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Guaraqueçaba, 18 de setembro de 2014

Caros amigos,

Segue uma carta sobre as mutucas da parte continental do litoral norte do Paraná (fascículo 154 da série “Cartas
da Mata Atlântica”). Nela apresento o resultado do meu levantamento deste grupo para o litoral paranaense,
baseado na literatura e num esforço pessoal de coleta.
O trabalho ficou tão volumoso que resolvi dividi-lo em duas partes.
Hoje estou lhes encaminhando somente a primeira parte, de 15 páginas, contendo o texto, todas as oito tabelas
e Apêndice 1.
A segunda parte, de 49 páginas, contém os outros sete apêndices (Apêndices 2 a 8) e duas fotografias coloridas
(a)
e será enviada somente às pessoas que me avisem de estar interessada em recebê-la.
Encontrei 27 espécies de mutucas no litoral norte do Paraná, num total de 234 dias de coleta, distribuídos em um
período de 19 meses. Foram capturados mais de três mil exemplares de mutucas, numa amostra total de mais de
doze mil insetos. Três espécies contam como primeiros registros para o Paraná e outras duas são primeiros
registros para o litoral do estado. O total corresponde à metade das espécies de mutucas registradas para todo
litoral paranaense (são 53) e à quase um terço das espécies conhecidas do Paraná inteiro (são 78).
Esta primeira parte contém uma chave de identificação para as espécies de mutucas pessoalmente encontradas
no litoral norte; espero que esta ferramenta possa ser útil a aqueles que residem na região, ou que visitem o litoral
na estação quente e, principalmente, que seja utilizada também em aulas de ciências nas escolas do litoral.
Aproveitem este material na nova estação das mutucas, que está começando!

André
(a)
As pessoas que me ajudaram nesta pesquisa e os especialistas brasileiros em mutucas (também alguns estrangeiros) estão
automaticamente recebendo a segunda parte desta carta.

Carta 154. Testando um controlador de mutucas


Quando, em 11 de dezembro de 2009, emiti a circular “Os olhos divinos da Luzia”, vários leitores
reagiram me contando do seu sofrimento pessoal com as mutucas do litoral paranaense. Julgando-me
especialista, solicitaram uma orientação sobre como enfrentar estas „pestinhas‟ aladas. Respondi que
a melhor coisa a fazer seria evitar o litoral do início de novembro à metade de dezembro, ou, para
quem ali resida usar naquele período um chapéu de aba larga e roupas brancas. Contra Chrysops
varians, aquela mutuca pequena que ataca o alto da cabeça e tanto incomoda na área rural, é possível
se proteger andando abaixo de uma sombrinha branca, pois essa espécie não gosta de perder o
contato visual com o céu: quando vai abaixo da sombrinha e percebe que perdeu a possibilidade de
fugir em direção ao sol, logo procura escapar lateralmente. Em comparação com a sombrinha branca,
um guarda-chuva de lona preta terá a desvantagem de atrair mutucas pela cor e pelo calor emitido, já
que uma superfície negra esquenta no sol.(a)
É claro que este método de proteção somente é aplicável pelo andarilho, pois um agricultor não tem
como andar de sombrinha, pois precisa manter as mãos livres para trabalhar. Além disso, o método
serve apenas para Chrysops. Para as outras mutucas só lhe resta rezar que a primavera passe rápido.
Como sabem, são somente as mutucas fêmeas que sugam o sangue de mamíferos como nós. Essa
alimentação é usada para o desenvolvimento dos ovos, mas aparentemente não é necessária para o
primeiro lote de ovos. Os machos se alimentam de néctar e outros líquidos.
A circular supracitada teve uma consequência positiva para mim: o jornalista Gustavo Aquino, de
Guaratuba, PR, publicou a carta no seu jornal eletrônico “correiodolitoral.com” e a partir daí ele
começou a publicar naquele jornal também as minhas cartas posteriores.
Inicialmente, tive a impressão de que o número dos meus leitores não aumentava pela publicação no
Correio do Litoral, pois as pessoas dando retorno às cartas já integravam a minha própria lista de
destinatários. Mas, em 26 de setembro de 2011 um desconhecido, Manuel, residente de um lugar
remoto (Holanda), comunicou-me de que tinha conseguido o meu endereço eletrônico pelo Correio do
Litoral. Ele me explicou que dominava razoavelmente bem o português por ter vivido toda a sua
adolescência no Brasil e o pai espanhol, que levou a família embora do país em 1964. Manuel me

1
contou que era revendedor de uma armadilha para mutucas, fabricada na Holanda e exportada com
sucesso para muitos países no norte da Europa e da Ásia. Buscando expandir o mercado para o
território brasileiro, ele tinha feito uma busca eletrônica usando a palavra „mutuca‟ e assim encontrado
a minha circular.
Manuel acabou me enviando pelo correio um exemplar desta armadilha, para testar e avaliar no clima
subtropical-tropical. Na carta de hoje apresento o resultado da minha experiência com o aparelho.
A armadilha consiste de uma bola preta de borracha pendurada abaixo de um funil de plástico
transparente verde. Com tempo ensolarado, a bola esquenta e com algum vento o conjunto balança
levemente. A combinação de calor e movimento atrai mutucas fêmeas, que, ao descobrir que na bola
não há sangue, levantam voo, assim entrando no funil. A saída no topo do funil é coberta por um
recipiente transparente de ABS,(b) cilíndrico, de 15 cm de diâmetro e 20 cm de altura. A foto anexa a
esta carta mostra o aparelho montado na margem da pastagem próximo a minha casa. A bola preta
tem 60 cm de largura e o funil verde tem diâmetro de 100 cm na base.
Enfatizo que este tipo de armadilha não é nenhuma novidade: o modelo é conhecido como „canopy‟ e
foi desenvolvido por um entomólogo há quase meio século (Catts 1970).
Testei o aparelho em dois lugares, sendo as minhas respectivas moradias, ambas situadas no litoral
norte do Paraná.
Terreno A = minha residência anterior, em Lageado, município de Antonina:
Fica na altura do km 9,5 da rodovia PR-405. Trata-se de um terreno semiaberto dentro de uma floresta
nativa no primeiro estágio de desenvolvimento. A armadilha foi instalada próximo à residência e a 2 m
de distância de uma piscina artificial. Animais domésticos estavam ausentes dentro de um raio de 300
m em volta da armadilha.
Localização exata: 25˚19'05,70” Sul e 48˚39'35,32” Oeste, a 40 m acima do nível do mar, no topo de
um pequeno morro.
Terreno B = minha residência atual, em Tagaçaba Porto da Linha (abreviado nesta carta como
Tagaçaba), município de Guaraqueçaba:
Fica na altura do km 36,2 da rodovia PR-405. Trata-se de terreno semiaberto, próximo a uma
pastagem e a uma floresta nativa secundária. A armadilha foi instalada a 1 m de distância da pastagem
e a 10 m de uma cobertura aberta para o gado. Havia os seguintes animais domésticos: cavalos e gado
(ao longo do período de pesquisa o número variava entre um e três cavalos e dois a quatro cabeças de
gado), confinados à pastagem; cachorros (quatro) e galináceos (número variando entre seis e 11 ao
longo do período), andando soltos pelo terreno. De outubro de 2013 a fevereiro de 2014 havia também
leitões (dois a três), confinados ao chiqueiro, mas frequentemente escapando e percorrendo o terreno
todo.(c)
Localização exata: 25˚13‟24,75” Sul e 48˚27‟21,00” Oeste, a 4 m acima do nível do mar, na planície.
Terreno A fica a uma distância de 23 km do terreno B, em direção sudoeste.
No terreno A, o aparelho foi instalado em 4 de novembro de 2012 e foi recolhido no dia 27 do mês
seguinte. No terreno B, o aparelho foi instalado em 12 de março de 2013 e permaneceu em uso até a
data da finalização desta carta (18 de setembro de 2014). No terreno A, o mesmo foi testado tanto no
período diurno quanto à noite, enquanto no terreno B foi testado somente durante o dia. Nos momentos
em que não houve teste, o recipiente coletor era retirado, para que os insetos pudessem passar
livremente.
Para a identificação dos insetos capturados foi necessário matá-los. Para isso, o recipiente coletor
contendo os insetos capturados foi colocado no freezer da geladeira e deixado ali por no mínimo uma
meia hora. Uma lupa de mão com 15X de aumento foi usada para o exame das mutucas e outros
insetos grandes. Os insetos menores foram examinados usando um microscópio com 100X de
aumento (Ernst Leitz Wetzlar ®). A determinação das mutucas foi feito em termos de gênero usando
Krolow et al. 2007 e Turcatel et al. 2007 e Coscarón & Papavero 1993 para gênero e subgênero.
Para a determinação das mutucas em termos de espécie, usei os seguintes trabalhos: Barretto 1946,
1947, 1948a e 1948b, Bassi 1995, Barros & Gorayeb 1996, Benchimol & Sá 2005,(d) Burger 2002,
Coscarón 1968, 1975 e 2001, Coscarón & Fairchild 1976, Coscarón & Iide 2003, Fairchild & Philip
1960, Henriques & Rafael 1993, Krolow & Henriques 2010, Philip 1955, Turcatel et al. 2010, Wilkerson

