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SÃO PAULO
2017
O filme gira em torno de Deborah uma adolescente de 16 anos de idade, diagnosticada
com esquizofrenia, era uma adolescente angustiada, que não sabia reconhecer seus
medos, vazios, perdas e não saber lidar com eles.
Foi uma criança que não conseguia fazer amizades e era mal interpretada pelos
professores, devido ela não conseguir se concentrar nas aulas, também não era bem
compreendida na colônia de férias, ficando sempre isolada e muitas vezes sendo
prejudicada tanto pelas outras crianças, como por ela mesma.
Sua família era composta por um avô Judeu autoritário orgulhoso de suas origens, que
não permitia que ela expressasse seus sentimentos, mas que sentia muito carinho por
ela, sua irmã mais nova sempre a deixava de lado pela diferença dela para com
Deborah, o pai um senhor passivo, que sempre seguia aos desejos da esposa, a mãe
uma senhora fria com um poder de persuasão incrível que sempre convencia seu
esposo a fazer tudo aquilo que ela acreditava ser ideal para a família, seus pais não
eram afetuosos desde que ela era um bebê, eles tinha um habito que se identificam, a
forma de se consolarem isoladamente não falavam sobre as dificuldade de ter uma
filha como Deborah, escondiam da família que Deborah tinha esquizofrenia inventando
sempre desculpas para justificar a ausência da menina.
Seus companheiros da escola hostilizavam pela sua origem judia e também por ela se
destacar de forma diferenciada nos seus comportamentos de adolescentes, ela
destoava deles, por isso sofria muito abuso psicológico emocional por parte dos
companheiros da escola.
Após um sonho que para ela foi mais uma premunição de que teria a doença, Deborah
começou acreditar na existência do mundo “Yr” e via-se, como alguém que possuía um
veneno, um veneno inerente ao seu ser, era um veneno para mente, chamado por ela
em “Yr” de “nganon”, que contaminava a todos que se aproximassem afetivamente
dela.
No mundo “Yr” Todos esses personagens, cada um com o seu papel, é o próprio
inconsciente de Deborah e é difícil para ela se desprender dessas amarras porque o
mundo antes do mundo Yr era para ela cinzento e desolado e o mundo Yr trouxe um
mundo cheio de cores e de liberdade, porém, sendo modificado com a vinda do tal
Censor, o que a fez pensar na escolha entre esse mundo e o mundo real, junto com a
ajuda da Dr. Fried foi descobrindo que existiam coisas boas no mundo real e que o
mundo Yr foi criado por ela mesma à sua imagem e semelhança.
Deborah também sentia uma culpa com relação a sua irmã, imaginando que tinha
tentado jogá-la da janela do quarto quando ainda era um bebê, mas com a terapia
conseguiu descobrir que esse episódio não se passou de uma criação dela na infância
por conta do ciúme que sentiu do bebê recém-nascido.
No hospital Deborah fez amizade com Carla, como também conversava com outras
delas; o hospital era o lugar onde ela podia ser ela mesma, tinha a liberdade para ser
“louca”, para ser diferente e livre de pré-conceitos.
O hospital tinha algumas normas internas criadas pelas próprias pacientes, a Ala A e B
ficavam as “malucas”, “birutas”, “piradas” e na Ala D, ficavam as “insanas” e “loucas”
essas eram as mulheres que viviam gritando.
A arte era um recurso importante que Deborah possuía para promover sua sanidade,
com o seu talento ela resistiu às piores fases da doença, a arte é como uma vocação
criativa, que poderia fazer com que ela crescesse e se desenvolvesse apesar dela
considerar as oficinas terapêuticas ocupacionais, como atividades proposta eram puro
“faz-de-conta”, onde se visava apenas mantê-las ocupadas.
Deborah, depois de sua alta, sabia que teria que manobrar os desvios de percurso que
poderiam ocorrer em sua vida futura; que através de sua própria experiência, já
possuía alguns recursos internos e externos que poderiam auxiliá-la, porém, mesmo
assim, talvez não fosse nada fácil se recolocar no mercado de trabalho, nos estudos e
afins, todos aqueles afazeres diários que rotula um ser humano como “normal”.
Esses mesmos desafios foram encarados por sua amiga Carla e a enigmática Doris
Rivera sempre falada entre as pacientes como aquela que voltou para a vida, aquela
que voltou a “luz”. Deborah assim pode compreender Doris Rivera, entender o quanto
é difícil se manter fora do hospital, por conta das burocracias encontradas para
arrumar um emprego, bem como o medo, a solidão e o preconceito. Por isso que
muitos dos pacientes psiquiátricos de hospitais na atualidade, assim como elas não
suportam o mundo fora do hospital, a maioria volta em poucos dias, havendo uma
grande dificuldade de readaptação do paciente à sociedade.
Deborah volta ao hospital e percebe que já não era a mesma, pois antes ela tinha o
costume de se queimar, era por uma questão de testar se ela era ou não de uma
substância humana, já que seus sentimentos nada a informavam e todos os seus
sentidos (tato, olfato, audição, paladar e visão) estavam distorcidos, por tanto, ao
queimar-se não sentia dor, mas depois de muito trabalho com a Dra. Fried já não
conseguia mais se queimar porque começou a se ver como um ser humano, capaz de
sentir dor e até mesmo de estudar, trabalhar, ser alguém.
Então Deborah, assim como Doris Rivera, se tornou aquele símbolo de esperança e
fracasso, de sanidade e insanidade, mas acima de tudo, de luta.
A esquizofrenia faz com que o paciente faça uma cisão com seu mundo interno e
externo e uma extrema dificuldade de lidar com a realidade que trazia muito
sofrimento, seu mundo real e o mundo imaginário cheio de significados e delírios, os
quais para ele são reais e verdadeiros e que aliviam os sofrimentos introjetados no seu
inconsciente, assim como fez Deborah que tinha muitos fatos ocorridos durante a sua
infância que marcaram sua vida fortemente, a babá fria com quem tinha que ficar
quando a mãe ia viajar, a qual não tratava com menor carinho, a mãe racional e o pai
distante das necessidades da filha, uma doença muito critica para uma criança saber
que tem e não conhecer o real motivo pelo qual esta se instalou no corpo, que a fez
pensar em ser suja e não digna de possuir amor dos próximos por amaldiçoar quem se
aproxima.
Tive uma compreensão através da leitura do quanto o ser humano é frágil, e o quanto
se faz necessário um comprometimento do profissional com o paciente, como um
ser biopsicossocial, um envolvimento profundo com o ser humano em sofrimento,
levando em conta toda sua historicidade, entre nós e o paciente apenas uma linha
tênue separa o normal do patológico.
Consegui concluir que é muito importante a escuta do ser humano que é estigmatizado
e rotulado pela sociedade, que está em constante sofrimento psíquico esperando por
ajuda.
Todos os pacientes possuem uma história singular. Nosso objetivo como profissionais
da Psicologia é ir além do diagnóstico, da escuta, buscando e resgatando junto com o
paciente seus aspectos humanos em situação patológica e quebrar ideias cristalizadas,
preconceitos e ideologias impostas pela sociedade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GREEN, H. Nunca Lhe Prometi Um Jardim de Rosas. Ed. Imago Editora Ltda. 1974. Rio
de Janeiro