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e as ameaças de retrocesso
ALVES, JED. Homens pioneiros do feminismo e da luta pela equidade de gênero, Ecodebate, 28/02/2018
https://www.ecodebate.com.br/2018/02/28/homens-pioneiros-do-feminismo-e-da-luta-pela-equidade-de-genero-artigo-de-jose-eustaquio-diniz-alves/
François Poullain de la Barre (1647-1725), aplicou os princípios cartesianos à questão das mulheres
e escreveu muitos textos da filosofia social que denunciaram a injustiça contra a mulher e a desigualdade da
condição feminina. Uma frase sua fez parte da epígrafe do livro “O Segundo Sexo” de Simone Beauvoir
O Marquês de Condorcet (1743-1794), defendeu o voto universal, incluindo o voto feminino: “Ou
nenhum indivíduo da espécie humana tem verdadeiros direitos, ou todos têm os mesmos; e aquele que vota
contra o direito do outro, seja qual for sua religião, cor ou sexo, desde logo abjurou os seus” (03/07/1790)
https://www.ecodebate.com.br/2017/03/27/condorcet-e-o-direito-cidadania-das-mulheres-marco-feminismo-moderno/
William Godwin - (1756-1836) - escreveu Enquiry concerning Political Justice, and its Influence on
General Virtue and Happiness – casou-se com Mary Wollstonecraft e pai de Mary Shelley
John Stuart Mill (1806-1873). O grande economista inglês escreveu o livro The Subjection of Women
(1861, e publicado em 1869 junto com a esposa Helen Taylor) em que mostra que a subjugação legal das
mulheres é uma discriminação, devendo ser substituída pela igualdade total de direitos.
A importância da Revolução Francesa
Marie-Jean-Antoine-Nicolas Caritat, Marquis de Condorcet, The First Essay on the Political Rights of Women. A Translation of Condorcet’s Essay
“Sur l’admission des femmes aux droits de Cité” (On the Admission of Women to the Rights of Citizenship), Paris, 03/07/1790 Instituto de França
http://oll.libertyfund.org/titles/condorcet-on-the-admission-of-women-to-the-rights-of-citizenship
Olympe de Gouges. Declaração dos direitos da mulher e da cidadã, Paris, França, setembro de 1791 Academia de Ciência
https://periodicos.ufsc.br/index.php/interthesis/article/viewFile/911/10852
ALVES, JED. Dia Internacional da Mulher: Condorcet e Olympe de Gouges, Ecodebate, RJ, 02/03/2018
https://www.ecodebate.com.br/2018/03/02/dia-internacional-da-mulher-condorcet-e-olympe-de-gouges-artigo-de-jose-eustaquio-diniz-alves/
Mary Wollstonecraft e Mary Shelley
são a dupla de escritoras, mãe-filha,
mais famosa e influente da língua
inglesa
Direitos Reprodutivos
Emma Goldman
(27/06/1869 – 14/05/1940)
nascida em Kovno/Lituânia,
emigrou para os EUA em 1885
Goldman tornou-se uma
renomada ensaísta de
filosofia anarquista e
escritora, escrevendo artigos
anticapitalistas bem como
sobre a emancipação da
mulher, problemas sociais, a
luta sindical e os direitos
reprodutivos.
MARTINEZ-ALIER, Joan, MASJUAN, Eduard. Neo-Malthusianism in the Early 20th Century, Universitat Autònoma
de Barcelona, International Society for Ecological Economics, Montréal 11-15 July 2004
http://isecoeco.org/pdf/Neo-malthusianism.pdf
A reversão e a redução das
desigualdades de gênero
no Brasil de 1950 a 2014
Devido à limitação da base de dados e à
limitação de tempo, a apresentação terá como
base uma abordagem binária de gênero e não
haverá aprofundamento da questão de cor/raça
Déficit de mulheres
ALVES , J. E. D. A transição demográfica e a janela de oportunidade. Braudel Papers. São Paulo, v.1, p.1 – 13, 2008.
http://en.braudel.org.br/research/archive/downloads/a-transicao-demografico-e-a-janela-de-oportunidade.pdf
Urbanização e queda da fecundidade
Grandes regiões do Brasil
Transição da estrutura
etária no Brasil
https://esa.un.org/unpd/wpp/Graphs/DemographicProfiles/
Transição da Razão de Dependência
Bônus Demográfico no Brasil: 1950-2100
Efeitos das transições urbana e demográfica
• As oportunidades de emprego, educação e saúde são maiores no meio
urbano;
• A melhoria das condições sanitárias, higiênicas e nutricionais possibilitou a
redução da mortalidade infantil;
• Quanto maior é a cidadania feminina menor é a taxa de fecundidade;
• Menor mortalidade e menor fecundidade reduz o tempo das mulheres
dedicados aos afazeres domésticos e às tarefas reprodutivas;
• Isto possibilita mais tempo e mais recursos para investir no próprio capital
humano das mulheres;
• Fortalece também o papel das mulheres dentro das famílias;
• Portanto, as duas transições fortalecem a autonomia e o empoderamento
das mulheres, que por sua vez fortalece as transições.
