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 André Gorz, década de 80, no seu livro “Adeus ao Proletariado”, ganhou

força em países centrais, e até mesmo no Brasil (de industrialização


intermediária), mesmo se encontrando no contrafluxo do cenário
europeu, isto é, no ressurgimento do movimento dos trabalhadores
 Mundo marcado por uma GLOBALIDADE DESIGUALMENTE
ARTICULADA
 Década de 80:
1. Nos países de capitalismo avançado, a classe-que-vive-do-
trabalho sofreu mudanças na materialidade, subjetividade e
formas de ser
2. Salto tecnológico: automação, robótica, microeletrônica invadem
o mundo fabril
3. Fordismo e taylorismo já não são os únicos, mesclam-se com
outros processos produtivos (neofordismo, neotaylorismo, pós-
fordismo, TOYOTISMO – nesse caso pode ocorrer até
substituição)
4. Experiências: “Terceira Itália”, “kalmarianismo” (Suécia), Vale de
Silício (USA), Alemanha, Japão (toyotismo)
5. Cronômetro e a produção em série e de massa “substituídos” pela
acumulação flexível, especialização flexível da produção,
novos padrões de produtividade e produção,
desconcentração industrial, novos padrões de gestão da
força de trabalho (CCQS – Círculos de Controle de Qualidade,
“gestão participativa”, “qualidade total”)
6. Direitos do trabalho: desregulamentados e flexibilizados
7. Envolvimento manipulatório: suposta “participação” na empresa,
próprio da sociabilidade moldada
 Fordismo: indústria e o processo de trabalho se consolidaram no século
XX; produção em massa (linha de montagem); cronômetro taylorista
(controle dos tempos e movimentos); trabalho parcelar; fragmentação
das funções; separação entre elaboração e execução no processo de
trabalho; unidades fabris concentradas e verticalizadas;
constituição/consolidação do operário-massa
 Especialização Flexível: “Terceira Itália”, principal experiência concreta;
articula desenvolvimento tecnológico e desconcentração produtiva
(médias e pequenas empresas “artesanais”); recusa da produção em
massa; inspirado no neoproudonismo; tentativa de superação do modelo
fordista, acaba NÃO sendo “UNIVERSALMENTE APLICÁVEL”, por não
superar o mercado de massa, e intensificar, desqualificar e desorganizar
o trabalho, como também não exclui o fordismo (que reconcilia
economia de escopo – mais barato produzir de mais de 1 elemento –
com economia de escopo – baratear a produção); acaba controlando
mais os movimentos trabalhistas (pela fragmentação do trabalho)
 Assim, como acima descrito, concentração de capital não
necessariamente produz concentração física do espaço produtivo
 Harvey: até 1973, o padrão era fordista nos países centrais, com
estabilidade no padrão de vida das classes trabalhadoras e dos lucros
dos monopólios; após a recessão de 73, ocorreu a ACUMULAÇÃO
FLEXÍVEL, marcado por um confronto direto com a rigidez fordista
(formas industriais novas ou integração do fordismo a uma rede de
subcontratação e deslocamento, devido ao aumento da competição e
riscos – neofordismo)
 Acumulação flexível: flexibilidade dos processos de trabalho, dos
mercados de trabalho, dos produtos e padrões de consumo; setores de
produção novos, novos serviços financeiros, novos mercados; inovação
tecnológica, comercial e organizacional; desenvolvimento desigual tanto
nos setores (aumento dos empregos no setor de serviços) como em
regiões geográficas (conjuntos industriais em regiões
subdesenvolvidas); combinação de processos produtivos; mantêm as 3
características do capitalismo: 1ª – voltado para o crescimento, 2ª – se
apoia na exploração do trabalho vivo, 3ª – dinâmica tecnológica e
organizacional; aumento do desemprego estrutural e retrocesso da ação
sindical; individualismo exacerbado
 Toyotismo: tem alcance em escala mundial; 4 fases para o advento (pós
2ª guerra): 1ª – introdução na indústria automobilística, da experiência
no ramo têxtil, de o trabalhador operar várias máquinas, 2ª – aumentar a
produção, sem aumentar o nº de trabalhadores (como resposta a crise),
3ª – importação das técnicas de gestão dos USA (deram origem ao
kanban), 4ª – expansão do kanban para as empresas subcontratadas e
fornecedoras; necessidade de atender um mercado interno que solicita
produtos diferenciados e pedidos pequenos e variados, assim,
PRODUÇÃO CONDUZIDA PELA DEMANDA; ESTOQUE MÍNIMO;
JUST IN TIME (menor tempo possível); rompe com 1 homem e 1
máquina do fordismo (POLIVALÊNCIA DO TRABALHADOR); rompe
com o caráter parcelar do fordismo (EM EQUIPES);
HORIZONTALIZAÇÃO (estende parte da produção para a
subcontratadas, TERCEIRIZAÇÃO); “GERÊNCIA PARTICIPATIVA”;
INTENSIFICAÇÃO DA EXPLORAÇÃO DO TRABALHO; DIREITOS
FLEXÍVEIS E SBCONTRATAÇÃO;
 Mas tinha que se superar 2 pontos: 1 - caráter caótico da produção
toyotista; 2 - combativo sindicalismo japonês - após repressão dos
líderes e derrotas sistemáticas as greves, surge o sindicalismo de
empresa, cooptando para atrelar ao patronato, e tendo como
contrapartida a obtenção de emprego vitalício no Japão (para 30% da
população trabalhadora das grandes empresas, hoje encontra-se em
crise), ganhos salariais por produtividade e até mesmo ascensão
funcional com veto dos sindicatos (Nissan)
 Tigres asiáticos se expandiram no modelo japonês
 Na Europa o modelo japonês enfraqueceu ainda mais o welfare state
(ocidentalização do toyotismo: decisiva aquisição do capital contra o
trabalho), vale ressaltar somado à retração dos governos sociais-
democratas europeus e a adesão à agenda liberal (diminuição dos
fundos públicos)
 Assim temos: menos uma social-democratização do toyotismo, e mais
este desorganizando a social democracia
 Mesmo com diferenciações na “participação” do trabalhador na
produção, o trabalho continua estranhado no toyotismo
 Preserva-se o fetichismo da mercadoria
 Mundialmente, os sindicatos encontram-se aturdidos e na defensiva,
saindo da proposta do controle social da produção na década de 60/70,
para o ACRÍTICO SINDICALISMO DE NEGOCIAÇÃO E
PARTICIPAÇÃO; com forte institucionalização e distanciamento dos
movimentos autônomos de classe
 Não existiu “fim do socialismo”, e sim o esgotamento de uma tentativa (a
esquerda encontra-se incapaz de demonstrar)
 Crise de direção para “além do capital”