2
1981 e Wilkerson & Fairchild 1982.
A determinação dos outros insetos foi feita em termos de ordem e família, usando Chinery 1975 e
Rafael et al. 2012. A mosca-doméstica (Musca domestica) foi identificada usando Carvalho et al. 2002.
Eu consegui identificar todas as mutucas, enquanto alguns outros dípteros e muitos himenópteros,
hemípteros e coleópteros foram identificados ou conferidos por especialistas da Universidade Federal
do Paraná (UFPR) em Curitiba. Os nomes destas especialistas estão na seção “Agradecimentos”, no
fim desta carta.
Os resultados gerais das capturas são apresentados nos Apêndices 2 e 3 e os resultados detalhados
na Tabela 1, para o período noturno, e nos Apêndice 4, 5 e 6, para o período diurno.

Tabela 1. Insetos capturados pelo controlador de mutucas no local de residência em Lageado, em


novembro e dezembro de 2012, no período noturno, entre meia noite e sete horas da manhã.
Ordem Família (nome Comprimento (em mm) Número de indivíduos capturados
vulgar) (1) Espécie Asa Outras partes NOVEMBRO 2012 DEZEMBRO 2012 TOTAL
12 15 16 19 3 5 9 11

Diptera Culicidae Runchomyia sp. 1½ -2 1 3 4


(pernilongos), subfamília Coquillettidia albicosta 3½ 15 4 4 11 2 10 6 10 62
Culicinae (culicíneos)
Psychodidae Sp. B 4 corpo 3 1 1
Outras famílias moscas e mosquitos: spp. ≤1½ 1 1 1 3 1 7
2 fêmur não inflado 1 1
2 fêmur inflado 1 1
3 fêmur não inflado 1 1
mosquito (subordem 4 fêmur inflado 1 1
Nematocera) spp. 5 1 1
mosca sp. 5 1 1
Hymenoptera Sp. 1½ corpo 1½ 1 1
Coleoptera Sp. corpo 2-3 1 1
(besouros)
Hemiptera Cicadellidae (cigarrinhas) Sp. A (asa anterior com 2½- corpo 3-3½ 1 2 6 3 2 14
manchinhas 3½
marrom-acinzentadas)
Orthoptera Acrididae (gafanhotos) Sp. corpo 4; antena 1 4 4
Gryllidae (grilos) Sp. corpo 3-5; antena 7; cerco 2 2 2
TOTAL 102
(1)
Fonte do nome vulgar: Buzzi 2009.

Na Tabela 2 são listadas as mutucas encontradas nos dois terrenos de estudo.

Tabela 2. Espécies de mutucas encontradas nos dois terrenos de estudo no litoral norte do Paraná e
os seus períodos de voo.(1)
Espécie Período de voo nos dois terrenos Número de
indivíduos
capturados pela
armadilha
Extensão do período Duração do Lageado Taga- Total
período em çaba
semanas
Acanthocera longicornis fevereiro 4 a 18 (captura manual); outubro 29 a 9 (=2+7) 2 13 15
dezembro 16
Acanthocera lutzi (2) dezembro 10 a janeiro 10 5 - 6 6
Catachlorops flavus (3) novembro 4 a fevereiro 24 16 18 39 57
Catachlorops fonsecai novembro 6 a dezembro 21 7 68 7 75
Catachlorops furcatus dezembro 14 1 - 1 1
Catachlorops fuscinevris novembro 5 a dezembro 2 4 7 14 21
Catachlorops potator novembro 7 a dezembro 5 4 5 1 6
Catachlorops praetereums (4) abril 9 (captura manual de um macho) a maio 7 4 - 1 1
Catachlorops psolopterus outubro 2 a dezembro 30 13 12 23 35
Chlorotabanus parviceps outubro 27 (captura manual) a abril 1 9 - 4 4
Chrysops varians agosto 12 (captura manual) a junho 3 (captura manual) 42 86 421 507
Chrysops variegatus (5) janeiro 18 a fevereiro 5 (captura manual); maio 14 4 - 1 1
(captura manual)
Diachlorus bivittatus outubro 26 a abril 21 25 1 462 463
Diachlorus flavitaenia outubro 30 a abril 6 23 1 28 29
Dichelacera alcicornis outubro 2 a novembro 27 8 71 - 71
Dichelacera intermedia outubro 27 a novembro 27 (captura manual) 5 - 1 1
Fidena cf. brachycephala novembro 14 a 22 (capturas manuais) (6) 1 - - 0

3
Lepiselaga crassipes (7) janeiro 7-17; março 12; outubro 31 a novembro 11 5 (=1+2+2) 1 3 4
Phaeotabanus litigiosus dezembro 4 a abril 1 17 4 312 316
Poeciloderas quadripunctatus dezembro 18 a abril 10 16 - 72 72
Rhabdotylus planiventris novembro 6 a dezembro ... ... 15 - 94
Rhabdotylus viridiventris novembro 26 a fevereiro 5 10 79

Scaptia seminigra maio 18 1 - 1 1


Stibasoma willistoni (8) janeiro 8 1 - 1 1
Tabanus fuscus novembro 10 (captura manual) a dezembro 11 5 1 1 2
Tabanus occidentalis setembro 10 a junho 14 39 12 1255 1267
Tabanus cf. sorbillans (9) dezembro 6 a maio 14 22 1 82 83
TOTAL (n=27) 17 es- 24 es- 3133
pécies pécies indiví-
duos
(1)
Período de observação: novembro e dezembro de 2012 em Lageado (Antonina) e março de 2013 a setembro de 2014 em Tagaçaba
(Guaraqueçaba).
(2)
Turcatel et al. 2007 omitiram A. lutzi do seu catálogo, indevidamente, pois na monografia do gênero Acanthocera de Henriques & Rafael
1993 (p. 415) são referidas duas coletas paranaenses desta espécie (“Paraná, Vargem Grande, xi.1944, B. Hertel col., 24826, A. lutzi,
Coscarón det., 1975 (Parátipo ♀, A. vespoides, MZUSP); Marumbi, ix.1946, Hatschbach col., A. lutzi, Coscarón det., 1975, 24825 (Parátipo
♀, A. vespoides, MZUSP)”). Henriques & Rafael 1993 considerem A. lutzi um sinônimo de A. coarctata, mas Coscarón & Papavero 2009 as
tratam como espécies distintas.
(3)
Catachlorops flavus é conhecida do Brasil (Rio de Janeiro e Santa Catarina), Uruguai, Paraguai e Argentina (Missiones) (Coscarón &
Papavero 2009), e referido para o Paraná (Guaratuba) por Lutz 1921.
(4)
Catachlorops praetereums é endêmica do Brasil e conhecida dos estados de Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo (Coscarón &
Papavero 2009), sendo este o seu primeiro registro para o Paraná. Além da fêmea capturada pela armadilha em Tagaçaba, encontrei em
9 de abril de 2014, no km 79 da rodovia PR-405 um macho desta espécie visitando as flores de Mikania micrantha.
(5)
No Paraná, Chrysops variegatus é conhecida de várias localidades no Terceiro planalto (Turcatel et al. 2007), sendo este o seu primeiro
registro para o litoral do estado. Além dos dois exemplares capturados em Tagaçaba, também foi capturado um exemplar na margem do rio
Serra Negra, ao sul do morro do cemitério da Serra Negra, em 14 de maio de 2014. A fêmea desta espécie ataca o alto da cabeça, como
também faz a fêmea de C. varians.
(6)
Esta espécie de Fidena não foi capturada pela armadilha, mas foi duas vezes capturada manualmente: em 22 de novembro de 2012, dentro
da floresta ao lado da minha residência anterior, em Lageado e em 14 de novembro de 2013, dentro da minha residência atual, em
Tagaçaba.
(7)
No Paraná, Lepiselaga crassipes é conhecida do Primeiro e do Terceiro planalto (Turcatel et al. 2007), este sendo o seu primeiro registro
para o litoral do estado.
(8)
Stibasoma willistoni é endêmica do Brasil e conhecida dos estados de Mato Grosso, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo (Turcatel
et al. 2010), sendo este o seu primeiro registro para o Paraná.
(9)
A minha determinação como Tabanus sorbillans não é totalmente segura, já que me faltou uma publicação essencial (Fairchild 1984; está
ausente das bibliotecas brasileiras e não está disponível na Internet,). Tabanus sorbillans é conhecida de Colômbia, Venezuela, Trinidad,
Paraguai, Argentina (Salta, Corrientes, Chaco, Santa Fé, Buenos Aires) e, no Brasil, de Rio Grande do Sul (Coscarón & Papavero 2009) e
Mato Grosso do Sul (Barros & Gorayeb 1996). Este seria o seu primeiro registro para o Paraná.

