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Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ

Instituto de Matemática - IM
Departamento de Matemática

Cálculo IV: Métodos da Física-Matemática

Professor
Adán J. Corcho Fernández

Rio de Janeiro-RJ, 22 de novembro de 2015


Adán J. Corcho IM-UFRJ

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Sumário

1 Sequências Numéricas 5
1.1 Sequências Numéricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.2 Convergência de sequências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.3 Propriedades gerais das sequências convergentes . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1.4 Estratégias para calcular limites . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
1.5 Sequências monótonas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15

2 Séries Numéricas 19
2.1 Séries Numéricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
2.1.1 Séries Geométricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
2.1.2 Séries redutíveis (séries de Mengoli) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2.2 Condição necessária de convergência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
2.3 Séries de termos não-negativos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
2.3.1 A série harmônica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
2.3.2 A p-série . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
2.3.3 Critério de Condensação de Cauchy . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
2.3.4 Testes de Comparação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
2.3.5 Teste da Integral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28

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Adán J. Corcho IM-UFRJ

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Capı́tulo 1
Sequências Numéricas
N este capítulo estudaremos o conceito de sequência numérica, o qual aparece naturalmente
na modelagem de vários processos discretos. Por exemplo, em teoria da computação, no
estudo do tempo de execução um algoritmo ou do espaço de memória que ocupam os dados,
aparecem naturalmente equações discretas, conhecidas na literatura como equações de reco-
rrência. Tais equações têm por incógnita uma função ϕ(n), onde n é um valor natural e, além
disso, ϕ(n) depende de alguns dos seus valores prévios, ou seja, dependendo do modelo o valor
de ϕ(n) pode depender, por exemplo, do valor ϕ(n − 1). Estudaremos algumas propriedades
topológicas e algébricas das sequências, exemplicando em cada momento o conceito que está
sendo abordado.

1.1 Sequências Numéricas

Denotaremos o conjunto
 dos naturais por N = 1, 2, 3, 4, . . . o por N0 os naturais incluindo


o zero, ou seja, N0 = 0, 1, 2, 3, 4, . . . . Dado κ ∈ N0 , denotamos por Nκ o conjunto



Nκ = κ, κ + 1, κ + 2, . . . ⊂ N0 ,

de modo que N1 = N.
Denição 1.1. Uma sequência é uma função ϕ : Nκ −→ R, a qual denotaremos simplesmente
an = ϕ(n), n ∈ Nκ . Quando κ = 1 (n ∈ N) o número an é chamado de termo n-ésimo da
sequência. Usaremos também a notação (an )n≥κ para representar a sequência denida pela
função ϕ.
Exemplo 1.2. A seguir damos alguns exemplos de sequências.
1
a) an = , n ∈ N.
n
b) bn = (−1)n , n ∈ N.
n
c) cn = , n ∈ N2 = {2, 3, 4, . . . }.
n−1
d) dn = n sen (π/n) , n ∈ N.

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1
e) en = , n ∈ N3 = {3, 4, 5, . . . }.
ln(n − 1)
1
f) fn = , n ∈ N.
2n+(−1)n

Observação 1.3. As seguintes observações relativas ao início da enumeração de uma sequên-


cia são importantes:
* a) Muitas vezes as sequências vem denidas a través de funções conhecidas, cujos domínios
são intervalos do tipo (a, ∞) ou [a, ∞), o que naturalmente impõe restrições ao início
da enumeração. Esta situação pode ser vista na sequência (en )n≥3 do Exemplo 1.2, a
1
qual é denida através da função f (x) = , que tem como domínio o conjunto
ln(x − 1)
(2, +∞); logo n deverá pertencer a esse conjunto e daí a restrição n ∈ N3 .

* b) Toda sequência pode ser enumerada a partir de κ = 1; de fato os termos da sequência


(an )n≥κ são os mesmos que os da sequência (ãn )n≥1 , onde ãn := an+κ−1 . As vezes
é conveniente iniciar a enumeração em n = 0, o que também não gera problemas. A
modo de exemplicar o descrito anteriormente, ressaltamos que os termos da sequência
cn = n/(n − 1), n ≥ 2, dados por 2, 23 , 34 , 54 , 65 , . . . , são os mesmos que os fornecidos
pela sequência c̃n := cn+1 = (n + 1)/n, n ≥ 1.

1.2 Convergência de sequências

A noção de limite para sequências é denida de forma similar a como foi feito para o caso de
funções reais.
Denição 1.4. Uma sequência (an )n≥κ converge para o número real a se para cada ε > 0
existe um número real positivo nε ≥ κ tal que
an − a < ε para todo n > nε ,

equivalentemente
a − ε < an < a + ε para todo n > nε .
Nesse caso dizemos que a sequência é convergente e caso contrário que é divergente. O número
a é chamado de limite de (an )n≥α e usamos a notação lim an = a para expressar esse fato.
n→∞
 n 
Exemplo 1.5. Os primeiros termos da sequência , dados por
n − 1 n≥2
3 4 5 6 7
2, , , , , , ...
2 3 4 5 6
n
são maiores que 11 e cada vez estão mais próximos de 1. Vejamos a seguir que lim = 1.
n→∞ n − 1
Com efeito, seja ε > 0 e consideremos a desigualdade modular

n 1
n − 1 − 1 = n − 1 < ε,

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a qual é satisfeita se, e somente se,


1 1
< ε ⇐⇒ n > 1 + .
n−1 ε
Logo, podemos tomar como nε = max 2, 1 + 1ε .


Observação 1.6. O candidato a limite de uma sequência deve ser um número real a

an n≥κ
tal que para qualquer ε > 0 xado todos os termos da sequência, exceto talvez uma quantidade
nita, encontram-se a uma distância de valor ε do número a.
Exemplo 1.7. A sequência (−1)n+1 , n ≥ 2, é divergente pois para todo n ímpar assume o
valor 1 e para todo n par assume o valor −1, logo uma innidade de termos cam em 1 e
outra quantidade innita cam em −1, o que obviamente contradiz a observação acima.
Denição 1.8. Diremos que a sequência (an )n≥κ tende para +∞ quando n → ∞ se para
todo α > 0 existe um número real positivo nα ≥ κ tal que an > α para todo n > nα . Nesse
caso, usaremos a notação lim an = +∞. De maneira similar, se an < −α para todo n > nα
n→∞
dizemos que lim an = −∞.
n→∞

Exercício 1.9. Seja c um número real. Usar a denição de limite para provar as seguintes
armações:
. a) lim cn = 0 para todo |c| < 1.
n→∞

. b) lim cn = +∞ para todo c > 1.


n→∞

. c) lim cn não existe para todo c ≤ −1


n→∞

1
. d) lim = 0 para todo β > 0.
n→∞ nβ
. e) lim cos(nπ/2) não existe.
n→∞

. f) lim n + sen n = +∞.



n→∞

Observação 1.10. Da denição de limite podemos concluir os seguintes fatos:


* a) lim an = 0 se, e somente se, lim |an | = 0.
n→∞ n→∞

1
* b) Se lim an = +∞, então lim = 0.
n→∞ n→∞ an

1.3 Propriedades gerais das sequências convergentes

Nesta seção apresentamos propriedades gerais das sequências convergentes. A primeira de-
las arma que uma sequência convergente não pode acumular seus termos em dois pontos
diferentes.
Teorema 1.11 (Unicidade do limite). O limite de uma sequência convergente (an )n≥κ é
único.

