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Escola Secundária Francisco de Holanda

Cursos Científico-Humanísticos – 11º ano

Ficha informativa- síntese das principais características de Frei Luís de Sousa


1. A Ação:
a) A estrutura externa e a estrutura interna
ATO I
Ato Personagens Assunto Estrutura Sinais que indiciam o
interna desenlace
I  D. Madalena;  Apresentação de D. Madalena; Exposição  Comparação D.
Cenas  Telmo.  Diálogo com Telmo; Madalena com Inês de
1e2  Antecedentes da ação; Castro;
 Situação atual;  Insinuações de Telmo;
Relação entre as personagens.  Referência à carta;
 Referência ao número
7;
 Saúde débil de Maria,
 A peste em Lisboa;
 Conflito entre
castelhanos e portugueses.
Cena 3  D. Madalena;  Intervenção de Maria; Conflito  Sebastianismo de
 Telmo;  Referência ao sebastianismo de Maria; Maria;
 Maria Dúvidas sobre a situação da família de  Manifestações da
Maria; doença de Maria.
Cena 4  D. Madalena;  Diálogo entre mãe e filha;  Intuições de Maria;
 Maria.  Sonho e pressentimentos da mãe;  Maria pergunta sobre o
 Preocupação da filha. pai, perante o retrato;
 Reação aflita da mãe.

Cenas  D. Madalena;  Intenções dos governadores;  Aflição de Frei Jorge


5, 6 e 7  Maria;  Chegada de Manuel de Sousa; em relação a Maria;
 Frei Jorge;  Manuel de Sousa anuncia a decisão de  Reações ao anúncio das
 Miranda; abandonar o palácio. mudanças para o palácio
 Manuel de de D. João de Portugal;
Sousa.  Resistência de D.
Madalena;
 Regozijo de Frei Jorge.
Cena 8  D. Madalena;  Diálogo mulher/marido;  Pressentimentos de D.
 Manuel de  Tentativa fracassada de demover Manuel Madalena.
Sousa. de Sousa.

Cenas  D. Madalena;  Notícia do desembarque dos


9 e10  Manuel; governadores;
 Telmo;  Ordens de Manuel de Sousa;
 Miranda;  Preparativos para o incêndio e abando no
 Outros criados; da casa.
 Frei Jorge;
 Maria.

Cenas  Manuel de  Saída apressada do Palácio  Comparação entre


11 e 12 Sousa; Manuel de Sousa e o pai
 Miranda;  Incêndio do retrato.
 D. Madalena;
 Maria;
 Frei Jorge;
 Telmo.

ATO II

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Ato II Personagens Assunto Estrutura Sinais que indiciam
interna o desenlace
Cena  Maria;  Maria fala sobre: Conflito  Pressentimentos de
1  Telmo. D. Madalena, relatado
 O incêndio; e partilhados por
 Os retratos; Maria;
 O estado da mãe;  Os retratos.
 Os seus medos.

Cenas  Maria;  Chegada de Manuel de Sousa;  Alusão à doença de


2e3  Telmo;  Diálogo entre pai e filha. Maria;
 Manuel de  Manuel fala da
Sousa proximidade do
convento;
 Manuel compara-se
a um frade pregador.

Cena 4  Maria;  Frei Jorge informa sobre a resolução do  Sexta-feira;


 Manuel de problema com os governadores;  Repetição da
Sousa;  Decisão de irem a Lisboa. palavra “hoje”;
 Frei Jorge.  Referência a Soror
Joana;
 Lágrimas de D.
Madalena e de Maria.
Cenas  Maria;  D. Madalena fala dos seus medos;
5, 6 e 7  Manuel de  Cede à ida de Maria para Lisboa;
Sousa;  Decide que Telmo a acompanhará;
 Frei Jorge;  D. Madalena despede-se da filha.
 D. Madalena;
 Telmo;
 Doroteia.
Cena 8  Manuel de  D. Madalena despede-se do marido.  Comparação com os
Sousa; condes de Vimioso.
 Frei Jorge;
 D. Madalena.

