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Mídia NINJA

Minas Gerais Belo Horizonte, novembro de 2 a 8 de março de 2018 • edição 223 • brasildefato.com.br • distribuição gratuita

Sem
medo
de ser
mulher 8 de março vem da Revolução Russa
Mulheres e presidentas
Quinta tem luta na rua
Aprendendo a chamar a violência
6
2

pelo nome 9
A ciência é machista? 13
O cinema que elas fazem 14
Menos miss, mais dona da bola 15
2 OPINIÃO Belo Horizonte, 2 a 8 de março de 2018

Editorial | Brasil

8 de março: Dia
Internacional de
Luta das Mulheres
A ideia de criar um dia internacio- tência social atinge profundamente a
nal de luta das mulheres surgiu mais vida das mulheres, principais benefi-
de 100 anos atrás, em um momen- ciadas com estas políticas.
to em que as trabalhadoras de vários
Com desemprego, são as mulheres
países realizavam importantes mani- as mais prejudicadas
festações e lutas pelos seus direitos, Com o crescente aumento do de-
como a igualdade de salário, melho- semprego, são as mulheres as mais
res condições de trabalho e pelo direi- prejudicadas, sendo as primeiras a se-
to ao voto feminino. rem demitidas e colocadas em traba-
Em 8 de março de 1917, as trabalha- lhos precarizados, informais, insalu-
doras russas realizaram uma imensa bres e com menores salários e direitos
ESPAÇO dos Leitores trabalhistas.

“O Brasil só não atingiu a parte mais baixa da crise porque o Corte nos
crescimento nacional e fortalecimento do Estado na última investimentos
década frenou a descida e ainda não voltamos a subir. Os golpistas
Mulheres russas
só mudaram as manchetes. Eles não querem investir de fato no violenta as mulheres fizeram revolução
crescimento de pequenas e médias empresas, apenas administrar e inspiram lutas
o rentismo para favorecer as grandes” manifestação denunciando a fome e
Giuseppe Rindoni comenta o artigo de Juliane Furno “Você sabe a miséria, reivindicando o fim do go- atuais
o que derrubou a inflação?” verno do imperador e defendendo Também a proposta de reforma da
que seu país não entrasse na Primei- Previdência pretende afetar mais a
“O que há é um ataque continuo dos EUA para desestabilizar ra Guerra Mundial. A luta destas mu-
vida das mulheres. Esta reforma, tam-
o país e meter as mãos no petróleo. Igual fizeram no Brasil, a lheres foi tão importante que poucos
diferença é que aqui, bastaram umas camisas da CBF e um bém conhecida como “pé na cova”
meses depois, o povo russo conseguiu
prato amarelo da Fiesp. Mas na Venezuela, com uma população pretende alterar as regras para acessar
derrubar o governo, tomar o poder do
politizada, eles precisaram usar uma tática mais dura” o direito à aposentadoria, aumentan-
Estado e construir uma sociedade em
Milton Pereira escreve sobre a matéria “Não há crise que todas as pessoas, inclusive as mu- do a idade mínima e o tempo de con-
humanitária na Venezuela, diz especialista da ONU” lheres, tinham garantidos seus direi- tribuição. Ou seja, se essa reforma for
tos básicos, como alimentação, traba- aprovada, o povo brasileiro terá que
“Qualquer um que tenha uma visão mais além do seu umbigo lho e educação. comprovar 49 anos de trabalho com
sabe que isso de intervir na segurança pública do estado do Rio carteira assinada!
Até os dias atuais as mulheres de
de Janeiro é para ganhar eleitores na candidatura à Presidência Vivemos atualmente em um con-
todo o mundo continuam se organi-
da República. Esperemos para ver Michel Temer e sua equipe texto violento para a vida das mulhe-
econômica dar pronunciamentos nas rádios e nas TVs falando que zando e lutando pelos seus direitos.
No Brasil, desde o golpe, o governo res, que inclusive reduz as políticas
a recessão acabou e que agora sim, o país foi posto nos trilhos”
ilegítimo de Michel Temer está mos- que poderiam enfrentar estas violên-
Webert de Souza comenta a capa da edição 222, que teve a
manchete “Intervenção militar atinge mais pobres e não resolve trando todas as suas garras com retro- cias. No dia 8 de março, milhares de
violência” cessos e recortes nos direitos do povo, mulheres de Minas Gerais vão se en-
principalmente das mulheres. contrar em Belo Horizonte para orga-
O corte de investimentos em políti- nizar diversas manifestações, inspira-
cas públicas por 20 anos foi uma me- das no exemplo das mulheres russas,
dida de grande violência contra as reivindicando seus direitos à demo-
mulheres, pois o congelamento de re- cracia, soberania, autonomia e contra
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?
Belo Horizonte, 2 a 8 de março de 2018 GERAL 3

PERGUNTA DA SEMANA Declaração da Semana


O ano escolar traz vários “sábados letivos” em 2018. Divulgação

As escolas estaduais e municipais de BH retornaram


mais tarde das férias e terão que ter aula nos sábados.
A decisão é do governo estadual e da prefeitura. Pro- “Os mesmos políticos
fessores dizem que isso foi para diminuir seus salá- do PMDB que defendem
rios de fevereiro. E você, a intervenção cortaram o
orçamento da segurança
O que acha dos sábados e atrasaram o salário dos
letivos nas escolas? policiais”

Disse a atriz Camila Márdila,


sobre a situação do Rio de Janeiro

Feminismo no rádio Agatha Azevedo

É muita injustiça com as Na minha opinião, não paga


crianças. Elas vão ter que pa- aula nada não. Ano passado
gar uma coisa que elas nem meu neto estava no terceiro
opinaram para ter. Minha fi- ano. Teve greve e se pagou
lha fala assim: “ah, mãe, se três sábados foi muito. Ne-
eu estou indo no sábado, na nhum aluno vai. Essa reposi-
segunda eu não vou”. Ainda ção de aula não vale a pena.
faltam seis sábados para pa-
gar e ela está cansada. Maria do Carmo
Jeysse Thayanne

Para marcar a luta das mulheres, o Vozes da Terra conta com uma programação es-
pecial para o mês de março. Serão cinco artistas que estarão presentes no programa,
debatendo temas que fazem parte da vida das mulheres do campo e da cidade. Entre
as convidadas, estão Titane, Aline Calixto, Nádia Campos, Osana e Andréia Roseno.
Idealizado pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o programa é
veiculado pela Rádio Inconfidência todas as sextas, às 6h. Sintonize!

A voz que revolucionou o samba Reprodução

Com uma voz rouca e grave, Clementina de Jesus imprimiu em suas canções a
luta contra a discriminação racial e o machismo, se tornando uma das maiores re-
ferências da música popular brasileira. Neta de escravizados, nasceu em 1901 em
Valença, no Rio de Janeiro, mas foi só aos 63 anos que ela ganhou os palcos e revo-
lucionou o samba. Seu estilo era o partido-alto, cantado em forma de desafio e de
improviso. Partideira de mão cheia, Clementina de Jesus gravou 13 LPs. Foi em-
pregada doméstica antes da vida artística e criou as filhas sozinha. Negra, idosa e
pobre, Clementina é exemplo de força e luta para as todas as mulheres brasileiras.
4 CIDADES Belo Horizonte, 2 a 8 de março de 2018

Vereadores tentam abrir CPI dos transportes,


movimentos criticam auditoria da prefeitura
BELO HORIZONTE Em 2008, um contrato concedeu o direito de operar o serviço na capital a 40 empresas
Breno Pataro
Wallace Oliveira passou de R$ 1,90 para
os atuais R$ 4,05. Na úl-

