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EQUILÍBRIO QUÍMICO
Departamento de Quı́mica
Universidade Federal do Amazonas
8 de fevereiro de 2006
c 2004 by Genilson Pereira Santana
°
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida
sem a autorização escrita e prévia dos detentores do copyright
Impresso no Brasil
Ficha catalográfica
Capa: XXXXXXXXXXXX
A inspiração para escrever este livro foi devido à falta de referências bibliográficas em
português na área de quı́mica analı́tica, especialmente, equilı́brio quı́mico. A importância
de conhecer a teoria dos equilı́brios quı́micos se deve ao fato de que eles podem ser
utilizados para o entendimento de diversos aspectos da nossa vida cotidiana e estudos
cientı́ficos mais apurados.
Ao pensamos como Samuel Johnson em The Life of Samuel Johnson escrito por
James Boswell: ”Nada é pequeno demais para uma criatura tão pequena quanto o homem.
É mediante o estudo das pequenas coisas que alcançamos a grande arte de termos o mı́nimo
de desgraças e o máximo de felicidades possı́veis”, teremos condições de entender diversas
reações complicadas que ocorrem ao nosso redor.
4
Na medicina, a cura de alguns tipos de doenças também encontra muitas explicações
nos equilı́brios. Por exemplo, o tratamento da doença de Wilson, que é causada pelo
acúmulo de cobre nas células do cérebro, pode ser feito com o uso do N a2 CaEDT A. O
funcionamento desta droga é baseado em uma reação de complexação.
Outro fato importante para que nós investı́ssemos praticamente três anos no projeto
de compilar uma obra sobre os equilı́brios foi atender aos anseios de minhas turmas
de Quı́mica Analı́tica F e Quı́mica Analı́tica Avançada (UFAM - Universidade Federal
do Amazonas), que, segundo os meus alunos a quı́mica analı́tica passava a ser melhor
compreendida, quando nós utilizávamos uma linguagem baseada em diversos exemplos.
Assim sendo, este livro foi escrito tendo uma parte teórica, seguida na medida
do possı́vel de exemplos, uma parte histórica e situações descritas na literatura sobre
fenômenos e aplicações dos equilı́brios quı́micos. Tentou-se com isso dar ao aluno uma fer-
ramenta importante na compreensão dos equilı́brios e sua aplicação em algumas ciências.
A organização do livro foi baseada nas necessidades dos alunos. Atualmente, as uni-
versidades vêm recebendo alunos na área de quı́mica, cujo preparo não condiz com o nı́vel
necessário ao bom desenvolvimento de um curso superior. Então, pensamos primeira-
mente em fundamentar o aluno com uma revisão dos conceitos fundamentais.
Nos capitulos oito, nove e dez, são apresentadas as teorias de equilı́brio de solubil-
idade, complexos e oxi-redução, respectivamente. No livro, existem quatro apêndices e
algumas respostas dos exercı́cios.
O Autor
Sumário
1.1 Mol . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.5 Diluições . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.6 Percentagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
3 As reações quı́micas 22
3.1 Equilı́brios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
7
3.3 Estudo cinético do equilı́brio quı́mico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
3.6 Exercicios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
B Unidades SI 235
1.1 Mol
gramas
N mols = (1.3)
Ar (g mol−1 )
Ou
m
N mols = (1.4)
Ar
Às vezes, é usada a quantidade em milimol, assim o mais conveniente é representar deste
modo:
miligramas
N mols = (1.5)
Ar (mg mol−1 )
A massa molecular de uma substância se calcula pela adição das massas atômicas dos
respectivos átomos:
Quando são empregadas unidades fı́sicas, as concentrações das soluções são, geral-
mente, expressas em:
Exemplo 1.2 Calcule a concentração em mol L−1 de uma solução contendo 49,04 g de
em um litro de solução.
1.4 Concentração em mol L−1 4
Exemplo 1.4 Quantos gramas de NaCl por mL estão contidos em uma solução 0,250
em mol L−1 ?
m m.Ar
[Conc.] = =⇒ = g L−1
Ar.V V
Logo
[Conc.] = 0, 25 mol L−1 . 58, 44 g mol−1 = 14, 61 g L−1
14, 61 g 14, 61 g
[Conc.] = = = 0, 01461 g de N aCl por mL
L 1000 mL
Exemplo 1.5 Quantos gramas de N a2 SO4 podem ser pesados para preparar 500 mL de
solução 0,100 mol L−1 ?
massa = [Conc.]. Ar. V
Exemplo 1.6 Calcule a concentração de ı́ons potássio em grama por litro depois da mis-
tura de 100 mL de KCl a 0,250 mol L−1 e 200 mL de K2 SO4 a 0,100 mol L−1 .
KCl −→ K + + Cl−
K2 SO4 −→ 2K + + SO42−
[K + ]total = [K + ]KCl + 2[K + ]SO2−
4
1.5 Diluições 5
1.5 Diluições
Exemplo 1.7 Deseja-se preparar um curva de calibração para uma determinação espec-
troscópica de permanganato. Quantos mL de uma solução 1,00 mol L−1 de KM nO4 são
necessários para preparar 100 mL outras soluções 1,00 x 10−2 , 2,00 x 10−2 , 5,00 x 10−2 e
10 x 10−2 mol L−1 ?
M.V = M ′ V ′
Vamos realizar o cálculo para o premeiro volume da curva de calibração. Assim, devemos
considerar
M = 1, 00x10−2 mol L−1
V = 100 mL
M ′ = 0, 100moL L−1
V ′ = 1, 00 mL de KM nO4
O mesmo tipo de cálculo deverá ser realizado para as outras soluções, assim
teremos:
2,00, 5,00 e 10 mL respectivamente.
1.6 Percentagem 6
1.6 Percentagem
massaV soluto
%peso (massa/massa) = . 100% (1.7)
massa sol.
volume soluto
%peso (volume/volume) = . 100% (1.8)
volume sol.
massa soluto
%peso (peso/volume) = . 100% (1.9)
volume de sol., mL
Sabe-se que:
m
d= ⇒ 1, 19.50, 0 = 59, 5 g
v
ou seja, a solução possui 59,5 g. Como a pureza do ácido é de 37,23%, o que significa que
dos 59,5 g apenas uma fração de 37,23% é HCl anidro. Assim, a massa do ácido pode
ser calculada da seguinte forma:
59, 5
m= .37, 23 = 22, 15 g
100
Exemplo 1.9 Qual é a molaridade de K + em uma solução aquosa que contém 63,3 ppm
de K3 F e(CN )6 (massa molecular 329,2 g mol−1 ).
63,3 ppm significa que na solução existe 63,3x10−3 g L−1 de K3 F e(CN )6 . Logo
m 63, 3x10−3
[K3 F e(CN )6 ] = = = 1, 92x10−4 mol L−1
Ar.V 329, 2.1
Sabe-se
K3 F e(CN )6 → 3K + + F e(CN )3−
6
Tabela 1.1: Unidade comumentes usadas para expressar as concentrações dos elementos
considerados traços
Exemplo 1.10 2,6 g de um tecido de uma planta foi analisado, encontrando 3,6 µg de
zinco. Quantos ppm de Zn existe nesta planta? Expresse também o resultado em ppb
Tem-se
3, 6 µg
= 1, 4 µ g −1 ≡ 1, 4 ppm
2, 6 g
1.7 Partes por milhão e parte por bilhão 8
3, 6x103 µg
= 1, 4x103 ng g −1 ≡ 1400 ppb
2, 6 g
Exercı́cios
1.1 Calcule a concentração molar de todos os cátions e anions em uma solução preparada
pela mistura de 10 mL de M n(N O3 )2 a 0,100 mol L−1 com 10 mL de KN O3 a 0,100 mol
L−1 e 10 mL de K2 SO4 0,100 mol L−1 .
1.5 Calcule quantos gramas são necessárias para preparar as seguintes soluções:
1.6 Quantos mL de HCl (38 % peso/peso, d = 1,19 g mL−1 ) são necessários para
preparar 1 L de uma solução 0,100 mol L−1 .
1.8 Uma solução contendo 6,0 µmol de N a2 SO4 em 25 mL. Quantos ppm de sódio
existem nessa solução?
1.9 100 mL de uma solução contendo 325 ppm de K + foram utilizados para precipitar
os ı́ons boratos (BO3− ) existente em uma de solução de acetona. Se a solução de acetona
tem um volume de 250 mL, qual é a concentração em mol L−1 de ı́ons boratos?
1.10 Calcule a concentração em mol L−1 de uma solução contendo 1 ppm dos seguintes
compostos:
1.7 Partes por milhão e parte por bilhão 10
a. AgN O3 ;
b. Al2 (SO4 )3 ;
c. CaCO3 ;
d. (N H4 )4 Ce(SO4 )4 ; 2H2 O;
e. HCl;
f. HClO4 .
1.11 Calcule a concentração em ppm da solução 2,5 x 10−4 mol L−1 de:
a. Cu2+ ;
b. CaCl2 ;
c. HN O3 ;
d. KCN ;
e. M n2+ ;
f. M nO4− .
1.12 Deseja-se preparar 1 L de uma solução contendo 1,00 ppm de F e2+ . Quantos
gramas de sulfato ferroso amoniacal, F e(N H4 )2 (SO4 )2 .6H2 O, deverão ser dissolvidos em
1 L? Qual é a concentração em mol L−1 da solução?
1.13 Uma amostra pesando 0,456 g foi analisada, sendo encontrados 0,560 mg de Cr2 O3 .
Expresse a concentração em:
a. Percentagem;
1.7 Partes por milhão e parte por bilhão 11
1.14 Quantos gramas de N aCl deverão ser pesados para preparar 1 L de uma solução
100 ppm de:
a. N a+
b. Cl−
1.15 Você tem 250 ppm de K + em uma solução de KCl. Quantos mL dessa solução
serão necessários para preparar um 1 L de Cl− 0,00100 mol L−1 .
1.16 Um litro de uma solução de KClO3 contém 500 ppm. Quantos ppm de K + existe
na solução?
Referência
CHRISTIAN, G. D. Analytical Chemistry 6a ed. John Wiley & Sons Inc., 2003.
GORDUS, A.D. Theory and problems of analytical chemistry. New York: McGraw-
Hill, 1985, 242 p.
ii. a carga total dos cátions é igual à dos ânions, permanecendo a solução eletricamente
neutra;
Exemplo 2.1 Calcule a força iônica de uma solução de KN O3 a 0,2 mol L−1 e outra
de K2 SO4 também a 0,2 mol L−1 .
Para o KN O3
2 2
CK + ZK + + CN O − Z
3 N O−
µ= 3
0, 2x12 + 0, 2x12
µ= = 0, 2
2
Para o K2 SO4
2 2
CK + ZK + + CSO 2− Z
SO2−
4
µ= 4
2
[K + ] = 0,4 mol L−1 [SO42− ] = 0,2 mol L−1
0, 4x12 + 0, 2x22
µ= = 0, 6
2
a = ci fi (2.4)
O coeficiente de atividade de uma espécie iônica pode ser tomado como uma me-
dida de sua eficiência no estabelecimento do equilı́brio do qual ele participa. Em soluções
muito diluı́das (força iônica diminuta), a eficiência do ı́on torna-se muito aproximada-
mente constante e, então, a atividade e a concentração praticamente constante e, então, a
atividade e a concentração praticamente se identificam; o coeficiente de atividade torna-se
igual à unidade. À medida que a força iônica aumenta, o ı́on torna-se menos eficiente, e
o coeficiente de atividade diminui correspondentemente.
Para uma dada força iônica, o coeficiente de atividade de uma espécie iônica
afasta-se tanto mais da unidade quanto maior é a carga do ı́on em questão. Os coeficientes
16
√
0, 51x22 0, 06
logγSO2− = √ = −0, 143
4 1 + 3, 3x0, 4 0, 06
γSO2− = 10−0,143 = 0,72
4
firmemente e possuem maiores raios de hidratação do que os ı́ons maiores ou menos inten-
samente carregados. Cada ı́on, por exemplo, atrai as moléculas do solvente principalmente
pela interação eletrostática entre o ı́on negativo e o pólo positivo do dipolo H2 O:
Logf = Kµ (2.7)
Ao longo da faixa de forças iônicas de 0 a 0,1 mol L−1 , o efeito de cada variável
nos coeficientes de atividade é dado a seguir:
3. Quanto menor for raio de hidratação do ı́on mais importante se tornam os efeitos
da atividade.
Exercı́cios
1,0 +
M
0,8
Coeficiente de atividade
2+
0,6 M
0,4
3+
M
0,2
4+
M
0,0
Figura 2.1: Coeficientes de atividade para diferentes ı́ons carregados com um raio de
hidratação constante de 500 pm. Em força iônica igual a 0, γ = 1. Quanto maior a carga
do ı́on, mais rapidamente diminui g com o aumento da força iônica
3. Calcule o coeficiente de atividade dos ı́ons N a+ e Cl− para uma solução de N aCl
a 0,00100 mol L−1 .
4. Calcule o coeficiente de atividade de cada ı́on em uma solução contendo 0,0020 mol
L−1 de N a2 SO4 e 0,0010 mol L−1 de Al2 (SO4 )3 .
Referência
As reações quı́micas
Além dessas considerações, deve-se levar em conta preceitos antigos tais como:
24
ácido reage com base formando sal e água; óxidos básicos reagem com ácidos formando
sal e água; bases fortes fixas deslocam bases fracas voláteis, etc.
Não basta ao quı́mico descrever uma reação quı́mica com palavras; é imperioso
que a reação seja também descrita por uma equação quı́mica balanceada. E, para que a
equação mostre a maioria dos aspectos complexos das reações entre eletrólitos, algumas
considerações devem ser feitas.
não dá a menor informação se ocorreu ou não a reação; de fato, ela não ocorreu uma vez
que as substâncias envolvidas são eletrólitos fortes e solúveis. Se, porém, adotamos umas
tantas convenções, tais inconvenientes podem ser sanados. Tais convenções são:
+ 2−
2K(aq.) + SO4(aq.) e não K2 SO4
HAc(l) + OH − → H2 O + Ac−
P O43− + H2 O → HP O42− + OH −
3.1 Equilı́brios
não há transformação aparente do sistema, mas as reações direta e inversa se processam
simultaneamente a uma mesma velocidade.
ou bases fracos
Solubidade em água AgCl ⇀
↽ Ag + + Cl− Kps = [Ag + ][Cl− ]
[N i(CN )2−
4 ]
Formação de complexos ↽ N i(CN )2−
N i2+ + 4CN − ⇀ 4 β4 = [N i2+ ][CN − ]4
[M n2+ ][F e3+ ]5
Reação oxi-redução M nO4− + 5F e2+ + 8H + ⇀
↽ Kredox = [M nO4− ][F e2+ ]5 [H + ]8
A lei da ação das massas estabeleceu uma relação quantitativa entre a velocidade
de reação e a concentração dos reagentes. Ela postula que a velocidade de uma reação
quı́mica é proporcional às concentrações molares dos reagentes. Então, considere-se uma
reação do tipo:
A + B → Produtos
em que as espécies A e B reagem a uma velocidade finita e dão origem aos produtos
da reação (não especificados). Se duplicasse subitamente a concentração de A, isto é, o
número de partı́culas de A em um volume dado, é de supor que duplicaria, momentanea-
mente, o número de colisões por unidade de tempo entre A e B e, com isso, a velocidade de
reação. Outro tanto ocorreria se, mantida constante a concentração de A, fosse duplicada
a concentração de B. Se as concentrações de A e B fossem duplicadas ao mesmo tempo,
haveria uma quadriplicação tanto do número de colisões por unidade de tempo entre A
e B, quanto da velocidade de reação. Com base nessas considerações, a velocidade de
reação (ou velocidade especı́fica) pode ser expressa pela equação:
ν = k[A][B] (3.1)
molares de A e B, respectivamente.
O mesmo tratamento pode ser estendido a uma reação de tipo mais geral
aA + bB → Produtos
Em conclusão, a lei da ação das massas postula que a velocidade de uma reação
quı́mica é proporcional ao produto das concentrações das espécies reagentes; cada concen-
tração elevada a uma potência igual ao número de partı́culas com que a respectiva espécie
aparece na equação estequiométrica.
A lei da ação das massas mostra que a velocidade de uma reação é proporcional
às concentrações dos reagentes, salvo no caso particular das reações de ordem zero, em
que as variações de concentração são sem efeito. Como as substâncias que entram em
reação vão sendo paulatinamente consumidas, é claro que a velocidade de reação deve
diminuir continuamente no curso da reação. Teoricamente, seria necessário um tempo
infinito para a velocidade cair a zero; praticamente, a velocidade torna-se, em geral, tão
lenta após um certo tempo que a reação pode ser dada como completa após curto perı́odo
de tempo finito.
A lei da ação das massas é aplicável à reação reversı́vel tanto no sentido direto
3.4 Equilı́brio e Termodinâmica 30
quanto no oposto. As velocidades das reações direta e oposta são dadas pelas equações:
e
ν2 = k2 [C]c [D]d (3.4)
em que os subscritos 3.3 e 3.4 se referem aos processos direto e oposto, respectivamente. A
velocidade da reação direta é máxima no momento em que A e B são misturados e, então,
diminui gradualmente à medida que os reagentes vão sendo consumidos. A velocidade
da reação oposta é mı́nima no inı́cio e aumenta gradualmente à medida que aumentam
as concentrações dos produtos, C e D. Portanto, a velocidade da reação direta tende
a diminuir, ao mesmo tempo em que a velocidade da reação oposta tende a aumentar.
Quando as duas velocidades se tornam iguais, o sistema entra em estado de equilı́brio.
A partir desse instante, as concentrações das espécies A, B, C e D se mantêm constante.
As reações direta e oposta não se detêm, mas passam a se processar a iguais velocidades.
Isto significa o estabelecimento de um estado de equilı́brio não estático, mas dinâmico.
[C]c [D]d k1
a b
= = keq. (3.6)
[A] [B] k2
A entalpia de uma reação determina qual a quantidade de energia que deve ser
absorvida ou liberada. Se o valor de ∆H o (entalpia padrão) for menor que zero (ou então,
negativo), isso indica que o calor será liberado na reação. Por sua vez, quando o ∆H o
é positivo significa que o calor é absorvido. O primeiro processo é chamado de reação
exotérmica e o segundo de endotérmica.
Finalmente, a energia livre de Gibbs (padrão ∆Go ), que é definida pela reação:
∆G = ∆H − T ∆S (3.7)
estabelece a espontaneidade da reação. Uma reação será espontânea quando DGo for
negativo. A relação expressa na equação 3.3 por ser representada fora das condições
padrão por
∆G = ∆Go + RT lnaA (3.8)
∆G = aC + aD − aA − aB (3.9)
acC .adD
∆G = ∆Go + RT ln (3.10)
aaA .abB
em que
∆Go = cGoC + dGoD − aGoA − bGoB (3.11)
= 0 - 87,32 + 93,80
= 6,48 Kcal mol−1
6, 48
logKa = − = −4, 75
1, 364
Ka = 10−4,75 = 1, 78x10−5
∆Go Kcalmol−1
AgCl -26,224
Ag + 18,430
Cl− -31,350
3.6 Exercicios
A constante K desta reação é 5,0 x 10−6 . Se 0,40 mol de A e 0,70 mol de B são misturados
em 1 L, Quais são as concentrações de A, B e C no equilı́brio?
3.6 Exercicios 36
3.6 Um mol de HAc reage com 1 mol de EtOH, a 25 o C, o equilı́brio é atingido com
Keq = 4,0. Quais os números de moles das substâncias presentes no equilı́brio?
3.7 Três moles de EtOH reagem com 1 mol de HAc, no equilı́brio Keq = 4,0. Qual é o
número de moles do éster obtido no equilı́brio?
a. AgBr ⇀
↽ Ag + + Br−
↽ H + + SO42−
b. HSO4− ⇀
c. P O43− + H + ⇀
↽ HP O42−
↽ H + + HP O42−
d. H2 P O4− ⇀
e. CN − + H + ⇀
↽ HCN
3.6 Exercicios 37
Referência
Buttler, J. N. Ionic equilibrium. Solubility and pH calculation. New York: John Wiley
& Sons INC. 1998. 559 p.