AS METAMORFOSES NO MUNDO DO TRABALHO


 Múltipla processualidade: desproletarização do trabalho fabril nos países
centrais, e relativamente nos periféricos, isto é, diminuição da classe
operária industrial tradicional; expansão do assalariamento (ampliação
do assalariamento do setor de serviço); heterogeneização do trabalho;
subproletarização; inversão do fluxo imigratório anterior (agora da
periferia para o centro); EXPANSÃO DO DESEMPREGO ESTRUTURAL
 Processualidade contraditória: de um lado reduz o proletariado fabril e
de outro aumentou o subproletariado, trabalho precário e assalariamento
no setor de serviços; incorpora o trabalho feminino e exclui os mais
jovens e mais velhos
 HETEROGENEIZAÇÃO, FRAGMENTAÇÃO e COMPLEXIFICAÇÃO da
classe trabalhadora
 Precariedade do emprego e da remuneração, desregulamentação,
regressão dos direitos sociais, ausência de proteção e expressão
sindicais e tendência à individualização extrema da relação salarial
 Consciência de classe é uma articulação complexa que comporta
identidades e heterogeneidades, entre singularidades vivenciadas na
esfera da materialidade e subjetividade, com contradições internas
(indivíduo e sua classe, classe e gênero) aguçadas na cena
contemporânea (a crítica ao capital tem que abarcar todas essas
opressões)
 O crescimento do setor terciário não convence a aceitar a tese das
sociedades “pós-industriais”, “pós-capitalistas”, pois o setor de serviços
permanece dependente da acumulação industrial (não acumulam capital
autônomo)
 Redução quantitativa do operariado industrial tradicional e alteração
qualitativa na forma de ser do trabalho
 Redução do capital variável e crescimento do constante (substituição do
trabalho vivo pelo trabalho morto), Marx: “O capital é a contradição em
processo, (pelo fato de) que tende a reduzir ao mínimo de tempo de
trabalho, enquanto converte o tempo de trabalho como única fonte de
riqueza
 Marx: “se considera o trabalhador produtivo, e seus agentes no conceito
de trabalhadores produtivos, ... , sua atividade combinada se realiza
materialmente e de maneira direta num produto total ..., é absolutamente
indiferente que a função de tal ou qual trabalhador – simples elo desse
trabalho coletivo – esteja mais próxima ou mais distante do trabalho
manual direto”
 A generalização do processo em que o trabalhador não transforma
diretamente objetos materiais, mas apenas supervisionar o processo
produtivo (feito por robôs), destruiria a economia de mercado (robôs não
são assalariados, nem consomem)
 Mutações no universo da classe trabalhadora: a tendência a maior
qualificação (ou intelectualização) do trabalho levou ao surgimento de
novas clivagens especializadas do trabalho com necessária cooperação
entre os trabalhadores; desqualificou em vários ramos, diminuiu em
outros; desapareceram em setores que foram informatizados;
requalificou em outros; intelectualização do trabalho manual
 Desempregados, alguns chamam de proletariado pós-industrial, nós
chamamos de subproletariado moderno
 Desespecialização dos operários profissionais: decorrência dos
trabalhadores “multifuncionais” (introduzidos pelo toyotismo); diminuiu o
poder de negociação com os patrões que a qualificação lhe conferia
 Segmentação da classe trabalhadora (no centro do processo produtivo
encontra-se trabalhadores, em processo de retração, que se dedica
integralmente a empresa, grupo central de gerentes relativamente
pequeno)
 Periferia da força de trabalho, 2 subgrupos: 1º - empregados em tempo
integral com habilidades facilmente disponíveis no mercado, ex.: setor
financeiro, secretária, faxineira, etc (com alta rotatividade no trabalho);
2º - empregados em tempo parcial, ex.: temporários, por tempo
determinado, etc (flexibilidade numérica ainda maior e vem crescendo
