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ANA CAROLINA ELISEU

OAB/GO 42.161
Advocacia e Assessoria Jurídica
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EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL
CÍVEL DA COMARCA DE ITAPACI (GO).

FORMULA PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO PARCIAL DE


TUTELA
“Já de início esclareço que formulo minha adesão à tese
segundo a qual a tutela antecipada pode também ser
concedida nas ações que tramitam pelos Juizados
Especiais Cíveis (Enunciado 26 do FONAJE), desde que
naturalmente presentes os requisitos previstos no art. 273,
do Código de Processo Civil. “O juiz poderá, a
requerimento da parte, antecipar, total ou parcialmente, os
efeitos da tutela pretendida no pedido inicial, desde que,
existindo prova inequívoca, se convença da
verossimilhança da alegação e: I – haja fundado receio de
dano irreparável ou de difícil reparação, ou II – fique
caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto
propósito protelatório do réu”.

JEOVANE ALVES DE ASSUNÇÃO, brasileiro, casado, servidor público, portador da


Cédula de Identidade RG. nº 2.458.581 SSPGO, e inscrito no CPF/MF sob
nº509.021.481-68,endereço eletrônico jeovaneaasuncao@hotmail.com,
residente e domiciliado na Rua Pernambucana, Qd.06, nº300, Centro, em Pilar de
Goiás(GO), CEP: 76.370-000 intermediado por seu mandatário ao final firmado, com
seu endereço profissional consignado no timbre desta, onde, em atendimento à
diretriz do art. 39, inciso I, da Legislação Instrumental Civil, indica-o para as intimações
necessárias, comparece, com o devido respeito a V. Exa., para interpor, com fulcro nos
arts. 186 e 927 do Código Civil Brasileiro; Art. 42 parágrafo único do Código de Defesa
do Consumidor c/c Art. 5º, incisos V e X, da Carta Política, a presente

Ação de Restituição de Indébito c/c Reparação de


Danos
Contra JACIRA DE FÁTIMA DO NASCIMENTO - ME, pessoa jurídica de direito privado
inscrita no CNPJ sob o nº 03.218.589/0001-97, situada na Avenida Floresta, nº62,
Centro, Itapaci-GO, CEP:76.360-000, em razão das justificativas de ordem fática e de
direito, abaixo delineadas:
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Rua Manoel de Oliveira Pena, qd.34, lt. 334, Casa 02 – Setor Gouveia de Lima
Itapaci – GO – CEP: 76.360-000 - Telefone: (62) 9231-8879 / 8582-5072 / 9865.7315
Email: caroleliseu@hotmail.com
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1. ALÍGERAS CONSIDERAÇÕES FÁTICAS

O Promovente juntamente com sua esposa Sra. Edna Luiza Monteiro


de Assunção, efetuou a aquisição de produtos na loja Tropical Móveis em 21/08/2015,
que totalizaram o valor de R$ 3.700,00 (três mil e setecentos reais)conforme descrição
abaixo:

PRODUTO VALOR

01 Guarda roupa R$ 1.290,00

01 Cama R$ 490,00

01 Poltrona Solar R$ 420,00

01 Freezer R$ 1.500,00

TOTAL R$ 3.700,00

A empresa autorizou o parcelamento da compra por meio de notas


promissórias, e também exigiu como garantia de pagamento, a emissão de um cheque
caução no valor total da compra, ou seja, 02 (dois) títulos executivos referentes a uma
única compra. (doc.002)

O autor mesmo passando por dificuldades financeiras vinha


efetuando os pagamentos, não se negando em nenhum momento ao cumprimento da
obrigação ora assumida.

Em razão disso, até o momento foi efetuado o pagamento de 5


(cinco) parcelas, totalizando R$2.200,00 (dois mil e duzentos reais). (doc. 003)

O último pagamento foi efetuado no dia 19/12/2016, no entanto, a


empresa Promovida maliciosamente, no dia seguinte, dia 20/12/2016 apresenta de

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forma indevida o CHEQUE CAUÇÃO dado em garantia da compra, cheque este no valor
total da compra R$ 3.790,00 (três mil setecentos e noventa reais).