A água é, largamente, o mais importante solvente ionizante, e não pode ser con-
siderada, na dissolução de eletrólitos, como um simples meio provedor do espaço para
a movimentação das partı́culas de soluto. É a água como solvente que possibilita ao
eletrólito manifestar as suas propriedades potenciais. Ela exerce um papel ativo na sepa-
ração ou produção das partı́culas carregadas móveis no seio da solução. Para uma melhor
compreensão do seu comportamento como solvente ionizante, é importante considerarmos
as suas caracterı́sticas estruturais e a suas mais relevantes propriedades.
H H
O
O cátion discreto (H 2 O) 3 H 3 O +
encontrado em cristais é similar na
H +
estrutura ao (H2O)4H3O , com a
H H remoção da H2O fracamente ligada
O+ no topo.
O H H O
H H
O ı́on H3 O2− (OH − .H2 O ) foi observado por difratometria de raios X (Abu-Dari
et al., 1979). A ligação central O · · · H · · · O contém a mais curta ligação de hidrogênio
envolvendo H2 O.
229 pm H
O H O
H
Ligação de Hidrogênio
41
Provavelmente, o solvente que mais largamente tem sido estudo, além da água
seja a amônia lı́quida À temperatura ambiente a amônia existe como um gás; portanto,
é necessário resfriar a substância até seu ponto de ebulição -33 o C, ou abaixo dele, para
trabalhar com o lı́quido, o que conduz a algumas dificuldades experimentais.
A amônia lı́quida, como solvente, tem muitas propriedades que são similares às
da água. Como a água, ela também auto-ioniza-se:
↽ N H4+ + N H2− (ı́on amideto)
N H3 + N H3 ⇀
1 q1 .q2
F = . (4.1)
4πeo d2
Os ı́ons superficiais de um sólido iônico podem abandonar suas posições na rede cristalina
muito mais facilmente quando em contato com um meio de elevada constante dielétrica.
os ı́ons negativos, que atraem um certo número de moléculas de água por suas extrem-
idades positivas. Trata-se de uma interação do tipo ı́on-dipolo, pois envolve a atração
eletrostática entre ı́ons do soluto e moléculas polares do solvente. As moléculas de água
possuem não apenas dipolos permanentes, mas ainda dipolos adicionais induzidos pelos
ı́ons presentes na solução. As atrações do tipo ı́on-dipolo são relativamente fracas. A in-
teração é tanto mais pronunciada quanto maior a carga do ı́on e menor o tamanho deste.
Em geral, a interação é mais forte com os ı́ons positivos do que com os ı́ons negativos, pois
aqueles costumam ser menores do que estes últimos. A ordem dos valores de hidratação
para os cátions monovalentes é N a+ > K + > Cs+ > H + , mas não há concordância quanto
aos valores de hidratação efetivos.
No ı́on hidratado [Be(H2 O)4 ]2+ , as quatro moléculas de água se acham coorde-
nativamente ligadas ao átomo de berı́lio. As ligações coordenativas resultam da doação
dos elétrons dos pares isolados do oxigênio aos orbitais sp3 vagos do berilio. Portanto,
baseados nas observações sobre o comportamento de um grande número de substâncias
em solução aquosa, verificou-se
4.1 O produto iônico da água 45
Eletrólitos
Ácidos inorgânicos fortes - ácidos halogenı́dricos (exceto HF )
e os oxiácidos de fórmula genérica Hn EOn+3 e
Hn EOn+2
Hidróxidos fortes - hidróxidos alcalinos e
alcalino-terrosos (exceto os de Be e M g),
hidróxidos de prata e talosos
Eletrólitos Fracos - HF e demais hidrácidos e os
Ácidos inorgânicos fracos - oxiácidos de fórmula genérica
Hn OEn+1 , Hn OEn e Hn OEn−1
Ácidos orgânicos - Exceto os sulfônicos e s alfa substituı́dos
Hidróxidos fracos - Maioria dos hidróxidos divalentes,
trivalentes e tetravalentes dos demais metais,
principalmentes por serem pouco solúveis,
hidrazina e a hidroxilamina
T oC pKw
0 14,96
10 14,53
20 14,17
25 14,00
30 13,83
40 13,53
50 13,26
Em água pura, pode ser considerados apenas o ı́on e o ı́on hidroxilas. Assim, o
pH da água pura será determinado em função das concentrações de H + e OH − , cujo valor
no equilı́brio são iguais:
[H + ] = [OH − ] (4.3)
Logo a [H + ] será
q
[H + ] = 1, 00x10−14 = 1, 0x10−7 mol L−1 (4.5)
Exemplo 4.2 Determine a função p referente ao Cl− sabendo que concentração de NaCl
é de 0,25 mol L−1
NaCl ⇀
↽ N a+ + Cl−
inicial 0,25
final 0,25 0,25
pCl = −log[Cl− ]
Como a concentração de Cl− é de 0,25 mol L−1 o pCl será dado por
Exemplo 4.3 Calcule a concentração em mol L−1 de Ag + sabendo que o pAg é igual a
6,7.
Sabe-se que
pAg = −log[Ag + ] ⇒ −pAg = log[Ag + ]
4.2 O pH da água pura 48
[Ag + ] = 10−pAg
A água pura é definida ser uma solução neutra na escala de pH. Agora, se a [H + ]
é maior que [OH − ], a solução é dita ácida; e se [OH − ] é maior que a [H + ], a solução
é dita básica. Observe que se [H + ] aumenta acima de 10−7 mol L−1 , a [OH − ] diminui
abaixo de 10−7 mol L−1 , para obedecer à relação de equilı́brio estabelecida na Tabela 4.2.
Tabela 4.2: Critério para soluções aquosas ácidas e básicas. Ácida Básica
Ácida Básica
[H + ] > [OH − ](definição) [OH − ] > [H + ](definição)
[H + ] > 10−7 [OH − ] > 10−7
[H + ] < 10−7 [OH − ] < 10−7
pH < 7 pH > 7
POH > 7 pOH < 7
O valor de pH correto
Por outro lado, o mesmo fato não pode ser considerado para uma solução de 0,1
mol L−1 . A concentração de H + e OH − serão as mesmas, mas os coeficientes de atividade
são diferentes (γH + = 0,83 e γOH − = 0,76). Logo:
Kw = [H + ]γH + [OH − ]γOH − , como [H + ] = [OH − ]
teremos:
10−14 = [H + ]0, 83[H + ]0, 76 =⇒ [H + ] = 1, 26x10−7 molL−1
Os dois casos mostram que o pH real da água pode ser alterado pela adição de
um eletrólito forte. A pequena mudança no pH ocorre porque o KCl afeta as atividades
do H + e do OH − . O pH muda 0,02 unidades dentro do limite de exatidão das medidas
de pH, isso raramente é importante para considerações menos apuradas. No caso do
cotidiano da quı́mica, em quase todos os casos, é feita a consideração de que o pH é
calculado em função da concentração de H + e não de sua atividade.
Exercı́cios
4.1 Em solução aquosa 0,1 mol L−1 , o ácido acético está 1% ionizado. Calcule a con-
centração de
a. H + e
4.2 O pH da água pura 50
b. pH.
4.2 Qual é o pH de uma solução de um álcali (BOH) 0,25 mol L−1 , que se encontra
0,4% dissociada?
4.4 Uma solução 0,010 mol L−1 de um ácido fraco HA tem valor de pH = 4,55. Qual
é o valor de Ka para esse ácido?
Referência
BRADY, J. E., HUMISTON, G. E. Quı́mica Geral. 2a ed., Rio de Janeiro: LTC, 1986,
vol. 2, 661 p.
4.2 O pH da água pura 51
Exemplo 5.1 Determine o balanço de massa para uma solução de N aOH a 0,1 mol L−1 .
N aOH → N a+ + OH −
H2 O ⇀
↽ H + + OH −
Exemplo 5.2 Determine o balanço de massa para uma solução de ácido acético a 0,25
mol L−1 .
Como o ácido acético (CH3 COOH) é um ácido fraco monoprótico apenas uma
fração é ionizada pela água, sendo sua reação de equilı́brio em água dada da seguinte
forma:
CH3 COOH ⇀
↽ CH3 COO− + H +
Exemplo 5.3 Determine o balanço de massa para o sistema constituı́do pelo Cd2+ e Cl− .
Nós sabemos que os eletrólitos em solução são eletricamente neutros, pois são
resultados da dissolução de cargas negativas e positivas. Portanto, o número de mol L−1
de carga positiva = número de mol L−1 de carga negativa representa a condição de carga
ou balanço de carga.
desse modo cada mol de M g 2+ contribui com 2 mols de carga positiva na solução:
[M g 2+ ] = 2c (mol L−1 )
Exemplo 5.4 Qual é o balanço de carga para uma solução de N aOH a 0,1 mol L−1 .
Balanço de carga
[N a+ ] + [H + ] = [OH − ]
Exemplo 5.5 Qual é o balanço de carga para uma solução de Hg2 Cl2 .
Hg2 Cl2 → Hg22+ + 2Cl−
H2 O ⇀
↽ H + + OH −
balanço de massa
[H + ] + 2[Hg22+ ] = [Cl− ] + [OH − ]
5.3 As aproximações nos equilı́brios quı́micos 55
A exatidão dos dados de equilı́brio raramente precisa ser exata, geralmente er-
ros da ordem de ±5% nos cálculos é considerado bastante razoavel. Por causa disso, é
freqüente o uso de aproximações para a simplificação dos cálculos. Agora, qual aprox-
imação a ser feita? De que depende? O caminho para a solução do problema passa
necessariamente pelo conhecimento das tendências das diversas reações quı́micas, cujo
final é sempre uma situação de equilı́brio.
[A] = 0, 1 − x
Para essa situação qual atitude deveremos tomar: ”Despreza o x ou não despreza x?
← deslocamento equilı́brio
HA ⇀
↽ H+ + A−
5.3 As aproximações nos equilı́brios quı́micos 56
Cujo
[A][B]
k=
[C][D]
A constante de equilı́brio k tem um valor de 0,30. Assumindo que 0,20 mol de A e
0,50 mol de B são dissolvido no mesmo balão volumétrico de 1,0 L, calcule a concentração
dos reagentes e produtos em equilı́brio.
Essa proposição se deve ao fato de que apenas uma parcela de A reagiu com B
formando quantidades iguais de C e D. Assim, podems resumir o processo de equilı́brio
desta forma:
5.3 As aproximações nos equilı́brios quı́micos 57
x.x
0, 30 = (5.3)
(0, 20 − x).(0, 50 − x)
que é uma equação quadrática, cujo x pode ser calculado de diversas formas. Talvez a
mais conhecida seja a equação do segundo grau:
√
−b ± b2 − 4ac
x=
2a
x.x
1o resultado : = 0, 30 ⇒ x = 0, 051
(0, 20 − 0, 173)(0, 50 − 0, 173)
x.x
2o resultado : = 0, 30 ⇒ x = 0, 14
(0, 20 − 0, 051)(0, 50 − 0, 051)
x.x
3o resultado : = 0, 30 ⇒ x = 0, 079
(0, 20 − 0, 14)(0, 50 − 0, 14)
x.x
4o resultado : = 0, 30 ⇒ x = 0, 12
(0, 20 − 0, 079)(0, 50 − 0, 079)
5.4 Método sistemático para resolver problemas de equilı́brios quı́micos 58
x.x
5o resultado : = 0, 30 ⇒ x = 0, 12
(0, 20 − 0, 12)(0, 50 − 0, 12)
x.x
6o resultado : = 0, 30 ⇒ x = 0, 093
(0, 20 − 0, 12)(0, 50 − 0, 12)
x.x
7o resultado : = 0, 30 ⇒ x = 0, 11
(0, 20 − 0, 093)(0, 50 − 0, 093)
x.x
8o resultado : = 0, 30 ⇒ x = 0, 10
(0, 20 − 0, 11)(0, 50 − 0, 11)
x.x
9o resultado : = 0, 30 ⇒ x = 0, 11
(0, 20 − 0, 10)(0, 50 − 0, 10)
O valor para qual x evoluiu foi de 0,11. Note que os valores de x oscilaram em
torno de 0,11. Assim, a resposta para o problema será:
7. Agora, se o número não é igual, procure equações adicionais. Caso não seja possı́vel,
o sistema não tem solução;
[M g 2+ ] = S (5.8)
Existem as equações 5.6, 5.7, 5.8 e 5.9 para a determinação das três espécies
do sistema de equilı́brio.
4S 3 = 7, 11x10−12
s
7, 11x10−12
= 1, 78x10−12
3
S=
4
Logo a solubilidade do M g(OH)2 será
+ 10−14
[H ] = −4
= 4, 1x10−11 mol L−1
2, 24x10
Como podemos notar 4, 1x10−11 << 2, 24x10−4 ou seja a concentração de
[OH − ] >> [H + ]. Portanto, a nossa aproximação é válida.
Exercı́cios
5.5 Ca mol L−1 HCN e Cs mol L−1 de N aCN completamente dissociado em água.
5.6 C1 mol L−1 de HCN e C2 mol L−1 de N aOH completamente dissociado em água
N i(CN )+ + CN − → (N iCN )2
N i(CN )2 + CN − → (N iCN )−
3
N i(CN )+ − 2−
3 + CN → (N iCN )4
↽ Ca2+ + C2 O42−
5.13 CaC2 O4 ⇀
C2 O42− + H2 O ⇀
↽ HC2 O4− + OH −
HC2 O4− + H2 O ⇀
↽ H2 C2 O4 + OH −
5.4 Método sistemático para resolver problemas de equilı́brios quı́micos 64
5.14 Zn2+ + OH − ⇀
↽ Zn(OH)+
Zn(OH)2 + OH − ⇀
↽ Zn(OH)−
3
Zn(OH)+ + OH − ⇀
↽ Zn(OH)2
− ⇀ 2−
Zn(OH)−
3 + OH ↽ Zn(OH)4
N H4+ + H2 O ⇀
↽ N H4 OH + H +
Ac− + H2 O ⇀
↽ HAc + OH −
Referência
B + H2 O ⇀
↽ BH + + OH −
ı́on hidróxido.
O ı́on hidróxido é uma base de Lewis, porque fornece o par de elétrons que torna compar-
tilhado com o hidrogênio. O ı́on hidrogênio, por outro lado, é um ácido de Lewis, porque
aceita um compartilhamento do par de elétrons, quando forma a ligação O-H é formada.
Exemplo 6.1 Encontrar o valor de pH de uma solução de HCl a 0,05 mol L−1 .
Balanço de massa
0, 05 = [Cl− ] (6.1)
Balanço de carga
[H + ] = [OH − ] + [Cl− ] (6.2)
Kw = [H + ][OH − ] (6.3)
Kw
[H + ] = + 0, 05 (6.4)
[H + ]
Kw
Como a solução é muito ácida a relação [H + ]
pode ser desprezada. Sendo assim,
a equação 6.4 ficará = 0,05 mol L−1 e o valor de pH = 1,30.
Considerando que a densidade da água é igual 1,0 g mL−1 , 0,1% significa que
existem 0,1 g em 100 mL, logo a concentração de Ba(OH)2 será
massa 0, 1 g
[Ba(OH)2 ] = =
ArV (L) 171, 3 g mol−1 .0, 1 L
Balanço de massa
[Ba2+ ] = 0, 00584 mol L−1 (6.5)
6.1 Ácidos e bases fortes 70
Balanço de carga
2[Ba2+ ] + [H + ] = [OH − ] (6.6)
E o valor de pH = 12,07
e do balanço de carga
[H + ] = Ca + [OH − ] (6.9)
[H + ]([H + ] − Ca ) = Kw (6.10)
6.1 Ácidos e bases fortes 71
pH
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
0
pH = 14 + log[H ]
+
pH = log[H ]
[H +]2 - C a[H +] + K W = 0
+
-2
-4
Log C (ácido) Log C (base)
log C
-6
-8
-10
ácido
[H + ]2 − Ca − Kw = 0 (6.11)
e base
[OH − ]2 − Cb [OH − ] − Kw = 0 (6.12)
As equações gerais (6.11 e 6.12) quando são usadas para calcular concentração
de ı́ons de um ácido ou de uma base quando a concentração é próxima de 10−7 mol L−1 ,
tendo o comportamento mostrado na Figura 6.1.
Exemplo 6.3 Determine o valor de pH de uma solução de HClO4 a 10−7 mol L−1 .
Balanço de massa
[ClO4− ] = 10−7 mol L−1 (6.13)
6.2 Mistura de ácidos fortes com bases fortes 72
Balanço de carga
[H + ] = [OH − ] + [ClO4− ] (6.14)
Kw
[H + ] = +
+ 10−7 (6.15)
[H ]
Kw
Como a concentração de [H + ]
é muito baixa, a relação não pode ser desprezada,
logo teremos:
[H + ]2 + 10−7 [H + ] − Kw = 0
e o pH = 6,79.
Vamos imaginar o seguinte sistema: um ácido forte e uma base forte, dissolvidos
em água, sendo que, o sistema de reações será constituı́do da seguinte forma:
HA → H + + A−
BOH → B + + OH −
H2 O ⇀
↽ H + + OH −
CA = [A− ] (6.16)
CB = [B + ] (6.17)
E o balanço de carga
[H + ] + [B + ] = [OH − ] + [A− ] (6.18)
Kw
[H + ] + Cb = + Ca (6.19)
[H + ]
Kw
[H + ] = (6.20)
[H + ]
[H + ]2 = Kw (6.21)
q
[H + ] = Kw = 10−7 mol L−1 (6.22)
E o valor de pH = 7,00.
Exemplo 6.4 Qual será o valor de pH se nós misturarmos 10 mL de N aOH 0,01 mol
L−1 com 20 mL de HCl 0,02 mol L−1 .
Balanço de massa
Cb Vb 0, 010x10
= = 0, 0033 mol L−1 = [N a+ ] (6.23)
Va + Vb 10 + 20
Ca Va 0, 020x20
= = 0, 013 mol L−1 = [Cl− ] (6.24)
Va + Vb 10 + 20
Balanço de carga
[H + ] + [N a+ ] = [OH − ] + [Cl− ] (6.25)
Kw
[H + ] + 0, 033 = + 0, 013 (6.26)
[H + ]
6.3 Curvas de titulação 74
Kw
[H + ] = + 0, 0977 (6.27)
[H + ]
Kw
Como [H + ]
é muito menor que 0,00977 assim, [H + ] ≈ 0,00977 mol L−1 e o valor
de pH = 2,00.
Balanço de massa
10−3 .2, 0
[B − ] = = 4, 0x10−4 mol L−1
2, 0 + 3, 0
10−4 .3, 0
[A+ ] = = 6, 0x10−5 mol L−1
2, 0 + 3, 0
Balanço de carga
[A+ ] + [H + ] = [B − ] + [OH − ]
[H + ] = 3, 47x10−4 + [OH − ]
e o valor de pH = 3,47
Sabemos que uma mistura de ácido (HA) e base forte (BOH) é constituı́da da
seguinte equação:
HA → H + + A−
6.3 Curvas de titulação 75
BOH → B + + OH −
H2 O ⇀
↽ H + + OH −
Balanço de massa
Ca Va
[A− ] = (6.28)
Va + Vb
Cb Vb
[B + ] = (6.29)
Va + Vb
Balanço de carga
[H + ] + [B + ] = [OH − ] + [A− ] (6.30)
A Figura 6.2 mostra uma curva de titulação para um ácido forte com uma base
forte, sendo utilizada a equação (6.31).
13,0
12,0
11,0
10,0
9,0 Ponto de equivalência
8,0
7,0
Ponto de inflexão
pH
6,0
2 2
5,0 d pH/dV = 0
4,0
3,0
2,0
1,0
0,0
0 10 20 30 40 50 60 70
VB (mL)
Figura 6.2: Titulação de ácido forte com uma base forte. A simulação foi realizada
utilizando a concentração de 25 mL de ácido 0,1 mol L−1 com base 0,1 mol L−1
6.3 Curvas de titulação 76
14
[HCl]
0,1
12
0,01
0,001
10
8
pH
Ponto de Equivalência
0
0 10 20 30 40 50
Volume de NaOH (mL)
3. No ponto de equivalência
Vamos considerar a titulação de 25 mL de HCl 0,100 mol L−1 com N aOH 0,100
mol L−1 .
