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RESUMO – BIOLOGIA 10.

º ANO

GRUPO EXPERIMENTAL - inclui os elementos que são expostos às condições variáveis.


GRUPO DE CONTROLO - Tudo o que é mantido constante e sem qualquer variação ao longo da
experiência, não sendo exposto às condições variáveis da experiência. Serve para comparar os
resultados.

VARIÁVEIS INDEPENDENTES - conjunto de fatores/condições experimentais que são manipuladas e


modificadas pelo investigador.
A variável independente (variável experimental) é a “causa, o antecedente, a origem de um
fenómeno, um processo, o que constitui o objeto de estudo”, é a variável em estudo.

VARIÁVEIS DEPENDENTES - as que o investigador pretende avaliar e dependem da variável


independente.
A variável dependente é o “efeito, a consequência, o resultado observado da influência da variável
independente”, o que é medido durante a experiência.

MÉTODO CIENTÍFICO
Observação  Problema (questão da investigação)  Recolha de dados  Hipótese (formular
respostas para o problema)  Experimentação (testar a hipótese)  Resultados  Discussão 
Conclusão.

MÓDULO INICIAL - DIVERSIDADE NA BIOSFERA


ORGANIZAÇÃO BIOLÓGICA
Célula (unidade básica da vida)  Tecido  Órgão  Sistema de órgãos  Organismo

Espécie = Conjunto de seres vivos semelhantes capazes de se reproduzirem, originando descendentes férteis.

População = Vários organismos da mesma espécie numa dada região, num determinado momento.

Comunidade = Conjunto das várias populações que habitam uma mesma área e estabelecem relações entre si.

Ecossistema = Conjunto de todas as comunidades que vivem no mesmo local, juntamente com o ambiente físico-
químico com o qual interagem.

Dinâmica dos ecossistemas: Estabelecimento de relações tróficas, que envolvem transferências


de matéria (cíclica) e de energia (fluxo unidirecional), entre os seres vivos e o meio envolvente.

Seres autotróficos ou produtores – base da cadeia alimentar, que transformam a matéria


inorgânica em matéria orgânica (ex. cianobactérias, fitoplâncton, algas verdes, plantas).

Seres heterotróficos ou consumidores – utilizam direta ou indiretamente a matéria orgânica


produzida pelos produtores (ex. animais - macroconsumidores).

Seres decompositores ou microconsumidores - transformam a matéria orgânica em matéria


inorgânica, devolvendo-a ao solo – fazem a reciclagem da matéria (ex. bactérias e fungos).

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O sistema de classificação de Whittaker modificado (1979) divide os seres vivos em 5 reinos,


baseando-se em 3 critérios:
 Organização celular;
 Modo de nutrição;
 Interações nos ecossistemas.

REINOS
MONERA PROTISTA FUNGI PLANTAE ANIMALIA
Eucarióticos Eucarióticos
Procarióticos Eucarióticos Eucarióticos
Maioria unicelular Unicelulares (leveduras)
Unicelulares Multicelulares Multicelulares
Multicelulares (algas) Maioria multicelulares
Autotróficos
Autotróficos
(fotossíntese e
(fotossíntese) Heterotróficos Autotróficos Heterotróficos
quimiossíntese)
Heterotróficos (absorção) (fotossíntese) (ingestão)
Heterotróficos
(Absorção ou ingestão)
(absorção)
Produtores
Produtores
Macroconsumidores Microconsumidores Produtores Macroconsumidores
Microconsumidores
Microconsumidores
Parede celular na Com ou sem parede Quando existe parede Parede celular
Sem parede celular
maioria celular celular é de quitina rica em celulose
Protozoários - amibas, Leveduras, bolores, Esponjas, hidras,
Musgos, Polipódio
paramécias; cogumelos minhocas, insetos,
Bactérias (fetos), árvores,
Algas (reduzida (baixo grau de anfíbios, répteis, peixes,
plantas, flores
diferenciação tecidular) diferenciação) aves e mamíferos

A extinção das espécies (redução gradual do número de indivíduos de uma espécie ou grupo de
espécies até ao momento do seu total desaparecimento) e, consequente, diminuição da
biodiversidade pode ser intensificada pela ação antropogénica ou antrópica, como por exemplo:
- Alteração e destruição de habitats (desertificação, desflorestação, incêndios)
- Exploração excessiva de recursos biológicos, recursos cinegéticos (caça) e piscícolas (pesca)
- Contaminação ambiental (produtos químicos - herbicidas, fungicidas), explorações mineiras,
poluição,…
- Introdução de espécies exóticas
- Alterações climáticas (aumento do efeito de estufa, aquecimento global, degelo, aumento do
nível médio das águas do mar, diminuição de habitats e da biodiversidade,…)

TEORIA CELULAR (Schleiden e Schwann – 1830):


- A célula é a unidade básica estrutural e funcional de todos os seres vivos;
- As novas células formam-se a partir de células pré-existentes;
- É da atividade interdependente das células que resultam todos os processos que ocorrem no
organismo;
- A célula é a unidade de reprodução, de desenvolvimento e de hereditariedade de todos os
seres vivos.

As células conferem unidade e diversidade biológica; distinguem-se quanto à forma,


complexidade e tamanho; organizam-se em células procarióticas e eucarióticas; são constituídas
por membrana celular, citoplasma e material genético (DNA); observam-se ao microscópio ótico
composto (MOC).

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MOC – parte mecânica (suporte) e parte ótica (ocular, objetivas – sistema de ampliação; sistema
de iluminação).

 A imagem é ampliada, simétrica, invertida e virtual.


 O poder de resolução do MOC corresponde à menor distância em que dois pontos muito
próximos aparecem separados.
 O poder de ampliação resulta da ampliação da ocular x a ampliação da objetiva.
 Unidade de medida do MOC: 1 μm = 10-6 m = 10-3 mm (0,001 mm).

CÉLULAS
PROCARIÓTICAS (seres procariontes) EUCARIÓTICAS (seres eucariontes)

Seres unicelulares, simples, reduzidas Seres unicelulares ou pluricelulares, mais


dimensões complexos, maiores dimensões
Ausência de invólucro nuclear Núcleo individualizado, com um ou mais nucléolos
Não possuem um verdadeiro núcleo: O material genético encontra-se no núcleo,
Nucleoide - DNA circular individualizado pelo invólucro nuclear
Nos animais não possui parede celular; nas
Parede celular rígida, por vezes com cápsula plantas é rígida e celulósica; nos fungos é rígida e
de quitina
Citoplasma com ribossomas, sem cloroplastos Citoplasma rico em organitos (dispersos numa
(cianobactérias – pigmentos clorofilinos) massa semifluida – Hialoplasma)

CÉLULAS EUCARIÓTICAS
VEGETAIS ANIMAIS
Parede celular celulósica Não apresenta parede celular
Presença de cloroplastos Não contém cloroplastos
Vacúolos grandes e poucos Vacúolos pequenos e numerosos
Não apresenta centríolos Apresenta centríolos
Lisossomas apenas nas sementes em
Apresenta lisossomas
germinação e nas plantas carnívoras

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ESTRUTURAS ENDOMEMBRANARES e ORGANELOS CITOPLASMÁTICOS


ESTRUTURA FUNÇÕES
Parede celular celulósica (plantas) Suporte e proteção
Membrana celular Troca de substâncias entre os meios intra e extracelulares
Núcleo (Nucleoide / DNA circular) Controlo da atividade celular
Respiração celular ou aeróbia - Obtenção de energia = ATP
Mitocôndria
(dupla membrana, DNA próprio)
Fotossíntese
Cloroplasto
(dupla membrana, com pigmentos fotossintéticos, DNA próprio)
Ribossomas Síntese proteica
Retículo endoplasmático
Transporte e síntese de proteínas, lípidos e hormonas
(REL e RER)
Complexo de Golgi Fenómenos de secreção (produção de substâncias celulares)
Lisossomas Digestão intracelular
Armazenamento de água e substâncias; regulam o fluxo de
Vacúolos
água e iões entre a célula e o meio
Centríolos
Intervêm na divisão celular
(nas células animais)

BIOMOLÉCULAS INORGÂNICAS
Molécula eletronicamente neutra, com polaridade;
Ligam-se através de pontes de hidrogénio;
ÁGUA
A densidade da água é menor no estado sólido do que no estado líquido;
Principal solvente das reações celulares.
Essenciais na regulação e na estrutura da maioria das estruturas celulares;
SAIS MINERAIS
Existem em reduzidas quantidades.