No Apêndice 1 são listadas todas as mutucas encontradas no litoral paranaense até o presente,
baseado nas observações pessoais e na literatura.

Das 78 espécies de mutucas até hoje comunicadas do Paraná (Turcatel et al. 2007, 2010 e as adições
pessoais do Apêndice 1), até agora 53 espécies têm sido registrado do litoral do estado; ver Apêndice
1. É um número grande quando comparado com a minha terra natal, a Holanda, um país de clima
temperado. Na Holanda toda ocorrem somente 38 espécies de mutucas (Zeegers & van Haaren 2000),
apesar de aquele país ter uma superfície 6,5 vezes maior do que o litoral paranaense excluindo as
ilhas.(e)
Na Tabela 3 é apresentado o número de invertebrados capturados pela armadilha por período do dia,
para ambos os terrenos de estudo.

Tabela 3. Número de indivíduos e de espécies de invertebrados capturados pelo controlador de


mutucas nos dois terrenos de estudo no litoral norte do Paraná: por ordem sistemática.
Classe Ordem Total de indivíduos Total de
Lageado (Antonina): Tagaçaba Total espécies
novembro e dezembro de (Guaraqueçaba): (para ambos
2012 março de 2013 a os terrenos
setembro de 2014 e ambos os
Período Período Período períodos)
noturno diurno diurno
Insecta Collembola 0 0 11 11 1
Orthoptera 6 2 3 11 4

4
Isoptera 0 0 5 5 2
Hemiptera 14 25 235 274 ± 20
Thysanoptera 0 1 0 1 1
Psocoptera 0 1 8 9 2
Coleoptera 1 9 87 97 ± 12
Neuroptera 0 0 1 1 1
Hymenoptera 1 65 963 1029 ± 40
Trichoptera 0 3 0 3 2
Lepidoptera 0 1 108 109 10
Diptera 80 861 9789 10730 ± 60
Strepsiptera 0 0 13 13 1
Arachnida Araneae 0 0 3 3 2
Pseudoscorpiones 0 0 2 2 1
TOTAL 102 968 11228 12298 ± 160

A análise dos resultados, apresentados nos Apêndices 2 a 6 e nas Tabelas 1 e 3, mostra o seguinte:
GERAL
- Com a exceção de cinco indivíduos de aracnídeos (veja Tabela 3 e Apêndice 3: notas 3 e 4), o
controlador de mutucas tem capturado somente insetos e, neste grupo, somente as formas aladas.(f)
Sem dúvida isto resulta da construção engenhosa desta armadilha: para pequenos animais não
voadores a entrada do recipiente coletor é praticamente inalcançável. Quase todas as espécies
capturadas pertencem a ordens cujo nome cientifico termina em „ptero‟, indicando a presença de asas
(„ptero‟ deriva da palavra grega pteron, que significa „pluma de asa‟; Ferreira 1999).
MUTUCAS
- Nesta pesquisa de 2012 a 2014 no litoral norte do Paraná foram encontradas 27 espécies de
mutucas. Pedri 2002 já tinha relatado 11 espécies da mesma região (ver Apêndice 1).
- Essas 27 espécies correspondem a 51% do total das 53 espécies de mutucas atualmente conhecidas
do litoral paranaense e a 35% das 78 espécies conhecidas do Paraná.(g)
- O número recorde de indivíduos de mutucas capturadas pela armadilha em um único dia foi 115
exemplares, em 14 de dezembro de 2013, em Tagaçaba, tratando-se de um dia ensolarado e muito
quente da final da primavera.
- As mutucas são insetos estritamente diurnos, mas em dias quentes e ensolarados do verão
continuam ativas até aproximadamente meia hora após do pôr do sol. Nenhuma mutuca foi capturada
pela armadilha entre meia noite e sete horas da manhã (Tabela 1).
- Chrysops varians, Tabanus occidentalis e Diachlorus bivittatus são as espécies de mutuca que mais
incomodam na parte continental do litoral paranaense, pela sua abundância e período de voo
demorado (um total de 25 a 39 semanas por ano; veja Tabela 2),. A primeira espécie sempre ataca o
alto da cabeça, enquanto as outras duas picam outras partes do corpo. Do total de 12139 (=
970+11169) indivíduos de invertebrados capturados pela armadilha nos dois terrenos no período
diurno (Apêndices 2 e 3), 1267 indivíduos pertencem a T. occidentalis, 507 a C. varians e 463 a D.
bivittatus (Tabela 2), as três espécies juntas (2237 indivíduos) perfazendo 18,4% do total de
invertebrados.
- Chrysops varians continua presente até maio ou junho (Tabela 4) e reaparece em agosto ou
setembro (Tabela 5); T. occidentalis está presente até a metade de junho e reaparece em setembro; D.
bivittatus está presente até o fim de abril e reaparece no fim de outubro.

Tabela 4. Último registro, antes da estação fria, da mutuca Chrysops varians atacando no litoral norte
do Paraná, a partir de 2007.
Ano 2007 2008 a 2010 2011 2012 2013 2014 Médio 2007-2014
Dia jun 3 (não anotado) mai 14 (não mai 14 mai 16 mai 19
anotado)

Tabela 5. Primeiro registro, após a estação fria, da mutuca Chrysops varians atacando no litoral norte
do Paraná, a partir de 2004.

5
Ano 2004 2005 2006 2007 e 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Médio 2004-2014
Dia set 19 set 20 set 3 (não anotado) set 3 ago 12 set 8 ago 22 set 2 ago 19 set 2