A prática abusiva da empresa Promovida demonstra nitidamente a


má-fé, em receber o que não lhe era devido. Pois além de ser detentora de título
executivo qual seja, nota promissória, em valor inferior, optou em apresentar
irresponsavelmente o cheque caução no valor total da compra, desconsiderando já
haver sido adimplemento de mais da metade da dívida.

Tal situação gerou imenso constrangimento, desnecessário e injusto,


por se tratar o autor, de um pai de família que se viu privado da única maneira de que
dispunha para fazer suas atividades comerciais e financeiras - “nome limpo” - para
cuidar e sustentar sua família.

A devolução por motivo nº12 (sem provisão de fundos) do cheque nº


900184, no dia 23/12/2016 no valor total da compra R$ 3.790,00 (três mil setecentos e
noventa reais) surpreendeu o autor, que vinha pagando a dívida, e jamais recebeu
qualquer espécie de cobrança. Demonstrando o claro intuito da Promovida em obter
enriquecimento sem causa, decorrente da abusividade da prática.

Em que pese esse aspecto fático, ao revés do antes fora exposto, fora
supostamente efetuada uma negativação inexistente em nome do Promovente, de
forma abusiva, o qual, foi submetido à situação vexatória de negativação indevida e
mais, a agressiva e humilhante inserção do nome do mesmo no cadastro de
consumidores inadimplentes, no caso o Cadastro de Cheque sem Fundos.

Portanto, Excelência, se este fato ocorrera, a mesma agiu com dolo e


culpa, porquanto permitiu que esse desiderato se concretizasse.

Não restam dúvidas, pois, que o Autor, diante deste acontecimento,


deparou-se com uma situação incômoda e absolutamente constrangedora,
merecendo, por certo, a Promovida ser, responsabilizada civilmente pelo ocorrido.

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2. NO MÉRITO

Conforme já demonstrado, parte dos valores cobrados pela empresa


Promovida foram devidamente pagos. Ilegítima, portanto, é a cobrança em tela, o que
enseja o direito à devolução pleiteada, seja simples seja em dobro.

É permitido vislumbrar que a devolução em dobro tem dois


pressupostos essenciais: a cobrança indevida com má-fé (dolo) e o pagamento. Ambos
estão presentes no caso em apreço, configurados no fato lastimável de apresentação
indevida do cheque caução, decorrente de uma cobrança onerosamente excessiva.

Ínclito julgador, no que se refere aos valores pagos e cobrados


indevidamente pela parte promovida, como dito na parte fática desta exordial, é de se
observar o valor de R$2.200,00 (dois mil e duzentos reais), corresponde ao total do
valor já pago, haja vista os comprovantes de pagamento anexos. (doc 004)

O parágrafo único do artigo 42 do CDC prevê o caso da cobrança pelo


fornecedor de quantia indevida, onde o consumidor tem direito à repetição do
indébito, por valor igual ao dobro do que pagou, acrescido de correção monetária e
juros legais. Vejamos:

Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será


exposto a ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de
constrangimento ou ameaça.

Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida tem


direito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que
pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais,
salvo hipótese de engano justificável.

Para a imposição da sanção civil a que se refere o parágrafo único do


art. 42, do Código de Defesa do Consumidor, faz-se necessário a caracterização de dolo
ou culpa no agir do fornecedor, aqui, fortemente constatados, pois a empresa
promovida tinha o conhecimento que a apresentação do cheque (duas vezes Motivos
11 e 12) dado apenas em garantia à compra, estava eivada de ilegalidade.
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A apresentação de um cheque preenchido no valor total da compra
R$ 3.790,00 (três mil setecentos e noventa reais), quando na realidade, fora efetuado
o pagamento no montante de R$2.200,00 (dois mil e duzentos reais) , é fato
caracterizador da má fé e abusividade da empresa que age desrespeitando o Código de
Defesa do Consumidor, visando tão somente seu enriquecimento sem causa.
A apresentação do cheque foi efetuada 01 (um) dia após o
pagamento da 5ª(quinta) parcela, sem qualquer notificação ao Autor. Afinal, a
Promovida sabia da possibilidade de devolução do cheque, agindo de forma
imprudente ao proceder sua apresentação junto à instituição bancária. A cobrança
indevida de cheque acarreta a incidência do instituto da repetição de indébito, e a
mera inscrição nos serviços de Proteção ao Crédito, gera a obrigação de indenizar.
(doc.005)
A devolução de cheque sem provisão de fundos sem que o emitente
dê causa, prejudica a imagem e fere os atributos da personalidade do consumidor,
configurando desconforto e aborrecimento acima da normalidade além abalo
psicológico capazes de ensejar em indenização pecuniária.
A empresa Requerida detinha a opção de efetuar a cobrança judicial
das notas promissórias que foram emitidas em valor inferior, e assim não o fez.
Restando assim configurada a má-fé da cobrança abusiva, esta, que culminou na
devolução do cheque por motivo nº12 (sem provisão de fundos) e inserção arbitrária
do nome do autor no Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundos (CCF).(doc.006)

