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Resumo
Vamos apresentar as propriedades básicas das funções contínuas reais. Nos ba-
seamos principalmente nos livros [1], [2] e [3], onde podem ser encontradas versões
expandidas ou mais sintéticas do que escrevemos abaixo.
E portanto, f é contínua em a.
teremos |x2 − x02 | < ε se |x − x0 | < 1 e |x − x0 | < ε/(1 + 2|x0 |). Portanto, tomamos
δ = min{1, ε/(1 + 2|x0 |)}.
(⇐) Suponhamos, por absurdo, que f seja descontínua em x0 . Dado ε > 0, para todo
δ > 0, teríamos
f (x) = 0, se x ∈ Q, f (x) = 1 se x ∈ R − Q
é descontínua em todo x ∈ R.
xn → x0 ⇒ f (xn ) → 1 6= f (x0 ) = 0.
rn → α0 ⇒ f (rn ) → 0 6= f (α0 ) = 1.
Prova Pelo Lema 1, f é uma função da forma f (x) = mx, para algum m ∈ R. Dado
ε
ε > 0, tomemos δ = . Então
|m| + 1
|m|
x0 ∈ R, |x − x0 | < δ ⇒ | f (x) − f (x0 )| < ε < ε.
|m| + 1
Portanto, f é contínua em todo x0 ∈ R.
Logo, f é contínua em x = 0.
Agora, se x = x0 6= 0, x0 ∈ Q e x ∈ R − Q, então
Como Q e R − Q são ambos densos em toda vizinhança ao redor do ponto x0 , então para
todo número real δ > 0, |x − x0 | < δ, não será possível obter
Prova Vamos provar inicialmente a afirmação de que f é descontínua nos números ra-
cionais do intervalo (0, 1). Para isto, consideremos um número x0 ∈ Q ∩ (0, 1) e uma
sequência (xn ) em [(R − Q) ∩ (0, 1)], com xn → x0 . Então
f (xn ) = 0,
e f é descontínua em x0 .
Agora suponhamos que α ∈ [(R − Q) ∩ (0, 1)]. Dado ε > 0, pela propriedade arqui-
mediana, existe k ∈ N, tal que
1
< ε.
k
Existe apenas uma quantidade finita de números racionis em (0, 1) cujo denominador
é menor do que k. Assim, existe um número δ > 0 tal que todos os racionais no intervalo
(α − δ, α + δ) têm denominadores (com frações simplificadas) maiores ou iguais a k.
Segue que x ∈ (0, 1) e
1
|x − α| < δ ⇒ | f (x) − f (α)| = | f (x)| ≤ < ε.
k
Portanto, f é contínua em α.
f (x) > 0,
Prova Vamos mostrar que o conjunto f (X) é limitado e fechado. Suponhamos, por
absurdo, que f (X) não seja limitada. Então, para cada n ∈ N, existe um ponto xn ∈ X tal
que
f (xn ) > n.
Como X é limitado, o teorema de Bolzano-Weierstrass implica que a sequência (xn ) tem
uma subsequência (xnk ) convergindo para algum x0 ∈ R. Como X é fechado, devemos
ter x0 ∈ X. Como f é contínua em x0 , ( f (xnk )) converge para f (x0 ). Em particular, a
subsequência ( f (xnk )) deve ser limitada. Mas isso contradiz o fato que f (xnk ) > nk ≥ k,
para todo k ∈ N. Assim, f (X) só pode ser limitada.
Falta mostrar que f (X) é fechado. Seja (yn ) uma sequência convergente em f (X) e
seja y0 = lim yn . Basta mostrar que y0 ∈ f (X). Como yn ∈ f (X) para cada n ∈ N, existe
uma sequência (xn ) em X tal que f (xn ) = yn para todo n ∈ N. Como X é compacto, nova-
mente pelo teorema de Bolzano-Weierstrass, existe uma subsequência (xnk ) convergindo
para x0 ∈ X. Como f é contínua em x0 , temos
Mas (ynk ) é uma subsequência de (yn ), então lim ynk = y0 . Logo, f (x0 ) = y0 e y0 ∈ f (X),
k→∞
como queríamos.
