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Resumo
Este artigo tem por finalidade compreender os sentidos da prática como componente
curricular nos documentos do Conselho Nacional de Educação. O referencial teórico e
metodológico adotado nesse trabalho é a Análise de Discurso da linha francesa. Buscando
compreender os sentidos da prática como componente curricular nos pareceres e resoluções
do Conselho Nacional de Educação para a formação de professores da educação básica,
recorremos aos conceitos de Intertextualidade e Textualização. Os resultados permitem-nos
compreender que a construção de sentidos da prática como componente curricular nesses
documentos oficiais estão relacionados a escritos de vários autores da área de educação.
Palavras-chave: Currículo; Funcionamento da linguagem; formação de professores.
INTRODUÇÃO
Nesses últimos anos, a formação inicial de professores no Brasil passou por processos
de reestruturações curriculares para atender as novas demandas das políticas curriculares
nacionais (Resolução CNE/CP 1/2002 e a Resolução CNE/CP 2/2002).
Com a aprovação das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para a formação de
professores da Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura, de graduação plena,
todos os cursos de licenciatura tiveram que reestruturar seus currículos e ampliar o espaço
destinado a prática, passando de 300 horas denominadas de Prática de Ensino, determinada
pela LDB, para 800 horas. Conforme a Resolução CNE/CP 2/2002, essas horas foram
distribuídas em 400 horas destinadas ao Estágio Supervisionado, devendo iniciar-se a partir
da segunda metade do curso e mais 400 horas de Prática como Componente Curricular (PCC),
distribuídas ao longo do curso. A Resolução CNE/CP 2/2002, em seu primeiro artigo, diz o
seguinte:
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os documentos do CNE são documentos importantes para entendermos as condições
de produção de sentidos para as PCC, que hoje circulam nas universidades do Brasil, as quais
possuem uma variedade de sentidos.
Para compreender esses sentidos, nos concentramos especialmente nos pareceres,
entendendo que neles estão expressos, mais explicitamente, os discursos e negociações que
subsidiaram a elaboração das resoluções que aprovam as Diretrizes Curriculares Nacionais
para a Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura,
de graduação plena.
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Quadro 01: A prática como componente curricular nos documentos do Conselho Nacional de
Educação.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir dessa análise, consideramos que para compreender os sentidos da PCC nos
documentos do Conselho Nacional de Educação torna-se necessário apontarmos o que esses
documentos dizem sobre a PCC em relação a outros dizeres, que o constitui. Segundo Orlandi
(2012a) a intenção da AD não é atravessar o texto para encontrar um sentido do outro lado, a
questão colocada é: “como o texto significa”?
Acreditamos que é importante explicitar como os discursos referentes a articulação
entre teoria e prática no processo formativo, a formação baseada em um currículo por
competências e a aproximação entre as instituições formadoras e as escolas vêm
influenciando a produção de sentidos sobre a prática como componente curricular e
consideramos importante expor essas ideias ao leitor, já que o texto é opaco e não
transparente, mesmo que muitas vezes não nos pareça.
REFERÊNCIAS
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BARBOSA, A. T.; PEREIRA, M. G.; ROCHA, G. S. D. C. A prática como componente
curricular no processo de formação inicial: na prática, a teoria é outra? In: VI Encontro
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Regional Sul de Ensino de Biologia (VI EREBIO Sul) - XVI Semana Acadêmica de Ciências
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________. Resolução CNE/CP2/2002. Institui a duração e a carga horária dos cursos de
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