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RA: 52255566
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PROFESSOR ORIENTADOR
SÃO PAULO
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‘’Dedico este tcc em primeiro lugar a deus que me deu forças para chegar até
aqui, Ao Curso de Direito da Universidade Ibirapuera, е às pessoas com quem
convivi nesses espaços ао longo desses anos. А experiência dе υmа produção
compartilhada nа comunhão cоm amigos nesses espaços foram а melhor
experiência dа minha formação acadêmica.’’
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AGRADECIMENTOS
Primeiramente а Deus qυе permitiu qυе tudo isso acontecesse, ао longo de minha vida,
е nãо somente nestes anos como universitária, mаs que еm todos оs momentos é o
maior mestre qυе alguém pode conhecer.
A Universidade Ibirapuera, pela oportunidade dе fazer о curso.
Agradeço а todos оs professores pоr mе proporcionar о conhecimento nãо apenas
racional, mаs а manifestação dо caráter е afetividade dа educação nо processo
dе formação profissional, pоr tanto qυе sе dedicaram а mim, nãо somente pоr terem
mе ensinado, mаs por terem mе feito aprender. А palavra mestre, nunca fará justiça
аоs professores dedicados аоs quais sеm nominar terão оs meus eternos
agradecimentos.
Ao meu orientador __________, pelo suporte nо pouco tempo qυе lhe coube, pelas
suas correções е incentivos.
Agradeço а minha esposa Ana Maria, heroína qυе mе dеυ apoio, incentivo nаs horas
difíceis, de desânimo е cansaço, às minhas filhas Monique e Tayná, ao meu neto Yago
e genro Gilberto, por estarem sempre ao meu lado
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‘’Justiça é consciência, não uma consciência pessoal mas a consciência de toda a
humanidade. Aqueles que reconhecem claramente a voz de suas próprias
consciências normalmente reconhecem também a voz da justiça.’’
Alexander Solzhenitsyn
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SUMÁRIO:
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1. RESUMO:
Excludentes da ilicitude, são os fatos típicos que podem retirar a ilicitude de um fato
criminoso.
Já o estrito cumprimento do dever legal também do artigo 23, III trata daqueles que
por obrigação de seu dever tem que defender o bem jurídico alheio tutelado.
Na segunda parte do inciso III do artigo 23 temos o cumprimento do dever legal que
vai tratar da realização de um fato típico, por força do desempenho de uma obrigação
imposta por lei, nos exatos limites dessa obrigação.
A outra causa é a Legítima defesa que está assentada no artigo 25 do nosso código
penal e determina as regras para a prática da legítima defesa, sendo que a falta de ao
menos um quesito torna o ato de defesa ilícito.
Os artigos 124, 125, 126 nos mostra quais espécies de aborto são condenados pelo
nosso ordenamento jurídico e o artigo 128 do código penal determina a forma como os
médicos devem proceder para a prática do aborto, única hipótese de nosso
ordenamento que tem o poder de tirar uma vida.
No artigo 146, § 3º e incisos temos outra excludente de ilicitude, que no seu “caput”
menciona o constrangimento ilegal como tema principal, mas no parágrafo citado nos
dá a forma excludente da ilicitude;
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Já na doutrina do Direito e na jurisprudência encontramos a forma excludente mais
insólita de todas que vem a ser o consentimento do ofendido, que nada mais é do que
quem sofre a ação ilícita autoriza esta ação contra si.
Desta forma trataremos as excludentes de ilicitude, com uma visão mais técnica do
que legal.
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2. INTRODUÇÃO:
Estão elencadas no artigo 23, 24, 25 do Código Penal Brasileiro na parte geral e nos
artigos 124,125,126 e128 na parte especial as regras para a aplicação da excludente de
ilicitude, mas não é só no ordenamento que se encontram essas regras, nas doutrinas e
na jurisprudência também as encontramos, como é o caso do consentimento do
ofendido, mas devemos lembrar que todo excesso seja ele doloso ou culposo fará com
que o agente responda na forma da lei.
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A ilicitude é o antagonismo de contrariedade da conduta do agente com o
ordenamento jurídico, que acaba por causar lesão ou expõe a perigo qualquer bem
juridicamente tutelado.
No artigo 25 do código penal o Legislador achou por bem definir a única excludente
de ilicitude e colocou em seu corpo todas as características necessárias para que a
legítima defesa possa ser concretizada.
