alma dos indígenas
que era uma questão teológica que envolvia uma discursão acerca do destino das civilizações
pré-colombianas. Então fundamentalmente o debate teológico a respeito da relação Europa-
América envolvia primeiro o problema do pecado original e o problema da conversão dos
indígenas. E esse problema da conversão vai partir da discursão teológica acerca da salvação da
alma dos indígenas. Basicamente Bartolomeu Delascaças vai fazer uma defesa dos indígenas ele
vai afirmar que a Espanha não tinha o direito, os conquistadores não tinham o direito de
escravizar os indígenas. Na verdade, a coroa espanhola, o estado absolutista devia por a
preocupação fundamental a conversão e evangelização desses povos. O que na verdade
Bartolomeu Delascaças vai defender é que Carlos V, o monarca espanhol, portanto se torne
imperador sobre muitos reinos, dê ou conceda autonomia relativa aos nativos.

Do ponto de vista religioso existe uma serie de passagens que vai justificar a relação de
compulsão ao trabalho e é isso que ele está querendo falar. A tensão aqui é o seguinte,
colonização voltada para a extração de excedente, para a coerção dos nativos e utilização de
mão de obra nas minas que era de fato o que acontecia e do outro lado uma tensão interna a
igreja porque aí tem interesse do Estado Absolutista em torno da extração de excedente e de
outro lado um problema teológico religioso. O problema teológico religioso muitas vezes vai
entrar em contradição com aquilo com que se observava ao longo da trajetória colonial. E o
problema fundamental aqui é os indígenas são dotados de alma? Se dotados de alma eles devem
ser convertidos. Uma vez debatido essa questão teológica e religiosa e vão ocorrer debates
teológicos ao longo do século XVI a respeito do problema vai se chegar à conclusão que os
indígenas de fato são detentores de alma e etc. e eles deveriam ser evangelizados e
catequisados. Dentro do movimento jesuítico, o movimento de contra reforma do século XVI vai
se articular com esse problema e a ordem dos jesuítas vai ser uma das principais ordens que vai
se lançar a esse processo, a esse de safio do ponto de vista católico porquê do ponto vista do
indígena ou das práticas sociais indígenas isso tem um efeito deletério, existe uma contradição
nisso, pois ao mesmo tempo que a igreja católica espanhola vai dizer que o indígena
catequisados e protegidos da escravidão e etc. os códigos astecas vão ser queimados, os
inburdos dos incas vão ser queimados. Os incas não tinham um sistema de escrita eles tinham
na verdade uma serie de linhas e essas linhas tinham diferentes nós ao longo. E a informação
era transmitida de acordo com a presença ou ausência desses nós ao longo das linhas. Então por
exemplo a colheita de batatas ao longo do império tinha ali uma taxação que o estado realizava
sobre o camponês de cerca de 30% e uma parte dessas batatas iam para uma espécie de
armazém onde elas eram destratadas, foram encontradas batatas de centenas de anos
destratadas e ainda passiveis de serem consumidas pelo ser humano porque eles tinham
desenvolvido uma técnica de desidratação. Então batata, carne o próprio nome charque ou
charge piff é um termo kechor, bom isso era desidratado e armazenado essas informações, por
exemplo quantos quilos de carne eram armazenados ou quantos quilos de batata eram
armazenados no armazém do inca isso era mantido nesses nós que os espanhóis mandaram
queimar tudo. Joga na fogueira porque isso é coisa do demônio, resultado não se sabe como
essas informações eram armazenadas isso se perdeu o codis asteca só foi mantido porque uma
cópia foi escondida, mas uma parte dele foi lançado na fogueira. Tem aspectos da cultura pré-
colombiana que não são conhecidas por conta justamente dessa presença evangelizadora na
América. Então eu quero só deixar claro o seguinte, quando eu estou dizendo aqui que a igreja
tinha essa perspectiva de evangelização e etc. eu não estou querendo colocar a questão sobre
uma espécie de maniqueísmo e dizer que a igreja católica protegia tinha uma aspecto de
caridade e foi bom ter protegido e etc. eu não estou fazendo esse juízo de valor porque a cultura
pré-colombiana foi dizimada nesses termos o maior símbolo disso é a praça dos Órgãos no
México em que o templo maior da cidade de tenotiticlan foi pedra a pedra destruído para a
construção da catedral de Santiago. A catedral de Santiago ela é torta, toda a estrutura da
pirâmide do templo maior ela permanece intacta a despeito de ser construída anos e anos antes
da catedral. Assim como o templo de boicante foi atingido pelo terremoto na década de 50 em
Lima no Peru e o convento de São Bento demoliu depois do terremoto. Então uma parte da
história, técnicas de construção e etc. simplesmente se perdeu com a destruição da própria
cultura Inca, Asteca e assim por diante. A evangelização também era um mecanismo de
dominação e, portanto, a questão teológica envolvia também mecanismo de dominação
vinculado ao próprio estado. Agente tem que lembrar o seguinte o patronato que o próprio
Alencastro menciona ele é uma instituição da península ibérica que dava poder ao monarca
sobre o poder eclesiástico na pratica o poder eclesiástico era um braço do estado na América.