- No litoral paranaense as mutucas adultas estão totalmente ausentes somente na primeira metade do
inverno, pois a data da observação mais tardia de uma mutuca antes da estação fria foi 14 de junho,
tratando-se de T. occidentalis, enquanto a data da observação mais precoce de uma mutuca depois da
estação fria foi 12 de agosto, tratando-se de C. varians.
- No litoral do Paraná as mutucas têm o auge populacional dos seus adultos na primavera ou no verão,
dependendo da espécie. Mas há duas exceções: Catachlorops praetereuns e Scaptia seminigra foram
registradas somente no outono, respectivamente nos meses de abril e maio (ver Apêndice 1).
- Em relação à periodicidade diurna se percebe que as fêmeas de mutucas são pouco ativas na
primeira parte de manhã; elas começam a ser capturadas pela armadilha somente após das 9 horas e
a maior parte da captura acontece à tarde, até o anoitecer. Das espécies abundantes, Phaetabanus
litigiosus é a única que concentra a sua atividade nitidamente no crepúsculo vespertino (ver Apêndice
6). Chlorotabanus parviceps é atraída à noite pelas lâmpadas, como demonstrou o amigo Donald
Schause. Donald, durante o seu trabalho de fotografia noturna de mariposas atraídas pelas lâmpadas
da sua varanda no terreno em Tagaçaba, fotografou da última espécie três exemplares nas seguintes
datas e horários: 2007.x.27, às 20:27 h; 2009.xi.19, às 20:13 h; 2013.xi.23, às 23:57 h.
- A captura de uma dada espécie de mutuca pela armadilha não necessariamente reflete toda a
extensão do seu período de voo no local. Isso ficou evidente pela seguinte experiência: a maior
espécie de mutuca das duas localidades, Tabanus fuscus, foi vista no terreno de Lageado pela
primeira vez em 11 de novembro de 2012, e foi vista no terreno de Tagaçaba pela primeira vez em 10
de novembro de 2013. Em Lageado demorou até 11 de dezembro de 2012 para o primeiro e único
exemplar da espécie ser capturado pela armadilha, enquanto em Tagaçaba o primeiro e único
exemplar foi capturado em 19 de novembro de 2013.
OUTROS DÍPTEROS
- Mais que a metade das capturas noturnas (terreno em Lageado; Tabela 1) se trata de culicíneos
(pernilongos), quase exclusivamente fêmeas. Uma espécie de cigarrinha foi a segunda vítima noturna
mais frequente da armadilha.
- Dos culicíneos capturados em Lageado, a maioria dos exemplares pertenceu ao gênero
Coquillettidia. Segundo a literatura, várias espécies de Coquillettidia têm sido encontradas
naturalmente infectadas com arboviroses,(h) assim sendo considerados vetores potenciais destes
agentes (Consoli & Oliveira 1994).
- Borrachudos (Simulium spp.) são pequenos mosquitos estritamente diurnos e cujas fêmeas são
hematófagas e atacam o ser humano. Estão numerosos em ambos os terrenos de estudo, onde
incomodam bastante. Borrachudos foram capturados pela armadilha apenas excepcionalmente e em
quantidades pequenas.
- No terreno em Tagaçaba, a partir de 13 de outubro de 2013, tanto em dias nublados quanto em dias
de sol intenso, as fêmeas de duas espécies de mosquito-pólvora (Culicoides spp.) eram abundantes,
apesar de raramente chegar a me incomodar e me picar durante o dia ou à noite. Ao examinar sob o
microscópio (aumento 100X) alguns dos indivíduos que tinham me picado, dei-me conta que já várias
vezes tinham sido capturados mosquitos-pólvora pela armadilha naquele local, sem que eu os tivesse
reconhecido. Assim, no Apêndice 5, as capturas de Culicoides (família Ceratopogonidae) começam a
ser diferenciadas somente a partir de 14 de outubro de 2013; antes daquela data tinham sido incluídas
no grupo de moscas e mosquitos não identificados com comprimento de asa e corpo 0,6-1,5 mm e
1,2-2 mm, respectivamente. Possivelmente, Culicoides estava presente também no terreno em
Lageado.
- A mosca-doméstica (Musca domestica) é de tamanho muito variável, mas é facilmente reconhecível
pela venação da asa e as seguintes características adicionais: o aparelho bucal é do tipo
lambedor-sugador, a arista é plumosa e o tergito abdominal 1+2 é lateralmente amarelo-translúcido
(Carvalho et al. 2002). No terreno em Tagaçaba, 2206 exemplares, isso é 19,8% do total dos animais
ali capturados no período diurno (11169 exemplares) pertenciam a esta espécie. A mosca-doméstica
se procria em fezes e lixo orgânico (Carvalho et al. 2012: 159). Isto explica a sua abundância naquele
terreno, onde ocorrem animais domésticos e onde a armadilha foi colocada próximo à cobertura para

6
gado. A movimentação da mosca-doméstica entre as fezes e o alimento faz dela uma importante
transmissora de patógenos, além de ela poder transportar os ovos da mosca-do-berne (Dermatobia
hominis) (Rafael et al. 2012).
OUTROS INSETOS
- Além de dípteros, os insetos mais capturados pela armadilha pertencem às seguintes famílias (em
ordem decrescente do total de capturas): Formicidae (da ordem Hymenoptera), Cicadellidae
(Hemiptera), superfamília Chalcididoidea (Hymenoptera), Nepticulidae (Lepidoptera), Apidae
(Hymenoptera) e Chrysomelidae (Coleoptera).

RESULTADO POR TERRENO


No terreno em Lageado, a armadilha foi colocada num local onde não havia animais domésticos dentro
de um raio de 300 m. Ali foi testada na segunda metade da primavera, que corresponde ao período de
auge do voo das mutucas em geral.
No terreno em Tagaçaba, a armadilha foi colocada num local com animais domésticos por perto. Foi
testada ali em todos os meses do ano
Do total de 27 espécies de mutucas, 17 foram capturadas em Lageado (num levantamento de dois
meses apenas) e 24 espécies em Tagaçaba (num levantamento de 19 meses). Comparando e
avaliando os resultados do período diurno para ambos os terrenos estudados (Tabela 2 e 7 e
Apêndices 4 e 5), percebe-se o seguinte:
- Em Lageado, foram capturadas (Apêndice 2) 305 mutucas fêmeas, 555 outros dípteros, 26 formigas e
39 outros himenópteros (abelhas e vespas), perfazendo 31,5%, 57,2%, 2,7% e 4,0%, respectivamente,
do total dos 970 insetos capturados ali. A boa captura de mutucas fêmeas (quase um terço do total das
capturas) foi negativamente compensada pela imensa captura de moscas não hematófagos (a maioria
delas provavelmente não nocivas à espécie humana) e pela significativa captura de himenópteros,
que, excluindo as formigas, são importantes como polinizadores das plantas cultivadas (ou de forma
espontânea, ou como parasitoides de outros insetos, incluindo insetos-praga; Apêndice 7).(j) (Veja
Apêndice 4).
- Em Tagaçaba foram capturadas (Apêndice 3) 2985 mutucas fêmeas, 2209 moscas-domésticas, 4595
outros dípteros, 554 formigas e 413 outros himenópteros, perfazendo 26,7%, 19,8%, 41,1%, 5,0% e
3,7%, respectivamente, do total dos 11169 insetos capturados ali.

“Tabela 6” é uma chave para a identificação das espécies de mutucas encontradas nos dois terrenos
de estudo. Alguns caracteres morfológicos importantes destas espécies são apresentados no
Apêndice 7.

Tabela 6. Chave de identificação para as espécies de mutucas encontradas nos dois terrenos de
estudo no litoral norte do Paraná.(1)
1a tíbia com franja de longas cerdas negras (lembrando mamangaba); asa negra com ápice hialino Stibasoma willistoni
1b tíbia sem franja de longas cerdas negras (não lembrando mamangaba) 2
2a comprimento do probóscide 8 mm; comprimento da asa 14-16 mm; comprimento do corpo 17 mm; Fidena cf. brachycephala
asa com célula r5 totalmente fechada
2b comprimento do probóscide ≤ 4 mm 3
3a comprimento da asa 20 mm; asa com célula r5 totalmente fechada Tabanus fuscus
3b comprimento da asa ≤ 15 mm; asa com célula r5 aberta (às vezes estreita, mas nunca totalmente 4
fechada)
4a comprimento da antena 3,5-5 mm 5
4b comprimento da antena 0,5-2 mm 6
5a base do flagelo com espinho grande; labela grande; asa com faixa transversal negra formando uma Acanthocera longicornis
lua nova
5b base do flagelo sem espinho; labela bem compacta: compare família Stratiomydae
6a comprimento da asa 5,5-8 mm; com ocelos ou com tubérculo ocelar conspícuo 7
6b comprimento da asa ≥ (9-)10 mm; ocelos ausentes, às vezes com um tubérculo ocelar 11
7a abdome negro com brilho verde, de ápice pontudo; os dois terços basais da asa negra; com Lepiselaga crassipes
tubérculo ocelar
7b abdome não brilhante, de ápice arredondado 8
8a asa inteiramente hialina; com tubérculo ocelar Diachlorus flavitaenia
8b asa não inteiramente hialina 9
9a asa hialina com algumas pequenas manchas negras na costa; com tubérculo ocelar Diachlorus bivittatus