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Zaffaroni e Pierangeli, dissertando sobre o tema legítima defesa prelecionam:
Segundo 2Munhoz Conde, os bens jurídicos comunitários não podem ser objeto de
legítima defesa, já 2Rogério Greco corrobora a posição abordada por José Cerezo Mir
quando afirma:
1
- Zaffaroni, Eugenio Raúl e Pierangeli, José Henrique
Manual Direito Penal Brasileiro – parte geral, Capítulo XXVI
Legítima Defesa, 329 – Dos Bens Defensáveis
11ª edição, 2015 - paginas 520 a 527
Editora Revista dos Tribunais, São Paulo
2 – Conde, Munhoz
3 - Rogério Greco
Curso de Direito Penal , parte geral vol.1Cap.33
8- Legítima defesa, pag.396
Editora Ímpetus
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como pessoa jurídica é que serão seus bens suscetíveis de legítima
defesa.”.
(Mir, José Cerezo Curso de Derecho espanhol, v.I, t.II, p. 288)
Por esse motivo trataremos de todas as formas excludentes de ilicitude que serão por
nós Advogados utilizadas no curso de nossas atividades.
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3. ABSTRACT:
Excluding the unlawfulness, are the typical facts that can remove the illegality of a
criminal fact.
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The first exclusionary cause of illegality is listed in article 23 of the Brazilian penal
code and deals with the State of Need that is nothing more than when suffering
irresistible coercion a subject practices a criminal act.
The third cause is the legitimate defense that is based on article 25 of our penal code
and determines the rules for the practice of self-defense, and the lack of at least one
item makes the act of defense unlawful.
Article 128 of the Penal Code determines how physicians should proceed to the
practice of abortion, the only hypothesis of our ordering that has the power to take a
life.
In the doctrine of law and jurisprudence we find the most unusual form of exclusion of
all that comes to be the consent of the offended, who is nothing more than that who
suffers the illicit action authorizes this action against itself.
In this way we will treat the exclusions of illegality, with a more technical rather than
legal view.
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4. ILICITUDE:
4.1.CONCEITO:
A ilicitude é uma conduta que caminha contra o ordenamento jurídico, esse conceito
não é restrito, é amplo, pois pode ter a natureza civil, comercial, tributária, etc.
Se uma determinada atitude do agente ferir o tipo legal, estaremos diante de uma
antijuridicidade, pois a atitude do agente caminhou de forma contrária ao que diz a lei.
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que possa parecer, não será caracterizada como ilícita, por não estar contrariando o
dispositivo legal.
Nos primórdios da civilização, quando ainda não haviam as leis, a ética a moral e os
bons costumes era quem ordenavam a sociedade, mas com a criação das leis esse
ordenamento passou a ser exercido pelo Estado.
Porém em algumas situações, a ilicitude, na área penal, não será limitada à sua
tipicidade, ou seja, a ilicitude do delito, pois esta sempre será típica, mas a
caracterização de uma atipicidade, na qual a exigência da agressão na legítima defesa
não vai precisar ser um fato previsto como crime, mas deverá ser no mínimo um ato
ilícito em sentido amplo, por inexistir legítima defesa contra atos lícitos.
_______________________
1 – Greco, Rogério - Curso de Direito Penal: Parte Geral. 4 ed., Rio de Janeiro:
Impetus, 2004.
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5. ANTIJURICIDADE FORMAL E MATERIAL:
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legal, com base no ordenamento jurídico e o positivismo sociológico se baseava na
antijuricidade sociológica ou antijuricidade material.
Para conhecermos melhor as formas materiais e a formais, 2Miguel Reale nas edições
12 e 13 citou 3Von Liszt em sua obra dizendo:
Mas não deve ser somente uma simples contrariedade legal suficiente para
caracterizar um ato como ilícito, ou mesmo uma simples situação antagônica que fará
com que se estabeleça a ilicitude, necessária é uma distinção, pois, se o bem estiver
juridicamente tutelado, qualquer atitude que a contrarie desde que não esteja sob o
amparo de excludentes causará a este uma lesão e coloca – la – á em perigo.
Então a ilicitude formal será sempre uma mera contrariedade do fato ao ordenamento
legal, e a ilicitude material, uma mera contrariedade ao sentimento comum de justiça.
Seguindo se então a linha de raciocínio de Rogério 4Greco e de Assis Toledo:
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__________________
2 – Reale, Miguel -
3 - VON LISZT, Franz. Direito penal alemão, Rio de Janeiro, F. Briguiet & C.
Editores. 1899.
4 - GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal: Parte Geral. 4 ed., Rio de Janeiro:
Impetus, 2004.
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6. ANTIJURICIDADE OBJETIVA E SUBJETIVA:
Na forma objetiva a antijuricidade vai ocorrer quando um ato concreto, descrito como
ilícito pelo ordenamento jurídico, vai ser analisado por um juiz, e diante desse ato, o
juiz terá que ser objetivo ao máximo para garantir a segurança jurídica.
I – Em estado de necessidade;
II - Em legítima defesa;
Tendo como referência este artigo do Código Penal que em seu “caput” mostra
claramente quais são os fatos que podem retirar a ilicitude de um ato, e ao longo desta
obra iremos abordar cada um dos requisitos necessários para que a legítima defesa
fique caracterizada.