V ereadores de Belo Ho-


rizonte tentam abrir
Comissão Parlamentar de
tima edição, o Brasil de
Fato mostrou que, ape-
sar dos aumentos, empre-
Inquérito (CPI) sobre o sis- sas têm demitido cobra-
tema de transportes cole- dores e obrigado motoris-
tivos da cidade. Ao mes- tas a acumular funções, ge-
mo tempo, prefeitura reali- rando insegurança nas via-
za auditoria das contas das gens. As pressões para in-
empresas de ônibus. Para vestigar empresas de ôni-
movimentos e parlamen- bus aumentaram após aci-
tares, método adotado por dente no dia 13 de feve-
edital da prefeitura é inade- reiro, que deixou 5 mortos
quado e CPI é necessária. e 18 feridos graves, envol-
acontecesse. A Secretaria cia, fiscalizar as empresas O movimento Tarifa Zero vendo veículo do Consór-
CPI e auditoria Municipal da Fazenda abriu e a própria auditoria. “Da alerta que a auditoria de cio Dez, no Barreiro.
Em 2016, o então candi- edital e, no dia 19, a empre- forma como as coisas estão Kalil não garante a transpa- O Tarifa Zero critica o fato
dato a prefeito, Alexandre sa Maciel Consultores, úni- acontecendo, a transparên- rência necessária. “No edi- de que a auditoria proposta
Kalil (PHS), prometeu “abrir ca candidata, teve a habili- cia realmente fica prejudi- tal, está escrito que pode ha- pelo governo Kalil não in-
a caixa preta da BHTrans”, tação aprovada. cada”, diz. ver participação popular, vestigue todo o período dos
empresa de economia mis- No mesmo dia, vereado- porém, não especifica quem contratos atuais. “A audito-
ta que regula o transpor- res defenderam a abertu- poderá participar e diz que ria diz que as contas devem
te de BH e tem como maior ra de uma CPI. Dias depois, a comissão vai ter acesso a ser conferidas no período
acionista o próprio municí- um requerimento foi assi- apenas metade dos dados”, de 2013 a 2018. O sistema
pio, com 98% de seu capital. nado por 12 dos 41 parla- afirma Juliana Afonso, inte- de transporte, como é hoje,
No início de 2017, já no car- mentares (são necessárias CPI poderia grante do movimento. começou a ser rodado em
go, Kalil disse que o preço 14 assinaturas). A vereadora fiscalizar 2008. Tem que fazer um ba-
lanço desde quando a lici-
da passagem não aumen- Cida Falabella (PSOL) ava- empresas e a Dez anos de reajuste
tação começou a valer”, de-
taria até que uma audito- lia que a CPI é necessária própria auditoria Desde 2008, houve dez
ria das empresas de ônibus para garantir transparên- reajustes na tarifa, que fende Juliana.

Subcomissão da Verdade do Triângulo Mineiro e


Alto Paranaíba lança segundo relatório
MEMÓRIA Texto pode ser baixado de forma gratuita no site da Editora da Universidade Federal de Uberlândia
Memórias da Ditadura

Luiz Fellippe Fagaráz vítimas do regime, o segun- do sequência a essas ações,


do possui o foco em seus o que é crucial no momen-

A Subcomissão da Ver- algozes, responsáveis pela to em que o Brasil vive, pois


dade Ismene Mendes, sustentação da ditadura na temos que resistir e buscar
responsável por levantar os região. apoio de instituições que
crimes cometidos durante Neiva Flávia de Olivei- cooperem conosco para re-
a ditadura militar brasilei- ra, professora da Faculda- sistir”, afirma.
ra nas regiões do Triângu- de de Direito da Universi- O primeiro e o segundo
lo Mineiro e Alto Paranaíba, dade Federal de Uberlândia relatório da Subcomissão
lançou seu segundo relató- (UFU) destaca que as reco- da Verdade Ismene Men-
rio em formato digital (E- mendações da subcomis- des estão disponíveis para
book). Diferente do primei- são já foram entregues ao download no site da Editora
ro relatório, no qual os tra- Ministério Público Federal. da Universidade Federal de
balhos se voltaram para as “ O Ministério já está dan- Uberlândia.
Belo Horizonte, 2 a 8 de março de 2018 MINAS 5

Opinião
Segurança pública é um direito democrático
João Paulo Cunha Para grande parte das pessoas ligadas ao pen- Há uma inteligência já disponível que permite co-
samento progressista, a violência é apenas um meçar a mudar o jogo fora do circuito de reforço da
Mesmo considerada sempre uma das princi- derivativo do capitalismo e da injustiça social. violência de parte a parte. Inclusive para defender
pais demandas da população, a segurança nun- Investir em questões estruturais, como educa- a vida dos trabalhadores da segurança. A estraté-
ca despertou o mesmo empenho em sua com- ção, distribuição de renda e emprego, garanti-
gia militarizada, já se sabe, está destinada ao fracas-
preensão e proposta racional e democrática de
so. Não se trata de buscar comprovação dessa tese
criação e implementação de políticas públicas.
Só para lembrar outro tema de grande repercus- no México e na Colômbia, como tem sido feito. A re-
são popular, a saúde, é nítida a intensa mobili- Não deveria ser uma cente derrota na região da Maré, no Rio de Janeiro,
zação intelectual e política do setor, o que deu contradição falar em mostrou que se trata de estratégia cara (mais de R$
origem ao movimento sanitarista e à criação do polícia democrática 1 milhão por dia, durante um ano), autoritária e ine-
Sistema Único de Saúde, o SUS, consagrado na ficaz.
Constituição Federal, coroando um intenso e ria, a médio e longo prazo, a superação defi- A boa notícia é que existe saber acumulado no se-
rico debate público. nitiva do problema. Não é bem verdade. Nem
tor, pessoal preparado e sentimento popular de ur-
Não há nada semelhante na área da segurança. toda a verdade. Em primeiro lugar, ninguém
gência. O repertório se ampliou e oferece novas
Temos orgulho em falar de saúde pública, mas quer barganhar o medo de hoje pela tranqui-
parece ser constrangedor falar igualmente de lidade de amanhã. A vida é agora. Em seguida, perspectivas aos responsáveis pela criação e con-
segurança pública. Entendemos sem esforço a porque a violência urbana é uma questão pre- dução de políticas. É hora de assumir de vez a ques-
ideia de uma atenção à saúde democrática. Mas sente em todas as realidades, ainda que com tão da segurança pública como um direito inaliená-
para muitos pode parecer uma contradição falar gradações e características culturais distintas. vel. O tempo perdido deve ser motivação para an-
em polícia democrática. Não devia ser assim. Não é um fenômeno, é uma estrutura. dar mais rápido.
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Não é pelo direito


dos outros.
É pelo direito SEDPAC Secretaria de
de TODOS. Direitos Humanos,
O seu também. Participação Social
e Cidadania
A Secretaria de Direitos Humanos,
Participação Social e Cidadania (Sedpac) foi
criada pelo Governo do Estado para garantir
e ampliar os direitos de toda a população de
Feita pra você.
Minas Gerais. Uma importante iniciativa para
E para cada um de nós.
a construção da justiça social, do respeito à
direitoshumanos.mg.gov.br
diversidade e de uma cultura de paz. Afinal,
(31) 3270-3616
fazer do mundo um lugar de todos é a melhor
forma de fazer dele o lugar de cada um.

direitoshumanos.mg.gov.br
6 MINAS Belo Horizonte, 2 a 8 de março de 2018

Mulher e presidenta Uma batalha


POLÍTICA Conheça histórias de trabalhadoras que comandam seus sindicatos e centrais invisível: as
Raíssa Lopes
mulheres e o
sindicalismo
O dia 8 de março é de exaltação da luta das mulheres em todos os cantos do mundo. Mas não é só nessa data que elas bata-
lham por uma sociedade mais justa. Em homenagem, contamos algumas das muitas histórias de mulheres que estipula-
ram que o combate pelos direitos das trabalhadoras e trabalhadores deve ser cotidiano.