BIOMOLÉCULAS ORGÂNICAS
TIPOS MONÓMEROS MACROMOLÉCULAS OU POLÍMEROS
PRÓTIDOS Aminoácidos (a.a.) Proteínas
GLÍCIDOS ou
GLÚCIDOS
monossacarídeos ou oses Polissacarídeos
LÍPIDOS glicerol (álcool) e ácidos gordos triglicerídeos e fosfolípidos
ÁCIDOS NUCLEICOS Nucleótidos DNA e RNA

Reações químicas de síntese ou condensação ou polimerização – formam moléculas mais


complexas: União de monómeros para formar cadeias de polímeros; por cada ligação há
libertação de 1 molécula de água (OH – H): A+B → AB.

Reações químicas de hidrólise ou despolimerização – formam moléculas mais simples: Quebra


de ligações entre os monómeros; por cada ligação há o consumo de 1 molécula de água:
AB → A+B.

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PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DAS BIOMOLÉCULAS ORGÂNICAS

- Compostos quaternários: C, H, O, N;
Aminoácidos (unidade estrutural) - Possuem grupo carboxilo, grupo amina e um
radical ligado a um carbono;
PRÓTIDOS Péptidos (2 a 100 unidades) - Ligações peptídicas;
Proteínas (polímeros de aminoácidos) - Funções: estrutural; enzimática; transporte;
regulação hormonal; defesa do organismo;
reserva energética (ao nível muscular).

Monossacarídeos ou oses (unidade


- Compostos ternários: C, H, O;
GLÍCIDOS ou - glicose, frutose e galactose)
GLÚCIDOS - Ligações glicosídicas;
Oligossacarídeos (2 a 10 oses) –
ou - Funções: reserva energética (vegetal -
dissacarídeos - maltose, sacarose e
HIDRATOS amido; animal - glicogénio); estrutural
lactose
DE (celulose - parede celular; quitina - carapaça
CARBONO Polissacarídeos (celulose - fibras, de insetos e parede celular dos fungos).
amido, glicogénio).

- Compostos ternários: C, H, O;

Ácidos gordos e álcool (glicerol) - Ligações éster (3 cadeias de ácidos gordos


e 1 álcool – triglicerídeos);
Lípidos simples (gorduras) - Os fosfolípidos são moléculas polares: cauda
LÍPIDOS Esteroides hidrofóbica e cabeça hidrofílica;

Lípidos complexos – Fosfolípidos - Funções: reserva energética (calor);


(1 glicerol + 2 ácidos gordos + 1 ácido fosfórico). estrutural (fosfolípidos, lecitina - neurónios);
reguladora; transporte e constituição de
hormonas sexuais e de vitaminas lipossolúveis

ÁCIDOS - Suporte universal da informação hereditária;


Nucleótidos – grupo fosfato +
NUCLEICOS controle da atividade celular; transmissão da
pentose + bases azotadas (A, T, C, G, U) informação genética.
(DNA e RNA)

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1. OBTENÇÃO DE MATÉRIA
Os organismos necessitam de obter matéria, para a incorporar, obter energia e produzir novos
compostos.

 Seres Autotróficos - organismos capazes de sintetizar os seus próprios compostos orgânicos,


a partir de substâncias minerais; realizam a fotossíntese ou a quimiossíntese;
Cianobactérias, Algas verdes e Plantas.
 Seres Heterotróficos - Organismos que obtêm matéria (orgânica e inorgânica) a partir do seu
meio exterior, para satisfazer as suas necessidades nutritivas; dependem direta ou
indiretamente dos autotróficos; Bactérias, maioria dos Protistas, Fungos e Animais.

Nos seres unicelulares e multicelulares o processamento e a utilização dos nutrientes, a nível


celular, inicia-se após a sua absorção (passagem de substâncias do meio extracelular para o
meio intracelular).

OBTENÇÃO DE NUTRIENTES (MATÉRIA)


UNICELULARES MULTICELULARES
- Absorção de substâncias simples diretamente - Absorção de nutrientes diretamente para as
através da membrana celular; células ou o seu transporte até às células. pelo
sangue (organismos mais complexos);
- As substâncias podem atravessar a
membrana diretamente ou podem ser - A maioria realiza ingestão dos alimentos, que
incorporadas na célula no interior de vesículas sofrem digestão e as substâncias simples são
(endocíticas ou exocíticas); absorvidas, a nível celular;
- Digestão intracelular. - Digestão intracelular e extracelular
(extracorporal – fungos – e intracorporal).

MEMBRANA PLASMÁTICA OU CELULAR


- Fronteira entre os meios intracelular e extracelular, que controla o movimento das substâncias do
meio extracelular para o meio intracelular e vice-versa.

Principais Funções:
Mantém a integridade celular, individualizando-a e retendo o conteúdo celular;
- Barreira, que permite o intercâmbio de substâncias (entrada de nutrientes e eliminação de excreções);
- Responsável pelo reconhecimento molecular e celular;
- Controla o movimento de substâncias entre a célula e o meio extracelular - permeabilidade
seletiva (deixa-se atravessar facilmente por certas substâncias e dificulta ou impede a passagem
de outras).

MODELO DO MOSAICO FLUIDO (Singer e Nicholson, 1972) – Composição lipoproteica


- Bicamada de Fosfolípidos (moléculas anfipáticas);
- Colesterol (lípidos insolúveis em água, que
conferem consistência e estabilidade à membrana);
- Proteínas periféricas ou extrínsecas e proteínas
integradas ou intrínsecas;
- Na superfície externa existem glicoproteínas e
glicolípidos, importantes no reconhecimento de
certas substâncias do meio envolvente.
- As proteínas e os fosfolípidos apresentam
mobilidade na bicamada: difusão lateral e flip-flop.
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PROCESSOS DE TRANSPORTES MEMBRANARES


TRANSPORTE EM
TRANSPORTE PASSIVO TRANSPORTE ATIVO
QUANTIDADE
- Movimento de substâncias
- Movimento de substâncias a favor contra o gradiente de Movimento de macromoléculas e
do gradiente de concentração; concentração; partículas de variadas dimensões,
- Sem gasto de energia (ATP). - Com gasto de energia através da membrana celular.
(ATP).

NÃO MEDIADO MEDIADO MEDIADO ENDOCITOSE EXOCITOSE


sem intervenção com Transporte do As células
com intervenção de exterior para o
de permeases intervenção de libertam para o
permeases interior da célula,
permeases meio
em vesículas extracelular
endocíticas substâncias,
- Osmose (H2O) (invaginações da através de
Difusão Transporte ativo
membrana vesículas
- Difusão simples facilitada (bomba de Na+ e K+) plasmática) secretoras ou
Fagocitose e Pinocitose exocíticas

OSMOSE: Movimento das moléculas de água, através da membrana celular, do meio hipotónico
(menor concentração em soluto, maior quantidade de água) para o meio hipertónico (maior
concentração em soluto, menor quantidade de água), até atingir o meio isotónico.

COMPORTAMENTO CELULAR EM FUNÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DO MEIO


MEIO EXTRACELULAR HIPOTÓNICO MEIO INTRACELULAR HIPERTÓNICO

A água entra na célula (osmose); os vacúolos aumentam de volume  Célula fica túrgida
TURGESCÊNCIA
 Célula Animal: meio muito hipotónico - pode ocorrer LISE CELULAR

MEIO EXTRACELULAR HIPERTÓNICO MEIO INTRACELULAR HIPOTÓNICO

A água sai da célula, o volume celular diminui  Célula fica plasmolisada


PLASMÓLISE

DIFUSÃO SIMPLES: Transporte passivo de pequenas moléculas polares sem carga (CO2, O2) e
de moléculas lipossolúveis, a favor do gradiente de concentração, através da membrana
celular, do meio onde a sua concentração é mais elevada (meio hipertónico) para o meio onde a
sua concentração é mais baixa (meio hipotónico).

DIFUSÃO FACILITADA: Passagem de grandes moleculares polares em carga (ex. glicose), iões
e moléculas hidrossolúveis, a favor do gradiente de concentração, através da membrana
celular, do meio hipertónico para o meio hipotónico, com a intervenção de proteínas
transportadoras - permeases.
As proteínas são específicas para cada tipo de substância.
A velocidade de transporte da substância aumenta com a concentração dessa substância até ao
ponto de saturação.

