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COLÉGIO ESTADUAL DO PARANÁ

Eles Não Usam Black-Tie

Alexandre Neves N°01

Fernando Mendes N°07

Vinicius Batista N°36

Nátally Lirman N°40

3°M/Manhã

CURITIBA

2017

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .......................................................................... 3

2. ELES NÃO USAM BLACK-TIE

2.1 Biografia do autor .................................................................... 4

2.2 Tempo Literário e contexto histórico ....................................... 5

2.3 Personagens no Contexto da Trama ...................................... 6

2.4 A peça..................................................................................... 6

3. Conclusão .................................................................................. 8

4. Referências ................................................................................ 9

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1. INTRODUÇÃO

Eles Não Usam Black-Tie, de Gianfrancesco Guarnieri é centrada no


engajamento político do período entre o Estado Novo de Vargas e a Ditadura
Militar, a trama apresenta a vida de uma família que vive na favela carioca e
mostra a contradição idealista entre pai e filho no que se refere ao movimento
grevista que ocorre na fabrica onde ambos trabalham. Foi a primeira vez que
tal modelo apareceu nas dramaturgias brasileiras, recebeu uma adaptação
para o cinema anos mais tarde que foi censurada pela Ditadura.

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2.ELES NÃO USAM BLACK-TIE

2.1. Biografia do autor

Gianfrancesco Guarnieri nasceu em Milão no ano de 1934, mas que com


apenas dois anos de vida veio para o Brasil junto de seu pai maestro e sua
mãe harpista, ambos antifascistas. Aos 24 anos lançou sua primeira obra -e
mais famosa- "Eles não usam black-tie", estreiada no teatro arena que estava
passando por uma crise. A peça impediu que o teatro viesse a falência, e foi
até premiada pelo então governador de São Paulo, Jânio Quadros.

Com a vinda do Cinema Novo (1952) com fortes tendências do


neorealismo italiano, Guarnieri participou continuamente com o filme "O Grande
Momento" (1958) sob direção de Roberto Santos. Ao ver a habilidade de
Gianfrancesco, Sandro Polloni (grande produtor e ator) encomendou uma peça
a ele, "Gimba”, presidente dos valentes" onde se falava sobre o subúrbio
carioca na forma de musical. A peça rodou a Europa e foi apresentada no
festival das nações na França. Ao voltar ao Brasil, o dramaturgo passou pelo
TBC (Teatro Brasileiro de Comédia) encenando "A Semente", e participando de
duas montagens "A escada" e "Almas Mortas de Gogol". Mais tarde voltou ao
teatro Arena como sócio proprietário, junto de Augusto Boal, Paulo José, Juca
de Oliveira e o cenógrafo Flávio Império. Com peças como "A Mandrágora" e
"O melhor Juiz, o Rei, de Lope La Vega".

Em 1964 produziu um novo enredo "O Filho do Cão" falando sobre a


questão da reforma agrária, mesmo ano do golpe civil militar que reprimiu toda
manifestação esquerdista dos artistas, cabendo então a usar linguagem
metafórica e alegórica para representar seus ideais, em musicais como "Arena
Conta Zumbi" e "Arena Conta Tiradentes". Com o fim da ditadura, virou
secretário da cultura de São Paulo, e voltou a lançar novas obras, "Pegando
Fogo Lá Fora" (1988), em "A Canastra de Macário" (1995), E "A Luta Secreta
de Maria da Encarnação" 2001, sua última obra.

Participou de muitas novelas e minisséries, entre elas "Mulheres de Areia",


"Mandala" e "Anos Rebeldes". No cinema além de participar de "O Grande
Momento" também atuou em "Eles Não Usam Black-Tie" (filme que ganhou o
prêmio do festival de Veneza) , "Os Caminhos da Liberdade" , "Próxima Vida" e
muitos outros. Em 2006 teve insuficiência renal crônica e veio a falecer.