Essa tensão entre a coerção, entre a compulsão ao trabalho e a evangelização ela vai ser
resolvida na América espanhola com uma forma de trabalho compulsório intermediário, então
na pratica o problema colocado por Bartolomeu Delascaças foi resolvido com uma compulsão
ao trabalho assentado em instituições, no caso da mitra em instituições tradicionais do próprio
império inca, como é o caso da mitra, em que as comunidades submetidas pelas os incas eram
obrigadas a pagar tributos na forma de trabalho compulsório por exemplo nas estradas reais.
Essa forma tradicional de trabalho compulsório fui utilizada para exploração sistemática para
estradas mineratórias do vice-reinado do Peru. Então não é escravidão mais você mata o sujeito
de tanto trabalhar do mesmo jeito. Ou pode ser mais mortal como era de fato as minas de
produção de Cuzcu. Que a expectativa de vida do sujeito poderia chegar a dois meses, três
meses. Então a questão religiosa aqui do ponto de vista teológico, sei lá Bartolomeu Delascaças
poderia estar genuinamente preocupado com a salvação das almas indígenas e etc. mais na
pratica aquilo que se observa na colonização era a destruição desses povos e a utilização da mão
de obra compulsória. Chega-se na verdade no consenso na península ibérica de que os indígenas
não devem ser escravizados de que eles devem ser evangelizados. Na pratica a mão de obra
compulsória ela era claramente utilizada. Então o que existe aí na verdade nesse problema
teológico é uma tensão ente o discurso teológico da salvação e aquilo que se observa do ponto
de vista da colonização. O que o Alencastro vai colocar é o seguinte: a resolução desse conflito
em termos de interesse de um lado e o problema teológico vai se dar de forma distinta na
América portuguesa e na América espanhola. E ai essa é a questão fundamental que a gente
tem que reter. Ou seja, existe um discurso vinculado a salvação e a evangelização. Na América
portuguesa a coroa vai manter isso de forma criteriosa, na América espanhola a coroa vai ter
dificuldade e vai entrar em conflito com os colonos. O motivo é um motivo vinculado ao
problema ou tensão eminentemente econômica e a articulação especifica entre trabalho
compulsório e excedente colonial é aí que está a diferencia fundamental entre as duas áreas da
península ibérica, o sistema colonial português e o sistema colonial espanhol. Agora dentro de
justificativa nada é português a questão é que teológico religioso é o problema da justificativa
escravidão africana. Então na América portuguesa a tensão se resolve com a justificativa com a
escravidão africana em contraposição com a condenação da escravidão indígena da necessidade
de evangelização indígena e etc. só que Alencastro vai dizer o seguinte a questão religiosa aqui
o interesse, o discurso religioso e o problema econômico se articula ou se resolve sem conflito
intenso como aquele observado na Espanha por uma questão de coadunação de interesses. E aí
tem termos teológico a justificativa na verdade ela foi buscada tanto na relação de Noé com os
seus filhos quanto em passagens bíblicas que vão apontar aí para existência do trabalho
compulsório, que são inúmeras. Dos quais diferentes escravistas na América vão fazer uso ou a
justificativa de Noé. Então no sul dos Estados Unidos ao longo da década de 50 as igrejas