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TRANSPORTE ATIVO: Transporte de pequenas moléculas (ex. iões), contra o gradiente de


concentração, mediado e com gasto energético (sob a forma de ATP).

O TRANSPORTE ATIVO PERMITE ÀS CÉLULAS:


- captar do meio externo, substâncias necessárias ao metabolismo celular, mesmo quando
estas se encontram em baixas concentrações;
- eliminar resíduos metabólicos, mesmo quando a sua concentração no meio interno é muito
baixa relativamente à do meio externo;
- manter constante a concentração de certas substâncias no citoplasma, apesar de as suas
concentrações serem consideravelmente diferentes em relação às do meio externo (Ex.
Bomba de Na e K).

OBTENÇÃO DE MATÉRIA PELOS SERES HETEROTRÓFICOS


TIPOS DE DIGESTÃO CELULAR (intracelular e extracelular)
 Digestão intracelular = ocorre em vacúolos digestivos (vesículas endocíticas + lisossomas),
após a entrada do alimento por endocitose (fagocitose ou pinocitose).
- Seres heterotróficos unicelulares (ex. protozoários como as amibas)

Envolve um sistema endomembranar (conjunto de organelos que se inter-relacionam estrutural e


funcionalmente) em contacto com a membrana celular:
- O retículo endoplasmático produz proteínas enzimáticas, que são transportadas até ao
complexo de Golgi em vesículas;
- No complexo de Golgi sofrem transformações e são transferidas para vesículas golgianas,
destacando-se os lisossomas com enzimas digestivas;
- Os lisossomas (produzidos no complexo de Golgi) unem-se a uma vesícula endocítica (com
nutrientes vindos do exterior) e formam os vacúolos digestivos;
- Ocorre a digestão das partículas captadas, por ação de enzimas (provenientes dos
lisossomas);
- Após a digestão, os monómeros passam para o hialoplasma, constituindo nutrientes para a
célula (matéria e energia);
- Os resíduos alimentares são expulsos para o exterior da célula por exocitose.

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 Digestão extracelular = ocorre fora das células, em compartimentos que fazem parte do meio
externo - cavidades digestivas (tubos digestivos).
- Seres heterotróficos multicelulares;
- Pode ser extracorporal (ocorre fora do organismo. Ex. Fungos) ou intracorporal (no interior
do organismo. Ex. Animais).

Digestão extracelular e extracorporal – Reino Fungi


- Os fungos possuem estruturas filamentosas (hifas), que lançam para o meio exterior
enzimas digestivas, onde os compostos são digeridos;
- Os compostos são digeridos no exterior e posteriormente, é feita a absorção dos nutrientes
para o interior do organismo.

Digestão extracelular e intracorporal – Reino Animalia


- Ocorre em cavidades digestivas onde são lançados sucos digestivos (com enzimas), que
atuam sobre os alimentos, transformando-os em substâncias mais simples, capazes de serem
absorvidas;
- Pode ocorrer em tubos digestivos incompletos ou completos.

TUBOS DIGESTIVOS
INCOMPLETOS COMPLETOS
- Apresenta apenas uma abertura, que funciona - Apresenta duas aberturas: a boca para a
como boca e ânus. entrada dos alimentos e o ânus para a saída
dos resíduos;
- A digestão ocorre na cavidade gastrovascular,
onde são lançadas enzimas digestivas. - A digestão pode ocorrer em vários órgãos, por
processos mecânicos e ações enzimáticas
distintas.
Digestão extracelular
Digestão extracelular na cavidade O grau de especialização é superior; cada
gastrovascular e digestão intracelular nos órgão possui funções específicas,
vacúolos digestivos. possibilitando uma utilização mais eficaz dos
alimentos.
Exemplos: Hidra e Planária Exemplos: Minhoca e Homem

VANTAGENS DO TUBO DIGESTIVO COMPLETO:


- Ingestão de quantidades significativas de alimento, que é armazenado e digerido durante um
certo período de tempo (mais ou menos longo);
- Maior eficácia no aproveitamento dos alimentos, dado que estes se deslocam num único
sentido, permitindo uma digestão e uma absorção sequenciais ao longo do tubo;
- A digestão ocorre em vários órgãos, por ações mecânicas e químicas (enzimas digestivas);
- Maior capacidade de absorção, uma vez que esta pode ocorrer em diferentes zonas do tubo;
- Eficiente eliminação, através do ânus, dos resíduos alimentares não absorvidos;
- Possibilidade de armazenamento de maior quantidade de alimento.
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OBTENÇÃO DE MATÉRIA PELOS SERES AUTOTRÓFICOS


- Fotossíntese  seres fotoautotróficos (cianobactérias, algas verdes e plantas)
- Quimiossíntese  seres quimioautotróficos (bactérias nitrificantes, bactérias sulfurosas ou
bactérias das fontes hidrotermais, bactérias ferrosas)

FOTOSSÍNTESE
 Os sistemas vivos fotossintéticos captam a energia luminosa, convertendo-a numa fonte de
energia química diretamente utilizável pelas células – ATP.

 Processo de biossíntese ou anabólico, que envolve a utilização da energia luminosa na


produção de substâncias orgânicas (ex. glicose), a partir de CO2 e H2O, com a libertação de
oxigénio (O2).

 Exclusivamente nos seres vivos com pigmentos fotossintéticos, capazes de captar energia
luminosa e são responsáveis pelo transporte de eletrões.
As clorofilas são os pigmentos mais abundantes e conferem a cor verde (cor refletida).
Nas plantas, as clorofilas a e b são os pigmentos mais eficientes na absorção da energia
luminosa.

 A maior absorção da energia luminosa é nas radiações de comprimento de onda


correspondentes ao azul-violeta e ao vermelho-alaranjado.

 Quando os pigmentos absorvem luz, os seus eletrões passam para níveis de energia superiores
e são cedidos a moléculas aceitadoras – ocorrem reações de oxidação-redução.
(A molécula que perde eletrões fica oxidada; A molécula que aceita eletrões fica reduzida)

 O processo fotossintético compreende duas fases:


- fotoquímica ou fase dependente da luz;
- química ou ciclo de Calvin ou fase não dependente da luz.

FASES DA FOTOSSÍNTESE
FOTOQUÍMICA QUÍMICA OU CICLO DE CALVIN
Série de reações fotoquímicas, que dependem Ciclo de reações químicas (ciclo de Calvin),
diretamente da luz solar. que não dependem da luz.
Ocorre na membrana dos tilacóides (cloroplastos). Ocorre ao nível do estroma dos cloroplastos.
A energia luminosa é transformada em energia Ocorre a redução do CO2 e a síntese de
química. compostos orgânicos.
- Fotólise ou cisão da água: libertação de O2 ‐ Fixação de CO2
- Os H cedem os e- que são captados pela
clorofila a – H2O é o dador primário de eletrões ‐ Hidrólise ou desfosforilação de ATP
- Excitação dos pigmentos fotossintéticos - ‐ Oxidação do NADPH a NADP+
Oxidação da clorofila a
‐ Síntese ou fotofosforilação de ATP (fluxo de - Redução de CO2
eletrões) ‐ Síntese de glícidos (compostos orgânicos)
‐ Redução do NADP+ a NADPH
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QUIMIOSSÍNTESE
Síntese de compostos orgânicos, que utiliza o dióxido de carbono (como fonte de carbono) e a
energia proveniente da oxidação de substâncias inorgânicas (Ex. amónia, nitritos, enxofre e ferro).

1ª ETAPA – Oxidação de substratos minerais com formação de ATP e NADPH (TH2 -


transportador de hidrogénios);
2ª ETAPA – Redução do CO2, à custa do NADPH e ATP produzidos na 1ª etapa, e formação de
compostos orgânicos.

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2. DISTRIBUIÇÃO DE MATÉRIA

Nos seres unicelulares a distribuição de matéria efetua-se através de trocas diretas com o
meio que os rodeia, por: transporte passivo; transporte ativo; endocitose e exocitose.
Nos seres multicelulares existem sistemas especializados de transporte, com diferentes
graus de complexidade, que asseguram a mobilização de substâncias no organismo.

