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1. Introdução
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Nos dizeres de Marx, “as relações jurídicas, bem como as formas do Estado, não
podem ser explicadas por si mesmas, nem pela chamada evolução geral do espírito
humano; (...) Na produção social da própria existência, os homens entram em relações
determinadas, necessárias, independentes de sua vontade; essas relações de produção
correspondem a um grau determinado de desenvolvimento de suas forças produtivas
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O aparelho jurídico, em particular, seria ao mesmo tempo repressivo e ideológico,
segundo Althusser (2007, p. 68). A teoria de Edelman (2001, p. 104) faz um raciocínio
análogo para o direito, inferindo que “o direito assume esta dupla função de fixar
concreta e imaginariamente – e seria melhor dizer que a fixação concreta jurídica é ao
mesmo tempo ideológica – o conjunto das relações sociais”.
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Assumimos aqui que a forma normal do Estado burguês é o Estado de direito,
a conformação institucional do regime democrático-liberal. O autoritarismo cru
e desmedido das ditaduras corresponde a um estágio da luta de classes em que o
regime democrático já não é capaz de cumprir com suas tarefas de reprodução da
ordem existente.
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Conferir o texto integral em http://www.ajd.org.br/quem_somos_estatuto.php.
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http://www.ajd.org.br/arquivos/publicacao/80_jornal-60.pdf.
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Engels e Kautsky (1991, p. 24-25) perceberam que esta concepção, própria da burguesia
e da sociedade forjada à sua imagem e semelhança, introduziu a seguinte mudança
com relação ao período medieval: “O dogma e o direito divino eram substituídos pelo
direito humano, e a Igreja, pelo estado. As relações econômicas e sociais, anteriormente
representadas como criações do dogma e da Igreja, porque esta as sancionava, agora se
representam fundadas no direito e criadas pelo estado”.
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Por que o comunismo não pode se identificar com os “direitos eternos do homem”?
Porque esses direitos decorrem das relações de produção e de troca capitalistas; eles
fundam a igualdade universal dos sujeitos de direito sob a base do valor de troca,
que torna possível a compra e venda da força de trabalho, a exploração burguesa.
O humanismo (direitos do homem) encobre, assim, a dominação de classe (NAVES,
2008, p. 58).
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O Judiciário goza da vantagem de ser menos suscetível a pressões populares e
sofrer menos com ônus políticos, já que seus cargos não são eletivos. E embora haja
eleições para juízes em alguns países, como ocorre nos EUA, esta é a exceção, jamais
a regra. E mesmo nos Estados Unidos, os membros da Suprema Corte não são eleitos,
e sim indicados pela presidência da República. Vale notar que, para o regime e para
os governantes, é sempre mais confortável atacar os trabalhadores pelo Judiciário,
servindo-se do asséptico pretexto de se cumprir uma ordem judicial.
6. Conclusão