bastante)
 Processo contraditório de qualificação em certos setores e
desqualificação em outros, RESULTADO DE UMA FORMA
PARTICULAR DA DIVISÃO DO TRABALHO, se caracteriza por uma
modificação da repartição social da “inteligência” da produção (uma
parte incorporada as máquinas e outra distribuída pelo grande número
de trabalhadores)
 Significativa incorporação do trabalho feminino

DIMENSÕES DA CRISE CONTEMPORÂNEA DO


SINDICALISMO: IMPASSES E DESAFIOS

 Expressão mais evidente dessa crise - diminuição das taxas de


sindicalização, especialmente na década de 80
 Essa tendência a dessindicalização não deve ser confundida com
uniformização do sindicalismo (não é uma tendência uniforme, alguns a
taxa ainda é relativamente alta, ex.: países escandinavos)
 Fosso existente entre trabalhadores “estáveis” e os precarizados; com
isso começa a desmoronar o sindicalismo vertical (herança do fordismo,
mais corporativista e abarcava vários ramos), sem conseguir
horizontalizar a abrangência e abarcar os “estáveis” e o “precarizados”
(até os da mesma categoria profissional)
 Sindicalismo tem dificuldade de incorporar as mulheres, os empregados
de escritório (mais intelectualizados), os que trabalham no setor de
serviços, pequenas empresas e os que trabalham em tempo parcial
 Avanços na organização sindical dos assalariados médios (na Inglaterra,
os sindicatos se fundiram no Unison, união orgânica de vários sindicatos
do setor público, para se protegerem da avalanche neoliberal)
 Tendência neocorporativa (preservar os interesses do operariado
estável)
 Na viragem da década de 90, atingiram os países periféricos
(particularmente aqueles que têm uma industrialização significativa,
como Brasil)
 Individualização das relações de trabalho (se volta para o universo micro
da empresa, ex.: sindicato-casa)
 Desregulamentar e flexibilizar ao limite o mercado de trabalho
 Sindicalismo de participação
 Necessário lutar pela redução da jornada de trabalho, no plano da
imediaticidade, visando diminuir o desemprego estrutural
 Esgotamento dos modelos sindicais dos países avançados, tipos:
I. Modelo anglo-saxão (acompanhado pelo modelo norte-
americano): ação governamental neoliberal e ultraconservadora;
patronato hostil; direitos cada vez mais reduzidos; negociação
cada vez mais fragmentada
II. Modelo alemão: dual, de um lado contratação coletiva de trabalho
e do outro na conquista e exercício de direitos (limitados, mas
reais) na gestão da empresa; presença tripartite – Estado,
patronato e sindicato
III. Modelo japonês: sindicalismo de empresa; “participacionista”
 Começam a ganhar maior expressão MODELOS SINDICAIS
ALTERNATIVOS, que QUESTIONAM A POSTURA DEFENSIVA, ex.: os
Cobas, despontaram em meados de 80 na Itália, em setores
diferenciados (educação pública, ferroviários, controladores de voo,
alguns operariados industriais)
 Tendência à burocratização e institucionalização das entidades
sindicais, distanciadas dos movimentos sociais autônoma, mais
integradas a institucionalidade e perda da radicalidade social
 Métodos mais ideológicos por parte do capital (e menos repressivos, só
o “necessário”); clima de adversidade e hostilidade com a esquerda e o
socialismo
 Desafios atuais ao movimento sindical:
I. Romper com a barreira entre trabalhadores estáveis x
precarizados
II. Romper com o novo corporativismo (que defende exclusivamente
suas respectivas categorias profissionais, um corporativismo
societal)
III. Reverter a tendência (partida do toyotismo) de redução dos sindicato
ao mero universo fabril (sindicalismo de empresa)
IV. Estruturar sindicatos horizontalizados, superando o sindicalismo
verticalizado
V. Romper com a institucionalização e burocratização
VI. Ir para além de uma ação defensiva, rumo à emancipação dos
trabalhadores