TRANSPORTE DE SUBSTÂNCIAS NAS PLANTAS


As plantas transportam substâncias – água e sais minerais – até às folhas, para garantir a
síntese de compostos orgânicos (fotossíntese), que serão posteriormente distribuídos a todas
as células.
- As plantas aquáticas, musgos e plantas de pequenas dimensões (plantas não vasculares)
não possuem um sistema de transporte especializado na condução de substâncias. O
transporte faz-se através da membrana celular (osmose, difusão simples, difusão facilitada,
transporte ativo).

- As plantas vasculares (pteridófitas – fetos, gimnospérmicas – pinheiros, angiospérmicas –


plantas com flor) conquistaram o meio terrestre e passaram a existir sistemas de transporte -
tecidos vasculares ou condutores.
Os tecidos condutores encontram-se em todos os órgãos das plantas (raiz, caule e folha),
organizados em feixes condutores, formando as nervuras.

SISTEMAS DE TRANSPORTE NAS PLANTAS


XILEMA (ou lenho ou tecido traqueano) FLOEMA (ou líber)
Transporte de seiva elaborada ou floémica –
Transporte de seiva bruta ou xilémica – água
água e compostos orgânicos (das folhas a
e sais minerais (da raiz às folhas - ascendente)
todas as células da planta
Justaposição de células mortas (paredes Células vivas muito especializadas, com
lenhificadas), que formam um tubo contínuo parede celular fina, sem núcleo
Constituintes:
Constituintes:
Fibras liberinas - conferem resistência e transporte
Fibras lenhosas - conferem resistência e transporte
Células dos tubos crivosos - separadas pelas
Traqueídos - transporte de seiva bruta placas crivosas (poros)
Elementos de vaso ou traqueias - transporte de Células de companhia - auxiliam e assistem
seiva bruta funcionalmente as células dos tubos

Raiz - Feixes condutores simples e alternos


Caule - Feixes condutores duplos e colaterais (xilema interno; floema externo)
Folha - Feixes condutores duplos e colaterais (xilema – página superior; floema – página inferior)

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TRANSPORTE DE SEIVA BRUTA NO XILEMA


 Absorção de água na raiz:
Entrada de água por osmose, através da epiderme (pelos radiculares);
A solução do solo é hipotónica em relação às células epidérmicas (hipertónicas):
Maior potencial hídrico  Menor pressão osmótica
 No interior da raiz, há transporte de água e sais minerais a curtas distâncias, de umas
células para outras, através das paredes e dos espaços intercelulares, até chegar ao xilema.
A entrada dos sais depende da sua concentração no solo (difusão simples; transporte ativo).
 A seiva bruta ascende da raiz até às folhas, por transporte passivo.

MODELOS EXPLICATIVOS DA ASCENSÃO DA SEIVA BRUTA


1. TEORIA DA PRESSÃO RADICULAR
A manutenção de um gradiente de concentrações de solutos entre o solo e a raiz provoca uma
maior pressão osmótica no interior da raiz, o que força a entrada de água na raiz, por osmose.
A acumulação de água na raiz provoca uma pressão radicular, que força a seiva bruta a subir
no xilema, por capilaridade, até às folhas.

A teoria da pressão radicular é responsável por:


- Exsudação caulinar (saída contínua de seiva bruta em ramos de árvores recentemente cortados)
- Gutação (perda de água através da superfície da folha, em plantas de pequeno porte)

2. TEORIA DA TENSÃO-COESÃO-ADESÃO
Explica a ascensão da seiva bruta, desde a raiz até às folhas, com base na existência de uma
transpiração estomática (estomas existem na epiderme inferior das folhas).

a) A transpiração foliar (perda de água pelos estomas) provoca uma tensão (défice de
água), promovendo a ascensão em coluna da seiva bruta, por diferença de pressão
osmótica: As moléculas de água que saem das células das folhas são substituídas por
novas moléculas de água no xilema da raiz;
b) Devido à capilaridade dos vasos xilémicos, as moléculas de água unem-se umas às
outras por pontes de hidrogénio – há coesão entre as moléculas e a água sobe facilmente
através do xilema.
c) As moléculas de água aderem às paredes dos vasos xilémicos – ocorre adesão;
d) Posteriormente, verifica-se a absorção de água ao nível da epiderme radicular, de forma
a compensar a perda de água ao nível das folhas.

 A quantidade de água perdida por transpiração é controlada pela abertura e fecho dos
estomas.
 Abertura do Estoma  Células-guarda túrgidas
 Fecho do Estoma  Células-guarda plasmolisadas

 Em condições de stress hídrico, as plantas mantêm, da raiz até às folhas, um fluxo contínuo de
água, porque ocorre a difusão de vapor de água através dos ostíolos.

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TRANSPORTE DE SEIVA ELABORADA NO FLOEMA


Transporte no floema, das folhas para os outros órgãos das plantas (de consumo ou de reserva) –
resulta de um gradiente nas concentrações de sacarose entre a fonte (folhas) e o local de
consumo (flores, frutos, sementes, raiz, caule).

- O movimento da seiva elaborada no floema é explicado pelo Modelo do Fluxo de Massa,


proposto por Ernest Munch (1926):
a) Os açúcares (ex. glicose) elaborados nas folhas são convertidos em sacarose (células do mesófilo);
b) A sacarose é transportada da folha para o floema (inicialmente para as células de
companhia e depois para os tubos crivosos), por transporte ativo (gasto de ATP)  Aumento
da pressão osmótica nas células dos tubos crivosos;
c) O aumento da concentração de sacarose nas células dos tubos crivosos provoca uma
entrada de água, por osmose, nestas células, que ficam túrgidas (aumento de volume celular);
d) O aumento da pressão de turgescência faz com que a solução – seiva floémica –
atravesse as placas crivosas;
e) A sacarose é retirada do floema para os locais de consumo ou de reserva (é
armazenada sob a forma de amido ou celulose), por transporte ativo;
f) O aumento da concentração de sacarose nas células envolventes provoca uma saída de
água dos tubos crivosos, diminuindo a pressão de turgescência;
g) As células dos tubos crivosos ficam com baixo teor de açúcares e a água regressa ao
xilema, por osmose.

- O transporte de açúcares para e do floema é feito por transporte ativo;


- Ao longo do floema o transporte não envolve gasto de energia (transporte passivo);
- Existem diferentes concentrações de sacarose nos diversos órgãos da planta, o que provoca a
criação de um fluxo de massa no floema.

TRANSPORTE DE SUBSTÂNCIAS NOS ANIMAIS


Sem sistema de transporte especializado Com sistema de transporte especializado
Troca de substâncias diretas com o meio, por
Sistema circulatório.
difusão simples.
Fina espessura do corpo (2 camadas de células). Aumento do tamanho e maior complexidade.
- Fluidos circulantes (sangue e linfa; hemolinfa);
Os gases e os produtos de excreção difundem-
se diretamente entre as células e o meio - Órgão propulsor (coração);
externo; - Sistema de vasos ou espaços, por onde o
Os nutrientes difundem-se da cavidade fluido circula (vasos sanguíneos – artérias,
gastrovascular para todos os tecidos. veias e capilares - e lacunas).
Porifera (esponjas); Cnidários (medusas, hidras, Moluscos (caracol), Anelídeos (minhoca),
anémonas); Platelmintes (planárias, ténias); Artrópodes (insetos), Equinodermes (ouriço do mar),
Nematelmintes (lombrigas) Cordados

O sistema circulatório é essencial para:


- garantir um fornecimento constante de nutrientes e gases (O2);
- permitir a eliminação de CO2 e de compostos tóxicos.
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SISTEMA CIRCULATÓRIO NOS ANIMAIS


ABERTO FECHADO
- Mistura entre o sangue e o líquido intersticial -
- Os líquidos circulantes não se misturam
hemolinfa (líquido circulante);
(sangue e linfa);
- A hemolinfa sai dos vasos sanguíneos e
- Todo o percurso do sangue é feito no interior
passa para as lacunas corporais (hemocélio),
de vasos;
banhando diretamente as células;
- Rápida e eficaz reposição e substituição de
- A circulação nas lacunas é mais lenta que nos
materiais (o sangue circula sempre dentro de
vasos sanguíneos, logo a reposição e a
vasos sanguíneos) – maior metabolismo dos
substituição de materiais a nível celular é
animais.
lenta.
- As trocas, ao nível dos capilares, efetuam-se
- As trocas (nutrientes, produtos da excreção)
entre o sangue e a linfa intersticial.
ocorrem ao nível do hemocélio.
Exemplo: Insetos Exemplo: Minhoca, Vertebrados

Nos sistemas de transporte fechado, o sangue circula com maior velocidade, o que garante
uma maior eficácia na distribuição de O2 e nutrientes às células, logo aumento do metabolismo.