Transição Epidemiológica e
na saúde
Transição Epidemiológica no Brasil
Esperança de vida ao nascer, por sexo,
Brasil: 1950-2050
Fonte: UN/ESA
Sobremortalidade masculina (“homemcídio”)
Reversão do hiato de gênero
na Educação
Taxa de alfabetização da população com 5 anos ou mais
de idade, por sexo, Brasil: 1940-2010.
Taxa de alfabetização da população com 5 anos e mais
por cor e sexo, Brasil 1940-2000
v
Média de anos de estudos de instrução formal, segundo categorias
selecionadas. Brasil e grandes regiões - 1992 a 2009
Categorias 1992 1996 1999 2003 2006 2009
Brasil 5,2 5,7 6,1 6,7 7,1 7,5
Região
Norte 5,4 5,6 6,1 6,6 6,6 7,1
Nordeste 3,8 4,3 4,6 5,3 5,8 6,3
Sudeste 5,8 6,3 6,7 7,4 7,8 8,2
Sul 5,6 6,1 6,5 7,2 7,6 7,9
Centro-Oeste 5,4 5,8 6,2 6,9 7,4 7,9
Localização
Metropolitano 6,6 7,0 7,4 8,0 8,5 8,7
Fonte: CGEE (Centro de Gestão e Estudos Estratégicos). “Doutores 2010: estudo da demografia da
base técnico-científica brasileira”.
Mulher na Ciência, Brasil: 1995-2010
DESIGUALDADES DE GÊNERO NO
MERCADO DE TRABALHO
Redução do hiato de gênero na PEA
Aumento da inserção na PEA das mulheres em
idade reprodutiva
Redução do hiato salarial
Mulheres são maioria entre os beneficiados
da Previdência, Brasil: 2001-2012
Segmentos
Sexo 2001 2005 2007 2012
populacionais
Total 15.333 18.214 19.955 24.856
População de 60 anos
Homem 6.780 7.988 8.838 11.012
e mais
Mulher 8.553 10.225 11.115 13.842
Total 18.296 20.870 22.126 25.558
Total de aposentados e
Homem 8.065 9.047 9.623 11.053
pensionistas
Mulher 10.232 11.823 12.503 14.505
Fonte: IBGE, PNADs
Paridade de gênero no Esporte
Olimpíadas
As mulheres brasileiras começaram a participar das Olimpíadas
em 1932, conseguiram a ‘paridade’ 70 anos depois e ultrapas-
saram os homens em medalhas de ouro em 2008 e 2012
25
Casal sem filhos
Mulheres de maior
20
Casal com todos os
escolaridade e sem filhos
dedicam menos tempo em
15 filhos menores de 14
anos
10
5
Casal com todos os
filhos de 14 anos ou tarefas domésticas.
mais
0
30 A diferença entre mulheres e
25
(iii)
homens diminui a medida
20
< 20 que o nível educacional
15 >20 <=30
10
>30 <=40 aumenta.
>40 <=50
5
>50 <=60
0 >60
30 Poucas diferenças entre as
25
20
(iv)
grandes regiões.
Norte
5
Sul
Centro-Oeste
afazeres domésticos por
0
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2009 2011 2012
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2009 2011 2012
mulheres nordestinas.
Desigualdades de gênero no uso do tempo
Fonte: TSE
Feminização do eleitorado e o poder das Balzaquianas
Brasil: 1992 e 2014
O déficit democrático de gênero no Brasil
Mulheres no Parlamento no Mundo: 2018
Cresce o número de mulheres no parlamento,
mas Brasil fica atrás do resto do mundo
CONSIDERAÇÕES SOBRE OS 60 ANOS
• Os avanços das mulheres brasileiras, depois da Segunda Guerra, foram
inequívocos;
• As mulheres reverteram o hiato de gênero na saúde (vivem muito mais do
que os homens) e na educação (maiores níves educacionais);
• As mulheres diminuíram o hiato de gênero nas taxas de atividade no
mercado de trabalho e no rendimento;
• Diminuíram o hiato de gênero na representação política parlamentar, mas
se distanciam da média do mundo;
• A revolução de gênero foi incompleta, as mulheres entraram no mundo
público, mas os homens não assumiram as atividades reprodutivas;
• Uma sociedade sem desigualdades sociais de gênero é a meta final a ser
atingida no século XXI;
• A revolução não está imune a retrocessos.
A crise 2014-17 e seus efeitos
Desempoderamento?
ALVES, J. E. D. Crise no mercado de trabalho, bônus demográfico e desempoderamento feminino. In: ITABORAI, N. R.; RICOLDI, A. M. (Org.).