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2.2. Tempo Literário e Contexto Histórico

A obra “Eles não usam Black-Tie”, é fruto de uma mistura de gerações


literárias do século 20, assim unindo em sua essência a literatura
contemporânea junto à fortes influências e características de diversas escolas
literárias anteriores, revelando assim, uma mistura de tendências que irão
inovar a poesia e a prosa (contos, crônicas, romances, novelas, etc.).

O livro de Gianfrancesco Guarnieri estreado em 1958 situa-se em um


período de certa calma nos cenários políticos e mundiais, pois é o pequeno
espaço de tempo que permanece entre a Segunda Guerra Mundial e o período
do estado novo ao golpe militar de 1964, assim muitos do principais enfoque da
literatura não estava mais nos âmbitos de medo e insegurança, mas muito
parecido com o pré-modernismo, usando de uma fortes tais como a mistura de
tendências estéticas (ecletismo), união da arte erudita e da arte popular, prosa
histórica, social e urbana, poesia intimista, visual e marginal, temas cotidianos
e regionalistas, engajamento social e literatura marginal, experimentalismo
formal, Técnicas inovadoras (recursos gráficos, montagens, colagens, etc).
Dessa forma buscava-se expor a realidade dos brasileiros principalmente de
classes menos abastadas.

Primeira peça de Gianfrancesco Guarnieri, Eles não usam black-tie, de


1958, foi encenada pela primeira vez quando o movimento Cinema Novo
começava a surgir e a convocar a arte ao neo-realismo. No lugar de cenários
pomposos e figurinos luxuosos, ficaram apenas os elementos de cena
indispensáveis. Ao invés de personagens ricos e nobres, operários e
moradores do morro tomaram o palco. Ali, em plenos anos 50, negros eram
cidadãos comuns. Pela primeira vez, os conflitos da realidade brasileira.

Eles não usam black-tie situa-se numa favela, nos anos 50, e tem como
tema a greve, e ao lado da greve a peça tem como pano de fundo um debate
sobre as grandes verdades eternas, reflexões universais sobre a frágil
condição humana, sobre os homens e seus conflitos. É a história de um
choque entre pai e filho com posições ideológicas e morais completamente
opostas e divergentes, o que, por sinal, dá a tônica dramática ao texto.

Eles não usam black-tie é um texto político e social, sempre atual no qual
Gianfracesco Guarnieri criou de um lado, personagens marcantes e populares
como Terezinha, Chiquinho, Dalvinha e Jesuíno que nos revelam um mundo
alegre, descontraído e aparentemente feliz. Já por outro lado a peça se
apresenta forte e densa revelando de maneira real os conflitos que atormentam
personagens como Otávio, Romana, Tião, Maria e Bráulio. São tais encontros
e são esses momentos alegres e comoventes , que nos provocam o riso e a
dor, alegria e tristeza. Assim, se por um lado mostra um olhar profundo dentro
da sociedade brasileira, por outro esse olhar vem embalado por um valor
poético materializado na visão romântica do mundo de seus personagens.
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Embora, na convencional teoria de dramaturgia teatral não se enquadre
essa abordagem, o drama social é de natureza épica e por isso mesmo uma
contradição em si mesma. Aqui, novamente Guarnieri quebrou também outra
regra essencial, presente nos manuais do "bom drama": ao invés de trazer
personagens "superiores" como protagonistas, ele se utilizou de gente humilde,
trabalhadores comuns, para conduzir sua história. Mesmo as mais simples
metáforas, foram pinçadas nos mais básicos valores de nossa cultura popular,
como por exemplo, na metáfora do amor, o feijão, prato massivo na América do
Sul, teria um "coração de mãe".

A temática não é política, muito menos panfletária. O que discorre são


relações de amor, solidariedade e esperança diante dos percalços de uma vida
miserável. Assim, a peça alia temas como greve e vida operária com
preocupações e reflexões universais do ser humano. Sob o olhar de Karl Marx,
em um retrato iluminado por um feixe de luz na parede do cenário, o debate
entre a coletividade e o individualismo, simultaneamente cru e sensível, vai
crescendo.