APELACAO CIVEL. ACAO DECLARATORIA DE INEXISTENCIA DE DEBITO.


REPETICAO DE INDEBITO. DANOS MORAIS. INSCRICAO. SERASA.
NOTIFICACAO PREVIA. COBRANCA EM DOBRO. REDUCAO INDENIZACAO (...)
III -COBRANCA INDEVIDA, POR SI SO, NAO DÁ DIREITO A RESTITUICAO EM
DOBRO. ESSE DIREITO EMERGE DA COBRANCA INDEVIDA POR ERRO
INJUSTIFICAVEL, QUE SE CONFIGURA QUANDO O FORNECEDOR AGE DE
MÁ-FÉ. IV -PARA A FIXACAO DO VALOR DO DANO MORAL, HA DE SE
CONSIDERAR AS PECULIARIDADES DE CADA CASO, A PROPORCIONALIDADE
ERAZOABILIDADE, DE MODO A SE EVITAR ENRIQUECIMENTO ILICITO DA
PARTE LESADA E REPRIMENDA INOCUA PARA OS CAUSADORES DOS DANOS.
NAO SENDO OBSERVADOS ESSES CRITERIOS, A REDUCAO E MEDIDA QUE SE
IMPOE. RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. PROCESSO:
200804692690 - APELACAO CIVEL 135336-5/188. RELATOR: DES. GILBERTO
MARQUES FILHO. ACORDÃO: 03/02/2009. FONTE: DJ 283 DE26/02/2009.
ORIGEM: 2A CAMARA CIVEL. COMARCA DE APARECIDA DE GOIANIA.
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Por tais razões, o valor a ser devolvido ao demandante, em dobro, é


de R$ 4.400,00 (quatro mil e quatrocentos reais), cujo valor, devidamente atualizado
desde a cobrança efetivamente realizada é de R$ 4.682,06 (quatro mil seiscentos e
oitenta e dois reais e seis centavos).

O pagamento foi efetuado em parte, o que tornou impossível a


cobrança em sua totalidade, conforme se demonstra. Assim, a importância exigida
representa enriquecimento sem prévia causa da Promovida, impondo-se a necessária
devolução ao Autor.

Com efeito, a empresa deve responder pela lisura em suas cobranças,


tomando para tanto, todas as medidas cabíveis para evitar prejuízos ao consumidor. É
notória a falha de procedimento ao cobrar dívida inexistente, devendo, portanto,
assumir pelos danos decorridos e, ainda, ser a rigor penalizada a fim de não reincidir
sobre os mesmos erros com outros clientes.

Art. 876 – Todo aquele que recebeu o que lhe não lhe era devido fica
obrigado a restituir; ...

Art. 884 – Aquele que, sem justa causa, se enriquecer à custa de


outrem, será obrigado a restituir o indevidamente auferido, feita a
atualização dos valores monetários.

À luz, mais, da Legislação Consumerista, é totalmente descabida a


pretensão da Ré de apropriar-se dos valores pagos.

Posto isso, postula coerentemente o autor por cumular pedido de


repetição de indébito com indenização por danos morais caracterizados pelos fatos
narrados.