Cenas  Frei Jorge;  Frei Jorge partilha a inquietação dos seus  Referência ao “dia
9 e10  D. Madalena. familiares; fatal”
 D. Madalena fala sobre o “dia fatal”;
 D. Madalena confessa o seu pecado.

Cenas  Frei Jorge;  Chegada do romeiro.


11, 12 e  D. Madalena;
13  Miranda;
 Romeiro.
Cena 14  D. Madalena;  O Romeiro fala sobre o cativeiro e refere as  Notícia da
 Frei Jorge; palavras que jurara dizer a D. Madalena; sobrevivência de D.
 Romeiro.  Identifica o retrato de D. João de Portugal; João de Portugal.
 D. Madalena reage com desespero.
Cena 15  Frei Jorge;  É desvendada a identidade do Romeiro.
 Romeiro.

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ATO III

Ato III Personagens Assunto Estrutura Sinais que


interna indiciam o
desenlace
Cena  Manuel de Sousa;  Diálogo entre os irmãos: Conflito O hábito
1  Frei Jorge.  O sofrimento; designado
 Agravamento do estado de saúde de por
Maria; “mortalha”
 A decisão de tomada do hábito.

Cena 2  Manuel de Sousa;  Telmo informa sobre o estado de Maria.


 Frei Jorge;
 Telmo.

Cenas 3 e  Telmo;  Preparação do encontro de Telmo com o


4  Irmão converso. Romeiro;
 Telmo revela o seu conflito interior.

Cena 5  Telmo;  Diálogo Telmo/Romeiro


 Romeiro.
 Descoberta da identidade de D.
Madalena;
 Defesa da inocência de D. Madalena;
 Decisão de que o escudeiro minta, para
tentar evitar a catástrofe.

Cena 6  Telmo;  Gritos de D. madalena, chamando pelo


 Romeiro; marido.
 D. Madalena.

Cenas 7, 8  Telmo;  D. Madalena ignora a identidade do


e9  Frei Jorge; Romeiro;
 D. Madalena;  D. Madalena tenta demover Manuel de
 Manuel de Sousa. Sousa da decisão tomada;
 Telmo tenta executar as ordens do Romeiro,
mas é impedido por Frei Jorge;
 Manuel de Sousa insiste na inevitabilidade
de ambos deixarem o mundo e despede-se da
mulher.
 D. Madalena resigna-se a aceitar o seu
destino.
Cenas 10 e  Prior de Benfica;  Início da cerimónia de tomada de hábito; Desenlace
11  Manuel de Sousa;  Maria interrompe, exprimindo dor e revolta.
 D. Madalena;
 Arcebispo;
 Frei Jorge;
 Maria.

Cena 12  Prior de Benfica;  Romeiro ordena a Telmo que intervenha;


 Manuel de Sousa;  Morte de Maria;
 D. Madalena;  Tomada do hábito de Manuel de Sousa e
 Arcebispo; Madalena.
 Frei Jorge;
 Maria;
 Romeiro;
 Telmo.

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b) A Ação Trágica

Ação trágica Frei Luís de Sousa


Hybris (desafio) Madalena desafia o destino ao amar Manuel de Sousa quando ainda
estava casada com D. João;
Manuel de Sousa desafia os deuses quando desobedece aos
governadores e incendeia o se palácio.
Pathos O sofrimento atinge todas as personagens:
(sofrimento) Madalena, pelas suas incertezas;
Madalena e Manuel de Sousa, pelo seu sentimento de culpa;
Telmo, pela sua divisão interior (afecto por Maria e D. João);
Maria, pela doença e pela vergonha da sua ilegitimidade;
D. João, pelo esquecimento a que foi votado.
Peripéteia O aparecimento de D. João muda subitamente a situação,
(peripécia/alteração transformando em ilegítimos o casamento de Madalena e Manuel e a
filha deles.
Anagnórisis O reconhecimento do Romeiro como D. João de Portugal, que tem
(reconhecimento) lugar em diferentes momentos, pelas diferentes personagens
Clímax A tensão emocional aumenta progressivamente, em cada uma das
cenas e atinge o seu ponto máximo em diferentes momentos para as
diferentes personagens, atingindo o seu ponto máximo no final do
segundo acto.
Katastrophé Maria morre.
(catástrofe) Madalena e Manuel morrem para o mundo.