SISTEMA CIRCULATÓRIO FECHADO


CIRCULAÇÃO DUPLA
CIRCULAÇÃO SIMPLES (Peixes) INCOMPLETA COMPLETA
(Anfíbios e Répteis) (Aves e Mamíferos)

AUMENTO DA COMPLEXIDADE GERAL DO CORAÇÃO


AUMENTO DA COMPLEXIDADE DO SISTEMA CIRCULATÓRIO
AUMENTO DO NÚMERO DE CAVIDADES CARDÍACAS
CIRCULAÇÃO SISTÉMICA E PULMONAR

O sangue, circulando em veias, chega às aurículas, passa para os ventrículos e sai do coração
por artérias, para os diferentes órgãos.

CIRCULAÇÃO SIMPLES C. DUPLA E INCOMPLETA C. DUPLA E COMPLETA


- Coração com três
Coração com quatro
cavidades: duas aurículas e
- Coração com duas cavidades: duas aurículas e
um ventrículo. Nos répteis, o
cavidades: uma aurícula e um dois ventrículos.
ventrículo é dividido por um
ventrículo. septo incompleto. - Não há mistura de sangue
venoso e arterial, o que
- No coração circula apenas - Ocorre a mistura parcial de
permite uma maior
sangue venoso. sangue arterial e venoso ao
oxigenação a nível celular
nível do coração (no
(maior taxa metabólica).
ventrículo).

O sangue completa uma volta O sangue percorre dois O sangue percorre dois
total ao corpo, passando uma trajetos diferentes, passando trajetos diferentes, passando
única vez pelo coração – duas vezes pelo coração duas vezes pelo coração:
sistema de circulação lento. (circulações pulmonar e - circulação pulmonar
sistémica): aur. direita – (coração-pulmões-coração);
sangue venoso; aur. esquerda - circulação sistémica
– sangue arterial. (coração-órgãos-coração).
Peixes Anfíbios e Répteis Aves e Mamíferos
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Nos vertebrados, os fluidos circulantes não contactam diretamente com as células:


- permitem o intercâmbio de substâncias entre as células e o meio externo;
- constituem o meio interno: sangue e linfa;
- são veículos de transporte e distribuição de matéria.

SANGUE: Plasma (transporte de nutrientes, de CO2 e outras substâncias) e fração sólida.


Células sanguíneas: Hemácias ou eritrócitos ou glóbulos vermelhos – transporte de gases,
principalmente O2; Leucócitos ou glóbulos brancos – defesa do organismo; Plaquetas –
coagulação do sangue.

LINFA: Plasma e Glóbulos brancos.


- A linfa intersticial é o fluido que banha as células, possibilitando a troca de oxigénio entre o
sangue e as células.
 A linfa intersticial está em constante renovação, o que é essencial para a vida das
células, pois funciona como “intermediário” entre as células e o sangue, transportando
nutrientes e O2 para as células e captando os produtos resultantes do metabolismo celular.

- A linfa circulante é o fluido que circula no interior dos capilares linfáticos.

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3. TRANSFORMAÇÃO E UTILIZAÇÃO DE ENERGIA PELOS SERES VIVOS


Todos os seres vivos necessitam de energia (ATP) para assegurar as suas atividades vitais (a
nível celular).

Nas células ocorrem, a cada instante, inúmeras reações químicas, que no conjunto se
denominam por METABOLISMO CELULAR:
 Catabolismo ou reações catabólicas - permitem a degradação de moléculas complexas
em moléculas mais simples, com libertação de energia (para a síntese de ATP) – Reações
Exoenergéticas
 Anabolismo ou reações anabólicas - ocorre consumo de energia, para formar moléculas
complexas a partir de moléculas mais simples – Reações Endoenergéticas

As vias catabólicas (fermentação e respiração aeróbia) são capazes de transferir a energia


contida nos compostos orgânicos – glicose – para moléculas de ATP, na presença (aerobiose) ou
ausência de O2 (anaerobiose).

FERMENTAÇÃO
- Processo que ocorre no hialoplasma, na ausência de oxigénio (ambiente anaeróbio);
- A oxidação da glicose é incompleta, o que permite obter pouca quantidade de energia
(cerca de 2% da energia da molécula de glicose);
- Os produtos da fermentação possuem, ainda, ligações muito ricas em energia;
- O rendimento energético é de 2 ATP;
- O aceitador final de eletrões é uma molécula orgânica resultante do substrato original (Ex.:
etanol, ácido lático);
- Processo utilizado por bactérias (Ex.: Lactobacillus), leveduras (seres anaeróbios
facultativos) e células musculares.
ETAPAS DA FERMENTAÇÃO:

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 A glicólise é a etapa comum à fermentação e à respiração aeróbia, ocorre no hialoplasma e


permite formar ácido pirúvico. Para se iniciar, a glicose é estimulada com 2 moléculas de ATP;
 Na fermentação alcoólica há libertação de CO2 e formação de etanol;
 Na fermentação lática ocorre formação de ácido lático.

RESPIRAÇÃO AERÓBIA
- Processo que ocorre no hialoplasma e nas mitocôndrias (matriz mitocondrial e membrana
interna), na presença de oxigénio (ambiente aeróbio);
- A oxidação da glicose é completa, obtendo-se grande quantidade de energia (cerca de 40%
da contida na molécula de glicose);
- Os produtos resultantes deste processo possuem ligações muito pobres em energia;
- O rendimento energético é de 36 ou 38 ATP (implica maior metabolismo celular);
- O aceitador final de eletrões é o oxigénio;
- Processo utilizado por seres aeróbios que necessitam de grandes quantidades de energia
para satisfazer o seu metabolismo.

PRINCIPAIS ETAPAS DA RESPIRAÇÃO AERÓBIA


 Glicólise (comum à fermentação) – Hialoplasma
Degradação da glicose em 2 moléculas de ácido pirúvico; formação de 2 NADH e 4 ATP.
 Formação de acetil coenzima A (acetil CoA) – Matriz mitocondrial
Se existir O2 disponível no meio, o ácido pirúvico entra na mitocôndria (matriz mitocondrial);
As duas moléculas de ácido pirúvico são descarboxiladas (perda de CO2) e oxidadas
(redução do NAD+ a NADH); Formação de 2 Acetil-CoA.
 Ciclo de Krebs – Matriz mitocondrial
Ocorrem 2 ciclos (um por cada molécula de Acetil-CoA) na matriz da mitocôndria.
Por ciclo formam-se: 2 CO2 + 3 NADH + 1 FADH2 + 1 ATP
 Cadeia transportadora de eletrões (ou cadeia respiratória ou fosforilação oxidativa) –
Membrana interna da mitocôndria
A produção de ATP associa-se a reações de oxidação-redução: fosforilação oxidativa;
O oxigénio é o aceitador final dos e- e H+, formando H2O.

 Se a molécula que cede os eletrões à cadeia for o NADH produzem-se 3 moléculas de ATP
(eletrões cedidos ao 1º aceitador);
 Se a molécula que cede os eletrões à cadeia for o FADH2 produzem-se 2 moléculas de ATP.

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TROCAS GASOSAS
Os seres vivos necessitam de um fluxo de oxigénio para as células e de remover o dióxido de
carbono, que se forma como consequência do metabolismo celular.

 As trocas gasosas em seres unicelulares e multicelulares de dimensões reduzidas são


diretamente com o meio.

TROCAS GASOSAS NAS PLANTAS


- As folhas possuem estruturas especializadas eficientes para as trocas gasosas, controlando a
quantidade de gases absorvidos e libertados entre a planta e o meio exterior – ESTOMAS (na
epiderme inferior).

 A abertura e o fecho do ostíolo varia em função do grau de turgescência das células-guarda.

