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Autores:
Edilene Xavier Costa
Elisa Cléia Pinheiro Rodrigues Nobre
Tema 05
O objeto do Serviço Social
Tema 05
O objeto do Serviço Social
Caro(a) aluno(a).
Este Caderno de Atividades foi elaborado com base no livro A Natureza do Serviço Social,
do autor Carlos Montaño, Editora Cortez, 2009, 2ª Edição PLT 354.
Roteiro de Estudo:
Prof.ª Edilene Xavier Costa
Serviço Social
Prof.ª Elisa Cléia Pinheiro
Contemporâneo
Rodrigues Nobre
CONTEÚDOSEHABILIDADES
Conteúdo
Nessa aula você estudará:
LEITURAOBRIGATÓRIA
O objeto do Serviço Social
Montaño (2009) assinala que, nas discussões entre a categoria profissional, não há
consenso para a nomenclatura dispensada ao objeto de estudo e intervenção do Serviço
Social, “tematizada, ora como especificidade, ora como identidade, ora como natureza,
ora como perfil, ou até cultura” (MONTAÑO, p. 118). Acredita que esse esforço dá-se em
virtude de legitimá-lo diante das demais profissões. Para discutir sobre a existência ou
não da especificidade do Serviço Social, é preciso primeiramente compreender o que é
especificidade. O autor aplica por conceito deste vocábulo a “qualidade que certa espécie
possui e pela qual se torna especial, diferente das outras” (p.120); por esta razão, atribui-se
ao objeto do Serviço Social a importância de identidade. O que o Carlos Montaño pretende
demonstrar é que o objeto de uma profissão e é algo tão particular que não deve ser tratado
no exercício de outras profissões e/ou de outros profissionais. Ao analisar as leis que regem
o sistema capitalista, verifica-se que o Serviço Social busca por sua especialização e o faz
numa perspectiva de “pulverização” e “segmentação” da realidade em “questões sociais”.
Os filósofos, sociólogos, economistas, entre outros pensadores consultados por Montaño
apontam que, ao invés de dedicar o olhar para a estrutura da sociedade no sentido de intervir
nela e transformá-la, segmentou-a, especializando uma profissão para tal. Essa afirmação
manifesta-se a partir da tese Histórico-crítica quanto à gênese da profissão, ou seja, está
vinculada à ordem burguesa. Todavia no “momento em que a classe burguesa perdeu
seu caráter crítico revolucionário perante as lutas proletárias” ocorreu a “segmentação da
realidade em questões sociais”, permitindo o surgimento de uma intervenção igualmente
pulverizada: “as políticas sociais setoriais e pontuais” (MONTAÑO, 2009, pp. 125-126).
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LEITURAOBRIGATÓRIA
Desta forma, procurar pelo objeto do Serviço Social exige identificá-lo na divisão sociotécnica
do trabalho; como demonstra Lukács:
O Serviço Social origina-se neste contexto histórico, e por isso Carlos Montaño discute a
existência, ou não, de seu objeto/especialidade, considerando-o segmentador da realidade.
Admite que haja autores que sustentam a falta da especificidade da profissão e que,
segundo eles, isso se dá “pela inexistência de um corpo teórico próprio, a carência de
um método único, a ausência de objetos, de questões sociais particulares a estes” (ibid,
p. 127). Nessa vertente, as atividades do Serviço Social podem ser desempenhadas por
outros profissionais, como sociólogos, psicólogos sociais, antropólogos etc. Infere-se que
a categoria de assistentes sociais “obstinadamente” deseja estabelecer a especificidade
do Serviço Social acreditando assim garantir sua legitimidade. Montaño destaca quatro
elementos com os quais autores pesquisados definem a especificidade do Serviço Social:
• O grupo que entende o objeto social como próprio do Serviço Social, pois acredita que
o mesmo constitui uma ciência.
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LEITURAOBRIGATÓRIA
3. Definir o específico do Serviço Social “no tipo do sujeito com o qual trabalha (seu
público-alvo): na relação profissional-povo” (pp. 141-142). Nessa vertente, a profissão
é apreendida como uma militância política vinculada a uma população politicamente
organizada.