Nesta etapa temos apenas no erlenmeyer HCl, cuja concentração é igual a 0,1
mol L−1 . Em termos de espécies em solução tem-se:
H2 O ⇀
↽ H + + OH −
HCl −→ H + + Cl−
Balanço de massa
[Cl− ] = 0, 1 mol L−1
Balanço de carga
[H + ] = [OH − ] + [Cl− ]
Nesta situação podemos considerar que a [OH − ] é desprezı́vel, uma vez que a
solução é eminentemente ácida: [H + ] >> [OH − ]. Logo:
[H + ] ≈ [Cl− ]
pH = −log 0, 100 = 1, 0
pH = −log Ca
Balanço de massa
Ca .Va
[Cl− ] =
Va + Vb
6.3 Curvas de titulação 78
Cb .Vb
[N a+ ] =
Va + Vb
Balanço de carga
[N a+ ] + [H + ] = [OH − ] + [Cl− ]
Cb .Vb Ca .Va
+ [H + ] = [OH − ] + (6.32)
Va + Vb Va + Vb
Ca .Va Cb .Vb
[H + ] = [OH − ] + −
Va + Vb Va + Vb
[H + ] ≈ [OH − ]
Assim:
Ca .Va Cb .Vb Ca .Va − Cb .Vb
[H + ] = − =
Va + Vb Va + Vb Va + Vb
Logo
pH = −log Ca .VVaa+V
−Cb .Vb
b
Ca .Va Cb .Vb
=
Va + Vb Va + Vb
6.3 Curvas de titulação 79
Vb pH Vb pH Vb pH
1 1,03 11 1,41 21 2,06
2 1,07 12 1,45 22 2,19
3 1,10 13 1,50 23 2,38
4 1,14 14 1,55 24 2,69
5 1,18 15 1,60
6 1,21 16 1,66
7 1,25 17 1,72
8 1,29 18 1,79
9 1,33 19 1,87
10 1,37 20 1,95
Eo pH = −log 10−7 = 7, 0
Cb .Vb Ca .Va
[OH − ] = −
Va + Vb Va + Vb
e
³ ´
Cb .Vb Ca .Va
pH = 14 + log Va +Vb
− Va +Vb
6.4 Erro da titulação entre um ácido forte e base forte 80
Vb pH Vb pH
26 11,29 36 12,26
27 11,59 37 12,29
28 11,75 38 12,31
29 11,87 39 12,34
30 11,96 40 12,36
31 12,03 41 12,38
32 12,09 42 12,40
33 12,14 43 12,42
34 12,18 44 12,44
35 12,22 45 12,46
A Tabela 6.3 mostra um resumo de todas as equações que são necessárias para
se construir uma curva de titulação entre um ácido e base forte.
Podemos definir uma variável qualquer, por exemplo, (fração titulada), em que
Cb Vb
φ= (6.33)
Ca Va
Sabemos que o erro de uma titulação é dado por
VP F − VP E
Erro = (6.34)
VP E
6.4 Erro da titulação entre um ácido forte e base forte 81
Tabela 6.3: Resumo das equações necessárias para a construção de uma curva de titulação
entre um ácido forte e uma base forte
Etapa Equação
1o - Antes de iniciada a titulação pH = −logCa
2o - Iniciada a titulação antes do pH = −log Ca .VVaa+V
−Cb .Vb
b
ponto de equivalência
3o - No ponto de equivalência pH = −log 10−7 = 7, 0
³ ´
Cb .Vb Ca .Va
4o - Após o ponto de equivalência pH = 14 + log Va +Vb
− Va +Vb
Exemplo 6.6 Um volume de 50 mL de HCl 0,1 mol L−1 foi titulado com uma solução
de N aOH 0,1 mol L−1 , sendo utilizado o vermelho de metila como indicador. Calcule o
erro da titulação admitindo-se que o ponto final ocorreu no pH 4,9.
4, 9 = −log[H + ]
−4, 9 = log[H + ]
Exemplo 6.7 Calcule qual seria o erro máximo (Emax ) e erro mı́nimo (Emin ) se nós
utilizamos o vermelho de metila (faixa de viragem 4,4-6,2) na titulação entre o ácido
clorı́drico e o hidróxido de sódio. Considere uma titulação de 50 mL de HCl 0,1 mol L−1
e N aOH 0,2 mol L−1 .
10−14
à !
0, 2 + 0, 1
Emin = φP F −1= −4,4
− 10−4,4 .100 = −5, 97x10−2 %
0, 2x0, 1 10
10−14
à !
0, 2 + 0, 1
Emiax = φP F −1= − 10−6,2 .100 = −9, 21x10−4 %
0, 2x0, 1 10−6,2
ou
f1 = (Va − Vb )10−pH = Ca Va − Cb Vb (6.46)
Ao realizarmos uma titulação entre um ácido e uma base forte, podemos obter
valores de pH e volume do titulante adicionado. Vamos considerar uma titulação entre
um ácido forte (25 mL de HCl 0,1 mol L−1 ) e uma base forte (N aOH 0,1 mL). Durante a
titulação, teremos os valores de volume e pH dados na Tabela 6.4, que podem ser colocados
em gráficos (Figura 6.4). A fazermos uma extrapolação dos resultados, podemos encontrar
o ponto de equivalência.
Tabela 6.4: Dados de uma curva de titulação entre 25 mL de HCl 0,1 mol L−1 e N aOH
0,1 mol L−1 para a obtenção da Curva de Gran.
V(mL) pH 10−pH f1 V(mL) pH 10−pH f1
0 1,00 0,100 2,50 24 2,7 0,00204 1,00x10−1
1 1,03 0,0923 2,40 26 11,3 5,1x10−12 2,60x10−10
2 1,07 0,0852 2,30 27 11,6 2,6 x10−12 1,35x10−10
3 1,10 0,0786 2,20 28 11,87 1,77 x10−12 9,36x10−11
4 1,14 0,07247 2,10 29 11,9 1,35 x10−12 7,29 x10−11
5 1,18 0,0667 2,00 30 11,9 1,1 x10−12 6,05 x10−11
6 1,21 0,0613 1,90 31 12,0 9,33 x10−13 5,23 x10−11
7 1,25 0,0563 1,80 32 12,1 8,14 x10−13 4,64 x10−11
8 1,29 0,0515 1,70 33 12,14 7,25 x10−13 4,21 x10−11
9 1,33 0,0471 1,60 34 12,18 6,56 x10−13 3,87 x10−11
10 1,37 0,0429 1,50 35 12,22 6,00 x10−13 3,60 x10−11
11 1,41 0,0389 1,40 36 12,26 5,55 x10−13 3,38 x10−11
12 1,45 0,0351 1,30 37 12,29 5,17 x10−13 3,20 x10−11
13 1,50 0,0316 1,20 38 12,31 4,85 x10−13 3,05 x10−11
14 1,55 0,0282 1,10 39 12,34 4,57 x10−13 2,93 x10−11
15 1,60 0,025 1,00 40 12,36 4,33 x10−13 2,82 x10−11
16 1,66 0,0220 0,90 41 12,38 4,12 x10−13 2,72 x10−11
17 1,72 0,0190 0,80 42 12,40 3,94 x10−13 2,64 x10−11
18 1,79 0,0163 0,70 43 12,42 3,78 x10−13 2,57 x10−11
19 1,87 0,0136 0,60 44 12,44 3,63 x10−13 2,51 x10−11
20 1,95 0,0111 0,50 45 12,46 3,5 x10−13 2,45 x10−11
21 2,06 0,00870 0,40
22 2,19 0,00638 0,30
23 2,38 0,00417 0,20
6.5 Exercicios 85
1,25
1,00
0,75
f1
0,50
Ponto de equivalência
0,25
0,00
12 15 18 21 24 27 30 33
Volume (mL)
Figura 6.4: Gráfico dos dados da Tabela 5-1 utilizados para a construção da Curva de
Gran
para cada par de volume e o valor ∆pH é calculado. Aqui ∆pH é a mudança no pH
entre leituras consecutivas, e ∆V é a mudança no volume entre adições consecutivas. As
duas últimas colunas da Tabela 6.5 e a porção inferior da Figura 6.5 fornecem a derivada
segunda, calculada de maneira análoga. O ponto de equivalência corresponde ao volume
em que a derivada segunda é zero.
6.5 Exercicios
Tabela 6.5: Cálculo da derivada primeira e segunda para uma curva de titulação en-
∆pH
tre o HCl 0,1 mol L−1 e N aOH 0,1 mol L−1 , em que ∆V
. é derivada primeira e
∆(∆pH/∆V )/∆V é a derivada segunda.
³ ´ ³ ´
∆pH ∆pH ∆pH ∆pH
V pH ∆V ∆ ∆V ∆V V pH ∆V ∆ ∆V ∆V
(mL) (mL)
0 1,00 36 12,26 0,03421 -0,00424
1 1,03 0,03476 37 12,29 0,03073 -0,00349
5 1,18 0,03591 0,000469 41 12,38 0,02140 -0,00183
6 1,21 0,03652 0,000604 42 12,40 0,01980 -0,0016
7 1,25 0,03727 0,000753 43 12,42 0,01839 -0,00141
8 1,29 0,03819 0,000918 44 12,44 0,01714 -0,00125
9 1,33 0,03929 0,001106 45 12,46 0,01603 -0,00111
10 1,37 0,04062 0,001324 46 12,47 0,01503 -0,001
11 1,41 0,04220 0,00158 47 12,49 0,01413 -0,0009
12 1,45 0,04408 0,001886 48 12,50 0,01331 ¨ -0,00081
13 1,50 0,04634 0,00226 49 12,51 0,01257 -0,00074
14 1,55 0,04907 0,002726 50 12,52 0,01190 -0,00068
15 1,60 0,05239 0,003318 51 12,53 0,01128 -0,00062
16 1,66 0,05648 0,004093 52 12,54 0,01071 -0,00057
17 1,72 0,06162 0,005137 53 12,56 0,01019 -0,00052
18 1,79 0,06821 0,006593 54 12,56 0,00971 -0,00048
19 1,87 0,07693 0,00872 55 12,57 0,00926 -0,00045
20 1,95 0,08894 0,01201 56 12,58 0,00885 -0,00041
21 2,06 0,10646 0,017514 57 12,59 0,00846 -0,00039
22 2,19 0,13428 0,027823 58 12,60 0,00810 -0,00036
23 2,38 0,18523 0,050956 59 12,61 0,00776 -0,00034
24 2,69 0,30998 0,12475 60 12,61 0,00745 -0,00031
26 11,29 4,30112 1,995566 61 12,62 0,00715 -0,00029
27 11,59 0,29260 -4,00852 62 12,63 0,00688 -0,00028
28 11,75 0,16782 -0,12478 63 12,64 0,00662 -0,00026
29 11,87 0,11682 -0,051 64 12,64 0,00637 -0,00024
30 11,96 0,08894 -0,02788 65 12,65 0,00614 -0,00023
31 12,03 0,07136 -0,01759 66 12,65 0,00592 -0,00022
6.5 Exercicios 87
2
1
( pH/ V)/ V
0
-1
-2
-3
-4
0 10 20 30 40 50
5
4
3
pH/ V
2
1
0
0 10 20 30 40 50
14
12
10
8
pH
6
4
2
0
0 10 20 30 40 50
Volume de NaOH (mL)
Figura 6.5: (a) Curva de titulação entre o HCl 0,1 mol L−1 e N aOH 0,1 mol
L−1 , (b) Derivada primeira ∆pH/∆V , da curva de titulação e (c) Derivada segunda
∆(∆pH/∆V )∆V
6.5 Exercicios 88
a. Se 10 mL de HCl a 0,1 mol L−1 forem misturados a 5 mL de N aOH a 0,1 mol L−1 .
c. Se 20 mL de N aOH a 0,01 mol L−1 forem misturados com 19,80 mL de HCl a 0,01
mol L−1 .
6.5 Calcule o pH e pOH de uma solução preparada pela adição de 0,100 mg de T lOH
em 174 mL de destilada.
6.6 Calcule o pH de uma solução que foi preparada pela adição de 96,3 mL de T lOH
1,20 mol L−1 , seguida da diluição para 750 mL.
6.7 Qual é o volume de N aOH 0,2 mol L−1 que deve ser adicionado para mudar o pH
de 40 mL de uma solução de HCl 0,100 mol L−1 para 10,0?
6.8 Qual é o pH de uma solução contendo 0,070 mL de HCl 36,0% , diluı́do para 500
mL? (dados: d = 1,179 g mL−1 ).
6.5 Exercicios 89
a. H2 O
a. HCN
b. HCO3−
c. N2 H5+
d. C2 H2 OH
a. CN −
b. CO32−
c. N2 H4
6.5 Exercicios 90
d. C2 H5 O−
b. 100 mL de Ba(OH)2 0,050 mol L−1 sendo titulados com HCl 0,1 mol L−1 ;
6.15 Prove que o ponto de equivalência de uma titulação entre um ácido e uma base
forte ocorre sempre no pH = 7,0 em água pura.
6.16 Mostre que o ponto de inflexão (dpH/dν) de uma curva de titulação ocorre no
ponto de equivalência.
b. Se, nesta titulação, for usada uma bureta cuja precisão é ± 0,02 mL, qual será o valor
do seu erro? Quem terá o erro maior, entre a bureta e o indicador?
6.18 Na titulação de 15 mL de N aOH 0,200 mol L−1 com HCl 0,100 mol L−1 . Calcule
o pH para os volumes: 0,0; 2,0; 10,00; 20,00; 30,00 e 40,00 mL de ácido.
6.19 Em uma titulação com ponto de equivalência em 25 mL, qual erro será cometido
se um analista parar no volume final de 24,78 mL?
6.5 Exercicios 91
Referência
BRADY, J. E., HUMISTON, G. E. Quı́mica Geral. 2a ed., Rio de Janeiro: LTC, 1986,
vol. 2, 661 p.
[H + ][A− ]
Ka = (7.1)
[HA]
Em solução aquosa, ácidos com Ka maiores que 1,0 são essencialmente dissociados
para concentrações menores que 1,0 mol L−1 e podem ser considerados como ácidos fortes.
O caso limite, por exemplo, é o ácido iódico com Ka = 0,16. Ácidos com Ka menor que
10−4 são basicamente não dissociados em soluções aquosas por causa da ionização da água,
que produz mais ı́ons H + do que o ácido em questão.
HAc ⇀
↽ H + + Ac−
Exemplo 7.1 Determine o valor de pH de uma solução de ácido acético a 0,10 mol L−1 ,
com Ka = 1,75 x 10−5 .
HAc ⇀
↽ H + + Ac−
H2 O ⇀
↽ H + + OH −
[H + ] = [Ac− ]
7.1 Cálculo de pH de um ácido fraco 95
pH = 2,88.
Exemplo 7.2 Encontrar o valor de pH para uma solução de ácido fluorı́drico a 10−3 mol
L−1 , cuja Ka = 6,75 x 10−4 .
HF ⇀
↽ H+ + F −
H2 O ⇀
↽ H + + OH −
Balanço de massa
10−3 = [F − ] + [HF ] (7.8)
Balanço de carga
[H + ] = [F − ] + [HF ] (7.9)
[H + ] = [F − ] (7.10)
[H + ][F − ]
Ka = (7.11)
[HF ]
Substituindo a equação 7.8 em 7.11 chega-se a:
[H + ]2
Ka = (7.12)
10−3 − [H ]
Desenvolvendo a equação 7.12 chegaremos na seguinte equação:
N + H 2O NH+ + OH-
Balanço de massa
0, 010 = [N H4+ ] + [N H3 ] (7.14)
Balanço de carga
[N H4+ ] + [H + ] = [OH − ] (7.15)
[N H4+ ][OH − ]
Kb = 1, 75x10−5 = (7.16)
[N H3 ]
7.2 Grau de dissociação 97
[OH − ]2
1, 75x10−5 = (7.17)
0, 010
Dois parâmetros descritos para os ácidos fracos são muitos importantes: o grau
de formação e dissociação. O grau de dissociação é definido da seguinte forma:
[A− ]
α= (7.18)
CHA
Assim
[A− ]
α= (7.20)
[HA] + [A− ]
1 [HA] + [A− ]
= (7.21)
α [A− ]
Sabemos que:
[H + ][A− ]
Ka = (7.22)
[HA]
A equação acima pode ser escrita da seguinte forma:
[H + ] [HA]
= (7.23)
Ka [A− ]
Ka
α= (7.24)
Ka + [H + ]
7.3 Diagrama de Sillen 98
1,0
0,8
[HA] [A ]
-
0,6
0,4
0,2
0,0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
pH
[HA] [H + ]
1−α= = (7.25)
CHA [H + ] + Ka
A Figura 7.1 mostra uma curva de distribuição para o ácido acético, em que
podemos observar que no valor de pH 4,75 temos que a concentração de [HA] = [A− ].
Neste, pode o valor de pH coincidir com o valor do pKa do ácido acético.
Este diagrama é muito utilizado e foi introduzido pelo quı́mico suı́ço Lars Gunnar
Sillen em 1950. No diagrama de Sillen, as concentrações de várias espécies são colocadas
em gráfico em função do pH. Para construı́-lo, devemos primeiro colocar em um gráfico o
valor de pH variando de 0 até 14, utilizando a relação:
pH
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
[ácido] 0
Ponto do sistema
-2
-
[HAc]
[Ac ]
-4
pH do sal
pH da solução
-6
log C
-8
- +
[OH ] [H ]
-10
-12
-14
Figura 7.2: Diagrama de Sillen para uma solução de ácido acético 0,1 mol L−1
Essa operação resulta na construção de uma linha reta cuja inclinação é -1. Em
seguida é colocada outra linha reta, para isso, utiliza-se a seguinte relação:
Kw
log[OH − ] = log = −pKw + pH (7.27)
[H + ]
CHA Ka
[Ac− ] = (7.28)
[H + ] + Kw
e
CHA [H + ]
[HA] = (7.29)
[H + ] + Ka
Utilizando determinado valor de concentração, podemos adicionar a variação das
concentrações de [HA] e [A− ] ao gráfico. A Figura 6.2 mostra o diagrama de Sillen para
o ácido acético.
7.4 Sal de ácidos e bases fracos 100
[HAc][OH − ]
Kh = Kb = (7.30)
[Ac− ]
[HAc][OH − ] [H + ]
Kb = x + (7.31)
[Ac− ] [H ]
como
Kw = [H + ][OH − ] equação 6.3
teremos
Kw
Kb = (7.32)
Ka
No caso do ácido acético
1, 00x10−14
Kb = = 5, 70x10−10 (7.33)
1, 75x10−5
Exemplo 7.4 Calcule o pH de uma solução de acetato de sódio a 0,10 mol L−1 .
N aAc → N a+ + Ac−
Ac− + H2 O ⇀
↽ HAc + OH −
7.4 Sal de ácidos e bases fracos 101
Balanço de massa
0, 10 = [N a+ ] (7.34)
Balanço de carga
[H + ] + [N a+ ] = [Ac− ] + [OH − ] (7.36)
−
Kw [HAc][OH ]
Kb = = (7.37)
Ka [Ac− ]
Substituindo as equações 7.34 e 7.35 na 7.36, tem-se a seguinte relação:
No caso de sais provenientes de ácidos fortes e bases fracas, os sais são comple-
tamente dissociados; sendo que os cátions são ácidos de Lowry-Brønsted e se ionizam em
água formado:
B + + H2 O ⇀
↽ BOH + H +
[BOH][H + ]
Kh = Ka = (7.42)
[B + ]
7.4 Sal de ácidos e bases fracos 102
Multiplicando por:
[BOH][H + ] [OH − ]
Kh = x (7.43)
[B + ] [OH − ]
como:
[H + ][OH − ] = Kw equação 6.3
e
[BOH] 1
= (7.44)
[B + ][OH − ] Kb
Teremos:
Kw
Ka = (7.45)
Kb
Portanto, encontramos a mesma equação que foi determinada para a hidrólise de
sais de ácidos fracos e bases fortes.