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8. ESTADO DE NECESSIDADE:
O artigo 24 do código penal define com clareza o que vem a ser o estado de
necessidade.
8.1 CONCEITO:
§ 1º. Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal
de enfrentar o perigo;
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§ 2º. “Embora seja razoável exigir- se o sacrifício do direito
ameaçado, a pena será reduzida de um a dois terços.”
Para que haja caracterizado o estado de necessidade é imperioso que haja pelo menos
dois bens jurídicos ameaçados, e quem praticou o fato típico não pode ter dado causa
para este, por este motivo ele também não é obrigado a proteger os dois bens jurídicos
ameaçados, não sendo exigível deste agente o
sacrifício, já que diante do fato concreto a tutela penal não conseguiria salvaguardar
ambos os bens ameaçados, podendo a salvaguarda ser em benefício seu ou alheio.
O perigo pode ser gerado por fator humano, comportamento animal ou fato da
natureza, além disso perigo atual não tem destinatário certo, mas para a maioria da
doutrina o estado de necessidade não abrange o perigo iminente.
Em caso de o agente dar causa ao perigo, ele não poderá alegar estado de necessidade,
e sobre a definição de causador existem duas correntes:
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1ª corrente:
Esta corrente diz que o causador voluntário é quem age com dolo (vontade), assim
quem age com culpa (imperícia, negligência ou imprudência) poderia alegar estado de
necessidade, sendo essa corrente a que prevalece;
2ª corrente:
Esta corrente diz que o causador voluntário é quem age com dolo e culpa, esta
corrente fundamenta – se no artigo 13 § 2ª alínea “C” do código penal
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1ª vertente:
No estado de necessidade de terceiro o agente não depende de autorização daquele que
teve seu direito salvo, nem de posterior ratificação, esta é a vertente que prevalece.
2ª vertente:
Se o bem que estiver disponível e estiver ameaçado de perigo, o agente deverá ter
autorização ou solicitar a posterior ratificações de seus atos, já para os bens que sejam
considerados indisponíveis não seriam necessárias autorizações ou ratificações
posteriores.
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8.6. INEXISTÊNCIA DO DEVER LEGAL DE ENFRENTAR O PERIGO:
Se quem age tem a obrigação de enfrentamento do perigo (ex. Bombeiro), não deverá
suscitar estado de necessidade, enquanto o perigo estiver sob seu controle. O dever
legal de agir é do agente que tem por lei a obrigação de cuidado, proteção vigilância.
Existem duas vertentes a esse respeito:
1ª vertente:
O dever legal só abrange o artigo 13 § 2º alínea “A”, ou seja os demais garantidores
poderão alegar o estado de necessidade;
2ª vertente:
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Mesmo a lei só se referindo a dever legal na alínea “A”, a lei quis abranger a todas as
alíneas, assim nenhum garantidor poderá alegar estado de necessidade,
fundamentando – se na exposição de motivos do Código Penal.
Quer dizer que para salvaguardar o direito próprio ou alheio, o único meio é o
sacrifício do bem jurídico. E quando dizemos sacrifício de um bem
jurídico, queremos dizer que o sacrifício é uma atitude que vai tornar o fato contrário
ao ordenamento jurídico, que por sua atipicidade acabaria por tornar o ato lícito.
Para esse requisito deverá haver uma proporcionalidade entre o bem protegido e o
bem lesado ou sacrificado, existindo duas correntes também para este tema:
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1ª corrente: (teoria diferencialista):
Existem duas espécies de estado de necessidade:
a-) Justificante:
É o que exclui a ilicitude quando o bem protegido valer mais que o bem sacrificado;
b-) Exculpante:
Quando o bem protegido vale menos do que o bem sacrificado.
SÃO PAULO
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8.10.1. ESPÉCIES DE ESTADO DE NECESIDADE:
A - ) QUANTO A TITULARIDADE:
1º Próprio:
A proteção do bem jurídico próprio;
2º De terceiro:
A proteção do bem jurídico de terceiro;
1º Real:
Efetivamente existe a situação de perigo (exclui a ilicitude);
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2º Putativo:
Ação em face de perigo imaginário. (não exclui a ilicitude, mas poderá excluir a
tipicidade ou a culpabilidade);
1º Defensivo:
O agente sacrifica o bem jurídico do próprio causador do perigo;
2º Agressivo:
O agente sacrifica o bem de um terceiro alheio a provocação do perigo.
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Nesses casos a excludente de ilicitude desencrava o ato do artigo 121 do código penal
e dá a este ato uma característica de licitude que ele não teria se fosse praticado de
forma diferente, note também que é necessário o consentimento da gestante o que
poderíamos dizer que também seja a ilicitude consentida pelo ofendido, também
devemos notar que o ato visa em primeiro lugar salvaguardar a vida da gestante como
no inciso I e propiciar a gestante dignidade como cita o inciso II.