QUAL A CRISE DA SOCIEDADE DO


TRABALHO?

 1ª TESE: o TRABALHO “não” continua sendo CATEGORIA


CENTRAL na sociedade capitalista; trabalho abstrato cumpre papel
decisivo nos valores de troca; o TRABALHO COLETIVO é reduzido
(NÃO ELIMINADO) pela “diminuição do fator subjetivo do processo de
trabalho em relação aos objetivos” ou “aumento crescente do capital
constante em relação ao variável”; permanece a relação de produção
entre trabalho vivo e morto; não se pode negar a lei do valor
 No caso dos que afirmam a crise do trabalho abstrato (Robert Kurz):
somente pode ser entendida pela redução do trabalho vivo e ampliação
do trabalho morto; 2 vertentes: uma que afirma que o trabalho não tem
mais papel estruturante no valor de troca (autor discorda), outra que
critica a sociedade do trabalho abstrato por sua forma feitichizada no
capitalismo (Kurz)
 E a crise do trabalho concreto (Offe, Gorz, Habermas): nega o caráter
capitalista da sociedade contemporânea; recusa do papel central do
trabalho, tanto no abstrato (valor de troca não seria mais decisivo) como
no concreto (na emancipação); sociedade de serviços, pós-industrial e
pós-capitalista; lógica institucional tripartite (capital, Estado e
trabalhadores); sociedade contemporânea como menos mercantil
(crescente de “zonas de não-mercadorias”) e mais contratualista; não
mais regida pela lógica do capital, mas pela busca de alteridade pelos
sujeitos sociais; civilidade fundadas na cidadania; disputa de fundos
públicos (para o autor este como regulador/contraponto do valor, e não
como seu substituto como para alguns autores em questão
 Marx: work – trabalho concreto, cria valores socialmente úteis (Heller –
atividade de trabalho, objetivação genérica); labour – trabalho alienado,
atividade feitichizada (Heller – parte da vida cotidiana); desconsiderar
esta dupla dimensão, acaba fazendo entender que a crise da sociedade
do trabalho abstrato, seja percebida como crise do trabalho concreto
 A superação da sociedade do trabalho abstrato tem como condições:
reconhecer o papel central do trabalho assalariado e da classe-que-vive-
do-trabalho como sujeito potencialmente revolucionário para concretizar
uma sociedade para além do capital
 Trata-se de uma CRISE da SOCIEDADE DO TRABALHO ABSTRATO
cuja SUPERAÇÃO DEPENDE DA CLASSE TRABALHADORA (numa
sociedade onde o trabalho concreto é condição primária, ponto de
partida para a realização das necessidades humanas e sociais, “criadora
de coisas verdadeiramente úteis”); superação também, para que a
produção de valores de troca não encontre nenhuma possibilidade de se
constituir no elemento estruturante
 “Adoção generalizada e a utilização criativa do tempo disponível como
princípio orientador da reprodução societária”; eliminando assim o
trabalho excedente acumulado pelo capital, voltado para produção
destrutiva de valores de troca; suprimir a distinção entre trabalho
manual/intelectual (fundamento da divisão social do trabalho no capital);
evidenciar o papel fundante do trabalho criativo
 2ª TESE: desdobramento da anterior, desconsidera a dupla
dimensão do trabalho; uma coisa é conceber o fim do capitalismo, o
fim do trabalho abstrato, do trabalho estranhado, outra é conceber o fim
do universo de sociabilidade humana, do trabalho concreto; temos que
construir O MOMENTO da OMNILATERIALIDADE HUMANA (homem se
sentir pleno, através de seu trabalho e relações sociais)
 A automação, a robótica, a microeletrônica tem (teriam) um significado
emancipador, desde que não seja regida pela lógica do capital
 3ª TESE: desaparecimento das ações de classe; pelo irreconciliável
antagonismo entre capital social total x totalidade do trabalho
(inevitavelmente modificado por: 1 – circunstâncias socioeconômicas
locais, 2 – posição relativa de cada país na estrutura global econômica;
3 – maturidade relativa do desenvolvimento sócio-histórico),
discordamos da tese; PRECISAMOS DE UMA REVOLUÇÃO NO
(abolir o trabalho abstrato) E DO (encontra no sujeito coletivo –
trabalhadores – o potencial emancipatório) TRABALHO
 4ª TESE: achar que os trabalhadores produtivos estão tão
integrados a ordem do capital, que se tornaram incapazes de lutar
pela emancipação; denomina como “não classe”, “não trabalhadores”
um segmento crescente da classe trabalhadora; a NOVA CLASSE
OPERÁRIA (mais intelectualizada, se desenvolveram junto com o
avanço tecnológico) pelo papel central no processo produtivo mais
avançado, pelo menos objetivamente tem maior POTENCIALIDADE
ANTICAPITALISTA, mas, CONTRADITORIAMENTE, NA REALIDADE
esses setores são os MAIS COOPTADOS, tanto pela manipulação
TOYOTISTA, como pelo NEOCORPORATIVISMO; o subproletário,
como despossuído (“nada a perder”) pode assumir posturas mais
radicais (as greves mesclam ambos mencionados)
 5ª TESE: perda do sentido do significado social do estranhamento;
estranhamento (fetichização do trabalho) como fenômeno histórico-
social, hoje atinge até a esfera fora do trabalho (teve uma expansão,
então)