Este tema é fundamental para a sua formação profissional, uma vez que pretende demonstrar
o profissional do Serviço Social como um “conscientizador e/ou agente de mudança” que,
na óptica de Montaño, desconsidera o papel político das demais profissões. Apresenta-se
indispensável, pois discute a necessidade dos assistentes sociais definirem a especificidade
da profissão no “processo de conscientização do homem”, buscando maneiras deste ter
uma visão mais crítica da sociedade e uma maior capacidade analítica da realidade.
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LINKSIMPORTANTES
Quer saber mais sobre o assunto?
Então:
Sites
Leia o artigo de Ednéia Maria Machado: Questão social: objeto do Serviço Social, 2008.
Disponível em: <http://www.uel.br/revistas/ssrevista/c-v2n1.htm> Volume 2 - Número 1 Jul/
Dez 1999. Acesso em: 03 fev. 2014.
A obra tem por objetivo resgatar a concepção de questão social como forma de refletirmos
sobre a possibilidade de a questão social, ou, as expressões da questão social, se constituir
como objeto profissional.
Leia a obra de Lessi Inês Farias Pinheiro. Questão Social: um conceito revisitado.
Disponível em: < http://www.eumed.net/rev/cccss/03/fpod.htm> Acesso em: 03 fev. 2014.
Este artigo apresenta as visões de três autores, ligados a diferentes disciplinas da área
social, com visões distintas da questão social. São abordados os trabalhos de Robert Castel,
que defende que a questão social sofre modificações ao longo do tempo, mantendo-se em
essência a mesma; Pierre Rosanvallon, que afirma que a questão social se modificou e
exige uma nova postura política na sua solução; e, finalmente, são apresentadas algumas
ideias do economista Amartya Sen, que faz uma análise do desenvolvimento econômico,
tratando sempre da questão social sem, no entanto, nomeá-la diretamente.
Vídeo
Assista ao filme Uma noite no museu, direção de Shawn Levy, que retrata a importância
de estabelecer uma rede de contatos entre os diversos segmentos de uma comunidade, e
reflita sobre o papel do Assistente Social diante dos conflitos sociais.
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AGORAÉASUAVEZ
Instruções:
Chegou a hora de você exercitar seu aprendizado por meio das resoluções
das questões deste Caderno de Atividades. Essas atividades auxiliarão
você no preparo para a avaliação desta disciplina. Leia cuidadosamente
os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido e para o modo de
resolução de cada questão. Lembre-se: você pode consultar o Livro-Texto
e fazer outras pesquisas relacionadas ao tema.
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AGORAÉASUAVEZ
e) Procurar cada vez mais a definição e cia de um corpo _____________ próprio, a
consolidação deste “saber especializado” carência de um método único, a ausência
no sentido de elaborar várias “teorias de _________, de questões sociais parti-
da intervenção” capazes de combater a culares a estes – faz dele uma profissão
questão social. prescindível, ____________ por vários ou-
tros profissionais e, portanto, não teria sen-
tido de existir como profissão autônoma.
Questão 2:
Assinale a alternativa que completa as la-
Há aqueles que determinam o “campo de
cunas:
pesquisa” que caracteriza o objeto de co-
nhecimento “específico” do Serviço Social a) Legitimidade; teórico; objetos;
como sendo a própria prática profissional. insubstituível.
Essa maneira de conceber o espaço pró-
prio do saber profissional se funda na ideia b) Especificidade; teórico; objetos;
de que a característica deste tipo de pes- substituível.
quisa, própria desta profissão, está orien-
c) Especificidade; técnico; objetos;
tada para a ação, não como investigação
substituível.
pura, mas para:
d) Legitimidade; teórico; objetos;
a) Desenvolver trabalhos educativos em
substituível.
comunidades.
e) Especificidade; técnico; objetos;
b) Conhecer as doenças da população.
insubstituível.
c) Criar leis de defesa dos direitos da
população. Questão 4:
d) Aprovar leis de defesa dos direitos da Assinale a alternativa que completa a lacu-
população. na conforme o texto de seu Livro-Texto:
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AGORAÉASUAVEZ
to, na forma como articula conhecimentos e d) Que a especialização cada vez mais
transforma essa articulação em mediações estreita é o “destino” da nossa época, um
____________________________. destino do qual somente os intelectuais
podem escapar.
a) Para uma construção comunitária.
e) Que a especialização cada vez menos
b) Para uma desconstrução no seu modo estreita é o “destino” da nossa época, um
de intervir. destino do qual somente os intelectuais
podem escapar.
c) Para sua ação específica.