9.1. CONCEITO:
O código penal brasileiro não conceituou o estrito cumprimento do dever legal como o
fez no artigo 23 no estado de necessidade, limitando se simplesmente em enumerar as
excludentes. Mas a doutrina não se furtou ao direito de conceituar o estrito
cumprimento do dever legal, e como bem o diz Fernando Capez, o estrito
cumprimento do dever legal é:
E o que significa dever legal? É uma obrigação imposta pela lei, e decreta que o agente
que está atuando tipicamente está cumprindo uma determinação legal, embora esta
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conduta seja típica e lícita é primordial que esse dever seja derivado da lei direta ou
indiretamente, e por lei devemos entender não apenas a lei penal mas também a lei
civil, comercial, administrativa etc. esse ordenamento não precisa estar explicitado no
inteiro teor da lei "estritu sensu” pode advir de outros meios legais tais como decretos,
regulamentos ou atos administrativos infralegais, mas há a necessidade de que esses
atos administrativos sejam originários de lei.
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9.2. NATUREZA JURÍDICA DO CRIME:
I - ) FATO TÍPICO:
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Tendo ocorrido um fato típico, teremos agora que analizar se ocorreu um ato ilícito ou
uma antijuricidade, que passa a ser a relação antagônica entre a conduta e o
ordenamento jurídico que causou a lesão ao bem jurídico tutelado.
A – estado de necessidade;
B – legítima defesa;
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Por último e não menos importante analisaremos o terceiro conceito da triplicidade do
delito.
III – CULPÁVEL:
A – imputabilidade;
É exigido do agente assim como nas demais causas de excludência que o agente tenha
plena consciência de que está agindo sob uma causa de justificativa, ou seja, é
esperado que o agente tenha praticado o ato por vontade de praticá-la, mas consciente
de que cumpria um dever imposto pela lei.
Podem praticar uma conduta típica cob a égide da excludente da ilicitude no estrito
cumprimento do dever:
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A – Como autores da conduta: funcionários públicos (lato sensu) e particulares que
exercem função pública (jurado, perito, mesário da Justiça Eleitoral) – uma vez que
agem por ordem da lei;
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Magalhães Noronha e Rogério Greco, por sua vez, corrente à qual me filio, entendem
que incide na hipótese não o "estrito cumprimento de dever legal", mas o "exercício
regular de direito", pois que não há um dever de corrigir os filhos, aplicando-lhes
castigos moderados, mas sim um direito. Isto é, os pais podem ou não se valer de
castigos corporais, ou outras formas de constrangimento, para que seus filhos sejam
educados e corrigidos. Portanto, a norma do Código Civil mencionada não impõe um
dever aos pais, mas apenas confere-lhes um direito.
Entendemos que a tipicidade é a relação que adequa a conduta com o tipo penal,
formada pela tipicidade formal e conglobante, que por sua vez engloba a tipicidade
material com a conglobante antinormativa, e que não é típica a conduta de quem
pratica uma conduta que embora seja formalmente típica, seja imposta ou fomentada
pelo direito.
Em tempos atuais, de acordo com o legislador que adotou para o nosso código o estrito
cumprimento do dever legal como causa de exclusão de ilicitude, algumas condutas
merecem ser mais profundamente analisadas sob a
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égide da ilicitude. Porém, Zaffaroni e Pierangeli entendem que os casos de estrito
cumprimento de dever legal deveriam ser analisados quando da verificação da
tipicidade penal, sob a ótica da tipicidade conglobante antinormativa, pois isso evita
que coexistam dentro do ordenamento jurídico uma norma que ordena que se faça uma
coisa, enquanto outra norma proíbe essa mesma conduta.
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Em outras palavras, deve-se buscar evitar que condutas impostas pelo ordenamento
jurídico sejam consideradas típicas pelo próprio ordenamento jurídico, tornando este
mais harmônico.
10.1. CONCEITO:
Qualquer cidadão poderá se garantir de tal dispositivo se agir dentro da lei, sem que
haja excesso. Prado menciona que deve ser de modo regular e não abusivo, podendo
ele ser de norma penal ou extrapenal.
(PRADO, Luiz Regis. Curso de Direito Penal Brasileiro. Parte geral. 6ª Ed. São
Paulo: Revista dos Tribunais, 2006.)
Nesse sentido o professor Damásio nos fornece alguns exemplos para o exercício
regular de direito
A própria Constituição Federal nos orienta a esse respeito quando diz: “qualquer um
pode, mas o Estado tem o dever de prender em flagrante delito”, isso nada mais é do
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que todo cidadão pode exercer regularmente o direito, mas impõe que o Estado
“deve”, porém temos que ter atenção especial aos excessos, o que tornaria o ato ilícito
penal.