Balanço de massa
0, 25 = [N H4 OH] + [N H4+ ] (7.48)
0, 25 = [Cl− ] (7.49)
Balanço de carga
[N H4+ ] + [H + ] = [Cl− ] + [OH − ] (7.50)
7.5 Soluções tampão 103
Devemos calcular o valor de Ka para isso podemos utilizar a equação 7.45, assim:
Kw 1, 0x10−14
Ka = = = 5, 7x10−10 (7.51)
Kb 1, 75x10−5
[H + ] = [N H4 OH] (7.53)
[N H4 OH][H + ] [H + ]2
Ka = = (7.54)
[N H4+ ] 0, 25 − [H + ]
[H + ]2
Ka = (7.55)
0, 25
HAc ⇀
↽ H + + Ac−
[Ac− ] Cs
pH = pKa + log = pKa + log (7.58)
[HAc] Ca
Para um tampão constituı́do de uma base fraca e seu ácido conjugado, a expressão
que é normalmente utilizada para calcular o valor de pH é:
Cs
pH = (14 − pKb ) − log (7.59)
Cb
Sabemos que o valor de pKa para o ácido acético é 4,76, utilizando esse valor na
equação 7.58 teremos
0, 1.(10/30)
pH = 4, 76 + log = 4, 46
0, 1.(20/30)
Exemplo 7.7 Uma solução tampão é composta por 0,20 mol L−1 em ácido acético e
acetato de sódio. Calcule a variação de pH quando é adicionado 1,0 mL de HCl a 0,1
mol L−1 em 10 mL da solução tampão.
Portanto:
100 mL x 1,16 milimol L−1 = 14,8 milimol L−1 x V(mL) de N H3
Exemplo 7.9 Calcule a variação de pH que deverá ser tomada quando 10 mL de HCl
a 0,1 mol L−1 são adicionados a 30 mL de N H4 OH a 0,2 mol L−1 . pKb = 4,76.
7.5 Soluções tampão 106
5/4
pH = 14 − 4, 76 + log = 9, 94
1/40
[N a+ ] = CA (7.64)
e
[HA] = CHA − [H + ] + [OH − ] (7.66)
7.5 Soluções tampão 107
é pequena e portanto o pH varia pouco. Se uma pequena quantidade de base forte é adi-
cionada, ela combina com o HA e forma uma quantidade equivalente de A− . Novamente, a
[A− ]
razão [HA]
varia pouco, da mesma forma o pH.
A capacidade do sistema tampão pode ser definida pelo ı́ndice de tampão (b)
através da equação:
dCBOH dCHA
β= =− (7.70)
dpH dpH
7.5 Soluções tampão 108
em que dCBOH e dCHA representam o número de mols por litro de base ou ácido, respec-
tivamente, para variar o valor de pH de uma solução tampão.
Ca = [Cl− ] (7.72)
Cb = [N a+ ] (7.73)
Exemplo 7.10 Calcule o ı́ndice de tampão para uma solução constituı́da de HAc e
N aAc, ambos com concentração 0,1 mol L−1 . Nesta solução foi adicionada uma solução
de HCl 10−3 mol L−1 .
0, 1
pH = 4, 76 + log = 4, 76
0, 1
Já o ı́ndice de tampão pode ser determinado pela equação 7.81, sendo assim,
teremos:
dCa ∆Ca
β=− =−
dpH ∆pH
10−3
∆pH = − = −0, 017
5, 76x10−2
A adição de HCl provocará uma variação de pH de pH = 4,76 - 0,017 = 4,78
no pH do tampão.
2,5
-
[HAc] = [Ac ]
1,00
2,0
0,80
Região onde se tem o 0,60
maior poder tamponante 0,40
1,5
0,20
1,0
0,5
0,0
0 2 4 6 8 10 12 14
pH
Figura 7.3: Variação do ı́ndice de tampão em função do pH. Cada curva representa a
variação do ı́ndice de tampão em determinado valor de concentração de ácido acético e
acetato de sódio. As duas concentrações do ácido e do seu sal são iguais
Para se deduzir uma equação geral para uma titulação entre um ácido fraco e
uma base forte podemos supor um sistema constituı́do de um volume Vo mL de ácido
fraco HA, com concentração Co , sendo titulado com V mL de uma base forte C. Assim
teremos as seguintes equações:
Ca Va
[HA] + [A− ] = (7.82)
V + Vo
CV
[N a+ ] = (7.83)
V + Vo
Para o balanço de massa, o balanço de carga pode ser escrito da seguinte forma:
3. No ponto de equivalência; e
1o . Caso
e
pH = −log[H + ] (7.89)
7.6 Titulação de um ácido fraco com uma base forte 112
2o . Caso
[H + ]. CV
VT [H + ].CV
Ka = CV = (7.92)
Co Vo − VT
Co Vo − CV
3o . Caso
Neste caso, temos o ponto de equivalência; ou seja temos apenas o sal do ácido.
Logo, teremos apenas a hidrólise desse sal, fazendo com que o valor de pH da solução seja
maior que 7,0. A equação que pode representar essa situação é:
Kw [HA][OH − ] [OH − ]2
Kb = = = CV (7.93)
Ka [A− ] VT
4o . Caso
[OH-]=(CV-C oV o)/V T
14,0
10,0
pH
8,0
1/2
6,0 pH = -log (K aCa)
4,0
-
pH = pKa + log[Ac ]/[HAc]
2,0
0 5 10 15 20 25 30
Volume de base (mL)
Figura 7.4: Curva de titulação de 25 mL de um ácido fraco (HAc) 0,1 mol L−1 e N aOH
0,1 mol L−1
O erro da titulação pode ser expresso simplesmente como φ - 1, para tanto pode-
mos utilizar a relação:
V + Vo C + Co
= (7.95)
Vo C
Sabemos que
CV
φ= (7.96)
Co Vo
Agora, substituindo a equação 7.89 na equação 7.87, chegaremos a seguinte
equação: Ã !
Ka V + Vo Kw
φ= +
+ +
− [H + ] (7.97)
[H ] + Ka Co Vo [H ]
Substituindo essa relação na equação 7.89, teremos:
à !
Ka C + Co Kw
φ= +
+ − [H + ] (7.98)
[H ] + Ka Co C [H + ]
Somando -1 em cada lado da equação encontraremos a seguinte equação:
à !
Ka C + Co Kw
φ−1= +
+ +
− [H + ] − 1 (7.99)
[H ] + Ka Co C [H ]
7.8 Ácidos e base fracos como indicadores 114
A Tabela 7.1 mostra uma lista de indicadores comumente utilizados nas titulações
de ácidos e base fracos ou fortes. Um indicador é por si só um ácido ou uma base
cujas várias espécies protonadas têm cores diferentes. Portanto, o comportamento de um
indicador em solução depende basicamente do valor de pH. Um exemplo bem caracterı́stico
é o azul de timol, que se comporta da seguinte maneira em solução:
HO OH O OH O O-
O O
S
pK1 = 1,7 SO3
- pK2 = 8,9 SO3 -
O
um ácido monoprótico, que iremos representar como HInd. O HInd tem o seguinte
comportamento em função da variação do valor de pH:
HInd ⇀
↽ H + + Ind−
pH = pK1 ± 1 (7.108)
7.8 Ácidos e base fracos como indicadores 116
Exemplo 7.11 Uma solução contém 10−4 mol L−1 de N aOH e 10−5 mol L−1 de sal
sódico de alaranjado de metila. Calcule o pH dessa solução.
[H + ] + [N a+ ] = [OH − ] + [Ind− ]
[N a+ ] = CN aOH + CInd−
Como o N aOH é uma base forte podemos simplificar inicialmente que a equação
7.109 para
[OH − ] = CN aOH = 10−4 molL−1
KInd− CInd−
[HInd] =
KInd− + [H + ]
Teremos que as concentrações de [Ind− ] e [HInd] são desprezı́veis. Sendo assim,
pequena quantidade de base é suficiente para mudar a cor do indicador, essa caracterı́stica
faz com que seja necessário utilizar baixas concentrações de indicador.
Exercı́cios
7.12 Ácido acético 2,5 x 10−3 mol e 2,0 x10−2 mol em um litro de água
7.13 Piridina 10−2 e HCl 5,0 x 10−3 mol em um litro de água. Kb = 1,4 x 10−9
HN CH HN CH
+ H2O -
+ OH
HC CH HC CH
+
N N
H
cujo valor de pKa = 6,91. Determine o valor de pH para uma solução 0,01 mol L−1 de
imidazol.
7.16 Uma solução foi preparada da seguinte forma: mistura de: 2,20 g de KIO3 e 1,80
g de HIO3 em 100 mL de . Depois de misturados, o valor de pH foi determinado. Sendo
encontrados o pH = 1,32. Calcule o valor da constante de ionização do HN O3 .
7.24 Uma solução tampão foi preparada com 0,2 mol L−1 de ácido acético e acetato de
sódio. Calcule a variação de pH se forem adicionados 1,0 mL de HCl a 0,10 mol L−1 .
7.25 Calcule o volume de amônia concentrada (14,8 mol L−1 ) e a massa do para se
preparar 10 mL de uma solução tampão pH 10. A concentração final do sal deverá ser
0,200 mol L−1 .
7.26 Uma amina, RN H3 , tem um pKb de 4,20. Qual é o pH de uma solução desta base
a 0,20 mol L−1 ?
7.28 Calcule o pH da solução obtida pela adição de 12,0 mL de H2 SO4 a 0,25 mol L−1
e 6,0 mL de N H4+ a 1,0 mol L−1 .
7.29 Calcule o pH de uma solução preparada com adição de ácido fórmico a 0,050 mol
L−1 e formiato de sódio a 0,1 mol L−1 .
7.33 Quantos mL de uma solução 0,5 mol L−1 de N aAc se devem adicionar a 100 mL
de uma solução 2 mol L−1 de HAc para obter um tampão cujo pH seja 4,0?
7.34 Compare o pH de uma solução de HCl 10−3 mol L−1 com a mesma de um sal de
metil orange (pKa = 3,8). Qual é a razão da forma Ind- (cor amarela) e HInd (vermelha)?
7.36 Da lista dos indicadores abaixo, qual é o mais recomendado para a titulação de
HAc 10−4 mol L−1 com N aOH 0,1 mol L−1
7.37 Construa uma Curva de Titulação de 25 mL de N H3 0,1 mol L−1 com HCl 0,2
mol L−1 .
7.8 Ácidos e base fracos como indicadores 121
Referência
Ácidos Polipróticos
Os ácidos polipróticos são ácidos que se ionizam liberando mais que um próton.
O ácido fosfórico é um ácido tipicamente poliprótico. Em solução aquosa ocorrem as
seguintes reações:
H3 P O4 ⇀
↽ H + + H2 P O4−
↽ H + + HP O42−
H2 P O4− ⇀
HP O42− ⇀
↽ H + + P O43−
[H + ][H2 P O4− ]
K1 = (8.1)
[H3 P O4 ]
[H + ][HP O42− ]
K2 = (8.2)
[H2 P O4− ]
[H + ][P O43− ]
K3 = (8.3)
[H2 P O42− ]
O cálculo da concentração de H + de uma solução de um ácido poliprótico é com-
plicado pela existência de várias etapas de dissociação. Um aspecto simplificador é o fato
de as sucessivas etapas de dissociação serem reprimidas pelo H + formado na primeira
etapa. Uma outra simplificação se baseia nos valores decrescentes das sucessivas constan-
tes de ionização. Em geral, o decréscimo é tão acentuado que somente a primeira disso-
ciação precisa ser considerada nos cálculos. Este efeito é devido aos fatores eletrostáticos
123
Balanço de massa
0, 1 = [H3 P O4 ] + [H2 P O4− ]
Balanço de carga
[H + ] = [H2 P O4− ] + [OH − ]
[H + ] = [H2 P O4− ]
[H + ]2
7, 11x10−3 =
0, 1 − [H + ]
124
Ou seja:
[H + ]2 + 7, 11x10−3 [H + ] − 7, 11x10−4 = 0
Sendo o pH = 1,63
Se nós pensamos em água pura, a resposta para essa pergunta seria 7,0 e atribuirı́amos
outros valores à poluição. Porém, devemos pensar que na atmosfera existe uma con-
siderável quantidade de CO2 . Portanto, para respondemos à pergunta devemos considerar
as seguintes reações:
CO2 + H2 O ⇀
↽ H2 CO3(aq.)
H2 CO3(aq.) ⇀
↽ HCO3− + H + Ka1 = 4,45 x 10−7
↽ CO32− + H + Ka2 = 4,69 x 10−11
HCO3− + H + ⇀
[H + ]2
Ka1 =
[H2 CO3 ]
[H + ]2
Ka =
KH pCO2
8.1 Diagrama de distribuição 125
ou
q
[H + ] = KH .Ka1 pCO2
Se nós assumimos que a pressão parcial do na atmosfera é em média 3,6 x 10−4 atm,
constante de Henry para essas condições é 0,034, então o valor de pH na água da chuva
seria:
q
[H + ] = 0, 034x4, 45x10−7 x3, 6x10−4 = 2, 33x10−6 mol L−1
pH = 5,63.
1,0
0,9 [H3PO 4] - 2-
[H2PO 4 ] [HPO 4 ]
3-
0,8 [PO 4 ]
0,7
0,6
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
0,0
0 2 4 6 8 10 12 14
pH
Note que
α0 + α1 + α2 + α3 = 1 (8.18)
Exemplo 8.2 Calcule a concentração de [H3 P O4 ], [H2 P O4− ], [HP O42− ] e [P O43− ] em uma
solução de [H3 P O4 ] 0,1 mol L−1 no pH 3,0 ( [H + ] = 1,0 x 10−3 mol L−1 ).
α2 = 6, 9x10−5
α3 = 3, 3x10−14
Dois sistemas tampão podem ser preparados de ácido fracos dipróticos e seus sais.
O primeiro consiste do ácido H2 A e sua base conjugada HA− , e o segundo pode ser feito
utilizando o ácido HA− e sua base conjugada A2− . O pH do último sistema é maior do
que o primeiro, pois a constante de ionização HA− é, geralmente maior do que a do H2 A.
Exemplo 8.3 Vamos supor que em uma solução exista [H3 P O4 ] = 2,00 mol L−1 e
[H2 P O4− ] = 1,50 mol L−1 . Qual é o valor de pH desse tampão?
7, 11x10−3 [H3 P O4 ]
[H + ] =
[H2 P O4− ]
7, 11x10−3 x2, 00
[H + ] = = 9, 48x10−3 mol L−1
1, 50
Agora, se nós utilizarmos a expressão para K2 para mostrar que [HP O42− ] pode
ser desprezada
[H + ][HP O42− ]
K2 = 6, 34x10−8
[H2 P O4− ]
[HP O42− ] = 1, 00x10−5 mol L−1
Ou seja, nossa suposição é válida. Note que [P O43− ] é muito menor que [HP O42− ].
Tampão Natural
ou baixo pH sangüı́neo. Agora, se quando o pH sobe além de 7,45, diz-se que ela está
com alcalose, ou alto pH sangüı́neo.
[P 2− ] ≃ CK2 P = 0, 150molL−1
Este resultado mostra que a concentração de [H2 P ] é muito menor que as con-
centrações de [HP − ] e [P 2− ]. Portanto, nossa suposição é válida.
Vamos supor que, em uma solução de N aHA, exista a espécie HA− . Esta espécie
pode sofrer a ionização ou hidrólise, conforme:
HA− ⇀
↽ H + + A−
HA− + H2 O ⇀
↽ H2 A + OH −
CHA− = [N a+ ] (8.22)
E o balanço de carga
CN aHA
Normalmente a razão K1
é muito maior que 1 e K2 xCN aHA maior que Kw .
Nestes casos, podemos simplificar a equação 8.33 da seguinte forma:
q
[H + ] = K1 K2 (8.34)
8.3 Sais de ácidos polipróticos 133
As considerações feitas nos dois exemplos acima, só podem ser usadas para os
casos em que as concentrações de ácido e seu par conjugado sejam altos. Em soluções
diluı́das, quando são realizadas desse tipo de consideração, há implicação de erros muito
grandes.
8.4 Titulação de ácidos polipróticos 134
Deduza uma curva de titulação para 25 mL de ácido maléico 0,100 mol L−1 com
N aOH 0,100 mol L−1 .
K1
Como a razão K2
é maior que 1000 vezes, podemos dividir a titulação em:
pH inicial
E o balanço de massa
A concentração de [H + ] é igual
[H + ] = 3,01 x 10−2 mol L−1
pH = 1,52
5, 00x0, 100
CN aHM ≃ [HM − ] = = 1, 67x10−2 molL−1 (8.40)
30, 00
25, 00x0, 100 − 5, 00x0, 100
CH2 M ≃ [H2 M ] = = 6, 67x10−2 molL−1 (8.41)
30, 00
Ao compararmos as concentrações de [HM − ] e [H2 M ] com o valor de constante
K1 , devemos utilizar a seguinte relação obtida pelo balanço de carga e de massa:
A concentração de [OH − ] nas duas equações acima é desprezı́vel, pois essa é ácida.
Temos condições, agora, de determinar o valor de pH, para isso, utiliza-se a equação de
equilı́brio da primeira constante.
[H + ](1, 67x10−2 + [H + ])
K1 = 1, 3x10−2 = (8.44)
6, 67x10−2 − [H + ]
pH = 1,74
pH = 4,11
pH = 4,54
M 2− + H2 O ⇀
↽ HM − + OH −
Podemos considerar;
[OH − ] ≃ [HM − ] (8.51)
em que a depende do número de espécies de ácido ou base que podem ser formadas em
solução. Por exemplo, no caso do H3 P O4 teremos:
No caso do H3 P O4 , teremos:
14,0
12,0
10,0
8,0
pH
6,0
4,0
2,0
0,0
0 10 20 30 40 50 60 70
Volume de base (mL)
Figura 8.2: Curva de titulação de 25 mL de ácido maléico 0,1 mol L−1 com N aOH 0,1
mol L−1
Exercı́cios
8.3 Qual é o pH de uma solução de ácido fitalico (H2 P ) a 0,10 mol L−1 ?
8.4 Titulação de ácidos polipróticos 139
3,0
2,5
n 3-n
2,0
1,5
1,0
0,5
0,0
0 2 4 6 8 10 12 14
pH
a. H2 C2 O4
b. H2 S
c. H4 IO6
8.4 Titulação de ácidos polipróticos 140
8.9 K1 e K2 para o ácido oxálico são 1,42 x 10−3 e 2,01 x 10−6 , respectivamente. Calcule
a concentração de [OH − ] em uma solução 0,005 mol L−1 de N a2 C2 O4 .
8.12 Qual é o [CO32− ] em uma solução 0,0010 mol L−1 de N a2 CO3 após as reações de
hidrólise terem atingido o equilı́brio?
8.14 Uma solução tampão de pH 6,70 pode ser preparada usando-se soluções de N aH2 P O4
e N a2 HP O4 . Se for pesado 0,0050 mol de N aH2 P O4 , quanto de N a2 P O4 deve ser usado
para preparar 1,0 L de solução?
8.15 Identifique os principais pares conjugados ácido/base e calcule a sua razão de con-
centração para o pH 6,0.
a. H2 SO4
b. Ácido cı́trico
c. Ácido malônico
8.4 Titulação de ácidos polipróticos 141
a. H2 S
b. H3 AsO4
c. H2 CO3 .
8.17 Quantos gramas de N aH P O4 .2H2 O devem ser pesado para ser adicionado a 400
mL de H3 P O4 0,002 mol L−1 ; de tal forma que o pH da solução resultante seja 4,30.