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Demonstração. Suponhamos, pelo contrário, que existem a1 6= a2 tais que


a1 = lim an = a2 .
n→∞

|a1 − a2 |
Tomando ε = temos então que existe nε ≥ κ tal que
4
|a1 − a2 |
|an − a1 | < para todo n > nε ,
4
|a1 − a2 |
|an − a2 | < para todo n > nε .
4
Usando as desigualdades acima e a desigualdade triangular obtemos que para todo n > nε
vale
|a1 − a2 | ≤ |a1 − an | + |an − a2 |
|a1 − a2 | |a1 − a2 |
< +
4 4
|a1 − a2 |
= ,
2
o que é uma contradição. Portanto, a1 = a2 . q

O próximo resultado nos diz que todos os termos de uma sequência convergente estão
localizados dentro de um intervalo fechado [α, β] da reta.
Teorema 1.12. Se (an )n≥κ é convergente então é limitada, isto é, existem constantes reais α
e β tais que α ≤ an ≤ β para todo n ≥ κ.
Demonstração. Seja a = lim an , então tomando ε = 1 na denição de limite temos que
n→∞
existe um número real n1 ≥ κ, tal que
|an − a| < 1 para todo n > n1 .

Da desigualdade anterior segue que 1 − a < an < 1 + a para todo n ≥ n1 . Considerando


as constantes α := min aκ , aκ+1 , . . . , an1 −1 , a − 1 e β := max aκ , aκ+1 , . . . , an1 −1 , a + 1


obtemos o resultado. q

Teorema 1.13 (Propriedades Algébricas). Se c ∈ R e as sequências (an )n≥κ1 e (bn )n≥κ2


são convergentes, então
a) c an converge e vale que lim c an = c lim an ,

n≥κ1 n→∞ n→∞

b) an ± bn converge e vale que lim (an ± bn ) = lim an ± lim bn ,



n≥κ n→∞ n→∞ n→∞

c) an · bn converge e vale que lim (an · bn ) = lim an · lim bn ,



n≥κ n→∞ n→∞ n→∞

an lim an
d) an /bn converge se lim bn 6= 0 e vale que lim = n→∞ ,

n≥κ n→∞ n→∞ bn lim bn
n→∞

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onde κ = max{κ1 , κ2 }.
Exemplo 1.14. Se desejamos calcular o limite quando o valor de n tende para innito da
sequência
2n3 + 5n − 7
an = , n ≥ 1,
n3 + n2 + 1
podemos proceder da seguinte forma: primeiro dividimos numerador e denominador por n3 ,
que por ter o maior expoente cresce mais rápido no innito que os demais monômios. Desse
modo obtemos
2 + 5n/n3 − 7n3 2 + 5/n2 − 7/n3
an = = .
1 + n2 /n3 + 1/n3 1 + 1/n + 1/n3
Pelas propriedades algébricas temos
2 + 5 lim 1/n2 − 7 lim 1/n3 2+5·0−7·0
n→∞ n→∞
lim an = = = 2.
n→∞ 1 + lim 1/n + lim 1/n3 1+0+0
n→∞ n→∞

Exemplo 1.15. Agora estudaremos a convergência da sequência an = n2 /3n , n ≥ 1. Mostra-


1 n2
remos que lim = +∞, logo pela Observação 1.10 temos que lim n = 0. Com efeito,
n→∞ an n→∞ 3
suponhamos que n ≥ 3, então pela fórmula binomial de Newton tem-se
n n n
20 + 22 + n3 23 + · · · + nn 2n
21 +
    
3n (2 + 1)n 0 1 2
2
= =
n n2 n2
n 3

2 8n(n − 1)(n − 2) 4n2 − 12n + 8
> 32 = = .
n 6n2 3n
4n2 − 12n + 8 3n n2
Então, como lim = +∞ temos que lim 2 = +∞. Portanto, lim n = 0.
n→∞ 3n n→∞ n n→∞ 3

O exemplo anterior pode ser generalizado, conforme descrito no resultado a seguir.


nk
Proposição 1.16. Sejam c > 1 e k ∈ N, vale que n→∞
lim = 0. Nesse caso dizemos que nk é
cn
muito menor que cn no innito, fato que denotamos por nk  cn .
Convidamos o leitor a adaptar a prova apresentada no Exemplo 1.15 ao caso geral apre-
sentado na Proposição 1.16. Lembramos que a fórmula binomial de Newton é dada por
n    
X n j n−j n n!
(a + b)n = a b , =
j j j!(n − j)!
j=0

1.4 Estratégias para calcular limites

A seguir estudaremos algumas ferramentas que ajudarão a decidir se uma sequência é ou não
convergente, bem como calcular seu respectivo limite.
Muitas vezes a existência ou não do limite de uma sequência pode ser reduzido ao estudo
do limite de uma função, conforme é descrito no próximo resultado.

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Teorema 1.17. Seja (an )n≥κ tal que an = f (n), onde f : [a, +∞) −→ R é uma função real.
Se lim f (x) = a então lim f (n) = a.
x→+∞ n→∞

Demonstração. Como o lim f (x) = a, dado ε > 0 existe xε > κ tal que |f (x) − a| < ε
x→+∞
para todo x > xε . Consequentemente, |f (n) − a| < ε para todo n > xε , de onde segue o
resultado anunciado. q

Observação 1.18. É importante notar que o Teorema 1.17 só pode ser aplicado no caso de
existência do limite no innito da função f (em outras palavras, quando ela possuir assíntota
horizontal na semi-reta positiva). De fato, existem funções f sem existência de limite no
innito e, no entanto, a sequência an = f (n) tem limite. Por exemplo, o limite no innito da
função f (x) = sen (πx) não existe, mas lim sen (πn) = 0.
n→∞

Antes de passar a alguns exemplos lembramos de dois limites clássicos estudados no curso
de Cálculo I.

sen θ  1 x
lim = 1 and lim 1+ =e
θ→0 θ x→+∞ x

O primeiro é conhecido como limite fundamental trigonométrico e o segundo como limite


fundamental algébrico.

Exemplo 1.19. Vejamos alguns exemplos onde podemos aplicar o Teorema 1.17.
n x
a) lim = lim = 1,
n→∞ n−1 x→+∞ x−1

b) lim n sen (π/n) = lim x sen (π/x) = +∞ · 0 (forma indeterminada). Contornamos a


n→∞ x→+∞
diculdade do seguinte modo:

sen (π/x) sen θ


lim x sen (π/x) = lim π = π lim = π,
x→+∞ x→+∞ π/x θ→0+ θ

onde foi usado a mudança de variável θ = π/x .