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B – Liberdade de censura; art.142 CP:
Faculdade legal conferida ao credor de conservar em seu poder a coisa que possui de
boa-fé, pertencente ao devedor, ou de recusar-se a restituí-la até que seja satisfeita a
obrigação.
(PRADO, Luiz Regis. Curso de Direito Penal Brasileiro. Parte geral. 6ª Ed. São
Paulo: Revista dos Tribunais, 2006.) E (Damásio 2003, p.400).
O trote acadêmico também pode ser um exercício regular de direito devido aos
costumes, mas o que mais importa nesta situação é o trote agido em exagero, o
simples trote não passa de uma mera conduta comum.
SÃO PAULO
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Outra hipótese comum é sobre os professores que tem a guarda da criança, e ao
perceber alguma conduta errada, tem o direito de repreender a criança, pois a
professora estará diante do jus corrigendi, se tratando de uma norma subjetiva.
É sabido por todos que a natureza justificativa da legitima defesa passou a ter
reconhecimento à partir de Hegel, que a explicava da seguinte forma:
Portanto, nos casos de legítima defesa, a complexidade não estará em sua natureza,
mas em seu fundamento, já que a necessidade da manutenção e da garantia da ordem
pública e respectivamente dos direitos, em consonância com a importância entre eles,
será devidamente inserto no conteúdo social ou no individual, com base no ideário de
que ninguém deverá ou poderá ser obrigado a aturar o injusto, o que conflitará de
alguma forma, na ação de um determinado sujeito que, ao agir em legitima defesa, dado
que o direito não deixa outra forma para garantir o exercício do próprio direito, ou
explicando de uma forma mais simples, a proteção dos bens jurídicos, surgirá a
necessidade da legítima defesa.
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11.3 DOS BENS DEFENSÁVEIS:
Para que possamos falar em legítima defesa devemos saber que para sua existência são
necessários 03 (três) requisitos legais:
A autoria dessa agressão é quem vai ditar o caráter passivo do sujeito que sofre a
agressão e que vai praticar a defesa, mas atentemos para o seguinte, quem praticar a
defesa e atingir a um terceiro atuará em estado de necessidade ou de forma culpável
não sendo amparado pela legítima defesa e seu tipo permissivo.
Não é necessário que a agressão esteja acontecendo, pois a letra da lei explica que a
agressão deve ser atual ou iminente, onde atual é o tempo presente e a iminência é a
possibilidade de o sujeito levar adiante a ameaça e realizar de fato a agressão quando
bem desejar.
SÃO PAULO
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A agressão deve ser contra um direito seu (por exemplo: a vida), ou de outros
(qualquer pessoa);
11.4. DA PROVOCAÇÃO:
Diante de todos os requisitos legais da legítima defesa, não existe nenhuma menção à
ausência de provocação, mas diante da afirmação doutrinária
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de que a provocação excluía legítima defesa, apresentando algumas dúvidas ante
ao texto legal existente, e do princípio da legalidade. Trata se de uma integração
analógica da lei penal, ampliativa ou extensiva da punibilidade, por ser restritiva da
licitude ou justificativa.
Em tais condições, a única provocação relevante seria aquela em que, por si só,
constituir uma agressão injusta, em razão da não admissibilidade de legítima defesa
contra legítima defesa.
Neste caso utilizar se de meios que sejam incompatíveis com o tipo de agressão
cometida pode descaracterizar a legítima defesa. Dentre os meios necessários
podemos citar a negociação, onde somente o negociador vai manter contato direto
com a situação de crise e através do dialogo vai conduzir a crise para um desfecho
aceitável, preservando a vida de vitima e agressor. Podemos citar também o uso da
força, que deve ser realizado sempre visando preservar a vida.
Existem vários conceitos sobre o uso da força mas destacaremos somente alguns e
falaremos somente do modelo adotado pelo Brasil.
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O conceito utilizado no Brasil é o Canadense, que trata não somente do uso da força
mas também da progressividade dessa força, e ao trazer
esse conceito para nosso ordenamento, o termo “progressivo” passou a ser
interpretado como descrito no dicionário eletrônico Houaiss, onde significa tudo
aquilo que progride, atravessando sucessivamente cada etapa de um processo em
que há aumento, crescimento, agravamento, que procede passo a passo rumo ao
desenvolvimento, sendo uma ferramenta para ajudar na determinação da técnicas
ou níveis de força apropriadas para as várias situações que possam surgir durante uma
situação crítica, níveis estes de força que vão desde a mais fraca até a de maior força
cessando sua progressão ao mesmo tempo em que cessa a agressão.