8.18 Uma solução de H3 P O4 foi preparada diluindo-se 0,1 mL de ácido concentrado para
1,0 L com água destilada, o pH da solução foi rigorosamente ajustado para 8,0. Calcule
a concentração do ı́on P O43− na referida solução. Obs) Considere que, para o ajuste do
pH, não houve variação de volume.
8.19 Em uma solução preparada a partir do ácido H4 A e cujo pH é 9,0, calcule as frações
molares das espécies H2 A2− , HA3− e A4− . Dados:
H4 A ⇀
↽ H + + HA−
H3 A− ⇀
↽ H + + H2 A2−
H2 A2− ⇀
↽ H + + HA3−
HA3− ⇀
↽ H + + A4−
Referência
CHRISTIAN, G.D. Analytical Chemistry. 4 ed. New York: John Wiley & Sons INC.
1986. 677 p.
CHRISTIAN, G.D. Analytical Chemistry. 5 ed. New York: John Wiley & Sons INC.
1994. 812 p.
UCKO, D. A. Quı́mica para ciências da saúde - uma introdução à quı́mica geral, orgânica
e biológica. 2a Ed. São Paulo: Editora Manole LTDA. 643 p.
Capı́tulo 9
Equilı́brio de Solubilidade
se dissolvem com o desprendimento de calor (processo exotérmico) e, como tal, tem sua
solubilidade decrescida com o aumento da temperatura.
É sempre útil que o quı́mico tenha uma visão de conjunto das solubilidades dos
sais mais comuns, como mostrado abaixo:
9.3 Previsão de precipitação 145
mol L−1 de P b(N O3 )2 com 100 mL de solução 0,10 mol L−1 de N aCl.
P bCl2 ⇀
↽ P b2+ + 2Cl−
como o produto iônico é menor do que o Kps , pode-se concluir que a solução não está
saturada e portanto não ocorrerá a precipitação.
Exemplo 9.2 Qual deve ser a menor concentração de cloreto necessária para iniciar a
precipitação dos ı́ons P b2+ do exemplo anterior na forma de P bCl2 ?
Embora várias reações paralelas sejam possı́veis quando um sólido iônico se dis-
solve formando uma solução diluı́da, como acontece com os sólidos iônicos pouco solúveis.
9.4 Cálculo de solubilidade 147
Exemplo 9.3 Solubilidade de AgCl a 25 o C é 0,000194 g por 100 mL. A massa molec-
ular do composto é 143,32. Calcular a solubilidade molar e a constante dos produtos de
solubilidade.
Sendo que [Ag + ] = [Cl− ] = 1,35x10−5 mol L−1 e aplicando a equação 9.1 teremos:
[Ba2 +] = S
e
[IO3− ] = S
dos ı́ons; a atração eletrostática entre os ı́ons e as moléculas dipolares de água facilita
a passagem dos ı́ons para a solução. No caso dos pseudo-eletrólitos, a ionização resulta
da ruptura de ligações covalentes como resultado da reação entre moléculas do soluto
e do solvente; o processo de ionização pode ser acompanhado de hidratação dos ı́ons
resultantes.
A solubilidade dos eletrólitos pouco solúveis é, geralmente, maior em soluções que
contêm eletrólitos inertes do que em água. São considerados inertes os eletrólitos de ı́ons
9.6 Efeito do ı́on comum 150
distintos com relação aos eletrólitos pouco solúveis em questão. O efeito da presença de
eletrólitos inertes sobre a solubilidade dos eletrólitos pouco solúveis é devido à variação
dos coeficientes de atividade dos ı́ons com a força iônica da solução.
Exemplo 9.5 Calcule a solubilidade de BaSO4 em 10−2 mol L−1 de BaCl2 . Kps =
10−10 .
e
BaCl2 ⇀
↽ Ba2+ + 2Cl−
[SO42− ] = S (9.4)
Como a relação (S + 10−2 ) é muito menor que o Kps (10−10 ), podemos afirmar:
10−10
Kps = 10−2 S ⇒ S = = 10−8 mol L−1
10−2
Exemplo 9.6 Calcule a solubilidade de M gF2 em 0,1 mol L−1 de KF . Kps = 6,61 x
10−9 .
e
KF → K + + F −
[F − ] = 2S − 0, 1
Quando em uma solução existem vários ı́ons como (Cl− , I − , SCN − , ...) que
podem ser precipitados por um ı́on comum, como no caso o ı́on Ag + , o mesmo acontecendo
com os ı́ons (Ca2+ , Sr2+ , Ba2+ ,...) em relação ao ı́on SO42− ou ao ı́on CO32− , como ainda
em muitos outros casos, é possı́vel mediante certos cuidados controlar-se a marcha da
precipitação.
Suponhamos que, numa solução aquosa de dois sais, os ânions sejam Cl− e Br−
em quantidades mais ou menos equivalentes.
Logo, temos:
Kps(AgBr) = [Ag + ][Br− ] (9.6)
e
Kps(AgCl) = [Ag + ][Cl− ] (9.7)
No equilı́brio, a concentração dos ı́ons será a mesma nas duas igualdades, já que
ela representa o total desses ı́ons no sistema, teremos, dividindo membro a membro uma
quantidade pela outra, a seguinte relação:
[Br− ] Kps(AgBr)
−
= = 2, 9x10−3 (9.8)
[Cl ] Kps(AgCl)
Logo, quando esta igualdade ocorrer, haverá precipitação simultânea dos dois
haletos ao se adicionar AgN O3 .
Para [Br− ] > 4, 3x10−3 [Cl− ], somente precipitação de AgBr e para [Br− ] <
4, 3x10−3 [Cl− ], somente precipitação de AgCl.
Exemplo 9.7 A uma solução contendo 1 g de ı́ons Sr2− e 10−3 g de ı́ons Ba2+ , junta-se
solução diluı́da de N a2 SO4 até que seja atingido (e ligeiramente ultrapassado) o Kps de
um dos sulfatos, portanto, até que se comece a notar um inı́cio de saturação. Pede-se a
natureza do precipitado formado. Dados: Kps(BaSO4 ) = 1,0 x 10−10 e Kps(SrSO4 ) = 2,8 x
10−7 .
Kps(BaSO4 ) 1, 0x10−10
= −7
= 3, 6x10−4
Kps(SrSO4 ) 2, 8x10
9.7 Precipitação Fracionada 154
[Ba2+ ] 7, 2x10−6
= = 6, 3x10−4
[Sr2+ ] 1, 15x10−2
Como 6,3 x 10−4 é maior do que 3,6 x 10−4 , embora seja uma diferença muito
pequena, o precipitado inicialmente observado será de , pois:
[Ba2+ ] Kps(BaSO4 )
2+
>
[Sr ] Kps(SrSO4 )
Sabe-se que:
Kps(AgCl) = 1,2 x 10−10 e Kps(Ag2 CrO4 ) = 9,0 x 10−12
9.8.1 Polimorfismo
Quando uma substância é polimórfica, cada uma das formas cristalinas tem sua
solubilidade própria e um produto de solubilidade caracterı́stico. Para determinar o pro-
duto de solubilidade de uma das formas cristalinas; é preciso obtê-la isoladamente, e com
ela preparar uma solução saturada em equilı́brio com a fase sólida. Se a preparação en-
volver mais de uma forma cristalina, a solução aparentemente saturada em contato com
a fase sólida não estará em equilı́brio e a determinação do produto de solubilidade não
9.8 Validade dos cálculos baseados nos produtos de solubilidade 156
terá sentido.
9.8.2 Hidratação
Quando uma substância sólida consiste em partı́culas muito finas, uma solução
saturada com relação à mesma estará supersaturada com relação às partı́culas maciças
da mesma substância. Um sistema semelhante não se encontra em equilı́brio e, portanto,
a ele não se aplica o princı́pio do produto de solubilidade.
Balanço de massa
S = [Ac− ] + [HAc] (9.10)
9.9 Solubilidade de sal de ácidos monopróticos fracos 159
S = [Ag + ] (9.11)
S = [Ac− ] + [HAc]
S = [Ag + ]
q q
S= Kps = 2, 3x10−3 = 4, 79x10−2molL−1
Kw [HAc][OH − ]
kb = = = 5, 7x10−10
Ka [Ac− ]
[HAc] = [OH − ]
e
S = [Ac− ]
C
Neste caso, a relação Kb
é muito maior que 100, portanto a [OH − ] será igual a:
q q
[OH − ] = Kb [Ac− ] = 5, 71x10−10 x4, 79x10−2 = 5, 23x10−6 molL−1
10−14
[H + ] = −6
= 1, 91x10−9 molL−1
5, 23x10
e o pH = 8,71
(n−1)+
M n2+ + 2iH2 O ⇀
↽ M n(OH)i + iH3 O+
[M n2+ ]
αo = (9.17)
CM n2+
[H + ]n
αo = (9.18)
[H + ]n + K1 [H + ]n−1 + K1 K2 [H + ]n−2 + . . . + K1 K2 . . . + Kn
[Cu2+ ] [Cu2+ ]
αo = =
[Cu2+ ] + [CuOH + ] S
Ka [CuOH + ]
= (9.20)
[H + ] [Cu2+ ]
1 Kw [H + ] + Ka
=1+ + =
αo [H ] [H + ]
9.10 Interações ácido-básicas de complexação 162
[H + ] [Cu2+ ]
αo = =
[H + ] + Ka S
A [Cu2+ ] em solução ser dada por:
[H + ]
[Cu2+ ] = S
[H + ] + Ka
[S 2− ] K1 K2 [H + ]2
α3 = = α0 + 2 x + 2
S [H ] [H ] + K1 [H + ] + K1 K2
K1 K2
[S 2− ] = S
[H + ]2 + K1 [H + ] + K1 K2
[H + ] K1 K2
Kps = [Cu2+ ][S 2+ ] = S xS + 2 (9.21)
[H ] + Ka [H ] + K1 [H + ] + K1 K2
+
[H + ] K1 K2
Kps = [Cu2+ ][S 2+ ] = S 2 x +2
[H ] + Ka [H ] + K1 [H + ] + K1 K2
+
pH
0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 8,0 9,010,011,012,013,014,0
-10,00
-15,00
Log S
-20,00
-25,00
-30,00
-35,00
-40,00
-45,00
5,00; acima de pH 5,00 existe a espécie F e(OH)3 . Após esse pH, a quantidade de reduz
linearmente, conforme:
Kps = [F e3+ ][OH − ]3 (9.22)
ou
Kps = S[OH − ]3 (9.23)
Kps [H + ]3
S= (9.24)
Kw3
Os ânions da maior parte dos sais pouco solúveis comportam-se como bases de
Brønsted reagem com a água e dão ı́on hidróxido. Então, a solubilidade do sal também
depende do pH da solução.
9.11 Curva de titulação 164
Exemplo 9.12 Calcule a solubilidade do M g(OH)2 quando este for adicionado a uma
solução de HCl, cujo pH resultante é 9,0.
Kps = [M g 2+ ][OH − ]2
Kw2
Kps =S +2
[H ]
Kps [H + ]2
S=
Kw2
7, 1x10−12 (10−9 )2
S= = 0, 071molL−1
(10−4 )2
Ag + + X − ⇀
↽ AgX
Como foi visto anteriormente, uma titulação é composta basicamente de quatro etapas.
Aqui, para nós construirmos a curva de titulação devemos levar em conta que as con-
centrações de ı́ons Ag + e Cl− variam à medida que a solução de AgN O3 está sendo
adicionada. Portanto, podemos fazer um gráfico tendo o volume do titulante em função
de pCl(−log[Cl− ]) ou pAg(−log[Ag + ]).
Vamos considerar que 50 mL de N aCl 0,0500 mol L−1 estão sendo titulados com
AgN O3 0,05 mol L−1 .
1o . Caso - Antes de iniciada a titulação, existe apenas em solução ı́ons . Assim, o balanço
de massa será dado por:
[Cl− ] = 0, 05molL−1 (9.27)
o
CCl− VCl− − CAg+ VAg+
pAg = −log (9.32)
VCl− + VAg+
e
VCl− + VAg+
pAg = −logKps (9.33)
CCl− VCl− − CAg+ VAg+
Se o volume de AgN O3 for 5,00 mL o
pCl = 1,38 e
pAg = 8,35
8,0
7,0
Ponto de
pCl 6,0 Equivalência
5,0
4,0
3,0
2,0
1,0
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Volume de AgNO 3
(mL)
Figura 9.2: Curva de titulação de uma 50 mL de N aCl 0,0500 mol L−1 e AgN O3 0,05
mol L−1
pCl = 6,14
pAg =3,60
Sejam A− −
1 e A2 dois ânions capazes de formar sais poucos solúveis com o mesmo
Kps2 = [B + ][A−
2] (9.43)
9.13 Método de Mohr 168
12,0
10,0
Ponto de equivalência
-
do Br
8,0
Ponto de equivalência
-
pAg
6,0 do Cl
4,0
2,0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65
Volume de AgNO 3
(mL)
Na Figura 9.3 mostra uma curva de titulação entre os halogenetos Br− e Cl−
com , nota-se que o ponto de equivalência referente ao Br− , ocorre quando praticamente
100% desse ânion se encontra precipitado. Essa caracterı́stica possibilita determinar a
concentração de dois halogenetos.
Exemplo 9.13 - Considere-se a titulação de 50,0 mL de solução de N aCl 0,10 mol L−1
com AgN O3 0,10 mol L−1 . O indicador utilizado para a titulação foi o K2 CrO4 10−3 mol
L−1 . Desconsiderando o erro existente na vidraria, qual seria o erro dessa titulação no
ponto de equivalência?
Vamos considerar que as duas soluções de Ag2 CrO4 e AgCl estejam saturadas.
Como o P.I. é menor que Kps(Ag2 CrO4 ) , a [Ag + ] ainda não é suficiente para pre-
cipitar o Ag2 CrO4 .
O método de Volhard envolve a titulação de ı́ons prata em meio ácido com uma
solução padrão de tiocionato:
Ag + + SCN − ⇀
↽ AgSCN
O ponto final dessa titulação é indicado pela adição da solução de F e3+ , é pro-
duzindo uma solução de coloração vermelha, com a seguinte reação:
F e3+ + SCN − ⇀
↽ F eSCN 2+ (Vermelho)
Exercı́cios
9.1 Em uma solução que contém ı́ons Cl− e I − foi adicionada uma solução de AgN O3 .
Qual dos sais AgCl e AgI se formar primeiro se a concentração dos ı́ons em questão
é de 0,01 ı́ons g L−1 ? Para que relação entre as concentrações os dois ı́ons precipitam
simultaneamente?
9.2 Sobre uma solução contendo 1,0 ı́on g L−1 de Ba2+ e 0,01 ı́ons g L−1 de Ca2+ , foi
adicionada uma solução de (N H4 )2 C2 O4 . Qual cátion precipitará em primeiro lugar e
que percentagem deste já terá precipitado no momento em que começar a precipitação do
segundo cátion?
9.3 Uma solução composta de 0,010 mol L−1 de N aCl e 10−3 mol L−1 de N aBr, foi
adicionada AgN O3 . Quem precipitará primeiro AgCl ou AgBr? Qual é o grau máximo
de pureza do primeiro precipitado quando o segundo composto começar a precipitar?
9.4 Calcule a solubilidade dos seguintes sais em água pura e transforme em g L−1 :
9.14 Método de Volhard 171
a. Ag2 SO4
b. M gF2
c. Ca(IO3 )2
9.12 Por que a solubilidade de um sal de um ânion básico aumenta com a diminuição
do pH?
9.13 Escreva as reações quı́micas que ocorrem se os minerais: galena (P bS) e cerusita
(P bCO3 ) fossem submetidos a uma chuva ácida, cujo principal efeito é a liberação de
quantidade muito baixa de P b.
9.14 Sabendo que, em muitos rios existentes no mundo, existem ı́ons CO32− , HCO3− e
H2 CO3 dissolvidos nas águas. O que pode acontecer ao pH do rio se for adicionado Ca2+ ?
9.15 Um sal do ácido acrı́lico possui a fórmula M (H2 C = CHCO2 ). Encontre a con-
centração de M 2+ em uma solução saturada desse sal em que a [OH − ] é 1,8x10−1 0 mol
L−1 . Os equilı́brios envolvidos são:
M (H2 C = CHCO2 ) ⇀
↽ M 2+ + 2H2 C − CHCO2− Kps = 6,3 x 10−8
H2 C − CHCO2− + H2 O ⇀
↽ H2 C − CHCO2 H + OH − Kps = 1,8 x 10−10
R3 N H + Br− ⇀
↽ R3 N H + + Br−
R3 N H + ⇀
↽ R3 N + H +
9.18 Calcule o ı́ndice de concentração dos ı́ons Cl− (pCl) para o ponto de equivalência
durante a titulação da solução de N aCl com uma solução padrão de AgN O3 .
9.19 Calcule a concentração de Cl− , quando 95% de AgN O3 0,2 mol for adicionado a
0,1 mol de N aCl 0,1 mol L−1 . O volume final dessa mistura foi de 1 L.
9.20 A 200 mL de solução de N aCl 0,1 mol L−1 agregou-se 25,0 mL de solução de
AgN O3 0,1 mol L−1 . Logo depois, o excesso foi titulado com solução de N H4 SCN 0,1
mol L−1 em presença de como indicador. Calcular o erro na determinação de , sabendo
que a sensibilidade do indicador corresponde a 0,02 mL de solução de 0,1 mol L−1 .
Referência
MELO, A.F. Introdução à análise mineral qualitativa. São Paulo: Pioneira. 1977.
SLUYS, W. G.V. The solubility rules: why are all acetates soluble? Journal of Chemical
Education. V. 78, n. 1, 2001, 111-115 p.
Capı́tulo 10
Equilı́brio de complexação
[M L]
Kf = (10.1)
[M ][L]
em que M é um ı́on metálico e L um ligante. As cargas das duas espécies iônicas foram
omitidas para efeito de simplificação na representação. O caso mais simples é dos com-
postos mononucleares com n = 1.
[M L]
K1 = (10.2)
[M ][L]
⇀ M L2
ML + L ↽
[M L2 ]
K2 = (10.3)
[M L][L]
M Ln+1 + L ⇀
↽ M Ln
[M Ln ]
Kn+1 = (10.4)
[M Ln+1 ][L]
em que
Kf = K1 .K2 . . . Kn (10.5)
177
[M Ln ]
βn = K1 .K2 . . . Kn = (10.6)
[M L][L]n
Exemplo 10.1 Um ı́on metálico M 2+ reage com um ligante L para formar um complexo
1:1
M 2+ + L ⇀
↽ M L2+
0, 2.V 0, 2.V
[M L2+ ] = = = 0, 1 mol L−1 (10.7)
V +V 2xV
[M L2+ ]
Kf =
[M 2+ ][L]
Exemplo 10.2 Os ı́ons Ag + formam um complexo estável do tipo 1:1 com a trietilen-
etramina, chamada trien [N H2 (CH2 )2 N H(CH2 )2 ]. Calcule a concentração de Ag + ,
quando 25 mL de AgN O3 a 0,010 mol L−1 são adicionados a 50 mL de trien a 0,015 mol
L−1 . Kf = 5,0 x 107
O equilı́brio ocorre quando 0,25 mmol de Ag + reage com 0,25 mmol de trien,
restando em solução 0,50 mmol de trien excesso, sendo formado 0,25 mmol de complexo.
[Ag + ] = x = mol L−1 que não reagiu
[trien] = 0,50 mmol/75 mL + x = 6,7 x 10−3 + x ≃ 6,7 x 10−3 mol L−1
[Ag(trien)+ ] = 0,25 mmol/75 mL - x ”3,3 x 10−3 mol L−1
[CdCl42− ]
β4 = 101,6 = (10.11)
[Cd2+ ][Cl− ]4
[Cd2+ ]
αo = (10.12)
CT
[CdCl− ]
α1 = (10.13)
CT
[CdCl2 ]
α2 = (10.14)
CT
[CdCl3− ]
α3 = (10.15)
CT
[CdCl42− ]
α4 = (10.16)
CT
Em que
CT = [Cd2+ ] + [CdCl+ ] + [CdCl2 ] + [CdCl3− ] + [CdCl42+ ] (10.17)
[Cd2+ ]
αo = (10.18)
[Cd2+ ] + [CdCl+ ] + [CdCl2 ] + [CdCl3− ] + [CdCl42− ]
β3 [Cl− ]3
α3 = (10.25)
1 + β1 [Cl− ]β2 [Cl− ]2 + β3 [Cl− ]3 + β4 [Cl− ]4
β4 [Cl− ]4
α4 = (10.26)
1 + β1 [Cl− ]β2 [Cl− ]2 + β3 [Cl− ]3 + β4 [Cl− ]4
O resultado dessas relações pode ser visualizado de forma mais clara na Figura
10.1.