Corolário 2 (Weierstrass) Sejam X um subconjunto compacto de R e f : X → R uma
função contínua. Então f assume valores máximos e mínimos em X. Isto é, existem x1 e
x2 em X tais que
f (x1 ) ≤ f (x) ≤ f (x2 ), para todo x ∈ X.
Prova Do teorema anterior f (X) é um conjunto compacto, logo f (X) possui ambos um
mínimo, digamos y1 , e um máximo, digamos y2 . Como y1 , y2 ∈ f (X), existem x1 , x2 ∈ X
tais que f (x1 ) = y1 e f (x2 ) = y2 . Segue que
Exemplo 3 Seja X = (0, 1). Encontre uma função f : X → R tal que f seja limitada em
X, mas que não assuma valores máximo nem mínimo em X.
Infelizmente, uma função contínua pode não ser limitada mesmo quando seu domí-
nio é limitado. Vejamos:
Lema 2 Seja f : [a, b] → R uma função contínua. Se f (a) < 0 < f (b), então existe um
ponto c ∈ (a, b) tal que f (c) = 0.
Prova Seja A = {x ∈ [a, b]; f (x) ≤ 0}, vamos mostrar que o número c procurado é o
maior elemento desse conjunto. Como a ∈ A, pois f (a) < 0, então A é um conjunto não-
vazio. Além disso, x ≤ b, para todo x ∈ A. Assim, o conjunto A é não-vazio, limitado
superiormente, logo existe c = sup A em [a, b]. Afirmamos que f (c) = 0. Vamos mostrar
que não acontece f (c) < 0 nem f (c) > 0. Suponhamos, por absurdo, que f (c) < 0. Então
existe uma vizinhança V de c tal que f (x) < 0 para todo x ∈ V ∩ [a, b]. Mas isso contraria
o fato de c ser uma cota superior, uma vez que poderíamos encontrar x ∈ A, com x > c.
De forma semelhante, se f (c) > 0, então existe uma vizinhança W de c tal que f (x) > 0
para todo x ∈ W ∩ [a, b]. Isto contraria a suposição de c ser o supremo de A, visto que
encontraríamos x ∈ W ∩ [a, b], x < c, com a propriedade de ser f (x) > 0. (É bom lembrar
que, para qualquer ε > 0, c − ε não é cota superior de A, ou seja, existe x ∈ A tal que
f (x) ≤ 0.) Concluímos que f (c) = 0, como desejado. Finalmente, com f (a) < 0 < f (b)
e f (c) = 0, deve c ∈ (a, b).
Prova Seja k qualquer número entre f (a) e f (b). Se f (a) < f (b), podemos aplicar
o Lema 2 à função contínua g : [a, b] → R dada por g(x) = f (x) − k. Então g(a) =
f (a) − k < 0 e g(b) = f (b) − k > 0. Assim, exite c ∈ (a, b) tal que g(c) = f (c) − k = 0.
Se f (a) < f (b), um argumento parecido pode ser aplicado à função g(x) = k − f (x).
Exemplo 4 Utilizando o Teorema do Valor Intermediário, mostre que todo número po-
sitivo tem uma raiz n-ésima.
Prova Suponha k > 0 e n ∈ N. Seja f (x) = xn . Então f (0) = 0 < k. Além disso, se
b = k + 1, então
bn = (1 + k)n ≥ 1 + kn > k,
pela desigualdade de Bernoulli. Assim f (b) > k. Como f é contínua, concluímos que
existe c ∈ (0, b) tal que f (c) = k. Portanto, cn = k e c é uma raiz n-ésima de k.
Exemplo 5 Supondo que f (x) = cos x é uma função contínua, prove que x = cos x, para
algum x ∈ (0, π/2).