Evidenciamos alguns julgados neste sentido:

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TJ-DF - Ação Cível do Juizado Especial ACJ 322301420098070001 DF
0032230-14.2009.807.0001 (TJ-DF)
Data de publicação: 05/05/2010
Ementa: CONSUMIDOR. APRESENTAÇÃO INDEVIDA DE CHEQUE
CAUÇÃO. DEVOLUÇÃO SEM PROVISÃO DE FUNDOS. DANO MORAL
CONFIGURADO. INDENIZAÇÃO RAZOÁVEL E PROPORCIONAL.
RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. 1. APRESENTAÇÃO INDEVIDA
DE CHEQUE CAUÇÃO, MORMENTE DE GRANDE MONTA, RESULTA EM
TRANSTORNOS E COMPROMETIMENTO DE CRÉDITO EM CONTA
BANCÁRIA, FATO CAPAZ DE AUTORIZAR A CONDENAÇÃO EM
INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS, AINDA QUE NÃO HAJA
INCLUSÃO DO NOME DO CONSUMIDOR NO CADASTRO DE EMITENTE
DE CHEQUE SEM FUNDO (CCF) DEVENDO A RECORRENTE
RESPONDER PELOS PREJUÍZOS CAUSADOS. 2.O VALOR DA
CONDENAÇÃO NÃO MERECE REDUÇÃO PORQUANTO SE ENCONTRA
EM CONSONÂNCIA COM OS PRINCÍPIOS DA RAZOABILIDADE E DA
PROPORCIONALIDADE. 3. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.
SENTENÇA CONFIRMADA POR SEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS. O
RECORRENTE RESPONDE POR CUSTAS E HONORÁRIOS
ADVOCATÍCIOS, ESTES ARBITRADOS EM 10% (DEZ POR CENTO) DO
VALOR DA CONDENAÇÃO, NA FORMA DO ARTIGO 55 DA LEI 9099
/95.

TJ-DF - Apelacao Civel do Juizado Especial ACJ 20140710196457 DF


0019645-33.2014.8.07.0007 (TJ-DF)
Data de publicação: 02/02/2015
Ementa: CONSUMIDOR. CONTRATO DE SERVIÇOS
ODONTOLÓGICOS. APRESENTAÇÃO INDEVIDA DE CHEQUES.
INSCRIÇÃO NO CCF. RESPONSABILIDADE DA EMPRESA QUE EMITIU A
NOTA FISCAL DOS SERVIÇOS. 1. A empresa que emitiu a nota fiscal
relativa ao serviço pago com os cheques apresentados
indevidamente responde pelos danos suportados pelo consumidor
em virtude da devolução das cártulas. 2. A inscrição indevida no CCF
é bastante para aflorar o dano moral, cuja reparação foi fixada na
origem em R$2000,00, valor este que se mostra razoável e
proporcional, observados os critérios norteadores da justa
reparação. 3. Recurso conhecido e não provido. 4. Condeno o
recorrente ao pagamento das custas processuais. Sem honorários em
virtude da ausência contrarrazões. 5. Acórdão lavrado nos termos do
art. 46 da Lei 9.099 /95.

Neste ínterim, é de admitir-se a compensação ou repetição do


indébito, ante o princípio da vedação do enriquecimento sem causa, previsto no
Código Civil Brasileiro:

Art. 884. Aquele que, sem justa causa, se enriquecer à custa de


outrem, será obrigado a restituir o indevidamente auferido, feita a
atualização dos valores monetários.

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2.1 - DA RESPONSABILIDADE CIVIL

Em primeiro lugar, deve ser levado em consideração nobre julgador,


é o de que diante da inadimplência, a empresa logo negativaria o nome do Autor, em
cadastros de consumidores, banco de dados, fichas ou registros de inadimplentes,
(SERASA/SPC) porém, não o fez. Pois a intenção era nítida no sentido de prejudicar o
Autor, e receber valor que não era devido.

Ora nobre julgador, o Autor reside no Setor Central da cidade de Pilar


de Goiás/GO, e em momento algum foi notificado de por parte da empresa Requerida.

“Não basta que a anotação seja verdadeira. É preciso comunicá-la ao


consumidor, para que ele, ciente da mesma, não passe pela situação
vexatória de tomar conhecimento através de terceiro, recusando
conceder-lhe, em razão dela, o pretendido crédito”. TJRS, 5º Câm. Cív., Ap.
Cív. nº 597.118.926, rel. Araken de Assis, j. 7.8.97, BAASP 2044/481.