Fatores que influenciam a abertura e o fecho dos estomas


Iões K+; Temperatura; Luz; CO2; Vento; Síntese de açúcares; Quantidade de água no solo

O GRAU DE TURGESCÊNCIA DAS CÉLULAS GUARDA É CONTROLADO PELO TRANSPORTE ATIVO DO IÃO K+

Abertura do Estoma  Células-guarda túrgidas Fecho do Estoma  Células-guarda plasmolisadas

Os iões entram para as células-guarda por


Cessa o transporte ativo de iões;
transporte ativo;
Os iões saem das células-guarda, por difusão, para as
A água das células circundantes entra para as
células circundantes;
células-guarda por osmose;
A água sai das células-guarda, por osmose, o que vai
As células-guarda ficam túrgidas e a água exerce
provocar uma diminuição do seu volume;
pressão sobre a parede celular – pressão de
turgescência elevada; Diminui a pressão de turgescência;
A região delgada da parede das células-guarda O estoma recupera a forma original, ficando as células-
distende-se mais do que a zona mais espessa, o guarda plasmolisadas e o ostíolo fecha.
que provoca a abertura do ostíolo.

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RESUMO – BIOLOGIA 10.º ANO

TROCAS GASOSAS NOS ANIMAIS


Superfícies respiratórias - estruturas nas quais se efetua o movimento dos gases
respiratórios entre o meio externo e o meio interno. São adaptações dos organismos aos
diferentes ambientes.

Nem todos os animais apresentam sistema respiratório, mas todos possuem superfícies
respiratórias  HEMATOSE (corresponde às trocas gasosas que ocorrem ao nível das superfícies respiratórias)

CARACTERÍSTICAS DAS SUPERFÍCIES RESPIRATÓRIAS


- Superfícies muito finas, geralmente constituídas apenas por uma camada de células;
- Todas as superfícies são húmidas, facilitando a difusão dos gases (O2 e CO2) dissolvidos;
- A sua morfologia permite uma grande superfície de contacto entre o meio externo e o meio
interno;
- Geralmente, são muito vascularizadas (por capilares), para facilitar o contacto com o fluido
circulante.

 O movimento dos gases respiratórios, quer ao nível das superfícies respiratórias quer ao
nível celular, ocorre sempre por difusão e em meio aquoso.
 A difusão em superfícies respiratórias ocorre das zonas de maior pressão dos gases para as
de menor pressão.

TIPOS DE DIFUSÃO
DIRETA INDIRETA

Os gases respiratórios difundem-se Os gases respiratórios passam através da


diretamente através da superfície respiratória superfície respiratória para um fluido circulante,
para as células, sem intervenção de um fluido normalmente o sangue, que estabelece
de transporte. comunicação entre as células e o meio externo.

Hidra, Anémona, Planária, Insetos Minhoca, Vertebrados

 Os tipos de superfícies respiratórias variam com:


o tamanho do organismo;
a estrutura do corpo;
a natureza do meio em que vivem.

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DIVERSIDADE DE SUPERFÍCIES RESPIRATÓRIAS


TEGUMENTO OU
TRAQUEIAS BRÂNQUIAS PULMÕES
CUTÂNEA
- Trocas gasosas - As trocas gasosas - As brânquias são - São superfícies
através do ocorrem por difusão típicas dos animais internas especializadas
revestimento da direta, através de um aquáticos, formadas, na realização de trocas
superfície corporal. conjunto de tubos – na maioria dos casos, a gasosas com o ar
traqueias e traquíolas – partir de evaginações atmosférico dos
ligados a sacos que da superfície do corpo. animais terrestres,
- Geralmente, as
contêm ar húmido. muito vascularizadas,
células do corpo estão
- As traqueias - A água entra pela boca,
que surgiram por
em contacto com a
ramificam-se no interior passa para as câmaras invaginações da parede
água.
do corpo até se branquiais e banha as do corpo.
encontrarem em brânquias, ocorrendo as
- O tegumento é fino, contacto com as trocas gasosas;
húmido e muito células, onde se - Depois, sai pelas fendas
vascularizado, operculares. - São muito comparti-
realizam as trocas
permitindo a ocorrência gasosas. mentados, o que
da hematose cutânea. - O O difunde-se direta aumenta a área de
2 - Há um fluxo contínuo superfície de trocas
e rapidamente, sem de água, o que garante gasosas.
- Hematose por intervenção de um uma eficaz ventilação
difusão direta, entre sistema de transporte, o
das brânquias.
as células do que permite ao animal
elevadas taxas
organismo e o exterior metabólicas;
Mecanismo de
ou por difusão indireta Contracorrente: a água
- A ramificação para o
com o fluido circulante. que entra pela boca dos
interior do corpo permite
minimizar as perdas de peixes circula em sentido
água (adaptação ao oposto ao sangue da rede
ambiente terrestre); de capilares.
- As traqueias comunicam
com o exterior através de
orifícios – espiráculos;
- A abertura e fecho dos
orifícios são comandados
por um músculo (estão
fechados em períodos
secos do dia).
Direta – Hidra, Planária Direta – Insetos Indireta – Anfíbios,
Indireta – Peixes
Indireta – Minhoca (gafanhoto) répteis, aves, mamíferos

 A hematose cutânea é possível devido à abundante vascularização (por baixo da superfície da


pele); à manutenção da humidade na superfície do corpo (tegumento), assegurada por
glândulas produtoras de muco e pelo habitat húmido.

 O mecanismo de contracorrente permite aumentar a eficácia das trocas gasosas, porque


como o sangue circula em sentido oposto à água, permite:
- uma maior oxigenação (o sangue que circula nas lamelas retira da água mais de 80% do O2
transportado). A pressão parcial de O2 na água é sempre superior à que existe no sangue,
logo o contacto do sangue com a água vai tornando-o progressivamente mais rico em O2;
- a libertação de CO2, do sangue para a água;
- a manutenção de um gradiente que assegura a difusão até valores próximos da saturação
da hemoglobina do sangue dos peixes.

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TIPOS DE PULMÕES
ANFÍBIOS RÉPTEIS AVES MAMÍFEROS

- Os pulmões mais - Os pulmões são - Superfície respiratória - Sistema respiratório


simples do reino divididos em mais complexa, que constituído por vias
animal. pequenos sacos lhes permite uma respiratórias e
alveolares e já existe eficiente ventilação pulmões (formados
- No estado adulto, a
um sistema de pulmonar, logo por milhões de
hematose pulmonar é
ventilação associado metabolismo elevado. alvéolos pulmonares).
complementada pela
à variação do volume
hematose cutânea. - Possuem pulmões - As vias respiratórias
da caixa torácica.
(local da hematose) e permitem o trajeto do
- A ventilação é bucal.
sacos aéreos ar nos dois sentidos,
(reservatórios o progressivo
suplementares de ar), aquecimento do ar e a
que melhoram a retenção de
eficácia da ventilação, partículas.
facilitam o voo e
- Os alvéolos permitem
contribuem para a
aumentar a área de
dissipação do calor
contacto com os
resultante do seu
capilares sanguíneos,
metabolismo.
facilitando a difusão
dos gases (O2 e CO2)
entre os alvéolos e as
paredes finas dos
capilares.

FATORES QUE FACILITAM A HEMATOSE ALVEOLAR


- Elevado número de alvéolos (maior área de contacto com os capilares sanguíneos);
- Extensa rede de capilares sanguíneos, com paredes finas;
- Circulação sanguínea a reduzida velocidade nos capilares sanguíneos;
- Elevadas pressões de O2 nos alvéolos e de CO2 no sangue, que permitem as trocas gasosas por
difusão.

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4. REGULAÇÃO NOS SERES VIVOS

HOMEOSTASIA - Mecanismo de manutenção das condições do meio interno, dentro de certos


limites, independentemente das variações do meio externo.

A HOMEOSTASIA EXIGE UMA RESPOSTA A ALTERAÇÕES DO MEIO INTERNO E EXTERNO:


RESPOSTA RÁPIDA → SISTEMA NERVOSO RESPOSTA LENTA → SISTEMA HORMONAL

• Capta estímulos do meio externo que envia • Assegura a comunicação química entre
para centros nervosos, onde a informação é células, através de hormonas.
processada. • As hormonas são produzidas nas glândulas
• As unidades celulares são os neurónios. endócrinas e lançadas no sangue até às
células-alvo.
• Respostas têm efeitos imediatos.
• As respostas são de longa duração.

 No sentido de evitar a perda de homeostasia, a atividade dos órgãos é controlada e regulada,


respondendo às alterações, através de mecanismos de retroalimentação ou feedback.

Retroalimentação positiva - Quando ocorrem alterações, o organismo responde intensificando-


as, em vez de as reverter, potenciando as respostas orgânicas. Ex. Sistema reprodutor.
Retroalimentação negativa - Controlo de um processo por uma resposta que visa contrariar a
alteração, conferindo estabilidade aos sistemas biológicos. Ex. Termorregulação e
Osmorregulação.