π  π 
c) lim n − arctan(n) = lim x − arctan(x) = +∞ · 0. Neste caso usamos a regra
n→∞ 2 x→+∞ 2
de l 0 Hôpital para estudar a indeterminação; assim
 0
π
π  2 − arctan(x)
lim x − arctan(x) = lim
x→+∞ 2 x→+∞ (1/x)0
−1/(1 + x2 )
= lim
x→+∞ −1/x2
x2
= lim = 1.
x→+∞ 1 + x2

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Observação 1.20 (Atenção!). Lembramos que devemos tomar cuidado ao aplicar a regra de
l'Hôpital, pois utilizada indevidamente pode conduzirmos a respostas erradas. Por exemplo, ao
considerarmos a função
3x + cos x
f (x) =
2x − cos x
3x + cos x +∞
temos que lim = , o que nos dá uma forma indeterminada. Se tentamos
x→+∞ 2x − cos x +∞
contornar a indeterminação usando a regra de l'Hôpital teremos
3 − sen x  
lim f (x) = lim não existe! ,
x→+∞ x→+∞ 2 + sen x

e nesse caso a resposta seria que o limite não existe devido às oscilações do numerador e
denominador (convidamos o leitor a comprovar isso). No entanto, essa resposta estaria errada
pois esse limite existe e vale 3/2. De fato,

3 + (cos x)/x 3+0 3


lim f (x) = lim = = ,
x→+∞ x→+∞ 2 − (cos x)/x 2−0 2

cos x
onde sabemos do Cálculo 1 que o Teorema do Confronto nos dá que lim = 0.
x→+∞ x
Pedimos ao leitor vericar as hipóteses da regra de l'Hôpital e entender a razão pela qual
não podemos aplicar a mesma neste exemplo.

Exercício 1.21. Usar a regra de l'Hôpital para provar a Proposição 1.16.


Exemplo 1.22. Seja Pn um polígono regular de n lados inscrito num círculo de raio 1,
conforme gura a seguir.

αn

• 1

Se denotamos por pn o perímetro de Pn podemos vericar que lim pn = 2π . Ou seja, os


n→∞
perímetros dos polígonos Pn se aproximam cada vez mais do comprimento do círculo. Com
efeito, sabemos que αn = 2π/n e pela lei dos cossenos temos que
p √ p
pn = n 2 − 2 cos(2π/n) = 2n 1 − cos(2π/n).

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Portanto, lim pn = lim 2n 1 − cos(2π/n) = +∞ · 0 é uma forma indeterminada que
p
n→∞ n→∞
analisamos do seguinte modo:
√ sen (2π/n)
lim pn = 2 lim n p
n→∞ n→∞ 1 + cos(2π/n)
(1.1)
√ sen (2π/x)
= 2 lim x p .
x→+∞ 1 + cos(2π/x)

Ora, fazendo a mudança θ = 2π/x x → +∞ ⇒ θ → 0+ tem-se




sen θ
sen (2π/x) 1
lim x p = lim 2π √ θ = 2π √ . (1.2)
x→+∞ 1 + cos(2π/x) θ→0 + 1 + cos θ 2

Finalmente, combinando (1.1) e (1.2) obtemos que lim pn = 2π.


n→∞

Exercício 1.23. Dado n ∈ N, sejam Cn o círculo de raio n, centrado na origem de coordenadas


O = (0, 0), e En a elipse tangente a esse círculo com focos nos pontos F1 = (−n, 0) e F2 = (n, 0),
conforme a seguinte gura:

• • •
F1 F2

Calcule os seguintes limites:


Perímetro(En )
. a) lim .
n→∞ Perímetro(Cn )
Área(En ) + Perímetro(Cn )
. b) lim .
n→∞ Área(Cn ) + Perímetro(En )

Teorema 1.24. Seja (an )n≥κ tal que n→∞


lim an = a e seja f : (a − δ, a + δ) −→ R uma função
denida numa vizinhança de a. Se g for contínua no ponto x = a então a sequência bn = f (an )
está bem denida a partir de cero n = nε e vale a relação

lim f (an ) = f lim an = f (a).
n→∞ n→∞

Demonstração. Como f é contínua no ponto a para qualquer ε > 0 existe δε tal que
0 < δε < δ e, além disso, vericando

|f (x) − f (a)| < ε para todo |x − a| < δε . (1.3)

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Por outro lado, como lim an = a existe nε ≥ κ tal que


n→∞

|an − a| < δε para todo n > nε . (1.4)


Combinando (1.3) e (1.4) obtemos que |f (an ) − f (a)| < ε para todo n > nε , de onde segue
que lim f (an ) = f (a). q
n→∞
r
4n2 + (−1)n
Exemplo 1.25. Para calcular o limite da sequência zn = , n ≥ 1, podemos
n2 + 6
usar o Teorema 1.24. Primeiro vemos que a sequência
4n2 + (−1)n
an =
n2 + 6
converge para 4. De fato,
4n2 + (−1)n 4 + (−1)n /n2 4+0
lim an = lim 2
= lim 2
= = 4.
n→∞ n→∞ n +6 n→∞ 1 + 6/n 1+0

Por outro lado a função f (x) = x está denida e é contínua em todos os pontos x ≥ 0.
Portanto, r
4n2 + (−1)n √
lim zn = lim = 4 = 2.
n→∞ n→∞ n2 + 6

Exemplo 1.26. Usando o mesmo método temos que


   
n n
lim ln √ = ln lim √
n→∞ 9n2 + 1 n→∞ 9n2 + 1
 
n 
= ln lim p = ln 1/3 = − ln 3.
n→∞ 3n 1 + 1/9n2

Observação 1.27. No Teorema 1.24 é fundamental a continuidade de f no ponto a. Por


exemplo, se f é a função denida por f (x) = 2 para x ≥ 1 e f (x) = 1 para x < 1,
y

2 •

1 • ◦

• •
an 1 x

vemos que ela possui uma descontinuidade de salto nito no ponto x = 1. Consideremos a
sequência an = 1 − 1/n < 1, para todo n ≥ 1, de modo que f (an ) = 1 para todo n ≥ 1 e
notemos que lim an = 1. Nesse caso tem-se
n→∞

lim f (an ) = lim 1 = 1 6= f (1) = 2.


n→∞ n→∞

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Existem algumas sequências que não se adaptam às hipóteses dos Teoremas 1.17 e 1.24.
Por exemplo ωn = 3n /n!. A seguir provaremos a versão análoga para sequências do Teorema
do Confronto, que foi estabelecido como uma ferramente útil para calcular limite de funções.
Teorema 1.28 (Teorema do Confronto). Sejam (an )n≥κ1 , (bn )n≥κ2 e (cn )n≥κ3 sequências
tais que
a) an ≤ bn ≤ cn , a partir de um n sucientemente grande,
b) lim an = lim cn = L.
n→∞ n→∞