Estudos históricos regis-


tram que as mulheres es-
tão presentes no movi-
mento de trabalhadores
desde o século 19. Nesse
momento, embora fossem
grande parte da classe, a
Alessandra magistério no Instituto de Valéria Morato rais (Sindecon-MG) e man- participação delas não era
Educação de Minas Gerais É servidora pública, foi tém uma postura combati- bem vista: eram classifica-
Mello (IEMG) e é também for- professora do estado, da ci- va neste momento do país, das como “mau amadas”
“Quem quer ser revolu- mada em Direito. Para ela, dade de Divinópolis e hoje no qual o discurso neolibe- ou prostitutas. Mesmo as-
cionário não pode ser pes- ser a primeira presidenta é a primeira mulher presi- ral ganha força e é abraçado sim, foram ativas na cons-
simista”, indica a presiden- da CUT-MG fortalece a denta da Central dos Tra- pela mídia. “A política eco- trução do movimento ope-
ta do Sindicato dos Jor- luta por igualdade. “Num balhadores e Trabalhado- nômica apresentada pelo rário e sindical brasileiro,
nalistas de Minas Gerais. universo machista, como ras do Brasil (CTB). Valé- atual governo não apresen- participando fortemen-
Alessandra é repórter há é o movimento sindical, ria também é presiden- ta uma proposta para cria- te da greve geral de 1917,
mais de 20 anos e, em 2017, é importante que uma ta do Sindicato dos Profes- ção de novos postos de tra- que começou com tecelãs
assumiu a tarefa de coman- mulher assuma e reforce sores do Estado de Minas balho e o IBGE já revela um que denunciavam abusos
dar a entidade e enfrentar o debate sobre gênero. É Gerais (Sinpro-MG). Esco- expressivo aumento do nú- sexuais, morais, psicológi-
uma das piores crises fi- um desafio lutar por mais lheu o mundo do sindica- mero de pobres e miserá- cos e péssimas condições
nanceiras que o sindicato mulheres nos espaços de lismo por acreditar em so- veis”, pontua. de trabalho. Elas também
já viu. “No país, vivemos poder”, declara. nhos e ter a certeza de que lutaram pela incorpora-
uma tentativa de desmon- os trabalhadores precisam ção dos seus direitos na
te que inclui a fragilização se organizar para conquis- Vera Pape CLT, em 1937 e encabeça-
dos sindicatos para que
possam fazer o que quise-
Eliana Brasil tar o que quer que seja. Va- O Sindicato dos Músi- ram diversas mobilizações
e greves.
“Nada foi traçado, pare- léria lembra que ser mulher cos Profissionais de Minas
rem sem que exista alguém é encarar uma tripla jorna- Há décadas, as mulheres
ce que o DNA sindical es- Gerais (Sindmúsicos-MG)
para defender o trabalha- da, além de estar sujeita a lutam por iguais oportuni-
tava na minha veia”, diz a existe há 70 anos, mas Vera
dor”, destaca. todos os tipos de rótulos. dades no mercado de tra-
presidenta do Sindicato é a primeira mulher a con-
“Em mesas de negociação balho e por remuneração
dos Bancários de Belo Ho- quistar o cargo de presiden-
igual à dos homens. Es-
rizonte e Região. Desde os dá para sentir o desrespei- ta. Ela é musicista, defen-
Beatriz anos 1990, ela decidiu pelo to. É quando a gente é obri- de a arte e a cultura como
ses dois temas já são con-
venções da Organização
gada a se impor de forma
Cerqueira caminho da luta dos traba-
lhadores e, em 2012, con- mais incisiva”, diz.
questões políticas de pri-
meira importância e vive o
Internacional do Traba-
lho (OIT) desde a década
É professora, coordenado- quistou a presidência em desafio de resgatar a mobi- de 1950, mas ainda não fo-
ra-geral do Sindicato Úni- uma época de greve, for- lização da categoria. Vera ram colocados em prática.
co dos Trabalhadores em tes negociações salariais e Valquíria Assis relata que ser mulher em Com base no ritmo atual, a
Educação de Minas Gerais eleições. Depois disso, foi Em uma categoria em que uma posição de poder no OIT prevê que a equipara-
(Sind-UTE-MG) e primeira eleita com 80% dos votos há predominância masculi- sindicalismo é uma briga ção salarial pode aconte-
mulher eleita para a pre- da categoria. “Há as agru- na, Valquíria Assis mostra cotidiana. “É preciso garan- cer apenas em 2086.
sidência da Central Única ras, nem tudo são flores”, que as mulheres também tir condições para que elas
de Trabalhadores (CUT) relata Eliana, ao pensar estão lá e fazem a luta. Ela é estejam dentro do sindica-
do estado. Bia, como é nas situações de machismo presidenta do Sindicato dos to, em lugares de mando e
conhecida, concluiu o que já viveu. Economistas de Minas Ge- de comando”, defende.
Belo Horizonte, 2 a 8 de março de 2018 MINAS 7

Dia das Mulheres terá acampamento


de dois dias na ALMG
PRE-PA-RA! Nos dias 7 e 8 de março mulheres da Frente Brasil Popular montam suas barracas na praça da Assembleia Legislativa.
Elas debatem e defendem a democracia, a soberania e a autonomia
Mídia Ninja
Rafaella Dotta zer mais danos às vidas das pper Stefanny Elias e outras
mulheres do que aos ho- artistas. Toda a programa-

A s mulheres mineiras já
estão preparadas para
o Dia Internacional de Luta
mens.

Debates e muito axé


ção é gratuita.

Crianças bem-vindas
das Mulheres, em 8 de mar- O acampamento “Mu- A organização se preo-
ço. A data tem se tornado lheres na Luta: por demo- cupa com as mulheres que
cada vez mais forte no Brasil cracia, soberania e autono- já são mães. Para garantir
e tem trazido não só os te- mia” começa no dia 7, às a participação delas, irão
mas próprios das mulheres, 8h. No primeiro momento, montar a “Ciranda”, uma
como o assédio e o aborto, as participantes são recebi- creche provisória com vo-
mas também assuntos que das por matriarcas da cul- luntários, de preferên-
atingem a população como tura afro-brasileira do Gru- cia homens, coordenados
um todo. Em Minas, mulhe- po Axé. Após, acontece uma por mulheres, que usam de
res da Frente Brasil Popular mesa de debate com Ber- brincadeiras para ensinar o
se preparam há dois meses nadete Esperança, da Mar- que é o 8 de março. Espera-
para o dia. Assembleia Legislativa de ca Sonia Mara Maranho, cha Mundial de Mulheres, e se receber 300 crianças.
Foram diversas reuniões e com Beatriz Cerqueira, pre-
Minas Gerais. do Movimento de Atingi-
muito trabalho. São as mu- sidenta da Central Única
“Isso é para preparar as dos por Barragens (MAB) e Luta na rua
lheres que decidem e coor- dos Trabalhadores -MG.
mulheres para a luta pela uma das organizadoras do No Dia Internacional de
denam todos os setores do A tarde do dia 7 será para
encontro: a alimentação, a democracia, soberania do encontro. “Se nós não tiver- Luta das Mulheres, 8 de mar-
confeccionar faixas, borda-
segurança, os cuidados com país e autonomia”, expli- mos uma retomada da de- ço, o encontro é na Praça
dos, estandartes e se pre-
saúde, os debates políticos, mocracia no Brasil, estarão pararem para a marcha do Sete, em BH. Mulheres saem
a divulgação, os ônibus que em jogo todos os direitos dia seguinte. No cair da noi- em marcha de vários pontos
vêm das cidades do interior. conquistados para as mu- te, um café com a Mesa de da cidade e se encontram às
A perspectiva é receber de lheres”, diz. 18h, em ato convocado pe-
Ato será no Tereza, e uma noite cultural
1.500 a 2 mil mulheres em 7 Sonia dá o exemplo da re- com a sambista Aline Cali- las mulheres da Frente Bra-
e 8 de março (quarta e quin-
dia 8, às 18h, forma da Previdência que, sil Popular, Frente Povo Sem
xto, a cantora Bruna Gavito,
ta) em Belo Horizonte, na na Praça Sete se aprovada, deverá tra- o grupo Xicas da Silva, a ra- Medo e outras organizações.

Rumo ao Congresso do Povo


ALTERNATIVAS Frente Brasil Popular realiza curso de formação para difundir a proposta no estado
Isabelle Medeiros
Helder F. Paula denações locais. A propos- locais de trabalho, de estu-
ta é que essas coordena- do, de moradia, de profis-

A Frente Brasil Popu- ções façam o planejamento são de fé, etc.”, explica Elia-
lar realizou um encon- de novos encontros nas re- ne Martins, do Movimen-
tro estadual para formação giões, a partir de abril, para to das Trabalhadoras e Tra-
de ativistas de movimen- envolver mais pessoas no balhadores por Direitos
tos populares e sindicais, processo. (MTD).
que organizarão o Con- Organização Ela foi uma das responsá-
gresso do Povo em Minas “Todo local que permi- veis por apresentar o proje-
Gerais. A atividade ocorreu ta o debate de problemas to do Congresso do Povo. A
nos dias 24 e 25 de feverei- do dia a dia e a discussão orientação dada por Elia-
ro, na Escola Sindical 7 de para discutir problemas lo- Cerca de 450 ativistas, de formas de superar esses ne e pela direção da Fren-
Outubro, em Belo Horizon- cais, regionais e nacionais, das oito grandes regiões do problemas pode dar ori- te Brasil Popular é a de que
te, e deu início a um pro- agravados a partir do golpe estado, foram divididos em gem a um comitê da Fren- os comitês sejam espaços
cesso que irá reunir cente- que conduziu Michel Te- 27 mesorregiões para as te Brasil Popular durante o para as pessoas se manifes-
nas de milhares de pessoas mer à presidência. quais foram eleitas coor- Congresso do Povo, como tarem livremente.
8
6 OPINIÃO Belo Horizonte, 2 a 8 de março de 2018