CONSTITUINTES DO SISTEMA NERVOSO


Sistema Nervoso Central (SNC) Sistema Nervoso Periférico (SNP)
Efetuam o processamento e a integração de
informações. Conduzem as informações entre os recetores,
Recebe informações (estímulos) e produz o SNC e os efetores (músculos/glândulas)
respostas
Encéfalo Espinal medula Nervos Gânglios

 O hipotálamo é o centro coordenador nos vertebrados, que controla a hipófise, pela síntese
de neurohormonas: complexo hipotálamo-hipófise.
 O sistema nervoso integra todos os estímulos, transmitindo informações aos órgãos efetores
para que iniciem uma resposta adequada.
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UNIDADE BÁSICA DO SISTEMA NERVOSO = NEURÓNIO

Os neurónios envolvidos pela bainha de mielina


constituem fibras nervosas que se agrupam e
originam os nervos:
- Sensitivos ou vias aferentes - Conduzem as
informações dos recetores sensoriais até ao SNC.
- Motores ou vias eferentes - Transmitem as
informações do SNC até aos órgãos efetores.

Estímulo  Órgãos sensoriais  Nervos sensitivos ou aferentes  SNC → Nervos motores ou


eferentes → Órgãos efetores (músculos ou glândulas)

Hormonas - mensageiros químicos,


produzidos por glândulas endócrinas,
geralmente lançadas na corrente
sanguínea.
- Atuam sobre células-alvo (com recetores
específicos para cada hormona), num
local diferente daquele em que foram
produzidas;
- Atuam em pequena quantidade;
- Apresentam efeitos que perduram mais
no tempo, mas, em relação ao sistema
nervoso, as suas respostas são mais
lentas.

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 Os neurónios são células altamente estimuláveis, capazes de detetar pequenas alterações do


meio. Em resposta a estas variações, a membrana dos neurónios consegue gerar sinais
elétricos, constituindo o IMPULSO NERVOSO.
 A transmissão do impulso nervoso é um processo eletroquímico, através dos neurónios
(respostas rápidas): elétrico ao nível dos axónios e químico nas sinapses.

 Os neurónios apresentam diferenças na concentração de iões entre a face interna e externa da


membrana plasmática – MEMBRANA POLARIZADA.

A diferença de potencial elétrico entre a face


interna e a face externa da membrana do
neurónio designa-se POTENCIAL DE MEMBRANA

 Na ausência de estímulo, esta diferença de potencial designa-se de potencial de repouso


(diferença de potencial elétrico entre a face interna – negativa (≈ -70mV) – e a face externa
– positiva – da membrana do neurónio).

 Quando o neurónio é estimulado, a permeabilidade da membrana a certos iões é alterada e


a face interna torna-se mais positiva relativamente à face externa – Despolarização da
Membrana e gera-se um potencial de ação (≈ +50mV).
 O potencial de ação corresponde a uma inversão acentuada da polarização da membrana,
propagando-se o impulso nervoso, de modo sequencial, ao longo do axónio:
Potencial de repouso  Despolarização  Potencial de ação  Repolarização

- A sucessão de despolarização e repolarização constitui o impulso nervoso;


- A propagação do impulso nervoso faz-se num único sentido, das dendrites para o axónio.

 O impulso nervoso chega à zona terminal do axónio e a informação nervosa é transmitida à


célula seguinte (outro neurónio ou uma célula efetora) numa zona designada por sinapse.
- Na sinapse existe um espaço sináptico (fenda sináptica) que separa a célula pré-sináptica
(transmite a informação) da célula pós-sináptica (que a recebe).
- A comunicação entre as diferentes células é mediada pelos neurotransmissores.

TRANSMISSÃO DO IMPULSO NERVOSO NAS SINAPSES


- Na porção terminal da célula pré-sináptica existem numerosas vesículas sinápticas que
armazenam substâncias produzidas pelos neurónios - os neurotransmissores;
- Quando o impulso nervoso chega à membrana pré-sináptica, as vesículas fundem-se com a
membrana e libertam os neurotransmissores na fenda sináptica;
- Os neurotransmissores ligam-se à membrana pós-sináptica em recetores específicos, permitindo
assim a transmissão de informação.
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MECANISMOS HOMEOSTÁTICOS: TERMORREGULAÇÃO E OSMORREGULAÇÃO


A temperatura corporal e a salinidade (pressão osmótica do meio interno) são fatores ambientais
que sofrem frequentes variações.
A capacidade de controlo da temperatura e da salinidade tem limites.
Qualquer fator que condicione a sobrevivência de um organismo é designado por fator limitante.

TERMORREGULAÇÃO
É o conjunto de mecanismos que permitem manter a temperatura corporal dentro de certos
limites, quando há variações da temperatura do meio externo.

QUANTO À FORMA COMO REGULAM A TEMPERATURA CORPORAL, OS ANIMAIS SÃO:


HOMEOTÉRMICOS POIQUILOTÉRMICOS
Têm a capacidade de regular a temperatura Não têm capacidade de regular a temperatura
A temperatura interna mantém-se sensivelmente
A temperatura interna varia em função da
constante, independentemente das oscilações de
temperatura do meio exterior
temperatura do meio exterior

QUANTO À ORIGEM DO CALOR QUE DETERMINA A TEMPERATURA CORPORAL SÃO:


ENDOTÉRMICOS EXOTÉRMICOS OU ECTOTÉRMICOS

A fonte de calor resulta do aumento da taxa Dependem de fontes de calor externas (estes animais
metabólica produzem quantidades insuficientes de calor)

Controlam a sua temperatura corporal produzindo Regulam a temperatura corporal através do


calor (aumento da taxa metabólica) ou perdendo comportamento: o calor do seu corpo é obtido
calor (por transpiração). maioritariamente por absorção da radiação solar.

Mamíferos, aves, peixes Répteis

 Os mecanismos de termorregulação são regulados pelo hipotálamo (sistema nervoso); por


vezes, o sistema hormonal também interfere na regulação da temperatura.

AÇÃO DO HIPOTÁLAMO NOS ANIMAIS POIQUILOTÉRMICOS AÇÃO DO HIPOTÁLAMO NOS ANIMAIS HOMEOTÉRMICOS
Abaixamento ou aumento da temperatura exterior Abaixamento ou aumento da temperatura exterior
 
Recetores térmicos (na pele) Recetores sensoriais
 
Transmitem a informação ao hipotálamo Transmitem a informação ao hipotálamo

Envio da resposta aos efetores:
Procura de um local quente ou de um local fresco Temperatura baixa Temperatura alta
Vasoconstrição (retém calor) Vasodilatação (irradia calor)
Tremuras (contração muscular); Sudação (diminui a
ereção dos pelos (camada de temperatura da pele)
ar isolante)

Aumento da temperatura Diminui a temperatura


corporal corporal

RETROALIMENTAÇÃO NEGATIVA
(contraria a alteração no mesmo sentido, para repor a temperatura)

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OSMORREGULAÇÃO
Conjunto de mecanismos que permitem manter a pressão osmótica do meio interno dos
organismos, dentro de valores que não ultrapassem o limite de sobrevivência:
- manter os valores de concentração de água e sais minerais no organismo;
- eliminar produtos tóxicos resultantes do metabolismo.

QUANTO À FORMA COMO A REGULAM A PRESSÃO OSMÓTICA INTERNA, OS ANIMAIS SÃO:


OSMOCONFORMANTES OSMORREGULADORES
A pressão osmótica (p.o.) do meio interno é
A concentração dos fluidos do meio interno controlada em função das variações do meio
varia em função das variações do meio externo externo (tentam manter constante a concentração
de água e sais, independentemente da p.o. do meio
Possuem sistemas excretores (órgãos osmorreguladores),
A maioria não regula a concentração de sais nas responsáveis pela eliminação dos resíduos e regulação
células e fluidos corporais, logo depende da da pressão osmótica:
concentração da água do mar que os rodeia. - filtração dos fluidos corporais;
- reabsorção e secreção de iões específicos;
- excreção de substâncias tóxicas.
Invertebrados marinhos Vertebrados marinhos, animais de água doce e terrestre

OSMORREGULAÇÃO EM AMBIENTES DE ÁGUA DOCE


MEIO EXTERIOR TENDÊNCIA COMPENSAÇÃO ADAPTAÇÕES
Meio Hipotónico - Absorção de NaCl por - Rins com glomérulos
- Entrada de água
A salinidade da água é transporte ativo. bem desenvolvidos.
por osmose.
inferior à concentração - Reabsorção ativa de sais
- Perda de sais por - Redução na ingestão
de sais do meio interno minerais pelas brânquias.
difusão. de água.
dos animais. - Excreção de urina muito diluída
(urina abundante).
- Urina hipotónica.