Questão 9:
O assistente social se defronta com obje-
tos singulares de diversas naturezas e com
particularidades variadas e variantes. A
intervenção nesta realidade não pode ser
nunca desinteressada. A padronização de
um método a priori, apto para conhecer e
intervir na realidade, qualquer que seja ela,
retira o substrato teleológico e histórico do
sujeito, enxuga a intencionalidade levando-
-a a objetivos abstratos. Aponte a quais os
objetivos o texto se refere.
Questão 10:
Montaño (2009) acredita que o fundamento
para a peregrinação da categoria profissio-
nal em encontrar uma “especificidade” para
o Serviço Social esteja relacionado ao fato
de que, sem um saber específico, sem um
campo específico de atuação, sem sujeitos
próprios e sem métodos específicos esta
profissão esteja fadada a não ser legitima-
da socialmente. Carlos Montaño assinala
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FINALIZANDO
Nesse tema, você pode observar uma acirrada discussão entre Montaño e diversos
autores sobre a “especificidade” do Serviço Social. Verificou também os motivos pelos quais
o autor defende a “não especificidade” da profissão, e sim a particularidade da mesma,
assunto que será discutido no próximo tema. Por outro lado, apresenta características
próprias dos profissionais da área ao intervirem na realidade social. Como já perceberam,
é uma obra bastante crítica, o que instiga à leitura não só do Livro-Texto, mas também do
material de apoio proposto neste caderno e dos Textos Complementares.
Caro aluno, agora que o conteúdo dessa aula foi concluído, não se esqueça de acessar
sua ATPS e verificar a etapa que deverá ser realizada. Bons estudos!
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Ney Luiz Teixeira de. Retomando a temática da “sistematização da prática” em
Serviço Social. Disponível em: <http://www.fnepas.org.br/pdf/servico_social_saude/tex-
to3-2.pdf> Acesso em: 03 fev. 2014.
BORIN, André Luiz dos Santos et alli. Como Pode Isto: Trabalhar como escravo, passar
fome num Estado rico? Só não morri, porque aqui e acolá, tem alguém prá ajudar. Liber-
tas - Volume 2 - Número 2 – Jul/2008. Disponível em: <http://www.ufjf.br/revistalibertas/
files/2010/01/artigo08_5.pdf>. Acesso em: 03 fev. 2014.
CAMURÇA Marcelo A. Seria A Caridade a “Religião Civil” dos Brasileiros? Revista Praia
Vermelha 12. Primeiro semestre 2005. pp. 42-63. Disponível em: <http://www.ess.ufrj.br/
siteantigo/download/revistapv_12.pdf>. Acesso em: 03 fev. 2014.
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REFERÊNCIAS
CENTRO BRASILEIRO DE COOPERAÇÃO E INTERCÂMBIO DE SERVIÇO SOCIAL –
Disponível em: www.cbciss.org. Acesso em: 01 out. 2011.
ESTEVÃO, Ana Maria R. O que é serviço social. São Paulo: Brasiliense, v. 111. 1992.
HOUAISS, Antônio. Dicionário eletrônico da língua portuguesa. José Jardim de Barro Jr.
(org). [CD-ROM]. Rio de Janeiro Objetiva, 2001
JUNQUEIRA, L. A. P. Organizações sem fins lucrativos e redes sociais na gestão das polí-
ticas sociais. In: CAVALCANTI, M. (org.) Gestão social, estratégias e parcerias: redesco-
brindo a essência da administração brasileira de comunidades para o terceiro setor. São
Paulo: Saraiva, 2006.