Então, a sequência (bn )n≥κ2 converge e lim bn = L.


n→∞

Demonstração. Dado ε > 0 existe um número real nε ≥ max{κ1 , κ2 } tal que


|an − L| < ε e |cn − L| < ε (1.5)
para todo n > nε . Das desigualdades modulares em (1.5) obtemos
L − ε < an ≤ bn ≤ cn < L + ε

para todo n ≥ nε , consequentemente |bn − L| < ε para todo n > nε , de onde podemos concluir
o resultado. q

Exemplo 1.29. Mostraremos a seguir que ωn = 3n /n!, n ≥ 1, converge para zero. Basta
observar que vale a seguinte desigualdade:
 n−3
3n 3 · 3 · 3 · 3n−3 33 3n−3 9 3
0< = < n−3
= ,
n! 1 · 2 · 3 · (4 · 5 · · · n) 3! 4 2 4
| {z }
(n−3)−termos

 n−3
3
para todo n > 3. De acordo com o Exercício 1.9 temos que lim = 0. Pelo Teorema
n→∞ 4
9 3 n−3 3n
 
do Confronto, considerando an = 0 e cn = , temos que lim = 0.
2 4 n→∞ n!

De forma mais geral, vale o seguinte resultado.


cn
Proposição 1.30. Para todo c ∈ R tem-se n→∞
lim = 0. Isto nos diz que cn é muito menor
n!
que n! quando n tende para innito, o que denotaremos por cn  n!.
Exercício 1.31. Usar o Teorema do Confronto para justicar ou dar resposta a cada uma das
situações a seguir.
n!
. a) lim = 0, ou seja, n!  nn .
n→∞ nn

(−1)n arctan(n)
. b) Calcular o valor de lim √ .
n→∞ n

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. b) Se (an )n≥κ1 é limitada e (bn )n≥κ2 é tal que lim bn = 0, o que podemos dizer sobre
n→∞
lim an · bn ?
n→∞

O próximo teorema resume alguns dos resultados obtidos.


Teorema 1.32. Se c > 1 e k ∈ N, então nk  cn  n!  nn , o que signica que
nk cn n!
lim n
= lim = lim n = 0.
n→∞ c n→∞ n! n→∞ n

O seguinte resultado nos fornece alguns limites importantes.


Exercício 1.33. Sejam c > 0 e pκ (x) = ak xk + ak−1 xk−1 + · · · + a0 um polinômio de grau κ
com ak > 0. Calcular os seguintes limites:

. a) lim n
c
n→∞

. b) lim n
n
n→∞

. c) lim
p
n
pk (n)
n→∞

1.5 Sequências monótonas

Denição 1.34. Uma sequência (an )n≥κ diz-se monótona não-decrescente se an ≤ an+1 para
todo n ≥ κ e caso as desigualdades sejam estritas (an < an+1 ) dizemos então que é monótona
crescente. Analogamente, se an+1 ≤ an ou an+1 < an para todo n ≥ κ dizemos que a sequência
é é monótona não-crescente ou decrescente, respectivamente.
Exemplo 1.35. A sequência n−2
é crescente e sequência n+2
é decrescente, sendo
 
n n≥1 n n≥1
ambos fatos são de fácil vericação.

Em alguns casos não é tão simples a vericação do crescimento ou decrescimento de uma


sequência, vejamos o exemplo a seguir.
Exemplo 1.36. Consideremos a sequência an = ln(n)/n, n ≥ 1, onde claramente o numera-
dor e o denominador crescem, mas desejamos saber o que acontece com o quociente dessas duas
quantidades em termos de monotonia. Nesse caso, um recurso que nos ajudará é olhar para a
função f (x) = ln(x)/x e ver como se comporta o sinal de sua derivada para x sucientemente
grande. De fato,
1 − ln(x)
f 0 (x) = <0
x2
para todo x > e, onde e ≈ 2, 718 281 denota o número de Euler. Signica isto que f é uma
função estritamente decrescente para todo x > e, logo
ln(n + 1) ln(n)
= f (n + 1) < f (n) = ,
n+1 n
para todo n ≥ 3.

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1 · 3 · 5 · · · (2n − 1)
Exemplo 1.37. Deseja-se calcular, caso exista, o limite da sequência an = ,
n!
n ≥ 1. Com tal objetivo, estudaremos primeiro sua monotonia. Quando a sequência é de ter-
mos positivos um outro recurso importante, o qual aplicaremos a este exemplo, é comparar
a
comportamento de n+1 com 1. Isto é,
an
an+1
• se ≥ 1 para todo n ≥ κ então (an )n≥κ é não-decrescente a partir de κ;
an
an+1
• se ≤ 1 para todo n ≥ κ então (an )n≥κ é não-crescente a partir de κ.
an
Em nosso exemplo,
an+1 1 · 3 · · · (2n − 1) · (2n + 1) n!
=
an (n + 1)! 1 · 2 · · · (2n − 1)
2n + 1 n
= =1+ > 1,
n+1 n+1

logo an+1 > an para todo n ≥ 1, i.e., essa sequência é estritamente crescente. Este proce-
dimento também nos ajuda a concluir que lim an = +∞. Com efeito, primeiro observamos
n→∞
que
an+1 2n + 1
lim = lim = 2,
n→∞ an n→∞ n + 1

o que signica, pela denição de limite que existe κ ∈ N tal que


a
n+1
− 2 < 1/2

an

a 1 3
para todo n ≥ κ. Podemos concluir então que n+1 > 2 − = para todo n ≥ κ. A partir
an 2 2
deste ponto podemos nalizar a análise de duas formas distintas.
Primeira alternativa. Da última desigualdade podemos concluir que
3  3 2  3 n−κ
an > an−1 > an−2 > · · · > aκ .
2 2 2
 3 n−κ
Como lim aκ = +∞ tem-se então que lim an = +∞.
n→∞ 2 n→∞

Segunda alternativa. Como (an )n≥1 é crescente e de termos positivos então só existem
duas possibilidades: existe 0 < a < +∞ tal que lim an = a ou lim an = +∞. Supondo que
n→∞ n→∞
estamos na primeira situação, teríamos o que lim an+1 = a, de onde concluímos que
n→∞

an+1 lim an+1 a


2 = lim = n→∞ = = 1,
n→∞ an lim an a
n→∞

logo chagaríamos a uma armação falsa. Portanto, lim an = +∞.


n→∞

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Observação 1.38 (Atenção!). Do exemplo anterior podemos assegurar que toda vez que
an+1
uma sequência (an )n≥κ converge para um número nito a 6= 0 temos que lim = 1. No
n→∞ an
1
entanto, no caso a = 0 isso pode falhar. Por exemplo, an = , n ≥ 1, tem limite zero e
2n
an+1 2n 1
= n+1 = .
an 2 2

A seguir descrevemos o principal resultado desta seção.