presbiterianas, batistas e metodistas vão se fundir com as igrejas do Norte nessa questão
teológica na justificativa da escravidão. Só para vocês terem uma ideia a questão é tão seria nos
Estados Unidos que o problema religioso passa a ser um problema vinculado as questões
políticas que o irmão da Heuiptistoi que foi a autora da Cabana do Pai Tomas um livro de 55 que
vai fazer uma crítica a escravidão Norte americana ele era um reverendo, um pastor ele vai dizer
o seguinte no Cansas os fuzis sharpe são uma instituição mais importante mais evangelizadora
do que a bíblia. E aí reza lenda o seguinte que o refendo pitia teria escrito num carregamento
para o Cansas bíblias, uma serie de caixas que enviavam fuzis sharpe para armar nortista contra
os grupos sulistas que se instalavam no Cansas. O evento do Cansas sangrento entre 55 e 56 é
considerado uma previa da guerra civil americana de que diferentes forças, inclusive religiosa
vão se confrontar no sul dos Estados Unidos. A justificativa teológica de um lado o refendo pitia
convencido de que a escravidão era algo nocivo era algo contrário ao reino de Deus e do outro
os pastores e reverendos do sul abençoando os indivíduos que se lançavam ao Cansas porque a
escravidão era justificada pelas leis divinas na bíblia. Do ponto de vista teológico as duas
justificativas poderiam ser encontradas, a bíblia vai dar aí plenas razões aos dois campos, a cisão
das igrejas dos Estados Unidos desse período era um exemplo disso.

Voltando aqui ao problema do século XVI então o que o Bartolomeu Delascaças vai propor e um
governo indireto sobre as populações indígenas é um governo na verdade dê maior autonomia
as populações indígenas e isso não é levado a diante e essa autonomia ao longo do século XVI
ela é substituída por um controle direto por parte da coroa espanhola. A coroa na verdade vai
impor a sua autoridade por conta dos interesses comerciais existente na américa espanhola em
especial os interesses vinculados a mineração a obtenção da riqueza metálica a partir da
exploração nas minas da América espanhola. Então essa riqueza metálica que vai financiar o
poderio naval o poderio bélico militar espanhol é o que vai de fato abastecer () espanhol e no
âmbito dos problemas da constituição do Estado Absolutista e da competição interestatal do
século XVI dentro da lógica mercantilista compreende-se porque uma maior autonomia dos
indígenas foi substituída pelo controle das áreas mineradoras e na pratica ouve a difusão da mão
de obra compulsória ainda que a escravidão dos indígenas não fosse permitida, mas permitiam
formas tradicionais de trabalho compulsório. Na américa portuguesa o Alencastro vai dizer que
a existência de um território vinculado ao Imperio Portugues não era garantia também de
controle do excedente. O que ele esta colocando aqui é o seguinte o fato de que Carlos V
monarca espanhol se declarasse imperador sobre muitos reinos em si mesmo não era condição
para que houvesse um fluxo metálico um fluxo mercantil um fluxo de excedente econômico em
direção a Espanha. Havia na verdade necessidade de criar mecanismos para tanto, um dos
principais mecanismo é o regime do porto fechado que agente já conhece muito bem a partir
das discursões do sistema mercantilista. Regime do porto fechado centrado em Sevilha vai
tentar ai marcar o controle a tentativa de controle do fluxo comercial espanhol com a américa.
