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Anna Katharina Emmerick

Tradução do artigo de di Rino Cammilleri na revista Il Timone (05/2011)


O filme de Mel Gibson, “A Paixão de Cristo”, trouxe à cena as visões de Anna
Katharina Emmerick, a mística alemã morta aos cinquenta anos em 1824. O
filme, como é sabido, foi largamente inspirado naquela vidente que “via” as cenas
da vida de Cristo e de Nossa Senhora. Por exemplo, em um certo ponto o filme
mostra a mulher de Pilatos, Claudia Procula ou Procla, entregando a Maria e a
Madalena um pacote de linhos brancos que posteriormente são usados para
recolher o sangue da flagelação. Parece uma cena que não tem nada a ver com
a história narrada, sequer aparece nos evangelhos. Bem, ela é tirada
diretamente das visões de Emmerick.

Mas quem era essa mulher que a Igreja beatificou? Nasce no ano de 1774 em
Flamschen, na casa de pobres camponeses da Westfalia, e foi sempre frágil e
doente. Aos vinte e oito anos consegue ser admitida como freira agostiniana no
monastério de Dülmen, onde fica por nove anos. Quando a invasão napoleonica
impôs o fechamento dos monastérios e Emmerick passou os doze anos que lhe
restavam em um mísero sala de missal dependendo de benfeitores, sempre
doente e sem poder sair da cama. Quinta de nove filhos, desde pequena sentira
o impulso de rezar para ter sobre si os sofrimentos dos outros. O menino Jesus
lhe aparecia e se entretinha com ela, revelando-lhe os segredos das ervas
medicinais. A garotinha estava convicta que todos viam aquele que ela via, mas
só recebia dos outros uma comiseração incrédula (foi assim que aprendeu a
guardar as suas visões apenas para si). Pôde freqüentar a escola somente por
muito pouco tempo, em compensação aprendeu a costurar. Crescida, tentou ser
admitida em três monastérios diferentes, porém nenhum a quer por causa de
sua má saúde e extrema pobreza (naquele tempo as vestes, os lençois, toalhas,
tudo devia ser feitos à mão e custavam muito: os conventos, vivendo de esmolas,
não podiam aceitar uma freira privada de dote).