A CRISE VISTA EM SUA GLOBALIDADE

 O Colapso da Modernização ( Da Derrocada do Socialismo de Caserna


à Crise da Economia Mundial) – Kurz: A DERROCADA do Leste
Europeu e dos “PAÍSES SOCIALISTAS” não foi a expressão da vitória
do capitalismo, mas a MANIFESTAÇÃO DE UMA CRISE PARTICULAR
que agora fulmina o próprio capitalismo, essa processualidade se deu:
se iniciou no 3º Mundo, arrasou o Leste Europeu e hoje atinge o centro
do modo de produção e a sociedade do trabalho abstrato
 O Leste Europeu manteve as categorias capitalistas, o mercado
“planejado” não as eliminou, pelo contrário, elevou ao extremo; como
uma variante do sistema produtor de mercadorias (o estatismo, não o
anulou, e mesmo o capitalismo já recorreu várias vezes ao Estado, vide
mercantilismo, Era Bismarck e o intervencionismo keynesiano)
 O estatismo do socialismo real encontra muito mais similaridade com o
Estado racional burguês de Fichte, e até mesmo o mercantilismo
 Quando, nas décadas de 70 e 80, com um significativo surto
tecnológico, acabaram por levar ao colapso o “socialismo real”, que já
havia fracassado em sua irracionalidade interna, na forma-mercadoria
elevado ao extremo e na sua relação insustentável com o exterior
 O 3º Mundo ou fracassou em sua tentativa de modernização ou, no
melhor dos casos, encontrou um status precário
 Agora se espalha pelos países centrais
 Para Kurz, então, estamos entrando numa “era das trevas”, numa crise
que consiste na eliminação tendencial do trabalho produtivo, ela já não
pode ser superada a partir do ponto de vista ontológico do trabalho (ou
da luta de classes), aí mora sua crítica a Marx, pois, para ele a classe
trabalhadora não é categoria ontológica, e sim constituída pelo capital
(não é capaz assim, de ser o sujeito de uma emancipação social)
 Criou-se um “comunismo das coisas”, preso ao sistema mundial
produtor de mercadorias, de forma errada e negativa
 Torna-se necessária a busca de uma “razão sensível” que é o contrário
da razão iluminista (abstrata, burguesa, vinculada à forma-mercadoria)
 Problemas visualizados pelo autor (para este ele acerta no diagnóstico
da crise e falha nas suas visualizações “para além do capital”):