Na américa portuguesa esse mecanismo ele vai se desenvolver a partir principalmente da
década de 70. A simples posse de um território ou a declaração de um determinado território
configurado pelo território do império portugues não era garantia de que houvesse extração de
excedente. Por isso que eu disse na aula passada mandar rezar uma missa não é condição ou
simplesmente declarar um determinado território de posse do império portugues não era
condição fundamental ou não se encontrava nos objetivos fundamentais do estado absolutista
na época, principalmente porque o território em si mesmo não era fundamento do poder ou já
havia deixado de ser dentro de determinados condicionantes medievais que agente já discutiu
aqui antes nas aulas passadas, como eu disse a vocês se essa fosse de fato a questão
fundamental a expansão teria se dado sobre Norte da Africa, sobre o Marrocos e esse não era o
problema ou melhor dizendo o território já havia deixado de ser. Em Angola em 1571 a capitania
heriditaria de Paulo Dias Novaes vai passar por conflito e o sistema das capitanias hereditárias
nasceria tanto na américa portuguesa quanto na africa seria uma espécie de descentralização
do poder e levou a historiografia, no caso brasileiro durante muito tempo a discutir a questão
da existência de feudalismo no américa portuguesa. O Alencastro vai dizer o seguinte essa
fragmentação ela se encontra vinculada na verdade a uma perspectiva de construção ou de
aprendizado da colonização de fato essa descentralização essa existência de uma autonomia do
ponto de vista do papel do donatário contrasta com a perspectiva do governo geral a partir do
ano de 1548 quando a coroa vai buscar de fato verticalizar e centralizar o poder. Quando a coroa
centraliza e verticaliza ou no memento em que a coroa centraliza e verticaliza é justamente o
período em que a lavora canavieira em duas capitanias hereditárias vinha apresentando
resultados significativos, portanto a coroa vai buscar na verdade verticalizar justamente para
controlar o excedente 48 quando o primeiro governador geral é nomeado é também o período
em que a perspectiva do império portugues deixa de ser deixa de está voltada para o oriente e
cada vez mais volta-se para ocidente. E ai novamente agente tem um problema de uma
perspectiva imperial mais ampla, muitas vezes quando agente estuda no ensino médio a
expansão ultramarina portuguesa essa etapa ou essa seguencia ela é necessária, ela se
aprenseta enquanto uma setuencia necessária. Então o império portugues vai expandir ao longo
da costa africana depois atingir o oriente nessas incursões ao oriente atinge-se a américa de
forma acidental mais de acordo com algumas versões não teria sido acidental, Duarte Paixeco
Pereira tinha chegado a costa do que depois se tornou Brasil em 98 e a esquadra de Cabral teria
atingido a américa depois veio a ser américa portuguesa justamente de forma a garantir ou de
forma a justificar o vinculo do território com o império portugues. O território já teria sido, de
fato já era conhecido de fato pelos portugueses. Essa mudança de orientação ela não e muito
bem explicada, normalmente é apresentada simplesmente como uma questão territorial, uma
expansão territorial, não é. O que o Alencastro vai apresentar aqui é justamente o problema de
perda de controle sobre o excedente e essa perda de controle vai fazer com que o foco
portugues saia do comercio com o oriente, onde os portugueses vão sofrer uma concorrência
sistemática a partir do século XVI e o império passe a focar no ocidente, porque no ocidente de
fato detinha-se ou presumia-se deter maior controle sobre os fluxos mercantis e nesse sentido
essa mudança de foco é impar na trajetória de expansão marítima e comercial porque esse
movimento dos portugueses vai inaugurar uma extrategia ou vai marcar o pioneirismo da
estratégia de plantagem ou plantection, uma estratégia de colonização em que uma maior
presença no território e uma maior centralização vai ser uma marca a despeteito dessa
sedentarização apresentada ai com a contradição que agente vai discutir também. Essa
estratégia da plantagem seguia ai pioneira é a estratégia () ou influencia civilizadora que o
Gilberto Freire vai exaltar na historiografia tentando na verdade vai fazer justificativa positiva
ou vai apresentar a influencia portuguesa () influencia fortimente positiva no período em que
essa influencia era tida como deletéria sobre a cultura sobre a economia brasileira.

Na Africa os conquistadores jesuítas vam entrar em conflito vai haver na verdade um problema
de conflito frente ao domínio que eles vão exercer sobre os chefes nativos e essa autonomia
que a capitania herediataria vai conceder em Angola vai levar a tanto, diferenteimente na
existência do governo geral que a presença da coroa uma característica fundamental, o governo
geral responde diretamente ao monarca isso vai ocorrer no Brasil em 1548 o governo geral vai
abrir espaço para uma maior centralização e verticalização. Então o período marcado pelas
capitanias herediatarias na historiografia foi um período em que se afirmava que se existiu o
feudalismo no brazil. Depois essa tese foi derrubada, na verdade a forma de governo não
corrobora com a existência de uma relação tipicamente feudal. No caso africano,
conquistadores e jesuítas vão dominar os chefes nativos e vão cobrar impostos dessa população,
esse impostos eram quitados em escravos, escravos esses que eram exportados para américa.