1,0
2-
0,9 [CdCl 4 ]
0,8
0,7
0,6
0,5
-
0,4
+
[CdCl ] [CdCl 3 ]
0,3
0,2
+
[CdCl ]
[CdCl 2]
0,1
0,0
-1,0 -0,5 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5
-
log [Cl ]
- -
OOCCH2 CH2COO
NCH2CH2N
- -
OOCCH2 CH2COO
HY 3− ⇀
↽ Y 4− + H +
[Y 4− ]
α4 = (10.27)
CT
em que
CT = [H4 Y ] + [H3 Y − ] + [H2 Y 2− ] + [HY 3− ] + [Y 4− ] (10.28)
K1 K2 K3 K4
α4 = (10.29)
[H + ]4 + K1 [H + ]3 + K1 K2 [H + ]2 + K1 K2 K3 [H + ] + K1 K2 K3 K4
K1 K2 K3 K4
α4 = (10.30)
D
em que D = [H + ]4 + K1 [H + ]3 + K1 K2 [H + ]2 + K1 K2 K3 [H + ] + K1 K2 K3 K4
1,0
2- 3-
[H2Y ] [HY ]
[H4Y]
0,8
4-
[Y ]
0,6
0,4
-
[H3Y ]
0,2
0,0
0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0 14,0
pH
a concentração de H + é
[H + ] = 10−10,20 = 6, 3x10−11
pH α4 pH α4
2,0 3,7 x 10−14 7,0 4,8 x 10−4
3,0 2,5 x 10−11 8,0 5,4 x 10−3
4,0 3,6 x 10−9 9,0 5,2 x 10−2
5,0 3,5 x 10−7 10,0 3,5 x 10−1
6,0 2,2 x 10−5 11,0 8,5 x 10−1
12,0 9,8 x 10−1
CH2COOH
N CH2COOH
CH2COOH
A dissociação do será:
H3 N T A ⇀
↽ H 2 N T A− + H +
−2 [H2 N T A− ][H + ]
K1 = 1, 58x10 =
[H3 N T A]
H 2 N T A− ⇀
↽ HN T A2− + H +
[HN T A2− ][H + ]
K2 = 3, 31x10−3 =
[H2 N T A− ]
10.2 Constantes condicionais 185
HN T A2− ⇀
↽ N T A3− + H +
[N T A3− ][H + ]
K3 = 1, 95x10−10 =
[HN T A2− ]
K1 K2 K3
α3 =
[H + ]3 + K1 [H + ]2
+ K1 K2 [H + ] + K1 K2 K3
α3 = 1,944 x 10−5
Sabemos que
[Y 3− ]
α3 =
CT
[Y 3− ] = 1,944 x 10−5 x 0,01 = 1,944 x 10−7 mol L−1
Exemplo 10.6 Calcule a concentração molar de Cu2+ , quando uma solução de Cu(N O3 )2
0,10 mol L−1 é misturada com o mesmo volume de ácido trans-1,2-diaminociclohexanotetracético
(DTCA), sabendo que essa substância forma complexos do tipo 1:1, o pH da solução final
do processo foi 8,00.
CH2COOH
N
CH2COOH
CH2COOH
N
CH2COOH
Inicialmente deve ser calculado o α4 para esse ácido, no valor de pH 8,00 . Para isso,
utiliza-se a relação:
K1 K2 K3 K4
α4 =
[H + ]4 + K1 [H + ]3 + K1 K2 [H + ]2 + K1 K2 K3 [H + ] + K1 K2 K3 K4
α4 = 3,93 x 10−5
e a constante é
[DCT A − Cu2+ ]
Kf =
[Cu2+ ][DCT A4− ]
[DCT A − Cu2+ ]
Kf′ = Kf α4 = (10.33)
[Cu2+ ]CT
Logo: v s
u [DCT A − Cu2+ ] 0, 5
u
2+
[Cu ] = t ′
= 17
= 3, 57x10−10 mol L−1
Kf 3, 93x10
10.2 Constantes condicionais 187
Se nós observamos, o Kf′ (Zn − EDT A é muito maior que β4 da reação de com-
plexação entre Zn − N H3 . Portanto, a reação entre o ZnN H3 prevalecerá na solução.
No entanto, para ocorrer a reação devemos determinar quanto Zn2+ existe solução.
Para calcular a concentração de Zn2+ podemos utilizar a relação:
[Zn2+ ] 1
αM = = (10.35)
CT 1 + β1 [N H3 ] + β2 [N H3 ] + β3 [N H3 ]3 + β4 [N H3 ]4
2
cuja constante é
[ZnY 2− ]
Kf = (10.36)
[Zn2+ ][Y 4− ]
Sabemos que a [Y 4− ] = α4 xCT e [Zn2+ ] = αM xCT . Logo,
10.2 Constantes condicionais 188
′′ [ZnY 2− ]
Kf = Kf α4 αM = (10.37)
CZn CT
em que Kf′ também conhecida como constante condicional.
1
αM = = 1, 17x10−5
1 + 16 + 316 + 7, 24x103 + 7, 76x104
′′
Kf = αM xα4 Kf = 1, 17x10−3 x0, 35x3, 2x1016 = 1, 31x1011
′′
Com este valor de Kf a reação entre EDT A e Zn2+ pode ser considerada com-
pleta. Como as concentrações são iguais, podemos afirmar que formou 0,1 mol L−1 de
complexo e as [Zn2+ ] e [Y 4− ] são iguais. Assim,
[ZnY 2− ] [ZnY 2− ]
Kf′ = =
[Zn2+ ][Y 4− ] [Zn2+ ]2
v s
u [ZnY 2− ] 0, 1
u
2+
[Zn ] = t
′
= = 8, 7x10−7 mol L−1
Kf 1, 31x1011
posta de e 0,1 mol L−1 . Dados β2 = 1,66 x 107 e Kps = 1,8 x 10−10 .
[Ag(N H3 )+ ][Cl− ]
K1 =
[N H3 ]2
Ag(N H3 )+2
K2 = +
[Ag(N H3 ) ][N H3 ]
Nós podemos também escrever a reação em termos da soma de duas semi-reações:
AgCl + N H3 ⇀
↽ Ag(N H3 )+ + Cl−
↽ Ag(N H3 )+
Ag(N H3 )+ + N H3 ⇀ 2
e a constante será
Keq = β2 Kps
AgCl + 2N H3 ⇀
↽ Ag(N H3 )−
2 Cl−
Inicial 0,1
Final 0,1-2x x x
x.x
Keq = β2 Kps = 2, 988x10−3 =
(0, 1 − 2x)2
Cujo resultado é
x = 4, 92x10−3 mol L−1
10.3 Curva de Titulação 190
[Ag(N H3 )+ −
2 ] = [Cl ] = x = 4, 92x10
−3
mol L−1
[N H3 ] = 0, 1 − 2x = 0, 99 mol L−1
Kps 1, 8x10−10
[Ag + ] ≈ = = 3, 65x10−8 mol L−1
[Cl− ] 4, 92x10−5
Kf′ = Kf α4 (10.38)
pM g = −log[M g 2+ ] = −log0, 05 = 1, 30
10.3 Curva de Titulação 191
0, 05x50 − 0, 05x10
[M g 2+ ] = = 3, 33x10−2 mol L−1
50 + 10
pM g = −log3, 33x10−2 = 1, 47
[M Y 2− ] [M Y 2− ]
Kf′ = = (10.40)
[M g 2+ ][Y 4− ] [M g 2+ ]2
sendo que:
CEDT A VEDT A
[M gY 2− ] = (10.42)
VM g2+ + VEDT A
ou
CM g2+ VM g2+
[M gY 2− ] = (10.43)
VM g2+ + VEDT A
O valor de [M g 2+ ] em solução será:
s
2+ 50x0, 05/100
[M g ] = = 1, 066x10−5 mol L−1
2, 2x108
pM g = 4,97
4o Caso. Após o ponto de equivalência. Nesta etapa, temos excesso de EDT A, com isso
a concentração de M g 2+ pode ser calculada da seguinte forma:
[M gY 2− ]
[M g 2+ ] = (10.44)
Kf′ [EDT A]
10.4 Indicadores metalocrômicos 192
em que
CEDT A VEDT A − CM g2+ VM g2+
[EDT A] = (10.45)
VEDT A + VM g2+
e
CEDT A VEDT A
[M gY 2− ] = (10.46)
VM g2+ + VEDT A
ou
CM g2+ VM g2+
[M gY 2− ] = (10.47)
VM g2+ + VEDT A
Vamos considerar a adição de 51 mL de EDT A, neste volume a concentração de
M g 2+ será:
0, 05/(50 + 51)
[M g 2+ ] = = 2, 27x10−7 mol L−1
2, 2x108 0,05x51−0,05x50
51+50
pMg = 6,64
8,0
7,0
5,0
pMg
4,0
3,0
2,0
1,0
0 20 40 60 80
Figura 10.3: Curva de titulação de uma solução de 50 mL de M g 2+ 0,05 mol L−1 (tam-
ponada em pH 10,0) e EDT A 0,05 mol L−1
M gIn + EDT A ⇀
↽ M gEDT A + In−
Vermelho Incolor Azul incolor
Cerca de 1,5 milhões de casos de câncer são diagnosticados anualmente só nos Estados
Unidos da América. Existe uma quantidade enorme de médicos e pesquisadores no mundo
engajados numa guerra contra o câncer (War on cancer ). Embora nenhum medicamento
ou tratamento definitivo contra o câncer tenha sido encontrado, atualmente foram al-
cançados grandes progressos na compreensão das causas do câncer e no desenvolvimento
de tratamentos efetivos e novas drogas.
cadeias do ácido nucléico, impedindo a duplicação do DNA. Com isso, causa a morte da
célula (citoxidade). Destaca-se a cisplatina, que é o único antineoplástico que contem um
10.5 Métodos de Titulação 196
metal pesado. Os cloretos ligados ao metal podem ser facilmente substituı́dos por grupos
aminos.
Metais como Cr3+ , F e3+ , Al3+ e T i4+ reagem muito lentamente com EDTA, resul-
tando em um tempo relativamente longo para a titulação direta de qualquer um destes
ı́ons. Sendo assim, foram desenvolvidos métodos indiretos para a dosagem destes metais,
que consistem na adição de um excesso de EDTA e na retrotitulação deste excesso com
uma solução padrão de zinco ou magnésio.
10.6 Exercicios 197
Como já foi visto, na reação de ı́ons metálicos com EDTA ocorre liberação de dois
ı́ons H + , os quais, depois de liberados, podem ser titulados com uma solução padrão de
NaOH para se determinar, indiretamente, a quantidade de cátions metálicos presentes na
amostra.
10.6 Exercicios
10.1 Defina
a. Quelato
b. Ligante
10.6 Exercicios 198
c. Número de coordenação
a. Ag(S2 O3 )3−
2
b. AlF63−
c. Cd(N H3 )2+
4
d. N i(SCN )−
3
10.3 Calcule a concentração de N i2+ em uma solução que foi preparada misturando-se
50,00 mL de 0,0300 mol L−1 de N i2+ com 50,00 mL de EDT A a 0,0500 mol L−1 . A
mistura foi tamponada em pH 3,0. KN i−EDT A = 4,2 x 1018
a. pH de 3,0 e
b. pH de 10.
10.5 Faça uma curva de titulação utilizando os seguintes volume de EDT A a 0,0300 mol
L−1 : 0,00, 10,00, 24,00, 24,90, 25,00, 25,10, 26,00 e 30,00 mL, que foram adicionados
em 50,00 mL de F e2+ a 0,0150 mol L−1 .
10.6 Exercicios 199
10.6 Calcule a constante condicional para a formação do complexo EDT A com Ba2+
para os valores de pH
a. 7,0,
b. 9,0 e
c. 11,0.
10.7 Calcule a constante condicional para a formação do complexo EDT A com F e2+
para os seguintes valores de pH
a. 6,0,
b. 8,0 e
c. 10,0.
10.8 25 mL de M nCl2 0,0200 mol L−1 é titulado com N a2 H2 Y2 0,025 mol L−1 (Y =
EDT A) em um pH 8,40. Determine o pM n para os seguintes volumes:
a. 5,00 mL,
b. 18,00 mL,
c. 20,00 mL,
d. 25,00 mL e
e. 35,00 mL de .
10.9 Se uma substância hipotética A se complexa com tiossulfato de acordo com a reação:
3A + 5S2 O32− ⇀
↽ complexo. Qual é a concentração de A, se 11 m L de tiossulfato 0,25
mol L−1 foram gastos para titular uma alı́quota de 25 mL?
b. faça o mesmo cálculo, só que desta fez utilize o ligante EGT A
b. Determine a concentração de ligante, quando 100 mL de uma solução 0,01 mol L−1
do ligante é titulada 100,1 mL do metal (M ) 0,01 mol L−1 sendo adicionados.
10.13 Na titulação de 100 mL de solução 0,1 mol L−1 de Cu2+ com EDT A 0,1 mol
L−1 , calcule as concentrações de CuY 2− , Cu2+ e Y 4− após adição de 100 mL. Sabe-se
que o pH foi ajustado para 9,0.
10.14 Na titulação de 100 mL de solução de Ca2+ 0,01 mol L−1 com solução de EDT A
0,01 mol L−1 , Pergunta-se:
b. Baseado nos resultados acima, se o pH do meio fosse 11,0, qual pH o erro seria menor.
10.6 Exercicios 201
10.16 O pH mı́nimo no qual o Zn2+ pode ser titulado com EDT A é 4,5. Dos indicadores
relacionados abaixo, quais são adequados e quais são inadequados para esta titulação?
Justifique sua resposta.
Indicador Kf Comentários
A 1017,3 Zn-A = vermelho
A = Azul entre pH 4,0 a 7,2
B O pH mı́nimo para a reação Zn-B = amarelo
10 B = vermelho entre pH 9,0
e 11,5
C 1016 Zn-C = verde
C= vermelho entre 4,0 e 6,0
10.17 Uma solução foi preparada da seguinte forma: Cd2+ 0,1 mol e N H3 0,4 mol foram
diluı́dos em 1 L de solução. Depois de algum tempo foi encontrada uma concentração de
Cd2+ de 1,0 x 10−2 mol L−1 . Sabendo que Cd2+ e N H3 formam complexo do tipo 1:1,
qual é a constante de equilı́brio de formação se somente ocorre está reação em solução.
10.18 Uma solução de 0,41 mol L−1 de [Cu(N H3 )4 ](N O3 )2 possui em uma concentração
de 2,4 x 10−3 mol L−1 de N H3 livres. Assumindo que somente existe em solução a reação:
Cu(N H3 )2+ ⇀
4 ↽ Cu
2+
+ 4N H3
10.19 O P b(OH)2 é um sal pouco solúvel em água, cujo é Kps = 1,0 x 10−16 . Quando
esse sal é colocado em contato com NaOH ele é dissolvido, pois na solução é formada a
10.6 Exercicios 202
espécie P b(OH)− 13
3 (β3 = 7,94 x 10 ). Diante dessas informações determine a concen-
10.20 O complexo CdBr− é produzido facilmente, bastando para isso mistura Cd2+ e
Br− na mesma proporção. No caso particular de uma mistura contendo 0,5 mol L−1 de
Cd2+ , apenas 25% da concentração total não reage com solução de concentração total de
Br− . Qual é a constante de formação para a reação:
Cd2+ + Br− ⇀
↽ CdBr−
é Kf = 192,3. Se uma solução for preparada através da adição de 0,1 mol de Cd2+ e 0,1
mol de I − em 1 L, qual é a concentração de Cd2+ , I − e CdI − após a mistura?
10.22 Em uma solução de HgCl2 0,01 mol L−1 , foi verificado que apenas 0,029% se
dissociava. Sabendo que a reação para a formação do HgCl2 é dada por:
Hg 2+ + 2Cl− ⇀
↽ HgCl2
Referência
BARROS, H.L.C Quı́mica Inorgânica uma Introdução. Belo Horizonte: Editora UFMG,
1992, 509 p.
HARRIS, D.C. Análise quı́mica quantitativa. 5 ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos
Cientı́ficos S.A. 1999. 862 p.
Equilı́brio de oxi-redução
e
Ce4+ + e− ⇀
↽ Ce3+ (redução)
Semelhantemente quando um agente oxidante atua como tal, isto é, fixa elétrons, oriundos
de um agente redutor, este último é oxidado e ele próprio sofre redução. Em uma reação
de oxidação-redução, a relação do número de moles do agente redutor para o de moles
do agente oxidante é tal que o número de elétrons doados pela primeira espécie iguala
exatamente àquele de elétrons fixados pela segunda espécie.
As reações de oxidação-redução
que interessam à Quı́mica Analı́tica são,
em sua maior parte, reações reversı́veis.
Em cada caso, a posição de equilı́brio é
determinada pelas tendências relativas dos
reagentes em doar ou fixar elétrons, que po-
dem variar grandemente. A mistura de um
Antes de 1777 acreditava-se que as reações
agente oxidante fraco com um agente redu- de oxi-redução ocorridas, durante a combustão de
um metal ocorria devido ao fato de que os corpos
tor fraco, quando então a tendência para a
combustíveis teriam como constituinte um
transferência de elétrons é menos acentu- elemento da combustão abandonaria o corpo,
alterando suas características.
ada, dá lugar a uma reação menos com- Lavoisier, iniciou um modo novo de pensar a
pleta. natureza e as transformações da matéria. Em 1771,
foi o marco do nascimento da química
contemporânea. O entendimento da intervenção do
As reações de oxidação-redução oxigênio nas reações constituiu-se na essência da
teoria antiflogística, ou teoria da oxidação, abrindo
podem ter lugar sem o contato direto dos
de vez as portas para a ciência moderna:
reagentes. A transferência de elétrons do
Comparação
agente redutor para o agente oxidante pode
Combustão
ocorrer através do circuito externo de uma Metal óxido + flogístico
célula galvânica, com as duas reações par-
Teoria da oxidação (Lavoisier)
ciais se processando separadamente.
Combustão
Metal + oxigênio óxido
A força eletromotriz (f.e.m.) da
célula galvânica é uma medida da força
motriz da reação quı́mica envolvida. A constante de equilı́brio da reação é outra me-
dida da força motriz desta última. De fato, como veremos adiante, a força eletromotriz
11.1 Balanceando uma reação de oxi-redução 206
Para entender todos os conceitos deste capı́tulo, nós deveremos entender as reações de
oxi-redução. Na prática, às reações devem ser adicionadas H + , OH − , ou H2 O quando
necessários.
2. Determinar quantos elétrons que cada um desses átomos ou ı́ons selecionados fornece
ou recebe.
3. Multiplicar os resultados da etapa 2 pelo número total desses átomos ou ı́ons pre-
sentes nas fórmulas envolvidas (no primeiro membro)
5. Obter os demais coeficientes pelo método das tentativas, balanceando, por último,
sempre que possı́vel, os átomos de oxigênio e hidrogênio.
