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Lemniscata
Uma ave -
privada de cantar -
não se sabe -
não se faz
se faz?
Aliás
só é privado
de ser ouvido
se não souberes
que não há
nada mais
a se ouvir
__
Abre a porta -
há corredores inúmeros?
há ternos?
há passos?
há sombras –
ou luzes
- inutilmente –
acesas?
há sobras de comidas
nos pratos?
há alguém
dentro de você -
abre a porta -
?-
Sem espaço
nem canta -
som algum
se propaga
___
Nele - quando
o pôr do sol
não funcionou
- ou não brotou
o mal-me-quer -
nem assim
houve intemperança:
um lado ofuscou,
o outro lado,
ele mesmo,
se desenhou -
e assim, da falta
de tudo que
não funcionava,
se fez um homem
de vários lados
- e mais ainda
por fazer
ou então aprofundar;
– várias –
tem terra –
e a palmos do céu –
é difícil respirar
aqui embaixo –
lá em cima também,
ainda mais
sem saída
lá –
achei uma! –
ela se ramifica –
me perco –
pergunta idiota –
a saída é
o caminho –
e não aquela
depois do(r)
m_achado –
– o meu – ?
Feito isso,
respiro - e sufoco -
em vários lugares –
raso
cada vez mais –
eu aaaiiiinnnnnnnddddddddddaaaaaaa tttttteeeeeeeeeeennnnnnn-
nhhhhhhhooooooooooo
muitasideiassobretudomuitopassadomuitofuturo tant
o s q u e me i n c h a m –
impedem de ver
qualquer saída
- a pequena porta –
e menor que eu –
mim.
Estancada
Numa mão
goiva;
na outra,
luva
que protege;
nos olhos
óculos,
também,
de proteção
me proteger
da tarefa
de fazer:
a mais perigosa
– saem muitas –
só não sai
– ainda –
a tirânica –
a que fará
a escultura
respirar
todo meu ar
Olho se move
entre escultura
e modelo
– mentira –
olho só se move
se você se mover –
entre infância
morte
e o mundo inteiro
coisa alguma
soldados estrangeiros
a outra não
vai
a goiva vacila
ou sou eu?
O que me garante
é alguma veia
por dentro
o pulso treme
a chancela da lasca
só levanta
se sair sangue
se mexer
antepassados
jarros
e poros;
de correr só em mim
e dela
es-
correr
Poderia eu te deter
– assim como eu –
é escapar-me de mim?
E todo o abandono
de minha vida
– de muitas outras
se eram minhas –
materializou-se –
mas ali
pude olhar
em seus olhos
– vazados –
– o abandono –
ameaçando
– além de mim –
qualquer definição
de dicionário.
Seus olhos –
por serem
vazados –
repletos de
abandono
não mais
vazavam;
Sua boca
por ser
um túnel –
o suspirar
de qualquer dor
mas cumpre 0
eterno falar
comprometido
com o silêncio:
a dor em
estado de
efervescência
Sem lascas
para contar
a escultura (estanque
de lacunas (estancadas
e crateras (estampadas
enfim (escapada
andar sozinha:
o Sol já escureceu
eu estou descalça
e sedutora –
com ferramentas
delicadeza violenta
que região é essa tão difícil de entrar mas que com um tapa desmorona?
a escultura pedagógica
indefesa
o descabido em mim
me olhe – e me ilumine –
já não percebo
e eu também –
me entrego
ao suor
às duas da tarde
e voltou depois
é às seis da tarde –
se os vizinhos viessem
dentro do dia
Não tanto quanto
Está escuro –
só para você –
O ar do quarto insinua –
Antes de entrar
se você fosse
dessas que amam fazer (esse seu buraco que grita tanto
Troca as almofadas
e no teu coração –
pensa andar –
escondida e à mostra
luz se insinua
mas em você
e transformar
o vivo em vivo
o mim em você
e suas almofadas
pesadas
Nossa Senhora das Flores
também corriam
apesar de compartilhar
as mesmas pernas –
atrás de alguém
– um esconderijo –
e corria em círculos
mas claríssimo –
Na esperança de abrir
em sua blusa feita de cílios (ela é frágil – foi costurada com cílios
Na esperança de achar
e alguma esperança
Faz horas -
mede aproximadamente 13 cm
ou em sua maturidade -
é um mosaico
carne de pessoas -
quando a viram -
não só de carne -
um pouco da bochecha -
às vezes da língua -
a profundidade de um buraco
muito fundo
ou mesmo maior
se eu amarrá-lo em outros
de alcançar o céu -
já outros,
mais e mais -
enquanto aqueles
se limitam em admirá-lo
Se o buraco quiser
para um morto de pé
de penas de avestruz
quanto fazia
naquelas angustiadas
e mornas manhãs
é o caminho
pelo qual ela andava –
enterra
Xavier, o culpado
procurava incessantemente
um chão molhado
de tempestade de ontem
– inteligentes artificialmente –
grande ou pequeno
é perfeito
– máscara da sorte –
de brindar a morte
agora molhados
Então eu procuro –
e tento inventar
me enganou –
Na provinciana casa
em cansaço embebido –
eles decidem
– como um exército
recuar, desmanchados
o de agora.
ou nostalgicamente atrasado –
sobriamente acocorado
com as costas eretas –
embebeda-se na água
em vez de abandonar –
tua solidão –
todas as galinhas.
transformadas em ilusões
Quem sabe,
estados de perdição –
põe o pé na rua;
cresce um vento
suas pernas,
inclusive,
balançam.
