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A inculturação da liturgia promovida pelo Vaticano II

Mesmo com a toda a opressão modernista, com todo o silêncio a que a parte podre do
clero reduziu a Tradição, grande parte dos católicos inocentes que estão nas mãos dos
conciliares repudia as inovações litúrgicas mais abusivas. Muitas vezes, como já
aconteceu mesmo comigo, os católicos buscam uma missa onde não haja barulho,
músicas impróprias, danças, teatros e encenações. Quantos católicos, com um mínimo
de noção de nossa santa religião, aprovam as missas inculturadas, isto é, aquelas
profundamente modificadas para “refletir a cultura local”? Missas adaptadas às
diversas culturas e regiões dividem a Igreja, abrem brechas para profanações, tiram o
sentido do sagrado, pois demonstram que a sua preocupação é o homem, e não Deus.

Vejamos o que nos diz São Pio V:

(…) é soberanamente oportuno que, na Igreja de Deus, haja uma só maneira de


salmodiar e um só rito para celebrar a Missa. (Quo Primum Tempore, 3)

O Concílio Vaticano II, conforme dizem seus aguerridos defensores, não teria rompido
com a Tradição. Será que isto corresponde à realidade? Já tivemos a oportunidade de
demonstrar, em diversas ocasiões, que a resposta é negativa. Lendo a afirmação de
São Pio V, destacada acima, e comparando-a ao texto do concílio, podemos constatar
mais uma oposição:

Não é desejo da Igreja impor, nem mesmo na Liturgia, a não ser quando está em causa
a fé e o bem de toda a comunidade, uma forma única e rígida, mas respeitar e
procurar desenvolver as qualidades e dotes de espírito das várias raças e povos. A
Igreja considera com benevolência tudo o que nos seus costumes não está
indissolùvelmente ligado a superstições e erros, e, quando é possível, mantem-no
inalterável, por vezes chega a aceitá-lo na Liturgia, se se harmoniza com o verdadeiro e
autêntico espírito litúrgico. (Sacrossanctum Concilium, 37)

Para São Pio V, é útil que haja um só rito para a Santa Missa na Igreja de Deus. Para o
concílio Vaticano II, não há desejo de impor “uma forma única e rígida nem mesmo em
liturgia”. Ó cegos defensores do concílio, respondei-me: São Pio V estava errado ao
impor uma forma única e rígida para a Santa Missa?

Mais uma contradição entre o “sacrossanto” concílio e a Tradição. E o Vaticano II não


queria apenas algumas adaptações, mas sim “desenvolver as qualidades e dotes de
espírito das várias raças e povos“.

Quando vemos, portanto, uma missa “crioula”, ou uma missa “afro” (esta outra em
plena Basílica de Nossa Senhora Aparecida – imaginem se alguém pedisse para
celebrar a Missa Tridentina!) , ou uma missa “cowboy”, ou qualquer outro desvio da
missa para se adaptar às culturas, podemos perguntar se não tem grande culpa o
concílio por ter aberto a brecha para a inculturação.

O concílio reconhece que a Sé Apostólica deve dar seu consentimento para a


introdução das adaptações litúrgicas (SC 40.1). Mas, será que isto isentaria a culpa do
concílio pelos abusos que vemos por toda parte? Cremos que não, e apresentaremos
nossos motivos para assim pensar.

Primeiro, o concílio não deveria jamais propor algo que é contrário ao bem da Igreja e
que abre a porta para muitos abusos, como é o caso das adaptações regionais. Pois,
como disse São Pio V, é necessário que haja, na Igreja Romana, um só rito para
celebrar a Missa. O concílio deveria ter reforçado a necessidade da unidade de rito da
Igreja, e não ter proposto a inculturação.

Depois, Paulo VI era um liberal, o que implica que ele não tinha pulso firme para
conter os bispos rebeldes. Veja-se o caso exemplar, relatado pelo Pe Ralph Wiltgen em
“O Reno se lança no Tibre”, que o papa chorou quando percebeu que fora enganado
pelos bispos modernistas, mas não tomou nenhuma atitude contra eles. De acordo
com o mesmo texto do concílio, a Sé Apostólica deveria apenas autorizar ou não as
modificações, cuja competência para elaboração pertencia às Conferências espiscopais
(SC 22.2, 39, 40.1, 40.2)! Ora, conferências episcopais dominadas por bispos
modernistas, fazendo pressão sobre um papa fraco (na melhor das hipóteses), poderia
acabar em que, senão nas mais variadas formas de inculturação?

Por conta deste liberalismo, depois de ter aberto a brecha para as modificações
regionalizadas da liturgia, a reserva da Sé Apostólica acabava sendo letra morta frente
à agitação dos espíritos pseudo-reformadores. Somente uma ação enérgica da Santa
Sé poderia conter o estrago provocado pelo estímulo de liberdade concedido pelo
concílio. Mas o liberalismo dos papas pós-conciliares os impediu de qualquer atitude.
O resultado todos nós conhecemos.