6. Se a equação for iônica, verificar se a soma das cargas no primeiro membro é igual
à soma das cargas no segundo.
o o o
Ecel = Ecatado − Eanodo (11.3)
Esta equação está escrita de conformidade com as convenções adotadas pela IU-
PAC para expressar os potenciais eletródicos.
o o o
Sabemos que Ecel = Ecatado − Eanodo (equação 11.3): e
Zn2+ + 2e− ⇀
↽ Zn
o
1, 10 = Ecatodo − (−0, 76)
11.4 Eletrodo padrão de referência
de hidrogênio 211
o
Ecatodo = 1, 10 − 0, 76 = 0, 34 V
dois equilı́brios:
2H + + 2e− ⇀
↽ H2
Exemplo 11.3 Faça uma representação abreviada da célula galvânica da seguinte reação
espontânea:
Ag + (1,0 mol L−1 ) + Zn ⇀
↽ Ag + Zn2+ (0,5 mol L−1 )
A representação será
11.6 A equação de Nernst 213
aA + bB + . . . + ⇀
↽ cC + dD + . . .
em que
[C]c [D]d . . .
K= (11.5)
[A]a [B]b . . .
A relação acima implica que a magnitude da energia livre de Gibbs (∆G) depende
do estado de equilı́brio. Como:
∆G = nF E o (11.6)
0, 0592 1
EZn2+ /Zn = −0, 765 V − log = −0, 795 V
2 0, 1
o 0, 0592 1
EAg+ /Ag = EAg − log = 0, 758 V
1 0, 2
2Ag + + 2e− ⇀
↽ Ag E = 0,758 V
Zn ⇀
↽ Zn2+ + 2e− E = 0,795 V
Ag + + Zn ⇀
↽ 2Ag + Zn2+ E = 1,553 V
Cujo:
o 0, 0592 1
EAg+ /Ag = EAg + /Ag − log
1 [Ag + ]
Supondo que essa semi-reação ocorra na presença de Cl− , de tal forma que a
solução seja saturada. A concentração de Ag + dependerá evidentemente da solubilidade
deste cátion. Assim,
Kps
[Ag + ] =
[Cl− ]
Substituindo na equação 11.5, teremos:
o [Cl− ]
EAg+ /Ag = EAg + /Ag − 0, 0592log
Kps
o −
EAg+ /Ag = EAg + /Ag + 0, 0592logKps − 0, 0592log[Cl ] (11.9)
11.7 Cálculo da constante de equilı́brio 216
o
EAgCl/Ag = EAgCl+/Ag − 0, 0592log[Cl− ]
o o
EAgCl/Ag = EAg + /Ag + 0, 0592logKps
[Cu2+ ]
Keq = (11.10)
[Ag + ]2
Assim, teremos:
o 0, 0592 0, 0592 1
EAg + − log1[Ag + ]2 = ECu
o
2+ − log (11.12)
2 2 [Cu2+ ]
Nós devemos multiplicar a semi-reação do Fe por causa dos números de elétrons envolvi-
dos. Desta forma, a equação de Nernst será:
0, 0592 [F e2+ ]2
EF e3+ /F e2+ = EFo e3+ /F e2+ − log
2 [F e3+ ]2
e
0, 0592 [I − ]2
EI3− /I − = EIo− /I − − log −
3 2 [I3 ]
No equilı́brio, podemos igualar as duas equações, pois EF e3+ /F e2+ = EI3− /I − , assim,
Para entender o que ocorre em uma titulação de oxi-redução, devemos considerar uma
titulação entre 50 mL de F e2+ 0,050 mol L−1 com Ce4+ 0,10 mol L−1 . A reação para esse
sistema é
F e2+ + Ce4+ ⇀
↽ F e3+ + Ce3+
A f.e.m. da reação acima pode ser definida através do potencial do sistema que é:
Com adição das primeiras gotas do agente oxidante, observa-se, no sistema, o inı́cio da
reação. A f.e.m. do sistema depende exclusivamente da semi-célula F e2+ /F e3+ , pois as
concentração de Ce3+ é muita baixa. Sendo assim:
5, 00x0, 10 0, 5
[F e3+ ] = = = 9, 09x10−3 molL−1 (11.15)
50, 00 + 5, 00 55, 00
50, 00x0, 05 − 5, 00x0, 10 2, 00
[F e2+ ] = = = 3, 64x10−2 molL−1 (11.16)
50, 00 + 5, 00 55, 00
Substituindo os valores de concentração de [F e3+ ] e [F e2+ ] na equação de Nernst
relativa à semi-célula do F e, teremos:
0, 0592 9, 09x10−3
Esistema = +0, 68 − log = 0, 64V (11.17)
1 3, 64x10−2
Logo:
o o
2Eeq = ECe4+ + EF e3+ (11.21)
o
ECe4+ + EFo e3+ 1, 44 + 0, 68
Eeq = = = 1, 06V (11.22)
2 2
4o caso - F.e.m. após adição de 25,10 mL de Ce4+
Nessa situação, a concentração de [F e2+ ] será desprezı́vel, e isto faz com que a f.e.m. do
sistema seja determinada pela semi-célula [Ce3+ ] e [Ce4+ ]. Assim, teremos:
25, 00x0, 10
[Ce3+ ] = = 3, 33x10−2 molL−1 (11.23)
75, 10
25, 10x0, 1 − 25, 00x0, 10
[Ce4+ ] = = 1, 33x10−4 molL−1 (11.24)
75, 10
0, 0592 [Ce3+ ]
Esistema = 1, 44 − log = 1, 30V (11.25)
1 [Ce4+ ]
A curva de titulação para esse sistema é mostrada na Figura 11.3.
Exercı́cios
1,3
1,2
Ponto de equivalência
1,1
Eo (V)
1,0
0,9
0,8
0,7
0,6
0 10 20 30 40 50 60 70
4+
Volume de Ce (mL)
Figura 11.3: Curva de titulação entre o F e2+ e Ce4+ com os dois ı́ons com concentração
de 0,1 mol L−1 , o volume da solução titulada foi de 50 mL.
a. Oxidação
b. Agente oxidante
c. Ponte salina
d. Junção lı́quida
e. Equação de Nernst
a. Potencial do elétrodo
b. Potencial formal
e. Potencial de oxidação
11.8 Titulações de oxi-redução 221
11.3 Por que é necessário injetar H2 através do eletrólito em uma semi-pilha de hidrogênio?
a. F e3+ + Sn2+ ⇀
↽ F e2+ + Sn4+
b. Cr + Ag + ⇀
↽ Cr3+ + Ag
c. N O3− + Cu ⇀
↽ N O2 + Cu2+
↽ M n2+ + SO42−
d. M nO4− + H2 SO3 ⇀
f. H2 O2 + Ce4+ ⇀
↽ O2 + Ce3+
g. Ag + I − + Sn4+ ⇀
↽ AgI + Sn2+
h. U O22− + Zn ⇀
↽ U 4+ + Zn2+
i. HN O2 + M nO4− ⇀
↽ N O3− + M n2+
j. H2 N N H2 + IO3− + Cl− ⇀
↽ N2 + ICl2−
a. 1
b. 5
a. Cl2 → Cl−
11.8 Titulações de oxi-redução 222
b. I2 → I −
c. Sn2+ → Sn2+
d. M nO4− → M n2+
11.7 Calcular a massa de I2 por litro de uma solução se a titulação do liberado quando
25 mL de solução do I2 liberado quando 25 mL de solução foi tratada com KI gastaram-se
20,1 mL de solução de tiossulfato 0,11 mol L−1 ?
Complete e acerte os coeficientes das equações das reações abaixo, caso ocorram.
a. Ag + + M nO2 + H + ⇀
↽
b. F e2+ + M nO2 + H + ⇀
↽
c. F e2+ + I2 ⇀
↽
d. I − + M nO2 + H + ⇀
↽
e. Uma solução em que a concentração de Cu(N O3 )2 é 4,00 x10−3 mol L−1 que se mistura
com H2 Y 2− a 2,90 x 10−2 mol L−1 (Y = EDT A) e o pH é fixado em 4,0.
sabendo que
↽ Cu(N H3 )+
Cu+ + 2N H3 ⇀ 4 β2 = 7,2 x 10
10
↽ Cu(N H3 )2+
Cu2+ + 4N H3 ⇀ 4 β4 = 5,62 x 10
11
c. 0,0353 mol L−1 em V OSO4 0,0586 mol L−1 em V2 (SO4 )3 e 0,10 mol L−1 em HClO4
c. 0,1996 mol L−1 de V O2+ , 0,0789 mol L−1 de e 0,0800 mol L−1 de HClO4
j. Ag|Ag(CN )− −1 −1
2 (0,0827 mol L ),KCN (0,0699 mol L )
11.21 Calcule o potencial das pilhas abaixo e indique se são galvânicas ou eletrolı́ticas:
a. P b|P b2+ (0,1393 mol L−1 ) ||Cd2+ (0,0511 mol L−1 ) |Cd
b. Zn|Zn2+ (0,0364 mol L−1 ) ||T l3+ (9,06 x 10−3 mol L−1 ), (0,0620 mol L−1 ) |T l+
11.8 Titulações de oxi-redução 226
c. P b|P bI2 (saturado), I − (0,0120 mol L−1 ) ||Hg 2+ (4,59 x 10−3 mol L−1 )|Hg
e. P t|T iO2+ (0,0790 mol L−1 ),T i3+ (0,000918 mol L−1 ), H + (1,47 x 10−2 mol L−1 ) ——
(0,1340 mol L−1 ), V 3+ (0,0784 mol L−1 ), H + (0,0538 mol L−1 ) |P t
f. Zn|Zn2+ (0,0955 mol L−1 ) ||Co2+ (6,78 x 10−3 mol L−1 ) |Co
P t|F e3+ (0,1310 mol L−1 ), F e2+ (0,0681 mol L−1 ) ||Hg 2+ (0,0671 mol L−1 ) |Hg
11.23 A 100 mL de solução 0,05 mol L−1 em F e2+ e 0,01 mol L−1 em F e3+ adicionaram-
se 20 mL de solução 0,1 mol L−1 de Ce4+ . Qual o potencial de oxi-redução da solução
resultante?
Ce4+ + F e2+ ⇀
↽ Ce3+ + F e3+
11.25 Observou-se experimentalmente que uma substância A era oxidada por outra B.
A substância B reduzida por outra substância C. Considerando-se essas observações e as
semi-reações abaixo:
A + ne− ⇀
↽ A− EAo
B + ne− ⇀
↽ B − EBo
C + ne− ⇀
↽ C − ECo
11.8 Titulações de oxi-redução 227
Pede-se
Referência
BROWN, T. L., LE MAY Jr, H. E., BUSTEN, B. E. Quı́mica - Ciência Central. 7 ed.
Rio de Janeiro: LTC - Livros Técnicos e Cientı́ficos Editora S. A. 1997. 702 p.
Teoria da complexação
CuSO4 + 4N H3 ⇀
↽ Cu(N H3 )4 SO4
Os estudos sobre o comportamento das soluções dos complexos revelaram que ı́ons com-
plexos, a exemplo de Cu(N H3 )2+
4 , têm existência como espécies discretas. O cobre é
referido, neste complexo, como ı́on metálico central, e as quatro moléculas de amônia agru-
padas em torno do cobre - ou, em outras palavras, coordenadas ao cobre - são chamadas
ligantes. A natureza das ligações nos complexos foi elucidada também; as ligações podem
ser covalentes, quando envolvem a sobreposição de orbitais do ligante e do ı́on metálico,
mas, às vezes, a coordenação implica interação extensamente iônica.
Uma reação de complexação é comumente entendida como uma reação em que um ı́on
simples é transformado em ı́on complexo. Nas soluções de sais metálicos, os ı́ons se
encontram invariavelmente solvatados com as moléculas do solvente estejam ligadas ao ı́on
central. Assim sendo, uma reação de complexação geralmente compreende a substituição
229
de uma ou mais moléculas do solvente por outros grupos ligantes. Em uma solução aquosa
a reação é representada por:
M (H2 O)n + L ⇀
↽ M L(H2 O)n−1 + H2 O
O ligante l, tanto pode ser uma espécie molecular como uma espécie iônica. Os grupos
aquos remanescentes no complexo são passı́veis de substituição sucessiva por outros grupos
L até a formação do complexo M Ln . Em termos práticos, os grupos aquos costumam ser
omitidos na formulação dos complexos. Quando um metal forma um ı́on complexo M Ln ,
o número máximo, n, de ligantes representa o número de coordenação do ı́on metálico.
Os ligantes simples como água, amônia e ı́ons haletos, que se ligam ao ı́on metálico em
um único ponto, são denominados unidentados. As moléculas orgânicas e os ı́ons que
contêm dois ou mais grupos ligantes (grupos doadores) são capazes de substituir dois ou
mais grupos unidentados. Os referidos ligantes são chamados bi, tri, quadridentados, etc,
ou genericamente, multidentados.
Um ligante multidentado é capaz de se ligar ao metal por meio de dois ou mais dentes, o
que resulta, então, um complexo com estrutura cı́clica. A molécula de trietilenotetramina
[trien,N H2 (CH2 )2 N H(CH2 )2 ], por exemplo contém quatro átomos de nitrogênio ligados
por pontes etilênicas, que são capazes de satisfazer, em um único estágio, ao número de
coordenação normal do cobre.
H2C CH2
H2N NH CH2
Cu
H2N NH CH2
H2C CH2
230
Os anéis heterocı́clicos formados pela complexação de um ı́on metálico com dois ou mais
grupos funcionais da mesma molécula ligante são chamados anéis queláticos; a molécula
orgânica é denominada agente quelante, e o complexo, quelato.
NH2
(NH3)3Co HO Co(NH3)3
NH2
por Lewis, que definiu os ácidos como receptores de pares de elétrons e as bases como
doadores de pares de elétrons. Esta definição inclui as reações de formação de complexos
na categoria das reações ácido-básicas. As duas reações abaixo são apresentadas como
essencialmente semelhantes:
↽ N H4+
H + + N H3 ⇀
Cu2+ + N H3 ⇀
↽ Cu(N H3 )2+
2. Cátions com as subcamadas d completamente cheias. São tı́picos desse grupo, o cobre
(I), a prata (I) e o ouro (I), que exibem propriedades receptoras da classe B. Estes
A.1 Fatores que influenciam a estabilidade dos complexos 233
Nesta base, percebe-se que os receptores da classe A preferem ligar-se a bases duras,
como por exemplo, a átomos doadores de nitrogênio, de oxigênio ou de flúor, enquanto os
receptores da classe B preferem ligar-se a bases mais moles, como por exemplo, a átomos
doadores de P , As, S, Se, Cl, Br e I. O exame dos receptores da classe A mostra
que tem as seguintes propriedades caracterı́sticas: tamanho pequeno, estado de oxidação
positiva elevada e ausência de elétrons externos, que são facilmente excitados a estados
mais elevados. Todos este são fatores que contribuem para baixa polarizabilidade, e estes
receptores são denominados ácidos duros os receptores da classe B, no entanto, têm uma
ou mais de uma entre as seguintes propriedades: estado de oxidação positivo baixo ou
nulo, tamanhos grandes e vários elétrons externos facilmente excitados (nos metais estes
elétrons são elétrons d). Todos estes fatores contribuem para polarizabilidade elevada, e
A.1 Fatores que influenciam a estabilidade dos complexos 234
Unidades SI
Em 1960, houve acordo internacional sobre as unidades métricas para uso nas medidas
cientı́ficas. Essas unidades preferidas são as unidades SI, conforme o francês Sytème
International dÚnités. O sistema SI tem sete unidades fundamentais, de onde derivam
todas as outras unidades. A Tabela B.1 relaciona estas unidades fundamentais e os
respectivos sı́mbolos. Neste capı́tulo, vamos analisar três delas, a de comprimento, a de
massa e a de temperatra.
O sistema SI adota uma série de prefixos para indicar múltiplos e submúltiplos das
diversas unidades. Por exemplo, o prefixo mili representa a fração 10−3 grama (g), um
milı́metro (mm) é 10−3 metro (m) e assim por diante. A Tabela B.2 apresenta os prefixos
que se encontram mais comumente na quı́mica. Ao usar o sistema SI, e ao resolver os
problemas do texto, é importante ter familiaridade estreita com a notação exponencial.
Exemplo B.1 Qual o nome da unidade que é igual a (a) 10−9 gramas, (b) 10−6 segundo;
(c) 10−3 metros?
Em cada caso, a Tabela B.2 nos dá o prefixo correspondente à fração decimal: (a)
nanograma, ng; (b) microssegundo, ms; (c) milı́metro, mm.
236
B.3 Volume
B.4 Densidade
massa
Densidade = (B.1)
volume
É bastante comum a confusão entre densidade e peso.Quando uma pessoa diz que o ferro
pesa mais do que o ar, quer dizer possivelmente, que a densidade do ferro é maior do que
a do ar; 1 kg de ar tem a mesma massa que 1 kg de ferro, mas o ferro está confinado num
volume menor e por isso tem densidade mais elevada.
Exemplo B.2 (a) Calcular a densidade do mercúrio sabendo que 1,00 x 102 g ocupam o
volume de 7,36 cm3 . (b) Calcular a massa de 65,0 cm3 de mercúrio.
B.4 Densidade 239
(a)
massa 1, 00x102 g
Densidade = = = 13, 6gcm−3 (B.2)
volume 7, 36cm3
(b) a fórmula acima pode ser escrita da seguinte forma massa = Densidadexvolume.
Usando a densidade do mercúrio calculada a parte (a), teremos:
Exercı́cios
2. Escreva os nomes e as abreviaturas para cada prefixo de 10−24 até 1024 . Quais são
as abreviaturas escritas com letras maiúsculas?
B.4 Densidade 240
Referência
BROWN, T. L., LE MAY Jr, H. E., BUSTEN, B. E. Quı́mica - Ciência Central. 7 ed.
Rio de Janeiro: LTC - Livros Técnicos e Cientı́ficos Editora S. A. 1997. 702 p.
Apêndice C
e a distância entre os dois átomos na molécula de hidrogênio é 0,000 000 000 074 met-
ros. Escritos nessas formas, esses números são inconvenientes de escrever e difı́ceis de
serem lidos.Por isso, exprime-se habitualmente na notação cientı́fica ou exponencial.As
calculadoras eletrônicas também usam esta notação.
C.1 Notação Cientı́fica ou exponencial 242
O número 0,0568 em notação cientı́fica é 5,68 x 10−2 , que é o mesmo que 5,68 dividido
pelo produto de 10 por 10:
5, 68
5, 68x10−2 = = 0, 0568 (C.2)
10x10
Qualquer número pode ser escrito na notação cientı́fica deslocando-se a vı́rgula decimal
até se ter o número A, não menor do que 1 e menor do que 10. Se a vı́rgula decimal
se desloca para a esquerda, A fica multiplicado por 10n , onde n é igual ao número de
casas deslocadas.Se a vı́rgula decimal se desloca para a direita, A é multiplicado por
10-n.Consideremos o número 0,00731. A vı́rgula decimal tem que ser deslocada três
casas.Então, 0,00731 é igual a 7,31 x 10−3 . Para transformar um número escrito na
notação cientı́fica para a forma vulgar, o processo é invertido.Se o expoente for positivo,
a vı́rgula decimal desloca-se para a direita; se for negativo, para a esquerda.
Exemplo C.1 Exprima os seguintes números em notação cientı́fica: (a) 843,4, (b) 0,00421
e (c) 1,54
Desloque a vı́rgula decimal para ter número entre 1 e 10; conte o número de casas deslo-
cadas.
A vı́rgula decimal de qualquer dos dois números pode ser deslocada para que ambos tenham
a mesma potência de dez. Por exemplo, pode-se deslocar a vı́rgula decimal uma casa para
a esquerda, no número 7,6 x 10−3 , para ter o número com a potência 10−2 :
7,6 x 10−3 = 0,76 x 10−2
Como 10,18 não está entre 1 e 10, desloca-se a vı́rgula decimal para a esquerda a fim de
retornar à notação exponencial: 10,18 x
10−2 =1,018 x 10−1
C.2 Adição e subtração 244
1,362 x 10−4
+ 3,111 x 10−4
4,473 x 10−4
18,9984032 (F)
+ 18,9984032 (F)
+ 83,80 (Kr)
121,7968064
O número 121,7968064 deve ser arredondado para 121,80 como resposta final.
Quando se arredonda, deve-se olhar todos os dı́gitos além da última casa desejada. No
exemplo acima, os dı́gitos 68064 se situam além da última casa decimal significativa.