1ª CRÍTICA:

 Na recuperação ontológica do objeto, Kurz suprimiu a subjetividade,


como uma “ausência absoluta de sujeitos”

2ª CRÍTICA:

 Leste e Ocidente não possuem uma identificação tão plena, quanto foi
colada por Kurz
 Para ele inclusive a Revolução Russa foi burguesa desde sua origem
 Forte imprecisão intelectual

3ª CRÍTICA

 Falta uma crítica clara ao fetichismo


 Exagero ao atar o marxismo do século XX à tragédia do Leste Europeu:
quando fala que “nada se salva no marxismo ocidental”; fala também
que Trotsky poderia ter se tornado um Stalin

INDIVÍDUO, CLASSE E GÊNERO HUMANO: O


MOMENTO DA MEDIAÇÃO PARTIDÁRIA
 Processo de homogeneização e redução das necessidades do ser social
que trabalha, para satisfazer a necessidade de sobrevivência, acontece
ainda, mesmo no capitalismo avançado (mais ainda 3º Mundo)
 O produto do trabalho ainda é estranhado ao trabalhador que o produz,
a decisão do que produzir não lhe pertence, e a apropriação do trabalho
não é social e nem coletiva
 Indivíduo é expressão da singularidade, gênero humano da
universalidade, a classe é a mediação
 Ser-em-si-mesmo: consciência contingente; ser-para-si-mesmo:
consciência autoemancipatória
 Consciência é originada no interior d a vida cotidiana, e as respostas são
mediatizadas
 Elementos de mediação: sindicatos e partidos (conselhos de classe e
ações de classe, também) são expressões autênticas; os primeiros,
mais atados a uma dimensão contingencial (ainda que pode superá-la),
os segundos, com capacidades mais globalizantes
 Partido político: instrumento de mediação de busca da identidade entre
indivíduo e gênero humano; não confundir com o conceito stalinista de
se sobrepor a classe, como se o meio tornar-se-á o fim; até alcançarem
a síntese ontológica-social de sua singularidade, convertida em
individualidade, como gênero humano, convertido neles, por sua vez, em
algo consciente de si
 Crise dos partidos políticos: política defensiva; desmoronamento da
esquerda tradicional, do Leste ao Ocidente; efeitos deformantes da
institucionalização que os afasta dos movimentos sociais e dos
trabalhadores; subordinação política aos valores burgueses; fenômeno
da social-democratização; transformações agudas no mundo do trabalho
 Os partidos ainda são instrumentos necessários de mediação numa
sociedade de classe

TRABALHO E ESTRANHAMENTO
 O ser humana tem ideado teologicamente a configuração do que quer
imprimir ao objeto de trabalho, antes de sua realização
 Pressupões um conhecimento prévio e concreto (mesmo imperfeito) de
determinadas finalidades e determinados meios
 No plano do TRABALHO UMA UNIDADE INSEPARÁVEL ENTRE
TELEOLOGIA E CAUSALIDADE: formula teleologias sobre as
alternativas possibilitadas pela realidade, cujo o movimento é resultante
de causalidades presentes nessa mesma realidade, e que foram postas
por atos humanos precedentes (o que limita a ação teleológica)
 Trabalho como elemento fundante do ser social
 Trabalho alienado ≠ trabalho estranhado: todo processo de objetivação
traz intrínseco o momento da alienação, porém nem toda alienação é
estranhamento, no capitalismo a objetivação surge como “perda do
objeto”
 Na sociedade capitalista o trabalho é aviltado e torna-se estranhado: o
trabalho torna-se meio, e não “primeira necessidade” de realização
humana; desrealização do ser social; trabalho não é voluntário, e sim
compulsório, só se sente “vivo” fora dele; “abstração da natureza
específica, pessoal”, do ser social, obstaculizando o desenvolvimento da
personalidade humana; torna-se estranhado também com relação ao
gênero humano, pois nas relações o homem acaba se configurando
como meio de outro homem; a relação entre os homens adquire a forma
de relação entre coisas; tem-se no plano da consciência a coisificação,
reificação
 A mais-valia absoluta não desempenha mais um papel tão importante
(mais-valia retirada diretamente do trabalhador), hoje predomina a mais-
valia relativa, remete ao aumento da produtividade através de processos
tecnológicos, o que promove um componente novo as lutas
 A manipulação das necessidades de consumo na contemporaneidade,
acarreta novas formas complexas de estranhamento, se converte em
escravo desse conjunto restrito de necessidades