Teorema 1.39 (Teorema da Sequência Monótona). Seja (an )n≥κ uma sequência monó-
tona não-decrescente e limitada superiormente, isto é, existe M ∈ R tal que
aκ ≤ aκ+1 ≤ · · · ≤ an ≤ an+1 · · · ≤ M,

então (an )n≥κ é convergente e lim an = α, onde α é a menor limitante superior possível,
n→∞
conhecida como supremo da sequência.
Analogamente, se (an )n≥κ é uma sequência monótona não-crescente e limitada inferior-
mente, isto é, existe m ∈ R tal que
aκ ≥ aκ+1 ≥ . . . an ≥ an+1 · · · ≥ m,

então (an )n≥κ é convergente e lim an = β , onde β é a maior limitante inferior possível,
n→∞
conhecida como ínmo da sequência.
A demonstração do Teorema da Sequência Monótona usa essencialmente o Axioma de
Completude dos números reais. O leitor interessado pode encontrar uma demonstração rigorosa
em [?].
Exemplo 1.40. Considere a sequência denida por
√ √ √
q
a1 = 2, a2 = 2 + 2, . . . , an+1 = 2 + an ,

onde os termos são denidos de forma recorrente, isto é, o termo de ordem n + 1 depende
do valor da sequência no momento anterior. Neste caso especíco não contamos com uma lei
explícita para o formato dos termos an , mas veremos como o Teorema 1.39 mostra-se muito
útil no estudo da convergência dessa sequência. Primeiro vericamos
√ que (an )n≥1 é limitada
superiormente por 2. Com efeito, inicialmente sabemos que a1 = 2 < 2 e suponhamos que
an < 2 para algum n ∈ N, então
√ √
an+1 = 2 + an < 2 + 2 = 2.

Logo, pelo Princípio de Indução, temos que todos os termos da sequência estão limitados
superiormente pela constante 2. Por outro lado, podemos vericar que a sequência é monótona
decrescente, ou seja, √
an+1 = 2 + an > an
para todo n ≥ 1. De fato, vericar esta desigualdade é equivalente a provar que
a2n < an + 2 ⇐⇒ a2n − an − 2 < 0

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sempre que an for positivo.


A última desigualdade é verdadeira pois a função de segundo grau f (x) = x2 − x − 2 =
(x + 1)(x − 2) assume imagens com valores negativos se, e somente se, −1 < x < 2 (ver o
gráco abaixo).
f (x)
f (x) = x2 − x − 2

an
◦ • ◦
−1 0 2 x

Como 0 < an < 2 temos que f (an ) = a2n − an − 2 < 0. Portanto, o Teorema 1.39 garante que
existe 0 < a < +∞ tal que lim an = a.
n→0
Além disso, também podemos calcular o valor do limite a, pois lim an+1 = lim an = a.
n→0 n→0
Então, q √
a = lim an+1 = 1 + lim an = 1 + a,
n→0 n→0

de onde obtemos que a2 = 1 + a, i.e., a = 2.

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Capı́tulo 2
Séries Numéricas
N este capítulo estenderemos o conceito de soma de um número nito de números reais
para o caso em que são somados innitos elementos. Além de estudar vários critérios que
nós ajudarão a saber quando a soma de innitos números possui um valor nito veremos, no
nal do capítulo, que certos tipos de somas innitas perdem a propriedade comutativa, válida
no caso de somas nitas.

2.1 Séries Numéricas

Dada uma sequência (an )n≥1 , consideramos uma nova sequência, denida a partir dela, da
forma seguinte:

s1 = a1 ,
s2 = a1 + a2 ,
..
.
n
X
sn = a1 + a2 + · · · + an = aκ .
κ=1

Observamos também que vale a relação

sn = (a1 + a2 + · · · + an−1 ) + an
(2.1)
= sn−1 + an ,

para todo n ≥ 2.
Denição 2.1. O termo sn é chamado de soma parcial de ordem n da sequência (an )n≥1 e a
sequência de somas parciais (sn )n≥1 é chamada de série de (an )n≥1 . Denotaremos simbolica-
mente a série de (an )n≥1 por

X
an = a1 + a2 + · · · + an + · · ·
n=1

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Observação 2.2. No caso de sequências que tenham início da enumeração em n = α, ou


∞ ∞
seja, (an )n≥α , vale a relação
X X
an = aα+n−1 .
n=α n=1

Denição 2.3. Diremos que uma série an é convergente se a sequência de suas somas
X

n=1
parciais converge para algum número nito s, ou seja, se
n
X
lim sn = lim aκ = s.
n→∞ n→∞
κ=1

Nesse caso dizemos que a soma da série é igual a s. Se uma série for convergente então
dizemos que ela é divergente.

Exemplo 2.4. A série (−1)n diverge. De fato,
X

n=1

s1 = −1,
s2 = −1 + 1 = 0,
s3 = −1 + 1 − 1 = −1,
..
.
se n = 2κ + 1,
(
−1
sn =
0 se n = 2κ,
de onde concluímos que sn diverge.
Exemplo 2.5. Considere a dízima periódica 0, 444444..., a qual pode ser representada como
uma série da seguinte forma:
0, 444444... = 0, 4 + 0, 04 + 0, 004 + 0, 0004 + · · ·
4 4 4 4
= + 2 + 3 + ··· + n + ···
10  10 10 10 
4 1 1 1
= 1+ + + · · · + n−1 + · · · .
10 10 102 10

De fato, provaremos a seguir que 1 + 1


10 + 1
102
+ ··· + 1
10n−1
+ ··· = 9 ,
10
o que nos dá como
resultado algo que já sabemos:
4
0, 444444... = .
9

2.1.1 Séries Geométricas


Sejam r ∈ R e n ∈ N. Consideremos a soma geométrica nita
n
(2.2)
X
sn = 1 + r + r 2 + · · · r n = rκ .
κ=0

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Quando r = 1, sn = |1 + 1 +{z· · · + 1} = n, logo lim sn = ∞. Se r 6= 1 é possível encontrar


n→∞
n−vezes
uma fórmula para calcular sn , fazendo o seguinte processo:

rsn = r + r2 + · · · + rn + rn+1 . (2.3)

Assim, segue de (2.2) e (2.3) que

sn − rsn = 1 + r + r2 + · · · + rn − (r + r2 + · · · + rn + rn+1 )
= 1 + (r + r2 + · · · + rn ) − (r + r2 + · · · + rn ) − rn+1 (2.4)
n+1
=1−r .

Finalmente, como r 6= 1 podemos concluir de (2.4) que (1 − r)sn = 1 − rn+1 , de onde segue
que
1 − rn+1 1 rn+1 1 rn+1
sn = = − = + .
1−r 1−r 1−r 1−r r−1
Portanto, 
 1 se |r| < 1,
lim sn = 1 − r (2.5)
n→∞  +∞ se r > 1,
e quando r < −1 observamos que sn toma valores positivos e negativos arbitrariamente grandes
quando n tende para innito. Podemos concluir então que a série geométrica :

1
para todo |r| < 1,
X
rn =
1−r
n=0

e diverge sempre que |r| ≥ 1.