O que se quer, em síntese, com o dispositivo em questão, é atribuir


ao consumidor a possibilidade de evitar transtornos e danos patrimoniais e morais que
lhe possam advir dessas informações, quer sejam corretas ou incorretas, pois lhe
dariam a chance de se defender ou mesmo adimplir suas obrigações, expurgando a
pecha que lhe seria imposta pelo arquivamento de pessoa desonrada e que não
cumpre com suas obrigações.

O entendimento do ministro relator Ruy Rosado de Aguiar, ao


proferir o seu voto nesse REsp, brilhantemente resumiu a questão:

“A Autora tinha o direito de ser informada da inscrição do seu nome nos


arquivos do SERASA, iniciativa que é obrigação da entidade
administradora do cadastro, pois, desconhecendo a existência do registro
negativo, a pessoa sequer tem condições de defender-se contra os males,
inúmeros e graves, que daí lhe decorre, e de pedir seu cancelamento ou
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retificação. É certo que todo registro efetuado por informação de terceiro
acarreta também a responsabilidade deste pela inscrição indevida (credor,
cobrador etc), mas isso não afasta nem diminui a obrigação do cadastrador
pelo que lhe foi indevidamente registrado, nem o exime do dever de
informar a pessoa de que trata, preferentemente antes da prática do seu
ato, mas sempre antes de qualquer efeito danoso ao titular dos dados

Como já de ser verificar no mérito, não é preciso delongas, para


avistar o prejuízo moral que a conduta atípica da Promovida trouxe ao Autor, que
encontra-se impossibilitado de efetuar qualquer transação bancária, comercial, em
virtude da negativação ora lhe imposta.

CÓDIGO CIVIL

Art. 187 – Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-
lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou
social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.

Desse modo, configurado o ilícito, há o dever de indenizar-se o


Autor, na medida da extensão do dano provocado.

CÓDIGO CIVIL

“Art. 927 – Aquele que, por ato ilícito(arts. 186 e 187), causar dano a
outrem, fica obrigado a repará-lo. “

De outra banda, vale ressaltar que, em se tratando de dano


extrapatrimonial (dano moral), como no caso em espécie, prescinde de prova. É que a
inscrição e/ou manutenção irregular do nome do Autor no banco de dados de
inadimplentes, presume um dano moral, não se cogitando, desta forma, na
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comprovação de prejuízo, muito menos da intensidade do sofrimento
experimentado pelo ofendido.

“Dispensa-se a prova de prejuízo para demonstrar a ofensa ao moral


humano, já que o dano, tido como lesão à personalidade, ao âmago e à
honra da pessoa, por vezes é de difícil constatação, haja vista os reflexos
atingirem parte muito própria do indivíduo – o seu interior.(REsp nº. 85.019-
RJ, 4ª Turma – DJU 18/12/1998, p. 358)”

“A exigência de prova de dano moral (extrapatrimonial) se satisfaz com a


demonstração da existência de inscrição irregular.(REsp nº. 51158-SP, 3ª
Turma – rel Min Ruy Rosado – j. 29/05/1995)”

O abalo moral e psicológico imposto pelo fato em tela, até hoje


trazem sequelas de humilhação e desgaste da honra do Promovente.

Neste tocante, ínclito Julgador, a Carta Política, por seus Art. 5º,
incisos V e X, determina que:

CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Art. 5º - (...)
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da
indenização por dano material, moral ou à imagem.
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das
pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral
decorrente de sua violação. “

De outro compasso, sem sombra de dúvidas o caso em apreço diz


respeito a uma relação de consumo. Onde temos a presença do dolo e culpa por parte
do fornecedor, para que seja cabível, como na hipótese em estudo, a reparação pelos
danos sofridos.

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CÓDIGO DO CONSUMIDOR

Art. 14 – O fornecedor de serviços responde, independentemente da


existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores
por defeitos relativos à prestação de serviços, bem como por informações
insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.

Esta é, aliás, o melhor entendimento jurisprudencial.