Foi com a encenação de Eles não usam black-tie, que se iniciou uma
produção sistemática e crítica de textos dispostos a representar as classes
subalternas, com ênfase para a representação do proletariado. Nesse sentido,
a peça de Guarnieri insere-se num quadro que se ampliou a partir da década
de 1950, quando surgiu uma dramaturgia com preocupações ligadas à
representação de uma camada específica da sociedade brasileira e, para além
disso, em busca da construção de uma identidade nacional pautada em
variedades culturais internas.

2.3 Personagens no Contexto da Trama

A peça narra a história de uma família operária, de um morro carioca, no


meio de uma greve; mostra a oposição entre dois universos: o da favela, ponto
mais elevado, e o da cidade, considerada como um meio hostil e ameaçador. O
ponto de vista da peça é o da favela. Tomamos contato com a oposição favela
x cidade mais por causa da ausência desta: a cidade só existe no imaginário
das personagens. A peça é centrada nos movimentos grevistas e no conflito
entre pai e filho.

O pai, Otávio, é um grevista líder sindical, com seu espírito forte e


idealizador enfrentou diversas prisões durante suas lutas por melhores
condições de trabalho, o filho, Tião, ao contrário do pai cresce longe do mundo
da luta grevista, criado pelos padrinhos devido as prisões do pai. Ao crescer
muda-se para a casa do pai e começa a trabalhar junto a ele na fábrica e ao
estourar a greve e á fura. Romana, a mãe é politizada junto a Otávio, Maria,
namorada de Tião, ao anuncias sua gravidez ao amado marcam o casamento,
que da errado devido as condições financeiras em que se encontram em meio
a eclosão da greve.
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2.4. A peça

A trama de Gianfrancesco Guarnieri desenvolve uma temática social e


política, onde de um lado apresenta-se descontraída e feliz por parte dos
personagens e por outro lado, conflituosa e dura pelo restante. A história
baseia-se em torno do personagem Tião e sua família, um pequeno grupo de
negros humildes e residentes de uma favela no Rio de Janeiro dos anos
cinquenta. Tião, criado fora do morro, apresenta visões diferentes dos demais
membros de sua família, mostra-se sonhador e corajoso e que estaria apto a
ultrapassar o limite do sucesso provido por seus familiares, algo que cresce
ainda mais ao saber que seria um futuro pai. A vida de operários da fábrica
local é algo marcante em sua família; O pai, operário e revolucionário,
caracteriza-se como um grande representante desta classe que ao longo de
toda história sofre por condições que os levam a escolha de greves. Tião,
cansado dessa realidade, resolve furar uma das maiores greves desenvolvidas
na trama, que resulta na desaprovação e decepção de toda a sua família,
principalmente de seu pai. Apesar da história fornecer um cenário de lutas,
tanto social como político, ainda evidencia um romance por Tião e Maria, mãe
de seu futuro filho. Tião faz suas escolhas baseadas em um futuro promissor
para sua família e mesmo não possuindo o apoio familiar segue em frente,
finalizando a peça de Guarnieri e mostrando a representação de uma camada
específica da sociedade brasileira e a construção de uma identidade nacional
pautada em cima de uma cultura pouco retratada da época.

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4-Conclusão

Eles Não Usam Black-Tie foi uma trama muito importante para a
dramaturgia brasileira, onde as falas diretas e o envolvimento dos personagens
com a política trabalhista apresenta diretamente a vivencia do brasileiro que
necessita de lutas sindicais para conquistar direitos e salários dignos.

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5 Referências

https://www.todamateria.com.br/caracteristicas-da-literatura-brasileira-
contemporanea/

http://www.passeiweb.com/estudos/livros/eles_nao_usam_black_tie

http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/literatura/estilos-epoca.htm

https://educacao.uol.com.br/biografias/gianfrancesco-guarnieri.htm

https://marracomunica.com.br/?page_id=2001

http://www.uesc.br/eventos/sepexle/ivsepexle/artigos/art1_santana_sacramento
.pdf

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