1 1
Exemplo 2.6.
X
n
= = 2.
2 1 − 1/2
n=0


n
Exercício 2.7. Seja , com a > 1. Usar a mesma ideia para calcular o valor
X
f (a) =
an
n=1
da soma da série geométrica com razão r = 1/a para demonstrar que a série f (a) converge e,
além disso, determinar o valor de f (a). Primeiro faça o caso a = 2 e estude a diferença entre
sn e sn /2, onde sn é a soma parcial de ordem n.

2.1.2 Séries redutíveis (séries de Mengoli)



Denição 2.8. Uma série an é redutível ou de Mengoli se existe uma sequência (bn )n≥1
X

n=1
tal que
an = bn − bn+r ,
para algum r ∈ N.

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1
Exemplo 2.9. A série é redutível com r = 1. Com efeito,
X
n(n + 1)
n=1

1 1 1
= − = bn − bn+1 ,
n(n + 1) n n+1

tomando bn = 1/n, n ≥ 1. A estrutura adotada pelos termos an nos permite provar que esta
série é convergente e, mais do que isso, podemos calcular o valor de sua soma. De fato,
       
1 1 1 1 1 1 1 1
sn = 1 − + − + ··· + − + − =1− ;
2 2 3 n−1 n n n+1 n+1
 
1
logo lim sn = lim 1 − = 1.
n→∞ n→∞ n+1


1
Exercício 2.10. Dado r ∈ N considerar a série .
X
n(n + r)
n=1

. a) Provar que a séria dada é de Mengoli para todo r ∈ N.


∞  
1 1 1 1
. b) Provar que .
X
= 1 + + ··· +
n(n + r) r 2 r
n=1

No item b) fazer primeiro os casos r = 1, 2, 3.


Exemplo 2.11. A série ln(1 + 1/n) é divergente. Com efeito,
X

n=1

n + 1
ln(1 + 1/n) = ln = ln(n + 1) − ln(n);
n
logo a soma parcial sn é dada pela soma telescópica

sn = (ln2 − ln 1) + (ln3 − ln2) + (ln3 − ln4) + · · · + ln(n + 1) − lnn = ln(n + 1).

De onde concluímos que lim sn = lim ln(n + 1) = +∞.


n→∞ n→∞

2.2 Condição necessária de convergência

Para uma série convergir é necessário que os termos que estão sendo somados convirjam para
zero no innito, em outras palavras vale o seguinte resultado:
Teorema 2.12 (Condição Necessária de Convergência). Seja (an )n≥1 uma sequência. Se a

série an é convergente então lim an = 0.
X
n→∞
n=1

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Demonstração. Da convergência da série segue que lim sn = lim sn−1 = s. Por outro lado
n→∞ n→∞
da relação (2.1) temos que lim an = lim sn − lim sn−1 = 0, de onde segue o resultado. q
n→∞ n→∞ n→∞

∞ 
1 n

Exemplo 2.13. A série diverge pois
X
1+
2n
n=1
(  )1/2 (  )1/2
1 n 1 2x 1 2x √
  
lim 1 + = lim 1+ = lim 1+ = e 6= 0.
n→∞ 2n x→+∞ 2x x→+∞ 2x

Observamos enfaticamente que a condição


P dada no Teorema 2.12 é necessária, mas não
suciente. Por exemplo, como já vimos, a ln(1 + 1/n) diverge e, no entanto,

lim ln(1 + 1/n) = ln lim (1 + 1/n) = 0.
n→∞ n→∞

2.3 Séries de termos não-negativos

Nesta seção estudaremos alguns critérios que ajudarão a decidir quando uma série de termos
positivos é convergente, ou seja, estamos interessados em séries do tipo

(2.6)
X
an , an ≥ 0.
n=1

Para toda série do tipo (2.6) que seja convergente a sequência de somas parciais (sn )n≥1 é
limitada, vide o Teorema 1.12. O primeiro fato importante paar este tipo de séries é que essa
condição de limitação passa a ser suciente. De forma mais precisa, vale o seguinte resultado.
Proposição 2.14. A m de provar a convergência da série (2.6) é suciente encontrar uma
constante positiva M tal que
sn = a1 + a2 + · · · + an ≤ M.

Nesse caso, sn ≤ lim sn ≤ M. Se não existir uma limitante superior M para (sn )n≥1 , então
n→∞
lim sn = +∞.
n→∞

Demonstração. As somas parciais satisfazem sn+1 − sn = an+1 ≥ 0, logo formam uma


sequência não-decrescente. Portanto, se existir uma constante M limitando superiormente a
sequência (sn )n≥1 o Teorema de Sequência Monótona nos garante o resultado. q

2.3.1 A série harmônica



A série da sequência an = 1/n, n ≥ 1, isto é, 1/n é conhecida como série harmônica, a
P
n=1
qual provaremos que diverge. Primeiro separamos as somas parciais de ordem par como segue:
1 1 1  1 1 1  1 1 1 
h2n := 1 + + + ··· + = 1 + + + ··· + + + + ··· + ,
2 3 2n | 3 5 {z 2n − 1} |2 4 {z 2n}
un vn

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1 1 1  hn
onde vn = 1 + + ··· + = .
2 2 n 2
Se supomos que a lim hn = h < +∞, então lim h2n = s e das igualdades acima obtemos
n→∞ n→∞
que lim un = lim vn = h/2.
n→∞ n→∞
Por outro lado, podemos escrever as diferenças entre un e vn do seguinte modo:
 1 1 1  1 1 
un − vn = 1 − + − + ··· + − ,
2 3 4 2n − 1 2n
de onde obtemos que
1 1 1
un − vn = + + ··· +
1·2 2·3 (2n − 1) · 2n
1
> ,
2
para todo n ≥ 1. Passando ao limite temos então que
1
0 = lim un − lim vn ≥ ,
n→∞ n→∞ 2

o que é uma contradição, logo
P
1/n = +∞.
n=1

Exercício 2.15. Provar por indução que as somas de ordem 2n das série harmônica satisfazem
a estimativa
1 1 1 1 1 n
s2n = 1 + + + + ··· + n + >1+ .
2 3 4 2 − 1 2n 2
Usar este fato para vericar, de outra forma, a divergência da série harmônica.

2.3.2 A p-série

1
Dado p ∈ R, a série recibe o nome de p-série, a qual coincide com a série harmônica
X
np
n=1
quando p = 1.
Se p ≤ 0 tem-se que lim 1/np 6= 0, logo a série diverge, pois não satisfaz a condição
n→∞
necessária estabelecida no Teorema 2.12.
Se 0 < p ≤ 1, temos que 1/np ≥ 1/n para todo n ≥ 1, logo
1 1 1 1 1 1
sn := 1 + p
+ p + · · · + p > 1 + + + · · · + = hn .
2 3 n 2 3 n
Assim lim hn ≥ lim sn e como já provamos que lim hn = +∞, então segue desta desigual-
n→∞ n→∞ n→∞
dade que lim sn = +∞, i.e, a série diverge neste caso.
n→∞

Exercício 2.16. Repetir o procedimento análogo ao usado para mostrar que a série harmônica
diverge para dar uma prova alternativa de que a p-série diverge sempre que 0 < p < 1.
Mostraremos que há convergência no caso p > 1 com o auxílio de um critério de conver-
gência que possui uma certa generalidade.