O trafico vai se intensificar, então quando o tráfico se intensifica, angola passa a ter uma função
fundamental no âmbito do império ultramarino portugues, quando o trafico se intensifica o
interesse comercial portugues e o interesse da coroa portuguesa sobre o excedente gerado a
partir do trafego passa a fazer com que a coroa volte-se para área e passe a realizar esforço com
o sentido de controlar o fluxo mercantil. A coroa vai extinguir a capitania hereditária em fins do
século XVI e estabelecer um governo geral assim como também foi estabelecido também na
américa. Esse governo geral vai ser subordinado diretamente a autoridade real e o poder dos
colonos vai ser reduzido, o movimento aqui em angola é muito semelhante ao movimento que
vai ser realizado na américa portuguesa em que de inicio concede-se autonomia, as capitanias
hereditárias vão apresentar autonomia () significativa a medida que a capitania de são Vicente
e a capitania de Pernambuco tornam-se bem sucedida-se do ponto de vista do cultivo da cana
de açúcar e o interesse vinculado ao comercio ultramarino do açúcar faz com que a coroa se
interesse ou busque controlar esses fluxos na pratica vai dizer Alencastro a coroa vai buscar
primeiro verticalizar, controlar diretamente essas áreas e a partir dai buscar organizar o fluxo
mercantil. Alencastro vai mencionar o seguinte no oriente. Qual o problema do comercio com
regiões da India por exemplo por a submissão os colonos portugueses muitas vezes negociavam
com comerciantes holandeses ou comerciantes de outras nações e esse controle sobre o
comercio escapava a coroa portuguesa na India. E o Alencastro com isso vai afirmar o seguinte
a presença portuguesa em uma determinada região não é garantia de que a coroa receba ou
aufira os frutos oriundos do comercio com aquela área. Não é condição necessária. Porque o
colono individualmente pode ter o seu interesse friccionado ou um interesse que acabe não
convergindo com o interesse da coroa. E o grande problema aqui é o seguinte, em geral áreas
onde havia uma economia organizada previamente a chegada dos portugueses, uma sociedade
e um cultura que resistisse ou capaz de resistir a uma maior interiorização de uma presença
portuguesa tendiam a se tornar áreas na verdade de articulação mercantil nos termos de uma
feitoria por exemplo. A feitoria ela funciona desde que a presença do estado absolutista em
questão não seja obstaculizada por incursões de outras nações na área, o pioneirismo portugues
nesse sentido permitiu que de inicio o comercio com as índias fossem praticamente monopólico
e a intermediação portanto acaumulação de capital mercantil autônomo a partir da
intermediação com o oriente era o nexo fundamental que permitia a acumulação de capital uma
vez em concorrência no século XVI esse excedente vasava proque a conconrrencia entre os
diferentes estados absolutistas, comerciantes de outras áreas acabavam ai minando os lucros
extraorninairos obtidos pelo monopólio portugues do comercio com o oriente. Então uma maior
presença holandesa no extremo oriente acabou por minar os interesses portugues na região a
despeito da presença de colonos portugueses na índia. Então vão existir fraudes e praticas
prejudiciais ao tesouro real a despeito da presença portuguesa nessas áreas. Portanto o
excedente mercantil obtido no oriente vai escapar ao controle da coroa a despeito da presença
portuguesa da região. Ai ele vai falar da Africa oriental a região que hoje corresponde a
Moçambique onde os colonos se cafearizaram, ou seja, se africanizaram, os colonos tenderam
a serem absolvidos culturalmente e socialmente, houve uma dificuldade em termos de extração
do excedente nessa área de que forma vai se dar essa relação entre os colonos e os nativos em
Moçambique? Os colonos vão monopolizar as terras e explorar os nativos entretanto a
metrópole não vai conseguir assegurar o controle sobre essas rotas comericias ela não vai
conseguir assegurar o controle sobre o trafico de escravos que vai abastecer o golfo persico.