Divulgação / Hospital Sofia Feldman


O clamor e a resistência da mãe
preta da Pedreira
A sociedade precisa ver o que acontece na Pedreira Pra-
do Lopes, em Belo Horizonte, a primeira e mais próxima fa-
vela do hipercentro da capital. Precisa conhecer nosso olhar,
de mulheres pretas, mães da periferia, que vivemos todo dia
a falta do sossego e acordamos com nossos filhos mortos na
porta de nossas casas. Nesta semana perdemos um menino
de 14 anos. Que ameaça um menino desarmado é para um
policial que na madrugada lhe mete três balas?
Não deixamos mais nossos filhos comprar balas ou doces
na esquina, pois podem não voltar. Estamos nos acorrentan-
do e as nossas famílias dentro dos barracos.
Nossos filhos, por causa do tráfico, estão sendo mortos pela
polícia corrupta, usuária de droga, despreparada e covarde.
Perdemos de seis a dez jovens por mês na Pedreira. Culpa-
bilizamos os jovens do tráfico que têm a faixa etária de 6 a 14
anos, mas as balas que têm tirado a vida dos menores vêm da
polícia. As armas que estão dentro da favela são colocadas lá
dentro pela polícia.
As pedras que construíram Belo Horizonte vieram da Pe-
dreira. A primeira caixa d’água da cidade foi construída lá
também. Assim como a primeira escola de samba. Mas hoje
está abandonada pelo poder público, à mercê da polícia co-
varde. Nossas favelas estão desassistidas. Só lembradas nas
Edson Borges de Souza eleições.
Por que não devemos aceitar a Quem carrega toda essa rea-
lidade nas costas são as mu-
a intervenção da PBH no Sofia? lheres da Pedreira. Mas quem Nossos filhos
ampara essas mães que não são mortos
dormem?
A intervenção proposta pela prefeitura para o Hospital Sofia Feldman apresenta dois
Resistam, mulheres! Quere-
pela polícia
argumentos fundamentais. O primeiro é o gerencial. É o argumento oficial. A crise se-
ria resultado da “irresponsabilidade” financeira e administrativa. O Sofia aceitaria pa- mos melhores salários, empregos, nossos direitos de ir e vir,
cientes demais; manteria abertos leitos não credenciados, uma creche sem dotação fi- queremos criar nossos filhos e vê-los crescer.
nanceira; forneceria bolsa complementar para residentes, etc. Assinado: Eu, mulher preta da Pedreira
É um discurso falso, mas pode convencer o público menos avisado, já que, de fato,
o Sofia tem um déficit mensal de R$ 1,5 milhão. Esse discurso deve ser desmascarado. (Por motivo de segurança a autora optou por não divulgar seu
Do ponto de vista exclusivamente financeiro, o Sofia é a maternidade mais eficiente nome)
de Belo Horizonte. Em 2016, o Odete Valadares apresentou um custo médio mensal de
R$ 6 milhões, para uma produção média de 315 partos/mês, mais 1.043 diárias de UTI
neonatal. O Hospital Sofia Feldman gastou os mesmos R$ 6 milhões/mês, para uma Na edição 215...
acompanhando

produção de 899 partos/mês, mais 2.558 diárias de UTI neonatal.


A receita do Sofia Feldman é composta por recursos fe- Reorganização de escolas gera
derais e estaduais. Não existem recursos do município. revolta de pais e mães em Con-
tagem ...
Deveria haver, tendo em vista a natureza tripartite do fi-
nanciamento da saúde. Maternidade é E agora...
O segundo argumento é do modelo. Este é o argumen- modelo de Professores denunciam “ca-
to oculto. Está relacionado com o modelo de assistência os” com mudanças nas escolas
ao parto praticado pelo Sofia, com respeito à autonomia assistência municipais de Contagem
da mulher e à atuação da enfermagem obstétrica (no humanizada O ano letivo começou com uma série de críticas ao
mesmo nível hierárquico do médico). O Hospital Sofia prefeito Alex de Freitas (PSDB). Em 19 de fevereiro, os
Feldman nunca foi aceito pela sistema médico-hospitalar hegemônico de BH. 55 mil estudantes contagenses e funcionários retorna-
O Hospital Sofia Feldman é visto, em todo o Brasil, como a prova de que é possível ram das férias e encontraram mudanças provocadas
construir um modelo de assistência humanizada ao parto, em larga escala, dentro do pela Reorganização Escolar. Professores relatam nú-
SUS. O Sofia vai sobreviver. Nossas convicções na saúde como direito inalienável do mero de profissionais insuficientes, escolas em obra,
cidadão, na centralidade da mulher no processo de parto e na necessidade de mudar exclusão da disciplina de ensino religioso e rescisão
o modelo nos dão força. dos contratos de muitos professores. “Um verdadei-
ro caos”, afirma o SindUTE Contagem. A prefeitura ad-
mite que quatro escolas não voltaram a funcionar de-
Edson Borges de Souza é coordenador da Residência Médica do Hospital Sofia Feldman vido a obras e que os kits serão entregues a todas as es-
colas em meados de março.
Belo Horizonte, 2 a 8 de março de 2018 BRASIL 9

“Venda da Eletrobras passa longe do interesse


nacional”, diz ex-presidente da empresa
LUZ MAIS CARA Luiz Pinguelli denuncia que governo Temer quer servir a interesses de grandes grupos financeiros com a proposta
Marcelo Casal Jr. / Agência Brasil
Leonardo Fernandes ção, querem ganhar mais di- no valor de quase R$ 400 bi-
nheiro. E o governo faz o pa- lhões, mas a expectativa de

A privatização da Eletro- pel de servir a eles. Não há ne- arrecadação do governo com
bras, empresa responsá- nhum interesse maior nacio- a venda da estatal é de apenas
vel por mais de 30% da gera- nal ou da população que será R$ 12 bilhões.
ção de eletricidade e por 50% favorecido por isso”, afirma. Um dos efeitos imediatos
A economista Leda Paula- da privatização poderia ser o
das linhas de transmissão de
ni utiliza um exemplo domés- aumento da tarifa de energia
energia do país, é uma insis-
tico para comentar a insistên- elétrica. Segundo Fabíola La-
tência de Temer. Em dezem-
cia do governo na privatiza- tino Antezana, secretária de
bro de 2017, o governo já ha-
ção da empresa: “isso é equi- Energia do Sindicato dos Ur-
via editado uma Medida Pro-
valente a uma família que está banitários do Distrito Fede-
visória, a MP 814 de 2017, que
mal de renda, porque perdeu ral, já começou a ser pratica-
acabou sendo suspensa pela do, com o objetivo de atrair o
o emprego ou qualquer ou-
Justiça Federal de Pernambu- interesse dos investidores.
tra coisa… ela tem uma casi-
co em janeiro deste ano. “Para que essas empresas
Na liminar, a Justiça argu- Para Luiz Pinguelli Rosa, ex nha que vale R$ 300 mil, mas
mentou que a MP atinge di- -presidente da Eletrobrás e ela vende por R$ 40 mil, por- sejam ofertadas para o mer-
retamente o patrimônio pú- professor de planejamento que ela precisa de dinheiro. cado e fossem atrativas aos in-
blico nacional e que o gover- energético da Coppe, na Uni- Sendo que aquela casinha de vestidores, a ANEEL autori-
no não conseguiu justificar a versidade Federal do Rio de R$ 300 mil ela poderia alugar zou no ano passado um au-
Valendo R$ 400 urgência da medida. A priva- Janeiro, “a palavra privatiza- e ter uma renda todo mês. É mento na tarifa da energia,
bilhões, governo tização da Eletrobras inclui ção é mágica para o governo. um pouco isso: Está se rifan- superior a qualquer estado da
quer vender a venda de empresas como Alguns órgãos de imprensa e do ativos do estado”, denuncia população brasileira. Rorai-
Furnas, Companhia Hidrelé- os grandes grupos financeiros Paulani. ma ficou com 54% do aumen-
Eletrobrás por A Eletrobras possui hoje ati- to, Piauí ficou com 27%, foi o
trica do São Francisco, Eletro- que têm grande influência no
R$ 12 bilhões norte e Eletrosul. governo querem a privatiza- vos, ou seja bens e direitos, menor.”

Depois da UnB, outras universidades lançam


disciplina sobre o golpe de 2016 Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil
tema nas universidades Fe- Política da Unicamp, Wag- da autonomia das universi-
derais da Bahia e do Ama- ner Romão, “não se trata de dades em promover conhe-
zonas, além das Estaduais um posicionamento políti- cimento sobre a nossa reali-
da Paraíba e de Campinas. co-partidário, como a gen- dade”, acrescenta.
De acordo com o chefe do te tem ouvido falar, mas de
Departamento de Ciência uma defesa da liberdade e Anúncio

Redação UnB, sobre o Golpe de 2016.