No entanto, suas visões tornavam-se ricas de profecias: “vê” a Revolução


Francesa, a morte do rei da Françana guilhotina, o advento de Napoleão, a
prisão do papa Pio VI, a Restauração... Aos vinte e cinco anos, enquanto rezava
na igreja, aparece-lhe Cristo que lhe estendia duas coroas, uma de flores e uma
de espinhos. Ela escolhe a segunda e daquele momento em diante teve de
esconder os estigmas em sua cabeça sob uma touca de camponesa. Foi à
serviço para a casa de um organista cuja filha acaba por se fazer agostiniana e
coloca como condição do seu ingresso no monastérios que viesse acolhida
também Emmerick. As freiras aceitaram porque precisavam de alguém que
soubesse tocar órgão. Emmerick travalhava no jardim e os pássaros vinham
pousar-se em seus ombros.Era capaz de conversar com seu anjo da guarda e
freqüentemente passava a noite diante do Santíssimo. O confessor das freira
afeiçoou-se por ela: era o francês Martin Lambert, padre “refratário” que havia
fugido da França por se recusar a prestar o juramento cismático “constitucional”.
Emmerick, sempre doente por sua carga (sobrenatural) das dores alheias,
em 1802 sentiu uma forte dor no peito e encontrou-se com uma estigmata em
forma de cruz impressa sobre sua pele. Em 1811, devido à abolição das ordens
religiosas, o monastérios são fechados e as monjas mandadas de volta às suas
famílias. Lambert alugou uma casa e ali alojou Emmerick, tão doente que sequer
podia deixar o leito. Fizeram vir sua irmã, Gertrud, par ajudá-la, mas esta se
revelou brut e limitada, de caráter mal-intencionado e insensível. No entanto,
Anna Katharina sofria arrebatamentos que duravam horas, mas também
sofrimentos indizíveis. Em 1812 aparecem-lhe outras duas estigmatas em forma
de cruz no peito e os signos da Paixão nas mão, pés e tórax. A notícia se espalha
e deixa curioso o médico racionalista Franz Wilhelm Wesener, que foi ter à
cabeceira da estigmatizada para desmascarar o imbrólio. Quando a visionária o
vê entrar, revelou-lhe particularidades biográficas que somente ele podia
conhecer. Wesener si converteu e não deixou mais a freira. Via-a entrar em
êxtase e tornar-se insensível a tudo, exceto à água bente e às bençãos partidas
de um padre, ainda que à distância: naquele momento, Emmerick fazia o sinal
da cruz. O médico atestou ainda um outro fenômeno: Emmerick viveu por anos
só de água e da comunhão. Não podia comer nada sólido, porque vomitava. No
entanto, as pessoas vinham cada vez mais para vê-la e o vigário da diocese,
August von Droste Vischering, busca esclarecer o que estava acontecendo.
Ordenou uma severa investigação que foi conduzida pelo médico, maçon, von
Druffel. Este tentou ppor semanas curar as feridas de Emmerick mas no fim teve
de resignar-se a certificar que não eram produzidas artificialmente. No entando,
a visionária sofria toda sexta-feira as dorers da Paixão, inclusas aquelas da
flagelação e da cruxificação. A isso unia uma capacidade sobrenatual de
reconhecer relíquias verdadeiras em meio às falsas e de dar informações
detalhadas sobre a que mártir estas pertenciam. Importantes personagens da
época vieram visitá-la, como o conde Stolberg (amigo de Goethe que em seguida
se converteu ao catolicismo), a famosa poetisa Luise Hensel (que também se
fez católica) e sobretudo o grande poeta romântico alemão, Clemens Brentano.
Este último, após um passado conturbado (com dois casamentos falidos), foi a
Dülmen por curiosidade, instigado por Hensel (por quem estava apaixonado). A
visionária apenas o vê e lhe diz que era ele o homem que, pela revelação divina,
esperar. No fim, Bretano se estabelece em Dülmen e por seis anos não deixou
a cabeceira de Emmerick. Foi ele a escrever as visões dela. Encheu dezessete
mil páginas que compuseram diversos volumes. A obra, publicada em seguida
aos poucos, teve um clamoroso sucesso e foi seguindo as indicações presentes
nela que alguns arqueólogos encontraram a casa de Nossa Senhora em Éfeso.
Os prodígios de Emmerick pareciam não ter fim: durante os
arrebatamentos seguia ordens que o sacerdote dava em latim (ela, que não
havia estudado); uma vez, em uma só noite – e na mais completa escuridão –
costura um inacreditável número de roupinhas para as crianças pobres; tocando
um objeto, sabia dizer tudo sobre o seu proprietário; respondia perguntas
formuladas mentalmente por Brentano que lhe segurava a mão... Em 1819 o
governo prussiano, preocupado com a grande afluência de pessoas a Dülmen,
decide fazer um investigação sobre a freira estigmatizada e mandou a polícia até
su casa. Emmerick foi levada à força e posta em uma maca em uma outra casa:
ali, por três semanas, a mantiveram em um quarto iluminado die e noite, vigiada
ininterruptamente e à vista de uma guarda de homens que se revezavam, com
interrogatórios continuos e reiteradas inspeções dos estigmas.

Ameaçada, perseguida, obrigada a engolir a comida que regurlamente vomitava,


não se consegue fazê-la “confessar” o seu “engano”. A pobre mulher, que era
capaz de exprimir-se apenas em dialeto e não sabia escrever, sofreu toda sorte
de opressão inutilmente, por fim também a investigação estatal teve de jogar a
toalha. Finalmente levaram-na novamente à sua casa e Brentano pôde retomar
as notas que ela lhe ditava.

A precisão com a qual Emmerick descrevia os lugares e usos judaicos e os


detalhes das roupas do tempo de Jesus era estupefaciente. Como já foi dito, era
analfabeta e nunca tinha saído da Westfalia. Mas também Brentando não tinha
nenhuma preparação teológica ou histórica. No entanto, aquilo que foi escrito
sobre as visões de Emmerick tinha uma precisão incrível (o poeta Paul Claudel
se converteu depois de ter lido a narração da Paixão ditada pela freira). Em 1819,
depois de anos de oração, as feridas da estigmatizada se fecharam (havia
pedido a Deus para livrá-la do embaraço que elas lhe traziam e deixar apenas a
dor): elas reabriam somente na Sexta-Feira Santa. Em 9 de fevereiro de 1824,
como havia profetizado há meses, Emmerick morre de paralisia pulmonar. Dois
meses depos, corre a notícia de que seu corpo havia sido roubado para ser
estudado, abre-se a tumba e o cadáver foi encontrato absolutamente fresco e
incorrupto.

Brentando durante sua vida consegue publicar apenas os volumes “A dolorosa


paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo” e “Vida da santa Virgem Maria”. O Volume
“Anos de ensinamento de Jesus” vem à luz apenas depois da sua morte, ocorrida
em 1842. Em 1869 sai “Os segredos do Antigo e do Novo Testamento”. Em 1881,
seguindo as indicações contidas nestes livros, dois arqueólogos encontraram na
Turquia, nas proximidades da antiga Éfeso, a casa onde Maria passou os últimos
anos antes da Assunção: Meryem- Ana-Evi. Que Paulo VI visitou em 1967 e
João Paulo II em 1979. É bom recordar que todos os textos de Brentano sobre
as visões de Emmerick receberam o imprimatur.
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