Nessa intermediação realizada pelos muçulmanos entre Moçambique e o golfo persico porque
os traficantes do golfo de homan vão controlar esse comercio e os portugueses vão ser
prejudicados por isso. O interesse da coroa portuguesa vai ser prejudicado. Na verdade os
colonos vão fazer valer os seus interesses na região, vão dominar os nativos, vão açambarcar
uma parte significativa do excedente e vão realizar o comercio com os traficantes do golfo de
homan. essa ausência de uma presença portuguesa mais sistemática em Moçambique em
contraposição a angola pode ser observada pela assimetria relativa em termos da presença de
africanos ocidentais no trafico para américa portuguesa frente a presença de africanos orientais.
O Alencastro vai dizer o seguinte esse trafico fugiu ao controle dos portugueses e a presença de
escravos moçambicanos na américa portuguesa era residual. O reflexo disso era a presença
residual de escravos moçambicanos na America portuguesa, a grande área a região de trafego
para américa portuguesa em termos de densidade em termos numéricos em termos de
importância demográfica são os escravos negros principalmente da angola e guiné. Calcula-se
que de 10 a 12 milhoes de escravos tenham sido traficados ao longo de todo o período colonial
calcula-se que em torno de 4,5 milhoes teriam sido destinados a regiões dos estados unidos da
américa, cerca de 3,5 a 4 milhoes teriam sido destinado a américa portuguesa as regiões que
correspondem hoje ao Brasil e o restante ao caribe bem como as outras áreas da américa
espanhola. No caso da américa portuguesa as principais regiões fornecedoras foram
respectivamente a africa ocidental mais especificamente as regiões que hoje correspondem a
angola e Moçambique, angola, congo e guiné. Mocambique de forma segundaria.

Essa relação em Moçambique vai refletir uma menor presença de escravos da africa oriental na
américa portuguesa. O brasil so vai receber o fluxo o trafego regular de escravos da africa
oriental a partir da segunda década do século XIX, portanto segunda década do século XIX já
fora do período colonial. Isso significa que o controle portugues sobre essas áreas poderia na
verdade ser minado a despeito da presença portuguesa como a gente já viu, ou seja, o excedente
comercial pode vazar. E aqui cabe um parêntese vocês tiveram em economia politica lá no
capitulo V do capital, existe uma discursão a respeito da acumulação de capital: primeiro
capitulo sobre a circulação simples capitulo XIII e a discurão subsequente a partir da diferença
entre crematistica e economia são extremamentes pertinentes para o problema que agente vai
tratar aqui e esse é um problema de economia politica. O que define acumulação de capital no
modo de produção capitalista não simplesmente um problema de crematistica aristotélica entre
comprar barato e vender caro. Comprar barato e vender caro, na verdade reflete um movimento
antediluviano, anterior ao diluvio no sentido de que o capital usuário e o capital mercantil é
anterior ao próprio capitalismo isso é importante enfatizar pelo seguinte em historia econômica
se cometem alguns equívocos e se quer justificar a existência do interesse egoísta o interesse
individual como interesse ante histórico ou a histórico, porque sempre existia desde a
antiguidade no caso da crematistica se agente identificar a própria acumulação de capital
comercial como, ou a existência de um fluxo mercantil com o modo de produção capitalista
agente vai buscar o capitalismo lá dos fenícios lá atrás. Então desde do fenício teria existido o
capitalismo. O movimento que o () vai fazer justitica o auto interesse como o fundamento ou
como uma característica inerentemente humana tem um movimento a histórico de tentativa de
justificar ou de tornar a histórico o problema fundamental da acumulação do capitalismo. O
interesse mercantil teria existido em qualquer tempo em qualquer lugar, esse interesse que
marca o âmbito do capitalismo é anterior ao modo de produção capitalista e essa e uma etapa
necessária, o desenvolvimento necessário ao longo da historia da humanidade. Feito essa
distinção voce tem que entender o seguinte trata-se de uma acumulação da esfera mercantil. E
acumulação na esfera mercantil tem algumas características a primeira delas é a necessidade de