A reação negativa do mi-

O ministro Mendonça Fi- nistro da Educação à ofer-


lho disse que iria co- ta de disciplina sobre o gol-
brar da Advocacia-Geral da pe de 2016 na Universidade
União (AGU), do Tribunal de de Brasília (UnB) provocou
Contas da União (TCU) e do desdobramentos em outras
Ministério Público Federal instituições de ensino. Se-
(MPF) que apurassem sobre gundo apurou o Brasil de
a conduta dos responsáveis Fato, já estão confirmadas
pela criação de disciplina na matérias sobre o mesmo
10
10 MUNDO Belo Horizonte, 2 a 8 de março de 2018

Maduro se candidata à reeleição na Venezuela


DEMOCRACIA Oposição disse que não reconheceria a legitimidade das eleições, mas mudou de ideia e inscreveu vários
candidatos
Ministério da Comunicação da Venezuela

Da redação rando que concorda com a mente, propagandas de can-


antecipação da eleição presi- didatos do partido do gover-

O presidente da Venezuela, dencial, mas pedindo o adia- no, o PSUV, estão proibidas
Nicolás Maduro (PSUV), mento do cronograma elei- em sites internacionais, como
lançou na terça (27) sua can- toral. A MUD também im- Facebook, Youtube e Twitter.
didatura à reeleição para pre- plorou que o governo esta- Já os opositores podem anun-
sidente do país. O pleito está beleça horário gratuito de te- ciar livremente.
previsto para maio. Deze- levisão para opositores, coisa Depois que Nicolás Madu-
nas de entidades já declara- que não existe na Venezuela ro propôs adiantar as elei-
para nenhum partido. Atual- ções parlamentares, cogi-
ram apoio a Maduro, entre as
quais o Partido Comunista da tou-se realizá-las junto com
Venezuela (PCV) e as agre- as presidenciais. Porém, a
a oposição ou sem a oposi- o opositor Henri Falcón (AP), presidenta do Conselho Na-
miações Patria Para Todos ção. Vamos fazer com que a Reinado Quijada, do partido
Candidatos do cional Eleitoral (CNE), Tibi-
(PPT), Somos, Tupamarao e Constituição seja respeitada. Unidade Política Popular 89 say Lucena, informou que
Unidade Popular Venezuela- Estamos lutando pela paz, (UPP89), e o empresário Luis governo não vai avaliar outra data, ain-
na (UPV). pela prosperidade econômi- Alejandro Ratti, sem partido. podem fazer da neste ano. A MUD não se
Na segunda-feira (26), Ma- ca”, declarou o presidente.
duro convidou a oposição a propaganda manifestou sobre o assun-
Concorrem com Madu- Acordo de última hora to. O porta-voz da coalizão,
inscrever seus candidatos. “Se ro o líder da Igreja Marana- Em carta aberta, a Mesa da em sites
Angel Oropeza, disse que se
não forem participar das elei- tha, Javier Bertucci, o ex-mi- Unidade Democrática (MUD), internacionais, pronunciará somente após a
ções, o que vão fazer depois? litar e dirigente da Frente principal coalizão de partidos mas oposição convocação oficial do CNE.
Vão dar um golpe de Esta- Ampla Nacional Bolivariana contra Maduro, propôs um
pode
do? Nós vamos à eleição com (FANB), Francisco Visconti, acordo de última hora, decla- Anúncio

MANIFESTO DE APOIO À EDUCAÇÃO • Central Única dos Trabalhadores


CUT - Minas
• Central dos Trabalhadores do Brasil
de Chapada Gaúcha.
• Movimento dos Trabalhadores Rurais
sem terra MST
• Deputado Estadual Rogério Correia
• Deputado Federal Padre João
• Deputada Federal Margarida Salomão

DA REDE ESTADUAL DE MINAS GERAIS CTB Minas


• Intersindical
• Confederação Nacional dos Trabalhadores
• Movimento dos Atingidos por
Barragens - MAB
• Movimento pela Soberania Popular na
• Deputada Federal Jô Morais
• Vereadora Áurea Carolina, Belo Horizonte
• Vereadora Cida Falabela, Belo Horizonte
em Educação - CNTE Mineração MAM • Vereador Gilson Reis, Belo Horizonte
O último período tem sido especialmente difícil para o povo brasileiro, sobretudo, para os mais po- • Confederação Nacional dos Trabalhadores • Marcha Mundial de Mulheres • Vereadora Andresa Rodrigues,
em Estabelecimentos do Ensino - CONTEE • Levante Popular da Juventude Mário Campos
bres e os trabalhadores e trabalhadoras em geral. Vivemos uma grave crise internacional do siste- • Confederação Nacional dos • Pastoral da Juventude • Vereadora Lívia Guimarães, São João del Rei
Metalúrgicos - CNM • Consulta Popular • Vereador Sávio José, Viçosa
ma capitalista que insere a crise brasileira em um contexto de golpe dado por forças reacionárias e • Federação Estadual dos Metalúrgicos - FEM • Comissão Pastoral da Terra - CPT • Vereador Betão, Juiz de Fora
antidemocráticas. O desgoverno instalado em âmbito federal, unificado em torno de um programa • Federação da Agricultura Familiar - FETRAF • Movimento dos Trabalhadores • Vereadora Maria Cecília Figueiredo Opípari,
• Federação dos Trabalhadores do Ramo Cristãos - MTC Poços de Caldas
ultraneoliberal, tem tomado inúmeras medidas que agravam e aprofundam a crise brasileira. Financeiro - Fetrafi - MG • DCE PUC Minas • Vereador Tiago da Silveira, Guaranésia
• Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores • Brigadas Populares • Vereador Josué Naves de Paula, Bom
na Indústria Enérgica - Sindieletro - MG • Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Sucesso
Nesse contexto de ofensiva conservadora, no âmbito da economia e dos valores, é um imperativo • Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Favelas - MLB • Vereador Sebastião Melia Marques -
de Purificação e distribuição de água e em • Movimento de Mulheres Olga Bernário Tiãozinho do Sindicato, Campo do Meio
a unidade das forças progressistas e democráticas em torno de propostas que solucionem os reais serviços de esgoto - Sindágua MG • Casa de Referência da Mulher Tina Martins • Vereador Tiago Horse, Campo do Meio
problemas do povo e fortaleça a organização popular para enfrentar a retirada de direitos. • Sindicato dos Petroleiros - Sindipetro - MG • Associação Metropolitana dos Estudantes • Vereador Portinele Fernandes, Campo
• Sindicato dos Servidores Públicos Municipais Secundaristas - AMES-BH do Meio
de Belo Horizonte - Sindibel • União da Juventude Rebelião - UJR • Vereador Diego Ramiro da Silva, Unaí
Para fazer frente a essa conjuntura, compete aos governos comprometidos com as pautas demo- • Sindicato dos Trabalhadores na Instituições • União da Juventude Socialista - UJS • Vereadora Camila Silva de Almeida, Buritis
Federais de Ensino - Sindifes • União Colegial de Minas Gerais - UCMG • Vereadora Suzane Duarte Almada,
cráticas e populares apostar na participação cidadã, nas organizações populares, priorizar e investir • Sindicato dos Professores - Sinpro - MG • Movimento Luta de Classes - MLC Santa Luzia
segundo os interesses das maiorias e abrir um permanente canal de diálogo com forças populares. • Sindicato dos Trabalhadores em Seguridade
Social, Saúde, Previdência, Trabalho e
• Rede Nacional dos Médicos e
Médicas Populares
• Vereador Ariel de Souza Moreira, São Tomé
das Letras
Desde as mobilizações de junho de 2013, passando pelas eleições de 2014 e 2016, e durante toda Assistência Social - Sintsprev/MG • Conselho Municipal de Saúde de • Ederson Alves da Cunha, vice-presidente do
• Sind-UEMG Belo Horizonte Conselho Estadual de Saúde
a luta contra o golpe e o estado de exceção, se mostraram decisivos os movimentos e organizações • Sindicato dos Metalúrgicos de BH, • Centro Nacional de Africanidade e • Bruno Abreu Gomes - Pedralva, presidente
populares. Trabalhadoras e trabalhares em educação da rede pública de Minas Gerais, em articulação Contagem e região
• Sindicato dos Professores de Juiz de Fora
Resistência Afro brasileiro - Cenarab
• Central de Movimentos Populares - CMP
do Conselho Municipal de Saúde de Belo
Horizonte
com vários outros movimentos, têm tido um papel importante no enfrentamento a esta conjuntura. Sinpro/JF • Comitê Igrejas • Paulo Cayres, coordenador nacional do
• Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais • Pastoral do Menor Regional Leste 2 setorial sindical do PT
• Sindicato dos trabalhadores nas empresas • Cáritas Brasileira Regional Minas Gerais • Geraldo Miguel, coordenador do setorial de
Manifestamos por meio desta carta, nosso apoio à categoria que luta pelo cumprimento do Acordo de correios e telégrafos - Sintect-MG • Conselho Nacional de Igrejas educação do PT MG
• Sindicato dos Sociólogos de Minas Gerais Cristãs Conic MG • Vilmar Alves Mota, Presidente do PT Unaí
histórico do Piso Salarial Profissional Nacional, pelo investimento dos recursos da educação exclusi- Sinds/MG • Cáritas Diocesana de Paracatu • Coletivo Fora do Eixo
vamente na área e por abertura de negociações com o Governo do Estado e fazemos destas questões • Sindicato dos Empregados em Transportes • Movimento das Trabalhadoras e • Flavio Renegado, cantor
Metroviários e Conexos de Minas Gerais - Trabalhadores por Direitos - MTD • Pereira da Viola - violeiro, compositor e
nossas reivindicações para o Governador Fernando Pimentel. Sindimetro • Deputada Estadual Marília Campos cantador
• Sindicato dos servidores públicos municipais • Deputado Estadual Jean Freire • Aline Calixto - cantora e compositora