Até onde caminhou a revolução de gênero no Brasil? Belo Horizonte: Abep, 2016. p. 21-44. ISBN 978-85-85543-31-0
http://187.45.187.130/~abeporgb/publicacoes/index.php/ebook/article/view/2445/2400
ITABORAI, N. R.; RICOLDI, A. M. (Org.). Até onde caminhou a revolução de gênero no Brasil? Belo Horizonte: Abep, 2016
http://187.45.187.130/~abeporgb/publicacoes/index.php/ebook/issue/view/40/showToc
CONSIDERAÇÕES SOBRE A CRISE E O
DESEMPODERAMENTO DAS MULHERES
• O Brasil está passando por um momento definidor para o futuro do país;
• Existe um agudo processo de rebaixamento da estrutura produtiva
(desindustrialização) e uma reprimarização da economia;
• A taxa de atividade e a taxa de ocupação sempre estiveram abaixo da
expectativa do pleno emprego, mas a partir de 2013 começaram a cair num
momento em que a estrutura etária ainda favorece a inserção produtiva da
população em idade ativa.
• Estamos vivendo uma segunda década perdida, com aumento do
desemprego e estagnação da renda per capita;
• O Brasil está desperdiçando o seu melhor momento demográfico;
• O desemprego e a exclusão feminina no mercado de trabalho podem
significar o “desempoderamento” das mulheres brasileiras e um retrocesso
na revolução (incompleta) de gênero.
Referências bibliográficas
ALVES, JED, CAVENAGHI, S. CARVALHO, AA, SOARES, MCS. Meio século de feminismo e o empoderamento das mulheres no contexto das transformações
sociodemográficas do Brasil. In: BLAY, E. AVELAR, L. 50 anos de feminismo: Argentina, Brasil e Chile. EDUSP, São Paulo, 2017
ALVES, J. E. D. Crise no mercado de trabalho, bônus demográfico e desempoderamento feminino. In: ITABORAI, N. R.; RICOLDI, A. M. (Org.). Até onde
caminhou a revolução de gênero no Brasil? Belo Horizonte: p. 21-44, Abep, 2016.
http://www.abep.org.br/publicacoes/index.php/ebook/article/view/2445/2400
ALVES, JED. Desafios da equidade de gênero no século XXI. Estudos Feministas, Florianópolis, 24(2): 292, p. 629-638, maio-agosto/2016
http://www.scielo.br/pdf/ref/v24n2/1805-9584-ref-24-02-00629.pdf
ALVES, J. E. D; CAVENAGHI, Suzana Marta. Indicadores de Desigualdade de Gênero no Brasil. Revista Mediações (UEL), v. 18, p. 83-105, 2013.
http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/mediacoes/article/view/16472
ALVES, J. E. D.; CORREA, S. Igualdade e desigualdade de gênero no Brasil: um panorama preliminar, 15 anos depois do Cairo. In: ABEP, Brasil, 15 anos após
a Conferência do Cairo, ABEP/UNFPA, Campinas, 2009. http://www.abep.org.br/publicacoes/index.php/livros/article/view/113/111
BELTRÃO, K.I. ALVES, JED. A Reversão do Hiato de Gênero na Educação Brasileira no Século XX. Cadernos de Pesquisa, v.39, n.136, p.125-156, jan./abr.
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http://redesaude.org.br/comunica/opinao/hipatia-de-alexandria-epicurismo-e-a-realizacao-pela-ciencia
ALVES, JED. Dia Internacional da Mulher: Ada Lovelace e a Inteligência Artificial, SCRIBD, 19/02/2018 https://pt.scribd.com/document/371874005/Dia-
Internacional-da-Mulher-Ada-Lovelace-e-a-Inteligencia-Artificial
ALVES, JED. Mary Wollstonecraft e Mary Shelley, Ecodebate, 05/03/2018
https://www.ecodebate.com.br/2018/03/05/dia-internacional-da-mulher-mary-wollstonecraft-e-mary-shelley-artigo-de-jose-eustaquio-diniz-alves/
Cavenaghi, S. (org). Gênero e Raça no ciclo Orçamentário e controle das políticas públicas, Cfemea, 2007
http://www.cfemea.org.br/images/stories/publicacoes/indicadores_genero_raca_ppa_2008_2011.pdf
ALVES, JED. CARVALHO, AA. COVRE-SUSSAI, M. Divisão do trabalho doméstico e suas interfaces com gênero e raça no estado do Rio de Janeiro, In:
ARAÚJO, C e GAMA, A. Entre a casa e o trabalho, RJ, UERJ, 2017
ALVES, JED. As mulheres nas eleições presidenciais de 2014 e os dados de “raça/cor” das candidaturas, Ecodebate, 2014
http://pt.scribd.com/doc/239233143/As-mulheres-nas-eleicoes-presidenciais-de-2014-e-os-dados-de-raca-cor-das-candidaturas