A ) FORÇA:
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É toda intervenção compulsória sobre o indivíduo ou grupo de indivíduos, reduzindo-
lhe ou eliminando sua capacidade de autodecisão.
C ) ÉTICA:
É o conjunto de princípios morais ou valores que governam a conduta de um indivíduo
ou membros de uma mesma profissão;
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11.6. PRINCÍPIOS PARA A APLICAÇÃO DO USO DA FORÇA:
Para a aplicação do uso da força existem princípios que devem ser seguidos, são eles:
A ) Princípio da Legalidade;
B ) Princípio da Necessidade;
C ) Princípio da Proporcionalidade;
D ) Princípio da Conveniência.
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A) PRINCÍPIO DA LEGALIDADE:
B) PRINCÍPIO DA NECESSIDADE:
É o princípio que vai levar em consideração o ato a ser praticado e o ato a ser cessado
de forma que se não houver necessidade da ação nada será feito, o Estado só fará algo
se for realmente importante para não interferir de forma acintosa nos direitos dos
cidadãos.
C) PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE:
É o princípio que visa garantir o equilíbrio na relação entre o crime e a pena, entre a
ação delituosa e a ação do agente da LEI.
D) PRINCÍPIO DA CONVENIÊNCIA:
A ) Presença Física;
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B ) Verbalização;
C ) Controle de Contato ou de mãos livres;
D ) Técnicas de submissão;
E ) Táticas Defensivas não letais;
F ) Força Letal.
A) PRESENÇA FÍSICA:
B) VERBALIZAÇÃO:
Deve ser usada sempre que possível, tendo como base a insistência, voz de comando e
conforto para o agressor, afim de adquirir a confiança do mesmo
.
C) CONTROLE DE CONTATO:
D) TÉCNICAS DE SUBMISSÃO:
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Consistem em imobilizar e conduzir o agressor, a fim de anular a ação delituosa do
mesmo.
F ) FORÇA LETAL:
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11.8. EXCEÇÕES PARA O USO DA FORÇA:
A busca incessante por soluções negociáveis para evitar a utilização do uso da força;
Todas as formas de solução pacífica de conflito deve ser utilizado para garantir uma
solução sem a utilização do uso da força;
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11.8.8 – PROPORCIONALIDADE ENTRE O MEIO UTILIZADO E O PERIGO
A SER EVITADO:
A força deve ser equivalente ao perigo a ser evitado, caso contrário a legitima defesa
deixa de existir;
As autoridade e agentes aplicadores das leis devem estar em consonância com todas
as normas técnicas e procedimentais para uma boa solução de crise;
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Em casos de descumprimento de qualquer diretriz desta lei as autoridades e os agentes
deverão responder pelo seu excesso na forma da lei;
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12. CONSTRANGIMENTO ILEGAL:
Sendo a vida um direito garantido pela Constituição é um bem indisponível e deve ser
preservada acima de tudo. Desta forma , em tese, todo o procedimento profissional
tem a necessidade de prévia autorização, de acordo com o artigo 15 do C.C.
Esse consentimento nada mais é do que o aval dado a terceiros para conduzir a ação, o
que torna o ato lícito, o que sem autorização seria ilícito agora com a autorização é
lícito, fazendo desaparecer as cominações legais nos limites ora permitidas. Sendo a
tutela do bem de quem está consciente, devendo a autorização ser feita de forma
expressa pelo paciente ou familiares por ele responsáveis.
12.3. CONCEITO:
Suicídio é o ato pelo qual um ser humano decide colocar fim à própria vida, decisão
esta tomada em decorrência de resultados de experiências traumáticas que o indivíduo
não conseguiu superar.
12.4. DA LEGALIDADE:
Analisando do ponto de vista legal o suicídio é um ato ilícito porém não há como
aplicar as cominações legais devido ao seu resultado, para muitas legislações, o
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suicídio é considerado crime, um delito, e, se, por exemplo alguém tiver em mãos a
mínima possibilidade de evitar o suicídio e não o fizer poderá ser punido
criminalmente.
Como apresentado anteriormente toda coação exercida para evitar o suicídio será
considerada pelo ordenamento jurídico lícita, não acarretando ao seu praticante
nenhuma cominação legal, lembrando que os excessos ou desvio de finalidade na
coação será sempre considerado ato ilícito e passível de pena.
SÃO PAULO
2018
13. ABORTO:
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mulher ou até mumificado, ou pode a gestante morrer antes de
sua expulsão. Não deixará de haver, no caso, o aborto.”
Mirabete, (2008 v.II p.62 )
Podemos também dizer que o tipo penal do aborto só protege a vida intrauterina, ou
seja, só existira proteção da lei após a fixação do concepto no útero materno, sendo
que qualquer coisa que acontecer antes desse fato será considerado fato atípico.