7
9b asa com larga banda transversal negra; com ocelos em grupo de três 10
10a terço apical da asa hialino Chrysops varians
10b terço apical da asa escuro; banda transversal negra com pequena mancha central hialino Chrysops variegatus
11a base do flagelo com ou sem angulação obtusa dorsal, sem espinho 12
11b base do flagelo com espinho ou prolongamento dorsal 18
12a flagelo com oito flagelômeros; probóscide 4 mm de comprimento, esclerotinizado Scaptia seminigra
12b flagelo com placa basal e quatro ou menos flagelômeros; probóscide ≤ 3 mm 4 mm de comprimento 13
13a abdome escuro com um a três linhas longitudinais, inteiras ou pontilhadas, amareladas; 14
comprimento da asa 10-13 mm
13b abdome sem linhas longitudinais coloridas 15
14a asa com manchas circulares pequenas Poeciloderas
quadripunctatus
14b asa sem padrão de colorido Tabanus occidentalis
15a corpo (abdome e tórax) totalmente verde-amarelado Chlorotabanus parviceps
15b corpo sem tonalidade verde 16
16a asa com faixa escura central curvada (raramente totalmente escura); comprimento da asa 11-12 Phaeotabanus litigiosus
mm
16b asa sem padrão de colorido 17
17a comprimento da asa 8-11 mm; pernas bicoloridas; lembrando vespa; com apêndice muito curto na Acanthocera lutzi
veia R4 da asa
17b comprimento da asa 13-15 mm; pernas não bicoloridas; não lembrando vespa; com apêndice longo Tabanus cf. sorbillans
(0,5-0,8 mm) na veia R4 da asa
18a asa sem padrão de colorido distinto 19
18b asa com padrão de colorido distinto (com manchas ou faixas negras) 22
19a olho com padrão de colorido; abdome com linha amarela longitudinal; tubérculo ocelar presente 13a
19b olho sem padrão de colorido; abdome sem linha amarela longitudinal; tubérculo ocelar ausente 20
20a abdome alongado, 4-5 mm de largura, cinza-alaranjado no lado ventral Catachlorops flavus
20b abdome arredondado, 5-7,5 mm de largura 21
21a abdome sem tonalidade de verde no lado ventral Rhabdotylus planiventris
21b abdome com tonalidade de verde no lado ventral Rhabdotylus viridiventris
22a olho sem padrão de colorido 23
22b olho com padrão de colorido 26
23a asa com barra preta curvada mediana transversal e duas manchas pequenas arredondadas Catachlorops potator
23b parte distal da asa com larga faixa negra 24
24a ápice da asa negra; corpo 4 mm de largura; abdome com linha longitudinal amarelada Catachlorops psolopterus
24b ápice da asa hialino; corpo 6-7 mm de largura mm; abdome sem linha longitudinal amarelada 25
25a terço basal da asa hialino; abdome castanha Catachlorops furcatus
25b terço basal da asa negro; abdome negro Catachlorops praetereums
26a metade do olho verde, outra metade escura 27
26b olho com duas faixas horizontais verdes 29
27a asa com larga faixa transversal escura ou negra 28
27b asa sem larga faixa transversal negra ou negra 29
28a parte apical da asa escura; abdome escuro, mas não negro, geralmente arqueado Catachlorops psolopterus
28b parte apical da asa hialina; abdome negro Catachlorops fonsecai
29a asa na parte posterior com barra preta irregular Dichelacera intermedia
29b asa com manchas escuras em torno das interseções das veias 30
30a asa com manchas circulares pequenas Catachlorops fuscinevris
30b asa com manchas angulares Dichelacera alcicornis
(1)
Os termos técnicos são explicados nas figuras de Krolow et al. 2007.

AVALIAÇÃO DA ARMADILHA

Considerando o número não pequeno de abelhas, vespas e outros insetos benéficos à espécie
humana (Apêndice 8), capturadas pela armadilha, a minha recomendação para o seu uso é que seja
estritamente limitado ao período do ano em que as mutucas realmente incomodam: para seres
humanos este período é a metade de outubro à metade de dezembro e, dentro daquele período, sugiro
recolher o recipiente coletor sempre em dias nublados, pois com o céu fechado a captura de insetos
inofensivos costuma ser grande. Se a armadilha for usada para a proteção de animais domésticos, o
período do seu uso pode ser estendido até o fim de abril, pois estes animais, principalmente os
cavalos, são incomodados pelas mutucas até o fim do verão; veja Tabela 7.

Tabela 7. Mutucas: número total de espécies por mês e máximo mensal de espécies por dia e número
máximo, mínimo e médio mensal de indivíduos por dia, sendo capturados pela armadilha no terreno
em Tagaçaba; período de março de 2013 a setembro de 2014.
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Número total de espécies 14 11 8 8 5 1 0 0 2 9 11 15

8
capturadas por mês
Número máximo mensal de 9 9 4 6 3 1 0 0 1 6 7 9
espécies capturadas em um
dia
Número máximo de indivíduos 57 45 25 43 13 1 0 0 2 52 113 115
capturados em um dia
Número mínimo de indivíduos 9 4 0 0 0 0 0 0 0 3 5 1
capturados em um dia
Número médio de Cálculo
(total / n)
645 / 24 411 / 21 219 / 23 300 / 31 46 / 16 2 / 10 0/6 0 / 10 3/7 131 / 8 692 / 16 536 / 19

indivíduos Valor 27 20 10 10 3 0,2 0 0 0,5 16 43 28


capturados em
um dia

Na Tabela 7 é mostrado que para mutucas adultas o pico quantitativo ocorre em novembro, enquanto a
variedade de espécies é maior em dezembro e janeiro.

Tabela 8. Insetos: número total de espécies por mês e número máximo, mínimo e médio mensal de
indivíduos por dia, sendo capturados pela armadilha no terreno em Tagaçaba; período de março de
2013 a setembro de 2014.
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Número total de espécies 68 62 70 72 46 27 14 22 23 35 49 53
capturadas por mês
Número máximo de indivíduos 167 120 120 161 85 25 25 29 39 68 216 163
capturados em um dia
Número mínimo de indivíduos 38 49 15 12 17 10 8 11 5 14 24 22
capturados em um dia
Número médio de Cálculo
(total / n)
2208 /
24
1448 /
21
1540 /
23
1708 /
31
575 / 16 196 / 10 72 / 5 172 / 10 175 / 8 275 / 8 1170 /
16
1702 /
19
indivíduos
capturados por Valor 92 69 67 55 36 20 14½ 17 22 34 73 90
dia

Na Tabela 8 é mostrado que os insetos, na sua fase alada, são mais abundantes no período de janeiro
a abril, qualitativamente, e de novembro a abril, quantitativamente. São bem escassos, tanto quali
quanto quantitativamente, nos meses do inverno. Isto mostra que, mesmo nessa região de clima
subtropical, para as aves que se alimentam de insetos em voo (como as andorinhas, os tiranídeos e os
andorinhões) há bons motivos para migrar aos trópicos durante o inverno austral!

No período do ano em que a armadilha está em uso podem ocorrer ventos fortes, chuvas pesadas e
temperaturas elevadíssimas. Para aguentar estas condições do tempo, uma armadilha deste tipo tem
de ser construída de materiais de boa qualidade. Neste aspecto, o aparelho de fabricação holandesa
tem se mostrado bem confiável. Mesmo assim, pelo custo elevado (110 Euros, quando comprado
diretamente da fábrica) e pela alta taxa dos correios (o aparelho pesa 13 kg!), considero quase inviável
a sua aquisição por brasileiros residentes da área rural. A meu ver, a melhor solução seria ter a
fabricação deste aparelho no Brasil, para que possa ser colocado no mercado por um preço acessível.

LEGITIMAÇÃO
O resultado apresentado nesta carta é o subproduto do meu esforço legítimo de proteger a minha
pessoa e os animais domésticos do aborrecimento causado pelas mutucas e moscas-domésticas.
Livrar-me destes insetos sem aproveitá-los para estudo seria uma demonstração de desrespeito por
estes seres fascinantes e lindos (veja a minha carta “Os olhos divinos de Luzia”), que, apesar de serem
desagradáveis para os vertebrados, sem dúvida cumprem um papel importante na complexa teia de
inter-relações entre os habitantes deste planeta.

