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Resumo crítico de “Vinte Anos de Crise 1939-1939”

Por Celso Assis


18 de agosto de 2014

O mundo que E.H.Carr nasceu e cresceu passava por uma grande


reviravolta. Ele nasceu na Inglaterra em 1892, o começo do declínio da Grã-
Bretanha como potência mundial. Estudava na Universidade de Cambridge quando
a Primeira Guerra Mundial estourou, o que lhe deu motivos para ingressar na
carreira diplomática. Voltou para a carreira acadêmica em 1936, época em que
escreveu seu livro mais famoso Vinte Anos de Crise 1919-1939. A obra foi publicada
em 1939, quando Hitler invadia a Polônia, prestes a estourar a Segunda Guerra.
Faleceu em 1982.

Os dois primeiros capítulos da obra de E.H.Carr tratam da Ciência da


Política Internacional. A finalidade do autor ao iniciar o livro tratando de assuntos
puramente técnicos é auxiliar o leitor a compreender como a nova ciência começou
a tomar forma durante um período muito crítico da política mundial, o início da
Primeira Guerra Mundial. Segundo Carr, “a política internacional sempre foi vista
como fora do campo de ação dos partidos políticos” (p.3). Analisando também a
antítese de utopia-realidade, no capítulo dois, critica veementemente o caráter
idealista de alguns que guiavam a política internacional.

O autor segue o primeiro capítulo questionando a origem da ciência da


política internacional e porque ela não era levada a sério antes da Grande Guerra.
Na metade desse capítulo e seguindo no próximo, Carr aborda a diferença entre
trabalhar o problema como ele deveria ser resolvido e como ele realmente é. Em
outras palavras, a utopia não é útil para solucionar problemas na política
internacional, portanto deve-se encarar a realidade. O autor sustenta que

o curso dos acontecimentos, a partir de 1931, revelou claramente a


inadequação da aspiração pura como base de uma ciência da política
internacional, e tornou possível, pela primeira vez, desencadear um
sério raciocínio crítico e analítico sobre os problemas internacionais.”
(p. 13)
E.H.Carr ficou famoso pela maneira enfática que tratou do período que
finalizava de fato o século XIX, a Primeira Guerra, e iniciava com grande crise o
século XX. O embate entre os utópicos e realistas ao estudar esses vinte anos de
crise e tentar solucioná-lo foi o enfoque do autor nesses primeiros capítulos da obra.
Pode-se resumir a intenção dele em suas próprias palavras:

O processo político não consiste, como crêem os realistas, puramente


na sucessão de fenômenos governados pelas leis mecânicas da
causalidade; tampouco consiste, como crêem os utópicos, puramente
na aplicação, na prática, de certas verdades teóricas, evoluídas de
uma consciência interior, por povos sábios e previdentes. A ciência
política tem de ser baseada no reconhecimento da interdependência
da teoria e da prática, que só pode ser atingida através da
combinação de utopia e realidade. (p. 20)

Essa crítica à utopia se vale pelo fato de que Carr é um dos autores
realistas mais famosos das Relações Internacionais. Ele explica o papel da utopia na
política internacional (somente depois que as aspirações se desmoronam, começa-
se a pesquisar de fato), o impacto do realismo, as clássicas antíteses entre utopia e
realidade, teoria e prática e tantas outras.

Carr explica que não se deve ser “muito utópico” ou “muito realista”
quando se trata de política internacional – na realidade, quando se trata de qualquer
política. Ambos os capítulos são muito didáticos, com vários exemplos. A seguinte
passagem pode servir como prova:

Toda ação humana sadia, e portanto todo pensamento sadio, deve


estabelecer um equilíbrio entre utopia e realidade, entre livre arbítrio e
determinismo. O realista completo, aceitando incondicionalmente a
seqüência dos acontecimentos, se priva da possibilidade de modificar
a realidade. O utópico completo, rejeitando a seqüência causal, se
priva da possibilidade de entender a realidade que está tentando
transformar, ou os processos pelos quais ela poderia ser
transformada. O vício característico do utópico é a ingenuidade; o do
realista, a esterilidade. (p. 18)

Eu não posso discordar de E.H.Carr pois seus argumentos são muito


lúcidos e consegue ser imparcial, tanto quanto possível para alguém na posição dele.
Carr viu sua poderosa Grã-Bretanha tomar um duro golpe nesse período em que o
livro aborda e ainda pode se posicionar como um maduro pesquisador e apontar os
acertos e falhas dos utópicos e realistas, dos intelectuais e burocratas. A situação
dele é muito diferente da que vivo, portanto somente me resta dizer que concordo
com as conclusões do autor, que permanecem muito relevantes ainda hoje, muito
embora a situação tenha mudado e evoluído deveras. As Relações Internacionais
devem muito a E.H.Carr e sua dedicação em analisar tais circunstâncias.

Referências:

CARR, Edward. Vinte Anos de Crise 1919-1939. Brasília: Editora da UNB, 2001.

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