Esse manifesto foi entregue ao Governador, Fernando Pimentel, hoje pela manhã (21/02/18) durante as atividades no Acampamento,
Maria da Conceição, do MST, em Itatiaiuçu. O manifesto também foi entregue ao ex-presidente, Luiz Inácio Lula da Silva.
Belo Horizonte, 2 a 8 de março de 2018 ENTREVISTA 11

“Várias vezes eu apanhei e pedi


desculpas a ele por ter batido em mim”
PERFIL Lucimar Gonçalves, diretora da Fetraf, conta como aprendeu a nomear e enfrentar a situação de violência
Joana Tavares / Brasil de Fato MG

Joana Tavares sando até agora é violên- Várias vezes eu apanhei e


de Belo Horizonte (MG) cia’”, expõe. pedi desculpas a ele por ter
Depois da marcha, com batido em mim”.

M esmo na correria, Luci-


mar sempre encontra
tempo para compartilhar sua
muito material na bolsa,
Lucimar tentou explicar
para o marido o que acon-
Agora ela enxerga a vio-
lência como uma cons-
trução. “Ela não é uma ex-
história, porque acredita que tecia. Mas não teve jeito, plosão que acontece. Ela é
outras mulheres podem se ele não mudava, e ela deci- construída, todo santo dia.
identificar e, assim como ela, diu se separar. E a pessoa vai tomando sua
perceber que podemos tudo. força. A violência começa
A solidariedade feminina, a Uma casa muito com uma base muito sóli-
parceria do sindicato e movi- engraçada da, que é o ‘eu te amo’, ‘você
mentos, a força das filhas fo- Assim ela define o cô- é o amor da minha vida’”.
ram fundamentais para ela modo para o qual se mu- Por isso, Lucimar indi-
aprender a nomear o que vi- dou com as filhas. “Era um ca que ninguém pressio-
veu por mais de 15 anos. Ela paiol do meu irmão, não ti- ne ou julgue uma mulher
sabia que não era normal, nha janela, não tinha ba- que não consegue denun-
mas demorou para aprender nheiro, energia, nada. Pas- ciar. Pelo contrário, a soli-
a chamar aquilo de violência. dariedade e apoio são fun-
destacava nos debates. Um
“Fui descobrir que tudo damentais. “Quem tem um
dia, alguém do sindicato dos
aquilo que eu passava – de papel muito importante na
trabalhadores rurais estava
questão da violência con-
não querer fazer sexo e ter Naquela época presente e viu um potencial Já fizeram uma tra as mulheres é quem as-
que fazer, de tomar um em- crítico nela. Convidada para
purrão do nada, um tapa
era assim: tive entrar na diretoria seguin-
lavagem tão siste. Porque essa pessoa
na cara, de ser humilhada que trocar o lápis te, Lucimar ficou animada e grande na sua pode denunciar”, ensina.
Hoje participante ativa
na frente dos outros – tinha pela enxada cabeça que você da Fetraf, da CUT, do Mo-
um nome. E as minhas me- tem vergonha vimento dos Atingidos por
ninas passavam isso junto. duas meninas e trabalhado- Barragens (MAB) e outros,
Era um homem dominando ra meeira, começou a se en-
Ninguém deve sava enxurrada no meio. ela ainda tem medo de dor-
três mulheres”, frisa. volver na comunidade e en- mir no escuro e tem muitos
trou para a associação de pressionar ou jul- Mas eu falava para minhas
pesadelos. Mas mesmo as-
O casamento, moradores. Ajudou a cons- gar uma mulher filhas: ‘nós ainda estamos
no lucro. Saímos de uma sim enfrenta a dor de re-
o trabalho na terra truir a igreja, passou de casa
Aos 18 anos, ela se casou
por não denunciar vida de violência e agora
contar a história e se sus-
em casa e foi percebendo tenta na certeza que parti-
com o primeiro namorado. que ali era, na verdade, um ninguém pode fazer nada
trabalhou na panha do café lhando a vida e participan-
Poucos meses depois, so- remanescente de quilom- com nós’”.
até juntar o dinheiro para fi- do de espaços coletivos to-
freu um aborto espontâneo bo. “Pelo histórico, pelo for- car em dia com as mensali- As duas meninas – que
das as mulheres podem se
e, sangrando muito, foi pela mato das casas, pelas rela- dades. hoje são, nas palavras de
libertar dos casulos cons-
primeira vez na vida a um ções de parentesco, pela lo- Dali em diante foram vá- Lucimar “hiper, mega fe-
truídos na violência e des-
hospital. “E lá começaram a calização, vi que era mes- rios movimentos, mui- ministas” – deram toda a
cobrir que têm forças para
me torturar, como se eu fos- mo um quilombo e entrei ta formação política e via- força para a mãe, e recons- serem o que quiserem.
se culpada pelo aborto”, lem- na luta para que fosse reco- gens. Uma delas, em 2010, truíram a vida nesse novo
bra. Um médico disse que o nhecido como tal”, diz. marcou sua vida para sem- lar. Ao respirar sem medo
motivo da perda do feto foi pre. “Aprendi a dar um e viver em paz, Lucimar às
anemia, fraqueza no corpo, O sindicato e a marcha nome pra tudo que eu vivia vezes se pergunta por que
resultado de muitas priva- Apesar de ter estudado for- quando fizemos uma mar- demorou tanto. Mas pon- Violência é cons-
ções e fome. malmente até a quarta série cha de mulheres de Cam- tua: “a violência começa truída numa
Voltou para casa, que fi- – “naquela época era assim: na cabeça. Você já escutou
pinas até São Paulo, duran-
tanta coisa, já fizeram uma
base sólida, co-
cava a 24 quilômetros da ci- aguentou o peso da enxada, te dez dias. Todos os deba-
dade, e enfrentou uma de- a comida é prioridade. Tive tes falavam das instâncias lavagem tão grande na sua meça com um ‘eu
pressão. Depois de enxer- que trocar o lápis pela enxa- da violência, e eu fui en- cabeça que você tem ver- te amo’. A pes-
gar o que ela chama de fun- da” – ela sempre era escolhi- tendendo. Pensei: ‘peraí: gonha de apanhar e chega soa vai tomando
do de poço, foi arruman- da para relatora nos traba- então eu fui violentada até um momento em que acha
lhos de grupo da igreja e se que é culpada por aquilo.
toda sua força
do forças para sair. Mãe de agora. O que eu estou pas-
12
12 VARIEDADES Belo Horizonte, 2 a 8 de março de 2018

CiÊNCIA, COISA BOA!


Amiga
Por que só 3% dos Prêmios Nobel
da Saúde
foram para mulheres? Reprodução
Diabetes causa impotência sexual?

Virgínia da Silva, 49 anos, autônoma


Cara Virgínia, se o diabetes estiver des- nos nervos e nos vasos sanguíneos pro-
compensado, pode sim provocar impo- vocando ressecamento da mucosa vagi-
tência sexual. Isso ocorre porque os altos nal e redução da sensibilidade. Para evi-
níveis de glicose no sangue causam pro- tar as disfunções sexuais, os diabéticos
blemas para os vasos sanguíneos e para precisam manter o controle da glico-
Marie Curie foi a primeira cientista a ganhar o Prêmio Nobel os nervos, principalmente nas extremida- se adequadamente. Se já houver altera-
É predominante em nossa machista sociedade a ideia de que mulhe- des do corpo, como é o caso da região ge- ções, é necessário iniciar um tratamento
res e homens devem desempenhar papéis diferentes. Assim, aqueles de nital. Para o homem ter ereção, são neces- adequado. Alguns casos podem ser re-
maior prestígio, que teoricamente necessitam de grandes habilidades fí- sários estímulos nos nervos próximos ao solvidos com controle da glicose e medi-
sicas e intelectuais, costumam ser destinados aos homens. pênis e irrigação sanguínea, que enche- camentos que atuam nos genitais. É mui-
rá os canais penianos de sangue, manten- to importante incluir as questões da se-
E com a ciência não é diferente. Desde sua origem ela é uma ativida-
do-o ereto. O problema causado pelo ex- xualidade no acompanhamento do dia-
de bastante masculina. Pense em cinco grandes cientistas. Provavelmen- cesso de glicose no sangue prejudica es- betes feito pela equipe de saúde. Um as-
te você se lembrou só de homens. Mas, ao contrário do que o senso co- se funcionamento, podendo levar à dis- sunto tão importante para o bem-estar
mum afirma, isso não se deve à menor inteligência das mulheres, e sim função erétil (dificuldade ou impossibili- das pessoas muitas vezes é deixado de
ao machismo. Por sinal, a ciência já cansou de provar que mulheres e ho- dade de ter ereção). Nas mulheres, tam- lado pelos profissionais.
mens possuem igual capacidade intelectual. bém pode haver problemas semelhantes
As mulheres foram historicamente excluídas e invisibilizadas do meio
científico. No início, eram proibidas até de acessar as universidades. Após Sofia Barbosa é enfermeira do Sistema Único de Saúde I Coren MG 159621-Enf.
Mande sua dúvida: amigadasaude@brasildefato.com.br
conquistar esse espaço, foram postas em funções de apoio, como auxilia-
res de homens. São inúmeros os casos
de descobertas feitas por mulheres em