A PREVALÊNCIA DA LÓGICA DO CAPITAL

 Elementos da derrocada da URSS (equivocadamente chamada de


“experiência socialista”), 2 ideias centrais:
1) Não concretizou pensamentos do Marx, mas acabou efetivando sua
negação
2) A ruptura de 17 não foi capaz de romper com a lógica histórico-
mundial do capital, apesar de completar, em certos recortes,
dimensões anticapitalistas
 A revolução só é fértil se universalizante, num plano histórico mundial;
não teve como consequência a ocidentalização da revolução; com as
derrotas da revolução no centro (especialmente Alemanha), começa a
tragédia; nefasta tese stalinista de socialismo em um só país, assim
ficou objetivamente isolada, incapaz de romper com a lógica do capital
(o que só se acentua quando caminha para o Leste europeu e países
periféricos); seus traços internos anticapitalistas (eliminação d
propriedade privada, do lucro e da mais-valia acumulada privadamente)
foram incapazes de romper com o sistema de comando do capital (por
imperativos materiais, divisão social do trabalho herdada, estrutura
objetiva, atrasada inicialmente e obsoleta posteriormente, e a
generalização do reino da escassez); estava sob o comando do capital,
impossibilitado de romper com a lógica global do sistema produtor de
mercadorias e do trabalho abstrato
 3 sintéticas indicações: 1º - os eventos de 89 sinalizaram uma nova era,
de crise aguda do capital, bem como o revivescimento da esquerda
radical (desvinculada do stalinismo); 2º - a revolução tem que ser global
/ universal; 3º - a classe-que-vive-do-trabalho ainda é ontologicamente
classe capaz de fazer a revolução / emancipação
DIMENSÕES DA CRISE CONTEMPORÂNEA OU DA
NOVA (DES)ORDEM INTERNACIONAL

 Manipulação para não se perceber a crise contemporânea, 2 delas são


as mais nefastas (e as respostas têm se mostrado insuficientes): 1ª –
derrocada dos países que se compreendiam equivocadamente no “bloco
socialista” ; 2ª – crença da vitória do capitalismo (e até “eternização”)
 1ª – não significa o fim do socialismo, sim a derrocada de uma tentativa,
iniciada em 17, mas que foi minada pela lógica do capital; contava com a
expansão para o Ocidente, mas ocorreu para o Oriente (atrasado, de
origem colonial); países dotados de insuficiente desenvolvimento das
forças produtivas; sociedades híbridas, nem capitalistas, nem
socialistas; elemento subjetivo, dado pela barbárie stalinista
 2ª – a crise se intensifica no centro dos países capitalistas (numa
intensidade nunca vista anteriormente); paralelo a globalização
produtiva, a concorrência intercapitalista converteu a busca da
“produtividade” e “modernidade”, em um processo autodestrutivo,
criando uma sociedade dos excluídos (em todo o mundo); o avanço
tecnológico tem desmontado inúmeros parques produtivos; Japão e
Alemanha (por ter o parque mais avançado) emprestam $ aos países do
OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico)
que acumulam uma dívida impagável

MUNDO DO TRABALHO E SINDICATOS NA ERA


DA REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA: IMPASSES
E DESAFIOS DO NOVO SINDICALISMO
BRASILEIRO

 A crise que atinge o mundo do trabalho, atingiu a materialidade e


subjetividade da classe-que-vive-do-trabalho
 Atingiram os países centrais, e pela globalização da produção os
periféricos, principalmente os industrializados e intermediários, como o
Brasil
 Atingiu a subjetividade do trabalho, seus organismos de representação:
sindicatos e partidos
 O universo político e ideológico do mundo sindical de esquerda cada vez
se inserem mais na preservação do welfare state, no universo da ação
socialdemocrática
 Houve redução do número de greves nos anos 80 nos países centrais
 O sindicalismo brasileiro viveu ora no fluxo, ora no contrafluxo na
década de 80, mas na contabilização da década seu saldo foi positivo:
enorme movimento grevista; expansão do sindicalismo dos assalariados
médios e do setor de serviços; ascenso do sindicalismo rural;
nascimento das centrais sindicais (ex.: CUT, 83); tentou-se, ainda que
insuficiente, se organizar nos locais de trabalho; avanço na autonomia
dos sindicatos perante o Estado; aumento do número dos sindicatos (se
sobressai os de funcionário público)
 Paralelamente a onda regressiva, na década de 80 e 90: automoção,
robótica e microeletrônica deslancharam a desproletarização;
desregulamentação, flexibilização e privatização acelerada; novo
sindicalismo no Brasil – neoliberal, expressão da nova direita, ex.: Força
Sindical (91), reserva o papel de país montador, sem tecnologia própria
(internamente na CUT, essa tendência se intensifica)
 Atualmente, cada vez mais: “país integrado do capital e do trabalho”