AGRADECIMENTOS

9
a Manuel Solis, pelo envio gratuito do controlador de mutucas, cujo teste de utilidade em território subtropical deu
origem a este levantamento;
aos especialistas da Universidade Federal do Paraná, em Curitiba, que me ajudaram com a identificação dos
insetos. São:
- Coleoptera: Angelico Asenjo + Bruna Pasqualinoto Macari + Daniel P. Moura + Paula Batista dos Santos + Sirley Rotte;
- Diptera, moscas exceto mutucas: André César Lopes da Silva + Diana Grisales Ochoa + Gustavo B. Ferro + Juliana M.
Calixto + Lyvia Boutin + Rosangela Santa Brígida;
- Diptera, mosquitos: Mario Guedes (família Culicidae);
- Hemiptera: Alexandre Cruz Domahovski + Andressa Paladini (família Cercopidae) + Keti Zanol + Rodney Ramiro Cavichioli;
- Hymenoptera: Bolívar R. Garcete-Barrett (família Vespidae) + Brunno Bueno da Rosa + Gabriel Augusto Rodrigues de Melo.
agradeço especialmente ao Brunno Bueno da Rosa, pela sua constante disposição para identificar os
himenópteros dos dois terrenos por mim levantados;
aos bibliotecários do setor de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Paraná, em Curitiba, que,
prestativos como sempre, ajudaram-me na localização de algumas das publicações;
a Rosângela Maria Azevedo de Bassi e João Manoel de França, pelas suas excelentes teses de doutorado e
mestrado, respectivamente, tratando-se de obras não publicadas que me têm sido muito uteis nesta pesquisa;
a Ricardo Pinto da Rocha, por ter me enviado de São Paulo todos os artigos sobre mutucas de Mauro Pereira
Barretto publicados nos Anais da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, uma revista totalmente
ausente das bibliotecas de Curitiba;
a Donald Schause, por estar me oferecendo hospedagem na sua chácara em Tagaçaba, além de ter me dado
permissão para testar o controlador de mutucas na sua chácara, e ter me emprestado para a duração deste
levantamento os seus exemplares pessoais de duas obras essenciais: Rafael et al. 2012 e Lopes et al. 2009 (a
última contém importantes pranchas com mariposas identificadas em termos de família).
(a)
É uma dedução minha, pois a experiência pessoal se limita ao guarda-chuva preto. Quem possuir uma sombrinha branca, por favor, faça a
teste com as mutucas e me comunique as suas constatações.
(b)
ABS (Ingl.): sigla de acrylonitrile- butadiene- styrene.
(c)
Na chácara em Tagaçaba são mantidas as seguintes espécies nativas de abelha sem ferrão: 1 caixa de Nannotrigona testaceicornis (iraí),
1 caixa de Scaptotrigona xanthotricha (mandaguari-amarelo) e 2 caixas de Tetragonisca angustula (jataí) (as espécies foram identificadas
in situ pelo Gabriel A. R. de Melo, em 14 de março de 2014).
(d)
A obra de Benchimol & Sá 2005 contem praticamente todas as publicações de Adolpho Lutz sobre mutucas brasileiras. Destes trabalhos,
que abrangem todo o período de 1905 a 1937, destacam-se Lutz 1909, 1911, 1912, 1913 e 1915, por incluíram excelentes ilustrações
coloridas de uma grande variedade de espécies.
(e)
A bacia hidrográfica do litoral paranaense (excluindo as ilhas) tem superfície de 5.631 km 2 (SEMA 2010), enquanto a Holanda tem
superfície de 36.621 km2.
(f)
A única exceção é uma espécie de Collembola, cujos exemplares (capturados somente entre 3 e 12 de janeiro de 2014) devem ter
conseguido alcançar a armadilha a partir do chão, usando o seu aparelho saltador, a furca.
(g)
Nas ilhas litorâneas e marítimas a diversidade em espécies de mutucas tende a ser menor do que no continente mais próximo. Exemplos:
(1) em Pontal do Sul, na beira-mar paranaense, foram encontradas 21 espécies de mutucas, numa amostragem quinzenal de apenas uma
localidade durante três anos (janeiro de 1991 a janeiro de 1994, totalizando 72 visitas; Bassi 1995). Na Ilha do Mel, situada a 3 km da costa
paranaense e bem em frente a Pontal do Sul, foram encontradas apenas 11 espécies de mutucas, numa amostragem semanal em duas
localidades durante um ano (setembro de 1988 a agosto de 1989, totalizando 52 visitas, com captura total de 3136 exemplares de mutucas;
Dutra & Marinoni 1994).
(2) da Bélgica são conhecidas 41 espécies de mutucas, enquanto do Reino Unido são conhecidas apenas 30 espécies (Zeegers & van
Haaren 2000). O Reino Unido é aproximadamente 40 km distantes do continente europeu e tem superfície 7,5 vezes maior do que a
Bélgica.
(h)
arbovírus: vírus transmitidos por artrópodes.
(j)
parasitoide: inseto que, em sua fase larval, se alimenta de tecidos de outro animal por um tempo relativamente longo. O hospedeiro
geralmente morre no final. (Rafael et al. 2012).

LEGENDA DAS FOTOS (máquina: Canon Power Shot SX200 IS; 12,1 megapixels; Canon zoom 12X, 5,0-60,0mm 1:3,4-5,3)
1. (foto 017). A armadilha montada; no terreno em Tagaçaba Porto da Linha, 17 de setembro de 2014 (na foto ocorrem, além da armadilha, a cobertura para o gado e alguns
pés do palmiteiro (Euterpe edulis), incluindo dois troncos caídos e em decomposição).
2. (foto 008). O conjunto montado das 27 espécies de mutucas pessoalmente encontradas no litoral norte do Paraná; 17 de setembro de 2014.

LISTA DE APÊNDICES
1. Espécies de mutucas coletadas no litoral paranaense e o seu período de voo: observações pessoais a partir de 2012 e dados da literatura.
2. Período do dia, durante novembro e dezembro de 2012, com o controlador de mutucas ativado (recipiente coletor fixado) no local de residência em Lageado e o número
de insetos capturados.
3. Período do dia, durante 2013 e 2014, com o controlador de mutucas ativado (recipiente coletor fixado) na chácara de residência em Tagaçaba e o número de insetos
capturados.
4. Insetos capturados pelo controlador de mutucas no local de residência em Lageado, em novembro e dezembro de 2012, no período diurno.
5. Insetos capturados pelo controlador de mutucas na chácara de residência em Tagaçaba, em 2013 e 2014, no período diurno.
6. Insetos capturados pelo controlador de mutucas na chácara de residência em Tagaçaba: periocidade diurna das capturas em algumas datas do verão de 2014.
7. Comparação entre características morfológicas das espécies de mutucas encontradas nos dois terrenos de estudo no litoral norte do Paraná.

10
8. Os grupos de insetos com exemplares capturados pelo controlador de mutucas: seu habito alimentar e suas ações nocivas ou benéficas à espécie humana.
.