Como este número é mais do que eqüidistante ao próximo dı́gito superior, arredondamos
o 9 para 10 (isto é, arredondamos para 121,80 em vez de arredondarmos para 121,79). Se
os algarismos não-significativos forem menos que eqüidistantes, devemos arredondar para
baixo. Por exemplo, o número 121,7968 pode ser arredondado corretamente para 121,79.
ter apenas três algarismos significativos. Se mantivermos apenas três algarismos significa-
tivos, 1,425 x 10−9 torna-se 1,42 x 10−9 . O número 1,42501 x 10−9 deve se tornar 1,43 x
10−9 , porque 501 é mais que eqüidistante ao próximo dı́gito. O fundamento lógico para
o arredondamento para o dı́gito exato mais próximo consiste em evitar sistematicamente
o aumento ou diminuição de resultados por erros de arredondamento. Quando essa regra
de arredondamento é aplicada coerentemente, a metade dos arredondamentos será para
mais e a outra para menos.
A soma 11,51307 x 105 é arredondada para 11,51 x 105 porque o número 9,84 x 105
limita-se em duas casas decimais quando todos os números são expressos como múltiplos
de 105 .
Para multiplicar dois números em notação cientı́fica, somam-se os expoentes das potências
de dez, e multiplicam-se os fatores inteiros.A divisão se faz efetuando a diferença dos
expoentes e dividindo os fatores inteiros.
√ √ n
r Ax10n = r Ax10 r (C.5)
√
Exemplo C.5 Calcular as seguintes expressões: (a) (5, 29x102 )3 e (b) 2, 3x107
C.5 Logaritmo 247
C.5 Logaritmo
Os logaritmos decimais ou de Briggs são os que têm a base 10. Usualmente são sim-
bolizados simplesmente por logx. É fácil ter os logaritmos decimais de 10, 100, 1.000 etc.
Mas é preciso ter os logaritmos de quaisquer números positivos. Em geral, os logaritmos
serão números fracionários.É fácil entender o significado de um expoente fracionário.Por
exemplo, imaginemos 100,400 . Podemos escrever este número como 10400/1.000 = 102/5 = =
2,51.Então log 2,51= 0,400. Qualquer expoente da base dez é, essencialmente, uma fração,
√
p/r, e então, pela expressão 10p/r = r 10p pode-se construir uma tábua de logaritmos.
Usa-se, neste cálculo, métodos mais complicados, porém mais eficientes.
Loga 1 = 0 (C.6)
A
Loga = loga A − loga B (C.8)
B
C.6 Antilogaritmo 248
√
r 1
Loga A = loga A (C.10)
r
Por exemplo, 2 é o logaritmo de 100 porque 100 = 102 . O logaritmo de 0,001 é -3 porque
0,001 = 10−3 .
C.6 Antilogaritmo
Resolvendo em ln y,
1
lny = logy = 2, 303logy (C.13)
0, 4343
Se a calculadora tiver a tecla LN, basta entrar com o número e teclá-la para ter o lnx.
Muitas vezes se tem uma expressão algébrica que é necessário reorganizar para ter explı́cita
uma certa variável. Por exemplo, suponhamos que se queira ter V dado implicitamente
C.9 Equação do segundo grau 250
na expressão
P V = nRT (C.14)
PV
= nRT (C.15)
P
ou
nRT
V = (C.16)
P
ax2 + bx + c = 0 (C.17)
√
−b ± b2 − 4ac
x= (C.18)
2a
C.9 Equação do segundo grau 251
Nesta fórmula, o sı́mbolo ± significa que são dois os valores possı́veis de x - um deles
tomando o sinal + no numerador, o outro tomando o sinal -.
Exemplo C.6 Calcular as raı́zes da seguinte equação do segundo grau: 2, 00x2 − 1, 72x −
2, 86 = 0
x = -0,840 ou x = 1,70
Há duas raı́zes, mas num problema geral talvez uma delas não seja aceitável. Por exemplo,
se a solução é o valor de uma grandeza fı́sica que só pode ser positiva, a raiz negativa não
tem sentido e é rejeitada.
Exercı́cios
a. 4,38
b. 4.380
a. 7,025 x 103
b. 8,97 x 10−4
5. Achar a raiz positiva (ou as raı́zes positivas) da seguinte equação: 1, 80x2 + 0, 85x −
9, 50 = 0
6. Calcular:
a. Antilog 5,728
b. Antilog (-5,728)
a. (3,56 x 103 )4
√
b. 3 4, 81x102
a. Log 0,00582
b. Log 689
Referência
BROWN, T. L., LE MAY Jr, H. E., BUSTEN, B. E. Quı́mica - Ciência Central. 7 ed.
Rio de Janeiro: LTC - Livros Técnicos e Cientı́ficos Editora S. A. 1997. 702 p.
Apêndice D
Tabelas de constantes
254
Produto de solubilidade a 25 o C
Ácido Fórmula K1 K2 K3
Ácido acético CH3 COOH 1,75x10−5
Íon amônio N H4+ 5,70x10−10
Íon anilion C6 H5 N H3+ 2,51x10−5
Ácido arsênico H3 AsO4 5,8x10−3 1,1x10−7 3,2x10−12
Ácido arsenioso H3 AsO3 5,1x10−10
Ácido benzóico C6 H5 COOH 6,28x10−5
Ácido bórico H3 BO3 5,81x10−10
Ácido 1-butanóico CH3 (CH2 )2 COOH 1,52x10−5
Ácido carbônico H2 CO3 4,45x10−7 4,69x10−11
Ácido cloroacético ClCH2 COOH 1,36x10−3
Ácido cı́trico HOOC(OH)C(CH2 CHOOH)2
7,45x10−4 1,73x10−5 4,02x10−7
Íon dimetil amônio (CH3 )2 N H2+ 1,68x10−11
Ácido fórmico HCOOH 1,80x10−4
Ácido fumárico trans-HOOCCH : CHCOOH
8,85x10−4 3,21x10−5
Ácido glicólico HOCH2 COOH 1,47x10−4
Íon hidrazino H2 N N H3+ 1,05x10−8
Ácido hidrazóico HN3 2,2x10−5
Ácido cianı́drico HCN 6,2x10−10
Ácido fluorı́drico HF 6,8x10−4
Ácido sulfı́drico H2 S 9,6x10−8 1,3x10−14
Ácido hipocloroso HOCl 3,0x10−8
Ácido iódico HIO3 1,7x10−1
Ácido lático CH3 CHOHCOOH 1,38x10−4
Ácido maléico cis-HOOCCH : CHCOOH 1,3x10−2 5,9x10−7
258
Ácido Fórmula K1 K2 K3
Ácido málico HOOCCHOHCH2 COOH 3,48x10−4 8,0x10−6
Ácido malônico HOOCCH2 COOH 1,42x10−3 2,01x10−6
Ácido mandeleico C6 H5 CHOHCOOH 4,0x10−4
Ácido nitroso HN O2 7,1x10−11
Ácido oxálico HOOCCOOH 5,60x10−2 5,42x10−5
Ácido periódico H5 IO6 2,0x10−2 5,0x10−9
Fenol C6 H5 OH 1,00x10−10
Ácido fosfórico H3 P O4 7,11x10−3 6,32x10−8 4,5x10−13
Ácido fosforoso H 3 P O3 3,0x10−2 1,62x10−7
Ácido fitálico C6 H4 (COOH)2 1,12x10−3 3,91x10−6
Ácido pı́crico (N O2 )3 C6 H2 OH 4,3x10−1
Ácido propanóico CH3 CH2 COOH 7,5x10−12
Ácido pirúvico CH3 COCOOH 3,2x10−3
Ácido salicı́lico C6 H4 (OH)COOH 1,06x10−3
Ácido sulfâmico H2 N SO3 H 1,03x10−1
Ácido succı́nico HOOCCH2 COOH 6,21x10−5
Ácido sulfúrico H2 SO4 Forte 2,31x10−6
Ácido sulfuroso H3 SO3 1,23x10−2 6,6x10−8
Ácido tartárico HOOC(CHOH)2 COOH 9,20x10−4 4,31x10−5
Ácido tiocianico HSCN 0,13
Ácido tiosulfúrico H 2 S2 O3 0,3 2,5x10−2
Ácido tricloroacético Cl3 CCOOH 3
Ácido sulfı́drico H2 S 9,1x10−8 1,2x10−15
259
P b2+ + 3Cl ⇀
↽ P bCl3− Ag + + 2CN − ⇀
↽ Ag(CN )−
2
N i2+ + 4CN − ⇀
↽ N i(CN )−
4
260
EDT A Ag + 7,32
M g 2+ 8,69
Ca2+ 10,70
Sr2+ 8,63
Ba2+ 7,76
M n2+ 13,79
F e2+ 14,33
Co2+ 16,31
N i2+ 18,62
Cu2+ 18,80
Zn2+ 16,50
Cd2+ 16,46
Hg 2+ 21,8
Zn2+ +
2+
Pb 18,04
Al3+ 16,13
F e3+ 25,1
V 3+ 25,9
T h4+ 23,2
Hidróxido(OH − ) Al3+ β4 =33,4 0,0
Cd2+ 3,9 3,8 0,0
Cu2+ 6,5 0,0
F e2+ 4,6 0,0
F e3+ 11,81 11,5 0,0
Hg 2+ 10,60 11,2 0,0
N i2+ 4,1 4,9 3 0,0
P b2+ 6,4 β3 =13,9
Zn2+ 5,0 β4 =15,5
↽ Zn(OH)2−
4OH − ⇀ 4 Al3+ + 4OH − ⇀
↽ Al(OH)−
4 P b2+ + 3OH − ⇀
↽ P b(OH)−
3
261
↽ Cu(SCN )2−
Cu2+ + 3SCN − ⇀ 3
262
Captı́tulo 1
1.1 [M n2+ ] = 3, 33x10−2 mol L−1 , [SO42− ] = 3, 33x10−2 mol L−1 , [K + ] = 0, 1 mol L−1 ,
[N O3− ] = 0, 1 mol L−1
1.2(a) [H2 SO4 ] = 0, 408 mol L−1 , (b) [N aOH] = 0, 300 mol L−1 e (c) [AgN O3 ] = 0, 147
mol L−1
1.6 v = 8,06 mL
1.7 (a) 1,16 x10−2 mol L−1 , (b) 1,54 x 10−2 mol L−1 , (c) 1,46 x 10−2 mol L−1 , (d) 1,711
x 10−2 mol L−1 e (e) 1,476 x 10−2 mol L−1
1.8 34 ppm de N a+
1.10 (a) [AgN O3 ] = 5,887 x 10−6 mol L−1 , [Al2 (SO4 )3 ] = 2,923 x 10−6 mol L−1 , (c)
[CaCO3 ] = 9,991 x 10−6 mol L−1 , (d) [(N H4 )4 Ce(SO4 )4 ] = 1,601 x 10−6 mol L−1 , (e)
269
[HCl] = 2,743 x 10−5 mol L−1 e (f) [HClO4 ] = 9,954 x 10−6 mol L−1
1.11 (a) [Ca2+ ] = 10 ppm, (b) [CaCl2 ] = 27,72 ppm, (c) [HN O3 ] = 15,75 ppm, (d)
[KCN ] = 16,25 ppm, (e) [M n2+ ] = 13,75 ppm, (f) [M nO4− ] = 29,75 ppm
1.13 (a) 0,123%, (b) 1,22 (ppm mil), (c) 1228 ppm
1.15 V = 6,39 mL
Captı́tulo 2
3.1 [A]=9,0 x 10−5 mol L−1 , [B] = 0,5 mol L−1 , [C] = [D] = 0,3 mol L−1
3.2 [A] = 0,4 mol L−1 , [B] 0,70 mol L−1 , [C] = 1,183 10−3 mol L−1
3.3 61,8%
3.4 0,027%
3.5 H2 S ⇀
↽ H + + HS − , HS − ⇀
↽ H + + S 2− , K = 1,09 x 10−22
3.9 (a) K = 4,94 x 10−13 , (b) K = 1,24 x 10−2 , (c) 1,056 x 1012 , (d) K = 6,535 x 10−8
Capı́tulo 3
270
4.2 pH = 11,00
4.5 pH = 2,0
4.6 1,0 mL
Capı́tulo 4
5.1 BM C = [K + ], BC [K + ] + [H + ] = [OH − ]
[Br− ] + [OH − ]
5.10 BM C1 = [H3 P O4 ]+[H2 P O4− ]+[HP O42− ]+[P O43− ], BC [H + ] = [OH − ]+[H2 P O4− ]+
2[HP O42− ] + 3[P O43− ]
2−
5.12 BM C = [N i2+ ]+[N i(CN )+ ]+[N i(CN )2 ]+[N i(CN )− 2+
3 ]+[N i(CN )4 ], BC 2[N i ]+
2−
[N i(CN )+ ] + [H + ] = [OH − ] + [N i(CN )−
3 ] + 2[N i(CN )4 ]
2−
5.14 BM C = [Zn2+ ]+[Zn(OH)+ ]+[Zn(OH)2 ]+[Zn(OH)− 2+
3 ]+[Zn(OH)4 ], BC 2[Zn ]+
2−
[Zn(OH)+ ] + [H + ] = [OH − ] + [Zn(OH)−
3 ] + 2[Zn(OH)4 ]
Capı́tulo 5
6.1[H + ] = 2,00 x 10−3 mol L−1 , [OH − ] = 5,00 x 10−12 mol L−1
6.2 [H + ] = 2,50 x 10−12 mol L−1 , [OH − ] = 4,00 x 10−3 mol L−1
6.3 (a) pH = 1,30, (b) pH = 13,48, (c) pH = 10,95, (d) pH = 7,09, (e) pH = 6,79
6.6 pH = 13,19
272
6.7 V = 20 mL
6.8 pH = 7,78
6.9 pH = 11,30
6.15 AOH −→ A+ + OH − e HB −→ H + + B −
BM
Cb = [A+ ] e Ca = [B − ]. No PE Ca = Cb
BC
[A+ ] + [H + ] = [OH − ] + [B − ]
Kw
Ca +[H + ] = [H + 2 +
+ ] +Ca , utilizando a consideração acima teremos: Kw = [H ] =⇒ [H ] =
√
10−14 = 10−7 molL−1 e o pH = 7,00
6.17 (a) pH = 4,40 Erro 0,48% e pH = 6,2 Erro 0,007%, (b) Erro 0,04%, o erro é o da
bureta
Capı́tulo 6
7.1 pH = 3,51
7.2 pH = 5,8
7.3 pH = 5,10
7.4 pH = 5,996
7.5 pH = 6,02
7.6 pH = 6,79
7.7 pH = 11,30
7.8 pH = 7,93
7.9 pH = 7,88
?? pH = 6,32
7.11 pH = 1,53
7.12 pH = 5,65
7.13 pH = 5,23
274
7.14 pH = 8,94
7.15 pH = 9,46
7.17 pH =2,43
7.20 pH = 1,15
7.22 pH = 4,45
7.23 pH = 4,60
7.25 Considerando a [N H3 ] = 14,8 mol L−1 o volume será igual 0,77 mL e massa de
N H4 Cl será igual a 0,10698 g
7.26 pH = 11,55
7.27 pH = 10,60
7.28 pH = 9,24
7.29 pH = 4,04
7.30 pH = 4,20
7.32 pH = 2,0
7.33 V = 720 mL
7.34 pH = 3,0000 para o HCl sozinho e pH = 3,0004 para o indicador e HCl, [Ind− ]/[HInd]
= 0,16
CKa [H + ] Ka Ca
Ka +[H + ]
a relação será [H + ] = Cs
7.37 Utilizar uma planilha eletrônica para construir a curva de titulação (por exemplo,
Excel)
Capı́tulo 7
8.1 pH = 1,63
8.2 [H3 P O4 ] = 0,0249 mol L−1 , [H2 P O4− ] = 0,276 mol L−1 , [HP O42− ] = 2,07 x 10−5 mol
L−1 e [P O43− ] = 9,9 x 10−15 mol L−1
8.3 pH = 1,998
8.4 pH = 0,906
8.6 pH = 11,14
8.11 pH = 10,94
8.13 pH = 5,80
8.15 (a)H3 SO3 /HSO3− e HSO3− /SO32− , (b)H3 Cit/H2 Cit− , H2 Cit− /HCit2− e HCit2− /Cit3− ,
(c)H2 M at/HM at− e HM at− /M at2−
8.16 (a) H2 S/HS − e HS − /S 2− , (b) H3 AsO4 /H2 AsO4− , H2 AsO4− /HAsO42− e HAsO42− /AsO43− ,
(c) H2 CO3 /HCO3− e HCO3− /CO32−
8.19
Capı́tulo 8
9.1 AgI, por causa do valor de Kp s desse sal que é muito maior que o AgCl
9.2
9.3
9.4 (a) S = 4,833 g L−1 , (b) S = 7,392 x 10−2 g L−1 e (c) S = 2,19 g L−1
9.5 (a) Kps = 1,96 x 10−4 , (b) Kps = 2,46 x 10−9 , (c) Kps = 3,16 x 10−10
277
9.6 (a) S = 8,60 x 10−4 mol L−1 , (b) S = 6,69 x 10−7 mol L−1
9.7 (a) S = 3,2 x 10−7 mol L−1 , (b) S = 1,6 x 10−5 mol L−1 , (c) S = 1,26 x 10−4 mol
L−1 , (d) S = 6,6 x 10−7 mol L−1
9.8 (a) [Sr2+ ] = 1,120 x 10−7 mol L−1 e [N a+ ] = 8,57 mol L−1 , (b) [Ag + ] =2,106 x 10−10
mol L−1 e [H + ] = 4,95 x 10−3 mol L−1
9.12
9.13
9.14
9.18
9.19
9.20
Capı́tulo 9
10.5Utilizar uma planilha eletrônica para construir a curva de titulação (por exemplo,
Excel)
10.6(a) Kf′ = 2,76 x 104 , (b) Kf′ = 2,99 x 106 , (c) Kf′ = 2,01 x 107
10.7 (a) Kf′ = 4,7 x 109 , (b) Kf′ =1,15 x 1012 , (c) Kf′ = 7,48 x 1013
10.8
10.9
10.12
10.13
10.14
10.15
10.16
10.17 25,64
279
10.18
10.19
10.20
Capı́tulo 10
11.4
11.6
11.7
11.8
11.10
11.12 E o = 0,390 V
11.13 E o = -0,439 V
11.14 E o = -0,964 V
11.15 E o = -0,476 V
280
11.16 E o = 0,518 V
11.17 E o = 1,410 V
11.18 E o = 0,468 V
11.19
11.20
11.21
11.22
11.23
11.24
11.25
Índice Remissivo
constante eletrodo
condicional, 180 potencial, 213
cumulativa do complexo, 176 referência, 211
dielétrica, 148 entalpia padrão, 31
estabilidade, 177 entropia, 31
formação global, 176 equação
hidrólise, 100, 101 Nernst, 213
cromato de prata, 150 quadrática, 102
curva equilı́brio quı́mico, 26
associação, 138 estado dinâmico, 27
dissociação, 138 estrutura
reticular, 143
Debye-Hückel, 16
Diagrama Fenolftaleina, 120
distribuição, 125, 178 fitalato ácido de potássio, 130
Sillen, 98, 99 fluxo sangüı́neo, 129
diluição, 5 força eletromotriz, 205
formação
efeito
precipitação, 145
ı́ons distintos, 149
catalisadores, 35 Gibbs, 31, 32, 214
concentração, 34 Grau
força iônica, 149 dissociação, 97
natureza do solvente, 148 formação, 97
tamanho partı́culas, 149 grau de associação, 137
temperatura, 34, 148
Henderson-Hasselbalch, 104
Eletrólitos, 24, 39, 41, 54, 143, 148
Hidrólise, 100
fortes, 13, 14, 24
hidrólise, 131
fracos, 12–14, 25
hidratação, 155, 156
inertes, 158
pseudo, 43, 149 idade do precipitado, 157
ÍNDICE REMISSIVO 283
cresol, 120
metila, 83, 90, 115