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2.3.3 Critério de Condensação de Cauchy


Provaremos agora um primeiro teste de convergência/divergência para séries de termos não-
negativos, conhecido como Critério Condensação de Cauchy.
Teorema 2.17 (Teste da série condensada). Se (an )n≥κ é uma sequência tal que
aκ ≥ aκ+1 ≥ · · · ≥ an ≥ an+1 ≥ · · · ≥ 0,
∞ ∞
então a série an converge se, e somente se, a série condensada 2n a2n converge.
X X

n=κ n=κ−1

Demonstração. Assumiremos, sem perda de generalidade, que P κ = 1. Denotemos por (sn )n≥1
as somas parciais de an e por (s̃n )n≥0 as somas parciais de 2n a2n . Os termos de ambas as
P
séries são não-negativos, logo as somas parciais (sn )n≥1 e (s̃n )n≥0 são não-decrescentes. Dado
m ∈ N, lembramos que existe n ∈ N tal que 2n ≤ m < 2n+1 . Primeiro provaremos que se a
série condensada converge então a série original converge.
Usando as propriedades de (an )n≥1 temos que
sm = a1 + a2 + a3 + · · · + am
< a1 + (a2 + a3 ) + (a4 + a5 + a6 + a7 ) + · · · + (a2n + · · · + a2n+1 −1 )
| {z }
2n −termos
≤ a1 + (a2 + a2 ) + (a4 + a4 + a4 + a4 ) + · · · + (a2n + · · · + a2n )
| {z }
2n −termos
n
≤ a1 + 2a2 + 4a4 + · · · + 2 a2n = s̃n .

Como (s̃n )n≥1 converge então é limitada superiormente por uma constante M̃ , então
sm < s̃n ≤ M̃ , (2.7)
sm < sm+1 . (2.8)
Logo, pelo Teorema da Sequência Monótona (Teorema 1.39) a série (sm )m≥1 converge.
Por outro lado, suponhamos que (sm )m≥1 é convergente. Desde que m ≥ 2n , temos que
s̃n = a1 + 2a2 + 4a4 + 8a8 + · · · + 2n a2n
 
= 2 a1 /2 + a2 + 2a4 + 4a8 + · · · + 2n−1 a2n
 
≤ 2 a1 + a2 + (a3 + a4 ) + (a5 + a6 + a7 + a8 ) + · · · + (a2n−1 +1 + · · · + a2n −1 + a2n )
| {z }
2n−1 −termos
≤ 2(s2n + a2n +1 + · · · + m)
= 2sm .
Como (sm )m≥1 converge então é limitada superiormente por uma constante M , então
s̃n < sm ≤ 2M, (2.9)
s̃n < s̃n+1 , (2.10)
logo a convergência de (sm )m≥1 segue novamente do Teorema 1.39. q

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1
Corolário 2.18. Dado p > 0, a p-série converge se, e somente se, p > 1.
X
np
n=1

1 1
Demonstração. Para p > 0, observamos que > > 0 para todo n ≥ 1, logo são
n p (n + 1)p
válidas as hipóteses do Teorema 2.17. A série condensada, dada por
∞ ∞
X 1 X
1−p n
2n

= 2
2np
n=1 n=1

é uma série geométrica que converge se, e somente se, 21−p < 1 ⇔ p > 1. q

2.3.4 Testes de Comparação


A partir deste momento, quando não for importante o início de enumeração de uma série,
podemos referirmos a ela simplesmente como an .
P

Algumas das ideias discutidas inicialmente sobre a convergência ou divergência de séries


de termos não-negativos trazem na sua essência um argumento que chamamos de Teste de
Comparação, o qual enunciamos a seguir.
Teorema 2.19 (Teste de Comparação). Sejam an e bn duas séries de termos não-
P P
negativos. Suponha que existem uma constante positiva c e um número natural κ tais que
0 ≤ an ≤ c bn para todo n ≥ κ.
Então, valem as seguintes armações:
∞ ∞
a) A convergência de bn implica na convergência de an . Além disso, bn .
P P X X
an ≤ c
n=κ n=κ

b) A divergência de an implica na divergência de


P P
bn
n n
Demonstração. Denotamos por un = aj e vn = bj , para n ≥ κ, as somas parciais
X X

j=κ j=κ
das séries, iniciadas em κ. Primeiro provaremos b), então suponhamos que lim vn = b, então
n→∞
pelas hipóteses temos que
0 ≤ un ≤ un+1 , n ≥ κ, (2.11)
n n
(2.12)
X X
0 ≤ un = aj ≤ c bj ≤ c vn ≤ c b.
j=κ j=κ

Portanto, o Teorema da Sequência Monótona nos dá a convergência de (un )n≥κ , e consequen-


temente a convergência de an , independentemente de onde tenha começado a soma.
P

Passamos agora à prova do item b). Nesse caso temos como hipóteses que lim un = +∞;
n→∞
logo, como un ≤ vn para todo n ≥ κ tem-se que lim vn = +∞. q
n→∞

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ln n ln n 1
Exemplo 2.20. A série diverge, pois an := > =: bn para todo n ≥ 3. Como
X
n n n
n=1
∞ ∞
1 ln n
diverge, então também diverge.
X X
n n
n=1 n=1

arctan(n) arctan(n) π 1
Exemplo 2.21. A série converge. Com efeito, an := para
X
<
1+ n2 1+n 2 2 n2
n=1

1
todo n ≥ 1. Como converge, a convergência da série original decorre do Teste de
X
n2
n=1
Comparação.
Em muitas ocasiões as hipóteses do Teste de Comparação podem ser encontradas através
do estudo do comportamento no innito de an /bn , conforme o resultado a seguir.
Corolário 2.22 (Comparação Assintótica). Sejam an e bn duas séries de termos
P P
não-negativos. Suponha que bn > 0 para todo n ≥ κ e que
an
lim = c, 0 ≤ c < +∞.
n→∞ bn
Valem as seguintes armações:
a) Se c > 0, as séries an e bn convergem ou divergem simultaneamente.
P P

b) Se c = 0 apenas podemos armar que


b1 ) a convergência de bn implica na convergência de an ,
P P

b2 ) a divergência de an implica na divergência de bn .