Prova Seja f (x) = x − cos x. Então f (0) = −1 e f (π/2) = π/2. Como f é contínua,
existe x0 ∈ (0, π/2) tal que f (x0 ) = 0. Isto é, x0 = cos x0 .
2 Continuidade Uniforme
Definição 3 Seja f : X → R. Dizemos que f é uniformemente contínua em X se para
todo ε > 0, existe um δ > 0 tal que
Solução Dado ε > 0, queremos tornar | f (x) − f (y)| < ε, fazendo x suficientemente
próximo de y. Como
3 Exercícios
1. Seja f (x) = (x2 − 4x − 5)/(x − 5) para x 6= 5. Como deve ser definido f (5) de
forma que f seja contínua em x = 5?
4. Seja f : D → R uma função contínua em c ∈ D e suponha que f (c) > 0. Prove que
existe α > 0 e uma vizinhança U de c em que f (x) > α para todo x ∈ U ∩ D.
5. Suponha que f : [a, b] → R é contínua e que f (r) = 0 para todo número racional
r ∈ (a, b). Prove que f (x) = 0 para todo x ∈ (a, b).
7. Supondo que cos x é uma função contínua, prove que x = cos x para algum x ∈
(0, π/2).
11. Mostre que qualquer polinômio de grau ímpar tem ao menos uma raiz real.
12. Suponha que f : [a, b] → R e g : [a, b] → R sejam funções contínuas tais que f (a) ≤
g(a) e f (b) ≥ g(b). Prove que f (c) = g(c) para algum c ∈ [a, b].
13. Seja f : [a, b] → [a, b] contínua. Prove que f tem um ponto fixo. Isto é, prove que
existe c ∈ [a, b] tal que f (c) = c.
15. Prove que são uniformente contínuas utilizando a definição: (a) f (x) = x3 em
1
[0, 2]; (b) f (x) = em [2, ∞).
x
√
16. Prove que f (x) = x é uniformemente contínua em [0, ∞).
19. Seja f : [0, 1] → [0, 1] contínua. Mostre que f tem pelo menos um ponto fixo, isto
é, existe pelo menos um ponto x ∈ [0, 1] tal que f (x) = x. Dê exemplo de uma
função contínua f : [0, 1) → [0, 1) sem ponto fixo.
23. Seja X ⊂ R. Uma função chama-se localmente limitada quando para cada x ∈ X
existe um intervalo aberto Ix , contendo x, tal que f Ix ∩ X é limitada. Mostre que
se X é compacto, toda função f : X → R localmente limitada é limitada.
24. Seja f : R → R contínua. Prove que se f (x) = 0 para todo x ∈ X então f (x) = 0
para todo x ∈ X.
25. Seja f : [a, b] → R uma função contínua tal que f (x) > 0 para todo x ∈ [a, b]. Prove
que existe um número α > 0 tal que f (x) ≥ α para todo x ∈ [a, b].
29. Seja f : R → R contínua. Prove que se f (x) = 0 para todo x ∈ X então f (x) = 0
para todo x ∈ X.
30. Prove que f : R → R é contínua se, e somente se, para todo X ⊂ R, tem-se f (X) ⊂
f (X).
32. Prove que não existe uma função f : [a, b] → R que assuma cada um dos seus
valores f (x), x ∈ [a, b], exatamente duas vezes.
36. Seja F ⊂ R fechado. Uma função f : F → R é contínua se, e somente se, para
todo conjunto fechado G ⊂ R, sua imagem inversa f −1 (G) é fechada.
37. Seja f : [a, b] → [a, b] contínua. Prove que f possui um ponto fixo, isto é, existe
x ∈ [a, b] tal que f (x) = x.
Referências
[1] Lima, E. L., Curso de Análise, volume 1, IMPA, Projeto Euclides, Rio de Janeiro,
2002.
[2] Lima, E. L., Análise Real, volume 1, IMPA, SBM, Coleção Matemática Universi-
tária, Rio de Janeiro, 1989.
[3] Guedes, D. F. Análise I, Livro Técnicos e Científicos Editora S.A., Rio de Janeiro,
1996.