OSMORREGULAÇÃO EM AMBIENTES DE ÁGUA SALGADA


MEIO EXTERIOR TENDÊNCIA COMPENSAÇÃO ADAPTAÇÕES
Meio Hipertónico - Perda de água - Ingestão de água salgada com o - Rins reduzidos com
A salinidade da água é por osmose. alimento. glomérulos pouco
superior à concentração - Excreção de sais por transporte desenvolvidos.
- Ganho de sais
de sais do meio interno ativo pelas brânquias.
por difusão. - Urina hipertónica.
dos animais.
- Excreção de urina concentrada.

OSMORREGULAÇÃO EM MEIO TERRESTRE HÚMIDO (minhocas)


Órgãos
MEIO EXTERIOR TENDÊNCIA COMPENSAÇÃO
osmorreguladores
Habitats húmidos - Entrada de muita água por - Eliminação de urina abundante Nefrídios.
osmose, através da pele. e diluída (hipotónica).

OSMORREGULAÇÃO EM MEIO TERRESTRE SECO (insetos)


Órgãos
MEIO EXTERIOR TENDÊNCIA COMPENSAÇÃO
osmorreguladores
- Ingerir grande quantidade de Túbulos de
- Perda de água por Malpighi (absorvem
Habitat quente e água e conservá-la,
evaporação nas superfícies substâncias da
seco excretando urina concentrada
respiratórias, tegumento / hemolinfa e lançam-nas
(com pouca água) e fezes no intestino, onde se
pele, urina e fezes.
secas. misturam com as fezes).
 No caso das aves marinhas, como os rins não são suficientes para manter o equilíbrio interno, possuem glândulas
de sal (nasais), que eliminam o excesso de sais da corrente sanguínea (libertam secreções salinas).
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RESUMO – BIOLOGIA 10.º ANO

OSMORREGULAÇÃO NOS MAMÍFEROS


 Sistema excretor: dois rins  dois ureteres  Bexiga  Uretra  Orifício urinário
 Nos vertebrados, a função de osmorregulação e de excreção de substâncias tóxicas é
desempenhada pelos rins, cuja unidade básica são os nefrónios.
 Os nefrónios são responsáveis pela formação da urina em três fases: filtração, reabsorção e
secreção.

MECANISMO BÁSICO DE FORMAÇÃO DA URINA


a) A arteríola aferente transporta o sangue para o glomérulo de Malpighi (novelo de capilares no
interior da cápsula de Bowman), onde ocorre a filtração das substâncias.
Na cápsula de Bowman, forma-se o filtrado glomerular, com composição idêntica à do plasma
sanguíneo, à exceção das macromoléculas (proteínas e lípidos).
b) A reabsorção ocorre ao longo do nefrónio, onde as substâncias úteis ao organismo são
absorvidas para a corrente sanguínea: glicose, aminoácidos, a maioria da água (98%) e sais
minerais.
c) A secreção ocorre no tubo contornado distal e no tubo coletor, onde existe secreção ativa de
certos iões (ex. ácidos orgânicos - ureia), pelas células da parede do tubo urinífero.
d) No final ocorre a excreção da urina: eliminação de água com substâncias dissolvidas (não
reabsorvidas e secretadas).
 A urina, formada em cada nefrónio, entra no tubo coletor dos nefrónios e é lançada nos
ureteres, ocorrendo posteriormente a sua eliminação.

REGULAÇÃO HORMONAL DA OSMORREGULAÇÃO


A regulação da função renal, nomeadamente o fenómeno de reabsorção de água pelos rins, é
feita por hormonas:
A ADH (hormona antidiurética) é sintetizada pelo hipotálamo e libertada pela hipófise na
corrente sanguínea, atuando ao nível dos tubos uriníferos, provocando um aumento da sua
permeabilidade, o que facilita a reabsorção da água a partir do filtrado glomerular.

Diminui o volume do
plasma e aumenta a
pressão osmótica

Aumenta o volume do
plasma e diminui a pressão Hormona ADH libertada pela
osmótica hipófise posterior

Retroalimentação ou
retroação negativa

Maior reabsorção de água


Pequena quantidade de
urina

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RESUMO – BIOLOGIA 10.º ANO

REGULAÇÃO HORMONAL NAS PLANTAS


As plantas têm a capacidade de receber e responder a estímulos ambientais, através da produção
de hormonas vegetais ou fitohormonas.

HORMONAS VEGETAIS OU FITOHORMONAS - Substâncias químicas orgânicas, produzidas em


determinados locais da planta e transportadas para outros locais, onde exercem os seus efeitos
(como por exemplo, o crescimento ou a reparação de tecidos);
Atuam em quantidades diminutas, afetando o funcionamento de células específicas: células-
alvo.

 Os efeitos produzidos pelas hormonas dependem do local de ação, do estado de


desenvolvimento da planta e da concentração da hormona;
 As hormonas vegetais não atuam isoladas, logo os efeitos na planta dependem da sua
interação;
 Após terem atuado, as hormonas são degradadas.

AS PLANTAS RESPONDEM A ESTÍMULOS SOB A FORMA DE


MOVIMENTOS FENÓMENOS PERIÓDICOS
Nastias - não envolvem crescimento direcionado Ocorrem de forma cíclica e são variáveis
relativamente ao estímulo ambiental. de planta para planta.
Tropismos - orientados, que ocorrem em certas partes da Por exemplo, a queda das folhas e a
planta, induzidos por um fator ambiental. floração
Tropismo negativo (a
Tropismo positivo (a planta
planta cresce no sentido
cresce no sentido do estímulo)
oposto ao do estímulo.)

MOVIMENTOS DE TROPISMO
 Fototropismo – movimento da planta no sentido da luz (tropismo positivo).
 Gravitropismo ou geotropismo – movimento de acordo com a gravidade (positivo – raízes;
negativo – caules).
 Tigmotropismo – movimento ao toque (estímulo mecânico). Por exemplo, quando em
contacto com um objeto sólido.
 Hidrotropismo – estímulo à água.

 O controlo de fatores extrínsecos, como a luz (manipulação de fotoperíodo) ou a temperatura


(uso de estufas) também é muito usado em hortofloricultura, permitindo obter flores, frutos e
legumes fora da sua época habitual de desenvolvimento.

AÇÃO DAS HORMONAS NO DESENVOLVIMENTO DAS PLANTAS


As principais categorias de fitohormonas responsáveis pelo crescimento, diferenciação celular e
controlo da divisão celular são:
 Auxinas
 Giberelinas
 Etileno
 Ácido abscísico
 Citocininas ou citoquininas

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RESUMO – BIOLOGIA 10.º ANO

HORMONAS VEGETAIS

HORMONA PRODUÇÃO FUNÇÕES

Na extremidade de caules Promove o alongamento dos caules e a formação de raízes;


jovens ou adultos, folhas Estimula a diferenciação do tecido vascular;
Auxinas jovens, flores, frutos e Retarda a queda de frutos e de folhas;
sementes Controla o gravitropismo e o fototropismo.
Transporte ao longo da planta

Em pequenos frutos e Promove a germinação da semente;


Giberelinas sementes, ápices Estimula o crescimento do caule, a floração e o
vegetativos e radiculares desenvolvimento do fruto.
Transporte pelo floema e xilema

Promove o amadurecimento do fruto e a abscisão foliar


Etileno Gás sintetizado pela planta (queda das folhas e frutos mais antigos);
(desloca-se por difusão simples)
Inibe o crescimento (alongamento) do caule.

Folhas maduras e Inibe a germinação da planta;


Ácido sementes Promove o fecho dos estomas, qd em carência hídrica;
abscísico Transporte através do floema e do
Estimula a formação de raízes e a abscisão foliar.
xilema

Retarda o envelhecimento da planta;


Nas raízes Inibe a senescência foliar e o crescimento de raízes;
Citocininas Transporte através do xilema Promove a divisão celular, a germinação de sementes e a
expansão do gomo lateral.

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