c) A ação romântica
Uma atitude romântica perante a História

 Relação entre a problemática política e os problemas individuais:


 papel determinante da batalha de Alcácer Quibir sobre o futuro das personagens
(segundo casamento de D. Madalena);
 implicações da decisão tomada pelos governadores castelhanos (regresso da família ao
palácio de D. João de Portugal);
 ausência de Manuel de Sousa no momento do regresso do Romeiro, consequência da
"benevolência" dos governadores.
 Tratamento literário de uma época da História de Portugal:
 personagens correspondentes a figuras históricas;
 trabalho de reconstituição histórica: cenários, vestuário, linguagem, referências culturais
(repercussão da Reforma) e factuais (peste em Lisboa).
 Valorização da questão da identidade nacional:
 o ideal da independência (defendido por Manuel de Sousa);
 a tradição cultural portuguesa (referências a Bernardim Ribeiro e Camões);
 o povo encarado como entidade abstrata, mitificado e portador de mitos (D. Sebastião) .
 Estatuto romântico das personagens
 Confronto permanente entre o indivíduo e a sociedade – felicidade individual
contrariada pelas normas coletivas (código moral estabelecido, regime político
totalitário): incêndio do palácio, tomada do hábito, morte de Maria.

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2. O Espaço
Espaço físico
Espaço Descrição sucinta
ATO I Palácio de Manuel de Sousa Elegante, luxuoso, com largas janelas
Coutinho, em Almada abertas sobre o Tejo.
ATO II Palácio de D. João de Portugal, em Sala de retratos.
Almada Antigo, melancólico, escuro.
ATO III Parte baixa do palácio de D. João de Austero e sem ornamentos com, artefatos
Portugal, com ligação à capela da religiosos.
Senhora da Piedade

b) Espaço geográfico: Portugal, Almada.


c) Espaço social: domina um estrato social superior: a nobreza.
d) Espaço psicológico: reporta-se à consciência e aos conflitos das personagens.

3. O Tempo
a) Tempo Histórico: Finais do século dezasseis
b) Tempo de representação

Dia da semana Momento do dia


ATO I Sexta-feira Fim de tarde
ATO II Sexta-feira De tarde
ATO III Sexta-feira Alta noite, madrugada

c) Tempo simbólico:
SEXTA – FEIRA
 Madalena vê pela primeira vez Manuel de Sousa Coutinho;
 Batalha de Alcácer Quibir (04/08/1578);
 Casamento com Manuel de Sousa Coutinho (7 anos depois da batalha);
 Regresso de D. João de Portugal.

d) Relação entre o tempo da ação com o tempo simbólico

A que se apega essa vossa credulidade de sete… e hoje mais catorze … vinte e um anos?
Madalena, Cena II, Acto I

7anos antes Madalena casa com D. João de


Portugal

SEXTA-FEIRA
04 – 08 -1578
Batalha de Alcácer Quibir

7anos Madalena casa com Manuel de


depois Sousa

SEXTA-FEIRA
14 (7 +7) 04 – 08 -1599

anos depois D. João de Portugal regressa

3 X 7 = 21 Três é o número da perfeição, sete o número da tragédia

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4. As Personagens1

Manuel de Sousa Coutinho


 nobre, cavaleiro de Malta
 personagem viril;
 patriota exemplar (aversão clara aos castelhanos);
 homem de coragem e bravura;
 não acredita em agouros, homem racional (características clássicas);
 no ato III ,perde o equilíbrio, a calma e as atitudes calculadas dos dois primeiros atos e cede
à violência dos sentimentos que o desorientam. A sua caracterização romântica passa
também pelo incêndio ao seu palácio e pela entrada no convento.