MACHADO, Edinéia Maria; KYOSEN, Renato Obikawa. Política e Política Social. 1998.
Disponível em: <www.ssrevista.uel.br/c_v3n1_politica.htm>. Acesso em: 15 nov. 2010.
MONTAÑO, Carlos. A natureza do Serviço Social: um ensaio sobre sua gênese, a “especi-
ficidade” e sua reprodução. São Paulo: Cortez, 2007.
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REFERÊNCIAS
______. Relações sociais e serviço social no Brasil: esboço de uma interpretação históri-
co-metodológica. 29ª ed. São Paulo: Cortez, 2009.
RIBEIRO, Iselda Corrêa. et alli. Meio ambiente e gestão social. Disponível em: <http://
www.aedb.br/seget/artigos04/161_161_A%20QUESTAO%20SOCIAL%20DO%20
MEIO%20AMBIENTE2.doc> Acesso em: 03 fev. 2014.
SILVA, Carla Andréia Alves da. O sentido da reflexão sobre autonomia no Serviço Social.
Disponível em <http://www.ssrevista.uel.br/> Volume 6 - Número 2 - Jan/Jun 2004. Aces-
so em 24 nov. 2010.
SUGUIHIRO, Vera Lucia Tieko (at all). O serviço social em debate: fundamentos teórico-
metodológicos na contemporaneidade. Revista Multidisciplinar da UNIESP. Saber Acadê-
mico. n º 07 – Jun/2009.
VELOSO, Renato. Serviço social, tecnologia da informação e trabalho. São Paulo: Cortez,
2011.
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GLOSSÁRIO
Especificidade: qualidade daquilo que é específico; particularidade; qualidade própria,
peculiar, de uma espécie.
Identidade: estado do que não muda, do que fica sempre igual; consciência da persistência
da própria personalidade; conjunto de características e circunstâncias que distinguem uma
pessoa ou uma coisa e graças às quais é possível individualizá-la.
Teleologia: qualquer doutrina que identifica a presença de metas, fins ou objetivos últimos
guiando a natureza e a humanidade, considerando a finalidade como o princípio explicativo
fundamental na organização e nas transformações de todos os seres da realidade; teoria
característica do hegelianismo e seus epígonos, segundo a qual o processo histórico da
humanidade – assim como o movimento de cada realidade particular – é explicável como
um trajeto em direção a uma finalidade que, em última instância, é a realização plena e
exequível do espírito humano
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GABARITO
Questão 1
Resposta: Alternativa D.
Questão 2
Resposta: Alternativa E.
Questão 3
Resposta: Alternativa B.
Questão 4
Resposta: Alternativa C.
Questão 5
Resposta: Alternativa A.
Questão 6
Questão 7
18
GABARITO
Questão 8
Resposta: Montaño (2009) alega que “específico” é aquilo que é próprio de uma espécie
e não pode ser apropriada por nenhuma outra. Trazendo para o Serviço Social, nenhuma
outra profissão, ou nenhum outro profissional, poderia utilizar-se de métodos, técnicas,
teorias etc. que o Serviço Social utiliza e para Montaño não é o que ocorre, pois outras
disciplinas das ciências sociais trabalham com o mesmo sujeito, com a mesma realidade
social. Caro tutor o acadêmico deverá responder o mais próximo dessa proposta.
Questão 9
Questão 10
Resposta: Montaño define especificidade como: qualidade que certa espécie possui e pela
qual se torna especial, diferente das outras [...] deve estar presente em todos os membros
da espécie – caráter inclusivo - não pode existir em membros de outras espécies- dimensão
exclusiva- e é o que diferencia uma espécie de outra. (PLT, p. 120). E se consultarmos o
dicionário verificaremos que “Identidade” significa: estado do que não muda, do que fica
sempre igual [...] conjunto de características e circunstâncias que distinguem uma pessoa
ou uma coisa e graças às quais é possível individualizá-la. Por esta razão especificidade
confunde-se com identidade. Caro tutor o acadêmico deverá responder o mais próximo
dessa proposta
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