FIM DO TRABALHO? (OU AS NOVAS FORMAS DE


TRABALHO MATERIAL E IMATERIAL)

 Hoje se fala muito na substituição da esfera do trabalho pela esfera


comunicacional (Habermas), perda da centralidade (Offe) ou ainda fim
do trabalho
 Transversalidade e vigência da forma trabalho
 Capital precisa cada vez menos de trabalho estável, e cada vez mais do
parcializado
 (Des)socializados e (des)individualizados, pela expulsão do trabalho,
procuram formas de socialização nas esferas isoladas do não-trabalho
(formação, benevolência ou serviços)
 Prisioneiros do solo material do capital, o saber científico e o saber
laborativo mesclam-se no mundo contemporâneo
 O trabalho imaterial expressa a vigência da esfera informacional da
forma-mercadoria

O TRABALHO, A PRODUÇÃO, DESTRUTIVA E A


DES-REALIZAÇÃO DA LIBERDADE

 Muitas são as formas de fetichização: culto das sociedades democrática;


crença da desmercantilização da vida societal; fim das ideologias;
sociedade comunicacional, capaz de uma interação subjetiva; fim do
trabalho como realização do reino da liberdade, nos marcos da
sociedade atual
 Os exemplos de Taiwan, Coréia, Hong Kong e Cingapura, inicialmente
bem sucedidos na expansão industrial recente, são países pequenos e
carentes de mercado interno, dependentes do Ocidente para se
desenvolverem (não podem ser transplantados para países continentais)
 Há exclusão dos jovens e velhos no mercado de trabalho nos países
centrais (os primeiros acabam filiando as fronteiras neonazistas, e os
mais “velhos”, 40 anos ou mais, dificilmente conseguem se reintegrar)
 Aumento do trabalho infantil, principalmente nos países de
industrialização intermediária e subordinada
 Expansão do “trabalho social combinado” (Marx), onde trabalhadores de
diversas partes do mundo participam do processo de produção e de
serviços
 Qualificou-se em alguns setores (siderúrgica) e se desqualificou em
vários outros (automobilística, mineiros, portuários, etc)
Num quadro dessa ordem, qual são as alternativas? 1º - alterar a lógica
de produção societal que deve ser voltada para produzir valores de uso,
e não de troca; 2º - a produção de coisas socialmente úteis deve ter
como critério o tempo disponível, e não o excedente; 3º - empreender
mudanças e resistências que, no plano imediato, incorporem as
aspirações nascidas no cotidiano da classe-que-vive-do-trabalho, numa
direção contrária a lógica do capital; 4º - reinventar um projeto socialista
global, que resgaste os valores mais essenciais da humanidade
(totalmente distinto da experiência trágica do século XX)

A CRISE CONTEMPORÂNEA E AS METAMORFOSES


NO MUNDO DO TRABALHO
 Nesse cenário de crise estrutural do capital, sob o tripé que domina o
mundo: USA (Nafta), Alemanha (Europa unificada) e Japão (países
asiáticos), quanto mais um dos pólos fortalece, mais os demais
enfraquecem
 Como consequência do fim do chamado “bloco socialista”, os países
centrais vêm rebaixando brutalmente os direitos e as conquistas sociais
dos trabalhadores, dada a “inexistência” do perigo socialista; e as crises
dos partidos comunistas tradicionais e os sindicatos a eles vinculados
 Classe-que-vive-do-trabalho compreende:
1) Todos aqueles que vendem sua força de trabalho (produtivo e
improdutivo)
2) Assalariados do setor de serviços e proletariado rural
3) Trabalhadores precarizados e desempregados
4) EXCLUI, gestores e altos funcionários do capital (rendimentos elevados
ou vivem de juros)

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