REFERÊNCIAS
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12
Apêndice 1. Espécies de mutucas coletadas no litoral paranaense e o seu período de voo: observações pessoais a partir de 2012 e dados da
literatura.
Nome (1) Autores / Localidades e mês de coleta Exten-
são do
período
de voo (2)
Gênero Subgênero Espécie Lutz 1921 (3) Carrera & Lane França 1975 (5) Dutra & Marinoni 1994 Bassi 1995 Pedri 2002 (6) Turcatel et al. 2007 LITER PESS
1945 (4)
Acanthocera Acanthocera A. aureoscutellata Henriques & Rafael 1992 Guaratuba (dez.) Pontal do Sul (fev.) 2 -
* A. lutzi (Enderlein) 1925 (sinôn. A. vespoides (como A. coarctata) (7) 12 12-1
Barretto 1947)
* A. longicornis (Fabricius) 1775 Guaratuba Caiobá (dez.) Guaratuba (dez.) Pontal do Sul (dez.) Tagaçaba Porto da Linha (fev.) Pontal do Sul (dez.; leg. Bassi) 12-2 10-2
Catachlorops Amphichlorops * Cat. flavus (Wiedemann) 1828 Guaratuba - 11-2
Catachlorops * Cat. fonsecai Barretto 1946 Barretto 1946: Morretes (nov. a mar.) Morretes (nov.; leg. França); 11-3 11-12
Caiobá (dez. Paranaguá (jan.)
1941)
* Cat. fuscinevris (Macquart) 1838 (sinôn. C. Guaratuba Caiobá (dez.) Guaratuba + Morretes Ilha do Mel (nov. a dez.) Ilha do Mel (nov.; leg. Dutra) 11-12 11-12
intereuns (Walker) 1856) (nov. a dez.)
* Cat. praetereuns (Walker) 1850 - 4-5
* Cat. psolopterus Wiedemann) 1828 (sinôn. C. Guaratuba Caiobá (dez.) Guaratuba (...; leg. França) 12 10-12
fuscipennis (Macquart) 1847)
Hadrochlorops Cat. fuscivittatus (Barretto) 1948 Caiobá (dez.) 12 -
(como C.
muscosus,
misident.) (8)
Psarochlorops * Cat. furcatus (Wiedemann) 1828 (sinôn. Guaratuba Guaratuba (dez.) Ilha do Mel (out a abr.) Guaratuba (dez.; leg. França); Pontal Tagaçaba Porto da Linha (nov.) Ilha do Mel (out.; leg. Dutra); Pontal 10-4 12
Psalidia furcatus (Wiedemann), Tabanus (como do Sul (out.) do Sul (mar.; leg. Bassi)
macrodonta Macquart 1838) Dicladocera)
Rhamphidom- * Cat. potator (Wiedemann) 1828 Guaratuba Paranaguá (nov.) Tagaçaba Porto da Linha (nov.) 11 11-12
mia (como
Dicladocera)
Chlorotabanus - Chl. inanis (Fabricius) 1787 Caiobá (dez.) Ilha do Mel (dez.) Ilha do Mel (dez.; leg. Dutra); Pontal 12 -
do Sul (dez.; leg. Bassi).
Krolow & Henriques 2010: Morretes
(...)
* Chl. parviceps (Kröber) 1934 Paranaguá (nov.); Pontal do Sul (dez.; Tagaçaba Porto da Linha (nov.) Morretes (março); Guaratuba (…) 11-3 1-3
segundo Turcatel et al. 2007 este Krolow & Henriques 2010:
material se trata de C. inanis) Guaratuba (jan.); Prainha (Ilha do
Mel) (jan.)
Chrysops - Chr. laetus Fabricius 1805 Guaratuba Caiobá (dez.) Guaratuba + Morretes Antonina (dez.) 11-4 -
(nov. a abr.)
Chr. leucospilus Wiedemann 1828 Morretes (nov.) Antonina (nov.) 11 -
Chr. aff. peruvianus Kröber 1925 Guaratuba (mar. a 3-6 -
jun.)
* Chr. varians Wiedemann 1828 Guaratuba + Morretes Paranaguá (mar.); Pontal do Sul (jan.) 11-6 8-6
(nov. a jun.)
* Chr. variegatus (De Geer) 1776 - 1-2; 5
Diachlorus - * Dia. bivittatus (Wiedemann) 1828 Guaratuba Caiobá (dez.) Guaratuba + Morretes Ilha do Mel nov. a mar.) Morretes (dez..; leg. França); Pontal do Tagaçaba Porto da Linha (fev.) Matinhos (nov.; leg. Dutra); Pontal 11-4 10-4
(nov. a abr.) Sul (nov.) do Sul (jan.; leg. Bassi)
Dia. distinctus Lutz 1913 Guaratuba (dez.; det.. Guaratuba (dez.; leg. França); Pontal Pontal do Sul (nov.; leg. Bassi) 11-4 -
Bassi) do Sul (nov.)
* Dia. flavitaenia Lutz 1913 Guaratuba (fev.) 2 10-2
Dichelacera Dichelacera * Dich. alcicornis (Wiedemann) 1828 Guaratuba Morretes (nov., mar., Ilha do Mel (out. a dez.) Pontal do Sul (fev.) Tagaçaba Porto da Linha (fev.) Antonina (março); Caiobá (fev.); 10-3 10-11
jun.) Ilha do Mel (nov.; leg. Dutra); Pontal
do Sul (jan.; leg. Bassi)
* Dich. intermedia Lutz 1915 Guaratuba (dez.) 12 10-11
Dich. januarii (Wiedemann) 1819 (sinôn.D. Guaratuba Guaratuba (dez.) Guaratuba (fev.); Morretes (nov.) 11-2 -
rubricosa Wulp sensu Lutz 1915)
Dich. unifasciata Macquart 1838 Pontal do Sul (dez.) 12 -
Nothocan- Dich. apicalis (Fairchild) 1939 (sinôn. Antonina (fev.) 2 -
thocera Acanthocera apicalis Fairchild)
Dicladocera Dicladocera Dicl. guttipennis (Wiedemann) 1828 Pontal do Sul (dez.) Morretes (ago.) (9) 8; 12 -
Fidena Fidena F. leucopogon (Wiedemann) 1828; Morretes (jan.) (como 1 -
cf. F. albibarba Enderlein 1925 F. leucopogon) (10)