P P

Demonstração. A demonstração decorre diretamente da denição de limite e do uso do


Teste de Comparação. Deixamos a mesma como exercício para o leitor. q

Observação 2.23. No Corolário 2.22, se n→∞


lim an /bn = +∞ então lim bn /an = 0; portanto,
n→∞
nesse caso
P podemos armar as conclusões em b1 ) e b2 ) trocando apenas os papéis da séries
an e bn .
P

∞  ∞
ln n 2 1
Exemplo 2.24. A série converge. Comparemos, por exemplo, com a série ;
X X
n n 3/2
n=1 n=1
assim calculamos o limite:
 2
ln n 2
n ln n n3/2
lim 1 = lim
n→∞ n→∞ n2
n3/2
2 2
ln n ln x
= lim √ = lim √
n→∞ n x→+∞ x
2 ln x/x
= lim √
x→+∞ 1/(2 x)
4 ln x/x 4 ln x 8
= lim √ = lim √ = lim √ = 0,
x→+∞ x x→+∞ x x→+∞ x

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X 1
onde foi aplicada duas vezes a regra de l'Hôspital. Então, como converge, pela ar-
n3/2
mação b1 ) do Corolário 2.22 concluímos que série original converge.

∞ 
ln n α
Exercício 2.25. Determine os valores reais que α pode assumir para que a série
X
n
n=2
seja converge.

2.3.5 Teste da Integral

Quando os termos de uma série innita formam um sequência decrescente já vimos que o
Critério de Condensação de Cauchy é uma ferramenta que pode ajudar a determinar se a série
converge ou diverge. Nesta seção estudaremos séries desse tipo, onde os termos an são dados
por médio de uma função decrescente. Nesse caso veremos que a integral imprópria dessa
função nos ajudará a decidir o caráter da convergência da série.

Para facilitar a apresentação vamos considerar séries cujos termos an estão denidos para
todo n ≥ 1. Em grande parte dos casos o termo an de uma série é uma função de n dada
por uma fórmula an = f (n). Suponhamos que ao trocarmos n por uma variável contínua x
seja obtida uma função f (x) contínua e decrescente para todo x ≥ 1. Veremos a seguir que
o comportamento da integral imprópria de f denirá o comportamento da série quanto a sua
convergência.
Z ∞ Z n
Caso I. Suponhamos que f (x) dx = lim
n→∞ 0
f (x) dx < +∞.
1

y = f (x)

R1

R2
········· Rn−1 Rn
1 2 n−1 n x

Figura 2.1: O retângulo Rn tem como base uma unidade e o valor de sua altura é f (n).

Apoiando-nos no gráco da Figura 2.1 podemos estimar as somas parciais da série da

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seguinte forma:
sn = a1 + a2 + · · · + an−1 + an
= a1 + Área(R2 ) + · · · + Área(Rn−1 ) + Área(Rn )
Z n
< a1 + f (x) dx (2.13)
Z1 ∞
< a1 + f (x) dx.
1

Como sn n≥1 é uma sequência crescente, segue do Teorema da Sequência Monótona que a


série é convergente neste caso.


Z ∞ Z n
Caso II. Suponhamos que f (x) dx = lim
n→∞ 0
f (x) dx = +∞.
1
Fazemos um esboço auxiliar, similar ao da Figura 2.1, só que agora a decomposição dos
retângulos é feita de modo que o lado superior de cada um deles esteja acima do gráco da
função f (x), conforme a Figura 2.2.
y

y = f (x)

R1

R2
······ Rn−1 Rn
1 2 3 n n+1 x

Figura 2.2: O retângulo Rn tem como base uma unidade e o vaor de sua altura é f (n).

Assim, vemos que vale a estimativa


sn = a1 + a2 + · · · + an−1 + an
= Área(R1 ) + · · · + Área(Rn−1 ) + Área(Rn )
Z n+1 (2.14)
> f (x) dx.
1
Z n+1
Então, como lim f (x) dx = +∞, podemos concluir da desigualdade (2.14) que as somas
n→∞ 1
parciais divergem, ou seja, lim sn = +∞.
n→∞

As ideias discutidas até o momento são ressumidas, num formato levemente mais geral, no
seguinte resultado.

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Teorema 2.26 (Teste da Integral). Seja f : [κ, +∞) −→ [0, +∞), com κ ∈ N, uma

função decrescente, e considere a série an , onde an = f (n). Então, a integral imprópria
X

n=κ
Z +∞ ∞
f (x) dx e a série f (n) convergem ou divergem simultaneamente.
X
κ n=κ

Observação 2.27. Normalmente, na ampla literatura de livros de cálculo o Teste da Integral


é enunciado com a hipótese de f ser uma função contínua, o que apenas serve para deixar claro
a integrabilidade de f em cada intervalo [κ, n]. No entanto, ressaltamos que essa hipótese não
é necessária visto que funções monótonas, denidas em intervalos fechados e limitados, sempre
são integráveis no sentido de Riemann.

1
Exemplo 2.28. Determinaremos os valores de α ≥ 0 para os quais a série
X
(ln n)α n
n=2
1
converge. Primeiro notamos que a função é positiva e decrescente para todo α ≥ 0,
(ln x)α x
o que é fácil de vericar, uma vez que o denominador g(x) = (ln x)α x é o produto de duas
funções crescentes. A integral imprópria pode ser rescrita, após uma mudança de variável,
como Z +∞
Z +∞
1 1
dx = dy.
2 (ln x)α x ln 2 yα
Lembramos agora que a última integral converge se, e somente se, α > 1. Então podemos
concluir que para todo α ≥ 0 a convergência da série se dá no caso em que α > 1 e a
divergência quando 0 ≤ α ≤ 1.
* Neste exemplo também poderíamos ter usado o Teste de Condensação de Cauchy. Com
1
efeito, dado o decrescimento da sequência positiva an = , n ≥ 2, basta olhar o com-
(ln n)α n
portamento da série
∞ ∞ ∞
X 1 X 1 1 X 1
2n = = ,
(ln 2n )α 2n (ln 2)α nα (ln 2)α nα
n=1 n=1 n=1

que converge se, e somente se, α > 1.

Exercício 2.29. Fazer um estudo de convergência para


. a) A série do Exemplo 2.28 no caso α < 0.

1
. b) .
X
(ln n)ln n
n=2


1
. b) com α, β ∈ R.
X
(ln n)α nβ
n=2

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Exercício 2.30. Considerar as hipóteses do Teste da Integral com κ = 1 e denir


Z n
Fn := a1 + a2 + · · · + an − f (x) dx.
1

Usar a Figura 2.2 para justicar as seguintes armações:


. a) Fn > 0 para todo n ≥ 1.

. b) Fn − Fn+1 > 0 para todo n ≥ 1.

. c) Concluir que existe um número não-negativo γ , que depende da função f , tal que
Z n
a1 + a2 + · · · + an = γ + f (x) dx + rn ,
1

com lim rn = 0.
n→∞

. d) Concluir que quando f (x) = 1/x existe o limite


 
1 1 1
lim 1 + + + · · · + − ln n := γ0 .
n→∞ 2 3 n

A constante γ0 é conhecida como constante de Euler-Mascheroni e seu valor aproximado é


γ0 ≈ 0, 57721566490, sendo até hoje desconhecido se este número é ou não racional.

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