D. Madalena:
 protótipo da fragilidade feminina, da mulher apaixonada e feliz e, no entanto, dilacerada,
aterrorizada pela recordação do seu primeiro marido e pelo medo do seu regresso de
Alcácer-Quibir; o seu remorso alimenta a chama trágica, avivada pelas insinuações de
Telmo;
 sentia-se uma ‘’adúltera’’ em pensamento;
 luta contra todas as referências ao sebastianismo que surgem das conversas de
Maria com Telmo;
 recetiva a agouros e premonições;
 atormentada e frágil, é ela que desencadeia as forças do destino;
 dotada de grande humanidade enquanto mulher e mãe.
Caracterizaçãoromântica
Caracterização romântica

Marcadapor
porconflitos
conflitosinteriores
interiores Crençadoentia
Crença doentiaem
emsuperstições
superstições
Marcada
AAtortura
torturados
dossentimentos
sentimentos Temordo
Temor dofuturo
futuro
violentos sobrepõe-se ààrazão
violentos sobrepõe-se razão

OOremorso
remorsode
deum
umpassado
passado Umamor-paixão
Um amor-paixãoensombrado
ensombrado
obsessivo
obsessivo pelo medo
pelo medo

Maria de Noronha:

 personagem simultaneamente jovem (é uma adolescente de doze/treze anos) e adulta pelas


reações e características psicológicas típicas de uma mulher madura);
 é a menina-prodígio pelo seu entendimento profético;
 transporta em si a marca da morte (alusões quer à sua doença, quer à sua crença em agouros e
profecias);
 adere ao mito sebastianista.

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As personagens da História real: Manuel de Sousa Coutinho não é o português que se afirma
no final do Ato I, pois ele serviu a causa de Castela, mas para Garrett era necessário que incendiasse a sua casa,
para que o cenário se alterasse, adensando e propiciando o desenlace trágico.
A verdade histórica quebra-se também, quando D. Madalena e o Romeiro afirmam nunca terem tido
filhos. Sabe-se que houve três filhos frutos do primeiro casamento de D. Madalena. Mas a ideia difundida na obra
é mais interessante, pois salienta a solidão do Romeiro e realça a devoção por Maria.

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Romântica no(a)

Exaltação dos Amor filial


Irreverência e Crença
valores nacionais e sentido
espírito de em agouros
Idealismo patriótico
liberdade

D. João de Portugal, o Romeiro:


 nobre, companheiro de D. Sebastião;
 anjo-vingador (D. Madalena deveria ser castigada pelo ‘’pecado’’ que cometera, pois apaixonara-
se por Manuel de Sousa Coutinho quando o viu pela primeira vez, estando, ainda, casada);
 inicialmente, nele não há nem humildade, nem caridade, nem perdão. No entanto, também ele
cede, tentando remediar o mal que tinha provocado;
 figura que faz convergir em si a violência psicológica das principais personagens, pois é o
rastilho que leva à dissolução da família e ao desenlace trágico;
 apesar da sua altivez, personifica o sofrimento e as privações associadas a vinte anos de cativeiro;
 com Manuel de Sousa Coutinho partilha um elevado sentido de honra, o patriotismo e a
consciência serena do dever.

Frei Jorge Coutinho


 frade domínico;
 figura mediadora;
 confidente (da cunhada e do irmão);
 portador de um discurso ponderado e coerente;
 voz do bom senso e da razoabilidade;
 homem de fé, inflexível quando os imperativos morais apontam a Madalena e a Manuel Coutinho
o caminho do convento;

Telmo
 adere incondicionalmente ao mito sebastianista;
 consciência moral da família;
 fiel ao seu amo, D. João, mas incapaz de pôr em causa a felicidade de Maria;
 no presente dramático, Telmo domina o presente, conhece o passado, prevê o futuro. Ele é o
substituto da tripla função do Coro da tragédia clássica:

Como o Coro, Telmo

Obriga, através do diálogo, a Fornece, com apartes,


Tece comentários sobre a
que a consciência das outras informações sobre o que o
ação dramática, predizendo o
personagens se manifeste, público não vê ou não conhece
desfecho trágico da peça.
chegando mesmo a acusá-las. (fala do passado e antecipa o
futuro)

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