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A palavra divórcio advém de divortium, do verbo divertere, que encerra o sentido de,
separar o que está unido. Os romanos estabeleciam uma diferença entre o divortium,
como o desejado por ambos os cônjuges e o repudium, desejado apenas por um
cônjuge.
No Brasil, antes do Código de 1916, o termo era empregado com o sentido diverso.
Falava-se em divórcio com o mesmo sentido que se entendia por separação judicial, ou
seja, como forma apenas da dissolução da sociedade conjugal, a simples separação de
corpos, onde o vínculo não se dissolvia, impedindo que um novo casamento seja
contraído.
Além dos princípios religiosos e dos dizeres da Bíblia, observa-se que, esta
preocupação da Igreja em não aceitar o divórcio, seria também em relação à perda de
sua influência, pois antes era tida como absoluta e inquestionável, e agora com as
separações das famílias, poderia vir a perder a célula base onde exerciam seu poder.
diferentes, obedecendo aos requisitos de sua religião ou ainda pessoas não católicas
(sem credo), porque até então somente as pessoas católicas poderiam se casar. Esse
Decreto foi aperfeiçoado com o Decreto 3.069 (17/03/1863) que possibilitou três
formas de casamentos: casamento católico; o misto; e o não católico.
Clóvis Beviláqua apresenta em 1901 seu anteprojeto de Código Civil, que fora
duramente criticado e debatido, tendo sido alvo de várias alterações e mudanças, sendo
aprovado em 1916, consolidando assim, na época, o direito ao “desquite” no Brasil.
Entretanto, o desquite não autorizava novo casamento, mas tão-somente autorizava a
separação dos cônjuges e o encerramento do regime de bens.
Da autoria do senador Nelson Carneiro, essa emenda sofreu muitas críticas e gerou uma
enorme polêmica para a época, pois tornava o casamento solúvel e propiciava às
pessoas divorciadas a possibilidade de um novo casamento.
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Foi a Constituição Federal de 1988 que instituiu o divórcio sem limitação numérica,
mais precisamente no seu art. 226, § 6º. A Lei nº 7.841 (17/10/1989) revogou o art. 38
da antiga lei do Divórcio, excluindo assim a restrição numérica do pedido de divórcio.
O fato é que a separação judicial foi instituída como uma fase intermediária para a
dissolução definitiva do casamento, como se fosse um estágio para saber se realmente
era essa a vontade dos ex-cônjuges. Vejam o que dizia a lei:
“Art. 226. § 6o O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio, após
prévia separação judicial por mais de um ano nos casos expressos em lei, ou
comprovada separação de fato por mais de dois anos.”
Em 2007 surge a Lei nº 11.441 (04/01/2007) que facilita ainda mais os pedidos de
divórcio, possibilitando o divórcio cartorário, ou seja, extrajudicial, quando a extinção
do vínculo matrimonial for consensual e preenchidos certos requisitos.
O que se percebe com esse estudo mais aprofundado sobre a história do divórcio no
Brasil, é a clara mutação social ocorrida nos ultimo anos, influenciada por vários
fatores, de variada ordem, como o movimento feminista, o aumento da força de
trabalho da mulher e a revolução sexual. Estes fatores são inerentes a modernização, a
sociedade está em constante mudança, não se pode querer aplicar leis editadas no
passado nos dias atuais, o contexto é outro, cabe aos legisladores adaptarem essas
normas. Um estudo feito pelo IBGE demonstra através de dados estatísticos que a
sociedade brasileira passou a aceitar o divórcio com maior naturalidade nestes últimos
anos, famílias recombinadas, de segundas, terceiras ou quartas núpcias (ou mais),
foram surgindo, alterando o panorama tradicional da família.
"Em 2006, o número de separações judiciais concedidas foi 1,4% maior do que em
2005, somando um total de 101.820.
De 1996 a 2006, a pesquisa mostrou que a separação judicial manteve o patamar mais
freqüente e o divórcio atingiu a maior taxa dos últimos dez anos. Em 2006, os
divórcios diretos foram 70,1% do total concedido no país. Os divórcios indiretos
representaram 29,9% do total.
As informações da pesquisa de Registro Civil referente à faixa etária dos casais nas
separações judiciais e nos divórcios mostram que as médias de idade eram mais altas
para os divórcios. Para os homens, as idades médias foram de 38,6 anos, na separação
judicial, e de 43,1 anos, no divórcio. As idades médias das mulheres foram de 35,2 e
39,8 anos, respectivamente, na separação e no divórcio. A análise das dissoluções dos
casamentos, por divórcio, segundo o tipo de família, mostrou que, em 2006, a
proporção dos casais que tinham somente filhos menores de 18 anos de idade foi de
38,8%, seguida dos casais sem filhos com 31,1%”.
Nesse diapasão, portanto, detectado o fim do afeto que unia o casal, não há sentido em
se tentar forçar uma relação que não se sustentaria mais.
Ademais, não caberia à lei (Estado) nem à religião estabelecer condições ou requisitos
necessários ao fim do casamento, pois apenas aos cônjuges, e a ninguém mais, é dado
tomar esta decisão.