Para Mirabete já citado na abertura desse tópico, essa é a definição mais correta para
aborto.
A -) ABORTO NATURAL:
O aborto natural é aquele que ocorre de forma espontânea, ocorre quando de forma
natural o corpo da mãe rejeita o ser em desenvolvimento, expelindo o, neste tipo de
aborto não há incidência de crime.
B -) ABORTO ACIDENTAL:
C -) ABORTO CRIMINOSO:
O aborto criminoso é aquele que pressupõe uma conduta dolosa por parte da mãe que
impõe ao ser que está sendo gerado um termo em seu desenvolvimento. Neste tipo de
aborto ocorre o tipo penal, pois como já dito é um aborto criminoso.
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D -) ABORTO PERMITIDO OU LEGAL:
É o aborto que é permitido pelo tipo penal, pois, mesmo sendo praticado de forma
voluntária não infringe a lei, e está subdividido em:
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Aborto terapêutico ou necessário, com previsão legal no artigo 128,I do
Código Penal, e tem por finalidade salvar a vida da gestante, quando esta gravidez
trouxer sérios riscos à vida da mulher;
É o aborto praticado com a intenção de evitar que nasça uma criança com graves
defeitos genéticos. Não é permitido essa prática pelo ordenamento jurídico brasileiro,
mas há contudo, grandes discussões sobre essa forma de aborto, principalmente em se
tratando da eliminação de forma voluntária do feto vítima de anencefalia, existindo
inúmeras doutrinas que defendam a sua legalidade.
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G -) ABORTO “HONORIS CAUSA”:
H -) ABORTO ESTÉTICO:
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13.2. TIPIFICAÇÃO DO CRIME DE ABORTO NO CÓDIGO PENAL
BRASILEIRO:
Notemos que o aborto praticado de forma culposa não é considerado como crime pelo
nosso ordenamento jurídico.
O código penal prevê que nessa conduta típica descrita no artigo 124, denota a
conduta incriminada da gestante que provoca em si o aborto ou consente que alguém o
faça por ela, já na hipótese do artigo 126 o terceiro responderá pelo crime, já que a
conduta típica do artigo 124 não inclui a conduta do terceiro mas tão somente a
conduta da gestante, que neste caso só dá seu consentimento.
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Em relação ao objeto em questão (aborto), afastemo-nos um pouco deste objeto e
façamos uma simples pergunta: em qual momento tem início a vida em
desenvolvimento que está sendo protegida pelo tipo penal?
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“A vida tem início à partir da concepção ou fecundação do óvulo,
isto é, desde o momento em que o óvulo feminino é fecundado pelo
espermatozoide masculino. Contudo, para fins de proteção por
intermédio da lei penal, a vida só terá relevância após a nidação,
que diz respeito à implantação do óvulo já fecundado no útero
materno, que ocorrerá em 14 (quatorze) dias após a fecundação”
Sendo assim, não se considera aborto a ingestão de remédios que impeçam o óvulo de
se fixar no útero materno, só sendo crime a eliminação de uma vida já existente no
útero materno. O crime só sofrerá a incidência da lei se houver a nidação, e se
estendendo até o inicio do parto. Com isso queremos dizer que só haverá o aborto a
partir deste evento (nidação) se estendendo até o início do parto.
Após o parto a conduta criminosa passa a incidir sobre o neonato podendo ser
caracterizada como infanticídio ou homicídio conforme o caso.
Quando falamos em sujeito ativo falamos de quem está praticando o crime, que neste
caso é o aborto, ou seja, estamos falando da gestante, que pratica um crime de mão
própria, praticável somente por ela, sendo possível a participação de terceiros
(concurso de pessoas), e sendo admitido, contudo, a coautoria.
Da mesma forma que no objeto material, ´nascituro vivo alojado no útero materno
(óvulo fecundado, embrião ou feto conforme o tempo de gestação) é o sujeito passivo,
aquele que sofre a ação.
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13.2.6. TIPO OBJETIVO:
Com grande nitidez podemos observar na simples leitura do artigo 124 do C.P. duas
figuras distintas, a saber:
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Nesta situação podemos ver claramente a gestante agindo no sentido de suprimir a
gravidez, matando seu filho, que se desenvolvia em seu ventre. Segundo Nucci (2006,
p.550), provocar é dar causa ou determinar um acontecimento. Já o terceiro que atua
como co autor deverá responder pelo seu crime com base no artigo 126 do C.P., sendo
uma exceção à teoria monista ou unitária adotada em nossa legislação como regra,
mas se o terceiro só atuar como partícipe, deverá responder em conjunto com a
gestante pelo delito com base no artigo 124 do C.P.