controle do comercio que é uma característica inerente do próprio mercantilismo. A existência
do próprio capital mercantil não pode esta desvinculado aqui de um controle efetivo do
comercio porque os comerciantes ou o mecanismo de acumulação de capital controla a esfera
mercantil mas não controla a esfera produtiva ao contrario agente vai ver isso, e ai tem uma
diferença fundamental, ao contrario a esfera mercantil determina a produção ou engendra a
esfera produtiva até pelo menos o século XIX por exemplo, só para dar um exemplo, porque o
adiantamento do traficante de escravos é condição sinequanom para própria estruturação da
unidade produtiva fundamental da produção açucareia que era o engenho. Na pratica a
constituição do engenho é dada pelo adiantamento que o traficante faz em termos de escravos
ou mesmo através de empréstimos o comerciante podia fazer esse adianatamento e receber
uma promessa de pagamento com açúcar futuro ou açúcar a ser produzido pelo engenho o que
mantinha na verdade o engenho preso aos as redes mercantis e as redes de acumulação. Essa
teia que vai manter a esfera produtiva presa a esfera comercial é um dos elementos um dos
fundamentos chave daquilo que o Alencastro chama de aprendizado da colonização. O
aprendizado da colonização envolveu justamente a constituição de uma esfera mercantil que
passa a determinar o fluxo, determinar na verdade acumulação da capital autônomo as
dispensas da própria esfera produtiva e do ponto de vista dessa relação economcia as dispensas
do produtor direto que é ele mesmo açambarcado. Então essa diferença em termos teórico é
fundamental.

Em Goa na índia, em Moçambique o excedente fugia ao controle do estado absolutista


portugues. O excedente vazava a despeito da presença de colonos portugueses a despeito da
existência de colonos portugueses na região a coroa não controlava o excedente econômico,
portanto declarar uma área pertencente ao império portugues não é garantia de extração de
excedente na esfera mercantil esse é o ponto fundamental que o Alencastro esta discutindo.
Nas palavras do Alencastro, sitação o texto, dominação colonial não é forçosamente sinônimo
de exploração colonial e aqui tem um problema. A historiografia portuguesa em geral vai dizer
o seguinte na verdade a dominação portuguesa era beniquina ou era relaxado frente uma
exploração colonial holandesa, inglesa em que nós na verdade fomos privilegiados por termos
sido colonizados pelos portugueses. Claro que isso não vai ser dito abertamente mais nas
entrelinhas é quase isso. Muita gente vai fazer doutorado em Portugual e recentemente eu
discutindo com um doutorando em direito justamente sobre essa questão ele estava tentando
defender o seguinte, que não existe em todos os decretos e legislação portuguesa no período
colonial qualquer menção a colônia ou a uma relação colonial ou uma relação em que o brasil
em termos jurídicos seja classificado como colônia. Então se não existe na legislação qualquer
decreto, qualquer declaração de que a américa portuguesa era uma colônia portanto a relação
colonial não existe esse é o argumento. O que o Alencastro esta é justamente apontando isso,
o fato de se declarar ou não, o fato de que exista a presença de autoridades portuguesas ou não
é inrrelevante do ponto de vista do fluxo do comercio ou do ponto de vista do interesse da coroa
o fundamental aqui é como de fato se dão e se desenrolam as relações comerciais entre essas
duas áreas. A legislação poderia ate dizer o seguinte a américa portuguesa e Portugal se
encontram no mesmo patamar jurídico. O problema que o Alencastro esta colocando aqui é
como a realação comercial se deu de fato na realidade concreta ao longo do período histórico
em questão, ou seja, os colonos tinham autonomia para atingir diretamente o mercado da
tuepia e vender açúcar, o problema aqui é, o problema fundamental aqui é o que caracteriza as
relação colonial é a existência de uma lei que determina que uma determinada área é a colônia
de uma metrópole. Então se for isso o brasil não precisou nem mesmo realizar o processo de
independência no século XIX. Porque o estatus da américa portuguesa era o mesmo.

Qual é o problema fundamental aqui da américa portuguesa? 1:04:48

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