Vamos ler alguns trechos da Sacrossanctum Concilium para reforçar o que dissemos
nos parágrafos anteriores:

Será da atribuição da competente autoridade eclesiástica territorial, de que fala o art.


22 § 2, determinar as várias adaptações a fazer, especialmente no que se refere à
administração dos sacramentos, aos sacramentais, às procissões, à língua litúrgica, à
música sacra e às artes, dentro dos limites estabelecidos nas edições típicas dos livros
litúrgicos e sempre segundo as normas fundamentais desta Constituição. (SC 39)

1) Deve a competente autoridade eclesiástica territorial, a que se refere o art. 22 § 2,


considerar com muita prudência e atenção o que, neste aspecto, das tradições e génio
de cada povo, poderá oportunamente ser aceite na Liturgia. Proponham-se à Sé
Apostólica as adaptações julgadas úteis ou necessárias, para serem introduzidas com o
seu consentimento. (SC 40)

2) Para se fazer a adaptação com a devida cautela, a Sé Apostólica poderá dar, se for
necessário, à mesma autoridade eclesiástica territorial a faculdade de permitir e dirigir
asexperiências [sic] prévias que forem precisas, em alguns grupos que sejam aptos
para isso e por um tempo determinado. (SC 40)

Segundo o concílio, portanto, a iniciativa para propor as adaptações caberia às


Conferências Episcopais – dominadas pelos modernistas, nunca é demais lembrar-, e à
Santa Sé caberia dar ou não seu consentimento. Pior do que isso, o concílio abriu a
possibilidade de se transformar a Liturgia da Igreja em “laboratório” onde se realizam
experiências para poder determinar melhor como se deveria fazer a adaptação desta
liturgia às tradições e gênio de cada povo… Tudo sem romper com Tradição bi-milenar
da Igreja, claro! Ou você iria cometer o sacrilégio de supor que o imaculado super-
concílio poderia romper com a Tradição?

Devemos considerar, também, a razão pela qual o concílio se propunha a fazer tais
adaptações. E não é difícil entender que a causa final de tal reforma era servir ao
homem, em pleno acordo com a blasfema e odiosa declaração da Gaudium et spes:

Tudo quanto existe sobre a terra deve ser ordenado em função do homem, como seu
centro e seu termo: neste ponto existe um acordo quase geral entre crentes e não-
crentes. (Gaudium et spes, n. 12)

Se tudo deve ser ordenado em função do homem, e não mais de Deus, nada mais
lógico do que adaptar a liturgia à situação de cada cultura e região, para melhor servir
ao homem.

Não nos custa nada encontrar ensinamentos papais contrários ao Vaticano II. De fato,
S.S. Gregório XVI, em sua bula Inter Gravissimas, de 3 de fevereiro de 1832, dirigida
aos católicos armênios, já dizia que qualquer inovação a ser introduzida no rito
armênio necessitava de autorização prévia da Santa Sé:

Occorre pertanto attenersi scrupolosamente alla prassi che vieta di introdurre qualsiasi
innovazione nei riti della sacra liturgia senza avere interpellato la Sede Apostolica.
Anche quando si trattasse di dar vita a cerimonie che sembrano meglio rispondere alle
direttive liturgiche approvate dalla stessa Sede, è permesso solo per gravissimi motivi e
dopo avere ottenuto la doverosa autorizzazione della Sede Apostolica. Vi è inoltre un
motivo specifico per attenersi coscienziosamente, presso gli Armeni cattolici, a questa
prassi, poiché nell’antica normativa Armena relativa al culto era permessa la
celebrazione della Messa solenne soltanto secondo le prescritte cerimonie.
[É necessário, portanto, ater-se escrupulosamente à praxe que proíbe introduzir
qualquer inovação nos ritos da sagrada liturgia sem ter interpelado a Sé Apostólica.
Também quando se tratasse de dar vida a cerimônias que parecem melhor responder
às diretivas litúrgicas aprovadas pela mesma Sé, é permitido apenas por gravíssimos
motivos e depois de ter obtido a necessária autorização da Sé Apostólica. Além de que,
a Vós, há um motivo específico para ater-se conscenciosamente, junto aos católicos
armênios, a esta praxe, uma vez que na antiga normativa Armênia relativa ao culto era
permitida a celebração da Missa solene apenas segundo as cerimônias prescritas.]

http://www.totustuustools.net/magistero/g16integ.htm

Vamos recapitular: antes do Concílio Vaticano II era necessária uma autorização prévia
da Santa Sé para introduzir qualquer inovação nos ritos. A partir do concílio, fica aberta
até mesmo a possibilidade de se conceder às Conferências Espiscopais a faculdade de
realizar “experiências” no campo litúrgico. Tudo sem ruptura com a Tradição, claro.
Acredite piamente nisso ou se prepare para ser chamado de rad trad, cismático, sede-
vacantista prático, etc.