Esta é a situação em que a grávida somente consente por vontade própria que nela seja
provocado o aborto, sendo o núcleo dessa figura “consentir”, admitir, deixar fazer,
realizar, tolerar etc. A conduta exigida aqui é que a terceira pessoa provoque o aborto,
respondendo assim pelo crime previsto no artigo 126 do C.P., já para o caso de
concurso de pessoas, é possível que na figura do “consentir” haja a participação de
terceiros, que instiguem ou induzam a gestante a praticar o aborto, não sendo admitir
neste caso a coautoria que seria a conduta principal somente possível de ser realizada
peala gestante.
Neste caso somente há punição para a forma dolosa seja o dolo direto ou o dolo
eventual, não havendo a possibilidade de punir se a conduta culposa.
Por ser uma conduta criminosa material, haverá a consumação com a morte do
nascituro alojado no ventre materno, sendo indispensável todavia, que a vítima esteja
viva no momento da ação ou omissão. O que quer dizer que se o nascituro já estiver
morto antes do ato, não haverá crime, desde que a sua morte tenha ocorrido de forma
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natural ou acidental, caso contrário ocorrerá a hipótese de crime impossível, devido a
absoluta impropriedade do objeto (art. 17 do C.P.)
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tornando o fato atípico. Não há porém, a exigência de que a vítima seja viável (ou
seja, que tenha a possibilidade concreta de desenvolvimento), bastando apenas que
esteja viva.
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O artigo 125 do Código Penal brasileiro diz:
O objeto material neste caso é o ser humano que se desenvolve dentro do útero
materno, e a própria gestante.
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13.3.3. SUJEITO ATIVO:
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de igual maneira ao objeto material, é o ser humano em formação no útero materno e a
gestante.
O tipo objetivo nesta modalidade de aborto é a terceira pessoa, que sem a aquiescência
da gestante provoca o aborto. A discordância da gestante não tem a necessidade de ser
explícita, bastando somente que a gravida desconheça as manobras abortivas que por
ventura estejam sendo aplicadas. Portanto se a grávida souber o que esta sendo feito
mas assente com a continuidade dos atos, a hipótese de aborto será de consentimento,
mas se ela não souber o que está ocorrendo e nada fizer o aborto realizado foi sem
consentimento. Devemos lembrar que o artigo 126 em seu parágrafo único prevê
situações em que o consentimento da gestante não tem a finalidade de forçar o
enquadramento no tipo penal da conduta do terceiro.
É um crime comum, podendo ser cometido por qualquer pessoa, é doloso; comissivo,
é admitida a forma omissiva imprópria, quando o sujeito ativo ocupa a posição de
garante art.13 § 2º C.P., é instantâneo, sua consumação não se protrai no tempo, é
material, exigindo um resultado naturalístico para consumar – se, é unissubjetivo,
pode ser cometido por uma só pessoa, é plurissubsistente, pode ser cometido por
várias pessoas,é de forma livre, pode ser cometido de qualquer forma idônea a
produzir resultado, e não transeunte deixa vestígios.
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13.3.8. AÇÃO PENAL:
Da mesma forma que ocorre no artigo 125 do C.P, a conduta incriminadora é de uma
terceira pessoa que provoca o aborto, mas neste caso com o consentimento da grávida.
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Igualmente ao objeto material, é o ser humano em formação intrauterino.
Por se tratar de crime material sua consumação se dá com a morte do ser humano
alojado dentro do útero materno.
A ação penal prevista em lei para esses casos é a de iniciativa pública incondicionada.
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14.11. MAJORAÇÕES ESPECIAIS NO CRIME DE ABORTO:
Prevê o artigo 127: “ as penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas
de um terço, se, em consequência do aborto ou dos meios empregados para provoca-
lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer
dessas causas lhe sobrevém a morte”
Pelo que podemos ver no artigo 127, as lesões leves não funcionam como majorante
no crime em estudo, mesmo em se tratando de lesões graves ou gravíssimas, entende a
doutrina que as mesmas devem ser imprescindivelmente, extraordinárias para a
justificação da agravação, ou seja, as lesões comuns (ordinárias), que funcionem como
meios necessários para a causação do aborto não atraem a incidência da causa de
aumento da pena.
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15. CONSENTIMENTO DO OFENDIDO:
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BIBLIOGRAFIA:
GRECO, Rogério.
Curso de Direito Penal: Parte Geral. 4 ed.,
Rio de Janeiro:
Impetus, 2004.
MASSON, Cleber
Direito penal esquematizado. Parte geral. V. 1. 9ª. Ed. Rev. Atual e ampliada
Rio de Janeiro
Forense
São Paulo: Método 2015.
SÃO PAULO
2018
Caderno Técnico da Conseg
Uso Progressivo da Força
1ª Conferência Nacional de Segurança Pública
ISSN 2175-5949
N.5, Ano 01, 2009
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Brasília, DF
Ministério da Justiça
SÂO PAULO
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