Ela se esforça
a vontade é fechá-los:
se os fechar?
ela os fecha -
e então vê -
o vento sólido -
e púrpura -
nuvens
como ondas -
provocam-se;
O tempo fecha –
- nasce
o rugir de um furacão -
folhas caídas,
cartas antigas
e jornais
não lidos
levantam-se -
ameaçam o ar soberano
As árvores
marulham -
não caem;
O furacão que
e vê a atmosfera
ruidosamente
amarela
contrariando
o cinza do furacão -
além dela
para atravessar
a porta,
a rua,
o furacão:
só há ela.
Alucinação
Ela vê o ar falante
ele passar –
Gotas de chuva –
De tanto cair –
ou de seu batom –
camadas de pó de arroz
e por isso –
ela assassina
e um espelho rosa
- secretamente -
recebe de presente
o sereno da madrugada,
chegam silenciosamente
mesmo causando -
acendem a luz,
Eu não consigo -
O desespero silencioso
Há tanto ar -
ainda assim
a respiração falta
e as lágrimas comparecem
voz aguda –
obstáculo
limitação –
meu pé
é de cadeira
Desculpe-me a interrupção,
qualquer ausência
verdadeiramente como
qualquer ausência –
se tantas coisas –
no presente –
estão também –
enormemente
ausentes
Que bom que todas
as pontas do céu –
juntas – insistem
em assim permanecer –
de postes de luz –
muitos deles –
quebrados
Mesmo tendo comprado
um girassol –
minha cabeça
continuava a pesar –
de tantas pessoas?
Uma coisa me dói -
não é sofrimento -
mas renúncia -
o saber de agora
ter de viver -
não há escolha -
quais seriam –
eu as faria se
do que dormindo -
eu só queira
deitar e dormir -
Mulher com pés
brancos –
debaixo do assento –
dentro do trem
e pés encolhidos
para se conterem
não se tem –
só assim
não há paredes
ao contrário –
há uma passagem
ondear nelas –
sem precisão
ou vontade do fim
não há paragem
mesmo rápido –
só para pôr
a poeira em circulação
A rua anoiteceu
na chuva de dia
Os faróis acesos
anunciam algo
serpenteado de luz
no asfalto molhado
Diante de um sol –
de folhas minuciosamente
se sentir pequena
não há problema
ou qualquer desproporção –
é aquele do vento
ferindo a ordem
de uma disposição
das árvores
ordenando sua
outro lugar
senão aquele
sem reservas
cair
Putativo –
o que é isso?
com significados
mesmo sabendo –
cessando respiraração –
furando-os –
pingando
até o pescoço –
além de sentido
exceto aquele
Neste ônibus -
centro da cidade
hoje no ônibus
um cego, depois
de me perguntar
gramaticalmente
num jorro
escrevia
Palavra que dorme
Essa semana
eu não pude
escrever poemas
atrapalhar as palavras
em casulos,
escondidas
em trepadeiras,
na minha janela
-prestes a nascerem
se caíssem lá do alto -
barulho demais.
Se não tiveres
beleza,
rouba aquela
caixa de correio
aberta de um lado
e fechada de outro
embaixo do sol
para sempre
durante dias
e noites
A sombra de um poste
parece se locomover
espero ver
ele mesmo
andar
Quando a árvore
quer andar
licença
Quando meu olho sangra
na rua,
não obstante,
um membro do corpo
de carne viva
do que tinha
na semana anterior
Fernando
Na cadeira vermelha
você se inquietava
se perguntava
me perguntava
sobre as coisas
sobre arte
sobre tudo
Sobretudo
você continuava
na cadeira vermelha
Fernando
permanecia
silenciosa e parada
ou os meus
ainda hoje
que eu perceber
Formidável angústia -
os quais, inclusive,
de procurar
Com a blusa pendurada
xadrez puída
Teresa lê e relê
no xerox autenticado
Dizia ela
com ar de frustração
das crianças
meninas
normalmente
não existe
em outros lugares
tão completamente
em suas bocas?
e pousou num
jardim móvel
em minuatura
elas olham
– são contentes –
em olhar algo
tão inexistente
Quando eu era criança
também.
Eu gosto de chegar no trabalho
minutos antes.
e dura exatamente
todas as coisas
comece a surgir.
na catraca
do ônibus
ela repousou
o cotovelo
descansou o rosto
sob a mão
eternamente
enquanto esperava
o cobrador
contar as moedas
e lhe dar
seu troco
No meio do dia, às quatro da tarde,
Olhei obliquamente
dissolvendo-me em covardia
ensopada de euforia,
eu ouço o som
ser os únicos,
não o são.
e sublocam o apartamento
é de mim
Quando a noite finalmente
insistentemente,
de todo líquido