Nossos
que homens levaram os créditos.
Ciência já cansou Nas últimas décadas esse cenário tem

direitos
de provar que se alterado. Elas têm conquistado cada
vez mais espaço e relevância na ciência.
mulheres e Porém, ainda estamos longe da ideal
homens possuem igualdade. Segundo a UNESCO, em
igual capacidade 2017, 28% dos pesquisadores no mun-
intelectual do eram mulheres. E, até hoje, somente

3% dos Prêmios Nobel em ciência foram destinados a elas.


No Brasil, esse cenário é um pouco melhor. Somos um dos países com
Roubo de celular
melhor proporção de mulheres cientistas. Desde 2010, elas são maioria
por aqui. Porém, ainda precisamos superar outros limites. Por exemplo, Quem teve o seu celular furta- pela PM, e cadastrar o número de
elas ainda são minoria entre as agraciadas com bolsas, nos cargos de che- do ou roubado deve adotar proce- série juntamente com um e-mail e
fia e coordenação científica e acadêmica. dimentos que favorecem a recupe- um telefone de contato (diferente do
E ainda há diferenças entre os sexos por áreas do conhecimento. Elas ração do aparelho pela polícia. A número do celular a ser cadastrado).
são maioria nas ciências sociais e da saúde (relacionadas ao trabalho do- primeira é o registro do Boletim de Para saber qual o número de sé-
méstico e de cuidados, vistos como femininos) e minoria nas engenha-
Ocorrência, para que possa ser feito rie/ IMEI do seu celular basta digitar
rias e matemática (associadas ao trabalho produtivo, vistos como mas-
o rastreamento. *#06# na área destinada a ligações de
culinos).
Como medida de prevenção a Po- seu telefone. Ou então, verifique na
É inquietante saber que apenas em dezembro de 2017 foi assegurado
por lei o direito à licença maternidade para bolsistas de pesquisa no Bra- lícia Militar de Minas Gerais criou o caixa do próprio aparelho e mante-
sil. Como queremos que nossas jovens se dediquem à extensa carreira programa Celular Seguro. Para au- nha esse número sempre seguro.
acadêmica se nem direitos básicos lhes são assegurados? É preciso refor- mentar a proteção de seu apare- Cadastrando o seu celular, caso
çar iniciativas nesse sentido. Ações que garantam o acesso, a permanên- lho basta entrar no site Celular Se- um dia você venha a ser vítima de
cia e o reconhecimento das mulheres na ciência. guro (ww3.policiamilitar.mg.gov. um roubo, terá aumentadas as chan-
A cada ano as mulheres usam o dia 8 de março para afirmar que lugar br/48bpm/CelularSeguro/), criado ces de recuperação do seu aparelho.
de mulher é onde ela quiser. Inclusive na ciência. Por isso, viva o 8 de mar-
ço e viva a luta das mulheres!
Um abraço e até a próxima!
Renan Santos é professor de biologia da rede estadual de Minas Gerais Adília Sozzi é advogada da Rede Nacional de Advogados Populares – RENAP
Belo Horizonte, 2 a 8 de março de 2018 VARIEDADES 13
13
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6 8 9 10 5 6 8 1 5
Levada;
O fã, em travessa
relação ao
ídolo Pernambu-
11 co (sigla) 12 6 4 11 3 6
(?) Valença, 8

11 9 4 6 13 6 5
cantor
brasileiro
6
Ingredientes
Igualar o Encontro Alessandra
resultado conso-
do jogo
(esp.)
nantal de
"cravo"
Negrini,
atriz • 3 ovos
3 11 8 1 7 6
Antes da Interjeição Produto
• ½ xícara de chá de óleo
típica da
ocasião
própria fala mineira
usado pelo
sapateiro • ½ xícara de chá de ameixa seca sem caroço (ou uvas pas-
5 1 3 1 14 6
Reza;
oração
sas)
Chapéu do • 2 bananas prata maduras
3 11 15 carteiro 4 5 11 3 11
Morada di- Material 5 • ½ xícara de chá de rapadura picada
vina (Bib.) de velas
Tem conhe- Pedaço de • 1 ½ xícara de chá de canela
cimento 12 6 2 11 madeira 3 11 6
(?) Ramalho, Anexo de • 3/4 de xícara de chá de aveia em flocos finos
cantora de cozinhas
"Banho de Recipiente • 1 xícara de chá de flocos de milho para cuscuz
1 3 10 1 Cheiro" 4 6 15 para plantas
Falta do
Gás de • 1 colher de sopa cheia de fermento em pó
V
letreiros Radical
que fazer
(pop.) Açude (abrev.)
11 do Ceará 7 11 1 7
Época;
(?) Rosa:
Modo de Preparo
período
o Poeta
da Vila Artigo defi-
7 1 11 14 nido (pl.) 11 5 6
Sílaba 5 Bater as
de "astro"
Divorciado;
separado 13 1
(?): morrer
(pop.)
2 1 13 6 12
1. Faça o chá de canela utilizando 3 pedaços de casca de
canela e 2 ½ xícaras de água. Deixe ferver por 10 minutos
que a água vai secar um pouco;
8 11 12 3 6 12 6 8 1
8
2. Retire os pauzinhos e derreta a rapadura nesse chá até
dissolver completamente e não deixe esfriar;
Solução
S C A S A D O D E 3. Bata no liquidificador por 5 minutos os ovos, o óleo, as
B O T A S
L E R A
RO
O E
T
N
ameixas sem caroço, as bananas e o melaço de rapadura;
E O N V N E 4. Em outra vasilha, misture a aveia, os flocos de milho
e o fermento. Despeje a mistura batida por cima dos
P A U I O O C
E C E RA A B S

ingredientes secos e mexa devagar. A massa fica como um


P R E C E U C E
C O L A O R
O N A
T A R DA
E D
P A
C
E M
creme grosso;
A P E C A S E 5. Coloque o bolo em uma forma untada com furo no meio e
deixe assar por 30 a 40 minutos em fogo baixo.
R A D O R M I A D
A N A D A A B R
B C P O

Participe enviando sugestões para receita@brasildefato.com.br.


14 CULTURA
14 Belo Horizonte, 2 a 8 de março de 2018

Divulgação Divulgação Elisa Mendes

A telona é delas Arte e música Fim de semana


Para dar visibilidade às obras cinematográfi- em Uberlândia no teatro
cas feitas por mulheres, a 4ª Mostra de Cinema
No dia 11 de março acontece em Uberlândia, O Grupo Galpão se apresenta neste fim de se-
Feminista traz filmes brasileiros e estrangeiros
na Praça Clarimundo Carneiro, no Bairro Fun- mana, em Belo Horizonte, no Grande Teatro do
que provocam debates sobre a vida das mulhe-
dinho, o evento “Feirinha do Amor- A original”, Palácio das Artes. Na sexta (2) e no sábado (3),
res. Racismo, feminismo indígena, direitos re-
com apresentações artísticas, música ao vivo, às 21h, a peça em cartaz é “Os Gigantes da Mon-
produtivos, violência, autonomia e sexualidade
artesanatos, comidas, bebidas e brechós. A tanha”, com direção de Gabriel Villela. Já no do-
são alguns dos temas abordados nos filmes que
entrada é gratuita. Mais informações em goo. mingo (4), é a vez da obra “De Tempo Somos”,
preenchem a programação de 8 a 16 de março.
gl/bjm4kW. com direção de Lydia Del Picchia e Simone Or-
As sessões são gratuitas e acontecem no Sesc
dones. Ingressos antecipados saem a R$ 13 e po-
Palladium, na Avenida Augusto de Lima, 420,
dem ser adquiridos nos postos da Campanha de
Centro de BH.
Popularização do Teatro ou pelo site www.vaao-
teatromg.com.br.