1
* F. cf. brachycephala Kröber 1931 - 11
Laphriomyia F. rufopilosa (Ricardo) 1900 (sinôn. Laphriomyia Caiobá (dez.) 12 -
longipalpis Lutz & Castro 1937)
Lepiselaga Conoposelaga Lep. albitarsis Macquart 1850 Morretes (dez.) 12 -
Lepiselaga * Lep. crassipes (Fabricius) 1805 Tagaçaba Porto da Linha (nov.) (11) 11 10-3
Leucotabanus - Leu. exaestuans (Linnaeus) 1758 (sinôn. Leu. Caiobá (dez.) Guaratuba (fev.) 12-2 -
leucaspis (Wiedemann) 1828)
Leu. sebastianus Fairchild 1941 (sinôn. Leu. Guaratuba ... -
nigristigma Lutz 1909 nomen nudum)
Phaeotabanus - * Ph. litigiosus (Walker) 1850 Caiobá (dez.) Guaratuba + Morretes Ilha do Mel (dez.) Morretes (fev.; leg. França); Pontal do Ilha do Mel (dez.; leg. Dutra); Pontal 11-2 12-3
(nov. a fev.) Sul (dez.) do Sul (dez.; leg. Bassi)
Poeciloderas - * Po. quadripunctatus (Fabricius) 1805 Guaratuba Caiobá (dez.) Guaratuba + Morretes 10-3 12-3
(out. a mar.)
Pseudacan- - Ps. sylveirii (Macquart) 1838 Ilha do Mel (dez. a jan.) Ilha do Mel (jan.; leg. Dutra) 12-1 -
thocera
Rhabdotylus - * R. planiventris (Wiedemann) 1828 (11) Guaratuba Caiobá (dez.) Guaratuba + Morretes Paranaguá (dez.); Pontal do Sul (nov.) Tagaçaba Porto da Linha (fev.) Pontal do Sul (out.+nov.; leg. Bassi) 10-2 11-12
(out. a dez.)
* R. viridiventris (Macquart) 1838 (12) Caiobá (dez.) Caiobá (dez.) 12 11-2
Scaptia Lepmia * Sc. seminigra (Ricardo) 1902 Morretes (maio) 5 5
Stenotabanus Stenotabanus Sten. albidocinctus (Bigot) 1892 (sinôn. S. Guaratuba ... -
albidocinctus Lutz 1921 nomen nudum)
Sten. littoralis Coscarón 1975 Pontal do Sul (mar.) Pontal do Sul (jan.; leg. Bassi) 1-3 -
Sten. taeniotes (Wiedemann) 1828 Guaratuba Caiobá (dez.) Guaratuba + Morretes Morretes (dez.; leg. França); Pontal do Guaratuba (fev.); Ilha do Mel (nov.; 11-3 -
(det. Bassi) (out. a Sul (mar.) leg. Bassi); Pontal do Sul (nov.; leg.
dez.) Bassi)
Melanotabanus Sten. brunnipes Kröber 1929 (sinôn. Guaratuba … -
Leptotabanus nigrovenosus Lutz & Neiva 1914
nomen nudum)
Stibasoma Stibasoma Stib. bicolor Bigot 1892 Morretes (nov.); Pontal do Sul (out.); Tagaçaba Porto da Linha (nov.); Turcatel et al. 2010: Morretes (out.. 10-11 -
ambas como S. dinorae (13) como S. dinorae (13) 1984)
* Stib. willistoni Lutz 1907 - 1
Stypommisa - Styp. rubrithorax Morretes (jan.; det. Morretes (jan.; leg. França); Pontal do Pontal do Sul (nov.; leg. Bassi) 11-1 -
Bassi) Sul (nov.)
Tabanus - [T. bibanda Bassi 1995] (14) Pontal do Sul (out.) 10 -
* T. fuscus Wiedemann 1819 (sinôn. Guaratuba Caiobá (dez.) Morretes (nov. a dez.) Pontal do Sul (dez.) Morretes (jan.) 11-1 11-12
Chelotabanus impressus (Wiedemann) 1828)
T. obsoletus Wiedemann 1821 Guaratuba ... -
(como
Neotabanus)
* T. occidentalis Linnaeus 1758 (sinôn. T. Guaratuba Guaratuba + Morretes Ilha do Mel (out. a abr.) Pontal do Sul (abr., dez.) Tagaçaba Porto da Linha (nov.) Pontal do Sul (dez.; leg. Bassi) 10-6 9-6
modestus Wiedemann 1828, T. ochrophilus ( (como (out. a jun.)
Lutz) 1914) Neotabanus
modestus)
T. pungens Wiedemann 1828 (sinôn. T. Guaratuba + Morretes 11-2 -
univittatus Macquart 1855) (nov. a fev.)
T. triangulum Wiedemann 1828 Guaratuba Caiobá (dez.) Pontal do Sul (fev.) Tagaçaba Porto da Linha (nov.) Ilha do Mel (out.+jan.; leg. Bassi); 10-2 -
(como Matinhos (out.)
Neotabanus)
* Tabanus cf. sorbillans Wiedemann 1828 - 12-5
TOTAL DE ESPÉCIES 20 17 23 8 (três espécies 21 11 28
(n=53) adicionais não foram
determinadas em nível de
espécie)
(1)
Os nomes seguem Coscarón & Papavero 2009. Sinônimos são acrescentados somente quando se trata de um nome usado por um dos autores relatando material paranaense.
(2)
Extensão do período de voo, indicado pelos números correspondentes aos meses: LITER = segundo a literatura (Bassi 1995, Carrera & Lane 1945, França 1975, Krolow & Henriques 2010, Pedri
2002, Turcatel et al. 2007, 2010); PESS = segundo observações pessoais (ver Tabela 2).
(3)
Lutz 1921 apresenta os resultados de coletas feitas entre outubro e dezembro de 1920, por Dr. Ruy Tibiriçá, em Guaratuba. O autor lista 25 espécies, mas infelizmente não acrescente a autoria aos
nomes científicos. Consequentemente, Coscarón & Papavero 2009 tiveram de reduzir quatro destes nomes á categoria de “unrecognizable nomina nuda” (são Chrysops costalis var. fenestrata, C.
fuscipennis, Dicladocera punctulata e Erephopsis intermedia). Além disso, o nome Catachlorops rutescens não foi incluído no catálogo de Coscarón & Papavero 2009 (imagino que houve erro de
datilografia, Lutz pretendendo escrever Catachlorops rufescens, mas esta espécie segundo Coscarón & Papavero 2009 é conhecida somente da região Amazônica). O nome Chlorotabanus
mexicanus deve se referir a uma identificação errônea, pois aquela espécie ocorre somente entre o norte do Brasil e o sul do México (Coscarón & Papavero 2009).
(4)
Carrera & Lane 1945 apresentam os resultados de coletas feitas em Caiobá em dezembro de 1942.
(5)
França 1975 apresenta os resultados das suas coletas de 1 de outubro de 1972 a 31 de outubro de 1973, em cinco localidades paranaenses: três no Primeiro planalto (uma delas na divisa com a
Serra do Mar) e duas no litoral (uma delas na divisa com a Serra do Mar). As suas „estações‟ litorâneas são: Guaratuba (“Bairro Piçarras, ao lado do Morro Inglês, próximo à baía”) e Morretes (“pé
2
da Serra do Mar, à margem da BR-277, próxima ao Rio Sagrado”).
(6)
Pedri 2002 apresenta os resultados das suas coletas de fevereiro (dias 13+14+21) e novembro (dias 2+4+13) de 2002, feitas em Tagaçaba Porto da Linha, na margem do rio Tagaçaba, na chácara
“Clube dos Cinco”, também chamada “Associação Recreativo do Robalo” (coordenados: 25˚13‟55,92” Sul e 48˚27‟25,83” Oeste; 4 m acima do nível do mar), situada 900 m ao sul da minha atual
residência, o terreno „Tagaçaba‟ da Tabela 2.
(7)
O material de João Manoel de França pode se tratar tanto de Acanthocera aureoscutellata (incluindo A. coarctata ss. Lutz 1915, misid.; Coscarón & Papavero 2009) quanto de A. lutzi.
(8)
O material de Caiobá identificado como Catachlorops muscosus por Carrera & Lane 1945, posteriormente, tornou-se o tipo de C. fuscivittatus Barretto sp.nov. (Barretto 1948a). Turcatel et al. 2007
omitiram C. fuscivittatus do seu catálogo.
(9)
Em Morretes, Dicladocera guttipennis foi coletada a 500 m de altitude (Turcatel et al. 2007; como „gutipennis‟, erro), provavelmente na encosta da Serra do Mar e dentro da bacia hidrográfica
litorânea.
(10)
O material de João Manoel de França pode se tratar tanto de Fidena leucopogon quanto de F. albibarba (incluindo F. leucopogon sensu Lutz 1909, misid.). A distribuição conhecida da primeira
espécie é de São Paulo a Bahia e distribuição da segunda espécie e de Santa Catarina a São Paulo (Coscarón & Papavero 2009).
(11)
Lúcia F. Pedri coletou em 2 de novembro de 2002 em Tagaçaba Porto da Linha um exemplar de Lepiselaga que foi inserida na sua monografia (Pedri 2002) como L. albitarsis. Trata-se de um erro
de identificação: a sua foto do material, em p. 66 da monografia, mostra a presença de nove „janelinhas‟ na área negra da asa, esta sendo uma característica de L. crassipes. É importante mencionar
que as descrições apresentadas por Pedri não são baseadas no seu próprio material, mas se tratam de uma tradução em português das descrições em espanhol apresentadas por Bassi 1995.
Felizmente, a última autora oferece descrições originais baseadas no seu próprio material paranaense. A descrição e as excelentes figuras de Bassi 1995 mostram que o material coletado por Bassi
em Morretes foi corretamente identificada pela autora como L. albitarsis (algumas características desta espécie são: o escapo da antena é comprido, o corpo não tem brilho verde e a asa tem apenas
três janelinhas; Coscarón 1968, Coscarón & Papavero 1993).
(12)
Inicialmente Turcatel et al. 2007 trataram Rhabdotylus planiventris e R. viridiventris dentro do gênero Stibasoma, mas posteriormente o mesmo conjunto de autores (Turcatel et al. 2010) excluíram
de Stibasoma os integrantes de Rhabdotylus.
(13)
Comparando as descrições fica claro que Stibasoma dinorae Bassi 1995 (nomen nudum), descrita de Morretes (Morro Inglês) e Pontal do Sul (Ponta do Poço), trata-se do mesmo táxon que S.
bicolor Bigot 1892.
(14)
Nomen nudum (Henriques et al. 2012).
* O asterisco indica que tenho pessoalmente registrada a espécie nos meus dois terrenos de estudo (ver Tabela 2) ou em outras localidades no litoral norte do Paraná.

(André de Meijer, 18 de setembro de 2014)

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