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Por isso, tanto para a separação, quanto para o divórcio, a tendência deve ser sempre a
sua facilitação, e não o contrário.
Nesta linha de evolução a lei 11.441, de 4 de Janeiro de 2007, surge como fruto da
constante e árdua luta social por condições menos burocráticas no que tange a
dissolução da sociedade conjugal e do vinculo matrimonial, reflexo evolutivo da
consciência coletiva que se materializou, suprindo lacunas do Código Civil de 2002
cujo projeto original datado de 1975, demonstra descompasso de prioridades da
sociedade contemporânea sendo anterior a lei do divorcio(1977) e da própria
Constituição Federal, de conhecimento geral, promulgada em 1988.
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“O divorcio fundado em ruptura da vida em comum pode ter como causa a separação
de fato por três anos consecutivos (art. 1781,al.a) ou a separação de fato por um ano se
o divorcio for requerido por um dos cônjuges sem a oposição do outro(art 1781, al.b)”.
BENEFÍCIOS DA EMENDA
As melhorias que agradarão de imediato aos casais que por razoes absolutamente
intimas tenham exaurido seu afeto mutuo e estejam em processo de separação, rumo ao
divorcio, ou mesmo, aqueles que aguardam o transcurso do lapso temporal
anteriormente imposto pelo art. 266 § 6° da Constituição Federal e do preceito
infraconstitucional correspondente art. 1.580 do CC/2002 referente à separação de
corpos conhecida como divorcio direto, estipulada em 2(dois) anos, se deparam a partir
do dia 14 de Julho de 2010, com exigências postas abaixo; desmoronaram, e a
intensidade do impacto nos trouxe a luz a extinção no ordenamento pátrio de qualquer
vinculação a esta imposição de espera, angustiante, inócua, deste momento em diante
se vem livres das correntes incomodas da lei, estão aptas a se libertarem provocando a
qualquer tempo seja via administrativa- prerrogativa da Lei 11.441/2007 -, ou judiciária
a total extinção do vinculo matrimonial e em decorreria dos efeitos, o fim da sociedade
conjugal, onde anteriormente poderia ser alcançado tal rompimento somente deste e
não daquele, cujo efeito era exclusivo do “divorcio lacto sensu”, e a morte do conjugue
neste cenário pretérito possuíam tal poder.
Este é o primeiro beneficio, não obrigar mais as pessoas a manterem vínculos quando
não mais suportam ou não subsistem quaisquer possibilidades de vida em comum,
mantida outrora arbitrariamente por imposições de cunho religioso, arcaica e recheada
de ideologia dogmática de épocas que nos remontam a tempos a muito ultrapassados, a
retrocessos que nos revelam evidente a influencia da igreja no Estado, não estamos
mais no feudalismo, o contrato social que corroboramos não necessita de clausulas tão
leoninas, a vida privada, a liberdade de escolha, e por efeito a intervenção mínima do
Estado na vida e felicidade alheia, são aspectos inseparáveis da dignidade da pessoa
humana, como muitos outros princípios introjetados dentro deste que é aquele cuja
essência permeia todos os demais.
A Norma antiga interferia demais e o tempo entre atos era demasiadamente exagerado,
se o casal deve escolher se rompem os laços devem ter refletir este tempo pela
convicção mutua, o Estado nada tem a ver com isso, não necessita se intrometer, se
divorciarem e quiserem voltar, que voltem, fica até mais romântico, não? Não existe
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Não seria um casal homossexual e seu filho adotivo família? Existe vinculo afeto,
coabitação mutua o que falta? Nada. E sua positivação é somente questão de tempo
atendendo atendendo anseios desta sociedade pluralista e complexa.
Por fim o beneficio a longo prazo, aquele cujo sua visão teleológica tenha passado
despercebida, a maturação de uma sociedade que carece de responsabilidade e se despir
de dogmas e preconceitos, o rompimento de preconceitos é uma constante histórica e
continua viva em relação a falência do casamento, prova de tal argumento são criticas
contra a emenda 66/2010 de fundamentação religiosa e social, o qual o instituto já
havia sido vitima como vimos no exemplo do desquite, a relativização de tal
preconceito é alvo da norma uma vez que seu propósito é atender a demanda social e
ratificar a tolerância com novos tipos de constituição familiar que são produto e
tendência contemporânea.
através de simples petição o retorno ao status quo como casados-, e ainda que se tardio
vier, somente novo casamento ira restabelecer o vinculo, gerando gastos pecuniários,
da intimidade, e gastos, geram ponderação, embora num primeiro momento o efeito
possa ser mesmo uma avalanche de divórcios, reforçado ainda pela conversão dos
processos que ainda tramitam pela separação e que irão demonstrar a efetividade do
novo preceito numa escala que tende com o tempo a restabelecer-se e fluir
estavelmente. E se elevarem os índices de divórcios que concomitante acompanhe o
índice de satisfação pessoal e da felicidade do povo, que a essência implícita se
concretizara.
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