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Belo Horizonte, 2 a 8 de março de 2018 ESPORTE 15
15
Assessoria Dentil Praia Clube

Curto e Grosso
Menos desafio das musas, mais donas da bola
Jordania Souza grama do ar, após uma tentativa fra- Nunca somos “as donas da bola”!
Praia Clube cassada de tentar reverter o jogo, no São raras as exceções de progra-
perde a No último dia 21 de fevereiro, foi ao mal sentido. Também em um post mas, “estilo bancada”, comanda-
no Twitter, o programa afirmou que dos por mulheres. Podemos citar o
primeira na ar o quadro “Desafio das Musas”, um
tremendo [e machista] gol contra do a entrevista humilhante era proposi- mais famoso, que é o “Jogo Aberto”,
Superliga programa “Os Donos da Bola”, da TV tal para despertar o choque das pes- da própria Band, comandado pela
Goiânia, afiliada da Rede Bandeiran- soas. Ou seja, fizeram todos os gols jornalista Renata Fan. Torcedo-
Mesmo jogando em casa, tes em Goiás. Na ocasião, a fotógrafa contra de uma única vez. ra do Internacional, ela é uma das
a equipe do Dentil Praia Karol Barbosa, musa do Goiás, foi ex- O histórico do programa sem- poucas mulheres que têm a opor-
Clube não conseguiu man- posta a uma série de perguntas de con- pre foi machista na abordagem tunidade de discutir futebol. Re-
ter sua invencibilidade na teúdo sexual e de duplo sentido, feitas com as torcedoras. Em outra oca- presenta a mulher que vai ao está-
Superliga CIMED Femini- pelo apresentador Beto Brasil, com ri- sião, por exemplo, a musa do Atléti- dio, chora, ri, xinga e ama seu time.
na de Vôlei e saiu derrotada sadas de mau gosto dos comentaristas co Goianiense, Aline Rezende, tam- Que o cartão vermelho que os
pela equipe carioca do Ses- Álvaro Alexandre e Alex Dias, ao fun- bém foi tratada de forma humilhan- “Donos da Bola” receberam sir-
c-RJ, com parciais de 24/26, do. O caso ganhou repercussão nacio- te, com insistência para que “desse va para refletirmos sobre isso tam-
18/25, 25/17, 25/16 e 6/15. O nal, com críticas severas. uma voltinha e desfilasse”. bém. Certamente, uma mulher na
time permanece na lideran- O próprio time se posicionou con- Mas, para além destes episódios bancada (e na produção) desses
ça da competição, seguido tra a situação em seu Twitter oficial, misóginos, que não são os únicos programas não deixaria uma bola
de perto pelas cariocas. Ape- declarando que “medidas seriam to- vividos pelas mulheres no futebol, fora dessa acontecer. Menos desa-
nas 4 pontos as separam. A madas em relação ao episódio”. Com a eu, como torcedora, fico incomoda- fio das musas. Mais donas da bola!
equipe do Praia volta à qua- polêmica, a TV Goiânia retirou o pro- da com a falta de uma real participa-
dra na sexta, fora de casa, ção das mulheres nessas “bancadas”.
contra o Hinode Barueri. Anúncio

“A ESCOLA REPRESENTA
O MEU FUTURO.”
Luane Martins, aluna da Escola Estadual Ruth Brandão de Azeredo.
Escola Estadual Celso Machado

VOLTA ÀS AULAS 2018

Para o Governo de Minas Gerais, educação é prioridade.


Com diversidade e inclusão, estamos escrevendo uma nova história.

Mais de 150 mil alunos na Educação Integral e Integrada.


Concurso público: 16 mil vagas para professores.
Nomeação de 50 mil novos servidores.
Crescimento de 150% na oferta de cursos técnicos.
480% de aumento dos investimentos em Educação Profissional.
Reajuste de mais de 46% nos salários dos trabalhadores da Educação.

O melhor índice de leitura do Brasil na Avaliação Nacional de Alfabetização.


Um dos melhores Estados em escrita e matemática no Ensino Fundamental.

educacao.mg.gov.br
16 Belo Horizonte, 2 a 8 de março de 2018 ESPORTES 16

Brasil disputa Mundial de DECLARAÇÃO DA SEMANA

Atletismo na Grã-Bretanha Wagner Carmo / CBAt


Reprodução TV Jaguar

“A democracia dá o direito a donas de casa,


cabeleireiros, taxistas, apresentadores de
televisão e também atletas profissionais de se

C omeçou, na quinta (1), o Campeonato Mundial de Atletismo Indoor 2018, em Bir-


mingham, na Grã-Bretanha. As competições vão até domingo (4). O evento conta
com a participação de 632 atletas, de 143 países, e uma equipe independente. A Sele-
manifestarem politicamente. Faz parte do jogo”

Walter Casagrande, ex-jogador e comentarista de futebol, rebatendo


ção Brasileira é representada por sete atletas. Destaque para o atual campeão olímpico opinião do apresentador da Rede Globo Tiago Leifert, para quem
do salto com vara, Thiago Braz, o líder do ranking mundial em pista coberta no salto tri- “evento esportivo não é lugar para manifestação política”.
plo, Almir Junior, e as velocistas Rosangela Santos, bronze nos 4x100m em Pequim 2008,
e Vitória Rosa, uma das revelações dos últimos anos. A participação brasileira é financia-
da com recursos da Caixa Econômica Federal. (Com informações da CBAt)

Gol de placa
O Rayo Vallecano, da Espanha, entrou em campo com uma faixa escri-
ta “Goleando al racismo”, em partida pela segunda divisão do “Espanho-
lão”. O clube, que tem tradição de engajamento político, infelizmente foi
multado pelo governo fascista espanhol, por não ter comunicado o ato
com antecedência.

Gol contra
O apresentador do BBB, Tiago Leifert, afirmou em artigo que “quando
política e esporte se misturam, dá ruim”. Texto raso, mal escrito
e conteúdo pior: o esporte, como a vida, é lugar permanente de
manifestação política. É preciso ter coragem, coisa que Tiago não deve
ter.

Decacampeão É Galo doido La Bestia Negra

Bráulio Siffert Rogério Hilário Leo Calixto


Tudo bem que é início de temporada, o ti- O Atlético prioriza a eficiência em detri- Anúncio
Começou a fase de grupos da Libertadores
me ainda está se soltando e contratações mento do espetáculo. Saberemos, no clás- da América. De todos os times brasileiros
continuam chegando. Mas a atuação do sico, se a decisão é a mais acertada. Reduzir que já estrearam, o placar mais mentiroso,
América nos últimos jogos é de preocupar, os espaços, se defender primeiro, sair pa- que não refletiu o jogo, foi o do Cruzeiro.
sobretudo pela falta de criação de jogadas ra o ataque em velocidade e esperar o erro Com três desfalques de última hora - Edil-
e o baixo número de finalizações. A partici- do adversário funcionou nas últimas par- son e Léo suspensos e Fábio viajando pa-
Decacampeão
pação dos laterais, a transição da defesa pa- tidas. ContraÉ oGalo doido!bastou uma
Figueirense, ra o velório La Bestia
de seu pai noNegra
Brasil - o Cruzei-
ra o ataque e a armação das jogadas são os chance para Otero definir. O próximo desa- ro enfrentou o Racing com a postura do gi-
pontos críticos, que precisam de ajustes ou fio é o maior da temporada e pode conso- gante sulamericano que é. As falhas na bo-
de novas experimentações. Os recém-con- lidar ou sepultar a estratégia. O arquirrival la aérea e na conclusão a gol causaram a
tratados Marquinhos e Wesley podem dar busca reabilitação após a perda da invenci- primeira derrota por quatro gols da equi-
mais qualidade ao jogo ofensivo do Améri- bilidade na Argentina. O ano é de instabi- pe sob o comando de Mano Menezes. Ain-
ca, mas jogadores como Serginho, Juninho, lidade em todos os níveis e ela não pode- da temos um longo caminho pela frente e
Renan Oliveira e Luan precisam justificar ria faltar no futebol. Bom mesmo é o horá- não podemos lamentar o revés. No próxi-
por que continuam a ser escalados; e o téc- rio da partida: 11 horas. Vai sobrar tempo mo domingo, jogaremos o clássico contra
nico Enderson Moreira precisa repensar al- para comemorar, chorar as mágoas e cui- o Atlético no Horto com a chance de voltar
gumas atitudes. dar da vida. às boas com as vitórias.

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