Vários outros trechos do mesmo documento conciliar repetem a autorização para


introduzir adaptações regionais em diversos pontos da liturgia:

Mantendo-se substancialmente a unidade do rito romano, dê-se possibilidade às


legítimas diversidades e adaptações aos vários grupos étnicos, regiões e povos,
sobretudo nas Missões, de se afirmarem, até na revisão dos livros litúrgicos; tenha-se
isto oportunamente diante dos olhos ao estruturar os ritos e ao preparar as rubricas.
(SC 38)

Seja lícito admitir nas terras de Missão, ao lado dos elementos próprios da tradição
cristã,os elementos de iniciação usados por cada um desses povos, na medida em que
puderem integrar-se no rito cristão, segundo os art.s 37-40 desta Constituição. (SC 65)

Concede-se à competente autoridade eclesiástica territorial, a que se refere o art. 22 §


2 desta Constituição, a faculdade de preparar um rito próprio de acordo com o uso dos
vários lugares e povos, devendo, porém, o sacerdote que assiste pedir e receber o
consentimento dos nubentes. (SC 77)

As exéquias devem exprimir melhor o sentido pascal da morte cristã. Adapte-se mais o
rito às condições e tradições das várias regiões, mesmo na cor litúrgica. (SC 81)

Em certas regiões, sobretudo nas Missões, há povos com tradição musical própria, a
qual tem excepcional importância na sua vida religiosa e social. Estime-se como se
deve e dê-se-lhe o lugar que lhe compete, tanto na educação do sentido religioso
desses povos como na adaptação do culto à sua índole, segundo os art. 39 e 40. Por
isso, procure-se cuidadosamente que, na sua formação musical, os missionários
fiquem aptos, na medida do possível, a promover a música tradicional desses povos
nas escolas e nas acções sagradas. (SC 119)

Assim, com bastante insistência, o concílio concedeu um grande estímulo para a


inculturação do rito católico.

Todo o potencial destrutivo destas concessões conciliares fica mais evidente quando
confrontados com a heresia do modernismo. De fato, S.S. São Pio X em sua memorável
encíclica Pascendi, ao nos descrever o modernismo como o entende o crente, escrevia:

Esta comunicação da experiência às vezes lança raízes e vive; outras vezes se esteriliza
logo e morre. O viver para os modernistas é prova de verdade; e a razão disto é que
verdade e vida para eles é a mesma coisa. E daqui, mais uma vez, se infere que todas
as religiões existentes são verdadeiras, do contrário já não existiriam. (Pascendi, 2)

Para os modernistas, portanto, vida e verdade se confundem. O que existe é


verdadeiro, morre aquilo que é falso. Uma vez que as formas adaptadas dos ritos já
estivessem em pleno uso, ainda que “experimental”, já se poderiam considerar bons e
legítimos, segundo o modernismo. A mesma justificativa dos modernistas para afirmar
que todas as religiões existentes são boas, pode ser aplicada também para afirmar que
todas as formas litúrgicas existentes são boas.

Assim, não importava para a estratégia modernista que alguns trechos do concílio,
contendo reservas sobre a necessidade de estarem os ritos reformados de acordo com
a regras da liturgia, pudessem ser lidos de forma ortodoxa. O que importava é que, na
prática, após as formas adaptadas do novo rito estarem sendo celebradas, estarem
“vivas”, a leitura modernista destes fatos já seria suficiente para qualificá-las como
legítimas. E que papa liberal teria força para fazer valer a autoridade de Roma? A triste
história pós-conciliar nos confirma que nenhum deles agiu com firmeza contra estes
abusos.

Depois de todas estas considerações, resta-nos apenas rebater um argumento muito


repetido pelos neo-conservadores: o de que já havia abusos litúrgicos antes do
Concílio Vaticano II e que, portanto, os atuais abusos não são culpa deste concílio. A
primeira coisa a observar é que os abusos litúrgicos eram cometidos contra a
autoridade da Igreja, cujos documentos eram firmes em ensinar a dignidade dos ritos.
Com o concílio, em vez de se reforçar a rigidez dos ritos, abriu-se um enorme campo
para inovações e adaptações às diversas culturas e povos, com direito até a executar
experiências prévias – um convite irrecusável para deformar o rito romano. Ora, o
concílio deixou por escrito aquilo que os modernistas queriam, e que souberam
aproveitar muito bem. Além disso, a natureza e gravidade dos abusos litúrgicos depois
do concílio não se comparam de forma alguma aos anteriores. O que se vê na igreja
pós-conciliar são sacrilégios horríveis, cometidos até pela alta hierarquia da Igreja.
Atitude enérgica de Roma? Não. Excomunhão mesmo, só para quem queria a Santa
Missa de sempre e fez o que foi necessário para conservá-la.

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