“Dispensa-se a prova de prejuízo para demonstrar a ofensa ao moral


humano, já que o dano, tido como lesão à personalidade, ao âmago e à
honra da pessoa, por vezes é de difícil constatação, haja vista os reflexos
atingirem parte muito própria do indivíduo – o seu interior.(REsp nº. 85.019-
RJ, 4ª Turma – DJU 18/12/1998, p. 358)

3. DA TUTELA DE URGÊNCIA NECESSÁRIA

Inicialmente, o periculum in mora é inconteste, porquanto a


permanecer a situação como se encontra, as restrições ao crédito ao Autor
prosseguirão, o que acabará por inviabilizar o seus dia-a-dia negocial, ante a falta de
crédito perante o mercado e agentes financeiros.

O fumus boni iuris, por sua vez, é também presente, na medida em


que justamente o que se discute na demanda é a inexistência de justificativa para o
nome do consumidor estar negativado, haja vista que até a data da apresentação
indevida do cheque, o autor estava efetuando pagamentos mensais referentes à a
dívida em apreço, motivo por meio do qual a empresa Requerida jamais notificou o
autor de tais débitos.

Com efeito, em sede de cognição sumária inerente a esse momento


processual inicial, impõe-se a concessão da liminar pleiteada, o que desde já se requer.
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4. DOS PEDIDOS

Diante do exposto acima, o Autor requer:

a) LIMINARMENTE INALDITA ALTERA PARS a imediata exclusão do nome do Autor


do Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundos (CCF), visto que o nome se
encontra de forma abusiva, evitando-se assim mais transtornos dentre os quais
já foram causados.

FORMULA PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO PARCIAL DE


TUTELA
“Já de início esclareço que formulo minha adesão à tese
segundo a qual a tutela antecipada pode também ser
concedida nas ações que tramitam pelos Juizados Especiais
Cíveis (Enunciado 26 do FONAJE), desde que naturalmente
presentes os requisitos previstos no art. 273, do Código de
Processo Civil. “O juiz poderá, a requerimento da parte,
antecipar, total ou parcialmente, os efeitos da tutela
pretendida no pedi do inicial, desde que, existindo prova
inequívoca, se convença da verossimilhança da alegação e:
I – haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil
reparação, ou II – fique caracterizado o abuso do direito de
defesa ou o manifesto propósito protelat ório do réu ”.

b) A condenação da Ré no dever de repetição do indébito, nos termos do artigo 42,


parágrafo único, da Lei 8.078/90, Código de Defesa do Consumidor,
condenando a Promovida a ressarcir em dobro o que cobrou indevidamente
com juros e correção monetária o que equivale a R$ 4.682,06 (quatro mil
seiscentos e oitenta e dois reais e seis centavos);

c) A citação da Ré (AR) para, querendo, responder a presente ação, sob pena de


sofrer os efeitos da revelia.

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ANA CAROLINA ELISEU
OAB/GO 42.161
Advocacia e Assessoria Jurídica
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c) A condenação da Promovida no dever de reparar pelos danos morais que
provocou com a apresentação indevida de cheque caução, e inserção do nome
da demandante no sistema de Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundos
(CCF). Com relação ao quantum indenizatório, o Autor requer a condenação no
valor de 40 (quarenta) salários mínimos, observados a honestidade do Autor
que mantêm sua vida financeira em dia. Com isso causando grave dano moral
com a referida inscrição indevida. Sentiu-se em situação vexaminosa,
constrangedora, que lhe tira a paz da alma e o sossego e que lhe mancha a
honra de forma cruel.

d) A inversão do ônus da prova, conforme direito exposto no artigo 6º, inciso VIII,
do CDC, para comprovação do débito objeto da dívida inscrita no Cadastro de
Emitentes de Cheques sem Fundos (CCF).

Requer provar o alegado por todos os meios de provas admitidos no


direito pátrio, especialmente prova documental, depoimento pessoal e oitiva de
testemunhas.

Dá-se à causa o valor de R$ 37.480,00 (trinta e sete mil quatrocentos


e oitenta reais).

Respeitosamente, pede deferimento.

Itapaci (GO), 29 de junho de 2017.

Ana Carolina Eliseu


Advogada – OAB (GO) 42.161
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